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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2020 Suplemento Desportivo Moçambique Portugal África do Sul passa para o Nível 1 no dia 1 de Outubro Presidente da República deu posse a cinco novos secretários de Estado MOMENTO HISTÓRICO: O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DO BAHREIN ABDULLATIF AL ZAYANI, PRIMEIRO-MINISTRO DE ISRAEL BENJAMIN NETANYAHU, O PRESIDENTE DOS E.U.A DONALD TRUMP E O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS, ABDULLAH BIN ZAYED ASSINAM OS ACORDOS DE ABRAÃO NOS JARDINS DA CASA BRANCA EM WASHINGTON D.C. última página página 11 página 16 - Presidente Ramaphosa abre fronteiras União Europeia pede investigação a alegações em Cabo Delgado UE prepara apoio até final do ano F. Albuquerque venceu 24H de Le Mans e sagrou-se campeão mundial M. Oliveira conseguiu 5.º lugar FCP e SLB abrem I Liga com vitórias

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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos:Soluções legais e avançadas na sua vida comercial;Controle e racionalização da massa trabalhadora;

Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes

de percurso, e ataques cerrados de Autoridades ReguladorasCambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St.

Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected]

Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2020

SuplementoDesportivo

Moçambique Portugal

África do Sul passa para o Nível 1 no dia 1 de Outubro

Presidente daRepública deu

posse a cinco novossecretários de Estado

MOMENTO HISTÓRICO: O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DO BAHREIN ABDULLATIF AL ZAYANI, PRIMEIRO-MINISTRO DE ISRAEL BENJAMINNETANYAHU, O PRESIDENTE DOS E.U.A DONALD TRUMP E O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS, ABDULLAH BIN

ZAYED ASSINAM OS ACORDOS DE ABRAÃO NOS JARDINS DA CASA BRANCA EM WASHINGTON D.C.

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- Presidente Ramaphosa abre fronteiras

União Europeia pede investigaçãoa alegações em Cabo Delgado

UE preparaapoioaté finaldo ano

F. Albuquerquevenceu 24H de Le Manse sagrou-se

campeão mundial

M. Oliveira conseguiu 5.º lugar

FCP e SLB abremI Liga com vitórias

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2 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

Por entre as nuvens negras de desespe-ro e tristeza, um raio de esperança. Hávários até, mas infelizmente as agendasmediáticas estão demasiado focadas emmostrar o negativo e enfatizar aquilo quede mau está a acontecer. Ninguém estáfocado nas coisas boas.

É claro, o que vende, o que dá audiên-cias são três coisas: sexo, escândalos ecatástrofes. É a morbidez das pessoasque querem ver o chamado “belo horren-do”. É o que faz as pessoas abrandaremna autoestrada para verem um acidente e,penso eu, para dar logo orçamentos a jul-gar pela calma com que olham. Outroexemplo disso foi o 11 de Setembro 2001.

As pessoas sabiam que era horrível oque estava a decorrer, mas ninguém con-seguiu deixar de olhar para as torres gé-meas do World Trade Centre enquantoardiam e depois a ruírem. E depois, nosdias e meses seguintes, as repetições natelevisão.

No entanto, há coisas boas a acontecertodos os dias e ninguém se foca nisso.Por exemplo, o momento histórico que de-correu nos jardins da Casa Branca emWashington D.C. O presidente DonaldTrump mediou entre o reino do Bahrein,os Emirados Árabes Unidos e Israel acor-dos de paz, os chamados Acordos deAbraão.

Abraão o pai de todas as três grandesreligiões monoteístas do Mundo. Afinal decontas, todos vimos das 12 tribos deIsrael e, portanto, faz todo o sentido onome dos acordos. Isto, segundo diziamos entendidos, nunca iria acontecer.

A prosperidade económica e social vaiagora reinar no Médio Oriente, porque atrabalhar em conjunto, com os recursosfinanceiros e matérias-primas dos árabese com o conhecimento e riqueza de Israel,os acordos bilaterais, parcerias económi-cas e a possibilidade de circulação depessoas, vai dar azo a grandes projectos,a grande crescimento. E, com mais na-ções árabes a quererem juntar-se à festa,mais para fazer face ao Irão, as coisasvão agora tomar outro sentido.

E, com vários casos de covid-19, paraceque esta pandemia nunca mais vai pas-sar. Mas, finalmente aqui na África do Sul,vamos a partir do dia 1 de Outubro entrarno nível 1 e as fronteiras vão reabrir. Faztodo o sentido porque a solução não são“lockdowns”, mas sim abertura com dis-tanciamento social, uso de máscaras edesinfecção de mãos.

Não podemos permitir que o vírus con-gele as vidas e a economia dos países.Porque ao contrário do que se pensa, osdanos causados pelos confinamentos,são muito piores e mais duradouros doque se possa pensar!

Por entre as nuvensnegras os raios de esperança

O Meu Aparo!

por Michael Gillbee

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Estamos fartos de ouvir totalitários que queren-do fazer-se passar por democratas, apregoandoaos quatro ventos que são pela igualdade e liber-dade de opinião, respeitando sempre a crençareligiosa e ideologia política do semelhante e nodireito que assiste ao ser humano, nunca se so-brepondo, muitos menos atropelando o direitoque nos diversos âmbitos assiste ao cidadão co-mum.

Dizê-lo é fácil mas cumprir e aceitá-lo torna-sealém de difícil por vezes impossível, especial-mente quando se está obcecado por segurar cer-tos privilégios, daí combater por todos os meiosquem tente fazer-lhe oposição, lutando comtodos os meios ao seu alcance para fazer desa-creditar quem consigo mede forças na disputa deum lugar ou uma eleição.

Especialmente quando se tenha com unhas edentes segurar um lugar que lhe oferece todasas regalias, a par de vários privilégios, que a per-dê-los seriam para si além de vexame, umaafronta e até uma tortura, precisamente o queacontece quando se trata de ambição desmedi-da.

Vem isto a propósito do que recentemente, istoa 21 de Agosto último, foi relatado pela comuni-cação social, acerca da grave indisposição súbi-ta do advogado Alexei Navalni, de 44 anos, ati-rando-o para coma numa unidade de cuidadosintensivos num hospital da Sibéria, depois de seter sentido mal, e até perder a consciência duran-te um voo de regresso a Moscovo, o que a suaequipa atribuiu a um envenenamento.

Alexei Navalny, carismático activista contra acorrupção das elites russas, e há uma décadaconsiderado o principal opositor a Vladimir Putin,o que lhe tem valido processos judiciais, penasde prisão e duas presumíveis tentativas de enve-nenamento, isto segundo o relatado pelo seuporta voz e também activista Kiri Yamysh, ao afir-mar ter “Alexei sido envenenado e intoxicado”.

Pelo que tivera de emergência sido internado esubmetido a cuidados intensivos, não sendo da-da autorização a sua mulher Júlia Navalnaya, e àsua médica Alexei Anastasia Vasilyeva para opoderem visitar, afirmando mais à frente:

Ignorado pelos médicos russos e sem lugar noparlamento, como qualquer pessoa envolvida napolítica de oposição na Rússia, alegando que ogoverno de Putin não tem limites e não vai pararpor nada, mas nem por isso Alexei se confessamedroso, prometendo continuar a lutar, e semmedo nem desânimo cada vez com mais empe-nho, coragem e entusiasmo.

Nascido em 1976 nos arredores de Moscovo,Alexei Navalny fundou em 2011 a “Fundação An-ticorrupção” para investigar a riqueza de VladimirPutin e do seu círculo próximo, organização quenos últimos anos tem sido alvo de frequentesbuscas, multas e sanções financeiras, acabandopor ser encerrada por falta de verbas, depois deum processo que o obrigou a uma indemnizaçãoavultada a um empresário próximo do Kremlin.

Este advogado que se tornou activista em 2011e 2012, e como líder da oposição democrática naRússia, considerado no país e no estrangeiro amais séria ameaça ao poder do então ex-primei-ro-ministro e candidato às presidenciais VladimirPutin, valendo-lhe, tal como a outros dirigentesoposicionistas a essa contestação serem deti-dos, exilados ou mortos, tal como viria a aconte-ceu ao amigo de Navalny, o ex-primeiro-ministroBoris Mentsov, morto a tiro em 2016 perto doKremlin.

No passado Navalny, durante uma dessas de-tenções foi levado de emergência para um hos-pital devido a reacção alérgica grave, que a suaequipa atribuiu a um envenenamento. No dia se-guinte teve alta e foi levado de volta à prisão, me-dida que frequentemente lhe era aplicada, masnem por isso desanimando, pelo contrário, anteslhe dando mais força para continuar, como a in-vocada nesta sua expressão: “Sou frequente-mente detido. Faz parte da vida. Não vou desani-mar”.

Em 2017 Navalny teve de ser tratado em Espa-nha, devido a uma queimadura nos olhos devidoa uma pulverização com um corante antissépti-co, para nesta agora registada a 20 de Agostoúltimo, o porta voz desse político Navalny atribuirao veneno posto no chá que bebeu no início damanhã dessa quinta-feira, num café do aeropor-to, antes de embarcar no avião, e pelo parecerdos médicos que o assistiram, essa “toxina” serabsorvida mais rapidamente dado ter sido mistu-rada a líquido quente, ao desmaiar quando voa-va de Tomsk para Moscovo, originando com issoa aterragem de emergência em Omsk, na Sibéria

Ocidental, a fim de com outros recursos clínicosali poder ser de imediato observado e tratado. Mediante a gravidade desta ocorrência, a Françae a Alemanha mostraram-se de imediatodisponíveis para o tratar e dar asilo a esse políti-co, enviando avião médico fretado à ONG alemã,que na madrugada de 21 de Agosto se deslocouà Rússia para transportar o enfermo a Berlin, nãosendo de princípio autorizada a transferência,baseada no parecer da equipa médica que otratava poder por em perigo a sua vida na desco-lagem e aterragem do avião, acabando por devi-do a insistência da equipa médica alemã, dafamília do doente, incluindo a esposa JúliaNavalnaya e colaboradores desse opositor aoregime, ser autorizado esse pedido. Recorda-se que esta não é a primeira vez que

opositores ao regime russo sofrem as conse-quências, como por exemplo em Março de 2018dois homens serem acusados de terem envene-nado Sergei Skrypal de 60 anos e sua filha Yuliade 33, ambos a viverem exilados em Salisbury,da Inglaterra, sendo apontados como autoresdessa intoxicação, os dois oficiais do serviço deinteligência militar russa, Alexander Petrov eRusian Boshirov, ambos a usarem na alturadesse ataque identidade falsa.Skripal e sua filha Yúlia foram encontrados naocasião inconscientes no banco de um parqueda cidade britânica de Salisbury, após teremdeixado o restaurante. Um gás neurotóxico forausado para ambos atingir, levando a políciabritânica a admitir pelos vestígios das substân-cias encontradas nesse estabelecimento, tratar-se de atentado contra a vida dessas duas pes-soas.Recorda-se que entre 1999/2000, Sergei Skrypalhavia deixado o serviço de inteligência militarrussa, segundo o espião farto da corrupçãonesse departamento a que pertencia, sendoentão preso e condenado a 13 anos de prisão,com algum desse tempo no campo de trabalhoforçado em Mordovia, isto depois de ter perdidoa esposa e um outro filho.Já antes disso, também Charlie Rowley, de 45anos, e Dawn Sturgess, de 44, haviam passadomal numa casa da cidade de Amesbury, localiza-da em Wiltshire, a treze quilómetros de Salisbury,segundo se veio a apurar vitimas de ataque con-

tido num frasco de perfume contaminado comrestos do nocivo Novichok, segundo noticiado naocasião pela comunicação social de paísesadversos a essas atitudes.

Sem nos querermos intrometer nos procedi-mentos ou tomadas de posição como estas, jáque provavelmente idênticas ou até piores medi-das de repressão devem ser seguidas por paí-ses de regimes totalitários, dado no nosso enten-der que como gota de água no oceano nada osvai fazer mudar de estratégia, quando ao contrá-rio os mesmos para disfarçar a sua crueldadetentam fazer crer agirem a bem do interesse co-mum, quando ao contrário todos estamos fartosde saber o porquê da sua ideologia, e como talnão passar de um atirar de poeira aos olhos daspessoas, especialmente das consideradas inimi-gas, restando-nos como democratas a liberda-de, assim como de tantos outros nas nossas cir-cunstâncias, as podermos classificar de cruéis ecensurar de desumanas.

Ficamos surpreendidos quando por exemplo acomunidade internacional critica o que de nega-tivo e desumano acontece na Venezuela, paísque muitos dos nossos compatriotas têm deixa-do por se tornar impossível viver naquele regimetotalitário, onde se tornou impossível viver com afalta de tudo, incluindo bens de primeira necessi-dade e medicamentos, para além das pessoasterem que viver de um ordenado equivalente aum euro e meio mensal, e perante essas eoutras injustiças, os partidos de esquerda nãocriticarem na Assembleia da República todasessas injustiças, sinal de que concordam comelas, quando ao contrário se insurgem energica-mente contra algo que em países onde a liber-dade em democracia é respeitada, tenha que serusada a força para reprimir actos desordenadosde violência, e ainda se dá crédito a essas pes-soas.

Vejam por exemplo em relação aos envenena-mentos a que nos referimos, se alguém da es-querda as condenou em Portugal, em comíciosou na imprensa escrita ou falada, caladinhos enem tocar nisso. Fácil de compreender para elestudo bem. A condenar só quando se trate deocorrências em países onde é respeitada a de-mocracia.

Vicente Dias

Quando a ganância em interesses pessoais se sobrepõe à dignidade

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 3

ÁFRICA DO SUL

A empresa mineira sul-africana Village MainReef rescindiu contrato com 93 trabalhadoresmoçambicanos no âmbito de um programa deredução de mão-de-obra, anunciou o Ministériodo Trabalho e Segurança Social de Moçambique,que está a acompanhar a situação.

"Decorre até final deste mês o processo decompensação e indemnização [dos trabalhado-res despedidos]", afirmou o delegado do Minis-tério do Trabalho e Segurança Social de Mo-çambique na África do Sul, João Almeida, em de-clarações à emissora pública Rádio Moçam-bique.

João Almeida avançou que, no total, a VillageMain Reef despediu 2.000 trabalhadores de vá-rias nacionalidades e que a decisão se deve aperdas que a firma tem vindo a acumular nos últi-mos anos, devido à queda do preço de ouro.

Outros cerca de 6.000 mineiros estão em riscode cair no desemprego na Village Main Reef,adiantou João Almeida.

A indústria extractiva e de mineração na Áfricado Sul emprega cerca de 442.500 mineiros, dosquais 20.810 são moçambicanos, em minas deouro e platina, adiantou à Lusa, em Agosto, oConselho de Minerais sul-africano.

Dados do Conselho de Minerais (MineralsCouncil SA, na sigla em inglês), que representa90% da produção mineira na África do Sul, in-dicam que o sector contribuiu com 360.9 mil mil-hões de rands (18.087 biliões de euros) para oProduto Interno Bruto (PIB) do país em 2019.

O Ministério da Saúde da África do Sul estimaque o número real de infectados com a covid-19no país seja de 12 milhões, cerca de 20% da po-pulação, apesar de o número oficial ser atéontem, domingo, 661,211.

"Os modelos revistos actualmente apontam quehá provavelmente uns 12 milhões de sul-africa-nos no total (detectados e não detectados) queestão infectados com o novo coronavírus, o quese traduz em cerca de 20% da população", lê-senum comunicado do Ministério da Saúde, citadopela agência de notícias espanhola, Efe.

"Estamos a conduzir um estudo nacional quedeverá deixar-nos mais próximo da seropreva-lência real dos anticorpos do coronavírus, dando-nos uma indicação mais precisa sobre a nossaimunidade nacional", anunciou o Governo.

A confirmarem-se estes dados, o número realde contágios será quase 20 vezes maior que onúmero oficial de casos positivos, que é de661,211 até ao dia de ontem, domingo, comquase 15,953 mortes e 590,071 pacientes recu-perados.De acordo com a Efe, estes números significam

que a economia mais industrializada da Áfricasubsaariana teve um enorme número de casosassintomáticos, mais do que o previsto no inícioda pandemia, quando se estimava que tês emcada quatro casos podiam passar desperce-

bidos.África registou 170 mortos devido à covid-19

nas últimas horas e mais de 16 mil pessoas recu-peraram, um dos valores mais elevados das últi-mas semanas, segundo os números mais recen-tes da pandemia no continente.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção deDoenças da União Africana (África CDC), nasúltimas horas registaram-se, nos 55 Estados-membros da organização, mais 6.441 novoscasos de infecção, para um total de 1.359.724,mais de metade dos quais no norte de África.

Ministério da Saúde estima que número real deinfectados pela covid-19 pode ser de 12 milhões

Empresa mineiraVillage Main Reef despede 93 trabalhadoresmoçambicanos

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4 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

ÁFRICA DO SUL

O maior ‘retailer’ da África do Sul, Shoprite, re-velou ter atingido um recorde de vendas no seumercado-chave nas 52 semanas, até 28 de Ju-nho deste ano, apesar das restrições significati-vas de ‘lockdown’ decretadas por causa de co-vid-19.

“Nosso segmento operacional principal de Su-permercados RSA aumentou as vendas em8,7%, representando um aumento de 9,8 biliõesde randes para 122,4 biliões. As vendas das ope-rações contínuas em Supermercados não RSAdiminuíram 1,4%”, disse o director executivo,Pieter Engelbrecht.

DESTAQUES OPERACIONAIS

As vendas de mercadorias aumentaram 6,4%para um recorde de 156,9 bilhões;

Excluindo o impacto da hiperinflação, o lucrocomercial aumentou 10,4% para 8,3 bilhões;

O lucro líquido diluído por acção (DHEPS)aumentou 2,5% para 765,8 centavos;

O DHEPS ajustado aumentou 16,6% para717,5 centavos;

O dividendo do ano inteiro, de acordo com apolítica do Grupo de 2x cobertura DHEPS,aumentou 20,1% para 383 centavos.A Shoprite disse que abriu um total de 147 lojas,

incluindo 101 lojas corporativas e 46 franchises,no mesmo período.

O negócio principal do grupo, SupermercadosRSA, representando 78% das vendas do grupo,é representado por 1.638 lojas das principaisbandeiras comerciais Shoprite, Usave, Che-ckers, Checkers Hyper e LiquorShop.

Como um segmento, Supermercados RSA al-cançou um crescimento de vendas de 8,7% enuma base comparável aumentou as vendas em6,8%. As vendas do segundo semestre cresce-ram 7,5%. A inflação interna do segundo semes-tre de 3,4% aumentou dos 2,7% divulgados nosprimeiros seis meses para uma média de 3,0%.As duas semanas anteriores aos 35 dias iniciais

do Nível 5 resultaram num crescimento elevadodas vendas em todas as nossas três marcas desupermercados, mas digno de nota foi o cresci-mento significativo no negócio de Checkers re-posicionado de ponta média a alta (incluindoCheckers Hyper) que agora representa 39,6%das vendas locais.

A rede de supermercados Checkers, com 37Checkers Hypers, aumentou a venda de merca-dorias em 13,5%. A estratégia da “Checkers paraaumentar sua parcela de gastos no segmentomédio-alto do mercado continua a sustentar ocrescimento da rede. A Checkers, inclusive aCheckers Hyper, opera agora em 261 lojas naÁfrica do Sul ”, disse o grupo.

Desse total, o número de lojas Checkers FreshXaumentou para 28 de 21 lojas no ano anterior.

A Shoprite aumentou as vendas em 5,5%, adi-cionando seis novas lojas líquidas à sua basepara encerrar Junho de 2020 com 503 lojas. AUsave aumentou as vendas em 16,5%, adicio-nando 14 novas lojas líquidas para encerrar operíodo financeiro com 374 lojas.

O negócio de bebidas alcoólicas do grupo, re-presentado pela Shoprite LiquorShop e Che-quers LiquorShop, o impulso de crescimento devendas do primeiro semestre continuou em Fe-vereiro e acelerou, antes das restrições, em Mar-ço.Os regulamentos de ‘lockdown’ de covid-19 exi-

giam o encerramento completo das lojas de bebi-das por 66 dias e, subsequentemente, restrin-giam o comércio a quatro dias por semana (desegunda a quinta-feira) no mês de Junho.

A combinação de 20,5% de crescimento nasvendas no primeiro semestre seguido por umaqueda nas vendas no segundo semestre de29,5% resultou numa queda de 3,3% nas vendasno ano. LiquorShop representa 5,8% das vendasda RSA em supermercados.Olhando para o futuro, a Shoprite disse que tem

"um trabalho de projecto considerável para recu-perar".

“No total, incluindo catch-up para 2020, projec-

tamos gastar cerca de 4,8 bilhões de randes emdespesas de capital com aproximadamente 95%do valor relacionado às nossas operações RSA”,afirmou o director da cadeia, Pieter Engelbrecht.

Levando em consideração as limitações ao co-mércio em certos segmentos devido aos regula-mentos de restrições existentes, o grupo disseque negociou antes das expectativas desde o iní-cio de Julho até agora.

SHOPRITE AUMENTARECURSOS BANCÁRIOS

O grupo Shoprite diz que sua a nova conta tran-saccional do mercado monetário permitirá queempresas e instituições dos sectores público eprivado façam pagamentos móveis em massacom segurança para milhares de pessoas, semincorrer em altas despesas bancárias.

O grupo lançou a conta actualizada em Agostoe, em última análise, planeia oferecer os recur-sos transaccionais de uma conta bancária com-pleta.

Os clientes podem usar a conta para aceder amuitos dos serviços disponíveis nos balcões domercado monetário nas lojas (Money Market).

ISSO INCLUI SERVIÇOS COMO:

Pagamento de contas de serviços públicos;Compra de tempo de antena e dados;Uso de Selos de Poupança;Enviar e receber dinheiro;Compra de passagens de autocarros;Lotaria.

Em vez de ficar em longas filas para levantardinheiro em caixas electrónicas ou multibancos,os clientes também podem usar as suas contasdo mercado monetário para fazer transacçõesem qualquer loja Shoprite, Checkers ou Usave.

O recurso mais recente adicionado à conta per-mite que as empresas usem a conta do ShopriteMoney Market para processar pagamentos emmassa para qualquer destinatário - precisandoapenas de um telemóvel para fazer a operação.

“A conta digital gratuita - que é mais segura,mais eficiente e mais barata do que contas ban-cárias - pode ser usada por empresas, entidadesgovernamentais, ONGs e instituições de carida-de, para pagar a qualquer pessoa, sejam cida-dãos sul-africanos ou estrangeiros, com facili-dade e segurança.

Pagamentos em massa, incluindo recompen-sas, incentivos e vales de alimentação, podem

ser enviados para destinatários que precisamapenas de um telemóvel, mesmo sem acesso àinternet, para levantar seus fundos. Isso incluibeneficiários de bolsas, a maioria dos quais fazcompras nos supermercados do Shoprite Group.

A conta do mercado monetário está disponívelno novo aplicativo Shoprite ou USSD. Não há for-mulários, sem taxas mensais, sem taxas de car-regamento e sem taxas de transacção. Todos po-dem abrir uma conta e os clientes têm total con-trole de seu dinheiro, pois os pedidos de débitonão podem ser feitos.

“Está bem ciente que as contas do mercadomonetário se tornaram cada vez mais relevantespara as empresas sul-africanas, instituições go-vernamentais e ONGs, pois facilitam os paga-mentos de forma segura, eficiente e com baixocusto”, disse Jean Olivier, director geral dos Ser-viços Financeiros do Grupo Shoprite.

Olivier sublinhou que o rápido crescimento naadop-ção de dinheiro móvel foi estimulado pelacovid-19, o que tornou as pessoas cada vez maisrelutantes em usar dinheiro.

A pandemia também obrigou a uma necessida-de de instituições governamentais, empresas eONGs obterem ajuda e pagamentos de salárioso mais rápida e eficazmente possível, especial-mente à luz dos desafios de emitir o subsídio de350 randes da covid para os beneficiários, e deempresas que desejam obter fundos para seustrabalhadores durante o bloqueio, disse.

“Entendemos que a Agência de Segurança So-cial da África do Sul paga R20 para cada benefi-ciário, enquanto as EFTs normalmente custamR7 por transacção. Essas taxas não se aplicama transacções do mercado monetário. A econo-mia é significativa”

Shoprite com recorde de vendasapesar das restrições de covid-19

CARLOS DA SILVA

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 5

ÁFRICA DO SUL

COMUNIDADE

As obras, cujo o investimento é estimado em3,4 biliões de randes, já começaram na ZonaEconómica Especial (SEZ) de Tshwane, viradaexclusivamente à indústria automóvel, estandojá em processo o arranjo da terra e instalaçãode infraestrutura em massa. Trata-se do pri-mei-ro projecto do género a ser construido no conti-nente africano.

De forma ampla, as Zonas Económicas Espe-ciais são uma iniciativa do governo sul-africano,com o objectivo de reposicionar o país na eco-nomia mundial e se tornaram ferramentas glo-bais de transformação social e económica, re-sultando num crescimento exponencial quandoimplantadas.

“A Zona Económica Especial representa inú-meras novidades para a África do Sul”, disse opremier de Gauteng, David Makhura.

“É a primeira em que todas as três esferas degoverno são partes interessadas e será a pri-meira cidade automotiva na África, projectadapara incluir áreas de municípios que estão longedas actividades económicas da região”Makhura disse que a zona é também a primeira

no país a ter numerosos investidores já forma-dos, pelo que as instalações estão a ser cons-truídas de acordo com as especificações paraestas empresas que já se inscreveram e estãoprontas para se instalar assim que a construçãoestiver concluída.

“Esta província nunca mais será a mesma.Acredito que iremos longe com este SEZ, traba-lhando com o DTIC, a Província de Gauteng, acidade de Tshwane e a Ford Motor Company. ”

CRIAÇÃO DE EMPREGO

Estima-se que a Tshwane Automotive SEZ criemais de 8.700 empregos durante a construçãoda primeira fase do projecto e cerca de 2.100empregos permanentes para as operações.

Espera-se também que milhares de empregossejam adicionados à medida que evolui para umcentro multifacetado projectado para reforçar acapacidade de fabricação e a competitividade

global da indústria automotiva sul-africana.“Ao desenvolver esta Zona Económica Espe-

cial, temos a certeza que estamos a restaurar atão necessária esperança ao nosso povo, ondemilhares de empregos serão criados nos próxi-mos dois anos”, disse o administrador da cidadede Tshwane, Mpho Nawa.

Um portal online foi criado especificamentepara este projecto, permitindo às PMEs de secadastrarem e licitarem vários elementos daobra.Além de simplesmente criar empregos, a inicia-

tiva também irá formar e orientar PMEs, equi-pando-as com habilidades e experiências es-senciais que lhes permitirão expandir seus ne-gócios e criar empregos adicionais.Um portal de empregos também foi adicionado

para indivíduos que desejam se candidatar aoportunidades de carreira.

INVESTIMENTO DA FORD E FORNECEDORES

Ockert Berry, da Ford Motor Company da Áfri-ca do Sul (FMCSA), disse que o “lockdown”implementado por causa de covid-19 atrasou oprojecto em vários meses e também impactou odesembolso dos fundos iniciais para a limpezado local e o início da implementação da infraes-trutura em massa.

“No entanto, um extenso trabalho de ‘design’foi feito nessa altura, e as equipas de constru-ção estiveram no local desde o início de Agosto,com terraplenagem significativa já concluída nomês passado”, disse.No final de Agosto, mais de 95.000 metros qua-

drados do local principal adjacente à Fábrica de

Montagem de Silverton da Ford foram limpos,com mais de 10.500 metros quadrados de solotransportado ou armazenado para a construção.

“Quando anunciamos o TASEZ no ano passa-do, recebemos manifestações de interesse denove empresas fornecedoras”, disse DhirenVanmali, da FMCSA, sobre o novo projecto.

“Actualmente temos 12 fornecedores que secomprometeram a estabelecer operações den-tro da ZEE com um investimento previsto demais de 4,3 biliões de randes, e outros 10 mos-traram grande interesse. Assim, a equipa já estáa trabalhar arduamente nas próximas fases doprojecto, além do local inicial de 81 hectares. ”

Depois de concluída, a zona económica teráuma extensão de 204 hectares.

Já estão em curso as obras na ZonaEconómica Especial de Tshwane* Projecto vai criar 9.000 postos de trabalho

Lar Santa Isabel recebeuprodutos do “Food Drive”

O Lar de Idosos Santa Isabel em Alberts-kroon, em Joanesburgo, recebeu na sema-na passada um volume considerável deprodutos alimentícios, de limpeza e outrosde grande necessidade, do “Food Drive”,uma iniciativa do Fórum Português de lutacontra a fome.O Lar Santa Isabel foi uma das instituições

de caridade que beneficiou da iniciativa

cujo objectivo é responder à pandemia decovid-19 e para lutar contra a fome, pobreza,necessidades, violência e descriminação degénero.

A Comunidade portuguesa na província deGauteng, conseguiu angariar numa iniciativasolidária, cerca de 400 toneladas de bensalimentares para doar a bancos alimentarescontra a fome.

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6 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

MADEIRA

O Governo quer reforçar o papel das regiõesautónomas dos Açores e da Madeira "no exercí-cio de funções próprias e do Estado", segundo oprojecto de proposta de lei das Grandes Opçõesdo Plano (GOP) para 2021.

O documento, aprovado pelo Conselho de Mi-nistros, exemplifica a intenção de "potenciar aautonomia regional", de proceder a uma "reformada autonomia" dos Açores e da Madeira, no-meadamente com a criação de um Conselho deConcertação com as Autonomias Regionais ecom a alteração da Lei de Bases da Política deOrdenamento e Gestão do Espaço Marítimo Na-cional.

O Conselho de Concertação com as Autono-mias Regionais, que contará com membros dosGovernos da República e Regionais, pretende"valorizar o papel das regiões autónomas noexercício das funções do Estado".A alteração daquela lei de bases pretende "con-

cretizar uma maior intervenção das regiões autó-nomas em sede de gestão e exploração dos es-paços marítimos respetivos".

Segundo o documento, o executivo quer ainda"promover a contratualização, as parcerias e a

ação conjunta que suscite a intervenção direta emais próxima dos entes regionais em matériasessenciais ao funcionamento dos serviços doEstado nas regiões autónomas".

O Governo alerta que a existência das autono-mias regionais "não significa, por si só, a ausên-cia, a abstenção ou o menor cuidado do Estadoquanto aos serviços que cumprem as suaspróprias funções nas regiões".

O Projecto de proposta de lei das GrandesOpções do Plano (GOP) para 2021 será analisa-do e alvo de parecer por parte do Conselho Eco-nómico e Social (CES).

Em Abril, o parlamento aprovou um regime ex-cepcional do processo orçamental que permitiuadiar a entrega do Programa de Estabilidade eque a apresentação da proposta das GrandesOpções seja feita com a do Orçamento do Esta-do para 2021.

O conselho do Governo da Madeira autorizou arealização da despesa relativa à empreitada daprimeira fase da construção do novo hospital doFunchal, a de escavação e contenções periféri-cas, por 28 milhões de euros.

Esta é uma das deliberações que constam dotexto das conclusões da reunião semanal doexecutivo regional de coligação PSD/CDS, quedecorreu na sede do governo insular, na QuintaVigia.

No mesmo documento pode ler-se que o gover-no madeirense determina que estes encargosfinanceiros sejam assegurados pelo OrçamentoRegional, explicando que “esta resolução advémdo facto de não ter havido concorrentes e, con-sequentemente, apresentação de propostas noconcurso limitado por prévia qualificação” doHospital Central da Madeira, o que impediu aadjudicação da obra e, consequentemente, o “re-ferido procedimento de contratação pública extin-guiu-se”.

“Acrescente-se que a realização dos trabalhosprevistos para o presente procedimento permi-tirão antecipar o início da execução do HospitalCentral da Madeira”, destaca o executivo insularna nota.

O governo madeirense também aprovou umaresolução que autoriza a “livre prática de activi-dade física e desportiva do escalão sénior dosector federado, nas modalidades coletivas, dasequipas que participam nos campeonatos na-cionais”.

A medida estende-se à realização de jogos depreparação e oficiais (federados), em instalaçõescobertas e ao ar livre, das equipas do escalãosénior que participam nos campeonatos nacio-nais”.“Na prática, a resolução vem retomar a livre prá-

tica desportiva destas modalidades, mas defineque a mesma só deverá realizar-se no cumpri-mento de condições específicas”, o que passapela aprovação prévia de um plano de contingên-cia ou atualização do plano em vigor, peloInstituto da Administração de Saúde da Madeira(IASaúde).

Acrescenta que deve ser avaliado o risco dasmodalidades e cumpridas todas as regras deter-minadas de protecção individual, distanciamentofísico de, pelo menos, dois metros, limpeza e hi-

gienização dos espaços.Também os agentes desportivos dos clubes,

participantes na competição devem assinar umtermo de responsabilidade assumindo o cumpri-mentos das medidas de prevenção e controlo dainfeção, bem como o risco de contágio da covid-19 durante a prática desportiva, em contexto detreino ou competições.

No texto das conclusões, o conselho do execu-tivo insular ainda torna público que autorizou aalteração ao contrato-programa, celebrado entrea Madeira e o Serviço Regional de Saúde daRegião, atribuindo um reforço de 15 milhões deeuros aos 215 milhões de euros inicialmente pre-vistos.O executivo regional autoriza igualmente a cele-

bração do contrato-programa entre a região e aAdministração dos Portos da Região Autónomada Madeira (APRAM), no montante de 620 mileuros, para aquisição de equipamentos que per-mitam o controle da covid-19 em passageirosdos navios de cruzeiros na região.

Entre estes estão “equipamentos de desinfec-ção portátil da área portuária, assim como a ins-talação de sistemas de desinfeção automáticospara espaços interiores e de câmaras de imagemtérmica para medição de temperatura corporal depassageiros, tripulantes e até dos trabalhadoresdos portos da região”, considerando ser ne-ces-sário “dotar a gare marítima de condições ade-quadas em termos de infraestruturas”.

O governo madeirense deu ainda parecer posi-tivo à alteração do Programa de Desenvolvimen-to Rural da Região Autónoma da Madeira(PRODERAM 2020), para “efectuar ajustamen-tos técnicos e financeiros, que permitam dar umaresposta às necessidades do setor agroflorestalregional”.

O presidente da Câmara do Porto Santo consi-dera “injusta” e “incorrecta” a forma como atransportadora aérea nacional TAP trata aquelailha, defendendo a criação de uma ponte aérea,a preços justos, entre a ilha e Portugal continen-tal.

“Não é justa, não é correcta, a forma como aTAP trata o Porto Santo e a região e, por isso,não me vou calar”, declarou Idalino Vasconcelosà agência Lusa.

O autarca porto-santense argumentou que aTAP é uma empresa pública, pelo que “ tinha odever de tratar a linha aérea Porto Santo –Lisboa com o cuidado que a ilha merece por dire-ito constitucional”.

O responsável municipal argumentou que estacompanhia aérea devia criar de “uma ponteaérea, a preços justos e adequados, mas preferefazer viagens de longo curso e ignora o PortoSanto”.

“Basta ver as promoções no site da TAP e veras opções daquela empresa, ignorando o PortoSanto, que é uma parcela do território portu-guês”, apontou, referindo que uma viagem entrea ilha e Lisboa está presentemente a custar “cer-ca de 600 euros”.

O autarca mencionou que transmitiu estas pre-ocupações ao Governo e o Presidente da Repú-blica, mas “sem resultados à vista”.

Idalino Vasconcelos salienta que tem apeladopara a resolução do que considera ser “os gran-des entraves à economia” daquela ilha afetadapela dupla insularidade.

Entre essas, enunciou “a mobilidade e custoescandaloso das ligações aéreas entre o PortoSanto, Madeira e Portugal continental”, as “aces-sibilidades e ligações entre as ilhas, em especialno transporte marítimo regional e regular no mêsde Janeiro” e as “transferências do Orçamentodo Estado extremamente diminutas e injustas”.

“Tenho sensibilizado regularmente o GovernoRegional e demonstrado a minha insatisfaçãopara que o Governo da República corrija uma in-justiça na distribuição das verbas de Orçamentode Estado”, disse, complementando “não ter ilu-sões”, porque tem sido visível a forma “como aRepública trata a região”.

O responsável social-democrata pelo municípiodo Porto Santo ainda realçou que a ilha pretendever “retomada a operação aérea da Dinamarca”,bem como com Inglaterra, Alemanha e Itália “as-sim que a situação possa evoluir favoravelmen-te”, como forma de trazer mais turistas ao PortoSanto.

Idalino Perestrelo recorda que aquela ilha “éprocurada pela sua natureza, tranquilidade, se-gurança e pela arte de bem receber”, tendo umapopulação que ronda os 5.000 habitantes e umapraia de areia amarela, fina, com nove quilómet-ros de extensão que “ostenta diversos galardões,entre os quais o das Sete Maravilhas de Portugale Porto Santo Sem Lixo Marinho.

O responsável salientou que, este ano, o PortoSanto esteve em destaque em várias revistas de

distribuição mundial pela segurança do seuareal, tendo sido recentemente aprovada a suacandidatura, pela Unesco, para inclusão na RedeMundial de Reservas da Biosfera, cujo “anúnciofinal será feito no próximo mês de Outubro”.

Também foi aprovada recentemente a candi-datura para a recuperação e requalificação de 14fontenários, três moinhos de vento e da Ecotecado Porto Santo", no âmbito do Programa Madeira14-20, o que representa um investimento de 345mil euros, o que é um “antigo desejo do povo doPorto Santo”, mencionou.Estes projectos evidenciam a importância que o

Porto Santo deve merecer como destino turísti-co, que tem resistido à sazonalidade, sendo umailha segura que enfrenta uma pandemia que afe-tou a vida das pessoas e a sua economia.

“Estamos sensíveis a este aspeto, mas estecovid-19 veio destruir o nosso modo de viver e deagir, por isso, todos temos de nos adaptar àsnovas circunstâncias e à realidade”, conclui.

“TAP tem tratado Porto Santo de formainjusta e incorrecta” - considera autarca

Madeira vai gastar 28 milhões de eurosna primeira fase da obra do novo hospital

Governo central quer reforçar autonomia dos Açores e da Madeira

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O Século deJoanesburgo

VISTA DO AEROPORTODO PORTO SANTO

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 7

MADEIRA

A temporada artística 2020/2021 do Teatro Mu-nicipal Baltazar Dias, constitui um dos suportespara o lançamento da candidatura do Funchal aCapital Europeia da Cultura em 2027, disse opresidente da autarquia.

"Esta temporada visa colher os contributos detodos os agentes culturais do Funchal para pre-parar a candidatura", afirmou Miguel Gouveia,vincando que a Câmara Municipal está confiantena vitória.O autarca falava aos jornalistas no Teatro Muni-

cipal Baltazar Dias, a mais emblemática sala deespectáculos da capital madeirense, que é geri-da pelo município, durante a apresentação datemporada 2020/2021, em que estão previstosmais de 100 eventos, distribuídos por três eixos:direitos humanos, clássicos e rotas atlânticas.

"O eixo dos direitos humanos consiste em pro-duções e coproduções que o município trará apalco, desde espectáculos de teatro, dança, do-cumentários, espectáculos para o público infan-tojuvenil e que versam sobre esta temática", ex-plicou.

Ao nível dos clássicos, o destaque vai para aestreia de "O Primo Basílio", da companhiaMADS - Madeira Amateur Dramatic Society.No eixo rotas atlânticas serão abordados temas

como a emigração."Temos aqui uma programação rica, com uma

amplitude de manifestações artísticas bastantegrande, o que nos deixa bastante esperançadosque conseguiremos, também através da cultura,ultrapassar esta crise", afirmou Miguel Gouveia.

O espectáculo de abertura da temporada foiuma adaptação breve de "The Greatest Show-man", com direcção artística de Juliana Andrade.

As iluminações públicas de Natal e o espectácu-lo de fogo de artifício na Madeira não vão serafectados pelas medidas de contenção da covid-19, disse o presidente do Governo Regional, Mi-guel Albuquerque, apontando para alguns condi-cionalismos."O que se vai passar nas festas de Natal vai de-

pender da evolução da pandemia a nível euro-peu, a nível nacional e a nível regional", afirmou,à margem de uma visita à empresa Zoom Publi-cidade, no Funchal.

As festas de Natal e fim de ano constituem umdos maiores cartazes turísticos da Madeira e sãotradicionalmente vividas com grande entusiasmopela população madeirense, sobretudo a "noitedo Mercado", no dia 23 de Dezembro, que juntamilhares de pessoas no centro do Funchal.

"Uma certeza posso dar: vamos ter as ilumina-ções e o fogo. Agora, em que moldes é que issose vai processar, não posso dizer", afirmou Mi-guel Albuquerque.

O presidente do governo, de coligaçãoPSD/CDS-PP, realçou que o executivo está ago-ra empenhado na reabertura das escolas, quedecorre de forma gradual até 17 de Setembro eenvolve 42 mil alunos, para se processe num "cli-ma de segurança".

O secretário da Economia da Madeira, Rui Bar-reto, iniciou a auscultação dos cinco partidoscom assento no parlamento regional, com vista àelaboração Plano Estratégico de Recuperaçãoda Economia (PERAM), face aos impactos dacovid-19.

"Nós queremos receber os contributos de todasas entidades vivas da Madeira e que isso nossirva para [definir] o plano estratégico", disse ogovernante, após uma reunião com Jaime FilipeRamos, líder parlamentar do PSD, partido damaioria na Assembleia Legislativa.

O secretário regional recebeu o JPP e o CDS-PP e, no dia 8 de Setembro, o PCP e o PS, omaior partido da oposição madeirense.Rui Barreto, que ocupa o cargo por indicação do

CDS-PP no governo de coligação com o PSD,indicou que, além dos partidos, serão ainda ouvi-dos o Conselho de Concertação Social e as or-ganizações sindicais regionais.O Plano Estratégico de Recuperação da Econo-

mia da Região da Região Autónoma da Madeiraserá elaborado sob alçada do Conselho Consul-tivo de Economia (CCE), organismo recentemen-te criado pelo executivo regional, liderado pelosocial-democrata Miguel Albuquerque.

O CCE promoveu já um ciclo de reuniões, desi-

gnado "Ouvir para Decidir", vocacionado para osetor empresarial, com a auscultação das ordensprofissionais, associações e instituições particu-lares de solidariedade social.

O presidente do Governo da Madeira escreveuao embaixador do Reino Unido em Portugal paraagradecer o seu empenho, que contribuiu paraque a região permanecesse no corredor verdebritânico, apesar de o continente ter sido excluí-do.De acordo com a informação divulgada pelo ga-

binete de Miguel Albuquerque, na carta enviadaao diplomata britânico em Portugal, CristopherSaint, o chefe do executivo madeirense “é peren-tório em sublinhar que, não fora o conhecimentoprofundo” do embaixador sobre a realidade daMadeira, “dificilmente se concretizariam as isen-ções conseguidas”.

O governante madeirense agradece o “empen-ho do diplomata na satisfação das pretensões daregião em relação ao corredor verde britânico”.

O Governo britânico anunciou ter decidido reti-rar Portugal da lista de países seguros, com ex-cepção das regiões da Madeira e dos Açores, eobriga a cumprir uma quarentena de duas sema-nas a quem chegar ao Reino Unido provenientedo continente.

A nota emitida pela presidência do executivomadeirense recorda que o ministro dos Transpor-tes do Reino Unido, Grant Shapps, escreveu narede social Twitter que, “através de informaçãoaperfeiçoada”, o governo britânico “agora tem acapacidade de avaliar ilhas separadas dos seuspaíses continentais”.“Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Ma-

deira, não precisará de se isolar por 14 dias", es-creveu aquele governante.

Ainda referiu que, de acordo com o ministro, amedida, também afecta a Hungria, Polinésia

Francesa e ilha da Reunião.A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista

de “corredores internacionais”, enquanto o Paísde Gales aplicou restrições um dia antes, mastambém manteve a Madeira e Açores isentos dequarentena.

Portugal só foi incluído na lista dos países com“corredores de viagem” com o Reino Unido a 20de Agosto, porém o aumento contínuo do núme-ro de casos de infecção no país terá pesado na

decisão, que era esperada, quando ultrapassouo valor de 20 casos por 100 mil habitantes.

A situação epidemiológica de covid-19 em Por-tugal agravou-se desde meados de Agosto, deacordo com um estudo da Direcção-Geral daSaúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas3.909 novas infecções entre 17 e 30 de Agosto.

A lista de “corredores de viagem” tem actual-mente menos de 70 países e territórios, tendo si-do excluídos desde Julho Suíça, República Che-ca e Jamaica, Croácia, Áustria e a ilha de Trinida-de e Tobago, França, Países Baixos, Mónaco,Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, Bélgica,Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

Cuba, Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia,o arquipélago de São Vicente e Grenadinas, Bru-nei e Malásia foram adicionados nas semanasanteriores.

Albuquerque agradeceu "empenho" do embaixadorbritânico na questão do corredor verde

Câmara do Funchalprepara candidaturaa Capital Europeiada Cultura 2027

Região garante iluminações noNatal e fogode artifício no fim do ano

Executivo procura contributo dos partidospara plano de recuperação económica

O Governo da Madeira já investiu cerca de 11milhões de euros na operação de rastreio de via-jantes nos portos e aeroportos do arquipélago enão prevê quanto mais poderá gastar, disse ochefe do executivo.

"Até o surto pandémico estar controlado ou atéencontrarem uma vacina não temos outra solu-ção, porque é a única forma de controlarmos apandemia", afirmou Miguel Albuquerque, à mar-gem de uma visita a uma escola básica de Ma-chico, zona leste na ilha.

A operação de rastreio de viajantes nos portose aeroportos da Madeira e do Porto Santo entrouem vigor a 1 de Julho, na sequência de uma re-solução do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, que determinou a obrigatoriedade de apre-sentação de um teste negativo para covid-19realizado até 72 horas antes do início da viagemou, então, a sua realização à chegada.

Segundo dados oficiais, foram realizadas maisde 51.500 colheitas para teste, o que correspon-de a mais de metade dos passageiros desembar-

cados na região."O que eu digo é que fomos pioneiros no con-

trolo das entradas e saídas. Acho que isso resul-tou, foi extremamente positivo para a região evamos continuar a fazê-lo. Temos de ter dinheiropara fazê-lo", afirmou Miguel Albuquerque.

E reforçou: "Neste momento, não posso dizerquando é que vai acabar. O que posso dizer éque vamos continuar a manter estas equipas emfuncionamento, porque é a nossa defesa”.

Madeira já investiu 11 milhões de euros no rastreio de viajantesO Governo da Madeira investiu 500 mil euros nainstalação de 13 ilhas ecológicas para recolha deresíduos sólidos, prevendo concluir a instalaçãoaté ao final do ano, foi anunciado.

“Temos em curso a criação de 13 ilhas ecológi-cas”, declarou a secretária regional do Ambiente,Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Su-sana Prada, numa visita à ilha ecológica instala-da no centro da cidade de Câmara de Lobos.

A governante adiantou que 10 ilhas “já estão aser utilizadas” e que falta colocar uma na fregue-sia do Estreito de Câmara de Lobos. Uma outra“vai ser disponibilizada na ilha do Porto Santoainda antes do fim do ano”.

Governo investe em13 ilhas ecológicaspara resíduos

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8 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

PORTUGAL

ECONOMIA

O Governo quer acabar com todas as carênciashabitacionais em Portugal até 2024, ano em quese comemoram os 50 anos do 25 de Abril,aumentando o parque habitacional público ecriando uma Bolsa Nacional de Alojamento Ur-gente.

De acordo com a proposta de lei das GrandesOpções do Plano (GOP) para 2021, o Governode António Costa quer “garantir a implementaçãocontinuada e sustentada” do acesso à habitação,através de “soluções habitacionais para as fa-mílias mais carenciadas e sem alternativa habita-cional”.

“Para tal serão alocados ao programa os recur-sos financeiros necessários para atingir a metade erradicar todas as carências habitacionais atéao 50.º aniversário do 25 de abril, aumentandoassim o parque habitacional público”, lê-se nodocumento.

Por outro lado, e para dar resposta a casos de“extrema precariedade e vulnerabilidade”, queprecisam de uma solução urgente e temporária,será criada uma Bolsa Nacional de AlojamentoUrgente, em cooperação com a Segurança So-

cial, e que será também financiada pelo Progra-ma de Apoio ao Acesso à Habitação.

Relativamente ao financiamento deste progra-ma, o Governo diz apenas que irá destinar os re-cursos financeiros necessários aos objetivostraçados, mas não divulga quanto está em cau-sa.

Por outro lado, há também o objectivo de “criarum parque habitacional público a custos acessí-veis” para os agregados familiares de rendimen-tos intermédios com dificuldade em aceder auma habitação, tendo em conta que o “Estado [é]proprietário de um vasto património imobiliário”.

“Para este fim, prevê-se em 2021 avançar comas intervenções necessárias para a promoçãopelo IHRU [Instituto da Habitação e da Rea-bili-tação Urbana] no património já identificado comoapto”, revela o GOP.

Paralelamente, há o objectivo de continuar a darincentivos ao setor privado para a disponibiliza-ção de oferta habitacional para arrendamento,“em condições de estabilidade e a custos abaixodo mercado”.

O Governo mantém o objectivo de aumentar osalário mínimo nacional de forma progressiva,dos 635 euros para 750 euros em 2023, no pro-jecto de proposta de lei das Grandes Opções doPlano (GOP) para 2021.

De acordo com o documento, “o Governo pros-seguirá com a promoção de uma política de ren-dimentos orientada para a valorização do traba-lho e dos rendimentos das famílias, seja atravésda política de valorização do salário mínimo na-cional, seja também através da negociação, emsede de Comissão Permanente de ConcertaçãoSocial, de um acordo de médio prazo sobre salá-rios, rendimentos e competitividade”.No âmbito do combate às desigualdades na dis-

tribuição de rendimentos e com vista à reduçãoda segmentação do mercado de trabalho, o exe-cutivo reafirma que uma das medidas é “reva-lorizar o salário mínimo nacional com o objetivode o aumentar, progressivamente, até 2023”.

“Deste modo, o Governo pretende aumentar os

635 euros atribuídos em 2020 (Decreto-Lei n.º167/2019, de 21 de Novembro) para 750 eurosem 2023”, pode ler-se no documento.

O executivo liderado por António Costa indicaainda que as prestações sociais serão actuali-zadas “ampliando o seu impacto na redução dassituações de pobreza e de privação material”.

O projecto de proposta de lei das GOP para2021 foi aprovado pelo Conselho de Ministros eserá agora analisado e alvo de parecer por partedo Conselho Económico e Social (CES).

Em Abril, o parlamento aprovou um regime ex-cepcional do processo orçamental que permitiuadiar a entrega do Programa de Estabilidade eque a apresentação da proposta das GrandesOpções seja feita com a do Orçamento do Es-tado para 2021 (OE2021).

Este ano a proposta do OE2021 deverá ser en-tregue dia 12 de Outubro, porque a data limiteprevista na Lei de Enquadramento Orçamental,10 de Outubro, coincide com o fim de semana.

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO DEVE TERSIGNIFICADO MAS SER EQUILIBRADO - MINISTRO DAS FINANÇAS

O ministro das Finanças disse que o aumentodo salário mínimo deve ter "significado", mastambém ser "equilibrado" para as empresas con-seguirem suportar e considerou que há "progres-sos significativos” nas negociações do Orçamen-to do Estado para 2021.

No final da reunião do Eurogrupo, em Berlim,em declarações aos jornalistas, João Leão afir-mou que há cinco anos que as negociações daproposta do orçamento são “exigentes e desa-fiantes” e considerou que “há progressos signi-ficativos”.“Temos esperança na aprovação do Orçamento

do Estado”, disse.Sobre a proposta do salário mínimo nacional,

considerou prematuro avançar com um valor,uma vez que ainda serão ouvidos os parceirossociais, mas deixou a indicação de que o valor doaumento para o próximo ano deve ter “algum sig-nificado mas também ser equilibrado”, de modo aque os setores mais atingidos pela crise desen-cadeada pela covid-19 tenham capacidade de opagar.

"Deve ser um aumento que faça o compromis-so entre duas questões importantes: aumentar orendimento dos trabalhadores com salários bai-xos e dar um sinal importante ao resto da econo-mia, criar expectativas nos trabalhadores deaumento dos seus rendimentos, e ao mesmotempo haver um compromisso com a capacidadede as empresas suportarem esse aumento dosalário mínimo", explicou.O ministro das Finanças defendeu que no próxi-

mo ano deve haver margem para aumentar "comsignificado" o salário mínimo nacional, após umanegociação na Concertação Social.

"A nossa intenção é no próximo ano prosseguircom o diálogo que tem de ser feito na Concerta-ção Social, com o aumento do salário mínimo eque haja um aumento com significado", afirmou oministro na Grande Entrevista, transmitida pelaRTP3.

A CGTP tem reiterado a proposta de que o salá-rio mínimo chegue aos 850 euros num curto es-paço de tempo. A UGT deverá votar favoravel-mente no próximo secretariado nacional umaproposta de aumento de pelo menos 35 euros.

Este ano, o salário mínimo nacional subiu de600 para 635 euros.

João Leão pôs de parte, por agora, um novoorçamento suplementar para este ano.

Governo mantém o objectivo de actualizaçãoanual dos salários da função pública no projetode proposta de lei das Grandes Opções do Plano(GOP) para 2021, assim como a implementaçãode uma política de pré-reformas setorial.

No projecto aprovado em Conselho de Minis-tros, o executivo mantém as prioridades para aAdministração Pública, nomeadamente a “altera-ção da política de baixos salários, reposição daatualização anual dos salários e valorização daremuneração dos trabalhadores de acordo comas suas qualificações e reconhecimento do méri-to”.As actualizações anuais dos salários na função

pública foram retomadas em 2020, após dezanos de congelamento, com aumentos genera-lizados de 0,3%, mas o Governo já admitiu que,devido à pandemia de covid-19, poderá não ser

cumprido o compromisso anteriormente assumi-do de acréscimos de 1% em 2021.

O regime de pré-reformas é uma das medidascom vista ao rejuvenescimento da função públicae estava já previsto nas GOP anteriores, tendosido objecto de discussão entre o Governo e asestruturas sindicais.

Na área da Administração Pública, o Governovolta ainda a defender a necessidade de “apro-fundar o atual modelo de recrutamento eselecção de dirigentes superiores e intermédios,através da Comissão de Recrutamento e Se-lecção para a Administração Pública (CReSAP)”e a “reativar a avaliação dos serviços com distin-ção de mérito associada aos melhores níveis dedesempenho e refletir essa distinção em benefí-cios para os respetivos trabalhadores”.

O presidente do Conselho de Administração daTAP, Miguel Frasquilho, defendeu que a compn-hia aérea precisa de uma dimensão mínima paracontinuar a defender os interesse do país, aindaque tenha de “encolher”, no âmbito do plano dereestruturação.

“A TAP precisa de uma dimensão mínima. Nósvamos trabalhar nesse cenário, a intenção não éque a TAP seja uma TAPzinha, […] isso não ser-ve os interesses do país”, afirmou o ‘chairman’ dogrupo, numa conversa ‘online’ com o presidenteda Confederação do Turismo de Portugal (CTP),Francisco Calheiros, para debater os transportese as acessibilidades em tempos de pandemia decovid-19.

“É natural que a TAP vá encolher. […] Mas nósnão queremos que essa dimensão seja impediti-va que a TAP continue a servir os interesses dopaís”, acrescentou Miguel Frasquilho, sublinhan-do que há um nível a partir do qual não é possí-vel reduzir a frota, sem pôr em causa aquele ser-viço.

O responsável lembrou que, segundo as pre-visões recentes, só em 2024 a actividade aéreavoltará aos patamares em que se encontrava em2019.A ideia, disse, é repor a dimensão da frota à me-

dida que as perspectivas de retoma forem me-lhorando.

Quanto aos trabalhadores, Miguel Frasquilhoreiterou que a salvaguarda do emprego é umapreocupação “muito grande” da empresa, masadmitiu não estar ainda em condições para avan-çar com números da redução de trabalhadores,que poderá ocorrer por via da perda de dimen-são.“Infelizmente, diria que os sacrifícios vão contin-

uar. A forma desses sacrifícios, ainda estamos atrabalhar nisso. Já não vai demorar muito tem-po”, assegurou, referindo que o plano de reestru-turação estará “certamente” pronto até ao fim deOutubro.O ‘chairman’ da transportadora garantiu ainda a

manutenção do ‘hub’ de Lisboa, estando nos pla-nos a reabertura em outubro de todas as rotaspara os Estados Unidos da América e Brasil,ainda que com menor frequência.

No entanto, Miguel Frasquilho garantiu tambémuma preocupação com o resto do território nacio-nal, sobretudo a região Norte, a “mais empreen-dedora”, apesar dos “mal entendidos do passa-do”.

No dia 11 de Agosto, Miguel Frasquilho anun-ciou, numa mensagem aos colaboradores, aescolha da BCG para a elaboração do plano dereestruturação da TAP, exigido pela ComissãoEuropeia, no seguimento da aprovação de umauxílio estatal à companhia aérea.

Governo mantém objectivo deaumentar salário mínimo nacional

Executivo quer acabar com todasas carências habitacionais até 2024

Lisboa mantém actualização anualde salários na função pública

“TAP precisa de dimensão mínima paraservir os interesses do país”- presidente

do Conselho de Administração

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 9

PORTUGAL

COVID-19

O Presidente da República elogiou os profissio-nais de saúde e defendeu um reforço dos meiosdo SNS, numa mensagem em que assinala os 41anos desta rede de estabelecimentos e serviçospúblicos.

Marcelo Rebelo de Sousa "lembra a todos queé necessário ir mais longe, reforçar e dotar o Ser-viço Nacional de Saúde (SNS) dos meios ade-quados para responder ao grande desafio dospróximos tempos" e evoca nesta nota o fundadordo PS e antigo ministro António Arnaut, que mor-reu há dois anos e é considerado o "pai" do SNS.

"O Presidente da República assinala, terça-feira, dia 15 de Setembro, os 41 anos do SNS,saudando e agradecendo aos profissionais desaúde que ao longo dos anos, e em particularneste tempo excepcional da pandemia de covid-19, com grande dedicação e, muitas vezes, comenorme sacrifício pessoal e familiar, verdadeirosheróis como tem repetido, têm dedicado o me-lhor de si próprios a cuidar dos portugueses", lê-se na nota.

Segundo o chefe de Estado, neste ano, "maisdo que nunca", há que "recordar que o SNS éuma das principais conquistas do 25 de Abril, éum pilar do Estado de direito democrático e umapeça chave para o desenvolvimento humano epara a justiça social".

"O Presidente da República honra-se de ter vo-tado a Constituição da República, que abriu ca-minho à criação do SNS", escreve Marcelo Re-belo de Sousa, que foi deputado constituinte peloPSD.

Na Constituição da República Portuguesa de1976, que teve apenas votos contra do CDS,ficou estabelecido que "o direito à proteção dasaúde é realizado pela criação de um serviçonacional de saúde universal, geral e gratuito" eque entre as incumbências do Estado nesta ma-

téria estava "disciplinar e controlar as formas em-presariais e privadas da medicina, articulando-ascom o serviço nacional de saúde".

A criação do SNS foi concretizada três anosmais tarde com a Lei n.º 59/1979 aprovada porPS, PCP e UDP, com os votos contra de PSD eCDS, que previa que a criação desta "rede de ór-gãos e serviços" no âmbito do Ministério dos As-suntos Sociais, através da qual "o Estado asse-gura o direito à proteção da saúde, nos termosda Constituição".

"Ao recordar António Arnaut, que condecorou a25 de Abril de 2016 com a Grã-Cruz da Ordemda Liberdade, o Presidente da República lembraa todos que é necessário ir mais longe, reforçare dotar o SNS dos meios adequados pararesponder ao grande desafio dos próximos tem-pos. Temos de lutar todos, com coragem e deter-minação, por um melhor SNS, condição essen-cial para uma melhor saúde ao serviço dos portu-gueses", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.Em Junho passado, a propósito da morte de um

médico com covid-19 em Portugal, Marcelo Re-belo de Sousa fez publicar uma nota a defenderque o esforço dos profissionais de saúde "mere-ce os adequados meios e as adequadas carrei-ras no seio do SNS".

O Presidente da República falou por telefonecom o comandante da força nacional destacadana República Centro-Africana (RCA) e soubeque os 88 militares infectados com o novo coro-navírus estão assintomáticos.

Esta informação consta de uma nota publicadapela Presidência da República após o Estado-Maior-General das Forças Armadas ter divulgadoque pelo menos 88 dos 180 militares portugue-ses que integram a missão da ONU na RCAestão infectados com o novo coronavírus, masencontram-se bem.

Segundo a nota publicada no portal da Presi-dência da República na Internet, o chefe de Esta-do e Comandante Supremo das Forças Arma-das, Marcelo Rebelo de Sousa, "contactou via te-lefone com o comandante da força para se intei-rar da situação no terreno", após ter sido "infor-mado no sábado" desta situação.

"Os militares encontram-se a cumprir a qua-rentena e estão assintomáticos", lê-se na mesmanota.

No comunicado do Estado-Maior-General dasForças Armadas refere-se que os militares infec-tados "estão bem e apresentam bom prognósti-co, permanecendo dentro da sua base em Ban-gui (Campo M'Poko) em isolamento", com"acompanhamento da equipa médica da força eem estreita articulação com as estruturas dasaúde militar" em Portugal.

O Presidente da República aconselhou humil-dade para corrigir o que correr menos bem nonovo ano lectivo, que anteviu complexo devido àpandemia de covid-19, e considerou que vai serpreciso "fazer das tripas coração".

Marcelo Rebelo de Sousa falava em respostaaos jornalistas no final da inauguração da expo-sição e lançamento do livro "A cidade que nãoexistia", de Alfredo Cunha, na Galeria MunicipalArtur Bual, na Amadora.

Questionado sobre o início do novo ano lectivo,o chefe de Estado começou por defender a im-portância do ensino presencial, alegando que "oensino não presencial não é verdadeiramenteensino completo"."Agora, isso obriga a um esforço que, eu perce-

bo os professores e os sindicatos dos profes-sores, é muito difícil, percebo os pais e associ-ações de pais, é muito difícil, percebo os jovens,porque para eles ainda é mais difícil. Mas vamoster de lidar com isto, quem sabe, meia dúzia demeses", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que este anolectivo "provavelmente não é perfeito, foi postode pé no meio de uma pandemia, com o ano lec-tivo anterior ainda a terminar e com muito poucotempo".

"Por isso é que temos de ter a humildade, mastambém a honestidade de, sempre que não esti-

ver a correr bem, tentar corrigir. Aumentar a ca-pacidade de rastreio, ou seja, de testagem, sem-pre que possível - e o Governo já disse que iatentar fazê-lo. E fazer das tripas coração, porqueesta situação continua a ser em muitos aspetos,em Portugal como noutros países, imprevisível,no tempo que vai durar, na forma de que se vairevestir e nos desafios que coloca", aconselhou.

O Presidente da República referiu que "a pre-visão última é que não há vacina provavelmenteantes de Fevereiro ou Março" e pediu "espíritocolectivo" e que se transforme "a preocupação"com o regresso à escola "em ação" conjunta.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a preocu-pação com o novo ano lectivo é geral e ninguémachava que seria fácil, dadas as actuais circuns-tâncias e as condições dos próprios espaços es-colares.

No seu entender, por isso, "as pessoas têm deter a noção de que pode haver e vai haver aspec-tos que corram melhor e outros que corram pior,e quando correr pior tem de haver é capacidadede resposta àquilo que corre pior".

O Presidente da República apelou aos maisjovens para que tenham "respeito das regras e aredução da convivência naquilo que não é estri-tamente necessário", nas escolas e no espaçoque as rodeia, e percebam que toda a gente está"no mesmo barco".

O Presidente da República apontou a subidanovos casos de covid-19 em Portugal como "umalerta" e disse que as medidas anunciadas sãoas "consideradas possíveis e necessárias", masrecomendou uma "avaliação permanente".

Marcelo Rebelo de Sousa falava em respostaaos jornalistas no final da inauguração da expo-sição e lançamento do livro "A cidade que nãoexistia", de Alfredo Cunha, na Galeria MunicipalArtur Bual, na Amadora.

Questionado sobre os 687 novos casos decovid-19 divulgados no mesmo dia pela Direc-ção-Geral da Saúde, o chefe de Estado declarou:"Estes números, apesar de tudo menos gravesdo que muitos outros por essa Europa foram,mas são números que são um alarme, são umalerta".

"E esse alerta quer dizer que estamos a um ní-vel que é o dobro daquilo que estávamos, às ve-zes quase o triplo daquilo que estávamos há ummês, um mês e meio, dois meses, o que signifi-ca que a abertura na convivência social facilita

naturalmente o crescimento da epidemia", acres-centou.Para o Presidente da República, "o que é verda-

deiramente fundamental é que o número de in-ternados esteja controlado, como está, o númerode cuidados intensivos esteja controlado, comoestá, e que o número de mortos não ultrapasseas tais linhas vermelhas de que o Governo tam-bém fala, e não tem ultrapassado, felizmente".

Interrogado se entende que são suficientes asmedidas anunciadas pelo Governo, que prome-teu promulgar quando forem transpostas paradecreto-lei, o chefe de Estado respondeu: "Nestemomento, foram as medidas consideradas pos-síveis e necessárias para fazer o passo funda-mental que é travar o crescimento, controlar ocrescimento, e tentar, para simplificar, achatar acurva. É uma avaliação que tem de ser feita per-manentemente".

"Como imaginam, o Presidente da Repúblicaestá a fazer essa avaliação permanentemente",referiu.Ainda sobre as medidas a vigorar no quadro da

situação de emergência, Marcelo Rebelo deSousa adiantou: "O Governo aprova a resolução,mas é necessário uma lei e o Presidente assinaessa lei. E o Governo antes de tomar as medidasfalou com o Presidente. Portanto, estamos sin-tonizados: é aquilo que se pensa que é precisofazer para tentar manter o controlo da si-tuação".

"Quando terminou o estado de emergência eutive a noção de que não era fácil em Portugalestar a recorrer a um novo estado de emergên-cia, e não era possível e não era desejável",mencionou, concluindo: "Neste momento, vamosensaiar o estado de contingência a nível global.É preciso que as pessoas ajudem".

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou o apelo aosportugueses para que "se contenham em termosde convivência social" e, "da forma como fizeramnoutras circunstâncias e anteriormente, perce-bam que estas medidas são para levar a sério".

"Está prometido um aumento substancial detestes, e portanto vai aumentar a capacidade detestagem, isso é importante", realçou.

Marcelo aconselha humildade e que se faça"das tripas coração" no presente ano lectivo

Presidente da República elogiaprofissionais de Saúde e defendereforço do SNS nos seus 41 anos

Chefe de Estado aponta subida de casos como "alerta" e recomenda "avaliação permanente"

Marcelo falou comcomandante e soube que militares na RCAestão assintomáticos

O PRESIDENTE MARCELO PARTICIPOU NA ABERTURA SOLENE DO ANO LECTIVO 2020/2021 DOINSTITUTO UNIVERSITÁRIO MILITAR, EM LISBOA, NA QUARTA-FEIRA (Foto Mário Cruz/Lusa)

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10 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

PORTUGAL

ECONOMIA

Quase 50% das perdas do Novo Banco comcréditos foram registadas no último trimestre de2017 e em 2018, já com o banco detido maiorita-riamente pela Lone Star, segundo a auditoriadivulgada pelo parlamento.“Relativamente ao registo de perdas por impari-

dade, verificou-se um reforço relevante em deve-dores incluídos na amostra no último trimestre de2017 e em 2018, representando cerca de 50% dototal de perdas entre 4 de Agosto de 2014 e 31de Dezembro de 2018”, lê-se no relatório daauditoria elaborado pela consultora Deloitte.

Segundo a análise da Deloitte a uma amostrade créditos e activos (imóveis, títulos de dívida)com perdas superiores a 10 milhões de euros(entre 4 de Agosto de 2014 e 31 de Dezembro de2018), do total de perdas acumuladas de 2.579,7milhões de euros nesse período, houve 1.144,5milhões de euros (equivalente a 44%) que foramregistados entre 18 de outubro de 2017 e 31 dedezembro de 2018 (período em que 75% doNovo Banco era já detido pelo fundo de investi-mento norte-americano Lone Star).

Do valor de perdas restante, 936,8 milhões deeuros foram entre 4 de Agosto de 2014 e 30 deJunho de 2016 e 498,3 milhões de euros de per-das entre 1 de Julho de 2016 e 17 de Outubro de2017.

Contudo, diz a Deloitte que há que referir que“uma parte relevante dos devedores para osquais foram registados reforços de imparidadeem 2017 e 2018 apresentava já incumprimentoou outros ‘triggers’ de risco em períodos anteri-ores”.

No reforço de perdas em créditos e outros acti-vos, segundo a Deloitte, há vários factores quecontribuem para isso, seja reavaliação das ga-rantias, vendas de créditos de evolução negativana atividade do devedor, incumprimento dos pla-nos de reestruturação ou insolvência ou sen-tenças judiciais adversas.

Olhando especificamente para as perdas comcréditos, das perdas acumuladas totais no valorde 2.143,4 milhões de euros entre 4 de Agosto e31 de Dezembro de 2018, 1.023,7 milhões deeuros (equivalente a 47,8%) foram registadasentre 18 de Outubro de 2017 e 31 de Dezembrode 2018.

Já 732,8 milhões de euros de perdas em crédi-tos foram entre 4 de Agosto de 2014 e 30 deJunho de 2016 e 386,9 milhões de euros de per-das entre 1 de Julho de 2016 e 17 de Outubro de2017.Nos imóveis (a segunda rubrica que gerou mais

perdas, a seguir aos créditos), entre 18 de Outu-bro de 2017 e 31 de Dezembro de 2018 foramgeradas perdas de 96,4 milhões de euros.Nascido na resolução do BES (a 3 de Agosto de

2014), 75% do Novo Banco foi vendido a 18 deOutubro de 2017 ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, mantendo o Fundo de Re-solução bancário 25%, numa solução acordadaentre Banco de Portugal e Governo. O Lone Starnão pagou qualquer preço, tendo injectado 1.000milhões de euros no Novo Banco.

Aquando da venda, foi acordado um mecanis-mo de capital contingente, que prevê que até2026 o Fundo de Resolução compensa o NovoBanco por perdas de capital num conjunto deativos que 'herdou' do BES até 3.890 milhões deeuros.

Desde então e até hoje, o Fundo de Resoluçãojá injectou 2.976 milhões de euros e ainda po-derá colocar mais de 900 milhões de euros, valo-res que em cada ano têm impacto nas contas pú-blicas uma vez que o Fundo de Resolução é umaentidade da esfera do Estado.O relatório da auditoria da Deloitte ao BES/Novo

Banco está disponível no ‘site’ da Assembleia daRepública. O documento divulgado, com 370 pá-ginas, é o enviado pelo Novo Banco ao parla-mento, e contém dezenas de páginas com infor-mação truncada, de matérias consideradas sen-síveis, como o nome de devedores cujos créditos

constituem perdas significativas.

PGR CONSIDERA NÃO EXISTIREM PROVASPARA ACUSAÇÃO DE RIO SOBREALIENAÇÃO DE ACTIVOS

O Ministério Público considera, em resposta aoprimeiro-ministro, "não existir prova bastante"para suportar a acusação do presidente do PSDde que a administração do Novo Banco alienouactivos "ao desbarato", afastando assim qual-quer providência cível.

Esta posição, assinada pelo vice-procuradorGeral da República João Monteiro, foi hoje publi-cada no portal do Governo e surge em respostaa uma carta enviada pelo primeiro-ministro, Antó-nio Costa, à procuradora-geral da República, Lu-cília Gago, a 24 de Julho.Nessa carta, António Costa pediu que o Ministé-

rio Público desenvolvesse os procedimentoscautelares adequados à proteção dos interessesfinanceiros do Estado, depois de o presidente doPSD, Rui Rio, ter feito uma intervenção no parla-mento em que acusou a actual administração doNovo Banco de alienar activos ao desbarato.

Na resposta à carta do primeiro-ministro, a Pro-curadoria-Geral da República (PGR) entendeque, "face aos elementos factuais e de esclareci-mento disponíveis, que tiveram a finalidade limi-tada de aferir a viabilidade do recurso à tutelajurisdicional cautelar, afigura-se inexistir provabastante suscetível de suportar a conclusão deque futuras alienações de ativos imobiliários - seefetuadas nos moldes e termos anteriores - sãosusceptíveis de causar ao Estado dano grave ede difícil recuperação".Na parte conclusiva desta resposta, com 28 pá-

ginas, a PGR considera assim que "não há razãofundada para o Ministério Público recorrer àtutela jurisdicional e, consequentemente, proced-er à interposição de uma qualquer providênciacível visando a proteção dos interesses patrimo-niais do Estado Português".

O Ministério Público sustenta que as vendasefectuadas "foram aprovadas pelo Conselho deAdministração Executivo e pelo Conselho Geralde Supervisão do Novo Banco, mereceram pare-cer favorável da Comissão de Acompanhamentoe também a não oposição do Fundo de Re-solução (no que diz respeito aos ativos integra-dos no referido mecanismo de capitalização con-tingente), no sentido de ser autorizada a vendados ativos em causa".Já sobre a "disparidade verificada entre os valo-

res contabilístico e bruto dos imóveis e o preçopelo qual vieram efectivamente a ser alienados,poder-se-ia afirmar - numa análise meramenteoblíqua a perfunctória - que se trataram de ven-das que não resultaram de uma gestão diligenteou que não foram realizadas tendo em conta osmelhores interesses daquela instituição de crédi-to e dos seus acionistas. No entanto, esta con-clusão afigura-se, no mínimo, precipitada",acrescenta-se na mesma resposta.

Ou seja, na análise do Ministério Público, "nãose afigura - face aos elementos factuais dispo-níveis, reitera-se - que as vendas dos dois port-fólios em apreço foram realizadas sem a prudên-cia exigível e que, efetivamente, deve ser exigi-da".

No portal do Governo, além desta resposta doMinistério Público, é também publicada a cartaque António Costa enviou à procuradora Geralda República a 24 de Julho.Além das duas cartas, numa breve nota, o exe-

cutivo refere que, "na sequência da intervençãodo líder da oposição [Rui Rio] durante o debatesobre o estado da nação, questionando o factode o Novo Banco ter vendido imóveis a perderdinheiro, o primeiro-ministro entendeu solicitar àprocuradora-geral da República que desen-volvesse as diligências, designadamente denatureza cautelar, que tivesse por adequadas àprotecção dos interesses financeiros do Estado.

"Pelo interesse público de que esta matéria sereveste e à luz do princípio da administraçãoaberta (artigo 17.º do Código do ProcedimentoAdministrativo), tornam-se públicas a carta dirigi-da pelo primeiro-ministro à procuradora Geral daRepública e a resposta do vice procurador Geralda República", justifica-se nessa mesma notaque o executivo publicou no portal do Governo.

VENDAS DO BESI E VÉNÉTIE FEITAS SEM ANÁLISE DE CONFLITOS DE INTERESSE - AUDITORIA

A auditoria da Deloitte ao Novo Banco indicaque não foram feitas análises de conflitos de in-teresse quer na venda do banco BES Investi-mento (BESI) quer do BES Vénétie.

O relatório, divulgado pelo parlamento, indicaque foi verificada “a inexistência de normativosinternos para todo o período que regulassem arealização sistemática de uma análise das enti-dades compradoras que participaram em proces-sos de desinvestimento, de forma a concluiracerca de eventuais riscos de branqueamento decapitais e de conflitos de interesse”.

Das alienações onde esta análise não foi feita,a Deloitte dá como "exemplo a alienação doBESI em 2014 e do BES V em 2018”.

“As operações em questão foram sujeitas aaprovação pelas respectivas entidades supervi-soras, nos termos da legislação aplicável paraesse efeito, com base em informação disponibi-lizada pelo potencial comprador”, refere o docu-mento, referindo que o Novo Banco não tinha in-formação sobre a identidade dos compradoresefectivos.“A generalidade das operações de alienação de

participações de entidades financeiras tiveramcomo contraparte sociedades gestoras de fundosde investimento internacionais. Em termos sim-plificados, nos pareceres preparados peladireção de 'Compliance' é referido que afiguran-do-se a estrutura daquelas entidades complexa,foram obtidas pelo Novo Banco declarações dassociedades gestoras das entidades em apreçode que nenhum dos participantes detinha mais

de 25% das entidades, conforme estipulado emlegislação para o dever de diligência no âmbitodo branqueamento de capitais, pelo que nãoqualificam como últimos beneficiários efectivos,não tendo deste modo sido obtida informaçãoadicional sobre a respectiva identidade”, lê-se norelatório.

BE PEDE NULIDADE DE AUDITORIA“FERIDA DE MORTE” POR CONFLITO DE INTERESSES DA DELOITTE

O BE considerou a auditoria ao Novo Bancoestá “ferida de morte” e não garante “seriedade,rigor e independência” devido ao “conflito de inte-resses” da Deloitte, apelando ao Presidente daRepública e ao Governo que a considerem nula.“Nós convocamos ontem [quinta-feira] esta con-

ferência de imprensa porque tivemos conheci-mento, através de uma denúncia, de um factoque, entretanto, confirmamos por uma notícia an-tiga da agência Reuters de 2017 e que surge nacomunicação social”, explicou a deputada do BE,Mariana Mortágua.

Em causa está o facto de a auditoria especialfeita pela Deloitte não referir que a Deloitte Espa-nha assessorou o Novo Banco na venda da GNBVida, concluída em 2019 – noticiado pelo JornalEconómico - aquilo que a bloquista aponta comosendo um “conflito de interesses” da consultora.

O BE, de acordo com Mariana Mortágua, “já ti-rou as suas conclusões”, considerando ser claroque “esta auditoria não garante seriedade, rigor,independência nem a defesa do interesse públi-co” e está “ferida de morte”, pedindo ao Presi-dente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, eao Governo que “também tirem as suas conclu-sões sobre esta auditoria”.

“Da mesma forma que foi entendido pelo Presi-dente da República e pelo Governo que estaauditoria era importante para analisar as próxi-mas injecções de fundos no Novo Banco é pre-ciso agora considerar nula a auditoria e nulos osseus resultados uma vez que ela não só acabapor validar as operações do Novo Banco comosabemos que ela não garante a independêncianecessária”, apelou.

Quase 50% das perdas do Novo Bancocom créditos são após venda à Lone Star

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 11

PORTUGAL

O Presidente da República, Marcelo Rebelo deSousa, deu posse na quinta-feira a cinco novossecretários de Estado dos Ministérios da Educa-ção, Saúde, Infraestruturas e Mar, numa cerimó-nia restrita no Palácio de Belém, em Lisboa.

Esta cerimónia na Sala dos Embaixadores doPalácio de Belém começou com cerca de dez mi-nutos de atraso e durou perto de cinco minutos,com a presença do primeiro-ministro, AntónioCosta, dos ministros da Educação, Tiago Bran-dão Rodrigues, da Saúde, Marta Temido, das In-fraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno San-

tos, e do Mar, Ricardo Serrão Santos, e dos cincosecretários de Estado exonerados.

Seguiu-se uma curta sessão de cumprimentos,sem outros convidados.No Ministério da Saúde, Diogo Serras Lopes to-

mou posse como novo secretário de Estado daSaúde, lugar até agora ocupado por AntónioSales, que subiu na hierarquia da equipa lidera-da pela ministra Marta Temido, assumindo asfunções de secretário de Estado Adjunto e daSaúde, que eram exercidas por Jamila Madeira,exonerada.

Entraram também para o Governo Inês Rami-res, como secretária de Estado da Educação, eTeresa Estêvão Pedro, nova secretária de Esta-do das Pescas, substituindo, respetivamente,Susana Amador e José Apolinário.

No Ministério das Infraestruturas, Hugo SantosMendes tomou posse como secretário de EstadoAdjunto e das Comunicações, cargo até agoraexercido por Alberto Souto de Miranda, e MarinaGonçalves assumiu a pasta da Habitação, emsubstituição de Ana Pinho.

Estas mudanças nestes quatro ministérios, queconstituem a segunda recomposição do XXII Go-verno Constitucional, foram propostas pelo pri-meiro-ministro, António Costa, e aceites peloPresidente da República, Marcelo Rebelo deSousa, na quarta-feira.

Esta segunda recomposição do Governo nãoaltera a sua dimensão, assim como a primeira,que aconteceu há três meses, com a substituiçãode Mário Centeno por João Leão como ministrode Estado e das Finanças e a consequente mu-dança de três secretários de Estado, que toma-ram posse no dia 15 de Junho.

Já na altura, devido à pandemia de covid-19, ochefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, deuposse à nova equipa das Finanças numa cerimó-nia restrita no Palácio de Belém, sem outros con-vidados.

Mário Centeno, que saiu do Governo a seu pe-dido, foi no mês seguinte nomeado pelo executi-vo governador do Banco de Portugal.

O XXII Governo Constitucional, o segundo exe-cutivo minoritário chefiado por António Costa,tomou posse no dia 26 de Outubro de 2019, noPalácio da Ajuda, em Lisboa, na sequência davitória do PS nas eleições legislativas de 6 deOutubro, sem maioria absoluta, composto por 19ministros e 50 secretários de Estado.

O Governo ambiciona aumentar o volume de in-vestimento realizado pela diáspora em Portugal,nomeadamente nos territórios do interior ou debaixa densidade populacional, anunciou a secre-tária de Estado das Comunidades Portuguesas.Berta Nunes esteve em Beja a apresentar o no-

vo Programa Nacional de Apoio ao Investimentoda Diáspora (PNAID), visitando depois algumasempresas que constituem investimentos da diás-pora no concelho de Aljustrel.

Em declarações à Lusa a governante explicouque o PNAID, aprovado em Conselho de Minis-tros em agosto, pretende ajudar “qualquer cida-dão nacional que esteja a viver num país estran-geiro a investir em Portugal”.

“Sabemos que há muita gente nas nossas co-munidades [na diáspora] que quer investir [emPortugal], mas tem várias dificuldades e não sa-be como fazê-lo. E este programa pretendeapoiar esse investimento e, ao mesmo tempo,dar-lhe visibilidade”, disse.A par disto, continuou a governante, o PNAID vi-

sa igualmente ajudar “as exportações e a inter-nacionalização das empresas nacionais atravésda diáspora”.

“É uma forma de valorizar as nossas comuni-dades, de ligar as comunidades a Portugal e con-tribuir para o desenvolvimento do nosso país eda nossa economia, principalmente no interior”,acrescentou Berta Nunes, revelando que, porisso mesmo, o PNAID é “partilhado” pelas secre-tarias de Estado das Comunidades Portuguesase da Valorização do Interior.O PNAID congrega várias áreas da governação

“num desígnio comum” e utiliza medidas deapoio já existentes no Orçamento do Estado ouem avisos de concurso a fundos europeus, sen-do constituído por quatro eixos de ação: “Apoiose Incentivos”, “Facilitação”, “Informação e Divul-gação” e “Promoção, Mobilização e Redes”.

Entre as 25 medidas previstas, a secretária deEstado destacou a criação da figura do Estatutode Investidor da Diáspora (EID), que segundo oprograma “abre uma via de elegibilidade para osapoios, o que constitui um elemento diferenci-ador” e permite “incentivos próprios e dedica-dos”, com majorações, avisos próprios e benefí-cios adicionais se o investimento se realizar nointerior.

“O EID permitirá a quem o obtenha ter uma sé-rie de benefícios, alguns já no terreno e outrosque esperamos vir a construir ao longo do tempocom os vários ministérios”, explicou Berta Nunes.

Este estatuto é atribuído pela Secretaria deEstado das Comunidades Portuguesas, atravésde formulário ‘online’, tendo os requerentes deobedecer a alguns critérios, nomeadamente se-rem cidadãos portugueses ou terem nacionali-dade portuguesa, residirem no estrangeiro ou játerem residido no estrangeiro mais de um ano ehá menos de dois anos, e que o seu projecto deinvestimento seja em Portugal.Segundo Berta Nunes, até terça-feira, já tinham

sido solicitados 35 pedidos de EID, por emigran-tes espalhados por todo o mundo.

“Estamos a receber pedidos a um ritmo de trêsou quatro diariamente e de todos os continentes.Isso mostra que a divulgação que estamos a fa-zer está a ter os seus frutos e as pessoas estãoa procurar-nos” e a “manifestarem a sua vontadeem investir”, observou a secretária de Estado.Outras das medidas do PNAID são a criação da

Marca Investimento da Diáspora, que ajudará àpromoção e divulgação dos projetos concretiza-dos, e o lançamento de um Guia de Apoio ao In-vestimento da Diáspora, que reunirá, de formasistemática, toda a informação dispersa pelos

vários ministérios.Berta Nunes frisou que para o sucesso do

PNAID será essencial a Rede de Apoio ao In-vestimento da Diáspora, que conciliará, no planointerno, o trabalho dos gabinetes de Apoio aoEmigrante (GAE) em funcionamento nas câma-ras municipais, das comunidades intermunicipaise das associações empresariais com, no planoexterno, a ação de embaixadas e consuladosportugueses espalhados por mais de 100 países.

“Queremos que todas as câmaras [municipais]tenham esse gabinete. E vamos ajudar a capaci-tar os técnicos das câmaras, no sentido deacrescentar àquilo que são as competênciasmais tradicionais dos GAE novas competênciasde apoio à atração de investimento e também deapoio à exportação e internacionalização dasempresas portuguesas através das nossas co-munidades”, concluiu a secretária de Estado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros anun-ciou quinta-feira que o concurso para apoios aoassociativismo das comunidades portuguesascomeça a 1 de Outubro e o limite máximo deajuda será de 80% ou 50% do valor elegível doorçamento apresentado.

De acordo com um comunicado do gabinete deAugusto Santos Silva, o Ministério dos NegóciosEstrangeiros (MNE) informou que “o concurso deapoio ao movimento associativo das comunida-des portuguesas decorrerá entre 1 de Outubro e31 de Dezembro de 2020".A ajuda é atribuída pela Direcção-Geral dos As-

suntos Consulares e das Comunidades Portu-guesas (DGACCP) e dirigida a associações efederações das comunidades portuguesas, bemcomo a outras pessoas colectivas, nacionais ouestrangeiras, desde que "legalmente constituídashá mais de um ano" e sem fins lucrativos ou par-tidários, visando apenas o benefício socioculturalda diáspora nacional e ainda que estejam cre-denciadas na DGACCP.

Quanto ao limite máximo do apoio a concederàs entidades, no âmbito do concurso, o MNE re-

feriu que será "de 80% ou de 50% do valor con-siderado elegível do orçamento apresentado,consoante as entidades tenham sede no estran-geiro ou em Portugal".

O MNE considerou prioritárias acções do movi-mento associativo que "privilegiem a promoçãoda língua e da cultura portuguesas, os jovens, ainclusão social, a capacitação e a valorizaçãoprofissional, a participação cívica e política, ocombate à xenofobia e o diálogo com as micro epequenas empresas dos portugueses residentesno estrangeiro que queiram investir em Portu-gal".As candidaturas ao concurso terão de ser apre-

sentadas "exclusivamente" junto do posto con-sular ou da secção consular da embaixada terri-torialmente competente, e para estas entidadesdevem também ser remetidas eventuais dúvidas,acrescentou a nota.

O MNE sublinhou ainda que é obrigatório o usodo formulário de candidatura, aprovado pela por-taria n.º 305/2017, de 17 de Outubro, disponívelno portal das comunidades portuguesas.

Presidente da República deu posse a cinco novos secretários de Estado

Quatro décadas após a publicação do decreto-lei que instituiu o Conselho das ComunidadesPortuguesas (CCP), Manuela Aguiar, a principaldinamizadora desta lei, considera que foi cumpri-do o objectivo de dar voz à diáspora portuguesa.

Em declarações à agência Lusa, a propósitodos 40 anos da publicação do Decreto-lei n.º373/80, de 12 de Setembro em 1980, ManuelaAguiar reconhece “excelência” neste organismoque dá voz à comunidade portuguesa, estimadaem mais de 2,2 milhões de pessoas.Apesar da sua representativa presença no mun-

do, a comunidade portuguesa no estrangeiro nãotinha, até 1980, um órgão que a representasse,com carácter consultivo, junto do Governo.

A situação alterou-se com a publicação destalei, na qual Manuela Aguiar trabalhou, por incum-bência de Diogo Freitas do Amaral, durante oGoverno da Aliança Democrática (AD).

CCP é o segundo mais antigo da Europa, de-pois do francês (o “Conséil Supérieur des Fran-çais de l’ Étranger”) e, na opinião de ManuelaAguiar, revelou-se um importante instrumento de“política de diálogo” entre o Governo e as comu-nidades.

“O nosso objectivo, que era fazer ouvir a vozdas comunidades, foi cumprido”, disse.

Dos primeiros tempos do CCP, que chegou apresidir, enquanto secretária de Estado das Co-munidades Portuguesas, recorda o desconfortoda sua voz e do afrontamento que o caracteriza-va.

“O CCP era uma voz muito desconfortável. Foimuito tumultuado, muitas vezes, porque haviamuitos mundos lá dentro”, recordou.E foram precisamente esses mundos e as difer-

entes realidades e características das comunida-des portugueses que o CCP ajudou a revelar, apar do trabalho das associações dos emigrantes,que sempre “fizeram aquilo que o Estado nãofazia” por elas.

Manuela Aguiar acredita que a voz do CPPdevia ir ainda mais longe e ser mais vezes ouvi-da, até porque “há coisas muito importantes,sobre as quais o Conselho devia ser ouvido enão é”.Mas tem sido “árduo” o seu trabalho e inúmeras

as iniciativas deste órgão consultivo que tem as-sistido a alterações de funcionamento, demons-trando uma “dinâmica muito interessante”, re-feriu.

Para Manuela Aguiar, que vê no CCP a coisamais importante que fez ao longo da sua carreira,o futuro poderá perfeitamente passar por o Con-selho ser um órgão previsto na Constituição por-tuguesa e funcionar “na órbita da Assembleia daRepública”.

O CCP começou a funcionar em Abril de 1981,tendo sido desactivado a partir de 1988 e ressur-gido em 1996.

Os conselheiros são eleitos por sufrágio directoe universal, ao qual podem concorrer cidadãosportugueses e lusodescendentes com nacionali-dade portuguesa e recenseados eleitoralmente.

De acordo com o Observatório da Emigração,Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 paísesdo mundo, sendo a França a nação que concen-tra mais portugueses e Santa Lúcia ou ilhas Mau-rícias os Estados que registam menos emigran-tes.

“Conselho dasComunidades"cumpriu" ao darvoz aos emigrantes”- Manuela Aguiar

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MARCELO REBELO DE SOUSA, FELICITA OS NOVOS SECRETÁRIOS DEESTADO DO XXII GOVERNO CONSTITUCIONAL APÓS A SUA TOMADA DE POSSE NO PALÁCIO DE BELÉM

Governo quer mais emigrantes da diáspora a investir em Portugal

Concurso de apoio às associações nas Comunidades a 1 de Outubro

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12 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

ANGOLA

A Frente de Libertação do Enclave deCabinda (FLEC) condena "veemente-mente" um ataque contra civis, que atri-buiu às forças armadas angolanas e quefez quatro mortos perto da fronteira coma RDC.

A incursão aconteceu à noite na aldeia de Ma-cama-Zila, na região fronteiriça de Tando-Zinzi,segundo um comunicado assinado pelo porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas de Ca-binda (FAC), António do Rosário Luciano.

"O Presidente angolano, João Lourenço, inten-sificou perigosamente as provocações no territó-rio de Cabinda e campos refugiados cabinden-ses, nos dois Congos", salienta o documento,classificando a atitude como "inaceitável" e avi-sando que a espiral de violência não tem paradode aumentar.A FLEC-FAC reafirmou o seu apelo à comunida-

de internacional para resolver o conflito naquelaprovíncia do norte de Angola, geograficamenteseparada do resto do país e delimitado pela Re-pública do Congo, República Democrática doCongo (RDC) e Oceano Atlântico.

"MANOBRAS HOSTIS"

Já na penúltima semana o movimento indepen-dentista tinha denunciado "manobras hostis doGoverno angolano contra os refugiados cabin-denses nos Congos".

"Com o falso argumento de estar a lançar umacampanha de sensibilização às populações refu-giadas na RDC e no Congo-Brazzaville, repre-sentantes do Governo angolano têm penetradonos centros de refugiados sem qualquer legitimi-dade e com intentos dúbios, entre os quais deum falso registo dos refugiados, sem darem ex-plicações sobre a sua futura utilização", afirmouna altura o secretário-geral da FLEC-FAC, Ja-

cinto António Télica.Os separatistas identificam alguns episódios: a

11 de Agosto uma caravana de seis carros deuma delegação chefiada pelo cônsul angolanoem Matadi penetrou inesperadamente no centrode Seke Zole, tendo também circulado nos cen-tros de Nlundu-Matende e Mfuiki.A 9 de Setembro outra delegação do Consulado

angolano em Ponta Negra, "com o mesmo falsoargumento de sensibilização, mas com vista aorepatriamento forçado dos refugiados", chegou

ao centro de Conde-Mbaka.Delegações de Angola e da República Demo-

crática do Congo estiveram reunidas em Luandapara analisar questões de defesa e segurança nafronteira comum, que devem culminar com a as-sinatura de dois acordos: o Acordo de Coopera-ção entre os Ministérios do Interior de Angola eda República Democrática do Congo, em matériade Segurança e Ordem Pública e um outro acor-do, em matéria de Circulação de Pessoas eBens.

Os membros do Conselho da República de An-gola consideraram, na sua maioria, que não hácondições para realizar as primeiras eleiçõesautárquicas do país, uma posição criticada pelomaior partido da oposição, a União Nacional paraa Independência Total de Angola (UNITA) queatribuiu a decisão ao receio de uma derrota porparte do MPLA.

Questionado sobre a posição assumida por al-guns conselheiros da República que discordamdo adiamento, João Lourenço afirmou que "o queconta são as conclusões a que esse órgão che-ga", independentemente da posição individualdos seus integrantes e salientou que o Conselhoconsiderou não haver condições para a realiza-ção das eleições autárquicas este ano por nãoterem sido concluídas algumas condições pré-vias, estando por concluir o pacote legislativoautárquico.

O Presidente da República respondia aos jor-nalistas após a inauguração do novo hospital doBié, baptizado com o nome do médico canadianomissionário Walter Strangway, que trabalhoudurante 39 anos em Angola no início do séculopassado.

"ESFORÇO BASTANTE GRANDE”

O chefe do Estado angolano sublinhou que aAssembleia Nacional fez "um esforço bastantegrande" em aprovar parte do pacote legislativoautárquico, mas salientou que só com aprovaçãode todas as leis é que o titular do poder Executi-

vo estará em condições de auscultar as forçaspolíticas e chegar à definição de uma data paraconvocar as primeiras eleições autárquicas dopaís, que estavam previstas para 2020.

"Tudo o resto não passa de acusações mútuas,de procurar culpados, mas neste processo nãohá culpados. Todos estão a trabalhar, quer oExecutivo, quer o Parlamento, no sentido de reu-nir as tais condições que tornarão possível a rea-lização das eleições", destacou João Lourenço.

Questionado sobre informações que dão contade que se está a organizar uma frente de par-tidos da oposição para enfrentar o MPLA naspróximas eleições gerais, em 2022, João Louren-ço considerou que "se isso é reconhecimento deque individualmente os partidos políticos, concor-rendo sozinhos, não têm a capacidade deenfrentar o adversário (…), estão no direito dechamar os amigos e os vizinhos para ajudar aderrotar o adversário".

NOVO HOSPITAL

O Presidente afirmou ainda, após a inaugu-ração do novo hospital, com 230 camas e pres-tação de 20 serviços especializados, que o Exe-cutivo angolano está apostado em continuar afazer investimentos não só em infraestruturas,como na formação de pessoal médico e para-médico para "minimizar o sofrimento” da popu-lação."Trabalhamos no sentido de procurar reduzir ou

eliminar, as juntas médicas que ao longo das dé-

cadas, o país conheceu", afirmou, lembrandoque foram enviados para o exterior "milhares deangolanos para se tratarem, o que representauma despesa bastante grande e que o governoquer inverter".

"Os recursos avultados que temos vindo a gas-tar em hospitais de referência fora de Angolavamos gastá-los aqui, vamos investir em Angolaem hospitais de referência do género deste eoutros", continuou.

João Lourenço declarou também que o Gover-no pretendia inaugurar em Luanda este ano "pelomenos quatro importantes unidades hospita-

lares", o que "provavelmente" não irá ser feito de-vido à pandemia de covid-19, prometendo fazê-lo no próximo ano.

No mesmo dia em que o chefe do Executivoangolano se deslocou ao Bié realizaram-se, emLuanda, quatro manifestações, entre as quaisuma convocada pelo Sindicato Nacional dos Mé-dicos de Angola, para homenagear o pediatraSílvio Dala, que morreu no âmbito de uma inter-venção policial em circunstâncias suspeitas eainda não totalmente esclarecidas.

O Presidente da República não foi questionadosobre o assunto.

João Lourenço afirma que "não há culpados"pelo adiamento das autárquicas angolanasO Presidente angolano afirmou que "não há culpados" do adiamento das autarquias

no país, salientando que tanto o Executivo como a Assembleia Nacional estão a tra-balhar no sentido de reunir condições para que se realizem.

Cabinda: FLEC acusa exércitoangolano de matar civis

O Século de JoanesburgoEstá na esquina da

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 13

ANGOLA

O Ministério angolano das Finanças (MINFIN)desvalorizou a revisão em baixa do ‘rating’ da dí-vida soberana pelas principais agências de nota-ção financeira e afirmou que há progressos narenegociação da dívida com os seus credores.O comunicado do MINFIN, divulgado no seu ‘si-

te’, surge depois de as três principais agênciasinternacionais de ‘rating’ (Standard&Poor’s, Fitche Moody’s) terem feito uma revisão em baixa daavaliação do risco soberano de Angola, emboramantenham as perspectivas de estabilização.“Embora as diferentes agências de 'rating' se re-

firam às constantes pressões sobre a economiaangolana, causadas pela pandemia global [decovid-19] e a sucessiva descida dos preços do

petróleo, todas as agências reconhecem os es-forços significativos feitos pelo executivo em ter-mos de reformas estruturais, apoio multilateral eos progressos alcançados no âmbito doPrograma do FMI”, destaca o MINFIN.

O comunicado refere o “impacto positivo da re-formulação bilateral de perfis dos principais facil-itadores da dívida garantida pelo petróleo”, semidentificar os credores, mas afirmando que asmedidas proporcionam ao país o “alívio necessá-rio no serviço da dívida”.Angola tem usado o petróleo como colateral da

dívida contraída com a China.As autoridades angolanas, adianta o documen-

to, estão a “progredir na implementação da refor-

mulação de perfis de alguns facilitadores definanciamento apoiados pelo petróleo, decisãotomada para melhor refletir o ambiente de mer-cado atual e proporcionar um considerável alívioda dívida, mantendo a obtenção de petróleo alongo prazo”.

Segundo o jornal Expansão, foi agendada parao dia 16 de Setembro, a reunião do Fundo Mone-tário Internacional (FMI) para avaliar o cumpri-mento do programa de financiamento de Angola,um encontro que deveria ter acontecido no finalde Junho, mas foi adiado devido ao impasse nasnegociações para a restruturação da dívida an-golana à China.

Há dias, o semanário noticiava que ainda não

existia acordo com a China, o principal credor deAngola ao qual o país africano devia 21.705 mi-lhões de dólares no final de 2019, sendo 78%desse valor dívida comercial.

O Ministério das Finanças confirma ainda, nocomunicado, a participação de Angola na iniciati-va do G20, denominada DSSI (Iniciativa de Sus-pensão da Dívida), tendo assinado o Memorandode Entendimento com o Secretariado do Clubede Paris, que reúne os principais credores públi-cos, a 31 de Agosto de 2020.

“Está actualmente a trabalhar no processo deimplementação de suspensão da dívida, uma ini-ciativa que conta com todos os credores bilate-rais soberanos”, detalhou.

Angola produziu 1,210 milhões de barris de pe-tróleo por dia em Agosto, mais 24.000 face aJulho, segundo o relatório mensal da Organiza-ção de Países Exportadores de Petróleo (OPEP)ora divulgado.

Os valores publicados, com base em dados defontes secundárias, registam um crescimento daprodução, depois de uma quebra de 37 mil barrispor dia em julho, face ao mês anterior.

Em Junho, a contagem da OPEP assinalou1,223 milhões de barris diários, sendo que estaprodução viria a baixar no mês seguinte, para1,186 milhões de barris por dia.

Angola manteve a posição de segundo maiorprodutor africano de crude na OPEP, atrás daNigéria.A Nigéria, líder africana na produção petrolífera,

viu a sua produção diária também crescer, para1,482 milhões de barris, embora o seu cresci-mento tenha sido mais ligeiro, com cerca de mais2.000 barris por dia.

Em Julho, mês em que produziu 1,480 milhõesde barris por dia, a Nigéria tinha tido uma redu-ção da sua produção na ordem dos 12.000 bar-ris por dia, face a Junho, quando alcançou, emmédia, 1,492 milhões de barris diários.

Durante praticamente todo o ano de 2016 e atémaio de 2017, Angola liderou a produção depetróleo em África, posição que perdeu desdeentão para a Nigéria.

A produção na Nigéria foi condicionada, entre2015 e 2016, por ataques terroristas, grupos ar-

mados e instabilidade política interna.O mais recente relatório da OPEP refere tam-

bém que, em termos de "comunicações diretas"à organização, Angola terá produzido 1,266 mi-lhões de barris por dia em agosto, menos 9.000barris por dia que no mês anterior.

No caso da Nigéria, a produção diária situou-seem 1,361 milhões de barris em agosto, emboratenha registado um aumento na ordem dos 9.000barris por dia face ao mês anterior.

Devido às consequências da pandemia da co-vid-19, com o impacto na economia e a dimi-nuição do consumo, o Comité Técnico Conjuntoda OPEP tem vindo a recomendar cortes na pro-dução de petróleo.

No documento divulgado, a OPEP piorou asprevisões para o consumo mundial de petróleoem 2020 e 2021, devido à incerteza sobre oefeito de uma segunda vaga da pandemia naeconomia global.

Segundo a OPEP, o consumo de petróleo cairáeste ano 9,5 milhões de barris por dia - o equi-valente a 9,5% - em comparação com 2019, mais400.000 barris por dia do que há apenas ummês, elevando o total de consumo diário para90,2 milhões de barris diários.

No mês passado, a OPEP tinha já reduzido assuas previsões de consumo em 100.000 barrispor dia, pelo que nos últimos dois meses a orga-nização sediada em Viena, capital da Áustria,piorou as previsões de consumo de petróleo emmeio milhão de barris por dia.

A Exem Energy, empresa de Isabel dos Santose Sindika Dokolo que detém uma participação in-directa na Galp, confirmou ser alvo de inquéritopor parte das autoridades holandesas, relaciona-do com a Sonangol, mas garante nada dever àpetrolífera angolana.Em resposta à Lusa, após o jornal holandês "De

Volkskrant" noticiar que o Ministério Público daHolanda está a investigar a empresa do maridode Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, através daqual a filha do ex-Presidente angolano JoséEduardo dos Santos é accionista indirecta daGalp, fonte oficial da Exem Energy confirmou ainformação, sublinhando que o inquérito é “bem-vindo” e será uma oportunidade para “esclarecervárias falsidades e alegações infundadas”.

Segundo a Exem, o inquérito pretende averi-guar se existem relações familiares que possamter influenciado a celebração de contratos, par-cerias ou relações comerciais entre esta ou outras relacionadas com Sindika Dokolo e a So-nangol, na altura em que Manuel Vicente era pre-sidente do conselho de administração da petro-lífera angolana.

A Exem é accionista de 40% da Esperaza Hol-ding, na qual a Sonangol detém 60%. A ‘joint ven-ture’ detém 45% da Amorim Energia que, por suavez, é acionista de referência da Galp.

A Exem afirma que acordou o investimento e aparticipação na Galp com Américo Amorim em2005 tendo pagado as suas ações na Esperaza,no valor aproximado de 75 milhões de euros, emduas parcelas: 11,5 milhões de euros pagos naassinatura do contrato e 64 milhões de eurosmais juros pagos em outubro de 2017, em kwan-zas, ao câmbio do dia, “nada devendo à Sonan-gol pela entrada no capital da Esperaza e destana Galp”.

De acordo com a mesma fonte, o pagamentoem kwanzas foi feito na sequência de um acordocelebrado entre as duas acionistas da Esperaza(Exem e Sonangol), em antecipar o pagamentoda dívida para outubro de 2017, uma vez que a

dívida remanescente apenas vencia em De-zem-bro de 2017.

Isabel dos Santos, que foi presidente da pe-trolífera durante cerca de 18 meses até ser exon-erada pelo sucessor de José Eduardo dos San-tos, João Lourenço, terá tentado fazer o paga-mento da dívida da Exem em kwanzas o que foirejeitado pelo novo presidente da Sonangol.

Carlos Saturnino “fez a devolução dos valores,indicando não aceitar kwanzas, e informandopretender receber o valor em euros, uma afirma-ção contrária à prática de pagamentos recebidospela Sonangol na altura, de outras entidades”,alega a Exem.

As autoridades judiciais angolanas contrariamesta versão e sustentam que a Esperaza foifinanciada em 100% pela Sonangol, num total demais de 193 milhões de euros, tendo empresta-do à Exem Energy 75.075.880 euros, valoresnão devolvidos até à data.

“Houve uma tentativa de pagamento da dívidapor parte dos requeridos em kwanzas, facto quefoi rejeitado, em virtude de a dívida ter sido con-traída em euros e esta cláusula resultar dopróprio contrato”, segundo a Procuradoria-Geralda República angolana.A Exem defende, por seu lado, que tendo a So-

nangol concordado em receber o pagamento emkwanzas ao câmbio atualizado, “não se enten-deu a razão da devolução do dinheiro, o que ge-rou um litígio entre as partes, estando a decorreruma arbitragem na Holanda”.

A empresária, o marido e o gestor e ex-presi-dente do conselho de administração do Banco deFomento Angola, Mário Leite Silva, viram as suascontas bancárias e participações sociais em vá-rias empresas serem alvo de arresto em dezem-bro de 2018, por ordem do Tribunal Provincial deLuanda.A medida, segundo um comunicado da Procura-

doria-Geral da República divulgado na altura,surgiu na sequência de uma acção intentadapelo Serviço Nacional de Recuperação de Ativos.

A notícia do jornal holandês foi partilhada nosábado na página da plataforma social Twitter deRui Pinto, que esteve na origem das revelaçõesdo escândalo Luanda Leaks, através daPPLAAF, uma plataforma para denunciantes comsede em França.

O Luanda Leaks refere-se a uma investigação

de um consórcio internacional de jornalistas deinvestigação (ICIJ), que revelou, através doacesso a mais de 715 mil ficheiros, os supostosesquemas financeiros de Isabel dos Santos eSindika Dokolo, que permitiram retirar milhões dedólares ao erário público angolano através deparaísos fiscais.

Exem Energy confirma investigação das autoridadesholandesas e diz nada dever à Sonangol

ISABEL DOS SANTOS

Produção petrolífera angolana subiu para1,210 milhões de barris por dia em Agosto

Ministério das Finanças afirma progressos na renegociação da dívida

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14 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

MOÇAMBIQUE

Henriques Afonso Dhlakama, filho maisvelho do antigo líder da RENAMO, anun-ciou a sua candidatura às presidenciaisde 2024. Pretende evitar que o país entre"num precipício".

Henriques Dhlakama anunciou a sua participa-ção na corrida eleitoral, que se vai realizar den-tro de quatro anos, numa declaração na sua pá-gina da rede social Facebook.

A candidatura foi confirmada à Lusa por umafonte partidária, apesar do novo candidato nãofazer referências a partidos no seu anúncio. "Es-tamos à beira de um precipício e é altura de osmoçambicanos reagirem com a ferocidade quese lhes conhece ao longo da sua história", refere,na declaração.

Henriques Dhlakama considera que Moçambi-que está mais de 50 anos atrasado em relação aoutros países e funciona com instituições corrup-tas. Os moçambicanos devem rejeitar a estagna-ção, o imobilismo e o conformismo e provaremque são capazes de superar as dificuldades, diz."Cabe agora às actuais gerações, no seu amorpelo país, com fé e ombro a ombro, com os seusirmãos e irmãs, travar o maior combate na his-tória deste país: o combate pela justiça e igual-dade e por um futuro que pode ser esplendoro-so", avança, na declaração.

HEROÍSMO MOÇAMBICANO

O filho de Afonso Dhlakama assinala que nasua história Moçambique já conheceu tempos deextrema violência, dificuldades e miséria, massoube resistir. "Não há maior heroísmo que esse,de ver a fera da guerra e da barbaridade e dosdesastres naturais a abater-se sobre nós e, re-sistindo, voltar à luta e gritar: nunca seremosvencidos. Nunca iremos desistir!", refere.

Henriques Afonso Dhlakama assume-se comocandidato de todos os moçambicanos e consi-dera que o país está farto do actual rumo.

"Tenho a absoluta certeza de que os moçambi-canos querem mudar e estão fartos. Fartos desofrer e ver morrer as suas crianças, de não tero que comer, de não conseguir ter acesso a umaassistência digna na Saúde, de não conseguir terdinheiro para estudar e não ter emprego e deguerras e conflitos", diz.

Está na altura, prossegue, de os líderes pen-sarem no povo e de abdicarem, caso não tenhamcapacidade de dialogar e agir.

VIDA POLÍTICA

O anúncio da candidatura presidencial de Hen-riques Dhlakama acontece depois de recente-mente o filho do antigo líder do principal partidoda oposição ter divulgado a intenção de partici-par na vida política activa, "face aos pedidos in-sistentes por parte de actores políticos e sociais,nacionais e internacionais, bem como diversasfacções da RENAMO".

Na mensagem, Dhlakama avança que "a deci-são pessoal de participação na vida política acti-va surge na sequência das divisões políticas noseio da RENAMO". O filho mais velho de AfonsoDhlakama refere que é também movido pela "ex-trema apreensão" em relação à situação políticae de segurança no país.

Afonso Dhlakama dirigiu a Renamo durante 39anos e morreu em 2018. A RENAMO, actual-mente dirigida por Ossufo Momade, ainda não sepronunciou sobre o anúncio de Henriques AfonsoDhlakama.

É o que defende a organização Sala daPaz, que diz que o anúncio do filho do ex-presidente da RENAMO é mais um sinalde que o partido precisa "reunir a famí-lia" para evitar a sua fragmentação antesdas eleições de 2024.

Em Moçambique, a organização da sociedadecivil Sala da Paz considera que o maior partidoda oposição, a Resistência Nacional Moçambica-na (RENAMO), está perante mais um sinal quedeverá ter em conta para "reunir a família e evi-tar a sua fragmentação antes das próximaseleições, em 2024".

A posição segue-se ao anúncio da candidaturade Henriques Afonso Dhlakama às presidenciais.Apesar do actual líder do partido, Ossufo Moma-de, ter afirmado que o mesmo não terá apoio da-quela formação política.

CANDIDATO DE TODOS OS MOÇAMBICANOS

O filho primogénito de Afonso Dhlakama afirmaque é candidato de todos os moçambicanos, in-dependentemente da sua filiação partidária eque a sua candidatura visa evitar que o país caia"num precipício" - escreveu Henriques Dhlakamana sua página no Facebook.

O combate à pobreza, corrupção e ao desem-prego, assim como a melhoria dos sistemas deeducação e saúde num ambiente de paz sãoalgumas das suas promessas.

ANTIGOS GUERRILHEIROS

Henriques Dhlakama fez o anúncio numa alturaem que a RENAMO está a reactivar os seusgabinetes eleitorais e em que um grupo de anti-gos guerrilheiros da organização criou a chama-da Junta Militar, que contesta a liderança do par-tido por Ossufo Momade, que sucedeu a AfonsoDhlakama, após a sua morte.Para Dércio Alfazema, da organização da socie-

dade civil Sala da Paz, "há necessidade da REN-AMO, neste período que corre até as próximaseleições e o período que corre da actual lider-ança até ao próximo congresso, reencontrar-se etrazer essas pessoas para contribuírem dentroda estrutura e normas de funcionamento dopróprio partido".Alfazema observa que há um "sinal que se junta

aos outros sinais de alguma situação que precisade ser resolvida dentro da família RENAMO".Assim como Dércio Alfazema, o jornalista Fran-

cisco Carmona considera que o anúncio da in-tenção de Dhlakama em candidatar-se às presi-denciais enquadra-se nos direitos dos cidadãosà liberdade de expressão e de participação políti-ca nas suas variadas formas.

NOME DE DHLAKAMA

Segundo Carmona, Henriques Dhlakama pode-rá querer usar estrategicamente o nome de Afon-so Dhlakama, que foi o presidente da RENAMOdurante 39 anos, para fazer valer a sua candida-

tura."Pode ser uma espécie de balão de ensaio o

que ele está a fazer. Está a testar as águas. Lan-çou o seu nome e, neste momento, está sentadono seu cantinho a receber toda uma carga deopinião em relação àquilo que ele lançou", avalia.No entanto, o analista político Dércio Alfazema éda opinião de que Henriques Dhlakama não con-stitui "politicamente uma grande ameaça".

"Não conhecemos a sua intervenção política eainda não conhecemos a sua contribuição políti-ca dentro do próprio partido RENAMO", acres-centa.

"É uma pessoa que apareceu e fez o seu pro-nunciamento", continua Alfazema, dizendo queHenriques Dhlakama "tem impacto por tratar-sedo filho do antigo presidente da RENAMO". "Issosim pode contribuir para criar algum desconforto,mas nada que a actual liderança desse partidonão possa controlar", defende Alfazema.

Francisco Carmona diz esperar que "estrategi-camente, ao lançar o seu nome agora, faltandocerca de quatro anos para as próximas eleições,possa-se levantar um debate e passarmos a co-nhecer Henriques Dhlakama com alguma pro-priedade". "Isso porque, neste momento, para além desabermos que é o filho de Afonso Dlakhama eque vive em Portugal, ainda não conhecemosquais são os seus atributos e argumentos políti-cos. Não sabemos que mais-valia ele pode tra-zer para o teatro político em Moçambique", con-clui.

Filho de Afonso Dhlakama anuncia candidatura às presidenciais de 2024

HENRIQUES AFONSO DHLAKAMA

Candidatura de Henriques Dhlakama é "sinal que algo precisa ser resolvido na RENAMO"

Várias pessoas estão desaparecidasdepois de dois veículos de transportecolectivo terem sido emboscados porgrupos armados no Norte de Mo-çam-bique, declararam à agencia Lusa famil-iares que viajavam nas mesmas viaturas.

Os veículos transportavam pessoas e bens dePalma para Mueda numa via de terra batidaquando foram atacadas perto de Pundanhar,cerca de 40 quilómetros depois da vila de ondepartiram.

Um passageiro que viajava com duas criançasrumo a Montepuez não sabe do paradeiro dosmenores depois de ter irrompido um tiroteio e deter fugido do local para a povoação de Punda-nhar, segundo um relato ouvido pela Lusa.

Um outro homem que seguia na caixa de cargade um dos veículos viajava com a mulher e doisfilhos, que estavam na cabina do condutor, mastambém não sabe onde estão, depois do ataque.Segundo contam, o grupo armado que os atacouvestia uniformes semelhantes aos de militaresmoçambicanos e mandou parar as viaturas.A primeira não parou, mas as duas que seguiam

logo atrás foram alvo das armas de fogo e umafoi incendiada.

Em Palma, familiares dos viajantes pediram àsautoridades que as auxiliassem a ir até ao local,mas não o puderam fazer por questões de segu-rança, disseram à Lusa fontes na vila.

Presidente da Comissão Nacional dosDireitos Humanos de Moçambique instaas autoridades a investigarem abusossupostamente cometidos pelas FDS emCabo Delgado, após denúncia da Amnis-tia Internacional.

Luís Bitone fez o apelo quando respondia a per-guntas dos jornalistas, sobre acusações feitas nasemana anterior pela organização não-governa-mental Amnistia Internacional (AI) de que asForças de Defesa e Segurança (FDS) estão acometer graves atropelos aos direitos humanosna luta contra grupos armados que protagonizamataques na província de Cabo Delgado, norte deMoçambique.

Segundo Luís Bitone, as autoridades moçambi-canas "não devem fechar as portas" às investi-gações em relação à veracidade das conclusõescontidas no relatório da AI. A falta de uma inves-tigação "pode causar alguma dúvida não fecharas portas à investigação, ao aprofundamento dasituação", declarou.

O presidente da CNDH assinalou que a socie-da-de moçambicana e a comunidade interna-cional estão interessadas em conhecer a verda-de no conflito em Cabo Delgado.

POSICIONAMENTO DO ESTADO

Sobre o facto de o Ministério da Defesa Nacio-nal (MDN) ter rejeitado as acusações da AI, Luís

Bitone assinalou que não há "nada de extrava-gante" na reacção, porque "era obrigação doEstado distanciar-se" das alegações.

"Era obrigação do Estado aparecer, primeiro, adistanciar-se, dizer que não é política formal doEstado torturar pessoas, penso que isto toda agente esperava", sublinhou.

A posição do MDN, prosseguiu, foi oportuna,porque permitiu que o Estado reafirmasse apolítica formal de defesa dos direitos humanos:"A reacção, para mim, foi oportuna, na medidaem que veio, de forma formal, distanciar-se, dizerque, formalmente, não houve um comando paraque os abusos acontecessem e se aconteceramnão foi em cumprimento de um comando superi-or", frisou Luís Bitone.

DENÚNCIA DA AI

No dia 9 deste mês, a AI defendeu uma investi-gação independente às suspeitas de prática detortura e outras violações de direitos humanoscometidas pelas forças de segurança moçambi-canas em Cabo Delgado.

"O Governo de Moçambique deve lançar umainvestigação independente e imparcial sobre tor-tura e outras violações graves cometidas pelasforças de segurança em Cabo Delgado", apeloua organização de defesa dos direitos humanos,em comunicado, depois de ter analisado um con-junto de imagens captadas na região.

Em causa estão vídeos e fotos que, segundo aAI, "mostram tentativas de decapitação, tortura eoutros maus-tratos de detidos, o desmembra-mento de alegados combatentes da oposição,possíveis execuções extrajudiciais e o transportede um grande número de cadáveres até valascomuns".

Membros da Amnistia Internacional obtiveramcinco vídeos e três fotos de fontes localizadasem Moçambique e os materiais, em formato dig-ital, foram verificados por participantes do 'CrisisEvidence Lab' (grupo de análise urgente de pro-vas), uma secção da própria AI.

"Os soldados nos vídeos usam dois uniformesdiferentes", o das forças armadas moçambica-nas (a maioria), combinado com armas Kalashni-kov, enquanto outros usam a farda da Unidadede Intervenção Rápida (UIR) da polícia, des-creveu a AI.

A organização destacou ainda o facto de fala-rem português e changana, uma língua do sul deMoçambique e de fazerem referência a lutasrecentes em Mocímboa da Praia, sendo por isso"altamente provável que tenham sido filmadasem Cabo Delgado ou perto, na primeira metadede 2020".

Comissão dos Direitos Humanos pedeinvestigação sobre abusos em Cabo Delgado

Vários desaparecidosapós emboscadacontra transportesno Norte do país

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 15

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deMoçambique pediu ao Conselho de Estado paraautorizar que Armando Guebuza, membro desteórgão, seja ouvido num processo relacionadocom as chamadas “dívidas ocultas”, segundo no-ticiou o jornal "O País".Ainda não é conhecida a data em que o ex-pre-

sidente de Moçambique deverá ser ouvido e tam-bém não foi divulgada a decisão do Conselho deEstado.

Segundo o diário, o antigo chefe de Estadoaceitou prestar os esclarecimentos solicitados,mas afirmou que está a ser vítima de uma "tenta-tiva de assassinato político".De acordo com o jornal, as declarações de Gue-

buza foram feitas durante um encontro, em for-mato virtual, convocado pelo Presidente da Re-pública. Filipe Nyusi chamou todos os membrosdo Conselho de Estado para uma reunião naterça-feira 15 de Setembro, para apreciar o pedi-do da PGR.

Além de Armando Guebuza, fazem parte desteórgão nomes como Alberto Chipande, Graça Ma-chel, Alberto Vaquina, Daviz Simango, entre out-ros titulares de órgãos de soberania.

GUEBUZA NÃO CONFIA NO ÓRGÃO

"Iremos prestar os esclarecimentos solicitadossem, no entanto, deixar ficar a nossa desconfian-ça em relação à constante e desconforme actua-ção da Procuradoria-Geral da República", cita ojornal.Essa falta de confiança, justificou Guebuza, estárelacionada com a forma como a PGR tem dirigi-do, desde 2015, as investigações e detençõessobre o caso. A PGR intenta também em Londresum processo relativo às dívidas ocultas, no qual

solicita uma indemnização para compensartodas as perdas devido ao escândalo.

"No ano de 2020, tomamos conhecimentos -pela imprensa, mais uma vez - de que a Procu-radoria-Geral da República cita-nos num TribunalComercial de Londres, num processo relaciona-do às dívidas ocultas, estando nós no mesmopaís e cidade da digníssima Procuradora-Geralda República", escreve ainda "O País".

De acordo com o mesmo diário, pedido daProcuradoria de Moçambique para que ArmandoGuebuza preste esclarecimentos sobre o caso jáfoi feito há cerca de dois anos.

CHAMADO PARA DEPOR EM LONDRES

No final de Agosto foi noticiado que o TribunalSuperior de Justiça de Londres quer ouvir o ex-presidente Armando num processo intentadopela PGR de Moçambique relacionado com as"dívidas ocultas".

No caso foram também arrolados o seu filhoArmando Ndambi Guebuza, o ex-director dosServiços de Informação e Segurança do Estado(SISE) Gregório Leão, o antigo director de Inte-ligência Económica do SISE, António Carlos doRosário, o ex-ministro das Finanças ManuelChang e a ex-directora nacional do Tesouro deMoçambique Isaltina Lucas. O tribunal pretendeigualmente ouvir Teófilo Nhangumele e BrunoLanga, duas pessoas próximas de ArmandoNdambi Guebuza.

À excepção de Armando Guebuza e de IsaltinaLucas, todas as pessoas que o Tribunal Superiorde Justiça de Londres pretende ouvir estão deti-das, acusadas de envolvimento no escândalodas dívidas ocultas.

Na acção, Moçambique pretende anular a dívi-

da de 622 milhões de dólares (552,6 milhões deeuros) da ProIndicus ao Credit Suisse e requeruma indemnização que cubra todas as perdas doescândalo das "dívidas ocultas". Em causa estãodívidas do Estado moçambicano de cerca de 2mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros)contraídas entre 2013 a 2014 em forma de crédi-to junto das filiais britânicas dos bancos de inves-timentos Credit Suisse e VTB em nome dasempresas estatais moçambicanas ProIndicus,Ematum e MAM. De acordo com a acusação, os empréstimos fo-

ram assegurados pelo então ministro das Fi-nanças, Manuel Chang, mas o Governo de Mo-çambique afirmou que ele "não tinha autoridade"para assinar as garantias soberanas, que eraminconstitucionais e ilegais porque o Parlamentode Moçambique não aprovou os empréstimos. Ofinanciamento destinava-se à aquisição de bar-cos de pesca do atum e de equipamento eserviços de segurança marítima fornecidos pelasempresas da Privinvest.

MOÇAMBIQUE

CABO DELGADO

"O terrorismo que afecta alguns distritos doNorte de Cabo Delgado é uma ameaça aos ga-nhos da democracia", declarou Filipe Nyusi na ci-dade de Quelimane.

O presidente moçambicano também pediu àdissidência armada da guerrilha da ResistênciaNacional Moçambicana (RENAMO), principal

partido da oposição, a aderir ao processo de De-sarmamento, Desmobilização e Reintegração(DDR), assinalou que as acções do grupo noCentro do país são uma ameaça à paz.

Sobre a violência em Cabo Delgado, o presi-dente Nyusi avançou que a acção dos gruposarmados que actuam na província mina as liber-dades conquistadas com a assinatura dosAcordos de Lusaca. "Os terroristas cometem cri-mes hediondos, sem dar o rosto, assassinam cri-anças, mulheres e homens e destroem bens", fri-sou o presidente.

CONVIVÊNCIA PACÍFICA

Filipe Nyusi repudiou a reivindicação da defesado Islão que alguns dos grupos armados queprotagonizam ataques no Norte de Moçambiquetêm feito, afirmou que o país foi sempre conheci-do no Mundo pela liberdade e convivência pacífi-ca entre religiões. "Aqui em Moçambique nãoexiste um histórico que relata conflitos entre reli-giões e somos admirados no Mundo por isso",apontou.

“O país”, prosseguiu Filipe Nyusi “deve manter-se vigilante em relação à utilização da religiãopara a justificação da violência. Queremos capi-talizar esta ocasião para convidar todos os mo-çambicanos, independentemente da sua ideolo-gia, religião, inteligência e experiência, para ocombate a estes males", salientou o chefe de Es-tado moçambicano.A província nortenha de Cabo Delgado é alvo de

ataques por grupos armados desde Outubro de2017, que já causaram a morte a cerca de 1.059pessoas e a destruição de várias infraestruturas.De acordo com as Nações Unidas, a violência ar-mada levou à fuga de 300 mil pessoas de distri-tos afectados pela insegurança, mais a Norte daprovíncia.

ADESÃO AO DDR

Sobre o DDR (Desarmamento, Desmobilizaçãoe Reintegração), Nyusi defendeu que os mem-bros da autointitulada Junta Militar da RENAMOdevem aderir ao processo em curso e cessar osataques que protagonizam na região Centro do

país. "É melhor saírem para se entregarem, nãogostamos de andar em guerra e a caçarmo-noscomo se fossemos animais", afirmou o presi-dente.

“A Junta Militar da RENAMO deve reconsiderara sua actuação e cessar os ataques contra alvoscivis e das Forças de Defesa e Segurança, por-

que são uma ameaça ao Acordo de Paz e Re-conciliação Nacional”, acrescentou.

Nyusi apelou à Direcção e aos membros daRENAMO para persuadirem o líder da junta, ogeneral Mariano Nhongo a renunciar à violênciae a respeitar o Acordo de Paz e ReconciliaçãoNacional. "Nem todos estão satisfeitos com os

procedimentos que estão a ser seguidos no âm-bito do acordo, mas não enveredam pelas ar-mas", referiu.

Depois de um arranque simbólico no ano pas-sado, o DDR esteve paralisado durante váriosmeses e foi retomado a 4 de Junho. Vai envolver5.000 membros do braço armado do maior par-tido da oposição.

Apesar de progressos registados no processo,que teve como principal marco a assinatura doAcordo de Paz e Reconciliação Nacional emAgosto do ano passado, a Junta Militar contestaa liderança do partido e o acordo de paz, sendoacusada de protagonizar ataques visados aforças de segurança e civis em aldeias e nalgunstroços de estradas da região Centro do país.

A insegurança alimentar em Cabo Delgado, pro-víncia no norte de Moçambique palco de ataquesarmados, foi destacada como uma das si-tua-ções mais "preocupantes" na África Austral peladirectora regional do Programa Alimentar Mun-dial (PAM), Lola Castro.A escassez de comida chegou a níveis "particu-

larmente preocupantes" e a província transfor-mou-se numa "forte prioridade", referiu duranteuma conferência de imprensa com correspon-dentes estrangeiros na África do Sul, citada poragências de informação internacionais.

"A ajuda nem sempre consegue chegar a al-guns distritos do nordeste" e o PAM tenta encon-trar alternativas para "alcançar os inacessíveis" efornecer-lhes "ajuda alimentar, abrigo e pro-tecção", referiu.

Cabo Delgado enfrenta desde há três anos ata-ques de grupos armados que já fizeram mais demil mortos e 3000.000 deslocados, dos quais oPAM apoiou 195.000 em Julho, segundo dadosdaquela agência das Nações Unidas.

No mesmo mês, o PAM apoiou outras 165.000pessoas no resto do país, devido aos efeitos das

condições atmosféricas.A África Austral assiste, "ano após ano, a secas,

cheias ou ciclones", como aconteceu no ano pas-sado, quando os ciclones Idai e Kenneth atingi-ram Moçambique e outros países da região.

"A covid-19 foi um choque adicional para o qualobviamente não estávamos preparados", acres-centou.

Além de Moçambique, no mapa da África Aus-tral aquela responsável destacou a grave situ-ação do Zimbabué, país com 16 milhões de habi-tantes e com as piores estatísticas de falta de ali-mentos, com cerca de 4,3 milhões de pessoas aprecisar de ajuda urgente.

O contexto comum aos países vizinhos é agra-vado por uma prolongada crise socioeconómica.Lola Castro referiu que em toda a África Austral,

entre os próximos meses e 2021, a insegurançaalimentar pode atingir níveis "que já não se veri-ficavam há vários anos", atingindo 44,8 milhõesde pessoas (em comparação com 41,2 no anopassado) sobretudo devido à seca e às dificul-dades económicas ligadas à pandemia causadado novo coronavírus.

Filipe Nyusi diz que grupos armadossão ameaça à independência O presidente de Moçambique considerou os grupos armados que protagonizam ataques noNorte do país uma ameaça à independência nacional, defendendo a unidade do país contra aviolência na região.

Cabo Delgado entre as maiores preocupações na África Austral

PGR chama Armando Guebuza para falar sobre dívidas ocultasA Procuradoria-Geral da República moçambicana pediu ao Conselho de Estado paraautorizar Armando Guebuza a ser ouvido sobre caso das dívidas ocultas. Ex-presi-dente já afirmou que aceita prestar esclarecimentos, apesar de não confiar no ór-gão.

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16 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

MOÇAMBIQUE

CABO DELGADO

A Frente de Libertação de Moçambique(FRELIMO), partido no poder, reagiu na quinta-feira ao pedido de investigação da ComissãoEuropeia sobre alegados abusos das forças desegurança, dizendo que a prioridade é estabele-cer a paz e defender a soberania.

"Respeitamos e valorizamos todo o apoio daUnião Europeia e de outras organizações paramelhorar a vida dos moçambicanos", referiu Cai-fadine Manasse, porta-voz do partido, masacrescentando que em Cabo Delgado, no nortedo país, "há zonas de guerra" com as quais sepoderá deparar "qualquer tipo de investigação".

"Temos de trabalhar primeiro para que haja paze estabilidade na província. Nós, moçambicanos,temos de estar unidos para que haja paz e paraisso temos de acarinhar as Forças de Defesa eSegurança [FDS]", realçou.O porta-voz da FRELIMO, no entanto, salientou:

"Continuaremos a respeitar o pensamento detodas as organizações internacionais e nacio-nais, mas sempre valorizando o nosso pensa-mento, porque só nós os moçambicanos deve-mos lutar e fazer tudo ao nosso alcance paramanter a nossa soberania".

"É verdade que podemos precisar de apoios,morais, todo o tipo de apoio que apareça, masnós os moçambicanos temos de traçar as nossaslinhas", frisou.

A Comissão Europeia considerou “extrema-mente chocante” o recente relatório da organiza-ção Amnistia Internacional (AI) sobre violações

de direitos humanos no norte de Moçambique ereclamou uma investigação “transparente e efeti-va”.

Caifadine Manasse falava numa conferência deimprensa em que a FRELIMO declarou "apoio in-condicional" às FDS, após vários apelos a umainvestigação a alegadas violações de direitoshumanos divulgadas nas redes sociais."Temos assistido à proliferação de vários vídeos

que atentam contra a estabilidade do país, con-tra o trabalho que devemos fazer de vigilância",referiu Manasse, considerando que as imagens"não devem continuar a ser usados como armade manipulação da opinião pública".

"O momento é de apoiar as FDS" e "repudiartodo o tipo de ato de atrocidade", sublinhou oporta-voz da Frelimo, que dedicou o mês desetembro, com datas alusivas à independência,aos membros das forças moçambicanas.

A AI e a Human Rights Watch (HRW) estão en-tre as organizações que têm apelado à investi-gação dos atos captados em vídeo que mostramalegados membros das forças moçambicanas atorturar e até executar outras pessoas no palcode guerra de Cabo Delgado.

O Governo moçambicano já repudiou as ima-gens e declarou-se aberto a investigar as cir-cunstâncias, classificando os vídeos como prop-aganda das forças "terroristas" que atingem aprovíncia nortenha e usam fardamento das FDSpara os gravar.

A União Europeia quer definir até final do anouma estratégia de apoio reforçado a Cabo Del-gado, província do norte de Moçambique comuma crise humana devido a um conflito armadoentre forças de segurança e rebeldes.

"Existe já trabalho para termos uma estratégiaque há de estar finalizada antes do fim do ano",referiu o embaixador da UE em Moçambique, An-tónio Sánchez-Benedito Gaspar, após uma reu-nião em Maputo dedicada ao papel da Agênciade Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN)de Moçambique.

O ministro da Agricultura e DesenvolvimentoRural, Celso Correia, que tutela o organismo, edirigentes da ADIN apresentaram os planos aosrepresentantes da UE e Estados-membros emMoçambique, numa reunião à porta fechada.

Há urgência em estabelecer "linhas de trabalhoprincipais", realçou Sánchez-Benedito Gaspar,acrescentando que há já um "mapeamento" comEstados-membros da UE e parceiros sobre a co-operação que cada qual pode promover na re-gião.

"Queremos trabalhar, por exemplo, em infraes-truturas, ainda mais, e fazê-lo também com outros parceiros", como o Banco Africano de De-senvolvimento (BAD) e o Banco Mundial, referiu.

"Temos de criar polos e corredores de desen-volvimento de longo prazo em Cabo Delgado eem toda a região. Niassa e Nampula têm de fazerparte da estratégia", acrescentou, numa referên-cia às outras duas províncias do norte do país.

Além de "questões imediatas", garantir segu-rança e ajuda humanitária, o representante daEU referiu que a reunião foi “muito importante”para se ter “também uma visão de futuro, dedesenvolvimento integrado a longo prazo”, quepassa por “oferecer oportunidades de trabalho,emprego, crescimento económico numa regiãode enorme potencial".

Sánchez-Benedito Gaspar garantiu que CaboDelgado vai ocupar "lugar central no novo ciclode programação de ajuda ao desenvolvimento"que está a ser desenhado."Devido à magnitude e importância dos desafios

e potencial, [Cabo Delgado] tem de estar no topo

da nossa lista de prioridades para o país", disse.Sem se comprometer com números para o futu-

ro, o diplomata referiu que 50 milhões de euros jáestão a ser investidos pela UE e Estados-mem-bros em Cabo Delgado, metade em apoio huma-nitário (resposta ao apelo de emergência daONU e suporte já no terreno), outra metade emacções de desenvolvimento (como formaçãoprofissional ou reconciliação).Celso Correia classificou o encontro como "mais

um avanço" na troca de informação, após o lan-çamento da ADIN, a 31 de Agosto, numa cerimó-nia liderada pelo Presidente da República, FilipeNyusi, em Pemba, a capital provincial de CaboDelgado.

"Há a dimensão de segurança e há a estratégiade desenvolvimento, que cabe a todas as institui-ções do Estado, mas com a ADIN a ganhar pro-tagonismo agora, no que diz respeito à promo-ção do desenvolvimento integrado da região nor-te", referiu.

Questionado sobre prazos para materializaçãode projetos, Celso Correia disse que os trabalhos"são para ontem”, mas é necessário “seguir pro-cedimentos” e “trabalhar no sentido de aceleraresse processo o mais rápido possível".

"Está em causa adaptar a nossa estratégia dedesenvolvimento às adversidades. A palavra deordem é adaptar para não parar o desenvolvi-mento do país" com "a segurança das popu-lações como prioridade", afirmou o ministromoçambicano.

A província de Cabo Delgado é há três anosalvo de ataques por grupos armados, algunsreivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâ-mico, mas cuja origem permanece em debate,provocando uma crise humana com mais de milmortes e 300.000 deslocados internos.

Estima-se que 374.000 pessoas tenham sidoainda afectadas em 2019 e no início de 2020 porintempéries e inundações, com destaque para ociclone Kenneth, em Abril do último ano, que pro-vocou 45 mortos e arrasou diversas povoações,deitando por terra inúmeras infraestruturas públi-cas, como escolas e unidades de saúde.

A Comissão Europeia considerou “extrema-mente chocante” o recente relatório da AmnistiaInternacional sobre violações de direitos huma-nos no norte de Moçambique e reclamou umainvestigação “transparente e efectiva”, incluindoàs alegações que envolvem membros das forçasde segurança.Durante um debate sobre a situação no norte de

Moçambique, realizado na sessão plenária doParlamento Europeu que decorre em Bruxelas, acomissária europeia responsável pelas ParceriasInternacionais, Jutta Urpilainen, que representouo executivo comunitário, iniciou a sua interven-ção admitindo que, “hoje, o norte de Moçambi-que enfrenta uma nova ameaça, um surto de vio-lência armada, com uma dimensão regional pe-rigosa”.

“Gostaria de começar por reiterar a nossa soli-dariedade com o povo de Moçambique. Temosuma relação política e de desenvolvimento fortecom Moçambique e estamos prontos a discutiropções para assistência. Congratulo-me tambémpor vos informar que o Governo e a UE abriramum diálogo político focado em desenvolvimentos

humanitários e questões de segurança em CaboDelgado”, disse.

A comissária europeia lembrou então que, “nasconclusões de abril do Conselho, a UE enfatizouque, independentemente da urgência, qualquerresposta à violência no norte deve garantir orespeito total pelos direitos humanos”, para sereportar então ao relatório da AI, que a 9 de Se-tembro denunciou suspeitas de tortura e outrasviolações de direitos humanos cometidos pelasforças de segurança moçambicanas em CaboDelgado, no norte do país.

“O recente relatório da Amnistia Internacional éextremamente chocante. Todas as alegações, in-cluindo as que envolvem membros das ForçasArmadas de Defesa e da polícia, devem ser in-vestigados de forma transparente e efectiva, comtotal respeito pelos direitos legais tanto das víti-mas como dos acusados”, sustentou.

A comissária europeia acrescentou que “a UEadvoga uma abordagem integrada e coordenadaque promova a democracia, os direitos humanose o Estado de direito” no país, “sem esquecer aliberdade de imprensa e a sociedade civil”.De acordo com o relatório da AI, há provas doc-

umentais – vídeos e fotos – que "mostram tentati-vas de decapitação, tortura e outros maus-tratosde detidos, o desmembramento de alegadoscombatentes da oposição, possíveis execuçõesextrajudiciais e o transporte de um grande núme-ro de cadáveres até valas comuns".

Já a Amnistia Internacional pediu às autorida-des de Moçambique uma “investigação indepen-dente e imparcial” à execução extrajudicial de

uma mulher nua e indefesa em Mocímboa daPraia, após a divulgação de um “vídeo horrendo”nas redes sociais.

O ministro da Defesa moçambicano negou naquarta-feira que os alegados militares que apare-cem a executar a tiro uma mulher sejam das For-ças Armadas de Moçambique e refutou acusa-ções de abusos no combate aos grupos armadosno norte do país.

UE pede investigação a alegações “extremamente chocantes” da AI

União Europeia prepara estratégiade apoio reforçado até final do ano

O Século de Joanesburgoinformação e actualidade

FRELIMO responde à UE com prioridade à paz e soberania

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 17

LUSOFONIA

O Ministério da Educação da Guiné-Bissauadiou para 5 de Outubro o ínicio do ano lectivodevido às chuvas torrenciais e por não estaremainda reunidas as condições para prevenção daCovid-19 nos estabelecimentos de ensino.

"Todas as instituições do ensino básico e se-cundário (públicas, privadas e comunitárias) emtodo o território nacional devem obrigatoriamentecumprir a data", refere um despacho do Minis-tério.

PREVENIR COVID-19 É IMPERATIVO

Segundo o documento, as instituições do ensi-

no básico e secundário devem também cumprircom todas as indicações constantes no Plano deContingência do Sector Educativo, recomenda-ções do Alto Comissariado para a covid-19 e dasautoridades sanitárias "sob pena de serem san-cionadas nos termos da lei".

A decisão do Ministério da Educação foi divul-gada após uma reunião que juntou as associ-ações de pais e encarregados de educação, fed-eração das escolas privadas, organizações sindi-cais do sector e associações de estudantes e dajuventude.

Segundo os últimos dados divulgados pelo AltoComissariado para a Covid-19, a Guiné-Bissauregista 2.275 casos acumulados de Covid-19,incluindo 39 mortos. O país está em situação decalamidade e de emergência na saúde até De-zembro.

CHUVAS TORRENCIAIS

A Guiné-Bissau foi atingida pelo mau tempo

causado pela depressão tropical Dezoito, que setransformou na tempestade tropical Rene, commais vento e mais chuvas.A chuva forte provocou inundações em campos

de cultivo, danos em ruas e estradas e atingiuviolentamente casas um pouco por todo o país,segundo declarações da ministra da Solidarie-dade, Conceição Évora, à agência Lusa.

Mas este episódio não vai ser caso isolado.Cherno Mendes, dos serviços da meteorologia e

responsável pela divisão da previsão declarou àLusa que "o pior ainda pode estar para vir",salientando que as autoridades esperam um"ano húmido" em que deve chover na Guiné-Bis-sau como há 30 anos.

Normalmente, na Guiné-Bissau a chuvacomeça a perder a intensidade a partir do mês deAgosto, mas este ano, a meteorologia avisou queSetembro e Outubro poderão ter muita precipi-tação.

Governo da Guiné-Bissau adia iníciodo ano lectivo para 5 de OutubroAs chuvas torrenciais e falta de condi-

ções de prevenção da covid-19 nas esco-las levam Ministério da Educação da Gui-né-Bissau a adiar o regresso às aulas.Setembro e Outubro vão ter chuva maisintensa que nos últimos anos.

O Governo de São Tomé e Príncipe prorrogouaté 30 deste mês, o estado de calamidade públi-ca que vigora no país, devido ao "alto risco daprorrogação da pandemia de covid-19 que aindaprevalece".

"Constatando que a situação da pandemia nopaís não se encontra ainda totalmente controla-da, pese embora a declaração da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) que atesta que SãoTomé e Príncipe já ultrapassou a fase aguda (…)é prorrogada a situação de calamidade públicaem todo o território nacional até o dia 30 de Se-tembro de 2020", anunciou o Governo em comu-nicado.

O secretário do Alto Comissariado para a Covid-19 na Guiné-Bissau, Plácido Cardoso, disse queos novos casos da doença no país parecemestar a "estabilizar", mas ainda é muito cedo para"baixar a guarda".

"Efectivamente pelos números que temos vindoa partilhar e temos analisado parece que está aestabilizar, porque a variação de novos casosnão é discrepante de uma semana para a outra",afirmou o médico guineense, quando questiona-do sobre a evolução da doença no país.

Nas últimas semanas, a Guiné-Bissau registounas últimas nove semanas uma variação entre51 e 28 novos casos semanais.

"Mas isso não quer dizer que estejamos no fimda pandemia. São situações que continuam amerecer a nossa atenção e preocupação, porquetambém estamos a ter acções e a refletir sobreessa evolução para melhor a compreendermos",

alertou o médico guineense.Para Plácido Cardoso, é preciso continuar a

exortar as pessoas para o cumprimento das nor-mas, nomeadamente o uso obrigatório de más-cara, distanciamento e lavagem frequente dasmãos.

"Ainda é muito cedo para pensarmos que deve-mos baixar a guarda", salientou.

Questionado pela Lusa sobre o aumento dostestes junto da população, o médico guineensedisse que é uma das prioridades do Alto Comis-sariado."Só testando mais e mais podemos ter a ideia e

os elementos epidemiológicos sobre o estadodas populações. Testamos menos 20.000 e onosso objectivo é aumentarmos", afirmou.O secretário do Alto Comissariado para a covid-

19 disse também que actualmente quatro re-giões, além de Bissau, já estão a realizar testes.

"Mas o nosso objectivo é criar condições parahaver mais postos de testagem não só em Bis-sau, como nas restantes regiões sanitárias dopaís", disse.

A Guiné-Bissau já realiza testes gratuitos paraviajantes, mas vai também começar a testar deforma maciça grávidas, pessoas com mais de 60anos de idade e portadores de doenças crónicas,disse.

Covi-19: Números parecem estabilizar em Bissau mas é cedo para “baixar a guarda”

Timor-Leste precisa de uma governação cadavez mais “responsável, transparente e coordena-da” para proteger a soberania e evitar que oacentuar de desigualdades no plano interno pos-sam provocar o “colapso do Estado”, disse o Pre-sidente timorense.“Hoje, a ameaça à soberania não passa exclusi-

vamente pelo uso da força. O acentuar das desi-gualdades no plano interno pode provocar o co-lapso do Estado”, afirmou Francisco Guterres Lu-Olo, no Parlamento Nacional.

Segundo o Presidente, “perante a complexida-de das novas ameaças, a acção dos Órgãos doEstado deve adaptar-se proativamente no senti-do de proteger a soberania” porque “o exercíciodo poder obriga cada vez mais a uma governa-ção responsável, transparente e coordenada”.

Francisco Guterres Lu-Olo falava no Parlamen-to Nacional na abertura da terceira sessão legis-lativa da quinta legislatura, numa altura de relati-va estabilidade depois de um longo período mar-cado por tensão política no país.

“Os egos, não só de personalidades políticas,mas também de técnicos e intelectuais que têmacesso aos meios de comunicação social, aindaque desprovidos de pesquisas e análises apro-fundadas, afirmam-se como verdadeiras opi-niões técnicas e académicas, criando certa con-fusão entre o político e o técnico e gerando até

apelos a um patriotismo desvirtuado com uso daviolência”, afirmou.Deixando “um alerta”, num momento de “reequi-

líbrio de forças político-partidárias com assentoparlamentar”, Lu-Olo pediu uma “atitude positiva”face aos órgãos de soberania, contestando a“tendência visível em alguns quadrantes de de-negrirem e darem como errado tudo o que vem”do Estado, “muitas vezes sem argumentos real-mente válidos”.

“Sabemos que existem insuficiências e imper-feições, mas é lutando e trabalhando para as ul-trapassar e fazer melhor que contribuímos para onosso país”, defendeu.

O Presidente referiu-se à crescente complexi-dade da sociedade timorense, que obriga a pro-cessos de legitimação, assentes num poder “per-ceptível, legítimo e credível”, mas em que se re-force o conceito de “cidadania participativa e res-ponsável”.

“É, por isso, fundamental fomentar a expressãoplural de opiniões, sempre assente no respeitopelo outro e na humildade como condições bási-cas para a consolidação da democracia”, afir-mou.“Também é necessário que o Parlamento Nacio-

nal e o Governo funcionem com maior efectivi-dade e capacidade de implementação, para quemelhor corresponda à expectativa da nossa po-

pulação e, eficazmente, contribua para o bem-estar geral”, disse.

Por isso, recomendou, as forças políticas de-vem procurar entendimentos que consolidem amaioria, mas sempre com uma “postura críticaconstrutiva da ação do Governo”, usando os par-tidos como “espaços de formação de quadros emilitantes”, promovendo a responsabilidade po-lítica e cívica e a elevação da cidadania.“Apelo a que promovamos de modo firme e con-

sequente uma cultura de crítica construtiva queseja direcionada para a consolidação da paz,unidade nacional e de integridade”, em “prol dotrabalho e do empreendedorismo” de proteçãodo ambiente, dando prioridade à população, a“riqueza principal” do país, disse.

Lu-Olo referiu-se ainda à recente promulgaçãoda lei anticorrupção, que demonstra a “vontadepolítica firme e consciente para garantir a integri-dade, transparência, eficiência e eficácia das ins-tituições do Estado, no seu serviço pelo interessepúblico”.

O parlamento e o Governo, disse, devem agoratrabalhar com a Comissão Anticorrupção, a Pro-curadoria-Geral da República, a Polícia Científicade Investigação Criminal e os tribunais “com umavontade política firme e consistente e com cri-térios de rigor e responsabilidade, no sentido degarantir o sucesso deste combate”.

“País precisa de governação mais transparente e responsável” - diz Presidente timorense

Governo de São Tomé prorroga estado de calamidade até30 de Setembro

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18 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

LUSOFONIA

CABO VERDE

O chefe do Governo cabo-verdiano fez o anún-cio numa mensagem publicada ao final da tardede domingo 13 de Setembro, após visitar durantea manhã vários bairros da cidade da Praia maisatingidos pelas fortes chuvas.

Ulisses Correia e Silva garantiu que o Governoestá empenhado para, em conjunto com a Câ-mara Municipal da Praia, dar a "devida respostaà situação difícil" que encontrou em bairros comoAchada Mato, Jamaica, São Paulo ou Fonton.

"Depois de reunir o Gabinete de Crise, tambémhoje, temos as informações necessárias para pôrde pé um programa de emergência, que, emprimeiro lugar, visa desobstruir as vias, fazer aslimpezas e reconstruir as infraestruturas queforam atingidas, particularmente os muros e outras. A prioridade absoluta é proteger as pes-soas e os seus bens", afirmou.

Sem avançar custos prováveis, o chefe do Go-verno expôs que o programa vai ainda no senti-do de realizar intervenção para colocar a cidadecapital do país "na retoma da sua normalidade".

"E só depois, intervenções mais estruturantesque vão exigir mais tempo de preparação para

compor um bom programa com a mobilização derecursos, quer através do Orçamento do Estadoquer através dos nossos parceiros", completou.

TORNAR A CIDADE DA PRAIA"MAIS RESILIENTE"

O primeiro-ministro anunciou "programas muitomais estruturantes" que visam tornar a cidademais resiliente para fazer face a situações dechuvas e de inundações como a que está a viverneste momento.

Segundo o presidente do Serviço Nacional deProteção Civil e Bombeiros, Renaldo Rodrigues,numa das enxurradas morreu um bebé de seismeses, que se encontrava em casa com a mãe eum irmão.Desde a madrugada de sábado 12 de Setembro

que chove praticamente em todas as ilhas deCabo Verde, com mais intensidade na cidade daPraia, provocando a morte da criança, váriasinundações, desmoronamentos e destruição deviaturas e edifícios.

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva,anunciou que iria reunir com o Gabinete de Crisedo Governo, para "acompanhar mais de pertotoda a situação e tomar as medidas necessáriase urgentes".

ONDA TROPICAL

O arquipélago de Cabo Verde está sob a influên-cia de uma onda tropical que poderá transformar-se em depressão tropical, segundo o InstitutoNacional de Meteorologia e Geofísica (INMG).

As previsões apontam que a onda tropical atin-ja o país estando associada a uma larga área deconvecção produzindo aguaceiros e trovoada.

O instituto cabo-verdiano adiantou que o siste-ma está localizado junto à costa da Guiné-Bis-sau, desloca-se com uma velocidade de 30 km/he tem cerca de 70% de probabilidade de setransformar em uma depressão tropical.

"Durante a sua passagem condicionará o esta-do do tempo nas ilhas", referiu o INMG, que pre-vê ainda chuvas de intensidade variável e possi-bilidade de trovoadas, intensificação do vento eagravamento significativo do estado do mar.

Depois de três anos consecutivos de seca, comchuvas irregulares e insuficientes, desde meadosde Julho que a chuva voltou a cair com algumafrequência em algumas ilhas de Cabo Verde.

PRAIA PRECISA DE 2,5 MILHÕES DE EUROSPARA FAZER FACE AOS DANOS

Este é valor dos estragos causados pelas chu-vas do fim-de-semana na capital cabo-verdiana.Governo promete ajuda para a Cidade da Praia

voltar à normalidade. Centenas de pessoas pre-cisarão de apoio, segundo a Protecção Civil.

O anúncio para auxílio aos estragos causadospelas fortes chuvas, feito pelo Executivo cabo-verdiano depois de uma reunião, através de vi-deoconferência, com os autarcas de Santo An-tão, do Fogo, da Brava e de Santiago.

Depois de três anos consecutivos de seca se-vera, a capital cabo-verdiana acordou no últimosábado 12 de Setembro, atordoada por inunda-ções, enxurradas e desabamentos.

MOMENTOS DE DESESPERO

Cidadãos cabo-verdianos relataram os momen-tos de desespero. "As cheias invadiram tudo edestruíram a parede. A casa cedeu", afirmou umamoradora. Outros afirmaram terem perdido tudo

enquanto a água tomava conta do local: "esta-mos sem roupa e sem comida", lamentou umacidadã.

Dezenas de pessoas estão a ser atendidas emvários espaços disponibilizados pela CâmaraMunicipal da Praia. Entretanto, o presidente doServiço Nacional de Protecção Civil e Bombei-ros, Reinaldo Rodrigues, afirmou na segunda-feira 14 de Setembro, à Rádio de Cabo Verdeque centenas de pessoas precisarão de apoiopara reabilitarem suas casas e reorganizaremsuas vidas.

"Há centenas de habitações cujos tectos estão,neste momento, em risco de desabar. Outraspessoas ainda têm as suas habitações inunda-das", avaliou Rodrigues.

ESTRAGOS

Os estragos causados pelas chuvas do últimofim-de-semana estão avaliados em cerca de 2,5milhões de euros, segundo o ministro da Presi-dência do Conselho de Ministros, Fernando Elí-sio Freire.

"O Governo, em articulação com a Câmara Mu-nicipal da Praia, irá actuar imediatamente naslimpezas, na desobstrução de vias e reposiçãode muros de protecção", acrescentou Freire.

O Presidente da Câmara Municipal da Praia,Óscar Santos, reivindica mais investimentos paraa capital.

"Todos perceberam que a Cidade da Praia pre-cisa de obras de drenagem de vulto e a CâmaraMunicipal sozinha não consegue chegar lá. Épre-ciso o apoio do Governo, porque nós esta-mos a falar de montantes avultados. A primeiraestimativa que tive de um gabinete de consulto-ria apontava para vários projectos de drenagem,incluindo diques à volta de 50 milhões de dóla-res", concluiu.

Governo anuncia programa de emergênciaapós fortes chuvas

O primeiro-ministro cabo-verdiano revelou que está a ser elaborado um programade emergência para fazer face à destruição provocada pelas fortes chuvas que caíramnos últimos dias no arquipélago, sobretudo na Praia.

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 19

INTERNACIONAL

Os Emirados Árabes Unidos (E.A.U.) e o reinodo Bahrein assinaram na terça-feira 15 de Se-tembro um acordo de paz para normalizar rela-ções com Israel num alinhamento estratégico depaíses do Médio Oriente face ao Irão.

Os acordos de paz, baptizados por Acordos deAbraão, são de normalização de relações e fo-mento de relações económicas e foram assina-dos em Inglês, Hebraico e Árabe. O momentohistórico foi assinalado com as bandeiras dosquatro países envolvidos a serem projectadas nanoite de 15 de Setembro nas paredes da antigacidade de Jerusalém, Israel.

No Dubai, o hino de Israel foi tocado pela pri-meira vez pelo sistema de som do arranha-céusmais alto do Mundo, o Burj al-Khalifa. Tanto nosE.A.U e no reino do Bahrein a bandeira de Israelfoi hasteada pela primeira vez na História.

O presidente dos Estados Unidos da América(E.U.A), Donald Trump foi o anfitrião da cerimó-nia que decorreu na Casa Branca em Washing-ton D.C, capital norte-americana. Os acordosacontecem apesar do conflito israelo-palestini-ano ainda estar por resolver e do Qatar, palestini-anos e a Faixa de Gaza bem como o Irão já con-denaram os acordos de paz entre as três nações.

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanya-hu assinou os acordos com os ministros dos N-egócios Estrangeiros dos E.A.U Sheikh Abdullahbin Zayed Al Nahyan e do Bahrein, Abdullatif AlZayani. Estes dois países são a terceira e quartanação árabe, respectivamente, a tomarem pas-sos para normalizar relações com Israel apóstratados assinados com o Egipto em 1979 e oJordânia em 1994.

E.U.A. moderam Acordo de Paz históricoentre Emirados, Bahrein e Israel

“O povo do Médio Oriente não permitirá maisque o ódio a Israel seja fomentado como descul-pa para o radicalismo e o extremismo”, afirmou opresidente Trump na cerimónia que teve lugarnos jardins da Casa Branca. “E não deixarão queo grande destino da região seja negado”, atestouTrump. “Esta paz irá, a seu tempo, expandir paraincluir outros Estados árabes. E, pode acabarcom o conflito israelo-árabe de uma vez portodas”, declarou Netanyahu.

Um dos alvos dos apelos feitos pela Casa Bran-ca é a Arábia Saudita, o país mais poderoso noMédio Oriente. Até à data os sauditas, cujo rei équem zela pelas cidades mais sagradas do Islãoe governa o país que mais exporta petróleo em

todo o Mundo, já fizeram saber que ainda nãoestão dispostos para normalizar relações com oEstado de Israel. Outro alvo é o Oman, cujo sul-tão falou com o presidente Trump na semana an-terior a estes acordos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula vonder Leyen, anunciou na quarta-feira perante oParlamento Europeu, em Bruxelas, que vai pro-por em breve um quadro legal com vista a garan-tir um salário mínimo para todos os cidadãos naEuropa.

“A Comissão vai apresentar uma proposta legalpara apoiar os Estados-membros a estabelecerum quadro para salários mínimos. Todos devemter acesso a salários mínimos, quer através deacordos coletivos, quer através de rendimentosmínimos estabelecidos”, defendeu a antiga mi-nistra do Trabalho alemã, no seu primeiro discur-so sobre o Estado da União enquanto presidentedo executivo comunitário.Na parte do discurso centrada na área económi-

ca, Von der Leyen defendeu também que, en-quanto a pandemia da covid-19 não abrandar e aincerteza se mantiver, na Europa e à escala glo-bal, devem ser mantidos os estímulos à econo-mia.

A presidente da Comissão sublinhou durante asua intervenção o impacto decisivo que tiveramas redes de segurança estabelecidas para prote-ger empresas e trabalhadores da crise semprecedentes provocada pela pandemia, que,reforçou, ainda não foi vencida.

“Definitivamente, este não é o momento de reti-rar apoios”, disse, ainda que admitindo ser ne-

A presidente da Comissão Europeia, UrsulaUrsula von der Leyen, anunciou na quarta-feira,no seu primeiro discurso sobre o Estado daUnião, uma nova meta comunitária para reduçãode emissões poluentes, que passa a ser de 55%até 2030.

“A Comissão propõe aumentar os objectivospara redução de emissões de dióxido de carbono[CO2] em pelo menos 55% até 2030”, declarouUrsula von der Leyen, discursando no Parla-mento Europeu, em Bruxelas.

“Reconheço que este aumento de 40% para55% é muito para uns e que para outros ficaaquém, mas a avaliação de impacto que realizá-mos demonstra que a economia e a indústriaconseguem fazê-lo e querem fazê-lo”, acrescen-

tou a responsável.Classificando este como um “objectivo ambicio-

so, alcançável e também benéfico para a Euro-pa”, Ursula von der Leyen afincou que a UniãoEuropeia (UE) “já demonstrou” que conseguechegar a tais reduções.

“As emissões de CO2 caíram 25% desde 1990e a economia cresceu mais de 60%”, destacou alíder do executivo comunitário, frisando que“agora a diferença é que existe [mais] tecnolo-gia”.“Se outros seguirem o nosso exemplo, o mundo

poderá manter o aquecimento global abaixo dos1,5 graus”, destacou, numa alusão às metas am-bientais estipuladas pelo Acordo de Paris.

Com a área ambiental como uma das priori-

dades do seu mandato, Ursula von der Leyenanunciou também que 30% dos 750 mil milhõesde euros do Fundo de Recuperação criado paracolmatar as consequências económicas da crisegerada pela pandemia de covid-19, o chamado‘Next Generation EU’, “serão alocados à emissãode obrigações verdes”.O objectivo é que, através desses mecanismos,

possam ser financiados “programas europeus dehidrogénio e renovação”, exemplificou.

“Tudo isto fará com que a Europa volte a estarde pé, mas, ao sairmos desta crise juntos, tam-bém teremos de seguir em frente, tendo emconta o dia de amanhã”, adiantou Ursula von derLeyen, vincando que “o que faz bem ao clima,também é bom para as empresas”.

cessário garantir a sustentabilidade orçamentalem paralelo com os apoios às empresas e traba-lhadores.

O Parlamento Europeu foi palco do discursosobre o Estado da União, o primeiro proferidopela presidente da Comissão Europeia, Ursulavon der Leyen, e o primeiro realizado em Bruxe-las, devido à covid-19, o tema incontornável esteano.

Estado da União: Von der Leyen defendesalário mínimo para todos na Europa

Meta da UE para redução de emissões elevada para 55% até 2030

O Presidente dos Estados Unidos contradissena quarta-feira os especialistas do Centro deControlo e Prevenção de Doenças e prometeuque irá distribuir 100 milhões de doses de vacinacontra a covid-19 até ao final do ano.

“Seremos capazes de distribuir 100 milhões dedoses de vacinas até ao final de 2020, e umnúmero muito maior depois”, disse Donald Trumpnuma conferência de imprensa realizada naCasa Branca, em Washington.As declarações de Trump contradizem o próprio

director do Centro de Controlo e Prevenção deDoenças (CDC, na sigla em inglês), Robert Red-field, que disse, na quarta-feira, numa audiênciano Senado dos Estados Unidos, que a vacinaestará disponível entre Novembro e Dezembro,mas será distribuída de forma limitada aos gru-pos de maior risco.Além disso, Redfield indicou que os norte-ame-

ricanos só deverão ter acesso à vacina “prova-velmente no final do segundo trimestre ou no ter-ceiro trimestre de 2021”.

Questionado sobre as declarações do especia-lista, Trump considerou que Redfield se enganoue afirmou ter “ficado surpreendido” com as afir-mações, adiantando que lhe telefonou para lheexplicar que tinha “cometido um erro”.

“Acho que ele cometeu um erro quando disseisso, é apenas uma informação errada. Telefonei-lhe e não me disse isso, deve ter confundido a

mensagem, talvez não tenha sido claro. Estamosprontos para prosseguir imediatamente”, garan-tiu o Presidente.

Trump disse na terça-feira que a vacina poderiaestar pronta daqui a “quatro semanas”, tendo ga-rantido na quarta-feira que será anunciada “emOutubro”.

Covid-19: Trump contradiz peritos e promete 100 milhões de doses de vacina em 2020

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20 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

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LUSOFONIA

Um português de 41 anos morreu, terça-feira demanhã, em Aubonne, na Suíça francesa, emconsequência de um despiste de moto.

Em comunicado, a Polícia Cantonal de Vaudinformou que o acidente ocorreu pelas 11:30locais, na estrada nacional de Féchy em direcçãoa Aubonne.

O motociclista despistou-se numa curva, emba-tendo de forma violenta numa vedação metálicade uma propriedade, ficando inconsciente.

A vítima foi assistida no local pelos serviços deemergência e seguiu de helicóptero para o Cen-tro Hospitalar Universitário Vaudois onde acaboupor morrer.

No local do acidente que custou a vida aocidadão português estiveram cinco patrulhas da‘gendarmerie’ e vários assistentes de segurançada comuna de Aubonne. A estrada esteve fechada durante cerca de qua-

tro horas para permitir a intervenção dos serviçosde emergência e para a elaboração do relatóriopor parte das autoridades.

A Polícia Cantonal de Vaud apela a eventuaistestemunhas do acidente para auxiliarem asautoridades nas investigações em curso, de mo-do a determinar as circunstancias que levaramao despiste do motociclista português, que re-sidia perto da zona do acidente.

O anúncio foi feito na cidade da Praia pela se-cretária-geral do MpD, Filomena Delegado, apósa reunião da comissão política nacional, de 27 deAgosto, que aprovou as listas para as eleiçõesautárquicas de 2020. Segundo a responsável,as candidatas a presidente da assembleia muni-cipal são nos concelhos da Praia, São Miguel,São Salvador do Mundo, Tarrafal, Brava, PortoNovo, Paul, Ribeira Grande, São Vicente e BoaVista.

"As listas estão em conformidade com o artigo4.º da Lei da Paridade", salientou Filomena Del-gado, em referência à lei aprovada há cerca deoito meses e que obriga a que pelo menos 40%dos candidatos às eleições autárquicas de 2020no país sejam mulheres.

ELEIÇÕES EM TEMPOS DE COVID-19

A secretária-geral avançou ainda que na mesmareunião foram aprovadas as orientações sobremedidas e condições sanitárias a observar narealização de eventos públicos de apresentaçãode candidatos às eleições autárquicas, por causada pandemia provocada pelo novo coronavírusno país.

"As orientações serão aplicadas por todas ascandidaturas e o MpD compromete-se a cumprirrigorosamente o que for fixado pela ComissãoNacional de Eleições [CNE] em articulação coma Direção Nacional da Saúde", prosseguiu amesma fonte.

As actividades na pré-campanha e campanhadevem ser organizadas preferencialmente emespaços abertos, não ultrapassando 100 partici-pantes, incluindo pessoal da comunicação social,de segurança e de logística, observando-se odistanciamento social de, no mínimo, 1,5 metros,determinou o partido no poder em Cabo Verde. O partido determinou igualmente que o uso obri-

gatório de máscaras e medidas de higienização(do espaço e das instalações sanitárias, uso doálcool gel), devem ser adoptadas por todas ascandidaturas. O MpD recomendou ainda a todosa não realizem 'cocktails', distribuição de refeiçãoe frequência de restaurantes em grupo para al-moços ou jantares após o término dos eventosde campanha.

NÃO HAVERÁ PORTA-A-PORTAOU APERTOS DE MÃOS

As normas traças pelo partido serão seguidaspor equipas sanitárias a serem constituídas peladireção de campanha, continuou o MpD, paraquem as orientações visam garantir a segurançasanitária dos candidatos e de todos os envolvi-dos nas campanhas. "O MpD apela ao cumprimento rigoroso das ori-

entações por todas as candidaturas e comprom-ete-se a respeitar as normas que serão apresen-tadas pela Comissão Nacional de Eleições", ter-minou Filomena Delgado, na conferência de im-prensa.

A campanha para as oitavas eleições autárqui-cas em Cabo Verde vai arrancar a 8 de Outubro,conforme calendário do processo eleitoral, cujavotação está marcada para 25 do mesmo mês.

Este ano, devido à pandemia de Covid-19, acampanha para as eleições autárquicas vai de-correr sem acções porta-a-porta ou apertos demãos, conforme afirmou em Junho o primeiro mi-nistro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva,como medida de prevenção da doença.

OS PRAZOS

Ainda segundo o calendário eleitoral, os parti-dos, coligações ou grupos de cidadãos tinhamentre 5 e 15 de Setembro para apresentarem assuas candidaturas nos seus círculos eleitorais.Já o recenseamento eleitoral, foi suspenso às00:00 de 21 de Agosto.A partir das 00:00 de 26 de Outubro, os titulares

de cargos públicos e entidades públicas estãoproibidos de aprovar ou conceber subvenções,donativos, patrocínios e contribuições a particu-lares, bem como realizar cerimónias públicas delançamento de primeiras pedras ou de inaugu-ração.

As últimas autárquicas aconteceram a 4 de Se-tembro de 2016. Nesta votação são escolhidosos autarcas dos 22 municípios de Cabo Verde.

Há quatro anos, o MpD, venceu com os seuspróprios candidatos 18 das 22 câmaras munici-pais, mais cinco do que nas autárquicas de 2012,enquanto o Partido Africano da Independênciade Cabo Verde (PAICV) ganhou duas e outrasduas foram conquistadas por independentes.

António Armando de Abreu

Natural de Campanário - Ilha da MadeiraNasceu a 4/12/1943 - Faleceu a 12/9/2020

2352

É com grande dor que a sua esposa Bernardete, filhosIvone, Sónia e Dino, nora Nina e netos Rafael, Julian eLuciano vêm por este meio participar o falecimento do seumarido, pai e avô.

A sua memória ficará para sempre nos corações dos seus ente queridos.

Que sua alma descanse em paz

SECRETÁRIA-GERAL DO MPD, FILOMENA DELEGADO

MpD com 10 mulheres candidatas a líderes nas autárquicas de Cabo-Verde

Português perde a vida em acidente de moto na Suíça

O partido no poder vai apresentar as candidatas a presidentes das assembleias mu-nicipais nas autárquicas. É o cumprimento da lei que estipula que pelo menos 40%dos candidatos às autárquicas de 2020 sejam mulheres.

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FUNDADO EM 1963PELO COMENDADOR ANTÓNIO BRAZ

21 DE SETEMBRO DE 2020ANO LVIII

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PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COMENDADORA PAULA CAETANO

O presidente da África do Sul disse na noite de quarta-feira, durante um discurso à nação, que o país vai voltara autorizar as viagens internacionais a partir do dia 1 deOutubro, depois de o número de casos de infecção decovid-19 ter baixado nos últimos dias.O presidente Cyril Ramaphosa admitiu, no entanto, que

os visitantes de países considerados "de alto risco" po-dem vir a conhecer restrições.

Para entrarem no país, os visitantes devem estar naposse do teste médico com "resultado negativo", efectu-ado 72 horas antes.

Aqueles que não estiverem na posse do teste médicovão ficar submetidos a uma quarentena, pagando o con-finamento pelos próprios meios. Os voos internacionais só vão ser autorizados nos aero-

portos de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban.O presidente Cyril Ramaphosa anunciou que vários re-

gulamentos seriam tomados em conta com entrada aonível 1 de ‘lockdown’.No seu discurso nacional, o presidente disse que o país

‘resistiu à tempestade’ na luta contra o coronavírus e queos dados mostram uma tendência clara de queda nopaís.

No entanto, alertou que "por qualquer medida aindaestamos no meio de uma epidemia mortal" e disse que atarefa mais importante é garantir que o país não sejaatingido por uma segunda onda de infecções, como

acontece internacionalmente.Para ajudar a prevenir uma possível segunda onda, Ra-

maphosa disse que o governo vai expandir seus testespara incluir mais categorias de pessoas. Acrescentouque o governo também planeia aumentar a capacidadede rastreamento de contactos.

Ramaphosa sublinhou que a África do Sul também estáa participar numa iniciativa da Organização Mundial deSaúde para garantir o acesso e a distribuição de uma va-cina contra o coronavírus bem-sucedida a um custo bai-xo. Especialistas locais também estão empenhados naevolução de uma vacina.

RESTRIÇÕES

À medida que os casos da covid-19 diminuem, o presi-dente disse que o país passaria para o nível 1, comrestrições atenuadas nas seguintes áreas:

ENCONTROS

Os encontros serão permitidos desde que o número depessoas não ultrapasse 50% da capacidade normal - atéum máximo de 250 pessoas para encontros internos e500 pessoas para encontros externos;

A capacidade máxima em funerais foi aumentada para100 pessoas;

Vigílias nocturnas ainda são proibidas;Locais como ginásios e instalações recreativas tiveram

seus limites aumentados para 50% da capacidade total;As restrições existentes sobre eventos desportivos per-

manecem em vigor.

VIAGEM

O governo reduzirá gradualmente as restrições às via-gens internacionais para negócios e lazer a partir de 1 deOutubro - sujeito a medidas de contenção;

Viagens internacionais só serão permitidas através dosprincipais aeroportos internacionais: OR Tambo Interna-tional (Joanesburgo), Cape Town International (Cabo) ouKing Shaka International (Durban);

Os viajantes precisarão de fornecer um certificado decoronavírus negativo ou serão colocados em quarentenapor conta própria;

Todos os viajantes deverão instalar o aplicativo denível de alerta covid-19.

OUTRAS MUDANÇAS

O recolher nocturno será das 00h00 às 04h00;O álcool para consumo doméstico pode ser vendido das

09h00 às 17h00 de segunda a sexta-feira;O consumo no local será permitido sujeito ao cumpri-

mento de recolher nocturno.Ramaphosa notou que este será o ‘princípio à normali-

dade’.

NOVO PLANO DE RECUPERAÇÃO ECONÓMICA

A mudança para o nível 1 ocorre depois de o ConselhoNacional de Desenvolvimento Económico e Trabalho(NEDLAC) ter concordado com um plano de acção paraa recuperação económica do país.

O plano visa manter confiança e colocar a África do Sulna rota do investimento e do crescimento.

“Os parceiros sociais identificaram áreas prioritáriaspara reconstruir a economia, bem como reformas estru-turais e outros programas que permitirão um crescimen-to sustentável e inclusivo com um foco intensivo na cria-ção de empregos”, disse a presidência.A presidência disse que o foco principal será abordar os

problemas estruturais e de financiamento da Eskom.Os parceiros sociais também concordaram com um

pacto social que compromete governo, negócios, traba-lho e comunidade a mobilizar fundos para enfrentar acrise financeira da Eskom de forma sustentável - em tro-ca de uma companhia eficiente, produtiva e adequadapara o propósito que gera a electricidade em preçosacessíveis para as comunidades e sectores industriais.

Outro pilar fundamental do plano será a infraestrutura,com um impulso de desenvolvimento maciço visto comoa chave para impulsionar a recuperação pós-‘lockdown’e a criação de empregos.Isto acontece depois de a presidência ter publicado uma

lista de "projectos de infraestrutura prioritários", que seespera abram caminho para o início do investimento pri-vado num programa de 2,3 triliões de randes na próximadécada.

África do Sul abre as fronteiras a partir de 1 de Outubro com entrada no Nível 1 de “lockdown” Finalmente e apesar de ser difícil

uma contagem decrescente, a Áfri-ca do Sul passou desde ontem do-mingo, 20 de Setembro, ao nível 1de ‘lockdown’, medida anunciadana noite de quarta-feira pelo presi-dente Cyril Ramaphosa, no seu dis-curso à Nação.

O país, que teve um dos primeirose mais rígidos bloqueios do mundo,a partir de 27 de Março, anunciouassim uma nova flexibilização dasmedidas anticoronavírus. Isso é re-sultado da redução gradual do nú-mero de casos activos da pande-mia.

Não implica que com esta medidaas coisas possam vir a ser conside-radas como aliviantes, como julga amaior parte da população, desres-peitando as medidas em vigor,como distanciamento social, o usoda máscara e outras regras a con-siderar.Agora chegou a hora de devolver o

país, ao povo e à economia nacio-nal, uma certa mudança de vida dehá seis meses, como disse o presi-dente Ramaphosa no seu discursode quarta-feira, que acrescentou terchegado a hora de avançar para oque se tornará uma nova coisa nor-mal enquanto o coronavírus estiverconnosco.

O presidente, após consultas juntode especialistas de Saúde de toda aÁfrica do Sul, decidiu passar o paísde nível2 para o 1, permitindo res-trições mais suaves.Mas a boa notícia nesta passagem

de medidas tem a ver com a abertu-ra de fronteiras, o que fará com queo turismo possa respirar fundo, jáque vai poder ver o seu sector deactividades em plena recuperação,salvando assim vários postos de tra-balho. Em suma, quem fica a ga-nhar com isto é a própria economiado país.

Isso dá esperança de que o ladoda oferta do sector não só poderárecuperar, mas também terá o po-tencial de superar o que estava an-tes da pandemia

Sabemos que o sector está caute-losamente optimista com esta aber-tura das fronteiras para viagens in-ternacionais, mas alertou que restri-ções estritas podem afectar aindaos esforços de recuperação.A ministra de Governança Coope-

rativa e Assuntos Tradicionais, Nko-sazana Dlamini-Zuma, disse que asviagens internacionais dentro daÁfrica serão permitidas de e paratodos os países, enquanto fora docontinente vai depender da situaçãode cada país.

Isso preocupa o sector, já que nãosão só os países africanos que tra-zem a maior parte de turistas aopaís.

“Se não permitirmos que (pessoasde) certos países viajem (aqui), temque haver uma explicação científica,estatística e modos adequados. Is-so pode se tornar um pesadelo derelações públicas”, disse o presi-dente-executivo do Conselho deNegócios de Turismo da África doSul, Tshifhiwa Tshivhengwa.

Essas preocupações foram parti-lhadas por David Maynier, o respon-

sável das Finanças da província deWestern Cape, que disse que "o dia-bo está nos detalhes" e que os regu-lamentos desempenharão um papelimportante na recuperação do turis-mo.

A Associação das CompanhiasAéreas da África Austral (AASA) dis-se que as autoridades devem agirpara acomodar os viajantes de negó-cios e lazer e remover as barreiras àentrada, como vistos e quarentena.

“Não podemos nos dar ao luxo deter requisitos que impeçam as via-gens”, disse Chris Zweigenthal, pre-sidente-executivo da AASA.

O plano de países com permissãopara viagens internacionais será li-mitada quando as operações foremreiniciadas a 1 de Outubro.

A própria ministra sul-africana doTurismo, Mmamoloko Kubayi-Ngu-bane, indicou que o seu departa-mento está neste momento a ence-tar esforços na criação de uma ‘bo-lha de viagens regionais’.

Os dados apontam que os merca-dos terrestres em África constituema base de turismo na África do Sul.Esta região sozinha responde por71% das chegadas internacionais.Isso poderá dar um novo impulsoaos esforços de recuperação do sec-tor.

O aumento do turismo doméstico,junto com as viagens regionais, aju-dará a ter uma certa confiança paraos viajantes globais, de modo que,quando se abrir todas as fronteiras,o país ser capaz de atrair o viajantecomo um destino seguro.

Podemos recordar aqui que o sec-tor de turismo perdeu mais de 68 bi-liões de randes (cerca de 4 biliões dedólares americanos) devido ao ‘lock-down’ nacional, colocando em riscocerca de 600.000 empregos directosem 2020 devido ao covid-19.Só a receita da indústria de acomo-

dação turística caiu 98% em Maio de2020 em comparação com o mes-mo mês do ano passado, de acordocom o Conselho de Negócios de Tu-rismo da África do Sul.

O certo é que as portas de turismoestão novamente abertas e são con-vidados os viajantes a desfrutar demontanhas, praias, cidades vibran-tes e nossos parques de animais sel-vagens com segurança e confiança.

Contentam-se os três aeroportosque estarão abertos aos viajantesestrangeiros: OR Tambo de Joanes-burgo, Cape Town International eKing Shaka em Durban.

Em termos de estatísticas, o Aero-porto Internacional de OR Tambomovimenta mais de 21 milhões depassageiros por ano e 110 286 movi-mento de tráfego aéreo de chega-das.

O Aeroporto Internacional da Cida-de do Cabo com 5 404 706 passa-geiros que partem e 51 497 movi-mentos de tráfego aéreo de chega-das.

O Aeroporto Internacional KingShaka tem 2 818 611 passageirosque partem anualmente e 27 041movimentos de tráfego aéreo dechegadas.

Eduardo Ouana

Finalmente o Nível1Editorial

PRESIDENTE CYRIL RAMAPHOSA

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Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2020

Desportivo

Totoloto / Portugal

Lo

to /

Áfr

ica

do

Su

l

6 9 23 29 4

5 16 24 44 13

24

9

9

18

5

38

32

24

19

10

25

11

33

18

39 49 20

17

7

52

52

23

25

32

24

40

47 50

38 42

32 44 49 51 52 15

4

1

28

18

3

4

13

2

FC Porto inicia defesado título com vitória sobre Sp. Braga Benfica arranca

com exibiçãoarrasadorapara tentar

esquecer‘Champions’

F. Albuquerque venceu 24Hde Le Mans e sagrou-secampeão mundial

Portugal sobe doislugares no

'ranking' da FIFA

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2 O SÉCULO DESPORTIVO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

DESPORTO

FC Porto

Equipa técnica: SérgioConceiç ão (treinador),Vítor Bruno, Dembelé,

Eduardo Oliveira eDiamantino Figueiredo

(adjuntos)Estágio: Olival

Benfica

SL BenficaEquipa técnica: Jorge

Jesus (treinador), João deDeus, Tiago Oliveira,

Mário Monteiro, MárcioSampaio, Gil Henriques

e Rodrigo Araújo(adjuntos)

Estágio: Seixal

SP. Braga

Equipa técnica: CarlosCarvalhal (treinador),João Mário, Sérgio

Ferreira, João Meireles,Orlando Silva e Eduardo

(adjuntos)Estágio: Braga

Sporting CP

Equipa técnica: RúbenAmorim (treinador),

Carlos Fernandes, AdélioCâ ndido, Emanuel

Ferro, Tiago Ferreira eGonç alo Álvaro

(adjuntos)Estágio: Por definir

Estágio: Lagos

Rio AveEquipa técnica: Mário

Silva (treinador),adjuntos por divulgar

Estágio: Vila do Conde

Famalicão

Equipa técnica: JoãoPedro Sousa (treinador),

Rifa, Manuel Santos,Hugo Vicente, Vítor

Alcino, Carlos Pacheco(adjuntos)

Estágio: Famalicão

Cláudio Ramos-GR (ex-Tondela), Carraça-DEF (ex-Boavista), Zaidu-DEF (ex-Santa Clara), Taremi-AVA

(ex-RioAve) e Evanilson-AVA (ex-

Fluminense/Brasil)

Helton Leite-GR (ex-Boavista), Gilberto-DEF (ex-

Fluminense/Brasil),Vertonghen-DEF (ex-Tottenham/Inglaterra),

Pedrinho-MED (ex-Corinthians/Brasil),Cebolinha-AVA (ex-

Grémio/Brasil), Waldschmidt-AVA (ex-Friburgo/Alemanha)

e Darwin Núñez-AVA (ex-Almería/Espanha)

Zé Carlos-DEF (ex-Leixões),Francisco Moura-DEF (ex-

Académica), Al Musrati-MED(ex-Rio Ave), André Castro--MED (ex-Goztepe/Turquia),

Iuri Medeiros-AVA (ex-Nuremberga/Alemanha),

Gaitán-AVA (ex-Lille/França),Murilo-AVA (ex-Sp.

Gijón/Espanha) e GuilhermeSchettine-AVA (ex-Santa

Clara)

Adán-GR (ex-AtléticoMadrid/Espanha), Pedro

Porro-DEF (ex-ManchesterCity/Inglaterra), Antunes-DEF

(ex-Getafe/Espanha), Feddal-DEF

(ex-Betis/Espanha), PedroGonçalves-AVA (ex-

Famalicão) e Nuno Santos-AVA (ex-Rio Ave)

Léo Vieira-GR (ex-AtléticoParanaense/Brasil), Nando

Pijnaker-DEF (ex-Grasshoppers/Suíça), IvoPinto-DEF (ex-Famalicão),

Francisco Geraldes-MED (ex-Sporting), Ryotaro Meshino-MED (ex-Hearts/Escócia),

Gabrielzinho-AVA (ex-Moreirense), Gelson Dala-AVA(ex-Sporting) e André Pereira-AVA (ex Saragoça/Espanha)

Zlobin-GR (ex-Benfica), Morer-DEF (ex-Barcelona B), Perovic-DEF (ex-FK Istra Danilovgrad/Montenegro), Babic-DEF (ex-

Estrela Vermelha/Sérvia), Calvin Verdonk-DEF

(ex-Twente/Holanda), H.Trevisan-DEF (ex-Ponte

Preta/Brasil), A. Penetra-DEF(ex-Benfica), Abdul-

DEF (ex-Chaves), F. Saldanha-MED (ex-Benfica), J. Pereyra-

MED (ex-RosarioCentral/Argentina), A. Lukovic-

MED (ex-Rakow/Polónia),B. Jordão-MED (ex-

Wolverhampton/Inglaterra), D.Batista-MED (ex-Benfica), F.Valenzuela-AVA(ex-Barracas

Central/Argentina)e J. Robert-AVA

(ex-Grémio/Brasil)

Defendi-GR (Farense),Vaná-GR (FC Porto),

Roderick-DEF(Wolverhampton/Inglaterra),

Ivo Pinto-DEF (DínamoZagreb/

Croácia), Álex Centelles-DEF (Valencia/Espanha),

Nehuén Pérez-DEF (Atléticode Madrid/Espanha), Cissé-

DEF(Châteauroux/França), Coly-DEF (Nice/França), Racic-MED (Valencia/Espanha),

Diogo Gonçalves-AVA(Benfica), Fábio

Martins-AVA (Sp. Braga)eSchiappacasse-AVA (Atlético

de Madrid/Espanha)

Paulo Vítor - GR (Chaves),Messias - DEF

(América Mineiro/Brasil),Diogo Figueiras

- DEF (Sp. Braga), AlMusrati - MED (Sp.

Braga) e Gelson Dala- AV (Sporting)

Mathieu (fim a carreira),Acuña - DEF

(Sevilha/Espanha),Battaglia - MÉD

(Alavés/Espanha),Francisco Geraldes -

MÉD (Rio Ave) e Eduardo- MÉD (Crotone/Itália)

Vítor Ferreira - MED(Wolverhampton/Inglaterra) e Fábio Silva - AVA

(Wolverhampton/Inglaterra)

Zlobin-GR (Famalicão)e Zivkovic-MED(PAOK/Grécia)

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas Saídas

Equipas

Eduardo-GR (fim decarreira), Bruno

Wilson-DEF(Tenerife/Espanha),Diogo Viana-DEF,

Pedro Amador-DEF(Moreirense),Wallace-DEF

(Lazio/Itália), Palhinha-MED (Sporting),

Samuel Costa -MED(Almería/Espanha),

WilsonEduardo-AVA (Al-

Ain/Emirados ÁrabesUnidos) e Trincão-AVA(Barcelona/Espanha)

Leia, assineedivulgue

O Século de Joanesburgo

Vit. GuimarãesEquipa técnica: TiagoMendes (treinador),

Sánchez Vera, CarlosMenéndez, Ricardo

Leite, Gil Sousa, Morenoe Fernando Aguiar

(adjuntos)Estágio: Guimarães

MoreirenseEquipa técnica: Ricardo

Soares (treinador),Eduardo Moreira, Paulo

Lobo, Maurício Vaz,Leandro Mendes

(adjuntos)Estágio: Ofir,Esposende

Santa ClaraEquipa técnica: Daniel

Ramos (treinador),Renato Pontes, DaniloAccioly, Tiago Sousa,José Serrão, Pedro

Gonç alves e RodrigoQuaresma (adjuntos)

Estágio: Penafiel

Gil Vicente

Equipa técnica: RuiAlmeida (treinador),adjuntos por divulgarEstágio: Melgaço

MarítimoEquipa técnica: LitoVidigal (treinador),

Professor Neca, FidalgoAntunes, Bruno Miguel,Octávio Moreira e José

Manuel Neves (adjuntos)Estágio: Lousada

Boavista

Equipa técnica:Vasco

Seabra (treinador),Nuno

Diogo, CláudioMartins,

Bruno Pereira eJorge

Couto (adjuntos)Estágio: Melgaço

P. Ferreira

Equipa técnica: Pepa(treinador), Hugo Silva,Samuel Correia, PedroOliveira e João Ricardo

(adjuntos)Estágio: Paços de

Ferreira

Trmal-GR (ex-FC Slovácko/Rep.Checa), Bruno Varela-GR (ex-

Ajax/Holanda), Tié-GR (ex-Chelsea/Inglaterra), Jorge

Fernandes-DEF (ex--Kasimpasa/Turquia), Mumin-DEF

(ex-Nordsjaelland/Dinamarca),Bisseck-DEF (ex-Roda/Holanda),

Jonas Carls-DEF (ex-V.Köln/Alemanha),

Gideon Mensah-DEF (ex-Zulte/Bélgica), Sílvio-DEF (ex-V.

Setúbal), Jung-Min Kim-MED (ex-Admira Wacker/Áustria), Maddox-MED (ex-Southampton/Inglaterra),

Pepelu - MED (ex-Tondela),Quaresma - AVA (ex-

Kasimpasa/Turquia), Holm-AVA(ex-RB Leipzig/Alemanha),

Foster-AVA (ex-Cercle/Bélgica) eNelson da Luz - AVA (ex-1º

Agosto/Angola)

Kewin- GR (ex-Mirassol/Brasil),Miguel Oliveira- GR (ex-Leixões),

Ferraresi-DEF (ex-ManchesterCity/Inglaterra),

Matheus Silva-DEF (ex-Farense),Pedro Amador-DEF (ex-Sp.

Braga), Iddriss-MED (ex-Felgueiras), Gonçalo Franco-

MED (ex-Leixões), Yan-AVA (ex-Sport/Brasil), Felipe Pires-AVA (ex-

Rijeka/Croácia), Derik Lacerda-AVA (ex-Académica),

Lucas Rodrigues-AVA (ex- Mafra)e Malik-AVA (ex-Fafe)

Mansur-DEF (ex-SãoBento/Brasil), Mikel Villanueva-

DEF (ex-Málaga/Espanha),Júlio Romão-MED (ex-Athletico

Paranaense/Brasil), GustavoViera-AVA (ex-Liverpool

Montevideo/Uruguai), AndréMesquita-AVA (ex-MarítimoB), Jean Patric-AVA (ex-Ac.Viseu) e Moghanlou-AVA

(ex-Paykan/Irão)

Caio Secco-GR (ex-Feirense),Áfrico-DEF (ex-Estoril), Hermes-DEF (ex-Cruzeiro/Brasil), Winck-

DEF (ex-Vasco),Jean Cléber-MED(ex-CSA/Brasil), Rafik Guitane-

MED (ex-Rennes/França), DiegoGomes-MED (ex-Aimoré/Brasil),

Jean Irmer-MED (ex-Vitória/Brasil),Tamuzo-AVA (ex-Avenir

Béziers/França), Marcelinho-AVA(ex-Londrina/

Brasil) e Macedo-AVA (ex-Aves)

Léo Jardim-GR (ex-Lille/França), Hamache-DEF (ex-Red Star/França), R. Mangas-DEF(ex-Aves), Porozo-DEF (ex-San-tos/Brasil),A. Gómez-DEF (ex-Atlas/México), Nathan-DEF (ex-Vasco da Gama/Brasil), Adil Rami-DEF (ex-FK Sochi/Rús-sia),Chidozie-DEF

(ex-Leganés),R. Cannon-DEF (ex-FCDallas/Esta-dos Unidos), Angel Gomes-MED (ex-Lille/França), Javi García-MED

(ex-Betis/Espanha), Show-MED(ex-Belenenses SAD), Nuno Santos-MED(ex-Benfica), Seba Pérez-MED (ex-BocaJuniors/Argentina), Benguché-AVA (ex-

Olimpia/Hondu-ras), Alberth Elis- AVA (ex-Houston Dynamo/Estados Unidos) e JerielDe Santis-AVA (ex-Caracas FC/Venezuela)

Michael-GR (ex-AtléticoMineiro/Brasil), Jordi-GR (ex-Vasco/Brasil), David Sualehe-DEF (ex-Farense), Fernan-doFonseca-DEF (ex-Gil Vicente),

Martín Calderón-MED (ex-RealMadrid/Espanha), BrunoCosta-MED (ex-Portimonen-

se),Rosete-MED (ex-FC Portosub-19), Lucas Silva-AVA (ex-

Flamengo/Brasil), LutherSingh-AVA (ex-Moreirense)e João Pedro-AVA (ex-V.

Guimarães)

Helton Leite-GR (Benfica),Neris-DEF (Al Wasl/EmiradosÁrabes Unidos), Marlon-DEF(Fluminense/Brasil), Fabiano-

DEF (Palmeiras), RicardoCosta-DEF (fim de carreira),

Carraça-DEF (FC Porto),Lucas-DEF (Portimonense),

Idris-MED, Ackah-MED(Kayserispor/Turquia),

Obiora-MED, FernandoCardozo-AVA (Olímpia/Para-guai), Mateus-AVA (Penafiel),Heriberto-AVA (Brest/França),Cassiano-AVA e Stojiljkovic-

AVA (Farense)

Ricardo Ribeiro-GR, SimãoBertelli-GR (Operário

Ferroviário/Brasil), Bruno Santos-DEF (AEL Limassol/Chipre),AndréMicael-DEF (Varzim),

Bruno Teles-DEF (Académica),Pedrinho-MED (Riga FC/Letónia),

Vasco Rocha-MED, Denilson-AVA (Al Dhafra/Emirados ÁrabesUnidos), Murilo-AVA (Rio Ave),

Gonçalo Gregório-AVA (ZaglebieSosnowiec/Polónia)

e Welthon-AVA (V. Guimarães)

Vukovic-MED, FabrícioBaiano-MED

(Rizespor/Turquia),Bambock-MED, Xadas-

AVA (Sp. Braga) eErivaldo-AVA

(Beroe/Bulgária)

Bruno Diniz-GR(Vilafranquense), Welligton

Luís-GR, FernandoFonseca-DEF (P. Ferreira),

Arthur Henrique-DEF (Ferro-viária/Brasil), Banguera-DEF

(Sp. Covilhã), Alex Pinto-DEF (Farense), Kraev-MED

(Midtjyl-land/Dinamarca),Baraye-AVA (Parma/Itália),Naidji-AVA (Paradou/Argé-

lia), Rúben Ribeiro-AVA(Hatayspor/Turquia) e Sandro Lima-AVA(Tianjin Teda/China)

Miguel Silva-GR(APOEL/Chipre), Douglas-

GR (fim de carreira),Bondarenko-DEF

(Shakhtar/Ucrânia), PedroHenrique-DEF, Frederico

Venâncio-DEF, VictorGarcia-DEF, Florent-DEF(Paris FC/França), Lucas

Evangelista-MED (Nantes/França), Pêpê-MED

(Olympiacos/Grécia), JoãoC. Teixeira-MED

(Feyenoord/Holanda),Davidson-AVA (Alanyaspor/

Turquia), Ola John-AVA,Léo Bonatini-AVA (Wol-ver-hampton/Inglaterra) e João

Pedro-AVA (P. Ferreira

Nuno Macedo-GR(Estoril), Pedro Trigueira-

GR (Tondela), IagoSantos-DEF (Al

Taawon/Arábia Saudita),Halliche-DEF,

João Aurélio-DEF, BrunoSilva-DEF (Mafra), NunoSantos-MED (Boavista),Iddriss-MED (U. Leiria),

Gabrielzinho-AVA(Rio Ave), Luther Singh-AVA (Paços de Ferreira),Nenê-AVA, Texeira-AVA e

Malik-AVA (Cova daPiedade )

Mercado de Transferências I Liga Portugal

Entradas Saídas

Equipas

Mamadu Candé-DEF,César-DEF (Farense),Zaidu-DEF (FC Porto),

Francisco Ramos-MED (V. Guimarães),

Pablo--AVA, Zé Manuel-AVA

e GuilhermeSchettine-AVA (Sp.

Braga)

D. Fuzato-GR (ex-Roma/Itália), M. Lopes-DEF (ex-Leça), Souleymane Aw-DEF (ex-Avenir Béziers/França), Talocha-DEF (ex-

Riga FC/Letónia),T. Hall-DEF (ex-Karpaty/Ucrânia), J.

Pereira-DEF (ex-SpartakTrnava/Eslováquia), Mantuan-MED (ex-

Corinthians/Brasil), Fujimoto--MED (ex-Tokyo Verdy/Japão), Léautey-MED (ex-Chamois Niortais/França), J.

Villa-MED (ex-Fafe), Leandrinho-MED (ex-Botafogo/Brasil),

L. Mineiro-MED (ex-Cerezo Osaka/Japão),Miullen-AVA (ex-Londrina/Brasil) e Hanne-

AVA (ex-Wolverhampton/Inglaterra)

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 3

LIGA EUROPA: Pré-eliminatória

Tondela

Equipa técnica: PakoAyestarán (treinador),

Joshe Viela, PedroTaborda e Ricardo Alves

(adjuntos)Estágio: Luso

Belenenses SAD

Equipa técnica: Petit(treinador), Filipe

Anunciaç ão, FranclimCarvalho, Tozé Cerdeira

e Fábio Ferreira(adjuntos)

Estágio: Lisboa

Portimonense

Equipa técnica: PauloSérgio (treinador), Bruno

Veríssimo, RicardoPessoa, Hélder Carvalho,

Pedro Silva e MarceloFroeder (adjuntos)Estágio: Portimão

Nacional

Equipa técnica: LuísFreire (treinador),

Joaquim Rodrigues,Nuno Silva, Tiago

Louzeiro e Carlos Braz(adjuntos)

Estágio: Guimarães

Farense

Equipa técnica: SérgioVieira (treinador), José

Ribeiro, Luís Matos,Ricardo Silva, Miguel

Rosa, André Afonso, RuiPedro Sousa e Ricardo

Reis (adjuntos)Estágio: Faro

Pedro Trigueira-GR (ex-Moreirense), Joel Sousa-GR(ex-Molelos), Manu Sánchez-DEF (ex-Rayo Majadahonda/Espanha), Naoufel Khacef-DEF (ex-Bordéus/França),

João Mendes-MED (ex-Académica), Jaume Grau-

MED(ex-Lugo/Espanha), Salvador

Agra-AVA (ex-LegiaVarsóvia/Polónia) e RafaelBarbosa-AVA (ex-Estoril)

Henrique - DEF (ex-Al IttihadKalba/Emirados), Afonso Taira -

MED (ex-Hermannstadt/Roménia), Bruno

Ramires- MED (ex-Feirense), Cauê -

MED (ex-AlbirexNiigata/Japão), Afonso Sousa -MED (ex-FC Porto B) e Miguel

Cardoso - AVA (ex-DínamoMoscovo/Rússia)

Aflalo-GR (ex-Aves), JúlioCésar-DEF (ex-

Botafogo/Brasil), Maurício-DEF(ex-Urawa Red

Diamonds/Japão), Lucas-DEF (ex-Boavista), WelintonJúnior-AVA (ex-Aves), Safawi

Rasid-AVA (ex-Johor/Malásia) eFabrício-AVA (ex-

-Urawa Red Diamonds/Japão)

Piscitelli-GR (ex-DínamoBucareste/Roménia), Lucas

Kal-DEF (ex-SãoPaulo/Brasil), Rúben Freitas-

DEF (ex-Mafra),Pedrão-DEF (ex-

Palmeiras/Brasil), Koziello-MED (ex-Paris FC/França),

Azouni-MED (ex-Kortrijk/Bélgica),

Vincent Thill-MED (ex-Metz/França), João Victor-AVA (ex-Caldense/Brasil) e

Bobál-AVA (ex-Zalaegerszeg/Hungria)

Ricardo Velho-GR (ex-Sp.Braga), Defendi-GR (ex-

Famalicão), Cláudio Falcão-DEF(ex-Aves), Alex Pinto-DEF (ex--Gil Vicente), César-DEF (ex-

Santa Clara), Mancha-DEF (ex-Machine Sazi/Irão), Abner

Felipe-DEF (ex-Água Santa/Brasil), Amine-MED (ex-

Leixões), Pedro Henrique-AVA(ex-Feirense), Mansilla-AVA (ex-

V. Setúbal), Stojiljkovic-AVA (ex-Boavista) e MadiQueta-AVA (ex-FC Porto)

Miguel Carvalho-GR,Daniel Fernandes-GR,

Rafael Vieira-DEF(Académica), Sávio

Maciel-DEF (VilaNova/Brasil),

Luís Rocha-DEF(Chaves), André Vieira-MED (Varzim), FabrícioSimões-AVA (Feirense) e Irobiso-AVA (Varzim)

Framelin-GR, Gauther-GR,Felipe Lopes-DEF, Diogo

Coelho-DEF(Vilafranquense), Mosevich-

DEF, João Vigário-DEF(Tondela), Sosa-DEF

(Mafra), Nuno Campos-DEF(Mafra), Lee-DEF

(Camacha), Vítor Gonçalves-MED, Everton Kaká-

-MED (Mafra), Borgnino-AVA, Evouna-AVA, Paulo

Vyctor-AVA (Floresta/Brasil)e João Fernandes-AVA

(Camacha)

Koffi-GR (Mouscron/Bélgica),Filipe Mendes-GR, RicardoFerreira-DEF, Nuno Coelho-DEF (Chaves), Show-MED(Boavista), André Santos-

MED (Grasshoppers/Suíça),Nuno Pina-MED (Grasshop-pers/Suíça), Licá-AVA, Marco

Matias-AVA, Kikas-AVA(DOXA/Chipre) e Keita-AVA

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas SaídasEquipas

Rodrigo Freitas-DEF(São Paulo/Brasil),

Júnior Tavares-MED(São Paulo/Brasil) eMarlos Moreno-AVA

(ManchesterCity/Inglaterra)

Cláudio Ramos-GR (FC Porto),Diogo Silva-GR (Fafe), FahdMoufi-DEF, João Vigário-DEF(Nacional), Marko Petkovic-

DEF, João Reis-DEF (Chaves),Philipe Sampaio-DEF

(Guingamp/França), Pepelu-MED (Levante/Espanha), Pité-

MED, Jonathan Toro-AVA(Huesca/Espanha), Ronan-AVA, Ricardo Valente-AVA,

Richard Rodrigues-AVA(Internacional/

Brasil) e Xavier-AVA(Panathinaikos/Grécia)

Jogo no Estádio Gradski, em Banja Luka.Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:0-1, Tarantini, 90 minutos.0-2, Jambor, 90+6.

Equipas:- FK Borac: Pavlovic, Dujakovic (Georgiev,90+5), Milojevic, Jovanovic, Cosic, Brtan, Danilo-vic, Zakaric, Vranjes, Ziljkcic e Lukic (Kajkut, 87).

Suplentes: Damijanovic, Radulovic, Kajkut,

Vojnovic, Oliveira Cruz, Borovcanin e Georgiev.Treinador: Vlado Jagodi.

- Rio Ave: Kieszek, Ivo Pinto, Borevkovic, Aderl-lan Santos, Mattheus Reis, Tarantini, FilipeAugusto, Piazón (Gabrielzinho, 90+5), FranciscoGeraldes (Gelson Dala, 75), Carlos Mané eBruno Moreira (Jambor, 90+3).

Suplentes: Léo Vieira, Nélson Monte, GelsonDala, Jambor, Pedro Amaral, Gabrielzinho eAndré Pereira).Treinador: Mário Silva.

Árbitro: Peter Kjaesgaard (Dinamarca).Acção disciplinar: Cartão amarelo para FilipeAugusto (37), Dujakovic (54), Carlos Mané (59),Danilovic (90+2), Kajkut (90+3) e Zakaric (90+5).Assistência: Jogo realizado à porta fechada de-

vido à pandemia de covid-19.

O Rio Ave garantiu na quinta-feira a passagemà terceira eliminatória de acesso à fase de gru-pos Liga Europa de futebol, depois de vencer osbósnios do FK Borac, por 2-0, num triunfo 'arran-cado' nos momentos finais da partida.

Depois de uma primeira parte 'morna', os vila-condenses acabaram por mostrar os seus maio-res argumentos no segundo tempo, que domi-naram por completo, o adversário, mas só confir-maram o ascendente com os tentos de Tarantini,aos 90 minutos, e de Jambor, aos 90+6.

Com este resultado, o Rio Ave segue em frentena prova e já sabe que o próximo adversário seráo Besiktas, numa partida que será disputada naTurquia, na próxima quinta-feira.

Para este desafio, frente ao FK Borac, conjuntoque tinha terminado a época passada no quartolugar da liga da Bósnia Herzegovina, o novo téc-nico do conjunto da foz do Ave, Mário Silva,optou pela estabilidade do 'onze' e introduziuapenas dois reforços nas escolhas iniciais: odefesa Ivo Pinto e o médio Francisco Geraldes.

Ainda assim, a equipa portuguesa entrou umpouco nervosa no desafio, concedendo espaçosaos bósnios, que, com jogadores de qualidadetécnica, ainda criaram alguns 'calafrios', num parde remates, antes do quarto de hora.

Esse inicial atrevimento do FK Borac serviu dealerta para os vila-condenses, que, a partir dos25 minutos, começaram a assentar o seu futebole a perceber que tinham mais qualidade que ooponente no capítulo do passe, desenhando al-guns bons contra-ataques, mas que só foram

traduzidos em perigo em apenas um remate deLucas Piazon, ao lado, impondo o nulo até aointervalo.No regresso, o FK Borac tentou, de novo, entrar

a surpreender e, numa iniciativa de Zakaric, teveuma das sua melhores oportunidades, antes de oRio Ave resgatar o controlo do desafio, para nãomais o largar.

Matheus Reis, aos 65, deixou a primeira amea-ça do Rio Ave na etapa completar, num 'tiro' quesaiu um pouco por cima, mas que motivou aequipa a, paulatinamente, ir encostando os bós-nios à sua área.

Perante a forte muralha defensiva que o FKBorac ia construindo, o treinador do Rio Ave res-pondeu com a entrada do criativo Gelson Dala,aos 77, numa alteração que se viria a revelardecisiva.

O atacante angolano surgiu, em pouco tempo,envolvido em três jogadas em que Piazon,Tarantini e Carlos Mané estiveram perto de inau-gurar o marcador e, quando o prolongamentopairava, acabou por construir a jogada decisivado encontro.

Já aos 90, Dala recebeu uma assistência decalcanhar de Bruno Moreira e desferiu um re-mate que o guardião bósnio ainda desviou, mas,na recarga, o capitão Tarantini surgiu no sítiocerto para desbloquear o desafio e assinar o 1-0.

Já nos descontos, e com o FK Borac descom-pensado, ainda houve tempo para o recém-en-trado Jambor dar um volume mais condizente àprestação da equipa, e apontar o 2-0 final, aos90+6.

Rio Ave segue para próxima fase com golos na recta final do jogo

0-2

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4 O SÉCULO DESPORTIVO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

LIGA DOS CAMPEÕES: 3.ª Pré-eliminatória

Jogo realizado no Estádio Toumba, em Salónica.Ao intervalo: 0-0.

Marcadores:1-0, Vertonghen, 63 minutos (na própria baliza).2-0, Andrija Zivkovic, 75.2-1, Rafa, 90+4.

Equipas:

- PAOK: Zivko Zivkovic, Crespo, Ingason, Fer-nando Varela, Michailidis, Giannoulis, Pelkas(Andrija Zivkovic, 67), Schwab, El Kaddouri,Tzolis (Anderson Esiti, 80) e Akpoum (Swiderski,70).

Suplentes: Paschalakis, Mihaj, Swiderski,Andrija Zivkovic, Biseswar, Anderson Esiti e Ni-nua.Treinador: Abel Ferreira.

- Benfica: Vlachodimos, André Almeida, RúbenDias, Vertonghen, Grimaldo, Weigl, Taarabt (Ra-fa, 77), Pizzi, Everton, Pedrinho (Darwin Núñez,65) e Seferovic (Carlos Vinícius, 72).

Suplentes: Helton Leite, Gilberto, Gabriel,Darwin Núñez, Waldschmidt, Rafa e Carlos Vi-nícius).Treinador: Jorge Jesus.

Árbitro: Felix Brych (Alemanha).Acção disciplinar: cartão amarelo para Pelkas(01), Fernando Varela (28), André Almeida (44),Michailidis (44), Schwab (79) e Anderson Esiti(90+2).Assistência: Jogo disputado à porta fechada de-vido à pandemia de covid-19.

A dupla sérvia de Zivkovics, um guarda-redes eo outro extremo, contribuiu na terça-feira decisi-vamente para o triunfo do PAOK sobre o Benfica,por 2-1, que impediu os 'encarnados' de alcan-

çarem o 'play-off' da Liga dos Campeões de fute-bol.O propalado 'sonho' europeu das 'águias' come-

çou a 'ruir' depois do intervalo, quando o belgaVertonghen marcou na própria baliza, aos 63 mi-nutos, e ficou praticamente sentenciado, aos 75,graças ao tento do bem conhecido Andrija Zivko-vic, jogador que há poucas semanas deixou aLuz para rumar a Salónica.

Pelo meio, foi 'brilhando' o compatriota ZivkoZivkovic, guarda-redes que impediu uma 'mãocheia' de oportunidades construídas pelas'águias', sobretudo na primeira parte, e que ape-nas foi batido em tempo de compensação, porRafa, aos 90+4 minutos.Além de cair na terceira pré-eliminatória e de fi-

car privado dos muitos milhões a que teria direitocaso conseguisse chegar à fase de grupos, oBenfica sofre um forte revés na ambição euro-peia, sendo 'relegado' para a Liga Europa, após10 épocas consecutivas a marcar presença nafase de grupos da principal competição europeiade clubes.

Os reforços Vertonghen, Everton e Pedrinhomereceram 'honras' de titularidade no primeirojogo oficial dos 'encarnados', no qual Jorge Je-sus formou um meio-campo com Weigl e Ta-arabt, e confiou o posto mais adiantado da equi-pa ao suíço Seferovic.

A acalmia que se viveu no Estádio Toumba, outrora um autêntico 'inferno' para os adversáriosque lá jogavam, foi cessada precisamente pelomédio marroquino, que testou a meia distância eos reflexos de Zivko Zivkovic, numa altura emque o Benfica já tomava conta das incidências dapartida.

Com duas 'linhas' bem definidas a defender,com cinco defesas e quatro médios, o PAOK ten-tou fechar os caminhos para a baliza do guardiãosérvio, para, depois, explorar a velocidade dePelkas e Tzolis, como sucedeu num par de situ-ações no primeiro tempo, ainda que sem proble-mas de maior para Vlachodimos.Ainda assim, os 'encarnados' só não se coloca-

ram em vantagem na primeira parte porque Se-ferovic voltou a revelar as manifestas - e já re-conhecidas - dificuldades na finalização, quando

tinha tudo para dar a melhor sequência a um cru-zamento de Everton.

O que faltou ao helvético, teve Pizzi em exces-so, ao acertar em cheio no poste da baliza grega,na marcação de um livre, antes de Pedrinho, por-ventura uma surpresa nas opções iniciais deJorge Jesus, obrigar Zivkovic a nova intervençãoapertada.Mesmo com uma entrada em 'falso' no segundo

tempo, deixando os gregos acercarem-se da bal-iza de Vlachodimos, foi novamente o Benfica adispor de soberana situação para marcar, só queZivko Zivkovic 'fechou' o caminho do golo aEverton.Contudo, alguns 'vícios' da temporada passada,

como a falta de agressividade defensiva devários elementos (Grimaldo e Pizzi como princi-pais exemplos) ou a desarticulação da linhadefensiva, puniram o Benfica à passagem dahora de jogo, quando Vertonghen tentou desfa-zer um cruzamento e acabou por desviar a bolapara a própria baliza.Ato imediato, Jorge Jesus lançou Darwin Núñez

e, pouco depois, Carlos Vinícius, mas os heléni-cos voltaram a tirar partido da absoluta falta deagressividade dos jogadores 'encarnados':Giannoulis teve direito a uma verdadeira 'pas-sadeira' para assistir o recém-entrado AndrijaZivkovic.Na retaguarda grega, continuava a 'brilhar' outro

Zivkovic, que parou o remate de Grimaldo, masnada pôde fazer face ao cabeceamento de Rafaem tempo de compensação, num golo que surgiutarde para o Benfica sequer ambicionar outroresultado que não a derrota e a consequenteeliminação precoce.

DECLARAÇÕES

Jorge Jesus (treinador do Benfica): “Só nóscriámos oportunidades de golo. O PAOK, pratica-mente, não fez um remate na primeira parte. Nasegunda parte, dividimos mais o jogo, já deixá-mos sair a jogar com alguma facilidade no con-tra-golpe.

Eles [gregos] têm um miúdo muito agressivo noum contra um e acabaram por entrar dentro da

nossa última linha com duas diagonais, quematou em termos de resultado. O Benfica tevemuita qualidade ofensivamente, mas não con-seguimos fazer golos. O guarda-redes tambémtem mérito, tirou-nos dois ou três golos.

Temos que nos preparar para os próximosjogos. Vamos analisar o que fizemos de melhorno jogo de hoje e tirar algumas coisas muito po-sitivas. A única coisa negativa que vou tirar destejogo é o resultado e o facto da equipa ainda nãoestar numa organização defensiva tão fortecomo eu quero.

É um passo atrás, porque saímos da ‘cham-pions’. Era um sonho chegar o mais longe pos-sível. Sabemos que nesta competição o Benficaera uma equipa que podia fazer coisas interes-santes. A desilusão é o resultado, mas não aqui-lo que a equipa jogou. Os melhores são aquelesque marcam mais e sofrem menos.

Estamos aqui há cinco semanas e temos muitotrabalho para fazer. Não demonstrámos no resul-tado, mas somos melhores do que o PAOK.”

André Almeida (jogador do Benfica): "Pensoque não houve grande quebra, mas, a partir dogolo, arriscámos mais. Houve ansiedade que difi-cultou o jogo. Na primeira parte, dominámos ojogo e na segunda tentámos entrar por cima,mas, depois do golo, arriscámos mais. Os únicosmomentos em que não fomos superiores foi nosgolos.

Dói [a eliminação], porque o Benfica quer estarentre os melhores, mas temos de olhar em fren-te. É um objectivo que fica pelo caminho.

Dupla de ‘Zivkovics’ trava caminho do Benfica para os ‘milhões’

O Século de Joanesburgo

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2-1

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21 DE SETEMBRO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 5

I LIGA PORTUGUESA

Jogo disputado no Estádio Municipal de Famali-cão.Ao intervalo: 0-3.Marcadores:0-1, Waldschmidt, 19 minutos.0-2, Cebolinha, 21.0-3, Grimaldo, 42.0-4, Rafa, 52.0-5, Waldschmidt, 66.1-5, Guga, 67.

Equipas:

- Famalicão: Zlobin, Riccieli, Babic, Verdonk(Ibrahim, 46), Jordão (Matheus, 63), Jorge Perei-ra (Patrick William, 46), Gustavo Assunção, Gu-ga, Fernando Valenzuela (Walterson, 77), ToniMartínez (Del Campo, 63) e Rúben Lameiras.Suplentes: Luiz Júnior, Henrique Trevisan, Wal-

terson, Ofori, Del Campo, Neto, Ibrahim, Matheuse Patrick William).Treinador: João Pedro Sousa.

- Benfica: Vlachodimos, André Almeida, RúbenDias, Vertonghen, Grimaldo (Nuno Tavares, 73),Rafa (Pizzi, 60), Gabriel (Weigl, 76), Taarabt,

Everton Cebolinha, Waldschmidt (Diogo Gonçal-ves, 76) e Darwin (Vinícius, 72).

Suplentes: Helton Leite, Seferovic, Diogo Gon-çalves, Pizzi, Weigl, Pedrinho, Nuno Tavares,Vinícius e Ferro).Treinador: Jorge Jesus.

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora).Acção disciplinar: cartão amarelo para RúbenDias (27), Jorge Pereira (45) e Gabriel (77).Assistência: Jogo realizado à porta fechada de-vido à pandemia de covid-19.

O Benfica goleou na sexta-feira o Famalicão,por 5-1, no jogo que marcou o arranque da I Ligaportuguesa de futebol, tendo o reforço Walds-chmidt se destacado com dois golos.

Uma formação 'encarnada' completamentetransfigurada no 'onze' e mentalmente reabilita-da, depois da eliminação na terceira pré-elimina-tória da Liga dos Campeões, frente ao PAOK, re-meteu o Famalicão ao meio-campo defensivo echegou-se à frente do marcador com naturalida-de.

Waldschmidt, aos 19 e 66 minutos, Everton Ce-bolinha, aos 21, Grimaldo, de livre directo, aos

42, e Rafa, aos 52, anotaram os cinco golos dovice-campeão nacional, tendo Guga reduzidopara a equipa famalicense.A supremacia benfiquista já se fazia sentir ainda

antes do primeiro golo, com várias ameaças àbaliza do guardião famalicense. Aos sete minu-tos, Darwin conseguiu arranjar espaço e, de ca-beça, atirou com perigo por cima da baliza. Doisminutos depois, foi a vez de Waldschmidt dar umar da sua graça, tendo passado do lado esquer-do por todos, entrado na área e rematado à ma-lha lateral.

Aos 19 minutos, Waldschmidt estreou-se nocampeonato português com um golo. Na cara deZlobin, o alemão atirou a bola por cima do russoex-Benfica e fez o 1-0.

Na resposta, Guga com rapidez surpreendeutudo e todos e valeu uma palmada de Vla-chodi-mos para negar o golo à formação da casa.Mas, dois minutos depois do primeiro, o Benfica

aumentou a vantagem por intermédio de Cebo-linha. Após um passe atrasado de André Almeida,o brasileiro rematou para o segundo dos 'encar-nados'.

Ainda antes do intervalo, a equipa comandadapor Jorge Jesus 'matou' praticamente a partida,com Grimaldo, de livre direto, a fazer o terceirogolo do encontro, de bonito efeito.

Para o segundo tempo, João Pedro Sousaavançou com uma dupla alteração - fazendo en-trar Patrick William e Ibrahim - e, nos primeirosminutos, o Famalicão teve um novo fôlego, mas

que rapidamente foi perdido com mais um golodo Benfica (aos 52 minutos, por Rafa).

Mantendo a toada, a meia dezena acaboumesmo por acontecer aos 66 minutos, comWaldschmidt a dar boas indicações a Jorge Je-sus e a fazer o segundo da conta pessoal.Ainda assim, e completamente contra a corrente

do jogo, o Famalicão reduziu por intermédio deGuga, depois de uma assistência de RúbenLameiras (67).O resultado estava completamente feito e até ao

final o Benfica limitou-se a gerir esforços não per-mitindo com isso à formação da casa crescer noterreno e criar algum tipo de perigo. Muito pelocontrário. As ameaças de golo continuaram a sermuitas, pecando apenas na finalização.Já em tempo de compensação, o Famalicão es-

teve perto de fazer o segundo golo, com La-meiras a fazer um forte remate à entrada da área,colocando a bola no ferro, já com Vlachodimoscompletamente batido.

DECLARAÇÕES

João Pedro Sousa (treinador do Famalicão):"A vitória do Benfica é justíssima. Foram superi-

ores. Dominaram o jogo taticamente, tecnica-mente. Foram superiores e fisicamente houveuma diferença muito grande. No entanto, co-meçámos até relativamente bem, conseguimosencontrar os espaços. Estávamos a conseguiraquilo que queríamos para o jogo. Mas depois,dois pequenos ressaltos, dois pequenos erros,resultaram em dois golos. O segundo até depoisde termos a nossa primeira oportunidade de golo.Acusámos um bocadinho em termos emocionais.Depois não conseguimos dar resposta. É um re-sultado justo.

Perdemos com uma grande equipa. Estamoscom dificuldades. Temos que as resolver cá den-tro. Estou a falar de ordem física. No entanto,estou contente com os jogadores, com a formacomo jogámos, porque aquilo que planeámosconseguimos colocar dentro do campo e isso ébom sinal.

Se me perguntarem se gostei mais deste jogoou do da primeira jornada do ano passado, emque ganhámos, digo que gostei mais deste.

O Toni Martínez é jogador do Famalicão. Hojeesteve bem, numa missão de grande sacrifício.Conto com ele para a próxima jornada.Vamos precisar de mais algum tempo para ficar-

mos mais fortes e mais competitivos.Temos que marcar mais e sofrer menos. No ano

passado referi que estávamos com jogadoresdesconhecidos, mas que iam passar a conhecer.E foi isso que aconteceu. E volto a dizer isso esteano. Há jogadores que estão no Famalicão e quevão ser importantes no nosso campeonato.Estamos melhor do que há um ano. Precisamos

dos jogadores que contratámos, que fiquem

prontos para a competição. Não deixo de estarcontente com eles."

Jorge Jesus (treinador do Benfica): "OBenfica nunca será à minha imagem, será àimagem do Benfica. Para jogares no Benfica tensque saber jogar à Benfica. É a história das gran-des equipas do Benfica. É o que pretendemosque os jogadores façam. Hoje, conseguimos fa-zer com mais facilidade. Fizemos cinco golos, po-díamos ter feito mais.Foi um jogo que entrámos muito forte, com uma

equipa a fazer muita pressão e conseguimos sermais objetivos na concretização.

Goleamos no primeiro jogo, que era aquilo quequeríamos. Continuamos com a mesma esperan-ça e confiança naquilo que queremos. Sabemosque a caminhada do Benfica vai ser longa e difí-cil.Quando falo em arrasador, falo num Benfica que

joga para ganhar. Se fizermos uma comparaçãoentre o arrasar e jogar a dobrar tem tudo a vercom patamares superiores. O Benfica tem quejogar sempre para ganhar. Jogar melhor tem aver com isso. O Benfica vai tentar ser uma equipaarrasadora na forma de pensar e depois o própriojogo é que vai ditar se vamos conseguir.Ainda andamos à procura da equipa base. Ainda

não há tempo para ter uma certeza absoluta doque vai ser no futuro. Uma equipa para mim nãosão só os onze.Ainda temos a Liga Europa. Não era essa com-

petição que queríamos. O Benfica vai com osobjectivos bem definidos, sabendo que temosmuitas possibilidades. O primeiro grande objecti-vo é a conquista do campeonato nacional."

1-5

Benfica arranca Liga com exibição arrasadorapara tentar esquecer ‘Champions’

GIAN-LUCA WALDSCHMIDT, DO BENFICA, MARCANDO UM DOS DOIS TENTOS DURANTE O JOGO INAUGU-RAL DA I LIGA CONTRA O FAMALICÃO, DISPUTADO NO ESTÁDIO MUNICIPAL (Fotos José Coelho/Lusa)

GUGA, DO FAMALICÃO, EM LUTA COM O ENCARNADO ADEL TAARABT

FERNANDO, DO FAMALICÃO, TENTANDO IMPEDIR ANDRÉ ALMEIDA, DO BENIFCA

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6 O SÉCULO DESPORTIVO . 21 DE SETEMBRO DE 2020

2.ª JORNADA

MELHORES MARCADORES

OUTROS RESULTADOS

- Sexta-feira, 25 Set:Sporting de Braga - Santa Clara, 21:30

- Sábado, 26 set:Marítimo – Tondela, 16:30Benfica – Moreirense, 19:30Boavista - FC Porto, 22:00

- Domingo, 27 Set:Farense – Nacional, 16:30Gil Vicente – Portimonense, 17:00Paços de Ferreira – Sporting, 19:30Rio Ave - Vitória de Guimarães, 22:00

- Segunda-feira, 28 Set:Belenenses SAD – Famalicão, 20:45

- 2 Golos:

Luca WALDSCHMIDT (Benfica), Gustavo“SAUER” Saubeck (Boavista), ALEX TELLES(FC Porto), THIAGO SANTANA (Santa Clara)

- 1 Golo:

Thibang ‘CAFÚ’ PHETE (Belenenses), EVER-TON Soares (Benfica), Alejandro GRIMALDO(Benfica), ‘RAFA’ Rafael Silva (Benfica), RICAR-DO MANGAS (Boavista), ‘GUGA’ GonçaloRodrigues (Famalicão), SÉRGIO OLIVEIRA (FCPorto), João CAMACHO (Nacional), JOÃO VIC-TOR Ferreira (Nacional), Brayan RIASCOS(Nacional), FÁBIO ABREU (Moreirense), PE-DRO NUNO Ferreira (Moreirense), RyotaroMESHINO (Rio Ave), André CASTRO (Sportingde Braga), RICARDO ALVES (Tondela)

Jogo disputado no Estádio doDragão, no Porto.Ao intervalo: 2-1.Marcadores:0-1, Castro, 21 minutos.1-1, Sérgio Oliveira, 45+1.2-1, Alex Telles, 45+4 (grande penalidade).3-1, Alex Telles, 89 (grande penalidade).

Equipas:

- FC Porto: Marchesín, Manafá, Mbemba,Pepe, Alex Telles, Danilo, Uribe (Loum, 86), Sér-gio Oliveira (Zaidu, 71), Otávio (Fábio Vieira,90+2), Corona (Taremi, 87) e Marega.

Suplentes: Diogo Costa, Diogo Leite, Zaidu,Loum, João Mário, Fábio Vieira, Soares, Eva-nil-son e Taremi).Treinador: Sérgio Conceição.

- Sporting de Braga: Matheus, David Carmo,Bruno Viana, Raúl Silva (André Horta, 61), Ri-cardo Esgaio, Al Musrati (Iuri Medeiros, 78),Fransérgio, Castro (Galeno, 61), Sequeira (VítorTormena, 78), Abel Ruiz (Guilherme Schettine,61) e Ricardo Horta.

Suplentes: Tiago Sá, Vítor Tormena, Rolando,Moura, João Novais, André Horta, Iuri Medeiros,Galeno e Guilherme Schettine).Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga).Acção disciplinar: cartão amarelo para BrunoViana (11), Ricardo Esgaio (60), Sérgio Oliveira(68), André Horta (72) e David Carmo (79). Car-tão vermelho directo para Raúl Silva (75, no ban-co dos suplentes).Assistência: Jogo realizado à porta fechada de-vido à pandemia de covid-19.

O FC Porto começou, sábado, a defesa do títu-lo da I Liga Portuguesa de futebol com uma vitó-ria de reviravolta sobre o Sporting de Braga, em-balada por um 'bis' de Alex Telles.Depois de os minhotos terem inaugurado o mar-

cador, aos 21 minutos, por intermédio de Castro,

os 'dragões', deram corpo à 'remontada', com osgolos de Sérgio Oliveira, aos 45+1, e Alex Telles,que 'bisou', aos 45+4 e 89, ambos de grande pe-nalidade.

Com este resultado na ronda inaugural docampeonato, o FC Porto junta-se ao Benfica, quena sexta-feira venceu em Famalicão (5-1), e aoBelenenses SAD, que venceu (1-0) em casa doVitória de Guimarães, também na sexta-feira, nocomando da prova, todos com três pontos,enquanto os bracarenses ficam na parte baixa databela, com famalicenses e vimaranenses.

Os 'azuis e brancos', apostando num 'onze' decontinuidade em relação à época passada, comos reforços Taremi, Evanilson ou Zaidu no bancode suplentes, até entraram no jogo a fazer jus aoestatuto de detentor do título, assumindo o con-trolo do desafio e pressionando, desde cedo, oadversário.

Marega mostrou-se, nesses momentos iniciais,muito ativo, protagonizando boas desmarcaçõese um par de remates perigosos, que deixaram osprimeiros alertas aos minhotos.

Ainda antes do quarto de hora, os portistaschegaram a introduzir a bola na baliza adver-sária, numa boa jogada de envolvência, trabalha-da por Corona e Marega e finalizada por Otávio,mas com o videoárbitro a invalidsar o lance porfora de jogo.

O Sporting de Braga, que surgiu com os refor-ços Castro e Al Musrati no 'onze', não tinha con-seguido, até então, encaixar os seus contra-ata-ques, mas revelou-se letal na primeira jogadaconsistente que desenhou, conseguindo inaugu-rar o marcador, aos 21 minutos.Também numa jogada de envolvência, construí-

da por Ricardo Esgaio e Sequeira, o reforço Cas-tro surgiu à entrada da área para desferir umremate certeiro, embora não festejando o 1-0,pela ligação emocional ao FC Porto, que repre-sentou na fase inicial da carreira.

O lance desestabilizou os 'dragões', que, doisminutos depois, viram o bracarense Abel Ruizintroduzir a bola na baliza portista, mas com olance a ser invalidado por fora de jogo.Apesar do calafrio, o FC Porto só conseguiu res-

ponder à contrariedade já no período de descon-tos, operando a reviravolta em menos de trêsminutos.Aos 45+1, Sérgio Oliveira desviou de cabeça um

cruzamento de Alex Telles, para resgatar o em-pate, e, aos 45+4, foi o defesa brasileiro a colo-car a equipa portuense em vantagem, apontandoo 2-1, numa grande penalidade a castigar falta deRaul Silva sobre Marega.

Logo após o intervalo, os minhotos reentraramno jogo apostados em recuperar e, em dois minu-tos, Ricardo Horta, depois de tirar dois adversá-rios do caminho, surgiu isolado frente o guarda-redes Marchesin, mas desperdiçou rematando

por cima.Em vantagem, os 'azuis e brancos' não foram

tão pressionantes, chegando até a dar a iniciati-va ao Sporting de Braga, para poder, depois,explorar, em contra-ataque, os espaços deixadospelo adversário.

Nesta toada, o desafio perdeu alguma intensi-dade, até porque os minhotos, mesmo com aentrada do reforço Schettine integrado no ataquee desfazendo o inicial esquema de três centrais,sentiam dificuldades na definição final das suasmovimentações ofensivas.

Perante a incapacidade do adversário em che-gar ao empate, o FC Porto acabou por desfazeras dúvidas sobre o desfecho do jogo já aos 89minutos, com Alex Telles a 'bisar de grande pe-nalidade, para o 3-1, após falta de Tormena sobreTaremi, que, um minuto após ter entrado para seestrear de 'dragão' ao peito, foi derrubado naárea.

DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição (treinador do FC Porto):"Foi um jogo bem disputado, estou feliz com essefacto, e com pena por não ter pessoas no estádiopara ver duas boas equipas.

Entrámos bem na partida e tivemos ocasiõespara fazer golos antes do Braga, com a equipa aperceber a ocupação dos espaços e a ter inte-ligência para recuperar bola, mas acabámos porsofrer no primeiro remate enquadrado do adver-sário.

Fomos à procura do empate, para depois con-seguir algo mais, porque era importante nãoperder no intervalo, e com mérito no último terço,fizemos dois golos e podíamos ter feito mais.

Na segunda parte, o Sporting de Braga teveocasiões, mas controlámos bem o jogo, e aindachegámos a mais um golo, e se tivéssemos umpouco mais de critério podíamos ter feito mais.Foi um triunfo justo.

[Sobre a eventual saída de Alex Telles] O clubenão me disse nada e estou tranquilo com o tra-balho que temos feito com os jogadores.

Tenho de realçar o profissionalismo do Alex,que, apesar das notícias, fez um jogo muito com-petente, tal como a equipa. Tenho um grupo dejogadores com muito caráter, que sei que até aoúltimo dia no clube, quer seja amanhã ou daqui a10 anos, vão dar o máximo.

[sobre a ausência do público] Todos esperáva-mos ter público nos estádios, mas é uma coisaque não podemos controlar. O futebol é muito re-gulado, eu já fiz 23 testes [de despiste à covid-19], mas que o [Carlos] Carvalhal, e também te-nho familiares na área da saúde e nunca foramtestados.

Fico triste pelos adeptos, que não podem assis-tir a bons jogos como este. É uma atmosfera

diferente, e apesar de quando começa o jogo osjogadores esquecerem tudo isso, no final é maupara o espetáculo.

[Sobre os reforços Taremi e Zaidu que se es-trearam] Estiveram bem. Com todo o respeitocom o Rio Ave e com o Santa Clara, jogar numclube com o FC Porto é diferente. O trabalhodiário, a ambição e a exigência é outra. Mas, nor-malmente, os jogadores que vamos buscar, tam-bém pelo seu caráter, adaptam-se.

O Taremi é muito inteligente nas movimenta-ções, procurando espaços onde não há, e o Zai-du é um jovem com muito potencial. Está em es-tado diferente de preparação, mas conto comeles."

Carlos Carvalhal (treinador do Sporting deBraga): "A palavra chave é o detalhe. No início,tivemos sempre o jogo controlado, não demosespaço entre linhas, e depois de estarmos a ga-nhar, acabámos por abrir para o FC Porto marcar.

Na segunda parte, ainda tivemos um remate doRicardo Horta, que passou junto ao poste e umaoutra jogada de Abel Ruiz, que podiam ter feito apartida ser diferente.A minha proposta de ganhar o jogo foi posta em

prática pelos jogadores, que foram bravos evalentes, mas defrontámos o campeão nacional,que é uma equipa muito forte.Houve coisas positivas, como o nosso golo, que

foi bonito, e outras coisas para rectificar, no-meadamente a questão dos detalhes que temosde trabalhar, porque temos a certeza que oSporting de Braga vai animar o campeonato.

I LIGA PORTUGUESA

3-1

3-3

2-0

0-1

2-0

1-1

FC Porto inicia defesa do título com vitória sobre o Sporting de Braga

CLASSIFICAÇÃO GERAL DA I LIGA

ALEX TELLES BISOU NO JOGO

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Desportivo

DESPORTO

Portugal subiu duas posições e é quinto classi-ficado no ‘ranking’ mundial da FIFA, publicado eque continua a ser liderado pela Bélgica, após asvitórias no arranque da Liga das Nações de fute-bol, sobre Croácia e Suécia.

A progressão da seleção portuguesa no ‘ran-king’ contrasta com a ‘queda’ da Croácia, actualvice-campeã mundial e adversária de Portugalna Liga das Nações, que perdeu, precisamente,com a equipa das ‘quinas’ e com a França.

A selecção orientada por Fernando Santos ar-rancou a competição, na qual é campeã em títu-lo, com triunfos diante dos croatas, por 4-1, a 5de Setembro, no Porto, e na Suécia, por 2-0, a 8de Setembro.

No ‘top 10’ da FIFA foram essas as principaismudanças, com Portugal em quinto - tendo ultra-passado também o Uruguai, que caiu para sexto- e a Croácia a descer do sexto para o oitavo,tendo sido ainda superada pela Espanha, actualsétima poscionada.

Com a Bélgica a manter-se na frente, seguem-se França (segunda colocada), Brasil (terceiro) eInglaterra (quarta), mantendo-se a hierarquia dosúltimos meses.

As selecções sul-americanas na ‘linha da frente’mantêm-se nos mesmos lugares, com a Argen-tina em nono e a Colômbia, orientada por CarlosQueiroz, em 10.º, apesar de não terem aindacompetição, com excepção do Uruguai.

Com a pandemia de covid-19 a condicionar ocalendário mundial, foi a Liga das Nações quepermitiu as primeiras mexidas substanciais, coma Rússia a ter duas vitórias na Liga B e a capita-lizar a maior subida, da 38.ª posição para a 32.ª(seis lugares).As antigas campeãs mundiais Itália e Alemanha

tiveram subidas ligeiras, de um lugar, com ostransalpinos em 12.º e os germânicos em 14.º.Em outras selecções lideradas por técnicos por-

tugueses, a Coreia do Sul, de Paulo Bento, subiuum lugar e é 39.ª, enquanto os Camarões, de An-tónio Conceição, e o Bahrain, de Hélio Sousa,mantiveram o 53.º e 99.º postos, respectiva-mente.

- ‘RANKING’ DA FIFA A 17 DE SETEMBRO:

1. (1) Bélgica, 1.773.2. (2) França, 1.744.

3. (3) Brasil, 1.712.4. (4) Inglaterra, 1.664.5. (7) Portugal, 1.653.6. (5) Uruguai, 1.645.7. (8) Espanha, 1.642.8. (6) Croácia, 1.628.9. (9) Argentina, 1.62310.(10) Colômbia, 1.622(...)39. (40) Coreia do Sul, 1.464.

53. (53) Camarões, 1.413.78. (78) Cabo Verde, 1.318.99. (99) Bahrain, 1.225.

105. (105) Moçambique, 1.200.119. (118) Guiné-Bissau, 1.155.124. (124) Angola, 1.136.181. (181) São Tomé e Príncipe, 923.182. (182) Macau, 922.197. (196) Timor-Leste, 879.

A FC Porto SAD confirmou na quinta-feira Pintoda Costa como presidente do Conselho de Admi-nistração, que passa a contar com Vítor Baia eas novidades Lourenço Pinto a liderar a Assem-bleia-Geral e Jorge Carvalho Guimarães o Con-selho Fiscal.

Em assembleia-geral ordinária, para deliberaros órgãos sociais para o quadriénio 2020/2023,no auditório do Dragão, Alípio Dias foi confirma-do como presidente da Comissão de Venci-men-tos e do Conselho Consultivo, que integra 19membros.

Em comunicado enviado à Comissão do Mer-cado de Valores Mobiliários (CMVM), a Ernst &Young Audit & Associados – SROC, SA, repre-sentada por Rui Manuel da Cunha Vieira, é indi-cada como o Revisor Oficial de Contas.

No Conselho de Administração destaca-se aentrada do ex-futebolista e ‘capitão’ Vítor Baía ea saída de Antero Henrique, antigo homem fortedo futebol que já deixou o clube, bem como dohistórico Reinaldo Teles: a equipa completa pas-sou de sete para nove membros, somente cincona equipa executiva.Pinto da Costa tem assim como parceiros exec-

utivos Vítor Baía, Fernando Gomes, Adelino Cal-deira e Luís Gonçalves.

Como administradores não executivos ficaramReinaldo Teles, Maria Manuela Aguiar, Rita Mo-reira e Teresa Azevedo.

José Américo Amorim e Rui Vieira de Sá, admi-nistradores com funções não executivas, deixamo órgão.

Matos Fernandes deixou de presidir à Assem-bleia-Geral e Paulo Sá Fernandes ao ConselhoFiscal.

Portugal sobe dois lugares no 'ranking'da FIFA e é quinto classificado

FC Porto SAD reestruturada e Vítor Baíano Conselho de Administração

VÍTOR BAIA

O português Filipe Albuquerque(United Autosports) venceu ontem,domingo, as 24 Horas de Le Mansem automobilismo, na categoriaLMP2, a segunda mais importante, esagrou-se campeão mundial de re-sistência.

O português, que faz equipa comos britânicos Phil Hanson e Paul diResta, bateu a equipa Jota do outroportuguês em prova, António Félixda Costa.A prova foi ganha pelo Toyota oficial

do suíço Sébastien Buémi, do neo-zelandês Brendon Hartley e do japo-nês Kazuki Nakajima.

Filipe Albuquerque vence 24 Horas de Le Manse sagra-se campeão mundial de resistência

O piloto português Miguel Oliveira (KTM) termi-nou ontem na quinta posição o Grande Prémioda Emília Romana e Riviera de Rimini, em Itália,sétima prova da temporada de MotoGP, depoisde ter partido da 15.ª posição.

O piloto português terminou a 7,368 segundosdo vencedor, o espanhol Maverick Viñales (Ya-maha), que se tornou no sexto piloto diferente avencer esta época.

Os espanhóis Joan Mir (Suzuki) e Pol Esparga-ró (KTM) foram segundo e terceiro, respectiva-mente.

Miguel Oliveira em5.º no GP da Rivierade Rimini de MotoGP