PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO · O Projeto Político-Pedagógico (PPP) foi construído e...
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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
ASSIS BRASIL
PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
CLEVELÂNDIA - PR
2011
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... .....5
1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO..............................................................7
2. HISTÓRICO DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ASSIS
BRASIL..................................................................................................................................8
2.1 Fatos Históricos.............................................................................................................8
3. ESPAÇO FÍSICO.............................................................................................................16
3.1 Ambientes Didático – Pedagógicos:............................................................................17
3.2 Ambientes Administrativos e Internato.......................................................................18
3.3 Ambientes da Escola – Fazenda ..................................................................................19
3.4 Ambientes com Projeto de Reforma e Construções....................................................22
4. OFERTA DE CURSOS E TURMAS..............................................................................23
4.1 Caracterização da Comunidade Escolar: alunos, pais, professores, funcionários e
equipe de direção.................................................................................................................24
5. OBJETIVOS.................................................................................................................... 27
I - MARCO SITUACIONAL...............................................................................................29
1.1 Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, Município e Escola............................29
1.2 Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente: Reflexão Teórico
– Prática................................................................................................................................32
II MARCO CONCEITUAL.................................................................................................37
2.1 Conceitos.....................................................................................................................37
2.1.1 Concepção de Sociedade......................................................................................38
2.1.2 Concepção de Homem..........................................................................................39
2.1.3 Concepção de Trabalho........................................................................................40
2.1.4 Concepção de Educação.......................................................................................43
2.1.5 Concepção de Conhecimento...............................................................................44
2.1.6 Concepção de Tecnologia....................................................................................47
2.1.7 Concepção de Escola............................................................................................48
2.1.8 Concepção de Ensino-Aprendizagem..................................................................50
2.1.9 Concepção de Avaliação - Formativa..................................................................52
3
2.1.10 Critérios de Organização Interna da Escola.......................................................56
2.2 Princípios da Gestão Democrática..............................................................................57
2.2.1 Acesso e permanência na escola.........................................................................59
2.2.2 Capacitação continuada de educadores..............................................................60
2.2.3 Qualidade do ensino-aprendizagem....................................................................61
2.3 O Currículo da Escola Pública....................................................................................62
2.4 Dinâmica do Currículo e Reflexões sobre o Trabalho Pedagógico Configurado com a
Matriz Curricular..................................................................................................................64
2.4.1 Articulação da educação profissional com o ensino médio...............................64
2.4.2 Matriz curricular.................................................................................................66
2.4.3 Trabalho coletivo................................................................................................70
2.4.4 Prática transformadora: o que a escola pretende do ponto de vista político
pedagógico?..........................................................................................................................72
2.5 Diversidade..................................................................................................................74
2.5.1 História e cultura africana e afro-brasileira, História e cultura indígena..........74
2.5.2 Gênero e Diversidade Sexual.............................................................................76
2.5.3 Educação inclusiva.............................................................................................77
2.6 Desafios Educacionais Contemporâneos.....................................................................79
2.6.1 Enfrentamento à violência na escola...................................................................79
2.6.2 PUID- Prevenção do uso indevido de drogas......................................................80
2.6.3 Educação ambiental.............................................................................................82
2.6.4 Cidadania e educação fiscal................................................................................83
2.6.5 Educação para os direitos humanos....................................................................84
III - MARCO OPERACIONAL...........................................................................................85
3.1 Gestão Participativa.....................................................................................................85
3.2 Papel Específico de cada Segmento da Comunidade Escolar.....................................87
3.3 Relação entre os aspectos Pedagógicos e Administrativos.........................................88
3.3.1 Papel das instâncias colegiadas - proposta de trabalho do CEEP Assis Brasil
para articulação com a família e a comunidade...................................................................89
3.4 Recursos para a realização do plano de ação..............................................................92
3.5 Calendário Escolar......................................................................................................94
3.6 Organização de Turmas e Utilização dos Espaços Educativos...................................96
3.7 Distribuição de Aulas por Professor em Razão das Especificidades..........................97
4
3.8 Diretrizes para Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente.................................97
3.9 Avaliação do Desempenho do Pessoal Discente.........................................................98
3.9.1 Avaliação da aprendizagem................................................................................98 3.9.2 Estágio supervisionado.......................................................................................99
3.10 Acompanhamento aos Egressos ................................................................................99
3.11 FICA – Ficha de Acompanhamento do Aluno Ausente ..........................................100
3.12 Currículo Integrado..................................................................................................101
3.13 Proposta pedagógica de articulação entre o Ensino Fundamental de nove anos e Ensino Médio.....................................................................................................................102 3.14 Atividades Extra-Curriculares .................................................................................104
3.14.1 Práticas Agropecuárias....................................................................................104
3.14.2 Visitas Técnicas...............................................................................................104
3.14.3 Práticas de Campo...........................................................................................105
3.14.4 Estudos de Caso...............................................................................................105
3.14.5 Acompanhamento e Desenvolvimento de Projetos, Experimentos, Pesquisas e
Avaliações..........................................................................................................................105
3.14.6 Dias de Campo................................................................................................105
3.14.7 Conferências....................................................................................................106
3.14.8 Cursos..............................................................................................................106
3.14.9 Palestras...........................................................................................................106
3.14.10 Seminários.....................................................................................................107
3.14.11 Entrevistas.....................................................................................................107
3.14.12 Reuniões Técnicas........................................................................................107
3.14.13 EXPOAB – Dia de Campo Assis Brasil.......................................................107
3.14.14 Semana de Atualização.................................................................................108
3.15 Programas Disciplinares.........................................................................................109
3.15.1Projetos: esporte e lazer - treinamento/ tenis de mesa......................................109
3.15.2 CELEM...........................................................................................................109
3.15.3 Projeto Segundo Tempo..................................................................................110
3.16 Práticas Avaliativas.................................................................................................110
REFERÊNCIAS................................................................................................................111
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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil é uma entidade
educativa estadual mantida pela SEED - Secretaria de Estado da Educação do
Paraná. Está jurisdicionado ao NRE – Núcleo Regional de Educação de Pato
Branco e localiza-se à Rua José Zílio - 97, Bairro São Sebastião em Clevelândia –
PR, tendo recebido autorização para funcionamento em 1953.
Possui uma área de 117 hectares, atualmente com 10% de área
construída, 20% mata nativa, 30% pastagem e 40% de área destinada ao plantio.
Por ser uma escola-fazenda oferece condições e equipamentos para a
realização de aulas práticas, está organizada em setores oferecendo todas as
atividades de uma propriedade rural oferecendo assim condições de serem
desenvolvidos experimentos e práticas nas áreas de pecuária, agricultura e meio
ambiente. Atualmente a escola oferece os cursos:
• Técnico em Agropecuária Integrado;
• Técnico em Agropecuária Subsequente;
• Técnico em Meio Ambiente Subsequente.
O Projeto Político Pedagógico deste Colégio foi construído coletivamente,
pensando na função social deste em todos os níveis e modalidades, pois é
indispensável socializar o saber sistematizado e historicamente acumulado, como
patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse saber seja
criticamente apropriado aos estudantes.
A política da formação humana integral é efetivar o processo educacional
em ações coletivas que visem à orientação para a vida em sociedade em suas
múltiplas dimensões.
Integrar as dimensões disciplinares e interdisciplinares também expressa
uma dimensão e um desafio, que busca organizar os conteúdos de forma que o
currículo articule projetos transdisciplinares e ações disciplinares, permitindo ao
aluno o acesso a formas superiores de compreensão da realidade.
A educação profissional a nível técnico tem como objetivo desenvolver e
integrar as diferentes formas de educação; trabalho, ciência e tecnologia,
conduzindo ao permanente desenvolvimento de aptidões, como também o
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aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética, o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
O desafio do século XXI é formar seres humanos com capacidade de
entender e intervir no mundo em que vivem. A construção coletiva deste projeto
leva-nos ao compromisso de uma reflexão permanente sobre este desafio, pois é
através da democracia, solidariedade e integração que se caminha para uma
educação de qualidade e a transformação do ambiente escolar em um ambiente
de convivência solidária e de participação cidadã.
A elaboração deste projeto obedeceu a um roteiro que demonstra a
situação da realidade escolar, os conceitos, princípios, critérios pedagógicos, a
organização e gestão adotados pelo Centro Estadual de Educação Profissional
Assis Brasil enfatizamos o compromisso da Educação Profissional com a
Educação Básica, entendida como direito social e condição indispensável para
superar a perspectiva direcionada para o simples adestramento e adaptação às
demandas ditadas pelo mercado e, portanto, pelo capital. Em última instância,
significa incorporar os princípios de uma escola unitária e de uma educação
politécnica ou tecnológica.
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) foi construído e vivenciado por todos
os envolvidos com o processo educativo da escola. É uma ação intencional e um
compromisso definido coletivamente, o qual se relaciona a duas dimensões. A
primeira é política, porque articula o compromisso sócio-político aos interesses da
comunidade. Já, a segunda define as ações educativas, pois reside na
possibilidade de se efetivar a intenção escolar: a formação do cidadão. Ambas
dimensões relacionam-se reciprocamente. Nesse sentido, considera-se o PPP
como um processo permanente de reflexão e discussão de problemas escolares,
na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, propiciando
a vivência democrática necessária para a participação de todos os membros da
comunidade escolar e o exercício da cidadania.
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1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Denominação: Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil
Código: 00015
Endereço: Rua José Zílio, 97 – Bairro: São Sebastião – CEP: 85530-000.
Fone/fax: (46) 3252-1421
Correio Eletrônico: [email protected]
Município: Clevelândia – PR
Código: 0570
Dependência Administrativa: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: Pato Branco
Código: 023
Entidade Mantenedora: SEED.
Ato de autorização para funcionamento do Estabeleci mento: Decreto nº 3067
de 15/01/1982.
Parecer do NRE de Aprovação do Regimento Escolar: 197/01 de 15/10/2001.
Distância do Estabelecimento do NRE: 50 Km.
Localização: Zona Urbana.
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2. HISTÓRICO DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFIS SIONAL
ASSIS BRASIL
O Departamento de Ensino Agrícola, subordinado à Secretaria dos
Negócios da Agricultura, iniciou a coordenação dos Estabelecimentos de Ensino
Agrícola e de Economia Doméstica no Estado do Paraná em 1935.
Em 12 de Junho de 1953, pelo Decreto Nº 9.553, publicado em Diário
Oficial Nº 83, de 16 de Junho de 1953, surgiu este importante Estabelecimento de
Ensino em Clevelândia, denominado na ocasião de Escola de Trabalhadores
Rurais “Assis Brasil”.
Este Estabelecimento levou posteriormente o honroso nome de Assis
Brasil em homenagem ao Diplomata “Joaquim Francisco de Assis Brasil”
(intelectual, político e poeta), nascido a 29 de Julho de 1858, na Estância de São
Gonçalo, Município de São Gabriel, no Estado do Rio Grande do Sul. Bacharel
em Direito que ocupou cargos importantes, em especial a pasta de Ministro da
Agricultura em 1930. Em 1933, voltou à vida do campo no Rio Grande do Sul,
sendo pioneiro na criação da raça do gado Jersey, trazida por ele da Inglaterra.
Faleceu em 24 de Dezembro de 1938, em Pedras Altas, aos 80 anos de idade.
2.1 Fatos Históricos
Durante os anos de 1953/1954/1955 o Estabelecimento foi construído. O
objetivo da criação deste estabelecimento foi o de oferecer escola a filhos de
agricultores da região, que não tinham acesso a esta nas suas respectivas
comunidades/vilas/cidades; proporcionando Ensino Primário de 1ª à 4ª série,
juntamente com noções preliminares de agricultura e pecuária. Iniciou as
atividades um ano antes de sua inauguração, tendo como primeiro Diretor Sr.
CELSO BARBOSA WOLFF que permaneceu no cargo até 1956.
Sua inauguração oficial aconteceu em 07 de Janeiro de 1956, no Governo
do Sr. Adolpho de Oliveira Franco, tendo na ocasião como Secretário de Estado
dos Negócios da Agricultura o Senhor João Vargas de Oliveira e como Diretor do
Departamento de Ensino Agrícola o Senhor Morelli Rodrigues.
Em 20 de janeiro de 1956 foi nomeado o Engenheiro Agrônomo JOSÉ
GUERREIRO DE PAULA, para ocupar o cargo de Diretor, estando à frente deste
Estabelecimento até 01 de Agosto de 1968. Durante sua gestão, foram
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implantadas várias ações que deram início à divulgação e aceitação da Escola
nas regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, como um dos
melhores Colégios Agrícolas do Estado.
Em 29 de Agosto de 1960, pelo Decreto nº 31657, a Escola passou a
oferecer a 5ª série e foi denominada de “Escola Agrícola de Grau Médio”.
Em 1961, iniciou a preparação para o ginásio de uma turma para o exame
de admissão, tendo como professora a senhora Zilá Arruda Terres, sendo
denominada de “Escola Agrícola de Preparação Pré-Ginasial”.
Em 14 de abril de 1964, pela Portaria nº 253/64 passou a denominação de
“Ginásio Agrícola Assis Brasil” de Clevelândia. A primeira série ginasial iniciou
com 30 alunos, tendo como primeiro corpo docente os professores: José
Guerreiro de Paula, David Tarcísio de Virgini, Zilá Arruda Terres, Zélia Almeida
Maciel, Alceu Hammerschimidt, Valquíria Novach e Ana Roseli Lobo.
Em 29 de Setembro de 1967, pela Portaria nº 747/67 passou a denominar-
se Ginásio Estadual “Assis Brasil”.
Em 1968, assumiu a Direção o Sr. ROMUALDO GURAK, permanecendo
até meados de 1969. Neste mesmo período (1969) assumiu a Direção o Senhor
SALUSTIANO ROOSEVELT RIBEIRO PACHECO, permanecendo até 1970.
Em 1970, a direção passou para o Professor ALZIR DEMÉTRIO VIECILI.
Em 1971 foi implantado o curso Ginasial de Economia Doméstica, tendo
uma turma só de moças a formar-se no Estabelecimento. Neste mesmo ano, em
conformidade com a Lei nº 5.764 de 16 de dezembro de 1971, foi autorizado a
funcionar o Clube 4P (Progresso, Patriotismo, Perseverança e Prosperidade), que
promovia o entrosamento dos jovens alunos.
Em 1972 esteve na direção o Professor ANTONIO BONKERNER.
Em 1973 esteve na direção o Senhor PEDRO FRANCISCO DE OLIVEIRA
NETO.
De meados de 1973 a 1982 - retornou a ocupar o cargo de diretor o
Engenheiro Agrônomo JOSÉ GUERREIRO DE PAULA.
Em 1976, este colégio passou a oferecer ensino de 2° Grau, ofertando o
Curso “Técnico em Agropecuária”, sendo extinto gradativamente o primeiro grau.
Em 09 de fevereiro de 1979, pelo decreto nº 6.259, o Estabelecimento
passou a denominar-se Colégio “Assis Brasil” - Ensino de 2º Grau.
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Pelo Parecer nº 71/83 foi autorizada adoção da denominação específica
“Colégio Agrícola Estadual” e o Estabelecimento passou a denominar-se: Colégio
Agrícola Estadual Assis Brasil – Ensino de 2º Grau, ofertando a habilitação de
“Técnico em Agropecuária”.
De 1983 a 1984, esteve na direção o Médico Veterinário ELMO BUFON.
Neste período o Estabelecimento iniciou a sua expansão através de parcerias
importantes para desenvolver projetos e experimentos desenvolvidos juntos à
comunidade, como: hortas nas escolas urbanas, creche e APAE; Projeto
PRONASEG; Projeto de podas e arborização urbanas; construção de aviários,
piscicultura; participação em feiras Agropecuárias.
De 1985 a 1989, esteve na Direção o Engenheiro Agrônomo MUNIR NAME
FILHO. A partir desta época, a SEED ampliou a equipe de apoio e autorizou as
funções de Vice-Diretores. Desenvolveram-se nesse período os Estágios
Campeiros e um Projeto Alternativo de Irrigação, sendo premiado pelo
ETEC/Ponta Grossa como o melhor programa do Estado do Paraná. Neste
período teve como vice-diretores e gerentes da unidade didático-produtiva, os
seguintes:
Vice-Diretoras:
- Téc. Progr. Educacionais Joséte Maria Gabriel Pacheco (1986 a 1988);
- Téc. Progr. Educacionais Vânia Beatriz Gabriel Casagrande (1989).
A partir de 1988 foi autorizada a função de Gerente da UDP – Unidade
Didático-Produtiva, ou seja, da Escola-Fazenda, tendo como gerente o Técnico
em Agropecuária Alexandre Antonio Menin, no período de 1988.
No período: 1989 a 1997 esteve na Direção o Médico Veterinário ELMO
BUFON. Neste período o Colégio foi o disseminador na região do Capim Tifton 68
e 85 e também do Capim Pioneiro que na época foi muito procurado, sendo
realizado também Dias de Campo para a ampla divulgação da nova tecnologia
aos produtores regionais. Foi no colégio que se formaram as primeiras reuniões
de produtores de leite para formação da associação CLEVELEITE, com
participação da secretaria da agricultura, EMATER/PR e Agroceres. Os vice-
diretores e gerentes da unidade didático-produtiva deste período foram os
seguintes:
Vice-Diretoras:
- Professora Liseta Maria Holdefer (1989 a 1991);
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- Professora Geltrudes Bodanese Pacheco (1992 a 1993);
- Professora Débora Priscila Huffner Pardal, no ano de 1994;
- Professora Rosangela Dalla Costa, (1995; 1996 e 1997).
Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:
- Técnico em Agropecuária. Alexandre Antonio Menin (1989 a 1995;
- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini (1996 a 1997).
No período: 1997 a 2001 assumiu a Direção do Estabelecimento o Médico
Veterinário HAYRTON CARAMURU MARQUES JUNIOR. Os vice-diretores e
gerentes da unidade didático-produtiva foram:
- Professora Rosangela Dalla Costa (1997);
- Professor Bernardo Rauta (1998, 1999, 2000);
- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini (2000 a 2001).
Nesse período houve a implantação do PROEM (Programa de Expansão e
Melhorias no Ensino Médio), extinguindo o antigo curso “Técnico em
Agropecuária”, ou seja, separando o Ensino Médio das disciplinas Técnicas, e
conseqüentemente foi implantado o Ensino Técnico Profissional (Pós Médio),
curso com duração de um ano para concluintes do curso de Ensino Médio. Foram
iniciados os Cursos Profissionalizantes Técnico em Agricultura e Técnico em
Pecuária, em 2000 iniciou a oferta do Ensino Médio Concomitante com a
Educação Profissional.
Também, foi construída uma nova padaria com recursos doados pelo
Banco Bradesco, equipada com os equipamentos mais modernos do mercado e a
casa “ FAXINAL DA TERRA” destinada ao alojamento de professores e
funcionários residentes em outras localidades e iniciado a implantação do Projeto
da Unidade de Agrondustrialização de Leite e Carnes, em parceria com a
Fundação Vitae.
Nessa época foi extinto o 2º Grau, com habilitação de Técnico em
Agropecuária com conclusão das últimas turmas em 1998, e foi implantado o
PROEM – Programa de Expansão e Melhorias no Ensino Médio.
Ocorreram mudanças ideológicas na educação, com a criação da
PARANATEC1 para administrar a Educação Profissional no Estado do Paraná.
1 É uma empresa civil, autônoma, sem fins lucrativos, foi criada em 28 de agosto de 1995, pelo governo Jaime Lerner, com o objetivo de integrar o setor público, comunidade empresarial e instituições de ensino público e privado,visando proporcionar condições para a reformulação e o
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No ano de 1999 iniciou o ensino técnico profissional, ofertado na
modalidade subseqüente ao ensino médio, com os Cursos de Técnico em
Produção Pecuária e Técnica em Produção Agrícola, sendo que nesses períodos,
o Colégio passou por grandes dificuldades por ter poucos alunos e também falta
de recursos e de pessoal, mas mantendo-se sempre em funcionamento.
⇒ Em 2000-2001, o Estabelecimento além ofertar turmas dos Cursos de Técnico
em Produção Pecuária e Técnica em Produção Agrícola, re-implantou o Curso de
Ensino Médio profissionalizante (meio período).
De agosto de 2001 a fevereiro de 2002, voltou a assumir a direção o
Médico Veterinário ELMO BUFON, tendo como auxiliares:
Vice-Diretores:
- Administrador de Empresas Altair Luiz Zanini, em 2001;
- Engenheiro Agrônomo Munir Name Filho, no ano de 2002;
- Engenheiro Agrônomo Dirceu Barreta, no ano de 2002.
Através da Resolução nº 2418/01, foi determinado alteração da
nomenclatura de “Colégio Agrícola” para “Centro Estadual de Educação
Profissional”, passando este Estabelecimento a denominar-se Centro Estadual de
Educação Profissional Assis Brasil.
Em 2002 foi autorizado o funcionamento do curso profissionalizante de
Técnico em Gestão, no turno noturno, que foi ofertado apenas neste ano.
Também neste ano foi autorizado o funcionamento do curso profissionalizante de
Técnico em Agroindústria. Este curso foi ofertado nos anos de 2002 e 2003.
Em 2002-2003, a PARANATEC proibiu que este Estabelecimento
continuasse ofertando o Ensino Médio, sendo que foi necessário encaminhar os
nossos alunos para cursar o Ensino Médio em outro Estabelecimento de Ensino
local e aqui cursar, de forma concomitante, os cursos profissionalizantes,
denominados de Técnico em Agricultura e Técnico em Pecuária, que eram
ofertados de forma modular, levando os concluintes a receber separadamente o
certificado de conclusão do Ensino Médio e os diplomas de Técnico em
Agricultura e Técnico em Pecuária.
aperfeiçoamento contínuo do ensino técnico no Estado do Paraná. No período, realizava a gerência e administração e proposição de cursos e currículos, contando com apoio financeiro e logístico do governo do Estado do Paraná (VIRIATO, 2008).
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De março de 2002 à junho de 2003, assumiu a direção o Administrador de
Empresas ALTAIR LUIZ ZANINI, tendo como auxiliares:
Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:
-Pecuária: Médico Veterinário, Elmo Bufon, no período: 2002 a 2003;
- Agricultura: Engenheiro Agrônomo Dirceu Barreta, no período: 2002 a 2003;
Neste período concluiu-se a implantação do Projeto da Unidade de
Agrondustrialização de Leite e Carnes, em parceria com a FUNDAÇÃO VITAE e
Prefeitura Municipal.
Foram implantados os Cursos Técnicos Profissionalizantes de Gestão e de
Agroindústria, também, foi encaminho para implantação o Curso Técnico em
Meio Ambiente.
Neste período ocorreram mudanças ideológicas na educação, com a
criação
da PARANATEC e alteração da nomenclatura de colégios agrícola para Centros
Estaduais de Educação Profissional.
Foi conquistado o retorno das Funções: Gerente da Fazenda-Escola, que
foi sub-dividida em gerência das áreas de Agricultura e de Pecuária; a Supervisão
Pedagógica e Coordenação de Cursos, voltando a formar a equipe pedagógica do
Estabelecimento.
Iniciou-se um processo de paisagismo no Estabelecimento, com a
participação efetiva dos alunos, onde foi refeito o estacionamento principal, plantio
de flores na área da escola com a parceria das Prefeituras municipais de
Clevelândia e Palmas.
Encaminhou ao INCRA projeto para implantação de viveiro florestal,
visando atendimento ás práticas pedagógicas e aos municípios do sudoeste.
Deu continuidade junto ao INCRA ao processo para a regularização efetiva
da área do Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil.
No início de 2003, com a posse do Governo Roberto Requião, iniciou-se o
processo de reestruturação dos Centros de Educação Profissional, e com a
participação de equipe deste Estabelecimento, foram planejadas reformas gerais
e pintura de todas as instalações existentes e a construção de novos:
alojamentos masculinos e femininos, laboratórios de informática, solos,
agroindustrialização, biblioteca, garagens, depósitos, lavanderia, etc..
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Em julho de 2003 assume a Direção o Engenheiro Agrônomo DIRCEU
BARRETA e os seguintes auxiliares:
Diretores - Auxiliares:
- UDP = Professor Elmo Bufon, a partir de outubro de 2003;
- UDP = Munir Name Filho.
- Pedagógico = Professor Bernardo Rauta, até julho de 2004;
- Pedagógico = Professora Maria Chiarani Menegussi, a partir de agosto de 2004.
Gerentes da Unidade Didático-Produtiva:
- Agricultura: Engenheiro Agrônomo Waldemar Kleinibing, no período: 2003.
- Agricultura: Engenheiro Munir Name Filho, no período: 2004.
- Pecuária: Médico Veterinário, Elmo Bufon, no período: 2003 a 2004.
Nesse período, volta o Ensino Médio, assim como o curso Técnico em
Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, o Subseqüente e a implantação do
curso Técnico em Meio ambiente. Algumas ações ocorridas neste período:
- Conquistou-se através da participação em concurso a nível nacional, entre
escolas agrícolas, um laboratório de informática, com 25 computadores
completos, da FUNDAÇÃO VITAE.
- Através da Fundepar, foi conseguido a ligação da Rede de Esgoto Municipal da
Sanepar.
- Adquiriu-se um ônibus Mercedes Bens - ano 1982, através da Secretaria de
Estado do Trabalho e Promoção Social.
- Adquiriu-se uma Plantadeira – Plantio Direto, nova, custeada pela Fazenda
Santa Tecla em convênio com a Marchesan Implementos Agrícolas e Clevetel.
- Houve a montagem de uma loja de produtos excedentes do colégio, produzidos
pela agroindústria do mesmo.
- Implantou-se um Pomar na escola, com espécies e variedades diversas, dentre
elas: citrus, frutas de caroço, caqui, qiwi, etc.
- Foi estabelecida uma parceria com: Cleveleite, Iapar, Cefet/Pr, Emater/Pr,
Coodetec, Camisc, Coamo, Agroeste, Embrapa, Seab, Iap, Sanepar, Cooplantio,
Fesc, entre outros.
Na gestão 2005/06 continua na Direção, agora eleito pela comunidade
escolar, o Engenheiro Agrônomo DIRCEU BARRETA e seus diretores auxiliares:
Diretores - Auxiliares:
- Pedagógico = Professora Maria Chiarani Menegussi
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- Unidade Didático-Produtiva = Engenheiro Agrº Munir Name Filho.
Em 2007/08 permanece a mesma direção, onde o Profº Munir Name Filho
pede transferência para Palmeiras, assumindo o cargo o Profº Nelson Alexandre
Zarth. Neste período houve várias aquisições e construções, tais como:
- Aquisição de um ônibus Scania, através da Receita Federal.
- Aquisição de um Mini-Trator, 200 toneladas de Calcário, galinhas poedeiras (que
foram distribuídas aos pais de alunos agricultores do Paraná), através da
Secretaria da Agricultura e Abastecimento.
- Aquisição de um Viveiro de Mudas Nativas, através do IAP - PR, para fornecer
gratuitamente mudas para mata ciliar da região.
- Projeto “Água Limpa”, com parceria da SANEPAR e CEEPAB, para limpeza e
proteção da mata ciliar do Rio Brinco, com alunos do Curso de Meio Ambiente.
- Feitio do asfalto de acesso e também a pavimentação interna do colégio, através
do DER.
- Aquisição do SETI (Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior) foi
construída a estrutura de um laboratório.
- Neste período foram realizadas diversas reformas nas instalações agropecuárias
da escola-fazenda.
- Construção de um refeitório e banheiros para a agroindústria.
- Construção da cerca da horticultura e de piquetes da bovinocultura leiteira.
- Montagem do setor de Caprinocultura, com a doação de 11 fêmeas e 1
reprodutor, pelo IAPAR.
- Montagem da Semana de Atualização Agropecuária, sendo esta realizada todos
os anos, para aperfeiçoamento técnico para as turmas de terceiro ano e
subseqüente de agropecuária e meio ambiente; com a parceria de diversas
empresas e instituições de ensino.
Para a gestão 2009/2011, assume a direção, eleito por votação de toda a
comunidade escolar, o professor DIRCEU BARRETA, tendo como diretores
auxiliares:
Diretores – auxiliares:
- Pedagógico: Profª Maria Chiarani Menegussi, que licenciou-se em maio de 2009
para o PDE, sendo substituída até agosto de 2010, a Profª Sílvia Letícia
Zanmaria.
16
- Unidade Didática Produtiva: Profº Nelson Alexandre Zarth.
As principais ações deste período foram:
- Aquisição de um Micro-ônibus novo entregue pela SEED.
- Aquisição de um trator, semeadeira de plantio direto, pulverizador, distribuidor
de esterco, escarificador e carreta, entregues pela SEED.
- Projeto “Qualidade do Leite”, em parceria com SEED, Seab, Seti, Emater, Iapar,
APCRH, sendo adquirido um Fiat Uno e um Data- Show com telão.
- Programa de Irrigação Noturna – PIN, com montagem de toda a infraestrutura
de irrigação na horticultura e uma estufa – túnel alto, através da SEED, Copel.
- Projeto EXPOAB: realizado pelos alunos de terceiro ano, onde a escola-fazenda
é apresentada para alunos de outras instituições de ensino, do município de
Clevelândia e da região.
- Montagem do setor de Ovinocultura, com a aquisição de 10 fêmeas da raça
Texel.
- Projetos: Viveiro e produção de mudas florestais; Minhocário; pomar
experimental; agroindústria de leite e carne; fabricação de produtos de limpeza.
- Construção e implantação com acervo dos laboratórios: - Laboratório de
Agropecuária – Laboratório de Meio Ambiente- Laboratório de Agroindústria –
Laboratórios básicos de Biologia, Física, Informática, Matemática e Quimica -
convenio com o Governo Federal (750018/2008) “Programa Brasil
Profissionalizado”.
- Reforma e adaptação da sala de reuniões.
- Reforma e pintura com recursos próprios dos prédios: administrativo e
pedagógico.
- Reforma de equipamentos agrícola.
- Reforma e manutenção, e conservação dos setores de agropecuária.
- Aquisição de um FIAT UNO.
- Aquisição de netebook, filmadora, computadores, impressora para utilização nas
atividades pedagógicas (alunos, professores, coordenação).
3. ESPAÇO FÍSICO
17
3.1 Ambientes Didático – Pedagógicos:
Salas de aula
Salas de aula Área (m²)
N° Alunos
Finalidade
Sala 01 50 45 1º ano Sala 02 50 45 1º ano Sala 03 50 45 1º ano Sala 04 50 45 2º ano Sala 05 50 45 2º ano Sala 06 50 45 2º ano Sala 07 50 45 3º ano Sala 08 50 45 3º ano Sala 09 50 45 3º ano
Agr
opec
uária
In
tegr
ado
Sala 10 50 45 1º Semestre Agropecuária Subseqüente
Sala 11 50 45 3º Semestre Agropecuária Subseqüente
Sala 12 50 45
Aulas teóricas e práticas. Salas
equipadas com TV pen-drive, e
disponibilidade de utilização
equipamentos como DVD, vídeo-cassete
e computadores
Meio Ambiente Subseqüente
Laboratórios
Laboratórios Área (m²)
N° Alunos Finalidade
Laboratório Informática 01
50 20
Viabilizado pela Fundação Vitae
Laboratório Informática 02
35 20 Paraná Digital
Laboratório Informática 03
15 10
Aulas teóricas e práticas,
possibilitando pesquisas on line, participação em
cursos e palestras por vídeo-
conferência, além da interação em grupos
de discussão disponibilizados na
web.
Proinfo
Biblioteca
Área (m²) N° Alunos
Finalidade
103 50 Pesquisas e aulas com áudio visuais.
Ginásio com quadra poli – esportiva
Área (m²) Finalidade 1.500 Atividades de Educação Física, Atividades
extracurriculares e outros.
18
Campo de futebol suíço
Área (m2) Finalidade Está sendo finalizado com o plantio de grama e
marcação dos limites. Tem por objetivo a prática de esportes que sejam possíveis neste ambiente, como também atividades extra-curriculares dentro do ambiente da escola.
Salas de Direção e Orientação Pedagógica
Área (m²) Finalidade
16
Atendimento a alunos, professores, pais e toda a comunidade escolar no âmbito pedagógico. Neste ambiente estão localizados os aparelhos de vídeo-cassete, DVDs, e acervo digital, onde sua disponibilidade ao professor é controlada pela equipe pedagógica e coordenações.
Sala de coordenação de cursos e estágio
Área (m²) Finalidade
16
Atendimento a alunos, professores e pais, auxiliando, na medida da necessidade, a equipe pedagógica e integração constante com a Unidade Didático-Produtiva (UDP). Neste ambiente estão as coordenações de curso e estágio – Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente.
Sala de Professores
Área (m²) Finalidade
28 Sala de permanência e realização de hora-atividade.
Cozinha – Cantina
Área (m²) Finalidade
18 Preparação da Merenda Escolar.
3.2 Ambientes Administrativos e Internato
Direção Geral
Área (m²) Finalidade 21 Atendimento de pessoal
Contabilidade – Financeiro
Área (m²) Finalidade 16 Realização dos tramites financeiros
19
Secretaria
Área (m²) Finalidade 9 Fechamento de notas – SERE
Documentação – Telefonista
Área (m²) Finalidade 16 Acervo de documentação e telefone (Ramal)
Coordenação de internato – almoxarifado
Área (m²) Finalidade
50 Depósito de material de limpeza, alimentação e material sobressalente; administração internato.
Sala da Unidade Didático Produtiva UDP – Departamen to Técnico
Área (m²) Finalidade
50 Salas de planejamento e fechamento dos setores da escola-fazenda.
Sala de Reuniões
Área (m²) Finalidade
60 Para palestras e reuniões, com utilização de áudios-visuais.
Refeitório
Área (m²) Finalidade 160 Ambiente próprio para servir as refeições dos alunos
internos e semi-internos.
Cozinha
Área (m²) Finalidade 160 Ambiente próprio para o feitio das refeições dos alunos
internos e semi-internos.
Almoxarifado da cozinha
Área (m²) Finalidade 50 Depósito temporário de alimentos.
Padaria
Área (m²) Finalidade 20 Ambiente para feitio de pães, bolachas entre outras
massas para consumo de refeitório do CEEPAB.
3.3 Ambientes da Escola – Fazenda
Mecanização
Área (m²) Finalidade
20
1650 Setor de manutenção e controle de máquinas e implementos
Horticultura
Área (m²) Finalidade
7.000 Setor de produção hortícola, com estufas, irrigação. Sua produção é destinada ao internato do CEEPAB e possível excedente para comercialização local.
Área de Lavoura – Produção de Grãos
Área (m²) Finalidade
45.000 Setor de suprimento de grãos para a escola (milho, feijão, etc)
Fruticultura
Área (m²) Finalidade
3.000 Setor de produção de frutas, realização de práticas e produção de frutas para o internato.
Campo agrostológico
Área (m²) Finalidade
200 Setor de identificação de variedades forrageiras, ciclos, desenvolvimento, campo experimental.
Agroindústria de Leite / Laboratório de análise de leite
Área (m²) Finalidade
80 Setor didático – produtivo do processamento de derivados de leite, para consumo do internato e excedente venda externa.
Agroindústria de Carne
Área (m²) Finalidade
80 Setor didático – produtivo do processamento de embutidos de carne, para o consumo do internato e excedente para venda externa.
Minhocário
Área (m²) Finalidade
100 Setor de produção de húmus e aproveitamento de lixo orgânico.
Viveiro de Produção de Mudas Florestais
Área (m²) Finalidade
100 Setor didático – produtivo, para produção de mudas nativas, em convênio com o IAP.
21
Bovinocultura de Leite – Sala de Ordenha
Área (m²) Quantidade Finalidade
113
31
Setor didático – produtivo, para manejo e produtivo, para realização de práticas e produção consumida no internato e agroindústria de leite.
Bovinocultura de Corte – Confinamento
Área (m²) Engorda Finalidade
300
08 Setor didático – produtivo, para realização de manejos, através de práticas e produção consumida no internato.
Avicultura de Corte
Área (m²) Lote Finalidade
240
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Avicultura de Postura
Área (m²) Lote Finalidade
276
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Caprinocultura
Área (m²) Quantidade Finalidade
10000
39
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Ovinocultura
Área (m²) Quantidade Finalidade
10000
10
Setor didático – produtivo para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna,
Suinocultura – Maternidade, creche, engorda e cama sobreposta.
Área (m²) Quantidade Finalidade
700
145
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Cotornicultura
Área (m²) Quantidade Finalidade
22
32
16
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Cunicultura
Área (m²) Quantidade Finalidade
32
11
Setor didático – produtivo, para realização de práticas de manejo e criação, com produção consumida pelo internato e excedente para venda interna.
Fábrica de Ração
Área (m²) Finalidade
43 Processamento de rações para os diversos setores do CEEPAB.
3.4 Ambientes com Projeto de Reforma e Construções
Alojamentos Femininos e Masculinos
Área (m²) Quantidade Finalidade
03 blocos Para alunos internos que estudam na escola.
Laboratórios de Matemática, Química, Física, Biologia e Informática
Área (m²) Quantidade Finalidade 60/cada 04 Práticas de aulas contextualizadas com a teoria de sala
de aula.
Agroindústria de produtos de origem animal e vegeta l
Área (m²) Quantidade Finalidade 360 02 Setor com a finalidade de realização de aula prática e
produtiva.
Laboratório de Química e Biologia (Reforma)
Área (m²) Quantidade Finalidade 70 01 Para a realização de aulas práticas.
Banheiros Setor Pedagógico (Reforma)
Área (m²) Quantidade Finalidade 02 Aumentar o numero de banheiros para atender as
necessidades existentes
Reforma da escada de acesso Administrativo – Pedagó gico
Área (m²) Quantidade Finalidade 01 Construção de passarela com cobertura
23
4. OFERTA DE CURSOS E TURMAS
O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil, no ano de 2011,
tem matriculado 480 alunos entre internos, semi-internos e externos. Estes alunos
são oriundos de 60 municípios de 03 estados: Paraná (39 municípios), Santa
Catarina ( 19 municípios), Mato Grosso (02 municípios) e Paraguai (de diversas
regiões do país), sendo estes alunos provenientes de um acordo assinado entre o
Governo do Paraná e o Governo do Paraguai, para estudar em escolas
profissionalizantes, no curso de Técnico em Agropecuária, entraram 08 alunos no
ano de 2009, no Curso Técnico em Agropecuário - Subsequente e 05 alunos no
ano de 2010, no Curso Técnico em Agropecuária - Integrado, distribuídos a
seguir:
Curso Série Nº turmas
Nº alunos
1ª 03 98 2ª 03 93 Técnico em Agropecuária Integrado 3ª 03 76
Técnico em Agropecuária Subseqüente
1º e 3º Sem. 02 49
Técnico em Meio Ambiente Subseqüente
1º e 3º Sem.
01
25
CELEM Básico/ 1ª e 2ª Fase
04 71
Projeto Segundo Tempo - 04 104
Em 2011 o CEEP Assis Brasil matriculou 576 alunos, sendo 290 no curso
de Técnico em Agropecuária Integrado, 59 no curso de Técnico em Agropecuária
Subsequente e 52 no curso de Técnico em Meio Ambiente Subsequente. E
também com matrículas em curso de contra turno, como: CELEM (1ª fase, 2ª
fase) , e o projeto Segundo Tempo. Hoje estes alunos estão utilizando as 12
salas de aulas, ginásio de esportes da escola e salas de informática, sendo
distribuídos conforme quadro a seguir:
Curso Série N/turmas Total 1ª 03 2ª 03 Técnico em Agropecuária Integrado 3ª 03
09
Técnico em Agropecuária Subseqüente 1ª Sem. 3ª Sem.
01 01
02
Técnico em Meio Ambiente Subseqüente 1ª Sem. 3ª Sem.
01 01
02
24
Esta Instituição formou até 2010, um total de 2.693 Técnicos nas diversas
modalidades ofertadas, cuja grande maioria destes ocupando cargos de destaque
no País, levando o nome desta instituição de ensino a ser conhecido e
reconhecido, principalmente na região Sul, como referencial no ensino
agropecuário.
4.1 Caracterização da Comunidade Escolar: alunos, pais, professores,
funcionários e equipe de direção
A educação é um processo fundamental para o homem porque, ao
contrário dos outros animais, o ser humano não recebe na sua herança genética
toda a herança acumulada pelas gerações anteriores no seu processo de ação
sobre a realidade.
Sendo assim, aquilo que caracteriza, de fato, um ser humano, do ponto de
vista histórico e social, é o seu ser genérico, ou seja, a herança cultural da
humanidade, da qual esse indivíduo vai se apropriando ao longo de sua
existência e que contribui para expandir.
Também a história de cada ser humano está marcada por esse processo
na medida em que cada um precisa se apropriar da cultura acumulada pelas
gerações anteriores, mas ao mesmo tempo precisa criar novas objetivações
correspondentes às suas idéias e aos desafios de seu tempo. Cabe à educação
propiciar que tal apropriação ocorra, bem como dotar o indivíduo de instrumentos
para criar essas novas objetivações.
Frequentemente no CEEPAB são realizados debates para realizar um
levantamento de dados sobre a comunidade escolar, acontecendo em momentos
diferentes, com a participação de professores e funcionários, ocorrendo na
semana pedagógica com um trabalho integrado entre os diversos setores e
também em algumas reuniões durante o ano, culminando com o Fórum de
desenvolvimento com a participação de todos os segmentos do Estabelecimento
(direção, professores, técnicos, funcionários, alunos e representantes da
comunidade).
Sabemos que na região Sul do Brasil, com relação às atividades
econômicas existe um predomínio do setor agropecuário, com pequenas e
médias propriedades (90% dos nossos alunos são filhos de agricultores), frente a
25
esta realidade urge a necessidade de investir numa educação de qualidade e
direcionada para os filhos desses agricultores, para que os mesmos tragam sua
herança familiar, complementem seus conhecimentos de vivência com
conhecimentos científicos (teóricos e práticos) para que possam futuramente
voltar e permanecer no campo, levando concepções de novas tecnologias,
processos produtivos e conhecimentos para o desenvolvimento de suas
propriedades.
Considera-se ainda que maioria dos pais são agricultores, com nível de
escolaridade de 3º a 5º séries, mães donas de casa, com escolaridade de 1º a 4º
séries. A renda familiar média varia de 3 a 5 salários mínimos. A família em sua
grande maioria é composta por 4 pessoas (pai, mãe e somente 1 irmão).
Todos os alunos matriculados no CEEPAB são na grande maioria filhos de
pequenos agricultores, que buscam o aprimoramento técnico para melhorar as
condições de vida na sua própria propriedade ou em propriedades da região e até
em outras regiões (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul entre outros), empresas e
cooperativas, que buscam uma profissionalização que envolva a agricultura e a
pecuária para seguir carreira na veterinária ou na agronomia. Salientamos
também os egressos do Curso Técnico em Agropecuária, muitos trabalham em
suas propriedades, outros buscam dar continuidade aos seus estudos e hoje
iniciam, ou já terminaram o curso superior em agronomia, veterinária ou
engenharia agrícola.
No ano letivo de 2011, constatou-se que a grande maioria dos alunos do
colégio pertence ao Estado do Paraná, perfazendo um total de 264 alunos, em
segundo lugar o Estado de Santa Catarina com 107 alunos, 1 aluno do Rio
Grande do Sul, 2 alunos do Mato Grosso e 13 alunos do Paraguai.
Historicamente, a escola vem relatando e defendendo que seu papel é o de
formar os indivíduos para a sociedade. Essa mesma sociedade da forma como
está estruturada não comporta homens e mulheres com saberes e entendimento
da vida da forma como aprendem na escola.
Sabemos que a mudança significa construção . E é isso que a escola
pode promover no seu pedagógico. É através da sua proposta político -
pedagógico consciente da realidade e das lutas necessárias que a população
brasileira terá acesso ao mundo da crítica, da reflexão, da análise, do
26
enfrentamento tão necessário à superação da ideologia dominante historicamente
perpetuada na educação do povo brasileiro.
É importante que a Educação esteja comprometida com uma proposta que
coloque a defesa da vida como valor maior da nossa ação pedagógica. É preciso
pensar o homem como sujeito de direitos: direito à alimentação, à saúde, ao
trabalho, ao lazer, à expressão política, ao salário justo, direito à habitação, à livre
expressão, à livre organização, à escolha livre de um credo ou não... Estes são
caminhos para a formação da consciência e de uma prática solidária. Somente
quando mergulhamos na ótica de uma educação pelo “mais”, conseguiremos
provocar uma atitude que conduza ao inconformismo e à mudança.
A Escola tem o seu papel no processo de mudança, mas os meios de
socialização são os mais variados possíveis (família, igreja, partidos, sindicatos,
meios de comunicação...). Onde existem relações humanas se faz educação.
Nossa prática educativa se faz a partir de concepções e teorias que ajudam a
explicar e a entender a realidade. Logo, o saber e a forma de conhecimento
ajudam a explicitar o horizonte da sociedade que queremos construir.
E com isto, podemos definir que o quadro de professores da escola esta
em contrapartida a nossa clientela, pois contamos com 42 professores, uma
grande maioria são especialistas, mestrados, dentre outras, quanto aos
funcionários que são 61, em sua maioria estão buscando até uma graduação e
cursos frequentemente, o que faz com que ocorra um desenvolvimento de um
trabalho com competência e dinamismo, atuando em áreas especificas de
formação. Vindo em direção aos três eixos da formação de professores, que é:
“conhecimentos específicos de uma área profissional; formação didático-político-
pedagógica, integração entre EPT (ensino profissional e tecnológico) e a
educação básica”.
Quanto a escola, há plena convicção de um ambiente propício e
caracterizado com a realidade de cada atividade de aprendizado técnico, com
ampla diversificação nas áreas de agricultura e pecuária, buscando uma proposta
diversificada, com tecnologia apropriada e constante busca de processos
produtivos, para ampliação de conhecimento.
Quanto aos alunos, temos um grupo bom e dedicado, mas em contra partida
também existem aqueles indisciplinados, que não levam o ensino a sério,
individualistas e acomodados. Almejamos e trabalhamos para que os alunos
27
sejam cada vez mais dedicados e integrados, buscando sempre conhecimento
teórico-prático, éticos, intensificando a formação na área de extensão. E também
podemos citar que nos últimos anos os alunos para o ensino profissional, chegam
cada vez mais novos, com certa imaturidade, sem condições de definir uma
concepção profissional adequada e convicta, como também, a existência de uma
extrema desigualdade socioeconômica que obriga grande parte dos filhos da
classe trabalhadora a buscar a inserção ao mundo do trabalho visando
complementar o rendimento familiar, ou até mesmo a auto-sustentação, muito
antes dos 18 anos de idade.
A educação é o caminho mais plausível a oferecer retorno. É preciso uma
interação entre todos os envolvidos (família, instituições sociais, comunidade)
todos precisam colaborar na construção do saber para que haja renovação no
mundo, renovação de conceitos, valores, postura e ética.
Tendo papel singular e fundamental no desenvolvimento das pessoas, a
educação escolar deve preparar para o exercício da cidadania, compreensão
mútua entre os povos e a concretização da democracia, preocupando-se também
com a ética.
Frente a esta realidade populacional, e da própria história da educação no
Brasil, que apresenta experiências da história de perdas, de exclusão e de
manutenção dos privilégios de minorias, assim é através de uma educação
inovadora que podemos conscientizar e conceituar uma próxima geração.
5. OBJETIVOS
O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil desenvolve suas
atividades com o objetivo de proporcionar ao educando a oportunidade de:
• Desenvolver a formação da pessoa quanto aos seus valores, à integração
do seu projeto individual ao projeto da sociedade em que se situa;
• Desenvolver através do processo ensino-aprendizagem, concepções
profissionais e pessoais de forma que o mesmo volte para seu meio de
convivência e desenvolva tecnologias adaptadas a sua realidade no meio
rural;
• Aprimorar o educando como ser humano, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
28
• Preparar e dar a orientação básica para o mundo do trabalho, garantindo
seu progressivo aprimoramento profissional que permita acompanhar as
mudanças que caracterizam a produção do nosso tempo;
• Proporcionar aprendizagem, de forma autônoma e crítica, em níveis mais
complexos de estudos (pesquisas e projetos de campo) primando pela
qualidade;
• Aplicar a teoria sobre a conservação e preservação do Meio Ambiente,
desenvolvendo projetos na comunidade que abrange a CEEPAB;
• Usar inteligentemente as diferentes aptidões dos membros do grupo de
trabalho e reconhecer a necessidade dos recursos externos e da
respectiva utilização;
• Criar uma atmosfera em que alunos, professores, coordenadores,
pedagogos e pessoal de apoio sejam estimulados a questionar, a desafiar
continuamente, constituindo um esforço no sentido de trabalho.
• Compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino-aprendizagem,
levando em conta os limites e contradições daí decorrentes, os quais
influenciam os processos de formação humana no seu meio social.
• Contribuir para o desenvolvimento social, profissional e pessoal de seus
alunos, egressos do ensino médio e produtores rurais, através de ações
educativas, culturais e de apoio, voltadas para formação/especialização de
pessoal qualificado para uma melhor inserção na realidade do meio rural.
• Oferecer aos alunos os cursos técnicos visando formar um profissional com
habilidades técnicas e científicas, capaz de atuar conscientemente
determinando tecnologias economicamente viáveis às várias regiões,
procurando atender as expectativas dos alunos e da comunidade em geral.
• Formar profissionais técnicos, conscientes e comprometidos com a saúde
pública e com a preservação do meio ambiente, numa perspectiva de
desenvolvimento rural e urbano sustentável.
• Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população urbana e
rural.
29
• Formar profissionais capazes de atuar no mundo do trabalho com
qualidade, em condições de competir no mercado globalizado.
• Cumprir a função social da Escola, colaborando com a melhoria das
condições da vida da população, com a diminuição da poluição ambiental,
através de novas alternativas a todos os empreendimentos.
MARCO SITUACIONAL
Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe.
Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito, porque conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva,
porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente. (Danilo Gandin)
As constantes inovações tecnológicas e dificuldades econômicas das
atividades agrícolas emergentes exigem que sejam feitas atualizações constantes
dos produtores em toda a cadeia produtiva para desenvolver um crescimento
sustentável da atividade, pois de acordo com a FAO (2006), a única alternativa
realista consiste em proporcionar aos agricultores os conhecimentos (capacitação
e tecnologias compatíveis com os recursos que realmente possuem) para que
eles mesmos possam solucionar seus problemas com menor dependência dos
fatores escassos e inacessíveis, e com a máxima eficiência na utilização dos
fatores disponíveis e acessíveis. Os repasses de conhecimentos através da
capacitação técnica sobre os sistemas de produção e a busca de novas
tecnologias visam o crescimento da atividade e a inserção dos produtores
familiares na atividade, com capacidade de gerar renda, viabilizando assim sua
propriedade.
1.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, M UNICÍPIO E
ESCOLA
Nas últimas décadas temos acompanhado um crescente desenvolvimento
técnico-científico, caracterizado pela integração efetiva entre a ciência, tecnologia
e produção. As palavras de ordem, que caracterizam a época em que vivemos e
que aparecem como grandes objetivos deste momento histórico são:
30
pluriculturalismo, globalização, consumismo, competição permanente e
enriquecimento rápido.
O Brasil participa diretamente do contexto histórico mundial,
desempenhando papel relevante na economia mundial, passando de país
coadjuvante à protagonista da construção do capitalismo global. É nesse
contexto, que muitos de seus cidadãos recebem a marca da exclusão,
esmagados, sobretudo, pela concentração de renda que ferozmente cresce a
cada dia.
A Educação, instrumento reconhecidamente apropriado para promover
mudanças radicais nas condições de vida de um povo, ainda nos dias atuais, tem
figurado como peça emblemática do discurso daqueles que chegam ao governo.
No entanto, diante dos novos paradigmas educacionais da atualidade, o
papel da escola no Brasil, tornou-se o de garantir o acesso ao conhecimento de
qualidade por parte de todas as crianças e jovens a fim de que se situe no mundo,
um mundo imenso e rico em avanços civilizatórios, mas que apresenta imensos
problemas de desigualdade social, econômica e cultural, de valores e de
finalidades.
Nessa conjuntura um pouco humanizante há, um aspecto bastante
animador. Cresce a atuação social em ações e campanhas em prol da garantia
dos direitos fundamentais da pessoa, clamando por outra globalização, que passe
pela solidariedade, respeito aos direitos humanos, inclusão social, real
democracia e fortalecimento de uma cultura de Paz.
Um dos temas que mais desperta atenção na atualidade é o do meio-
ambiente. Não se trata simplesmente de preservar o equilíbrio dinâmico dos
ambientes vitais, com a regeneração de ecossistemas degradados pela ambição
humana e pelo processo de industrialização, e também um trabalho sério e
duradouro a respeito da sustentabilidade na propriedade rural, reconhecer e
desenvolver um produto sustentável.
A Escola é um espaço propício a um mundo de possibilidades que se
alargam, potencializando conhecimento e sistematizando descobertas em
formulações teóricas novas. Dessa forma, apresenta-se como desafio uma
Educação de qualidade que busque contribuir na transformação da realidade do
país, promovendo o bem comum, o desenvolvimento sustentável, a solidariedade,
a justiça, a inclusão social, o respeito à vida, a Paz e o Bem.
31
Uma das tarefas da escola pública no Estado do Paraná é a de inserir
crianças e jovens, tanto no avanço como na problemática do mundo, através da
reflexão, do conhecimento, da análise, da compreensão, da contextualização, do
desenvolvimento de habilidades e de atitudes, visando formar cidadãos críticos,
participativos e criativos, que sejam capazes de incorporar conhecimentos e
comportamentos que os levem à transformação para que promovam uma
sociedade mais ampla, justa e humana, de acordo com seus valores e ideais.
A escola, desse modo, é entendida como o lugar de construção e
desenvolvimento da capacidade de integração, de tomada de decisões, de
trabalho em equipe, de assimilação de mudanças, de exercício de solidariedade,
de acolhida e respeito às diferenças para que a educação aconteça de forma a
promover a autonomia e a cidadania.
No Sudoeste do Paraná, que é onde esta inserida o CEEPAB, e também
donde advêm nossos alunos é uma região que prevalece a Agropecuária, nas
suas diversas áreas de produção, que são: na agricultura: soja, milho, feijão, trigo,
triticale, azevém e aveia; e na pecuária: bovino de leite e corte (integração
Pecuária-lavoura) aves, suínos, ovinos, caprinos, equinos; e no reflorestamentos:
eucalipto e pinus. Com sistema de mecanização e tecnologias, referentes à
diversidade sócio-econômica de cada propriedade, encontram-se grandes,
médias, pequenas propriedades, enfatizando a Agricultura Familiar caracterizada
pela grande necessidade de mão-de-obra especializada para o beneficiamento e
desenvolvimento, com grande alternativa de crescimento e destaque no setor.
A força do cooperativismo que também é bastante expressiva na região e com
formação de associações de produtores em diversas áreas de produção que
apóiam o desenvolvimento, crescimento e treinamento do setor para ampliação
das atividades.
Outro aspecto relevante que o CEEPAB apresenta o contato direto e diário
que o aluno têm com professores, técnicos, funcionários e direção devido ao
regime do internato e semi-internato, bem como a fazenda que pode ser utilizada
como laboratório diariamente. Procurando repassar aos alunos questionamentos
referentes à vivência, comprometimento e responsabilidade, ética, cidadania,
liberdade de expressão e humanidade, buscando freqüentemente desenvolver um
trabalho dinâmico e tecnologicamente avançado, para dirimir possíveis dúvidas,
para a prática real do profissional.
32
Devido às grandes mudanças da sociedade de um modo geral, em nível de
município a escola vem ajustar a tais modificações buscando nortear seus
princípios filosóficos dentro de um perfil que a coloca como principal receptora e
geradora do contínuo processo de aprender. Uma educação que seja a base das
transformações sociais, buscando assim a formação integral dos alunos para que
os mesmos possam compreender seus deveres e direitos perante a sociedade.
Sendo assim, a escola é vista como um espaço de todos e para todos, buscando
alternativas que garantam o acesso e a permanência de todas as crianças e
adolescentes no seu interior, respeitando o aluno com necessidades educativas
especiais suas características próprias , abandonando os rótulos e as
classificações. Portanto, o que se deseja realmente na educação do município é
uma escola compromissada com a educação de todos os alunos.
São muitos os momentos que envolvem a construção do Projeto Político
Pedagógico, podendo ser de forma formal e informal, mas que eleva a
importância de entender e aceitar o aluno como um ser diferente, com suas
limitações, sua herança cultural, sua visão do mundo e de conhecimento,
procurando fazê-lo entender que a educação não é apenas armazenar
informações, mas sim criar e recriar o conhecimento. A escola também esta
realizando um exercício constante de conscientização e estudo referente a
importância da escola para cada participante da Comunidade escolar, através da
semana pedagógica, DEB e DET, horas de estudo, entre outros.
1.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA
PRÁTICA DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO – PRÁTICA
Vários autores (Giroux,1997; Kincheloe, 1997; Coelho, 1996; Pimenta,
1996; Brzezinski, 1996; Weber, 1996; Nóvoa, 1995; Santiago, 1994; entre outros)
têm procurado discutir a formação e a prática pedagógica do professor, buscando
alguns elementos que possam contribuir com a qualidade da educação. A
formação profissional do professor, como possibilidade de compreender e exercer
criticamente seu trabalho constitui-se num componente essencial de seu processo
de profissionalização e, como elemento fundamental da qualidade da prática
profissional, precisa ter como preocupação central à apropriação dos
conhecimentos próprios da ação docente.
33
A construção da qualidade do ensino pressupõe uma formação
pluridimensional, que garanta uma sólida formação geral, para que o professor,
ciente das exigências que o contexto em que atua faz e proprietário das
competências necessárias à sua ação, ao mesmo tempo possibilitando a
construção das competências básicas (reflexão, argumentação, senso crítico,
racionalidade prática, criatividade etc.), possa criticamente fazer uso dos saberes
docentes. Esses saberes docentes são utilizados como um reservatório de
conhecimentos (Gauthier et al., 1996) que os professores mobilizam no exercício
de sua profissão: o saber disciplinar, o saber curricular, o saber das ciências da
educação, o saber da ação pedagógica, o saber experiencial e o saber da
tradição pedagógica (Tardif et al., 1991; Gauthier et al., idem e Pimenta, 1996).
E é através da construção diária do conhecimento de professores e alunos
que se tornam pessoa evoluída, ou seja, o aprendizado não necessariamente tem
que ser formal (estudos programados), mas sim a qualquer momento em troca de
informações e conhecimento, complementando com a herança histórica de cada
um, tornando-nos conhecedores críticos. Mas enquanto professores ainda
precisamos assumir uma postura ética profissional condizente com a nossa
função. A diversidade de situações contraditórias e conflitantes com as teorias da
prática docente são freqüentes, e é necessário muito jogo de cintura e
conhecimento.
Porquanto, repensar a formação de professores a partir da análise das
suas práticas pedagógicas tem se revelado como uma das perspectivas
importantes. Nesse sentido, "é no contexto da escola que o docente constrói a
sua profissão" (Nóvoa, 1995: 25). Desta forma, ela tem a possibilidade de se
constituir em um núcleo de formação permanente de professores, um espaço de
discussão e ação, com parcerias, por meio de um processo de reflexão sobre o
que fazer, como fazer, e porque, capaz de dar respostas às necessidades
surgidas da análise da prática docente. A "formação não se constrói por
acumulação (de cursos, conhecimentos, técnicas ou um extenso currículo), mas
sim, mediante um trabalho de reflexividade crítica sobre ás práticas e de
reconstrução permanente de uma identidade pessoal" (Nóvoa, 1995: 25).
Pois a construção de uma prática reflexiva requer do professor a
investigação contínua de seu fazer pedagógico, pela atenção não só ao
observável, ao falado e ao escrito, mas também ao não-realizado, ao não-falado e
34
ao não-escrito, que podem indicar limites no processo de aprendizagem dos
alunos, na comunicação em sala de aula, nas situações diversas de ensino e de
avaliação e na relação pedagógica, cuja competência pode e deve ser construída
já na formação docente. Essa prática reflexiva pressupõe a curiosidade constante
do professor para com os alunos, um pensamento ágil e apurado e a sistemática
de reflexão permanente sobre o processo ensino-aprendizagem, numa
perspectiva de ação-reflexão-ação, ou seja, resolver rapidamente cada situação
que ocorra em sala (agressividade, alunos usuários de drogas, sexualidade,
doenças sexuais, e a inclusão). Neste contexto a avaliação assume o
compromisso muito importante com o sucesso da aprendizagem a partir de um
processo permanente de reflexão sobre a qualidade do ensino e se inscreve
numa concepção de conhecimento situado cultural, histórica e politicamente, a
qual carrega os traços, os valores, os significados atribuídos pelos sujeitos.
Mas o que necessitamos para permanecermos seres humanos não é
muito diferente nos diferentes mundos que vivemos. A diferença é no tipo
de ser humano que nos tornamos em cada um deles, porque nos
tornamos um tipo ou outro de ser de acordo como a maneira que vivemos
(Maturana, 2001, p.180)
Entendemos que o ofício de ensinar é circunscrito a profissionais que
tenham formação exclusiva na área, se tratando de cursos profissionalizantes
com especificidades em determinadas áreas, requerendo o cuidado por parte de
quem o pratica, no sentido de preocupar-se com a sua condução, na sua área de
formação e também em qualquer área do conhecimento. Recoloca-se que isso se
faz necessário pelas múltiplas dimensões de que se reveste esse trabalho, a
partir da sala de aula, para dar conta do social e do humano, com os quais um
professor, consciente ou não, estará lidando por força da investidura no cargo, ou
seja, o ato real em assumir sua profissão de formador.
Ser crítico é ter opinião própria sobre determinado assunto, é saber
argumentar sobre ele e responder também. Entre docência e discência existe a
diferença que é o saber, ou seja, como você ensina (docência) algo sem saber
(discência) nada sobre esse algo. Você tem que estar por dentro do assunto para
ensiná-lo, explicá-lo ou discuti-lo com alguém ou comparar com o conhecimento
prévio de seus alunos, lembrando-se sempre da ampla diversidade de cultura,
ideologias e herança histórica de cada aluno.
35
O educador Paulo Freire (1998) em sua obra Pedagogia da Autonomia,
centrando sua exposição nos saberes necessários à prática educativa, faz um
elenco de vinte e sete deles, colocando-os como exigências para o exercício
adequado do trabalho que envolve a educação. Agrupando-os, em três grandes
blocos, destaca que: - não há docência sem discência, e nesse campo realça a
importância do aluno, com o qual o professor interage, sendo ao mesmo tempo a
razão de ser da atividade educativa e igualmente, a convergência para a qual
todo o esforço a ser empreendido deve-se voltar; - ensinar não é transmitir
conhecimento, embora seja esse um dos componentes que dão configuração ao
processo ensino-aprendizagem, mas nos chama a atenção para uma série de
outras exigências que circundam o ato de ensinar, para que as dimensões social
e humana, possam se tornar conscientes na condução da prática pedagógica de
um professor; para finalmente realçar; - ensinar é uma especificidade humana,
prioridade que o educador fundamenta como sendo o cerne da compreensão que
o profissional, de qualquer área do conhecimento, envolvido na tarefa de ensinar,
deve primar por constituí-lo como o norte de sua busca constante, tanto em
relação a si mesmo quanto ao seu aluno. Ambos interagem, enquanto seres
humanos, mediados pela realidade social e em busca do conhecimento.
E para sintetizar a argumentação que esse autor veio sustentando a nossa
colocação neste texto que constitui toda a prática de nossos professores e a
divergência que ocorre entre a educação do docente e a prática real do dia a dia
em sala de aula. Essa realidade é observada no CEEPAB, que favorece
diretamente a compreensão e a fundamentação do seu entendimento.
Então uma visão na realidade presente e vivenciada pela sociedade
constitui-se num grande recurso que o educador dispõe para desenvolver sua
prática educativa. Neste sentido, observa-se em nossas escolas mudança
drástica no que diz respeito ao comportamento adotado por certos alunos e o
educador precisarão discernir sobre inúmeras situações deste gênero a fim de
promover ações educativas, que é o desafio de levar conhecimento ao educando
“problemático”.
Infelizmente nossas escolas não estão imunes dos reflexos que se fazem
presentes na sociedade, em que a violência, a miséria, pobreza, drogas,
inclusão/excludente, sexualidade, entre outras, é presente, e em muitas
realidades bem acentuada.
36
Entende-se, que a agressividade presente no ambiente escolar deve ser
observada pelo educador e estudada nos seus contextos psicológicos e
sociológicos a fim de se obter um quadro de entendimento que permita a
minimização dos problemas decorrentes da agressividade.
O professor no exercício de sua prática docente precisa discernir a questão
da agressividade, salientando que em nossa escola mesmo tendo toda a questão
de internato, alunos de diversas regiões com diferentes culturas e realidades da
própria formação da família (pais separados, criados pelos avós, etc) não temos
grandes problemas com a violência física, mas a agressividade verbal, sem
estrutura ainda é muito grande.
Neste sentido HICKEL (1996, p. 53) afirma que: O fracasso escolar é visto
como uma questão individual, própria de cada aluno e seus problemas. As altas
taxas de fracasso, por si mesmas, indicam que não podemos responsabilizar
apenas os alunos, ou apenas seus pais ou apenas os professores pelos
problemas da escola pública. Nenhum desses grupos, sozinho, poderia ser
responsabilizado por estatísticas tão sombrias como as do nosso quadro
educacional.
Assim, o educador não deve subestimar ou rotular a capacidade cognitiva
presente nos seus alunos, quanto ao processo ensino-aprendizagem visto que o
mesmo pode ser desenvolvido em qualquer circunstância independentemente de
fatores econômicos presentes em nossa sociedade diferenciada.
O processo educativo pode ser, assim, um espaço propício à
“desconstrução da violência” (Minayo et al., 1999) ou campo privilegiado para a
organização de ações que Chauí (1994) denomina de “contraviolência”. Trata-se
de incorporar, nesse processo, a tarefa de regular democraticamente a
convivência, de construir valores comuns e de reivindicar direitos legítimos, como,
uma educação de qualidade. Se, por um lado, é temerário depositar todas as
nossas esperanças na educação como antídoto de todos os “males sociais” é, por
outro, negligência esvaziarmos ao extremo a função que ela pode desempenhar
na sociedade atual.
No CEEP Assis Brasil busca-se através de diversos momentos, criados
unicamente para diminuir ou educar na forma de conhecimento estes problemas
em nossos alunos, que seria: palestra com profissionais da área (médicos,
psicólogos, enfermeiras, promotores, advogados, etc), reuniões de alojamento
37
com direção e coordenação de internato, atendimento aos pais através solicitação
da escola ou dos próprios pais, desenvolvimento de atividades pelos professores
em diversas áreas dos temas transversais ou desafios educacionais
contemporâneos, trabalho desenvolvido pela orientação-pedagógica através de
vídeos e conversações em grupo ou individual, e quando necessário é feito o
encaminhamento e atendimento psicológico.
Não podemos fechar os olhos para estas situações e trabalhar nosso
conteúdo, precisamos usar de nosso conhecimento como ser humano, ou seja,
conhecer e reconhecer estes problemas, para podermos com êxito trabalhar
nossa prática docente competente e humana, outra questão importante é salientar
que as escolas, ou seja, a nossa escola tem amplas instalações e equipamentos
para utilizar e dinamizar atividades para suprir conhecimento nestas situações.
II MARCO CONCEITUAL
2.1 CONCEITOS
A discussão com relação aos paradigmas de interpretação da realidade e
suas contribuições para o processo educacional exige a localização da relação
sujeito-objeto como a questão central. Compreender a relação sujeito-objeto é
compreender como o ser humano se relaciona com as coisas, com a natureza,
com a vida.
Este problema, central em todas as ciências, pode ser compreendido a
partir de diferentes abordagens. A dialética pode ser uma delas, assim como,
mais especificamente, o materialismo histórico-dialético, ou a dialética marxista.
Porém, é a dialética de Marx, construção lógica do método materialista
histórico, que fundamenta o pensamento marxista, como possibilidade teórica
(instrumento lógico) de interpretação da realidade educacional que queremos
compreender. A atuação profissional na educação coloca a necessidade de
conhecer os mais variados elementos que envolvem a prática educativa, a
necessidade de compreendê-la da forma mais completa possível.
38
Diante dessa premissa o Centro Estadual de Educação Profissional Assis
Brasil busca a apropriação dos saberes gerais e comuns, que podem ser
constituídos a partir da apropriação de conhecimentos diversificados; portanto, os
conteúdos curriculares não são fins em si mesmos, mas meios para atender às
necessidades que alunos heterogêneos têm de preparação para o mundo do
trabalho, de acesso à cultura, de compreensão do mundo, de exercício da
cidadania.
Articulando-se o modelo de educação profissional com a concepção de
ensino médio, é possível identificar os princípios pedagógicos que deverão
orientar a organização curricular e a forma de tratamento dos conteúdos de cada
um deles.
Diante dessa análise é importante pontuarmos alguns conceitos, tais
como:
2.1.1 Concepção de Sociedade
O colégio tem o papel formativo de democratização para a transformação
social e realização do homem. É neste mundo que vive o homem, um ser social
essencialmente articulador de sua sociabilidade e das relações, imerso numa
variedade de recursos tecnológicos, consciente de que a disciplina pessoal e a
visão de futuro são elementos fundamentais para criar as condições necessárias
para fazer as opções inteligentes nos variados caminhos que a vida oferece.
É preciso através de uma educação humanista proporcionar a todo o
cidadão conhecimentos para que sejam capazes de compreender e intervir na
realidade, respeitando ao meio ambiente, no desenvolvimento sustentável.
Sociedade é espaço de interação humana no qual se reflete a maneira de
ser, agir e pensar de um povo. Local onde se deve primar pela solidariedade,
fraternidade, justiça, igualdade de direitos e liberdade de expressão.
Enfim, um espaço que celebre sem adiantamentos a diversidade,
concebendo-a como parte da condição humana. Sabe-se que a sociedade é
mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos homens
que criam novas possibilidades de cultura e agir social a partir das contradições
geridas pelo processo de transformação da base econômica.
Segundo Saviani, a PHC, embora "consciente da determinação exercida
pela sociedade sobre a educação", fato que a torna crítica, acredita que "a
39
educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua
própria transformação" (p.94), fato que a torna histórica.
2.1.2 Concepção de Homem
O homem é um ser em processo permanente de autoconhecimento e
crescimento, que transforma e é transformado. Participante, ativo na construção
da história e do conhecimento, devendo ser solidário nas relações com a
natureza, com seus semelhantes, na busca constante da harmonia consigo e com
o mundo.
A noção de pessoa remete para a de personalidade, enquanto
individualidade. O que se acentua é o caráter único, original das pessoas e das
personalidades. A pessoa, enquanto personalidade íntima, de caráter espiritual,
centro de todos os atos do homem, estabelece a unidade única e indissociável do
homem, de cada homem.
Mas não nascemos pessoas, temos de nos fazer, de nos construir, temos
que tornar-nos pessoas. O homem, só o será autenticamente, tornando-se
pessoa. Se quisermos usar uma linguagem de tipo existencialista, diríamos: o
homem não é, existe. Porque à partida ele não é, ele é nada; por isso para ser
verdadeiramente homem/ pessoa, terá que se construir; o homem é tarefa a
realizar-se e não algo dado e feito, como uma pedra ou uma árvore. Por essência,
ser homem é ser processo, movimento, dinamismo, caminho. E o homem, em
Rogers, é um processo, o processo de tornar-se pessoa, de tornar-se no que
autenticamente é, de tornar-se personalidade. Por isso, implicada na noção de
pessoa, está a noção de liberdade e, consequentemente, de responsabilidade.
Somos livres para nos realizarmos, para escolhermos o nosso destino. Sendo
assim, o homem não é nunca objeto e nunca pode ser encarado como tal. Os
objetos são, o homem nunca é, faz-se, e o seu ser é esse fazer-se permanente.
Concordamos com Morin (2001, p.16), quando diz que alguns desafios são
fundamentais no que se refere a formação do sujeito para desenvolver uma
aptidão para contextualizar e integrar, para situar qualquer informação em seu
contexto , para colocar e tratar os problemas , ou seja, o grande desafio de formar
sujeitos que possam enfrentar realidades cada vez mais complexas. A escola
tem obrigação de se preocupar com o social, propondo a busca de alternativas
40
que devem ser uma constante no dia a dia, no sentido de resgatar o “homem”, o
“cidadão” e o “trabalhador” da alienação de seu “ser”, de seu exercício de
cidadania e de sua dignidade.
2.1.3 Concepção de Trabalho
O conceito de trabalho em Marx não se esgota no conceito cotidiano de
trabalho, na concepção do senso comum de trabalho que se aproxima da idéia de
ocupação, tarefa, um conceito puramente econômico. O conceito de trabalho,
categoria central nas relações sociais, tal qual o pensamento marxista o entende,
é o conceito filosófico de trabalho, é a forma mais ampla possível de se pensar o
trabalho. Nas análises marxistas acerca desta questão, de caráter mais filosófico
do que econômico, encontramos que o trabalho é central nas relações dos
homens com a natureza e com os outros homens porque esta é sua atividade
vital. Isto quer dizer que, se o caráter de uma espécie define-se pelo tipo de
atividade que ela exerce para produzir ou reproduzir a vida, esta atividade vital,
essencial nos homens, é o trabalho — a atividade pela qual ele garante sua
sobrevivência e por meio da qual a humanidade conseguiu produzir e reproduzir a
vida humana (Marx, 1993). Hoje se discute a centralidade da categoria trabalho
no mundo contemporâneo. As modificações das relações de trabalho teriam,
segundo algumas teses, levado o trabalho a perder a característica de
estruturação das relações sociais. No entanto, parece que as modificações no
mundo do trabalho não significam transformações profundas nas relações sociais,
especialmente nas relações sociais de produção. (Antunes, 1995)
Assim, o trabalho é categoria central de análise da materialidade histórica
dos homens porque é a forma mais simples, mais objetiva, que eles
desenvolveram para se organizarem em sociedade. A base das relações sociais
são as relações sociais de produção, as formas organizativas do trabalho.
Do ponto de vista político-pedagógico, tanto a conceituação do trabalho
como princípio educativo quanto a defesa da educação politécnica e da formação
integrada, formulada por educadores brasileiros, pesquisadores da área trabalho
e educação, têm por base algumas fontes básicas teórico-conceituais. Em um
primeiro momento, a vertente marxista e gramsciana (Marx, op. cit.; Gramsci,
1981; Manacorda, 1975 e 1990; Frigotto, 1985; Kuenzer, 1988; Machado, 1989;
Saviani, 1989 e 1994; Nosella, 1992; Rodrigues, 1998), em um segundo, sem
41
abrir mão da vertente gramsciana, a ontologia do ser social desenvolvida por
Lukács (1978 e 1979; Konder, 1980; Chasin,1982; Ciavatta Franco, 1990;
Antunes, 2000; Lessa, 1996).
Gramsci (op.cit.) propõe a escola unitária que se expressaria na unidade
entre instrução e trabalho, na formação de homens capazes de produzir, mas
também de serem dirigentes, governantes. Para isso, seria necessário tanto o
conhecimento das leis da natureza como das humanidades e da ordem legal que
regula a vida em sociedade.
Opondo-se à concepção capitalista burguesa que tem por base a
fragmentação do trabalho em funções especializadas e autônomas, Saviani
(1989) defende a politecnia que “postula que o trabalho desenvolva, numa
unidade indis solúvel, os aspectos manuais e intelectuais.... Todo trabalho
humano envolve a concomitância do exercício dos membros, das mãos e do
exercício mental, intelectual. Isso está na própria origem do entendimento da
realidade humana, enquanto constituída pelo trabalho.” (p. 15).
Frigotto argumenta em dois sentidos. Primeiro, faz a crítica à ideologia
cristã e positivista de que todo trabalho dignifica o homem: “Nas relações de
trabalho onde o sujeito é o capital e o homem é o objeto a ser consumido, usado,
constrói-se uma relação educativa negativa, uma relação de submissão e
alienação, isto é, nega-se a possibilidade de um crescimento integral” (1989, p. 4).
Segundo, preocupa-se com a análise política das condições em que trabalho e
educação se exercem na sociedade capitalista brasileira; “como a escola articula
os interesses de classe dos trabalhadores... é preciso pensar a unidade entre o
ensino e o trabalho produtivo, o trabalho como princípio educativo e a escola
politécnica” (1985, p. 178).
Em um segundo momento, a reflexão toma forma tendo por base Lukács
(op.cit.). Em sua reflexão sobre a ontologia do ser social, o autor examina o
trabalho como atividade fundamental do ser humano que produz os meios de
existência na relação do homem com a natureza, a cultura e o aperfeiçoamento
de si mesmo. De outra parte, o trabalho humano assume formas históricas muitas
das quais degradantes, penalizantes, nas diferentes culturas, na estrutura
capitalista e em suas diversas conjunturas.
Tomar o trabalho como princípio educativo, se por um lado implica uma
metodologia que permite analisar os projetos educativos a partir das demandas
42
dos processos social e produtivo, os quais, no capitalismo, implicam exploração
dos trabalhadores, por outro lado, aponta a possibilidade da construção de
projetos alternativos que atendam às necessidades dos que vivem do trabalho.
Isso significa buscar, se não a superação da dualidade estrutural, o que
demandaria a superação do capitalismo, pelo menos o seu enfrentamento,
considerados os limites e possibilidades da escola.
É preciso, contudo, tomar alguns cuidados: tomar o trabalho como princípio
educativo não significa sucumbir às propostas que articulam escola e produção ou
à proposta das escolas ativas. Pelo contrário, como afirma Kuenzer (1998, p.
126),
“[...] a finalidade da escola que unifica cultura e trabalho é a formação de
homens desenvolvidos multilateralmente, que articulem à sua capacidade
produtiva as capacidades de pensar, de estudar, de dirigir ou de controlar
quem dirige.
Ao fazer esta afirmação, a autora se referia à escola única do trabalho
como a proposta a ser defendida sob a ótica dos trabalhadores, com base em
Gramsci (1968, p.121):
[...] a escola unitária, ou de formação humanista... ou de cultura geral
deveria se propor a tarefa de inserir os jovens na atividade social, depois
de tê-los levado a um certo grau de maturidade e capacidade, à criação
intelectual e prática e a uma certa autonomia na orientação e na iniciativa.
O compromisso com uma Educação Profissional adequada aos interesses
dos que vivem do trabalho implica desenvolver um percurso educativo em que
estejam presentes e articuladas a teoria e a prática, contemplando sólida
formação científica e a formação tecnológica de ponta, ambas sustentadas em um
consistente domínio das linguagens e dos conhecimentos sócio-históricos. Isto
significa que a proposta político-pedagógica terá como finalidade o domínio
intelectual da tecnologia, a partir da cultura, o que vale dizer: contemplará no
currículo, de forma teórico-prática, os fundamentos, princípios científicos e
linguagens das diferentes tecnologias que caracterizam o processo de trabalho
contemporâneo, tomados em sua historicidade. Desta forma, permitirá ao aluno
dos cursos de formação profissional, com base na formação em nível médio,
compreender os processos de trabalho e em suas dimensões científica,
tecnológica e social, como parte das relações sociais.
43
2.1.4 Concepção de Educação
Processo que envolve formação e mediação, visando o exercício da
cidadania para a construção de uma sociedade inclusiva. Deve promover o
respeito, a diversidade e a aceitação do outro de forma criativa, solidária e
transformadora. Diante dessa análise devemos compreender o Método e
instrumentalizar-se para o conhecimento da realidade, no caso, a realidade
educacional. O método materialista histórico-dialético caracteriza-se pelo
movimento do pensamento através da materialidade histórica da vida dos homens
em sociedade, isto é, trata-se de descobrir (pelo movimento do pensamento) as
leis fundamentais que definem a forma organizativa dos homens durante a
história da humanidade.
Saviani (1991), discutindo a necessidade de o educador brasileiro passar
do senso comum para a consciência filosófica na compreensão de sua prática
educativa, aponta o método materialista histórico dialético como instrumento
desta prática e explica, para isto, a superação da etapa de senso comum
educacional (conhecimento da realidade empírica da educação), por meio da
reflexão teórica (movimento do pensamento, abstrações), para a etapa da
consciência filosófica (realidade concreta da educação, concreta pensada,
realidade educacional plenamente compreendida). Sobre estas questões,
escreve:
Com efeito, a lógica dialética não é o processo de construção do concreto
de pensamento (ela é uma lógica concreta) ao passo que a lógica formal é o
processo de construção da forma de pensamento (ela é, assim, uma lógica
abstrata). Por aí, pode-se compreender o que significa dizer que a lógica dialética
supera por inclusão/incorporação a lógica formal (incorporação, isto quer dizer
que a lógica formal já não é tal e sim parte integrante da lógica dialética). Com
efeito, o acesso ao concreto não se dá sem a mediação do abstrato. Assim, aquilo
que é chamada lógica formal ganha um significado novo e deixa de ser a lógica
para se converter num momento da lógica dialética. A construção do pensamento
se daria, pois da seguinte forma: parte-se do empírico, passa-se pelo abstrato e
chega-se ao concreto (Saviani, 1991; p.11)
Uma grande contribuição do Método para os educadores, como auxílio na
tarefa de compreender o fenômeno educativo, diz respeito à necessidade lógica
44
de descobrir, nos fenômenos, a categoria mais simples (o empírico) para chegar à
categoria síntese de múltiplas determinações (concreto pensado).
Diante dessa premissa a análise do fenômeno educacional pode ser
empreendida quando conseguimos descobrir sua mais simples manifestação para
que, ao nos debruçarmos sobre ela, elaborando abstrações, possamos
compreender plenamente o fenômeno observado. Assim pode, por exemplo, um
determinado processo educativo ser compreendido a partir das reflexões
empreendidas sobre as relações cotidianas entre professores e alunos na sala de
aula. Quanto mais abstrações (teoria) pudermos pensar sobre esta categoria
simples, empírica (relação professor/aluno), mais próximo estaremos da
compreensão plena do processo educacional em questão.
2.1.5 Concepção de Conhecimento
Sendo o conhecimento um processo humano, histórico, incessante, de
busca de compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e
sempre provisório que tem origem na prática do homem e nos processos de
transformação da natureza. É uma ação humana atrelada ao desejo de saber.
O que possibilita a construção do conhecimento é sem duvida o
reconhecimento de que somos seres falantes. E nesse movimento que se
instaura o desejo de aprender.
Nesse processo serão envolvidos simultaneamente um sujeito que
conhece, um objeto a ser conhecido, um modo particular de abordagem do sujeito
em relação ao objeto e uma transformação, tanto do sujeito, quanto do objeto. É
necessário, aqui, entender o objeto como realidade socialmente construída e
compartilhada.
A teoria dialética do conhecimento, por nós entendida, pressupõe a
construção recíproca, entre o sujeito e o objeto, já que é pela práxis do homem
sobre o mundo, que tanto o homem se modifica e se movimenta.
Baseados na teoria dialética do conhecimento, nossa ação educativa
deverá levar em conta que: - a prática social é a fonte do conhecimento; - a teoria
deve estar a serviço de e para uma ação transformadora; - a prática social é o
critério de verdade e o fim último do processo de conhecimento.
No final da década de 70, vários estudiosos passam a rever a educação no
Brasil, iniciando um processo ainda em formação, após várias tentativas de
45
implantação devido à necessidade de articular teoria e prática, Saviani baseando-
se no materialismo histórico de Marx, na concepção histórico-cultural de
Vygotsky, e na concepção histórico-dialética de Gramisc, estrutura a Pedagogia
Histórico-crítica, considerada um marco na história da educação brasileira. Com o
objetivo de trabalhar o conhecimento sistematizado pelo aluno a partir de sua
realidade, propondo uma interação entre conteúdo e realidade concreta, visando
à transformação da sociedade, através da ação-compreensão-acão do educando.
Uma vez que a pedagogia histórico-crítica surgiu como resposta à necessidade
amplamente sentida entre estudiosos e educadores brasileiros de superação dos
limites tanto das teorias não-criticas, representadas pela concepção tradicional,
escolanovista e tecnicista, como das visões critico-reprodutivistas, expressas na
teoria da escola como aparelho ideológico do Estado, na teoria de produção e na
teoria da escola dualista. A proposta pedagógica de Saviani embasa o currículo
oficial do ensino do nosso Estado, considerando que uma teoria é crítica quando
se admite que a educação é determinada pela sociedade. Uma teoria pedagógica
é histórica quando se admite que a educação também interfira na sociedade
podendo até contribuir para sua transformação. Segundo o autor as demais
teorias consideram a educação sobre a sociedade, cabendo a escola reproduzir a
sociedade em que ela se insere.
Na busca constante por melhorias na educação, Saviani compreende o ser
humano como produtor, uma vez que necessita produzir para sua própria
existência, essa produção se dá através do trabalho, sendo essa a principal
diferença entre o homem e os outros animais. Ora, o homem por ser um ser
racional utiliza-se desse saber para conquistar o lugar de destaque entre os
demais. Na sua concepção o compreende também por práxis e cultural, já que
possui habilidades capazes de intervir na transformação, portanto no desequilíbrio
da natureza. [...] “O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e
intencionalmente, em cada individuo singular, a humanidade que é produzida
histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objetivo da
educação diz respeito, de um lado, a identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se
tornem humanos e, de outro lado concomitantemente, à descoberta das formas
mais adequadas para atingir esses objetivos”. (Saviani, 2007, p.17) Segundo o
46
autor, a educação é concebida como “produção do saber”, pois o homem é capaz
de elaborar idéias, possíveis atitudes e uma diversidade de conceitos.
Segundo Luckesi (1994), “O senso comum nasce exatamente desse
processo de “acostumar-se” a uma explicação ou compreensão da realidade, sem
que ela seja questionada”. Desse modo é preciso ter cuidado ao criticar o senso
comum, no que se refere ao saber prévio do educando, sendo dever da escola
promover a sistematização do saber por meio do conhecimento produzido
coletivamente com o decorrer do tempo. Neste contexto o principal papel da
escola é mediar o conhecimento entre o aluno e a realidade, se preocupando com
a formação de habilidades e convicções, tornando os alunos críticos e portadores
de opinião, ou seja, os pontos de partida e chegada apontam sempre à mesma
direção e o processo educativo é sempre a prática social.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que a educação
básica deve assegurar ao educando "formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores". Para que essa formação se concretize, a mesma LDB
estabelece, nas finalidades do Ensino Médio, "a compreensão dos fundamentos
científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina". Assim de acordo com o texto da LDB, um
cidadão que termina a Educação Básica deve ter a capacidade não só de
compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
mas também, de aprimorar-se como pessoa humana, incluindo [...] o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Ou seja, ao
terminar a Educação Básica, o educando deve ter autonomia para,
compreendendo os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos
produtivos, posicionar-se criticamente com relação aos investimentos em ciência
e tecnologia que o país faz, utilizando os recursos conseguidos por meio dos
impostos. No entanto, a hipertrofia dos conhecimentos disciplinares promovida
pelos exames vestibulares, impede que a Educação Básica cumpra sua real
tarefa.
Atualmente, a educação escolar vive um dilema: precisa se transformar
para atender as reais necessidades de formação dos cidadãos brasileiros, cumprir
sua finalidade de assegurar ao educando formação indispensável para o exercício
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
47
posteriores. Porém, é compelida a manter uma rotina de aulas expositivas
voltadas a conteúdos que são determinados quase imperiosamente pelas
disciplinas acadêmicas. Há uma identificação entre conhecimentos escolares e
conhecimentos científicos, quando, a rigor, estes últimos deveriam se constituir a
fonte e o meio para a compreensão da realidade.
2.1.6 Concepção de Tecnologia
A tecnologia educacional é a área de conhecimento onde a tecnologia se
submete aos objetivos educacionais. Ela procura auxiliar o processo ensino e
aprendizagem de modo a propiciar formas adequadas de utilizar os recursos
tecnológicos na educação, ou seja, as funções maiores da escola serão
enriquecidas com a grandeza das novas fontes de informações e ferramentas
tecnológicas modernas preocupando-se com as técnicas e sua adequação às
necessidades e à realidade dos educandos, da escola, do professor, da cultura
em que a educação está inserida. Contínuas transformações tecnológicas em
todo o mundo vem influenciando as relações sociais. Neste contexto a Escola,
ambiente onde se constrói a educação formal e, portanto, um ambiente por
natureza social, começa a refletir sobre a influência das Novas tecnologias no
processo de ensino e aprendizagem. Nestes termos, como resultado do avanço
das pesquisas em microeletronica, no início do século XXI as tecnologias
começam a ser vistas e usadas numa outra perspectiva no processo educativo. A
escola começa a se apropriar do uso técnico dos recursos tecnológicos para em
seguida repensar as formas e metodologias adequadas a cada contexto
social.Neste tempo as Tecnologias educacionais deixam de ser encaradas como
meras ferramentas que tornam mais eficientes e eficazes já sedimentados,
passando a ser consideradas como elementos estruturantes de um outro modo de
pensar a educação, mediada pela Tecnologia e esta submetida aos objetivos
pedagógicos, com o objetivo de expressar a diversidade cultura e à realidade em
que cada escola se insere, a diferentes metodologias usando recursos
tecnológicos. Nesse sentido, a TV, o vídeo, o Rádio_(comunicação), a Internet, o
material impresso possibilitam articularem-se novas linguagens e novas forma de
apropriação do conhecimento na escola. É crescente o número de escolas e
48
centros de educação que estão usando ferramentas on-line e colaborativas para
aprendizado e busca de informações. Todas as ferramentas podem ser utilizadas
como instrumentos educacionais. No entanto,faz-se necessário avaliar sua
aplicação de modo a promover a aprendizagem significativa, crítica e reflexiva.
Podemos dizer que a tecnologia tem uma representatividade muito
significativa não só na produção de bens e serviços como também no conjunto
das relações sociais e nos padrões culturais vigentes. Ela é uma ferramenta
sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir
para o aumento das desigualdades ou para a inserção social se concebida como
forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento das diversas
áreas.
A modernização da educação é um caminho interdisciplinar e a aliança da
tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação.
Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na
escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do
processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então.
Entendidas por especialistas e educadores como ferramentas essenciais e
indispensáveis na era da comunicação, as novas tecnologias ganham espaço
efetivo nas salas de aula. Computadores ligados à internet, software de criação
de sites, televisão a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos. Estas são
algumas das possibilidades existentes e que podem ser aproveitadas no ambiente
escolar como instrumentos facilitadores do aprendizado.
Diante dessa premissa cabe à educação uma parcela de responsabilidade
tanto na compreensão crítica do(s) significado(s) desta transformação, quanto na
formação dos indivíduos e grupos sociais. Estes devem assumir com
responsabilidade a condução social de tal virada, provocada, entre outros fatores,
pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação e de processamento de
informação.
2.1.7 Concepção de Escola
Espaço de produção e socialização de saberes, que auxilia na formação
da competência acadêmica, humana e na transformação da sociedade. Deve ser
49
democrática, acolhedora, mediadora e significativa para o aluno. Incentivando a
prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias,
Observando e analisando as concepções de ensino, devemos enfatizar os
valores que precisamos e gostaríamos de trabalhar, tais como: solidariedade,
fraternidade, justiça, igualdade, liberdade, mediação, respeito, diversidade e
aceitação., pois os mesmos propiciam uma transformação emancipadora.
Diante dessa análise sabe-se que a escola é um espaço vivo e
democrático privilegiado da ação educativa que garanta a todos o acesso ao
ensino de qualidade que favoreça a permanência aluno; seja gratuita, laica e
pluralista; voltada para o trabalho com as classes populares uma vez que estas
têm historicamente excluídas dos bens produzidos pela sociedade como um todo.
Ela deve propiciar práticas coletivas de discussão, garantindo a participação de
toda a comunidade escolar, viabilizar a descentralização do poder no que se
refere às definições do seu projeto de escola, tanto na relação governo/escola
como descentralização das responsabilidades da busca de soluções, contribuir,
através de objetivos estratégicos e articulada com outras organizações da
comunidade, para a construção de uma sociedade diferente na justiça social, na
igualdade e na democracia. Deve, também, oportunize o acesso ao
conhecimento, sua construção e recriação permanente envolvendo a realidade
dos alunos, suas experiências, saberes e cultura, estabelecendo uma constante
relação entre teoria e prática; que tenha espaços de formação para os
educadores, na perspectiva da construção de sujeitos críticos e de investigação
permanente da realidade social, tendo como objetivo a qualificação da ação
pedagógica e o resgate de sua cidadania buscando superar todo tipo de
opressão, discriminação, exploração e obscurantismo de valores éticos de
liberdade, respeito à diferença e à pessoa humana, solidariedade e preservação
do ambiente natural.
Eis o grande desafio da escola, fazer do ambiente escolar um meio que
favoreça o aprendizado, onde a escola deixe de ser apenas um ponto de encontro
e passe a ser, além disso, encontro com o saber com descobertas de forma
prazerosa e funcional, conforme Libâneo:
Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela
mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos
conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas
50
indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos
alunos. (Libâneo, 2005, p.117)
A escola deve oferecer situações que favoreçam o aprendizado, onde haja
sede em aprender e também razão, entendimento da importância desse
aprendizado no futuro do aluno. Se ele compreender que, muito mais importante
do que possuir bens materiais, é ter uma fonte de segurança que garanta seu
espaço no mercado competitivo, ele buscará conhecer e aprender sempre mais.
Assim conclui-se que a escola precisa re-significar o seu papel
estabelecendo uma relação prazerosa entre o conhecimento e o saber.
Precisamos repensar a escola mas repensá-la como um todo, de sua arquitetura
ao currículo, introduzindo uma outra lógica, não mais linear e cartesiana mas sim
uma lógica hipertextual, que possibilite transformar a escola em um lugar de
produção e não apenas apropriação de conhecimento e cultura.
2.1.8 Concepção de Ensino-Aprendizagem
O conceito de práxis de Marx pode ser entendido como prática articulada à
teoria, prática desenvolvida com e através de abstrações do pensamento, como
busca de compreensão mais consistente e conseqüente da atividade prática – é
prática vinculada a teoria.
Compreender o Método é instrumentalizar-se para o conhecimento da
realidade, no caso, a realidade educacional. O método materialista histórico-
dialético caracteriza-se pelo movimento do pensamento através da materialidade
histórica da vida dos homens em sociedade, isto é, trata-se de descobrir (pelo
movimento do pensamento) as leis fundamentais que definem a forma
organizativa dos homens durante a história da humanidade.
Saviani diz que o ensino não deve ser trabalhado como produto, desse
modo estaria a serviço da mera transmissão-assimilação dos conteúdos,
aprendizagem repetitiva, abstrata e desvinculada das relações sociais concretas,
logo de caráter elitista, descompromissada das reais condições históricas, sociais
e humanas e contrária ao espírito crítico.
Como produto o ensino-aprendizagem se desenvolve na absorção do que
já foi elaborado. Como processo, o ensino, a partir do produto, passa a se
51
consolidar como reflexão do já elaborado em relação ao já vivenciado
(experiências de vida) da postura do saber pensar melhor. Dessa forma o
conhecimento não adquire seu verdadeiro estatuto, do contrário sua produção
perde em importância e sentido, uma vez que não aponta para um fim concreto e
transformador a ser atingido.
A escola precisa estar em consonância com as necessidades do mercado
sem reduzir a sua função de formadora de um cidadão crítico e apto a lidar com
todas as situações que possam surgir na vida.
Para que isso mude, ela deve ser pensada na sua qualidade formal,
caracterizada essencialmente pelo o domínio de técnicas, capacidades de manejo
de instrumentos e de procedimentos e na política que é a capacidade do sujeito
de fazer sua própria história.
Saviani nos apresenta em seu livro, que:
...a educação deve ser mudada, para transformar o homem em um ser filosófico para a compreensão do mundo e entender a interpretação dos seus fenômenos. Assim compreender a questão escolar, é a defesa da especificidade da escola e a importância do trabalho escolar como elemento necessário para o desenvolvimento cultural, educacional e humano. (SAVIANI, 1992,p.63).
O processo de motivação é um dos fatores que está intimamente ligado à
aprendizagem, sendo dependente do professor e do aluno, no qual ambos
precisam estar motivados. Uma vez que, o professor não estando motivado o
aluno também não sentirá vontade de aprender. Outro processo ligado à
aprendizagem é a motivação intrínseca, que não resulta no treino ou instrução,
mas pode ser influenciada pela ação do professor considerando as experiências
dos alunos. As trocas simbólicas existentes entre alunos e professores e a
transferência também influenciam no desenvolvimento da aprendizagem. Diante
destes problemas a escola vivencia uma crise na Educação, que está fortemente
ligada ao sistema capitalista, onde as escolas não estão mais se preocupando em
formar o individuo em sua totalidade, e sim em formar consumidores em
potencial. Deste modo, a educação não está preocupada em formar o sujeito com
uma consciência de si mesmo e da sua realidade, formando alienados.
Portanto deve-se evidenciar a afetividade e a motivação como fatores
atuantes na construção do conhecimento. O professor deve levar em conta esses
fatores, tornando-se um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que
52
transmite e sim aquele que auxilia os alunos a aprender a viver como indivíduos
em processo de transformação num mundo de constantes mudanças. E
considerar o aluno como um todo, e que o ensino deve ser centrado nele, o aluno
deve ser incentivado a buscar o seu próprio conhecimento, consciente de sua
constate transformação.
2.1.9 Concepção de Avaliação - Formativa
Atualmente, no âmbito escolar, muito se tem discutido sobre a “Avaliação”,
suas concepções e significados; mesmo assim, ainda há um distanciamento forte
entre a teoria e a prática escolar.
Partindo da constatação: “A avaliação escolar tem sido dramática para
professores e alunos” (Luckesi), cabe a nós educadores nos perguntar: Qual
avaliação queremos para o nosso educando? Para tanto, é possível a escola
“existir” sem avaliação? Se considerarmos que a partir da década de 90, quando
foram instituídas avaliações do próprio sistema escolar (SAEB, ENEM, Exame
Nacional de Cursos, IDEB), esta afirmação responde por si só. A escola que
sempre avaliou, passou a ser avaliada.
A avaliação como resultado tem melhorias no processo ensino-
aprendizagem, não começa nem termina na sala de aula, envolve o planejamento
e o desenvolvimento do processo de ensino. Neste contexto, é necessário que a
avaliação aconteça desde a proposta curricular e a programação do ensino em
sala de aula e de seus resultados à aprendizagem produzida pelos alunos.
Isso significa dizer que: “a avaliação da aprendizagem deverá ser feita,
principalmente, com base em aspectos qualitativos (desempenho em sala de
aula)”. Os aspectos quantitativos (notas de provas e exames) assumem um valor
secundário. Do mesmo modo, os resultados obtidos no decorrer do ano são
considerados mais importantes que os resultados obtidos nas provas finais.
De acordo com os aspectos qualitativos, a avaliação assume
principalmente o caráter diagnóstico, ou seja, a avaliação percebida como
instrumento dialético da identificação de novos rumos, não significa menos rigor
na prática de avaliar. Transposto para o Ensino Integrado, esse rigor almejado na
avaliação formativa, conforme Luckesi (2005) significa considerar como critérios
básicos: a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a
prática social; b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente; c) a
53
clareza e a coerência na exposição das idéias; d) a mudança na forma de olhar e
compreender os problemas sociais.
Nas escolas, de maneira geral, há grande preocupação com a nota ou
conceito atribuído ao aluno. Ligada diretamente à aprovação ou reprovação dos
alunos, a nota acaba se tornando um fim em si mesma, ficando muito distanciada
e sem relação com as situações de aprendizagem. Mesmo quando a escola,
providencia uma revisão de conteúdos é para “melhorar a nota”.
Nessa visão, avaliação serve apenas para julgar e classificar. A
participação do aluno nesse processo é pequena e, muitas vezes, ele nem
mesmo tem clareza do porquê dos resultados obtidos; a nota chega como uma
sentença, definindo seu destino escolar e, às vezes, até seu destino fora da
escola. Dessa forma, avaliação, na prática, acaba desempenhando um papel
mais político que pedagógico, ou seja, não é usada como um recurso
metodológico de orientação do processo de ensino-aprendizagem, mas sim como
instrumento de poder, de controle, tanto por parte do sistema social, como pela
escola, pelo professor e até mesmo pelos quais que querem resultados somente
através de notas.
É urgente que as mudanças aconteçam no sistema avaliativo, de maneira
que esta passe a ser encarada como instrumento de mediação, em benefício da
aprendizagem, do conhecimento dos alunos.
De acordo com Hoffmann:
A qualidade do ensino deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo possível dos alunos, à aprendizagem no seu sentido amplo, (...) a partir das oportunidades que o meio lhe oferece. ( Hoffmann, 1993, p. 31):
Nessa concepção, o professor passa a ser orientador e o pesquisador, que
investiga quais problemas os alunos enfrentam e por que, buscando compreender
o que cada aluno produz, de que forma produz, as soluções que apresenta, de
modo a orientá-lo, transformando os eventuais problemas e as tentativos em
situações de aprendizagem.
É de fundamental importância que o professor assuma o compromisso de
enfrentar os desafios que a atual concepção de avaliação nos sugere;
compromisso este assumido com a comunidade escolar, com a busca do
conhecimento e aprendizagem dos alunos, na individualidade, na coletividade, na
diversidade, sobretudo como mecanismo de inclusão e não de exclusão.
54
Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as suas
concepções, seus fundamentos, sua organização e suas normas. Significa
mudanças conceituais, redefinições de conteúdos, das funções docentes, entre
outras.
Este enfoque tem um princípio fundamental: deve-se avaliar o que se
ensina, encadeando a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem.
Somente neste contexto é possível falar em avaliação inicial (avaliar para
conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliação final (avaliar ao finalizar
um determinado processo didático).
Para que o CEEP Assis Brasil possa realmente enfatizar a avaliação como
processo de relação e mediação de conhecimentos, é necessário que se valorize
todos os aspectos que envolvem a avaliação contínua, processual, qualitativa e
formativa.
Sempre que possível, a avaliação formativa deve levar a um
replanejamento dos objetivos e conteúdos das atividades didáticas dos materiais
utilizados e das variáveis envolvidas em sala de aula: relacionamento professor-
aluno, relacionamento entre alunos, conteúdos transmitidos e conteúdos
aprendidos.
Pensar em Avaliação Formativa nos remete a elevar e ressignificar a sua
função, o papel social do professor e a razão da existência da escola. Traz a
discussão sobre inclusão e exclusão, privilégios, direitos e obrigações, instituição
e formação, “que alunos queremos formar e que escola estamos construindo para
a nossa sociedade”.
Esta não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos
processos de aprendizagens, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais;
fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em
diversos contextos e são atualizadas, quando preciso, para que se continue a
aprender.
Quando o professor enfatiza a avaliação formativa em sala de aula, este
engloba todos os demais processos: contínuo, integrado, processual, global e
qualitativo.
Com certeza, não há uma única resposta sobre como avaliar. O importante
é que o diálogo aconteça entre professor e aluno, entre professor e equipe
55
pedagógica e entre equipe pedagógica e direção, como processo de gestão
democrática que auxilia o processo de ensino-aprendizagem.
Para Luckesi (1984), a avaliação ou está a serviço das pedagogias que
pretendem a conservação da sociedade, exigindo o enquadramento dos
indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos, ou está a serviço de
pedagogias que pretendem oferecer ao educando, meios pelos quais possa ser
sujeito do processo de transformação social.
São necessários instrumentos que possam colocar grupo de alunos, o
professor e a turma em contato permanente para que o procedimento de cada um
possa ser evidenciado, compreendido e incorporado á dinâmica pedagógica.
Instrumentos estes, que mostrem quem é o aluno, dando oportunidade para que
possa seja um sujeito em constante produção.
Segundo Vasconcellos (1998), a avaliação sendo entendida como reflexão
Crítica da realidade, deve auxiliar na descoberta das necessidades do trabalho
educativo, a perceber e compreender os problemas para resolvê-los. O autor diz
que para isto ser possível, é preciso superar as práticas autoritárias de avaliação
e considera ser necessário enfrentar alguns desafios, tanto de ponto de vista
objetivo (sistema social altamente seletivo, legislação educacional refletindo a
lógica social, longa tradição autoritária e reprodutora etc.) quanto do ponto de
vista subjetivo (falta de clareza, das novas idéias, não estar suficientemente
convencido das necessidades da mudança, não conseguir vislumbrar um
caminho).
Como já abordado anteriormente, a avaliação, deve ser entendida como
prática de investigação, em que o professor compreende melhor a dinâmica
pedagógica e pode ao mesmo tempo intervir melhor nela.
Ainda na LDB 9394/96, Artigo 24, inciso V diz: “obrigatoriedade de
recuperação, de preferência (ver o regimento) paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar a serem disciplinados pelas instituições de
ensino em seus regimentos”.
Cap. II parágrafo único: A proposta de recuperação de estudos deverá
indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina em que o aproveitamento
do aluno foi considerado insuficiente. A recuperação permite apreensão dos
conteúdos básicos.”
56
A recuperação paralela no CEEP ASSIS BRASIL é concomitante e ocorre
de duas formas: a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação; e a reavaliação do conteúdo já reexplicado em sala.
Assim sendo, não recupera os instrumentos e sim os conteúdos, cujos
instrumentos foram utilizados como via para auto-regular o processo. Os pesos
das provas não devem ser maiores que o peso de outras atividades. Os critérios
devem ser claros tanto para o professor no seu plano de trabalho docente, como
para a equipe pedagógica que acompanha o aluno.
Como apoio ao processo avaliativo, é importante destacar a relevância do
Conselho de Classe que dentro dos princípios de gestão democrática, é uma
ação coletiva da escola, percebendo o educando como um todo, verificando seu
rendimento nas diversas áreas do conhecimento, tendo ainda uma função
deliberativa de promover e acompanhar seu desempenho na série seguinte.
Segundo Hoffmann (2000) avaliar neste novo paradigma é dinamizar
oportunidades de ação-reflexão em um acompanhamento permanente do
professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem,
reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na
construção de verdades formuladas e reformuladas.
Portanto, a avaliação só irá concretizar-se como mediação de
conhecimento, quando o aluno for desafiado a descobrir, a utilizar o que sabe
para construir o que ainda não sabe, compreendendo o verdadeiro sentido de que
avaliar é analisar, interpretar, tomar decisões, reorganizar o ensino, ou seja, ao
mesmo tempo em que se ensina, também aperfeiçoa conhecimentos.
2.1.10 Critérios de Organização Interna da Escola
A organização ocorre conforme cronograma abaixo:
57
Vale lembrar que a escola possui essa área para utilização didática, ou
seja, o primeiro objetivo da existência dos setores produtivos é experimental,
portanto, é denominada de escola-fazenda. As atividades da escola-fazenda são
desenvolvidas pelos funcionários e cada setor possui um responsável técnico
para a manutenção, sendo que diariamente os setores recebem alunos (em
forma de rotatividade) para desenvolverem as práticas agropecuárias, estes
alunos são acompanhados e orientados por professores da área.
2.2 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Heloisa Lück, com relação à dimensão participativa da gestão escolar deixa
claro que o trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da
participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da
comunidade escolar. A participação dá às pessoas a oportunidade de controlar o
próprio trabalho, sentindo-se autoras e responsáveis pelos seus resultados,
Unidade Produtiva (Laboratório de
Experimentação Escolar)
Direção Geral - Administrativa
Direção Pedagógica
Corpo Docente
Corpo Discente
Corpo Funcional de Produção
Secretaria da Educação do Paraná
Núcleo Regional de Educação (Pato Branco – PR)
58
construindo, portanto, sua autonomia. Ao mesmo tempo sente-se parte orgânica
da realidade e não apenas um simples instrumento para realizar objetivos
institucionais.
Em organizações democraticamente administradas pressupõe a idéia de
participação, trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo
sobre seu encaminhamento e agindo em conjunto. Isso porque o êxito de uma
organização depende da ação construtiva, conjunto de seus componentes,
trabalho associado mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por
vontade coletiva.
Gestão escolar participativa demanda maior participação de todos os
interessados no processo decisório da escola envolvendo a todos na realização
das múltiplas tarefas de gestão. Isto amplia a fonte de habilidades e de
experiências que podem ser aplicadas na gestão das escolas.
O Centro Estadual de Educação Profissional Assis Brasil vem adotando
alguns princípios básicos para efetivar a gestão democrática: - compartilhamento
de decisões e informações; -preocupação com a qualidade da educação; -
transparências nas ações; -tomada de decisões com a participação de pais,
alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunidade. Pois, sabe-se
que quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade
da escola, a chance de que dêem certo é bem maior. O Colegiado, Conselho
Escolar e a APMF são a representatividade da comunidade dentro da escola,
estes devem opinar e participar na construção dos projetos, planejamento e
avaliação de resultados com o objetivo de priorizar uma melhoria qualitativa e
quantitativa no processo educacional.
Discutir propostas e implementar ações conjuntas por meio de parcerias
proporciona grandes resultados para melhorar a qualidade da escola. Porém se
sabe que a participação da comunidade escola não depende somente da abertura
propiciada pelo corpo diretivo da escola, mas principalmente, da sensibilização
dos diversos segmentos acerca da importância da participação de cada um no
processo pedagógico.
Neste sentido, ressalta-se principalmente a necessidade do real
envolvimento da equipe interna da escola na consecução dos objetivos
idealizados, cuja atuação é, sem dúvida, determinante para que o processo
pedagógico se desenvolva de forma participativa e democrática.
59
2.2.1 Acesso e permanência na escola
Segundo a Constituição Federal de 1988, seu inciso I do artigo 206, que se
refere à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. A
partir da leitura do inciso I, sabemos que a igualdade de condições se dá por
duas vias: igualdade de acesso à escola e a igualdade de permanência na escola.
A igualdade de condições pressupõe o reconhecimento de que por parte
das instituições de ensino, há desigualdade de condições para o acesso e
permanência na escola. Uma sociedade de classes, como a nossa, é importante
mecanismo constitucional a garantia de igualdade de condições de acesso à
escola.
Diante dessa análise, o Centro Estadual de Educação Profissional Assis
Brasil considera o princípio de igualdade com equidade, pois os educandos são
oriundos de diversas localidades rurais e se, não houver intervenção do poder
público, tenderão a se isolar da escola por encontrar dificuldade de acesso e de
permanência na mesma. Daí a importância de adotar medidas de transporte
escolar, merenda/alimentação, tratamento médico, psicológico, pedagógico, entre
outros que propiciem o bem estar para o aluno do regime de internato e semi-
interno que é nossa realidade no CEEPAB.
A igualdade para o acesso e permanência na escola é na verdade uma
igualdade moral, isto é, se entendemos que a educação é um direito de todos e
dever do Estado, é incumbência moral do Estado reconhecer que os
adolescentes, marginalizados social e economicamente, são, juridicamente,
portadores dos mesmos direitos que provêem do Poder Público e que definem
sua dignidade como pessoa humana.
O acesso está para o ingresso assim como a permanência é a garantia do
educando se tornar egresso.
A escola constitui espaço de produção de novas experiências e relações:
ao mesmo tempo interação, união de idéias e ações, que busquem o respeito
mutuo e a individualidade de cada um.
60
2.2.2 Capacitação continuada de educadores
As mudanças ocorridas no meio político, econômico, tecnológicos e sociais
trazem a necessidade de repensar a função social da escola, onde princípios
democráticos de cidadania, inclusão, participação e respeito à diversidade são
enfatizados nos paradigmas atuais de educação. A LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional), estabelece as normas para uma educação
democrática quando o objetivo dela tem como princípio "o pleno desenvolvimento
do ser humano, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho" (LDB/96, Art. 2°).
As concepções ideológicas que movem as práticas docentes são fatores
que contribuem para a concretização ou não, de uma escola mais democrática e
cidadã.
Ser professor, portanto, se torna um desafio, pois o profissional da escola
democrática cidadã, deve ter compromisso político, ético e moral com a
educação. Por isso, a prática docente precisa ser constantemente avaliada para
que a perspectiva de uma educação democrática se concretize, não ficando
reduzida aos discursos teóricos.
Diante dessa análise, procuramos instigar nos professores e funcionários
do CEEP ASSIS BRASIL a busca de capacitação continuada que é mantida
através de políticas públicas do Estado, possibilitando reflexões da importância
de valores éticos na educação.
A escola é composta por indivíduos diferentes, também terão valores que
poderão se distinguir, por isso a diversidade é um tema que precisa ser
trabalhado dentro do âmbito escolar, porém não é tão simples como se imagina.
Os professores como mediadores da aprendizagem são os responsáveis na
construção do saber sistematizado, que por sua vez como lembra Severino
(2002), antes de ser profissionais do magistério e lecionar uma determinada
disciplina, é uma pessoa que possui marcas tanto das experiências individuais
quanto coletivas.
As políticas publicas para a educação profissional no estado do Paraná
estão em período de fortalecimento, a SEED/DET vem propondo ações que visem
uma expansão. Ana Nelly no artigo “A proposta de formação continuada: a
formação de gestores para a educação profissional” declara.
61
...assim se faz necessário a formação de um quadro técnico político que
compreenda a educação profissional nos seus aspectos históricos,
políticos e legais e assim realmente assumam as políticas publicas para
essa modalidade de ensino, uma política de educação que atenda aos
interesses da classe trabalhadora.
(Gregório, 2008, p.180)
2.2.3 Qualidade do ensino-aprendizagem
A qualidade de ensino implica em assegurar ao educando o domínio de
conhecimentos escolares assim como o desenvolvimento de capacidades
intelectuais. É necessário modificar o quadro atual das escolas, organizando-as
com práticas pedagógicas capazes de reconstruir caminhos que almejem um
ensino qualitativo. O importante é criar no corpo docente e administrativo das
escolas a capacidade de pensar e agir, num processo contínuo de reflexão da
própria prática docente, como fator determinante para uma ação pedagógica mais
consciente, crítica, competente e transformadora.
Ao se tratar da aprendizagem na escola numa perspectiva emancipadora,
que busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de
uma construção coletiva, e, assim, o professor é mais do que o mero ensinante e
o processo de ensino-aprendizagem adquirem movimento de troca e de
crescimento mútuo. Nessa percepção, como Paulo Freire tão bem desvelou, o
processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla: de um lado, o
professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num
processo dialético, Isto é, permeado de contradições e de mediações.
O processo pedagógico caracteriza-se, portanto, como um movimento
próprio de idas e vindas, de construções sobre construções. São inúmeras as
variáveis que interferem nesse processo, tais como as condições materiais e as
relações simbólicas. Toda essa complexidade deve ser compreendida e
trabalhada por aqueles que constroem o cotidiano escolar.
Diante dessa análise, é importante compreender os valores para a
emancipação dos sujeitos, quando a prática docente é refletida e se busca
compreender as razões dos atos e se percebe quais princípios e ações são
pertinentes para uma sociedade mais justa humana e democrática.
62
Pedro Demo descreve que no processo de ensino-aprendizagem, a
qualidade de ensino é prioridade, e precisa ser analisada em diversos olhares
entre docentes, bem como ser divulgada para os próximos estudiosos sobre o
assunto. Ele também observa o que vem ocorrendo ultimamente:
O lugar preponderante, onde o professor é típica vitima, pode ser visualizado em dois momentos: de um lado no processo de formação, geralmente falta de qualidade ao extremo, principalmente quando se trata de escolas particulares noturnas e de escolas normais, de outro as condições dos profissionais, marcadamente deprimida de tal sorte que a seleção negativa acaba impunindo. (DEMO,1993, pg.43)
No processo de ensino-aprendizagem a escola deve manter sua
autonomia perante aos educandos e educadores, executar um trabalho que faça
interagir todos os sujeitos dentro ou fora da escola, que seja um trabalho
produtivo e de qualidade no ensino. O papel da escola é o principal, ela deve
elaborar meios de estimular a inteligência do educando e desenvolver suas
habilidades, contudo, facilitar os meios pedagógicos aos docentes, que são os
condutores das novas estratégicas de aprendizagem. A escola tem diversas
ferramentas de avaliação que servem de fonte de idéias para a proposta
pedagógica, conta com uma secretaria que atende aos três turnos e uma sala de
direção. A escola possui televisão, DVDs, biblioteca e adota uma pedagogia
interativa entre a comunidade escolar, o que facilita o desenvolvimento e
aplicação de qualquer atividade que faça parte do universo educacional. A prática
pedagógica abordada pela escola é a sócio-interacionista, que considera como as
pessoas assimilam os estímulos ambientais organizados. Os alunos são
considerados sujeitos ativos e o conhecimento não é transmitido, mas construído.
2.3 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA
A professora Dra. Yvelise F.Arco-Verde declara: “A necessidade de
atualização da proposta curricular de uma rede de ensino reflete a dinamicidade
do conhecimento cientifico e tecnológico e sua subsequente reorganização dos
saberes escolares”, diz também que é tarefa do Estado a indicação das diretrizes
curriculares que sustentam o processo educacional, porém só haverá participação
efetiva se for construído coletivamente. A proposta de construção coletiva foi
desenvolvida em seis fases:
63
1ª fase – Diretrizes Curriculares da Rede Estadual de Ensino do Paraná – esta
fase é caracterizada pelo mapeamento do estado diante dos encaminhamentos
curriculares no Brasil e as definições básicas;
2ª fase – Diretrizes da área de ensino da proposta pedagógica - cada
departamento de ensino da SEED, de forma articulada, está proporcionando
atividades e eventos para discussão de cada uma das disciplinas e áreas de
ensino, todo o trabalho está disponível para as escolas para subsidiar o processo
coletivo de reflexão;
3ª fase – Processo coletivo de reformulação curricular – retomar nas escolas as
discussões pedagógicas como uma atividade coletiva finalizando com um relatório
com sugestões e práticas que subsidiam as diretrizes curriculares nos diferentes
níveis, modalidades e áreas de conhecimento;
4ª fase – Sistematização das propostas curriculares por disciplina, níveis e
modalidades de ensino – discutir em universos maiores, envolvendo a
comunidade escolar e outras escolas, profissionais da educação de diferentes
municípios;
5ª fase – Projeto Político Pedagógico das Escolas da Rede Publica do Paraná –
reorganizar o projeto a partir do amplo processo de discussão das bases
curriculares, a escola poderá definir seus rumos, suas propostas, seus projetos
específicos;
6ª fase – Avaliação e acompanhamento – acompanhamento e monitoramento das
atividades de reformulação curricular.
As diretrizes curriculares nacionais para a educação básica traçaram como
princípios ordenadores do currículo a estética da sensibilidade, a política da
igualdade e a ética da identidade.
Um projeto de Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico tendo como
eixos o Trabalho, a Ciência e a Cultura, deve buscar superar o histórico conflito
existente em torno do papel da escola, de formar para a cidadania ou para o
trabalho produtivo. Com base no exposto, fica o desafio da organização de um
currículo de ensino médio integrado ao ensino técnico que contemple os
seguintes pressupostos:- conceba o sujeito como ser histórico-social concreto,
capaz de transformar a realidade em que vive; - vise a formação humana como
síntese de formação básica e formação para o trabalho; - tenha o trabalho como
principio educativo no sentido de que o trabalho permite a compreensão do
64
significado econômico, social, histórico, político e cultural das ciências e das artes;
- seja baseado numa epistemologia que considere a unidade de conhecimentos
gerais e conhecimentos específicos e numa metodologia que permita a
identificação das especificidades desses conhecimentos quanto a sua
historicidade, finalidades e potencialidades; - seja baseado numa pedagogia que
vise a construção conjunta de conhecimentos gerais e específicos, no sentido de
que os primeiros fundamentam os segundos e esses evidenciam o caráter
produtivo concreto dos primeiros; - seja centrado nos fundamentos das diferentes
técnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno, tendo como eixos o
trabalho, a ciência e a cultura.
2.4 DINÂMICA DO CURRÍCULO E REFLEXÕES SOBRE O TRABA LHO
PEDAGÓGICO CONFIGURADO COM A MATRIZ CURRICULAR
2.4.1 Articulação da educação profissional com o e nsino médio
O termo articulação é mais que complementaridade é uma
intercomplementaridade mantendo-se a identidade de ambos, propõe uma
comunhão de finalidades, uma ação planejada e combinada entre o Ensino Médio
e o Ensino Técnico.
O exercício da formação integrada é uma experiência de democracia
participativa quando ocorre como uma ação coletiva. Isto implica em buscar
professores abertos à inovação, disciplinas e temas mais adequados a
integração. Dar ao aluno horizontes de captação do mundo além das rotinas
escolares, dos limites do estabelecido e do normatizado para que ele se aproprie
da teoria e da prática que tornam o trabalho uma atividade criadora fundamental
ao ser humano.
Para que o ensino seja integrado é necessário que este seja baseado
numa pedagogia visando à construção conjunta de conhecimentos gerais e
específicos, no sentido de que os primeiros fundamentam os segundos e esses
evidenciem o caráter produtivo concreto dos primeiros.
A educação profissional integrada tem como principio educativo o trabalho
buscando a partir da ciência, a materialização da tecnologia.
65
Para alcançar este objetivo se faz necessário a preparação dos
professores e demais atores educativos para consolidar a política de integração e
construção de um real currículo integrado, situando sempre a relação escola-
trabalho-formação no âmbito das relações sociais vendo a educação como prática
social e cultural, como relação humana e como ação-intervenção política e
cultural que mexe com aspirações, valores, pensamentos, enfim, pessoas
humanas.
Partindo do principio de que a educação profissional deve levar a pessoa
humana de encontro ao desenvolvimento integralmente, deve articular os
conhecimentos oriundos da prática social e conhecimentos científicos, de modo a
relacionar ciência, tecnologia, cultura e sociedade nos processos de construção e
difusão do conhecimento. Para se alcançar esta articulação é necessário uma
organização curricular que promova a universalização dos bens científicos,
culturais e artísticos tomando o trabalho como eixo articulador dos conteúdos, ou
seja, tomando o trabalho como principio educativo. As DCEs da Educação
profissional (SEED-PR) descreve:
Tomar o trabalho como principio educativo significa defender o direito ao
acesso à cultura, a ciência e à tecnologia para todos os trabalhadores, não
de forma enciclopedista ou estritamente profissionalizante, mas de modo a
desenvolver as competências ao mesmo tempo intelectivas e praticas dos
alunos, para a formação da práxis humana. Daí a importância da
manutenção do caráter publico da escola e de seu compromisso com a
qualidade de sua proposta pedagógica. (2006, p.37)
Integração não é apenas juntar os conteúdos para serem trabalhados, mas
sim organizar os conteúdos de modo a integrar as dimensões disciplinar e
interdisciplinar, é organizar um currículo que articule as ações disciplinares e
projetos transdisciplinares que permitam ao aluno a compreensão da realidade,
pela apreensão das complexas conexões que articulem parte e totalidade. Vale
lembrar que não é possível trabalhar de forma transdisciplinar caso não haja
tratamento disciplinar rigoroso, que forneça categorias de analise, referencial
teórico e sistemas simbólicos que viabilizem novas sínteses. Isto leva o professor
a assumir a responsabilidade de um tratamento disciplinar rigoroso. Também
sabe-se que o exercício da formação integrada é uma experiência de democracia
participativa. Ela não ocorre sob o autoritarismo, porque a ação deve ser coletiva,
já que o movimento de integração é social e supõe mais de um participante.
66
Implica buscar professores abertos à inovações, disciplinas e temas adequados à
integração. Maria Ciavata diz que se deve dar ao aluno horizontes de captação de
mundo além das rotinas escolares, dos limites do estabelecimento e do
normatizado, para que ele se aproprie da teoria e da prática que tornam o
trabalho uma atividade criadora, fundamental ao ser humano.
As disciplinas do curso Técnico em Agropecuária deverão ser
desenvolvidas de forma integrada às disciplinas da Base Nacional Comum,
utilizando metodologias que visem à articulação entre todas as disciplinas. O
curso será ministrado de 2ª à 6ª feira e eventualmente aos sábados, nos turnos
da manhã e tarde, turnos considerados pedagogicamente apropriados para o
desenvolvimento das aulas práticas, para o período noturno serão desenvolvidas
atividades extracurriculares visando otimizar o uso dos equipamentos de
informática e dos laboratórios.
A Matriz Curricular implantada em 2004 está sendo substituída
gradativamente, sendo usada somente mais este ano (2011) com a terceira série,
pela matriz curricular implantada em 2010..
2.4.2 Matriz curricular
67
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO COM ENCERRA MENTO
DA MATRIZ CURRICULAR NO ANO DE 2011
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO TURNO: INTEGRAL ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2004 MODULO: 40
Nº
ordem DISCIPLINAS 1ª 2ª 3ª
nº total horas/aul
a
nº total horas/relógi
o 1 Lingua Portuguesa 4 4 4 480 400 2 Arte 2 80 67 3 Educação Física 2 2 2 240 200 4 Matemática 4 4 4 480 400 5 Física 2 2 2 240 200 6 Química 2 2 2 240 200 7 Biologia 3 2 3 320 267 8 História 2 2 2 240 200 9 Geografia 2 2 2 240 200
10 Lingua Inglesa 2 2 160 133 11 Filosofia 2 80 67
NÚ
CLE
O C
OM
UM
12 Sociologia 2 80 67
Sub – Total 25 24 23 2880 2400 13 Administração e Economia Rural 2 2 160 133 14 Agroindústria 2 2 160 133 15 Solos 2 2 160 133 16 Zootecnia 2 2 2 240 200 17 Criações 3 3 3 360 300 18 Horticultura 2 2 2 240 200 19 Mecanização Agrícola 2 2 160 133 20 Prática Agropecuária 8 5 5 720 600 21 Culturas 2 2 3 280 233 22 Irrigação e Drenagem 2 80 67 23 Topografia 2 80 67 24 Construções e Instalações Rurais 2 80 67 25 Extensão Rural 2 80 67 26 Agroecologia 2 80 67 27 Bovinocultura de Leite 2 80 67
FO
RM
AÇ
ÃO
ES
PE
CÍF
ICA
28 Informática Aplicada à Agropecuária
2 2 160 133
Sub – Total 25 26 27 3120 2600 TOTAL 50 50 50 6000 5000
ESTAGIO ORIENTADO 360 300
68
- CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO COM IMPLA NTAÇÃO
GRADATIVA A PARTIR DE 2010
Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL
MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA
CURSO: TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
FORMA INTEGRADA IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010
TURNO: PERÍODO INTEGRAL CARGA HORÁRIA: 4800 HOR AS AULA 4000 HORAS MAIS 133 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
MÓDULO 40 ORGANIZAÇÃO SERIADA SÉRIE DISCIPLINAS
1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas
1 ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL
2 2 2 240 200
2 AGROINDÚSTRIA 2 80 67 3 ARTE 2 2 160 133 4 BIOLOGIA 2 2 2 240 200 5 EDUCAÇÃO FÍSICA 2 2 2 240 200 6 FILOSOFIA 2 2 2 240 200 7 FÍSICA 2 2 2 240 200
8 FUNDAMENTOS DE AGROECOLOGIA 2 2 160 133
9 GEOGRAFIA 2 2 2 240 200 10 HISTÓRIA 2 2 2 240 200 11 HORTICULTURA 3 2 2 280 233 12 INFRA-ESTRUTURA RURAL 2 2 160 133 13 LEM– INGLÊS 2 80 67
14 LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA
3 3 3 360 300
15 MATEMÁTICA 3 3 3 360 300 16 PRODUÇÃO ANIMAL 4 3 3 480 400 17 PRODUÇÃO VEGETAL 3 3 3 360 300 18 QUÍMICA 2 2 2 240 200 19 SOCIOLOGIA 2 2 2 240 200 20 SOLOS 2 2 2 240 200
40 40 40 4800 4000 ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO
2 2 160 133
69
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE COM
IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DE 2010
Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL
MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA
CURSO: TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
FORMA SUBSEQUENTE IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010
TURNO: PERÍODO INTEGRAL CARGA HORÁRIA: 1800 HORAS/AULA 1500 HORAS MAIS 67 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
MÓDULO 20 ORGANIZAÇÃO SEMESTRAL SEMESTRAL DISCIPLINAS
1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas
1 ADMINISTRAÇÃO E EXTENSÃO RURAL
2 2 2 120 100
2 AGROINDÚSTRIA 4 4 4 240 200
3 FUNDAMENTOS DE AGROECOLOGIA
4 4 2 200 167
4 FUNDAMENTOS DO TRABALHO
2 40 33
5 HORTICULTURA 4 4 4 240 200 6 INFRA-ESTRUTURA RURAL 3 3 2 160 133 7 PRODUÇÃO ANIMAL 5 5 5 300 250 8 PRODUÇÃO VEGETAL 5 5 5 300 250 9 SOLOS 3 3 4 200 167
TOTAL
30 30 30 1800 1500
ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO
2 2 80 67
70
CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE SUBSEQUENTE COM IMPLANTAÇÃO A PARTIR DE 2010
Estabelecimento: CEEP ASSIS BRASIL
MUNICIPIO : CLEVELÂNDIA
CURSO: TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
FORMA SUBSEQUENTE IMPLANTAÇÃO GRADATIVA A PARTIR DO ANO DE 2010
TURNO: NOTURNO CARGA HORÁRIA: 1500 HORAS/AULA 1250 HORAS MAIS 100 HORAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
MÓDULO 20 ORGANIZAÇÃO SEMESTRAL SEMESTRAL DISCIPLINAS
1ª 2ª 3ª Horas/Aula Horas
1 ANALISE CONT. QUIMICA AMBIENTAL
4 3 5 240 200
2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2 2 2 120 100 3 ESTATISTICA APLICADA 3 3 120 100
4 FUNDAMENTOS DO TRABALHO
2 40 33
5 GEOGRAFIA AMBIENTAL 2 3 3 160 133
6 GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS
4 4 4 240 200
7 GESTÃO DE RESIDUOS 2 3 3 160 133 8 INFORMÁTICA APLICADA 2 2 80 67
9 LEGISLAÇÃO SEG. AMBIENTAL
2 2 2 120 100
10 METODOLOGIA CIENTIFICA E COMUNICAÇÃO
3 60 50
11 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
2 3 3 160 133
TOTAL
25 25 25 1500 1250
ESTAGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO
3 3 120 100
2.4.3 Trabalho coletivo
É função da escola formar o cidadão, assegurando ao estudante o acesso
e a apropriação do conhecimento sistematizado, mediante a instauração de um
ambiente propicio às aprendizagens significativas e às práticas de convivência
democrática.
71
Para cumprir sua função precípua de favorecer essa formação, a escola
precisa construir/instituir, de forma coletiva, um projeto político-pedagógico. O
projeto deve ser o instrumento de planejamento coletivo, capaz de resgatar a
unidade do trabalho escolar e de garantir que não haja uma divisão entre os que
planejam e os que executam.
O Projeto Político Pedagógico constitui o norte orientador das atividades
curriculares e da organização da escola e se expressa nas práticas cotidianas,
traduzindo os compromissos institucionais relativos ao direito, consagrado nas leis
brasileiras e garantindo a todos, sem distinção de qualquer natureza, de acesso à
educação escolar pública, gratuita e de qualidade referenciada pelo social.
A escola precisa se organizar de forma adequada com o propósito de
constituir um espaço favorável à plena formação do estudante, respeitando as
diversidades, isto pressupõe mudanças na dinâmica de relações com os alunos,
alterações nas atividades diárias, de modo que todos possam alcançar um nível
de reflexão, expressem seu pensamento e trabalhem juntos, partindo de suas
possibilidades intrínsecas. Assim com o intuito de garantir a plenitude do
processo, se faz necessário revisar determinadas práticas, principalmente
aquelas relacionadas à organização de grupos de trabalho em sala de aula e fora
dela, bem como às questões voltadas ao tempo e ao espaço.
O docente para tratar da diversidade, precisa rediscutir atitudes e/ou
atividades de caráter homogeneizador, presente nos muitos processos de
aprendizagem.
A diversidade pressupõe que os envolvidos no processo educativo
concebam a aprendizagem como interação entre a natureza e o meio. Segundo
Coll (1996, p.334) o aluno precisa sentir-se a vontade e confiante nas relações
com os adultos com os quais interage, mas também que a recíproca seja
verdadeira.
O Projeto Político Pedagógico da escola CEEP ASSIS BRASIL, tem a
finalidade de levar o colegiado a um dialogo crítico, a autenticas necessidades de
mudanças e não porque é o discurso do momento. A mudança de postura
pedagógica deve partir de reflexões, avaliações e necessidades para se caminhar
a autonomia, valorização social e democratização. Essa iniciativa se mostra de
forma conjunta e integrada através dos grupos de grupos de estudos, conselhos
72
de classe, reuniões pedagógicas, além das percepções e necessidades no
decorrer do cotidiano da escola.
2.4.4 Prática transformadora: o que a escola preten de do ponto de vista
político pedagógico?
A missão da escola está de acordo com os princípios da L.D.B., pois sua
autonomia depende desses princípios e consequência das mudanças sociais essa
missão reflete as transformações decorrentes da organização econômica, política e
social de uma sociedade em um determinado momento.
A nova L.D.B. (9394/96), em seu artigo 1º, refere-se aos princípios norteadores
da educação e estimula a criação de propostas alternativas para promover a
igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno no processo
educativo, a utilização de concepções pedagógicas da educação com o trabalho e
com as práticas sociais. As propostas pedagógicas concretas são elaboradas
aproximando-as ao máximo da realidade do aluno; os educadores analisam e
definem a ação educativa, percebendo-a como uma ação social, estabelecendo uma
proposta curricular que considere as relações escola/comunidade e o retrato cultural,
produzindo uma prática educativa articuladora da teoria do processo de
aprendizagem.
Como em qualquer segmento da sociedade, existe a diversidade. Assim, em
nossa escola, existem profissionais que já desenvolvem suas atividades motivando a
criatividade, curiosidade, mantendo vínculos afetivos, resgatando o humanismo e a
sociabilidade, pois há o respeito às diferenças, visando a qualidade e o
aprimoramento cultural/social e político, que nortearão seu desenvolvimento humano.
A vontade própria de cada profissional da educação, no que se refere a mudanças e
transformações, deve se somar às condições de trabalho que proporcionem a efetiva
concretização dos objetivos que se deseja alcançar.
Educar sempre foi e continua a ser hoje uma tarefa eminentemente social. A
formação da personalidade madura resulta tanto do fortalecimento da autonomia
pessoal como da construção de uma alteridade solidária, ou seja, do processo de
descoberta do outro como atitude moral. A humanização concebida como
crescimento interior do individuo encontra seu pleno desenvolvimento no ponto onde
se encontram de modo permanente os caminhos da liberdade e da responsabilidade.
73
A sociedade atual passa por uma transformação significativa, que exige
mudanças em toda organização escolar. Nosso ritmo de vida tem se modificado de
forma visível, tentando atender as diversas demandas impostas pela sociedade e a
Escola precisa acompanhar esses novos espaços e tempos.
É preciso investir no conhecimento e na aprendizagem. Investir na educação
de hoje é investir no país de amanhã.
A Escola precisa resgatar o valor da educação, o conhecimento com
ferramenta geradora de transformação social, para mudar as pessoas e o mundo.
A educação deve ser sempre um processo em que os participantes tenham a
possibilidade de criar e recriar caminhos e meios que possibilitem uma formação
humana interdisciplinar incorporada à sua própria vida, levando em conta o contexto
sócio-histórico-cultural dos educandos.
Levar o aluno criticamente acerca da realidade, intervindo e participando do
processo formativo, construindo sua história pessoal no contexto coletivo e social da
escola.
As ações planejadas para uma prática transformadora contempla reflexões,
palestras, debates, gincanas, visitas e outros com o objetivo de ajudar construir
sujeitos incluídos na sociedade, participando e decidindo de forma responsável; levar
o sujeito a visar uma cidadania autônoma, livre e solidária. A Escola deve sempre
promover experiências coletivas, criticas e dialógicas. Deve educar e construir
sujeitos culturais e sociais; com direito à cultura, ao saber e a aprovação dos valores,
da identidade; com direito a se desenvolverem como seres humanos dignos.
É preciso que haja uma reflexão sobre valores que estão sendo partilhados
com o jovem. A prática pedagógica deve ter professores atuando como orientadores
de atividades interdisciplinares e estimulando a participação do aluno, explorando o
relacionamento humano e afetivo.
Levar o aluno a recuperar o prazer de estar no ambiente escolar, superando a
imagem da escola como um lugar apenas de obrigação.
A Escola como fonte de conhecimento permite ao aluno ultrapassar os muros
da instituição rompendo e superando fronteiras, vislumbrando e procurando soluções
adequadas para os desafios que surgirem.
A motivação da equipe de trabalho da comunidade escolar e a qualidade de
ensino, devem garantir aos alunos a visualização de um futuro de esperança e
capacidade humana de superação.
74
A filosofia da escola tem que estar voltada a ajudar o aluno a pensar, a refletir,
e a entender as transformações do mundo e das coisas que o cercam.
O tempo e a experiência adquirida a cada desafio é o que nos ajuda a crescer
e perceber a importância de analisar o nosso trabalho, e, identificar os pontos que
precisam ser melhorados, nem sempre é uma tarefa fácil, sendo que o mais
importante é crescer tentando alcançar o sucesso.
Precisamos rever os nossos valores, olhar para a nossa prática educacional e
ressignificar os conteúdos, as estratégias para um novo perfil de sociedade com
impacto da tecnologia da informação que atinge a todos nós. Tudo é muito veloz e
nos obriga a entrar na era do conhecimento e da digitalidade senão perderemos o
compasso do mundo moderno; ao nos reposicionarmos como pessoas, profissionais
e como cidadãos; educaremos nossos jovens para que se constituam indivíduos
competentes, criativos, com personalidade própria, com ética.
Sincronizando o conteúdo ensinado e o conteúdo aprendido, a Escola estará
em busca do saber, adequando-se as condições reais dos alunos.
“O senhor mire e veja, o mais importante bonito do mundo é isto, que as pessoas não estão
sempre iguais; não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam
verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”
Guimarães Rosa
2.5 DIVERSIDADE
2.5.1 História e cultura africana e afro-brasileira , História e cultura indígena
A partir da Lei 10.639/03 a inserção dos conteúdos de história e cultura
afro-brasileira e africana nos Currículos Escolares, tornou-se uma coluna
necessária e obrigatória.
Estudar História e Cultura Afro-Brasileira e Africana vai além da busca de
superação dos preconceitos e discriminação. Uma educação anti-racista, com
objetivo de superar tais práticas, pauta-se na perspectiva do reconhecimento das
diferenças para, a partir daí, construir identidades e então efetivar uma igualdade,
tanto de condições, como de direitos e deveres. É também se abrir para novas
formas de olhar e ver o Outro, entendendo que essas particulares compõem
75
formas de pensar, filosofias calcadas em valores peculiares, sob maneiras
próprias de organização social, política, econômica e cultural.
Ao buscar entender essas diferenças, o educador tem a possibilidade de
postar-se de forma imparcial no momento do processo pedagógico, pois
consegue romper com estereótipos e paradigmas impostos por uma ideologia
vigente e hegemônica, possibilitando o educando visualizar diversas perspectivas
de uma mesma história, ampliando seu senso crítico frente às representações e
conceitos que lhe são transmitidos historicamente acerca dos povos constituintes
deste país, entre estes os africanos, que com seu conhecimento, tanto
tecnológico como intelectual e cultural, imprimiram uma autenticidade e uma
africanidade na forma de ser, estar e agir dos brasileiros. Segundo o Glossário de
Termos Anti-Racistas, trabalhar com as diversidades culturais explorando as
diferenças etno-raciais que estão postas, tanto na sala de aula como na
sociedade, é possibilitar a reflexão crítica, o pensar do aluno a partir de seu lugar,
de suas experiências de vida, de suas lutas diárias. Propor ações afirmativas e
trazer à tona a diversidade, não é, de imediato, uma atitude de pacifismo
pedagógico ou de resoluções da contradição posta na sociedade. Ao contrário, é
inserir o conflito no seio da vida real, da escola, e enfrentá-lo, explicitando as
diferenças, trabalhando com clareza as contradições.
Expostas as diferenças, aparecem as feridas da diversidade e as
dificuldades de aceitá-las. Surgem os fatos, as alegrias, os sentimentos, os
medos, os traumas, os enfrentamentos e, com eles e a partir deles é possível
trabalhar em busca do novo, do conhecimento reelaborado e, aí sim, no caminho
em busca da cultura da paz.
Nós profissionais da Educação, comprometidos com a luta pela
transformação social, buscamos continuamente estratégias que ressaltem o
cotidiano dos alunos para, a partir da realidade constatada, construirmos os
saberes escolares que são necessários para a formação do homem, do cidadão e
do trabalhador. É neste sentido que temos apontado nosso trabalho, valorizando
o professor, proporcionando a formação continuada tão necessária para, de fato,
efetivarmos uma prática educacional transformadora.
Ao disponibilizáramos e usarmos os cadernos temáticos que ruma para
esse objetivo trazemos a necessária fundamentação aos profissionais da
educação e comunidade em geral, para que estes possam ter instrumentos
76
adequados ao enfrentamento da diversidade e consigam transformar a hipocrisia
do preconceito na construção de uma sociedade mais justa. Os professores têm
abordado este tema de forma sistematizada no dia a dia da sala de aula (textos,
vídeos, leituras e outros).
Prima esta escola por tratar este assunto com muita sensibilidade,
delicadeza, clareza nas questões objetivas e pertinentes, para que o aluno
cidadão envolvido neste contexto não se sinta constrangido nem em demasia
enaltecido.
2.5.2 Gênero e Diversidade Sexual
A sexualidade entendida numa perspectiva contemporânea de
construção social, histórica e cultural passa ser necessariamente discutida na
escola- espaço privilegiado para o tratamento pedagógico desse desafio. O
trabalho educativo com a Sexualidade insere-se nas diversas disciplinas do
currículo por meio de conteúdos elencados nas mais diversas Diretrizes
Curriculares. Pois esse encaminhamento pedagógico considera os referenciais
de classe, raça/etnia, gênero e diversidade sexual.
O tratamento dado a este assunto precisa ser bem colocado uma vez
que a presença da sexualidade na escola independe da intenção manifesta ou
dos discursos explícitos, da existência ou não de uma disciplina de “educação
sexual” da inclusão ou não desses assuntos nos regimentos escolares. A
sexualidade está na escola porque ela faz parte dos sujeitos, ela não é algo que
possa ser desligado ou algo do qual alguém possa se “despir”.
Nesse sentido, é preciso considerar que a “sexualidade é uma das
dimensões do ser humano que envolve gênero, identidade sexual, orientação
sexual, erotismo, envolvimento emocional, amor e reprodução e, portanto, não
pode ser alienada das características humanas. A sexualidade compreende
também os conceitos de linguagem, corpo e cultura.
Entende-se que a escola é o espaço dedicado à discussão dos
conhecimentos historicamente acumulados e se não há neutralidade nem na
linguagem, muito menos no currículo, cabe a ela como espaço democrático
desmistificar conceitos e ancorar sentidos e novos significados relacionados a
sexualidade, despindo-se dos preconceitos sem esquecer um só momento do
respeito aos direitos humanos.
77
Esta escola dá enfoque para a Legislação Vigente, principalmente a do
Estado do Paraná, onde dão amparo legal e abertura à prática de uma Educação
Sexual na escola.
Considerando que a nossa escola possui um regime de internato
diferenciando-se, portanto de uma escola regular priorizamos espaços para tentar
suprir a ausência do convívio familiar que neste momento de vida do aluno se
torna fundamental, entendendo que a idade escolar de nossos alunos é precoce
para uma formação profissional, e também podem ser considerados imaturos
para vivenciarem sozinhos problemas de natureza sexual, a escola trabalha
sempre que necessário com este tema através de oficinas, vídeos e palestras
com profissionais da área.
2.5.3 Educação inclusiva
O direito à educação para todos foi estabelecido na Constituição de 1824,
quando o Brasil ainda era Império. Da mesma forma, tivemos os mesmos direitos
garantidos nas Constituições brasileiras de 1934, 1937 e 1946.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela
Assembléia Geral das Nações Unidas, afirma o principio da não discriminação e
proclama o direito de toda pessoa à educação.
O nosso atual texto constitucional (1988) consagra no Art. 205, a educação
como direito de todos e dever do Estado e da família. E no Art. 206, podemos
destacar princípios democráticos, que norteiam a educação, tais como: a igualdade
de condições não só para o acesso, mas também para a permanência e podemos
afirmar também o sucesso na escola: a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o
pensamento; o pluralismo de idéias e as concepções pedagógicas.
A Conferencia Mundial sobre Educação para Todos em 1990, relembra que a
educação é um direito fundamental de todos, homens, mulheres de todas as idades
no mundo inteiro. Entre 7 e 10 de junho de 1994, em Salamanca, na Espanha,
aconteceu a Conferencia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que
reuniu delegados de 92 países e 25 organizações internacionais, com o objetivo de
promover a Educação para Todos, analisando as mudanças políticas que visam
favorecer o enfoque da educação integradora, capacitando as escolas a atenderem a
todas as crianças, sobretudo às que possuem necessidades educativas especiais. E
78
ainda nesta Declaração, foram aprovados princípios como: o reconhecimento das
diferenças, o atendimento às necessidades de cada um, promoção de aprendizagem,
o reconhecimento da importância de “escola para todos” e a formação dos
professores.
Mas o grande desafio é, portanto, identificar o modo mais seguro pela luta da
cidadania, para evitar que os direitos adquiridos na lei não sejam violados na prática.
A inclusão é um caminho sem volta, mas não sem duvidas e desafios.
Portanto, temos a necessidade de repensar as concepções de escola
homogenizadora, suas práticas de ensino, suas formas de avaliação e seus tempos
de progressão. A escola foi criada e desenvolvida para homogeneizar os diferentes.
Consequentemente, precisamos estar habilitados a trabalhar com outros objetivos
para atingir a todos, e não só aqueles que são mais rápidos e que poderiam aprender
mesmo sem o professor.
Nunca é demais lembrar que aprender é uma ação humana criativa, individual,
heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, independentemente da sua
condição intelectual ser mais ou menos privilegiada. São as diferentes ideias,
opiniões, níveis de compreensão que nos enriquecem e que clareiam o nosso
entendimento. Susan apresenta a igualdade quando diz:
Não acredito que apenas algumas pessoas têm o direito de ser parte de todo o
grupo, enquanto outras precisam provar seu valor porque são consideradas
diferentes. Para realizar isso no mundo adulto, todas as crianças, durante seu
período de amadurecimento, precisam aprender juntas e umas com as outras.
(Susan Bray Stainback)
“Nossa capacidade de alcançar a unidade, sua diversidade será a beleza e o
teste de nossa civilização”. (Ghandi)
Para atender a inclusão, devemos estar providos de: -Recursos físicos
adaptáveis aos vários tipos de deficiências.; - recursos humanos: professores com
capacitação, preparação específica para cada área de deficiência; - abertura da sala
de recursos para apoiar o educando portador de condutas atípicas; - materiais
pedagógicos apropriados; - formas diferenciadas de trabalhos com projetos especiais;
- acompanhamento de profissionais capacitados para investigação sistemática e
diagnóstica dos alunos com dificuldades de aprendizagem e desvios de
comportamento.
Diante desse contexto o CEEP Assis Brasil que prima pelo principio da
79
integração da base nacional comum com a parte técnica, também busca articular a
inclusão no processo de ensino aprendizagem. Vivenciamos na prática alguns casos
que apresentam dificuldades físicas e poucos alunos com dificuldades intelectuais
não muito avançadas.
Com relação à prática pedagógica os professores e a equipe pedagógica de
nossa escola sempre buscam fazer uma readequação de currículo e avaliação para
atender as dificuldades dos educandos.
A Escola disponibiliza de atendimento psicológico para alguns alunos com o
apoio da prefeitura Municipal. No aspecto da reestruturação do ambiente físico faz-se
necessário construir algumas rampas para melhorar a acessibilidade do aluno,
projeto este já encaminhado a SEED.
2.6 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
2.6.1 Enfrentamento à violência na escola
Este tema, incluído nos Desafios Educacionais Contemporâneos, tem
como objetivo ampliar a compreensão e formar uma consciência crítica sobre a
violência, e assim transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma
lugar da força. Requer do Educador/Profissional da Educação informações sobre
as causas da violência e suas manifestações.
Tem a escola o compromisso de construir práticas organizacionais e
pedagógicas que levem em conta as características das crianças e jovens que
hoje frequentam a escola. A organização do ano escolar dos programas das
aulas, a arquitetura dos prédios e sua conservação não podem ser distantes do
gosto e das necessidades dos alunos, pois quando a escola não tem significado
para os alunos a mesma energia que leva o envolvimento, ou interesse, pode
transformar-se em apatia ou explodir em indisciplina e violência.
Só conseguiremos encontrar equilíbrio entre os interesses dos alunos e
as exigências da instituição quando deixarmos de acreditar que paz signifique
ausência de todo e qualquer conflito.
Mas para que prevaleça o espírito da solidariedade, é preciso correr o
risco da separação da hostilidade que atravessa todas as redes da trama social
80
escolar. Neste contexto este Colégio pretende desmistificar e melhorar o
ambiente escolar.
2.6.2 PUID- Prevenção do uso indevido de drogas
“Numa vida onde os valores afetivos são deixados de lado, as substâncias
que ‘estimulam’ substituem a estima, alimento essencial da vida”.
Hoje, as sociedades humanas passam por transformações profundas nos
últimos anos, principalmente nos aspectos educacionais, tecnológicos, político-
social, cultural e econômico os quais criam um impacto ao modo de ser, de viver e
de sentir das mesmas.
Com isso, os modos de vida influenciam e são influenciados por novas
tecnologias, mídias e pelas forças políticas e econômicas em jogo. Essas
relações reforçam e estabelecem hábitos concernentes ao uso indevido de
drogas, como: fumar, consumir excessivamente bebidas alcoólicas e outras
substâncias químicas.
Em decorrência desta nova problemática destacam-se nesta abordagem os
papéis fundamentais das escolas públicas diante da situação das drogas. Quando
falamos em educação, principalmente Educação preventiva para crianças e
adolescentes, também é consenso que a escola é palco privilegiado para tal
intervenção. “A escola passou a ser o espaço privilegiado para o desenvolvimento
de atividades preventivas, visando uma educação para a saúde, visto que quase
toda a população passa por ela numa idade e em circunstâncias altamente
favoráveis à assimilação de certos hábitos, atitudes e conhecimentos”. (Costa &
Gonçalves, 1988).
Dessa forma, a escola como espaço privilegiado para a socialização dos
conhecimentos historicamente construídos pela humanidade, pode e deve
intensificar e ampliar os estudos e discussões sobre a problemática das drogas,
envolvendo, se possível, todos os sujeitos da comunidade escolar.
Entende-se a prevenção como sendo uma ação educativa e, como tal,
deve considerar que o uso abusivo de drogas é um problema cuja origem
perpassa toda a sociedade. Entendido por esse aspecto, as ações nesta área
81
devem considerar os múltiplos determinantes da situação, dependendo de todas
as esferas.
Desta forma a escola, como toda instituição social é permeada por
relações de poder que necessita compreender suas atribuições neste contexto
para atuar, intervir e realizar ações preventivas em consonância aos desafios
atuais. Consideramos que o trabalho pedagógico requer um entendimento
teórico abrangente, para tanto os professores como os demais profissionais da
educação para contribuir no processo de prevenção ao uso indevido de drogas,
numa perspectiva crítica, histórica e pedagógica, a qual objetiva no processo de
socialização do conhecimento não revelar a verdade absoluta e sim, como diz
Andrew Weil “descobrir maneiras mais úteis de pensar sobre os fenômenos” que
envolvem as drogas. Além da clareza de concepção de educação, os professores
devem estar seguros quanto a “concepção de mundo, de escola e de homem...”
Pensando desta forma buscamos tratar os conteúdos relacionados às
drogas de uma maneira ampla, num processo de construção e reconstrução de
abordagens que contemplem as implicações e as inter-relações dos contextos
sociais, políticos e econômicos. Assim, o entendimento vai além das discussões
do campo biológico e perpassa outras áreas do conhecimento como as Ciências
Humanas e Exatas, possibilitando que as diferentes disciplinas da matriz
curricular possam contribuir por meio de seus conteúdos.
Enfim, o CEEP Assis Brasil se propõe a tratar este assunto sempre
contextualizando, através de palestras com profissionais da área, trabalho em
grupo com vídeos e debates, conversações em grupo e individual com alunos,
conversações com pais, entre outras ações, que contemplem com as realidades
nacionais, regionais e locais mais precisamente no seu entorno, enfocando, as
drogas ações e efeitos, a Mídia e as drogas, drogas lícitas e não lícitas, dando
enfoque a Legislação específica com considerável importância na Constituição
Federal, a Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 que estabelece o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei nº9.394/96 – Diretrizes e Bases da
Educação Nacional ainda podemos contar com o Grupo de Trabalho Anti/Droga –
de Clevelândia, intitulado “Crack Nem Pensar” com coordenação de um grande
grupo de pessoas de diversos seguimentos da nossa cidade.
82
2.6.3 Educação ambiental
Implementada pela Lei nº 9.795/99, bem como sua legislação pertinente,
visa promover o desenvolvimento da Educação Ambiental em um processo
permanente de formação e de busca de informação voltada para a preservação
do equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e para a compreensão das
relações entre o homem e o meio biofísico, bem como para os problemas
relacionados a estes fatores. Assim como, subsidiar os educadores para que, a
partir de uma compreensão crítica e histórica das questões relacionadas ao meio
ambiente, possam por meio do tratamento pedagógico se argumentarem com
subsídios necessários ao tratar do assunto.
No contexto apresentado acima, propomos o desenvolvimento de um
processo permanente de formação e informações acerca das questões
referentes ao equilíbrio ambiental, visando a qualidade de vida e o entendimento
das relações homem/meio biológico bem como das interferências do primeiro
sobre o segundo e suas consequências. Assim, o que se pretende é fornecer
subsídios aos professores para o tratamento crítico e histórico das questões
ambientais, trabalhados em conjunto com as Diretrizes Curriculares da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, levando a construção da
identidade da Educação Ambiental (EA) nas escolas da rede públicas estadual.
Com essa proposta, a EA pretende perpassar todos os segmentos dentro
da escola, não ficando restrita a uma a única disciplina ou sob responsabilidade
de um professor ou uma professora apenas. Ela deve estar presente na pratica
cotidiana de todos os envolvidos no processo educacional, mesclando-se ao dia-
a-dia da comunidade de forma natural. Vivemos o que esta sendo denominada
por alguns autores em uma sociedade de risco, em que os riscos a serem
enfrentados pela coletividade humana não são mais os fenômenos naturais, e sim
os riscos produzidos por essa própria sociedade; mas se essa crise ambiental é
uma construção histórica, ela pode também ser historicamente desconstruída,
configurando as ações da sociedade humana, visando um melhor aproveitamento
dos recursos, de forma planejada, no presente somado a preocupação com sua
manutenção no futuro, contribuindo para a melhora e preservação das condições
de vida no planeta.
83
Sustentabilidade é de fato um conceito sistêmico, relacionado com a
continuidade de aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana que, preservam a biodiversidade e os ecossistemas naturais,
planejando e agindo em sua manutenção.
Nesta proposta se propõe elencar conhecimentos e conteúdos nas
diversas disciplinas que destacam a sustentabilidade no espaço rural e urbano,
tais como: Educação ambiental, agroecologia, legislação ambiental, energias
alternativas, culturas alternativas, entre outros.
É fundamental para o país desenvolver a criticidade nos educandos para
perceberem as mudanças que estão acontecendo no âmbito legal em escala
nacional, exemplificando a reformulação do código florestal. Nesta área,
percebemos uma grande preocupação da comunidade escolar.
Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se
conhece. Ter uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo
é a melhor (e talvez única) maneira de mudar o mundo. Faça sua parte e ajude a
construir um futuro para todos.
Visando critérios da sustentabilidade desenvolvemos na escola projetos
de agricultura orgânica, recuperação da mata ciliar, culturas alternativas, ervas
medicinais, reciclagem, etc, além de todo um trabalho didático na escola, com
embasamento teórico-prático.
2.6.4 Cidadania e educação fiscal
Este tema abordado através de Decreto tem como objetivo a necessidade
de promover a educação para a cidadania, despertar da consciência do cidadão
para a função sócio-econômico do tributo. Noção de tributo, natureza do tributo,
destinação legal da sua arrecadação, o que são Tributos. Temas estes, que
podem ser explorados através de materiais didático-pedagógicos como: Revista
Olho Vivo, Controle Social, Que nem Gente Grande, Gestão de Recursos
Federais.
A escola através de algumas disciplinas do núcleo comum e técnico
desenvolve atividades com apoio de: vídeos (filmes), revistas, reportagens,
bibliografias, entre outros.
84
Tem como objetivo promover a implementação o desenvolvimento e
sustentabilidade do Programa Nacional de Educação Fiscal, de forma ética e
democrática, contribuindo para o pleno exercício da cidadania, com vistas à
justiça social e ao bem comum. Com muita ênfase no conceito de Democracia
Participativa.
2.6.5 Educação para os direitos humanos
A Educação em Direitos Humanos parte de três pontos essenciais:
primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e global,
segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, e terceiro, é
uma inculcação de valores, para atingir corações e mentes e não apenas
instrução, meramente transmissora de conhecimentos. Acrescente-se, ainda, e
não menos importante, que ou esta educação é compartilhada por aqueles que
estão envolvidos no processo educacional – os educadores e os educandos - ou
ela não será educação e muito menos educação em direitos humanos. Tais
pontos são premissas: a educação continuada, a educação para a mudança e a
educação compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a
razão quanto a emoção.
Com relação aos parâmetros Direitos e Sujeitos, resgatamos junto aos
educandos os avanços desde a década de 1990, muito significativos com
implantação de políticas sociais em torno dos Direitos Humanos no Brasil.
Enquanto efetivação de política pública pode citar: O Estatuto da Criança e do
Adolescente um marco no campo jurídico e Social, Lei Maria da Penha que vem
elucidar a "violência doméstica e familiar contra a mulher" confirmando a
centralidade do judiciário nas lutas sociais no Brasil.
Enquanto escola, buscamos repassar para a comunidade escolar o
regimento interno do CEEP Assis Brasil, que é um documento que evidencia os
direitos, deveres e obrigações dos envolvidos no processo educativo, primando
pela formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da
promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da
solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Portanto, a formação desta
cultura significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades,
85
costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que devem se transformar em
práticas.
III - MARCO OPERACIONAL
Uma escola com qualidade e eficácia é gerida com competência, agilidade,
criatividade e entusiasmo, de forma participativa e colegiada, sendo que a direção
deve estar: - Aberta às necessidades da comunidade; - Atenta à atualização
dos professores e de sua prática pedagógica; - Conectada aos avanços científicos
e tecnológicos; - Comprometida com a formação integral e o sucesso dos alunos;
- Empenhada em planejar, coordenar e avaliar a dinâmica da escola diante da
realidade atual; - Pronta para resolver os desafios da gestão escolar, numa visão
democrática de projeto global da escola, para atender às continuas exigências e à
novas demandas da sociedade.
O processo de gestão colegiada, é pautada num planejamento estratégico
aberto às inovações necessárias, com foco no sucesso dos alunos.
As novas estruturas familiares, sociais, econômicas, empresariais e
políticas, nacionais e mundiais, requerem um novo modelo de escola com
responsabilidade social, que forme um novo tipo de cidadão. Porém, cabe ao
gestor uma significativa habilidade para obter o máximo de contribuição e
participação dos membros da comunidade. Esta mudança tem como base a real
participação dos diferentes segmentos, a possibilidade de se exercer com maior
ênfase a cidadania, ter maior liberdade de expressão e mais espaço para
demonstrar conhecimento e trocas, tornando os atores do processo cada vez
mais responsáveis, criativos, autônomos envolvidos com o processo de gestão e
melhoria da educação.
3.1 GESTÃO PARTICIPATIVA
A construção de um projeto educativo coletivo constitui a identidade de
cada Escola e é, sem dúvida, o instrumento primordial que permite uma gestão
democrática. Nessa perspectiva, sendo a gestão vista como uma nova forma de
86
administrar, em que a comunicação e o diálogo estão envolvidos, cabe ao gestor
assumir a liderança deste processo, tendo principalmente a função pedagógica e
social, competência técnica e política. Ao assumir esse papel, o gestor deve,
necessariamente, buscar a articulação dos diferentes atores em torno do projeto
político-pedagógico da Escola, o que implica uma liderança democrática, capaz
de interagir com todos os segmentos da comunidade escolar. A liderança é uma
gestão escolar democrática, nesse sentido, requer do gestor uma significativa
habilidade e também sensibilidade para que possa obter o máximo de
contribuição e participação dos membros da comunidade.
Esta configuração exige que se compreenda que, a partir do momento em
que se busca uma nova organização do trabalho na Escola, também as relações
de trabalho em seu interior deverão ser repensadas e reestruturadas. Esta
mudança nas relações de trabalho deve ter como base a possibilidade de real
participação dos diferentes segmentos, a possibilidade de se exercer com maior
ênfase a cidadania,
A gestão da escola se traduz cotidianamente como ato político, pois implica
sempre uma tomada de posição dos atores sociais ( pais, professores,
funcionários, estudantes...). Logo a construção não pode ser individual, pelo
contrario deve ser coletiva, envolvendo os diversos atores na discussão e na
tomada de decisões.
Para que a tomada de decisão seja partilhada, é necessário a
implementação de vários mecanismos de participação tais como: o
aprimoramento dos processos de provimento ao cargo de diretor, a criação e
consolidação de órgãos colegiados na escola, o fortalecimento da participação
estudantil, a construção coletiva dos projetos, a progressiva autonomia da escola
e, conseqüentemente, a discussão e a implementação de novas formas de
organização e de gestão escolar e a garantia de financiamento público da
educação.
Estas ações só poderão se concretizar a partir de um processo de
democracia. A democracia e a educação são temas que guardam entre si uma
estreita articulação. A democracia pressupõe a possibilidade de uma vida melhor
para todos, independentemente de condição social, econômica, raça, religião e
sexo. É por esse motivo que democracia e educação são processos que
caminham juntos. A escola institui a cidadania, é ela o lugar onde os alunos
87
deixam de pertencer exclusivamente à família para se integrarem numa
comunidade mais ampla com o compromisso de viver em comum.
A escola é onde o nós aflora e deve ser cultivado. É onde se constrói
individual e coletivamente como cidadãos deste mundo. Se o principio básico de
convivência democrática começa bem na escola, prosseguirá ao longo da vida.
A gestão compartilhada deve ser democrata, e a democracia só é real
quando praticada pelos alunos, professores, funcionários e comunidade.
3.2 PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDA DE
ESCOLAR
Dentro do princípio de Gestão Democrática, as instâncias constituídas
têm como finalidade incrementar e fortalecer os vários segmentos, onde
compete:
a) Diretor: Além de gestor da Escola, cabe-lhe incentivar, coordenar,
acompanhar todo o desenvolvimento do processo pedagógico, cumprindo os
aspectos formais, estabelecidos na legislação, assegurar ao educando o
desenvolvimento e cumprimento do calendário escolar, bem como viabilizar os
projetos de complementação de formação.
b) Equipe Pedagógica: Assegurar, acompanhar, orientar e subsidiar o
desempenho dos alunos em seu processo de ensino-aprendizagem.
c) Corpo Docente: Inseridos no princípio da democracia, o professor além de
mediador (com enfoque amplo no conceito de educação – marco conceitual),
será um facilitador da aprendizagem, diversificando sua metodologia, buscando
atender as diversidades, de todas as ordens, que se apresentam em sala de
aula.
d) Secretaria: Oferecer serviços profissionais de qualidade considerando que
a escrituração de todas as ações desenvolvidas deverá passar
obrigatoriamente por este setor, bem como, um bom desempenho, eficaz e
humanizado.
e) Serviços Gerais: Considerando ser este um serviço de suma necessidade,
busca-se oportunizar um ambiente de promoção humana, a fim de que o
88
trabalho não se torne um fardo, mas sim, que o desempenhem com satisfação
na tarefa cumprida.
3.3 RELAÇÃO ENTRE OS ASPECTOS PEDAGÓGICOS E
ADMINISTRATIVOS
A escola não é democrática somente por sua prática administrativa. Ela
torna-se democrática quando todo o processo educacional é partilhado pela
direção, professores, alunos e o setor administrativo. Trabalhar neste enfoque
pressupõe oferecer melhores condições para que se efetive com sucesso a práxis
educativa.
A partir dessa premissa e embasado na teoria da pedagogia histórico
crítica é importante resgatar os conceitos trazidos pelos alunos e transformá-los
em saberes sistematizados, permitindo-lhes que manifestem suas concepções
prévias a cerca dos assuntos a serem estudados.
Diante desse contexto, a relação entre o pedagógico e administrativo deve
enfatizar os aspectos humanos, pautando-os no diálogo, respeito às iniciativas e
competências de cada um dos segmentos, na busca da realização dos mesmos
objetivos, ou seja, ofertar um ensino de boa qualidade ao aluno. O relacionamento
entre estes dois segmentos deve primar pela harmonia, através da qual o aluno
será o mais beneficiado.
A educação profissional apresenta aspectos diferentes de uma escola
regular. Todas as ações pedagógicas planejadas devem ser democráticas,
abertas superando o autoritarismo, o individualismo e as desigualdades sociais
praticadas por muito tempo. Esta mudança exige um enfrentamento das
distorções sociais presentes na legislação e nas práticas educativas vigentes. A
administração deve pensar em nossa escola como uma escola-fazenda e
estabelecer um plano de ação nos diversos setores da escola como um
laboratório para as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas pelos
educadores e educandos viabilizando o acesso aos conhecimento cientifico de
modo a relacionar ciência, tecnologia, trabalho, cultura e sociedade nos
processos de construção e difusão do conhecimento.
Assim, todos devem ser incentivados e mobilizados para a participação, a
reflexão, a iniciativa e a experimentação. É preciso envolver o elemento humano,
89
as pessoas, e através delas, mudar a cultura que se vive na escola e que a
própria escola inculca sobre as mesmas.
3.3.1 Papel das instâncias colegiadas - proposta de trabalho do CEEP Assis
Brasil para articulação com a família e a comunidad e
As ações a serem tomadas gradativamente no CEEP Assis Brasil, são
frutos de reuniões, observações, levantamento de satisfações e insatisfações de
todos os segmentos da escola, como: – reestruturação interna visando melhoria
no internato; - reuniões frequentes entre coordenadores e diretor da Unidade
Didático Produtiva; - reuniões com os representantes de turmas semanalmente
(estas já estão acontecendo e com grandes resultados): - reuniões com os pais; -
reuniões festivas com a finalidade de integrar os diversos segmentos da escola; -
apresentar os resultados obtidos na UDP a toda a comunidade escolar; -
incentivar e oportunizar atividades esportivas e recreativas, principalmente aos
alunos do internato; - buscar a qualidade na educação proporcionando
capacitação a todo o colegiado; - buscar parcerias com instituições para oferecer
a todos a troca de informações; - oportunizar aos educandos uma maior
integração junto aos produtores rurais, desenvolvendo projetos ligados as áreas
de agricultura, pecuária, meio ambiente e agropecuária, levando os alunos as
propriedades como também os produtores a escola para que vivenciem a
aprendizagem e adquiram novas técnicas de produção; - criar o momento da
leitura na escola (semanal ou quinzenal) despertando o interesse e o gosto pela
leitura e com isto melhorar o vocabulário, ortografia e compreensão de textos; -
criar o momento cívico (encontro de todos uma vez por semana para cantar hinos
e apresentações); - voltar a editar o jornal que a escola possuía “jornassis”
produzido e editado pelos alunos; - desenvolver uma ação coletiva para buscar
doações de livros, revistas, folhetos técnicos e outros, melhorando o acervo da
biblioteca; - Gincana (inter-turmas) durante o ano, com ações (teatro, pintura,
canto, atividades desportivas, pesquisas e outras) que levem os alunos ao
desenvolvimento intelectual; - no inicio do ano letivo buscar sugestões de
atividades junto aos alunos para serem implantadas visando o crescimento e ou
melhoria da qualidade de ensino e do internato.
90
Estas ações serão desenvolvidas com o colegiado escolar contando
também com as importantes instancias colegiadas que tem por objetivo principal a
melhoria na qualidade de ensino e integração entre os diversos departamentos do
CEEP Assis Brasil CEEP Assis Brasil. As instancias que auxiliarão são:
a) REGIMENTO ESCOLAR
O regimento escolar é o instrumento que regula a organização
administrativa , didática e disciplinar da escola. Ele é a “lei da escola”. Focaliza
os elementos fundamentais e acessórios indispensáveis ao funcionamento da
escola. Individualiza a escola porque apresenta sua filosofia e objetivos,
descrevendo sua organização pedagógica administrativa didática disciplinar.
Quanto à estrutura organiza-se segundo as normas do Conselho Estadual de
Educação e Lei de Diretrizes e Bases; ordena-se em sequência lógica, tendo
como ponto de partida o organograma da escola; distribuir-se conforme a tradição
legislativa nacional, em títulos, capítulos, seções, artigos e parágrafos. Embora
possa vir a sofrer alterações e acréscimos, pois se insere na ordem da realidade
em transformação, é documento regido para perdurar. Este documento passa
pela aprovação dos órgãos próprios do sistema, pois cuida da parte pedagógica e
administrativa da escola.
b) CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar é um órgão colegiado composto por representantes da
comunidade escolar e local, que tem como atribuição deliberar sobre questões
político-pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. Cabe ao
Conselho, analisar as ações a empreender e os meios a utilizar para o
cumprimento das finalidades da escola.
A escolha dos membros deve-se pautar pela possibilidade de efetiva
participação: o importante é a representatividade, a disponibilidade e o
compromisso; é saber ouvir e dialogar, assumindo a responsabilidade de acatar e
representar as decisões da maioria, sem nunca desistir de dar opiniões e
apresentar as propostas, pois o Conselho Escolar é, acima de tudo, um espaço
de participação, e, portanto, de exercício de liberdade.
O Conselho Escolar tem função político-pedagógica. É política, na medida
em que se estabelece as transformações desejáveis na pratica educativa escolar.
91
E é pedagógica, pois indica os mecanismos necessários para que essa
transformação realmente aconteça.
O pluralismo e o respeito as diferenças é um dos desafios que se
apresentam ao Conselho Escolar, e este, deverá encontrar a forma de lidar com
os sujeitos envolvidos no processo educativo cumprindo o papel de mediador
desses conflitos construindo entendimentos mínimos, dentro do contraditório
social.
c) APAF
Associação de Professores, Alunos e Funcionários do Centro Estadual de
Educação Profissional – Setor Primário – Região Sudoeste – Unidade de
Clevelândia., com o nome de fantasia “APAF – Unidade de Clevelândia”.
A Associação “APAF Assis Brasil”, pessoa jurídica de direito privado, é um
órgão de representação de alunos, professores e funcionários do Estabelecimento,
não tendo caráter político-partidário, religioso, racial, sem fins lucrativos, não
sendo remunerados seus dirigentes e conselheiros.
O objetivo da APAF Assis Brasil é:
- Proporcionar condições ao aluno para participar de forma crítica de todo o
processo escolar, estimulando sua organização livre em grêmios estudantis e de
outras atividades correlatas para a comunidade escolar;
- Representar os reais interesses da comunidade junto à escola
contribuindo dessa forma, para melhoria do ensino;
- Promover o entrosamento entre alunos, professores, funcionários e
membros da comunidade, através de atividades sócio-educativas, culturais e
desportivas;
- Contribuir para melhoria e conservação do Estabelecimento e do
aparelhamento escolar, sempre dentro de critérios de prioridade;
- Participar de reuniões com a equipe pedagógico-administrativa, discutindo
e sugerindo ações que oportunizem a integração família-escola-comunidade.
f) CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe permite uma compreensão e uma análise crítica da
prática pedagógica através de uma concepção participativa e transformadora de
forma que através dos questionamentos, buscamos atitudes e soluções que
surgirão em resposta aos desafios de uma investigação-ação.
92
Neste sentido, é importante conceber o Conselho de Classe como um
espaço de participação, construção e autonomia, considerando o contexto em que
ele se insere. Uma vez que este tem por objetivo avaliar não só o rendimento
escolar do aluno como também o processo ensino-aprendizagem como um todo:
conteúdos, metodologia, disciplina, organização, gestão escolar (equipe diretiva,
professores, condições de trabalho, material didático, patrimônio, etc.)
Partindo dessa análise o Conselho de Classe no CEEP Assis Brasil é
realizado em três momentos sendo:
- O pré-conselho é um momento realizado com os alunos em que são
diagnosticados os problemas relevantes com suas reais necessidades para
reorientar as ações pedagógicas e buscar soluções para os problemas
detectados.
- O Conselho de Classe é o momento em que são relatados os problemas e as
necessidades de cada turma, onde são abordados os casos mais relevantes, não
somente do rendimento do aluno, mas como um todo, seus problemas, suas
dificuldades e suas necessidades, buscando coletivamente entre professores,
direção e equipe pedagógica diagnosticar possíveis causas do problema e
possíveis soluções para o mesmo.
- O Pós Conselho, parte-se da análise dos problemas levantados (pré-conselho,
conselho), em que se faz uma reflexão juntamente com toda a turma, e das
possíveis ações pré-estabelecidas para soluções do mesmo.
Nesta perspectiva é importante trabalhar de acordo com a realidade do aluno,
sem deixar de lado sua função principal que é a de ensinar. Ensinar não apenas
conteúdos, mas preparar o aluno para a vida, proporcionando-lhe condições para
pensar, refletir, agir, questionar, sugerir e participar ativamente do meio em que
está inserido, procurando transformá-lo num profissional mais solidário,
democrático, humano e, com isso, poder desenvolver sua cidadania.
3.4 RECURSOS PARA A REALIZAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO
A educação profissional deve articular conhecimento básico e
conhecimento especifico a partir dos processos de trabalho e da prática social. A
definição dos conteúdos que devem compor o programa e contemplar as diversas
93
áreas demandam de atividades práticas envolvendo recursos físicos, humanos e
financeiros.
O plano de ação foi elaborado utilizando a demanda oferecida pela SEED
no início do ano letivo, sendo destinado um número razoável de pessoas para
atender: - internato que é composto por: cozinheiras, arrumadeiras, serviços
gerais, almoxarife, inspetores e coordenação do internato; - setores da
agropecuária e agroindústria: técnicos, trabalhadores de campo, tratorista,
motoristas e diretor da UDP (Unidade didática produtiva); - setor pedagógico:
professores, pedagogos, coordenadores, laboratoristas e diretor pedagógico; -
setor administrativo: secretário, auxiliares administrativo, contador, bibliotecários e
Diretor.
Os recursos utilizados para manter o internato e as atividades da escola-
fazenda são oriundos de:
- Fundo rotativo para bens de consumo (10 cotas/ano)
- Fundo rotativo para serviços (04 cotas/ano)
- Fundo rotativo para compra de gêneros alimentícios (04 cotas/ano)
- Fundo rotativo cota extra ( quando solicitado e justificado)
- FNDE- Programa PDDE do MEC ( 01 cota para a APMF administrar)
- Recursos geridos pela escola-fazenda (agroindústria, bovino leite, agricultura).
Os recursos enviados pelo Governo Estadual “Fundo Rotativo”, o montante
é calculado e enviado conforme o número de alunos devidamente matriculado e
frequentando. Todo o recurso ao ser utilizado segue a legislação vigente e deve
ser regularmente prestado contas. Os recursos geridos na escola devem ser
documentados e depositados na conta 115 da SEED para posteriormente ser
movimentada através de um plano de aplicação na manutenção da escola e
atendimento do internato. Porém grande parte da produção não é vendida porque
serve para manter a escola como o feijão fica para consumo próprio, parte do leite
e carne é consumido no internato e a outra parte vai para a industrialização na
agroindústria existente no colégio, sendo consumido nas 6 refeições que a escola
oferece diariamente, o excedente é comercializado. O milho é armazenado e
consumido na pecuária durante o ano todo, parte do soja é trocado por torta de
soja para complementar a alimentação do setor pecuário da escola, a outra parte
é comercializado.
94
Para complementar as cotas de fundo rotativo destinadas a alimentação o
Governo Estadual envia a escola anualmente 3 cotas de merenda, alimentos não
perecíveis, para atender o internato.
3.5 CALENDÁRIO ESCOLAR E HORÁRIOS
O Calendário Escolar é elaborado conforme orientações da SEED,
considerando: - a Lei n.° 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e suas alterações; - a Lei Complementar Estadual n.° 103/04,
que instituiu o Plano de Carreira do Professor da rede estadual de educação
básica, em especial o Art. 32 e seu Parágrafo único; - a Deliberação n.° 02/02-
CEE, que incluiu, no período letivo, dias destinados às atividades pedagógicas; -
a Deliberação n.° 04/06-CEE, que instituiu normas complementares às Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o
ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
Estão previstos 200 dias letivos, contemplando planejamento, formação
continuada, replanejamento, feriado municipal, reuniões pedagógicas e conselhos
de classe. As reuniões pedagógicas estão programados para os sábados, pois
devido ao regime de internato, o que não contempla os alunos serão difíceis
porque não podemos deixá-los ociosos.
Devido à carga horária de cada curso, este se desenvolve em período
integral, com aulas de 50 minutos de segunda-feira a sexta-feira,
esporadicamente aos sábados quando houver necessidade de aulas práticas,
visitas técnicas e ou cursos com parcerias de instituições publicas e privadas.
De forma participativa, elencar-se-ão eventos com datas cívicas e
atividades conforme o grau apropriado, em conformidade com o ano letivo.
O horário é organizado de forma integrada, obedecendo critérios
estabelecidos pelo DET/SEED no que se refere a aulas práticas e teóricas,
divisão de turmas e organização das turmas. A articulação da educação básica
com a educação profissional tem o trabalho como princípio educativo, princípio
este que considera o homem em sua totalidade histórica, assim ao se pensar em
horário se faz necessário um planejamento participativo, observando e
obedecendo as atividades desenvolvidas na escola-fazenda de forma que o
professor e aluno possam utilizar todos os espaços para desenvolverem as aulas
práticas com qualidade.
95
CALENDÁRIO ESCOLAR/2011 CEEP – CENTRO EDUCACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ASSIS BRASIL
Considerar como dias letivos : Formação Continuada (06 dias); Replanejamento (01 dia),Reunião Pedagógica (03 dias) – Delib.02/02- CEE.
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 18 6 7 8 9 10 11 12 20
9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 dias 13 14 15 16 17 18 19 Dias
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26
23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31
30 31
1 Dia Mundial da Paz 07 e 08 Carnaval
ABRIL MAIO JUNHO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4
3 4 5 6 7 8 9 19 8 9 10 11 12 13 14 22 5 6 7 8 9 10 11 20
10 11 12 13 14 15 16 Dias 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 Dias
17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25
24 25 26 27 28 29 30 29 30 31 26 27 28 29 30
21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho 23 Corpus Christi 22 Paixão
27 Replanejamento 28 Corrida Rústica, atividades
alusivas ao aniversário do Município
JULHO AGOSTO SETEMBRO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 23 1 2 3
3 4 5 6 7 8 9 Dias 7 8 9 10 11 12 13 dias 4 5 6 7 8 9 10 18
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 Dias
17 18 19 20 21 22 23 8 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24
24 25 26 27 28 29 30 dias 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30
31 7- Independência 8- Feriado Municipal
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2 3
2 3 4 5 6 7 8 20 6 7 8 9 10 11 12 19 4 5 6 7 8 9 10 11
9 10 11 12 13 14 15 dias 13
14 15 16 17 18 19 dias 11 12 13 14 15 16 17 Dias
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24
23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31
30 31
12 N.S. Aparecida 15 Dia do Professor
02- Finados 15- Proclamação da República 20- Dia da Consciência Negra
19 Emancipação Política do Paraná 25 Natal
Dias Letivos Férias Discentes Férias/Recessos/Docentes
1º semestre 102dias janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias
2º semestre 99dias fevereiro 07 dias Jan/julho/reces. 14 dias
Total 201dias julho/ 18 dias dez / reces. 13 dias
dezembro 13 dias outros recessos 4 dias Total 69 dias Total 60 dias
Início/Término Planejamento e Replanejamento Conselho de Classe e Reunião Pedagógica
Férias
Recesso Formação Continuada Formatura
3.6 ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
EDUCATIVOS
No ano de 2011 o CEEP Assis Brasil oferta os cursos:
- TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO
- 3 (três) turmas de 1º série,
- 3 (três) turmas de 2º série
- 3 (duas) turmas de 3º série
- TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE
- 1 turma do 1º semestre
- 1 turma do 2º semestre
- 1 turma do 3º semestre
- TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE SUBSEQUENTE (NOTURNO)
- 1 turma do 1º semestre
- 1 turma do 2º semestre
As turmas do curso de Técnico em Agropecuária Integrado foram organizadas
obedecendo a ordem alfabética dos alunos, porém no decorrer do ano faz-se alguns
ajustes oportunizando alunos do internato e ou da mesma cidade trocarem de turma
para que possam desenvolver as atividades escolares, estudar em grupo, participar
dos projetos extra classe e recreativos no decorrer do ano letivo.
No setor pedagógico há 12 salas de aula e todas são utilizadas, como
também as instalações da escola fazenda que são utilizadas para as aulas práticas
como complemento do conhecimento cientifico. A biblioteca possui um espaço para
pesquisa e estudo, permanece aberta os três períodos, possui um acevo
bibliográfico e videoteca bem como sinal de internet para pesquisa. A escola possui
um ginásio de esporte coberto, uma quadra de areia para vôlei, um campo para
futebol suíço e uma quadra de salão, para esporte e lazer.
O espaço aberto foi melhorado e embelezado para que os alunos possam
utilizá-lo nas diversas atividades desenvolvidas extra-classe.
A biblioteca está aberta nos três períodos, para pesquisa e estudo
oportunizando ao aluno estudo e pesquisa a qualquer horário. Os laboratórios de
informática estão no período de aula a disposição dos professores para utilizarem
em suas aulas, no período noturno estão a disposição dos alunos com um
97
laboratorista para auxiliar e atender as necessidades dos alunos. Também a escola
oferece aulas de Espanhol (CELEM) para 4 turmas semanalmente com professores
capacitados e desenvolvendo um bom trabalho. O projeto “Segundo Tempo” atende
alunos todos os dias oportunizando esporte e lazer sempre orientados por
profissionais competentes.
3.7 DISTRIBUIÇÃO DE AULAS POR PROFESSOR EM RAZÃO D AS
ESPECIFICIDADES
A distribuição das aulas obedece às resoluções da SEED. Utilizando professores
especialistas, nas mais diferentes áreas. Ainda, procura-se facilitar as atividades dos
professores agrupando suas horas atividades para dispor desse tempo para leituras,
preparar as aulas, troca de experiências (exercício da interdisciplinaridade).
Um dos passos mais importantes da política educacional do Paraná, foi a
conquista da hora atividade. Este horário se destina a complementação das
atividades extra-classe, capacitação, atualização, monitoramento junto aos alunos,
atendimento aos pais e outros.
No colégio, em particular, por ser em regime de internato, solicitou aos
professores uma dedicação especial aos alunos em forma de monitoramento. A
equipe pedagógica composta por pedagogos e coordenadores tem sido o suporte
para os professores articularem a teoria a prática, entre trabalho manual e
intelectual a partir do processo produtivo contemporâneo, com todas as
contradições daí decorrentes para os processos de formação humana no e para o
trabalho.
3.8 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESS OAL
DOCENTE
Sempre, enfocando a proposta democrática, a avaliação de desempenho de
pessoal, no CEEPAB, acontece através de três momentos distintos:
• Auto-Avaliação do docente;
98
• Avaliação dos docentes pelos pais, direção, equipe pedagógica, APMF,
Conselho Escolar e pelos alunos, através de critérios previamente estabelecidos;
• Avaliação com critérios estabelecidos pela SEED.
As necessidades básicas dos docentes podem ser descritas, basicamente como:
• Conteúdos: Necessidade de capacitação contínua prevista no PPP;
capacitação para o uso das tecnologias oferecidas pela SEED; bibliografias
diversas, capacitação de acordo com cada disciplina, de forma integrada.
• Recuperação paralela: Plano de trabalho linear que contemple os alunos de
maneira contínua e formativa.
• Avaliação: Reuniões periódicas para evolução do desempenho profissional,
sugestões de trabalho e participação nas tomadas de decisões da gestão
democrática.
3.9 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DISCENTE
3.9.1 Avaliação da aprendizagem
A avaliação é hoje compreendida pelos educadores como elemento
integrador entre o ensino e a aprendizagem e como uma ação que ocorre durante
todo processo e não apenas em momentos específicos, não sendo responsabilidade
somente do professor, mas do aluno, dos pais e da comunidade escolar. Tão
importante quanto “o que” e “como” avaliar, são as decisões pedagógicas
decorrentes dos resultados da avaliação, pois elas orientam a reorganização da
prática educativa do professor no seu dia-a-dia.
A avaliação deve acompanhar todo o processo de aprendizagem e não só o
momento privilegiado das provas. É instrumento didático-pedagógico utilizado para
reflexão da prática dos professores e alunos, num processo continuo e dinâmico.
O CEEP Assis Brasil adota a avaliação como um processo contínuo, visando
à correção das possíveis distorções e o encaminhamento para a consecução dos
objetivos previstos. A avaliação garante meta de qualidade do desempenho para
todos, no sentido de aquisição dos conhecimentos, indo além da meta quantitativa,
garantindo a qualidade educativa que implica consciência critica e capacidade de
ação do saber na formação do individuo.
.
99
3.9.2 Estágio supervisionado
O estágio dos cursos Técnico em Agropecuária integrado, subsequente e
Meio Ambiente subsequente é realizado de forma integrada à grade curricular, ou
seja, o estudante deve realizar sua vivência em empresas e entidades ligadas às
áreas correlatas ao seu curso durante a execução do curso.
O aluno é orientado na escola pelo Professor Orientador e Coordenador de
Estágio conforme normatização, para elaboração do plano de estágio e escolha do
local a estagiar. A documentação necessária para que o aluno desenvolva o estágio
é fornecida pela coordenação, sendo de responsabilidade do aluno fazer o contato
com a empresa. A empresa deve ser da área, com um técnico da área responsável
para supervisionar o estagiário. O supervisor fará a avaliação através de relatório
escrito e enviará a Coordenação de Estágio do colégio. Após o estágio concluído o
aluno inicia o relatório de estágio orientado pelo professor orientador seguindo a
normatização do colégio. Em períodos pré determinados pela equipe pedagógica e
coordenadores é elaborado o calendário da apresentação. A avaliação final de cada
aluno é a soma de todas as etapas que o aluno passa, considerando a participação
nas atividades de orientação de estágios durante o ano letivo e o desenvolvimento
das ações propostas pelo professor orientador, avaliação dos estágios nas
empresas que comtemplam sua desenvoltura profissional, pessoal, postura crítica,
conhecimento da área, entre outros e finalizando com a avaliação de apresentação
em banca e/ou seminário, entrega do relatório final do Estágio Supervisionado
Curricular.
3.10 ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS
A escola, na conjuntura atual em que tem como função social a
sistematização do saber e o processo de humanização do homem, deverá sempre
representar um espaço democrático e emancipatório, constituindo-se, juntamente
com a família, num espaço de socialização do ser humano, destinada aos propósitos
de formação, valorização e respeito ao semelhante. É sobretudo na escola que o
adolescente encontram condições de enriquecimento no campo das relações
interpessoais de desenvolvimento do senso crítico, de consciência da
responsabilidade social, do sentimento de solidariedade e de participação, de
exercício da criatividade de movimentação franca e livre do pensamento de
100
desenvolvimento, enfim de suas potencialidades e talentos, em necessário preparo
ao pleno exercício da cidadania.
O direito ao acesso e a permanência do aluno na escola é um direito
constitucional, porém dependemos de políticas públicas e apoio da família para
viabilizar essa proposta na comunidade escolar .
No CEEP ASSIS BRASIL o acompanhamento ao egresso se dá de forma
regular, onde os alunos mantem contato via on line preenchendo um formulário
frequentemente mantendo atualizado as informações para futuros contatos uma vez
que é comum as empresas solicitarem ex alunos para entrevistas, concursos e
outros. Também o aluno que mantem contato poderá com mais facilidade receber as
informações que a escola oferece referente a oferta de novos cursos, palestras,
seminários, exposição e oferta de trabalho.
3.11 FICA – FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO ALUNO AUSEN TE
A Ficha de acompanhamento do aluno ausente – FICA, é um dos
instrumentos colocados à disposição da escola e da sociedade, para a
sistematização de ações de combate à evasão escolar em todo o Estado do Paraná.
Para que os procedimentos relacionados ao FICA sejam efetivados, é
importante a atuação da escola, pois além da família, as instituições educacionais
também são responsáveis pelo desenvolvimento pessoal e social da criança e do
adolescente.
O professor deve ser o principal agente desse processo, pois se perceber a
ausência do aluno por cinco dias consecutivos ou, sete dias alternados no período
de um mês, e esgotadas as iniciativas a seu cargo, deverá encaminhar o fato à
equipe pedagógica da escola, que recebendo a notícia, preencherá as três vias da
FICA (campos nº 1,2,3) , comunicando a direção da escola.
A direção, juntamente com a equipe pedagógica e com o Conselho Escolar,
precisará realizar novamente, no prazo de cinco dias, contato com o aluno e com a
família, buscando possibilitar o retorno do aluno à escola, preenchendo o campo nº 4
da FICA.
Detectadas as causas da evasão e não havendo retorno, a direção tomará
providências, podendo encaminhar o caso aos setores competentes da
101
administração pública, como no caso de assistência social ou ainda programas de
proteção existentes, para que possa garantir a permanência desse aluno na escola.
Obtendo êxito, arquiva a FICA em pasta própria. Não obtendo êxito,
encaminha a 1ª e 3ª vias de tal documento ao Conselho Tutelar (ou, na falta deste,
ao Juiz da Infância e juventude), arquivando a 2ª via na escola.
Transcorridos 10 dias do encaminhamento da FICA ao Conselho Tutelar, não
tendo resposta, o Ministério Público deverá ser imediatamente comunicado.
Devolvida a 1ª via do FICA, o pedagogo registra na 2ª via (que permaneceu
na escola) os encaminhamentos constantes da 1ª via (ou seja, das providências
adotadas pelo Conselho Tutelar ou deste e do Ministério Público), encaminhando a
1ª via ao NRE/SEED.
3.12 CURRÍCULO INTEGRADO
O grande desafio iniciado em 2004 foi a concepção e a materialização de um
currículo que articule e integre os conhecimentos, o geral, o técnico e o tecnológico.
A construção coletiva deste currículo partiu da busca na prática social e pedagógica
de elementos e mecanismos para a elaboração de um currículo de ensino médio
integrado a educação profissional. O objetivo deste currículo integrado não é a
formação só de técnicos, mas a formação de pessoas que compreendam a
realidade e que possam também atuar como profissionais. A proposta está imbuída
de assegurar ao educando o domínio dos conhecimentos que perfazem o etinerário
cognitivo e formativo de um aluno-cidadão-trabalhador, porém a superação da visão
produtivista e mecanicista da educação e da escola somente poderá ser alcançada
colocando o sujeito no centro da organização do trabalho educativo e pedagógico, e
não mais o mercado de trabalho.
É a instituição educacional o espaço de organização da consciência coletiva,
vamos dar a oportunidade a todos de vivenciá-la, oportunizando a todos a prática do
dialogo como instrumento para a efetiva integração de saberes, preocupados
sempre em colocar o trabalho como eixo principal na construção dos saberes a
serem repassados aos educandos.
O currículo construído coletivamente pelas escolas do setor primário do
Paraná foi implantado pelo CEEP Assis Brasil a partir do ano de 2004 e
gradativamente está se tornando um instrumento de organização coletiva. A matriz
102
curricular dos cursos que apresentamos no PPP, implantada a partir do ano de
2010, foi o resultado de um trabalho desenvolvido coletivamente e que por algum
tempo foi avaliado e reestruturado conforme as necessidades apresentadas, sempre
priorizando o trabalho como principio educativo nas disciplinas que hoje não mais
estão alencadas na matriz curricular separadamente (núcleo comum e área técnica)
mas objetivando um trabalho integrado.
3.13 PROPOSTA PEDAGÓGICA DE ARTICULAÇÃO ENTRE O EN SINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS E ENSINO MÉDIO.
Conforme o PNE, a determinação legal (Lei nº 10.172/2001, meta 2 do Ensino
Fundamental) de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos,
pela inclusão das crianças de seis anos de idade, tem duas intenções: “oferecer
maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e
assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam
nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade”.
As propostas pedagógicas devem promover em suas práticas de educação e
cuidados a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos,
cognitivolingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total,
completo e indivisível. Dessa forma, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se,
mover-se, organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de
cada indivíduo.
O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a
todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, maiores oportunidades
de aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior
aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas
sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve
contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais.
Para recebê-las, a escola necessita reorganizar a sua estrutura, as formas de
gestão, os ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as
metodologias, os objetivos, o planejamento e a avaliação, de sorte que as crianças
se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem.
É necessário assegurar que a transição da Educação Infantil para o Ensino
103
Fundamental ocorra da forma mais natural possível, não provocando nas crianças
rupturas e impactos negativos no seu processo de escolarização.
Assim, é de suma importância que os sistemas induzam e estimulem as
linhas de ação coletiva nas escolas, intencionalmente voltadas para a construção de
um projeto pedagógico que reflita o desejo e o planejamento de cada comunidade
escolar.
Nessa perspectiva, caberá ao conjunto da comunidade escolar, impulsionado
pelos sistemas, a sistematização do comprometimento de todos com aquilo que se
elencou como relevante para orientar as ações da escola em busca de um ensino de
qualidade, prepara-se para absorver alunos oriundos do Ensino Fundamental de
nove anos.
Organizar o trabalho pedagógico da escola e da sala de aula é tarefa
individual e coletiva de professores, coordenadores, orientadores, supervisores,
equipes de apoio e diretores. Para tanto, é fundamental que se sensibilizem com as
especificidades, as potencialidades, os saberes, os limites, as possibilidades das
crianças e adolescentes diante do desafio de uma formação voltada para a
cidadania, a autonomia e a liberdade com responsabilidade de aprender e
transformar a realidade de maneira positiva. A forma como a escola percebe e
concebe as necessidades e potencialidade de seus estudantes reflete-se
diretamente na organização do trabalho escolar. Por isso, vale ressaltar que, como
cada escola está inserida em uma realidade com características específicas, não há
um único modo de organizar as escolas e as salas de aula. Mas é necessário que
tenhamos eixos norteadores comuns.
O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a
todas as crianças um período maior de convívio escolar, maiores oportunidades de
aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior
aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas
sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve
contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais.
Cabe a equipe pedagógica juntamente com a gestão proporcionar a toda a
comunidade escolar conhecimento sobre o ensino de 9 anos, promover debates,
leituras, reflexões enfim preparação para possíveis mudanças na organização
curricular visando alunos ingressando no Ensino Médio com uma escolaridade
ampliada, potencialidade e criatividade maior.
104
3.14 ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
Dentre as estratégias metodológicas teórico-práticas desenvolvidas pelos
professores e os parceiros da instituição, que vem a colaborar com a vivência do
aluno junto ao meio que irá deparar-se após formado, tem-se como foco o contato
com experiências relacionadas com as áreas de agricultura, pecuária e meio
ambiente em diversos níveis de tecnologia. Essas atividades descritas a seguir,
apresentadas em anexo, tem como objetivo primeiro complementar o conhecimento
cientifico e prático que o aluno adquire no curso, estas se concretizam sempre com
o acompanhamento de um professor ou técnico da área.
3.14.1 Práticas Agropecuárias
As práticas agropecuárias são desenvolvidas em horário pré determinado
conforme as necessidades da Unidade Didático Produtiva (UDP) destinadas à
concretização de projetos e práticas nos setores agropecuários do CEEPAB, desde
sua implantação até a coleta dos resultados finais, envolvendo portanto, a
manutenção, manejo alimentar; manejo sanitário, plantio, tratos culturais, colheita,
montagem, desenvolvimento e avaliação de experimentos; acompanhamento dos
resultados técnicos, econômicos e financeiros dos setores.
Os setores da escola-fazenda são administrados por técnicos e funcionários no dia a
dia, o aluno participa desta atividade uma vez por semana (em forma de
rotatividade) orientado e acompanhado por um professor responsável como prática
agropecuária. Esta prática não substitui a pratica de sala de aula, ela é uma
atividade extra-classe. O objetivo desta atividade é fazer com que o aluno vivencie
as atividades regulares de uma propriedade rural auxiliando-o assim nas atividades
desenvolvidas nas aulas práticas e estágio.
3.14.2 Visitas Técnicas
Através da coordenação de curso em constante comunicação e integração
com a UDP, são observadas necessidades de visitas técnicas fora da instituição,
sejam em propriedades rurais, agroindustriais, haras, cabanhas, fábricas de rações,
instalações avícolas e suinícolas, laboratórios ou então em instituições públicas ou
privadas parceiras da instituição, bem como, IAPAR, entre outras. As visitas tem por
objetivo introduzir, reforçar ou melhorar as técnicas e práticas e, ainda obter
105
informações e cooperação técnica; além do conhecimento sócio-econômico da
região, complementando o conhecimento técnico e tecnológico de alunos e
professores.
3.14.3 Práticas de Campo
São feitas concomitantemente ao embasamento teórico, podendo ser
individuais ou conjugadas, ou seja, com a participação de dois ou mais professores,
visando a complementação dos conteúdos. O estabelecimento mantém parceria
com empresas, propriedades rurais, prefeituras, EMATER, CEAB e outras sendo
estas práticas desenvolvidas interdisciplinarmente e integrado as disciplinas do
núcleo comum, aproveitando a sazonização, os equipamentos, os profissionais e os
espaços que há no momento e época.
3.14.4 Estudos de Caso:
Serão feitos estudos de acordo com a especificidade do conteúdo a ser
trabalhado nas disciplinas do curso. Pesquisas desenvolvidas utilizando profissionais
e laboratórios do colégio bem como do município, faculdades e outros.
3.14.5 Acompanhamento e Desenvolvimento de Projetos , Experimentos,
Pesquisas e Avaliações:
O desenvolvimento de projetos de agropecuária dentro da área de
experimentação e produção da escola-fazenda, juntamente com empresas públicas
(IAPAR, EMBRAPA, PREFEITURA MUNICIPAL, etc.) e privadas
(MULTINACIONAIS), proporcionam maior aprofundamento de conteúdos, sempre
com o direcionamento e supervisão dos professores. Neste ano estão sendo
desenvolvidos os projetos: - experimento de trigo, analise e comportamento de
variedades de milho, analise e comportamento de variedades de mudas de
frutíferas, ervas medicinais e hortaliças, fabricação de bebidas e fabricação de
produtos de limpeza.
3.14.6 Dias de Campo
Esta estratégia tem a finalidade de mostrar uma série de atividades em uma
mesma propriedade, realizadas durante um dia e tem o objetivo de despertar o
interesse e a adoção mais rápida da tecnologia que está sendo apresentada. O dia
106
de campo é realizado em propriedade de colaboradores, unidade demonstrativa
para demonstrações de resultados ou em estações experimentais. Não se limita
apenas a uma determinada atividade, mas um conjunto destas, com o fim de
sensibilizar o público para sua adoção, sendo aberta a qualquer pessoa interessada.
Quando o dia de campo se realizar no Centro será com o objetivo de: apresentar à
comunidade o trabalho realizado pela instituição e pelos pesquisadores,
despertando o desejo para melhorar os trabalhos agrícolas, expor os trabalhos
executados e as finalidades da instituição. Além disso, oportuniza a integração de
produtores de várias comunidades e/ou alunos para troca de experiências.
3.14.7 Conferências
É uma atividade formal em que, em uma única sessão, o conferencistas
apresentam temas específicos aos alunos do Centro, em tempo previamente
determinado, com programação definida articulada aos conteúdos do curso.
3.14.8 Cursos
É uma metodologia que emprega um conjunto de atividades técnicas e
práticas, com progressão especifica, objetivando capacitar um grupo de pessoas
com interesses comuns. Sua realização envolve técnicas de trabalho em grupo,
recursos áudio visuais, excursões programadas, demonstrações. Pretende-se
oferecer vários cursos para que os alunos, através destes fiquem motivados para
aprender, verificando a possibilidade de adoção de novas tecnologias e/ou
aperfeiçoamento de determinadas práticas e conhecimentos. O colégio mantem uma
parceria com o SENAR e Sindicato dos Trabalhadores Rurais que desenvolvendo
cursos no colégio oferecendo as vagas para nossos alunos complementando com
interessados da comunidade quando sobra vagas, mantendo uma média, nestes
últimos anos, de 10 a 12 cursos anual, contemplando a área de agricultura, pecuária
e meio ambiente.
3.14.9 Palestras
As palestras que se oportunizam aos educandos têm como objetivo principal
apresentar informações de maneira formal/informal, esclarecer pontos de
controvérsia, informar e analisar fatos e explorar facetas limitadas de um problema.
Sempre que o professor solicita a coordenação tem procurado buscar profissionais
107
que atendam o tema proposto. A equipe pedagógica busca profissionais da área da
saúde, motivacional, profissional e outros para complementar o trabalho de
educação.
3.14.10 Seminários
Nesta atividade os alunos terão contato com temas abrangentes da
agropecuária, pois os docentes serão especialistas de renomadas instituições
públicas e/ou privadas, de comprovada experiência sobre o tema a ser abordado.
Os alunos participam de grupos de discussões e, ao final apresentam as conclusões
em plenária. Também, nossos alunos, professores e funcionários participam de
seminários nas instituições, sindicatos, cooperativas e outros, quando convidados e
se for da área.
3.14.11 Entrevistas
É uma metodologia realizada extra-classe, e tem como objetivo conhecer
pessoas e fatos, identificar problemas, estudar situações, pesquisar determinado
assunto. Nossos alunos desenvolvem esta prática para complementar atividades da
disciplina de Administração e extensão rural, nos municípios de origem e retornam
com as informações que são divulgadas, discutidas e avaliadas.
3.14.12 Reuniões Técnicas
As reuniões técnicas são realizadas regularmente pelos alunos em
propriedades da região com orientação dos professores e principalmente em
unidades experimentais, com elaboração de relatório. Todo este trabalho é
compartilhado e divulgado de forma que toda a comunidade escolar tenha
integração de conhecimento.
3.14.13 EXPOAB – Dia de Campo Assis Brasil
A EXPOAB é um projeto de dia de Campo idealizado no ano de 2007 que tem
por objetivo promover a integração do conhecimento através da organização e
108
elaboração de um dia de campo, na área agropecuária dentro do enfoque da
sustentabilidade, incentivando a capacitação integral do estudante, auxiliando desta
forma, o desenvolvimento da região Sudoeste do Paraná, principalmente a
agricultura familiar.
O projeto contempla a apresentação dos setores produtivos do Ceep – Assis
Brasil, possibilita o contato dos estudantes de primeiro e segundo graus com
profissionais da área de agropecuária, oportunizando a geração do interesse em
trabalhar e estudar nesse ramo e promove a aproximação de órgãos de ensino,
pesquisa, extensão, empresas e produtores rurais.
O Dia de Campo do CEEP – Assis Brasil, a cada ano pretende atrair,
principalmente, os alunos das escolas da rede estadual e municipal, pais e
comunidade para mostrar as atividades do Colégio no sentido do desenvolvimento
da agricultura familiar. Para isso, são convidadas as instituições públicas e
particulares do nosso município, dos municípios da região sudoeste do Paraná e do
oeste de Santa Catarina, com o apoio das Prefeituras Municipais para o transporte,
destes estudantes para a visitação do Colégio.
Ao chegar na instituição são divididos em grupos, que assistem uma palestra
de apresentação e panorama geral do local. Em seguida são acompanhados por
guias onde entram em contato com os setores produtivos da Escola-Fazenda. Em
cada setor, os visitantes podem conhecer e tirar suas dúvidas de como ocorre a
manutenção diária do colégio, como trabalham, estudam e entram em contato com a
prática técnica que promove a fixação dos conhecimentos que aprendem em sala
de aula.
Este trabalho de organização e apresentação é desenvolvido pelos alunos do
terceiro ano do curso de Técnico em Agropecuária Integrado, como projeto
interdisciplinar do curso, sempre sob a orientação de professores e coordenadores.
3.14.14 Semana de Atualização
O CEEPAB, a cada ano, desde 2006, realiza a Semana de Atualização, que
tem como objetivo principal trazer aos estudantes dos cursos Técnico em
Agropecuária e Meio Ambiente informações atualizadas dentro da área da
agricultura, pecuária, meio ambiente e cooperativismo.
Esta semana é prevista em calendário sendo programada com bastante
antecedência, trazendo profissionais de renome, graduados, com experiências
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publicadas, ex alunos que estão atuando na área, sem custo para o colégio. Estas
palestras são proferidas em local público, divulgada para a comunidade, para os
técnicos e funcionários da escola e oportunizam aos alunos do segundo e terceiro
ano do curso integrado bem como a todos os alunos dos cursos do subsequente.
3.15 ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES DE CONT RATURNO
3.15.1 Projetos: Esporte Lazer – Treinamento / Tê nis de Mesa
O objetivo é vivenciar a prática de jogos intelectivos e recreativos, tornando-a
regular e permanente dentro e fora da escola, oportunizando técnicas que visem o
autoconhecimento e melhorando sua auto-estima. Assim, professor e alunos,
construirão uma postura investigativa que favorecerá a autonomia durante o esporte.
Portanto, durante o desenvolvimento do esporte desde os aspectos históricos aos
técnicos, o trabalho coletivo é um dos caminhos fundamentais de formação do
aluno, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades sociais, corporais, éticas
e emocionais, convivendo com seus pares com diferentes opiniões e valores é um
dos maiores desafios e contribui para a formação do cidadão.
Espera-se que o programa melhore o rendimento escolar através do incentivo
às práticas esportivas; bem como auxilie-os na melhoria de sua qualidade de vida,
diminuindo os riscos de evasão escolar e proporcionando uma atividade de lazer aos
alunos internos.
3.15.2 CELEM
CELEM - Centro de Línguas Estrangeiras Modernas /CEP é um curso
desenvolvido no CEEP Assis Brasil desde sua regulamentação. No estado do
Paraná foi através da resolução nº 3904/2008 da SEED-PR (de 27/08/2008) a
regulamentação e a organização do CELEM complementada pela instrução
normativa nº 019/2008 da SUED/SEED-PR (de 31/10/2008) que se deu a definição
de critérios para assegurar a implantação e funcionamento dos cursos do CELEM
nos estabelecimentos públicos. Há 4 anos nossa escola vem oferecendo o curso do
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CELEM em Língua Espanhola aos alunos, comunidade escolar e comunidade. O
curso básico de Língua Espanhola tem duração de 2 anos com uma carga horária
de 320horas/aula e o curso de Aprimoramento tem duração de um ano com 160
horas/aula. Em nossa escola o projeto é desenvolvido em contra turno e tem como
objetivo principal promover a aprendizagem de língua estrangeira moderna,
desenvolver a compreensão de valores sociais e adquirir conhecimento sobre outras
culturas. As duas primeiras turmas concluíram o curso básico de língua espanhola
em 2009 e em 2010 concluíram mais duas turmas do curso básico e uma turma de
aprimoramento. Neste ano, 2011, estão cursando 4 turmas sendo que 2 turmas
estarão concluindo o curso básico. Está previsto para o próximo ano a implantação
de mais 2 turmas do curso básico e uma turma do aprimoramento. A certificação é
expedida pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM/DEB/SEED).
3.15.3 Projeto Segundo Tempo
Através do Programa Segundo Tempo, um dos projetos que combina
educação, lazer e esporte, os alunos do CEEP ASSIS BRASIL podem participar de
atividades esportivas e culturais no contraturno das aulas regulares sob a supervisão
de monitores e coordenadores. O Programa visa ocupar um período que
normalmente seria ocioso para os estudantes estimulando o gosto pela prática de
atividades físicas, desportivas e culturais, motivando entre outros a coletividade e
interatividade dos estudantes através das atividades propostas. Este programa é
desenvolvido no período noturno todos os dias da semana.
3.16 PRÁTICAS AVALIATIVAS
A avaliação é um dos aspectos de ensino pelo qual o professor estuda e
interpreta os dados de aprendizagem e de seu próprio trabalho, com a finalidade de
acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos bem como
diagnosticar resultados e estabelecer-lhes valor.
A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua, é
uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas
dos alunos em seu desenvolvimento. Dessa forma, tem caráter investigativo e
processual. Ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com
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a função básica da escola, que é promover o acesso ao conhecimento, e, para o
professor, transformar-se num recurso precioso de diagnóstico.
Diante dessa análise, o processo de avaliação do ensino-aprendizagem
relaciona-se com o aperfeiçoamento do processo, obtendo uma função diagnóstica
permanente e contínua contribuindo para a tomada de decisão entre os sujeitos
envolvidos.
O aluno toma conhecimento da apropriação dos resultados de sua
aprendizagem e organiza-se para mudanças através de práticas como:
Apresentação de trabalhos coletivos e individuais, Elaboração de sínteses
integradoras, Debates, Provas individuais orais, escritas e coletivas, Pesquisas,
bibliográficas, científicas e de campo, Discussões, Relatórios, Aulas expositivas e
dialogadas, Dramatizações, Assiduidade e pontualidade na entrega dos trabalhos. A
prática avaliativa leva a recuperação paralela, sempre que necessário o professor
deve retornar ao conhecimento não assimilado através da recuperação paralela,
bem como utilizar o resultado como um ponto para a auto avaliação.
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- ANEXOS