Press Review page - ClipQuick · em cima, surgem as muralhas abaluartadas do século XVIII que...

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034 Sensações | Rotas do Alentejo Quatro percursos por terras alentejanas - eis a proposta que (lhe) fazemos em tempo de férias, poupadinhas, que a conjuntura não está para grandes avarias.

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034 Sensações | Rotas doAlentejoQuatro percursos por terras alentejanas

- eis a proposta que (lhe) fazemos em tempode férias, poupadinhas, que a conjuntura não

está para grandes avarias.

Todo este

AlentejoLrxíti b fotografia Goncalo Guedes

Para esta época de Verão a revista Mais Alentejo sugere quatro percursos

turísticos contemplativos de belezas ímpares alentejanas. Os distritos de

Portalegre, Évora e Beja, acrescidos do Litoral Alentejano (Setúbal), mos-

tram virtudes que importa conhecer e disfrutar sempre com os cheiros e

os sabores do que é tradicionalmente alentejano. Entre a praia e o campo,

a serra e a planície, o património natural e edificado encanta. De mapa na

mão, atreva-se a descobrir ou redescobrir um Alenteio sedutor.

Nota -Atendendo à imensa oferta actualmente existente em todo o Alentejo, em termos de alojamentos (onde ficar)e restaurantes (onde comer), optámos por indicar aqueles que nos pareceram mais acessíveis, no que respeita a preçospraticados, muito embora o Alentejo possua muitos outros que merecem (e devem) ser visitados.

IMENSA PRAIAALENTEJANA

TRÓIA - ALCÁCER DO SAL - SINES - PORTO COVO

VILA NOVA DE MILFONTES - ZAMBUJEIRA DO MAR

A magnifica península de Tróia apresenta-se como escolha de excelência para iniciar uma

inebriante viagem pela costa alentejana, sempre com o mar ali por perto, visitando o pas-

sado e o presente de uma região onde as tradições do interior se cruzam com os cheiros

do atlântico. Dispondo de um bom par de horas para Tróia, deixe-se deslumbrar por um

ecossistema único, e siga pelos múltiplos passeios pedestres que se entrelaçam ao longo

da grande língua de terra, até ao topo Norte, onde se encontra a marina, que junta o

doce Sado ao sal do oceano. Descendo a linha da costa, siga em direcção a Sines, onde

a história de Vasco da Gama vive paredes-meias com o desenvolvimento do Porto de

Sines, porta atlântica da Europa, e uma das estruturas portuárias com maior crescimento

de visibilidade no mundo. Da azáfama da estiva, continue para Sul e, ainda no concelho

sineense, reserve uma boa meia-tarde para a pequena localidade de Porto Côvo, onde o

brilho das águas encanta e o Pôr-do-Sol, dizem, é dos mais fascinantes. O mote é deitar

cedo e cedo erguer saboreando a tranquilidade que muitos não dispensam num passeio

à beira-mar, onde os trilhos pedestres convidam a longos passeios a pé ou de bicicleta. Já

no concelho de Odemira.Vila Nova de Milfontes é a estância balnear histórica da região,

também conhecida como Princesa do Alentejo, com praia de rio e mar, onde o forte de

São Clemente é o ex-líbris mor junto à zona histórica da vila.

No Verão, a animação é uma constante, o comércio é característico da região, e os cafés

e restaurantes, uma perdição, para os amantes do petisco, que se come com vagar, entre

gentes simpáticas e acolhedoras. Para terminar a viagem, chegamos a Zambujeira do Mar,

uma pacata aldeia alentejana onde o sossego é a palavra de ordem numa localidade situada

em pleno parque natural do sudoeste alentejano. Zambujeira do Mar saltou para o palco da

fama na década de 90, por aí se realizar, desde então, um dos maiores festivais de Verão do

país, com milhares de visitantes, mas que em nada desvirtua os prazeres da terra.

Onde comer:A Escola [Alcácer do Sal]A Talha de Azeite [Grândola]Cais da Estação (Sines]Trinca Espinhas [São Torpes, Sines]Restaurante Porto das Barcas [Vila Nova de Milfontes, Ddemira]

Onde ficarBrejo da Amada [Grândola]Herdade Barradas da Serra (Grândola]Monte das Faias [Grândola]Casazul (Vila Nova de Milfontes, Odemira)Zmar (Odemira)

O que ver:

Ruínas de Tróia

Miróbnga (Santiago do Cacem]Museu de Sines/Casa Vasco da Gama

Fortes Nossa Senhora da Queimada e Santo Alberto [Porto Côvo, Sines]

lgre|a Matriz e Forte de São Clemente "Castelo" [Vila Nova de Milfontes, Odemira]

COM ESPANHAALI AO LADO

MARVAO - CASTELO DE VIDE - PORTALEGRE

ALTER DO CHÃO - MONFORTE - ELVAS

"Da muralha (iniciada no século XII) vêm-se os pássaros pelas costas", costuma dizer-sedas vistas proporcionadas pelo castelo da vila de Marvão, no distrito de Portalegre, e quesugerimos para porto de partida à descoberta do Norte Alentejano. Com um legadohistórico impressionante, a vila é caracterizada pelo branco do casario, ruas estreitas e

empedradas e uma vista vertiginosa para Portugal e Espanha. Descemos para a cidade ro-mana deAmmaia (visita obrigatória) e seguimos para Castelo de Vide, também conhecida

por Sintra do Alentejo, localidade florida, que tem na Judiaria e na fonte da vila, os seusmaiores cartões-de-visita. Recentemente foi incluída pelo jornal Washington Post numalida restrita de candidatos a melhor destino turísticos da Europa e é visita obrigatóriapara quem passa pela região. Para Sul encontramos a capital de distrito, Portalegre, quecresce pela encosta da Serra de São Mamede, tendo a planície alentejana com horizonte.Ali, o museu municipal (recentemente reaberto), a casa que pertenceu ao poeta JoséRégio, o castelo, jardins e Praça da República merecem visita demorada.As tapeçarias de

Portalegre continuam a ser uma das imagens de marca da terra, e podem ser admiradas

em espaço próprio - no museu da tapeçaria. A vila histórica de Alter do Chão é o próxi-mo ponto de paragem, que pode ser mesmo em frente ao castelo em excelente estadode conservação que conta quase oito séculos de histórias e memórias, incluindo certa-mente os amores de D. Pedro por Inês de Castro. A um par de quilómetros, a coudelariaAlter Real é de visita obrigatória, particularmente para os admiradores das artes eques-tres que ali encontram o cavalo e o seu mundo, desde a nascença até à ribalta desportiva.Em linha recta seguimos para Monforte, onde o património romano se espalha por todoo concelho proporcionando uma pequena viagem histórica a tempos idos, admirandoainda a soberba vista do castelo. Seguimos em frente e ficamos com Badajoz (na vizinha

Espanha) à vista, o que equivale a dizer que chegámos à cidade de Eivas. Á entrada des-taca-se a imponência do Aqueduto da Amoreira, uma obra com 843 arcos e torres de30 metros de altura, que ligam o local da Amoreira ao centro da cidade. À esquerda, lá

em cima, surgem as muralhas abaluartadas do século XVIII que fazem de Eivas a maiorfortaleza abaluartada do mundo, e que merecem visita cuidado no fecho deste circuito.

Onde comer:Solar do Forcado [Portalegre]Ti Catrina [Eivas]Taberna do Adro [Vila Fernando, Eivas)

Onde ficar:Convento D'Alter (Alter do Chão]Quinta Serra de São Mamede [Castelo de Vide)Quinta do Barrieiro (Marvão]Quinta dos Amarelos [Monforte)Rossio Hotel [Portalegre]

O que ver:

Castelo e Cidade de Ammaia [Marvão]Judiaria [Castelo de Vide]Forte da Graça e Museu de Arte Contemporânea (Eivas)Museu Municipal Casa José Régio [Portalegre)Fundação Alter- Real [Alter do Chão]

PATRIMÓNIO DAHUMANIDADE AO CENTRO

JUROMENHA - VILA VIÇOSA - REDONDO - ÉVORA - MONSARAZ - PORTEL

No distrito de Évora seguimos de Norte para Sul, começando

no concelho dos três castelos - Alandroal -, mais concretamente

na povoação raiana de Juromenha, embalada pelo Guadiana. Com

uma praça e fortaleza históricas, foi porta de entrada na região em

séculos idos e continua a ser um dos locais mais impregnados de

memórias, com uma vista soberba sobre o leito do rio. O destino

passa agora pela Real Vila Viçosa, terra de Florbela Espanca e do

imponente Paço Ducal. Contando com a extracção de mármo-

re como uma das principais actividades económicas locais, a vila

branca tem um mundo para mostrar ao mundo, onde o patri-mónio da Casa de Bragança conta a história de um país Real de

muitos séculos. Para Sul, 20 minutos depois, chegamos a Redondo,

terra de fortes tradições vínicas, onde os museus do vinho do

barro são visitas a incluir do "road book". Na encosta da Serra

d'Ossa pode visitar o Convento de São Paulo, onde o património,o turismo e a cultura se unem num espaço mágico. A cidade de

Évora é a próxima paragem, para a qual será necessário mais do

que um ou dois dias para tomar o pulso daquela capital de distrito

- património mundial da UNESCO.A Sé Catedral, as muralhas, a

praça do Giraldo, o palácio D. Manuel e a carismática Capela dos

Ossos são apenas alguns dos muitos locais que merecem atenção

cuidada. Com alojamento para todos os gostos e bolsas, Évora é

um animado corrupio turístico de manhã à noite. Ainda embebi-

dos dos sons e cheiros da capital alentejana, seguimos para mais

uma localidade cuja história cruzou muitos séculos chegando qua-

se intacta, na sua estrutura, aos nossos dias. Lá no alto, Monsaraz

inspira qualquer artista e é fonte inesgotável de uma tranquilidadeviciante.A vista é indescritível, no empedrado do chão quase se

ouvem os medievais rodados de madeira e ferro, numa terra onde

se destaca o castelo e a torre de menagem, o edifício dos antigos

Paços da Audiência e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa.

Sem pressas continuamos a descer, agora por uma estrada recente

que liga os concelhos de Reguengos de Monsaraz, de onde saímos,

e o de Portei, onde entramos, com o espelho de água de Alqueva

ali à nossa frente. Am ieira é o primeiro ponto de paragem, com

a água a molhar os pés, onde pode disfrutar de vários desportosnáuticos e, inclusive, tornar-se "marinheiro de água doce" nave-

gando aos comandos de um barco. Se preferir terrenos mais se-

cos, rume à sede de concelho, para uma visita ao castelo local, na

terra onde anualmente de "discutem" as tradicionais açordas, e

onde se fecha mais este percurso.

Onde comer:Taberna Típica Quarta-feira [Évora]Dom Joaquim [Évora]Restaurante Panorâmico da Amieira Marina [Amieira, Portei]Sem-Fím [Telheiro, Monsaraz]

Onde ficar:Monte do Peral [Montejuntos, Alandroal]Évora Hotel

Casa do Colégio Velho [Vila Viçosa]Casa Pinto (Monsaraz)Casa do Terreiro do Poço [Borba]

O que ver:Fortaleza (Juromenha]Paço Ducal [Vila Viçosa]Museu do Vinho [Redondo]

Templo Romano e Aqueduto Água de Prata [Évora]

Castelo [Monsaraz]Amieira [Portei)

SUL DE PLANÍCIES FEITOSERPA - MOURA - VIDIGUEIRA - BEJA - CASTRO VERDE - MÉRTOLA

Na margem esquerda do grande Guadiana, curso de água que une

Portugal e Espanha, Serpa ergue-se cada vez mais como uma cida-

de de cultura onde a música ocupa um papel importante.A famosa

nora, as muralhas e a igreja de Santa Maria são três dos principaismotivos de visita a uma localidade que ao longo da história ida foi

palco de conflitos constantes. Sempre pelo Alentejo "interioríssi-

mo", subimos para Moura, concelho tradicionalmente conhecido

pela finura do azeite e pela popular Água de Castelo que agoratem direito a museu. Ali as temperaturas ultrapassam facilmente

os temidos 40 graus, mas a visita a freguesias rurais como Ama-

releja, Safara ou Santo Aleixo da Restauração torna-se obrigató-ria para perceber melhor esta região. Cruzando agora o rio paraa outra margem, siga em direcção a Vidigueira, terra do grande

navegador Vasco da Gama. Por esta hora já deve estar a dizer

que não se pode esquecer de comprar pão, e não pode mesmo!

Com sorte apanha-o acabadinho de sair do forno, e constatará

da irresistibilidade do mesmo. Depois de percorrer morosamente

as ruas tranquilas daquela vila alentejana à beira do IP2, siga paraSul, a caminho da capital de distrito que surge 20 minutos depois.A torre do castelo e os silos do trigo vão-se revelando com o

aproximar da cidade, a qual obriga a uma paragem mais demorada

para a percorrer de fio a pavio, conhecendo as histórias de secu-

lares monumentos que pululam por entre o casario. Na terra de

Soror Mariana Alcoforado é importante que não perca uma visita

ao museu Rainha Dona Leonor, à igreja de Santa Maria da Feira,

ao castelo (subindo ao alto da torre), e o pelourinho enquadradona sua bela Praça da República. Deixando a grande cidade do Bai-

xo-Alentejo, Castro Verde surge como o próximo destino, ainda

mais a Sul, plantada em pleno Campo Branco, com quilómetrosde solo a perder de vista. Na terra da tradicional feira de Castro,

que se realizará lá mais para Outubro, a cultura é pedra basilar dodia-a-dia. Destacam-se o cante dos Ganhões de Castro Verde e a

viola campaniça que nos últimos anos foi ressuscitada e dinami-

zada por Pedro Mestre. A Basílica Real é o monumento maior da

terra e requer visita pormenorizada.A caminho do último destino

turístico deste roteiro pelo Baixo-Alentejo, tomamos a estrada

nacional 123, que lá mais para a frente nos há-de encaminhar paraa islâmica Mértola. A igreja matriz, o convento de São Francisco

ou o campo arqueológico, são locais que tem que conhecer ou

revisitar.com uma vista soberba sobre o rio Guadiana.Ali ao lado

fica a Mina de São Domingos, uma praia fluvial de excelência pela

qual facilmente nos deixamos encantar, e que frescamente fecha

este belo circuito pelo distrito de Beja.

Onde comer:Pedra de Sal (Serpa]Molho Bico (Serpa)A Chaminé (Moura)Luiz da Rocha (Beja)O Brasileiro [Mértola)

Onde ficar:Herdade da Retorta (Serpa)Monte da Diabrória (Beja]Monte da Corte Ligeira [Cabeça Gorda, Beja)Herdade do Sobroso (Vidigueira)Malhadinha Nova (Albernoa)

O que ver:Muralhas [Serpa)Museu do Azeite (Moura)Castelo (Beja)Basílica Real (Castro Verde]Campo Arqueológico [Mértola)