Presidência da República e... · Na floresta amazônica encontra-se uma das maiores diversidades...
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Presidência da RepúblicaDilma Vana Rousseff
Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçãoClelio Campolina Diniz
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPALuiz Renato de França
INCT-CENBAMInstituto Nacional de Ciência e TecnologiaCentro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica
CAPES-PNADBCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorPrograma Nacional de Apoio e Desenvolvimento da Botânica
Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da AmazôniaAv. André Araújo, 2936 – Caixa Postal 2223CEP : 69067-375 Manaus – AM, BrasilFax : 55 (92) 3642-3438 Tel: 55 (92) 3643-3223
Instruções de coleta de macrofungos
Agaricales e gasteroides
Ruby Vargas-IslaTiara Sousa CabralNoemia Kazue Ishikawa
EditoresRuby Vargas-IslaTiara Sousa CabralNoemia Kazue Ishikawa
CoordenaçãoNoemia Kazue Ishikawa
FotografiasArquivos Grupo de pesquisaCogumelos da Amazônia - INPA
RevisãoSergio Luiz Pereira
Ficha Catalográfica
Copyright 2014 - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Fotos da capaArquivo Grupo de pesquisaCogumelos da Amazônia - INPA
Projeto Gráfico e Editoração EletrônicaLeandro Mery e Amanda Muniz
Editora INPA - Editores: Mario Cohn-Haft; Isolde Dorothea Kossmann Ferraz. Produção editorial: Rodrigo Verçosa; Shirley Ribeiro Cavalcante; Tito Fernandes.
V297 Vargas-Isla, Ruby Instruções de coleta de macrofungos agaricales e gasteroides / Ruby Vargas
-Isla, Tiara Sousa Cabral, Noemia Kazue Ishikawa. --- Manaus : Editora INPA, 2014.
30 p. : il. color. ISBN 978-85-211-0131-4
1. Macrofungos - Coleta. I. Cabral, Tiara Sousa. II. Ishikawa, Noemia Kazue. IV.
Título.
CDD 589.222
1Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Prefácio
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) desempenha diversas nobres missões e dentre elas certamente se encontram a geração e a divulgação do conhecimento. Esses preciosos frutos são particulamente mais doces e suculentos quando fazem interface com a sociedade. Ilustrando uma vez mais que a simplicidade é apenas um gracioso disfarce do saber, este por assim dizer livreto sobre macrofungos se propõe a ensinar de forma divertida como se disseca no sentido literal e metafórico os pequenos segredos dessas graciosas criaturas da natureza, que desempenham importantes papéis entre o que se foi e o que será. Assim, no majestoso e ilimitado teatro da biodiversidade, aqui representado pela Amazônia, o ciclo da vida se descortina e se mostra em inesperadas cores e feitios que alimentam e ao mesmo tempo se alimentam de nosso imaginário, florescido em forma de garbosos e delicados Agaricales e gasteroides. Nesse lúdico cenário, aguçado pela curiosidade despertada pelas magas poções das autoras Ruby, Tiara e Noemia, convido todos vocês a embarcarem nessa instrutiva e agradável aventura com leveza e portando em sua mala de caixeiro-viajante seu arsenal de truques.
Luiz Renato de FrançaDiretor do INPA/MCTI
2 Ruby Vargas-Isla, Tiara Sousa Cabral, Noemia Kazue Ishikawa
Sumário
Material Necessário................................................................
Registros de Campo...............................................................
Coleta de Macrofungo............................................................
Amostra para Genética Molecular.......................................
Registros no Laboratório......................................................
Confecção de Exsicatas.........................................................
Depósito em Herbário............................................................
05
07
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20
27
29
04Introdução................................................................................
3Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Apresentação
Na floresta amazônica encontra-se uma das maiores diversidades de espécies de macrofungos (cogumelos) do mundo. Por conta de seu papel na decomposição de matéria orgânica e pelas suas interações micorrízicas, endofíticas e parasíticas, os fungos são fundamentais para a manutenção e equilíbrio dos ecossistemas. Entretanto, é necessário fortalecer esse conhecimento na sociedade local assim como a sociedade científica.
Com o intuito de quebrar nas escolas o ciclo de – não se leciona porque não se sabe, não se sabe porque não se ensina – por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT – Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica – CENBAM, iniciou-se, em 2010, cursos de capacitação sobre macrofungos da Amazônia para professores e alunos da rede pública.
Este livreto surgiu da necessidade de um material didático simples, objetivo e acessível para o uso durante os cursos e apoio aos participantes, além do período e locais que o projeto conseguir atender.
Com finalidade de facilitar o acesso ao material, uma versão digital deste livreto ficará disponível na página do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (ppbio.inpa.gov.br).
As Autoras
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IntroduçãoNeste livreto, os procedimentos de coleta entre a observação de um macrofungo na floresta ao seu depósito no herbário estão apresentados em dez passos.
No Campo
No LaboratórioObservação do habitat02
Amostras para genéticamolecular
06
Anotações de campo04
Análise morfológica08
Depósito10
Preparo do material01
Coleta05
Registros fotográficos03
Obtenção de esporada07
Confecção deexsicata
09
5Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Material Necessário
RéguaLupaLápis e caneta
Sacos de papelCaderno de anotaçõesFaca ou canivete e pinça
Caixa plástica com divisóriasSacos plásticos
Levar um pequeno espelho. Antes de remover os macrofungos, o espelho pode ajudar na observação de estruturas de difícil visualização.
Dica
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Material Necessário
Antes de sair para o campo, verificar se as baterias da câmera fotográfica e do GPS estão carregadas.
Levar sacos plásticos para proteger da chuva as amostras, o caderno de anotações e os equipamentos.
Os dados obtidos com o receptor de GPS (Global Positioning System) podem contribuir para estudos de distribuição geográfica da espécie, mas a falta deste equipamento não inviabiliza uma coleta.
Aparelho GPS
Câmera Fotográfica
Dica
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Registros de Campo
Tipos de SubstratoInformações sobre o substrato onde o macrofungo é encontrado auxiliam nos estudos taxonômicos. Os substratos podem ser:
1 - Troncos 2 - Galhos
Se possível, registrar informações sobre a madeira, como a espécie, família ou o nome popular.
Dica
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Registro de Campo
3 - Solo 4 - Liteira ( Folhas e Galhos Finos)
No momento da coleta é importante constatar se o fungo realmente está no solo ou ligado a outro substrato. Às vezes o substrato do macrofungo pode estar coberto pelo solo.
Atenção
9Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Registro de Campo Fotografias
As fotografias registram características, como cores e tamanho, que podem ser alteradas durante o processo de secagem. É essencial fotografar o macrofungo em vários ângulos e se possível em diferentes estágios de desenvolvimento.
Para manter informação sobre o tamanho, lembre-se de registrar pelo menos uma fotografia com a régua posicionada próxima ao macrofungo. Remover um macrofungo e fotografá-lo virado junto com os demais enriquece as informações.
Dica
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Registro de campo
AnotaçõesNo caderno de campo devem ser anotadas informações necessárias para caracterizar a coleta. Essas informações serão utilizadas para catalogar o material em bancos de dados.
Os dados adicionais ficam a critério do coletor de acordo com o grupo de fungo estudado. Por exemplo: cores, odores, produção de látex.
Nome do coletor:
Número da coleta:
Data:
Grupo do macrofungo:
Substrato:
Local:
Equipe de coleta:
Dados adicionais:
Manter atualizado o número de coleta, isso ajudará na organização dos dados no futuro.
Lembrar que as anotações escritas a caneta quando molhadas podem ficar ilegíveis, assim é aconselhado escrever a lápis.
Dica
15Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Retirar o cogumelo com ajuda de canivete e/ou faca para não danificar a base.
Dica
Coleta do macrofungoAmostragem
Para uma boa amostragem é necessário remover o macrofungo com cuidado para não danificar nenhuma de suas estruturas.
Outro ponto importante é a obtenção de diferentes estágios de desenvolvimento da espécie, o que auxilia na taxonomia.
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Coleta do macrofungoAcondicionamentoCada amostra deve ser acondicionada separadamente. Isso evita a mistura de esporos, o que minimiza problemas na identificação da espécie.
Os recipientes mais utilizados são:
Colocando-se uma folha dentro do recipiente junto com o macrofungo ajudará a manter a umidade da amostra durante o transporte.Para auxiliar na organização da amostragem, indentifique os sacos sequencialmente.
Dica
1- Saco de papel
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Coleta do macrofungoAcondicionamento2 - Caixas plásticas com divisórias
Identifique cada espaço da caixa de acordo com a sequência de coleta.
Evite a exposição direta ao sol e/ou calor do material coletado.
Dica
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Amostra para genética molecular
Material necessário
Além da identificação morfológica, vários estudos são realizados utilizando ferramentas de genética molecular. É necessário o preparo do material antes de seguir com a desidratação.
- Microtubos ou tubo Falcon- Sílica gel- Algodão hidrofóbico- Papel filtro
É aconselhado o uso de sílica gel azul, pois a cor azul indica que o material não está úmido.
Dica
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Amostra para genética molecular
Preparo de amostra com sílica gelOs métodos de preparo da amostra variam de acordo com o laboratório assim como o grupo de macrofungo. Existem métodos utilizando tampões e cartões apropriados, no entanto o método da sílica gel é o mais acessível.
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Registro de LaboratórioMedidas Microscópicas
Isopor Placa de PetriLâmina e lamínula
PinçaConta-gotasAgulhaLâmina de barbear
Bisturi CoranteSolução de KOHMicroscópio
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Registro de LaboratórioMedidas Macroscópicas
Para a identificação morfológica é necessário realizar medições e anotar os caracteres macroscópicos observados. As medições macroscópicas podem variar dentre as amostras de uma mesma coleta.
Uma tabela de cores auxilia na descrição de cores das principais partes do macrofungo.
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Registro de LaboratórioMedidas MicroscópicasConhecer os dados microscópicos é imprescindível para a determinação de muitos gêneros e espécies. Os caracteres microscópicos são estáveis e confiáveis.
Para auxiliar na observação das estruturas microscópicas pode utilizar por exemplo:reagentes como KOH (2,5-5%) e/ou Vermelho de Congo.
Dependendo do grupo de fungo, devem ser realizados cortes de partes específicas do macrofungo para a observação ao microscópio.
Dica
23Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Registro de LaboratórioExemplo de diagnóstico
Panus strigellus (Berk.) Overh.São alguns dos caracteres diagnósticos da espécie Panus strigellus:
Basidiomas maturos
Cheilocistídios Pleurocistídios
Lamelas
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Registro de LaboratórioExemplo de diagnósticoGeastrum echinulatum T. S. Cabral, B. D. B. Silva & BaseiaSão alguns dos caracteres diagnósticos da espécie Geastrum echinulatum:
Peristômio não delimitado
Ornamentaçãodos esporos e
capilícios
25Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Utilizar uma folha de papel metade branca e metade preta facilitará a visualização de esporadas escuras ou claras.
Registro de LaboratórioObtenção de esporada em Agaricales
Com a obtenção da esporada é possível observar a cor dos esporos, que é uma característica importante para ser considerada na taxonomia.
Dica
Após 30-60 minutos
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Registro de LaboratórioObservação de esporos em gasteroides
A obtenção de esporos em fungos gasteroides é diferente. Eles possuem liberação dos esporos de forma passiva, e por isso é necessário retirar os esporos com auxílio de pinça, diretamente da gleba, estrutura onde estão os esporos.
Atenção
27Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Atenção
Confecção de exsicatas
A exsicata é uma amostra de fungo (ou planta) que foi coletado e desidratado em estufa. Esse processo é conhecido como herborização, e é necessário para a preservação do material em uma coleção biológica.
Desidratadores de alimentos também podem ser utilizados para o processo de herborização, lembrando de manter a temperatura adequada de secagem.
Dica
Em geral, o material deve ser mantido em estufa com circulação de ar a 40°C durante 24-48 horas. Para alguns macrofungos também é necessário realizar cortes para garantir a completa desidratação.
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Confecção de exsicatas
A exsicata deve ser acondicionada em sacos de papel, sacos com fecho hermético ou caixas, e deve estar acompanhada de uma etiqueta indicando o nome da espécie, data e local de coleta, substrato e nome do coletor.Atenção
Adicionar sílica gel para manter o material seco.
Também pode ser adicio-nado cravo-da-índia para evitar ataque de outros fungos e artrópodes.
Dica
29Instruções de coleta de macrofungos: Agaricales e gasteroides
Atenção
Depósito em Herbário
As exsicatas são depositadas em um herbário, que tem a finalidade de armazenar o material. Toda coleção ficará disponível para os interessados em realizar estudos taxonômicos.
Os dados sobre a coleta são preenchidos em uma planilha que será inserida no sistema do Herbário gerando um número de registro.
Esse número servirá de referência em toda pesquisa que tenha utilizado o material.
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Depósito em Herbário
Herbário do INPA
Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da AmazôniaCurador: Michael John Gilbert HopkinsTelefone: (55) (92) 3643-3129
INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da AmazôniaCBIO - Coordenação de BiodiversidadeAv. André Araújo, 2936 CEP: 69067-375Manaus - AM
Endereço
Tiragem 1.000 exemplares
Contato [email protected]
Impressão Gráfica Gráfica Ziló - Manaus - AM
ISBN 978-85-211-0131-4