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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Português TSE (banca CESPE) (teoria e questões comentadas) Aula 5 (Emprego das classes de palavras) Olá, pessoal! Chegamos à nossa aula 5! O assunto agora é o emprego das classes de palavras. Temos dez classes de palavras (substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, pronome, artigo, numeral, interjeição, preposição e conjunção). Logicamente, não nos interessa comentar todas as classes, mas aquilo que é cobrado em prova. O assunto é vasto, mas percebemos que a banca CESPE concentra suas questões basicamente nos termos "substantivo", "adjetivo", "advérbio", os quais foram vistos nas aulas anteriores sobre período composto. Além disso, esta banca cobra o emprego de pronomes e verbos, os quais serão vistos nesta aula. PRONOME Pronome é a palavra variável em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles) que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. O mais importante para a prova é o pronome pessoal. Veja o quadro-resumo abaixo e acompanhe o valor de cada um deles. Pronomes Pessoais caso reto caso oblíquo átono (sem preposição) tônico (com preposição) eu me mim, comigo tu te ti, contigo ele se, o, a, lhe si, consigo, ele/ela nós nos nós, conosco vós vos vós, convosco eles se, os, as, lhes si, consigo, eles/elas 1. Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. a. Pronomes pessoais do caso reto São os que desempenham a função sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. b. Pronomes pessoais do caso oblíquo São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1

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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR

Português TSE (banca CESPE) (teoria e questões comentadas)

Aula 5 (Emprego das classes de palavras)

Olá, pessoal! Chegamos à nossa aula 5! O assunto agora é o emprego das classes de palavras. Temos dez classes

de palavras (substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, pronome, artigo, numeral, interjeição, preposição e conjunção). Logicamente, não nos interessa comentar todas as classes, mas aquilo que é cobrado em prova.

O assunto é vasto, mas percebemos que a banca CESPE concentra suas questões basicamente nos termos "substantivo", "adjetivo", "advérbio", os quais foram vistos nas aulas anteriores sobre período composto. Além disso, esta banca cobra o emprego de pronomes e verbos, os quais serão vistos nesta aula.

PRONOME Pronome é a palavra variável em gênero (masculino e feminino),

número (singular e plural) e pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles) que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. O mais importante para a prova é o pronome pessoal. Veja o quadro-resumo abaixo e acompanhe o valor de cada um deles.

Pronomes Pessoais caso reto caso oblíquo

átono (sem preposição) tônico (com preposição) eu me mim, comigo tu te ti, contigo ele se, o, a, lhe si, consigo, ele/ela nós nos nós, conosco vós vos vós, convosco eles se, os, as, lhes si, consigo, eles/elas

1. Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala.

a. Pronomes pessoais do caso reto São os que desempenham a função sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.

b. Pronomes pessoais do caso oblíquo São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição.

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b.1. Pronomes pessoais oblíquos átonos: (localize isso no quadro-resumo) Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: "me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes". Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas:

Objeto Direto

Os pronomes que funcionam como objeto direto são "me, te, se, o, a, nos, vos, os, as".

Ex.: Quando encontrar seu material, traga-o até mim.

Respeite-me, garoto.

Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

Notas:

01) Se o verbo for terminado em "m" ou "õe", os pronomes o, a, os, as transformar-se-ão em no, na, nos, nas.

Ex. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. (tragam + o)

Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. (põe + os)

02) Se o verbo terminar em "r", "s" ou "z", essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las.

Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.

As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se /pérde-las/)

As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.

03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em "-mos", seguido de "nos" ou de "vos", retira-se a terminação "-s".

Ex. Encontramo-nos ontem à noite.

Recolhemo-nos cedo todos os dias.

04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em "s", seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação "-s".

Ex. Obedecemos-lhe cegamente.

Tu obedeces-lhe?

Objeto Indireto

Os pronomes que funcionam como objeto indireto são "me, te, se, lhe, nos, vos, lhes".

Ex. Traga-me as apostilas, quando as encontrar.

Obedecemos-lhe cegamente.

Adjunto adnominal

Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são "me, te, lhe, nos, vos, lhes", quando indicarem posse (algo de alguém). Algumas gramáticas também denominam essa função de objeto indireto de posse.

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Ex. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele)

Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus)

Complemento nominal

Os pronomes que funcionam como complemento nominal são "me, te, lhe, nos, vos, lhes", quando complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não provindo a preposição a de um verbo).

Ex. Tenha-me respeito. (respeito a alguém)

É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém)

Sujeito acusativo

Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são "me, te, se, o, a, nos, vos, os, as", quando estiverem em um período composto formado pelos verbos "fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir", e um verbo no infinitivo ou no gerúndio.

Ex. Deixei-a entrar atrasada.

Mandaram-me conversar com o diretor.

Parte Integrante do Verbo

Os pronomes me, te, se, nos, vos são parte integrante do verbo pronominal . Verbo pronominal é aquele que não se conjuga sem o pronome. São exemplos de verbo pronominal "suicidar-se, queixar-se, arrepender-se... "

Ex. Queixei-me de Pedro por ter atrapalhado o nosso trabalho.

Arrependam-se, pecadores!

Partícula Expletiva ou de Realce

Os pronomes que são partículas expletivas, ou partícula de realce são me, te, se, nos, vos.

Ocorre a partícula de realce com verbo intransitivo, com sujeito claro. Esse pronome pode ser retirado da frase, sem prejuízo de significado.

Ex. João foi-se embora.

Maria morria-se de ciúmes da cunhada.

Questão 1: (TSE / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Um dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Na expressão "contei-lhe", "lhe" exerce a função de objeto direto. Resposta: E Comentário: Note que o pronome "lhe" pode ocupar os valores de objeto indireto, complemento nominal e valor de posse; mas não cabe valor de objeto direto.

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Questão 2: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos." Era o reconhecimento de um direito. Em "emitir-lhes", o pronome exerce a função de objeto direto. Resposta: E Comentário: O pronome "lhes" não pode ocupar a função sintática de objeto direto. Neste contexto, sua função é de objeto indireto.

Questão 3: (FUB / 2010 / Médio) Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma produtiva parceria. O pronome "lhes" poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer. Resposta: E Comentário: O verbo "oferecendo" é transitivo direto e indireto. Seu objeto direto é "algo" e o objeto indireto é "lhes". Assim, este não pode ser substituído por "os".

Cabe relembramos aqui dois valores do pronome "se": índice de indeterminação do sujeito e pronome apassivador. Além disso, veremos outros valores desse pronome que caem muito em prova.

Valor do pronome oblíquo átono "se": (valores morfológicos)

Índice de indeterminação do sujeito (voz ativa):

Vimos na aula 2 que o pronome "se" pode ser índice de indeterminação do sujeito (IIS), o qual se junta a verbo transitivo indireto, intransitivo e de ligação, na intenção de indeterminar o agente (sujeito). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz ativa e o verbo obrigatoriamente fica na 3a pessoa do singular.

Trata-se de assuntos sigilosos. (verbo transitivo indireto + IIS + objeto indireto)

Morre-se de fome em várias partes do mundo. (verbo intransitivo + IIS + adjunto adverbial de causa + adjunto adverbial de lugar)

É-se feliz aqui. (verbo de ligação + IIS + predicativo + adjunto adverbial de lugar)

Questão 4: (Agente educacional / 2010 / nível médio ) Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Caso a expressão "da chamada poluição urbana" estivesse no plural, a forma

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verbal "Trata-se" deveria também ser flexionada no plural. Resposta: E Comentário: O verbo "Trata" é transitivo indireto, com isso, o pronome "se" é índice de indeterminação do sujeito. Esse verbo ficará no singular independentemente da flexão do objeto indireto.

Pronome apassivador (voz passiva sintética): Também vimos naquela mesma aula que o pronome "se" pode ser

pronome apassivador (PAp), o qual se junta a verbo transitivo direto ou a verbo transitivo direto e indireto, na intenção de indeterminar o agente (agente da passiva). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz passiva sintética e o verbo concorda com o sujeito paciente:

Consertam-se carrocerias VTD + PAp + sujeito paciente

voz passiva sintética

Questão 5: (PMDF/CHOAEM ) Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com destaque para a psicanálise. Em "Radica-se", o pronome indica que o sujeito é indeterminado. Resposta: E Comentário: Afirmou-se que o "se" é índice de indeterminação do sujeito. Isso não é verdade, pois o verbo radicar é transitivo direto. Com isso o "se" é pronome apassivador e seu sujeito paciente está subentendido como "O medo". Para a confirmação de ser pronome apassivador, temos sempre que passar esta voz passiva sintética para voz passiva analítica: O medo é radicado no inconsciente..."

Questão 6: (Polícia Federal / 2004 / nível médio) Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma ilusão de modernidade. (...) A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real transformou sonhos em pesadelos. O emprego do pronome "se" marca a formalidade da linguagem utilizada e indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado, impessoal. Resposta: E Comentário: O pronome "se" é uma forma de tornar o texto objetivo, flexionando o verbo em terceira pessoa, isso o leva mais próximo à formalidade (não que isso seja o determinante na formalidade). O erro está em afirmar que o "se" é uma forma de indeterminação do sujeito. O "se" nas duas ocorrências não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome apassivador. Para se ter certeza, deve-se transpor as duas construções em voz passiva analítica. Assim:

Não pode ser negado que o advento dos regimes liberais... A ilusão começou a ser desfeita...

Carrocerias são consertadas. sujeito paciente locução verbal

voz passiva analítica

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Pronome reflexivo (voz reflexiva):

Esse é um valor ainda não visto em nossas aulas. Diz-se que um pronome é reflexivo quando este "reflete" a ação ao mesmo elemento. Isto é, o sujeito age e o objeto direto sofre a ação, porém a mesma pessoa (ou coisa) sujeito será também o objeto direto. Veja:

Ela olhou-se no espelho. (ela olhou e foi olhada)

Porém, podemos ter dúvida se esse pronome é reflexivo ou apassivador. Por isso, vamos a suas diferenças:

Feriu-se o atleta durante a partida.

Há ambiguidade gerada a partir do se, pois não se sabe se o atleta agiu ou sofreu a ação. Por isso há necessidade de um contexto, e é isso que tem caído em prova.

Supondo-se que o atleta agiu contra ele mesmo (caiu sozinho, por exemplo), o pronome se será entendido como pronome reflexivo:

Feriu-se o atleta durante a partida. VTD + P Refl sujeito adjunto adverbial de tempo

(OD) agente

Desfar-se-á a ambiguidade, substituindo o pronome átono "se" pela expressão tônica "a si mesmo", da seguinte maneira:

O atleta feriu a si mesmo durante a partida. sujeito agente VTD + P Refl (OD prep) adjunto adverbial de tempo

Supondo-se que o atleta sofreu a ação de alguém (agente da passiva) que não foi identificado, o pronome se será entendido como pronome apassivador:

Feriu-se o atleta durante a partida. (* 0 , a 9 e " t e d a . p a s s i v a

VTD + P Ap sujeito adjunto adverbial de tempo e s t á i n d e t e r m i n a d o )

paciente

Desfar-se-á a ambiguidade da seguinte maneira:

O atleta foi ferido durante a partida. (* 0 a g e n t e d a p a s s i v a

sujeito locução verbal adjunto adverbial de tempo c o n t i n u a i n d e t e r m i n a d o )

paciente

Pronome reflexivo recíproco (voz reflexiva recíproca):

Esse pronome transmite uma reação dos objetos direto ou indireto à ação do sujeito, por isso é chamado de pronome reflexivo recíproco (P Rec) e compõe a voz recíproca, que é apenas uma variação da reflexiva, com o detalhe de que se necessita de no mínimo dois indivíduos para se efetivar a reciprocidade, motivo este que faz com que apenas os pronomes oblíquos átonos plurais possuam este valor. Uma forma prática de visualizar o pronome reflexivo recíproco é subentender os advérbios de modo "reciprocamente", "mutuamente":

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Com base no que foi visto anteriormente sobre o pronome apassivador, reflexivo recíproco e o puramente reflexivo, entendamos a diferença entre eles, dependendo do contexto.

Questão 7: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Julgue a frase quanto à correção gramatical: Sucede-se na comarca os juízes e nos tribunais os relatores de modo que, sobre uma única demanda, várias gerações de magistrados se devam debruçar, reiniciando — como se espera — o estudo do feito desde sua página inicial. Resposta: E Comentário: O verbo "sucede-se" é transitivo direto e possui como objeto direto o pronome recíproco "se". Esse verbo tem seu sujeito "os juízes"; portanto deve se flexionar no plural (sucedem-se). Note que, para o texto ficar mais claro, poder-se-ia inserir dupla vírgula em "nos tribunais" (locução adverbial de pequena extensão), vírgula após "relatores" (iniciaria oração subordinada adverbial consecutiva posposta à oração principal). Ressalte-se que a colocação pronominal antes da locução verbal "devam debruçar" é aceita, mesmo sem palavra atrativa.

Questão 8: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Mais organizado, letal e violento, o banditismo precisa ser combatido com todas as armas legais que se possam mobilizar. As alternativas não são excludentes. E uma substituição correta para o texto trocar "se possam mobilizar" possam ser mobilizadas.

por

Resposta: C Comentário: O pronome relativo "que" está na função de sujeito e retoma o termo "armas legais", a locução verbal "possam mobilizar" é transitiva direta; por isso o pronome "se" é apassivador. A banca apenas transformou a voz passiva sintética ("se possam mobilizar") em voz passiva analítica: possam ser mobilizadas.

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Questão 9: (PM - ES / 2010 / nível médio) Fragmento de texto: O currículo não é mais um fim em si, mas um meio bem estruturado para que o indivíduo, na relação entre teoria e prática, se torne capaz de incorporar determinadas habilidades. Em "se torne", o pronome "se" indica sujeito indeterminado. Resposta: E Comentário: A questão afirma que o "se" é o índice de indeterminação do sujeito. Mas note que o sujeito está expresso na oração: o indivíduo. Na realidade esse vocábulo "se" é parte integrante do verbo, fazendo com que o "torne" seja um verbo de ligação.

Questão 10: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Em um continente em que países e economias estão interligados não apenas por fronteiras comuns ou por interesses convergentes, mas especialmente por laços comerciais e culturais, é imperioso que se dê atenção ao que está ocorrendo na Venezuela. A substituição de "que se dê atenção" por que atenção seja dada mantém a correção gramatical do período. Resposta: C Comentário: O verbo "dê" é transitivo direto e indireto, seu objeto indireto é "ao". Note que ocorre a preposição "a" e em seguida o pronome demonstrativo "o" (=aquele). Como o verbo é transitivo direto, o pronome "se" é apassivador e "atenção" é o sujeito paciente. A banca apenas pediu para transpor para a voz passiva analítica: atenção seja dada.

Questão 11: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos hiperlinks cerebrais, e a Internet seria uma das formas de comunicação que mais se assemelha a nós próprios. Criador e criatura se influenciam de forma parecida. O vocábulo "se" é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a de marcar reciprocidade de ação. Resposta: E Comentário: Para ocorrer a reciprocidade, necessita-se de que haja uma ação provocada por um elemento e uma resposta a essa ação provocada por outro elemento. Assim, no mínimo dois agentes devem estar presentes na ação. O primeiro "se" é reflexivo. Note que a comunicação assemelha alguma coisa a outra, mas alguém pode assemelhar "ele mesmo" a algo. Isso confirma a ideia reflexiva.

A segunda ocorrência do "se" realmente é de reciprocidade. Criador influencia a criatura e vice-versa.

Questão 12: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o código genético de microrganismos pode se transformar num excelente negócio no futuro. De acordo com os sentidos do texto, a troca da expressão verbal "pode se transformar" por pode vir a ser transformado mantém a correção gramatical e a voz passiva verbal.

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Resposta: C Comentário: Cuidado com esta questão, pois houve a passagem da voz passiva sintética para a analítica, porém esta transposição não foi exatamente a mesma, mas de expressões semelhantes semanticamente. Veja: 1. O código... pode se transformar (voz passiva sintética) 2. O código... pode ser transformado (voz passiva analítica)

3. O código... pode vir a se transformar (voz passiva sintética) 4. O código... pode vir a ser transformado (voz passiva analítica)

Sabendo-se que as frases 1 e 3 estão na voz passiva sintética e possuem mesmo sentido; suas transposições para a voz passiva analítica (2 e 4) também possuem mesmo sentido. Por isso a troca é possível.

Questão 13: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto: "Quando a gente não sabe resolver um problema, não é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, ela cuida de tudo". Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. "Entregue para sua alma, ela resolve para você". Como ele disse, aconteceu.

No trecho 'cansar-se bobamente' (linha 2), o pronome 'se' indica reciprocidade. Resposta: E Comentário: Na realidade, o pronome "se", neste contexto, é reflexivo. Veja que podemos entender que podemos cansar alguém, porém esse "alguém" poderia ser "nós mesmos". Além disso, podemos substituir o "se" pelo pronome oblíquo tônico "si" e o reforço reflexivo "mesmo": cansar a si mesmo bobamente.

Questão 14: (MPOG / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não acontece com um homem. A supressão do pronome "se" em "dedicar-se" acarretaria mudança de sentido do período. Resposta: C Comentário: Podemos entender, na frase, que a mulher pode dedicar seu tempo, sua atenção à família. Com a retirada desse pronome reflexivo, ela iria dedicar o tempo parcial de trabalho à família. Assim, teríamos mudança de sentido.

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Questão 15: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento de texto: Nas décadas de 70 e 80 do século passado, foram denunciados incêndios propositais na região, provocados por proprietários rurais, com o objetivo de aproveitar os espaços para a pecuária. A substituição de "foram denunciados" por denunciaram-se mantém a correção gramatical do período. Resposta: C Comentário: Houve apenas a transformação da voz passiva analítica em voz passiva sintética: ... denunciaram-se incêndios propositais...

VTD + Pron Ap + sujeito paciente.

Questão 16: (TRE - TO/ 2006 / Analista)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

A substituição de "Tentam-se" (linha 3) por São tentados prejudica a correção gramatical do período. Resposta: E Comentário: O erro foi afirmar que essa substituição prejudicaria a correção gramatical, pois, em "Tentam-se", há verbo transitivo direto, seguido de pronome apassivador, e o sujeito paciente é "acordos". Logo, a substituição desta voz passiva sintética para a voz passiva analítica realmente é "acordos são tentados".

Questão 17: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Empregando-se a voz ativa e mantendo-se os tempos verbais empregados, o trecho "O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos" seria, corretamente, reescrito da seguinte forma: O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, o vice-rei conde dos Arcos remodelou.

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Resposta: E Comentário: Perceba a estrutura abaixo:

Questão 18: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.° 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.°: "Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida." Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir 'Consideram-se' (linhas 2 e 3) por São considerados. Resposta: E Comentário: A substituição de "Consideram-se" (estrutura da voz passiva sintética) por São considerados (estrutura da voz passiva analítica) está correta; pois o sujeito paciente é "os grupos étnico-raciais", que mantém o verbo no plural. O erro na afirmativa está em dizer que isso prejudica a correção gramatical.

b. 2. Pronomes pessoais oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.

Abaixo segue a diferença entre os tipos de pronomes pessoais:

Eu, tu / Mim, ti

Eu e tu exercem a função sintática de sujeito (então são pronomes pessoais do caso reto). Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição (então são pronomes pessoais do caso oblíquo tônico).

Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim.

Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições.

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O pronome relativo "que" está na função de sujeito e a locução verbal "havia sido remodelada" está na voz passiva analítica e recebeu o verbo "ser" no particípio. Ademais, "pelo vice-rei" cumpre a função de agente da passiva. Para transpor para a voz ativa, o agente da passiva passa a sujeito agente e o sujeito paciente torna-se objeto direto. Além disso, a locução verbal deve perder o verbo "sido". Assim, teríamos a construção:

O vice-rei havia remodelado a antiga cadeia pública. Como a estrutura "antiga cadeia pública" foi retomada pelo pronome

relativo "que", cabe a esta estrutura o seguinte:

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Siconsigo

Si e consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.

Ex. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.

Gilberto trouxe consigo os três irmãos.

Assim, é considerada errada a construção de consigo com o valor de com você: Gostaria de falar consigo. Deve-se trocar para: Gostaria de falar com você.

Com nós, com vós / Conosco, convosco

Usa-se com nós ou com vós, quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.

Ex. Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.

Ele disse que sairia com nós dois.

Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.

Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de.

Ex. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.

Questão 19: (TSE / 2007 / Analista) Fragmento de texto: As vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. A expressão "lhe foram dados" pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele. Resposta: C Comentário: O pronome "lhe" é átono e se refere a "candidato". A substituição deste pronome por um tônico (a ele) preserva a correção gramatical.

c. Colocação dos pronomes oblíquos átonos A colocação significa a posição do pronome oblíquo átono antes do verbo

(próclise), depois do verbo (ênclise) ou no meio do verbo (mesóclise).

Em relação a um só verbo:

Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua culta, é observada no início das frases ou quando não houver palavra que atraia esse pronome: Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo? Joana cansou-se de tanto andar.

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Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome oblíquo átono: estão erradas as construções "Me disseram assim.", o ideal é "Disseram-me assim."

Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o atrai, chamada palavra atrativa.

Não nos mostraram nada. Nada me disseram.

a) São palavras atrativas: advérbios1, pronomes relativos2, interrogativos3, conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5:

Sempre1 se encontram. É a pessoa que2 nos orientou. Quem3 te disse isso? Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão. Não5 me falaram nada a respeito disso.

b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o verbo:

Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade. Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.

c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa: "...descia eu para Nápoles a busca de sol que o não havia nas terras do norte."

d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja:

O marceneiro feriu-se com a lâmina.

O marceneiro se feriu com a lâmina.

Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a próclise:

Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade? Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade.

Questão 20: (TRE - TO/ 2006 / Analista) Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. A substituição da expressão "serão definidos" por definir-se-ão garante a correção gramatical do período. Resposta: E Comentário: Normalmente se poderia substituir "serão definidos os nomes" (voz passiva analítica) por "definir-se-ão os nomes" (voz passiva sintética). O problema é que o advérbio "Amanhã" é palavra atrativa e exige a próclise; por isso, o correto seria: Amanhã se definirão os nomes".

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Questão 21: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: Há bactérias que só vivem em locais onde existe petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto. Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta exigidas em um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em "identificá-las" deveria ser empregado antes do verbo: Quem as identificar. Resposta: C Comentário: Vimos que o pronome interrogativo ("Quem") é palavra atrativa, portanto a próclise é obrigatória.

Questão 22: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-se no governo da maioria. Em "deve basear-se", a colocação do pronome "se" antes da forma verbal "deve" atenderia à prescrição gramatical. Resposta: C Comentário: Note que a locução verbal pode ser antecedida do pronome oblíquo átono, mesmo sem palavra atrativa.

Questão 23: (TRE - GO / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Por muitos anos, pensávamos compreender o que era interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente, a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de interpretação. Preservam-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto ao se deslocar o pronome átono em "inquietávamo-nos" para antes do verbo, escrevendo nos inquietava. Resposta: E Comentário: Não é previsto na norma culta iniciar enunciado com pronome oblíquo átono, mas o erro grave da questão foi a mudança de pessoa do discurso. O verbo estava na primeira pessoa do plural "inquietávamos" e passou à terceira pessoa do singular: inquietava. Isso torna o texto incoerente, pois no texto o pronome "nos" é reflexivo (o mesmo elemento é sujeito e objeto direto). Com a mudança, deixou-se de ter um sujeito para esta ação.

Questão 24: (TRE - GO / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Censurar, proibir e reprimir são atitudes antipáticas, porque geralmente são vistas pela sociedade como inimigas da liberdade individual, da criatividade e da verdade. A expressão, na voz passiva, "são vistas pela sociedade" corresponde à voz ativa a sociedade vê-nas, que a pode substituir sem prejudicar a correção e a coerência do texto. Resposta: E Comentário: O problema não é a transposição de voz passiva analítica (são vistas) para a voz ativa (a sociedade vê ...). Veja que o verbo "vê" não termina "n", nem sinal til (~). Por isso, não se pode adicionar "n" no pronome "as". O correto é: a sociedade vê-as... ou ... a sociedade as vê...

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c. Pronomes Indefinidos Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles:

Invariáveis Variáveis alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, , alhures, mais, menos, demais.

algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, vário, vária, vários, várias, etc

Acrescentam-se, ainda, as locuções pronominais indefinidas: cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...

Usos de alguns pronomes indefinidos Todo: O pronome indefinido "todo" deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos, não terá artigo, mesmo que o substantivo exija.

Ex. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não

admite artigo.)

Todos, todas: Os pronomes indefinidos "todos e todas" devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. Ex. Todos os colegas o desprezam.

Todas as meninas foram à festa. Todos vocês merecem respeito.

Algum: O pronome indefinido "algum" tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do substantivo. Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)

Algum amigo o ajudará. (Alguém)

Certo: A palavra "certo" será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. Ex. Certas pessoas não se preocupam com os demais.

As pessoas certas sempre nos ajudam.

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Qualquer: O pronome indefinido "qualquer" não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar "algum", posteriormente ao substantivo, ou "nenhum". Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado seria

Ele entrou na festa sem problema algum. Ele entrou na festa sem nenhum problema.

Questão 25: (PGM RR / 2010 / Superior) Fragmento de texto: A cidadania exige modelos econômicos que incluam a todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse sentido. Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se retirar a preposição do termo "a todos". Resposta: C Comentário: E natural ocorrer a preposição "a" antes do pronome indefinido "todos", mesmo com verbo transitivo direto. Isso acontece por estilo do autor, não porque o verbo exija.

d. Pronomes Possessivos

São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).

Empregos dos pronomes possessivos: O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos. Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.

De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para evitar a ambiguidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).

E facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Ex. Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver falando. Ex. Acabei de chegar de casa.

Estou em casa, tranquilo.

Pronomes Demonstrativos Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço e no discurso (posição dentro do próprio texto). Os dois primeiros recursos são chamados dêiticos e o último é dividido em anafórico e catafórico. Assim:

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Recursos dêiticos: (espaço e tempo) Este, esta, isto:

São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente.

Ex. Este chapéu que estou usando é de couro. Este ano está sendo cheio de surpresas.

Esse, essa, isso: São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.

Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro? 2010. Esse ano será envolto em mistérios. Em novembro de 2007, inauguramos a loja. Até esse mês, nada

sabíamos sobre comércio. Aquele, aquela, aquilo:

São usados para o que está distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto.

Ex. Aquele chapéu que ele está usando é de couro? Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma

cidade pequena.

Posicionamento no discurso (no próprio texto): Em uma citação oral ou escrita, usa-se "este, esta, isto" para o que

ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e "esse, essa, isso" (recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito.

Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu.

Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa.

Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se "este, esta, isto" em relação ao que foi mencionado por último e "aquele, aquela, aquilo", em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar.

Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.

Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.

O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s).

Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)

Questão 26: (Agente educacional - ES / 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Dadas as condições, será uma tarefa hercúlea,

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mas vale lembrar que temos competência nesse assunto; afinal, foram os professores que partiram das cidades brasileiras que transformaram a realidade dos habitantes de Timor Leste depois da independência e reduziram a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado. No caso haitiano, esse elemento não existe, e a população não só está interessada como apoia qualquer medida nesse sentido. A expressão "esse elemento" (linha 11) refere-se ao antecedente "influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado" (linha 10). Resposta: C Comentário: Uma leitura atenta nos remete a entender que o elemento não existente é mesmo "a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado".

Questão 27: Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a expressão "Dadas as condições" (linha 6) faz alusão à realidade de destruição em que se encontra o Haiti após o terremoto. Resposta: C Comentário: Perceba que a retomada agora foi realizada pelo substantivo "condições". Entende-se, portanto, que, por causa das condições da realidade da destruição após o terremoto no Haiti, a tarefa será hercúlea, de grande dimensão.

Questão 28: A expressão "nesse sentido" (linha 12) retoma a ideia antecedente de "reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano" (linhas 5 e 6). Resposta: C Comentário: Primeiro, perceba o recurso anafórico em "esse elemento não existe", mostrando que não há no Haiti a barreira de problemas deixados por uma ditadura, como ocorreu no Timor Leste em experiência anterior dos professores brasileiros. E o que a população haitiana está interessada e apoia é a reordenação e a reconstrução de todo o sistema educacional haitiano, expressão que foi retomada pelo recurso anafórico "nesse sentido".

Questão 29: (PM - ES / 2007 / nível médio) Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir "dos", em "dos que defendiam", por daqueles. Resposta: C Comentário: Note que o vocábulo "dos" é a contração da preposição "de" mais o pronome demonstrativo "os", o qual obrigatoriamente subentende "aqueles".

Questão 30: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto: "Quando a gente não sabe resolver um problema, não é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, ela cuida de tudo". Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o

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Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. "Entregue para sua alma, ela resolve para você". Como ele disse, aconteceu. No trecho "Até o esqueço" (linha 7), o pronome "o" se refere ao antecedente "meu molar de parede derruída" (linha 7). Resposta: C Comentário: Note como é fácil perceber que o pronome "o" retomou a expressão "meu molar de parede derruída", por causa do contexto e também porque é a única expressão próxima que se encontra no masculino e singular, de acordo com o pronome "o".

Questão 31: (IBRAM / 2009 / Superior) Fragmento de texto:

As áreas urbanas são as que mais expressam intervenções humanas no meio natural. O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre o ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento da precipitação e as enchentes.

Esta última consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas áreas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nos principais centros urbanos. A partir do último parágrafo do texto, infere-se que o termo "Esta" (linha 8) reporta-se a "enchentes" (linha 7). Resposta: C Comentário: O pronome que retoma o último termo em relação a vários outros é o "este, esta, isto". Note que a própria oração frisou isso: "Esta última consequência".

Questão 32: (FUB / 2010 / Médio) Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma produtiva parceria. Para as empresas, recrutar gente que passou por lá significa encurtar o complicado processo de busca por bons profissionais. Pela estreita peneira do programa só passam os realmente capazes. Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora. É essa rigorosa seleção que atrai os próprios estudantes. Sobreviver a ela é um sinal claro de

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excelência, algo que faz todo mundo querer ostentar um carimbo do Teach for America no currículo. O termo "lá" (linha 7) está empregado em referência a "escola pública" (linha 3 ) Resposta: E Comentário: O advérbio "lá" também é empregado como elemento de coesão referencial. Neste contexto, ele está retomando "escola pública" (linha 3 )

Questão 33: Na linha 11, a substituição do pronome "ela" por rigorosa seleção manteria o sentido e a correção gramatical do texto. Resposta: E Comentário: O pronome "ela" retoma "rigorosa seleção", mas não se pode simplesmente realizar tal substituição, tendo em vista que essa expressão já foi dita imediatamente antes no texto, significando que há necessidade do artigo "a" antes dessa expressão, fazendo com que haja crase obrigatoriamente.

Questão 34: (TRE - TO/ 2006 / Analista)

1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o sistema democrático exige a descentralização do poder. Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato,

13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil

16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

Acerca das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

(A) "-lo", em "associá-lo" (linha 5), refere-se a "poder" (linha 2).

(B) "deles" (linha 8) refere-se a "comitês dos partidos" (linha 7).

(C) "isso" (linha 8) refere-se a "discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos" (linha 7-8).

(D) "ao qual" (linha 11) refere-se a "parlamentar escolhido" (linha 10).

Resposta: D

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Comentário:

(A) O pronome "-lo" refere-se diretamente ao substantivo "poder" da linha 5. Textualmente, entendemos que esse poder do eleitor refere-se, mesmo que indiretamente, ao "poder" (linha 2), cuja descentralização é exigida pelo sistema democrático.

(B) Observe o reforço para o referente com os advérbios "dentro" e "fora" (dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles).

(C) É natural o pronome "isso" retomar toda a estrutura oracional anterior. Foi justamente isso que ocorreu nesta alternativa.

(D) ...o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas.

A locução verbal "deverá dar" é transitiva direta e indireta, seu objeto direto é "explicações periódicas" e seu objeto indireto é "ao qual". Contextualmente, entendemos que o sujeito dessa locução verbal está elíptico, referindo-se a "parlamentar escolhido". Ele deve dar explicações periódicas ao eleitor múltiplo e bem identificado, por isso o pronome relativo "ao qual" retoma esse eleitor.

Questão 35: (MPOG / 2008 / Analista) Fragmento de texto: As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano. No trecho "Mexeram em seus horários", o pronome "seus" refere-se a "empregados". Resposta: E Comentário: O pronome "seus" retoma "empresas" (horários das empresas).

VERBO Os verbos desempenham uma função vital em qualquer língua, e, no

português, não seria diferente. É em torno deles que se organizam as orações e os períodos, consequentemente, é em torno deles que se estrutura o pensamento.

É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar) e outros processos.

Nesta aula, abordaremos o assunto verbo naquilo que é importante para a banca CESPE, a qual cobra praticamente de duas formas este assunto:

a) o reconhecimento dos tempos e modos verbais; b) o emprego desses tempos e modos verbais;

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1. O que são formas nominais?

Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e adjetivo). Veja:

Infinitivo: termina em "r" (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta como substantivo em construções do tipo "Amar é viver" (Amor é vida); "Estudar é bom" (Estudo é bom).

Gerúndio: normalmente termina em "ndo" (cantando, sabendo, partindo). Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo "Amanhecendo, vou a sua casa" (valor adverbial de tempo: quando amanhecer); "Estudando, passarei no concurso" (valor adverbial de condição: se estudar).

Particípio: (normalmente termina em "do": cantado, sabido, partido). Algumas vezes ocupa valor de adjetivo, em construções do tipo: "Ele é abençoado"; "Janaína foi demitida".

Veja a aplicação disso na prova.

Questão 36: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto:

Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006.

Também a partir do assentamento, essa família passa a participar de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal. Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto: "investidos" (linha 1), "aplicados" (linha 10), "beneficiando" (linha 13) e "assentados" (linha 13). Resposta: E Comentário: Note que esses vocábulos são gerados dos verbos "investir", "aplicar", "beneficiar" e "assentar". Com a inserção da desinência de particípio "do", esse vocábulo pode, a depender do contexto, transformar-se em adjetivo. Justamente isso foi cobrado na questão. Perceba que o particípio pode ser contextualmente trabalhado como adjetivo. Mas o verbo "beneficiando" recebeu o sufixo "ndo"; portanto não pode ser adjetivo, apenas verbo.

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Questão 37: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto. O vocábulo "Somado" é forma nominal no particípio e introduz oração reduzida com valor condicional. Resposta: E Comentário: O vocábulo "Somado" possui o sufixo "do" marcando o particípio. Isso quer dizer que realmente há uma oração reduzida de particípio; mas o problema é que não há valor de condição, mas tempo ou até causa . Veja:

Depois que foi somado aos nomeados desde 2003... Porque foi somado aos nomeados desde 2003...

Questão 38: (Detran - ES / 2011 / nível superior) Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades e dos bairros antigos. A expressão "de forma a reduzir" poderia ser substituída pela forma verbal reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período sintático em que ocorre. Resposta: E Comentário: Não se pode substituir a expressão "de forma a reduzir" por reduzindo, tendo em vista que esta oração é coordenada à segunda "construir espaços e tempos sociais", a qual também, por paralelismo, encontra-se iniciada por verbo no infinitivo. O uso de gerúndio em "reduzindo" forçaria o uso de gerúndio também em "construindo". Veja:

...de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais... ... reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construindo espaços e tempos sociais...

2. É importante sabermos a estrutura do verbo?

Olha, entender a estrutura da palavra nos ajuda a saber seu sentido, sua flexão etc. No caso dos verbos, entender a sua estrutura nos ajuda a entender a conjugação, que fará diferença no sentido do verbo no texto. Então, vamos à estrutura do verbo. (NÃO DECORE, procure apenas entender)

Estrutura das formas verbais:

Há três tipos de morfemas (partes da palavra) que participam da estrutura das formas verbais: o radical, a vogal temática e as desinências.

a. radical - é o morfema que concentra o significado essencial do verbo:

estud-ar vend-er permit-ir am-ar beb-er part-ir cant-ar escond-er proib-ir

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b. Vogal temática - é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Há três vogais temáticas:

-a- caracteriza os verbos da primeira conjugação: solt-a-r, cant-a-r

-e- caracteriza os verbos da segunda conjugação: viv-e-r, esquec-e-r

O verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor, etc) pertencem à segunda conjugação, pois sua vogal temática é -e-, obtida da forma portuguesa arcaica poer, do latim poere.

-i- caracteriza os verbos da terceira conjugação: assist-i-r, decid-i-r

O conjunto formado pelo radical e pela vogal temática recebe o nome de tema. Assim:

Essas desinências serão fundamentais para notarmos em que modos e tempos os verbos estão e com isso sabermos empregá-los. Mais à frente em nossa aula, faremos a conjugação do verbo e você terá discriminado cada morfema para entender melhor o processo de conjugação. Como dissemos, sem decoreba.

3. Uma das desinências aponta o modo verbal. Mas o que é MODO VERBAL?

Podemos entender os modos verbais como os divisores dos tempos verbais. Cada modo possui tempos verbais peculiares. Os modos verbais são: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Entendê-los é importante para sabermos seu emprego no texto. Veja:

Indicativo: transmite certeza, convicção:

Eu estudo todos os dias.

Subjuntivo: transmite dúvida, incerteza, possibilidade:

Talvez eu estude ainda hoje.

Imperativo: transmite ordem, pedido, solicitação, conselho:

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Estude, pois esta matéria é importante para a prova.

Então vejamos a flexão dos verbos em cada tempo e em seguida o emprego do tempo verbal.

Para fins didáticos, vamos notar algumas letras com contornos diferentes para chamar sua atenção quanto à estrutura do verbo. Isso é apenas para facilitar seu entendimento da conjugação. As letras marcadas em negrito são vogais temáticas, as sublinhadas são desinências número-pessoais. O morfema entre a vogal temática e a desinência número-pessoal é a desinência modo-temporal, marcada com contorno.

eu estudo vendo permito tu estudas vendes permites ele estuda vende permite nós estudamos vendemos permitimos vós estudais vendeis permitis eles estudam vendem permitem

4.a.2 Quando empregamos este tempo verbal?

a. Geralmente se diz que o presente do indicativo é o tempo que indica processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momento em que se fala ou escreve:

Estou em São Paulo. Não confio nele.

b. Na verdade, o presente do indicativo vai muito além. Pode também expressar processos habituais, regulares, ou aquilo que tem validade permanente:

Tomo banho todos os dias. Durmo pouco. Todos os cidadãos são iguais perante a lei. A Terra gira em torno do Sol.

Muitas vezes a banca CESPE cobra a substituição deste tempo verbal simples pela locuções verbais "vir + gerúndio" e "ter + particípio". Veja:

Eu estudo todos os dias. Eu venho estudando todos os dias. Eu tenho estudado todos os dias.

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4. Os tempos de modo INDICATIVO

Agora, em cada modo verbal, vamos inserir os tempos. O trabalho será o seguinte: cada tempo será explorado de forma a você simplesmente reconhecê-lo, identificá-lo (isso é alvo da prova) e em seguida você conhecerá seu emprego (também alvo de muitas provas).

4.a.1 Reconhecimento do tempo PRESENTE DO INDICATIVO

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c. Pode também ser empregado para narrar fatos passados, conferindo-lhes atualidade. É o chamado presente histórico:

No dia 17 de dezembro de 1989, pela primeira vez em quase trinta anos, o povo brasileiro elege diretamente o presidente da República. Iludida pelos meios de comunicação, a população não percebe que está diante de um farsante. Mas a verdade não demora a chegar. O presidente-atleta logo mostra quem é. Seu braço direito, PC Farias, saqueia o país. Forma-se uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as atividades ilícitas da dupla. Em alguns meses, os escândalos apurados são tantos, que só resta ao aventureiro renunciar.

d. O presente também pode ser usado para indicar um fato futuro próximo e de realização tida como certa:

Daqui a pouco, a gente volta. Embarco no próximo sábado.

e. Utilizado com valor imperativo, o presente constitui uma forma delicada e familiar de pedir ou ordenar alguma coisa:

Artur, agora você se comporta direitinho. Depois, vocês resolvem esse problema para mim.

Obs.: O emprego deste tempo verbal normalmente é cobrado combinado com o presente do subjuntivo, que será visto adiante.

Questão 39: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. Na frase que se inicia por "A série", a substituição da forma verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido do texto. Resposta: E Comentário: Pode-se, contextualmente, trocar o presente do indicativo pelo pretérito perfeito do indicativo, pois isso não altera o sentido: "A série de dados do CAGED tem início em 1992". O verbo grifado encontra-se no presente do indicativo com valor de presente histórico. Esse emprego é comum quando se quer contar um fato ocorrido no passado, mas avivando-o utilizando o presente, como "Então em 1992, Fernando Collor sucumbe à multidão.", "Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil em 1500.". A troca pelo pretérito perfeito do indicativo é natural e não causa incoerência: Então em 1992, Fernando Collor sucumbiu à multidão.", "Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500.". O mesmo ocorre com o texto: "A série de dados do CAGED teve início em 1992."

Questão 40: (TRE - ES / 2011 / nível superior) Texto:

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As eleições no Brasil mobilizam os veículos de informação também pelo anedotário que produzem. Curiosamente, a presença crescente de indígenas no processo eleitoral nos é transmitida exatamente nesse registro. De certo modo, a participação dos indígenas na disputa por vagas nos Poderes Legislativo e Executivo é apresentada no mesmo tom de estranheza com que o jornalismo brasileiro descreve xinguanos paramentados com sandálias havaianas e calções adidas. É como se a candidatura indígena selasse, solenemente, a inexorável aculturação.

Para além desse anedotário há, de fato, muito que refletirmos. Afinal, os mais diversos povos indígenas estão lidando com as grandes instituições da sociedade branca e com processos políticos pertencentes a uma gramática social e simbólica que lhes é absolutamente estranha, ao menos na maneira como estamos acostumados a pensar. A começar pela representação política, que envolve, no mínimo, premissas e categorias mentais muito distintas dos modos nativos de fazer política.

A política, que em muitas formulações nativas atravessa a vida social de maneira ampla, articulando-se simultaneamente às regras do parentesco, ao complexo ritual e religioso, ao discurso cosmológico, passa então a circular em uma ordem específica, a ordem política, regida por uma racionalidade burocrática e fundamentada em valores que se pretendem universalmente válidos. Formas tradicionais de liderança política — como, por exemplo, a assumida pelo sábio ancião, com sua oratória sensível, seu zelo pela reatualização permanente do legado mitológico e da tradição, seu prestígio guerreiro — cedem lugar para uma nova forma de liderança, dessa vez protagonizada por jovens talentosos, escolarizados, falantes do português, minimamente conhecedores dos códigos e peculiaridades do mundo dos brancos.

Marcos Pereira Rufino. Instituições dos brancos. Internet: <www.pib.socioambiental.org>, set./2000 (com adaptações).

A locução verbal "estão lidando" (linha 8) poderia ser substituída pela forma verbal lidam, sem prejuízo da correção gramatical ou do sentido do texto. Resposta: E Comentário: Esta foi uma pegadinha! Dependeu muito do contexto, porque normalmente isso seria possível.

Note que o texto abarca a presença crescente de indígenas no processo eleitoral de maneira curiosa, estranha, mostrando a comicidade advinda dos paramentos dos xinguanos. Tudo isso nos prova algo diferente do que a cultura branca está acostumada. Assim foi dito que "os mais diversos povos indígenas estão lidando com as grandes instituições da sociedade branca". Isso não é o natural, segundo as concepções e registros históricos dos brancos. Por isso a autor usou a locução verbal "estão lidando", pois esta locução transmite uma idéia continuada em tempo específico (atualmente), contrapondo-se naturalmente ao que era as candidaturas ao longo da história.

Se o autor quisesse mostrar que esse convívio entre os hábitos indígenas e os do branco eram normais ao longo da história, com certeza, preferiria usar o verbo no presente "lidam".

Assim, a substituição da locução verbal "estão lidando" por "lidam", neste contexto mudaria o sentido e a argumentação do texto.

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4.b.1. Reconhecimento do tempo PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO

eu estudava vend a permitSa tu estudava s vend as permitSa s ele estudava vend a permitSa nos estudáva mos vend amos permitia mos vós estudáve is vend' eis permitle is eles estudava m vend am permitSa m

Perceba as desinências modo-temporais "-va" (primeira conjugação) e "-ia" (segunda conjugação).

4.b.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. Esse tempo tem várias aplicações. Pode transmitir uma ideia de continuidade, de processo que no passado era constante ou frequente:

Estavam todos muito satisfeitos com o desempenho da equipe. Entre os índios, as mulheres plantavam e colhiam; os homens

caçavam e pescavam.

Naquela época, eu almoçava lá todos os dias.

b. Ao nos transportarmos mentalmente para o passado e procurarmos falar do que então era presente, também empregamos o pretérito imperfeito do indicativo:

Eu admirava a paisagem. A vida passava devagar. Quase nada se movia.

Uma pessoa aparecia aqui, um cão latia ali, mas, no geral, tudo era muito quieto.

c. É usado para exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de outro:

O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela. A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo

gol.

Pode substituir o futuro do pretérito, tanto na linguagem coloquial como na literária:

Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela. "Se eu fosse você, eu voltava pra mim."

d. Pode relacionar-se com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (o qual será visto adiante) em orações substantivas.

Esperava-se que o artista cantasse e dançasse.

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4.c.1. Reconhecimento do tempo PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

eu estudei vendi permiti tu estudaste vendeste permitiste ele estudou vendeu permitiu nós estudamos vendemos permitimos vós estudastes vendestes permitistes eles estudara m venderam permitira m

4.c.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O pretérito perfeito simples exprime os processos verbais concluídos e localizados num momento ou período definido do passado:

Em 1983, o campeão brasileiro da Segunda Divisão foi o Juventus. Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no século

antepassado. b. O pretérito perfeito composto exprime processos que se repetem ou prolongam até o presente:

Tenho visto coisas em que ninguém acredita. Os professores não têm conseguido melhores condições de trabalho. Veja que já comentamos que este tempo verbal, a depender do contexto,

pode substituir o presente do indicativo.

Questão 41: (PGM RR / 2010 / Superior) Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços. A expressão "nas últimas décadas" permite a substituição de "tem gerado" por gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar de alterar as relações semânticas entre as ideias. Resposta: E Comentário: Note que "tem gerado" está no tempo pretérito perfeito composto, visto acima. Pelo contexto e principalmente pela locução adverbial de tempo "nas últimas décadas", haveria a possibilidade da substituição desse tempo pelo pretérito perfeito simples ("gerou"). O problema é que há uma estrutura coordenada, com duas locuções verbais "tem gerado ... e (tem) aumentado...". Note que a última locução verbal possui o verbo auxiliar "tem" subentendido, pois este se encontra explícito na locução anterior. Por isso, não se pode realizar tal substituição.

4.d.1. Reconhecimento do tempo PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO DO INDICATIVO

eu estudara vendera permitira tu estudara s vendera s permitira s ele estudara vendera permitira nós estudára mos vendêra mos permitira mos vós estudáre is vendêre is permitira is eles estudara m vendera m permitira m

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Perceba a desinência modo-temporal "-ra" átona. Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para "-re".

4.d.2. Quando empregamos este tempo verbal?

O pretérito-mais-que-perfeito exprime um processo que ocorreu antes de outro processo passado:

Era tarde demais quando ela percebeu que ele se envenenara.

O fato de ele ter-se envenenado é anterior ao fato de ela ter percebido. Envenenara é, por isso, mais-que-perfeito, ou seja, mais velho que o perfeito (percebeu).

Na linguagem do dia-a-dia, usa-se muito pouco a forma simples do pretérito mais-que-perfeito; é comum, entretanto, na linguagem formal, bem como em algumas expressões cristalizadas ("Quem me dera!", "Quisera eu...").

Prefere-se na linguagem cotidiana o pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto. Ele é constituído do verbo "ter" ou "haver" empregados no tempo pretérito imperfeito do indicativo (tinha ou havia), seguidos do particípio. Veja:

Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara)

Quando usado no lugar do futuro do pretérito do indicativo ou do pretérito imperfeito do subjuntivo, o mais-que-perfeito simples confere solenidade à expressão:

"E, se mais mundo houvera, lá chegara." (Camões)

Compare com:

E, se mais mundo houvesse, lá chegaria.

Questão 42: (Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior) Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um derrame cerebral. Vivia envolvido com "sirigaitas", como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais crônicos. O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais "jogava" e "nadava" fossem substituídas por jogara e nadara. Resposta: E Comentário: Os verbos no pretérito imperfeito do indicativo "jogava" e "nadava" transmitem valor de regularidade, hábito, no tempo passado. Já o verbo "pegara", no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, transmite valor pontual de um passado em relação a outro, que é "ter um derrame cerebral". Ao se substituir o pretérito imperfeito pelo mais-que-perfeito jogara e nadara, esses verbos deixarão de transmitir uma regularidade no passado e transmitirão um dado pontual no passado, o que acarretaria prejuízo de coerência no texto.

Questão 43: (TRE - TO/ 2006 / Analista) Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para

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preencher a vaga do finado Aristides Lobo. A substituição de "estivera" por tinha estado prejudica a correção gramatical do período. Resposta: E Comentário: O erro na questão foi o vocábulo "prejudica", pois vimos que o tempo composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo tem a seguinte estrutura: verbo auxiliar no pretérito imperfeito do indicativo (tinha/havia) seguido do verbo principal no particípio. Então a substituição é possível.

4.e.1. Reconhecimento do tempo FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO

eu estudare i vendere i permitire i tu estudará s venderá s permitirá s ele estudará venderá permitirá nós estudare mos vendere mos permitire mos vós estudare is vendere is permitire is eles estudar! o vender! o permitir! o

Perceba a desinência modo-temporal "-ra" tônica. Note que essa desinência em algumas pessoas do discurso varia para "-re".

4.e.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O futuro do presente simples expressa basicamente processos tidos como certos ou prováveis, mas que ainda não se realizaram no momento em que se fala ou escreve:

Estarei lá no próximo ano. Jamais a terei a meu lado.

b. Pode-se usar esse tempo com valor imperativo, com tom enfático e categórico:

"Não furtarás!" Você ficará aqui a noite toda.

c. Em outros casos,essa forma imperativa parece mais branda e sugere a necessidade de que se adote certa conduta:

Você compreenderá a minha atitude. Pagarás quando puderes.

d. O futuro do presente simples também pode expressar dúvida ou incerteza em relação a fatos do presente:

Ela terá atualmente trinta e cinco anos. Será Cristina quem está lá fora?

e. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do presente se relaciona com o futuro do subjuntivo para indicar processos cuja realização é tida como possível:

Se tiver dinheiro, pagarei à vista. Se houver pressão popular, as reformas sociais virão.

f. Quando este tempo for composto, isto é, o verbo auxiliar for "ter" ou "haver" no tempo futuro, seguido de outro verbo no particípio, por exemplo (terei

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estudado), ele expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já passado em relação a outro fato futuro. Isso acontece por influência da forma nominal particípio:

Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. Quando eu voltar ao trabalho, você já terá entrado em férias.

g. O futuro do presente simples é muito pouco usado na linguagem cotidiana. Em seu lugar, é normal o emprego de locuções verbais com o infinitivo, principalmente as formadas pelo verbo ir:

Vou chegar daqui a pouco. Estes processos vão ser analisados pelo promotor.

4.f.1. Reconhecimento do tempo FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

eu estudaria venderia permitiria tu estudaria s venderias permitiria s ele estudaria venderia permitiria nós estudaria mos venderia mos permitiria mos vós estuda rie is venderie is permitiri eis eles estudaria m venderiam permitiria m

Perceba a desinência modo-temporal "-ria". Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para "-rie".

4.f.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O futuro do pretérito simples expressa processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo:

Concluí que não seria feliz ao lado dela. Muito tempo depois, chegaria a sensação de fracasso.

b. Também se emprega esse tempo para expressar dúvida, incerteza ou hipótese em relação a um fato passado:

Estariam lá mais de vinte mil pessoas. Ela teria vinte anos quando gravou o primeiro disco. Se ela conversasse menos, teria facilidade na matéria.

c. Usado no lugar do presente do indicativo, o pretérito imperfeito denota cortesia:

Queria pedir-lhe uma gentileza.

d. Esse tempo também expressa dúvida sobre fatos passados:

Teria sido ele o mentor da fraude?

e. O futuro do pretérito simples expressa processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo:

Concluí que não seria feliz ao lado dela. Muito tempo depois, chegaria a sensação de fracasso.

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f. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito se relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos tidos como de difícil concretização:

Se ele quisesse, tudo seria diferente. Viveria em outro lugar se pudesse.

g. O futuro do pretérito composto expressa um processo encerrado posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente:

Partiu-se do pressuposto de que às cinco horas da tarde o comício já teria sido encerrado.

Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com outro clube.

h. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito composto se relaciona com o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, exprimindo processos hipotéticos ou de realização desejada, mas já impossível:

Se ele me tivesse procurado antes, eu o teria ajudado. O país teria melhorado muito se tivessem sido feitos investimentos na

educação e na saúde.

Questão 44: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Fragmento do texto: Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo tempo e por definição — o fim do sistema político interestatal. O emprego do futuro do pretérito em "significaria" é decorrente do emprego de estrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no imperfeito do subjuntivo. Resposta: C Comentário: A banca quis testar seus conhecimentos de correlação de modo e tempo verbal. Veja as frases abaixo:

"... se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso significaria (...) o fim do sistema político interestatal."

... se o mundo chegar a esse ponto e constituir um império global, isso significará (...) o fim do sistema político interestatal. Na frase 1, observe que as condições no passado (com os verbos

"chegasse" e "constituísse" no pretérito imperfeito do subjuntivo) resultam em um verbo no futuro do pretérito do indicativo (no caso, o verbo "significaria"), conforme o que foi afirmado nesta questão.

Ao mudarmos os tempos verbais nas condições para o futuro do subjuntivo (chegar, constituir), o resultado será um verbo no futuro do presente do indicativo (significará). Isso corrobora a afirmativa da questão.

Questão 45: (TRE - GO / 2008 / Analista) Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo sublinhado em

A "a verdade estaria inscrita". B "o interesse circunscrevia-se". C "não haveria mais uma verdade filosófica".

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D "o significado de verdade seria o de expressão". Resposta: B Comentário: Esta questão envolvia um texto com apontamentos das linhas de cada verbo. Isso faria com que o candidato verificasse cada verbo no texto, para depois interpretar se transmite a ideia de realidade. Mas não precisamos disso. Sabemos que o futuro do pretérito do indicativo transmite possibilidade, hipótese. Os verbos das alternativas (A), (C) e (D) estão neste tempo verbal. Por isso a alternativa correta é a (B), pois o verbo "circunscrevia" está no tempo pretérito imperfeito do indicativo e pode ser interpretado como algo que ocorria em seu sentido real, concreto.

Os tempos do modo SUBJUNTIVO

4.g.1. Reconhecimento do tempo PRESENTE DO SUBJUNTIVO

eu estude venda permite tu estudes vendas permites ele estude venda permite nós estudemos vendamos permitamos vós estudeis vendais permitais eles estudem vendam permitem

Dica: insira o advérbio "talvez" antes deste tempo verbal (talvez eu estude). Isso sempre ajuda.

É importante lembrar que a vogal temática "a" se transforma em desinência modo-temporal "e" no presente do subjuntivo. Se houver vogal temática "e" ou "i", naturalmente teremos desinência modo-temporal "a" no presente do subjuntivo. Veja:

Não importa o nome, mas sim a modificação destas vogais!!!!!

4.g.2. Quando empregamos este tempo verbal?

O presente do subjuntivo normalmente expressa processos hipotéticos, que muitas vezes estão ligados ao desejo, à suposição:

"Quero que tudo vá para o inferno!" Suponho que ela esteja em Roma. Caso você vá, não deixem que o explorem. Talvez ela não o ame mais.

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Questão 46: (Detran - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito", afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável. No trecho "ainda que permaneçam", o emprego da forma verbal no modo subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva "ainda que". Resposta: C Comentário: Quando o verbo faz parte de uma oração subordinada adverbial concessiva e essa oração encontra-se desenvolvida, isto é, iniciada por conjunção (embora, conquanto) ou locução conjuntiva (mesmo que, ainda que, ainda quando, apesar de que); o modo verbal empregado deve ser o subjuntivo. Perceba, então, que a locução conjuntiva "ainda que" inicia a oração subordinada adverbial concessiva e por isso o verbo "permaneçam" encontra-se no presente do subjuntivo.

Questão 47: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Na oração "que tenha sido completamente formada na era da Internet", a forma verbal "tenha" poderia ser substituída por haja, sem alteração do sentido ou da correção gramatical do texto. Resposta: C Comentário: Os tempos compostos normalmente são formados pelos verbos auxiliares "ter" ou "haver" seguidos do particípio. Nesta questão, observamos a locução verbal "tenha sido formada". O verbo "tenha" encontra-se no presente do subjuntivo e podemos substituí-lo pelo verbo "haver" em mesmo tempo verbal. Por isso a troca por "haja" está plenamente de acordo com a gramaticalidade e com o sentido.

Questão 48: (Detran - ES / 2011 / nível superior) Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor distribuição das funções. No trecho "haja melhor distribuição das funções", o emprego do modo subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de ocorrência de melhor distribuição de funções. Resposta: C Comentário: O verbo no presente do subjuntivo é usado como possibilidade de execução, hipótese, e nunca como certeza de algo. Para esta se usa o presente do indicativo (há). Por isso a afirmativa está correta.

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4.h.1. Reconhecimento do tempo PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO

Dica: insira a conjunção "se" antes deste tempo verbal (se eu estudasse). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal "-sse".

4.h.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O imperfeito do subjuntivo expressa processo de limites imprecisos, anteriores ao momento em que se fala ou escreve:

Fizesse sol ou chovesse, não dispensava uma volta no parque. Os baixos salários que o pai e a mãe ganhavam não permitiam que ele estudasse.

b. O imperfeito do subjuntivo é o tempo que se associa ao futuro do pretérito do indicativo quando se expressa circunstância de condição ou concessão:

Se ele fosse politizado, não votaria naquele farsante. Embora se esforçasse, não conseguiria a simpatia dos colegas.

c. Também se relaciona com os pretéritos perfeito e imperfeito do indicativo:

Sugeri-lhe que não vendesse a casa. Esperava-se que todos aderissem à causa.

d. Também é importante observarmos o verbo auxiliar neste tempo verbal, juntando-se a um verbo no particípio, formando um tempo composto (pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo). Ele expressa um processo anterior a outro processo passado:

Esperei que tivesse exposto completamente sua tese para contrapor meus argumentos.

e. Esse tempo pode associar-se ao futuro do pretérito simples ou composto do indicativo quando são expressos fatos irreais e hipotéticos do passado:

Se me tivesse apresentado na data combinada, já seria funcionário da empresa. Mesmo que ela o tivesse procurado, ele não a teria recebido.

Questão 49: (Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio) Fragmento do texto: O Museu do Cairo, onde está a múmia do faraó, aprovou que o crânio fosse examinado com raio X: encontrou-se um fragmento de osso, o que fez aumentar as especulações de que sua morte fora provocada por agressão — os especialistas asseguram que o famoso golpe recebido na cervical foi aplicado enquanto a vítima dormia ou estava em posição horizontal. Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir "fosse"

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eu estudas se vendes se permitis se tu estudas ses vendes ses permitis ses ele estudas se vendes se permitis se nós estudás semos vendês semos permitís semos vós estudás seis vendês seis permitís seis eles estudas sem vendes sem permitis sem

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por fora. Resposta: E Comentário: O verbo "fosse" (pretérito imperfeito do subjuntivo) traduz uma ideia de possibilidade (O museu aprovou a possibilidade de exame do crânio). Com a substituição para o pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, transmitiria a ideia de que o crânio já havia sido examinado antes da aprovação pelo museu (passado do passado), o que seria incoerente no texto.

Questão 50: (TRE - TO/ 2006 / Analista)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (... ) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

O emprego do subjuntivo em "quando houvesse" (linhas 10-11) justifica-se por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida. Resposta: E Comentário: O verbo "houvesse" (pretérito imperfeito do subjuntivo) transmite ideia de suposição, por isso não se pode entender afirmativa sobre uma ação já decorrida.

Questão 51: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais, de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero. Em "que vá de uma região a outra", a forma verbal "vá" poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto ou para a sua correção gramatical, pela forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse. Resposta: E Comentário: O verbo "vá" encontra-se no presente do subjuntivo e transmite a possibilidade de ação. Perceba que isso é reiterado pela combinação com

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outros verbos no presente (do indicativo) "pode", "consegue". A substituição por "fosse" levaria o verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo, o qual passaria transmitir uma hipótese. Isso ainda levaria os verbos destacados no presente em combinação no futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo, respectivamente. Veja: ... o simples translado de um trabalhador, que fosse de uma região a outra, poderia representar ascensão

substancial, se ele conseguisse incorporar-se a um núcleo mais próspero.

4.i.1. Reconhecimento do tempo FUTURO DO SUBJUNTIVO eu estudar vender permitir tu estudar es vender es permitires ele estudar vender permitir nós estudar mos vender mos permitir mos vós estudar des vender des permitir des eles estudar em vender em permitir em

Dica: insira a conjunção "quando" antes deste tempo verbal (quando eu estudar). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal "-r".

4.i.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. Na forma simples, indica fatos possíveis, mas ainda não concretizados no momento em que se fala ou escreve:

Quando comprovar sua situação, será inscrito. Quem obtiver o primeiro prêmio receberá bolsa integral. Se ela for a Siena, não quererá mais sair de lá.

b. Esse tempo normalmente se associa ao futuro do presente do indicativo quando se expressa circunstância de condição:

Se fizer o regime, emagrecerá rapidamente.

c. O futuro do subjuntivo composto expressa um processo futuro que estará terminado antes de outro, também futuro:

Quando tiverem concluído os estudos, receberão o diploma. Iremos embora depois que ela tiver adormecido.

d. Na forma simples, indica fatos possíveis, mas ainda não concretizados no momento em que se fala ou escreve:

Quando comprovar sua situação, será inscrito. Quem obtiver o primeiro prêmio receberá bolsa integral. Se ela for a Siena, não quererá mais sair de lá.

e. Esse tempo normalmente se associa ao futuro do presente do indicativo quando se expressa circunstância de condição:

Se fizer o regime, emagrecerá rapidamente.

f. O futuro do subjuntivo composto expressa um processo futuro que estará terminado antes de outro, também futuro:

Quando tiverem concluído os estudos, receberão o diploma. Iremos embora depois que ela tiver adormecido.

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Questão 52: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto:

É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. É uma substituição correta para o texto trocar "se forem" por caso sejam. Resposta: C Comentário: A condição expressa na oração "se forem" possui verbo no futuro do subjuntivo. Note que a oração principal possui verbo no presente do indicativo "de nada adianta". Assim, abre-se a possibilidade de também passarmos a condição no tempo presente do subjuntivo. Por isso, a afirmativa está correta.

O modo IMPERATIVO

4.j.1. Reconhecimento do modo verbal

b) imperativo afirmativo: a segunda pessoa do singular e a segunda pessoa do plural são retiradas diretamente do presente do indicativo, suprimindo-se o -s final: tu estudas - estuda tu; vós estudais - estudai vós. As formas das demais pessoas são exatamente as mesmas do presente do subjuntivo. Lembre-se de que não se conjuga a primeira pessoa do singular no modo imperativo;

c) imperativo negativo: todas as pessoas são idênticas às pessoas correspondentes do presente do subjuntivo, excluindo-se a primeira pessoa do singular.

ESQUEMA DE FORMAÇAO DOS TEM INDICATIVO

POS DERIVADOS DO PRESENTE DO (EX.: OPTAR)

PRESENTE DO INDICATIVO

IMPERATIVO AFIRMATIVO

IMPERATIVO NEGATIVO

PRESENTE DO SUBJUNTIVO

opto - - opte optas • opta não optes < optes opta opte * não opte < opte optamos optemos < não optemos M optemos optais • optai não opteis < opteis optam optem M não optem M optem

Obs.: É muito comum na língua coloquial o emprego das formas verbais de segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo com o pronome você:"-Vem pra caixa você também!", por exemplo, fez parte de um famoso texto publicitário poucos anos atrás. Essa mistura de tratamentos não é admissível na língua culta; para evitá-la deve-se uniformizar o tratamento na segunda pessoa ("Vem...tu") ou na terceira pessoa ("Venha...você").

Questão 53: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código

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Penal. E uma substituição correta para o texto trocar "têm de ser" por devem ser. Resposta: C Comentário: Veja que trocamos um verbo do presente do indicativo "têm" por outro também no presente ("devem"). A locução verbal "têm de ser" transmite uma ideia de obrigação. Essa mesma ideia é conservada com o verbo "devem". Por isso, a troca está de acordo com o contexto.

Questão 54: (TRE - TO/ 2006 / Técnico)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

O emprego da primeira pessoa do plural em "deixamos" (linha 2), "dizemos" (linha 5), "nós" (linha 7) e "temos" (linha 12) indica a inclusão do autor e do leitor na informação. Resposta: C Comentário: Nos textos informativos ou argumentativos, é normal o autor se valer da primeira pessoa do plural para aproximar o leitor de sua forma de escrita. Por isso está correta a afirmativa.

Questão 55: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: Mas desperdício é deixar como está. A população carcerária no Brasil é composta fundamentalmente por jovens entre 18 e 29 anos de idade. O vocábulo "jovens" classifica-se, no texto, como adjetivo. Resposta: E Comentário: Veja que o vocábulo "jovens" cumpre a função sintática de agente da passiva, papel desempenhado por termo substantivo. Por isso, "jovens" não é adjetivo.

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Questão 56: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: A análise mostrou maior atividade na área de tomada de decisões e raciocínio complexo no cérebro das pessoas acostumadas à tecnologia. Apontou também que os inexperientes, após algum tempo, começavam a se igualar aos conectados. As palavras "inexperientes" e "conectados", pertencentes à classe dos adjetivos, estão empregadas, no texto, como substantivos. Resposta: C Comentário: Os vocábulos "inexperientes" e "conectados" são adjetivos. Mas veja o pedido da questão, foi pedido que se analisasse essas palavras dentro do texto. Veja que esses vocábulos recebem o artigo "os". Isso os caracteriza como substantivos.

Questão 57: (TSE / 2007 / Técnico) Fragmento de texto: Mário de Andrade assim justificou a necessidade de aprofundar o estudo etnológico: "Nós não precisamos de teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo progresso invasor (...)." A substituição de "assim justificou" por justificou da seguinte maneira prejudica a correção gramatical do período. Resposta: E Comentário: O erro foi afirmar que prejudicaria a correção gramatical, pois "assim", neste contexto, é um advérbio de modo e pode ser corretamente substituído por da seguinte maneira.

Questão 58: (PM - ES / 2010 / nível médio) Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade. A formação dos vocábulos "lamentavelmente" e "plenamente" ocorre de maneira idêntica: a partir do acréscimo do sufixo -mente a um adjetivo. Resposta: C Comentário: O adjetivo "lamentável" recebe o sufixo "mente" e se transforma em advérbio de modo: lamentavelmente. Também o adjetivo "pleno", ao receber o sufixo "mente", transforma-se em no advérbio de modo "plenamente".

Índice das provas analisadas

Prova: (Polícia Federal / 2004 / nível médio) Prova: (ANVISA / 2004 / Superior) Prova: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Prova: (TRE - TO / 2006 / Analista) Prova: (TRE - TO / 2006 / Analista) Prova: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Prova: (TRE - TO/ 2006 / Analista) Prova: (TRE - TO/ 2006 / Técnico) Prova: (Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio)

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Prova: (TSE / 2007 / Analista) Prova: (TSE / 2007 / Técnico) Prova: (TRE - TO / 2007 / Analista) Prova: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Prova: (PM - ES / 2007 / nível médio) Prova: (TRE-AP / 2007 / Analista) Prova: (MPOG / 2008 / Analista) Prova: (TRE - GO / 2008 / Analista) Prova: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Prova: (IBRAM / 2009 / Superior) Prova: (Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior) Prova: (Agente educacional / 2010 / nível médio) Prova: (FUB / 2010 / Médio) Prova: (FUB / 2010 / Superior) Prova: (PGM RR / 2010 / Superior) Prova: (PMDF/CHOAEM 2010) Prova: (Detran - ES / 2011 / nível médio) Prova: (Detran - ES / 2011 / nível superior) Prova: (PM - ES / 2010 / nível médio) Prova: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Prova: (TRE - ES / 2011 / nível superior)

Qualquer dúvida, entre em contato pelo fórum, ok!

Até nosso próximo encontro! Grande abraço.

Terror

Lista de questões

Questão 1: (TSE / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Um dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Na expressão "contei-lhe", "lhe" exerce a função de objeto direto.

Questão 2: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos." Era o reconhecimento de um direito. Em "emitir-lhes", o pronome exerce a função de objeto direto.

Questão 3: (FUB / 2010 / Médio) Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois

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de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma produtiva parceria. O pronome "lhes" poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer.

Questão 4: (Agente educacional / 2010 / nível médio ) Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Caso a expressão "da chamada poluição urbana" estivesse no plural, a forma verbal "Trata-se" deveria também ser flexionada no plural.

Questão 5: (PMDF/CHOAEM ) Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com destaque para a psicanálise. Em "Radica-se", o pronome indica que o sujeito é indeterminado.

Questão 6: (Polícia Federal / 2004 / nível médio) Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma ilusão de modernidade. (...) A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real transformou sonhos em pesadelos. O emprego do pronome "se" marca a formalidade da linguagem utilizada e indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado, impessoal.

Questão 7: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Julgue a frase quanto à correção gramatical: Sucede-se na comarca os juízes e nos tribunais os relatores de modo que, sobre uma única demanda, várias gerações de magistrados se devam debruçar, reiniciando — como se espera — o estudo do feito desde sua página inicial.

Questão 8: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Mais organizado, letal e violento, o banditismo precisa ser combatido com todas as armas legais que se possam mobilizar. As alternativas não são excludentes. É uma substituição correta para o texto trocar "se possam mobilizar" por possam ser mobilizadas.

Questão 9: (PM - ES / 2010 / nível médio) Fragmento de texto: O currículo não é mais um fim em si, mas um meio bem estruturado para que o indivíduo, na relação entre teoria e prática, se torne capaz de incorporar determinadas habilidades. Em "se torne", o pronome "se" indica sujeito indeterminado.

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Questão 10: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: Em um continente em que países e economias estão interligados não apenas por fronteiras comuns ou por interesses convergentes, mas especialmente por laços comerciais e culturais, é imperioso que se dê atenção ao que está ocorrendo na Venezuela. A substituição de "que se dê atenção" por que atenção seja dada mantém a correção gramatical do período.

Questão 11: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos hiperlinks cerebrais, e a Internet seria uma das formas de comunicação que mais se assemelha a nós próprios. Criador e criatura se influenciam de forma parecida. O vocábulo "se" é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a de marcar reciprocidade de ação.

Questão 12: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o código genético de microrganismos pode se transformar num excelente negócio no futuro. De acordo com os sentidos do texto, a troca da expressão verbal "pode se transformar" por pode vir a ser transformado mantém a correção gramatical e a voz passiva verbal.

Questão 13: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto: "Quando a gente não sabe resolver um problema, não é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, ela cuida de tudo". Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. "Entregue para sua alma, ela resolve para você". Como ele disse, aconteceu. No trecho 'cansar-se bobamente' (linha 2), o pronome 'se' indica reciprocidade.

Questão 14: (MPOG / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não acontece com um homem. A supressão do pronome "se" em "dedicar-se" acarretaria mudança de sentido do período.

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Questão 15: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento de texto: Nas décadas de 70 e 80 do século passado, foram denunciados incêndios propositais na região, provocados por proprietários rurais, com o objetivo de aproveitar os espaços para a pecuária. A substituição de "foram denunciados" por denunciaram-se mantém a correção gramatical do período.

Questão 16: (TRE - TO/ 2006 / Analista)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (... ) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

A substituição de "Tentam-se" (linha 3) por São tentados prejudica a correção gramatical do período.

Questão 17: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Empregando-se a voz ativa e mantendo-se os tempos verbais empregados, o trecho "O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos" seria, corretamente, reescrito da seguinte forma: O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, o vice-rei conde dos Arcos remodelou.

Questão 18: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.° 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.°: "Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida." Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir 'Consideram-se'

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(linhas 2 e 3) por São considerados.

Questão 19: (TSE / 2007 / Analista) Fragmento de texto: As vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. A expressão "lhe foram dados" pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele.

Questão 20: (TRE - TO/ 2006 / Analista) Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. A substituição da expressão "serão definidos" por definir-se-ão garante a correção gramatical do período.

Questão 21: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: Há bactérias que só vivem em locais onde existe petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto. Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta exigidas em um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em "identificá-las" deveria ser empregado antes do verbo: Quem as identificar.

Questão 22: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-se no governo da maioria. Em "deve basear-se", a colocação do pronome "se" antes da forma verbal "deve" atenderia à prescrição gramatical.

Questão 23: (TRE - GO / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Por muitos anos, pensávamos compreender o que era interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente, a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de interpretação. Preservam-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto ao se deslocar o pronome átono em "inquietávamo-nos" para antes do verbo, escrevendo nos inquietava.

Questão 24: (TRE - GO / 2008 / Analista) Fragmento de texto: Censurar, proibir e reprimir são atitudes antipáticas, porque geralmente são vistas pela sociedade como inimigas da liberdade individual, da criatividade e da verdade. A expressão, na voz passiva, "são vistas pela sociedade" corresponde à voz ativa a sociedade vê-nas, que a pode substituir sem prejudicar a correção e a coerência do texto.

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Questão 25: (PGM RR / 2010 / Superior) Fragmento de texto: A cidadania exige modelos econômicos que incluam a todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse sentido. Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se retirar a preposição do termo "a todos".

Questão 26: (Agente educacional - ES / 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Dadas as condições, será uma tarefa hercúlea, mas vale lembrar que temos competência nesse assunto; afinal, foram os professores que partiram das cidades brasileiras que transformaram a realidade dos habitantes de Timor Leste depois da independência e reduziram a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado. No caso haitiano, esse elemento não existe, e a população não só está interessada como apoia qualquer medida nesse sentido. A expressão "esse elemento" (linha 11) refere-se ao antecedente "influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado" (linha 10).

Questão 27: Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a expressão "Dadas as condições" (linha 6) faz alusão à realidade de destruição em que se encontra o Haiti após o terremoto.

Questão 28: A expressão "nesse sentido" (linha 12) retoma a ideia antecedente de "reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano" (linhas 5 e 6).

Questão 29: (PM - ES / 2007 / nível médio) Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir "dos", em "dos que defendiam", por daqueles.

Questão 30: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto: "Quando a gente não sabe resolver um problema, não é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, ela cuida de tudo". Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou

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perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. "Entregue para sua alma, ela resolve para você". Como ele disse, aconteceu. No trecho "Até o esqueço" (linha 7), o pronome "o" se refere ao antecedente "meu molar de parede derruída" (linha 7).

Questão 31: (IBRAM / 2009 / Superior) Fragmento de texto:

As áreas urbanas são as que mais expressam intervenções humanas no meio natural. O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre o ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento da precipitação e as enchentes.

Esta última consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas áreas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nos principais centros urbanos. A partir do último parágrafo do texto, infere-se que o termo "Esta" (linha 8) reporta-se a "enchentes" (linha 7).

Questão 32: (FUB / 2010 / Médio) Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma produtiva parceria. Para as empresas, recrutar gente que passou por lá significa encurtar o complicado processo de busca por bons profissionais. Pela estreita peneira do programa só passam os realmente capazes. Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora. É essa rigorosa seleção que atrai os próprios estudantes. Sobreviver a ela é um sinal claro de excelência, algo que faz todo mundo querer ostentar um carimbo do Teach for America no currículo. O termo "lá" (linha 7) está empregado em referência a "escola pública" (linha 3 )

Questão 33: Na linha 11, a substituição do pronome "ela" por rigorosa seleção manteria o sentido e a correção gramatical do texto.

Questão 34: (TRE - TO/ 2006 / Analista) 1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o

sistema democrático exige a descentralização do poder. Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também

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fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato,

13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil

16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

Acerca das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

(A) "-lo", em "associá-lo" (linha 5), refere-se a "poder" (linha 2).

(B) "deles" (linha 8) refere-se a "comitês dos partidos" (linha 7).

(C) "isso" (linha 8) refere-se a "discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos" (linha 7-8).

(D) "ao qual" (linha 11) refere-se a "parlamentar escolhido" (linha 10).

Questão 35: (MPOG / 2008 / Analista) Fragmento de texto: As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano. No trecho "Mexeram em seus horários", o pronome "seus" refere-se a "empregados". Questão 36: (TRE-AP / 2007 / Analista) Fragmento de texto:

Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006.

Também a partir do assentamento, essa família passa a participar de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal. Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu

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significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto: "investidos" (linha 1), "aplicados" (linha 10), "beneficiando" (linha 13) e "assentados" (linha 13).

Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto. Questão 37: O vocábulo "Somado" é forma nominal no particípio e introduz oração reduzida com valor condicional.

Questão 38: (Detran - ES / 2011 / nível superior) Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades e dos bairros antigos. A expressão "de forma a reduzir" poderia ser substituída pela forma verbal reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período sintático em que ocorre.

Questão 39: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. Na frase que se inicia por "A série", a substituição da forma verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido do texto.

Questão 40: (TRE - ES / 2011 / nível superior) Texto:

As eleições no Brasil mobilizam os veículos de informação também pelo anedotário que produzem. Curiosamente, a presença crescente de indígenas no processo eleitoral nos é transmitida exatamente nesse registro. De certo modo, a participação dos indígenas na disputa por vagas nos Poderes Legislativo e Executivo é apresentada no mesmo tom de estranheza com que o jornalismo brasileiro descreve xinguanos paramentados com sandálias havaianas e calções adidas. E como se a candidatura indígena selasse, solenemente, a inexorável aculturação.

Para além desse anedotário há, de fato, muito que refletirmos. Afinal, os mais diversos povos indígenas estão lidando com as grandes instituições da sociedade branca e com processos políticos pertencentes a uma gramática

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social e simbólica que lhes é absolutamente estranha, ao menos na maneira como estamos acostumados a pensar. A começar pela representação política, que envolve, no mínimo, premissas e categorias mentais muito distintas dos modos nativos de fazer política.

A política, que em muitas formulações nativas atravessa a vida social de maneira ampla, articulando-se simultaneamente às regras do parentesco, ao complexo ritual e religioso, ao discurso cosmológico, passa então a circular em uma ordem específica, a ordem política, regida por uma racionalidade burocrática e fundamentada em valores que se pretendem universalmente válidos. Formas tradicionais de liderança política — como, por exemplo, a assumida pelo sábio ancião, com sua oratória sensível, seu zelo pela reatualização permanente do legado mitológico e da tradição, seu prestígio guerreiro — cedem lugar para uma nova forma de liderança, dessa vez protagonizada por jovens talentosos, escolarizados, falantes do português, minimamente conhecedores dos códigos e peculiaridades do mundo dos brancos.

Marcos Pereira Rufino. Instituições dos brancos. Internet: <www.pib.socioambiental.org>, set./2000 (com adaptações).

A locução verbal "estão lidando" (linha 8) poderia ser substituída pela forma verbal lidam, sem prejuízo da correção gramatical ou do sentido do texto.

Questão 41: (PGM RR / 2010 / Superior) Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços. A expressão "nas últimas décadas" permite a substituição de "tem gerado" por gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar de alterar as relações semânticas entre as ideias.

Questão 42: (Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior) Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um derrame cerebral. Vivia envolvido com "sirigaitas", como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais crônicos. O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais "jogava" e "nadava" fossem substituídas por jogara e nadara.

Questão 43: (TRE - TO/ 2006 / Analista) Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. A substituição de "estivera" por tinha estado prejudica a correção gramatical do período.

Questão 44: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) Fragmento do texto: Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso significaria — ao mesmo tempo e por definição — o fim do sistema político interestatal.

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O emprego do futuro do pretérito em "significaria" é decorrente do emprego de estrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no imperfeito do subjuntivo.

Questão 45: (TRE - GO / 2008 / Analista) Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo sublinhado em

A "a verdade estaria inscrita". B "o interesse circunscrevia-se". C "não haveria mais uma verdade filosófica". D "o significado de verdade seria o de expressão".

Questão 46: (Detran - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito", afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável. No trecho "ainda que permaneçam", o emprego da forma verbal no modo subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva "ainda que".

Questão 47: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Na oração "que tenha sido completamente formada na era da Internet", a forma verbal "tenha" poderia ser substituída por haja, sem alteração do sentido ou da correção gramatical do texto.

Questão 48: (Detran - ES / 2011 / nível superior) Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor distribuição das funções. No trecho "haja melhor distribuição das funções", o emprego do modo subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de ocorrência de melhor distribuição de funções.

Questão 49: (Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio) Fragmento do texto: O Museu do Cairo, onde está a múmia do faraó, aprovou que o crânio fosse examinado com raio X: encontrou-se um fragmento de osso, o que fez aumentar as especulações de que sua morte fora provocada por agressão — os especialistas asseguram que o famoso golpe recebido na cervical foi aplicado enquanto a vítima dormia ou estava em posição horizontal. Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir "fosse" por fora.

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Questão 50: (TRE - TO/ 2006 / Analista)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (... ) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

O emprego do subjuntivo em "quando houvesse" (linhas 10-11) justifica-se por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.

Questão 51: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais, de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero. Em "que vá de uma região a outra", a forma verbal "vá" poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto ou para a sua correção gramatical, pela forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse.

Questão 52: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto:

É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. É uma substituição correta para o texto trocar "se forem" por caso sejam.

Questão 53: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código penal. É uma substituição correta para o texto trocar "têm de ser" por devem ser.

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Questão 54: (TRE - TO/ 2006 / Técnico)

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

O emprego da primeira pessoa do plural em "deixamos" (linha 2), "dizemos" (linha 5), "nós" (linha 7) e "temos" (linha 12) indica a inclusão do autor e do leitor na informação.

Questão 55: (ANVISA / 2004 / Superior) Fragmento de texto: Mas desperdício é deixar como está. A população carcerária no Brasil é composta fundamentalmente por jovens entre 18 e 29 anos de idade. O vocábulo "jovens" classifica-se, no texto, como adjetivo.

Questão 56: (FUB / 2010 / Superior) Fragmento de texto: A análise mostrou maior atividade na área de tomada de decisões e raciocínio complexo no cérebro das pessoas acostumadas à tecnologia. Apontou também que os inexperientes, após algum tempo, começavam a se igualar aos conectados. As palavras "inexperientes" e "conectados", pertencentes à classe dos adjetivos, estão empregadas, no texto, como substantivos.

Questão 57: (TSE / 2007 / Técnico) Fragmento de texto: Mário de Andrade assim justificou a necessidade de aprofundar o estudo etnológico: "Nós não precisamos de teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo progresso invasor (...)." A substituição de "assim justificou" por justificou da seguinte maneira prejudica a correção gramatical do período.

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Questão 58: (PM - ES / 2010 / nível médio) Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade. A formação dos vocábulos "lamentavelmente" e "plenamente" ocorre de maneira idêntica: a partir do acréscimo do sufixo -mente a um adjetivo.

GABARITO

I. E II. E 21. C 31. C

2. E 3. E 4. E 5. E 6. E 7. E 8. C 9. E 10. C I. E II. E 21. C 31. C

12. C 22. C 32. E

13. E 14. C 15. C 16. E 17. E 18. E 19. C 20. E I. E II. E 21. C 31. C

12. C 22. C 32. E

23. E 24. E 25. C 26. C 27. C 28. C 29. C 30. C

I. E II. E 21. C 31. C

12. C 22. C 32. E 33. E 34. D 35. E 36. E 37. E 38. E 39. E 40. E

41. E 51. E

42. E 43. E 44. C 45. B 46. C 47. C 48. C 49. E 50. E 41. E 51. E 52. C 53. C 54. C 55. E 56. C 57. E 58. C

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