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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ALEXANDRE ALVES MARTINS A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE COMUNICAÇÃO SÃO JOSÉ 2011

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ALEXANDRE ALVES MARTINS

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

EM UMA EMPRESA DE COMUNICAÇÃO

SÃO JOSÉ

2011

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ALEXANDRE ALVES MARTINS

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

EM UMA EMPRESA DE COMUNICAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito para obtenção do título de

bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos da Silva

SÃO JOSÉ

2011

ALEXANDRE ALVES MARTINS

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

EM UMA EMPRESA DE COMUNICAÇÃO

Relatório de Análise de Intervenção elaborado como requisito para disciplina de TCCII do

Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

______________________________________

Prof. Dr. José Carlos da Silva Orientador

______________________________________

Profª. Dra. Alessandra Tonelli Membro Examinador

______________________________________

Profª. MSc. Luciane Schmidt Membro Examinador

São José, 05 de dezembro de 2011

Dedico meu trabalho a minha Mãe

e minha Noiva pela confiança em

mim depositada em minha fase

acadêmica.

AGRADECIMENTOS

Essa é a oportunidade que tenho de agradecer a todos aqueles que apoiaram em meu

período acadêmico.

Com isso primeiramente gostaria de agradecer a Deus, e segundo gostaria de agradecer

a meus pais, Antônio (em memória) e Clara, e minha noiva, Taila, que não mediram esforços

para me ajudar a concluir o Curso e obter o grau de bacharel em administração. Meus tios e

tias também foram muito importantes, pois e graças a eles consegui concluir todo o curso com

muita tranquilidade que é o esperado em um curso de nível superior.

Também gostaria de agradecer meu orientador José Carlos da Silva pela confiança,

conhecimento e empenho, pelas horas de orientações que nortearam o meu trabalho em busca

de um resultado promissor em meus estudos acadêmicos.

Gostaria de agradecer também ao Bruno, Bianca, Muriel, Rodrigo e demais colegas

pelo grande apoio, pois me fizeram acreditar que esse trabalho seria realizado com qualidade.

E por fim, agradecer aos nossos Mestres e Doutores do Curso de Administração do

Centro Universitário Municipal de São José que, apesar de todas as dificuldades encontradas

perante a nossa instituição, foram sempre impecáveis e não deixaram de nos injetar

conhecimento para que possamos aplicar em nossa vida profissional.

O administrador deve conhecer as necessidades humanas

para compreender o comportamento humano

e utilizar a motivação como meio para melhorar

a qualidade de vida nas organizações.

Chiavenato, 2004.

RESUMO

Durante muito tempo, ao falar-se em qualidade de vida nas empresas, enfatizava-se

principalmente a produção. Hoje, fala-se não apenas em qualidade no ambiente laboral, mas

também em qualidade de vida dos trabalhadores. Isso significa que os mesmos precisam estar

satisfeitos. Para que sejam produtivos, devem perceber que executam é adequado as suas

habilidades e que suas necessidades no ambiente organizacional são valorizadas. Não se pode

esquecer que parte significativa da vida das pessoas é dedicada ao mundo do trabalho e que

para muitas ele constitui a maior fonte de identificação pessoal. É natural, portando, que

almejem identificar-se com seu trabalho. Para a realização desse trabalho foi utilizado a coleta

de dados por meio de entrevista estruturada através do estudo de caso da Empresa

Comunicação – Setor Tele-anúncios. Vários fatores foram analisados desde ambiente físico

até estratégias que pudessem promover através da ciência da Administração melhorias na

Qualidade de Vida dos trabalhadores proporcionando uma melhor produtividade na empresa.

Com isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica para descrever os processos e as

necessidades da Qualidade de Vida no Trabalho dentro da Empresa.

Palavras chave: Qualidade de vida. Trabalhadores. Produtividade.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Descrição das principais áreas da empresa ........................................................... 18

Quadro 2: Evolução do conceito de QVT ............................................................................. 23

Quadro 3: A Hierarquia das Necessidades humanas e os meios de satisfação. ...................... 27

Quadro 4: Princípios da economia de movimentos. .............................................................. 29

Quadro 5: Princípios da economia de movimentos. .............................................................. 30

Quadro 6: Princípios da economia de movimentos. .............................................................. 30

Quadro 7: Quadro do ambiente de trabalho. ......................................................................... 33

Quadro 8: Quadro de Prevenção a Síndrome do edifício doente ........................................... 34

Quadro 9: Esquema de iluminação. ...................................................................................... 36

Quadro 10: Conseqüências da frustração .............................................................................. 41

Quadro 11: Critérios para excelência. ................................................................................... 46

Quadro 12: Proposta de ações de melhoria para o setor. ....................................................... 60

LISTA DE FIGURA

Figura 1: Organograma Geral da empresa ............................................................................ 17

Figura 2: Organograma Detalhado dos Recursos Humanos .................................................. 17

Figura 3: Fluxograma ........................................................................................................... 19

Figura 4: A Hierarquia das Necessidades, segundo Maslow. ................................................ 26

Figura 5: Assento da Empresa Comunicação. ....................................................................... 31

Figura 6: Parede da Empresa Comunicação. ......................................................................... 33

Figura 7: Sistema de climatização da Empresa Comunicação. .............................................. 35

Figura 8: Você e sua estação de trabalho .............................................................................. 37

Figura 9: O conceito de QVT abrange o bem estar físico, psicológico e social ...................... 40

Figura 10: Critérios de excelência. ....................................................................................... 45

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Conhecimento adequado do trabalhador sobre QVT ............................................ 50

Gráfico 2: Conhecimento e frequência de realização de ginástica laboral no setor ................ 51

Gráfico 3: De que forma os ruídos interferem no desempenho da função. ............................. 52

Gráfico 4: O trabalhador conhece ou não a existência de programas de QVT no grupo?. ...... 52

Gráfico 5: Afastamentos por saúde laboral. .......................................................................... 53

Gráfico 6: O trabalhador considera seu trabalho estressante, monótono e repetitivo? ............ 54

Gráfico 7: Nível de satisfação com a função executada. ....................................................... 55

Gráfico 8: Ideias para auxiliar no aumento da motivação dos trabalhadores .......................... 56

SÚMARIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

1.1 TEMA ............................................................................................................................ 12

1.2 PROBLEMA .................................................................................................................. 13

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 13

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 13

1.3.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 14

1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 14

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL ............................................................................... 16

2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ......................................................................................... 16

2.2 MISSÃO E VALORES DA EMPRESA .......................................................................... 16

2.3 ÁREA DE ATUAÇÃO/SEGMENTO DE MERCADO ................................................... 16

2.4 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ......................................................................... 17

2.5 ANÁLISE INTERNA ..................................................................................................... 19

2.5.1 Pontos Fortes ............................................................................................................. 19

2.5.2 Pontos fracos.............................................................................................................. 20

2.6 ANÁLISE EXTERNA .................................................................................................... 20

2.6.1 Oportunidades ........................................................................................................... 20

2.6.2 Ameaças ..................................................................................................................... 20

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 21

3.1 HISTÓRICO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ........................................ 21

3.1.1 Conceitos e abordagens sobre qualidade de vida no trabalho ................................. 23

3.2 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW ................................................. 25

3.2.1 Teoria das necessidades humanas de Maslow .......................................................... 26

3.2.2 Aplicando a teoria de Maslow ao desempenho no trabalho..................................... 27

3.3 ERGONOMIA ............................................................................................................... 28

3.3.1 Princípios de economia de movimentos .................................................................... 29

3.3.2 Assentos ..................................................................................................................... 30

3.3.3 Ambiente de Trabalho .............................................................................................. 32

3.3.4 Posto de Trabalho em Escritórios ............................................................................. 36

3.4 ESTRESSE X QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ............................................. 38

3.5 FRUSTRAÇÃO ............................................................................................................. 41

3.6 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E A PRODUTIVIDADE ............................. 42

3.7 ASPECTOS PRÁTICOS DA Q.V.T. NAS EMPRESAS ................................................. 43

3.8 DADOS ATUAIS P/ A OBTENÇÃO DO PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE ..... 45

4 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................. 47

4.1 TIPOS DE PESQUISA ................................................................................................... 47

4.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................... 49

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................ 49

5 RESULTADOS DA PESQUISA ..................................................................................... 58

5.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................ 58

5.2 AÇÕES DE MELHORIA ............................................................................................... 59

5.2.1 Iluminação ................................................................................................................. 60

5.2.2 Valorização do desempenho ...................................................................................... 60

5.2.3 Mesas e assentos ........................................................................................................ 61

5.2.4 Espaço físico, ventilação e acústica ........................................................................... 61

5.2.5 Estratégias ................................................................................................................. 61

5.2.6 Autonomia ................................................................................................................. 61

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 62

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 64

APÊNDICE A – ROTEIRO DA ENTREVISTA APLICADA NA PESQUISA .............. 67

11

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o ambiente organizacional vem sofrendo diferentes alterações no que

diz respeito à cultura, política e transformações sociais. A competitividade crescente exige das

empresas maior adequação das exigências de mercado com a finalidade de garantir seu

funcionamento e aumentando assim seus lucros.

Segundo Albuquerque (1992), as organizações buscam processos de mudanças que

culminem num posicionamento mais competitivo de mercado. Assim, a Qualidade de Vida no

Trabalho (QVT) adquire espaço como valor intrínseco das práticas de competitividade

concomitantemente ao bem estar organizacional.

Considerando que a competitividade organizacional (qualidade e produtividade) está

diretamente relacionada à qualidade de vida no trabalho, o esperado pelos trabalhadores e

administradores é que as motivações e interesses em participar ativamente nos trabalhos a

serem executados tenham as devidas recompensas e promovam assim a QVT

(CHIAVENATO, 2004).

Levando em conta que vitalidade está relacionada à produtividade, as organizações

empenham-se em reavaliar e planejar a parte física e financeira da empresa buscando um

conjunto de políticas a serem adotadas com o objetivo de promover um ambiente físico e

mental saudável, para assim terem a produtividade aumentada ao nível que almejam. Portanto,

percebe-se a necessidade de uma atenção especial voltada ao setor de recursos humanos para

a melhoria das condições laborais.

Sendo assim, o programa de QVT é essencial para criar condições que motivem seus

trabalhadores como, por exemplo, ambientes saudáveis, identificação das necessidades,

garantias de participação nas decisões, concessão de benefícios e salários compatíveis com a

função desempenhada, entre outras.

Ter qualidade de vida no ambiente de trabalho e algo que vai muito além, quem busca

qualidade de vida, busca ser cada vez mais competitivo o que significa estar sempre à frente

no mercado de trabalho e é na área de Recursos Humanos que se busca cada vez melhores

resultados a serem obtidos pelas organizações para que os objetivos almejados sejam

alcançados pelas mesmas.

A seguinte pesquisa buscará analisar como a QVT influencia no desenvolvimento

profissional por meio de entrevistas que foram aplicadas a uma amostra de trabalhadores de

uma empresa de Comunicação.

12

A questão da qualificação para os empregados vem sendo amplamente debatida no

meio acadêmico, como ponto central para fazer frente à terceira revolução industrial que

trouxe uma nova era baseada na microeletrônica, pois o que se percebe é que está ocorrendo a

era da abolição do trabalho gerando uma nova fase de desenvolvimento técnico-científico,

propondo novas modificações ao processo de produção das empresas (PRIEB, 2005).

Levando-se em consideração a importância do assunto, torna-se necessário expandir

os estudos na área de QVT como forma de contribuir para o avanço do tema na administração.

Além disso, verifica-se a necessidade das organizações implementarem práticas de QVT em

seus setores de trabalho como forma de aumentarem o seus níveis de satisfação e

comprometimento dos profissionais.

1.1 TEMA

Durante muito tempo, ao falar-se em qualidade de vida nas empresas, enfatizava-se

principalmente a produção. Hoje, fala-se não apenas em qualidade no trabalho, mas também

em qualidade de vida dos trabalhadores. Isso significa que eles precisam estar satisfeitos. Para

que sejam produtivos, devem sentir que o trabalho que executam é adequado as suas

habilidades e que suas necessidades no ambiente organizacional também são valorizadas.

Não se pode esquecer que parte significativa da vida das pessoas é dedicada ao

trabalho e que para muitas o trabalho constitui a maior fonte de identificação pessoal. É

natural, portando, que almejem identificar-se com ele.

A Revolução Industrial acabou com as oficinas que os artesãos mantinham em sua

própria casa, trouxe como consequência a percepção que a separação entre o trabalho e a casa

é a mais importante divisão do trabalho. Com o advento da economia do conhecimento, “a

separação rígida entre casa e trabalho começa a ser posta em dúvida” (COHEN, 2000, p.76).

Os trabalhadores consequentemente passam a querer trabalhar em lugares mais

agradáveis. Assim, as empresas são desafiadas a investir no ambiente, tanto para atrair

talentos, quanto para melhorar a produtividade. Mais do que isso, as empresas são desafiadas

a implantar programas de qualidade de vida no ambiente laboral, que envolvam também as

dimensões relacionadas ao estilo gerencial, à liberdade e autonomia para tomada de decisões e

ao oferecimento de tarefas significativas.

Esse investimento que deveria ser feito pelas empresas tem como finalidade não só os

lucros financeiros, mas também melhorias na qualidade de vida de seus trabalhadores,

13

obtendo assim funcionários mais comprometidos com suas funções, mais satisfeitos com seu

ambiente de trabalho e consequentemente apresentando números decrescentes de

afastamentos por não adaptação à função executada ou por problemas de saúde relacionados

ao ambiente organizacional.

1.2 PROBLEMA

O estudo da empresa de Comunicação será realizado na área Comercial, setor Tele

anúncios. É um grupo privado onde o determinado setor conta com aproximadamente 25

trabalhadores diretos.

O setor de Tele anúncios e responsável por cerca de 25% do resultado da empresa em

cada ano, com isso é parte estratégica dentro da estrutura da sua empresa, pois esse setor

atende inúmeros clientes do setor privado e público, onde procura conciliar aquilo que é de

sua competência com o que o cliente procura.

No entanto, dentro de seu processo tem se evidenciado uma crescente necessidade da

busca pela qualidade de vida no trabalho, que é esquecido dentro da empresa, tendo em vista

que para que seus trabalhadores possam desenvolver um excelente trabalho é preciso que

tenham condições, e que (ambiente físico, clima, remuneração, benefícios, etc...) estejam de

acordo com suas áreas a fim de desenvolver o seu papel com bom desempenho e qualidade.

Diante do exposto segue o problema de pesquisa:

Como a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) pode aumentar a produtividade e

melhorar a satisfação do trabalhador?

1.3 OBJETIVOS

A seguir apresenta-se o objetivo geral e objetivos específicos desta pesquisa.

1.3.1 Objetivo geral

Contribuir, na perspectiva da ciência da Administração, para uma análise da QVT no

Grupo Comunicação - Setor Tele anúncio.

14

1.3.2 Objetivos específicos

a) Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre histórico, conceitos, vantagens e desvantagens

do processo de Qualidade de Vida no Trabalho.

b) Verificar as necessidades de Qualidade de Vida no Trabalho para a Empresa Comunicação

- Setor Tele anúncio.

c) Descrever o processo de Qualidade de Vida no Trabalho para a Empresa Comunicação -

Setor Tele anúncio.

1.4 JUSTIFICATIVA

Uma empresa que deseja manter-se competitiva no mercado deve sempre usar como

principal ferramenta métodos e melhorias no que dizem respeito à Qualidade de Vida no

Trabalho, pois manifestam e estimulam o trabalhador a ponto de desenvolver melhor a sua

atividade, e não só isso, melhora a inter-relação deles e consequentemente atingindo

diretamente à melhora da produtividade.

Um programa de qualidade de vida no trabalho justifica sua importância tanto para a

organização quanto para os trabalhadores, pois visa à obtenção do aumento na lucratividade

da empresa e a valorização do bem estar, afinal, são eles que possibilitam vantagem

competitiva nas organizações fazendo-se necessária a implementação de ações que propiciem

a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) que atenda mais as demandas.

A expectativa desse trabalho é discutir (analisar) um programa visando a Qualidade de

Vida no Trabalho para a Empresa justificando, assim, a sua implantação. Proporcionar aos

administradores a possibilidade de conhecer e analisar esses programas, mudando o

relacionamento com os trabalhadores, respaldado em estudos já feitos e que apresentaram

resultados positivos no crescimento e sucesso organizacional.

À medida que se reconhece que o principal capital da empresa, são os trabalhadores,

parece-nos adequado admitir que ela esteja cada vez mais sujeita a perde-los para outras caso

não ofereça boas condições de trabalho aos seus. As empresas que empregam alta tecnologia a

seus setores demonstram-se particularmente sensíveis a esse problema, pois segundo Gil

(2006, p. 46) “a evasão de talentos pode afetar negativamente os processos de inovação e

provocar atrasos no lançamento de novos produtos”.

A teoria comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas,

para explicar o comportamento organizacional. Ao analisar como as pessoas se comportam,

15

torna-se necessário o estudo da motivação humana, mostrando-se como um dos temas

fundamentais dessa teoria, pois, com afirma Chiavenato (2004, p. 264), “o administrador deve

conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento humano e utilizar a

motivação como meio para melhorar a qualidade de vida nas organizações”.

16

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Por solicitação da empresa estudada não será publicado a sua razão social e o nome

fantasia sendo assim se mencionará a empresa referenciada como “Empresa Comunicação”.

2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA

O histórico do grupo não será publicado, pois acredita-se que com sua leitura a

empresa seria facilmente identificada, já que sua história é antiga e conhecida na região Sul

do país.

2.2 MISSÃO E VALORES DA EMPRESA

A Missão e os valores, não serão publicados, pois, estão muito ligados a história e

desenvolvimento da empresa Comunicação, logo com sua leitura a empresa seria facilmente

evidenciada.

2.3 ÁREA DE ATUAÇÃO/SEGMENTO DE MERCADO

A empresa Comunicação opera diretamente ou por meio de contrato de afiliação com:

emissoras de TV, emissoras de TV locais, emissoras de rádio, jornais, portais de internet,

empresas de eventos, Operação mobile marketing, Operação segmento rural, Operação

segmento jovem, Operação e-business, editora, gravadora, gráfica, empresa de logística e a

Fundação, tendo em todas as suas especialidades o objetivo de produzir e distribuir

informações jornalísticas, de entretenimento e de serviços através das mídias tradicionais.

17

2.4 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

O Grupo Comunicação é dividido em áreas que são justificadas pelos gestores como

sendo a melhor forma de atuação.

Figura 1: Organograma Geral da empresa

Fonte: Dados fornecidos pela empresa e elaborados pelo autor, 2011

Figura 2: Organograma Detalhado dos Recursos Humanos

Fonte: Dados fornecidos pela empresa e elaborados pelo autor, 2011

Conselho de Administração

Presidente

Vice-Presidente Institucional e

Jurídico Vice-Presidente

Executivo

Vice-Presidente Da Plataforma de

Agronegócio

Conselho de Acionistas

Vice-Presidente De Internet e Mobile

Vice Presidente

Rio Grande do Sul

Vice-Presidente

Santa Catarina

Diretor Executivo Financeiro

Diretora Executiva de

Estratégia e Desenvolvimento

Gerencia de Recursos

Humanos

Gerente de Recursos

Humanos

Assessor de Relações Trabalhistas

Gerente de desenvolvimento de

Pessoas

Gestão e Finanças

18

De acordo com o organograma abaixo, seguem as áreas e suas respectivas

responsabilidades: Conselho de acionistas, conselho de administração, Presidente, vice-

presidente Institucional e Jurídico, vice-presidente Executivo, vice-presidente de plataforma

de agronegócio, vice-presidente de internet e mobile, vice-presidente do Rio Grande do sul,

vice-presidente de Santa Catarina, Diretor Executivo Financeiro e Diretora executiva de

estratégia e desenvolvimento de negócios. O Organograma está adequado a sua atual situação

e bem definido para que cada funcionário fique ciente de seu objetivo e função na empresa.

Na página seguinte segue o quadro com os cargos e áreas de atuação, bem como suas

funções e/ou responsabilidades:

ÁREA

FUNÇÃO/RESPONSABILIDADE

Conselho de acionistas Descrição1

Conselho de Administração Descrição 2

Presidente Descrição 3

Vice-Presidente Institucional de jurídico Descrição 4

Vice-Presidente Executivo Descrição 5

Vice-Presidente da Plataforma de Agronegócio Descrição 6

Vice-Presidente da Plataforma Internet e Mobile Com foco nas pessoas.

Vice-Presidente do Rio Grande do Sul Com foco nas pessoas.

Vice-Presidente de Santa Catarina Com foco nas pessoas.

Diretor Executivo-Financeiro

Diretora Executiva de Estratégica e Desenvolvimento Desenvolve e acompanha a estratégia de crescimento

do empresa comunicação.

Quadro 1: Descrição das principais áreas da empresa

Fonte: Dados fornecidos pela empresa e elaborados pelo autor, 2011

Abaixo, segue Fluxograma da Empresa Comunicação para melhor entendimento dos

processos:

1 Não consta no site 2 Não consta no site 3 Não consta no site 4 Não consta no site

5 Não consta no site 6 Não consta no site

19

Figura 3: Fluxograma

Fonte: Dados fornecidos pela empresa e elaborados pelo autor, 2011

2.5 ANÁLISE INTERNA

Na análise interna é realizado o levantamento dos pontos fortes e fracos da Empresa de

Comunicação, sendo descritos a seguir.

2.5.1 Pontos Fortes

É uma das maiores empresas de comunicação multimídia do Brasil;

A empresa é afiliada de uma das maiores redes de mídia do Brasil;

É líder de mercado em todos os segmentos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em

todos os segmentos em que atua;

20

O grupo contém mais de 6.000 trabalhadores sendo o segundo maior empregador jornalista

do país;

O grupo investe constantemente em Treinamento e desenvolvimento de seus trabalhadores.

2.5.2 Pontos fracos

Foi observada a ausência de um projeto de QVT – Qualidade de Vida no Trabalho – no

setor onde foi feita a observação;

A hierarquia apresenta-se de forma verticalizada;

No setor percebe-se a dificuldade dos trabalhadores em adaptar-se a novas mudanças;

O setor de tele-anúncios realiza sua função de trabalho de forma repetitiva.

2.6 ANÁLISE EXTERNA

A análise externa consiste na descrição das oportunidades e das ameaças que a

empresa poderá encontrar no mercado de atuação que é a Comunicação.

2.6.1 Oportunidades

Procura agregar a sua marca forte diante das empresas dos seus clientes;

Credibilidade;

Eficácia nos serviços prestados;

Mix de produtos que são oferecidos (emissoras, jornais, rádio, internet, mobile, editora,

gravadora, gráfica e etc.)

2.6.2 Ameaças

Concorrência desleal;

Preço baixo dos mesmos produtos oferecidos pelos concorrentes;

Captação de clientes por qualquer preço.

21

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em função da diversidade de conceituações para QVT, chama-se a atenção para a

necessidade de aprofundar a revisão da literatura do tema, porque não se pode trabalhar com

algo que não se sabe exatamente o que é.

O termo genérico qualidade de vida no trabalho engloba aspectos como motivação,

satisfação, condições de trabalho, estilos de liderança, entre outros. Relacionados a estes

aspectos, a lista de fatores que se constituem em pontos positivos e negativos do trabalho é

bem ampla e deverá ser discutida.

3.1 HISTÓRICO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Estudos ligados à qualidade de vida no trabalho datam do inicio após o movimento

sindical de 1930, centrando-se na segurança e salubridade do trabalho, no tratamento

dispensado ao trabalhador e no aumento de salários. A partir de 1950, se associa ao enfoque

na psicologia, onde se percebe uma correlação positiva entre estado de ânimo e produtividade.

Maximiano (2009, p. 62) sugere que:

A ideia de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) baseia-se em uma visão integral

das pessoas, que é chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial

origina-se da medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística

(ou sistêmica), do ser humano.

Partindo desse enfoque, saúde não é apenas ausência de doenças, mas também, o

completo bem estar biológico, psicológico e social. Esta definição adotada pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) em 1986, abre espaço significativo para a compreensão e

administração de fatores psicossociais na vida moderna, especialmente no ambiente de

trabalho. Sendo um desses fatores: o stress, este será tratado em um item específico abaixo

(MAXIMIANO, 2009).

Percebida atualmente como um processo que consolida a busca do desenvolvimento

humano e organizacional, a Qualidade da Vida no Trabalho (QVT) não se define mais como

um modismo passageiro e assim, apresenta para a realidade das empresas as novas

necessidades de mercado (LIMONGI-FRANÇA, 2002).

22

O início desse processo no começo do século XX, por um de seus pioneiros, Walton

(1973), que definiu a QVT como algo que vai além dos objetivos da legislação trabalhista, “é

o conjunto das ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações

gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho” (LIMONGI-FRANÇA, 2002).

Segundo Walton (1973, apud Limongi-França, 2002, p. 297):

A QVT deve ter como meta a geração de uma organização mais humanizada, na

qual o trabalho envolva relativo grau de responsabilidade e de autonomia no que se

refere a cargo, recebimento de recursos de feedback de desempenho, tarefas

adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo.

Entre o ano de 1969 a 1974 ocorre um período que Limongi-França (2002, p. 299),

“cita como a primeira fase da QVT, onde vários pesquisadores, acadêmicos, líderes sindicais

e representantes do governo começaram a se interessar mais pela influência das experiências

vividas pelas pessoas durante o período de trabalho”.

Até meados da década de 1970 existe a ocorrência de uma baixa na atenção a QVT,

pois os Estados Unidos voltavam sua atenção a problemas de inflação e custos de energia,

interesses que a partir de 1979 começariam a serem revistos e implantados nas principais

empresas como, por exemplo, a General Motors. Seu auge de interesses e atenções se dá em

meados de 1980 (Limongi-França, 2002).

Segundo Fernandes (1996), no Brasil, a preocupação com QVT surge mais

tardiamente, também em função da preocupação com a competitividade das empresas, em

contexto de maior abertura para a importação de produtos estrangeiros e na esteira dos

programas de qualidade total.

Para Aguiar (2000) houve, a partir desse período, uma mudança de postura das

organizações, que passaram a entender a qualidade de vida no trabalho como um aspecto tão

importante quanto a modernização tecnológica.

Um dos principais expoentes no estudo da questão, Walton (1973, apud Limongi-

França, 2002), articula a conceituação que segue:

A idéia de QVT é calcada em humanização do trabalho e responsabilidade social da

empresa, envolvendo o entendimento de necessidades e aspirações do indivíduo,

através da reestruturação do desenhos de cargos e novas formas de organizar o

trabalho, aliado a uma formação de equipes de trabalho com maior poder de

autonomia e melhoria no meio organizacional.

23

Abaixo, um quadro que demonstra a possível compreensão de como o campo de

estudo sobre QVT foi evoluindo, de uma perspectiva mais restrita para outras mais amplas:

Quadro 2: Evolução do conceito de QVT

Fonte: Dados coletados Nadler e Lawler (apud FERNANDES, 1996, p. 42).

3.1.1 Conceitos e abordagens sobre qualidade de vida no trabalho

Segundo Limongi-França (1996), a Qualidade de vida no Trabalho e vista como um

“conjunto das ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações

gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho”.

Bowlditch e Buono (1992, p. 207), também enfatizaram as práticas adotadas pelas

organizações e que se constituem em ações voltadas a QVT. Para esses autores:

Um conjunto de definições equaciona a QVT com a existência de um certo conjunto

de condições e práticas organizacionais tais como cargos enriquecidos, participação

dos empregados nos processos de tomada de decisões, condições seguras de trabalho

e assim por diante. Uma outra abordagem equaciona a QVT com os efeitos visíveis

que as condições de trabalho tem no bem estar de um indivíduo (por exemplo,

manifestação de satisfação no local de trabalho, crescimento e desenvolvimento dos funcionários, a capacidade de atender a toda a gama de necessidades humanas).

24

Dentre os novos paradigmas dos modos de vida dentro e fora da Empresa

Comunicação, a QVT se estrutura a partir de vários segmentos. São eles:

Saúde: visa preservar a integridade física, psicológica e social do ser humano ao invés de

apenas atuar sobre controle de doenças e propiciar maior expectativa de vida e reintegração

profissional da pessoa que adoece.

Ecologia: ciência que o homem é parte integrante e responsável pela preservação do

ecossistema e dos insumos da natureza, bem como ator do desenvolvimento sustentável.

Ergonomia: estuda as condições de trabalho ligadas à pessoa. Fundamenta-se na medicina,

na psicologia, na motricidade e na tecnologia industrial, visando ao conforto e ao desempenho

nas diversas posições de trabalho.

Psicologia: demonstra a influência das atitudes internas, as perspectivas de vida da pessoa

e a importância do significado intrínseco das necessidades individuais para o seu

envolvimento com o trabalho em conjunto com a Filosofia.

Sociologia: atua sobre a dimensão simbólica do que é compartilhado e construído

socialmente, demonstrando as implicações de quem influencia e é influenciado nos diversos

contextos.

Economia: enfatiza a consciência de que os bens são finitos e de que a distribuição de

bens, recursos e serviços deve envolver de forma equitativa a responsabilidade e os direitos da

sociedade.

Administração: procura aumentar a capacidade de mobilizar recursos para atingir

resultados em ambiente cada vez mais complexo, mutável e competitivo.

Engenharia: elabora formas de produção voltadas para flexibilização da manufatura,

armazenamento de materiais, uso da tecnologia, organização do trabalho e controle de

processos. (Limongi-França, 1996, p. 296).

Assim, para Limongi-França (1996, p. 297),

É possível identificar dois movimentos na QVT: o individual que está ligado a

doenças associadas às condições do ambiente organizacional e o organizacional, que

se refere à expansão do conceito de qualidade total para a concretização dos

resultados da empresa.

Percebe-se que há um ponto em comum, que, segundo Fernandes (1996, p. 43) é a

“conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em

que melhora a satisfação do trabalhador, melhora a produtividade da empresa”.

Fernandes (1996, p. 35), também enfatiza que:

25

[...] pode ser utilizada para que as organizações renovem suas formas de organização

de trabalho, de modo que, ao mesmo tempo em que se eleve o nível de satisfação do

pessoal, se eleve também à produtividade das empresas, como resultado de maior

participação dos empregados nos processos relacionados ao seu posto de trabalho.

Logo, percebe-se a emergência em se tratando de atender as demandas das pessoas nas

organizações com a finalidade de elevar a produtividade, sendo assim, as necessidades

pessoais básicas dos trabalhadores devem ser atendidas, pois consequentemente, aumentaram

seus índices de resultados no trabalho.

3.2 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW, SEGUNDO MAXIMIANO

(2009)

As teorias a respeito das necessidades humanas, segundo Maximiano (2009, p. 234)

“fornecem a primeira explicação importante sobre o papel dos motivos internos na motivação.

Segundo esse tema, o comportamento humano é motivado por estímulos interiores chamados

necessidades, que são estados de carência”.

Para Maximiano, por exemplo, a fome é uma necessidade que motiva o organismo a

procurar alimento (direção da motivação). Quanto mais forte essa necessidade, maior é o

empenho em realizar o objetivo de conseguir alimento (intensidade da motivação). Uma vez

satisfeita essa necessidade, o organismo passa para um estado de saciedade e satisfação, e o

alimento deixa de representar, um estímulo, porque se extinguiu o impulso interno para

persegui-lo. A motivação para aquele determinado comportamento deixou de existir (duração

da motivação).

Maximiano (2009, p. 234),

Enfatiza ainda que outras necessidades podem ter um ciclo de satisfação mais longo,

não sendo atendidas pontualmente, de momento a momento. É o caso da motivação

para o poder, que não provoca a saciedade, mas pode ficar mais intensa a cada

momento.

Algumas necessidades são apresentadas como instrumentais para a satisfação de

outras. Há necessidades que são terminais e satisfazem-se em si mesmas. Para algumas

pessoas, a necessidade de ganhar dinheiro é instrumental (ou, é algum instrumento) para o

atendimento das necessidades de sobrevivência, para outras, a necessidade de ganhar dinheiro

é terminal - é uma finalidade em si mesma.

26

A teoria sobre as necessidades humanas citada por Maximiano (2009, p. 234) reflete

sobre carências e objetivos, assim, “a realização dos objetivos e desempenho estão ligados à

busca de satisfação sobre as carências. Sabendo que, se o objetivo for alcançado, uma

carência será satisfeita, a pessoa empenha-se na perseguição, quanto mais forte será a

carência”.

3.2.1 Teoria das necessidades humanas de Maslow

Maslow, segundo Chiavenato, apresentou uma teoria da motivação pela qual as

necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia de importância, como uma

pirâmide. Na base estão as necessidades fisiológicas, e, no topo, as necessidades mais

elevadas que são as necessidades de auto-realização. (Chiavenato 2004, p. 266). Ver figura a

seguir:

Figura 4: A Hierarquia das Necessidades, segundo Maslow.

Fonte: (Chiavenato, 2004, p. 265)

As necessidades fisiológicas estão na base da hierarquia, percebe-se que para o autor,

as pessoas costumam satisfazê-las antes de se preocupar com as de nível mais elevado.

Segundo Chiavenato (2004, p. 266),

27

Uma necessidade em qualquer ponto da hierarquia precisa ser atendida antes que a

necessidade de nível seguinte se manifeste. Se uma necessidade não for satisfeita, a

pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação sem passar a satisfazer seu

próximo nível. Atendida uma necessidade, ela se deixa de fazer sentir e a pessoa

passa a ser motivada pela ordem seguinte das necessidades.

As pessoas estão em um processo de desenvolvimento contínuo, tendendo a progredir

ao longo das necessidades e buscando atender uma após outra buscando sempre a auto-

realização.

Assim para (Chiavenato (2004, p. 266), “uma necessidade pode predominar sobre as

demais, devido a fatores como idade, meio social ou personalidade. Por exemplo, a

necessidade de auto-afirmação é predominante na juventude”.

Para exemplificar cada uma das necessidades propostas pelo autor, segue abaixo um

quadro ilustrativo:

HIERARQUIA

SATISFAÇÃO

Auto – Realização Trabalho criativo e desafiante

Diversidade e Autonomia

Participação nas decisões

Estima Responsabilidade por resultados

Orgulho e reconhecimento

Promoções

Sociais Amizade dos colegas

Interação com clientes

Gerente amigável

Segurança Condições seguras de trabalho

Remuneração e benefícios

Estabilidade de emprego

Necessidades Fisiológicas Intervalos de Descanso Conforto físico

Horário de trabalho razoável

Quadro 3: A Hierarquia das Necessidades humanas e os meios de satisfação.

Fonte: (CHIAVENATO, 2004, p. 266).

3.2.2 Aplicando a teoria de Maslow ao desempenho no trabalho

Segundo Chiavenato (2004, p. 267), “o trabalho e o seu ambiente podem satisfazer

uma ampla gama de necessidades, instrumentais e terminais, desde as necessidades de

sobrevivência até as de auto-realização”, assim as necessidades e as capacidades de satisfazê-

las, irão depender das características das pessoas e da situação de trabalho.

Conforme Chiavenato (2004, p.267),

28

Um trabalho realizado em uma fábrica pode satisfazer as necessidades de

sobrevivência, convivência social e auto-estima dos seus trabalhadores tanto quanto

um observatório astronômico, onde umas poucas pessoas passam as noites em

silêncio, observando o universo; logo, as necessidades de auto-realização e

reconhecimento em uma comunidade técnica são mais importantes e devem ser

percebidas de acordo com cada realidade organizacional e de pessoal.

Refletindo sobre o que é ou não apropriado a cada realidade organizacional, o trabalho

e a situação de trabalho também acabam por criar necessidades, como cita ainda Chiavenato

(2004), ao invés de somente satisfazê-las. Os trabalhadores passam então a reclamar seu

atendimento, o que também é uma forma de comportamento motivado por necessidades ou

carências.

3.3 ERGONOMIA

Para o autor Slack (2007), o termo ergonomia é usualmente utilizado na maior parte

do mundo; entretanto é algumas vezes referido como “engenharia de fatores humanos” ou

simplesmente “fatores humanos”.

A ergonomia preocupa-se primeiramente em como a pessoa se confronta com os

aspectos físicos de seu local de trabalho, em “local de trabalho” lê-se mesas, cadeiras,

escrivaninhas, máquinas, computadores e assim por diante. A ergonomia, também estuda a

maneira como uma pessoa relaciona-se com as condições ambientais de sua área de trabalho

imediata.

Sendo assim, todos os fatores que dizem respeito às condições ambientais nas quais a

pessoa trabalha, por exemplo, a temperatura, a iluminação, o barulho, ambiente entre outros

serão analisados para confirmar ou não se apresentam as condições ideais de trabalho. A esses

aspectos está ligada a ideia de que deve haver uma adequação entre as pessoas e os trabalhos

que desempenham.

Para Martins (2005, p. 102),

O trabalho e o local de trabalho devem se adequar ao homem, e não o contrário. Os

estudos ergonômicos que tiveram suas referências revisadas mostram-se com a

intenção de visar à realização de mudanças nas condições e no ambiente de trabalho

aperfeiçoando e adaptando máquinas e equipamentos utilizados na execução das

tarefas, de acordo com as características físicas e condições psicológicas, objetivando propiciar ao trabalhador mais segurança, saúde e conforto e,

consequentemente, obter maior eficiência no trabalho executado.

29

Spector (2010) define que o ambiente pode afetar o desempenho no trabalho de

diversas formas, tendo assim uma influência positiva ou negativa no resultante da motivação,

que irá aumentar ou diminuir os esforços dos funcionários. “Da mesma maneira o ambiente

pode ser estruturado para facilitar o desempenho, tornando mais fácil para os indivíduos a

realização de suas tarefas, ou diminuindo suas limitações” (SPECTOR, 2010, p. 376).

Bom Sucesso (1997), enfatiza que a “adoção de práticas ergonômicas implica, entre

outros fatores, na Qualidade de Vida no Trabalho, tornando-se condição essencial para o êxito

de uma empresa ou de um empreendimento”.

Segundo Spector (2010), além da questão da ergonomia, outras lesões podem ser

evitadas e de maneira mais barata. Um projeto apropriado de ferramentas e equipamentos

pode fazer muito para reduzir o esforço no corpo que resulta nestas lesões. Uma combinação

de ergonomia, projeto do equipamento adequado e as paradas para descanso pode ser útil para

reduzir a probabilidade do que os funcionários desenvolvam lesões.

3.3.1 Princípios de economia de movimentos

Com o objetivo de organizar melhor o ambiente de trabalho faz-se importante a

diminuição de movimentos desnecessários para que o trabalhador consiga executar de forma

mais eficiente a sua função, a fim de aumentar a produtividade de forma eficiente e diminuir

tensões relacionadas ao trabalho repetitivo. Abaixo seguem quadros mencionados na obra de

Martins (2005) com o princípio de economia de movimentos.

Princípios para o uso do corpo

humano

As mãos devem iniciar os movimentos ao mesmo tempo.

As mãos não devem permanecer paradas ao mesmo tempo (a

não ser em períodos de descanso).

Os braços devem ser movimentados simetricamente e em

sentidos opostos.

O movimento das mãos deve ser o mais simples

possível.

Deve-se utilizar o impulso.

As mãos devem executar movimentos suaves e contínuos.

Devem ser utilizados movimentos balísticos, por serem mais

precisos.

Deve-se manter ritmo do trabalho.

Quadro 4: Princípios da economia de movimentos.

Fonte: (MARTINS, 2005, p.103).

30

Princípios para o local de trabalho

Deve haver um lugar um local predeterminado para todos os

materiais, ferramentas, e demais objetos.

Os materiais, as ferramentas, e demais objetos devem ser

dispostos obedecendo aos aspectos antropométricos do operador.

Deve ser utilizada a alimentação de peças por gravidade.

Devem ser utilizados alimentadores de peças que

possibilitem a retirada fácil da peça pelo operador.

Os objetos devem ser posicionados de maneira a permitir

uma sequencia adequada de utilização.

Deve haver boas condições ambientais (luz, ruído,

temperatura, umidade).

O assento deve seguir os conceitos ergonômicos.

O conjunto mesa-assento deve permitir que o operador possa

trabalhar alternadamente sentado e em pé.

Quadro 5: Princípios da economia de movimentos.

Fonte: (MARTINS, 2005, p.103).

Princípios para ferramentas e para

os equipamentos

Devem ser utilizados gabaritos e suportes para livrar as mãos

de segurar objetos.

Duas ou mais ferramentas devem ser combinadas.

Os objetos devem estar disponíveis para uso.

Em trabalhos que utilizam a força dos dedos, a carga de trabalho de cada dedo deve ser distribuída de acordo com a

força de cada um deles.

Os cabos das ferramentas devem seguir o projeto

ergonômico.

As alavancas e demais acionadores de máquinas devem

seguir um projeto ergonômico.

Quadro 6: Princípios da economia de movimentos.

Fonte: (MARTINS, 2005, p. 104).

3.3.2 Assentos

Conforme Spector (2010, p. 413),

As condições físicas do trabalho tendem a ter efeitos físicos diretos nas pessoas.

Algumas vezes, esses efeitos, são imediatos, mas frequentemente ocorrem após um

longo período de tempo. Quando uma doença ou uma lesão, leva muito tempo para

se desenvolver, pode ser difício determinar exatamente o que a provocou. Muitas

vezes podem dar passos para evitar ou minimizar a exposição a essas condições por

meio de adoção de procedimento de segurança. Além disso, enfermidades e

ferimentos podem ter consequência psicológicas, prejudiciais ao bem-estar

emocional.

A Empresa Comunicação, mais especificamente no Setor Tele-anúncios, possue 25

mesas, acompanhadas de 25 cadeiras que estão inadequadas de acordo com os autores

Brandimiller (1997) e Martins (2005) e são demonstradas na figura a seguir:

31

Figura 5: Assento da Empresa Comunicação.

Fonte: Foto tirada e elaborada pelo autor 2011.

Conforme Brandimiller (1997, p. 61),

É recomendável que o tecido de revestimento seja um pouco áspero. Quando alguém

com roupa de tecido liso está sentado numa cadeira com revestimento liso (como

napa), seu corpo tende a escorregar para frente, obrigando a pessoa a manter os pés

bem apoiados no chão e fazer a força nas pernas no sentido contrário. Se a cadeira

tiver pés com rodízios e estiver sobre o piso liso, piora ainda mais a situação.

Para Martins (2005, p.103), “os assentos devem ter medidas adequadas ao usuário e

devem ser observados alguns princípios gerais, com a largura do assento, que deve estar de

acordo com a largura torácica da pessoa e o encosto que permita postura de relaxamento”.

De acordo com Brandimiller (1997, p. 61),

Poder mudar de posição quando se está sentado é importante. Assentos moldados, com relevos adaptados à forma do corpo (formato anatômico), não são

aconselhados, pois dificultam a mudança de posição. O mesmo acontece com

estofamento muito alto, que se comprimem quando se senta e, com o uso, tendem a

deformar-se, ficando afundados no centro. Almofadas pior ainda.

32

Segundo Martins (2005, p. 103), o assento da cadeira deve ser reto, com braços e deve

ser ajustável permitindo regulagens à altura da mesa de trabalho e às mudanças de postura

com o pé apoiado no chão de maneira normal. A cadeira ainda deve possuir rodízios para

facilitar o deslocamento. Conforme Brandimiller (1997, p. 63) pode ser assim descrito:

a regulagem da altura do assento, deveria servir apenas para ajustar a altura do

assento ao comprimento da perna de quem utiliza, permitindo trabalhar numa posição confortável para membros inferiores, nádegas e coluna. Quanto menor o

comprimento da perna, mais baixo o assento.

Para Brandimiller, (1997) na prática, quase sempre o tampo da mesa e a base do

teclado não possuem mecanismos para regulagem de altura – o que obriga as pessoas a elevar,

ou abaixar o assento para acomodar-se a altura da mesa ou da base do teclado de modo que as

mãos possam trabalhar sobre a mesa, no teclado e no mouse sem desconforto dos membros

superiores. O ajuste agora se faz de forma inversa, quanto mais baixa a pessoa, mais alta

precisa ficar o assento. Segundo Brandimiller (1997, p. 64)

Para maior parte das pessoas (com altura média, ou mais baixas), torna-se necessário

erguer os assento, para poder trabalhar, numa posição confortável para as mãos e

para os membros superiores. Com isso as pernas ficam penduradas, sem apoio,

sendo necessário o uso de um suporte para os pés.

No entanto Brandimiller (1997, p. 61)

Convém que todo assento não seja exatamente horizontal, mas ligeiramente inclinado para trás. A Norma Técnica da ABNT recomenda uma inclinação no

assento de 0 a 5°. Atenção, porém, pois a inclinação de 5° é muito pequena, quase

imperceptível. Essa pequena inclinação favorece o opoio das costas no encosto e

também ajuda a evitar o deslizamento do corpo para a frente. Inclinação maior e

desaconselhável.

3.3.3 Ambiente de Trabalho

Os locais de trabalho devem ser dotados de condições acústicas adequadas a

comunicação telefônica, adotando medidas tais como o arranjo físico geral e do posto de

trabalho, pisos e paredes isolamento acústico do ruído externo, tamanho, forma, revestimento

e distribuição das divisórias entre os postos (Site do MTE).

O ambiente de trabalho deve obedecer no mínimo o seguinte parâmetro, conforme o

quadro abaixo:

33

Ruído

Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR

10152, norma brasileira de registro no INMETRO,

observando o nível de ruído aceitável para efeito de

conforto de até 65 db (A), e a curva de avaliação de

ruído (NC), de valor não superior a 60 db;

Temperatura Índice de temperatura efetiva entre 20° e 23°C;

Ar Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

Umidade Umidade relativa do ar não inferior a 40% (quarenta

por cento).

Quadro 7: Quadro do ambiente de trabalho.

Fonte: Dados retirados do site: www.portalmte.gov.br e elaborados pelo autor 2011

No ambiente de trabalho devem ser implantados projetos adequados de climatização

do mesmo que permitam distribuição homogênea das temperaturas e fluxos de ar utilizando,

se necessário, controles locais e/ setorizados da temperatura, velocidade e direção dos

fluxos(Site do MTE).

Abaixo segue foto da Empresa Comunicação, Setor tele-anúncios. Na imagem consta a

paredes sem nenhuma janela onde possa haver uma boa circulação de ar a fim de evitar a

proliferação de doenças respiratórias:

Figura 6: Parede da Empresa Comunicação.

Fonte: Foto tirada e elaborada pelo autor 2011.

34

As empresas podem instalar higrômetros ou outros equipamentos que permitam que o

trabalhador acompanhar a temperatura efetiva e a umidade do ar do ambiente de trabalho. A

chamada “síndrome do edifício doente”, que refere-se a relação entre causa e efeito das

condições ambientais observadas em áreas internas, com reduzidas renovação de ar, e os

vários níveis de agressão a saúde de seus ocupantes através de fontes poluentes de origem

física, química e/ou microbiológica (Site do inmetro).

Para prevenção da chamada síndrome do edifício doente devem ser atendidos os

seguintes pontos:

Ministério Público da Saúde

O Regulamento Técnico do Ministério da Saúde sobre

“Qualidade do Ar de Interiores em Ambientes Climatizados”, com redação da Portaria MS n.º 3.523,

de 28 de agosto de 1998 ou outra que a venha

substituir;

ANVISA

os Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior

em ambientes climatizados artificialmente de uso

público e coletivo, Com redação dada pela Resolução

RE n.º 9, de 16 de janeiro de 2003, da ANVISA -

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou outra

que a venha substituir, à exceção dos parâmetros

físicos de temperatura e umidade definidos;

NR9 O disposto no item 9.3.5.1 da Norma

Regulamentadora n.º 9 (NR 9).

Quadro 8: Quadro de Prevenção a Síndrome do edifício doente

Fonte: dados extraídos do site: www.portal.mte.gov.br e elaborado pelo autor 2011.

Outros fatores associados a Síndrome do Edifício Doente são a elevação da taxa de

absenteísmo (trabalhador que falta o trabalho) e a redução na produtividade e na qualidade de

vida do trabalhador, diante da sua exposição a um ambiente inadequado à ocupação. Desta

forma, a qualidade do ar de ambientes interiores assumiu importante papel não só nas

questões relativas a saúde pública, como, também, no que diz respeito a saúde ocupacional.

Abaixo, segue imagem do sistema de climatização de ar na Empresa Comunicação, no

setor Tele-anúncios, inadequado segundo os sites www.portal.mte.gov.br e

www.inmetro.gov.br:

35

Figura 7: Sistema de climatização da Empresa Comunicação.

Fonte: Foto tirada e elaborada pelo autor 2011.

Em agosto de 1998, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, órgão

regulamentador do sistema de saúde, pública Portaria n° 3.523, estabelecendo para todos os

ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo há obrigatoriedade de

elaborar e manter um plano de manutenção, operação e controle dos sistemas de

condicionamento de ar. (www.inmetro.gov.br).

Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial,

geral ou suplementar, apropriada a natureza da atividade. Abaixo segue alguns critérios que

devem ser seguidos quanto a iluminação: (www.portal.mte.gov.br).

36

Distribuição A iluminação geral deve ser uniformemente

distribuída e difusa.

Projeção A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada

e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos

incômodos, sombras e contrastes excessivos.

Nível

Os níveis mínimos de iluminamento a serem

observados nos locais de trabalho são os valores de

iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma

brasileira registrada no INMETRO.

Medição de Nível

A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita

no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual,

utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida

para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.

Quadro 9: Esquema de iluminação.

Fonte: Dados retirados do site: www.portal.mte.gov.br e elaborada pelo autor 2011.

3.3.4 Posto de Trabalho em Escritórios

Para Martins (2005), um posto de trabalho, em um escritório, corresponde ao local

onde se executam as atividades de trabalho, sejam elas administrativas ou operacionais. Ele

deve assim, obedecer às mesmas recomendações de um posto de trabalho em uma empresa

industrial. Dessa forma, deve-se observar que os assentos sejam giratórios e que tenham apoio

para os pés, permitam a regulagem da altura, tenham rodízios e apoios flexíveis para as

costas.

Os terminais de computador são uma grande fonte de lesões por esforços repetitivos,

devendo ter teclado ergonômico ajustável e monitores com tela anti-reflexiva e inclináveis. As

impressoras podem ser uma alta fonte de ruído, conforme o tipo necessitando de isolamento

acústico. A iluminação também deve ser verificada, obedecendo os critérios da NBR 10152.

A temperatura e a umidade deverão estar na faixa 20C a 24C, para a conformidade com as

condições de um bom ambiente de trabalho. Segundo Spector (2010, p. 421):

Muitos empregos exigem a repetição física de movimentos de várias partes do corpo. Os funcionários que utilizem computadores no trabalho frequentemente

passam o dia inteiro digitando. O trabalho em linhas de produção tradicionais exige

que o funcionário repita a mesma operação diversas vezes. Tais movimentos

repetitivos podem resultar em lesões de esforço repetitivo (LER), em que partes do

corpo ficam inflamadas e, às vezes permanentemente danificadas. Foi estimado, nos

Estados Unidos, que as lesões causadas pelo esforço repetitivo custaram 20 bilhões

de dólares em 1993, pagos em indenizações aos trabalhadores, bem como custos

indiretos de 100 bilhões de dólares por ano para os empregados.

37

Outra lesão bem conhecida entre essas é a síndrome do canal carpiano (síndrome da

costureira), que é uma lesão do pulso que provoca dor, endurecimento e fraqueza nos dedos e

nas mãos. Ela surge como consequência do uso repetido dos dedos e do pulso. Talvez a sua

causa mais conhecida seja utilização de teclados de computador, mas outros movimentos

repetitivos das mãos também podem causá-la. Em 1995, foi estimado que 3,9 a cada 10.000

pessoas tinham essa lesão. Apesar de os casos leves serem aliviados por meio do repouso, os

mais graves podem resultar em danos permanentes. As cirurgias, às vezes, podem reparar a

lesão, mas nem sempre. (SPECTOR, 2010, p. 422).

Abaixo, segue figura que representa as condições ideais para se obter sucesso com um

programa de Qualidade de Vida no Trabalho.

Figura 8: Você e sua estação de trabalho

Fonte: (MARTINS, 2005, p.106)

Segundo Spector (2010), as lesões por esforço repetitivo, podem ser reduzidas com

duas estratégias bastante baratas. Primeiro um projeto apropriado de ferramentas e

equipamentos pode fazer muito para reduzir o esforço no corpo que resulta nessas lesões. Por

exemplo, um apoio para os pulsos pode ajudar a prevenir a (síndrome da costureira) em

pessoas que utilizam o teclado do computador. Este apoio constitui numa barra que ajudar a

manter os pulsos do digitador retos, de forma que seu esforço seja reduzido. Segundo é

permitir que os funcionários tenham frequentes interrupções em seu trabalho, destinados ao

38

descanso. Na Suécia, existem leis que determinam o tempo máximo que o funcionário pode

trabalhar com um teclado sem parar e a quantidade máxima de tempo que ele pode digitar por

dia. Uma combinação entre o projeto do equipamento adequado e as paradas para descanso

pode ser útil para deduzir a probabilidade de que os funcionários desenvolvam lesões por

esforço repetitivo.

3.4 ESTRESSE X QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Existem muitas interpretações de qualidade de vida no trabalho, desde o foco clínico

da ausência de doenças no âmbito pessoal até as exigências de recursos, objetos e

procedimentos de natureza gerencial e estratégia no nível das organizações.

Para Samulski, Chagas e Nitsch (1996 apud LIMONGI-FRANCA, 2002, p. 391), o

estresse é a “transação que envolve risco, perda ou situação nas quais capacidades a mais

devem ser mobilizadas, e quanto maior é o esforço, mais duvidoso se torna o acontecimento”.

Une-se em divergência para trabalhadores dois conceitos: exigência e capacidade.

Fernandes e Gutierrez (1988) afirmam que uma atitude inteligente por parte da

empresa é a de tratar o trabalhador como um ser humano, com necessidades econômicas e,

também, de ordem social e psicológica. Os mesmos autores justificam tal tratamento como

uma decorrência de contexto sócio-político atual, no qual

[...] as empresas precisam conviver com uma classe trabalhadora em evolução, que

apresenta novas características, incluindo nível de informação mais elevada, maior

consciência social de sua importância, desejos de participação mais elevada nas

decisões que o afetam, apoiada por um sindicalismo mais atuante, sem deixar de

destacar os efeitos da [...] Constituição em termos de avanços sociais

(FERNANDES e GUTIERREZ, 1988, p. 30).

Com o equilíbrio atingido, obter-se-á o bem-estar; se for negativo, gerará diferentes

graus de incerteza, conflitos e sensação de desamparo por parte do trabalhador. O estresse é,

talvez, a melhor medida do estado de bem estar da pessoa, já que a Qualidade de Vida no

Trabalho é individualizada por meio de suas diferentes manifestações de estresse.

Para Fernandes e Gutierrez (1988, p. 31)

39

As teorias convencionais da motivação, na administração preocupam-se

predominantemente com a satisfação das pessoas, sem abordar explicitamente o

stress. No entanto a correlação entre stress e trabalho é evidente e se demonstram na

realização de atividades que requerem exaustivo esforço físico ou que são

alienantes, ou realizadas em ambiente de tensão produzindo efeitos psicológicos

negativos, mesmo que a pessoa esteja fisicamente bem.

O estresse depende da adaptação, que para Fernandes e Gutierres (1988, p. 32)

“envolverá o equilíbrio entre a exigência que a tarefa faz a quem a realiza e a capacidade da

pessoa que a realiza, assim, em equilíbrio o indivíduo consegue atingir o bem estar”.

Equilíbrio ou desequilíbrio podem ser produzidos não apenas pela tarefa, mas também

por uma conjuntura, por exemplo, que em situação de crise econômica e perspectiva de perda

do emprego as pessoas permanecem em estado de grande tensão. Uma pessoa que perde

emprego pode passar sofrer diversos males, decorrentes da perda pela dificuldade de

recolocação. “Tão sérios são esses e outros problemas decorrentes da situação e do ambiente

de trabalho, que algumas empresas investem no apoio psicológico a seus executivos”

(FERNANDES e GUTIERREZ, 1988. p. 33).

Além do enfoque biopsicossocial, segundo Maximiano (2009 p. 63)

O conceito de QVT, baseia-se em uma visão ética da condição humana. A ética

como base da QVT, procura identificar, eliminar ou, pelo menos, minimizar todos os

tipos de riscos ocupacionais. Isso envolve desde a segurança do ambiente físico até o

controle do esforço físico e mental requerido para cada atividade, bem como a forma

de gerenciar, situações de crise que comprometam a capacidade de manter salários e

empregos.

Para Maximiano (2009, p. 63), a figura abaixo exemplifica todos os fatores em que a

QVT está inserida:

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

(enfoque biopsicossocial)

FATORES DE SATISFAÇÃO

(Ambiente de trabalho)

FATORES DE MOTIVAÇÃO

(conteúdo do cargo)

40

Figura 9: O conceito de QVT abrange o bem estar físico, psicológico e social

Fonte: (MAXIMIANO, 2009, p. 63)

Assim, percebe-se que a Qualidade de Vida no Trabalho irá refletir “diretamente na

vida social e no relacionamento familiar do trabalhador que pode ser severamente afetado”

(SILVA, 2002, p. 270). Desta maneira, toda a qualidade dos serviços prestados também irá ser

afetada se tiver havido más condições do trabalho, provocando assim, estresse, cansaço e

fadiga já que o ambiente de trabalho apresenta-se de forma inadequada.

Três hipóteses foram propostas sobre como a satisfação na vida e no trabalho

influenciam-se mutualmente. A hipótese da contaminação sugere que a satisfação

(insatisfação) em uma área afeta ou contamina a outra. Dessa forma, problemas e insatisfação

em casa podem afetar a satisfação no trabalho, e vice-versa. A hipótese de compensação

afirma que a insatisfação em uma área da vida será compensada em outra. Uma pessoa com

um trabalho insatisfatório buscará satisfação em outros aspectos da vida. Uma pessoa com a

vida pessoal insatisfatório poderá buscar satisfação no trabalho. A hipótese da segmentação

declara que as pessoas dividem suas vidas e que a satisfação em uma área não tem relação

com a satisfação da outra. (SPECTOR, 2010).

Com a finalidade de reduzir o estresse dos trabalhadores, devem ser minimizados os

conflitos e ambiguidade dos papéis nas tarefas a executar, estabelecendo-se claramente as

diretrizes enquanto as ordens e instruções de diversos níveis hierárquicos, autonomia para

resolução de problemas autorização para transferências de chamadas e consultas necessárias a

trabalhadores e supervisores (Site do MTE).

Conforme Spector (2010, p. 347) “uma série de psicólogos organizacionais tem se

preocupado com a possibilidade de a insatisfação estar relacionada com saúde e o bem estar

do funcionário”, pois é possível verificar afirmações no sentido de que a satisfação no

trabalho pode ser um fator causador das doenças sérias e até a morte.

Para Spector (2010, p. 347)

Alguns estudos correlacionados demonstram que a satisfação no trabalho tem

relação com variáveis da saúde. Estudos descobriram que funcionários insatisfeitos

relataram mais sintomas físicos, como problemas para dormir e dores estomacais, do

que seus companheiros satisfeitos. Descobriu-se também a correlação entre insatisfação e emoções negativas no trabalho, como a ansiedade e depressão. Esses

estados emocionais negativos podem ser considerados indicadores da condição do

bem-estar no trabalho. Evidências relacionando satisfação no trabalho com

problemas de saúde mais sérios, como problemas de coração, são mais difíceis de

produzir.

41

3.5 FRUSTRAÇÃO

Ocorre quando as necessidades das pessoas dentro da organização não são atendidas.

Diante disso, diversos tipos de comportamento no ambiente de trabalho são produzidos pela

frustração. São eles, segundo Maximiano (2009):

FUGA OU COMPENSAÇÃO Busca pela atividade ou recompensa alternativa.

RESIGNAÇÃO Conformidade, apatia.

AGRESSÃO Ira e hostilidade e ataque verbal ou físico.

Quadro 10: Conseqüências da frustração

Fonte: (MAXIMIANO, 2009, p. 236)

Maximiano (2009) afirma que quando o indivíduo não consegue satisfazer a uma

necessidade pode vir a tornar-se frustrado e ansioso, assim, como consequência dessa

frustração, pode ser que ela adote um comportamento de fuga ou compensação.

Comportamentos desse tipo são: a procura de outro emprego ou profissão, quando não há

possibilidade de progresso no emprego atual, ou a filiação a uma associação profissional ou

sindicato, para defesa de interesses não atendidos pelo empregador.

Para Maximiano (2009) a resignação ocorre quando um grupo ou pessoa se deixa

abater pela frustração e se entrega e um estado de desanimo ou fatalidade. Quando todas as

saídas parecem fechadas, a pessoa parece se render. Numa situação de trabalho, a resignação

manifesta-se por meio da apatia, da depressão e do desinteresse pela organização e seus

objetivos.

De acordo com Maximiano (2009, p. 237) a agressão é definida como “uma forma de

ataque físico ou verbal, associado a um sentimento de ira e hostilidade. Quando não é possível

descarregar a agressão contra o objeto ou pessoa que a provocou, a pessoa frustrada pode

adotar um comportamento de substituição ou deslocamento.

Diante disso, sugere-se que a aplicação de um programa de QVT adequado às

necessidades dos trabalhadores inibiria o aparecimento desses sintomas auxiliando no

aumento do bem estar dentro da empresa, no convívio com o grupo e com o espaço físico da

mesma, possibilitando assim, uma melhora considerável na produtividade profissional.

42

3.6 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E A PRODUTIVIDADE

Produtividade é um conceito que vai muito além de boa produção ou de eficiência no

trabalho. Para (LIMONGI-FRANÇA, 2002, p. 301), esse conceito “encontra raízes no

dinamismo humano por ter uma conexão indispensável com a melhoria da natureza e a

qualidade de vida de cada indivíduo no trabalho”.

Para Limongi-França (2002), seres humanos tem sua produtividade significando

motivação, dignidade, participação no desempenho do trabalho na organização o que produz

nele a sensação de tornar-se produtivo em todos os sentidos.

Durante muito tempo, ao falar-se em qualidade nas organizações, enfatizava-se

principalmente a produção. Hoje, fala-se não apenas em qualidade no trabalho, mas também

em qualidade de vida dos empregados. Para que os empregados sejam produtivos, precisam

estar felizes, devem sentir que o trabalho que executam é adequado a suas habilidades e que

são tratados como seres humanos, não como máquinas que executam exercícios repetitivos.

Os trabalhadores consequentemente passam a querer trabalhar em lugares mais

agradáveis. Assim, para Limongi-França (2002), as empresas são desafiadas a investir no

ambiente, tanto para atrair talentos quanto para melhorar a produtividade do trabalho, bem

como desafiadas a implantar programas de qualidade de vida no trabalho que envolva também

as dimensões relacionadas ao estilo gerencial, à liberdade e autonomia para tomada de

decisões e o oferecimento de tarefas significativas.

Diante das mais variadas técnicas, a maioria delas tem seus esforços voltados para a

melhora da qualidade de vida no trabalho buscando a criação de cargos mais produtivos e

satisfatórios. Acerca desse fato, os autores (QUIRINO; XAVIER, 1987, p. 72) fazem uma

reflexão que deve ser considerada, para eles:

[...] a qualidade de vida no trabalho refere-se à satisfação das necessidades da

pessoa. Ela afeta atitudes pessoais e comportamentos, tais como criatividade,

vontade de inovar ou aceitar mudanças, capacidade de adaptar-se a mudanças no

ambiente de trabalho e o grau de motivação interna para o trabalho, que são fatores

importantes para a produtividade do indivíduo. Entretanto [...] a qualidade de vida

no trabalho não é o único nem o mais importante determinante da produtividade do

indivíduo.

Assim, pensa-se que proporcionando adequados programas de QVT o resultado gerará

aos trabalhadores um elevando nível de satisfação com a empresa que, consequentemente,

fará aumentar seu nível de criatividade e produtividade.

43

Exemplo disso é a Empresa Volvo, segundo o Guia Você s/a | Exame (2011), que

neste ano alcançou a posição mais cobiçada deste anuário, e se destacou também como a

melhor empresa do setor automotivo da região sul. O motivo é que a Volvo é uma empresa

com práticas consistentes para tudo o que se refere à gestão de pessoas, e sabe reconhecer de

forma justa sua força de trabalho. Seus funcionários tem o prazer em dizer que recebem a

maior participação nos lucros e resultados do país. Em 2010 – todos sem exceção – receberam

piso de 9.000 reais, com a distribuição de 31 milhões de reais. Em 2011 a Volvo deve

distribuir mais de 60 milhões de reais, o que garante que nenhum de seus funcionários irá

ganhar menos de 15.000 reais.

Dinheiro, porém é só uma parte boa do que faz a empresa especial (e muito atraente).

A Volvo é subsidiária brasileira e conta com um índice de engajamento de 88% ante a média

de 80% da companhia no mundo. Tal comprometimento se reflete, por exemplo, na satisfação

que o nível operacional demonstra com seus gestores. “Não temos do que reclamar. Se

tivermos, indicamos os aspectos que necessitam de melhoria na avaliação de desempenho

anual, e as mudanças acontecem” diz um funcionário. “É uma avaliação profissional, não

aquele festival de assédio moral que a gente vê por ai”. Guia Você s/a | Exame (2011 p. 70).

3.7 ASPECTOS PRÁTICOS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NAS

EMPRESAS

Sobre indicadores empresariais de qualidade de vida no trabalho – esforço empresarial

e satisfação dos empregados no ambiente de manufatura com certificação ISO 9000

(LIMONGI-FRANÇA 1996, p 303). Seguem algumas das principais conclusões da pesquisa

de campo realizada por Limongi-França (1996, p. 303), para que também possam ser

verificadas na empresa se há a possibilidade de se aplicar o programa da QVT.

O gerenciamento do estresse é percebido como um nível de tensão moderado, mais

acentuado no nível das gerências, que não é administrado adequadamente pelas empresas; ao

mesmo tempo, todos os segmentos consideram muito importantes terem programas de

qualidade de vida para a obtenção de resultados empresariais.

A maioria das empresas não possui diretoria de gestão de qualidade de vida. Quando há

uma diretoria responsável, ela está ligada a recursos humanos e qualidade.

A maioria das empresas tem funcionários especialmente envolvidos com atividades de

QVT, em geral equipes formadas de uma a cinco pessoas. Algumas empresas menores

44

relataram ter equipes com mais de dez funcionários, o que indica boa mobilização

organizacional para ações e programas de QVT.

Não há propostas de novos programas de QVT para os próximos doze meses na maioria

das empresas. Nas que responderam positivamente, a ênfase é em procedimentos de

implantação e consideração dos empregados como foco de ação de QVT.

Apenas uma pequena minoria (20%) das empresas calcula o investimento em QVT sobre o

faturamento anual. As porcentagens vão de 0,1% a 1,5% da folha de pagamento mensal.

Só um terço das empresas possui atividades formais denominadas de QVT; entre elas, as

mais citadas são as campanhas e palestras. Melhoras no posto de trabalho e mudanças

administrativas também são citadas, embora com menos incidência.

Os programas e as ações de QVT tem valor para a política de negócios da empresa. As

respostas positivas foram maiores com relação a todas as outras questões. Os motivos

apontados associam-se à empresa como um todo, à imagem institucional, ao envolvimento

dos empregados e à auditoria de clientes externos.

Para Oliveira (2005, p. 8)

Os programas de Qualidade de Vida no Trabalho estão sendo estudados no âmbito

da gestão de pessoas, contudo, deve-se estar atento à que nem sempre as ações de QVT serão desenvolvidas somente por este departamento, pois todas as ações que a

empresa e os trabalhadores desenvolverem buscando integração biopsicossocial e

controle dos fatores de risco ocupacional estará ligado à gestão da Qualidade de

Vida no Trabalho.

Assim, Oliveira (2005, p. 8), ainda ressalta que o foco de análise deve ser as ações de

QVT desenvolvidas tendo como alvo e objetivo a gestão de pessoas abrangendo

Atividades associativas e esportivas; eventos de turismo e cultura; atendimento a

família; processos de seleção e avaliação de desempenho; carreira, remuneração e

programas participativos, que exercem sem dúvida influencia sobre a qualidade de

vida dos funcionários; medidas ergonômicas e de cuidados com a alimentação.

Diante dos dados apresentados por Oliveira (2005, p. 9) é possível utilizar meios

atuais para consubstanciar, na atualidade, como deverão ser produzidas medidas e ações de

QVT por meio do instrumento Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ) que visa estabelecer

critérios para avaliar o nível de Qualidade de Vida no Trabalho disponibilizado pelas

empresas.

45

3.8 DADOS ATUAIS PARA A OBTENÇÃO DO PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE

O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) foi criado em 1991, pela Fundação para

Prêmio Nacional da Qualidade. Desde sua criação muitos ciclos de premiação já ocorreram e

já foram entregues muitos relatórios de avaliação para todas as organizações candidatas.

Oliveira (2005) cita em seu artigo que grandes organizações vem utilizando muito os

critérios de excelência do PNQ. Para se auto-avaliar a partir dos resultados obtidos e inclusive

gerando premiações internas visando assim, incentivar melhorias em seus processos

organizacionais.

Os critérios de excelência no PNQ nasceram dentro de empresas bem sucedidas que

procuravam cada vez mais atingir melhorias continuas dentro de sua estrutura, e isso,

começou a acontecer no final dos anos 80. E, “à medida que novos valores de gestão de

organizações excelentes são desenvolvidos e identificados, os fundamentos da excelência

passam por atualizações” (OLIVEIRA, 2005, p. 14).

Esses critérios são divididos em sete grandes grupos, que segundo Oliveira (2005),

formam na verdade um sistema, obtendo como resultado a excelência da empresa, caso sejam

todos observados. Assim, o quadro que segue, apresenta um esquema que consta os critérios

de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade:

Figura 10: Critérios de excelência.

Fonte: Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (2002, apud OLIVEIRA, 2005)

Dentro do critério de excelência, o item “pessoas” também analisa o desempenho no

sistema de trabalho como capacitação, desenvolvimento e qualidade de vida. Segundo

Oliveira (2005, p. 14), nesse critério “são analisadas as condições de trabalho e a utilização do

46

potencial das pessoas que compõem a execução do trabalho e um clima organizacional que

conduzam a excelência do desempenho e a participação dos trabalhadores para o crescimento

organizado da organização”.

As principais questões que são analisadas no Prêmio Qualidade de Vida são:

Avaliação pela PNQ em

relação à Qualidade de Vida

no Trabalho

Como são identificados e tratados os fatores que afetam o bem estar, a

satisfação e a motivação da força de trabalho?

Como o clima organizacional é mantido propício ao bem estar, à satisfação

e à motivação das pessoas?

Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão

relatadas estão sendo cumpridos e como as ações decorrentes são

implementadas?

Como é feita a avaliação das práticas de gestão e padrões de trabalho deste item?

Como as principais inovações ou melhorias decorrentes da avaliação das

práticas de gestão e dos respectivos padrões de trabalho são

implementadas?

Quadro 11: Critérios para excelência.

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Sendo assim, é essencial ter a percepção que a relação existente entre os programas de

desenvolvimento e treinamento e a Qualidade de Vida no Trabalho são muito importantes,

pois da mesma forma em que vai se aperfeiçoando o desenvolvimento pessoal também se

contribuindo de maneira direta à Qualidade de Vida no Trabalho dos trabalhadores.

47

4 METODOLOGIA DE PESQUISA

A proposta metodológica para o estudo visa enfatizar a realidade da qualidade de vida

no trabalho que a Administração vem desempenhando e associá-la ao Grupo Comunicação -

Setor Tele-anúncio

Para tal, busca-se com o estudo de caso, confirmar princípios reconhecidos como

verdadeiros e indiscutíveis, chegando a conclusões lógicas apresentadas pela revisão

bibliográfica.

Também se apresenta a necessidade de descrever por meio da pesquisa descritiva Gil

(1999) a instituição em estudo, para que sejam identificados seus objetivos, missão, visão,

valores, características e histórico, bem como descrever a trama vincular dos relacionamentos

interpessoais, e como os mesmos afetam nas tarefas a serem desenvolvidas para que

produtividade se torne aliada ao bem-estar dos trabalhadores.

O emprego da pesquisa bibliográfica é fundamental para a consolidação teórica acerca

do tema. A técnica proposta legitima e subsidia o trabalho acadêmico a elencar estudo e

práticas das teorias revisadas.

Para a coleta de dados, propõe-se a uso da entrevista estruturada auxiliada pela

observação sistemática dos dados obtidos possibilitando assim uma análise dos mesmos. O

emprego possibilitará identificar as relações interpessoais entre trabalhadores e administrador

para confrontá-los com os encontrados na literatura visando à verificação da atuação do

administrador ao aplicar esse programa na empresa.

O tratamento dado aos dados requer uma análise por meio da abordagem qualitativa

visando à descrição do ambiente, bem como as teorias utilizadas para auxiliar a práxis da

profissional e as inter-relações do contexto do Grupo Comunicação - Setor Tele-anúncio.

4.1 TIPOS DE PESQUISA

Quanto à natureza da pesquisa foi utilizada a pesquisa aplicada, que segundo Cervo e

Bervian (2002 p. 65) consiste em uma pesquisa onde “o investigador é movido pela

necessidade de contribuir para fins práticos mais ou menos imediatos buscando soluções para

problemas concretos, isto é, a presente pesquisa propõe verificar e possivelmente aplicar o

assunto pesquisado, pois propõe ações de QVT para a empresa visando a melhoria do setor.

48

Conforme define Gil (2009, p. 28) as pesquisas descritivas “tem como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

Como procedimento técnico de pesquisa, utilizou-se pesquisa bibliográfica e pesquisa

de levantamento de dados. Como procedimento também se utilizou a realização de pesquisa

em bibliotecas, acervos virtuais, artigos e caracterização da empresa. Contudo utilizou-se

concomitante a este tipo de pesquisa o levantamento que, segundo Gil (2002, p. 50) “as

pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento

se deseja conhecer”.

Tendo o problema já evidenciado o trabalho apresenta uma abordagem qualitativa

exigindo aprofundamento na revisão de literatura acerca da problemática que o tema

apresenta.

Para Raupp (2006) estudos classificados como qualitativos são capazes de descrever a

complexidade de determinado problema, ponderar a interação de certas variáveis,

compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais.

Será utilizado o método dedutivo, pois o mesmo parte do geral para o específico, para

Cervo e Bervian (2005, p. 36) “no raciocínio dedutivo a conclusão ou consequência está

contida nas premissas ou antecedente, como a parte no todo”.

A observação participante e/ou estruturada também poderá ser utilizada com a

finalidade de perceber ainda mais claramente as necessidades apresentadas pelo Grupo

Comunicação - Setor Tele-anúncio, tornando ainda mais fidedigna à aplicação de tal

programa.

Foi Realizada a coleta de dados por meio de entrevistas estruturadas dirigidas à

população pesquisada.

A opção pela realização da entrevista estruturada com a população deve-se ao fato de

esta possuir certo grau de flexibilidade, como bem citam Selltiz, Wrightsman e Cook (1974),

permitindo que novos critérios de QVT sejam atribuídos ao presente estudo, caso surjam no

decorrer das entrevistas. Logo, pretende-se apreciar dos entrevistados opiniões e

entendimentos acerca da QVT percebida por estes.

A pesquisa foi realizada com uma amostra de 30% dos trabalhadores do Grupo

Comunicação - Setor Telê-anúncio, que atualmente conta com um quadro de

aproximadamente vinte e cinco trabalhadores, diz-se aproximadamente, pois a empresa conta

com a variável rotatividade nesse setor.

49

Logo, de acordo com Vergara (2005, p. 50) “[...] um conjunto de elementos (empresas,

produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objetos de estudo” e

para tanto se percebe a necessidade de ouvir a amostra considerada significativa, podendo

assim delinear o programa com maior aplicabilidade.

4.2 COLETA DE DADOS

Os dados obtidos por meio da entrevista aplicada à amostra em 2011 receberam

tratamento qualitativo. Para tal coleta foi utilizada uma técnica de interrogação denominada

entrevista, que segundo Gil (2002, p.114-115) “pode ser entendida como a técnica que

envolve duas pessoas numa situação „face a face‟ e em que uma delas formula questões e a

outra responde”.

Foi feito a pesquisa documental, por meio de conversa com os gestores do setor da

empresa a análise desse setor, observação e descrição do organograma da empresa e

fluxograma dos processos informados pela empresa sobre as ações de melhoria no setor.

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Através do que a empresa apresentava como práticas que visam promover uma melhor

Qualidade de Vida aos seus trabalhadores, constatou-se a necessidade de utilizações de novas

ações que façam com que o Setor Tele – anúncios exerça suas atividades com qualidade e

acima de tudo trabalhando com mais vontade e maior comprometimento.

Com isso, a proposta de um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho mais

estruturado, é descrito e analisado a partir dos dados levantados através da aplicação das

entrevistas com uma amostra de 8 trabalhadores do setor da empresa, objetivando verificar

quais são as necessidades de QVT pertinentes para a melhoria do desempenho profissional,

com a possibilidade de colaborar para a criação de um programa de QVT para a Empresa.

Para coleta de dados foi criado um roteiro de entrevista estruturada com questões

abertas e consideradas pertinentes ao tema QVT, visando a percepção que os trabalhadores

tem sobre o mesmo e o que acreditam que poderia ser feito para o programa a ser aplicado ao

setor.

50

Nessa etapa serão descritos os dados levantados através da aplicação das entrevistas

com uma amostra de 8 trabalhadores do setor, objeto de pesquisa, de uma empresa prestadora

de serviços de mídia e comunicação, objetivando verificar quais são as necessidades de QVT

pertinentes para o momento, colaborando com possíveis ações de melhoria para o setor.

Inicialmente foi perguntado o que os trabalhadores percebiam e entendiam como QVT

(Qualidade de Vida no Trabalho), dessa amostra foram verificadas dezessete tipos das

seguintes respostas (conforme gráfico abaixo): ambiente e instalações adequadas (ventilação,

ruído, espaço, mesas, cadeiras, instrumentos de trabalho, suporte necessário e etc) obtiveram o

maior índice de respostas totalizando 69%, diante dessas respostas, percebeu-se que mais da

metade da amostra pesquisada tem percepção coerente ao que é apresentado como qualidade

de vida no trabalho.

Além dessa resposta, outras variáveis foram consideradas: educação dos trabalhadores

(13%), jornada de trabalho coerente com a função exercida (6%), programas de bem estar

para os profissionais (6%), satisfação pela tarefa executada (6%), salário compatível (6%),

totalizando 31% das respostas obtidas.

Entendimento sobre QVT

69%

13%

6% 6% 6% Ambiente e instalações

adequadas

educação dos

colaboradores

programas de bem estar

satisfação na função

salário compatível

Gráfico 1: Conhecimento adequado do trabalhador sobre QVT

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Na pergunta seguinte foi solicitada a descrição breve das instalações físicas do setor

pesquisado. As respostas obtidas foram em número decrescente de opiniões: muito ruído no

ambiente do setor, pouca ventilação, pois não há janelas, cadeiras e mesas quebradas e

péssima iluminação. Conclui-se que a estrutura física do setor não apresenta pontos positivos

51

na visão de seus trabalhadores o que é confirmado na observação do pesquisador quando

argumenta que gestores não tem como prioridade a existência de um programa de qualidade

de vida no trabalho.

Quando perguntados se o grupo proporciona ginástica laboral e se sabiam a frequência

da mesma, 88% responderam que há um programa de ginástica laboral nesse setor, porém

desses, 57%, informaram que desconhecem a frequência do programa e 43% alegam que uma

vez na semana fazem ginástica laboral; 12% desconhecem qualquer atividade de ginástica

laboral no setor; percebe-se então total incoerência nos dados, justificado pela falta de

informação que não chega aos trabalhadores.

Ginástica laboral

88%

12%

Existe ginástica

laboral

Desconhecem a

existencia da ginástica

laboral

43% fazem

ginástica

57%

desconhecem a

frequência

Gráfico 2: Conhecimento e frequência de realização de ginástica laboral no setor

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Quando foi questionado de que forma os ruído interferem no desempenho de sua

função, foram pontuadas quatro situações que mais causam interferência, com onze tipos de

respostas: dificuldade na concentração obteve a maior ênfase, totalizando 46%, dificuldade

em ouvir o cliente ao telefone 36%, irritação 9%, cansaço mental 9%. Dados que mais uma

vez confirmam a inadequação estrutural do setor.

52

De que forma os ruídos interferem no desempenho da função

46%36%

9% 9% Dificuldade de

concentração

Dificuldade em

ouvir o cliente

Irritação

Cansaço mental

Gráfico 3: De que forma os ruídos interferem no desempenho da função.

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Ao perguntar se o trabalhador sabia da existência de algum programa de QVT no

grupo, 88% informaram desconhecer qualquer programa de QVT e apenas 12% conhece

como ginástica laboral um programa de QVT.

Se o trabalhador conhece ou não a existência de programas de QVT no

grupo

88%

12%

Desconhecem

algum programa de

QVT no grupo

Conhecem um

programa de QVT

Gráfico 4: O trabalhador conhece ou não a existência de programas de QVT no grupo?

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Na entrevista 1, foi relevante o relato do trabalhador “acredito que não existe, pois não

existe espaço para o trabalhador ficar descansando que é uma coisa tão simples de

proporcionar”.

53

De acordo com o Guia Você s/a | Exame (2011) as ações de Qualidade de Vida no

Trabalho, são tratadas com a mesma seriedade que outras práticas de gestão. As mães já

contam com licença-maternidade de seis meses e a elas é dada possibilidade de trabalhar meio

período em casa até a criança completar 1 ano. A empresa ainda combate o tabagismo com

tratamento e acompanhamento individual do trabalhador e submete seus executivos a um

check-up anual completo, além de patrocinar grupos de corrida. Essa é a vida da Volvo-muito

bem estruturada. Para todas as demandas, há uma ferramenta, um programa ou um plano a ser

oferecido.

Foi verificado na entrevista o tempo de trabalho na empresa: o funcionário

entrevistado mais antigo tem sete anos de trabalho e o mais novo possui 6 meses, dessa

amostra todos os trabalhadores informaram fazer intervalos para descanso, porém não

associam esse intervalo a nenhuma atividade relacionada a QVT.

Quando perguntados sobre afastamento do trabalho por problemas de saúde laboral

88% nunca se afastou, desses 57% conhecem colegas do mesmo setor que se afastaram por

problemas de saúde e apenas 12% da amostra se afastou por problemas de saúde laboral. A

partir desses dados pode-se entender o porquê de os gestores não darem tanta ênfase na

aplicação de um programa de QVT para o setor.

Afastamentos por saúde laboral

88%

12%

Nunca se afastou

Já se afastou

57% teve um

colega afastado

do mesmo

setor

Gráfico 5: Afastamentos por saúde laboral.

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Teve grande importância a entrevista 7, “eu não me afastei, mas conheço quem se

afastou.” As condições físicas do trabalho tendem a ter efeitos físicos diretos nas pessoas.

54

Algumas vezes esses efeitos são imediatos, mas frequentemente ocorrem após um longo

período de tempo. Quando uma doença ou uma lesão fica muito tempo para se desenvolver,

pode ser difícil determinar exatamente o que provocou. Muitas vezes se podem dar passos

para evitar ou minimizar a exposição a essas condições por meio da adoção de procedimentos

de segurança. Além disso, enfermidades e ferimentos podem ter consequências psicológicas

prejudiciais ao bem-estar emocional. Doenças graves e lesões estão quase sempre associadas

com algum tipo de angústia e trauma psicológico, principalmente quando a pessoa ficou

incapacitada (SPECTOR, 2010).

Segundo o Guia Você s/a | Exame (2011) na empresa Caterpillar os cuidados com a

saúde já são um clássico. A prevenção é feita pelo programa Viva Bem, que faz exames

regulares de acompanhamento, de diabetes doenças cardiovasculares, do pulmão, hipertensão,

obesidade, laboral entre outras. O tratamento é realizado na Vila da Saúde, centro mantido

pela empresa, que distribui medicamentos gratuitamente, oferecendo atendimento

especializado pelo call center e agenda consultas e exames.

Ao perguntar se o trabalhador considerava o trabalho exercido estressante, monótono e

repetitivo, 75% responderam sim e 25% responderam não, logo, faz-se a análise da

necessidade de algo além, alguma atividade extra que atenuassem os sintomas produzidos

pelo trabalho.

O trabalhador considera seu trabalho estressante, monótono e

repetitivo?

75%

25%

Sim Não

Gráfico 6: O trabalhador considera seu trabalho estressante, monótono e repetitivo?

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

55

Na entrevista 7 foi relevante o relato do trabalhador que afirma: “considero meu

trabalho, estressante, monótono e repetitivo, principalmente porque todos os meses temos

uma meta e o objetivo é atingi-las, mas nem sempre é possível.”

Segundo o Guia Você s/a | Exame (2011), quem faz parte das melhores empresas para

ser trabalhar, não corre o risco de se acomodar. As três exigências de seus trabalhadores são o

aprimoramento constante – mas oferecem as ferramentas e os incentivos necessários,

incluindo programas de bolsas de estudo e grande variedade de treinamentos técnicos. Na

Whirlpool, que criou recentemente a sua escola de líderes, os investimentos em

desenvolvimento de lideranças cresceram 50% no ano passado e chegaram a 4 milhões de

reais.

Isso é preocupante, pois segundo Guia Você s/a | Exame (2011), a questão da

satisfação no trabalho tem entrado também no radar da empresas, especialmente entre aquelas

de grande porte. Isso porque o conceito de “ser feliz” está se tornando uma ferramenta de

retenção e até um instrumento de marketing. Na prática, buscar a felicidade a partir da

atividade que realiza significa que o candidato deve se informar exatamente sobre qual é a

dinâmica, o perfil e a cultura da empresa para sentir se ele tem empatia com aquela

organização e com o que ele espera dela.

Foi questionado também o nível de satisfação com a função exercida pelos

trabalhadores, 63% da amostra disseram que sim, se sentem satisfeitos com a sua função; 37%

alegaram não estarem satisfeitos com suas funções.

Nível de satisfação com a função executada

63%

37%

Satisfeitos

Insatisfeitos

Gráfico 7: Nível de satisfação com a função executada.

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

56

Na entrevista 3 o trabalhador respondeu da seguinte forma: ”Sim, me sinto satisfeito

mas ainda posso melhorar muito meu rendimento”.

Para o Guia Você s/a | Exame (2011) nada pior que um trabalhador ter a sensação que

está trabalhando duro sem ser reconhecido por seus superiores. As três empresas veteranas no

Guia se preocupam em valorizar a performance acima da média. Todos contam com o sistema

já consolidados de avaliação de desempenho de 360 graus, em que líderes, liderados e pares

se avaliam mutuamente. Os funcionários demonstram maturidade para dar e receber feedback

e os resultados das avaliações não se encerram em si próprias: estão interligados a uma série

de outros processos dentro da companhia, como a remuneração variável da equipe e a

identificação de talentos com potencial de crescimento.

Como última pergunta da entrevista foram solicitadas ideias para auxiliar no aumento

da motivação dos trabalhadores, dentre elas salário mais compatível com a função apareceu

como a mais votada teve 63% de escolha; metas mais atingíveis 9% e incentivo e valorização

do trabalhador 28% das propostas.

Ideias para auxiliar no aumento da motivação dos trabalhadores

63%28%

9%

Salários

compatíveis

Valorização e

incentivo ao

colaborador

Metas mais

atingíveis

Gráfico 8: Ideias para auxiliar no aumento da motivação dos trabalhadores

Fonte: Elaborados pelo autor, 2011

Durante a entrevista 4 foi relevante a fala: “motivação é intrínseca. É questão de

opção, ou você tem ou não tem. Acredito que a empresa deve incentivar os seus profissionais

a buscar a excelência nas suas atividades. O importante é dar suporte e nunca deixar de

incentivar os profissionais que aqui estão. Valorizá-los.”

Segundo o Guia Você s/a | Exame (2011) “talento a gente faz em casa” e apostam nos

programas de estágios e trainees como a grande porta de entrada para futuros líderes. Têm

57

programas bem desenhados de seleção, treinamento e retenção de jovens com potencial e dão

prioridade ao recrutamento interno quando há vagas em aberto. Na Whirlpool, o resultado

dessa política é que dois terços dos executivos atuais “são prata da casa”. Na Dow, 123 ex-

trainees já assumiram cargos de maior responsabilidade. Na Promon, o Programa de

desenvolvimento de novos líderes prevê que cada jovem talento identificado seja tutorado por

um diretor, devidamente orientado por consultores especialistas em carreira.

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5 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo serão apresentados, primeiramente, os problemas encontrados na

empresa objeto de estudo relacionados às percepções sobre QVT de seus trabalhadores, bem

como possíveis estratégias e ações de melhora a cerca dos problemas levantados também nas

entrevistas.

Para tanto, segue a apresentação dos problemas encontrados.

5.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

Como já foi mencionado, o setor foco da presente pesquisa não apresenta nenhum

programa de QVT aplicado atualmente, a ser demonstrado nos dados obtidos pelas

entrevistas. Nesse sentido, segue uma abordagem mais detalhada da mencionada área, assim

como o problema encontrado nesse setor da empresa pela ausência de um programa

apropriado de QVT.

Atualmente o setor conta com 25 trabalhadores que se distribuem em diferentes

turnos, porém desempenhando a mesma função, consultoria de negócios, onde é analisada a

melhor forma de obter divulgação para cada cliente em potencial, assim, busca-se fidelização

no serviço prestado a população.

Percebe-se, a partir dessa necessidade de fidelização, que para terem clientes

satisfeitos com a divulgação de seus produtos, faz-se necessário também à satisfação interna

dos trabalhadores que estão alocados no setor.

Cabe destacar que a empresa é uma prestadora de serviços de mídia e comunicação

visual de grande porte que atende a todos os tipos de clientes potenciais, isto é, toda a

população tem acesso a esse serviço de divulgação de seus produtos, bem como a visualização

dos mesmos nos meios de comunicação.

Considerando esse foco da empresa, percebe-se que mesmo diante de sua modernidade

em veicular mídia, o pensamento em relação a programas de QVT são entendidos como não

prioridade pelos gestores da empresa, ou seja, momentaneamente o ambiente físico e as

estruturas do setor permanecem inalteradas desde a mudança para o prédio de funcionamento

atual (aproximadamente 15 anos).

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Levando em consideração o fato de que o setor da empresa permanece inalterado à

melhorias físicas, considera-se a visão dos gestores não totalizadora nos processos que se

inter-relacionam para contribuir na produtividade e eficiência dos serviços produzidos pelo

tele-anúncios, pois boa parte dos lucros obtidos pela empresa partem desse setor, média de

25% da receita do grupo anualmente.

Percebe-se também a falta de interesse na aplicação de um programa de QVT,

possivelmente pelos custos agregados ao programa, bem como a falta de setores mais

assíduos em relação a implantação de novos programas a beneficiarem esse setor da empresa

Ressalta-se que o grupo pesquisado, como já descrito, é o maior em se tratar de mídia

e comunicação nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, logo, é possível refletir

que sendo o „melhor‟ todos desejarão fazer parte do mesmo e para isso poucos atrativos serão

suficientes para manter seus trabalhadores. Possivelmente essa seria uma boa justificativa

para a elevada rotatividade do setor.

5.2 AÇÕES DE MELHORIA

As ações de QVT bem sucedidas, como já visto, proporcionam melhor rendimento do

trabalhador na realização da sua tarefa, satisfação ao trabalhar, consciência da importância do

seu papel no grupo sentindo-se parte indispensável dentro dos processos ao atingir resultados

com eficiência.

Nesse sentido, após uma abordagem e análise do problema atual da empresa objeto de

estudo, fica pertinente propor algumas ações de QVT para o grupo, objetivando melhorar o

seu espaço físico perante os atuais.

Segue, para tanto, no quadro 12 as proposta de ações de QVT, que foram percebidas e

sugeridas nos questionários aplicados, para o setor e posteriormente para o grupo como um

todo:

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Ações de melhoria Descrição

Iluminação Substituição das lâmpadas amarelas

Valorização de desempenho Favorecer práticas de autonomia

Mesas Mesas com regulagem

Cadeiras Manutenção

Espaço físico Sala com tamanhos adequados

Estratégias Que auxiliarão na programação

Acústica Não há isolamento de som

Ventilação Não existem janelas

Autonomia Tendência a eliminar o papel autoritário da hierarquia

Quadro 12: Proposta de ações de melhoria para o setor.

Fonte: Dados coletados e elaborados pelo autor, 2011

Após a observação do quadro geral com as propostas de ações de QVT para o setor do

grupo, torna-se necessário descrever como se daria cada uma dessas modificações a serem

executadas.

5.2.1 Iluminação

O setor possui um problema com iluminação, possuindo lâmpadas brancas e amarelas

simultaneamente, sugere-se a troca das amarelas a fim de homogeneizar o ambiente,

facilitando assim a execução das tarefas dos trabalhadores que passam a maior parte do turno

de trabalho em frente a computadores. Deve-se levar em consideração que os custos

apresentados para essa modificação serão pequenos se comparados aos benefícios que uma

boa iluminação irá suscitar aos trabalhadores.

5.2.2 Valorização do desempenho

Todo novo trabalhador, ao ser contratado, recebe da empresa treinamento específico e

que irá qualificar o trabalho a ser executado. Partindo desse princípio, conclui-se que se

recebe treinamento adequado, adquire a capacidade de executar com autonomia sua função e

deveria ser reconhecido pelo bom trabalho executado.

Segundo Guia Você s/a | Exame (2011), além do treinamento é preciso contar com

sistemas de avaliação de desempenho como o de 360 graus, em que líderes, liderados e pares

avaliam mutuamente.

61

5.2.3 Mesas e assentos

Os móveis do setor apresentaram-se danificados e sem nenhum tipo de manutenção,

não há dados que demonstrem que algum dia esses danos foram reparados, pois há grande

precariedade nesses dois quesitos do setor. Nem todas as mesas possuem regulagem de altura

tanto para o computadores, como para os teclados. Os assentos não seguem a norma do TEM

(Ministério do Trabalho Emprego), alguns sem apoio para os braços, com problemas na

regulagem da altura. Possivelmente esse seria um dos pontos que acarretaria mais custos.

5.2.4 Espaço físico, ventilação e acústica

O setor, no momento da pesquisa, possuía um quadro grande de trabalhadores

distribuídos em uma sala de aproximadamente 40m², disforme. Foi percebido que as PAs

(posições de atendimento) são muitas para um espaço considerado pequeno e desconfortável

ao se tratar também dos ruídos.

A proximidade das PAs faz com que as vendas ao telefone dos funcionários se

entrelaçam de tal forma que a maioria dos entrevistados pontuou o quesito ruído como um dos

mais deficitários do setor, na sala não há nenhum tipo de isolamento acústico. Esse seria um

fator primordial na diminuição do estresse causado pela sonorização do ambiente.

Para Fiorelli (2007, p. 277) “administradores devem estar atentos a esta questão.

Gerentes, muitas vezes, não valorizam reclamações a respeito – insignificantes para eles,

constituem em pequena problema aos trabalhadores”. Ao longo do tempo, ferem

dolorosamente e cronificam-se na forma de indesejáveis calosidades.

5.2.5 Estratégias

Para toda ação de trabalho há uma programação a ser seguida pelos trabalhadores,

nesse caso, seria necessário analisar a autonomia dos trabalhadores, podendo assim, se

aplicada, possibilitar que eles estejam aptos a criarem novas estratégias de ação que facilitem

em número e qualidade a execução de suas tarefas.

5.2.6 Autonomia

Permitir aos trabalhadores espaço para criação, formulação de críticas e

questionamentos e distribuição de poder que possivelmente agregariam um maior empenho

deles para satisfazer os clientes, pois estariam mais motivados com o seu trabalho.

62

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ambiente de trabalho, atualmente tem passado por muitas mudanças, porém essas

mudanças não estão sendo justificadas mediante as teorias disponíveis para sua confirmação.

Hoje existem estruturas, voltadas para a parte mais humana do trabalho, fazendo com que as

suas funções sejam realizadas de maneira mais adequada, propiciando aos empregados, por

meio de suas atividades laborais, desenvolverem novas habilidades.

Os dados levantados no trabalho questionam até que ponto se está fazendo algo que

tenha como finalidade a promoção de Qualidade de Vida no Trabalho dentro da empresa.

Ter satisfação no trabalho torna-se um ponto primordial diante das demandas

profissionais atuais, onde o objetivo é colocar em prática algumas inovações para poder

melhorar a qualidade dos serviços e as condições de trabalho, pois permitem melhorar a

aceitação de novas tecnologias e formas de trabalhar.

Em um programa de Qualidade de Vida no Trabalho, muitas questões podem ser

levantadas, como a melhora no bem estar das pessoas que influencia diretamente na

produtividade e nos resultados financeiros da Organização.

A melhoria da Qualidade de Vida e da saúde no Trabalho tem sido um fator muito

importante que de certa forma terá que ser revisto constantemente. Isso porque conforme foi

evidência nessa pesquisa, ações de QVT interferem positivamente na produtividade e nos

resultados obtidos pela organização. E, de certa forma, a maioria de seus trabalhadores

acreditam que toda a empresa deve ter um programa de QVT, talvez isso demonstre a

importância geral que a QVT demonstra ter nas organizações.

Embora o trabalhador esteja inserido em outros ambientes fora o organizacional, é nas

empresas que o ser humano desenvolve uma parte significativa de sua vida: o trabalho, que é

considerado o responsável pela formação de sua identidade.

Segundo Albuquerque e Limongi – França (1998), Qualidade de Vida no Trabalho é

um conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e

inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando

propiciar condições plenas de desenvolvimento para e durante a realização do trabalho.

Pode-se perceber uma grande preocupação e uma evidência de um possível

melhoramento, quando foi perguntado aos trabalhadores do setor o que os próprios entendiam

como QVT, muitos apresentaram respostas adequadas àquilo que consideram importante no

ambiente de trabalho, como: ambiente e instalações adequadas e ações de bem-estar aos seus

63

trabalhadores. Porém, na maioria das opiniões a respeito, foi possível identificar que apesar de

terem uma boa visão sobre a QVT, também lhes faltava argumentos para responder o que é de

fato um Programa de Qualidade de Vida.

Contudo sempre houve uma tendência natural do ser humano buscar um pouco de

conforto, mas no mundo moderno do trabalho isso acaba ficando um pouco de lado, devido ao

custo de máquinas, equipamentos e busca pela maior produtividade, dentro desse mercado

super competitivo.

Logo, fica evidente que o aumento da produtividade está relacionado com o conforto

cada vez maior dos trabalhadores, mas tanto empregadores, quanto trabalhadores, não

acreditam muito nisso, pois cada vez mais se acredita e se investe menos no ambiente de

trabalho, na organização estudada.

A cultura, de que ações que promovam a Qualidade de Vida no Trabalho, podem

aumentar, consideravelmente a produtividade, ainda passa longe de muitas empresas. Isso

acontece, porque as empresas ainda não incluem as ações de melhoria contínua no seu

ambiente de trabalho, da empresa pesquisada.

Há algum tempo ter qualidade de vida no trabalho estava diretamente ligado apenas a

tornar uma empresa melhor para se trabalhar, proporcionando um ambiente mais confortável,

mais agradável. Atualmente, as empresas que se propõe a investir em práticas mais

sofisticadas de Recursos Humanos a fim de não só proporcionar qualidade de vida ao seu

trabalhador, mas também adotar práticas de atração e retenção de pessoas qualificadas dentro

das organizações apresentam um maior desempenho nos seus lucros e garantem um índice

elevado de trabalhadores satisfeitos com a sua organização.

64

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67

APÊNDICE A – ROTEIRO DA ENTREVISTA APLICADA NA PESQUISA

ROTEIRO DA ENTREVISTA PARA LEVAMENTAMENTO DE DADOS SOBRE

QVT Entrevista para levantar dados sobre as necessidades de implantação de um programa de QVT com

trabalhadores de uma empresa prestadora de serviços de tele comunicação.

Senhores (as) trabalhadores:

Esta entrevista faz parte de um trabalho de conclusão de curso do AcadêmicoAlexandre Alves Martins

do curso de Administração da USJ, e tem como objetivo colher informações a respeito das necessidades de um

programa de QVT no setor, bem como as expectativas entre os colegas no ambiente de trabalho. Lembrando que os dados coletados serão tratados como sigiloso não necessitando da identificação do trabalhador.

1. O que você considera como QVT (Qualidade de Vida no Trabalho)?

2. Descreva brevemente como são as instalações físicas do seu setor (iluminação,

cadeiras, ventilação, ruídos e etc.).

3. O grupo proporciona ginástica laboral? Com que frequência?

4. De que forma os ruídos interferem no desempenho da sua função?

5. Você sabe se existe algum programa de QVT no grupo? O que você acha que poderia

se agregado a QVT dentro do grupo?

6. Há quanto tempo você trabalha na empresa?

7. Você já se afastou por problemas de saúde laboral ou conhece algum colega do setor

que se afastou por problemas ligados ao trabalho?

8. Você acha o seu trabalho estressante, monótono e repetitivo?

9. Você se sente satisfeito com o seu trabalho na empresa?

10. O que você acha que a empresa deveria fazer para melhorar a motivação dos

trabalhadores?