POSSÍVEIS CENÁRIOS DE UM SISMO DESASTROSO NO BRASIL

Alberto Veloso1

1 Universidade de Brasília

Não foram muitos os terremotos que causaram problemas aos brasileiros. Como somos um país com baixa atividade sísmica, as pessoas dão pouca importância aos sismos e nem imaginam que alguns podem ser perigosos. A causa desta baixa sismicidade é porque o Brasil está no meio de uma extensa placa tectônica, distante de suas bordas onde os terremotos são mais numerosos e com magnitudes mais elevadas. Os tremores que acontecem no interior das placas, denominados intraplaca, geralmente possuem magnitudes pequenas a moderadas. Fugindo à regra, também ocorrem terremotos fortes, com magnitudes maiores que 6 e até superiores a 7. Embora raros, quando têm epicentros nas vizinhanças de cidades costumam produzir danos sociais e materiais enormes, pois quase nunca existe preparação adequada para enfrentá-los. Sismos fortes com potencial para produzir danos extensivos em localidades brasileiras também são raros, pois acontecem a cada meio século, aproximadamente, e abalos moderados (M≥ 5), que também podem produzir estragos, surgem a cada cinco anos, em média. Com isso, é baixa a chance de um abalo desastroso, reduzindo o risco sísmico no Brasil. Por outro lado, várias de nossas cidades têm zonas urbanas com grandes concentrações populacionais, algumas em áreas de risco com construções estruturalmente inadequadas para suportar até mesmo moderadas acelerações do chão. Esta grande vulnerabilidade urbana pode implicar em alto risco de danos materiais e vítimas de um terremoto. Assim, o risco sísmico poderá ser elevado, mesmo para regiões com baixa ameaça sísmica, mas com áreas populosas e construções frágeis.Tais implicações merecem discussão: o que aconteceria se um terremoto moderado atingisse a área metropolitana de importante cidade brasileira? Para responder, é necessário escolher uma cidade para cenário do exercício, estabelecer os parâmetros do terremoto teste, predizer movimentos do chão para a geologia local, quantificar danos materiais, financeiros e pessoais, além de outros quesitos. É um trabalho multidisciplinar. Os sismólogos brasileiros poderão conduzir grande parte deste estudo, visto sua experiência na avaliação de ameaça sísmica no país, inclusive mostrando a necessidade de revisar a norma sísmica 15421/ 2006, da ABNT.Serão mostrados exemplos de sismos intraplaca moderados que produziram danos severos em zonas urbanas e que poderiam servir de alerta sobre a vulnerabilidade de nossas metrópoles frente aos típicos terremotos brasileiros. Menos de 1% do território nacional é ocupado por áreas urbanas, onde estão 85% dos habitantes. Considerando a vasta extensão de nosso país é pouco provável uma cidade ser atingida por um terremoto desastroso. Porém, não é demais lembrar que um evento improvável, não deve ser considerado impossível de acontecer.

PALAVRAS CHAVE: AMEAÇA SÍSMICA NO BRASIL, RISCO SÍSMICO

DELIMITAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E COMPARAÇÃO DOS LINEAMENTOS ESTRUTURAIS ASSOCIADOS A NEOTECTÔNICA E

TRAÇADOS EM MODELO DIGITAL DE SUPERFÍCIE POR MEIO MANUAL E AUTOMÁTICO NA REGIÃO LITORÂNEA DE NATAL/RN

À TIBAU/RN.

Alessandra dos Santos Limoeiro1; Luiz Cesar Corrêa-Gomes1 1UFBA No Nordeste brasileiro, o Grupo Barreiras (GB) marca o início dos eventos neotectônicos, devido à cronocorrelação com a sedimentação desse grupo, datado do Mioceno (20-4Ma), tornando-se assim um importante marcador temporal para estudos de Neotectônica. O presente trabalho propõe-se a entender a geometria dos lineamentos estruturais da faixa litorânea compreendida entre as cidades de Natal-RN à Tibau-RN, os principais trends, bem como a sua gênese, mostrar as diferenças entre os métodos de extração manual e automática e verificar se as estruturas presentes no GB e coberturas recentes são neoformadas ou foram nucleadas pela reativação de estruturas presentes no embasamento cristalino, por uma relação de herança estrutural. A área de estudo está inserida na Província Borborema, que constitui o embasamento cristalino recoberto pela bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba, a Bacia Potiguar, o GB e as coberturas recentes, sendo estes os principais domínios que ocorrem nas mesmas. Os lineamentos foram traçados e quantificados utilizando Modelos Digitais de Superfície (MDS) confeccionados a partir de imagens do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM/2000), em oito direções de iluminação utilizando o software ArcGIS 10.2.2® em um alcance de 80 km a partir da linha de costa. O tratamento estatístico desses dados foi realizado com auxílio dos softwares Excel® e Stereonet 2.45®, sendo as rosetas de frequência e comprimento geradas por este último. No total, pelo método manual, foram traçados 9119 lineamentos, separados e quantificados entre Grupo Barreiras e coberturas recentes, Bacia Potiguar, Bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba e embasamento. Nas rosetas de frequência foi possível observar que no embasamento, as direções preferenciais ocorrem entre N130° e N140° seguida de outra direção expressiva entre N120° e N130°. Nas rosetas de frequência do GB notou-se as direções predominantes entre N120° e N140°, concordando com o trend NW-SE do embasamento. Devido às nucleações paralelas das estruturas dos dois domínios supracitados, sugere-se a presença da Neotectônica na área de estudos. Assim, percebe-se uma forte influência do embasamento nas direções das estruturas existentes no GB. PALAVRAS CHAVE: NEOTECTÔNICA, GRUPO BARREIRAS, LINEAMENTOS ESTRUTURAIS.

ELABORAÇÃO DE UM CATÁLOGO SÍSMICO PARA A REGIÃO NORDESTE DO BRASIL (2011-2012)

Augusto Fonsêca1; Maria Rayla Santos¹; Esteban Poveda2; Jordi Julià 1,2 1 DGef/UFRN; 2 PPGG/UFRN

O nordeste do Brasil é uma das regiões sísmicas mais ativas do país, principalmente nos estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O monitoramento da área dá-se pelo registro contínuo de uma rede permanente de 21 sismômetros de banda larga, em que as informações são colhidas e analisadas pelo Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis/UFRN). Neste trabalho apresentamos um catálogo sísmico dos terremotos decorrentes no intervalo entre os anos de 2011 e 2012, relacionando tempo de origem, coordenadas epicentrais, profundidade e magnitude local. Em termos práticos foi usado o software de análise sísmico SEISAN, em especial seu programa de localização e determinação de magnitude, HYPOCENTER. Foram feitas as picagens dos tempos de percurso das ondas P e S para localização dos eventos, além das marcações das amplitudes máximas para cálculo da magnitude. Servindo como parâmetro de controle de qualidade nas picagens, assumiu-se uma faixa de valores entre 1.60 e 1.89 para a razão Vp/Vs obtida do diagrama de Wadati. Devido à implantação da rede sismográfica no ano 2011, a localização e cálculo de magnitude ficaram restritos ao período de 16/05/2011 a 31/12/2011; em relação ao ano de 2012, foram identificados terremotos referentes ao intervalo entre 01/01/2012 e 30/06/2012, tendo localização hipocentral e magnitude até 10/03/2012 no momento da submissão deste resumo. No total, foram identificados 1905 tremores, que foram classificados de acordo com suas distâncias epicentrais em locais (1104), regionais (161) e distantes (640). Tomado um número mínimo de 3 estações para inclusão do evento no catálogo sísmico, localizaram-se um total de 132 eventos em diversas áreas do Nordeste brasileiro (45 eventos considerando um mínimo de 4 estações), incluindo sismos próximos à Dorsal Meso-atlântica, com uma magnitude local variando entre 1 e 3. As profundidades obtidas para os terremotos possuem valores tipicamente na faixa de 0 a 15 km. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE INTRAPLACA, RSISNE, NORDESTE BRASILEIRO.

CARACTERIZAÇÃO GRAVIMÉTRICA DA REGIÃO DA SERRA DOS CRISTAIS – ANÁLISE QUALITATIVA

Brandow Neri1; Mônica Von Huelsen2; Marco Ferreira3, 1OBSIS/UnB; IG/UnB; Para o entendimento da evolução tectono-estratigráfica da Faixa Brasília, gerou-se uma base gravimétrica, cujos dados, parte dos dados gravimétricos foram retirados do Banco de Dados Geodésicos do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística que constituem o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e parte foi obtido pelo Instituto de Geociências da UnB em campanha de campo onde foram realizados quatro perfis gravimétricos. A área investigada localiza-se nos estados do Goiás, Tocantins, Minas Gerais e o Distrito Federal, com ênfase na região da Chapada dos Veadeiros e na falha da Serra dos Cristais, onde existe sismicidade natural. Para o processamento dos dados dos perfis adquiridos, foram retirados da base de dados os valores inconsistentes quanto à sua distribuição espacial e em seguida realizadas as correções gravimétricas: drift instrumental, correção de latitude, correção Bouguer, correção Ar livre e correção topográfica. Após feitas as devidas correções, foram gerados os seguintes produtos: imagem Campo Gravimétrico Bouguer (CGB), imagens de suas Derivadas Vertical (DZ) e Horizontais (DX, DY), imagens de suas segundas derivadas vertical (DZ2) e horizontais (DX2, DY2) Inclinação do Sinal Analítico (ISA), Amplitude Total do Gradiente horizontal (AGHT), Fase do Sinal Analítico (FLSA), Espectro de Potência tanto do CGB quanto do DZ e os testes de Deconvoluções de Euler. Estes dois últimos permitiram estimar a profundidade das fontes gravimétricas. O trabalho em questão consiste na análise qualitativa gravimétrica para compreender a evolução da Faixa Brasília.

PALAVRAS CHAVE: GRAVIMETRIA, FALHA SERRA CRISTAL. 2

DETECÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE EXPLOSÕES QUÍMICAS COM A

ESTAÇÃO INFRASSÔNICA DE BRASÍLIA, IS09.

Brandow Lee Neri1; Lucas Vieira Barros1; Juraci Mário de Carvalho1,

1Observatório Sismológico da UnB

A estação IS09, instalada no interior do Parque Nacional de Brasília (PNB), com os dados

gravados no Observatório Sismológico – UnB, faz parte de uma rede mundial composta por

60 estações, cujos dados são utilizados na verificação do cumprimento do Tratado de

Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT). Através dessa rede de sensores é possível

detectar qualquer explosão nuclear atmosférica com potência maior ou igual a 10 ou 1

quilotons de TNT. A energia liberada por uma explosão nuclear/química se propaga de

forma complexa, por ondas de calor, de pressão, sísmicas, acústicas, supersônicas e

infrassônicas. Entre elas se destacam duas: as ondas sísmicas, que podem ser registras

por sismógrafos, e as ondas infrassônicas detectadas por microbarógrafos. A estação IS09

de Brasília é formada por um arranjo de quatro elementos (micro barógrafos), três dos quais

instalados nos vértices de um triângulo equilátero e o outro no centro. Os sensores são

sensíveis às ondas que se propagam com frequências inferiores a 16 Hz, ou seja, ondas

infrassônicas. Se propagam guiadas por reflexões nas camadas superiores da atmosfera e

na superfície da Terra. Sofrem baixa atenuação e por isso se propagam por longas

distâncias, podendo ser detectadas a milhares de quilômetros da fonte. Existem diferentes

fontes de infrassom, naturais e produzidos pelo homem: terremotos, erupções vulcânicas,

meteoros, explosões nucleares e químicas, aeronaves supersônicas, lançamento de

foguetes, auroras, tempestades severas, etc. A estação IS09 registra explosões químicas e

sismos, que também são registrados por estações sismográficas. Este trabalho visa

verificar a sinergia existente entre essas duas tecnologias utilizando registros de explosões

químicas feitas em pedreiras de Brasília.

PALAVRAS CHAVES: INFRASSOM, ESTAÇÃO IS09, DETECÇÃO DE EXPLOSÕES.

QUÍMICAS.

SUBDUCÇÃO DA PLACA DE NAZCA SOB O BRASIL ATRAVÉS

DO ESTUDO DE SISMOS PROFUNDOS

Brígida Monteiro Drumond Bowen1, Lucas Vieira Barros1, Juraci Mário de Carvalho1. 1 Observatório sismológico – UnB.

Anualmente ocorrem em média 17 terremotos com magnitude acima de 7 no mundo, grande parte relacionada a zonas de subducção. Uma dessas zonas com grande ocorrência sísmica está entre as placas de Nazca e Sul- Americana. Essas placas, com mais de 7000 km de contato, apresentam intensa atividade tectônica: terremotos, vulcanismo e orogênese. A maior magnitude já observada no período instrumental em todo o mundo (9,5 MW) ocorreu nesse contato, em Valdivia-Chile no dia 22 de maio de 1960. Também nesse encontro de placas aconteceu o terremoto mais profundo e de maior magnitude, com 631 km e magnitude 8.2, na Bolívia, em 09 de junho de 1994. Dos 7000 km de subducção cerca de 1000 km limita-se com o Brasil, na borda do Peru com o Estado do Acre. Estudo de terremotos nessa área, até pouco tempo, somente era possível ser realizado com estações telessísmicas. Atualmente, com a implantação da Rede Sismográfica Brasileira, um bom número de estações regionais existe no Brasil além de estações no Peru, Bolívia e Venezuela, o que permite estudos mais acurados e precisos. Entre 1962 e 2016, 61 sismos profundos (H>300), com magnitude maior que 4.5 na escala Richter foram detectados nos estados do Acre e Amazonas. Um fator intrigante é que estes sismos estão distribuídos de forma alinhada com azimute 160 graus e com profundidades variando entre ~500 e 650 Km. Este alinhamento estende-se por aproximadamente 480 km, desde o leste do Peru até oeste estado do Amazonas. Dois grandes terremotos relacionados a essa zona, ocorreram recentemente na fronteira Peru-Brasil, em 24 novembro de 2015 a profundidades de 606 km e 620 km e magnitudes 7.6. A localização hipocentral destes eventos foi realizada com dados de uma rede sismográfica regional, com estações no Brasil, Peru, Bolívia e Venezuela. A subducção da Placa de Nazca sob o Peru já é bem estudada através de sismos de foco raso e intermediário, com hipocentros de até 200 km na fronteira Peru-Brasil. Após esta profundidade, porém, ocorre um gap sísmico de 300 km. A sismicidade volta a ocorrer entre ~500 e 670 Km. Este trabalho visa modelar a estrutura da subducção na fronteira Peru-Brasil por meio do estudo dos sismos profundos. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE ACRE, SISMOS PROFUNDOS, SUBDUCÇÃO.

MANTLE ANISOTROPY AND ASTHENOSPHERIC FLOW AROUND CRATONS IN SOUTHEASTERN SOUTH AMERICA

Bruna Chagas de Melo1; Marcelo Assumpção1. 1IAG/USP Upper mantle seismic anisotropy is one of the most important means to study dynamics of the Earth's interior. It has been extensively used to infer past and present mantle dynamics and continental evolution. Seismic anisotropy is usually measured by the method of shear wave splitting (SWS), which consists of core refracted phases ((P, S) K(iK)S here nominated XKS phases) that after crossing an anisotropic layer are split into two shear waves with different velocities, giving origin to the splitting parameters: the polarization direction of the fast wave and the delay time between the two waves. Previous studies of SWS in South America concentrated mainly along the Andes and in southeast Brazil. Now we add extra measurements in the area of the Pantanal and Parana-Chaco basins, as part of the FAPESP “3-Basins Thematic Project”. With the splitting results of 47 new stations, we presently have a more complete and robust anisotropy map of the South America stable platform. On average, over most of the continent, the fast polarization direction tends to be close to the absolute plate motion given by the hotspot reference model HS3-NUVEL-1A. Nevertheless, new and previously published SWS results suggest mantle flow around the Amazon and São-Francisco cratons. Additionally, we have evidence of flow surrounding a possible cratonic nucleus under the Paraná basin, the Paranapanema block, and thus, confirming its existence. Large delay times at the Pantanal basin may indicate a strong asthenospheric channel, a more coherent flow, or a thicker asthenosphere. Similarly, small delay times beneath the northern Paraná basin may indicate thinner anisotropic asthenosphere.

KEY WORDS: ANISOTROPY; SHEAR WAVE SPLITTING; ASTHENOSPHERIC FLOW.

REDE SISMOGRÁFICA DO QUADRILÁTERO

FERRÍFERO (RSQF) – MG.

Bruno Collaço1, Felipe Neves1, Dionísio U. Carlos2, Wanderson Pereira2, Marcelo Assumpção1, Jackson Calhau1, Luís Galhardo1

1 Centro de Sismologia (IEE-USP), 2 VALE S.A. (CTF, Nova Lima) Uma rede de cinco estações de banda larga está sendo instalada no Quadrilátero Ferrífero (QF) pela VALE S.A. em um trabalho conjunto com o Centro de Sismologia da USP. O principal objetivo da implantação da rede, que será integrada à Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), é o monitoramento da sismicidade local e regional. Sismômetros posthole foram instalados em poços tubulares de aço galvanizado de aproximadamente 6 m de profundidade, cimentados à rocha, sendo que todas das estações estão posicionadas em rochas compactas. Durante a instalação, o espaço anelar entre sensor e tubulação foi preenchido com aproximadamente 10 kg de microesferas de vidro para melhor acoplamento do conjunto sensor, tubulação e rocha e também para isolamento térmico do sensor. Para isolamento acústico e proteção do sensor a porção inicial do poço foi tamponada com lã de vidro. Na estação da Mina de Fábrica (FABR), munícipio de Ouro Preto (MG), além do sensor posthole, um sensor adicional de superfície foi instalado para comparação dos níveis de ruído. As análises preliminares do ruído sísmico indicam que: a) em períodos mais

longos que 30 s, o sensor posthole mostra-se estável, apresentando baixo nível de ruído, mesmo nas componentes horizontais; b) para frequências entre 1 e 3 Hz, o nível de ruído na

estação FABR é alto devido às atividades de mineração (tráfego de veículos e equipamentos pesados e também das instalações industriais); c) para frequências acima de 10 Hz (importantes para monitoramento de microssismicidade local) o ruído do posthole é aproximadamente 10 vezes menor do que o sensor de superfície. O menor nível de ruído em altas frequências mostra que a relação custo/benefício de sensores posthole é vantajosa para monitoramento de microssismicidade local. As estações da RSQF transmitem dados em tempo real por meio de telemetria 3G, contribuindo com tempos de chegada para localização de tremores regionais também fora do Quadrilátero Ferrífero (QF). Além do monitoramento da sismicidade, a implantação da RSQF permitirá estudos da crosta e manto terrestre, assim como de tomografia de ruído ambiental dentro do QF. PALAVRAS CHAVE: REDE SISMOGRÁFICA; SISMICIDADE DE MINAS GERAIS; SENSOR POSTHOLE.

ESPESSURA CRUSTAL DA PORÇÃO SUL DA PROVÍNCIA BORBOREMA, FUNÇÃO DO RECEPTOR.

Chris Busnello Fianco1; George Sand França1; Carlos da Silva Vilar2, Diogo F. Albuquerque1. 1 UnB; 2 UFBA.

A Província Borborema é uma das regiões mais estudada em relação a estrutura da terra, entretanto ainda apresenta dúvidas com relação a sua evolução geotectônica e estrutura profunda, mais precisamente o Domínio Sul que apresenta lacunas de informações da estrutura da crosta que podem ajudar na interpretação desta evolução. Com o objetivo de compreender melhor esta região e melhorar a quantidade e qualidade de informações, está sendo feita a estimativa da estrutura crustal das estações da Rede Geoterm, que é composta por 10 estações sismográficas de banda larga, sendo 9 estações no Domínio Sul e 1 no Domínio Zona Transversal. Dentre as estações, três estações tiveram problemas e não foram usadas nesse estudo. Os métodos utilizados para o cálculo das espessuras crustais e razão Vp/Vs foram a função do receptor no domínio do tempo, devido à sensibilidade decorrente das variações de velocidade na Moho através da identificação de fases convertidas e reverberadas, e empilhamento Hk, pela facilidade de trabalhar com grande quantidade de traços de FR sem a necessidade de identificar o tempo de chegada das fases de interesse, permitindo ainda trabalhar com diferente distâncias e azimutes. Para o processamento foram utilizados os dados brutos das estações da Rede Geoterm e a lista de eventos telessísmicos dos servidores do Incorporated Research Institutions for Seismology com distâncias epicentrais entre 30° e 100° e magnitude superior a 4 mb. Os parâmetros de processamento utilizados para a FR no domínio do tempo foram 500 iterações e filtro Gaussiano de 2,5; já para o método de empilhamento Hk, foi utilizado como velocidade média Vp o valor de 6,4 km/s. Os resultados preliminares de espessura crustal obtidos variam de 34,2 a 37,4 km, e apresentam um desvio padrão abaixo de 1 km, porém, duas estações ainda apresenta um desvio padrão elevado. As razões Vp/Vs possuem média de 1,72, variando de 1,68 a 1,75, com desvio padrão menor que 0,05. Os resultados apresentam bons traços de função de receptor com fases bem visíveis. Com a P alinhada em 0 seg, é possível observar, em algumas estações, um alinhamento de fase em torno de 2 seg, entre a P e a Ps, e outro em aproximadamente 15 seg, podendo estes indicar o limite entre crosta superior e inferior e a fase PsPms, respectivamente. PALAVRAS CHAVE: FUNÇÃO DO RECEPTOR, ESPESSURA CRUSTAL, RAZÃO VP/V

UPPER MANTLE SEISMIC ANISOTROPY BENEATH NORTHERN PERU FROM SHEAR WAVE SPLITTING ANALYSIS

Cristobal Condori1,2, George S. França1, Hernando J. Tavera2, Caroline Eakin3 1 IG/UnB; 2 Instituto Geofísico del Perú IGP, Ciencias de la Tierra Sólida CTS; 3 Australian National University In this study, for the first time, we apply the shear wave splitting method, to investigate upper mantle seismic anisotropy beneath northern Peru. This study provides us with vital information to understand the dynamics of recent and past deformational processes in the upper mantle. For the analysis, we used arrivals of SKS, SKKS and PKS phases from teleseismic events (88° > Δ < 150°) of magnitude greater than 6.0Mw and recorded at 30 broadband seismic stations from the Peruvian permanent and portable seismic networks, and international networks (CTBTO and RSB-Brazil). The shear-wave splitting parameters, the fast direction (Φ) and the delay time (δt) between the slow and fast arrivals, were measured using the minimum energy method proposed by Silver and Chan (1991). The preliminary results revel a complex anisotropy pattern (nulls and splits). In the northern region, the average delay times range between 1.0 s and 1.2 s, with fast directions predominantly ENE-WSW oriented in a direction approximately perpendicular to the trench, parallel to the absolute flat-slab subduction of the Nazca plate, while near the central region of Peru, the fast direction change of orientation predominately normal to the trench, consistent with proposed by Eakin et al. (2013, 2015). These characteristic suggest a fundamental difference between the anisotropic structures, and therefore mantle processes, beneath the northern and central portions of the Peruvian flat-slab. KEYWORDS: SEISMIC ANISOTROPY, UPPER MANTLE, NORTHERN PERU, SHEAR WAVE SPLITTING, FLAT-SLAB SUBDUCTION, NAZCA PLATE

BRITTLE REACTIVATIONS OF SHEAR ZONES IN THE ATLANTIC CONTINENTAL MARGIN: SERGIPE-ALAGOAS

AND PERNAMBUCO BASINS David Lino Vasconcelos1; Francisco Hilário Rego Bezerra1; Walter Eugênio de Medeiros1,2; David Lopes de Castro1; Ole Rønø Clausen3; Gilsijane Vieira Ramos1 1PPGG/UFRN; 2INCT-GP/CNPq; 3AARHUS UNIVERSITY Brittle reactivations of ductile shear zones of the crystalline basement have been recorded in several continental margins around the world. These reactivations have been pointed as one of the main factors in the origin of sedimentary basins in continental margins. In South America, several studies have reported the occurrence of brittle reactivations of ductile shear zones of the crystalline basement. Some of these reactivations are linked to the opening of the South Atlantic. These reactivations are responsible for the development of several rift systems in the South American and African continental margins and are one of the main controllers of the geometry and sedimentation during the rift and post-rift phases. In this research, we investigated the influence of the brittle reactivations of ductile shear zones of the Precambrian crystalline basement in the onshore portion of the Sergipe-Alagoas and Pernambuco basins, Northeastern Brazil. Aeromagnetic data, radar images, reflection seismic data and well data were used to investigate these reactivations. We analyzed how these reactivations influenced the sedimentary control, landform and the structural subdivision of the onshore portion of these basins since the Cretaceous until the Quaternary. We have observed that some known shear zones in the study area, such as Itaporanga, São Miguel do Aleixo and Pernambuco coincide with magnetic and topographical lineaments. We observed that some the magnetic lineaments, which represent the shear zones and their continuities in the basement of the basins, coincide with the main faults interpreted in the seismic sections. Moreover, we recorded the occurrence of anticline and syncline folds with axes parallel to the shear zones. We interpret that this event represents a positive tectonics inversion during the post-rift phase in the Sergipe-Alagoas Basin. The ductile shear zones of the Precambrian basement continue below the sedimentary cover and control some of the main faults of the basins. These shear zones were reactivated in a brittle regime during the rift and post-rift phases and represent the main tectonic limits of these basins. Deformations such as tectonic inversions may have impacts on the development of petroleum systems and needs to be addressed in future works. KEYWORDS: CONTINENTAL MARGIN, BRITTLE REACTIVATIONS, FAULT REACTIVATION.

ASSESSING DATA QUALITY AND STATION PERFORMANCE FOR EIGHT MERIDIAN COMPACT POSTHOLE STATIONS DEPLOYED

IN THE PARNAÍBA BASIN. Diogo Luiz de Oliveira Coelho1; Eduardo Alexandre Santos de Menezes2; Jordi Julià2 1PPGG/UFRN; 2DGef/UFRN; This work aims at assessing the quality of data recorded by eight temporary broadband stations deployed under the Parnaíba Basin Analysis Project (PBAP), collaboration among several Brazilian and UK universities and BP Energy do Brazil. These stations were installed along an approximately NE-SW transect across the basin, with the goal of improving our understanding of its origin and evolution. The broadband stations consist of Meridian Compact Posthole sensors, with flat response in velocity down to 120 s, feeding an integrated, 24-bit digitizer with external GPS timekeeping. The units were manufactured by Nanometrics Inc. Because several projects around the country are utilizing this type of sensor, this paper has the purpose of assessing data quality and reporting on challenges encountered during installation and servicing of the equipment. Data quality is assessed through the following parameters: percentage recovery of the expected dataset, timing and GPS drift, sensor orientation, and noise level analysis. The dataset was carefully inspected during the entire recording time window in order to verify the performance performance and sensitivity of sensor components, as well as identify possible operational problems, such as excessive noise, data gaps, and/or instrument settings. Sensor orientation was checked through recordings of earthquakes with magnitude above 7.0 Mw and computation of similarity with respect to permanent stations located near the study area. Similarity varies according to sensor orientation, so we rotated the seismograms between 0 and 360 degrees to determine the angle of maximum similarity. To characterize background seismic noise, we used the power spectral density (PSD) approach. Our results are useful for describing the overall performance of the sensors and for detecting operational errors, as data gaps, clipping, spikes, mass recenters or calibration pulses. To sum up, it is necessary to estimate and publish the lack of accurate and reliable dataset, because a simple visual inspection is not enough to identify the problems of the entire data. PALAVRAS CHAVE: BROADBAND SEISMOLOGY, POWER SPECTRAL DENSITY, QUALITY CONTROL

LEVANTAMENTO DE DADOS SISMOLÓGICOS A PARTIR DA

INSTALAÇÃO DA ESTAÇÃO DE AQUIDAUANA (AQDB) – MS, 2003.

Edna Maria Facincani1; Marcelo Assumpção2; Fábio Luiz Dias3, Tiago Gomes da Silva4, Lucimara José da Silva5, Gustavo F. Dourado 6, Gustavo Marques e Amorim7, Leonardo Teixeira8, Wanly Pereira9

1FAENG/UFMS; 2IAG/USP; 3ON/RJ; 4INFI/UFMS; 5CPAQ/UFMS; 6PGTA/UFMS; 7FUNDECT-INFI/UFMS; 8IFMS; 9 CPAQ/UFMS

O Pantanal é uma bacia sedimentar de idade quaternária tectonicamente ativa, localizada

na região Centro-Oeste do Brasil, na Bacia do Alto Rio Paraguai. A região é estruturada por

falhas inversas de compressão, constituindo uma zona sismogênica que necessita de

contínuo monitoramento. Os abalos sísmicos no Brasil começaram a ser monitorados

através de estações sismográficas a partir da década de 70. No Mato Grosso do Sul, a

primeira estação sismográfica a ser instalada foi a de Aquidauana – MS, em maio de 2003,

como parte de um projeto de pesquisa intitulado “Rede Sismográfica Integrada do Brasil

(BRASIS)”, junto ao Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG – USP).

O ano de 2003 foi um marco na aquisição e no tratamento de dados sismológicos na Bacia

Sedimentar do Pantanal. Isso se deve pela quantidade de sismos registrados até o

presente, contabilizando 19 eventos no total. Já no período compreendido entre os 1906 e

2003, foram registrados apenas 15 eventos, o que demonstra uma lacuna de dados não

catalogados. A partir de 2012 foram instaladas mais 9 estações sismográficas dentro e ao

redor do Pantanal, para uma obtenção mais detalhada de informações a respeito da

localização, magnitude e profundidade dos sismos ocorridos. As respectivas estações são:

AMBA - Amambaí, ANTJ - Antônio João, BDQN - Bodoquena, MURT - Porto Murtinho,

RPRD - Rio Pardo, RVDE - Rio Verde de Mato Grosso, PANT - Fazenda

Nhumirim/EMBRAPA, C2SB- Chapadão do Sul, PP1B – Sonora. Os dados adquiridos

mostram que a Bacia do Pantanal está submetida a um regime compressivo intraplaca,

determinado pelo mecanismo focal dos sismos de 2009 e 2015. O que pode indicar a sua

origem e evolução (desde o Pleistoceno até o presente), que podem estar relacionadas ao

afinamento da crosta ou a zona de cisalhamento do Transbrasiliano. O levantamento de

dados instrumentais das atividades sísmicas apresenta um aumento da quantidade de

eventos registrados na Bacia do Pantanal, com magnitudes variando entre 0.8 e 4.8 mR, no

período de 2003 a 2017. A distribuição espacial dos sismos permite identificar uma zona

sismogênica principal dentro da Bacia, na região da Nhecolândia, no Megaleque do Taquari.

PALAVRAS CHAVE: PANTANAL, ZONA SISMOGÊNICA, GEOTECNOLOGIAS.

DETECÇÃO DE EVENTOS SÍSMICOS USANDO REDES NEURAIS PROFUNDAS.

E. Rondán1; W. A. Arellano1; C. H. Muñoz1. 1 GeoOndas Inovações Geofísicas e Big Data Ltda. Hoje em dia, uma quantidade crescente de dados sísmicos é continuamente coletada por estações sismológicas no Brasil e no mundo. O passo básico para a análise exitosa desses dados é a detecção correta de vários tipos de eventos. No entanto, o processo de verificação, tradicionalmente a visual, é uma tarefa demorada. A técnica padrão, bastante utilizada, Short-Term Average/Long-Term Average (STA/LTA), assim como a técnica Power Density Spectral (PSD) que supera o STA/LTA na detecção de eventos fracos que são ofuscados pelo ruído de fundo; requerem de controle manual para a classificação. A detecção e identificação de eventos sísmicos de uma grande quantidade de dados contínuos são uma operação fundamental para a sismologia, técnicas e algoritmos computacionalmente eficientes são necessárias para detectar e localizar os eventos de maneira confiável. Um dos métodos mais eficientes de hoje usa a semelhança da forma de onda, método de mineração de dados, chamado de Fingerprint And Similarity Thresholding (FAST), que pode analisar dado a umas 140 vezes mais rápido que o método de autocorrelação. Neste trabalho, aproveitamos os recentes avanços em Redes Neurais Profundas, apresentando uma rede neural convolucional (CNN, Convolutional Neural Network) altamente escalável para a detecção de eventos sísmicos. À diferença do método FAST, as formas de onda não são mais classificadas por sua semelhança com outras formas de onda. Em vez disso, analisamos as formas de onda com uma coleção de filtros locais não lineares. Durante a fase de treinamento, os filtros são otimizados para selecionar características nas formas de onda que são mais relevantes para classificá-los como ruído ou evento. Isso evita a necessidade de armazenar, as formas de onda, em base de dados cada vez maior. Graças a essa abordagem, o algoritmo é mais preciso do que os algoritmos mais recentes e é mais rápida que o FAST em várias ordens de grandeza. Inicialmente aplicamos esta técnica em dados sintéticos e avaliaremos o algoritmo em dados de estações sismológicas para o estudo de eventos induzidos. PALAVRAS CHAVE: REDES NEURAIS PROFUNDAS, CNN, EVENTO SÍSMICO.

SISMICIDADE INDUZIDA POR RESERVATÓRIO NO BRASIL. Eveline Alves Sayão1; George Sand França1; Magda Estrela Oliveira1, 1 Observatório Sismológico-IG/UnB Após a confirmação de que o represamento de grandes reservatórios em todo o mundo poderia causar terremotos, os estudos de Sismicidade Induzida por Reservatório (SIR) ou Sismicidade Desencadeada por Reservatório tiveram um impulso científico considerável. Nos últimos 20 ano tem ocorrido um crescimento contínuo no monitoramento sismográfico e, consequentemente, no conhecimento da gênese e dos efeitos ambientais e na tomada de medidas preventivas relacionadas a SIR, destacando a importância do entendimento dessa área de estudo. A maioria dos estudos atribui o crescimento do esforço vertical, devido à carga do reservatório, e a redução no esforço efetivo, devido ao crescimento da pressão nos poros, podem modificar o regime dos esforços na região do reservatório. Assim, a Sismicidade induzida por Reservatório está condicionada a vários fatores como: esforços tectônicos preexistentes, tamanho/peso do reservatório, condições geológicas e hidromecânicas específicas da área, interação construtiva entre a orientação dos esforços sismotectônicos, dinâmica de variação do nível d'água do lago e carga suplementar causada pelo reservatório. A Sismicidade Induzida por Reservatório foi observada pela primeira vez em meados da década de 1930 com o enchimento do Lago Mead do Reservatório Hoover, Estados Unidos, e, posteriormente na década de 60, com ocorrências nos reservatórios Hsinfenghiang, Kariba, Kremasta e Koyna. No Brasil, o interesse pelo estudo da Sismicidade Induzida por Reservatório surgiu com a ocorrência de um sismo de magnitude 3,7 e intensidade V-VI (MM) no reservatório de Carmo do Cajuru/MG. Hoje são conhecidos cerca de 120 casos de Sismicidade Induzida por Reservatório no mundo, dos quais 27 são no Brasil. Este trabalho tem como objetivo apresentar um catálogo atualizado dos casos de Sismicidade Induzida por Reservatório no Brasil bem como seus os possíveis fatores desencadeadores. Como parte desse trabalho será apresentado o banco de dados de reservatórios brasileiros que desencadearam eventos sísmicos. O banco possibilitará a unificação de todas as informações pertinentes ao estudo da Sismicidade Induzida por Reservatório para gerar analises com completude e acurácia. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE, RESERVATÓRIO, BANCO DE DADOS.

INTRAPLATE STRESS FIELD IN SOUTH AMERICA DERIVED FROM EARTHQUAKE FOCAL MECHANISMS

Fabio Dias1; Marcelo Assumpção2 1ON; 2IAG/USP We present an updated compilation of earthquake focal mechanisms in Brazil together with the sub-Andean region through more obtained solutions together with published results from the literature and catalogs of international agencies. Stress orientations from breakouts and in-situ measurements were also compiled. The focal mechanisms were classified according to WSM (World Stress Map) criteria. For Brazil, we have 82 earthquakes with the mechanism that has been determined since 1978, begin that three new from this study. Focal mechanisms in Brazil show reverse, strike-slip and normal faulting while all events in the sub-Andean region have reverse (majority) or strike-slip mechanisms. For sub-Andean region have reverse (majority) or strike-slip mechanisms. Normal mechanisms can be found only in high attitudes. The mechanisms were grouped by proximity to be inverted for the stress tensor. We use the bootstrap technique to analyze the stability of the tensor. In SE Brazil and the Chaco-Pantanal basins, S1 tends to be oriented roughly E-W with S2 approximately equal to S3. This stress pattern changes to purely compressional (both SHmax and Shmin larger than Sv) in the São Francisco craton. A rotation of SHmax from E-W to SE-NW is suggested towards the Amazon region. Along the Atlantic margin, the regional stresses are affected by coastal effects. This coastal effect tends to make SHmax parallel to the coastline and Shmin (usually S3) perpendicular to the coastline. Few breakout data and in-situ measurements are available in Brazil and are generally consistent with the pattern derived from the earthquake focal mechanisms. In the sub-Andean region, the intermediate principal stress (S2) is also compressional, a feature that is not always reproduced in numerical models published in the literature. In mid-plate South America stresses seem to vary in nature and orientation. Although numerical models of global lithospheric stresses tend to reproduce the main large-scale features in most mid-plate areas, the S1 rotation from E-W in SE Brazil to SE-NW in the Amazon region are not well explained by the current numerical models. This means that the observed stress pattern in mid-plate South America should provide new insights into upper mantle dynamics, distinct from current global convection models. KEYWORDS: STRESS FIELD, FOCAL MECHANISM, BRAZIL

TOMOGRAFIA SÍSMICA PASSIVA: APLICAÇÃO EM DADO SEMI-SINTÉTICO NO CONTEXTO DE MICROSSISMISIDADE INDUZIDA

POR HIDROFRATURAMENTO. Flávio Lemos de Santana1; Waldson Patrício do Nascimento Leandro2; Aderson Farias do Nascimento1; Bruno Motta de Carvalho2 1 DGEF-CCET-UFRN; 2 DIMAP-CCET-UFRN

Reservatórios de petróleo com baixa permeabilidade (a exemplo de folhelhos e tight-gas) em geral são estimulados através de hidrofraturamento para aumentar a permeabilidade e melhorar a produção. Para que a produção seja maximizada, é necessário identificar e explorar as zonas que foram fraturadas. Atualmente o modo mais simples e econômico de revelar essas zonas é por meio do monitoramento da sismicidade provocada pela criação/abertura de fraturas durante a operação de hidrofraturamento. O monitoramento é feito com sensores sismológicos posicionados em superfície ou covas rasas. A identificação desses microssismos nos sismogramas registrados é difícil devido a presença de ruídos culturais e ambientais que diminuem a razão sinal ruído desses dados. Logo, em geral, esses microterremotos não são identificáveis por inspeção visual nos sismogramas. Diante disso, técnicas de localização hipocentral que dispensam a identificação visual das chegadas das ondas tais como o SSA (Source Scanning Algorithm; Kao & Shan, 2004) são atrativas. O SSA que soma a energia dos sismogramas alinhados segundo curvas de tempo de percurso e aumenta a amplitude do sinal coerente através do empilhamento das formas de ondas dos diversos receptores. O SSA discretiza o tempo e a região de interesse em uma malha tridimensional e, para cada ponto da malha e tempo de origem, um valor de brilho (empilhamento dos sismogramas) é calculado. Quando tempo de origem e posição do foco evento sísmico estão corretos uma medida de coerência (ou brilho) é máximo. Entretanto, devido a imprecisões no modelo de velocidade, geometria de aquisição e ruídos espúrios coerentes, o SSA pode apresentar falsos eventos, ou eventos com precisão baixa. Apesar dessa limitação, o SSA pode localizar regiões emissoras de energia sísmica por meio da produção de mapas de brilho médio. No nosso trabalho, mapeamos regiões de microssismisidade em dados com razão sinal/ruído baixa. Para isso, utilizamos dados semi-sintéticos de eventos colocados em diversas configurações. Os microssismos foram representados por pulsos de Ricker (~40Hz) nos sismogramas sintéticos. Para simular sismogramas reais, adicionamos aos sismogramas sintéticos ruído real registrado antes do início de operações de hidrofraturamento. Para simular a baixa razão sinal ruído, utilizamos os eventos sintéticos com amplitude máxima de até 100 vezes menor do que a amplitude máxima do ruído adicionado. Para visualização tridimensional e interação com os mapas de brilho produzidos, criamos uma ferramenta de renderização volumétrica, para analisar e interpretar as formas e dimensões das zonas sismicamente ativas. Analisando os mapas de brilho médio obtidos, verificamos que é possível diferenciar as zonas sismicamente ativas daquelas que não são. Do ponto de vista do hidrofraturamento, isso significa que podemos verificar as zonas que foram estimuladas/fraturadas. Os resultados obtidos neste trabalho utilizando dados semi-sintéticos, confirmam que a Tomografia Sísmica Passiva utilizando o SSA tem potencial para localizar zonas sismicamente ativas, mesmo em dados com razão sinal ruído extremamente pobre e pode ser uma ferramenta valiosa para auxiliar engenheiros de reservatório a gerenciar operações de hidrofraturamento. PALAVRAS CHAVE: TOMOGRAFIA SÍSMICA PASSIVA, HIDROFRATURAMENTO, MICROSSISMISIDADE.

A EDUCAÇÃO COMO UM MEIO DE DISSEMINAÇÃO DE AÇÕES PARA O ENFRENTAMENTO DE DESASTRES

Francisco das Chagas Brandão Melo¹ Lucas Vieira Barros² ¹ Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado do Ceará ² Observatório Sismológico da Universidade de Brasília O processo de escolarização ao qual somos submetidos ao longo de nossas vidas nem sempre cria condições de explorarmos todas as nossas potencialidades, principalmente quando se trata de ações mitigadoras dos efeitos de fenômenos naturais aos quais somos vulneráveis. Neste sentido, na escalada de mudanças planetárias que nos encontramos nos dias atuais muitas são as vezes em que somos desafiados. Quando o assunto é educação, a primeira categoria que se abstrai é a comunidade. Neste caso, é a comunidade planetária que se tornou objeto de reflexão em termos de valores educacionais, por situar-se no centro de interferência de problemas globais. O catálogo sísmico do Estado do Ceará aponta para muitas ocorrências ao longo desses dois últimos séculos. São 49 (quarenta e nove) municípios com incidência sísmica, alguns com intensidade de VI e VII na escala Mercalli Modificada. O caso mais emblemático dessa história é o “Terremoto de Pacajus”, acontecido no município do mesmo nome, em 20/11/1980, que teve magnitude de 5,2 na Escala Richter. Esse terremoto acabou por ocasionar vítimas de toda ordem, por sorte nenhuma fatal. Na área epicentral, cerca de 500 moradias foram parcial ou totalmente destruídas. O terremoto foi sentido num raio de até 600 km da área epicentral. De fato, em tempos de grandes mudanças, tanto as práticas educativas quanto as teorias formativas reclamam por transformações na base do pensamento humano. Exigem uma nova concepção de ensino e aprendizagem mais abertos às condições de vida dos sujeitos desse processo, também em constante mudança. Com este trabalho, pretende-se abrir as discussões sobre a necessidade de uma concepção educativa mais ampla, que envolva a preparação contra possíveis terremotos. Portanto, pretende-se discutir e apresentar formas de ações na Educação para o estabelecimento de maneiras adequadas ao enfrentamento de problemas advindos de desastres naturais, especialmente dos abalos sísmicos vividos pela população cearense. Discute-se a questão da preparação para a convivência com os abalos sísmicos, sugerindo medidas educativas. A nossa experiência de defesa civil, lidando com populações e comunidades que sofrem os impactos de ocorrências sísmicas no Estado do Ceará nos abre a mente para refletir a Educação Comunitária como prática permanente em contextos escolares e não escolares. Para além das ações acadêmicas espera-se contribuir também com a apresentação de medidas de prevenção que prepararem a comunidade para o enfrentamento desse fenômeno natural tão recorrente no Estado do Ceará.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO. ABALOS SÍSMICOS. DESASTRES NATURAIS

PROPOSTA DE FORMULÁRIO ONLINE PARA COLETA DE DADOS MACROSSÍSMICOS NO BRASIL

George Sand França1; Monique dos Santos Costa1 1Observatório Sismológico (SIS/UnB)

O conhecimento acerca da sismicidade é adquirido a partir de registros geológico, histórico ou instrumental. O registro de um sismo depende, essencialmente, dos dois últimos: dados instrumentais são obtidos a partir de registros em estações sismográficas, enquanto o registro histórico advém da coleta de dados de macrossismo, provindos de relatos feitos por pessoas através de jornais, livros, rádio, TV e, recentemente, da internet. O crescente interesse nas informações de intensidade de sismos é fomentado por: (a) uso da internet como uma ferramenta para coleta rápida de grandes quantidades de dados macrossísmicos; (b) recente desenvolvimento de novos algoritmos para análise de dados de intensidade; e (c) necessidade de obter parâmetros de extensão e efeitos de terremotos sobre a população. Atualmente, diversos países contam com serviços online de coleta de dados macrossísmicos como, por exemplo: Diz You Felt It? (US Geological Survey, Estados Unidos), Have you felt an earthquake? (British Geological Survey, Reino Unido) e Hai sentito il terremoto? (Instituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia, Itália). Visando a coleta online de relatos para casos brasileiros, é proposto um formulário composto de vinte e quatro questões divididas em sete seções, a partir da plataforma Google Forms, com as seguintes temáticas: 1) Localização, data e horário de ocorrência do tremor; 2) Contextualização em que a pessoa estava inserida no momento do tremor (p. ex. fora de um edifício); 3) Relato da experiência pessoal; 4) Relato das reações das outras pessoas e animais; 5) Efeitos do tremor nos objetos, móveis, árvores e carros; 6) Danos em construções, rodovias e no solo; e 7) Informações para contato. Até o presente momento serão consideradas as informações relativas, como a localização e o horário do tremor e a presença de novos itens de avaliação. Como etapa futura, pretende-se implementar um algoritmo, a partir do método de soma de pontuação a partir de combinações de situações, associado a um filtro de dados, as quais resultarão na determinação da intensidade relativa ao final do questionário e no mapa de macrossismo. Link para acesso ao formulário: https://goo.gl/forms/7bOT2QjM0sLjSIZ43 PALAVRAS CHAVE: FORMULÁRIO. MACROSSISMO.

CORRELAÇÃO ENTRE DADOS AEROMAGNÉTICOS E SISMICIDADE: O EXEMPLO FALHA SAMAMBAIA

Gilsijane V. Ramos1, Francisco H. R. Bezerra2, David L. de Castro2, Joaquim M. Ferreira3. 1UFRN - Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, e-mail: gilsijane@hotmail.com 2UFRN - Departamento de Geologia, e-mail: bezerrafh@geologia.ufrn.br; david@geologia.ufrn.br. 3 UFRN - Departamento de Geofísica, e-mail: Joaquim@geofisica.ufrn.br.

No Brasil, a maior parte dos terremotos registrados é consequência de reativações de zonas de falhas pré-existentes. Em especial, a região nordeste do Brasil, trata-se de uma das áreas mais sismicamente ativas do país, contendo o município de João Câmara, como um dos principais casos da ocorrência de abalos sísmicos, provenientes a maior parte deles da Falha Samambaia, localizada na porção norte da Província Borborema. O principal objetivo deste trabalho é através da correlação de dados geofísicos e sismológicos, caracterizar a Falha Samambaia em superfície e em profundidade, como também identificar sua correlação com estruturas do embasamento cristalino. Para isso, a partir de Takeya (1992) e do Catálogo Sísmico Brasileiro, foram obtidos os dados de epicentros dos terremotos que ocorreram na região de João Câmara (RN) entre 1987 e 1988, entre 2013 e 2014, respectivamente. Os dados geofísicos foram processados no software Oasis Montaj 8.2 (Geosoft Inc.), interpolados através do método Bidirecional, gerando um mapa do campo magnético anômalo (CMA) com célula de 250 m. Em seguida, o mapa reduzido ao polo (RTP) foi gerado, com a inclinação de -25.14° e declinação de -22.24°, e sob ele foi aplicado o Matched Filter para quatro bandas espectrais, que teoricamente concentram fontes magnéticas de diferentes profundidades (rasa ~ 0 – 0.1km, intermediária 2 ~ 0.2 – 0.5km, 1~ 0.5 – 2.3km e profunda ~ 2.4 – 7.6km). No mapa magnético da banda espectral intermediária2, foram traçados dez perfis perpendiculares a Falha Samambaia, a fim de mostrar a complexidade estrutural na região, naquela determinada profundidade (0.2 – 0.5km), e isso observado a partir de soluções geradas pelo método PDEPTH (Profile Depth to Basement) com a técnica de amplitude do sinal analítico. Seguinte, essa técnica foi aplicada no mapa magnético RTP, e foram selecionados dois dos dez perfis, com o objetivo de observar a falha em profundidades distintas, através de um bloco 3D e um perfil, comparando as soluções obtidas no PDEPTH com a profundidade dos hipocentros obtidos da Falha Samambaia. Com a integração dos dados geofísicos, geológicos e sismológicos foi possível observar que a Falha Samambaia coincide com as estruturas do embasamento cristalino, apresentando direção NE-SW; além disso, nota-se que a região em que apresenta anomalias magnéticas de maior amplitude corresponde a regiões de intensa complexidade estrutural, associada às estruturas do embasamento cristalino, e através do bloco 3D e perfis, observa-se até que profundidade os hipocentros atingem, chegando em torno de 8.6 km, afirmando o que é escrito em alguns outros trabalhos publicados. PALAVRAS CHAVE: FALHA SAMAMBAIA; AEROGEOFÍSICA; SISMICIDADE.

T-WAVES GENERATED BY ST. PETER AND ST. PAUL EARTHQUAKES

Guilherme Weber Sampaio de Melo1; Aderson Farias do Nascimento1; Marcia Maia21

Departamento de Geofísica/UFRN ; 21Laboratoire Domaines Océaniques/Université de Bretagne Occidentale

Seismotectonic activity commonly occurs in the borders of tectonic plates as predicted by the Plate Tectonic Theory. However, the details of how it occurs in terms of growth and interaction between faults and their spatio-temporal evolution is not

fully described. In the Mid-Atlantic Ridge, this is further hindered due to the lack of temporary and permanent seismic deployments and other geophysical observations.

Therefore, the use of Atlantic islands where permanent seismic stations can be deployed is of paramount importance. The Saint Peter and Saint Paul Archipelago (SPSPA) is one example of these seismic stations. The SPSPA is a geological

formation that results from a transcurrent process between the South American and African plates, in the Mid-Atlantic Ridge located just above the equator between the

South American and African tectonic plates (00°55.1'N, 29°20.7'W), in the Transform Zone of Saint Paul. The SPSPA is a set of small rocky islands with 17,000 m2 in area composed of peridotites and milonites from the abyssal mantle, located at

approximately 1,100 km from the Brazilian Northeastern coast. A seismic station was deployed in this Archipelago and has recorded 350+ seismic events since June 2011.

The geometrical conditions of the submarine structure of the SPSPA demonstrate characteristics that are suitable for the T-phase generation due to the seismic-to-acoustic conversion process of P and S waves propagation. (Talandier and Okal,

1998; Motoki et al., 2009). This type wave is an acoustic disturbance that travels in the SOFAR (Sound Fixing and Ranging) channel, at depths close to 1,000 m (Okal,

2008). Using 65 events occurring in 2015 with magnitudes between 2.5 and 5.0, we compared the SPSPA station records with those from a hydrophones array located near Ascension island and from to the IMS (International Miscellaneous Station). The

data are provided by IRIS (Incorporated Research Institutions for Seismology) network. We observe that the T-phase propagates between the SPSPA and

Ascension shows a frequency spectral between 2-14 Hz. The travel time analysed was of ~ 21 min. The velocity of T-phase propagation between the location of the epicenters and the hydrophones have 1.51 ± 0.05 km/s. These results are consistent

with previous studies (Okal, 2011; Huang et al, 2013; Carmona et al, 2015). A correlation between the T-phase amplitude (dB) with seismic moment (Mw) and local

(ML) magnitude values was made. We identified that the ML is a more suitable scale than Mw and this is probably due to the small epicentral distances of the events in relation to the ASPSP seismographic station.

KEYWORDS: T-WAVE, ST. PETER AND ST. PAUL ARCHIPELAGO, MAGNITUDE

ESTRUTURA DA CROSTA NO LIMITE OESTE DA FAIXA BRASÍLIA UTILIZANDO A FUNÇÃO DO RECEPTOR

Isabele Caroline Silva de Souza1; George Sand França¹; Matheus Figueiredo de Paulo¹. 1 Observatório Sismológico/Universidade de Brasília A Função do Receptor é um método geofísico indireto com o objetivo de estimar a estrutura sob uma estação sísmica utilizando os registros telessísmicos realizados pela mesma, em um intervalo de distância epicentral de 30º a 90º. O método Função do Receptor consiste no cálculo de deconvolução da componente radial com a componente vertical, provenientes da onda P (vertical) direta que, ao atravessar descontinuidades sob a estação sísmica, tem parte da energia convertida em S (radial) e parte reverberada. Tendo como base as informações sobre essa técnica, o presente estudo teve objetivo estimar a estrutura abaixo de três estações sismográficas: CFSA – em Confresa (MT), CNRN – em Canarana (MT); e GUIR – em Guiratinga (MT); cujas localizações se encontram no limite oeste da Faixa Brasília, mais precisamente próximas ao Cráton Amazônico e ao Cinturão Araguaia. Por meio dos dados adquiridos, foi possível inferir informações sobre as estruturas abaixo destas estações – com 44,8 ± 4,5 km em CFSA, 41,2 ± 2,0 km em CNRN, 34,3 ± 1,1 km em GUIR. O resultado para GUIR mostra que essa região parece ter um afinamento crustal relacionado aos processos de evolução geotectônica do Cinturão Araguaia (Arcanjo et al., 2013). Também foi possível inferir a razão Vp/Vs abaixo das estações – em média aproximada de 1,8, sem grande variação entre as estações. Essa média caracteriza uma crosta mais máfica, talvez por influência de intrusões corpos ígneos durante o mesmo processo descrito por Arcanjo et al. (2013). Embora esses resultados sejam preliminares, já é possível estabelecer correlações com o comportamento tectônico. Entretanto se faz necessário buscar mais detalhes com outros métodos para uma melhor discussão. PALAVRAS CHAVE: FUNÇÃO DO RECEPTOR, ESTRUTURA DA CROSTA, RAZÃO VP/VS

CROSS CORRELATION FOR REAL-TIME DATA CONTROL, DATA REDUCTION, AND SOLUTION CONVERGENCE APPLIED TO

REGIONAL MOMENT-TENSOR INVERSIONS. Jaime Convers1; Susana Custodio2 1 Institute of Astronomy, Geophysics and Atmospheric Sciences, University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. 2 University of Lisbon, Faculdade de Ciências, Instituto Dom Luiz, Lisboa, Portugal Timely seismic information taking advantage of the readily available regional seismic data is becoming increasingly achievable and relevant. Rapid and reliable solutions of many seismically derived products can nowadays be completed thanks to low latency and dependable regional data transmission, coupled with increased computing capabilities at local networks. Seismic deliverables such as regional moment-tensor solutions are now more than ever achievable and valuable for hazard mitigation entities. However, high-quality regional moment-tensor solutions rely on well-distributed data, which is not usually the case in coastal areas close to offshore seismic sources. Due to geographical constraints, these regions suffer from significant instrumental and data azimuthal gaps, a feature that cannot be solely alleviated by denser onshore instrumentation. This characteristic often has a negative impact on the confidence of results and the latency of rapid moment-tensor solutions at regional scales. As part of the adaptation of regional moment-tensor inversion of earthquakes offshore southwest of Iberia using the KIWI moment-tensor inversion tools, we examine the use of cross-correlation between neighbor stations as an automated tool for data reduction, quality control and as an advantageous tool for faster converging moment-tensor inversion solutions. We examine intermediate size earthquakes and use cross-correlations to produce an automated first-order data quality assessment aiming at avoiding problematic stations and reducing redundant information. Additionally, we use synthetic distributions of cross-correlations to obtain guidelines and benchmarks for the classification of data, thus benefitting subsequent regional moment-tensor calculations. This approach aims to help in our assessment of the impact of this method on the convergence and reliability of solutions.We apply the developed method to earthquakes offshore Southwest Europe, Chile and the Pacific Northwest. For these areas, we review the different outcomes of the moment-tensor inversions and assess the possible benefits in reliability and fast result convergence. PALAVRAS CHAVE: REAL-TIME SEISMOLOGY, MOMENT-TENSOR INVERSION. EARTHQUAKE EARLY WARNING.

SWARM-LIKE BEHAVIOR OF SHALLOW HYDRAULICALLY INDUCED SEISMICITY IN SE BRAZIL.

Jaime Convers1; Jose Roberto Barbosa1; Marcelo Assumpção1, 1 Institute of Astronomy, Geophysics and Atmospheric Sciences, University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. We present a rare case of induced seismicity from ground hydraulic stimulation linked to the drilling of water wells in the district of Jurupema, located in the interior of the state of Sao Paulo, Southern Brazil. We analyze the seismicity in this region with temporary seismic station deployments during 2016 and 2017 for size, distribution both in time and space, and its links to the water well drilling in and around the district. The seismic activity in Jurupema exhibits a swarm-like behavior beginning during the summer of 2016, with epicenters initially located near deep (~100 m) water wells, and coincident with the rainy season in that particular region. During 2017, a similar seismic behavior was present around the same season, with epicenters migrating, but exhibiting similar nature. In a region where water wells are drilled to provide irrigation to farming areas, these are often drilled down to about 100 m depth, penetrating beyond the uppermost sandstone rock layer (~50 m) into a fractured basaltic rock layer, reaching the confined aquifer within it. While during the dry season wells are constantly pumped, during the course of the rainy season (when these are not being used), possible infiltration in the confined basaltic aquifer from both rainwater and the upper sandstone aquifer add changes to the pore pressure of the fractured rock, and modify the tectonic pre-stress conditions, facilitating stress release mechanisms in pre-existing faults and cracks. With our temporary seismic station deployments, we not only examine the seismicity in this region during both 2016 and 2017. Additionally, we compare its characteristics to the nearby Bebedouro case in a similar apparently induced seismic source and activity with magnitudes up to 2.9 occurring between 2005 and 2010. KEY WORDS: ENVIRONMENTAL SEISMOLOGY, INDUCED SEISMICITY.

O USO DO PARÂMETRO VS30 NO PERIGO SÍSMICO

João Carlos Dourado1; Rodrigo Oliveira Beluco2 ; Douglas Souza Morai,s1. 1DGA/IGCE/UNESP; 2PMSP.

O parâmetro Vs30 é um importante dado a ser considerado em instalações que necessitam

levar em conta o perigo sísmico, pois irá fornecer informações sobre o local da obra, onde

possíveis amplificações nas acelerações das ondas sísmicas possam ocorrer. Estas

amplificações ocorrerão quando as ondas sísmicas atravessarem as camadas de menores

velocidades de propagação das ondas transversais, quase sempre presentes na superfície

da Terra. Este trabalho mostra os estudos que foram realizados em uma área localizada no

Campus da UNESP de Rio Claro, SP, com o objetivo de determinar o parâmetro Vs30

utilizando a velocidades de propagação das ondas transversais S e compará-lo com valores

de Vs30 fornecidos pelo site da USGS (United States Geological Survey). Os valores

obtidos no site são determinados através de metodologia que utiliza dados de topografia de

alta resolução. O ensaio sísmico utilizado para determinar a velocidade de propagação das

ondas S foi o método de análise multicanal de ondas superficiais (MASW) realizados sobre

solos derivados das rochas da Formação Rio Claro, e o perfil de 30 metros deve ter

englobado, além dos solos superficiais, rochas sedimentares da Formação Rio Claro e da

Formação Corumbataí, ambas pertencentes à Bacia do Paraná. Durante a aquisição dos

sismogramas do MASW foram realizados impactos nas extremidades do arranjo de

geofones, para avaliar a possibilidade de se utilizar os ruídos gerados pelo trânsito de

veículos pelas ruas adjacentes ao arranjo, visto que este foi posicionado paralelamente a

uma rua interna do campus. O processamento dos sismogramas obtidos com o MASW foi

feito de modo a gerar a imagem de dispersão, extração da curva de dispersão e inversão de

dado. A inversão dos dados resultou em um modelo de velocidades de ondas S em 1D, de

onde foram extraídos os valores de Vs30. Os valores de Vs30 gerados pela plataforma do

USGS apresentaram resultados muito próximos aos obtidos pelo arranjo MASW. A

comparação entre os resultados de Vs30 com as tabelas de classificação de solos e rochas

mostraram que os valores são condizentes com os dados da geologia local da área. Novos

estudos devem ser implementados de forma a fazer esta comparação em outros tipos de

solos, rochas e diferentes condições topográficas, para verificar se a equivalência entre os

dados obtidos por MASW e pela topografia se mantém.

PALAVRAS CHAVE: PERIGO SÍSMICO, VS30, MASW.

30 ANOS DE ESTUDO DA SISMICIDADE DO NORDESTE COM REDES LOCAIS

Joaquim Mendes Ferreira1; Heleno Carlos de Lima Neto2; Eduardo Alexandre Santos de Menezes1, Paulo Henrique Sousa de Oliveira1, Francisco Hilário Rego Bezerra1, Aderson Farias do Nascimento1 1UFRN; 2UNP A sismologia na UFRN surgiu a partir da transferência da estação de do tipo permanente de Natal (NAT) da Marinha para a universidade. A intensa atividade sísmica em João Câmara-RN, em 1986, propiciou à UFRN adquirir experiência no uso de redes de estações sismográficas portáteis. A partir de 1987 a UFRN começou a operar redes de estações em várias localidades do Nordeste, principalmente no Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. Esse trabalho continua atualmente, e campanhas recentes foram realizadas em São Caetano-PE, Cachoeira Grande-MA e Cascavel-CE, com o apoio do INCT de Estudos Tectônicos, Em decorrência disso, foi possível obter hipocentros confiáveis bem como mecanismos focais sendo que a Província Borborema é a região onde esses parâmetros são mais conhecidos no Brasil. A partir desses resultados foi possível identificar mais de 15 falhas sismogênicas na região, sendo a mais conhecida a falha de Samambaia, discutir adequadamente a correlação entre sismicidade e feições geológicas mapeadas bem como determinar a direção dos esforços horizontais máximos presentes na região. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE, SISMOTECTÔNICA, ESFORÇOS TECTÔNICOS.

ANÁLISE DA SEQUÊNCIA SÍSMICA DE 2010 EM SÃO CAETANO, PE: MOMENTO SÍSMICO, FREQUÊNCIA DE ESQUINA

E QUEDA DE ESFORÇOS.

Jordi Julià1,2; Sérgio Luiz Eduardo Ferreira da Silva3; Germán Prieto3, Pedro Augusto Rodrigues Ferreira2 1DGEF/UFRN; 2PPGG/UFRN; 3ECT/UFRN; 4DGEO/UNC;

Os terremotos destrutivos representam um importante risco natural nas regiões sismicamente ativas de nosso planeta. Geralmente, essas regiões estão associadas aos limites da placa tectônica, deixando o interior das placas em níveis de risco relativamente baixos. As regiões intraplaca, no entanto, ainda podem experimentar terremotos grandes o suficiente para serem sentidos pela população e até mesmo causar danos significativos. O Nordeste brasileiro, que tem experimentado terremotos destrutivos ao longo da história, é um bom exemplo. A atividade sísmica na região Nordeste é caracterizada por enxames de terremotos superficiais (<12 km) com magnitudes máximas na faixa de 4,0-4,5 mb e durações entre alguns meses e vários anos. Essa atividade tem sido relacionada a zonas de fratura pré-existentes orientadas favoravelmente com o campo regional de esforços. Redes de monitoramento sísmico são geralmente instaladas nas zonas de atividade sísmica pouco depois dos terremotos serem reportados pela população. Para investigar os mecanismos subjacentes à atividade sísmica intraplaca, soluções de plano de falha composto, determinadas através de polaridade de onda P e vínculos de localização hipocentral, tem sido tradicionalmente utilizadas. Uma visão mais completa, no entanto, precisaria da determinação do tensor de momento e da caracterização de parâmetros de fonte. Nesse trabalho, apresentamos soluções de tensor de momento deviatórico e parâmetros de fonte estáticos (frequências de esquina e quedas de esforço) para 16 eventos coletados por uma pequena rede local de 20 km de abertura instalada na localidade de São Caetano, PE, entre 15 de setembro e 23 de dezembro de 2010. Os tensores momento foram desenvolvidos a partir da inversão de amplitudes espectrais com a polaridade, mostrando conteúdos de duplo-binário relativamente grandes (acima de 60%) associados principalmente a falhas normais e transcorrentes. Os momentos sísmicos escalares renderam magnitudes de momento na faixa de 0,0-1,3 Mw. A análise dos espectros sísmicos sugere que alguns terremotos possuem frequências de esquina menores do esperado (~60 Hz), implicando quedas de esforço anormalmente pequenas para esses eventos. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE INTRAPLACA, PARÂMETROS DE FONTE, REGIÃO NORDESTE.

EXPLORING DEEP PERU-BRAZIL BORDER EARTHQUAKES TO OBTAIN CRUSTAL STRUCTURE AT REGIONAL STATIONS

Julia Carolina Rivadeneyra Vera1; Marcelo Bianchi1 1USP, Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, Departamento de Geofísica. Crustal structure is an important parameter in global and regional seismic studies. Even though Brazil presents an already published Moho thickness map there is still a missing detailed knowledge of the crustal structure. A widely used method to obtain important features of the crust and upper mantle is receiver function, that uses teleseismic data (in distances ranging from 30 to 95 degrees) in order to avoid the triplication of P wave and ensure the vertical arriving of plane body waves. As consequence of using teleseismic data, traditional receiver functions has a lower frequency content and resolving power of shallower layers like middle crustal interfaces including sedimentary basins thickness mapping. In order to obtain a more detailed information about the Brazilian crust, we used data of 47 deep earthquakes (between 350 and 750 km of depth) occurred in the border of Peru and Brazil from 2010 to 2016, registered at RSBR (Brazilian Seismographic Network) and XC (FAPESP 3-basins project) stations. Despite the short distance between the source and stations, the vertical arriving of P waves is guaranteed due to the depth of the events. Traces identified at the depth and distance that generate P-wave triplication are excluded from processing. Automated selection of traces is performed based on azimuth recovering, radial SNR values and fit percentage of the original trace recovering. Deconvolution of the signal was done in time domain and an initial estimation of crustal thickness was performed on filtered low-frequency receiver function traces by the Zhu and Kanamori method. Results corroborate the pre-existent models of crustal thickness. Moho depth at stations are between 31 and 47 km, being deeper in Amazon and Paraná basin and shallower in Pantanal basin, with uncertainties smaller than 5km. Initial tests of receiver function of high frequency and dispersion curves inversion are under development. KEY WORDS: CRUSTAL STRUCTURE, RECEIVER FUNCTION, DEEP EVENTS.

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE FONTE DE SISMOS DE

BAIXA MAGNITUDE POR INVERSÃO DE ENVELOPE

DE FORMA DE ONDA. Juraci Mário de Carvalho1 Lucas Vieira Barros1 e Jiří Zahradník2 1Observatório Sismológico da Universidade de Brasília 2 Faculty of Math and Physics – Charles University Prague, Czech Republic O entendimento da sismicidade intraplaca passa necessariamente pelo conhecimento da distribuição dos esforços tectônicos responsáveis por essa sismicidade. As informações sobre parâmetros de fontes estão contidas em padrões das formas de ondas registradas por diversas estações sismográficas instaladas ao redor da fonte. Eventos de baixa magnitude dificilmente são registrados por um bom número de estações regionais (> 300 km), inviabilizando, portanto, a determinação de mecanismos focais de sismos fracos (M3,5 - 4). Esse fato, associado a modelos de velocidades de baixa resolução, torna o estudo de fontes sísmicas desafiador, não sendo possível, na maioria dos casos, determinar os parâmetros de fonte, incluindo a determinação do mecanismo focal com as técnicas tradicionais de polaridade e inversão de forma de onda. Aqui propomos a determinação do momento tensor com a aplicação de uma nova técnica pré-restringida por polaridade da fase P, i.e., inversão de envelopes de formas de ondas condicionada às polaridades da fase P em algumas estações da rede. Foram utilizados dois modelos crustais 1D, um mais geral, derivado para todo o Brasil (NewBR, Assumpção et al., 2010) e, um segundo (MRGT), derivado para a área da Faixa Sísmica Goiás Tocantins (FSGT). O modelo MRGT foi determinado utilizando a inversão de formas de ondas completas do evento GT5 de Mara Rosa (Barros et al. 2016). A técnica de envelope foi testada com os eventos de Mara Rosa - GO 2010 e Vargem Grande – MA, 2017. Os resultados obtidos são consistentes com estudos anteriores, em particular com os estudos usando modelos dedicados para cada estação (Dias et al. 2017). Isso indica que o método de inversão de envelopes de formas de ondas é aplicável com modelos de velocidade de baixa resolução (1D). PALAVRAS CHAVES: MECANISMO FOCAL; INVERSÃO DE ENVELOPE DE FORMAS DE ONDAS; SISMO DE VARGEM GRANDE; SISMO DE MARA ROSA.

RELOCALIZAÇÃO DE SISMOS DA FAIXA SÍSMICA GOIÁS-TOCANTINS

Juraci Mário de Carvalho1 e Lucas Vieira Barros1 1 Observatório Sismológico da UnB A Faixa Sísmica Goiás-Tocantins (FSGT) ocupa áreas dos Estados de Goiás e Tocantins, cortando, ambos, na direção NE-SW, com uma extensão de cerca de 700 x por 200 km de largura. Está situada quase que inteiramente na Província Tocantins. Tem sismicidade expressiva em relação a outras áreas do país, com distribuição quase uniforme. É o maior alinhamento sísmico verificado no país, e acompanha o Lineamento Transbrasiliano (LT), sem, no entanto, coincidir o que pode estar associado à imprecisão na localização epicentral. Do ponto histórico, os primeiros sismos da FSGT datam de 1826, com o primeiro registro histórico na área. Entretanto, foi a partir da instalação do arranjo SAAS em Brasília, no fim da década de 1960, que sismos de magnitudes a partir de 3 começaram a ser detectados e, mais recentemente, com a instalação de estações em áreas de reservatórios, como foram os casos da estação MAN1, em 1982, futuro reservatório de Manso/MT e a estação SM01, em 1986, no reservatório de Serra da Mesa/GO, sismos de magnitudes 2 foram detectados, sem, no entanto, apresentarem boa localização. Neste trabalho, foi realizada a relocalização hipocentral de um grupo de eventos do Boletim Sísmico Brasileiro (BSB) com epicentros na Faixa Sísmica Goiás Tocantins e magnitudes acima de três, para o período 2010 – 2013, e acima de 2,5, no período mais recente (2014 – 2016), devido a maior densidade de estações na região. O critério acima tem por objetivo selecionar eventos registrados por um maior número de estações sismográficas, com menor distancia e cobertura azimutal inferior a 180 graus, melhorando a localização. Com a relocalização dos eventos da FSGT espera se obter um erro menor que 10 km e, se possível estabelecer correlações entre a sismicidade e as estruturas geológicas presentes na região. Serão aplicadas técnicas de localização conjunta (Velest), singular (Hypocenter) não singular (NonLinLoc) e localização por correlação. PALAVRAS CHAVES: MODELO DE VELOCIDADES; FAIXA SÍSMICA GOIÁS-TOCANTINS; RELOCALIZAÇÃO HIPOCENTRAL.

EVIDÊNCIAS DE TECTONISMO RECENTE ÀS MARGENS DA BR-101, ROSÁRIO DO CATETE – CEDRO DE SÃO JOÃO, SE.

Kaique Jordan Soares Cirilo1; Larissa Macedo1; Aracy Senra1. 1 Núcleo de Estudos em Geologia e Áreas Afins – NEGAA, Departamento de Geologia, UFS Desde a década de 90, estudos sugerem a ocorrência de uma tectônica ativa a partir do Mioceno no Brasil, configurando as muitas paisagens da região costeira brasileira. Muitos desses estudos foram realizados a partir de estruturas presentes em rochas do Grupo Barreiras, o que o coloca como representante relevante do contexto tectônico recente. Outros trabalhos levam em conta os registros e medições de estruturas geológicas que indiquem a atuação tectônica de uma determinada área, tais como as juntas tectônicas. Este trabalho tem por objetivo investigar aspectos estruturais que evidenciem um tectonismo atuante, concomitante a deposição do Grupo Barreiras, como após a deposição desses sedimentos. A área de estudo compreende cortes de estrada, as margens da BR-101, no Estado de Sergipe, no trecho entre os municípios de Rosário do Catete e Cedro de São João. Nesta localidade afloram as rochas relacionadas a Formação Riachuelo da Bacia Sergipe Alagoas e os Depósitos Aluvionares O escopo principal consistiu em obter dados estruturais e, a partir destes, obter a correlação das estruturas observadas com a estruturação tectônica da região. A metodologia empregada iniciou-se na interpretação de produtos de sensoriamento remoto, os quais foram utilizados na obtenção dos lineamentos morfo-estruturais existentes na região. Nos trabalhos de campo foram visitados aproximadamente quatro cortes de estradas sendo medidos, em média, 60 planos de juntas por afloramento, totalizando em torno de 240 atitudes plotadas e analisadas em estereogramas e diagrama de rosetas. Os afloramentos apresentaram-se em sua maioria bem expostos com boas condições para coleta de dados, sendo classificados como medianamente fraturados e com densidade de fratura mediana. Foi identificada, em campo a direção principal E-W dos planos de juntas o que diverge dos dados obtidos preliminarmente, mas que apontam para uma atuação de fases tectônicas sucessivas na evolução mais recente (Cenozóica?) da região Nordeste do Brasil. PALAVRAS CHAVE: TECTONISMO RECENTE; SISMICIDADE; SERGIPE.

AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA TERREMOTOS NO BRASIL –

SÃO NECESSÁRIAS?

Lucas Vieira Barros1, Francisco Brandão2 e Juraci Mario de Carvalho1. 1 Observatório Sismológico da UnB 2 Secretaria de Defesa Civil do Estado do Ceará

Como sabemos, o Brasil está localizado numa região de baixa sismicidade, onde os tremores de terra são poucos frequentes e de baixa magnitude. Tem uma sismicidade típica de regiões tectonicamente estáveis. Entretanto, no Brasil já foram observados 22 terremotos com magnitudes maiores ou iguais a 5, dois dos quais acima de 6. Todas essas magnitudes, a depender da localização em relação aos centros urbanos e da profundidade de seu foco, tem potencial para produzir danos. Os terremotos são imprevisíveis, entretanto, esta imprevisibilidade não impede que nos preparemos para mitigar os seus efeitos. Isto exige o conhecimento da sismicidade, ou seja, o conhecimento das ocorrências sísmicas no espaço e no tempo, o que não é muito bem conhecido no Brasil, dado a sua tardia ocupação territorial, bem como a instalação muito recente de estações sismográficas. Além disso, é necessário também conhecer um modelo de atenuação das ondas sísmicas, que se propagam a partir dos focos conhecidos até aos diversos locais de interesse. Dessas duas informações, depende principalmente a elaboração de mapas de perigo sísmico confiáveis, mapas que expressam a probabilidade de excelência, em um dado período de tempo, da aceleração do chão devido à ocorrência de terremotos. Esses mapas descrevem o potencial para danos devidos aos terremotos. Já foram feitos para o Brasil, com base, evidentemente, naquilo que se conhece dos dois requisitos acima. Neste trabalho, pretendemos abrir uma discussão sobre o tema, considerando, dentre outros, os seguintes pontos importantes a serem observados na preparação contra terremotos: 1. Preparação envolve custo. Em que circunstâncias ela é necessária? 2. A gente se prepara para aquilo que conhece e, portanto, espera acontecer. Será que o Brasil um dia pode ser afetado por um terremoto? Qual o grau de severidade esperada? 3. Em caso afirmativo, como se dará a nossa preparação? E que parâmetros e variáveis devemos levar em conta? 4. Que outros agentes, além dos sismólogos, engenheiros e profissionais de defesa civil devem interagir e cooperar na elaboração de normas, recomendações e procedimentos mitigatórios, quando da ocorrência de terremotos significativos? 5. O conhecimento sismológico que temos atualmente no Brasil é suficiente e confiável? 6. Preparar envolve, não só os agentes responsáveis pela elaboração das medidas preventivas, mas também as pessoas que diretamente podem ser afetadas. Portanto, é preciso saber como fazer chegar até elas as informações de forma confiável, acessível e não alarmante. A avaliação do perigo sísmico, utilizando métodos probabilísticos, onde são consideradas as incertezas na localização epicentral, nos cálculos das magnitudes e na adoção do modelo de atenuação é de responsabilidade dos sismólogos. Já o estabelecimento de códigos de segurança, bem como a adoção de normas para construções mais seguras é de responsabilidade dos governos, bem como sua fiscalização e observância. PALAVRAS CHAVE: AMEAÇA SÍSMICA, TERREMOTOS NO BRASIL, PREVENÇÃO.

ATUALIZAÇÃO DA SISMICIDADE DE PORTO DOS GAÚCHOS – MT PERÍODO 2008 – 2017

Lucas Vieira Barros1 , Brígida Drummond 1 1 Observatório Sismológico da UnB

A zona sismogênica de Porto dos Gaúchos (ZSPG), localizada no norte de Mato Grosso, cerca de 400 km de Cuiabá, vem apresentando uma sismicidade recorrente desde 1959 ou 1955, considerando que o grande terremoto brasileiro da Serra do Tombador, 6,2 mb, em 31/01/1955, pode ter tido o seu epicentro na ZSPG ou muito próximo dela. Terremotos dessa magnitude no Brasil têm um tempo de recorrência da ordem de 50-60 anos. Já passados 62 anos podemos pensar que um terremoto de igual magnitude ou até maior está próximo de acontecer e um lugar provável é a ZSPG. O terremoto de 1955 foi sentido em Cuiabá com intensidade IV-V, acordando muita gente, pois ocorreu na madrugada. À época não havia moradores em um raio de 200 km da área epicentral. Hoje, este cenário mudou muito e em um raio de 150 km moram cerca de 300 mil pessoas. Isto por si só mostra a grande importância dessa zona sismogênica, requerendo, por conseguinte um acompanhamento constante e atencioso da sismicidade da área. Na ZSPG já foram realizados estudos de sismicidade, mecanismo focal, atenuação de ondas sísmicas e também foi determinado um modelo de velocidades local por refração sísmica rasa. Dois experimentos geofísicos associados a estudos de função do receptor com eventos locais permitiram determinar a espessura do pacote sedimentar da Bacia dos Parecis na ZSPG. O grande contraste de velocidades entre os sedimentos (3,0km/s) e o embasamento (6,1 km/s) favorece a conversão de fase na interface (P em Ps). Um mecanismo transcorrente foi determinado, falha NE-SW de extensão de 4-5 km, com compressão SE – NW. Os sismos estão a uma profundidade de 3 km. Dois sismos de magnitude 5 foram detectados, 5,2 (MMI VI) em março de 1998, e 5,0 em março de 2005 (MMI V). As atividades de réplicas foram estudadas com redes locais; para o primeiro sismo foram registradas cerca de 2500 réplicas, até dezembro de 2002 e, para o segundo, 4500 repicas até 2007. Nos anos subsequentes uma atividade sísmica de fundo vem sendo detectada, com magnitude máxima de 3,5. Uma estação local (PDRB) funciona na área desde o aniversário de 50 anos do terremoto de 31 de janeiro de1955. Atualmente, os seus dados são disponibilizados em tempo real. Sem, no entanto, se fazer sua análise diária, o que foi feito até 2007, quando se verificou que os sismos da ZSPG acontecem a uma distância de 1-7 km de PDRB. Neste trabalho apresentamos os resultados de uma análise do período 2008-2017. Zonas sísmicas próximas a centros urbanos com potencial para sismos capazes de excitar o ambiente geológico com intensidades expressivas devem receber grande atenção por parte dos sismólogos, no que diz respeito ao seu acompanhamento sísmico diário, com o objetivo de avaliar possíveis mudanças no padrão de sismicidade, migração, por exemplo. Este trabalho, embora de forma tardia pretenda cumprir este requisito. PALAVRAS CHAVE: ZONA SÍSMICA, PORTO DOS GAÚCHOS, AMEAÇA SÍSMICA.

A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO HISTÓRICO DO SISMO DE 13 DE

AGOSTO DE 1860, CUIABÁ-MT.

Lucimara José da Silva1; Marcelo Sousa de Assumpção²; Edna Maria Facincani3; Wanly Pereira 4 1UFMS/CPAQ -MS; 2IAG/USP-SP; 3UFMS/FAENG –MS; 4UFMS/CPAQ-MS Atualmente, o estudo dos abalos sísmicos ocorre, principalmente, mediante análise de dados fornecidos pelas estações sismográficas instaladas em parte do território nacional. Há, no entanto, outra maneira de analisar os tremores de terra: por meio de relatos das pessoas que vivenciaram o fenômeno, de acordo com a sua percepção. A construção da história sísmica do país baseou-se em três fontes investigativas, os estudos paleossísmicos, os registros instrumentais e as informações históricas. No que tange às informações históricas, segundo José Alberto Vivas Veloso, uma maneira de aprofundar o conhecimento da sismicidade brasileira, é pesquisar o que aconteceu no passado, buscando informações em documentos antigos, como é o caso dos jornais. Enfatizando a importância dos levantamentos históricos, foi possível elucidar algumas informações e ainda classificar, o registro histórico analisado, como inédito, em relação aos registros já existentes no livro Sismicidade do Brasil, Berrocal et al, 1984. O estudo de caso, foi realizado utilizando informações do Jornal A Imprensa de Cuyabá (Cuiabá-MT), de 9 de setembro de 1860, onde foi noticiada a ocorrência de um tremor de terra, no município de Cuiabá, no estado de Mato Grosso, às 17 horas, se estendendo até o Pari e a Freguesia do Livramento, situados a uma distância de 6 léguas da capital, com uma área afetada de aproximadamente 2200 km² e magnitude 3,4. Ainda na terceira página dessa mesma edição, na coluna de correspondências (identificada por “Livramento”), consta o relato de um leitor, corroborando com as informações já apresentadas, indicando os mesmos locais e horário, destacando que o tremor ocorreu no dia 13 desse mesmo mês. Já nos registros presentes, na página 18, do livro Sismicidade do Brasil, existe um relato com informações semelhantes às abordadas pelo periódico e aferida, a sua ocorrência, ao mês de setembro do ano de 1860, segundo informações de Mello (1881). Esse evento foi classificado, pelos autores, como um registro histórico repetido e correspondente a um mesmo evento sísmico que ocorreu em 1º de outubro de 1860. Porém, nesse contexto, existe um fator relevante e incontestável, que é a data de publicação do jornal a Imprensa de Cuyabá (9 de setembro de 1860, edição n.º 60), onde as notícias abordadas fazem referência à edição de n.º 57, provavelmente de meados do mês de agosto. Sendo assim, as informações de Mello (1881) antecedem a ocorrência do evento de 1º de outubro de 1860, e por possuir informações semelhantes às abordadas pelo periódico, provavelmente esses relatos estão associadas à data de 13 de agosto de 1860. Essa conclusão foi possível, mediante a realização de um criterioso levantamento histórico, onde foram encontrados 19 registros históricos inéditos para a Região Centro-oeste do Brasil, incluindo este evento sísmico, desconhecido até então. PALAVRAS CHAVE: REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL, REGISTROS HISTÓRICOS; SISMICIDADE INTRAPLACA;

RESERVATÓRIO DE ITÁ, SC/RS, 19 ANOS DE SISMICIDADE. Luís Carlos Ribotta1; Lucas D. Moreira1; Sergio L. Souzas2; Jose Vicente M. Regina2. 1IPT-SP; 2Engie Brasil Energia S.A..

A UHE de Itá está localizada (27,27 oS e 52,38 oW) no rio Uruguai, SC/RS, nos basaltos da Formação Serra Geral, Bacia do Paraná, que no nível normal de operação, o reservatório terá 141 km2, 5100 km3, 145 km de extensão e 125 m de profundidade máxima. O enchimento do reservatório ocorreu entre meados de dezembro. 1999 e abril.2000. O monitoramento iniciou em 1990 com uma estação analógica uniaxial vertical de período curta instalada próxima da futura barragem; em outubro. 1999 instalou-se uma rede com 5 estações digitais triaxiais de período curto distribuídas em todo o reservatório; entre 2006 e 2014 a rede operou com 3 estações na parte inicial do empreendimento; e depois com 2 estações triaxiais de banda larga. A sismicidade na área apresentou as seguintes características: antes do enchimento do reservatório não tem o registro de eventos na área do empreendimento; a atividade sísmica foi disparada 2 dias após o início do enchimento do reservatório; nos 19 anos de operação da UHE Itá foram continuamente detectados sismos na área e até meados de 2017 foram registrados 15650 eventos; apresentou uma maior atividade durante a fase de enchimento do reservatório e nos primeiros meses de sua operação (10660 eventos ocorreram no primeiro semestre de 2000), seguida de uma diminuição em relação ao número de eventos, sugerindo uma provável estabilização, mas ocorrendo em determinados períodos reativações (a maior com 560 sismos em novembro/dezembro.2006); a distribuição espaço-temporal dos epicentros mostra correlação com o enchimento, onde foram ocorrendo de acordo com o processo, ou seja, iniciaram próximo da área do barramento e conforme o lago foi sendo criado, os epicentros foram também sendo registrados em direção de seu remanso; os epicentros estão aparentemente concentrados em grupos e predominantemente na área do reservatório; a partir de meados de 2001 a sismicidade ficou concentrada na metade inicial do reservatório; a magnitude máxima foi de 2,5 ML, sendo registrados vários durante este período de monitoramento; predominam sismos com valores menores do que 1,5 ML; a distribuição das magnitudes mostram uma homogeneidade em todo o período de estudo; ocorreram vários casos de eventos sentidos pela população local, cuja intensidade máxima ficou em torno de III-IV MM, não provocando nenhum dano as construções civis da população e do empreendimento; estudos identificaram tensões contemporâneas nos maciços rochosos da escavação, até mesmo com determinação de seus módulos nos maciços da fundação das estruturas civis e hidráulicas, indicando que a região apresenta características da existência de tensões residuais de natureza geológica. Este é mais um caso de sismicidade induzida por reservatórios – SIR e de acordo com suas características pode ser classificada como sendo do tipo combinada, ou seja, rápida (rapid) ou inicial (initial) e depois prolongada (protracted). PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE, RESERVATÓRIO, ITÁ.

LINEAMENTOS, FRATURAMENTO NEOTECTÔNICO E SISMICIDADE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (SUDESTE DO BRASIL)

Luiza Leonardi Bricalli1; Claudio Limeira Mello2 1UFES; 2UFRJ Essa pesquisa tem como objetivo relacionar dados de neotectônica com os sismos já registrados no estado do Espírito Santo. Esse estado está sobre a Placa Sul-americana, onde os esforços tectônicos ocorrem em função, essencialmente, da interação de dois processos: i) forças de empurrão, exercidas principalmente pela abertura da Cordilheira Meso-Atlântica (ridge push); e ii) esforços compressionais, transmitidos a partir do limite oeste da placa, na fossa Peru-Chile (COLENTZ e RICHARDSON, 1996). No Brasil, os principais estudos sobre a Neotectônica (tectônica envolvendo o intervalo de tempo do Neógeno e do Quaternário) têm sido desenvolvidos na região Sudeste, principalmente na área do Rift Continental do Sudeste do Brasil. Um aspecto importante relacionado ao quadro neotectônico do Sudeste do Brasil corresponde ao fato de que a reativação de linhas de fraqueza pré-cambrianas tem sido documentada como aspecto fundamental para o entendimento das manifestações neotectônicas nesta área (HASUI, 1990; SAADI, 1993). Neste sentido, a análise de domínios de lineamentos integrada à análise de dados estruturais, tem sido mostrada como uma relação importante para o entendimento do faturamento neotectônico (HIRUMA e RICCOMINI,1999; HIRUMA et al. (2001), MODENESI-GAUTTIERI et al. (2002); HIRUMA (2007), MIRANDA (2009), RIBEIRO (2010); BRICALLI (2011). Foram reconhecidos 3 (três) regimes neotectônicos na área: i) transcorrência sinistral E-W, atribuído a uma idade neogênica; ii) transcorrência dextral E-W, considerado de idade pleistocênica a holocênica; e iii) distensão NW-SE, de idade holocênica (MIRANDA, 2009; RIBEIRO,2010; BRICALLI,2011). A relação sismicidade, padrões de lineamentos e fraturamento neotectônico tem sido pouco estudada no Brasil e nunca foi estudada no estado do Espírito Santo. Para isso, essa pesquisa correlacionou os dados de estruturas rúpteis neotectônicas já identificados pela literatura, e os dados dos sismos ocorridos no Brasil, identificados por diferentes centros de estudo a cerca do assunto. Foram encontrados 4 (quatro) pontos de registro de atividades sísmicas nas rochas dos Depósitos Sedimentares da Formação Barreiras, fraturadas neotectônicamente (BRICALLI, 2011), local de grande atividade tectônica na área, especialmente os pontos próximos aos lagos barrados próximos ao rio Doce, local com maior quantidade de dados estruturais encontrados no estado (MIRANDA, 2009; RIBEIRO, 2010; BRICALLI, 2011). Destaca-se também a ocorrência de sismos bem espacializados sobre a Faixa Colatina, feição geotectônica mais importante do estado do Espírito Santo, de orientação NNW-SSE, e que apresenta muitos afloramentos falhados, com grande controle de dados estruturais em embasamento alterado. Diante do exposto, pode-se afirmar que: i) os sismos estão presentes nos dois compartimentos geológicos (embasamento pré-cambriano e depósitos cenozoicos); ii) a maior concentração dos sismos no embasamento pré-cambriano estão sobre a Faixa Colatina; iii) a maior quantidade de sismos registrados estão nos locais que apresentam a maior densidade de lineamentos; iv) uma quantidade considerável de sismos registrados estão sobre a Formação Barreiras, região com forte controle neotectônico, sendo que metade desses, estão presentes nos locais com maior controle de dados estruturais no estado (região dos lagos barrados de Linhares) . Essa pesquisa demonstra que parece existir uma forte relação entre sismos, lineamentos e faturamento neotectônico

no estado do Espírito Santo.

PALAVRAS CHAVE: NEOTECTÔNICA. LINEAMENTOS. SISMICIDADE.

TERREMOTOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO:

UM RESGATE HISTÓRICO Luiza Leonardi Bricalli1; Gabriel Pedro Alves Lopes2; Mariana Simonassi Erlacher3,

1UFES; 2UFES; 3UFES Durante muitos anos o Brasil e, por consequência, o estado do Espírito Santo, foi considerado uma margem tectônica passiva. Essa consideração está relacionada ao fato que o território brasileiro está, num contexto geotectônico, sobre a placa de Placa Sul-americana, onde os esforços tectônicos ocorrem em função, essencialmente, da interação de dois processos: i) forças de empurrão, exercidas principalmente pela abertura da Cordilheira Meso-Atlântica (ridge push); e ii) esforços compressionais, transmitidos a partir do limite oeste da placa, na fossa Peru-Chile (COLENTZ e RICHARDSON, 1996). A nível regional, além do empurrão da cordilheira, deve-se considerar também o “puxão” decorrente da subducção da Placa de Nazca (slab pull) e, a nível local, as forças associadas às margens continentais e às áreas elevadas (COBLENTZ e RICHARDSON, 1996). Esforços neotectônicos no Brasil possuem uma relação com esses esforços tectônicos regionais (BRICALLI, 2011). No estado do Espírito Santo as pesquisas em neotectônica iniciaram-se na década de 80 (GALLARDO et al. ,1987) e, atualmente, os estudos apontam para existência de 3 (três) eventos neotectônicos: i) transcorrência sinistral E-W (neogênica); ii) transcorrência dextral E-W (pleistocênica a holocênica); iii) distensão NW-SE (idade holocênica) - Mello et al. (2005); Miranda (2009); Ribeiro (2010) e Bricalli (2011). Apesar dos estudos sobre movimentação tectônica no estado do Espírito Santo ser bastante recentes, os registros de terremotos se remetem há muito mais tempo. Durante cerca de 1 (um) ano foi realizada uma pesquisa detalhada pelo Grupo de Pesquisa “Neotectônica no Espírito Santo- NES” (cadastro no CNPq) sobre os terremotos no estado do Espírito Santo, em jornais, internet e institutos de pesquisas do estado, entrevistas. Descobriu-se que existem, atualmente, 23 terremotos no estado do Espírito Santo. O primeiro terremoto registrado neste estado teve epicentro em Vitória, no dia 01/08/1767, relatado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), apresentando 3.5 de magnitude. O terremoto de maior magnitude do estado foi de 6.1, com epicentro em Vitória, no dia 01/03/1955, registrado pelo International Seismological Center (ISG) da Inglaterra, sendo este considerado o segundo maior terremoto do Brasil. O mais recente teve epicentro na Serra, no dia 19/07/2016, com 3,8 de magnitude, relatado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). A grande maioria dos terremotos apresentam baixas magnitudes, com exceção do terremoto de 1955. No entanto, é importante salientar que existe uma quantidade considerável de terremotos, por ser um estado localizado sobre uma placa tectônica. Somado a isso, o estado apresenta controle neotectônico em toda sua extensão, mostrando que existem falhas ativas atuais datadas no Neógeno e falhas que foram reativadas das rochas do embasamento. A comprovação da existência dessas falhas e do fraturamento neotectônico, correlacionados com os terremotos catalogados, demonstram atividade sísmica dinâmica na área, necessitando de um mais intenso monitoramento sismológico no estado Espírito Santo. PALAVRAS CHAVE: TERREMOTOS NO ES; NEOTECTÔNICA.

THE INTRAPLATE MARANHÃO EARTHQUAKE OF 2017 JAN 03, NORTHERN BRAZIL: EVIDENCE FOR UNIFORM STRESSES ALONG

THE BRAZILIAN EQUATORIAL MARGIN. Marcelo Assumpção1, Fábio L. Dias2; Marcelo Bianchi1, Lucas V. Barros3, Juraci M. Carvalho3. 1IAG-USP; 2Observatório Nacional, MCTI; 3Observatório Sismológico, UnB.

Lithospheric stresses in intraplate regions are characterized by many different wavelengths.

In some areas, stresses vary over short distances of less than ~100 km, but in other regions

uniform stresses can be recognized for more than ~1000 km or so. However, not all

intraplate regions are well sampled with stress measurements to allow a good

characterization of the lithospheric stresses. On January 3, 2017, a magnitude 4 m b

earthquake occurred near the equatorial coast of the Maranhão, an aseismic area of

northern Brazil. Despite the few permanent stations in northern Brazil, a well-constrained

strike-slip mechanism was obtained from regional moment-tensor inversion and first motion

polarities. The focal depth of 13 km was retrieved through teleseismic P-waveform modelling.

A detailed analysis of the back-azimuths of tens of aftershocks recorded by the closest

station (40 km away) allowed the identification of the fault plane to be the NNW-SSE trending

nodal plane. An estimate of the rupture length, about 2 km, was also possible. The strike-slip

mechanism has coast-parallel P axis and coast-perpendicular T axis, in agreement with most

of the focal mechanisms found further to the East. The coast parallel P axis is also similar to

the SHmax (maximum horizontal compression) orientations from breakouts measurements

further along the coast. The Maranhão earthquake fills an important gap of stress indicators

in northern Brazil and suggests that the intraplate stress field is uniform along the 2000 km

long northern coast. In addition, this event can be used as a test for detectability of the

global International Monitoring System (IMS), as it was not reported in the NEIC-USGS

catalogue.

PALAVRAS CHAVE: STRESS FIELD; FOCAL MECHANISM; MARANHÃO.

FUNCIONAMENTO E PERFORMANCE DA RSBR: A EXPERIÊNCIA DA USP

Marcelo Bianchi, Emília Brasilio, Jackson Calhau, Bruno Collaço, Felipe Neves, Luis Galhardo, Marcelo Assumpção1, 1 Centro de Sismologia da USP Tradicionalmente, a sismologia brasileira não tinha uma estratégia clara de aquisição, avaliação, armazenamento e compartilhamento de dados com visão de longo prazo. Sem um gerenciamento efetivo e curadoria de dados cuidadosa, o acervo de dados sismológicos pode ser perdido ou parcialmente inutilizado (como já aconteceu várias vezes no passado), resultando em uma cobertura não uniforme, diminuindo as chances de colaboração local e internacional, e dificultando extrair dos dados conhecimentos científicos no futuro. Desde 2009, esforços de quatro instituições estabeleceram a nova Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), inicialmente com recursos da PETROBRAS para implementação da rede de 82 estações, e desde 2016 com a CPRM apoiando a sua manutenção. O Centro de Sismologia da USP como membro da RSBR recebe em tempo real dados das 4 diferentes redes (BL, BR, NB e ON), operadas respectivamente por USP, UnB, UFRN e Observatório Nacional. Os dados recebidos passam por um processo de curadoria e arquivamento especialmente desenvolvido visando garantir a completude e organização. A primeira métrica utilizada é a completude dos dados arquivados calculada semanalmente. Essa completude depende principalmente do meio de transmissão e protocolo de retransmissão utilizado pelo equipamento (datalogger/digitalizador da estação sismográfica). Desde 2016 são desenvolvidas rotinas e planilhas de controle de qualidade específicas, auxiliando na detecção e prevenção de problemas. Os itens analisados nesse controle de qualidade semanal são: tensão de bateria, ciclos de carga, GPS status, quantidade de satélites utilizados, utilização de disco, voltagem dos canais, disponibilidade de link, entre outros. O uso do PQLX foi integrado no controle de qualidade, onde se analisam as curvas de ruído de cada estação na última semana, comparando com os dados dos últimos dois anos. Essa comparação garante que problemas pontuais sejam detectados rapidamente. Dados das redes BL e BR recebem maior atenção, por integrarem o projeto BRASIS, colaborativo entre a USP e UnB. Logo o Centro é autoritativo pelo seu arquivamento e retransmissão. Visando garantir a completude e qualidade dos dados, são feitas visitas rotineiras às estações e os dados coletados são posteriormente arquivados em paralelo com os dados transmitidos em tempo real. Durante este processo, verificamos a completude dos dados, orientação dos sensores (quando uma nova estação é instalada) e mesmo por incoerência criada pelo equipamento (como dados duplicados ou mesmo falta de dados). Todas as verificações são indicadas em relatórios por coleta, arquivados junto com os relatórios de visitas da estação. Além disso, há backup desses dados, no Observatório Nacional e em outras duas storages remotas em prédios distintos dentro da Universidade. Os backups são realizados em intervalos variando entre 1 e 2 semanas. Dessa maneira o Centro de Sismologia se esforça para fornecer dados confiáveis e íntegros à sociedade, pesquisadores e outras instituições de pesquisa no Brasil e no mundo. PALAVRAS CHAVE: REDE SISMOGRÁFICA, CURADORIA DE DADOS, CONTROLE DE QUALIDADE.

COMPARTIMENTAÇÃO TECTÔNICA DO MANTO SUPERIOR DO CRÁTON AMAZÔNICO A PARTIR DE TOMOGRAFIA SÍSMICA COM

ONDAS P: RESULTADOS PRELIMINARES

Marcelo Peres Rocha1; Paulo Araújo de Azevedo1 1Observatório Sismológico da UB O Cráton Amazônico (CA) é uma das maiores áreas cratônicas do mundo, com mais de 4.4 milhões de metros quadrados (Cordani et al., 2009), e é definido como um núcleo cratônico compostos por províncias de idade arqueana a mesoproterozóica (Brito Neves and Cordani, 1991). Entre as questões que se encontram em aberto em relação ao CA, merece destaque a da sua formação em tempos arqueanos, onde blocos menores teriam se aglutinado em sucessivas colisões até se estabilizarem na configuração atual. Estudos geocronológicos indicam que existem seis províncias com idades distintas formando a CA (Cordani and Sato, 1999; Tassinari and Macambira, 1999). Resultados recentes utilizando o método de tomografia sísmica sugerem que os limites entre os blocos arqueanos existem e chegam até o manto superior. Estes limites aparecem como anomalias de baixa velocidade com direção NW-SE, concordante com as propostas por Tassinari and Macambira (1999), e os blocos arqueanos como anomalias de alta velocidade. Estes resultados ainda são preliminares, uma vez que as estações sismográficas na região são muito distantes umas das outras, o que prejudica a resolução de tais estruturas, e novas estações precisariam ser instaladas na região para confirmar estes resultados. O que se pode afirmar no momento, é que a CA como um todo possui assinatura de alta velocidade nos resultados tomográficos, indicando que este é mais frio e estável, e as faixas de dobramento que o circundam, tais como a Faixa Brasília e a Araguaia, possuem assinatura de baixa velocidade, ou seja, são mais quentes e menos estáveis. Em geral, a maior concentração de sismicidade está ao longo das faixas de dobramento, no entanto, existe sismicidade no interior do CA, podendo esta ser causada pela existência de zonas de fraquezas entre os blocos arqueanos que formam a CA. PALAVRAS CHAVE: CRÁTON AMAZÔNICO; TOMOGRAFIA SÍSMICA; MANTO SUPERIOR.

ANISOTROPIA SÍSMICA DO MANTO SUPERIOR NA REGIÃO NORTE DO BRASIL COM A DIVISÃO DE ONDAS CISALHANTES

SKS E SKKS

Marco Antônio Gonzaga de Siqueira1; Cristobal Condori1,2; George S. França1 1Observatório Sismológico-Instituto de Geociências, UnB; 2Instituto Geofísico del Perú IGP, Ciencias de la Tierra Sólida CTS Neste estudo foi aplicado o método de divisão de ondas cisalhantes para estudar a anisotropia no manto superior em algumas estações sismográfica na região norte do Brasil, com o intuito de confirmar o fato que, na bacia amazônica, a anisotropia sísmica no manto superior pode está relacionada à sua direção com o fluxo astenosférico. A anisotropia sísmica ou a dependência direcional da onda sísmica está relacionada principalmente com o alinhamento preferencial do mineral olivina em relação à direção do fluxo do manto. Portanto, a anisotropia sísmica é um indicador dos diferentes processos das deformações do manto associado aos diferentes regimes recentes e passados. A área de estudo compreende uma estrutura tectônica bem complexa, conformado pelo cratón amazônico, que está inserido na plataforma Sul-Americana e representa uma das áreas mais expressivas no mundo de idade do Arqueano-Proterozóico, apesar disso, ela permanece com um dos níveis mais baixos de conhecimento geofísico e geológico. Para a análise, foram utilizadas as fases SKS e SKKS de eventos telessísmicos (90°> Δ <130°) com magnitudes superiores e iguais a 5.7Mw(2012-2016), todas detectadas em estações sísmicas de banda larga da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR - UnB). Para garantir as medições dos parâmetros de anisotropia sísmica se determinar a direção de polarização rápida (Φ) e o tempo de atraso (δt) entre a onda rápida e lenta, foram utilizados três técnicas, a mínima energia (Silver e Chan, 1991), rotação-correlação (Bowman e Ando, 1987) e o autovalor (Silver e Chan, 1991). Os resultados preliminares mostram valores médios de δt de 1,2 s e Φ orientado predominantemente NW-SE PALAVRAS CHAVE: ANISOTROPIA SÍSMICA, CRÁTON AMAZÔNICO, MANTO SUPERIOR.

APLICAÇÃO DO MÉTODO DE FUNÇÃO DO RECEPTOR PARA DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA CRUSTAL SOB A

REGIÃO SUL DO BRASIL

Marcus Vinicius Aparecido Gomes de Lima1; Jéssica Nascimento de Lima1; Tiago Rafael Gregory1; Felipe Guadagnin1; José Eduardo Pereira Soares2; Marcelo Assumpção3. 1UNIPAMPA; 2UnB; 3IAG/USP A maior parte dos estudos sismológicos realizados no Brasil se concentram nas regiões Sudeste e Nordeste do país. A região Sul, em particular a porção que abrange o sul da Bacia do Paraná e o Escudo Sul-rio-grandense, bem como a transição entre estes domínios, ainda não foram suficientemente amostradas por estações sismográficas, de modo que sua estruturação profunda (crosta e manto superior) não é conhecida em detalhe. Neste trabalho foi aplicada a técnica da função do receptor em banco de dados das estações permanentes de Canela (CNLB), Caçapava do Sul (CPSB) e Pedras Altas (PLTB), pertencentes à Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), com o objetivo de obter estimativas da razão entre as velocidades sísmicas das ondas P e S (Vp/Vs) e da espessura crustal (H) abaixo das estações sismográficas. A função do receptor utiliza frentes de ondas planas provenientes de terremotos distantes (telessismos), que ao incidir sobre uma descontinuidade como a Moho, num ângulo próximo a vertical, se converte em onda S (Ps) e múltiplas. Estas ondas quando atingem as estações, trazem adicionalmente informação sobre a fonte e o percurso no manto. Aplicando-se a deconvolução nos registros da componente radial pela componente vertical, consegue-se remover estes efeitos, obtendo-se na forma de uma série temporal, a resposta equivalente a estrutura interna da Terra sob a estação sismográfica. A partir da análise de um conjunto de eventos previamente selecionados, foram obtidos os seguintes valores de espessura crustal e razão Vp/Vs para as estações: 1) CNLB, H = 41,03 ± 0,98 km e Vp/Vs = 1,746 ± 0,005 2) CPSB, H = 36,4 ± 0,82 km e Vp/Vs de 1,77 ± 0,01 3) PLTB, H = 36,42 ± 1,3 km e Vp/Vs = 1,81 ± 0,03. Estes resultados são bem próximos dos valores determinados por Assumpção et al. (2013), porém apresentam menor margem de variação. Considerando-se um perfil passando transversalmente por estas estações, pode-se correlacionar as variações nos valores de espessura da crosta com feições geológico-estruturais importantes, como o Arco de Rio Grande e a Sinclinal de Torres, estruturas estas representativas de arqueamentos positivos e negativos da litosfera continental, respectivamente. Adicionalmente será implementada a migração da base de dados de FRs pela técnica de CCP (Common Conversion Point) stacking. A expectativa é que a migração forneça uma imagem em profundidade mais detalhada sob o perfil, ajudando a caracterizar estas feições estruturais. PALAVRAS CHAVE: FUNÇÃO DO RECEPTOR; MOHO; ESCUDO SUL-RIO-GRANDENSE; BACIA DO PARANÁ.

VALORES DE INTENSIDADE MERCALLI MODIFICADA A PARTIR DE RELATOS DO SISTEMA "Sentiu Aí?"

Mariana Maia Lion1 ; Marcelo Belentani de Bianchi¹ 1 Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) A determinação rápida e adequada da intensidade de sismos ocorridos é essencial, visto que auxilia na avaliação do risco sísmico, danos locais e na localização do epicentro. O Centro de Sismologia da USP implementou em 2015 um sistema intitulado “Sentiu Aí?”, responsável por coletar relatos de pessoas que vivenciaram um tremor através de um questionário online com 15 perguntas. Apresentamos um novo método para a estimativa do valor de Intensidade Mercalli Modificada. A cada alternativa das perguntas foi associado um histograma que representa a probabilidade de um sismo possuir determinada intensidade, obtido a partir da interpretação da Escala Mercalli Modificada de 1931. O valor de intensidade final para um relato é dado pela moda do histograma médio do relato. Resultados iniciais para o sismo de Londrina com magnitude estimada 1.8 MR (janeiro/2016) indicaram IV como intensidade máxima, valor considerado alto para um evento com tal magnitude. Para o sismo de magnitude 3.3 MR ocorrido em Cajati-SP (outubro/2015) foram obtidos valores em torno de IV, para o sismo do Maranhão de magnitude 4.6 MR (janeiro/2017) foram valores entre IV e V, para o sismo de Poços de Caldas-MG (janeiro/2017) com magnitude 3.2 MR a intensidade máxima foi IV e para o sismo de magnitude 7.6 Mw ocorrido em novembro de 2015 na fronteira Peru-Brasil foram gerados valores entre IV e V. Os resultados referentes a este último sismo foram comparados com os resultados gerados por outros sistemas já implementados, como o “Did you feel it?”, utilizado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). As análises mostraram que os valores calculados pela nossa metodologia estavam superestimados em uma ou duas unidades em relação às intensidades geradas pelo “Did you feel it?”, o que pode ter sido causado por inadequações nos histogramas de probabilidade. Os histogramas foram revisados e a validação do método está sendo feita, através de novas comparações com dados de sismos históricos relatados por Berrocal et al. (1984) como se estes fossem atuais. PALAVRAS CHAVE: INTENSIDADE, MERCALLI, "SENTIU AÍ?".

FASES CRUSTAIS EM EVENTOS LOCAIS

Moara Maria Oliveira de Matos1; George Sand França1. 1 Observatório Sismológico-UnB

O estudo da sismicidade local, convencionalmente, é direcionado para os parâmetros de fonte de um terremoto, de forma a não considerar outras informações que possam somar ao conhecimento da estrutura local. Nesse trabalho, busca-se o entendimento das fases crustais de eventos sísmicos, visando a possibilidade de auxiliar ou melhorar o modelo estrutural. Para análise dessas fases foram usados dois enxames sísmicos monitorados por redes locais distintas: Sobral-CE (2008) e Estrela do Norte-GO (2015). Foram analisados os eventos de magnitudes maiores que 2.5, com registro em, no mínimo, duas estações. O nível de ruído e a configuração das estações dificultaram o processo de identificação das fases crustais nos resultados preliminares obtidos. Todavia, foi possível estimar as chegadas das fases para um grupo considerável de dados. Os resultados obtidos até o momento propõem que o uso das fases reforça os já existentes modelos da região, com a possibilidade de acrescer novas descontinuidades. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE, CROSTA, FASES.

CÁLCULO DE MAGNITUDES POR DURAÇÃO EM ESTAÇÕES SISMOGRÁFICAS LOCALIZADAS NA ZONA SÍSMICA ACARAÚ,

PORÇÃO NOROESTE DA PROVÍNCIA BORBOREMA. Paulo Henrique Sousa de Oliveira1; Paulo Eduardo de Menezes Fernandes Lopes Duarte2; Sergio Luiz Eduardo Ferreira da Silva1. 1ECT/UFRN; 2UFRN. Quando surge um abalo sísmico, a divulgação da informação sobre a magnitude (calculada através de uma fórmula matemática) é muito importante para a imprensa, para Defesa Civil, para a população afetada e para estudos de sismologia. No estudo das magnitudes dos sismos estão envolvidos vários parâmetros físicos, sendo a energia o principal, a qual se propaga pelo solo através das ondas sísmicas geradas. Neste trabalho, pretendemos desenvolver métodos de calcular magnitudes em escala local e regional usando a duração do sinal, comparando registros digitais e analógicos de um mesmo evento, utilizando apenas o registro digital. Primeiramente, foram identificados no registro analógico os eventos selecionados. Os dados que serão utilizados são, na sua grande maioria, digitais e foram registrados na rede sismográfica de Sobral, que operou na Zona Sísmica Acaraú (ZSA), porção noroeste da Província Borborema, entre 2008 e 2010. Até o momento, foram escolhidos 28 eventos que ocorreram entre os meses de Março e Setembro de 2009, e alguns de 2008 (os de maiores magnitudes). Utilizamos o registro contínuo após a conversão do formato “cd11” para “miniseed” e visualizamos a componente Z do sismograma com filtros adequados. Após esta etapa, calculamos a duração do sinal baseado no método usado por Blum & Assumpção (1990), realizamos uma regressão linear para encontrar coeficientes específicos e encontramos uma fórmula logarítmica preliminar. Após adicionarmos mais dados analógicos, teremos um resultado mais preciso. PALAVRAS CHAVE: MAGNITUDE, DURAÇÃO DO SINAL, ZONA SÍ

COMPARAÇÃO ENTRE DADOS ESTRUTURAIS DE CAMPO E LINEAMENTOS ESTRUTURAIS TRAÇADOS MANUALMENTE EM MODELO DIGITAL DE SUPERFÍCIE: ANÁLISE GEOMÉTRICA DO

GRUPO BARREIRAS NO LITORAL ENTRE RECIFE E NATAL – REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Rebeca de Jesus Barbosa1; Samile da Silva Regis1; Luiz César Corrêa Gomes1

1 UFBA– Instituto de Geociências. O início das atividades Neotectônicas no Brasil é atribuído ao Mioceno, mesmo período de datação do Grupo Barreiras (GB) na Costa Atlântica do Brasil. Nesta cobertura sedimentar terrígena é possível encontrar registros deformacionais neotectônicos que se manifestam em macroescala (lineamentos geomorfológicos representativos) e mesoescala (estruturas de afloramentos). O estudo dessas estruturas e o entendimento das relações geométricas e possivelmente genéticas pode contribuir em interpretações de caráter sismológico, hidrogeológico, e mesmo geotécnico. A área de estudo está localizada no litoral dos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte onde o GB ocorre sobre unidades Mesozoicas da Bacia Pernambuco-Paraíba e unidades pré-cambrianas da Província Borborema. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise das estruturas de meso e de macroescala que afetam tanto o GB quanto as unidades geológicas a ele sobjacentes. A partir de imagens SRTM (2000) de resolução 30m, foram traçados 4.223 lineamentos, num total de 9.250km de comprimento. Os lineamentos foram traçados no software ArcGIS 10.1®, com 8 azimutes de iluminações: 00°, 45°, 90°, 135°, 180°, 225°, 270° e 315°, orientados com o Azimuthfinder® e plotados em rede estereográficas através do software Stereonet 2.45®, gerando estereogramas de frequência de direção e de comprimento acumulado. Os lineamentos foram separados com base na unidade geológica que pertenciam em: embasamento cristalino (4.065), bacias sedimentares (2.588) e Grupo Barreiras (2.620). Foram também considerados dados estruturais de XX afloramentos, num total de 265 planos de foliação, 3.875 planos de falhas e fraturas, sendo 1.885 estruturas rúpteis do embasamento, 95 da bacia Pernambuco-Paraíba sedimentares, 1.885 do embasamento e 1.990 do Grupo Barreiras. Os dados de campo foram também plotados em rede estereográfica no software Stereonet 2.45®, gerando gráficos de direção, direção de mergulho e isodensidade polar. A comparação dos estereogramas permitiu observar, de maneira geral, uma clara relação de paralelismo entre os lineamentos geomorfológicos, as falhas/fraturas e foliações observadas em campo, atestando a influência do arcabouço estrutural na conformação do relevo da área de estudo. Considerando falhas e fraturas, no domínio Barreiras o trend N140°-N150° não teve destaque nos lineamentos totais traçados manualmente, ocorrendo apenas das iluminações 90° e 270°; no domínio das Bacias, o trend N060°-N070° coincide com o trend dos lineamentos traçados e no domínio do embasamento o trend E-W e N050° - N060° ocorreu também nos lineamentos totais traçados. Em geral, observa-se com os dados de campo que em ordem de representatividade os trends foram: NW-SE e NE-SW para o Barreiras, NW-SE, N-S, NE-SW e E-W para o embasamento e NE-SW e NW-SE e N-S para a Bacia. O trend NE-SW, presente em todas as unidades, é possivelmente herdado das estruturas dúcteis mais antigas do embasamento cristalino, considerando o maior comprimento acumulado e os dados estruturais de foliação, que apresentam trend principal N040°-060°. O segundo, NW-SE, pode relacionar-se a sistemas de faturamento do embasamento, ou mesmo a padrões rúpteis neotectônicos, já que são dominantemente encontrados no GB. PALAVRAS CHAVE: NEOTECTÔNICA, GRUPO BARREIRAS, LINEAMENTOS.

ESTUDO DA SISMICIDADE RECENTE (2016) EM SÃO CAETANO, PE.

Sofia Araújo Coelho2; Flávio Lemos3, Aderson Farias do Nascimento1,2; Pedro Augusto Rodrigues Ferreira2; Joaquim Mendes Ferreira1,2 1DGEF/UFRN; 2PPGG/UFRN; 3PRH-229

A sismicidade intraplaca, como a que ocorre no NE do Brasil, apresenta magnitude mais baixa e ocorre com menor frequência se comparada à atividade nos limites de placa. Apesar disso, esse tipo de atividade sísmica não pode ser desconsiderada, uma vez que esses eventos são, em geral, rasos e podem ocorrer próximos a zonas urbanas, podendo causar danos significativos às construções civis. Por isso, entender os mecanismos geradores de tais sismos e desenvolver modelos para explicar a ocorrência dos mesmos é fundamental para a avaliação do perigo e risco sísmico ao redor do mundo. O NE do Brasil é a região sismicamente ativa do país e já apresentou diversos terremotos destrutivos. A atividade sísmica dessa região caracteriza-se por enxames de sismos que podem durar poucos meses ou até vários anos. Esses terremotos ocorrem em profundidades rasas de até 12 km e podem alcançar magnitudes superiores a 5. No Nordeste do Brasil, uma região que apresenta sismicidade recorrente é o município de São Caetano – PE. A atividade registrada na área é expressiva e vem sendo monitorada na última década pelo Laboratório Sismológico da UFRN. Em 2016 uma nova sequência sísmica foi registrada na localidade. Diante disso, o objetivo desse trabalho é analisar e caracterizar esse recente atividade, obtendo parâmetros hipocentrais e mecanismo focal. Para a localização hipocentral será utilizado o Source Scanning Algorithm (SSA). O SSA discretiza o tempo de origem do evento e a posição do hipocentro e realiza uma busca destes parâmetros através do cálculo da função brilho, que é proporcional ao valor do empilhamento do tempo de chegada ao sismograma dado por um valor estimado do tempo de origem e da posição do hipocentro, dispensando assim a necessidade de leituras prévias dos tempos de chegada. Aqui, apresentamos a localização hipocentral dessa nova atividade sísmica registrada utilizando o SSA. Os resultados preliminares obtidos afirmar que sismicidade recente ocorreu em uma área diferente das zonas hipocentrais anteriores. Comparamos nossos resultados com anteriores para identificar se existe algum padrão nessa migração hipocentral, procurando observar se esta migração obedece algum tipo de padrão explicado por algum modelo de sismicidade intraplaca. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE INTRAPLACA. LOCALIZAÇÃO HIPOCENTRAL. GÊNESE DE TERREMOTOS.

DELIMITAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E COMPARAÇÃO DOS LINEAMENTOS ESTRUTURAIS ASSOCIADOS À NEOTECTÔNICA E

TRAÇADOS EM MODELO DIGITAL DE SUPERFÍCIE POR MEIO MANUAL E AUTOMÁTICO NA REGIÃO LITORÂNEA

DO RECIFE/PE À NATAL/RN.

Samile da Silva Regis1 Luiz César Corrêa Gomes 2 1UFBA; 2Universidade Federal da Bahia. Neotectônica pode ser definida como atividades tectônicas ocorridas desde o final do Terciário. O Grupo Barreiras (GB) é datado do Mioceno e por isso representa um marco temporal limite para os eventos neotectônicos no Brasil. Desta forma as estruturas observadas nesta cobertura sedimentar terrígena podem ser associadas a eventos de neotectônica. O estudo da neotectônica possui importância por complementar trabalhos nesta área de pesquisa, além de auxiliar no estudo de zona de migração de fluidos (água, óleo e gás), sismos gerados por reativação de falhas e ocupação humana (engenharia, geotecnia, agricultura). A área de estudo se localiza na Faixa Litorânea entre as cidades de Recife -PE e Natal - RN, totalizando 22.263 Km2. Nesta área, o GB juntamente com os Depósitos Quaternários ocorrem sobre a Bacia Sedimentar Mesozoica Pernambuco-Paraíba (BSPP) e sobre os terrenos Arqueano-Proterozóicos da Província Borborema. Neste trabalho busca-se uma análise geométrica dos trends de lineamentos do embasamento (Província Borborema), da BSPP e do GB verificando possíveis heranças estruturais. Os lineamentos foram extraídos manualmente a partir Modelos Digitais de Superfície (MDS) feitos com imagens SRTM (2000) de resolução 30m, traçando-se 4.223 lineamentos, num total de 9.250km de comprimento acumulado. Os lineamentos foram traçados no software ARCGIS®, com 8 azimutes de iluminações: 00°, 45°, 90°, 135°, 180°, 225°, 270° e 315°, orientados com o Azimuthfinder® e plotados em rede estereográficas através do software Stereonet 2.45®, gerando estereogramas de frequência de direção e de comprimento acumulado. Foram traçadas manualmente estruturas lineares nos seguintes domínios: Embasamento (4.065 medidas), Bacia Sedimentar Pernambuco – Paraíba (2.588 medidas), Grupo Barreiras (2.620 medidas). Observando os trends preferenciais para comprimento e frequência verificou-se que para uma dada iluminação, os lineamentos ortogonais (a 90° da iluminação) e das diagonais principais (a 45° da iluminação) são ressaltados. Verificou-se também que a sistemática de variação da iluminação foi de grande relevância uma vez que estruturas podem ser ressaltadas ou mascaradas sugerindo imprecisão para dados que são gerados em uma única iluminação. O uso de oito direções de iluminação mostrou-se satisfatório em relação a quatro direções (a cada 90°) pois o sentido da iluminação gera respostas diferentes em uma mesma direção. Os lineamentos extraídos automaticamente apresentaram ruídos (traçados não representativos) que necessitaram de tratamento manual. As rosetas obtidas para os três domínios e as rosetas da área são muito semelhantes no que se referem às direções principais NE-SW, E-W e SE-NW (N 050°- N 070° e N 090° - N 120°). Todos os domínios apresentaram N 060° - N 070° e N 090° - N 100° dentre os lineamentos mais frequente e de maiores comprimentos indicando herança estrutural do Embasamento no GB e na BSPP. A BSPP apresentou as mesmas direções principais que o GB. Tal dado pode ser justificado por ambos os domínios se situarem na porção mais costeira da área se sobrepondo. Como fator de diferenciação do GB tem-se a direção N 020° - N 030° frequente, mas sem comprimento proeminente e os lineamentos N 110° - N 120° frequentes com comprimentos consideráveis. PALAVRAS CHAVE: NEOTECTÔNICA; LINEAMENTOS.

AMBIENT NOISETOMOGRAPHY IN THE PANTANAL, CHACOAND

PARANÁ BASINS: INITIAL RESULTS FROMTHE FAPESP

“3-BASINS PROJECT” Taghi Shirzad1; Marcelo Assumpção1; Bruno Collaço2; Marcelo Bianchi1; Marcelo Rocha3 ; Paulo Oliveira3 1 IAG, Centro de Sismologia da USP; 2 IEE, Centro de Sismologia da USP; 3 Observatório Sismológico, UnB Surface wave tomography using Green’s functions retrieved from ambient noise cross -correlations has become a routine tool in seismological investigations. Here, we obtain information about the crustal and upper mantle velocity structure beneath major intracratonic sedimentary basins in West-Central Brazil (Pantanal, Chacoand Paraná). An anomalously thin crust, about 30 km thick, beneath the Pantanal was suggested by receiver functions (e.g., Assumpção et al., 2013) as well as beneath some parts of the Chaco Basin from surface-wave tomography (Rosa et al., 2016). Thin lithosphere and low upper mantle velocities beneath the Pantanal Basin had been indicated by continental-wide surface-wave tomography (e.g., Feng et al., 2009) and by P-wave tomography (e.g., Rocha et al., 2011). Here we carry out a more detailed tomography using ambient noise cross-correlations in the region of the three basins. In this study, we use continuous vertical- and transverse-components data recorded by the temporary stations of the FAPESP Project (XC network) and permanent stations of the Brazilian network (sub-net BL). The XC and BL networks are equipped with broadband sensors (120s to 50 Hz). We use data from 40 stations for four months (January to April/2017). We first applied a Butterworth Filter between 1 and 100 sec, and then follow the common low frequency approach outlined by Bensen et al. (2007) to prepare single station, which includes one-bit normalization in the time-domain and whitening equalization in the frequency domain. The normalization operators suppress the influence of human activities, instrument irregularities and earthquake signals. We obtained cross-correlation functions for six-hour moving windows displaced every half hour. We stacked all cross-correlations to retrieve inter-station empirical Green's functions, composed mainly of Rayleigh waves (Z-Z cross-correlations) and Love waves (T-T correlations). We then measure the group and phase velocity dispersions using Image Transformation Technique. Finally, we apply the Fast Marching Method and iterative inversion procedure to extract surface-wave tomographic maps. KEY WORDS: PANTANAL BASIN, AMBIENTNOISETOMOGRAPHY, SURFACE-WAVEDISPERSION.

ANÁLISES SISMOLÓGICAS DA ESTAÇÃO AQUIDAUANA (AQDB)

ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2016, COM VISTAS A DETERMINAÇÃO

DE VALORES DE FILTRAGEM IDEAIS PARA A DETECÇÃO DE

EVENTOS REGIONAIS E LOCAIS.

Thamyres Lana Gehlen1; Gustavo Marques e Amorim2; Edna Maria Facincani3; Tiago Gomes da Silva 4 ; Wanly Pereira5 ; Lucimara José da Silva 5. 1 Infi - UFMS; 2 Fundect-Infi - UFMS; 3 Faeng-UFMS; 4 INFI/UFMS; 5 CPAQ-UFMS O presente trabalho teve como objetivo principal, testar valores de filtragem que minimizassem a perda de informação do sinal original em eventos sísmicos locais e regionais. Neste trabalho se classificou como eventos locais os de epicentros localizados em um raio de 3º (330 km) a 5º graus (550 km) da estação Aquidauana (AQDB). Inicialmente selecionou-se quais eventos seriam baixados através do script poet.py (IAG-USP), pois este permitiu escolher especificamente o raio de ocorrência de eventos. Após a aquisição dos dados, utilizou-se o software SeisGram2k, para analisar as componentes Z, N, E, seguida da aplicação de filtros para realçar ondas primárias (P) e secundárias (S), buscando os melhores valores de filtro possíveis para a estação AQDB. A partir disto e dos sismogramas originais já se identificava ou descartava a existência de eventos reais. O método de filtragem escolhido foi o “Butterworth”, com faixas variando entre 2hz e 10hz (regionais / locais) e valores entre 0.1hz e 2hz (telessísmicos). Nas análises feitas para eventos locais e regionais, testaram-se valores de baixa frequência e alta frequência, variando entre 2hz e 5hz e posteriormente 2hz e 10hz. Partindo destes parâmetros, verificou-se que os valores de filtragem para enfatizar eventos regionais e os locais, devem estar preferencialmente na faixa compreendida entre 2 e 10 Hz, uma vez que os eventos se tornam evidentes a partir de valores de 2Hz e 3 Hz. Evidenciou-se ainda que os valores entre 2hz e 5Hz permitem evidenciar falsos positivos (réplicas). Deste modo, sugere-se o uso de valores filtragem em 2Hz para baixa frequência e 5 Hz para alta frequência, uma vez que estes realçam eventos locais / regionais e remove os ruídos preexistentes, facilitando em muito a análise dos dados. Paralelamente conclui-se que sendo a equidistância mínima das estações com dados públicos ao redor da estação AQDB é de 3 graus e que a geologia (meio) não sofre tanta variação entre as estações, pode-se criar conjuntos de filtros específicos para estas estações, criando zonas de eficiência de filtros e que esta metodologia pode ser replicada para outras estações da Rede Sismográfica Brasileira-RSBR.

PALAVRAS CHAVE: ESTAÇÃO AQDB, FILTRAGEM BUTTERWORTH, SISMOS LOCAIS E REGIONAIS.

SEISMOTECTONIC ZONING IN THE PANTANAL SEDIMENTARY

BASIN.

Tiago Gomes da Silva1; Marcelo Assumpção2; Giancarlo Lastoria3; Edna Maria Facincani3; Gustavo Facincani Dourado3; Gustavo Marques e Amorim1. 1INFI/UFMS; 2IAG/USP; 3FAENG/UFMS.

Seismotectonic zoning provides subsidies for environmental, hydrogeological, hydrological, geotechnical (safety of civil works) studies and the exploration of some mineral deposits. The large territory, amongst the complex geology and reduced number of installed stations in the Pantanal Sedimentary Basin are the main elements/conditions that increase the inaccuracy of the locations of earthquakes that have occurred in the area. In order to assess the uncertainties of the epicenters, a selection and relocation of the events that have occurred in the past 20 years at BSP (1996-2016) were made, emphasizing that the epicentral area relocation brought more quality in information, mainly because 9 events show significant changes in position, all confirmed through Back-Azimuth (BAz). The criteria was the events selection with magnitudes above 3.5 mR. In this scope two lines of thought seek to explain the origin of earthquakes in the Pantanal Sedimentary Basin, where the first considers lineaments as the source of these seismic events, while the other believes these events come from the thinning of the crustal thickness. From the obtained results, we can say that the epicenters recorded in the Pantanal form a seismic zone in continuation to the seismic belt of Goiás-Tocantins, suggesting a non-confirmed relationship with the TransBrazilian Lineament. Concomitantly, the evidence of these reactivations in the Pantanal Sedimentary Basin can be found in the sedimentation process, tectonics, volcanology, relief and drainage. Although the Pantanal Basin is structured by normal faults, earthquakes of 1964, 2009 and 2015 show compressive stresses. It is suggested that the present seismicity occurs as reactivation of older normal faults, now subject to a new stress field.

PALAVRAS CHAVE: PANTANAL SEDIMENTARY BASIN, 1D VELOCITY MODEL, SEISMOTECTONIC ZONING.

SISMICIDADE DESENCADEADA POR PEDREIRAS EM IJACI – MG Vinicius Martins Ferreira1; Lucas Vieira Barros1 1 Instituto de Geociências - UnB;

Este trabalho consiste no estudo da sismicidade próximo a cidade de Ijaci, sul de Minas Gerais e sua possível relação com as atividades de mineração, rebaixamento do nível freático e o reservatório da UHE de Funil, utilizando eventos sísmicos registrados por uma rede local entre dezembro de 2010 e junho de 2016. Apesar de estar próximo de cidade com histórico de sismicidade, como é o caso de Bom Sucesso, MG, com relatos de sismos desde 1840 e localizada no bordo sul do Cráton do São Francisco, Ijaci era considerada uma cidade assísmica, até 14 de agosto de 2011, quando um sismo de magnitude 3,2mR assustou a população local. Outros três abalos de magnitudes semelhantes foram registrados nos meses seguintes. A área foi monitorada durante seis meses por uma rede sismográfica local com sete estações de banda larga, seis provisórias e uma permanente (FUN1). Durante o período de operação, a rede local detectou mais de 1000 eventos, metade tectônico e metade artificial, dos quais 500 foram localizados, 276 classificados como tectônicos. Na área existem quatro fontes potenciais capazes de desencadear sismicidade: detonações em pedreiras, o rebaixamento do nível freático através de bombeamento diário d’água, extração de material cástico (em quatro pedreiras: Mineração Alvarenga, Indústrias de Cal SN, de menor porte e as minas Sul e Santa Helena, de propriedade do Grupo Intercement, que juntas alimentam uma das maiores plantas de cimento do Brasil), além do Reservatório da Usina Hidroelétrica de Funil. O relevo cárstico do local sustenta um robusto aquífero, surgente no fundo das cavas, e responsável pelo aporte do volume médio, apenas na Mina Sul, de 350 m3/hora. A ativação das minas e o enchimento do lago ocorreram no mesmo período, ao final de 2002. Estudos de mecanismo focal por polaridades e por inversão de forma de onda demonstram um regime tectônico compressivo, com falhas reversas concordantes com a distribuição da sismicidade na área, coincidentes com o Graben de Ijaci. Variações nas leituras dos piezômetros instalados entre as pedreiras e o reservatório de Funil indicam que não há conexão direta entre o lago e o bombeamento que rebaixa o nível freático no fundo da cava da Mina Sul. A localização dos eventos, associada aos dados de mecanismo focal, volume de material extraído e o comportamento da sismicidade nos últimos cinco anos permitem associar a sismicidade observada à extração de material, que atualmente se traduz em uma carga negativa aproximada de 60 milhões de tonelada, ou 5,9x1011N. PALAVRAS CHAVE: SISMICIDADE DESENCADEADA POR MINERAÇÃO, IJACI, UHE FUNIL.

MONITORAMENTO SÍSMICO NA ZONA SISMOGÊNICA DE PORTO DOS GAÚCHOS

Vitória Rodrigues Ferreira Barbosa1, George Sand França1 1Observatório Sismológico, IG/UnB

O estudo da sismologia é um dos mais importantes meios para entender a crosta terrestre. A partir da análise de dados sismológicos pode-se obter informações estruturais a grandes profundidades, o que não poderia ser observado em nível de afloramento. A área de estudo é localizada a noroeste do estado do Mato Grosso, aonde se encontra uma zona sismogênica concentrada nas redondezas de Porto dos Gaúchos. Nessa região, estudos de algumas sequências sísmicas mostraram um mecanismo transcorrente dextral orientado para ENE-WSW e sem correlação com o sistema de grábens e hosts sob a bacia. A geologia local é caracterizada pelo subsolo pré-cambriano e correspondente ao Cratón Amazônico e aos sedimentos da bacia Fanerozica do Parecis. Essa zona sismogênica é uma das sismicamente mais ativas do país, com o maior evento registrado de magnitude 6.2 mb. Este trabalho tem como objetivo de destacar e registrar os abalos sísmicos nos anos de 2015 e 2016, nas estações instaladas pelo projeto “Estudos tectônicos sobre a bacia do Parecis”, financiado pelo CNPq, e em outras pré-existentes, com a determinação dos eventos sísmicos regionais e locais e se possível caracterizar os parâmetros de fonte. Foram selecionados os dados dos eventos que ocorreram dentro de um raio de 300km da cidade de Porto dos Gaúchos – MT, das estações em cerca de 10 estações sismográficas para análise e interpretação. As análises feitas determinaram os parâmetros de fonte de cada evento, como hora de origem, magnitude e a localização do evento. Inicialmente foram identificados nos registros sísmicos os sinais dos eventos regionais e locais. Para determinação hipocentral usamos o pacote do Seiscomp e elocate, nesse último com o modelo de velocidades “newBR”. Durante o período estudado ocorreram 4 eventos com magnitude acima de 3,0 do total de 56 eventos. Sendo os meses de julho e agosto de 2016 apresentam o maior numero de sismo, ambos com 8 eventos. A zona sismogênica de Pontos dos Gaúchos continua ativa, com um número de eventos considerável, e percebe que o monitoramento contínuo se faz necessário. Não há nem uniformidade quanto ao horário preferencial dos eventos, excluindo alguma relação com atividades relacionadas com pedreiras, que executam explosões controladas no período da tarde, e que no raio de 300 km da cidade de Porto dos Gaúchos não possui lavras de empresas de extração mineral. PALAVRAS CHAVE: PORTO DOS GAÚCHOS; MONITORAMENTO; ZONA SÍSMICA.

EVIDÊNCIAS DE TECTONISMO RECENTE: ESTUDO REALIZADO NO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS, ESTADO DE SERGIPE.

Vivianne Andrade Bastos1; Adenilson da Silva Peixoto Junior1; Walter Sydney Dutra Folly1; Aracy Sousa Senra1.

1 Núcleo de Estudos em Geologia e Áreas Afins – NEGAA, Departamento de Geologia, UFS. O Grupo Barreiras constitui uma cobertura sedimentar terrígena continental e marinha, de idade Miocênica a Pleistocênica Inferior. Ocorre ao longo do litoral brasileiro, desde o Estado do Amapá até o Rio de Janeiro, caracterizando-se pela continuidade e pela regularidade geomorfológica. As juntas tectônicas encontradas no Grupo Barreiras têm sido utilizadas como referência na representação do Neotectonismo no Nordeste. No litoral Sul de Alagoas, é descrita a existência de juntas tectônicas de direção NE/SW, a qual é interpretada como direção principal de eventos recentes na região. Mas, nesta mesma região, também são encontrados depósitos pleistocênicos da planície costeira do Rio São Francisco e, observados sismitos associados, interpretando que se trataria de uma região epicentral, ratificando assim, a ação tectônica no litoral sul de Alagoas, durante o Quaternário. O objetivo principal deste trabalho é a identificação de juntas tectônicas que afetam as rochas no munícipio de Laranjeiras e compará-las com as estruturas encontradas no Grupo Barreiras. Para tanto, utilizou-se recursos de imagens de satélite aliados com a coleta de atitudes de planos das juntas tectônicas realizadas em campo. Assim, os dados obtidos foram utilizados na construção de diagramas através dos softwares Stereonett versão 2.4, Tectonics FP e Geomática. Resultando nos mapas de lineamentos e de risco ambiental, que auxiliam às interpretações realizadas neste trabalho. Os dados gerados contribuem para a interpretação de uma tectônica recente, de direção preferencial, W-E, que os afeta. Identificando uma área de alto risco de desmoronamentos e enchentes (com maior densidade de descontinuidades e reologia propícia à fraturas e descontinuidades). Este dado alerta o poder público e a população do município quanto ao risco apresentado em algumas áreas. Os dados encontrados são corroborados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em seu relatório de setorização de risco, o qual traz o zoneamento das regiões de maior risco, as quais sobrepõem-se com as zonas de fraqueza que acomodam a drenagem principal do Rio Cotinguiba. Esta região é a mais populosa do município em questão, o que aumenta o risco de desastres naturais com chance de lesão ou morte. PALAVRAS CHAVE: NEOTECTÔNICA; IMPACTO AMBIENTAL; SERGIPE.

SISMÔMETRO ÓPTICO BASEADO EM GRADE DE BRAGG EM FIBRA ÓPTICA

W. A. Arellano1; E. Rondán1; C. H. Muñoz1. 1 GeoOndas Inovações Geofísicas e Big Data Ltda. Novas tecnologias em fibra óptica estão sendo usadas para o desenvolvimento de sismômetros, instrumentos conhecidos para medidas de vibração sísmica. Neste trabalho presentamos o desenvolvimento de um sismômetro óptico baseado em grade de Bragg em fibra óptica (FBG, fiber bragg grating). A FBG é caracterizada por um parâmetro conhecido

como comprimento de onda de Bragg (𝜆𝐵), sendo que a mudanças de temperatura ou tensão 𝜆𝐵 muda de valor. Aproveitando este parâmetro que define a FBG, foi desenvolvido um sismômetro óptico, onde a montagem experimental completa consiste num sistema amortecido. É conhecido, que um sistema dessa forma consiste de uma massa, um conjunto de molas e um amortecedor. Para o primeiro uma massa magnética (ímã), o segundo esta conformada por uma mola e a FBG e ambas em paralelo. E por ultimo, o amortecedor é construído através de uma propriedade conhecida como lei de Lenz e usando o conjunto massa magnética e tubo de cobre oco, quando a massa magnética se movimenta em forma vertical e entra no tubo oco é gerado um campo magnético contrario aos polos do ima, isso produz uma força contraria ao movimento que amortece a massa magnética. Desta forma se tem um sistema amortecido que permite medir vibrações sísmicas. Quando acontece uma vibração a FBG envia uma informação em forma de luz, esta vibração produz uma forca ou estresse na FBG produzindo simultaneamente um deslocamento no comprimento de onda

de Bragg (𝜆𝐵). As FBGs são muito sensíveis a estresse, devido a que a característica de este para um estresse de um microstrain (1𝜇𝜀) há um deslocamento no 𝜆𝐵 de 1,2𝑝𝑚. Por tanto presentamos o desenvolvimento de um sismômetro óptico usando como sensor óptico uma FBG. A metodologia experimental usada é de um sistema amortecido. PALAVRA CHAVE: INSTRUMENTAÇÃO SISMOLÓGICA, SISMÔMETRO ÓPTICO, SISMOLOGIA.