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Portfólio Melanie Antunes Portfólio composto pelos trabalhos realizados na área de jornalismo Jornalismo Porto Net | Palco Principal

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PortfólioMelanie Antunes

Portfólio composto pelos trabalhosrealizados na área de jornalismo

Jornalismo Porto Net | Palco Principal

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ÍndiceJornal O Ardina -Jornal desenvolvido no âmbito da disciplina Ateliês de Jornalismo

JPN A4 -Notícias concebidas durante o estágio no Jornalismo Porto Net,

jornal online da Universidade do Porto. As notícias publicadas online en-

contram-se com o link para o site

Palco Principal -Lista dos trabalhos de maior relevância, com respectivos links ao

site, realizados durante o estágio no meio de comunicação Palco Principal

Págs.

3 a 26

27 a 69

70 a 73

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Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2009

O Ardina

Atentado em Islamabad causa 53 mortosO Hotel Marriott foi alvo de atentado de um bombista suicida que conduzia um car-ro com 600 explosivos. O embaixador da República Checa é uma das vítimas. Entrevista com

Mafalda Lopes, jogadora profis-sional de Poker que participou no World Series of Poker em Las Vegas

Protocolo dereabilitação do Bolhão

Ministro da Cul-tura garante que o traçado arqui-tectónico do Bol-hão não vai ser posto em causa com as obras.

Número I Ano I 0,70€

Programa de Mobilidade de estudantes

Há cada vez mais estudantes a fazerem intercâm-bio para outros países

Director: Melanie Antunes

Portfólio Melanie Antunes 3

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Programa de mobilidade de estudantes

Para além das fronteirasA Universidade do Porto é a instituição de ensino superior portuguesa que tem

mais estudantes em programas de mobilidade. O intercâmbio para outros países é uma tendência que tem vindo a aumentar não só para países europeus, mas também para outros continentes. Ana Sofia Moura, Rui Almeida, Miguel Almeida e Joana Miranda contam a sua experiência bem sucedida para alguns, e complicada para outros.

Melanie Antunes

O Ardina2Reportagem

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Cada vez mais estudantes optam por fazer um programa de intercâmbio no seu percurso escolar. A Universidade do Porto não é só a instituição portuguesa que acolhe mais estudantes de outras nacionalidades, mas também é a que coloca mais estudantes nacionais em universidade estrangeiras. Neste ano lectivo recebeu 1060 estudantes estrangeiros. A Universidade do Porto destaca-se ainda, a nível europeu, ao ocupar a 33.ª posição no top 100 do índice Incoming Erasmus Student Mobility e o 40.º lugar do índice Outgoing Erasmus Student Mobility.A maioria dos estudantes

portugueses opta pelo programa Erasmus, que abrange o intercâmbio entre universidades europeias, o que é preferível para os alunos que não pretendem ficar muito longe do seu lar. Foi o caso de Ana Sofia Moura que escolheu como país de destino Itália. Em 2006, a estudante de

Ciências da Comunicação da Universidade do Porto esteve cinco meses, em Roma, na Universidade La Sapienza, onde aprendeu a lidar com situações novas e a ultrapassar obstáculos

sozinha: “aprendi a adaptar-me a novas situações e a libertar-me rapidamente da importância que dava a algumas “comodidades” que noutra situação não seriam postas em causa como alguns utensílios de cozinha, cortinados, o carro…”. A necessidade de liberdade e a vontade de

conhecer novas coisas e de experienciar a vida sozinhos foi uma das razões que levam Rui Almeida e Miguel Almeida a fazerem intercâmbio no Brasil. Os dois estudantes de Marketing no IPAM estiveram cinco meses, em 2007, no Recife e depois do final do semestre aproveitaram um mês para viajar pelo país para conhecer cidades como São Paulo e como o Rio de Janeiro. O facto de o Brasil ser um país conceituado na área do Marketing também influenciou a decisão de Rui Almeida. Contudo, o estudante constatou que as disciplinas eram menos trabalhosas e mais teóricas, o que as tornava mais fáceis.

Joana Miranda, que também fez intercâmbio no Brasil, este ano, mas no Rio de Janeiro, não teve tempo para constatar esse facilitismo do ensino, pois desistiu do intercâmbio e voltou para Portugal. No entanto, a também estudante de Ciências da Comunicação na Universidade do Porto constatou que o ensino

Ana S.Moura em Roma

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O Ardina3

ReportagemQuinta-feira7 de Janeiro 2009

brasileiro é mais flexível e “relaxado, tranquilo...bastante informal, digno até de uma novela. A verdade é que no primeiro dia que fui às aulas, tinha o mail dos professores para falarmos no messenger, o numero de telefone deles caso tivesse alguma dúvida tratávamo-nos por “tu” ou “você””, relata Joana.

Já Ana Sofia achou a dificuldade das disciplinas que teve em Roma equivalente àquelas que teve no Porto, isto porque “os exames em Itália são orais e os estudantes de Erasmus fazem, tal como os italianos, exames orais em italiano”, mas isso não impediu a aluna de passar a todas as disciplinas.

Ana Sofia encantou-se com o povo italiano e diz que não consegue desassociar a cidade das pessoas, mas no inicio, quando chegou à estação de metro Termini sentiu um grande impacto devido à “confusão infinita de gente, as línguas que não eram a nossa, da qual sobressaía o italiano, os cheiros aliados à percepção de que vamos ficar ali durante 5 meses… todo o ambiente grita aos nossos sentidos. Queremos sempre captar tudo o que se passa à nossa volta, mas com tanta informação acabamos sempre preferir um pormenor a outro. Tudo isto causou-me alguma ansiedade”.

Para Miguel Almeida, o primeiro impacto foi a preocupação com a sua

segurança, “pois chegamos de noite e ao pensar na insegurança que se vive naquele pais foi um pequeno choque”.

Joana já tinha estado no Brasil no Natal passado em Brasília, o que lhe conferiu uma maior segurança, pois já tinha uma ideia da realidade daquele país. No entanto, quando chegou ao Rio de Janeiro deparou-se com um cenário diferente: “Pensamos e temos uma ideia do que o Brasil e o Rio de Janeiro, especificamente, tem tantos habitantes como Portugal inteiro, mas só

“confusão infinita de gente, as línguas que

não eram a nossa, da qual sobressaía o italiano, os cheiros aliados à percepção de que vamos ficar

ali durante 5 meses… todo o ambiente grita aos nossos sentidos”.

estando lá é que temos verdadeira noção do que são milhões de pessoas. Em todos os lados, parecia haver um mar de gente. Praias cheias, estradas atoladas de carros, autocarros...sei lá! Um número infindável de shoppings, avenidas com quilómetros e quilómetros de comprimento, favelas com 200 mil habitantes...tudo era em proporções gigantescas”. Mal chegou ao Brasil alguns amigos e familiares foram ao

encontro de Joana e logo a avisaram para esconder tudo o que fosse valioso ou demasiado vistoso e que tentasse “não parecer muito “gringa”, que é uma expressão que os brasileiros usam para designar estrangeiros”.

O fuso horário também foi um problema com que Joana se deparou, pois “ às seis da tarde era noite cerrada e nos primeiros tempos não saia de casa, porque tinha medo de me aventurar por aquelas ruelas estranhas, assim como quem diz, ruelas que quarteirão a quarteirão iam dar a uma favela”. Andar de autocarro revelou-se uma aventura para Joana, pois alguns têm uma rota que passa em frente às piores favelas “e nos quais, os moradores das “comunidades” entravam de graça para que desse modo não fossemos assaltadas no “ônibus””.

Já Rui e Miguel têm uma visão diferente do Brasil, porque estiveram no Recife, um local com um número de habitantes bastante inferior ao Rio de Janeiro, e não têm

Rui Almeida e Miguel Almeida no Rio de Janeiro

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O Ardina4Reportagem

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nada que os tenha marcado negativamente: “gostei do convívio com os meus colegas das pessoas que conheci dos locais que visitei, que foram imensas cidades, acho que só posso dizer bem”. Da sua pequena estadia no Rio de Janeiro, Miguel ficou com boa impressão da cidade e diz que se algum dia voltar a viver no Brasil será no Rio “pois é sem dúvida a cidade que mais me encheu as medidas”.

Miguel faz o balanço desta experiência e diz que a nível escolar não foi muito enriquecedor, mas ficou a conhecer uma realidade diferente daquela que vive em Portugal. Já a nível pessoal, “não há duvida foi das melhores experiências que uma pessoa pode ter e que aconselho vivamente, acabas por te tornar mais independente pois não tens os teus pais ou outra pessoa ao lado para fazer as coisas por ti se queres algo tens de ser tu mesmo a consegui-las”. O facto de ter feito intercâmbio é um ponto importante no currículo de Miguel, que foi valorizado pela empresa onde actualmente trabalha,

Coliseu em Roma

isto porque “as grandes empresas já não pensam só nos atributos curriculares mas sim nas próprias pessoas e na capacidade que elas têm de se moldarem a diferentes culturas e serem bons a relacionar-se com novas pessoas”.

Apesar de ter perdido essa mais-valia no currículo, Joana não se arrepende de ter voltado “porque foi uma experiência que quis, mas que não resultou. Tentei várias vezes adaptar-me e integrar-me naquela forma de vida mas para mim foi impossível. Arrepender-me-ia se tivesse regressado sem nunca tentar, o que não foi o caso”. Joana sabia que viver naquele país iria ser um desafio e essa foi uma das razões que a levou a escolher o Brasil como destino para o seu intercâmbio, o facto de entre os países da lista ser o que fica mais longe o que

“as grandes empresas já não pensam só nos

atributos curriculares mas sim nas próprias

pessoas e na capacidade que elas têm de se moldarem a diferentes culturas

e serem bons a relacionar-se com novas pessoas”.

iria testar as saudades e a coragem da estudante de se aventurar num Estado, Rio de Janeiro, com uma taxa elevadíssima de violência e criminalidade. O ambiente entre os estudantes de intercâmbio, o espírito festivo, os churrascos em casa de amigos, as festas na praia ou no meio da rua, foram coisas que fascinaram mais a estudante de Ciências da

Comunicação, do que os monumentos como por exemplo o Cristo Redentor.

Apesar de ter desistido do programa de mobilidade, Joana aconselha os estudantes a passarem pela mesma experiência pois é algo “que nos faz crescer e que nos coloca perante inúmeros desafios que nos são úteis tanto para o percurso profissional como para o pessoal. O facto de ter estado integrada num grupo de alunos de intercâmbio, permitiu-me não só ter contacto com a cultura do país de destino, mas também com as restantes culturas presentes”. Uma das principais razões para

Joana Miranda no CristoRedentor

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O Ardina 5Reportagem

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a estudante voltar para Portugal foi a constante violência a que assistia como por exemplo, “ver crianças a viver na rua, a roubarem diante de toda a gente, a pobreza que se via, e os constantes tiroteios”. Apesar de o Brasil também ter aspectos positivos, Joana não conseguia desviar a sua atenção desse cenário, “as praias de areia branca, o “chopp” geladinho e as caipirinhas não substituíam nem desviavam a minha atenção daquele mundo. Aquela realidade não era minha, nem que quis que fosse, por isso decidi regressar”. O principal desafio de Joana foi adaptar-se: “achava que tudo de mal me acontecia e pouco a pouco comecei a perceber que o problema não era dos outros mas meu, que não conseguia de forma nenhuma adaptar-me àquele sistema de vida”. O ritmo de vida lento e relaxado, que contrasta com o ritmo acelerado que a cidade aparenta ter, era algo que fazia confusão a Joana.

Hoje Joana não faria intercâmbio, pois está demasiado ligada ao seu país e gosta demasiado desta realidade, mas se tivesse de escolher outro país para fazer intercâmbio escolheria Itália ou Inglaterra.

Ana Sofia faz um balanço positivo da sua estadia em Itália pois para ela é um país que reúne condições excepcionais: “tem tanta beleza natural como monumentos. Uma língua muito apetecível. Um clima mediterrânico. Uma cozinha deliciosa. Pessoas acessíveis e simpáticas”. A estudante também aconselha a

Joana Miranda no Pão de Açucar, Brasil

“é uma mais valia quer a nível pessoal, quer a

nível académico. É a adaptação a uma vida, em todas as suas dimensões,

que rompe completamente com tudo o que

experienciou até aí”.

experiência de fazer intercâmbio pois “é uma mais valia quer a nível pessoal, quer a nível académico. É a adaptação a uma vida, em todas as suas dimensões, que rompe completamente com tudo o que experienciou até aí. Somos obrigados a procurar novas respostas e

soluções porque a rotina e a experiência pouco podem ajudar face a algo como um programa de mobilidade. Costumo dizer que há coisas que só se podemos compreendem totalmente quando passamos por elas”.

A afluência aos programas de mobilidade é cada vez maior, há cada vez mais estudantes a quererem ir estudar para outro país. É uma experiência que os enriquece não só a nível curricular, mas também a nível pessoal. Começam-se a ver alguns casos de desistências, mas no final o balanço é sempre positivo. É uma maneira de os estudantes se porem à prova e testarem a sua capacidade de adaptação, algo que vão precisar quando entrarem no

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O Ardina6Comentário

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Desde que me recordo que todos os anos, quando chega Dezembro, chega uma nova esperança para os comerciantes. Os portugueses abrem os cordões às carteiras e gastam quantias exorbitantes em prendas de Natal. Presentes caros, melhores de ano para ano, não vão as pessoas correr o risco de ficar mal perante a família. Mas agora tudo é diferente. Cada vez se compram menos presentes, ou então optam por alternativas mais baratas. O lucro dos comerciantes nesta época tem vindo a diminuir cada vez mais. A única coisa que parece ter aumentado é a dor de cabeça dos consumidores que cada vez têm menos dinheiro para gastar. A família cresce e as poupanças diminuem.

O Natal parece ter-se tornado mais do época de tristeza em que as pessoas dão por si a ficar cada vez mais pobres, ao invés de ser uma época de alegria e de prosperidade. Com um país em crise a única solução parece se a intervenção do Estado, deixando de lado a dicotomia marxismo vs

Natal só nos saldos

Melanie Antunes

capitalismo e admitindo que no século XXI as ideologias não levaram a lado nenhum. O que é certo é que mediante uma crise financeira em que os maiores órgãos financeiros desabam, o Estado é quem pode salvá-los. Foi por exemplo o que se passou com a nacionalização do BPN.

O presidente do BPN, Miguel Cadilhe, tinha um plano em curso que previa um aumento de capital em três tranches e a venda de activos. Este plano não correu como estava previsto devido à crise financeira e Miguel Cadilhe falhou a segunda tranche do aumento de capital, que era prevista. Teixeira dos Santos propôs ao parlamento a nacionalização do banco. Esta nacionalização teve como objectivo assegurar aos depositantes que os seus depósitos estariam seguros. Para evitar que haja uma corrida aos depósitos, por parte de clientes inseguros, o governo tomou a decisão de entregar o BPN à Caixa Geral de Depósitos. Depois desta decisão o Banco Português de Negócios conseguiu que regressassem metade dos clientes que tinha perdido na crise interna. O BPN conseguiu novos investidores devido aos juros altos e à segurança trazida pelo processo de nacionalização.

Apesar da Caixa Geral de Depósitos ter injectado 100milhões em liquidez os resgates dos clientes

continuam a preocupar os gestores da instituição. Os portugueses sentem-se inseguros e temem que o pouco dinheiro que lhes resta desapareça. As pessoas aperceberam-se tarde da crise, mas agora parecem entrar em pânico e não saber o que fazer. Como é típico do português, este pensa sempre que está pior que os outros. Pois para

que ainda pensa que a crise só afecta Portugal e que apenas o nosso país se encontra numa situação de alto risco, temos o exemplo da crise financeira no Reino Unido, que enfrente a pior recessão dos últimos 17 anos.

No dia 31 de Outubro o governo britânico aprovou a fusão do banco Lloyds TSB com o Halifax Bank of Scotland (HBOS). O objectivo do Lloyds era salvar da crise o concorrente HBOS. O Estado deixou que as empresas resolvem-se o problema entre elas optando por não se meter e deixar que estas

O Natal parece ter-se tornado

mais uma época de tristeza em que as pessoas dão por si a ficar cada vez

mais pobres

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O Ardina 7Editorial

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Há um tema que parece não querer sair da nossa agenda: a crise. Já quase ninguém se lembra de como era viver o dia a dia sem ouvir esta palavra, de como era ver o telejornal e não ouvir um único comentador a falar em crise. Será que alguém se lembra de como era ler um jornal em que metade das notícias não fosse sobre a crise? Desde que ouvimos a celebre frase “Portugal está de tanga” que parece que tudo mudou. Pois agora Portugal pôs a tanga à venda nos saldos e parece não haver nada a fazer contra isso. A crise afecta toda a gente e tem vários níveis, mas quem vai ser especialmente afectado são os futuros licenciados. Se cada vez mais trabalhadores são despedidos e cada vez mais pessoas não conseguem arranjar trabalho, qual será o futuro para aqueles que ainda nem sequer tiveram a oportunidade de começar a trabalhar? Vivemos num país de doutores, em que a maioria da população é licenciada e a tendência é de o número aumentar cada vez mais. Como escolher no entre tantos candidatos a emprego? As actividades

achassem solução. Passado quase um mês, a 28 de Novembro, o Lloyds TSB e o HBOS acordaram vender 44.5 mil milhões de euros em acções, o objectivo era que Gordon Brown, Primeiro-ministro britânico conseguisse estabilizar o capital do sistema bancário britânico.

Nenhuma das grandes potências parece estar imune, portanto, não é apenas no nosso país que o Natal vai ter de esperar pelos saldos.

extra-curriculares são hoje em dia uma mais-valia para estes jovens e cada vez mais jovens se apercebem disso. Não basta ter uma média elevada, é necessário ter novas experiências, ser uma pessoa sociável e ter a capacidade de se adaptar perante novos desafios. Os programas de mobilidade são cada vez mais valorizados e quem usufrui deles parece satisfeito com a experiência. Os hobbies dos alunos são cada vez mais tidos em conta, estejam eles relacionados com a sua licenciatura ou não. Parece que caminhamos para um modelo americano em que a personalidade e capacidade de trabalho de uma pessoa é decidida em maior parte não por um número, mas pela sua experiência. Numa sociedade cada vez mais competitiva, em que a crise fecha o maior número de portas que consegue, os futuros licenciados devem aproveitar o maior número possível de oportunidades para aumentarem o seu currículo. Todas as experiências são bem vindas, mesmo que sejam más, pois essas também nos tornam mais fortes.

Aos leitores

Melanie Antunes

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O Ardina8Internacional

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Atentado em Islamabad causa 53 mortos

O hotel Marriott, na capital do Paquistão, foi alvo de um atentado por parte de um bombista suicida que conduzia um carro com 600 quilos de explosivos.

Melanie Antunes

No início da noite de ontem registou-se um atentado em Islamabad, contra o hotel Marriott. A causa da explosão foi um carro carregado com 600 quilos de explosivos que embateu contra o portão do hotel. O condutor da viatura terá morrido no ataque. Deste atentado, que é o terceiro em 7 anos, resultaram 53 mortos e 260 feridos. Entre estes encontram-se 7 alemães e 2 norte-americanos. Uma das vítimas mortais foi o embaixador da Republica Checa.

A explosão provocou uma enorme cratera à entrada do hotel. Além disso danificou dezenas de carros que se encontravam no parque de estacionamento, destruiu

várias janelas do hotel e fez desabar o tecto de uma sala de banquetes onde se encontravam entre 200 a 300 pessoas. Nesta sala decorria a celebração do fim do jejum diário que é respeitado pelos muçulmanos durante o mês sagrado do Ramadão. Após a explosão vários focos de incêndio deflagraram no hotel.

O hotel Marriott, que possui 250 quartos, era dos mais frequentados, quer por estrangeiros, quer por residentes da cidade.

O presidente paquistanês, Asif Ali Zadari, e o seu Primeiro-Ministro Yusuf Raza Gilani, tinham agendado um jantar no hotel Marriott à hora em que ocorreu o atentado. O encontro foi desmarcado à última hora.

Este atentado, que é o mais potente em Islamabad desde 2001, foi reivindicado por um grupo intitulado “Combatentes do Islão”.

Horas antes do atentado, o novo presidente

paquistanês, viúvo da ex- Primeira-Ministra, Benazir Bhutto, comprometeu-se a continuar a luta contra os fundamentalistas islâmicos.

Já em 2001, o então presidente Pervez Musharraf anunciou o seu apoio à guerra contra o terrorismo, desencadeada pela administração Bush, após os atentados do 11 de Setembro.

A União Europeia e George W. Bush condenam o ataque. O Presidente dos Estados Unidos alertou para a contínua ameaça terrorista. Após o atentado, os EUA suspenderam o serviço consular no Paquistão. Javier Solana, alto comissário de Polícia Externa e de Segurança Comum da União Europeia, mostra-se indignado com o sucedido “condeno nos termos mais enérgicos o vil ataque terrorista em Islamabad”.

Hotel Marriott em Islamabad

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O Ardina 9Nacional

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Reabilitação do Mercado do Bolhão não vai “perturbar” traça arquitectónica

O Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro esteve presente na assinatura do protocolo de requalificação do Bolhão e disse que pretende requalificar e reabilitar o Mercado sem “perturbar a narrativa arquitectónica do Bolhão”.

O Ministro diz que o Porto é uma “cidade com uma linguagem arquitectónica muito própria, muito marcada” e tem também em conta que este é um dos factores pelo qual as pessoas identificam a cidade. Pinto Ribeiro refere também a importância de em tempos de crise trabalhar com pessoas qualificada que permitem encontrar soluções novas.

Rui Rio explica a escolha preferencial pelo investimento de uma empresa privada na reconstrução do Bolhão, porque “as obras de recuperação são para fazer com iniciativas privadas e não com o dinheiro com o

dinheiro dos contribuintes”. Justifica ainda a entrega do projecto à TCN, pois “há quem saiba fazer as coisas melhor que a Câmara Municipal do Porto, e entregamos as coisas a quem as sabe fazer”.

Ao fim de três anos de espera o futuro do Mercado do Bolhão foi decidido e está nas mãos da Câmara Municipal do Porto. Rui Rio diz que voltaria a tentar em primeiro lugar a iniciativa privada.

Para o novo projecto de requalificação do Mercado, o Ministério da Cultura, o IGESPAR e a Câmara Municipal do Porto, contam com a indemnização que a TranCroNe (TCN) vai pagar à Câmara do Porto, com a venda de acções do Mercado Abastecedor, que é justificável com a deslocação de um mercado mal situado para “um sítio onde faz sentido estar”.

A Câmara do Porto conta ainda com o recurso a verbas comunitárias. Rui Rio diz que “perdemos três anos

por respeito ao dinheiro dos contribuintes” e que “ se fosse hoje voltava a fazer tudo de novo, a não ser que tivesse o dom da adivinhação”. O presidente da Câmara Municipal do Porto diz que sabe o que está a fazer e sente-se satisfeito com o protocolo.

A realização do projecto e a sua exploração será sorteada em concurso público, no caso de existirem interessados. Caso contrário, a Câmara Municipal do Porto ficará encarregue do Mercado do Bolhão.

O vereador do Pelouro do Urbanismo da Autarquia do Porto, Lino Ferreira, a Directora Regional de Cultura do Norte, Helena Coutinho assinaram o Protocolo em nome da Câmara Municipal do Porto. Elísio Summavielle, Director do IGESPAR, também assinou o acordo e seu trabalho foi elogiado pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto.

Garantia do ministro da Cultura na assinatura do protocolo para a reabilitação do mercado. Rui Rio “voltava a fazer tudo de novo”.

Melanie Antunes

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O Ardina10Entrevista

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Princesinha do Poker

Mafalda Lopes joga poker há dois anos e já participou em vários torneios entre os quais o maior torneio do mundo em Las Vegas, o World Series of Poker. A “Muranguita” (cognome de Mafalda) concilia os seus estudos em Farmácia com o seu gosto pelo poker. Fomos falar com ela sobre a sua experiência no mundo do poker e tentar descobrir qual o segredo para ser uma jogadora tão boa.

Melanie Antunes

Como surgiu o seu interesse pelo poker?

Até ao Verão de 2006 o poker para mim era um jogo que uma pessoa estava habituada a ver nos filmes e achava que era bastante interessante. Entretanto, nesse Verão comecei a jogar com uns amigos numa noite em que estávamos todos juntos em casa. Foi apenas aí que me ensinaram as regras e que comecei a perceber como é que se jogava poker. Até aí não sabia regras nem nada do género e foi apenas aí que comecei a perceber como é que se jogava e achei o jogo muito interessante, por exemplo, a nível de estratégias. Claro que no início perdia os jogos todos. Não tinha estratégia nenhuma, nem sabia bem as regras, mas depois cheguei a casa, e fui à Internet ver as regras direito Comecei a ver que fora de Portugal, nomeadamente nos Estados Unidos é um jogo bastante divulgado, é um jogo de

família, ao contrário de Portugal que tem uma noção bastante pejorativa do Poker e comecei a entrar nesse tipo de vida. Depois acabei por encontrar mais gente como eu em Portugal e a jogar nesses meios, na Internet e mais tarde ao vivo em Portugal.

E agora com que frequência é que joga Poker?

Ora bem, hoje em dia costumo jogar um a dois torneios mensais ao vivo, e na Internet jogo como hobby, quando tenho tempo e estou em casa, quando não estou a estudar ou ao fim de semana. Sempre que tenho tempo jogo.

Quando começou a jogar alguma vez pensou que iria chegar tão longe, que iria para Las Vegas?

(risos) Nunca. Nunca. Quando uma pessoa começa a jogar nem sequer… bem não vou dizer que não se

pensa nisso. Pensa, mas é uma coisa muito distante, principalmente para nós portugueses, não é? Quer dizer ir a Las Vegas jogar no melhor torneio do mundo era uma coisa diria louca, mas nunca pensei e nem me preocupei com isto, porque pensei que era um bocado impossível. Nunca me passou pela cabeça chegar ao ponto em que estou.

Mafalda Lopes no Solverde Season 2008

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O Ardina 11Entrevista

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

E o que é que sentiu quando chegou a Las Vegas?

Ora bem. (risos) Las Vegas… Cheguei ao maior torneio de Poker do mundo, ou seja, é entrar numa sala, num salão gigante, cheio de pessoas, mesas, encontrar ao nosso lado um ídolo, jogar na mesma mesa de um ídolo. Por um lado, mete um bocado de medo, eu fiquei muito nervosa quando cheguei e vi que tinha um dos melhores jogadores do mundo na minha mesa, claro que tremi um bocado. No início custou bastante.

E conseguiu ficar concentrada?

Consegui. Ainda joguei bastantes mãos com ele e perdi algumas como é óbvio. Ele sabe mil vezes mais do que eu, já tem uma experiência no poker maior do que a minha, mas foi espectacular jogar com ele e ver o que ele fazia e como reagia. A pessoa acaba por ficar a olhar para ele, a ver como é que reage perante

“Chegar ao maior torneio do mundo é entrar num salão gigante, cheio de

pessoas, encontrar ao nosso lado um

ídolo, jogar na mesma mesa dele”

cada situação, mas foi frustrante, porque tentamos fazer algum movimento e como eles são melhores que nós acabam a deixar-nos para trás. E nós só temos a dizer “ok fomos vencidos, eles sabem mais que nós” e só temos de dar os parabéns. Aquela sala onde se passa o torneio é um arrepio para qualquer jogador de poker. Deve ser como quando um jogador de futebol entra numa equipa grande. Entrar ali e ver aquela gente toda, ouvir o barulho das fichas, saber que dentro de minutos vai começar aquele torneio tão esperado, aquele torneio anual que toda a gente espera e nós estamos lá sentados e vamos jogar, é espectacular!

Como correu a sua prestação no torneio, de modo resumido?

Entraram 6 mil jogadores e eu fiquei por volta dos dois mil e oitocentos. Joguei cerca de dez horas no primeiro dia. Foram bastante difíceis, porque estava nervosa, mas eu acho que qualquer jogador profissional português sente-se nervoso lá. Correu bem o primeiro dia, consegui manter sempre o mesmo número de fichas, não perdi muito.

No final do dia 1 consegui dobrar a stack o que é óptimo, mas depois joguei três mãos que ainda hoje jogaria da mesma forma, acho que foram as opções certas, mas às vezes no poker isso não é suficiente e perdi algumas

Perfil:Mafalda Lopes começou a

jogar Poker em 2006, apenas por diversão. Foi ganhando pratica e entendendo o jogo e começou a encontrar-se com mais pessoas para jogar. Desde logo deu um pequeno salto para os Casinos e já em Junho de 2007, a “Muranguita” fica qualificada em 8º lugar na Everest Poker European Cup. Mafalda começa a sobressair no mundo do poker e em Novembro desse mesmo ano passa a ser patrocinada pela Betfair. Já em Março de 2008 consegue atingir o pódio no I Torneio Liga de Poker La Toja, em Madrid, ficando no 3º lugar. Alguns meses depois, em Junho, Mafalda Lopes chega ao 7º lugar do VI Estoril Poker Championship Estoril. Nesse mesmo ano ainda participou no World Series of Poker em Las Vegas, chegando até aos dois mil e oitocentos jogadores (o número inicial era de 6 mil jogadores). Em Dezembro de 2008 foi eleita a melhor jogadora do ano na 1ª Edição dos Prémios PokerPT.

Mafalda Lopes concilia o seu gosto pelo jogo com um curso de farmácia na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto. Esteve a estagiar durante o ano escolar anterior (2007/2008) e agora já se encontra no último ano da licenciatura. Desde pequena que Mafalda sempre quis fazer algo ligado à saúde, sendo a primeira ideia a de seguir medicina. Mais tarde desiste dessa ideia e decide tirar a licenciatura em farmácia. O que interessa Mafalda Lopes é o contacto com as pessoas e com os seus problemas, daí ter optado pelo ramo de farmácia comunitária no seu curso.

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fichas mas acabei com a stack inicial. Passei para o dia 2 com 17 mil fichas, nós começamos com 20 mil. No dia 2 perdi por voltas das duas ou três horas da tarde. Como tinha uma stack pequena, tinha poucas fichas. Tentei fazer alguns movimentos, mas correram mal e depois acabei por perder com par de 6 contra um par de Áses e foi indescritível, é uma experiência espectacular, mas perder custa a qualquer um. Foi horrível ter que me levantar e deixar aquele lugar. Contudo, foi uma boa prestação passar ao dia 2 no torneio, passei acima dos 50%, só tenho que estar contente.

Considera que esta viagem a Las Vegas foi a viagem da sua vida?

Foi em parte a viagem da minha vida, já que o sítio é completamente diferente de qualquer outro no mundo. Então para um jogador de

O Ardina12Entrevista

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Mafalda Lopes no Estoril Poker Championship

poker, aquilo é respirar poker, jogar poker, ver poker; uma pessoa olha para um lado e para o outro e só vê poker. Todos os hotéis têm casinos e estes têm todos “poker rooms” e percorri-as todas; andei à procura de todos os jogadores feita maluca (risos). Andei a ver tudo. Aquilo para um jogador de poker é uma espécie de ritual. Foi uma viagem espectacular e bastante enriquecedora. Aquele torneio fez-me ver o poker de outra maneira, pois joguei num torneio com uma estrutura que nunca houve em Portugal. Tive que me controlar em bastantes situações, aprendi a ter mais paciência e ao mesmo tempo a conhecer jogadores completamente diferentes de nós. Os americanos jogam de forma completamente diferente dos europeus e quando me sentei pensei

“Aquilo é respirar poker, jogar poker,

ver poker; uma pessoa olha para um lado e para o outro e

só vê poker”

logo “o que é que estou a jogar, esta gente não joga como eu”. Os europeus são bastantes mais agressivos a jogar poker do que os americanos.

Gostou de visitar a cidade mais pela ligação

com o Poker ou pela cidade em si?

A cidade em si é perfeita para quem se quer divertir. Em Las Vegas não há horas para nada. Os bares, discotecas são fenomenais. Os restaurantes são lindos, os casinos são lindos. A rua é espectacular, as pessoas são divertidíssimas, lá parece que não há tristeza. Há pessoas que vão para lá fins-de-semana, vão para lá fazer despedidas de solteiro. Apanhei também um grupo de raparigas que estavam a festejar o fim de curso de uma delas. Portanto aquilo é uma cidade para onde as pessoas se vão divertir e acho que é a cidade perfeita para isso. Não há horas, uma pessoa acorda quando quer, as piscinas estão sempre cheias, seja qual for a hora, as discotecas igualmente. Tem uma animação total.

Acha que conseguia viver lá?

(risos) Se calhar não. É muita animação, muita agitação, se calhar ao fim de um tempo cansava. Sei que nos arredores é um bocado mais calmo, mas também é calmo demais, lá no meio do deserto. Hum… não conseguia viver lá.

Apareceu no Telejornal. Como é que foi lidar com as câmaras?

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O Ardina 13Entrevista

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Mafalda Lopes no World Series of Poker em Las Vegas

Ficou contente por isso ou nunca gostou muito de mediatismos?

Não tive assim nenhum problema com as câmaras. Antes de ir dei uma entrevista para uma estação de televisão, sobre o facto de ter sido a primeira rapariga portuguesa a participar no torneio. Foi a minha primeira entrevista, eu estava assim um bocado nervosa, mas pronto, depois dessa veio outra e a seguir outra e depois uma pessoa acaba por se habituar ao facto das câmaras. No torneio também filmaram imenso a minha mesa devido ao facto de estar lá o tal jogador, que já ganhou duas braceletes, já ganhou esse torneio duas vezes o que é um facto inacreditável. As câmaras estavam lá sempre, estava rodeada por elas. Sempre que eu jogava as câmaras estavam a apontar para mim.

E isso não a desconcentrou?

Não, não. Chega a um ponto em que uma pessoa está tão concentrada que nem presta atenção. Reparava que estava lá, mas nem pensava se estava a filmar ou não. Estava tão concentrada no jogo e até tive uma mão interessante com esse tal jogador o Johnny Chan que acabei a apostar tudo nessa mão e tinha as câmaras em cima de mim, mas não me posso desconcentrar com essas coisas quando o importante

é o jogo e tudo depende do que estou a fazer naquele momento.

Foi reconhecida por alguém na rua?

Já fui, já. Em discotecas onde estão mais pessoas da minha faixa etária. Em festas académicas já vieram ter comigo “Olá Muranguita!” e fico sem saber o que dizer e digo “Olá!” (risos). Depois conversam sobre poker e perguntam-me conselhos. É engraçado.

O que é que a leva a jogar poker? É mais pelo prazer, pelo dinheiro que pode ganhar ou pelo risco?

Quando comecei a jogar não foi pelo dinheiro. Foi para passar o tempo como

qualquer outro jogo de cartas. O que me chamou atenção no jogo é o facto de termos muitos adversários e termos de lhes ganhar. Não temos parceiros, estamos a jogar sozinhos e esse jogo depende muito das nossas capacidades, da nossa confiança, da nossa psicologia também, porque o poker é um jogo bastante psicológico e de força mental, uma pessoa tem de se controlar bastante. Mexe com várias características do ser humano, que eu adoro. Sinto uma adrenalina enorme enquanto jogo, porque quando estamos num torneio cada mão é bastante decisiva. Às vezes basta um erro para

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O Ardina14Entrevista

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

“Uma pessoa para jogar poker

tem de ser bastante paciente e calma.

Estas características também me

ajudaram no meu estágio em farmácia”

perdermos o torneio e acabou. Temos de estar sempre muito concentrados, com muita atenção a cada jogador, com atenção a cada aposta que eles fazem, cada movimento, a respiração, alguma veia que esteja a palpitar, se o jogador está inquieto, está calmo. É um jogo de atenção, de matemática, tem bastantes probabilidades. É um jogo bastante interessante onde cada um depende de si para ganhar, onde não depende só das cartas e aí entra a componente do bluff. Podemos muito bem ganhar uma mão quando não temos um jogo bom.

Acha que o poker agora é um jogo mais aberto às mulheres ou ainda é muito visto como um jogo só de homens?

Em Portugal, quando comecei a jogar, havia ainda poucas mulheres a jogar. Ao longo destes dois anos tenho vindo a encontrar mais. Os homens trazem as irmãs, as namoradas para verem e depois acabam a jogar e

gostam do jogo. Até já há torneios “live” e na Internet, só para raparigas.

E você já ganhou alguns.

Sim já ganhei. O primeiro que houve este ano foi em Espinho, ganhei o primeiro lugar.

E no La Toja ficou em terceiro.

Sim. Estávamos duas raparigas portuguesas nas meias-finais. Ela ficou em décimo e eu fiquei em terceiro. Já se vêem lugares de destaque para as mulheres, cada vez mais, porque isto de ser um jogo só de homens é da época dos cowboys. Já estamos na época moderna, por isso mulheres ao poder (risos).

E na sua infância já tinhas queda para as cartas?

(risos) Sim por acaso sim.

Ou brincava mais com bonecas?

Eu brincava muito com as Barbies (risos). Em relação às cartas gostava muito de jogar à bisca como toda a gente, também gosto de jogar King, Sueca como é óbvio, secundário sem sueca não é nada, faculdade sem sueca não é nada e o poker preenche-me bastante também.

O que acha que faz de si uma jogadora tão boa?

É preciso ter alguma qualidade específica?

Eu acho que qualquer pessoa pode ser uma boa jogadora ou um bom jogador de poker. O poker é um jogo estudado. Logo quem estuda acaba por ter melhores resultados. Quem compreende a matemática, quem não joga só as cartas, quem não joga à sorte acaba por obter resultado, ao contrário de quem está

“Nunca deixei de estudar ou de

fazer trabalhos por causa do poker.

Quando uma pessoa gosta acho que há tempo para

tudo”

ali só para brincar. Uma pessoa tem de estudar, tem que compreender o adversário, estudar os seus movimentos para saber o que ele faz em cada situação. Um jogador que estude tem sempre mais probabilidade de ganhar do que aquele que está lá só por diversão. Uma pessoa para jogar poker tem de ser bastante paciente e calma.

Acha que essas características também a ajudam no trabalho, fazem de si uma boa profissional?

Sim, claro. Acho que

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O Ardina15

EntrevistaQuinta-feira7 de Janeiro 2009

a paciência e a calma são fundamentais em qualquer emprego. Efectuei um estágio em farmácia em que tinha de ter muita paciência, porque as pessoas têm problemas e nós temos que estar lá com a maior paciência do mundo para as ajudar.

E como surgiu esse interesse pelas ciências farmacêuticas?

Eu quando era miúda queria ir para medicina, entretanto acabei por desistir da ideia, mas sempre quis algo ligado à saúde e vim para farmácia. Já estou no último ano e já tive um estágio que foi um “cheirinho” daquilo que vou fazer e gostei bastante. É um trabalho bastante compensador. Tanto o apoio que damos

como o lidar com as pessoas. Elas vão em primeiro lugar à farmácia e só depois é que vão ao médico e então

acabamos por ser um bocado psicólogos, médicos, farmacêuticos, amigos e temos estar lá para ajudar em qualquer problema que as pessoas tenham.

E já teve algumas dessas situações em que serve de psicóloga e amiga?

Sim, sim. Já tive bastantes.

Uma das partes da profissão que a cativou mais foi esse contacto com as pessoas?

Eu na minha área podia optar por farmácia comunitária, farmácia hospitalar, ciências farmacêuticas e investigação, mas gosto mais desta vertente exactamente pelo contacto com as pessoas. Saber os problemas que as pessoas têm, conversar com

elas, explicar porque toma este ou aquele medicamento e qual o efeito dele. Uma pessoa tem que educar e formar as pessoas, pois elas ainda estão muito mal informadas e “mal-educadas” em relação aos medicamentos.

Alguma vez o seu hobby de jogar poker interferiu com os estudos?

Não, não. Estou agora no último ano. No ano passado comecei a ser patrocinada pela Betfair em Setembro do ano passado, tive muitos torneios, fui a Las Vegas; fui a Espanha jogar o La Toja, em Madrid; ainda fui a Londres agora em Outubro nunca me prejudiquei em nada. Tenho é que delimitar tempo para uma coisa ou outra. Nunca deixei de fazer trabalhos ou estudar por causa do poker. Quando uma pessoa gosta acho que há tempo para tudo.

Esse hobby vai continuar na sua vida futura? Vai tentar chegar mais longe?

Eu acho que sim. O poker é completamente diferente, jogamos sempre com pessoas diferentes e a cada dia que jogo sinto que jogo melhor. Sei que vou continuar porque dia após dia há uma evolução no poker e quando há evolução uma pessoa não gosta de parar, gosta de levar as coisas mais longe e jogar o melhor possível.

Mafalda Lopes

“Comecei a ser patrocinada pela Betfair em

Setembro do ano passado, tive

muitos torneios, fui a Las Vegas;

fui a Espanha em Madrid; ainda fui a Londres agora

em Outubro nunca me prejudiquei em

nada”

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O Ardina16Sociedade

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Uma ronda com a Legião da Boa Vontade

O Ardina foi fazer uma ronda com a Legião da Boa-Vontade para ajudar os sem-abrigo. Fomos conhecer voluntários, pessoas necessitadas e saber o que faz com que estes voluntários saiam à rua todos os sábados à noite até de madrugada.

Melanie Antunes

“Durante o dia a toda a hora do dia

há pessoas na rua a dormir encostadas o que durante muitos anos não se via”.

Voluntários da Legião da Boa Vontade

São oito da noite, os voluntários encontram-se em frente à Praça Velásquez e esperam que toda a gente chegue para começarem a ronda. Depois de toda a gente estar presente, seguem para uma residência da Legião da Boa Vontade e começam a preparar os kits (iogurtes, frutas e pão), a sopa, o leite, os cobertores e a separar roupa por géneros. Este trabalho demora cerca de duas horas e só depois de tudo estar devidamente

arrumado nas carrinhas é que os voluntários estão prontos a começar. Nessa noite a ronda conta com a presença

de crianças e adolescentes da Aldeia S.O.S., como diz Joaquim Sousa “é uma maneira de estas crianças se aperceberem que há pessoas que vivem em condições muito piores do que eles”. Este voluntário é o chefe da ronda e já faz parte desta instituição há 4 anos. No seu curriculum

já constam prestações na Acreditar, na Aldeia S.O.S. na AXA Corações em Acção, e na Obra do Padre Grilo. Joaquim Sousa acha o voluntariado uma experiência muito recompensadora e acha que “enquanto cidadãos temos o dever de ajudar”.

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O Ardina17

SociedadeQuinta-feira7 de Janeiro 2009

É preciso mais insti-tuições,” mais do- mais do-

nativos para fazer a ronda, nós precisa-mos de dinheiro e precisamos de ali-

mentos”.

Apesar da ronda nunca ter uma hora certa para acabar, o seu horário tardio foi uma das razões que fez com que Ana Correia quisesse ser voluntária da Legião da Boa Vontade, pois tem de conciliar o seu trabalho com o voluntariado. Mesmo assim Ana Correia, vem menos vezes do que

aquelas que gostaria de estar presente.

Desde que a ronda começa que se vê que há uma familiarização ente os voluntários e certos sem-abrigo. Ana Correia ressalva isso como um aspecto positivo, que é o dos sem-abrigo reconhecerem o seu trabalho e de ver que algumas pessoas ficam agradecidas e dizem “obrigado”. Contudo, Ana diz que “há pessoas que estão muito chateadas, que estão muito revoltadas com a vida” e mesmo que essas pessoas recusem a ajuda os voluntários não podem ficar ofendidos pois “ não foram eles que pediram ajuda, nós estamos aqui porque

queremos”. Joaquim Sousa diz que de uma maneira geral as pessoas ficam satisfeitas e após todos esses anos de voluntariado já conta com alguns amigos. Alguns sem-abrigo também consideram os voluntários como seus amigos, entre eles está João, nome fictício, que já é auxiliado pela Legião há 18 anos. João revela uma relação próxima de Joaquim e este voluntário descreve-o como “uma pessoa por quem tenho muito respeito. É um contador de histórias”. João viveu um tempo em Espanha e lá também foi auxiliado por uma instituição de caridade, exceptuando que no país vizinho a ajuda era disponibilizada diariamente. Ambos os voluntários falam nessa necessidade de haver um entendimento entre as várias instituições, pois “as pessoas não comem só à sexta e ao sábado, também precisam de comer durante a semana”, como diz Ana

Correia.Joaquim Sousa voluntário

diz ainda que não há falta de voluntários na Legião o que é preciso é “mais pessoas, ou mais entidades que nos ajudem, mais donativos

para fazer a ronda, nós precisamos de dinheiro e precisamos de alimentos”. Ana Correia também acha que existem voluntários suficientes, isto também porque “as pessoas têm cada vez mais consciência para este fenómeno que é cada vez maior em Portugal. Não é preciso vir à noite, basta vir de dia à baixa do Porto para ver que as coisas estão cada vez pior. Não sei se há alguma estatística em relação a isto, mas tem sido assustador, durante o dia a toda a hora do dia há pessoas na rua a dormir encostadas o que durante muitos anos não se via”.

Desde as Antas, passando pela Areosa, pelo Aleixo, pela Baixa, e voltando ao sítio onde a ronda começou, a madrugada de sábado chega ao fim e a missão foi cumprida. É tempo de os voluntários voltarem para casa.

Ana Correia voluntária da LBV

Joaquim Sousa voluntário da LBV

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O Ardina18Cultura

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Ryszard Kapuscinski serve para este ofício

Os Cínicos não servem para este ofícioConversas sobre o bom jornalismo

Ryszard Kapuscinski

Melanie Antunes

Tal como anuncia o título este livro tem como base conversas sobre uma profissão que segundo Ryszard Kapuscinski não é adequada para pessoas com mau carácter. Três conversas, três temas, uma coisa em comum: este jornalista correspondente em África que faz com que a sua experiência de vida nos deslumbre. A primeira conversa entre Kapuscinski e Maria Nadotti, jornalista italiana responsável pela recolha das conversas presente no livro, fala sobre o exercício da profissão e o que é necessário para ser um bom jornalista. Mais que isso, esta conversa é um incentivo aos jovens que iniciam a sua carreira no jornalismo, a não esquecerem a os ideais da profissão e a lutar por ultrapassar os problemas deste ofício - a existência de diferentes tipos de língua e a mudança a que as nossas recordações e consequentemente a nossa atitude estão sujeitas. Este exemplo de jornalista que preferiu o conforto da riqueza à luta pelo direito que pobres

têm de ser ouvidos, refere a humildade e a relação com o outro como um elemento fundamental de sucesso nesta profissão. A primeira condição para ser bom jornalista é ser boa pessoa. Não se é mais nem menos do que ninguém. O outro é tão ou mais importante do que nós, pois a notícia existe graças a ele. O Jornalismo não é só um relato, é também uma voz que se insurge contra o que está errado na sociedade, e para sermos essa voz devemos saber escutar o que o outro tem para dizer.

Através do seu trabalho Kapuscinski conheceu vários líderes africanos, assistiu a várias revoluções e relatou a realidade de um continente abandonado no mundo, que vive na sombra de grandes líderes como Nelson Mandela e outros que não tiveram tempo de o ser como o presidente do Congo Independente, Lumamba. No entanto, esta parte do livro perde força em relação à primeira que é muito mais pessoal e envolvente. Perdemos no meio dos

conflitos africanos e dificilmente recuperamos o fio à meada a não ser que conheçamos bem a política africana. Até ao final o livro não volta a cativar e acaba com uma conversa, moderada por Maria Nadotti, entre Kapuscinski e John Berger, na qual ao invés de o leitor ser cativado por um conto com vida, com movimento, por uma conversa fluida, o leitor vê-se envolvido numa canção de embalar. No meio de uma troca de elogios entre os dois escritores e numa eterna comparação entre o repórter de campo e o da cidade, assim acaba um livro que vale a pena ser lido só pela sua primeira parte e pelos ensinamentos que dele se retiram. Este livro impede-nos de esquecer a verdadeira essência da profissão e de nos tornarmos naquilo que tanto odiamos e evitamos ser: cínicos. Um bom guia para qualquer jornalista.

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O Ardina19

CulturaQuinta-feira7 de Janeiro 2009

Blog do diaAlma de SoulSoul Powerhttp://soulpower.wordpress.com/

Alma humanahttp://almahumana.net/

Melanie Antunes

Nesta edição o Blog do dia conta com dois blogs que estão associados. Escolhi para este o Soul Power, um blog da WordPress de divulgação musical escrito em português. Este espaço existe desde Setembro de 2006, administrado por cinco pessoas. Já sofreu alterações, tendo sido uma delas a razão para este Blog do dia contar com a presença de dois endereços: os responsáveis pela criação de Soul Power criaram o Alma Humana. O primeiro blog revelou-se instável e com pouca periodicidade. Surge então Alma Humana, activo desde Junho de 2008. Este blog surge com a mesma finalidade do primeiro, divulgar músicas no género Jazz, Rap, Funk e Soul. Tal como o Soul Power, este blog abre os seus horizontes a outros géneros, como o Reggae, o Fado, a música Electrónica, o Gospel e a Bossa Nova. Alma Humana designa um artista do mês, no qual disponibiliza um grande

número de informação bem sintetizada sobre o mesmo. Elege ainda o set da semana e disponibiliza o aúdio. Neste blog encontramos ainda artigos sobre vários artistas e discos, tudo segundo os gostos pessoais dos autores. Soul Power continua activo, agora como uma espécie de complemento do Alma Humana. Cada post incide sobre um músico e sobre o seu trabalho, tudo resumido em poucas linhas com uma foto do artista em causa, em destaque. O arquivo de Soul Power é de fácil acesso e está tipificado pelo nome do

artista, logo é objectivo e de simples compreensão. É um blog sempre dotado do gosto pessoal dos autores, com alguns excertos que estes retiram de artigos de revistas sobre os artistas. No entanto, este blog parece incompleto sem o Alma Humana. Já este é independente e não necessita da consulta de Soul Power. Diga-se que o Alma Humana é algo para ser lido com atenção, apesar dos artigos serem geralmente curtos, enquanto que o Soul Power é informação mais rápida de digerir.

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O Ardina20Cultura

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

O tango argentino pautado por ritmos electrónicos volta mais uma vez a Portugal. Desta vez a arena do Campo Pequeno foi o palco escolhido pelos Gotan Project. Já marcaram presença na Aula Magna, nos Coliseus de Lisboa e do Porto e nos jardins de Oeiras e continuam a esgotar as salas onde actuam. O trio suiço-franco-argentino lançou o seu primeiro álbum em 2001, La Revancha del Tango, uma surpresa que conquistou os maiores amantes e defensores do tango passion. Surge um estilo de música que conseguiu preservar o tango, música fatal, sensual, apaixonante e dolorosa, em junção com os novos registos sonoros que perpetuam

Espectáculo do dia

Last Tango in Lisbon

Melanie Antunes

na sociedade actual. Uma música que chega a todo o lado e a todas as idades. Em 2006 surge o álbum Lunático, proclamado “diferente”, mas que surpreende novamente o público pela positiva, ao não se afastar do seu pressuposto de mesclar música electrónica e com o tango e ao conseguir inovar na mesma. Este espectáculo é uma boa prenda de Natal antecipada. Uma arena, uma dança, “una música brutal” e eis que surge de novo todo o fulgor do tango argentino, mas mais sofisticado. Os bilhetes rondam os 30€, convém comprá-los quanto antes, pois ameaçam esgotar-se rapidamente.

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O Ardina 21Fotografia

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Apanha da Azeitona

Toda a gente gosta de comer azeite caseiro e todas as pessoas sabem o bem que faz. Mas como se faz o azeite? O Ardina foi a um dia de apanha da azeitona do qual resultou esta foto-r e p o r t a g e m

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O Ardina22Fotografia

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Estendem -se os toldos nos campos

A folha da azeitona é retiada dos toldosAdultos, crianças, pessoas com mais idade, toda a gente ajuda na tarefa

A azeitona que fica nos toldos é colocada em barricas

Ao bater com a vara na oliveira a azeitona cai

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O Ardina 23Lazer

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

Sudoku

Banda Desenhada

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O Ardina24Última

Quinta-feira7 de Janeiro 2009

CrónicasSoltasSombras

Sombras, vultos, fantasmas, cadáveres ambulantes… não, não é um filme de terror. Não é preciso ligar a televisão ou esperar pelo Halloween para ver este cenário. Basta sair durante a noite e andar pelas ruas observando os seus recantos mais escuros. Não são monstros, são pessoas. Embora alguns estejam mais mortos do que vivos, eles já foram como nós. Já tiveram uma família por pior que fosse, já tiveram uma casa por mais pequena que fosse, já tiveram roupa lavada e um prato de comida quente à hora de jantar. Já

foram amados e já foram odiados. Agora são apenas desprezados.

Ninguém nasce com uma rota traçada para a miséria e para a pobreza. Podemos nascer no meio da maior das misérias, mas há sempre uma maneira ou outra de nos libertarmos das suas amarras. Cada um é dono do seu próprio destino. Cada pessoa deita-se na cama que fez, mas também vivemos num mundo cão que nem sempre é justo e nem sempre reserva às pessoas aquilo que elas merecem. Nem toda a gente escolhe viver na miséria e nem toda a gente tem comportamentos que a ela levam. Muitos são vítimas do infortúnio, outros apenas pagam por terem cedido à tentação. Uma vez com os pés na merda, é difícil sair. Tal como o dinheiro gera dinheiro a pobreza atrai ainda mais pobreza. Qual será a sensação de saber que vamos viver na rua e viver da boa vontade das outras pessoas até ao fim das nossas vidas? Qual será a sensação de passarmos na rua e toda a gente se desviar de nós e

nos ignorar? Como é viver sem família, sem amor, sem carinho? Qual o sabor da solidão, da derrota, da perda de vontade de viver? Ninguém que saber a resposta.

Nem toda a gente consegue ver que no meio das sombras existe uma pessoa. Por mais surreal que pareça essa pessoa também sofre, também chora, também sente. O que sei eu sobre miséria? Quase nada. Sei apenas aquilo que vejo e sei que não gosto disso. É duro ver para além das sombras, mas só assim descemos com os pés à terra e vemos que a vida não é só brilho e glamour. Para quê tanta exorbitância e tanto desperdício de dinheiro e comida? Podemos nem ser muito ricos, mas termos cama, roupa e comida é um luxo para muitos. Não nos devíamos queixar tanto, pois somos demasiado bem tratados. É pena não nos apercebermos disso mais vezes.

Melanie Antunes

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Poker conquista cada vez mais adeptos página 2

INDICE PAÍS página 2. PORTO página 16. UP página 22. CIÊNCIA E TEC página 26. MÉDIA página 32. ECONOMIA página 36. CULTURA página 38. ÚLTIMA página 43.

10.07.2009. número#http://jpn.icicom.up.pt/.

Portfólio de Melanie Antunes

Portfólio criado no âmbito do relatório de estágio do curso de Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia.

Os trabalhos presentes foram realizados durante o estágio no Jornalismo Porto Net de 1 de Março de 2009 a 29 de Maio de 2009

Todas as peças que se seguem são as originais e contêm o link para a peça final já com alterações.

Portfólio Melanie Antunes 27

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28/ 10 . número #. 10.Julho.2009

PAÍS

Cada vez mais um jogo na moda, o Poker não pára de ver crescer o seu número de adeptos. Um jogo que outrora era jogado apenas nas salas de casino e em casas par-ticulares, atinge agora uma nova dimensão com o Poker online. Passam-se mais horas a jogar, joga-se em várias mesas me simul-tâneo, o que aumenta as probabilidades de ganhar algum dinheiro.

Mafalda Lopes joga Poker desde o Verão de 2006 e o jogo já lhe valeu uma ida a Las Vegas para participar no World Series of Poker. Para a “Moranguita” como é co-nhecida nas mesas de jogo, o Poker era, no início, “um jogo que uma pessoa estava ha-bituada a ver nos filmes e achava que era bastante interessante”. A curiosidade por este jogo psicológico aumentou ainda mais

depois de saber as regras e de se aperceber do “nível de estratégia”.

Já Tiago Barbosa diz em tom de brincadeira que começou a jogar por “más influências”, há cerca de três anos atrás com João Amo-rim e João Correia. Nenhum dos três sabia jogar, mas depressa se aperfeiçoaram na arte à medida que as horas de jogo foram aumentando. Actualmente os três jogado-res jogam online todos os dias.

Tiago Barbosa considera que o Poker pode ser um jogo viciante se “não pensarem que é um jogo de sorte”. Uma “má gestão de bancas” é para João Amorim o factor que pode arruinar uma pessoa: “se uma pessoa começar a perder e depois tentar recuperar as perdas pode levar ao vício”.

João Correia simplifica a questão do vício ao dizer: “se ganhar dinheiro é viciante, se perder não”.

O Poker online acaba por se tornar uma forma de rendimento, mas para dar frutos é necessário dedicar uma boa parte do dia ao jogo. João Correia participa em cerca de cinco torneios online por dia, o que lhe ocupa em média duas a três horas diárias. As horas que João Amorim e Tiago Barbosa passam a jogar rondam também as duas a três horas por dia. Mafalda Lopes joga na Internet apenas como hobby, quanto tem tempo disponível e não está a estudar: “sempre que tenho tempo jogo”.filha”, contou ao JPN.

Melanie Antunes - [email protected]

Poker: jogo online ocupa cada vez mais horas na vida dos jogadores

Televisão, Internet, Jornais. O nome Poker aparece cada vez mais e atrai cada vez mais adeptos. O jogo ganha uma nova dimensão via online.

Mel

anie

Ant

unes

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/09/poker_jogo_online_ocupa_cada_vez_mais_horas_na_vida_dos_portugueses.html

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29/ 11. número #. 10.Julho.2009

PAÍS

Poker: jogo psicológico sobrepõe-se aos estudos

Jogo psicológico sobrepõe-se aos estudos

“Estratégia” e “Competição” são as com-ponentes do Poker que atraem mais os jo-gadores. Há medida que as horas de jogo aumentam os estudos são deixados de lado.

A lista de jogos que envolvem dinheiro é grande. Aliás hoje em dias aposta-se di-nheiro nas mais variadas coisas mesmo sem estarem directamente relacionadas com cartas ou outro qualquer tipo de jogo. Qual será, então, o factor que faz com que o Poker se destaque no meio de toda a lista de jogos de apostas?

Para Tiago Barbosa a “estratégia” e a cons-tante evolução do jogador são as compo-nentes mais atractivas do Poker: “não há forma de conseguir parar de evoluir no jogo”. Já João Correia aponta a “competi-ção” e o “dinheiro” como sendo o melhor do Poker.

O dinheiro não foi o que motivou Mafalda Lopes a jogar. O que mais chamou a aten-ção da “Moranguita” foi a competição e a componente psicológica do jogo: “não te-mos parceiros, estamos a jogar sozinhos e esse jogo depende muito das nossas ca-pacidades, da nossa confiança, da nossa psicologia também”. Mafalda Lopes acres-centa que o “Poker é um jogo bastante psi-cológico e de força mental, uma pessoa tem de se controlar bastante”.

A “concentração” é um dos elementos cha-ve para se ser um bom jogador. Mafalda

Lopes diz que “às vezes basta um erro para perdermos o torneio e acabou”, por isso é necessário estar “com atenção a cada apos-ta que eles fazem, cada movimento, a res-piração, alguma veia que esteja a palpitar, se o jogador está inquieto, está celanalmo”.

Para atingir este nível de jogo, muitas vezes os estudos são deixados pelo caminho, pois tal como Tiago Barbosa diz “o tempo que passo a jogar acaba por ser o tempo que devia passar a estudar”. João Amorim es-tudava até ao ano passado quando decidiu fazer uma pausa. O jogador afirma que o jogo interferia com os estudos: “achei que era melhor fazer uma pausa senão não fa-zia bem nem uma coisa nem outra e decidi fazer uma pausa para ver se isto realmente dá nalguma coisa”.

João Correia também se fez uma pausa aos estudos apesar de estar matriculado na fa-culdade. O Poker interferia com os estu-dos e como o próprio diz: “é impossível dizer que não interfere. Quem disser isso é porque joga pouca. Se jogar como forma de rendimento mensal é impossível equi-librar as coisas pelo menos com melhor rendimento”.

Apesar de ser a sua fonte de rendimen-to, João Correia imagina-se a jogar Poker no futuro, mas não se vê a fazer disso um modo de vida. Ao passo que João Amorim diz que “é uma profissão que adorava fazer se é que se pode chamar a isso profissão, mas é muito complicado”.

Mafalda Lopes já está no último ano do cur-so de ciências farmacêuticas e sempre viu o

Poker como um hobby o que fez com que o jogo não interferisse com os seus estudos. O próprio jogo necessita de raciocínio, pois como diz Moranguita “o Poker é um jogo estudado”, acrescenta ainda “uma pessoa tem de estudar, tem que compreender o adversário”, logo, “um jogador que estude tem sempre mais probabilidade de ganhar do que aquele que está lá só por diversão”.

O Poker interfere com os estudos a partir do momento em que deixa de ser um hobby e as horas

de estudo são passadas a jogar

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>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/09/poker_jogo_psicologico_ganha_aos_livros.html

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PAÍS

As grandes quantias de dinheiro são o prin-cipal atractivo dos torneios no casino. Tiago Barbosa afirma que o “factor monetário, de ganhar o torneio” é o que o leva o que o atrai mais nos torneios “live” (ao vivo). Tiago Barbo-sa joga entre um a dois torneios ao vivo, mas joga frequentemente com os amigos em casa, mas esses jogos “competição, jogar uns contra os outros”.

João Correia joga um torneio live por mês e diz que prefere jogar nos torneios, pois “aos amigos é chato estar-lhes a roubar di-nheiro”. João Amorim joga em média um torneio ao vivo por mês e diz que é “dife-rente” jogar com os amigos ou em torneios, pois “com os amigos é uma situação mui-to mais descontraída, dá até mesmo para experimentar novas abordagens ao jogo e claro que o risco é sempre muito menor”.

Tiago Barbosa já participou em cerca de 30 torneios. E a sua melhor prestação foi na final do campeonato nacional, o maior torneio ao vivo em que participou em Por-

tugal. João Correia já jogou 25 torneios ao vivo e conta ao JPN que num torneio de 500 eu-ros no qual ficou em segundo lugar ganhou cerca de 16 mil euros.

João Amorim já jogou 15 torneios ao vivo e aquele em que ficou melhor classificado foi o segundo Betfair que houve em Portugal, no qual ficou em terceiro lugar. Mafalda Lopes joga em média um a dois torneios ao vivo por mês e aqueles em que já ficou melhor classificada foram o torneio de Es-pinho que venceu e o “La Toja”, em Madrid no qual ficou em terceiro lugar.

Las Vegas é “respirar Poker, jogar Poker, ver Poker”

Mafalda Lopes destaca-se dos jogadores en-trevistados pelo JPN por já ter tido a opor-tunidade de jogar no World Series of Poker em Las Vegas. A primeira mulher portugue-sa a jogar no maior torneio do mundo des-creve a sua chegada ao JPN: “é entrar numa sala, num salão gigante, cheio de pessoas, mesas, encontrar ao nosso lado um ídolo, jogar na mesma mesa de um ídolo”.

De entre seis mil jogadores ficou classifi-cada entre os dois mil e oitocentos. Jogou

cerca de dez horas no primeiro dia, conse-guindo manter sempre o mesmo número de fichas “não perdi muito”, acrescenta Ma-falda Lopes. No segundo dia dobrou passou de dezassete mil fichas para vinte mil, mas de seguida jogou três mãos que a levaram a perder. Contudo, Moranguita considera que a sua prestação no torneio foi positiva “passei acima dos 50%, só tenho que estar contente”.

Muito mais do que um destino turístico, Las Vegas destaca-se pelo jogo e como Mafalda Lopes diz: “para um jogador de Poker, aquilo é respirar Poker, jogar Poker, ver Poker; uma pessoa olha para um lado e para o outro e só vê Poker”. A jogadora con-ta que ao JPN que foi “uma viagem espec-tacular e bastante enriquecedora. Aquele torneio fez-me ver o poker de outra ma-neira, pois joguei num torneio com uma estrutura que nunca houve em Portugal”.

Melanie Antunes - [email protected]

Poker: jogar nos casinos “é diferente”

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/09/poker_jo-gar_nos_casinos_e_diferente.html

Não só o jogo online cresce como as salas dos casinos parecem encher-se. Os jogadores saiem das suas casas para os melhores casinos de Portugal e alguns casos chegam até Las Vegas.

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Jogadores preferem jogar nos casinos devido

às elevadas quantias de dinheiro que podem ganhar

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PAÍS

Com a crise económica que Portugal atravessa e com a dificuldade em obter crédito dos ban-cos o arrendamento revela-se a maior opção para agora não só para os jovens portugueses.

Jorge Garcia, director de comunicação do Grupo Era Portugal diz que o arrendamen-to é a opção certa para quem ainda não tem uma vida estável: “quem ainda não possui casa própria se tem dúvidas se vai perma-necer em dado espaço geográfico devido à mobilidade social e ao desemprego ou se prevê alterações a curto ou médio prazo no seu agregado familiar é aconselhável que procure soluções no arrendamento”.

A esta premissa corresponde a atitude dos jovens portugueses que preferem arrendar casa, mesmo sem contrato de aluguer. Al-guns jovens, inclusive já seguem o exem-plo dos pais em relação ao arrendamento de uma casa.

Inês Fernandes, que vive há três anos no Porto é um desses casos, a sua mãe sem-pre viveu em casas alugadas e desde que a estudante se mudou para o Porto já mu-dou três vezes de casa, sendo elas sempre alugadas e sem contrato.

Inês Fernandes explica que para quem tiver intenções de fixar morada num sítio, “cons-tituir lá família, acho que fica mais barato comprar casa, mas nem todas as pessoas têm possibilidades para isso”.

Esta jovem estudante explica porque pre-fere arrendar casa sem contrato “porque senão a renda fica mais cara, mas por ou-tro lado os recibos são bons porque são um comprovativo em como se pagou a renda”.

Patrícia Fernandes que deixou Viana do Castelo há quatro anos para vir morar para o Porto, concorda com Inês Fernandes ao dizer: “por um lado não receber é mau por que não dá para meter em despesas e são 450 euros por mês e dava jeito”, mas por outro lado “o senhorio é que trata de tudo, arranjos de electrodomésticos e assim, e não aumenta a renda”.

Ana Sá arrenda casa há três anos e apenas mudou de casa uma vez por preferir alugar uma casa com contrato: “eu disse sempre aos meus proprietários que preferia uma renda mais elevada, mas com recibo passa-do, porque o que ia pagar a mais na renda ia recebê-lo na bolsa e recebia eu e a minha irmã, portanto cobria-nos o valor a mais”.

Jorge Garcia, afirma que a quantidade de casas para alugar não aumentou, apenas há mais pessoas interessadas em arrendar

uma casa: “há um aumento da procura, não há justamente da oferta nem em quan-tidade, nem em preço”.

O mercado de arrendamento tende a estag-nar devido aos entraves com que se depara: “dificuldades de resolução dos processos de arrendamento, elevados encargos com recursos a tribunais, morosidade nos des-pejos, isto cria um clima de desconfiança em relação ao colocar os imóveis no arren-damento”, explica Jorge Garcia.

Com contrato ou sem contrato os jovens portugueses continuam a preferir arren-dar casa, mesmo depois de acabarem os estudos. As razões vão desde da dificulda-de em pagar o crédito de uma casa até à dificuldade em se fixarem num lugar para viver.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/01/habita-cao_jovens_portugueses_preferem_alugar_casa.html

Melanie Antunes- [email protected]

Jovens portugueses preferem alugar casa

A venda de casas tem decrescido, ao passo que o aluguer de casa se revela a melhor opção para os jovens portugueses.

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PAÍS

O Partido Comunista apresentou um pro-jecto-lei que consiste num plano de emer-gência para o ensino superior. Segundo este plano os alunos com dificuldades fi-nanceiras devem ser isentos de propinas.

Segundo o PCP há cada vez mais alunos a abandonarem o ensino superior por “não terem possibilidades”, diz João Pires, mem-bro da comissão política do PCP, com res-ponsabilidade na área da educação.

João Pires diz que os estudantes abrangi-dos por este projecto-lei serão aqueles que pertencerem a um agregado familiar “com um rendimento mensal per capita inferior ao valor mínimo estabelecido para a pro-pina mínima”.

Todos os estudantes que se encontrem em situação precária “seja por desemprego de um dos pais ou dos dois em simultâneo; seja no caso do trabalhador estudante que tenha ficado desempregado e que inclusi-ve possa não ter acesso ao subsídio do de-semprego; seja no caso de aqueles que já usufruem do apoio da acção social esco-lar”, estarão abrangidos pelo projecto-lei, explica João Pires.

O auxílio prestado aos estudantes não se centra somente na isenção de propinas: “o projecto-lei contempla todos os aspectos dos apoios que já hoje são considerados na acção social, ou seja, para além das propi-nas nós consideramos os apoios nas refei-ções, nos transportes, nas dormidas”, diz João Pires.

Filipe Almeida, presidente da Federação Académica do Porto (FAP) é da opinião de que os serviços de acção social desempe-nham um trabalho satisfatório: “o sistema de acção social que existe e tendo em con-ta as bolsas de estudo que são atribuídas em diversos escalões julgo que vão de en-contro àquilo que são as necessidades dos estudantes neste momento”. Para além disso, Filipe Almeida diz que existe uma lei de acção social no qual ne-nhum aluno é excluído, pois o valor mínimo das bolsas é o valor mínimo das propinas, “portanto os estudantes que se encontrem nesses casos não ficarão fora do ensino su-perior nem abandonarão o ensino superior porque existe um sistema de acção social que previne esses casos”.

O ensino privado também se integra nesta proposta do Partido Comunista com o mes-

mo apoio dispensado ao ensino público, ou seja, “recebem o valor da propina máxima cobrada nas instituições de ensino supe-rior público”, explica João Pires.

O projecto-lei do Partido Comunista vem de encontro a um ideal pelo qual têm lu-tado que consiste no estabelecimento do ensino gratuito em Portugal, abrangido a todos os anos escolares. O PCP pretende entregar na Assembleia da República “um projecto-lei de financiamento ao ensino superior que estabelece a gratuitidade do ensino superior com isenção de propinas”, diz João Pires.

João Pires defende que o Estado tem possi-bilidades económicas suficientes para rea-lizar esta proposta: “se algo ficou provado nesta crise foi que o Estado tem uma enor-me capacidade de intervenção, não apenas em situações de aflição como é o caso que estamos a viver. Há muitos milhares de mi-lhões de euros para salvar os banqueiros e os accionistas dos grandes bancos”.

Melanie Antunes- [email protected]

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/24/pcp_quer_ensino_gratuito_para_estudantes_caren-ciados_.html

PCP quer ensino gratuito para estudantes carenciados

PCP lançou uma proposta à Assembleia da Republica para que os alunos do ensino superior com dificuldades fiquem isentos de propinas

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A epidemia de gripe que assolou Portugal, nas últimas semanas de 2008 e nas primeiras des-te ano, causou entre 1200 a 1500 mortos, se-gundo dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). O estudo refere como pico de mortalidade por gripe cerca de 6 a 9 semanas deste Inverno.Paulo Nogueira, do INSA, explica que o estudo elaborado “não foi sobre a gripe em si, mas sim sobre a mortalidade acrescida nas semanas de actividade gripal”. O que foi feito foi cruzar os dados da mortalidade com os dados das pes-soas atingidas pela gripe.Através do estudo foi possível elaborar “algu-mas estimativas por grupo etário e por região, mas a informação que temos é muito prelimi-nar”, diz Paulo Nogueira, adiantando apenas que as pessoas mais atingidas “pareceram ser pessoas mais idosas acima dos 65 anos”.Graça Freitas, da Direcção Geral de Saúde (DGS), confirma o facto de os idosos serem os mais afectados, acrescentando à lista pes-

soas com patologias crónicas, como doenças crónicas, pulmunares, renais e cardiacas, que também atingem em maior número os idosos.A responsável da DGS reforça o facto dos dados recolhidos pelo INSA serem apenas uma estimativa, uma vez que estes estudos “normalmente demoram mais tempo a se-rem desenvolvidos”. Graça Freitas explica: “este excesso de mortalidade tem sempre uma ou várias causas que só se conseguem saber posteriormente e uma dessas causas é a gripe, isto nos meses de Inverno”.Paulo Nogueira também alerta para o fac-to de estes estudos demoram algum tem-po a ser desenvolvidos o que faz com que as pessoas reajam de forma mais preocu-pante em relação as estes dados, uma vez que “não estão habituadas a ouvi-los tão precocemente”.Paulo Nogueira diz ainda: “o que o nosso estudo diz não é nada invulgar, para já as estimativas até estão um pouco abaixo da-quilo que seria esperado”.Segundo Graça Freitas muitas das mortes relacionadas com a gripe acontecem de-vido a um pneumonia secundária, pois o virús da gripe ao atingir “as pessoas têm gripe e ficam debilitadas pelo vírus da gri-pe e a sua árvore respiratória fica mais sen-

sível a infecções por outras bactérias”.Um dos primeiros cuidados a ter para evi-tar a gripe é a vacinação que deve ser re-petida todos os anos, uma vez que o vírus muda de ano para ano. Graça Freitas acon-selha ainda as pessoas a terem uma boa alimentação, para ficarem fortalecidas e a agasalharem-se neste Inverno.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/08/gripe_pode_ter_causado_ate_1500_mortos_este_inverno.html

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Gripe pode ter causado até 1500 mortos este Inverno

Cumprir a vacinação é a melhor forma

de prevenir a gripe, aconselham os

especialistas

Idosos foram a faixa etária mais atingida, segundo um estudo do do Instituto Ricardo Jorge. Investigador diz que os valores “já eram esperados”.

Melanie Antunes- [email protected]

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Organizações como a União de Mulheres Al-ternativa e Resposta (UMAR), Solidariedade Imigrante e SOS Racismo uniram-se a músicos, artistas e personalidades na assinatura de uma carta aberta contra as relação às políticas de imigração existentes em Portugal.

Lançada a 6 de Maio deste ano, a carta aberta tem como principal alvo a directiva de retor-no – ou “directiva da vergonha - aprovada em Agosto de 2008, que estabelece a repatriação do imigrante ilegal e aplica medidas de afas-tamento caso este não regresse de forma vo-luntária. Um dos aspectos mais criticados é a possibilidade de uma criança poder ficar deti-da entre seis a dezoito meses, apenas por ter tentado emigrar sem estar legalizada. Além disso, existem nove Estados-membros da União Europeia que não definiram um prazo máximo de detenção.A carta aberta impõem-se contra os mecanis-mos de regularização da situação dos imigran-tes que exige que estes possuam um visto para poderem trabalhar no nosso país, mas por ou-tro lado para trabalharem de forma legal têm de ter desde logo esse visto. Este impasse re-sulta no aumento do número de indocumen-tados e agrava a dificuldade em integrar os imigrantes na sociedade.

Entre os signatários encontra-se Chullage. O músico de hip-hop é descendente de pais imi-grantes, mas como nasceu antes de 1981 teve direito a nacionalidade portuguesa, o que não o impediu de sentir dificuldades, nomeada-

mente no “acesso ao trabalho, na educação, porque não há uma perspectiva de diversida-de, por morar num bairro considerado proble-mático” diz o artista ao JPN.

Pedro Krupenski, director da Amnistia In-ternacional em Portugal, afirma que “não há efectivamente um tratamento igualitá-rio relativamente aos cidadãos portugue-ses nativos, daqueles que procuram vir viver para Portugal”. Pedro Krupenski dá o exemplo da comunicação social que tem foca sempre o facto de uma pessoa ser imi-grante.

Chullage concorda ao afirmar que o dis-curso público dos media intensifica os as-pectos negativos em relacionados com os imigrantes. Segundo o músico “o discurso dos media tem que mudar, para já deixar de criar mitos, como a relação entre a imi-gração e a criminalidade”.

Políticas de Imigração

Segundo Pedro Krupinski, as normas rela-cionadas com os imigrantes não deveriam estar tão relacionadas com problemas de segurança e sim com o “espírito humani-tário de integração”, isto porque “um imi-grante bem integrado numa sociedade não só contribui para o desenvolvimento dessa sociedade como contribui para o desenvol-vimento da sociedade do seu país de ori-gem. Através dos fluxos de conhecimento, através dos fluxos de dinheiro”.

Além disso, políticas de segurança levam a que “as pessoas em vez de entrar por uma via mais pacífica acabem por ficar sujeitas a redes que são até perigosas para a sua vida, tem morrido muita gente no mar”,

diz Chullage.

<h3>Imigrantes: fonte de rendimento</h3>

Frei Francisco Sales, também signatário da carta aberta e representante da Obra Ca-tólica Portuguesa de Migrações, refere a importância das remessas imigrantes para o desenvolvimento da economia portugue-sa: “os imigrantes, normalmente a nível do trabalho estão a fazer o trabalho que os portugueses não querem fazer”. Além dis-so são também uma fonte de cultura e di-versidade.

Chullage recorda que imigrar “é um dos ac-tos históricos mais antigos”, também prati-cado pelos portugueses o que faz com que seja uma “obrigação” para Portugal “aco-lher bem aqueles que chegam entre nós, como queremos que os outros países aco-lham aqueles que saiem do nosso país para irem trabalhar lá fora”, diz Francisco Sales.

Num ano pautado por três actos eleito-rais, Francisco Sales recorda a importân-cia de chamar a atenção dos governantes para a problemática dos imigrantes. Nessa sequência, no dia 17 de Maio vai ocorrer uma jornada europeia sobre os direitos dos imigrantes, com o lema “Não à Europa da vergonha, com direitos iguais todos ganha-mos”. Em Portugal as manifestações vão ocorrer em Lisboa, no Martim Moniz.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/18/imigracao_artistas_e_organizacoes_criticam_politicas_em_portugal.html

Músicos, artistas e organizações contra as políticas de imigraçãoOrganizações de apoio ao imigrante, músicos, artistas e personalidades assinam uma carta aberta sobre políticas de imigração. Signatários exprimem descontentamento contra as normas de imigração.

Melanie Antunes- [email protected]

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Descriminação racial aumenta

Melanie Antunes- [email protected]

>>>não publicada - RM’s no noticiário de Rádio

Racismo aumenta em época de crise, mas a maioria das queixas não chega ao tribunal

A descriminação racial está a aumentar, mas o número de queixas mantém-se, como se veri-fica no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI) “apesar de termos consciência de que este próximo ano pode ser um ano propício a isso, principalmente com o desemprego a au-mentar. Sabemos que os emigrantes ou as co-munidades emigrantes são o alvo mais fácil de atingir”, diz Joana Morais e Castro.

A época de crise leva os portugueses a fica-rem mais inseguros em relação à possibili-dade de escassez de dinheiro e de ficarem sem emprego o que pode levar a uma ten-dência “para haver menos tolerância e com menos tolerância surgem rapidamente al-guns sentimentos de intolerância que se podem manifestar em algum racismo ou xenofobia”, explica Joana Morais e Castro do Centro Nacional de Apoio ao Imigran-te (CNAI).

Apesar da crescente tensão racial as queixas de descriminação parecem não aumentar, pois as vítimas não levam a cabo o processo de acusação, isto porque pensam que “que dali não vai resultar nada e que de além de terem sido insultadas ou descriminadas vão sentir

que ainda vão ter mais chatices e que se fize-rem queixa de descriminação a sua probabili-dade de serem discriminadas aumenta em vez de diminuir”, explica Bruno Dias do Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas.

Bruno Dias diz que “há um desconheci-mento em relação às leis contra a des-criminação” e que “a pessoa tem de se consciencializar de que é um acto que é punível e de que vale a pena fazer a queixa”.

Pedro Kropinski da Amnistia Internacional elaborou o estudo “O Racismo e a Xenofo-bia em Portugal após o 11 de Setembro”, no qual conclui que: “ não há propriamente uma grande diferença entre aquilo que era antes do 11 de Setembro e aquilo que era depois do 11 de Setembro”.

No entanto, na descriminação que existe Pedro Kropinski diz que o grupo mais afec-tado é o dos ciganos. Bruno Dias concorda e acrescenta ainda os negros à lista de gru-pos mais discriminados.

Bruno Dias adverte para uma maior organiza-ção de grupos de extrema-direita e refere a época de crise económica como a mais propí-cia para a ascensão de partidos como o Partido Nacional Renovador, que já antes da crise que “tenta ganhar imagem de respeitabilidade”.

Joana Morais e Castro diz que se deve “es-clarecer que o facto de haver emigrantes em Portugal é uma virtude muito grande para o país; esclarecer os efeitos que tem a emigração em Portugal que tem efeitos fantásticos e excelentes e fundamentais, tanto no que diz respeito à natalidade, como até ao ocupar alguns cargos que não querem ser ocupados por cidadãos portu-gueses; explicar que isso tudo faz mexer a economia e que portanto é saudável”.Segundo Joana Morais e Castro os portu-gueses devem perder o receio de que os emigrantes lhes possam tirar os postos de trabalho e aumentar a criminalidade.

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Os portugueses reciclam cada vez mais, principalmente nos grandes centros urba-nos. Segundo os dados da LIPOR apenas no primeiro mês de 2009 foram recolhidas cerca 44.238 toneladas de material para re-ciclar. O papel e o cartão foram os mais reciclados com cerca de 1.891 toneladas, se-guidos pelo vidro com aproximadamente de 1.811 toneladas e as embalagens de plás-tico e metal com cerca de 605 toneladas.

Em 2008 os valores de material recolhido rondavam as 539.476 toneladas, o que re-vela um aumento em relação às 527.187 to-neladas contabilizadas em 2007. O papel e o cartão foram sempre os mais reciclados.

Segundo Filipa Moita, representante da ERP Portugal, associação gestora de resí-duos de equipamentos eléctricos e elec-trónicos, as quantidades de equipamentos entregues para reciclagem têm aumen-tado: “em 2008 recolhemos praticamen-te dezanove mil toneladas de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos e para tal tem contribuído imenso as acções de sensibilização ambiental que temos vin-do a realizar no terreno, nomeadamente nas escolas”.

No ano de 2007, a ERP recolheu 9.048 tone-ladas de resíduos de equipamentos eléctri-cos e electrónicos.

Filipa Moita explica que “um resíduo não tem que ser um equipamento que já não funciona”, ou seja, uma pessoa pode-se des-fazer de um equipamento que ainda serve para uso e que “pode ser utilizado através

do encaminhamento para as organizações não governamentais que os distribuirão a pessoas mais carenciadas”, tal como faz a ERP Portugal.

Segundo Miguel Laranjo, representante da Formato Verde, a população portuguesa só age perante os problemas ambientais quando é confrontada com as soluções:“O que se passa a nível nacional é que a população é passiva relativamente às questões ambientais, ou seja, não procu-ra activamente informação no sentido de pró-agir perante a mesma. No entanto, co-locando-se esta mesma população perante as situações, confrontando-as, ela interage e dinamiza-se à volta disso.”

“A população portuguesa está mais cons-ciencializada e sensibilizada do que estava no passado”, afirma Miguel Laranjo.

Miguel Laranjo diz que a reciclagem no Porto tem aumentado: “podemos conside-rar que na área metropolitana do Porto, e sobretudo aquela zona está influenciada pelo sistema inter-municipalizado da LI-POR está-se a verificar um aumento da taxa de reciclagem até pela importância e gran-deza desta área que já representa cerca de 10% do que é produzido nacionalmente”.

Rui Berkemeier, representante da Quercus, refere o aumento da reciclagem a nível na-cional: “a reciclagem tem vindo a aumentar 10 a 15% por ano. Há uma maior sensibili-zação das pessoas, maiores meios para a recolha”.

No entanto, Rui Berkemeier diz que os re-

sultados podem ser melhores se houver uma maior aposta mais recolha porta a porta “que tem provado ser mais eficiente do que o sistema de ecoponto” e nos siste-mas de triagem de resíduos não separados em casa.

Projectos da Quercus para uma melhor reciclagem

A Quercus desenvolve vários projectos como a Green Cork, que consiste na recicla-gem de rolhas e a instalação, em Portugal, da triagem e encaminhamento para reci-clagem das embalagens de medicamentos recolhidas nas farmácias.

O projecto mais importante e pioneiro a nível mundial trata-se do reaproveitamen-to dos lixos que as pessoas não separam: “os lixos que as pessoas acabaram por não separar ainda podem ser aproveitados, a maior parte deles, e este processo recorre ao uso de minhocas para comer tudo o que é orgânico e limpar os plásticos, metais e vidros que depois são encaminhados para reciclagem”, explica Rui Berkemeier.

A Quercus encaminha, ainda negociações para o aproveitamento das borras de café e plásticos das embalagens, e tenta sensibi-lizar o Ministério do Ambiente no sentido que os entulhos e resíduos de construção sejam reciclados e incorporados nas obras públicas.

Melanie Antunes- [email protected]

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/18/portugue-ses_recorrem_cada_vez_mais_a_reciclagem.html

Portugueses reciclam maisO número de toneladas recicladas e a consciencialização dos portugueses está a aumentar, assim como as novas formas de reciclagem.

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PAÍS

O que há alguns anos era catalogado como um gourmet, ou um luxo, torna-se cada vez mais um elemento no dia-a-dia da alimentação dos portugueses. Segundo dados do Serviço In-ternacional para a Aquisição de Biotecnologia Agrícola a venda de produtos biológicos cres-ceu 9.4% em 2008.

A comprovar estes dados está Graça Costa, proprietária da loja de produtos biológicos “Quintinha”, que afirma que desde a abertura da loja em 2000 que “os clientes não param de crescer”, isto porque “cada vez há mais infor-mação sobre a matéria e cada vez as pessoas se interessam por questões de saúde”.

Mónica Mata, proprietária, juntamente com o seu irmão, da loja Quintal, aberta há quase três anos, também verifica um aumento de clien-tela e de interesse por parte das pessoas. A curiosidade foi o factor que motivou a maior parte das pessoas, apenas um passo para se

tornarem clientes regulares da loja: “gostaram, vieram e foram consumindo”, afirma Mónica Mata.

Se a crise afecta alguns sectores, parece não afectar este nicho de mercado. Graça Costa afirma que a situação financeira em que Portugal se encontra, não tem interfe-rindo com as vendas. A Quintinha obteve, inclusive, “melhores resultados em inter-nacional não tem sido. Nós até temos tido melhores resultados em 2008 e sobretudo agora no primeiro trimestre de 2009”, em relação a 2007, diz Graça Costa.

“Viver saudável e comer saudável” são se-gundo Graça Costa os elementos que le-vam a esquecer os preços mais elevados dos produtos biológicos. Mónica Mata afir-ma que não é preciso ser rico para ter este tipo de alimentação, pois “é uma questão de prioridades, da prioridade se comer me-lhor e não gastar noutras coisas”.

Alimentação biológica: um estilo de vida

Tanto o Quintal como a Quintinha não dis-ponibilizam apenas produtos biológicos. A

variedade de produtos e serviços vão desde a cosmética natural até workshops e pales-tras sobre alimentação. Segundo Mónica Mata está tudo associado a um estilo de vida “as pessoas gostam de cozinhar, gos-tam de aprender”.

Graça Costa concorda com Mónica Mata ao dizer que os clientes procuram “um certo equilíbrio de vida, onde todas estas coisas se encaixam”, uma forma de ter uma mente sã e um corpo são.

Livres de pesticidas, químicos e resíduos; mais saudáveis e com mais sabor são as qualidades que fazem com que os produtos biológicos aumentem as suas vendas. As frutas e os legumes são os alimentos mais requisitados, tal como o leite de soja e os chás, no geral produtos que se consomem diariamente.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/05/produtos_biologicos_alimentacao_saudavel_atrai_cada_vez_mais_adeptos.html

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Venda de produtos biológicos aumenta

Produtos Biológicos na loja Quintal

O mercado dos produtos biológicos está em crescimento e não cede perante a crise. Cada vez há mais pessoas interessadas em ter uma boa alimentação.

Melanie Antunes- [email protected]

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PAÍS

Há 50 anos que a Barbie encanta crianças e mesmo com a concorrência as crianças continuam a preferir a boneca mais famosa do mundo. Carla Lopes, lojista da Brinka diz que as vendas se mantêm e apesar da crise “a Barbie é sempre a Barbie”, explica Carla.

A boneca continua a ser a preferida das meninas e as suas admiradoras situam-se entre várias idades: “Há meninas com três anos, as de sete e de doze também gostam”. No entanto, “há também meninas mais ve-lhas que vêm comprar, até porque há Bar-bies de colecção”, diz Carla.

Susana Matoso de dez anos brinca com Barbies desde os três anos e diz que gosta de “tudo” na boneca. Para se parecer com as bonecas, Susana diz: “estudo para ser como elas”, isto porque para esta menina a Barbie é inteligente.

Francisca Azevedo também com dez anos partilha a paixão por esta boneca e diz que gostava de ser como ela, para isso gosta de andar sempre bonita. O que gosta mais na

boneca é o “cabelo e a roupa”.

Complexo Barbie

Tania Estrada, psicóloga especialista em anorexia e bulimia diz que o “complexo Barbie já existe há algum tempo e cada vez a sociedade consumista obriga a que as moças exijam cada vez mais delas”. Este complexo leva a maior parte das vezes à anorexia e à bulimia, maneiras que as crianças encontram para se assemelharem à boneca.

As famílias exigem muito das raparigas o que as leva também a esse tipo de com-portamento, “frequentar o ginásio, querer que a filha fique bonita, para que futura-mente tenha um bom emprego”, explica a psicóloga.

A psicóloga recorda que “antigamente ha-via as bonecas de trapos”, às quais eram dadas mais atenção, não propriamente à forma do corpo, mas à roupa. “Lembro-me de associar que não havia nada bonito na

parte simétrica, e sim nas saias”. Quando surgiu a Barbie a boneca foi associada à perfeição.

Tânia Estrada explica que as crianças que sofrem deste complexo anseiam pela per-feição, o que exemplifica com casos de pa-cientes que se incomodam com simples nódoas nas camisolas.

As crianças tendem cada vez a ser mais idênticas, a gostarem das mesmas coisas, a vestirem as mesmas roupas. Teresa con-ta que os próprios pais já se apercebem de que os seus filhos são muito parecidos às outras crianças.Tania explica que “existe um extremo de jo-vens com obesidade mórbida, que parecem não se importar e no outro extremo jovens bonitas com o peso ideal e que querem tornar-se ainda mais perfeitas”.

Melanie Antunes- [email protected]

>>> Não publicado

Barbie comemora 50 anos

Mesmo com 50 anos a Barbie continua a ser a boneca preferida das crianças e cada vez mais elas anseiam ser iguais à boneca perfeita.

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Boneca Perfeita encanta crianças há

50 anos

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PAÍS

As mulheres portuguesas estão a emanci-par-se no mercado de trabalho, mas con-trariamente às estatísticas continuam a ser subvalorizadas em relação aos homens, em alguns sectores “principalmente o privado”, como “o sector da indústria, serviços sociais e na saúde”, diz Maria do Rosário Fidalgo, ele-mento da Comissão da Cidadania e Igualdade do Género.

No sector privado, apesar da legislação de aplicação no caso do factor discrimina-tório, muitas empresas ainda distinguem homens de mulheres, “a legislação existe, pode é não haver mais fiscalização das em-presas”, confirma Maria do Rosário Fidalgo.

Em relação à maioria dos países europeus, “Portugal é um caso muito especifico no contexto internacional, porque é um país que já há muitos anos, é marcado por uma participação muito significativa das mu-lheres no mercado de trabalho”, como re-fere a socióloga Alexandra Lopes.

Como explica Alexandra Lopes, “as desi-gualdades que aparecem no mercado têm raiz em acções anteriores como o próprio

acesso à qualificação que também é traça-do por diferenças de género”.

Maria do Rosário Fidalgo diz que uma das soluções para a redução da desigualdade é a nova lei de parentalidade, em que homem e mulher partilham licença.

Alexandra Lopes concorda, “a maternida-de continua a ser a grande dimensão de discriminação das mulheres nas empresas portuguesas”.

Outro factor de distinção entre homens e mulheres é a eleição para cargos superio-res, na qual o elemento masculino predo-mina, embora como Alexandra Lopes “têm vindo a ser implementados programas que forçam um bocado essa convergência dos géneros”.

Mulheres na União Europeia

Um terço de dirigentes dos quadros da em-presa são mulheres, na União Europeia- Média: 32,6%- Portugal: 16,1%- País com menos percentagem: Malta (33,1%)

Taxa de Emprego – 3º Trimestre de 2007- Média: 58,8%- Portugal: 62,3%- País com menos percentagem: Malta (37,5%)

Taxa de Desemprego – Janeiro de 2008- Média: 7,4%- Portugal: 9,3%- País com maior taxa de desemprego: Gré-cia (12,6%)

Mulheres que frequentaram o ensino pri-mário/ secundário – 2005- Média: 69,2%- Portugal: 74,2%- País com menos percentagem: Luxembur-go (57,3%)

Mulheres que frequentaram o ensino su-perior – 2005- Média: 38,2%- Portugal: 42%- País com menos percentagem: Malta (26,7%)

Mulheres membros do Parlamento Nacio-nal – 2007- Média: 23%- Portugal: 27%- País com menos percentagem: Malta (9%)

Mulheres que ocupam cargos de Ministras no governo - 2007- Média: 24%- Portugal: 12%- País com menos percentagem: Roménia (0%)

Portugal no ranking dos países da União Europeia com maior igualdade salarialSegundo a Comunidade Europeia (CE), Portugal é dos países com maior igualdade de salários entre homens e mulheres. O sector privado é aquele onde se verifica uma maior distinção.

Melanie Antunes e Susana Faria- [email protected]

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/07/sector_privado_e_o_que_mais_discrimina_as_mu-lheres.html

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PAÍS

Estudantes de cursos como, por exemplo, des-porto, engenharia e economia seguem um futuro, em que o emprego é o factor mais de-sejado. Apesar disso, entram numa realidade em que têm de enfrentar as claras disparida-des entre homens e mulheres.

Inês Santos diz que desporto, “é um curso de que sempre gostei, quando o escolhi só estive em dúvida por causa do emprego, mas acho que nunca me vi a fazer outra coisa”.

Desporto é visto como um curso de ho-mens, mas a estudante do 1º ano revela que, “este ano foi diferente, entraram mais raparigas do que rapazes” e, ainda, que “as pessoas são muito simpáticas”.

Apesar disso, os professores da área con-tinuam a preferir formar desportistas no masculino. Inês conta exemplos de profes-sores que dão preferência à estrutura física dos rapazes, “uma professora logo nas pri-

meiras aulas disse a um rapaz que só pelo corpo dele achava que ele devia trabalhar no ginásio dela e, ainda, não o tinha visto a fazer nenhum exercício”.

Há mulheres que sentem diariamente as pressões de as subvalorizarem em relação aos homens, mas há aquelas que se sentem acarinhadas e protegidas pelo sexo mas-culino.

Ana Sofia Lima, estudante do 2º ano de en-genharia mecânica no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), afirma: “Vais às aulas e só vês rapazes e engenheiros. As mulheres, as poucas que há, a maioria é muito mesquinha”.

A estudante de desporto, Inês, concorda: “os rapazes são muito directos, se tiverem algo a dizer dizem-no logo na cara. Acho que é uma vantagem para as mulheres. Pre-firo que me digam as coisas na cara”.

Apesar de algumas pessoas ainda pensa-rem que economia é um curso maiorita-riamente frequentado por homens, Joana

Santos não concorda com essa visão e diz, inclusive, que nas aulas acaba por haver mais mulheres, por os homens faltarem mais.

Estudante de economia na Faculdade de Economia do Porto (FEP), Joana Santos, não receia o mundo do trabalho: “Acho que agora escolhem mais as pessoas pelas competências e olham para as mulheres como sendo mais responsáveis do que os homens”.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/07/cursos_domi-nados_por_homens_nao_assustam_as_mu-lheres.html

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Mulheres a estudar pela igualdade entre sexos

Inês Santos, estudante de Desporto, nunca se viu a “fazer outra

coisa”

A desigualdade nota-se não só no mercado de trabalho. Já na faculdade, se sentem diferenças entre mulheres e homens, em cursos dominados pelos homens.

Melanie Antunes e Susana Faria- [email protected]

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PAÍS

Já há alguns anos que a mulher não é vista como uma dona de casa cujo dever se limi-ta às lides domésticas. Os empregos tipica-mente masculinos continuam, muitas vezes, a ser vistos como um tabu, mas cada vez mais o sexo feminino tende a derrubar estas bar-reiras. Quer no mercado de trabalho, quer no ensino superior.

Andreia Oliveira trabalha na empresa informá-tica PC Clinic e diz, “Nunca tive problemas com os rapazes enquanto estive a estudar, aliás era a ‘mascote’ da turma. Até acho que nos tratam melhor por sermos mulheres”.

Teve, sim, problemas com clientes da empre-sa. Segundo Andreia, pensam que não tem ca-pacidade para trabalhar e chegam a perguntar “se percebo de computadores”.

Carla Salgado, taxista há já oito anos, diz que as pessoas, ainda, têm dificuldade de aceitar mulheres a conduzir, “situações de senhoras que não querem ir connosco” e “aquelas se-

nhoras da idade que ficam um bocado assus-tadas quando vêem uma mulher ao volante”, mas garante que a maior diferenciação é feita pelas mulheres.

Carla demonstra que é mais capaz do que muitos homens e aceita qualquer serviço: “nós temos colegas que até têm medo de ir ao bairro do Aleixo. Eu sempre trabalhei de noite e de dia...”

Apesar de ter bastantes situações de dis-criminação com mulheres, os homens tam-bém têm problema em aceitar uma mulher taxista, “já andei assim com uns ucrania-nos que me queriam levar para o meio do monte, mas a gente dá a volta”. Em muitas situações Carla fica com medo dos seus clientes, principalmente os que não esco-lhem o destino assim que entram no carro.

O gosto por conduzir e o contacto com o público ultrapassa todos os medos e faz com Carla se insira no grupo de cerca de vinte mulheres que trabalham como taxis-tas na sua empresa.

Catarina Marcelina, directora da Comis-são da Igualdade do Emprego (CIE), afirma que a diferenciação entre géneros depende muito do nível de responsabilidade social

das empresas.

O nível de sexismo que as empresas têm delimita a desigualdade salarial entre ho-mem e mulher, não só a nível de pessoas no mesmo grau de hierarquia, mas também quando se trata de aceder a cargos supe-riores, explica Catarina Marcelina.

Há casos de homens que também são dis-criminados, mas continuam a ser “maiori-tariamente as mulheres”, como especifica Catarina Marcelina.

“O número de queixas tem vindo a aumen-tar, também porque as pessoas estão mais atentas”, diz a directora da CIE. Nos anos de 2005 e 2006 registou-se apenas uma quei-xa. Enquanto que em 2008, 11 pessoas apre-sentaram queixa. Até Março deste ano, já foram apresentadas três.

A CIE recebe as queixas, dá o parecer nega-tivo ou positivo e em função da deliberação mandam para a Autoridade para as Con-dições do Trabalho (ACT) e esta intervém judicialmente. A cooperação entre as duas instituições assegura a luta pela igualdade de sexos.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/07/mercado_de_trabalho_abre_cada_vez_mais_portas_as_mulheres.html

Mercado de trabalho abre cada vez mais portas às mulheres

Ainda existem queixas de discriminação, mas as mulheres estão cada vez mais presentes nos empregos dominados por homens.

Melanie Antunes e Susana Faria- [email protected]

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O Secretário de Estado, Rui Sá Gomes esteve presente na inauguração da nova esquadra da PSP na freguesia do Bonfim e apresentou um relatório de investimentos que vão ser feitos nas instalações das forças policiais do distrito do Porto.

A esquadra do Bonfim, investimento de 350 mil euros vai armazenar o comando da pri-meira divisão, a esquadra de investigação criminal o destacamento de comunicação do Norte, o núcleo de deontologia e dis-ciplina, o núcleo de armas e explosivos, o núcleo de informática, o núcleo de finanças e a secção de achados.

Os serviços das instalações da esquadra da Batalha vão ser transferidos para o Bonfim, em conjunto com os da terceira esquadra da Rua Pinto Bessa.

O ministério de Administração Interna pro-mete investir 15 milhões de euros na recu-peração das instalações das forças policiais do distrito do Porto e 15,8 milhões de euros na concepção de novas infra-estruturas.

De entre as 21 esquadras que vão ser re-qualificadas encontram-se algumas per-tencentes ao concelho do Porto: Cedofeita, Foz, Aldoar, Viso, Lagarteiro, Campo Lindo e Paranhos. Só nestas sete freguesias o in-vestimento será de cerca de 3 milhões de euros.

Vão ser ainda abrangidos os concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Maia, Pare-des, Matosinhos, Vila do Conde, Santo Tir-so e Paços de Ferreira. Já as esquadras de São João de Deus, do Infante, do Marco de Canaveses e de Amarante não vão ser in-cluídas nesta reestruturação. Contudo, Rui Sá Gomes está consciente da degradação destas instalações que serão as próximas prioridades.

Segundo um estudo da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia o comando me-tropolitano da PSP do Porto é o que tem piores condições em todo o país o que justi-fica este investimento como sendo “crucial para o bom funcionamento para a imagem da polícia e até para a credibilidade do ser-viço da polícia”, diz Paulo Rodrigues, pre-sidente do sindicato das forças policiais.

Paulo Rodrigues alerta para o mau esta-do das instalações da polícia ao qual os cidadãos não são alheios: “Neste momen-to continuamos com muitas esquadras degradadas no Porto ao ponto de alguns cidadãos já terem feito queixas inclusive à polícia de que não queriam entrar naque-la esquadra porque não tinha condições”.

Paulo Rodrigues diz que “o cenário do comando metropolitano do Porto é um cenário caótico, temos cerca de 96% de esquadras em estado de degradação”.

Segundo Paulo Rodrigues há duas situa-ções prioritárias a melhorar: uma delas é a valorização dos recursos humanos, é pre-ciso ter pessoal motivado para melhorar a qualidade do serviço para se sentirem preparados para tudo e mais alguma coi-sa para se sentirem bem a desempenha-rem o serviço que desempenham”, a outra consiste no melhoramento das condições a nível de equipamento, como por exemplo o informático.

Melanie Antunes- [email protected]

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/03/porto_es-tado_vai_investir_na_remodelacao_de_21_es-quadras_do_distrito.html

Estado vai investir na remodelação de 21 esquadras no Porto

O Secretário de Estado e o Presidente da Câmara do Porto inauguraram hoje a esquadra do Bonfim e apresentaram um plano de reforma das instalações da PSP no Porto.

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OElisa Ferreira pretende ultrapassar o número mínimo exigido na lei de membros femininos de uma lista. Ao invés de ter apenas 30% de mulheres, a candidata quer alcançar a igualda-de entre homens e mulheres o que situa cada grupo nos 50%.

No debate “Uma cidade amiga das mulhe-res”, no âmbito das comemorações do dia da mulher, Elisa Ferreira chamou a atenção para alguns problemas com que as mulhe-res do Porto se deparam, ao viverem numa cidade “que não sabe lidar com os anseios das mulheres”, com problemas de desloca-ção, como é o caso da inflexibilidade dos locais de desembarque dos STCP, o que leva a que as mulheres andem mais tempo so-zinhas à noite.

Entre as convidadas do debate estava Ma-ria de Lurdes Ruivo, presidente do departa-mento federativo das mulheres socialistas que justifica a ainda existência das come-

morações do dia das mulheres, com o facto de que apesar de estarem em pé de igual-dade com os homens, as mulheres conti-nua a ser “afectadas pelo desemprego, não conseguem ascender a cargos mais eleva-dos, continuam a ser as que mais sofrem de violência doméstica”.

Para responder às questões relacionadas com as falhas dos transportes públicos, en-contrava-se presente Gorete Rato, adminis-tradora executiva do metro do Porto.

Segundo a Gorete Rato os utentes do metro são “em maioria mulheres, não tanto por existirem em maior número (64% no últi-mo ano), mas sim porque têm maior neces-sidade de utilizar os transportes públicos”.

Virgínia Sousa, coordenadora operacional da iniciativa bairros críticos do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, cen-trou-se na problemática da exclusão social, da qual as mulheres são vítimas em maior número.

As mulheres que vivem em zonas de maior

exclusão, acabem por nunca saírem dos bairros, por não terem escolaridade e mui-tas vezes por serem mães precoces, explica Virgínia Sousa.

>>> não publicado.

Igualdade de géneros na lista de Elisa Ferreira à Câmara Municipal do Porto

Nas comemorações do dia mundial da mulher, Elisa Ferreira adiantou que pretende a igualdade entre homens e mulheres no Porto e na sua lista de candidatura à Câmara Municipal do Porto.

Melanie Antunes- [email protected]

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44/ 10 . número #. 10.Julho.2009

PORT

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Assinalou-se, esta quarta-feira, a passagem dos cinco anos sobre os atentados do dia 11 de Março, na estação de Atocha, em Madrid. Na memória ficaram os 190 mortos e mais de mil e setecentos feridos provocados pelo maior atentado da história da Espanha, a pou-cas centenas de quilómetros do território por-tuguês.

Os portugueses tentam não pensar que o seu país possa ser alvo de atentados e não acredi-tam que as instalações do metro estejam pre-paradas para prevenir ataques.

Jorge Morgado, assessor do metro do Por-to também partilha a ideia de que o metro não está preparado: “eu penso que prepa-rado para atentados ninguém está como se verificou pelos casos de Madrid, ou pelos casos do metro de Londres”.

No entanto, o metro do Porto tem medidas que permitem assegurar o seu bom funcio-namento como: “videovigilância instalada em todas as estações, com acompanha-mento permanente de eventuais activida-des suspeitas em toda a rede; temos um efectivo de segurança que ronda as trezen-tas pessoas, em permanência na rede”, diz Jorge Morgado.

O metro do Porto possui ainda uma colabo-ração com a PSP, a GNR, a Polícia Judiciária, os serviços de estrangeiros e fronteiras e o

Serviço de Informações de Segurança (SIS).

Jorge Morgado conta um episódio que ocorreu “há cerca de dois anos”, no qual o serviço de estrangeiros e fronteiras anda-va a acompanhar a actividade de algumas pessoas de nacionalidade estrangeira “que estavam a desenvolver actividades aparen-temente suspeitas nesta região e foi com recurso ao sistema de “videovigilância do metro do Porto que essas pessoas foram identificadas e detidas”.

A capacidade de resolver problemas de se-gurança aumentou “há medida que a rede foi crescendo e o número de clientes que viaja diariamente no metro do Porto”, diz Jorge Morgado.

Melanie Antunes- [email protected]

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/28/video_livros_regressam_aos_aliados.html

Atentados de Madrid fazem cinco anos: E se o 11 de Março tivesse sido no em Porto?

No quinto aniversário dos atentados de 11 de Março, o JPN foi tentar perceber o que aconteceria se o metro do Porto fosse alvo de um ataque terrorista.

Vídeo: Livros regressam aos Aliados

79ª Feira do Livro do Porto arrancou esta quarta-feira. Regresso aos Aliados satisfaz visitantes e editores.

Melanie Antunes e Verónica Pereira- [email protected]

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Começou cedo o dia para os alunos das esco-las secundárias como os da Carolina Michaelis, do Liceu de Gaia e o Fontes Pereira de Melo que se reuniram na Praça dos Aliados para se manifestarem contra o estatuto do estudante.Os manifestantes eram poucos mas as queixas eram várias: “Os exames nacionais, as condições das escolas, há pavilhões em que chove, os alunos não podem fazer Edu-cação Física no Inverno”, diz Patrícia Cata-rino, estudante no liceu de Gaia presente na manifestação. Além disso alunos reivin-dicam o direito à educação sexual.

Alunos continuam insatisfeitos por a me-dida legislada em 1984 ainda não ter sido implementada nas escolas. Patrícia Catari-no diz: “Não queremos uma aula de edu-cação sexual. Queremos acompanhamento sexual, porque há uma percentagem muito grande da gravidez na juventude.”Patrícia Catarino justifica a necessidade de acompanhamento sexual: “Há muitas dú-vidas em relação à educação sexual e os alunos precisam de as satisfazer”.Os alunos apontam criticas a medidas to-madas pelo governo em relação ao regime de falta. “Os estudantes estão muito insa-tisfeitos com isso porque não podem jus-tificar faltas e é um estatuto que limita a participação democrática dos estudantes nas escolas”, diz Patrícia Catarino.

A estudante apela a um governo mais compreensivo com os problemas dos es-tudantes: “Nós queremos uma escola de-mocrática, gratuita, pública a que temos direito e este tipo de governo tem levado uma política que em nada satisfaz esse di-reito”, afirma Patrícia Catarino.

Notícia com vídeo>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/24/dia_do_estudante_alunos_do_ensino_secundario_nao_aderem_as_manifestacoes.html

Alunos do secundário lutam pelo estatuto do estudante em manifestação nos AliadosOs alunos de várias escolas secundárias fazem-se ouvir na Avenida dos Aliados. Entre o que reivindicam estão as aulas de educação sexual, o regime de faltas e os exames nacionais.

Melanie Antunes e Susana Faria- [email protected]

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Estudantes reivindicaram

melhores condições nas escolas e aulas de

educação sexual

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Onze anos depois, Portugal volta a ter uma Ca-pital Europeia da Cultura. Em 2012, Guimarães e Maribor, segunda cidade mais importante da Eslovénia, serão as anfitriãs de eventos e refor-mas culturais. Ao contrário do Porto que teve pouco tempo para preparar um ano de acti-vidades, Guimarães tem ainda três anos para delinear estratégias e reestruturar e renovar a cultura da cidade.

Teresa Lagos, organizadora do Porto 2001 re-vela a importância de definir um projecto e se-guir um plano, de forma a tornar esta iniciativa uma “oportunidade para afirmação da cidade nos seus valores próprios e nas suas carac-terísticas muito específicas”. Jorge Campos, também organizador do Porto como Capital Europeia da Cultura, aponta para além destas linhas a importância de prosseguir os projec-tos já começados e de, após o ano de eventos, continuar com a dinamização cultural.

Jorge Campos diz que “uma capital europeia da cultura pode ser um efeito potenciador

muito grande em relação àquilo que é a visi-bilidade e a qualidade de vida de uma cidade”, algo que segundo Teresa Lagos, fez com que o Porto se libertasse do “complexo relativamen-te ao facto de não ser a capital do país”.

A imagem europeia que o conjunto de ini-ciativas, eventos e construções, como a Casa da Música, deram ao Porto, fez com que o nome da cidade percorresse a Euro-pa, o que Jorge Campos confirma ao ve-rificar que “na própria programação da Capital Europeia da Cultura Vilnius apare-cem reflexos daquilo que foi a capital cul-tural aqui na nossa cidade”.

As quatro linhas mestras do programa do Porto 2001 eram a recuperação e renovação do espaço público; a construção e renova-ção de equipamentos culturais; a progra-mação cultural; e a renovação da baixa do ponto de vista de espaço e principalmente de activação do comércio. Segundo Teresa Lagos, esta última não foi executada por razões externas à organização. Jorge Cam-pos aponta o dedo à autarquia: “nunca teve uma política cultural para a cidade e na

verdade nunca conseguiu entender a di-mensão cultural da política”.

O Porto foi alvo de uma transformação du-rante o processo de organização do Por-to 2001 o que lhe valeu espaços como a Casa da Música e a Casa da Animação. Num ano a cidade conseguiu transmitir a sua parte “conservadora” e “provinciana”, mas também “ousada” e “cosmopolita”, como classifica Jorge Campos. Segue-se a vez de Guimarães ser transformada em 2012.

Peça no Noticiário de Rádio>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/13/porto_passa_testemunho_a_guimaraes_capital_eu-ropeia_da_cultura_2012.html

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Guimarães é eleita Capital da Cultura para 2012

Guimarães será a Capital Europeia da

Cultura em 2012

Portugal volta a ter uma Capital Europeia da Cultura, depois do Porto. O JPN falou com a organização do Porto 2001 para esta passar o seu legado à próxima capital.

Melanie Antunes- [email protected]

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A “população”, os “vários níveis de história”, “a vivência das pessoas” e a “ligação com o rio” são factores que fazem com que a zona da Ribeira seja uma zona diferente de qualquer outra no Porto. A iniciativa do Espaço F da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), “Um outro olhar sobre o espaço público da Ribeira” revelou-se um diálogo sobre a história, as pessoas e a forma como se olha para a zona histórica do Porto.

De câmara fotográfica na mão os partici-pantes do workshop ouvem os conselhos de Sofia Marques da Silva, professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Edu-cação da Universidade do Porto (FPCEUP) que explica “como é que estes espaços são espaços de sociabilidade”.

Segundo Sofia Marques da Silva a Ribeira não é um espaço homogéneo. É um lugar “dinâmico” e um “espaço emblemático”. É “acima de tudo” um lugar híbrido: “ho-nesto e desonesto ao mesmo tempo, é um

lugar próximo do Porto e distante ao mes-mo tempo”. Tal como diz o arquitecto Pe-dro Leao Neto, responsável pelo workshop, “estes espaços são uma confluência de vá-rios usos, vários interesses e várias acti-vidades”.

Sofia Andrade, participante do workshop, esteve seis anos a estudar fora do Porto e confessa que as saudades da cidade já eram muitas. Relembra a Ribeira dos seus tem-pos de adolescência que “estava no auge da noite e era onde se marcava o ponto”. “A Ribeira sempre foi um ponto mítico”, acrescenta Sofia Andrade.

Ao contrário de Sofia Andrade, Inês Alves nunca conseguiu ausentar-se do Porto pois “sempre fui uma apaixonada pela cidade”. Na Ribeira, o que mais fascina esta jovem quase licenciada em arquitectura são as pessoas que lá moram. Já o arquitecto Sér-gio Barbosa revela um maior interesse pela história do local: “este foi um local em que sempre existiu a questão da vivência das pessoas”.

Segundo Sérgio Barbosa, as pessoas “deve-riam colaborar mais na dinamização” de locais como a Ribeira. Sofia Andrade con-corda ao dizer que “se os espaços não se vi-vem morrem, tem que haver humano aqui a pisar, tem que haver essa movimentação porque senão as características físicas dos espaços morrem”.

No entanto, Sofia Marques da Silva acre-dita numa revitalização de espaços como a Ribeira uma vez que se tem verificado uma aproximação das pessoas novamente à cidade. Para a professora esta reaproxi-mação à cidade dá-se porque “as pessoas sentem saudades da cidade do Porto” e “an-dam à procura de alguma genuidade”, “es-paços onde se possam rever”.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/06/faup_lanca_um_outro_olhar_sobre_a_ribeira_do_porto.html

Um olhar diferente sobre a Ribeira

A iniciativa do Espaço F “Um outro olhar sobre o espaço público da Ribeira” deu lugar a um relembrar das características que fazem da Ribeira um lugar único no Porto

Melanie Antunes - [email protected]

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“Dicotomias” da Ribeira servem de nspiração

aos fotógrafos

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No seguimento do programa de coope-ração entre a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e a Universidade Agostinho Neto, em Angola, foram ofereci-dos 526 livros didácticos, financiados pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvol-vimento (IPAD).

Este género de iniciativas visa o “apoio e a avaliação dos cursos de medicina”, como refere Amélia Ferreira, professora da Fa-culdade de Medicina da Universidade do Porto. Esta cooperação visa o “apetre-chamento da biblioteca para melhorar a aprendizagem dos alunos da UAN”.

“A entrega destes livros foi um acto muito significativo, tendo a presença e a coope-ração da representante portuguesa Teresa Mateus e do Cristóvão Simões”, da Univer-sidade Agostinho Neto (UAN), diz Amélia

Ferreira.

“ A doação dos livros foi apenas um instru-mento”, diz Amélia Ferreira, uma vez que esta iniciativa se insere no programa EDU-LINK que faz a ligação entre instituições de ensino superior, como é o caso das relações entre a Faculdade de Medicina da Universi-dade do Porto e a UAN.

A Universidade do Porto também coopera com a Universidade Mondlane em Maputo e a Universidade Nampula, em Moçambi-que.

O EDULINK visa a transmissão de conheci-mentos entre instituições, algo que a FMUP faz através da “criação de plataformas tec-nológicas, centros de apoio ao estudante, de reformas de ensino, tudo isto a ir de encontro ao Processo de Bolonha”, explica Amélia Ferreira.

As obras disponibilizadas para os estudan-tes são “as que os nossos estudantes da Faculdade de Medicina têm para o seu de-senvolvimento”. De entre os livros de Pe-diatria, Ginecologia, obstetrícia e cirurgia encontram-se “Medicina de Urgências”, “Princípios de Intervenção e Tratamento do Sistema Neuromúsculo-esquelético” e “Tratamento da Pediatria”.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/07/fmup_doa_livros_a_universidade_angolana.html

Da U.Porto para Angola

Livros doados são os mesmos que os

estudantes da FMUP utilizam no seu

percurso académico

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto dá 526 livros à Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto em Angola.

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A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) recebe a partir de hoje o Porto de Emprego. O evento é organizado pela FEP Jú-nior Consulting, a empresa júnior desta facul-dade.

Porto de Emprego visa estabelecer um elo en-tre os estudantes de economia e as possíveis empresas onde poderão trabalhar. Ana Cata-rina, aluna da Faculdade de Economia con-seguiu obter esse contacto com a empresa através de um estágio de verão que conseguiu através desta iniciativa.

Apesar de não ter acompanhado de perto o Porto de Emprego no seu primeiro ano de fa-culdade, este ano participa mais no evento, também por estar no último ano do curso. Ana Catarina diz que “o curso é muito teórico por assim dizer, nós não temos contacto com a re-alidade no mercado de trabalho, não sabemos como é que funciona”, por isso acha que deve-riam haver mais iniciativas do género.

Diogo Ramalheira, aluno da Faculdade de Eco-

nomia e membro da FEP Júnior Consulting, diz que a aderência de alunos tem aumentado, assim como as iniciativas deste género, como exemplo o Porto de Emprego Internacional re-alizado em Outubro passado pela Júnior Con-sulting.

Porto de Emprego “é uma iniciativa que mesmo não tendo a ver com o nosso core business acaba por promover o emprego e fazer com que haja ligação entre as empre-sas e a faculdade e que os alunos estejam mais dentro daquilo que se faz nas empre-sas”, diz Diogo Ramalheira.

Empresas no Porto de Emprego

O Porto de Emprego também se revela uma iniciativa positiva para as empresas que se mostram “interessadas em participar até porque estão em época de recrutamento e conseguem angariar mais pessoas para a sua empresa”, explica Diogo Ramalheira.

Joana Rita, representante da Danone Por-tugal no Porto de Emprego também se encontra satisfeita com iniciativas deste género, pois “é uma forma de a empresa recrutar mais alunos”. Joana Rita diz que

“o objectivo é que os alunos fiquem a co-nhecer a empresa”.

Através do Porto de Emprego os alunos “conseguem ter uma maior aproximação e de facto aquilo que não poderiam com-preender em termos de modo de funcio-namento desta empresa”, explica Filipa Ferreira, representante da Sonae no even-to. As empresas tentam “explicar o que é aquilo que eles costumam ver na televi-são, nos jornais, nos nossos sites e possi-velmente as funções que eles vão exercer na prática”.

Porto de Emprego decorre até dia 12 de Março e as empresas estão presentes até amanhã.

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/13/fep_estu-dantes_procuram_oportunidades_na_porto_de_emprego.html

Faculdade de Economia recebe Porto de Emprego

Começou hoje o Porto de Emprego, uma iniciativa da Faculdade de Economia que faz a ligação entre os estudantes e o mundo de trabalho.

Melanie Antunes - [email protected]

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Na “Porto de Emprego”, os estudantes da FEP

puderam contactar com a realidade do mercado

de trabalho

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A Semana das Terapias Complementares foi inaugurada pelo Yoga do Riso. Os participan-tes começaram por obter uma sessão de escla-recimento sobre o tema dada por Maria José, professora de história do secundário que se iniciou nesta actividade há cerca de um ano. Maria José recorreu ao Yoga do Riso como for-ma de auto-cura para se livrar do stress.

No entanto, a professora explica que os be-nefícios do Yoga do Riso não se restringem apenas ao alívio do stress. Este método te-rapêutico contribui também para a oxigena-ção do organismo, uma vez que consiste na combinação de exercícios respiratórios com gargalhadas. Maria José acrescenta ainda que “potencia a nossa boa disposição, a criativida-de, a concentração e ajuda-nos a lidar melhor com a vida e com os problemas”.

Maria José diz que na sociedade actual as pes-soas têm uma grande dificuldade de se rirem, um facto que segundo a professora deve-se em certa parte aos condicionamentos que o ser humano impõe a ele próprio: “quando o nosso bebé nasce nós tiramos-lhe um sorriso

e quando já começa a sorrir por ele próprio nos começamos logo a coarctar-lhe a liberdade”.

A maior parte das pessoas com que Maria José pratica o Yoga do Riso são homens idosos e de meia-idade. Segundo Maria José os idosos têm uma maior facilidade em rir, pois “já têm um grande percurso de vida e todas as razões são boas para rir”. Com os jovens a capacidade de se libertarem não é tão fácil.

Contudo, os participantes desta sessão, to-dos eles jovens, conseguiram descontrair-se e desfrutar dos benefícios do riso. Ana Sara não é nova neste tipo de iniciativas e confirma que o riso é uma forma de des-contracção. A estudante de Farmácia já ti-nha participado numa sessão de Yoga de Riso na qual esteve presente Ana Banana, uma das impulsionadoras deste método te-rapêutico.

Logo na sua primeira sessão Ana Sara aper-cebeu-se de que “às vezes não é assim tão fácil rir do nada, por isso é um bom exer-cício, faz bem”. A estudante diz que quan-do está de bom humor ou com grupo de pessoas próximas costuma ter facilidade em rir-se.

Ana Sara afirma que: “se toda a gente ten-

tasse parar um bocadinho e rir da situação em que está, daquele stress eu acho que uma pessoa consegue lidar melhor com o dia a dia”.

Anabela Silva e Cristina Matias, organi-zadoras da Semana das Terapias Comple-mentares, pelo terceiro ano consecutivo, estrearam-se nesta sessão, da qual retiram um saldo positivo, apesar de no início te-rem tido dificuldade em desinibir-se.

No entanto, ambas as estudantes de farmá-cia concordam que é mais fácil rir nas si-tuações menos indicadas. “Acho que é fácil rir quando não devemos”, diz Anabela Silva.

Todos os anos, as organizadoras tentam sempre inovar e encontrar novas terapias alternativas. Cristiana Matias explica que: “tentamos sempre inovar todos os anos e trazer também uma terapia que dê para experimentar a parte mais prática”. Esta semana conta ainda com uma sessão sobre Osteopatia e outra sobre Psicanálise.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/15/video_yoga_servese_com_riso_na_faculdade_de_farmacia_da_up.html

Yoga do Riso na Faculdade de Farmácia

A Faculdade de Farmácia iniciou a Semana das Terapias Complementares com uma sessão de Yoga do Riso. Participantes desfrutam dos benefícios do riso.

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O instituto molecular de patologia e imunolo-gia da Universidade do Porto (IPATIMUP) rece-be a 12ª edição do Portugaliae Genética, este ano com tema “From genomes to organisms: an evolutionary perspective”, o que vai levar a que as conferências se centrem na evolução dos genes.

Alexandra Lopes organizadora do evento diz o número de pessoas que assistem às conferências depende um pouco do tema: “O tema deste ano e do ano passado é mais centrado na evolução e genómica e curio-samente não tem tido tanta adesão como os temas mais virados para aplicações em saúde”.

No entanto, o número de estudantes que assistem às conferências continua satis-fatório, também devido aos nomes es-trangeiros que vão estar presentes nas conferências. Alexandra Lopes recorda a importância dos especialistas portugue-ses: “temos gente portuguesa muito boa, mas parece que é difícil arranjar reuniões centralizadas, em que vão os do Norte e os do Sul, neste caso temos Lisboa e Porto e é raro ver reuniões em que se reúnam mes-mo só essas duas capitais”.

Este ano o Portugaliae Genética ocorre ao mesmo tempo que as comemorações do vi-

gésimo aniversário do IPATIMUP: “Portuga-liae Genética já tem doze anos e portanto iria realizar-se independentemente do ani-versário. Claro que este ano estamos com mais energia e mais vontade para todo o tipo de reuniões”, diz Alexandra Lopes.

Mutações nos genes

Na palestra que inaugurou a 12ª edição da Portugaliae Genética o professor de Biolo-gia na Universidade de Brown nos Estados Unidos, Daniel Weinreich, falou da teoria que desenvolveu para descrever a evolu-ção das interações mutacionais nos genes.

Para explicar a sua teoria Daniel Weinreich falou no modelo geométrico de Fisher e no seu interesse pela epistase e a forma como esta actua nos genes.

O modelo de Fisher capta a essência da adaptação dos genes que consiste no facto de que um organismo é feito para estar de acordo com o outro num alargado mapa de interacções.

O nosso planeta está a mudar mediante alte-rações climáticas e problemas ambientais, mas o ser humano também necessita de mudar, de se adaptar. Esta adaptação con-siste na primeira fase do modelo de Fisher segundo o qual a população se adaptará através de mutações que são consequên-cias das necessidades do organismo.

Mediante esta adaptação os fenótipos dos

genes vão-se alterar. Os fenótipos são um traço ou característica observável dum or-ganismo, como por exemplo, a morfologia, as propriedades fisiológicas e bioquímicas, o comportamento e o desenvolvimento.

Os fenótipos alteram-se ao entrar em con-tacto uns com os outros, através da epis-tase, que é a interacção entre genes. Em alguns casos a mutação que ocorre pode favorecer um dos genes em detrimento do outro, através da pleiotropia.

A questão está em determinar as possíveis trajectórias que possam resultar da epista-se, ou seja, da interacção entre genes. Da-niel Weinreich elaborou experiências com micróbios nos genes das quais resultaram 120 trajectórias possíveis.

As conferências encerram amanhã ao fim do dia. Do IPATIMUP podemos ainda es-perar o Porto Câncer Metting, já no pró-ximo mês.

>>>não publicado

Evolução dos genes no IPATIMUP

Começou hoje a 12ª edição do Portugaliae Genética no IPATIMUP. Este ano o tema centra-se na evolução dos genes.

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A mobilidade entre países aumenta cada vez mais especialmente entre os países da Europa desde que as fronteiras se abriram. Cada vez mais estudantes decidem estudar fora de Portugal, mas continuam a manter o contacto com os que deixam para trás. Se antes se gastava fortunas em chamadas internacionais agora tudo está mais fácil com novos serviços de comunicação, como o Skype.

Rui Almeida, estudante do IPAM, esteve seis meses no Brasil e utilizava o Skype para fa-lar com a família e com os amigos: “aderi ao Skype porque é um programa gratuito que permite falar com as pessoas em todo o mundo através da webcam e microfone e como estava no Brasil e as chamadas estão caras, utilizava este meio”.

Gil Dias, esteve seis meses em Itália e ade-riu ao Skype porque procurava uma forma grátis de comunicar internacionalmente. Gil Dias diz que “o Skype é muito requi-sitado porque consegue agrupar as fun-cionalidades IM (Instant Messaging) e as chamadas VOIP”. Gil Dias afirma que se poupa mais dinhei-ro face à alternativa de fazer chamadas de

telemóvel, mas “existem clientes de VOIP mais económicos”.Já José Abelheira, que trabalha entre Angola e Portugal mostra-se satisfeito com os serviços do Skype e nem faz referência ao preço, pois passou de uma conta de telefone que rondava os 400 euros para pagar apenas a assinatura da Internet e “pouco mais”.

José Abelheira conta ao JPN que já utiliza o Skype há cerca de cinco anos diz que é um serviço muito mais barato e que “de Ango-la para Portugal uma assinatura de quatro euros dá para falar 24 horas por dia para números fixos”.

José Abelheira dá um exemplo de como o Skype pode quebrar fronteiras: “Pode estar a falar com uma pessoa dos Estados-Uni-dos, com outra em Hong Kong, até ao máxi-mo de cinco pessoas se não estou em erro, pode pôr cinco pessoas em rede ao mesmo tempo para falar sobre qualquer assunto”.

A empresa de informática PC Clinic utiliza o Skype há três anos, pois “as comunica-ções pela internet (VoIP – Voice over IP) têm inúmeras vantagens face às teleco-municações convencionais, pois permitem

qualidade de áudio similar, com a adição de melhor plataforma para teleconferência”, diz Ricardo Pereira de Sousa, pertencente à gerência da empresa de informática.

A PC Clinic explica ao JPN que escolheram os serviços do Skype devido à sua facilida-de de utilização e qualidade da comunica-ção. Além disso o Skype permite “partilhar ficheiros, texto e imagem numa única cha-mada, algo que com métodos convencio-nais é bastante mais complexo e apenas executável com varias aplicações”, diz Ri-cardo Pereira de Sousa

Ricardo Pereira de Sousa afirma que “exis-tem cada vez mais ferramentas de cola-boração que além da funcionalidade do Skype de comunicação multimédia, forne-cem também verdadeiras áreas de colabo-ração com avançadas funcionalidades de utilidade corporativa”.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/25/skype_e_possivel_comunicar_entre_hong_kong_e_os_estados_unidos_a_baixo_preco.html

Skype é o serviço de eleição para a comunicação a longa distânciaSkype é o meio de comunicação de muitos portugueses que se deslocam para fora de Portugal. Empresas também preferem este servidor de comunicação.

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Vários são os servidores e as operadoras de comunicação que conhecemos. No entanto, alguns nomes destacam-se. No campo das chamadas internacionais um dos serviços mais utilizados é o Skype.

Este servidor de comunicação tem visto o seu número de utilizadores a aumentar, tal como as suas plataformas, contando agora com a sua representação no iPhone. Não só as suas pla-taformas parecem estar a mudar, assim como os seus proprietários, pois Nikklas Zennstrom e Janus Friis, fundadores do Skype pretendem adquirir de volta a empresa que venderam em 2005 à eBay.

O JPN falou com Stephen Beckert respon-sável por um estudo da TeleGeography que define o Skype como o maior servidor de comunicação do mundo, para saber quais os valores do Skype: “é um bocado difí-cil provar estas coisas, mas com base nos volumes de tráfego é o maior servidor de comunicação por voz além fronteiras”, diz Stephen Beckert.

Segundo este estudo estima-se que o Skype detenha cerca de 66 bilhões de minutos de tráfego total, correspondendo 33 bilhões desses minutos a chamadas internacionais.

Numa década as chamadas além-fronteiras cresceram 25%, tal como os seus custos fo-ram aumentando, o que leva os estudan-tes portugueses que estão no estrangeiro a procurarem soluções mais baratas como o Skype.

Nas ligações de Skype para Skype o servi-ço é grátis. No entanto este servidor não fica sem ganhar dinheiro, uma vez que em 2008 tiveram receitas de cerca de 550 mi-lhões de dólares a partir dos seus serviços pagos, segundo Stephen Beckert.

Existem cerca de quatro mil milhões de contas registadas no Skype, contudo se-gundo Stephen Beckert estima-se que “ape-nas um terço destas contas é que estão activas”.

Stephen Beckert não acha que o Skype seja o futuro, “mas dá-nos uma visão daquilo que podemos esperar no tempos que aí vêm: o serviço de voz vai-se tornar muito mais como a Internet.”

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/25/skype_e_o_meio_de_comunicacao_de_elei-cao_para_chamadas_internacionais.html

Skype é o servidor de comunicação com mais utilizadores no mundo

Segundo um estudo elaborado pela empresa americana TeleGeography, o Skype é o meio de comunicação de eleição para chamadas internacionais.

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Mapa de salas de espectáculo portuguesas na Internet

Mapa de salas divulga espectáculos em todo o país e já se expandiu até o Brasil

Melanie Antunes - [email protected]

O mapa de salas é um projecto original que nasceu a partir do Vai uma gasosa, “o meu site de divulgação musical e arte urbana”, diz An-tónio Torres, técnico de sistemas de informa-ção geográfica.

António Torres diz que este projecto foi ins-pirado num mapa que existia no site A Trom-pa: “nele existiam cerca de 20 sala. O Rui Dinis, autor da’Trompa pedia aí a colaboração dos leitores e esteve assim cerca de 2 anos, sem mais salas entrarem”. O site Rascunho também colabora com este projecto, em conjunto com Mescla Sonora e Lumo Colectivo que estão en-carregues da divulgação.

O mapa de salas conta agora com 250 espa-

ços de cultura e espectáculos. Ao atingir este patamar as dificuldades aumentaram “tanto para a gestão do mapa como para o visitan-te”. Foi neste ponto que António Torres procu-rou a colaboração da Faunalia, para obter um maior desempenho do seu site.Os resultados fizeram-se sentir em Abril, com o lançamento de um “Mapa” renovado.

Mas esta não é a única novidades num por-tal onde estão presentes espaços de cultu-ra e espectáculo de todos os distritos do país (ilhas inclusive). “Para quebrar ainda mais fronteiras”, o Mapa passou também a incluir informações sobre algumas salas brasileiras, com o apoio do Portal Fora do Eixo.

António Torres acha que o Porto é uma zona que aposta na cultura: “tem inicia-tivas bastante diversificadas, não só das instituições com maior visibilidade como

também de pequenas associações e bares”. A confirmar esta opinião está o número de salas de espectáculo do distrito do Porto representadas no mapa, 46. Lisboa ocupa o primeiro lugar com 78 espaços.

A principal fonte de inspiração de António Torres foi a agenda epilepsia emocional. Além disso os próprios visitantes do site podem contribuir para aumentar a lista, desde que se registem no site.

Mapa de salas já contabiliza 120 visitas di-árias, aproximando-se do valor do seu site mãe, Vai uma gasosa, que conta com cerca de 160 visitantes diários únicos.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/25/internet_mapa_de_salas_traca_roteiro_das_salas_de_espectaculo_portuguesas.html

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A obra de William Shakespeare já teve várias adaptações e percorreu palcos pelo mundo inteiro. No entanto, faltava-lhe conquistar o mundo virtual. Pela primeira vez é possível as-sistir, a partir de qualquer parte do mundo, ao bailado Romeu e Julieta, no Second Life.

Segundo Rui Lourenço, bailarino do evento e criador da ilha Alma portuguesa que acolhe o evento este é o primeiro grande bailado que se consegue fazer no Second Life “muito su-perior ao do IBM”, o primeiro espectáculo do género patrocinado pela empresa de informá-tica.

A estreia do espectáculo deu-se na ilha SL Opera. Apesar dos problemas relacionados com o “lag” das ligações, a prestação foi positi-va e levou, até, à contratação de alguns bailari-nos para actuar noutras ilhas. Rui Lourenço foi um deles. “Nos próximos 30 dias só têm quatro dias vagos”, afirma.

Rui Lourenço pertence à Comunidade Cultural Virtual que visa promover a cultura portugue-sa em ambientes virtuais e redes sociais. Além

de apoiar o bailado da Silken Ballet, também se empenha noutros projectos. Tudo para dar a conhecer Portugal ao mundo.

Rui Lourenço conta ao JPN que a sua actual grande batalha é “conseguir que a língua portuguesa seja ensinada no Second Life”. Ao contrário do espanhol, que é ensinado por professores do Instituto Cervantes, o português é a única língua que não se pode aprender nesta plataforma.

“Transmitir o que se faz cá fora nos tempos livres para dentro do Second Life”. É esta a mais-valia do projecto para Célia Gaião, figurante no bailado e membro da Comuni-dade Cultural Virtual. “Quem vem ver um ballet no Second Life também vai ver um ballet na ‘real life’, no teatro, um concerto.”

Second Life: 18 milhões de utilizadoresNão só as actividades culturais aumentam no Second Life. O número de utilizadores situa-se agora nos 18 milhões, dos quais mais de 40 mil são portugueses. Os núme-ros aumentam ainda mais quando se fala da quantia arrecadada pelos utilizadores. Só no último ano 450 milhões de dólares foram ganhos no Second Life.

A tendência será para os utilizadores au-mentarem ainda mais, até porque a par-tir de Julho deste ano o Second Life vai-se

tornar mais seguro, já que os conteúdos não aconselháveis a menores de 18 anos vão passar a pertencer a uma zona acesso restrito.

Rui Lourenço acredita que com esta alte-ração fica aberto o caminho para as em-presas investigarem “o que é que vai ser o futuro da comunicação” no Second Life, a exemplo do que já fazem a IBM e a Mi-crosoft.

Romeu e JulietaRomeu e Julieta é um bailado produzido pela companhia Silken Ballets, formada por uma ex-bailarina da Companhia Nacional de Bailado, em 2008. O bailado é acompa-nhado com música de Prokofiev e Tchai-kovsky. Estreou no domingo na ilha SL (Second Life) Opera e chega hoje, às 21h00, à ilha Alma Portuguesa, numa iniciativa da Comunidade Cultural Virtual (CCV).

Peça no Noticiário de Rádio>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/14/second_life_romeu_e_julieta_no_primeiro_grande_bailado_virtual.html

Romeu e Julieta no Second Life: primeiro grande bailado virtualA ilha do Second Life, Alma Portuguesa, acolhe hoje o bailado Romeu e Julieta. As actividades culturais e o número de utilizadores aumentam no mundo virtual.

Melanie Antunes- [email protected]

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O bailado realiza-se esta quinta-feira, às 21h00, na ilha Alma

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A CIN acaba de implementar na fábrica da Maia uma unidade inovadora para tratamen-to de gases. A nova estação emite os gases que serão tratados: os Compostos Orgânicos Volá-teis (COV).

A empresa de tintas e vernizes decidiu implementar esta unidade de tratamento para dar cumprimento à legislação relativa ao limite dos valores das emissões de COVs para a atmosfera. “A fábrica está certifica-da ambientalmente e nós temos um com-promisso expresso que é o cumprimento dos requisitos legais em vigor, que é o mí-nimo para nós”, revela ao JPN José Calvão, esponsável pela Direcção de Ambiente, Hi-giene e Segurança da empresa.

Prevista no relatório bi-anual da CIN relati-vo a 2006 e 2007, a criação da nova unidade implicou um investimento de cerca de 750 mil euros. Uma aposta que, na prática, se traduz uma redução entre 95 a 99 por cen-to as emissões de COVs para a atmosfera.

A fábrica da Maia trata, por hora, cerca de de 40 metros cúbicos de COV. Desses, cer-ca de 35 metros cúbicos são directamente encaminhados para uma roda dos aeolitos que “absorve os compostos orgânicos que sejam directamente pela chaminé dos con-taminados”. Os restantes são aquecidos e servem para retirar os COV da roda dos aeolitos, sendo que esse fracção é enca-minhada para ser incinerada”, explica José Calvão.

A preocupação com o impacto ambien-tal espelha-se nos clientes da CIN que, em 2007, preferiram em maior escala produ-tos menos nocivos para o ambiente, como

por exemplo as tintas aquosas e as tintas em pó.

Foi também nesse período que as atenção da empresa se voltaram para questões re-lacionadas com a “adaptação às limitações de conteúdo de Compostos Orgânicos Vo-láteis (COV) nos nossos e aos valores limite de emissão (VLE) para as fontes de emis-são atmosférica dos processos industriais”, como refere o relatório “Ambiente e Bem Estar” da CIN, relativo a 2006 e 2007.

Segundo José Calvão, a evolução a empresa a nível ambiental tem sido “satisfatória”, reflectindo-se, não só ao nível do trata-mento de gases poluentes, mas também no aumento da reciclagem e da utilização reduzida de matérias-primas nocivas.

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/11/ambien-te_cin_lanca_unidade_de_tratamento_de_ga-ses_pioneira.html

CIN lança nova unidade de tratamento de gases Nova unidade instalada na Maia visa reduzir a emissão de gases poluentes para 5% do valor habitual.

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Universidade de Coimbra desenvolve meio de comandar robot com o cérebroMelanie Antunes - [email protected]

A Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra desenvolveu uma tecnologia que permite controlar um robot à distância, apenas com o uso do cérebro.

A Universidade de Coimbra, em conjunto com cientistas suíços, desenvolveu uma tecnologia que permite dar ordens a um robot que se en-contre a mais de 1500 km de distância. Esta tecnologia funciona através da captação de ondas cerebrais que são criadas “quando as pessoas ouvem uma luz a uma determinada frequência”, diz Jorge Dias, investigador da Fa-culdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra (FCTUC), encarregue pelo projecto.

Jorge Dias, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), responsável pelo projec-to, explica que a experiência começou pelo

envio de imagens de Coimbra, onde se en-contrava o robot, para a Suíça, sítio onde uma outra pessoa recebeu a informação de um capacete ligado ao cérebro e ao com-putador.“Esse computador mostra as imagens en-viadas pelo robot e duas luzes, uma po-sicionada na esquerda e outra na direita. O robot capta imagens de um percurso e conforme a pessoa que está com o capa-cete deseje que o robot vire à esquerda ou à direita basta fixar a luz da respectiva di-recção que o robot segue esse percurso”, explica Jorge Dias.

O investigador explica que esta tecnologia “é sobretudo para pessoas que não têm capacidade motora e precisam de outra forma de interface com dispositivos tecno-lógicos, como uma máquina ou um robot”. Jorge Dias acrescenta ainda que “a onda

não é um método invasivo é um capacete que é colocado na cabeça, um electroence-falograma normal”.

Por enquanto a Universidade de Coimbra ainda não foi contactada por nenhuma em-presa interessada no protótipo, mas Jorge Dias acredita que este tipo de” tecnologia de ponta” tem tendência em expandir-se. O investigador acredita que um dia teremos a possibilidade de “através dessas ondas ce-rebrais comandar o nosso robot em casa, ou então a nossa porta ou o nosso televi-sor, sem usar o telecomando, através só de olhar para a frequência dessa luz”.

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/26/universi-dade_de_coimbra_desenvolve_meio_de_co-mandar_robot_com_o_cerebro.html

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Uma realidade muitas vezes fechada en-tre quatro paredes. Basta um computador com internet e uma webcam para se des-crever o início de conversas que, a princí-pio, são inocentes e no final acabam por não ter um final feliz. São adolescentes que se expõem na internet quando conhecem o que parece ser o seu melhor amigo ou melhor amiga ou por vezes o príncipe en-cantado.

De olhos postos no ecrã do computador ou do telemóvel, trocam-se mensagens, foto-grafias, marca-se depois um encontro. Este é apenas um passo para o contacto físico que pode levar a casos de violação. O per-fil destes adolescentes traça-se por proble-mas familiares e por várias horas solitárias.

A sociedade está cada vez mais alerta para os casos de pedofilia em Portugal. No en-tanto, o acesso a esses sites é mais restrito devido a vários programas de controlo pa-rental. Os pais contactados pelo JPN pre-ferem confiar no bom senso do filhos ao invés de controlar o seu acesso à internet.

António Amaral tem um filho de 14 anos e admite não controlar o acesso à inter-net. “Sei quantas horas o meu filho passa na internet e desde muito cedo o meu fi-lho está habituado a cumprir determinado tipo de regras e está consciente de todos os perigos e condicionalismos”. O contro-lo, revela, não é preciso, porque “ele já está consciente”.

“De vez em quando vou olhando e não te-nho razões de queixa”. É o que revela José Pinto de Sousa, acerca do que o seu filho de 14 anos vê na internet. O filho não fala acerca dos conteúdos na internet, nem tem nenhum programa de controlo.

Muitos jovens admitem ligar webcam para falar com estranhos

Um estudo realizado pelo projecto “Tu e a Internet” apurou que a grande maioria dos inquiridos numa amostra de idades entre os 12 e os 14 anos admitiu ligar uma web-cam para falar com estranhos. São dados que preocupam Filipa Falcão Reis, líder do projecto que pretende alertar para os pe-rigos da internet, porque os jovens “são

muito vulneráveis em questões de priva-cidade”.

Para além deste projecto, existe há cerca de um ano, o “Dadus” que pretende expli-car aos jovens os perigos da divulgação de dados pessoais na internet. Na opinião de Clara Guerra, do “Dadus”, a noção de priva-cidade é diferente no caso das crianças. “Os miúdos que estão nas redes sociais querem ser estrelas, pelo contrário eles não que-rem deixar nada reservado, eles querem mostrar-se”, explica.

“São gratuitos e portanto eles podem fazer ali o seu website fantástico cheio de fotos, sem pensarem nos riscos gravíssimos que estão a correr”, acrescenta a responsável preocupada com uma realidade hoje “me-diatizada”.

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/06/seguran-ca_na_internet_o_perigo_dos_miudos_que_querem_ser_estrelas_nas_redes_sociais.html

Segurança na Internet: “Os miúdos das redes sociais querem ser estrelas”

Cada vez mais os adolescentes estão expostos aos perigos da internet. Começam a surgir projectos para alertar e sensibilizar os jovens.

Melanie Antunes e Renata Silva- [email protected]

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>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/06/seguran-ca_na_internet_numero_de_sites_de_porno-grafia_infantil_diminuiu.html

Segurança na Internet: Número de sites de pornografia infantil diminuiu

No relatório do Internet Watch Foundation relativo a 2008, comprova-se uma diminuição de sites de pornografia infantil. Projecto “Dadus” sugere ensino das crianças para evitar estes sites.

Melanie Antunes e Renata Silva- [email protected]

Para além das questões de privacidade, posta em risco através das fotos colocadas nas redes sociais e da divulgação de dados pessoais, O número de sites de pornografia infanil diminuiu. Quem o confirma é Sara Robertson, do Internet Watch Foundation (IFW), na Inglaterra, que falou ao JPN sobre os casos de pedofilia. A responsável revelou que, no último ano, o número de sites des-cresceu. Contudo, avisa, há cerca de 1500 websites com conteúdos de abusos sexuais que são “dinâmicos e estão sempre a mu-dar de lugar”.

Para prevenir que os filhos tenham acesso a estes sites, “os pais devem manter um di-álogo aberto e certificarem-se que sabem o que eles fazem online”, destaca. Progra-

mas de bloqueadores de conteúdos e um sistema de denúncia de sites ilícitos são duas das medidas que podem ser tomadas como prevenção.

<div class=”textbox”><h2>1536 sites com situações de abuso sexual</h2>De acordo com dados do relatório do IFW em relação ao ano passado, foram reportados 33 947 casos, 1536 referem-se a sites específicos com conteúdos de abuso sexual. Destes ca-sos, 74 por cento das imagens encontram-se em sites comerciais e 26 por cento em não comerciais, onde estas são impedidas de chegar ao utilizador. </div>

”Há alguns jovens que se despem [na in-ternet] a troco de dinheiro”

Em Portugal, existe há cerca de um ano, um projecto dirigido às crianças para explicar a importância de não divulgar dados pes-soais na internet. O “Dadus” tem um blo-gue específico que pretende passar uma mensagem simples de prevenção cfontra os perigos da Internet.

Sobre a pornografia na internet, Clara Guerra, do Dadus, revela ao JPN que os pais cometem alguns erros que põem em causa a segurança dos filhos. “O que pode estar em causa é os pais considerarem que as crianças não têm idade para acederem a conteúdos pornográficos, como também não têm idade para verem filmes porno-gráficos ou estarem a ler revistas porno-gráficas”, revela.

“É bom que os pais ensinem as crianças a gerir o que encontram nos sites, a desli-gar e não voltar lá”, acrescenta a respon-sável. O que leva às redes de pornografia é também a exposição feita na internet. Há “alguns jovens que se despem e se ex-põem a troco de dinheiro, são adolescentes já com alguma noção e que se despem e deixam filmar, mas conscientemente e que mandam isso”, conta ao JPN Clara Guerra. “Depois essas imagens são utilizadas pos-teriormente em redes e em sites de porno-grafia”, acrescenta.

O perfil da “vítima” de assédio sexual na WebMelanie Antunes e Renata Silva- [email protected]

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/06/06/seguran-ca_na_internet_jovens_preenchem_vazio_atraves_de_navegacoes_na_internet.html

Solidão e falta de acompanhamento são os principais de factores que levam os jovens a fecharem-se no mundo da web.

O JPN falou com o criminalista Carlos Poiares para traçar o perfil dos jovens que são asse-diados na internet. No geral, “são miúdos que dispõem de uma grande quantidade de tem-po sozinhos”, explica Carlos Poiares, docente da Universidade Lusófona.

“São tentados a preencher esse vazio atra-vés de navegações”, acrescenta. A princi-pal solução para este problema é o “maior acompanhamento por parte dos pais”, in-dica. Porém, o apoio dos pais não pode ser

totalmente restritivo em relação à inter-net, mas sim, através “da explicação dos perigos” que podem encontrar.

Além disso, o criminalista refere a impor-tância de mecanismos de prevenção e de as crianças preencherem os tempos livres com actividades extra-curriculares. O pro-longamento do horário escolar é um dos exemplos apontados.

“A prevenção deve ser cada vez mais feita no espaço escolar”, aconselha.

Programas de controlo parental

Também como meio de prevenção, exis-tem, de acordo com um artigo publicado

por Tito de Morais, no site Miúdos Seguros.Net de que é fundador, programas que aju-dam a bloquear conteúdos na internet. Um exemplo do que estes programas podem fazer, é bloquear no google, determinadas palavras que podem levar a páginas com conteúdos impróprios para jovens.

O Windows SteadyState é um exemplo de software gratuito para este efeito. Já o De-epfreeze é comercial. O controlo do tempo de utilização da internet outro exemplo de prevenção dado por Tito de Morais no seu artigo.

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Todos os anos o dia três de Maio recorda-nos a importância da liberdade de expressão e de como esta não um dado adquirido em vários países. Desde 1993, após a Assembleia-Geral das Nações Unidas ter proclamado este dia, que promovem iniciativas para relembrar o quão importante é preservar o direito de ex-pressão e como se encontra este direito apli-cado em todo o mundo.

Este dia recorda-nos que a censura ainda faz parte do dia-a-dia de muitos países e os jor-nalistas continuam a ver a sua profissão, e a vida em alguns casos, ameaçada. Em 2007, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa teve como tema a segurança dos jornalistas, recor-dando a violência a que os profissionais dos mass media são sujeitos por exemplo em zo-nas de conflito.

Segundo a UNESCO “nunca foi tão perigo-so ser jornalista”, algo comprovado através do número de mortes de jornalistas regis-tadas desde 2003, ano em que começou o início conflito no Iraque: 170 profissionais dos media foram mortos.

Este ano a UNESCO convida “todos os par-ticipantes a explorar o enorme potencial dos mass media para servirem de plata-forma para o diálogo e de veículo para o entendimento”.

Hoje o Dia Mundial da Liberdade de Im-prensa vai-se centrar na possibilidade que os meios de comunicação têm de fomen-tar o entendimento mútuo entre os povos e na capacidade de promover o livre fluxo de ideias por meio da palavra e da imagem.

Em Portugal, desde o 25 de Abril que a li-berdade de imprensa tem vindo a crescer cada vez mais, no entanto alguns jornalis-tas defendem que a censura existe embora de uma forma subliminar. Na sociedade ac-tual a censura deixa de ser exercida pelos poderes políticos para dar lugar à pressão

exercida pelos lobbies. No jornalismo des-portivo essa pressão é mais visível devido ao facto de estarem o jogo os interesses clubistícos.

Há medida que nos apercebemos da cres-cente pressão sobre os media, o meio on-line vai crescendo e abrindo portas para uma nova forma de expressão. A instanta-neidade, a frequente actualização e a par-ticipação do cidadão comum, fazem com que o jornalismo online seja um meio de novas possibilidades.

Segundo o Sindicato dos jornalistas “só com jornalistas usando plenamente os seus direitos e garantias existe jornalis-mo verdadeiramente livre e responsável”. O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa recorda-nos que o jornalista tem direito à liberdade de expressão.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/03/dia_mun-dial_da_imprensa_ainda_ha_limites_apesar_da_internet.html

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Este dia relembra que a censura ainda faz parte da realidade de muitos países.

Daniela Espírito Santo e Melanie Antunes- [email protected]

O direito do jornalista se exprimir

A instantaneidade do online como escape à “censura”Daniela Espírito Santo e Melanie Antunes- [email protected]

Para alguns, a Internet é vista como uma forma de contornar as pressões exercidas sobre os meios ditos convencionais. Para outros, a maioria do jornalismo online português ainda peca pela falta de diversidade.

Numa altura em que o jornalismo online co-meça a ganhar cada vez mais destaque no pa-

norama jornalístico português, o sub-director do Público, Amílcar Correia, defende que “a blogosfera e a Internet permitiu a um maior número de pessoas poder usufruir de um di-reito de expressão”.

“A liberdade de expressão tem vindo a au-mentar à medida que aumentam os supor-tes de expressão”, refere Amílcar Correia. Nesse sentido, o jornalista admite que “des-se ponto de vista, a liberdade de expressão

é maior do que nunca”, especialmente se comparada com a “realidade histórica” que Portugal viveu antes do 25 de Abril de 1974, realidade essa em que “o direito de expres-são era totalmente negado ao conjunto dos seus cidadãos”.

Já o Presidente do Sindicato dos Jornalis-tas, Alfredo Maia, mostra as suas reservas quando ao jornalismo online que se faz em Portugal. Alfredo Maia diz que não vê

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Imprensa desportiva com regras diferentesDaniela Espírito Santo e Melanie Antunes- [email protected]

O jornalismo desportivo enfrenta outro tipo de “ameaça”. Em entrevista ao JPN, dois jovens jornalistas desportivos revelam que a “auto-censura” em relação aos clubes é um dos maiores perigos à liberdade de imprensa desportiva.

ovem jornalista do Record, André Monteiro acredita que “não se pode dizer que não há li-berdade de imprensa em Portugal”, mas refere que esta é “muitas vezes condicionada pelo in-teresse de alguns jornalistas em defenderem as suas posições e as suas carreiras dentro de uma redacção”. Isso acontece, afirma André Monteiro, devido a diversos factores, que in-fluenciam os jornalistas, que se “auto-censu-ram” “seja por causa do grupo ao qual o seu órgão pertence, seja por afinidade profissional ou pessoal com alguém”.

Quanto ao jornalismo desportivo que se faz em Portugal, e no qual se insere o jovem jorna-lista, André Monteiro admite que “as relações de muitos anos” entre jornalistas e clubes e organismos que tutelam actividades despor-tivas podem levar a alguma promiscuidade. “Não me parece que seja 100% límpido o pro-

cesso de liberdade de imprensa e parece-me que, em última instância, é dentro do próprio meio que este corte de liberdade se faz”, ad-mite André Monteiro.

Mesmo assim, o jovem jornalista refere que, desde que começou a trabalhar, nun-ca sentiu “qualquer limitação ao nível da liberdade de imprensa, no sentido em que alguém te proíbe de escrever alguma coi-sa”.

Já Duarte Monteiro, um dos fundadores do, também, jovem ogolo.net, entende que a li-berdade de imprensa é “relativa”, pois, para o jovem jornalista, é “exagerado falar em liberdade de imprensa”. “Não quero dizer que os jornalistas não têm liberdade para escrever aquilo que querem, mas a verda-de é que têm de pensar muito bem naquilo que escrevem”, para evitar problemas.

Duarte Monteiro entende que “no jorna-lismo desportivo” esse fenómeno é “muito mais vincado”. Nesse sentido, Duarte Mon-teiro admite que “não se pode dizer que há uma censura clara e óbvia, descarada”, mas entende que “há censura subtil”, pois o jor-

nalismo é “um pouco um terreno onde se dá hoje para receber amanhã”.

Para combater esse facto, Duarte Monteiro diz que “é preciso alguma coragem” e que os jornalistas têm de ter a “noção da res-ponsabilidade” bem presente, “mesmo nos momentos mais difíceis”. “Com a liberdade de imprensa tem de haver um enorme sen-tido de responsabilidade”, afirma o jovem jornalista.

maior liberdade de imprensa no meio on-line, pois este, por vezes, se limita a “re-produzir o que foi feito nos outros meios”.

Para o jornalista, liberdade é também sinó-nimo de “diversidade e pluralismo”. Sendo assim, Alfredo Maia diz que não encontra “espaço para diversidade no online em Por-tugal” neste momento, o que “limita a li-berdade” dos jornalistas da World Wide Web.

No entanto, para o sindicalista Alfredo Maia, a liberdade de imprensa, “do pon-to de vista formal, está assegurada”. Mas, na prática, “enfrenta problemas graves”. A

“ameaça de desemprego” que paira sobre alguns conjuntos de profissionais e a “pre-cariedade de novos e antigos profissionais” são os principais desafios à “autonomia” da imprensa hoje em dia. Para o sub-director do jornal Público, Amí-lcar Correia, no Ocidente, a falta de liber-dade de expressão passa, muito mais, por um “tipo de controlo de opinião, que é fei-to de uma forma muito mais subliminar”. Esse controlo acontece sob a forma de “condicionamento económico dos órgãos de informação”, pela “pressão de fontes” e anunciantes, que “num cenário de alguma crise nos media”, podem conseguir ter “al-

guma influência no editorial das respecti-vas publicações”.

Assinalar esta data é “fundamental” para Amílcar Correia, “quando em muitos pa-íses a liberdade de expressão não é algo adquirido”. “Justifica-se a comemoração de um dia deste género, recordando que em muitos países essa liberdade de expres-são não existe”, afirma o sub-director do Público.

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/03/impren-sa_desportiva_o_perigo_da_autocensura.html

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/03/dia_mun-dial_da_imprensa_ainda_ha_limites_apesar_da_internet.html

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Mercado media vai ter um novo jornal diário

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Ant

unesO jornl I vai dividir-se

em quatro secções: “Radar”, “Zoom”,

“Mais” e “Desporto”

“I” surge numa época de crise em que os jor-nais descem as vendas e demitem profis-sionais da comunicação. Como diz António Granado, editor do Público.pt, “os jornais em papel estão a fechar. Começar um em 2009 é uma grande aventura”.

António Granado desconfia da viabilidade de um jornal exclusivamente impresso, “é im-portante haver um novo jornal, mas não sei se fará bem em apostar no papel, nos tempos que correm”, o que justifica ao dizer que “as pessoas estão a deixar de ler papel”.

Joaquim Fidalgo concorda que “um jornal di-ário em Portugal e em papel é um meio muito

difícil de rentabilizar”, mas aprecia a coragem desta empresa o fazer. No entanto, o ex-pro-vedor do Público diz que o jornal “I” terá de se destacar de todos os meios já existentes, o que pode ser feito através de uma sinergia entre o online e o papel.

Joaquim Fidalgo concorda que a aposta nos novos media é uma boa escolha, ao passo que “o jornal em papel arrisca-se quase a ser um produto de luxo”. Já os meios exclu-sivamente online precisam de encontrar o seu lugar no mercado de negócios, uma vez que são gratuitos e obtêm o seu lucro através da publicidade que continua a dar prioridade aos meios impressos.

O Grupo Lena conta já com algumas inicia-tivas na comunicação social, a nível regio-nal. O jornal “I” expande a comunicação do grupo ao âmbito nacional. Joaquim Fidalgo diz que “há mais lugar, mais rentabilização de bons e pequenos projectos regionais do

que para um projecto nacional”.

Aposta na inovaçãoApostado em marcar a diferença no pano-rama da impreas nacional, o “I” vai ser um diário dividido em quatro secções: “Radar” (onde o leitor tem acesso aos temas gerais), “Zoom” (secção na qual os temas serão tra-tados), “Mais” (secção que foca a cultura e o entretenimento) e “Desporto”. O projecto aposta ainda nas novas ferramentas online, como por exemplo o Twitter. O público-alvo do jornal centra-se nas classes altas e médias-altas

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/03/03/merca-do_dos_media_vai_ter_um_novo_jornal_dia-rio.html

O Grupo Lena vai lançar um novo projecto: o Jornal “I”. Apresentado aos colaboradores, este novo meio de comunicação aposta na junção entre o online e a imprensa.

Melanie Antunes e Susana Faria- [email protected]

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Melanie Antunes- [email protected]

O The New York Times saiu vencedor da 93ª edição dos Pulitzer, com 5 prémios. Das 12 categorias em concurso o diário norte-americano foi distinguido pela cobertura online, investigação, jornalismo interna-cional, crítica,

A cobertura do escândalo sexual do gover-nador Eliot Spitzer, que resultou na sua de-missão, foi a causa do The New York Times ter ganho o prémio de melhor cobertura online, uma categoria nova dos prémio Pu-litzer. Na categoria de jornalismo interna-cional a cobertura que o The New York Times fez dos conflitos no Afganistão e no Pasquistão, foi a vencedora.

David Barstow, jornalista do The New York Times arrencadou um Pulitzer na categoria de investigação pelo trabalho que revelou que alguns analistas dos meios de comuni-cação social americanos, que defendiam a guerra do Iraque, eram generais reforma-dos, escolhidos pelo Pentágono, para de-fenderem a guerra.

Holland Cotter e Damon Winter, ambos trabalham no The New York Times e ven-ceram um Pulitzer. O primeiro venceu o

prémio de melhor Crítica e Damon Win-ter venceu o Pulitzer de melhor fotografia, devido à cobertura que fez da campanha presidencial de Barack Obama.

Jornalismo de Investigação faz a diferença

O JPN falou com Joaquim Fidalgo, especia-lista em comunicação para explicar o que distingue o que faz com que o The New York Times se distinga. Segundo Joaquim Fidalgo, a aposta do jornal na “qualidade, na identificação das fontes, na investigação prolongada, na possibilidade de acompa-nhar e aprofundar as histórias”, são ele-mentos de diferenciação.

O The New York Times distingue-se como uma marca na qual as pessoas confiam, pois “a transparência com o público e com os leitores é fundamental”, diz Joaquim Fi-dalgo.No entanto, uma das mais valias deste di-ário é o jornalismo de investigação que “é uma das coisas que faz falta ao jornalismo português”, segundo o especialista, tam-bém devido ao seu elevado custo.

O jornalismo de investigação requer jorna-listas destacados para um assunto duran-

te vários dias ou várias semanas, sem ter a certeza se a investigação irá conduzir a algum lado. Joaquim Fidalgo explica que “apostar em produção própria e sobretu-do em investigação própria implica que o jornalista tem que ter condições, conheci-mentos e preparação e tem que ter tempo”.

Joaquim Fidalgo recorda um incidente que ocorreu com o The New York Times: em 2003, um jornalista chamado Jayson Bair inventou uma série de notícias. O espe-cialista recorda que foi um choque muito grande que levou a que o jornal reflectisse e revisse os seus mecanismos internos. Jo-aquim Fidalgo acredita que estes prémios são um sinal de que o The New York Times recuperou de uma fase complicada, o que se comprova com os cinco Pulitzer.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/26/o_que_e_que_o_the_new_york_times_tem_que_os_outros_nao_tem.html

O jornal americano foi o grande vencedor da 93ª edição dos Pulitzer. O jornalismo de investigação foi um factor dominante nos artigos vencedores.

The New York Times ganha 5 Pulitzers

DR

Aposta no jornalismo de investigção é um

dos traços distintivos do NYT, diz Joaquim

Fidalgo

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62/ 10 . número 3. 14.Abril.2008

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62/ 10 . número #. 10.Julho.2009

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>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/21/pedro_passos_coelho_preve_continuacao_da_crise_nos_proximos_anos.html

Equilibrar a dívida do Estado, apostar nas energias renováveis e encontrar alternativas complementares ao sistema financeiro são pontos fulcrais para ultrapassar a crise.

Melanie Antunes- [email protected]

A Faculdade de Economia da Universida-de do Porto (FEP) encerrou o ciclo de con-ferências sobre estratégias anti-crise com uma análise da crise que o país atravessa feita por Pedro Passos Coelho, candidato às eleições directas do PSD. Da conferência não saiu uma verdadeira solução para a cri-se no entanto, Pedro Passos Coelho apon-tou para o problema da dívida do Estado: “não podemos gastar mais do que aquilo que ganhamos em riqueza”.

O ex-vice-presidente do PSD defende que a solução para a crise passa por encontrar “alternativas complementares ao sistema financeiro”, mas primeiro é preciso que o Estado “defina muito bem quais os bens públicos que têm de ser financiados”, uma vez que há muitas instituições que podem subsistir sem a ajuda do Estado, como é o caso dos canais de televisão, pois segundo Pedro Passos Coelho o estado “não precisa de ter dois canais, pode defini-los, mas não

precisa de financiá-los”.

A “eficiência energética é muito importan-te” para superar a crise, pois através de energias renováveis diminui-se o consumo de energias o que acaba por ser melhor para o ambiente, e posteriormente tam-bém para a economia, o problema é que numa primeira instância é necessário um grande investimento na área.

Segundo Pedro Passos Coelho a maior par-te das medidas anti-crise ainda não deram nenhum resultado e Portugal já soma oito anos de crise. Para o candidato às directas do PSD a crise remonta ao ano 2000, quan-do Portugal aderiu ao euro. O país fez um esforço para se ajustar ao nível económico dos outros países da União Europeia, “mas isso paga-se com uma factura” e “se con-tinuarmos como devedores dentro de dois ou três anos não haverá maneira de obter financiamento”.

Por outro lado, se Portugal não pertences-se à União Europeia a sua situação poderia ser pior que a crise da Islândia. Pedro Pas-sos Coelho acrescenta ainda que mesmo sem a crise internacional, Portugal conti-nuaria a atravessar um “problema muito sério”, como é o da conjuntura económica actual.

Pedro Passos Coelho, afirma que os respon-sáveis institucionais, como por exemplo, o Ministro da Economia, têm de ter um dis-curso sempre mais optimista, mas “é mui-to cedo para termos um optimismo assim tão grande”. O candidato às directas do PSD acredita que nos próximos anos não have-rá capacidade para absorver mão-de-obra, deixando os recém-licenciados numa situ-ação ainda mais comprometedora.

Pedro Passos Coelho discute crise na Faculdade de Economia

“A maior parte das medidas anti-crise

ainda não deram nenhum resultado”,

alerta Passos Coelho

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63/ 11. número #. 10.Julho.2009

ECON

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Melanie Antunes- [email protected]

O décimo encontro nacional de estudantes de economia decorre na Póvoa de Varzim, desde quinta-feira. Na sessão de sábado es-tiveram presentes alguns nomes sonantes no mundo da economia, factor que influen-ciou muitos estudantes a assistirem à pa-lestra sobre proteccionismo e globalização.

A estudante de economia, Isabel Henriques, refere a razão da sua presença: “conhecer outras opiniões de pessoas importantes do nosso país”. Diogo Jorge, também estudan-te de economia, concorda ao dizer que: “é muito proveitoso para nós, termos contac-to com personalidades da nossa área que nos podem ensinar”.

Até ao momento Isabel Henriques retira um saldo positivo deste evento e afirma que os estudantes se preocupam com os problemas económicos: “a gente preocupa-se com problemas económicos, o problema é que às vezes não temos pessoas para de-bater esses problemas”.

Arlindo Cunha, ex-ministro da agricultura refere que estes encontros e palestras fa-zem parte da preparação dos jovens que “devem desde já acompanhar o que vai

pelo mundo estando ainda por mais num ponto de viragem na economia e na so-ciedade”.

João César das Neves, presidente do con-selho científico da Faculdade de Ciências Económicas e empresariais da Universida-de Católica, organizadora do evento, refere a importância deste evento: “é importante para estes jovens começarem a criar este espírito de corpo, a economia é um ciência que precisa deste tipo de contacto”.

Os convidados abordaram temas como a globalização, a crise nos mercados finan-ceiros internacionais e o problema da re-toma económica. Arlindo Cunha explica que “quando há crise há sempre a tenta-ção de alguns países poderem fechar os seus mercados para as importações para se protegerem, para tentar proteger as suas indústrias domésticas”.

No entanto, segundo Arlindo Cunha “a glo-balização pura e simples, sem regras, não dá bom resultado”. O ex-ministro da Agri-cultura explica que a globalização deve ser regulada e deve incidir em “questões qua-litativas de regulação ou de saúde, de di-reitos dos trabalhadores, as preocupações

não tarifarias relativas ao comércio”.

Carlos Coelho, euro deputado refere a interdependência como sendo uma das palavras-chave da sociedade moderna e ressalva a importância dos estudantes de economia terem uma visão global do mun-do: “os estudantes de economia não se de-vem deixar afunilar pelas questões mais domésticas ou mais locais, mas devem ter consciência de que hoje em dia vivemos numa sociedade cada vez mais globalizada em que todos dependemos uns dos outros”.

Segundo César das Neves os jovens econo-mistas têm de perceber que este panorama de crise é um problema novo “é um pro-blema muito interessante, é um problema que temos que olhar com as nossas gralhas de análise económica e que temos muito a aprender com ele”.

>>>Não publicada

Especialistas em economia ajudam os estudantes de economia a encontrar a medida certa entre o proteccionismo e a globalização.

Euro deputados no encontro nacional de estudantes de economia

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Arlindo Cunha, ex-Ministro da Agricultura,

defende uma globalização regulada

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64/ 10 . número #. 10.Julho.2009

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Melanie Antunes - [email protected]

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BettershellVencedores do Super Bock Super Rock Preload actuam no dia 18 de Julho em Lisboa. A banda de garagem junta-se a nomes como os The Killers e Duffy.

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65/ 11. número #. 10.Julho.2009

CULT

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Os Bettershell são uma banda de garagem criada em Novembro de 2006 em São João da Madeira. Entretanto, já gravaram um EP com quatro músicas, actuaram no Rockta-ract e no Rock Tirso e agora, preparam-se para marcar presença no Festival Super Bock Super Rock (SBSR).

As influências da banda passam grupos como os 3 Doors Down, Alter Bridge, Sum 41, “bandas mais ao estilo pop-rock ameri-cano”, como define Licínio, guitarrista que se juntou ao grupo em Fevereiro de 2007. O vocalista e guitarrista Isaías, o bateris-ta Pedro e o baixista Nuno completam o elenco.

Os cinco sanjoanenses vão actuar ao lado de nomes como Mando Diao, The Killers,

Duffy e The Walkmen, a 18 de Julho, no Es-tádio do Restelo e, por isso, estão prontos a dar “o melhor possível” a todos os níveis.

“Para tocar assim num palco tão grande com bandas tão grandes e tanto público também temos que nos preparar psicolo-gicamente”, diz Licínio ao JPN

Quando ganharam o SBSR Preload, os Bet-tershell ficaram surpreendidos, pois nor-malmente apenas uma banda pode ser escolhida e os resultados já tinham dado os Soapbox (que actuam no Porto) como vencedores. Licínio conta que foram “esco-lhidos a nível excepcional pelo júri” e, por isso, ficaram “radiantes”. “Parece que ainda não é verdade”, confessa.

Depois de “assentarem os pés na terra”, os

Bettershell aperceberam-se da responsabi-lidade em actuar ao lado de bandas mun-dialmente conhecidas. Além disso ,a banda enfrenta agora a atenção dos órgãos de co-municação: “É algo novo, de repente co-meçaram a vir muitas pessoas e muitos jornais a querer falar connosco.”

Segundo o guitarrista da banda, os Bet-tershell diferenciam-se de outras bandas portuguesas porque os gostos de cada membro são distintos. O grupo tenciona gravar um CD até ao final do ano, mas a prioridade é mesmo um “videoclip”, a ser gravado “o mais rápido possível”.

Vencedores do Super Bock Super Rock Preload pre-param-se para actuação

Uma das bandas vencedoras do SBSR Preload, os Bettershell, contam ao JPN como se preparam para o dia da actuação, a 18 de Julho, no Restelo.

Super Bock Super Rock com cartaz final

A 15ª edição do Super Bock Super Rock já tem cartaz final. À lista de actuações já confirmadas acrescenta-se Brandi Carlile e Mando Diao.

O festival Super Bock Super Rock apresen-tou hoje o cartaz final. Aos já confirma-dos Depeche Mode, Nouvelle Vague e Peter Bjorn and John que actuam no Porto a 11 de Julho, no Estádio do Bessa, juntam-se os Motor e os Soapbox. Em Lisboa, Brandi Car-lile, Mando Diao e Bettershell vão partilhar o palco do Estádio do Restelo com os The Killers, Duffy e The Walkmen, a 18 de Julho.

Cláudia Duarte assessora do Super Bock Super Rock considera o cartaz deste ano

equilibrado uma vez que no Porto conta com a presença dos Depeche Mode, uma banda que já conta com uma “série de fãs que já têm várias gerações” e em Lisboa as atenções vão centrar-se nos The Killers, “a banda mais esperada, a estreia mais es-perada dos últimos anos em Portugal”. A estreia de Duffy também será um ponto favorável no palco de Lisboa.

Este ano o “Festival Camaleão” vai reno-var novamente o seu formato. Contraria-mente aos últimos anos em que o certame se desenrolava um fim-de-semana inteiro, nesta edição as actuações decorrem ape-nas num dia em cada cidade. Cláudia Du-arte explica ao JPN que a ideia passou por

voltar ao “formato de grande concerto em estádio” e “nesse caso fazia mais sentido ser só num dia”.

Claúdia Duarte acredita que o facto de o festival mudar tantas vezes de formato não interfere com o número de seguidores uma vez que a filosofia se mantém: “realmente acaba por assumir formas diversas, mas a verdade é que a filosofia do festival conti-nua a estar em que formato for”.

Melanie Antunes- [email protected]

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/12/vencedo-res_do_super_bock_super_rock_preload_preparamse_para_actuacao.html

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/12/festivais_cartaz_do_super_bock_super_rock_esta_en-cerrado.html

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CULT

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“Sempre fiz arquitectura como pintor”, são as palavras do próprio artista Nadir Afonso, se-gundo Maria José Magalhães, que elaborou uma análise sobre as pinturas mais importan-tes do artista. A professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Univer-sidade do Porto vai estar presente amanhã na apresentação do livro, ao lado de Pedro Lapa, director do Museu do Chiado e do próprio pin-tor.

Além do artigo de Maria José Magalhães a professora explica ao JPN que a obra con-ta com um artigo de fundo da autoria de Agostinho Santos, “que é uma espécie de autobiografia partilhada através de uma entrevista jornalística”. No livro estão tam-bém presentes depoimentos do pintor Júlio Resende, de Laura Afonso, esposa do artis-ta contemplado e artigos do próprio Nadir Afonso.

Maria José Magalhães define a arte de Na-dir Afonso como “a tentativa de encontrar

aquilo que é o fundamento da essência da Natureza”, a procura da perfeição, não obs-tante à “ procura da geometria natural das coisas e da essência matemática da natu-reza”.

Este cumprimento das leis naturais é a ca-racterística que define o elo que o artista estabelece entre a arquitectura e a pintura. Segundo Maria José Magalhães “a arqui-tectura está indelevelmente representada e emergente na sua arte pictórica” através do seu rigor e da sua exactidão.

Maria José Magalhães sempre apreciou a obra do pintor, arquitecto e filósofo, des-de a sua adolescência e conclui que Nadir Afonso “sempre arquitectura procurando encontrar a pintura”, o que o levou a dei-xar a arquitectura de lado para se dedicar à pintura.

Chegado a França apenas com duas telas na mão, Maria José Magalhães conta como Nadir Afonso “bateu à porta de Le Cor-

busier” e começou a trabalhar como seu empregado. A este nome sonante da arqui-tectura juntam-se Óscar Niemeyer, com o qual o pintor português trabalhou.

Maria José Magalhães conta um episódio da vida do artista enquanto estudante de arquitectura que já revelava a sua visão de pintor sobre a arquitectura: “ele punha o cavalete ao alto como se estivesse a pintar em vez de pôr na horizontal, como é habi-tual na arquitectura”.

Sempre com a preferência pela pintura a destacar-se no espólio do artista, Nadir Afonso “não seria Nadir se não tivesse fei-to este percurso pela arquitectura”, con-tinua “não seria um homem que sempre se procurou encontrar-se a si próprio e à perfeição, a essência das coisas e não estar apegado aos objectos ao dinheiro”. Alguém em permanente procura.

Vida e obra de Nadir Afonso em livro

Apesar da formação em arquitectura, é

na pintura que Nadir Afonso mais se tem

destacado

O artista que sempre fez “arquitectura procurando encontrar a pintura” vê a sua vida e obra representadas no livro “Itinerário (com)sentido”, a ser apresentada amanhã

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Melanie Antunes - [email protected]

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/15/arte_vida_e_obra_de_nadir_afonso_revisitadas_em_livro.html

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João Bénard da Costa deixa um “amor imenso ao cinema como arte”

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/21/obito_be-nard_da_costa_deixa_um_amor_imenso_ao_cinema_como_arte.html

O director da Cinemateca Portuguesa faleceu hoje. João Bénard da Costa deixa como legado uma vasta obra escrita, o amor pela sétima arte e um lugar difícil de preencher.

Nasceu em 1935, o seu percurso passou pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Cinemateca Portuguesa. Participou em fil-mes de Manoel de Oliveira e João César Monteiro, com o pseudónimo de Duarte de Almeida. Ganhou o prémio Pessoa e foi condecorado pelo Ministro da Cultura com a medalha de mérito cultural. João Bénard da Costa faleceu com 74 anos.

Homem” imensamente culto”, “controver-so”, de “certezas inabalaveis”, que “escrevia extraordinariamente bem”, é assim que o professor Jorge Campos caracteriza esta “figura incontornável do cinema portu-guês”. Além de ser reconhecido como um defensor incansável do cinema português, João Bénard da Costa era considerado por muitos um “déspota iluminado”, comenta Jorge Campos.

Um “amor imenso ao cinema como arte” em conjunto com um legado escrito “imenso” que está revestido por uma “for-ma completamente apaixonada e criativa de ver uma obra de arte”, é segundo An-tónia Fonseca o que João Bénard da Costa deixou para as gerações vindouras.

Filipe Melo, jovem realizador português, concorda com Antónia Fonseca ao dizer que o maior legado que João Bénard da Costa nos deixa é a “paixão pelo cinema”. Acrescenta ainda que o ex-director da Ci-nemateca Portuguesa teve um papel mui-to importante “divulgação e na educação cinematográfica no nosso pais”.

Nuno Montenegro representante do Cir-cuito de Cinema da Faculdade de Direito, considera João Bénard da Costa uma figu-ra importante na cultura portuguesa não só pela sua escrita e pelo gosto pelo cine-ma, mas também por ser um “formador de cinéfilos” e gostar de partilhar os seus conhecimentos.

Ocupar o lugar do director da Cinemateca Portuguesa vai ser “dificílimo”, confessou Antónia Fonseca, responsável do gabinete de relações públicas da cinemateca portu-guesa, ao JPN. “As grandes personalidades deixam sempre um vazio muito grande, mas por outro lado também deixam obra feita”, acrescenta Antónia Fonseca.

“Personalidade incontornável” do mudo do cinema, João Bénard da Costa fez-se no-tar pela sua escrita desde cedo com textos, como por exemplo os ciclos que elaborou sobre Rossellini, e Pasolini, enquanto es-teve na Gulbenkian. O ex-director da Ci-nemateca Portuguesa não era um crítico

de cinema, mas sim um escritor, assim o defende Antónia Fonseca: “ler textos dele sobre cinema era a mesma coisa que estar a ler um grande romance de um grande escritor”.

Filipe Melo reconhece João Bénard da Cos-ta mais como um divulgador do cinema do que como um cineasta ou um escritor e afirma que o cinéfilo preparou bem o ter-reno “para que uma nova geração ocupe o lugar dele e de certeza que ficará feliz quando alguém o fizer”.

A Cinemateca pretende “zelar” por aqui-lo que João Bénard da Costa fez enquanto membro da instituição. Segundo Antónia Fonseca a Cinemateca Portuguesa vai con-tinuar a “mostrar não só a história do cine-ma, mas também cinematografias que não são vistas em Portugal”. Para Nuno Monte-negro a melhor forma de celebrar os feitos de João Bénard da costa é “continuar a ver gostar de cinema”.

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“Contextualizar”, segundo Ana Cristina Perei-ra é este o elemento chave para se entender os jovens desprotegidos inseridos em meios problemáticos, o que acaba por resultar, em alguns casos, em delinquência. A jornalista do Público não pretende desculpabilizar os jovens que as estórias do seu livro retratam, mas sim perceber que “ninguém é natural-mente bom, ninguém é naturalmente mau”.

Leonor Furtado, directora geral do serviço de reinserção social explica que o comporta-mento de uma pessoa é influenciado pelo am-biente em que se inserem: “um jovem que não tenha apoio de pessoas que gostem dele, que o acarinhem e que lhe dêem valores, que não conhece outra forma de vida senão aquela, vai repetir esses padrões”.

Para entender o ambiente onde os jovens se inserem é necessário dispor de algum tempo, algo que Ana Cristina Pereira classifica como “escasso” nas redacções. O jornalismo que au-tora apresenta no seu livro é segundo David Pontes, director adjunto da agência Lusa “um jornalismo que faz falta”.

Para a jornalista o seu ofício é feito não através de ferramentas sociais associadas ao jornalis-

ta do futuro, mas sim de estabelecer contacto directo com pessoas e estórias e dá-las a co-nhecer ao público.

As estórias que quis partilhar no “Meni-nos de Ninguém” são vividas no terreno. “É um trabalho de aproximação, mas tam-bém de respeito pelo outro”, afirma Ana Cristina Pereira. Para Leonor Furtado essa aproximação resulta numa “oportunidade de partilhar o olhar dos serviços de inser-ção sobre o comportamento dos jovens de-linquentes do nosso país”.

Leonor Furtado está convencida que o su-cesso dos programas de reinserção tem vindo a aumentar: “temos cada vez mais a referência de jovens que passaram por nós e que efectivamente agarraram a oportuni-dade que lhes foi dada”. Dá-se o exemplo do caso Gisberta, uma das estórias presente no livro, no qual segundo afirmar Leonor Furtado “apenas um dos onze jovens que cumpriram medidas no nosso serviço vol-tou a reincidir”.

A directora geral dos serviços de reinser-ção social explica que a base dos progra-mas a que estes jovens são submetidos é educação e a formação para que o impor-tante seja “o que nós somos enquanto pes-soas e não aquilo que temos de material”, afirma Leonor Furtado.

Ana Cristina Pereira termina o livro fazen-do com a estória bem-sucedida de Rubén,

um dos rapazes envolvidos no caso Gisber-ta, fazendo um contraponto com a primei-ra estória do livro tamém sobre um dos rapazes envolvidos nesse caso, como Ana Cristina Pereira diz “parece ter perdido a capacidade de sentir”. Em todo o caso o li-vro termina com a mensagem de que “há várias saídas possíveis”. A jornalista espera que estes “Meninos de Ninguém sejam os meninos de todos nós”.

Meninos de Ninguém

“Meninos de Ninguém” é um livro que re-úne 18 estórias sobre jovens delinquentes, sendo uma delas inédita. As restantes de-zassete já foram publicadas no Público e encontram-se aprofundadas e actualiza-das neste livro. A autora e jornalista Ana Cristina Pereira decidiu redigir este livro para responder ao desafio que a editora Odisseia lhe propôs.

Meninos de Ninguém: um olhar sobre os jovens delinquentes

A jornalista Ana Cristina Pereira lança um livro que explora dezoito casos de jovens delinquentes. Uma parte desses jovens foi reinserida na sociedade.

Melanie Antunes - [email protected]

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>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/30/meni-nos_de_ninguem_um_olhar_sobre_os_jo-vens_delinquentes.html

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Vídeo: Produção cultural sai à ruas do Porto em “Regime de 1/2 Pensão”

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/18/_video_producao_cultural_sai_a_ruas_do_porto_em_regime_de_12_pensao.html

>>> http://jpn.icicom.up.pt/2009/05/05/video_a_terceira_noite_da_queima_do_porto_2009.html

Projecto de residências artísticas decorre até este sábado em cinco cafés da cidade.

número #. 10.Julho.2009 Portfólio Melanie Antunes

A Deolinda seduziu o público portuense e Blind Zero não ficaram atrás à terceira noite da Queima do Porto 2009. Em vésperas do Cortejo, o álcool voltou a falar mais alto na festa da academia.

Ana Romão Moura, Claúdia Cruz, Melanie Antunes (video) e Renata Silva - [email protected]

CNU 2009: Porto e Gaia despedem-se de “um dos melhores campeonatos de sempre”Catarina Sampaio e Melanie Antunes (video) - [email protected]

Competição termina este sábado. Universidade do Minho lidera, destacada, a tabela das medalhas.

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/25/cnu_2009_porto_e_gaia_despedemse_de_um_dos_melhores_campeonatos_de_sem-pre.html

Vídeo: A terceira noite da Queima do Porto 2009Catarina Sampaio e Melanie Antunes - [email protected]

RELAX

Multimédia: Roteiro pelos berços da cultura portuenseMelanie Antunes - [email protected]

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JPN A4 -Edição 31 - 29.05.2009Melanie Antunes - [email protected] >>>http://jpn.icicom.up.pt/a4/

>>>http://jpn.icicom.up.pt/2009/08/21/infografia_rotei-ro_pelos_bercos_da_cultura_portuense.html

>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/04/relax_52.html>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/05/relax_53.html>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/05/relax_54.html>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/05/relax_55.html>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/05/relax_56.html>>> http://jpr.icicom.up.pt/2009/06/relax_57.html

Programa de rádio dedicado à musica, transmitido no site da Jornalismo Porto Rádio, tendo seis edições da autoria de Melanie Antunes.

Inserida no dossiê Porto à Deriva que ganhou o prémio de Ciberjornalismo Académico, atribuído pelo Observatório do Jornalismo.

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Reportagens

DEOLINDA NA CASA DA MÚSICA: A REPORTAGEMhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/deolinda_na_casa_da_musica_a_reportagem/0003302

DAVE CLARKE NO TEATRO SÁ DA BANDEIRA: A REPORTAGEM DO EVENTOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/dave_clarke_no_teatro_sa_da_bandeira_reporta-gem/0003294

REPORTAGEM: DO COLISEU ATÉ AO ESPAÇOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_air_levam_nos_do_coliseu_ate_ao_espa-co/0003420

REPORTAGEM: RITA REDSHOES VIAJA PELO MUNDOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_rita_redshoes_viaja_pelo_mundo/0003432

REPORTAGEM: MELODY GARDOT LEVA SENSUALIDADE À CASA DA MÚSICAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_melody_gardot_leva_sensualidade_a_casa_da_musica/0003559

REPORTAGEM: AMOR, SAUDADE, CABOCLO E MARIA BETHÂNIAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_amor_saudade_caboclo_e_maria_betha-nia/0003688

REPORTAGEM: TRICKY PROVOCA UMA REVOLUÇÃO NA CASA DA MÚSICAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_tricky_provoca_uma_revolucao_na_casa_da_musica/0003709

REPORTAGEM: VOAR PARA O BRASIL AO SOM DE CAETANO VELOSOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/reportagem_voar_para_o_brasil_ao_som_de_caetano_ve-loso/0003720

Entrevistas

PONTOS NEGROS EM ENTREVISTA: “O QUE INTERESSA É O SENTIMENTO E O AMOR COM QUE FAZEMOS AS MÚSICAS”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/pontos_negros_em_entrevista_o_que_interessa_e_o_sentimento_e_o_amor_com_que_fazemos_as_musicas/0003184

EXPENSIVE SOUL EM ENTREVISTA: “ESTE DISCO É MUITO MAIS SOUL-FUNK-HIP-HOP”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/expensive_soul_em_entrevista_este_disco_e_muito_mais_soul_funk_hip_hop/0003207

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NU SOUL FAMILY EM ENTREVISTA: “AS PESSOAS ESPERAM ALGO DE BOM E NÓS VAMOS TER DE PROVAR QUE SOMOS BONS”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/nu_soul_family_em_entrevista_as_pessoas_esperam_algo_de_bom_e_nos_tambem_vamos_ter_de_provar_que_somos_bons/0003217

DEOLINDA EM ENTREVISTA: “EXPRESSAMO-NOS MELHOR EM MÚSICA POPULAR PORTUGUESA DO QUE NOUTRO ESTILO”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/deolinda_em_entrevista_expressamo_nos_melhor_em_musica_popular_portuguesa_do_que_noutro_estilo/0003274

MAZGANI EM ENTREVISTA: “É A MÚSICA E SÃO AS CANÇÕES QUE DITAM O QUE É A MINHA VIDA”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/mazgani_em_entrevista_e_a_musica_e_sao_as_cancoes_que_ditam_o_que_e_a_minha_vida_1/0003261

PRINCE WADADA EM ENTREVISTA: “EU SOU AMANTE DA ESTRADA, DO CONCERTO”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/prince_wadada_em_entrevista_eu_faco_a_musica_como_uma_especie_de_pesquisa_vou_a_procura_da_minha_verdadeira_identidade/0003286

ABZTRAQT SIR Q EM ENTREVISTA: “JÁ TEMOS O NOSSO PRÓPRIO SOM”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/abztraqt_sir_q_em_entrevista_ja_temos_o_nosso_proprio_som/0003315

ZELIG EM ENTREVISTA: “A NOSSA MÚSICA ACABA POR SER UM POUCO DE TUDO”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/zelig_em_entrevista_a_nossa_musica_acaba_por_ser_um_pouco_de_tudo/0003399

HUMAN CHALICE EM ENTREVISTA: “TENTAMOS FAZER ALGO DIFERENTE PARA NÃO SERMOS APENAS MAIS UNS”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/human_chalice_em_entrevista_tentamos_fazer_algo_dife-rente_para_nao_sermos_apenas_mais_uns/0003462

JOÃO PESTE EM ENTREVISTA: “DEIXEI SEMPRE EM ABERTO A POSSIBILIDADE DOS POP DELL’ARTE REGRES-SAREM”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/joao_peste_em_entrevista_deixei_sempre_em_aberto_a_possibilidade_dos_pop_dell_arte_regressarem/0003485

RITA REDSHOES EM ENTREVISTA: “GOSTAVA DE SER VELHINHA E AINDA CONTINUAR A GRAVAR DISCOS”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/rita_redshoes_em_entrevista_gostava_de_ser_velhinha_e_de_continuar_ainda_a_gravar_discos/0003407

CUT COPY EM ENTREVISTA: “[PORTUGAL] PARECE UM SÍTIO ÚNICO NO MUNDO”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/cut_copy_em_entrevista_portugal_parece_um_sitio_uni-co_no_mundo/0003668

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STEREOPHONICS EM ENTREVISTA: “TENTAMOS ACTUAR NO MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PAÍSES”http://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/stereophonics_em_entrevista_tentamos_actuar_ao_maior_numero_possivel_de_paises/0003687

Fotografias

SLASH NO COLISEU DO PORTO: A REPORTAGEM DO CONCERTOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/slash_no_coliseu_do_porto_as_fotografias_do_concer-to/0003431

Cobertura intensiva – Super Bock Super Rock

SUPER BOCK SUPER ROCK: ACOMPANHA AQUI A COBERTURA DO FESTIVALhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_acompanha_aqui_a_cobertura_do_festival/0003637

SUPER BOCK SUPER ROCK: KEANE E PET SHOP BOYS DESTACAM-SE NO PRIMEIRO DIAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock/0003638

SUPER BOCK SUPER ROCK: REPORTAGEM PRIMEIRO DIAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_reportagem_primeiro_dia/0003639

SUPER BOCK SUPER ROCK: VAMPIRE WEEKEND TRAZEM LEGIÃO DE FÃS AO RECINTOhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_vampire_weekend_trazem_le-giao_de_fas_ao_recinto/0003641

SUPER BOCK SUPER ROCK: REPORTAGEM DO SEGUNDO DIAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_reportagem_do_segundo_dia/0003642

SUPER BOCK SUPER ROCK: TODOS À ESPERA PARA VER PRINCEhttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_todos_a_espera_para_ver_prin-ce/0003644

Super Bock Super Rock: Reportagem do terceiro diahttp://palcoprincipal.sapo.pt/noticias/Noticia/super_bock_super_rock_reportagem_do_terceiro_dia/0003647

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Reviews

REVIEW: EXPENSIVE SOUL EM BUSCA DA UTOPIAhttp://palcoprincipal.sapo.pt/artigos/Artigo/review_expensive_soul_em_busca_da_utopia

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