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ZUMBI DOS PALMARES HERÓI NACIONAL ORIRERÊ PRÊMIO ILUMINADAS CABEÇAS

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ZUMBI DOS PALMARESHERÓI NACIONAL

ORIRERÊ

PRÊMIO

ILUMINADASCABEÇAS

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ORIRERÊ

PRÊMIO

ILUMINADASCABEÇAS

ZUMBIDOS PALMARES

NACIONALHERÓI

1ª edição

CuritibaEditora Humaita

2016

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REI ZUMBI DOS PALMARES

Um pequeno relato da épica resistência negra em solo brasileiro

Uma história antiga

Gestada e parida na Serra da Barriga

Segundo os meus mais velhos

Começou desde a chegada do primeiro negro no Brasil

Foi distorcida

Era pra ser esquecida

Mas o povo disse não

E foi passada de pai pra filho, de lábios a ouvidos

Em cantigas de roda, causos e histórias

Desde o tempo da escravidão

Devemos sim comemorar e relembrar

A saga vitoriosa

De um dos reis de Palmares

Escrita com o sangue negro até o ano de 1695

E até hoje continua

Com o extermínio dos jovens

Melaninados da periferia

(...)

Extraído da Coleção Oralidades Afro-paranaenses, de Mel e Candiero. Inédito.

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

CATEGORIA TEXTO

Textos vencedores

Textos selecionados

AQUALTUNE

CATEGORIA MÚSICA

Homenagem a Zumbi dos Palmares

Músicas vencedoras

Músicas selecionadas

RAINHA NZINGA

CATEGORIA PAINEL

Painel vencedor

Painéis selecionados

Menção Honrosa

TEXTOS COMPLEMENTARES

Sobre a experiência na unidade Cense Londrina I

Sobre a Premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas

Edições anteriores do Prêmio Orirerê - Cabeças Iluminadas

Somos todos Zumbi

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APRESENTAÇÃO

É com grata satisfação que o Centro Cultural Humaita – Centro

de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro-brasileira, em

parceria com o Departamento da Diversidade/Coordenação

da Educação das Relações da Diversidade Étnico-Racial

(CERDE/DEDI/SEED), vem divulgar os trabalhos selecionados

na 9ª edição do Prêmio Orirerê - Cabeças Iluminadas, cujo tema é

Zumbi dos Palmares - Herói Nacional.

Orirerê é uma palavra Iorubá que significa “cabeças

brilhantes”, “cabeças boas”, “cabeças iluminadas”.

Com o Prêmio Orirerê – Cabeças Iluminadas 2015 | Zumbi

dos Palmares, Herói Nacional buscamos fomentar a difusão

de informações sobre a vida e a importante contribuição deste

ícone ainda pouco conhecido da História do Brasil, além de

evidenciar sua relevância histórica, social e cultural, a fim de

contribuir para a formação cidadã dos estudantes da rede

pública estadual paranaense.

Parabéns aos quase 800 inscritos na etapa escolar e aos 27

selecionados e vencedores! Os textos, painéis e músicas que seguem

foram produzidos por estudantes da Rede Estadual de Ensino do

Paraná, juntamente com um(a) professor(a)/orientador(a).

Os melhores trabalhos valem uma viagem para conhecer o

Museu Afro Brasil, em São Paulo.

Esta revista é uma das formas de compartilhar estes

conhecimentos e fomentar a reflexão sobre as relevantes

contribuições deste importante líder da história brasileira.

Como diz o provérbio africano Sankofa: “nunca é tarde para

voltar atrás e recuperar o que foi esquecido”.

Resgatar a história do Rei Zumbi e do Quilombo de Palmares

na formação da nação brasileira é uma contribuição singela,

mas contundente, para efetivar a missão do Centro Cultural

Humaita: valorizar e dar visibilidade à presença negra e à história

e cultura africana e afro-brasileira no Paraná.

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CATEGORIATEXTO

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19 DE NOVEMBRO DE 1965

Lá vem ele!! Correndo feito onça, cansado que só...

Ah, menino magro, mais forte, inteligente, espoleta. Lá na

roça de milho, plantava e colhia, na verdade mais brincava do que

trabalhava: oh menino! busca o boi, o menino planta horta horta!

Atá, eu pegava e corria pro mato, ficava comendo jabuticaba, mas é

claro eu respeitava todos, e quando era pra eu fazer, ah... eu fazia...

Nasci, lá por volta de 1655, no quilombo mesmo, lembro-me

das nossas cantorias, todos se ajudavam. Quando era criança, fui

capturado, me entregaram para um senhor ‘diferente’, falavam que

era um jesuíta, no começo, fiquei ressabiado, mas ele era como

um pai para mim, me ensinou diversas coisas, entre elas algumas

línguas estrangeiras, mas isso não me tirava a saudade de meu

povo, de minha terra, além disso me batizaram de... Francisco. Era

‘piá’, tinha15 anos, não aguentei e fugi. Era tão esperto, fui um

TEXTO VENCEDOR

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CONTESTADO LAPA

Autores

Inetti Paula Borges

Alana Lourenço de Souza

Cecília Martins Santos

Elielson de Souza Demarque

Jennifer Manica

Alisson Jean Sousa

Jhully dos Santos

Professora orientadora

Adriana da Silva Alexandre

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estrategista, por isso me tornei líder do quilombo, quando meu tio

Canga Zumba veio a faltar. Certa noite, noite de luar fui com mais

alguns negros, até uma fazenda de cana-de-açúcar libertar nossos

‘irmãos’, ah! Éramos verdadeiros guerreiros.

Até que um dia bandeirantes invadiram Palmares, e o

destruíram, eu corri, fugi. Mas fui preso, e estou aqui nesse lugar

horrível, esperando... Por isso escrevo essa carta rapidamente,

pra ninguém ver, e deixo-a entre as pedras da parede, mas antes

preciso dizer o nome do traidor, era um de meus aliados, Antônio

Soares... Está vindo alguém!! Que minha história seja lembrada...

Extra, extra, 20 de novembro de 1695, o líder de Palmares

é morto.

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TEXTO VENCEDOR

COLÉGIO EST. PROF. MARIO EVALDO MORSKI PINHÃO

DIA DE TODOS, TODOS OS DIAS

Quando questiono as pessoas sobre sua origem, percebo

que a maioria diz ser descendente de imigrantes, seja italiano,

alemão, polonês e outros locais. O que acho mais engraçado é que

nenhum diz ser descendente dos negros escravos que vieram para

o Brasil.

Ao refletir sobre isso percebo que a vergonha de fazer parte

deste povo é muito maior que o orgulho, que por sua vez deveria

ser enorme, porque os escravos mesmo sendo coagidos pela força

dos coronéis da época foram os principais construtores do Brasil.

Vejo injustiças e discriminações nas próprias ruas da minha

cidade, que de área é pequena, mas de preconceitos é tão grande

que não consigo nem descrever.

O mais engraçado de tudo é ver que as mesmas pessoas

que atiram “pedras” em qualquer pessoa que seja diferente, são

as mesmas ou até mesmo as primeiras a erguer faixas pedindo

para que a população tenha a chamada consciência negra no dia

20 de novembro.

Em uma breve retomada histórica, este dia foi escolhido

por ser na mesma data em que Zumbi dos Palmares foi morto e

decapitado. Zumbi foi o último e mais famoso líder do Quilombo

Autora

Elora Milleni de Oliveira

Professora orientadora

Andreza Ribeiro Nunes

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dos Palmares, que morreu defendendo ideais, tornando-se um

símbolo da resistência escravocrata do Brasil.

Da história do Brasil todos entendem ao seu modo

e escolhem saber aquilo que lhes convém. Minha missão,

porém, não é mudar pensamentos, mas entender o que é ter

consciência negra.

A melhor forma de entender isso é iniciar por uma

demonstração da cultura afrodescendente, que muitos nem sabem

de onde vem e que deveria ser reconhecida. Aqui em minha cidade,

por exemplo, existe um projeto chamado Zumbi dos Palmares, que

leva a capoeira até crianças, carentes em sua maioria, ensinando

a elas valores como o respeito. O grande problema é que a maioria

não sabe que existe e confesso que eu também não sabia até

pouco tempo atrás.

Tudo que nós usamos em nossa vida, teve origem em

algum momento, com povos diferentes. Desde um alimento ou

até mesmo uma música, são exemplos de lugares onde a cultura

dos negros, em especial, faz a diferença em nosso cotidiano.

Ter consciência negra á saber reconhecer e ver o quanto

temos que agradecer a este povo e aos seus descendentes, que

tanto são injustiçados.

A velha história que a cor da pele não influencia no caráter

de uma pessoa todos já sabem e por este motivo que deixo uma

mensagem diferente.

Não importa se existe o dia do índio, do branco, do negro

e das outras culturas e etnias, o que é realmente importante é a

igualdade e o respeito sendo vividos no nosso dia a dia.

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TEXTO SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL PEDRO VIRIATO PARIGOT DE SOUZA

MIRADOR

ZUMBI: DE GUERREIRO A HERÓI BRASILEIRO

Numa nação de vasta natureza, colorida pela mão de Deus,

nasceu no ano de 1655, no estado de Alagoas num país chamado

Brasil, numa manhã de sol, e de céu cor de anil, “Zumbi”, negro como

a noite de alma livre e de corpo cativo, num país de escravidão, e

através do batismo tornou-se Francisco, um menino cristão.

Porem nunca se conformava em ver seu povo sofrer, e aos

15 anos de idade, fugiu para Palmares, seu quilombo e sua casa,

tornou-se um negro guerreiro, com sua gente com seu povo, de

Francisco passou a “Zumbi”, dando asas aos seus sonhos de novo.

E num ataque ao quilombo, Zumbi destacou-se como grande

guerreiro, e tendo vencido a batalha contra o exército português,

Autores

Jady Lima Zdepski

Melissa Monteiro dos Santos

Nayara Barbosa da Silva

Glaucia Elaine Ribeiro do Nascimento

Gustavo Klauck Lemos

José Vinicius de Oliveira Barros

Lucas da Silva Andrade

Diovana Elena da Silva

Jeovana Oliveira da Silva

Camila Stefanie dos Santos Ribeiro

Professora orientadora

Maria do Rosário de Oliveira

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Zumbi assumiu a liderança contra o povo opressor, que pretendiam

um acordo libertando os quilombolas, mas sem a menor piedade,

continuariam escravos, os negros das fazendas, dos engenhos,

dos canaviais, mucamas e outros mais.

Ganga Zumba, seu tio, que era o líder do povo dos Palmares,

passou a Zumbi então a ardorosa missão, de ser o comandante

guerreiro, e nisso o nobre brasileiro, se integrou por inteiro.

O povo comandado por ele passou a plantar e colher,

trabalhar, lutar capoeira, viver sua tradição trazida do continente

africano, e nas noites de lua cheia se consolavam cantando a

saudade de sua terra, a saudade do seu povo, que jamais veriam

de novo.

E quinze anos se passaram, no comando de Zumbi, mas

grande ataque deflorou, e após intensa batalha no refúgio do

guerreiro e de seu povo companheiro, nessa ocasião o quilombo

foi totalmente destruído e Zumbi fugiu ferido, levando um sonho

na mente, um sonho de liberdade, de lutar e ser feliz, de viver com

igualdade, de viver sem preconceitos, com união e direitos.

Zumbi sobreviveu ao massacre, mas pouco tempo depois,

foi traído e degolado, mas sua história está entre nós, resgatando

o valor de um passado, como exemplo no presente e em todos os

momentos, fica o grande questionamento:

Zumbi realmente morreu? E em nosso pensamento, nos vem a

grande certeza: Zumbi está vivo! Nós brasileiros que lutam, naqueles

que tem coragem, na cor, na raça, nos sonhos, na certeza da nossa

gente, precisamos resgatar Zumbi e Palmares novamente.

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TEXTO SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL CONSELHEIRO QUIELSE

CRISÓSTOMO DA SILVA BOCAIÚVA DO SUL

ZUMBI: UM ÍCONE DA RESISTÊNCIA NEGRA NO BRASIL

Zumbi dos Palmares foi um grande líder negro que lutou

incansavelmente pela liberdade dos seus pares e pela valorização

de sua cultura, até o fim de sua vida, em prol dos direitos de sua

etnia. Comandou com sabedoria e discernimento exércitos e

por muito tempo não deixou que invadissem sua terra e de seu

povo. Não queria que os negros fossem reescravizados. Por meio

de muita luta e persistência, alcançou seu objetivo e tornou-se

símbolo da revolução negra brasileira.

Descendente de angolanos, Zumbi nasceu no nordeste

brasileiro e foi levado com poucos dias de vida ao Quilombo dos

Palmares. Ele foi criado por um sacerdote português que o batizou

com o nome de Francisco e cuidou de sua educação. Como um

pequeno cristão, Francisco auxiliava nas celebrações da igreja,

porém aos quinze anos fugiu e retornou as suas origens, onde

deixou seu nome cristão para se tornar Zumbi, que significa, na

mitologia africana, “aquele que ressurgiu”.

De volta à Palmares Zumbi preparou homens aptos a se

tornarem guerreiros. Nessa época já havia combates contra as

Autores

Érica Falcade Colleti

Fabíola Alberti

Helena G. Bittencourt

Professora orientadora

Jaqueline Rodrigues da Silva Pereira

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tropas portuguesas, mas até então Ganga Zumba (tio de Zumbi)

era o líder do Quilombo, e este havia feito um acordo com o

comandante da Capitania Hereditária de Pernambuco, de que os

quilombolas daquela comunidade seriam livres, mas os outros

negros, de outras localidades, continuariam na condição de escravos.

Nem Zumbi, tampouco os palmarinos concordaram com o tratado,

Ganga Zumba morreu envenenado e Zumbi assumiu a liderança.

Durante onze anos de intenso conflito, o Quilombo dos

Palmares resistiu ao ataque das tropas com bravura. Anos depois

os portugueses invadiram o local, com o principal propósito de

destruir a aldeia e matar Zumbi, porém conseguiram apenas ferí-lo,

uma vez que o mesmo se escondeu para recuperar-se. Na ocasião,

houve boatos de que ele havia se suicidado. Com a traição de

seu “braço direito”, foi encontrado, assassinado e sua cabeça foi

exposta em praça pública, para que outros rebeldes não seguissem

seu exemplo revolucionário. Além disso, era importante acabar

com a lenda de que Zumbi voltaria, de que ressurgiria dos mortos.

A História do Brasil é marcada pela estratificação social.

Elite, imigrantes e escravos não tiveram as mesmas oportunidades

e direitos. Nem mesmo na lei, pois demorou muitos anos para que

existissem leis voltadas aos negros, o que gerou a desigualdade vista

hoje. A exemplo de Zumbi, que comandou com astúcia e coragem

o seu povo, outros importantes líderes mundiais negros também

se destacam. Nelson Mandela, Martin Luther King e Barack Obama

continuam sendo grandes inspirações. Muitos só se lembram

deles (e de tantos outros) somente no dia 20 de novembro, mas a

consciência negra deve ser praticada todos os dias.

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TEXTO SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA UNIÃO DA VITÓRIA

UM HERÓI NACIONAL

Zumbi dos Palmares foi um homem, um grande

homem. Um homem bom, um homem lutador, um homem

que protegeu milhares de pessoas.

Este homem, Zumbi, logo quando criança foi capturado

e entregue a um padre, que o batizou e nomeou Francisco.

Deste padre recebeu estudos, e demonstrou grande astúcia,

relatada pelo padre em cartas à um amigo.

Aos 15 anos, Francisco, fugiu para uma comunidade

quilombola e tornou-se então Zumbi, nome esse que

significa “a força do espírito presente”. Zumbi tornou-se

também, mais tarde, líder desta comunidade, Quilombo dos

Palmares. Chamada de Palmares pelos portugueses pela

grande quantidade de palmeiras que existiam na região.

Autores

Johelen Camili Vier

Rayane da Silva Paz

Alexandre de Barros

Franciele Mayara Vier

Lucas Oliveira da Silva

Brenda Castro

Marinara Silveira

Professora orientadora

Jane Terezinha Lenartovicz de Abreu

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Zumbi foi um grande líder, e era considerado um herói e

imortal pelos quilombolas. E realmente foi um herói, abrigava

em sua comunidade milhares de pessoas que fora dali,

morreriam. Palmares tornou-se o maior Quilombo, abrigando

negros, escravos fugitivos, brancos pobres, índios, e mestiços

extorquidos por colonizadores. No Quilombo dos Palmares,

viviam cerca de 30 mil pessoas, que se dedicavam a economia

de subsistência. Plantavam frutas, milho, mandioca, feijão,

cana, legumes e batatas, etc.

Palmares durou cerca de 100 anos, tendo seu fim

comandado por Jorge Velho, que com 9.000 homens

armados com canhões atacaram o Quilombo. Zumbi foi

localizado e morto no dia 20 de novembro de 1695, vítima

da traição de Antônio Soares. A cabeça de Zumbi foi

enviada para recife e posta em um poste, até que o tempo

a consumisse.

Os Quilombos e o Zumbi dos Palmares tiveram um

importante papel na luta contra a escravidão, e por isso hoje

em dia, a data da morte de Zumbi faz parte do calendário

escolar. O dia da consciência negra. Dia em que se reflete

sobre preconceito e o papel dos negros na sociedade.

Zumbi dos Palmares foi um homem, um grande

homem. Um homem bom, um homem lutador, um homem que

protegeu milhares de pessoas. Ah, ia me esquecendo, ele era

um homem negro, mas, isso faz diferença?

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TEXTO SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANTONIO VIEIRA ENG BELTRÃO

ZUMBI DOS PALMARES – HERÓI NACIONAL

No ano de 1655, no quilombo dos Palmares, nasce livre um

menino muito importante para a história brasileira, Zumbi cujo

significado é “a força do espírito presente”. Mas qual seria a força

deste espírito presente? Estudando e conhecendo a história de

vida deste menino, pode-se afirmar que certamente havia nele a

“força” de um verdadeiro herói.

No Brasil conta-se a história de várias personalidades

importantes, como: Pedro Álvares Cabral, Dom Pedro I, Dom

Pedro II, Princesa Isabel, Duque de Caxias, Marechal Cândido

Rondon, Deodoro da Fonseca, Tiradentes, dentre outros, porém

todas estas pessoas são brancas. Interessante pensar, porque

nunca mencionaram em um livro de história o nome deste

menino/homem Zumbi dos Palmares? Será que é porque ele

era negro e lutou contra os brancos pela sua liberdade? Por que

Autores

Natália Paula dos Santos

Andriely Kamke

Amanda Letícia Redi

Edimiriam de Queiroz Coaresma

Elen Cristina Crisóstomo da Silva

Stefani Luani Petsch

Professora orientadora

Eliane Maria Nallim Rossi

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será que somente de alguns anos para cá, provavelmente a partir

de 1995, este nome Zumbi tenha começado a ser mencionado

como um herói brasileiro? Talvez seja pela hipocrisia da teoria do

evolucionismo, que considerava a pessoa negra como uma raça

inferior em tudo.

Mas o enfoque desta redação está na pessoa de

Zumbi dos Palmares, assim chamado porque nasceu livre

no quilombo dos Palmares, um lugar coberto por palmeiras.

Zumbi lutou pela liberdade do seu povo africano que

vinham trabalhar aqui no Brasil como escravos, tanto em

lavouras e engenhos como nas cidades fazendo serviços

braçais forçados.

Seus pais e outros negros e negras vieram trazidos do

continente africano contra sua vontade, pelo contrário, foram

obrigados a entrar em navios negreiros, sendo espancados,

presos, surrados, passando fome e sede, se ficassem doentes

eram lançados ao mar. Quanta crueldade na face oculta da história

da escravidão e da abolição da escravatura brasileira.

Por muitos séculos, os livros de histórias comemoravam

somente o dia 13 de maio de 1888 como o dia mais importante

para a abolição da escravatura brasileira, porém nos dias atuais

comemora-se o dia 20 de novembro como o principal dia de luta

pela liberdade da escravidão no Brasil, o dia da “Consciência

Negra”. Mas por que será o dia 20 de novembro tão importante?

Já sabemos, foi o dia em que Zumbi dos Palmares morreu. No ano

de 1695, aos quarenta (40) anos de idade, morre o primeiro herói

negro nacional brasileiro.

Zumbi dos Palmares nasceu livre, mas foi capturado por

soldados portugueses provavelmente aos seis anos de idade

e levado para ser criado pelo padre Antonio Melo que batizou e

deu-lhe o nome de Francisco, ensinando-o a ler e escrever a língua

portuguesa e o latim. Aos quinze anos Zumbi foge e volta a morar

no quilombo dos Palmares.

Em Palmares, Zumbi destaca-se pela sua bravura na luta

contra os portugueses, que por várias vezes tentaram invadir o

quilombo. Seu nome tornou-se conhecido devido sua coragem,

inteligência, valentia e resistência. Em 1680, aos 25 anos de idade,

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Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, demonstrando

lealdade ao seu povo e sendo baluarte da luta contra a

escravidão e o racismo no Brasil colonial.

No ano de 1694 o quilombo dos Palmares sofre uma invasão

por uma legião de provavelmente 9.000 soldados portugueses

armados de canhões comandados por Domingos Jorge Velho,

bandeirante paulista que quase conseguiu matar Zumbi. Porém

muitos foram quilombolas foram mortos neste ataque. Zumbi foi

ferido, conseguiu fugir e se esconder por um ano.

Em 1695, mais precisamente no dia 20 de novembro, Zumbi

traiçoeiramente entregue por seu amigo Antônio Soares, sucumbiu

e foi morto. Seu corpo foi perfurado por punhaladas e por balas,

sua cabeça foi decepada e presa a um poste até ser consumida

pelo tempo, pois os portugueses queriam demonstrar seu poderio

em armamento bélico e temiam que os negros escravos não

acreditassem que seu líder estivesse morto.

Zumbi dos Palmares, considerado atualmente como

o grande líder do primeiro movimento antiescravagista, é

homenageado e lembrado anualmente no calendário escolar que

incluiu, mediante a Lei Nº 10.639/03, o dia 20 de novembro como

data comemorativa do “Dia Nacional da Consciência Negra”.

Zumbi dos Palmares, grande herói nacional, morreu, mas seu

legado e sua memória ficarão eternizados em nossos corações.

O dia da “Consciência Negra” simboliza para cada um de

nós, brasileiros, que a cor da pele, dos olhos, dos cabelos; que os

traços físicos do cabelo, nariz, olhos, corpo, enfim que tudo o que

nos diferencia uns dos outros é uma grande riqueza da diversidade

étnico-racial que temos. Enquanto cidadãos brasileiros, devemos

sempre valorizar as diferenças culturais existentes em nosso

território nacional.

Pudemos aprender com a história de vida deste grande

herói, Zumbi dos Palmares, o quanto ele fez a diferença no cenário

nacional e ainda o tamanho da dívida histórica que temos com a

cultura africana e afro-brasileira que foi e ainda é tão desprezada,

desmerecida e desconhecida por muitos cidadãos. Devemos

levantar a bandeira da liberdade de expressão cultural e religiosa

neste imenso Brasil.

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AQUALTUNE

Arte: banner da exposição “Consciência Negra”, realizada na Festa do Rosário, em 2015, pelo Centro Cultural Humaita.

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Princesa guerreira, um dos maiores

símbolos de resistência e luta pela

liberdade negra, mãe de um dos maiores

líderes pela luta da liberdade negra, e

avó de talvez o maior dos líderes da luta

contra a escravidão. Ou se você quiser

resumir, simplesmente Aqualtune.

Seu rastro histórico começa

no ano de 1665, quando, segundo

a história, liderou cerca de 10 mil

guerreiros congoleses, no que ficou

conhecido como “a Batalha de Mbwila”,

quando a sua tribo foi atacada por

outra de nome “Wachagas”- há quem

diga que o conflito foi provocado pelos

portugueses, interessados em cativos

para o comércio de escravos. Aqualtune

perdeu o combate. A cabeça do pai

dela, o rei de Mani-Kongo, foi cortada e

exibida em uma igreja, enquanto a sua

filha, foi presa com seus companheiros

e vendida como escrava.

Então, teria sido enviada em um

navio negreiro para o forte de Elmina,

em Gana, onde teria sido “batizada”

por um bispo católico e, como prova

de seu batismo, foi marcada uma flor

com ferro quente em cima do seu

seio esquerdo. Completou a travessia

no navio negreiro para o Brasil, onde

desembarcou em Recife. Alguns dizem

que ela já teria embarcado grávida e

teria sido estuprada diversas vezes.

Nossa guerreira se encontrava

em um estado de letargia profundo. Já

em Recife, foi vendida para uma fazenda

especializada em gado e o dono da

fazenda, ao saber da sua origem, e

que Aqualtune ainda era venerada por

alguns escravos devido a sua origem, a

entregou para os seus piores homens

em sua fazenda.

E a letargia em nossa heroína

continuava. Até que, na altura do sexto

mês de gravidez, ela sentiu seu bebê se

mexer e “seu sangue se mexeu junto”.

Então, ela ouviu falar em um

chamado “Reino dos Palmares”. Se

juntou a um grupo de escravos para

se insurgir e destruir a casa grande.

Conseguiu e, no meio de sua fuga,

mais escravos foram se somando ao

grupo ao longo do caminho. Conta-se

que chegaram com ela cerca de 200

pessoas ao Reino de Palmares.

Alguns contam que sua origem

real teria sido reconhecida, ela se

tornou o líder do Reino dos Palmares.

E dentro do chamado reino dos

Palmares, ela teria fundado o chamado

“Quilombo dos Palmares”. Ali,

Aqualtune deu a luz a dois filhos, ambos

guerreiros que também entraram para

a história: Ganga Zumba e Ganga

Zona, conhecidos pela sua coragem

e liderança. Também teve uma filha,

de nome Sabina, que teve mais tarde,

um menino chamado Zumbi, que mais

tarde ficaria conhecido como “Zumbi

dos Palmares”, e seria reconhecido

como um dos maiores líderes negros

da história.

Minnie SantosFonte: http://blogueirasnegras.org/2013/05/28/negras-notaveis-aqualtune-2/

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CATEGORIAMÚSICA

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HOMENAGEM A ZUMBI DOS PALMARES

Angola terra dos meus ancestrais, Angola

De onde veio a capoeira Angola

Do toque do berimbau, Angola

E vivia no quilombo

O valente rei Zumbi

Guerreiro de muitas lutas

Por seu povo sofredor

Foi general de batalha

Sem patente militar

Inteligência e coragem

Não lhe podiam faltar

Ele nasceu no quilombo

Porém foi aprisionado

Criado por padre Antônio

Fransisco foi batizado

Aprendeu língua de branco

Mas não se subordinou

Dentro dele era mais forte

O seu “eu” de lutador

de Boa Voz, mestre de capoeira.

Fugindo para Palmares

Ganga Zumba o recebeu

O quilombo estava em festa

Viva Zumbi Ganga o rei

Foi quando tudo mudou

Até vir a traição

Mataram Zumbi guerreiro

Sem nenhuma compaixão

Seu nome será lembrado

Para sempre na história

Força de espírito presente

Não nos saia da memória

Iê, viva meu Deus

Iê, viva Zumbi

Iê, viva meu mestre

Iê, a capoeira

Iê, viva Deus do céu

Iê, salve a Bahia

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MÚSICA VENCEDORA

COLÉGIO ESTADUAL JULIA WANDERLEY CARAMBEÍ

ZUMBI GUERREIRO BOM

Autores

Amanda Bueno

Lariane Vieira Pereira

Michelly Fernandes Bueno

Mario André Milek

Thomas Reis do Prado

Professor orientador

Tiago da Silva

20 de novembro é o dia do Zumbi, nessa data é lembrada a história que vivi.

Os portugueses que aqui chegaram aprisionaram e escravizaram.

Os negros que resistiram, em Palmares se refugiaram.

Zumbi guerreiro bom.

Honrar Palmares vou.

Lutarei contra os preconceituosos.

Porque Zumbi também sou. (2X)

Defendendo o meu povo, fui escolhido como rei.

Até hoje sou lembrado, pela consciência que despertei.

Os portugueses que aqui chegaram aprisionaram e escravizaram.

Somos alvo até hoje do racismo que geraram.

Zumbi guerreiro bom.

Honrar Palmares vou.

Lutarei contra os preconceituosos.

Porque Zumbi também sou. (2X)

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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MÚSICA VENCEDORA

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA

PARA JOVENS E ADULTOS (CEEBJA) CIC CURITIBA

ZUMBI É QUEM MANDA AQUI

Autora

Elizene Queiroz da Silva

Professor orientador

Fernando Cesconetto

Iê iê iêêêêêê Zumbi

O escravo quer fugir

Como fugir?

Fugir daqui para onde?

Para o Quilombo dos Palmares

Foi ali

Onde o grande rei Zumbi

Centralizou o seu poder

Contra a opressão escrava

Fugitivo de Luanda,

De Angola, de Umbanda

Desfrutavam no Quilombo,

A liberdade conquistada

Zumbi guerrilhou

Resistiu mais abrir mão não abriu

Do seu povo quilombado

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Língua de branco aprendeu

No meio deles cresceu

Nas suas veias correu

A negritude hereditária

Rei da demanda se tornou

Lenda, herói, nosso senhor

Sua herança nos deixou

De nunca desistir

Jamais resistir porque...

O guerreiro é Zumbi

O escudo é Zumbi

Fortaleza é Zumbi,

É ele quem manda aqui

Sangrentas batalhas vencidas

Isso lhe custou a vida

Iê iê iêêêêêê Zumbi

A consciência negra

Reconhecida

O guerreiro é Zumbi

O escudo é Zumbi

Fortaleza é Zumbi,

É ele quem manda aqui

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL MONSENHOR PEDRO BUSKO

PAULO FRONTIN

ZUMBI HERÓI NACIONAL

Autores

Bianca Vitalino dos Santos

Luiza Souza

Renata Cristina Bankersen

Monaly Berto

Eliezer Ferreira Proencio

Leonardo Machado de Azevedo

Emanuel Lucas Kochan

Professor orientador

Wagner Palamar

Zumbi você é nosso herói

Libertou todo o povo da escravidão

Com seu ato de coragem nos mostrou

A realidade.

20 de novembro nunca é esquecido

Pois foi o dia em que você foi ferido

20 de novembro nunca é esquecido

Pois foi o dia em que você foi ferido.

Obrigado Zumbi por ter se sacrificado

Eles falaram que você tinha sido derrotado

Mas por nós será sempre lembrado.

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Obrigado Zumbi por ter se sacrificado

Por defender seu povo e sua cultura

Em nossa memória lembraremos a sua bravura

Por defender seu povo e sua cultura

Em nossa memória lembraremos a sua bravura

Obrigado Zumbi por ter se sacrificado

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL PREFEITO JOAQUIM DA SILVA MAFRA

GUARATUBA

ZUMBI GUERREIRO

Autores

Dara Panchyniak

Alisson da Veiga Ramos

Erik Fernandes da Silva

Lucas Gabriel de Souza Delfino

Patrick William Pachala Marçal

Natasha Andretti de Santi

Guilherme José Machado

Professora orientadora

Andrea Fanchin Queiroz Galvão

Nascido e conhecido no Estado de Alagoas

Nasceu livre como qualquer pessoa,

Por soldados armados foi encontrado

Injustiçado foi levado obrigado como escravo

Menino determinado

Pelo padre adotado

Aprendeu a ler e a escrever

Mas antes vinha o trabalho lhe surpreender

E o tempo não para e o tempo vai passando

E ele decidiu fugir dali com 15 anos

E pra ser esquecido e desconhecido

Resolveu morar num novo lugar

E nesse novo lugar era estranho

Mas foi acolhido e bem recebido.

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Quilombo dos Palmares era uma comunidade,

Onde ele vivia afastado da cidade.

E de Francisco deixou de ser chamado

Para Zumbi então ser batizado

Mas os portugueses resolveram atacar

Só não esperavam Zumbi lá encontrar

Zumbi guerreiro lutando sem medo com atitude de um nobre

Guerreiro

E com garra o Quilombo defendia

E por eles com certeza sua vida até daria

Zumbi ficou ferido, mas conseguiu fugir

Mas não esperava seu amigo lhe trair

E no esconderijo Zumbi foi encontrado

E pelos soldados foi levado amarrado

E num domingo ensolarado, então

Foi degolado e injustiçado

Seu sangue derramado

Deixando seu legado para todos nós

Mostrando como age um verdadeiro herói

Então morre Zumbi,

Mas nasce o herói

Zumbi dos Palmares que ficou entre nós.

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL LUÍS SEBASTIÃO BALDO COLOMBO

ZUMBI DOS PALMARES

Autores

Mayara Aparecida dos Santos

Karen Gabriela Cristopholi do Nascimento

Professora orientadora

Patrícia de Lima e Silva Oliveira

Zumbi dos Palmares

Um dos maiores líderes da nossa história

No estado de Alagoas, iniciou sua trajetória,

Contra os senhores de todas as fazendas

Ele ajudou os escravos a terem sua vitória.

Zumbi dos Palmares é o nome dele,

Nasceu livre, mas foi capturado,

Homem que não aceitou

Desde pequeno, ser escravizado.

Seu nome de batismo é Francisco,

Com ajuda do padre,

numa folha fez

seus primeiros rabiscos,

Até mesmo na missa, ajudava aos domingos.

Aos 20 anos teve o Quilombo, atacado,

Ganhou destaque, ao lutar contra soldados

Os portugueses que premeditaram o ataque,

E ele ajudou a evitar o massacre.

O governo tentou um acordo,

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Porém Zumbi ficou contra,

Não admitia liberdade só no Quilombo,

E lá fora escravos de perder a conta.

Tornou-se líder do Quilombo aos 25 anos,

E junto ao seu povo, criou vários planos,

E ao passar do tempo foi se fortalecendo.

Um bandeirante chamado Domingos,

Organizou um grande ataque,

E após uma intensa batalha,

Zumbi levou um baque,

Foi traído pelo seu próprio amigo,

E aos 40 anos de idade foi degolado com total crueldade.

No dia 20 de novembro,

Ele é lembrado

E o Dia da Consciência Negra, é comemorado!

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL MARIA MONTESSORI CURITIBA

LIBERDADE!

Autores

Mairah Raíssa Depetris dos Santos

Nathan Gabriel Cardoso dos Santos

Leonardo Soares Fragoso S. Costa

Professora orientadora

Elaine Aline Araújo

Sempre negro, vindo do gueto,

Filho do preconceito sim,

Exijo respeito enfim.

Quero dignidade, pois todo mundo tem igualdade

E que todos me respeitem dentro da sociedade

Que meus filhos se orgulhem de mim

Respeitem a nação e lutem até o fim.

E nas lembranças misturam-se dor e esperança.

Se a gente quer a gente luta e a gente alcança.

Sem grilhões e sem correntes

O negro não pertence mais à “gente”.

Isso não nos ofende e a gente compreende.

Um santo como herói ele é pobre não é boy

Sendo assassinado, sua morte ainda dói

Mas isso não é motivo de tristeza, meu irmão

Um homem que morreu pra salvar toda essa nação.

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Refrão

Dignidade pro negro de verdade.

O negro lutou,

o negro sonhou, liberdade! Liberdade!

Pro negro de verdade

O negro lutou,

O negro sonhou, liberdade! Liberdade!

Que homem e esse que diz que o negro

É tão diferente

Que diz esse negro não pode ser como a gente

Porque a cor dele te ofende assim

Ele é negro sim e tem orgulho sim

A tristeza é o preconceito

Dizem que Jesus é branco

Por isso escravizaram os negros

Então eu vou passar uma visão que vai pra tu

Que acha que Jesus é branco e tem o olho azul

Quem diz que ele não é negro,

Quem diz que ele não é crespo

Eu não posso afirmar

E você que diz que ele é branco

Você estava lá para me contar?

Refrão

Pra que tanto preconceito

Se viemos do mesmo Deus então vamos lutar

E seguir na fé pra o que der e vier

Então vamos salvar toda essa nação

O preconceito vai ter que ter um fim

Porque senão onde isso vai parar

Uma criança não nasce racista

Uma criança não nasce preconceituosa

E na televisão onde nunca se vê

Um negro sendo patrão

E mais um dia na luta

Pela igualdade, pela dignidade

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Isso é realidade de fato

Essa luta vem desde a escravidão

Onde o negro lutava pela libertação

Um grande exemplo disso

É Zumbi dos Palmares

Que morreu pelo seu povo

Para libertá-los

Liderança séria e reconhecida

Que se localizava na Serra da Barriga

Depois de sua morte seu povo caiu na real

Todos lutando contra o preconceito racial

Depois de um tempo pra cá mudou um pouco

Isso é verdade, mas o povo ainda vive

Cheio de discriminalidade

Refrão

Embora muitos lutem eu sei que tá ruim

No entanto o preconceito tem que ter um fim

Já parou para observar no tempo da escravidão

Onde o negro trabalhava e não ganhava não

Imagine se você estivesse naquele lugar

Onde você ou trabalhava ou iriam te punir

E eu sei que foi difícil

Mas a lei Aurea acabou com o sacrifício

Porém hoje em dia ainda acontece isso

Muitos negros sofrem genocídio,

Genocídio, genocídio

Refrão

Desde quando o branco

Tem autoridade pra dar sermão

O negro não é ladrão

A viatura pára, mas o táxi não.

No banco a secretária diz que empréstimo não

Mas ele precisa de dinheiro para educar seu filho

Racista pra que?

Somos todos mestiços.

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO EMÍLIO DE MENEZES JAPURÁ

REI DOS PALMARES

Autores

Bianca Zago Carboni

Lorena Pazinato Correa

Camily Vitória Bertolato Pelosi

Maria Gabriela Gomes

Polyana Nogueira Negrizolli

Larissa Pelisson Trento

Giovana Cunha Pedreiro

Professor orientador

Euzenei Meneguello Biggi

O nosso herói nacional

Nos libertou da escravidão

Ele é um grande lutador

Eis aqui a minha salvação

Zumbi rei dos palmares

Grito de dor e liberdade

Zumbi rei dos palmares

Um lutador líder de valor

Quando muito novo,

foi capturado,

Foi dado a um padre jesuíta

Zumbi rei dos Palmares

Grito de dor e liberdade

Zumbi rei dos Palmares

Um lutador líder de valor

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO PAPA PAULO VI NOVA AMÉRICA DA COLINA

UM GRITO DE RESISTÊNCIA

Autores

Anne Caroliny Settny Rogatti Generoso

Camile Rocha Mendes

Gustavo Lucas Pasian

Kauê Lopes Cardoso

Luana Barbosa de Oliveira

Maurício Morais Messa

Nicole Batista de Carvalho

Peter Henrique Araújo Estoco

Victor Augusto de Abreu Ferreira

Vitor Hugo da Silveira

Zumbi conheceu a liberdade até seus sete anos

Quando foi capturado, mudando todos os seus planos

Recebeu o nome de Francisco e toda a cultura branca que o revoltou.

Zumbi dos Palmares

Um símbolo de resistência contra a violência no Brasil colonial

Zumbi dos Palmares, um símbolo de resistência no Brasil colonial

Até o Brasil atual

No Quilombo de Palmares deixou de ser Francisco

Grito negro para a libertação

Para sua cultura de coração

Viva Zumbi guerreiro que lutou pela sua nação.

O negro em nosso país sofre preconceito racial

Apesar do Brasil ser multicultural

Negros, brancos, índios, somos todos iguais

Valorize a diferença, diga não a qualquer forma de preconceito racial.

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MÚSICA SELECIONADA

ESCOLA ESTADUAL INÁCIO SCHELBAUER RIO NEGRO

DESCENDENTES DE ZUMBI

Autores

Leonardo Jollembeck

Guilerme Hirt

Maicon Maidl

Pedro Henrique Azevedo Heide

Bhlendol Thaylor da Silva

Renan de Paula Vasconcelos

Karoline Nentwig

Professor orientador

Tiago da Silva

Todos nós somos descendentes de Zumbi! (4x)

Zumbi homem forte

Marco da negra resistência

No Brasil era do norte

Mas o mataram sem penitência. (bis)

Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis)

Lutou pelo seu povo até o fim

Sempre quis pra sua gente a liberdade

Seu legado vai ficar assim

Aos negros e aos brancos a igualdade! (bis)

Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis)

É um grande símbolo da nossa história

Lutou pelo afro-brasileiro

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Luta que ficará em nossa memória

Do resistente e audaz guerreiro (bis)

Todos nós somos descendentes de zumbi! (bis)

Zumbi, senhor das guerras

Rompeu a rede da injustiça

Pra sempre o Quilombo dos Palmares

Na história se fará presença (bis)

Todos nós somos descendentes

de zumbi!

Você pode ser descendente

de Zumbi!

Zumbi dos Palmares, nosso herói nacional...

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PROFESSOR ANIZ DOMINGOS

UNIÃO DA VITÓRIA

ZUMBI DOS PALMARES: SUA HISTÓRIA

Autores

Carlos Otávio Parastchuk

Emily Thais Wiatek Lucas

Fernanda Karoline Sliwinski

Gean Ricardo Lucio

Maria Vanessa Correia

Patrícia Jaqueline Bilenki

Wallisson Silloé Dalla Costa

Antigamente tinha um rapaz que se chamava Zumbi dos Palmares

Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou

Esse rapaz de liderança: ele mostrou a esperança

Daquele povo escravizado que eles podiam ser libertados

Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou

Lerê lerê vamos juntos aprender

Lerê lerê esta causa defender

Lará lará vamos juntos acabar

Lará lara com as diferenças raciais

Lerê lerê vamos juntos aprender

Lerê lerê esta causa defender

Lará lará vamos juntos acabar

Lará lara com as diferenças raciais

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Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou

Esse rapaz de liderança: ele mostrou a esperança

Daquele povo escravizado que eles podiam ser libertados

Ele lutou e guerreou e com firmeza o seu nome honrou

Lerê lerê vamos juntos aprender

Lerê lerê esta causa defender

Lará lará vamos juntos acabar

Lará lara com as diferenças raciais

Lerê lerê vamos juntos aprender

Lerê lerê esta causa defender

Lará lará vamos juntos acabar

Lará lará com as diferenças raciais

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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MÚSICA SELECIONADA

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MARIO EVALDO MORSKI

PINHÃO

ZUMBI DOS PALMARES

Autores

Anny Cristiny Quintiliano Amaral

Weydermann Edon França de Bastos

Professora orientadora

Daniela Luiz Alves

Eu andando por aí, pensando numa história pra contar

Pensei eu vou falar é do Zumbi

Que por seu povo foi lutar

Em Palmares ele morou e como escravo se criou

Como um guerreiro lutou muito

Sem desistir por um minuto sequer

É de Zumbi que a gente fala

Pois é, quando acabar vou sentir falta

Dessa inspiração que eu usei pra essa canção

Pra ele não existem incapazes

É o Zumbi dos Palmares

Eu andando por aí, pensando numa história pra contar

Pensei eu vou falar é do Zumbi

Que por seu povo foi lutar

Eu andando por aí, pensando numa história pra contar

Pensei eu vou falar é do Zumbi

Que por seu povo foi lutar

Zumbi dos Palmares a ti somos gratos

Admiro muito suas atitudes e seus atos

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Ajudou-nos a alcançar a liberdade

Todos seus atos foram feitos com sua humildade e nos deu

a dignidade

E nos deixou libertos de fazermos coisas erradas

Achando que estamos certos

Julgando e zoando o morador de rua

Mesmo com tudo isso o preconceito continua

Vinte por cento do preconceito acabou

Quando um negro escravo uma atitude tomou

Muitos o julgaram

Chamaram ele de louco

Mas pra termos liberdade

Ele deu a sua vida em troco

Hoje a liberdade está um pouco mais libertada

Mas muita gente utiliza de forma errada

O povo acha fácil toda aquela atitude

Te digo uma coisa mano

Não se ilude

Porque muitos se consideram uma pessoa boa

Mas te pergunto

Você daria a sua vida por outra pessoa

Acho que não é possível nesse mundo sem trilha

Muitos não dão a vida nem pela família

Mas esse cara foi foda

A atitude dele destrói

Zumbi é o nome do nosso herói

Hoje a liberdade no mundo tá aceita

Já que você tá livre, te digo mano, aproveita

Eu andando por aí, pensando numa história pra contar

Pensei eu vou falar é do Zumbi

Que por seu povo foi lutar

Eu andando por aí, pensando numa história pra contar

Pensei eu vou falar é do Zumbi

Que por seu povo foi lutar

Acesse a música no site https://informativocentroculturalhumaita.wordpress.com/orirere/

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Arte: Rainha Nzinga, de Luz Amorim e Zelador Cultural Candiero. Grafite sobre papel.

RAINHA NZINGA

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A mais soberba das mulheres africanas!

A rainha Ginga era um diamante negro a espargir luz na

estrumeira dos colonizadores.

Culta, de rara beleza de espírito, esbelta de físico, de família

nobre do reino da Matamba, descendente direta do rei N’gola,

foi a mais impressionante e atraente mulher nascida nas terras

africanas.

Princesa de grande inteligência e habilidade política. Rainha

que reconquistou terras perdidas para os opressores, pondo em

cheque as forças portuguesas e servindo de exemplo para diversos

outros povos que também se rebelaram e repeliram a soberania de

Portugal.

Ao final de tantos anos de luta contra os portugueses e

todos os abutres que vinham em busca de carne humana para

seus mercados negros, ela não venceu. Mas permanece viva até

hoje na capoeira, na congada, na cultura popular, e não tem um

dia no Brasil e no mundo em que seu nome não seja citado com

carinho e admiração.

Viva a Rainha Ginga! Viva a Ginga brasileira! Auê Buburucema!

Viva todas as mulheres guerreiras que se batem todos

os dias por seus filhos, maridos, comunidades, pela educação,

cultura, saúde, cidadania.

Viva as Embaixadoras da Congada lapeana!

Viva todas as mães de ontem, de hoje e de amanhã!

Extraído da Coleção Oralidades Afro-paranaenses, de Mel e Candiero.

Editora Humaita, 2016.

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CATEGORIAPAINEL

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PAINEL VENCEDOR

ESCOLA ESTADUAL INÁCIO SCHELBAUER RIO NEGRO

LIBERDADE CONSTRUÍDA POR MÃOS DE TODAS AS CORES

Autores

Kelly Fabiane Chissel Vieira

Carlos Daniel Baron

Jeniffer Heloísa Andrade Pires

Andressa Baron

Gabrieli Schiling Miguel

Rafaela Mendes

Gustavo Ruthes Prohmann

Professor orientador

Tiago da Silva

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL BOM JESUS BOM JESUS DO SUL

Autores

Andressa C. P. Fiss

Jenifer C. Machado

Marilúcia D. de Melo

Denilson Soares Machado

Tainara T. S. Mendonça

Elisandra L. Antunes

Simone Ritter Silveira

Professora orientadora

Liane Maria da Veiga

RESISTÊNCIA NEGRA

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL VICENTE TOMAZINI FRANCISCO ALVES

Autora

Rita Soares de Oliveira

Professora orientadora

Kathia Eiko Fujisawa de Freitas

QUEBRANDO AS CORRENTES DO PRECONCEITO

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PROFESSOR ANIZ DOMINGOS

UNIÃO DA VITÓRIA

Autores

Carlos Otávio Parastchuk

Emily Thais Wiatek Lucas

Fernanda Karoline Sliwinski

Gean Ricardo Lucio

Maria Vanessa Correia

Patrícia Jaqueline Bilenki

Wallisson Silloé Dalla Costa

Professora orientadora

Neide Ivaniski

ZUMBI DOS PALMARES HOMEM HERÓI

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL MARECHAL GASPAR DUTRA NOVA SANTA ROSA

Autores

Vivian Victória Rodrigues Eggers

Elio Rodrigo de Melo Mesch

Luiz Henrique Benite

Jorge Nunes Gonçalves

Jéssica Bremm Loeblein

Jaíne Taina Fischer Peiter

Luana Pinheiro dos Santos

Professora orientadora

Dirce Aparecida Borcato

COLAGEM

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PAINEL SELECIONADO

ESCOLA ESTADUAL MONTEIRO LOBATO MARECHAL CANDIDO RONDON

Autores

Alexia Patricia Przygodda

Everton de Oliveira Morais

Anderson Rodrigues da Silva

Kelly Galdino da Silva

Eduardo Ferreira

Barbara Cristina Kessler Sca

Juliano de Oliveira Lopes

Professora orientadora

Maria de Lourdes Regiani de Andrade

HOMENS E MULHERES ILUMINADAS

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MARIO EVALDO MORSKI PINHÃO

Autores

Anabelli de Campos Almeida

Ana Maria Kitcki Adonski

Emanuele Tussolini Bielak

Liss Andreza Nunes Druchak

Nataly de Fátima Szumilo

Professora orientadora

Andreza Ribeiro Nunes

DANDARA DOS PALMARES

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PAINEL SELECIONADO

ESCOLA ITINERANTE PAULO FREIRE PAULO FRONTIN

Autores

Darley Da Silva Melo

Diego Lopes da Silva

Giselda Lopes da Silva

Luciano Alves de Oliveira

Michele Lopes

Professor orientador

Vagner Palamar

ZUMBI DOS PALMARES HERÓI NACIONAL

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PAINEL SELECIONADO

COLÉGIO ESTADUAL PROFª LINDA SALAMUNI BACILA PONTA GROSSA

Autoras

Daniele Nunes Ferreira

Silvia Thyele Kosluk

Professora orientadora

Ronicéia Aparecida Biscaia Solak

ZUMBI HERÓI BRASILEIRO

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APED CENSE I / CEEBJA LONDRINA

Autores

R.A.

E.S.N.

V.H. de A

L.E.R dos A.

Professora orientadora

Maria Angélica Torino

MENÇÃO HONROSA

UM OLHAR PARA A LIBERDADE

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TEXTOSCOMPLEMENTARES

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Como surgiu a proposta desse trabalho na Unidade Cense Londrina I?

A partir do conhecimento sobre o edital do concurso levamos

ao conhecimento dos alunos para verificar se eles gostariam de

participar, como houve interesse começamos a pensar como

desenvolver o trabalho. Nossa escola é uma APED do CEEBJA –

Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos de Londrina,

PR, que funciona dentro de uma Unidade Socioeducativa, para

onde os adolescentes que são apreendidos por atos infracionais

são encaminhados e permanecem por até 45 dias e, se recebem

uma Medida Socioeducativa, por um tempo maior. Nos CENSES,

conforme são chamadas tais instituições, o educando tem seu

direito à educação garantido durante todo período de permanência.

Como professora de arte, a Professora Maria Angélica Torino decidiu

realizar este trabalho seguindo o currículo da EJA, sendo que o tema

abordado contemplou um dos conteúdos do currículo, cumpriu a lei

federal nº 10.639, além de oferecer a oportunidade da participação

num edital cuja proposta seria uma experiência inovadora no

contexto socioeducativo e para esses educandos.

A relevância surge em primeiro lugar na constatação de que

a maioria dos nossos educandos são afrodescendentes, vivenciam

um processo de vulnerabilidades econômicas, culturais e sociais,

somadas a um histórico de fracasso escolar e baixa autoestima.

Desenvolvimento do Trabalho

Zumbi foi apresentado para os adolescentes que estavam

em privação de liberdade, no CENSE Londrina I, como uma primeira

etapa deste trabalho. A partir dos estudos sobre este personagem

da vida real, puderam conhecer este que era considerado como um

“bandido” de sua época (na visão da sociedade em que ele estava

inserido), até se tornar conhecido por sua importância como um

SOBRE A EXPERIÊNCIA NA UNIDADE CENSE LONDRINA I

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herói que contribuiu para o processo do fim da escravização de

negros no Brasil.

Na segunda etapa passamos para o processo de desenvolver

a ideia da criação da imagem, observando sua relevância a partir

do conhecimento estudado, das discussões sobre o tema, os

preconceitos sociais da época e dos dias atuais, da valorização

da origem da cultura afro-originada, das suas contribuições para

o desenvolvimento da cultura brasileira, música, religião, culinária,

dança, trabalho, literatura, cinema, teatro, folclore, pintura, escultura,

arquitetura, enfim em todos os aspectos da cultura matriz e sua

contribuição para o país e para a humanidade.

Passamos a elencar elementos que seriam interessantes

para a produção da imagem e, depois de muita discussão,

rascunhos, amassar papel, riscar, apagar, acrescentar, mudar,

chegamos no desenho que eles passaram para a tela, estudo das

cores e seus significados dentro da cultura afro-originada.

O ponto central dentro desse processo foi o fato de que os

adolescentes puderam vivenciar o que é um estudo dentro de

um tema, de maneira detalhada, o que não foi simples e feito de

qualquer jeito. A obra “Zumbi - um olhar para a liberdade” nasceu

de um “proceder” que implicou além do conhecimento, trabalho,

suor, em aceitar as ideias dos outros, compartilhar, ter que abrir

mão de algo, chegar em um consenso, provar que são capazes,

criativos e responsáveis. Além disso foi valorosa a experiência

de ter um calendário para cumprir. Por fim, reconhecemos que

o resultado foi extremamente gratificante, e elevou muito a

autoestima dos envolvidos, pois até então eles nunca haviam

participado de nada semelhante, além de todo o conhecimento

proporcionado aos mesmos.

A menção honrosa deste prêmio diz respeito a centenas de

jovens afrodescendentes apreendidos em Unidades Socioeducativas

por todo o Estado do Paraná, que olham para a liberdade, como Zumbi,

como algo distante, por vezes inalcançável, muitos sucumbem

muito cedo, diante da violência, das desigualdades, preconceitos

e mazelas que atingem grande parte da população, mas há de se

considerar, este sonho é possível.

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SOBRE A PREMIAÇÃO ORIRERÊ - CABEÇAS ILUMINADAS

O Centro Cultural Humaita criou o Prêmio Orirerê – Cabeças

Iluminadas em 2009 para valorizar e dar visibilidade

àqueles(as) que fazem e fizeram a arte e cultura afro

florescer no Estado do Paraná.

A primeira edição do prêmio agraciou mestres(as) da

cultura popular e gente de destaque junto à comunidade, mas

invisibilizados junto à mídia.

A segunda edição, em 2010, foi uma solenidade histórica,

pois homenageou 75 templos das religiões de matriz africana

de todo o Paraná, cuja discriminação foi e continua sendo um

forte vetor do racismo estrutural que, felizmente, começa a ser

questionada legalmente.

Em 2011, Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes,

foram realizadas três edições da premiação.

Com o apoio da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná/SEED e da Secretaria Municipal da Educação/SME de

Curitiba, foram agraciados professores(as) e instituições de ensino

atuando na aplicação da Lei 10.639/03. Além da homenagem na

solenidade, onde foram distribuídos brindes e o certificado da

Assembleia Legislativa do Paraná, os educadores almoçaram

com o Secretário de Educação no Palácio do Governo e tiveram

seus projetos publicados em um catálogo, que foi posteriormente

distribuído para todas as escolas estaduais do Paraná e escolas

municipais de Curitiba e Região Metropolitana.

No Ano Internacional da Afrodescendência a premiação

também foi realizada na Câmara de Vereadores de Curitiba, para

entidades do Movimento Negro, e na Câmara de Vereadores

de Colombo, para 60 famílias negras. A solenidade contou

com a presença de artistas, profissionais liberais, empresários,

funcionários públicos, policiais, professores negros, militantes do

movimento negro, famílias fundantes de Colombo, entre outros.

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Em 2012 foram premiadas pela segunda vez iniciativas

individuais e de equipes da Rede Estadual de Ensino do Paraná

e da Rede Municipal de Curitiba. Vale lembrar! Em 2011 foram

premiadas Andreza Caleffi Braga; Nilo Silva Pereira Netto; Nelson

Sebastião Martins Jr.; Celina Kruchelski; Edina Brito Jensen; Sibeli

Colere; Iracema Maria de Sá; E. M. Ana Hella; E.M. CEI Anísio

Teixeira; C. E. Papa João Paulo I; C. E. do Paraná; CEAD Potty

Lazzarotto; C. E. Antonio Lacerda Braga; C. E. João Bettega; E. E.

Dom Orione; C.E. Brasílio de Araujo; E. Quilombola Maria Joana;

C.E. Anibal Khury Neto; C.E. Dep. Olívio Belich.

Em 2012, foram premiados Marlene Oliveira de Brito; Silvana

Maria de Lara; Edina Brito Jensen; Rubivan Rodrigues da Silveira;

Nilo Silva Pereira Netto; Nelson Sebastião; Rosângela Accioly

Lins Correia; Miria Colis. Na categoria Projetos em Equipe, foram

homenageadas as seguintes instituições: CMEI Dedo Mágico, de

Pinhais; CMEI Jardim Paraná, de Curitiba; E. E. Alcides Munhoz,

de Imbituva; E. E. Quilombola Diogo Ramos, de Adrianópolis, com

dois projetos: “Calendário 2012” e “Livro Identidade Quilombola”.

Em 2013 e 2014 foi realizada uma edição especial do

Prêmio Orirerê em homenagem às boas políticas de efetivação

da Lei 10.639/03 desenvolvidas pelas Secretarias de Estado

da Educação de todo o Brasil e por Secretarias Municipais da

Educação de todo Paraná. Esta reorientação surgiu como opção

para observarmos a forma como as instituições planejadoras

das políticas educacionais estão atuando para implementar a Lei

10.639/03. Ficou claro nas edições anteriores, mais voltadas à

atuação de educadores(as) e instituições de ensino, que, de forma

geral, a Lei 10.639 está sendo levada a cabo por profissionais

engajados pessoalmente, e não por uma política realmente

ampla e transversal. Partimos do pressuposto que a observação

das diferentes estratégias adotadas nos diferentes estados

e municípios poderia ser uma importante contribuição para o

aprofundamento e aperfeiçoamento das práticas de inclusão da

história e cultura africana, afro-brasileira e indígena nos currículos

escolares. Mas não foi possível concluir esta etapa do prêmio

“ainda”, por falta de quórum.

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Em 2015, demos início ao Decênio Internacional dos Povos

Afrodescendentes, por proposição da ONU. Até 2024 teremos dez

anos de oportunidade para intensos debates e vivências a fim de

apoiar a efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08 nas instituições

de ensino públicas e privadas de todo o Brasil.

Pensando em motivar ainda mais esses(as) brilhantes

profissionais que lutam arduamente em todas as esferas da

educação para a inserção da história e cultura africana e afro-

brasileira nos currículos escolares, organizamos para 2015 um

novo formato de premiação. A proposta de viajar para São Paulo

e a participação dos estudantes na autoria dos projetos gerou

um significativo aumento nas inscrições, se compararmos aos

primeiros anos da parceria com a Secretaria de Estado da Educação,

desde 2011 – Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.

Além disso, a publicação dos trabalhos que seguem para

apreciação está acompanhada de um roteiro de organização da

atividade. A premiação Orirerê se mostrou uma ferramenta de

valorização dos profissionais engajados que vem dando certo

em muitos aspectos. É de total interesse que o trabalho seja

multiplicado em outros municípios e estados.

É necessária uma aldeia inteira para se educar uma criança”“

Na mesma perspectiva que o Prêmio Orirerê – Cabeças

Iluminadas, do Centro Cultural Humaita, há o prêmio Educar para

a Igualdade Racial, realizado pelo Centro de Estudos das Relações

do Trabalho e Desigualdades – CEERT, com sete edições realizadas

a cada dois anos, desde 2002.

O prêmio Educar para a Igualdade Racial contempla

iniciativas individuais e de gestão escolar. As premiações são

distribuídas entre as etapas: educação infantil, ensino fundamental

e ensino médio. Além de prêmio em dinheiro, R$ 5.000,00, para

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professores/as e R$ 10.000,00, para as escolas, o pacote da

premiação inclui curso de formação, notebooks e ainda um

acompanhamento de até 12 meses de duas escolas premiadas.

O acompanhamento busca contribuir para o aprimoramento

da institucionalização, aprender com a escola para difundir o

passo a passo de quem faz bem em termos de implementação

das diretrizes curriculares nacionais.

De mesma forma que nós, no Paraná, a CEERT também

percebeu que as práticas pedagógicas com conteúdos étnico-

raciais e, particularmente, sobre a temática afro-brasileira e

africana, sobrevivem no interior de uma unidade escolar quase

que exclusivamente pela ação individual do educador e não como

uma prática apoiada pela gestão e incorporada pelo conjunto

da comunidade escolar. Motivo pelo qual a CEERT ampliou sua

premiação para abranger as boas práticas de gestão escolar e

o Centro Cultural Humaita tentou reorientar a premiação para a

gestão pública da Educação nos estados e municípios.

Esse esforço de aprofundamento/ampliação da ação

se deve à relevância dos aspectos positivos levantados nas

premiações. Tanto indicativos apontados pelo Orirerê – Cabeças

Iluminadas quanto pelo Educar para a Igualdade Racial apontam

impactos expressivos na qualidade do trabalho escolar. As

premiações geram maior visibilidade e valorização/aceitação de

ações afirmativas; exposição positiva da escola e do profissional;

interesse em ingressar em pós-graduações; motivação para

o profissional enfrentar as pressões institucionais (racismo

estrutural, intolerância religiosa, dificuldade de acesso a materiais,

referência, técnicas, metodologias, movimentos sociais). Elas

revelam ainda impactos positivos das práticas na escola, tais

como: melhoria do desempenho escolar; redução da evasão e

ausências; maior respeito nas relações interpessoais; melhor

relação da escola com mães e pais, entre outros.

Por este motivo, e por solicitação de alguns parceiros e

colegas que vêm há algum tempo solicitando ao Centro Cultural

Humaita a ampliação geográfica da premiação, vimos apresentar

um breve passo a passo para inspirar instituições dispostas a

replicar a iniciativa em seus municípios e estados.

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O objetivo deste prêmio não é criar uma competição

para selecionar os melhores, mas valorizar e dar visibilidade a

todas as ações em consonância com as diretrizes e pareceres

complementares à Lei 10.639/03. Uma comissão formada por

diversos especialistas analisa os projetos e todos os que estão

em consonância com a literatura de referência são premiados.

Com isto, esperamos criar indicadores e fortalecer as

políticas de implementação da Lei 10.639/03. Além disso, espera-

se fortalecer o protagonismo das entidades da sociedade civil,

bem como os profissionais e as instituições parceiras na luta pela

efetivação da Lei 10.639/03.

Um aspecto positivo da premiação é a partilha de saberes

produzidos pelos próprios educadores e estudantes, com os

demais educadores, estudantes e especialistas, nos formatos

impresso, digital, audiovisual. Além da satisfação pessoal e

do comprometimento profissional, premiações e publicações

com ISBN valorizam o currículo e contam ponto na carreira.

Complementando esta ação simbólica de produção e partilha

de conhecimentos, os premiados recebem o reconhecimento

oficial da Assembleia Legislativa do seu Estado ou da Câmara de

Vereadores do seu Município.

Outro ponto positivo do trabalho é a articulação de parceiros

que apoiam doando livros, CDs, DVDs e materiais de apoio

pertinentes, brindes especiais, mimos e outros (solicitados via

ofício para bibliotecas, centro culturais, órgãos diversos). Ações

diferenciadas também fazem a diferença na vida pessoal e na

carreira dos envolvidos, como confraternizações com autoridades

e celebridades, possibilidade de formação na temática, viagem

temática, acompanhamento técnico-pedagógico, conforme as

especificidades do contexto e os apontamentos e possibilidades

dos envolvidos.

Agradecemos imensamente a Comissão Organizadora e a

Comissão de Avaliação, em especial as Secretarias de Educação

do Estado do Paraná e a Secretaria Municipal de Educação do

Município de Curitiba, Instituições de Ensino Superior, Sindicatos

e Associações de Educadores (APP-Sindicato, SINEPE), Fórum

Permanente de Educação para as Relações da Diversidade Étnico-

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racial, (FPEDER-PR), órgãos ligados à Promoção da Igualdade

Racial (Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, do

Ministério Público, Comissão de Igualdade Racial e Gênero da

OAB/PR, Conselhos Estaduais e Municipais de Educação e de

Promoção da Igualdade).

Para complementar a premiação, a instituição proponente

conta com diversos apoios e doações de serviços, equipamentos,

materiais (incluindo recursos financeiros, assessoria de imprensa,

doação de livros, CDs, DVDs, camisetas, brindes, coffe, impressão

de materiais gráficos, criação gráfica e outros).

Como a premiação é estadual, a organização conta ainda

com o apoio do Deputado Estadual Professor Lemos, nosso

anfitrião na Assembleia Legislativa do Paraná. Já houve outros

anfitriões, quando a premiação homenageou agentes culturais

e no caso da homenagem aos sacerdotes e sacerdotisas

das religiões de matriz africana. Nos casos de abrangência

municipal, contamos com o apoio de vereadores. Os anfitriões

são responsáveis pela solenidade e pela confecção dos

certificados oficiais junto à Assembleia de Deputados ou à

Câmara de Vereadores para os contemplados.

Zelador Cultural Candiero

Presidente do Centro Cultural Humaita

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EDIÇÕES ANTERIORES DO PRÊMIO ORIRERÊ - CABEÇAS ILUMINADAS

Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2011 - Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, na Assembleia Legislativa do Paraná.

Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2011 - Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, na Câmara de Vereadores de Curitiba.

Foto da solenidade de premiação Orirerê - Cabeças Iluminadas realizada em 2010, na Assembleia Legislativa do Paraná.

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Foto da solenidade de premiação realizada em 2010, homenageando sacerdotes e sacerdotisas das religiões de matriz africana de todo o Estado, no aniversário de 35 anos do Conselho Mediúnico do Brasil.

Foto do almoço dos professores premiados com Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação e Vice-Governador, em 2011.

Orirerê - Cabeças Iluminadas. Colombo - 2011

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Flyer de divulgação do prêmio Orirerê realizado em 2012.

Flyer de divulgação do prêmio Orirerê realizado em 2012.

Acesse no site https://informativocentroculturalhumaita.

wordpress.com/orirere/ os catálogos com os projetos exitosos

de efetivação das leis 10.639/03 e 11.645/08 em sala de aula

premiados em 2011 e 2012.

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Professora Ângela Serafina, Zelador Cultural Candiero, Mel Reinehr, Edna Coqueiro, Clemilda Santiago e Paulo Borges, membros da Comissão Estadual de Avaliação do concurso Orirerê - Cabeças Iluminadas Zumbi dos Palmares Herói Nacional, em 2015.

Catálogo Orirerê - Cabeças Iluminadas 2012.

Catálogo Orirerê - Cabeças Iluminadas 2011.

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SOMOS TODOS ZUMBI

Somos todos Zumbi...

Somos todos Palmares

A primeira experiência de democracia

De liberdade brasileira

Foi na Serra da Barriga...

Mataram o homem...

Floresceram as ideias

Zumbi filho guerreiro, pai mártir... Rei

Um verdadeiro herói nacional

Até hoje ocultado e calado na história

Mas vive nas nossas oralidades afro-brasileiras

Nas nossas rodas de capoeira

Vive em nós...

Está em nossa voz

Vive em mim

Zumbi vive sim

Zumbi é mestre Pastinha, é mestre Bimba, é mestre Valdemar

É João Cândido, é Milton Santos, é Andre Rebouças

Zumbi é Machado de Assis

José do Patrocínio, é Castro Alves, é Solano Trindade

Zumbi são os lanceiros negros, é a congada da Lapa

É a unidade dos terreiros, é a Casa Branca

É o Gantois, é o Bate Folha

É Mangueira, é Salgueiro, é Portela

É Vai Vai, é Gaviões da Fiel

Zumbi é Realeza, é Mocidade Azul, é o bloco Derepente

Zumbi é o jongo, o tambor de crioula

Zumbi é quilombo de Palmas, do Paiol de Telha,

Zumbi é sem terra e sem teto

Zumbi é direitos humanos, é o povo na rua

Zumbi é Sociedade 13 de maio

Zumbi é irmandade negra de São Benedito e do Rosário

Zumbi é o movimento negro e os negros em movimento, os NEABs...

Zumbi é cotas nas universidades

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É cada negro que se forma e se informa

... zumbi é a consciência negra em minha cabeça.

Zumbi é negro Voluntário da Pátria, imigrante sem pátria

É todos e todas que acordam de madrugada e pegam um ônibus lotado

Para ir em busca do pão nosso de cada dia

Zumbi é rap, samba, soul, funk, moda de viola... repente

Zumbi é o grito calado dos melaninados

Em busca da verdadeira emancipação

Zumbi não é Pelé... é Mano Brown, é Fundo de Quintal

O tambor ancestral dos ogãns e alabês

É o brilho na retina

E os dentes brancos dos afrodescendentes

Arrebentando as correntes da opressão

Zumbi é sangue, é justiça, é coração

Zumbi é o estopim aceso, é a brasa da fogueira do terreiro

Zumbi é samba enredo

Sou zumbi todos os dias do ano e também no 20 de novembro

Zumbi é raça

A capoeira na praça, o giro e o sorriso do santo guerreiro

Zumbi é o professor de escola pública ensinando o menino a ler

Zumbi é aquele oriki que não consegui entender

Zumbi é a farofa na encruzilhada

É a pedra amolando a faca, o vinho de palma e o azeite de dendê

Zumbi é resistência, persistência e inteligência

Daqueles que sabem muito e sabem que ainda tem muito mais a aprender

Zumbi é mestre Didi, é Naná Vasconcelos

O samba de João do Boi e Alumínio

Zumbi é o grande Otelo, Abdias do Nascimento

Zumbi é o martelo do juiz honesto

Zumbi é o suor do negro caindo na moenda

É o sentido anti-horário do relógio na parede

É ação e reação

É lula e Dilma lutando contra a perseguição

É Martin luter king , Mandela e Malcon X

Zumbi é o medo e a coragem de lutar

Zumbi é resignação é a força de perdoar uma traição

de Mel e Candiero. Inédito.

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Realização

Parceria

Apoio

Centro Cultural Humaita – Centro de Estudo e Pesquisa da Arte

e Cultura Afro-brasileira

Site: InformativoCentroCulturalHumaita.wordpress.com/orirere

E-mail: [email protected]

Telefone: (41) 8499-1845 | 9161-7961

Departamento da Diversidade / Coordenação da Educação

das Relações da Diversidade Étnico-Racial (CERDE/DEDI/SEED)

Av. Água Verde, 2140, Água Verde. CEP 80240-900 - Curitiba-PR.

Fone: (41) 3340-1711

Design Gráfico

CDG | SEEC | Concepção Gráfica | Marília Almeida M. F. da Costa

CDG | SEEC | Projeto Gráfico Revista “Orirerê Cabeças Iluminadas Zumbi dos Palmares

Herói Nacional” | Marluce Reque

Editora Humaita

Distribuição gratuita

É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que seja citada a fonte.

ISBN 978-85-69812-02-9

SECRETARIA DA EDUCAÇÃOAPP-SINDICATOAPP-SINDICATO

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Zumbi dos Palmares, arte extraída do site https://catracalivre.com.br/sp/tag/zumbi-dos-palmares/