Portfólio Elen Menezes

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  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    Universidade Federal de So Joo Del Rei

    Universidade Federal de Minas Gerais

    Escola de Enfermagem

    Elen Soraia de Menezes Cabral

    Filosofia em sade

    - Portflio -

    Trabalho apresentado comorequisito para aprovao nadisciplina Filosofia em sadeprograma de doutoradointerinstitucional entre aEnfermagem pela Escola deEnfermagem da UniversidadeFederal de Minas Gerais e aUniversidade Federal de So JooDel Rei.

    Profs Drs Rita C. Marques e Cludia M. M. Penna

    Divinpolis

    Abril 2013

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    01 de abril de 2013

    Introduo:

    A organizao deste trabalho

    Utilizei as anotaes colhidas em sala de aula (sem itlico) acrescidas dos

    meus estudos dirios (em itlico), nestes h alguns fragmentos dos textos

    estudados suprimidos as aspas, h tambm meus comentrios.

    Nem sempre fiz o estudo de forma linear, mas da maneira mais prazerosa para

    mim. Busquei o tema para a qual minha intencionalidade estava mais voltada

    naquele momento, conforme a linha do pensamento fenomenolgico. Desta

    forma, facilmente verificvel a anacrologia de datas, lembro ento que o que

    est em itlico dos meus estudos individuais recheado com trechos das aulas

    que foram importantes para guiar os meus estudos e minhas buscas.

    Aula 08 mar 2013. Textos enviados pelas professoras lidos e discutidos.

    A leitura dos textos foi interessante e trouxe muitas novidades, a dificuldade

    maior foi a quantidade de palavras escritas em grego, o que dava muitos

    quebras na leitura facilitando minha disperso. Os momentos de discusso emsala de aula foram bastante enriquecedores, foi realmente a efervescncia e

    com ele eu pude fixar o aprendido pelas leituras e esclarecer pontos que

    haviam ficado obscuros.

    Cada filsofo tem uma linha. Plato nasce da admirao, algo que v. nunca viu,

    esta admirao do novo te faz pensar, e todos ns estamos sujeitos a isso. Por

    isto todos filosofam, todos podem abrir o leque. Descartes da dvida.

    Nietzsche: o que o mobiliza a angstia. O 4 grande sentimento do

    pensamento o desejo Freud. Todos passamos pelos 4 sentimentos.

    Na Grcia antiga dos primeiros filsofos, todas as explicaes de vida era uma

    coisa bastante material: os elementos da natureza (a Physis). O matar e o

    morrer eram algo muito da existncia, sobrevivncia material matar porque o

    sujeito estava roubando a comida dele. Depois veio o livre pensamento,

    insensvel, o pensamento algo da reflexo.

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    09 de maro de 2013 Meus estudos.

    Considero muito importante o estudo da filosofia em sade, na realidade em

    tudo. Penso que ela abarca todos os aspectos da existncia, a meu ver ela

    busca apreender todos os aspectos da vida e s vezes se aproxima muito doseu intento. Para mim, estudar filosofia algo do prazer, labor e no

    tripallium, sinto-me mais conectada com a vida ao descortinar os estudiosos do

    passado, reconfortante. Ns que optamos por lidar com as dores e conviver

    de perto com as mais terrveis perdas das pessoas, precisamos deste

    embasamento para compreender vises diversas dos sujeitos de nossos

    cuidados, qual o nosso papel nesta relao, o que este cuidado, quem e o

    que representa o este outro (paciente) para mim.

    10 de maro de 2013 dos textos lidos pude apreender que...

    A Physis pode ser traduzida por natureza, mas vai alm dela, refere-se tambm

    realidade que se encontra em movimento e transformao, que nasce e se

    desenvolve. Podemos entend-la com o gnese, origem ou manifestao.

    Remonta origem de todas as coisas e torna-se uma preocupao dos

    primeiros filsofos ocidentais: Tales, Anaximandro e Anaxmenes (os pr-

    socrticos), todos de Mileto. Estes se debruaram sobre a origem, procuraram

    um princpio nico para as coisas (arkh ou comando), aquilo que ordena todas

    as coisa do mundo em seus diversos e contraditrios aspectos.

    11 de maro de 2013 Alguns pr-socrticos estudados. O entendimento destes

    sujeitos no algo fcil, porm muito prazeroso e tem sido mesmo um

    descortinamento. Abaixo deixei apenas os resumos daquilo que me pareceu

    mais relevante. Todavia, considero que as diversas leituras foram muito maisenriquecedoras para mim, pois fui a vrias fontes diferentes, captei vrios

    olhares que esto me ajudando na construo sobre o conhecimento filosfico.

    Dentre os citados, interessei-me mais por Pitgoras, talvez at mesmo pela

    maior proximidade com ele atravs da matemtica que ainda hoje nos

    ensinada.

    Tales: tudo comea na gua

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    Zeno: os paradoxos, foi discpulo de Parmnides, afirma que a variedade e a

    pluralidade das coisas e o movimento so impossveis.

    Empdocles: defensor da democracia. Para ele o mundo compe- se de 4

    elementos: gua, fogo, ar e terra, tudo o que existe se compe da combinaodos mesmos.

    Anaxgoras: em tudo includa parte de tudo a pluralidade das coisas

    explica-se por infinitas combinaes de todos os elementos e no somente dos

    4 propostos por Empdocles.

    15 de maro, retomada de meus estudos sobre Scrates. Para mim, bastante

    justo o fato dele ser um marco na filosofia oriental. Venho revisitando Scrates

    de tempos em tempos, pois eu j me identificava com seus ensinamentos

    desde adolescncia, no obstante a distncia histrica o pensamento socrtico

    me parece bastante atual. Adoro a analogia que ele faz do parto das ideias.

    Entendo que nem toda a oposio de Nietzsche a Scrates e sua retomada na

    atualidade foi ou ser capaz de destronar a sapincia deste sujeito. Num ponto

    concordo com Nietzsche, vejo muita semelhana com Jesus Cristo: nenhum

    dos dois dava respostas prontas aos seus discpulos, no escreveram uma s

    palavra, eram sujeitos pacficos que pouco se importaram com a distino de

    classe, ambos vindos de famlias pobres e tratava a todos com cordialidade.

    Outro ponto que me comove como ele mostrou a todos o vazio dos discursos

    sofistas.

    Scrates um divisor de guas. Marcou a filosofia ocidental. Inventou a

    retrica, lana uma pergunta deixa todos.

    Filosofia: buscar o conhecimento, no se ensina filosofia, se ensina a filosofar.

    Deixar de ser piru.

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    Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinio

    formada sobre tudo.

    No existe verdade absoluta, ela mvel. Ela individual, circunstancial,

    relativa.

    Aristteles: nada se cria, tudo se transforma, depois Lavoisier fala a mesma

    coisa.

    Esculpio era filho de Apolo e pai da medicina. Higeia deusa da sade: higiene.

    Asclpio: hipnose sair de si para conseguir sua cura, a prescrio tambm

    desta poca. A fala de Freud toda embasada no sculo VI antes de cristo,

    baseado em Asclpio.

    No hospital grego antigo tinha um grande local para exerccio fsico, outro para

    repousar, ser hipnotizado e ter sonhos de cura. Sala do banho a partir da ideia

    da higiene. O sonho purificava meu corpo e algum vinha me contar o que eu

    deveria fazer para me curar. No imprio romano que herdou tudo da Grcia,

    tinham muitas termas. No sculo XIX que se cria a ideia do sanatrio vem

    trabalhar com o laborterapia, ressuscitando as ideias gregas com outros

    argumentos.

    Sculo V quando a filosofia vai realmente comear. A famlia de Apolo, seus

    filhos esto todos ligados cura, passa-se de pai para filho. O paciente tem

    uma ao ativa porque ele que sonha com sua cura. O mdico ajudava at

    certo momento. Ele vira paciente quando se instala hospitais enquanto locais

    de cura no sculo XVIII a XIX d.C., quando o mdico entra dentro do hospital e

    deixa de ser mdico da famlia. Na terapia psicanlise os sonhos continuam aser importantes. Pagamento: um galo, dinheiro ou dar um votivo era um

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    testemunho da cura, hoje em quase todas as igrejas tem sala de ex votos. Se

    v. no fosse curado, no precisava pagar.

    Tales de Mileto foi considerado o primeiro filsofo e o nome do meu filho

    primognito (Tales de Menezes) em homenagem a ele. A medicina s vai seseparar da filosofia no sculo IV depois de Cristo.

    Cosmogonia (natureza, princpio do mundo, os deuses fizeram o mundo) como

    todos os filsofos eram astrlogos, mdicos. As pessoas eram classificadas em

    torno do dia que elas nasceram, os signos, possvel fazer uma

    caracterizao. Cludio Ptolomeu era astrlogo de mo cheia, Pitgoras,

    Galileu, a coneco do macro com o micro o que acontece no macro tem

    repercusses no micro. Com o crescimento da astronomia, isso vai se

    esvaindo.

    Os pr-socrticos buscavam um princpio (arkh) uma explicao racional para

    o mundo e a natureza. A natureza e no os deuses criam o mundo.

    Scrates.

    Maiutica; dar a luz ao conhecimento, s ideias.

    Filho de um trabalhador de pedras e de uma parteira, Scrates um divisor de

    guas da filosofia. Ele utilizou a ironia, a dvida, as contradies, o dilogo

    para levar as pessoas, ricas ou pobres indistintamente aqueles que dele se

    aproximassem, para parir suas ideias inaugurando o mtodo da maiutica.

    Contraps o entendimento ateniense de felicidade como riqueza material, fama

    e poder, ao convidar os homens a se examinarem, pois para ele todo mal vem

    da ignorncia, o que leva a inverter os valores. Para ele o que mais importa o

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    homem e inaugura a teraputica da alma com perguntas como: qual o modo

    de vida que realiza mais plenamente todas as potencialidades do ser do

    homem? Em suas andanas, sempre descalo e trajando uma tnica

    amarrotada, envolvia os jovens em seus discursos, cujo fim era sempre uma

    pergunta.

    16 de maro: meus estudos As trs peneiras ...

    http://pensador.uol.com.br/frase/ODU5NTM1/ acesso em 16 de maro

    Um homem, procurou um sbio e disse-lhe: - Preciso contar-lhe algo sobrealgum! Voc no imagina o que me contaram a respeito de... Nem chegou a

    terminar a frase, quando Scrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

    - Espere um pouco. O que vai me contar j passou pelo crivo das trs

    peneiras? - Peneiras? Que peneiras? - Sim. A primeira a da verdade. Voc

    tem certeza de que o que vai me contar absolutamente verdadeiro? - No.

    Como posso saber? O que sei foi o que me contaram! - Ento suas palavras j

    vazaram a primeira peneira. Vamos ento para a segunda peneira: a bondade.

    O que vai me contar, gostaria que os outros tambm dissessem a seu

    respeito? - No! Absolutamente, no! - Ento suas palavras vazaram, tambm,

    a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Voc

    acha mesmo necessrio contar-me esse fato, ou mesmo pass-lo adiante?

    Resolve alguma coisa? Ajuda algum? Melhora alguma coisa? - No...

    Passando pelo crivo das trs peneiras, compreendi que nada me resta do que

    iria contar. E o sbio sorrindo concluiu: - Se passar pelas trs peneiras, conte!

    Tanto eu, quanto voc e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrrio,

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    esquea e enterre tudo. Ser uma fofoca a menos para envenenar o ambiente

    e fomentar a discrdia entre irmos. Devemos ser sempre a estao terminal

    de qualquer comentrio infeliz! Da prxima vez que ouvir algo, antes de ceder

    ao impulso de pass-lo adiante, submeta-o ao crivo das trs peneiras porque:

    Pessoas sbias falam sobre idias; Pessoas comuns falam sobre coisas;

    Pessoas medocres falam sobre pessoas.

    17 de maro: m eus est ud os

    Frases de Scrates

    Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o dio de um

    homem.

    O ideal no casamento que a mulher seja cega e o homem surdo.

    Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorncia.

    Conhece-te a ti mesmo e conhecers o universo e os deuses.

    No penses mal dos que procedem mal; pensa somente que esto

    equivocados.

    Pois bem, hora de ir: eu para morrer, e vs para viver. Quem de ns

    ir para o melhor obscuro a todos, menos a Deus.

    Para conseguir a amizade de uma pessoa digna preciso

    desenvolvermos em ns mesmos as qualidades que naquela

    admiramos.

    Sbio aquele que conhece os limites da prpria ignorncia.

    Uma vida sem desafios no vale a pena ser vivida.

    S sei que nada sei.

    Meu conselho que se case. Se voc arrumar uma boa esposa, ser

    feliz; se arrumar uma esposa ruim se tornar um filsofo.

    Plato:

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    Soflocacia o rei filsofo, quem deve governar o filsofo. O amor no banqueteele retratado existiam 3 tipos de seres humanos duplos e esfricos, duas

    metades masculinas, duas femininas e outra que tinha os dois sexos que eram

    andrgenos. Rebelaram-se contra deus que os cortou ao meio e os seres

    passaram a buscar a sua outra cara metade... a filosofia chinesa tambm tem

    uma imagem do Yin e do Yang, masculino e feminino.

    Amor platnico onde predomina o amor intelectual e espiritual. Volta ao mito de

    Eros ou Cupido, filho de Pnia, deusa da pobreza e Poros deus em umbanquete em comemorao ao nascimento de Afrodite se embriaga e Pnia

    aparece pedindo que era uma mendiga e nisto eles tem relaes sexuais e

    nasce Eros, mais tarde, Eros se casa com Psiqu que a personificao da

    intelectualidade.

    Ment sana corpore sano. Plato usa da histria de Helena que foge para ficar

    com Pris por influncia de Eros. Ver poema de Fernando Pessoa Eros e

    Psiqu.

    18 de maro: meus estudos

    maravilhoso perceber com que riqueza de detalhes os gregos expressavam

    atravs dos mitos, as misrias e as riquezas humanas, as consequncias dos

    atos com um momento psicolgico to profundo. Durante esta disciplina voltei a

    ler sobre mitologia grega e redescobri, por coincidncia (se que ela existe)

    materna (comprei os livros para meus filhos), um grande autor brasileiro:

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    Monteiro Lobato. Aproveitei a necessidade de se estudar a mitologia e a

    filosofia para ler para meus filhos dois de seus clssicos O Minotauro e Os

    Doze trabalhos de Hrcules. No primeiro nos deparamos com os ilustrssimos

    Scrates, Pricles e sua esposa Aspsia (com quem Scrates muito

    conversava), Fdias. Alm de contatos com ninfas, stiros, orculos. Visitamos

    os templos de Apolo, de Atenas, fazemos uma bela viagem pelas principais

    terras gregas. No segundo, o momento mais psicolgico no qual

    embarcamos nos mais conhecidos mitos gregos, momento profcuo para uma

    anlise da humanidade.

    19 de maro: meus estudos

    Coleta do Mito Eros e Psiqu em http://www.angelfire.com/la/psique/mito.html acesso

    19 de maro

    Psiqu era a mais nova de trs filhas de um rei de Mileto e era extremamente

    bela. Sua beleza era tanta que pessoas de vrias regies iam admir-la,

    assombrados, rendendo-lhe homenagens que s eram devidas prpria

    Afrodite.

    Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para

    faz-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porm, ao ver

    sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente.

    O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses,

    resolveu consultar o orculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram

    maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Atravs desse orculo, o

    prprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitria

    montanha, onde seria desposada por uma terrvel serpente. A jovem

    aterrorizada foi levada ao p do monte e abandonada por seus pesarosos

    parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um

    profundo sono, sendo, ento, conduzida pela brisa gentil de Zfiro a um lindo

    vale.

    Quando acordou, caminhou por entre as flores, at chegar a um castelo

    magnfico. Notou que l deveria ser a morada de um deus, tal a perfeio quepodia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no

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    deslumbrante palcio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por

    ajudantes invisveis, dos quais s podia ouvir a voz.

    Chegando a escurido, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir.

    Certa de ali encontraria finalmente o seu terrvel esposo, comeou a tremerquando sentiu que algum entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa

    a acalmou. Logo em seguida, sentiu mos humanas acariciarem seu corpo. A

    esse amante misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, j havia chegado o

    dia e seu amante havia desaparecido. Porm essa mesma cena se repetiu por

    diversas noites.

    Enquanto isso, suas irms continuavam a sua procura, mas seu esposo

    misterioso a alertou para no responder aos seus chamados. Psique sentindo-

    se solitria em seu castelo-priso, implorava ao seu amante para deix-la ver

    suas irms. Finalmente, ele aceitou, mas imps a condio que, no

    importando o que suas irms dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua

    verdadeira identidade.

    Quando suas irms entraram no castelo e viram aquela abundncia de beleza

    e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique

    nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora

    advertida por seu esposo, Psique viu a dvida e a curiosidade tomarem conta

    de seu ser, aguadas pelos comentrios de suas irms.

    Seu esposo alertou-a que suas irms estavam tentando fazer com que ela

    olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria

    novamente. Alm disso, ele contou-lhe que ela estava grvida e se ela

    conseguisse manter o segredo ele seria divino, porm se ela falhasse, ele seriamortal.

    Ao receber novamente suas irms, Psique contou-lhes que estava grvida, e

    que sua criana seria de origem divina. Suas irms ficaram ainda mais

    enciumadas com sua situao, pois alm de todas aquelas riquezas, ela era a

    esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a

    identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque

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    havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrvel serpente

    e no um deus maravilhoso.

    Assustada com o que suas irms disseram, escondeu uma faca e uma

    lmpada prximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido,e se ele fosse realmente um monstro terrvel, mat-lo. Ela havia esquecido dos

    avisos de seu amante, de no dar ouvidos a suas irms.

    noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e

    aproximou a lmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda

    criatura. Para sua surpresa, o que viu porm deixou-a maravilhada. Um jovem

    de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doura que ela

    pensou em tirar a prpria vida por haver dele duvidado.

    Enfeitiada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. No

    percebeu que havia inclinado de tal maneira a lmpada que uma gota de leo

    quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.

    Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:

    - "Tola Psique! assim que retribuis meu amor? Depois de haver

    desobedecido as ordens de minha me e te tornado minha esposa, tu me

    julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabea? Vai. Volta para

    junto de tuas irms, cujos conselhos pareces preferir aos meus. No lhe

    imponho outro castigo, alm de deixar-te para sempre. O amor no pode

    conviver com a suspeita."

    Quando se recomps, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e

    que se encontrava bem prxima da casa de seus pais. Psique ficouinconsolvel. Tentou suicidar-se se atirando em um rio prximo, mas suas

    guas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi ento alertada por Pan

    para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.

    Por sua vez, quando suas irms souberam do acontecido, fingiram pesar, mas

    partiram ento para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de

    Eros. L chegando, chamaram o vento Zfiro, para que as sustentasse no ar e

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    as levasse at Eros. Mas, Zfiro desta vez no as ergueram no cu, e elas

    caram no despenhadeiro, morrendo.

    Psique, resolvida a reconquistar a confiana de Eros, saiu a sua procura por

    todos os lugares da terra, dia e noite, at que chegou a um templo no alto deuma montanha. Com esperana de l encontrar o amado, entrou no templo e

    viu uma grande baguna de gros de trigo e cevada, ancinhos e foices

    espalhados por todo o recinto. Convencida que no devia negligenciar o culto a

    nenhuma divindade, ps-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa

    em seu lugar. Demter, para quem aquele templo era destinado, ficou

    profundamente grata e disse-lhe:

    - " Psique, embora no possa livr-la da ira de Afrodite, posso ensin-la a

    faz-lo com suas prprias foras: v ao seu templo e renda a ela as

    homenagens que ela, como deusa, merece."

    Afrodite, ao receb-la em seu templo, no esconde sua raiva. Afinal, por aquela

    reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se

    encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como

    condio para o seu perdo, a deusa imps uma srie de tarefas que deveria

    realizar, tarefas to difceis que poderiam causar sua morte.

    Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de

    gros misturados de trigo, aveia, cevada, feijes e lentilhas. Psique ficou

    assustada diante de tanto trabalho, porm uma formiga que estava prxima,

    ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exrcito a isolar cada

    uma das qualidades de gro.

    Como 2 tarefa, Afrodite ordenou que fosse at as margens de um rio onde

    ovelhas de l dourada pastavam e trouxesse um pouco da l de cada carneiro.

    Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que no

    atravessasse as guas do rio at que os carneiros se pusessem a descansar

    sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua l. De outro modo,

    seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou at o sol

    ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande

    quantidade de l dourada.

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    Sua 3 tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite

    uma jarra cheia com um pouco da gua escura que jorrava de seu cume.

    Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um drago que guardava a

    fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande guia, que voou baixo

    prximo a fonte e encheu a jarra com a negra gua.

    Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma ltima, porm fatal,

    tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Persfone, que lhe

    desse um pouco de sua prpria beleza, que deveria guardar em uma caixa.

    Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim

    poder alcanar o mundo subterrneo. A torre, porm murmurou instrues de

    como entrar em uma particular caverna para alcanar o reino de Hades.Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar

    pelo co Crbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do

    rio Estige, advertindo-a:

    - "Quando Persfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior

    que todas as outras coisas, de no olhar dentro da caixa, pois a beleza dos

    deuses no cabe a olhos mortais."

    Seguindo essas palavras, conseguiu chegar at Persfone, que estava sentada

    imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro.

    Tomada, porm pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao

    invs de beleza havia apenas um sono terrvel que dela se apossou.

    Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o

    sono novamente na caixa, salvando-a.

    Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande

    falta, mas que agora podia apresentar-se Afrodite e cumprir a tarefa.

    Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse

    a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu

    pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem

    assembleia dos deuses e a ela foi oferecida uma taa de ambrosia. Ento com

    toda a cerimnia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seufilho, chamado Voluptas (Prazer).

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    Enfim, quem poder dizer que o gnero feminino no belo nem curioso? O

    quanto pagamos por tentar manter uma qualidade e por no conseguirmos nos

    desvencilhar da outra? A sogra tambm marca presena neste mito, sempre

    enciumada, temerosa de perder a beleza e de que o filho ame mais a esposa

    que a ela, afinal, ela jamais poder levar a cabo sua relao edipiana, mas que

    consegue dar tarefas impossveis para a nora s para se mostrar melhor, ah

    isto consegue (detalhe para matar a curiosidade da professora que agora me

    l: no estou me referindo minha sogra). Interessante notar que Psiqu s

    consegue ter prazer (Voluptas) quando tem a oportunidade de mudar de lugar

    de nora para sogra com o nascimento de seu filho... Segundo o filsofo

    Cazuza: s as mes so felizes.

    20 de maro: meus estudos. Li o poema abaixo depois da sugesto do colega

    Arlessandro e fiquei encantada. Pessoa tambm tinha um dom maravilhoso.

    Eros e Psique

    Fernando Pessoa

    Conta a lenda que dormia

    Uma Princesa encantada

    A quem s despertaria

    Um Infante, que viria

    De alm do muro da estrada.

    Ele tinha que, tentado,

    Vencer o mal e o bem,

    Antes que, j libertado,

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    17/60

    Deixasse o caminho errado

    Por o que Princesa vem.

    A Princesa adormecida,

    Se espera, dormindo espera,

    Sonha em morte a sua vida,

    E orna-lhe a fronte esquecida,

    Verde, uma grinalda de hera.

    Longe o Infante, esforado,Sem saber que intuito tem,

    Rompe o caminho fadado,

    Ele dela ignorado,

    Ela para ele ningum.

    Mas cada um cumpre o destino

    Ela dormindo encantada,

    Ele buscando-a sem tino

    Pelo processo divino

    Que faz existir a estrada.

    E, se bem que seja obscuro

    Tudo pela estrada fora,

    E falso, ele vem seguro,

    E vencendo estrada e muro,

    Chega onde em sono ela mora,

    E, inda tonto do que houvera,

    cabea, em maresia,

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    18/60

    Ergue a mo, e encontra hera,

    E v que ele mesmo era

    A Princesa que dormia.

    Eros torna nebulosos os sentidos levando a atos insensatos. Amor para Plato

    tomar conscincia da prpria carncia do amor pelo outro. Eros capaz de

    suscitar o desejo pela aparncia fsica. Os discursos so como as drogas tm o

    poder de enfeitiar a alma. A construo do amor o segundo momento que

    a sabedoria, o amor o ponto de equilbrio. Quando o andrgeno separado por

    Zeus encontra Eros, ele est procurando a outra parte. Eros desperta o desejo

    nas almas de amar as outras almas.

    21 de maro de 2013: meus estudos

    Plato inaugura como seu mtodo, a dialtica. A origem etimolgica desta

    palavra designa uma tcnica de discusso, mas Plato se embasa tambm nos

    ensinamentos de seu mestre Scrates e utiliza o dilogo cujo encadeamento

    preciso de raciocnio impossibilita refutaes, segundo eles. Alguns autores

    afirmam que Scrates produzia um saber negativo pois levava seus discpulosa saber que nada sabiam. Plato, por sua vez, produz um saber positivo. Por

    meio de afirmaes e objees a elas, forma-se um consenso que no um

    mero consentimento, mas uma autntica unanimidade de pensamento, pois as

    concluses a que se chega so incontestveis e no admitem nenhuma outra

    soluo. Assim, paulatinamente, o pensamento separa o que aparente do

    que essencial.

    Plato supe a existncia de um deus o Demiurgo (fabricante ou arteso).Desenvolveu a noo de que h duas realidade: a inteligvel (realidade

    imutvel, igual a si mesma) e a sensvel (so todas as coisas que nos afetam

    os sentidos, so realidades dependentes, mutveis e so imagens da realidade

    inteligvel)

    Funda a Teoria das Ideias que constitui uma forma de garantir a possibilidade

    do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenmenos. Plato

    prope-se a resolver a discordncia entre Heraclito e Parmnides

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    19/60

    anteriormente citadas, atravs da Teoria das Ideias. O que h de constante em

    um objeto a Ideia, a mudana ocorre porque esse objeto no uma Ideia,

    mas uma incompleta representao da Ideia desse objeto.

    O Mito da Caverna de Plato colhido emhttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/caverna.htm

    Para este filsofo, todos ns estamos condenados a ver sombras a nossafrente e tom-las como verdadeiras. Nela ele retrata a condio humana, pois

    via a humanidade como condenada a uma infeliz condio. Imaginou todas as

    pessoas presas desde a infncia no fundo de uma caverna, imobilizadas,

    obrigadas a olharem sempre a parede em frente. Numa parede so projetadas

    sombras de esttuas representando pessoas, animais, plantas e objetos,

    mostrando cenas e situaes cotidianas. Os prisioneiros ficam dando nomes s

    imagens (sombras), analisando e julgando as situaes, havendo ainda umaescassa iluminao vinda do fundo do subterrneo. Disse Plato que os

    habitantes daquele triste lugar s poderiam enxergar o bruxuleio das sombras

    daqueles objetos. Esses homens acreditavam que as imagens fantasmagricas

    que apareciam aos seus olhos (os dolos) eram verdadeiras, toma as sombras

    pela realidade. A sua existncia era inteiramente dominada pelo

    desconhecimento. Se resolvesse libertar um daqueles pobres diabos da sua

    pesarosa ignorncia e o levasse ainda que arrastado para longe daquela

    caverna, o que poderia ento suceder-lhe? Num primeiro momento, chegando

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    20/60

    do lado de fora, ele nada enxergaria, ofuscado pela extrema luminosidade do

    exuberante sol, que tudo pode, que tudo prov e v. Mas, depois, pupilas

    acomodadas, ele iria desvendando aos poucos, como se fosse algum que

    lentamente recuperasse a viso, e pudesse reconhecer uma infinidade outra de

    objetos maravilhosos que o cercavam, o universo da cincia e o do

    conhecimento, por inteiro, se escancarava perante ele, podendo ento

    vislumbrar o mundo das formas perfeitas.

    Eu sei que voc est a, posso sentir a sua presena. Sei que est com medo,

    com medo de ns. Est com medo de mudar. Eu no conheo o futuro; no

    vim lhe dizer como isso terminar, eu vim dizer como vai comear. Vou desligar

    o telefone agora e mostrar a essas pessoas o que voc no quer que elasvejam. Eu vou mostrar o mundo sem voc. Um mundo sem regras ou

    controles, sem limites ou fronteiras. Um mundo onde qualquer coisa

    possvel!Personagem Neo no filme Matrix

    22 de maro de 2013. Estudos baseados na leitura de Filosofando de Maria

    Lcia Aranha.

    Plato Inaugurou tambm uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver

    um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia

    daquele objeto que viu no mundo das Ideias. Tal recordao, em Plato,

    chama-se anamnesis.

    Uma das condies para a indagao ou investigao acerca das Ideias que

    no estamos em estado de completa ignorncia sobre elas. Em vista disso,

    uma condio necessria, para tal investigao, que tenhamos em nossa alma

    alguma espcie de conhecimento ou lembrana de nosso contato com asIdeias (contato esse ocorrido antes do nosso prprio nascimento) e nos

    recordemos das Ideias ao v-las reproduzidas discretamente nas coisas.

    Para explicar isto, Plato compara a raa humana a carros alados. Tudo o que

    fazemos de bom, d foras s nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira

    fora das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que

    nossas asas perderam as foras e, sem elas para nos sustentarmos, camos

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    21/60

    no Mundo Sensvel, onde vivemos at hoje. A partir deste momento, fomos

    condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Ideias.

    Plato, sob a influncia de Scrates, buscava a verdade essencial das coisas.

    Plato no poderia buscar a essncia do conhecimento nas coisas, pois estasso corruptveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vo. Como o filsofo

    busca a verdade plena, deve busc-la em algo estvel, nas verdadeiras

    causas, pois logicamente a verdade no pode variar e, se h uma verdade

    essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as pessoas.

    Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior. Para ele, as coisas devem

    ter outro fundamento, alm do fsico, e a forma de buscar estas realidades vem

    do conhecimento, no das coisas mas do alm das coisas. Deve-se significabuscar a verdade no interior do prprio homem, no meramente como sujeito

    particular, mas como participante das verdades essenciais do ser.

    23 de maro de 2013 meus estudos. Estudos baseados na leitura de

    Filosofando de Maria Lcia Aranha.

    Plato era espiritualista e reencarnacionista. Acreditava que a alma se ocupa

    com a filosofia e com o Bem, a ela era concedida o privilgio de passar o resto

    dos seus tempos em companhia dos deuses, aps a morte do corpo. A alma

    humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito das ideias, porm este

    formalismo s reconhecvel na experincia sensvel. O conhecimento aquele

    do prprio homem, enquanto alma. O conhecimento tambm tinha fins morais,

    isto , levar o homem bondade e felicidade. O conhecimento contido na

    alma era a essncia daquilo que existia no mundo sensvel. A obteno do

    autoconhecimento era um caminho rduo e metdico, mas que faria o homem

    dar-se conta das verdades que sempre possura e que o levavam a discernir

    melhor dentre as aparncias de verdades e as verdades.

    No que se refere ao mundo material, o homem poderia ter somente a doxa

    (opinio) e tchne (tcnica), que permitia a sua sobrevivncia, ao passo que,

    no mundo das ideias, o homem pode ter a pisthme, o conhecimento

    verdadeiro, o conhecimento filosfico.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    22/60

    A sabedoria, deveria ser a cabea do Estado, ou seja, o governante, pois

    possui carter de ouro e utiliza a razo. A coragem, deveria ser o peito do

    Estado, isto , os soldados ou guardies da plis, pois sua alma de prata

    imbuda de vontade. A temperana, que deveria ser o baixo-ventre do Estado,

    ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas

    sensveis.

    Ele dividiu o homem em corpo e alma. O corpo era a matria e a alma era

    divino o. O corpo est em constante mudana de aparncia, a alma no muda

    nunca. Desde quando nascemos, temos a alma perfeita, porm no sabemos.

    As verdades essenciais esto inscritas na alma eternamente, porm, ao

    nascermos, ns as esquecemos, pois a alma aprisionada no corpo. Ela divida em trs partes: Racional: cabea; esta tem que controlar as outras duas

    partes. Sua virtude a sabedoria ou prudncia (phrnesis). Irascvel: trax;

    parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua virtude a coragem (andrea).

    Concupiscente: baixo ventre; apetite, desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao

    libido. Sua virtude a moderao ou temperana (sophrosne).

    Aristteles.

    Mtodo da deduo. A sade um fim e a medicina vai trabalhar como um

    meio para que a pessoa retorne ao estado de sade. Polissemia constitutiva

    do ser. Era descendente de Asclpio que era filho de Apolo. Para ele tica

    felicidade quem vive bem na Plis algum feliz e sbio. Aristteles a filosofia

    intil, mas necessria.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    23/60

    24 de maro de 2013: meus estudos sobre Aristteles. Estudos baseados na

    leitura de Filosofando de Maria Lcia Aranha.

    "Seria melhor, talvez, considerar o bem universal e discutir a fundo o que se

    entende por isso, embora tal investigao nos seja dificultada pela amizade

    que nos une queles que introduziram as Ideias. No entanto, os mais ajuizados

    diro que prefervel e que mesmo nosso dever destruir o que mais de perto

    nos toca a fim de salvaguardar a verdade, especialmente por sermos filsofos

    ou amantes da sabedoria; porque embora ambos nos sejam caros, a piedade

    exige que honremos a verdade acima de nossos amigos".

    Aristteles concorda com a opinio platnica que punha a essncia do

    homem na alma. A funo do homem, observa, no pode ser a vida mas sim a

    atividade do elemento racional. A funo do homem , pois, uma atividade da

    alma que "segue ou implica um princpio racional". Da o fato de ele fazer a

    famosa afirmao: "o homem um animal racional". Tambm criticou os

    sofistas. Contrariou a opinio arbitrria destes. Seu estilo literrio

    predominantemente cientfico, criou a lgica, com o seu silogismo: um trio de

    termos, no qual o ltimo, que a concluso, contm uma verdade que se

    chega atravs das outras duas. O exemplo clssico:

    A. Todos os homens so mortais

    B. Scrates homem.

    C. Logo, Scrates mortal.

    A lgica no faz parte do esquema que Aristteles dividiu e sistematizou as

    cincias. A lgica considera a forma que deve ter qualquer tipo de discurso que

    pretenda demonstrar algo, e em geral queira ser probatrio, pretende mostrar

    como o pensamento procede quando pensa, qual a estrutura do raciocnio,

    como so feitas demonstraes, preliminar s cincias, necessria para o

    modo como estas so desenvolvidas. Mas no tem em vista a produo de

    algo, nem a ao moral e no tem um contedo determinado, nem teortico.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    24/60

    Lgica mais um instrumento necessrio produo mental que origina as

    cincias.

    Segundo Aristteles, h quatro causas implicadas na existncia de algo:

    - Causa material: daquilo que a coisa feita como, por exemplo, o ferro.

    - Causa formal: a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.

    - Causa eficiente: aquilo que d origem a coisa feita como, por exemplo, as

    mos de um ferreiro.

    - Causa final: seria a funo para a qual a coisa foi feita como, por exemplo,

    cortar carne.

    Segundo Aristteles, a filosofia essencialmente teortica: deve decifrar o

    enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do esprito o assombro

    do mistrio. O seu problema fundamental o problema do ser, no o problema

    da vida. O objeto prprio da filosofia, em que est a soluo do seu problema,

    so as essncias imutveis e a razo ltima das coisas, isto , o universal e o

    necessrio, as formas e suas relaes. Entretanto, as formas so imanentes na

    experincia, nos indivduos, de que constituem a essncia. A filosofiaaristotlica , portanto, conceptual como a de Plato, mas parte da experincia;

    dedutiva, mas o ponto de partida da deduo tirado - mediante o intelecto

    da experincia.

    Hipcrates

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    25/60

    H doentes que no so atendidos por mdicos e curam, ele rebate a ideia de

    que ele tomou alguma atitude teraputica. H doentes que so atendidos por

    mdicos e morrem, ele rebate dizendo que o paciente foi indcil que no

    seguiu as recomendaes. H mdicos que se negam a atender determinados

    pacientes alegando que eles so terminais. Hipcrates inaugura o diagnstico,

    baseado na sintomatologia, um processo de investigao. Lana um olhar mais

    abrangente e mais tcnico, mais racional do processo de sade e de doena,

    questes tidas at ento como sobrenatural, pois eram os deuses que

    enviavam as doenas para os homens. Falou dos grupos vulnerveis,

    cardialgias, a idade era um fator de morte tambm. Definiu os sinais flogsticos.

    A medicina clnica parte da observao, as pessoas gripavam mais no inverno,

    tinha relao com o ar frio, as molstias gastrointestinais vinham mais do

    preparo inadequado das carnes que no tinham um acondicionamento

    adequado.

    25 de maro de 2013 meus estudos: eu, Elen, gostaria que as pessoas

    levassem mais a srio o juramento de Hipcrates...

    Hipcrates marca o fim da medicina mstica (sacerdotes) o incio da

    observao cientfica dos fatos clnicos. Estudou medicinas babilnica e

    egpcia de onde provavelmente obteve as bases para afirmar que, o

    conhecimento do corpo impossvel sem o conhecimento do homem como um

    todo O corpo no uma unidade viva que a "natureza" de cada um regula e

    harmoniza e no apenas um conjunto de rgos. Para Hipcrates o homem

    tem que ser visto tambm como parte integrante do ambiente em que vive

    assim como influenciam na sade os regimes polticos e as suas instituies.

    Para ele, a democracia era a que melhor equilibrava diversos elementos e,portanto gerava seres humanos mais saudveis e o despotismo adoecia as

    pessoas. Hipcrates tambm voltou sua ateno

    Para a tica. Ele dizia que o doente no um objeto ou um meio para alcanar

    um fim, mas ele mesmo o fim ltimo de todos os atos e o mdico deve

    comportar-se buscando respeitar esse fundamento. Trata, ineditamente do

    sigilo das informaes recebidas pelo mdico.

    Algumas de suas falas:

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    26/60

    - A arte longa e a vida breve.

    - A guerra a melhor escola para um cirurgio.

    - A febre da doena e causada pelo prprio corpo. A febre do amor causada

    pelo corpo de outro.

    - Os homens deveriam saber que somente do crebro vem as alegrias, o

    prazer, o riso, a preguia, os sofrimentos, a dor, a tristeza e as lamentaes.

    - Os jovens de hoje parecem no ter nenhum respeito pelo passado e nenhuma

    esperana para o futuro

    - Que o alimento seja tua melhor medicina.

    - Tuas foras naturais, as que esto dentro de ti, sero as que vo curar tuas

    doenas.

    - Para os males extremos, extremos remdios.

    - Se tiver amor pelos homens ter tambm amor pela cincia.

    - Trabalhar, comer, beber, dormir e amar, tudo deve ser moderado.

    - Se duas dores aparecem ao mesmo momento em dois pontos diferentes do

    corpo, a mais forte reprime a outra.

    - A cura est ligada ao tempo e s vezes tambm s circunstncias.

    - Os homens pensam que a epilepsia divina meramente porque no a

    compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que no

    compreendem, no haveria fim para as coisas divinas.

    25 de maro: meus estudos. Estudos baseados na leitura de Filosofando de

    Maria Lcia Aranha.

    Idade Mdia: vejo que o contexto histrico e filosfico abaixo descrito me deu

    um esclarecimento melhor da situao do mundo, isto me ajudou a entender

    um pouco melhor os filsofos deste perodo. Deixo aqui apenas o resumo do

    que achei mais significativo.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    27/60

    Os realistas, como Santo Anselmo e Guilherme de Champeaux,consideram

    que o universal tem realidade objetiva). evidente a influncia platnica do

    mundo das ideias. No sculo XIII, Santo Toms de Aquino partidrio do

    realismo moderado, segundo o qual os universais s existem formalmente no

    esprito, mas tm fundamento nas coisas. Para os nominalistas, como

    Roscelino, o universal apenas um contedo da nossa mente, expresso em

    um nome. Ou seja, os universais so apenas palavras, sem nenhuma realidade

    especfica correspondente. Essa tendncia reaparece no sculo XIV com

    Guilherme de Ockam, franciscano que representa a reao filosofia de Santo

    Toms. Pedro Abelardo, grande mestre da polmica, opta pela posio

    conceptualista, intermediria entre as duas anteriores. Para ele os universais

    so conceitos, entidades mentais. Podemos analisar o significado dessas

    oposies a partir das contradies que estabelecem fissuras na compreenso

    mstica de mundo medieval. Sob esse aspecto, os realistas so os partidrios

    da tradio, e como valorizam o universal, a autoridade, a verdade eterna,

    representada pela f. Por outro lado os nominalistas consideram que o

    individual e mais real, indicando o deslocamento do critrio da verdade da f e

    da autoridade para a razo humana. Naquele momento histrico essa ltima

    posio representa a emergncia do racionalismo burgus em oposio s

    foras feudais que deseja superar.

    Aristteles mestre de Alexandre o grande que passa a dominar o mundo,

    ento comea o perodo helenstico. Alexandre era um general que tinha vrios

    subordinados. H uma corrente dos cnicos cujo fundador Antstenes que foi

    discpulo de Scrates, contemporneo de Plato, ele vai contra a propriedade

    privada, o governo e a ordem estabelecida. So pessoas que esto no poder e

    tm liderana.

    H outro grupo ceticismo cujo representante maior Pirro, ele inaugura uma

    linha que no tem certeza de nada, questionam a essncia do ser, tudo

    questionado.

    Os epicuristas gostam do prazer e da vida boa, no querem saber da morte

    nem da dor.

    Historicista, Zeno de Ccio.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    28/60

    Plato com as ideias e Aristteles ainda fazem uma boa discusso por serem

    duas correntes mais dominantes.

    Quando o imprio fica bem grande anima a cobia e os romanos invadem a

    Grcia, eles so menos filosficos. O imprio romano se espalha pelas terrasgregas indo para o oriental, norte da frica. Cristianismo nesta mesma tem por

    vocao se espalhar significa que a terra prometida do povo judeu vai ser

    tocada... o islamismo tem uma influncia muito forte tambm no lado oriental. O

    judasmo no tinha a pretenso de se espalhar porque eles tinham a terra

    prometida. O cristianismo vem falar da alma, sobrenatural, essncia.

    Agostinho

    Era de Bona uma regio do imprio romano. Sua me era Mnica e Agostinho

    era um devasso. Ele vai pelo caminho da filosofia fragmentada, num

    momento ele se converte ao cristianismo. Ele junta o cristianismo com Plato

    que era idealista falando de dois mundo o material e o da histria. Agostinho

    junta a histria com a filosofia, encontrando as justificativas dos discursos

    bblicos na filosofia. Os primeiros propagadores do cristianismo enquanto

    dogma de f e enquanto pensamento, durante muitos anos so Pedro e Joo.

    Plotino que comea com a filosofia ingressando com a histria mas Agostinho

    a estrela de dar a argumentao filosfica para a narrativa histrica contida

    na bblia. Isto ocorre atravs da pregao. Quem desenvolveu a ideia filosfica

    do pecado original porque ele tinha uma vida pregressa muito devassa. Toda a

    explicao que o cristianismo precisa para se expandir, Agostinho oferece e

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    29/60

    universaliza. Um dia ele entrou em depresso profunda e escuta uma voz

    infantil dizendo para pegar a bblia e ler tomae l, quando ele l o captulo

    da converso de Paulo, quando ele decide se converter tambm.

    26 de maro de 2013. Devo confessar que tenho certa birra de SantoAgostinho, diria at um pr-conceito, pois ainda no consegui me desvencilhar

    da ideia fixa que sempre tive de que ele fez um desfavor cincia,

    concomitantemente humanidade, ao tentar exitosamente encaixar toda a

    moralidade catlica na histria da humanidade usando-a como pano de fundo

    para verdades criadas. A crena em dogmas, o no questionamento, a

    aceitao incondicional no rimam com evoluo, afinal uma clebre frase dos

    entendidos da filosofia com a qual eu concordo inteiramente que asperguntas que movem o mundo. No meu parco entender, ele ofereceu as

    bases tericas para atravancar a engrenagem do mundo at bem pouco tempo,

    mas uma coisa eu entendo que foi mrito dele e que ele merece muitos louros:

    ele caprichou!

    No perodo de decadncia do Imprio Romano, quando o cristianismo se

    expande, surge a partir do sculo II a filosofia dos Padres da Igreja. No esforo

    de converter os pagos, combater as heresias e justificar a f, desenvolvem a

    apologtica, elaborando textos de f do cristianismo. Comea a uma longa

    aliana entre f e razo que se estende por toda Idade Mdia e em que a razo

    considerada auxiliar da f e a ela subordinada. Da a expresso agostiniana

    "Creio para que possa entender".

    O principal nome da patrstica Santo Agostinho (354 -430), bispo de Hipona,

    norte da frica. Agostinho retoma a dicotomia platnica referente ao mundo

    sensvel e ao mundo das ideias e substitui esse ltimo pelas ideias divinas.

    Segundo a teoria da iluminao, o homem recebe de Deus o conhecimento das

    verdades eternas. Santo Agostinho viveu no final da Antiguidade.

    So Tomaz de Aquino: 1200 e alguma coisa: escolstica

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    30/60

    A partir do sculo XIII, Santo Toms utiliza as tradues feitas diretamente dogrego e faz a sntese mais fecunda da escolstica que ser conhecida como

    filosofia aristotlico-tomista. Da para frente a influncia de Aristteles se far

    sentir de maneira forte, sobretudo pela ao dos padres dominicanos e mais

    tarde dos jesutas, que desde o Renascimento, e por vrios sculos, mostraram

    -se empenhados na formao dos jovens. Se por um momento a recuperao

    do aristotelismo constitui um recurso fecundo para Santo Toms, j no perodo

    final da escolstica torna-se um entrave para o desenvolvimento da cincia.Basta lembrar a crtica de Descartes e a luta de Galileu contra o saber

    petrificado da escolstica decadente.

    27 de maro: meus estudos. Estudos baseados na leitura de Filosofando de

    Maria Lcia Aranha.

    Descartes

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

    31/60

    Ren Descartes (1596-1650), cujo nome latino era Cartesius (da seu

    pensamento ser conhecido como "cartesiano"), considerado o "pai da filosofia

    moderna". Demonstrou-se com tendncia de preocupao com o problema do

    conhecimento. O ponto de partida a busca de uma verdade primeira que no

    possa ser posta em dvida. Por isso, converte a dvida em mtodo. Comea

    duvidando de tudo, das afirmaes do senso comum, dos argumentos da

    autoridade, do testemunho dos sentidos, das informaes da conscincia, das

    verdades deduzidas pelo raciocnio, da realidade do mundo exterior e da

    realidade de seu prprio corpo.

    Descartes: estuda com os jesutas at 17 anos e se torna autodidata. Ele era

    francs e no caiu na reforma protestante que estavam mais na Alemanha,.Teve um filho com uma servial o qual morre muito novo e o deprime, tambm

    influencia seus pensamentos. Morreu aos 55 anos em Estocolmo, viajava

    muito. Foi considerado o pai do pensamento da cincia moderna e da

    matemtica.

    Se duvido, penso; se penso, existo: "Penso, logo existo". Eis a o fundamento,

    o ponto de partida para a construo de todo o pensamento cartesiano. A partir

    dessa intuio primeira (a existncia do ser que pensa), que indubitvel,

    Descartes distingue os diversos tipos de ideias, percebendo que algumas so

    duvidosas e confusas e outras so claras e distintas. As ideias claras e

    distintas so gerais que no derivam do particular, mas j se encontram no

    esprito, como instrumentos de fundamentao para a apreenso de outras

    verdades. So as ideias inatas, que no esto sujeitas a erro, pois vm da

    razo, independentes das ideias que "vm de fora", formadas pela ao dos

    sentidos, e das outras que ns formamos pela imaginao. So inatas, no nosentido de o homem j nascer com elas, mas como resultantes exclusivas da

    capacidade de pensar. So verdadeiras. Embora o conceito de ideias claras e

    distintas resolva alguns problemas com relao verdade de parte do nosso

    conhecimento, no d nenhuma garantia de que o objeto pensado corresponda

    a uma realidade fora do pensa mento. Como sair do prprio pensamento e

    recuperar o mundo?

    Bacon

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    o primeiro a dizer que com o conhecimento o

    homem pode dominar a natureza, o que difere dos entendimentos anteriores

    que temiam a natureza como algo indomvel.

    28 de maro de 2013 meus estudos

    O lema de Bacon "saber poder", mostra como ele procura, bem no esprito da

    nova cincia, no um saber contemplativo e desinteressado, que no tenha um

    fim em si, mas um saber instrumental, que possibilite a dominao da natureza.

    Briga dos empiristas com os racionalistas e na cincia moderna, pensa-se em

    unir ambos para se entender a cincia, ter a ideia, correr atrs dela.

    Racionalidade a partir da dvida, da sequencia do pensamento e de sua

    anlise a partir de Descartes. Esprito so os impulsos eltricos. Penso, logo

    existo: foi uma deduo que ele chegou pela observao. Se ele consegue

    parar e observar e construir um pensamento era porque ele era um ser vivente.

    Ele critica Plato, Aristteles e os jesutas, ento parece que a cincia no

    precisa ter filosofia. No mtodo: eu s posso conhecer se eu seguir um

    caminho e no outro. Ele faz um corte entre a cincia e a filosofia que ele

    chama do pensamento pelo pensamento. A experincia de estudar algo passa

    pelo sujeito ento influencia Husserl. As paixes so os sentimentos para

    Descartes. Os reflexos so do corpo. A importncia da glndula pineal, como

    local das emoes. O desejo movimenta o corpo. Para ele, a alma permanece

    aps a morte.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    A partir da era da razo, do iluminismo, inaugura a sociologia.

    29 de maro de 2013: meus estudos sobre dialtica foram colhidos em diversas

    fontes que podem ser observadas na bibliografia, tambm advm de

    discusses com pessoas de maior conhecimento dela que eu. Minha buscaatual a seu respeito intensificou-se sobremaneira devido ao meu objeto de

    estudo no doutorado. Sinto que ela coaduna com minha viso e mundo.

    Dialtica: Ambiguidade, dubiedade, algo que no se ope num mesmo

    fenmeno.

    O indivduo condicionado pela sociedade, os fenmenos refletem esta

    sociedade e nela h disputa de interesses onde as contradies se revelam.Esta uma forma de se ver o mundo. A dialtica uma corrente dentro da

    filosofia. Os fenmenos esto em constante mudana e as mudanas so suas

    apropriaes.

    Dialtica: questo fundamental da filosofia a relao do ser e do pensar.

    Questo derivada disto: como o ser e como o pensar.

    Temos 4 correntes dentro da filosofia

    1. Materialismo: o ser primrio e o pensar derivado

    2. Idealismo: o pensar primrio e o ser que deriva dela. Hegel o pai

    da dialtica e era idealista

    3. Metafsica: o ser e o pensar so estticos, uma tendncia de

    permanncia tal qual elas esto.

    4. Dialtica: o ser e o pensar esto em constante modificao.

    Antecedentes histricos da dialtica

    Herclito: o conflito e o pai de todas as coisas.

    Os opostos so duas realidades de um mesmo fenmeno. Um tem que estar

    contido no outro para eu dizer que so opostos. Tese-negao- anttese- nova

    sntese.

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    Aristteles: todas as coisas possuem determinadas potencialidades; os

    movimentos das coisas so potencialidades que esto se atualizando.

    A historicidade outro elemento importante para entender a dialtica.

    Galileu e Descartes: a condio natural dos corpos o movimento e no

    o estado de repouso.

    Pico de la Mirandola: o homem como ser inacabado e portanto pode

    evoluir-vantagem em comparao com os deuses e anjos que so seres

    eternos, perfeitos e por isso no mudam.

    Giordano Bruno: exaltou o homem faber que capaz de dominar as

    foras naturais de modificar criativamente o mundo.

    Sculo XVIII no contexto da revoluo francesa e do iluminismo com

    Diderot sou como sou porque foi preciso que tornasse assim. Se

    mudarem o todo, necessariamente eu serei modificados. E Rousseau os

    homens nascem livres mas a organizao da sociedade lhes tolhia o

    exerccio da liberdade natural.

    Hegel era idealista, tudo se dava num plano abstrato, das ideias.

    Considerado o pai da dialtica porque defendia que a contradio no

    apenas uma condio essencial na conscincia do sujeito do

    conhecimento, era antes de tudo um princpio bsico que no podia ser

    suprimido nem da conscincia nem da realidade objetiva. O sujeito

    essencialmente ativo e est sempre interferindo na realidade, mas em

    ultima instncia quem determina a realidade objetiva. O trabalho como

    mola impulsiona o desenvolvimento humano; no trabalho que o

    homem se produz a si mesmo; o trabalho o ncleo a partir do qual

    pode ser compreendida a atividade criadora do homem. pelo trabalho

    que o homem se diferencia dos outros animais. A sociedade avana no

    tempo, atravs de conflitos e contradies.

    A dialtica hegeliana idealista uma doutrina filosfica que nega a realidade

    individual das coisas distintas do eu e s lhes admite a ideia. Diferente de

    Marx que diz que as mudanas j esto acontecendo e eu preciso identificar

    estes pontos e potencializ-las.

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    Marx: queria que sua obra servisse para o proletariado. A crtica de Marx a

    Hegel diz respeito fundamentalmente ao seu idealismo. No so as ideias

    humanas que movem a histria, mas so as condies histricas que

    produzem os homens. Marx considerava a contradio como parte de certo tipo

    de organizao das classes sociais e no conflito entre elas que possvel

    estabelecer as mudanas, trabalha a histria de lutas de classes

    (materialismo). Hegel procurava demonstrar a perfeio do que existia a

    divinizao da estrutura vigente, ele fala da histrica como o desenvolvimento

    do Esprito (algo abstrato do plano das ideias-idealismo). Ambos creem na

    historicidade os fatos com relao entre si, a totalidade, esta no a soma das

    partes, para se chegar a compreenso preciso analisar todos os aspectos

    que o compem, contexto econmico, social, poltico. A totalidade concreta

    vem do concreto, a formao da sociedade sua infraestrutura, tudo o que no

    conscincia, no ideia.

    A dialtica materialista, fundada no materialismo histrico, concebe a

    sociedade, suas instituies regras de funcionamento, valores, crenas, formas

    de vida social, processo poltico e espiritual determinada pelo modo de

    produo, pelas condies materiais historicamente construdas, permeadaspor contradies, conflitos e antagonismos.

    Categorias bsicas: matria, conscincia (propriedade da matria, produto do

    social os homens s se tornam conscientes na vida social) o desenvolvimento

    da conscincia para Marx a partir da captao da relao social do trabalho.

    A prtica social transforma a matria e a si mesma, se d atravs da

    determinao scio histrico. Aspecto material da atividade objetiva, scio-

    histrica dos homens processo objetivo de produo.

    O trabalho humano engloba o sujeito, objeto, instrumentos e finalidade, tudo

    isto mediado pela sociabilidade e pela historicidade.

    Conexo com o setor sade: o produto da sade imaterial (setor imaterial),

    consumido no ato da realizao. preciso a interao das pessoas, um

    trabalho vivo. Uma contradio contabilizar os atendimentos ao invs de

    pensar na sade das pessoas. O trabalho imaterial, mas a cobrana

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    material por produtividade. O primeiro passo para a mudana explicitar o

    conflito de interesses entre o que se espera de mim no trabalho e o que eu

    quero fazer no trabalho.

    Mais valia: a diferena entre o valor de troca e o valor de uso.

    Valor de uso: o quanto ele vale de fato, o trabalho concreto. Valor qualitativo

    Valor de troca: por quanto ele negociado, trocado por outros produtos. Valor

    de mercado, quantitativo. Depende do tempo de trabalho socialmente

    necessrio para produzir uma mercadoria.

    Hegel:

    Tomando como ponto de partida a noo kantiana

    de que a conscincia (ou sujeito) interfere ativamente na construo da

    realidade, prope o que se chama de filosofia do devir, ou seja, do ser como

    processo, como movimento, como vir -a-ser. Desse ponto de vista, o ser est

    em constante transformao, donde surge a necessidade de fundar uma nova

    lgica que no parta do princpio de identidade (esttico), mas do princpio de

    contradio para dar conta da dinmica do real,

    A dialtica ensina que todas as coisas e ideias morrem: essa fora destruidora

    tambm a fora motriz do processo histrico. A ideia central a de que a

    morte criadora, geradora. Todo o ser contm em si mesmo o germe da sua

    runa e, portanto, da sua superao. O movimento da dialtica se faz em trs

    etapas: tese, anttese e sntese (ou seja: afirmao, negao e negao da

    negao).

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    Hegel vai influenciar fortemente Marx. Hegel vai estudar a realidade concreta,

    vai discutir muito o idealismo e a questo da subjetividade, h duas correntes

    de seguidores os idealistas e os materialistas que so seus crticos Marx e

    Feuerback. Hegel fala das formas perfeitas construindo uma base para o

    Estado forte que d conta de tudo, ajuda a dar poder aos governantes. Faz

    sucesso enquanto vivo porque agrada os governantes e acaba por fazer uma

    escola, suas ideias so seguidas por muitos. Marx critica Hegel e Nietzsche

    tambm. Germinal e Os miserveis, Vitor Hugo (j assisti e li). Para toda a

    explorao da poca, chega-se a concluso que somente uma revoluo vai

    resolver o problema, diferente de Marx vai critic-lo.

    Marx a prtica pensada que se torna outra prtica mais elaborada, o eternodevir - importante para Hegel devir e transformao do pensamento em relao

    a prtica, para Marx a transformao vem a partir da matria, do objeto e no

    antes dele, a matria transformada que ir modificar o pensamento.

    H duas histrias: a da natureza e a do homem que o movimento se

    transformando a partir da prxis, ela muda a condio natural do homem.

    Weber mais novo que Marx e vai se destacar na parte da economia poltica,

    ele se preocupou muito com as condies de existncia, do proletariado.

    Muitos acreditam que o marxismo se perdeu porque fixou muito na economia

    sem pensar em outros fatores, Weber j faz este movimento falando inclusive a

    religio, uma proposio religiosa, a dos escolhidos, a predestinao muito a

    favor da construo do capitalismo. Mtodo dialtico. Hegel tentou comear a

    trabalhar a questo da dialtica e Marx aprofunda. Similitudes entre ambos

    Marx e Hegel eles trabalham a contradio, o conflito e o processo de

    transformao que num momento pensamento e outro matria que o

    devir. Diferenas Hegel (dialtica idealista) idealista apesar da mudana do

    pensamento que se transforma a matria, para Marx (dialtica materialista) a

    matria est posta e sua mudana feita pelo movimento que vai transformar.

    Materialismo histrico dialtico: a histria vai se transformando e a histria do

    homem vai sendo recontada, no algo linear. A transformao da matria

    pela produo humana vai construindo a histria.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    As foras produtivas a ao do homem sobre a natureza, vai transformar o

    modo de vida com sua ao, por meio da tecnologia, da diviso do trabalho,

    das matrias primas que ele ira agir, as relaes sociais de produtivas, so

    aquelas que iro influenciar inclusive nas relaes sociais de trabalho de

    sociedade. Pensar isto enquanto num momento meio de produo e no

    seguinte o meio de produo na relao do movimento da tese, anttese e

    sntese, a ideia do devir. Isto depende inclusive de que momento e de quais

    pessoas esto transformando isto. Lembrar-se da transitoriedade das coisas.

    A anlise destas foras que a ao do homem sobre a natureza. As relaes

    sociais so as formas de distribuies dos produtos numa sociedade tal a partir

    de leis que regulam estes meios de produo e as relaes sociais deproduo.

    A superestrutura: a ideologia, a religio, o Estado.

    A seguir, trago alguns fragmentos de um manuscrito que enviei para publicao

    no qual discuto sobre o materialismo histrico dialtico e fao um link com as

    pesquisas em enfermagem. Achei interessante inseri-lo aqui, pois aprendi

    bastante com este trabalho.

    A partir das contribuies de Marx e Engels no sculo XIX, o Materialismo

    Histrico e Dialtico (MHD) tem sido amplamente discutido em vrias cincias.

    O MHD considera que na base de todo fenmeno social esto as relaes de

    produo, ou seja, o trabalho. As foras produtivas formam uma estrutura

    econmica qual correspondem as formas de conscincia social e se

    desenvolve o processo de vida social, denominado superestrutura.

    O trabalho, uma das categorias centrais do MHD, prprio do ser humano. Por

    meio dele o homem, na relao social com outros homens, transforma a

    natureza e a si prprio, consequentemente. A importncia desta categoria

    refletida na afirmativa de Marx que o homem no nasce homem, ele torna-se

    homem a partir do trabalho, pelo qual construda sua histria. A relao do

    homem com o mundo , ento, mediada pela atividade material. Em seu

    empenho para transformar a natureza, o ser humano precisa de instrumentos

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    que o auxiliem na criao de objetos os quais podem ser fsicos ou abstratos

    como o conhecimento.

    Outra categoria do MHD a totalidade. O concreto a sntese de mltiplas

    determinaes, a totalidade. Os fatos so conhecimento da realidade se socompreendidos como um todo dialtico, se so partes estruturais desse todo.

    Assim, na realidade, como um todo estruturado, fatos e objetos se relacionam

    de forma coerente e, reciprocamente, se condicionam. H uma interligao

    indissocivel no qual o todo algo diferente da mera soma das partes.

    O marxismo mantm unidas teoria e prtica. A prtica o critrio de verdade

    da teoria, tendo em vista que o conhecimento advm da prtica e a ela retorna

    num movimento dialtico. Neste sentido, so considerados a luta dos

    contrrios, a dinmica do processo e o encadeamento das relaes presentes

    no mesmo, a origem e o desenrolar dos fatos, das coisas, a indivisibilidade

    entre o real e o ideal nos fenmenos sociais.

    A partir de 1986 o MHD vem sendo utilizado como base filosfica para a

    anlise e interpretao dos estudos da enfermagem brasileira, sendo utilizado

    com significativa pertinncia e aderncia ao objeto de trabalho desta profisso

    De acordo com o MHD, a sade e o processo de adoecimento so produtos de

    vrios fatores que extrapolam o meramente biolgico como: socioeconmico e

    cultural. Estes fatores esto todos situados em uma mesma realidade objetiva

    sendo consideradas as especificidades do momento histrico em curso. As

    polticas estatais tambm so determinantes de como o indivduo viver,

    adoecer e morrer em uma determinada realidade. Tendo em vista que a

    sade no um conceito abstrato e que se define no contexto histrico dedeterminada sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, deve

    ser conquistada pela populao em suas lutas dirias. A sade das populaes

    em grande medida, portanto, o resultado das formas de organizao social

    de produo, as quais podem gerar significativas desigualdades nos nveis de

    vida, para alm dos aspectos puramente biolgicos e individuais. Faz-se

    necessria, ento, a compreenso das relaes entre as bases materiais e

    histricas dos fenmenos em questo.

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    Tendo em vista que como mtodo de pesquisa, o MHD pretende romper com

    as diversas formas de anlises metafsicas, de variados enfoques e nveis de

    compreenso da realidade, porm sempre lineares, histricas e harmnicas e

    que, enquanto mtodo de anlise, o MHD se foca na essncia, no mundo real,

    no conceito, na teoria e cincia buscando a aproximao dos fenmenos

    estudados.

    Nietzsche

    Este filsofo mata Deus porque no Deus que est vivendo neste mundo

    material. A ideologia da matria da subjetividade do homem e as minhas

    relaes, eu preciso conceber minha vida da forma e que eu consigo, da

    maneira que eu consigo viver, inclusive sem pensar no passado.

    30 de maro de 2013: meus estudos. Vi uma entrevista - Viviane Mos - Caf

    Filosfico (Exibido dia 29.03.2009), num Especial Nietzsche e aprendi muito,

    complementando de maneira significativa o meu entendimento sobre este

    filsofo. Ento resumi aqui uma parte da fala dela, o que eu consegui entender,

    na verdade. As discusses em sala de aula tambm foram fundamentais para o

    meu entendimento. H muito aguardo uma oportunidade para estuda-lo e ela

    demorou a aparecer, mas foi de grande valia, o momento foi privilegiado devido

    ao fator tempo, alis tem tudo a ver com o prprio Nietzsche falar do tempo.

    Nietzsche viveu num sculo XIX, marcado pela euforia moderna onde se

    acreditava muito na cincia e no pensamento como um veculo de

    transformao social, uma forma de vencer as dores. Ele foi extremamente

    crtico cincia Ele estudou o grego arcaico, pr-socrtico, leu a Ilada e a

    Odisseia, a arte que mediava as coisas, a ideia da verdade ainda no estavabem clara, definida. Este perodo tambm era marcado pelo eterno devir, da

    mutao, transformao, fluxo contnuo. Para Nietzsche os pr-socrticos eram

    os verdadeiros filsofos, pois conjugavam a arte, o pensamento e o saber e era

    atrado pela ideia de transformao. Para Herclito, por exemplo, nenhuma

    transformao ocorre por acidente e sim movida por uma espcie de fora

    divina que est presente em todas as coisas materiais e mantem tudo num

    fluxo de eterna transformao. Filho de pastor, Nietzsche estava inserido emuma cultura crist forte e a tenso entre o cristianismo, a modernidade e o

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    pensamento arcaico to poderosa em seus pensamentos que ele mesmo se

    dizia uma bomba ao invs de um homem. Esta mistura bombstica, realmente

    explode em um pensamento riqussimo para a poca, marcando o fim e o

    comeo de dois sculos (XIX e XX). O encontro com o pensamento arcaico deu

    a ele uma viso crtica cida do cristianismo e da modernidade. Com isso, ele

    passa a entender que a histria da filosofia. Para ele o pensamento, a histria

    do conhecimento humano a histria da negao da vida, da iluso, da

    construo de um modelo de homem que no existe e jamais existir. O

    homem construiu uma imagem de si bastante superior ao que ele consegue

    realmente ser, e o homem corre atrs desta ingloriamente. Nietzsche tirando

    o homem de seu antropocentrismo. Quando ele retoma Grcia antiga ele

    percebe que a vida est presente neste pensamento, uma vida cheia rodeada

    pela sinestesia, pela experincia corprea, sensvel e pela arte, o homem se

    relacionava com a vida como o desconhecimento que ela e tinha at certo

    pudor em relao vida exatamente por se tratar de um desconhecimento, de

    uma intensidade em eterna mutao, o homem nesta poca no tinha o sonho

    nem o desejo, nem a ambio de controlar as foras da vida. Para ele, o

    grande eixo do pensamento (arte, filosofia e cincia) socrtico-platnico, faz um

    enorme corte no pensamento filosfico, e sente que o mundo moderno vtima

    das ideias de Scrates e Plato, estes filsofos para ele mataram a pluralidade

    e o devir, o cerne do pensamento pr-socrtico. A mitologia grega um

    interpretao da vida que parte da arte como mediao e no da verdade, e os

    gregos antigos tm uma relao de submisso do homem ao mundo. Como

    eles tinham a conscincia desta sua posio de subalternidade eles no

    ousavam explicar o mundo e sim construir perspectivas de interpretao deste

    mundo utilizando os mitos. O grego antigo no acreditava nem desacreditavado mito, mas como aquilo era a nica coisa que ele tinha, era uma realidade:

    como eu na minha pequenez eu jamais saberei o que este mundo, eu crio os

    mitos para que eu possa conviver com esta grandeza que me escapa, ficando

    presa apenas por este fio tnue da mitologia. Com a invaso da Grcia pelo

    romanos e a degradao da cultura, fica um vazio e os filsofos ps socrticos

    passam a ousar a olhar para o mundo e tirar da relao imediata com o mundo

    alguma interpretao. Alguns filsofos passaram a pensar a vida como um jogode devir (o tempo), um processo de transformao constante do qual ns

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    fazemos parte e o desconhecemos porque ele no tem princpio nem fim. O

    tempo nunca comeou nem nunca findar, o tempo um fluxo que alimenta a

    si mesmo, ns nascemos e morremos mas o tempo no. Isto decorre do fato

    da mitologia grega que no ter um deus originrio. No mundo mitolgico grego

    tambm no existe verdade por no ter uma fonte, princpio originrio. A partir

    disto, Nietzsche comea a perguntar para todos de sua poca: quem tem a

    verdade, para que e para que a verdade? A verdade no produto de nossa

    curiosidade humana de descobrir como as coisas so, a verdade produto do

    nosso medo da morte, produto da necessidade de estabelecer a durao, a

    necessidade psicolgica de estabelecer durao. Porque no somos capazes

    de lidar com a vida como ela que construmos a ideia de verdade. A histria

    do nascimento humano a histria da criao e da cristalizao da ideia de

    verdade. Niilismo: o que Nietzsche fez da histria da humanidade : o homem

    construiu uma histria para si mesmo com valores morais que se chama

    niilismo. O niilismo quando todos os valores superiores perdem a razo,

    perdem a importncia. Este processo de desintegrao comea no sculo XVII

    porque os valores superiores eram valores da idade mdia: paraso depois da

    morte, a verdade divina, o que Plato construiu virou tudo cristianismo como a

    essncia (alma) pura estaria depois da morte e existem dois mundos, estamos

    no que um erro e o outro a verdade se aproxima de uma concepo

    judaico-crist de que esta vida. Isto leva Nietzsche a pensar que o cristianismo

    um platonismo para o povo. Primeiro h, ento, um niilismo negativo: eu nego

    esta vida em nome da outra, depois com o advindo da cincia na modernidade

    eu no quero mais esperar morrer para viver isto, ento, a morte de Deus o

    que marca a modernidade. A morte de Deus : quando a cincia nasce, a

    religio perde o valor, portanto, quem mata Deus cincia, o cientista. Anteseu rezava para a cura de minha doena, agora eu vou ao mdico... e quando

    eu fao isto, eu estou desautorizando a minha reza, eu estou dizendo que ela

    no basta, no funciona e no necessariamente eu preciso pensar que Deus

    no existe, mas eu o coloco em segundo plano e este um niilismo reativo, eu

    reajo a Deus e no trono que eu constru para Ele eu coloco o cientista. O

    niilismo da modernidade aquele que no quer morrer, mas ele cria uma outra

    metfora, uma outra viso e um outro mundo que o futuro. Pensa-se entoque no futuro tudo vai dar certo, se antes eu no vivia o presente porque eu

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    morreria e encontraria o paraso, hoje eu no vivo o presente porque privilegio

    o futuro. A ideia do futuro tira o homem do devir e do que a vida tanto quanto

    a ideia do paraso. Estes dois niilismos fundamental a nossa relao com o

    mundo na atualidade: a negao do corpo, das sensaes que levam ao erro,

    do pecado, do agora, da contradio e do conflito, de tudo que se transforma e

    constri um imagem idealizada de si mesmo e do outro. Para ele todo idealista

    era tambm um idealista na medida que refugia-se num mundo que nega a

    realidade que o cerca e tenta mudar o mundo atravs de sua filosofia pr-

    concebida. A resposta de Nietzsche para os niilismos que nos leva a pensar

    num ideal inatingvel a busca da superao do homem no presente. O super

    homem aquele que parte da afirmao da morte que arquiinventa a si mesmo

    ao invs de aceitar o modelo preestabelecido, um homem que tem a coragem

    de lidar a cada momento de sua vida com o conflito que a escolha de cada

    situao e que no atribui isto nem a Deus nem moral estabelecida,

    entender que existe um instante supremo em que o seu gesto que determina.

    A capacidade de si ver, se construir, de se superar, ele est na superao e

    no na verdade. O poder que se estabeleceu no mundo o da fraqueza, da

    covardia e no o da fora que o do enfrentamento. J o homem que se

    supera e se inventa o homem tico e sensvel. Se eu quero que um desejo

    meu acontea eu tenho que encaix-lo num desejo do acontecimento que a

    soma de todos os fatores envolvidos, isto se contrapes ideia de liberdade e

    de autonomia do cientista que faz o que quer, mas para Nietzsche, ele no faz.

    A liberdade nasce antes de tudo da submisso. Ele foi influenciado por

    Schopenhauer que se inspirou na filosofia oriental.

    03 de abril de 2013- Meus estudos

    Instante supremo ou a inveno de si (Viviane Mos)

    Quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele

    soprando sulcos na pele soprando sulcos?

    o tempo andou riscando meu rosto

    com uma navalha fina

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    sem raiva nem rancor

    o tempo riscou meu rosto

    com calma

    (eu parei de lutar contra o tempo

    ando exercendo instantes

    acho que ganhei presena)

    acho que a vida anda passando a mo em mim.

    a vida anda passando a mo em mim.

    acho que a vida anda passando.

    a vida anda passando.

    acho que a vida anda.

    a vida anda em mim.

    acho que h vida em mim.

    a vida em mim anda passando.

    acho que a vida anda passando a mo em mim...

    e por falar em sexo quem anda me comendo

    o tempo

    na verdade faz tempo mas eu escondia

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    porque ele me pegava fora e por trs

    um dia resolvi encar-lo de frente e disse: tempo

    se voc tem que me comer

    que seja com o meu consentimento

    e me olhando nos olhos

    acho que ganhei o tempo

    de l pra c ele tem sido bom comigo

    dizem que ando at remoando...

    31 de maro de 2013

    O sculo da filosofia alem 1780-1880

    No mundo antigo o eu pequeno e o mundo grande, o sujeito estavaausente. Na Grcia antiga com Scrates e Plato o eu cresce e passa ser uma

    preocupao to grande quanto o mundo. Com o cristianismo e a

    modernidade, o homem crescendo de importncia e domando o mundo, o

    objeto que se submete a potencia humana isto vem tambm da cincia. No

    momento da linguagem e da razo , do conhecimento de si mesmo, o homem

    interage com o mundo, o mundo o que o homem entende dele. O mundo que

    o homem entende, o eu fala muito da subjetividade. O mundo aquele que euestabeleo junto de minhas relaes sociais. Ele deixa de ser apenas

    metafsico para ser o lugar onde eu estou. No sculo XIX entra o paradigma da

    biologia com a histria natural de Darwin.

    A hora e a vez da angstia e do desejo. A angstia esta no cainho da

    realizao do desejo. uma das figuras do negativo. Aparece quando no tem

    limite ou quando se tem que colocar o limite. O limite ajuda a alcanar o desejo.

    A angstia constitutiva do ser.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    Kant (1724-1804): crtica razo pura. Influenciou Schopenhauer que por sua

    vez influencia Nietzsche. O que os seres humanos sabe imposto pelo que

    exite. Tudo que aprendemos por meio do nosso aparelho corporal, a saber

    nossos 5 sentidos, crebro... tudo que nosso aparelho conseguir lidar pode ser

    uma experincia. O que existe o que conseguimos experimentar. Ele

    moralista. Imperativo categrico. No conseguimos conceber o que no existe

    no espao e que no se mova no tempo. Espao e tempo so nossas formas

    de sensibilidade, redes nas quais capturamos tudo que percebemos. No fala

    dos dois mundos, s no arguento filosfico e racional. absolutamente

    necessrio estar convencido da existncia de Deus, mas no necessrio

    assim que algum a demonstre. Ele descartou o conhecimento para abrir

    espao a f.

    Argumenta que para os conceitos morais (como o dever de cuidar dos doentes)

    terem significado preciso que tenhamos livre-arbtrio. Precisamos ter a opo

    de fazer ou no fazer.

    Moralidade possvel apenas para criaturas racionais.

    Imperativo categrico: Age apenas segundo mxima que tu tambm queres

    que sejam leis universais pensamento e ao coerente e que enquadra na

    sociedade para possibilitar a coexistncia. No fazer ao outro o que no quiser

    que lhe faam, v. tem liberdade para fazer mas tem que pensar no outro

    tambm.

    Schopenhauer leu muito kant e influenciou Nietzsche Ele gostava muito de

    Plato tambm. Ele aprimora, resolve algumas questes que Kant no deu

    conta. Ele comea a falar da vontade.

    O fundamento da tica no a racionalidade, mas a compaixo. Todos somos

    um s e por isso devemos nos identificar uns com os outros e compartilhar

    sentimentos.

    Estabeleceu conexes entre pensamento oriental e ocidental. Leu texto indu e

    budista, filosofia religiosa. Era abertamente ateu.

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    Kant e Schopenhauer trabalharam dentro da tradio central da filosofia,

    retornando aos antigos gregos. Engajaram-se na investigao de descobrir e

    os limites da capacidade humana entender e conhecer.

    Se no tem nada acima de mim para mudar o governo, quem manda sou eu.Ressaltou o papel da vontade como a forma irracional da natureza humana.

    A arte o nico conhecimento que no era subserviente a vontade, a nica

    escapatria para o mundo sem razo. Filosofo do pessimismo. Enquanto

    estivermos entregues multido dos desejos com suas esperanas e temores

    constantes... nunca obteremos a felicidade ou a paz duradoura. Fala do peso

    do mundo.

    Legado de Schopenhauer. Influenciou Wagner, Freud (anlise da represso),

    Tostoi, Proust, Zol, Machado de Assis. Para ele, o mundo natural era cruel e

    selvagem=viso da condio humana.

    Nietzsche 1844-1900 pensador ps-hegelinao. Frente anti-racionalismo. Para

    ele no faz mais que representar, procurar romper com saberes j

    estabelecidos. Irracionalista. Niilismo: prega o nada, a falta de sentido, uma

    variante do ceticismo. O que tem que ser valorizado no homem so suas

    redes de significao

    Fala da potncia vital do ser humano.

    Ele inaugura o presentesmo: viver o momento sem se preocupar com o que

    vir.

    23 de maro de 2013

    Kant (1724-1804) - crtica a razo pura

    Hegel (1770-1831) - idealismo

    Comte (1798-1857) positivismo

    Marx (1818-1883) materialismo

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    Engels (1820-1895) economia poltica

    Dilthey (1833-1911) - compreenso

    Nietzstche (1844-1900) humanismo

    Simmel (1858-1918) vida urbana

    Durkheim (1859-1917) fatos sociais

    Husserl (1859-1938) fenomenologia

    Weber (1864-1920) sociologia

    Heidegger (1889-1976) existencialismo

    Fenomenologia

    Fenmeno aquilo que se mostra. Estudo daquilo que se mostra, se revela para

    uma conscincia a qual se forma para um sujeito a partir de sua vivncia. A

    fenomenologia a interpretao do mundo por meio da conscincia do sujeito

    a partir de sua experincia.

    Husserl (1859-1938): influncias- Franz Bretano e Descartes. Prope afenomenologia para repensar a metafsica. Matemtico de formao, um

    lgico- descrever as operaes do esprito, esclrecer as essncias que a

    inteligncia percebe nas relaes lgicas. Terico da experincia da vivida

    subjacente a toda operao mental. Fenomenologia= investigao filosfica da

    vida da conscincia transcendental teoria lgica- filosofia do esprito- filosofia

    da vida. A fenomenologia no apenas para a investigao e sim uma postura

    de vida.

    Principais ideias:

    Mtodo cientfico estabelece verdade provisria a partir do fato- explicar. MC-

    compreender/interpretar= em busca da essncia do objeto- significados a partir

    da experincia- sem teorias= epoch. Matemtica + filosofia emprica- anlise

    dos processos mentais para formular conceito de nmero. Objetos- prprios

    quando esto presentes/ imprprios quando s podem ser indicados a partir de

    signos- smbolos. Intencionalidade= toda conscincia se volta para o objeto-

  • 7/22/2019 Portflio Elen Menezes

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    essncia- significado do objeto para essa conscincia- verdades relativas- a

    conscincia sempre consciente de alguma coisa. Contrapor ao historicismo-

    psicologismo. Mundo- inicia a partir da conscincia desse mundo.

    Heidegger fenomenologia hermenutica- compreender o ser pelo prprio seinterpretao desse ser. Dansein- ser-a-no-mundo. Respectividade = ser-a-

    cada-momento. Principais ideias: contrape metafsica de Plato e ao

    positivismo cartesiano. Pensamento ontolgico- desvelar o ser o que .

    experincia sem a dicotomia real- aparente (Plato) cobertura

    epistemolgica = dicotomia sujeito-objeto (positivismo). Homem-sujeito=objeto

    (mundo) s objeto para um sujeito-manipulao a favor do homem. Para lee-

    sujeito relaciona-se com o objeto=experincia/percepo/vivncia. Experienciara linguagem segundo o que aprece- o fenmeno da linguagem deixa aquilo

    que o ser se manifesta em sua morada - deixar a linguagem se ostrar

    como ela - como o que fala para ns e por ns, e no o que falado

    segundo nosso comando de pretensos sujeitos. Mundo um mundo de

    conceitos descrio do mundo por palavra preconcebidas - definidas pela

    cincia. Em uma experincia autntica, para alm do que a cincia ensina que

    a experincia, vemos coisas que so o que so por estarem se manifestandode forma prpria.

    Hannah Arendt: estudo sobre o totalitarismo = nazismo e stalinismo. Condio

    humana = labor/trabalho/ao. Sobre a revoluo = francesa e americana - diz

    da manuteno do esptito revolucionrio. Banalidade do mal = cobertura

    jornalstica do julgamento de Eichmann.

    01 e 02 de abril de 2013 Meus estudos sobre fenomenologia

    Como no mestrado eu optei pela fenomenologia, trago um pouco do que

    escrevi sobre ela. Foi interessante revisitar os fenomenlogos e os meus

    estudos sobre eles. Agora, um pouco mais madura e fazendo vrias outras

    coneces a fenomenologia pareceu-me mais clara, acho que o caminhar na

    linha histrica dos filsofos e pensadores que fizemo