Poucos materiais usados na produção de medicamentos ou outros produtos existem no tamanho adequado
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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
Departamento De Farmácia-Bioquímica
Disciplina: Operações Unitárias
Docente: Ione
Discentes: Alice Lopes Mecedo
Aline Mendes
Angêla Keila
Relatório: Moagem e Análise
Granulométrica
Diamantina
2010
1. INTRODUÇÃO
Poucos materiais usados na produção de medicamentos ou outros produtos
existem no tamanho adequado. A moagem é uma operação unitária de redução de
tamanho, em que o tamanho médio das partículas sólidas é reduzido pela aplicação
de forças de impacto, compressão e abrasão.
O equipamento de moagem classifica-se normalmente como grosseiro,
intermediário ou fino. O tamanho das partículas é expresso em mesh (número de
orifício por polegada linear de uma rede, USP).
Conforme a finalidade , são usados diferentes tipos de moinhos, dentre eles
destacam-se:
Moinhos De Disco – Geralmente usado para moagem de granulação fina, são
pequenos e de difícil regulagem. São os mais comuns no Brasil.
Moinho De Rolos – Mais utilizado na moagem de cereais em uso caseiro, fornece
um produto de textura mais uniforme. Dois ou mais cilindros pesados giram em
direções contrárias, a velocidades iguais ou diferentes (figura 1). Partículas na
alimentação são submetidas a forças de compressão. A distância entre os rolos, que
giram em sentidos opostos, é regulável e deve ser ajustada às condições da matéria
prima, da torrefação e do próprio sistema de extração. É mais utilizado nos Estados
Unidos.
Figura 1: moinho de rolo.
Moinho De Facas E De Martelos (figura 2) – Produzem um material mais fino que o
moinho de rolos. Para moagem de cereais destinado à extração de pó solúvel, o
moinho de rolos é o mais indicado, sendo também utilizados os moinhos de facas e
martelos e os de disco. Normalmente os moinhos de facas e martelos apresentam
melhores resultados do que os de disco para este fim. Um rotor de alta velocidade
gira no interior de uma capa cilíndrica. No exterior do rotor é acoplada uma série de
martelos nos pontos de articulação. O material se rompe pelo impacto dos martelos
e se pulveriza ao passar por uma esteira na abertura entre os martelos e a capa.
Figura 2: Moinho de martelos.
Trituradores De Mandíbulas: A alimentação passa entre duas mandíbulas pesadas
(figura 3). O material vai passando lentamente por um espaço cada vez menor,
triturando-se ao deslocar-se.
Figura 3: Trituradores de Mandíbula.
Moinhos De Bolas (figura 4): Uma capa cilíndrica, que gira em um eixo horizontal, é
carregada com bolas de aço ou porcelana. A redução de tamanho é feita pela ação
do impacto e da fricção das bolar ao girar o moinho.
Figura 4: Moinho de bolas.
Alguns fatores influenciam a moagem, como: as propriedades de um sólido,
as especificações dos produtos, a natureza física do meterial, presença de água,
entre outros.
A tamisação é o método mais divulgado para determinação do tamanho e
dispersão dos tamanhos das partículas, pois é barato, simples e rápido, com uma
variação reduzida entre operadores. Atualmente há tamises disponíveis no mercado
cujo limite inferior de aplicação é de 10 microns.
O peneiramento é definido como o processo de separação de sólidos por
diferenças de tamanho, ou também chamado de “granulometria”.
Uma peneira separa apenas duas frações chamadas de não-classificadas,
pois só é conhecida uma medida extrema. Quando utilizamos mais de uma peneira
torna-se possível conhecer as chamadas frações classificadas, que possuem
especificações de tamanho máximo e mínimo das partículas. Nestes casos o
material pode ser separado em frações de partículas uniformes. O método mais
simples e mais comum é a análise granulométrica, que consiste em passar a
amostra em uma série de peneiras com malhas progressivamente menores. A
fração é representada pela peneira na qual a massa ficou retida sobre a peneira na
qual a massa atravessa.
Nos Estados Unidos os tamises usados obedecem a dois padrões: escala de
Tyler e National Bureau of Standars. Os padrões estão representados na tabela 1:
Tabela 1: Designação e dimensão dos padrões
2. MATERIAS E MÉTODOS
Para realizar a prática, utilizou-se como matéria-prima giz (aproximadamente
duas caixas). Esse material foi escolhido, pois, devido a suas características (leve),
pode ser usado em qualquer tipo de moinho. Inicialmente o material foi triturado em
moinho de facas. Esse tipo de moinho é indicado para meteriais fibrosos (grãos e
galhos, por exemplo). O giz moído foi recolhido no material de saída mais grosso.
Para evitar formação de muita poeira, colocou-se o giz no alimentador antes de ligar
o motor e em pequenas quantidades, para que o processo produza um pó
homogêneo. O ideal é colocar o material depois de ligar o motor, para evitar que ele
seja muito forçado e danificado. O giz não foi deixado muito tempo no misturados,
senão o pó sairia muito fino. Após a moagem, o material foi colocado em um sistema
formado com cinco tamises, sendo a peneira superior de menor “mesh”.
O sistema foi montado e colocado no agitador de peneiras, conforme Figura
1, e deixado sob agitação máxima por 40min. Periodicamente o sistema foi parado
para verificar se o pó estava sendo peneirado. No final do processo, o pó retido em
cada tamis foi pesado.
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
Análise granulométrica nos indica a distribuição do tamanho das partículas
(tabela 2). O padrão utilizado foi o Tyler. Por convenção, o tamanho das partículas
retidas é dado pela média aritmética de dois tamises (um pó que passe no tamis de
24 mesh, mas que fique retido no de 80 mesh é lhe atribuído um diâmetro médio de
701/175= 438).
Tabela 2: Distribuição do tamanho por peso do giz moído, medido de acordo com o
padrão Tyler.
Nº da peneira
Diâmentro dos orifícios (µm)
Diâmetro médio (µm)
Peso retido na peneira inferior (g)
% retido na peneira inferior
Tamanho por peso
20/24 833/701 767 13,69 6,36 4878,1624/80 701/175 438 199,66 92,76 40627,68
80/100 175/147 161 1,64 0,76 122,67100/150 147/104 125,5 0,14 0,07 8,16150/170 104/88 96 0,12 0,06 5,35
Total 215,25 100 45642,02
Tamis 1: 24 mesh
Tamis 2: 80 mesh
Tamis 3: 100 mesh
Tamis 4: 150 mesh
Tamis 5: 170 mesh
Assim, pode-se dizer que o diâmetro médio das partículas é:
Dm= 45642,02/100 = 456,42 µm
4. CONCLUSÃO
Através da prática notou-se que a moagem é um importante processo para a
redução do tamanho das partículas. Quanto mais tempo a matéria fica no moinho,
mais fina é a partícula retirada. A análise granulométrica definiu o tamanho médio
das partículas, que remete aproximadamente ao diâmetro do orifício do tamis no
qual fica retida a maior parte do material. Essa análise é muito usada, pois é barata
e tem pouca variação entre os operadores.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOUST, A.S. et al. Principios das Operacoes Unitarias. 3ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2000.
BLACKADDER, D.A. Manual de Operacoes Unitarias. Sao Paulo: Ed. Hemus,
2004.
GOMIDE, R. Operacoes unitarias. Vol. I, II, III e IV. 1ed. Sao Paulo: do autor.
CAIRES, F. C. Centro Universitário Padre Anchieta; Curso de Técnico em
Química. Operações Unitárias. A p o s t i l a 2, módulo.
LACHMAN, L.; LIEBERMAN, A. H.; KANING, L. K.. Teoria e pratica na
indústria farmacêutica. Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.