PRESSOES ANORMAIS

11
PRESSOES ANORMAIS EXISTEM DOIS TIPOS - PRESSÃO HIPERBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões maiores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em abaixo do nível da terra, exemplo: como em mergulhos, enfim quanto mais fundo. - PRESSÃO HIPOBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em elevadas altitudes, exemplo: no topo de algum arranha-céu, enfim quanto mais alto. TRATAMENTO DA SAÚDE Existe também a Pressão Hiperbárica para tratamento da saúde nomeada Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB). Onde submete um paciente a uma pressão ambiental superior à atmosférica, dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio puro. Estas câmaras são, em essência, cilindros metálicos resistentes à pressão, dotados de vigias ou janelas. PRESSÕES ANORMAIS No desenvolvimento de suas atividades, os trabalhadores são influenciados pela pressão atmosférica em seu ambiente de trabalho. Em grande parte das atividades a pressão de trabalho é a atmosférica ou próxima dela pois no Brasil não temos muitos locais de altitudes elevadas, no entanto algumas atividades expõe os trabalhadores a pressões acima da normal em trabalhos de mergulho e em tubulões pressurizados. Trabalhos sob condições de alta pressão Exposição ocupacional

Transcript of PRESSOES ANORMAIS

Page 1: PRESSOES ANORMAIS

PRESSOES ANORMAIS

EXISTEM DOIS TIPOS

- PRESSÃO HIPERBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões maiores que a pressão atmosférica.

Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em abaixo do nível da terra, exemplo: como em mergulhos, enfim quanto mais fundo.

- PRESSÃO HIPOBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em elevadas altitudes, exemplo: no topo de algum arranha-céu, enfim quanto mais alto.

TRATAMENTO DA SAÚDE

Existe também a Pressão Hiperbárica para tratamento da saúde nomeada Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB).

Onde submete um paciente a uma pressão ambiental superior à atmosférica, dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio puro. Estas câmaras são, em essência, cilindros metálicos resistentes à pressão, dotados de vigias ou janelas.

PRESSÕES ANORMAIS

No desenvolvimento de suas atividades, os trabalhadores são influenciados pela pressão atmosférica em seu ambiente de trabalho. Em grande parte das atividades a pressão de trabalho é a atmosférica ou próxima dela pois no Brasil não temos muitos locais de altitudes elevadas, no entanto algumas atividades expõe os trabalhadores a pressões acima da normal em trabalhos de mergulho e em tubulões pressurizados.

Trabalhos sob condições de alta pressão

Exposição ocupacional

Os trabalhos sob condições de alta pressão (condições hiperbáricas) ocorre em atividades ou operações sob ar comprimido ou em trabalhos submersos (mergulho).

Efeitos tóxicos

A atmosfera contém habitualmente cerca de 20% de oxigênio, sendo que o organismo humano está adaptado para respirar o oxigênio atmosférico a uma

Page 2: PRESSOES ANORMAIS

pressão em torno de 160mmHg ao nível do mar. A esta pressão, a molécula que transporta o oxigênio aos tecidos, a hemoglobina, encontra-se praticamente saturada (98%). A medida que aumenta a pressão, como a hemoglobina está já saturada, uma quantidade significativa de oxigênio não é consumida e entra em solução física no plasma sanguíneo. Se essa exposição se prolonga pode produzir, em longo prazo, uma intoxicação pelo oxigênio. Os seres humanos, na superfície terrestre, podem respirar 100% de oxigênio de forma contínua durante 24-36 horas sem nenhum risco. Após esse período, sobrevém a intoxicação pelo oxigênio (efeito de Lorrain-Smith). Os sintomas de toxicidade pulmonar são principalmente a dor no peito (retroesternal) e a tosse seca. A pressões superiores a 2 (duas) atmosferas, o oxigênio produz toxicidade cerebral, podendo provocar convulsões. A susceptibilidade a convulsão varia consideravelmente de um indivíduo para outro. A administração de anticonvulsivantes pode evitar as convulsões por oxigênio mas não reduz a lesão cerebral ou da medula espinhal.

Controle médico

É exigido cuidadosa compressão e descompressão, de acordo com as tabelas do Anexo nº 6 da NR-15 da Portaria 3214/78. O trabalho sob condições de alta pressão só é permitido para trabalhadores com mais de 18 (dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco) anos de idade. Antes de cada jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser inspecionados pelo médico, sendo que o trabalhador não poderá sofrer mais de uma compressão num período de 24 horas. A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser superior a 8 horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm², a 6 horas em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm², e a 4 horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm². Nenhum trabalhador pode ser exposto à pressão superior a 3,4 kgf/cm². Após a descompressão, os trabalhadores são obrigados a permanecer, no mínimo, por duas horas, no local de trabalho, cumprindo um período de observação médica. Como é possível a ocorrência de necrose óssea, especialmente nos ossos longos, é também obrigatória a realização de radiografias de articulações da coxa e do ombro, por ocasião do exame admissional e posteriormente a cada ano.

Trabalhos sob Condições de Baixa Pressão

Nos trabalhos em grandes altitudes, como no caso dos aeronautas, a medida que se ganha altura sobre o nível do mar a pressão total do ar ambiental e a concentração de oxigênio vão diminuindo gradualmente. O efeito é um menor aporte de oxigênio aos tecidos do corpo humano (hipóxia), sendo que o organismo, em resposta, adota medidas compensatórias de adaptação fisiológica (“aclimatação”), especialmente o aumento da frequência respiratória. A tolerância à altura varia de um indivíduo para outro e, em geral, a adaptação deve melhorar após 2 a 3 dias de exposição. Todavia, a hipóxia grave pode exercer diversos efeitos nocivos para o organismo humano. O órgão mais sensível à falta de oxigenação é o cérebro e os sintomas mais comuns são a irritabilidade, a diminuição da capacidade motora e sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias na retina e, nos casos mais graves, edema cerebral e edema agudo do pulmão.

Page 3: PRESSOES ANORMAIS

EFEITOS DAS PRESSÕES ATMOSFÉRICOS NO ORGANISMO

Como o corpo é constituído de muitas cavidades pneumáticas e o sangue é uma solução que se presta para o transporte de gases, sofre muito com as variações de pressão, que alteram o volume dos gases, bem como a solubilidade dos gases no sangue. Essas alterações são regidas pelas leis dos gases. Com o aumento da pressão do ar, aumenta também a solubilidade dos gases no sangue, fazendo com que mais nitrogênio e oxigênio se dissolvam no sangue, alterando o equilíbrio dessa solução. Com a diminuição da pressão diminui também a solubilidade dos gases no sangue. No caso dessas variações, o sangue atinge o seu equilíbrio em poucos minutos, no entanto o tecido adiposo pode levar horas para liberar o nitrogênio dissolvido. Daí a necessidade de se aumentar ou diminuir a pressão vagarosamente e em estágios que são função da pressão e do período que o trabalhador ficou nessa pressão.

Dessas variações de pressão resulta em alguns tipos de doenças.

BAROTRAUMA

É um acidente que decorre da incapacidade de se equilibrar a pressão no interior das cavidades pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em variação.

EMBOLIA TRAUMÁTICA PELO AR

No caso de um mergulhador ter que subir rapidamente em uma situação de emergência, tendo respirado ar comprimido no fundo, o ar retido nos pulmões aumenta de volume, podendo romper os alvéolos, provocando a penetração do ar na corrente sanguínea. Esse acidente não ocorre no mergulho livre.

EMBRIAGUÊS DAS PROFUNDIDADES

A embriagues das profundidades é provocada pela impregnação difusa do sistema nervoso central por elementos de uma mistura gasosa respirada além de uma certa profundidade, com manifestação psíquicas, sensitivas e motoras. A 30m metros de profundidade começam a aparecer os sinais de embriagues, a 60 metros, com ar comprimido as tarefas são prejudicadas por esse problema. A 90 metros, poucas pessoas conseguem executar as tarefas programadas.

Existe uma proporcionalidade entre a profundidade e a intensidade dos sintomas, justificando a chamada “Lei Martini” a cada 100 pés de profundidade, correspondem aos efeitos de uma dose de Martini.

Page 4: PRESSOES ANORMAIS

No caso da Compressão, diversos riscos atinge os trabalhadores como: irritação dos pulmões quando a pressão atinge o nível de cinco atmosferas; narcose pelo nitrogênio com início em 4 atmosferas e até produzir perda da consciência a 10 atmosferas.

Na descompressão diversos problemas podem ocorrer como:

- Ruptura dos alvéolos pela expansão brusca do ar nos pulmões.

- Com a descompressão muito rápida, a quantidade de nitrogênio liberada do sangue pode se dar numa velocidade maior que a capacidade do sangue de transportá-la para os pulmões, podendo ocorrer fortes dores em várias partes do corpo. Dores abdominais ocorrem pela expansão dos gases nos intestinos; dores de dente provocada pela expansão dos gases presos entre o dente e uma obturação; Inconsciência, tonturas e paralisia no caso de atingir o sistema nervoso central.

MEDIDAS DE CONTROLE

O anexo 6 da NR-15 da portaria 3214 do Ministério do Trabalho estabelece critérios para o planejamento das compressões e descompressões, o limite superior de pressão que é de 3,4 kg/cm2 e o período máximo de trabalho para cada faixa de pressão conforme a tabela:

O anexo 6 também fornece as tabelas de descompressão para os mais variados período de trabalho em função da pressão.

1)COMPRESSÃO

No caso da compressão deve-se elevar a pressão de 0,3 kgf/cm2 no primeiro minuto, fazendo-se a seguir a observação dos sintomas e efeitos nos trabalhadores. A partir daí, com uma taxa de no máximo 0,7 kgf/cm2 por minuto aumenta-se a pressão até o valor de trabalho. No caso de algum problema em qualquer etapa da compressão, ela deve imediatamente interrompida.

2) DESCOMPRESSÃO

No caso da descompressão, além da pressão de trabalho é necessário também o tempo de permanência nessa pressão. Na descompressão a pressão será reduzida a uma taxa não superior a 0,4 kgf/cm2 por minuto até o primeiro estágio, definido na tabela a ser utilizada. A seguir se mantém a pressão por um tempo de parada indicado na tabela.

3) CÂMARA DE COMPRESSÃO.

Deve-se controlar a temperatura e o nível dos contaminantes, que sob pressões maiores são mais facilmente absorvidos pelo organismo. O anexo 6 estabelece alguns limites de concentração conforme a tabela:

Page 5: PRESSOES ANORMAIS

O controle da temperatura deve ser feito através de um sistema de refrigeração do ar e durante a permanência dos trabalhadores no interior do tubulão, e o limite de tolerância é dado pelo TGU(Temperatura de Globo Úmido) de 27 graus centígrados, medidos através do termômetro de Globo Úmido (Botsball). A taxa de ventilação deve ser de pelo menos de 30 pés cúbicos/minuto/homem.

No caso de pressões elevadas recomenda-se substituir a mistura Oxigênio/Nitrogênio por mistura Oxigênio/Hélio, pois o Hélio não apresenta os inconvenientes dos efeitos anestésicos do Nitrogênio.

O anexo 6 exige a sinalização dos locais de trabalho sob pressão, através de uma placa de identificação, com 4 cm de altura e 6 cm de largura, em alumínio de 2 mm, com os dizeres:

(frente) (verso)

EM CASO DE INCONSCIÊNCIA OU MAL DE

CAUSA INDETERMINADA TELEFONAR

IMEDIATAMENTE PARA O N_________ E

ENCAMINHAR O PORTADOR DESTE PARA

____________.

_______________________________

NOME DA COMPANHIA

_______________________________

LOCAL E ANO

________________________________

NOME DO TRABALHADOR

ATENÇÃO: TRABALHO EM AR COMPRIMIDO

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃOUm trabalhador vai realizar um trabalho em um tubulão a uma pressão de 2,0 kg/cm2 durante duas horas. Determinar os procedimentos para a etapa de compressão e de descompressão.

Page 6: PRESSOES ANORMAIS

1) ETAPA DE COMPRESSÃO

Iniciamos a compressão do tubulão de forma que em um minuto tenhamos 0,3 kgf/cm2. Após atingir esse valor, mantemos a pressão por um certo tempo para fazer uma avaliação das condições do trabalhador. Se ele não apresentar nenhum sintoma nem queixa, continuamos a compressão a uma velocidade não superior a 0,7 kgf/cm2 até atingirmos a pressão de trabalho (2,0 kgf/cm2).

Após duas horas de trabalho, iniciaremos os procedimentos para a etapa da descompressão.

DESCOMPRESSÃO

Selecionamos a tabela de descompressão para o período de 1:30 e 2,0 horas e para a pressão de trabalho de 2,0 kg/cm2 a tabela indica um procedimento de descompressão em tres estágios

PRESSÕES ANORMAIS - ANEXO 6PORTARIA No 5 DE 09-02-83

TRABALHO SOB AR COMPRIMIDO EM TUBULÕES PNEUMÁTICOS E TÚNEIS PRESSURIZADOS

MEDIDAS DE CONTROLE:

1) RELATIVAS AO AMBIENTE

1) Ventilação contínua de, no mínimo, 30 pés3/min/homem

2) TGU 27ºC

3) Sistema de telefonia ou similar para comunicação com o

exterior

4) A qualidade do ar deverá ser mantida dentro dos padrões

de pureza.

5) Pressão máxima = 3,4 kgf/cm2(Exceto emergência e tratamento médico)

Page 7: PRESSOES ANORMAIS

2) RELATIVAS AO PESSOAL:

1) Uma compressão a cada 24 horas

2) 18 anos idade 45 anos

3) Exame médico obrigatório, pré-admissional e periódico

4) Uso obrigatório de plaqueta de identificação

5) Inspeção médica antes da jornada de trabalho

6) Proíbido o trabalho para alcoolizados, ingestão de bebidas Alcoólicas e fumo nos ambientes de trabalho.

7) Deve haver instalações para assistência médica, recuperação, alimentação e higiene

8) Cada trabalhador deve possuir atestado de aptidão ao

trabalho, válido por 6 meses

8) Após descompressão o trabalhador deve permanecer, nomínimo, 2 horas no canteiro de obras sob observação médica

9) Folha de registro de compressão e descompressão.

Page 8: PRESSOES ANORMAIS

EFEITOS DA ALTITUDE NO ORGANISMO:

1) A curto prazo:

a) Hiperventilação (taquipnéia) estimulada pela baixa PO2 que diminui o % de saturação da hemoglobina;

b) Maior eliminação de CO2 que baixa a PCO2 e aumenta o pH provocando a alcalose respiratória;

c) Tonturas, vertigens e enjôo.

2) A médio prazo

d) Excreção de HCO3- pela urina para baixar o pH até o normal; e) Perda de H2O que provoca desidratação e diminui o volume

plasmático;

Page 9: PRESSOES ANORMAIS

f) Hemoconcentração - aproximação das hemácias para facilitar o transporte de O2 por um processo difusional.

3) A longo prazo

g) Secreção de eritropoietina pelo rim estimulando a medula óssea a fazer eritropoiese (reposição dos eritrócitos);

h) Aumento de volume sanguíneo - recuperação da capacidade de transporte de O2 com o sangue com mais hemácias que o normal à nível do mar.

A aclimatização de dá em duas semanas para uma altitude de até 2.100metros e a cada 600 metros a mais, aumenta mais uma semana.

Após a aclimatização há um aumento do volume sanguíneo e do número de hemácias aumentando a capacidade de transporte de O2. Entretanto, a massa muscular e o peso corporal diminuem devido à desidratação e supressão do apetite que provocam o catabolismo protéico. Pela menor oferta de oxigênio, diminui também a capacidade oxidativa.

Efeitos no organismo pressões anormais

Pressões Anormais: Efeitos a Saúde

- Intoxicação pelo gás carbônico (CO2);

- Embolia.

Algumas câmaras projetadas para tratamento individual são construídas com acrílico transparente resistente à pressão, o que permite o contato visual com o paciente, e minimiza a incidência de sintomas de claustrofobia, bastante elevada neste tipo de equipamento (10% dos pacientes tratados).

Esta modalidade de tratamento apresenta inúmeras indicações clínicas, dentro das quais salientam-se:

Lesões induzidas por radiação ionizante (ex: cistite rádica); Embolia gasosa; Síndromes de descompressão (ex: mergulhadores); Intoxicação por monóxido de carbono; Atraso da cicatrização de feridas das extremidades (ex: úlceras de pé

diabético); Tratamento de situações infecciosas (principalmente provocadas por

agentes anaeróbios); Surdez de instalação súbita; Viabilização de enxertos realizados por cirurgia plástica e reconstrutiva. etc.

Page 10: PRESSOES ANORMAIS