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DIA: 14 DE ABRIL DE 2013 - TERÇA – FEIRA
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
“Uma criança de dez anos que lê como quem respira que gosta de ler,
que lê como quem está usando mais um, além dos seus cinco
sentidos, estará preparada pra receber toda a informação de que vai
necessitar para enfrentar a vida”.
Ziraldo
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
O QUE É LITERATURA INFANTIL?
A literatura infantil proporciona as crianças, um desenvolvimento social,
emocional e cognitivo, desenvolve sua imaginação, as emoções e sentimentos.
Através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexiva extremamente
relevante á sua formação cognitiva.
Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o
interesse das pessoas em todas as idades, se os adultos adoram ouvir uma
boa história, um causo, a criança é capaz de se interessar e gostar ainda mais
por elas, já que sua capacidade de imaginar é mais intensa.
A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte:
fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através
da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e
sua possível/impossível realização. (Cagneti,1996 p.7). A literatura infantil leva
a criança à descoberta do mundo, onde sonhos e realidade se incorporam,
onde a realidade e a fantasia estão intimamente ligadas, fazendo a criança
viajar, descobrir e atuar num mundo mágico; podendo modificar a realidade
seja ela boa ou ruim.
A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos.
Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança pelo que
deveria passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais
velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida
adulta”(.Cunha,1999,p22) Antes disso, a criança, acompanhando a vida social
do adulto, participava também de sua literatura.
Existiam no século XVIII, duas realidades. A criança da nobreza,
orientada por preceptores, lia geralmente os grandes clássicos, enquanto a
criança das classes desprivilegiadas lia ou ouvia as histórias de cavalaria, de
aventuras. As lendas e contos folclóricos formavam uma literatura de cordel de
grande interesse das classes populares. Devido à concepção de infância que
estava se constituindo, fez-se necessário novos mecanismos para “equipar” e
“preparar” a criança para enfrentar mais tarde o meio social.
A escola tornou-se, então, uma instituição legalmente aberta, não só para
a burguesia, mas para todos os segmentos da sociedade e a literatura infantil
vem, então validar esse processo de escolarização; isto porque, como a escola
“ trabalha sobre a língua escrita, ela depende da capacidade de leitura das
crianças, ou seja, supõe terem esta passado pelo crivo da escola” (Lajolo e
Zilberman, 1991, p. 18)
No caminho percorrido, à procura de uma literatura adequada para a
infância e juventude, pode-se observar duas tendências próximas daquelas que
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
já influenciavam a leitura das crianças: dos clássicos, fizeram-se adaptações e
do folclore, nasceu os contos de fada, até então quase nunca voltados
especificamente para a criança. A literatura infantil desde a origem sempre foi
ligada à diversão ou ao aprendizado das crianças, acreditava-se que seu
conteúdo deveria ser adequado ao nível da compreensão e interesse desse
peculiar destinatário. Como a criança era vista como um adulto em miniatura,
os primeiros textos infantis resultaram de adaptações ou da minimização de
textos escritos para os adultos.
Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que
estariam acima do que eles consideravam possível para a compreensão
infantil; retiradas as situações de conflitos não exemplares e realçando
principalmente as ações ou peripécias de caráter aventuroso ou exemplar, as
obras literárias eram reduzidas em seu valor intrínseco, mas atingiam o novo
objetivo; atrair o pequeno leitor/ouvinte e levá-lo a participar das diferentes
experiências que a vida pode proporcionar ao nível do real ou do maravilhoso.
" De escrever para marmanjos já me enjoei . Bichos sem graça . Mas para
crianças um livro é todo um mundo ." - Monteiro Lobato
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 17 DE ABRIL DE 2013 - QUARTA – FEIRA
A aluna Ruth fez a leitura do Livro : RITINHA A BONITINHA, de Eva Funari.
Ritinha Bonitinha, é um livro indicado para crianças em fase de pré-
alfabetização.
A história de Ritinha é contada através de ilustrações coloridas, sem
texto.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 22 DE ABRIL DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA
Leitura e reprodução do livro O EQUILIBRISTA de Fernanda
Lopes de Almeida
O Equilibrista
(Fernanda Lopes de Almeida)
Era uma vez um equilibrista.Vivia em cima de um fio, sobre um abismo.
Tinha nascido numa casa construída sobre o fio.E já tinha nascido avisado de que a casa podia desmoronar a qualquer momento.
Mas logo percebeu que não havia nenhum outro lugar para ele morar.O equilibrista ainda era bem jovem quando descobriu que ele mesmo é que tinha de ir
inventando o que acontecia com o fio. “_ Meu Deus! Que responsabilidade!”
Se queria ter uma festa, tinha que fabricar a festa com o fio.“_ Não há nenhuma festa pronta para as pessoas ali na esquina.
_ Não? Então vou fazer uma.CONVITE PARA MINHA FESTA:
_ Eu que fiz.Se queria ir a Europa, tinha que construir a viagem para a Europa
“_ Tem aí uma viagem para Europa já viajada? _ Engraçadinho! Não quer mais nada não
Ele então transformava o fio em viagem. E a verdade é que não se arrependia:“_ É incrível quanta coisa se pode fazer com este fio!”
Para ter amigos, o equilibrista tinha que procurar outros equilibristas.As pessoas desequilibristas não queriam ser amigos dele:
“_ Que idéia essa, de viver assim! É louco!”O equilibrista tentava se defender:
“_ A idéia não foi minha, já nasci assim!”
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
Mas as pessoas não queriam ouvir:
“_ Imagine se vou acreditar numa mentira dessas!”
Elas juravam que ninguém nasce assim.
O equilibrista então, ia se encontrar com outros equilibristas.“_ Como vai?
_ Vou me equilibrando dentro do possível.”O equilibrista ficava um pouco assustado com a conversa dos desequilibristas:
“_ Como vai? _ Muito mal. Meu carro enguiçou.
_ Como vai? _ Muito bem. Minha caderneta rendeu juros.
_ Mas então quem vai mal e quem vai bem não são vocês. São o carro e a caderneta. _ Há! Há! Há! Olha o bobo!
_ Qual a diferença?”Os equilibristas também podiam ir muito mal ou muito bem.
Mas a conversa deles dava para entender:“_ Como vai?
_ Vou mal. Estou com um elefante na cabeça. _ Como vai?
_ Vou bem. Hoje, pela primeira vez, eu verdadeiramente vi um beija-flor.”É verdade que, às vezes, o equilibrista ficava morrendo de inveja de quem tinha um
chão. Mesmo que fosse feinho.Na mesma hora se desequilibrava e caía. Enquanto caía gritava.
O equilibrista fazia um esforço danado para saber onde era embaixo.Afinal desistia:
“_ O jeito é ir desenrolando o meu fio!”E desenrolava o melhor que podia.
“_ Pensando bem, gosto de ser equilibrista. Pensando bem, como é dura a vida de equilibrista! Pensando melhor, é ruim e bom. Tudo misturado.”
De vez em quando o equilibrista dava uma paradinha e olhava para trás:“_ Puxa! Meu chão fui eu mesmo quem fiz!”
Tinha que ser uma paradinha rápida.“_ Meu avô sempre dizia que quem para demais para pensar acaba sem saber andar.”
Assim foi chegando ao fim do fio.Antes de despedir-se, disse:
“_ Respeitáveis outras pessoas! Esta vida de equilibrista é perigosa, mas muito interessante. Por mim, fiz o que podia e achei que valeu a pena. Adeus!”
Umas pessoas concordaram. Outras, não.“_ Eu também acho muito interessante! Viva o equilibrista!
_ Eu não acho graça nenhuma! _ Eu acho que vale a pena! Vale muito a pena!
_ Não vale a pena nada! Eu acho uma boa droga!”O equilibrista deu um risinho:
“_ Justamente o interessante é que cada um acha o que quer!”E saiu.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
Interpretação do Livro
O equilibrista vivia sobre um fio e descobriu, desde bem jovem, que ele mesmo
é que tinha de ir inventando o que acontecia com seu fio. Apesar de se
assustar com a responsabilidade desta tarefa, não fugiu dela. Tomou para si o
que ninguém pode delegar. Se ele queria uma festa, tinha que fabricá-la com
seu fio. Se queria uma viagem, tinha que construí-la ao invés de comprar a
viagem já viajada. E não se arrependia. Muito pelo contrário, se surpreendia
com quantas coisas poderiam ser feitas com seu fio. Quando seus amigos
perguntavam como ele estava, dizia: vou me equilibrando dentro do possível,
que escrevia com seu próprio fio. Ele se assustava com a conversa dos
desequilibristas que estavam mal quando seu carro tinha enguiçado e bem
quando a caderneta rendia juros. E ele os questionou: mas então quem vai mal
ou bem são o carro e a caderneta e não vocês. Os desequilibristas não
entendiam sua conversa, apegados exclusivamente às suas coisas materiais.
No entanto, quando encontrou a amiga equilibrista disse estar bem porque
naquele dia, pela primeira vez, tinha visto verdadeiramente um beija-flor.
Algumas vezes, tinha inveja de quem tinha um chão, mesmo que este fosse
feinho, porém cômodo. Nesta hora, se desequilibrava e caía perguntando: onde
fica chão? Acabava desistindo, pois se dava conta que o jeito era ir
desenrolando seu fio. Só assim se equilibrava no fio da sua vida. Fazia isto do
melhor jeito que podia, sem parar de mais. O equilibrista pensava no justo
tempo e andava no justo tempo para poder olhar para trás e ver tudo que ele
mesmo tinha feito com o próprio fio. Às vezes tinha gostado e outras vezes
refletia o quanto era dura a sua vida de equilibrista. Mas foi aprendendo a fazer
isto com o tempo e com o desenrolar do fio. Porque se não ele caia no abismo.
A vida é frágil. Sem garantias, precisamos aprender a nos equilibrar e fazer
nosso fio desenrolar com propriedade. Esta satisfação é a única certeza.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
Atividades da pagina 34 – Literatura Infantil
Para Definir a leitura, já foram escritos artigos, teses e seus sentidos já
foram explorados por estudiosos, teóricos e poetas. Porém, agora
queremos que reflita e responda: o que é leitura para você?
Não escreva um texto, nem um artigo ou um parágrafo. Imagine que você
tenha que definir a leitura de uma “ maneira atraente”como slogan de
propaganda publicitária.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 23 DE ABRIL DE 2013 - TERÇA – FEIRA
A tutora nos pediu que cada um escolhesse, e trouxesse de casa uma
lenda, para que esta fosse lida em sala de aula. Sendo assim, cada um fez a
leitura de sua lenda.
Diz a lenda, que após sua morte, de acordo com a lenda, ele foi rejeitado
por Deus e até pelo diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o
expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu
túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das
árvores, que secavam quase que imediatamente.
Ele então passou a viver assombrando as pessoas nas estradas. De
acordo com a lenda, quando uma pessoa passa na estrada o corpo-seco gruda
em seu corpo e começa a sugar o sangue. A vítima da assombração pode
morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la.
Origem e o que é?
O corpo-seco é um personagem do folclore brasileiro comum no interior
dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo
com a lenda, o corpo-seco foi um homem muito malvado que vivia prejudicando
as pessoas. Era tão ruim que maltratava e batia na própria mãe.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
O MEDO DO CORPO-SECO
Muitas pessoas que acreditam em lendas e são supersticiosas tem medo
de caminhar em estradas desertas do interior, pois acham que podem ser
atacadas por esta assombração. Muitos pais e avós, moradores destas
regiões, também contam esta lenda para as crianças para provocar medo e
evitar que elas saiam sozinhas por regiões desconhecidas.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 24 DE ABRIL DE 2013 - QUARTA – FEIRA
A Tutora nos trouxe um apólogo de Machado de Assis, e a turma desenvolveu uma atividade em cima do texto.
Na atividade proposta pela tutora após lermos o texto , deveríamos grifar as palavras desconhecidas.
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir
que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem
cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é
que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os
cose sou eu e muito eu?
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,
dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por
você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo
adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo.
Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se
disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao
pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano,
pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das
sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para
dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que
esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos
dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido
por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir
palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se
também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia
mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira
dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a
vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um
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lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a
linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,
fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros
e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir
para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não
menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai
gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que
não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática -
São Paulo, 1984, pág. 59.
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DIA: 25 DE ABRIL DE 2013 - QUINTA – FEIRA
Ou Isto, ou Aquilo
Cecília Meireles
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo ...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilov
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 25 DE ABRIL DE 2013 - QUINTA – FEIRA
Apresentação dos grupos do seminário
ROTEIRO DO SEMINÁRIO
Grupo III
Ana Paula Lanzotti
Ana Rosa
Ângela Cristina Martini
Jaqueline Chiavini de Araujo Faria
Paulo Emídio
Renata do Espirito Santo
NOVOS PARADÍGMAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES -
UMA VISÃO NOVA E AMPLA
Objetivo: Proporcionar ao grupo e à sala de aula através do estudo do Tema,
NOVOS PARADÍGMAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES uma visão nova
e ampla, no sentido de expandir nossos conhecimentos e buscar novos
métodos de aprendizagem. Estamos no século XXI, um mundo cheio
contrastes que se evidenciam via velocidade dos meios de comunicação. As
informações difundem-se instantaneamente e cabe a cada um de nós
processá-las. Mas este não é um processo automático. Ser cidadão neste
início de século exige de nós competências que temos que desenvolver com o
apoio da educação que se estende por toda a vida, mas que inicia na família e
prossegue na escola. Sendo assim, cabe a nós educadores, inventar novas
formas de ensinar e aprender que estejam sintonizadas com a atual Sociedade
do Conhecimento.
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Materiais e recursos utilizados
Pesquisas na Internet, livros e revistas.
Desenvolvimento
No primeiro momento o grupo reúne material individual, onde cada
integrante busca em diversos meios de pesquisa, colher toda a informação
que julgar necessário para a confecção do trabalho.
No segundo momento, foi feita uma reunião na casa da aluna Jaqueline,
onde todos trouxeram seu material de pesquisa e cada um apresentou seu
ponto de vista diante do tema. Houve então uma discussão formal, para a
seleção e aproveitamento do material reunido pelo grupo.
No terceiro momento, com o material já selecionado, foi então digitado o
trabalho. Ficou decidido pelo grupo que a aluna Jaqueline digitaria o trabalho.
No quarto momento, com o trabalho já digitado, fizemos então uma
segunda reunião, onde o trabalho foi apresentado para o grupo e todos
puderam ler e expressar sua opinião e decidir como seria e que materiais
seriam usados na apresentação final. Foi feito então um ensaio do que seria a
apresentação oral do seminário.
No quinto e último momento, o grupo apresenta o trabalho para a tutora
para que se desse seguimento a apresentação do seminário.
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DIA: 08 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA
Fundamentos da Teoria de Wallon: Psicogênese da pessoa
completa
Psicogênese da Pessoa Completa
WALLON - PSICOGENESE DA PESSOA COMPLETA
Para Wallon há três campos que se cruzam:
Motricidade
Cognição
Emoção
ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO WALLON
O estágio de desenvolvimento segundo Wallon é marcado por Rupturas
(reelaboração dos estágios).
1. Estágio Impulsivo – Emocional (0 à 1 ano)
2. Estágio Sensorio-Motor e projetivo (1 – 3 anos)
3. Estágio Personalista (mais ou menos 3 às 6 anos)
4. Estágio Categorial (mais ou menos 7 à 11 anos)
5. Adolescência (mais ou menos 12 anos)
1.ESTÁGIO IMPULSIVO (0 à 1 ano)Tem como principal característica a
inabilidade de sobrevivência agindo sobre meio humano. Nessa fase há o
predomínio da EMOÇÃO
2. ESTÁGIO SENSORIO-MOTOR E PROJETIVO (+OU – 1 à 3anos) A criança
nessa fase começa a andar e a explorar o ambiente por essa razão ela está
voltada ao mundo externo. Havendo, portanto o predomínio da COGNIÇÃO.
Fase mediada pela linguagem.
3.ESTÁGIO PERSONALISTA (+ ou – 3 à 6 anos) A criança vivencia uma crise
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de autonomia. Desenvolvimento da sua personalidade. Fase marcada pela
crise do EU e do MEU. Predomínio da EMOÇÃO.
4. ESTÁGIO CATEGORIAL (+ ou – 7 à 11 anos) A criança está voltada ao
mundo outra vez. O aparecimento da leitura e o desenvolvimento do esporte é
o predominante nessa fase. Se há o predomínio físico, há também o
predomínio da COGNIÇÃO.
5. ADOLESCÊNCIA (+ OU – 12 ANOS)Vive-se a crise de identidade marcada
pela expulsão do outro. O adolescente passa a ignorar a vontade os pais e se
contrapor a ela como se o expulsasse deles toda vontade que não veio dele.
Há portanto um predomínio da EMOÇÃO. Para Wallon haverá sempre
EMOÇÃO, COGNIÇÃO durante todo processo de aprendizagem humana. Para
Wallon, a EMOÇÃO tem o papel de ativar o comportamento. Para a EMOÇÃO
existir há um controle FISIOLOGICO que são sentidos diretamente no corpo. A
EMOÇÃO é uma herança FILOGÊNETICA ela garante a sobrevivência da
espécie.
Só há cognição por conta do Biológico a EMOÇÃO é física. A EMOÇÃO
negada pelo social é sentimento. “Só há razão porque há emoção”
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DIA: 14 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA – DAVID AUSUBEL
A teoria de David Ausubel é baseada na visão cognitivista e segundo
estavisão, aprendizagem é a organização e integração de material na estrutura
cognitiva do indivíduo. Segundo Ausubel, a aprendizagem significativa no
processo de ensino necessita fazer algum sentido para o aluno e, nesse
processo, a informação deverá interagir e ancorar-se nos conceitos relevantes
já existentes na estrutura do aluno.
Ausubel elaborou a teoria da aprendizagem significativa que definiu como o
processo através do qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto
relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. A Estrutura cognitiva é
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uma estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência do
indivíduo.
Novas idéias e informações são aprendidas e retidas na medida em que
existem pontos de ancoragem . A aprendizagem significativa ocorre quando
uma nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na
estrutura cognitiva de quem aprende
Aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva e não só
acréscimos.
À medida em que a aprendizagem significativa ocorre, conceitos são
desenvolvidos,elaborados e diferenciados em decorrência de sucessivas
interações:
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
Diferenciação progressiva - As idéias mais gerais e mais inclusivas da
disciplina devem ser apresentadas no início para, depois irem sendo
progressivamente diferenciadas. Em termos de detalhe e especificidade
é mais fácil para o ser humano captar aspectos diferenciados de um
todo mais inclusivo previamente aprendido, do que chegar ao todo a
partir de suas partes diferenciadas.
Reconcilição integrativa - Explorar relações entre idéias, apontar
similaridades e diferenças importantes, reconciliar discrepâncias reais ou
aparentes. O conteúdo deve não só proporcionar a diferenciação
progressiva, mas também: explorar, explicitamente, relações entre
proposições e conceitos, chamar atenção para diferenças e
similaridades importantes ereconciliar inconsistências reais ou
aparentes.
A programação do material instrucional deve contemplar também a exploração
de relações entre idéias
DIA: 17 DE MAIO DE 2013 - SEXTA – FEIRA
Assistimos ao filme : Como Estrelas na Terra
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele
sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro
período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que
as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem
prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e
falta de sensibilidade.
Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo
decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de
aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da
mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar
Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este
não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da
escola, tem uma metodologia própria.
Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e
decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que
decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava . Ele ensinou Ishaan a
ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da
família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo
significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria
metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos,
tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.
Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros
gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que
precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus
conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme
"Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino
inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos,
buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a
respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível
fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da
compreensão e do incentivo do educador.
O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por
um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma
de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser
superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é
uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi
a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador,
fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme
retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são
colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os
professores não estão preparados para essa mudança.
Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses
problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para
trabalhar com essa e as demais deficiências.
PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP
DIA: 20 DE MAIO DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA
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DIA: 20 DE MAIO DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA
O Efeito Pigmaleão
O Pigmaleão é uma figura da mitologia grega. Foi um exímio escultor que,
segundo a mitologia, conseguia com a sua mestria dar o sopro da vida aos
objectos esculpidos. Na educação a sua figura é utilizada como analogia ao
poder que se atribui aos educadores, sobretudo, aos professores de operarem
autênticos prodígios nos alunos ao comunicarem-lhes expectativas positivas de
realização escolar.
Em 1968 foi publicado por Rosental e Jacbson uma obra clássica, o Pigmaleão
nas Escolas. Neste livro, o objectivo dos autores foi de relançar uma discussão
muito pertinente na educação, sobre o papel e a importância dos professores
na relação pedagógica. Tentaram explanar que as expectativas dos
professores quando transmitidas (de forma implícita ou explicita) aos alunos
influenciam a sua forma de comportamento. Neste sentido, a expectativa
positiva de sucesso formulada aos alunos ditos “fracos” acabava por se
materializar num elevado rendimento escolar e que, pelo contrário, a
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expectativa negativa comunicada aos alunos ditos “excelentes”, afectava
negativamente os seus rendimentos escolares.
Consequentemente, pode-se questionar se caso o efeito pigmaleão fosse
verdadeiro e os professores dele tivessem conhecimento não haveria tanto
insucesso nas escolas? Nada de ilusões: a investigação diz que o seu efeito é
moderado. Porém, o mais importante é a compreensão da forma como os
professores comunicam (por palavras ou gestos) as suas expectativas aos
educandos e estes captam a mensagem e se deixam influenciar, positiva ou
negativamente conforme o seu teor.
As tentativas de explicação à questão atrás formulada foram múltiplas. A
investigação ilustra que os professores interagem com os alunos de forma
diferenciada, consoante as expectativas (positivas ou negativas) que neles
depositam. Na lista da interacção diferenciada professor/aluno encontram-se:
tempos distintos concedidos aos alunos para responderem às questões; o
tempo dedicado à interacção professor versus alunos; o tipo de reforços
(apropriados ou não) dados aos alunos; o grau de exigência dos professores
para com os alunos; e a confiança versus desconfiança depositada nos
resultados obtidos pelos alunos nos testes, entre outros aspectos.
Como é da constatação geral, as escolas estão apinhadas de alunos oriundos
de classes sociais com parco capital cultural, fruto da massificação da
educação. Essa realidade impõe, particularmente, aos professores o desafio de
atenuarem o efeito da violência simbólica e da reprodução das desigualdades
sociais, enquanto mecanismos geradores de insucesso e de frustrações nos
alunos e seus progenitores. O reconhecimento de que “o professor é a
mensagem” e que a sua interacção na sala de aula é altamente selectiva
constitui uma via privilegiada de mudança do seu padrão comportamental
numa altura em que a educação se encontra debaixo do fogo cruzado do
eduquês.
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DIA: 21 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA
A PARABOLA DA VAQUINHA
As vezes, estamos presos a algumas situações, de onde
não conseguimos enxergar novas alternativas para
melhorar nossa qualidade de vida. Quando me encontro
nesta situação, sempre me vem a cabeça o parábola da
vaquinha, que segue abaixo:
Era uma vez, numa terra distante, um sábio chinês e seu discípulo. Certo dia,
em suas andanças, avistaram ao longe um casebre. Ao se aproximar, notaram
que, a despeito da extrema pobreza do lugar, a casinha era habitada. Naquela
área desolada, sem plantações nem árvores, viviam um homem, uma mulher,
seus três filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e
sede, o sábio e o discípulo pediram abrigo por algumas horas. Foram bem
recebidos. A certa altura, enquanto se alimentava, o sábio perguntou:
- Este é um lugar muito pobre, longe de tudo. Como vocês sobrevivem?
- O senhor vê aquela vaca? Dela tiramos todo o nosso sustento – disse o chefe
da família. – Ela nos dá leite, que bebemos e também transformamos em
queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos o leite e o queijo
por outros alimentos. É assim que vivemos.
O sábio agradeceu a hospitalidade e partiu. Nem bem fez a primeira curva da
estrada, disse ao discípulo:
- Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá pra
baixo.
O discípulo não acreditou.
- Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato? A vaquinha é tudo
o que eles têm. Se eu jogá-la no precipício, eles não terão como sobreviver.
Sem a vaca, eles morrem!
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O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a
ordem:
- Vá lá e empurre a vaca no precipício.
Indignado porém resignado, o discípulo voltou ao casebre e, sorrateiramente,
conduziu o animal até a beira do abismo e a empurrou. A vaca,
previsivelmente, estatelou-se lá embaixo.
Alguns anos se passaram e durante esse tempo o remorso nunca abandonou o
discípulo. Num certo dia de primavera, moído pela culpa, abandonou o sábio e
decidiu voltar àquele lugar. Queria ver o que tinha acontecido com a família,
ajudá-la, pedir desculpas, reparar seu erro de alguma maneira. Ao fazer a
curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre
desmazelado havia um sítio maravilhoso, com muitas árvores, piscina, carro
importado na garagem, antena parabólica. Perto da churrasqueira, estavam
três adolescentes robustos, comemorando com os pais a conquista do primeiro
milhão de dólares. O coração do discípulo gelou. O que teria acontecido com a
família? Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir
embora. Nesse momento, pensou o aprendiz, devem estar mendigando em
alguma cidade. Aproximou-se, então, do caseiro e perguntou se ele sabia o
paradeiro da família que havia morado lá há alguns anos.
- Claro que sei. Você está olhando para ela – disse o caseiro, apontando as
pessoas ao redor da churrasqueira.
Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e, chegando perto
da piscina, reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte e altivo, a
mulher mais feliz, as crianças, que haviam se tornado adolescentes saudáveis.
Espantado, dirigiu-se ao homem e disse:
- Mas o que aconteceu? Eu estive aqui com meu mestre uns anos atrás e este
era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar
tanto de vida em tão pouco tempo?
O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu:
- Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos nosso sustento. Era tudo o
que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver,
tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos
que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito
melhor que antes.
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“Formar leitores é compromisso da família e da escola”. Também deve fazer
parte dos interesses de toda a comunidade, pois uma sociedade não letrada,
ou mesmo formada por leitores funcionais, está fadada à condição de miséria e
indignidade.
Nunca a questão da formação de leitores foi tão discutida como nos dias
atuais, até porque se entende que o desenvolvimento de uma nação depende
do nível de letramento dos seus habitantes.
Não “existe país livre e desenvolvido sem investimentos na educação e na
leitura.” (Cavalcanti, 2002: p.2)
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