PRÉ AULAS
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PRÉ AULAS
PRÉ AULA 1 – CINCO FORÇAS DE PORTER
Um dos mais importantes passos das seis etapas de segmentação de mercado envolve
mensurar e avaliar a atratividade de cada segmento. Uma das análises mais utilizadas é
conhecida como “As Cinco Forças de Porter”. Essa análise tem como objetivo
demonstrar a atratividade de um determinado mercado ou segmento de mercado.
Proposto por Michael Porter as cinco forças objetivam deixar claro como cada um dos
envolvidos influenciam, positiva ou negativamente, em seu negócio. As forças são:
rivalidade entre os concorrentes, poder de negociação dos fornecedores, poder de
negociação dos clientes, ameaça de novos entrantes e ameaça de produtos substitutos.
Rivalidade entre os concorrentes
Um mercado ou segmento de mercado com rivalidade alta entre os concorrentes pode
não ser atrativo para algumas empresas, pois é provável que a disputa – entre preços,
propaganda, promoção de vendas – diminua a lucratividade.
Yanaze (2005, p. 122), indica situações que induzem a um aumento da rivalidade e
que devem ser observadas:
a) concorrentes numerosos ou relativamente equivalentes,
b) crescimento lento no setor, com fortes disputas por participação de mercado,
c) mercados estáveis ou em declínio,
d) segmentos em que os custos, fixos ou de estoque, são elevados,
e) ausência de diferenciação do produto,
f) custos reduzidos de mudança de fornecedor ou de marca e,
g) barreiras de saída elevadas.
Poder de negociação dos fornecedores
Quando o número de fornecedores de um determinado segmento é pequeno, a
dependência das empresas em relação a esses fornecedores pode se tornar um problema.
O fornecedor com poder negocia preços, prazos e formas de pagamento, deixando a
empresa a mercê das estratégias – e às vezes dos gostos – desse fornecedor, impactando
na lucratividade da empresa.
Quando se pensa em fornecedor logo se associa a palavra a uma empresa que fornece
matéria-prima. Porém, no caso do marketing digital, o fornecedor também pode ser um
designer, um analista ou um programador.
Poder de negociação dos clientes
Assim como os fornecedores, ter clientes com poder em uma negociação impacta na
lucratividade de sua empresa. Um cliente tem alto poder de negociação em produtos
comuns, sem diferencial competitivo em relação aos concorrentes, quando o custo para
mudar de fornecedor é pequeno para esse cliente ou quando compra em grande
quantidade.
Outro fator que influencia no poder de negociação do consumidor é quando ele conhece
do produto ou da sua cadeia de produção. Neste caso é relevante destacar o poder que a
internet deu aos consumidores. Em muitos casos é comum que ele saiba, em alguns
casos, mais do que o vendedor – ou atendente virtual - sobre o produto/serviço, sobre a
legislação envolvida ou sobre processos de produção.
Ameaça de novos entrantes
Quando uma nova instituição decide investir em um mercado ou segmento de mercado,
se fez as análises corretas, normalmente vem com desejo de ganhar mercado e dispõe de
recursos. Com isso os custos das empresas já atuantes podem aumentar – sua empresa
pode ser obrigada a aumentar o investimento em propaganda, por exemplo - e a
lucratividade diminuir.
O que limita o ingresso das novas empresas são as chamadas barreiras de entrada e de
saída, que são obstáculos para o ingresso e o egresso de uma instituição em um
determinado mercado. Quanto menores as barreiras de entrada e saída maior é a chance
de novos concorrentes entrarem e saírem desse mercado.
Como barreiras de entrada podem ser citadas:
a) empresas atuantes já com economia de escala, o que implica em custos menores para
os atuantes e maiores para os entrantes,
b) produtos com diferenciação, fazendo a empresa entrante a ter um esforço de
comunicação maior,
c) investimento inicial alto,
d) custo de mudança percebido pelo consumidor,
e) dificuldade de acesso aos canais de distribuição, o que implica fazer seu produto
chegar ao consumidor,
f) restrições governamentais como patentes, licenças e até subsídios e
g) matéria-prima escassa – se você for um fabricante.
Como barreiras de saída podem ser citadas: investimento inicial alto; instalações
compartilhadas; implicações políticas e governamentais; implicações com a comunidade
e barreiras emocionais.
Ameaça de produtos substitutos
Um produto substituto é um produto que pode servir para satisfazer a mesma
necessidade do consumidor. Pode passar despercebido porque não concorre diretamente
com o produto da empresa atuante, mas em um futuro próximo, pode fazer com que os
clientes da empresa atuante diminuam ou até acabem.
Historicamente produtos substitutos já deixaram muitas empresas em situações ruins.
Como exemplos temos a Xerox, que demorou em notar que estava perdendo espaço
para a HP com suas impressoras, a Kodak demorou em entrar com firmeza no mercado
de fotografia digital e viu a Sony dominar o mercado, e os fabricantes de máquinas de
escrever fecharam as portas com o surgimento dos computadores pessoais.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com
certificado
FONTE: http://www.portaleducacao.com.br/marketing/artigos/42526/marketing-digital-
analise-das-cinco-forcas-de-porter#ixzz3j7nvHf5X
PRÉ AULA 2 – VANTAGEM ABSOLUTA X VANTAGEM COMPARATIVA
Vantagem Absoluta x Vantagem Comparativa
Antes de começar a falar sobre vantagem absoluta e comparativa, vamos introduzir
alguns conceitos básicos de economia que são pré-requisitos para a compreensão do
assunto.
Economia, diferente de ciências como física e química onde se podem testar hipóteses
em laboratório, se desenvolve essencialmente a partir de dados que já ocorreram, bem
similar à meteorologia ou à astronomia, sendo dessa forma impossível prever com
exatidão o que irá ocorrer sem de fato ocorrer. Isso acontece basicamente por causa que
as decisões de compra, venda, salários e etc partem de pessoas, do quanto cada uma está
disposta a pagar e a aceitar, algo que é difícil de se prever.
Modelos constantemente são formulados e a cada nova informação que recebemos,
reformulamos, descartamos ou aceitamos outras ideias. Independente de como for, o
importante é entender que economia trata-se da ciência que estuda como alocar os
recursos escassos de uma sociedade.
É possível listar os 10 princípios básicos que regem a economia, encontrados em um
dos melhores livros já escritos sobre o assunto de Gregory Mankiw (é fácil encontrar no
google usando nome dele), mas pretendo fazer isso em outro post. Por enquanto se você
é iniciante ou mesmo revendo conceitos, acho melhor começar falando sobre 2 muito
importantes e interligados: tradeoffs e custo de oportunidade.
O conceito de tradeoffs basicamente diz que se você escolher algo, automaticamente
deixou de escolher todas as outras opções. Pode parecer bobo a primeira vista, mas é
algo de extrema relevância na hora de se analisar um investimento, por exemplo, pois
uma vez escolhido onde irá se aplicar, automaticamente, você perde a oportunidade de
aplicar aquele montante em qualquer outra coisa. Esse conceito simples ressalta o
famoso provérbio "Nada é de graça", porque de fato nada realmente é. No mínimo você
está investindo o seu tempo e perdendo (ou melhor, deixando de escolher) todo resto
das opções que você poderia estar aproveitando.
Agora custo de oportunidade é a melhor opção da qual você abre mão ao tomar uma
decisão. Ou seja, quando você decide, por exemplo ir a faculdade ao invés de trabalhar,
para muitos esse seria o seu custo de oportunidade: deixar de trabalhar. Quando o custo
de oportunidade é mais baixo, você tende a ter menos dúvida em relação ao que
escolher, agora quando é alto, como é para muitos o exemplo que citei, você tende a
rever o que é melhor para você, levando, às vezes, a uma mudança de escolha.
Dito isso, podemos então ir para o tópico principal do post: Vantagem Absoluta x
Vantagem Comparativa.
Vantagem Absoluta
Vamos pensar na seguinte situação: em uma loja, existem dois funcionários
responsáveis pela limpeza: Henrique e Marta. Ambos vem todos os dias e limpam
metade do estabelecimento cada um. Henrique claramente é melhor limpando janelas e
Marta limpando o chão.
Henrique Marta
Chão 5h 3h
Janelas 2h 4h
Outros 1h 1h
Total 8h 8h
Tempo diário gasto para executar as tarefas em cada uma das metades da loja
Olhando a tabela é fácil perceber que se eles fizesse um pacto, cada um fazendo o que
faz melhor, ambos se beneficiariam. Marta possui vantagem absoluta sobre Henrique
em relação a limpar janelas e Henrique possui essa mesma vantagem em relação a
limpar chão, logo ambos irão trocar os afazeres:
Henrique Marta
Chão 0h 6h
Janelas 4h 0h
Outros 1h 1h
Total 5h 7h
Note que Henrique gasta 2 horas por metade o que dá um total de 4 horas, assim como
acontece com Marta totalizando 6 horas.
É fácil perceber que ambos ganharam, pois ambos conseguem com menos tempo
concluir o mesmo serviço.
Vantagem Comparativa
Imagine que você tenha uma casa com um quintal e que você possa trabalhar nos fins de
semana, dando aula particular ou algo do gênero, mas que você não faz isso sempre,
pois de vez em quando tem que cortar a grama. Apesar de você ser muito bom cortando
grama, existe um garoto, vizinho seu, que estaria disposto a fazer isso por você por
menos do que você cobra trabalhando. Será que você deveria aceitar então se houvesse
uma proposta, mesmo sendo melhor do que o menino?
Para entender como você deve tomar a decisão, imagine que você gaste 2 horas para
cortar a grama e o garoto 4 horas, cobrando 40 reais por isso. Se você trabalhando por 2
horas ganhasse 100 reais, mesmo que o garoto demore bem mais do que você, você
deveria aceitar a proposta, pois estaria lucrando 60 reais. Do ponto de vista do seu
vizinho, esse trabalho também é uma boa, pois o custo de oportunidade dele é mais
baixo que o seu (isso quer dizer que é melhor os 40 reais do que nada, em outras
palavras). Nesse caso, você tem a vantagem absoluta, pois corta mais rápido, mas ele
tem a vantagem comparativa, pois não tem opção melhor como a sua. - See more at:
http://estacaoeconomica.blogspot.com.br/2011/09/vantagem-absoluta-x-
vantagem.html#sthash.hHyrt28w.dpuf
FONTE: http://estacaoeconomica.blogspot.com.br/2011/09/vantagem-absoluta-x-
vantagem.html
PRÉ AULA 3 – CICLO DE VIDA DO PRODUTO
O ciclo de vida de um produto pode ser entendido como a história completa do produto
através de suas fases de vendas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. É o
conceito de absolescência planejada, ou seja, os produtos já nascem com data prevista
para serem retirados do mercado. As quatro fases do ciclo de vida do produto:
Introdução: é a fase inicial da vida do produto ou o período em que o produto é
lançado no mercado, esta fase tem como característica: baixo volume de produção e de
vendas.
Crescimento: o produto começa a firmar-se no mercado ou período de aceitação pelo
mercado. Nesse estágio surgem os concorrentes.
Maturidade: período de baixo crescimento nas vendas. Os níveis de lucro tornam-se
estáveis ou diminuem, em função dos gastos que a empresa tem para defender o produto
da concorrência. Quando o produto atinge a saturação às características de competição
se tornam mais acirradas.
Declínio: o produto passa a perder participação no mercado, ou seja, é quando as
vendas e os lucros começam a cair.
Existem várias razões para que ocorra o declínio, tais como: surgimento de novos
produtos mais eficazes; a substituição de um produto por outro melhor e a falta de
necessidade pelo produto. Pode-se facilmente reconhecer muitos produtos que já saíram
do mercado ou estão em fase de nítido declínio: é o caso dos chapéus, modelos de
computadores etc. Por sua vez, certos produtos como sabão, alimentos enlatados,
pregos, entre outros, parecem ter uma fase longa. Enquanto outros têm um ciclo de vida
muito curto: brinquedos e móveis, por exemplo. Portanto, é evidente que o modelo
apresentado para o ciclo de vida não necessariamente se adapta bem a qualquer produto.
O desenvolvimento de um produto inicia quando a empresa tem a ideia e começa todo o
estudo de viabilidade, produtividade e desenvolvimento. Neste período, o produto ainda
não está no mercado. Basicamente, a empresa pode desenvolver seus novos produtos
com base na tecnologia que possui – é o tipo de estratégia product-out.
Outro tipo de estratégia é a estratégia market-in, a empresa ouve a voz do mercado e
fabrica aquilo que o mercado quer, muitas vezes antecipando-se e até mesmo criando
necessidades de consumo para os seus produtos, fabricando então o que pode vender.
A empresa pode utilizar as duas estratégias anteriores, utilizando assim uma estratégia
mista, que maximiza seus recursos produtivos e de desenvolvimento de novos produtos.
FONTE: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-ciclo-de-vida-do-
produto/81718/
PRÉ AULA 4 – TRANSNACIONAL X MULTINACIONAL
Uma empresa multinacional é caracterizada por ter sua matriz em um determinado país
e atuar no mercado de outros países. Sua origem é do final do século XIX, porém, a
atuação dessas empresas no mercado mundial se intensificou após a Segunda Guerra
Mundial, ou seja, a partir de 1945.
O principal objetivo das empresas multinacionais é instalar filiais em outros países com
o intuito de obter máxima lucratividade, os fatores que contribuem para a construção de
filiais são: isenção de impostos, amplo mercado consumidor, infraestrutura, matéria-
prima, energia e mão de obra barata.
A instalação de uma filial em países em desenvolvimento ocorre, na maioria das vezes,
através de beneficios do governo (doação de terreno e isenção de impostos). Nos locais
onde ocorre a construção de uma filial há geração de empregos e desenvolvimento
industrial. No entanto, os lucros obtidos por essas empresas são destinados à contrução
de novas filiais em outros locais, e uma parte vai para a matriz localizada no país de
origem.
Empresas Multinacionais
Pode ocorrer a divisão regional do trabalho, onde as empresas multinacionais produzem
cada parte de um produto em localidades diferentes, com o objetivo de reduzir custos na
produção. Esse fato ocorre conforme a disponibilidade de matéria-prima de cada região.
O processo de globalização contribuiu bastante para a atuação das empresas
multinacionais, pois proporcionou condições de telecomuniucação e transporte,
elementos essenciais para a atuação dessas empresas em escala mundial.
O termo multinacional está saindo de uso, pois passa a ideia de que uma empresa é
composta por várias nações. Sendo substituído pela denominação de empresa
transnacional, que refere à atuação de uma empresa em outros países.
Exemplos de empresas multinacionais (transnacionais): Motorola, Nokia, Siemens,
Vivo, Sony, Coca Cola, Pepsi, Unilever, Mc Donald’s, Nestlé, Nike, Adidas, Puma,
Volkswagen, General Motors, Toyota, Peugeot, Petrobras, entre outras.
FONTE: http://www.brasilescola.com/economia/empresas-multinacionais.htm
PRÉ AULA 5 – FATORES DE PRODUÇÃO
http://www.ead.fea.usp.br/Semead/5semead/Adm.%20Geral/Novos%20fatores%20gera
dores%20de%20riquezas.pdf
PRÉ AULA 6 – DEMANDA AGREGADA
Nos últimos anos vivenciamos um enorme avanço na teoria sobre política monetária,
incluindo, por exemplo, os estudos envolvendo regras operacionais e comportamento
discricionário, a influencia das expectativas na dinâmica da economia e nas decisões
dos bancos centrais, a importância de uma boa comunicação entre o Banco Central e os
agentes econômicos, etc. Apesar do enorme avanço da teoria econômica, a estrutura
básica de análise da política monetária consiste em equações relativamente simples, que
em conjunto são normalmente chamadas de modelo keynesiano simples. Estas equações
envolvem uma curva de oferta agregada, mais conhecida como curva de Phillips, uma
curva de demanda agregada, também chamada de curva IS, e a equação para o
comportamento da autoridade monetária, a chamada função de reação do Banco
Central. Walsh (2003) e principalmente Woodford (2003), por exemplo, utilizam esta
estrutura básica de três equações para estudar diversos aspectos da condução da política
monetária. No Brasil, esta estrutura simples foi utilizada por Muinhos (2004), Bonomo
e Brito (2002), Freitas e Muinhos (2002), entre outros. Como nota Goodhart e Hofmann
(2005), a curva de Phillips foi objeto de estudos extensivos nos últimos anos, ao passo
que a curva IS tem recebido bem menos atenção. Esta observação pode ser também
estendida para a pesquisa econômica empírica no Brasil, incluindo ainda os estudos
sobre a regra de Taylor. Trabalhos teóricos e empíricos envolvendo a curva de Phillips e
a função de reação do Banco Central têm sido publicados freqüentemente nos últimos
anos, ao passo que estudos empíricos sobre a curva IS são escassos. Carneiro e Wu
(2003) e Bonomo e Brito (2002) são dois exemplos de estudos sobre a curva IS no
Brasil mas que, como veremos adiante, apresentam uma versão da curva IS um pouco
diferente da que será estimada neste trabalho. A curva IS relaciona o hiato do produto
com a taxa real de juros e desta forma representa o mecanismo básico de transmissão da
política monetária para a inflação. Logo, se estamos interessados em saber como a
política monetária, através das alterações da taxa básica de juros, altera a trajetória da
inflação no futuro, uma importante pergunta que devemos tentar responder é como a
taxa de juros afeta o hiato do produto. Apesar de bastante difundida nos livros-textos de
economia, a relação negativa entre taxa de juros e hiato do produto nem sempre foi
confirmada empiricamente, fato normalmente chamado de IS puzzle (Goodhart e
Hofmann, 2005). Uma possível explicação para este resultado é a omissão de variáveis
significantes na estimação. Além disso, a ausência de comprovação empírica da curva
IS parece ser mais uma exceção do que uma regra, como mostram as estimações de
Goodhart e Hofmann (2005), em suas estimações da curva de IS para os países do G7,
estes autores encontram coeficientes significantes para a taxa real de juros em seis das
sete estimações. No único caso onde a taxa real não foi significante (Reino Unido), a
taxa nominal foi estatisticamente significante. Os poucos estudos realizados para o
Brasil também encontraram coeficientes significantes para taxa real de juros, colocando
o Brasil entre os casos onde o puzzle parece não existir. Além da taxa de juros, outras
variáveis também afetam a demanda agregada doméstica e este será o foco deste
trabalho. Goodhart e Hofmann (2005) ao estimar uma curva IS para os EUA encontram
um coeficiente significante para a variação do preço dos imóveis. A explicação dos
autores é que a valorização dos imóveis estaria estimulando o consumo via efeito
riqueza. Para os outros países do G7, os autores incluem o crescimento econômico dos
EUA como proxy do crescimento do resto do mundo. Esta variável foi significante em
duas das seis estimações. Cabe ainda notar que Stone, Wheatley e Wilkinson (2005)
utilizam esta mesma 3 proxy para estimar uma curva IS para a Austrália e também
chegam a resultados significativos, assim como Carneiro e Wu (2003) para o Brasil. É
importante lembrar que a apesar da inclusão da variável “demanda agregada do resto do
mundo” parecer uma hipótese ad hoc, está em linha com a teoria macroeconômica.
Afinal, uma expansão do resto do mundo tende a deslocar a curva demanda agregada
domestica para cima e para direita. Como mencionado anteriormente, Goodhart e
Hofmann (2005) incluem o preço dos imóveis como variável explicativa da demanda
agregada. Como não existe uma variável similar para o Brasil, não podemos testar a
hipótese de que os preços dos imóveis sejam significantes ou não. Contudo, é possível
perceber um aspecto importante da estimação da curva IS: as variáveis significantes
para a determinação da demanda agregada pode variar entre países, devido à diferença
nas estruturas econômicas, principalmente no que diz respeito à composição da renda e
riqueza. Nesta mesma linha, Stone et al. (2005) incluem os termos de troca como
variável explicativa na estimação da curva IS para a Austrália. Isto reflete a importância
das exportações no PIB australiano e o fato dos termos de troca neste país ser bastante
volátil em função da importância das commodities nas exportações australianas. Não
por acaso, discussões sobre os termos de troca são bastante comuns no Chile, outro país
onde as exportações de commodities representam uma parte importante da renda. Estes
aspectos da curva IS foram apenas superficialmente abordados no Brasil. Neste trabalho
buscamos analisar primeiramente quais são as possíveis formas de se calcular o hiato do
produto e a taxa de real de juros. A seguir, outras variáveis teoricamente importantes na
determinação da curva IS são discutidas, como a demanda agregada do resto do mundo,
a taxa real de cambio e os termos de troca. Este trabalho está estruturado da seguinte
forma: na seção dois analisamos os aspectos teóricos e práticos na estimação da curva
IS; na seção três apresentamos as variáveis que serão utilizadas nas estimações; na
seção quatro apresentamos os resultados das estimações; e na seção final apresentamos
nossas conclusões e direções para futuras pesquisas que visem aprofundar o
conhecimento sobre a determinação da demanda agregada no Brasil. Entre as principais
conclusões tem-se que o PIB global é uma variável significante na determinação da
demanda agregada no Brasil. Os termos de troca também parecem impactar
significativamente o nível de demanda agregada. Por outro lado, a taxa de cambio real
não foi significante nas estimações. Uma possível explicação é a elevada volatilidade da
taxa de câmbio real no período analisado e a falta de uma medida consistente de taxa de
cambio real de equilíbrio.
FONTE: http://www.anpec.org.br/encontro2008/artigos/200807211003530-.pdf
PRÉ AULA 7 – INDÚSTRIAS CORRELATAS
As contínuas transformações que atingem o ambiente de negócios nas últimas décadas,
impulsionadas pelas mudanças tecnológicas e pela pulverização das fronteiras entre os
mercados nacionais e regionais, tiveram como conseqüência a ampliação e modificação
do entendimento tradicional que se tinha sobre competitividade. Antes, restrita a uma
questão de preços, custos (especialmente de mão-de-obra) e de taxas de câmbio, a
análise da competitividade, na atualidade, passou a agregar uma série de outras
variáveis, dentre as quais a capacidade das empresas de entender a estrutura da indústria
em que competem e a sua competência para estabelecer estratégias adequadas a esse
cenário competitivo; sua eficiência produtiva e potencial de inovação e, em muitos
casos, as condições disponíveis na região ou país em que ela escolheu se localizar. As
teorias modernas sobre competitividade estão baseadas na idéia central de que é a
combinação entre as competências empresariais e as condições competitivas favoráveis
disponíveis nos âmbitos local e/ou regional que favorecem e estimulam a criação de
vantagens competitivas. Estudos mais recentes passaram a considerar a importância do
ambiente onde atuam as empresas, os fatores locais e suas especificidades, destacando,
cada vez mais, não apenas os fatores monetários, mas fatores como capital humano,
fatores técnicos eculturais, rivalidade e relacionamento entre firmas, presença de
instituições de apoio, entre outros, como importantes determinantes da
competitividade.(COUTINHO; FERRAZ, 1995). Este artigo é fruto de uma pesquisa
sobre a indústria gráfica da Bahia, realizada pelos autores,entre 2010 e 2012,analisando
as condições de competitividade deste mercado, tendo em vista os seguintes fatores:
a)Condições da concorrência intra-industrial, no mercado baiano; b) Ameaças
decorrentes da concorrência externa e de entrantes potenciais; c)Ameaças decorrentes
da competição substituta e d) Ameaças decorrentes da competição institucional e das
políticas públicas adotadas para o setor. A pesquisa que origina o presente artigo
assumiu características quantitativas e qualitativas, pois se utilizou tanto de dados
estatísticos, que serviram para a determinação do perfil das empresas que constituem o
parque gráfico, como da técnica de entrevistas direcionadas para a coleta de
depoimentos, opiniões, críticas e sugestões dos empresários / dirigentes do setor
estudado.
A primeira etapa da investigação consistiu em uma busca de informações em fontes
secundárias de pesquisa, sendo de grande valia o “Estudo Setorial da Indústria Gráfica
no Brasil” da Associação Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF. Oreferencial
teórico de análise revisitou os trabalhos de Porter (1989 e 1991), Coutinho e Ferraz
(1995), Haguenauer (1989), tendo sido escolhido, para a análise, o modelo do
“Diamante Nacional” de Michael Porter. Na etapa seguinte, procedeu-se à elaboração
dos instrumentos de coleta de dados que seriam utilizados na pesquisa de campo,
partindo-se de uma adaptação do modelo teórico escolhido. A coleta empírica, a partir
das fontes primárias, utilizou-se de duas ferramentas distintas: um questionário
estruturado, com 67 questões, encaminhado às gráficas cadastradas no Sindicato das
Indústrias Gráficas no Estado da Bahia (SIGEB) e um roteiro de entrevistas,
desestruturado, aplicado a uma amostra selecionada de 19 gráficas e entidades
relacionadas ao setor. A amostragem dos representantes das instituições foi do tipo não-
probabilístico intencional, uma vez que se desejava focar o objetivo de pesquisa com os
potenciais detentores das informações mais relevantes (KIDDER, 1987). Em um
terceiro momento, com base nas informações tabuladas e analisadas obtidas com os
instrumentos aplicados, e tendo por linha condutora o modelo teórico escolhido, foi
traçado um panorama da indústria gráfica da Bahia e suas condições de
competitividade, que será apresentado nas considerações finais. O artigo está dividido
em quatro partes, além desta Introdução. Na primeira, apresenta-se o referencial teórico
associado ao modelo de análise escolhido; na segunda parte, traz-se o perfil da indústria
gráfica baiana; a terceira seção destina-se à análise das condições de competitividade e,
em seguida, faz-se as considerações finais do estudo.
FONTE: http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/viewFile/2859/2165
PRÉ AULA 9 – TEORIA DOS JOGOS
A teoria dos jogos ´e uma teoria matem´atica criada para se modelar fenˆomenos que
podem ser observados quando dois ou mais “agentes de decis˜ao” interagem entre si.
Ela fornece a linguagem para a descri¸c˜ao de processos de decis˜ao conscientes e
objetivos envolvendo mais do que um indiv´ıduo. A teoria dos jogos ´e usada para se
estudar assuntos tais como elei¸c˜oes, leil˜oes, balan¸ca de poder, evolu¸c˜ao gen´etica,
etc. Ela ´e tamb´em uma teoria matem´atica pura, que pode e tem sido estudada como
tal, sem a necessidade de relacion´a-la com problemas comportamentais ou jogos per se.
Algumas pessoas acreditam que a teoria dos jogos formar´a em algum dia o alicerce de
um conhecimento t´ecnico estrito de como decis˜oes s˜ao feitas e de como a economia
funciona. O desenvolvimento da teoria ainda n˜ao atingiu este patamar e, hoje, a teoria
dos jogos ´e mais estudada em seus aspectos matem´aticos puros e, em aplica¸c˜oes, ela
´e usada como uma ferramenta ou alegoria que auxiliam no entendimento de sistemas
mais complicados. Neste texto trataremos da Teoria Econˆomica dos Jogos, que n˜ao
deve ser confundida com a Teoria Combinat´oria dos Jogos [4, 11, 5, 2, 6, 7], iniciada
por Sprague [20] e Grundy na d´ecada de 30. Enquanto que a primeira tem motiva¸c˜oes
predominante econˆomicas e procura estabelecer m´etodos para se maximizar o ganho
(payoff ), a segunda se concentra nos aspectos combinat´orios de jogos de mesa (por
exemplo, ser o jogador a fazer o ´ultimo movimento em um jogo de nim [1]) e n˜ao
permite “elementos imprevis´ıveis” como o lan¸camento de um dado ou o baralhamento
de cartas.
FONTE: http://www.ime.usp.br/~rvicente/IntroTeoriaDosJogos.pdf
PRÉ AULA 10 – JOINT VENTURE
Uma empresa conjunta (joint venture, algo que pode ser traduzido como "aventura em
conjunto", ou melhor, empreendimento conjunto) é uma espécie de aliança estratégica
que supõem um acordo comercial de inversão conjunta de longo prazo entre duas ou
mais pessoas (normalmente pessoas jurídicas ou comerciantes). Não há razão para uma
joint venture constituir uma companhia ou entidade legal separada.
O objetivo de uma joint venture pode ser muito variado, engloba a produção de bens, a
prestação de serviços, a procura de novos mercados ou o apóio mútuo em diferentes
níveis da cadeia de um produto. A joint venture se desenvolverá durante um tempo
limitado, e seu objetivo será obter benefícios econômicos.
Para atingir este objetivo comum, duas ou mais empresas farão um acordo para investir
neste negócio comum. Este investimento pode ser constituído de matéria prima, capital,
tecnologia, canais de distribuição, vendas, conhecimento do mercado ou know-how, etc.
Este tipo de aliança não implicará na perda da identidade, bem como da individualidade
de cada pessoa jurídica.
Inexistem requisitos em relação à forma das empresas trabalharem conjuntamente. Ditas
empresas podem assinar um contrato de colaboração, constituir uma união temporal de
empresas ou umasociedade onde ambas participam. Desde que não exista fusão ou
absorção, é uma característica da joint venture que as empresas que a formam sigam
sendo independentes, mantendo o compromisso a longo prazo.
Há muitas vantagens que levam as empresas a formar uma joint venture. Estas
vantagens incluem a partilha de custos e riscos dos projetos que estariam além do
alcance de uma só empresa. As joint ventures também são muito importantes naqueles
negócios que precisam de grandes investimentos iniciais para iniciar um projeto que
trará benefícios a longo prazo (como exemplo disto temos as grandes construções ou o
setor petrolífero).
Para pequenas ou médias empresas, a joint venture se apresenta como uma chance de
atuar de uma forma conjunta para superar barreiras, sejam elas comerciais em um novo
mercado ou para competir de forma mais eficiente no mercado atual. Esta é a razão de
encontrarmos frequentemente a criação de joint ventures para chegar a mercados
estrangeiros, que pedem importantes investimentos e um know-how específico para o
país ao qual se tenta vender (nesta situação, normalmente um dos sócios normalmente é
dono de uma empresa nacional e o outro aquele que tenta introduzir seus produtos).
FONTE: http://www.infoescola.com/economia/joint-venture/
PRÉ AULA 11 – TEORIA ECLÉTICA
O paradigma Ecléctico é um dos modelos teóricos mais reconhecidos em negócios
internacionais (STOIAN; FILIPPAIOS, 2008). A generalidade dos trabalhos de
investigação na disciplina é afectada, directa ou indirectamente, pela articulação
proposta por Dunning sobre a natureza da produção internacional das empresas
multinacionais e os factores que afectam a sua dispersão geográfica (ou localização). A
taxonomia proposta por Dunning dos factores que sustentam a decisão de
internacionalizar, a escolha de localização da produção e a opção pela internalização das
transacções, em particular dos produtos intermédios, serve de fundação às pesquisas
contemporâneas e, genericamente, nas últimas três décadas, à pesquisa sobre as
operações das empresas multinacionais (EMNs). A importância do seu extenso trabalho,
realizado ao longo de cerca de cinquenta anos de uma carreira académica prolífica, e a
sua contribuição são manifestas nas actuais referências mesmo aos seus trabalhos
iniciais (1958, 1972, 1973, 1977) sobre o paradigma ecléctico e à razão de ser da
empresa multinacional (1981, 2000b). Huggins, Demirbag e Ratcheva (2007)
descrevem o paradigma ecléctico de Dunning como uma abordagem holística que
explica o nível de actividade e os padrões da produção internacional. Segundo os
autores, Dunning combina, como nenhuma outra abordagem, os vários factores que
oferecem uma explicação das actividades das multinacionais e dos seus investimentos
no estrangeiro (ver, a este propósito Dunning, 2000b). Neste artigo analisamos a
influência dos trabalhos de Dunning na área de negócios internacionais. Para o efeito,
fazemos a análise dos artigos publicados no Strategic Management Journal, num
período de trinta anos, entre 1980 a 2009. Desta forma, conseguimos entender a
estrutura intelectual que liga teorias e autores (WHITE; MCCAIN, 1998;
RAMOSRODRIGUES; RUIZ-NAVARRO, 2004, o que nos permite enquadrar a
essência do contributo de Dunning – o Paradigma ecléctico – na investigação em
estratégia publicada neste periódico especializado no estudo da estratégia. Este artigo
está estruturado da seguinte forma: na primeira parte analisamos a génese do paradigma
ecléctico, seguido de uma descrição das três dimensões essenciais: vantagens de posse,
localização e internalização. Na terceira parte, apresentamos a metodologia, amostra e
procedimento para a recolha de dados. Esta é seguida pela análise dos resultados.
Concluímos este artigo com uma discussão alargada, notando algumas limitações e
apresentando perspectivas para futuras investigações.
FONTE: http://globadvantage.ipleiria.pt/files/2010/02/working_paper-
53_globadvantage.pdf
PRÉ AULA 12 - logística e infra estrutura atual no Brasil;
A logística de cargas é fundamental para a economia de um país. O gerenciamento do fl
uxo de bens e serviços perpassa praticamente todas as atividades econômicas, infl
uenciando a competitividade das empresas. Nas últimas duas décadas, a logística
assumiu maior relevância, em função das pressões competitivas decorrentes da maior
abertura comercial. O custo logístico no Brasil, por sua vez, é estimado em cerca de
11% do Produto Interno Bruto (PIB), denotando sua relevância econômica. Além do
custo de transporte, esse custo logístico abarca gastos com estoques, com manuseio de
carga e com a estrutura administrativa de suporte à atividade. Em nível internacional,
dois estudos merecem destaque: Connecting to compete, de 2010, do Banco Mundial, e
The global competitiveness report 2011-2012 (GCR 2011-2012), do Fórum Econômico
Mundial. O estudo do Banco Mundial apresenta o Logistics Performance Index (LPI),
indicador que mensura o desempenho logístico de 155 países, no qual o Brasil fi gura na
41ª posição. Segundo o estudo, as principais defi ciências nacionais são os
procedimentos alfandegários e a indisponibilidade de rotas marítimas, que indica a
existência de gargalos nos portos. Também há espaço para avanços na infraestrutura,
indicador no qual o Brasil ocupa a 37ª posição. O diagnóstico citado é corroborado pelo
estudo GCR 2011-2012, que avalia os principais determinantes do desenvolvimento
econômico de 142 países. Entre os diversos fatores analisados está a qualidade da
infraestrutura de transportes: ferrovias, rodovias e portos. De acordo com o estudo, os
modais nacionais fi guram, respectivamente, nas posições 91ª, 118ª e 130ª no ranking
global. Além da qualidade da infraestrutura, a própria confi guração da rede de
transportes infl uencia o desempenho logístico. Países de grandes dimensões tendem a
concentrar sua matriz de transportes de cargas em modais de menor custo unitá- rio,
como o ferroviário e o hidroviário, este segundo a disponibilidade de rios navegáveis,
um potencial competitivo brasileiro. O modal rodoviário é utilizado em curtas
distâncias, nas quais sua operação é mais efi ciente. China, Estados Unidos e Rússia
seguem esse padrão. Entretanto, no Brasil, a matriz modal de transporte de cargas tem
predominância do modal rodoviário, que é utilizado mesmo para grandes distâncias e
volumes. A necessidade de adequação da matriz aos padrões internacionais é claramente
expressa no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), lançado pelo governo
federal, em abril de 2007. Na Tabela 1, encontra-se a configuração da matriz de
transporte de cargas nacional projetada no PNLT, principal norteador das políticas
públicas do setor de transporte nos últimos anos.
Outra dimensão importante, em parte negligenciada no passado, é a socioambiental. A
relação entre a rede de transporte e as aglomerações urbanas nem sempre é harmônica.
O caso mais notório é a invasão da faixa de domínio nos portos e nas ferrovias, situação
responsável por muitos acidentes e prejuízos. A intensidade do tráfego e a elevada idade
média da frota no modal rodoviário também são fatores que contribuem para aumentar a
quantidade de acidentes fatais, cuja taxa por mil veículos, no Brasil, supera a alemã em
quase oito vezes, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2007.
Esses problemas também atingem os portos organizados: quando construídos, houve
insufi ciente avaliação prospectiva de como evoluiria a interface com o meio urbano,
inclusive a reserva de áreas necessárias à ampliação dos acessos rodoviários e
ferroviários. Atualmente, muitas zonas portuárias são gargalos na rede de transporte
urbana ou são pouco dinâmicas economicamente. Este trabalho discute a evolução
recente e as perspectivas da rede de transporte e da logística de cargas brasileira. Os
principais elementos da discussão envolvem a transformação estrutural da matriz modal,
com elevação da participação dos modais ferroviário e hidroviário, e a necessidade de
assegurar boa qualidade da infraestrutura de transporte, inclusive na sua gestão. O artigo
analisa os setores ferroviário, portuário, rodoviário e aquaviário e os operadores
logísticos.
FONTE:
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/c
onhecimento/livro60anos_perspectivas_setoriais/Setorial60anos_VOL2Logistica.pdf
PRÉ AULA 13 – UPPSALA
O processo de internacionalização de empresas obedece a dois quadros teóricos: o
econômico e o organizacional, segundo a proposta de Hemais e Hidal (2004). Dar
prioridade aos aspectos econômicos na decisão de internacionalizar atende às análises
de tendências macroeconômicas, tanto nacionais como internacionais, com preocupação
voltada ao equilíbrio da balança de pagamento e às paridades cambiais. Por outro lado,
privilegiar o organizacional implica dar maior espaço no processo decisório aos dados
“comportamentais” da firma” e menor às decisões de caráter econômico. A escola que
privilegia aspectos comportamentais na decisão de internacionalização atende ao
“modelo de Uppsala”, em que a decisão de internacionalizar está localizada no
desenvolvimento interno da empresa e no uso de conhecimento sobre mercados
estrangeiros. Para esta linha, a decisão de internacionalizar é sempre “incremental” e
começa na abertura de vias de exportação, estabelecimento de subsidiárias até a decisão
de internalizar processos produtivos. Em outra perspectiva, a “teoria dos custos de
transação”, analisa o impulso para a internacionalização a partir das próprias atividades
da empresa, sejam as relacionadas com o mercado, sejam as relacionadas à sua
estrutura. Nessa linha, Willianson (1975) mostrou aspectos envolvendo custos de
transação, com duas variáveis, a do ambiente e a do comportamento humano. A
primeira observaria a incerteza e a complexidade dos negócios e a segunda atenderia às
determinações de racionalidade e oportunidade para a tomada de decisão de
internacionalização. Williamson desenvolveu a teoria de custos de transação em duas
vertentes, a da internalização e a do paradigma eclético da produção internacional. A
primeira, implementada nos trabalhos de Rugman (1981), analisa as falhas de mercado,
custos de informação, oportunidade e especificidade de ativos que levariam empresas à
decisão de internacionalizar por investimento direto e não licenciamento por etapas.
Nesse caso, exportação é só ponto de partida para o investimento direto no exterior. O
paradigma eclético está sustentado em três fatores: a vantagem específica da
propriedade das firmas no exterior; a propensão natural a internalizar mercados, e a
atratividade da localização da produção no exterior. Dunning (1997) revisou o conceito
de paradigma eclético para incorporar aspectos associados à globalização.
Primeiro,vantagens da propriedade em alianças estratégicas para conquista de novos
mercados e da localização, destacando a integração espacial das atividades em rápida
mudança . Depois, destacou que empresas internalizam produção para reduzir custos
visando metas de competitividade. Analisar esse processo teórico é produtivo quando
confrontado com casos práticos de internacionalização de empresas brasileiras. É
importante notar que apesar de todas as pressões das questões cambiais, as
internacionalizações de empresas brasileiras bem sucedidas foram as que seguiram o
roteiro teórico da escola de Uppsala e não as que balizaram a decisão de
internacionalizar pelos “custos de transação”. O caso da Marcopolo, empresa gaúcha
fabricante de carrocerias de ônibus, presente em nove países, incluindo China, Rússia e
Índia, é relevante nesse processo. A empresa fechou 2007 com receita líquida de R$
2,12 bilhões, expansão de 21,6% sobre 2006, produção internacional de 17.890
unidades no ano passado, representando fatia de 7,1% do mercado mundial. A direção
da empresa comunicou à imprensa em fevereiro de 2008, mudança de estratégia, com
“diminuição das exportações de kits para a montagem das unidades fora do Brasil que
passam a buscar em seus mercados locais peças e partes para os veículos, iniciando um
processo de global-sourcing”, uma nacionalização da produção nos países em que a
Marcopolo já atua, porque a empresa quer que “suas controladas sejam independentes”
(Cigana, 2008). Esse processo caracteriza formalmente decisões do “modelo de
Uppsala”, definindo com ênfase o perfil “incremental” de sua decisão de
internacionalizar a produção.
FONTE: http://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/artigos/151.pdf