Portfolio Anexo Museu Casa Lacerda

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Rua Catequese, 77 Butantã SP 05502 020 [email protected] Portfolio Anexo Museu Casa Lacerda Anna Juni Enk te Winkel Gustavo Delonero

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Rua Catequese, 77 Butantã SP 05502 020

[email protected]

Portfolio

Anexo MuseuCasa Lacerda

Anna JuniEnk te WinkelGustavo Delonero

Local

Ano de Projeto

Área do terreno

Área construída

Colaboradores

Paisagismo

Lapa PR - Brasil

2019

563 m2

560 m2

Deborah Caseiro

Julio Shalders

Marcelo Jun Yamaga

Seiva (Eduardo Chagas)

Anexo MuseuCasa Lacerda

Memorial

Das memórias afetivas, das tardes de conversas na varanda, do café com mistura, dos esconderijos inventados pelas crianças, dos antigos modos de viver.

Dos acontecimentos, do caminho comercial tropeiro, da resistência na Revolução Federalista. Da paisagem, das grutas, dos morros. Da preservação do

patrimônio cultural: construído, vivido ou imaginado. Do porvir.

A atmosfera espacial deste anexo é composta pelas camadas temporais que perpassam histórias particulares e públicas dos quase dois séculos de existência

da Casa Lacerda.

José Lacerda, antigo morador, gostava de ter sempre ao alcance da visão o morro para onde a Sala do Relógio está voltada. Por essa razão esse é o único

ambiente da casa cujas janelas estiveram permanentemente livres de cortinas.

Com o intuito de manter o máximo da paisagem desobstruída, foram traçados três eixos a partir da Sala do Relógio. Dois deles originam-se das alvenarias

delimitadoras do perímetro da sala e saem em direção ao lote vazio para desenhar a praça, extensão do quintal. O terceiro, eixo central, alinha a porta na Rua

XV de Novembro à entrada do anexo na Travessa Francisco Brito de Lacerda.

Quintal e praça constituem um espaço contínuo por meio do desenho do piso. Leves dobras interligam os níveis revestidos por tijoleira e conformam um pá-

tio, onde a nuvem de glicínias sob a pérgola está enquadrada. No piso também foi marcada a conexão virtual entre casa e anexo. A faixa de granito, elemento

lúdico, materializa o eixo e transpassa tijolos, água, concreto e jardim até chegar à calçada. Em seu sulco penetra a água nos dias de chuva fazendo com que

um pequeno córrego escorra longitudinalmente por todo o projeto.

Externamente aos eixos, brotam duas protuberâncias: de um lado a lâmina ligada aos programas de refeição e livraria; enquanto do outro, um volume de

madeira, alinhado ao porão da residência (outrora utilizado como esconderijo pelas crianças), anuncia a entrada para o subsolo. Um grande plano de vidro na

face do volume revela a exposição ao visitante, convidando-o à descida.

Outras aberturas no decorrer do percurso inferior trazem perspectivas da casa e da antiga figueira para o anexo que, desde a vista da travessa, aparecem

misturadas a ele. A sequência de enquadramentos para quem percorre o eixo central tem seu ápice na chegada ao foyer, momento de maior campo visual, no

qual a casa é vista acima do espelho d’água.

Os dois caráteres do projeto, mais silencioso quando ao nível da Casa Lacerda e mais presencial quando se afasta dela, resulta do entendimento de que a

vista principal da casa é o morro e a vista principal do anexo é a própria casa. Isto não significa um demérito ao novo edifício, ao contrário, a relação que esta-

belece com o contexto potencializa seu importante lugar como centro cívico, educacional e recreativo.

planta

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rua duca lacerda

implantação

plantas do nível inferior e térreo

corte longitudinal