Por que justificar seus erros o impede de mudar

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Inteligência para sua vida Renato Cardoso — http://blogs.universal.org/renatocardoso/blog/ Adaptação: Prof. Reginaldo Quirino de Almeida POR QUE JUSTIFICAR SEUS ERROS O(A) IMPEDE DE MUDAR? Diagramação: [email protected] S e você quer ir do errado ao certo, você precisa parar de justificar seus erros. Todos nós temos “boas justificativas” para eles. Deixa eu fumar! O pulmão é meu, o dinheiro é meu, a vida é mi- nha… Sim, eu a agredi, mas foi você quem começou! Eu nunca vou perdoá-lo(a) porque o que ele(a) fez é imperdoável. Sim, eu te traí, mas não foi minha intenção. Se você não tivesse me deixa- do tão carente… Eu não encontro ninguém para um relacionamento porque os homens/ mulheres que eu conhe- ço são todo(a)s cana- lhas! Eu quero mudar, mas eu não consigo! Foi o diabo que me mandou fazer isso… Justificar nossos erros é algo que fazemos para nos sentir- mos melhor com nós mes- mos. De alguma forma, nos isentamos de culpa. Tiramos o holofote de nós para outra coisa ou pessoa. Sentimos um certo alívio ao jogar a culpa no outro. O problema é que esta estratégia é altamen- te enganosa. Enquanto nos sentirmos justi- ficados em nossos erros, nos reservamos o direito de “errar por boa razão”. E continu- amos errando. Afinal, a culpa não é nossa, ou melhor, como diz o senso comum: - se a culpa é minha eu a coloco em quem eu quiser! Mas, em última análise, nós somos totalmente responsáveis por nossos atos. Em vista disso, enquanto nós não assumir- mos total responsabilidade por nossos erros; enquanto continuarmos nos justifi- cando por isso ou aquilo, principalmente quando as coisas não estão como queremos, nunca nos esforçaremos para fazer o que é certo. Assim a mudança não vem, ficamos estag- nados, inertes e presos nos nossos próprios erros, pois, justificar os erros é também uma forma de se acomodar e é por isso, que sentimos muita dificuldade em mudar. Preferimos entrar num ciclo vicioso de erros e justificativas procurando no outro aquilo que não conseguimos aceitar e senti- mos dificuldade de modificar em nós, “o julgamento contra os outros é sempre um espelho dos julgamentos que eu tenho contra mim mesmo”, conforme afirma Bernard Poolman ativista e líder espiritu- al norte americano. Infelizmente, é um instinto natural tentar justificar nossas ações. Quando eu ou você cometemos um erro, a reação intrínseca é culpar alguém. Embora saibamos que quando o erro foi co- metido, poucos vão se importar com nos- sas justificativas. Nós justificamos os erros para o bem do nosso ego. Além do mais, há um excesso de confi- ança em nós, resultado de uma manifesta- ção da vaidade, orgulho e arrogância, que gera estados mentais e emocionais fracos de recursos, nos cegando, impedindo que percebamos o óbvio e, portanto, sejamos incapazes de ver e corrigir os erros. Dizem que quando o “diabo” quer tentar alguém, a primeira coisa que faz é utilizar-se da vaida- de, orgulho e arrogância das pessoas. Portanto, bem no fundo, mostramos uma tremenda ingenuidade. Às vezes, é muito melhor dizer simplesmente: - sim, eu come- ti um erro. Porque as vezes, o que mais impressiona não é só o número de erros cometidos, mas sobretudo a incapacidade de percebê-los e de corrigi-los. É claro que erros acontecem por vários motivos. Para evitar repeti-los, é preciso entender o motivo que o ocasionou. Em muitos casos, os erros são causados por maus hábitos, como falar mentiras, fofocas, negatividade, falta de paciência, falar sem pensar, etc. Para evitar de cometer os mes- mos erros que sempre cometemos, é preciso quebrar esses maus hábitos. Isto requer uma análise cuidadosa e esforço continuo para mudar a nossa maneira de pensar. Todavia, quanto mais cedo mudarmos os hábitos ruins, mais cedo iremos evitar de cometer os mesmos erros. Por exemplo: - Fui grosso com alguém porque estava estressado(a). - O erro aqui é dizer palavras duras. No entanto, em primeiro lugar, o que te levou a ficar estressado(a)? Talvez pudesse estar muito cansado(a), ou talvez estava passando por um problema relacionado. Se uma pessoa comete erros, porque está constantemente cansada, por que não dormir mais? Se ela está constante- mente estressada, deve procurar formas de relaxar e se desligar do estresse que à inco- moda. Um dos grandes diferenciais das pessoas que buscam excelência e alcançam resulta- dos é a capacidade de aprender, sobretudo aprender com a experiência. Se a pessoa repete os mesmos erros, isso mostra que ela não está fazendo progresso e causando sofrimento nela mesma. Não se deve desanimar com a culpa, ou ficar eternamente arrependido, analise como se pode aprender com o erro. Pois, ele pode ser uma forma de identificar que algo não vai bem em nós. Deste modo, entender o erro como um processo de aprendizagem é essencial para que possamos amadurecer as ideias e aperfeiçoar nosso caráter. Contudo, os erros somente geram aprendi- zado quando nós os reconhecemos, admiti- mos nossa responsabilidade e refletimos honesta e disciplinadamente sobre suas causas. Só assim podemos ganhar sabedo- ria e acelerar nosso desenvolvimento pesso- al. O importante é ver os erros como um pequeno trampolim para um maior conhe- cimento e perspectiva de vida. “... JUSTIFICAR NOSSOS ERROS É ALGO QUE FAZEMOS PARA NOS SENTIRMOS MELHOR COM NÓS MESMOS. DE ALGUMA FORMA, NOS ISENTAMOS DE CULPA. TIRAMOS O HOLOFOTE DE NÓS PARA OUTRA COISA OU PESSOA. SENTIMOS UM CERTO ALÍVIO AO JOGAR A CULPA NO OUTRO. “ Publicação - 18/05/2015

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Inteligência para sua vida Renato Cardoso — http://blogs.universal.org/renatocardoso/blog/

Adaptação: Prof. Reginaldo Quirino de Almeida

POR QUE JUSTIFICAR SEUS ERROS O(A) IMPEDE DE MUDAR?

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S e você quer ir do errado ao certo,

você precisa parar de justificar

seus erros. Todos nós temos

“boas justificativas” para eles.

Deixa eu fumar! O pulmão é

meu, o dinheiro é meu, a vida é mi-

nha…

Sim, eu a agredi, mas foi você quem

começou!

Eu nunca vou perdoá-lo(a) porque o

que ele(a) fez é imperdoável.

Sim, eu te traí, mas não foi minha

intenção. Se você não tivesse me deixa-

do tão carente…

Eu não encontro ninguém para um

relacionamento porque os homens/

mulheres que eu conhe-

ço são todo(a)s cana-

lhas!

Eu quero mudar, mas eu

não consigo!

Foi o diabo que me

mandou fazer isso…

Justificar nossos erros é algo

que fazemos para nos sentir-

mos melhor com nós mes-

mos. De alguma forma, nos

isentamos de culpa. Tiramos

o holofote de nós para outra

coisa ou pessoa. Sentimos um

certo alívio ao jogar a culpa

no outro.

O problema é que esta estratégia é altamen-

te enganosa. Enquanto nos sentirmos justi-

ficados em nossos erros, nos reservamos o

direito de “errar por boa razão”. E continu-

amos errando. Afinal, a culpa não é nossa,

ou melhor, como diz o senso comum: - se a

culpa é minha eu a coloco em quem eu

quiser! Mas, em última análise, nós somos

totalmente responsáveis por nossos atos.

Em vista disso, enquanto nós não assumir-

mos total responsabilidade por nossos

erros; enquanto continuarmos nos justifi-

cando por isso ou aquilo, principalmente

quando as coisas não estão como queremos,

nunca nos esforçaremos para fazer o que é

certo.

Assim a mudança não vem, ficamos estag-

nados, inertes e presos nos nossos próprios

erros, pois, justificar os erros é também

uma forma de se acomodar e é por isso, que

sentimos muita dificuldade em mudar.

Preferimos entrar num ciclo vicioso de

erros e justificativas procurando no outro

aquilo que não conseguimos aceitar e senti-

mos dificuldade de modificar em nós, “o

julgamento contra os outros é sempre um

espelho dos julgamentos que eu tenho

contra mim mesmo”, conforme afirma

Bernard Poolman

ativista e líder espiritu-

al norte americano.

Infelizmente, é um

instinto natural tentar

justificar nossas ações.

Quando eu ou você

cometemos um erro, a

reação intrínseca é

culpar alguém.

Embora saibamos que

quando o erro foi co-

metido, poucos vão se

importar com nos-

sas justificativas. Nós

justificamos os erros

para o bem do nosso

ego. Além do mais, há um excesso de confi-

ança em nós, resultado de uma manifesta-

ção da vaidade, orgulho e arrogância, que

gera estados mentais e emocionais fracos de

recursos, nos cegando, impedindo que

percebamos o óbvio e, portanto, sejamos

incapazes de ver e corrigir os erros. Dizem

que quando o “diabo” quer tentar alguém, a

primeira coisa que faz é utilizar-se da vaida-

de, orgulho e arrogância das pessoas.

Portanto, bem no fundo, mostramos uma

tremenda ingenuidade. Às vezes, é muito

melhor dizer simplesmente: - sim, eu come-

ti um erro. Porque as vezes, o que mais

impressiona não é só o número de erros

cometidos, mas sobretudo a incapacidade

de percebê-los e de corrigi-los.

É claro que erros acontecem por vários

motivos. Para evitar repeti-los, é preciso

entender o motivo que o ocasionou.

Em muitos casos, os erros são causados por

maus hábitos, como falar mentiras, fofocas,

negatividade, falta de paciência, falar sem

pensar, etc. Para evitar de cometer os mes-

mos erros que sempre cometemos, é preciso

quebrar esses maus hábitos. Isto requer

uma análise cuidadosa e esforço continuo

para mudar a nossa maneira de pensar.

Todavia, quanto mais cedo mudarmos os

hábitos ruins, mais cedo iremos evitar de

cometer os mesmos erros. Por exemplo:

- Fui grosso com alguém porque estava

estressado(a).

- O erro aqui é dizer palavras duras.

No entanto, em primeiro lugar, o que te

levou a ficar estressado(a)?

Talvez pudesse estar muito cansado(a), ou

talvez estava passando por um problema

relacionado. Se uma pessoa comete erros,

porque está constantemente cansada, por

que não dormir mais? Se ela está constante-

mente estressada, deve procurar formas de

relaxar e se desligar do estresse que à inco-

moda.

Um dos grandes diferenciais das pessoas

que buscam excelência e alcançam resulta-

dos é a capacidade de aprender, sobretudo

aprender com a experiência. Se a pessoa

repete os mesmos erros, isso mostra que ela

não está fazendo progresso e causando

sofrimento nela mesma.

Não se deve desanimar com a culpa, ou

ficar eternamente arrependido, analise

como se pode aprender com o erro. Pois, ele

pode ser uma forma de identificar que algo

não vai bem em nós. Deste modo, entender

o erro como um processo de aprendizagem

é essencial para que possamos amadurecer

as ideias e aperfeiçoar nosso caráter.

Contudo, os erros somente geram aprendi-

zado quando nós os reconhecemos, admiti-

mos nossa responsabilidade e refletimos

honesta e disciplinadamente sobre suas

causas. Só assim podemos ganhar sabedo-

ria e acelerar nosso desenvolvimento pesso-

al. O importante é ver os erros como um

pequeno trampolim para um maior conhe-

cimento e perspectiva de vida.

“... JUSTIFICAR NOSSOS

ERROS É ALGO QUE FAZEMOS

PARA NOS SENTIRMOS

MELHOR COM NÓS MESMOS.

DE ALGUMA FORMA, NOS

ISENTAMOS DE CULPA.

TIRAMOS O HOLOFOTE DE

NÓS PARA OUTRA COISA OU

PESSOA. SENTIMOS UM

CERTO ALÍVIO AO JOGAR A

CULPA NO OUTRO. “

Publicação - 18/05/2015