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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA
CAMPUS ROLIM DE MOURA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
CURSO DE BACHARELADO ENGENHARIA FLORESTAL
KAREM NATANY TOLEDO BUENO
POTENCIAL EXPLORATÓRIO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO
MADEIREIROS NA FLONA DO JAMARI-RO
ROLIM DE MOURA
2017
KAREM NATANY TOLEDO BUENO
POTENCIAL EXPLORATÓRIO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO
MADEIREIROS NA FLONA DO JAMARI-RO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Departamento de
Engenharia Florestal da Fundação
Universidade Federal de Rondônia,
como requisito parcial para obtenção
do Grau de Bacharelado em
Engenharia Florestal, Sob a orientação
da Professora Dra. Marta Silvana
Volpato Sccoti.
ROLIM DE MOURA
2017
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo realizar uma análise do potencial exploratório de produtos
florestais não madeireiros (PFNMs) na Unidade de Manejo Florestal III, na Floresta Nacional
(Flona) do Jamari. Os dados foram obtidos do inventario florestal realizado pela Empresa
Concessionaria em 2017. Foram selecionadas do conjunto de espécies apenas aquelas de
potencial não madeireiro com demanda atual de mercado e que atendam a indústria de
artesanatos, alimentação, cosméticos e de uso medicinal de acordo com pesquisas
bibliográficas. Foi feita a análise da composição florística, estrutura fitossociológica e analise
do contrato de concessão florestal em relação ao uso dos PFNMs. Os resultados obtidos
mostraram que a Flona do Jamari apresenta potencial de espécies para o uso não madeireiro,
porém algumas espécies não estão listadas no contrato de concessão tornando-se limitada a
exploração desses recursos florestais. As espécies mais importantes foram a Castanheira
(Bertholletia excelsa) (3,96%), seguida do Breu (Protium sp) (3,94%) e Copaíba (Copaifera
multijuga) (2,56%). De maneira geral os resultados mostraram que as espécies classificadas
de uso não madeireiro na sua maioria são abundantes na área, no entanto poucas têm seu
produto conhecido e autorizado para exploração nos planos de manejo florestal.
Palavras-chaves: Unidades de conservação; Concessões florestais; Estrutura fitossociológica.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
2 OBJETIVO 8
2.1 Geral 8
2.2 Específico 8
3 REVISÃO DE LITERATURA 9
3.1 Política de concessão florestal 9
3.2 Produtos florestais não madeireiros (PFNMs) 11
3.2.1 Manejo dos produtos florestais não madeireiros 12
4 MATERIAL E MÉTODOS 14
4.1 Localização da área de estudo 14
4.2 Metodologia 15
4.3 Análise dos dados 15
4.3.1 Composição florística e estrutura fitossociológica 15
4.3.2 Potencial de espécies não madeireiras na Flona do Jamari 17
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 18
5.1 Composição florística e estrutura horizontal das espécies de uso não madeireiro 18
6 CONCLUSÃO 24
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
6
1 INTRODUÇÃO
O elevado grau de destruição das florestas, o uso irracional dos seus recursos,
entre outros meios de degradação, gerou a necessidade de delimitações de áreas destinadas
para a conservação da natureza, sendo estas denominadas Unidades de Conservação (UCs),
regidas pela lei 9.985/2000 SNUC- Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a qual
estabelece os critérios e normas para a criação, implantação e gestão destas áreas (BRASIL,
2000). Estas unidades são espaços territoriais legalmente protegidos pelo Poder Público, com
objetivo de conservação através da imposição de limites e de uso múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa científica (SFB/ICMBio, 2017).
As áreas integrantes do SNUC são divididas em dois grupos, com características
específicas, denominadas em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto por cinco categorias de
unidade de conservação, sendo definidas em: (i)Estação Ecológica; (ii)Reserva Biológica;
(iii)Parque Nacional; (iv)Monumento Natural e (v)Refúgio de Vida Silvestre (BRASIL,
2000). Já as categorias que constitui o grupo das Unidades de Uso Sustentável são divididas
em sete categorias, sendo: (i)Área de Proteção Ambiental; (ii)Área de Relevante Interesse
Ecológico; (iii)Floresta Nacional; (iv)Reserva Extrativista; (v)Reserva de Fauna; (vi)Reserva
de Desenvolvimento Sustentável e (vii)Reserva Particular do Patrimônio Natural (BRASIL,
2000).
Segundo Balieiro et al. (2010), a instituição destas áreas vem sendo considerado
um grande avanço no sentido de substituir ações predatórias no uso da floresta por um sistema
sustentável, do ponto de vista ambiental e social. Neste mesmo cenário, destaca-se a Lei
11.284/2006 que dispõe sobre a gestão de florestas públicas, responsável pela criação de
florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos do art. 17 da Lei 9.985/2000, e sua
gestão direta, sendo também de sua responsabilidade a destinação de florestas públicas às
comunidades locais e a concessão florestal (BRASIL, 2006), que compreende um modelo de
gestão de florestas públicas, no qual o governo concede às empresas e comunidades, o direito
de manejar essas áreas explorando a madeira e produtos não madeireiros, além de oferecer
serviços de turismo (SFB, 2016a).
No caso das Florestas Nacionais (Flonas), que são alvos das concessões,
juntamente com florestas estaduais e municipais, o manejo dos recursos naturais é promovido
com ênfase na produção de madeira e outros produtos vegetais; além de garantir a proteção
7
dos recursos hídricos, das belezas cênicas, dos sítios históricos e arqueológicos, o incentivo ao
desenvolvimento de pesquisa cientifica básica e aplicada, de atividades de educação
ambiental, recreação, lazer e turismo (MARQUES; MARQUES; RORIZ, 2009).
No Estado de Rondônia, existem duas Florestas Nacionais em regime de
concessão, a flona do Jamari e a de Jacundá (SFB, 2016b). A FLONA do Jamari, sob
concessão florestal, será objeto de abordagem do presente estudo considerando a Unidade de
Manejo Florestal III concedida à empresa Amata, vencedora do processo licitatório em 2007
(SFB, 2017a). Desde então, assinado o contrato de concessão em 2008, a empresa recebeu a
UMF III para a exploração de madeira, material lenhoso residual de exploração, produto não-
madeireiro e serviços (SFB, 2017a).
A concessão florestal, prioriza o uso múltiplo da floresta, que segundo Souza e
Soares (2013), os benefícios da floresta podem ser diretos (produto madeireiro e não
madeireiros) e indiretos (efeitos no clima, regime das aguas, poluição e bem estar social),
sendo que os produtos não madeireiros são representados pela produção de resina, essências,
fitoterápicos, sementes, óleos, frutos, fibras, etc.
Neste caso, o presente estudo tem por objetivo realizar uma análise do potencial
da área para a exploração dos produtos florestais não madeireiros (PFNMs) e relacionar essas
informações com os contratos de concessão identificando a viabilidade do uso desses
produtos da floresta nos planos de manejo florestal.
8
2 OBJETIVO
2.1 Geral
Analisar o potencial de uso dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) na
Unidade de Manejo Florestal III, na Flona do Jamari da UMF III.
2.2 Específico
Verificar a composição florística e estrutura horizontal das espécies de uso não
madeireiro;
9
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Política de concessão florestal
Desde 2006, criada a possibilidade da concessão de áreas de florestas públicas, o
governo passou a ter autonomia em ceder a empresas e comunidades o direito de manejar suas
florestas para extrair madeira, produtos não madeireiros e serviços de turismo (SFB, 2016a).
De maneira mais esclarecedora, a concessão florestal é um processo pelo qual a
federação concede a empresas privadas, ONGs, ou associações comunitárias o direito de
praticar o manejo florestal sustentável em uma floresta pública, podendo ser realizada a
colheita de produtos florestais, que de acordo com o art. 3o da LGFP inclui, produtos
madeireiros e não madeireiros (BRASIL, 2006). Sendo habilitadas para participar do processo
de licitação somente as empresas ou outras pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede e administração no País (BRASIL, 2006).
Este processo de concessão ocorre por meio de licitação pública, através da
publicação do edital, assim a empresa vencedora assume o compromisso associado ao manejo
responsável da área e pagam ao governo quantias que variam em função da proposta
apresentada durante o processo de licitação das áreas. O concessionário será responsável por
cumprir todas as obrigações formalizadas mediante contrato de concessão (BRASIL, 2006).
Para reger todos estes procedimentos, foi criada a Lei de Gestão de Florestas
Públicas, nº 11.284, de 2006, e a Lei Geral de Licitações (8666/93). A primeira instituiu o
Serviço Florestal Brasileiro (SFB) na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Fundo
Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF) (BRASIL, 2006), e criou a possibilidade das
já mencionadas concessão de áreas de florestas pública, descrevendo como ocorre esse
processo.
Sendo assim a primeira etapa do processo de licitação de uma concessão florestal
é a seleção das florestas que podem ser submetidas a esse processo (IEF, 2015), etapa que de
acordo com a LGFP constitui do Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF), proposto pelo
órgão gestor e definido pelo poder concedente que, conterá a descrição de todas as florestas
públicas a serem submetidas a processos de concessão no ano em que vigorar (BRASIL,
2006). As áreas escolhidas para integrar o PAOF são definidas sob análise criteriosa de
acordo com a metodologia estabelecida e posteriormente divulgada (IEF, 2015).
10
A base do PAOF é o Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) (IEF,
2015), no qual é interligado ao Sistema Nacional de Cadastro Rural e integrado pelo
Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União e pelos cadastros de florestas públicas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2006). O CNFP é elaborado com o
intuito de auxiliar os processos de destinação das florestas públicas para uso comunitário,
criação de unidades de conservação e realização de concessões florestais (SFB, 2017b). É um
instrumento de planejamento da gestão florestal, e reúne dados georreferenciados sobre as
florestas públicas brasileiras, oferece aos gestores públicos e à população em geral uma base
confiável de mapas, imagens e dados com informações relevantes para a gestão florestal,
ainda contribui para a transparência, e incentiva a participação social e unificação das
informações sobre as florestas públicas. (SFB, 2017b).
Após a elaboração do PAOF em acordo com o CNFP, estas áreas passam por uma
análise para verificar se são aptas e passíveis de serem incluídas no processo de concessão
(SFB, 2009).
Assim, a etapa seguinte é a elaboração do edital de licitação, é feito pelo poder
concedente observando os critérios e as normas gerais da Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993 (BRASIL, 2006). Este processo conta com informações sobre a área a ser destinada para
o manejo florestal sustentável, contendo a descrição dos produtos e serviços e das condições
necessárias para a exploração sustentável, acrescenta a delimitação da unidade de manejo que
será ofertada juntamente com os resultados do inventário amostral, complementando com
demais informações que determinam preços, prazos, documentos, entre outros (BRASIL,
2006).
O Art. 8o da LGFP, estabelece que previamente ao lançamento do edital de cada
lote de concessão, o ato deverá ser submetido à audiência pública, por região, realizada pelo
órgão gestor (BRASIL, 2006).
A escolha da empresa vencedora da licitação é feita de acordo com os critérios de
seleção que julga como a melhor proposta aquela que combina os critérios de maior preço
ofertado com a melhor técnica de manejo, sendo esta a que causa menor impacto ambiental,
maior benefício social direto, maior eficiência e agregação de valor ao produto ou serviço
florestal na região da concessão (BRASIL, 2006).
Após resultado do edital de licitação, o Serviço Florestal Brasileiro é o
responsável pela gestão do contrato de concessão, que descreve os produtos e serviços a
serem explorados pela concessionária, os valores a serem pagos, critérios bonificadores, entre
outros (SBF, 2017c).
11
3.2 Produtos florestais não madeireiros (PFNMs)
Todo produto advindo da floresta que não seja madeira, são considerados
produtos florestais não-madeireiros (PFNMs), como: folhas, frutos, flores, sementes,
castanhas, palmitos, raízes, bulbos, ramos, cascas, fibras, óleos essenciais, óleos fixos, látex,
resinas, gomas, cipós, ervas, bambus, plantas ornamentais, fungos e produtos de origem
animal (MACHADO, 2008).
Outra definição, de acordo com o Ministério do meio ambiente (MMA), diz que
estes produtos são de origem vegetal, classificados como não-lenhosos, tais como resina, cipó,
óleo, sementes, plantas ornamentais, plantas medicinais, entre outros, como serviços sociais e
ambientais, que são as reservas extrativistas, o seqüestro de carbono, conservação genética e
outros benefícios oriundos da manutenção da floresta (MMA, 2017).
Visto a grande variedade de PFNMs existente, é perceptível a grande importância
destes para povos e comunidades, principalmente da Amazônia e de consumidores em todas
as partes do mundo (MACHADO, 2008).
Sendo assim, em uma atividade que envolve grande quantidade de produtos é
preciso planejamento e preparo da equipe para realização da colheita, uma vez que, seja qual
for o material recolhido da floresta, se retirado de forma irracional, comprometerá a regulação
do ambiente, pois, cada produto, seja o fruto, as folhas, são componentes essenciais para a
dinâmica da floresta, exigindo muita cautela em sua exploração. E para isto, o Manejo dos
produtos não madeireiros, num cenário mais atual, vem ganhando espaço e surge como
proposta da ciência e de governos contemporâneos, uma vez que, os estudos mostram que,
além do potencial de ampliação dos produtos obtidos, a atividade pode proporcionar maior
participação de pessoas, apresentando importante componente de subsistência, uma vez que
há indicações que a geração de emprego em áreas florestais onde se trabalha com a obtenção
de PFNMs é de 5 à 15 vezes maior do que no processo da simples exploração madeireira
(BRITO, 2003), além disso, também possui grande potencial de incentivo econômico para
frear a devastação da floresta. (FIEDLER; SOARES; SILVA, 2008).
No Brasil, a extração dos PFNMs foi impulsionada a partir da realização do
evento Rio 92, onde surgiu o conceito de sustentabilidade, cujo princípio é que as ações do
presente não devem comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das futuras
gerações (FIEDLER; SOARES; SILVA, 2008).
Muitos produtos possuem importância primária para aplicações domésticas e para
a economia local. Outros se elevam à categoria de produtos com grande importância
12
comercial juntamente ao mercado internacional, seja na sua forma original ou sob diferentes
estágios de processamento (BRITO, 2003).
No entanto, segundo Bentes-Gama et al. (2007) a realização de estudos
ecológicos, econômicos e de manejo das espécies se tornam imprescindíveis para que novas
formas de uso da biodiversidade sejam incentivadas, visando a produção de fluxo contínuo
desses recursos, de forma a maximizar suas funções ecológicas, culturais e econômicas, com
menor impacto possível sobre o meio ambiental e social.
3.2.1 Manejo dos produtos florestais não madeireiros
O manejo dos produtos florestais não madeireiros passa a ser fundamental no
momento em que estes deixam de ser consumidos apenas para a subsistência das comunidades
locais e passam para uma escala comercial, assim o manejo sustentável destes produtos
proporcionará o controle e a diminuição do impacto de sua extração/coleta sobre a floresta e
sobre as populações, mantendo dessa forma, a estrutura original da floresta, suas funções
ecológicas, como também a integralidade de sua biodiversidade (MACHADO, 2008).
No entanto, mesmo sabendo dos inúmeros benefícios que estes produtos
proporcionam às comunidades locais e ao meio ambiente, Paes-de-Souza et al. (2011)
afirmam não ser representativas as publicações sobre a aplicação e manejo deste produto,
dificultando a avaliação do mesmo.
Porém, algumas boas técnicas de exploração e tratamento foram desenvolvidas a
fim de integrar o manejo dos PFNMs. Machado (2008) criou um manual com sugestões para
o manejo participativo em comunidades da Amazônia, um material onde as propostas de
trabalhos são divididas em etapas no qual diz ser um método a contribuir em um processo
contínuo de aprendizagem, que preferencialmente, povos, comunidades, técnicos e
pesquisadores estejam trabalhando juntos e construindo, de forma cada vez mais sólida, os
saberes sobre o manejo de PFNMs.
Neste sentido, Machado (2008) apresenta aspectos a serem considerados anterior
ao manejo, classificada como a fase pré-coleta, que envolve a organização, participação e o
fortalecimento da equipe de trabalho, assim como o levantamento do potencial local para o
manejo, indica-se ainda nesta fase, alguns métodos para o mapeamento da área, e
apresentação do contexto legal da atividade.
Posteriormente, são desenvolvidas atividades construtivas da fase de coleta, que
envolve a apresentação de ideias importantes para o manejo, os procedimentos de coleta,
13
equipamentos de coleta, estimativas de produção, ciclo de coleta, controles de coleta e
medidas mitigadoras de impactos.
Após estes procedimentos, adentra-se à fase pós-coleta, que envolve um conjunto
de tratamentos dados aos produtos, assim como o transporte, o armazenamento e o
monitoramento do manejo e seus impactos e por último, assuntos relativos a comercialização
e aos desafios na cadeia produtiva de PFNMs (MACHADO, 2008).
14
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Localização da área de estudo
O estudo foi realizado na Unidade de Manejo Florestal III (UMF III) na Floresta
Nacional do Jamari.
A UMF III localiza-se na parte sudoeste da FLONA, com uma área de
aproximadamente 46 mil hectares que está inserida, em sua maior parte (95%), no município
de Itapuã do Oeste (Figura 1). O principal acesso se faz pela BR-364, que está localizada ao
leste da FLONA (SFB, 2017c).
Figura 1 – Localização da UMF III, Flona do Jamari, RO. (Fonte: SFB, 2017c).
O clima da região é classificado do tipo Am (Clima Tropical umido), com período
seco bem definido durante os meses de junho a agosto, quando ocorre um moderato déficit
hídrico, popularmente chamado de “inverno”. O período chuvoso corresponde ao primeiro
semestres e o período de menor índice pluviométrico e maiores temperaturas “verão”, no
segundo semestre do ano (ALVARES et al., 2013).
15
Os tipos de solos formadores da FLONA são distribuídos em quatro ordens
primárias: Regossolos; Solos Concrecionários Distróficos; Latossolos; e Podzólicos
Vermelho-Amarelos Distróficos (MMA, 2008).
A Hidrografia da área é basicamente formada pelas bacias dos rios Jacundá (cobre
79,27% da área), Jamari (16,96% da área) e Preto do Crespo (3,4% da área) (MMA, 2008).
A vegetação predominante na Floresta Nacional do Jamarí inclui a Floresta
Tropical Ombrófila Densa, com fasciações de Floresta Ombrófila Aberta, que podem
apresentar-se com predominância de palmeiras ou com cipós, sendo apontadas por alguns
levantamentos a ocorrência de 250 espécies distribuídas em 55 famílias (MMA, 2008).
4.2 Metodologia
Em uma área de 24145,93 ha na UMF III foram marcada pela Empresa
Concessionária 36 parcelas distribuídas de forma aleatória com dimensões de 50 x 250 m,
totalizando 45 ha de área amostral. Todos os indivíduos com DAP ≥ 40 cm foram
mensurados. Destes indivíduos, foram coletados dados de altura e diâmetro, a identificação
das espécies foi realizada no campo por mateiros especializados e conferidos os nomes
científicos e famílias no Laboratório de Manejo Florestal da Universidade Federal de
Rondônia e seus respectivos usos.
Para o estudo, foram selecionadas do conjunto de espécies apenas aquelas de
potencial não madeireiro, com demanda atual de mercado e que atendam a indústria de
artesanatos, alimentação, cosméticos e uso medicinal de acordo com pesquisas bibliográficas.
4.3 Análise dos dados
4.3.1 Composição florística e estrutura fitossociológica
Foram determinadas as estrutura horizontal das espécies, a qual compreende as
variáveis de densidade, frequência e dominância, absolutas e relativas e, o Índice de Valor de
Importância (FELFILI; VENTUROLI, 2000; SOUZA; SOARES, 2013).
A densidade absoluta (DA) representa o número de indivíduos por unidade de
área, enquanto a densidade relativa (DR) expressa em porcentagem.
16
𝐷𝐴𝑖 =𝑛𝑖
𝐴 𝐷𝑅𝑖 =
𝐷𝐴𝑖
DTA∙ 100
Em que:
𝐷𝐴𝑖 =densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por hectare, por
espécie;
𝐷𝑅𝑖 =densidade relativa (%) da i-ésima espécie;
𝑛𝑖= número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
DTA = densidade total, em número de indivíduos por hectare;
A = área total da amostra em hectare.
A Frequência Absoluta (FA) e relativa (FR) expressam a distribuição de cada
espécie na área, caracterizada pela ocorrência destas dentro das unidades amostrais.
𝐹𝐴𝑖 =𝑈𝑖
𝑈𝑡∙ 100 𝐹𝑅𝑖 =
𝐹𝐴𝑖
∑ 𝐹𝐴𝑖𝑠𝑖=1
∙ 100
Em que:
FAi = frequência absoluta da i-ésima espécie (%)
FRi = frequência relativa da i-ésima espécie (%)
Ui = número de unidades de amostras nas quais foram encontradas a espécie
Ut = número total de unidades de amostra
A Dominância Absoluta (DoA) demonstra a influência que cada espécie tem
sobre a cobertura total da vegetação e a dominância relativa (DoR) esse valor em percentual.
𝐷𝑜𝐴𝑖 =𝐺𝑖
𝐴 𝐷𝑜𝑅𝑖 =
𝐷𝑜𝐴𝑖
𝐷𝑜𝑇∙ 100
Em que:
DoAi = dominância absoluta da i-ésima espécie, em m².ha-1;
Gi = área basal da da i-ésima espécie, em m²;
A = área amostrada em hectare;
DoR = dominância relativa (%) da i-ésima espécie;
DoAi = dominância absoluta da i-ésima espécie, em m².ha-1; (%);
DoT = dominância total em m2.ha-1.
A combinação, em uma única expressão, das estimativas de densidade,
dominância e frequência relativas representam Índice de Valor de Importância (VI).
𝐼𝑉𝐼 =𝐷𝑅𝑖 + 𝐷𝑜𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖
3
17
Em que:
IVI= índice de valor de importância;
DRi= densidade relativa (%) da i-ésima espécie;
DoR= dominância relativa (%) da i-ésima espécie;
DRi= densidade relativa (%) da i-ésima espécie;
FRi :frequência relativa da i-ésima espécie;
DoR: dominância relativa (%) da i-ésima espécie.
Os resultados foram obtidos utilizando a ferramenta Microsoft Office Excel
(2013).
4.3.2 Potencial de espécies não madeireiras na Flona do Jamari
Foi realizado um estudo bibliográfico das espécies florestais com potencial de uso
artesanal, alimentício, cosmético e medicinal (Tabela 1). Os resultados obtidos com a
pesquisa foram comparados com os dados do inventario florestal verificando a
disponibilidade destes produtos florestais não madeireiros em atender a demanda de mercado
dos grupos citados acima.
Comparou-se a listagem de espécies não madeireiras permitidas para exploração
de acordo com o contrato de concessão florestal da UMF III. No contrato de concessão as
espécies permitidas para exploração não madeireira são as seguintes: Bacaba (Oenocarpus
bacaba); Cipó (Heteropsis flexuosa); Patauá (Oenocarpus bataua); Buriti (Mauritia flexuosa
L.f.- (Sin.; Mauritia vinifera Mart.); Tucumã (Astrocaryum aculeatum); Paxiúba (Socratea
exhoriza (Mart.) H. Wendl.); Inajá (Attalea maripa (Aubl.) Mart.- (Sin.: Maximiliano regia
Mart.); Murumuru ( Astrocaryum murumuru Mart.); Babaçu (Attalea speciosa Mart. Ex
Sprong – (Sin.: Orbgnya martiana Barb.Rodr); Copaíba (Copaifera sp) (SFB, 2008).
18
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Composição florística e estrutura horizontal das espécies de uso não madeireiro
De posse dos dados do inventário, das 36 parcelas foram observados 1445
indivíduos distribuídos em 142 espécies pertencentes a 38 famílias. Destas, 20 espécies foram
classificadas como de uso não madeireiro, de acordo com a demanda atual de mercado e
pesquisa bibliográfica (Tabela 01).
Tabela 1 – Composição e estrutura fitossociologica por ordem de maior Valor de Importância de
espécies não madeireiras na Flona do Jamari-RO
Família Nome Vulgar
Espécie DA DR FA FR DoA DoR VI% RB
Lecythidaceae Castanheira
Bertholletia excelsa
Humb. & Bonpl 0,76 2,35 58,33 2,32 0,72 7,21 3,96
9; 6; 7;
12
Burseraceae Breu (Protium sp)
1,89 5,88 55,56 2,21 0,37 3,74 3,94 11
Fabaceae Copaíba
Copaifera multijuga
hayne 0,93 2,91 66,67 2,65 0,21 2,11 2,56
2; 3; 5; 8;
12
Fabaceae Cumaru
Dipteryx odorata
(Aublet) Willd. 0,31 0,97 36,11 1,44 0,10 0,96 1,12
3; 6; 10;
12
Fabaceae Bandarra
Schizolobium
amazonicum 0,29 0,90 27,78 1,10 0,08 0,82 0,94 1; 3
Simaroubaceae Caxeta
Simarouba amara
Aubl. 0,29 0,90 25,00 0,99 0,06 0,65 0,85 3
Caryocaraceae Pequí
Caryocar villosum
(Aubl.) Pers. 0,16 0,48 16,67 0,66 0,08 0,81 0,65 3; 6; 8
Fabaceae Baginha
Stryphnodendron
pulcherrimum. 0,18 0,55 19,44 0,77 0,03 0,30 0,54 3; 6
Urticaceae Embaúba Cecropia sp
0,16 0,48 16,67 0,66 0,03 0,26 0,47 8
Bignoneaceae Ipê roxo
Tabebuia
impetiginosa 0,09 0,28 11,11 0,44 0,06 0,61 0,44 1
Humiriacaceae Uxi coroa
Duckesia verrucosa
(Ducke) Cuatrec. 0,11 0,35 11,11 0,44 0,04 0,41 0,40 3
Humiriacaceae Uxi Endopleura uchi
0,11 0,35 13,89 0,55 0,03 0,29 0,40 3; 7; 8; 5
Burseraceae Breu manga
Trattinnickia
rhoifolia Willd. 0,11 0,35 13,89 0,55 0,03 0,26 0,39 11
Euphorbiaceae Seringueira
Hevea brasiliensis
0,13 0,42 8,33 0,33 0,02 0,24 0,33
2; 3; 4; 5;
12
Fabaceae Faveira branca Parkia nitida Miq.
0,07 0,21 8,33 0,33 0,03 0,32 0,29 3
Fabaceae Jatobá
Hymenaea courbaril
L. 0,07 0,21 8,33 0,33 0,02 0,18 0,24
2; 3; 4; 5;
7; 10; 12
Bignoneaceae Caroba Jacaranda copaia
0,07 0,21 8,33 0,33 0,01 0,15 0,23 12
Burseraceae Breu vermelho
Tetragastris
autissima 0,04 0,14 2,78 0,11 0,01 0,07 0,11 11
Continua...
19
Conclusão.
Família Nome vulgar Espécie DA DR FA FR DoA DoR VI% RB
Lauraceae Canela Aniba canellila
0,02 0,07 2,78 0,11 0,01 0,07 0,08 6
Fabaceae Pinho cuiabano Parkia multijuga
0,02 0,07 2,78 0,11 0,003 0,03 0,07 2; 3; 4
DA: Densidade Absoluta (ind.ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa
(%); DoA: Dominância Absoluta (m²/ha-1); DoR: Dominância Relativa (%); IVI %: Índice Valor de Importância (%); RB:
Referência Bibliográfica que descreve o uso não madeireiro da espécie; 1Medeiros et al. (2015); 2Campos e Hamada
(2014); 3Carrero et al. (2014); 4Valle (2008); 5Oliveira et al (2014); 6Santana et al. (2008); 7Vásquez, Mendonça e Noda
(2014); 8Almeida et al. (2012); 9Plantas (2014); 10Souza (2003); 11Lima e Pirani (2005); 12Lima et al. (2002).
Do total de espécies observadas no levantamento como de uso não madeireiro,
somente uma espécie está listada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) para exploração não
madeireira, a Copaíba (Copaifera sp), as demais espécies pertencem a outros grupos de
plantas, como palmeiras e cipós (Quadro 1) que não foram amostradas no inventário florestal.
Quadro 1- Lista de espécies permitidas pelo Serviço Florestal Brasileiro para exploração não
madeireira
Nome vulgar Espécie Tipologia
Bacaba Oenocarpus bacaba Palmeira
Cipó-titica Heteropsis flexuosa Cipó
Patauá Oenocarpus bataua Palmeira
Buriti Mauritia flexuosa Palmeira
Tucumã Astrocaryum aculeatum Palmeira
Paxiúba Socratea exhoriza Palmeira
Inajá Attalea maripa Palmeira
Murumuru Astrocaryum murumuru Mart. Palmeira
Babaçu Attalea speciosa Mart Palmeira
Copaíba Copaifera sp Arbórea
Considerando o potencial produtivo na área a partir da estrutura das espécies, sete
espécies (Aniba canellila, Parkia multijuga, Tetragastris autissima, Tabebuia impetiginosa,
Parkia nítida, Hymenaea courbaril, Jacaranda copaia) poderiam não apresentar potencial
para uso, pois tiveram densidade menor que 0,1 ind.ha-1.
20
Na legislação brasileira, não existem parâmetros técnicos que contemple a regulação
para todas as espécies quanto à produção de produtos florestais não madeireiros (PFNM),
como acontece na exploração madeireira, que um dos parâmetros de regulação para qualquer
espécie é a densidade (BRASIL, 2006). A Lei nº 12.651/2012, cita que na exploração de
produtos florestais não madeireiros é imprescindível a adoção de técnicas sustentáveis que
respeite os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando
houver; época de maturação dos frutos e sementes, e utilização de técnicas que não coloquem
em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie (BRASIL, 2012). Nesse sentido, cabe ao
manejador no momento de definir as espécies para uso atender as premissas da legislação e
interpretar isso tomando-se por base o estoque das espécies na floresta, representado
inicialmente pela estrutura fitossociológica.
No caso das sete espécies listadas acima, a sua densidade indica a pouca viabilidade
ambiental e econômica em planos de manejo florestal.
As demais espécies (aproximadamente 60%) pela sua densidade teriam potencial para
exploração não madeireira. Desse grupo, as que apresentaram maior Valor de Importância
foram Castanheira (Bertholletia excelsa) (3,96%), seguida do Breu (Protium robustum)
(3,94%), Faveira ferro (Dinizia excelsa) (3,45%) e Copaíba (Copaifera multijuga) (2,56%).
No estado de Rondônia, Bentes-Gama et al. (2007) realizaram uma pesquisa sobre
a ocorrência de populações naturais de espécies de valor não madeireiras e verificaram ampla
distribuição em todo o estados das espécies de Castanheira (Bertholletia excelsa), Copaíba
(Copaifera spp.) e Babaçu (Orbignya martiana Mart.).
A Castanheira (Bertholletia excelsa) que apresentou densidade igual a 0,76
ind/ha¹ ocupando uma área de 0,72 m²/ha¹ e distribuída em 58% das parcelas amostradas, é
uma espécie encontrada em vários países da América do Sul. No Brasil, ocorre no centro,
sudeste e sudoeste na região amazônica, e ao norte dos estados de Goiás e Mato Grosso
(CARRERO et al., 2014). Seus frutos são conhecidos popularmente como ouriços, e as
sementes apresentam uma casca rígida de superfície rugosa e coloração castanho (CARRERO
et al., 2014).
A amêndoa presente no interior da semente dessa espécie, contém uma das
proteínas vegetais mais completas, possuindo alto valor nutritivo, rica em cálcio e fósforo,
possuindo elevado índice de magnésio, potássio e minerais importantes para o equilíbrio da
saúde, como selênio, de ação rejuvenescedora e energética (ALMEIDA et al., 2012). Essas
características tornou a semente da castanheira o seu principal produto que pode ser
consumida in natura ou usada para extração de óleo (SEBRAE, 2016). Além da indústria de
21
alimentação, a espécie também é amplamente utilizada na fabricação de cosméticos, uso
medicinal e confecção de artesanato.
No ano de 2015, a castanheira chegou a atingir R$ 107,4 milhões na produção de
alimentos (SNIF, 2016). O Estado do Amazonas é o maior produtor do País, responsável por
35% do total produzido a nível nacional, seguido pelo Acre (33,3%) e Pará (17,1%) que faz a
exportação de grande parte da produção, e o restante segue para as feiras livres das grandes
cidades (MORAES, 2014).
Na área de estudo, a posição observada para esta espécie na estrutura da floresta,
denota seu potencial para uso não madeireiro, no entanto, de acordo com os Contratos de
Concessão na região a espécie é excluída do objeto de uso (SFB, 2008) e não pode ser
explorada pelo concessionário por se tratar de produto de uso tradicional de subsistência das
comunidades locais (BRASIL, 2006). No entanto, atualmente a comunidade explora os
produtos dessa espécie através do manejo elaborado pela Empresa Concessionária, que dá
suporte à comunidade na exploração dos produtos da castanheira, porém o destino dado ao
produto é de responsabilidade da comunidade (SOUZA; COSTA; LOPES, 2012).
O Breu (Protium sp) foi a segunda espécie mais importante dentro do grupo de
espécies caracterizada com uso não madeireiro. Na área apresentou a maior densidade de 1,89
ind.ha-¹ ocupando uma área de 0,37 m².ha-¹ e distribuição em 55,56% das parcelas. O gênero
faz parte da família Burseraceae, sendo rico em gomas e resinas de valor considerável nos
mercado mundial. Do Breu pode se extrair-se a almecega ou elemi, resina balsâmica com
várias aplicações terapêuticas e insetífugas (LIMA e PIRANI, 2005).
A Copaíba (Copaifera multijuga) a terceira espécie de maior VI apresentou
densidade de 0,93 ind.ha-¹, área basal de 0,2 m².ha-¹ e frequência de 66,67%. A espécie é
muito conhecida pela extração de seu óleo, que é o principal produto obtido a partir da
perfuração do tronco e tem aspecto de resina, a qual endurece em contato com o ar (COSTA,
2007).
O produto possui aroma marcante, muito utilizado na indústria de cosméticos de
perfumes como fixador. O óleo também tem uso recomendado na medicina tradicional para
uma série de enfermidades, existindo comprovações científicas de sua ação anti-inflamatória,
antibacteriana, antineoplásica, entre outras (BENTES-GAMA et al. 2007; COSTA, 2007). O
óleo também se torna um importante componente na fabricação de sabonetes, xampus,
cremes, perfumes, entre outros (PLANTAS..., 2014).
Juntamente com a castanha do Pará, o óleo de Copaíba é um dos produtos
florestais não madeireiros de maior importância na economia regional. Na cidade Macapá-AP,
22
Xavier e Cunha (2015) desenvolveram uma pesquisa sobre a comercialização de produtos
naturais medicinais. Neste estudo, foram selecionadas as cinco feiras de produtos agrícolas
mais frequentadas, indicadas pelos moradores do município. De todos os produtos naturais
medicinais comercializados no local, o que apresentou a maior demanda foi o óleo de
copaíba. Em relação ao preço, frascos de 250 ml do óleo de estado bruto, ou seja, com
pequeno grau de industrialização são vendidos nas feiras de Macapá por valores que variam
de R$12,00 a R$20,00; e 1L a R$50,00.
Além do interesse no mercado local, o óleo de copaíba também tem despertado
interesse do mercado nacional e internacional. Em Apuí, município amazonense, um grupo de
20 extrativistas no ano de 2012, vendeu à empresa suíça Firmenich cerca de 400 quilos de
óleo de copaíba extraídos de forma sustentável (DANTAS, 2012).
Na área de estudo, a partir da estrutura fitossociológica, percebe-se o potencial da
espécie para uso não madeireiro, além disso, é uma das únicas espécies arbóreas listada pelo
SFB para a exploração não madeireira (SFB, 2008). Por outro lado, a falta de controle de
qualidade do óleo, a questão da produção sazonal, que dificulta a oferta regular do produto e o
baixo grau de beneficiamento, tem sido uma barreira de aceitação desse produto no mercado
nacional e no exterior (SANTOS; GUERRA, 2010).
Algumas iniciativas têm sido feitas para promover o fortalecimento da cadeia
produtiva desses produtos, a exemplo disso, destaca-se o projeto de incentivo ao uso de óleos
de espécies Amazônicas, desenvolvido na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, localizada
em Sena Madureira-AC pela Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac) em parceria
com Embrapa Acre, ICMBio/Sena Madureira-AC, Cooperativa Agroextrativista dos
Produtores Rurais do Vale do Iaco (Cooperiaco), Universidade Federal do Amazonas e
Fiocruz. O projeto tem por objetivo, contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva
sustentável dos óleos de açaí-solteiro, castanha-do-brasil e copaíba. O projeto prevê, ainda,
capacitações para extrativistas e técnicos, abordando também temas referentes ao manejo na
extração do óleo das três espécies, aspectos para comercialização e formas de aproveitamento,
tais como fabricação caseira de fitocosméticos para uso local (EMBRAPA, 2016).
Santos e Guerra (2010) também enfatizam que para fortalecer essa atividade é
preciso a implementação de estratégias de marketing, gestão e desenvolvimento de
tecnologias que agreguem valor aos produtos, pois os benefícios econômicos da exploração
desses recursos são pequenos para os extrativistas, se comparados com aqueles recebidos
pelos atravessadores, beneficiadores e exportadores.
23
De forma geral, percebe-se que os recursos florestais na Amazônia são ricos em
produtos não madeireiros, porém poucas espécies são conhecidas e exploradas e, na maioria
das vezes, faltam informações sobre as técnicas de manejo adequadas para a exploração, o
grau de qualidade do produto, a quantidade média de produção anual, além dos períodos de
disponibilidade desses produtos, informações essas que são importantes para a cadeia de
produção. Além disso, as iniciativas de pesquisa na área são voltadas para o extrativismo
comunitário, sem informações de como seria, por exemplo, em unidades de conservação em
regime de concessão, pois nesse caso as concessionarias precisam seguir os critérios dos
contratos e muitas vezes, as espécies arbóreas de maior interesse e com um mercado definido
não constam na listagem proposta pelo órgão de gestão.
Diante desse cenário, apesar da exploração de produtos não madeireiros ser uma
alternativa que pode aumentar os benefícios sociais, ambientais e econômicos da floresta e
incentivado nos processos de concessão como um dos critérios bonificadores, necessita ainda
de pesquisas que direcione as políticas florestais e demais agentes envolvidos nesses
processos na busca respostas sobre as melhores técnicas de manejo e promoção das espécies
que tem potencial de uso mas que não são ainda aceitas ou conhecidas no mercado.
24
6 CONCLUSÃO
A Unidade de Manejo Florestal III (UMF III) apresentou composição de espécies
com potencial para uso não madeireiros, porém poucas espécies tem reconhecimento no
mercado.
As espécies Castanheira (Bertholletia excelsa), Breu (Protium robustum) e
Copaíba (Copaifera multijuga) foram as espécies caracterizadas para produção de PFNM
mais representativas na estrutura da floresta.
Somente uma espécie florestal amostrada na área consta na lista de exploração
fornecida pelo Órgão Gestor para exploração não madeireira, neste caso a Copaíba.
De forma geral, as espécies apresentam potencial para uso não madeireiro de
acordo com suas características estruturais, no entanto, muitas não são reconhecidas pelo
Órgão Gestor e nem pelo mercado consumidor, necessitando de investimento em pesquisas
que direcione o uso e manejo dessas espécies, subsidiando as políticas florestais.
25
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