Prática indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão
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INDISSOCIABILIDADE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: UMA REFLEXÃO PRÁTICA
ÂNDREA CARLA MORAES
ANDRÉA KOCHHANN
RESUMO: O tema dessa discussão será a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão enquanto uma reflexão das práticas efetivadas por esta pesquisadora e o grupo de estudos da qual é componente. O GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade tem como objetivo estudar temáticas na área de formação de professores e apresentar projetos de pesquisa e extensão. Como a pesquisa é o sistema nervoso das universidades, parte-se dos resultados dos projetos de pesquisa para a produção científica e efetivação de projetos de extensão e práticas de ensino. Eis o norte dessa reflexão.
A discussão sobre a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão é antiga e paira nos ares dos ambientes das instituições de ensino superior e, principalmente nas universidades. Na visão de Demo (2006) é nas universidades que a pesquisa se estabelece e precede o ensino, bem como a extensão, pois de nada serve uma pesquisa se não for para estar a serviço das práticas educacionais e das transformações societárias.
Assim como a pesquisa, o ensino e a extensão, devem ter como premissa a elaboração científica. Nessa concepção o objetivo da reflexão que ora se apresenta é de socializar as possibilidades de elaboração científica com base na indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão das atividades realizadas pelos componentes do GEFOPI. O grupo de estudos é coordenado pela Prof. Ms. Andréa Kochhann, docente efetiva em regime de dedicação exclusiva da Universidade Estadual de Goiás, da Unidade Universitária de São Luís de Montes Belos.
A produção científica pode ser uma tarefa da Pós-Graduação, seja Lato Senso ou Stricto Sensu. É tarefa dos cursos de graduação possibilitar a formação dos acadêmicos para a elaboração com as próprias mãos, como salienta Demo (2006). Independente do curso ser bacharel ou licenciatura, a pesquisa é ponto inerente da formação dos referidos profissionais.
Apresenta-se muitas dificuldades para um trabalho acadêmico voltado para a indissociabilidade
ensino, pesquisa e extensão e principalmente que possibilite a elaboração própria. Contudo, existem possibilidades e realizações. Quatro possibilidades
foram vivenciadas pelos componentes do GEFOPI: “Revista Pedagógica”, “O cinema e educação”, “A identidade do pedagogo” e “A
aprendizagem significativa”. As ações se efetivam por palestras, mesas redondas, mini
cursos, oficinas, conversas informais em escolas e Instituições de Ensino Superior e participações em
eventos científicos.
No tocante ao processo de elaboração científica da “Revista Pedagógica” infere-se que seus primeiros ensaios surgiram como uma atividade vinculada a uma disciplina do curso de Pedagogia.
No ano de 2012, a Revista Pedagógica passa a ser um projeto de extensão. No primeiro semestre é elaborada a revista com o aparato das disciplinas do curso. No segundo semestre ela se efetiva como ação extensionista no momento em que são realizados encontros com palestras, mini cursos, rodas de conversa e outras modalidades em escolas da região.
A elaboração da revista é a produção acadêmica científica. Para a composição da revista, geralmente elaborada com 20 páginas, são escritos artigos científicos, artigos de opinião, entrevistas, dicas e curiosidades, indicação de filmes e livros. Além de cruzadinha, jogos dos sete erros, caça-palavras e outras ludicidades.
A elaboração de uma revista dessa natureza possibilita aos acadêmicos o conhecimento das diferentes formas de produção, bem como o planejamento estético de uma revista. A elaboração parte dos conhecimentos do ensino, embrenham-se na pesquisa e finalizam-se com a extensão. Os assuntos analisados demandam de um conhecimento interdisciplinar.
Em 2013 a Revista Pedagógica conseguiu o registro na biblioteca da UEG – CDU 37, apresentado quatro números: “Planeta Bola” que discutiu temáticas inerentes à Copa do Mundo em 2014, “Saúde e Beleza” que apresentou as questões relativas ao padrão de beleza e as consequências para a saúde, “O som da liberdade” que apresentou a decadência da música brasileira ao longo de cem anos e, “As faces da violência” que discutiu sobre os tipos de violência e suas conseqüências.
O trabalho foi tão relevante que ganhamos o registro na biblioteca nacional e temos o ISSN 23586133. Aguardamos a liberação para lançarmos em grande quantidade as revistas, com o intuito de entregar para cada Unidade Universitária da UEG e nos locais em que apresentarmos o projeto de extensão.
Em 2014 foi lançado mais quatro números: “Somos todos iguais na diferença” que trata da inclusão de modo geral. “Face Oculta” aborda a questão do preconceito social”. “Saber Mais” esclarece pontos importantes sobre a depressão infantil. “Sustentabilidade” que discute a questão da preservação do meio ambiente.
Para 2015 já estão em fase de correção quatro revistas no curso de Pedagogia e uma edição especial “Consciência” em
elaboração pelo curso de Matemática no Câmpus Jussara.
Além da elaboração da revista o grupo participa de eventos científicos com
comunicação oral, banner, mesa redonda e para cada participação escreve novos
textos. Participamos do 6º CBEU- Congresso Brasileiro de Extensão
Universitária, que ocorreu em Belém no Pará, para o qual submetemos um artigo
científico.
Também produzimos e divulgamos na internet. Atualmente temos o banner do projeto no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/banner-revista-pedaggica, temos os slides da Revista As faces da violência no
link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/revista-as-faces-da-violncia
, temos os slides da Revista Planeta Bola no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/revista-planeta-bola
, temos os slides da Revista Saúde e Beleza publicado no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/revista-sade-e-beleza
e temos os slides da Revista O Som da Liberdade no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/revista-o-som-da-liberdade
.
Quanto ao movimento de elaboração com as próprias mãos do “Cinema e Educação” surgiu como parceria entre as Unidades
Universitárias de São Luís de Montes Belos e Pires do Rio, entre os cursos de Pedagogia e História. O projeto de extensão discute como utilizar da metodologia de filmes na sala de aula enquanto uma análise crítica e teórica. Para possibilitar as discussões foi elaborado
pelo grupo das duas UnUs um manual informativo contendo resenhas indicativas de filmes na área de história e da educação, que hoje se transformou em livro e está em fase
final de correção.
Para a abertura do manual foram escritos dois ensaios teóricos, um de cada UnU. O manual
informativo “Cinema e Educação: uma experiência crítica em sala de aula”, tinha 72
páginas e foi corrigido por um corpo editorial de quatro doutores do Câmpus de Inhumas. Como se transformou em livro, novos artigos foram
inseridos e consta hoje de quase 200 páginas. Assim que estiver finalizado será encaminhado para novamente para o corpo editorial e depois
para o departamento da Editora da UEG juntamente a PrP – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEG para fins de validação
com o seu registro – CDU e solicitação de ISBN. Com os registros adquiridos, encaminhar-se-á
para as impressões e distribuição.
O grupo do projeto também participa de eventos científicos e para tal precisa escrever resumos simples, resumos expandidos, artigos completos. Para o 6º CBEU enviamos um artigo completo
e um resumo simples. Para a Revista ELO enviamos um artigo completo. Também temos as publicações na site. Temos o folder
do I Encontro de Cinema e Educação no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/folder-l-encontro-de-cinema-e-educao
, temos o banner do projeto no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/logo-cinema-e-educao, temos os slides do I Encontro de Cinema e Educação no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/i-encontro-de-cinema-e-educao
, temos um ensaio sobre Teoria Crítica e a Arte do Real no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/o-real-e-a-teoria-crtica-algumas-consideraes
, temos um ensaio sobre as Tendências Paradigmáticas no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/tendncias-paradigmticas
e um ensaio sobre Aprendizagem Significativa no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/aprendizagem-significativa-de-ausubel
. As vivências com o projeto possibilitou a elaboração de um projeto de pesquisa que foi finalizado em agosto sobre o uso de
filmes na sala de aula como uma metodologia para aprendizagem significativa. Os resultados dessa pesquisa gerou várias
produções em eventos., como Inhumas, agora no CEPE, no SEREX.
O processo de construção do conhecimento científico sobre “A
identidade do pedagogo” partiu de projetos de pesquisas realizados desde 2011. A coordenadora do GEFOPI desde 2004 desenvolvia projetos de pesquisa
com seu grupo sobre a temática da formação de professores e a prática
interdisciplinar. A cada evento científico que participavam foi percebendo que as
discussões sobre a formação do pedagogo e suas práticas, se tornavam objeto de
estudo mais preponderante principalmente após a homologação da Resolução CNE/CP
n. 01/2006.
Dessa forma foi efetivado um projeto de pesquisa pela UEG, em 2011 e 2012 que investigava a
formação do pedagogo. Os resultados dessa pesquisa foram socializados em vários eventos do Estado de Goiás e se possibilitaram a elaboração do trabalho final de curso. Em 2012 e 2013 nova pesquisa foi
lançada, agora financiada pela FAPEG - Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de Goiás, sobre a identidade do pedagogo, que finalizou-se em
dissertação de mestrado em educação pela PUC. Com os resultados das pesquisas foi concluída a
necessidade de discutir sobre a identidade do pedagogo perante a Resolução CNE/CP n. 01/2006.
Assim, elaborou-se o projeto de extensão “Conhecendo a identidade do
pedagogo: professor, gestor e pesquisador”. Para nortear as
discussões desse projeto foi elaborado um manual didático-informativo, que em suas 50 páginas apresenta pontos
importantes sobre a identidade do pedagogo e seus espaços de atuação.
O manual passará por quatro pareceristas para análise. Caso seja aprovado, será encaminhado para a
validação e reconhecimento com CDU e ISBN, para então ser publicado.
Além do manual, os projetos de pesquisa e de extensão, possibilitaram a elaboração de um novo projeto de pesquisa que foi
aprovado para ser efetivado entre 2014 e 2015, no MIELT – Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias. O
grupo que estuda essa temática tem participado de vários eventos. Também
escreveu um artigo que foi publicado no 6º CBEU, um artigo completo para o
Congresso de Extensão na Argentina, um artigo completo no Congresso Internacional Latino Americano em Goiânia e um artigo completo no Congreso Latino America de
Extension Universitaria em Havana.
O grupo também publica suas elaborações no site. Temos o banner do projeto no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/banner-projeto-pedagogo, temos o Bloco do projeto no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/bloco-do-pedagogo, temos o folder de divulgação do projeto que pode ser visualizado no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/folder-do-pedagogo, temos o folder que discute quem é o pedagogo no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/quem-o-pedagogo, temos o folder que apresenta a identidade do pedagogo no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/a-identidade-do-pedagogo, temos os slides da identidade do pedagogo usado nos cafés com
prosa no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/slides-da-identidade-do-pedagogo
, temos os slides do primeiro café com prosa no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/slides-caf-com-prosa. Infere-
se que este projeto não é apenas de extensão, mas também de pesquisa e ensino, num processo contínuo de produção científica.
A construção científica sobre “A aprendizagem significativa” também percorre os caminhos do
ensino, da pesquisa e da extensão. Em 2011 durante orientações de estágio surgiu uma
problemática que era embasar o relatório do estágio na aprendizagem significativa. A partir de
um estado da arte foi constatado que pouco se discutia teoricamente sobre essa temática. Eis o
começo de um projeto de pesquisa realizado entre os anos de 2011 e 2012. Os resultados desse projeto de pesquisa possibilitaram a
elaboração de uma monografia como trabalho final de curso e também suscitou a necessidade
de discussão sobre a temática, pois as considerações dos trabalhos efetivados,
constataram o escasso conhecimento da teoria. Assim em 2013 lançou-se o projeto de extensão
sobre o tema.
Para possibilitar as discussões elaborou-se, com base nos resultados das pesquisas, um manual didático-
pedagógico com perguntas e respostas sobre a aprendizagem significativa na
perspectiva de David Ausubel, com o CDU 37.015-3 e teve sua primeira tiragem com
700 cópias, pela Gráfica da UEG. Pensamos por um momento no manual ser avaliado para ganhar o ISBN e ser editado pela segunda vez. Mas, nos questionaram sobre a possibilidade de transformá-lo em
livro.
Aceitamos o desafio. Como as produções científicas no estado de Goiás são
escassas sobre o assunto, organizamos um livro que foi lançado na Argentina e depois no I CEPE em Pirenópolis. Desde 2011 essa
temática é apresentada pelo grupo em eventos científicos e para cada eventos é necessário uma produção. No 6º CBEU foi
apresentado um artigo. Um artigo completo para o Congresso de Extensão na
Argentina, um artigo completo no Congresso Internacional Latino Americano
em Goiânia e um artigo completo no Congreso Latino America de Extension
Universitaria em Havana.
Também produzimos e divulgamos na internet. Temos o banner do projeto no link:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/banner-da-aprendizagem-significativa
, temos o bloco do projeto no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/bloco-da-aprendizagem-significativa
, temos o folder de divulgação do projeto no link: http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/folder-do-projeto,
temos os slides sobre a teoria da aprendizagem significativa no link:
www.pt.slideshare.net/AndraKochhann/slide-do-manual-didticopedaggico/ueg
, temos um resumo expandido que escrevemos para uma palestra no mestrado profissional em Ensino de Ciências da
UEG, disponível no link : www.pt.slideshare.net/AndraKochhann/resumo-expandido-sobre-aprendizagem-significativa-ueg
, temos o manual didático-pedagógico disponível no link: www.pt.slideshare.net/AndraKochhann/manual-didtico-pedaggico
, com quase mil acessos em apenas cinco meses de lançamento, temos ainda os slides das atividades de 2013:
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann/slide-final-projeto-de-extenso-aprendizagem-significativa-de-david-ausubel
e também um moviemaker das atividades de 2013 no link:http://www.youtube.com/watch?v=QhSB6Tzuowo.
Essa temática suscita muitos estudos e curiosidades epistemológica. Por este motivo, o
grupo tem projetos de pesquisa sobre as metodologias para a aprendizagem
significativa no ensino superior, sobre a filosofia como possibilidade de aprendizagem
significativa para a autonomia do pensamento, sobre a aplicabilidade das metodologias da aprendizagem significativa com crianças
autistas, sobre o uso de filmes como metodologia da aprendizagem significativa,
sobre a releitura de Emílio de Rousseau relacionando com a aprendizagem significativa. Este é mais um projeto que não se caracteriza meramente por ser extensão ou pesquisa ou ensino. São os três ao mesmo tempo e com a
mesma intensidade teórica.
CONSIDERAÇÕES
As considerações que audaciosamente apresentamos é que a produção científica pode e deve ser possibilitada pela indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão. O processo de indissociabilidade pode ser efetivado pela
prática interdisciplinar de discussões, estudos e produção do conhecimento.
Esse diálogo entre o tripé universitário: pesquisa, ensino e extensão pela interdisciplinaridade dos
conhecimentos, demonstra a unidade universitária – a produção científica. Dessa forma concordamos com
Demo (2005) ao afirmar que a pesquisa precede o ensino e a extensão.
Concordamos também com os escritos do Manifesto dos Pioneiros da Educação (1932) quando apresentaram que a pesquisa é o sistema nervoso da
universidade.
Concordamos ainda com Demo (2005) ao asseverar que só tem o que ensinar quem pesquisa e de nada serve o resultado de uma pesquisa se não for pela e para a transformação de uma realidade social. Para
encerrar nossa reflexão salientamos que não há como dissociar a pesquisa do ensino e da extensão e que por si só, já é uma produção científica. Na teoria é fácil e
na prática é possível. Mãos à obra.