PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA · a transformação das coisas realizadas através do trabalho...
Transcript of PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA · a transformação das coisas realizadas através do trabalho...
PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARASECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
GEOGRAFIA
ELABORAÇÃOAdriana de Souza Alves
COLABORAÇÃODagmar Borges Monteiro de Araújo
Gilmara Cristine BackHalekessandra de Azevedo
Jocélia FagundesMaiza C. Santos
Márcia CerriSonia Belão Simião
Viviane Passos Mróz
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GEOGRAFIA
Adriana de Souza Alves
CONSULTORIARoberto Filizola
PIRAQUARA
2.4 GEOGRAFIA2.4.1 FUNDAMENTO TEÓRICO - METODOLÓGICOS
“Se o espaço não é encarado como algo em que o homem (o aluno) está inserido, natureza que ele próprio ajuda a moldar, a verdade geográfica do indivíduo se perde e a Geografia torna-se alheia a ele”. (RESENDE).
Qual a função do Ensino da Geografia nas modalidades de Ensino? Esta
disciplina pode contribuir para formação humana? De que forma?
Segundo PEREIRA (p.26), a “Geografia possui uma missão quase sagrada
que consiste em alfabetizar o aluno na leitura do espaço”. Contudo, Observa-se que
os trabalhos desenvolvidos com os conceitos geográficos hoje, muitas vezes,
incompreendidos por professores, por seu teor acadêmico, e sem significado para os
alunos, por não possuírem conexão com a prática social do educando, são
costumeiramente desenvolvidos tendo como primissa a Geografia Tradicional.
Esta, traduz-se pelo estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas
dissociadas do espaço vivido pela sociedade, bem como, das relações contraditórias
existentes na produção e organização do espaço, descrevendo as paisagens em
detrimento dos processos que as originaram, como se o espaço geográfico fosse
algo imutável, aparentemente estático. Os encaminhamentos metodológicos
propostos nesta concepção, baseiam-se na memorização dos elementos que
compõe a paisagem (nome de rios, relação Estado/Capital, entre outros),
fundamentando-se em uma geografia “neutra”.
Partindo do pressuposto de que o saber geográfico é “fundamentalmente
estratégico, parte importante do exercício dos poderes” (FOUCHER, p. 13), portanto,
não é neutro, seu ensino na Educação Básica necessita ser revisto, e como diz
ANDRADE (p. 20)“...a Geografia como ciência tem tido uma revolução rápida e bem diversificada no tempo e no espaço, desde os fins do século passado, e tem sofrido alterações substanciais na forma de encarar ou de enfocar o seu método e o seu objeto. Hoje ela não é mais a ciência que estuda e descreve a superfície da Terra, mais a ciência que analisa e tenta explicar o espaço
produzido pelo homem, indicando as causas que deram origem a formas resultantes de relações entre a sociedade e a natureza”.
Assim, o ensino desta Geografia, implica em explorar o saber do aluno e a
consciência espacial que possui de modo a propiciar a compreensão do espaço a
que pertence e seu papel na sua construção. Cabe salientar que este processo se
dará de forma contínua e progressiva, pois, “do espaço vivido, experimentado, a
criança vai construindo a noção de espaço concebido, não vivenciado diretamente”.
(KOZEL & FILIZOLA, p. 29).
O espaço vivido refere-se ao local experimentado fisicamente pela criança
(palpável, “o aqui”), vivenciado com o próprio corpo através das brincadeiras,
movimentos e deslocamentos. É nesse local mais próximo (espaço físico) que a
criança estabelece suas primeiras relações espaciais, chamadas de referenciais
elementares (dentro, fora, ao lado, na frente, atrás, perto, longe).
No espaço percebido a criança passa apreende-lo sem necessariamente
experimenta-lo fisicamente, analisando-o por meio da observação, distinguindo
distancias e localidades, percebendo tanto os elementos que estão ao seu redor
quanto os elementos que compõem outros espaços, por exemplo, a percepção dos
elementos que constituem o caminho casa-escola, a análise de uma fotografia.
Segundo CASTROGIOVANNI (p. 24), “esta mudança do espaço vivido para o
percebido é fundamental por introduzir a criança no mundo da leitura das paisagens”.
Já na etapa do espaço concebido (mais abstrato, está no campo das idéias), o
aluno passa a raciocinar sobre um local representado através de mapas, gráficos,
cartas topográficas, sem tê-lo vivenciado anteriormente.
A aprendizagem destes conceitos não ocorre de forma estanque, linear e
requer que o professor1 crie condições para que a criança construa um entendimento
1 Professor: aquele capaz de refletir a sua prática de forma crítica, que vê a sua realidade de sala de aula carregada de teorias e intenções (...). Procura saber o pensamento do aluno e o coloca em discussão para possibilitar a construção de um conhecimento mais consistente, mais defensável, mais útil para tomada de decisões (...). Vê a avaliação como parte do processo e ponto de partida para novas atividades e novas tomadas de rumo em seu programa de trabalho. É claro que um professor assim atua sob um referencial teórico claro sobre o que é ensino, o que é aprendizagem, como se dá o conhecimento humano, qual o verdadeiro objeto de seu trabalho. (MALDANER, In Francischete, p, 134).
crítico sobre o mundo que a cerca, de si mesma e de seu lugar neste espaço,
levando-a a apropriar-se de noções básicas como localização, posição, fundamentais
no processo de leitura do espaço geográfico2, estabelecendo um elo entre o
conhecimento do aluno e o saber mais elaborado, ou seja, auxiliará:
(...) a criança na exploração de seu ambiente: o espaço em que está, os objetos que a rodeiam, suas características e seus usos; os elementos que compõem a natureza: plantas, animais, a terra, o sol, as nuvens, a areia, a água; os elementos que compõem a cidade: as casas, as pracinhas, os carros, as ruas, as carroças (...) ir mostrando para a criança a transformação das coisas realizadas através do trabalho do homem: o cultivo da terra, as plantações, a construção das casas, a manufatura dos objetos, o preparo da alimentação.(LIMA, 2002, p. 18).
Assim, ensinar Geografia significa instrumentalizar o aluno para que
compreenda a sociedade tal qual ela se apresenta, com seus conflitos e
contradições, a partir de sua organização espacial, sendo esta , o objeto de estudo
desta área do conhecimento. E de acordo com CORRÊA (1987, p. 53) “... a
organização espacial é uma dimensão da totalidade social construída pelo homem
através do trabalho ao fazer sua própria história”.
Tendo em vista que o espaço é construído historicamente pelos homens, não
podemos desconsiderar que sua organização espacial é decorrente de certa forma
de pensar o mundo. Ou seja, a organização espacial deve ser vista como condição
para a manutenção-reprodução da sociedade e, ao mesmo tempo, como meio para
sua transformação. Isso significa que não existe um único e universal modelo de
organização espacial, ao contrário, o espaço conserva marcas expressivas das
sociedades que o produziram e o organizaram. Para ilustrar podemos dizer que o
espaço e a paisagem das sociedades, as mais diversas, como por exemplo, as
sociedades tribais da Amazônia brasileira, a sociedade inuit (forma como os
“esquimós” se denominam) do Alasca, a dos povos islâmicos ou das comunidades
que vivem em nosso município, retratam particularidades culturais específicas.
2 O espaço Geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho. (SANTOS, p. 119). É a aparência do resultado da luta dos homens pela sobrevivência num determinado tempo (CALLAI, p. 69).
Deve-se observar que, neste contexto, a cultura, compreendida aqui como
“...o acervo disponível ao sujeito para elaboração de suas ações e pensamentos para
a construção de significados” (LIMA, p. 34), é um referencial tão importante quanto o
trabalho e a produção para o estudo da Geografia. Caso este aspecto não seja
considerado ficam esquecidos valores, costumes, sentimentos e crenças que,
queiramos ou não, se fazem presentes na paisagem, isto é, no tipo de habitação, na
maneira de cultivar o solo, na edificação de espaços religiosos dos mais diversos
povos.
Pode-se afirmar que a organização espacial, na medida em que resulta de
uma multiplicidade de fatores, muda com o decorrer do tempo. Deste modo, na
sociedade capitalista o espaço adquire uma organização que atende aos interesses
e necessidades dos grupos e classes (dominantes) que a compõem. Portanto, esta
organização não só possui uma lógica própria, como também atende à lógica deste
modelo de produção. Nessa perspectiva, a natureza e seus elementos, apropriados
pela classe dominante, são transformados em mercadorias, sempre com o objetivo
de gerar lucros. Dessa forma, os grupos humanos, com seu trabalho, além de
gerarem riquezas, produzem espaços ao incorporar à natureza os elementos
culturais, sociais e históricos próprios desta sociedade.
Tal fato pode ser observado considerando-se alguns aspectos relativos ao
Estado do Paraná.
A progressiva substituição da mão-de-obra do campo por maquinário agrícola,
a utilização de grandes extensões de terra voltada para o mercado e a administração
capitalista das propriedades rurais, aliadas à crescente industrialização se, por um
lado colocam o Estado, economicamente, como um dos mais importantes do país,
por outro, geram um alto custo social, ou seja, provocam uma desenfreada expansão
das áreas metropolitanas, sob a forma de ocupações desordenadas, aumentando
consideravelmente o número de habitantes das pequenas cidades, como é o caso de
Piraquara.
Observa-se que em 1994 viviam em nosso município aproximadamente
39.000 habitantes. Decorridos 10 anos (2004), a população saltou para,
aproximadamente, 94.000 habitantes. Quatro anos mais tarde (2007), sua população
passou a ser de aproximadamente, 82.006 habitantes3. Quais problemas este rápido
crescimento trouxe ao município? Quais alterações ocorreram em suas paisagens?
O que aconteceu com a organização de seu espaço?
Sabe-se que Piraquara é conhecida como a “Capital da Água”, dado o número
de nascentes4 em seu território e a importância destas para o abastecimento da
região de Curitiba. Assim, o uso do solo no município deve respeitar essa
particularidade do espaço geográfico, seu território não pode abrigar indústrias
poluentes, sua cobertura vegetal deve ser preservada e as áreas residenciais não
podem ser localizadas próximas aos mananciais. Porém, em razão do rápido
crescimento de sua população, da falta de consciência ambiental e de políticas
publicas específicas para a região, sua organização espacial vem adquirindo
contornos preocupantes, ameaçando os mananciais da cidade.
Em que medida este grave problema diz respeito à educação? Seu debate
deve estar presente em nossas escolas? Esses conteúdos devem fazer parte de
nossa proposta curricular?
Sem dúvida, pois na perspectiva “Histórico-Crítica”, o ensino de Geografia, da
forma como vem acontecendo, precisa ser repensado para possibilitar ao aluno,
perceber as contradições inerentes a esse modelo de sociedade, entendendo-se
como sujeitos produtores e transformadores do espaço e, mais que isto, como
cidadãos que podem e devem atuar na transformação da sociedade em que vivem.
Assim, convém considerar como ponto de partida no ensino da Geografia o
espaço geográfico da realidade local do educando5, uma vez que, estudando as
3 De acordo com o senso realizado em 2007, a população do município teve um decrécimo de aproximadamente 11.994 habitantes. A Prefeitura Municipal de Piraquara moveu uma ação no ministério público contestado este dado, porém perdeu o recurso.4 São mais de 1000 nascentes catalogadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.5 “O meio em que o aluno vive é rico em possibilidades de exploração, de desenvolvimento de atividades, por isso deve-se sempre ter o real, o que de fato existe, como ponto de partida do estudo. Esta realidade não é apenas o visível, o aparente, é também aquele espaço que nossa vista não alcança. Temos que ter muito claro que a realidade de que queremos é uma realidade construída pelos homens em processo de construção de sua própria vida, cheia de conflitos e contradições”.(CALLAI, In: Francischete, p, 132).
paisagens do município em que vive, o aluno terá possibilidade de perceber que o
espaço, da forma como está organizado, ao mesmo tempo em que segrega,
discrimina e marginaliza a maioria da população, beneficia, privilegia a minoria que
constitui a classe dominante.
Contudo, faz-se necessário afirmar que, a partir do estudo do espaço mais
próximo, o professor deverá assegurar a análise de outros espaços mais amplos e
distantes , pois “o mais pequeno lugar, na mais distante fração do território tem, hoje,
relações diretas ou indiretas com outros lugares de onde lhe vêm matérias – primas,
capital, mão de obra, recursos diversos e ordens (...). Em nossos dias, o espaço é
apropriado, ou ao menos, comandado, segundo leis mundiais” (SANTOS, p. ___).
Uma vez em que “a noção de espaço geográfico não pode se ater somente à
paisagem, mais deve buscar as causas e conseqüências da organização da Terra
por parte de seus integrantes” (CASTROGIOVANNI, p.40), é importante salientar que
a paisagem constitui apenas a parte perceptível do espaço, entretanto, não
podemos limitar seu estudo à sua aparência, devemos ir além, buscando entender
como elas foram construídas, respondendo aos alunos onde estas paisagens estão
sendo transformadas/construídas e porque nestes espaços e não em outros.
Para o entendimento do espaço hoje, é imprescindível estabelecer algumas
relações com outros tempos, através de noções como: permanências/mudanças;
semelhanças/diferenças, tendo em vista compreender como os espaços foram e
estão sendo ocupados, transformados e organizados pelos homens. Como exemplo,
podemos citar aquilo que vem ocorrendo no município de Piraquara, em decorrência
das construções das barragens. Pode-se perceber que, para sua construção, houve
a necessidade de remodelar o espaço, adequando-o a tal propósito, o que
conseqüentemente provocou (e ainda provoca), diversas modificações no tempo
meteorológico, nos espaços para agricultura, habitação, circulação, entre outros.
É necessário compreender que a modificação de tal espaço deve-se a uma
necessidade que não é própria do município, e sim do Estado, mais especificamente,
da Grande Curitiba. Estamos nos referindo ao rápido crescimento da população da
Região Metropolitana de Curitiba.
Tomando este fato como referência no desenvolvimento do trabalho
pedagógico com os conteúdos de Geografia, o professor pode utilizar-se de alguns
questionamentos: Onde as barragens foram construídas? Por que nestes lugares e
não em outros? Como são estes lugares? Como estes espaços estão organizados
hoje? Como estavam organizados em outros tempos? Quais as principais
transformações ocorridas neste local? O que permaneceu e o que mudou na
paisagem referida? Quais benefícios e malefícios tais construções trouxeram para o
município?
Para possibilitar a análise mais apurada de tais questões o professor pode
utilizar fotos, imagens, mapas e textos diversos que falem sobre estes espaços antes
e depois da interferência direta do homem.
Sabe-se que, ainda hoje, apesar de todas as transformações ocorridas na
sociedade, a escola mantém, fortemente, uma metodologia expositiva, própria da
educação tradicional. E, principalmente, os conteúdos curriculares não apontam para
Construção da Represa do Carvalho – 1905 / Represa do Carvalho - 2000 Casa das “Máchinas”, nos Mananciais da Serra, local que está atualmente coberto pelas águas da Barragem Piraquara I, como pode ser observado na foto ao lado.
Construção da Barragem Piraquara II – 2003 / 2006
o estabelecimento de relações entre si, sendo, em grande medida, trabalhados de
forma linear e fragmentada.
Para romper com este modelo de ensino em nossas salas de aula, propõe-se
a seleção e organização dos conteúdos de Geografia de forma a possibilitar ao aluno
o entendimento da função social dos mesmos, visando à compreensão da realidade,
sob a ótica da organização espacial.
Para isso, os conteúdos foram organizados a partir de categorias, e segundo
ROSSA (p. 93) “as categorias são formas que permitem e possibilitam uma
interpretação mais coerente das contextualizações que circunscrevem o Espaço
Geográfico”.
TERRITÓRIO
A categoria território, decorrente das relações sociais, políticas e econômicas
projetadas no espaço, pode ser compreendida como (...) “o sentimento de
apropriação do espaço, ou seja, a consciência de que aquele espaço me pertence de
alguma forma” (BRASIL, 1996, p. 83),
Sendo assim, para as sociedades humanas, o território é marcado pelas
relações de poder, gestão e controle. Este sentimento de “apoderamento” do lugar
pode ser observado tanto nos espaços menores (casas, escolas, espaços de lazer)
quanto nos maiores (bairros, cidades, estados) e se expressam na paisagem por
meio de muros e cercas, placas e “pixações”. Para exemplificar, pode se observar a
forma como ocorrem as brigas de gangues para defender territórios estabelecidos,
ou a sutileza da apropriação de parcelas do município para o desenvolvimento de
atividades como a prostituição e tráfico de drogas. Neste caso há uma sobreposição
de territorialidade, pois durante o dia determinados espaços são apropriados para
realização de algumas atividades e a noite outras. Esse fenômeno é facilmente
perceptível na utilização de parques, praças e esquinas.
LUGAR
Refere-se ao grau de afetividade e identidade que os indivíduos estabelecem
com o espaço. Está relacionado aos elementos que fazem com que as pessoas
sintam-se parte efetiva de determinadas localidades, ou seja: (...) o lugar é onde
estão as referências pessoais e os sistemas de valores que direcionam as diferentes
formas de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico”. (BRASIL, 2001,
P.29).
Na categoria lugar, homem e paisagem; homem e espaço geográfico
impregnam-se de sentido, sentimento, formando a identidade local. Esta identidade
diz respeito ao “conjunto de características que formam a feição de um determinado
espaço (...). Os costumes, os valores, as tradições são elementos que, no seu
conjunto, estruturam a identidade de um lugar”. (CALLAI, p. 121).
Esse fato pode ser observado nas histórias vividas em determinadas
localidades (parques, escolas, ruas, praças) que marcam a vida das pessoas de
forma tão intensa de modo que estas “transformam” o local de suas lembranças em
seu território, revelando “espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos:
uma praça onde se brinca desde criança, a janela onde se vê a rua, o alto de uma
colina onde se avista a cidade (BRASIL, p. 29)”.
PAISAGEM
A paisagem, compreendida por SANTOS (p. 83) como um “conjunto de
elementos naturais e artificiais que fisicamente caracterizam uma área. É
transtemporal juntando objetos passados e presentes”, é a parte perceptível do
espaço geográfico, a qual pode ser captada pelos órgãos dos sentidos. Assim, além
de percebermos suas cores, seus sons e suas formas, também captamos os seus
odores, as suas texturas. Ao estudar a paisagem deve ficar claro o processo de
formação e transformação da mesma. Sendo assim, tanto os elementos produzidos
Recanto I Condomínio Santa Clara Condomínio Recreio da Serra
pela dinâmica da natureza (clima, relevo, vegetação, hidrografia) quanto os
elementos produzidos pela dinâmica da sociedade (casas, ruas, praças, comércios),
devem ser trabalhados em suas relações de interdependência enquanto integrantes
do espaço.
Não se pode esquecer que o estudo da paisagem está associado à força da
imagem e, conseqüentemente, à exploração da mídia que, através das propagandas
incutem um modelo de mundo, impondo-nos formas de concebermos nossos
espaços, difundindo hábitos e costumes, muitos dos quais criados a partir das
grandes metrópoles.
Esse processo influencia o modo de vida das pequenas e médias cidades, que
transformam suas paisagens segundo este modelo metropolitano. Como exemplo,
vê-se a forma como o município de Piraquara vem organizando seu espaço em
relação aos condomínios. Podemos observar que os modelos construídos
reproduzem aquilo que existe nas grandes metrópoles.
Condomínios como o Recanto I e II, Recreio da Serra foram construídos para
atender aos interesses de uma população de alta renda de Curitiba com o objetivo de
ofertar segurança e tranqüilidade, aos que querem fugir do “stress”, poluição,
violência, entre outros, servindo-se para isso, das áreas verdes de nosso município.
Por outro lado, verifica-se a construção de condomínios/conjuntos residenciais na
região central de Piraquara (Condomínio Santa Clara) para atender sua própria
população, porém, seguindo os modelos da grande metrópole (Curitiba), sem a
mínima originalidade.
Cabe observar que, apesar da paisagem apresentar uma aparência única, o
modo de apreendê-la pode ser diversificado, pois cada indivíduo a interpreta a partir
de seus interesses, concepções, visão de mundo. Portando, pode-se dizer que “a
paisagem é um momento do processo de construção do espaço. O que se observa é
o resultado de uma trajetória, de movimentos da população em busca de sua
sobrevivência e da satisfação de suas necessidades (que são historicamente
situadas), mas também pode ser resultante de movimentos da natureza”. (CALLAI, p.
99).
Deste modo o estudo da paisagem deve dar condições para que o aluno vá
além do que é observável, ou seja, compreender o que está por detrás de sua
aparência, sendo um instrumento que auxilie na compreensão da realidade.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
A organização espacial pode ser compreendida como a sociedade
espacializada, “revelando” as formas como a sociedade divide o espaço, distribui e
localiza os seus elementos: os parques, as ruas, as lojas, as casas e outros. Trata-se
de marcas próprias dos homens, as quais expressam elementos que representam
cada sociedade. Assim “... é o uso do espaço geográfico pelo homem que faz dele
um componente da sociedade. Os seres humanos organizados em sociedade
organizam também o espaço geográfico”.(CARLOS, p.73). Desta forma, diferentes
grupos irão dividir, distribuir e localizar tais elementos, segundo seus princípios,
interesses econômicos, políticos, sociais, culturais.
Na organização do espaço é possível identificar os elementos que o compõem,
como: os espaços de circulação (por onde circulam pessoas, mercadorias, meios de
transporte... ruas, rodovias, estradas, etc), produção (onde ocorrem a
produção/fabricação de produtos, seja na área urbana ou rural, envolvendo
pesquisas tecnológicas, máquinas, transformação da matéria-prima, trabalho
humano, etc) consumo (onde as pessoas adquirem os mais variados produtos para
atender suas necessidades e/ou não, sendo estes lojas, mercados, feiras, parques,
bares, etc, e desfrutam do lazer em parques, feiras, bares, rua, cinema, etc) e
espaço das idéias (onde as pessoas produzem conhecimentos, expressam sua
religiosidade, discutem leis e as mais variadas idéias... escolas, igrejas, órgãos
públicos, etc). Estes espaços são fortemente integrados e desempenham um
importante papel na reprodução não só da sociedade capitalista, como do próprio
capital.
Nesse contexto, vale lembrar que o espaço é simultaneamente condição e
meio para a viabilização da sociedade humana. Você consegue imaginar um
industrial “sobreviver sem a existência dos meios de transporte e as vias de
circulação? Já parou para pensar na importância dos shoppings centers ou das ruas
centrais das cidades para os comerciantes?”.
É importante destacar que esta organização espacial, pode ser representada
de diversas formas (mapas, cartas topográficas, relatos orais e escritos, fotos,
vídeos, desenhos, músicas, entre outros) com o objetivo de possibilitar a leitura do
mesmo em diferentes momentos históricos. Esta representação espacial facilita a
interpretação, a análise e o estudo de espaços de vivência e espaços não
conhecidos.
TRABALHO, PRODUÇÃO E CULTURA
Refere-se ao estudo das atividades econômicas, dos bens por elas
produzidos, bem como de sua distribuição e consumo, considerando o trabalho e a
cultura como importantes mediadores das relações existentes entre os homens e
destes com a natureza. Vale salientar que cada sociedade possui sistemas de
produção e consumo próprios, de acordo com o aspecto econômico, com o ambiente
e com a cultura. Um exemplo típico é o da produção de arroz. No sudeste asiático
este alimento é cultivado em ambiente irrigado, com a utilização de numerosa mão-
de-obra. Os cuidados são tantos com a plantação que este sistema é conhecido
como jardinagem. Em contrapartida, nos Estados Unidos, o uso de maquinário é tão
intenso que as sementes são lançadas do alto de aviões. Além disso, o arroz na Ásia
destina-se às refeições diárias da população, enquanto que nos Estados Unidos é
cultivado para abastecer a indústria de alimentos manufaturados (“corn flakes”).
Evidentemente, este fato também se aplicar ao Brasil, como por exemplo, a
criação de gado no Pampa Gaúcho e no Sertão Nordestino. Tanto o ambiente quanto
as tradições e os costumes de cada uma destas regiões influenciam fortemente na
maneira como a pecuária é praticada nestes dois espaços, pois, apesar dos animais
se destinarem ao comércio, os mesmos são criados de formas diferentes. Deve ficar
claro que a cultura enquanto elemento de estudo e análise da natureza e da
sociedade pode proporcionar ao aluno a superação da visão estereotipada das
regiões do Brasil e do mundo.
Ao analisarmos os conteúdos da categoria Trabalho/Produção e Cultura,
devemos observar que através do trabalho6, os homens constroem e modificam o
espaço para satisfação de suas necessidades. Como o próprio pressuposto teórico-
metodológico vem trazendo, a cultura contribui na diferenciação destas construções.
Podemos observar , por exemplo, que hoje, coexistem diversos tipos/modelos de
espaços escolares, demonstrando assim o modo de como os mais diversos povos
vêm pensando este espaço. O mesmo ocorre com o espaço familiar.
Assim, quando o professor for elaborar seu plano de trabalho docente,
desenvolvendo encaminhamentos e atividades para esta categoria, deve considerar
como outros povos / culturas vêm organizando seus espaços.
6 Toda forma de atividade humana através da qual o homem apreende, compreende e transforma a natureza, para satisfação de suas necessidades e caprichos. Segundo ANDERY (p. 13), o trabalho é “uma atividade humana intencional que envolve formas de organização, objetivando a produção de bens necessários à vida humana”.
Namaqualand Camarões
Burkinafasso
Espaço Familiar
Uma das escolas no Maranhão
Espaço Escolar
Escola Indígena Comunidade Caumã PR
RELAÇÕES SOCIAIS
Refere-se ao desenvolvimento de noções de grupo, trabalho social, regras e
normas que ocorrem em determinados espaços e se fazem presentes em sua
organização, ou seja, são os valores, as normas e regras que participam da
organização do espaço das igrejas, das escolas, das moradias e outros. Ora, se é no
espaço geográfico que se dão as relações sociais e estas, por sua vez, também o
organizam, constatamos a influência mútua existente entre as relações sociais e o
espaço.
Segundo Milton Santos o espaço geográfico é um sistema de objetos e um
sistema de ações. As ações correspondem às práticas sociais, as relações sociais
que são travadas no e pelo espaço. O sistema de objetos refere-se aos elementos
existentes no espaço, constituídos pelos elementos naturais humanizados e pelas
obras humanas que, por sua vez, condicionam a forma como se dão as ações. Essas
levam à criação de novos objetos e, automaticamente, a novas ações. Podemos
afirmar, desse modo, que o sistema de objetos e o sistema de ações interagem,
formam um conjunto indissociável de elementos.
Os conteúdos foram didaticamente organizados a partir de categorias, contudo
os mesmos devem ser desenvolvidos de forma que se garanta a relação entre eles,
possibilitando ao aluno a compreensão do espaço geográfico numa perspectiva de
totalidade.
2.4.2 CONTEÚDOS ORGANIZADOS POR ANO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO REFERENCIAIS FINAIS
1º ANO
CONTEÚDOS CRITÉRIOSPAISAGEM E LUGAR:
* Elementos que compõem a paisagem da escola.
* Qualidade ambiental (sons, cheiros, área verde,...).
* Identifica e nomeia os elementos que compõem a paisagem da escola e seus arredores.
* Percebe aspectos da qualidade do ambiente (sons, cheiros, poluição visual, área verde,...).* Expressa suas impressões sobre o ambiente sugerindo alternativas de superação para os problemas identificados.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO:
* Relações espaciais: dentro, fora, ao lado (direita / esquerda), na frente, atrás, perto, longe, junto, separado.
* Organização espacial da escola.
* Representação da sala de aula.
* Identifica as relações espaciais dentro, fora, ao lado (direita / esquerda), na frente, atrás, perto, longe, junto, separado, tendo seu corpo como referência.
* Percebe como a escola está organizada, relacionando o espaço referido às atividades que se desenvolvem nele.
* Percebe que sua sala de aula pode ser representada de diferentes formas (maquete, recorte / colagem, massinha de modelar, desenho, entre outros).* Representa sua sala de aula utilizando diversas formas (maquetes, planta baixa, recorte / colagem, massinha de modelar, desenho, entre outros).
TRABALHO / PRODUÇÃO / CULTURA
* Trabalho na escola (quem trabalha? Em que espaço?).
* Percebe o papel do trabalho e da cultura na produção e organização do espaço de sua escola e outros lugares / outras escolas.
2º ANOCONTEÚDOS CRITÉRIOS
PAISAGEM E LUGAR* Elementos formadores das paisagens de vivência (casa / escola: naturais / culturais).
* Construção das paisagens de vivência.
* Paisagem de outros lugares (casa / escola) e seus elementos.
* Qualidade ambiental dos lugares de vivência (estado em que se encontram as ruas e calçadas, estado de conservação, manutenção e limpeza na escola e seus arredores,...).
* Identifica os elementos que compõem suas paisagens de vivência, diferenciando-os entre elementos naturais e culturais.
* Percebe algumas transformações ocorridas ao longo do tempo em suas paisagens de vivência estabelecendo relações de permanências e mudanças entre hoje e outros tempos.
* Estabelece relações de semelhanças e diferenças entre suas paisagens de vivência e as paisagens de outros lugares.
* Percebe a qualidade dos ambientes nas paisagens de vivência, apontando possíveis soluções para os problemas identificados.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
* Relações espaciais: em cima, embaixo, ao lado (à esquerda – à direita - continuidade), entre, ao redor, dentro (inclusão), fora (exterior), na frente.
* Organização do espaço da escola / casa
* Representação dos espaços de vivência: maquete, planta baixa, desenhos e outros (construção de legenda, visão vertical e frontal, escala).
* Compreende que determinados espaços estão contidos em outros (sala de aula – outras salas - escola) numa relação de continuidade.* Percebe a sucessão dos elementos no espaço quando analisa determinados percursos.* Reconhece esquerda / direita tendo como referência seus espaços de vivência.* Identifica as relações de vizinhança em seus espaços de vivência.
* Localiza e identifica a função dos espaços que compõem a escola / casa, analisando o porquê de sua localização (Onde, por que, como, por quem e para quem estes espaços são organizados).
* Compreende que seu espaço de vivência pode ser representado de diferentes formas (maquete, planta baixa, filmes, desenhos, músicas, entre outros).* Representa seu espaço de vivência por meio de maquete / planta baixa, respeitando a proporcionalidade (escala intuitiva), estabelecendo correspondência entre os elementos reais no espaço e sua representação.* Faz uso de planta baixa vivenciando o espaço.
TRABALHO / PRODUÇÃO / CULTURA* Costumes e tradições (formas de lazer, morar, produzir, trabalhar, locomover-se no espaço) que se expressam nos mais diferentes espaços de vivência.
* Reconhece costumes e tradições que se expressam na organização dos mais diversos espaços de vivência.
3º ANOCONTEÚDOS CRITÉRIOS
PAISAGEM E LUGARPaisagem dos arredores da escola e de outras partes do município:
* Elementos naturais e culturais.
* Construção das paisagens de vivência.
* Paisagem de outros lugares e seus elementos.
* Qualidade ambiental (cuidados com o solo, ar, água, vegetação).
* Identifica os elementos que compõem a paisagem dos arredores da escola (e outras partes do município) diferenciando-os entre elementos naturais e culturais.
* Reconhece que as paisagens que compõem o bairro foram transformadas a partir da ação humana e refletem sua organização espacial em diferentes momentos históricos.
* Estabelece relações de semelhanças e diferenças entre as paisagens do bairro com outros espaços.
* Percebe a qualidade dos ambientes no espaço do bairro, apontando possíveis causas e soluções para os problemas identificados.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
* Organização do espaço dos arredores da escola: ruas paralelas e transversais, quadra, trânsito (sinais e regras).
* Representação dos espaços de vivência: maquete, planta baixa, desenhos e outros (construção de legenda, visão vertical, frontal e oblíqua escala).
* Inclusão e continuidade / Lateralidade e sucessão dos elementos do espaço da escola e seus arredores.
* Direções cardeais.
* Identifica ruas paralelas, transversais e quadras a partir de plantas baixas simples.* Reconhece alguns sinais e regras de trânsito para sua segurança.
* Compreende que o espaço dos arredores da escola pode ser representado de diferentes formas (maquete, planta baixa, filmes, desenhos, músicas, entre outros).* Representa o espaço dos arredores da escola por meio de maquete / planta baixa, respeitando a proporcionalidade (escala intuitiva), estabelecendo correspondência entre os elementos reais no espaço e sua representação.
* Compreende que determinados espaços estão contidos em outros (escola – rua – bairro – outros bairros – município) numa relação de continuidade.* Percebe a sucessão dos elementos no espaço ao analisar determinados percursos.* Identifica as relações de vizinhança em seus espaços de vivência.
* Percebe o movimento aparente do Sol.* Reconhece nascente e poente relacionando-os com as direções Leste, Oeste respectivamente.* Orienta-se e estabelece direções no espaço da escola e nos seus arredores utilizando as direções cardeais.* Percorre caminhos em mapas simples utilizando as direções cardeais.* Determina as direções cardeais e orienta-se segundo as mesmas no espaço da escola e seus arredores.* Compreende que o espaço do bairro interage com outros
* Relações de seu espaço do bairro com outros espaços.
espaços, percebendo os aspectos qualitativos desta interação.
TRABALHO / PRODUÇÃO / CULTURA
* Paisagens de vivência (formas de lazer, morar, produzir, trabalhar, locomover-se nos espaços de vivência).
* Compreende o papel do trabalho e da cultura na produção e organização das paisagens de vivência.
4º ANOCONTEÚDOS CRITÉRIOS
PAISAGEM E LUGARConstrução das paisagens rurais
e urbanas do município e sua inclusão no estado.
* Espaço urbano e rural.
* Construção das paisagens do município de Piraquara.
* Noções de clima, relevo, vegetação e hidrografia.
* Paisagem de outros lugares (cidades).
QUALIDADE AMBIENTAL do município de Piraquara (enchentes, desmatamentos, formas de ocupação,...)
* Identifica os elementos que compõem as paisagens urbanas e rurais do município de Piraquara.
* Compreende que as paisagens que compõem o município foram construídas a partir da ação humana para satisfazer suas “necessidades”.* Identifica algumas permanências e mudanças na paisagem do município ao longo de sua construção decorrentes da dinâmica da sociedade e da natureza.
* Percebe que a paisagem natural representa um conjunto integrado de elementos, isto é, caso algum seja alterado, o conjunto todo se modifica.
* Estabelece relações de semelhanças e diferenças entre as paisagens do município e as paisagens de outras cidades.
* Percebe a qualidade dos ambientes no espaço do município, apontando possíveis soluções para os problemas identificados.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
* Organização espacial (área urbana / rural; bairros, chácaras, área de preservação ambiental).
* Representação do município: maquete, mapa, desenhos e outros.
* Inclusão e continuidade / lateralidade e sucessão dos elementos no espaços.
* Identifica algumas formas de organização do espaço do município (área urbana / rural; bairros, chácaras, área de preservação ambiental).
* Compreende que o espaço do município pode ser representado de diferentes formas (maquete, mapa, filmes, desenhos, músicas, entre outros).* Representa o espaço do município utilizando diferentes linguagens (músicas, desenhos, mapas, poesias).
* Direções cardeais / limites.
* Relações do espaço do município com outros espaços.
* Compreende que o município está incluso na Região Metropolitana de Curitiba e em outros espaços maiores, numa relação de continuidade.
* Orienta-se segundo as direções cardeais em mapas.* Identifica os limites do município utilizando-se das direções cardeais.
* Compreende as relações de interdependência dos espaços do município com outros espaços.
TRABALHO / PRODUÇÃO / CULTURA
* Atividades econômicas (transformação e reorganização dos espaços do município).
* USOS, TRADIÇÕES E COSTUMES NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO.
* Identifica as atividades econômicas existentes no município (produção e destino da produção), bem como as condições de trabalho para o desenvolvimento destas.* Analisa as transformações ocorridas no espaço piraquarense a partir das atividades econômicas, observando suas repercussões no ambiente, no modo de vida das pessoas, na arquitetura / construções.
* Reconhece o papel do trabalho e da cultura na construção da paisagem e na formação / organização do espaço do município.
5º ANOCONTEÚDOS CRITÉRIOS
PAISAGEM E LUGARConstrução das paisagens do
estado do Paraná e sua inclusão no mundo.
* Construção das paisagens do estado
* Paisagem de outros lugares (estados)
* Noções de clima, relevo, vegetação e hidrografia.
* Qualidade ambiental do estado do Paraná (enchentes, desmatamentos, formas de ocupação).
* Compreende que as paisagens que compõem o estado foram construídas a partir da ação humana para satisfazer suas “necessidades”.* Identifica algumas permanências e mudanças na paisagem do estado ao longo de sua construção.
*Estabelece relações de semelhanças e diferenças entre as paisagens do estado e as paisagens de outros lugares
* Percebe que a paisagem natural representa um conjunto integrado de elementos, isto é, caso algum seja alterado, o conjunto todo se modifica.
* Percebe a qualidade dos ambientes no espaço do estado, apontando possíveis soluções para os problemas identificados.
ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO
* Organização espacial do estado (área urbana / rural; municípios, regiões...)
* Representação do estado do Paraná
* Inclusão e continuidade / Lateralidade e sucessão dos elementos no espaço.
* Compreende como o estado do Paraná está organizado quanto às divisões do espaço.
* Compreende que o espaço do estado pode ser representado de diferentes formas (maquete, mapa, filmes, desenhos, músicas, entre outros).* Representa o espaço do estado utilizando diferentes linguagens (músicas, desenhos, mapas, poesias).
* Compreende que o estado está incluso na Região Sul, Centro - Sul e em outros espaços maiores, numa relação de continuidade.
* Determina as direções cardeais / colaterais e
* Direções cardeais e COLATERAIS / Limites.
* Relações do espaço do estado com outros espaços.
orienta-se segundo as mesmas em mapas.* Identifica os limites do estado utilizando-se das direções cardeais e colaterais.
* Compreende as relações de interdependência dos espaços do estado com outros espaços.
TRABALHO / PRODUÇÃO / CULTURA
* Atividades econômicas (transformação e reorganização dos espaços do estado).
* USOS, TRADIÇÕES E COSTUMES NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO.
* Identifica as atividades econômicas existentes no estado (produção e destino da produção), bem como as condições de trabalho para o desenvolvimento destas.* Analisa as transformações ocorridas no espaço paranaense a partir das atividades econômicas, observando suas repercussões no ambiente, no modo de vida das pessoas, na arquitetura / construções.
* Reconhece o papel do trabalho e da cultura na construção da paisagem e na formação / organização do espaço do estado.
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Rosangela Doin de; PASSINI, Elza Y. O espaço Geográfico: ensino e
representação. 5 ed. São Paulo: Contexto, 1994.
ANDERY, Maria Amália et al. Olhar para a história: caminho para compreensão da ciência
hoje. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro. Espaço e
tempo. São Paulo: Educ, 1988.
ANDRADE, Manuel Correia de. Caminhos e descaminhos da Geografia, Campinas: Papirus,
1995.
CALLAI, H. C. In: FRANCISCHETT. Mafalda Nesi. A cartografia no ensino da Geografia:
construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Litteris Ed: KroArt, 2002.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (org). Ensino de geografia: práticas e contextualizações.
Porto Alegre: Mediação, 2000.
DAMIANI, Amelia Luisa. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A Geografia em sala de
aula. – São Paulo: Contexto, 1999.
FONSECA, F. P; OLIVA, J. T. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A Geografia em sala
de aula. – São Paulo: Contexto, 1999.
KLEIN. Lígia Regina. História: uma concepção de homem, uma concepção de educação.
KOZEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia: memórias da Terra: o espaço
vivido (conteúdo e metodologia). – São Paulo: FTD, 1996.
LIMA. Elvira de Souza. Desenvolvimento e aprendizagem na escola. São Paulo: Sobradinho
107 Ltda. 2002.
LOBATO, C. R. Região e Organização espacial. São Paulo: Ática, 1986.
MALDANER, O. A. A. In: FRANCISCHETT. Mafalda Nesi. A cartografia no ensino da
Geografia: construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Litteris Ed: KroArt, 2002.
PEREIRA, D. In: FRANCISCHETT. Mafalda Nesi. A cartografia no ensino da Geografia:
construindo os caminhos do cotidiano. Rio de Janeiro: Litteris Ed: KroArt, 2002.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA / SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.
Diretrizes Curriculares Municipais: ensino Fundamental: 1ª a 4ª série, 2002.
QUEIROZ, Cecília; MOITA, Filomena. Fundamentos sócio-filosóficos da Educação:
caminhos e (des)caminhos – o pensar e o fazer geográfico. Campina Grande; Natal:
UEPB/UFRN, 2007.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a Geografia crítica. 3ª ed.
São Paulo: Hucitec, 1990.
_______________. A natureza do espaço: espaço e tempo; razão e emoção. 3 3d. São
Paulo, Hucitec, 1999.
VESENTINI, José Willian; GOLÇALVES, Carlos Walter P. etallii. O ensino da Geografia em
questão e outros temas. – Rio de Janeiro: Marco Zero / Associação dos Geógrafos
Brasileiros, 1987.
VESENTINI, José Willian (org.). Geografia e Ensino: textos críticos. 8ª ed. Campinas / SP:
Papirus, 1989.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
geografia. Brasília: MEC / SEF, 1998.
IMAGENS
http://www.mydays.de/ausgefallene-geschenke/Iglu-Baukunst-mit-Uebernachtung.html
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq057/arq057_00.asp
Prefeitura Municipal de Piraquara – Setor de Comunicação.
Jorge Luiz Rizzi Galerani – fotógrafo