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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIROEDUARDO PAES

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃOCLAUDIA COSTIN

SUBSECRETARIA DE ENSINOREGINA HELENA DINIZ BOMENY

COORDENADORIA DE EDUCAÇÃOMARIA DE NAZARETH MACHADO DE BARROS VASCONCELLOS

COORDENADORIA TÉCNICAELISABETE GOMES BARBOSA ALVES

MARIA DE FÁTIMA CUNHASANDRA MARIA DE SOUZA MATEUS

ORGANIZAÇÃOBEATRIZ ALVES DOS SANTOSCARLOS FERNANDO GALVÃO MARIA DE FÁTIMA CUNHA

REVISÃOANTONIO AUGUSTO ALVES MATEUS FILHO

LEILA CUNHA DE OLIVEIRASIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA

CAPAALDINEA SEVILHA

JACQUELINE MAC-DOWELLMARIA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

ILUSTRAÇÕESALDINEA SEVILHA

JACQUELINE MAC-DOWELL

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E/SUBE/CED/CTANA PAULA LISBÔA. CARLA DA ROCHA FARIA. CLOVIS DE FIGUEIREDO NEVES FILHO. EDUARDA CRISTINAAGENOR DA SILVA LIMA. EDWIGES ARAÚJO REGO. ELISABETTH MARTINS FEIO BRANDT. EULÁLIAPIMENTA SOUZA DE OLIVEIRA. FÁTIMA BLANCO CAVALCANTI. GINA PAULA BERNARDINO CAPITÃOMOR. JANAINA CRUZ DA SILVA. JULIA YOLANDA PAES MENDES. LEILA CUNHA DE OLIVEIRA. LETÍCIACARVALHO MONTEIRO. MARCIA CRISTINA FERREIRA GARCIA. MÁRCIA DA LUZ BASTOS. MARCO AURÉLIOPEREIRA VASCONCELOS. MARCO UBIRATAN MIRANDA DE CASTRO. MARIA ANGÉLICA PAMPLONAALGEBAILE. MARIA DA PENHA MACEDO TOZZI. MARIA LÚCIA DE SOUZA E MELLO. MARTHA FRANCISCADA SILVA. MOISÉS DE CARVALHO FILHO. MONICA DOS SANTOS MARINS SOARES. NATÁLIA VALÉRIAGASPAR NETO CORRÊA. NICANOR VIEIRA TRINDADE. NÚBIA VERGUETTI. PATRÍCIA LORENA QUITÉRIO.RENATA RAMOS SADER. RENATA SURAIDE SILVA DA CUNHA BRANCO. ROBERTO ANUNCIAÇÃOANTUNES. ROSANGELA SANTORO FRANCISQUINI. ROSANIA RANGEL TEIXEIRA. SARA LUISA OLIVEIRALOUREIRO. SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA. SONIA REGINA DA SILVA RODRIGUES. VALÉRIA BARBOSAARAÚJO. WELLINGTON MARTINS MACHADO. MARCIA DA LUZ BASTOS. HAYDEE COSTA. ANDRÉABARRETO M. POÇA.

E/SUBE/CED/GEFANA CRISTIAN THOMÉ VENENO. ARALCINEA DORJEHAH L. S. NOGUEIRA. MARIA CRISTINA DE LIMA.

E/SUBE/CED/ACOMPANHAMENTOELAINE OLIVEIRA DOS SANTOS. ELIZABETH DOS ANJOS COVAS. ENILDA MARIA SANTOS D’ALMEIDA.ROSEMARY MEDEIROS SABINO. SHIRLEY CUPOLILLO FERREIRA. SONIA FERREIRA LARRUBIA FOLENA.TÂNIA RANGEL DO SACRAMENTO.

E/SUBE/CRE/GEDVANA MARIA SILVA DE OLIVEIRA(E/SUBE/1ªCRE/GED). ROSIMERE DO NASCIMENTO LIMA GAMEIRO(E/SUBE/1ªCRE/GED). JACIRA DA PAIXAO FERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GAQ). ANDREA DA PAIXÃOFERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GED). PATRICIA SIROTHEAU DE ALMEIDA EICHLER (E/SUBE/2ªCRE/GED).MARIA LUCIA DA MOTTA MOSQUEIRA (E/SUBE/2ªCRE). TANIA MARIA FERREIRA TARGINO(E/SUBE/2ªCRE). MARIA INEZ ZAIN BRAZUNA (E/SUBE/2ªCRE). ELIANE MARIA FLORIANO DA PAIXAO(E/SUBE/3ªCRE/GED). PAULO JOSE DE ALMEIDA RIBEIRO (E/SUBE/3ªCRE/GED). MARIA DALVA DANTAS(E/SUBE/4ªCRE/GED). NOEMIA D. ALMEIDA OLIVEIRA (E/SUBE/4ªCRE/GED). ANA PAULA SIMOES PINTO(E/SUBE/4ªCRE/GED). JOSE HENRIQUE DE FREITAS AZEVEDO (E/SUBE/5ªCRE/GED). GUILHERME F. DEAZEVEDO DEGOU (E/SUBE/5ªCRE/GED). DESIREE CHAVES COSTA (E/SUBE/5ªCRE/GED). DENISE CRISTINARIBEIRO DE SOUZA TOME (E/SUBE/6ªCRE/GED). CHRISTIANE MARIA COSTA CARNEIRO PENHA(E/SUBE/6ªCRE/GED). PRISCILA FRISONE COSTA (E/SUBE/6ªCRE/GED). ANA MARIA CARNEIROABRAHAO. (E/SUBE/7ªCRE/GED). MARIA DAS GRAÇA CAVALCANTI DE SÁ LIMA E/SUBE/7ªCRE/GEDDIALA AZEVEDO (E/SUBE/8ªCRE/GED). SORAIA GALDINO ORNELAS DA COSTA (E/SUBE/8ªCRE/GED).MARCELO FERNANDES DO NASCIMENTO (E/SUBE/8ªCRE/GED). EDILENE RAMOS (E/SUBE/8ªCRE/GRH).JOSELIA PEREIRA BENTO (E/SUBE/9ªCRE/GED). LINDA LUIZA DE AZEVEDO MACEDO -E/SUBE/9ªCRE/GED). DANIELE DE OLIVEIRA FRANCO ACUNA (E/SUBE/9ªCRE/GED). HELENA DORAWSTAZKA (E/SUBE/10ªCRE/GED). HUMBERTO OZORIO DE FIGUEIREDO FILHO (E/SUBE/10ªCRE/GED).ALVARO JORGE MADEIRA BORGES DE ALMEIDA (E/SUBE/10ªCRE).

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E/SUBE/1ª CRE

FABRICIA FIGUEIRA CRAVINHO - E/SUBE/CRE(01.01.001). HENRIQUE CYRILLO CORREA NETO -E/SUBE/CRE(01.01.004). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE(01.01.004). ANA LUCIA SOUZA DOSSANTOS -E/SUBE/CRE(01.01.005). LEONARDO SILVA CAMPOS - E/SUBE/CRE(01.01.007). ALINE BAPTISTACASTANHEIRA - E/SUBE/CRE(01.01.008). JOSE CARLOS GONCALVE5 DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(01.01.009). WILLIAM BARCELLOS - E/SUBE/CRE(01.01.009). ROSALINA PIRES DA LUZ -E/SUBE/CRE(01.02.002). JORGE ALBERTO ALVES MESQUITA - E/SUBE/CRE(01.02.004). NATALIAGERASSO - E/SUBE/CRE(01.02.004). ELISABETE PINHEIRO COSTA - E/SUBE/CRE(01.02.005). CRISTIANETIOZZO - E/SUBE/CRE(01.02.007). ANDRE DA SILVA CABRAL CORREIA - E/SUBE/CRE(01.02.007). RENATATORRES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.02.501). FABIO GONCALVES NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(01.03.001).TANIA REGINA DOS SANTOS BARBOSA - E/SUBE/CRE (01.03.004). MARCIA COUTINHO D. IPPOLITOBOMFIM - E/SUBE/CRE (01.03.004). MAURICIO AVILEZ VARGAS - E/SUBE/CRE(01.03.004). ANA SHIRLEYSA DE OLIVEIRA – E/SUBE/CRE (01.03.004). SUELI CARVALHO LANCETTA - E/SUBE/CRE(01.03.005).MARIA ALDINA DE JESUS PINTO - E/SUBE/CRE(01.03.005). SUELI MAURICIO LEAL FILHA -E/SUBE/CRE(01.03.006). SIMONE FLORES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.07.001). FERNANDA MARIACARDOSO DE OLIVEIRA AFONSO - E/SUBE/CRE(01.07.001). MARCIA ANDRADE DAMASCENO -E/SUBE/CRE(01.07.001). DEBORA ANA DA SILVA JORGE - E/SUBE/CRE(01.07.001). ANTONIO JOSEMIRANDA PEREIRA - E/SUBE/CRE(01.07.002). ALEXANDRE ROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(01.07.003).ANA VIRGINIA AYRES BARBOSA - E/SUBE/CRE(01.07.004). DENISE FERREIRA NUERNBERG -E/SUBE/CRE(01.07.007). FILIPPE DE LIMA GOMES - E/SUBE/CRE(01.07.009). TATIANE DA CRUZ SILVACOELHO - E/SUBE/CRE(01.07.009). REGINA WEINERT LA BELA DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.011).ELIANE SOUZA PECANHA - E/SUBE/CRE(01.07.011). ANDREA SOARES BARBOZA -E/SUBE/CRE(01.07.011). MARIA MARGARETH BARLETA ABREU - E/SUBE/CRE(01.07.012). BIANCAGOMES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.502). EDNA MARIA AUGUSTO DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.21.002).ANDRÉLUIS DA SILVA JUNIOR - E/SUBE/CRE(01.21.002). DENISE DIAS BARIFOUSE -E/SUBE/CRE(01.23.002). ORLANDO RODRIGUES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.23.002). AUDREY SANTOS ESANTOS - E/SUBE/CRE(01.23.002). LUIS HORÁCIO DUTRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.23.002).FERNANDO JOSÉ CORREA - E/SUBE/CRE(01.23.002). REINALDO NUNES DO NASCIMENTO -E/SUBE/CRE(01.23.004). WAGNER LUIZ G. MORAES - E/SUBE/CRE (01.01.001). CLAUDIA GRUBMAN -E/SUBE/CRE (01.02.001). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE 01.02.504. LUIZ GERALDO DOS SANTOSJR. - E/SUBE/CRE (01.07.002). MARIA DE FÁTIMA G. CASTRO - E/SUBE/CRE (01.07.002). ESTER MARIAMORA - E/SUBE/CRE (01.07.012). RICARDO P. LINHARES - E/SUBE/CRE (01.02.004). NEUZA DA SILVAELIAS E/SUBE/CED (01.07.007). SOLANGE SIMÕES COMERLATO - E/SUBE/CED (01.07.004). ALEXANDREROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CED (01.07.003).

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E/SUBE/2ª CRE

ALFEU OLIVAL BARRETO JUNIOR E/SUBE/CED (02.06.020). EDNO PIENTZNAUER JUNIOR -E/SUBE/CRE(02.04.001). VALERIA MARIA OLIVEIRA SANTOS SENRA - E/SUBE/CRE(02.04.004). ILDENIRSANTOS OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.04.011). LUCIA HELENA CAYRES MENESCAL - E/SUBE/CRE(02.04.014).SIMONE GEANE BERGER - E/SUBE/CRE(02.04.014). SANDRA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014).ROSELI MARITAN DE ABOIM COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014). CLAUDIA LUCIA CABRAL DE ARAUJO -E/SUBE/CRE(02.04.015). LUCIA INES DELPASSOS PAIVA - E/SUBE/CRE(02.04.017). CLAUDIA DA ROCHAVAZ - E/SUBE/CRE(02.05.004). VALERIA SIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CRE(02.05.008). MARIA ALICEGOULART DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.05.009). ANDRE LUIS MARCONDES - E/SUBE/CRE(02.06.002).DEBORA DE SOUZA CORREA E/SUBE/CRE(02.06.003). ADRIANA SOARES MAGDALENO -E/SUBE/CRE(02.06.004). CLAUDIA ANDREA LAFAYETTE PINTO - E/SUBE/CRE(02.06.005). ANDREA DECARVALHO CONCEICAO - E/SUBE/CRE(02.06.006). BEATRIZ MANSO DUTRA E SILVA -E/SUBE/CRE(02.06.008). RAQUEL LANA BRAGA COSTA - E/SUBE/CRE(02.06.010). ANA HELENA DA ROSA ESILVA ESTEVES - E/SUBE/CRE(02.06.015). FERNANDO SOUZA PAULO - E/SUBE/CRE(02.06.020). ROBERTAESTEVES DA ROCHA - E/SUBE/CRE(02.06.020). LILIA MARCIA DE ALMEIDA SILVA - E/SUBE/CRE(02.08.002).NUBIA CERQUEIRA DO ESPIRITO SANTO - E/SUBE/CRE(02.08.003). MONICA REGINA SANTOS DE MACEDO- E/SUBE/CRE(02.08.004). MARIA CRISTINA DE ANDRADE MACEDO - E/SUBE/CRE(02.08.004). CARMENLUCIA TAVARES POMPEU - E/SUBE/CRE(02.08.007). ROBERTA GEORGIA KURRIK - E/SUBE/CRE(02.08.007).MARCIA SCHIECK CHAVES LOPES - E/SUBE/CRE(02.08.008). TEREZA CRISTINA AROUCA FRAMBACH -E/SUBE/CRE(02.08.009). REGINA BRASILIA DE ABREU OLIVEIRA SACRAMENTO - E/SUBE/CRE(02.08.010).ROSILANE RIBEIRO MARALHAS - E/SUBE/CRE(02.08.010). ALEXANDRE ANTONIO FRAMBACH -E/SUBE/CRE(02.08.012). MARIA CRISTINA ZAMITH CUNHA - E/SUBE/CRE(02.08.012). SEBASTIAO VIEIRA -E/SUBE/CRE(02.08.017). NORMA EUGENIA FERREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). LENITA DESOUSA VILELA - E/SUBE/CRE(02.08.502). MARCIA CARDOSO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). VERALUCIA AMPARO SANT ANNA - E/SUBE/CRE(02.09.001). DANIELE CATALDI FERNANDEZ -E/SUBE/CRE(02.09.003). GUACYRA PEREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(02.09.008). ROBERTA RODRIGUESMATTOS DE ANDRADE ROJAS PEREIRA - E/SUBE/CRE(02.09.011). VERA NACIA DUARTE FRANCO -E/SUBE/CRE(02.09.013). MARCELO MIRAGAYA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.09.020). RAFAEL CARDOSOREGO - E/SUBE/CRE(02.09.021). ANDRE LUIZ DA SILVA TEIXEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.021). SILVANE DECASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.023). MARIA DE LOURDES DE ATHAYDE COSTA CINTRA -E/SUBE/CRE(02.09.026). JORGE DE ALMEIDA VARGUES - E/SUBE/CRE(02.09.026). SUSANA LOURENCOFERNANDES PINTO - E/SUBE/CRE(02.27.004). MARCUS VINÍCIUS DOS S. DELPHIM - E/SUBE/CED(02.06.012). ALEXANDRE A. FRAMBACH - E/SUBE/CED (02.08.012).MARIA CRISTINA Z. CUNHA -E/SUBE/CED (02.08.012). WILSON SANTOS BRAGA - E/SUBE/CED (02.09.019). MARCELO DA CONCEIÇÃOSILVA - E/SUBE/CED (02.06.019). ADRIANA SOARES MAGDALENA - E/SUBE/CED (02.06.004).VALÉRIASIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CED (02.05.008). FÁTIMA AZAMOR DA COSTA - E/SUBE/CED (02.09.020).SILVANE DE CASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CED (02.09.023). DENISE V.G. NOVO - E/SUBE/CED (02.06.020).

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E/SUBE/3ª CRE

FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CRE(03.12.006). DAYSE CRISTINA REIS LOPESROCHA - E/SUBE/CRE(03.12.009). MARIA JOSELMA BRITO - E/SUBE/CRE(03.12.010). JENNY DA SILVAPIRES - E/SUBE/CRE(03.12.012). ANDRE DARINO DE OLIVEIRA BORGES - E/SUBE/CRE(03.12.016).MONICA SILVA DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(03.12.016). CLAUDIA DO VALE MADEIRA TERRA POMAR -E/SUBE/CRE(03.12.019). ROSE ELEN SANT ANNA VITORIANO - E/SUBE/CRE(03.12.030). ELISABETEGONCALVES NUNES - E/SUBE/CRE(03.12.031). MARCIO DA ROCHA FRANCELLINO -E/SUBE/CRE(03.12.033). MARCO ANTONIO ANANIAS - E/SUBE/CRE(03.12.501). LUCIO FLAVIO CEDROLALOURES - E/SUBE/CRE(03.12.503). MARIA ELIZABETE DE LIMA FERNANDES BORGES -E/SUBE/CRE(03.13.002). CLAUDIA VALLE LAURENZANO - E/SUBE/CRE(03.13.002). ELIZABETE DE JESUSRODRIGUES - E/SUBE/CRE(03.13.008). VERA LUCIA FERREIRA MACHADO - E/SUBE/CRE(03.13.008).ELIZABETH BRIGIDO PEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.022). CRISTINA APARECIDA DA SILVA CARNEIRO -E/SUBE/CRE(03.13.030). ANDRE LUIZ DOS PASSOS - E/SUBE/CRE(03.13.030). SONIA MARIA ALCANTARADA CRUZ - E/SUBE/CRE(03.13.036). GEISA FERREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.037). ZORAIDA DORIAPEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.044). MARISA DA FONSECA SARMENTO - E/SUBE/CRE(03.13.044). TARCIOCORDEIRO RAMOS - E/SUBE/CRE(03.13.046). ELANE SILVEIRA CORREA - E/SUBE/CRE(03.13.050). MARCIAMOREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.503). MARIETA PINTO MAROTTA - E/SUBE/CED (03.13.022).BIANCA GOMES BARBOSA DE SOUZA - E/SUBE/CED (03.12.603). GILDA MARTINS ROTTI - E/SUBE/CED(03.013.501). LEGNER WAGNER P. DE MATTOS - E/SUBE/CED (03.012.005). CLÁUDIA VALLELAURENZANO - E/SUBE/CED (03.012.002). MARCELLY LESSA GONÇALVES - E/SUBE/CED (03.012.009).CELINA DA SILVEIRA RIBEIRO - E/SUBE/CED (03.13.052). FLÁVIA MACÊDO DA SILVA - E/SUBE/CED(03.13.044). JENNY DA SILVA PIRES - E/SUBE/CED (03.12.012). CLÁUDIA DO VALE MADEIRA - E/SUBE/CED(03.12.019). FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CED (03.12.006). VÂNIA TEIXEIRATALHADO - E/SUBE/CED (03.12.015). MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA DA ROCHA -E/SUBE/CED (03.12.501).

E/SUBE/4ª CRE

MARIANGELA ENNE MEDINA - E/SUBE/CRE(04.10.004). REGINA DE LIMA MENCARELLI -E/SUBE/CRE(04.10.004). SUELI VIEIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(04.10.009). MARLI VIEIRA DE OLIVEIRA- E/SUBE/CRE(04.10.009). ELOA MACIEL GARCIA - E/SUBE/CRE(04.10.010). ALVARO CHIANELLI DEAZEREDO - E/SUBE/CRE(04.10.010). JORGE DE CASTRO MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.010). RITA DECASSIA PEREIRA PACHECO - E/SUBE/CRE(04.10.016). DENISE DE SOUZA FREITAS -E/SUBE/CRE(04.10.018). LUIZ GERALDO DOS SANTOS JUNIOR - E/SUBE/CRE(04.10.018). RONALDOMIRANDA ARDENTE - E/SUBE/CRE(04.10.021). WALACE DA SILVA SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.022).MARILENE GUIMARAES DE SA MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA REGINA PINTO BARBOSA -E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA MARIA DA SILVA MACIEL - E/SUBE/CRE(04.10.025). LEANDRO FERREIRADOS SANTOS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.501). MARIA DE FATIMA GONCALVES CASTRO -E/SUBE/CRE(04.11.008). HUMBERTO CAMELO DE FREITAS - E/SUBE/CRE(04.11.008). LUIZ ROBERTOCONGUNDES SALVADOR - E/SUBE/CRE(04.11.009).

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E/SUBE/4ª CRE

ANDERSON FELIX FERNANDES - E/SUBE/CRE(04.11.013). NEUDIMAR FERREIRA LEITE -E/SUBE/CRE(04.11.202). SANDRA MARIA JARDIM SERRA PIRES - E/SUBE/CRE(04.11.202). MARIAALEXANDRA DA PURIFICACAO LEVANDEIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(04.20.001). LILIAN CRISTINAASSUMPCAO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.001). LYZIA TOSCANO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.004).TEREZINHA SILVA SEIXAS FILHA - E/SUBE/CRE(04.20.004). ALESSANDRA BRUNO -E/SUBE/CRE(04.20.012). DANIEL SANTOS SOUZA - E/SUBE/CRE(04.20.012). ANA LUISA AMORIMPENEDO MACHADO - E/SUBE/CRE(04.20.013). EDNA CATARINA DE MELO ALVES -E/SUBE/CRE(04.20.014). FERNANDO NEY DE OLIVEIRA LIMA TELLES - E/SUBE/CRE(04.20.015). EDVARVASCONCELLOS - E/SUBE/CRE(04.20.017). MARCIA CRISTINA DO LIVRAMENTO FRAGA -E/SUBE/CRE(04.20.020). NEZIO ENEAS NUNES - E/SUBE/CRE(04.20.020). LEONARDO DE FREITASGONÇALVES - E/SUBE/CRE(04.20.020). ROSANA FERRANTE DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.021).ANGELICA SILVANA DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.023). CRISTIANE MARIANO LEITE -E/SUBE/CRE(04.20.024). MARCELO DE SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(04.20.024). MARIA TEREZA DE SOUZA- E/SUBE/CRE(04.20.029). KELLY LUIZ SOUZA DOS SANTOSM - E/SUBE/CRE(04.20.029). FRANCILEIDEMARIA GOMES MANNARINO - E/SUBE/CRE(04.20.030). VAGNER LUIZ BELCHIOR MESQUITA -E/SUBE/CRE(04.20.030). MARCELE AUGUSTA PADILHA MONTEIRO ROCHA - E/SUBE/CRE(04.20.030).ANA PAULA DE MOURA BOURRUS SANTOS - E/SUBE/CRE(04.20.201). CELI CONCEICAO MAGALHAESARAUJO - E/SUBE/CRE(04.20.501). EDILSON FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ELIZETEPEREIRA MAXIMO BARBOSA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ANDRE LUIZ OLIVEIRA DA SILVA -E/SUBE/CRE(04.30.002). LUIZ FILIPE - E/SUBE/CRE(04.30.005). TATIANA PEREIRA DE CARVALHO -E/SUBE/CRE(04.30.503). GUILHERME MARINHO MOITA - E/SUBE/CRE(04.31.017). ANGELA MARIASANTANNA FIGUEIREDO - E/SUBE/CRE(04.31.018). LUIZ CARLOS THOMAS COELHO -E/SUBE/CRE(04.31.018). ROBERTO MUCHULI MARQUES BUSTO - E/SUBE/CRE(04.31.019). BARBARAANDREZA MOREIRA DE ALCANTARA - E/SUBE/CRE(04.31.023). LUIZ HENRIQUE DE MELO ROSA -E/SUBE/CRE(04.31.026). ITALA DE OLIVEIRA TAVARES - E/SUBE/CRE(04.31.026). MONIQUE DE JESUSASSUNCAO - E/SUBE/CRE(04.31.026). JOYCE SANTANA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.31.027). PAULOROBERTO FERREIRA - E/SUBE/CRE(04.31.502). MARIA JULIA DE ALENCAR DUARTE -E/SUBE/CRE(04.31.502). ELOÁ MACIEL GARCIA – E/SUBE/CE (04.10.010). RICARDO NEVES – E/SUBE/CED(04.10.016). MAYARA NERES MATOS – E/SUBE/CED (04.10.018). MÔNICA P. DE MEDEIROS - E/SUBE/CED(04.10.501). RITA DE CÁSSIA BRAGA DE SOUZA - E/SUBE/CED (04.11.002). PATRÍCIA SANTOS DEOLIVEIRA - E/SUBE/CED (04.11.005). TATIANA R. OLIVEIRA – E/SUBE/CED (04.11.009). LÍDIA SANTOSARRUDA - E/SUBE/CED ( 04.11.020). MARIA DO CARMO PASTOR SALADICH - E/SUBE/CED (04.20.015).ELAYNE CRISTHINE F. CÉSAR SOUZA - E/SUBE/CED (04.20.012). LUIZ ANTONIO FERREIRA - E/SUBE/CED(04.20.012). VERA LÚCIA S. REIS - E/SUBE/CED (04.20.019). SÉRGIO HENRIQUE DE S. GUERRA -E/SUBE/CED (04.20.029). MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA PEREIRA – E/SUBE/CED (04.30.003). LIZIE DESOUZA CALMON - E/SUBE/CED (04.31.006).

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6

E/SUBE/5ª CRE

NILCE BARBOSA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(05.14.011). ROSEMARY REZENDE GIMENES -E/SUBE/CRE(05.14.011). ANA PAULA DA SILVA LESSA - E/SUBE/CRE(05.14.018). ISABELE DE OLIVEIRANUNES - E/SUBE/CRE(05.14.019). ANDREA DUARTE FERREIRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(05.14.019).RENAN FERNANDES LOURO - E/SUBE/CRE(05.14.019). ERIKA FRANCO RIBEIRO - E/SUBE/CRE(05.14.019).ANA VALERIA ARSENIO DE ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.14.027). SHIRLEI MACHADO -E/SUBE/CRE(05.14.028). ANDREIA GREGORIO LOIOLA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(05.14.029). CLAUDIAMARIA FERNANDES BREVES - E/SUBE/CRE(05.15.001). MARINALDO AVELINO DA SILVA -E/SUBE/CRE(05.15.001). IENY COSTA BENTO - E/SUBE/CRE(05.15.001). CATIA MACANA FERNANDES -E/SUBE/CRE(05.15.001). LEANDRO CARNEIRO - E/SUBE/CRE(05.15.001). AMAURY GOMES DE ALMEIDA -E/SUBE/CRE(05.15.002). ROSEMARY APARECIDA DA COSTA GOMES - E/SUBE/CRE(05.15.010).MARCELLO RIBEIRO SALLE - E/SUBE/CRE(05.15.011). VANIA REGINA JORGE DA SILVA -E/SUBE/CRE(05.15.011). RENATA BERNARDO ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.15.012). CLAUDIA CRISTINADA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.016). MICHELLE DA SILVA BOTELHO - E/SUBE/CRE(05.15.016). MARCIACRISTINA DOS SANTOS PEREIRA - E/SUBE/CRE(05.15.020). DANIEL DE CASTRO DIAS -E/SUBE/CRE(05.15.020). MARIA ANGELICA BARROS QUADROS - E/SUBE/CRE(05.15.021). DANIELEBLANCO CAVALCANTI - E/SUBE/CRE(05.15.025). SANTANA MARIA PAIVA CARVALHO -E/SUBE/CRE(05.15.031). EMILIA LEITAO VARELLA DA SILVEIRA - E/SUBE/CRE(05.15.032). ISABELCRISTINA DE OLIVEIRA MENDONCA - E/SUBE/CRE(05.15.032). JULIANA DE ABREU CORDEIRO -E/SUBE/CRE(05.15.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.038). ANGELA SANTOSFRANCA - E/SUBE/CRE(05.15.038). NILCEA ALMEIDA DA SILVA COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.039).JOSEMILSON DA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.041). LUCIA REGINA DE PAULA DUARTEE/SUBE/CRE(05.15.041). JOSE AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CRE(05.15.045). CATERINA RIZZO -E/SUBE/CRE(05.15.045). SILVIO UBIRATAN CORREA - E/SUBE/CRE(05.15.045). MICHELLE TAVARES DEVASCONCELOS PAIVA - E/SUBE/CRE(05.15.045). LILIANE HENRIQUES FERNANDES -E/SUBE/CRE(05.15.045). NIVEA MUNHAO VILAS BOAS DE MAGALHAES - E/SUBE/CRE(05.15.045). MARIAAUXILIADORA PEREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(05.15.047). LUCIANO PALMARES DE SOUZA -E/SUBE/CRE(05.15.052). ANDERSON CARLOS DOS SANTOS BAPTISTA - E/SUBE/CRE(05.15.060). ADECIALEXANDRE DE MESQUITA - E/SUBE/CRE(05.15.062). JOSÉ AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CED(05.15.045). ALEXANDRE NEVES LOPES - E/SUBE/CED (05.14.022). SINARA GONÇALVES S. COLLODETTI -E/SUBE/CED (05.14.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CED (05.15.038). ROSANE PRAÇA DEMATTOS - E/SUBE/CED (05.15.039). VANESSA DUPHEIM PINHEIRO - E/SUBE/CED (05.15.039). LUIZCLÁUDIO ESPÍRITO SANTO DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (05.15.055).

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7

E/SUBE/6ª CRE

MARCIA CRISTINA BRAHIM DA SILVA JUNQUEIRO - E/SUBE/CRE(06.22.002). ALBANETE REIS GONCALVES- E/SUBE/CRE(06.22.003). GILMAR DA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(06.22.005). EDNA ALVES CARNEIRO -E/SUBE/CRE(06.22.005). LUIS CLAUDIO RANGEL SUHETT - E/SUBE/CRE(06.22.006). CHRISTIAN SILVAMOTTA - E/SUBE/CRE(06.22.006). NIVEA MUNIZ VIEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.006). FABIO MELO GARCIADA CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.007). LUCIANA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.007). MARIA CRISTINACHAGAS LEITE - E/SUBE/CRE(06.22.008). LAURINEIDE DE FRANCA SOARES - E/SUBE/CRE(06.22.008).MARA IONE GOMES GALVAO PINTO - E/SUBE/CRE(06.22.008). ZULEIKA CARDOSO DEGANI -E/SUBE/CRE(06.22.009). GLORIA MARIA DE SOUZA PADILHA - E/SUBE/CRE(06.22.011). JACQUELINEBENTO MARQUES PEREIRA - E/SUBE/CRE(06.22.014). SANDRA BIANCHI AGUIAR RAPOSO -E/SUBE/CRE(06.22.014). ALICE VILAS SINTZ - E/SUBE/CRE(06.22.016). FATIMA FIGUEIRA CONTREIRAS -E/SUBE/CRE(06.22.018). EDIMAR FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(06.22.019). RENATA MARIAFERREIRA DA COSTA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.020). SONIA MARIA DA SILVA OLIVEIRA -E/SUBE/CRE(06.22.022). LUIZ OTAVIO CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.022). MARCELO MOURA FERREIRA -E/SUBE/CRE(06.22.022). RAFAEL ALVES ROSSI - E/SUBE/CRE(06.22.024). CAROLINE RANGEL CHAVES -E/SUBE/CRE(06.22.024). ELGA CONCEICAO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.026). MEIRE CRISTINALIMA LOBATO - E/SUBE/CRE(06.22.027). MARCIA SOUSA COELHO - E/SUBE/CRE(06.25.002). ROBERTOPEREIRA LIMA - E/SUBE/CRE(06.25.003). IVANIRA SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(06.25.005). REGINA DEFATIMA DE MATTOS LINS VAZ - E/SUBE/CRE(06.25.011). ANA CLAUDIA ABRANTES DA SILVA -E/SUBE/CRE(06.25.016). BERNARDO REGIS GUIMARAES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.018). MARIAIOLANDA MARANDOLA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.021). IURI RODRIGO DO NASCIMENTO -E/SUBE/CRE(06.25.027).SUMARA DA COSTA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(06.25.027). LUCIENE PEREIRAMARTINS - E/SUBE/CRE(06.25.031). SIMONE PEREIRA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(06.25.032). DOUGLASDE SOUZA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.205). ANDREIA COSTA MENEZES - E/SUBE/CRE(06.25.205).CLAUDIA QUEIROZ DE SOUZA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.206). GISELE CARDOSO CORDEIRO -E/SUBE/CRE(06.25.501). VÂNIA LÚCIA DE SÁ SOARES - E/SUBE/CED (06. 25.502). JOYCE CARVALHO DESOUZA - E/SUBE/CED (06. 25.501). ROSÂNGELA DIAS LAMOGLIA BRANDÃO – E/SUBE/CED (06.25.204).JEANE TOSI SIQUEIRA - E/SUBE/CED (06.22.012). LAROZE PEREIRA LOPES - E/SUBE/CED (06.22.010).ALINE GONÇALVES CORRÊA - E/SUBE/CED (06.25.026). TATIANA SANTOS RABELLO - E/SUBE/CED(06.22.008). SIMONE GAMA DE ARAÚJO - E/SUBE/CED (06.25.004). MAURO LUIZ SILVA SANTANA -E/SUBE/CED (06.25.031). LÍGIA ALVES DOS SANTOS SOUZA - E/SUBE/CED (06.22.007). VIVIAN E TEIXEIRADE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (06.22.026). LUCIO MAURO DE SOUZA FRANCISCO - E/SUBE/CED (06.25.005).

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8

E/SUBE/7ª CRE

MICHEL VIEIRA DE LIMA E SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.027). FERNANDA MARTINS CORDEIRO ALVES -E/SUBE/CRE(07.16.027). CARLA BISPO AZEVEDO - E/SUBE/CRE(07.16.028). KELLY CRISTINA BARBOZA DASILVA - E/SUBE/CRE(07.16.030). PATRICIA DOS SANTOS CORREA - E/SUBE/CRE(07.16.033). ADRIANAPIRES MARCIAL - E/SUBE/CRE(07.16.039). CARLOS JORGE DA SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.046). PAULAFERREIRA FALHEIRO - E/SUBE/CRE(07.16.501). DORA HELENA PAPIER BANDEIRA DE MELLO -E/SUBE/CRE(07.24.004). HELSON PATURY E SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). SILVINA MARIA LEAL DESOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.010). WANDAAURORA DE SOUZA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(07.34.502).DENISE MARIA CARVALHO BARBOSA -E/SUBE/CED (07.16.033). FLÁVIA FRANCISCA DA SILVA - E/SUBE/CED (07.16.609). MARIANA CARDOSOALVES DA COSTA FRANCO - E/SUBE/CED (07.16.210). SÔNIA IGNARRA - E/SUBE/CED (07.24.008).EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CED (07.24.010). DENISE REIS LIMA - E/SUBE/CED (07.16.048).ANDRÉ LOUREIRO RIBEIRO DE BARROS - E/SUBE/CED ( 257.062.0). MARYNÊS MEIRELLES - E/SUBE/CED(07.24.005). VALDEIRDA COSTA LOBO - E/SUBE/CED ( 07.16.040). VALÉRIA BRAUNS CAZELGRANDISOUTINHO - E/SUBE/CED (07.16.003).MARIA GRACINDO CARDOSO GARCIA CONDE - E/SUBE/CED (07.24.014).

E/SUBE/8ªCRE

DAGOBERTO BUARQUE DE ASSIS - E/SUBE/CRE(08.17.012). LUCAS DA SILVA BARBOZA -E/SUBE/CRE(08.17.012). SUELI CARDOZO ARRABAL FERNANDES - E/SUBE/CRE(08.17.013). MAICON DOSSANTOS DI CARLANTONIO DE CASTRO - E/SUBE/CRE(08.17.016). DANIEL DE CASTRO FERNANDESCOELHO - E/SUBE/CRE(08.17.016). VANESSA BARRETO XAVIER - E/SUBE/CRE(08.17.019). CHRISTINAFERREIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(08.17.027). SELMA MELO DE PINHO - E/SUBE/CRE(08.17.035). ANAMARIA QUINTA NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(08.17.041). DEBORA ASSIS DOS SANTOS -E/SUBE/CRE(08.17.041). SIMPSON DE BRITO MELO BAUMANN - E/SUBE/CRE(08.17.048). MARIA INESFREITAS DA SILVA DANTAS - E/SUBE/CRE(08.17.048). AMANDA CARVALHAL RABELLO -E/SUBE/CRE(08.17.050). NEUZA DE ANDRADE SILVA E/SUBE/CRE(08.17.054). FERNANDO TORRES DEANDRADE - E/SUBE/CRE(08.17.056). MONICA DOS SANTOS MARINHO NUNES - E/SUBE/CRE(08.17.070).ANNA CAROLINA MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.17.075). ELZA LUCIA MOREIRA DA SILVA -E/SUBE/CRE(08.17.501). THAIS DO AMARAL E SILVA FERREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.001). VILMA SOUZADA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.007). DANIELE CRESPO DE MORAIS - E/SUBE/CRE(08.33.011). MARILENEGIL PORTELLA LIMA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.012). SIMONE FONTES DE SOUSA RIBEIRO -E/SUBE/CRE(08.33.012). MONICA SILVA DO AMARAL - E/SUBE/CRE(08.33.012). MARCELUS SILVA DASILVEIRA - E/SUBE/CRE(08.33.017). ANGELA CRISTNA DE QUEIROZ CHAVES - E/SUBE/CRE(08.33.018).MARISA COSTA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.021). MARIA CIDALIA PIRES PEREIRA MOTA CAMPOS -E/SUBE/CRE(08.33.021). SANDRA MENDONCA DO NASCIMENTO - E/SUBE/CRE(08.33.022). ARLAN DACOSTA MARCELLO - E/SUBE/CRE(08.33.022). PAULO COUTO CORREA - E/SUBE/CRE(08.33.026). LUISFERNANDO DIAS DA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.030). LUCIA BATISTA BANDEIRA -

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E/SUBE/8ªCRE

E/SUBE/CRE(08.33.031). EMILIA GIORDANO - E/SUBE/CRE(08.33.031). PAULO ROBERTO MONSORES DAMOTTA JUNIOR - E/SUBE/CRE(08.33.033). SILVIA REGINA D ASSIS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.033).IRISNETE MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.034). SUZANA OLIVEIRA DE SOUZA -E/SUBE/CRE(08.33.034). ALESSANDRA CARLA CARDOSO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(08.33.040). ANAPAULA DA COSTA MOREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.040). CHRISTINA SIMONIN LAURIANO -E/SUBE/CRE(08.33.048). LEDA MARIA CIDONIO - E/SUBE/CRE(08.33.201). REJANE DA SILVA DE OLIVEIRARODRIGUES DE ALVARENGA - E/SUBE/CRE(08.33.602). PAULO COUTO CORRÊA - E/SUBE/CED(08.33.026). ANA CLAUDIA T. BARCELLOS - E/SUBE/CED (08.17.503). VIVIANE MENEZES MAINENTI -E/SUBE/CED(08.17021).REGINA M. FERNANDES - E/SUBE/CED (08.17.013). LEILA BRASIL COUTINHO -E/SUBE/CED(08.33.018). MARIA LUIZA DE A. KRAFZIK - E/SUBE/CED (08.33.011).JOÃO RODRIGOMAGALHÃES VAZ - E/SUBE/CED (08.33.016). REGINA MARQUES FERNANDES - E/SUBE/CED (10.19.019).

E/SUBE/9ª CRE

ROSANA DE OLIVEIRA SILVA DE SOUTO - E/SUBE/CRE(09.18.002). SERGIO FERNANDES PICCOLI -E/SUBE/CRE(09.18.006). URSULA DA CRUZ SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.006). CAMILE LAUDEAUZER DECARVALHO ALVES - E/SUBE/CRE(09.18.006). ELIANE DA SILVA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.007). SERGIOVEIGA FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.010). CATIA CRISTINA MOFATO FRADE DA SILVAE/SUBE/CRE(09.18.010). LUCI REGINA DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.011). JULIO CESAR NOGUEIRA -E/SUBE/CRE(09.18.013). SOLANGE DA SILVA GUIMARAES - E/SUBE/CRE(09.18.020). MARIA NAZARETHPONTES - E/SUBE/CRE(09.18.020). GISELI VIANA VAZ - E/SUBE/CRE(09.18.020). GLORIA REGINA DESOUZA SANTOS MACEDO - E/SUBE/CRE(09.18.020). JORGE LUIZ RIBEIRO DE LIMA -E/SUBE/CRE(09.18.026). ANA MARIA DOS SANTOS PINTO - E/SUBE/CRE(09.18.027). ROSANA HUGUENINDOS SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.032). MONICA MENDES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.033). MARIAELIANE PIMENTEL CORTES - E/SUBE/CRE(09.18.033). BRUNO GOMES HOSP - E/SUBE/CRE(09.18.034).LUIS FELIPE CHAGAS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.036). LAURENTINA MENEZES VALENTIM -E/SUBE/CRE(09.18.042). DANIEL SANTOS ALVES DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.045). SABRINA DA SILVAMELLO - E/SUBE/CRE(09.18.048). VALDETE AMARAL BRITO DE AS - E/SUBE/CRE(09.18.049). ROSIMARYNUNES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.050). CLAUDIA DOS SANTOS FERREIRA MATOS MESQUITA -UBE/CRE(09.18.059). ALINE DA SILVA PASSAU - E/SUBE/CRE(09.18.061). ABRAHAO JOSE ALVES FILHO -E/SUBE/CRE(09.18.070). ELISA FARIAS DE OLIVEIRA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.071). REINALDO SANTOS DECARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.075). SHIRLEY RODRIGUES FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.076). ARI DEBRITO BAPTISTA - E/SUBE/CRE(09.18.077). LOUYZE MARTINS GOMES - E/SUBE/CRE(09.18.077). JANECORREA BRANDAO - E/SUBE/CRE(09.18.078). CRISTINA JOSE REIGOTO NUNES - E/SUBE/CRE(09.18.083).CARLOS EDUARDO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.083). ALINE DE ALMEIDA MONTEIRO -E/SUBE/CRE(09.18.086). FABIANA DOS SANTOS DE OLIVEIRA- E/SUBE/CRE(09.18.086). ROSANGELAMATTOS DE CARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.088) . VIVIANE CRISTINA DA SILVA DE OLIVEIRA -

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E/SUBE/9ª CRE

E/SUBE/CRE(09.18.205). CASSIA MARIA FERNANDES IZUMI - E/SUBE/CRE(09.18.501). JOAORICARDO BRAGA DE PINHO - E/SUBE/CRE(09.18.504). PEDRO JERONIMO RODRIGUES BAPTISTA- E/SUBE/CRE(09.18.510). ANA CRISTINA MOREIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.803).WLADMIR D’ OLIVEIRA HERCULES - E/SUBE/CED(09.18.506). AMANDA TEIXEIRA DOS SANTOS -E/SUBE/CED (09.18.032). SANDRA DA SILVA GUIMARÃES - E/SUBE/CED (09.18.061). DIENE EIRASDINIZ - E/SUBE/CED (09.18.091).

E/SUBE/10ª CRE

PATRICIA MATOS IBRAHIM - E/SUBE/CRE(10.19.005). JORGE PAULO PEREIRA DOS SANTOS -E/SUBE/CRE(10.19.007). LEILA FARAH ATALLAH - E/SUBE/CRE(10.19.008). MARILIA DE CASTRO ROSATARGUETA - E/SUBE/CRE(10.19.016). RONISIA MORAES MACHADO DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.016).MARIA LUCIA DE OLIVEIRA DA CONCEICAO - E/SUBE/CRE(10.19.018). LUIZ PAULO DA SILVA -E/SUBE/CRE(10.19.021). ZILDA GOMES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.024). ANDRE LUIZ DE MACEDOE/SUBE/CRE(10.19.031). CLAUDIA DE SA AMARO - E/SUBE/CRE(10.19.037). ANA LUIZA KARAM DACOSTA MIGUEL ALVES MARQUES - E/SUBE/CRE(10.19.039). ANTONIO CARLOS BATISTA SUZANO -E/SUBE/CRE(10.19.045).1010 MARLIZE RIBEIRO SILVA DA MATTA - E/SUBE/CRE(10.19.045). SINVALDODO NASCIMENTO SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.047). ODAIR DA CUNHA GARCIA - E/SUBE/CRE(10.19.047).NORMA SUELI BATISTA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(10.19.047). MARIA EDNA SANTANA -E/SUBE/CRE(10.19.052). NADJA GARCIA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(10.19.055). WAILA VIEIRA GOMES -E/SUBE/CRE(10.19.057). JULIO CESAR REGADAS DE ASSUNCAO - E/SUBE/CRE(10.19.062). LEILA MARIADA SILVA CUNHA - E/SUBE/CRE(10.19.062) - RENATA MACEDO MAIA DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.201).MARCOS ALEXANDRE PONTES DE MEDEIROS - E/SUBE/CRE(10.19.201). MARINA ISABEL BRESSANERESENDE GUIMARAES - E/SUBE/CRE(10.19.202). CLAUDIA MEDINA DE ALMEIDA RIBEIRO -E/SUBE/CRE(10.19.202). RAFAEL CARVALHO SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.205). FERNANDA DONASCIMENTO MAIA - E/SUBE/CRE(10.19.206). CARLA NUNES CURSINO - E/SUBE/CRE(10.19.210). ELIETEFERREIRA PIRES - E/SUBE/CRE(10.19.611). MARIA CELINA SILVA FREIRE GENTIL -E/SUBE/CRE(10.26.001). MONICA MAZZA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(10.26.008). KALIL MIGUEL SAADNETO - E/SUBE/CRE(10.26.010). CARLOS ALBERTO DOS SANTOS RIBEIRO - E/SUBE/CRE(10.26.016).ALINE SCRIBELK DE C. MACIEL - E/SUBE/CRE(10.26.018). CLAUDENIR CAZATI PEREIRA -E/SUBE/CRE(10.26.021). SIMONE PINTO DE ASSIS CORREA - E/SUBE/CRE(10.26.201). FABIANO SCANZICASTELLO RIBEIRO - E/SUBE/CRE( 10.19.037). LUIZ FELIPE VIEIRA FERRÃO - E/SUBE/CRE (10.19.058).TEREZA HELENA NUNES FONSECA - E/SUBE/CRE (10.19.035). MÔNICA JORDÃO REIS DA SILVA -E/SUBE/CRE (10.19.007). VÂNIA MARIA MACHADO DE ARAÚJO - E/SUBE/CRE (10.26.013).

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Carta de Princípios Escolares para um mundo sustentável

Com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre DesenvolvimentoSustentável, a Rio +20, a Secretaria Municipal de Educação, por meio de discussõescom as 1.069 escolas da rede municipal, elaborou a Carta de Princípios Escolarespara um Mundo Sustentável. Com o objetivo de criar novos hábitos nos alunos,tornando-os cidadãos conscientes e preocupados com a questão da sustentabilidade, odocumento lista 20 princípios que devem ser executados pela Rede nos próximos anos.

Desde 2009, a Secretaria vem trabalhando o tema da sustentabilidade em todasas unidades da Prefeitura, por meio dos Cadernos Pedagógicos e das OrientaçõesCurriculares, que são distribuídos para todos os professores e alunos do 1º ao 9º anodo Ensino Fundamental. Em setembro de 2011, a Secretaria realizou o seminárioSustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã, já como umprocesso de preparação para a Rio +20. Nesse contexto, foi também promovido umfórum de discussões com todas as escolas, a partir do qual foi elaborado um conjuntode ações para serem executadas pela Secretaria e por toda a comunidade escolar.

Além disso, durante o mês de realização da Rio +20, os professores e alunos do1º ao 5º ano receberão a Cartilha de Sustentabilidade. Já os professores do 6º ao 9ºano vão receber um documento, que consiste nos resultados do seminárioSustentabilidades e a Sala de Aula: valores Éticos e Formação Cidadã.

Entendemos que é durante o Ensino Fundamental que os alunos constroem seusvalores individuais e, por isso, todos os temas que dizem respeito a uma ética frente anossos contemporâneos e às futuras gerações devem ser trabalhados. Mais do quegarantir o acesso de nossas crianças às salas de aula, com uma educação dequalidade, queremos garantir que todas tenham direito a um futuro melhor, formando,assim, jovens autônomos, competentes e solidários.

Claudia CostinSecretária Municipal de Educação

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School Charter – Principles for a Sustainable World

On the verge of Rio +20 United Nations Conference on Sustainable Development,Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education promoted a series of discussionsgathering all schools run by the city government (a total of 1,069), which resulted in adocument that sets forth 20 principles to be adopted and accomplished by theMunicipal Educational System throughout the following years. This is called TheSchool Charter – Principles for a Sustainable World and it aims at helping studentsadopt new habits and become citizens who are aware of how relevant an issuesustainability is.

Since 2009, following the Curriculum Guidelines, all municipal schools have beendiscussing sustainability issues, which are included in the pedagogical materialsdeveloped for teachers and students from the 1st to the 9th grade. In September 2011,the Sustainability and the Classroom Seminar: ethical values and citizenship was heldby Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education as a preparation for the mainevent, Rio + 20 United Nations Conference. During the seminar a discussion forumwas established resulting in a set of actions to be implemented by the municipalschools in cooperation with the Municipal Secretariat of Education.

Furthermore, in the month of Rio + 20 Conference, first to fifth grade teachers andtheir students will receive a handbook on sustainability. Likewise, The School Charter -Principles for a Sustainable World, the approved document from Sustainability and theClassroom Seminar: ethical values and citizenship, shall be distributed to teachers andstudents from the sixth to the ninth grade.

We all bear in mind that it is along Primary and Secondary Schools that pupils build uptheir moral values. Hence, all issues concerning ethical responsibility towardscontemporary and future generations must be explored. Thus more than ensuring allchildren have access to basic education of high quality, we want to ensure their right toa better future. Our role is to improve young people's autonomy and strengthen theircompetences as well as to foster attitudes of solidarity.

Claudia Costin

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O presente livro é resultado de um trabalho coletivo. De nada nos adiantariam, atuandoem educação pública, todos os sonhos que acalentamos, todos os desafios que nos movem,não fosse a possibilidade de realizar sonhos e de vencer desafios que o trabalho coletivopermite. Este trabalho foi parte de nossos sonhos, foi desafio a enfrentarmos e vencermos.Hoje, é sonho realizado, mais uma etapa vencida, graças à força realizadora que tem otrabalho coletivo de produzir bens comuns. Este livro é um bem comum.

Sonho realizado, desafio vencido, é hora de agradecermos. Nosso primeiroagradecimento, todo especial, vai para as Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino doRio de Janeiro, que, através de seus professores, alunos, pais e responsáveis, direção efuncionários, participaram da realização deste livro.

Agradecemos aos colegas do Nível Central da Secretaria Municipal de Educação – SMEpelo competente e indispensável apoio que deram à realização do fórum Sustentabilidades e asala de aula: valores éticos e formação cidadã, ocorrido nos dias 13 e 14 de setembro de 2011.E, também, às Coordenadorias Regionais de Educação – CRE, parceiras em todos osmomentos e neste, em especial, por intermédio de suas Gerências de Educação (GED),parceria fundamental sempre e especialmente em todas as etapas de concretização dessesonho.

Agradecemos, ainda, a nossos valiosos colaboradores:• Revista Ciência Hoje, representada pela Profª Maria Del Carmen Guadalupe Chude,Diretora Pedagógica do Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE);• FIRJAN, por intermédio do Sr. Luiz Augusto Azevedo, Gerente de Meio Ambiente, daSrª Carolina Zoccoli Carneiro, da Equipe de Meio Ambiente e da Srª Cláudia do CantoWilkoszynski, Analista de Projetos Especiais.

Agradecemos, por fim, e de modo especialíssimo, aos palestrantes dos dois dias dofórum, Profª Anice Esteves Afonso, Prof. Dr. Haroldo Mattos de Lemos, Prof. Dr. JacquesMarcovitch, Prof. Dr. José Carlos Milléo, Prof. Lincoln Tavares Silva, Prof. Dr. Luiz FelipeGuanaes Rego, Prof. Dr. Manoel Martins de Santana Filho, Profª Drª Maria Teresa TedescoVilardo Abreu, Sr. Matthews Shirts, Prof. Dr. Sergio Besserman e Prof. Dr. Silvério de PaivaFreitas pelas ideias e pelas palavras que iluminaram as cabeças e confortaram os corações detodos os participantes.

A todas e a todos o nosso reconhecimento pela realização e pela construção coletiva deum bem comum, pela renovação de nossa capacidade de sonhar e de enfrentar os novosdesafios, para fazer o que se impõe ser feito. Que este bem comum se faça semente e que asemente germine e possa gerar seus bons frutos: outros bens comuns.

Equipe da Coordenadoria de Educação

AGRADECIMENTOS

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Sumário

1. Artigos

1.1 Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental ...................... 15

1.2 A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida .................................... 21

1.3 Desenvolvimento Sustentável ........................................................................................................ 25

1.4 Sustentabilidade ............................................................................................................................. 30

1.5 A construção da sustentabilidade em sala de aula ......................................................................... 41

1.6 Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade ............................ 46

1.7 O socioambiental: escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida........................ 54

1.8 A sustentabilidade na escola – uma proposta prática ................................................................... 61

1.9 Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã ............................. 65

1.10 Empresas viáveis, cidades sustentáveis ........................................................................................ 70

2. Princípios Escolares para um mundo sustentável..................................................................................... 73

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Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental

Professora e Mestre Anice Esteves Afonso

Professora da Faculdade de Formação de Professores/Departamento de Geografia eDoutoranda em Geografia no Programa de Pós-Graduação em Geografia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

O debate acerca das responsabilidades escolares é amplo e a Educação Ambiental(EA) vem se firmando como mais uma delas. Não há, porém, um consenso entre osprofissionais na escola sobre como isso deve ocorrer ou sob responsabilidade dequem. Proposta para ser inserida no currículo como tema transversal de caráterinterdisciplinar, corre o risco de ser tratada a partir do senso comum, sem o necessárioaprofundamento teórico e metodológico.

O campo ambiental vem se consolidando como científico há décadas. Os discursosrelacionados à causa ambiental estão associados a concepções e sensibilidadesvariadas. Alguns dos discursos intrínsecos ao campo ambiental derivam de influênciasculturais vindas de outros momentos históricos, grupos sociais distintos e suas formasde ver o mundo. Essas perspectivas foram sendo reelaboradas na medida em que astransformações no espaço natural e nas relações sociais criaram situações novas,reações sociais, rearranjos espaciais e de poder distintos.

Nos últimos 50 anos, diversos eventos marcantes contribuíram para sustentar açõespolíticas cada vez mais estruturadas em relação à problemática ambiental. O caráterpolítico do movimento ecologista se configurou mais claramente por volta dos anos1960, especialmente nos países mais industrializados, em que o nível de degradação(sócio) ambiental era mais expressivo. No entanto, a dimensão e visibilidade dasreivindicações ambientais se disseminaram no plano internacional rapidamente.

Pressões sociais convergiram e levaram ao surgimento de organismos ambientais,legislação específica e associações civis voltadas à questão ambiental em todo omundo. Tais pressões levaram a ONU, em 1972, a criar o PNUMA (Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente) que apoiou, desde então, as conferênciasinternacionais sobre Meio Ambiente. A partir dos anos 1980, o discurso ambiental setornou socialmente mais disseminado. Multiplicaram-se as chamadas OrganizaçõesNão Governamentais (ONGs) e partidos políticos ligados aos movimentosambientalistas que passaram sistematicamente a denunciar problemas e a pressionargovernos em defesa da causa ecológica.

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Em 1987, foi apresentado o “Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum”, no qual foiintroduzido o conceito de desenvolvimento sustentável. A ideia geral seria a derelacionar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, permitindo ahabitabilidade da Terra às gerações futuras. Apesar de o conceito ser muito aceito, háquem o considere ineficaz por ter sido elaborado mais como uma estratégia parasustentar o ‘desenvolvimento’ do que para viabilizar a proteção da Natureza.

Em função da pressão do movimento ambientalista internacional e interno, foi incluído,na Constituição Brasileira de 1988, um capítulo sobre o meio ambiente, no qual aEducação Ambiental (EA), em todos os níveis de ensino, passou a ser dever do Estado.Atualmente, as políticas públicas de EA vêm sendo construídas no MMA e MEC –ministérios do Meio Ambiente (perspectiva de EA não formal, a ser implementada porempresas públicas e privadas, organizações não governamentais etc.) e Ministério daEducação (perspectiva de EA formal, escolar).

Em 1992, realizou-se, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento, conhecida como Eco-92. Os países participanteselaboraram acordos internacionais para o controle das ações sobre o ambiente, entreos quais se destacam a Agenda 21, um amplo programa de ações sustentáveisrelacionadas a diferentes aspectos ambientais, a serem implementadas durante oséculo XXI pelos países signatários. Do ponto de vista institucional, a Declaração daConferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi, ocorrida em1997, é considerada um marco fundador da Educação Ambiental (EA) a nívelinternacional.

Essas e outras conferências organizadas pela ONU e também no Brasil por instituiçõescomo o Ministério do Meio Ambiente e o da Educação, colocaram em evidência aimportância de consolidar uma Agenda 21 Escolar, desde o nível nacional até o local.Os requisitos para implementar tal iniciativa incluem a participação de segmentossociais ligados à coletividade escolar, para levantar problemas socioambientaisrelevantes e sugerir alternativas de intervenção a fim de minimizá-los, semprebuscando envolver o poder público, empresas, voluntários etc. Cabe ao educadorambiental o conhecimento prévio das condições naturais, sociais e culturaisprecedentes, a fim de não ser identificado como alguém com sugestões alienadas eimpróprias. O educador ambiental teria, ainda, o papel de mediar a interação entre osparticipantes – alunos e membros da comunidade em geral – o que não é tarefasimples: requer preparo profissional, tempo e condições materiais.

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A Lei Federal Nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)estipula que a EA deva ser promovida em todos os níveis de ensino. Os ParâmetrosCurriculares Nacionais (PCN) de 1996 sugerem o tratamento do tema “MeioAmbiente” em abordagem transdisciplinar, considerando “os aspectos sociais,econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos” a fim de possibilitaruma visão integrada do ambiente da escala global à local. Em 1999, foi promulgada aLei Nº 9.795 de Política Nacional de Educação (PNEA), instituindo a obrigatoriedadeda EA em todos os níveis e modalidades de ensino, mas como uma prática educativaintegrada, sem a inclusão de uma disciplina de EA nos currículos escolares.

Percebe-se que, a nível institucional, a demanda pela EA vem se consolidando. Issotambém ocorre em diversos segmentos da sociedade e entre educadores em diferentesníveis e meios. Tal demanda exige reflexões de caráter teórico e metodológico a fim desituar a prática docente em educação ambiental, um campo tão vasto quanto polêmico.Os que buscam atuar neste campo devem saber que são muitas as estratégias deabordagem do tema, metodologias de trabalho, práticas pedagógicas e/ou políticas,que variam conforme as concepções de Natureza, de Ambiente e mesmo de Educaçãodos envolvidos.

Ponto de vista teórico- filosófico:reconhecem-se

três perspectivasde maior influência

no Brasil

MARXISTA, representada por Carlos Frederico

Loureiro e Carlos WalterPorto Gonçalves.

FENOMENOLÓGICA, representada por

Michele Sato.

HERMENÊUTICA,representada por Isabel

Carvalho e MarcosReigota.

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Do ponto de vista metodológico, destacam-se duas diretrizes que orientam asestratégias docentes de EA:

a) na perspectiva comportamental, a ênfase é dada à realização de atividadespráticas (individuais e coletivas) para mitigar ou resolver problemas ambientais:soluções técnicas como coleta seletiva e reciclagem de lixo, consumo ‘consciente’ deágua e energia, reflorestamento, plantio de hortas, proteção de mananciais etc.

b) na perspectiva atitudinal, prioriza-se discutir sociedade, ética e cidadania, oque inclui questionar modelos de produção e consumo, exploração socioeconômica,riscos e vulnerabilidade socioambientais, conflitos entre interesses privados e benspúblicos, modelos de sustentabilidade social e ambiental. Essa perspectiva temobjetivos muito mais abrangentes e radicais, pois sugere novos atores políticos,sensibilizados, mobilizados e estruturados para transformar a sociedade e reverter oquadro de degradação socioambiental por ela gerado.

Na prática, o tratamento dado ao tema nas escolas tem enfrentado grandes desafios.Do ponto de vista operacional, muitas das dificuldades resultam das característicasatuais do magistério na maior parte do país (falta de tempo, de recursos, obrigação decumprir programas curriculares específicos, falta de apoio pedagógico e mesmoinstitucional etc.). No entanto, há que também considerar o despreparo metodológico eteórico de muitos educadores, já que, em sua maior parte, não possuem formaçãoespecífica para atuar em EA.

Isso talvez explique o predomínio do enfoque comportamental, ligado ao estímulo deprocedimentos mecânicos como reciclar lixo, não “poluir” o “ambiente”, plantio demudas etc – muitas vezes até bem sucedidos como modo de sensibilização para aquestão ecológica. Cabe aqui a crítica em relação ao uso do termo ‘conscientização’ambiental: geralmente, os educandos estão conscientes dos riscos e da gravidade damaior parte dos problemas ambientais, mas são absolutamente incapazes de reverter asituação, decorrente de modelos políticos e de produção de agentes hegemônicos.

Acredito que toda ética e toda noção de cidadania pressupõem um conjunto decomportamentos pró-ativos, mas também algumas restrições a que nos submetemosem nome de algo maior ou de uma coletividade. A que ética ambiental e a quesustentabilidade seremos solidários? Por um lado, a ética ambiental pode exigirmais responsabilidade e mudanças de atitude no sentido de restringir padrões deconsumo, exigir cuidados com dejetos, limitar a expansão de áreas edificadas ecultivadas a fim de preservar a biodiversidade, águas, ar e solos. Por outro lado, a

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sustentabilidade ambiental pode estar associada a benefícios sociais imediatos, comoredução de gastos com insumos – de energia e água a materiais de construção e papel–, melhorias na qualidade de vida e novas oportunidades de geração de emprego eobtenção de renda. Dessa relação cunhou-se a noção de sustentabilidadesocioambiental. Assim, sustentabilidade ambiental e social são aspectos que podem– e devem – estar integrados.

Ao apresentar uma parcela das concepções que envolvem educação ambiental ficaclaro que há grandes perspectivas para os educadores que acreditam poderemmobilizar transformações culturais, sociais e institucionais através da EA. O fato destanão ter um conteúdo programático pré-estabelecido e não estar inserida formalmentena carga horária de nenhuma disciplina cria dificuldades, mas abre oportunidades: arigidez dos currículos oficiais não é tão grande que impeça o aproveitamento do volumee diversidade de informações disponíveis sobre o tema. Na escola (ainda) é possívelestimular o pensamento crítico, a reflexão e a participação (cidadania).

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ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais: o caso do movimento porjustiça ambiental. Estudos Avançados. [online]. v. 24, n. 68. 2010. p. 103-119.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A invenção ecológica: narrativas e trajetóriasda Educação Ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2001. p. 229.

_______.Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 3 ed. São Paulo: Ed.Cortez. 2008. p. 256.

LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, RonaldoSouza (Orgs.) Repensar a Educação Ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Ed.Cortez, 2009.

LOUREIRO, Carlos Frederico; TREIN, Eunice; TOZONI-REIS, Marília Freitas deCampos; NOVICKI, Victor. Contribuições da Teoria Marxista para a EducaçãoAmbiental Crítica. Cad. Cedes, Campinas, vol. 29, n. 77, 2009. p. 81-97. Disponívelem http://www.cedes.unicamp.br

PEDRINI, Alexandre de Gusmão. As Políticas Públicas Nacionais com EducaçãoAmbiental no Brasil: evolução e perspectivas. (traduzido do inglês). In: AZEITEIRO,U., GONÇALVES, F & PEREIRA. M. (Eds) Alemanha: Peter Lang Ed., 2004. Disponívelem http://www.cpd1.ufmt.br/gpea/pub/pedrini_pp_ea.pdf.Acesso realizado em junho de 2011.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza daglobalização. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2006.

REIGOTA, Marcos; POSSAS, Raquel & RIBEIRO, Adalberto (Orgs.). Trajetórias enarrativas através da Educação Ambiental. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003.

SATO, Michele & CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental:pesquisa e desafios. Ed. Artmed. 2005.

SCOTTO, Gabriela; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura; GUIMARÃES, LeandroBelinaso. Desenvolvimento Sustentável. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2007.

TRISTÃO, Márcia. A educação ambiental na formação de professores: rede desaberes. São Paulo: Ed. Annablume, 2004.

Referências bibliográficas

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A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida

Professor Doutor Carlos Fernando Galvão

Geógrafo, Doutor em Ciências Sociais e Organizador do FórumSustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã

Professor de Geografia da Coordenadoria de Educação da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ)

Desenvolver é uma palavra cujo significado remete tanto ao ato de tornar alguma coisamelhor, quanto ao ato ou efeito de suster algo ou alguém. Nesse sentido, termos como“exploração desenfreada” ou “consumo sem limites” não podem mais ser a base dasações e comportamentos das pessoas e das sociedades.

A Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro vem realizando umasérie de ações para que a prática pedagógica do professor e a aprendizagem de seuconjunto de alunos, desde a Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental,contemplem a nova visão/percepção de mundo, originada do conjunto de ideias eestudos relativos às sustentabilidades. É o que mudará os comportamentos e é paraisso que trabalhamos, pedagogicamente, em sala de aula, em particular, e naSecretaria Municipal de Educação, como um todo.

Desenvolver, segundo o Dicionário Houaiss, tanto pode ser o ato de fazer crescer,tornar-se maior e/ou mais forte, mais volumoso, quanto pode ser o de tirar o queenvolve ou cobre (algo). Sustentável, baseando-nos na mesma fonte, é aquilo que podeser sustentado, o que é passível de sustentação – que, por sua vez, é o ato ou efeitode sustentar-se, também podendo ser considerado como o ato ou efeito deconservação. Em complemento, sustentáculo é o que sustém (algo), apoio ou suporte,ao passo que sustentar é o mesmo que suportar, suster ou carregar um peso.

Isso posto, o que vem a ser “Desenvolvimento Sustentável” ou, como alguns preferemchamar, “Sustentabilidades” (assim mesmo, no plural)? Em que tal conceito se baseia?A quem beneficia? Quem dele deve fazer uso?

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O termo Ecologia, vindo do grego e que quer dizer “estudo da casa” (eco = casa; logos= estudo), possui a mesma raiz filológica que Economia, “leis da casa” (eco = casa;nomos = leis). Foi cunhado por Ernst Haeckel no livro Generelle Morphologie derOrganismen (1866). Haeckel era zoólogo, artista, escritor e professor de anatomiacomparada, mas, apenas em 1972, durante a realização da Conferência de Estocolmo,Suécia, da ONU, o termo entrou, definitivamente, nas palavras de ordem dosorganismos governamentais e dos movimentos sociais. Não obstante, foi o eventorealizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, a “Eco 92”, que deu aos estudos etrabalhos ecológicos o seu impulso significativo. Vários eventos mundiais foramrealizados desde então, tanto de modo indireto, como as conferências Habitat, da ONU,quanto de modo direto, como a “Rio + 10”, que teve lugar na África do Sul, em 2002.Neste ano, 2012, os olhares e as expectativas internacionais se voltam, uma vez mais,para o Rio de Janeiro, sede da “Rio + 20”, entre os dias 20 e 22 de junho.

Os anos 1970 foram pródigos em ações na área ecológica, as quais, contudo, nãoeram muito bem vistas pelas sociedades em geral, senão apenas por seus militantes,posta a ignorância no sentido pleno da palavra, o de ignorar o quão importantes eramos estudos ecológicos e suas ações. Isso era tanto verdade que os militantesambientalistas receberam, nesse período, a alcunha nada lisonjeira de “ecochatos”.Sim, talvez alguns fossem, talvez alguns sejam, afinal, a chatura é inerente ao serhumano. Mas... pensemos: todos os chatos são, realmente, “chatos”? Quer dizer,existe ao menos um tipo, comumente classificado como chato mas, que, na verdade, éum sujeito, não raro com uma visão de futuro mais apurada do que a média e quepercebe, hoje, não o que vai acontecer no futuro, mas possibilidades de consequênciasfuturas, pelo que estamos a fazer no presente?

O futuro não é, ele se possibiliza, dizia o filósofo existencialista francês Jean-PaulSartre e, na mesma toada, Paulo Freire afirmava que o mundo não é, está sendo. Equais são nossas possibilidades futuras, quer dizer, quais são as possibilidades deaprendermos, coletivamente, a usar racionalmente o planeta, tonando-o maisaconchegante e, ao mesmo tempo... sustentável, em todas as várias formas desustentabilidade que podemos pensar e viver (econômica, cultural, política, ambiental etc.)?

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Quem responde, socialmente, pela libertação de nossas mentes e corações de algunssupostos desígnios do Deus Mercado? Do apelo ao consumo desenfreado, inclusive e,às vezes, principalmente, do desejo por aquilo que não precisamos ter, o que só agravaa situação ambiental, em todas as suas acepções? Afinal, trabalhar sensorial ecognitivamente o Meio Ambiente é muito mais do que salvar as árvores! É isso, mas étambém salvar as próprias condições de manutenção e renovação de todas as formasde vida do planeta, garantindo sua continuidade com qualidade. E, reforçando, égarantir as condições de existência da vida, posto que, se, num rompante de loucura,não alterarmos os caminhos que estamos trilhando, a situação ambiental da Terratornar-se-á difícil, senão impossível ao sustento da vida, tal como a conhecemos, talcomo a vivemos. Contudo, num laivo de sanidade, quem sabe as ações que resultaramnesse livro possam evitar o desastre dessa morte não desejada por ninguém, masanunciada por muitos e tantas vezes? E que ações são essas?

Retomando a discussão do próprio conceito de “Desenvolvimento Sustentável” ou de“Sustentabilidades” e considerando o desenvolvimento, inicialmente tomado em seusignificado menos conhecido, o de desembrulhar, o de descobrir algo, retirando-lhe oenvoltório, o que as sociedades humanas devem buscar é aquilo que, ambientalmentefalando, ainda não existe: um jeito de usufruir do planeta sem destruí-lo, preservando,como dito acima, as condições de habitabilidade e vivência, e não apenas para nós,mas para todas as formas de vida, já que a ação antrópica, ou seja, do Homem, afeta atodos os demais seres vivos. Desde a Revolução Industrial, iniciamos um processo quejulgávamos sem limites: o de extrair o que chamamos de recursos naturais, processá-loindustrialmente e vendê-lo comercialmente. Já vimos, porém, que esse modelo fordista,de produção em massa, para uma exploração em massa, não é sustentável sobqualquer aspecto em que seja analisado. Na pós ou na hipermodernidade tudo sefragmentou, inclusive o conhecimento. Sabe-se cada vez mais coisas, entretanto,talvez se saiba cada vez menos sobre elas. Concepções dialéticas dão lugar alinearidades que só empobrecem o debate e limitam as ações, superespecializadas queestão as ciências e as humanidades as quais, deste modo, veem muito bem umaárvore sem ter noção do que seja a floresta.

Sem religarmos os saberes e sem que adotemos visões mais integradoras,continuaremos a propor soluções pontuais para problemas sistêmicos. Não vai darcerto, como não tem dado. O compromisso com as sustentabilidades não pode seruma busca por novas produtividades e lucros, mas sim uma busca por um novosentido de vida social, por um novo paradigma de satisfação das necessidades edesejos humanos, numa expressão: por um mundo sustentável (a vida).

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Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1 ed. Instituto Antônio Houaiss deLexicografia. Rio de Janeiro: 2001.

GALVÃO, Carlos Fernando & MEFFE, Corinto. Democracia: do conceito à prática, darepresentação à participação. São Paulo: Editora Claridade, 2010.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Agenda 21 Local – ResultadosSelecionados. Brasília, 2012.

Referências bibliográficas

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Doutora Glória Cristina da Silva Lemos Doutorando Ismael Lourenço de Jesus Freitas

Professor Doutor Silvério de Paiva Freitas

Setor de Plantas Daninhas e Medicinais do Laboratório de Fitotecnia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias

(CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

Desenvolvimento Sustentável

A exploração econômica irracional dos recursos naturais pelo homem e o crescimentorápido da população humana, especialmente nas regiões mais pobres, são os principaisfatores responsáveis pela destruição ambiental. Isto porque o aumento demográfico e/ouo crescimento econômico no modelo atual predominante resulta em demanda cada vezmaior de recursos naturais para a produção de alimentos, roupas, casas, transportes etudo o mais relativo às necessidades da vida humana, cuja origem são matérias-primasextraídas da natureza. Consequentemente, os recursos primários disponíveis nanatureza, resultantes de milhões de anos para se formarem, vão se esgotando em ritmoacelerado. Não se pretende, em absoluto, que o homem deixe de utilizar os recursos danatureza (isto nem seria possível). Pretende-se apenas que se faça utilização racionaldo meio ambiente, de modo a preservá-lo para as gerações que nos sucederão (Costa& Cjarup, 1992).

No final do século XX, presenciou-se o crescimento da conscientização em relação àdegradação do meio ambiente, decorrente do processo de desenvolvimento. Oaprofundamento da crise ambiental, juntamente com a reflexão sistemática sobre ainfluência da sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito – o dedesenvolvimento sustentável. Este conceito alcançou destaque inusitado a partir dadécada de 1990, tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um novomodelo de desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento sustentável que teve suaorigem no debate acadêmico iniciado em Estocolmo, em 1972, e consolidado, em 1992,com a realização da Eco-92, defende que a satisfação das necessidades das geraçõesatuais não pode comprometer a capacidade de satisfação das necessidades de geraçõesfuturas (Louzada, A. 2008).

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Entre todas as ocupações humanas, a agricultura tem lugar de destaque porque geraemprego e riqueza, além de produzir fibras, celulose, madeira e os alimentos necessáriosà produção da energia vital que garante a sobrevivência do ser humano, sua saúde e seupleno desenvolvimento. Entretanto, todas as atividades agrícolas interferem noecossistema de forma mais ou menos agressiva, e devem ser amenizadas pelo devidoplanejamento e emprego de tecnologias disponíveis, a fim de garantir recursos naturaispara as próximas gerações. Todavia, o modelo econômico atual tem por base aexploração predatória dos recursos naturais e é sustentado pela ideologia pragmática doconsumismo exacerbado, que chega a associar padrões de consumo com cidadania.

Assim, a sociedade consumista é anticonservacionista e torna-se responsável peladegradação acelerada da natureza. O Informativo “Correio da UNESCO” no 7 de 1993,coloca uma preocupação quanto às consequências do desperdício de alimentos e dematérias-primas por parte das regiões mais ricas do Planeta Terra. O simples atocotidiano de deixar a torneira aberta, enquanto se escova os dentes, resulta em agressãoao meio ambiente, pois a água para chegar até a torneira depende de infraestrutura decaptação (mais represas), tubulação (produz poluição desde a extração da matéria-primaaté a fase final da industrialização) e tratamento (produtos químicos), além dosprocessos de distribuição, requerendo energia em todas as etapas.

O consumismo desenfreado das regiões industrializadas gera um desperdícioprejudicial aos povos de regiões em desenvolvimento: cada habitante dos países ricosconsome de 6 a 52 vezes mais carne; 10 a 35 vezes mais energia; 14 a 15 vezes maispapel que cada habitante dos países em desenvolvimento. Além disso, uma infinidadede objetos plásticos invade os rios e oceanos, matando, anualmente, cerca de doismilhões de pássaros e 100 mil mamíferos marinhos que são atingidos por tais objetosou ficam presos neles (Almeida et al. 1986).

No Brasil, além do desperdício de 20% da produção de grãos e 30% da produção dehortaliças e frutas, por causa de mau armazenamento, transporte inadequado enegligência, existe o exemplo clássico de desperdício que ocorre diariamente na mesados brasileiros. Supondo que durante uma refeição de 184 milhões de habitantes,cada pessoa deixa no prato um grão de arroz e um de feijão, tem-se umdesperdício de 184 milhões de cada um dos grãos por refeição.

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Considerando-se que um grama de arroz contém 32 grãos e um grama de feijãocontém quatro, determina-se que a perda anual seja de cerca de 5.750kg de arroz e46.000kg de feijão por refeição. Para manter esse desperdício durante 365 dias,observando-se a produtividade média dessas duas culturas, seria necessário cultivarpelo menos 915ha de arroz e em torno de 27.450ha de feijão. A energia entra emtodas as etapas de produção, desde o preparo do solo até a colheita, além deprodutos químicos como fertilizantes, corretivos e defensivos agrícolas, que sãoespalhados no ambiente (Costa & Cjarup, 1992).

O Brasil produziu em 2010 cerca de 153 milhões de toneladas de grãos (CONAB,2011), quando seriam necessários 180 kg de grãos hab-1 ano-1 para uma boaalimentação da população. Logo, bastaria destinar apenas 35 milhões de toneladas degrãos para alimentar a população atual do Brasil, que é de 190.755.799 pessoas, ouseja, menos de vinte e cinco por cento da produção de 2010 seria suficiente para quenão houvesse fome em nosso país.

O desenvolvimento sustentado associa a qualidade de vida de todos os sereshumanos à qualidade do meio ambiente, mas para que isto seja possível énecessária a redução dos desperdícios e uma política de educação para todos, comuma política econômica que permita melhor distribuição de renda.

Os produtores rurais, para atender à demanda de produtos exigidos pela população,têm que proteger as plantas cultivadas, nas diversas regiões agrícolas do planeta, de30.000 espécies de plantas daninhas (1.800 causam sérias perdas), de 3.000 espéciesde nematóides (100 causam severos danos), de 800.000 espécies de insetos (100.000são devastadoras) e de 100.000 agentes causadores de doenças (fungos, bactérias,vírus etc.) (ANDEF, 2008).

Outra preocupação que deve ser levada a sério numa agricultura racional é aconservação do solo e da água. Segundo Mazuchowiski & Derspsch (1988), anatureza leva, em média, 400 anos para formar um centímetro de solo. Assim, a terraarável (30cm de profundidade) levou pelo menos 12.000 anos para se formar e não sepode permitir que um manejo inadequado vá destruir essa riqueza em pouco tempodevido à erosão, contaminação por agrotóxicos e/ou por outros danos.

O plantio direto surgiu como tecnologia alternativa para minimizar esses problemas.Contudo, o êxito da tecnologia depende do fator humano, verificando-se que, paraobtenção da palhada usada no plantio direto, os produtores utilizam herbicidas sem apreocupação ou o conhecimento necessário à tecnologia de aplicação destes produtos.Os problemas aumentaram com a utilização das plantas transgênicas resistentes aoglyphosate e devido ao aumento indiscriminado no uso dos agrotóxicos.

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Atualmente, o mercado brasileiro de agrotóxicos é um dos maiores do mundo, com 107empresas aptas a registrar produtos, representando 16% do mercado mundial.Ressalta-se que a entrada desses produtos, em território nacional, aumentou 236%entre 2000 e 2007, dentre os quais do total de agrotóxicos utilizados na agricultura,55% são de herbicidas, 22% de inseticidas, 15% de fungicidas e 8% de outros. O Brasilocupa a terceira colocação no ranking mundial como consumidor de agrotóxicos,superado apenas pelos Estados Unidos e Japão (ANDEF, 2008).

Os herbicidas, quando aplicados de modo indiscriminado, podem causar inúmerosproblemas como intoxicação do trabalhador, do consumidor, das plantas cultivadas,contaminação do ar, do solo e da água, levar ao aparecimento de plantas daninhasresistentes que, por sua vez, vão requerer elevação das doses e/ou de novosprodutos para o seu controle. A eliminação de inimigos naturais, de pragas, dedoenças e de plantas daninhas até então sem importância pode se transformar emproblemas sérios para a agricultura, por não terem mais seus competidores naturais epela redução da biodiversidade.

Esses problemas vêm preocupando pesquisadores do mundo inteiro, pois até o iníciode 2010, já foram identificados 346 biótipos de plantas resistentes aos herbicidas comdiferentes mecanismos de ação. Entretanto, devido à mega utilização do glyphosate noplantio direto, nas culturas transgênicas, resistentes ao glyphosate, na fruticultura e emáreas não agrícolas, como a capina química urbana, a resistência ao glyphosatepassou a ser um sério problema no mundo, resultando, atualmente, em 19 espécies deplantas daninhas resistentes ao glyphosate.

No Brasil, segundos dados do Conselho de Herbicidas – Consherb (2010), estima-seuma área de 5,6 milhões de hectares infestados com plantas resistentes ao glyphosate,das quais 3,3 milhões de ha com a Conyza spp (Buva), um milhão ha com Loliummultiflorum (Azevém), 0,03 milhão ha Digitaria insularis (Capim-amargoso), entreoutras, onde os estados mais atingidos são Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grossodo Sul.

Os critérios normalmente utilizados para analisar o desempenho dos projetos depesquisa relacionados à produção agrícola são relação custo-benefício, produtividade eprodução total, nem sempre considerados com a devida seriedade, nem com osaspectos relacionados com a saúde pública e com os impactos ambientais, resultandono surgimento de problemas sérios. Hoje, muitos projetos que foram consideradoscomo modelos de produção se transformaram em contribuição negativa para o meioambiente ou podem até mesmo se tornar uma catástrofe ecológica.

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Na avaliação dos aspectos ecológicos, tanto a desconsideração como asupervalorização do impacto ambiental, não são benéficas ao desenvolvimentosustentável, uma vez que ambas analisam, exclusivamente, uma única face do problema.Isto pode ocorrer devido à falta de conhecimento, negligência, intenções destrutivas oupelas consequências imprevisíveis das novas tecnologias. Assim sendo, o ensino, apesquisa e a extensão devem estar direcionados e integrados na busca de alternativasviáveis para solucionar os problemas atuais em todos os setores da sociedade.

Referências bibliográficas

ALMEIDA, F. W.; YOKOMIZO, Y.; FERREIRA, M. S. F.; ÚNGARO M. T .S.; PUGA, F.R.; RüEGG E. F. Impacto dos agrotóxicos sobre o meio ambiente, a saúde e asociedade. São Paulo: Editora Ícone Ltda. , 1986. 96 p.

ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal, 2008.

CONSHERB - Conselho de Herbologia da Syngenta, 2010.

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), 2011.

COSTA, L.M.; CJARUP G. B. Agricultura e meio ambiente. Problemas ambientaiscausados pela agricultura no cerrado. Anais da Conferência Realizada pelaUniversidade Federal de Viçosa, 1992.

KOGAN; PÈREZ J.A. Herbicidas: fundamentos fisiológicos y bioquímicos del modo deacción. Ediciones Universidad Católica de Chile, Santiago, Chile, 2003, 333p.

LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil - terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas.Plantarum, 4 ed., 2008, 640p.

MAZUCHOWISKI; DERSPSCH. Plantio Direto no Paraná, 1988. 56p.

RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. Guia de Herbicidas. 5 ed. Londrina, 2005. 591p.

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Sustentabilidade

Professor Doutor Haroldo Mattos de Lemos

Presidente do Instituto Brasil PNUMA (Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)

Professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Presidente do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT

Superintendente do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental ABNT/CB-38 Presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da

Associação Comercial do Rio de Janeiro

1. Problemas Ambientais Globais: Desafios do Século XXI

Se fizermos um exercício de voltar no tempo, poderemos constatar as profundasmodificações que a raça humana provocou na Biosfera nos últimos dois séculos. Apopulação humana levou milhares de anos para atingir a marca de 1 bilhão de habitantes,em 1802. Cerca de cem anos depois, em 1900, a população humana já somava 1,5bilhão, e cem anos após, em 2000, a população já tinha atingido 6,1 bilhões dehabitantes. Isto é, aumentou seis vezes nos últimos 200 anos.

A economia mundial aumentou 10 vezes entre 1950 e 20001 e a produção industrial nosanos 80 já era mais de sete vezes maior do que nos anos 50. A industrialização provocouuma acelerada urbanização: em 1900, a população urbana do mundo era inferior a 1/3 dapopulação rural, mas em 2007 já era maior que a população rural.

População (bilhões) 1 2 3 4 5 6

Ano 1802 1928 1961 1974 1987 1999

Anos até opróximo bilhão

126 33 13 13 12 ?

Quadro 1 – A "explosão" populacional

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Como consequência, a degradação do meio ambiente passou a produzir efeitos diretose claramente identificáveis sobre as comunidades, como dificuldades para servir águapotável à população, poluição dos rios e lagos pelos esgotos domésticos e industriais,poluição do ar pelos sistemas de transportes e pelas indústrias e necessidade deremover e tratar o lixo produzido pela população.

O crescimento da economia e da produção industrial resultou num ritmo deconsumo de recursos naturais maior do que o crescimento da população. Porexemplo, enquanto no Século XX a população foi multiplicada por 4, o uso de águapara as atividades humanas cresceu 6 vezes. Como consequência, várias regiões domundo enfrentam hoje o problema da escassez de água.

A maioria dos pesqueiros mundiais estão sobre-explorados, isto é, estamos pescandomais peixes do que eles conseguem se reproduzir. Um relatório produzido pelo BancoMundial e pela Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO,divulgado no dia 8 de outubro de 2008, confirma a depleção dos estoques.

Pesqueiros e a frota pesqueira sobredimensionada são responsáveis por perdassignificativas nas operações de pesca marítima nos últimos anos. Recentemente, oCanadá foi obrigado a fechar 40 mil empregos na área da pesca do bacalhau.

Em consequência do crescimento da população e do uso acelerado dos recursosnaturais, a humanidade vai enfrentar durante este Século XXI vários desafiosambientais globais. Entre eles: o aquecimento global e suas consequências como aelevação do nível dos mares; o esgotamento de recursos naturais importantes como opetróleo e água, particularmente nas regiões em desenvolvimento em que a populaçãocontinua a crescer.

2. Desenvolvimento Sustentável

O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi cunhado pela Comissão MundialIndependente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela Srª Gro HarlemBrundtland, ex-Primeira Ministra da Noruega, que divulgou e apresentou às NaçõesUnidas, em 1987, seu relatório final intitulado “Nosso Futuro Comum”. Nele, odesenvolvimento sustentável foi definido como "Aquele que atende às necessidades dopresente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suaspróprias necessidades".

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O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito com o qual é fácil concordar,pois é puro bom senso, mas é extremamente complexo e controvertido quando se tentaaplicá-lo no nosso dia a dia. Para alcançarmos a sustentabilidade serão necessáriasmudanças fundamentais na nossa forma de pensar e na maneira como vivemos,produzimos, consumimos etc.

3. A capacidade de suporte da Biosfera

Vamos analisar o funcionamento da nossa Biosfera. Recebemos de fora do nosso sistemaa energia solar, que é absorvida pelas plantas na terra e pelas algas no mar, sendotransformada pela fotossíntese em energia química contida na estrutura vegetal formada.

A matéria orgânica vegetal e animal é um recurso renovável: alimentos como trigo earroz, combustíveis como madeira e álcool, materiais para vestimentas como algodão.Na Biosfera temos recursos não renováveis como materiais (minério de ferro e outros)e combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) que, juntamente com osrecursos renováveis da biomassa, são transformados em bens e serviços de queprecisamos para a nossa vida diária (alimentos, transportes etc.). Ao produzir estesbens e serviços, geramos resíduos e poluição que, parcialmente tratados ou não, sãojogados na Biosfera para que sejam absorvidos. A produção de bens e serviçostambém libera energia degradada em calor.

A disponibilidade de recursos (renováveis ou não) para transformarmos em bens eserviços e a capacidade da Biosfera para assimilar resíduos e poluição formam o quechamamos de capacidade de suporte da Terra.

4. Os três grandes desafios para o desenvolvimento sustentável

O que devemos fazer, na prática, para atingir o desenvolvimento sustentável? A nossover, existem três grandes desafios que precisam ser superados.

a) Disponibilidade de Recursos Naturais

O primeiro desafio é garantir a disponibilidade de recursos naturais que transformamosem bens e serviços necessários à nossa vida cotidiana. O alerta sobre a possibilidadedo esgotamento de recursos naturais estratégicos – que aconteceria por volta de 2050

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– nos foi apresentado pelo Primeiro Relatório do Clube de Roma, “Limites doCrescimento”, publicado em 1971, e confirmado pelo relatório “Além dos Limites",publicado em 1992. Com relação à disponibilidade de recursos naturais, precisamosfazer a distinção entre os recursos naturais renováveis e os não renováveis.

É fácil entender que estaremos usando os recursos renováveis de acordo com oconceito de desenvolvimento sustentável, quando respeitarmos a velocidade derenovação (ajudada artificialmente ou não) destes recursos. Por exemplo, seplantarmos mais árvores do que cortarmos, ou se pescarmos, respeitando a velocidadede reprodução dos peixes, estaremos na direção do desenvolvimento sustentável. Comrelação a estes dois exemplos, tanto no Brasil quanto no mundo, estamos no caminhocontrário ao da sustentabilidade, pois a derrubada de florestas nativas continua e osestoques pesqueiros estão sendo drasticamente reduzidos.

Quanto aos recursos não renováveis, não podemos simplesmente deixar de utilizá-losporque não são renováveis. Com o nível de consumo atual e com o crescimento projetado,o petróleo deverá acabar dentro de 50 anos. Devemos utilizar os recursos não renováveisde forma tal a permitir que tecnologias alternativas sejam desenvolvidas, em tempo, parasubstituí-los quando começarem a ficar escassos. Assim, antes de atingir o limiar deesgotamento do petróleo, já precisaremos dispor de alternativas e infraestrutura físicainstalada para substituir o petróleo e seus derivados combustíveis.

b) Respeitar os limites da Biosfera para assimilar resíduos e poluição

Significa não jogar sobre a Biosfera resíduos e poluição (decorrentes da produção euso de bens e serviços) em quantidades e velocidade superiores à capacidade deautodepuração da Biosfera. Esta capacidade de autodepuração depende dabiodegradabilidade do resíduo (quanto mais biodegradável, maior a capacidade deassimilação), das condições locais, da quantidade de resíduo sendo lançada. O alertasobre este problema nos foi apresentado pelo Programa das Nações Unidas para oMeio Ambiente – PNUMA, em 1982, em virtude do aparecimento dos ProblemasAmbientais Globais. De fato, as concentrações de vários tipos de resíduos e poluiçãoestão crescendo, tanto no ar quanto na água e nos solos.

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c) Questão social: necessidade de redução da pobreza

O Terceiro Relatório do Clube de Roma, “Para uma Nova Ordem Internacional”,divulgado em 1976, concluiu que “antes de atingirmos os limites físicos do nossoplaneta (significa a disponibilidade de recursos naturais e a capacidade da Biosferapara absorver resíduos e poluição), ocorrerão graves convulsões sociais provocadaspela grande desigualdade entre os países industrializados e os países pobres”.

Se aceitarmos que os desafios básicos e fundamentais para atingirmos odesenvolvimento sustentável são os três mencionados acima, a definição dada pelaComissão Brundtland pode ser ampliada para: "aquele que atende às necessidades dopresente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suaspróprias necessidades, respeitando a capacidade de suporte da Biosfera e reduzindo apobreza em nível mundial.” Qualquer tipo de atividade humana pode ser analisado à luzdestes três desafios, para verificar-se se está ou não na direção do desenvolvimentosustentável.

5. Ações importantes para o Desenvolvimento Sustentável

Vamos discutir, a seguir, algumas ações estratégicas que são necessárias para iniciar atransição na direção do desenvolvimento sustentável:

a) Estabilização da população mundial

As Nações Unidas estimam que a população mundial cresça cerca de 50% até 2050,passando dos atuais 6.1 bilhões para 9.3 bilhões de habitantes (World PopulationProspects, The 2000 Revision, Divisão de População, Departamento de Economia eAssuntos Sociais, Nações Unidas, Nova York, 2001). Como a população dos paísesdesenvolvidos deve permanecer estável, todo o crescimento populacional até 2050acontecerá nos países em desenvolvimento, isto é, cerca de 3 bilhões de habitantesadicionais. Se hoje, com pouco mais de seis bilhões de habitantes, já temos problemascom a possibilidade de esgotamento de recursos naturais estratégicos e com aquantidade de resíduos e poluição que jogamos diariamente na Biosfera, no futuroestes problemas tendem a se agravar significativamente. Embora existam grandesdiferenças regionais, quanto mais rápido atingirmos a estabilização e quanto menor foresta população, melhor.

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b) Melhoria da educação em todos os níveis

Talvez a ação mais importante para nos ajudar a atingir o desenvolvimentosustentável seja a melhoria da educação em todos os níveis, particularmente nospaíses em desenvolvimento. Já vimos que a melhoria do nível de educação ajuda areduzir o crescimento populacional. É também fundamental para possibilitar que ospolíticos possam adotar medidas de longo prazo, que muitas vezes impõem sacrifíciosem curto prazo, indispensáveis para o desenvolvimento sustentável.

c) Novo indicador de desenvolvimento

Os índices utilizados nos atuais Sistemas de Contabilidade Nacional para medir odesenvolvimento econômico, como o Produto Interno Bruto, não refletem oesgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Se o PIB de umpaís está "crescendo" em virtude da exploração cada vez mais rápida de sua únicareserva mineral (minério de ferro, por exemplo), a realidade só será sentida quandohouver esgotamento da reserva mineral, e a consequente queda do PIB. O Índice deDesenvolvimento Humano – IDH, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas parao Desenvolvimento – PNUD, associa outros fatores, como expectativa de vida, grau dealfabetização e mortalidade infantil ao PIB de um país, para evitar em parte o erro quepode acontecer com a análise do PIB isoladamente. Mas também não leva emconsideração o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio medindo,desde 2002, Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Comissão deDesenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. São 60 indicadores de quatro áreas:econômica, ambiental, social e institucional.

d) Colocar a economia a favor da sustentabilidade

Significa fazer uma reforma tributária para taxar mais o que queremos reduzir (comouso de recursos naturais escassos e geração de resíduos) e taxar menos o quequeremos aumentar (emprego e renda). Em 1994, a Noruega criou uma taxa sobreemissão de carbono de origem fóssil e reduziu a taxa sobre empregos. Aqui no Brasiltemos o exemplo do ICMS Ecológico, cujo pioneiro foi o Estado do Paraná.

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6. Conclusão

Apesar dos avanços que já conseguimos, existem grandes desafios à frente. ORelatório "Planeta Vivo 2008", produzido pela WWF – Fundo Mundial da VidaSelvagem, alerta que a Humanidade consome atualmente 30% mais recursos naturaisdo que o planeta é capaz de repor. Levando em conta o crescimento populacional, aevolução tecnológica e o desenvolvimento econômico, até 2050 o homem consumirá odobro da capacidade da Terra. O relatório afirma que, se a produção de alimentos e debens de consumo não for aprimorada, já em 2030 a população começará a sentir umaqueda considerável na qualidade de vida.

O conceito de "Pegada Ecológica" (Ecological Footprint) foi criado por Willian Rees eMathis Wackernagel, que publicaram em 1995 o livro Our Ecological Footprint:Reducing Human Impact on the Earth. É uma medida do que consumimos da natureza,em termos de água e terra produtiva que ocupamos para produzir todos os recursosque consumimos e para absorver todos os resíduos que geramos. O planeta dispõede 10.8 bilhões de hectares produtivos, que é menos que 25% de sua superfície. A áreaprodutiva disponível a cada habitante do planeta é cerca de 1,8 hectares (ha), mas hojeos norte-americanos já usam mais do que o quíntuplo, ou seja, 9,71ha. Um habitantede Bangladesh possui uma pegada de cerca de 0,5 hectares.

Em 1961, a humanidade usava 70% da capacidade produtiva da Terra. Porém, a partirdos anos 80, com o crescimento populacional e o consequente aumento do consumo, acapacidade do planeta em fornecer os recursos necessários para as atividadeshumanas passou a ser insuficiente. Por volta de 1999 já consumíamos 25% a mais doque a capacidade de regeneração do planeta (pegada ecológica global per capita de2,2 ha). Em outras palavras, o planeta precisaria de um ano e três meses para gerar osrecursos usados pela humanidade num único ano. Criamos assim um déficitinsuportável para as gerações futuras. Várias ONGs lançaram programas para cálculoda pegada ecológica, entre elas a Global Footprint Network (www.footprintnetwork.org).

Alguns países, como o Brasil e Argentina, apresentam uma biocapacidade maior quesua pegada ecológica, ao contrário de outros, como México, Holanda, Japão e EstadosUnidos. Se todos os habitantes da Terra tivessem o nível de consumo norte-americano,precisaríamos de três Terras semelhantes a nossa para garantirmos os recursosenergéticos e materiais suficientes.

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Herman Daly, Economista Senior do Banco Mundial durante a Rio 92, afirma em seuartigo “Economics in a Full World”, publicado na Scientific American em setembro de2005: “A exploração de recursos naturais é tão intensa que não podemos maisfingir que vivemos em um ecossistema ilimitado. A humanidade precisa fazer atransição para uma economia sustentável – que respeite os limites físicosinerentes ao ecossistema mundial e garanta que continue funcionando no futuro.Se não fizermos essa transição, poderemos ser punidos com uma catástrofe ecológicaque reduziria sensivelmente nosso padrão de vida.”

Hoje, a sustentabilidade de qualquer região dentro do sistema global é altamentedependente da sustentabilidade de várias regiões distantes. Nenhum país ou regiãopode ficar independente nesta situação ou alcançar sustentabilidade sozinho. Pelaprimeira vez na história evolutiva da humanidade, o interesse individual a curto prazo eo interesse nacional não convergem com interesses de longo prazo da humanidade.Daí a importância do Relatório “Visão 2050 – A Nova Agenda para as Empresas”(Vision 2050 – The New Agenda for Business), lançado pelo Conselho EmpresarialMundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for SustainableDevelopment – WBCSD), em fevereiro de 2010, baseado em estudos das NaçõesUnidas e outras instituições, como o Global Footprint Network – GFN. Ele foi produzidopor 29 empresas do WBCSD, de 14 setores industriais e discutido em 20 países comcentenas de outras empresas, instituições públicas e especialistas da sociedade civil. OConselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) publicou,no final de 2010, sua tradução para o português, que está disponível no seu site.

O relatório afirma que se mantivermos o mesmo padrão de desenvolvimento e omesmo modelo de negócios (business as usual), em 2050, com 9 bilhões de habitantesna Terra, os serviços ambientais – produção de alimentos, regulação do clima, água ear respirável – não atenderão à demanda. A sustentabilidade vai exigir decisões delongo prazo como, por exemplo, a melhoria da educação em todos os níveis. Mas agrande maioria dos governos toma decisões de curto prazo, voltadas para manter opoder nas próximas eleições.

O Vision 2050 apresenta um planejamento de médio para longo prazos, de 2010 até2050, e discute as condições e ações necessárias para que, em 2050, o mundo estejacaminhando para atingir a sustentabilidade. O objetivo final é que, em 2050, os 9bilhões de habitantes que teremos na Terra vivam todos bem – com alimentossuficientes, moradia, água potável, saneamento, transporte, educação e saúde –, masdentro dos limites do que este pequeno e frágil planeta pode oferecer e renovar acada dia.

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Para atingir a sustentabilidade, precisaremos adotar mudanças fundamentais nasestruturas de governança, na economia, nos negócios e no comportamentohumano. Estas mudanças são necessárias, factíveis e oferecem grandesoportunidades de negócios para empresas que adotem a sustentabilidade comoestratégia. Mas as mudanças não serão de responsabilidade apenas das empresas. Onosso futuro depende, como nunca antes na história, do que empresas, governos ecidadãos fizerem agora, de forma coordenada e integrada.

As empresas que planejam a médio e longo prazos sabem que os recursos naturaisdeste pequeno e frágil planeta são limitados, e a humanidade já está usando maisrecursos naturais do que o planeta é capaz de regenerar.

Viver bem significa manter um padrão de vida que possibilite condições econômicassuficientes para que as pessoas tenham acesso à educação, saúde, mobilidade,alimentação básica, água de boa qualidade, energia, habitação e bens de consumo.Mas este padrão de vida deve ser baseado nos recursos naturais disponíveis, semafetar a biodiversidade, o clima e os ecossistemas.

Vision 2050 enfatiza que “business as usual” não vai atingir a sustentabilidade e nemassegurar prosperidade econômica e social. A sustentabilidade vai exigir mudançasradicais, começando agora. Uma das certezas que temos hoje é que, em 2050, avida será muito diferente para a humanidade. Neste caminho para atingirsustentabilidade, a mudança de comportamento humano e a inovação socialserão tão importantes quanto inovações tecnológicas.

O WBCSD acredita que o mundo já tem o conhecimento, a ciência, as tecnologias, ashabilidades e os recursos financeiros necessários para alcançar os objetivos do Vision2050. As fundações para grande parte do que será necessário fazer deverão serconstruídas já na próxima década.

Em 21 de fevereiro de 2011, durante a 26ª sessão do Fórum de Ministros do MeioAmbiente e Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente – PNUMA foi lançado um estudo – “Rumo a uma Economia Verde: Caminhospara o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” – que mostra queum investimento de 2% do PIB mundial (cerca de 1,3 trilhão de dólares por ano) emdez setores estratégicos pode ser o início da transição rumo a uma Economia Verdecom baixo carbono, gerar um desenvolvimento mais eficiente no uso de recursosnaturais, além de combater a pobreza. Os dez setores são: agricultura, construção,abastecimento de energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transportes, manejo deresíduos e água.

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O relatório mostra que o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global em uma série desubsídios que, geralmente, prolongam a insustentabilidade do uso de recursos taiscomo combustíveis fósseis, agricultura e pesca. Afirma também que, a curto prazo, aqueda dos níveis de emprego em alguns setores como o da pesca será inevitável casonão ocorra a transição rumo à sustentabilidade. Na realidade, em virtude dossubsídios dados às grandes frotas pesqueiras de países desenvolvidos, estamosretirando os peixes nobres do mar com uma velocidade superior à da sua reprodução.

Um dos objetivos da Economia Verde seria criar um número de empregos "novos" –desde o setor de energia renovável até o de agricultura sustentável – que compensemaqueles perdidos na antiga economia de alto carbono. Um investimento anualde 1,25% do PIB mundial em eficiência energética e energiasrenováveis poderia reduzir a demanda global por energia primária em 9% em 2020 eem 40% até 2050, e a economia de capital e de gastos com combustível na geraçãode energia seria de 760 bilhões de dólares entre os anos de 2020 e 2050.

Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, afirmou: “Omundo está de novo a Caminho do Rio, mas em um planeta muito diferente daquele daCúpula da Terra que se realizou no Rio de Janeiro em 1992. A Rio 2012 surge em umcontexto de rápida redução de recursos naturais e de alterações ambientais aceleradas– desde a perda de recifes de coral e florestas à crescente escassez de terra produtiva;desde a necessidade urgente de fornecer alimento e combustível às economias até osprováveis impactos das alterações climáticas descontroladas. Devemos avançar paraalém das polarizações do passado, entre desenvolvimento e meio ambiente, entreEstado e mercado e entre norte e sul. Com 2,5 bilhões de pessoas vivendo com menosde dois dólares por dia e com um aumento populacional superior a dois bilhões depessoas até 2050, é evidente que devemos continuar a desenvolver e a fazer cresceras nossas economias. No entanto, esse desenvolvimento não pode acontecer à custados próprios sistemas de apoio à vida na terra, dos oceanos e da atmosfera quesustentam as nossas economias e, por conseguinte, as vidas de todos nós. EconomiaVerde é uma resposta à questão de como manter a pegada ecológica dahumanidade dentro dos limites do planeta. Visa a relacionar as demandasambientais para a mudança de rumo aos resultados econômicos e sociais – emparticular, o desenvolvimento econômico, o emprego e a igualdade”.

Em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável seránovamente realizada na Cidade do Rio de Janeiro – a Rio + 20, e seu tema será“Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”. Reafirmando

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a importância e urgência do tema, o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em seu discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), em 31 dejaneiro de 2011, pediu uma “ação revolucionária” para alcançar o desenvolvimentosustentável, ao alertar que o consumo desatento de recursos do último século é “umpacto de suicídio global”. Alguns cientistas e autores já falam em “decrescimentoeconômico socialmente sustentável”.

Nossa conclusão final: acabou a era da abundância, estamos entrando na era daescassez, e precisamos aprender a conviver com ela. Crescimento sustentável nãopode existir. Mas lembro que a Humanidade pode se desenvolver semnecessariamente crescer em termos de consumo de energia e recursos naturais. Paraatingir o desenvolvimento sustentável, será necessário investir na melhoria daeducação, em todos os níveis, principalmente nos países subdesenvolvidos. Nummundo submetido a um rápido e profundo processo de mudanças e à crescenteinterdependência entre os países, a educação adquire a responsabilidade fundamentalde contribuir efetivamente para o desenvolvimento de um espírito de solidariedade,cooperação e tolerância, ingredientes necessários para a construção de uma sociedademais democrática, ambientalmente sustentável e socialmente mais justa.

Referências bibliográficas

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DALY, H. E.. Economics in a Full World. Scientific American. USA, September, 2005.

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LATOUCHE, Serge. Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno. São Paulo: EditoraWMF Martins Fontes, 2009.

MEADOWS, D. et alii. Limites do Crescimento: A Atualização dos 30 anos. Rio deJaneiro: Qualitymark Editora, 2008.

__________________, Os Limites do Crescimento. Editora Perspectiva, 1973.

TIMBERGEN, J.. Para uma Nova Ordem Internacional. Livraria Agir Editora, 1978.

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A construção da sustentabilidade em sala de aula

Professor Doutor Jacques Marcovitch

Professor da Universidade de São Paulo (USP), da qual foi reitor.

A desinformação ambiental no Brasil é bem maior do que se pensa. Enquantoprofessores do ensino fundamental e médio chegaram a um nível de conhecimento dotema suficiente para o exercício da cidadania, a maioria dos alunos desconhece atémesmo o vocabulário básico para a sua compreensão.

Aqui se propõe um exercício cognitivo centrado na métrica do desempenho ambiental,que os faça buscar o significado de palavras-chave, de modo que alcancem o que podeser chamado de alfabetização ambiental. São exemplos algumas poucas palavrascomo ecossistema, biodiversidade, bioma, eficiência energética, uso racional da água,gestão de dejetos, gases de efeito estufa e sustentabilidade ambiental. Palavras-chave,pesquisadas em textos no universo da internet, podem levar os jovens a umapercepção que professores, na justa medida, aprofundarão em sala de aula.

Tal jogo de aprendizado, remetendo a uma pesquisa sem complexidade, poderá renderbons resultados. A cada semana, uma palavra. Desta forma, os vocábulos sãotrabalhados em diálogos e textos breves, podendo os professores dar osdesdobramentos necessários.

Como apoio à pedagogia da sustentabilidade ambiental em sala de aula, há umapromissora tendência em trabalhos acadêmicos e, de modo geral, nos estudos queapresentam a sustentabilidade como eixo temático. Vem acontecendo, neste segmentodo saber, e deveria acontecer com maior celeridade, uma bem-vinda transição daretórica útil, mas insuficiente, para as métricas verificáveis.

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Talvez o ponto de partida para estas novas formas de abordagem esteja no semprelembrado relatório de Nicholas Stern que, lucidamente, insistiu na prevalência do fazersobre o sonhar e quantificou, no caso das mudanças climáticas, os graves prejuízos dainércia. Mas a questão não se esgota no mero uso de cálculos para demonstrarsituações de fato. Na administração de políticas sustentáveis, sejam públicas ouprivadas, é preciso lidar mais rigorosamente com as informações. O Conselho deSegurança da ONU pediu, recentemente, ao secretário-geral Ban Ki-Moon, que todosos relatórios sobre o clima, no âmbito da Organização, incluam projeções confiáveissobre os impactos causados pelo aquecimento global.

Também no universo dos negócios aprofunda-se a noção de responsabilidade com usode informações aos consumidores quando se anunciam determinados produtos emesmo a imagem de uma corporação. Prevalece, hoje, no meio corporativo mundial,uma grande resistência às lacunas informativas na transmissão de dados à sociedade.O IIRC (International Integrated Reporting Committee), câmara constituída delideranças empresariais e da sociedade civil, elegeu os seguintes princípios básicos douso de indicadores em qualquer documento: relevância e verificação; acessibilidade àsinformações; compreensão e clareza; comparabilidade e consistência.

Atualmente, porém, o uso de indicadores de sustentabilidade é voluntário e asempresas escolhem o que querem divulgar em seus balanços. Essa tendência mudará.As novas regras do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)incluem princípios indeclináveis na veiculação de anúncios: Veracidade – asinformações ambientais devem ser verdadeiras e passíveis de verificação ecomprovação; Exatidão – as informações ambientais devem ser exatas e precisas,não cabendo informações genéricas e vagas; Pertinência – as informaçõesambientais veiculadas devem ter relação com os processos de produção ecomercialização dos produtos e serviços anunciados; Relevância – o benefícioambiental salientado deverá ser significativo em termos do impacto total do produto edo serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, na suaprodução, uso e descarte. Estes princípios levarão toda empresa que se gabar de sersustentável em suas peças publicitárias a provar quais os diferenciais que as tornamverdes. Além disso, a análise de anúncios publicitários, pelo prisma destes princípiosem sala de aula, contribui também para a construção da sustentabilidade ambiental.

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Vários fatores, porém, tornam o ambiente para a inovação ainda mais favorável noBrasil. Para promover a sustentabilidade ambiental no Brasil, cabe priorizar asseguintes direções:- cumprir as metas anunciadas pelo Brasil em Copenhague que incluem a redução dodesmatamento na Amazônia e a implantação do mecanismo REDD;- adotar métricas de sustentabilidade ambiental fixadas com clareza para que sejaassegurada sua rigorosa verificação;- aumentar, nos currículos de todos os níveis de ensino, em especial das escolastécnicas e das faculdades de engenharias, o estudo da sustentabilidade ambiental esuas métricas de desempenho ambiental;- valorizar os processos de inovação que almejam o desenvolvimento deconhecimentos, de produtos e processos indutores da preservação dos recursosnaturais e redutores da emissão de Gases de Efeito Estufa;- aprimorar os processos de registro de patentes no Brasil, adotando para astecnologias verdes, um “fast track” para sua análise de pedidos de patentes.

A métrica do desenvolvimento

O Indicador de Desenvolvimento Humano 2011 mede dimensões básicas dodesenvolvimento relacionadas à saúde, educação e renda. A saúde é medida pelaexpectativa de vida. A educação é medida pela média de anos de educação de adultose também pela expectativa de anos de escolaridade para crianças. A renda é medidapela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em PPP$ 2005 constante. Naclassificação do IDH 2011 o Brasil obteve o índice 0,718, numa escala que varia de 0 a1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho.

O IDH 2011 do Brasil tem obtido avanços significativos e permanentes, mas continuaabaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro teria quemelhorar para alcançar outros países latino-americanos como Chile (0,805), Argentina,(0,797), Uruguai (0,783), Cuba (0,776), México (0,770), Panamá (0,768), Peru (0,725) eEquador (0,720).

Outras formas de mensuração do desempenho das nações também vêm sendoexperimentadas. Quando se trata de refletir sobre o futuro global, vemos que estesnovos exercícios relativizam o peso do Produto Interno Bruto na caracterização dodesenvolvimento. E podemos considerá-los cada vez mais orientadores na complexaleitura do nosso tempo.

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Cenário demográfico

Métrica não específica da sustentabilidade ambiental, mas presente nela e, às vezes,decisiva em todos os desafios contemporâneos, a demografia é a grande bússola paramedir o futuro. Em 2011, o mundo chegou aos sete bilhões de habitantes. Para o finaldo século, vários cálculos, inclusive o que aponta redução populacional, estãocirculando nos estudos pertinentes.

A Organização das Nações Unidas adotou o critério de trabalhar com a hipótese média,10 bilhões de habitantes em 2100. Para isso considerou um viés de alta que levaria omundo à cifra explosiva de 15,8 bilhões de moradores e um viés de baixa reduzindo oritmo de queda populacional em todos os continentes (exceto a África). Este último,situando-se no patamar de 6,2 bilhões de indivíduos, seria inferior ao que atingimos noano em curso. A média estimada pela ONU impõe todas as precauções lícitas, queincluem itens diversos, entre estes o controle da natalidade e a educação. Avultam,ainda, os esforços para garantir segurança alimentar e abastecimento de água àsmultidões vindouras.

Todos os estudos defendem o encolhimento da população do mundo em que viverão osbeneficiários das nossas preocupações ou as vítimas da nossa irresponsabilidade. Enão basta simplesmente que se usem preservativos ou se estabeleça obrigatoriedadedos métodos contraceptivos. Embora o Brasil, nos últimos dez anos, tenha baixado ataxa de fecundidade, só em 2040 a população local vai efetivamente diminuir.

Um especialista brasileiro em estudos populacionais, George Martine, deixou nosjornais uma advertência que serve de premissa para a adoção de métricasdemográficas: “Planejamento familiar não tem efeito retroativo. Cerca de 80% docrescimento populacional projetado é inercial. Mesmo que a taxa de fecundidade caiaabruptamente em todos os países, a população continuará crescendo por um bomtempo e temos que discutir como nos adaptar a essa nova realidade.”Conclusão

Quando se trata de fixar objetivos para a construção da sustentabilidade ambiental, amétrica não é aposta e muito menos declaração de intenções. Deve relacionar-se,nestes casos, a todas as variáveis que cercam o tema. Depois, para medir osresultados, ela incorpora os mesmos fundamentos utilizados para fixá-las. Atransparência deve ser um procedimento indeclinável. O mesmo se dá na composiçãoe caracterização informativa de um projeto, produto ou serviço. Não há espaço, nomercado sustentável, para a chamada conta de chegar.

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Abordar a sustentabilidade ambiental na escola significa transformar a sala deaula em espaço de construção de novos conhecimentos. Novos conhecimentosque contribuem, entre outros, para elevar a eficiência energética, racionalizar o uso daágua, diminuir a geração de dejetos e promover o seu aproveitamento e reduzir asemissões de gases de efeito estufa. Trata-se de encontrar, junto com os estudantes,formas de viabilizar a melhoria do bem-estar humano, em harmonia com a natureza.

Referências bibliográficas

BESSERMAN, Sérgio. A lacuna das informações ambientais. In: TRIGUEIRO, André(Coord.). Meio Ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

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GOIS, Antônio. Muvuca planetária. In jornal Folha de São Paulo, 14, ago. 2011, p. 4/5,Ilustríssima.

PNUD: Índice de Desenvolvimento Humano 2011 (IDH). Disponível em:http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3837&lay=pde

MARCOVITCH, Jacques. Para Mudar o Futuro: Mudanças Climáticas, PolíticasPúblicas e Estratégias Empresariais. São Paulo: Edusp/Saraiva, 2006.World Economic Fórum:http://www3.weforum.org/docs/WEF_GlobalCompetitivenessReport_2010-11.pdf

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Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade

Professor Doutor José Carlos Milléo

Professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Grupo de Pesquisa Metrópole, Justiça Territorial e Políticas Públicas

A reflexão proposta para a mesa da qual fiz parte foi o mesmo tema do fórum, ou seja,a relação que podemos estabelecer entre a sustentabilidade e nossa prática cotidianadentro da sala de aula. Toda vez que nos defrontamos com tarefa semelhante sempreficamos imaginando a forma pela qual melhor poderemos contribuir. De nossa parte, oque tentamos trazer aqui é o saldo de uma reflexão que inclui os aspectos básicos deminha seara, no sentido de colaborar para avançarmos nesse cruzamento:sustentabilidade e sala de aula. Nesse sentido, como geógrafo e como professor,cremos que se pode fazer um convite à reflexão sobre como a questão sustentabilidadevem se incorporando ao nosso dia a dia e vem deixando de ser apenas um temaespecífico, um momento especial dentro da sala de aula, para começar a preencher todosos espaços de nossa atividade docente. Na verdade, o tema sustentabilidade, qualquer queseja a tradução que queiramos dar a ele, já transpõe o próprio limite da escola ou doscírculos acadêmicos mais diretamente interessados, para transpassar o nosso própriocotidiano e, até mesmo, do cidadão mais comum e alheio a essas preocupações.

Nessa reflexão sobre essa transposição, sobre essa etapa vencida e a inauguração deum novo momento, que deixa para trás a preocupação apenas residual com o meioambiente para se converter em exigência política, que considere essa questão em péde igualdade com outras, sobre esse novo momento da discussão, cremos ser possíveltrazer alguma colaboração. Isso se dá porque estamos costumeiramente envolvidoscom um tema que durante muito tempo foi colocado no lado diametralmente oposto aodo meio ambiente, qual seja: a população. Em nossa opinião a recolocação da questãoambiental, nessa outra base, tem uma forte relação com a reconsideração deste que foiseu par antitético.

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A população, por certa parcela considerável de pesquisadores ou formadores deopinião, era tida como a variável que acabava complicando tudo já que sua existênciaterminava inapelavelmente por resultar em impacto ambiental, em consumo, emagressão, em desequilíbrio e em mais um sem-número de consequências, todaselas negativas ou pelo menos não muito positivas. Nesse ponto talvez estejamosfalando de boa parte das aulas que muitos de nós já devamos ter tido no ensinofundamental, médio ou mesmo superior, e que colocavam a relação população versusmeio ambiente dentro desses termos. Pois bem, se para considerável parcela dacomunidade científica isso já vinha sendo superado desde o início da década de 1990,mais ou menos, mais recentemente a exaustão dessa simplificação vem demonstrandoser esta questão bem mais complexa.

Tentarei refletir sobre essa exaustão e sobre o papel que um acontecimentoabsolutamente simples teve nesse esgotamento, especialmente no nosso caso, oBrasil. Essa é a boa notícia, acreditamos, pois exige que o debate se qualifiquemediante novo raciocínio sobre a mesma questão.

Por outra parte, ao se obter o consenso de que o processo de degradaçãoambiental deverá considerar, não exclusivamente, o crescimento da população, eisso é válido para praticamente o resto do mundo, isso não quer dizer, pura esimplesmente, que o meio ambiente sofrerá menor número de agressões por essaredução no ritmo de crescimento. Muito ao contrário, o cenário torna-se maiscomplicado com a adição de novas variáveis nessa equação e essa é, digamos assim,a notícia que deve nos colocar em alerta.

Discorrendo inicialmente sobre a exaustão anteriormente aludida, acreditamos queexiste certo consenso sobre o fato de que coube a Thomas Robert Malthus, em 1798, ainauguração desse debate que resume a questão demográfica à relação entre duasvariáveis principais: a população, seu processo reprodutivo, seu crescimento numéricoe a quantidade limitada de recursos passíveis de serem obtidos a partir do meioambiente. A partir, então, do final do século XIX, uma quantidade incontável detrabalhos procurou se alinhar ou se contrapor a esse pensamento ajudando a postar aquestão demográfica dentro desses marcos, por mais que progressistas das maisdiversas cores se esforçassem em solapar qualquer autoridade cientifica nasafirmações de Malthus. Para resumirmos o caminho percorrido nesse debate talvez nosseja útil utilizar algo que ilustre e apresente a força da manutenção dessa relação aindano final dos anos 1960, pelo menos. Essa demonstração pode ser feita a partir dopróprio título, que ficou famoso em finais dos anos 1960, escrito pelo biólogo PaulEhrlich. Chamava-se o livro: A Bomba Populacional. Editado em 1968, essa obrabasicamente apresentava argumentos muito similares aos do reverendo Malthus eanunciava um futuro nada promissor face ao crescimento demográfico vigentena época.

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Tomando-se agora os números mais recentes sobre o crescimento demográficomundial, podemos propor o mesmo exercício que o economista David Lam coloca aseus alunos quando aborda esse assunto em suas aulas, na Universidade de Michigan,e que recentemente foi reproduzido pelo jornalista Antonio Gois da Folha de São Paulode setembro de 2011. A tabela abaixo mostra a população mundial e o tempotranscorrido para que ela dobre.

Tabela 01: População mundial e tempo transcorrido durante seu crescimento.

ANO POPULAÇÃO TEMPO TRANSCORRIDO PARA DOBRAR

40 187,5 milhões

1240 375 milhões 1240 anos

1740 750 milhões 500 anos

1890 1,5 bilhão 150 anos

1960 3 bilhões 70 anos

1999 6 bilhões 39 anos

A questão habilmente proposta por Lan é a seguinte: considerando o fato de quealcançamos, em 2011, a marca dos 7 bilhões de habitantes, quanto tempodemoraremos para ganharmos mais 5 e dobrarmos, novamente, para 12 bilhões, emrelação a 1999? A resposta a essa interessante pergunta, se levarmos em conta asprojeções da ONU mais recentes é: provavelmente nunca.

Até o fim deste século, as projeções demográficas indicam algo em torno de 10 bilhõesde pessoas e, então, um acontecimento simples, mas absolutamente inédito na históriada humanidade irá se dar: a curva que mostra o crescimento demográfico passará asofrer uma contínua inflexão e iremos iniciar um processo de queda no número total dapopulação. Isto nos coloca diante de novas questões que vão, por sua vez, continuamenteajudando a sedimentar um novo modo de encarar a questão demográfica.

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Afastamos, por exemplo, o título que o livro de Ehrlich propõe, como uma espécie defantasma, e que começou a ser superado a partir de um famoso desafio que oeconomista Julian Simon resolveu fazer a Ehrlich. Em 1980, Simon desenvolveu oseguinte raciocínio: se a população continuasse a crescer, os preços das commoditiese da energia iriam sofrer uma ascensão inexorável à medida que se tornassem maisescassas. Simon então, propôs a Ehrlich o seguinte desafio: o biólogo poderia escolherquaisquer ações de commodities minerais, no valor de 1.000 dólares e esperar por 10anos. Se os preços aumentassem, indicando que se tornaram mais raras, Simon lhepagaria o valor do aumento. Ehrlich topou o desafio e escolheu as ações de 5 metaisno valor total de 1.000 dólares. Em 1990 elas estavam valendo 424 dólares, ou menosda metade do valor investido, e Simon havia ganho 576 dólares.

Ao se propor explicar como pudemos realizar essa proeza, dobrarmos a populaçãomundial em menos de 40 anos e, ao mesmo tempo, melhorarmos substancialmente ascondições de vida de parcela significativa da humanidade, o mesmo David Lam (citadopor Gois: 2011) aponta para a inovação tecnológica com um aumento impressionanteda capacidade da agricultura em fazer frente a essa demanda. Naturalmente aconsolidação de um mercado global de alimentos, acompanhada de uma ampliaçãonas possibilidades de transferência de conhecimento entra também nessa conta. Apartir de 1970, por exemplo, a chamada Revolução Verde ampliou em muito acapacidade de produção de alimentos especialmente em países como o Brasil que seconverteram, ao longo do tempo, em grandes produtores. Nesse sentido, Lan parecese alinhar a Simon, para quem a fé nas técnicas e nos mercados sempre criará novaspossibilidades. O crescimento demográfico criaria, então, uma pressão sobre osrecursos que invariavelmente teria de ser respondida com inovações tecnológicas.Conforme Daniel Hogan (2007) bem aponta, com esse raciocínio Simon renega ocaráter real dos problemas ambientais. “População seria “o último recurso”, e quantomaior o número de seres pensantes, maior o número de boas ideias e de soluções paraqualquer problema” (Simon:1982, apud Hogan: 2007,15).

Num primeiro momento, cremos que é possível concluir que o esvaziamento da relaçãomais simples entre crescimento demográfico e escassez de recursos tem umparentesco estreito com a radicalidade do pensamento descrito acima. É bem verdade,por exemplo, que a pobreza extrema tem sofrido redução no Brasil, assim com emrazoável parcela dos países em desenvolvimento, principalmente. Conforme dados doIPEA (2010), em 1999 o percentual de pessoas economicamente ativas com rendainferior a meio salário mínimo era de 40%. Já em 2000 esse percentual se reduz para33%, aproximadamente.

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Por outro lado, é preciso também anotar o papel exercido pelas mulheres no desarmedos raciocínios mais alarmistas. Saímos, por exemplo, do patamar de uma médiamundial de 5 filhos por mulher em idade reprodutiva nos anos 1950 para uma média de2,5 filhos por mulher nesta década e com forte tendência de queda. O caso do Brasilnos parece bastante ilustrativo. Em 1990 nossa taxa de fecundidade era de 2,8 filhospor mulher em idade reprodutiva. Hoje estamos já dentro de uma taxa de fecundidadede menos de 2,2, ou seja, abaixo da linha de reposição populacional.

Em 1992, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,realizada aqui, no Rio de Janeiro, ainda diagnosticava que havia muita gente paraconsumir recursos, que eram limitados, e apontava a redução da população como umaalternativa para lidar com essa situação. Colocava o documento final em seu princípionúmero 8:

“Para atingir o desenvolvimento sustentável e mais alta qualidade de vida paratodos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produçãoe promover políticas demográficas adequadas.” (ONU,1992)

Mas esse diagnóstico, mesmo nessa época, já parecia soar cada vez mais anacrônico.Desse modo, creio que a Rio+20, evento para o qual nos preparamos, deverá serealizar dentro de um clima bastante diferente. Sempre haverá, é claro, lugar paraantagonismos que colocam de um lado posições mais alarmistas filiadas muitas vezesao pensamento ambiental na linha do raciocínio de Ehrlich. Há por exemplo umaescalada bastante pronunciada no preço dos alimentos em tempos mais recentesocasionada, justamente, pelo aumento do mercado consumidor, em especial de paísescomo a China, a Índia ou mesmo o Brasil. Do mesmo modo é preciso lembrar que hojemorrem, apenas de fome, cerca de um bilhão de pessoas por ano. Góis, 2011, que citeianteriormente, foi bastante feliz ao lembrar que a aposta entre Ehrlich e Simom, setivesse sido feita nos dias de hoje e com base no preço dos alimentos seria vencidapelo primeiro. Segundo a FAO, o preço dos alimentos cresceu em média 95% nosúltimos 10 anos, enquanto a população cresceu apenas 32%. Do outro lado semprehaverá os partidários mais radicais da técnica e das possibilidades que ela cria à modado raciocínio de autores como Simon, já anteriormente aludido.

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Suspeitamos, porém, que as discussões serão orientadas pela disseminação danecessidade de uma reconsideração da questão ambiental e do desenvolvimentoatravés de um prisma que incorpore a complexidade resultante da adição de novasvariáveis ao cenário. Se o processo de crescimento demográfico deixa de ser alvopreferencial das atenções na análise da sustentabilidade e suas questões atinentes, otema das formas como se dão as relações entre população e espaço passará tambéma constar na nova agenda de discussões. Assim, por exemplo, Oneil, Mackeler e Lutz,(2001, citados por Hogan, et al, 2010) propõem que o crescimento populacional não é avariável mais indicada na análise e na projeção das emissões futuras de gasescausadores do efeito estufa ou no consumo de água. Para todos estes autores, aevolução no número de domicílios, tendo como pano de fundo o próprio modelo dedesenvolvimento no qual está imersa nossa transição urbana é que poderia nos ajudarbem mais na configuração desse quadro.

Ou seja, nosso padrão de crescimento urbano, além da óbvia transferência depopulação, é caracterizado pela redução na área média ocupada por cada domicílio.Essa redução, porém, não é acompanhada da correlata diminuição no consumo deágua ou de energia. Ao contrário, quanto mais nossa sociedade se urbaniza, sedensifica e reduz-se o número de pessoas morando em cada domicílio, tanto maisexacerbado é o consumo de água ou de energia por domicílio.

Neste ponto talvez nos ocorra, justamente, a lembrança de notícias sobre o aquecidomercado imobiliário aqui do Rio, que, por sua vez, em muito se parece com o mercadoimobiliário de qualquer grande região metropolitana do Brasil. De acordo com o IBGE, onúmero de pessoas que vivem sozinhas saltou dos 2,4 milhões em 1990, para 6,9milhões na atualidade.

Reportemo-nos, então, à taxa de fecundidade e sua redução a passos largos noBrasil. Pois bem, essa é uma das muitas faces desse processo: o aumento demulheres e homens que vivem sozinhos e que agora passam a se transformar,inclusive, num mercado já bastante promissor. Com isso estou querendo dizer tambémque aumenta o potencial de consumo de cada indivíduo, pois, para ficarmos apenas namanchete acima, entretenimento, viagens e tecnologia consomem recursos. Isso paranão falar nos novos modos de vida assumidos por essa parcela da população quedemanda mais recursos ainda.

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Do mesmo modo, o processo de espacialização da população na cidade é umaforma de introduzirmos as questões que pautarão a relação entre homem e meioambiente na contemporaneidade, para além da mera análise do aumento numérico.Generaliza-se cada vez mais o oferecimento de loteamentos e condomínios fechadosque conferem ao espaço urbano a fragmentação e a dispersão cada vez maiores. Issoencarece o fornecimento de serviços como o fornecimento de água e luz e essa conta édividida entre todos os habitantes da cidade, inclusive os mais pobres, que têm decolaborar de alguma forma na cobertura de tais custos. O curioso é que o apelo para ouso desses condomínios é justamente sua ênfase no acesso a um modo maissustentável de se viver.

Isso implicará na revisão, por exemplo, de nossos conceitos de modos de vidasustentáveis. Um bom exemplo disso é o artigo que o ambientalista Stewart Brandescreveu na Revista Prospect, em janeiro de 2010, com o instigante título Como asfavelas podem salvar o planeta:

“A mágica das favelas é que elas são melhoradas de forma constante e gradual pelospróprios moradores. Aos olhos de um planejador urbano, essas favelas parecemcaóticas. Eu sou formado em biologia e, aos meus olhos, elas parecem orgânicas. Asfavelas também são surpreendentemente verdes. Elas têm uma densidade máxima –em algumas áreas de Mumbai, há 1 milhão de pessoas por milha quadrada (387,6milhões de pessoas por quilômetro quadrado) – e têm um uso mínimo de energia ematerial. As pessoas se locomovem a pé, de bicicleta, rickshaw ou táxi compartilhado.”(Stewart:2010)

Esperamos ter deixado a mensagem aqui, com a qual inclusive concluímos, de queesse novo momento no processo de crescimento e espacialização da população nosconvida a revermos nossas formas de observar as mesmas questões. Desobstruindonosso pensamento para que deixemos de ver determinadas coisas como meramenteantagônicas à sustentabilidade e, por outro lado, revisitemos alguns conceitos jáconsagrados e associados ao que é racional, sustentável e desejável. Nesse sentidotalvez precisemos rever alguns conceitos como é o caso da pobreza que, em sua formade ocupar o espaço, talvez possa nos dizer algo. O que queremos dizer por fim é que opróprio conceito do que seja um modo de vida sustentável terá de ser revisto pois achoque ele será a meu ver a linha de chegada, o fruto de nosso contato e de nossaabertura e não um ponto de partida, já perfeitamente acabado pois pressupõe quetemos tal fórmula mágica. Cremos que é com esse espírito que nossa atuação em salade aula deve se dar na nossa preparação à Rio +20.

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Referências bibliográficas

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BRAND, Stewart. How slums can save the planet. Prospect. N. 167. 27 de janeiro de2010. Disponível em http://www.prospectmagazine.co.uk/2010/01/how-slums-can-save-the-planet/

EHRLICH, Paul. The Population Bomb. Ballantine Books, 1968.

GOIS, Antonio. Muvuca planetária. Folha de São Paulo, Caderno Ilustríssima, 14 deagosto de 2011.

HOGAN, Daniel Joseph (Org.). Dinâmica populacional e mudança ambiental:cenários para o desenvolvimento brasileiro. Núcleo de Estudos de População-Nepo/Unicamp: Campinas, 2007.

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Professor e Mestre Lincoln Tavares Silva

Professor de Geografia do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutorando da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP)

Para refletir sobre a educação, a ética e a sustentabilidade em contextos relacionaiscomo a casa e a escola, não podemos desconsiderar a crítica ao modelo de sociedadeglobalizada no qual as relações socioambientais fundamentam-se, em muito, naperspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ambas são reflexos daconcepção denominada por Milton Santos como globalitária e impactam sobre aliberdade de organização social, econômica, política e cultural dos diferentes grupos ecomunidades. Concordamos com Edgar Morin & Anne Brigitte Kern, para quem asquestões socioambientais são interdependentes no tempo e no espaço, sendo precisomobilizar o todo para seu entendimento. Para esses autores, a fórmula complexa seexprime pelo “acasalamento pensar global/agir local, pensar local/agir global”, tambémdiscutida por José Eduardo dos Santos & Michele Sato como correspondente àssustentabilidades: ecológica, social, política e individual.

O socioambiental: escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida

As gerações anteriores legaram para as nossas uma difícil missão: a refundição dascidades que elas ergueram na ignorância ou na incúria de todos os princípios dasalubridade pública. Ruas mal traçadas, construções tortuosas, estabelecimentosmal ajeitados, casebres úmidos e sombrios invadindo a via pública, pavimentaçãoincompleta, sistemas defeituosos de distribuição e de escoamento das águas: taissão os defeitos das antigas cidades. (Michel Lévy, 1869)

Não seria estranho que pensássemos o texto acima como pertencente a um estudiosodas cidades contemporâneas, notadamente de algumas de nossas cidades brasileirasou latino-americanas. Quem não consegue imaginar o ambiente descrito e ascondições de vida nele instaladas em imagens que vemos cotidianamente em nossasandanças pela cidade ou nos noticiários da mídia? Estranho é que as condiçõesdegradantes de vida e do meio ambiente existentes nas sociedades industriais emconstituição na época do Doutor Lévy, ainda se façam marcantes depois de 140 anos.

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Neste ensaio, nos propomos a discutir em que bases o cenário predominante nasociedade moderna se constituiu, assim como pretendemos tecer algumas das críticasque podem e devem ser pensadas, a partir do espaço escolar e de outros espaços departilha de vida (BRANDÃO, 2005), no intento de buscar caminhos compartilhados desobrevivência digna e sustentável de nossa civilização.

Como seres autorreflexivos e únicos nesse sentido, também podemos entender quesomos responsáveis por ações e consequências para nós e para os outros seres. Taisações têm, necessariamente, implicações morais e não podem ser analisadas somentepelos aspectos descritivos. A degradação ambiental é consequência de decisões ede ações humanas, tecidas na sociedade, em diferentes culturas. Portanto, aanálise deste painel não pode centrar-se apenas nos termos descritivos, devendo levarem conta, também, os aspectos normativos de sua efetivação.

Portanto, entendemos que qualquer apreciação que se faça sobre as relações dasociedade com o ambiente deve possuir um aspecto formativo, que alie teoria e prática,componentes necessariamente fundamentados na educação e na ética que ponhamem discussão os modelos que nos conduziram a tal escala e estado de injustiça,degradação e risco.

Conforme já enfocamos, proporemos uma discussão pautada na crítica ao modelo desociedade globalizada, no qual as relações socioambientais têm se fundamentado naperspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ressaltamos que aabordagem concretizada na discussão das influências e determinações econômicas eculturais, impostas verticalmente pela racionalidade hegemônica, reforçadas, emtempos de globalização, pelas relações estabelecidas entre sujeitos transformados emconsumidores, admite constituir um retrato das estratégias dominantes e alienantesutilizadas, assim como das possíveis “brechas” que permitirão ações de defesa dacidadania e da vida nos diferentes lugares do planeta.

Na caracterização do sujeito contemporâneo, partimos de uma constatação inicialbásica, em concordância com Milton Santos (1993), acerca do consumidor e docidadão, inclusive do chamado consumidor verde:Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito e, por isso, voltado apermanecer consumidor. Sua dependência em relação aos novos objetos limita suavocação para obter uma individualidade e reduz a possibilidade dos encontrosinterpessoais diretos e enriquecedores, porque simbólicos em sua própria origem(SANTOS, 1993, p. 17).

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Nosso contexto comum...

O meio ambiente e as discussões ambientais não poderiam ficar de fora desta lógicaperversa. Eles passam, cada vez mais, a ser incorporados, não somente pelo capitalque degrada, mas pela suposta ação sustentável do mesmo que pleiteia “salvá-los”.Estabelece-se na verdade outra forma para consumi-los.

Há a necessidade do estabelecimento de uma cultura que passe, primordialmente, por“entender e buscar a difusão de condições básicas de qualidade de vida acessíveispara todos, no interior de experiências de defesa ambiental, como condição intrínseca esubstantiva em sua concepção” (SPOSATI, 2001, p. 16).

Nesse contexto novo, ainda dificilmente interpretado e desvendado, a relação dasociedade com a natureza permanece obscurecida. O distanciamento entre ohomem e a natureza impede a visualização daquilo que todos buscam. Acontece aincorporação da natureza e a sua redução a um recurso natural, a uma mercadoria,que em última instância passa a ser adquirida sob o signo da apropriação comqualidade, servindo como uma “luva” para os discursos técnico-científicos atualizados,viabilizando a geração “racional” da riqueza, assim como novas pesquisas“politicamente corretas” sobre esses recursos.

Como agravante, Morin (2000) assinala que, nos círculos científicos, ainda somosvítimas da enorme disjunção natureza/cultura, animalidade/humanidade, sempredesmembradora de nossa natureza de ser vivo, estudada pela biologia, e de nossanatureza física e social, estudada pelas ciências humanas e que a revolução dasrecomposições multidisciplinares está longe de ser generalizada. Estas fragmentaçõessão derivadas, entre outros aspectos, da racionalidade científica baseada numaconcepção positivista e cartesiana a respeito da natureza “como sendo uma espécie demecanismo passivo, eterno e reversível, passível de se deixar desmontar e depoisrelacionar sob a forma de leis.” (Fonseca, 2001, p. 40)

Em paralelo às fragmentações surgem tentativas humanas de recomposições. Assimsendo, a natureza ressurge por meio dos desejos passíveis de consumo através dasdecorações dos lares, da busca do descanso, dos paraísos ecoturísticos, atingindo umafã ecológico que acentuou a procura do “natural” em todos os domínios, chegando atéa alimentação. Nem as paixões escaparam. Nelas tanto pessoas quanto lugares epaisagens consomem e são consumidas depressa criando, paradoxalmente, amoresque se enfraquecem ao se multiplicarem, se fragilizando com o tempo, de tal modo,que novos amores matam os antigos.

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Como o cidadão imperfeito acaba alijado do entendimento do próprio quadro da vida,da natureza e do entorno humano, carregado de significações sobrepostas, devemosbuscar o entendimento complexo desse quadro a fim de apreendermos que acapacidade de utilizar o território não apenas divide como separa os homens, ainda queeles apareçam como se estivessem juntos (SANTOS, 1993).

O processo de tomada de consciência é diferenciado segundo os lugares, asclasses sociais ou situações profissionais e os indivíduos. Todavia, para qualquermudança neste estado de coisas, todo cuidado é pouco, pois a consciência dadiferença pode conduzir simplesmente à defesa individualista do próprio interesse, semalcançar a defesa de um sistema alternativo de ideias e de vida. Não vamos aquiconfundir individualismo e individualidade¹. Tratamos de uma construção socialbaseada na existência de individualidades fortes que ultrapassam a barreira da práxis2

repetitiva e se instalam em uma práxis libertária.

Em consonância com essas ideias, Kostrowichi (1988) já atentava que, qualquer queseja nosso pensamento sobre o problema ambiental, devemos ter em mente queeste problema é, antes de tudo, social. Nesse sentido faz-se mister, por um lado, oconhecimento das fontes psicológicas de avaliação relacionadas ao ambiente, aoshábitos culturais, à receptividade, à informação, e de outro, às motivações biológicasdas escolhas. O conhecimento das bases psicofisiológicas tem um papelparticularmente importante no estudo dos problemas ambientais, porque sem integraros aspectos psicológicos e sociais no modelo de compreensão e “otimização” do meio,nos arriscamos a construir ou propor soluções e mudanças que, embora sejamplenamente justificáveis do ponto de vista científico, serão recebidas “friamente” oumesmo tratadas como “desumanas” e, por consequência, não serão aceitas pelasociedade. Esta visão aproxima-se da elaborada por Guattari (1990), para quem éessencial que se organizem novas práticas micropolíticas e microssociais, novassolidariedades, uma nova suavidade, juntamente com novas práticas estéticas e novaspráticas analíticas das formações do inconsciente.

¹Não advogamos valorizar perspectivas individualistas. Ao contrário, foge-se do individualismo enquanto momento ilusório deliberalização das individualidades para melhor dominá-las através do mercado e de outros instrumentos de dominação. Comoapontara Sawaia (1998, p. 100), realizada desta forma, a ação individualizadora cria um “Momento que reconhece a multiplicidadeentre os homens e a liberdade de ser diferente, mas impede a comunicação entre os diferentes e trabalha num sentido deesmagamento uniformizante.” Sawaia. B. B. A falsa cisão retalhadora do homem. In: Martinelli, M. L., On, M. L. R. & Muchail, S. T.(Orgs.) O Uno e o Múltiplo nas Relações entre as Áreas do Saber. São Paulo, Cortez, 1998, p. 96-109²Ver práxis em Lefebvre, H. Critique de la vie quotidienne. Paris: Éditions l’Arche , V. I: “Introduction”, 1958, p.240.

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Outro ponto destacado no trabalho de Kostrowichi (1988) se refere à educação³, emseu sentido amplo, englobando a transferência e o trabalho com as informaçõessociais feitas por meios e formas dinâmicos, partindo de saberes pertinentes queenvolvam todo sistema educacional, indo para além dele, concentrando-se sobrequestões fundamentais, críticas e não periféricas.

Sem esperar pelo fim...

Como nos disse Ortega y Gasset (2001) “Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo aella no me salvo yo”4. Compete frisar que todas as mudanças necessárias só podem sedar no mundo, do qual tomamos parte, não apenas como uma criação do espírito, poisele, o mundo, existe concretamente (SANTOS, 2000). É dele que devemos partir paraconstruir outra coisa, ou seja, outro mundo; um mundo melhor. O seu movimento fazcom que, no campo do conhecimento, cada saber se relacione com os demais e comque as disciplinas se transformem. Caminhamos para superar a inadequação cadavez mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados,compartimentados entre disciplinas e, por outro lado, realidades ou problemascada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais,globais, planetários.

Tudo isto depende, porém, da possibilidade de fazermos parte do que é discutido, poiscompreendemos quando realmente fazemos parte do que é compreendido. É assimque nos sentimos integrantes da Teia da Vida. Esta vida assume de fato valor absolutona medida em que acreditamos e agimos firmados na convicção de que todos os seresque existem partilham conosco da experiência da vida, possuindo todos eles sentido evalor em si mesmos (BRANDÃO, 2005).

³Nos agrada especialmente a acepção cunhada por Madeira & Alloufa sobre educação, em função de sua articulação àcultura “... educação é um processo de construção pessoal e social das representações dos indivíduos e grupos. Ela é arelação interpessoal e grupal do ensinar e aprender, na interação de um processo histórico, contextualizado em umespaço e um tempo. Isto abre outra via para a consideração da cultura, em sua relatividade e em sua universalidade.”.Madeira, M.C. & Alloufa, J. Representações sociais e Educação: que relação é esta? In: II Colóquio Franco-BrasileiroEducação e Linguagem, Natal (RN), 1996. Anais... UFRN - Université de Caen. EDUFRN (RN), p. 11-15, 1997. Aindasegundo Madeira, neste processo “... a cultura e o conhecimento são continuamente transmitidos e (re)construídos,envolvendo a totalidade do sujeito em suas relações com o(s) outro(s).”. Madeira, M. C. Representações Sociais eEducação: importância teórico-metodológica de uma relação. In: MOREIRA, A. S. P. (org.) Representações Sociais: teoriae prática. João Pessoa, Ed. Universitária UFPB, 2001, p. 123-144.

4 Ortega y Gasset, J. Meditaciones del Quijote. Madrid: Alianza, 2001, 167p.

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O autor nos insere como partícipes do círculo do dom da vida, na rede da existênciado dom da vida. Nessa rede emaranhada, somos frutos e sujeitos da experiência davida, em contato e com-vívio permanente e diversificado com unidadesdiferenciadas de partilha de vida. Portanto somos nós mesmos integrantes de toda avida. É essa vida que cria e recria a Terra na Terra, dando-lhe também a vida. O queCarlos Rodrigues Brandão nos convida a concluir é que na teia de trocas da vida,tudo que existe está situado dentro, entre e em algum tipo de relacionamento com.Portanto são os relacionamentos, os diálogos e as interconexões que dão à vidauma consciência reflexiva de e sobre si mesma.

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Referências bibliográficas

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A sustentabilidade na escola – uma proposta prática

Professor Doutor Luiz Felipe Guanaes Rego

Professor do Departamento de Geografia eDiretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

As questões ambientais norteiam as preocupações contemporâneas e expressam umanova realidade. Novos paradigmas produtivos caminham por incorporar no preço dosprodutos os custos dos serviços ambientais que porventura a sua produção ou descartecomprometam. Surge um novo limite a orientar o mercado que move o mundo.

O novo mundo que se desenha é um mundo onde a base energética da sociedade é limpa ese baseia nos potenciais naturais e sociais do local, representando uma oportunidade que selastra em princípios funcionais, garantindo o sutil equilíbrio dos sistemas de manutenção davida no planeta como o clima, as correntes oceânicas, os biomas entre outros.

O novo mundo precisa de transparência e de opções claras de comunicação, em quea participação consciente é quesito para avaliar, decidir, implantar e controlar, emsintonia com os potenciais naturais e socioculturais, a expressão da força do local.

Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro sediará a Conferência das NaçõesUnidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS). A Conferência marcará o 20ºaniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento(UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da CúpulaMundial sobre Desenvolvimento Sustentável 2002 (WSSD), em Joanesburgo. Éfundamental aproveitarmos esta oportunidade para estimularmos nossos alunos arefletirem sobre as questões ambientais da atualidade, criando um ambiente provocativona escola que estimule a mudança de comportamento em relação ao meio ambiente.

Neste tempo, o educar deve se permear de novos conceitos que, apesar de ainda estaremse delimitando no seio da academia, já estão presentes no dia a dia das crianças, de suasfamílias e de sua comunidade. Meio ambiente, sustentabilidade, desenvolvimentosustentável, consumo consciente, coleta seletiva, agricultura orgânica e vários outrosconceitos se impõem e demandam a nós, educadores, uma sistematização destesconceitos para permitir que a criança, um futuro adulto, incorpore novos valores, tornando-se um agente de transformação positiva da sociedade.

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O centro do observar tem que ser o entendimento do local, posto que adiferenciação do espaço geográfico se expressa em diferentes relações entre acomunidade e seu meio, num diálogo singelo que pode permitir a potencialização dasrelações, favorecendo transformações socioambientais.

A análise da sustentabilidade tem que ser multiescalar e dar conta da escola e deseu entorno, ação pregada há décadas pela Agenda 21; do físico ambiental, a partir dorecorte espacial da bacia hidrográfica e do político no horizonte municipal, visando aoentendimento das engrenagens político-administrativas das relações econômicas esociais. Essas escalas têm que se articular, permitindo um posicionamento político-espacial e ambiental do aluno, construindo uma percepção integrada da realidade.

Na perspectiva da escola, o “emolduramento” dos conceitos de sustentabilidade ocorrea partir da participação ampla e irrestrita de todos os agentes envolvidos no seu dia adia: alunos, funcionários e professores. A sustentabilidade é um processo e sejustifica e se realiza na cooperação e percepção do outro, tanto o outro humano,como o outro vivo, meio natureza.

As ações de cooperação e transformação se centram na discussão e na mediação dediferenças onde se constroem ações que devem ser empreendidas. Ocomprometimento institucional da escola é fundamental para se obter coesão entre asações pretendidas. O coletivo, através de metodologias de discussão participativa,deve produzir uma espécie de “Constituição Verde”, uma agenda ambiental que seespalhe pelas várias dimensões da escola, subsidiando ações concretas e palpáveis,empreendidas de forma coletiva por toda a comunidade. Vivemos uma crise dehorizontes em que o pessimismo, pelo gigantismo dos problemas ambientais, noscongela. Devemos inverter este processo e agir a nível local, tornando possíveis novasformas de compromisso e entendimento do meio ambiente. A própria escola tem quese transformar num grande laboratório vivo participativo, em que asustentabilidade se construirá diariamente.

A sustentabilidade deve ser entendida como uma relação entre a sociedade e o meioambiente, baseada em condicionantes climáticas, geológicas, pedológicas,geomorfológicas e biológicas que se interagem com condicionantes sociais, culturais,econômicas, educacionais, de tal forma que o sistema se mantenha no tempo e noespaço. As relações microespaciais determinam as possibilidades e as fragilidadeslocais que devem embasar todo o processo de apreensão do entendimento da questãoda sustentabilidade. A escola se situa num ponto geográfico que se individualiza eexpressa de forma peculiar os macroproblemas derivados da crise de sustentabilidade:mudanças climáticas, lixo, pobreza entre outros, sob uma ótica do particular.

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A escola ocupando seu espaço no seu entorno, na sua bacia, no seu município comsua cultura, com seu povo, com seu desenvolvimento econômico, deve ser objeto deestudo e de análise de seus professores e alunos e de outras escolas das redondezas.Este espaço geográfico tem que ser conhecido, suas relações discutidas e seusgargalos percebidos.

O diagnóstico socioambiental do município pode ser empreendido pelosprofessores multidisciplinares que lecionam as diferentes temáticas oferecidas noEnsino Fundamental e no Ensino Médio. Esta análise pode se transformar numapoderosa ferramenta de entendimento e interpretação socioambiental do entorno,criando um sentido de entendimento que pode orientar as ações em várias escolas aomesmo tempo, visando ao alcance de um fim, estimulando a noção de conjunto e aparticipação ativa.

As peculiaridades municipais permitem diferentes arranjos que se autoestimulam, criandouma onda de mudanças. Comprometimentos coletivos como a adoção de um parque, aproposta de limpeza de um rio ou a revitalização de um terreno baldio podem setransformar num forte elo que se autoenergetiza e estimula as mudanças e um ambienterico em termos de experiências que em muito contribuirá para a formação do aluno.

Neste contexto, não se pode esquecer da base das ações ambientais que devem serconfiguradas dentro de um contexto claro e ético, baseadas na transparência e noprocesso participativo de tomada de decisões.

A Conferência da ONU, denominada RIO + 20, enfatiza dois aspectos: a economiaverde com erradicação da pobreza e a governança global do desenvolvimentosustentável. Esses eixos devem se espelhar nas metodologias sugeridas tanto naconstrução da Agenda Ambiental Escolar como no diagnóstico socioambientalmunicipal, permitindo que o aluno incorpore esses valores e se habilite a participar, deforma consciente, da construção de uma nova sociedade, baseada nos princípios jáconsagrados de igualdade, liberdade e fraternidade, adicionados ao respeito ao meioambiente e aos serviços ambientais que ele nos gera, garantindo qualidade de vidapara as gerações atuais e vindouras.

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- Agenda Ambiental da PUC-RIO, Rio de Janeiro, 2009.(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/agenda-ambiental)

- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício dacidadania. Duque de Caxias, 2008.(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/duque-de-caxias)

- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício dacidadania. Nova Iguaçu, 2009.(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/nova-iguacu)

- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício dacidadania. Resende, 2009.(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/resende)

Sugestões de leitura

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Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã

Professora Doutora Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu

Professora da Faculdade de Letras daUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Questionando

A condição de cidadãos nos exige atitudes que pressupõem conhecimento de umconjunto de responsabilidades e normas que devemos ter com nossos pares navida em sociedade. Este conjunto pode ser traduzido por duas palavras: direitos edeveres, cujas realizações dependem não só dos nossos direitos civis e políticos,mas também, de nossos direitos sociais. Temos, na condição de cidadãos, direitoà vida, à liberdade, à propriedade, ou seja, nossos direitos civis; temos, também,direito ao voto, a votar e ser votado, por exemplo. Não se pode, entretanto,assegurar a democracia, sem que tenhamos os nossos direitos sociais: o direito àsaúde, ao trabalho, ao salário justo. Por isso, quando se pensa em exercíciopleno da cidadania, deve-se vislumbrar uma tríade de direitos, umaengrenagem que precisa funcionar de forma harmoniosa:

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Uma discussão muito importante nessa tríade é a questão socioambiental, as questõesde sustentabilidade do nosso planeta. Por se tratar de direito conferido ao cidadão, apreservação do meio ambiente deve ser pensada criticamente e, sobretudo, emrelação as nossas atitudes perante a natureza. Estas questões são conferidas comonossos direitos sociais. É exatamente nesse aspecto que devemos vislumbrar nossosdeveres. Embora seja um direito, não há como preservá-lo, mantê-lo para o usufruto demuitas e muitas gerações, se não tivermos uma postura de cuidado, de dever cuidar.Mediante essa tomada de consciência dos deveres que o direito ao meio ambienterequer, deve-se perguntar que ações positivas e negativas praticamos frente ao meioambiente. Preservamos nosso meio ambiente? Deixamos o consumismo frente àsconsequências que essa atitude pode causar no ambiente? De que forma essasatitudes interferem ou são importantes para nossas vidas, para as próximas gerações,para o planeta?

Contextualizando

Quando dizemos que cada ambiente constitui um sistema ou um ecossistema,reconhecemos que há um ciclo de alimentos ou de energia que permite que o ambientese renove continuamente. Os processos evolutivos que alteram esses ambientes sãorelativamente lentos, existindo em uma escala de tempo diferenciada da escala detempo histórico em que nos baseamos para entender a sociedade humana. Ainda que oprocesso de alteração do ambiente seja natural, a intervenção do homem, atendendo anecessidades diversas, causa a degradação ambiental, já que esta intervenção,diferentemente da natural, ocorre em velocidade intensa, sem haver um retornosatisfatório ao ambiente. Esta atitude de degradação é oposta à atitude dos animais,por exemplo, que devolvem à natureza em forma de energia aquilo que dela tiraram.

O que diferencia os homens dos animais, para que nós possamos usufruirpositivamente do meio ambiente em que habitamos? A educação. Por isso, aofalarmos de Educação, há de se falar em ética. Buscando ajuda na Filosofia, ÉTICApode significar o que é bom para o indivíduo e para a sociedade e seu estudo contribuipara estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo-sociedade.Especificamente, a disciplina ÉTICA, nova matéria da escola, daria conta de trabalhar,com os alunos, de diversos níveis de escolaridade, noções básicas da vida emsociedade, daria conta de discutir aspectos da Filosofia que, nos idos da década de 90,não faziam mais parte do currículo da escola básica e também, por consequência,ajudaria a resolver problemas de convivência dos jovens, dentro e fora da escola.

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A disciplina foi criada em muitas escolas, mas os problemas continuam instalados nosestabelecimentos de ensino. Para entender melhor, recorro ao dicionário. No Houaiss, encontro:

Ética – parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmentea respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes emqualquer realidade social.

Cidadania – condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozode direitos que lhe permitem participar da vida política.

Da mesma forma, é mister entender a estreita relação que se pode estabelecer com oconceito de sustentabilidade. Define-se por Desenvolvimento Sustentável ummodelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça asnecessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das geraçõesfuturas de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formare se difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado,quando se constata que este é:

ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmenteperverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamenteinjusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relaçãoaos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitoshumanos e aos das demais espécies.

Propondo

Há vários conceitos para sustentabilidade, tais como: SUSTENTABILIDADE SOCIAL –melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda e dediminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA – setores públicos e privados, regularização dofluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo,equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e a tecnologia;SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA – o uso dos recursos naturais deve minimizardanos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e dapoluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e demaior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;SUSTENTABILIDADE CULTURAL – respeito aos diferentes valores entre os povos eincentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;SUSTENTABILIDADE ESPACIAL – equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio demigrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas maisinteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas

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e industrialização descentralizada; SUSTENTABILIDADE POLÍTICA – no caso doBrasil, evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados eparticipativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dosgovernos locais e descentralização da gestão de recursos; SUSTENTABILIDADEAMBIENTAL – conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicaçãoda pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarcatodas as dimensões anteriores através de processos complexos.

O que se pode perceber, partindo dos diferentes conceitos até aqui expostos, é que setrata de uma distinção entre o público e o privado. Na sociedade contemporânea, otermo privado se refere àquilo que é próprio do indivíduo ou de uma pequenacoletividade como a família. Sendo assim, dizemos que o carro é um bem privado,assim como o são a casa em que moramos, as roupas e os acessórios pessoais queusamos. Em suma, privado é tudo o que remete ao espaço social mais restrito, maispessoal de nossa vida. Em contrapartida, o PÚBLICO é o que pertence ou é regidopela coletividade, obedecendo aos interesses da comunidade. É o lugar onde ointeresse coletivo deve ser sobreposto ao individual, onde a sociedade se impõe sobreo indivíduo e onde os interesses gerais se consolidam sobre as questões específicas.Sendo assim, são públicos o Estado e suas normas, a vida coletiva e suas regras, ospatrimônios nacionais etc. Por isso, para nossa reflexão e uma tomada de consciênciadas novas gerações, cabe à escola a plena conscientização do cidadão quanto aoseu importante papel na construção dessa sociedade de forma mais justa, deforma mais preservadora de nossos bens. Há de conscientizá-lo. A resposta aesses questionamentos é muito importante: meio ambiente é um espaço público ouprivado? Como é utilizado? Como espaço individual ou coletivo? Os produtos queconsumimos devem considerar apenas os interesses de quem consome ou devemconsiderar a sociedade como um todo?

O que verificamos em quase todos os casos é uma priorização do interesse privado emrelação aos interesses coletivos ou públicos, o que pode ser verificado em nossopróprio comportamento. Quantos de nós, ao adquirir um produto ou serviço que irásatisfazer uma necessidade individual, consideramos o impacto deste sobre o meioambiente? Até que ponto estamos preparados para abdicar de uma satisfação pessoalem prol da conservação do ambiente público? Na maioria das vezes, o que podemosobservar é uma contradição entre nosso discurso sobre os problemas ambientaise nossa prática em relação ao meio ambiente.

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O meio ambiente é público, pois é parte da vida coletiva. Um problema ambientalcomo a escassez de água afeta toda a coletividade e não apenas determinadosindivíduos. A maioria dos problemas ambientais que enfrentamos atualmente sãoconsequência de um consumo exagerado, da má utilização e conservação da água, daquantidade de lixo produzido e da ineficácia em armazená-lo de maneira adequada eda pouca atenção dada aos patrimônios ambientais, principalmente no momento daocupação e utilização do solo.

Nesse sentido, uma pergunta importante é: qual a função da ESCOLA nodesenvolvimento da consciência ambiental? Transformar o que é INFORMAÇÃO,o que está no senso comum, veiculado na sociedade, em CONHECIMENTO, emAPROPRIAÇÃO, em INVESTIGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS, em REFLEXÃO, em AÇÃOCOLETIVA. Portanto, o reconhecimento dos espaços públicos como fóruns legítimospara a discussão e proposição de ações cidadãs do ponto de vista ambiental deveconstituir um passo importante para que a nossa cidadania saia do papel e se tornealgo concreto. Repensar a nossa relação, em coletividade, com a natureza de quefazemos parte, seus bens e seus processos, dada a complexidade dessas relaçõespresentes na natureza, pode resultar em consequências benéficas, as mais variadas,previstas ou não, para todos nós, incluindo a redução da pobreza, com melhores níveisde educação, saúde e participação na vida social para todos.

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No despertar de nova conscientização social, as empresas são fortes exemplos pelainfluência que exercem nos comportamentos das pessoas e de outras empresas. Oenvolvimento dos trabalhadores em ações sociais lhes dá satisfação pessoal emotivação para o trabalho.

Grande empresa pública e de capilaridade nacional, a Dataprev é um desses exemplose atua baseada em princípios da Responsabilidade Social o que, em se tratando desustentabilidades, tornou-a uma empresa ambiental e socialmente responsável,através de projetos como a Coleta Seletiva Solidária.

O Brasil vive o despertar de uma nova consciência social e, neste contextotransformador, as empresas exercem grande influência na vida das pessoas, por meiode seus exemplos, que auxiliam no estabelecimento de prioridades gerenciais e namoldagem do próprio comportamento humano. Os conceitos e as práticas deResponsabilidade Social vêm crescendo, a cada dia, no mundo dos negócios.Empresas comprometidas com o progresso social, o meio ambiente e as boas práticascorporativas a cada dia conquistam mais respeito de consumidores, fornecedores,empregados e, enfim, de toda a sociedade.

Trabalhadores que se envolvem em ações sociais experimentam maiores níveis desatisfação pessoal e de motivação para o trabalho, maximizando seu potencial decriatividade, comunicação, eficiência, gestão inteligente de recursos e valorização dotrabalho em equipe.

Responsável pelo Sistema de Benefícios da Previdência Social, todos os meses aDataprev gera a folha de pagamento dos segurados e pensionistas do INSS, queatende a mais de 25 milhões de beneficiários. A Dataprev conta com mais de três milempregados comprometidos com o uso da Tecnologia da Informação nodesenvolvimento do país, notadamente nas áreas sociais do Governo, contribuindopara que as Agências da Previdência, espalhadas pelo país, dispensem atendimentomais ágil a todos os que necessitam de seus serviços. Como empresa pública, aDataprev tem o dever de atuar em favor de programas que incitem a participação detodos na criação de mecanismos para o combate à fome, para o exercício da inclusãosocial no nosso país e para o respeito ao meio ambiente.

Empresas viáveis, cidades sustentáveis

Senhor Sérgio Basile

AdministradorResponsável pelas ações de sustentabilidade da Dataprev

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Os princípios da Responsabilidade Social são compromissos indeléveis, pactuados eestabelecidos para orientar a organização no exercício de suas atividades internas eexternas, perante a sociedade. O ano de 2010 consolidou o crescimento da Dataprevcomo empresa socialmente responsável, comprometida com o desenvolvimento sociale ambiental.

Como empresa pública que desenvolve soluções de tecnologia, informações ecomunicações para o êxito das políticas sociais governamentais, a Dataprev temcompromisso direto com o desenvolvimento social e estabelece metas corporativasanuais para implantação, implementação e disseminação de programas de InclusãoDigital com parcerias e ética no ambiente corporativo, de Educação Ambiental e apoio àInclusão Social e às políticas de governo na redução das desigualdades.

Com o objetivo de expandir os canais de inclusão digital pela malha previdenciária, aDataprev estabeleceu parceria com o INSS e o Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão, viabilizando o acesso aos serviços da Previdência Social na Internet e adisseminação da educação previdenciária, alinhados às diretrizes da Política deResponsabilidade Socioambiental da Dataprev e ao Programa de Inclusão Digital doGoverno Federal.

Nas Oficinas de Inclusão Digital, a Dataprev, em parceria com o INSS, organizouoficinas para disseminação do PEP – Programa de Educação Previdenciária – cujaproposta principal é aproximar capacitadores, implementadores e técnicos envolvidosem ações de inclusão digital.

A Empresa migrou aproximadamente três mil estações de trabalho para a plataformade software livre BrOffice, gerando economia significativa e, com isso, atendendo àorientação geral de governo, na linha de migração de todas as plataformas públicaspara software livre. A Dataprev é um dos principais doadores de equipamentos demicroinformática para o Projeto Computadores para Inclusão (CI), que tem comoobjetivo implantar, no país, uma rede nacional de recondicionamento de equipamentosde informática descartados por órgãos públicos, empresas e também pessoas físicas.

Na busca da melhoria do passivo ambiental corporativo, focado no tripé dainclusão social, da defesa ambiental e do combate ao desperdício, a Empresa jáconcluiu o processo de destinação de resíduos às cooperativas em todas as suasunidades nos estados, concluindo o processo de implantação do Decreto 5940/2006.

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Por seu trabalho, a Dataprev está citada no Portal do Governo Federal para ColetaSeletiva Solidária como exemplo de Boas Práticas em relação à Coleta Seletiva naempresa. A Política de Responsabilidade Socioambiental, adotada pela Dataprev, emsuas diretrizes gerais, se compromete a incorporar, às práticas empresariais, princípiose valores essenciais ao cumprimento da missão institucional que lhe é confiada pelasociedade e que se constitui em um dos pilares dos compromissos supremos doEstado brasileiro com a defesa da dignidade humana, a proteção ao interesse público ea promoção do bem comum. A ética, a inclusão social, a inclusão digital, aacessibilidade, a qualidade de vida, as ações sociais, a coleta seletiva para reciclagem,o consumo racional de recursos naturais e as doações são os alicerces que sustentama Responsabilidade Social de uma empresa.

As definições e orientações gerais da Organização estão em pleno vigor e são doconhecimento geral da corporação, em todos os seus níveis hierárquicos. A presençainstitucional da Empresa em todos os Estados, aliada à participação voluntária de seusempregados, permite o suporte a projetos e campanhas que, ao mesmo tempo,propiciam a disseminação de conhecimento das novas tecnologias, a conscientizaçãopara a cidadania e a distribuição de produtos de consumo básico a cidadãos de baixarenda cadastrados nos programas oficiais. A Dataprev apoia as campanhas sociais,com ação voluntária de empregados e organização de programas multidisciplinares deatendimento a comunidades.

Os resultados alcançados estão bem além dos limites do mero assistencialismo,refletem-se nos lucros sociais alcançados, de forma direta ou por meio de parcerias,que se inserem no objetivo maior do Governo Federal e seu compromisso de reduçãodas desigualdades sociais, combate à fome e eliminação da miséria. Nossa Política deResponsabilidade Socioambiental poderá ser revisada ou alterada a qualquer tempo,em busca de maior eficácia e amplitude, mas sempre será cumprida por todos, a partirdo exemplo e do apoio do corpo diretivo.

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A comunidade escolar da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, por meio de

seus professores, diretores, funcionários administrativos, alunos e pais, oferece a sua

contribuição no processo de reelaboração e reconstrução de hábitos e valores

inerentes ao ser humano, em direção a um mundo efetivamente sustentável, sob os

aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais.

Foram elaborados 20 PRINCÍPIOS ESCOLARES PARA UM MUNDO

SUSTENTÁVEL, cuja proposta é que sejam incorporados às práticas escolares

durante os próximos anos.

Para cada um dos princípios corresponde um conjunto de ações a serem executadas

pela Secretaria Municipal de Educação.

Princípios Escolares para um mundo sustentável

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Princípio 1A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se comprometer aenvolver a comunidade escolar (professores, diretores, funcionários, alunose seus responsáveis), de forma sistemática, em atividades socioambientais,responsáveis e sustentáveis, conectadas com a realidade local.

Princípio 2Toda escola deve ter estrutura adequada, tanto na parte física quanto nosaspectos humanos, para que suas atividades sejam sustentáveis e para queela se torne um polo disseminador da cultura da sustentabilidade.

Princípio 3A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve buscar a utilização nasescolas, na medida do possível, de materiais, equipamentos e maquináriosque tenham sido produzidos por reciclagem ou reuso de material. Alémdisso, cada escola deve procurar reduzir o desperdício e reutilizar osmateriais que tenham certificação ambiental, como o Selo Verde, porexemplo, ajudando a promover o uso racional dos recursos naturais.

Princípio 4Toda escola deve contemplar, em seu Projeto Político Pedagógico,formulações teóricas e proposituras didáticas que direcionem as açõesescolares para ambientes sustentáveis, concretizando, em seu cotidianopedagógico, a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades deensino, conforme legislação vigente.

Princípio 5Toda escola deve implementar mecanismos de acompanhamento e avaliaçãodos respectivos projetos e ações pedagógicas, promovendo seu constanteaperfeiçoamento e validando, assim, o conhecimento coletivamenteconstruído para um mundo sustentável.

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Princípio 7A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve promover ações queenvolvam, além da comunidade escolar, instituições públicas e privadas, emprojetos voltados à sustentabilidade.

Princípio 8A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve ser referência depluralidade cultural e de saberes, de modo que hábitos e valores (ética,solidariedade, igualdade, tolerância e respeito à vida), cultivados entre osmembros da comunidade escolar, sejam voltados à busca de uma sociedademais justa, mais responsável e ambientalmente mais sustentável.

Princípio 9A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se constituir em umespaço de construção coletiva de conhecimento, para que o mundo doséculo XXI se torne, efetivamente, sustentável, em todos os aspectos. Devetambém desenvolver ações, a partir dos conhecimentos que constrói,voltadas para um mundo sustentável e que transcendam seus muros físicose, especialmente, simbólicos.

Princípio 10A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve articular ao seu fazerpedagógico ações voltadas à pesquisa, à discussão e à apresentação depropostas de modificações em leis e atos normativos, oriundos das diversasesferas de governo, incentivando o protagonismo infanto-juvenil e, assim,tornando o aluno importante agente de mudanças sociais.

Princípio 6Toda escola deve estar aberta ao diálogo permanente com instituiçõessociais públicas, privadas e do terceiro setor que atuem na área ambiental eque tenham, reconhecidamente, saberes teóricos e práticos, relativos àcultura das sustentabilidades.

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Princípio 12Toda escola deve contribuir para que os equipamentos de uso coletivo,móveis ou imóveis, no campo ou na cidade, sejam acessíveis a todos. Aescola deve se perceber e atuar como parte de uma rede que promovesaberes, com vistas à construção de uma sociedade justa e sustentável.

Princípio 13Toda escola deve atuar no sentido de contribuir para a melhoria da condiçãohumana, incentivando ações voltadas para um conhecimento efetivamentegerador de práticas socioambientais sustentáveis.

Princípio 11Toda escola deve desempenhar seu papel de agente socioeducativo,voltando-se para ideias de cooperação, visando à integração das culturas edas etnias, combatendo todas as formas de preconceito e intolerância.

Princípio 14A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se manter,permanentemente, aberta à reflexão e à avaliação recorrente de seucurrículo, de modo a dotá-lo de atualidade conceitual, em consonância comas novas culturas sociais.

Princípio 15Toda escola deve incentivar ideias e práticas que visem a novos padrões eformas de consumo mais cooperativos, no que se refere às relaçõessociais, estimulando a produção de bens materiais que respeitem asustentabilidade ambiental.

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Princípio 16A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve adotar ações relativas àsustentabilidade, com agilidade e com base no que for acordado pelacomunidade escolar.

Princípio 17A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá buscar, a partir dasdiretrizes da administração, a formação continuada em Educação Ambientalde seus profissionais de educação, a fim de que suas práticas curricularesalcancem o êxito esperado.

Princípio 18Toda escola deve construir, de forma participativa, sua Agenda AmbientalSustentável, incorporando-a tanto ao seu Projeto Político Pedagógico quantoao planejamento disciplinar e interdisciplinar dos professores.

Princípio 19A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá incentivar ocompartilhamento entre escolas, do conhecimento produzido no viés dasustentabilidade, criando um ambiente de sinergia em práticas sustentáveis.

Princípio 20A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá se comprometer em rever,a cada 5 anos, os princípios aqui relacionados, com o objetivo de avaliar osresultados e de reformular suas ações, caso necessário.

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Palestras

Grupos de trabalho

Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã(Rio de Janeiro, setembro/2011)

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