PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT...

70
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CAROLYNE TEREZINHA DOS SANTOS Custeio padrão versus custeio ABC no serviço PCMAT da unidade operacional em São José da Organização X São José 2015

Transcript of PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT...

Page 1: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CAROLYNE TEREZINHA DOS SANTOS

Custeio padrão versus custeio ABC no serviço PCMAT da unidade operaciona l

em São José da Organização X

São José

2015

Page 2: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CAROLYNE TEREZINHA DOS SANTOS

Custeio padrão versus custeio ABC no serviço PCMAT da unidade operaciona l

em São José da Organização X

Trabalho de conclusão de estágio do Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientador Prof. MSc. Lissandro Wilhelm

São José

2015

Page 3: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

CAROLYNE TEREZINHA DOS SANTOS

Custeio padrão versus custeio ABC no serviço PCMAT da Organização X

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Administração no Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: _______________________________________

Prof. MSc. Lissandro Wilhelm

_______________________________________

Prof. MSc. Paulo Sérgio de Moura Bastos

_______________________________________

Prof. Dr. Ivan Ludgero Ivanqui

São José, 08 de dezembro de 2015.

Page 4: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Dedico meu trabalho aos meus pais Acelino e Terezinha, aos meus irmãos Marcelo, Roseane e Alexandre e ao meu namorado João Pedro.

Page 5: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer inicialmente a Deus por conceder a oportunidade desta

vitória, apesar das dificuldades não me desamparou e me concedeu forças para

continuar.

Á minha família, que sempre me motivou e não deixou que desistisse pelo

caminho.

Ao meu namorado João Pedro que não me deixou abater pelas dificuldades e

por muitas vezes nos momentos finais ouviu minhas lamentações e medos.

Aos queridos amigos que conquistei durante esses anos de graduação:

Deraldo e Adriano.

A minha amiga de infância Aline, que compartilhou comigo alguns momentos

da graduação, mas compartilha ainda mais nestes longos anos de amizade.

As minhas amigas de trabalho, Tatiana e Cidmara. Que me incentivaram

nestes momentos finais.

A minha Organização por meio de meus superiores, que me possibilitou a

elaboração deste trabalho utilizando-a como referência e me apoiou da melhor forma

possível na disponibilização dos dados.

Ao engenheiro Marcio e toda sua equipe pela colaboração nas informações

técnicas.

Ao Jairo, por sua experiência na Organização e na área de estudo.

Ao meu orientador Lissandro, por me apoiar e acreditar na conclusão deste

trabalho.

Page 6: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Quando recebemos um ensinamento devemos receber como um valioso presente e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.

Albert Einstein

Page 7: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

RESUMO

Este trabalho trata do custo padrão e custeio ABC (Activity Based Costing) no serviço PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho) oferecido na Unidade Operacional da Organização X na cidade de São José. A organização é focada em ações sociais direcionadas aos trabalhadores da indústria e seus dependentes. Devido à competitividade, a análise dos custos dos serviços ofertados vem sendo de grande importância para a sobrevivência das organizações. O administrador, com o auxílio de dados financeiros e informações dos processos para elaboração dos serviços, planeja a sustentabilidade do serviço. A metodologia utilizada foi com o intuito de aplicação deste conhecimento a solução do problema, com uma abordagem quantitativa e qualitativa, de forma exploratória para aprimorar as ideias quanto às ações a serem tomadas pelos administradores. Utilizando-se de pesquisas bibliográficas, documental e estudo de caso para formulação das análises. Na parte prática, ocorreu uma revisão dos processos envolvidos na elaboração do serviço e aplicou-se os métodos de custeios propostos e obteve-se os percentuais no qual tornou-se possível opinar pelo método mais adequado para acompanhamento dos custos e para o desenvolvimento da sustentabilidade do serviço ofertado.

Palavras-chave: custo padrão; custeio ABC; PCMAT.

Page 8: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma Departamento Regional de Santa Catarina da Organização X ......................................................................................................................... 18

Figura 2: Organograma de apoio operacional ........................................................... 19 Figura 3: Organograma da estrutura de execução dos serviços ............................... 20 Figura 4: Metodologia - custo padrão ........................................................................ 38 Figura 5: Análise de desvios ..................................................................................... 39

LISTA DE QUADROS

Quadro 1:Classificação por regime jurídico de vínculo ............................................. 22

Quadro 2: de trabalho, classificação por área de atuação ........................................ 22 Quadro 3: Força de trabalho, classificação por escolaridade .................................... 23 Quadro 4: Funções do administrador financeiro........................................................ 26 Quadro 5: Tipos de custo padrão .............................................................................. 35

Quadro 6: Procedimentos do custo padrão ............................................................... 37 Quadro 7: Comparação custo padrão versus custo real - matéria prima ................. 40 Quadro 8: Comparação custo padrão versus custo real – mão de obra ................... 42 Quadro 9: Comparativo: pontos fortes x pontos fracos do custo padrão ................... 45

Quadro 10: Levantamento de recursos ..................................................................... 48 Quadro 11: Levantamento de atividades ................................................................... 49 Quadro 12: Atribuição do recurso por atividade ........................................................ 49 Quadro 13: Atividades e direcionadores ................................................................... 50

Quadro 14: Pontos positivos do ABC ........................................................................ 51 Quadro 15: Aplicação do custo padrão para o PCMAT ............................................. 59 Quadro 16: Estrutura organizacional ......................................................................... 60 Quadro 17: Aplicação do custeio ABC para o PCMAT .............................................. 62

Page 9: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11

1.1 TEMA DE PESQUISA ........................................................................................... 12

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 12

1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 13

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 13

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 14

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL .................................................................................. 16

2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................... 16

2.2 FORMA DE GESTÃO ............................................................................................ 16

2.3 ORGANOGRAMA.................................................................................................. 18

2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS ....................................................................... 20

2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS .................................................................. 21

2.6 FORÇA DE TRABALHO ........................................................................................ 22

2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE CORPORATIVO ................................... 23

2.8 UNIDADE DE ESTUDO ......................................................................................... 24

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 25

3.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .......................................................................... 25

3.1.1 Tomada de Decisão ...................................................................................... 27

3.1.2 Relacionamento: administração financeira, con tabilidade, administração de custos e administração estratégica de custos .................................................... 27

3.2 CONTABILIDADE DE CUSTO............................................................................... 28

3.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE CUSTOS ............................................... 30

3.4 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ............................................................................ 32

3.4.1 Classificação pela variabilidade .................................................................. 32

3.4.2 Classificação pela facilidade de alocação .................................................. 33

3.5 SISTEMAS DE CUSTEIO ...................................................................................... 33

3.5.1 Custo padrão ................................................................................................ 33

3.5.2 Custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) ............. 45

3.5.3 Vantagens e desvantagens do ABC ............................................................ 51

4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 52

4.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................... 52

4.1.1 Quanto à natureza ........................................................................................ 52

4.1.2 Quanto à abordagem .................................................................................... 53

4.1.3 Quanto ao objetivo ....................................................................................... 53

Page 10: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

4.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos .......................................................... 53

4.2 COLETA DE DADOS ............................................................................................. 54

4.3 FORMA DE ANÁLISE ............................................................................................ 55

5 RESULTADOS DA PESQUISA .................................................................................... 56

5.1 Descrição do serviço ............................................................................................. 56

5.2 Aplicação dos métodos de custeio ......................................................................... 58

5.3 Sugestões ............................................................................................................. 62

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 66

Page 11: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

11

1 INTRODUÇÃO

A Administração tem como objetivo transformar todos os esforços da

organização por meio de planejamento, organização, direção e controle em

maneiras de alcançar os resultados esperados, gerenciando de forma racional as

atividades da organização.

Chiavenato (2003, p.10) afirma que “toda organização precisa ser

administrada para alcançar seus objetivos com a maior eficiência, economia de ação

e de recursos e ser competitiva”.

O administrador deve definir as estratégias, planejar e controlar os recursos,

analisar situações, agir com eficácia na resolução dos problemas e deve inovar em

competitividade.

Com isso, a administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos

relacionados à administração das finanças, tanto na obtenção quanto no uso e

aplicação dos fundos das organizações. Seu enfoque na atualidade está no

processo decisório e ações que podem afetar esse processo e assim manter a

valorização do negócio da organização. Está diretamente ligada a Administração,

Economia e a Contabilidade. Segundo Gitman (1997, p.4) “finanças é a arte de

administrar fundos”.

A administração financeira está para orientar, com olhar financeiro, as

decisões a serem tomadas e assim maximar o valor da organização, garantindo sua

existência.

A gestão de custos em relação à administração é um instrumento de análise e

de apoio ao processo de planejamento e de decisão de ações dentro da organização

por seus gestores. Esse controle e gerenciamento de custos e despesas almeja a

sobrevivência e conquista de novos mercados, pois analisa e faz a gestão de áreas

críticas no processo produtivo. Considerando assim um diferencial competitivo

diante de seus concorrentes.

Este estudo tratará da importância de uma gestão de custo por uma visão

administrativa, devido nos dias atuais existir uma necessidade de atenção nesta

questão para um acompanhamento constante dos custos de produção, pois

influencia no processo decisório de investimentos e de ações para retorno de

resultado à organização do estudo e especialmente aos seus clientes.

Page 12: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

12

Nele será apresentado: o tema, o problema, o objetivo geral e os objetivos

específicos, justificativa da escolha do assunto, metodologia aplicada nos dados de

um produto vendido pela organização de estudo e análise dos resultados obtidos.

1.1 TEMA DE PESQUISA

A administração dos custos, que é uma especialidade da Contabilidade,

necessita de uma visão mais estratégica feita pelo profissional da administração.

Com o objetivo de analisar o produto ou serviço e os valores nele agregados, dando

enfoque ao custo que lhe dá valor, pois esse valor do custo influencia diretamente

no preço de venda, e consequentemente no resultado da organização.

A organização X tem por objetivo a prestação de serviços sociais às indústrias

com a missão de melhorar a qualidade de vida do trabalhador catarinense para o

aumento da competitividade da indústria no estado.

A organização X desenvolve uma série de produtos focados na promoção da

Saúde e Qualidade de Vida dos trabalhadores. Os serviços oferecidos convergem

de forma integrada para este objetivo, desde a alimentação até o acesso a

medicamentos, passando pela mudança de comportamento, estímulo ao

conhecimento, assistência em saúde e ambientes saudáveis.

A cada planejamento orçamentário, a organização sente cada vez mais a

necessidade de mensurar os custos da execução dos seus produtos e serviços, pois

o crescimento industrial estadual se encontra estagnado e com isso a arrecadação

por trabalhador, que representa o repasse da maior parte da receita da organização,

fazendo com que ainda seja cobrado um valor pelos produtos adquiridos pelas

indústrias.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Devido a um histórico orçamentário e o crescimento da visibilidade do produto

(PCMAT) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção Civil diante da necessidade das indústrias do setor no estado de Santa

Catarina nos últimos anos, viu-se a necessidade de acompanhamento do custo do

Page 13: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

13

produto, para continuar competitivo no mercado, mesmo com as facilidades de ser

contribuinte do Sistema S e seu cliente (indústria) não hesitar em optar pelo

atendimento da organização X.

A organização X apesar de ser uma organização que recebe recursos das

indústrias para subsidiar parte de suas operações, necessita cobrar das mesmas a

contrapartida para operar suas atividades. Com isso se expõe ao mercado e assim a

concorrência, pois não existe uma obrigatoriedade de adesão.

Neste sentido, busca-se com a contribuição da gestão dos custos, a

otimização dos resultados da entidade. Portanto, o problema deste estudo é: qual a

metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Programa de Condições e

Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil, ofertado pela Unidade

Operacional da Organização X em São José alcançar essa otimização e se manter

competitiva no mercado?

1.3 OBJETIVOS

Os objetivos num trabalho de conclusão de curso delimitam as ações a serem

executadas, direcionando o que será analisado no estudo.

1.3.1 Objetivo geral

Aplicar as metodologias do custo padrão e custeio ABC para o produto

PCMAT na Unidade Operacional da Organização X em São José.

1.3.2 Objetivos específicos

• Descrever as etapas do PCMAT;

• Aplicar os métodos (Custo padrão e custeio ABC) propostos neste

estudo;

• Propor sugestões sobre as metodologias de custeio utilizadas.

Page 14: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

14

1.4 JUSTIFICATIVA

O tema proposto neste estudo de pesquisa é importante nos dias atuais para

a sobrevivência e longevidade da organização e dos produtos e serviços oferecidos

ao mercado.

A competitividade tem exigido das organizações um aprimoramento dos

processos. A gestão dos custos tem como objetivo a otimização dos recursos no

processo de fabricação do produto ou na operação do serviço prestado para obter-

se um retorno positivo nos objetivos traçados.

Ao ter conhecimento destes custos, a organização pode definir os produtos ou

serviços mais rentáveis, processos que agregam ou não valor para a organização,

entre outras vantagens. Os custos causam grandes impactos no processo de

decisão na organização, e merecem grande atenção dos administradores que

utilizando dos dados levantados devem proceder por meio de decisões da melhor

forma para a organização na obtenção dos objetivos traçados. Afirma Chiavenato

(2004, p. 277) que – “decisão é o processo de análise e escolha entre as alternativas

disponíveis de cursos de ação que a pessoa deverá seguir”.

Diante da importância da gestão destes custos para a Organização X busca-

se resultados com base nas decisões provenientes das análises realizadas com a

utilização dos métodos de custeios. Esse controle efetivo das atividades é

indispensável para que a organização possa competir em igualdade de condições

com seus concorrentes. A capacidade de avaliar o desempenho de suas atividades

faz com que seja possível a intervenção rápida para correção e melhoria dos

processos já que o mercado está cada vez mais exigente.

Com a necessidade de um acompanhamento contínuo dos dados, o

administrador se torna peça chave neste processo para análise dos resultados e a

tomada de decisões visando o resultado positivo da organização. Nessa análise vejo

o quão necessária é essa pesquisa para mim quanto futura administradora e a

entidade estudada nesta pesquisa, que terá seus dados inseridos nos métodos de

custeio propostos e poderá visualizar o qual lhe dará o resultado necessário para a

sustentabilidade de seus serviços.

Com a aplicação dos métodos de custeios e a revisão periódica a

Organização tem a obter os benefícios diretos e indiretos com essa gestão. A

Page 15: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

15

ampliação e aperfeiçoamento dos serviços prestados, assim contribuindo com o

fortalecimento da organização a partir da racionalização dos seus recursos.

Page 16: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

16

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL

O ambiente organizacional consiste da interação entre o ambiente interno e

ambiente externo da organização. Suas forças e fragilidades internas com relação

às tendências do ambiente que rodeia a organização.

2.1 HISTÓRICO

A Organização X foi criada pela sua Confederação Nacional em 1946,

consoante de um Decreto-Lei do mesmo ano, com o objetivo de equacionar

problemas sociais. A Organização X - Departamento Regional de Santa Catarina foi

criado em 6 de dezembro de 1951. Embora sua atuação tenha iniciado de forma

pontual na região sul do Estado, em 1948, para atender às demandas dos

trabalhadores das minas de carvão.

A Unidade Operacional da Organização X em São José/SC foi criada em

1963, com o objetivo de proporcionar acesso à saúde e qualidade de vida aos

industriários.

Nestas décadas de trabalho, a organização X conquistou mercado com sua

eficiência e conseguiu evoluir, superando as expectativas das indústrias. Por isso,

hoje é destaque no País como exemplo de inovação.

2.2 FORMA DE GESTÃO

A Organização X é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos nos

termos da lei civil, com a função de prestar serviços sociais principalmente aos

trabalhadores das indústrias. A Organização X é um dos 27 Departamentos

Regionais vinculados ao seu Departamento Nacional. Cada Departamento Regional

tem jurisdição na respectiva base territorial estadual e possui autonomia técnica,

financeira e administrativa.

A Organização X, entidade do Sistema S presta serviços sociais às indústrias

com a missão de melhorar a qualidade de vida do trabalhador catarinense para o

aumento da competitividade da indústria no estado. Os produtos da Organização X

Page 17: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

17

possibilitam às indústrias o cumprimento de seu papel social e a organização de um

ambiente de trabalho saudável, que permitem a conquista de resultados mais

significativos para as indústrias e as pessoas.

A Organização X atua distribuída em 13 Regionais com capacidade de

atendimento aos 293 municípios do Estado de Santa Catarina, estendido ainda ás

plantas em outros estados de indústrias sediadas em Santa Catarina.

A Organização X desenvolve uma série de produtos focados na promoção da

Saúde e Qualidade de Vida dos trabalhadores. Os serviços oferecidos convergem

de forma integrada para este objetivo, desde a alimentação até o acesso a

medicamentos, passando pela mudança de comportamento, estímulo ao

conhecimento, assistência em saúde e ambientes saudáveis.

A área de Saúde engloba ações de prevenção e promoção por meio dos

serviços de Saúde e Segurança no Trabalho, Clínica e Odontologia, com o objetivo

de garantir a qualidade de vida dos trabalhadores e assegurar, ao mesmo tempo, o

cumprimento da legislação trabalhista.

A área de Educação possibilita o acesso ao conhecimento e promove o

desenvolvimento de competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas de

crianças, jovens e adultos, para que a empresa e o cidadão cresçam de forma

sustentada. Presta serviços por meio da oferta de educação básica, com ênfase na

Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos, Educação Continuada e

Educação Inclusiva.

A área de Lazer tem o objetivo de disseminar hábitos saudáveis entre os

trabalhadores, com os programas: Ginástica na Empresa, Esportes, Eventos,

Academia, Programa Atleta do Futuro e Instalações.

A Responsabilidade Corporativa auxilia as empresas na implantação de

práticas socialmente responsáveis, oferecendo produtos como Gestão de Clima

Organizacional, Gestão da Diversidade, Relatórios de Sustentabilidade e Balanço

Social e Código de Ética.

Para proporcionar mais qualidade de vida ao trabalhador da indústria, o

Serviço de Alimentação e Nutrição produz refeições na modalidade in company,

contemplando, ainda, Serviços Especiais para Eventos, Educação Nutricional e

Consultoria Nutricional.

A Área de Farmácia possui ampla função social, assegurando o acesso a

medicamentos seguros e com procedência garantida, e assistência farmacêutica a

Page 18: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

18

partir das necessidades dos clientes, nas modalidades de dispensação e

manipulação.

Utilizando assim todos os recursos provenientes da arrecadação e receita de

clientes para contribuir com a qualidade de vida do trabalhador da indústria.

2.3 ORGANOGRAMA

O organograma consiste na estrutura hierárquica em forma gráfica com suas

ligações estruturais.

Na figura 1 do Departamento Regional de Santa Catarina da Organização X,

consiste principalmente da gestão administrativas e estratégicas de negócios.

Fonte: Organização X (2015)

Figura 1: Organograma Departamento Regional de Santa Catarina da Organização X

Page 19: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Na figura 2 apresenta

a realização dos serviços (negócios) da

encontrada nos Núcleos de Serviços Compartilhados, pois

operacional para que os produtos e serviços sejam executados.

A Figura 3 retrata

Composta por técnicos e gestores diretamente vinculados a execução dos

atendimentos a indústria e seus trabalhadores.

Figura

presenta-se a estrutura organizacional de apoio operacional para

serviços (negócios) da organização. Estrutura semelhante pode ser

encontrada nos Núcleos de Serviços Compartilhados, pois

operacional para que os produtos e serviços sejam executados.

Fonte: Organização X (2015)

retrata a estrutura de execução dos serviços da

Composta por técnicos e gestores diretamente vinculados a execução dos

imentos a indústria e seus trabalhadores.

Figura 2: Organograma de apoio operacional

19

estrutura organizacional de apoio operacional para

. Estrutura semelhante pode ser

encontrada nos Núcleos de Serviços Compartilhados, pois oferecem o apoio

a estrutura de execução dos serviços da organização.

Composta por técnicos e gestores diretamente vinculados a execução dos

Organograma de apoio operacional

Page 20: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

20

Figura 3: Organograma da estrutura de execução dos serviços

Fonte: Organização X (2015)

A organização do estudo faz parte de uma estrutura complexa de gestão e

apoio operacional para execução dos seus serviços.

2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS

• Visão: Consolidar-se como a organização empresarial líder na

promoção da competitividade da indústria catarinense.

• Missão: Melhorar a qualidade de vida do trabalhador catarinense para

o aumento da competitividade da indústria de forma sustentável e inovadora.

• Valores: Comprometimento, Cooperação, Ética e Iniciativa.

• Focos estratégicos de atuação: Ambiente para Negócios, Educação,

Qualidade de Vida e Tecnologia e Inovação.

Page 21: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

21

2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS

A organização X tem como seus produtos e serviços vinculados à Promoção

de Saúde e Qualidade de vida do trabalhador da indústria. Nos seguintes

segmentos:

• Saúde - Segurança e Saúde no Trabalho (SST), Odontologia, Clínica;

• Educação – Educação de Jovens e Adultos, Educação Continuada e

Educação Inclusiva;

• Consultoria – Gestão de Clima Organizacional, Gestão da Diversidade,

Relatórios de Sustentabilidade e Balanço Social e Código de Ética;

• Lazer – Esporte, Eventos, Ginástica na Empresa, Atleta do Futuro,

Instalações e Clube de Atividade Física;

• Farmácia – Dispensação e Manipulação.

• Alimentação – Restaurante in company;

Os macroprocessos de negócio considerados como processos principais são:

Relacionamento com Mercado; Desenvolvimento de produtos; Planejamento da

execução; e Execução do produto. Os macroprocessos de apoio são: Gestão do

fornecimento; Gestão de contratos e convênios; Gestão econômico-financeira e

patrimonial; Gestão de pessoas; Gestão da Informação e do Conhecimento e

Gestão de infraestrutura. Os macroprocessos gerenciais são: Planejamento e

Gestão Estratégica; e Planejamento orçamentário.

As principais instalações são: escolas, consultórios e clínicas, farmácias,

cozinhas industriais e instalações destinadas às atividades administrativas.

Equipamentos: laboratórios didáticos móveis, equipamentos para a inclusão

de pessoas com deficiência, unidades móveis médicas e odontológicas, medidores

de SST, brinquedos, equipamentos de cozinha, equipamentos para manipulação de

medicamentos, além de equipamentos de informática.

Tecnologias: são as metodologias técnicas e gerenciais, além de sistemas de

informação.

Page 22: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

22

2.6 FORÇA DE TRABALHO

A força de trabalho é composta pelos seus funcionários. Além disso, o SESI

possui estagiários que não são considerados força de trabalho e possuem o papel

principal de aprender e aplicar os conhecimentos adquiridos nas instituições de

ensino, preparando-se para ingressar no mercado de trabalho. O conjunto de

funcionários e estagiários é denominado público interno. Os terceiros são tratados

como fornecedores.

No quadro 1 segue dados de quantidade de público interno da organização

deste estudo, composta por colaboradores (478) e estagiários (3):

Quadro 1:Classificação por regime jurídico de vínculo

Público interno Colaboradores Estagiários Total Unidade operacional em São José 478 99,4% 3 0,6% 481

Fonte: Gestão de Pessoas – Organização X (setembro/2015)

No quadro 2 segue segmentado por área de atuação. Composta pelas áreas

de negócio e apoio operacional:

Quadro 2: de trabalho, classificação por área de atuação

Classificação por área de atuação Por Área Ativos Afastado Estagiários Total Educação 57 4 - 61 Lazer 53 2 - 55 Odontologia 26 4 - 30 SST 31 1 - 32 Clínica 13 1 - 14 Farmácia 158 22 - 180 Alimentação 51 20 2 73 Gestão das Unidades Operacionais 8 5 - 13 NRSC 22 0 1 23 419 59 3 481

Fonte: Gestão de Pessoas – Organização X (setembro/2015)

No quadro 3 segue segmentado por escolaridade. Focando na organização

deste trabalho:

Page 23: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

23

Quadro 3: Força de trabalho, classificação por escolaridade

Classificação por escolaridade Formação Quantidade Mestrado completo 2 Especialização 14 Graduação completa 189 Técnico 15 Ensino Médio completo 153 Ensino Fundamental 83 456

Fonte: Gestão de Pessoas – Organização X (setembro/2015)

A organização disponibiliza diversos benefícios aos seus colaboradores

como: auxilio creche, plano de saúde, plano odontológico, ticket alimentação ou

refeição, vale transporte entre outros benefícios.

2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE CORPORATIVO

O mercado é delimitado ao Estado de Santa Catarina, entretanto há

empresas com sede em Santa Catarina e que solicitam atendimento as filiais em

outras regiões do país. Este mercado é dividido em 13 Regionais: Blumenau,

Itajaí/Brusque, Grande Florianópolis, Jaraguá do Sul, Joinville, Meio Oeste, Oeste,

Extremo Oeste, Planalto Norte, Rio do Sul, Serrana, Sul e GCE (responsável por

unidades de Serviço de Alimentação fora de SC).

A organização de estudo tem um mercado limitado de clientes, conforme os

municípios que compõe sua região de atendimento. Na área de Educação –

Eletrosul, Cpack, Inplac, Portobello S/A, Sulcatarinense, Intelbrás; Saúde –

Portobello S/A, Tractebel Energia, Olsen, Intelbrás, Modecol, Reivax, Vonpar; Lazer

– Correios, Intelbrás, Tractebel Energia, Inplac, Plasc, Eletrosul); Consultoria em

Responsabilidade Corporativa – Brasecol, Celesc, Eletrosul, Portobello S/A;

Farmácia – Portobello S/A, Inplac, Celesc, Eletrosul, Zita; Alimentação – Olsen,

Cpack, DVA Veículos, Auto Viação Catarinense, Ventisol

A organização não possui distribuidores ou revendedores. Por ser prestadora

de serviços, que tem como característica atender diretamente aos clientes por meio

de seus colaboradores.

Page 24: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

24

Os clientes-alvo variam de acordo com as características de cada

negócio/produto. De uma forma geral, são as médias e grandes indústrias

catarinenses relacionadas na base do SIGA.

Devido oferecer aos seus clientes um portfólio de serviços para a promoção

da saúde e bem estar abrangente, isso lhe diferencia de seus concorrentes da

região.

2.8 UNIDADE DE ESTUDO

A organização do estudo oferece soluções sociais que proporcionam saúde e

bem estar para os trabalhadores a partir dos seus negócios. Abrangendo 17

municípios: São José, Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Santo Amaro

da Imperatriz, São Pedro de Alcântara, Antônio Carlos, Governador Celso Ramos,

Tijucas, Portobello e Bombinhas.

E tendo uma estrutura composta por: 01 unidade de consultoria em

responsabilidade corporativa, 01 escola de jovens e adultos e de inclusão, 01 clínica

médica, 05 consultórios odontológicos, 14 farmácias sendo uma delas 24hs e 04

unidades de Serviço de Alimentação até o momento.

Page 25: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

25

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo, serão abordados os assuntos relacionados ao trabalho, dentre

os quais pode-se citar a administração financeira, contabilidade de custos, custeio

padrão, custeio ABC, dentre outros.

3.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Conforme Gitman (1997, p.4) “finanças pode ser conceituada como a arte e a

ciência de administrar fundos. Ela é ampla e dinâmica, afetando diretamente a vida

de todas as pessoas e organizações, financeiras ou não financeiras, privadas ou

públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos”. Gitman (2003), ainda

define finanças como processos de transferência do dinheiro (por meio de

financiamentos e investimentos) entre empresas, indivíduos e governos.

Para Groppelli e Nikbakht (2010), as finanças têm como objetivo o aumento

da riqueza, que devem ser realizado a partir de aplicações financeiras e

econômicas. Fazendo assim que seja considerada parte ciência e a outra parte arte.

Área da Administração com o objetivo de tutelar os recursos da organização e que

tem dois objetivos principais: rentabilidade e liquidez. Tendo a rentabilidade como

retorno do investimento e liquidez como a transformação de ativos em valores

monetários. Para medição da rentabilidade é utilizado o valor presente liquido, para

investir e adquirir ativos buscando retorno e menor risco. Uma análise financeira é

um dos meios para investimentos apropriados e vantajosos.

Conforme Hoji (2004), a administração financeira tem o objetivo econômico da

maximização de seu valor de mercado, pois assim aumenta o retorno de

investimento de seus proprietários.

Já Silva e Megliorini (2009), explanam que além das funções básicas de

planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar, a administração financeira tem o

objetivo de fazer gestão racional de seus recursos, para que as tomadas de

decisões sejam acertivas e tragam benefícios no futuro.

Segundo Gitman (2004), a área de finanças deve preocupar-se com todos os

envolvidos quando relacionados aos processos de transferência de valores entre

Page 26: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

26

indivíduos e organizações. Administradores financeiros devem estar constantemente

atentos ao mercado e suas tendências, utilizando-se das teorias para agir com

eficiência em suas organizações.

Conforme o quadro 4 Gitman (1997), o administrador financeiro tem três

funções primordiais:

Quadro 4: Funções do administrador financeiro

Funções do administrador financeiro

Função Detalhamento

Análise e

planejamento

financeiro

É a transformação dos dados financeiros em orientação

para a organização, avaliando as necessidades da mesma.

Administração da

estrutura de ativo da

organização

Destinação dos recursos financeiros para a aplicação em

ativos correntes e não correntes, considerando-se a relação

adequada de risco e retorno dos capitais investidos.

Administração da

estrutura financeira da

organização

Captação de recursos financeiros para o financiamento dos

ativos necessários às atividades empresariais,

considerando-se a combinação adequada dos

financiamentos a curto e a longo prazo e a estrutura de

capital.

Fonte: Adaptado de Gitman (1997)

Conforme o quadro 4, o administrador financeiro tem a função de analisar e

planejar financeiramente a organização a partir de dados financeiros. A função de

administrar a estrutura de ativos visa movimentar a aplicação dos recursos

financeiros em ativos correntes, considerando os riscos e retornos destas

movimentações. E a função de administrar a estrutura financeira serve para

obtenção de recursos financeiros para financiamento dos ativos as atividades

empresariais.

Groppelli e Nikbakht (2010) acreditam que administradores têm discernimento

e instinto para saber quais as ação devem implementar e qual o momento oportuno

para tal.

Page 27: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

27

Esses administradores precisam desenvolver e se envolver nas mudanças

que ocorrem constantemente no ambiente competitivo, adotando os métodos mais

adequados para planejar sua atuação diante das mudanças.

3.1.1 Tomada de Decisão

Decidir é escolher uma alternativa que após análise, foi considerada a mais

apropriada para o momento. Para Chiavenato (2004), a decisão é uma análise e

escolhas entre opções disponíveis em um curso.

Para a tomada de decisão diante de questões empresariais é necessário uma

análise criteriosa do administrador em documentos contábeis e financeiros para ter

precisão das decisões de investimentos ou aumento do capital de forma justificável.

Sendo assim, Iudicibus (1998, p.65-66) conceitua a relação do administrador

e suas decisões da seguinte maneira:

As decisões financeiras do indivíduo (administrador) são inevitáveis. Se não forem tomadas explicitamente serão, por força, tomadas implicitamente. Além disso, elas são contínuas. Devem ser tomadas a cada instante. [...] Para tomar suas decisões financeiras em bases racionais, o indivíduo precisa de um objetivo. Sem um objetivo ele não teria um critério razoável para guiá-lo em suas escolhas.

Em custos, é necessário conhecimento tanto do processo produtivo quanto do

andamento financeiro da organização, para que não haja precipitação nas decisões.

3.1.2 Relacionamento: administração financeira, con tabilidade,

administração de custos e administração estratégica de custos

A administração financeira e a contabilidade não são facilmente distinguidas,

pois em muitas organizações de pequeno porte o contador se envolve nas

atividades financeiras da organização. Mas se complementam diante de atitudes a

serem tomadas pelo administrador, a partir de informações contábeis trazidas pelos

contadores.

Para Datar, Foster e Horngren (2004), a administração de custos está voltada

às atividades dos administradores para as decisões de planejamento e controle de

curto e longo prazo, que juntamente com informações estatísticas auxiliam tomada

de decisão mais precisa. A administração estratégica de custos é voltada

especificamente para as ações estratégicas da organização.

Page 28: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

28

3.2 CONTABILIDADE DE CUSTO

Para Martins (2003, p. 17) “Custo é o gasto relativo à bem ou serviço utilizado

na produção de outros bens ou serviços”.

A contabilidade de custos é um ramo da Contabilidade, que se destina a

traduzir dados e produzi-los em informações gerenciais, para o planejamento e

controle das operações, desempenho e tomada de decisão da organização.

Segundo Bornia (2010) as empresas modernas precisam estar em

transformação para atender as exigências que o mercado apresenta. Os produtos

devem apresentar preços competitivos, com modelos variados. A vida útil está cada

vez menor e os prazos de entrega estão mais curtos. As inovações e modificações

nos produtos precisam ser constantes. Para que a empresa consiga ser cada vez

mais competitiva ela necessita de algumas características como um contínuo

processo de melhoria, eliminação dos desperdícios e a filosofia da qualidade total.

Para Leone (1987, p. 26), define contabilidade de custos como sendo uma

“função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos

produtos para determinar o lucro, controlar as operações e auxiliar na tomada de

decisão e de planejamento”.

Datar, Foster e Horngrer (2004), afirmam que a contabilidade de custos

fornece informações para a contabilidade gerencial e financeira. Informações

relacionadas à aquisição ou à utilização de recursos.

A contabilidade de custos nos dias atuais atua nas atividades de coleta e

processamento de informações de forma organizada, analisando-as e traduzindo as

informações em níveis gerenciais para a tomada de decisões desde a operação até

as estratégias da organização.

Segundo Leone (1983, p. 14), “a contabilidade de custos, quando acumula os

custos e os organiza em informações relevantes, pretende atingir três objetivos

principais: a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de

decisão”. Podem-se planejar os desembolsos, ter o controle da produção e assim

reduzir os custos e tomar as decisões de forma mais precisa.

Segundo Leone (2000), os administradores estão utilizando cada vez mais

dados quantitativos não monetários para produzir informações gerenciais que

auxiliam na tomada de decisões.

Page 29: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

29

Já Gray e Johnston (1977, p. 24), afirmam que estas informações “devem ser

quantificadas, ou seja, expressas em termos monetários ou de alguma unidade de

medida, ou de algum índice definido de realização ou desempenho”.

Portanto, todas as informações (monetárias ou não) devem ser analisadas de

forma conjunta, e assim combinando-as e produzindo informações gerenciais de alta

relevância é possível obter os dados para a tomada de decisão. As informações

isoladas não dispõem de grande relevância na análise de custos de um

produto/serviço.

A Contabilidade de custos surgiu da ponderação da contabilidade

administrativa, gerencial e financeira. Com o intuito de avaliar os estoques da

indústria, no início da Revolução Industrial, pois até esse período só existia a

Contabilidade Financeira, oriunda da Era Mercantilista para servir ao comércio.

Martins (2001) descreve que a contabilidade de custos teve origem da

demanda externa de informações para avaliar seus estoques. Com o crescimento da

economia, obteve a necessidade de conhecer os exatos custos e assim ampliar o

controle e auxiliar nas decisões.

Para Santos (1990, p.17),

A necessidade de informações de custos como instrumento de auxílio para a administração tornar seus esforços produtivos e eficazes, em termos de apuração de resultado, aconteceu através da contabilidade de custos, nos primórdios do capitalismo, com o advento das empresas industriais, a partir da arte de capacitação de contas, assumindo maior importância à medida que os processos produtivos se tornavam mais complexos.

Conforme Ching (2001 apud ROSA, 2004, p. 18), “foi por meio da Lei das

Sociedades por ações, que a contabilidade de custos foi integrada a geral, pois

registrava as contas de custos dos produtos vendidos na Demonstração de

Resultados e o estoque no Balanço Patrimonial.” Mas, cada vez mais o mercado

exige que as organizações controlem melhor suas informações contábeis e

diversifiquem essas mesmas.

Para Martins (2001, p. 222-223),

Nesse novo campo, a contabilidade de custos passa a ter duas funções relevantes no auxílio ao Controle e na ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao Controle, sua mais importante missão é fornecer dados para a o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão em num estágio imediatamente seguinte, acompanhar efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos.

Page 30: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

30

No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação, etc.

A contabilidade de custos deixou de apurar somente os estoques e lucros e

tornou-se uma importante ferramenta de gestão para o administrador tomar decisões

sobre a produção e seu negócio.

3.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE CUSTOS

A seguir serão apresentados conceitos chaves para poder proporcionar uma

melhor compreensão do conteúdo.

a) Custo

São os recursos consumidos para a produção de um bem ou serviço.

Junior, Oliveira e Costa (2003, p.16) declaram que são

Gastos relativos aos bens e serviços consumidos na produção de outros bens e serviços. Observe que não existem despesas de produção, pois todos os gastos incorridos no processo produtivo são classificados como custos.

Martins (2010, p.25), também afirma que “o custo é um gasto, mas

reconhecido com tal.”.

b) Gasto

O gasto é o investimento ou consumo de um bem ou serviço por meio de

desembolso. Segundo Bornia (2002, p. 39), o “gasto é o valor do insumo, seja ele

utilizado ou não”.

Para Martins (2010, p. 24), “a aquisição de um produto ou serviço que gera

um desembolso para geração de um futuro ativo para a entidade”.

c) Desembolso

Para Martins (2010), o desembolso é o ato de pagamento (saída de dinheiro)

que poderá ocorrer em momentos diferentes do gasto resultante de uma aquisição.

Page 31: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

31

d) Investimento

Conforme Bornia (2002), o investimento consiste no valor do insumo adquirido

pela organização. Ocorre investimento em novas tecnologias, novas estratégias para

o aumento da competitividade.

Souza e Clemente (2007) argumentam que investimento pode ser uma

maneira de manter a empresa competitiva ou melhorar sua rentabilidade no

mercado.

e) Despesas

Conforme Bornia (2002, p. 40), “despesa é o valor dos insumos consumidos

com o funcionamento da organização com atividades fora da produção de um

produto ou serviço”. São geralmente divididas em administrativas, comercial e

financeira e assim diferenciadas dos custos de produção por estarem ligadas a

administração geral da organização.

Para Martins (2010, p. 25), despesas são “bem ou serviço consumido direta

ou indiretamente para a obtenção de receitas”.

Já Bruni e Famá (2003), dizem que se referem a despesas diretas ou

indiretamente utilizadas para gerar receita a partir da produção de um bem ou

serviço, e não estão projetadas para a produção.

f) Depreciação

De acordo com Santos (2005) um bem depreciado pelo tempo de utilização e

de ações da natureza, pode tornar-se inadequado para a empresa.

Segundo Bornia (2002) a depreciação representa o valor que o equipamento

perde num determinado período, isto ocorre, pois o equipamento se desgasta com o

uso e com o tempo. O método mais utilizado para calcular a depreciação é o linear,

na qual o valor do bem é dividido pela sua vida útil e assim se obtém um valor de

depreciação.

g) Perdas

Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 17), afirmam que as perdas são “gastos

anormais, que não geram receita ao bem ou serviço, porém são distribuídos no

resultado do período que ocorrem”.

Wernke (2004, p.12) afirma que

Tais itens não são considerados operacionais e não fazem parte dos custos de fabricação dos produtos. Constituem-se de eventos ocasionais e

Page 32: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

32

indesejados, como a deterioração anormal de ativos causados por incêndios ou inundações, furto, etc.

Para Martins (2010, p. 26), é algo “consumido de forma anormal ou

involuntária”, pois acaba sendo um sacrifício ocorrido sem a intenção de obtenção

de receita.

h) Desperdícios

Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 18), afirmam que “desperdícios são os

gastos incorridos nos processos produtivos que podem ser eliminados sem prejuízo

da qualidade e quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas”. Os desperdícios

não agregam valor aos produtos ou serviços.

3.4 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Será conceituado os principais termos das classificações de custos.

3.4.1 Classificação pela variabilidade

Conforme Bornia (2002, p. 42), considera-se “a relação com o volume de

produção, podendo se dividir em custos fixos e variáveis”. Assim como Ferreira

(2007) afirma que são custos conforme o nível de atividade.

a) Custos fixos

Para Junior, Oliveira e Costa (2003), Bornia (2002) e Ferreira (2007), são

custos constantes, independente da quantidade de produção. Martins (2001, p. 269)

afirma que “não existe custo ou despesa eternamente fixos; são, isso sim, fixos

dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, [...].”

b) Custos variáveis

Para Junior, Oliveira e Costa (2003) e Bornia (2002), consideram que são

custos que mantêm relação direta com a quantidade produzida.

c) Custos semivariáveis ou semifixos

Leone (2007) e os autores Junior, Oliveira e Costa (2003), consideram como

os custos que têm uma parcela fixa e a outra parcela variável.

Page 33: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

33

3.4.2 Classificação pela facilidade de alocação

Conforme Bornia (2002, p. 43) são custos de certa “facilidade de identificação

dos mesmos com um produto, processo, centro de trabalho ou qualquer outro

objeto”.

a) Custo direto

Os autores Junior, Oliveira e Costa (2003), Bornia (2002) e Leone (2006)

afirmam que são custos diretos aqueles que podem ser quantificados e facilmente

relacionados aos produtos ou processos de produção, não necessitando de rateio

para serem alocados.

b) Custo indireto

Para Ferreira (2007), os custos indiretos dependem de cálculos ou

estimativas para que sejam apropriados ao produto. Para Bornia (2002), os custos

indiretos não são facilmente alocados ao produto, necessitando de critérios para que

isso ocorra.

3.5 SISTEMAS DE CUSTEIO

Com o intuito de melhorar as informações para a tomada de decisão, surgem

diferentes metodologias de custeio, desde os sistemas tradicionais aos mais

modernos. Neste estudo abordaremos o custo padrão e o custeio ABC.

3.5.1 Custo padrão

Com o objetivo de dar suporte para o controle de custos, o custo padrão

busca um padrão para o comportamento dos custos, fixando o “custo ideal” e pré-

atribuído antes do custo efetivo. Sendo um método onde as organizações podem

controlar o custo de suas atividades, para avaliação do desempenho no alcance das

metas estabelecidas.

Para Ferreira (2007, p. 264), uma definição de padrão na ótica de custeio diz

respeito “as características físicas inerentes a determinada operação que, por sua

vez, implicam necessariamente um custo”. Assim o autor define o método como o

“custo padrão constitui um sistema de custeio que permite medir a eficiência

produtiva. Os custos-padrão são custos predeterminados”.

Page 34: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

34

Os autores Junior, Oliveira e Costa (2003, p.154), conceituam o custo padrão

como “aquele determinado, a priori, como sendo o custo normal de um produto”.

Nesta definição é considerada a elaboração do custo do produto em um cenário

favorável para o alcance das metas propostas, mas levam-se em consideração as

eventuais dificuldades que podem ocorrer.

Para Bornia (2002, p. 89), os “custos para controle é fornecer um padrão de

comportamento dos custos”. Reafirmando assim que o custo padrão exerce controle

nos recursos a serem utilizados na produção, pois se fixa um padrão de custo para

determinada produção e orienta o orçamento financeiro e de produção para que as

metas propostas sejam alcançadas.

Dutra (1992, p. 166) define que "o custo padrão é a determinação antecipada

dos componentes do produto, em quantidade e valor, apoiada na utilização de dados

de várias fontes, com validade para determinado espaço de tempo".

O custo padrão tem como principal finalidade ser uma metodologia de

controle:

Leone (1997, p.281) afirma que o objetivo principal do custo padrão é:

Estabelecer uma medida planejada que será usada para compará-los com os custos reais ou históricos (aqueles que aconteceram e foram registrados pela Contabilidade) com a finalidade de revelar desvios que serão analisados e corrigidos, mantendo, assim, o desempenho operacional dentro dos rumos previamente estabelecidos.

Conforme Martins (2010, p. 316), o custo padrão tem como seu grande

objetivo “fixar uma base de comparação entre o que ocorreu e o que deveria ter

ocorrido”. E então afirmando que o custo padrão é uma técnica auxiliar, não um

método ou critério de contabilização.

Com uma visão gerencial sobre a utilização do custo-padrão, Junior, Oliveira

e Costa (2003, p. 154), expõem o custo-padrão cuja “finalidade básica (...) é

proporcionar um instrumento de controle aos gestores da organização”. Assim como

Bornia (2002, p.89), que declara que “o objetivo principal da metodologia do custo-

padrão é fornecer suporte para o controle dos custos”. Mas resalta a importância de

ser utilizada em conjunto com outros métodos, pois não calcula o custo, apenas

orienta na identificação e análise de desvios orçamentários.

Leone (1987, p.264), define o custo na metodologia do custo-padrão como

“são custos predeterminados, cujo objetivo é auxiliar o controle das operações”.

Conforme Viana (1959, p. 296) “custo-padrão são custos determinados previamente,

Page 35: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

35

baseados em cálculos analíticos rigorosos sobre o processo produtivo, incluindo os

estudos do tempo e dos movimentos relativos a cada operação”. Nas duas citações,

no custo-padrão o custo da produção do serviço ou produto é predeterminado e

utilizado como limitador para o alcance das metas propostas.

O custo-padrão, na visão de Crepaldi (2004), Ferreira (2007) e Martins (2010)

pode ser classificado em três tipos: ideal, estimado e corrente.

Conforme Crepaldi (2004, p.283), temos as seguintes definições:

Quadro 5: Tipos de custo padrão

TIPO DEFINIÇÃO

Ideal

Supõe a utilização com a máxima eficiência dos recursos produtivos

(MD, MOD e CIF) e não leva em consideração desperdícios normais de

MD, diminuições do ritmo de trabalho dos funcionários, possíveis

quebras de equipamentos,

Estimado

É aquele determinado simplesmente através de uma projeção de uma

média dos custos observados no passado, sem qualquer preocupação

de se avaliar se ocorreu ineficiência na produção.

Corrente

Leve em consideração um desempenho passível de ser alcançado,

considerando perdas de MD, queda da produtividade dos funcionários e

possíveis quebras de equipamentos.

Fonte: Adaptado de Crepaldi (2004, p.283)

Para Ferreira (2007, p. 266), os tipos de custo padrão podem ser assim

definidos:

Ideal: é o custo definido pela engenharia de produção em condições ideais; - Estimado: custo projetado com base na média de custos passados; - Corrente: custo projetado com base em estudos da eficiência da produção, porém considera as deficiências existentes e que não podem ser sanadas a curto prazo.

Martins (2010, p.315), entende o custo-padrão Ideal como aquele “valor

conseguido com o uso dos melhores materiais possíveis, com a mais eficiente mão

de obra viável, a 100% da capacidade da empresa (...)”. Como o autor refere-se, um

custo “fabricado em laboratório”, nas condições ideias de fabricação e expõem que o

custo-padrão Ideal apresenta características para ser uma meta de longo prazo.

Page 36: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

36

Para o custo-padrão Corrente, o autor cita o “valor que a empresa fica como meta

para o próximo período (...), mas com a diferença de levar em conta as deficiências

sabidamente existentes”. E reforça que é “considerado um valor difícil de ser

alcançado, mas não impossível”. O custo-padrão Estimado ainda conforme o autor

(p.316), em comparação ao Corrente “é o custo que deveria ser, enquanto o

Estimado é o que deverá ser”.

Para Martins (2010) a eficácia das análises do custo no custo padrão,

independente do modelo escolhido para ser aplicado na organização, irá depender

do comprometimento da organização em realizar seus registros e controle dos

custos e de fatores utilizados na produção.

Como procedimento para determinação do custo-padrão, conforme Martins

(2010, p.318), “o Padrão deve, sempre que possível, ser fixado em quantidades

físicas e valores monetários”. E assim para o autor, cabe a contabilidade de custos a

transformação dos padrões em valores monetários, quanto cabe a Engenharia da

Produção as quantificações físicas da produção.

Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 158), afirmam que “custo-padrão é

determinado a partir das medidas técnicas de produção, as quais são definidas com

base nos processos”. Como etapas do processo os autores ordenam da seguinte

maneira: “quantifica-se o consumo e a utilização das matérias-primas, da mão de

obra, dos custos indiretos de fabricação (...)”; “associa-se o custo monetário a esses

padrões de consumo de materiais e mão de obra (...)”.

Sendo assim para os autores, o valor resultante do padrão será oriundo da

multiplicação dos padrões de consumo pelo padrão monetário.

Para Bornia (2002), o método do custo-padrão consiste em: para servir de

referência, determinação do custo incorrido, levantar o desvio ocorrido entre o

padrão e a realidade e para auxílio das causas dos desvios deve-se analisar as

variações.

Ferreira (2007, p. 264), compreende que o,

Custo padrão é determinado com base em medidas técnicas e práticas de uso e consumo dos fatores de produção, materiais, mão de obra, e outros custos indiretos definidos com base nos processos. Em seguida, esses padrões são associados a uma unidade monetária, também considerada padrão. Assim, o custo padrão pode ser obtido por meio da multiplicação dos padrões de consumo pelo respectivo padrão financeiro.

Esses procedimentos para a definição do padrão conforme descrito pelo autor

estão no quadro a seguir:

Page 37: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

37

Quadro 6: Procedimentos do custo padrão

PADRÃO A SER

DETERMINADO

PROCEDIMENTO OU CRITÉRIO UTILIZADO

Padrão físico de

consumo das

matérias primas e

demais materiais

Pesagens e/ou medições, levando em consideração também

as perdas e quebras normais no processo produtivo.

Padrão de valor das

matérias primas e

demais materiais

Custos correntes de reposição ou os custos incorridos nas

últimas compras

Padrão técnico de

utilização da mão de

obra

Quantificados por cronometragem de tempo das operações

produtivas, de acordo com as amostragens estatísticas. Deve

ser levado em consideração o desempenho normal de um

operário, em condições normais de produção, incluindo as

perdas normais de tempo para trocas de ferramentas, etc.

Padrão de taxas

horárias da mão de

obra

Calculado considerando-se o custo com salários, encargos

sociais e outros benefícios

Padrão financeiro

dos custos indiretos

de fabricação

A taxa unitária decorre da divisão do total dos custos

indiretos conhecidos pelo fator escolhido para apropriação

aos produtos

Fonte: Ferreira (2007, p.266)

O método do custo-padrão, conforme Ferreira (2007, p.266) tem como fixação

do seu padrão analisando os seguintes aspectos:

a) Matéria-prima: auxiliando no controle e sendo classificada conforme preço,

quantidade ou mista;

b) Mão de obra direta: auxiliando no controle da eficiência;

c) Custo indireto de fabricação: não entra base para relacionar.

Page 38: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

38

Para cálculo do custo-padrão, Ferreira (2007, p. 267) explica que

Nesse sistema, os custos são calculados de forma inversa à que se procede nos sistemas de custeio por processos e encomendas. Neste, calculam-se, inicialmente, os custos de cada centro de custo e só depois obtidos os custos unitários. No sistema de custo-padrão, os custos unitários são calculados em primeiro lugar e, em uma fase posterior, apuram-se os custos dos centros e da produção.

Conforme a Figura 4, elaboradora por Ferreira (2007, p. 267), a metodologia

do custo-padrão é apurado em cinco etapas:

Figura 4: Metodologia - custo padrão

Fonte: Ferreira (2007, p. 267)

Segue explicação detalhada sobre as etapas, conforme Ferreira (2007,

p.267),

1. “definidos os custos-padrão dos fatores de produção, atendendo à tecnologia utilizada e considerando-se o histórico e a experiência acumulada”; 2. “calculados os consumos-padrão”; 3. “apuram-se os níveis de atividades”; 4. “elaborado o orçamento dos gastos gerais de fabricação”; 5. “consideram-se as sobrecargas dos defeituosos”.

Assim, Ferreira (2007, p. 268) conclui que “o custo-padrão de um produto é

obtido por meio da multiplicação do consumo unitário padrão pelo custo-padrão por

fator”.

Então a partir dos valores padrões é possível confrontar com os custos reais e

verificar os desvios ocorridos. Para Ferreira (2007), essa análise dos desvios é

baseada em dois aspectos: preço e quantidade e também a junção dos dois

aspectos citados. Segue esquema:

Page 39: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

39

Fonte: Ferreira (2007, p. 268)

Onde,

Dt = desvio total

Pr = preço real

Qr = quantidade real

Pp = preço padrão

Qp = quantidade padrão

Faz-se necessário análise periódica entre o custo real com seu respectivo

custo-padrão para que se meça a eficiência e eficácia do processo produtivo. Junior,

Oliveira e Costa (2003, p. 163), ressaltam que “uma das principais funções da

implantação de um sistema de custo-padrão é servir de controle (...)”. Podendo ter

variações favoráveis e desfavoráveis.

A. Matéria-prima

A matéria-prima necessária e suas quantidades para produção de

determinado produto, se estrutura conforme a necessidade do produto. Informações

repassadas normalmente pela Engenharia de Produção.

Figura 5: Análise de desvios

Page 40: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

40

O preço padrão da matéria-prima é obtido em condições normais e boas de

negociação de compra. E deve ser incorporado as despesas que devem fazer parte

do custo unitário da matéria-prima.

Conforme Bornia (2002, p. 90), a fórmula do custo real da matéria-prima é

simples:

MP = Q x P

Para obter a variação entre o custo real e o padrão é necessário obter o valor

do custo-padrão da matéria prima que é: a multiplicação da quantidade de matéria-

prima padrão pelo preço unitário padrão.

MPp = Qp x Pp

E realizar a análise das variações:

Quadro 7: Comparação custo padrão versus custo real - matéria prima

Quantidade kg Custo Unitário - $ Custo total - $

Padrão 2,00 8,05 16,10

Real 2,10 8,20 17,22

Variação 0,10 0,15 1,12

Desfavorável Desfavorável Desfavorável

Fonte: Junior, Oliveira e Costa (2003, p.166)

A variação da matéria-prima se decompõe conforme Junior, Oliveira e Costa

(2003, p.166):

a) Variação de quantidade = (quantidade real – quantidade-padrão) x

preço unitário padrão

b) Variação do preço = (preço unitário real – preço unitário padrão) x

quantidade-padrão

c) Variação Mista = (quantidade real – quantidade-padrão) x (preço

unitário real – preço unitário padrão)

Exemplos:

a) Variação de quantidade = (2,10 kg – 2,0 kg) x 8,05 = $ 0,805

desfavorável

b) Variação do preço = ($ 8,20 – $ 8,05) x 2,0 kg = $ 0,30 desfavorável

c) Variação Mista = (2,10 kg – 2,0 kg) x ($ 8,20 - $ 8,05) = $ 0,015

desfavorável

Page 41: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

41

Para Junior, Oliveira e Costa (2003), a variação da quantidade é de

responsabilidade do setor da produção devido ao constante manuseio dos materiais

para a produção e a variação do preço, de responsabilidade do setor de

suprimentos, responsável pelas compras e negociações dos preços.

Resume-se analisando o exemplo que cada unidade produzida deste produto

é desfavorável conforme o custeio padrão.

B. Mão de obra direta

A mão de obra direta padrão normalmente é determinada pela quantidade de

horas necessárias do pessoal, ou da quantidade de funcionários diretos, em todas

as fases do processo de fabricação do produto. As atividades e processos exigem

pessoal para o manuseio dos materiais ou equipamentos.

Para Leone (1987), a escolha do melhor processo de produção é o primeiro

passo para estabelecer o padrão para a mão de obra. Estudos das condições dos

equipamentos, controle de quantidade e qualidade de cada componente do produto

que cada trabalhador utiliza em cada etapa do processo de produção e o tempo

necessário para cada procedimento de fabricação são requisitos para a escolha do

melhor processo para fixá-lo como padrão.

De acordo com Viceconti e Neves (1995) o custo de mão de obra direta (taxa

horária), deve incluir a remuneração dos trabalhadores mais os encargos sociais.

Para realizar o levantamento do padrão das horas o estudo de tempo e movimentos,

é o método mais utilizado para alcançar esse valor padrão da mão de obra direta.

Conforme Junior, Oliveira e Costa (2003), o custo da mão de obra é obtido

com a multiplicação das horas pela taxa horária.

Mão de Obra Direta = Horas (tempo) x Taxa horária (salário)

Para a identificação do fator horas (tempo de MOD), Leone (1987, p. 272)

afirma que pode ser estabelecido do seguinte modo: “Pela média das produções

passadas; Pelo estudo de tempos e movimentos de cada operação; Por meio de

uma produção-piloto; Através de uma estimação baseada na experiência e no

conhecimento das operações de fabricação e do produto”.

Utilizando-se de histórico, estudos aprimorados de tempo e movimentos,

projeto piloto ou estimativas baseadas em conhecimento tácito pode-se identificar as

horas utilizadas na mão de obra direta.

Page 42: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

42

Sobre a taxa horária, Leone (2006, p. 303) afirma que,

Não há dificuldade em se estabelecer a taxa de mão de obra direta. Ela é o resultado de acordos entre empregados [...]. Uma vez definida a taxa salarial padrão (que deve incluir todos os encargos sociais e trabalhistas respectivos), é difícil acontecer alguma variação de taxa, dentro das condições normais de operação.

Conforme o quadro 8 de Junior, Oliveira e Costa (2003) com a comparação

do custo padrão e custo real da mão de obra direta:

Quadro 8: Comparação custo padrão versus custo real – mão de obra

Quantidade de horas Taxa de cada hora de

mão de obra Custo total - $

Padrão 0,80 16,25 13,00

Real 0,85 14,20 12,07

Variação 0,05 2,05 0,93

Favorável Favorável Favorável

Fonte: Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 170).

A variação da mão de obra se decompõe conforme Junior, Oliveira e Costa

(2003, p. 170) em:

• Variação de eficiência = (horas reais – horas padrão) x taxa padrão

$ 0,8125 = (0,85 hora – 0,80 hora) x $ 16,25

• Variação da taxa = (taxa real – taxa padrão) x hora padrão

$ 1,64 = ($ 14,20 - $ 16,25) x 0,80 hora

• Variação mista = (horas reais – horas padrão) x (taxa real – taxa padrão)

$ 0,1025 = (0,85 hora – 0,80 hora) x ($ 14,20 - $ 16,25)

Conforme Junior, Oliveira e Costa (2003) e Leone (2006), concordam quanto

à responsabilidade das variações: eficiência é de responsabilidade do setor de

produção, nele ocorre à maneira que a mão de obra é utilizada e a variação de taxa

é de responsabilidade do setor de recursos humanos com suas contratações e

negociações salariais.

Page 43: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

43

C. Custo indireto de fabricação (CIF)

Leone (2006, p.111) utiliza a denominação de despesa indireta de fabricação,

e afirma que “as despesas indiretas de fabricação percorrem uma longa caminhada

contábil até chegarem aos custos dos produtos”.

Os custos indiretos de fabricação são mais complexos que os custos de

matéria prima e de mão de obra. A relação entre os custos indiretos e o volume de

produção é que determinam a dificuldade de controle destes custos.

Para Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 173), o custo indireto de fabricação

“normalmente, o total dos custos indiretos de fabricação de determinado produto são

apropriados para cada unidade produzida com base em uma medida de volume”.

• Padrão

Custos indiretos variáveis: $ 2,79 para cada unidade produzida

Custos indiretos fixos: total de $ 306.000 por mês

Volume padrão de produção no mês: 100.000 unidades

Total do CIF padrão = (total dos custos fixos/volume padrão de produção) +

custos indiretos variáveis

$ 5,85 = ($ 306.000/ 100.000) + $ 2,79

• Real

Total real dos custos indiretos de fabricação: $ 567.000

Volume real de produção no mês: 90.000 unidades

CIF real por unidade produzida = total real dos custos indiretos de fabricação/

volume real de produção no mês

$ 6,30 = $ 567.000/ 90.000

Considerando a variação desfavorável de $ 0,45 ($ 6,30 (real) - $ 5,85

(padrão)) nos custos indiretos por unidade produzida.

Variação do volume de produção

Conforme Leone (2006) a variação tem relação com a capacidade instalada

do processo produtivo.

Para Junior, Oliveira e Costa (2003, 174), a “variação no volume de produção

afeta apenas o cálculo dos custos indiretos fixos por unidade”. Obtém-se a variação

da seguinte maneira:

Total padrão dos custos indiretos fixos: $ 306.000

Page 44: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

44

Valor real de produção: 90.000 unidades

CIF fixo padrão/ volume real de produção = valor do volume real: $ 306.000/

90.000 = $ 3,40

CIF fixo padrão/ volume padrão de produção = valor do volume padrão: $

306.000/ 100.000 = $ 3,06

Valor do volume real – valor do volume padrão = variação no volume: $ 3,40 -

$ 3,06 = $ 0,34

• Variação de custos

Variação total de custos indiretos: $ 0,45

Variação no volume: $ 0,34

Variação total de custos indiretos - variação no volume = variação do custo: $

0,45 - $ 0,34 = $ 0,11

Para alcançar essa variação do custo:

Custos fixos: $ 306.000

Custos variáveis indiretos: $ 2,79

Volume real: 90.000 unidades

Custos fixos + (custos variáveis indiretos x volume real): $ 306.000 + ($ 2,79 x

90.000) = $ 557.100, se não houvesse variação nos custos.

Total real dos custos indiretos $ 567.000 para 90.000 de volume real de

produção.

Total de custos indiretos – total de custos indiretos sem variação/ volume real

= variação do custo: $ 567.000 - $ 577.100 = $ 9.900/90.000 = $ 0,11

Vantagens e desvantagens do custo-padrão

O custo-padrão como qualquer outro método de custeio, tem seus pontos

positivos e negativos da aplicabilidade.

Marquesini (2006, p.4) estabeleceu a seguinte comparação:

Page 45: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

45

Quadro 9: Comparativo: pontos fortes x pontos fracos do custo padrão

Comparativo dos principais pontos fortes e fracos do Custo Padrão

Pontos Fortes Pontos fracos Instrumento de auxílio à tomada de decisões, oferecendo apoio às decisões quanto a preço de venda e políticas de produção.

Imputa linearmente as variações de todos os produtos, quando a apropriação é feita em base percentual.

Ferramenta de planejamento dos padrões de tempo, mão de obra e quantidades, utilizando-os como instrumentos para programação das atividades da produção.

Uma variância não é exequível no nível operacional. Dificuldade em identificar a causa que provocou a variância desfavorável.

Ferramenta de controle dos padrões, constituindo elementos para medida e avaliação de desempenho.

Os números podem ser resumidos em um nível tão agregado que torna difícil alocar as responsabilidades às variações.

Contexto de eficiência e eficácia, no qual os custos padrão oferecem grandes facilidades para o trabalho de avaliação de estoques.

Perigo de se maximizar uma variância favorável isolada as atividades contraproducentes no nível da empresa.

Exigência de análise das causas dos desvios e ação para evitar a repetição das mesmas.

Se os padrões não forem cuidadosamente fixados, têm o efeito de estabelecer norma, ao invés de motivar a melhoria.

Fonte: Marquesini (2006, p.4)

Para Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 155-156), o custo padrão obtém as

seguintes vantagens: a) Eliminação de falhas nos processos produtivos; b)

Aprimoramento dos controles; c) Instrumento de avaliação de desempenho; d)

Contribuir para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real; e)

Rapidez na obtenção das informações.

3.5.2 Custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing)

Não há exatidão quanto ao surgimento do custeio ABC (Activity Based

Costing). Alguns autores consideram esse surgimento nos Estados Unidos na

década de 80. Nakagawa (1994, p. 41) afirma que “segundo alguns autores, o ABC

já era conhecido e utilizado por contadores em 1800 e no início de 1900. Outros

registros históricos mostram que o ABC já era bastante conhecido e utilizado na

década dos anos 60”.

Page 46: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

46

Para Ferreira (2007, p. 186), o custeio ABC “é um método que permite medir

o custo e o desempenho das atividades e dos objetos de custo”. Assim como Bornia

(2002), entende que o ABC analisa o comportamento do custo em várias atividades

da empresa e os relaciona com o produto.

Nakagawa (1994, p. 40) afirma que “Custeio baseado em atividades (ABC –

Activity Based Costing) é uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise

estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o

consumo de recursos de uma empresa”.

Os autores Kaplan e Cooper (1998, p.94) definem o Sistema de Custeio ABC

como sendo

Um mapa econômico das despesas e da lucratividade da organização baseado nas atividades organizacionais. Referir-se a ele como um mapa econômico baseado na atividade, e não como num sistema de custeio, talvez esclareça seu propósito. [...] Um sistema de custeio baseado na atividade oferece às empresas um mapa econômico de suas operações, revelando o custo existente e projetado de atividade e processos de negócios que, em contrapartida, esclarece o custo e a lucratividade de cada produto, serviço, cliente e unidade operacional.

Para Santos (2006, p. 95) o ABC “é uma metodologia de custeio que procura

reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos

indiretos”. Mas segundo Martins (2010, p. 87), “pode ser aplicado, também, aos

custos diretos”. O ABC surgiu num momento que os custos indiretos passaram a ter

uma grande relevância nas organizações. Assim, tornou-se uma alternativa aos

métodos tradicionais utilizados na época.

Santos (2006, p. 95-96), define os custos analisados utilizando o método de

custeio ABC

Comparado com os critérios correntes, o ABC representa uma apropriação mais direta. O custeamento considera como custos e despesas diretos dos produtos fabricados apenas os materiais diretos e mão de obra direta. Em troca, o ABC reconhece como custos diretos espécies de custos e despesas antes tratados como indiretos, não em relação aos produtos fabricados, mas às muitas atividades, necessárias para fabricar os produtos.

Segundo Rayburn (apud Leone, 2006, p. 255), a “finalidade do ABC é

apropriar os custos às atividades executadas pela empresa e, então apropriar de

forma adequada aos produtos as atividades segundo o que cada produto faz dessas

atividades”. Com a necessidade de adaptarem-se as constantes transformações do

mercado, as organizações precisam valer-se de um sistema de gestão estratégica

de custos. O custeio baseado em atividades exige acompanhamento contínuo do

Page 47: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

47

consumo dos recursos, controles eficazes e planejamento prévio quando necessário

para a otimização dos investimentos.

Sendo este método baseado nas atividades, cabe conforme Leone (2010, p.

37), “primeiramente identificar os custos e as despesas por atividades e, depois,

alocar as atividades aos produtos que são seus portadores finais. Com isso se diz

que os custos dos produtos ficam mais exatos”.

Segundo Ching (2001, p.22), o ABC “procura identificar as atividades que

cada produto demanda e os recursos consumidos por estas atividades de forma que

possa maximizar seus recursos e assim racionalizar seus produtos”.

Diferente dos demais métodos, o custeio baseado em atividades tem seu foco

no tratamento dos custos indiretos na constituição do produto final. Maher (2001)

defende que o ABC é um método de custeio que primeiro aloca os custos as

atividades e depois essas atividades repassam esses custos para os produtos que

as consomem.

Segundo Martins (2006, p. 87), o método ABC divide-se em duas gerações,

sendo a primeira uma “visão exclusivamente funcional e de custeio de produtos”. E a

segunda geração sob a análise de duas visões:

a) Uma visão vertical, a visão econômica: que apropria os custos aos

objetos através de atividades realizadas em cada departamento; e

b) Uma visão horizontal, a visão de aperfeiçoamento de processos: que

capta os custos dos processos através das atividades realizadas nos vários

departamentos funcionais.

Analisando a visão vertical, verifica-se que segue o mesmo conceito da

primeira geração descrita por Martins (2006), já na horizontal, torna-se uma

ferramenta gerencial de gestão de custos, pois acompanha o custo entre os

departamentos até sua finalização dentro do processo de produção.

Este sistema de custeio tem como objetivo definir as atividades envolvidas no

processo produtivo de um bem ou serviço. A alocação destes custos nas atividades

é feita por uma metodologia denominada de direcionadores de custos.

Segundo Martins (2001, p. 112),

Para se utilizar o ABC, é necessária a definição das atividades relevantes dentro dos departamentos, bem como dos direcionadores de recursos que irão alocar os diversos custos incorridos às atividades. Custeadas as atividades, a relação entre estas e os produtos são definidas pelos direcionadores de atividades, que levam o custo de cada atividade aos produtos (unidades, linhas ou famílias).

Page 48: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

48

Etapa do processo muito importante para o custeio ABC de mapeamento das

atividades e os direcionadores envolvidos na produção do produto ou serviço.

• Etapas do ABC

A partir do levantamento dos custos indiretos é possível iniciar a aplicação do

método ABC:

Quadro 10: Levantamento de recursos

Custos indiretos do departamento de engenharia de processos no mês

de julho/XA $

Salários 500

Depreciação 50

Viagens e estadas dos engenheiros 100

Suprimentos 20

Outros – aluguel, luz, telefone e água 30

Total dos custos indiretos 700

Fonte: Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 235).

Bornia (2002) e Martins (2010) concordam em algumas descrições das etapas

de cálculo do ABC, mas utilizam nomenclaturas diferentes para elas:

a) Mapeamento das atividades;

Conforme Martins (2010, p. 93), “atividade é uma ação que utiliza recursos

humanos, materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens e serviços.

É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho”.

Para Bornia (2002), o mapeamento das atividades é uma etapa complexa. Os

centros de custos são determinados conforme a estrutura organizacional da

empresa. E nesta etapa é necessário entrevistar as pessoas envolvidas nos

processos internos.

Page 49: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

49

Quadro 11: Levantamento de atividades

Atividades relevantes do departamento de engenharia de processos no mês de

julho/XA

Desenvolvimento de lista de materiais

Montagem de lista de materiais

Atendimento de pedidos especiais de clientes

Melhoria em processos

Projeto e desenho ferramental

Controlar a produção

Fonte: Adaptado de Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 236).

b) Alocação dos custos as atividades;

Para Bornia (2002, p. 125), o “cálculo dos custos das atividades corresponde

à distribuição primária do método dos centros de custos”. E complementa “a

alocação dos custos, deve representar o consumo dos insumos pelas atividades da

melhor maneira possível”.

Martins (2010) ressalta a importância de atribuição ser feita de forma rigorosa

de acordo com a seguinte ordem de prioridade:

1. Alocação direta;

2. Rastreamento;

3. Rateio.

Quadro 12: Atribuição do recurso por atividade

Atividades relevantes do departamento de engenharia de

processos no mês de julho/XA $

Desenvolvimento de lista de materiais 45

Montagem de lista de materiais 61

Atendimento de pedidos especiais de clientes 125

Melhoria em processos 76

Projeto e desenho ferramental 124

Controlar a produção 269

Total de custos indiretos do departamento 700

Fonte: Adaptado de Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 236)

Page 50: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

50

c) Identificação e seleção dos direcionadores de custos;

Conforme Martins (2010, p. 96), “direcionador de custo é o fator que

determina o custo de uma atividade”.

Para Nakagawa (1994, p.74), os direcionadores de custos podem ser

definidos através da terminologia cost drivers:

Uma transação que determina a quantidade de trabalho (não a duração) e, através dela, os custos de uma atividade. Definido de outra maneira, cost driver é um evento ou fator causal que influencia o nível e o desempenho de atividades e o consumo resultante de recursos. Exemplos: números de setups, números de ordens, números de clientes, numero de partes e componentes, distancia percorrida etc. Basicamente, todo fator que altere o custo de uma atividade é um cost driver. Ele é usado no ABC para caracterizar duas situações: a) mecanismo para rastrear e indicar os recursos consumidos pelas atividades, caso em que é chamado de cost driver de recursos; b) mecanismo para rastrear e indicar as atividades necessárias para a fabricação de produtos ou atender os clientes, caso em que é chamado de cost driver de atividades.

Conforme o quadro 13, cada atividade tem seu direcionador para dar

continuidade do custo até o produto final.

Quadro 13: Atividades e direcionadores

Fonte: Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 236).

d) Direcionadores de custos de recursos

Conforme Martins (2010) os direcionadores de custos de recursos são

denominados de direcionadores de primeiro estágio, onde as atividades utilizam

diretamente o recurso.

Atividades relevantes do departamento

de engenharia de processos

Direcionadores de atividades (cost

drivers)

Desenvolvimento de lista de materiais Número de listas desenvolvidas

Montagem de lista de materiais Número de listas montadas

Atendimento de pedidos especiais de

clientes

Número de pedidos especiais

atendidos

Melhoria em processos Horas de engenheiros

Projeto e desenho ferramental Número de projetos desenvolvidos

Controlar a produção Horas do gerente e supervisores

Page 51: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

51

e) Cálculo dos custos das atividades aos produtos.

Conforme Martins (2010), identificadas às atividades e seus direcionadores de

recursos, deve-se fazer o levantamento da quantidade e qualidade destes

direcionadores.

3.5.3 Vantagens e desvantagens do ABC

A utilização do ABC como instrumento de controle gerencial tem suas

vantagens e desvantagens quando comparado aos demais métodos de custeios.

Conforme Junior, Oliveira e Costa (2003, p. 239):

• O sistema ABC somente se utiliza de critérios de rateio como última alternativa no que consiste na atribuição de gastos indiretos ás atividades, ou seja, o critério de rateio é utilizado unicamente nos casos em que não seja possível a atribuição de custo para determinada atividade; • Identifica os “direcionadores” de custos, o que facilita a identificação de custos desnecessários, que não agregam valor; • Atribui os custos indiretos aos produtos de maneira coerente com a utilização de recursos consumida para a execução das necessárias atividades.

Para Ferreira (2007, p.191), considera os seguintes pontos positivos no ABC:

Quadro 14: Pontos positivos do ABC

Ferramenta para controle e gestão no

processo produtivo

Ferramenta para estimar os custos de

novos produtos

Mais precisão no custeio Ferramenta para o pricing

Evidencia os fatores causadores de

custos

Apoio à decisão estratégica

Dá importância às relações de

causalidade

Informação para a gestão das

atividades

Apoio às decisões make or buy Considera diversos objetos de custo

Fonte: Ferreira (2007, p. 191)

Como pontos fracos mencionados pelo autor estão:

• A complexidade do sistema, que implica um dispêndio de tempo e de

recursos que dificulta a estimativa de suas reais vantagens em termos de

custo beneficio.

• Misturar custos fixos e variáveis.

Page 52: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

52

4 METODOLOGIA

Na metodologia foi definido onde e como foi realizado o trabalho. Foram

definidos os métodos, os meios de coletas e análise dos dados para que seja de

fácil interpretação e entendimento de qualquer leitor.

De acordo com Fachin (2001), a metodologia é um instrumento do

conhecimento que proporciona aos pesquisadores, independente de sua área de

formação, orientação para planejar uma pesquisa, elaborar hipóteses, fazer

investigações, realizar experiências e interpretar os resultados obtidos. Ainda

segundo o autor é a escolha de procedimentos sistemáticos para descrição e

explicação dos assuntos.

Nos próximos tópicos, serão expostos os tipos de pesquisas adotados para a

elaboração deste estudo.

4.1 TIPOS DE PESQUISA

Existem diversas formas de classificação conforme seu processo científico, as

formas clássicas são: quanto à natureza, se dividindo em: pesquisa básica e

pesquisa aplicada – quanto sua abordagem: pesquisa quantitativa e pesquisa

qualitativa – quanto seu objetivo: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e

pesquisa explicativa e quanto seu procedimento técnico: pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental, levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação, pesquisa

participante, pesquisa experimental, pesquisa ex-post-facto. Assim Ventura (2002, p.

76-77), confirma essas diversas formas – “são incontáveis e absolutamente diversas

as classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura especializada”.

4.1.1 Quanto à natureza

A pesquisa deste trabalho na unidade operacional da Organização X em São

José, quanto sua natureza será aplicada. Segundo Silva e Menezes (2001, p.20) a

pesquisa aplicada tem como “objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática,

dirigindo a solução de problemas específicos”.

Page 53: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

53

Os métodos serão aplicados nos dados financeiros para o cálculo da

composição dos custos e assim a comparação entre o custo padrão e o custeio ABC

e por fim auxiliar na tomada de decisão dos esforços da unidade de estudo.

4.1.2 Quanto à abordagem

Quanto à abordagem, esta pesquisa será quantitativa e qualitativa.

De acordo com Fachin (2003) a pesquisa quantitativa “é determinada em

relação aos dados ou à proporção numérica”. Significa a transformação das

informações em números por de meios métodos estatísticos, e a partir deste

pensamento lógico, são feitas as análises.

Para este trabalho, a parte quantitativa foi utilizada os dados financeiros nos

métodos de custeios propostos para mensuração de resultados e análise.

Em relação à pesquisa qualitativa, Silva e Menezes (2005, p.20), consideram

“que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo

indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser

traduzido em números”. Para Fachin (2003), são definidos de forma descritiva, com

atributos e aspectos não mensuráveis.

Como pesquisa qualitativa, realizou-se entrevista com os responsáveis tanto

da contabilidade quanto da área técnica do serviço estudado.

4.1.3 Quanto ao objetivo

Quanto aos objetivos desta pesquisa, está será exploratória.

Conforme Gil (2002, p.41), a pesquisa exploratória “têm como objetivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explicito ou a construir hipóteses”.

Este trabalho busca contribuir com a organização por meio de expor a

necessidade de acompanhamento dos custos para a continuidade e investimentos

necessários no serviço de estudo.

4.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Com relação aos procedimentos técnicos será utilizada pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental e estudo de caso.

Para Fachin (2003), a pesquisa bibliográfica é “conjunto de conhecimentos

humanos reunidos nas obras”. Com a finalidade de encaminhar a determinado

Page 54: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

54

assunto e capacitar a reprodução a partir deste conhecimento. Para Marconi e

Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica é de fonte secundária, pois abrange toda

publicação no tema de estudo.

Neste trabalho, está fundamentado em alguns autores renomados no tema de

estudo. Buscou-se utilizar livros, teses, artigos científicos (TCC) e trabalhos de

conclusão de curso para fundamentar as teorias de pesquisa deste trabalho.

Conforme Gil (2002), a pesquisa documental é comparável à pesquisa

bibliográfica. Diferenciam na origem das fontes. Sua origem é de materiais “que não

recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de

acordo com os objetivos da pesquisa.” (p. 45).

E para os autores Marconi e Lakatos (2003, p.174), a característica da

pesquisa documental “é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,

escritos ou não, constituindo o que se denomina de fonte primárias.”

Para este trabalho, utilizaram-se documentos da organização e dados já

levantados sobre o tema de estudo, informações sobre o ambiente organizacional e

documentos técnicos sobre o serviço da pesquisa.

No procedimento estudo de caso, conforme Gil (2002, p. 54), ele “consiste no

estudo profundo e exaustivo de uma ou poucos objetos, de maneira que permita seu

amplo e detalhado conhecimento”.

Para o trabalho necessitou-se de um conhecimento de todo o processo

produtivo do serviço da pesquisa.

4.2 COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados desta pesquisa, utilizou-se o mês de setembro deste

ano para mensuração e análise destes dados.

Para a pesquisa bibliográfica utilizou-se de livros, teses, artigos científicos e

trabalhos de conclusão de curso sobre administração financeira, contabilidade de

custos, métodos de custeio e tomada de decisões. Para os dados documentais

referentes ao ambiente organizacional e o processo produtivo do serviço deste

estudo foi adquirido por meio de ambiente digital-institucional da organização de

acesso a somente colaboradores.

Os dados quantitativos foram coletados juntamente com o setor de

contabilidade e recursos humanos da organização. Para esta coleta foi necessário à

Page 55: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

55

autorização de superiores. Os dados qualitativos foram adquiridos por meio de

entrevistas com os responsáveis pelos processos produtivos diretamente e

indiretamente.

4.3 FORMA DE ANÁLISE

As informações qualitativas descritas para cada processo de produção do

serviço de estudo foram aplicados nos métodos propostos conforme a teoria.

Juntamente aos dados quantitativos, foram submetidos aos métodos de custeios

desta pesquisa e seus resultados foram medidos e comparados um ao outro, para

obter uma opinião quanto ao método mais adequado para o serviço de PCMAT da

unidade operacional da Organização X em São José. E sugerir estratégias em

relação à tomada de decisão para a criação de condições favoráveis de

desenvolvimento do serviço.

Page 56: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

56

5 RESULTADOS DA PESQUISA

O foco principal deste trabalho é analisar o PCMAT (Programa de Condições

e Meio Ambiente); para tanto serão definidas e apresentadas às etapas de

elaboração, aplicados os métodos de custeio e realizadas as análises pertinentes.

5.1 Descrição do serviço

Na Constituição Federal já consta definido claramente os direitos dos

trabalhadores e a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio das normas de

saúde, segurança e higiene.

Conforme Sampaio (1998, p. 13), o programa visa:

Fundamentalmente prevenir riscos e informar, além de treinar os trabalhadores para que se reduzam as chances de ocorrência de acidentes, assim como diminuir as consequências de quando são ocorridos. Também tem a intenção da implantação de um programa de segurança e saúde, regido pelas normas de segurança, principalmente pela NR 18, além de haver a integração entre a segurança, o projeto e a execução da obra.

A NR-18 trata especificamente de medidas de segurança na Construção Civil,

desde a prevenção de acidentes até mesmo condições de higiene e moradia dos

trabalhadores (canteiros de obras), tendo o PCMAT (Programa de Condições e Meio

Ambiente) na Indústria da Construção um dos principais tópicos desta Norma

Regulamentadora, que trabalha em consonância as exigências da NR-9 – Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais.

Conforme Rodrigues (2013, p. 42)

O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de Saúde e Segurança do Trabalho (técnico de Segurança do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho e/ou médico do Trabalho).

Ainda segundo Rodrigues (2013), a elaboração do PCMAT é obrigatória

quando a obra civil tiver 20 ou mais empregados. Nesta situação são necessárias as

seguintes exigências para a sua elaboração:

a) O empregador tem a responsabilidade quanto à elaboração do PCMAT

e disponibilizá-la as autoridades fiscalizadoras (MTE);

b) A elaboração deve ser somente por profissionais habilitados e com

credenciamento no MTE.

Page 57: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

57

c) São necessários alguns documentos a ser anexados ao PCMAT como:

memorial descritivo das condições e meio ambiente de trabalho e dados de

operações e riscos de acidentes e doenças ocupacionais, descrição das medidas

preventivas, descrição dos projetos de proteção coletiva, descrição do canteiro de

obras, programas educativos e ações de treinamento (NR-9), descrição dos riscos

por fases da execução da obra e descrição do cronograma e andamento esperado

da obra.

Outros itens obrigatórios são quanto as áreas de vivência, instalações

sanitárias e lavatórios.

Para Rodrigues (2013), o PCMAT deve conter as seguintes considerações:

a) Sumário, com os tópicos relacionados ao Programa;

b) Índice de tópicos, com o intuito de facilitar a consulta;

c) Apresentação dos principais tópicos do PCMAT;

d) Objetivos gerais e os resultados pretendidos com o Programa;

e) Dados do canteiro de obras;

f) Dados da empresa construtora;

g) Tipo de obra;

h) Datas previstas de início e conclusão das obras;

i) Dimensões das áreas de vivência;

j) Memorial descritivo das condições de trabalho e meio ambiente;

k) Descrição das etapas da obra;

l) Caso fiscalização pelo MTE deve conter: projetos, cronograma,

memorial entre outros documentos;

m) Manutenção dos projetistas e engenheiros no decorrer da execução da

obra;

n) Sobre os fechamentos dos canteiros;

o) Informações de deslocamento de terra, demolições, fundações,

escavações, carpintaria, armações de aço, concretagem, instalações de meios de

comunicação, instalações elétricas e hidráulicas, escadas, rampas e passarelas,

acabamento da obra, andaimes, equipamentos de proteção e combate a incêndio,

máquinas e ferramentas, transporte de materiais e pessoas e descrição da

organização de limpeza e ordem do local da obra.

Page 58: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

58

Constitui deste laudo grande importância para as empresas e seus

trabalhadores, que se resguardam judicialmente e também dos diversos acidentes

que podem ocorrer conforme o andamento da obra.

Conforme relato do engenheiro por meio de entrevista, o próprio descreve o

processo de elaboração do PCMAT da seguinte maneira na Unidade Operacional da

Organização X:

1. É solicitado para a Construtora os dados técnicos para elaboração do

PCMAT;

2. Após o recebimento dos dados por parte da Construtora, elaborar o

relatório do PCMAT;

3. Fazer visita no canteiro de obra para verificar lay-out das proteções

coletivas;

4. Elaborar projeto do canteiro de obra no software autocad com locações

de equipamentos, materiais, grua, elevadores de obra, betoneiras e as

especificações com cálculos das proteções coletivas;

5. Fazer a impressão do relatório do PCMAT e a plotagem das pranchas

(em média 5 a 6) dos projetos nos tamanhos A0 e A1;

6. Fazer entrega técnica do PCMAT para a Construtora.

5.2 Aplicação dos métodos de custeio

Foi solicitado que os dados financeiros se mantivessem em sigilo, por este

motivo nos valores apresentados foi aplicado um coeficiente que mantém a

realidade dos dados, mas impede de mostrar o valor real.

Com a definição da estrutura do custo padrão do produto - através de

questionário e documentação da área responsável pelo serviço, pode-se apurar os

valores resultantes da mão de obra indireta, proveniente do valor ideal de esforço de

trabalho da equipe de apoio e utilizando o plano de cargos e salários da organização

para obter o valor de mão obra indireta da equipe para a confecção de um laudo,

sendo que o valor salarial utilizado foi dos níveis iniciais de cada função que não

exigissem experiência. Os valores resultantes dos outros custos indiretos não são

possíveis de serem padronizáveis devido à estrutura organizacional ser complexa e

qualquer valor aqui apresentado será meramente um rateio arbitrário distorcendo o

resultado do custo, bem como, trata-se de custo de estrutura e atende diversas

Page 59: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

59

áreas de negócio e produtos. No item mão de obra direta foi aplicado o valor

resultante do tempo do processo aplicado pelo Engenheiro de Segurança do

Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho inteiramente vinculado à execução e

conclusão do laudo. E também os materiais com quantidade e valores padrões

utilizados para a confecção do laudo.

Quadro 15: Aplicação do custo padrão para o PCMAT

Indiretos Salários Encargos % esforço

MOI Equipe de suporte

R$ 8.532,64 R$

9.806,05 4%

R$

3,27

Outros gastos

Não são padronizáveis

Diretos Salários Encargos Hora

Produtiva Tempo (h)

MOD Técnicos R$ 4.898,09 R$

5.522,99 160 40

100% R$

34,52

Subtotal -

MO R$

1.511,49

Material Valor Quantidade

Materiais Plotagem A0 R$ 24,00 6 R$

144,00

Impressão

A4 R$ 0,0602 160

R$ 9,64

Subtotal - Materiais

R$

153,64

TOTAL R$

1.665,13

Fonte: Elaborado pela autora (2015)

A mão de obra direta considerada é aquela que tem seus recursos aplicados

na produção. Os serviços provenientes dos apoios e suportes estão classificados

como indiretos. Os materiais levantados para a aplicação do método respeitaram a

descrição do profissional responsável. Os custos indiretos, conforme mencionado

anteriormente, não foram possíveis de padronização, mas foi possível a verificação

de quais itens devem ser tratados para melhor visualização do custo pelo método

Page 60: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

60

padrão: energia elétrica – água e esgoto – telefone – limpeza e conservação –

materiais de limpeza e expediente, entre outros.

Conforme o quadro 15, o custo padrão do PCMAT é de R$ 1.665,13 por laudo

elaborado. Apesar dos materiais sofrerem alterações de valores conforme o

mercado, o quadro de lotação de pessoal para todo o processo de suporte e

elaboração do laudo que causa maior impacto na constituição deste custo. No custo

padrão ideal, foi utilizado à quantidade atual e seus respectivos cargos, mas

conforme plano de cargos e salários baseou-se em cargos com níveis iniciais.

A equipe de suporte e apoio fornece um percentual pequeno de seu esforço

devido ter historicamente uma baixa procura deste serviço pelos clientes, e também

necessita atender outros serviços da área de SST (Saúde e Segurança do

Trabalho). Considerou-se a hora produtiva da equipe técnica de forma ideal.

Com o custo padrão pretende-se o controle e a avaliação constante dos

processos produtivos onde essas diretrizes podem conduzir os administradores um

cuidado a ter maior com os custos nos processos, sejam diretos ou indiretos da

elaboração do PCMAT.

No custeio ABC assim como no custo padrão a estrutura foi definida por meio

de questionário e documentação com os responsáveis, mas as áreas da Matriz,

Núcleo de apoio operacional e da Filial não puderam ser mapeadas e então foi

utilizado um percentual histórico para dar continuidade no estudo, pois como

colocado anteriormente à estrutura organizacional de apoio é complexa. No quadro

16 estão expostas as áreas que as compõem essas estruturas:

Quadro 16: Estrutura organizacional

MATRIZ

Direção e gestão administrativa, Administração patrimonial

e aquisições, Contabilidade, Financeiro, Engenharia,

Gestão de Pessoas, Tecnologia da Informação.

NÚCLEO DE APOIO

OPERACIONAL

Direção e gestão administrativa, Administração patrimonial

e aquisições, Financeiro, Gestão de Pessoas, Tecnologia

da Informação.

FILIAL Direção e gestão administrativa

Fonte: Elaborado pela autora (2015)

Page 61: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

61

Como descrito no capítulo 2 deste trabalho, a estrutura organizacional da

Organização X é complexa e composta por diversas áreas que tem a função de

suporte, tanto na gestão administrativa do negócio quanto nos processos

operacionais.

A área de elaboração do laudo é composta pela equipe de suporte e apoio e

equipe técnica (Engenheiro de Segurança do Trabalho e Técnico de Segurança do

Trabalho). No ABC foi considerado o direcionador de percentual de esforço de

trabalho realizado em setembro do ano de 2015. Na mão de obra foram mapeadas

as seguintes atividades: assessorar tecnicamente os produtos e serviços para MOD

(equipe de suporte) e prestar serviços de assessoria e consultoria para os

profissionais técnicos.

Os valores resultantes dos apontamentos foram divididos pela produção

realizada do mesmo mês em questão. Verifica-se então, o custo realizado da

elaboração do PCMAT do mês de setembro de 2015.

No quadro 17 será demonstrada a aplicação do método de custeio ABC nos

dados da organização:

Page 62: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

62

Quadro 17: Aplicação do custeio ABC para o PCMAT

Área Atividade %

esforço Custos Totais Valor/Prod

Matriz

0,02% R$

4.779.385,47 R$

955,88 R$

477,94

Núcleo de apoio op.

0,03% R$

946.861,61 R$

284,06 R$

142,03

Filial

0,05% R$

1.489.862,03 R$

744,93 R$

372,47

Subtotal R$

992,43

Indiretos

MOI

Equipe de suporte

Assessorar tecnicamente

2,45% R$

15.004,91 R$

367,25 R$

183,62

Diretos

MOD

Técnicos Prestar serviços de

assessoria e consultoria

24,50% R$

8.185,08 R$

2.005,34 R$

1.002,67

Subtotal R$

1.186,30

Produção 2 Total R$

2.178,73

Fonte: Elaborado pela autora (2015)

Com uma produção de dois laudos de PCMAT no mês analisado, o custo por

laudo foi de R$ 2.178,73. No custeio ABC pode-se verificar que todos os recursos

provenientes das atividades para a execução dos serviços ofertados pela

Organização X, desde o nível hierárquico mais elevado, resultam num custo a ser

repassado ao serviço final.

5.3 Sugestões

O resultante do custo padrão é uma meta para o alcance da excelência dos

custos que envolvem os processos produtivos, onde a revisão periódica dos

processos que envolvem a produção, controle e verificação com o real são

estratégias que devem ser utilizadas para esse alcance. A padronização dos gastos

com ocupações e utilidades, depreciações de bens e a alocação salarial dos

Page 63: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

63

técnicos, visto que executam outras atividades para a área de SST, tornaria o custo

padrão mais formulado e coerente com a estrutura de elaboração do serviço.

O custeio ABC assim como o custo padrão tem a função de controle do

processo produtivo, mas oferece um resultado mais preciso se verificado e analisado

de forma contínua. Deve apoiar em decisões estratégicas, tornando-se uma

excelente ferramenta de apoio para a Organização X.

Para o desenvolvimento de condições favoráveis ao resultado almejado, às

atividades das áreas da Matriz, Núcleo operacional e Filial necessitam serem

mapeadas assim como seus respectivos direcionadores (tangíveis) para que a

mensuração dos resultados seja mais fidedigna a realidade executada. Motivar os

envolvidos quanto à importância do acompanhamento e análise contínua das etapas

do método.

Apesar das diferenças entre os métodos, os dois se complementam quando

vistos para uma análise dos custos do serviço proposto neste estudo.

Page 64: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

64

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho além de proporcionar um aprendizado à

acadêmica espera-se que a organização possa despertar a atenção dos

administradores quanto à necessidade do controle de custos, visto o dinamismo do

cenário econômico. Este conhecimento é imprescindível para uma administração

eficiente. Neste trabalho, a pretensão era a análise dos métodos e comparativo entre

eles no serviço PCMAT, oferecido pela unidade operacional da Organização X à

Indústria da Construção Civil.

As etapas do serviço PCMAT foram descritas pelo engenheiro responsável

pela elaboração dos laudos, contribuindo para o entendimento dos processos, dos

materiais e profissionais envolvidos na elaboração do serviço.

Para a aplicação dos dados obtidos nos métodos propostos, encontraram-se

algumas dificuldades para o mapeamento do processo. Alguns itens ou áreas não

puderam ser descritas conforme a teoria do método devido apresentar uma

complexidade de estruturação e então qualquer valor apresentado poderia distorcer

o resultado. Com o levantamento dos dados possíveis, buscou-se a aplicação nos

métodos de custeio propostos no serviço PCMAT, que é um laudo obrigatório por

meio de Portaria do MTE. Foram aplicados os métodos padrão para mensurar o

custo ideal deste serviço. No custeio ABC, a aplicação foi direcionada para o

realizado ocorrido no mês de setembro deste ano.

Com a mensuração dos resultados verificou-se que o item mão de obra que é

comum entre os custos tem maior influência nos custos de produção. Neste item que

é considerado o de maior importância para a execução do serviço, os

administradores devem observar tanto de forma quantitativa quanto qualitativa.

Apesar da contribuição de toda a estrutura organizacional e material, a qualidade do

serviço é de grande valia para a fidelização do cliente.

Portanto, após o conhecimento obtido a partir das teorias e da atualização

para aplicação nos dados obtidos, meu ponto de vista considera que os dois

métodos são de suma importância, e se completam se utilizados em conjunto.

Podendo o padrão ser utilizado como inicial e no decorrer da execução do serviço o

ABC pode mensurar o realizado e posteriormente assumir papel na etapa de

Page 65: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

65

orçamento da organização, sempre com revisões contínuas das atividades e seus

direcionadores de custos.

Finalmente considera-se que o estudo que tinha por objetivo responder o

questionamento de qual melhor método a ser utilizado foi respondido e como

sugestão para otimização dos resultados, fica a necessidade de eficiência dos

agentes de mercado nas vendas do serviço ao cliente, criando assim um processo

contínuo e bem explorado da estrutura de operacionalização da organização –

controle da hora produtiva da mão de obra, e consequentemente o valor salarial

relativo, visto que os profissionais envolvidos no PCMAT também executam

atividades para outros serviços – verificação periódica e incentivo vindo dos

administradores quanto ao acompanhamento e análise contínua dos processos

operacionais de todas as áreas da organização.

Page 66: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

66

REFERÊNCIAS

BORNIA, Antônio Cezar. Análise Gerencial de Custo: Aplicação em Empresas Modernas. Porto Alegre: Bookmann, 2002; ______. Análise Gerencial de Custos - Aplicação Em Empresas Modernas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. As decisões de investimentos . São Paulo: Atlas, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração . 6ª. ed. São Paulo: Editora Campus, 2003. ______. Administração . 3ª. ed. São Paulo: Makron-Books, 2004. CHING, H. Y. Gestão de estoques na Cadeia de Logística Integrada - Supply Chain. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2004. DUTRA, René Gomes. Custos uma Abordagem Prática . 3 ed. São Paulo: Atlas, 1992. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia . 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia . 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. FERREIRA, José Antonio Stark. Contabilidade de custos . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa . 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Métodos e técnicas de pesquisa social . 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

Page 67: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

67

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração Financeira . 7 ed. São Paulo: Harbra. 1997. ______. Princípios de administração Financeira . Porto Alegre: Bookman, 2001. ______. Administração financeira: uma abordagem gerencial / Lawrence J. Gitman, Jeff Madura; tradução Maria Lucia G. L. Rosa; revisão técnica Rubens Famá – São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2003. ______. Princípios de administração financeira . São Paulo: Pearson, 2004. GRAY, Jack. JOHNSTON, Kenneth S. Contabilidade e administração . São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. GROPPELLI, A. A. Administração Financeira . 3 ed. – São Paulo: Saraiva, 2010. GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira . 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática : matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro – 5 ed. – São Paulo: Atlas, 2004. HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de custos : uma nova abordagem - 11.ed. São Paulo: Pearson, 2004. IUDICIBUS, Sergio de. Contabilidade gerencial . 7. ed. Atlas, 1998. KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo & Desempenho . São Paulo: Futura, 1998. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica . 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque administrativo. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1983.

Page 68: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

68

______. Custos: Planejamento, implementação e controle . São Paulo: Atlas, 1987. ______. Curso de contabilidade de custos . 1 ed. São Paulo: Atlas, 1997. ______. Custos: planejamento, implantação e controle . 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000. ______. Curso de Contabilidade de Custos . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. ______. Curso de contabilidade de custos . 2 ed. – 4 reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Os 12 mandamentos da Gestão de Custos. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2007. ______. Curso de contabilidade de custos . 4 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MAHER, M. Contabilidade de custos : criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001. MARQUESINI, A. G; ET al. Estudo para utilização do método de custo padrão combinado com o sistema de custeio variável no gere nciamento de custos . 2006. Artigo científico – Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo: 2006. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos . 8 ed. São Paulo: Atlas, 2001. ______. Contabilidade de custos . 9 ed. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Contabilidade de custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Contabilidade de custos . 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010 MEGLIORINI, Evadir. SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração financeira: uma abordagem brasileira . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

Page 69: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

69

NAKAGAWA, Masayuki. ABC: custeio baseado em atividades . São Paulo: Atlas, 1994. PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Gestão estratégica de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. RODRIGUES, Flávio Rivero. Prevenindo acidentes na construção civil . 2 ed. São Paulo: LTr, 2013. ROSA, Marivone da. Análise dos custos de exames laboratoriais do hospi tal universitário . 2004. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis), UFSC, Florianópolis: 2004. SAMPAIO, José Carlos de Arruda. PCMAT : Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. São Paulo : Pini, SINDUSCON/SP, 1998. SANTOS, Joel José dos. Análise de Custos : um enfoque gerencial com ênfase para custeamento marginal. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1990. ______. Analise de custos: remodelado com ênfase para sistema de custeio marginal, relatórios e estudos de casos. São Paulo: Atlas, 2005. SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; PINHEIRO, Paulo Roberto. Fundamentos de gestão estratégica de custos . São Paulo: Atlas, 2006. SILVA, Edna Lúcia da. MENEZES, Estera Muskat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação . Florianópolis: UFSC, 2001. ______. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4 ed. Revisada. Florianópolis: UFSC, 2005. SOUZA, Alceu; CLMENTE, Ademir. Gestão de custos: aplicação operacional e estratégicas, exercícios resolvidos e propostos com utilização do EXCEL .São Paulo: Atlas, 2007. VIANA, Cibilis da Rocha. Teoria Geral da Contabilidade 2ª. Edição. Sulina: Porto Alegre, 1959.

Page 70: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · metodologia mais adequada para o produto PCMAT – Pr ograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

70

VICECONTI, P. E. V; NEVES, S. Contabilidade de Custos . São Paulo: Frase, 1995. VENTURA, Deisy. Monografia jurídica . Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002. WERNKE, Rodney. Gestão de custos : uma abordagem prática. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2004.