POTENCIAL PRODUTIVO E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM … · Medicina Veterinária; Hugo Perón e Jean...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL POTENCIAL PRODUTIVO E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM MOMBAÇA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO E ALTURAS DE CORTES Alzira Gabriela da Silva Orientador: Prof. Dr. Aldi Fernandes de Souza França GOIÂNIA 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

POTENCIAL PRODUTIVO E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM MOMBAÇA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO E

ALTURAS DE CORTES

Alzira Gabriela da Silva

Orientador: Prof. Dr. Aldi Fernandes de Souza França

GOIÂNIA

2008

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ALZIRA GABRIELA DA SILVA

POTENCIAL PRODUTIVO E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM

MOMBAÇA SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO E ALTURAS DE CORTES

Dissertação apresentada à Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás, junto ao Programa de Pós-graduação, como parte das exigências para obtenção do titulo de Mestre em Ciência Animal.

Área de Concentração: Produção Animal

Orientador: Prof. Dr. Aldi Fernandes do Souza França Comitê de Orientação Prof. Dr. Juliano José de Resende Fernandes - UFG Prof. Dr. Euclides Reuter de Oliveira - UFGD

GOIÂNIA 2008

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(GPT/BC/UFG)

Silva, Alzira Gabriela da. S586p Potencial produtivo e valor nutritivo do capim mom- baça submetido a doses de nitrogênio e alturas de cortes [Manuscrito] / Alzira Gabriela da Silva. – 2008. xxiii,70 f. : il., figs., tabs., qds. Orientador: Prof. Dr. Aldi Fernandes de Souza Fran- ça; Co-Orientadores: Prof. Dr. Juliano José Resende Fernandes, Prof. Dr. Euclides Reuter de Oliveira.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás. Escola de Veterinária, 2008. Bibliografia: f. 58-66. Inclui listas de figuras, tabelas, quadros, abreviatu- ras e de anexos.

1. Capim mombaça – Produção – Avaliação 2. Ca- pim mombaça – Valor nutritivo 3. Plantas forrageiras – Adubação nitrogenada 4. Alimentação animal 5.CNPSC I. França, Aldi Fernandes de Souza. II. Fernandes, Ju-

liano José Resende.III. Oliveira, Euclides Reuter de. IV. Universidade Federal de Goiás. Escola de Veteri- nária V. Titulo.

CDU: 633.2.03

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ALZIRA GABRIELA DA SILVA

Dissertação defendida e aprovada em 29 de Fevereiro de 2008, pela seguinte Banca Examinadora:

Prof.Dr. Aldi Fernandes de Souza França - UFG Presidente da Banca

Prof. Dr. Roberto Toledo de Magalhães - UCG

_______________________________________________________________ Dra. Eliane Sayuri Miyagi

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A Deus pelas graças concedidas sempre.

Aos meus amados pais, Maurício e Ivaldina, pelo amor incondicional, por todo

o apoio e incentivo ilimitado em todos os momentos de minha vida, como

tentativa de retribuir uma pequena parte do muito que me ofereceram,

AGRADEÇO.

À toda minha família, em especial aos meus pais e à tia Creuza Ribeiro,

pelo carinho, dedicação e por sempre acreditarem em meus ideais,

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida, pela sabedoria, visão e força.

Aos meus pais pelo amor, compreensão, ajuda e principalmente por

se fazerem eternamente meu porto seguro.

Aos meus irmãos Geraldo César e Maurício Júnior pelo

companheirismo e afeto.

À minha Dindinha testemunha e colaboradora dessa jornada, pelo

exemplo e apoio sempre constante, meu eterno agradecimento.

Aos meus tios; Belisaldina Marques, Divino Carlos Marques,

Deusaldina Ribeiro Silva, Amilton Bonfim da Silva, Belisa Ribeiro Lima,

Antonio Sudário Pureza, aos primos (a); Frederico Ribeiro Marques e

Fernanda Ribeiro Barbosa e avó pelo carinho, amizade e incentivo nos

momentos mais difíceis.

Meu imenso reconhecimento ao Prof. Dr. Aldi Fernandes de Souza França, pela sua extremada orientação, paciência, amizade, cumplicidade e

confiança fundamentais para a execução desse trabalho, que conservarei ao

longo de toda a vida.

Ao Departamento de Produção Animal - UFG e a Coordenação do

Programa de Pós-graduação em Ciência Animal pela oportunidade de

realização do curso.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico - CNPq, pelo apoio financeiro e institucional prestado durante a

condução desse trabalho.

Á todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência

Animal, pelos ensinamentos.

Aos membros da Banca Examinadora: Prof. Dr. Roberto Toledo de Magalhães, Prof. Dr. José Henrique Stringhini e Itamar Pereira de Oliveira, pela atenção e dedicação no exame da dissertação.

À amiga Suzana Queiroz Santos Mello pela atenção e colaboração

indispensável no trabalho de pesquisa, sugestões e idéias.

Ao amigo Jorge Luís Ferreira pelo companheirismo e auxílio na

condução do experimento e nas análises estatísticas.

À amiga Eliane Sayuri Miyagi pela amizade e ajuda prestimosa na

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redação dos trabalhos.

Aos amigos de curso, Aline Landim, Anderson Moori, Candice Bergman, Gabriel Cunha, João Cardoso, Lílian Páscoa, Hélio Lôredo, Mirene Correr, Natali Gomes, Sandro de Castro e Ulcimar Martins pelo

convívio alegre, saudável e produtivo.

Às amigas Janete Machado dos Santos, Hariana Cruz dos Anjos e Pollyanne Alves, pelo companheirismo, cumplicidade, carinho e enorme

amizade.

Ao Henrique Moura pela atenção e carinho, mesmo distante.

Aos amigos da Universidade Federal do Tocantins – UFT/EMVZ,

pela torcida sempre constante.

Aos alunos do curso de graduação em Agronomia Leonardo Cândido, Marco Aurélio, Fernando Morato, Carlos Garcia e do curso de

Medicina Veterinária; Hugo Perón e Jean Mesquita pela ajuda na coleta de

amostras, análises laboratoriais e disposição em ajudar.

Ao técnico do Laboratório de Nutrição Animal, Éder pela amizade e

auxílio na execução das análises.

Aos funcionários do Departamento Animal, Hélio, Benedito, José Vieira, Lúcia, e Nilson pela amizade e companhia diária.

Ao secretário do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal,

Gerson Luís pela amizade, paciência e prestatividade.

Ao funcionário da Escola de Veterinária, Pedro pela eterna e

necessária presença durante o período experimental nos trabalhos de campo.

Muito obrigada.

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“Tenha fortaleza de ânimo, para resistir a

todos os embates e tempestades do

caminho. Não se iluda: Mesmo a estrada

do bem está cheia de tropeços e

dificuldades... Continue, porém! Não dê

ouvidos às pedras colocadas pela inveja,

pelo ciúme, pela intriga... Marche de

cabeça erguida, confiantemente, e

vencerá todos os obstáculos da

caminhada. E, se for ferido, lembre-se de

que as cicatrizes serão luzes que

marcarão a sua vitória”.

Carlos Torres Pastorino

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................................................................... x

LISTA DE TABELAS................................................................................... xi

LISTA DE QUADROS................................................................................. xv

LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................... xvi

LISTA DE ANEXOS.................................................................................... xviii

RESUMO.................................................................................................... xx

ABSTRACT…………………………………………………………................. xxii

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 3

2.1 Caracterização do Panicum maximum (Jacq.) cv. Mombaça.............. 3

2.2 O Nitrogênio.......................................................................................... 4

2.3 Adubação nitrogenada...................................................................... 6

2.4 Produção de gramíneas tropicais......................................................... 8

2.5 Valor nutritivo de plantas forrageiras.................................................... 10

2.6 Manejo da altura residual da pastagem............................................... 12

2.7 Frações protéicas das gramíneas........................................................ 15

3 OBJETIVOS............................................................................................. 18

3.1 Objetivos Gerais................................................................................... 18

3.2 Objetivos Específicos........................................................................... 18

4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 19

4.1. Localização.................................................................................... ..... 19

4.2. Dados Climáticos................................................................................. 19

4.3. Caracterização da área....................................................................... 20

4.4. Tratamentos........................................................................................ 21

4.5. Delineamento...................................................................................... 21

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4.6. Período experimental.......................................................................... 22

4.7. Colheita de forragem........................................................................... 22

4.8. Preparo das amostras de forragem.................................................... 22

4.9. Parâmetros avaliados.......................................................................... 23

4.10. Análises............................................................................................. 23

4.11. Análises Estatísticas.......................................................................... 24

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 26

5.1 Produção de massa seca..................................................................... 26

5.2 Composição química da forragem....................................................... 30

5.3 Digestibilidade in vitro da matéria seca............................................... 46

5.4 Eficiência de conversão aparente do nitrogênio, nitrogênio contido

no tecido da planta e recuperação aparente do nitrogênio................. 48

5.5 Fracionamento da proteína.................................................................. 51

6 CONCLUSÃO.......................................................................................... 57

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 58

ANEXOS..................................................................................................... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Médias de insolação e precipitação durante o período

experimental........................................................................ 19

Figura 2 Médias de temperatura durante o período experimental.... 20

Figura 3 Produção anual de massa seca (PMS) do capim-

mombaça submetido a doses de N..................................... 28

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Atributos químicos do solo da área experimental................... 21

Tabela 2 Produção mensal e anual da massa seca (MS) (kg.ha-1) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N.. 27

Tabela 3 Produção mensal e anual da lâmina foliar (LF) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N............................. 29

Tabela 4 Produção mensal e anual do colmo (C) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N........................................ 29

Tabela 5 Produção mensal e anual da matéria morta (MM) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N........................ 30

Tabela 6 Teores de matéria seca (MS) (%) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 31

Tabela 7 Teores de matéria seca (MS) (%) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco......................................................................................... 31

Tabela 8 Teores de matéria seca (MS) (%) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso...................................................... 32

Tabela 9 Teores de matéria seca (MS) (%) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco........................................................... 32

Tabela 10 Teores de proteína bruta (PB) (% MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 33

Tabela 11 Teores de proteína bruta (PB) (% MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco......................................................................................... 33

Tabela 12 Teores de proteína de bruta (PB) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso.................................................. 34

Tabela 13 Teores de proteína de bruta (PB) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco........................................................ 34

Tabela 14 Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N

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durante o período chuvoso...................................................... 35

Tabela 15 Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco........................................................... 35

Tabela 16 Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso.............. 36

Tabela 17 Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco.................... 37

Tabela 18 Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................... 37

Tabela 19 Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco......................................................................... 38

Tabela 20 Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso.............. 38

Tabela 21 Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco.................... 39

Tabela 22 Teores de fibra em lignina (Lig) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 40

Tabela 23 Teores de fibra em lignina (Lig) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco......................................................................................... 40

Tabela 24 Teores de lignina (Lig) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso...................................................................... 41

Tabela 25 Teores de lignina (Lig) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco............................................................................ 41

Tabela 26 Teores de celulose (Cel) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 42

Tabela 27 Teores de celulose (Cel) (%MS) da planta inteira do capim-

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mombaça, submetido a doses de N durante o período seco.. 42

Tabela 28 Teores de celulose (Cel) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso...................................................... 43

Tabela 29 Teores de celulose (Cel) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco.......................................................... 43

Tabela 30 Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 44

Tabela 31 Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco......................................................................................... 44

Tabela 32 Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso...................................................... 45

Tabela 33 Teores de hemicelulose (Hem ) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco........................................................... 45

Tabela 34 Teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso.................................. 46

Tabela 35 Teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco........................................ 47

Tabela 36 Teores de digestibillidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso................................................................................... 47

Tabela 37 Teores de digestibillidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco.. 48

Tabela 38 Eficiência de conversão aparente do nitrogênio, nitrogênio contido no tecido da planta e recuperação aparente do nitrogênio em pastagem de capim-mombaça submetida a doses de N no período chuvoso e seco em Goiânia-GO........ 49

Tabela 39 Eficiência de conversão aparente do nitrogênio, nitrogênio acumulado no tecido da planta e recuperação aparente do nitrogênio em pastagem de capim-mombaça submetida a

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alturas de corte no período chuvoso e seco em Goiânia-GO. 51

Tabela 40 Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça submetido a doses de N durante o período chuvoso.................................. 52

Tabela 41 Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça submetido a doses de N durante o período seco........................................ 52

Tabela 42 Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça, submetido a alturas de corte durante o período chuvoso............................ 53

Tabela 43 Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça, submetido a alturas de corte durante o período seco.................................. 54

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Análise de Variância.................................................. 26

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LISTA DE ABREVIATURAS

TCA Ácido tricloracético AFRC Agricultural and Food Research Council Al Alumínio NH4

+ Amônio Ca Cálcio CTC Capacidade de troca catiônica Cel Celulose cmolc Centimol de carga CaCl2 Cloreto de cálcio KCl Cloreto de potássio CNPSC Cornell Net Carbohydrate and Protein System dm3 Decímetro cúbico DIVMS Digestibilidade in vitro da matéria seca NN Dose de nitrogênio testada ECAN Eficiência de conversão aparente do nitrogênio EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária NIRS Espectrofotometria de Refletância no Infravermelho Proximal EE Extrato etéreo FDA Fibra em detergente ácido FDN Fibra em detergente neutro P(mel) Fósforo pelo extrator Mehlich g Grama C3 Gramíneas forrageiras de clima temperado C4 Gramíneas forrageiras de clima tropical °C Graus Celsius ha Hectare

Hem Hemicelulose H Hidrogênio Lig Lignina Mg Magnésio

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MM Matéria mineral MO Matéria orgânica MS Matéria seca ou massa seca m Metro m² Metro quadrado mg Miligrama mm Milímetro NRC National Research Council NO3

- Nitrato RN Nitrato redutase N Nitrogênio NC Nitrogênio contido NIDA Nitrogênio insolúvel em detergente ácido NIDN Nitrogênio insolúvel em detergente neutro NNP Nitrogênio não protéico NS Nitrogênio solúvel NAC Nitrogênio total absorvido na parcela com adubação NCS Nitrogênio total absorvido na parcela sem adubação O Oxigênio % Porcentagem K Potássio pH Potencial hidrogêniônico PB Proteína bruta kg Quilograma RAN Recuperação aparente do nitrogênio V Saturação por base SPV Sementes puras viáveis SAS Statistical Analysis System TCB Tampão borato fosfato t Tonelada UFG Universidade Federal de Goiás VN Valor nutritivo

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LISTA DE ANEXOS ANEXO 1 Variáveis climáticas observadas durante o período

experimental.....................................................................

67 ANEXO 2 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média da produção de massa seca das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF), colmo (C) e matéria morta (MM) do capim-mombaça..........................................................................

67 ANEXO 3 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de matéria seca (MS) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)................................................................

68 ANEXO 4 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de proteína (PB) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS).......................................................................

68 ANEXO 5 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)..............................

68 ANEXO 6 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de fibra em detergente ácido (FDA) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)..............................

68 ANEXO 7 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de lignina (Lig) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)...................................................................................

69 ANEXO 8 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de celulose (Cel) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)........................................................................

69 ANEXO 9 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de hemicelulose (Hem) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso

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(PC) e seco (PS)............................................................... 69 ANEXO 10 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)..............

70 ANEXO 11 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos valores de eficiência de conversão aparente do nitrogênio (ECAN), nitrogênio contido (NC) e recuperação aparente do nitrogênio (RAN) da planta inteira (PI) do capim-mombaça...............

70 ANEXO 12 Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente

de variação (CV) e média dos teores das frações A, B1, B2, B3 e C da proteína bruta da planta inteira (PI) do capim-mombaça...............................................................

70

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RESUMO

As pastagens sofrem variações em função de diversos fatores. Dentro desse

contexto, objetivou-se avaliar o potencial produtivo e valor nutritivo do capim-

mombaça (Panicum maximum Jacq.) submetido a doses de nitrogênio e alturas

de corte ao longo de uma estação de crescimento (novembro/05 a outubro/06).

O experimento foi conduzido na Escola de Veterinária - UFG. Foram alocados

quatro blocos com oito parcelas de 4 x 4 m. Os tratamentos foram constituídos

de doses (0, 100, 300 e 500 kg ha-1 de N), e alturas de corte (0,20 e 0,40 m). O

delineamento experimental foi em blocos completos ao acaso com arranjo

fatorial 4 x 2 para tratamentos, em parcelas subdivididas no tempo, (cortes)

com quatro repetições. Determinou-se para a planta inteira (PI) e suas frações

a produção de massa seca (PMS), teores de matéria seca (MS), proteína bruta

(PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),

lignina (Lig), celulose (Cel), hemicelulose (Hem) e digestibilidade in vitro da

matéria seca (DIVMS). Foram determinadas somente para planta inteira a

eficiência de conversão aparente do nitrogênio (ECAN), nitrogênio contido (NC)

e recuperação aparente do nitrogênio (RAN) e o fracionamento da proteína (A,

B1, B2, B3 e C). As alturas residuais avaliadas não interferiram (P>0,05) nos

resultados de produção e valor nutritivo do capim-Mombaça, portanto, tais

dados foram unificados. Com relação à produção de massa seca (PMS) da

planta inteira, lâmina foliar (LF) e colmo (C) observou-se efeito significativo

(P<0,05) entre as doses de N aplicadas, com valores médios para planta inteira

de 4028.79; 8978.96; 17541; 20288.15 kg.ha-1. As doses de N influenciaram

(P<0,05) sobre os teores de MS, PB, FDN, FDA e DIVMS da PI, LF e C em

ambos os períodos avaliados. Os maiores teores de PB foram observados nas

maiores doses de N e se encontram em torno de 10%. Os valores médios de

FDN verificados para planta inteira foram de 72,51; 72,51; 72,47; 72,67% e

24,66; 24,65; 49,61; 73,60%, nos períodos chuvoso e seco. Os teores médios

de FDA para planta inteira: 43,03; 43,43; 42,80; 42,49% e 14,36; 14,82; 28,98;

44,17%, nos períodos chuvoso e seco. A DIVMS apresentou os melhores

índices em função da elevação das doses de N, sendo que os maiores valores

se encontram próximos de 60% e os menores em torno de 50%. Com relação à

ECAN verificou-se que à medida que se aumentaram as doses de N, ocorreu

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redução em torno de 28%. A máxima extração (314,96 kg de N) ocorreu na

maior dose de N aplicada. A menor dose de N promoveu a melhor RAN

(50,01%). As frações protéicas diferiram (P<0,05) em função das doses de N

aplicadas, assim como entre as alturas de corte avaliadas nas estações do

ano. A fração C apresentou valores inferiores a 10%, o que é desejável. Os

resultados foram submetidos à análise de variância segundo procedimento do

sistema SAS (2001), e para verificar a significância das diferenças entre as

médias dos tratamentos, foi aplicado o teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Palavras-chave: adubação nitrogenada, CNPSC, composição químico-

bromatológica, forragem, fracionamento e produção de

massa seca.

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ABSTRACT

The pastures are affects in function from diverse factors. This work was

objectived to evaluate the productive potential and nutritional value of

mombaça-grass (Panicum maximum Jacq.) submitted the nitrogen (N) doses

and cutting heights in a growth station (november/05 at october/06). The

experiment was lead at Veterinary Medicine School- UFG. Four blocks with

eight parcels had been placed of 4 x 4 (16m2). The treatments had

corresponded in doses (0, 100, 300 and 500 kg.ha-1), and cutting heights (0,20

and 0,40m). A complete randomized block design, with 4 x 2 factorial

arrangement was used in parcels subdivided in the time, (cuts) with four

repetitions. One determined for the whole plant (WP) and its fractions the

production of dry matter (PDM), dry matter tenors (DM), crude protein (CP),

neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), lignin (Lig), cellulose

(Cel), hemicellulose (Hem) and in vitro dry matter digestibility (IVDMD). Had

been determined for the whole plant the apparent conversion efficiency of

nitrogen (ACFN), contained nitrogen (CN) and apparent recovery of nitrogen

(ARN) and the protein fractions (A, B1, B2, B3 and C). The residual heights

evaluated had not intervened (P>0,05) of the production and nutritional values

of Mombaça-grass, therefore, such data had been unified. With relation to the

DMP of the whole plant, leaf blade (LB) and stem (S) was observed significant

effect (P<0,05) it enters the applied N doses, with average values for whole

plant of 4028.79; 8978.96; 17541; 20288.15 kg.ha-1. The N doses had

influenced (P<0,05)on DM, CP, NDF, ADF and IVDMD of the WP, LB and S in

both the evaluated periods. The biggest CP tenor had been observed in the

biggest N doses and around 10%. The average values of NDF verified for whole

plant had been of 72,51; 72,51; 72,47; 72,67% and 24,66; 24,65; 49,61;

73,60%, in the periods wet and dry. The average ADF tenors for whole plant:

43,03; 43,43; 42,80; 42,49% and 14,36; 14,82; 28,98; 44,17%, in the periods

wet and dry. The IVDMD presented the best indices in function of the rise of the

doses of N, being that the biggest values close to 60% and the minors around

50%. With relation to the ACFN it was verified that to the measure that if had

increased the N doses, reduction close 28% occurred. The highest extration

(314,96 kg N) occurred in the biggest N dose applied. The smallest N dose

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promoted the best ARN (50,01%). The proteins fractions had differed (P<0,05)

in function of the applied N doses as well as enter the evaluated cutting heights

in the stations of the year. Fraction C presented lower values 10%, that is

desirable.The results had been submitted to the analysis of variance according

to procedure of system SAS (2001), and to verify the significance of the

differences between the averages of the treatments, Tukey tes was applied 5%

of probability.

Keywords: chemical composition, CNPSC, dry matter production, forage,

fractionation, nitrogen fertilization.

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1 INTRODUÇÃO

Paralelamente ao crescimento constante e acelerado da população

mundial têm-se a demanda por proteína animal. Entre as diversas fontes de

proteína animal destinadas à alimentação humana, destaca-se a carne bovina.

Nesse contexto, o Brasil possui grande participação nessa produção, visto que,

é um dos maiores produtores de bovinos, possuindo o maior rebanho comercial

do mundo, totalizando 205.886.244 cabeças (IBGE, 2006) e nos últimos anos,

vem se firmando como o maior exportador de carne.

Dentre os custos na produção animal, a alimentação contribui com

mais de 50% dos mesmos. Assim, as pastagens constituem a principal e mais

econômica fonte da dieta dos ruminantes no Brasil, tendo em vista, que são

criados extensivamente durante todo o ciclo de produção ou pelo menos em

parte, utilizando-se extensas áreas cultivadas com plantas forrageiras nas mais

diversas regiões do país. A bovinocultura de corte possui alguns pólos

produtivos, sendo a região Centro-Oeste o principal, com 70.535.922 cabeças.

(IBGE, 2006), visto que, o Cerrado brasileiro apresenta condições muito

favoráveis para a produção e exploração da pecuária em sistemas de

pastagens.

Visando intensificar a produção de ruminantes no Cerrado, diversas

gramíneas vêem sendo utilizadas em substituição às do gênero Brachiaria, que

ocupam a quase totalidade das pastagens cultivadas no Centro-Oeste. Assim,

o cultivo de gramíneas do gênero Panicum vem aumentando

significativamente, com destaque para o capim-mombaça, em função de seu

alto potencial produtivo e valor nutritivo, ganhando importância nos sistemas de

produção dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás que estão

em primeiro, segundo e quarto lugar, respectivamente, no ranking nacional de

produção de bovinos.

Porém, ainda são restritas as informações sobre algumas técnicas de

manejo dessa gramínea sob os solos de Cerrado, os quais são caracterizados

por apresentar elevada acidez e baixa fertilidade natural, o que exige calagem

e adubações de formação e manutenção. Sendo o capim-mombaça exigente,

quando submetido à adubações, principalmente a nitrogenada, promove

resultados satisfatórios, aumentando a produção de massa verde por hectare e

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os teores de proteína, resultando em maiores taxas de lotação da pastagem e

melhorando o desempenho individual do animal.

Grandes partes das pastagens da região Centro-Oeste encontram-se

em algum estágio de degradação devido às práticas inadequadas de manejo,

tais como o uso da queima indiscriminada, superpastejo e ausência de

reposição de nutrientes. A altura do dossel forrageiro no momento de entrada e

saída dos animais, assim como a intensidade de pastejo, é um fator

determinante da perenidade das pastagens e deve ser avaliado

cuidadosamente para cada espécie forrageira. As gramíneas tropicais

produzem grandes quantidades de massa seca e conseqüentemente tendem a

aumentar os teores de fibras, influenciando diretamente o consumo voluntário e

a digestibilidade desse volumoso. A determinação dos compostos do alimento

caracteriza a qualidade e contribui para o entendimento da eficiência na

utilização desses nutrientes pelos animais.

Conhecidos os aspectos de manejo que irão permitir à pastagem

uma produção de biomassa vegetal, quantitativamente e qualitativamente

superior, atentando às necessidades nutricionais dos animais com alto

potencial genético das mais diversas categorias, resta-nos avaliar a viabilidade

do sistema de produção.

A relação custo/benefício de sistemas intensivos deve ser

rigorosamente quantificada para produzir animais precoces, bem acabados e

ao mesmo tempo, obtendo a maior lucratividade possível. Dessa forma, as

doses de nitrogênio aplicadas e a freqüência de utilização são informações

extremamente importantes, assim como a determinação da eficiência de

conversão do nutriente em massa vegetal e dessa em produto animal.

Pesquisas estão sendo realizadas na região Centro-Oeste com o

intuito de fornecer aos produtores rurais conhecimentos relativos à produção e

utilização racional das pastagens, para o refinamento dos procedimentos de

manejo propostos nos sistemas de produção atuais.

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2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Caracterização do Panicum maximum (Jacq.) cv. mombaça

O gênero Panicum é originário da África e foi difundido através do

capim colonião e posteriormente, pelas cultivares Tobiatã, Tanzânia, Mombaça,

Aruana (FREITAS et al., 2005), Centenário e Vencedor. Devido suas

características morfológicas que proporcionam uma elevada produção de

massa seca (MS) e ampla adaptabilidade ás diversas condições

edafoclimáticas, a espécie Panicum maximum (Jaqc.) sempre despertou muito

interesse entre pesquisadores e produtores (JANK, 1995). Entretanto,

produzem melhor em solos de média à alta fertilidade (ALCÂNTARA et al.,

1993) e são menos flexíveis que as gramíneas do gênero Brachiaria por

apresentarem limitações e/ou dificuldades para serem manejadas sob lotação

contínua, prevalecendo, de modo geral, o seu uso na forma de pastejo

rotacionado (OLIVEIRA et al., 2007).

Segundo ALEXANDRINO et al. (2005) as gramíneas do gênero

Panicum ocupam o segundo lugar no mercado de sementes do país. Entre os

principais cultivares do gênero, destaca-se o capim-mombaça que foi lançado

pela EMBRAPA – Gado de Corte, Campo Grande - MS, em 1993. Da avaliação

de 156 acessos de Panicum maximum (Jacq.), os 25 melhores foram

submetidos a uma Rede de Ensaios Regionais, tendo como parâmetro o

capim-colonião. Após as avaliações agronômicas, um dos mais promissores foi

o capim-mombaça (BRÂNCIO et al., 2002).

É uma planta ereta e cespitosa, com altura média de 1,60 a 1,65 m,

possui alta porcentagem de folhas quebradiças (cerca de 80%) com 3,0 cm de

largura, apresenta de 10 a 40% da produção anual durante a seca e

proporciona cobertura no solo entre 60 e 80% (VALENTIM & MOREIRA, 1994;

CARNEVALLI, 2003).

A cultivar Mombaça é considerada uma das forrageiras tropicais mais

produtivas à disposição dos pecuaristas, podendo atingir produção de massa

seca anual em torno de 33 a 41 t.ha-1, apresentando, em média, 81,9% de

folhas, 13,4% de proteína bruta nas folhas e 9,7% nos colmos (JANK et al.,

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1994; JANK, 1995).

De acordo com SAVIDAN (1990), os teores de proteína bruta nas

folhas e colmos giram em torno de 13 a 10% respectivamente, enquanto

BARBOSA et al. (1996) encontraram valores de PB de 11,1 e 10,4% no verão e

inverno.

LISTA et al. (2007a) em experimento com pastagens de capim-

mombaça em diferentes dias de pastejo, determinaram teores de PB da ordem

de 12,72; 10,33 e 10,87% e valores de FDN de 69,87; 69,62 e 68,55%, de FDA

de 34,62; 35,9 e 36,80% para um, dois e três dias de pastejo.

2.2 O Nitrogênio

O atendimento das exigências nutricionais é um dos parâmetros que

mais interfere na produção e na qualidade das plantas forrageiras. O nitrogênio

(N) é componente de aminoácidos e proteínas, ácidos nucléicos, hormônios,

clorofila (pigmento-sede da fotossíntese) e dos compostos orgânicos

essenciais à vida das plantas, além de ser um dos nutrientes mais extraídos

pelas plantas (LAVRES JUNIOR & MONTEIRO, 2003). Assim, o N assume

papel importantíssimo no crescimento e na produção das plantas, pois tem

influência direta sobre a formação da estrutura vegetal (RAVEN et al., 2001)

De acordo com MONTEIRO (1995), o nitrogênio é o nutriente mais

influente para a produção de MS em pastagens já estabelecidas. O aumento da

produção de forragem com a aplicação de N ocorre de forma linear e crescente

(VICENTE-CHANDLER, 1974; GOMIDE, 1989). Dessa forma, o potencial de

resposta das gramíneas forrageiras à adubação nitrogenada é um aspecto

importante na escolha de cultivares para sistemas intensivos, visto que, há uma

diferenciação considerável entre eles.

Segundo GARCEZ NETO et al. (2002), infelizmente, somente

algumas bactérias especializadas têm a capacidade de assimilar o nitrogênio

da atmosfera e convertê-lo na forma em que possa ser utilizado pelas células

vegetais, mas para a maioria das gramíneas forrageiras, tem se adotado a

utilização de fertilizantes nitrogenados como forma de intensificação dos

sistemas de produção. O nitrogênio no solo pode estar disponível para planta

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de duas formas, NO3- e NH4

+. Em solos sem deficiência de oxigênio, a forma

predominante é o NO3-, pois o NH4

+ é rapidamente transformado em NO3- pelas

bactérias nitrificantes presentes no solo. PRIMAVESI et al. (2006), relataram

que o NO3- no solo resulta diretamente do fertilizante nitrogenado aplicado ou

da mineralização da matéria orgânica, mas por outro lado, quando não é

absorvido pelas plantas ou imobilizado pela microbiota do solo, pode ser

facilmente lixiviado, pois apresenta carga negativa e não é adsorvido pelos

colóides do solo que apresentam predominantemente cargas negativas. Para

as plantas, o NO3- absorvido, deve ser primeiramente reduzido à amônio antes

de ser assimilado; o nitrato absorvido pelas plantas é reduzido a nitrito pela

nitrato redutase (RN) no citossol das células, o nitrito é subseqüentemente

reduzido a amônio pela nitrito redutase nos plastídios e finalmente incorporado

aos aminoácidos (CARELLI et al., 2006).

A deficiência de N limita a produtividade das pastagens tropicais,

resultando na queda acentuada da capacidade de suporte do dossel forrageiro

e no ganho de peso animal (ROCHA et al., 2002). Portanto, para que haja a

exploração intensiva dessas pastagens, há a necessidade de executar

corretamente as adubações de manutenção.

A adubação nitrogenada determina o ritmo de crescimento e interfere

na qualidade da forragem produzida. No entanto, para evitar perdas e

aumentar a eficiência de utilização do N na produtividade das gramíneas e,

conseqüentemente, na produção animal, torna-se necessário conhecer a

maneira como o N afeta a produção e a qualidade de plantas forrageiras, assim

como a dose adequada a ser aplicada (CORSI, 1994; ALVIM et al., 2000). O

aumento do teor de nitrogênio no solo por meio de fertilização é uma das

formas de incrementar a produtividade nas pastagens, principalmente quando a

planta forrageira responde à aplicação desse nutriente (MARTUSCELLO et al.,

2005).

BRAGA et al. (2004) avaliaram a resposta do capim-mombaça

submetido à adubação nitrogenada e intervalos de corte e observaram que

além de influenciar a produção, a dose equivalente a 500 kg.ha-1 proporcionou

a maior produção de biomassa vegetal.

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MARTHA JUNIOR (2003), afirmou que o interesse do pecuarista está

relacionado diretamente à resposta em kg de MS por kg de N aplicado, pois

representa a produção de forragem que será ofertada aos animais em pastejo.

2.3 Adubação nitrogenada

Na maioria das propriedades, os solos sob pastagens geralmente

não recebem as práticas de correção e adubação, isso se deve ao fato de que

ainda há uma grande desconsideração das mesmas como culturas, o que

constitui um grave erro. Assim, há necessidade de se empregar técnicas

agronômicas na exploração das pastagens, tal qual ocorre em outras culturas

com o propósito de melhorar o valor nutricional da forragem produzida e o

desempenho animal (BARROS et al., 2002).

CHAPIN et al. (1987) relataram que a produtividade de uma

pastagem de gramíneas é altamente dependente das condições

edafoclimáticas e do manejo a que são submetidas, principalmente em relação

à dose de nitrogênio aplicada, por tratar-se do nutriente mais limitante ao

crescimento das plantas. LOPES (1989) ressaltou quanto a necessidade da

manutenção de teores adequados de fósforo, potássio, enxofre e outros

nutrientes, os quais contribuem para aumentar a capacidade das plantas na

utilização do N, principalmente em altas doses. Com maior produção vegetal,

ocorre a extração de outros nutrientes do solo, que, se não repostos, podem

limitar a eficiência futura da adubação nitrogenada e para isso, é fundamental o

balanço entre esses nutrientes (QUADROS et al., 2002; PRIMAVESI et al.,

2004).

O uso de adubos nitrogenados no cultivo das gramíneas forrageiras

é primordial, refletindo no aumento da massa verde (MARTIN, 1993), através

de uma ação de choque, promovendo seu rápido crescimento, com grande

produção de caules e folhas de cor verde-escuro (PUPO, 2002), resultando na

utilização dos carboidratos solúveis elaborados pela própria planta (COSTA et

al., 1992).

Segundo BOIN (1986), embora propicie o desenvolvimento de tecido

novo, rico em proteína, pobre em parede celular e lignina, a adubação

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nitrogenada acelera o desenvolvimento das plantas. Assim, o efeito na

qualidade da forragem será mais ou menos acentuado, dependendo, da dose

de N, da idade de colheita e dos componentes morfológicos das plantas.

De acordo com VICENTE-CHANDLER, (1974) as gramíneas

forrageiras tropicais respondem positivamente às adubações nitrogenadas até

1600 kg.ha-1 de N. MONTEIRO (1995) relatou que a utilização de N para

aplicação em pastagens de Panicum maximum tem variado de 50 a 300 kg.ha-

1, sendo que o nível mais baixo tem sido considerado como mínimo para evitar

a degradação e, os mais elevados recomendados para incrementos na

produção da pastagem, necessitando, portanto, do parcelamento dessas doses

para reduzir ou evitar a perda do adubo nitrogenado.

Nesse sentido, LUGÃO et al. (2003) observaram que a

disponibilidade de N em quantidades menores do que aquelas requeridas pelas

plantas forrageiras comprometem a expressão do potencial de produção. No

entanto, é preciso conhecer a dose adequada de aplicação desse nutriente,

capaz de maximizar economicamente o potencial de produção e a dinâmica do

N no solo.

CARVALHO & SARAIVA (1987) observaram que a eficiência de

utilização do N é um parâmetro determinante sobre a dose de N mais eficiente

a ser aplicada no solo, ajustando-se os custos de adubação das pastagens. Tal

parâmetro é determinado por meio da quantidade de massa seca produzida por

unidade de N aplicado (ROCHA et al., 2002).

ROCHA et al. (2002) observaram esse efeito linear das doses de

nitrogênio sobre a produção de proteína bruta quando avaliaram três

gramíneas, e constataram aumento significativo correspondente a 3,22 kg.ha -1

de PB para cada kg de N aplicado. À medida em que se elevaram as doses de

N, foram observados aumentos consideráveis no teor médio de PB.

Segundo COLOZZA (1998) diversos estudos têm demonstrado

aumentos significativos na produção de massa seca e valor nutricional de

Panicum maximum, com o suprimento de nitrogênio, e apesar de na maioria

desses experimentos ter havido respostas lineares ao nitrogênio nessas

variáveis, a magnitude dessas respostas têm oscilado, concluindo deste modo,

a necessidade de avaliar as doses de N aplicadas, como também a freqüência

do seu suprimento para entender o comportamento produtivo dessas plantas.

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Dessa forma, a aplicação de N pode promover o ritmo de

crescimento e a qualidade das gramíneas forrageiras aumentando a produção

de massa seca e a síntese de proteínas com uma distribuição anual mais

uniforme. Visando viabilizar o uso dessa técnica, tornam-se necessários mais

estudos sobre a relação custo/benefício para que seja recomendada a

dosagem adequada de nitrogênio (ROCHA et al., 2002).

2.4 Produção de gramíneas tropicais

Estas gramíneas diferenciam-se das de clima temperado (C3) quanto

à eficiência de fixação de carbono, o que as confere maior produção de massa

seca por unidade de área. Tais gramíneas apresentam elevada taxa de

crescimento e produção de massa seca de forma muito rápida, em virtude da

maior eficiência da rota de fixação de carbono (C4) por intermédio da enzima

fosfoenolpiruvato carboxilase em relação às C3, porém, a maior porção desta

energia está associada aos polímeros da parede celular, que apresentam

função de sustentação e proteção. O aproveitamento desta última fonte de

energia é dependente da ação microbiana nos compartimentos fermentativos

dos ruminantes (CABRAL et al., 2004).

A enzima fosfoenolpiruvato carboxilase foi desenvolvida durante a

evolução destas plantas nos ambientes tropicais, como meio de reduzir a

fotorespiração, verificada em plantas C3, devido à elevada afinidade da enzima

ribulose 1,5 bifosfato carboxilase-oxigenase por O2 em elevadas temperaturas,

uma vez que a taxa de fotorespiração é inversamente proporcional à eficiência

fotossintética (LEHNINGER et al., 1993; BROCK et al., 1994).

Nos ecossistemas de pastagens, a exploração das plantas

forrageiras e de animais em pastejo é conflitante, uma vez que a comunidade

de plantas necessita manter sua área foliar com elevada eficiência

fotossintética e os animais precisam ser alimentados com forragem de boa

qualidade (FAGUNDES et al., 2006). Embora as gramíneas forrageiras

tropicais não possuam qualidade nutricional comparável à de gramíneas de

clima temperado, seu elevado potencial de produção de MS pode resultar em

alta produtividade animal (CORRÊA et al., 2007).

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A estacionalidade da produção forrageira no Brasil Central é um

fenômeno conhecido e estudado, decorrente de uma menor produção de

forragem entre os meses de maio a outubro. Isso ocorre devido à redução da

precipitação pluvial, da temperatura e da luminosidade nessa época do ano. A

estacionalidade, no entanto, também pode ser decorrente de características

fisiológicas das plantas. A maioria das plantas tropicais apresentam uma fase

reprodutiva, que se inicia em resposta à redução no fotoperíodo

(BALSALOBRE et al., 2003). Essa oscilação que ocorre na taxa de acumulação

de massa seca das pastagens, torna-se a maior dificuldade enfrentada no

manejo de pastagens em sistemas de pastejo contínuos, com lotação variável,

pois ocorre variação na capacidade de suporte da pastagem (MELO et al.,

2001).

De acordo com CECATO et al. (2000) o contrário ocorre no período

chuvoso, quando as condições climáticas que promovem esse crescimento

acelerado é acompanhado de rápida maturação com queda precoce do valor

nutritivo, influenciando a composição química das plantas, acarretando

acúmulo de material morto e maior atividade metabólica convertendo os

produtos da fotossíntese em tecidos estruturais, incrementando a parede

celular, aumentando a FDN e a FDA, reduzindo, dessa forma, os teores

protéicos e a DIVMS (MACHADO et al., 1998; CLIPES et al., 2005).

A produção de forragem é dependente de fatores relacionados à

planta, ao solo e ao clima (LUGÃO et al., 2003). Segundo REID et al. (1959), o

potencial forrageiro de uma espécie vegetal é determinado geneticamente e

pode ser avaliado em função do rendimento de massa seca e da digestibilidade

dos seus constituintes. Entretanto, para que este potencial seja alcançado, as

condições adequadas do meio e o manejo devem ser observados. Entre estas

condições, nas regiões tropicais, a baixa disponibilidade de nutrientes é,

seguramente, um dos fatores que mais interferem na produtividade e na

qualidade da planta forrageira. Assim, o fornecimento de nutrientes em

quantidades e proporções adequadas, particularmente o nitrogênio, assume

importância fundamental no processo produtivo de pastagens, pois o N do solo,

proveniente da mineralização da matéria orgânica, não é suficiente para

atender à demanda de gramíneas com alto potencial produtivo (FAGUNDES et

al., 2006)

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Nesse sentido, ROCHA et al. (2002) observaram que a deficiência de

N resulta em queda acentuada na capacidade de suporte e no ganho animal. A

adubação nitrogenada de pastagens tropicais promove rapidamente o

acréscimo na produção e teor de proteína bruta.

A produtividade das pastagens tropicais vem decrescendo a cada

dia, devido ao manejo inadequado, reduzindo-se à lotação, o que traz como

conseqüência a diminuição da rentabilidade do sistema. Atualmente, percebe-

se o aumento na implantação de sistemas intensificados. Diante disso, há um

aumento da demanda de informações sobre as espécies forrageiras

destacando-se o gênero Panicum, capaz de contribuir eficientemente nesses

sistemas (MELO et al., 2001).

2.5 Valor nutritivo de plantas forrageiras

A determinação do valor nutritivo (VN) dos alimentos destinados aos

ruminantes tem sido alvo de contínuos trabalhos de pesquisa, tornando

constante a procura por metodologias acuradas e simples para estimar a

qualidade dos alimentos, objetivando predizer mais precisamente seus valores

protéicos e energéticos para que atendam a demanda gerada pelas funções

produtivas dos animais em determinado estádio fisiológico (PRADO et al.,

2004; CLIPES et al., 2005).

A estimativa do valor nutritivo das forrageiras é de grande

importância prática, seja para permitir adequado balanceamento de dietas à

base de volumosos ou para fornecer subsídios para melhorar o valor nutritivo

de forrageiras, por meio de seleção genética, técnicas de manejo mais

adequadas ou, ainda, do tratamento de resíduos forrageiros (MENKE &

STEINGASS, 1988). Ainda, o estudo do VN da forragem contribui para a

identificação dos possíveis pontos que restringem o consumo de nutrientes e,

conseqüentemente, a produção animal (VAN SOEST, 1994).

A análise química e a digestibilidade in vitro são os métodos

tradicionalmente usados para avaliar o VN. Segundo SOARES FILHO et al.

(2002) a digestibilidade in vitro é uma importante medida que compõe o valor

nutritivo das forragens, assumindo papel de destaque na avaliação das

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mesmas, sendo uma técnica que assemelha-se imensamente com a técnica in

vivo (QUEIROZ et al., 2000). Segundo MENKE & STEINGASS (1988) esse

método in vitro que é largamente utilizado, apresenta certas limitações, tais

como: 1) a análise de fibra destrói a amostra, tornando necessárias novas

amostras para cada determinação; 2) é difícil medir a taxa de digestão inicial

pelo método gravimétrico; 3) efeitos dos componentes solúveis das forragens

não podem ser determinados; e 4) requer grande quantidade de amostra. Uma

alternativa é a medida do desaparecimento da fibra indiretamente pela

produção de gás.

A análise química, também apresenta limitações, pois nem sempre

há boa relação entre a digestibilidade da forragem e sua composição química.

Essa dificuldade no entendimento da significância da composição química e do

modo como se relaciona com a digestibilidade de forrageiras, está associada

diretamente às amostras que estão sujeitas aos efeitos dos mais variados

fatores, como espécie, origem, condições de cultivo, ambiente durante o

crescimento, maturidade, proporção colmo/folha, nível de inserção da fração

amostrada, proporção de tecidos nas frações botânicas, características

estruturais da parede celular, entre outros (QUEIROZ et al., 2000).

Segundo ROSA & FADEL (2001) o valor nutritivo de uma forragem

não depende apenas dos teores de nutrientes nela presentes, mas, também,

da sua digestibilidade, dos produtos da digestão e do consumo pelos animais.

O consumo e VN das plantas forrageiras são afetados por fatores fisiológicos,

morfológicos, ambientais e por diferenças entre espécies, sendo que, no caso

das forrageiras, o declínio do VN ocorre com o aumento da idade, normalmente

é explicado como o resultado da maturidade da planta, que nesse estádio de

desenvolvimento, apresenta maiores teores de matéria seca, com baixos

valores de PB que se relaciona positivamente com o VN da forragem e de

energia disponíveis e, conseqüentemente, altos teores de parede celular (VAN

SOEST, 1994; SOARES FILHO et al., 2002).

Existem vários fatores ligados ao manejo das plantas forrageiras, que

também podem influenciar no seu VN, destaca-se entre eles; a idade de corte,

adubação, características morfológicas da planta e a altura de corte ou de

pastejo a que a planta é submetida (RODRIGUES et al., 2004). Outro fator

relevante é a adubação com N, pois como os açúcares são utilizados na

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síntese de aminoácidos e proteínas, o aumento no suprimento de nitrogênio

para as plantas reduz o conteúdo de açúcares. As proteínas são acumuladas

no conteúdo celular e têm o efeito de diluição dos componentes da parede

celular, aumentando a digestibilidade (BRÂNCIO et al., 2002). Porém, a

variação do VN os cultivares de uma mesma espécie e de idade semelhante é

pequena (MACHADO et al., 1998).

Mesmo apresentando elevado valor nutritivo e alta produtividade as

gramíneas da espécie Panicum maximum por se tratarem de gramíneas de

hábito de crescimento cespitoso é exigente em fertilidade do solo, quando

submetidas a um manejo inadequado resultando na perda de fertilidade dos

solos que promove uma rápida degradação das pastagens, necessitam de um

manejo mais cuidadoso, especialmente com a intensidade de pastejo e altura

de corte (RODRIGUES et al., 2004).

Assim, tendo em vista a grande variação edafoclimática das regiões

produtivas do Brasil, as alterações ocasionadas pelos diferentes manejos e a

variabilidade genética das espécies forrageiras disponíveis com a busca por

materiais cada vez mais adaptados, produtivos e de boa qualidade, é de suma

importância o estudo do valor nutritivo e o desempenho de forrageiras em

nutrição animal.

2.6 Manejo da altura residual da pastagem

O manejo efetivo das pastagens permite a maximização da produção

animal por meio do equilíbrio dos fatores de produção de forragem e conversão

animal (SANTOS et al., 2003). Assim, a estrutura da pastagem é um fator

importante na determinação de melhores distribuições estacionais, em termos

qualitativos e quantitativos (BRÂNCIO et al., 2003a). O objetivo de manejar as pastagens é a obtenção de elevadas

produções de massa seca de boa qualidade com redução de perdas por

senescência, aumentando a eficiência de colheita, possibilitando uma série de

rebrotas sucessivas e a garantia de sua persistência. Isso significa que, no

manejo de uma pastagem, deve-se levar em conta a interação planta/animal

(MELO et al., 2001; TEIXEIRA et al., 2005). Além disso, deve-se levar em

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consideração, a manutenção de uma quantidade adequada de material morto

para manter o fluxo de nutrientes garantindo a sustentabilidade do sistema e

do meio ambiente (TEIXEIRA et al., 2005). Sabe-se que, à medida em que a

altura ou biomassa de forragem se eleva, aumenta também a heterogeneidade

espacial destes atributos, devido principalmente às diferenças impostas pelos

padrões de severidade e pela freqüência de desfolha nos sítios de pastejo.

Para se obter adequado manejo de qualquer pastagem, torna-se

necessário conhecer não apenas as características físicas, estruturais e

anatômicas das espécies forrageiras, a quantidade de forragem oferecida aos

animais e o valor nutritivo, mas também a quantidade de forragem a ser

consumida pelo animal e o VN da forragem efetivamente consumida

(BRÂNCIO et al., 2003b).

Dentre os diversos fatores ligados ao manejo das plantas forrageiras,

como idade de corte, adubação, características morfológicas da planta (porte,

diâmetro do colmo, proporção de nervura central), a altura de corte ou de

pastejo a que a planta é submetida, pode influenciar o VN das plantas

forrageiras. (EUCLIDES, 1995; ABRAHÃO, 1996).

Todavia, com a determinação da altura ou intensidade de pastejo

adequada, as plantas externarão alterações morfológicas importantes que

evidenciarão a sua adaptação ao pastejo, sendo comportamento ponto-chave

para a perenidade das gramíneas. Geralmente, nas plantas colhidas mais

próximas ao solo, há maior retirada de massa seca de colmos, que, por

apresentarem maior conteúdo de parede celular, têm menores valores de

DIVMS e conteúdo de PB e maiores teores de FDA e FDN, reduzindo a

digestibilidade e o consumo (VAN SOEST, 1982; ABRAHÃO, 1996).

Assim, para plantas de crescimento em touceiras, cortes rentes ao

solo podem eliminar grande parte da área foliar, além de destruir número

elevado de meristemas apicais, o que implicará em menor rebrota e produção

das mesmas (PAULA, et al. 1967). A eliminação dos meristemas apicais pode

influenciar, além do vigor da rebrota, o perfilhamento das plantas (LEMAIRE,

1991). No entanto, apesar das plantas manejadas a maiores alturas poderem

apresentar qualidade inferior devido o aumento dos teores de fibras

ocasionados pela maturidade, esse efeito pode ser minimizado pela

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capacidade dos animais em selecionar as melhores partes da forragem

(BALSALOBRE et al., 2003).

A freqüência de corte está diretamente relacionada com a altura

residual, sendo que cortes mais freqüentes resultam em menor produção de

MS, porém de maior valor nutritivo do que cortes menos freqüentes, que

proporcionam produções mais elevadas de MS com qualidade inferior. A

freqüência de utilização também pode interferir na persistência das forrageiras.

Se for praticado um manejo de cortes com intervalos muito curtos, a população

de plantas forrageiras diminui, e a de invasoras aumenta, promovendo a

degradação da pastagem (ALVIM et al., 2000).

Segundo MARTHA JUNIOR et al. (2004) a utilização da altura como

índice de manejo deve ser encarada com cautela, uma vez que a estrutura da

vegetação de Panicum maximum, para uma dada altura de pastejo, é alterada

ao longo dos ciclos de crescimento.

De acordo com CECATO et al. (2001) do ponto de vista prático, no

manejo de pastagens de capim-tanzânia sob lotações contínuas, deve-se evitar

alturas de resíduo pós-pastejo muito altos ou muito baixos. Pois, nas menores

alturas de resíduo (0,20 m), com o passar dos anos, a pastagem tenderia a se

degradar e, nas maiores alturas (0,80 m), haveria alongamento dos entre-nós e

redução da relação folha/colmo e dos teores de PB e digestibilidade da massa

seca, determinando a queda de qualidade da forragem disponível para os

animais em pastejo. Esses mesmos autores avaliaram quatro alturas do capim-

tanzânia: 0,20; 0,40; 0,60 e 0,80 m e observaram que a porcentagem de

material senescente na estrutura das plantas foi maior nas alturas

intermediárias.

MARTHA JUNIOR et al. (2004) em experimento conduzido com

Panicum, definiram que o resíduo pós-pastejo em pastagem irrigada de capim-

Tanzânia, considerando um ciclo de pastejo de 36 dias e doses elevadas de

fertilização nitrogenada, deve ser de 1.650 a 2.700 kg.ha-1 de MS verde, para

assegurar que a produção de folhas e a relação folha/haste se aproximem do

máximo, para que não haja comprometimento do consumo e da digestibilidade.

Portanto, visando um manejo racional para o aproveitamento da

forragem produzida, faz se necessário conhecer os fatores que influenciam a

produção e qualidade das plantas forrageiras, objetivando-se algumas medidas

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relacionadas à morfologia e estrutura do dossel, tais como: adequação da

altura residual, freqüência e época de pastejo, aos ganhos por animal e por

área, evitando perdas no valor nutritivo da forragem.

2.7 Frações protéicas das gramíneas

Os alimentos devem ser fracionados para se obter adequada

caracterização dos mesmos e predizer com maior exatidão o desempenho dos

animais a partir dos ingredientes da dieta (SNIFFEN et al., 1992). Dessa forma,

novos sistemas e metodologias de avaliação de alimentos para ruminantes

estão sendo utilizados com intuito de maximizar o uso dos nutrientes pelos

animais.

O CNCPS (Cornell Net Carbohydrate and Protein System) é um

sistema que considera a dinâmica da fermentação ruminal, a interação dos

diferentes componentes dos alimentos, a perda do potencial de nitrogênio,

como amônia, na avaliação dos alimentos, perdas pelo animal e estimar o

escape ruminal de nutrientes (SNIFFEN et al., 1992; BALSALOBRE et al.,

2003), ou seja, faz-se a simulação da digestão, metabolismo e desempenho de

ruminantes. Portanto, no CNCPS é enfatizado a necessidade da sincronização

na degradação de N e carboidratos no rúmen, para que se obtenha a máxima

eficiência e estimativa da quantidade de síntese de proteína microbiana, bem

como a redução das perdas energéticas e nitrogenadas decorrentes da

fermentação ruminal, e, com isso, da proteína metabolizável, a partir dos dados

relativos às frações de carboidratos e proteínas, bem como de suas taxas de

degradação (RUSSELL et al., 1992; SNIFFEN et al., 1992).

O modelo emprega uma metodologia de análise de alimentos que

define frações com diferentes características nutricionais de acordo com o seu

comportamento no rúmen. Esse sistema classifica os microrganismos ruminais

de acordo com as exigências em compostos nitrogenados e fontes de energia

em dois grandes grupos: os fermentadores de carboidratos estruturais, que

utilizam amônia como fonte de N, e os fermentadores de carboidratos não-

estruturais, que utilizam tanto a amônia como aminoácidos ou peptídeos como

fonte de N, tornando-se necessária a determinação destas frações nos

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alimentos, bem como de suas taxas de digestão, para boa adequação dietética

(RUSSELL et al., 1992).

De acordo com VIEIRA et al. (2000) a natureza dos compostos

nitrogenados, presentes nos alimentos comumente empregados na

alimentação dos ruminantes afeta a eficiência com a qual os microrganismos

do rúmen utilizam o nitrogênio dietético. Logo, a eficiência de utilização do N

pelo hospedeiro é de certa forma, também afetada.

Segundo CABRAL et al. (2000) as exigências em proteína

metabolizável dos ruminantes são atendidas pela proteína microbiana

sintetizada no rúmen e pela proteína dietética que escapa à fermentação

ruminal, o que torna a nutrição protéica dos ruminantes bastante complexa,

quando comparada à dos não-ruminantes. Essa síntese de proteína microbiana

ocorre por meio da conversão das diversas formas de compostos nitrogenados,

mediante utilização de energia proveniente dos carboidratos dietéticos, em

polímeros de aminoácidos microbianos. Adicionalmente, é necessária grande

parte dos minerais que atuam como integrantes de moléculas, principalmente

com função enzimática (CABRAL et al., 2004).

A proteína bruta dos alimentos é classificada pelos sistemas de

adequação de dietas NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC, 1989) e

AGRICULTURAL AND FOOD RESEARCH COUNCIL (AFRC, 1993) nas

frações A, representada pelo nitrogênio não-protéico (NNP) que possui alta

digestibilidade no rúmen; B, que compreende a proteína verdadeira

potencialmente disponível e C (proteínas insolúveis em detergente ácido),

representada pelo N indisponível no trato gastrintestinal (SNIFFEN et al.,

1992). Essa ultima fração está associada com a lignina, formando complexos

de tanino e de produtos da reação de Maillard que são altamente resistentes à

degradação microbiana e enzimática (BALSALOBRE at al., 2003). Entretanto, o

CNCPS subdivide a fração B em: B1 (albumina e globulina); B2 (albuminas e

glutelinas) e B3 (prolaminas, extensinas e proteínas desnaturadas), com base

nas suas taxas de degradação ruminal, as quais correspondem às proteínas

solúveis em tampão e de rápida degradação ruminal, proteínas insolúveis em

tampão com taxa intermediária de digestão e proteínas associadas à parede

celular com lenta taxa de degradação (SNIFFEN et al., 1992).

Segundo VAN SOEST (1994), os constituintes químicos e as taxas

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de degradação dos alimentos produzidos em condições tropicais diferem

grandemente daqueles produzidos em regiões temperadas. Assim, avaliações

das frações protéicas de gramíneas tropicais se fazem necessárias para a

determinação dos constituintes químicos e das taxas de degradação desses

alimentos e adequação das dietas utilizadas nas condições dos trópicos.

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3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral

Avaliar o potencial produtivo e o valor nutritivo do capim-mombaça,

em duas alturas de corte, submetido a doses de nitrogênio no período seco e

chuvoso do ano.

3.2 Objetivos Específicos

• Quantificar a produção de massa seca em duas alturas residuais

(0,20 e 0,40 m).

• Caracterizar a composição estrutural do capim através da produção.

• Determinar a composição químico-bromatológica da massa seca nas

duas alturas.

• Avaliar a digestibilidade in vitro da massa seca (DIVMS).

• Determinar a eficiência de conversão aparente do nitrogênio (ECAN),

nitrogênio contido (NC) no tecido da planta e recuperação aparente

do nitrogênio (RAN).

• Identificar e quantificar as frações protéicas.

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4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Localização

O experimento foi realizado nas dependências do Departamento de

Produção Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás

(UFG), Campus II, no município de Goiânia – GO, localizada na latitude S 16º

36’, longitude W 49º 16’, e altitude de 727 m.

4.2. Dados climáticos

O clima regional segundo a classificação de KOPPEN (1948) é do

tipo AW (quente e semi-úmido, com estações bem definidas, a seca, dos

meses de maio a outubro e as águas, entre novembro e abril) (Figura 1).

0

50100

150200

250

300350

400

nov/0

5

dez/0

5jan

/06fev

/06

mar/06

abr/0

6

mai/06

jun/06

jul/06

ago/0

6se

t/06ou

t/06

Meses/ano

Insolação (horas) Precipitação (mm)

FIGURA 1: Médias de insolação e precipitação durante o

período experimental

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A temperatura média anual é de 23,2ºC e precipitação anual de

1759,9 mm (BRASIL, 1992) (Figura 2).

05

101520253035

nov/0

5

dez/0

5jan/0

6fev

/06

mar/06

abr/0

6

mai/06

jun/06

jul/06

ago/0

6se

t/06ou

t/06

Mês/ano

Tem

pera

tura

(°C

)

Máxima Mínima Média

FIGURA 2: Médias de temperatura durante o período experimental

Durante a condução do experimento foram monitorados,

mensalmente os dados de precipitação pluvial, temperaturas médias, máxima e

mínima e luminosidade, através da estação meteorológica da Escola de

Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás

(EA/EA-UFG), cujos valores estão apresentes nas Figuras 1 e 2.

4.3. Caracterização da área

O solo da área experimental é classificado em Latossolo Vermelho

distrófico (EMBRAPA, 1999) e para fins de sua caracterização química foram

coletadas amostras na profundidade de 0,20 m. Na Tabela 1, são apresentados

os dados dos atributos químicos do solo da área experimental antes da

instalação do experimento.

No preparo do solo de forma convencional, utilizou-se uma aração,

seguido por duas gradagens. Em 11/09/2003, procedeu-se à semeadura a

lanço do capim-mombaça, empregando-se uma taxa de semeadura de 1.6

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kg.ha-1 de SPV (sementes puras e viáveis), utilizando-se apenas 25 kg de

super fosfato simples, como veículo de distribuição das sementes.

TABELA 1 - Atributos químicos do solo da área experimental

Ca Mg CTC Al H P(Mel) K pH V M.O.

cmolc.dm3 mg.dm3 CaCl2 % g/kg

4,0 2,0 9,4 0 1,9 17,5 114,0 5,6 67,0 39

Após o estabelecimento da pastagem, procedeu-se o corte de

uniformização em 14/11/2003, sendo então, alocadas as 32 parcelas de 16

metros quadrados (4 m x 4 m), espaçadas de um metro, totalizando 512 m2 de

área experimental. Após a retirada dos resíduos procedeu-se a adubação

potássica de formação em cobertura: 60 kg.ha-1 de KCl (cloreto de potássio).

4.4. Tratamentos

Os tratamentos foram constituídos por quatro doses de N (0; 100;

300 e 500 kg.ha-1), utilizando como fonte o sulfato de amônio e duas alturas

residuais (0,20 e 0,40 m).

Após os cortes de avaliação, as parcelas experimentais foram

uniformizadas, com ceifadeira costal, retirando-se em seguida o material,

procedendo-se a adubação nitrogenada e potássica de manutenção.

A adubação nitrogenada foi parcelada em função da época do ano

visando evitar perdas. Desta forma, 80% das doses foi aplicado no período

chuvoso e os 20% restantes no terço final do período seco.

4.5. Delineamento

O delineamento experimental foi em blocos completos ao acaso com

arranjo fatorial 4 x 2 para tratamentos (4 doses x 2 alturas residuais), em

parcelas subdivididas no tempo, (cortes) com quatro repetições.

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4.6. Período experimental

As avaliações iniciaram-se em novembro/2005, estendendo-se até

outubro/2006, totalizando oito amostragens (período chuvoso: 12/12/2005,

14/01/2006, 18/02/2006, 18/03/2006, 26/04/2006 e período seco: 01/07/2006,

0209/2006 e 04/11/2006).

4.7. Colheita de forragem

Os cortes foram feitos manualmente com tesoura de aço, utilizando-

se o quadrado de ferro de um metro de lado, para amostragem da planta inteira

e de 0,25 m para amostragem da composição estrutura, conforme a

metodologia preconizada por FAVORETTO (1993). Os cortes foram realizados

a cada 30 dias no período chuvoso e, a cada 60 dias no período seco. Em

seguida, o material coletado foi acondicionado em sacos plásticos devidamente

identificado e imediatamente transportado para o laboratório, onde procedeu-se

a pesagem da massa verde total. Após cada corte de avaliação, procedeu-se

ao rebaixamento da parcela com a utilização de ceifadeira costal, observando-

se as alturas pré-estabelecidas, retirando-se em seguida os resíduos. A

adubação potássica de manutenção foi realizada com a aplicação de 15 kg.ha-1

de KCl por tonelada de massa seca retirada da área, seguindo a

recomendação de MONTEIRO (1995).

4.8. Preparo das amostras de forragem

Após a pesagem tomou-se uma sub-amostra de aproximadamente

500 g, referente à planta inteira. A segunda sub-amostra foi utilizada para a

avaliação da relação folha/colmo e matéria morta, a qual é realizada pela

separação e quantificação das partes constituintes do material. As amostras

foram levadas à estufa de ventilação forçada a uma temperatura de 65ºC por

um período de 72 horas, visando a determinação da produção da matéria pré-

seca. Posteriormente, o material foi submetido à moagem em moinho tipo

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“Willey” com peneira de 1 mm de diâmetro e finalmente, acondicionado em

sacos de polietileno plásticos.

4.9. Parâmetros avaliados

Foram determinados a produção de massa seca (PMS) total e

estrutural, valor nutritivo, eficiência de conversão aparente de nitrogênio

(ECAN), nitrogênio contido no tecido da planta (NC), recuperação aparente do

nitrogênio (RAN) e ainda, fracionamento da proteína.

4.10. Análises

As produções de massa seca foram estimadas mensalmente. Na

composição químico-bromatológica da planta inteira e seus constituintes (folha,

colmo e matéria morta), procedeu-se a avaliação dos teores de matéria seca

(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em

detergente ácido (FDA), lignina (Lig), celulose (Cel), hemicelulose (Hem) e

digestibilidade in vitro, realizadas pela técnica da Espectrofotometria de

Refletância no Infravermelho Proximal (NIRS) no Laboratório de Nutrição

Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais.

O fracionamento da proteína, ECAN, NC e RAN foram determinados

somente nas amostras de planta inteira, sendo determinados os conteúdos de

matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) segundo a metodologia descrita por

SILVA & QUEIROZ (2002).

As determinações de nitrogênio não protéico (NNP), nitrogênio

insolúvel em detergente neutro (NIDN) e em detergente ácido (NIDA) foram

executadas segundo a metodologia descrita por LICITRA et al. (1996) e o

nitrogênio solúvel (NS) de acordo com KRISHNAMOORTHY et al. (1982).

As frações da proteína foram calculadas pelo sistema de Cornell

(CNCPS) (SNIFFEN et al. 1992). A proteína foi analisada e calculada para as

cinco frações, ou seja, fração A, B1, B2, B3 e C, em porcentagem da PB. A

fração “A”, constituída de compostos nitrogenados não protéicos (NNP) foi

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determinada pela diferença entre o N total e o N insolúvel em ácido

tricloracético (TCA). A fração “B1”, referente às proteínas solúveis rapidamente

degradas no rúmem foi obtida pela diferença entre o nitrogênio solúvel em

tampão borato fosfato (TBF) menos o NNP. A fração “B2” e “B3”, constituídas

pelas proteínas insolúveis com taxa de degradação intermediária e lenta no

rúmem foram determinadas pela diferença entre a fração insolúvel em TBF e a

fração do NIDN e, a NIDN menos o NIDA, respectivamente. A fração “C”,

constituída de proteínas insolúveis e indigeríveis no rúmen e intestinos,

determinada pelo NIDA.

Para a obtenção dos resultados da eficiência de conversão aparente

de nitrogênio (ECAN), foram realizados cálculos pela diferença entre a

produção total da forragem de cada tratamento em relação ao tratamento

testemunha (admitindo-se que a contribuição do nitrogênio do solo foi

semelhante entre os tratamentos) e dividido pela quantidade de nitrogênio

aplicada, sendo expressa em kg de MS produzida por kg de N aplicado,

conforme descreve LUPATINI et al. (1998). Para determinação do cálculo do

nitrogênio absorvido pela forrageira, procedeu-se à multiplicação da produção

de MS (kg.ha-1) pelo teor de nitrogênio em g por kg. A quantidade de N na

forragem das parcelas não adubadas foi utilizada para estimar o suprimento de

N proveniente do solo e da atmosfera.

A recuperação aparente do nitrogênio (RAN) foi calculada pela

fórmula: RAN (%) = 100 x [(NAC – NCS na parcela sem adubação)/ NN], em

que RAN (%) corresponde à recuperação aparente do nitrogênio; NAC, ao

nitrogênio total absorvido na parcela com adubação (kg.ha-1); NCS, ao

nitrogênio total absorvido na parcela sem adubação (kg.ha-1); e NN, a dose de

N usada (kg.ha-1). O N contido nas raízes e no resíduo não foi determinado.

sendo assim, a recuperação de N que é o percentual de N absorvido do total

que foi aplicado, considera somente o N contido na parte aérea da planta.

4.11. Análises Estatísticas

As análises de regressão foram realizadas testando os modelos

lineares e quadráticos, pelo programa estatístico Statistical Analysis System

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(SAS, 2001) com comparações pelo teste Tukey a 5% de significância para

produção da forragem. Os demais resultados foram submetidos á análise de

variância pelo PROC GLM do SAS. Para verificar a significância das diferenças

entre as médias dos tratamentos, foi aplicado o teste Tukey a 5% de

probabilidade.

O quadro de análise de variância (Quadro 1) e o modelo estatístico

usado encontram-se abaixo.

QUADRO - 1 Análise de Variância

Fonte de Variação Grau de Liberdade

Adubação 3 Altura 1 Interação (Ad x Al) 3 Erro 24 TOTAL 31

O modelo matemático utilizado foi:

Y ijk = µ + ADi + ALj + (AD x AL)ij + eijk, em que:

Y ijk = Variáveis dependentes;

µ = Média geral;

ADi = Efeito da adubação; i= 1,2, 3, 4

ALj = Efeito da altura de corte; j= 1, 2

(AD x AL)ij = Interação entre os tratamentos adubação e altura de corte;

eijk = Erro experimental, contando efeitos não controlados.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Produção de massa seca

As alturas residuais avaliadas (0,20 e 0,40 m) não interferiram

(P>0,05) nos resultados de produção e valor nutritivo do capim-mombaça,

portanto, tais dados foram unificados. Tal fato pode ser atribuído em função da

pequena variação na composição estrutural da planta, obtida por ocasião dos

cortes. Visto que, o capim-mombaça apresenta crescimento cespitoso, lâminas

foliares e colmos longos, os quais estavam presentes em ambas alturas.

Resultados inversos foram observados por CECATO et al. (2000) quando

estudaram o capim-mombaça submetido a alturas de corte e determinaram

produção de 21.146 e 19.872; 16.524 e 16.940 kg.ha-1 de MS total e de folhas

para 0,20 e 0,40 m, respectivamente. SANTOS et al. (2003) determinaram para

o capim-mombaça cultivado na Zona da Mata de Pernambuco e cortado a 0,40

m do solo aos 35 dias com produção de massa seca de 5,63 t.ha-1.

Com relação à produção de massa seca (PMS) da planta inteira,

lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, observou-se efeito

significativo (P<0,05) entre as doses de nitrogênio aplicadas ao longo do

período experimental. Foram observados incrementos lineares expressivos em

função da elevação das doses de N. Tais resultados corroboram com os

encontrados por LUGÃO et al. (2003) em experimento conduzido com Panicum

maximum Jacq. (Acesso BRA-006998); BRÂNCIO et al. (2003b) quando

avaliaram o capim-mombaça sob pastejo e observaram valor de 3.600 kg.ha-1

de MS, após 35 dias de crescimento; FREITAS et al. (2005) determinaram

valores de 8,538; 11,280; 13,296 e 15,864 kg.ha-1 de MS, com aplicação de

doses de 70; 140; 210 e 280 kg.ha -1 de N, em seis cortes. SOUZA et al.

(2005), avaliaram cultivares de Panicum e encontraram produção de massa de

forragem total de 28,54; 36,67 e 38,38 t.ha-1 para as doses de 50, 70 e 100

kg.ha-1 de N por corte, respectivamente. Ainda, segundo os autores, entre os

cultivares avaliados, o capim-mombaça apresentou maior produção de massa

de forragem quando irrigado.

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Durante o período chuvoso (nov/05 a mar/06), os menores valores de

produção para planta inteira foram observados por ocasião do mês de janeiro,

provavelmente, devido a demanda de N, com exceção da dose referente a 100

kg.ha -1 de N, cuja, menor produção foi encontrada no mês de dezembro e as

maiores em março com ocorrência de muitas chuvas (Figura 1), exceto para o

tratamento testemunha (Tabela 2). No período seco, a escassez de umidade

durante o mês de maio com precipitação pluvial de apenas 22 mm e a ausência

nos meses de junho e julho, juntamente com a ocorrência de baixas

temperaturas; 11,9°; 10,8° e 9,9°C, respectivamente, influenciaram

negativamente sobre a PMS, permitindo que o corte fosse realizado no mês de

junho somente nos tratamentos com aplicação de 300 e 500 kg.ha -1 de N, em

agosto, apenas para a dose referente a 500 kg.ha -1 de N. CARVALHO et al.

(2002) em experimento com capim-mombaça determinaram PMS de 10.464;

4.381; 2.496 e 4.293 kg.ha -1, em cortes realizados nos meses de março, maio,

dezembro e agosto, respectivamente. Os autores enfatizaram que a baixa

produção encontrada no terceiro corte está relacionada à variação na

precipitação pluvial da ordem de 353 mm para 702 mm, no período que

antecedeu o quarto corte.

TABELA 2 - Produção mensal e anual da massa seca (MS) (kg.ha-1) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 476.13 Ca 1377.99 Ba 2907.89 Ab 2965.92 Ab Dez./05 467.72 Ca 1035.73 Ca 2435.09 Bb 2861.31 Ab Jan./06 443.72 Ba 1037.85 Ba 2096.57 Ab 2496.09 Ab Fev./06 787.63 Ba 1362.93 Ba 2346.43 Ab 2909.91 Ab Mar./06 668.69 Da 1674.37 Ca 3110.74 Bb 4053.73 Aa Jun./06 --- --- 561.39 Ac 597 Ac Ago./06 --- --- --- 211 Ac Out./06 1184.90 Ca 2490.09 Ba 4083.69 Aa 4193.19 Aa Anual 4028.79 8978.96 17541.8 20288.15

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Dessa forma, a maior produção anual foi observada no mês de

outubro, mesmo sendo ainda considerado período seco, a antecipação das

chuvas e a temperatura superior a 15°C, promoveram produções de 1184.90;

2490.09; 4083.69 e 4193.19 kg.ha-1 para as doses de 0, 100, 300 e 500 kg.ha -

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1 de N. Tais resultados vão de encontro aos citados por SOARES et al. (2002)

quando relataram PMS de 13,84 t. ha-1 para o capim-tanzânia, sendo 11,75 t.

ha-1 na estação das águas e 2,09 t. ha-1 na seca, em trabalho realizado na

região Noroeste do Estado de São Paulo. A média anual encontrada foi

satisfatória, visto que, a produção aumentou até cinco vezes (20.288,15 kg.ha-

1) em função da adubação nitrogenada, com bons resultados, mesmo quando

as condições climáticas foram adversas, principalmente o teor de umidade do

solo. Esse potencial de resposta já era esperado, visto que a taxa de acúmulo

também foi elevada, confirmando o potencial para a produção de forragem,

quando adubado. De acordo com ROCHA et al. (2002) as gramíneas do

gênero Panicum têm respondido ao aumento de fornecimento de N no solo,

com acréscimos positivos na produção de massa seca. Pela análise de

regressão dos dados de produção média de massa seca em função das

diferentes doses de N (Figura 3), foi possível estabelecer uma relação linear e

funcional entre PMS e doses de N utilizadas. A equação utilizada foi: Y =

470,38 + 7,91X – 0,007 X2. LUGÃO et al. (2003) observaram que as produções

totais estimadas foram da ordem de 5.280; 15.985; 28.851 e 31.019 kg.ha-1 de

MS, em 200 dias, para os respectivos tratamentos: 0, 150, 300 e 450 kg.ha-1 de

N. O ponto de máxima produção total estimada foi de 32.137 kg. ha-1 de MS

em 200 dias, alcançado com 396 kg.ha-1de N.

0

4000

8000

12000

16000

20000

0 100 300 500Doses de N (kg.ha-1)

PMS

(kg.

ha-1

)

Y= 444,67754 + 923,29700 x

FIGURA 3: Produção anual de massa seca (PMS) do

capim-mombaça submetido a doses de N

Y = 470,38 + 7,91X – 0,007 X2

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A produção de lâmina foliar também se comportou linearmente em

resposta à aplicação de N (Tabela 3). Não houve diferença significativa

(P>0,05) entre as doses de 300 e 500 kg.ha-1 de N, porém, observou-se

significância entre os cortes. Assim como determinado para planta inteira, os

maiores valores foram encontrados no mês de outubro, com médias de 883.12;

1836.29; 3184.24 e 2823.98 kg.ha-1, respectivamente.

TABELA 3 - Produção mensal e anual da lâmina foliar (LF) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 452.97 Ca 1359.04 Ba 2444.68 Ab 2544.24 Aa Dez./05 383.62 Ba 909.64 Ba 1974.14 Ab 2155.70 Aa Jan./06 371.14 Ba 896.20 Ba 1634.16 Ab 1838.04 Aa Fev./06 583.33 Ba 1078.34 Ba 1782.54 Ab 2026.90 Aa Mar./06 547.58 Ba 1354.30 Aa 1681.85 Ab 1741.48 Aa Jun./06 --- --- 512.93 Ac 559.50 Ab Ago./06 --- --- --- 119.36 Ab Out./06 883.12 Ca 1836.29 Ba 3184.94 Aa 2823.98 Aa Anual 3221.76 7433.81 13215.24 13809.20

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

A relação lâmina foliar/colmo (LF/C) decresceu em função da

elevação das doses de N, provavelmente devido ao rápido alongamento das

estruturas de sustentação da planta. Os valores médios encontrados para LF/C

foram; 20.88; 17.42; 5.78 e 3.65 para as doses de 0, 100, 300 e 500 kg. ha-1 de

N.

TABELA 4 - Produção mensal e anual do colmo (C) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 15.41 Ba 18.71 Ba 365.95 Ab 407.62 Ac Dez./05 34.10 Aa 4.12 Aa 201.30 Ab 429.92 Ac Jan./06 3.20 Aa 9.05 Aa 18.71 Ab 24.93 Ad Fev./06 0 26.98 Aa 246.70 Ab 523.89 Ac Mar./06 27.54 Ca 184.51 Ca 723.80 Ba 1463.43 Aa Jun./06 --- --- 37.57 Ab 13.55 Ad Ago./06 --- --- --- --- Out./06 74.04 Ba 183.25 Ba 690.75 Aa 913.22 Ab Anual 154.29 426.62 2284.78 3776.56

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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A produção de colmo respondeu diretamente a aplicação de N,

denotando um acréscimo de até 24 vezes quando utilizou se a maior dose de N

em relação ao tratamento testemunha (Tabela 4). Para as doses

correspondentes a 0 e 100 kg. ha-1 de N, não se verificou diferenças (P>0,05)

entre os cortes avaliados.

Os resultados referentes à produção da matéria morta (MM) não

diferiram (P>0,05) entre as doses. Entretanto, foram verificadas diferenças

(P<0,05) entre os cortes nas doses de 300 e 500 kg.ha-1 de N (Tabela 5). É

possível que, em função da maior produção de folhas, houve uma maior

senescência de massa verde. Esses valores de MM podem ser modificados

consideravelmente com a presença de animais na pastagem, devido ao

pisoteio e as perdas durante o consumo.

TABELA 5 - Produção mensal e anual da matéria morta (MM) (kg.ha-1) do capim-mombaça, submetido a doses de N

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 1.95 Aa 0.24 Aa 97.25 Aa 14.05 Ab Dez./05 2.96 Aa 10.28 Aa 11.29 Aa 7.63 Ab Jan./06 8.57 Aa 2.81 Aa 1.63 Ab 1.61 Ab Fev./06 0.75 Aa 5.08 Aa 4.91 Ab 17.36 Ab Mar./06 51.84 Aa 3.91 Aa 79.53 Aa 108.79 Aa Jun./06 --- --- 15.86 Aa 3.09 Ab Ago./06 --- --- --- 44.61 Aa Out./06 15.53 Aa 37.07 Aa 61.63 Aa 46.13 Aa Anual 81.6 59.39 272.1 243.27

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Segundo FERNANDEZ et al. (1989), a eficiência da adubação

nitrogenada está relacionada a fatores de solo, clima, manejo, época do ano,

espécies e cultivares, o que justifica as diferentes produções e respostas

encontradas na literatura.

5.2 Composição química da forragem

As doses de N influenciaram (P<0,05) os teores de matéria seca da

planta inteira, da lâmina foliar e do colmo em ambos períodos avaliados.

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Observou-se que, à medida que se elevaram as doses, houve uma redução

dos teores de MS com valores de: 37,34; 25,31; 30,0 e 34,0% entre as doses

de 0 e 500 kg.ha-1 de N,para planta inteira e lâmina foliar no período chuvoso e

seco, respectivamente (Tabelas 6, 7, 8 e 9).

TABELA 6 - Teores de matéria seca (MS) (%) da planta inteira do capim-

mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso Doses de Nitrogênio kg.ha-1

Meses 0 100 300 500 Nov./05 25,56 Aa 19,78 Bc 14,24 Cb 13,62 Cb Dez./05 27,52 Aa 24,88 Ba 18,56 Ca 17,52 Ca Jan./06 27,51 Aa 25,21 Aa 18,97 Ba 17,93 Ba Fev./06 24,44 Ab 18,97 Bc 16,74 Ca 16,02 Ca Mar./06 25,05 Ab 21,95 Ab 18,07 Ba 16,42 Ba Média 26,01 22,15 17,31 16,30

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os teores médios de MS encontrados para planta inteira foram:

26,01; 22,15; 17,31 e 16,30%, no período chuvoso e 6,96; 6,92; 15,24 e

24,91%, no período seco. Resultados semelhantes foram relatados por

SANTOS et al. (2003) quando avaliaram a mesma forrageira na Zona da Mata

de Pernambuco, colhida a 0,40 m do solo aos 35 dias e encontraram teor

médio de 19,67%, em seis cortes; CLIPES et al. (2005) em experimento

conduzido também com capim-mombaça colhido via simulação manual de

pastejo, determinaram valores médios de 23,8%.

TABELA 7 - Teores de matéria seca (MS) (%) da planta inteira do capim-

mombaça, submetido a doses de N durante o período seco Doses de Nitrogênio kg.ha-1

Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 29,20 Aa 29,36 Aa Ago./06 --- --- --- 29,76 Aa Out./06 20,90 A 20,78 A 16,54 Bb 15,61 Bb Média 6,96 6,92 15,24 24,91

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Entretanto, não houve diferença significativa (P>0,05) entre as doses

e os meses avaliados por ocasião da aplicação de 300 e 500 kg.ha-1 de N para

as amostras de planta inteira em ambos perodos e para lâmina foliar no

período seco.

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TABELA 8 - Teores de matéria seca (MS) (%) da lâmina foliar (LF) e colmo (C)

do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 24,34Ab --- 19,54Bb --- 14,98Cc 10,51Ab 13,95Cb 9,48Ac Dez./05 29,57Aa 6,39Ba 25,34Ba --- 19,58Cb 12,64Ab 18,52Ca 12,03Ab

Jan./06 27,94Aa --- 24,58Ba --- 21,27Ca 13,43Ab 20,48Ca 13,29Aa

Fev./06 19,40Ac --- 18,38Ab --- 18,30Ab 12,36Ab 19,26Aa 11,01Ab

Mar./06 27,20Aa --- 21,07Bb 22,47Aa 20,47Ba 16,81Ba 18,07Ca 15,29Ba

Média 25,69 1,27 21,78 4,49 18,92 13,15 18,05 12,22 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Com relação aos teores de MS do colmo, não houve diferença

(P>0,05) entre as doses de 300 e 500 kg.ha-1 de N, no período chuvoso e seco,

exceto no mês de junho, com valores médios de 17,11 e 11,96%,

respectivamente.

TABELA 9 - Teores de matéria seca (MS) (%) da lâmina foliar (LF) e colmo (C)

do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 26,16Aa 17,11Aa 25,77Aa 11,96Ba

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 26,92Aa --- Out./06 23,46Aa 8,63Aa 21,99Aa 6,87Aa 16,95Bb 13,17Aa 15,67Bb 12,38Aa

Média 7,82 2,87 7,33 2,29 14,37 10,09 22,78 8,11 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Constatou-se uma resposta crescente dos teores de PB do capim-

Mombaça à adubação, com elevação (P<0,05) em ambos os períodos

avaliados (Tabela 10 e 11). No período chuvoso não observou se diferença

significativa (P>0,05) para planta inteira entre as doses de 0 e 100 kg.ha-1de N

e meses avaliados, com maiores teores em torno de 9,5%.

Valores superiores para o mesmo capim foram encontrados por

diversos autores: MACHADO et al. (1998) obtiveram teores de 12,5 e 13,2%,

nas alturas de 0,20 e 0,40 m, respectivamente; CLIPES et al. 2005, em sistema

rotacionado e irrigado, relataram valor médio de PB de 13,54% e PALIERAQUI

et al. (2006) em pastagem irrigada observaram valores médios de 13,18%.

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TABELA 10 - Teores de proteína bruta (PB) (% MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 7,88 Bb 7,96 Bb 10,04 Aa 9,92 Ab Dez./05 9,68 Aa 9,75 Aa 9,72 Aa 9,59 Ab Jan./06 9,14 Aa 8,59 Aa 8,51 Aa 9,07 Ab Fev./06 9,57 Ba 9,59 Ba 9,70 Ba 11,34 Aa Mar./06 7,88 Ab 7,95 Ab 7,76 Ab 8,02 Ac Média 8,83 8,76 9,14 9,58

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os maiores teores observados no período chuvoso para planta

inteira (11,34%), colmo (9,59%) e lâmina foliar (12,23%) foram por ocasião dos

meses de fevereiro e novembro, quando se aplicou 500 kg.ha-1 de N;

respectivamente (Tabelas 10 e 12).

TABELA 11 - Teores de proteína bruta (PB) (% MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 8,06 Aa 8,04 Ab Ago./06 --- --- --- 6,12 Ac Out./06 8,83 Aa 7,70 Ba 8,23 Aa 8,83 Aa Média 2,94 2,56 5,43 7,66

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Tais resultados corroboram com os citados por BARROS et al.

(2002), quando avaliaram o capim-tanzânia e determinaram teores de 10,17;

10,38 e 11,61%, nas doses de 60, 120 e 180 kg.ha-1 de N, respectivamente e

por LISTA et al. (2007b) em pastagens de capim-mombaça, quando

observaram teores de 11,30% através de simulação manual de pastejo e

11,31% para colhidas amostras via extrusa esofágica.

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TABELA 12 - Teores de proteína de bruta (PB) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 8,50Ca --- 9,88Ba --- 10,69Ba 6,37Ab 12,23Aa 5,95Ab

Dez./05 8,80Ba 3,37Ba 9,05Ba --- 8,74Bb 7,70Aa 9,89Ab 7,27Ab

Jan./06 8,16Aa --- 8,25Ab --- 7,68Ac 8,60Aa 7,57Ad 7,95Aa

Fev./06 7,44Ab --- 8,08Ab --- 8,26Ab 8,99Aa 8,48Ac 9,59Aa

Mar./06 8,04Ba --- 8,31Bb 7,51Aa 8,68Bb 7,47Aa 9,61Ab 6,58Ab

Média 8,18 0,67 8,71 1,50 8,81 7,82 9,55 7,46 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

MAGALHÃES et al. (2007), determinaram valores médios de 9,6;

12,4; 14,2 e 14,9 nas folhas e 5,9; 6,9; 8,0 e 8,8% nos colmos para as doses de

0; 100; 200 e 300 kg.ha-1 de N, respectivamente. Os elevados teores de PB

nas diferentes frações da planta nas doses mais elevadas de N indicaram que

boa quantidade de nitrogênio foram concentradas nos tecidos das plantas,

possivelmente na forma inorgânica.

TABELA 13 - Teores de proteína de bruta (PB) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 8,59Aa 7,61Aa 8,95Aa 8,32Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 8,20Aa --- Out./06 7,49Ba 2,75Aa 7,47Ba 3,00Aa 8,01Aa 5,42Aa 8,79Aa 5,23Ab

Média 2,49 0,91 2,49 1,00 5,53 4,34 8,64 4,51 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Durante o período seco observou-se redução nos teores de PB da

planta inteira e lâmina foliar, porém, foram superiores a 7%, com exceção dos

meses de agosto e outubro, na dose referente a 500 kg.ha-1 de N. O declínio

no teor de PB foi menor na presença de adubação nitrogenada, o que

evidencia que a presença do fertilizante proporcionou melhoria na composição

da forragem produzida. SANTOS et al. (2003) determinaram médias de 6,96%

de PB para o capim-mombaça cortado a 0,40 m do solo aos 35 dias de

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crescimento. Não foi observado diferença significativa (P>0,05) entre as doses

de 0 e 100 kg.ha-1 de N, para LF e C; entre 300 e 500 kg.ha-1 de N, para planta

inteira, LF e C (Tabelas 12 e 13).

Em se tratando de teor de FDN da planta inteira, observou-se que

não houve diferença significativa (P>0,05) entre as doses testadas, com

exceção da dose referente a 300 kg.ha-1 de N, no mês de novembro no período

chuvoso (Tabela 14) e para a dose de 500 kg.ha-1 de N, por ocasião do mês de

outubro no período seco (Tabela 15).

TABELA 14 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da planta

inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 73,78 Aa 73,53 Aa 70,57 Bb 72,72 Ab Dez./05 71,18 Ab 71,96 Aa 73,01 Aa 72,75 Ab Jan./06 72,14 Aa 72,95 Aa 73,62 Aa 72,46 Ab Fev./06 72,63 Aa 70,87 Ab 70,86 Ab 70,96 Ab Mar./06 72,85 Aa 73,24 Aa 74,32 Aa 74,50 Aa Média 72,51 72,51 72,47 72,67

Letras maiúsculas disti,ntas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Entretanto, entre os cortes observou-se diferença significativa

(P<0,05) em todas as doses. A variação nos teores de FDN foi da ordem de

70,57 a 74,50% e 71,63 a 75,52% para o período chuvoso e seco,

respectivamente. Esses valores estão relacionados à estrutura da planta,

principalmente com a relação folha/colmo. O crescimento acelerado da planta

em função da aplicação de N promoveu maior taxa de lignificação da mesma,

elevando os teores de FDN.

TABELA 15 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 75,52 Aa 74,28 Aa Ago./06 --- --- --- 74,89 Aa Out./06 74,00 Aa 73,97 Aa 73,31 Ab 71,63 Bb Média 24,66 24,65 49,61 73,60

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Segundo VAN SOEST (1965) torna-se necessário observar esse

crescimento excessivo, pois teores superiores a 66% comprometem o consumo

de forragem, visto que, a associação entre a FDN e o consumo é explicada por

uma equação de regressão linear negativa e usualmente tem sido interpretada

como um efeito de enchimento do rúmen.

Teores médios inferiores foram quantificados por MACHADO et al.

(1998) quando avaliaram o capim-mombaça em duas alturas de corte e

obtiveram valores de FDN em torno de 44,0 e 42,9%, para 0,20 e 0,40 m

respectivamente. RODRIGUES et al. (2004) em experimento com P. maximum

(3616), colhido aos 21 dias de crescimento vegetativo, com teor médio de

61,36% e por CLIPES et al. (2005) em pastagem de capim-mombaça, com

valor médio de 59,92%.

Os teores de FDN da lâmina foliar não diferiram (P>0,05) entre as

doses de 100 e 300 kg.ha-1 de N, no período chuvoso (Tabela 16), assim como

entre as diferentes doses avaliadas no período seco (Tabela 17), porém, diferiu

entre os cortes. Verificou-se redução nos valores da LF no período chuvoso,

com a determinação do mais elevado teor de FDN (76,61%), com aplicação de

500 kg.ha-1 de N. Tais valores são concordantes com aqueles citados por

SANTOS et al. (2003) em experimento conduzido com capim-mombaça colhido

aos 35 dias, quando determinaram valor médio de 77,48%.

TABELA 16 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da lâmina foliar (LF) e

colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 74,01Ab --- 70,84Bb --- 70,30Bc 79,05Aa 68,47Cc 79,01Aa Dez./05 73,38Ab 38,30Ba 73,49Aa --- 73,12Ab 75,17Aa 71,39Bb 75,96Aa Jan./06 75,97Aa --- 74,98Aa --- 75,08Aa 72,71Aa 76,61Aa 75,56Aa Fev./06 74,97Aa --- 74,48Aa --- 74,06Aa 73,80Aa 74,03Ab 72,44Aa Mar./06 73,73Ab --- 73,64Aa 75,49Aa 73,38Aa 73,86Aa 73,23Ab 75,64Aa

Média 74,41 7,66 73,48 15,09 73,18 74,91 72,74 75,72 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas

diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Para colmos não se observou significância (P>0,05) entre as doses e

cortes no período chuvoso, exceto no tratamento testemunha no mês de

dezembro.

Os maiores teores tanto de planta inteira quanto dos seus

componentes foram observados durante o período seco, com teor máximo de

75,52; 75,58 e 80,90%, para planta inteira, lâmina foliar e colmo,

respectivamente. A concentração de FDN é o componente da forragem mais

consistentemente associado ao consumo (VAN SOEST, 1994), dessa forma,

altos teores de FDN como foram determinados no período seco, são

indesejáveis.

TABELA 17 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 74,22Aa 78,34Aa 73,37Ab 76,86Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 75,58Aa --- Out./06 74,35Aa 39,81Ba 74,97Aa 40,25Ba 75,32Aa 80,57Aa 73,43Ab 80,90Aa

Média 24,78 13,27 24,99 13,41 49,84 52,97 74,12 52,58 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os valores de FDA determinados para planta inteira durante o

período chuvoso não diferiram (P>0,05) entre as doses de 0 e 100 kg.ha-1 de N

e entre 300 e 500 kg.ha-1 de N (Tabela 18), não tendo sido também observada

no período seco diferença significativa entre as doses.

TABELA 18 - Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 43,41 Ab 43,59 Aa 40,66 Bc 41,33 Bb Dez./05 41,88 Ab 42,29 Ab 42,54 Ab 41,71 Ab Jan./06 42,34 Ab 42,99 Ab 43,69 Ab 42,90 Ab Fev./06 42,13 Ab 42,95 Ab 41,02 Bc 39,59 Bc Mar./06 45,39 Aa 45,34 Aa 46,10 Aa 46,95 Aa Média 43,03 43,43 42,80 42,49

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Entretanto, ocorreram diferenças (P<0,05) entre todos os cortes em

ambos os períodos avaliados, exceto na dose equivalente à aplicação de 300

kg.ha-1 de N, no período seco (Tabela 19). O maior teor foi determinado na

dose de 500 kg.ha-1 de N com valor médio de 46,95%. Valores inferiores foram

relatados por RODRIGUES et al. (2004) quando avaliaram o P. maximum

(3616) determinaram teor de 33,36% e CLIPES et al. (2005) que relataram teor

de 35,93% em pastagem de capim-Mombaça.

TABELA 19 - Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 43,13 Aa 42,96 Ab Ago./06 --- --- --- 47,57 Aa Out./06 43,09 Aa 44,47 Aa 43,83 Aa 41,99 Bb Média 14,36 14,82 28,98 44,17

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Segundo VAN SOEST, (1994) a concentração de FDA correlaciona-

se linear e negativamente com a digestibilidade da MS da forragem, de modo

que com o aumento dessa fração, diminui-se a DIVMS. Assim, essa

associação linear negativa naturalmente depende de diversos fatores, entre os

quais citam-se a espécie, o clima, o solo e o manejo adotado, originando-se de

variações geográficas entre os diferentes microclimas de cultivo das

forrageiras.

TABELA 20 - Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 44,58Aa --- 41,96Bc --- 40,31Ca 48,83Aa 37,70Dc 49,26Aa

Dez./05 43,30Ab 23.95Ba 42,49Ab --- 43,20Aa 46.11Aa 42,06Ab 47,28Aa

Jan./06 44,08Ba --- 43,76Bb --- 44,22Ba 44,08Aa 45,79Aa 46,83Aa

Fev./06 45,52Aa --- 45,61Aa --- 44,53Aa 44,06Aa 44,62Aa 43,54Aa

Mar./06 43,39Ab --- 43,58Ab 47,64Aa 42,68Ab 46,92Aa 42,00Ab 48,04Aa

Média 44,17 4,79 43,48 9,52 42,98 46,00 42,43 46,99 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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O incremento das doses de N aplicadas foi fator decisivo na redução

dos teores de FDA da lâmina foliar no período chuvoso, com diferença

significativa (P<0,05) entre todas as doses e cortes, com valores médios de

44,17; 43,48; 42,98 e 42,43% para as doses de 0, 100, 300 e 500 kg.ha-1 de N,

respectivamente. Para colmos não foram observadas diferenças (P<0,05),

entre doses e cortes, com exceção ao tratamento testemunha, por ocasião do

mês de dezembro/05 (Tabela 20).

Estes mesmos autores em experimento conduzido com capim-

mombaça submetido à doses de N, não observaram diferença entre os

tratamentos aplicados, o que indica ausência de efeito diferenciado como

resposta do acréscimo do fertilizante nitrogenado, em função dos valores

médios determinados para FDA se apresentarem na faixa de 43,91; 39,39;

40,19 e 40,78%, para as doses de 70, 140, 210 e 280 kg.ha-1 de N,

respectivamente.

No período seco houve diferença (P<0,05) para lâmina foliar apenas

na dose de 500 kg.ha-1 de N, no mês de outubro (Tabela 21). Em relação a

colmos não foram observadas diferenças significativas entre as doses e cortes

de 0 e 100 kg.ha-1 e entre 300 e 500 kg.ha-1 de N.

TABELA 21 - Teores de fibra em detergente ácido (FDA) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 42,42Aa 45.49Aa 42,14Ab 42,44Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 44,24Aa --- Out./06 43,82Aa 23.23Ba 44,20Aa 23,37Ba 43,77Aa 47.53Aa 41,90Bb 48,37Aa

Média 14,60 7,74 14,73 7,79 28,73 31,00 42,76 30,27 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

A importância da determinação da parede celular das plantas

forrageiras se relaciona ao fato de que o consumo pelos bovinos de MS das

gramíneas tropicais do tipo C4, que apresentam grande conteúdo de parede

celular é relativamente alto, incluindo a espécie P. maximum, possivelmente

porque esses animais podem acomodar melhor as forragens fibrosas nos seus

grandes rúmens (BARROS et al., 2002).

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Os teores de lignina da planta inteira determinados no período

chuvoso (Tabela 22), não foram significativos (P>0,05) entre as doses de 0 e

100 kg.ha-1 de N, ao contrário do que ocorreu entre os cortes. Comportamento

inverso foi observado (P<0,05) entre doses e cortes equivalentes aos

tratamentos de 300 e 500 kg.ha-1 de N. Maiores teores foram encontrados com

a aplicação das menores doses de N, cujos valores médios encontrados nesse

período foram 8,16; 8,11; 7,77 e 7,89% para as doses de 0, 100, 300 e 500 kg.

ha-1 de N, respectivamente.

TABELA 22 - Teores de fibra em lignina (Lig) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 8,58 Aa 8,50 Aa 7,01 Bb 8,14 Aa Dez./05 7,82 Aa 7,71 Aa 7,90 Aa 7,76 Ab Jan./06 7,83 Aa 7,95 Aa 8,18 Aa 7,54 Ab Fev./06 8,12 Aa 7,58 Ab 7,27 Ab 6,78 Bb Mar./06 8,48 Aa 8,84 Aa 8,52 Aa 9,26 Aa Média 8,16 8,11 7,77 7,89

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Não houve significância (P>0,05) entre doses e cortes para PI no

período seco, exceto entre cortes na dose com aplicação de 500 kg.ha-1 de N,

que apresentou o maior valor (8,84%), no mês de agosto (Tabela 23). Valores

inferiores foram determinados por RODRIGUES et al. (2004) e CLIPES et al.

(2005) quando encontraram teores de lignina de 4,40% e 3,44%

respectivamente.

TABELA 23 - Teores de fibra em lignina (Lig) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 8,44 Aa 7,94 Ab Ago./06 --- --- --- 8,84 Aa Out./06 7,95 Aa 7,94 Aa 7,97 Aa 7,40 Ab Média 2,65 2,64 5,47 8,06

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Para LF não foram observadas diferenças (P>0,05) entre as doses

em ambos períodos avaliados, com exceção do tratamento testemunha no mês

de novembro/05, com teor máximo de 9,42% ( Tabelas 24 e 25). Verificou se

diferença significativa (P<0,05) em todos os cortes. Valor inferior foi

determinado por DIAS et al. (2007) quando estudaram doses de P no capim-

mombaça e relataram teor médio de lignina nas folhas de 7,73% e BRANCIO et

al. (2002) de 6,8% para lâmina foliar.

TABELA 24 - Teores de lignina (Lig) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C)

do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 9,42Aa --- 7,40Bb --- 7,30Bb 10,78Aa 6,90Bc 10,79Aa

Dez./05 8,31Ab 4,11Ba 7,81Ab --- 7,63Ab 7,87Ab 7,31Ab 8,35Ab Jan./06 9,09Aa --- 8,80Aa --- 8,49Aa 7,55Ab 9,15Aa 8,28Ab Fev./06 8,89Ab --- 8,70Aa --- 8,29Aa 7,02Ab 8,58Aa 6,36Ac Mar.06 8,58Ab --- 8,42Aa 8,24Aa 8,10Aa 6.77Ab 7,86Ab 7,21Ac Média 6,97 0,82 8,22 1,64 7,96 7,99 7,96 8,19 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os teores de Lig determinados nos colmos não foram significativos

(P>0,05) entre doses, com exceção ao tratamento testemunha e entre cortes

(P<0,05) no período chuvoso, com variação entre 4,11 e 10,79% (Tabela 24).

No período seco os teores não diferiram entre as doses de 0 e 100 kg.ha-1 de N

e entre 300 e 500 kg.ha-1 de N.

TABELA 25 - Teores de lignina (Lig) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C)

do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 8,50Aa 9,54Aa 8,27Ab 8,63Aa Ago./06 --- --- --- --- --- --- 9,52Aa --- Out./06 8,58Aa 4,43Ba 8,65Aa 4,56Ba 8,41Aa 9,65Aa 8,21Ab 9,68Aa Média 2,86 1,47 2,88 1,52 5,63 6,39 8,66 6,10 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Entre os cortes dentro dos tratamentos avaliados, também não foram

observadas diferenças significativas. BRÂNCIO et al. (2002) em trabalho

conduzido com a mesma espécie determinaram para a fração colmo, valor

médio de 7,8% de Lig, o qual se assemelha aos resultados encontrados no

presente trabalho.

Foram observadas diferenças significativas (P<0,05) para celulose na

planta inteira entre as doses de N avaliadas, no mês de fevereiro no período

chuvoso e em outubro no período seco. Dentre os cortes verificaram-se

diferença em ambos os períodos (Tabelas 26 e 27).

TABELA 26 - Teores de celulose (Cel) (%MS) da planta inteira do capim-

mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso Doses de Nitrogênio kg.ha-1

Meses 0 100 300 500 Nov./05 29,92 Ac 30,63 Ab 30,50 Ab 29,29 Ac Dez./05 31,20 Ab 30,65 Ab 30,81 Ab 30,83 Ab Jan./06 31,21 Ab 31,11 Ab 31,37 Ab 32,41 Ab Fev./06 29,97 Bc 32,92 Aa 30,55 Bb 29,67 Bc Mar./06 33,89 Aa 33,79 Aa 35,23 Aa 34,87 Aa Média 31,23 31,82 31,69 31,41

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os valores médios determinados foram 31,23; 31,82; 31,69 e

31,41% no período chuvoso e 10,65; 11,01; 21,28 e 32,65% no período seco.

O valor de 29,04% de Cel foi citado por RODRIGUES et al. (2004) em

experimento conduzido com P. maximum (3616).

TABELA 27 - Teores de celulose (Cel) (%MS) da planta inteira do capim-

mombaça, submetido a doses de N durante o período seco Doses de Nitrogênio kg.ha-1

Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 30,74 Ab 31,44 Ab Ago./06 --- --- --- 34,81 Aa Out./06 31,96 Ba 33,04 Aa 33,10 Aa 31,71 Bb Média 10,65 11,01 21,28 32,65

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

No que se refere a lâmina foliar houve diferença (P<0,05) entre

doses e cortes no período chuvoso, com médias de 31,28; 31,78, 31,89 e

32,32% de celulose (Tabela 28). Em relação ao período seco os teores de Cel

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não diferiram entre doses, exceto para a aplicação equivalente a 500 kg.ha-1 de

N, a qual também diferiu entre os cortes.

TABELA 28 - Teores de celulose (Cel) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C)

do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 31,75Bb --- 33,05Aa --- 31,14Bb 35,02Aa 32,08Ab 36,12Aa

Dez./05 31,03Bb 20,19Ba 30,15Bb --- 32,40Aa 39,02Aa 32,93Aa 39,62Aa

Jan./06 29,49Bc --- 29,87Bb --- 31,41Ab 38,09Aa 31,67Ab 39,89Aa

Fev./06 33,15Aa --- 34,14Aa --- 33,26Aa 38,99Aa 34,02Aa 39,90Aa

Mar./06 30,98Ab --- 31,72Aa 39,65Aa 31,28Ab 42,33Aa 30,93Ab 42,57Aa

Média 31,28 4,03 31,78 7,93 31,89 38,69 32,32 39,62 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

A fração colmo não diferiu (P>0,05) entre doses e cortes em ambos

períodos, exceto para as doses referentes a 0 e 100 kg.ha-1 de N, no período

chuvoso. DIAS et al. (2007) avaliaram pastagem de capim-mombaça sob

pastejo e determinaram valores médios de celulose nas folhas de 32,60% e

nos colmos de 39,08%.

TABELA 29 - Teores de celulose (Cel) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1

Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C

Jun./06 --- --- --- --- 29,48Ab 34,14Aa 30,02Ab 33,92Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 31,22Aa --- Out./06 30,84Aa 18,50Aa 31,76Aa 18,54Aa 31,60Aa 36,91Aa 30,48Ba 38,29Aa

Média 10,28 6,16 10,58 6,18 20,36 23,68 30,57 24,07

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Em se tratando de hemicelulose determinada na planta inteira,

verificou-se diferença (P<0,05) apenas com a aplicação da dose de 100 kg.ha-1

de N, por ocasião do mês de fevereiro/06 no período chuvoso (Tabela 30).

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Entretanto, para os cortes (P<0,05) em ambos os períodos. Os valores médios

do período chuvoso foram; 29,48; 29,07; 29,67 e 30,17%. Teor inferior foi

relatado por RODRIGUES et al. (2004) quando avaliaram o P. maximum (3616)

e determinaram valores de Hem de 27,99%.

TABELA 30 - Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 30,36 Aa 29,94 Aa 29,91 Aa 31,38 Aa Dez./05 29,29 Aa 29,67 Aa 30,46 Aa 31,04 Aa Jan./06 29.80 Aa 29,96 Aa 29,93 Aa 29,55 Ab Fev./06 30,50 Aa 27,92 Bb 29,84 Aa 31,37 Aa Mar./06 27,46 Ab 27,90 Ab 28,22 Ab 27,55 Ac Média 29,48 29,07 29,67 30,17

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Ainda com relação aos teores de Hem da PI, observou se diferença

(P<0,05) no período seco somente no tratamento testemunha, por ocasião do

mês de outubro (Tabela 31). FREITAS et al. (2007) não verificaram diferença

significativa para os teores de Hem (29,67; 34,28; 33,90 e 32,97%) nas doses

de N, e atribuiram esse fato à ausência de diferenças significativas nos teores

de FDN e FDA e estes serem os parâmetros usados para o cálculo dos teores

de Hem.

TABELA 31 - Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 32,39 Aa 31,32 Aa Ago./06 --- --- --- 27,32 Ac Out./06 30,91 Aa 29,49 Ba 29,47 Bb 29,63 Bb Média 10,30 9,83 20,62 29,42

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os teores de hemicelulose da LF não diferiram (P>0,05) entre doses em

ambos os períodos, com exceção da dose referente a 100 kg.ha-1 de N, no

período chuvoso (Tabela 32) e do tratamento testemunha no período seco. Na

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dose equivalente a 300 kg.ha-1 de N, não se verificou diferença (P<0,05) entre

cortes no período chuvoso e doses no período seco (Tabela 33). Os resultados

aqui encontrados corroboram com o citado por DIAS et al. (2007) em

experimento adubado com diferentes fontes de fósforo sob pastejo, quando

encontraram valor médio nas folhas de capim-Mombaça de 29,01%.

TABELA 32 - Teores de hemicelulose (Hem) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 29,42Ab --- 28,88Bb --- 29,74Aa 30,22Aa 30,77Aa 29,75Aa

Dez./05 30,07Ab 14,34Ba 31,00Aa --- 29,91Aa 29,06Aa 29,33Ab 28,68Aa

Jan./06 31,89Aa --- 31,21Aa --- 30,86Aa 28,62Aa 30,82Aa 28,72Aa

Fev./06 29,45Ab --- 28,87Ab --- 29,53Aa 29,84Aa 29,40Ab 28,90Aa

Mar./06 30,34Aa --- 30,05Aa 27,85Aa 30,69Aa 26,94Aa 31,23Aa 27,60Aa

Média 30,23 2,86 30,02 5,57 30,14 28,93 30,31 28,73 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Em se tratando de teores de hemicelulose determinados nos colmos do

período chuvoso, observou-se diferença (P<0,05) apenas no tratamento

testemunha, enquanto que no período seco se equivaleram entre as doses de

0 e 100 kg.ha-1 de N, 300 e 500 kg.ha-1 de N, (Tabela 33). Com relação aos

cortes de avaliação não foram observadas diferenças (P>0,05) em ambos

períodos. Em trabalho conduzido para avaliar fertilizantes fosfatados, DIAS et

al. (2007) relataram valor médio de hemicelulose nos colmos também do

capim-mombaça de 26,32%.

TABELA 33 - Teores de hemicelulose (Hem ) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo

(C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun./06 --- --- --- --- 31,80Aa 32,85Aa 31,22Aa 34,48Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 31,34Aa --- Out./06 30,53Ba 16,58Ba 30,76Aa 16,88Ba 31,55Aa 33,04Aa 31,53Aa 32,52Aa

Média 10,17 5,52 10,25 5,62 21,11 21,95 31,36 22,33 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

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5.3 Digestibilidade in vitro da matéria seca

A digestibilidade in vitro da matéria seca da planta inteira do capim-

Mombaça apresentou os melhores índices em função da elevação das doses

de N avaliadas, apesar de não ter diferido (P>0,05), tanto no período chuvoso

(Tabela 34), quanto no período seco (Tabela 35). Os maiores valores se

encontram próximos de 60%, o que pode ser considerado satisfatório em se

tratando de gramíneas tropicais, embora a DIVMS do capim-mombaça possa

atingir valores superiores aos determinados nesse experimento.

TABELA 34 - Teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Nov./05 51,41 Bb 52,39 Ba 59,14 Aa 56,65 Aa Dez./05 58,07 Aa 56,31 Aa 56,15 Aa 59,81 Aa Jan./06 57,53 Aa 53,89 Aa 54,68 Aa 58,60 Aa Fev./06 55,32 Ba 56,61 Aa 59,17 Aa 60,38 Aa Mar./06 50,02 Ab 50,91 Ab 52,08 Ab 48,42 Ab Média 54,47 54,02 56,24 56,77

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Com relação aos cortes, houve significância (P<0,05) dentre todas as

doses. As médias de DIVMS deste experimento vão de encontro aos citados

por PALIERAQUI et al. (2006) quando avaliaram o Panicum maximum, Jacq.,

cv. Mombaça submetido à irrigação com valores médios de 52,50% e 55,38%,

utilizando se os métodos de extrusa e manual.

Porém, os valores de DIVMS determinados nesse trabalho, são

inferiores aos descritos na literatura por MACHADO et al. (1998) com capim-

mombaça, avaliado em duas alturas de corte e obtiveram teores de DIVMS de

64,3% e 64,8% nos resíduos de 0,20 m e 0,40 m, respectivamente; CLIPES et

al. (2005) em experimento conduzido em área de pastagem com capim-

mombaça rotacionada e irrigada, com simulação manual de pastejo,

encontraram valores de DIVMS de 63,56%, enquanto, LISTA et al. (2007b)

relataram teores médios de 66,02 e 65,91%, em amostras obtidas em extrusa

esofágica e simulação manual, respectivamente. Os autores enfatizaram a não

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observância de diferenças (P>0,05) para a DIVMS entre as amostras de

extrusa esofágica e as obtidas por simulação manual de pastejo.

TABELA 35 - Teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da planta inteira do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500 Jun./06 --- --- 53,97 Ab 55,05 Ab Ago./06 --- --- --- 49,52 Ac Out./06 57,05 Aa 54,20 Ba 57,13 Aa 57,27 Aa Média 19,01 18,06 37,03 53,94

Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Observando-se os valores de DIVMS da lâmina foliar (LF) e colmo do

capim-mombaça, verifica-se que o aumento das doses de N promoveu a

melhoria dos níveis de DIVMS das frações avaliadas, em ambos períodos

(Tabela 36 e 37). No período chuvoso houve diferença significativa (P<0,05)

entre todos os cortes e nas doses de 0 e 300 kg.ha-1 de N, em relação às

demais, por ocasião do corte realizado em novembro/05, e para o tratamento

testemunha, em março/06, para LF. A fração colmo diferiu apenas na dose de

0 kg.ha-1 de N, não tendo sido observadas variações entre os cortes.

TABELA 36 - Teores de digestibillidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período chuvoso

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Nov./05 52,25Ba --- 58,71Aa --- 54,54Ba 52,44Aa 60,85Aa 52,76Aa

Dez./05 53,80Aa 31,14Ba 53,97Ab --- 55,65Aa 65,99Aa 56,77Ab 62,33Aa

Jan./06 49,77Ab --- 48,48Ac --- 50,35Ab 63,37Aa 48,56Ac 61,60Aa

Fev./06 53,67Aa --- 54,99Aa --- 55,17Aa 61,26Aa 55,01Ab 62,86Aa

Mar./06 53,93Ba --- 54,85Ab 61,23Aa 56,39Aa 61,69Aa 58,77Aa 63,00Aa

Média 52,68 6,22 54,20 12,24 54,42 60,95 55,99 60,51 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

No período seco a DIVMS da LF diferiu (P>0,05) entre doses no

tratamento testemunha e entre os cortes somente com a aplicação da dose de

500 kg.ha-1 de N; sendo que a fração colmo não diferiu entre as doses de 0 e

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100 e entre 300 e 500 kg.ha-1 de N, assim como também não houve

significância entre cortes (Tabela 37). As reduções dos valores de DIVMS no

período seco, provavelmente estejam relacionados aos elevados níveis de

fibras e menores concentrações de PB determinados na planta nessa época do

ano.

TABELA 37 - Teores de digestibillidade in vitro da matéria seca (DIVMS) (%MS) da lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça, submetido a doses de N durante o período seco

Doses de Nitrogênio kg.ha-1 Meses 0 100 300 500

LF C LF C LF C LF C Jun.06 --- --- --- --- 54,00Aa 60,07Aa 56,14Aa 61,98Aa

Ago./06 --- --- --- --- --- --- 50,14Ab --- Out./06 51,23Ba 30,48Ba 53,55Aa 31,43Ba 55,04Aa 59,92Aa 56,58Aa 59,08Aa

Média 17,07 10,16 17,85 10,47 36,34 39,99 54,28 40,35 Letras maiúsculas distintas nas linhas diferem entre si e letras minúsculas distintas nas mesmas colunas diferem entre si, ambas pelo teste de Tukey (P<0,05).

5.4 Eficiência de conversão aparente do nitrogênio (ECAN), nitrogênio

contido (NC) e recuperação aparente do nitrogênio (RAN)

Os resultados determinados para a eficiência de conversão aparente

do nitrogênio (ECAN), nitrogênio contido (NC), e da recuperação aparente do

nitrogênio (RAN), são apresentados na Tabela 38. Verificou-se que à medida

que se aumentaram as doses de nitrogênio, em geral, ocorreu uma redução em

torno de 28% da ECAN pelo capim, possivelmente esse fato tenha ocorrido em

função de perdas. Segundo CARVALHO & SARAIVA (1987) existem perdas de

nitrogênio toda vez que se aplica esse elemento no solo, sendo mais

comumente por volatilização, desnitrificação e lixiviação, acarretando baixas

taxas de ECAN. O maior valor de ECAN foi observado quando se aplicou 100

kg.ha-1 de N, obtendo se 73.52 kg de MS por kg N aplicado. BARROS et al.

(2002) avaliaram o capim-tanzânia estabelecido com milheto sob três doses de

N e verificaram aumento linear do rendimento de MS em resposta à adubação

nitrogenada, ou seja, para cada kg de N aplicado houve um aumento de 0,0311

t, ou 31,1 kg, no rendimento de MS.

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49

TABELA 38 - Eficiência de conversão aparente do nitrogênio, nitrogênio contido no tecido da planta e recuperação aparente do nitrogênio em pastagem de capim-mombaça submetida a doses de N no período chuvoso e seco em Goiânia-GO.

Doses de N (kg.ha-1) ECAN (kg.ha-1)

NC (Kg de N extraído)

RAN (%)

0 --- 50.39D --- 100 73.52A 117.21C 50,01A 300 67.89A 254.08B 45,21A 500 52.91B 314.96A 32,62B

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os resultados de ECAN determinados nessa pesquisa estão de

acordo com os relatados por LUGÃO et al. (2003) que determinaram valores

médios de 89,2; 70,9 e 60,5 kg de MS por kg de N aplicado e por FREITAS et

al. (2005) que avaliaram o capim-mombaça e observaram decréscimo de

ECAN em todas as épocas de corte e com o decorrer dos cortes efetivados,

com valores médios entre 57,29 e 260,40% para 280 e 70 kg.ha-1 de N na

sexta e segunda época de corte, respectivamente. Isso indica que,

provavelmente, esse decréscimo aconteceu devido ao menor aproveitamento

do nitrogênio pelas plantas em função das perdas desse nutriente por lixiviação

ou volatilização, em função do uso de doses mais elevadas, em conseqüência

das altas precipitações ocorridas durante o período experimental.

Pelos dados da Tabela 38, observa se que houve efeitos

significativos (P<0,05) para as doses de N, em relação ao conteúdo de N na

planta (NC). Esse conteúdo de N é o produto da produção de massa seca pela

concentração de N no tecido. Os valores de NC aumentaram até 6,25 vezes de

acordo com o aumento da dose de N. O mesmo comportamento foi observado

por PRIMAVESI et al. (2004), em experimento conduzido com capim-

Coastcross sob doses de N, sendo o acréscimo de NC forma quadrática para

uréia e nitrato de amônio. A extração dos nutrientes ocorreu de forma

quadrática para N, com melhores resultados em torno da dose máxima

aplicada de N, respectivamente, para uréia e nitrato de amônio.

De acordo com FREITAS et al. (2005) o acréscimo com elevação da

dose de N pode ser explicado, porque esse nutriente tem a função de estimular

a formação de brotos e a rebrota da planta, interagindo com o P e acelerando o

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50

processo fotossintético, gerando, como conseqüência, uma maior quantidade

de N contido no tecido da planta.

CARVALHO & SARAIVA (1987) observaram que o NC aumenta à

medida que se eleva a aplicação de N, com reflexos diretos sobre os teores de

proteína bruta da pastagem.

Resultados semelhantes foram relatados por FREITAS et al. (2005)

que determinaram teores de NC de 33,79; 40,26; 48,70 e 69,07 por Kg de N

extraído para as doses referentes a 70; 140; 210 e 280 kg.ha-1 de N. Esses

mesmos autores observaram ainda, que o NC diminuiu com o decorrer dos

cortes, o que sugere que as forrageiras vão perdendo o potencial de rebrota

em função do esgotamento das reservas de nutrientes armazenadas nos

tecidos.

Em relação à RAN, observou-se que à medida em que as doses de

N foram aumentadas ocorreu um decréscimo da RAN, sendo que os maiores

valores foram encontrados na dose de 100 kg.ha-1 de N. Esse ccomportamento

na recuperação de N, também foi determinada por PRIMAVESI et al. (2000) em

experimento com aplicação do nitrato de amônio, devido à redução da

eficiência da produção de massa seca. De acordo com CORSI (1975), baixa

recuperação do N pelas forrageiras tropicais deveria ser esperada, devido à

profundidade dos solos e chuvas fortes em alguns períodos. Porém, quando o

adubo é corretamente aplicado grande parte do N pode ser recuperado.

É oportuno destacar que as respectivas ECAN de N foram de 73.52;

67.89 e 52.91 kg de MS produzidos por kg de N aplicado. Ainda, as

porcentagens de RAN foram de 50,01; 45,21 e 32,62%. Enquanto as

eficiências de utilização de N diminuem com a elevação das doses, as

porcentagens de recuperação aumentam. Segundo BARROS et al. (2002)

possivelmente isso ocorre porque as produções de MS foram crescentes e

lineares em virtude das doses de N aplicadas.

Nesse experimento as aplicações de 100 a 300 kg.ha-1 de N foram

as doses mais eficientes quanto a produção de massa seca do capim-

mombaça por quilograma de N aplicado de N. ALVIM et al. (2000) definiram

que a melhor dose encontra se na faixa entre 100 e 200 kg.ha-1 de N, embora

possa comprometer a persistência dessa forrageira.

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51

As alturas residuais avaliadas não influenciaram (P>0,05) a ECAN,

NC e RAN (Tabela 39), com valores médios de 48,21 e 48,94 kg.ha-1; 187,79 e

180,52 Kg de N extraído e 29,93 e 33,98 % para as alturas residuais de 0,20 e

0,40m, respectivamente.

TABELA 39 - Eficiência de conversão aparente do nitrogênio, nitrogênio acumulado no tecido da planta e recuperação aparente do nitrogênio em pastagem de capim-mombaça submetida a alturas de corte no período chuvoso e seco em Goiânia-GO.

Altura (m)

ECAN (kg.ha-1)

NC (Kg de N extraído)

RAN (%)

0,20 48,21 187,79 29,93 0,40 48,94 180,52 33,98

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05)

5.5 Fracionamento da proteína

As frações protéicas diferiram (P<0,05) em função das doses de N

aplicadas, assim como entre as alturas de corte avaliadas nas duas estações

do ano. Nas Tabelas 40 e 41, são apresentados os valores médios

determinados para as diferentes frações da proteína (A, B1, B2, B3 e C)

submetidas a doses de N, enquanto nas tabelas 42 e 43 referem-se às alturas

residuais 0,20 e 0,40m nos períodos chuvoso e seco, respectivamente.

O nitrogênio não protéico (NNP) no período chuvoso não diferiu entre

as alturas e doses, exceto quando se aplicou 500 kg.ha-1 de N, com o menor

valor (27,62%).

No período seco verificou-se significância (P<0,05) tanto entre as

doses aplicadas como entre alturas avaliadas, sendo que valor superior

(38,97%) foi determinado na altura residual de 0,20 m.

Tal fato pode ser atribuído a maior proporção de folhas em relação

aos colmos presente nessa altura. Comportamento inverso foi observado por

CABRAL et al. (2000) em experimento conduzido com capim-tifton 85

submetido a alturas residuais, quando determinaram valores médios para as

frações A de 12,38 e 26,84 % para 0,30 e 0,50 m, respectivamente.

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52

TABELA 40 - Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça submetido a doses de N durante o período chuvoso

Frações Protéicas Doses de N

(kg.ha-1) Fração A Fração B1 Fração B2 Fração B3 Fração C

0 34,03A 2,07 A 20,15 B 34,79 C 8,94 C 100 34,17 A 2,69 A 22,59 A 31,53D 9,00 C 300 32,92 A 2,77 A 17,21C 37,23 B 9,85 B 500 27,62B 2,51 A 15,81 C 43,08 A 10,96 A

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

O avanço da maturidade caracterizado pela maior altura residual

resultou no aumento da fração A em 54%, o que implica em incremento do

suprimento de NNP aos microrganismos que fermentam os carboidratos

estruturais. Os maiores valores da fração A foram observados no período seco

com variação entre 34,94 e 38,97% para doses e de 38,97% e 35,50% nas

alturas de corte de 0,20 e 0,40 m, respectivamente.

TABELA 41 - Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça submetido a doses de N durante o período seco

Frações Protéicas Doses de N

(kg.ha-1) Fração A Fração B1 Fração B2 Fração B3 Fração C

0 34,94B 1,62 A 17,15 A 35,72 A 10,55 A 100 38,97A 1,58 A 12,82 B 35,98 A 10,63 A 300 36,76 B 1,99 A 16,08 A 35,19 A 9,96 B 500 38,28 A 1,84 A 17,46 A 32,28 B 10,12 A

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os valores médios dessa fração no período das águas variaram

entre 27,62 e 34,17% para as doses e entre 31,78 e 32,59% para as alturas

residuais de 0,20 e 0,40 m, respectivamente. Tais resultados se aproximam

dos determinados por GONÇALVES et al. (2001) quando trabalharam com três

cultivares de Cynodon e observaram variação entre 31,08 e 31,62 % da fração

A. Porém, essas altas proporções de NNP podem resultar em maiores perdas

nitrogenadas devido à falta do esqueleto de carbono prontamente disponível

para que a síntese de proteína microbiana ocorra. BALSALOBRE et al. (2003),

observaram teores de NNP no capim-tânzania variando entre 18,23 e 28,77%

da PB, sendo o menor valor para o primeiro ciclo de pastejo e os maiores para

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os últimos ciclos.

Valores da fração A extremamente inferiores aos determinados

nessa pesquisa foram relatados por LISTA et al. (2007a) quando avaliaram o

capim-mombaça e encontraram valores médios de 2,06; 1,41 e 1,59% para 1, 2

e 3 dias de pastejo. Tais resultados corroboram com aqueles encontrados por

PEREIRA et al. (2000) que determinaram fração A de 1,50% para a cana-de-

açúcar. CLIPES et al. (2005) em experimento conduzido em área de pastagem

com capim-mombaça rotacionada e irrigada, encontraram teores de 3,53%

para a fração A.

TABELA 42 - Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça, submetido a alturas de corte durante o período chuvoso

Frações Protéicas Altura (m) Fração A Fração B1 Fração B2 Fração B3 Fração C

0,20 31,78A 3,62 A 18,83 A 36,54 A 9,21 B 0,40 32,59 A 1,40B 19,06 A 36,77 A 10,16 A

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os valores encontrados para a fração B1 não apresentaram

diferenças significativas (P>0,05) entre doses de N, com valores médios entre

de 2,07 e 2,77%; 1,58 e 1,99% para período chuvoso e seco, respectivamente.

CABRAL et al. (2000) determinaram fração B1 de 9,17 e 4,03% para o capim-

tifton 85 nas alturas residuais de 0,30 e 0,50 m, respectivamente,

demonstrando que o avanço da maturidade implicou em redução na proporção

das frações em 56%.

Com relação às alturas de corte, verificou-se significância (P<0,05)

entre as mesmas, com maiores valores na altura residual de 0,20 m. Enquanto

que em experimento com capim-mombaça CLIPES et al. (2005) determinaram

fração B1 de 0,69%, valor este bastante inferior aos determinados nessa

pesquisa nas duas estações do ano.

A fração B2 diferiu entre as doses de N avaliadas (P<0,05) com

teores médios de 15,81 e 22,59%; 12,82 e 17,46% nos períodos chuvoso e

seco, respectivamente. As alturas residuais avaliadas não influenciaram sobre

essa fração no período chuvoso, comportamento inverso foi observado no

período seco, quando apresentaram os menores teores. CABRAL et al. (2000)

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encontraram valores médios da fração B2 de 29,37 e 23,50% nos resíduos de

0,30 e 0,50 m, observando-se uma redução de 20% entre as alturas avaliadas.

Essas alterações na fração B reduzem a disponibilidade de aminoácidos e

peptídeos no rúmen para os microrganismos que fermentam carboidratos não-

estruturais, e o suprimento de proteína dietética potencialmente digerível para o

intestino delgado. Tais resultados estão de acordo com os encontrados por

BALSALOBRE et al. (2003), quando relataram variação entre 14,96 e 25,16%

no capim-tanzânia e com aqueles citados por GONÇALVES et al. (2001) que

avaliaram cultivares de Cynodon e determinaram valores médios para a fração

B2 de 15,98% - Coast-cross; 18,13% - Tifton 44 e 20,50% - Tifton 85. Valores

superiores aos determinados nessa pesquisa foram relatados por RIBEIRO et

al. (2001), em experimento com feno de Tifton encontraram valores próximos

da proteína insolúvel, com taxa de degradação intermediária (B2), entre os

fenos, com valores médios de 31,34; 30,48; 30,37 e 31,24% para as idades de

rebrota de 28, 35, 42 e 56 dias, respectivamente. PEREIRA et al. (2000)

observaram que a maior parte dos compostos nitrogenados da cana-de-açúcar

encontra-se na forma de fração B2 (71,01%), essa fração propicia

disponibilidade de nitrogênio solúvel e peptídeos no rúmen. Por outro lado,

CLIPES et al. (2005) encontraram para o capim-mombaça fração B2 de apenas

4,25%.

TABELA 43 - Estimativa das frações (% MS) dos compostos nitrogenados pelo sistema CNCPS do capim-mombaça, submetido a alturas de corte durante o período seco

Frações Protéicas Altura (m) Fração A Fração B1 Fração B2 Fração B3 Fração C

0,20 38,97A 1,92 A 15,28 B 33,09 B 10,72 A 0,40 35,50B 1,59 B 16,48 A 36,49 A 9,92 B

Letras maiúsculas distintas nas mesmas linhas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Os valores encontrados para as frações B1 + B2 por CABRAL et al.

(2004) foi 44,04% da PB para o feno de capim-tifton-85; LISTA et al. (2007a)

determinaram em pastagens de capim-Mombaça valores médios de 6,67; 5,68

e 5,51%, para 1, 2 e 3 dias de pastejo, verificando-se redução dessas frações

em função do aumento dos dias de ocupação.

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A fração B3 que constitui a porção de proteína insolúvel, com taxa de

degradação lenta apresentou variação de 31,53 a 43,08% no período chuvoso,

observando diferença (P<0,05) e variação de 32,28 a 35,98% no período seco,

quando se determinou diferença (P<0,05) somente por ocasião da aplicação da

dose equivalente a 500 kg.ha-1 de N. Com relação ás alturas de cortes,

observou-se significância no período seco, com teores médios de 33,09 e

36,49% para 0,20 e 0,40 m, respectivamente. Resultados semelhantes foram

relatados por BALSALOBRE et al. (2003), que encontraram valores médios em

torno de 40% da PB na fração B3 e CABRAL et al. (2000) que observaram

valores médios do capim-tifton 85 de 40,82 e 43,23% para resíduo de 0,30 e

0,50m, respectivamente. RIBEIRO et al. (2001) determinaram fração B3 entre

35,02 e 36,62%, para as idades de rebrota de 42 e 35 dias, respectivamente,

enquanto aos 56 dias foi de 26,55%, valor esse que se encontra na faixa de até

10,07 unidades percentuais inferior as demais idades avaliadas. LISTA et al.

(2007a) em trabalho conduzido em pastagens de capim-mombaça

determinaram valores médios das frações B3 de 2,69; 1,94 e 2,33% e CLIPES

et al. (2005) avaliaram o mesmo capim irrigado e observaram fração B3 de

4,39%.

A proporção de proteínas insolúveis não digeríveis no rúmen e

intestinos (Fração C) diferiu (P<0,05) entre doses e alturas em ambos períodos

avaliados, com valores médios da ordem de 8,94 a 10,96%; 9,21 e 10,16%;

9,96 a 10,63%; 9,92 e 10,72% entre doses e alturas de 0,20 e 0,40 m, nos

períodos chuvoso e seco, respectivamente. No período chuvoso o acréscimo

de N favoreceu a elevação dos valores dessa fração. Tal fato pode ser

atribuído em função da vigorosa taxa de alongamento do colmo, resultando em

maior conteúdo da parede celular da planta forrageira. Enquanto, no período

seco os teores não apresentaram comportamento linear e foram semelhantes

entre si. CABRAL et al. (2000) determinaram para o capim-tifton 85 valores

médios para a fração C de 8,26 e 11,40% para 0,30 e 0,50m, respectivamente.

Embora a proporção da fração C tenha aumentado em 27%, com o avanço da

maturidade, seu teor (g/kg-1. MS) foi praticamente similar para as duas alturas

de corte, o que é explicado pelo maior porcentual de PB na planta mais nova.

PEREIRA et al. (2000) encontraram teor médio de 3,50% na cana-de-açúcar.

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Nota-se que a fração C apresentou acréscimos sendo maior na altura

de 0,40 m, no período chuvoso, provavelmente em decorrência da presença do

nitrogênio ligado à lignina contida nos caules. Nesse sentido, GONÇALVES et

al. (2001) avaliaram gramíneas do gênero Cynodon e notaram que a fração C

comportou-se de forma linear com o avanço na idade ao corte, variando de

22,77 a 25,79%.

Valores inferiores da fração C são desejáveis, visto que, o aumento da

indisponibilidade de parte da proteína bruta constitui um dos efeitos mais

negativos do avanço da idade fisiológica da planta, sob o ponto de vista

nutricional. Entretanto, segundo VAN SOEST (1994) de 5 a 15% do N total das

forragens encontra-se ligado à lignina, permanecendo totalmente indisponível.

Resultados satisfatórios para a fração C foram determinados por CLIPES et al.

(2005) e por LISTA et al. (2007b) em pastagens de capim-mombaça com

valores médios de 0,68% e 1,27; 1,29 e 1,42% respectivamente.

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6 CONCLUSÃO

- Com base nos resultados determinados com os tratamentos

aplicados, é possível confirmar o elevado potencial de produção e valor

nutricional do capim-mombaça.

- A dose de 300 kg.ha-1 de N é a mais eficiente quanto à obtenção de

massa seca e melhores valores de ECAN, RAN e NC. - As alturas residuais influenciaram somente nos valores das frações

protéicas, com adequados valores da fração C.

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ANEXOS

ANEXO 1 - Variáveis climáticas observadas durante o período experimental.

Meses/ano Insolação (horas)

Precipitação pluvial (mm)

Temperatura média do ar (0C)

Máxima Mínima Média

Novembro/2005 135,1 297,0 30,2 18,3 24,5 Dezembro/2005 120,7 375,7 29,1 18,8 23,0 Janeiro/2006 193,7 173,4 30,9 18,2 23,8 Fevereiro/2006 127,5 230,2 30,3 18,9 23,4 Março/2006 151,0 326,0 30,3 19,0 23,4 Abril/2006 195,1 159,8 30,6 17,5 22,8 Maio/2006 241,7 22 29,6 11,9 19,6 Junho/2006 254,1 0,0 29,2 10,8 19,0 Julho/2006 248,9 0,0 30,0 9,9 19,3 Agosto/2006 268,2 1,6 32,9 12,5 22,1 Setembro/2006 200,8 45,8 32,6 15,4 23,3 Outubro/2006 140,8 268,6 30,3 18,5 23,5 Fonte: Estação Evaporimétrica de primeira classe, Escola de Agronomia – UFG.

ANEXO 2 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média da produção de massa seca das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF), colmo (C) e matéria morta (MM) do capim-mombaça

AMOSTRA R2 CV MÉDIA PI 0,91 28,61 1588 LF 0,91 27,18 1177 C 0,25 156,22 207

MM 0,41 224,76 20,51

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ANEXO 3 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de matéria seca (MS) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA

PC PS PC PS PC PS PI 0,94 0,99 5,93 9,41 20,45 13,51 LF 0,91 0,99 7,06 9,37 21,11 13,07 C 0,95 0,67 23,29 56,89 7,78 8,76

ANEXO 4 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de proteína (PB) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA PC PS PC PS PC PS

PI 0,73 0,99 7,62 8,91 9,08 4,65 LF 0,89 0,97 5,25 16,52 8,82 4,79 C 0,95 0,78 23,15 47,14 4,36 4,04

ANEXO 5 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA PC PS PC PS PC PS

PI 0,53 0,99 1,75 2,22 72,55 43,15 LF 0,83 0,99 1,36 2,58 73,46 43,44 C 0,94 0,72 23,29 50,45 43,35 49,54

ANEXO 6 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de fibra em detergente ácido (FDA) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA PC PS PC PS PC PS

PI 0,81 0,99 2,38 3,86 42,94 25,58 LF 0,87 0,99 1,91 4,25 43,27 25,20 C 0,94 0,72 23,61 50,79 26,82 28,80

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ANEXO 7 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de lignina (Lig) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA PC PS PC PS PC PS

PI 0,56 0,99 7,96 9,18 7,99 4,70 LF 0,64 0,98 7,28 10,33 8,25 5,01 C 0,94 0,74 24,73 49,14 4,66 5,81

ANEXO 8 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de celulose (Cel) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA

PC PS PC PS PC PS PI 0,81 0,99 3,04 3,16 31,54 18,90 LF 0,77 0,99 2,53 3,01 31,82 17,95 C 0,94 0,71 23,66 51,60 22,57 22,54

ANEXO 9 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de hemicelulose (Hem) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRAS R2 CV MÉDIA

PC PS PC PS PC PS PI 0,68 0,99 3,20 4,15 29,60 17,54 LF 0,54 0,99 3,00 3,26 30,17 18,23 C 0,94 0,72 23,00 50,64 16,52 20,79

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ANEXO 10 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) das amostras de planta inteira (PI), lâmina foliar (LF) e colmo (C) do capim-mombaça no período chuvoso (PC) e seco (PS)

AMOSTRA R2 CV MÉDIA

PC PS PC PS PC PS PI 0,68 0,99 4,94 4,23 55,38 32,01 LF 0,73 0,99 4,14 7,21 54,32 31,39 C 0,94 0,71 23,77 52,00 34,98 37,87

ANEXO 11 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos valores de eficiência de conversão aparente do nitrogênio (ECAN), recuperação aparente do nitrogênio (RAN) e nitrogênio contido (NC) da planta inteira (PI) do capim-mombaça

PARÂMETRO R2 CV MÉDIA ECAN 0,93 17,24 48,58 RAN 0,89 23,38 31,96 NC 0,95 13,81 184,16

ANEXO 12 - Valores do coeficiente de determinação (R2), coeficiente de variação (CV) e média dos teores das frações A, B1, B2, B3 e C da proteína bruta da planta inteira (PI) do capim-mombaça

FRAÇÕES R2 CV MÉDIA

PC PS PC PS PC PS Fração A 0,78 0,49 4,79 6,80 32,18 37,24 Fracão B1 0,82 0,31 22,55 21,36 2,51 1,76 Fração B2 0,77 0,75 8,10 7,58 18,94 15,88 Fração B3 0,92 0,65 3,61 5,05 36,66 34,79 Fração C 0,90 0,57 3,47 4,47 9,69 10,32