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Pôster 1) QUESTIONÁRIO ALIMENTAR DE TRÊS FATORES: UMA BREVE REFLEXÃO TEÓRICA Wanderson Roberto da Silva 1* , Bianca Gonzalez Martins 1 , João Marôco 2 , Juliana Alvares Duarte Bonini Campos 1 - 1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, São Paulo, Brasil; 2 Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), Lisboa, Portugal. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Comportamento; Questionários. INTRODUÇÃO O comportamento alimentar é um conceito que engloba, principalmente, as reações dos indivíduos frente às diversas maneiras de lidar com os alimentos. Atualmente, nota-se na literatura uma divergência quanto à definição desse conceito bem como a existência de poucas ferramentas para sua estimação. Algumas pesquisas têm sugerido a utilização de instrumentos psicométricos para avaliar o comportamento alimentar como, por exemplo, o Questionário Alimentar de Três fatores (TFEQ) que é comumente utilizado em âmbito internacional e nacional. Contudo, esse instrumento sofreu adaptações desde sua criação e pesquisadores têm questionado alguns dos aspectos teóricos relacionados, principalmente, ao conteúdo dos itens envolvidos na avaliação do comportamento alimentar e, portanto, uma reflexão acerca dessa discussão torna-se interessante. OBJETIVO Introduzir uma discussão acerca do conteúdo teórico dos itens do TFEQ à luz da teoria subjacente à construção dos aspectos componentes do comportamento alimentar considerando a versão mais atual do instrumento disponível no Brasil. MÉTODO Foi realizado um estudo descritivo de investigação qualitativa. As principais versões e adaptações internacionais e nacionais do TFEQ foram descritas. A versão mais atual do TFEQ disponível no Brasil foi a selecionada para avaliação. A avaliação do conteúdo dos itens/fatores foi realizada por 3 especialistas em Psicometria e Comportamento Alimentar. Foi solicitado aos especialistas que analisassem teoricamente e julgassem cada item do instrumento segundo sua contribuição para avaliar o comportamento alimentar bem como seu enquadramento no fator proponente. RESULTADOS O TFEQ foi desenvolvido em 1985 na língua inglesa com 51 itens, escalas de respostas dicotômica e do tipo Likert de 4 e 6 pontos e 3 fatores (Restrição Alimentar, Desinibição e Fome). Em 2000, o instrumento foi revisado e reduzido para 18 itens com escalas de respostas do tipo Likert de 4 e 8 pontos e a nomenclatura dos fatores (Restrição Cognitiva, Alimentação Emocional e Descontrole Alimentar) e a alocação dos itens foram modificadas. Em 2005, 3 itens novos foram criados e uma versão de 21 itens foi proposta. Em 2011, a versão de 21 itens foi traduzida para o português brasileiro. Em 2017, a versão de 18 itens foi adaptada transculturalmente entre os países de língua portuguesa sendo, portanto, a versão mais atual disponível no Brasil. Na análise teórica, os especialistas identificaram que a nomenclatura do fator Restrição Cognitiva parece não ser a mais adequada, uma vez que apesar de os itens abordarem aspectos relacionados à restrição, a cognição está claramente apontada apenas na construção de 3 itens desse fator. Assim, os especialistas sugeriram a utilização da nomenclatura originalmente proposta “Restrição Alimentar”. Além disso, os especialistas apontaram que 2 itens do fator Descontrole Alimentar (Fico com tanta fome que meu estômago, muitas vezes, parece um poço sem fundo; Com que frequência você sente fome?) não possuem conteúdo compatível com a construção teórica desse fator. Outro aspecto considerado também na investigação do instrumento, foi a teoria utilizada para compor o Comportamento Alimentar que aborda fatores (cognitivos, emocionais e comportamentais) que ultrapassam os limites de estimação desse conceito. CONCLUSÃO Observou-se na investigação do TFEQ que 2 itens do fator Descontrole Alimentar e a nomenclatura do fator Restrição Cognitiva não estão claramente direcionados. Ainda, o instrumento parece abordar um conceito mais amplo que o comportamento alimentar em si. Assim, espera-se que essas reflexões possam contribuir para uma investigação mais profunda do instrumento para utilização em estudos epidemiológicos e clínicos. Pôster 2) OBESIDADE ENTRE MULHERES CANDIDATAS A CIRURGIA BARIÁTRICA Simone Frontino I ; Lucimara Tábata Martins II I Pós graduanda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Pós graduanda em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde IPGS. Graduada em Nutrição pela Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL; II Mestre em Nutrição. Professora nos cursos de Nutrição e Tecnólogo em Gastronomia da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL. Pesquisadora do Núcleo de Inovação Alimentar Pesquisa e Tecnologia (NIAPTEC); Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL Avenida José Acácio Moreira, Nº 787 Bairro Dehon, Tubarão, Santa Catarina, CEP 88704-900. [email protected]. PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Imagem corporal; Cirurgia bariátrica. INTRODUÇÃO Além de a obesidade ser uma doença crônica não transmissível, ela transcende seus aspectos epidemiológicos, por ser caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo. Desta forma, é também reconhecida como um atributo físico e comumente tratada pelo meio social com preconceito, principalmente com relação as mulheres, pois o corpo feminino obeso foge dos padrões de beleza da sociedade contemporânea. Deste modo a compreensão da complexidade da obesidade é fundamental para despertar as diversas dimensões envolvidas e se obter um conhecimento mais abrangente das dificuldades enfrentadas. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo compreender as dificuldades relacionadas à perda de peso e os motivos que levam mulheres obesas a procurarem a cirurgia bariátrica, a fim de conhecer os itinerários terapêuticos já percorridos e o sofrimento decorrente da própria obesidade. MÉTODO Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas gravadas com roteiro semiestruturado e notas em diário de campo. Participaram do estudo seis mulheres (C. 22 anos, M. 24 anos, A. 32 anos, M. 42 anos, M. 44 anos, M. 62 anos) candidatas a cirurgia bariátrica do Hospital Nossa Senhora da Conceição, após consentimento mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UNISUL. RESULTADOS Os resultados foram divididos em três eixos principais, subdivididos em eixos secundários: Histórico da obesidade; Fatores que dificultam a perda de peso (Formas utilizadas para perda de peso; Motivação para realização da cirurgia bariátrica); e Auto percepção do corpo (Expectativas quanto à realização da cirurgia bariátrica). DISCUSSÃO O histórico da obesidade vem carregado de subjetividade, sem uma única causa aparente, desenvolve-se entre as fases de mudança da vida, como o casamento, ou de enfrentamento a situações desagradáveis, como doenças. As dificuldades de perda de peso são inúmeras, desde fatores emocionais e psicológicos, quanto ambientais e sociais, e esbarram-se com a vontade de emagrecer, desta forma, mesclam-se entre tentativas e recomeços de dietas restritivas e uso de medicamentos. Então, frente a preocupação com as comorbidades da obesidade e aparência física, a decisão para a cirurgia bariátrica é concretizada. Reforçada também pela baixa autoestima, relacionada a auto percepção do corpo, demonstrando insatisfação devido a estigmatização sofrida. Ao expressarem o que esperam após a realização da cirurgia bariátrica, as mulheres referem muitas expectativas com relação a uma melhora de vida em todos os aspectos. CONCLUSÃO Constata-se a complexidade que envolve a obesidade e suas peculiaridades. Os discursos revelam que sua etiologia é decorrente de múltiplos fatores e na busca pelo emagrecimento as mulheres já se submeteram a várias tentativas falhas, pois a perda de peso é um caminho difícil, que ultrapassa fatores biológicos. A cirurgia bariátrica se apresenta como um último recurso possível, frente as aflições existentes, sendo idealizada como um “renascimento pessoal”. Assim, conclui-se a necessidade de maior compreensão da obesidade, uma vez que, além de os tratamentos dietéticos não estarem auxiliando no tratamento da doença, pois as projeções atuais indicam tendência crescente, ainda reforçam sentimentos de sofrimento aos obesos refletindo na piora da qualidade de vida.

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Pôster 1)

QUESTIONÁRIO ALIMENTAR DE TRÊS FATORES: UMA BREVE

REFLEXÃO TEÓRICA

Wanderson Roberto da Silva1*, Bianca Gonzalez Martins1, João Marôco2, Juliana

Alvares Duarte Bonini Campos1 - 1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, São Paulo, Brasil; 2 Instituto

Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), Lisboa, Portugal.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Comportamento; Questionários.

INTRODUÇÃO O comportamento alimentar é um conceito que engloba,

principalmente, as reações dos indivíduos frente às diversas maneiras de lidar com os

alimentos. Atualmente, nota-se na literatura uma divergência quanto à definição desse

conceito bem como a existência de poucas ferramentas para sua estimação. Algumas

pesquisas têm sugerido a utilização de instrumentos psicométricos para avaliar o

comportamento alimentar como, por exemplo, o Questionário Alimentar de Três

fatores (TFEQ) que é comumente utilizado em âmbito internacional e nacional.

Contudo, esse instrumento sofreu adaptações desde sua criação e pesquisadores têm

questionado alguns dos aspectos teóricos relacionados, principalmente, ao conteúdo

dos itens envolvidos na avaliação do comportamento alimentar e, portanto, uma

reflexão acerca dessa discussão torna-se interessante. OBJETIVO Introduzir uma

discussão acerca do conteúdo teórico dos itens do TFEQ à luz da teoria subjacente à

construção dos aspectos componentes do comportamento alimentar considerando a

versão mais atual do instrumento disponível no Brasil. MÉTODO Foi realizado um

estudo descritivo de investigação qualitativa. As principais versões e adaptações

internacionais e nacionais do TFEQ foram descritas. A versão mais atual do TFEQ

disponível no Brasil foi a selecionada para avaliação. A avaliação do conteúdo dos

itens/fatores foi realizada por 3 especialistas em Psicometria e Comportamento

Alimentar. Foi solicitado aos especialistas que analisassem teoricamente e julgassem

cada item do instrumento segundo sua contribuição para avaliar o comportamento

alimentar bem como seu enquadramento no fator proponente. RESULTADOS O

TFEQ foi desenvolvido em 1985 na língua inglesa com 51 itens, escalas de respostas

dicotômica e do tipo Likert de 4 e 6 pontos e 3 fatores (Restrição Alimentar,

Desinibição e Fome). Em 2000, o instrumento foi revisado e reduzido para 18 itens

com escalas de respostas do tipo Likert de 4 e 8 pontos e a nomenclatura dos fatores

(Restrição Cognitiva, Alimentação Emocional e Descontrole Alimentar) e a alocação

dos itens foram modificadas. Em 2005, 3 itens novos foram criados e uma versão de

21 itens foi proposta. Em 2011, a versão de 21 itens foi traduzida para o português

brasileiro. Em 2017, a versão de 18 itens foi adaptada transculturalmente entre os países

de língua portuguesa sendo, portanto, a versão mais atual disponível no Brasil. Na

análise teórica, os especialistas identificaram que a nomenclatura do fator Restrição

Cognitiva parece não ser a mais adequada, uma vez que apesar de os itens abordarem

aspectos relacionados à restrição, a cognição está claramente apontada apenas na

construção de 3 itens desse fator. Assim, os especialistas sugeriram a utilização da

nomenclatura originalmente proposta “Restrição Alimentar”. Além disso, os

especialistas apontaram que 2 itens do fator Descontrole Alimentar (Fico com tanta

fome que meu estômago, muitas vezes, parece um poço sem fundo; Com que frequência

você sente fome?) não possuem conteúdo compatível com a construção teórica desse

fator. Outro aspecto considerado também na investigação do instrumento, foi a teoria

utilizada para compor o Comportamento Alimentar que aborda fatores (cognitivos,

emocionais e comportamentais) que ultrapassam os limites de estimação desse

conceito. CONCLUSÃO Observou-se na investigação do TFEQ que 2 itens do fator

Descontrole Alimentar e a nomenclatura do fator Restrição Cognitiva não estão

claramente direcionados. Ainda, o instrumento parece abordar um conceito mais amplo

que o comportamento alimentar em si. Assim, espera-se que essas reflexões possam

contribuir para uma investigação mais profunda do instrumento para utilização em

estudos epidemiológicos e clínicos.

Pôster 2)

OBESIDADE ENTRE MULHERES CANDIDATAS A CIRURGIA BARIÁTRICA

Simone FrontinoI; Lucimara Tábata MartinsII

I Pós graduanda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Pós graduanda em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão

em Saúde – IPGS. Graduada em Nutrição pela Universidade do Sul de Santa Catarina –

UNISUL; II Mestre em Nutrição. Professora nos cursos de Nutrição e Tecnólogo em

Gastronomia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Pesquisadora do

Núcleo de Inovação Alimentar Pesquisa e Tecnologia (NIAPTEC); Universidade do Sul

de Santa Catarina – UNISUL – Avenida José Acácio Moreira, Nº 787 Bairro Dehon,

Tubarão, Santa Catarina, CEP 88704-900. [email protected].

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Imagem corporal; Cirurgia bariátrica.

INTRODUÇÃO Além de a obesidade ser uma doença crônica não transmissível, ela

transcende seus aspectos epidemiológicos, por ser caracterizada pelo acúmulo excessivo

de tecido adiposo no organismo. Desta forma, é também reconhecida como um atributo

físico e comumente tratada pelo meio social com preconceito, principalmente com relação

as mulheres, pois o corpo feminino obeso foge dos padrões de beleza da sociedade

contemporânea. Deste modo a compreensão da complexidade da obesidade é fundamental

para despertar as diversas dimensões envolvidas e se obter um conhecimento mais

abrangente das dificuldades enfrentadas. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo

compreender as dificuldades relacionadas à perda de peso e os motivos que levam

mulheres obesas a procurarem a cirurgia bariátrica, a fim de conhecer os itinerários

terapêuticos já percorridos e o sofrimento decorrente da própria obesidade. MÉTODO

Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas gravadas com roteiro semiestruturado

e notas em diário de campo. Participaram do estudo seis mulheres (C. 22 anos, M. 24 anos,

A. 32 anos, M. 42 anos, M. 44 anos, M. 62 anos) candidatas a cirurgia bariátrica do

Hospital Nossa Senhora da Conceição, após consentimento mediante a assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa com Seres Humanos da UNISUL. RESULTADOS Os resultados foram

divididos em três eixos principais, subdivididos em eixos secundários: Histórico da

obesidade; Fatores que dificultam a perda de peso (Formas utilizadas para perda de peso;

Motivação para realização da cirurgia bariátrica); e Auto percepção do corpo

(Expectativas quanto à realização da cirurgia bariátrica). DISCUSSÃO O histórico da

obesidade vem carregado de subjetividade, sem uma única causa aparente, desenvolve-se

entre as fases de mudança da vida, como o casamento, ou de enfrentamento a situações

desagradáveis, como doenças. As dificuldades de perda de peso são inúmeras, desde

fatores emocionais e psicológicos, quanto ambientais e sociais, e esbarram-se com a

vontade de emagrecer, desta forma, mesclam-se entre tentativas e recomeços de dietas

restritivas e uso de medicamentos. Então, frente a preocupação com as comorbidades da

obesidade e aparência física, a decisão para a cirurgia bariátrica é concretizada. Reforçada

também pela baixa autoestima, relacionada a auto percepção do corpo, demonstrando

insatisfação devido a estigmatização sofrida. Ao expressarem o que esperam após a

realização da cirurgia bariátrica, as mulheres referem muitas expectativas com relação a

uma melhora de vida em todos os aspectos. CONCLUSÃO Constata-se a complexidade

que envolve a obesidade e suas peculiaridades. Os discursos revelam que sua etiologia é

decorrente de múltiplos fatores e na busca pelo emagrecimento as mulheres já se

submeteram a várias tentativas falhas, pois a perda de peso é um caminho difícil, que

ultrapassa fatores biológicos. A cirurgia bariátrica se apresenta como um último recurso

possível, frente as aflições existentes, sendo idealizada como um “renascimento pessoal”.

Assim, conclui-se a necessidade de maior compreensão da obesidade, uma vez que, além

de os tratamentos dietéticos não estarem auxiliando no tratamento da doença, pois as

projeções atuais indicam tendência crescente, ainda reforçam sentimentos de sofrimento

aos obesos refletindo na piora da qualidade de vida.

Pôster 3 )

PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO CORPORAIS E CONSUMO ALIMENTAR DE

ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR DE SANTOS.

Karyna rodrigues batista1; Giovanna karla balico ortega prudencio1; Natália de castro

lima1; Cezar henrique de azevedo1 - 1 UNISANTOS – Universidade Católica de Santos;

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: imagem corporal; insatisfação corporal; consumo alimentar,

estado nutricional.

INTRODUÇÃO A autopercepção é um importante aspecto da complexidade que

envolve a imagem corporal. Ela pode refletir a satisfação e as preocupações sobre o

peso e tamanho do corpo, bem como, interferir na alimentação do indivíduo.

OBJETIVO Avaliar a percepção e satisfação da imagem corporal e o consumo

alimentar de estudantes universitários da área da saúde. MÉTODO Estudo transversal,

realizado em uma universidade particular na cidade de Santos-SP, com estudantes de

ambos os sexos, de cursos de graduação na área da saúde. O trabalho foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da UNISANTOS em 27 de março de 2017, número

parecer 2.017.517. A dimensão atitudinal da imagem foi avaliada pelo Questionário de

Imagem Corporal (BSQ), e a dimensão perceptiva pela Escala de Stunkard; o peso e

altura referidos serviram para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e, assim

como proposto por Schneider et al. (2012), identificar a posição do real IMC (kg/m2)

do indivíduo na escala, a saber: figura 1 (17,5); figura 2 (22,0); figura 3 (22,5); figura 4

(25,0); figura 5 (27,5); figura 6 (30,0); figura 7 (32,5); figura 8 (35,0) e figura 9 (37,5).

Adotou-se como distorção da autoimagem quando a diferença dos IMCs atual vs real

(figuras e IMC correspondente) apresentasse valor maior ou igual a dois. Para análise

do consumo alimentar utilizou-se um Questionário de Frequência com 14 agrupamentos

alimentares. RESULTADOS Participaram 77 estudantes, sendo dos cursos de

Enfermagem (n=17; 22,1%), Farmácia (n=5; 6,5%), Nutrição (n=18; 23,4%) e

Psicologia (n=37; 48,1%). A idade média foi de 21,7 anos (DP 4,6 anos) com maior

participação do sexo feminino (n=70; 90,9%). A insatisfação corporal foi observada em

33 participantes (42,8 %) e houve diferença entre o IMC médio dos que não

apresentaram nenhuma insatisfação (22,5 ± 3,9kg/m2) e daqueles com insatisfação

grave (26,6 ±7,0 kg/m2) (ANOVA p<0,05). Apresentaram distorção da autoimagem 14

universitários (18,2%) e houve uma tendência do IMC daqueles com distorção ser maior

do que dos sem distorção (25,4 ± 6,1kg/m2 x 22,9 ± 3,8kg/m2) (teste T Student p=0,06).

A frequência diária de consumo do agrupamento alimentar sucos naturais foi maior

naqueles sem distorção (1,05 ± 1,04 x 0,35 ± 0,54; U-Mann-Whitney p<0,05), enquanto

que aqueles com algum grau de insatisfação consumiram menos alimentos ricos em

carboidratos porém mais adoçantes (3,04 ± 1,47 x 4,27 ± 1,91; 0,30 ± 0,62 x 0,03 ±

0,15; U-Mann Whitney), respectivamente. CONCLUSÃO Os resultados demonstram

a necessidade de maior atenção aos estudantes da área da saúde acerca da insatisfação

da imagem corporal. Em vista dos alimentos que demonstram relação com a

autopercepção e satisfação, torna-se importante desmistificar os conceitos sobre

determinados grupos alimentares e incentivar o consumo de alimentos em sua forma

natural, para apenas consequentemente, e não intencionalmente, reduzir a preferência

por industrializados processados e ultra processados. É importante ampliar estas

informações, principalmente entre esse público, já que são futuros cuidadores da saúde

das pessoas.

Pôster 4)

FREQUÊNCIA DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR TRANSTORNADO EM

COMENSAIS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UFSC - CAMPUS

TRINDADE

Muriel Hamilton Depin; Suzi Barletto Cavalli - Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) - Florianópolis, Santa Catarina, Brasil

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Transtornos da Alimentação; Ingestão Alimentar; Comportamento Alimentar

.

INTRODUÇÃO As atitudes alimentares referem-se a relação, crenças, pensamentos, sentimentos e

comportamentos desenvolvidos com o alimento. Com o paradoxo alimentar atual, caracterizado por

uma grande oferta e incentivo de consumo de alimentos aliado a ideais de magreza inalcançáveis, é cada

vez mais frequente que atitudes alimentares disfuncionais, compulsão alimentar e métodos inadequados

de controle de peso sejam desencadeados - o que tem sido chamado de comer transtornado. Este conceito

envolve comportamentos que visam determinado peso ou forma física e práticas inadequadas para perda

ou controle de peso. Por acontecerem com menor frequência e intensidade, não se encaixam nos critérios

de diagnóstico de um transtorno alimentar específico - constituindo, então, o que se denomina de

comportamentos de risco para transtornos alimentares. Além disso, é sabido que jovens universitários

constituem um grupo de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento desses transtornos. Portanto,

um melhor entendimento das atitudes alimentares transtornadas na comunidade universitária podera

auxiliar na compreensão de escolhas alimentares realizadas, bem como direcionar ações de rastreio e

prevenção desses comportamentos. OBJETIVO Identificar a frequência de comportamentos

alimentares transtornados (práticas não saudáveis, comportamentos extremos de controle de peso e de

compulsão alimentar) nos comensais de um Restaurante Universitário (RU) da UFSC. MÉTODO Foi

conduzido um estudo transversal no RUda UFSC (Campus Trindade), durante estágio obrigatório

supervisionado em Unidade de Alimentação e Nutrição, com um total de 1047 participantes - o qual

não foi submetido ao comitê de ética. Após fornecer o consentimento livre e esclarecido, os participantes

responderam a um questionário online padronizado com dados demográficos e perguntas referentes a

comportamentos alimentares transtornados - elaborado conforme estudo prévio de Neumark-Sztainer et

al. (2011). As práticas não saudáveis para controle do peso e comportamentos extremos de controle de

peso, avaliados com a pergunta: “Você fez durante esse ano alguma das seguintes coisas para perder

peso ou evitar ganhar peso?” (Sim / não para cada método). As respostas classificadas como práticas

não saudáveis para controle do peso incluíram 1) jejum, 2) comer pouca comida, 3) pular refeição, 4)

usar substitutos de alimentos - como suplementos ou shakes, 5) restringiu ou excluiu da alimentação

algum nutriente - como carboidrato ou gordura, 6) fumar mais cigarros, e 7) praticou exercício físico

excessivo como forma de ‘compensar’ pelos alimentos consumidos. Ja os comportamentos extremos de

controle de peso incluíram 1) uso de remédios para emagrecer, 2) provocar vômito para eliminar o

excesso de alimento ingerido - com a intenção de não ganhar peso ou emagrecer, 3) uso de laxativos e

4) uso de diuréticos. A compulsão alimentar com perda de controle foi avaliada com as questões: “Nesse

ano, você alguma vez comeu tanta comida em um curto período de tempo que ficaria envergonhado (a)

se outras pessoas te vissem?” (sim / não); e, “Durante os momentos em que você comeu assim, você

sentiu que não conseguia parar de comer ou controlar o que ou o quanto você estava comendo?” (sim /

não). Os indivíduos que relataram sim em ambas as perguntas foram considerados como envolvidos em

eventos de compulsão alimentar com perda de controle. O Sistema Google Docs foi a plataforma

escolhida para disponibilizar o questionário de forma online, sendo o link para este divulgado nas mídias

sociais do restaurante e grupos no Facebook da Universidade do dia 28 de agosto até 17 de setembro de

2017. As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva. O software utilizado para análise

estatística foi o SPSS versão 22. RESULTADOS A amostra foi constituída por 64% (n=670) de

participantes do sexo feminino e 36% do sexo masculino (n=377). A idade média da amostra foi de 22

anos (DP 4,47). Em relação à frequência de práticas não saudáveis para controle do peso, 21,39% dos

comensais do RU relataram ter feito jejum esse ano, 53,96% restringiram comida, 29,89% pularam

refeições, 6,97% usaram substitutos de alimentos (suplementos ou shakes), 41, 45%

restringiram/excluíram da alimentação algum nutriente (carboidrato ou gordura), 4,01% fumaram mais

cigarros e 24,06% praticaram exercício físico excessivo como comportamento compensatório. Já sobre

os comportamentos extremos de controle de peso no ano de 2017, 76% dos participantes relataram uso

de medicações para emagrecer, 8,11% induziram vômito como comportamento compensatório para

prevenir ganho de peso, 3,62% relataram uso de laxantes e 6,59% de diuréticos. Constatou-se que pelo

menos 50% dos comensais envolveram-se em práticas não saudáveis para controle do peso e, pelo

menos, 8% engajaram-se em comportamentos extremos para controle de peso. Verificou-se também

que segundo os critérios aplicados, 30,5% dos participantes apresentaram episódios de compulsão

alimentar. CONCLUSÃO O presente estudo identificou que o público atendido pelo RU em 2017

apresentou comportamentos alimentares transtornados, revelando a importância da realização de ações

de rastreio, assim como aquelas direcionadas ao incentivo de uma relação mais funcional com o

alimento neste ambiente universitário.

Pôster 5)

ALIMENTAÇÃO EMOCIONAL: NARRATIVA HISTÓRICA E UMA

ABORDAGEM DO PANORAMA ATUAL

Bibiana Pedra Cruz Bettin, Maurem Ramos e Viviani Ruffo de Oliveira - Universidade

Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Porto Alegre/RS – Brasil;

[email protected]

PALAVRAS-CHAVES: Emoções; Regulação do apetite; Comportamento alimentar.

INTRODUÇÃO A ingestão alimentar quando utilizada para lidar com emoções

negativas, como forma de resposta as mesmas, chama-se de alimentação emocional. A

regulação emocional quando inadequada se relaciona diretamente à maior

vulnerabilidade a emoções negativas e consequentemente pode influenciar a

alimentação. Torna-se relevante o aumento do interesse e visibilidade desse tema por

estar associado às doenças de relevância para a saúde da população como obesidade e

transtornos alimentares. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo realizar

um resgate histórico do direcionamento das pesquisas sobre o tema alimentação

emocional ao longo dos anos. MÉTODO O trabalho consiste em uma revisão narrativa.

As bases de dados utilizadas para pesquisa foram Pubmed e Scielo. Os descritores

utilizados foram alimentação emocional, restrição alimentar, dieta restritiva, afeto

negativo e humor negativo traduzidos para busca de artigos também em inglês e

espanhol. Como critério de inclusão, trabalhos sobre o tema alimentação emocional

publicados no período de 1983 a 2016. Como critério de exclusão, trabalhos não

disponíveis na íntegra nas bases de dados, como apresentar apenas o resumo.

RESULTADOS O trabalho propôs uma separação cronológica dos trabalhos incluídos,

aqueles anteriores ao ano 2000 e os após esse ano. Através da presente revisão, pode-se

constar um aumento na disponibilidade de trabalhos sobre o tema ao longo dos anos,

sendo a maioria deles desenvolvidos em países de língua inglesa. Os estudos

encontrados relacionam a alimentação emocional com outros fatores biopsicossociais

relacionados com alteração emocional e consequente influência sobre a ingestão

alimentar, tais como: obesidade, gênero, ambiente/cultura, restrição alimentar,

depressão, transtornos alimentares, comfort food, violência, ciclo menstrual,

neurotransmissores e marcadores inflamatórios. Ademais, os instrumentos encontrados

para avaliação foram quatro descritos e validados, sendo que somente um validado em

português de Portugal. Enquanto que para crianças e adolescentes foram encontrados

dois instrumentos, mas nenhum na língua portuguesa. Como forma de intervenção,

formam encontradas intervenções em grupo em dois estudos através da Terapia

Comportamental Dialética e Terapia Integrativa. Individualmente, a Terapia Cognitiva

Comportamental foi utilizada em dois estudos, um por via telefone e outro

presencialmente. CONCLUSÃO Ao longo do período narrado identificou-se

descobertas de diversas questões biopsicossociais relacionadas e aumento da

especificidade dos instrumentos de avaliação. O interesse pelo tema se mostrou

existente ao longo de todo o período revisado e provavelmente permanecerá nos

próximos anos tendo em vista o estilo de vida moderno com impacto emocional, como

aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão, e também o aumento de casos

de obesidade e transtornos alimentares.

Pôster 6)

PERCEPÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DE ESTUDANTES DE

NUTRIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Priscila Koritar, Marle dos Santos Alvarenga - Faculdade de Saúde Pública –

Universidade de São Paulo (FSP-USP), São Paulo - SP – Brasil

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Saúde; Alimentação; Ciências da Nutrição; Estudantes;

Nutricionistas.

INTRODUÇÃO Estudantes de Nutrição, quando formados, atuarão com base na sua

percepção de alimentação para promover, manter e recuperar a saúde por meio da

alimentação. Uma vez que a alimentação é um fenômeno biopsicossociocultural e tal

reconhecimento possibilita um olhar integral do ser humano, a avaliação da percepção de

alimentação saudável permite uma reflexão sobre a formação acadêmica, além do seu

impacto na prática profissional e na saúde dos indivíduos. OBJETIVOS Avaliar (1) a

percepção de alimentação saudável; (2) a associação entre a percepção de alimentação

saudável e fatores relacionados à formação e aos estudantes; e (3) a predição da percepção

de alimentação saudável de estudantes de Nutrição do estado de São Paulo. MATERIAL

E MÉTODOS Estudantes de Nutrição de instituições públicas e privadas do estado de São

Paulo responderam qual a principal função da alimentação - utilizada para avaliar a

percepção de alimentação saudável - e do nutricionista, idade, peso, altura, sexo, tipo de

instituição de ensino, ano da graduação, fontes de informação para se atualizar durante a

graduação, além de questionários para avaliar comportamento de risco para transtornos

alimentares, satisfação e percepção corporal e nível de atividade física. A função da

alimentação e do nutricionista foram avaliadas por meio da análise de conteúdo. A

associação entre percepção de alimentação saudável e fatores relacionados à formação e

ao estudante foram avaliadas por meio do teste Qui-Quadrado. A predição da função da

alimentação foi avaliada por meio da Árvore de Classificação e Regressão. O estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente

(44576515.0.0000.5421) e os participantes receberam informações sobre a pesquisa e

deram seu consentimento à participação. RESULTADOS Participaram 607 estudantes de

42 instituições presentes em 25 municípios, com média de 23,42 anos (DP=2,96). Dos

estudantes, 71,5% declararam a função da alimentação como biológica e 28,5% declararam

que a alimentação engloba aspectos biopsicossocioculturais. A função da alimentação

esteve associada a fatores relacionados à formação, como tipo de instituição de ensino e

fase da graduação, sendo que estudantes de instituições públicas e no final da graduação

declararam com maior frequência a alimentação como biopsicossociocultural (p<0,001

para ambos). A função da alimentação não esteve associada a fatores relacionados ao

estudante, como sexo (p=0,910), estado nutricional (p=0,552), comportamento de risco

para transtornos alimentares (p=0,382) e satisfação corporal (p=0,352). A percepção de

alimentação saudável pode ser predita, com uma precisão de 66,4%, por meio de outras

variáveis, sendo a principal delas o tipo de instituição de ensino. Para estudantes de

instituições privadas, a função do nutricionista, o semestre da graduação, o nível de

atividade física, a leitura de artigos científicos e a percepção corporal foram importantes

para a predição da percepção de alimentação saudável. CONCLUSÃO Para a maior parte

dos estudantes a alimentação saudável está relacionada apenas aos aspectos biológicos do

ser humano; a função da alimentação esteve associada a fatores relacionados à formação,

mas não esteve associada a fatores relacionados ao estudante; e a percepção de alimentação

saudável pode ser predita a partir de outras variáveis, possibilitando uma avaliação mais

indireta e menos orientada pelo desejado ou esperado.

Pôster 7)

COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS

ALIMENTARES E FATORES ASSOCIADOS ENTRE

UNIVERSITÁRIOS

Martins, Isabela prado1*; Rodrigues, Paulo Rogério melo1 pereira, Lídia pitaluga1

Souza, Ana Paula alves1 - 1 Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de

Mato Grosso (UFMT) – Cuiabá/MT, Brasil

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Comportamento alimentar; Saúde do Estudante; Grupos de

risco; Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos

INTRODUÇÃO O ingresso na universidade pode desencadear mudanças e alterações

no estilo de vida dos estudantes, incluindo a adoção de condutas negativas

relacionadas à alimentação, tais como a omissão de refeições e aumento no consumo

de fast foods. Adolescentes e adultos jovens podem ser influenciados por diversos

fatores, como novas relações sociais, instabilidade psicossocial e modismos dietéticos.

Nesse contexto, considera-se relevante avaliar os comportamentos de risco para o

desenvolvimento de transtornos alimentares entre estudantes universitários, inclusive

relacionados às alterações no consumo alimentar, pois podem induzir o surgimento

desses distúrbios causando problemas de saúde e comprometendo a qualidade de vida

desse grupo. OBJETIVO O objetivo desse estudo foi identificar a frequência de

comportamentos de risco para transtornos alimentares entre universitários e sua

associação com o estado nutricional. MÉTODO Estudo transversal, com estudantes

de 21 cursos de período integral em uma universidade pública, com idade entre 16 a

25 anos, do município de Cuiabá-MT, realizado no primeiro semestre dos anos de

2015 e 2016. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicado e

aferição de medidas antropométricas, utilizadas para calcular o índice de massa

corporal. Considerou-se como comportamentos de risco para transtornos alimentares:

uso de laxante, uso de diurético, vômito induzido e dieta restritiva. Para analisar a

frequência dos comportamentos, as variáveis foram categorizadas em: nenhuma vez,

menos de uma vez por semana, uma vez por semana e duas ou mais vezes por semana.

Foram calculadas as distribuições de frequências observadas (%), sendo utilizado o

teste do qui-quadrado para avaliar a associação entre o comportamento de risco para o

desenvolvimento de transtornos alimentares com as variáveis independentes (sexo,

faixa etária, cor da pele, com quem mora, nível socioeconômico e condição de peso),

considerando o nível de significância 5% (p<0,05). O projeto foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller da Universidade

Federal de Mato Grosso, sob o parecer nº 1.006.048, de 31 de março de 2015.

RESULTADOS Participaram da pesquisa 1.038 universitários, sendo 50,96% do sexo

masculino, 78,8% com idade entre 16 a 19 anos, 40,2% se declararam de cor da pele

branca, 69,5% residiam com os pais ou parentes. Em relação à classe econômica,

48,6% eram da classe B. O excesso de peso foi observado em 23,4% dos estudantes.

A frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares foi de 18,4%,

sendo maior entre as mulheres (26,7 vs 10,4%; p<0,01), e entre aqueles que

apresentaram excesso de peso (30,0 vs 14,9%; p<0,01). Para as variáveis faixa etária,

cor da pele, com quem mora e nível socioeconômico, não foi observada diferença

significativa na frequência de comportamentos de risco para transtornos alimentares.

CONCLUSÃO Concluiu-se que a frequência de comportamentos risco para

transtornos alimentares foi elevada entre os universitários, sendo maior entre as

mulheres e em indivíduos com excesso de peso. Dessa forma, é importante ressaltar

que o acompanhamento dos estudantes nessa fase da vida pode prevenir possíveis

transtornos e ser um incentivo à criação programas de prevenção aos transtornos

alimentares dentro da universidade

Pôster 8)

INTERVENÇÃO NUTRICIONAL COM FOCO EM MUDANÇA DE

COMPORTAMENTO EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO E

DOENÇA RENAL CRÔNICA NA FASE NÃO DIALÍTICA

Raíssa Antunes Pereira1, Laila Santos de Andrade1, Renata Rodrigues Teixeira1,

Marle dos Santos Alvarenga3, Lilian Cuppari1,2 1Programa de Pós-graduação em

Nutrição, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP- Brasil; 2 Disciplina de

Nefrologia – Universidade Federal de São Paulo/ Fundação Oswaldo Ramos/Hrim; 3Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo,

São Paulo, SP-Brasil

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Doença Renal Crônica, Obesidade, Dieta, Comportamento

Alimentar, Aconselhamento nutricional, Comer Intuitivo.

INTRODUÇÃO A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema de

saúde pública mundial com crescente aumento na sua incidência e prevalência.

Paralelamente, a frequência de casos de obesidade também cresce na população com

DRC. O tratamento nutricional da DRC engloba modificações dietéticas que podem

ter importante impacto na qualidade da dieta e na qualidade de vida do paciente

constituindo um desafio para o tratamento. Abordagens inovadoras vêm sendo

sugeridas para trabalhar a mudança de comportamento alimentar em diversas

populações, buscando resgatar o comer em resposta aos sinais internos do corpo e

melhorar aceitação corporal. O conhecimento dos conceitos de atitude e

comportamento alimentar é essencial para educação em saúde e abordagens que

trabalhem com estes conceitos são indicadas para aumentar a motivação, adesão e

autocuidado dos indivíduos no tratamento de doenças. No entanto, essas abordagens

são pouco estudadas em pacientes com DRC. OBJETIVO Testar uma proposta de

intervenção nutricional baseada em estratégias comportamentais em mulheres com

excesso de peso na fase não dialítica da DRC. MÉTODO Trata-se de uma

intervenção nutricional em grupo focada em mudança de comportamento com

mulheres com DRC nos estadios de 1 a 4 atendidas no ambulatório de tratamento

conservador da DRC do Hospital do Rim da Fundação Oswaldo Ramos. A proposta

incluiu avaliações em relação ao estado nutricional, composição corporal, exames

laboratoriais, consumo alimentar/qualidade da dieta e questionários de imagem

corporal, qualidade de vida, comer intuitivo e compulsão alimentar, além de, grupos

focais objetivando conhecer as atitudes alimentares, assim como a percepção sobre

qualidade de vida, autocuidado, alimentação saudável e recomendações alimentares

para DRC. RESULTADOS A intervenção foi nomeada CARIM e estruturada em 15

sessões quinzenais de aproximadamente 90 minutos com os tópicos 1) Apresentação

e treinamento para preenchimento do diário alimentar; 2) O que é DRC e como se dá

o tratamento; 3) O que é alimentação saudável; 4) O controle de proteína, potássio e

sódio na DRC; 5) Motivação/Traçando metas; 6) Meu peso: obesidade x estigma; 7)

A mentalidade de dieta; 8) Respeite seu corpo: formas de cuidado; 9) Fome, apetite e

saciedade; 10) Descobrindo a satisfação; 11) Comer emocional; 12) Prestando

atenção ao comer; 13) Comer desatento/ reorganização da rotina; 14) Mitos e

Verdades; 15) Revisão de metas e manutenção de hábitos. As pacientes receberam

assistência individual após as sessões. CONCLUSÃO A estrutura da intervenção

proposta mostrou-se adequada aos objetivos e o primeiro grupo com 7 pacientes foi

concluído com boa adesão.

Pôster 9)

COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES

DE PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL DE

ESCOLAS PRIVADAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Mariana Gori ; Renata Furlan Viebig - Centro Universitário São Camilo (CUSC), São

Paulo – SP – Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Professores; Transtorno Alimentar; Peso

INTRODUÇÃO Na atualidade, é crescente o sentimento de desconforto em relação

ao corpo e imagem corporal. As influências socioculturais podem induzir indivíduos

de todas as idades, especialmente mulheres, ao desejo por um corpo magro e,

consequentemente, à insatisfação corporal. A diferença entre o corpo atual e aquele

considerado “ideal” pode promover a baixa autoestima, levando ao início de

comportamentos de risco para Transtornos Alimentares. OBJETIVO Avaliar os

comportamentos de riscos para Transtornos Alimentar e o controle de peso de

professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I de escolas particulares do

município de São Paulo. MÉTODO Trata-se de um estudo transversal realizado com

professoras da Educação Infantil e Ensino Fundamental I de 4 escolas localizadas na

cidade de São Paulo. As docentes foram avaliadas pelo questionário intitulado:

Conhecimento, crenças e atitudes em relação ao controle de peso proposto por O’Dea

e Abraham (2001) que foi traduzido e calibrado por outros nutricionistas que ajudaram

na adaptação transcultural do instrumento. As análises dos dados foram feitas por meio

da estatística descritiva. Só participaram do estudo os professores que leram,

entenderam e aceitaram os objetivos e os procedimentos da pesquisa, descritos no

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O presente estudo atendeu aos

preceitos éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário São Camilo sob número 1.709.826. RESULTADOS A amostra foi

constituída por 55 professoras, todas do gênero feminino, sendo 49,1% da Educação

Infantil e 50,9% do Ensino Fundamental I, de 4 colégios paulistanos, com idade média

de 37,49 anos (DP=12,04). Dentre as participantes, 56,4% relataram que comiam mais

quando se sentiam chateadas e 58,2% consideravam ter bons hábitos alimentares. Em

relação ao corpo, 78,2% das professoras relataram estar tentando perder peso, mais da

metade está tentando definir o corpo e desenvolver os músculos. Quando questionadas

sobre a prática de atividade física, 85,5% reconheceram que precisam fazer mais

atividade física. Mais da metade da amostra relatou seguir seu próprio estilo de dieta,

41,8% “pulavam refeições” ou evitavam comer e 20% das professoras disseram seguir

dietas da moda de revistas. A maioria relatou escolher alimentos de baixa caloria

rotineiramente como os “light ou diet” e 56,3% se mantinham ocupadas para não

pensar em comida. Algumas professoras relataram ter comportamentos mais

agressivos para controle de peso corporal como o uso de comprimidos para emagrecer

e usar laxantes naturais (8%). CONCLUSÃO As docentes graduadas em pedagogia,

mostraram diversas atitudes agressivas ao seu corpo em relação ao controle de peso

com comportamentos de risco para desenvolverem Transtornos Alimentares. Estas

atitudes podem ser preocupantes pois, de alguma forma elas podem ensinar ou falar

sobre esses comportamentos agressivos e de risco à saúde para os alunos despertando

preocupações desnecessárias.

Pôster 10)

O QUE LEVA ADOLESCENTES A COMER FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES?

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO

PARA O PORTUGUÊS DO BRASIL

César Henrique de Carvalho Moraes1 , Denise Cavallini Cyrillo1 1 - Interunidades em

Nutrição Humana Aplicada, Universidade de São Paulo-SP, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar, tomada de decisões, comparação

transcultural, inquéritos e questionários.

INTRODUÇÃO Aspectos sócio cognitivos são determinantes da escolha de adolescentes

por frutas, verduras e legumes, sendo importante sua avaliação. No entanto não se verifica

no Brasil a aplicação do modelo teórico da Abordagem da Ação Fundamentada para tal

fim, mesmo sendo este comumente aplicado para previsão do comportamento alimentar

de adolescentes internacionalmente. Ademais, há poucas pesquisas que investigam tais

aspectos com o uso de instrumentos de medida com propriedades psicométricas

adequadas. Instrumentos psicométricos que visam medir variáveis segundo o modelo

mencionado apresentam um padrão de construção para suas questões, sendo estas

confeccionadas em acordo com cada um dos fatores da teoria (atitudes, normas

descritivas, normas cautelares, autoeficácia e frequência semanal de escolha pelos

alimentos em questão). O instrumento de Pedersen et al. (2014) apresenta tal estrutura e

com o enquadramento para escolha de adolescentes por frutas, verduras e legumes.

OBJETIVO Descrever o processo de adaptação transcultural e validação de construto do

instrumento de Pedersen et al. (2014), baseado nas premissas da Abordagem da Ação

Fundamentada, para aplicação no contexto brasileiro. MÉTODOS Realizou-se avaliação

semântica por dois tradutores da área; semântica, conceitual e de itens por 17

especialistas; operacional por 20 adolescentes, sendo a última versão do instrumento

submetida às avaliações (semântica, conceitual e de itens) de 9 especialistas. Avaliou-se

as respostas dos especialistas por frequência de concordância e por contribuições abertas.

Em amostra de 430 adolescentes, testou-se as propriedades psicométricas por meio de

consistência interna (Alfa de Cronbach) e validade (Análise Fatorial Confirmatória).

Utilizou-se o software R CORE TEAM. RESULTADOS Houve equivalência satisfatória

entre as versões inglês-português com as seguintes consistências internas por fator do

modelo: frequência semanal de escolha (α=0,77), autoeficacia (α=0,82), atitudes (α=0,84),

normas descritivas (α=0,52), normas cautelares (α=0,64). A Analise Fatorial

Confirmatória mostrou bom ajustamento dos dados ao modelo (CFI=0,938,

RMSEA=0,048 (IC 90%: 0,043-0,052)). As questões com maior efeito para a formação

dos fatores foram: para o fator frequência semanal de escolha, a questão “Quantas vezes

você come verduras e/ou legumes no seu jantar” (λ=1,76, p=0,001); para autoeficacia, a

questão “Eu me sinto capaz de comer mais frutas e/ou verduras/legumes quando meus

amigos estão por perto” (λ=0,83, p=0,001); para atitudes, a questão “Se eu comer mais

frutas e/ou verduras/legumes, eu gostarei mais de mim” (λ=0,92, p=0,001); para normas

descritivas, a questão “Meus amigos comem frutas e/ou verduras/legumes” (λ=0,61,

p=0,001); para normas cautelares, a questão “Meus amigos acham que eu devo comer

mais frutas e/ou verduras/legumes” (λ=0,84, p=0,001). CONCLUSÃO Com base na

Abordagem da Ação Fundamentada, validou-se um instrumento para medida de

determinantes sócio cognitivos da escolha de frutas, verduras e legumes por adolescentes,

sendo único instrumento nessa temática na língua portuguesa

Pôster 11)

PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE NUTRIÇÃO SOBRE ALIMENTAÇÃO

E IMAGEM CORPORAL

Roberta Soares Casaes1, Ainá Inocencio da Silva1, Docente do curso de Nutrição

UFRJ- Campus/Macaé - Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Macaé –

RJ – Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVES: nutrição comportamental; auto estima; mentalidade;

compulsão alimentar

INTRODUÇÃO A relação entre o indivíduo e a comida sofreu enorme influência,

nas últimas décadas, da própria regulação científica, mas também dos novos ideais

de beleza, do crescimento da produção industrial dos alimentos, da massificação de

informações muitas vezes equivocadas e tendenciosas, e da cultura. Dessa forma, a

mentalidade de dieta, produzida socialmente, está internalizada e regulando as

relações homem, alimento e corpo. O estímulo para o consumo de determinado

alimento passa a ser cada vez mais motivado por fatores externos. Perde-se a

capacidade de saborear os alimentos, de saber a hora de parar de comer, de saber

quando se tem fome e de escolher os alimentos por livre e espontânea vontade. Muitos

estudantes de Nutrição e Nutricionistas desenvolvem comportamentos radicais em

relação à alimentação e com base na sua imagem corporal. Cada vez mais aparece o

“policial nutricionista” que dita às pessoas o que deve ou não ser ingerido. Entretanto

o modelo restritivo para perda e manutenção do peso corporal é, sabidamente,

ineficiente por, dentre outras coisas, ser incapaz de garantir a mudança de

comportamento. Essa mudança, relacionado à comida, tem papel importante na

promoção de hábitos saudáveis e na aderência aos tratamentos. Um estudo com

modelos de simulação nos Estados Unidos aponta que mudanças comportamentais e

ambientais são necessárias, junto a outras medidas, para resultados mais efetivos e de

baixo custo. Portanto, faz-se necessário conhecer a percepção de acadêmicos do

Curso de Nutrição sobre alimentação e imagem corporal para possibilitar, ainda no

ambiente acadêmico, ações que promovam o atendimento nutricional humanizado e

fundamentado na mudança do comportamento pessoal e profissional. OBJETIVO

Avaliar a percepção de acadêmicos de nutrição sobre alimentação e imagem corporal.

MÉTODO Estudo seccional, descritivo, observacional, de caráter quantitativo,

desenvolvido através de questionários semi-estruturados realizado com 70

acadêmicos do curso de Nutrição, a partir do 6° período de duas Universidades

Federais localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Utilizou-se escala hedônica de 5

pontos (não concordo plenamente a concordo plenamente) para respostas das

perguntas. Os estudantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS A maioria dos alunos pertence ao sexo feminino (89,9%) e com

idade média de 25 anos. Quando questionados se estudar Nutrição os fez melhorar a

qualidade da alimentação, 57,1% dos acadêmicos responderam concordar

plenamente. Estudar Nutrição aumentou parcialmente a culpa ao comer em 45,7%.

Entretanto 21,4% concordaram plenamente com tal afirmação. 48,6% concordarem

parcialmente em serem extremamente preocupados com a imagem corporal, fato

muito importante que pode gerar culpa ao comer, além de 45,7% concordarem

totalmente que a imagem corporal afeta sua autoestima. Em relação ao

questionamento se os estudantes já tiveram algum episódio de compulsão alimentar,

54,3% responderam que sim, mostrando a importância do estudo do comportamento

alimentar no próprio Curso de Nutrição. CONCLUSÃO Os resultados demonstraram

que a percepção acerca dos temas Alimentação e Imagem Corporal reflete as escolhas

alimentares, além de afetar diretamente a autoestima de estudantes de Nutrição. Tal

resultado ressalta a importância de mais estudos na área de Nutrição Comportamental

e a necessidade de debates no Curso de Nutrição acerca do tema, auxiliando os futuros

profissionais da área em suas condutas pessoais e profissionais.

Pôster 12)

COMPORTAMENTO ALIMENTAR E EVOLUÇÃO NUTRICIONAL DE

PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA BARIÁTRICA: EXISTE

RELAÇÃO?

Josiane rodrigues de barros, Fabiana melo soares, Epifânio feitosa da silva neto,

Márcia ferreira cândido de souza - Universidade Federal de Sergipe (UFS), São

Cristóvão, Sergipe, Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Cirurgia Bariátrica; Comportamento Alimentar

INTRODUÇÃO A obesidade é um problema de saúde pública com crescente

prevalência e de origem multifatorial. Além dos tratamentos convencionais para

obesidade grave têm-se as técnicas cirúrgicas como a cirurgia bariátrica que

proporciona significativos resultados a longo prazo na perda de peso e melhora das

comorbidades clínicas. Alguns pacientes, porém, podem apresentar comportamentos

alimentares e psicológicos que influenciam tais resultados. OBJETIVO Identificar se

existe relação entre comportamento alimentar e a evolução nutricional no pós-

operatório tardio (12 meses) de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, com amostra constituída de pacientes assistidos

pelo ambulatório de nutrição de um hospital universitário do nordeste brasileiro. A

coleta de dados foi realizada utilizando-se o protocolo do ambulatório de nutrição na

primeira consulta e 12 meses após a cirurgia bariátrica. Foram coletados dados de

peso, altura, índice de massa corporal (IMC) além de informações sobre o

comportamento alimentar de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica por meio de

um questionário com perguntas fechadas. Foi realizada a estatística descritiva e teste

“T” pareado de Student para comparação dos dados iniciais e finais. O estudo foi

aprovado pelo comitê de ética com número CAAE nº 0065.0.107.000-11.

RESULTADOS A amostra foi constituída de 47 pacientes adultos, faixa etária entre

18 a 60 anos e idade média 43,63 anos, sendo 72,3% do sexo feminino. Houve redução

do IMC durante o acompanhamento nutricional, na consulta pré-operatória a média

foi 50,11 kg/m2, na primeira consulta pós-operatória a média reduziu para 46,47

kg/m2, após 12 meses a média foi de 38,58 kg/m2. Em relação ao comportamento

alimentar na primeira consulta pré-operatória, 37 (78,72%) pacientes relataram ter

uma ou mais alterações do comportamento alimentar, destes 34% eram hiperfágicos,

23,4% beliscadores, 21,27% não apresentaram alteração e 8,5% apresentavam fome

noturna. A média de IMC após os 12 meses de acompanhamento foi maior entre os

participantes com alterações no comportamento alimentar (39,06 kg/ m2), e 36,47

kg/m2 nos pacientes sem alteração. CONCLUSÃO As questões comportamentais que

envolvem o ato de alimentar-se estão relacionadas com a evolução nutricional de

pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, refletindo no possível (IN) sucesso da

intervenção. O comportamento alimentar prévio pode levar a um reganho de peso com

piora dos resultados no pós-cirúrgico como foi possível observar pelo aumento do

IMC dos pacientes no presente estudo. Desta forma, uma abordagem ampliada sobre

o comportamento alimentar desses pacientes é de fundamental importância para

mudanças sustentáveis no estilo de vida.

Pôster 13)

ATITUDES ALIMENTARES DE ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO

Natalia machia conceição; Luiza antoniazzi; Bettina gerken BRASIL - Universidade

Paulista (UNIP), São Paulo, SP, Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Adolescente; Comportamento alimentar; Transtornos da

Alimentação e da Ingestão de Alimentos.

INTRODUÇÃO As atitudes alimentares possuem grande influência na promoção

de saúde em todas as fases da vida. Na adolescência, quando diversas mudanças

corporais acontecem, podendo precipitar a ocorrência de transtornos alimentares,

pois a preocupação com a imagem corporal e práticas inadequadas com a

alimentação vêm sendo muito evidenciadas neste grupo. OBJETIVO Avaliar as

atitudes alimentares dos estudantes do Ensino Fundamental de uma escola no

município de São Paulo - SP. MÉTODOS Trata-se de um estudo do tipo

transversal com coleta de dados, abordagem quantitativa e qualitativa realizado

em uma escola particular no município de São Paulo – SP, contendo uma amostra

de 31 alunos, com faixa etária de 12 a 17 anos, de ambos os sexos. Para avaliar as

atitudes alimentares dos adolescentes os mesmos responderam as 25 questões da

Escala de Atitudes Alimentares para Adolescentes (DEAS). O questionário

apresenta 25 questões pontuadas em escala na forma Likert de pontos, sendo que

maiores pontuações indicam atitudes mais disfuncionais; a pontuação mínima

possível é de 37 pontos e a máxima 190 pontos. A presente pesquisa foi aprovada

pelo Comitê de Ética da Universidade Paulista (UNIP), sob número CAAE

75479917.1.0000.5512. Todos os indivíduos incluídos no estudo concordaram em

participar assinado termo de assentimento e seus pais ou responsáveis autorizaram

a participação pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores.

Diferenças estatística entre médias foram testadas pelo teste T de student e entre

proporções pelo teste qui-quadrado, por meio do software SPSS 20.0.

RESULTADO A idade de maior porcentagem neste estudo é entre os

adolescentes de 15 a 17 anos com 64,52% (n=20). Na amostra foram

compreendidos ambos os sexos, sendo o mais prevalente o sexo feminino com a

porcentagem de 70,97% (n=22) dos adolescentes. Dentre os alimentos

questionados, o que os adolescentes acham que devem consumir habitualmente é

o arroz e o feijão com 96,77% (ambos n=30), o que devem consumir raramente é

a batata frita com 87,10% (n=27), e o que não devem consumir são os óleos com

16,13% (n=5). Todos os adolescentes avaliados têm a percepção de que comer é

algo natural (n=31). Quando acabam comendo uma quantidade maior do que de

costume, 51,61% (n=16), dos adolescentes disseram que voltam a se alimentar de

forma habitual, mas 32,26% (n=10) disseram que faz algo para compensar, como

por exemplo: andar de bicicleta, fazer atividades físicas, alimentar-se menos,

podendo até pular refeições, e 35,48% (n=11) dos adolescentes responderam que

‘’Sempre gostariam de ter total controle sobre o apetite e a alimentação”,

demonstrando uma preocupação com sua alimentação e o medo de engordar. A

pontuação média do DEAS foi M = 61,9, DP 14,5 para as meninas e M=66,9, DP

14,9 para os meninos, sem diferença entre os sexos (p=0,409). CONCLUSÃO A

avaliação dos adolescentes, de 12 a 17 anos, estudantes de uma escola particular

no município de São Paulo, avaliados no presente estudo mostrou que a maioria,

tem atitudes positivas diante da alimentação. A maior parte dos indivíduos

estudados não ultrapassou 70 pontos no DEAS. Apesar disso foi observado

percentual relevante dos adolescentes que usam métodos de compensação quando

ingerem quantidade de alimentos maior do que de costume e que gostariam de ter

total controle sobre o apetite e alimentação. Tais fatores merecem atenção dos

profissionais envolvidos com esses adolescentes e pelas famílias dos mesmos,

para prevenir a ocorrências de transtornos alimentares.

Pôster 14)

INTERVENÇÕES BASEADAS NOS PRINCÍPIOS DE MINDFULNESS E

MINDFUL EATING PARA ADOLESCENTES: O QUE HÁ ATÉ AGORA?

Carolina Albuquerque Gurgel1; Ariana Galhardi Lira1; Marle dos Santos Alvarenga2

1 Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Paulo, SP, Brasil.

2 Faculdade de Saúde Pública – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP,

Brasil. [email protected]

PALAVRAS CHAVE: Mindfulness; Adolescentes; Intervenção.

INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase da vida caracterizada por grandes

transformações físicas, biológicas e sociais, marcada pela vulnerabilidade,

necessidade de pertencimento a grupos, baixa autoestima com frequente insatisfação

corporal e com grande internalização de padrões estéticos não realistas que sugerem

como corpo ideal um corpo magro e definido. Por outro lado, a obesidade nesta faixa

etária é também crescente. Historicamente intervenções para a perda de peso são

focadas em prática de atividade física e diminuição da ingestão calórica, porém essas

estratégias não se sustentam em longo prazo. Além das estratégias atuais não obterem

os resultados esperados para o controle da obesidade estudos tem apontado para um

“efeito colateral” no aumento do risco para transtornos alimentares. Intervenções que

ofereçam novas abordagens tal como o mindfulness e mindful eating – que não tem

foco em perda de peso e emagrecimento - são promissoras por trabalhar a

autocompaixão, aceitação corporal e consciência sobre a influência das emoções na

alimentação e, portanto, auxiliar o indivíduo a compreender e praticar uma

alimentação guiada pela fome e saciedade. OBJETIVOS Apresentar resultados de

revisão integrativa sobre intervenções baseadas em mindfulness e mindful eating para

adolescentes. MÉTODO Foi realizada uma busca bibliográfica por meio de uma

revisão nas bases de dados MedLine, Pubmed, Scielo e Lilacs, com os descritores

“mindfulness”, “mindful”, “eating”, “intervention” e “adolescents”. Utilizou-se os

operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram selecionados todos os artigos originais,

publicados exclusivamente com adolescentes, que apresentavam resultados da

intervenção proposta. RESULTADOS Foram encontrados 39 estudos com os

descritores, mas 33 não preenchiam os critérios de inclusão. Dos artigos restantes,

dois estudos observaram que após a intervenção mindfulness houve redução de peso

dos adolescentes, sendo que, em um deles com 347 jovens em uma escola na

Austrália, verificou melhora também na preocupação com o corpo, na internalização

do ideal de magreza, e nos comportamentos de risco para transtornos alimentares,

quando comparado ao grupo controle. Outro estudo demonstrou diminuição de

comportamentos alimentares disfuncionais e alta aderência em relação a atividade

física, utilizando um aplicativo de mindfulness como instrumento. Dois estudos,

sendo um deles nos Estados Unidos com 114 adolescentes do gênero feminino,

verificaram que participantes do grupo de mindfulness ou mindful eating

demonstraram maior autocontrole nas escolhas alimentares, no impulso ao comer e

nos “beliscos”. Localizou-se ainda um estudo nos Estados Unidos realizado com 107

meninas em risco de diabetes melitus 2 e com exageros alimentares que encontrou

que a prática de mindfulness foi inversamente relacionada à ingestão calórica na

ausência de fome física. CONCLUSÃO Poucos estudos realizaram intervenções

baseadas em mindfulness ou mindful eating com adolescentes até o momento, e

nenhum deles no Brasil. São necessárias mais pesquisas para saber os benefícios desta

prática, contudo os resultados encontrados são promissores

Pôster 15)

OS SABERES E AS PRÁTICAS DE NUTRIZES ACERCA DO

ALEITAMENTO MATERNO

Mariam Mustapha El Orra1; Irene Coutinho de Macedo2. / Estudante do curso de

Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário Senac Santo Amaro. São

Paulo/SP; Docente e pesquisadora do Centro Universitário Senac Santo Amaro.

São Paulo/SP. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento materno; Amamentação; Leite humano.

INTRODUÇÃO O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo,

afeto, proteção e nutrição para o recém-nascido e constitui em uma sensível,

econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Não é

um ato apenas biológico, mas é histórico, social e psicológico. A cultura, a crença

e os tabus têm influenciando de forma crucial a prática deste, também a

alimentação materna durante a lactação. Assim, este trabalho se justifica pela

necessidade de investigar possíveis impactos dos conhecimentos, crenças, tabus e

experiências na prática do aleitamento materno. OBJETIVO O objetivo do

trabalho foi identificar saberes e crenças do aleitamento materno na perspectiva

de um grupo de nutrizes residentes em São Paulo. MÉTODO O público da

pesquisa foi composto por mulheres com filhos de até dois anos de idade, em sua

maioria, de uma comunidade mulçumana, sendo a autora do estudo constituinte.

Realizaram-se entrevistas individuais seguindo um roteiro estruturado em 13

perguntas que tratavam de questões como práticas, sentimentos, emoções e

saberes sobre a amamentação. O estudo realizado foi do tipo descritivo com a

organização das respostas por categorias descritas pelo registro de sensações

físicas e emocionais das lactentes que, a partir da percepção das mães, foram

classificadas como sensações agradáveis e/ou desagradáveis. As mães

participaram de forma voluntária e tiveram ciência da pesquisa por meio do termo

de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS Foram entrevistadas 19

mães com média de idade de 26,84 anos (DP = 4,16), em sua maioria, da religião

islâmica (68,42%). Este dado é relevante, pois essa população apresentou crenças

incomuns a respeito da amamentação em comparação às demais entrevistadas.

Quando questionadas sobre as principais sensações físicas e emocionais das

lactentes, registrou-se uma grande satisfação na amamentação. Porém, em todos

os depoimentos, a dor apareceu como sensação física desagradável. Já os medos e

as dificuldades relatados foram o leite materno secar ou não ser suficiente para

nutrir, dor, pega incorreta da mama, posição incorreta do bebê, sono,

amamentação fora do lar e as lesões nas mamas. O medo fez com que algumas

mães fizessem a introdução precoce de leite artificial, porém com o tempo, as

dificuldades foram amenizadas. A rede de suporte familiar e de apoio à saúde é

fundamental para o encorajamento das nutrizes. As influências citadas foram por

parte das famílias, médicos, e influência religiosa, pois no Alcorão há um versículo

que orienta a amamentação até os dois anos. Cada nutriz teve diferentes atitudes

em relação à amamentação, possuem o conhecimento dos benefícios, e tiveram

coerência em sua prática, e respeitá-las é fundamental para ter resultados

concretos. CONCLUSÃO Verificou-se que as entrevistadas reconhecem o fato

do leite materno ser suficiente, demonstrando que as nutrizes podem possuir a

percepção correta do aleitamento. Ainda assim, muitas deixaram o aleitamento

materno exclusivo e introduziram a mamadeira, cada uma com sua justificativa.

Para evitar isto, são necessárias novas ações e a aplicação de projetos educacionais

que estimulem a amamentação.

Pôster 16)

A INFLUÊNCIA DOS PAIS SOBRE FORMAÇÃO DOS HÁBITOS

ALIMENTARES DE SEUS FILHOS

Daniela Miranda Müller, Irene Coutinho de Macedo - Bacharelado em Nutrição do

Centro Universitário Senac Santo Amaro - São Paulo/SP.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Desenvolvimento infantil; Comportamento Alimentar;

Hábitos Alimentares; Relações pais-filhos.

INTRODUÇÃO A formação do comportamento alimentar se inicia desde os

primeiros anos de vida e pode ser influenciada por fatores ambientais, como cultura,

família, religião e sociedade. Considerando a complexidade da formação dos hábitos

alimentares nas crianças e os impactos destes na fase adulta, justifica-se a necessidade

de realizar um estudo que identifique a influência dos pais na formação de hábitos

alimentares de seus filhos. OBJETIVOS identificar opiniões e crenças de mães de

alto nível socioeconômico acerca de seu papel e influência sobre a alimentação de

seus filhos. MÉTODO Trata-se de um estudo de caráter descritivo qualitativo,

utilizando o método do Grupo Focal com organização das respostas por discurso

coletivo. A pesquisa aconteceu no salão de festas de um condomínio na Zona Sul de

São Paulo, com 06 mulheres, convidadas para o estudo por conveniência da

pesquisadora. Para condução do grupo foi organizado um roteiro de conversa que

abordou questões sobre lembranças e memórias na dinâmica de escolha e preparo da

alimentação na família de base das mães e da família atual. As conversas foram

gravadas mediante autorização das participantes. Participaram da pesquisa as mães

que concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual

constavam os métodos e objetivos da pesquisa e sobre a segurança para os

participantes. RESULTADOS A população foi composta por mulheres, com idade

entre 28 a 39 anos, casadas e com filhos entre 3 a 5 anos. Todas possuem ensino

superior completo, trabalham fora do lar em período integral e com renda familiar de

8 a 10 salários mínimos. No período de trabalho, as crianças ficam a maior parte do

tempo na escola ou na casa dos avós. Sobre a relação entre os hábitos alimentares

das mães e a realidade nos lares atuais, as mulheres relataram que, quando eram

crianças, as próprias mães preparavam a comida com muitos alimentos “frescos” e

“saudaveis”. No entanto, o discurso foi comum sobre a dificuldade atual em manter

uma alimentação nos mesmos moldes. A mudança na organização da rotina familiar

traz um cenário em que a mulher conta com a ajuda de empregada doméstica, escola

e familiares para organizarem a rotina da família. Essa alteração também é percebida

no ato de cozinhar visto que, no grupo, a maioria das vezes elas não gostam de

cozinhar e que contam com a ajuda do parceiro ou das empregadas. Além disso, a

participação das crianças no preparo da refeição quase não é percebida. Da mesma

forma, as famílias têm pouco tempo para fazerem refeições juntos, podendo trazer

impactos negativos para a socialização alimentar. As mães acreditam que seus hábitos

interferem na alimentação dos seus filhos. Após a reflexão das mães, as mesmas

expressaram suas ideias, conforme mostra a análise: “Acho que os filhos não fazem o

que falamos, mas sim fazem o que fazemos então somos um espelho. Os filhos comem

o que os pais comem (...) São eles quem formarão a alimentação deles no futuro,

quando possuírem autonomia na escolha”. CONCLUSÃO A família é um fator

determinante, pois ela que irá ofertar a primeira refeição e passar os primeiros

conceitos sobre alimentação aos seus filhos. As escolhas dos pais sobre a alimentação

influenciam as experiências de seus filhos, já que estes são seus dependentes. Estas

escolhas incluem quando irão se alimentar, os contextos em que se alimentarão, quais

alimentos e tamanhos de porções que serão colocados à disposição das crianças e as

práticas que serão utilizadas para promover ou desencorajar sua alimentação.

Pôster 17)

AVALIAÇÃO DE ESTÁGIOS MOTIVACIONAIS PARA MUDANÇA DE

COMPORTAMENTO DE PACIENTES EM ACOMPANHAMENTO PRÉ E

PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA

Rayanne Silva Vieira Lima¹; Natasha Farias Pitts¹; Priscila da Silva Mendonça¹;

Joseline Maria Alves Gomes Recamonde¹ - ¹Hospital Universitário Walter Cantídio,

HUWC, Fortaleza, Ceará, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Cirurgia Bariátrica; Obesidade; Comportamento Alimentar;

Motivação.

INTRODUÇÃO No Brasil, estima-se que 53,8% da população acima de 18 anos tenha

excesso de peso e que 18,9% seja obesa. Sabe-se que a percepção de que é necessário

alterar os hábitos alimentares é imprescindível para realmente iniciar alguma mudança.

Segundo o modelo Transteórico, o indivíduo passa por diversos estágios de motivação

durante o processo de mudança de hábitos, a saber: Pré-contemplação, Contemplação,

Preparação, Ação e Manutenção, e alguns autores incluem a fase de Recaída. Com base

nele, é possível traçar estratégias de intervenção de acordo com a prontidão para

mudança. Assim, conhecer o estágio de motivação em que o paciente se encontra pode

contribuir para uma abordagem mais direcionada efetiva e individualizada.

OBJETIVO Investigar os estágios de motivação para mudança de pacientes em

seguimento pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. MÉTODO Tratou-se de um

estudo transversal e descritivo, com amostragem por conveniência, no qual foram

abordados pacientes em pré e pós-operatório de Cirurgia Bariátrica em um Ambulatório

de referência. Foram coletadas as características sociodemográficas e clínicas por meio

de questionário estruturado, de autoria própria, e avaliada a motivação para mudança

de comportamento alimentar por meio da University of Rhode Island Change

Assessment Scale (URICA), traduzida para o português e validada. Os participantes

confirmaram seu consentimento em participar da pesquisa por meio da assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram tabulados no programa

Excel para Windows, versão 2013. Aplicou-se o Teste Exato de Fischer, utilizando-se

o programa IBM SPSS Statistics versão 20, para avaliar as hipóteses qualitativas.

Considerou-se p<0.05 para significância estatística. RESULTADOS Quarenta e oito

pacientes foram entrevistados, com idade média de 40,56 (DP 10,33) anos. A maioria

estava em acompanhamento pré-cirurgia bariátrica (66,7%) e era de gênero feminino

(93,8%). Quanto às demais características sociodemográficas, predominou o estado

civil casado(a) (47,9%), a renda de até 1 salário mínimo (43,8%) e o ensino médio

completo como escolaridade (37,5%). Com relação aos estágios de motivação,

predominou a Pré-contemplação (45,8%). Dentre os pacientes em pré-cirurgia

bariátrica, sobressaiu-se a contemplação (50%), enquanto após a cirurgia, a maioria

estava em pré-contemplação (68,8%). Entretanto, não foram encontradas diferenças

significativas entre as classificações dos estágios motivacionais dos dois grupos

(p=0,083). CONCLUSÃO Os resultados sugerem que a maioria dos pacientes

mostram-se pouco motivados para realização de mudanças relacionados ao

comportamento alimentar, tanto antes, como depois da cirurgia. Considerando que as

mudanças relacionadas ao estilo de vida são importantes para a manutenção de bons

parâmetros de saúde após a cirurgia, buscar estratégias de intervenção considerando os

estágios de motivação pode auxiliar no processo de aquisição e manutenção de novos

hábitos pelo paciente.

Poster 18)

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

DE ACORDO COM O ESTADO NUTRICIONAL

Camila Silva dos Anjos, Franciane Goes Borges, Patrícia Leila dos Santos.

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP

USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Estado nutricional; Criança;

Adolescente.

INTRODUÇÃO Comportamento alimentar compreende todas as ações em relação

ao ato de comer (o quê, quanto, como, quando, onde e com quem se come)

associados aos aspectos subjetivos individuais e coletivos relacionados ao comer e

à comida. Considerando a prevalência de excesso de peso no Brasil, termos como

consumo e hábito alimentar têm sido utilizados como sinônimos de comportamento

alimentar em estudos que buscam elucidar a relação entre estes e o estado nutricional

de indivíduos de todas as idades. Diversos pesquisadores têm demonstrado que um

balanço energético positivo tende a levar ao excesso de peso, porém pouco se

investiga a relação do estado nutricional com o comportamento alimentar, ou seja, a

dimensão psicodinâmica da alimentação, principalmente na infância e adolescência.

OBJETIVO Avaliar o comportamento alimentar de crianças e adolescentes,

conforme o estado nutricional, comparando eutróficos, sobrepeso e obesos.

MÉTODO Foram avaliadas 68 crianças e adolescentes com idade entre 9 e 13 anos.

Um questionário de informações sociodemográficas foi utilizado para caracterização

da amostra e o Questionário do Comportamento Alimentar da Criança (CEBQ,

versão validada para Portugal), que investiga oito dimensões do comportamento

alimentar: Resposta à saciedade, Prazer na comida, Resposta à comida, Ingestão

lenta, Seletividade alimentar, Sobreingestão emocional, Subingestão emocional e

Desejo de bebida. Para avaliação do estado nutricional, dados antropométricos foram

coletados e classificados de acordo com o índice de massa corporal para idade. Os

dados passaram por análises estatísticas descritiva e inferencial (teste Post-Hoc de

Bonferroni). Ambos questionários foram preenchidos pelas mães ou responsáveis

mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi

aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CAAE n.

16895713.6.0000.5440). RESULTADOS A média de idade da amostra foi 10,6

anos (DP 1,42), sendo 55,9% do sexo feminino e 48,1% do sexo masculino; 52,9%

eutróficos, 22,1% com sobrepeso e 25% obesos. Todas as subescalas do questionário

que refletem um comportamento de atração pelo alimento tiveram médias maiores

para os grupos com excesso de peso do que para os indivíduos eutróficos. As

subescalas que refletem um comportamento de menor interesse pelo alimento

tiveram valores maiores para aqueles com eutrofia do que para aqueles com excesso

de peso, sem diferenças significativas (p > 0,05). Diferenças significativas (p < 0,05)

foram encontradas entre os subgrupos eutrofia e obesidade nas subescalas Resposta

à saciedade (2,8 x DP 0,9; e 2,06 x DP 0,6) e Prazer na comida (3,3 x DP 1,1; 4,1 x

DP 0,7), respectivamente. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo mostram que

há diferenças no comportamento alimentar de crianças eutróficas e obesas. Crianças

eutróficas têm melhor resposta à saciedade enquanto as obesas sentem mais prazer

associado à alimentação. Sugere-se que intervenções atentem a estas diferenças no

comportamento.

Pôster 19)

COMPORTAMENTO ALIMENTAR E ADESÃO À TERAPIA NUTRICIONAL

DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO II EM UM CENTRO DE SAÚDE NO

MUNICÍPIO DE CAMPINAS-SP.

Camila Belém Toniatti ; Madalena Conceição da Silva Araújo - Hospital Municipal Dr.

Mario Gatti - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde: Atenção Integral no

Sistema Único de Saúde. Campinas, São Paulo, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus. Hábitos Alimentares. Educação em Saúde.

INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus tipo II é caracterizado por defeitos na ação e/ou

secreção de insulina. Além do tratamento farmacológico, mudanças no hábito de vida,

como a prática de uma alimentação saudável, são importantes para o controle da

patologia. Identificar o perfil dos pacientes diabéticos e compreender suas escolhas

alimentares são ações importantes para criar estratégias que possibilitem maior adesão

ao tratamento nutricional. Esse trabalho teve como objetivo geral: identificar o

comportamento alimentar e perfil biopsicossocioeconomico de pacientes diabéticos tipo

II e objetivos específicos: verificar quais fatores influenciam as escolhas alimentares

desses pacientes, caracterizar o perfil de saúde, socioeconômico, e estado nutricional.

MÉTODO Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, realizado com pacientes

diabéticos tipo II, cadastrados no programa HiperDia do Ministério da Saúde, de um

centro de saúde da cidade de Campinas-SP. A pesquisa se desenvolveu, após o

preenchimento do Termo de Consentimento livre e Esclarecido (TCLE) pelos

participantes, através de entrevista semi-estruturada gravada em áudio, transcrita e

analisada através do modelo proposto por Bardin, no qual o texto é dividido e agrupado

em categorias, e realizado a inferência dessas expressões. Foram realizadas consultas

nos prontuários para complementar a caracterização do perfil dos participantes. O

número de participantes incluídos na pesquisa foi determinado quando o conteúdo das

entrevistas se tornou repetitivo. Esta pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (número do parecer: 1.586.811).

RESULTADOS Participaram do estudo seis mulheres e três homens. A média de idade

foi de 63 anos. A escolaridade variou de analfabeto até o ensino fundamental II

completo. A classificação da renda familiar mensal teve variação de vulneráveis a baixa

classe alta (um participante não quis informar a sua renda). Os nove entrevistados são

hipertensos, 3 acompanham com a saúde mental (psiquiatria), 4 utilizam insulina e 5

antidiabético oral. O excesso de peso foi prevalente em 66,6% dos participantes. A

análise do conteúdo das entrevistas gerou três categorias: 1 - conhecimento sobre

alimentação para diabético: foi observado que os entrevistados associaram as

recomendações recebidas como proibitivas, a expressão “não pode” foi citada várias

vezes. 2 - comportamento alimentar: a preocupação com a saúde alterando as escolhas

alimentares e relatos de privação alimentar. 3 - adesão à terapia nutricional: a adesão à

alimentação saudável é um constante desafio no tratamento. CONCLUSÃO

Considerou-se que a população deste estudo associou a alimentação para o diabético

como proibitiva, influenciando negativamente a adesão a uma alimentação saudável. A

falta de informação, condição financeira e ausência do apoio familiar também

desfavorecem a adesão à terapia nutricional. São necessárias estratégias para a

comunicação das orientações nutricionais e a promoção do autocuidado.

Pôster 20)

INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E RISCO DE TRANSTORNOS

ALIMENTARES EM UNIVERSITÁRIAS

Taís Regina Pieper, Ms. Mariana Ermel Córdova .Universidade Feevale, Novo

Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Transtornos da Alimentação e da Ingestão de Alimentos;

Insatisfação corporal; Estudantes.

INTRODUÇÃO A incidência de transtornos alimentares e insatisfação com a

imagem corporal é cada vez maior em acadêmicas adolescentes ou adultas jovens do

sexo feminino. Isso em razão ao ganho de responsabilidades que a universidade

exige, inclusão em grupos sociais e autocrítica. Somado a isso, a supervalorização

do corpo, magro e definido, é visto como sinal de saúde, beleza e bem-estar. O corpo

dito como ideal é valorizado e explorado pela mídia, além de ser associado ao

sucesso profissional e pessoal. Em virtude disso, estudantes de nutrição têm maior

risco para desenvolver transtorno alimentar e insatisfação da imagem corporal,

devido a conhecimentos específicos sobre os alimentos e pressões externas, para

manter um padrão corporal devido a sua futura profissão. OBJETIVO Verificar a

frequência de insatisfação corporal e risco para transtornos alimentares em

estudantes de nutrição, quando comparados a de fisioterapia. MÉTODO O trabalho

foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Feevale – Rio

Grande do Sul através do parecer número 2.284.229, onde foram aplicados os

questionários Body Shape Questionare (BSQ) e o Eating Attituds Test (EAT-26). A

aplicação ocorreu através do envio dos questionários eletrônicos, após o aceite do

termo de consentimento livre e esclarecido. Para análise estatística foi aplicado o

coeficiente de correlação de Pearson e Spearman, que avaliou a associação entre as

variáveis contínuas e ordinais. A associação entre as variáveis categóricas foi

verificada pelo teste qui-quadrado de Pearson. Para comparar médias entre os

grupos, foi aplicado o teste t-student. RESULTADOS O número total de alunas

participantes foi de 89, sendo 60,7% do curso de Nutrição. A média de idade foi de

24,66 anos. Evidencia-se que 48,5% da população de ambos os cursos, revelam

ausência de insatisfação corporal, já 21,3% a 27% apresentaram insatisfação

corporal leve ou moderada, respectivamente. Conduto, não houve diferença

estatisticamente significativa entre os cursos. Do total das participantes analisadas

40,1% mostrou-se com comportamento de risco para transtorno alimentar (EAT >

que 21 pontos). A população de estudantes de Nutrição mostrou-se com forte

insatisfação corporal (r = 0,766), quando comparadas a estudantes de Fisioterapia (r

=0, 609). CONCLUSÃO Estudantes da área da saúde, principalmente do curso de

Nutrição, têm maiores chances de desenvolver insatisfação corporal. Fica evidente a

necessidade de maiores trabalhos e intervenções com essa população visando um

suporte para evitar o desenvolvimento dessas doenças.

Pôster 21)

A RELAÇÃO DA MÍDIA E REDES SOCIAIS COM A PERCEPÇÃO DE

ORTOREXIA EM ADULTOS ATIVOS E SEDENTÁRIOS

Jéssica Daiana Barbieri Rusin, Fernanda Brunisaki da Silva, Fernanda Donner Alves.

Centro Universitário Ritter dos Reis – Uniritter, Porto Alegre, RS, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Imagem Corporal; Mídias

Sociais; Exercício Físico.

INTRODUÇÃO O excesso de informação nas mídias e redes sociais podem levar a

uma preocupação exagerada da população em se enquadrar em uma estética corporal

aceitável pela sociedade contemporânea. Nesse contexto, os indivíduos fisicamente

ativos frequentam ambientes que favorecem a disseminação desses padrões de beleza,

o que pode levar a uma insatisfação com sua própria imagem corporal e alterações no

comportamento alimentar. OBJETIVO Avaliar a relação entre a mídia e redes sociais

com a percepção de ortorexia em indivíduos fisicamente ativos e sedentários.

MÉTODOS Estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário

Ritter dos Reis, Porto Alegre, RS. Os participantes foram recrutados por meio de

divulgação na universidade, redes sociais e internet. Foram incluídos 100 adultos

(acima de 18 anos), de ambos os sexos, separados em dois grupos: I) 50 fisicamente

ativos: determinado com mínimo de exercício >150min por semana; e II) 50

sedentários: não praticavam exercícios físicos com regularidade nos últimos 3 meses.

O cálculo da amostra utilizou uma diferença de 20% na percepção de sintomas de

ortorexia entre os sedentários e fisicamente ativos, com poder de 80% e significância

de 5%, sendo o número de necessários de indivíduos em cada grupo de 40, totalizando

um mínimo de 80 para a amostra total. Todos assinaram Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido. Os participantes foram avaliados sobre dados sócio-demográficos e

questionário sobre uso de mídias sociais elaborado pelos autores, percepção de

sintomas de ortorexia avaliado por questionário ORTO-15 adaptado para o português

(Pontes JB et al, 2014), e escala de percepção da imagem corporal (Stunkard et al, 1983

e Lima, 2008). Teste estatístico qui-quadrado foi utilizado para as associações entre a

percepção de ortorexia e relação com a influência da mídia. Comparações de variáveis

contínuas, com distribuição normal, entre grupos, foram feitas por teste t de Student.

Análises por subgrupos foram realizadas para variáveis sócio-demográficas. Os dados

foram analisados no software IBM SPSS Statistics versão 24.0. RESULTADOS A

idade média dos participantes foi de 31 (DP 9) anos, maioria de etnia branca (87%). De

acordo com o ORTO-15, a percepção de sintomas relacionados a ortorexia, se fez

presente na população fisicamente ativa em 86% da amostra e nos sedentários em 56%

(p<0,001), na comparação entre os sexos houve um maior percentual de homens (96%

vs 77%; p=0,05). As escalas de silhuetas apresentaram um elevado percentual da

população insatisfeita com aparência atual (89%). Houve maior percentual de

participantes com sintomas de ortorexia que refeririam entendimento de rótulos (73%

vs 27%;p<0,001), que frequentavam perfis “fitness” de redes sociais (15 vs 0%;

p=0,034), usavam modulação hormonal (18% vs 0%; p=0,018), e achavam que as

mídias influenciavam no seu comportamento (17% vs 0%), p = 0,047). CONCLUSÃO

O uso das mídias e redes sociais foram relacionadas com a presença de sintomas de

ortorexia. Observou-se também predominância dos distúrbios estudados no sexo

masculino e alta frequência de insatisfação com a imagem corporal nos participantes

da pesquisa em geral.

Pôster 22)

FREQUÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A RESTRIÇÃO ALIMENTAR

EM UNIVERSITÁRIOS

Anna Paula de Matos1, Paulo Rogério Melo Rodrigues1, Márcia Gonçalves Ferreira1,

Ana Paula Muraro2 - ¹Faculdade de Nutrição. Universidade Federal de Mato Grosso-

UFMT. Cuiabá/MT, Brasil; ²Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal de

Mato Grosso-UFMT. Cuiabá/MT, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno alimentar; Adolescente; Estudantes;

Universidades.

INTRODUÇÃO Estudantes universitários podem ser considerados vulneráveis à

adoção de comportamentos não saudáveis, entre eles alterações no comportamento

alimentar. Nesse contexto, a restrição alimentar, definida como jejum ou comer

quase nada, tem sido considerada um comportamento de risco para transtornos

alimentares. Objetivo: Analisar a frequência e os fatores associados a restrição

alimentar entre universitários. MÉTODO Estudo transversal, com universitários

ingressantes em uma universidade pública de Cuiabá-MT, pertencentes a uma coorte

dinâmica intitulada "Estudo Longitudinal sobre Estilo de Vida de Estudantes

Universitarios” (ELESEU). Pesquisa de carater censitario com estudantes entre 16 a

25 anos de 21 cursos de período integral. Os dados foram coletados nos primeiros

semestres dos anos de 2015, 2016 e 2017, por meio de questionário autoaplicado,

contendo informações demográficas, socioeconômicas, de estilo de vida (atividade

física (IPAQ), comportamento sedentário, marcadores de consumo de alimentação

saudável e não saudável, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo), relacionadas

à saúde mental (estresse percebido (PSS-10) e sintomas depressivos (PHQ-9),

satisfação corporal (STUNKARD et al., 1983) e questões sobre restrição alimentar,

considerou-se, ficar sem comer ou comer pouquíssimo durante um dia inteiro para

perder peso ou não engordar, uma ou mais vezes por semana nos últimos 3 meses,

adaptado do questionário de HAY (1998). Além disso, foram aferidos peso e estatura

dos universitários para avaliação da condição de peso segundo o índice de massa

corporal. Foi realizada análise de regressão logística hierarquizada a fim de verificar

a associação dos fatores de interesse a restrição alimentar, considerando o nível de

significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética em

Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller da UFMT (Parecer nº 1.006.048).

RESULTADOS Foram avaliados 1608 universitários, sendo 50,7% do sexo

masculino, 77,9% na faixa etária dos 16 aos 19 anos, 60,3% se autodeclararam não

brancos, 48,3% pertenciam à classe econômica B. A maioria dos estudantes (70,0%)

informaram morar com os pais ou parentes e 15,4% eram de cursos da área de

ciências da saúde. Entre os universitários 72,4% praticavam atividade física

suficiente (≥150 minutos/semana), 76,4% apresentaram comportamento sedentário

(tempo de tela > 4h/dia), 13,8% eram fumantes, 59,0% consumiram bebida alcoólica

pelo menos um dia nos últimos 30 dias, 75,9% tiveram padrão de consumo de

refeições irregular. Apesar de 76,0% dos estudantes serem classificados sem excesso

de peso, a maioria (73,9%) estava insatisfeita com a imagem corporal. Estresse

percebido foi observado em 46,8% dos universitários e 35,2% apresentaram sintomas

depressivos. A restrição alimentar apresentou frequência de 9,1% e os fatores que se

mantiveram associados a ela foram: sexo feminino (Odds Ratio [OR]=3,01; Intervalo

de Confiança de 95% [IC95%]: 2,06; 4,39), tabagismo (OR=2,75; IC95%: 1,81;

4,18), insatisfação com a imagem corporal (OR=2,64; IC95%: 1,42; 4,94), excesso

de peso corporal (OR=2,77; IC95%: 1,90; 4,04), presença de estresse percebido

(OR=1,54; IC95%: 0,99; 2,40) e de sintomas depressivos (OR=1,84; IC95%: 1,22;

2,78). CONCLUSÃO A frequência de restrição alimentar entre os universitários foi

elevada, sendo associada as mulheres, fumantes, insatisfeitos com a imagem

corporal, excesso de peso, estresse percebido e sintomas depressivos

Pôster 23)

INFLUÊNCIA DAS POSTAGENS DE NUTRICIONISTAS NA REDE SOCIAL

INSTAGRAM: UMA ANÁLISE QUALITATIVA

Grayce Kelly de Andrade1 , Kelly Carvalho Vieira 2 , Lílian Gonçalves Teixeira3 ,

Maysa Helena de Aguiar Toloni3 - [email protected] 1Aluna do 9º período

do curso de Nutrição do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Lavras

(DNU – UFLA) 2Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Administração –

Universidade Federal de Lavras (UFLA) 3 Professoras Adjuntas do curso de Nutrição

do DNU – UFLA [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Mídias Sociais; Imagem corporal;

Saúde Coletiva.

INTRODUÇÃO É sabido que no Brasil o acesso à informação, sobretudo, à saúde e

nutrição tem crescido cada vez mais, inclusive em redes sociais como Facebook,

Instagram, Twitter. Todavia, este contexto tem sido associado a estereótipos de beleza

impostos pela mídia, onde o culto ao corpo magro torna-se um padrão de felicidade.

Nota-se que os indivíduos têm buscado informações e práticas sobre perda de peso, que

em sua maioria são postadas por 'blogueiros', ou até mesmo profissionais da saúde

como, nutricionistas, educadores físicos, nutrólogos, dentre outros. O número de

publicações informativas de nutricionistas que fazem menção à restrição da alimentação

de forma exacerbada ou culto ao corpo definido tem crescido cada vez mais. Diante

desta perspectiva, a influência do conteúdo divulgado por profissionais da saúde e sua

repercussão no meio social tem sido preocupante. OBJETIVO avaliar de maneira

crítica e qualitativa publicações de nutricionistas e sua influência no comportamento de

seus seguidores na rede social Instagram. MÉTODO Estudo descritivo observacional,

sem contato com indivíduos, dispensando Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Foram analisadas postagens com maior número de likes de 51 nutricionistas (> 2000

seguidores), com no mínimo cinco postagens que enquadrassem cada uma das

categorias do estudo e registro no conselho de classe. Separou-se o material em

categorias analíticas (BARDIN, 2005), sendo: Amarga vida (C1: indicação de produtos

que prometem resultados milagrosos em pouco tempo, sem referência científica);

Espelho, espelho meu... (C2: publicação cuja abordagem se refere ao culto do corpo

magro, considerado estereótipo saudável, além de ser referência, sinônimo de beleza e

felicidade) e Reforço positivo (C3: publicações que influenciam de maneira positiva os

seguidores do profissional, de forma que propiciem desenvolvimento de autonomia e

criticidade para realizar suas escolhas alimentares). RESULTADOS Ao que diz

respeito a C1, foi perceptível a influência que este tipo de postagem pode causar nos

seguidores, uma vez que, inúmeros comentários se referiam a intenção de compra do

produto, além de pedidos para marcar consulta nutricional. No que concerne ao tópico

C2 foi possível observar seguidores expondo estratégias mal sucedidas para emagrecer,

bem como o quanto se sentem frustrados com seu corpo e que gostariam de alcançar os

resultados das fotos de antes e depois postadas pelos profissionais, atitude esta, que

infringe o novo código de ética do nutricionista. Por fim, na C3 foi notável que a

frequênciade publicações desmistificando mitos na nutrição é baixa, e quando relatado

que o indivíduo poderia comer de tudo, com prazer, grande parte dos internautas

repudiaram a publicação dizendo que este tipo de ação não traria resultados, mesmo em

postagens embasadas na ciência. Conclusões: Em suma, o presente estudo tem grande

relevância por seu ineditismo na área de Alimentação e Nutrição, demonstrando que

através de legendas de fotos postadas por nutricionistas dizendo que seu paciente obteve

resultados, pois, “milagre não existe”

devendo-se “ aprender a passar vontade de comer” e diante disso, seus seguidores

relatam que gostariam de ter “o corpo dos sonhos” igual ao da imagem publicada , que

“vontade é uma doença” ou “me identifico com a imagem, quero marcar uma consulta

urgente”. Este, e outros exemplos observados, demonstram que de acordo com a teoria

cognitivo comportamental, o ser humano incorpora atitudes e crenças por meio da

associação observacional passado por outras pessoas, tornando os nutricionistas

influenciadores, formadores de hábitos e opiniões, devendo portanto agir de forma

ética,, pensando na coletividade de maneira problematizadora e holística, respeitando a

soberania alimentar , mesmo em mídia social.

Pôster 24)

MÍDIA E ESCOLHAS ALIMENTARES

Tãmíris Allebrandt; Camila Rodrigues da Silva: Ana Marta de Brito Borges Avelãs

de Araujo. Centro Universitário Senac Santo Amaro, São Paulo - SP, Brasil.

[email protected]; [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; Nutrição; Mídia.

INTRODUÇÃO O tema mídia e escolhas alimentares foi adotado diante da ampla

cobertura da mídia por assuntos relativos à alimentação e justifica-se pela

constatação empírica de que se vivencia um paradoxo, onde se têm por um lado o

consumo de alimentos industrializados e alimentação fora do lar; e, por outro lado,

a sociedade mais preocupada com hábitos alimentares saudáveis. Sendo assim,

identificar essa relação nas escolhas alimentares contribui para a atuação do

nutricionista, que considera inúmeras variáveis para analisar o comportamento

alimentar. OBJETIVO Identificar as alterações nas escolhas alimentares

influenciadas pela mídia e verificar quais tipos de mídia são fontes de informações

sobre alimentação e nutrição. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de campo

descritiva, feita por meio de um questionário aplicado online via plataforma Survey

Monkey®, contendo 15 perguntas destinadas a obter informações sobre a amostra e

atender aos objetivos propostos. O acesso à amostra foi feito através da divulgação

do questionário nas redes sociais das autoras, dessa forma, foram selecionados

membros da população mais acessível, caracterizando a amostra como não

probabilística por conveniência. O único critério de inclusão foi a concordância com

o termo de consentimento livre e esclarecido. Após levantamento de dados, os

mesmos foram interpretados e analisados de forma qualitativa e quantitativa.

RESULTADOS A população estudada foi composta por 71 participantes sendo,

77,5% mulheres, entre 19 e 30 anos com ensino superior. Foram referidas alterações

nas escolhas alimentares influenciadas pela mídia e a internet como a mídia mais

utilizada para busca de informações sobre alimentação e nutrição, sendo as fontes

mais citadas: facebook®, sites e blogs. Posteriormente segue a televisão e o

programa mais mencionado foi o Bem-estar. Já revistas, livros e rádio foram as

mídias menos utilizadas. Dentre as alterações, muitos referiram aumento do

consumo e/ou inclusão de alimentos, como: água, chá, frutas, legumes, verduras,

peixe, ovo, arroz integral, sucos naturais, soja, castanha do Brasil, chia, linhaça e

tapioca. Também declararam diminuição no consumo e/ou exclusão de: frituras, fast-

food, glúten, lactose, embutidos, refrigerantes, suco em pó, bolachas e doces,

temperos prontos e salgadinhos. Além disso, foram mencionadas mudanças no

comportamento alimentar em relação aos horários das refeições e ao local onde são

feitas em cerca de um terço dos respondentes, que relataram dar preferência por

preparar os alimentos e comer em casa e/ou preparar marmitas, comer de três em três

horas ou duas vezes por dia e ainda diminuição na frequência de idas à restaurantes

e fast-foods. E quase metade dos participantes alegaram mudanças na forma de

preparo dos alimentos, como: substituição de preparações fritas por grelhadas e/ou

assadas, preparo de legumes no vapor, preferência a utilização de azeites, uso de

temperos naturais, diminuição na adição de óleo, sal e açúcar nas preparações.

CONCLUSÃO Verificou-se na amostra respondente, relatos de alterações nas

escolhas alimentares por influência da mídia, seja por meio da internet ou televisão,

em maior escala, ou por meio de revistas, livros ou rádio. E que entre as alterações

citadas, destacam-se o aumento e diminuição no consumo de determinados

alimentos, além de mudanças comportamentais em relação ao horário e local onde

são feitas as refeições, assim como o modo de preparo das mesmas.

Pôster 25)

PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E SUA ASSOCIAÇÃO COM O

EXCESSO DE PESO EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Alana de Moraes Santos Silva1, João Felipe Rocha Barros¹, Carina de Aquino Paes2,

Ainá Innocencio da Silva Gomes2 - 1 - Discente do curso de Nutrição da Faculdade

Bezerra de Araújo (FABA). Rio de Janeiro/ RJ, Brasil; 2 - Docentes do curso de

Nutrição da Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). Rio de Janeiro/ RJ, Brasil; 2 -

Docentes do curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

campus Macaé. Macaé/ RJ, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: escala de silhueta; autoimagem; satisfação corporal;

distorção da imagem corporal, universitários

INTRODUÇÃO A imagem corporal é a ideia que o indivíduo desenvolve sobre seu

tamanho e forma corpórea e que, por sua vez, influencia os sentimentos a respeito da

mesma. Comumente às mulheres é imposto o padrão de beleza associado à magreza

e, aos homens, à muscularidade. Tais exigências aos padrões estéticos também são

evidenciadas ainda no ambiente universitário. Alunos da área de saúde, cuja profissão,

teoricamente, estaria relacionada com a imagem, parecem ser os mais susceptíveis a

tais padrões; como observado em educadores físicos e nutricionistas. Entretanto,

outros profissionais de saúde também podem ser cobrados quanto a sua aparência

física e terem-na, erroneamente, relacionada com a capacidade profissional. Dessa

forma, desenvolve-se a insatisfação com a imagem corporal de tal forma que esta

influenciará o comportamento e atitudes alimentares e contribuirá para o

desenvolvimento ou manutenção de transtornos alimentares. Portanto a avaliação da

satisfação da imagem corporal em estudantes das diferentes áreas de saúde é

extremamente importante. OBJETIVOS Avaliar a percepção da imagem corporal e

sua associação com o índice de massa corporal (IMC) de universitários. MÉTODOS

Estudo transversal, com 205 estudantes com idades entre 18 e 50 anos, do curso de

Enfermagem de uma faculdade privada na cidade do Rio de Janeiro. Todos que

aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Massa

corporal e estatura foram aferidas para cálculo do IMC. As informações relacionadas

à imagem corporal foram obtidas utilizando-se a escala de silhuetas brasileiras para

adultos (Kakeshita e Almeida, 2009), cujas silhuetas tem valor correspondente de

IMC. A distorção foi considerada pela diferença do IMC atribuído à silhueta escolhida

e do IMC real calculado. Nas análises estatísticas foram empregados os testes de

correlação de Spearman, teste de Kruskal-Wallis e regressão logística multinominal,

ajustada por sexo e idade. RESULTADOS A maioria dos alunos (64,3%) se achava

maior do que realmente era, sendo observada correlação positiva e significativa entre

o IMC e a distorção da imagem corporal nas mulheres (r= 0,47, p<0,01) e nos homens

(r= 0,39, p=0,04). Analisando a figura escolhida, 15% se classificaram como baixo

peso, 16,5% eutróficos, 18,5% sobrepeso e 49,2% obesos. Entretanto, a partir do IMC

calculado, apenas 5,3% tinham baixo peso, 42,4% eutrofia, 30,7% sobrepeso e 21,4%

obesidade. Ao comparar a distorção da imagem corporal com a condição de peso, foi

observada maior média entre os indivíduos com sobrepeso (2,21 vs 0,62, p<0,01) e

obesidade (2,14 vs 0,62, p<0,01) comparados aos sem excesso de peso. Por meio da

regressão logística multinominal, tendo como referência o primeiro tercil da distorção

da imagem corporal e os indivíduos sem excesso de peso, foi possível observar

associação significativa do sobrepeso e obesidade, respectivamente, ao segundo

(Odds Ratio [OR]= 3,96 e OR= 6,61, p<0,01 para ambos) e terceiro (OR= 10,56, OR=

9,44, p<0,01 para ambos) tercil da distorção da imagem corporal. CONCLUSÃO A

maioria dos alunos se percebia maior do que realmente eram e a distorção da imagem

corporal foi mais evidente entre os indivíduos com sobrepeso e obesidade.

Considerando o fato de serem alunos da área de saúde, especial atenção deve ser dada

a este tema, ainda no ambiente acadêmico. A formação destes profissionais refletirá

no trato com os pacientes além de serem agentes multiplicadores das informações

arraigadas durante este período.

Pôster 26)

ATITUDES ALIMENTARES E SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL DE

MULHERES PAULISTANAS DE MEIA-IDADE

Camila Lafetá Sesana1; Daniela Maria Alves Chaud1; Marle dos Santos Alvarenga2; Edeli

Simioni de Abreu1 - 1 Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil

2Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Nutrição,

Brasil Camila Lafetá Sesana

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: comportamento alimentar, imagem corporal, mulheres, meia-idade

INTRODUÇÃO A literatura sobre imagem corporal e o espectro do comportamento

alimentar transtornado, que vai do hábito de fazer dietas até as síndromes clássicas de

transtornos alimentares, tende a se concentrar em adolescentes e jovens adultos, deixando

de lado indivíduos na maturidade. Um interesse emergente sobre mulheres na meia-idade

tem revelado resultados que sugerem ser frequente a insatisfação corporal nessa fase da vida,

ainda que seus efeitos pareçam ser mitigados pela perda de importância da aparência física

ao longo do processo de envelhecimento. No Brasil, pouca atenção foi dada à relação entre

insatisfação corporal e atitudes alimentares (crenças, pensamentos, sentimentos,

comportamentos e a relação com a comida) nesse grupo demográfico. A relação entre a

insatisfação corporal e a adoção de comportamentos de risco para transtornos alimentares

está bem estabelecida. Além de impactar a alimentação, os efeitos negativos da insatisfação

corporal projetam-se sobre a qualidade de vida em termos afetivos e sociais. OBJETIVOS

Avaliar o grau de satisfação corporal e as atitudes alimentares em relação ao estado

nutricional, paridade, estado menopausa e perfil socioeconômico, e verificar como esses dois

constructos se relacionam em uma amostra de mulheres na meia-idade (35-55 anos).

MÉTODOS Cento e uma mulheres foram recrutadas entre mães e funcionárias de 4 escolas

privadas da cidade de São Paulo durante o ano de 2015 para responder aos instrumentos

Disordered Eating Attitudes Scale (DEAS) e Body Shape Questionnaire (BSQ), hospedados

em plataforma online. O estudo foi aprovado pela Comissão Interna de Ética em Pesquisa

(CIEP) da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foram avaliados escores totais e

subescalas. Correlações entre variáveis foram analisadas pelo coeficiente de Pearson, teste t

de Student e ANOVA. RESULTADOS A insatisfação corporal foi detectada em 53,5% das

participantes e foi maior entre as mulheres que já estavam na menopausa (n=9). Apesar de

67,7% estarem na faixa de eutrofia, o desejo de perder peso (média=-6,2 kg) foi detectado

em 81,6% da amostra. As atitudes alimentares se apresentaram de forma positiva. Apenas

5,94% pontuaram acima da média na DEAS. Ao contrário do esperado, não se observou

correlação entre atitudes alimentares e insatisfação corporal. A insatisfação corporal teve

correlação fraca com o IMC (r=0,517, p<0,0001) e forte, em sentido negativo, com a

diferença entre peso desejado e peso atual (r=-0,635, p<0,0001). CONCLUSÃO Apesar das

atitudes alimentares adequadas e da insatisfação corporal apenas moderada, o desejo da

maioria de perder peso sugere a persistência do ideal de magreza na meia-idade. Novos

estudos devem ser realizados para melhor avaliar o impacto desse descontentamento nas

atitudes alimentares dessa população e para detectar a existência de um possível efeito

protetor do avanço da idade sobre a relação com o corpo.

Pôster 27)

PERCEPÇÕES DE ACADÊMICAS DE NUTRIÇÃO SOBRE O ESTADO

NUTRICIONAL E O COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO

NUTRICIONISTA

Emanueli Bergamaschi¹, Vanessa Ramos Kirsten², Greisse Viero da Silva Leal²

1 Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM), Palmeira das Missões, RS, Brasil; 2 Professora Adjunta do Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Palmeira das Missões,

RS, Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Ciências da Nutrição; Nutricionistas; Estudantes.

INTRODUÇÃO Estudos sugerem que os estudantes de nutrição aumentam sua

culpa com a comida, preocupam-se mais com sua alimentação e modificam seus

hábitos e preferências alimentares após ingressarem no curso. O início do

aprendizado em nutrição centraliza os graduandos em conceitos firmes sobre

nutrientes e fisiopatologia de doenças, fazendo com que os mesmos estabeleçam uma

maior reflexão da importância da alimentação adequada e saudável na saúde humana,

que possui relação direta com as percepções dos estudantes quanto aos seus hábitos

alimentares, suas condutas e a credibilidade profissional. OBJETIVO Descrever a

percepção de acadêmicas de Nutrição sobre o estado nutricional e o comportamento

alimentar esperados para o nutricionista. MÉTODO Trata-se de um estudo

transversal realizado com acadêmicas do curso de Nutrição da Universidade Federal

de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, RS. A amostra incluiu todas as

acadêmicas matriculadas no curso de Nutrição, excluindo apenas as gestantes e

acadêmicos do sexo masculino. Todas as participantes assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Foi utilizado um questionário autoaplicável

desenvolvido pelas pesquisadoras sobre a percepção das acadêmicas sobre o estado

nutricional e o comportamento alimentar ideal e possíveis para o nutricionista. Os

dados encontrados foram digitados no Excel for Windows 10 e a análise descritiva foi

realizada por meio do programa estatístico Statistical Package for Social Science,

versão 18.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Santa Maria, CAAE 75215717.0.0000.5346.

RESULTADOS A amostra foi composta por 99 acadêmicas do curso de Nutrição,

com idade média de 21,8 (DP 5,15) anos, sendo a maioria frequentadora dos

semestres finais do curso (54,5%). Sobre o estado nutricional do nutricionista, 52,5%

das estudantes de Nutrição acreditavam que esses profissionais deveriam ser

eutróficos, 63,6% opinaram que o nutricionista poderia apresentar sobrepeso ou

obesidade e 50,5% afirmaram que o peso pode comprometer a credibilidade do

profissional. A maioria das acadêmicas (76,8%) afirmou que a alimentação do

nutricionista deveria ser normal e 98% que ele poderia consumir alimentos “não

saudaveis”. Quanto à frequência de consumo de alimentos não saudaveis, 67,7%

responderam que este consumo deveria ocorrer às vezes. Ao verificar se o padrão

alimentar do nutricionista influenciaria sua credibilidade profissional, 52,5% das

participantes declararam que sim. Aproximadamente 70% das acadêmicas afirmaram

que após ingressar no curso de Nutrição ocorreu mudança sobre a percepção da

alimentação do nutricionista e 55,6% afirmaram que o nutricionista deve

frequentemente se preocupar com sua alimentação e sua imagem corporal.

CONCLUSÃO Metade das acadêmicas de Nutrição acreditava que o nutricionista

deve ter um peso adequado e que ele deve se preocupar com sua alimentação e

imagem corporal. A maioria acreditava que o profissional pode apresentar excesso

de peso, mas consideram que isso poderia comprometer a sua credibilidade

profissional. As acadêmicas também consideravam que o nutricionista deve ter uma

alimentação normal e quase a sua totalidade afirmou que este profissional poderia

comer alimentos não saudáveis. No entanto, mais da metade considerava que esse

consumo deveria ser esporádico, considerando que acreditam que o padrão alimentar

do nutricionista também influencia a sua credibilidade profissional.

Pôster 28)

AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E DE COMPULSÃO ALIMENTAR

ENTRE PACIENTES COM EXCESSO DE PESO

Emanuele Soares1; Priscila Koritar1,2 - Instituições: Universidade Paulista –UNIP –São

Paulo- Brasil1; Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo –USP- São Paulo-

Brasil2. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade; Sobrepeso; Imagem corporal, Transtornos alimentares

INTRODUÇÃO O excesso de peso está associado a vários fatores, podendo, nesse

processo, desenvolver e agravar patologias preexistentes que podem ter origem física e/ou

emocional como insatisfação corporal, distorção da percepção corporal e compulsão

alimentar. Considerando que a insatisfação corporal, a distorção da percepção corporal e a

compulsão alimentar podem estar associados ao agravo e/ou desenvolvimento do excesso

de peso, torna-se relevante o estudo dessas variáveis, identificando como elas estão

representadas antes e depois de tratamento multiprofissional em grupo. OBJETIVO

Avaliar presença de compulsão alimentar, de distorção da percepção corporal e de

insatisfação corporal em pacientes com excesso de peso antes e após a intervenção

multiprofissional em grupo em uma instituição pública de saúde em Franco da Rocha - São

Paulo. MÉTODOS Trata-se de um estudo quantitativo realizado com 30 pacientes com

idade entre 20 e 60 anos. Os pacientes responderam anamnese, registro alimentar de 3 dias,

Escala de Figuras e Silhuetas Para População Brasileira (EFS) e Escala de Compulsão

Alimentar Periódica (ECAP). Os dados antropométricos foram obtidos do prontuário. As

diferenças entre as variáveis no início e após o grupo foram avaliadas pelo teste Wilcoxon.

A correlação entre as variáveis foi testada pelo Coeficiente de Correlação de Spearman. O

projeto foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição proponente

(CAAE: 75046417.4.0000.5512) e todos os participantes assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS A média de índice de massa corporal

(IMC) e relação cintura e quadril (RCQ) antes e após o grupo foram de respectivamente

33,9 Kg/m2 (DP 6,04), 0,91 cm (DP 0,12), 32,8 Kg/m2 (DP 5,79), 0,89 cm (DP 0,13) e

apresentou diferença na média estatística de [p=0,000 e p=0,030]. Os dados da (EFS)

apontaram em geral que 90,0% possuem distorção da imagem e insatisfação corporal

simultaneamente, estando o aumento do IMC relacionado ao aumento da insatisfação (ρ=

0,495). Em relação à ECAP 23,3% apresentou compulsão alimentar moderada e 3,3%

compulsão alimentar grave, sendo predominantes nesses valores os pacientes classificados

com obesidade grau I e II (12,5 e 50,0%). CONCLUSÃO Detectou-se elevada frequência

de distorção da percepção corporal e insatisfação corporal, além de alta frequência de

compulsão alimentar entre os pacientes, mesmo após o término do grupo e melhora de

parâmetros antropométricos. Sugere-se que o tratamento aborde questões sobre autoestima,

aceitação corporal e compulsão alimentar.

Pôster 29)

CONSUMO E COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS QUANTO

À FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS

Maressa Santos Ferreira1, Victor Manuel Rodriguez Rivera2, Rômmulo Celly Lima

Siqueira3, Juliana Zani De Almeida4 - 1 Hospital Universitário Walter Cantídio,

HUWC, Fortaleza, Ceará-Brasil; 2 Universidad del País Vasco, UPV, Vitoria-Gasteiz,

País Vasco- Espanha; 3,4 IFCE, Limoeiro do Norte, Ceará, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Comportamento Alimentar; Nutrição da Criança; Frutas;

Verduras; Saúde.

INTRODUÇÃO O consumo adequado de frutas, legumes e verduras age como

protetor, diminuindo fatores de risco para obesidade e doenças crônicas. No Brasil esse

consumo não é habitual, e a maioria das crianças consumem abaixo da recomendação

diária de 3 porções de frutas e 3 de legumes e verduras. Assim, promovê-lo representa

uma prioridade de saúde pública, sendo incentivada intervenções no período escolar,

visto que a idade dos sete aos dez anos favorece mudanças de comportamento. Além

de transmitir informações, devem identificar os determinantes do comportamento

alimentar para direcionar a promoção à saúde. O tema se impõe pela necessidade de

estudar referidos consumo e o comportamento alimentar para contribuir com o

aprimoramento de intervenções que o promovam na infância. OBJETIVO Avaliar o

consumo e o comportamento alimentar de crianças quanto à frutas, legumes e verduras.

MÉTODO Estudo transversal desenvolvido em novembro de 2016 com 66 crianças,

de 7 a 10 anos de idade, de uma escola pública municipal. Foram aplicados

questionários para investigar o consumo e comportamento alimentar quanto à frutas,

legumes e verduras, baseados na teoria de Brug que considera os seguintes

determinantes: motivação, oportunidades ambientais (acesso) e habilidades (dietética,

sensorial e culinária). As respostas agrupadas conforme fatores internos dos

determinantes analisados em “motivado/não motivado”, “sabe/não sabe”, “capaz/ não

capaz”. Os dados tabulados no programa Microsoft Excel (2007) foram apresentados

em frequências relativa e absoluta. As crianças assinaram o Termo de Assentimento e

seus pais o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa do IFCE sob parecer 1.989.246. RESULTADOS

Verificou-se que apenas 39,4% (n= 26) dos participantes consumiam frutas na

frequência de 2 vezes ou mais ao dia, enquanto esse consumo caiu para 19,7% (n= 13)

sobre legumes e verduras. Ainda, 7,50% (n= 5) afirmaram não consumir frutas

nenhuma vez ao dia, em contrapartida, 34,8%(n= 23) para legumes e verduras. Em

relação ao comportamento alimentar, 72,7% (n= 48) dos alunos demonstraram

motivados a aumentar seu consumo de frutas, ao mesmo tempo que 60,6% (n= 40) para

legumes e verduras. Quanto ao acesso, 80,3% (n= 53) sabiam onde conseguir frutas,

legumes e verduras. Nas habilidades, percebeu-se na dietética que a maioria (97%, n=

64) dos participantes não sabiam a recomendação diária, acreditando ser número de

porções inferior ao recomendado, mas que 90,9% (n= 60) sentiam-se capazes de

consumir a quantidade de porções que acreditavam. Quanto à habilidade sensorial,

54,5% (n= 36) dos participantes não se sentiam capazes de descrever o que gostavam

quanto os sentidos desses alimentos. Sobre a habilidade culinária, 53% (n= 35) não se

sentiam capazes de preparar uma salada do seu agrado. CONCLUSÕES Observou-

se um baixo consumo de frutas, legumes e verduras, sendo maior o de frutas. Quanto

ao comportamento alimentar, observou-se maior motivação para o consumo de frutas

que de verduras, alto conhecimento sobre o acesso, e baixo sobre recomendações

diárias. A alta capacidade dietética pode ser resultado da percepção da recomendação

ser inferior do que a real. Os resultados sugerem ainda habilidades sensorial e culinária

pouco desenvolvidas. Faz-se necessários mais estudos e intervenções direcionadas aos

determinantes do comportamento alimentar na promoção do consumo de frutas,

legumes e verduras para crianças.

Pôster 30)

COMPORTAMENTO E CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES:

REGIONALISMO ALIMENTAR VERSUS FAST-FOODS

Ana Carmem de Oliveira Lima1, Jânia Maria Augusta da Silva1, Rayanne Silva Vieira

Lima2, Maressa Santos Ferreira1 - 1Instituto Federal do Ceará - IFCE, Limoeiro do

Norte, Ceará, Brasil; 2Hospital Universitário Walter Cantídio, HUWC, Fortaleza,

Ceará, Brasil

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: nutrição do adolescente; preferências alimentares, transição

nutricional.

INTRODUÇÃO O regionalismo alimentar assegura identidade social e historicidade,

além de um adequado aporte nutricional à população. Entretanto, a globalização vem

alterando as dietas tradicionais através da introdução de novas variedades de lanches

rápidos e nutricionalmente inadequados, os famosos fast-foods. Isto pode contribuir para o

desaparecimento da soberania alimentar nos contextos locais, além de gerar impactos na

saúde, como o excesso de peso e outras doenças crônicas não transmissíveis. Os

adolescentes são um dos principais grupos atingidos por esse cenário, sendo consumidores

assíduos de alimentos industrializados e fast-foods. OBJETIVOS Identificar e

correlacionar o consumo de preparações regionais e alimentos industrializados/fast-foods,

além de investigar determinantes da escolha alimentar habitual de adolescentes estudantes

de uma escola pública do ensino médio do Estado do Ceará. MÉTODO Estudo transversal,

descritivo, realizado com 95 adolescentes de ambos os gêneros. A coleta de dados ocorreu

por meio de entrevistas, com o auxílio de formulários semiestruturados e material

ilustrativo, elaborados pelos próprios autores. Em um dos formulários o adolescente iria

referir o conhecimento, frequência de consumo, consumo pregresso e principais motivos

para não consumir as preparações regionais elencadas. E no outro a frequência alimentar

de fast-food/industrializados. Os dados tabulados no programa Microsoft Excel (2007)

foram expressos sob a forma de percentuais e números absolutos, e analisados

estatisticamente no programa SPSS (IBM SPSS Statistics), versão 20 através do teste exato

de Fisher e do coeficiente de correlação de Spearman utilizando-se p<0,05 para

significância estatística. O trabalho foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

do Instituto Federal do Ceará e aprovado sob número de parecer 1.537.116.

RESULTADOS Os participantes conheciam a maioria das preparações regionais, porém

o alfenim de cana foi conhecido por apenas dois deles. As cinco preparações mais

consumidas atualmente foram: cuscuz (98,9 %), baião de dois (97,9%), tapioca (96,8%),

cocada (90,5 %) e pamonha (89,5%). Já dentre as preparações que deixaram de ser

consumidas, caldo de cana, quebra-queixo, pé de moleque, beiju e carne de charque/jabá,

foram as cinco de maior declínio, com uma média de diminuição do consumo de 30,3%,

tendo como motivos associados mais relatados “não gostarem”, “dificuldade de encontrar”

e “falta de tempo”. Em relação aos alimentos industrializados e fast-foods encontrou-se que

o refrigerante foi o produto mais consumido diariamente. A frequência de consumo dos

produtos industrializados foi semanal e a das preparações regionais foi quinzenal. Ao

correlacionar essas frequências, através do teste de Spearman, encontrou-se uma correlação

significativa (p=0,011) e obteve-se uma fraca relação direta (0,261), indicando assim que

na medida em que se aumenta o consumo de industrializados tende-se a aumentar o

consumo de preparações regionais. CONCLUSÃO Os adolescentes consumiam tanto

preparações regionais quanto produtos industrializados/fast-foods, e o consumo de

industrializados não mostrou diminuir o dos regionais. Porém, deve-se alertar à preservação

do regionalismo alimentar, já que a média da frequência de consumo dos industrializados

foi maior que a dos regionais. Além dos motivos associados ao declínio do consumo

indicarem enfraquecimento do regionalismo alimentar.

Pôster 31)

RESTRIÇÕES E TABUS ALIMENTARES FRENTE AO DIAGNÓSTICO

DE DIABETES TIPO 1

Vandemberg Ramos Viana¹, Jorvana Stanislav Brasil Moreira¹, Amanda Cristina

Thompson Diniz¹, Daniela Lopes Gomes¹ - ¹Universidade Federal do Pará –

UFPA. Belém, Pará, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus; Tabu Alimentar; Doenças Crônicas

Não-Transmissíveis

INTRODUÇÃO O diagnóstico de crianças e adolescentes com Diabetes

Mellitus tipo 1 tende a trazer à tona sentimentos de medo e culpa por parte dos

pais, pois acreditam que hábitos alimentares inadequados foram responsáveis

pela manifestação da doença. Desta forma, implementam dietas restritivas

repletas de tabus alimentares na rotina de seus filhos. OBJETIVO Identificar

tabus e restrições alimentares em indivíduos recém-diagnosticados com

Diabetes tipo 1 e seus cuidadores. MÉTODO Estudo transversal qualitativo,

realizado em um hospital universitário de Belém, Pará. Foram selecionados os

pacientes atendidos pelo Grupo Educativo em Diabetes tipo 1 entre

novembro/2017 e abril/2018 e diagnosticados há no máximo um ano da data da

coleta, esta realizada a partir de entrevista com nutricionista e psicóloga, e

contou com os pacientes e seus responsáveis, após assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Durante a entrevista, foi aplicado

recordatório 24h e esta foi gravada em áudio e transcrita para análise de

conteúdo, em três fases, proposta por Bardin, 2011. A aprovação pelo Comitê de

Ética e Pesquisa do Hospital Universitário João de Barros Barreto se deu sob o

parecer nº2.432.259/2017. RESULTADOS Dos 23 pacientes atendidos no

projeto, 8,69% (n=2) participaram da pesquisa. Paciente A: 11 anos, sexo

masculino, acompanhado da mãe, diagnosticado há 10 meses. Paciente B: sexo

feminino, 5 anos, acompanhada dos pais, diagnosticada há 2 semanas. Os dois

pacientes foram privados de açúcar refinado e produtos doces industrializados,

ademais, o paciente A restringiu o consumo de salgadinhos. A paciente B esteve

restringido o arroz, uva, mingaus, bolos e bebidas lácteas. Em relação aos tabus,

o Paciente A classificou o chocolate como “besteira”, o que expõe a dicotomia

alimento bom ou ruim, e relatou ter parado de comer “besteiras”, acreditando

que esses alimentos não podem estar presentes em sua vida, mesmo em pequena

quantidade. Sua mãe discorreu que uma alimentação saudavel é “quando você

come coisas que trazem vitaminas, (...) que alimentação era sempre comer

verdura”. Uma abordagem estritamente biológica, desconsiderando o prazer em

comer, além disto, questionou sobre as frutas “permitidas”, visto que têm

carboidratos. Sobre a paciente B, foi observado que seus pais receberam

orientações de nutricionista e médico antes da pesquisa, e foram orientados a

substituir os alimentos fontes de carboidratos nas principais refeições pelas

fontes de proteínas, expresso no relato da mãe sobre a fala do médico “vocês

podem cortar a massa, né? E quando ela tiver com vontade de comer alguma

coisa do tipo [doces e massas], vocês podem dar carne, frango, peixe”. A mãe

complementa: “o doutor ainda disse, é só dar carne”. Frente a tal orientação, os

pais retiraram completamente o arroz da alimentação da criança, o que foi de

encontro aos hábitos alimentares da família. A mãe ainda relatou “ela

[nutricionista] me tirou a uva, disse que não era pra eu dar por enquanto [...]

eu tô dando goiaba, a única fruta que eu sei que posso dar” e expressou a

vontade de seguir um padrão alimentar vegetariano, motivada por razões

religiosas, acreditando que este é um estilo de vida mais saudável.

CONCLUSÃO As restrições e tabus alimentares encontrados expõe a

necessidade de adequada orientação alimentar desde o momento do diagnóstico,

para evitar restrições alimentares que possam causar deficiências nutricionais e

impactar negativamente a relação dos pacientes com a comida.

Pôster 32)

INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS DURANTE A REFEIÇÃO E

NO EXCESSO DE PESO NA INFÂNCIA

Karen Muniz Melo1; Ana Cláudia Pereira Cruz1; Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito2;

Lucinéia de Pinho 1,2 - Associação Educativa do Brasil - SOEBRAS - Montes Claros, MG,

Brasil; Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES - Montes Claros, MG,

Brasil.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento alimentar; Nutrição infantil; Hábitos

alimentares; Pais.

INTRODUÇÃO Na infância ocorre a introdução de alimentos e a formação do paladar e,

por isso, constitui um período determinante na formação dos hábitos alimentares. As

preferências alimentares são originadas por combinação de fatores genéticos e ambientais.

As escolhas alimentares parentais, em relação à quantidade e qualidade dos alimentos

podem determinar o comportamento alimentar das crianças. O excesso de peso em crianças

pode ser resultado dos estímulos externos presentes no seu ambiente. Os determinantes

biológicos e do estilo de vida da criança têm sido valorizados nas investigações sobre o

excesso de peso. Contudo, é essencial avaliar a influência do ambiente, especialmente o

familiar, no comportamento alimentar em idades precoces e no excesso de peso infantil.

OBJETIVO Avaliar influência do comportamento dos pais durante a refeição no excesso

de peso na infância. MÉTODO Trata-se de estudo transversal, analítico, com abordagem

quantitativa, realizado com crianças de 12 a 59 meses, pertencentes à população adscrita

de uma equipe da Estratégia Saúde da Família, em Montes Claros - MG. Para a coleta de

dados, utilizou-se um questionário com as variáveis sociodemográficas, de consumo

alimentar e sobre a influência da família nos hábitos alimentares da criança através da

Parent Mealtime Action Scale traduzido e validado para o português do Brasil e

denominado Escala de Comportamento dos Pais durante a Refeição avaliando o

comportamento dos pais na educação alimentar dos filhos. Os parâmetros antropométricos

de peso e altura das crianças foram avaliados. Utilizou-se o teste t Student (p < 0,05) para

comparação das médias do comportamento alimentar dos pais e o excesso de peso infantil.

Participaram 115 crianças. O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) nº 1.057.121/2015 da Associação Educativa do Brasil - SOEBRAS. Todos

os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADO Neste estudo, os domínios “Modelo de consumo de guloseimas” e

“Refeições especiais” apresentaram associação significativa com a presença de excesso de

peso. Para esses domínios, as médias foram superiores no grupo de crianças com excesso

de peso. Aproximadamente um terço da população infantil apresentava-se em risco de

sobrepeso ou com excesso de peso. Na análise do consumo alimentar, quase todas as

crianças realizavam as refeições principais diariamente com a família no seu domicílio.

Esse achado é importante tendo em vista que a família possui um conjunto de valores,

crenças, conhecimentos e hábitos alimentares que podem constituir um fator de proteção

ou risco para a saúde. CONCLUSÃO O excesso de peso das crianças estudadas foi

associado ao comportamento dos pais para o consumo de guloseimas e oferta de refeições

especiais.

Pôster 33)

PRÁTICA DE DIETAS DA MODA E AUTOAVALIAÇÃO DA IMAGEM

CORPORAL EM MULHERES JOVENS

Ana Manuela Ordoñez; Coordenadora do Curso de Nutrição da Faculdade União das

Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil. Jéssica Ferreira Gomes; Bacharel

em Nutrição pela Faculdade União das Américas – Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR,

Brasil. Giuliano Emerciano Ginani; Docente da Faculdade União das Américas -

Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil; Isabel Fernandes; Docente da Faculdade União

das Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu/PR, Brasil.

[email protected];

PALAVRAS-CHAVE: restrição alimentar; imagem corporal; comportamento

alimentar;

INTRODUÇÃO A maioria das mulheres que aderem às dietas da moda, o fazem

frequentemente estimuladas por informações da mídia que incentivam o desejo e a busca

pelo corpo magro, tido como padrão ideal de beleza. A prática de dietas da moda está

relacionada ao risco aumentado de desenvolvimento de distúrbios alimentares, além de

comprometer a adequada oferta de nutrientes. Esse cenário afeta a relação dos

indivíduos com o corpo e a alimentação. OBJETIVO Analisar a prática de dietas da

moda entre mulheres jovens e a associação com índice de massa corporal, grau de

insatisfação na autoavaliação da imagem corporal e comportamento de risco para

transtorno alimentar. MÉTODO Foram avaliadas 200 mulheres com idade entre 18 e

35 anos, acadêmicas de uma faculdade de Foz do Iguaçu/PR. Todas as participantes

assinaram o termo de consentimento esclarecido e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê

de Ética em Pesquisa da Unioeste sob o número de parecer 1.665.169. O cálculo

amostral foi feito com 95% de nível de confiança e estimou amostra de 218

participantes. Para levantamento da prática de dietas da moda durante o último ano foi

desenvolvido um instrumento com perguntas objetivas sobre o tema. Para avaliar

comportamentos de risco para transtorno alimentar utilizou-se o Teste de Atitudes

Alimentares – EAT 26. A autoavaliação da imagem corporal foi analisada utilizando-se

a escala de silhuetas de Stunkard. Para análise da diferença entre médias foi utilizado o

teste T de student. A análise da comparação dos grupos (praticou versus não praticou

dieta da moda) em relação à presença de insatisfação com a imagem corporal e de

comportamento de risco para transtorno alimentar foi realizada por meio do teste de

Qui-quadrado. RESULTADOS Entre as participantes 29,5% afirmaram já haver

praticado algum tipo de dieta da moda, dentre as quais 71,2% relataram efeito sanfona

ao longo da vida. As dietas mais praticadas foram dieta detox (49,2%), dieta da proteína

(44,1%) e dieta da sopa (25,4%). De acordo com o Teste de Atitudes Alimentares 30,5%

apresentaram comportamento de risco para transtorno alimentar. Quando avaliado em

relação ao índice de massa corporal, o grupo que pratica dietas da moda apresentou

maior valor médio (25,9 kg/m2 e 21,9 kg/m2, respectivamente; p<0,001). Entre as

avaliadas que praticaram dietas da moda, 93,2% apresentaram insatisfação com a

imagem corporal, superior ao encontrado no grupo que não pratica dietas da moda

(67,4%). Ainda, entre as mulheres que praticaram dietas da moda, a média da distância

entre a imagem corporal atual e a considerada ideal foi significativamente maior do que

a apresentada pelo grupo que não pratica dietas da moda (1,931,11 e 0,321,16

respectivamente; p<0,001). Houve associação entre prática de dietas da moda e

comportamento de risco para transtorno alimentar (χ2 =40,96, p<0,05). Entre as

mulheres não praticantes de dietas da moda 83,6% apresentaram índice de massa

corporal na faixa da eutrofia, porém, 67,4% apontaram insatisfação com a imagem

corporal. CONCLUSÃO Os resultados encontrados demonstraram que entre as

mulheres avaliadas neste estudo houve associação significativa entre prática de dietas

da moda com maior índice de massa corporal, insatisfação com a imagem corporal e

presença de comportamento de risco para transtorno alimentar. É evidente a necessidade

de discutir esta temática promovendo debates que levem à melhora na percepção e

aceitação do próprio corpo e da relação com a alimentação.

Pôster 34)

EFEITOS DA TERAPIA INTERDISCIPLINAR SOBRE O

COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM ADULTOS OBESOS

Maria Gabriela Soria Cuesta ; Luiz Henrique Lima Affonso; Caio Bastos

Messias; Danielle Arisa Caranti - Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP -

Santos-SP-Brasil; Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal de São Paulo, parecer: 2.468.951.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Obesidade; Alimentação; Atenção Plena, Comportamento

Alimentar.

INTRODUÇÃO A obesidade é uma doença crônica multifatorial e sua prevalência

vem aumentando desenfreadamente, representando um desafio para a saúde pública

atualmente. Dentre vários fatores envolvidos, a globalização industrial,

disponibilidade de alimentos ultraprocessados, tamanho das porções alimentares e

fatores comportamentais como estresse, depressão, dietas restritivas e sedentarismo

têm sido apontados como importantes indicadores para o aumento da incidência de

obesidade no mundo. A mudança de comportamento deve principalmente manter o

significado da alimentação, aumentando o senso crítico para escolhas alimentares

mais saudáveis sem restringir algo que possa vir a falhar futuramente. Intervenções

interdisciplinares que visem mudanças no estilo de vida podem contribuir para

melhora no comportamento alimentar e manutenção do peso. OBJETIVOS Este

estudo teve como objetivo verificar mudanças no controle alimentar após terapia

interdisciplinar em adultos obesos. MÉTODOS A amostra foi composta por 34

indivíduos com IMC entre 30 e 39,9kg/m² de ambos os sexos com idade entre 30 e

50 anos. Para verificar o comportamento alimentar foi utilizado o Questionário

Holandês do Comportamento Alimentar adaptado por Almeida (2010), cuja a

aplicação foi feita ao início, meio (16) e fim das 28 semanas da terapia proposta. A

terapia interdisciplinar foi composta por profissionais de nutrição, educação física,

psicologia e fisioterapia. As intervenções tinham duração de 2 horas e foram

realizadas 3 vezes na semana, sendo nesses dias 1 hora de exercícios e a outra hora

de intervenções em grupo (nutrição, psicologia e fisioterapia) em cada dia. Os temas

abordados nas intervenções de nutrição foram baseados nos princípios da nutrição

comportamental (comer intuitivo, comer com atenção plena) e do Guia Alimentar

para População Brasileira e algumas aulas práticas de culinária. Os dados obtidos

foram analisados por meio do teste estatístico de Kruskal-Wallis, com valor de

significância adotado de p<0,05. Os voluntários assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e este trabalho foi submetido e aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, número

do parecer: 2.468.951 e faz parte de um projeto guarda-chuva aprovado e financiado

pela FAPESP 2015/06630-1. RESULTADOS O comportamento alimentar

apresentou uma melhora a cada período avaliado, início (19.97 DP5.6), meio (14

DP5.8) e fim (11.77 DP5.47). A partir de 16 semanas de terapia notou-se uma

melhora significativa dos resultados totais e nas alimentações restritiva (inicial –

5.06 DP2.26, meio – 3 DP1.98 e p<0,01) e externa (inicial - 6.8 DP2.39, meio - 4.81

DP2.75 e p<0,05). Já na alimentação emocional, só foi possível observar a diferença

significativa dos resultados depois de 28 semanas de avaliação (inicial - 8.87

DP3.27, final - 4.82 DP3.69 e p<0,05). CONCLUSÃO O presente estudo concluiu

que a terapia interdisciplinar foi efetiva na mudança do controle alimentar em

adultos obesos.

Pôster 35)

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE MUDANÇA PELO MODELO

TRANSTEÓRICO APÓS INTERVENÇÃO DE EDUCAÇÃO

NUTRICIONAL

Fabiana Assmann Poll¹, Helen Freitas D’avila² , Samira da Cás², Elza Daniel de

Mello² - 1 Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, Rio

Grande do Sul, Brasil; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto

Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Comportamento Alimentar; Educação Alimentar e

Nutricional; Obesidade; Adolescente.

INTRODUÇÃO O comportamento alimentar representa um ponto principal na

prevenção e no tratamento das doenças crônicas associadas a uma alimentação

inadequada. A abordagem comportamental é uma dimensão a ser considerada no

tratamento psicológico da obesidade. O modelo transteórico pode ser utilizado como um

instrumento para a compreensão da mudança comportamental relacionada à saúde. Neste

sentido, intervenções nutricionais que não consideram o estado motivacional do

indivíduo, mostram-se insustentáveis. Acredita-se que os programas de educação

nutricional possam ser beneficiados quando consideram os estágios de mudança

comportamental. OBJETIVO Identificar o estágio de mudança, baseado no modelo

transteórico, e as porções diárias consumidas de açúcares e gorduras, por adolescentes em

sobrepeso e obesidade, após uma intervenção de educação nutricional. MÉTODO Trata-

se de um estudo transversal com análise de dados após à uma intervenção nutricional

educacional de seis meses. Foram selecionados adolescentes de 10 a 17 anos, em

sobrepeso e obesidade, de escolas selecionadas por conveniência de Santa Cruz do Sul-

Rio Grande do Sul. O grupo controle foi composto por adolescentes com sobrepeso e

obesidade para idade, de escolas diferentes, porém, com caraterísticas semelhantes. Para

o cálculo do tamanho da amostra utilizou-se 5% de nível de significância, 80% de poder,

tamanho de efeito de um desvio padrão entre os grupos quanto aos dados antropométricos,

com previsão de 20% de perdas, assim, obteve-se um total mínimo de 20 adolescentes por

grupo. Para avaliar o comportamento alimentar foi utilizado o modelo de Toral e Slater,

adaptado para gorduras e açúcares. Ainda, para análise do consumo das porções de açúcar

e gordura por dia, estabeleceu-se um ponto de corte de ≤ 3 porções e >3 porções/dia. Para

a comparação entre os grupos foi realizado o Teste Exato de Fischer através do software

estatístico SPSS. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética Pesquisa da Universidade

de Santa Cruz do Sul– RS sob protocolo nº CAAE: 68701317.6.0000.5347 e parecer nº

2.406.772. RESULTADOS No total foram 61 adolescentes 37 do grupo intervenção e 24

do grupo controle. A idade foi M 13,2 (DP 1,5) e 13,0 (DP 1,8) respectivamente. Quando

avaliados quanto ao estágio de mudança ao final da intervenção, a maior parte da amostra

encontrava-se no estágio de contemplação para ambos os grupos, (45,9% do grupo

intervenção e 50,0% do grupo controle), sendo que não foi encontrada diferença

significativa entre os grupos (p= 0,967). Quanto às porções de gorduras e açúcares

consumidas, observou-se que 81,1% dos adolescentes do grupo intervenção consumiam

mais do que 3 porções/dia, comparado com 79,2% do grupo controle que também tiveram

esse perfil de consumo, porém esta diferença não foi significativa (p=1,000).

CONCLUSÃO Ao avaliar os resultados obtidos com relação ao estágio de mudança e as

porções de gordura e açúcar consumidas por adolescentes em sobrepeso, constatou-se que

não foram obtidos resultados significativos ao comparar os grupos. Porém, destacamos

que o estágio de contemplação se caracteriza pela intenção de mudança comportamental,

o que pode ser positivo na promoção de saúde, e repercutir em mudanças de perfil de

consumo futuras. Deduz-se que o conteúdo da intervenção de educação nutricional não

abordou a motivação de mudança de comportamento dos participante, o que ressalta a

importância da motivação.

Pôster 36)

MODELO DE ATENDIMENTO ADAPTADO “COMER COM ATENÇÃO

PLENA” APLICADO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DA

COMPULSÃO ALIMENTAR.

Karin Louise Lenz Dunker 1Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares

(PROATA), UNIFESP, São Paulo, Brasil.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Técnica Comportamental, Mindful Eating, TR anstornos

alimentares.

INTRODUÇÃO O programa “Mindfulness-Based Eating Awareness Training” (MB-

EAT) é uma intervenção em grupo desenvolvido por Kristellee e Wolever (2011)

especificamente para o tratamento do Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA) com

resultados positivos na redução nos episódios de compulsão alimentar. Tem como um

dos principais objetivos regular o equilíbrio entre fatores fisiológicos e fatores não

nutritivos que impulsionam o ato de se alimentar. Desta forma ajuda os indivíduos a

controlar respostas a estados emocionais variados; fazer escolhas alimentares

conscientes; desenvolver uma consciência da fome e sinais de saciedade; e cultivar a

auto-aceitação. OBJETIVO Descrever o conteúdo do modelo adaptado do MB-EAT

para pacientes com TCA. METODO A versão do MB-EAT foi adaptada do seu

conteúdo original para ser testada em pacientes com TCA atendidos em um serviço de

atenção especializado no tratamento de transtornos alimentares da cidade de São Paulo.

A pesquisadora responsável pelo projeto participou da formação internacional no MB-

EAT, e fez a tradução dos materiais e meditações guiadas a serem aplicadas com os

pacientes. RESULTADOS O modelo MB-EAT foi adaptado e nomeado de grupo

“Comer com Atenção Plena”. Constitui-se diferentemente do modelo original de dez

sessões, de cinco sessões com duração de uma hora e meia, e sua aplicação é indicada a

grupos de 5 a 8 pacientes com diagnóstico de TCA. São trabalhados nas sessões a

introdução a prática da meditação, meditações guiadas (mini, geral e do perdão), sobre

consciência dos sinais internos de fome e saciedade, (meditação da fome/saciedade),

relacionadas as percepções de alimentos (meditação da uva passa, alimento favorito,

instruções para comer em “self-service”), gatilhos emocionais e físicos da fome

(meditação dos gatilhos alimentares, “craving” e exercício do ciclo dos gatilhos) e

consciência corporal (meditação do “Body Scan” e auto-aceitação). O modelo “Comer

com Atenção Plena” tem sido testado em grupos do serviço de atendimento aos

transtornos alimentares, e tem tido uma boa aceitação pelos pacientes. CONCLUSÃO

A experiência de adaptação e implementação do modelo adaptado tem sido positiva,

trazendo reflexões sobre a importância da inclusão de novas abordagens

comportamentais no tratamento dos transtornos alimentares.

Pôster 37)

DIFICULDADES DE INDIVÍDUOS OBESOS PARA MUDANÇA DE

HÁBITOS ALIMENTARES: EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TERAPIA

INTERDISCIPLINAR

Viviane Luise Moura de Godoi; Daniela Cristina dos Santos Rosa; Vanessa Fadanelli

Schoenardie Poli; Danielle Arisa Caranti. Universidade Paulista - UNIP, Santos-SP,

Brasil; Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, Santos-SP, Brasil.

[email protected];

PALAVRAS-CHAVE: Peso corporal; Modelo Transteórico; Saúde.

INTRODUÇÃO A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como um

acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de

afetar a saúde. Diante disso, recomenda-se que a abordagem seja interdisciplinar, uma vez

que, além dos fatores clínicos e nutricionais, outros aspectos, como comportamento, estado

emocional, prática de exercícios, entre outros, também devem ser considerados.

OBJETIVO O presente estudo teve como objetivo determinar as dificuldades na mudança

de hábitos alimentares de um grupo de adultos obesos e analisar os efeitos da terapia

interdisciplinar nestas dificuldades. METODOS É um estudo de intervenção e de caráter

longitudinal, realizado nos anos de 2014 e 2015 pelo Grupo de Estudo da Obesidade o

qual faz parte do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde da

UNIFESP/Santos. Envolveu 44 adultos obesos com idade entre 30 e 50 anos, índice de

massa corporal entre 30 e 39,9 Kg/m². Formado por uma equipe de profissionais da área

de educação física, fisioterapia, nutrição e psicologia que aplicaram intervenções

específicas de suas áreas em um período de 32 semanas, como exemplo, atividades que

abordaram comportamento alimentar, emoção e alimento, e outros. Foi aplicado no

período pré e pós-intervenções um questionário validado, modelo transteórico sobre

mudança de hábito alimentar pelos profissionais de nutrição do grupo, contendo sete

questões. Destas, foi analisada a questão “dificuldades encontradas para comer mais

saudavel”, a qual contém treze opções de resposta (custo, mudar habitos, refeição fora de

casa, controlar quantidade ou vontade de comer, falta de tempo, reduzir o consumo de sal,

evitar frituras e gorduras, mudança de hábitos da família, evitar açúcar e doces, encontrar

alimentos saudáveis, pouca variedade, falta de informação rotulagem, alteração do

consumo no fim de semana), os voluntários puderam assinalar mais de uma opção de

resposta. Os resultados foram analisados calculando-se a média percentual das respostas

de cada alternativa, na sequência foi realizado o teste de normalidade para verificar se as

variáveis eram paramétricas ou não paramétricas, após foi realizado Teste QUI–

QUADRADO para verificar as diferenças estatisticamente significantes detectadas

(p<0,05). Os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP sob o n.722.247. RESULTADOS

Verificou-se uma melhora significativa em cinco das treze opções analisadas. Houve

diminuição significativa nas dificuldades de mudar hábitos (início 53,3%, final 24,4%;

p=0,005), em controlar a quantidade e vontade de comer (início 68,9%, final 22,2%;

p=0,000), em reduzir o consumo de sal (início 22,2%, final 6,7%; p=0,036), em mudar os

hábitos da família (início 40%, final 20%; p=0,038) e falta de informação na rotulagem

(início 13,3%, final 2,2%; p=0,049). No início da terapia as principais dificuldades

apontadas pelo grupo de adultos obesos foram controlar a quantidade e vontade de comer,

evitar açúcares e doces e mudar hábitos. Após a intervenção, as maiores dificuldades foram

alteração do consumo no fim de semana e evitar açúcares e doces. Não houve influência

na dificuldade de alteração do consumo de fim de semana e realizar refeição fora de casa.

CONCLUSÃO A terapia proposta mostrou-se efetiva para diminuir algumas das

dificuldades encontradas para mudança de hábitos alimentares em um grupo de adultos

obesos.

Pôster 38)

COMER EMOCIONAL E RELAÇÃO COM O TRABALHO

Bianca Franzoni da silva; Eliene da silva Martins Viana; Mariane Alves silva.

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Viçosa-FAVIÇOSA/UNIVIÇOSA, Viçosa,

Minas Gerais, Brasil Universidade Federal de Viçosa-UFV, Viçosa, Minas Gerais,

Brasil.

[email protected]

PALAVRAS–CHAVE: Comer intuitivo; Estresse; Trabalho.

INTRODUÇÃO Muitas pessoas comem além da saciedade para tentar reduzir o medo

e ansiedade e quem come por essas emoções é motivado a agir assim toda vez que senti-

las. O ambiente de trabalho costuma estar associado a emoções como tristezas,

preocupações, frustações e irritação, as quais são geradoras de condições como o

estresse laboral. Desse modo, entender e pesquisar as relações do “comer emocional” e

estresse laboral se faz necessário por ser um tema importante na nutrição, novo e ainda

pouco estudado. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo verificar a relação entre

comer emocional e estresse laboral em uma instituição de ensino superior particular de

Viçosa-MG. MÉTODO Os dados foram coletados por meio de um questionário de

avaliação do comportamento alimentar, na qual foi usado uma adaptação do EMAQ

(Emotional Appetite Questionnaire), e por meio da avaliação antropométrica, aplicados

a funcionários não docentes de uma instituição de ensino Superior Particular de Viçosa-

MG. O questionário consistia em cinco questões em que se coletava diferentes

informações atuais relacionadas ao comer emocional, ao estresse na vida diária e ao

estresse laboral, a padrões alimentares anormais e as consequências para a saúde

associadas com o ambiente de trabalho. O EMAQ contém perguntas sobre a tendência

de comer em resposta a emoções negativas e positivas e a situações negativas e

positivas. O estresse laboral, foi avaliado por meio de um questionário adaptado

juntamente com o EMAQ, sendo que a amostra foi definida por conveniência. Após

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e coleta dos dados e

tabulados em planilha do Excel® e analisados em software estatístico Statistical

Package for Social Science for Windows (SPSS) 21.0. O teste estatístico utilizado foi o

teste de Mann Whitney para a variável peso segundo o gênero e teste do Qui-quadrado

para verificar a relação comer emocional e o trabalho. O projeto foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa Sylvio Miguel da Faculdade de Ciências Biológicas e da

Saúde – FACISA/UNIVIÇOSA, parecer nº 2.399.110/2017-2. RESULTADOS A

amostra foi composta por 67 funcionários, sendo 56,7% (n=38) homens e 43,37%

(n=29) mulheres. Segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), constatou-se que entre

os funcionários avaliados, 38% (n=19) das mulheres e 50% (n=11) dos homens estavam

em sobrepeso. Quanto à percepção de estresse, mais da metade percebia o estresse na

vida cotidiana, dos quais 13% (n=9) citaram a condição de estresse laboral relacionada

à organização e às exigências das tarefas. Quanto às emoções negativas e seus reflexos

nos padrões alimentares, os indivíduos tendem a comer menos quando estão tristes,

depressivos, assustados, sob pressão ou após um debate, e por outro lado, comem muito

quando estão ansiosos. Observou-se também que 30% (n=20) dos funcionários tendiam

a comer menos mediante situações e emoções negativas no ambiente de trabalho. Entre

os funcionários que afirmaram ter estresse no trabalho 37,3% (n=25) relataram

apresentar alteração no seu hábito alimentar e 16,4% (n=11) relataram que não. E 22,4%

(n=15) que não apresentavam estresse no trabalho relataram alterar seu hábito alimentar

e 23,9% (n=16) afirmaram não ter estresse no trabalho e sem alteração do hábito

alimentar. Observou-se que há um número maior de funcionários que afirmam estresse

no trabalho e alteração no seu hábito alimentar, porém não há uma diferença

estatisticamente significativa (p=0,066). CONCLUSÃO Conclui-se que havia

percepção de estresse na vida cotidiana desse grupo de funcionários, e parte dele se

relacionava ao trabalho, à organização e às exigências das tarefas. Estatisticamente não

foi significativa a relação comer emocional e trabalho. Por fim, diante desses resultados,

acredita-se na necessidade uma intervenção específica favorável às melhorias das

condições no ambiente de trabalho.

Pôster 39)

MÍDIA, INSATISFAÇÃO CORPORAL e COMER TRANSTORNADO EM

ADOLESCENTES de São Paulo

Ariana Galhardi Lira1; Marle dos Santos Alvarenga2, Aline de Piano Ganen1

1 Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Paulo, SP.

2 Faculdade de Saúde Pública – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Imagem Corporal; Mídia;

Adolescente.

INTRODUÇÃO É notória tanto a influência quanto a persuasão que a mídia possui na

tomada de decisões em diversas áreas, incluindo a saúde e alimentação, afetando o

comportamento e o pensamento da sua audiência.

Os adolescentes por sua vez, constituem um grupo vulnerável as pressões sociais e tendem

a apresentar preocupações com o peso corporal por desejarem um corpo magro e pelo

receio de serem excluídos do grupo ao qual pertencem, muitas vezes valorizando métodos

inadequados para alcançar o corpo sonhado, essas atitudes não saudáveis para perder ou

controlar o peso, são denominadas “comer transtornado”, do inglês disordered eating, O

comer transtornado é um fator de risco para os transtornos alimentares sendo importante

compreender quais variáveis estão associadas ao quadro. OBJETIVOS Avaliar se as

variáveis: estado nutricional, satisfação com a imagem corporal e influência da mídia

podem influenciar o comer transtornado. MÉTODO Adolescentes do sexo feminino do

estado de São Paulo responderam a Escala de Atitudes Alimentares Transtornadas (EAAT)

validada para adolescentes. A satisfação com a imagem corporal foi analisada pela escala

de Silhuetas Brasileiras com os desfechos: satisfeita, desejo de silhueta menor e desejo de

silhueta maior. A influência da mídia foi avaliada por meio da Subescala 1 (Internalização)

do Questionário de Atitudes Socioculturais em relação a Aparência (SATAQ-3). Peso,

altura e Índice de Massa Corporal foram analisados de acordo com o escore-z. O estudo

foi aprovado ao Comitê de Ética do Centro Universitário São Camilo sob o CAAE:

60801616.5.0000.0062. Para EAAT, não houve normalidade na distribuição das variáveis

(p<0,001), que foram analisadas por mediana, moda e amplitude do escore. Realizou-se

uma regressão logística para avaliar a relação do comer transtornado (escores na EAAT) e

influência da mídia (escores no SATAQ-3) com a insatisfação corporal e uma regressão

linear univariada ajustada para idade, estado nutricional, classe social e escolaridade

materna para a relação entre o comer transtornado (EAAT) e a influência da mídia

(SATAQ-3). RESULTADOS Participaram 212 Adolescentes, idade média 14,8 anos (DP

1,69), eutróficas (65,1%), com mediana de 59,50 pontos na EAAT (moda 55; 37-132). A

pontuação na EAAT foi maior para as adolescentes com sobrepeso e obesidade e para

aquelas que tinham desejo de uma silhueta menor, ou seja, atitudes mais transtornadas. Por

sua vez, adolescentes com maior pontuação na SATAQ-3 tiveram 13% mais chance de

serem insatisfeitas com a Imagem Corporal e para cada 1 ponto acrescido no escore da

SATAQ-3, houve impacto em 0,86 de aumento na EAAT, ou seja, a internalização dos

padrões de beleza influenciou em 46% o comer transtornado na população estudada.

CONCLUSÃO Atitudes alimentares mais transtornadas foram encontradas nas

adolescentes com sobrepeso e a obesidade e naquelas com desejo de um corpo mais magro.

A influência da mídia esteve associada tanto com a insatisfação da imagem corporal quanto

com o comer transtornado.

Pôster 40)

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES OBSERVADO A

PARTIR DO ARCO DE MAGUEREZ

Maressa Santos Ferreira1; Rayanne Silva Vieira Lima2; Ana Carmen de Oliveira Lima3

- 1,2 Hospital Universitário Walter Cantídio, HUWC, Fortaleza, Ceará, Brasil.

3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE, Limoeiro do

Norte, Ceará – Brasil

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento Alimentar; Adolescente; Educação

Alimentar e Nutricional; Saúde.

INTRODUÇÃO O padrão alimentar de adolescentes brasileiros vem se

caracterizando pelo alto consumo de alimentos de elevado teor calórico e baixo de

frutas e verduras, contribuindo para o comprometimento da saúde. Intervenções

nutricionais mostram-se eficazes para esse grupo, sendo o ambiente escolar favorável

para sua promoção. O Método do Arco de Maguerez é referência como metodologia

ativa no planejamento de intervenções ao identificar problemas e promover

pensamento crítico e criativo nos participantes. O tema se justifica pela necessidade

de estudar o comportamento alimentar de adolescentes, visando o aprimoramento de

novas estratégias. OBJETIVO Avaliar o comportamento alimentar de adolescentes

observados a partir do uso do método do Arco de Maguerez. MÉTODO Estudo

transversal desenvolvido em maio de 2016, com turma do ensino médio de uma

escola privada, com 12 adolescentes. Realizou-se etapas do Arco de Maguerez: Na

primeira, observação da realidade, foi aplicada entrevista semiestruturada com as

perguntas “O que você come diariamente?” para identificar consumo habitual e “O

que gostaria de comer diariamente?” para identificar os alimentos com motivação, ou

estímulo, para seu consumo, sucedidas de chuva de ideias sobre o que acreditavam

ser condicionantes para tais comportamentos. As próximas etapas foram identificação

dos pontos-chave, teorização e formulação das hipóteses de solução, a fim de

direcionar a aplicação à realidade. Os dados foram tabuladas e analisadas com auxílio

do programa Excel (2007) e da estatística descritiva. Termos de Assentimento e

Termos de Consentimento Livre e Esclarecido do Responsável Legal foram

assinados. RESULTADOS Após a primeira etapa, a maioria (>50%) citaram arroz

branco, feijão, carne de frango, pão francês, embutidos, leite e macarrão como

consumidos diariamente, porém cederam lugar para pizza, hambúrguer e chocolate

quando perguntados sobre o que gostariam de comer. Frutas e verduras foram citadas

por menos de 50% dos participantes em ambas perguntas. Na chuva de ideias,

disponibilidade do tempo, preguiça para preparar os alimentos, falta de dinheiro,

necessidade de cumprir dieta, falta de motivação e permissão dos pais foram citados

como condicionantes da alimentação. Identificou-se como pontos-chave: motivação

por ultraprocessados, baixos consumo e motivação por hortifrútis, e falta de

autonomia sobre o consumo. A literatura reforça que frutas e verduras não são

preferências entre adolescentes e que o ambiente influencia nas suas escolhas,

recebendo destaque a regulação externa dos pais sobre a alimentação. Como hipóteses

de solução, intervenções que estimulem a motivação para o consumo de hortifrútis,

trabalhem o senso crítico e a autonomia alimentar, e capacitem diante os fatores

condicionantes devem ser aplicadas à realidade a fim de promover mudanças na

mesma. CONCLUSÃO Foi possível identificar que apesar do baixo consumo de

alimentos ultraprocessados, pareceu haver motivação alta para tal e baixa para frutas

e verduras. A motivação, o acesso e a falta de autonomia são possíveis condicionantes

do comportamento alimentar de adolescentes. O estudo apresentou limitações quanto

a amostra, porém vê-se a metodologia Arco de Maguerez como útil para identificar

pontos-chave e direcionar futuras intervenções, sugerindo-se incentivar a motivação

para o consumo de hortifrútis, bem como estratégias que trabalhem o senso crítico e a

autonomia dos jovens, capacitando frente seu contexto