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MINISTRIO DA EDUCAOUNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARANCAMPUS CAMPO MOUROCURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Buno PicoliEduardo de Souza EsperanaMariana TeraoMatheus Vicente

PONTOS CRTICOS DA ARMAZENAGEM DE GROS NO BRASIL

Trabalho apresentado na disciplina de Manejo e ps colheita de gros, como parte das Atividades Prticas Supervisionadas APS.

Prof. Dr. Alberto Cavalcanti Vitrio

CAMPO MOURO 2015

INTRODUONo Brasil, a armazenagem de gros e produtos ligados ao agronegcio de extrema importncia, na medida em que, compe um dos elos da cadeia logstica do agronegcio, ou seja, alimentos e matrias primas que vo abastecer mercados, indstrias, e respondem por parcela significativa do PIB e do comrcio exterior do pas. Dos 140 milhes de toneladas de gros previstos para o ano agrcola 2008/2009 h uma capacidade esttica de armazenagem no pas de cerca de 123 milhes de toneladas, ou seja, uma relao de 0,87, sendo que a FAO indica como ndice sustentvel para os pases 1,2, ou uma capacidade esttica 20% maior que o volume produzido de gros (IEA, 2008).Devido sua grande extenso, o Brasil apresenta-se como um pas com grandes contrastes. Por um lado, este mostra uma agricultura muito vigorosa, de grandes propriedades, plantaes e pastagens imensas, alta gentica, muita tecnologia, muita produo, mas pouca gente envolvida; por outro, mostra uma agricultura de subsistncia praticada por 4,5 milhes de agricultores familiares. Estes representam cerca de 85% do total de produtores rurais e se caracterizam por possurem pequenas propriedades, ou por no terem terra, no terem capacidade de investimento em tecnologia e, de modo geral, por terem baixo nvel de escolaridade.Com o crescimento expressivo da produo de gros, necessariamente h que se aprimorar seu processo de colheita e as condies de armazenagem. Uma caracterstica positiva dos gros a possibilidade de serem armazenados por longo perodo de tempo, sem perdas significativas da qualidade. Entretanto, o armazenamento prolongado s pode ser realizado quando se adotam corretamente as prticas de colheita, limpeza, secagem, combate a insetos e preveno de fungos.Os gros armazenados esto propcios sofrerem transformaes e perdas causadas por interaes entre os fenmenos fsicos, qumicos e biolgicos. Para evitar qualquer tipo de deteriorao, deve-se controlar alguns fatores como, a temperatura, umidade, disponibilidade de oxignio, microrganismos, insetos, roedores e pssaros. Sendo assim, de grande importncia manter a conservao e qualidade dos gros, deixando-os sadios, limpos e livres de resduos de agrotxicos utilizados no combate de pragas. Para isto, o armazenamento adequado ajuda a evitar essas perdas, como por exemplo, a armazenagem na forma de silagem da planta inteira triturada no caso de guardar a alimentao de ruminantes; a armazenagem na forma de silagem de gros midos para alimentao de sunos; e o armazenamento de gros secos, seja a granel ou em espiga, para alimentao animal.CONTROLE E MONITORAMENTOTermometriaA elevao da temperatura na massa de gros um dos principais fatores que causa a deteriorao da qualidade do produto, e pode ser ocasionado por diversos fatores que provocam o aumento da respirao dos gros e, consequentemente, o aumento da temperatura. Sendo assim, o controle desta temperatura fundamental para a manuteno da qualidade dos produtos armazenados, ento o sistema de termometria deve funcionar corretamente e receber constantes manutenes. Um sistema de termometria possibilita acompanhar de forma precisa a temperatura do gro armazenado. Sendo esse monitoramento indispensvel para detectar focos de calor , pragas, fungos e outros que venham a comprometer a qualidade do grao armazenado. evitando sobre tudo quando bem utilizado , perdas de prudutos e prejuizos financeiros.

Aerao e/ou TransilagemA operao de aerao (injeo forada de ar na massa de gros) e/ou transilagem (movimentao da massa de gros) so imprescindveis durante o armazenamento, pois qualquer aumento na temperatura, se no solucionado a tempo, pode comprometer a qualidade do produto, ento, o controle bsico realizado atravs dessas operaes. A aerao, homogeneizando a temperatura dos gros, impede a migrao da umidade e a formao de bolsas de calor. A transilagem, transferncia da massa de gros de uma clula para outra, passando o produto pelo ar, pode tambm, prevenir os danos provocados pelo aquecimento. Faz-se importante controlar a temperatura nas clulas de um silo e nos compartimentos de um armazm graneleiro, para em tempo hbil, evitar a deteriorao do produto.

Umidade relativa do ar desejvel a instalao de higrmetros em locais determinados para verificao da umidade relativa do ar. No caso de variaes, so realizadas intervenes, no caso aerao, para manter a qualidade dos gros armazenados. O fato de o produto ser higroscpico faz com que, sobre a sua superfcie, seja estabelecida uma camada delgada de ar que constitui um micro-clima. E este tem suas condies de estado reguladas pela temperatura e teor de umidade do produto. Uma das propriedades deste micro-clima umidade relativa, que, neste caso, tem valor igual a 100 vezes o ndice de atividade aquosa. Por outro lado, o ar que circunvizinha o produto, tambm possui a sua umidade relativa. E esta relacionada quantidade de vapor diluda no ar. O valor da umidade relativa varia de 0 a 100%. O ar, com 0%, no possui vapor de gua diludo, porm quando a 100% est em seu estado mximo de saturao

Manejo Integrado de Pragas (MIP Gros)O sistema MIP visa a diminuio das aplicaes de defensivos e controle de vetores que podem causar danos aos gros. A sua implantao requer treinamentos adequados da equipe. Esse sistema engloba vrias atividades como, a limpeza adequada das instalaes, o controle de roedores e aves, a eliminao de fontes e focos de proliferao de insetos, entre outros. O manejo integrado de pragas e doenas uma estratgia de controle mltiplo de infestaes que se fundamenta no controle ecolgico e nos fatores de mortalidade naturais procurando desenvolver tticas de controle que interfiram minimamente com esses fatores com o objetivo de diminuir as chances dos insetos ou doenas de se adaptarem a alguma prtica defensiva em especial.Quando bem empregada, a tcnica do Manejo Integrado de Pragas e Doenas (MIP) limita os efeitos potenciais prejudiciais dos pesticidas qumicos sade pblica e ao ambiente natural.O objetivo dessa estratgia no o de eliminar os agentes, mas reduzir sua populao de modo a permitir que seus inimigos naturais permaneam na plantao agindo sobre suas presas favorecendo a volta do equilbrio natural desfeito pela plantao e pelo uso de defensivos agrcolas. Dessa forma, requer o entendimento do sistema da plantao como um todo e o conhecimento das interelaes ecolgicas entre os insetos agressores, seus inimigos naturais e o ambiente onde est a plantao est inserida.A deciso de tomada de uma ao contra a infestao de insetos e outros agressores ou doenas requer o entendimento do nvel de tolerncia da plantao sem refletir em perda econmica substancial. Para tanto, necessrio o acompanhamento e a pesquisa na plantao para estimar o grau de abundncia e severidade da infestao.As tticas usuais recomendadas do Manejo Integrado de Pragas so:(i) Uso de sementes resistentes Algumas variedades de plantas desenvolveram mecanismos de defesa e se tornaram resistentes ou tolerantes, repelem ou se tornam menos preferidas pelas infestaes. As vantagens desta ttica incluem a facilidade de uso, compatibilidade com outras tticas de controle de pragas, baixo custo e impacto cumulativo sobre a praga com mnimo impacto ambiental negativo. Por outro lado, o desenvolvimento de variedades de soja tolerantes a pragas requer tempo e investimentos considerveis, e nem sempre as resistncias obtidas se tornam permanentes.(ii) Controle atravs de prticas agrcolas - A adoo de certas prticas agrcolas torna o plantio menos favorvel s infestaes. Exemplos incluem a rotao de culturas, seleo de reas de plantio, plantio de culturas-armadilhas, e ajuste do plantio e colheita na poca menos favorvel s infestaes.

(iii) Controle fsico e mecnico - O uso de barreiras fsicas, como valas e coberturas plsticas, dificulta a locomoo dos insetos para a plantao. Outras tcnicas apropriadas incluem o uso de armadilhas plsticas, fitas adesivas, dentre outras.(iv) Biocontrole Por biocontrole ou controle biolgico entende-se o uso de produtos qumicos que ocorrem naturalmente ou de organismos benficos para prevenir, reduzir ou erradicar a infestao de pragas e doenas nas plantaes, inclusive ervas daninhas. No caso dos organismos busca-se atrair ou introduzir na plantao inimigos naturais da praga ou doena; podem ser usados insetos, vrus, protozorios, fungos ou bactrias como predadores, parasitas, agentes patognicos; ou introduzir machos da espcie daninha esterilizados. Algumas vantagens esto relacionadas com a reduo de acidentes ambientais e segurana pblica provocados pelo uso de agrotxicos, como alternativa econmica para certos inseticidas, na preveno de perdas econmicas de plantaes, menor impacto ambiental e na qualidade da gua. Por outro lado, as principais desvantagens esto relacionadas com a necessidade de melhor planejamento e gesto intensiva da cultura, toma mais tempo, s vezes os custos so superiores ao uso de defensivos agrcolas, requer pacincia e sistema de acompanhamento e registros, e educao e treinamento.(v) Controle qumico Sob a tica do MIP, somente quando as tticas anteriores se mostraram ineficazes para controlar a infestao na plantao ento o uso de defensivos agrcolas se torna justificvel. Em muitas plantaes, principalmente a soja, inseticidas e herbicidas ainda so os principais meios de controle de pragas e apresentam suas vantagens: so relativamente baratos e fceis de aplicar, transportar e so versteis, pois podem ser apresentados em diferentes formas, tais como, ps, aerossis, lquidos, granulados, iscas, e de liberao lenta. Inseticidas so classificados por diferentes modos, mas prevalece o mtodo do ingrediente ativo, por exemplo, os organofosforados, os piretroides e outros. H, tambm, as categorias convencional e bioracional na primeira, o espectro de ao do pesticida bastante amplo enquanto que na segunda prevalece a especializao da ao, seja ela nos hbitos de alimentao como nos estgios de vida da infestao. Em termos, a categoria de defensivos bioracionais menos agressiva. Novas tecnologias de aplicao nas chamadas agriculturas de preciso, aliam a aplicao de defensivos e insumos necessrios com alta tecnologia de sensoriamento remoto e uso de GIS (Geographic Information System)

DESAFIOS E PONTOS CRTICOSEquipe um grande desafio das empresas para formar equipes com profissionais competentes e experientes nas diversas funes. Nas escolas tcnicas, faculdades e em cursos profissionalizantes, a rea de armazenagem e logstica de produtos agrcolas recebe pouca ateno.

Manuteno: equipamentos e instalaes um dos desafios mais importantes, pois a etapa de armazenamento requer muito a utilizao de equipamentos e instalaes, o que provoca desgaste e diminuio da vida til.

Mudanas econmicas e agrcolasAs mudanas regionais influenciam diretamente a demanda por servios das unidades armazenadoras, e estas, tem que se adaptar rapidamente s novas exigncias. Um exemplo a mudana ocorrida na ltima dcada na agricultura da regio noroeste do estado de So Paulo, devido a expanso canavieira e a diminuio da plantao de gros. Esta mudana aumentou a procura por servios de armazenamento e transbordo de acar, gerando uma adequao forada das instalaes, equipamentos e pessoal para atender esta nova demanda.Em relao a economia, esta tambm influencia muito, pois afetam diretamente nos preos dos produtos, na capacidade de consumo da populao, entre outros.

Legislao e normatizaoAs empresas, principalmente as ligadas ao setor pblico, devem se submeter a legislao que controla o servio pblico e dos controles exercidos por diversos rgos referente contratao de pessoal, aquisio de produtos e servios, e demais contratos. Por isso, a gesto dessas unidades torna-se complexa e ocorre diferente do setor privado, que trabalha com maior flexibilidade e agilidade na resoluo de problemas, atendimento s necessidades do cliente e elaborao de acordos e contratos.

Diminuio de custosA etapa de armazenagem convive com altos custos em relao s suas operaes, pois geralmente so operaes sazonais, implicando em altos custos com energia e mo de obra em determinado perodo. Ento, h a necessidade de implementar programas visando a reduo dos custos de energia, alocao de mo de obra e reduo do desperdcio, para isto toda a equipe deve estar envolvida.

REFERNCIASESPRITO SANTO, C. R. Gerenciamento na armazenagem Pontos Crticos. Biolgico, So Paulo, v. 70, n. 2, p. 87-89, jul./dez., 2008.INSTITUTO DE ECONOMIA AGRCOLA IEA, Anlise e Indicadores do Agronegcio. v.3, n.5, 2008.SARTORI, M.R. Resistncia de pragas de gros, EMBRAPA-CNPT, 1993SILVA, J. S. [editor] Pr-Processamento de Produtos Agrcolas. Instituto Maria. Juiz de Fora. 1995. 509 p. acessado em 14 de junho de 2015. acessado em 14 de junho de 2015.