Por que não queremos nos unir com vocÊs-by cpp (Recuperado)
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INTRODUÇÃO
Este manuscrito foi feito em oposição ao Manuscrito da MAP(imagem ao
lado) “FORA SKINS - Por que somos contra a união de punks com skinheads?”
ou “A Verdade sobre tudo e blá blá blá” (risos).O que esta escrito aqui não
representa a opinião geral,e foi feito por um skinhead anarquista. Portanto é
a minha opinião, que por coincidência pode ser a sua opinião. Também não
escrevi isto afim de outros tipos de debates futuros, não há nada a se debater
aqui, prefiro os corres nas ruas a ficar trocando palavras inutilmente. Isto aqui
foi só um “Não ficaremos calados”.
Notamos ao decorrer dos escritos pelos críticos (a seguir no texto chamados
de “anti’s por mim) que eles tentam a todo o momento analisar o skinhead
69 – apartidário - numa ótica totalmente anarquista e punk, com
sentimentos pessoais, na visão deles, prejudicando a veracidade de seus
próprios textos, além do total desconhecimento da cultura skinhead, não só
pela não vivência dela, nem da falta de um acompanhamento mais próximo
seja lendo nossos zines ou dando rolê com a gente, não me espanta
“anarcopunks” que nem se quer buscam o diálogo com a gente para tentar contar “A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS
SKINHEADS”, isto soa tão ego centrista, como se eles soubessem sobre tudo, como se estivessem lá e nós somos os
cegos, os enganados e eles os messias .E quando tentam alguma aproximação(raramente acontece, os latidos ficam
só na internet, ou em panfletos, ou os “dossiês” mal escritos) é só pra demonstrar a sua ignorância apontando seus
dedos e nos taxando de “fascistas e nazistas”, igualzinho na heresia católica quando os “Justiceiros de Deus”
apontavam seus dedos em praça pública em direção a mulher de cabelo ruivo e a acusavam de ser filha de satanás e
que deveria ser queimada posteriormente. Nem vou comentar o quanto é engraçado pessoas que dobram a cara nas
ruas quando nos vem nas esquinas tentarem escrever a nossa história, isto ultrapassa o vexame do ridículo.
Escrevam mais sobre agente, estamos gostando da atenção que estamos recebendo, ficamos gratificados em saber
que estamos incomodando – senão não tem graça né?E por isso este texto chama-se POR QUE NÃO QUEREMOS
NOS UNIR COM VOCÊS? .Sectários fascistas, preconceituosos intolerantes, ignorantes, contrarrevolucionários. É isto
que vocês são, dentre outros adjetivos que nem vou citar, pois covarde seria um elogio. A união punk e skins já existe
e não queremos nos unir com vocês, POIS NÃO PRECISAMOS DE VOCÊS E NUNCA PRECISAMOS. Estamos unidos
com punks que estão na correria combatendo o fascismo de verdade, cara a cara, e tendo nós como aliados, pois a
união é um fato e não há como impedir. E o que vocês vão fazer quanto a isso? Matar-nos? Fazer mais textos contra
nós?
Sabemos que a “cruzada anti-skinhead” é orquestrada por meia dúzia de fachos travestidos de punks, liderados, que
em grupos agem iguais a policiais (inclusive ,quem faz dossiê é a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de
Intolerância(Decradi, nada diferente do patrulhamento ideológico que estes indivíduos costumam fazer)).Sozinhos
não falam nem fazem absolutamente nada. Sua ignorância é só mais uma porta de autoritarismo pregando a
supremacia cultural e fetichismo ideológico, com tentativa de pseudo revanchismo. Preferem aderir a atitudes
embasadas nessa doutrina e nesses aspectos que citei acima, na tentativa de se configurarem numa eternizante
condição hegemônica de vanguarda da contracultura que eles têm como confortável e sem a qual se sentem
inseguros, só que ufanismo(cultural,alusão máximo ao punk se esquecendo das outras culturas), etnocentrismo,
sectarismo e alienação não são aspectos que combinam com um ideal libertário como o anarquismo, combinam sim
é com o fascismo! E é por conta dessa paranoia associada com o praticar dessa doutrina ganguista/guetista que se
tem a confecção de manifestos como o que eles escreveram. Revisionismo? Não,a nossa história existe e é de
verdade, vocês que a contam da sua maneira, quem faz a revisão são vocês!
[...]Preto ou Branco, homem ou mulher, punk ou skin, estamos nisso juntos e é a única maneira de
vencer”[...](Disrupt-Smash Divisions).
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POR QUE SOMOS A FAVOR DA UNIÃO DE PUNKS E SKINHEADS? POR QUE ELES SÃO CONTRA?
Sempre procuramos buscar a realidade que se passa nas ruas,
independente de ser punk ou skinhead , homem ou mulher,
preto ou branco, hip hip ou metal, não importa, temos que
ser antifascistas independentemente da roupa. E neste
momento em cada esquina da cidade do mundo acontece um
conflito, uma batalha e uma guerra constante entre o
fascismo e o anti-fascismo, é inegável e é uma guerra de
submundo mesmo, ás vezes invisível nos olhos das pessoas
que vivem nas ilusões midiáticas, que quando transmite
trechos desta guerra fazem de qualquer jeito, dão os títulos
que elas quiserem as suas reportagens, e quem vive no Brasil,
país onde só agora uma parte da mídia esta aprendendo a
distinguir quem são os lados já deve ter visto como esta
guerra é repassada as demais pessoas do outro lado da tela
em casa. Dando um exemplo, quem não se lembra do
combate de Punks e Skins antifascistas contra nazis e carecas
em frente ao Show do Cock Sparrer no Brasil em Setembro de 2011(Johni Raoni, descanse em paz, pois
continuaremos em guerra).As mídias noticiavam este evento como sendo uma briga entre punks e skinheads(como
noticiaremos em um anexo) e sempre será assim, pois não estão preocupados em explicar ao povo que não entende
muito quem é quem.
Somos a favor da união, pois ela é inevitável, construtiva e fortalece o antifascismo. É inevitável que skinheads e
punks (comunistas, anarquistas e antifascistas) vão se unir e expulsar nazis e carecas das ruas, em toda parte do
mundo. Isto acontece em todo lugar e no Brasil não será diferente. Não construímos muros e sim pontes, faremos
todo elo possível pra expulsar o fascismo nas ruas e em qualquer lugar, deixando de lado as diferenças visuais e se
completando com as afinidades ideológicas. A Guerra Civil Espanhola não se fez só de Anarquistas, a Revoada das
Galinhas Verdes também não.
E por que eles são contra a união? Quem não quer se unir? Quem mais reivindica ser contra união são os ditos
“anarcopunks” aqui no Brasil (não generalizando, nunca, no Brasil e fora dele tem anarcopunks que não concordam
com isso),que em seus panfletos e neste último mostram que estão mais preocupados mais com rótulos do que
anarquismo, estão preocupados com visual do que o que pensam as pessoas dentro dele. Existem também
pessoalidades envolvidas nos termos, ignorância pura de gente que não sabe nada sobre nossa contracultura e
também de gente que sabe sobre nossas ideias claras e mesmo assim não querem “dividir” “seu” anarquismo e
“seu” antifascismo. Fizeram um “dossiê/manifesto” contra a união e também contra skinheads porque estão
percebendo nossa presença constante em todos os lugares, seja em protesto, em gigs, em zines, se sentem
perdendo algum foco, algum holofote, porque suas gigs são só pra eles, porque seus patrulhamentos
políticos/ideológico e suas atitudes babacas afastaram os punks e anarquistas de seus eventos .
PRECONCEITO E SECTARISMO, NUM SÓ DISCURSO!
(Sectarios serão chamados de “anti’s”).
PRECONCEITO:[...]“Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na
forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou
"estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente.
As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".
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De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo". Exemplos:
"todos os alemães são prepotentes", ou "todos os ingleses são frios". Observar características comuns a grupos são
consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário
reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas
podem estar denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de
determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. Entretanto, trata-se de um
erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa
a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.[...] fonte: http://pt.wikipedia.org
SECTARISMO:[...]“O termo sectarismo (usado geralmente com conotação pejorativa) pode ser definido como a visão
estreita, intolerante ou intransigente. Muitas seitas e religiões têm uma visão proselitista das verdades que pregam.
Algumas atitudes de grupos ideológicos também podem ter comportamentos sectários na defesa ferrenha de seus
ideais. Pessoa não aberta ao diálogo.
Classifica-se de sectário aquele que é praticante de uma seita ou apresenta comportamento típico do sectarismo
ideológico.
A palavra "seita" provém do latim "secta" (de "sequi", que significa "seguir", bem como de doutrinar e ser doutrinado
por um curso de ação ou forma de vida, designando também um código comportamental ou princípios de vida ou
ainda uma escola de filosofia ou doutrinas). Um "sectator" é um guia, líder e/ou outra autoridade filosófica, política
ou religiosa.”[...] fonte: http://pt.wikipedia.org
Muitos dos significados podem ser aplicados a estas pessoas ditas “anti-união”,”anti-Oi!” e “anti-skinhead”.O
primeiro se refere a julgar a pessoa logo pelo visual, como é feito nos dias de hoje com quem se veste como
skinhead, a mídia faz o mesmo, chamar um skinhead homossexual de homofóbico por achar que todos os skinheads
são homofóbicos, chamar um skinhead negro de racista por achar que todos os skinheads são racistas e por ai vai.
São muitos dedos apontados e muitos rótulos jogados ao vento, vestir-se diferente parece fazer alguém menos
anarquista e menos antifascista do que qualquer destes “anti’s” .Vem o desconhecimento pejorativo junto com
ofensas que doem no intimo pessoal, como se sente um skinhead negro ao ser chamado de racista? No estereotipo
constroem-se regras, como todo punk é baderneiro e todo skinhead é nazista, coisas que se aprendem na mídia, e é
na mídia que muitos anti’s baseiam seus panfletos, dossiês e textos. Partem pra violência e pra agressão pra
justificarem suas ideias tal como faz os fachos.Gostaria de saber como eles pretendem acabar com esta “ameaça” a
que tanto temem os seus escritos, como eles vão nos tirar das ruas? Como pretendem acabar com a tal união entre
punks e skins? Não deixam muito claro, apesar de um discurso vazio de ódio às vezes. Num pensamento irracional e
sem qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio nos difamam e ofendem a nós e nossa
contra-cultura sem razão, ofendem as pessoas que estão aqui lutando contra o fascismo como elas afirmam lutar.
Discursos preconceituosos e acima de tudo intolerantes, parece que só pensam que o anarquismo pertence a eles,
parece que as ruas são só deles. Atitudes ferrenhas se repetem em atitudes babacas pra tentar justificar nada, não
estão abertos ao diálogo coisa nenhuma, nunca nos procuraram pra resolver nossas diferenças de modo pacifico,
preferem fofocar pelas costas e pela internet. Estão tão fechados em sua própria ignorância que já não são mais
grupos de liberdade e sim uma seita. Existe sempre uma liderança que dita seus comportamentos em cada “grupo”,
um líder ditando autoridades a pessoas que se dizem ser contra a autoridade, quem é a favor da união entre punks e
skins dentro do grupo é execrado (é expulso e escorraçado, é limado, é excomungado como na idade da heresia).
Estão construindo diferenças dentro do anarquismo, estão segregando pessoas e o direito delas de se vestir como
quiser, o direito de ser quem quiser, de ouvir outras músicas, o principal, o direito delas lutarem contra o
preconceito e se unirem pra lutar contra o estado. São além de preconceituosos e sectários REACIONÁRIOS da classe
trabalhadora.
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INFILTRAÇÃO?
Quem se infiltra é espião. O antifascismo e o anarquismo não tem dono e não são grupos fechados pra tentarem nos
julgar de infiltradores. Não tratem o movimento anarquista e antifascista COMO UMA SEITA.
ESPÍRITO DE 69 – FATO DAS RUAS, REVISÃO FEITA POR QUEM A DESCONHECE
O Espírito de 69 é apenas uma data simbólica, significa o
auge da contra cultura skinhead, uma época de ascensão
do movimento. Mas não seu inicio.
Quem faz a revisão são vocês, de uma cultura que vocês
não vivem e não conhecem. Quando dissemos em
nossos textos que não havia qualquer expressão de
racismo e de que se tratava de uma cultura multi-racial
composta por jovens operários ingleses e imigrantes
negros jamaicanos que ouviam ska e reggae e que o
racismo, machismo, a homofobia e o preconceito não
existiam em nosso meio não estamos mentindo. É um
fato, somos fruto da cultura Rude Boy (Os primeiros rude
boys, nos anos 60, eram associados com as mais pobres
camadas da sociedade de Kingston, na Jamaica, onde o
ska e o rocksteady eram os gêneros musicais mais
popul
ares. Eles se vestiam na última moda nos salões de dança e nas
ruas.) e da cultura mod (Abreveação de Modernism
(modernismo) A subcultura (ou microcultura que é pós-
estruturalista e tem haver com relações e processos
microfísicos, e com a multiplicação de estilos) mod teve início
em turmas de garotos adolescentes cujas famílias eram ligadas ao
comércio de tecidos em Londres. Esses primeiros mods eram
geralmente de classe média, obcecados pelas tendências da
moda e estilos musicais, como ternos italianos bem
justos, jazz moderno e rhythm and blues. Os mods se reuniam
em pubs londrinos como o Goldhawk e o Marquee Club para
exibir suas roupas e passos de dança. Eles usavam
tipicamente scooters como meio de transporte, normalmente das
marcas Lambretta ou Vespa.
Uma das razões é que o transporte público encerrava suas
atividades relativamente cedo, e as scooters eram mais baratas
do que automóveis. Na outra extremidade do espectro, tanto em
filosofia quanto em aparência, os "hard mods" (vulgo "gang
mods") eram mais violentos do que o resto de seus confrades.
Com menos ênfase nas tendências da moda, e com o cabelo
raspado bem curto, eles se tornaram os primeiros skinheads. Eles
mantiveram a música mod original viva, tomando elementos
básicos do visual mod - ternos de três botões, camisas Fred
Perry e Ben Sherman, calças Sta-Prest e jeans Levi's - misturando-os com acessórios da classe operária, como
suspensórios e botas Dr. Martens.). A música jamaicana e negra, as roupas e trejeitos de jovens que viviam nos
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subúrbios e periferias de Londres. Onde esta o “passado mítico”? Onde esta o revisionismo? Estas são as nossas
origens e não haverá como negá-las.
O Paki-Bashing não esta em nossas raízes
Quando se fala de violência no meio skinhead tem que se
tomar cuidado pra não colocar ações de grupos ligados a
NF E BNP (Partidos Nazistas e de Direita).Não jogar estas
ações nas costas da contracultura culpando a ações de
uns para todos. Principalmente ações de gente que
comprava o visual em qualquer esquina e se dizer
“skinhead” pra pertencer a algum grupo.
”[...] Quando os skinheads detonavam as gigs da Sham 69
e aprontavam na turnê da 2-Tone, as únicas pessoas que
eles machucavam eram eles mesmos. Não precisa ser
muito inteligente para perceber”[...]. George Marshall (A
Bíblia do Skinhead).
Fatos locais e isolados em cidades especificas não pode ser vistas também como um todo, uma onda que acontece
no país.
O Orgulho “Patriota” de uma Inglaterra falida e caindo aos pedaços econômicos também permeavam o punk, que no
seu inicio também, assim como ao passar do tempo no skinhead (na década de 70), carregava a bandeira da Ilha em
suas jaquetas e camisas. Temos que ter cuidado ao analisar os fatos segundo a conjuntura politica de época também
e ao sensacionalismo dos jornais – que daquela época pra cá não mudou muita coisa – como diz George Marshall (A
Bíblia do Skinhead) :[...] “E existe o lado triste daquilo que os jornais têm feito ao movimento skinhead nos últimos
vinte e poucos anos. Por não deixarem a realidade permear uma boa história, eles enterraram a maior de todas as
culturas juvenis da Grã-Bretanha sob resmas de papagaiada sensacionalista”[...]. País falindo, desemprego e
miséria por todos os lados, essa era a realidade naquele período e que não podemos deixar de fora.
Neste clima de decadência social existiu e é inegável, nos primeiros anos do surgimento do skinhead, grupos dos
mesmos com negros e brancos discriminavam paquistaneses e asiáticos no norte da Inglaterra. Injustificável, mas
não pode ser atribuído a todos os skinheads daquela época, é como afirmar que todo alemão era nazi, e que todos
os punks no inicio em São Paulo eram ganguistas (apesar das muitas gangues na época,e alguns apoiadores e
votadores do PT). Não se pode imaginar que todos os skinheads de 69 já nasceram com esta mentalidade – como
geralmente é feito pelos críticos da contracultura skinhead. Também relacionado a outros tipos de violência
praticados em gangues – que não eram poucas na década 70.
Havia politicas de hostilidades naquela época por parte de grupos da população contra imigrantes paquistaneses
devido a grande falta de emprego. Mas quanto aos skinheads há quem afirme que o Paki Bashing não estava ligado
a política de xenofobia ou racismo, em muitas destas ações eram feitas sem cunho político e por diversão, como
mostra abaixo.
"A Grã-Bretanha tomou conhecimento do termo 'paki-bashing' pela primeira vez na última quarta-feira. Um grupo de
skinheads se gabava pela TV de ter espancado imigrantes de cor na Zona Leste de Londres, por pura diversão." (jornal
SUNDAY MIRROR, 1969).”
O paki era algo que só era praticado por gangues ,nenhum skinhead sozinho hostilizava paquistaneses ou
asiáticos.Exemplo de gangues que faziam isso era a Tilbury Trojan Skins (1977-1984) , a mais notável da época,
atacava punks, marinheiros ,rockers, metaleiros e qualquer um que olhassem pra eles nas noites na cidade de
Tilbury, sudeste da Inglaterra. Final de 1979 estes mesma gangue criou a Liga Anti-Paquistanesa.
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A RASH São Paulo escreveu algo relacionado sobre o assunto “Paki-Bashing”,nos quais vou destacar alguns tópicos e
comentar sobre o assunto:
“O movimento skinhead em seus primórdios na Inglaterra da década de 1960, era multi-étnico, unindo jovens negros
e brancos. Este fato, que vai contra a afirmação de que todos os skinheads são racistas, torna-se hoje inegável.
Mesmo nossos críticos mais ferrenhos são obrigados a admiti-lo (a contragosto obviamente).
No entanto, ainda que essa união étnica primordial entre negros e brancos seja conhecida de nossos críticos, muitos
deles insistem em afirmar que somos todos originalmente e essencialmente xenófobos. Para tanto, baseia-se em um
fato relativamente conhecido e verídico: em seus primeiros anos, skins ingleses negros e brancos, hostilizavam a
comunidade paquistanesa que vivia naquele país, praticando o chamado “paki bashing”. Em português, “paki
bashing” pode ser traduzido para “espancamento do paquistanês” ou coisa parecida. Ou seja, skinheads negros e
brancos ingleses atentavam contra os paquistaneses, espancando-os com certa freqüência e nas mais variadas
ocasiões.
Para muitos de nossos críticos, o “paki bashing” representaria um forte indício do caráter xenófobo e racista do
movimento skinhead original, mesmo a despeito da união entre skins negros e brancos. Sobre esse aspecto da
questão, concordamos com alguns pontos e discordamos de outros.
Acreditamos que esse não era um ato que pode ser classificado diretamente como racista. Para isso, estamos nos
apoiando na idéia de que como esse era praticado – paki bashing - tanto por brancos e negros, seria uma grande
contradição, duas “raças” se unindo para discriminar uma terceira, não? Simplesmente é impossível imaginar que os
skinheads dos anos 60 se juntaram, “formaram” uma mesma “raça” e que essa seria superior à “raça” dos
paquistaneses. Portanto, não concordamos em classificar o ato simplesmente como racista.
De modo algum negamos que o “paki bashing” era praticado por parte dos skinheads originais ingleses da década de
1960, fossem eles negros ou brancos. Não negamos também que esse tipo de ação poderia conter uma pesada carga
de xenofobia – nos posicionaremos a respeito a seguir – mas discordamos firmemente que não de racismo, pelo
ponto de vista acima apresentado. Também acreditamos que seja apressado afirmar com veemência que essa
prática era uma característica fundamental, essencial ou necessária do movimento skinhead original.
Que esteja claro que não queremos justificar aqui o ato do paki bashing e muito menos defender os skins que o
praticavam. Voltamos a dizer: esse é um ato lamentável e completamente desnecessário e desprezível. Porém não se
sabe a proporção de skinheads que eram adeptos desta prática estúpida e cruel. Até que se possa determinar de
modo incontestável, que a maioria dos skinheads ingleses daquele período praticava o espancamento de
paquistaneses, não se pode dizer com exatidão e certeza que essa prática era parte integrante e essencial do
movimento skinhead original como um todo. Poderíamos afirmar que esse movimento skinhead original era
xenófobo em sua raiz, se ficasse comprovado que apenas uma minoria de seus membros praticava o
espancamento de paquistaneses? Obviamente que não. Seria como afirmar que todos os seres humanos foram e
são nazistas porque em dado momento de nossa história, uma minoria de habitantes desse planeta defendeu as
bandeiras de Adolf Hitler. Generalizações são perigosas e por isso devem ser evitadas se o que se busca é analisar
algo com sinceridade, objetividade e seriedade.
E outro ponto de discussão que pode ser levantando, é a classificação do ato puramente como xenofobia, já que os
skins da década de 60 eram compostos por brancos ingleses e negros jamaicanos, logo, estrangeiros...
A verdade é que, nesse momento, não se pode dar por certo que o movimento skinhead original inglês da década
de 1960 era por definição xenófobo, só porque um número indefinido e incerto de seus membros, estupidamente e
covardemente, espancava paquistaneses. Claro que, anarquistas e comunistas que somos, repudiamos o “paki
bashing”, mas não devemos crucificar todos os skinheads pelos erros de alguns. E mesmo que o movimento skinhead
original inglês da década de 1960 fosse xenófobo por praticar majoritariamente o “paki bashing”, responderíamos
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tranqüilamente que não estamos na Inglaterra e muito menos na década de 1960. Conclusão óbvia: não somos
skinheads originais ingleses da década de 1960. Se eles eram xenófobos, isso não quer dizer que nós do RASH, que
vivemos em 2010, sejamos.
Qual o sentido de nos ver como responsáveis por atos fascistas cometidos há quase 40 anos atrás por cretinos que
viviam bem longe daqui? Qual foi a última vez que se noticiou que skinheads originais ou tradicionais espancaram
paquistaneses? Provavelmente, isso nem acontece mais. Nem na Inglaterra, nem em qualquer outro lugar. Claro
que os white power, bastardos que são, continuam praticando esse tipo de covardia. Mas não seria justo condenar
todas as outras correntes skinheads dos dias de hoje, pelos erros cometidos por um número desconhecido de skins
originais da década de 1960.
O que deve ficar claro de uma vez por todas é que, de fato, nós do RASH não somos skinheads originais. Portanto,
não compartilhamos de todas as suas características. Conscientemente, o movimento RASH abandonou os traços
negativos e equivocados do movimento skinhead original, mas seguimos como skins porque mantemos seus traços
positivos. Nesse sentido, o RASH seria algo como uma superação ou melhoramento do que fora o movimento original.
Podemos ser vistos como skinheads que superaram o apoliticismo, o nacionalismo e outros pontos que classificamos
como falhas do movimento skinhead original. Podemos ser vistos como algo já tão diferente do movimento skinhead
original que não somos mais apenas skins, mas membros desse novo movimento que é o RASH. De qualquer forma,
ficaria difícil sustentar com sinceridade que somos xenófobos, fascistas ou coisas do tipo. Esse é o nosso recado aos
que ainda insistem em nos criticar com acusações desse tipo.”
(RASH-SP/ Q U A R T A - F E I R A , 1 4 D E A B R I L D E 2 0 1 0 )
Como destacado,é IMPOSSIVEL salientar o paki bashing como algo propriamente e peculiarmente ligado ao skinhead
como um todo, não se sabe a proporção do assunto e nem se pode prender a fatos de jornais pois o sensacionalismo
midiático era muito grande. No inicio do punk no Brasil, em São Paulo,as gangues de punks se matavam entre si e a
mídia noticiava isso aos baldes, mas não podemos afirmar com exatidão se todos os punks pertenciam as gangues e
quantos eram. Por isso generalizações são perigosas.Não vou levantar a questão se o paki era algo ligado a xenofobia
em posição de que alguns skinheads faziam isso por diversão,sem mera ligação política, tentando provar algo em
suas gangues.
E mais,como dito deixamos claro,repudiamos todos estes atos,que jamais poderão ser apagados da história ou
esquecidos.E NÃO SOMOS SKINHEADS ORIGINAIS,NÃO VIVEMOS NAQUELA ÉPOCA E NÃO PAGAREMOS POR ESTES
PECADOS.
O Surgimento do Oi!:Pra quem não leu a história.
Não me espanta que os críticos mais sectários se mordam de
raiva por não poder impedir em seus textos que o Oi! Foi
uma criação não só dos skins mas também dos punks, o
skinhead não precisou se apoiar no punk em questão musical
pois já havia traçado seus próprios estilos de musica, o Oi!
Foi algo novo que surgiu tanto para o levantamento do punk
quanto o skinhead num estilo musical que representasse os
2.A história do Oi! Esta ai pra quem quiser ler, peguei trechos
que estão no livro “A Bíblia do Skinhead” pois ele conta mais
em detalhes.
[...]
“Antes de Southall, o Oi! tinha tudo para se firmar e dar certo. O nome desse gênero musical tinha sido tomado duma
música dos Cockney Rejects ("Oi! Oi! Oi!"), e se devia à insistência do vocalista Stinky Turner em repetir esse grito em
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vez do costumeiro "Um, dois, três..." no início de cada canção. Acabou virando um grito de guerra para as novas
bandas punks rueiras que vieram na trilha da Sham e seus amigos Rejects e Upstarts.”
[...]
“O cara que deu o nome de Oi! ao movimento foi o ex-empresário dos Rejects e colaborador do semanário musical
SOUNDS, Garry Bushell. Ele tinha se calejado participando de vários fanzines punks, inclusive o quase célebre
NAPALM, e se destacou como um dos poucos jornalistas com sensibilidade e interesse pelo que rolava nas ruas em
matéria de música. Quando outros críticos resolveram ir com o milho, ele já voltava com a pipoca.”
[...]
“Mas justiça seja feita. Bushell teve a visão necessária para perceber que as bandas punks da segunda safra
precisavam dum novo denominador comum, algo além da mera anarquia dos anos 70, que as aglutinasse
enquanto movimento. Se dependesse de algumas bandas, elas continuariam tocando no velho estilo punk numa boa.
Mas um novo nome tinha o sabor de proposta mais avançada e radical, num mundo onde as pessoas vivem
esperando pela próxima atração. Basta perguntar aos caras do Cock Sparrer.”
[...]
Numa tentativa desesperada dos criticos anti’s no seu escrito, tentaram assemelhar o Oi! a política de direita
juntamente com os skinheads, quando,na verdade como conta os relatos:
[...]
“O movimento Oi! teria que agüentar mais essa, a pecha de direitista. O chato é que o Oi! tinha de fato uma
motivação política, mas de esquerda, arriscada a se comprometer com o corpo estranho nazista. “
[...]
“O Oi! era a fim de tirar sarro mesmo, mas sempre passando um conteúdo crítico ("Having a laugh and having a
say"), ou seja, a política das ruas e não das urnas ou das cadeiras parlamentares.”
[...]
“Os Gonads resumiam isso muito bem em "Pubs not jails" (Bares, não cadeias) e "Hitler was an 'omo" (Hitler era gay),
já que todo mundo estava careca de saber que, independentemente de quem estivesse no governo, a classe operária
estaria sempre na base da pirâmide. A maioria das bandas e respectivo público não estava nem aí pra partido
político algum e não queria nada com extremistas de esquerda ou direita.”
[...]
“Qualquer manifestação nazista vinda de algum setor do público era logo respondida na base da gozação de cima
do palco. Se uma ala começava a gritar "Sieg Heil!", Max Splodge (líder do grupo Splodgenessabounds) costumava
retrucar: "Não tô vendo nenhuma gaivota." E quando Tony "Panther" Cummins assumiu o posto de vocalista dos 4-
Skins no lugar de Gary Hodges, sua resposta aos nazis era "Não precisa levantar a mão, que eu não vou fazer
chamada".”
[...]
“A maioria dos tabloides sensacionalistas vinculava a 2-Tone aos skinheads, e faziam tal associação para tentar
exorcizar o que se supunha ser um movimento fascista musical. O EVENING NEWS de Londres chegou a estampar
uma foto do Selecter sob a seguinte manchete: "Don't rock with the sieg heilers"("Não entre no rock dos hitleristas").”
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Cada pessoa tinha naquela uma opinião sobre o Oi!,já que era algo novo e tava tomando proporções maiores em
cada cidade ou parte da Inglaterra, variava muito de banda e de pensamento ,mas a base era a união de punks e
skinheads e de toda uma juventude falida, mas jamais o Oi! se associava a políticas de direitas, como afirmaram
erroneamente os críticos. Mostramos ao longo que muita coisa era deturpação e sensacionalismo de fato da mídia.
Pensamento e mentalidade do Oi! naquela época:
[...]"A Infa-Riot e a Business saíram em turnê para promover seus singles de estréia, respectivamente "Kids of the
eighties" e "Harry May" (ambos pela Secret), e tocaram em algumas gigs anti-racistas para exercitar as botas, uma
em Sheffield e outra em Manchester. A de Sheffield foi anunciada como Oi! Against Racism, Political Extremism, But
Still Against the System (Oi! contra o racismo e o extremismo político, mas ainda contra o Sistema), e teve lugar
uma semana depois que o movimento Rock Against Racism promovera seu próprio concerto na cidade, sob a
bandeira Oi! Against Racism."[...]”
[...]Outras contracapas de álbuns Oi! traziam textos estilo manifesto,que poderiam ser encampados por uma corrente
de esquerda mais progressista ou por políticos mais libertários. No LP "OI! OI! THAT'S YER LOT", o texto era assinado
por Garry Bushell e dizia, por exemplo, que "Os radicais sedentários só conseguem reconhecer a classe operária no
romântico empregado que passa 26 horas por dia nos comitês sindicais. Eles chegam pros estivadores e gritam 'Não
vivam pra trabalhar, trabalhem pra viver!'. E se horrorizam com nossas Union Jacks e Doc Martens. São incapazes de
entender a simples e idealista política de Garry Johnson: Oi! pela Inglaterra, a Inglaterra pelos trabalhadores,
liberdade, justiça, pela vida e pela alegria. A extrema direita se choca ainda mais. Estes atacam fisicamente os
defensores do Oi! porque sabem que nosso espírito libertário vai totalmente contra sua perniciosa forma de fascismo
sindical e hooliganismo manipulado. O Oi! manda todos eles pro inferno, junto com as filas do desemprego da
Thatcher, mas também manda pro inferno os tanques russos e o socialismo de modismos tipo Movimento
Vegetariano Gay Contra o que Der e Vier." No LP "THE OI! OF SEX" vinha um manifesto do Oi! Organising Committee
(Comitê Organizador do Oi!) que arrolava uns 40 pontos, entre os quais:
Oi! é... maior que qualquer uniforme.
Oi! é... saber que ninguém é melhor que você.
Oi! é... dizer sim ao excesso.
Oi! é... não dar bola pro chefe.
Oi! é... desobedecer ordens.
Oi! é... não cheirar cola.
Oi! é... não se vestir nem se portar como hippy, boyzinho ou nazistão bronco.
Oi! é... ganhar de 4 a 0 na final da Copa.
Oi! é... ter orgulho de ser da classe operária,
mas não de ser explorado .(OI! ERA
ORGULHO DE SER EXPLORADO?RISOS)
Oi! é... ter orgulho de ser inglês, mas não
ser xenófobo.
[...]
OI! OI! OI! [Cockney Rejects]
11
Hear that cry throughout the streets? We know just what it means
Tá ouvindo aquele grito pelas ruas? Sabemos bem o que significa
And even to the ignorant, it ain't what it seems
Até quem tá por fora não se ilude com isso
From every scene and fashion, the kids from all around
De tudo quanto é cena ou moda a molecada vem chegando
They all come and join the fun because they know that sound
Todos vêm se juntando porque sacam esse som
They will try to ignore us, but we won't let them win
Eles vão nos menosprezar, mas não deixaremos que vençam
The wankers try to put us down, but we will smash them in
Os imbecis querem nos derrubar, mas vamos rechaçá-los
Because we all say that they are full of shit
Porque todos dizemos que eles não estão com nada
And we're running down the backstreet! (Oi! Oi! Oi!)
E vamos tomar conta das quebradas!
And we're running and we're free! (Oi! Oi! Oi!)
E vamos em frente, que somos livres!
Because we all know that that's the sound of the streets
Porque sabemos todos que esse é que é o som da rua
And we're running down the backstreet! (Oi! Oi! Oi!)
E vamos tomar conta das quebradas!
We got our Martens on our feet! (Oi! Oi! Oi!)
Estamos de bota no pé!
And you're all running down the backstreet with me
E vocês todos vêm pras quebradas comigo
The kids they come from everywhere, the East End's all around
Os moleques vêm de todo canto, a Zona Leste tá por todo lado
Because they all know just what it means when they hear that sound
Porque todos sacam bem quando escutam esse som
Do you know what to do when you hear the call?
Sabe o que fazer quando você ouve o chamado?
Put your boots and Harrington and kick down that fuckin' wall
Calçar botas e jaqueta e meter o pé na parede
You can listen to the politicians, they'll nail you to a stake
Se der ouvidos aos políticos, eles vão ferrar você
You're gonna see the light and you're gonna see the way
Você vai ver que há luz no fim do túnel
And we all know that there's nothing like us
E todos sabemos que nada se compara a nós
And we're running down the backstreet! (Oi! Oi! Oi!)
E vamos tomar conta das quebradas!
And we're never giving in! (Oi! Oi! Oi!)
E nunca vamos entregar os pontos!
Because we all know that we're gonna fuckin' win
Porque todos sabemos que vamos vencer essa porra
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And we're running down the backstreet! (Oi! Oi! Oi!)
E vamos tomar conta das quebradas!
And we're here to stay! (Oi! Oi! Oi!)
E viemos pra ficar!
And we all know that the firm are on their way
E todos sabemos que a galera vai nessa
O slogan nazista era "Strength through joy" (força através da alegria). A indignação de Bushell foi mais longe. Ele
divulgou um texto manifesto repudiando a violência em Southall e respondendo às acusações contra o Oi!. O texto
vale como um atestado ideológico e diz o seguinte:
“Recentemente, vários periódicos publicaram alusões a mim e minha política”. Algumas dessas alusões estão 'sub
judice' no momento, mas eu gostaria de aproveitar a oportunidade para esclarecer meu ponto de vista para os
leitores do SOUNDS, embora eu não creia que quem costuma ler meus artigos tenha qualquer dúvida sobre o que
penso.
Sou um socialista, um sindicalista e um patriota. Acredito no sonho dum Estado com justiça social. Acredito numa
sociedade mais humana que não relegue sua juventude ao léu feito lixo, que não abandone seus velhos ao relento,
que não discrimine seu povo por causa de raça, sexo ou preferência sexual, e que não deixe um quarto da população
no ou abaixo do limite da miséria. Acredito numa sociedade que proteja seu povo desde o berço até a tumba, e que
seja baseada na igualdade, liberdade e democracia, com uma proposta concreta para todos os trabalhadores, sejam
eles brancos, negros ou carijós.
Nunca tive nada a ver com bandas que sejam nazistas ou racialistas(sic). Inclusive me orgulho e me regozijo com o
fato de que, ANTES DE SOUTHALL, as bandas Oi! tenham se comprometido a tocar em gigs beneficentes para
organizações que lutam contra a exploração e o desemprego, os dois males que afligem a classe operária britânica,
independentemente de credo ou cor -- males que reduzem as atividades marginais dos lunáticos da ultradireita à
insignificância, que é a verdadeira dimensão desses visionários." GARRY BUSHELL, editor do SOUNDS.”
Politicas de direita e extremismo nunca fizeram parte do skinhead na sua origem, o que eles mais queriam naquela
época era o distanciamento disto, como conta Marshall:
“Os skinheads originais não demonstravam o menor interesse pela política partidária e nunca se comprometeram
com a direita. Quando se é jovem e se tem motivação pra música, uma bola pra chutar e uma esquina pra
defender, os políticos não têm onde, como nem por que meter o bedelho. Afinal de contas, não importa em quem
você vota, o governo nunca está do seu lado e ainda não apareceu ninguém oferecendo corte de cabelo grátis ou
coturnos baratos, apareceu? Alguém vem prometer cerveja grátis, disco grátis, futebol grátis? Ou então um
emprego que pague tudo isso?
É verdade que alguém da classe de 69 chegou a apoiar as idéias de Enoch Powell, mas você podia achar gente
apoiando o Partido Trabalhista, os Tories (conservadores) ou mesmo os liberais. Um ou outro gato pingado podia
até admitir que os hippies tivessem algo de bom em vez de merda na cabeça. Mas, no fim das contas, a política
não constava da lista de prioridades dum skinhead e nunca seria motivo para divisionismos.”
A COOPTAÇÃO POLÍTICA DE DIREITA NÃO ATINGIU SÓ SKINHEADS...
“Foi o National Front quem pela primeira vez meteu a política no meio dos skinheads. Antes de 76, muito pouca gente
levava o NF a sério, e ele passava o tempo todo perambulando a esmo e clamando no deserto. Tudo mudou, no
entanto, com a chegada duns refugiados africanos vindos de Malawi naquele verão. A quantidade de gente era
irrisória, mas os tabloides trataram de converter algumas dezenas em um êxodo, causando um clima de histeria com
papos de hotel cinco estrelas e uma porrada de mordomias às custas do Estado e a título de ajuda.”
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“Os skinheads eram o maior foco de recrutamento de militantes para o NF, desde os tempos da Sham. Enquanto
praticamente todo mundo condenava o hooliganismo no futebol e outros passatempos dos skins, o YNF saudava a
carecada como guerreiros das arquibancadas, publicando regularmente no BULLDOG notícias sobre os skins mais
"raçudos" (leia-se bagunceiros) como se fossem heróis, exemplos a serem seguidos. Ali estava, portanto, um partido
que não falava PRA você e sim DE você, e não olhava você de cima pra baixo, mas "te" tratava como se VOCÊ fosse a
elite da juventude britânica.”
“Assim como os punks tinham alardeado a anarquia, os skinheads logo foram vistos pelo público em geral como
"soldados" do National Front. Para a maioria, era uma chance de se exibir desfraldando a bandeira inglesa e
mostrando o dedo pro resto da sociedade, às vezes algo mais que isso. Naturalmente, a perspectiva de quebrar pau
com ativistas contrários ao Front durante os atos públicos e passeatas era algo que só aumentava o charme do
partido entre os skins. Falou em treta, ói nóis aqui, era como se estivesse subentendido.”
"Você lê nos jornais que todos os skinheads são uns valentões broncos e fascistas. Eu não sou um valentão bronco e
não sou fascista. Tem algum valentão bronco aí? Tem algum fascista aí?" (Mick, da banda The Burial, falando do
palco pra platéia em Stockton, em 1985. Ninguém se manifestou.)
“Ironicamente, a imagem dos skinheads talvez tenha custado ao National Front a perda de mais votos do que os
que o partido obteve. O resultado das eleições gerais de 1979 nem chegou perto do êxito alcançado dois anos antes,
e o partido logo voltou à obscuridade, graças também aos rachas internos que se seguiram. Outra coisa que
prejudicou foram as matérias da imprensa envolvendo vários membros do partido em escândalos do tipo "fulano é
um nazista fugitivo", "sicrano é homossexual" e "beltrano é corruptor de menores".
“A essa altura muitos skinheads desertaram do Front, em parte por causa dos escândalos citados, em parte porque
organizações mais radicais entravam em cena. Pra ser mais exato, a carecada mais fodida estava era trocando a
carteirinha do YNF por outra com o nome do British Movement ou duma tal de Anti-Paki League (Liga
Antipaquistanesa), isso sem falar nos que aderiam a "organizações" de estilo paramilitar tipo Section 88 ou o
National Socialist Action Party (Partido da Ação Nacional-Socialista)”
(Trechos da “A Bíblia do Skinhead”)
NEM OS PUNKS FICARAM DE FORA...
Como todo historiador não gosto de me pautar muito em
datas, a não ser que elas tenham exatidão comprovada. Se no
meio skinhead ele teve seu auge em 69(e não seu nascimento
em 69,como muitos as vezes erroneamente afirmam) o punk
teve seu auge em 77,mas a sua origem como raiz foi quase 2
anos antes.
E nem este escapou do auge
da cooptação da NF/BNP em
massa da juventude em
76/77,como vocês podem
ler abaixo:
“Por enquanto, ainda nos anos 70, o Front angariava considerável apoio,
principalmente junto à juventude do interior. Não eram só os skinheads que
atendiam à convocação às armas feita pelo Front. Punks, teds, mods, cabeludos e
tipos normais, todos passaram a mostrar simpatia pelo Front, embora pouca gente
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pudesse contar pra você qualquer coisa sobre o partido que não fosse meia dúzia de slogans, e menos gente ainda
tivesse idade pra votar.
O breve flerte do movimento punk com o chamado Nazi Chic (espécie de modismo onde a estética nazista ficava só na
aparência e no consumo) tinha provocado uma reação igualmente de vitrine: a formação da Anti-Nazi League (Liga
Antinazista) e seu departamento musical, o Rock Against Racism. Agora, com o NF mais atuante e pondo suas
manguinhas de fora, as organizações antifascistas também se revitalizavam a fim de fazer-lhe frente, principalmente
em meio à juventude. É que o NF tinha criado uma ala jovem, o Young National Front (YNF) em fins de 77, visando
"trabalhar" suas bases (leia-se aliciar sangue novo) nas escolas, campos de futebol, gigs e clubes juvenis, que
passavam a ser considerados "campos de batalha" ou "áreas estratégicas", onde a molecada virava massa de
manobra de ambos os lados.
O Punk Front foi uma organização nazi no começo de 78,na Inglaterra, associado ao British National Front. Embora só
durasse 1 ano, ele foi bem sucedido em recrutar um número bom de punks ingleses, além de numerosas bandas
punks racistas e nazistas da época(The Dentists, The Ventz, Tragic Minds e White Boss). Logo depois do seu fim, o
nazi-punkismo começou a se espalhar em todo o mundo. No início de 1980, ele atingiu a América como um furacão,
durante a ascensão da cena americana de hardcore punk. Se a cooptação por parte do punk foi grande ou pequena,
não importa, ela houve e foi da mesma forma com o skinhead, mas e agora, no auge do punk naquela época, p
oderiamos hoje taxar todos os punks de nazistas por causa desta cooptação no seu auge, como os anti’s que são
punks fazem com o skinhead atualmente? Deixo a pergunta no ar, mas da nossa parte ,jamais fariamos isso.
Mesmo que os criticos tentaram inventar no manuscrito anti-união deles que havia um revachismo, criando um “ 2
lados” entre a cena Oi! e a cena Peace-Punk, numa tentativa desesperada de fazer exitir movimentos anti-Oi!
naquela época, isso jamais será provado, o que se sabe é que bandas Peace-Punk(ou Anarco-Punk) ligadas ao CRASS
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dividiram o palco com os RedSkins(Skinheads de esquerda que cantavam Blues e Jazz subversivos e proletários,
ninguém tocou mais em gigs beneficentes que os Redskins).Num evento beneficente de arrecadação de fundos para
a greve de Mineiros naquela época,como mostra o flyer. Hoje é que o Steve Ignorant,co-fundador do CRASS hoje
toca com muitas bandas Oi!s, principalmente aquelas responsáveis do estilo naquela época, como Angelic Upstarts.
VER FOTO ANEXO
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Os Criticos Anti’s em seu manuscrito também observaram que
na capa do Strength Thru Oi! era de um skinhead “nazi”
chamado Nicky Crane, tentando corromper de diversas formas a
musicalidade Oi! ao seu bel-prazer. Mas oras, porque o nome
nazi esta entre aspas? Esqueceram nossos “amigos” ao fazer o
sensacionalismo de mencionar que o musculoso, patriota,
machista e briguento levava uma vida dupla, como GAY. Assim
conta parte de sua biografia no winkipédia, noticias de jornais
como na foto e no filme gay-skin que ele fez,e morreu de uma
doença relacionada a AIDS. Foi deixado de mão pelos amigos
nazis, incluindo Ian Stuart Donaldson, de quem ele fazia a sua
segurança pessoal, na banda Skrewdriver,após descobrirem a
sua vida dupla.Ou seja ,tivemos um GAY na capa do ST Oi!.
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A RASH , A SHARP E SUA IMPORTÂNCIA PARA O MOVIMENTO SKINHEAD
“Os skinheads antirracistas são os que mais fielmente tendem a seguir o estilo
e a tradição dos skins britânicos. O apuro no vestir é quase sempre obrigatório,
enquanto o reggae, o ska e o soul preenchem os gostos musicais dessa ala da
carecada, juntamente com o som Oi! e punk, numa certa medida.” (A Bíblia do
Skinhead)
Durante o ano de 1986, um grupo de Minneapolis chamado Baldies Against
Racism (Carecas Contra o Racismo) deu origem a uma organização que levou o
nome de Anti-Racist Action (Ação Anti-Racista), a qual, por sua vez, se
ramificou e inspirou a criação de entidades similares por todo o território
americano, com adesão de gangues skins de todas as cores(no sentido próprio
e figurado). (A Biblia do Skinhead)
Em Nova York, Estados Unidos na data de 1987,o skinhead chamado Marcus Pacheco
juntamente com Stevan M tiveram a ideia de criar a SKINHEADS AGAINST RACIAL
PREJUDICE, para mostrar a mídia americana e ao povo que o skinhead não era
baseado no racismo ou extremismo político.
“O SHARP (sigla da organização) tinha seu maior trunfo no fato de não ser um
movimento político. Seu único objetivo era dar conhecimento ao mundo de que os
skinheads não eram todos racistas. É verdade que o orgulho de ser americano,
ostentado por muitos skinheads do SHARP, principalmente os que serviam nas forças
armadas, veio a causar certos problemas no convívio com as entidades anti-racistas de esquerda, para as quais o
antirracismo é apenas uma dentre várias causas a defender.” (A Bíblia do Skinhead)
Após Roddy Moreno,da banda The Oppressed visitar NY e lá conhecer alguns integrantes e ler um panfleto da SHARP
NY, decidiu levar esta ideia para a Europa. Interessante que por lá se espalhou rapidamente, e Roddy se encarregou
de desenhar um novo logotipo se baseando no símbolo da Trojan Records.
“Outro obstáculo foi que, a despeito
do nome, qualquer um que
concordasse com o ideal do SHARP
podia entrar pra organização. Aquilo
acabava virando um covil de hippies,
punks, "normaizinhos" e bicões
pleiteando a condição de membros
do SHARP, numa espécie de mal-
entendido oficializado. Ora, se esses
tipos todos se opunham ao racismo,
tudo bem, mas havia uma caralhada
de outras organizações onde eles
poderiam ingressar sem transformar
alguns departamentos do SHARP
numa fauna. Teve uma "filial" onde,
de meia dúzia de membros, só dois
eram skins.”(A Biblia do Skinhead)
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NO BRASIL
Aqui no Brasil, AO CONTRÁRIO DO QUE TODO MUNDO PENSA, a SHARP não chegou como movimento no meio dos
carecas do Subúrbio de São Paulo, nem se quer de forma organizada e com símbolos e logotipos como nos outros
países. Existiu apenas um logotipo num cartaz dos Carbonários e em um zine da época (pode ser visto na “A Bíblia do
Skinhead”, quem tem o exemplar original). Não há indícios por eles de manifesto reivindicando a SHARP, só o que se
sabe é eles terem ficados putos ao saber as coisas de esquerda (anti-homofobia,anti-fascismo,etc...)que lá fora a
SHARP estava reivindicando, largando depois qualquer coisa ligada a ela. E nos dias presentes os Carecas mantem
seu ódio visceral a SHARP, um ódio inexplicável, a única explicação sobre seu ódio a SHARP que li até hoje foi que
“Nós carecas do Brasil somos um movimento multirracial e não apoiaremos isto” – Entendeu alguma coisa?Nem eu.
Veja os flyers então.
Há de se expor que dentro do grupo da SHARP NY de 87 havia pequenas divisões a ideologia. Desavenças e
desentendimentos ideológicos na SHARP NY (uma parte adotava o patriotismo e o “Americian Way of Life” como
ideologia, sem mencionar o anticomunismo) e a outra parte eram skinheads de atividade política de esquerda e
essencialmente antifascistas. No decorrer desta cisão, o estopim foi a morte de um homossexual por um antirracista.
Na divisão criou-se o MayDay Crew, em 1 de janeiro de 1993,que era um grupo formado por skinhead e punks
anarquistas, comunistas e antifascistas, posteriormente se alcunharam em Red and Anarchist Skinheads (and Punks)
– RASH ,como na foto abaixo.
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Aqui no Brasil temos 2 RASH’s. Uma situada em São Paulo, que no ano de 2012 comemora 10 anos e uma em
Fortaleza que completou 09 anos neste mesmo ano. Importante destacar a luta que tem feito estes 2 grupos,
inclusive por diversas vezes a RASH SP tem aparecido positivamente na mídia em passeatas e manifestações
antifascistas, a RASH Fortaleza conseguiu expulsar os Carecas das ruas e as gigs tem acontecido com boa frequência,
dou êxito ao Outubro oi! que é realizado todos os anos no Mês de outubro.
Não foi fácil no inicio pra estas duas secções. Quando a RASH de São Paulo, que foi a primeira,chegou no inicio de
2000 enfrentou bastante preconceito e olhos desconfiados, nada diferente de se esperar, São Paulo estava tomada
por nazis ,carecas e toda uma corja que reivindicava o skinhead ou tentava se parecer como um. No início muitos
punks não aceitavam a ideia, mas ao passar do tempo a aceitação se pautava nas ações e na querência das ideias,
sendo demonstradas ao decorrer desta jornada.
Eram poucos membros.Difícil enfrentar os nazis quase sozinhos, dificil enfrentar os carecas, e pior ainda, enfrentar a
perseguição de “punks” que se intitulavam libertários, e não era uma perseguição de debate, era uma perseguição
violenta semelhante aos que os carecas e nazis fazem aos negros, gays e outras maiorias que eles julgam minorias.
Devo lembrar do fato que uma camarada da RASH-SP juntamente com seu companheiro (que não pertencia a
nenhum movimento) naquela época sofreram por parte dos ditos “anarcopunks”.Esta camarada foi agredida
covardemente por meia dúzia de anarcopunks, desferiram socos e todo tipo de violência naquela mulher e seu
companheiro. Após as agressões foi feita uma carta-denuncia sobre o assunto por parte dela e uma contra carta da
MAP pra “justificar” o por que das agressões a uma mulher, com muita mentira e difamação claro.
A atitude dos ditos “anarcopunks” espantou muita gente, vale colocar um comentário num fórum de uma pessoa
que leu a carta da camarada e que conhecia as pessoas que a atacaram:
“Antes eu até defendia o meio anarcopunk, depois de várias vezes testemunhar casos de perseguição e
espancamento, assim como faz a Phuneral Punk, Devastação, e inúmeras outras gangues Apolíticas, comecei a olhar
os anarcopunks com mais cautela.
Notei que são raros os tais "anarcopunks" que possuem um conhecimento político da proposta libertária, e, aqueles
raros que a conhecem, carregam posições muito estranhas, que beiram a barbárie do sectarismo, e se enlameia com
o purismo infantil, típica da vertente burguesa do maio de 68... mas isso é um debate muito avançado para se ter no
meio punk/anarcopunk.
Depois da grande cagada dos punks/anarcopunks na manifestação contra a guerra, no mês corrente, tirei minhas
dúvidas sobre os anarcopunks e tive certeza que se tratava de um movimento de moleques imaturos e "sem causa".
Ser punk/@punk é beber, curtir som, andar rasgado, nao tomar banho, etc etc. É um movimento cultural que nada se
assemelha com o Anarquismo (e parece nem pretender tal, por suas atitudes medonhas e vergonhosas).
Conheço pessoalmente a XXXXXX e os elementos que investiram contra ela e seu namorado. Na verdade, conheço há
muito mais tempo a corja pueril que a atacou, e, para minha surpresa, eu pensava que estes eram os elementos mais
avançados do meio anarcopunk. Minha ultima esperança morreu quando soube dos nomes dos indivíduos. É muito
triste que isso tenha ocorrido, mas a vida está cheia de surpresas, ainda mais na militância política.
Com exceção de alguns indivíduos punks/@apunks, todos os anarquistas devem abrir um período de sabotagem ao
movimento punk/anarcopunk, ignorá-los, e iniciar uma campanha de esclarecimento de que o movimento
anarcopunk/punk não tem nenhum vínculo histórico/político com o movimento anarquista. O único combate que o
anarquismo trava é na guerra social, na guerra dos oprimidos contra opressores, e não nos importa se você curte
execradores ou DZK, tão pouco isso será motivo de ataques físicos ou difamação, como promovem os punks.”
20
[...]
Não coloquei este fato com o intuito de debatê-lo, mas para alertar quem são as pessoas que apontam o dedo para o
skinhead e o chamam de violento, são essas pessoas que falam tanto de não violência. Deviamos postar aqui
também a agressão covarde que um de nossos camaradas da RASH-FOR passou na mão dos ditos anarcopunks de
Fortaleza, mas não vale a pena comentar sobre isso, quem bateu é um cara que não tem coragem de falar sobre anti-
Oi! Cara a cara, mas adora colar cartazes anti-skin em frente a nosso evento.
MUDANDO DE VIDA
O ANARQUISMO(Uma ideologia antifascista por
essência)prega, avisa, conscientiza para uma mudança
interna do ser humano, ninguém nasce libertário,ele se
transforma em caráter ,consciência ,vivência ,educação e
senso.Se o individuo possuía características homofobias,
machistas, racistas, pensamentos de direita em geral,
quando passa a conhecer o anarquismo/antifascismo se
transforma por inteiro – claro, os que aceitam de
verdade, não os da boca pra fora – em suas ações e modo
de pensar.
Todas as mudanças sinceras por nós são bem vindas,
obvio que esta pessoa deve demonstrar atitudes
condizentes com sua mudança, e que a confiança ela não
ganhará de uma hora pra outra.
Também não devemos ser ingênuos, quem sabe das
realidades das ruas,e isso é notável nos fóruns de
discursões os perfis de pessoa que ontem eram antifas –
tanto punks quanto skins - e hoje são carecas, são nazis,
estão em gangues de punks fascistas. Eu já perdi a conta
de quantos amigos eu perdi pra escória, já fiquei bastante
com raiva, muitos eram pessoas que um dia juraram
morrer libertárias e ser true pra sempre, mas a rua não
tem piedade e o elmo, o suspensório e o moicano pesam
nas costas de muita gente como se fosse uma cruz , e
quem não consegue carregar parte pro lado mais fácil, fingir ser skinhead e punk ao lado de pilantras ,usar o visual e
fazer besteira com eles.E o que aconteceu com a nossa amizade? Fácil,não existe mais, não estamos aqui a procura
de amigos, temos o lado da luta social e a classe trabalhadora que é o que importa, nossa luta independe de
amizades falsas. Quantos caras eu vi serem escorraçados do movimento antifa por fazerem bobagem ,e foram
escorraçados sem piedade!Somos bem claros,NÃO TEMOS AMIZADES COM PILANTRAS,NEM COM AMBÍGUOS!
Aqui não permitimos pessoas com amizades com nazis nem carecas,aqui ninguém usa bandeira do Brasil nem de São
Paulo ou qualquer outra bandeira senão a Antifascista/Libertária. O Skinhead antifa nunca foi uma “nova onda”,
muito pelo contrário, como mostrado ao longo deste escrito o antirracismo e antinazismo permeava o skinhead.
22
O VERDADEIRO SKINHEAD...NÃO EXISTE!
Devemos sempre pautar pela realidade, de quem somos no intimo,
no ideológico e aplicar isto a nosso tempo. Todos no século 21 estão
cientes de que o verdadeiro skinhead ficou em 69, na Inglaterra, no
seu auge, no seu período socioeconômico e com suas peculiaridades
singulares. Não se pode de forma alguma tentar viver ou imitar tal
período, estaríamos agindo como loucos ou como lunáticos. Então se
concluem pela máxima: Aquele que recorda o espírito de 69, com sua
música, características visuais e peculiaridades pode ser afirmar como
skinhead. Queremos dizer que um nazi JAMAIS poderá ser skinhead,
pois o movimento deste seu inicio e raiz é miscigenado e não admite
racismo. Um careca do Brasil não pode ser skinhead por que este
recusa toda a raiz, juntamente com a música negra (que eles chamam
música de maconheiro),sem contar o desprezo pelos punks. São junto
com os boneheads uma imitação pitoresca do skinhead. Uma
aberração, xerox mal feito do skinhead. Por isso deturpações do
skinhead original –POIS ESTES 2 NÃO MANTEM O TRAÇO-RAIZ
Os críticos através de noticias sensacionalistas de recortes de jornais
em relação as merdas feitas por nazis e carecas ao decorrer do tempo
no Brasil tentam empurrar estas ações nas costas dos skinheads
antifascistas ,fazendo parecer que quererem nos obrigar a assumir
coisas que não fizemos e jamais estaremos de acordo com ações
feitas por estes imbecis.
E não existe nenhuma identificação cultural comum, a não ser as
roupas em algumas vezes, visto que os carecas do Brasil se vestem de
qualquer jeito, é qualquer camisa polo, é qualquer bota e qualquer
calça, molambo mesmo, numa tentativa frustrada de se parecer
como skinhead. Os nazis nem comento. Mas o que isto tem a ver? Os
nazi-punks se vestem como Crustpunks, anarcopunks, raw punks e
isto também é identificação cultural, não? Não são parecidos visualmente? Só muda o patch e as ideias, mas de
longe não se parecem?
Eu sou libertário e NÃO VEJO COERENCIA NENHUMA me afastar do skinhead em função de gente que TENTA se
vestir igual a mim fazendo merda por ai, NÃO ESTAMOS AQUI PRA JULGAR OS OUTROS PELO VISUAL, E SIM PELAS
AÇÕES. A luta antifascista/libertária NÃO ENVOLVE ROUPAS!E os fascistas/nazistas, mesmo se vestindo como punks,
como skins ou até mesmo pelados serão combatidos por nós/classe trabalhadora.
Como dito num escrito da RASH [...]” O que deve ficar claro de uma vez por todas é que, de fato, nós do RASH não
somos skinheads originais. Portanto, não compartilhamos de todas as suas características. “[...]
Não somos skinheads originais de 69 e não temos a pretensão de ser, nem se quer invocar isto. Muito menos
“LIMPAR A BARRA DOS SKINHEADS”, não estamos aqui pra justificar ações de pessoas que não conhecemos nem
nunca vimos, que nem se quer da nossa época.
Os nazis e carecas são minorias SIM, suas ações violentas não passam despercebido pela mídia, e ainda mais que
estes andam em grupos e jamais dispersos.
23
COMO A MÍDIA TRABALHA
Vou citar 2 casos interessantes de
como a mídia não esta nem ai pra
quem é quem,e o sensasionalismo
noticiado de forma mentirosa que
vem desdes os tempos dos tabloides
ingleses.
O primeiro ao lado,foi relacionado a
morte de Johni Raoni,em São
Paulo.Quem é das ruas,quem esta
por dentro do rolê sabe que aquele
era um combate de punks e
skinheads antifascistas contra os
nazis e carecas,em setembro de
2011,mas a mídia noticou como
sendo uma BRIGA DE SKINHEADS
CONTRA PUNKS.
Logo ao lado,na cidade de Curitiba-
Paraná,em 2012,em que Punks e Skins
antifascistas confrontaram “skinheads” neo-
nazistas,deixando um neonazi morto.O
mesmo título da notícia de São Paulo.O que
quero dizer com isso?Qualquer coisa que a
mídia noticia sobre “tribos urbanas” temos
que ficar de olho bem atentos,observe o
sensasionalismo que a briga foi
colocada,não duvido de daqui a 40 anos os
sectarios utilizarão estas matérias pra usar
em mais um daqueles textos de “Por que
não queremos união com skins”.
24
OBSERVAÇÃO:Foram retirados diversos trechos de relatos e da “A Biblia do Skinhead”.Não temos este livro como
verdade absoluta,mas a história se pauta em fatos de pessoas que a presenciaram,e este é um dos poucos
materiais que se fala da tal época.
CONCLUSÃO:
Não se deve crucificar as pessoas de hoje por coisas que elas não fizeram, é antiético e nojento, ninguém pode ser
subjugado de modo fascista a pagar pelos erros alheios, muito menos empurrar rótulos descaradamente a essas
pessoas sem ao menos conhecê-la só por causa da roupa que ela veste, pra tentar vender o skinhead ou fazer
promove-lo como racista, nazista ou qualquer besteira que o valha.
Notamos que os críticos tem um forte apego por visual, e não estão interessados no pensamento das pessoas de
boas ações e atitudes por causa das roupas que elas vestem.
Pra os “pesquisadores” que SABEM DE TODA A VERDADE SOBRE O SKINHEAD : O Skinhead de 69 calçava botas,
camisas, gostava de dançar, música negra, bebidas, boemia noturna e uma bom rolê com os mates.Qualquer coisa
fora disso era livre arbítrio. Se um grupo de skinheads gostava de transar em cemitérios ou bebia somente
refrigerante, não se pode atribuir isto como caracteristicas de TODA nossa contracultura ,modo de vida, QUE TODOS
ADORAVAM FAZER ISSO.
Um abraço libertário/antifascista a todos, a luta sempre continua e não para,esta presente em todos os lugares
vestida de todas as formas,todas as cores e falando todas as linguas!
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Novembro de 2012
Dedicado em mémoria de Johni Raoni