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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTAMIRA DO PARANÁ EDITAL 001/2017 RECURSOS MÉDICO CLÍNICO GERAL INSCRIÇÃO: 103 CANDIDATO: GUILHERME NORIO HAYAKAWA Questão Nº: 11 11. O paciente em uso de digitálicos que apresenta anorexia, náuseas, bradicardia, cefaléia, lipotimia e extremidades frias apresenta um quadro de: a) Infarto agudo do miocárdio. b) Angina pectoris. c) Intoxicação digitálica. X d) Insuficiência cardíaca congestiva. CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Segundo a III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica, o uso de digoxina pode acarretar em distúrbios gastrointestinais (anorexia, náuseas e vômitos), neurológicos (confusão mental, xantopsia) ou cardiovasculares (bradicardia sinusal, bloqueios átrio-ventriculares, extra-sístoles ventriculares polimórficas frequentes ou, mais especificamente, taquicardia atrial com BAV variável), sendo sinais típicos de intoxicação digitálica. Sinais e sintomas típicos de insuficiência cardíaca congestiva são dispneia, ortopnéia, dispneia paroxística noturna, congestão pulmonar e sistêmica, edema de membros inferiores, presença de terceira bulha cardíaca, turgência jugular, refluxo hepatojugular, hepatomegalia, aumento da pressão venosa central. Portanto, a questão apresenta equívoco quanto à resposta apresentada como correta (alternativa D), uma vez que os sinais indicados são típicos de intoxicação digitálica, ao passo que os sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva deveriam ter sido apresentado como acima citado. RESPOSTA: RECURSO DEFERIDO. QUESTÃO CANCELADA. OPÇÃO "C". Questão Nº: 12 12. A administração de medicamento digitálico estará contra-indicada se o pulso do paciente apresentar a seguinte faixa de batimento por minuto: a) Abaixo de 60 x b) Entre 70 e 80

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTAMIRA DO PARANÁ

EDITAL 001/2017

RECURSOS MÉDICO CLÍNICO GERAL

INSCRIÇÃO: 103

CANDIDATO: GUILHERME NORIO HAYAKAWA

Questão Nº: 11 11. O paciente em uso de digitálicos que apresenta anorexia, náuseas, bradicardia, cefaléia, lipotimia e extremidades frias apresenta um quadro de: a) Infarto agudo do miocárdio. b) Angina pectoris. c) Intoxicação digitálica. X d) Insuficiência cardíaca congestiva.

CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Segundo a III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica, o uso de digoxina pode acarretar em distúrbios gastrointestinais (anorexia, náuseas e vômitos), neurológicos (confusão mental, xantopsia) ou cardiovasculares (bradicardia sinusal, bloqueios átrio-ventriculares, extra-sístoles ventriculares polimórficas frequentes ou, mais especificamente, taquicardia atrial com BAV variável), sendo sinais típicos de intoxicação digitálica. Sinais e sintomas típicos de insuficiência cardíaca congestiva são dispneia, ortopnéia, dispneia paroxística noturna, congestão pulmonar e sistêmica, edema de membros inferiores, presença de terceira bulha cardíaca, turgência jugular, refluxo hepatojugular, hepatomegalia, aumento da pressão venosa central. Portanto, a questão apresenta equívoco quanto à resposta apresentada como correta (alternativa D), uma vez que os sinais indicados são típicos de intoxicação digitálica, ao passo que os sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva deveriam ter sido apresentado como acima citado.

RESPOSTA: RECURSO DEFERIDO. QUESTÃO CANCELADA. OPÇÃO "C".

Questão Nº: 12 12. A administração de medicamento digitálico estará contra-indicada se o pulso do paciente apresentar a seguinte faixa de batimento por minuto: a) Abaixo de 60 x b) Entre 70 e 80

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c) Entre 80 e 90 d) Entre 90 e 100. CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Segundo III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica, a digoxina está indicada em pacientes com IC com disfunção sistólica, associado à frequência ventricular elevada na fibrilação atrial, com sintomas atuais ou prévios. A suspensão do digital em pacientes com IC com fração de ejeção reduzida pode levar a piora sintomática e aumento nas hospitalizações. Os digitálicos não estão indicados para o tratamento da IC com fração de ejeção preservada (FEVE > 45%) e ritmo sinusal. O uso da digoxina está contra-indicado em pacientes que apresentem bloqueio AV de segundo grau Mobitz II e terceiro grau; doença do nó sinusal sem proteção de marcapasso e em síndromes de pré-excitação. Deve ser administrado com precaução em idosos, portadores de disfunção renal e pacientes com baixo peso. Portanto, é possível observar que a frequência cardíaca não é diretamente uma contra-indicação para o uso de digitálicos, porém pelo risco (e efeito da medicação) em causar bradicardia sinusal, como já citado em efeitos da intoxicação digitálica, a opção mais correta para esta questão deveria ser a alternativa A, onde o paciente já apresenta quadro de frequência cardíaca baixa. Além disso, segundo a II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda, a digoxina possui, além de suas propriedades inotrópicas, propriedades vagomiméticas e simpaticoinibitórias, o que faz com que sua associação aos betabloqueadores torne o controle da frequência cardíaca (FC) mais eficaz, sobretudo nos pacientes com fibrilação atrial. Embora não testada em estudos clínicos randomizados, os digitálicos têm sido recomendados como auxílio aos betabloqueadores, ou mesmo antes de sua introdução, no controle da FC em pacientes com IC descompensada com disfunção sistólica, portadores de fibrilação atrial e resposta ventricular > 80 bpm. Ou seja, não se pode afirmar que a alternativa correta seria frequência cardíaca entre 80 e 90. RESPOSTA: RECURSO DEFERIDO. QUESTÃO CANCELADA. OPÇÃO "A". Questão Nº:13 13. A frequência de pulsação serve como parâmetro para a administração de: a) Quimioterápicos b) Digitálicos c) Vitaminas d) Antibióticos CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Questão mal formulada. A frequência de pulsação é um sinal clínico importante, mas dentre as opções citadas, teria maior importância clínica, como já citada anteriormente, na administração de digitálicos, uma que vez a administração dessas drogas tem como objetivo principal o controle da frequência cardíaca do paciente, visando correção de possível disfunção sistólica, associado à frequência ventricular elevada como na fibrilação atrial,

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com sintomas atuais ou prévios. Também teria importância neste caso, como parâmetro para avaliação de bradicardia após inicio da terapêutica, uma vez que este pode ser um efeito colateral ou até mesmo sinal de intoxicação digitálica. Além disso, segundo a I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares nos pacientes com câncer são eventos cada vez mais frequentes em decorrência de avanços na terapêutica oncológica que resultaram tanto na melhora da qualidade de vida como no aumento da sobrevida dos pacientes. Nas últimas décadas, os progressos no tratamento oncológico resultaram também na maior exposição dos pacientes a fatores de risco cardiovasculares e à quimioterapia com potencial de cardiotoxicidade. Atualmente, observa-se uma mudança no paradigma em relação ao prognóstico do paciente oncológico, que passa a ser visto como um portador de uma doença crônica que ao longo de sua evolução pode apresentar descompensações agudas, como as manifestações cardiovasculares. Uma definição padronizada de cardiotoxicidade devido à quimioterapia é essencial para fins assistenciais e de pesquisa nessa população. Nas últimas duas décadas, as definições de cardiotoxicidade dos ensaios clínicos de oncologia são baseadas nas medidas da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). O Instituto Nacional de Saúde (NIH) define cardiotoxicidade segundo a FEVE: Grau I: redução assintomática da FEVE entre 10% e 20%; Grau II: redução da FEVE abaixo de 20% ou abaixo do normal; Grau III: insuficiência cardíaca sintomática. Portanto, durante a quimioterapia, um importante parâmetro utilizado para avaliação da cardiotoxicidade seria a FEVE, e não somente a frequência de pulsação. RESPOSTA: RECURSO DEFERIDO. Existem também os fatores fisiológicos, idade, condicionamento físico, entre outros, como parâmetros. QUESTÃO ANULADA. Questão Nº: 18 - As crianças são as principais vítimas de acidentes por queimaduras. Os cuidados imediatos a serem prestados no pronto-socorro devem ter como objetivo os seguintes fatores em ordem de prioridades: a) Antibioticoterapia, analgesia, profilaxia tetânica. b) Reposição hídrica, analgesia, prevenção de infecção. c) Prevenção de infecção, antibioticoterapia, analgesia. d) Profilaxia tetânica, antibioticoterapia, reposição hídrica. CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Questão mal formulada, passível de ser anulada pelo fato de não deixar explicito idade do paciente, tipo de queimadura (queimadura química, por eletricidade, inalatória), extensão e profundidade da lesão, região afetada, presença ou não de trauma associado, fatores importantes para o atendimento do paciente queimado. Durante o atendimento ao paciente queimado, diversos cuidados prestados, entre eles os citados, muitas vezes são realizados concomitantemente, realizando os cuidados por vezes de acordo com os fatores não explicitados na questão, uma vez que para queimaduras leves e não extensas, a reposição hídrica e analgesia não necessariamente é prioritário, assim como em muitas ocasiões a antibioticoterapia não é

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necessária. Portanto, para a classificação dos cuidados citados em ordem de prioridades, mais informações deveriam ter sido fornecidas no corpo da questão. RESPOSTA: MANTEMOS A RESPOSTA DOS AUTORES, conforme bibliografia constante no Edital. Os cuidados imediatos prestados no pronto socorro visam, a princípio, à reposição hídrica, devido à grande perda de água, eletrólitos e proteínas; à prevenção de infecção , a princípio pela limpeza e proteção da lesão e analgesia e/ou sedação da criança, quando se deve evitar os medicamentos depressores do sistema respiratório. Enfermagem. Ed. Cultura Médica 2001.p.73. Maysa Luduvice Gomes & Carlos Sérgio Corrêa dos Reis.

Maysa Luduvice Gomes - Possui graduação e habilitação Enfermagem Obstétrica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ - 1981/82), mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO -1997) e doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ (2011). É professora adjunta do Departamento de Enfermagem Materno Infantil da Facenf/UERJ, Graduação e atual coordenadora do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica e consultora do Grupo Parto Ecológico de atenção à gestação, parto e pós-parto em domicílio.

Carlos Sergio Correa dos Reis - Possui graduação em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1979), mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1997) e doutorado em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem - UERJ (2015). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor assistente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Questão Nº: 20 - Criança com 10 anos de idade é levada ao posto de saúde após ingestão de substância corrosiva derivada do petróleo. Se o paciente consegue deglutir, deve-se: a) Fazer lavagem gástrica. b) Oferecer água. c) Induzir ao vômito. d) Oferecer leite. CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Questão deve ser anulada pela falta de alternativa correta. Segundo o livro Medicina de Emergência – Faculdade de Medicina da USP e também segundo a Diretriz na Ingestão de Agentes Corrosivos (08/2006), os ácidos e álcalis (corrosivos), são capazes de reagir com moléculas orgânicas e causar graves lesões de pele, olhos; e quando ingeridos por via oral, causar graves lesões orais, em vias aéreas, esôfago, estômago e intestino. Os álcalis causam necrose por liquefação e ocasionam uma saponificação das gorduras, dissolução de proteínas e

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emulsificação de membranas lipídicas. Isso pode levar a necrose tissular e trombose de pequenos vasos. Os ácidos causam necrose de coagulação; proteínas são desnaturadas, resultando na formação de coágulos ou escaras de aderência firme. O tratamento deve ser realizado através de hidratação endovenosa vigorosa, correção dos distúrbios eletrolíticos, uso de antieméticos/bloqueadores H2 ou de bomba de H+ e analgesia. O uso de corticosteroides e de antibióticos de amplo espectro é controverso. Os corticoides tem maior utilidade principalmente em lesões com risco de estenose, para lesões causada com álcalis. As estenoses devem ser tratadas por dilatação endoscópica três a quatro semanas após a ingestão e, se disponível, com stents. Casos mais graves podem necessitar de correção cirúrgica. Lavagem gástrica e carvão ativado são contra indicados, e utilização de leite após a ingesta de substância corrosiva é conduta antiga, já não recomendada na literatura atual. A indução do vômito também é proscrito, uma vez que pode agravar ainda mais as lesões do trato digestivo superior e também de via aérea superior, com possibilidade de broncoaspiração. RESPOSTA: RECURSO; PROVIDO, QUESTÃO ANULADA. 22. Médico plantonista é solicitado pela Polícia Rodoviária Federal a comparecer para atender no local do

acidente, vítima sangrando profusamente de uma laceração profunda no antebraço esquerdo. A opção

de ação deve ser:

a) Aplicar um torniquete logo acima do cotovelo.

b) Aplicar pressão diretamente sobre a ferida.

c) Tratar a vítima quanto ao choque.

d) Conter o paciente para evitar agravamento da lesão.

CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Questão abordando atendimento ao trauma na fase pré-hospitalar. Segundo o Advanced Trauma Life Suport (ATLS) – Suporte Avançado de Vida no Trauma, nesta fase deve ser dada ênfase, inicialmente, à sinalização do local do trauma; após, em relação à vítima, deve ser realizado à manutenção da via aérea, imobilização do doente, controle da hemorragia externa e do choque e transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo, preferencialmente a um centro de trauma credenciado. Doentes são avaliados e as prioridades de tratamento são estabelecidas de acordo com suas lesões, seus sinais vitais e mecanismo de lesão. O seu tratamento deve consistir em uma avaliação primária rápida, reanimação das funções vitais, uma avaliação secundária mais pormenorizada, e finalmente, o inicio do tratamento definitivo. Esse processo constitui o ABCDE dos cuidados do doente traumatizado e identifica as condições que implicam risco à vida através da seguinte sequência: A – Via aérea com proteção de coluna cervical B – Ventilação e respiração C –Circulação com controle da hemorragia D – Disfunção, estado neurológico

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E – Exposição/controle do ambiente: despir completamente o doente, mas prevenindo hipotermia. Seguindo as orientações, a resposta deveria ser “conter o paciente para evitar agravamento da lesão”, ou possíveis lesões, já garantindo permeabilidade de via aérea e imobilização, uma vez que é desconhecido o mecanismo do trauma e outras possíveis lesões; nada impede que concomitantemente seja feita a compressão diretamente sobre a ferida. A hemorragia externa deve ser identificada e controlada também durante a avaliação primária. A hemorragia externa significativa deve ser tratada por compressão manual direta sobre o ferimento, assim como afirma a alternativa B. Os torniquetes são efetivos na exsanguinação nas lesões de extremidades, mas podem causar lesão isquêmica e devem ser utilizados quando a compressão direta não for efetiva. Portanto, seguindo orientações do ATLS, a resposta deveria ser a alternativa D – “Conter o paciente para agravamento de lesão”, na ausência da opção de “sinalização do local do acidente”, que deveria ser a primeira ação a ser realizada em casa de acidente em via rodoviária.

RESPOSTA: RECURSO INDEFERIDO, mantém-se a opção "B".

Se a Polícia Rodoviária é que solicitou o atendimento médico, se pressupõem que o local já está devidamente sinalizado visando o atendimento da vítima. Ao chegar ao local, o médico plantonista constata em primeira observação que a vítima sangra profusamente de uma laceração profunda no antebraço esquerdo, tornando-se a primeira opção de ação de interromper o sangramento com pressão direta sobre a ferida. Hemorragia externa causada pela perda de sangue alterando o fluxo normal da circulação devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou artéria), se não for prestado atendimento, pode levar ao Estado de Choque. Uma hemorragia externa não controlada pode até mesmo causar a morte em 3 a 5 minutos. Se isso não for bem sucedido, tem a opção de usar a elevação e a pressão sobre a artéria supridora.

Em técnicas de primeiros socorros, os procedimentos no caso específico de hemorragia externa que coloca

em risco de vida imediato, são adotados os seguintes procedimentos:

Devido ao fluxo de sangue intenso, localize o local exato da hemorragia para que o

atendimento não ocorra no local errado.

Evite entrar em contato com sangue ou fluidos corpóreos da vítima, para tal projeta-se

fazendo uso de luvas.

Sem prejudicar a circulação no local do ferimento, faça um curativo compressivo.

Utilize um pano limpo dobrado, no local do ferimento que ocasiona a hemorragia, após

faça uma atadura em volta com tiras de pano ou um cinto. Não utilize arames,

barbante, fios, esses objetos podem dificultar a circulação.

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No caso da hemorragia em uma extremidade (braço, perna), eleve o membro. Nunca

eleve o membro se existir a possibilidade de fratura.

Utilize os dedos para pressionar a área para auxiliar a estancar a hemorragia. Se após a

realização do curativo compressivo, o sangue continue saindo, não retire os panos

molhados de sangue para que o processo de coagulação não seja interrompido.

Coloque outro pano limpo em cima e uma nova atadura.

Nunca use torniquete. O seu uso pode levar a amputação cirúrgica do membro caso

não seja afrouxado corretamente e no tempo certo.

O método S.T.A.R.T. é utilizado na triagem inicial, ou seja, na zona quente; enquanto que os

métodos C.R.A.M.P. e A.B.C.D.E. do trauma são mais utilizados no P.M.A. (Posto Médico Avançado)

e no intra hospitalar. Contudo, cada serviço adota o método que melhor se encaixa em uma

realidade de atendimento, inclusive a miscelânea deles.

"Para o atendimento em caso de hemorragia externa, é importante lembrar que esse atendimento de

urgência máxima, deve ser utilizado para manutenção da vida, evitando o agravamento do seu estado".

Fonte: Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Enfermagem - Ed. Cultura Médica. Possui

graduação em Enfermagem pela Universidade Federal Fluminense (1981), mestrado

em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988) e doutorado em

Enfermagem pela Universidade de São Paulo (1993). Desde 1994 é professora titular

da Universidade Federal Fluminense. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas

sobre as Atividades de Enfermagem (NEPAE) e o Núcleo de Estudos sobre Saúde e

Etnia Negra (NESEN) responsáveis pelas Especializações Enfermagem em Cuidados

Intensivos e Enfermagem em Métodos Dialíticos & Transplante. Criou e editou o

periódico científico Online Brazilian Journal of Nursing e o Journal of Specialized

Nursing Care.

27. Na administração de excessivas doses de cloreto de potássio a 10% via endovenosa pode ocorrer: I. Arritmias ventriculares II. Parada cardíaca III. Fraqueza muscular IV. Paralisia dos músculos respiratórios V. Manifestações gastrintestinais A assertiva é: a) Somente a I e III b) Somente a III e V

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c) Somente a IV d) Somente a II CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: Segundo o livro Medicina de Emergência – Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), a hipercalemia é definida como concentração sérica de potássio >5mEq/L. O quadro clínico pode apresentar sintomas inespecíficos como fraqueza, adinamia e arritmias cardíacas (extrassístoles isoladas ou polifocais, fibrilação atrial, flutter atrial, fibrilação ventricular ou assistolia). Além disso, nos casos de hipercalemia grave, o paciente pode apresentar quadro de paralisia, incluindo a respiratória ou cardiorrespiratória. A questão deve ser anulada, uma vez que as opções descritas na questão são passíveis de ocorrer na hipercalemia, e não somente a alternativa “II – parada cardíaca”. Além disso, no momento da pergunta “A assertiva é: a questão não pede as assertivas corretas ou as incorretas, apresentando-se, portanto, dúbia. RESPOSTA: RECURSO INDEFERIDO. Mantém-se a opção "d" como correta.

Inicialmente a palavra "assertiva" não é dúbia. Significa: Afirmação; aquilo que se afirma ou mantém-se

como verdade. Asserção; enunciado categórico, indiscutível, claro e definido. A assertiva indaga qual das

opções está correta (a, b, c, ou d).

Na opção " I. Arritmias ventriculares". As Arritmias Ventriculares são um grupo de distúrbios do ritmo originados distais à bifurcação do Feixe de

His. Os estímulos ventriculares não são conduzidos pelo sistema de condução intraventricular, os

complexos QRS são largos, semelhante ao mecanismo dos Bloqueios de Ramo.

A causa mais comum das Arritmias Ventriculares é a ocorrência de estímulos ectópicos (Extrassístoles Ventriculares, Taquicardia Ventricular), mas também podem aparecer como um fenômeno de escape na ausência de estímulos atriais. O eletrocardiograma é um exame fundamental nas Arritmias Ventriculares. Especialmente nas mais graves, como a Taquicardia Ventricular.

Sempre que a estabilidade do paciente o permita, é necessário realizar um eletrocardiograma (ECG) de doze derivações, para identificar o tipo de arritmia e distinguir entre Taquicardia Ventricular ou Supraventricular.

A principal causa de Taquicardia Ventricular é a cardiopatia isquêmica, devido a mecanismos de reentrada em regiões danificadas por um infarto. Outras causas de taquicardia ventricular são as cardiomiopatias dilatadas ou hipertrófica, cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, doença valvular, sarcoidose, doença de Chagas entre outras.

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A Taquicardia Ventricular é geralmente regular, com frequências cardíacas entre 100 e 250 bpm, mas em alguns casos pode ter um ritmo irregular. Na Taquicardia Ventricular, a atividade atrial é independente dos ventrículos, a menos que haja condução ventrículo-atrial.

Segundo o Laboratório Halexlstar, consta na bula, o seguinte:

Cloreto de Potassio - Indicações

Este medicamento é destinado ao tratamento de hipocalemia, alcalose metabólica, podendo também ser utilizada no tratamento de intoxicações digitálicas. O cloreto de potássio é o sal de escolha para repor estoques de potássio exauridos por diuréticos tiazídicos ou de alça, por diarreia intensa e pelo uso de corticosteroides em consequência de doenças das suprarrenais ou nas doenças tubulares renais. Pode também ser usado em pacientes nos quais a depleção de potássio representa risco elevado, como pacientes cirróticos ou digitalizados.

Contra-indicações de Cloreto de Potassio Hipercalemia de qualquer origem, insuficiência renal grave com oligúria, doença de Addison descompensada, paralisia periódica familiar, desidratação aguda em fase hipovolêmica, diarreia grave, nefropatia com perda de potássio, choque térmico, politraumatismos e em portadores de anemia falciforme. Este medicamento é contraindicado para pacientes que estejam recebendo diuréticos poupadores de potássio como a espirolactona. A relação risco-benefício também deve ser avaliada na presença de bloqueio cardíaco agudo ou completo.

Advertências A velocidade de infusão não deve ser rápida. Uma velocidade de 10mEq de potássio/hora é considerada segura

enquanto o volume urinário for adequado. Doses elevadas podem causar depressão cardíaca que pode levar à

parada cardíaca. Deve-se ter cuidado ao tentar corrigir a hipopotassemia para evitar uma sobre compensação que

possa resultar em hiperpotassemia acompanhada de arritmias cardíacas. A concentração normal de potássio sérico nos

adultos é de 3,5 a 5 mEq/L e 4,5 mEq/L é usada como referência. Ao ultrapassar 6 mEq/L, é possível que as arritmias

comecem.

Considerando que a questão é objetiva " administração de excessivas de doses de cloreto de

potássio a 10% via endovenosa", as variações nas concentrações de potassio, tanto as

hiperpotassemias (elevada concentração) assim como as hipopotassemias (baixa concentração) provocam

uma PARADA CARDIACA. ou seja, cessa os batimentos cardíacos. A hiperpotassemia provoca a parada

cardíaca em diástole, ou seja, o coração para quando "relaxou", quando recebia o sangue da circulação

periférica. Enquanto que, a hipopotassemia provoca a parada cardíaca em sístole, quando o coração se

contraía para bombear o sangue para todo o organismo.

Questão Nº: 34

34. O maior responsável por pneumonias oportunistas entre os aidéticos é o: a) P. carinii b) P. pneumoniae c) T. gondii d) C. neoformans

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CANDIDATO/JUSTIFICATIVA: De acordo com “Pneumonias em Portadores da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Sida/Aids) – I Consenso Brasileiro sobre Pneumonias”, as pneumopatias constituem um importante grupo de doenças nos pacientes com SIDA/AIDS: em estudos de necropsias, 90% desses pacientes têm algum tipo de envolvimento pulmonar. As infecções respiratórias representam importante demandados atendimentos de pacientes portadores de SIDA. De1.281 casos atendidos em seis centros norte-americanos de referência, no período de 1990-91, 1.116 (87%) eram HIV+e 165 (13%), pacientes de risco. Desses, 33,4% consultaram por infecção das vias aéreas superiores, 16% por bronquiteaguda, 5,3% por sinusite aguda, 4,8% por pneumonia bacteriana e 3,9% por pneumonia por Pneumocystiscarinii. As infecções pulmonares mais frequentes nos pacientes aidéticos são: as pneumonias bacterianas, a pneumonia por Pneumocystiscarinii, as micobacterioses (TBC/micobactérias atípicas), as infecções por fungos (Cryptococcusneoformans, Histoplasmacapsulatum, Aspergillussp), por vírus (CMV, herpes simplex, adenovírus) e por protozoários (Toxoplasma gondii, Strongyloidesstercoralis). Na década de 80, as infecções pulmonares por P. carinii representavam de 60 a 85% do total de pneumonias, enquanto as bacterianas constituíam apenas de 2,5 a 7%. Na década de 90 esse perfil sofreu grande modificação e o percentual de pneumonias bacterianas é hoje maior do que o das infecções por P. carinii.

Publicação Artigo Científico sobre PNEUMONIAS EM PORTADORES DA SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA

ADQUIRIDA (SIDA/AIDS), Relatores: Sérgio Menna Barreto e Jussara Fiterman Molinari, J Pneumol 24(2) –

mar-abr de 1998, p.95., utilizado como pesquisa pelo CANDIDATO.

RESPOSTA: RECURSO INDEFERIDO. Mantém-se a opção "a" como correta.

a) P. carinii.

A pneumonia por Pneumocystis carinii, também designada de pneumocistose, é uma das infecções

oportunistas mais frequentes nas pessoas infectadas com o HIV. O Pneumocystis carinii é um fungo que foi

rebatizado com o nome de Pneumocystis jaroveci.

O Pneumocystis jaroveci é um microrganismo comum que pode residir inofensivamente nos pulmões

normais, mas que provoca doença em crianças e adultos com um sistema enfraquecido e, por isso, uma das

causadoras de maior mortalidade nas pessoas com HIV. A maior parte das pessoas atingida pela

pneumocistose fica muito mais fraca, perdem muito peso e tem grandes probabilidades de tornarem a ter

este tipo de pneumonia. Contudo, atualmente é possível prevenir e quase sempre tratar esta doença. Sem

tratamento antiretroviral cerca de 85 por cento dos infectados com HIV acabariam eventualmente por

desenvolver pneumocistose. (Atlas da Saúde. 21.3.2014) Fonte: Manual Merck - aids/Portugal.

b) P. pneumoniae - Internet

O diagnóstico é por recolha de amostras e cultura, sorologia (detecção de anticorpos específicos). O sistema imune produz anticorpos anti-capsulares efectivos, mas demora algum tempo (variável), podendo

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os danos já ser sérios nessa altura. A imunidade a uma estirpe não confere proteção contra outras. A pneumonia e a meningite são as manifestações mais frequentes, e ambas são perigosas.

Pneumonia: pneumonia lobar e broncopneumonia. Febres altas (39-41 °C), com tosse e expectoração amarela purulenta. Ocorre frequentemente após doença respiratória viral (e.g. gripe), que destrói os cílios do epitélio respiratório permitindo à bactéria instalar-se e multiplicar-se sem ser expulsa pela ação mecânica dos cílios. A mortalidade é de 5%.

Meningite: infecção das meninges do cérebro que é uma emergência potencialmente fatal. O pneumococo é a principal causa de meningite em adultos. Inicio súbito de dores de cabeça, vômitos, sensibilidade à luz. O tratamento com antibióticos tem de ser instituído pouco depois do inicio dos sintomas ou a morte torna-se inevitável.

Septicémia: invasão e multiplicação no sangue. Mortalidade muito elevada. Normalmente ocorre após multiplicação num órgão específico sem limitação efetiva.

Sinusite

Otite media

Osteomielite

Úlcera corneal

Artrite séptica

Endocardite

c) T. gondii - Internet

É um protozoário microscópico do filo Apicomplexa, de ciclo de vida facultativamente heterogéneo, tendo os felídeos como hospedeiros definitivos, enquanto que as outras espécies de mamíferos e as aves funcionam como hospedeiros intermediários. O Toxoplasma gondii é a única espécie conhecida do gênero Toxoplasma.

O T. gondii é o agente causador da toxoplasmose, uma protozoonose de distribuição mundial. É uma doença infecciosa, congênita ou adquirida. Ela causa mudanças comportamentais nos seus hospedeiros, para que os mesmo sejam predados por felinos, os hospedeiros definitivos da espécie T. gondii. Umas das principais é a perda da aversão natural ao cheiro de urina de felinos, por exemplo, pelos ratos e chimpanzés, que tem felinos como principais predadores naturais. Isso também ocorre com seres humanos, que perdem a aversão a urina de gato, por exemplo. As principais espécies que são infectadas pelo T. gondii são as aves e os mamíferos, inclui o Homem e o gato, o principal felino hospedeiro da espécie. Possui três formas infetantes: oocistos, bradizoítos e taquizoítos.

d) C. neoformans - Internet

A infecção por C. neoformans é designada criptococose. A maioria das infecções por C.

neoformans ocorrem nos pulmões. Contudo, a meniginte fúngica, especialmente como infecção secundária

em pacientes com SIDA, é frequentemente causada por C. neoformans, tornando-o um fungo

particularmente perigoso. AS INFECÇÕES CAUSADAS POR ESTE FUNGO SÃO RARAS em pessoas com

sistemas imunitários totalmente funcionais. Por esta razão, C. neoformans é por vezes descrito como um

fungo oportunista.

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DA ANÁLISE:

A pneumonia por Pneumocystis carinii, também designada de pneumocistose, é uma das infecções

oportunistas mais frequentes nas pessoas infectadas com o HIV. O Pneumocystis carinii é um fungo que foi

rebatizado com o nome de Pneumocystis jaroveci.

O Pneumocystis jaroveci é um microrganismo comum que pode residir inofensivamente nos pulmões

normais, mas que provoca doença em crianças e adultos com um sistema enfraquecido e, por isso, uma das

causadoras de maior mortalidade nas pessoas com HIV. A maior parte das pessoas atingida pela

pneumocistose fica muito mais fraca, perdem muito peso e tem grandes probabilidades de tornarem a ter

este tipo de pneumonia. Contudo, atualmente é possível prevenir e quase sempre tratar esta doença. Sem

tratamento antiretroviral cerca de 85 por cento dos infectados com HIV acabariam eventualmente por

desenvolver pneumocistose. (Atlas da Saúde. 21.3.2014) Fonte: Manual Merck - aids/Portugal.

As pneumonias bacterianas são mais FREQUENTES EM DROGADITOS (drogados) ENDOVENOSOS QUE NA

POPULAÇÃO GERAL, tanto em drogaditos endovenosos HIV– quanto HIV+, sendo mais incidente dentre os

HIV+. Microbiologia. Os agentes etiológicos mais freqüentemente envolvidos nas pneumonias bacterianas

dos pacientes sidéticos são o S. pneumoniae (21,1 a 40%), o H. influenzae (13,5 a 26%), S. aureus

(especialmente nos drogaditos EV), bacilos gram–/P. aeruginosa (7%) e agentes atípicos. As infecções

pulmonares causadas por P. carinii representam cerca de 25% das pneumonias dos pacientes sidéticos. Em

1987 representavam 33% das mortes desses enfermos, mas atualmente esse percentual caiu para 15%,

provavelmente pelo impacto alcançado pela quimioprofilaxia, em países desenvolvidos.

Os dados disponibilizados pela UNAIDS, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, referentes à epidemia na África subsaariana nos indicam claramente a complexa e difícil situação do continente, senão vejamos: a África ao sul do Saara abriga 67% dos infectados em todo o mundo; 72% dos óbitos mundiais; um total de aproximadamente 22,4 milhões de pessoas infectadas. Apenas em 2008 foram constatados quase dois milhões de novos casos. É, de fato, um quadro para lá de preocupante. Em alguns pequenos países africanos o drama é ainda maior. Veja-se a situação da Suazilândia e do Lesoto, por exemplo. A Suazilândia está classificada como o país mais afetado do mundo, com cerca de 26% da sua população atingida pela epidemia. No Lesoto, um pouco mais de 23% da população é soropositiva. Outro a despontar pela gravidade acima da média é Botsuana. Mas não só pequenos países africanos ocupam posições tão ruins no ranking mundial. A África do Sul, que possui a economia mais desenvolvida entre os Estados africanos, é o país com o maior número de pessoas vivendo com Aids no mundo. Pelos dados oficiais, são 5,7 milhões de pessoas infectadas e com acesso precário ao tratamento.

Esses números, disponibilizados pela UNAIDS, provavelmente são subestimados. Não há muito controle na maior parte dos Estados africanos com relação a epidemias e mesmo outras estatísticas. No geral, os países africanos não contam com estrutura adequada e poucos possuem programas públicos amplos que induzam

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as pessoas a buscar tratamento oficial, umas das maneiras mais eficazes de se conseguir dados confiáveis e mais completos.

Considerando o exposto, e as opções analisadas e implícitas na questão da prova, mantém-se a afirmativa

dentre as opções a de ROUQUAYROL & VERAS in: ROUQUAYROL et al. 4.ed.p.249,. A pneumonia por

Pneumocystis carinii é de longe, a infecção oportunística mais frequente nos aidéticos.