povoeiro e regional -...
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Duas Querências
Leonardo Ginete...
2
Saber de poesia... Quando? Onde?
Sempre por ela apreender A ser sonhos e palavras
3
Esses homens calmos que trazem na
alma, nas linhas retas suas frases de
efeito São os mesmos que agem com tino e
razão, falam à linguagem que brota do
peito São construidores de um imaginário,
Com papel e tinta retratam uma vivencia
Talvez mensageiros em canto de paz, Que
enxergam o ser, bem além da aparência
Para esses poetas que a vida reserva,
Sonhos rimados nas manhãs de mate Quem
sabe angustias sorvidas caladas, Que na
flor da emoção o sentimento rebate Por
serem capazes de ouvir o silencio, sabem
decifrar a divindade em cruz São homens
que mesmo no escuro, Deixam para nós um
caminho de luz. Meus irmãos. A poesia só
pode ser definida por uma palavra
´´sentimento´´. Ela não pode ser definida
por regras ou julgada pela razão ou
técnica, mas pelo que nos diz o coração. É
por esse motivo que assumi o desafio de
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escrever essas linhas para o trabalho desse
irmão, Leonardo Cordeiro. Seria fácil a
recusa, bastaria um não ou a alegação de
estar alheio a obra, mas isso não seria
verdade. Só quem está completamente por
dentro, verdadeiramente absorvido pelas
verdades que cada palavra leva é o autor.
Todos os demais, inclusive eu, somos
receptores de sentimento puro, mas isso é
tão individual que não devemos nos atrever
em tentar descobrir oque quis dizer o poeta,
devemos apenas sentir e desse sentimento
nos embriagarmos. Sorvam cada palavra,
tornem palatável a alma e deixem que ela
faça juízo. O resto é técnica e ela não sorri e
não chora, lamentavelmente não se
emociona e por isso não deve ser base para
a poesia. Poesia é desnudar a alma,
deixando que o espírito fale pelo único
canal capaz de absorver essa torrente. O
sentimento. Tentar querer saber oque o
poeta quis dizer, é se perder em um
labirinto, andar em círculos e não chegar a
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lugar algum. Poesia não é oque foi escrito,
mas oque é sentido. O sentimento do poeta é
de se revelar. O de quem recebe é de se
identificar, mas esse sentimento é tão
diverso, que mesmo a repulsa indica que a
poesia atingiu o seu objetivo. Poesia é
despertar sentimento pelo sentimento. Que
sentimento? Isso não importa, quando
existe o despertar, o alvo foi atingido. É tiro
na mosca. Ela nunca erra o alvo. Leonardo
Cordeiro, deixa nesse trabalho o sentimento
aflorar, escreve oque sente, sem
compromisso de agradar. Fala não só para
o campo ou a cidade. Fala para o coração
e esse idioma todos entendem. Sei bem como
isso se opera. É como se alguém a todo
momento nos soprasse versos, frases,
palavras e essa quase ´´incorporação´´,
torna o poeta refém de algo maior que ele,
com uma vontade mais forte, com um
desejo quase que insaciável de sentir e se
revelar, mas essa intensidade tem, ao
mesmo tempo, sutileza e é necessário se
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despir de muita coisa para entrar nessa ´´
sintonia´´. Arrisco a dizer que o poeta é um
instrumento de algo maior que se utiliza
dele para nos alcançar. Continue, Leonardo
Cordeiro, sendo um bom arco nas mãos do
grande arqueiro. Ele sabe a direção e
velocidade do vento, ele sabe da dor e da
alegria e mais ainda, nunca dispara em
vão. Sua obra tem uma razão de ser, mas
só muito mais tarde descobriremos isso. Por
enquanto, nos tornemos receptivos a ela e
deixemos que o sentimento fale pelo
vocabulário universal da alma, essa
dispensa palavras. Que a paz esteja com
todos.
Aldo Pereira
Rio do Sul, agosto de 2016
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Poveiro
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q ual s eria a p alavra
qu e os olhos dizemmm
e num cant o se
mantem............
nas h horas q ue se t orna
raraaaaaaaaaa...
os OLHOS falam...
E dizem sem .....
....
Dizer...
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O amor... é o desamor...
É a cor... e a flor...
Também é dos olhos...
Nasce nos sonhos...
E se perde por ser amor.
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Toca... Toca ... toca... toca...
Mais ... Mais... mais.. mais..
Viola... viola... viola... viola
Pra... Pra... Pra ... Pra..
Não... Não ... Não ... Não..
Derramar... Derramar...
Derramar...Derramar...
Os... Os... Os... Os...
Sais... Sais.. sais... sais...
Dos olhos.
Era Fa#... Não ...
Sibmol... No final...
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Mas no fim ficou ...
Dó maior que é quase igual...
Então errou...
...
Bebi demais... e amanheci nooo
cais...
...
Era uma frase...
D
ua
s
fra
se
...
Uma tinha crase...
Outra em crise...
Ou era só reprise ...
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Da mesma frase...
Ou era quase ...
Mas era uma fase...
Ou desfase..
Envase na frase
Sem crase ...
Sem ases ...
Nas frase...
...
Um amigo me chamou pra ajudar
Guardei minha dor no bolso e fui..
.
Mas coube no bolso?
No fim bebemos e saiu ai,,,
Por só ajudar e deixar falar.
...
A lua... oh a lua...
Todo sua... toda nua..
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A lua na rua..
A lua no raio da pua..
...
Planta que nasce...
Depois colhe..
E escolhe
E renasce ...
Esquece...
...
Bingoooooo...
Foi na pedra noventa...
Mas não contenta
Com o GRITO!
...
Que vinho...
Um tinto...
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Pra os olhos cativos
Ficarem mais vivos
Com o vinho....
...
Duas canha ...
Num copo americano...
Com
Pouco gelo...
Só pra esquentar o pelo...
...
Tchau?
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So isso?
Tchau... acabou...
Fim... Pra isso!
...
Me quebrou o vidro dos olhos...
Roubou meus sonhos..
Meu sono.. que perdi ...
Sem querer eu ri..
Da bobiçe dos olhos molhos..
Sei.. que não viu...
Mas agora sumiu...
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O poema.. e do poeta?
Ou o poeta e do poema?
Que se usa a métrica?
Ou deixa por ética
O poema ser decerto
Ainda mais incerto...
Por não ser nem do poeta
Nem do poema...
Se livre e aberto...
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Nasceu...
Oque nasceu?
Nasceu...
Oque nasceu?
Nasceuuuu!
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flor
A flor ... o tudo..
Te trago.. num poema
Sem que saiba..
Nem a silaba
Certa pra dizer morena...
Pra dizer sem dizer
Por ainda te bem querer...
Te amo... mesmo na hora
Que não amo mais...
Derramo meus sais
Nos papeis.. nos veis
Quando a vida fica lá fora..
Te amo mesmo sem amar..
Mesmo sem possa falar..
Só pra te trazer outro
Em outra noite noutro
Poema...
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Sangrei... sangrado ... Errado...
O Peito ainda chora por respeito
Dizendo ao seu jeito...
Oque ainda ficou
guardado.
...
Cordiona... pelas tuas teclas ...
Talvez saibas muita de escalas
Sem que sinta e a alma
minta
De que ainda pela
voz desafina ...
...
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Porque pensar?
Pra depois se negar?
Pra depois omitir?
Pra depois mentir?
Pois pensar a quem não pensa
Doei muito por ressabios
Que vem e some depressa
Com um assovio...
...
Ao escrever retorno...
Tiro do peito... dos olhos.
Viajo nos meus sonhos.
Faço da palavra meu governo...
...
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Olhar demais pra dentro
Só se vê o centro...
Perdido no meio por fora...
Quem vê só por fora ..
Não vê nunca o agora
Por ser muito mais
Que sais ou demais
Na medida de dentro
Por ser centro.. .
Pra ver nas horas
Também por fora...
...
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Por respeito...
Um jeito do respeito.
Deixando com respeito
O respeito traz mais respeito
Pra quem ainda tem ... respeito.
...
Um.. dois... três...
Depois é o sol...
Um... Dois... Três...
Agora sim.
...
23
.
Mel doce
Abelha Vooa
Trabalho Colhemos
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poema nasce
Cresce
escreve fica livre
E vive alheio
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Choveu...
Vai germinar a semente
Que derepente
Nasce pra quem planta...
Parece um amor que se perde
Depois um dia a luz
Veem e diz encíclicas e traduz
Molhando o tudo ...
Então.. choveu nos olhos ...
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Mentiu .... no coração...
Mentiuuuuuuuuuuu novamente..
Mentiu derepente....
Por mentira além de outra que se tira
Na sua boca se atira...
Sendo somente mentira.
...
Doce .. Doce ... Doce...
É doce?
Que é doce?
Quem disse que era doce?
Um dia o beijo dela amargou...
E a ele enjoou...
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Depois da doçura
Veio a loucura ...
E uma candura
Pra quem vê na alvura
Da saudade de um beijo doce...
...
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Quer me decifrar?
Mas não sabe ver ou escutar...
Somente apontar e apontar
Sem que saiba por onde contar...
Parece quer conter o incontido...
Procurando que tenha se quer, perdido.
E ainda nos teus olhos tenha esquecido,
Por ter, por ser... por não ver, o sentido.
Nem sequer dito... do revisto nos olhos
Por perder os seus gostos.. seus sonhos!
E dizer a muitos de olhos molhos...
Ainda sem ter nenhum dos retalhos.
Que tentas decifrar fazendo curvas...
Perdendo se nas suas ruas ...
Não vendo as minhas luas...
Nem o som das notas, nuas.
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...
Por que é tão medita?
E que quer ser somente vista.
E ver não é vista ...
Nem capa de revista ...
Pra ser esquecida
De manhã...
...
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Sem / Ate quando?
Sem magoas
Sem esperas...
Sem lembrança...
Sem destino...
Sem sentido...
Sem gostar...
Sem solidão...
Sem coração...
Sem sentido...
Sem tino...
Sem ausência...
Mas nos olhos lagoas
Pra ficar sem cores
Sem amores
Por querer sempre a razão...
Magoando o coração
E também por orgulho
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Perdendo os sonhos
Por medo de não ter ou querer
Deixar o coração sentir
Por não saber mais sorrir
A não ser quem não mais sentir
Vai ver que o vazio ainda maior
Deixando nos olhos rios de amor
Por desamor que ficou com as razões
De que querer por não querer.
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Quem sabe do tempo
Se o tempo é o relógio dos ventos
Não sabe de nada, tão pouco
sentimentos...
Então não cuido do tempo
Apenas escuto nos ventos
Que sabem dos segredos
Que o tempo leva nos ventos.
...
Era estranho... Mas era sincero
Que seu olhar por
secreto ainda o fosse meu.
...
No vidro de claridade
Atrás tem um amarelo
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Que afoga uma alma
Que não esta em calma
...
Barro... antes terra batida
Riscada de marcas de pés
De quem anda por ali
Num caminho de vida.
...
Acendeu uma luz...
Na sala...
Viu um canto claro
Que alma estala
Sem que se fala
Pelos seus olhos...
...
Ate quando?
Oque!
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Deixa prá lá... iria falar
Mas me mandou calar...
Não, fala?
Plantei um jardim pra ti.
...
e-mail... sem fio..
massagens a todo momento
ate quando não se pode
mas na hora de conversar
não se sabe que falar.
...
Na tua imagem... não vejo nada além de
nada
Com mais nada, por ser algum produto
Que vale além de mais nada.
...
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nasceu o teu poema
sem saber
encantou
sorriso
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Ela veio desceu e saiu a
passo lento pensativa entrou
sem notar que deixou no ar
o perfume de flor e um poema
sem que soubesse te escrevi
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Um remédio...
dormir.. dormir...
Ate que o dia que o
sonho se acabou
E aos olhos ainda
pode notar que
comprimidos,
compridos os sonhos
somente pelos
remédios ainda não
toma mais... tomou
mais ...
Dai deixou os seus
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...
Não sei quando vale meu serviço?
Ou se vale um pouco de alguma soma?
Escrevo e pronto já disse outro...
Deixo a caneta me levar aos astros,
Deixando na alma meus rastros
Que ainda falo sem abrir a boca...
Grito sem dizer nada, por palavra louca.
Escrevo, não escrever... mas por ver...
Ver que ainda posso ver de olhos
fechados
E nestes meus sonhos... alumbrados.
Deixando a vida, a alma na caneta
Que me empresta por ser as vezes
incerta...
A oque revejo pelos que os outros não
veem.
...
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Molhou teus olhos...
Sem que precisasse...
Não tenhas motivos
Por que já me esquecesse...
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HÁ ... Uma poesia...
Em qualquer canto
Em qualquer luar
Em qualquer lugar
Em qualquer placa
Desde a placa do ônibus
Ao ponto onde espera...
Dentro de min ou do outro...
Quem sabe a poesia habite a todos
Mas nem todos do todo...
Conseguem escutar ela.
Então há poesia...
Talvez além do dia
Ou na soleira da minha janela.
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Nem sempre o silencio
Diz alguma coisa...
...
Parabéns... tudo de bom...
Menos som... menos tons...
Apreenda que o menos
Vale muito mais ...
...
Essa gente ... quanta gente...
Que diz que é gente
Mas nem sabe que é...
...
Ele olhou pra ela.
Ela sorriu...
42
Ele sentiu...
Depois foram embora.
...
Um abraço?
Oque?
Um ABRAÇO!
Cala boca que é simples.
...
Escuto tudo, mas não faço tudo.
...
Digo que penso, nunca que falo.
...
Digo sempre o mesmo, que o mesmo
Sempre te leva a esmo, por ser o mesmo.
...
43
Percebe...
Não percebo...
Que o verbo
Que diz
Te desdiz
Sem que percebe.
...
Nada é demais, se o tempo
É o mesmo tempo
Que traz o tempo.
...
Caneta ou pena?
Pena ou caneta?
Distintas mas juntas
Na escuridão que luz
Do poema vive.
...
Sabes de poesia
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Sabes do dia...
Sabe de tudo
E mesmo assim
Bem no fim
Não sabes de nada.
...
Deixa meus olhos
Por serem sonhadores
Cuidando mais dos sonhos
Que vivo nesse mundo da lua
Não são saudades demais
Quem sabe poesia demais
E menos vida que traz.
...
Oque vale dizer da boca pra fora
Dizer tudo, tudo... e ignora
Quando alguém diz alguma coisa?
...
45
Soneto das estrelas
Quantas estrelas viageiras
Guardei por sonhar
E nunca poder tocar
Nelas por miragens
Deixei pra traz
Nesta luz que veem
E a muito convém...
Oque é incapaz.
Nenhuma delas toquei
Tantas outras perdi
Nos meus olhos, as vi...
Algumas estranhei
E outra tantas, pude ouvir
Pra meu canto compatir.
...
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Uns dizem que é arrogância
Outros dizem que ignorância
Outros que não tem tolerância
Outros pro certo não tiveram
Infância...
...
47
O tema era o amor...
Mas aonde ficou o teu amor?
O teu gosto já sem muita
cor.
Quem ainda pelas
flores diga que ainda habita
Sem que deu algum
Ou se der nenhum valor.
Quantas palavras, da sua boca saiu...
Quantas incerteza pra min omitiu?
Não sei delas, nem tão pouco
Me diga sobre elas aos poucos...
É teu segredo não meu...
Mas o coração que minha alma habita...
Se pergunta sem querer, mais
Que um pouco de nada que se desfaz.
Te digo, não devo dizer, ou devo?
Que temas de amores a
muitas vagam
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E não dizem muito mais que
escrevo.
...
49
Virei um pesado fardo pra ti...
Não aprendi oque era pra apreender
E agora, esta a me esquecer.
...
50
Goles
A noite me trás em goles de bebidas
fortes...
Um depois do outro, mais outro...
Talvez por ele ache o prumo e o norte.
E amanha não veja teus olhos nos astros.
A dose já vai pela vigésima... ou perdi a
conta.
Talvez... não saiba mais e fique a contar
Vagalumes quando voltar, e ficar
Sem esta ilusão febril e doente.
...
51
Falou...
Esqueceu...
Falou...
Esqueceu.
Falou.
Esqueceu.
FALOU!
Esqueceu.
Falouuu!!!
Esqueceu.
Foi embora.
Ai não esqueceu.
Fingiu que se esqueceu.
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Soneto de não saber
Hoje não pertuba mais
Nem tão pouco a min
Faz mais derramar saís.
Com poemas de um fim.
Hoje não digo mais nada
Não penso mais tanto.
Hoje não vejo a face corada
Quando era meu canto.
Foi embora aos poucos.
Levou tantos poemas
Pra quem te escrevia por louco
Escrevendo agora cantilenas
Neste sonhos bem distantes
Pra outros sonhos inertes.
...
53
Prefiro viver fora de orbita
Procurando o sentido pra min.
Quem sabe na orbita
A gravidade traga oque habita
Pelos meus confins.
...
54
Ela era linda... muito mais que podia ver.
Eu era um menino perto dela.
Ela sabia ser a lua e o sol ao mesmo
tempo
Enquanto eu bobo, fugaz era
Menos que as pedras do caminho
Ao ver ela passar pela rua.
Que ficou...Ué... pensei ...
-Nem me notou?
Sim ela te notou, mas ela não quis
Que soubesse que ela estava olhando
Na hora que não estava esperando.
...
55
Poema da noite bêbeda
Feia... muito feita...
Uma...
Duas...
Três...
Quatro...
Cinco...
Parece interessante já?
Seis...
Sete...
Oito...
Nove...
Dez...
Já esta ficando linda?
Não... bebi demais.
Onze...
Doze...
Treze...
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Quinze...
Perdi a conta...
Melhor ir pra casa?
Como você amanheceu aqui?
...
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Ano novo?
Ano velho?
So mudou o ano...
Mas vida é a mesma.
Ah trabalho de novo amanha.
...
Ela era toda prosa...
Quem sabe morena?
Talvez uma princesa
Dessas que os postais
Ainda não perceberam
A riqueza...
Que ela ainda tinha
No brilho do olhos
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Partida.
Não sei se vai doer?
Parece que ontem
Perdeu o gosto ...
Derramei do rosto
O sal pelos olhos.
Não sei se via doer?
Mas o coração
Já andeja nas noites
A perguntar ao vento...
Nessa evocação.
Sei vai doer?
Mas não falas
Não contas mais nada.
Talvez fiquei um fardo
Que atrapalha a vida.
Melhor eu partir
Sem faça mais mal.
Sem faça mais nada
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Pra não ver teus olhos
Com cristais de sal.
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Quem sabe de poesia?
O poeta?
Ou alguém letrado?
Não sei... talvez nenhum
Por ela ser tão, oque os olhos
Não veem e florescem
Num mundo entra realidade
E pureza que véu tênue da alma
Esconde...
...
61
Mentira
Nunca mais escreveu sobre ela?
Mentiu pra si.. pra seus poemas...
Pras luas inteiras e pras noites grandes.
Bebeu ausências tentando matar
A velha saudade a povoar a casa.
Retrato velhos, guardados entre
As gavetas cheias de sombras.
Enxerga ainda um pouco
Da saudade que mente pra si
Pelas flores a fragrância dela.
Mentira... escreveu e reescreveu
Tantas vezes, mas deixou poemas
Pelos sussurros dos ventos
Pra entregar todos eles a ela.
...
62
O tempo do trabalho
Deixei o tempo... o mesmo tempo
Que ontem me deu pouco.
Busquei nas horas escaldando
O corpo pelo calor do sol
Ajeitando a vida calejando as mãos...
Perdendo pensamentos, mates...
Deixando a voz manhosa dos patrões
A me dizer que tenho que fazer
Antes do sois partir pelo horizonte.
Dizem que o homem sem luta não é
nada?
Talvez seja muito mais que muitos.
Pois enquanto puxo fios de arame
Acerto potros pelos caminhos
Ouço o canto dos pássaros
As flores cheirosas de vida.
Mas o tempo corre como mentira
Que pra os olhos mentem
Desmentem... Alumbram.
O tempo corre e corta...
E busca sempre mais tempo.
63
...
Mais uma data?
Que data? Mais uma noite
Um dia
Um momento...
Mas que momento é esse?
Aquele que marcamos a vida pela vida
Que agora muda o ano
E nos deixa de cabelos brancos.
...
Um poema quase cíclico...
Inodoro incolor...
Trouxe aos olhos sem cor
Um versinho quase critico...
..
64
Poema de uma mocinha tirana
Fui mais um que viu...
Percebeu a beleza
E também toda a vileza
Pra alguém que sorriu.
Ela era a mais linda...
Corpo fininho na cintura
Que fazia toda criatura
Sonhar com beijo de boas vindas.
Mocinha dessas de pegar pela mão
E mostrar pra mãe pela sala.
Era mais tirana que os olhos resvala
Sem ter nada no coração.
...
65
Falei.. falei.. abri o coração
Contei que pensava... silencio
...
Silencio...
...
Talvez usei as palavras sem precisar
Ser a hora pra usar...
Calei sem querer calar...
...
Um pouco mais.. um minuto...
Menos de minuto...
Horas dentro de minutos
Pensado por que falei
E não mudei antes de assunto?
...
66
Habitei teus olhos
Te entreguei meus sonhos
Para perde-los por nada.
...
Sangue.. sangue
Que escorre pela veias.
Mas a alguns são teias
Pela tinta que percorre
E a vida por si escorre
...
67
Poema de amor do teu rosto
Não sei porque esse gosto?
Esse sal que ainda rola no rosto
Na convergência que vida
Me entrega sem partida.
Venci a timidez por tua alma.
Venci os meus medos que espalma
A luz clara do teu rosto
A mudar na minha boca o gosto.
Ontem flor colarada...
Hoje flor por ser esperada
Como luz da lua que ilumina
E pelo sorriso me inspira.
68
Soneto aos teus olhos
Minha ilusão demais para min
A buscar nos horizontes sem fim
Um pouco do teu sorriso
Por ser isso que ainda preciso.
Olhos distantes pelas horas
A manha ainda pela aurora
Vem povoando as cismas do dia
Com esses teus verso que recria.
Vejo... ao longe antes do dia
Que ainda vem a imagem
Do teu rosto a trazer a miragem
Nesta luzes que meus olhos recria
Por ainda ver os teus...
Ainda tão perto dos meus.
...
69
Água...
Mais água...
Muito mais água...
Mas por que tanta água?
Um gosto pós noitada que tenho que
tirar.
...
Nem dormi... a noite foi de trago largo
Pela luz vermelha e agora to com um
Gosto do mais amargos...
...
Um copo depois do outro
Noite que a madrugada
Vem sem que diga
Pegando gosto de estradas
Que a vida embaralha as vistas.
Pelo gosto ardente da agua mais forte
Fazendo perde o caminho e o norte
70
...
Poema de prece
Quando faltar palavras
Talvez ainda minha alma
Fique pelas vidas em calma
A escrever tantas outras delas.
Quando as palavras sumirem
Tragam poemas e redondilhas
Com versos e estribilhos
Para as almas cantarem.
Que nesses poemas... fale...
Toda palavra viva assim.
E nunca perca no fim
Quando meu corpo se cale.
Leve elas comigo deixando no ar
Tantos poemas que alma cria,
E aos olhos se recria
Pra todos os lados se dissipar.
71
...
Contexto... nunca mais olhei!
Olhei nos olhos... contexto
...
Sacramento... ergueu a hóstia...
Muito pecados foram sanados.
Mas... oque não falou?
Aquele viu e se omitiu?
Que vale o corpo e o espirito
Se pra teu coração demente?
Pois tem gente com o coração
Doente.
...
Compor... decompor... recompor...
Entra em estado de torpor...
Por tantas horas a se recompor
Pra depois novamente compor.
...
Um poeminha e mais nada...
72
Outro poemão e não ouviu...
...
Oque é poesia?
Alguns dizem que a forma
De olhar e escrever oque se vê?
Ou é somente escrever?
Viver no mundo da lua
Falando que lá tem flores?
Oque poesia?
...
Já te escrevi tanto.
Já li outros pra tentar
Decifrar teus olhos...
Mas nenhum nem eu
Consegui saber.
O porque que eles me dominam.
...
O poeta e sua estrela...
O poeta e sua flor..
O poeta e mundo que ele
73
Olha além da sua janela
Por ver tanta cor
Pra quando ele escreve.
...
Tu não vale nada?
Oque se vale então?
...
Pranto nos olhos claros e raros
Como se alma escancaro
Num sonho dentro dos olhos claros
Nos meus mais escuros.
Por ser mais que raros
Os olhos claros de outros ...
...
Quantos dedos se apertam
Pra sucumbir os medos
Pra os olhos que choram
E neles guardam segredos...
74
...
Um vento
Um olhar no vazio
Nos olhos dois rios
A contar sentimentos.
...
Quando palavras se jogam o vento,
Fazendo chuvas grandes por dentro
Levando aos das pessoas as imagens
Fazendo olhos grandes de tempestades.
...
Gelou... parando o sangue nas veias
A mãos soavam frio, somente por ver.
Ver...
Tao perto dos olhos desejos
Que vem pelos gostos doces a boca
Quando os beijos são sinceros
E cada dia ficam mais puro.
75
Que ficou pelos ares a tua fragrância
De flores das mesmas dos meu jardim.
...
Frio... pelas ruas... chuva calma
Numa tarde longa e cinza
Com poucas cores para alma
...
Era samba.. ou era zamba?
Era milonga ou coco?
Era rock ou pop?
Era quase tudo que ouviu
E não escutou mais que acabou
A luz...
...
Era uma imagem
Que gerou outra mensagem!
76
...
Buscou o aos meus olhos
Insones e perdidos.
Que entregou gostos
Pra os teus escondidos.
...
O liquido que não era água.
Mas pra ele afogou as magoas...
...
Ruim... é pouco
Mas merecia um soco.
...
Louco... era pouco
Era pitoco... e doutro...
Mas era irritante
E bem derepente
77
Punhos fechados
...
Buscou no fundo dos olhos
Lembrar pelo fundo do copo
Um pouco.. de outro pouco
Pra não se perder dos seus caminhos.
Quem iria julgar? Que bebe e esquece
Dores que machucam o peito?
- Talvez entregue a alma em mais
Um gole em meio tantos sais
Que derrama quieto.
...
Era tarde da noite
Ventos pela rua a cantar
Enrolar folhas das arvores
E eu... pela cama a roncar.
...
Lua inteira... ou era meia lua?
Não lembro se era tua?
78
Pois esta lá em cima nunca
Foi nem será sua.
...
Veneno frasco pequeno.
Antidoto frasco pequeno
Quase igual ao veneno,
De gosto de veneno
Mas que torna o estrago
E machuca o estomago
Num rompante pequeno.
...
79
Cale-se
Tecnologia...
É tanta e que esta
Formando a preguisologia...
Com mesclas de nostalgias
Com medo da ecologia
E matando as alegrias.
MAS NÃO TEM WI-FI?
Haaaaa...
Céus, oh vida, a morte chegou
Agora terei que falar
Com todos pessoalmente.
Isso é diferente?
Meu deus será que as pessoas
Mordem ou somente falam?
Oque é uma planta?
Oh isso é grama... o canto dos pássaros.
Que bonito...
Nossa que isso no meu rosto?
80
Um sorriso?...
Graças... Voltou o WI-FI e os dados
Moveis...
A vida voltou?
Mas será que voltou?
Cale-se!
...
81
Poesia... e muito mais que palavras!
...
Calma ... ela será que sabe que faz?
Ou assim com um sorriso um mundo
Dela começa e sempre se refaz?
...
Buscou ... buscou .. buscou ..
O navegador travou?
Então acho que “descodigou’?
...
Lua grande .. noite alta...
Fria... cálida... gélida...
A foto parada no retrato
Emprestando o fato
Pra os olhos que olham calado.
...
82
Poema
O poema.. é um poema
Apenas nos olhares
De quem não sente.
De quem somente
Mente... pra seu coração.
Nasce da loucura...
Nasce do tempo.. de todos.
Todos os outros.
Da pegada, da hora...
Do olhar ...
Desse olhar ou de outro
Olhar? Que me vale a olhar!.
O poema... é só palavras
Nas mãos de quem não sabe.
Mas o poema.. e mais ainda
Nas almas... nos corações
De quem sente...
Torna etéreo a vida
Ungida com corpo e infinito.
...
83
Trabalho
Hoje.. acordei.. levantei...
Trabalhei... ah como trabalhei.
Como um cavalo de carga
Pra sustentar a amarga
Carga da vida nos reclames
Dessa vida ainda infame.
Fico entre fios e fios de vida
Procurando um céu azul
Com as horas da partida
Com as estrelas do sul.
Quem sabe as horas
Ainda gastas antes das auroras
No ponto as esperar...
Pra de novo... trabalhar...
Pra nas noites ficar...
Cansado... quase sempre a roncar.
...
84
Prata e ouro
Prata... moldada ... pra o anel.
Quando se pede a mão
Entrega por pena o coração.
Ouro... moldado... pra outro anel.
Onde se entrega alma
Com o coração e vida em calma.
Dois metais... nenhum deixou ser mineral.
Virou anel pra ser simbolismo
E pra muitos , consumismo.
...
85
Dose...
Comprou uma dose ...
Outra dose de nada.
Um vazio grande
Procurava... procurava..
E não encontrava
No fundo do copo.
Talvez encontre...
Mas tenho certeza que não.
Talvez prepare outra
E mais tantas outras
Pra outrora calar que pelos
Olhos ainda fala
E na boca se cala
Empinando mais outra dose.
Quantas leva para acalmar um amor?
Pra alguns muitas pela vida.
Para os coerentes?
Outro amor!
Pra tantos... talvez outra dose.
...
86
Poema sem ver
Subiu...
Sumiu...
Caiu..
Depois...
-
-
Das seis...
Acordou e ...
Saiu...
Nem viu mais o sol, nem mais o tempo
Deixando o relógio guiar pela hora
Inexata procurando não ver...
Que aos poucos sumiu... em meio muitos,
Ah tantos... a poucos...
Pra na noite sem ver estrelas
Chegar... jantar... tomar banho...
E depois...
87
Adormeceu...
-
-
-
E noutro dia tudo igual.
...
88
Água
Água para apagar a secura
Que na boca segura
Pela vontade louca
Que as vezes a água e pouca
Matando, toda a loucura
Que na boca se tem..
Quem sabe como convém
Traga um pouco mais
Talvez com limão e sais
Dos olhos que se mantém
Vivos alheios ao gosto
Das aguas que correm no rosto
Por beber água e nem ver
Por tantos sem beber
A água mais pura
Pela vida mantando as secura.
...
89
Como foi?
Ela mandou mensagem de texto
Sem ver que o contexto
Pra quem recebia...
Pra ela trouxe alegria
Ao receber a resposta
De mãos postas
Pedindo um carinho
Pra andava sozinho
Pela rua a companhia
Que pra si traria
O gosto do beijo de saída
Quando deu a partida
Deixando o sorriso dela.
Agora na mensagem que ela
Mandou perguntando com foi o dia?
...
90
Cegos
Cegos... tateando a própria luz.
Perdidos entre tantos...
Vendo de olhos no chão
O céu acima das cabeças
Pela foto de um que olha
E pela tela tira outro retrato
Pra todos deixar uma curtida...
Basta ver o céu, acima dele...
Basta olhar não para foto
Mas sim para o sorriso
Que estampa a face corada
Da moça que pela calçada
Traz cor e a luz clara como
Ah do céu...
Mas muito tem medo
De mostrar seus segredos
Pela cara, mas sim pela tela
Achando que uma janela
Pra expor sem se expor,
Com todos vendo.
Mas não vendo, ao lado como cegos.
91
Velho
Velho? Quem disse?
Você... será?
Talvez...
Maduro...
Apreendendo mais com os anos
Que já não troco mulheres
Por gemes desses de vira noites
Com pouca memoria gastando
A memoria RAM do not,
Viro tomando um scot
Na companhia mais plena dela.
Talvez da minha mesmo
Pois apreendi que velho
Não é sinônimo de parar no tempo
Mas sim apreender com o novo
E apreender sempre de novamente.
Velho? Quem...
...
92
tudo levar a crer
que o poema
é maior que tudo
pra quem pode ainda, ver
93
94
Chocolate
Bolinhas.. muitas bolinhas
Podem ser de chocolate
Ou de doces desses qualquer
Não lembro acho que comi todos
Pra não deixar nenhum...
Por... Que?
Pra que?
Para!
Pra não deixar nenhum de fora
Queria todos pra min
Ai deu um fim?
Sim... bem assim...
Acabou agora ficou só os papeis.
...
95
Lixa
Lixeira
96
Poeta
Poeta não é louco...
Porque conversa com a lua
E sente nas flores fragrâncias
Com matizes e gostos a boca.
Poeta não é louco...
Mas sim fala com as nuvens
Escuta no ventos muito mais
Que os olhos podem ver.
Louco não é o poeta
Talvez por ver mais que olhos
Podem mostrar mesmo fechados
Coisas da alma e do tempo.
Poeta, não é louco..
Nem tão pouco, nem muito
Mais que os outros...
Somente escreve que sente.
...
97
Escutas
Traria uma lua enaltecida
Endoidecida pelas palavras
Que saltam pelas estrelas....
Tu as não escutas?
Tu somente escutas o obivio
O sons de carros, dos papeleiros,
E suas carroças velhas pelas ruas
A levar o tudo.
Tu não escutas? Além
Do próprio sons da vitrolas
Dos carros.
Mas nunca ouviu o coração.
Nunca ouviu a respiração.
Nunca ouviu suspiros a luz da lua.
Não adianta falar, senão me
Escutas...
...
98
Poema da repartição publica
Assim. .ache outro...
Procure outro...
Pra o outro, ser o outro
Que faça que o outro
Não fez por causa de outro
Sendo ele o outro
Que diz por ser outro
Pela fala sintética de outro
Por procura outro...
Seja o outro
Pra fazer o serviço do outro
Sendo um dos outros
Que tem sido por ele
Ou por ter sido outro?
Outro quem ?
O outro ainda procuro
O outro.
Pra poder pedir pra outro
Ver se o outro pode fazer...
Que ainda será o outro.
99
Fronteiras
Linha tênue entre o sonho e os olhos...
Linha pequena entre a vida e a alma...
Linha da porta pra rua...
Linha que os sonhos ainda espalma
Espalha... atravessa...
E ainda repassa de volta.
Parece do outro do lado ser igual
Percebesse que liberta dos dois lados.
Um pode ser norte outro oeste?
Ou estar de rumo ainda cruzado...
Varando... Mudando...
Tangendo a ilusão de ir.
Quem sabe a fronteira seja uma linha
Dessas imaginarias que os olhos,
Trazem aos poucos a vida, junto da alma...
Pra mudar linhas dos mesmos sonhos.
Ilusão... linhas...
Dessas que só demarcam.
100
E marcam com um risco pelo mapa?
Trazendo por certo ser qualquer uma.
Pode ser a fronteira da porta da frente.
Ou pode ser a fronteira de nenhuma
Nesse... Mundo...
Pra ser a minha...
A minha dessas de dizer que lado lá...
É igual ao lado de cá? So por ser azul...
Igual ao céu daqui que vejo da fronteira
Da vidraça da janela, que mostra o sul...
Ou norte... ou dos sonhos...
Das fronteiras dessa vida.
...
101
Soneto de paixão e loucura
Sonhei com teus olhos claros
Semblante puro de pela cor...
Trazendo tanta luz que escancaro
Momentos que sente o calor.
Que vem dentro do coração
Sente os sonhos pela boca
Deixando aos olhos a emoção
Que traz as palavras poucas.
As vezes não precisa dizer nada?
Sim... deixa os olhos falarem
Pras bocas se calarem...
Falando de almas encantadas...
Pelas horas que os beijos
Trazem tantos novos gostos.
...
102
Soneto de visita noturna
Eram dois olhos inteiros...
Pra dois olhos ainda inertes,
Duas almas de sonhos, passageiros
Pra depois, ver nas vestes.
A noite tinha tantas estrelas
Tantas esperas pelas tantas janelas
Que rodeavam cidade inteira
Procurando de alma viageira.
Cuidado se ouvia... pela voz baixa.
Passos calmos e rápidos pela noite,
Pra ouvir sons, que calam defronte
A face... a face a boca roxa...
Calada de sonho e gosto
Deixando a luz sair no rosto.
...
103
Briga
No me minta mais...
Nem tão pouco diga qualquer palavra.
Cala-se!
Cala-se!
Não quero mais ouvir nada!
Sei que falas, não é verdade!
Te dei tanto amor... Que perdi
A cadencia da vida e dos sonhos...
de tanto que colocou fora
Sem que perceba o teu erro.
Fiz dos meus sonhos...
Sonhos pra te entregar.
E o mínimo era cuidar!
Mas não preferiu, proferir, intervir,
Ferir... ferir...
Cala-se!
Que não sei mais que faço?
Agora quer reparar um erro tão grande
Que não pode nunca mais acertar.
104
Não sei? Já saberia que agora
Me perderia, e não mais teria
Nenhum amor que continha.
...
105
Força
Tinha uma força... que não tinha mais
dentro de si mesmo sem saber...
Que poderia ver por dentro, sem ver que
por fora o corpo pedia calma...
Mãos postadas pelas horas incertas dos
caminhos perdidos nos olhos distantes.
Deixava pelas horas... escrevendo o
tudo... com palavras mudas, quietas!
Ouvindo nos ventos, nos segredos
que os olhos não veem, pelo sonho que
ainda diga pra min?
Descompensa um verdadeiro pela
trama que a força, junto da vida, trazendo
Cada segundo aos gostos,
Aos gestos,
Aos rejeitos...
Aos sabores...
Pra ver que tinha mais força!
Mesmo de olhos molhados.
...
106
e onde virá?
Sabores pelas horas inteiras
Trazem um pouco a boca
Procurando a seiva que bebeu
Na outra noite inteira e pura.
Provou além de um tinto
Ou gosto inteiro de alma
Que a poesia é legal... Ilegal
Transcendental... Às vezes animal.
Traz luz... Cor...
Ao que era desbotado...
E desbota que era colorido.
Esse gosto de palavras puras, vividas...
Às vezes perdidas pelas noites dolentes.
Trazendo versos às vezes tão
Engessados, às vezes estragados,
Pra mãos de oleiro, de trançadores,
Pra acertar...
Mas tem vezes puras, claras... Bebe
Na fonte do coração...
D
107
Na fonte dos olhos e das almas
Ainda por saber de tanto e tantos!
Sem dizer sempre o tudo pra quem
Prova esse gosto... Às vezes
Nas noites... Às vezes...
Nos dias... Às vezes com gostos
De manhã claras e sinceras.
Traz como ouro no tesouro
Que ainda sobra aos olhos...
Pra vir as vezes nas noites,
Trazendo madrugada e sonho
Pelos olhos insones...
Busca muito no nada,
E no nada trás muito.
Esse tinto tinge as veias
Trazendo linhas dos meus cânticos.
Esses ritos podem vir pelos goles,
Pelos olhos... e pelos sabores...
Às vezes sabem mais e deixam
Pra ensinar sem que revejam
E estejam dentro ...
...
108
Pranto
Entregou aos meus olhos um pouco mais
que a alma poderia apreender.
Deixou cristais, pelas vertentes, nascer...
Crescer por vir aos olhos fugidos do
coração...
Buscou não molhar...
Não plantou nada pela regar com águas
Ainda tão puras pelas horas.
Perdia um pouco ...
De coisas boas dentro da alma, trazia
E recria saudades já esquecidas...
Afogadas não pelas cores tintas
Mas sim pelas imensas saudades
Que os olhos traziam um pouco...
Trazia.. recriava de olhos fechados
Olhos distantes...
Entregados com a voz embargada
Pelas poucas palavras que saiam
Sem que perguntasse se podia.
Traria sorrisos, mas ali era tarde
De olhos vermelhos...
109
A se entregar de todo o sentimento
Por requerer um pouco mais coração.
...
110
Crianças
Sorriu a menina...
Correu a outra pela casas
Trazendo alaridos e brincadeiras
Sem medo bater nas cadeiras da sala.
Trazia uma aprenderes nos olhos
Outra trazia um pouco mais que isso.
Se perguntava que é a infância?
Me perguntava que é ser criança?
Nem todas as respostas são fácil
De entender pelas horas.
Talvez seja viver num mundo
Mais feliz, num mundo,
Onde as cadeiras são de borrachas,
E as nuvens são coloridas mesmo
Sem elas estarem no céu.
Pra agora sorrir a menina
Pedindo uma palavra sem que saiba
Trazia pelas cantorias desafinadas
Que trazem a alma clareando
111
Nos olhos... trazendo um pouco mais
De luz as casas.
...
112
Ladra de palavras
Ela não trazia poemas...
Roubava quando os tinha.
Judiava das palavras
Por não serem amigas dela.
Quantas noites me roubou
Poemas sem que soubesse
Perdia a calma as vezes...
Noutras procurava nas vozes
Que ouvia um pouco
Se perguntando feito a um louco.
Porque me tirava poemas
Sem saber pelas palavras
Que suprima pra escrever.
Espremia um pouco mais.
Um dia trazia tantos poemas,
Tantas palavras novas...
Pra descobrir que a ela
Na trazia, a não ser palavras.
Sem sentido que não escutava.
Trago agora pouca... voz rouca...
Deixando a minha luz que entoca
113
E revendo a palavra mais louca.
Porque tirar as palavras?
Senão as usa!
Senão sabe que fazer delas.
Flexionava mais um pouco delas
Se entender...
Pra talvez não querer
Saber que elas podem dizer.
Rouba palavras pra deixar
Nos cantos sem saber usa-las.
Pra quando gritos...
Desses dizer que sabe mais.
Mas nem eu que tento
Ser amigo delas, as palavras.
Nem sei ainda como usar-las
Direito pelas minhas horas.
Mas mesmo assim rouba...
E manda calar... por ser ela a falar...
Então rouba palavras
Pra deixar no canto
E renascer em meu canto.
...
114
Sono
O sono traz meus sonhos
Que adormecidos de olhos
Fechados pelos caminhos
Que ainda vou andar ... trás
Uma luz que provoca
De ainda me entoca
Com ciências e sabores
Que ainda não sei o seu gosto.
O sono vem e me empresta
Mais que posso...
Me transporta como se soubesse
Onde meus sonhos moram
Pela transitoriedade dos dias.
Domina... meu corpo...
Por tantas horas
Que depois da fatiga do labor
De cada dia...
Cria uma teia pra o corpo ficar
E mesmo assim sonhar
Com oque ainda nem sei
As vezes explicar
115
Fazendo espiar um mundo
Que mergulho de olhos cerrados.
...
116
Escrevi
Te escrevi tantos poemas
Nas brumas doces da noite.
Deixando minha alma insone
Cativo dos seus sonhos
E muito mais dos seus desejos.
Roubo a lua pra teu gosto
´pra te iluminar nas noites
Em que escrevo...
Rescrevo...
Inscrevo...
Prescrevo...
Nos ventos para que levem
Poemas quando não puder
Cantar eles aos teus ouvidos.
Traga a ti ... muito mais palavras
Que nelas deixo meu coração.
...
117
Escuro
O escuro me cega os olhos
Pelas noites insones...
Gostos de mates amargos
Pelas horas que passam lentas
Ouvindo gotas de chuvas
Pelas estrelas que a casa
Ainda escondem.
Traga um pouco mais
De agua pela noite insone
No aroma da terra molhada
Que amanha colho novo rumo
Pelas esperas de quem semeia.
Traga muito mais que uma noite...
Traga mil noites...
Mil sons pelas bocas ardentes
Da violas afinadas noite afora
Entre o escuro da noite
E o escuro que meus olhos
Ainda clareiam pelas cadencias
Que alma rodeia os sonhos.
118
Colher
O poema na esta pra ser colido
Numa colheita produzida
Pela vontade...
Nascer como quer...
Tende a viver
Do sei jeito...
Do seu modo
Do seu corpo.
Talvez um poema seja
Colorido, plantado...
Nunca foi escondido.
Hoje nasce mais um
Entre tantos que ainda
Pelos campos galopeiam
Libertos.. alheios a tudo.
119
Alheio.
Alheio... buscava as horas...
Vida afora entregando a alma
Pelas horas grandes de trabalho
Se perdendo os sentimentos.
Agora ao gosto dolente
Das horas fica a cuidar
Do teto vendo estrelas
Caindo do sofá...
Busca... e desenhas...
Muitas coisas na cabeça...
Traz agora um pouco
Do pouco que os olhos ainda
Reinventam sonhos.
...
120
Aprender e partir
Quando a alma habita os corpos
Um dia ela deixa...
Levando que aprendeu, e de nada
Que ainda não se arrependeu...
Temos dias, meses, anos...
Uma eternidade inteira
Pra apreender que o amor
Ainda pode ser o maior bem.
Mas nos preocupamos
Com tanta coisa que não convém.
Então pesamos a alma
Pra deixar o rastro
E nos olhos vermelhos
Dos outros que ficam.
Sem perceber que
Os dias, os anos ...
Ainda são poucos
Pra apreender que
Sempre temos que apreender.
...
121
Como foi?
Como foi seu dia?
Pergunto... teu dia não foi igual ao meus.
Depois que chegas-te trouxe a luz
Que ainda me falta a fala.
Mesmo que tenha sido comum
Nada fácil, ou nada interessante
Foi num dos teus dias
Que comecei a te escrever
Sem que percebesse que escrevia
Com minha alma.
Trazia os sonhos a pena
Pra saber sobre o teu dia?
Como tinha sido?
Imaginava como louco
Até a tardes longas de folgas
Quando brincas com os cachorros
Da tua casa.
Hoje posso saber, escuto mesmo
Quando nada liga com nada.
Desde o detalhe mais pequeno
Até quando me pula de beijos
122
Na poltrona ao teu lado que escuto..
Sobre o teu dia.
...
123
Poema pra um retrato
Buscava de olhos grandes noites insones,
Indelével, a navegar entre retratos
E tantas outras imagens pressas
A cabeça que faziam os sonhos.
Poesia... de amor... de dor...
Lembrou em cor, do sorriso.
Que ontem menina pelas brumas
Das noites pude ter pela praça
Da matriz da mesma igreja
Que hoje revejo naquela banco
Da praça com o gosto a amargo
Do tempo me cegando os poucos
Sonhos que ficaram agarrados
Aos meus dedos pelas cordas
Da guitarras dolentes.
Hoje nesta noite...
Trago de volta a tua alma
Pra meus dedos, que tocam a ponta
Dos teus segredos sem que notem
Pra deixar nos ventos que te levem
E te façam escutar...
124
E possa um dia, te ouvir cantar
Tantos poemas em flor que deixei
Pelas vozes dos ventos
Nestas noites insones...
Procurando entre retratos e palavras
Um pouco dessa saudade
Que habita a imagem dos quadros.
...
125
Frio
O frio que me embriaga o corpo
Trás um pouco de nada.
Me falta um pouco de calor
Dos abraços que ainda guardei.
Outros tenho bem perto.
Tenho por certo...
As vezes distantes sinto frio
Pelos invernos que minha alma
Trás um pouco de muito
Sem ser muito mais que sou.
Ela e maior que a dor na alma
Quente mas de corpo tremulo
Pelo vento que corta o corpo.
Até minha alma sempre frio
Quando esta longe
Do teu abraço mais forte.
Te falta força, me sobra.
Mas esse frio que faz falta
Que o calor do teu abraço
126
Me aperta, me acerta...
Por acabar não só com o frio
Mas também meus demônios
Que ainda vem trazer medos.
Pra neste frio longe...
Hoje sinto saudade de teu abraço
Pra ficar no calor mais sincero
Sem mais sentir que faz o corpo
Tremer...
...
127
Poema que perdi
O poema nasce pra si...
As vezes egoísta
As vezes intimista
As vezes prefeito
Tantas são as horas que
Os poemas bem de bem
Vem como se convém
Na convergência das horas.
Ontem foi na beira do alambrado
A imagem do poema... puro.
Esquálido, inodoro, claro.
Quase nasceu pra min .
Não era flor e nem tinha corpo.
Não tinha nenhum sorriso...
Nascia por ser, isso, preciso!
Precioso pelas minhas mãos.
Mas se perdeu do caminho
128
No exato segundo, que ouviu.
E de outro sorriso sumiu
Indo embora pra outro espaço.
Quem sabem outro dia
Esse poema surja de novo?
Talvez sujo, talvez aos poucos?
Pelas horas sem convergir?
Não sei se virá, sei que esse...
Perdi... pelas palavras no vento.
Ficou como pedaço, um tento
Que partiu em dois, que perdi.
Quem sabe me tope novamente?
Outra hora imperfeito, do seu jeito.
Alheio... pelas voltas em meu respeito?
Ou talvez por ser somente meu olhar.
Que procura em quase tudo.
Que nos escuros provoca luz.
Que alma se conduz... traduz...
Por ser talvez um poema novo?
129
Talvez um poema antigo ?
Vestido de novo, pelos olhos.
Pra viver entre alma e os sonhos
Na sua rapidez indelével.
Talvez esse poema que perdi...
Encontre num outro dia...
Em outras noites, pelos dias...
Pelas tantas coisas...
O poema esta na casca,
Esta em qualquer canto...
Pra levar como manto
Um versinho de ressaca.
Quem sabe noutro dia
Na beira do mesmo alambrado...
Apareça pra outro, alumbrando...
Outros versos que nem sei?
Esse poema ainda encontro...
Talvez noutra noite, noutro dia..
Noutro momento de alegria
130
Ou de pureza pelos olhos.
Um poema... pra uns nada.
Pra outros, muito mais que a vida.
Esse perdi, deu sua partir
Pra outro dia talvez vir... ao meu lado.
...
131
Não era só sangue que pulsa
Meu coração era somente um musculo
Desses que pulsam sangue pra manter
A vida na cadencias das horas, dos dias.
Um dia pelas horas os meus olhos
Fizeram ele correr mais depressa
Ao ver os teus passos incertos
Pela noites que que minha espera
Fazia .
Meu coração era somente um musculo
Ate que sentiu pela medula um arrepio
Quando um beijo ganhou dos seus.
Hoje ele pulsa, leva o sangue muito mais
Depressa quando te vê.
Quando chega perto, acelera muito mais
Que possa entender.
132
Meu coração é mais, que sangue
endovenoso, quando chegar perto
renasce ...
Pulsando hoje sentimentos.
Trazendo meus sentimentos
Entre poemas e pulsa
Paulatinamente, noutras
Acelerados pelos teus abraços.
...
133
Soneto qualquer
Aos poucos o poema sumia
Entre os dedos.
Leva muitos segredos
Desses que só os olhos sabem.
A emoção mudava a cor
O jeito... sem ver muitos mais
Que nos olhos tantos cristais
Saltavam pra fora...
Quem sabe o fascínio
Traga aos poemas
Coplas dessas que aprenda.
Traga pra meu inicio
O dominar pelas penas
Tantas outras que me renda.
...
134
Escrevendo
Me entreguei entre esse mar
De palavras inteiras...
As vezes meias, a flutuar
Como se elas ao vento
Soubesse voar.
Inúmeras, diversas delas...
Divergentes as vezes
Da mesmas presas
Pelas silabas as vezes tortas,
As vezes tontas
Pelas vagarosidade de compreender.
Milhares delas...
Quem sabe um delas ?
Me diga o tudo sobre que sei...
Ou nenhuma delas
Digam sobre os que
Digam que falam
Que esfolam elas
Sem que saiba por apreender
135
Tanto por elas mesmo
A voar pelos cantos.
Dizendo a min os poucos de muito mais
Que saiba ainda rever.
Então me entrego
A ser talvez palavras?
Ou ser algo que fala
Que sabem de tanto
De min, por ser começo
E nunca fim.
...
136
Do fim pra o começo
É o fim...
Acabou pelas mãos
Inglórias de outras.
Perdeu a alma
Não a vida...
Deixou nos olhos sais
Cristalizando aos poucos
Morrendo por dentro
Ficando de boca seca...
De alma louca
Sem que ver
Para ter...
E no fim..
Encontrar o novo começo.
137
Regional
138
A casa
A casa grande ficou vazia
Nem um ruído na madrugada
Levando-me adentro
De min mesmo, nestas ronda.
O mate já vai bem lavado.
Empresta-me o gosto
Dos beijos que guardei
E um cristal agora no rosto...
Fica entre a luz da labareda
Que levanta um pouco mais.
Os dias assim se foram
Sem mais derramar mais sais
Então ouço missais e cantos
Pelas vozes dos ventos...
Levando coplas de min
Por velho, por sentimentos.
Guardei nestes mates
139
Tao longos e distantes,
Um pouco de tudo
Pra agora, ver nos horizontes.
O ontem, que fui aos repontes.
Buscando campo e plata.
Hoje sou tempo, e muita espera.
Firmando bocal e pata.
A casa... Ficou vazia.
Como se as paredes
Se emudecesse por si
E não mãos viveres.
O galpão antes bordado
Na frente de riscos de puas.
Hoje assiste a porteira
E os raios de outras luas.
Fiquei como sempre
A guardar estas distancias...
Enquanto tantos dos meus
Foram bandear querências.
140
Os meus caminhos foram
Muito mais além pelos mates.
Mas nas tardes fiquei eu e a casa.
Matizes dolentes, com aprenderes.
Nunca fui e nem serei povoeiro...
Nem tão pouco de estrada.
Mas vi da minha ramada
Tantos pingos de boca atada...
E esta casa... Ficou incrustrada
Pelo ventre vermelho da terra.
Agora ficar a secar como tantos
Bocais com rumos de espera.
Fiquei eu e a casa, dois grandes.
A contar e cantar pra os ventos.
Que sabem de tantos como os mates
Que roncam aqui nos cantos.
141
Adentro
Madrugada adentra cruzo de ronda
A procurar nas brumas da noite
As coplas que dos ventos nos bordões
De arames faz açoite.
Copla e mate, às vezes um trago largo.
De outra coisa mais forte...
As mãos escrevem pelas horas
Pelas noites a buscar os nortes.
Quem sabe o poema nesta madrugada
Me entregue um pouco mais.
Quem sabe o poema me traga a estrela
Que vejo pelos olhos em cristais.
Talvez o poema nesta madrugada
Que vai longe entre mates e tragos...
Revendo imagens que pelo embalar
Do fogo que as vozes pelos gostos.
142
Águas
As águas que do ventre da terra nasce...
Levando a seiva de vida e na vida renasce.
Procurando o caminho, em meio às
pedras,
Levando a pureza, por serem raras.
A mesma água que hoje limpa e pura
Trás na sua imagem, inodora e na alvura...
Levando o tudo que se pode ser.
Por sempre na sua alma, renascer.
Busca encíclica, inodora, mesmo sem
cor...
Tem sua vida pela sua forma incolor.
As águas que sabem por doces dos rios
Salgadas nos mares, com jeitos de fio.
Um fio de vida pelos olhos que abrem
As distancias das almas, que se
apreendem.
Um fio de fio no aguaceiro, pelas chuvas.
Que levantam as fragrâncias da terra.
143
A mesma água que mata sede dos
homens,
É mesma que faz lutarem e se consome.
Some, pelo meio da areia, entre as
pedras,
Indo ao ventre da terra pra renascer rara.
Tem força de mil tormentas, mas pelos
dedos,
Foge por saber da vida, do tempo, como
um segredo...
Que ainda nem sabemos nem imaginamos
quais são...
É mesma que se levanta no mar e pelos
céus em clarão.
Faz quem junta às mãos, pedindo por
elas.
Molha o chão que era duro a florescê-
las...
Tornando o seco, sem cor, verde de
esperança.
144
Por ser chuva, por ser água, e nunca
lembrança.
As águas, dos rios, dos mares, dos céus,
dos olhos.
Trazem a vida pela seiva pura, pras os
sonhos.
As águas abrem caminhos pelos rostos
Mudam os agostos e crescem deixando
rastros.
Marcados na terra, limpado, trazendo a
luz...
Trazendo para todos que pelos olhos se
traduzem.
Parece que a água é mesma que sempre
nasce
Pelo fio de seiva de vida sempre renasce.
145
Ah um pouco, nas auroras.
Teu sorriso de aurora, ainda me povoa a
alma.
Buscando a cada tempo, um pouco...
Fitei os olhos além dos céus de campo
Revivendo um sonho inerte, talvez por
louco...
Dou sentindo as esperas, entregando aos
rumos.
Cativos de desejos, não mais perto de
min...
Entendo... Que tenho agora um sorriso
Que guardei pelo mesmo céu, assim...
Silencio esporas, cantos e guitarras
nessas.
Horas que os mates trazem recuerdos...
Guardei na alma revisando sonhos de luz
Por ainda nos meus precisos guardados...
Na Lonca dos recuerdos vou trazendo
146
Num instante um tempo mais moço bem
vive...
Talvez chegue a crer que não pude ter
E agora vejo nos céu em auroras de olhos
vivos...
Então que me sobra antes depois das lidas
Ponteando a alma e sonhos de vida...
Vendo um pouco pelas auroras
Neste canto de alma incontida.
147
Algumas palavras sem sentido
Às vezes procuro além dos meus olhos
Alguma copla de meus sonhos.
Não sei que possa ser tenho promessas
Por cumprir sem nenhuma de minhas
vilezas.
Andei e andei, busquei amores vazios.
Por esse mundo em beiras de rios,
Virei um vulto pelas madrugas solito
Sonhando ainda ter olhar mais bonito.
Pedir não vai, porque sei que não fiz.
E tudo que não servia eu desfiz.
Fiquei com teus olhos por reponte
Pois sei que mira os mesmo horizontes.
Dou jeito na minha vida pra ter a tua
Mas não sei se tenho teu sorriso de lua.
Tenho que cumprir todas elas pra min
Pois que sei de onde que vim.
148
Nestas promessas que fiz, e jurei.
Nelas fiz com o coração, por ti.
Minha alma grita te querendo por perto
Neste sonho que tenho desperto.
E por certo, só tenho cismas por ti.
Por quem, espero e sinto aqui.
Sei que não é com um poema
Que mata ou acalma as penas.
Mas digo e não finjo que sinto.
Tenho meu coração por instinto
Governa-me e me diz luta com todas
As forças pra ter a amada.
Fitei solito de novo com uma solidão
Manheira batendo meu coração.
Tenho medo de perder quem gosto
E novamente viver um agosto.
Sentir o sal rolar pela face esquecida
Sem ter mais este sonho em guarida.
Vejo longe, e cuido o perto com medo.
149
Sabendo que carrega meus segredos.
Vivo por teus olhos em cor de campo
Por eles diviso e mudo meu tempo
Gostando no fundo do peito de ti.
Com sonhos morando bem ali.
Dentro dos meus olhos sendo os mesmos
Que tem e não são mais sonhos a esmos.
Como tive sozinho vendo virando estradas
Hoje os tenho na sua ramada.
150
Aos olhos
Tem tanta coisa se que vem aos olhos.
Uns recordam de tudo em verdade
Outros por olhos de saudade
Vem prova e povoar alguns sonhos.
Parece que aos olhos da gente
Vai mostrando tudo aquilo que tem
Que guardou e uma hora vem
Com tudo que tem e sente.
Parece de mostra pelos olhares
Além de coplas de luas inteiras
Talvez alguma saudade verdadeira
Por olhos mais sonhadores
Tem tanta coisa que solta aos olhos.
Aos meus guardei as imagens de campo
Vivencias de outros segredos do tempo
Deixando pelo recuerdos às vezes molhos.
Então firmo, e sigo pelo mesmo caminho.
151
Mirando largo, por sob as cruzes.
Com meus olhos mais claros em luzes
Por andar, às vezes longe do ninho.
Entrego pelos meus olhos as lembranças.
E recordo, cuidando o poente solito,
Lembrando teu olhar mais bonito
Que notei por ai nestas minhas andanças.
152
Ao vento
Veio brotando como se fosse à luz
A sabor de vento foi contemplando
Levando ao seu mandado pelo lado
Na cor que em si se traduz...
Buscou ainda entender por nada
Depois um mate dos mais serenos
Nalgum pouco, ainda por pequeno.
Pela fragrância que vinha pela ramada
Era o mesmo cheiro de florada
Que outrora veio pela luz de um olhar
Ao lembrar pelos olhos solito a brotar
Nas imagens do coração paradas.
Na porta além da luz da lua, não se via.
Buscava sempre pelas estrelas
Uma imagem que emoldurada na janela
Nos tempos que pela casa ficava em
porfia
153
Foi pelo caminho da frente da casa
Uma flor dessas mais colaradas
Veio a trazer ao vento pela ramada
O cheiro mais puro de quem um dia bateu
asas
154
Aranha do baile
No meio do baile quando se esvoaça o
pala
E ninguém pelos cantos fica da sala
Subiu pelos cantos enquanto a cordiona
fala
Uma aranha que também se baila...
Veio em meio ao povo pedindo um
espaço
Mexeram embaixo da mesa com os
braços
E saltou pra o povo bailando cortado
Num contra passo meio atrasado.
Levantou as moças numa passagem só.
Bem cima deixando somente um pó...
Foi um gritedo das moças ao ver a aranha
bailadeira
Saindo com seu aranho numa estampa
campeira.
155
A sala foi limpando pra ver o bailado
Dos dois que vinham mais apaixonados
Mas sabendo que no fim da noite
Somente os dois pra um pernoite.
E amanha o aranho, entregou a vida.
Pra todo amor que em contra partida
Fez a guarida pra os sonhos no bailado
De vida e morte em chão riscado.
156
AS palavras
Traria-te sorrisos não traídos
Nem muito menos atirados ao vento.
Traria-te meu sonho ainda puro
Pra sentir os sentimentos.
Busquei a palavras que ainda
Inexata ainda me conduz.
Essa mesma palavra que me empresta
A vida e a alma que ainda se traduz.
Palavras são meras senão tem sentido.
Mas as minhas ainda tem...
Ainda sentem e não calam
E pra min jamais mentem.
Ouvir elas nos ventos se sabe
Sem querer que as saibas...
Sons de guitarras e em meio
Contos de arreios e silabas.
A palavra vive em min
157
E eu dela me alimento.
Somos a trama do mesmo laço
A cantar nos ventos.
Essa palavra não me esconde
Nem muito menos se perde.
Se dela se transcreve que penso
E muito menos de min faz alarde.
Parceira do mate pelas tardes
Nas rondas noturnas com esperas
Que pelos olhos ainda me dizem
Poemas pra outras eras.
Quem sabe os poemas por min
Nascem como se pudesse vir...
Mas sei que elas sabem de min
E ainda estão a me traduzir.
Não nada escondido nas palavras
Nem menos perdido ou prendido.
Mas sim nelas por elas, emolduradas.
De tudo que tenho vivido ou ouvido.
158
As palavras vivem como estrelas
A sempre distante e, mas porem belas.
Elas povoam as cismas de galponeadas
Por sempre ainda ter somente elas.
Qual o é o sentido que elas têm?
Podem ser vagas ou sinceras.
Mas meu poema que vem de min
Fica pra outras eras...
159
As redondilhas que não ouvem...
Os meus olhos de sempre enxergar
distancias
A cada dia se vestem mais de ausências
Por saber muito mais de outras
querências
Pra perder um pouco a minha na
existência.
É mais um poema muito mais que um...
Uma redondilha miúda e ainda comum.
Sem métrica. Sem jeito. Incomum...
Feita de uma mentira ou como nenhum...
Palavras ao vento pra quem não quer
escutar...
Viageira, às vezes urbana, mas sempre a
rondar.
A minha cisma de ser sem fronteira por
andar
Comigo sem que possa entender ou
pensar...
160
Pra ti... Nada como redondilhas que não
prestam
Que não servem nem por si a ti se
emprestam
Ou somente lhe vale ou apenas escutam...
E por si, sempre com nada falam...
Escuto muito mais que falo...
Prefiro falar de cavalos e pealos...
De poemas pra os cantos de galos...
De flores nos altos dos galhos...
Encontrei nessas palavras oque nem
sabem...
Nem por tentar como cegos veem...
Eu também tateio a luz, que não creem.
Mas mesmo tateando não reveem...
A cada dia fico mais palavras em poemas
A cada dia o silencio me canta
cantilenas...
A cada dia entre cruzes e crinas...
161
A cada dia entre a alma e esta sina...
Mas são palavras de campo, que o vento
fala...
E mesmo na sala não verem nem quando
no pala
Se balança a contar de tudo que se
resvala
E por vocês sempre se cala.
Prefiro o silencio que a guerra de
palavras...
Prefiro o silencio que abrir mais lavras...
O silencio canta sem as esperas, as
taperas,
As eras sem mostrem mais claras...
Pra num outro poema escrever...
Fale como não ouvem, de qualquer...
Com as palavras que o vento, a dizer.
Sem mesmo que possam a perceber.
162
Assim
Depois das lidas de todo dia reencontro
teu beijo mais puro
Pela bomba de prata deste mate que faz
costado junto à noite.
Mirando longe o poente sabendo que
pela ramada onde mateio
A lua sai e salpica de estrelas como teus
olhos pelos meus.
A lua grande sai pela quichá do céu, me
pega de alpargatas depois.
Da lida cuidando destas lembranças
buenas dentro do peito.
Semblante de luna com o verdor dos
campos morando nos teus olhos
Em luz da alma num sonho tão puro e já
tão perfeito...
163
Andei desfolhando macega pelas noites
mais lobunas e silenciosas
Desta vida, carregando no meu jaleco
uma flor sem cheiro.
Mas nas mesmas noites um perfume
feiticeiro veio trazer vida
Nas lembranças buenas do teu olhar mais
estreleiro.
Não sei que o tempo fez em min, me
fazendo andar e andar.
E se perder nas noites solito em amores
vadios e mesquinhos.
Ate um dia que pelos teus olhos me
enredei, e por eles fiquei.
A sentir de novo algo Bueno, a surgir e
viver pelo teu olhar de carinho.
Neste mate num beijo de prata sinto alo
bem mais forte no peito.
Quando abraço teu corpo pequeno, no
teu olhar mais sereno.
164
Abrindo em flor, trazendo em copla a
redondilha que fiz pra ti...
Pela voz do vento, levando minha alma
por culpa deste sonho moreno.
165
Busquei sem ver num pito
Chorei sem derramar uma lagrima
Deixei os meus olhos, cuidarem...
Sem verem muito mais do além...
Buscando alguma rima...
Noite larga nos meus guardados
Buscando o pouco que ficou
E nas almas ainda se aquerenciou
Por serem acalambrando.
Busquei o gosto nos mates
Nos tragos largos das botella
E não vi além de matizes
Que tenho sem arremates.
Entre tantas canções
Entre tantas crinas de potros
Voltei aos meus astros
Cuidando além dos galpões.
166
Voltei em min por apreender
A ver sem que alma que habito
Traga por si, nas fumaças do pito.
Que ainda pude ter.
167
Contando pela tua voz
Nesta guitarra vou tirando de dentro do
peito
Um tanto de tudo e tudo do nada.
Repleta de sonhos me empresta mais um
Sem deixar nenhum, pela ramada.
A contar de tanto sem perder o tino
Pela ponta dos dedos, em cisma
ponteadas.
Vai entregando a min coplas de tempo
E também outras potreadas afora.
Que ficaram no memorial dos meus olhos
Depois dos mates nas auroras.
A marcar os compassos pelo taco da bota
Com um choro dolente das esporas.
Vai guitarra de outro tempo, vindo da
banda.
168
Do povo pra ficar mais crioula em minhas
mãos.
Por ti contei de lidas e tombos nos
corredores
E dos olhos emoldurando tanta emoção.
Pela tua voz mais sincera soltando em luz
Um pouco da alma iluminando todo o
meu galpão.
Meus dedos vão correndo no teu corpo
Como num cancha reta soltando e
aprisionando
As notas que sabem de tanto por pouco
Irem ao seu jeito simples, contando.
E talvez na sua alma de madeira guarde
De tanto oque já escorri o sal dos olhos
nos dedos.
Empresta tua alma de madeira pra contar
De tudo que pelo peita um dia guardou.
De tantos potros que ainda pelo mesmo
Caminho foi ao seu tempo, e enfrenou.
Deixando pelos olhos um naco de alma
169
A mostra pelo um dia teve e não contou.
Copla as palavras que não dizem nada.
Ao mesmo tempo guardei sorrisos
Entre puas e rastros de luas
Talvez no poema por ser preciso
Guarde os missais de outro tempo.
Não teve poesia... Não teve alegria.
Não teve mais que queria e como queria.
Não tens mais luz... Nem a cor
Nem mais meus versos de porfia.
Pra min restou estradas e rumos
Que as novas luas me entregam.
Tanto fez que andasse sozinho
A buscar além de min, que se calam.
Voltei em min... Pensativo...
Enquanto suas palavras ao vento
Não dizem além do mesmo nada
Sem nenhum tipo de sentimento.
170
Acho engraçados os poemas
Que ainda por tua falta de nada
Ainda pra ti saem sem que quisesse
Sem mesmo que veja, ou veja.
Parece que os poemas que os nada
Que ainda trago como diz como te
convém
A min mais parece que assim que quer
Por falar sem saber nada além.
Tu escolhes-te teu rumo...
Tu escolhes-te matar teus sonhos.
Tu escolhes-te se perder por si,
Sem nem mais brilhos nos olhos.
Pois sem querer e nem muito menos ver
Diz... fala... Sem nem mesmo saber...
Muito menos entender como o sempre,
nada.
Somente por sempre dizer.
171
Se fui além deque queria não sei...
Mas não cabe a ti, julgar ou se quer
pensar.
A muito tempo que as estradas
Se abriram em outros estradear.
Então meu caminho não é o mesmo...
Muito menos igual ao seu...
Pra tu dizer sem saber que fala
Querendo que fosse o teu.
Segue teu rumo teu sonho...
Teu destino mesmo em desatino
Pois ainda se perder a cuidar
Que não precisa... sem tino.
172
copla de amor do poeta louco
Tenho saudade dos teus olhos
Quando meus ainda procuravam.
Nestas imagens tão distantes agora,
Revejo um sonho, que repintam...
Poema que nem sei de onde nasce
Por a ainda guardar teu sorriso...
Quem sabe um dia seja tudo
Isso que ainda procuro por preciso?
Traga de volta a sua imagem.
Que hoje distante se abre,
Que ainda nasce e se perde
No breu da noite, que escreve.
Saberia que há tanto tempo.
Ando e ainda por louco, procuro...
Procuro noutros sorrisos
O teu sorriso ainda puro.
173
Guardei oque ainda nem mais, sei..
Que nem mais consigo lembrar.
Mesmo que seja como não sonhei
Ainda fico a te lembrar, te esperar...
Quem sabe morena... um dia...
Quem sabe morena... traga teu sonho
Que agora anda distante do meu
Pra ficar as tarde pelos teus olhos...
Ainda te escrevo, mas não lembro
Ainda te espero e ainda sinto, vejo...
Tenho esta velha saudade
Ainda como gosto do teu beijo.
Quem sabe morena... quem sabe
morena?
Ainda volte pelo mesmo caminho
Que se perdeu de min... enquanto te
perdi
Por agora estar e andar mais sozinho...
Um dia morena... teu perfume
174
Teu lume, teu gosto, teu rosto...
Teu sonho, teu viver, teu querer
Mude esse meus agostos...
Sigo trevoso pelos caminhos...
Abrindo rastros de puas, luas...
Vendo nas madrugadas as almas
Estes sonhos galponeados, pra tua...
Tua alma que ainda pelo horizonte
Quase louco, perdido.. rodando...
Um pouco a cada dia escuto
No vento meu sonho alumbrando...
Nem a canha, nem o melhor vinho
Nem o melhor que seja o melhor
Que possa ainda viver... aprender
Me perdoa o desamor, esse clamor...
Que agora escuto, e mudo emudeço
Mais ainda cada dia, perdido.
Por ainda trazer as culpas, pra min...
Por ter deixado, partido...
175
Magoei o teu coração o teu sonho...
Egoísta... ingrato... insolente...
Agora louco... madrugueiro... andejo...
Com poemas pra ti dolente.
Cada tarde cinzenta, um novo mate
Me traz teu gosto a boca, e as palavras...
Que maldisse, que escrevi, hoje se
perderam
Do rumo, dos olhos, ainda poucas e raras.
Quem sabe morena... não sei...
Todas as noites insones, cheias de luas
Estrelas, cortam meus guardados
Por essas horas inertes como puas...
Eu. Que fui ao longe, tão distante...
Que nem sei mais, por onde andei...
Mesmo longe te escrevia cartas, como
louco.
Mandando pelo vento, como pensei.
176
Cada dia... vai passando... acabando...
Me entreguei a canhas, pito grandes...
Sonidos de guitarra e estradas imensas.
Guardei pra min somente teus olhares...
Não eram verdes.. eram opacos...
Escuros como essa noite que vago...
Que ainda me afogo em trago largos..
Com raios de luas em sonhos que guardo.
Quem sabe morena... quem sabe
morena?
Um dia traga de novo um sorriso no rosto.
E a minha alma hoje na escuridão
Se ilumine com um pouco do teu gosto.
Traria um os céus se precise... mesmo que
perca
Trago a luz a alma, vou ao fogo e brinco...
Só pra um minuto te ver, e dizer...
Que ainda te espero... já quase louco.
177
Copla de andar
Dei vaza pelo corredor com cismas
povoeiras
Ia pensativo mirando além do firmamento
Deixando pelas vezes dos ventos
Levar recuerdos de lua inteira
Ia pensativo tranco lardo sensitivo
Das esperas sinuelas pelos olhos da noite
Que me traz por certo, um sorriso por
acoite
Seguindo as almas por andar cativo....
Cativo dos silêncios das horas ponteadas
Nas cismas que a cordeona traz nos
botões
sua fala sincera de ar e luz emoções
Em réstias de vida, na voz trocada
A estrada botava sentido ao sentido da
vida
178
Remendando coplas pelas bocas atadas
Nas léguas firme nas pontadas apertadas
Entre os dedos depois das partidas...
Nas andanças que se apreende pelas
estradas
Nas voltas solito, por alguma senda da
alma
As vezes pelo poncho que se acenda
No rubro da cor nesses caminhos apeie na
ramada
E veja verdejando pelos meus olhos de
campo
Algum sentido mais sincero num sorriso
Pra depois dos mates, por outro canto,
outro riso
Sabendo das luas de campo e de outros
tempos....
Mas, sigo tranco lardo pelos caminhos
cativo
Das cismas que carrego ainda inertes
179
Deixando pelos caminhos alguma
semente
Nesse caminho ao trote sensitivo ....
180
Copla Nº1
Verei nas cruzes do zaino que me leva
Adiante dizendo nos rastros e ficam
Marcando o ventre da terra e petrificam
As lembranças que vem e se desvela...
Abrindo nos luzeiros dos meus caminhos
Deixado aos meus olhos nas auroras
Nessas horas que ainda apertam esporas
Pra emoldurar rumos nos olhos sozinhos...
O mesmo tempo que ainda nasce
Trazendo garras riscando o céu
Apreendendo e vendo o dia no seu véu
Que ainda sente por que merece...
Aquela copla depois da prece
E do mate que acalanta o corpo e a alma
Revivendo aos olhos, ouvindo em calma
Nas distancias que se carece...
O dia ainda não veio com cismas de fogão
181
Traz ainda aos olhos emoldurados nos
horizontes,
Que se fazem além da porta porque
ontem
Te vi na estrada nesta lembrança do
coração
182
Copla por desagrado
Foi somente um poema por copla iludida
Talvez por conta incerta da vida
Traga pra perto de min um cantar
Por assim.. por meu bem querer e
gostar...
Foi somente um poema por copla iludida
Talvez por conta dos anos de tantas
partidas
Traga ao meu gosto uma imagem de luz
Por assim... na minha que traduz.. por
cruz...
Foi somente um poema por copla iludida
Talvez por conta de noites embebidas
Traga um sonho assim... por viver
Por assim... siga a te escrever...
Foi somente um poema por copla iludida
Talvez numa volta dessa um dia
Traga ao teu gosto.. outros poemas
183
E assim fique as voltas de luas e
cantilenas.
Foi somente um poema e nada mais
Talvez deles agora em de mim não sai....
E traga ao meu rosto teu poema que vem
Por assim... na boca e se esquece
também...
184
Copla pra nunca saber
Se espera muito de quem não tem nada a
entregar
Se espera muito de muito pouco que se
tem
Se espera muito e não se tem nada
também
Não e como se convém, nem vou te
esperar...
Por graça minha poesia nunca foi sua
Nem tão pouco me entreguei e quis
Seja feliz... não sentirei por nada que
entendeis
Nem na lua via teu olhos nem por nada
era sua...
Graças que meu poema dentre tantos
Não te dei busquei por outros olhares
Busquei por outros cantares e sonhares
Pra escrever algo que não mais canto.
185
Segue em paz no teu caminho...
Conforme tem que ser assim será.
Vai com fé no teu rumo que se espera...
Eu vou no mesmo jeito, sozinho ...
Não e necessário que venha ou me olhes
Não é necessário que teça comentários
Pois não teci nenhum contrario
Ao que espera e digo que ainda sonhes
E no fim de tudo recomece do teu jeito
Na maneira que acha mais coerente
e nos olhos outros pare e crie semente
pois ainda por ti carrego o respeito ..
é o único sentimento que carrego
deixo no vento os poemas que não te dei
que foram para outras esperas e cantei
não ouve nada nem começo nem fim, não
nego...
vai com deus e com ele te leve bem
186
te cuide e te diga oque a min não parece
certo
mas no momento é mais certo então
empresto
meu verso pra te dizer, que te desejo só o
bem.
187
Copla pra um dia
Na mão que segurava a face
Sem pecado no meu lado
Buscando a luz por teus olhos
Que trazem o rumo pra o costado...
Aceito a distancia por andar
Por descaminhos que sempre
Ficam perto dos teus carinhos
E quem sabe um dia, me espere...
E traga nas cruzes do meu zaino
Não mais tantos rumos de estradas
Buscando na minha alma, um sonho
Quando fiquei pelas ramadas...
Talvez nas minhas mãos quando abro
Essa cordiona e pelas cordas estiradas
Tire da alma a copla que não entreguei
E deixei no vento minha alma enluarada...
Talvez um dia pelas estrada que ando
188
Traga nos meus olhos os teus ...
Que mesmo andando longe
Sabe dos rumos tão meus...
Abro a minha aura por essa alma
De madeira e canto claro de dia...
Pra te levar um dia por pouco
Meus versos de lua e porfia...
Espero pelas horas e nos dias
Que se vão a buscar caminhos...
Ainda poder apear no teu ranchito
E deixar de andar sozinho...
189
Copla sem saber
Se as flores soubessem das ausências
Que pelos olhos triste carregam
Buscando além dos poentes
Poemas que ainda, amam ...
Boto rumo pra o nada sem saber
Que depois poente sempre tem
Algum novo caminho pra quem
Segue na alma como me convém
Deixo a copla, pelas horas de mate
De trago largo me levarem de tiro
Tironeando os meus guardados
Que de olhos fechados miro...
Na poesia que me empresta
O rumo pelas horas insones
Vem coplas e tempos mais puros
Que tinha morando nos corações
Deixo todos os dias depois das cruzes
190
Desse cavalos que ajeito pra outros.
Sabendo que pela fumaça do pito
Leva coplas pras bocas de matos ...
Num, segundo me torno poesia
Noutro ausência, buscando além
De min o tanto que me perdi
Nesse caminhos, talvez por alguém
O fogo do galpão meu aquenta
Mas não meu coração inerte
Vai buscando ao mesmo rumo
Um caminho que pela verte.
191
Coplas que vão, voltam, e seguem
Somem as coplas que as vezes chegam as
casas
Como se batessem asas pelas horas.
Quem sabe poemas perdidos tragam por
esperas
Nas horas que vida segue por as pressas.
Talvez meu poema ande pelos caminhos
Que as luzes das cidades tragam sozinhos
Com coplas dos campos longes nos trilhos
Que afundam distancias longe do ninho.
Talvez meu poema não seja sobre ti..
Mas bem sei que anda por ai...
Com cismas de fogo e a sai
As vezes como o rumo que vi.
A luz dales carregam pelos sonhos
Cantam verdades e esperas aos olhos
Que ainda como os meus molhos
Como se abrissem mil contos.
192
Essa poesia que some e aparece...
As vezes de min se esquece...
Mas sempre pelas horas de mate nasce
E ao seu gosto, nos ventos reaparece.
193
Coplinha dos corações
Veio nos olhos maneado
Por conta incerta na boca pintada
Que a minha ficou mais cerrada
Que ela entendeu minha alma.
Espera dolente, e num rezo
Guardada distante um olhar
Pra quem entrega assim a sonhar
Por esperar a hora santa.
Uma canto claro em luz de alma
Por outra vez, se encantou
Num olhar que por sua frente sonhou
Na resposta perdida e desdita.
Veio um sorriso franco pra quem
Ainda nas horas de porfia
Sonho em um outro dia
Pra costa abaixo, ter um sorriso.
Pede a deus que depois da cruzes
194
Dos cavalos , entregue a alma
Pra ficar pelos teus olhos em calma
Quando deles se verem por perto.
195
De pesares
Neste mate madrugueiro resguardou um
sonho
Que um dia se foi a campo afora na
mudança
Dos planos desta vida ficando no fundo
dos olhos
Suplantando uma ultima e pequena
lembrança.
Soltei pra o campo pensamentos inertes e
loucos
Que um dia me fizeram tão bem mas se
perderam
Pelas noites com raios de lua em silêncios
por pouco
E nos olhares mais silentes assim se
enredaram.
Ficou o mesmo mate de costado pela hora
santa da noite.
196
Semblante enegrecido pela alma sem
prosear, de si.
Neste silêncios que um dia se perdeu por
vento em acoite
E assim resolveu sair por a caminhar por
ai.
Em pensamentos de vida e tempo antes
perdidos
Agora vividos e cheios de luz em cor de
alma e pampa.
Assim renasce algo esquecido por dentro
do olhos vividos
Escondido pela minha xucra estampa.
197
Décima de um final de tarde
A mãe ta pela cozinha lidando
A noite ainda não chegou.
Vou continuar brincando,
De roda cotia por aqui e assim me
vou.
A tarde foi longa brincando de pique
esconde
Quase não achei ninguém pelo
galpão.
Também foram se esconder pelo
capão.
Que procurei por tudo onde pude.
A noite ainda não veio.
Sigo brincando-nos mesmos floreios.
De ir rodando e cantando aqui pelo
meio
Deixando pelo ar os meus sonhos
risonhos.
Que não são ainda de passar a noite
198
Longe das casas por ter ainda
ressabios.
E receio do vento que se faz acoite
Pela cerca do potreiro em assovios
matreiros.
Vou seguindo pela hora do final da
tarde
Pelo céu uma nuvem se desgarra
como potro gavião.
E a cuscada faz o costado e o alarde.
E peãozada vindo do campo, pra o
galpão.
Sei que lá no canto do galpão atam os
redomão.
Que nem chego perto como manda o
capataz.
Mas largo da brincadeira e me vou ao
galpão.
Ver os peões apeando, que tudo volta
a paz.
Já um me pergunta como foi meu dia?
199
E já fala que a lida foi de rodeio e
mangueira
E num minuto tudo que fiz se recria
E a vida toma uma estampa
domingueira.
Noto num canto Inácio domador,
quieto, desencilhando
Vou lá e pergunto como foi à lida com
os redomão?
Diz em pouco floreio, que foi boa,
como sempre ajeitando.
Acertando da boca esses potros pra o
patrão.
Nisso a mãe já me grita pela porta da
casa, na direção do galpão
Que parece que a mãe tem um sexto
sentido, me mandando entrar.
Saio pela porta com calma, ainda vejo
a amarelinha riscada no chão.
E olho pra trás os peões, ajeitando as
encilhas pra o suor secar.
200
Que no céu a lua já ta saindo trazendo
uma ponchada de estrelas
E amanha depois da escola, vou de
novo ficar pela ramada
Ate voltarem do campo, talvez
pulando amarelinha ou pela janela
Lendo e vendo o tempo que passa
tranqüilo pela estrada.
201
Depois das chuvas
O poema fugia de min como a chuva
Que escorria pelas tabuas judiadas...
Meus bastos encharcados pelo tempo
Que andou deixando o barro bordado...
As esperas seguem por diante, levando
Para além como a água que limpa
As esperas, e as casas meu galpão que
Já aguentou os invernos quase foi pela
barranca
Do arroio que cresceu carregando
Tanta coisa, levando até meu poema
Pra longe, pra morar dentro dos olhos
Por quem ainda vive pelas chilenas
Trazem o pão pelos aprumos
Que ainda dizem sem saber
Essas poesias que depois das chuvas
Voltam pra contar sem ver...
202
Distinto
Distinta da cor pela luz que tinha...
Distinta a alma do corpo ainda repleta...
Distinta a vida por que assim nascia..
Distinto caminho que vem e se encarrega
Mostrando a quem ainda distinto
Alheio a tudo que se ouve e se fala...
Seguia palas estradas reais do tempo
Lembrando pela vida que resvala...
Distinta a baeta do meu pala
Que colorada guarda o calor
Que me empresta por de trás de sua
Negrura que ia no corredor...
Distinta a alma que tem seu
Destino que ainda por pouco
Faz andar nos rumos que trás
Um gosto bueno a boca...
Distinta a vida que veio aos
203
Olhos da criança que trazia a alma
Pra seguir o caminho e trazer
A luz que se perdia nas horas calmas...
Distinto o caminho... pois sigo ao tranco
Moldando estribos e destinos
Rebuscando coplas de outras almas
Que distintas em desatinos ...
204
Dois
Um procurando pelo cantos da sala
Quando as mãos seguiam suadas
Segurando pela trama do pala
Com matizes de luas estradas...
Noutro canto um sorriso de lua
Deixava a face estampada
Da morena flor colorada como puas
Pra quem por certo cuidava...
Duas almas que aos mesmos olhos
Ficavam a se perguntar por dentro.
Quem sabe por certo nos sonhos
Dos dois estava cada vez mais perto.
Naquela milonga que saiu serena
Foi tirando sem jeito aquela
Que noutro canto ouvia a cantilena
Que vinha pelos olhos dela...
Bailado com respeito e fala pouca,
205
Um jurando o amor pra sempre
Ela respondia um sorriso de toda boca
Pra os sonhos que não espere.
206
Em luz e em cruz
Sob o pano deste jaleco que esconde o
cerno que guarda a vida.
Em luz carregando as cruzes das almas de
contra partida.
O pano do corpo que firma os ossos e
guarda os sentimentos
Pra morarem dentro do coração e vir
povoar meus ensinamentos.
Neste pano de pele que aprisiona minha
alma por este mundo
Mesmo que seja dos galpões ou em ser
um vira mundo.
Vai carregar ela ate o fim neste chão firme
da terra
As mesmas que já viram e sentiram
ausências e as esperas.
Somente sei que por baixo deste jaleco
bordado em flores
207
Guarda a sutileza de minha alma de
domador pelos corredores.
Sabendo apenas de potros que queixo
atado pelos caminhos
Com o mesmo jaleco em flor, por estes
caminhos sozinhos.
O Jaleco que sabe de amores e tardes
mais lindas de campo
Guardado pelos meus olhos sonhadores
outros tempos
Que o mundo dá voltas, pra marcar o
tempo em luz.
Pra seguir por aqui em vida a carregar a
minha cruz.
208
Em poesia
Rebrota dos olhos em poesia
Rebusca a vista que turva
Nos olhos venosos por assim servia
A alma perdia e voltava a luz...
Repintava ausências sem luz
Aos sonhos que se perderam
Alguns nem nasceram por estarem
No negror que por si traduz.
Volta alma tendo outros rumos
Outro repontes com luzeiros
Distantes e inertes que dos olhos
Vertem a seiva por serem viajeiros.
O sorriso se perdeu em meio
A face cerrada, cerne bruto
Que não sorri mais, nem por quieto
Nas horas de mate, por luto...
Uns guardam por pouco, outros
209
Cuidam além das paredes... mudo.
As imagens paradas nos retratos
Remontam outro tempo em outro
mundo.
210
Em prece
O coração nega o estribo...
E assim por culpa nas ausência de um
amor...
Amarga este mate, e minha se invade
De saudade de um sonho em flor.
Nos meus sonhos, guardei todos eles.
Pra um dia te entregar, pela luz da lua...
Entregando e vendo o brilhos dos olhos
neles
Pra minha alma, serena e pura...
Ao longe prendi, no ultimo saludo
Lembrando estendo a vista pelo campo...
Deixando cruzando as invernadas, mudo...
Cuidando ao longe o meu tempo...
CISMADO... na direção do sem fim
Frouxando a da boca cavalos de doma...
Pelo largo da horas estendo, assim...
Na lembrança dos teus olhos morena.
211
Que pelos dias dói, dentro do couro.
E os recuerdos sem pela noite, vem...
Adelgaço mais um potro e outro,
Largando campo a fora, por que não tem.
Teus olhos de luas grandes pelo meu céu.
Ilumino em uma prece, lembrando da
partida...
Aperto as garras e saco meu chapéu,
Por te lembrar pra o resto da vida.
212
Em que vi
Num olhar de campina, me parei.
A mirar com esperas por guardar
No meu jeito de, te mirar...
Pude ver que era mais que sonhei.
Entrego em copla de redondilha pequena
Algum pouco de tanto pelos meus olhos
Que viram nos teus, entre tantos outros
Na alma mais buena e serena.
Fiquei pensativo e ainda não entendo.
Porque parei pelos seus olhos, mais
puros.
Iluminando minhas coplas, pelo escuros
Voltando por não querer, tranqueando.
Na lua, que ainda pequena estampava
Um céu de mais um dos meus agostos
Revi pintada na face dela, teu rosto.
Que em traços serenos desenhava.
213
Mudava um recuerdo de copla de ontem
Que ficou por nada dentro do caminho.
Segui deixando nas linhas do vento,
sozinho
Mais um poema pra dizer, num sonho que
vem.
Trazendo a imagem de teus olhos mais
puros
Com tanto pra dizer, por lhe segredos
Que transponho pra ponta dos meus
dedos
Deixando pela minha imagem ver a tua,
por clara.
214
Em um prece de outra noite
Vi numa fresta ainda da noite mais negra
Procurando além da orações de campo
Na reza mais simples dos templos
Que pelos santos, pedi outro tempo.
Um tempo que meus olhos não fique
A ver distancias além das estradas
E pelos mesmo corredores traga
Algum dos meus sonhos perdidos na
ramada
Alguma magoa que ficou guardada
Talvez perdidas nos caminhos de outros...
Outros versos em rezas pelo cedo
Antes as cruzes e de partirem os astros.
Olhos noiteiros que ainda notam além
Dos mesmo caminhos de ontem
E vão por o tempo comtemplando
E dizendo por tudo em reza de campo...
amém!
215
Era
Era pra ser mais um poema...
Um como o outro qualquer.
Pra ainda por pelos olhos ver...
A cantar, a dizer, pela espera...
Mas não foi, nem tão pouco de amor...
Menos ainda de vida e de lida..
Nem de alma ou de partida..
Levando pra diante de min...
Deixado nos fiadores das tropas.
Deixei dos caminhos de alma,
Pra agora nas horas calmas
Ficar a pensar, de tudo...
Quem sabe meu poema louco!
Seja mais responsável
Que minha alma indelével,
Que voa sem ter, onde parar.
Deixando os corpos da alma
216
Seguir pela inquietudes, de um poema.
Ainda com a alma pequena...
Por ainda entender, para apreender .
Quem sabe meu poema inato
Inexato, inodoro e cíclico.
Traga a min, algo ainda típico.
Que possa dizer... e refazer...
As vezes ele é alcoólico, cálido...
Irresponsável ou pensativo?
Deve ser vivo, sincero e altivo!
Por vir pelo que nem eu, sei...
Pelo que ainda posso dizer
Perguntar e contemplar
E ainda poder voltar
Para ainda apreender mais .
Quem sabe ele anda de arrasto
Sabendo pelos rastros
Abrindo marcas nos pastos
Coloreando minhas mãos.
217
Agora de tinta pelas alvuras
Das paginas sujas de terra.
Guardo o som da guerra
Pra pedir a deus nas alturas.
Que ainda volte a ver
E sem me perder pelo campos
E não ser memorias nos tempos
Com medalhas de metal dourado.
Era pra ser mais um poema
Mas não foi somente um...
Se atreveu a falar do incomum
Que hoje espero que vire cantilena
218
Estradeando
Podia dizer que teria um destino
Diferente do resto dos outros...
Mas quis a estrada o caminho
Que ando buscando longe do ninho
Pelas cruzes dos potros...
Fiz tantos cavalos pra outros
Andei pelos galpões
Sustando nessas emoções
Que ainda me trazem por diante
Nos tempos de antes...
Poderia dizer que é o tempo
Conhecedor dos ofícios
Quantas vezes deixei a vida por um fio...
Acalantando fantasmas na lua
Por ainda ter estas estrelas xiruas...
Remonto o tempo que as esperas
Ah esperas! Eram bem poucas
E doce que vem ainda boca
219
Por guardar o gosto do teu beijo
Que ainda sinto e revejo...
Lembranças dos bailes de campo
Onde ia de tranco macio pela sala
Ouvindo a cordiona e pelo meu pala
Ia levando a alma que ainda espero
Guardando o campo como um quero
quero..
Não posso dizer que foi a espera
E o destino que quis assim...
Sigo com esta pelos confins
Esvaindo os segredos pelos olhos
Que as vezes ainda ficam molhos...
Quem sabe pelo volta do mesmo tempo
Que sigo ajeitando da boca algum
Te traga em alma para serem um...
E nessas voltas por diante levando
Nos repontes dos olhos, estradeando ...
220
Fechei os olhos
... fechei os olhos pra poder enxergar
Sabendo que não podia ter...
Então ouvi canto e guitarra a entregar
Pelo vento, minutos raros, querendo ver.
Busquei entrei meus arreios
dependurados
Lembranças de luas e vidas do tempo.
Empecei silêncios mais enluarados
Pelos meus caminhos sozinhos de campo.
Fechei os olhos pra poder enxergar.
Querendo mudar que pude ainda ter...
E ao vento vieram cálidas mensagens
Trazendo coplas em imagens...
Sonhos inverneiros vêm morando.
Olho mais pra dentro, e vejo.
Correndo a tarca rondando
Recuerdos que tenho, e revejo.
221
Me traz pra perto de olhos fechados
Querendo agarrar o tempo com as mãos.
Sabendo que vem nestas vidas cismadas
As imagens que guardei pelo coração
222
Floreio
Voltei ao mesmo passado com esperas
Por diante, revendo ao longe coplas
Pelas minhas mãos nas mesmas teclas
Clarinando por canto claro, em outras
eras.
Andejei tanto, pelos confins desse chão
E descobri pela minhas mãos o tempo
Vem por certo além do canto de campo
Pelo bater do tempo no coração.
Pulsa, nas notas com sonhos de alma
inteira
Buscando num ressabio o mesmo ar
Pra assim ficar pelas mãos a pairar
Alguma sina pelos floreios estreleiros .
Já foi cisma de alguma china que irradia
E pelo botões nasceu nessa melodia
Num canto mais claro antes de clarear o
dia
223
Como se pela alma ainda ficasse aberta.
Talvez pelo costado no fole abençoado
Rebusque oque se perdeu no escuro
Por tua alma mais viva, renasça ainda
puro
Fazendo costado a algum sonho
enluarado
224
Florzita
Esta flor que guardou junto ao peito
Traz a luz que incompleta hoje vive...
Vou ao tranco pelas mesmas estradas
Batendo estribo com o vento, que
revive...
Revive teu cheiro de flor de alecrim...
Quem sabe no próximo inverno
Reveja não mais pelas flores que nascem
Por si... e traga este sonho moreno...
Sigo firmando o corpo já cansado
De estradas levando nas cruzes
As minhas que cantam no rumos
Que ainda o brilho do teus olhos me
conduzes...
A primavera veio com suas cores
Levando minha poesia pelos ventos...
A primavera veio e levou minha florzita
De alecrim roubando meus sentimentos...
225
Deixo nos caminhos que seguem desses
Corredores entre redomões e guitarras
As saudades pra no próximo inverno
Sentir teu cheiro e tua cor a minha
espera.
Vou ficando cada dia mais louco e por
Pouco não sei mais se que escrevo
É mesmo poema de campo ou por tua
espera
Seguindo ao tranco que marejo.
Deixa nas ramadas seguindo adiante
Sem olhar como quero quero que voa...
Anuncia... até os alumbramentos que
tenho
Ouvindo nos ventos esses cantos que soa.
226
Guardei
Guardei pelo meu olhar, renascendo.
Talvez pelo meu coração sinta saudade
Ou na sinta nada além de querer
O que mais quero de verdade.
Guardo pelo meu caminho, assim.
As coisas que apreendi no mundo
Galopeando, solito pelas noites
Cuidando o dia que vem rompendo.
Guardei essas saudades, cuidando.
No horizonte sofrenado pelo parador
Em alguma cruz de potro orando
Deixando pela luz e pelo meu calor...
Guardei semblantes de alma e terra...
Pra que saiba quando sair solito
Lembre de que apreendi pela ramada
Mateando com o céu, por infinito.
Guardei que presta, e que pude.
227
Empurrei tropilhas pra o buçal,
Segregando meus sonhos
Pra apertar junto ao bocal.
Guardando pra min, que tenho...
Sentindo pelo caminho, flores
Que vem pelo olor do campo orvalhado
Relembrando de outros amores.
228
Honraria
Fui soldado de cavalaria meu senhor...
Hoje estou aqui velho mas não perco o
entono.
Fiquei por esse campos como domador
Cuidando dos invernos com recuerdos de
anos.
Hoje se recebo essa honraria pelos meu
serviços
Agradeço e ofereço aos meus irmãos...
Que ainda pelos frontes sustentam o
braços
Deixando seu corpos as vezes na
amplidão.
Meu senhor... Não mereço tal honraria...
Lutei na Banda oriental a muito tempo.
Esse amigos que aqui estão, a vida daria
Não um velho que vive a campo.
Não aguento mais uma escaramuça
229
Dessas que ia sorrindo na frente
Ouvindo o clarim e meio a fumaça
Que levantava assim derepente.
Meu senhor, hoje sou mais um...
Como tantos que deixou se nome aqui.
Busco hoje a paz em algum
Canto pra viver... enquanto por ai...
Diante de nossos olhos meu senhor...
Vejo guerreiros que não sou mais,
Entrego essa medalha a todos que calor
Do fronte na tiveram sais...
Mas o senhor, foi um dos maiores que vi
Apreendeu com outros que muitos não
fazem.
Soube que o senhor, ao pelear, sorri
Mesmo no fogo cruzado que muito não
conseguem.
Uma certa feita desmantelou um pelotão
Inteiro pra salvar um amigo de fronte.
230
Outra vez apertado saltou de um
redomão
E quatro charqueiou, derepente.
Quando viram eram quatro corpos caídos
Um dos únicos que vi, lutando com duas
Sabres ao mesmo tempo, pra os mais
saídos
E nas noites ficava aos raios de luas.
Meu senhor, hoje não sou mais o mesmo
Hoje sou domador e luto só na lonca
Que acerta tantos que vivem a esmo
Pelas ciências de acerta da boca.
Me perdoe meu senhor, essa honraria
Deixo pra meus ermãos de luta...
Pois meus senhor todo dia
Sigo firme em outras labutas.
231
Incertezas
Tive sonhos de rancho e galpão do
seu lado...
Mas nenhum veio a nascer de
verdade.
Agora fica esta amarga saudade no
peito amarado.
De quem não mereceu,
nada...nenhum costado.
Mudei tempo, a vida... Entreguei meus
segredos...
Todos eles, desde mais louco, ao
mais puro.
Pra se perder, no teu vazio, no teu
escuro...
Disse-lhe todos... não faltou nenhum
dos meus medos.
Sonhei com você... E achei que tinha
por merecer.
Que agora saudoso, recordo, pelo
amargo do meu mate
232
Teu sorriso claro, que há min, um dia
fez embate.
E agora distante, judia... Fazendo-me
agora, esquecer...
Terna saudade, que dói lá no fundo do
coração!
Dói... como corte de adaga ou
quebradura de rodada
Por mostrar meus sonhos de alma
junto à ramada,
Que dá sentindo pra vida e pra porta
do galpão.
Não sei, acho que não ou nem sentiu?
Acho que ate pra você mesmo
guardou
Tudo aquilo não sonhou, somente
olhou
Pra meus sonhos pequenos contigo...
mentiu!
Não sou o certo e nem talvez o
errado.
233
Nem você... Todos erram e alguns
apreendem!
Muda, ajeita, apreende e depois
entende
Pra continuar com as pessoas do
lado.
Não adianta mentir pra si e também
pra o coração...
Ele um dia deixa tudo amostra que
tem na alma.
Somente solta pra fora, desamara,
espalma...
Toda aquela imensidão... Toda aquela
emoção
Que um dia guardou ficando
escondida...
Deixando pelos rios da face, florescer!
Trazendo átona, o que não quis
esquecer...
Mostrando nos olhos, recuerdos de
uma vida.
234
Não sei... O quanto pra mim você
ficou estranha.
Antes tinha seu sorriso mais largo e
pleno
Antes tinha todo meu coração
sereno...
Agora com esta saudade, que me
desdenha.
Que me empresta às vezes um gosto
amargo
Vindo a boca, que cerrada... Não fala nada! E por ela, não solta se mantem sempre fechada. Recolhida, e nos olhos os sonhos que tive contigo. Agora... Deixo o tempo ir, pra talvez entender. Estes segredos suprimidos no seu coração... Lembrando-se dos teus olhos de imensa ilusão Nestes sonhos, que agora deixo pelo entardecer.
235
Pra talvez algum dia, numa dessas voltas no povo. Se pare em algum olhar de sonho e bueno Não provando mais o amargo do teu veneno... E renasça mais forte por olhos serenos, de novo.
236
Inquietudes de um mate
Já fui dono do seu sorriso
Do teu carinho e do teu gosto...
Já fui tempo e por isso
No horizonte vejo teu rosto...
O tempo, me levou teu sorriso
Teu carinho, o teu gosto...
Me fez ir além por um riso
Seguindo nas tropas dos agosto...
Já fui a palavra que pelos teus olhos
Não disse, mas era traduzida
Nos olhos cativos dos meus sonhos
A buscar nos meus, por guarida...
Já busquei tão longe que se tornou
perto...
Já rabisquei outros poemas sinceros
Com sonhos assim, por certo...
Buscando a imagem de um janeiro...
237
O longe me pealou pelas distancias
Roubando a copla que um dia, te fiz...
Me fez, contar inquietudes e ausências
No mesmo segredo, que ainda me diz ...
Hoje não sou mais dono do teu sorriso
Nem mais dos carinhos e do teu gosto...
Talvez seja por isso... Que guardo o teu
riso
Delicado nos olhos, com um sonho
moço...
Rebusco, rabisco e me perco nas horas
Em que meu mate se torna mais silente...
Silencio fico a cuidar campo afora
O teu sorriso que vem derepente...
238
Meras palavras
Se todas palavras dizem que sentem
Pelos olhos que pra alma mentem.
Deixando sem vir a boca que fale palavras
E pelas luzes dos olhos nos escancara.
Talvez a palavra se for desmedida
Traga dor, a raiva e também à partida.
Pra quem mal usa a sua vontade
Pra deixar nos olhos, saudades.
Quem sabe demuitas palavras
A vida não seja de tantas esperas.
Nestas horas de mate madrugador ,
Com cisma de fogo, e de olhos sonhador.
Se todas elas juntas a sua vontade
Mostrassem sua força e sensibilidade
Não mentiram a alma e aos olhos
Saltariam milhes de sonhos.
239
Por elas seriam ditas com sabor
Não mates lavados, mas sim sonhador
Das vidas que elas trazem em luz
E pela planura das linhas traduz.
240
Mesmo caminho
Fui andejo das madrugadas mais vazias
Cheias de tempo e solidões além das luna.
Sorvi solito mate e sonhos pelas estrelas
Com erva ruim de cauna.
Fiquei pelo esquecimento quando era
Estrada sob as cruzes de uma cebruna.
Arreios gastos pelas voltas de campo
Deixando a alma em cor mais vivida.
Guardei nos fundos dos meus olhos
Coplas e desterros depois das partidas.
Me fui campo fora largando vidas e
estribos
Gastos sem nenhuma guarida.
Mas um dia pelos mandados lá de cima
Em luz como da aurora vi teus olhos.
Se abrindo raiando como um raio de sol
Pelos meus parecendo um sonho.
Guardei a doce imagem pra sorver
mirando
241
Teus olhos num semblante mais risonho.
Fitei teu sorriso pelo caminho que andejei
Um dia em noite solita desgarrando a
vida.
Fui embora por este mesmo caminho um
dia
De olhos molhados sem nada pouso ou
guarida.
E hoje cruzo com usté no meu costado
batendo
Estribo com sonho pelo olhar depois das
lida
242
Minuto
Foi no mesmo minuto que mudou o rumo
Prosa e por um fio de faca ficou.
Noutro minuto ficou com a vida pela
ponta
Que num corte quase o sangue rolou.
Mais um minuto, suplicou o rapaz pra
moça
Pra contar dos seus últimos sonhos.
E por nada não deixou nem olhar lá no
fundo
Do seu coração e nem dos seus olhos.
Mais um minuto mudava a ginetiada no
povo
Foram segundos que tiverem forças de
horas
e na força do braço foi cumprindo o
serviço
firmando bem as suas esporas.
243
Mais um minuto o dia saiu, e mate cevado
Veio pela volta mais grande do galpão.
Trazendo juyos na agua e também de
tempo
Com recuerdos dos coração.
Quem sabe em um minuto mude a vida
Na cadência dos ventos e dos tempos.
E num minuto, se enrede num beijo
Como sonho imensos de campo.
244
Mudando, sem pedir.
Vai proseando a magricela pelo lado
da porta
A preta vem comentando da sua aula
olhando
Uma e outra, fala que vai outra diz que
é torta.
As coisas que se entende no linguajar
falado.
Eu domador de tempos cuido do
tempo
Com um mate novo, mirando estes
recém-chegados.
De muito pouco nas casas de olhar
limpo,
Vou ouvindo a correria pelo lado da
casa sofrenado
Sem saber pra quem vai ao fiador, se
é o negrito,
Ou se aninha puxando a ponta em
seus cavalos de pau.
245
Fico a sorrir de meia boca, com um
sonho ainda infinito
Neste mate cuidando pra que não
fiquem maus.
Meus olhos acenam sem que faça
algum gesto nas mãos
O sol clareia mesmo em dia de céu
escuro com esses,
Que ainda pequenos recorrem por
todo lado do galpão
Sem ligar pra a hora, no tempo ou pra
os meses.
No meu jeito andejo de madrugada e
porfias de lidas
Vou mirando esquecendo, minhas
ausências que nega
Alguma recoluta no fundo do peito
nesta vida...
E pelo meu olhar fica ainda um cantar
e me renega...
As magoas que tive com os das
casas, pelo olhar dos pequenos.
246
Que vieram tomando conta deste
galpão de minha alma,
Mudando o ritmo e a nos tornando
viventes mais serenos
Mudando as horas de vida pelos
olhares inertes e calmos.
Conduzindo cada um ou uma das
casas pra todo norte
Parecendo que fazem mangueira e
mudam as tronqueiras.
Por estes pequenos que ainda contam
com os braços fortes
De todos das casas mudando seres
de alma campeira.
Trazendo com clareza coplas de vida
e tempo,
E no meu olhar que fica a rondar
sonhos de lida.
No por entre este mar verde que se
estende em campo
Um seguir de alma, sonhos de alma
inteira nesta vida.
247
Na flor que esqueceu da cor
Nessa flor que não nasceu
Que também da cor esqueceu
Veio pela mesma mão
Que agora pelo galpão
Cuida que se perdeu...
Nas mesmas que com calos
Sabem de laços e pealos
Foi guardando a flor
Que ainda sem cor
Pra ficar a canta-la...
A flor de alecrim
Pelos mesmo confins
Ainda leva a fragrância
Pra quem tem bens querências
De olhos presos ao fim...
Na flor do pano negro
Traz ainda por raro
Sem cor a mesma flor
248
Que nas lembranças de fiador
Que ainda me paro...
A mesma flor por tua mão
Ainda nesse galpão
Povoa as horas de mate
Quando os dias vão nos arremates
Por guardar perto do coração...
249
Na fresta da parede
Pela fresta, foi entrando sem pedir.
Um raio de sol mais forte riscando o chão
Bem no sinal dos cascos de ontem
Quando viu sorriso e amores pelo galpão.
O ferrolho da porta mais fechada.
Guardando lembranças de um tempo..
Em que pela ramada mateavam as
ressolanas
Cuidando ao longe o verde do campo.
Hoje mateio mirando o mesmo poente
Com coplas veraneias pela mesma
ramada.
As vezes trazendo juyos no mate com
Essas lembranças de lua e estrada.
Na mesma fresta que o raio de sol passa
Sem notar, traz pra perto tudo isso...
E pelo mate com juyos de campo
250
Encontro além ressabios, tudo que
preciso.
Talvez numa dessas frestas traga algum
sorriso
Que um dia entreguei, pra algum carinho.
Talvez pelo mesmo raio de sol, consuma.
Todas as ausências que mateiam comigo
sozinho.
Numa réstia de vida, consumindo silêncios
Com a boca cerrada, com os olhos além
da ramada.
Traz pela fresta, uma luz de vida e cor de
sol
Nas distancias abençoadas de lua e
estrada.
251
Na lembrança de um sorriso
Na imagem mais serena e pura... pude ver
Nos meus olhos buscando acalantos
Em uma dessas madrugadas pude nota-
los.
Olhos de doce e vivo encanto...
Imagem mais clara, entre as frestas de um
olhar
Que agora aparto mais um canto.
Na lembrança em uma dessas
madrugadas
Assim mais por perto, ficou em min.
Pude notar além daqueles olhos de pealar
Os bens quereres que são meus, assim.
Pude ter ao longe depois gravada na lua
Vindo pras casas, sem querer ter fim.
Solito me pus de alma limpa a lembrar...
Daquele sorriso mais limpo e claro.
Vim ao tranco, cuidando pela lua
Que lindeira, mostrava por raro.
252
Senti que meus olhos notaram os teus
Por um minuto, e assim me paro...
Diante a imagem que pude guardar
Por que não consegui esquecer.
Fitei hoje vindo de volta pra casas
Revendo nos meus olhos o entardecer...
Que veio com ares de lembranças
Mais serenas, ainda por pouco entender.
Mas sei que em min, o guardei.
A imagem mais clara e pura.
Agora cuidando além das paredes
Vejo esta lembrança mais rara
Parecendo diante dos meus olhos
Mirando esta imagem mais clara.
253
Na linhas de um poema
De tanto por quieto escrever...
Anceio a vontade ainda ver
a imagem mais linda
num sorriso de boas vindas.
Esperando pela porta mirando
Quem vem pelo corredor tranqueando
Sabendo que no fundos dos meus olhos
Guardei pelos teus, um sonho.
Apeio e entrego aos ter braços
Segurando pelos meus de firmar laços
Esqueço do tempo e de toda lida
E pelo teu olhar reponto a vida.
Desencilho a zaina pela ramada
Não miro mais, pra o lado estrada.
Por ter pela moldura da janela
Aquela que me deixou partir na cancela.
Solto pra o potreio e vejo bem ali
Quem esperei e agora voltei.
254
Depois tanto escrever em poemas
Vejo tua imagem, morena.
Me esperando pra mais um mate bueno
Pra costear meus sonhos pequenos
Nos quais guardei pelos teus olhos
Um tanto de todos meus sonhos.
255
Na luz
A razão da luz que por si traduz
A preces ao pé da mesma cruz
Traz pra min a mensagem do tempo
Os meus olhos de campo.
Recorto a tarde de mãos postas
E por dentro da alma anteposta
As singelezas abrindo em tanta luz
Oque não se entendem , se traduz.
Na mãos que juntas perto do coração
Transfigurando a alma e a emoção
Com pesares de vida e alma
Pra ficar pelas horas mais calmas
Assim nos diz em saber por o vento
Traz a copla pelo firmamento
E nos sentimentos abrindo em cor
Na prece de um domador
Que enquanto apertas as garras
256
As mesmas que sustentam a guerra
Firmando a vida na razão e emoção
Pra na luz que vem do coração
Então as tranco das horas seguir
Pelos olhos de agora e ainda vir
Com saberes pelos cantares da alma
Em preces em horas mais calmas.
257
Na luz, ainda em pelo cedo
Sacou o sombreiro, prendeu pelo cabo
de prata
Se pós de alma em luz vida e tempo.
Entregou –se segurando um corda chata
Antes pra sair, firme pra o campo.
Na boca um gosto de mate, bueno do
cedo.
Nos olhos mirando além do potreiro
Cuidava mais cedo, a aurora e seus
segredos
Rompendo em luz, pelas flores do
campo inteiro.
Na prece singela, quase saindo a campo
largo,
Pediu em silencio pelo de campo e
galpão.
Que consiga cumprir o serviço e o
encargo
258
Pelas lidas de corda e potro além das
amplidão.
De mãos pelas rédeas sovada, de pé no
estribo
Reza em silencio, ainda cedo
empeçando o serviço.
Que ainda vem, rompendo com carrega
que consigo
Agarrando o céu com as mãos,
segurando na força do braço.
Pedindo de alma branca, pelos de
campo
E também pelos que andam, sem notar .
Neste prece mais singela de olhos
limpos
Mirando largo, antes de montar.
259
Na mentira de um olhar claro
Insone é palavra que guardei
Por quem ainda nem sei.
Trás nesta ilusão que entrego
Picaniando ainda que carrego
Pelo que não saberei.
Prefiro não saber, que sabes
Prefiro não saber, que vezes.
Ainda escrevi pelas linhas do vento
Meus sonhos em sentimentos
Pra teus olhos que dizes...
Lenta é a espera que vejo.
Nos olhos talvez um marejo
Pela ilusão que alma trás
E pelas horas se desfaz
Buscando um desejo...
Agora pelas palavras não te entrego
Não esta contido nem carrego
Males pra te dize ou bem querer.
260
Me perco a esquecer do teu ser
Por não ver, oque renego.
Saberia que olhos claros
Não vejo nem mais por raros.
Deixo aos corredores
Levarem nos teus fiadores
Pra teus sonhos esbaro.
Quem sabe, um dia entenda
E pelos meus olhos compreenda
Vendo que a vida é mais que palavras
Mais que noites ternas e raras
Pra entregar ilusões e teia de renda.
A minha poesia já foi sua...
Todos os dias cantaram a lua
Pra vir morar nos teus olhos
Pra ser perder na ilusão do sonhos
E sentir na alma a pua.
Distancias nuas agora pelos teus olhos
Guarda sem que veja os sonhos
261
Sem que pensa ou pra si guarde
Talvez neste sonido que arde
Que pra teus olhos molhos...
Vou dizendo que o verso
Que antes era onde confesso
O teu carinho que não tive
O teu sonho que não vive
E agora de min, se esqueço.
Olhos claros não mais
Por teus olhos vertem cristais
E agora distancias
Que pitam solidões e ausências
Sentindo os gostos dos sais.
Guarde que não entreguei
E pensa que não sonhei
Pra agora ao longe seguir
E pelo teu sorriso mentir...
Minha alma não guardei;
No coração de outro povoado
262
Guarda do outro lado
Nada... não sentiu por nada
Não teve sonhos nas ramadas
Nem alma pra meus sonhos enlurado.
Que pela cruz da esquina guarda
Ainda pouco de nada, de estrada
Pra teus agora andar no balcão
De a mentir pra outros do coração
Por teus olhos claros não sentir, nada.
263
Nas flores do alecrim
Refletia as cores nos meus olhos...
Via pelas flores de um alecrim
Que ficou por esse confim
Moldado a espera e sonho...
Não sei dizer que tanto guardei
Se mostrou nos meus olhos além...
Na prece singela... que ainda não vêm
E na estrada oque tanto busquei...
Nas esperas que cadenciadas
Sacrificando minha alma
Que ainda pelos teus olhos espalma
Nas minhas imagens guardadas.
Rebrota a copla que não te entreguei
Rebrota por lutar a te encontrar...
Talvez nessa hora não saiba que falar
Pra quem ainda tanto esperei...
Poesia incompleta a minha agora...
264
No meu sonho que bem guardado
Vem me mostrando pra outro lado
Quando te ver nessa hora...
Poesia que vem das esperas
Procurando na luz que se abre
E pela minha vida escancare
Meu sonho que não virou tapera.
265
Nas madressilvas
Pela madressilvas lembrei de teu jeito
Mais puro que minha calada
Buscava mirando além da ramada
Uma lembrança de outro tempo ...
A cambona fazia o costado chiando
Alguma magoa que não cantei
E pela flores, dos teus olhos lembrei
Quando vi em luz pelas flores ...
Saudades como ponteçuelas se abriram
Repontando outros dos meus recuerdos
Pra depois ficarem pelas pontas dos
dedos
A entregar segredos de toda alma...
Hoje aperto cuias as espera... com flores
Iguais a tuas pelo pano do jaleco velho...
Hoje ainda espero no pouco que tenho
Mesmo não tendo mas teu olhar...
266
Hoje pelas madressilvas, percebi
Que são do iguais ao teus olhos
Já ficando agora em meus sonhos
Que se perdem quando não floresce
267
negação
Nego... em pensamento e pelo coração
Não... transpareço essa emoção
Procurei e não encontrei nada
Além de coplas e beiras de estradas.
Não... terá mais meus poemas em flor
Nego... agora todos eles na cor
Que a eles dei repintando seu sorriso
Lembrando de ti, do teu riso.
Nego... tudo que pode sentir assim...
Não... transparecerei com um fim.
Partiu como quis buscando além mar
Por min ficar a rabiscar...
Não... entregarei mais nada por nada.
Nego... a razão dessa copla, agora calada.
Não sei que por pressa ou possa
Em min mais sentir, por assim se remoça.
268
No desamor
Quem sabe no remansos dos seus olhos
Ainda encontre meus sonhos
Que ficaram nos meus caminhos
Se perdendo por seguir sozinho...
Quem sabe teus olhos traga o poema
Ainda que saiba pouco de ti morena
Levando a doce mirada dos teus olhos
Quando os meus se param no teus...
Quem sabe um dia pela volta do corredor
Traga as luas que vem de fiador
Para mora no teu sorriso claro
Pra um gosto do beijo mais puro...
Um dia minhas judiadas de rédeas
Segurem as suas nas minhas estradas
Que do teu lado andarei buscando
Teu sorriso na janela emoldurado...
269
Enquanto não se sabe que ainda te
espero...
Cuidando as estrelas boieiras por outro ...
Sorriso... de outra vez que veja de novo
Teu jeito em meio ao povo...
Quem sabe morena... não te traga nos
sonhos
Mais sim bem perto dos meus olhos
Procurando somente a luz do brilho deles
Quando eles ficarem no teus olhares...
270
No poema
Veio daqueles olhos inertes...
Veio de um sonho que verte...
Guardou como um pouco de tudo
Sabendo da copla que escuto.
Talvez no vento que levanta
Algo que por sem saber encanta
Dá razão pra o olhar sentido
O do sonho que antes pedido...
Renasceu nos caminhos incertos
Trazendo na sua luz por certo
O poema que não encontrei
Mas sim dos sentidos soltei...
Lembrei dos de campos que no rodeio
Veio de tiro nas dobras dos meus areio
Sem saber que pela luz incontida
Trouxe um pouco de alma extraída.
Trazendo ao sumo dos olhos
271
Um segredos dos meus sonhos
Que pelos recuerdos de alma
Vem por si, guarda e espalma.
272
noitezita
Noite mais negra dos meus acalantos
Sovo na alma e na vida potros.
Ensinando a serventia dos bastos
Pra fazer cavalo pra outros.
Dou sentido às coplas de minha alma
Com sonhos que vão pra perto dos astros.
Largo num tranco sereno e firme
Por estes caminhos solito.
Na lembrança mais buena de teu sorriso
Limpo, puro e bonito.
E revejo sem ter nenhum marejo
Junto às estrelas do infinito.
Sustento o tranco firmando a boca
Pelo arroxo deste bocal apertado.
Sob os bastos mais um potro
Que apreende rumos do povoado
Sem que saiba das coisas que carrego
Solito no coração enfadado.
273
As vezes nesta volta pelo mundo
Em noite mais solitas.
Sofreno por algum bolicho
E miro além da porta estrelas infinitas
Que nunca acho seu fim e nem o inicio
Pela boca da madrugada ínfima.
274
Num gole de mate
Veio pela boca da sanga
Sombreando as pitangas
Um doce gosto de um beijo
Pelo taquapy sem marejos
Que foi guardado nos olhos
Emprestando a um sonho.
Aguada mais pura e clara
Molhando na seiva rara
De um mate de erva buena
Pelo gosto que serena
Num sabor de campo
Moldado de outros tempos.
Agua se mistura a erva verde
E afugenta tudo que arde
Enfumaçando as vezes a vista
Na imagem mais bonita
Que veio de olhos fechados
Ao server de boca cerrada.
275
Agua pura que me dá de beber
E também me faz tanto ver
As vezes ate esquecer por nada
Das saudades que pela ramada
Foi ficando mais claras sorvendo
Mais um mate, aquentando.
O peito e mais um pouco de tudo
Mostra pelo gosto a um vira mundo
Sabendo onde mora as coplas por reponte
Com os olhos posto no horizonte
Sabendo que na aguada da sanga
Guardei o gosto de um beijo de pitanga.
276
Num mate de palavras dispersas
Mil palavras surgem no remanso das
aguas
Que o mate vai lavando nos silêncios
Quem sabe seja o fim ou um inicio?
Me entregando nesta horas de tréguas...
As palavras vem sem que as forme
Mostrando outros tempos de alma
E fico com querências nesta hora calma
Deixando elas que se consome...
Um depois do outro solito...
O galpão vai dizendo pelas fresta
Do tempo que num raio de luz na testa
De um douradilha se ia no infinito
Depois dos olhos que as almas
Ainda guardam por dentro...
hoje não se sabe onde anda ao certo
a buscar a palavra que se espalma...
277
mil que se multiplica em outra tantas
parece que trás o tempo que se perdeu
e num mate ainda se esqueceu
pra quem ainda nos ventos escuta.
278
Num poema de uma saudade
Amei sem pedir nada, por bem querer...
Deixei nas luzes apertadas dos olhos
Buscando os teu, a me ver...
Moldei casco e deixei o rastro
Como um missal de sentimentos
Quando pelo caminho firmei os bastos...
Ia sempre ao tranco lindeiro com a alma
por diante
Levando a querência , a vida os sonhos
Pra num olhar ficar na cancela, por
reponte...
Volto ao passado sem querer ou perceber
Que almas ficam velhas e mais inertes
A relembrar de olhos fechados a te ver...
Não sei, lembrança por pena ou
clarevidencia
279
Mas diante dos olhos... fitei a fita que
ficou
Presa as minhas mãos, a mês agora de
ausências...
Não sei... ou saiba que pelo caminho
agora...
Vou levando nas cruzes, firmando a seiva
Da vida com cismas clareando auroras...
Volta aos meus olhos transloucados...
Emoldurados... aos meus ressabios
Pra bordona que ainda me faz costado...
Então se perdeu... na volta que vida deu...
Guardei a fita que um dia fugida do teu
cabelo
Ficou nas minhas, mãos quando o ceu...
Vinha morar no teu sorriso clara de lua
Por morena... agora em poesia, canto...
Que trago de olhos fechados a imagem
tua..
280
Num poema qualquer
Trago esse poemas pelas flores que
mentem
As fragrâncias que ainda sinto pelos ares...
Cuido das esperas entre mates, tragos
largos e flores
E nos meus olhos vejo as cores que ainda
tem...
Largo dos poemas que trouxe dobrados
Pelos bolsos de um pilcha já gasta da vida.
Os poemas sinceros aprendizes em contra
partida
De sonhos gastos, ainda por min
enluarados.
Trago um pouco de cada flor, em cada
cor...
Que meus olhos ainda veem sem pensar
No hoje não vejo mais a cores a encantar
Pelo teu sorriso que me trazia o calor.
Então quise-rá ser a poesia pelas flores...
Trazendo o lume que me falta aos olhos
Trazendo a vida por alguns sonhos
281
Que ainda por as flores vejo em cores...
282
O brilho
Brilhou pelo canto do galpão
Um pirilampo da noite.
Trazia o brilho das lua
Com ares e brisas no horizonte.
Brilhou os olhos da menina
Pela escuridão da madrugada
Entregando uma luz clara
No rachinho beira estrada.
O brilho opaco da folha
Que deixou no fio afiado
Quem antes era vida
E hoje ficou couro esticado.
O brilho grande da lua
Na bruma da noite grande.
Com estrelas viageiras
A guiar rumos por reponte.
O brilho que vinha dos olhos
283
Pela cores quentes da alma
Pra bebe carinhos na fonte
Pura da vida por calma.
As vezes o brilho muda o destino
Trás começo e fim...
É no brilho dos olhos que a alma
Habita tantos confins.
284
Outros poemas
Os meus olhos de perguntar do tempo
Se o tempo é senhor dos anos...
Quem sabe de que guardamos
Aos meus olhos de ver além dos campos...
Sigo a compor os dias pelas palavras
Nas lavras que os sentimentos
Vão se dissipando ao sabor vento
Por vezes puras e ainda claras...
O tempo sabe mais que se ensina...
Sabe dos tempos das vidas...
E dos tempos certos da lidas
Quando se firma sob as crinas...
Hoje sigo no rastro deixando o meu
Sem pisar no antigo indo no novo
Quem sabe meu poema no povo
Saiba mais de que eu?
Então esse mesmo tempo...
285
O tempo que não para
E pelas horas as vezes escancara
Os versos que ficou ao campo....
286
Outros sonhos de vida e sorte
Tento grosso que ficou pra o bocal
Tento fino que ficou trança
Na corda chata da testeira do animal
pra algum tento forte pra o laço.
Hoje separados um do outro
Vivem pelos cantos dos galpões...
Um vivo pela boca dos potros
Outros nos rios de estrelas do mansos.
Guardando o mesmo jeito
Que antes foram unidos
E separados pelas mãos de respeito
De quem lida com corda...
Antes couro vivo, depois estaqueio.
Pra separar cada parte do melhor...
Nem o tentinho podre se escapa
Pra ser prendedor do fiel do domador
Uns viraram trança parelha...
287
Outros tentos pras puas...
Alguns por forte puxam da boca
Enquanto outros tens raios de luas.
Pra ser sempre sustento de vida
Pra depois renascer na morte...
E viver a buscar nas lembranças
Outros sonhos de vida e sorte.
288
Paginas ... Linhas... Palavras ...
Entre paginas, linhas, palavras
Sigo deixando meu rastro
Como esporas que lavra
O chão onde ande ...
As palavras vem presa
Aos tentos que aperto...
A linhas como fios de arame
Cortando o campo aberto.
Deixando nas paginas
A vida que segue ao seu tempo
Nesse fragmento de poema
Deixando ao lombo do vento.
Quantas foram as linhas?
Quantas serão em palavras?
Quantas paginas limpas?
Que poesia vem e me esbarra.
Me oferece alento... calor...
289
Luz... sabor, lembranças
Que as linhas traz com amor
Na memoria de andanças.
A alma segue entre paginas,
Milhes e milhes de palavras
Que sempre se multiplicam
Pelos de lua e estrada.
Todo dia... Todo segundo
A poesia sussurra pelo ouvido.
Deixando a luz que empresta
Aos meus sonhos perdidos.
290
Palavras incertas
Nunca fui paria nem joguete na mão de
ninguém.
Vivi pelo fundões de campo recorrendo a
lida.
Semblante judiado escarrado do meu pai
Na minha fronte um sorriso largo de vida.
Apeei nas estradas e chorei, com sonhos.
Carcomidos pelo destino que quase levou.
Fiz cavalos, mas nunca perdi o tino da
vida,
Que o tempo em min enfrenou.
Masquei o pó das estradas sozinho
Comendo capão dos outros.
Senti a mesma dor no corpo todo
Que uma primeira sova de potro.
Um dia achei que não passava quando
Senti a vida por um fio de faca.
Pela mão de um calaveira malino
291
Secando-me a saliva da boca.
Taurei a minha sorte que ja foi gaviona
Sofrenando distâncias de campo.
Sonhando com um bem mais querer
Pra sofrenar meu tempo.
Vivi sem marca, sem sinal, sem rancho
Com ameaças em tudo que tinha...
Não quero sofrer mais pelo coração
Já tirei essa ervas daninhas.
Sequei sonhos pelo sol mais quente
Por não ser paria nem jogue dos outros.
Dou jeito quando preciso, mudo ou
arrumo
O cruzo solito pelos astros
Como uma estrela cadente indo no rumo
Mais certo, que meu coração governa
Dando sentindo a alma, a vida, aos sonhos
E também aos rumos das pernas.
292
Partes de um saudade
I
Te amarei mesmo que não saiba
Que não ouça e que não veja...
Te amarei mesmo que o tempo
Nunca mais te traga ou te reveja...
Te amarei sem pensar porque ainda
Mesmo longe ainda gosto...
Te amarei mesmo que seja longe
Sentindo o sal que rola no rosto.
Te amarei sem pedir que traga
Nada em troca nem que pense...
Te amarei mesmo que não saiba
Mais que existo nesses fundos...
Te amarei mesmo que me custe
A vida lutando contra tudo...
Te amarei mesmo que custe
293
Alma pelos meus medos...
II
Quem sabe um dia pela volta
Que o mundo dá... te veja linda....
Com tua imagem santa e viva
Ao longe na polvadeira escondida...
A min me parece que os dias vagam
A cada minuto como se fossem horas...
Me entrego aos vícios por não querer
Ver mais sorrisos nas auroras...
Vago os dias sonhando com qualquer
Um que teve e nas minha prece
Que as vezes depois de tantas noites
Que peço que te traga de volta, se
adormece...
Não sei mais por que ando virando
As madrugadas por saudades que ainda
294
Trazem ou pouco de alento pra quem
Volta sonhando com teu sorriso de boas
vindas...
Mesmo assim... sou um estranho...
E as vezes encontro nas flores
A mentira do teu cheiro do teu gosto
E muito pouco das tuas cores...
Escuto e não ouço... vejo e não guardo,
Bebo mas não sinto o gosto do gosto
Amargo dessa saudade que me ronda
Nessas noites que são sempre agostos...
III
Levanto os olhos pra tentar enxergar
Um pouco além do teto que agora gira
Parecendo me encantar... não culpo por
nada
Me culpo por escrever e agora vira....
Vira minha alma do avesso
Parecendo que meu corpo meus cavalos
295
Não sabem dos rumos que levam
Pra voltar antes dos galos
Ainda procurando o mesmo olhar
O mesmo sorriso, o mesmo tempo...
Que agora o tempo se molda por si
Pelas esperas nesses fundos de campo...
Então volto procurando oque não tenho...
Revejo a janela fechada sem ninguém na
moldura
A minha agora fica a procurar a cuidar as
estradas
Por agora ela ter ficado escura...
IV
Sei que teu sorriso, teu carinho, teu gosto
Hoje pertence ao tempo que nem perto
passa
Deixando minha a contar por quantas
noites
De esperas estrelas que se atravessa
296
Riscando o céu deixando um brilho
Que ainda vejo de olhos fechados
Buscando os teus no breu dos meus
sonhos
Que ainda a poucos eram enluarados.
Hoje... ontem... os dias que vão vir...
Não trazem além de saudades
Que por elas me deixam as esperas
Que insolentes, embriagadas, insones...
Ainda dentro do meu coração
Tenta usar todas palavras que tiver
Ou existir pra tentar reescrever
Oque não deveria nunca escrever...
V
Parece que a cada dia não te vejo mais...
O sal dos olhos já secaram ...
Por não mais ter eles nas sangas dos meus
Olhos que agora deixaram...
297
Não irei encontrar... não irei encontrar
Entre botejas que pintam meu lábios
Com um gosto adocicado disfarçado
Do teu gosto, nos meus sonhos...
Parece por culpa dos meus erros
Que assumo a toda manha que a luz
Traz a dor pra meus olhos que ainda
Por pena me conduz...
Ainda sinto a lagrima salgada
Ainda sinto o tempo por partir
Procurando a luz que me cega
Agora de mãos posta a pedir...
298
Pela imagem parada no tempo
Uma espora silenciada pelo canto
Fica na parede parada no tempo
Como se contasse ao mesmo campo
De outros outra luas por manto.
O mate pela tarde chuvosa
Vai me dizendo pra depois
Guitarreando com sais
Pelos olhos de alma sestrosa.
Vem pra meus achegos uma saudade
Que por ela me abre em luz
A quem já andou pelas cruz
E pelas cordas se traz em verdade.
A esporas parada no tempo... perdidas
Lembrando por si quando cantavam
Por outros garrões e sustentavam
A alma pelo tentos firmes a vida.
Imagens que vem da lembrança
299
De um outro tempo que a guitarra
Tinha parceira pra tocar como cigarra
Sem amarras por o tempo de criança
As mesmas esporas e a mesmas guitarra
Que agora por minha alma vem trazendo
A lembrança mais pura dizendo
Da saudade de um avó de alma de cigarra.
300
Pela luz de teu olhar Quando pela mirada vi seu olhos de campo Cuidei o tempo, pra te guarda pelo olhar limpo. Deixei a alma divisar e por um segundo sonhar Talvez em outro quatro lhe abraçar. Guardei, recoluto sob as cruzes se firmando Com as mãos nas rédeas, com sonho ponteando. Teu sorriso de lua grande, me trouxe pra dentro Matizes de outros dias, mudando que tenho... Deixei o teus olhos de prenda numa mirada clara Estampando um sorriso na cena mais rara... Suplantando além de min, meus segredos
301
Que transponho guitarreando na ponta dos dedos. Guardei lembranças além do meu caminhar Por bem querer, assim pela hora a te lembrar... Deixando, meu coração em luz de alma Por tempos dos teus olhos relembrar em calma. E pra min mostrar, pela luz de teu olhar... Num bem querer, assim por nada, sonhar. Mudar o destino, por culpa de um olhar de vida Recordando de ti, em meio a lida.
302
Pela parede, ficou.
Ficou minha gurupa presa a parede
Lembrando de tantas verdades que teve.
Agora por ali revive e nos meus olhos vê
Com gosto de mate em saudade.
Busco a volta do tempo saludando
Esse recuerdos de corda e potros.
Lembranças de quando em vez de outros
Tempos quando vinha segurando.
Depois ia tranqueando, dando sentido
A quem corcovea sustentando quem
monta
E por si já perdeu na memoria a conta
De quantos encilhou, nos caminhos
vividos.
gurupa que agora sentada longe do
bastos
Ficou marcas de botas e puas.
Na parede parece duas luas
303
Que iluminam tantos passos e meus
rastros.
Agora vendo meus arreios gastos de
potros
Empurrando ainda tropilha pra o bocal
Sabendo que tu se curtiu pelo sal
Do suor de tantos outros.
Vou firmando o corpo, lembrando do
tempo
Que era força junto as minhas pernas
Pra quem ainda se governa
Domando pelos cantos de campos.
304
Pela pele...
Arrincono minha alma dentro desde corpo
Escondido dentro desde jaleco florido.
Assim pelas flores bordadas com o
coração
Resguardando sonhos escondidos.
Guardei minha alma dentro deste pano de
carne
Como um cerno, que zimbra mas não
racha...
Que o corpo e as veze nem a sombra me
acompanha
Quando salto no lombo de um parelheiro.
Assim pela alma escrevente, da vida e da
lida .
Guarda sonhos repletos dentro da alma.
Querendo ter por perto que se gosta
Pra um mate pela ramada em calma.
E assim na pele que envolve o corpo...
305
Guarda tudo que assim sinto solito
E pelos poemas solta em luz da alma
De alguma coisa do peito ou de um tempo
bonito.
306
Pela porta
Pela porta do galpão mateia uma ausência
Que assim cismada me olha, mas se
esconde.
Veio pelo corredor pela volta do final da
tarde
Sem saber de quem ou de onde...
Virou minha alma pela hora santa de um
mate
Com juyos na água e com coplas de outros
sonhos.
Assim foi chegando lembrando-se, de
tudo
Que um dia ficou guardando pelos olhos.
Mostrei pra o tempo, de olhos claros por
reponte.
Querendo bem mais que um sonhar.
Deixando resto de bailes e sonhos mal
dormidos
Pelo esplendor do teu olhar.
307
Fitei esta mesma ausência em outro
tempo
Que sentou pra um mate ao meu lado.
Ficou por dias talvez uns anos morando
dentro
Do meu peito me fazendo sempre
costado.
E hoje fica pela porta parecendo que quer
entrar
Tomar mais um mate, mas não tem mais
espaço.
Nem costeio que me lembro dos teus
olhos e meus
Sonhos não ficam, alo leu sem teu abraço.
Se esta ausência um dia morou dentro de
min
E também galopeou junto pingos de lida.
Fazendo-me costado campo a fora, hoje
Meus olhos sonhadores cuidam da vida.
308
Pelo ar
Se abre como se ganhasse assas
Buscando com alma na ponta dos dedos
Rabisca além da calma algum medo
Por conta do tempo escasso
Espalma nas mãos as alma que sabem
Dos caminhos inteiros desse campos.
O mesmo ar que respira limpo
Buscando mais além de si .
Abre ao comprimento do braço
cisma com saber do que passa
Como se tivesse na mãos assas
Pelo mesmo ar que traz em luz.
Deixa o canto mais puro pras mãos
Forem falando do tudo
Ou aquilo que guarda mudo
De olhos fechados no mesmo ar
Que pelo peito solta um pouco
309
Parecendo que nas mãos
Vem do tempo e do coração
Ao sabor do mesmo vento
Vai vivendo, sentindo por si
Quando sabe aos olhos da alma
Pra quem respira e espalma
O mesmo que ar que de ti, se solta.
310
Pelo bolicho
Nalguma pulpeira beirando a linha
Vai o tempo tranqueando de fato
E assim pra quem segue a trilha
Buscando além das bocas de matos
Em cisma povoeiras de sonhos de alma
Que lindeira vai mostrando o rumo
Pra um que vai em pelo corredor em
calma
Firme sob os mesmo aprumos
Bebe goles pelas tardes claras depois dos
mates
Moldando e sustentando alguma pena
Pra deixar num daqueles tantos
chamamés
Que fez pra um sonho agora de alma
morena
Vai o passo e por diante dos olhos
O tanto e o nada ponteando nas estradas
311
Alguns de todos os seus sonhos
Que ainda pouco ficaram pela ramada
Pra depois num trago bueno de vinho
Busque achego pela notas da bordona
Milongueando mirando os caminhos
Que levou a alguma queromana,
312
pelo caminho... mirei
Fiquei a chimarrear pelo portal
Ver o tamanho da distância pela frente
Talvez o vento traga algo sente
Pela caminho além daqui...
Fiquei a mira além... do corredor
A imaginar tanto e tão pouco tempo
Que guardei pela imagem do campo
Um flor pela gola do pala...
Por ela mirando e talvez tendo perto ...
De min bem em cima do coração
A saludar um outra emoção
Por minha tantas saudades....
Ficou na imagem parada do corredor
Algum sonho que não pude mais ter...
Quando deu rédea em rumo qualquer
Me deixando agora a tomar mais um
mate
313
O campo vai adormecendo com as
estrelas
Que vem pela quichá do horizonte
Tranqueando sonhos pelos meus
repontes
E repinta as imagens além do portal.
314
Poema
A poesia bem mais que guitarras
E bem mais que goela e garganta
Talvez seja a luz que canta
Que poucos ouvem nas horas.
Vem muito além das puas
Das almas que dizem sem querer...
Pelos ventos por saber
Ouvir as vozes das luas ...
Quem sabe de poesia?
Se a poesia anda alheia.
Tem sua teia, e as vezes ameia
Um botella nas noites em porfia.
Tu sabes dela? Não!
Tu saberá dela pela janelas
Povoando luzeiros além das cancelas
Ou nos riscos de puas não ramadão.
Ela vem noite adentro...
315
Sem que diga ou bata nas portas...
Traz pelas flores e pelas rimas tortas
Que sabem por dentro.
É isso bem mais que escrever
Bem mais que ouvir...
Bem mais sentir...
É por ela assim ver.
316
inexata
Quem sabe um dia volte
E me perguntar por que derramei...
Deixei pelos olhos cristais
Senti na boca os gostos
Rolarem livres pelos rosto
Dos meus sais...
Quem sabe um dia volte
E pelos cantos entenda...
E minha alma se compreenda
Por meu poema ainda, aprendiz.
Que ainda por ai e por si, diz:
Com queira ou não entenda...
Saberia que abro meus olhos
É que vejo e que não vê...
Escuto que ainda, e não ouve...
Mesmo com a irresponsabilidade
Que tem essa imaturidade
Ainda a pouco, se esquece...
317
Quem sabe as palavras
Que o tempo a min: diga...
E não de ti mendiga...
Nem tão pouco, ouve...
Entenda e não entenda ou não vê...
Por ainda solito se perca...
Não... sei.. não vi.. e não quero mais
ouvir...
Perdi... esqueci... não falei.. neguei..
Não era assim que ensinei...
Meus sais não valem de nada
Nem versos nas ramadas...
Bem... não é como falei...
Para que é errado... inexato..
Ou é exato, pra mais um fato
Que o tempo ainda me diz.
Fala por si... e em si desdiz
Pelas mesmas bocas vazias.
Sem dizer. Sem ouvir... falaria...
Agora me pergunto... não devo
318
Agora assim quieto escrevo...
E vou embora sem mostra os olhos
E os meus sonhos... não olhes...
Não chores... não fales..
Jamais pense... agora observo...
319
Poema nº2
Perdi pelo veu claro da minhas retinas
As imagens que ainda tento guardar...
Perdi pelas horas entre potros e bastos
Os meus caminhos de rondar...
Em baixo desse sombreiro ladeado
Levo a mirada além do horizonte
Que ainda no pouco que ficou
Traz uma estrela por reponte
Deixo nas voltas que se mesclam aos
Meus mates miradores já com poucas
Esperas que vãos aos poucos ficando
Se estirando como loncas...
Parece que os olhos já cansados ...
Ficaram com misérias que alma
Ainda carrega por ainda não se
Esquecer por um poema...
Talvez um dia pelas cismas de fogo
320
Entre mates e sussurros no vento
Largue meus cavalos pra campo
E fique a apreender a escrever pro
sentimento...
321
Poema Nº3
Quem sabe meu poema
Que ainda por pouco fora seu
Minha alma por louco
Talvez dos sonhos desaprendeu.
Deixou um pouco do pouco
Que trouxe as horas...
Fez alma sentir os espinhos
Das mesmas esporas.
Que agora cismam em cantar
Coplas de outros tempos
Sabendo dos segredos
Que trago aos olhos do campo.
Quem sabe meu poema
Ainda volte por tua aura
E diga pra o tempo
Mostrando a min a alvura
A minha translucida
Aprendiz ressurja por um canto
Pra dizer que isso é vida.
Quem sabe meu poema
Poema de um pouco.
322
Ainda deixar nas linha
Do vento, escritos, por louco.
Quem sabe meu poema
Ainda traga oque procuro.
E veja diante aos olhos
Mesmo vendo no escuro.
Quem sabe meu poema
Me entregue a vida.
Me entregue o caminho
Dizendo que em partida
O mesmo poema abra a luz
Que ainda busco sem querer
Ainda ver e por si traduz
Oque me ponho a escrever.
323
Por um banco
O pelego mal recortado ficou sentando
num banco
A esperas silenciosas trazem aos olhos o
tempo
Que vem em seu véu, diante da gente
sem tocar...
A mostrar as imagens que vem no verde
do campo.
Deixando cismas de teatino, de andejo da
vidas
Em que alma andava liberta nas cruzes do
potros...
Erguendo fundos de campo pelo
chamados do aboios
Agora vendo com esse mate nos olhos do
astros.
Revejo, e sinto na alma a coplas que pelo
vento deixei
324
Tantos caminhos repisei e agora num
banco, espero...
O pelego branco dos bastos marcados do
tempo
Nesta alma ainda por ser mais um
campeiro
Os dias vão passando entre mates e
fogões
As almas que ainda habitam meu galpão
Encilham pelas noites mais sinceras as
almas...
Que vivem libertas neste rincão.
325
Por um canto de um olhar
Um dia desse Don Inácio se parou num
olhar
Mais claro e sereno que fez o tempo
tranquear
Moldando caminhos de outros dias
Formando agora coplas depois da porfias.
Pelo segundos a cuidar do tempo pelo
olhar parar
Talvez num canto de teatino solte dos
olhos
Um pouco de tanto num recuerdo de um
sonho
Sabendo que o domador ficou a cuidar
Mirando os poentes com rumos pelo
olhar
Sabendo que além dos mates o tempo
desce o ferrolho
Um canto claro por copla na imagem
mais calma
326
Trazendo um pouco da vida e toda sua
alma
Empurrando um sentir mais manheiro
Livre das costas dos matos, e dos sonhos
viajeiros
Pelas horas de mate que vem e espalma
Sabendo pelo olhar mais sereno e puro
Talvez sofrenando por culpa dele, e raro
Guarde um pouco de tudo ou pouco de
nada
Ponteando sonhos e cismas de lua e
estrada
Num mate pela boca da noite, num
recuerdo mais claro.
327
Por você. Em você. De você...
Gosto de você sem ter como explicar
como.
Gosto de você por querer todo dia.
Gosto de você como espera nos fins de
tarde.
Gosto de você com toda minha alegria.
Sinto lá no fundo do peito o revés me
fazendo bem
Sinto lá no fundo do peito a força deste
sentir.
Sinto lá no fundo do peito versos de
minha alma.
Sinto lá no fundo do peito me fazendo
sorrir.
Gosto de você mesmo quando estou
longe.
Gosto de você com todo amor que possa
sentir.
328
Gosto de você de todo jeito que for em
alma e luz.
Gosto de você me fazendo as feições,
colorir.
Sinto lá no fundo do peito me fazendo ter
sonhos.
Sinto lá no fundo do peito sorriso que
vem da tua alma.
Sinto lá no fundo do peito a magia do seu
carinho.
Sinto lá no fundo do peito que sem você
perco a calma.
Gosto de você do teu jeito assim de flor
vermelha.
Gosto de você como é deste jeito, bem
assim.
Sinto lá no fundo do peito meu sonho em
realidade.
Sinto lá no fundo do peito por gostar de ti,
sem ter um fim.
329
Porque... ainda te escrevo?
Se um dia me perdi pelos teus encantos
Ainda na minha alma vou reponte
Buscando além desses horizontes
Os motivos porque lhe canto?
Que pelas rondas a campo vasto
Vou mirando além dos tempos
Buscando além dos teus olhos limpos
Algum caminho que me indaga, no rastro.
Deixei uma copla guardada pra ti...
E segui... buscando além do nada
O mesmo caminho pra diante da ramada
Buscando na estrela que pelos teus olhos
vi.
Agora busco depois dos mates, dos cantos
Depois das horas serena e mais claras
Algum resto de um imagem já rara
Quando meu poema te fez manto.
330
Não sei, mas pelo tempo sigo a cuidar
Além do poente, um tanto de tudo
Deque pelo meu mate sabe e fica mudo
E pelos meus olhos ainda solito a buscar
331
Pousada
Quando a alma pede pousada
Nesses caminhos que a vida no leva
É sonho e tempo que nos eleva
A sombra de alguma ramada ...
Nessa horas que alma pede pousada
Levando de tiro que sente
Deixa ao vento, que traz assim derepente
Num segundo de boca cerrada.
É quando a alma pede pousada
Deixando na luz incontida na vida
Que moldada caminhos de outras partidas
Remontando a alma cismada...
A alma por si pede pousada
Na copla que sai pelas manhas
Levantando alguma manha
Que nos traz por calma e estrada...
A alma só pede pousada...
332
Quando a estrada de esvazia
Mirando a alma antes dos dias
Nas horas que o tempo, pede morada
A alma só pede pousada...
Buscando a pousada que já tem
Cuidando o rumo que por si, vem
Ponteando coplas de luas estradas.
333
Pra algum poema
Entrego meu poema... Sincero... claro...
Pra depois dos meus mates verei
As cismas fogoneadas que guardei
Pra meus poentes em sorrisos raros...
Entrego minha alma... num canto...
Pra depois dos dias que tive e vejo
De olhos fechados sem marejos
O doce dos meus doces encantos...
Um certo dia a poesia trouxe teu sorriso
Que sabe minha poesia fogoneada
Que andou por tantas estradas
Descubra os motivos por ser preciso...
Minha alma se entrega pelas horas
Em que vejo de olhos fechados
Fatigados os teus enluarados
A brilhar como ponteçuelas nas auroras...
334
Minha poesia não pede mais... por
distante...
Distinta e as vezes mais inertes
Sabendo que da mesma vertente
Traz pelas linhas um momento no
horizonte
No perfil pelas horas em que meu poema
Traz a luz... que ilumina o tudo...
E noutro segundo escuto, e fico mudo
A lembrar do teu sorriso de flor morena.
335
Pra algum poesia
As vezes deixo nalgum poema mais
sincero
Pra talvez tentar saber o rumo certo
Pra aquilo que vem me segurando a
palavra
E já povoaram poemas pelo campo aberto
Nostalgias de outras êpocas que vem
Pelos olhos que cuidam alem do poente
Talvez algum resto de imagens pelos
olhos
Buscando olhos puro alem do horizonte.
Por um silvido as vezes um pito depois
De um mate bueno pelo cantos
Vai cuidando pelas frestas do tempo
Coplas que já fizeram aos olhos um manto
Resquisicios de outro tempo pela trama
Do pala que ficou com o cheiro dos
motivos
336
Dos poema mais sinceros da alma
Ver ainda por teus olhos um sonho altivo.
337
Pra alma de um ginete
Minha alma hoje por dentro dessa capa
Quieta e pensativa pelos de porfia...
Um dia liberta pelas estradas reais
Levando por diante tropas que alma
recria...
Minhas esporas quietas dependuradas
Guardam ainda sinas das botas de potro
E dos tempos que cantavam pelos
caminhos
Me firmando sob as cruzes indo perto dos
astros...
Espora atada hoje bem pouco levo no
meus olhos
Ainda cisma de montar pra vencer a vida
Seguindo na cadencia que fazem os pulos
Quando sentia a vida ser mais simples que
a lida...
338
Guardo na alma impresso no couro o
caminho
Quando pelo palanques andei firmando
O meu corpo e alma no mesmo tento que
hoje
Governa pelas minhas mãos apertados...
Hoje pelas horas não sou mais o mesmo...
Que ontem encarou tantos abaixo de
golpes.
Hoje minha alma quieta e pensativa leva
As cruzes do zaino que encilho com ares
de redomões.
339
Pra lua da janela
Repintou aos meus olhos na face da lua
Uma imagem mais xirua e por sua,
Trazendo as poesias que a alma empresta
Um raio de luz que passava pela fresta
Deixando um risco claro pra quem cuidava
Das noites na ronda insone e cevava
Um outro mate revendo as imagens
Pela claridade do fogo em miragens...
Nessa ronda que sigo sem ser preciso
Trago aos meus achegos o teu sorriso
Que a lua empresta o brilho prateado
Revivendo sonhos no teu costado.
Uma poesia se salta pela caneta
E no papel a tinta se empresta
Por saber deque alma ainda guarda
Revendo a alvura da lua emoldurada
Deixando nessa ronda de alpargatas
340
Sem ter puas presas pela noite alta
Revendo nas imagens serena
Alguma poesia que fiz, por pequena.
Quem sabe a lua traga de arrasto
E deixe além dos meus rastros
A traduzir a coplinha assoviada
Pelo teu sorriso na alma emoldurada
341
Pra moça do balcão
Quem sabe morena outro dia
Pelo povoado veja teu sorriso
Enluarado num sonho por preciso
Traga meus versos nos mates de porfia...
Trabalho de peão por dia
La pra banda do bom jesus
Ando lidando sempre sob a cruz
Desse potros tirando rebeldia...
Quando vejo tua imagem
Meu sorriso brota na estampa
E minha alma se encampa
Nas tuas feições também
Quando entro te vejo balcão
Meu coração vem na boca
E me bate uma vontade louca
De dizer o que sinto no coração...
Então quando alço a perna de novo...
342
Volto pras casas sonhando
Com teu sorriso me iluminando
Com anseio de te ver não pelo povo.
Mas sim outra vez num outro baile
Trazer pra perfumar a flor
Que carrego ainda em cor
Pelo meu jaleco e dai fale...
Este sonho e te leve pela estrada
A voltar a ver tua alma
Ouvindo meus sonhos em calma
Pra apear na tua ramada.
343
Pra teu jardim
Nos meus olhos de cuidar os mares verdes
Agora inertes se pergutam onde
andavam...
Onde andeva os teus talvez na nevoa
Que traz como uma garoa para alma.
Os dias a cuidar pelos rumos a apertar
Com as mesmas mãos bocais,
Nos olhos olhos ainda vertem sais
Pra mirada larga com a lua no teu olhar.
Os meus olhos transloucados e inertes
Ainda buscando os teus enluarados
Pelas horas do tempos emoldurados
Ainda pelas horas crescem florescem...
Hoje mentindo pelas cores das flores
Hoje mentindo pelos amoras delas
Hoje a alma nascem pela janela
Em cores no teu jardim de amores.
344
Vem da alma, vem do céu germina
Cresce como a sanga dos meus olhos
Rebrotando esse velhos sonhos
Numa saudade que ainda me domina.
345
Pra um outro poema
Pelas primas vais tirando da alma
Ainda que pode guardar quando a mirada
Ficou mais perto do caminho
Revendo os olhos de lua estrada...
Segui na firmeza das rédeas ponteadas
Firmando a alma e esperas por diante
Deixando nos caminhos cismas por
Andante nos meus sonhos de dante...
Quem sabe linda flor teus olhos
Me tragam pra apear pela tua mirada...
Que traz a luz que procuro por ainda
Andejar as tantas da minhas estradas.
Até as rédeas num roseiral e siga
Pra um mate sem ter mais cismas
Além do portal , e pelas minhas
Mãos de segurar firme nas crinas
Fique a cuidar da vida entre os teus
346
Dedos que apertam as mesmas mãos
Que agora pelas primas e nas bordonas
Acalantam estes sonhos em emoção.
347
Pra um outro poema que te fiz
Trago a boca ainda o teu gosto
Buscando ainda um pouco
Que ainda pelas cores do rosto
Descubro a copla por talvez louco.
Louco a te escrever por ainda
Somente nos olhos ver...
E pela poesia ainda te bem dizer
Com vontade de bem querer.
Um mate, por aquela tarde ficou
Ainda por encontrar um olhar
Que distante, ficou ainda
Pelos meus olhos à procurar.
Deixei agora no gosto do mesmo mate
Ainda um gosto amargo...
Que a boca vem com o sumo
Dos sonhos que ainda trago.
A dizer em poema entre um mate
348
Depois do outro a escrever
Um pouco mais das esperas
Que cisma ainda em te ver.
De olhos fechados buscando além
Das palavras que ainda entrego
Procurando um sumo bueno no mate
Que ainda no escuro enxergo
349
Pra um poema nas auroras
Não quero mais... derramei muitos sais...
Minha alma ficou a se perguntar
Se sonhou ou se mentiu no meu sonhar?
Então se não perguntou deixo nos missais
Que ainda procurando o mais...
Pena desse poema que se gasta
Como as cordas dessa guitarra
Que sabe e solta e minha alma amarra
E pelas estradas que ainda se gasta...
E ainda um sonho me empresta...
Saudade vem redemoneando meu
pensamento
Faz anos, faz dias, faz horas... e pelas
auroras
Vejo teu sorriso na nas almas agora
Deixo ao vento, os meus sentimentos
Que agora parecendo um lamento...
Gastei a puas das esporas e a vida
350
Por sob as cruzes dos cavalos
Que levaram as minhas a empresta-los
A carregar sonhos de alma perdida
Por não querer essa saudade esquecida...
Que todo, sem nenhum mesmo de ceu
nublado,
Fechado, já cegado pelo distancia...
Não vejo pelas manha tantas ausências
Mas sim de alma inundado, enluarado...
transloucado
Vejo teu sorriso por louco, e aos poucos
alumbrado...
Roubando do gosto do vinho mais
bueno...
O teu gosto, mais sincero e puro...
Deixando aos sais do rosto, ainda claros
A saudade que vem pelos finais de
inverno
Com coplas de sonhos insones e
morenos...
351
As vezes as guitarras se calam, os poemas
se cessam
A vozes não falam, mas sim emudecem,
Esquecem, desaparecem, e transparecem
Oque se perdeu e ainda amam...
Cantam e da alma ainda arrancam.
Esse poema, quase louco por ver ...
Nas auroras que não via esquecer
Que não vai se perder... e segue a viver
Uma nova copla a renascer
Os dias que meus olhos puderem ver.
352
Pra um poema sem nome
Te trago um poema por pouco...
Te trago minha alma que entrego
Escrevendo a sua por louco
Nesta flor que carrego...
Vou nesta madrugadas a buscar
A luz que vem das luas
Que ainda fico a redemonear
Potros nas mesmas puas ...
Que antes escreviam poemas
Deixando um rastro no caminho
Quando levava a um flor morena
A buscar a vida no mesmo trilho...
Hoje meu poema se pergunta
Aonde esta a alma da flor
Que ainda carrego desnuda
Se abrindo ainda em cor...
Por isso ainda te levo coplas
353
Nos ventos que ouvem
Sabendo pelas mesmas teclas
A te entregar poemas trazem
Ainda as luzes dos teus olhos
Na lembranças e como puas
Risca o chão e o couro e abre talhos
Vendo de olhos fechados alma tua...
354
Pra um trago na luz da beira da estrada
Saiu das casas com esperas por diante
Talvez amanha traga a lua no reponte
Buscando as luz serenas nos horizontes
Que alma nos entrada do ontem...
Sai pra o povo buscando algum caminho
E fui para no bolicho nunca sozinho
Depois pela madrugada vim no trilho
Da luz vermelha a campear carinho...
Canha e trago largo nos olhos do peão
Deixei num galho atado meu redomão
Acertando a ficha entrada pelas mãos
Leve de um china daquele carasão...
Entre tragos largo e sonhos perdidos
Fui campeando nalgum envelhecido
Um beijo daquela mais cara pelo vidro.
Deixei os pila da lida e já esquecido.
Amanheci por lá antes do sol voltei
355
Trazendo um achego que nunca contei
Deixando um pouco das dores que cantei
Aliviadas na luz colorada que pra ninguém
falei.
356
Pra umas notas
Naquela manha surgia notas pela mãos
Que nem sabia de onde podia ter vindo...
Via ainda pelas auroras a lua sumindo
Uma doce emoção que vinha pelo galpão.
Bordona primeiro, depois as primas
Antes tudo claro ficava aos olhos
Que romoçavam os velhos sonhos
Pra depois deixar nas pouca rimas ...
O dia nem embuçalava a lua ainda
Mas nos meus olhos viam além de min...
Buscando no horizonte sem fim...
Ainda com olhos de boas vindas.
As saudades que cortadas pelas bordonas
Nos meus dedos segregaram a poesia
Que ainda buscava uma luz pra o dia
Nesta saudades ainda pequenas e
morenas.
357
Quem sabe nesta cordas em nobre
madeira
Traga de volta de olhos bem fechados
Alguns dos meus sonhos extraviados
Por recuerdos de alma ainda inteira.
358
Pras estrelas
As estrelas ausentes dos meus garrões
Hoje se dependuram pelas paredes
Emoldurando xucros que pelos galpões
Levaram o meu mundo nos repontes...
Outra estrela pela guiada longe da outra
Foi morar num cabo de guamirim
Pra cantar coplas dos campos aos astros
Pra outras pelo céu sem fim...
Mas as mais belas, que pelos teus olhos
Encontrei no meus rumos de andar,
Deixei as minhas estrelas pra num sonho
Pode um dia que sabe pra teu rancho
voltar.
E as estrelas dos meus garrões...
Não mais chorarem magoas ao vento
Encilharem pra o consumo da vida,
redomões
Pra pontear léguas por esse sentimento.
359
Pra quando um dia voltar não ser guiada
Longe da outra perdia nalgum canto...
Poder ver no fim das minhas estradas
Os teus olhos de estrela no meu encanto.
360
Quando o fogo do galpão trás outros
mister
Noite negra que se abre diante os olhos
Buscando a luz que ainda falta pra min.
A tarde veio com matizes assim
Entregando a min coplas pelos mates.
A cada gole que sorvo um sonido,
Um nó, um tempo se abre em luz
Diante as linhas que alma se conduz
A pra reviver sem ter, ou ver...
A noite tens seus mister...
Provoca, e desentoca sonhos
E lembranças diante os olhos
De algum fogo grande...
Pelas noites com seu pala negro
Com cristais de estrelas...
Vejo milhes de outras vidas pela janelas
Dos meus olhos, campeadores.
361
Que sabe em caba estrela já andei?
Talvez por todas a luas de enfrenar
Já fiz rumos dos meus cantar?
É nessas noites escuras que escuto
Dentre roncos de mate e bordonas
Depois da lidas de acertar nas estrada
Sonhos estalarem pela alma emprestada
Das cores do fogo que ilumina nestas
noites.
362
Quando ouvir o campo
Eu esperava que o campo me falasse
Mas entendi que ele não fala
Do mesmo modo que imaginava
Talvez deixando o orvalho na trama do
pala.
Pra dizer que a vida é uma gota
Entre tantas que se resvala.
Já fui manga forte virando potros
Pelos caminhos que andei acertar.
Deixando pelos tentos que era tênue
Ao meu jeito de sempre andar...
Talvez nessas força que gastei
Um dia sei que vou voltar.
Me fui embora pelas horas de mate
E votei pelo pealos de todo laço.
Andei noutras querências com poesias
E firmando os dedos nas crinas no espaço
Quando virava o mudo inteiro
Sustentando a ferro e braço.
363
Apreendi que o campo, na fala do mesmo
Jeito que escuto as vozes pelas casas.
Fala pelas auroras que nascem no seu
vermelho.
Fala pelo canto dos pássaros e no bater de
assas
De ponchos pelas beiras estradas..
Revoando cismas firme ainda nas crinas.
Quem sabe ainda apreenda ouvir
Essas milongas que o campo me trás.
E escreva muito mais pelas linhas dos
ventos
Como se meus versos tivessem asas...
E povoassem os rodeios, entre potros e
gados
E voltasse todos os dias as casas..,
364
Quando uma estrela se perdeu da outra
Antes da lua que ainda vinha
O campo perdeu uma estrela
Não sei se agora nas janelas
Ainda ouça seu gizo abrindo trilho.
A estrela antes com raio de luas
Vinha firme presa segurando a vida
Que ainda se afirma na lida
Sob as mesmas puas...
Um roseta se perdeu da outra
talvez voltou ao céu pra ser livre
e sob a copa do chapéu, espere
quando brilhe pela luz dos astros;
voltei sem um pedaço da vida
com o ferro bruto quebrado
talvez no cruzo do banhado
pra agora viver liberta mas perdida...
as puas ficaram perdidas
365
agora uma da outra...
uma canta por saudade de outrora
da outra estrela esquecida.
Uma voltou a ser estrela viajeira
Outra continua presa por espera
Pra talvez um dia em outra era
Renasça por ser a mais campeira.
366
Quando vi meu poema na sua boca
Foi o verso que fiz num mate em porfia
De umas lidas de peão por dia...
Redondilha miúda... que ainda vinha
quieta
E foi pra tua alma com a minha repleta...
Deixei por ti.. na razão que ainda sabia
Seguindo a vida tecendo em porfia
Um naco ainda da alma que se perdeu
Pela historia ainda, que se emudeceu...
Meu poema... que um dia como lua
Que vem trazendo tanto pela alma nua
Trazendo pra ponta dos meus dedos
A espera que tem os segredos...
Ouvi... em meio aos outros pela sala
Enquanto ficava ajeitando meu pala
que morava pelo meu ombro solito
meu verso revivendo pelos infinitos...
367
não tive teu buenas ou teu sorriso.
mas vi ao meu gosto e no teu rosto
a minha poesia cantada pela tua voz
enquanto na poesia, que saía e soava...
talvez meu poema ainda por bruto
saiba muito mais de mim e pelos bastos
quando voltei ao tranco pras casas
com um poema que ganha agora, asas...
quantas foram as noite que guardei...
as cismas de fogo, nas quais encantei
silêncios nas voltas de um sonido
que trazia a min algo esquecido...
a minha poesia por tua boca cantada...
a minha alma pelas vozes... talvez
escutada...
não encantou tua alma nem fiquei por tua
mirada...
sigo agora matando a sede, acalantada
revendo de olhos fechados, esperando...
368
talvez um dia volte do teu sonho...
tranqueando
pra um mate por algum final de tarde
vendo nos teus olhos.. um sonho que se
abre..
369
Quarteto de outras poesias
Se um dia a poesia me faltar...
Talvez pelas estradas andarei.
Cantarei luas e estrelas contarei.
Pra ver se volto a escutar.
Escutar a poesia que dos olhos
Negros outro dia me deram...
E ainda sincero derramam
A min almas pra outros sonhos...
Hoje... aqueço o corpo a alma
Com mate, palavras e calmas
Horas que me lembro e escrevo
E assim vivo e rescrevo...
Ontem flores, cantos... puas...
Hoje elas florescem puras
Pelo teu jardim com parte
De min que ainda desperte.
370
Rio
Vai subindo a barranca desse rio...
Talvez não me de val levando solito
Cruzando pra o longe nesses infinitos
Com a agua turvada em fios
Em fios de vida, transportando
A seiva pura pra esse campos daqui
Que aos olhos cuidando, mais ali.
Enquanto cevo um mate calado
Cuidando a cheia desses rios ...
Que transbordam como minha alma
Como uma chuva mansa em horas calmas
Sustentando a vida formando um arroio
É rio que desse na vazante dos meus
olhos
Que traz por si, às vezes como sanga de
sal
Que me salga a boca tirando da alma o fel
De algum dos meus sonhos roubados
371
Cuidando além desse mesmo galpão
beirando
o rio de minha alma que não seca e
mostra
ainda por conta incerta a vazante e
escancara
remoçando entre estes campos
emoldurados
372
Saem
As vezes as palavras fogem da boca
Por ganhar asas sem saber.
Elas andam como se tivessem puas
Como se sozinhas sabem viver.
As vezes elas saem sem medida
Muitas outras engolida pelos mates
Como se tivessem gosto de saudades
No confins de um dia em arremate.
As vezes o silencio diz muito mais
Que os sons que as palavras dizem.
Lavram como riscos de esporas
E por si se, vivas se escrevem.
Talvez as palavras fujam de tudo
E de todos aos mesmo tempo.
E vagam pelos rumos que a força
Da voz pode ter em contraponto.
Essas palavras possuem seu missal
373
Pelas horas longas de mate comigo,
Deixando aos meus olhos cuidando
Nas horas que as vezes por ti bem digo.
Quantas mais palavras preciso
Pra apreender pelos silêncios
Das orações com dias ainda
Chegando de volta ao inicio.
Parece que neste madrugada
As palavras vieram a morar
Pelas gotas dos orvalhos
E nos sonidos de esporas a falar.
374
Sangrei
No espelho da folha do aço
Foi escorrendo uma seiva de vida.
O potro se perdeu, ainda no aparte
Deixando a vida em contra partida,
Antes das minhas mãos soltar um pealo
Por conta certa e injusta da lida.
Escorre o sangue e molha os pastos
Nos olhos do domador vertem também.
Os sais que vem dentro do peito pela mão
Que governa a folha pra o rumo do além.
Deixando um flete dos buenos pelo
campo
Dizendo de boca cerrada, amém.
Rodou meu baio bem ali por culpa da
lida...
Mas não se esperava um buraco no chão
Um cupinzeiro que fez toda a lambança
Antes do pealo que escapava pela mão
375
E pelo calor do aço foi findando-se meu
baio
Olhando-me nos olhos abrindo meu
coração.
Recebe lá por cima deste chão serrano
Meu baio, patrão celeste... e dá lhe
galpão.
Cura o corte que eu mesmo fiz no pescoço
Do meu bagual baio e do meu coração.
Sangrei meu cavalo, não queria, mas não
ia,
Deixá-lo sofrendo, quebrado das mãos...
O sangue do meu cavalo que escorreu
vivido...
Levando a força e sua alma e sua pureza.
Ficou pela minha faca escorrendo ate o
cabo
Molhando minha mão sem beleza.
Que dei fim ao meu flete de olhos
molhados
376
Guardando no fundo do coração essa
tristeza.
De ter que sangrar meu cavalo por conta
do destino
De uma roda na lida sob o verde do
campo...
Mudando o curso da lida e rumo do pulso
da vida
Se esvaindo pela minha mão em um dia
de mau tempo.
Ficando dentro do meu peito a
entristecido
Os olhos de meu cavalo vitrificados e
limpos.
377
Sangue
Escorreu vivo ainda quando caiu
Pela planura da mangueira
Um palanque costeava mais um
A sobra de uma figueira ...
A dor me veio no olhos ao ver
Cair mais um sem querer o buçal
Que fazia peso pela cara sem
Deixando sentar na corda o animal...
Potro que caiu e vem o sangue a boca
Que pra meus olhos que sabem da lida
Entendem que as vezes se precisa
Deixando por um fio, a vida...
Caiu buscando o ar... pelo espaço
Nos meus olhos de campo...
Em meio a chuva e o barro bordado
Buscava ajeitar com tempo...
378
A dor... O sangue que quis sair
Na força bruta que tenteava
Contra as argolas presas pelos
Tentos que assim fresteava...
A min.. senti também o peso
Do buçal pelos olhos sinceros
A me pedir por suplica a calma
Por não entender o tempo...
Me perdoe pelo tombo que teve
Mas na precisão da lida...
Foi a forma que pude mostrar
Que se apreende pelo amor... na vida
Mas as vezes pela dor que marca
Sem querer fazer pelo tombo que soe...
Agora mirando calmo pela porta
Do galpão pedindo a deus que me perdoe.
379
Tive
Tive sonhos,
Tenho sonhos...
Alguns nem tão grandes
Outros tão pequenos errantes.
Tive esperas,
Tenho esperas...
Pra lhe entregar por gostar
Por te querer e te amar.
Tive rumos,
Tenho rumos...
Mas hoje com você do meu lado
Por ter meus sonhos guardados.
Tive recuerdos,
Tenho recuerdos...
Que hoje os esqueço pra tê-los
Somente aos teus olhos velos.
Tive corredores.
380
Tenho corredores...
Mas que hoje levam todos
No rumo dos teus olhos.
Tive esperas
Tenho esperas ...
Pra todas elas verem
E por um carinho renascerem...
Tive pouco
Tenho pouco...
Mas entrego alma e emoção
Que vem do meu coração...
Hoje tenho e não me perco
Nos olhos nenhum marejo
Pra viver um sonho
Que tenho nos meus olhos.
381
Sem nunca se calar
Quando minha voz se levanta por as
tribunas
Sai sem refugar porta ou bolada de
quem ouça.
Sai da alma que não silencia ou fica
calada
Não refuga olhares que com onças
Tentam pagar ou mandam me calar.
Que a palavra que sai displicente pela
minha voz
Não é complacente com que acontece
assim.
Não ficando esquecida de nada e
sabendo de tudo
E não sabem procura ate o fim.
Mesmo tentando me calar;
Não adianta mandar ou pagar pra me
silenciar
382
A palavra é livre e sai como se tivesse
assas
Pra longe e chega aos ouvidos de
muitos
Entrando sem pedir licença nas casas
Dos outros sem se calar.
O poema é liberto sai da alma e
levanta as vozes
Pelo caminhos de tempo , vida e
guarida.
Sabendo que poema é liberto sereno
e às vezes
Aberta no fundo da alma das coisas
da vida
Fala de tudo e de todos sem se calar.
A fala também não adianta ter
pensamentos
E um boca cerrada sem dizer que
sabe ou pensa
Somente fica a palavra liberta fugida
da alma
E da lida que trás paz e por si própria
despensa
383
Medidas ou silêncios pra não se calar.
E ela se levanta subindo e indo mais
longe que possa.
Aberta e livre por as vozes do vento e
dos cantadores
Mostrando a vida de tudo que se
apreende na lida
Nos sagrados escritos dos campos e
galpões,
Sem nunca se calar.
E pelas vozes desses que levam e
encantam
Com coplas e notas serena e mais
livres
Segue firme a palavra que não foi
maldita
E nem perdida pelos amores e nos
corredores
A seguir pelo tempo falando de tudo
sem se calar.
Sabendo que por si falada ou descrita
em papel
384
Ou nos caminhos de estradas das
vidas encantadas
Pelos rumos e vozes de campo e
tempo.
Resguarda pura e livre pela letra
cifrada
Viva e nunca fingida a todos a contar.
Silêncios inverneiros
Silêncios inverneiros que povoam coplas
Que se soltam pelo marfim da teclas
De um gaita que pela ramada floreia
E nos meus sonhos se amarra e eleia.
Coplas de vida e dentro de minha alma
Soltando pelos meus olhos que espalma
E dentro do peito faz morada
Com ares de sol em tarde parada.
As vezes recosto cuia e cambona
E as lembranças de uma dona
Me povoam coplas e mate de porfia
Ao lembrar de teus em alegria.
385
E num segundo miro de relancina
Nas estrelas teu rosto que me domina
E trazem silêncios dentro de min
Ainda resolutos... sem explicar assim.
Soneto de luz e sorriso
Não me abra teu sorriso se não posso
telo...
Anseio ainda pelos meus dias em velo...
Não sei se é zelo ou seja pelos teus olhos
cativos...
Nos meus miradores e fechados revejo
Não me abra teu sorriso mais cálido...
Anseio ainda pelos meus dias pálidos
Sem cor de alma e caminho...
Talvez teu sorriso me traga sozinho...
Não me deixe teu olhar sincero e puro
386
Anseio ainda pelos meus dias mais
claros...
Sem ainda temer nas vezes nos escuros.
Me deixa ainda ter teus olhos e teu
sorriso
Queria ser o sol que te traz raro
Que num momento minto, por meu riso.
Tempo e luz
Nasce liberto da copla cismada
Algum segundo vira o tudo
Oque se guarda dentro, mudo...
Rebusca e mostra enluarada
Deixa a luz incontida
Pela tinta expressa em cor
Molda o tempo e ao sabor
Do vento vem em guarida...
Rebrota a copla entre arreios
Buscando sem entender
Somente por em si, viver
387
Nos caminhos em floreio...
Nasce com esperas inteiras
A cada contra canto das chilenas
Chora ou canta cantilenas
Por estrelas puras e manheiras
Mostrando que trago pelas partidas
Algum missal de canto e sonho
Revendo as vezes pelos olhos
Algum sentido de alma e vida
388
Trouxe
Trouxe o poema nos olhos
Que ainda a pouco pude enxergar
Mais além dos meus cantar, pro guardar
Na copla escondida pelo sorriso...
Trouxe o poema nos olhos
Que ainda pouco pude enxergar
Pela a flor ainda a bordar
Em cor pelo campo inerte...
Trouxe o poema nos olhos
Que ainda pouco pude enxergar
Os sonhos do teu no meu olhar
A buscar os meus olhos...
Trouxe o poema no olhos
Que a pouco pude enxergar
Quando na madrugada a contar
As voltas pelas noites esquecidas...
Trouxe o poema nos olhos
389
Trouxe a alma pra alma
Que ainda por as horas calmas
Cuida o vento e o horizonte
Trazendo oque se enxerga
Além dos olhos da carne
E pelas cismas de fogo no cerne
Tece a poesia que ainda não vejo.
390
Um dia
Um dia na vida da gente
Agente apreende que a copla
Vai além das mesmas teclas
Que pelo fole nasce em vertente
Buscando oque se perdeu pelo olhar
Mais sincero e claro no horizonte
É potro de toso de três ontente
Pela estrada solito a galopear
Guarda esquecido nalgum canto
Um assovio mais sereneiro da alma
Pras horas de mates, ver com calma
As coplas todos meus acalantos
Na redondilha vem com pressa
As vezes por ela, traduz a saudade
Verte dos olhos, uma verdade
Por si, e em si, se confessa.
Um dia na vida da gente ...
391
Recorta o tempo e os segredos
Pelas pontas dos dedos
Calejando em garganta e vertente
Verte da alma o sabor melodioso
De algum sonho mais moreno
Que foi ficando longe, já pequeno
Seguindo ao tranco denovo.
Fica pela mãos calejadas da vida
De cordas de guitarra e potros
Segredos de muitos tempos em outros...
Por talvez um dia entenda a vida?
392
Um outro poema
Meu poema que se perdeu dos meus
caminhos
Não se emudeceu por ainda ser sozinho
A buscar que se perdeu nos meus sonhos
Revendo que se aprendeu pelos olhos.
O meu poema pequeno em redondilhas
Que nasceu terno além dessas coxilhas.
Vai adiante por cerno a buscar na alma
Sabendo de sonhos morenos pra horas
calmas.
Um poema e nada mais... outro apenas
Que um fala de sais outros de cantilenas.
Outros buscando mais pra horas que vida
Derrama da alma sais depois das
despedidas.
Parece que os poemas por si transparece
Que as rimas ternas teimam e não
esquece.
393
Sabe da prece que pela horas de mate fiz.
E por si nasce livre, mas desdiz.
Desdiz a própria dor que pelos olhos
Guardando a cor pra os meus sonhos.
Por saber sem saber, e viver livre no vento
Com ares de bem querer em sentimento
394
Um poema de outro poema
Ando ouvindo calado pela vozes dos
mates
Perguntando do tempo que se esvai ...
Dos segundos que os dias por arremates
Que as esperas distantes se vai...
Ausente do tempo que anda nos olhos
Deixando nos rastros de puas
Caminhos claros como talhos
Que as puas deixando em rastros de lua.
Ando dizendo pelas esperas
Deixando pelas minhas estrelas
As saudades com cismas de taperas
Pra além das janelas das cancelas
Não ter mais esperas pelos mates
Dizendo as cismas de fogo que a vida
Muda o seu curso derepente
Como os rumos da lida...
395
Ando calado ouvindo no vento
Revendo pelas flores...
As coplas dos tempos e dos tempos
Que ainda pelas tuas cores...
Parece que os dias ausente... distante
Muda nos segundos, a cada nota...
Mesmo assim sem jeito e derepente
Revê pelos rastros das botas
Que os meus olhos veem além
Dizendo pelas palavras sem falar.
Se nunca calar nem quando convém
Pra dizer sem dizer a contar...
396
Um poema e nada mais
Nestas horas calmas quando vejo
Bem mais que distancias no olhos
Vejo teu sorriso que me traz
Parecendo minha alma, um sonho...
Teu sorriso traz a luz que procuro
Nesta caminho que ando a buscar
Bem mais que tenho, levando
Esta imagem que me faz cantar...
A minha alma ficou a se perguntar
Oque o teu sorriso pode fazer...
Traz a luz que via somente na luas
Vestidas de prata, a escrever...
Este teu sorriso delicado traz
Fragrâncias de flores nas cores
Que tem sem que note por ter
Tido tua uma imagem, pra cantares...
É um poema e nada mais...
397
É um sorriso que a min traz a luz...
É teu jeito de flor morena
Que minha alma aprendiz se conduz...
Quem sabe neste poema ainda
Veja teu sorriso mais claro
E não mais na horas mate
De olhos fechados neste sonho raro.
398
Uma palavras inteiras
Trago imagens que a poesia
Ainda não soube me dizer
Como devo escrever
Esses versos de porfia.
Antes nas lidas de campo
Tive o tempo pelos bocais
Que a vida pelos sais
Que rolam de outros tempos.
Quem sabe o poema seja
Maior que as tropilhas
Cortando estas coxilhas
Nos campos que verdeja.
Ontem fui tropa larga...
Seguindo nos rumos
E agora bebendo os sumos
Das lembranças que enverga
Os meus versos que aprendem
399
Muito mais pelos olhares
Que as poesias e os cantares
Na vida que se esquecem.
Poemas as vezes são meras palavras
Que solta aos ventos vagam...
E aos tempos nunca se envergam.
Por serem muito mais que raras.
É por essas imagens que escrevo...
Sem muitos saibam delas.
Sem que muito vejam elas
Enquanto sei que vivo.
400
Na melodia do sino
Tarde comprida de mates longos
Em a lida caleja as mãos.
Depois traz segredos aos dedos
Pelas tardes no rincão.
O vento tocou o sino da frente
Na espera distantes
De muitos outros quem encilharam
Buscando rumos nos horizontes.
Fiquei a ouvir o sino dolente
Pealado pelo vento.
Talvez por aquele canto
Reze meus sentimentos.
A badala vinha sonora
Igual o trim de minhas puas.
A guardar a volta de quem
Anda vendo outras luas.
401
Nestes gosto que a tarde
Traz pelos ventos que cantam
Pelas notas do sino da porta
Ainda nos emprestam
Melodias pras saudades
Distantes que dentro dos olhos
Se guarda mirar a tarde longa
Entre meus mates e outros sonhos.
402
Pra um toco, que se ilumina
Ficou um toquinho de vela
Alumiando na beira da estrada
Da cruz entralhada
Emoldurando ao lado cancela.
Um nome, e carvão...
Um sonho perdido
Pelas mãos esquecidos
Postas pelo coração.
Dobrou os joelhos...
Pedindo por deus.
Quem sabe pelos meus
E meus poucos sonhos.
Ontem era vida pela ramada
Hoje foi lembranças
Pelos olhos de esperanças
Na cena beira estrada.
Pra alguns só uma cruz.
403
Pra outros tempo esquecido
Pela boca miúda do alarido
Quando era tanta luz.
Foi por uma flor colorada
Que se deu a desdita.
A flor mais bonita
do rancho beira estrada.
Quem sabe noutro dia
As mesmas flores...
Hoje repintam as cores
E nascem por deus que recria.
Num toquinho de vela
Que se acedem pela graça
Que alcança na praça
Pra santa de luz mais bela.
404
Pra flor da trança
Lembro da flor que colorada
Floria pela beira estrada
Enquanto cruzava firmando rédea
Pra trazer num delas uma réstia
Pra nos ombros trança colgada.
Coli a flor pequena pelo corredor
Estre as pedras brotava em cor
Trazendo tanta luz aos meus olhos
Pra nela colorir tantos outros sonhos
Pra ver teu sorriso claro em flor.
Ontem foi na flor da marcela
Que junto a uma cancela
Trouxe a beleza de outra flor
Hoje entre pedras rebenta em cor
Pra trança ficar na moldura da janela.
Trança feito por mão delicada
Pra depois uma flor colorada
Ter tanta cor pra guarida
405
De um viver depois da lida
Nos meus rumos de lua e estrada.
Coli a florzinha pela minha mão...
Judiada de corda e redião,
Que ainda firmam tantos pela estrada
Pra te entregar quando apear na ramada
Do teu rancho, coração.