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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP CRISTIANE BATISTA OLIVEIRA PROPOSTA DE UMA ESTRUTURA DE MÉTRICAS NÃO MONETÁRIAS PARA O SETOR IMOBILÍARIO BRASILEIRO MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAIS SÃO PAULO 2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

CRISTIANE BATISTA OLIVEIRA

PROPOSTA DE UMA ESTRUTURA DE MÉTRICAS NÃO

MONETÁRIAS PARA O SETOR IMOBILÍARIO BRASILEIRO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAIS

SÃO PAULO

2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

CRISTIANE BATISTA OLIVEIRA

PROPOSTA DE UMA ESTRUTURA DE MÉTRICAS NÃO

MONETÁRIAS PARA O SETOR IMOBILÍARIO BRASILEIRO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAIS

Dissertação apresentada à Banca Qualificadora da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como

exigência parcial para obtenção do titulo de Mestre

em Ciências Contábeis e Atuáriais sob a orientação

do Prof. Dr. Antonio Benedito Silva Oliveira.

SÃO PAULO

2015

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BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico essa pesquisa a todas as pessoas que direta ou indiretamente fizeram parte desta

conquista. Inicialmente, referencio a minha companheira de todas as horas Maria Telma

Oliveira Marques, pela paciência, apoio, dedicação e amor. A minha família parental

meus pais Irene e José, meus irmãos e sobrinhos. Aos meus eternos amigos Flávio

Cabral de Moraes, João Fernando Miranda, Fabio Eduardo Santana, Katia Soares de

Moraes, Carlos Eduardo Melo (Duda), Nádia Aparecida Mendes, Franklin Felix Lima e

Ana Maria Maximiano. Também aos amigos que fiz no âmbito corporativo Leticia

Bernardo, Maria Aparecida Souza e Veronice Travlos. As mulheres que admiro e

contribuíram com seus valores para minha ascensão e desenvolvimento; Monica

Cristina de Oliveira Antônio, Maria Elizandra Nascimento, Maria Antonieta Defina

Lima e Silva e em especial a Rita Carolina Ribeiro Pires e toda sua família pelo

acolhimento, incentivo, carinho e boas vibrações.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade da vida, a saúde e principalmente a fé de acreditar

que podemos realizar nossos sonhos.

Ao meu orientador, professor Dr. Antonio Benedito Silva Oliveira, por sua paciência,

generosidade e principalmente humildade de descortinar o caminho desde o inicio até a

conclusão desta pesquisa.

A Professora Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos, por sua competência,

seriedade e integridade que sempre me inspirou a produzir o meu melhor.

A Galit Spach diretora da Roll-Lift Movimento de Cargas, pela oportunidade

profissional, apoio e suporte as necessidades administrativas para realização deste

pesquisa.

Aos dirigentes do C.E.D.J Cristina Ferreira e Raimundo Wilson pela assistência

espiritual, acompanhamento de estudos e pesquisas realizados, que só fortaleceram a

vontade de concluir esse pesquisa.

Aos meus amigos queridos Elói Rosa e Vanessa Cristina Coimbra pelas vibrações e

exemplo de excelentes pessoas, professores e amigos.

A todos os cochee’s que dividiram suas experiências, sentimentos, desejos e

aprendizados no fortalecimento e enfrentamento dos desafios para a conclusão dessa

pesquisa.

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SSUUMMÁÁRRIIOO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

1.1 Problema e Delimitação................................................................................................... 15

1.2 Objeto da Pesquisa .......................................................................................................... 15

1.3 Objetivo Geral ................................................................................................................. 16

1.3.1Objetivo Especifico ........................................................................................................ 16

1.4 Justificativa ...................................................................................................................... 17

1.5 Estrutura do Pesquisa....................................................................................................... 19

2. REFERENCIAIS TEORICOS ......................................................................................... 20

2.1 Controladoria .................................................................................................................. 21

2.2 Modelo de Gestão Econômica-GECON ......................................................................... 23

2.3 Processos de Gestão Econômica .................................................................................... 24

2.4 Sistema de Informação ................................................................................................... 26

2.5 Controle Organizacional ................................................................................................. 28

2.6 Avaliação de Desempenho ............................................................................................ 29

2.7 Indicadores de Desempenho ........................................................................................... 31

2.7.1 Classificação de Indicadores .......................................................................................... 32

2.7.2 Indicadores Internos e Externos .................................................................................... 33

2.7.3 Indicadores de Tendência e Ocorrência ......................................................................... 34

2.7.4 Indicadores Quantitativos e Qualitativos ........................................................................ 34

2.8 Balanced Scorecard ....................................................................................................... 35

2.9 O Mercado Imobiliário no Brasil .................................................................................. 36

2.9.1 O Negócio Imobiliário .................................................................................................... 42

2.9.2 A Incorporação no Setor Imobiliário .............................................................................. 43

2.9.3 Os Custos de Valor Real do Investimento ...................................................................... 44

2.9.4 A Contabilidade e o Arcabouço Teórico da Informação ............................................... 45

2.9.5 A Teoria da Contingencia na Gestão da Organização .................................................... 47

3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 49

3.1. Análise de Conteúdo ....................................................................................................... 50

3.1.1 Antecedentes ................................................................................................................... 50

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3.1.2 Definição ........................................................................................................................ 51

3.1.3 Técnica de Análise de Conteúdo ................................................................................... 51

3.1.4 Pré Análise ...................................................................................................................... 52

3.1.5 Exploração do Material .................................................................................................. 56

3.1.6 Tratamento dos Resultados Obtidos ............................................................................... 57

3.1.7 Padronização das Citações dos Indicadores de Desempenho ......................................... 60

4. TRATAMENTO DE DADOS .......................................................................................... 62

4.1 Análise das Citações de Indicadores Padronizados por Empresa................................... 66

4.2 Análise dos Indicadores Não Monetários Padronizados ............................................... 69

4.3 Análise de Indicadores Não Monetários das Incorporadoras Imobiliárias .................... 71

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 78

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 81

GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 89

ANEXO I ................................................................................................................................ 92

ANEXO II ............................................................................................................................... 93

ANEXO III ............................................................................................................................. 94

ANEXO IV ............................................................................................................................. 95

ANEXO V ............................................................................................................................... 96

ANEXOVI .............................................................................................................................. 97

ANEXO VII ............................................................................................................................ 98

ANEXO VIII .......................................................................................................................... 99

ANEXO IX ........................................................................................................................... 100

ANEXO X ............................................................................................................................. 101

ANEXO XI ........................................................................................................................... 102

ANEXO XII .......................................................................................................................... 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Emprego na Construção Civil ........................................................................... 40

Tabela 2 – Censo Pesquisada ................................................................................................ 53

Tabela 3 – Citações dos Indicadores Não Monetários Identificados ............................... 64

Tabela 4 – Citações de Indicadores Não Monetários Padronizados ................................. 68

Tabela 5 – Indicadores Não Monetários Padronizados por Categoria............................. 69

Tabela 6 – Citações de Indicadores X Indicadores Não Monetários ................................ 73

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Exemplo Empresas, Atividade e Relatórios .................................................... 57

Quadro 2- Categoria e Classificação de Dados .................................................................. 59

Quadro 3- Indicadores Não Monetários Classificação em Novas Categorias ................. 75

Quadro 4- Indicadores Não Monetários da Construção Civil .......................................... 77

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RESUMO

Essa pesquisa teve por objetivo propor uma estrutura de métricas não monetárias para o

setor imobiliário brasileiro divulgado pelas empresas que compõem o índice IMOB da

Bovespa. Para isso, foi selecionado um censo de 100% das incorporadoras imobiliárias

listadas da composição da carteira teórica de ações. Os dados foram coletados por meio

de relatórios anuais do período de 2014, divulgados de forma digital no site das 15

empresas listadas pelo censo e submetidos à técnica de análise de conteúdo.

Posteriormente foram classificados em oito categorias distintas, padronizados e tratados

estatisticamente (análise de representatividade), para análise e interpretação.

Encontram-se citações de indicadores não monetários em todos os relatórios analisados,

entre os quais se destacaram aqueles que medem o publico consumidor, o volume

produzido e vendido e o desempenho dos processos internos e externos de forma geral.

Isso ocorre pelo fato de possuírem uma diversidade das citações desses indicadores

mais abordados, porém, contemplam variação do mesmo índice. Dessa forma, a maioria

dos índices das categorias identificadas, destaca-se pela importância como

demonstrativos de desempenho das operações. Com isso, foi oferecido um modelo

estruturado de métricas não monetárias, podendo ser utilizado como um complemento à

proposta de divulgação das métricas não monetárias a partir da exigência de divulgação

das notas explicativas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Assim,

trazendo uma contribuição ao método de análise das incorporadoras imobiliárias do

cenário brasileiro.

Palavras-chave: Indicador de desempenho; Métricas não monetárias; Avaliação de

desempenho e Análise de Conteúdo.

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ABSTRACT

This research aims to propose a framework of non-monetary metrics for the Brazilian

real estate industry released by the companies that comprise the Bovespa index IMOB.

For this, we selected a census of 100% of the listed real estate developers of the

composition of the theoretical portfolio of shares. Data were collected through 2014

period the annual reports, published in digital form on the site of the 15 companies

listed in the census and submitted the technical content analysis. Later they were

classified into eight distinct categories, standardized and treated statistically

(representativeness analysis) for analysis and interpretation. Are non-monetary

indicators of citations in all the analyzed reports, among which stand out those that

measure the public consumer, the volume produced and sold, and the performance of

internal and external processes in general. This is because they have a diversity of these

quotes most discussed indicators; however, include variations of the same index. Thus,

most of the indices of the identified categories stands out for its importance as

performance statements of operations. Thus this research provides a structured model of

non-monetary metrics, can be used as a complement to the proposed disclosure of non-

monetary metrics from the requirement for disclosure of the notes issued by the

Accounting Pronouncements Committee - CPC. Thus bringing a contribution to the

analysis method of real estate developers in the Brazilian scene. This study will serve as

a source of information enabling future research seeking to identify the non-monetary

indicators to assess performance and be a source of data organized indicators.

Keywords: Performance indicator; Non-monetary metrics; Performance evaluation and

Content Analysis.

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1 INTRODUÇÃO

A eficácia empresarial está diretamente ligada à percepção do processo de gestão

(planejamento, execução e controle), no alcance da missão e valores das organizações,

bem como, a definição de metas claras, o comprometimento de todos os integrantes

envolvidos, o sistema informacional de apoio e a implantação de controles de ações são

a matéria prima para a tomada de decisões dos gestores.

Nos dias atuais as escolas de negócio ao redor do mundo modelam seus

programas de aperfeiçoamento com o foco no desenvolvimento de habilidades

gerenciais, também conhecido como hard e soft skills, considerado uma necessidade

para a compreensão das rápidas mudanças do ambiente empresarial. Na visão de

Camargo (2012, p.25) “O mundo cada vez mais globalizado em que vivemos, aliado ao

desenfreado desenvolvimento tecnológico, à intangibilização dos fatores de produção e

ao aumento da competitividade nesta Era da informação, levam a uma inevitável

reanálise das estruturas organizacionais”. Tais estruturas são pensadas a partir da

complexidade das informações, das incertezas postas pelo movimento do mercado

globalizado, e adicionado ao ambiente regulatório.

Na afirmação de Viegas (2012, p.37)

Os órgãos de administração das sociedades anônimas são o conselho

de administração e a diretoria. As companhias abertas, assim como

as companhias fechadas com capital autorizado, precisam ter

necessariamente um conselho de administração. As companhias

fechadas sem capital autorizado podem ser administradas apenas

pela diretoria.

Ainda a autora, salienta a regra básica de responsabilidade civil, prevista no

direito brasileiro, descrita no artigo 927 do Código Civil que trata dos temas de

responsabilidade dos administradores de sociedades anônimas cuja lei n° 6404/76.

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Além das normas, a doutrina e a jurisprudência têm se orientado no bussiness

judgement rule do Direito norte-americano, para a análise e interpretação dos fatos.

Somados a esses elementos Viegas (2012 p. 38) acrescenta que “os administradores

devem observar o dever de diligencia, o dever de lealdade e o dever de informar [...]

exercendo suas atribuições no interesse da companhia, evitando desvio de poder e

evitando o conflito de interesses”.

A estrutura de gestão a partir do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

- IBGC (2014) vê a Governança Corporativa como um sistema que dirige, monitora e

incentiva as organizações a adotarem praticas e relacionamentos entre proprietários,

conselho de administração, diretorias e órgãos de controle.

Por um lado, o ambiente corporativo aparece na atualidade como incerto,

competitivo, pressionando os acionistas a exigirem resultados contínuos, que superem o

custo de capital. Por outro, a sociedade exige uma postura sustentável da empresa,

condição que requer do administrador ações focadas com o objetivo de otimizar os

resultados. Diante deste contexto, também são aplicadas aos administradores,

conselheiros ou diretores um sistema de responsabilização, cuja abrangência repercute

internacionalmente e indistintamente pelos participantes do mercado. Na garantia da

uma gestão transparente e de boa fé, fomentada na regulação do mercado de capitais

Chaves (2012, p.195) acrescenta que:

Os deveres e responsabilidades dos administradores das sociedades

anônimas estão claramente descritos na Seção IV do Capitulo XII da

Lei n. 6.404/76, e são nominados como Dever de Diligencia

(artigo153), Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder (artigo

154), Dever de Lealdade (artigo 155), Conflito de Interesse (artigo

156) e Dever de Informar (artigo 157), abrangendo também membros

de órgãos técnicos/consultivos criados por estatuto para

assessorar/aconselhar os administradores.

No contexto do século XXI os fatores estratégicos assumiram uma importância

fundamental para o mundo dos negócios. Nesse processo é necessário se diferenciar dos

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concorrentes, produzir crescimento continuo e sustentável, inovar e criar novos

conhecimentos a partir das mesmas ideias. Para Longo et al (2014, p.26)

Nos dias de hoje, não basta mais apenas ter uma visão estratégica

claramente delineada - é fundamental compartilhar essa visão com

todos os seus colaboradores. Comunicar, desdobrar e alinhar toda a

proposta estratégica corporativa a todos os níveis da corporação é a

essência de uma gestão orientada por sua estratégia.

No entendimento de Oliveira (2001, p.171) “fazer o melhor uso possível dos

recursos disponíveis, dados os cenários vigentes”, possibilitam o resultado econômico

das organizações, a riqueza dos acionistas e a construção de conhecimento

organizacional.

Na busca pelo resultado econômico, são necessárias ações que direcionem os

gestores a selecionar melhores opções, assim entendendo as atividades que geram valor,

para adequar os melhores recursos em novos modelos de melhoria dos processos

administrativos. Para Welsh (1983, p.19) o esforço administrativo global envolve a

“tomada de decisões e a motivação dos indivíduos na busca por objetivos específicos”.

No âmbito da mensuração econômica, Peters (2004, p.11) ressalta que as

empresas no processo de competição fazem o espelhamento uma nas outras.

“Fabricando ou gerando serviços assemelhados por meio de sistemas produtivos

parecidos, com apoio tecnológico e logístico também semelhantes”. A disputa no

mercado mediante preços baixos podem ser inviáveis economicamente. Ainda segundo

esse autor o ponto estratégico empresarial está na agregação de valor aos stakeholders.

Mas que é a partir da “diferenciação de produtos, processos, tecnologia de informação e

logística, é que a empresa poderá efetivamente agregar valor à sociedade e ao cliente

especificamente e, então, almejar obter resultados positivos relevantes”. (PETERS,

2004, p. 11).

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Daí resulta a busca por métricas não monetárias para suportar o diferencial

competitivo das empresas, oferecer uma visão de realinhamento e adaptação à realidade

do desempenho de cada entidade econômica.

Neste sentido essa pesquisa aborda o tema: proposta de uma estrutura de

métricas não monetárias para o setor imobiliário brasileiro, para avaliação de

desempenho econômico das incorporadoras imobiliárias. Com o intuito de desvelar um

caminho para perenidade e crescimento sustentável se utilizando de um modelo de

gestão que propicie um maior numero de decisões acertadas.

1.1 PROBLEMA E DELIMITAÇÃO

O desempenho dos negócios empresariais até o final da década de 1980 era

medido por meio dos indicadores financeiros. Neste, utilizavam-se fluxo de caixa, lucro

e investimentos. Contudo, essas medidas eram consideradas por muitos críticos como

Kaplan e Norton (1997) insuficientes para mostrar as mudanças e as melhorias nos

negócios, bem como medir o desempenho das organizações no futuro. Pois as

informações financeiras e contábeis não ofereciam uma previsibilidade dos eventos em

longo prazo, e nem informações necessárias para a geração de valor criada pelos ativos

intangíveis. Portanto, gerenciar os negócios empresariais na era da globalização e da

tecnologia considerando somente as informações financeiras e contábeis torna o

processo decisório incompleto. Nesse sentido, a pergunta que se pretende responder na

referida pesquisa é: como conciliar métricas não monetárias com indicadores de

desempenho para a gestão econômica de uma entidade?

1.2 OBJETO DE PESQUISA

Atualmente os resultados de negocio de uma empresa dependem do modelo de

gestão implementado. Esse modelo de gestão precisa considerar um sistema de medidas

de desempenho com métricas financeiras e não financeiras para conseguir dar respostas

às mudanças constantes e velozes provocadas pela pressão das forças de mercado, pela

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competitividade empresarial e pelos novos avanços tecnológicos. É nessa direção que o

recorte desta pesquisa propõe uma estrutura de métricas não monetárias para o setor

imobiliário brasileiro, a partir da análise de conteúdo dos Relatórios de Administração

divulgados por meio eletrônico no site das empresas incorporadoras imobiliárias

listadas pelo índice IMOB na Bovespa no período de 2014. Neste contexto foram

elencados um objetivo geral e alguns objetivos específicos.

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral é analisar o número de citações dos indicadores não monetários

divulgados nos relatórios de administração e assim, propor métricas que possam

predizer a avaliação de desempenho econômico das incorporadoras imobiliárias listadas

pelo índice IMOB na Bovespa no período de 2014.

1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Nesse sentido, os objetivos específicos dessa pesquisa são:

1. Contabilizar a quantidade de citações de indicadores não monetários, provindos

de unidades de medidas divulgadas nos relatório de administração das

incorporadoras imobiliárias que compõem o índice IMOB da Bovespa;

2. Classificar indicadores não monetários em categorias;

3. Dividir as categorias em nova classificação abrangendo mais de um parâmetro

por citação de indicadores;

4. Eliminar a dupla contagem de citações dos indicadores não monetários;

5. Extrair indicadores não monetários de avaliação de desempenho e comparar com

conceitos de indicadores de avaliação de desempenho já publicados no mercado

imobiliário;

6. Propor uma estrutura básica de métricas não monetária ao setor imobiliário

brasileiro.

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Com o alcance destes objetivos se busca maior transparência e evidenciação para as

empresas do setor.

1.4 JUSTIFICATIVA

O tema se justifica por ser um assunto que trata do consumidor brasileiro, em um

cenário econômico desafiador, onde as incorporadoras imobiliárias evidenciam a queda

da comercialização de unidades por sofrerem o impacto da alta de inflação, politicas de

créditos mais rigorosas e menor confiança dos consumidores. Para Bonatelli (2014)

depois de um período de alta demanda do mercado imobiliário as incorporadoras

contabilizam um aumento de estoque de 16% de unidades encalhadas. No período de

junho de 2013 a junho de 2014 as oito maiores incorporadoras imobiliárias do Brasil:

Cyrela; PDG; Gafisa/Tenda; MRV; Rossi; Direcional, Eztec e Even, somaram uma

importância de R$ 29 bilhões de reais de vendas não realizadas. Efeitos negativos

desses eventos geraram quebra de contrato, os chamados “distratos”, que ocorrem no

fim das obras onde os clientes adquirem imóveis na planta, e quando o cliente é

submetido ao financiamento diretamente com o banco o financiamento é indeferido,

pois os contratos são submetidos a regras mais rígidas, e os reajustes monetários

superam a capacidade de pagamento dos consumidores.

Nesse sentido, o tema tem sua relevância social e econômica por impactar na

estrutura da empresa limitando a previsibilidade do empresário e afetando

negativamente na confiança do consumidor. Neste aspecto, a Contabilidade por ser uma

ciência, pode contribuir positivamente para a prosperidade das organizações, a partir da

geração, análise e explicação das informações que possibilitam o controle, o

planejamento e a tomada de decisão. A evidenciação ligada aos objetivos da

contabilidade é vista por Iudícibus (2010 p. 110-115) e refere-se a “todo o conjunto das

demonstrações contábeis [...], sendo um compromisso inalienável da contabilidade com

seus usuários e com os próprios objetivos”. Para Iudícibus (2010, p.110) a evidenciação

tem como objetivo “garantir informações diferenciadas para os vários tipos de

usuários”, e tais informações precisam está articuladas e serem adequadas, justas e

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plenas. Iudicibus (2010) chama a atenção, para o ato de fazer a leitura analítica das

informações diferenciadas, e que esta atribuição, cabe a um contador qualificado, com

conhecimentos de procedimentos e normas contábeis, capaz de distinguir o momento de

omitir e ou divulgar informações que sejam significativas para tornar os demonstrativos

contábeis compreensíveis para as tomadas de decisões. Assim, Iudícibus (2010 p. 115)

afirma que a essência da evidenciação é : “apresentar informação quantitativa e

qualitativa de maneira ordenada, para propiciar uma base adequada de informação para

o usuário”. Uma das formas de evidenciação utilizada nesta pesquisa é o Relatório de

Administração conceituada por Iudícibus (2010 p.115) da seguinte forma:

O Relatório de Administração engloba informações de caráter não

financeiro que afetam a operação da empresa: expectativas com

relação ao futuro no que se refere à empresa e ao setor, planos de

crescimento da companhia e o valor de gastos efetuados ou a efetuar

no orçamento de capital ou em pesquisa de desenvolvimento.

Outra forma para se realizar a evidenciação nesta pesquisa é por meio das notas

explicativas. Tanto Iudícibus (2010 p. 114) quanto Hendriksen (2007) concordam

acerca dos objetivos das notas explicativas que visam: “evidenciar informação que não

pode ser apresentada no corpo dos demonstrativos contábeis”. Hendriksen (2007)

aponta as vantagens e desvantagens das notas explicativas. Como vantagens tem-se a

possibilidade de fornecer informações mais amplas dos resultados financeiros e não

financeiros, quantitativos, descritivos e qualitativos. Permite também divulgar ressalvas,

restrições e detalhes nos relatórios de demonstrações. As desvantagens estão na

dificuldade de entendimento e leitura, exigindo maior atenção nas descrições textuais

nas tomadas de decisões e o uso abusivo das notas explicativas em detrimento da

incorporação de novas relações nos demonstrativos. Tanto Hendriksen (2007, p. 525)

quanto Iudícibus (2010) apresentam os tipos mais comuns de notas explicativas são

elas:

Explicações de técnicas ou alterações de métodos; explicações de

direitos de credores a ativos específicos ou prioridades de direitos;

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divulgação de ativos ou passivos contingentes; divulgação de

restrições a pagamentos de dividendos; descrições de transações

afetando o capital social e os direitos de acionistas; descrições de

contratos executórios.

Nesta pesquisa a escolha do tipo de notas explicativas é a que se refere à

“explanação de técnicas ou mudanças nos métodos”, por ser uma dos tipos que mais se

aproxima dos objetivos desta pesquisa, podendo suportar a estrutura de novas métricas

de avaliação de desempenho.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

A referida pesquisa apresenta cinco capítulos.

No capitulo 1 aborda a Introdução contendo a delimitação do problema de

pesquisa, questão problema, o objetivo geral e os específicos da pesquisa, a justificativa

do tema, e por fim a descrição de estrutura da pesquisa.

Capitulo 2 – Referencial teórico, nesta parte da pesquisa se encontra os pilares

fundamentais da estrutura conceitual. O mergulho na revisão literária e a navegação

pela teoria da contabilidade e teoria das contingencias, autores e conceitos que

permitirão a elaboração das discussões em questão.

Capitulo 3 – Metodologia da pesquisa, este capitulo explica os procedimentos

metodológicos científicos da pesquisa, que foi realizada de forma exploratória em sitio

eletrônico a partir do relatório de administração publicado no período de 2014 pelas

incorporadoras imobiliárias, no atendimento da exigência do órgão BOVESPA.

Capitulo 4 – Tratamento de dados organizados, analisados e discutidos, neste

capitulo são divulgados os resultados comparativos e inéditos.

Capitulo 5 – Conclusão, nesta etapa se pretende responder a questão problema

de pesquisa, com base na coleta de informação, análises empíricas dos relatórios de

administração e a sustentação das teorias e conceitos apresentados.

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2. REFERENCIAIS TEÓRICOS

A revisão literária e sua navegação por teorias, autores e conceitos que

permitirão a elaboração das discussões em questão possibilitam a aproximação da

pesquisadora com a produção teórica existente acerca do tema, bem como permitiram

identificar conceitos fundamentais do estudo, a saber: modelo de gestão; modelo de

decisão , processo de gestão, avaliação de desempenho, sistema de informação,

indicadores de medidas, entre outros . Para Catelli (2010:31) o modelo de gestão

econômica da empresa é construído a partir de tais aspectos: “missão da empresa,

conjunto de crenças e valores da organização, da estrutura organizacional, da realidade

operacional e das características dos gestores empresariais.” Ainda para esse autor, a

gestão econômica serve para administrar resultados econômicos otimizados por meio de

um sistema de gestão e um sistema de informações.

Parisi (2010) apresenta os principais instrumentos que fazem parte de uma

gestão são: o processo de planejar, controlar, executar e de sistematizar as informações.

Bem como, outras práticas utilizadas pelas organizações conforme as características

particulares dos gestores. Já Pereira (2010) conceitua acerca do resultado econômico,

que tem como premissa básica o resultado global da organização por meio do nível de

qualidade e excelência dos gestores no alcance da otimização de resultados. Nesse

contexto pode se observar que a otimização de resultados econômicos direciona a

eficácia empresarial por consequência, assim há convergência do conceito entre os

autores Catelli; Guerreiro e Pereira acerca do assunto, evidenciando os pontos

destacados com foco na satisfação das partes relacionadas, tais como: clientes;

acionistas; governos; fornecedores e outros. Por outro lado Guerreiro (2010) considera a

importância de viabilizar um sistema de informação que comporte as necessidades

informativas dos gestores em cada etapa do processo de gestão da organização. Assim, a

partir da utilidade da informação e sistematização de uma ferramenta que possibilite a

construção de indicadores de medidas coerentes com o modelo de gestão econômica da

organização. Para Marquezan; Diehl indicadores de medidas podem se classificar em

divisão financeira, ou seja, expressos em moedas e não financeiras, expressos em

diversas unidades de medida, quantitativas ou qualitativas. Assim, a partir dos

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resultados evidenciados pelos indicadores, se dá a construção de critérios de avaliação

de desempenho da organização.

2.1 Controladoria

Para abordar o modelo de gestão econômica é importante resgatar seu

nascimento na controladoria. A controladoria é um órgão administrativo da empresa,

que através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação, é responsável pela

coordenação da gestão econômica e financeira da empresa. Promove o suporte à gestão

do negócio, de modo a assegurar que este atinja seus objetivos. Ao mesmo tempo, é a

visão de controle permanente e do alerta permanente. Controlar, informar, influenciar,

para assegurar a eficácia empresarial. Uma das características da atuação da

controladoria é de sustentar uma postura ativa, sabendo da responsabilidade de nortear

as decisões do gestor. Segundo Catelli; Dornelles e Guerreiro (s.d/s.p) o objetivo da

controladoria “é a gestão econômica, compreendida pelo conjunto de decisões e ações

orientado por resultados desejados e mensurados segundo conceitos econômicos”.

A controladoria tem como base a contabilidade, ciência em que repousam os

fundamentos da gestão econômica. É um tema que estimula o debate por possibilitar

vários entendimentos acerca de seu conceito. Para Peters (2004 p.1) “a Controladoria é

uma atividade típica em empresas norte americanas. É no mercado norte-americano que

ela desenvolveu-se modernamente, e está alicerçada no Mercado de Capitais

competitivo e ativo [...]”. No inicio do século XX vem se expandindo em varias partes

do mundo a partir da entrada das multinacionais norte-americanas no país. Foi o que

aconteceu aqui no Brasil, principalmente a partir da década de 1970, com o

aperfeiçoamento de novas tecnologias de gestão, formando o modelo teórico que

sustenta o modelo cientifico de controle econômico, financeiro de gestão e resultados.

A implementação da área de controladoria consiste inicialmente em algumas

etapas, deve-se investigar a empresa como um todo. Conhecer os seus processos

operacionais e culturais. Para Clovis Padoveze (2003, p.40)

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é fundamental que a implementação da área de controladoria transite

por etapas, sendo; a primeira etapa que consiste em uma análise do

todo da empresa, tendo como referência sua organização e os

sistemas de informação existentes, para que o controller possa fazer

um diagnóstico das suas necessidades de informações para os

modelos decisórios [...].

Essa área tem o foco na gestão econômica da empresa que visa alcançar maior

eficácia, a partir da obtenção do resultado planejado. Além disso, a controladoria se

embasa no planejamento e controle das empresas, e sua mensuração é feita pelos

resultados eficientes por meio das informações construídas pelo sistema contábil. A

controladoria molda a contabilidade em um formato dinâmico, preciso e norteador das

suas ações.

Assim, agregados ao conceito do sistema de informação e evoluindo para o

planejamento e controle, Crozatti (2003, p.6) conceitua que; “O processo de gestão,

compreendido em Planejamento Estratégico, Planejamento Operacional, Programação,

Execução e Controle tem como objetivo levar a empresa a uma situação atual a uma

situação objetivada”. Ainda no mesmo artigo salienta que “A primeira fase de

planejamento no processo de gestão deve ser voltada ao entendimento do cenário onde a

empresa esta operando”.

Para Catelli (2010, p.61), “os sistemas de informação devem apoiar as decisões

dos gestores em todas as fases do processo de gestão, que requerem informações

especificas”. Essas afirmações nasceram com a constatação de que a contabilidade

tradicional e ortodoxa ainda focada em registar os fatos econômicos passados

impossibilitava o gestor a simular os eventos futuros desejados. Assim, pode-se

enxergar a controladoria como um processo de desenvolvimento e maturidade da

ciência contábil que se ramifica em dois vértices: o primeiro como detentor e

responsável da base conceitual cientifica e o segundo pela coordenação e administração

desse conhecimento na sua modelagem e integração a outros sistemas, ligados por uma

visão multidisciplinar da empresa que possa suprir o gestor adequadamente na

construção do cenário decisório. Há uma preocupação no âmbito acadêmico e cientifico

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em relação às demandas da sociedade por coisas praticas e imediatistas, por sua vez a

controladoria vem se apropriando dos ramos do conhecimento mais amplo e se

fortalecendo em teorias que possibilitam a criação de novas tecnologias.

2.2 Modelo de Gestão Econômica - GECON

O modelo de gestão econômica – GECON desenvolvido e apresentado por

(Catelli et al.1999 p. 395) e discutido por outros professores no departamento de

contabilidade da FEA/USP e da FIPECAPI é “um modelo gerencial voltado à

administração por resultados econômicos”. O objetivo desse modelo é alcançar

resultados eficazes para a empresa. O mesmo é composto por três elementos, segundo

esses autores:

Modelo de gestão, [...] como conjunto de crenças e valores que

orientam o processo de gestão da empresa. Processo de gestão

estruturado nas fases de planejamento estratégico, planejamento

operacional, execução e controle. Sistema de informação que é

voltado ao atendimento das necessidades informativas dos gestores

em cada fase do processo de gestão.

Esse modelo destaca a integração de todas as áreas da empresa e o resultado

econômico é formado pelos resultados econômicos das diversas áreas. Cada gestor na

coordenação terão suas contribuições individuais de cada área, mas respondendo para o

todo da empresa de modo a otimizar os resultados. As decisões dos gestores foram

estruturadas pelo modelo GECON por meio do planejamento estratégico, o qual deverá

fazer uma análise tanto das ameaças quanto das oportunidades do ambiente externo e

identificar os pontos forte e fraco da empresa para criar ações estratégicas e cumprir a

missão da empresa. Em seguida tem-se o pre-planejamento operacional que identifica as

alternativas e o planejamento operacional detalha tais alternativas para caminhar para a

outra fase que é a execução propriamente dita e, por fim, o controle. Este envolve ações

corretivas de modo a alcançar os objetivos propostos.

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O sistema de informação é tido como fundamental para que os gestores se

fortaleçam nas tomadas de decisões. O mesmo é entendido como um recurso para

alcançar os objetivos de forma eficiente sem eliminar outros recursos no processo de

gestão da empresa. Mas, além disso, é imprescindível que o gestor compreenda o teor

da informação para as tomadas de decisões e sua relevância. Tendo a informação como

um recurso que pode ser melhorado e transformado em ferramenta de gestão. Vale

ressaltar, que todo processo em desenvolvimento estagia por fases, sendo a próxima

etapa a qualificação da informação e a “comparação entre os resultados planejados e

realizados para fins de avaliação de resultados e desempenhos” (CATELLI et al.1999 p.

400).

2.3 Processos de Gestão Econômica

Na visão de Catelli; Pereira e Vasconcelos (2010), o processo de gestão

econômica é uma grande estrutura de controle, seu objetivo é garantir a eficácia

empresarial no continuo processo de tomada de decisões pelos gestores. Os eventos

econômicos são caracterizados pelas diversas atividades desenvolvidas na empresa,

possibilitam o processo de transformação econômica e ainda atribui valor econômico

aos produtos e serviços proveniente dos recursos consumidos, bem como, a satisfação

das necessidades de clientes e empresas. Assim, na busca pela eficiência e eficácia no

processo produtivo da empresa se faz necessário à implantação de um sistema de gestão

que seja estruturado e não permita que o processo de gestão seja um simples

agrupamento de recurso. Esse processo denominado de “gestão” visto por Catelli;

Pereira e Vasconcelos (2010) está dividido em três partes sendo: planejamento, que se

subdivide em planejamento estratégico, planejamento operacional e o ajuste de planos.

O segundo momento é o da execução, que compõe o sistema de custeio. E a terceira e o

controle para mensurar com eficácia os resultados previstos e possibilitam a utilização

de medidas corretivas. Para Figueiredo (1995) o planejamento se dá pelo

estabelecimento e manutenção de um plano integrado para as operações consistentes

com os objetivos e metas da companhia, considerado que o curto e o longo prazo devem

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ser analisados e revisados constantemente, comunicados aos vários níveis de gerência

por meio de um sistema de comunicação apropriado. Padovezi (2010, p.26)

complementa o entendimento de planejamento como uma subdivisão em duas partes:

“planejamento estratégico e planejamento operacional”. O planejamento estratégico

emerge do pensamento equilibrado no processo de gestão e tem como objetivo

selecionar as melhores alternativas, técnicas e ferramentas para prever possíveis riscos e

intervir com medidas corretivas a fim de se obter um resultado favorável. No

entendimento de Padovezi (2010 p. 85), “O planejamento estratégico é um processo que

prepara a empresa para o que esta por vir”. Para Catelli; Pereira e Vasconcelos (2010),

o planejamento estratégico são estratégias utilizadas pelos gestores visando o alcance de

objetivos já determinados. São essenciais para medir o desempenho previsto e o

realizado em determinado período de tempo, bem como, assegurar o cumprimento da

missão da empresa. A fase estrutural do planejamento estratégico exige um conjunto de

regras de natureza qualitativa que irá orientar a etapa produtiva ou do planejamento

operacional. Para Oliveira (2009, p.83) o planejamento operacional consiste na

“identificação, integração e avaliação de alternativas de ação e na escolha de um plano

de ação a ser implementado”. Por outro lado Padovezi (2003, p.28) define o

planejamento operacional como “os planos, políticas e objetivos operacionais da

empresa e tem como produto final o orçamento operacional”.

No âmbito da execução Oliveira (2009, p.85) afirma que a “execução

corresponde à fase em que os recursos são consumidos e os produtos gerados”. No

entanto o plano de ação dos gestores requer a analise de variáveis internas e externas

visando identificar e aproveitar oportunidade, evitar possíveis ameaças, investir em

pontos fortes e suprir déficits de pontos fracos. A partir da perspectiva de oportunidade

e ameaças o papel do gestor está condicionado a diversas análises do ambiente externo,

em termos de variáveis, mudança nos padrões de consumo, níveis de escassez e

abundância nas fontes de abastecimento. Outras variáveis externas são: atividade

econômica, movimentos políticos, acordos sindicais, surgimento de novas tecnologias,

incentivos fiscais e tributários para exportação e acordos bilaterais em outras instancias

econômicas.

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Em relação ao controle do ambiente interno o alerta permanente do gestor está

direcionado à definição de quais produtos ou serviços serão ofertados, na participação

do mercado em questão, no estabelecimento de parcerias e canais de distribuição,

volume de produção, estrutura predial da organização, e por fim os objetivos

econômicos e financeiros da empresa. O controle é entendido por Padovezi (2010, p.28)

como um:

Processo contínuo e recorrente que avalia o grau de aderência entre

os planos e sua execução compreendendo a analise dos desvios

ocorridos, procurando identificar suas causas e direcionando ações

corretivas. Além disso, deve se observar a ocorrência de variáveis no

cenário futuro, visando assegurar o alcance dos objetivos propostos.

Dentre a complexidade dos cenários, os direcionadores para as tomadas de

decisão tem um enfoque sistêmico, onde o controle faz um papel de dar feedbacks e

alimentando o sistema.

Todos esses elementos: planejamento, planejamento estratégico, planejamento

operacional, execução e controle inter-relacionados fazem parte do sistema de

informação que compõem o processo de gestão e subsidiam o gestor nas tomadas de

decisão. Para Oliveira (2009 p.101) “a informação deverá ser completa, precisa de

produção econômica, flexível, confiável, relevante, de fácil compreensão, atual e

verificável, além de estar à disposição dos gestores no momento oportuno”.

2.4 Sistemas de Informação

Para um melhor entendimento a cerca do assunto abordado nesta pesquisa, se faz

necessário conceituar o sistema de informação, uma vez que é fundamental entender

primeiramente a importância da informação. Esta será entendida como um recurso para

alcançar os objetivos de forma eficiente sem eliminar outros recursos no processo de

gestão da empresa. Mas, além disso, é imprescindível que o gestor compreenda o teor

da informação para as tomadas de decisões e sua relevância. Tendo a informação como

um recurso que pode ser melhorado e transformado em ferramenta de gestão. Vale

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ressaltar que todo processo em desenvolvimento estagia por fases, sendo a próxima

etapa a qualificação da informação.

Stumpf (1998, p.3), propõe, “a concepção de um modelo de Sistema de

Informação para a Controladoria, aqui denominado Painel de Controladoria, o qual foi

projetado e desenvolvido sob dois aspectos fundamentais: a geração e a comunicação

das informações da Controladoria aos usuários, utilizando recursos de Tecnologia da

informação”. Para Catelli (2010, p.61), “os sistemas de informação devem apoiar as

decisões dos gestores em todas as fases do processo de gestão, que requerem

informações especificas”. Já Padoveze (2003, p.43) conceitua o sistema de informação

como “o conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados

segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e tradução em

informações, para com o seu produto, permitir as organizações o cumprimento dos seus

objetivos principais”. Este autor classifica o sistema de informação em dois grupos:

Sistema de Informações de Apoio às Operações e Sistema de Apoio à Gestão.

No primeiro caso, refere-se “ao sistema físico-operacional, que exige planejamento e

controle das diversas áreas operacionais da empresa”. (Padoveze, 2003 p.43). Já o

Sistema de apoio à gestão diz respeito à “vida econômico-financeira da empresa”.

Nesta atende a necessidade de avaliação de desempenho dos processos decisórios. A

interação entre os dois sistemas acontece a partir da mensuração econômica dos eventos

gerados e controlados pelos Sistemas de Apoio às Operações.

As operações são classificadas também em subprocessos e delimitadas pela área

administrativa da empresa. Para (Santos, 2010 p.2), “são chamados de ciclo operacional

o intervalo de tempo gasto na execução de todas as atividades. Representado pelo

numero de dias transcorridos entre a compra de matéria primas ou produtos e o

recebimento da venda dos produtos fabricados ou comercializados”. O tempo de

duração do ciclo operacional influência sobre o volume dos recursos financeiros

consumidos na operação da empresa.

Pelo motivo das operações não serem sincronizadas a empresa compromete o

capital de giro e para continuar a produção já vendida, tem a necessidade de consumir

produtos bancários como empréstimos, limites especiais, gerando passivos em longo

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prazo e um endividamento financeiro relevante, classificando as operações como

inviáveis devido ao risco de credito com os fornecedores e clientes e má gestão da

produção e estoques. Para Santos (2010 p.2), “o ciclo financeiro é o intervalo de tempo

entre os eventos financeiros ocorridos ao longo do ciclo operacional, representados pelo

pagamento a fornecedores e pelo recebimento das vendas”.

2.5 Controle Organizacional

No estudo feito por Florentino e Gomes (2009), o controle organizacional é

realizado permanentemente por todos os indivíduos que compõem a organização. Esse

processo é desenvolvido a partir da cultura organizacional e são estimulados pelos

gestores, visando o alcance dos objetivos globais por meio do mecanismo da motivação

e orientação. Assim influenciam resultados mais favoráveis e também o

aperfeiçoamento continuo dos indivíduos e processos. Para Atkinson et al., (2008), o

controle organizacional só é efetivo se for capaz de adaptar-se as necessidades de

mensuração e desempenho na identificação de desvios e na correção da rota entre os

cenários planejado e realizado. Assim Miranda e Silva (2002) entende que controle é

realizado a partir de indicadores já estabelecidos, contribuindo para que a organização

cumpra o objetivo da sua missão. Para Catelli; Pereira e Vasconcelos (2010), o controle

é executado no núcleo da administração central, responsável por todas as áreas

operacionais da organização. Esse processo pode ser implantado com êxito se dividido

em quatro etapas distintas, são elas: prever resultados; reunir informações; comparar

desempenho; e verificar decisões. A primeira etapa está vinculada a forma de medir

desempenho como causa de decisões, a segunda sobre a aferição do desempenho real, a

terceira na comparação do projetado versus o realizado e o quarto com a correção de

procedimentos deficientes. As diretrizes dessas etapas são baseadas em planos de

controle claras, objetivas e integradas. Possibilitando que as informações sejam

ferramentas na análise de desempenho e também na comparação das bases em todas as

etapas da gestão. Na busca de resultados planejados o controle organizacional deve

assegurar que os objetivos esperados sejam atingidos. Oliveira (2010) complementa que

por meio dos relatórios de acompanhamento pode se analisar o processo de controle

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pelo prisma das causas das variações; simuladores de soluções; negociação dos planos;

programas de abastecimento e fornecimento; validação de auditorias de qualidade;

atualização do orçamento; e validação de novo programa para organização. Para tanto

Lemes (2010) ressalta que o processo de controlar, complementa o processo de planejar.

O bom planejamento é inerente ao controle efetivo, afim de que possa ser realizado

concomitante com as atividades no final de cada etapa do processo. O controle deve ser

mensurado economicamente e oferecer informações relevantes às decisões futuras.

Desta forma o controle organizacional pode ser exercido em partes da organização em

suas respectivas áreas e responsáveis com graus de autoridade delegadas. Sendo assim,

cabe à controladoria a centralização do processo de controle na garantia dos resultados

globais planejados.

2.6 Avaliação de Desempenho

Anthony e Govindarajan (2001) abordam o sistema avaliação de desempenho e

os parâmetros financeiros e não financeiros em todos os níveis organizacionais. Os

indicadores não financeiros são indicadores que indicam o desempenho futuro. São

indicados pelos autores citados acima que a importância da combinação dos indicadores

financeiros e os não financeiros no controle gerencial. Acrescenta também os

parâmetros internos e externos como a satisfação dos clientes e o rendimento da

produção.

Para Pereira (2001) avaliações de desempenho são norteadores que ajudam a

análise e julgamento de situações, ideias e objetivos visando qualificar a tomada de

decisão no alcance de perspectivas planejadas da organização. Neste processo podem

ocorrer variáveis nas seguintes condições adversas: quando as bases utilizadas não

forem confiáveis e os critérios e conceitos forem indefinidos; e também a imprecisão ou

inabilidade do avaliador, que poderá utilizar crenças e valores próprios ao auferir os

resultados obtidos. Neste contexto, se faz necessário uma estratégia de implantação que

faça sentido com o ambiente da organização e com um modelo de gestão que oriente o

processo avaliativo, que seja influenciado pela cultura organizacional, bem como, as

características da identidade constituída. A eficiência no alcance dos resultados

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planejados está relacionada à harmonização do modelo de gestão com o impacto das

forças contarias na dinâmica da mudança existente na organização, de forma que o

processo contribua na formatação de um instrumento que sirva como uma bússola e

aponte o caminho de uma gestão eficaz que não tem o fim em si, mas no movimento de

sua continuidade.

Na abordagem sistêmica da teoria da contabilidade Iudícibus (2010, p.10)

ressalta “o método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica,

financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequado por parte

dos usuários da informação”. Ainda o autor destaca que o processo de comunicar a

informação contábil implica em duas etapas, sendo : a primeira em reconhecer o tipo de

informação necessária ao usuário e a segunda na avalição da habilidade do usuário na

interpretação adequada da informação. Neste sentido, compreender que as preposições

doutrinarias não são suficientes para a tomada de decisões visando obter resultados

adequados. Mas sim procurar o entendimento das necessidades vindas dos usuários e

fornecer as repostas mais adequadas. A reponsabilidade do contador compreende a

análise das restrições dos usuários e o filtro da informação contida na gama de

informações contábeis é pertinente à análise das restrições de mensuração do sistema de

informação e da Contabilidade em si. Na consolidação do entendimento é oportuno

desenvolver uma noção de relevância , de forma a delimitar qualitativamente e

quantitativamente a informação apresentada. A participação entre usuários e

contabilidade torna-se um fator contributivo para melhorar o aproveitamento do sistema

de informação empresarial. Guerreiro (1990), acrescenta que no sistema de

informações contábeis há outros fatores que são relevantes sob a ótica da gestão

econômica, visam resultados eficazes para organização e permitindo a mensuração

tanto dos gestores quanto das áreas de responsabilidade. Há outras vantagens em

analisar os critérios de natureza econômica são eles: a mensuração do valor efetivo na

geração de bens e serviços; eliminação de arbitrariedades causada por rateios; e valores

de receitas e despesas considerados na mesma data, anulando efeitos da inflação.

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2.7 Indicadores de Desempenho

Callado e Almeida (2007) acredita que para uma definição adequada de

indicadores de desempenho deve-se primeiro entender seu significado e visualizar a

abrangência da sua utilização.

Segundo MacArthur (1996) o que importa para um indicador de desempenho é

quantificar a realização das atividades com a proposta de comparar metas determinadas.

Para Zilber e Fischmann (2002), indicadores de desempenho possibilitam a análise das

decisões tomadas e posteriormente as correções necessárias na adequação do processo

de gestão. Ainda o autor salienta que é possível identificar a qualidade da performance

alcançada e assim obter segurança sobre as decisões estratégicas dos gestores. Já

Miranda e Silva (2002) destacam que os indicadores de desempenho mais desejados

pelas organizações estão relacionados com a busca por definir e medir o que de fato

deve ser considerado, os atributos de desempenho adotados como referencia na

avaliação de desempenho. Na opinião de Paula e Ichikawa (2002) indicador de

desempenho deve estabelecer dois eixos centrais sendo; indicadores de qualidade e

produtividade. O indicador de qualidade está direcionado a satisfação do cliente e o

indicador de produtividade mede o desempenho das etapas dos diversos processos da

organização e a utilização dos recursos disponíveis. No entanto Walter; Bomia e

Kliemann (2000) entendem que o grande desafio para o processo de gestão é considerar

medidas não monetárias como indicadores no processo de avaliação de desempenho,

uma vez que a avaliação puramente financeira caracteriza situações de curto prazo da

organização. No argumento utilizado por Kaplan e Norton (1997) os indicadores

financeiros são insuficientes na avalição e orientação da organização em um ambiente

competitivo, pois evidenciam ações do passado e não orientam corretamente para ações

futuras.

Na literatura pesquisada acerca do tema há muitas formas de classificar os

indicadores de desempenho e para um melhor entendimento do conceito é necessário

destacar que além das classificações também devem ser consideradas suas

características, bem como, a identificação da estrutura básica na composição de um

indicador de desempenho. Um estudo bibliométrico realizado no período de 2000 a

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2008 e publicado pela revista de administração de São Paulo em novembro de 2011

pelos autores Nascimento; Bortoluzzi; Dutra e Ensslin revelou que a relação de sucesso

de um sistema de avaliação de desempenho esta na construção de indicadores de

desempenho que melhor se adeque a organização. Devem ser envolvidos com

característica própria, critérios de valores, propriedades de mensuração e principalmente

serem congruentes com os demais objetivos delineados no planejamento estratégico da

organização. Na análise de dados do referido estudo considerou a definição de

características por Merchant (2006) sendo mais relevantes itens como: congruentes,

controláveis; oportunos; preciso; compreensível e que justifique o custo em decorrência

do beneficio obtido. No entendimento da norma ou julgamento se utilizou Shahin;

Mahbod (2007) destacando que os critérios mais relevantes são; específico; mensurável;

atingível; realista e sensível ao tempo. Por fim, no quesito qualidade se utilizou Ensslin;

Ensslin (2010) destacando as propriedades que possam identificar mensurabilidade;

operacionalidade; inteligibilidade; homogeneidade e respeito às propriedades de escala.

2.7.1 Classificação de indicadores

Os indicadores são classificados em financeiros e não financeiros; internos e

externos; de tendência e de ocorrência; quantitativos e qualitativos. Os indicadores

financeiros estão ligados ao investimento de capital e ao seu retorno. Contudo, tais

indicadores recebem críticas por serem insuficientes para “avaliar e orientar a trajetória

da empresa em ambiente competitivo, não demonstrando o real valor criado ou

destruído pelas ações da gestão.” (MARQUEZAN; DIEHL e ALBERTON, 2009, p.

49). Já os indicadores não financeiros apresentam “a capacidade de transmitir

informações com maior facilidade, para os diversos níveis de uma organização.” (idem).

As vantagens para o uso desses indicadores são a capacidade de demonstrar a

diversidade do desempenho. Duas delas são a retenção e a satisfação dos clientes.

Contudo, cabe ressaltar que é ideal a complementariedade dos indicadores financeiros e

não financeiros. Os benefícios dos indicadores não financeiros “transmitem informações

de tendência antes que os resultados finais sejam obtidos, possibilitando correções

durante o curso das operações”. (MARQUEZAN; DIEHL e ALBERTON, 2009, p. 50).

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Ainda segundo esses mesmos autores, os indicadores internos são os reflexos das

operações dentro da organização. Contudo, para evitar os equívocos é necessário

combinar com os indicadores externos. Estes refletem nos resultados financeiros da

organização. São informações e dados fora do ambiente organizacional como a

sociedade, o governo, os clientes. Já os indicadores de ocorrência ou de resultados

focam em fatos históricos, em estratégias já ocorridas, e são parecidos com os

indicadores financeiros. Os indicadores de tendências mede o desempenho enquanto

ocorre e tem a possibilidade de alterar e corrigir desvios de percursos. Os indicadores

qualitativos medem os aspectos comportamentais de natureza subjetiva. E os

indicadores quantitativos é o contrario, visa a contagem, são tangíveis, visíveis e

comparáveis.

Na visão de Copeland, Koller e Murrin (2000) as empresas deveriam ter um

conjunto de metas financeiras para a gestão da alta administração e um conjunto de

metas não financeiras atuando na orientação e desenvolvimento de toda a organização.

Ainda o autor ressalta que as medidas não financeiras norteiam e inspiram o

comportamento dos funcionários podendo contribuir para o atingimento das metas

individuais de produção. Os financeiros são usualmente mais utilizados pelos

executivos das organizações por demonstrarem os resultados alcançados de forma clara

e rápida. Assim, tal resultado é considerado como uma premissa para a remuneração

variável dos gestores responsáveis pelas áreas não financeiras como atributo de

bonificação ou premiação pelo esforço desempenhado. No encontro das medidas

financeiras e não financeiras, os gestores visam o aumento das receitas e também a

projeção de cenários financeiros futuros de longo prazo.

2.7.2 Indicadores Internos e Externos

Na visão de Anthony e Govindajaran (2001), indicadores internos retratam

variações de resultados das atividades dentro da organização. Já os indicadores externos

identificam o reflexo das atividades analisadas fora da organização. Ainda o autor

ressalta que a utilização desses indicadores deve ser utilizada de forma simultânea,

assim mitigando os equívocos ao tomar decisões apenas olhando a organização

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internamente. Para Kaplan e Norton (1997) a perspectiva do Balanced Scorecard traduz

toda a cadeia de valor dos processos internos e externos considerando controle,

inovação, operação e pós venda. Ainda o autor destaca que indicadores externos

refletem resultados financeiros o que indicam a participação de mercado e satisfação

dos clientes da organização.

2.7.3 Indicadores de Tendência e Ocorrência

Segundo Anthony e Govindajaran (2001) os indicadores de ocorrência são

analisados depois da execução da atividade ou estratégia, são comparados os resultados

por meio de avaliação de desempenho, assim, considerando os indicadores financeiros

de receita com vendas, lucro e geração de caixa. Para tanto os indicadores de tendência

são o oposto, pois medem o desempenho durante as atividades e estratégia, direcionam

correções prévias visando o alcance do objetivo. Para Dietschi (2006) indicadores de

tendência sobressaltam as metas que a organização deve atingir para o sucesso na

execução da estratégia. Desta forma será simples prever os resultados apresentados

pelos indicadores de ocorrência, assim, fortalecendo a relação direta entre ambos

indicadores.

2.7.4 Indicadores Quantitativos e Qualitativos

Para Marquezan; Diehl e Alberton (2013) os indicadores quantitativos são

definidos por unidade de contagem ou medida. Ainda o autor entende que indicador

qualitativo tem o objetivo de avaliar e pesquisar a qualidade. Já Chen e Chen (2005)

classificam os indicadores quantitativos como tangíveis visíveis e comparáveis, ainda

afirmam que podem ser comparados por medidas financeiras ou operacionais. Ainda o

autor afirma que indicadores qualitativos são ligados a mensuração de natureza

comportamental.

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35

2.8 Balanced Scorecard

Na busca dessa crescente necessidade de mudança, surgiu em meados da década

de 80, um instrumento de gestão chamado Balanced Scorecard (BSC). Esse instrumento

propunha oferecer algo a mais aos gestores, uma metodologia que integra as propostas

oriundas da estratégia. Esse novo recurso de gestão foi criado por dois professores da

Harvard Bussiness School Robert Kaplan e David Norton que estudaram uma tendência

que indicava que os indicadores financeiros e contábeis estavam se tornando

insuficientes para medir o desempenho das organizações no futuro. E também não

fornecia informações necessárias para a geração de valor criada pelos ativos intangíveis,

Segundo Kaplan e Norton (1997,p.21) para que as “empresas possam sobreviver

e prosperar na competição da era da informação , devem utilizar sistemas de medição e

gestão derivados de suas estratégias e capacidades”.

Para Albuja (2006), o BSC tem a proposta de aglutinar indicadores de forma

equilibrada, permitindo uma visão sob várias perspectivas simultaneamente. Também

resulta na capacidade de traduzir e implementar a estratégia na busca de metas para

alinhamento de esforços, melhoria continua, criação de valor e crescimento. Assim,

Kallas (2005), complementa que o BSC é uma metodologia criada para gestão

estratégica da empresa onde se pressupõe que os indicadores de gestão não devem se

limitar a informações econômicas e financeiras. Já Ponte (2006) identifica o BSC como

instrumento de gestão no alinhamento da organização e sua estratégia. Gasparetto e

Bornia (2011) destaca que o BSC é muito mais que apenas um conjunto de indicadores

em perspectivas distintas, mas que poderia ser um sistema de gestão de desempenho.

Para Oliveira (2009), o BSC oferece uma visão mais sistêmica e estratégica da

organização, contribuindo para melhorar o desempenho em relação a sua missão e

estratégia.

A premissa básica do BSC é que não é possível avaliar a empresa de forma

eficiente com indicadores isolados, pois não são capazes de fornecer metas claras ou

mesmo manter o foco da empresa naquilo que é realmente relevante. O BSC rompe

com um paradigma da análise exclusiva e padronizada de indicadores financeiros, e ao

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melhorar outros indicadores operacionais como: duração de ciclos, índices de defeitos

considera que os resultados financeiros positivos são apenas consequências.

A adoção do BSC se utilizada da visão da empresa para simplificar a estratégia

em termos operacionais e concretos, garantindo o foco na tomada de decisão e o

alinhamento dos processos internos. Se fosse possível sintetizar a ferramenta BSC, “não

ajuda apenas a trabalhar corretamente, mas também a trabalhar naquilo que é certo, de

forma correta” Albuja (2006, p.46). Ou seja, navega entre a estratégia e o planejamento.

Diante da proposta do BSC é possível partir para estratégia organizacional de

uma visão integrada, balanceada e melhorada. Os objetivos estratégicos são declarado

de forma clara e atingem quatro perspectivas distintas: financeira, mercadológica,

processos internos e aprendizagem e inovação. Essas conexões estão permeadas pela

relação causa e efeito que promove alinhamento de objetivos e indicadores, de

desempenho de metas e plano de ação. Assim a organização segue na administração e

controle dos esforços com o a alinhamento direcionado para a estratégia. Lima e Garcia

(2010) entendem que indicadores financeiros são relativos na estratégia da organização

por evidenciarem as decisões tomadas no passado. Sendo assim, o BSC preserva esse

olhar e potencializa a estratégia quando dimensiona perspectivas diferentes e

diretamente relacionadas: financeiro, clientes, processos internos e crescimento e

aprendizagem.

2.9 O Mercado Imobiliário no Brasil

O mercado imobiliário no Brasil data da década de 1950/60. Contexto este de

importantes iniciativas nas áreas sociais e econômicas. O governo adotou a politica

desenvolvimentista para estimular a modernização e a industrialização no país. No

período da ditadura militar foi aprovada a lei 4.591/64 que normatizava as regras acerca

do condomínio, das edificações e das incorporadoras imobiliárias residências e

comerciais. Essa lei estabelece a responsabilidade da incorporadora imobiliária e

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disciplina o processo desde a aquisição do terreno, negociação, produção e

comercialização.

Segundo essa legislação, a Incorporação imobiliária é “a atividade exercida com

o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de

edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”. (artigo 28,

paragrafo único da lei federal 4.591/64). Nesse sentido, Costa (2000, p.31) afirma que:

[...] a atividade imobiliária compreende o desdobramento de terrenos,

loteamento, incorporação de imóveis, construção própria ou em

condomínio, locação de imóveis próprios ou de terceiros e

administração de centros comerciais, shopping centers e condomínios

residenciais.

Esse tipo de mercado imobiliário é visto como um dos grandes geradores de

movimentação de recursos. Um setor que representa um multiplicador na economia, e

uma taxa de crescimento de empregabilidade formal de mão de obra.

Oliveira e Martins (2008, p.15) complementa que:

[...] incorporador é toda pessoa física ou jurídica, comerciante ou

não, que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive

a venda da fração ideal de terreno objetivando a vinculação de tal

fração a unidade autônoma, em edificação a ser construída ou em

construção sob o regime condominial, ou que meramente aceite

proposta para efetivação de tal transação, coordenando e levando a

termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela

entrega, a certo prazo, e preço, em determinadas condições, das

obras concluídas.

Em função das necessidades de investimento habitacionais, o governo criou o

Sistema Financeiro de Habitação através da lei 4.380/64. O objetivo era facilitar a

compra da casa própria e ao mesmo tempo favorecer as classes de baixa renda. As

fontes de recursos eram a Caderneta de Poupança e o Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço. Segundo o Bacen (2007),

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O SFH possui, desde a sua criação, como fonte de recursos

principais, a poupança voluntária provenientes dos depósitos de

poupança do denominado Sistema Brasileiro de Poupança e

Empréstimos (SBPE), constituído pelas instituições que captam essa

modalidade de aplicação financeira, com diretrizes de

direcionamento de recursos estabelecidos pelo CMN e acompanhados

pelo Bacen, bem como a poupança compulsória proveniente dos

recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),

regidos segundo normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho

Curador, com gestão da aplicação efetuada pelo Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), cabendo a Caixa

Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador.

No contexto de reformas bancarias e grande influência do mercado de capitais,

esse foi um substancial instrumento de capitação de recursos direcionados a habitação,

permanecendo até os dias atuais como um pilar para o credito imobiliário. O Sistema

Financeiro de Habitação - SFH trouxe inovações como: a) correção monetárias de ativos

e passivos; b) criação do Banco Nacional de Habitação (BNH), que posteriormente

tornou-se um órgão central na condução e disciplina do sistema de todo o pais,

permitindo a formação de uma rede de agentes financeiros especializados e

intermediadores da capitação e aplicação dos recursos. A premissa do sistema baseara-

se em conceder credito habitacional com fonte própria de recurso. A capitação do

recurso se deu através de um fundo de investimentos, que se utilizava de duas fontes

distintas de recursos são elas: caderneta de poupança e o Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço (FGTS). As cadernetas de poupança tinham o objetivo de capitar às

poupanças das famílias e o FGTS foi utilizado como uma medida compulsória do

sistema para acumular o recurso. Na década de 70 durante o regime militar

predominou grande financiamento no setor visando diminuir o déficit de moradia. E as

construtoras passaram somente a construir prédios. Na década de 80 houve uma

diminuição dos financiamentos, o fim do BNH, em 1988 e a entrada da Caixa

Econômica Federal assumindo a gestão do SFH. Em 1993 o Banco Central - Bacen

publicou a resolução n° 1980, que dispõe do direcionamentos dos recursos capitados

pela poupança e disciplinou as operações de financiamento na SFH e nas instituições

que integram o SBPE. As mudanças implantadas pela resolução estabeleceram limites

mínimos do recurso para SFH no âmbito dos financiamentos imobiliários considerando

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a inclusão de taxas das operações de mercado. Já a resolução n° 3.410 de 2006

publicada pelo Bacen determinava algumas regras, como: financiamento de imóveis

para uso exclusivo de mutuário; valor unitário máximo de financiamento em R$ 245

mil; valor unitário máximo de venda R$ 350 mil; os custos efetivos não deveriam

superar 12% no ano; o saldo residual devedor em aberto, poderia ser prorrogado,

considerando o ajuste do prazo inicial e o mutuário tinha a possibilidade de hipotecar ou

alienar o imóvel.

Os financiamentos imobiliários que não estavam vinculados ao SFH são

submetidos a uma carteira hipotecaria das instituições financeiras. Atualmente, são

administradas com taxas de mercado maiores do que as praticadas pela SFH e por essa

razão não se limitam aos valores do financiamento. Ainda podem ser encontradas outras

fontes de financiamento como a securitização que vem apresentando um interessante

recurso para o setor imobiliário. Nesse sentido Costa (2005, p.118) esclarece que “os

créditos da incorporadora com seus clientes, oriundos de vendas de unidades já

concluídas, podem ser negociadas com os agentes financeiros, por meio de cessão de

direitos creditórios”. Ainda o autor salienta que a operação de credito submete a venda

dos direitos realizáveis, onde o incorporador concede um desconto sobre o total dos

recebíveis e considera os encargos com a hipoteca, tarifas com serviços de engenharia,

impostos e taxas.

Em 2002, com a Lei n. 10.403/02 do Código Civil, foram alteradas as regras

sobre condomínios nos artigo 1.131 a 1.358. Segundo Ribas (2006, p.18) A construção

civil [...] “tem efeito multiplicador positivo nas economias, e a grande importância do

setor imobiliário reflete-se em números no tocante a mão de obra utilizada na sua

produção”. Para sustentar a afirmação, conforme a tabela a seguir, referente ao período

de dezembro de 2014:

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Tabela 1- Emprego na construção civil no Brasil em dezembro de 2014

Setores Total de trabalhadores Variação

No mês No ano Em 12 meses

Obras 2.555.044 4,69% 1,79% 0,25%

Serviços 270.317 3,12% 5,25% 0,75%

Total 2.825.361

Fonte: SindusCon-SP (2014)

No período de 2005 houve um movimento importante das fontes financiadoras

para as empresas, as construtoras civis, o acesso ao mercado de ações, na forma de

capitação de recursos apresentando peculiaridades setoriais que influenciariam as

decisões de financiamento, destacando-se:

Empresas com o ciclo produtivo extensos, ocasionado financiamento de capital

de giro de longo prazo nas operações;

a) Empresas com produção de alto padrão recorreram ao financiamento de seus

clientes com perspectivas em longo prazo;

b) Empresas com elevadas margens de rentabilidade passam a ter variabilidade

em função da despadronização dos custos de produção, que influenciaram os

materiais e também a mão de obra, causando dificuldades na conclusão da

etapa da obra e consequentemente comprometendo as etapas seguintes.

Assaf Neto (2007a: p.338) comenta outra peculiaridade encontrada nos

demonstrativos financeiros das construtoras civis, destacando que “além do ciclo

operacional maior, a relação entre um cliente e uma construtora que lhe vendeu um

imóvel residencial, por exemplo, pode ser mais longa ainda, pois a empresa costuma

oferecer uma garantia de, no mínimo, cinco anos”. Ainda o autor esclarece que as

construtoras civis apresentam características com exposição a muitos riscos

conjunturais, tais: as elevadas taxas de juros causam impacto tanto na empresa quanto

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no consumidor final, pois ambos dependem de financiamento em longo prazo. Há

também variáveis com relação ao desaquecimento econômico, taxas de desemprego,

taxas de inflação, bem como, os custos produtivos, politicas de distribuição de renda e

as politicas de créditos que implicam na facilidade ou dificuldade das linhas de

financiamento. Neste contexto, são listados alguns fatores de risco como: a volatilidade

de preços de equipamento e materiais utilizados na construção; queda no preço do

empreendimento; elevação no preço de venda do terreno; inadimplência de clientes

entre outros. O setor da construção civil se diferencia dos demais pelas suas

especificidades de financiamento, conforme as várias etapas do processo, desde a

formação de estoque de terrenos, aquisição de insumos de produção, capital de giro e o

financiamento nas vendas até o consumidor final. Desta forma, outra peculiaridade a ser

destacada no setor da construção civil principalmente no que tange o processo produtivo

é a adoção de rigorosos controles internos que comprovam a capacidade administrativa

na manutenção da empresa para o desempenho do setor. Além disso, Assaf Neto

(2007a: p.343) afirma que:

O processo produtivo contido na atividade da construção civil é

altamente complexo, envolvendo variáveis como: qualidade do

material utilizado, qualificação de mão-de-obra utilizada, tempo e

relacionamento entre fases da construção, variáveis climáticas, solo e

subsolo etc. Além disso, a complexidade do negócio de construção

requer uma estrutura administrativa, que vai da área técnica que

elabora o projeto ate o setor jurídico que trata das relações existentes

entre os clientes e a empresa.

Ainda o autor, considera que esses fatores, combinados, geram a demanda por

indicadores internos altamente sofisticados para que sejam evitados os desperdícios

comuns no processo de construção e para que se possa planejar, organizar, decidir e

controlar (administrar) as atividades de uma empresa de construção civil.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA (2010), a partir dos dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, apresentou a variabilidade do setor

da construção civil na composição do Produto Interno Bruto-PIB brasileiro: em 2008,

o crescimento do setor registrou 14,9%, com uma variação do PIB e preços de mercado

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chegou a 5,1%, em 2007 a taxa de crescimento acumulada no trimestre atingiu -9% e no

comparativo do ultimo trimestre de 2009 apresentando um crescimento de -1,5%

refletindo a recuperação do consumo no setor da construção civil.

De 2008 a 2012 houve um crescimento na valorização no preço dos imóveis e na

procura de imóveis novos. Esse crescimento se justifica pela estabilidade econômica do

país e pelo aumento da renda da população. Período em que as incorporadoras

aproveitaram para aumentar os lançamentos imobiliários. Contudo, em 2014 foi essa

alta valorização dos imóveis que provocaram a queda nas vendas. Período esse que

marca a instabilidade do mercado imobiliário. A consequência dessa instabilidade do

mercado tem-se a desaceleração das vendas, os custos operacionais e algumas

estratégias de vendas de imóveis encalhados.

Os principais fatores apontados por Bueno (2012) acerca do crescimento do

mercado imobiliário habitacional foram: crescimento econômico, queda dos juros,

crescimento do emprego e renda, acesso a financiamentos, aumento do poder aquisitivo

do brasileiro e a intervenção publica para o financiamento de programas habitacionais.

Os principais fatores que dificultam financiar imóveis são: dificuldade de acesso

ao credito, juros altos, inflação alta e recessão de créditos às famílias.

2.9.1 O Negócio Imobiliário

O setor imobiliário segundo Giglio (2010) tem uma importância econômica e

social para o Brasil. Segundo dados da Caixa Econômica Federal esse setor em 2014

alcançou 9% do Produto Interno Bruto em 2014 e movimentou 140 bilhões em

empréstimos. Esse setor promove alterações sociais, econômicas e politicas na região.

Exige uma serie de negociações, articulações, alianças, estabelecimentos de redes,

negociações com o poder publico, envolve politicas habitacionais e participação dos

consumidores.

Apresenta uma complexidade de fatores e atores que participam do processo de

forma direta: os consumidores, fornecedores, governos, bancos, imobiliárias e empresas

de comunicação e de forma indireta: secretarias de via publicas, associações de bairro e

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empresas de assessorias, sistema viário, capacidade de eletricidade, impacto no visual e

qualidade de vida no bairro. (GIGLIO, 2010).

Ainda de acordo com esse autor, o setor envolve o planejamento, a produção, a

comercialização e a manutenção de imóveis. Esse setor se divide em três ramos:

imóveis industriais, comerciais e residenciais. Os imóveis industriais e comerciais são

controlados pelas empresas globais, consideradas as grandes construtoras, sem

concorrências locais. E os imóveis residenciais são controlados por empresas locais. No

negócio residencial são subdivididas para o mercado de baixa renda e imóveis de

lançamento de apartamentos e imóveis de lazer. O tempo considerado de venda do

imóvel residencial é longo, leva em torno de seis meses para a decisão da venda, por ser

um empreendimento que aciona a carga emocional. (GIGLIO, 2010).

Ainda como características esse setor é liderado pela incorporadora que

estabelece relação com a construtora e comanda as empresas terceiras de construção e

comercialização. A pesquisa da incorporadora estabelece relações com a prefeitura,

bancos, secretarias de habitação, saneamento básico e sistema viário. A participação do

governo é operacionalizada pela criação de leis de financiamento, proteção do

consumidor, negociação na bolsa de valores e no uso do fundo de garantia. Tanto as

empresas imobiliárias quanto as construtoras atuam na orientação da produção e vendas.

As imobiliárias e os corretores são cadastrados no sindicato das construtoras

(sinduscon), ligado a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP. As

incorporadoras são representadas pelo Sindicato dos Incorporadores – SECOVI e

filiadas à Federação do Comercio - Fecomercio.

Hoyler, (2014, p.39) afirma que “na disputa com o capital imobiliário, as

construtoras buscam maximizar seu lucro com a sua atividade econômica, enquanto as

incorporadoras desejam pagar menos como forma de aumentar sua margem interna de

retorno”. Portanto é um setor que exige longas negociações e compromissos.

2.9.2 A Incorporação no Setor Imobiliário

A incorporação no setor imobiliário é entendida por Hoyler (2014 p. 23) como:

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Uma atividade produtiva do mercado imobiliário que envolve:

organização da produção, transação dos imóveis, propriedade da

terra e da edificação, gestão de terrenos e imóveis, agenciamento de

créditos, uso do solo e a arrecadação dos impostos.

O papel do incorporador é negociar e articular entre todos os agentes da cadeia

produtiva, desde o momento de adquirir o terreno ate o ato de comercializar as unidades

autônomas.

A atividade de incorporar inclui a ação operacional, econômica, financeira e

jurídica do investimento. Começando com a aquisição do terreno, legalização do

processo junto aos cartórios de imóveis. Além disso, contratação de projetos

arquitetônicos e paisagismo, decoração, vendas das unidades habitacionais, fiscalização

da execução da obra e dos serviços contratados, entrega das unidades e efetivação do

financiamento e os contratos garantidores dos empréstimos ate a liquidação (HOYLER,

2014).

2.9.3 Custos e Valor Geral de um Investimento

Ao avaliar um projeto de investimento considera-se a taxa mínima de

atratividade que segundo Securato (2008) é composta pela taxa de rendimento que

considera a taxa de custo do capital e a taxa de juros do mercado financeiro. A taxa de

rendimento deve ser superior ao custo do capital e aos juros do mercado financeiro. A

taxa de juros do mercado financeiro é visto por esse autor como o custo de

oportunidade. Esse conceito abordado por Pereira e Oliveira ( 2010 p. 389) é entendido

como o “ valor de um determinado recurso em seu melhor uso alternativo”. O conceito

envolve a escolha de uma alternativa e o beneficio que essa escolha proporcionou na

tomada de decisão. O objetivo do conceito de custo de oportunidade utilizado pelo

sistema de gestão econômica é para garantir a “ mensuração do resultado econômico e

do custo do capital da empresa; seleção de alternativas de investimento; estudo de

preços de venda; avaliação de desempenhos das áreas e de resultados dos produtos/

serviços gerados internamente.”( PEREIRA E OLIVEIRA: 2010 p. 388). Nesse sentido,

esses autores apresentam as seguintes características desse conceito considerando que as

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escolhas de alternativas devem ser viáveis, que gere um resultado econômico superior

ao custo e que nesse resultado já contenha uma avaliação atual e futura dos resultados

do investimento. Assim a avaliação qualitativa num projeto de investimento se dá

quando a quantidade de recuperação de recursos por unidade de investimento for maior

que o custo investido. E a taxa interna de retorno maior que a taxa mínima de

atratividade.

No âmbito da incorporação imobiliária Hoyler (2014 p. 28) considera o “custo

de construção – projeto arquitetônico, tecnologia empregada, a produtividade da

empresa e o material empregado”. Já no custo operacional e legal têm-se os impostos,

taxas de cartórios e custos administrativos das incorporadoras. E por ultimo a margem

interna de retorno do investimento. Que é a quantidade mínima de lucro para cada

incorporadora. Essa é a taxa de remuneração do capital investido que deve ser igual ou

maior que a taxa mínima de atratividade ( SECURATO, 2008).

Na disputa entre Incorporação e proprietário do terreno, que também pode ser

um especulador há o aumento no preço do imóvel. A especulação imobiliária é

entendida por Hoyler (2014 p. 32) “ como uma estratégia especifica de atuação, que

consiste em guardar um terreno para viabilização futura”. Assim sendo, há um aumento

no preço do imóvel e o incorporador faz uma análise de viabilidade para a tomada de

decisão considerando o espaço, ambiente, lugar, natureza de comercio e de serviços,

habitantes com outro patamar de renda, ou seja, verifica a valorização por toda a cidade.

2.9.4 A Contabilidade e o Arcabouço Teórico da Informação

A contabilidade é uma ciência racional, técnica, social. Influencia e é

influenciada pela sociedade. E seu objetivo é fornecer informações econômicas para

vários usuários para tomada de decisões racionais de produtividade e social.

Iudícibus afirma que há duas abordagens diferentes para construir os objetivos

da Contabilidade. A primeira visa fornecer aos usuários um conjunto de informações

básicas, o que o autor acrescenta que, esta não atende igualmente bem a todos os tipos

de usuários. A outra abordagem apresenta cadastro de informações diferenciadas para

cada tipo de usuário. Esta segundo o autor tem sido citada por vários autores como a

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correta. Contudo, o autor aponta uma hipótese: “o modelo decisório de cada tipo de

usuário não foi ainda inteiramente revelada, ou por não ser do conhecimento dos

contadores”. (IUDÍCIBUS, 2010 p. 3).

Iudícibus (2010) discorda das duas abordagens e considera que os

demonstrativos financeiros que oferecem informações para as tomadas de decisões

econômicas, devem abarcar os usuários que vão buscar outras informações que não

sejam econômicas, e que não contem nos relatórios financeiros. Uma das justificativas

do autor é que os usuários da atualidade estão mais interessados em fluxos futuros,

demonstradas nos relatórios financeiros, que de informações passadas.

Nesse sentido, o autor sugere a construção de um “arquivo básico de

informações contábil”. Esse arquivo, para Iudícibus (2010) deve ser flexível,

padronizado e ser e acessível a vários usuários. Atender as solicitações presentes e as

perspectivas futuras dos usuários em intervalos de tempo regular para fornecer saídas,

periódicas de maior numero de usuários. Construir fluxo de caixa projetado para o

próximo exercício. Assim como gerar relatórios de exceção para informações especiais.

E os relatórios contábeis tradicionais contendo informações históricas para predizer e

acompanhar quadros informativos suplementares, e contribuir nas tomadas de decisões

em eventos futuros. Esse modelo decisório proposto permitirá saber as informações que

o usuário julga mais relevante ou as metas que deseja maximizar. A partir dai é

delineado um conjunto de informações necessárias para uma tomada de decisão.

Assim, o sistema de informação contábil dentro de uma empresa serve segundo

Iudícibus (2010) para captar e registrar informações elementares para “fornecer

informações econômicas, física, de produtividade e social relevante para que cada

usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança.” (idem,

14).

A abordagem escolhida pelo autor foi a sistêmica porque identifica, mensura e

comunica a informação econômica, financeira, física e social permitindo a participação

do usuário no julgamento das informações que melhor atenderá os seus objetivos nas

tomadas de decisões.

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Acerca dos procedimentos o autor aponta dois tipos de raciocínios: o dedutivo e

o indutivo. O dedutivo parte dos objetivos e postulados como base para as aplicações

práticas ou concretas. Já o indutivo obtém “conclusões generalizantes a partir de

observações e mensurações parciais detalhadas” (idem p. 11). Na contabilidade este

método se dá a partir da “observação e análise das informações financeiras relativas a

empresas e entidades”. Mas no âmbito das generalizações o problema esta na matéria

prima informativa que pode ser diferente em cada empresa.

2.9.5 A Teoria da Contingencia na Gestão da Organização

O estudo da teoria da contingencia no contexto empresarial data da década de

1960 e surge com o objetivo de atender as necessidades das organizações num contexto

de modernizações e crescente complexidade do ambiente com a entrada das tecnologias.

Essa teoria tem origem com as pesquisas feitas por Paul Lawrence e Jay W. Lorseh

acerca da organização e seu ambiente organizacional. Os resultados dessas pesquisas

concluíram que os problemas organizacionais estavam na diferenciação e na integração.

Ou seja, havendo a diferenciação no ambiente especifico apareceria diferenciação na

estrutura e abordagem dos departamentos organizacional. Para esses autores a estrutura

e funcionamento da organização dependiam da interface com o ambiente externo. E

para lidar com as situações e fatos imprevisíveis a esse ambiente os departamentos

teriam realizar a integração que é a aglutinação em unidades de esforços, adaptando às

situações particulares. As empresas levando em consideração as contingencias do

ambiente poderiam melhor se posicionar frente às mudanças do ambiente.

A Teoria das contingencias na área da contabilidade visa combinar sistemas

contábeis e contingencias especificas. Tal combinação auxilia o gestor a atingir os

objetivos da empresa e os melhores resultados. Para Molinari e Guerreiro (2004 p.03) “

a teoria da contingencia é uma perspectiva teórica do comportamento organizacional

que enfatiza a maneira pela qual as contingencia, como a tecnologia e pressões

ambientais afetam o desenvolvimento e funcionamento das organizações”. E que tais

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contingências influenciam as organizações em quatro níveis: formalização,

especialização, diferenciação e burocratização.

Para Molinari e Guerreiro (2004) “Uma contingencia representa uma

circunstancia do ambiente externo à qual a organização precisa se adaptar para garantir

sua continuidade e atingir seus objetivos.” (Molinari e Guerreiro, 2004, p.05). Assim, a

teoria da contingencia auxilia no ato de gerar informações contábeis mais confiáveis,

identificar o modelo de decisão apropriado para cada situação, adaptando-se ao

ambiente.

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3. METODOLOGIA

Esta pesquisa é de natureza quantitativa e qualitativa. A primeira visa trazer

informações objetivas que podem ser mensuradas e quantificáveis. E também

qualitativa, quando traz o conteúdo da mensagem e o significado das informações. Para

Minayo (2009 p, 81) A pesquisa qualitativa traz o momento em que o “pesquisador

procura finalizar o seu trabalho, ancorando-se em todo o material coletado e articulando

esse material aos propósitos da pesquisa e à sua fundamentação teórica.” Quanto aos

objetivos da pesquisa é exploratória por permitir uma maior familiaridade com o

problema por meio de um levantamento bibliográfico. Uma particularidade deste tipo de

pesquisa, destacada por Gil (2002, p.41) é o seu “aprimoramento de ideias ou a

descoberta de intuições”. Quanto aos procedimentos técnicos se configura em uma

pesquisa bibliográfica por se apoiar em material já elaborado por meio de livros e

artigos científicos. Também é uma pesquisa documental, que de acordo com Severino

(2007 p. 123), esse tipo de pesquisa “busca levantar informações sobre um determinado

objeto, delimitando assim um campo de pesquisa, mapeando as condições de

manifestação desse objeto”. Pois pretende desvelar informações que indicam a

superação de problemas responsáveis pela inquietação diante desta pesquisa. A pesquisa

documental pode se utilizar tanto dos documentos que não receberam ainda um

tratamento analítico, como aqueles que já foram processados permitindo novas

interpretações como tabelas, relatórios de empresas, entre outras. Para Bardin (2011)

análise documental consiste em explicar informações específicas do campo de busca da

análise de conteúdo, sendo que a etapa inicial envolve a formatação de um serviço de

organização da documentação e ou banco de dados. O objetivo principal da análise

documental é construir outras formas de apresentar as mesmas informações se

utilizando de procedimentos que intermediam a transformação dos dados. Assim, o

proposito de armazenamento passa a ser facilitado ao acesso de outros usuários de

forma que se obtenha uma informação coerente do ponto de vista qualitativo e mais

pertinente do ponto de vista quantitativo. Assim, a análise documental se utiliza de

documentos físicos e há parâmetros de classificação, indexação, análise temática e

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outros. Essa técnica objetiva representar e condensar informações para consultas e

pesquisas de banco de dados. Nesta pesquisa, utilizamos dados do relatório de

administração do ano de 2014 divulgado no site das empresas incorporadoras

imobiliárias. Além disso, fizemos levantamentos e estudos bibliográficos acerca do

assunto, em artigos, livros e dissertações de mestrado; leitura dos relatórios publicados

pelo Índice Bovespa. Após a realização da pesquisa, os dados foram organizados,

analisados e discutidos, por meio da técnica analise de conteúdo, articulando com os

referencias teóricos.

Cooper e Schindler (2003, p.346) define analise de conteúdo como um

“conteúdo semântico, o aspecto ou o quê de uma mensagem”. Foram consideradas

técnicas que permitissem a formulação de novos entendimentos diante da inexistência

de uma hipótese, bem como, para estruturar e tornar o objetivo o tema central.

3.1 ANÁLISE DE CONTEÚDO

3.1.1 Antecedentes

Historicamente a análise de conteúdo foi utilizada em meados de 1640 em uma

pesquisa sobre a autenticidade de 90 hinos religiosos, para constatar se seriam nefastos

aos Luteranos, BARDIN (2011, p.21). Ainda a autora complementa que essa técnica se

desenvolveu nos Estados Unidos e deu importante destaque à pesquisa de H.Lasswell,

que analisava propagandas na imprensa no período de 1915 a 1927. A prática da análise

de conteúdo se padronizou a partir da Segunda Guerra, técnica utilizada pelos jornais

considerados inimigos e suspeitos por publicar noticias subversivas e nazistas. Na

década de 60 os estudos do método foram aprofundados e integrados as tecnologias de

computação e nos dias atuais contam com softwares e programas específicos de busca.

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51

3.1.2 Definição

A análise de conteúdo é uma metodologia de análise de textos, tanto

quantitativa, quanto qualitativa. Segundo Bardin (2011, p.48) afirma que é:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter

por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo

das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitem a

interferência de conhecimentos relativos as condições de produção/

recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Na visão de Collins e Hussey (2005, p.240) é uma “maneira de converter

sistemicamente textos em variáveis numéricas para análise quantitativa dos dados”. Na

afirmativa de Cooper e Schindler (2004, p. 346) a aplicação do método em questões

abertas permite medir o conteúdo semântico ou até o aspecto do quê da mensagem.

Embora a opinião dos autores sejam paralelas e complementares a aplicação do método,

no âmbito das ciências sociais é abrangente, assim, na afirmação de Henry e S.

Moscovi, apud Bardin (2011, p.38) “tudo que é dito ou escrito é susceptível de ser

submetido a uma análise de conteúdo”. Podendo ser analisados áudios, vídeos, textos

processos, inquéritos, entrevistas e outros formatos da comunicação.

3.1.3 Técnica de Análise de Conteúdo

Segundo Richardson (1999, p.24) a análise de conteúdo, pela sua origem

cientifica, deve ser eficaz, rigorosa, precisa, e extrair pontos importantes da discussão.

Desta forma o pesquisador tem a oportunidade de basear-se em teorias relevantes que

possam propiciar explicação das possíveis descobertas. Para Bardin (2011) a análise de

conteúdo visa à extração da mensagem proposta na comunicação, desta forma, são

utilizadas técnicas de análise que trabalham na manipulação das mensagens e permitem

a exploração de novos indicadores. Ainda a autora discorre que o método de análise de

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conteúdo se dá em uma sequencia de três passos, sendo eles: pré-análise; exploração do

material e interpretação e tratamento dos resultados.

a) Pre- análise é a etapa inicial caracterizada pela organização, sua função é de

operacionalizar e sintetizar ideias para orientar os procedimentos de análise.

Tem um aspecto flexível por possibilitar procedimentos inéditos, mas deve

ser preciso na busca da informação. A seleção dos documentos podem se

submeter a análises de aderência com relação às hipóteses, objetivos e

indicadores que sustentem a interpretação final.

b) Exploração do material é a segunda etapa, que estabelece aplicações

sistemáticas das decisões tomadas pelo observador. São procedimentos

manuais aplicados pelo observador ou efetuados por meio eletrônico

permitindo que a mensuração seja feita de forma mecânica. A proposta

consiste em codificar, decompor e enumerar as funções das regras

determinadas inicialmente.

c) Tratamento dos resultados obtidos é a terceira etapa da análise, se dá pela

forma interpretativa dos dados, sendo atribuídos significados e modelagens

com formatos estatísticos, percentuais, fatoriais entre outros. Compilam e

destacam as informações já produzidas na análise, dispõe de resultados

relevantes, fidedignos e propõe o confronto sistemático dos dados

possibilitando novas descobertas inesperadas.

3.1.4 Pré-Análise

A coleta de dados foi realizada por meio dos relatórios de administração do ano

de 2014 divulgado no sítio eletrônico das incorporadoras imobiliárias. Durante a coleta

e análise das informações foram encontrados relatórios com nomes variados: “Relatório

Anual”; “Apresentação de Resultado do 4º Trimestre”; “Relatório de Resultados”.

Inicialmente o recorte da pesquisa considerou a composição da carteira teórica

do índice Bovespa do setor imobiliário (IMOB) encontrado no sítio BM&FBOVESPA

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S.A. A composição é validada para o quadrimestre de setembro a dezembro de 2015, e

apresenta a carteira das incorporadoras imobiliária, descrevendo o tipo de ação, bem

como, a participação relativa de cada papel. Por esta seleção estão listadas 15 empresas

que representam 100% da composição do IMOB. A coleta de dados buscou extrair os

citações de indicadores não monetários divulgados pelas empresas por meio dos

relatórios anuais conforme a tabela 2.

Tabela 2 – Censo Pesquisado

Código da Ação Empresa Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2)

ALSC3 ALIANSCE ON NM 79.678.412 4,327

BBRK3 BR BROKERS ON NM 165.451.038 1,556

BRML3 BR MALLS PAR ON NM 347.226.232 20

BRPR3 BR PROPERT ON NM 295.259.171 15,748

CYRE3 CYRELA REALT ON NM 241.564.476 9,917

DIRR3 DIRECIONAL ON NM 73.232.619 1,219

EVEN3 EVEN ON NM 205.645.961 3,582

EZTC3 EZTEC ON NM 53.227.551 3,394

GFSA3 GAFISA ON NM 365.768.901 4,323

HBOR3 HELBOR ON NM 104.154.863 1,081

IGTA3 IGUATEMI ON NM 84.039.084 8,628

MRVE3 MRV ON NM 272.917.996 8,778

MULT3 MULTIPLAN ON N2 78.663.321 16,147

RSID3 ROSSI RESID ON NM 74.108.766 0,206

TCSA3 TECNISA ON NM 76.051.070 1,094

Quantidade Teórica

Total

2.516.989.461

100 Redutor 45.730.603,62

Fonte BM&F BOVESPA. Elaborada pela autora

Como forma de organização dos dados foi utilizado o conceito de categorização

dos procedimentos de analise, assim, como a definição trazida por Bardin (2011, p.147)

“A categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um

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conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero

(analogia), com os critérios previamente definidos”. Ainda a autora complementa que

categorias são rubricas ou classes, das quais se reúnem grupos de elementos como:

unidade de registros (quantidade de citações), sob um titulo genérico, ocorridos pelo

agrupamento em razão das diversas características comuns destes elementos.

A definição dos critérios das categorias foi considerada de forma semântica e

nesta pesquisa classificadas por temáticas, o que possibilitou a investigação das

características do que cada um dos elementos tem em comum uns com os outros.

Para Bardin (2011, p.148) o processo de categorização é do tipo estruturalista e

se divide em duas etapas, são elas: o inventário que tem por função isolar o elemento, e

a classificação, que reparte os elementos e impõe certa organização às mensagens.

Ainda a autora esclarece que a categorização objetiva fornecer, por condensação, uma

representação simplificada de dados brutos, que são extraídos, processados e

organizados.

O processo classificatório possui uma aderência importante na análise de

conteúdo, por se tratar de uma atividade científica, que codifica o material e assim,

possibilitando a produção de um sistema de categorias. Para Bardin (2011) as

categorias, para serem boas, devem possuir algumas qualidades como: a exclusão

mútua; a homogeneidade; a pertinência; a objetividade e a fidelidade; a produtividade.

a) A exclusão mútua considera que cada elemento não possa existir em mais de

uma divisão. Assim, a delimitação das categorias será construída de forma

que os elementos possam ter um único aspecto.

b) A homogeneidade tem um único principio de classificação, que deve

predizer a sua organização.

c) A pertinência está focada na adaptação do material de analise selecionado, e

o quanto pertence ao quadro teórico definido.

d) A objetividade e a finalidade são as diferentes partes do mesmo material,

assim, sendo aplicada a mesma grade de categorias, codificadas da mesma

maneira, mesmo com a submissão de varias analises.

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55

e) A produtividade esta pautada no conjunto de categorias que fornecem

resultados férteis, como: índices de interferência e hipóteses novas em dados

exatos.

Nesse contexto de estruturação conceitual do processo de categorização e

também da analise de conteúdo, que surgiu a oportunidade de utilizar um modelo

padronizado de medição de desempenho, que pudesse refletir as circunstancias

ambientais das empresas selecionadas a partir das características em comum

encontradas, que as diferenciassem no mercado. Nesse sentido, foi utilizado o quadro de

categorias de classificação de dados, criado pelos autores Marquezan; Diehl e Alberton

(2013), que foi construído a partir do ciclo de avaliação do Prêmio Nacional de

Qualidade (PNQ, 2008), que tem por finalidade o reconhecimento de empresas em uma

escala mundial no processo de desenvolvimento e evolução da gestão, por meio da

disseminação de critérios de excelência, visando à competitividade, sustentabilidade e

cooperação na geração de valor para a sociedade. Para Oliveira e Martins (2008) o

grande proposito do PNQ é promover a qualidade nos negócios, reconhecer o

desempenho organizacional com estratégias de produtividade e promoção de qualidade

em âmbito mundial. Ainda o autor, esclarece que o surgimento do premio se deu na

década de 80 por meio de um grupo de especialistas norte-americanos que observaram

diversas empresas consideradas de sucesso com o objetivo de encontrar características

em comum que tornassem a concorrência de mercado irrelevante em um cenário

competitivo, dinâmico que exigia das organizações, mudanças rápidas e

desenvolvimentos constantes de estratégias. No Brasil, o Premio Nacional de Qualidade

(PNQ) é administrado pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) desde 1991,

reconhecido como excelência de gestão pelas organizações. O Premio Nacional de

Qualidade tem critérios definidos e específicos que são utilizados na medição de

desempenho em oito categorias a destacar: processo; produto; clientes e mercado;

pessoas; sociedade; ambientais; patrimoniais e imagem. Mesmo sendo os critérios

específicos é possível à adoção de novas praticas de medição, desencadeadas por meio

da reflexão, permitindo que o processo evolua e busque novas abordagens na análise. O

PNQ abrange que [...] “a amplitude no numero de categorias dos indicadores propiciou

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uma melhor diversidade nas análises, além de ser um modelo adotado pelas empresas

para avaliação de desempenho e motivo de pesquisas acadêmicas brasileiras”,

(MARQUEZAN; DIEHLl e ALBERTONI, 2013, p.52). Na investigação cientifica de

Nascimento et al. (2010) foi constatado que o PNQ é um dos critérios mais adotados na

produção cientifica nas áreas de Engenharia, Contabilidade, Administração e Turismo

para Qualis e Capes. Ainda o autor salienta que essas abordagens contem uniformidade,

capacidade de síntese e facilidade de entendimento dos resultados coletados.

Considerando a limitação desta pesquisa foram analisados apenas citações de

indicadores de natureza não monetária, extraídos dos relatórios de administração por

meio de análise documental.

3.1.5 Exploração do Material

A fase de tratamento de dados se dividiu em codificação e categorização de

informações.

A codificação é tratada por Bardin (2011, p.133) e

[...] corresponde a uma transformação – efetuada segundo regras

precisas – dos dados brutos do texto, transformação esta que, por

recorte, agregação ou enumeração, permite atingir uma

representação de conteúdo ou da sua expressão; suscetível de

esclarecer o analista a cerca das características do texto, que podem

servir de índices.

Em seguida, é apresentado um quadro das empresas contendo a descrição dos

nomes dos relatórios analisados.

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Quadro 1 – Empresas, atividades e relatórios analisados

A coleta ocorreu por meio da leitura dos relatórios, conforme disponibilidade na

área de Relacionamento com Investidores (RI) nos sitio eletrônicos das empresas. Não

foram utilizados softwares ou outras ferramentas de coleta de dados, considerando que a

leitura completa foi necessária por dois motivos: a) amplitude das citações dos

indicadores não monetários e b) a identificação de outras citações de indicadores que

poderiam ser criados para avaliar o processo de gestão. Juntamente com as citações dos

indicadores também foram coletados outros dados como: unidade de medida quando

explícitos nos relatórios.

3.1.6 Tratamento dos Resultados Obtidos

Os dados foram relacionados por itens e por temática ou categoria. Na visão de

Gomes (2003) a divisão por categoria é sinônimo de agrupamento de elementos, ideias

ou considerações acerca de um conceito autônomo e capaz de abarcar tudo que esta

sendo proposto. Desta forma a categorização partiu no momento da coleta de dados,

conforme os três princípios de Selltiz et al (1965):

Empresa Setor Atividade Nome do relatório analisado

ALIANSCE Imobiliário Administração de shopping centers Apresentação dos resultados 4T14

BR BROKERS Imobiliário Intermediação e consultoria Apresentação dos resultados 4T14

BR MALLS PAR Imobiliário Construção civil Relatório anual 2014

BR PROPERT Imobiliário Participação, participação e administração. Relatório anual 2014

CYRELA REALT Imobiliário Incorporação Resultado anual 2014

DIRECIONAL Imobiliário Construção civil Relatório anual

EVEN Imobiliário Construção civil e Incorporação Relatório anual

EZTEC Imobiliário Construção civil e Incorporação e vendas Relatório anual

GAFISA Imobiliário Construção civil e Incorporação Resultados

HELBOR Imobiliário Incorporação Apresentação dos resultados 4T14

IGUATEMI Imobiliário Administração de shopping centers Apresentação dos resultados 4T14

MRV Imobiliário Construção civil e Incorporação Apresentação dos resultados 4T14

MULTIPLAN Imobiliário Incorporação e vendas Relatórios de resultados 2014

ROSSI RESID Imobiliário Construção civil e Incorporação Apresentação dos resultados 4T14

TECNISA Imobiliário Construção civil e Incorporação Resultado do 4° Trimestre de 2014

Fonte: Elaborada pelo autora, com base nos relatórios das empresas

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a) Categorias são estabelecidas em conjunto e necessitam de princípios de

classificação: na referida pesquisa destaca-se a frequência das citações dos indicadores.

b) A formulação de categorias abrangem quaisquer respostas ou dados

selecionados: são extraído na coleta documental e analisado após a finalização desta

etapa, considerando todo o censo coletado das categorias previamente definidas.

c) São exclusivas, pois uma resposta não deve pertencer a duas categorias, podem

ser identificadas pela descrição, características de inclusão e delimitação ou exclusão de

indicadores classificados em uma categoria em detrimento da outra.

Após o processo de seleção, coleta de dados e exploração do material, foi feita a

classificação das citações dos indicadores não monetários em (oito) 08 categorias

distintas a destacar: processo; produto; clientes e mercado; pessoas; sociedade;

ambientais; patrimoniais e imagem. Essa organização foi feita com base na grade de

categorias propostas pelos autores Marquezan; Diehl e Alberton (2013) pautadas no

ciclo de avaliação do Prêmio Nacional de Qualidade-PNQ, conforme o Quadro 2.

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Quadro 2 – Categoria de classificação dos dados

CATEGORIAS DESCRIÇÃO EXEMPLOS

Ambientais Medidas que demonstrem impactos causados

pelas ações da empresa no meio ambiente.

Também retratam as ações de prevenção,

recuperação e tratamento desses impactos.

Área de recuperação

ambiental;

Quantidade de CO2

emitida;

Clientes/Mercado Volume e composição da carteira, perdas e

capitação de clientes, bem como, pesquisa de

satisfação do cliente são itens desta categoria.

Capitação de clientes;

Market Share;

Numero de clientes;

Imagem Apresentação ou exposição da imagem da

empresa, reconhecimentos, obras sociais,

prêmios e certificações por institutos,

universidades ou revistas e etc.

Certificações de Institutos;

Pesquisas de imagens;

Rankings

Patrimoniais São relativos à estrutura física ou predial e

também de capital da empresa disponibilizadas

para sua operação.

Quantidade de itens do

ativo imobilizado;

Prazo médio de realização

de ativos e passivos;

Pessoas Item classificados quaisquer indicativos aos

funcionários, diretos e indiretos da empresa. São

considerados indicadores de qualidade,

composição do quadro funcional, satisfação,

qualidade e riscos propostos pelas condições de

pesquisa.

Números de acidentes de

pesquisa;

Horas de treinamento;

Quantidade de

funcionários;

Processo Os indicadores que representem desempenho,

capacidade dos processos internos e externos à

empresa, armazenagem de matérias primas,

capitação, transformação e distribuição.

Utilização da capacidade

instalada;

Produto Na classificação deste item apresentam-se

indicadores de desempenho dos produtos como:

competitividade, qualidade, ranking e vendas.

Volume vendido;

Quantidade em estoque;

Sociedade São indicadores relativos à geração de impactos

da empresa na sociedade, especificamente nas

pessoas.

Volume de projetos sociais;

Abrangência de projetos

sociais;

Fonte elaborada por Marquezan; Diehl e Alberton e adaptada pelo autora.

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Antes desta disposição os dados foram tabulados em formulários individuais,

cada um contendo a grade das oito categorias. E as citações dos indicadores não

monetários foram contabilizadas individualmente e ao final da classificação foi apurado

o número total de citações por categoria e por empresa. Também contido no mesmo

formulário o nome da empresa selecionada, o ramo de atuação perante o mercado

imobiliário, podendo ser: construtora, incorporadora, construtora e incorporadora,

administradora de shoppings e condomínios, intermediadora e consultoria imobiliária.

3.1.7 Padronização das Citações dos Indicadores

Após classificar as categorias, conforme apresentado no Quadro 2, as citações de

indicadores que possuem a descrição diferente, porém tem a função de medir objetos da

mesma natureza foram padronizados:

Citações de indicadores da mesma empresa, mas com objeto de medida semelhante

foram tratadas de maneira uniforme, considerando variações do mesmo. Como ex:

volume de vendas do produto premium (A) e volume de vendas do produto flex (B)

foram considerado como “volume de vendas”.

Citações de indicadores de empresas diferentes que medem o mesmo objeto, como

ex: clientes, produtos e processos também foram padronizados. Seguido da

descrição volume vendido (entrega de unidades) para categoria produto. Para

categoria de cliente utilizou-se a descrição (lançamento de empreendimento) para

construtoras e incorporadoras. Já as administradoras e intermediadoras que vendem

e locam imóveis se utilizam da descrição de produto em quantidade de m² e para

cliente o volume total de m² como relacionamento e posicionamento de mercado. A

categoria de processos esta padronizada pela utilização da capacidade instalada seja

por m² ou unidade em estoque.

Citações de indicadores de um mesmo objeto também foram tratadas de maneira

uniforme. Como ex: números de pessoas por gêneros, por cargo, por idade, internos

e externos foram unificados na categoria pessoas por “numero de funcionários”.

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Citações de indicadores de empresas diferentes, com características diferentes, mas

com funções semelhantes também foram tratadas de maneira uniforme. Como

exemplo: investimentos em permutas de terrenos x unidades construídas,

distribuição regional de stand de vendas com funcionamento de 24h aumento no

volume de vendas e diminuição de custos com propaganda. Foram considerados

como estrutura física e de capital da empresa disponíveis para sua operação, em

ambas as situações há redução nos prazos médios de realização de ativos e passivos

e foram classificados como “patrimoniais”.

Finalizadas as classificações e padronizações, foi realizado o tratamento

quantitativo e exploratório dos dados e posteriormente a análise de

representatividade do censo.

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4. TRATAMENTO DOS DADOS

Neste capítulo fizemos a discussão dos dados coletados, a partir da leitura dos

relatórios de administração das empresas que foram categorizadas e padronizadas.

Inicialmente foram extraídos 1026 citações de indicadores não monetários (não

padronizados) dos relatórios analisados, exceto da empresa EZETEC que não divulga

relatórios anuais desde 2009, somente as demonstrações contábeis, seguidos do parecer

de auditoria. Conforme a descrição da Tabela 3, tendo como destaque a construtora

Helbor com 128 indicadores e grande foco na categoria Clientes (63), seguidos de

Produtos (43) e Processos com (19).

Vale ressaltar que as medidas contribuem tanto para gerenciar quanto para

monitorar e aperfeiçoar o desempenho empresarial. Os indicadores de desempenho não

financeiros alinhados aos indicadores financeiros mostram sua contribuição à gestão no

aumento dos ativos intangíveis das organizações. Segundo (Morissete, 1977 apud

Callado; Callado e Almeida, 2007 p. 02) “são medidas quantitativas que não será

expressa em valor monetário apresentada em métrica diferente de uma unidade

monetária”.

A análise das citações dos indicadores não monetários de todas as empresas,

conforme categorias descritas no Quadro 2, evidencia-se o primeiro lugar para as

citações dos indicadores relativo ao desempenho de Clientes/Mercado com 33% do

total da coleta (341). O maior número de citações de indicadores encontrados nesta

categoria refere-se a medidas genéricas de quantidade produzida, distratada e

renegociada. E de forma especifica, considerando a atuação da empresa no mercado

imobiliário têm-se os programas habitacionais com parcerias governamentais;

habitações populares com ate 50m²; empreendimentos comerciais e residenciais com

padrão médio, alto e luxo ; industrias; administração de shopping com taxa de

ocupação por seguimento de alimentação e área gourmet; vestuário; artigos de lar e

escritório; artigos diversos e serviços.

A Tabela 3 esta orientada para leitura de forma vertical, são apresentados os

dados identificados por empresa e categoria, organizados de forma decrescente pelo

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total de citações de indicadores não monetários listados e representados

percentualmente por análise vertical. Sendo, a incorporadora Helbor líder do ranking

com (128) citações de indicadores não monetário no universo de (1026) e representados

percentualmente em (12%) da composição total da carteira de (100%). O segundo lugar

de destaque foi para construtora e incorporadora Direcional com (127) citações de

indicadores não monetários no universo de (1026) e representados percentualmente

também com (12%) para fins de arredondamento da composição total da carteira de

(100%). A empresa classificada na ultima posição foi a EZTEC Empreendimentos e

Participações, por não publicar relatório anual desde o período de 2009.

Diante desses resultados Pereira (2001) defende que as avaliações de

desempenho são norteadores que ajudam a análise e julgamento de situações, ideias e

objetivos visando qualificar a tomada de decisão no alcance de perspectivas planejadas

da organização.

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Tabela 3 – Total de citações de indicadores não monetários identificados

Categoria Categoria Categoria Categoria Categoria Categoria Categoria Categoria Totais %

Empresas Ambientais Clientes Imagem Patrimoniais Pessoas Processo Produto Sociedade

HELBOR - 63 - 3 - 19 43 - 128 12%

DIRECIONAL - 70 - 4 - 20 33 - 127 12%

BR MALLS

PAR 8 44 1 2 16 16 21 8 116 11%

IGUATEMI 7 36 - 9 2 29 17 - 100 10%

MULTIPLAN - 13 - 5 - 38 35 - 91 9%

CYRELA REALT

2 8 13 - 32 9 11 7 82 8%

EVEN 3 19 11 10 2 17 17 - 79 8%

BR PROPERT - 23 - 4 1 27 13 - 68 7%

MRV 1 13 12 3 6 9 17 3 64 6%

GAFISA - 14 - 2 1 - 25 - 42 4%

ROSSI RESID - 11 - 2 - 10 15 - 38 4%

BR BROKERS - 6 - 2 12 7 9 1 37 4%

ALIANSCE - 15 - 5 - 4 9 3 36 4%

TECNISA - 6 1 4 4 - 3 - 18 2%

EZTEC - - - - - - - - - 0%

TOTAL 21 341 38 55 76 205 268 22 1.026

% 2% 33% 4% 5% 7% 20% 26% 2% 100%

Fonte elaborada pela autora

A Tabela 4 esta orientada para leitura de forma vertical, são apresentados os

dados identificados por empresa e categoria, organizados de forma decrescente pelo

total de citações de indicadores não monetários padronizados, listados e representados

percentualmente por análise vertical.

Na categoria Clientes, as citações de indicadores não monetários de (market

share), foram considerados conforme a participação no mercado externo, onde as

empresas atuam, por região, por seguimento, por tipo de empreendimento e por tipo de

publico. Também foram contabilizados os índices que medem a satisfação do cliente,

porém só foram divulgados pela construtora e incorporadora Cyrella.

Outra citação de indicador não monetário destacado é relativa ao Produto com

26% no total (268), sendo expressos unicamente por volume vendido, podendo ser por

empreendimento, unidade, por m², vendas e locação das mesmas lojas. As

características que mais aparecem em relação ao desempenho dos produtos são:

qualidade indicado na classificação de padrão e ranking indicado no posicionamento e

relacionamento de mercado.

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65

As citações de indicadores não monetário de Processo representam 20% da

composição no total de (205), este representa o desempenho dos processos internos e

externos das empresas, bem como, a utilização da capacidade instalada. Os fatores de

produção tais como: projeto de lançamento de empreendimento; distribuição regional

dos stands de vendas; taxa de ocupação por m² são os que mais se destacaram.

A categoria de Pessoas apresenta um contingente de 7% do censo no total de

(76), e as citações de indicadores não monetários são relativas à composição do quadro

funcional com divisões dos funcionários por faixa etária; tempo de empresa; gênero;

cargo ; avaliação de desempenho; horas de treinamento e vendas por região.

Já a próxima categoria são as citações de indicadores não monetários

Patrimoniais, representadas por 5% do censo com (55) classificações no total. São

relativos à estrutura física e de capital da empresa no desempenho de suas atividades.

Nas empresas construtoras e incorporadoras foi encontrado um grande volume de

permutas nas negociações, contemplando a realização de ativos e passivos em prazos

médios. Já as administradoras de shoppings e condomínios apresentam uma quantidade

relevante de lojas e outros estabelecimentos comerciais no ativo imobilizado. As

empresas industriais investem em uma robusta formação do banco de terrenos, em todas

as regiões do Brasil.

As citações dos indicadores não monetários de Imagem são representadas por

4% ou (38) indicações, e referem-se à exposição da imagem das empresas, a seu

reconhecimento no mercado e principalmente os prêmios e certificações recebidos por

institutos e revistas. Embora todos os indicadores anteriores tenham sido contabilizados

com unidade de medida, os indicadores de imagem foram tratados também como

medida qualitativa, sendo considerado o nível de reconhecimento das empresas no

mercado e a quantidade de prêmios e certificações recebidas.

Para a categoria Sociedade com 2% e (22) indicações no total, destacam-se as

citações dos indicadores não monetários que medem a abrangência das ações sociais.

Nesta, foram encontradas em 6 das 15 empresas analisadas. Com um destaque para a

empresa BR Malls com 8 indicadores. Essa empresa, anualmente disponibiliza as áreas

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66

comuns dos shoppings para realização de campanhas de vacinação, prevenção de

doenças, workshops educacionais para idosos e crianças, bem como, a parceria com

ONG’S com o objetivo de angariar fundos aos projetos sociais. Outro destaque vai para

a empresa Cyrella com 7 indicadores, que por meio do seu Instituto realiza ações por

todo o Brasil com crianças e adultos no âmbito da educação. Além disso, a Cyrella

investe em programas de inclusão de mercado de trabalho com a participação de 519

funcionários voluntários divididos em oito instituições parceiras.

Para a categoria Ambiental com participação de 2% na composição de (21) as

citações dos indicadores não monetários no total das empresas analisadas. O fator em

comum encontrado em 6 das 15 empresas analisadas foi o conceito de reciclagem

dentro dos canteiros de obras, trazendo benefícios com eliminação de caçambas e com o

direcionamento dos entulhos para aterros. Um destaque para a empresa Cyrella que

desenvolveu um projeto de reciclagem própria nos seus canteiros de obras em quatro

etapas, sendo: a separação, ensacamento e transporte do entulho para mini usina de

reciclagem instalada dentro da obra. A recepção dos sacos é administrada por

funcionário treinado e capacitado na área de reciclagem e o processamento dos entulhos

selecionados passa pela transformação em maquinas de moinhos e mandíbulas de aço.

No total são produzidos em média 130m³ de material reciclado que retornam como

insumos às obras. Além do processo de reciclagem também foram encontradas medidas

de consumo e reaproveitamento de agua, consumo e geração de energia.

Dentre a estrutura de dados encontrados, o destaque foi para a utilização de

citações de indicadores não monetários externos a empresa, que representaram o

desempenho e o impacto das atividades nos resultados tais: demandas de produtos;

market share; premiações por ranking; reconhecimento e certificações por institutos e

revistas.

4.1 Análise das Citações de Indicadores Padronizados por Empresa

Conforme proposto na metodologia, as citações de indicadores não monetários

coletados foram padronizadas, permitindo a variabilidade de uma mesma citação de

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67

indicador não monetário em cada empresa, objetivando o entendimento da variedade

dos objetos de controle das empresas. Desta forma, obteve-se um total de 210 citações

de indicadores não monetários padronizados com um destaque para empresa Cyrella

com 25 citações de indicadores, 12% do total. Conforme a tabela 4 pode ser visualizada

o novo quadro de indicadores por empresa.

As citações de indicadores não monetários padronizados (210) representam

20,5% do total das citações de indicadores listados nos relatórios pesquisados (1026).

Com um destaque para construtora e incorporadora Direcional como empresa que mais

replicou citações de indicadores, principalmente quando efetuou classificações de

clientes e categorização dos volumes, lançados e projetados. Outra forma encontrada de

diversificação do mesmo item ocorreu naqueles que expressam quantidade de produtos

vendidos. Após o processo de padronização das citações de indicadores não monetários

nas empresas, ainda se mantém no topo da lista a categoria Clientes/Mercado (59

citações de indicadores) com o maior número de referencias listados. As citações de

indicadores que classificam e quantificam são: a composição de carteira (15); capitação

de clientes (14); numero de cliente (11); market share (10) e relacionamento com

mercado (9) são os mais utilizados.

Em segundo lugar estão os indicadores da categoria Processos (36 indicadores),

com destaque para utilização de capacidade instalada (12); desempenho de processos

internos (9); processamento e distribuição de produtos (8) e desempenho de processos

externos (7) são os mais utilizados.

Logo após, com (34 indicadores) a categoria Produtos, com destaque para

volume vendido (19); competitividade dos produtos (7); ranking dos produtos (6) e

qualidade dos produtos (2) são os mais utilizados.

Desta forma geral, os indicadores padronizados por empresas demostraram

maiores concentrações nas Categorias Clientes/Mercado, Processos e Produtos,

conforme demonstrado na tabela 4. Assim, a padronização dos indicadores,

desconsiderando as empresas que os utilizaram será expressa no próximo tópico.

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68

Tabela 4 – Total de citações de indicadores não monetários padronizados

Categorias Categorias Categorias Categorias Categorias Categorias Categorias Categorias

%

EMPRESAS Ambientais Clientes Imagem Patrimoniais Pessoas Processo Produto Sociedade Totais

CYRELA

REALT 2 4 5 - 5 4 2 3 25

12

%

BR MALLS PAR 3 3 1 2 3 3 3 3 21

10

%

MRV 1 5 4 2 1 3 3 1 20

10

%

BR BROKERS - 5 - 2 4 3 4 1 19 9%

EVEN 1 4 4 2 1 3 2 - 17 8%

IGUATEMI 3 4 - 2 2 3 1 - 15 7%

ALIANSCE - 5 - 3 - 2 2 2 14 7%

DIRECIONAL - 5 - 2 - 3 3 - 13 6%

GAFISA - 5 - 2 1 - 5 - 13 6%

HELBOR - 4 - 2 - 4 3 - 13 6%

TECNISA - 4 1 2 2 - 2 - 11 5%

BR PROPERT - 4 - 2 1 2 1 - 10 5%

MULTIPLAN - 4 - 1 - 3 2 - 10 5%

ROSSI RESID - 3 - 2 - 3 1 - 9 4%

EZTEC - - - - - - - - - 0%

TOTTAL 10 59 15 26 20 36 34 10 210

% 5% 28% 7% 12% 10% 17% 16% 5% 100%

Fonte elaborada pelo autor.

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69

4.2 Análise de Indicadores Não Monetários Padronizados

A Tabela 4 está orientada para leitura de forma vertical, são apresentados os

dados identificados por empresa e categoria, organizados de forma decrescente pelo

total de citações de indicadores não monetários padronizados, listados e representados

percentualmente por análise vertical.

Neste item, as citações de indicadores sofreram uma nova padronização,

conforme proposto no item 3.1, porém não individualizada por empresa, ou seja, foram

considerados em sua totalidade sem a vinculação por serem encontrados em uma

empresa ou em outra. Foi eliminada a dupla contagem daquelas citações de indicadores

que expressam o mesmo resultado, como ex: volume de produção, que são evidenciados

em diversas oportunidades, sobre produtos diferentes, em unidades de medidas diversas,

mas que de qualquer forma só expressam a quantidade produzida em um período

determinado. Os novos dados resultaram em 25 indicadores exclusivos, dividido nas

oito categorias propostas anteriormente conforme a tabela 5.

Tabela 5 –Indicadores não monetário padronizados por categoria

No comparativo entre o total de citações de indicadores não monetários

padronizados (210) da Tabela 4 para o total de indicadores não monetários efetivos (25)

Categoria Indicadores não monetários

padronizados %

Pessoas 4 16

Clientes 4 16

Processo 4 16

Ambientais 3 12

Imagem 3 12

Produto 3 12

Sociedade 2 8

Patrimoniais 2 8

TOTAL 25 100

Fonte elaborada pelo autora.

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70

da Tabela 5 há uma redução de 88% no volume de informações analisadas. Sendo

assim, é perceptível o empate entre as categorias pessoas (4), clientes (4) e processos (4)

na liderança do ranking, representado 48% da soma percentual em relação ao total de

100% apresentados.

A categoria de Pessoas é de fato suportada pela diversidade de indicadores

associados à categoria, incluindo indicadores de quadro funcional; gestão de pessoas;

clima organizacional; doenças ocupacionais e geração de empregos.

Na categoria de Clientes os indicados mais expressivos estão relacionados ao

volume de unidades vendidas, e eventualmente no ano de 2014 também tiveram uma

frequência importante o número de unidades distratadas; a composição da carteira de

clientes foi apresentada de forma geográfica em 100% das empresas analisadas, tendo

uma concentração na região Sudeste do país para lançamentos de empreendimentos

novos, a partir das empresas construtoras e incorporadoras, no que tange os

empreendimentos habitacionais provindo de programas governamentais (minha casa,

minha vida) e empreendimentos residenciais com até 50m² com o custo total inferior a

R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). No entanto o indicador de Market-Share que

representa o posicionamento de mercado teve um destaque para as empresas

administradoras de shoppings e condomínios, com o aumento de vendas de m²,

reavaliação de m² já existentes e investimentos em novas áreas de grande acesso, como

espaço gourmet e lojas de prestação de serviços gerais, não sendo considerados

quiosques na contagem de m² por não serem de natureza permanente e apresentarem um

baixo custo a administração geral.

Já a categoria de Processos tem os indicadores que demostram a utilização da

capacidade instalada, por exemplo: funcionamento de 24h do stand de vendas; sistemas

de informação disponibilizados em tempo real, pelo site das empresas com assistência

personalizada por cliente; tempo de processamento e divulgação de dados internos (fase

da obra); número de unidades projetadas e lançadas; índices de desempenho de vendas

por m², entre outros.

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71

4.3 Análise de Indicadores Não Monetários das Incorporadoras Imobiliárias

Do censo das empresas selecionadas foram analisados os principais indicadores

não monetários de desempenho, os quais totalizam 25 abordagens diferentes dentre as 8

categorias definidas previamente.

Na categoria Ambientais foi encontrado (3) indicadores não monetários, dos

quais o mais citado (8) foi “ações de recuperação”. Tais ações estão ligadas a

otimização do processo produtivo eficiente, na eliminação de desperdícios de materiais

de consumo, que produzem lixo reciclável; adequado armazenamento de insumos,

eliminando a contaminação do solo por produtos químicos; implantação de mini usinas

de reciclagem, e descarte dos resíduos em reservatório próprio, ocasionando a redução

do consumo de agua e energia. Assim, ocorre a diminuição no uso de recursos naturais,

e um melhor desempenho nos resultados no que tange ao tempo de entrega da obra.

Para a categoria de Clientes (4) o indicador não monetário mais expressivo foi

“número de clientes” (118) devido ao volume de contratos distratados no período de

2014, efeito do aumenta da taxa de juros e novas exigências do mercado imobiliário em

relação às politicas de financiamento em âmbito governamental e das instituições

financeiras.

A categoria de Imagem (3) com os indicadores não monetários pautados na área

de marketing sendo, “pesquisa de imagem” (19) no que diz respeito à exposição de

imagem da empresa na sociedade; reconhecimento da liderança no ranking de vendas

por jornais e revistas; divulgação de recebimento de prêmios de qualidade,

sustentabilidade e competitividade em revistas e mídias da construção civil e

incorporação imobiliária.

Já a categoria Patrimoniais (2) teve indicadores não monetários em uma divisão

quase equilibrada, porém com um destaque para “estrutura física e disponível para a

sua operação” (30) relativos a quantidade de ativos em estoque como: banco de terrenos

e propriedades de empreendimentos; participações em outras empresas; realização de

ativos e passivos em prazos médios.

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72

Outra categoria substancial é a de Pessoas (4) que obteve indicadores não

monetários variados, porém a frequente citação foi “número de funcionário” (44) devido

a relevância do volume de pessoas empregadas pelo setor, além do volume empregado,

também foram registradas variações importantes de turnover (taxa média de admissões

desligamentos), em relação ao quadro funcional efetivo médio das empresas.

A categoria de Processo (4) se diferencia das demais categorias por duas

características básicas, capacidade de inovação e mapeamento geográfico. Embora o

indicador não monetário mais constante tenha sido “utilização da capacidade instalada”

(121) os pontos mais contundentes foram vendas de unidades totalmente pela internet e

o mapeamento geográfico do (Brasil) com a projeção de novos empreendimentos

contendo um índice de valorização da região e do investimento (imóvel) para o

comprador (pessoa física) e para o investidor (pessoa jurídica).

Para a categoria de Produto (3) os indicadores não monetários mais citados sem

dúvida são “volume de vendas” (219) em função da premissa do mercado imobiliário

perante o alto contingente de estoques, e a relevante diminuição das receitas com

vendas, aumento de custos administrativos com distrato e renegociações envolvendo

permutas de bens com unidades de menor valor.

Por fim a categoria Sociedade (2) representa um indicador não monetário com

uma pequena frequência em comparação às demais categorias relacionadas na pesquisa,

porém, de uma forma inusitada, o destaque foi “abrangência dos projetos sociais” (15)

no que retrata ações de cunho social em larga escala. São medidas de contribuição a

população local envolvendo a promoção de campanhas de vacinação contra a gripe,

workshops prevenção de doenças da melhor idade, disponibilidade de espaço conceito

“bem estar” em parceria com empresas de massagem, fornecimentos de degustação de

alimentos saudáveis e serviços de recreação como dança e yoga.

Assim, conforme apresentado na Tabela 6 as citações de indicadores não

monetários padronizados em relação aos indicadores não monetários efetivos, estão

orientada para leitura de forma vertical, são apresentados os dados identificados por

categoria e organizados de forma alfabética.

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73

Tabela 6 – Citações de Indicadores X Indicadores não monetário padronizados por

categoria

Fonte elaborado pela autora

Citações Categorias

Classificação de

citações

Classificação de

citações

Classificação de

citações

Classificação de

citações

Indicadores

não

monetários

(QTD)

Ambientais Impacto no meio

ambiente

Ações de

Recuperação

Ações de

Preservação

Total 21 6 8 7 3

Clientes Composição de

carteira Número de clientes

Capitação de

clientes Market-Share

Total 341 51 118 113 59 4

Imagem Certificações de

Institutos Pesquisas de imagem Rankings

Total 38 13 19 6 3

Patrimoniais

Estrutura física

disponível para a

sua operação

Estrutura de capital

disponível para a sua

operação

Total 55 30 25 2

Pessoas Número de

funcionário Horas de treinamento

Número de

acidentes de

trabalho

Gestão de

pessoas/satisfação

Total 76 44 19 1 12 4

Processo

Utilização da

capacidade

instalada

Capacidade dos

processos Internos

Capacidade dos

Processos

externos

Capitação,

processamento e

distribuição de

matéria prima

Total 205 121 21 47 16 4

Produto Volume de Vendas Qualidade Competitividade

Total 268 219 6 43 3

Sociedade Número de

projetos sociais

Abrangência de

projetos sociais

Total 22 7 15 2

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Por meio dos relatórios de administração divulgados pelas empresas aos seus

investidores, a pesquisa demonstrou os principais indicadores não monetários do setor

imobiliário. Assim, a partir da divulgação dos indicadores não monetários externos a

empresa, bem como, a visualização em relação à capacidade de tomada de decisão por

parte dos administradores, acionistas, investidores, bancos e clientes tornam-se ampla e

viável do ponto de vista operacional e mercadológico, podendo ser utilizado como um

sistema de medição. Para Mers (1993) sistemas de medição devem pertencer a um

sistema de gestão de qualidade, no processo continuo e de longo prazo, focado na

satisfação dos clientes e que permita melhoria contínua dos produtos e serviços. Ainda o

autor salienta que sistemas de gestão de qualidade são pertinentes às estratégias

competitivas de construção e fabricação. Sendo assim, a indústria da construção civil

necessita de ferramentas de aperfeiçoamento da capacidade de absorção perante as

novas tecnologias e inovações organizacionais do setor. Já na visão de Amorim;

Bandeira e Mello (2008, p.262) “A existência de sistemas de gestão de qualidade nas

empresas da construção civil deverá permitir que sejam traçadas estratégias mais

eficazes. No entanto, a implantação destes sistemas implica em que as empresas

possuam uma avaliação sistemática de seu desempenho”. Ainda o autor ressalta que

para isso ser possível, é necessário se estabelecer indicadores que possibilitem esta

medição e propiciem comparativos.

Na premiação da Fundação Prêmio Nacional da Qualidade – FNPQ (2004) há

apenas uma empresa premiada indústria da construção civil no ano de 2003, o Escritório

de Engenharia Joal Teitelbaum, representando a categoria de empresas médias. Assim,

como no setor da construção civil, bem como, na literatura pesquisada há uma limitação

de publicações e pesquisas dos indicadores não monetários utilizados pelo setor

objetivando a medição e avaliação de desempenho. Desta forma, outros autores

discutem indicadores de desempenho no âmbito da construção civil, mas não os

classificam como não monetários conforme a proposta desta pesquisa. No entanto, é

possível fazer uma classificação a partir dos indicadores não monetários destacados com

o maior número de citações nesta pesquisa, conforme tabela 6, com os indicadores

estudados por Lantelme (1994) que propõe ao setor da construção civil um sistema de

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75

indicadores orientados pelos conceitos de qualidade e produtividade relacionados a:

projetos, suprimentos, assistência técnica, planejamento de vendas, produção, recursos

humanos e administrativos.

O quadro 3 está orientado para leitura de forma vertical, sendo apresentado uma

nova classificação de indicadores de qualidade e produtividade, assim, podendo ser

relacionados com os indicadores não monetários mais citados nesta pesquisa. O critério

de classificação utilizado é temático, conforme sugerida pela técnica de categorização já

abordado no item 3.2 de metodologia desta pesquisa.

Quadro 3 –Indicadores não monetário classificados em novas categorias

INDICADORES QUALIDADE PRODUTIVIDADADE

Indicadores não

monetários Pesquisas de Imagem

Ações de Recuperação

assistência técnica

Indicadores não

monetários Abrangência de Projetos Sociais

Número de Clientes

projetos

Indicadores não

monetários

Estrutura Física Disponível Para a

Sua Operação

suprimentos

Indicadores não

monetários

Número de Funcionário

recursos humanos e

administrativos

Indicadores não

monetários

Utilização da Cap. Instalada

produção

Indicadores não

monetários

Volume de Vendas

planejamento de vendas

Fonte elaborado pela autora

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76

Desta forma, essa pesquisa propõe a possibilidade de se desenvolver novas

métricas de avaliação de desempenho, na busca da mensuração do resultado econômico

das organizações, por meio dos indicadores não monetários, que permeiam o setor da

construção civil como um todo. Embora esta pesquisa tenha proposto a classificação de

oito categorias distintas foi constatado que no total das empresas analisadas somente

quatro categorias de indicadores são utilizadas por todas as empresas, sendo: clientes,

patrimoniais, processos e produtos. Na categoria clientes o indicador não monetário

revelado foi: captação de clientes (lançamento de empreendimento). Na categoria

patrimoniais têm-se como indicador a estrutura física disponível para a operação (banco

de terrenos). Acerca da categoria de processo o indicador não monetário encontrado foi

a capacidade dos processos internos e externos (entregas de unidades). E na categoria de

produtos, a pesquisa revelou um indicador não monetário denominado volume de

vendas (vendas de unidades em estoque e vendas de lançamentos). Nas demais

categorias tais como: ambientais, imagem, pessoas e sociedade, os indicadores não

monetários apareceram apenas de forma aleatórias.

A limitação encontrada na pesquisa é em decorrência da escassez de produção

cientifica desta natureza, especificamente no setor de construção civil e também por ser

uma proposta de estrutura de métricas inexistente no mercado atual, que podendo ser

pesquisada e divulgada resultariam na contribuição para avaliação de desempenho das

empresas analisadas e também na divulgação de resultados econômicos suportados por

novos sistemas de medição. Conforme apresentado na discussão e no Quadro 4.

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Quadro 4– Quadro conceitual de indicadores não monetários da construção civil

Ano Publicação Autor Veiculo

1993

" How to stop talking about

and begin progress toward

total quality management".

MEARS, P.

Business horizons,

Greenwich, v. 36, 1993, p.

66-68.

1994

"Proposta de um sistema de

indicadores de qualidade e

produtividade para a

construção civil".

LANTELME, E. M. V.

Dissertação – (Mestrado em

engenharia civil), Escola de

Engenharia, Universidade

Federal Porto Alegre, do

Rio Grande do Sul.

2008

"Um sistema de indicadores

para comparação entre

organizações: o caso das

pequenas e médias empresas

de construção civil."

Brito Mello, Luiz Carlos

Brasil, Sérgio Roberto

Leusin de Amorim e

Renata Albergaria de

Mello Bandeira.

Gest. Prod., São Carlos, v.

15, n. 2, p. 261-274, maio-

ago.

Fonte elaborado pela autora.

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78

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs analisar o número de citações dos indicadores não

monetários divulgados nos relatórios de administração e assim, propor métricas que

possam predizer a avaliação de desempenho econômico das incorporadoras imobiliárias

listadas pelo índice IMOB na Bovespa no período de 2014. Além disso, visou

identificar os indicadores não monetários de avaliação de desempenho; contabilizar a

quantidade de citações de indicadores não monetários, provindos de unidades de

medidas divulgadas nos relatório de administração das incorporadoras imobiliárias;

classificar indicadores não monetários em categorias; dividir as categorias em nova

classificação abrangendo mais de um parâmetro por citação de indicadores; eliminar a

dupla contagem de citações dos indicadores não monetários; extrair indicadores não

monetários de avaliação de desempenho e comparar com conceitos de indicadores de

avaliação de desempenho já publicados no mercado imobiliário; por fim propor uma

estrutura básica de métricas não monetária ao setor imobiliário brasileiro.

A pergunta norteadora desta pesquisa visa descobrir como conciliar métricas não

monetárias com indicadores de desempenho para a gestão econômica de uma entidade?

Para alcançar tais objetivos e responder essa inquietação foram feitos alguns

procedimentos no âmbito da coleta de dados, tais como a leitura e análise dos relatórios

anuais e digitais no período de 2014 das empresas que compõe 100% da carteira teórica

do índice IMOB. Isto possibilitou a identificação de categorias para a classificação e a

possibilidade de padroniza-los para uma interpretação. Os dados extraídos e

interpretados apresentaram uma importante predominância de divulgação de indicadores

que medem o desempenho de vendas, relativo ao publico consumidor (clientes), com

33% de ocorrências, seguido indicadores que medem desempenho de produção e vendas

de produtos, com 26%, ou seja, 609 dos 1026 citações de indicadores não monetários

encontrados. Na sequencia e não distantes, destacam-se as citações dos indicadores não

monetários de processo, com uma contagem relevante ao desempenho pela utilização de

capacidade instalada, capacidade de processos internos e externos com uma evidencia

de vendas de imóveis totalmente efetuados pela internet. Essa pesquisa também

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demonstrou que a categoria Sociedade apresentou o segundo menor numero de

indicadores com (22) no total, evidenciando a irrelevância das empresas atribuída a essa

categoria na medição e divulgação desses dados. Além disso, o numero de citações de

indicadores não monetários tornou-se quase inexistente quando eliminados as duplas

contagens de indicadores de igual teor, o que demostra a limitação de avaliar o

desempenho da gestão de recursos por meio de indicadores não monetários.

A partir da revisão da literatura pode-se identificar a importância do controle de

desempenho na gestão e principalmente as medidas que podem retratar caminhos ao

alinhamento de novos rumos de acordo com os objetivos da organização. O uso dos

indicadores não monetários, mesmo focado nas abordagens quantitativas, de dados

internos ou externos às empresas têm um papel importante, pois pode complementar e

de certo modo justificar o desempenho de indicadores financeiros.

A padronização dos dados, a eliminação da dupla contagem de um mesmo

indicador, excluídas as empresas do contexto da análise, pode-se identificar as

categorias dos indicadores não monetários de maior diversidade. A mensuração dos

indicadores ambientais das empresas foi onde ocorreu a menor incidência de repetição,

visto que as empresas pesquisadas são do mesmo ramo de atividade e de uma forma ou

de outra impactam a sociedade no processo de construção e transformação urbana,

influenciando diretamente a vida das pessoas e das famílias como um todo.

Essa pesquisa foi modelada em uma proposta de estrutura de métricas não

monetárias para o setor imobiliário brasileiro com base na frequência de citações de

indicadores não monetários divulgados em relatórios de administração. No entanto, para

as futuras pesquisas sugere-se: a mudança do foco com base na relevância dos

indicadores não monetários do setor imobiliário, bem como, a ampliação do censo das

empresas do mesmo ramo de atividade que não estão listadas na Bovespa, assim como

fazer um comparativo de empresas listadas em outras bolsas de valores utilizando

análises setoriais e confrontando indicadores não monetários com resultados

econômicos e financeiros. E por ultimo, produzir um estudo de caso para se apropriar do

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80

entendimento do processo do uso e divulgação de tais métricas não monetárias de

avaliação de desempenho.

Assim, a contribuição cientifica no âmbito das ciências contábeis, poderia ser

considerado com a normatização da contabilidade societária, a partir da padronização do

IFRS (Internacional Financial Reporting Standards) e o advento do Comitê de

Pronunciamentos Contábeis – com proposta de estruturação de uma norma de

divulgação de informações contábeis não monetárias em notas explicativas. Onde tais

informações precisam demonstrar sua utilidade para um maior numero de pessoas que

possam tomar decisões no âmbito econômico.

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GLOSSÁRIO

Área de responsabilidade: unidade administrativa com atividades estabelecidas com

um gestor responsável por ela, ao qual foram designadas funções e autoridade

compatíveis com as diretrizes emanadas pelo modelo de gestão.

Cadeia de Valor: conjunto de atividades executadas para projetar, produzir,

comercializar e entregar seus produtos, agregando valor a cada fase.

Construtora: empresa ou organização que tem por fim construir edifícios residenciais.

Evento econômico: ocorrência que altera a situação patrimonial de uma entidade

gerando os seus resultados. Refere-se também a um conjunto de transações de uma

mesma natureza, isto é que causam um mesmo tipo de impacto patrimonial.

Gestão: ato de gerir: gerência; administração; direção.

Gestores: são os indivíduos responsáveis por algum nível do processo decisório da

empresa.

Incorporação Imobiliária: atividade exercida com a finalidade de promover e realizar

a construção ou “durante” a construção. Terminada a construção, deixa de existir a

necessidade de incorporação.

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Incorporador: Pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetue

diretamente a construção, firma os compromissos de compra e venda ou efetiva a venda

de imóveis em condomínio, coordenando e levando a termo a incorporação. É também

responsável pela entrega da obra nos prazos e condições preestabelecidas.

Modelo de Decisão: de uma forma restrita, refere-se ao conjunto de preceitos,

princípios e critérios que sistematizam o processo de identificação e escolha entra

alternativas. De forma ampla compreende também os conceitos de mensuração

aplicáveis a avaliação dessas alternativas.

Modelo de Gestão: é o conjunto dos princípios que estrelecem a maneira pela qual a

empresa deve ser gerida.

Modelo de Identificação: conjunto de conceitos critérios que determinam o momento

em que devem ser reconhecidos os eventos econômicos, bem como os objetos aos quais

estão relacionados.

Modelo de Informação: conjuntos de conceitos que determinam a forma de como as

informações devem ser produzidas e comunicadas aos usuários.

Modelo de Mensuração: conjuntos de conceitos que permitem quantificar

economicamente os atributos de um determinado objeto.

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Modelo: é a descrição do funcionamento de um sistema, representando uma construção

em particular, utilizando-se da teoria, que lhe dá suporte conceitual.

Resultado econômico: é a expressão da variação do patrimônio da empresa num

intervalo de tempo.

Sistema de Informação: é uma combinação de pessoas, tecnologia, mídias,

procedimentos de controle com as quais se pretende manter canais de comunicação

relevantes, processar dados sobre atividades, eventos e transações rotineiras, chamar à

atenção dos gestores e de outras pessoas para fatores internos e externos significativos, e

assegurar as bases para a tomada de decisões.

Sistema: é um conjunto de elementos interdependentes que interagem na consecução

um objetivo em comum.

Valor econômico: valor presente do fluxo de benefícios esperados respectivamente, de

um ativo ou passivo. Esses fluxos são avaliados por preços validados pelo mercado e

descontados por uma taxa que expele o custo de oportunidade de uma entidade que

deles faz uso.

Valor: é algo considerado caro ou importante para grupos de pessoas e organizações; é

um premio atribuído às crenças, quando estas são usadas adequadamente para realização

de escolhas.

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92

ANEXO I

Carteira Teórica do IMOB valida para 04/12/2015

TABELA 1: Composição por Setor do Índice BM&BOVESPA Imobiliário-IMOB

Setor Código Ação Tipo Qtde. Teórica

%Setor

Part. (%) Part.

(%)Acum.

Const e Transp /

Constr e Engenh

BBRK3 BR BROKERS ON NM 165.451.038 1,059 36,229

CYRE3 CYRELA REALT ON NM 241.564.476 8,891

DIRR3 DIRECIONAL ON NM 73.232.619 1,272

EVEN3 EVEN ON NM 205.645.961 3,986

EZTC3 EZTEC ON NM 53.227.551 3,269

GFSA3 GAFISA ON NM 365.768.901 4,477

HBOR3 HELBOR ON NM 104.154.863 0,778

MRVE3 MRV ON NM 272.917.996 11,244

RSID3 ROSSI RESID ON NM 74.108.766 0,301

TCSA3 TECNISA ON NM 76.051.070 0,952

Financ e Outros /

Explor Imóveis

ALSC3 ALIANSCE ON NM 79.678.412 4,485 63,771

BRML3 BR MALLS PAR ON NM 347.226.232 21,522

BRPR3 BR PROPERT ON ED NM 295.259.171 12,067

IGTA3 IGUATEMI ON NM 84.039.084 8,773

MULT3 MULTIPLAN ON N2 78.663.321 16,924

Quantidade Teórica

Total 2.516.989.461 100,000 100,000

Redutor

44.458.416,94295942

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93

ANEXO II

TABELA 2: Estatística Histórica 2014/ Índice BM&BOVESPA Imobiliário-IMOB

Dia Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1

661,78

660,27 664,03 741,71 612,85

591,87

2 657,03

676,85 668,73 640,17 653,97

750,87 610,09

581,88

3 673,04 594,88

663,86

642,11 653,46

746,94 624,29 616,20 585,02

4

607,39

663,99

640,15 656,16 672,35 737,90

614,85 577,63

5

607,72 628,65

668,05 636,65

667,97 732,59

600,42 581,21

6 665,30 614,88 641,41

666,37 646,67

666,43

658,64 582,42

7 661,00 623,60 628,66 667,69 670,84

653,44 663,75

662,42 576,49

8 666,99

672,90 671,17

650,90 665,03 709,16 657,96

569,70

9 647,67

659,96 665,99 658,14

697,16 661,73

567,42

10 654,88 618,73 619,15 657,03

666,67 652,00

684,97 635,07 567,82 559,60

11

633,60 619,88 658,86

673,91 657,55 669,02 694,11

568,92 553,36

12

623,62 621,13

666,62

665,51 671,98

576,87 534,58

13 659,65 623,27 615,09

658,83 673,72

659,11

663,12 565,17

14 663,73 628,46 602,19 654,87 663,52

668,70 654,57

655,30 566,23

15 668,11

642,99 656,88

667,06 668,75 680,46 633,23

522,68

16 663,43

652,62 654,02 665,80 660,90

685,59 617,38

518,94

17 657,85 617,42 601,94 656,21

666,33 663,11

689,55 629,17 561,77 532,91

18

596,85 615,33

673,17 680,02 678,97 674,90

578,10 533,94

19

613,89 614,70

652,83

689,41 676,91

591,40 537,24

20 654,89 619,28 618,74

654,92 671,85

698,43

614,97

21 650,05 627,06 621,18

653,07

684,67 699,94

590,93 620,84

22 664,74

656,92 656,41

713,44 698,68 660,78 588,79

550,57

23 654,33

647,47 657,04 667,95 700,43

655,30 563,88

554,84

24 640,65 629,82 625,21 655,25

668,04 699,62

653,12 590,70 619,66

25

618,50 626,57 644,26

665,07 695,67 710,62 640,38

616,98

26

617,61 620,13

659,03 666,45

720,39 658,51

620,13 553,58

27 640,52 639,77 640,72

648,74 661,65

727,39

571,34 622,34

28 638,01 631,93 652,63 640,55 655,68

692,50 726,87

597,94 619,52

29 624,06

652,71 655,52

676,87 736,85 629,72 589,35

554,46

30 619,29

650,97 645,66 660,88 676,07

634,92 610,93

552,76

31 613,34

667,26

662,92

633,87

MÍNIMO 613,34 594,88 601,94 640,55 645,66 636,65 650,90 654,57 629,72 563,88 561,77 518,94

MÁXIMO 673,04 639,77 667,26 676,85 671,17 673,91 713,44 736,85 750,87 663,12 622,34 591,87

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94

ANEXO III

Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 IMOB Anual

2007 1.000,00

2008 -69,2 307,66

2009 -3,1 205,0 938,47

2010 1,2 83,6 10,5 1.036,65

2011 -7,0 34,6 -10,6 -27,7 749,41

2012 -1,7 31,4 -0,8 -5,9 22,4 917,06

2013 -6,3 17,0 -7,9 -13,3 -5,1 -26,4 675,06

2014 -8,1 10,3 -10,1 -14,6 -9,7 -22,4 -18,1 552,76

2015 -9,3 5,8 -11,3 -15,1 -11,6 -20,7 -17,7 -17,2 457,44

TABELA 3: Taxa Média de Crescimento 2007-2014/ Índice BM&BOVESPA

Imobiliário-IMOB

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95

ANEXO IV

Ano Índice de Fechamento

Nominal

Variação Anual

Nominal

Índice de Fechamento em

US$

Variação Anual em

US$

2007 1.000,00 564,56

2008 307,66 -69,23 131,65 -76,68

2009 938,47 205,03 538,98 309,40

2010 1.036,65 10,46 622,16 15,43

2011 749,41 -27,71 399,51 -35,79

2012 917,06 22,37 448,77 12,33

2013 675,06 -26,39 288,17 -35,79

2014 552,76 -18,12 208,10 -27,79

2015 (*) 457,44 -17,24 118,54 -43,04

TABELA 4: Variação Anual da Taxa Média de Crescimento 2007-2014/ Índice

BM&BOVESPA Imobiliário-IMOB

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96

ANEXO V

Nota: atualização mensal

TABELA 5: Evolução Mensal a partir dos fechamentos do Índice BM&BOVESPA

Imobiliário-IMOB

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97

ANEXO VI

Nota: atualização mensal

TABELA 6: Volatilidade Mensal (2014) do Índice BM&BOVESPA Imobiliário-

IMOB

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98

ANEXO VII

Mês/Ano Nº Cias Valor de Mercado em R$ Valor de Mercado em US$

01/2014 20 57.081.365.131,72 23.526.095.343,40

02/2014 20 58.328.220.719,36 24.997.094.677,03

03/2014 20 61.335.684.210,79 27.103.704.909,75

04/2014 20 59.581.666.737,49 26.646.541.474,72

05/2014 20 57.699.769.668,12 25.770.330.356,47

06/2014 20 57.133.875.460,07 25.940.465.589,14

07/2014 20 57.025.361.716,59 25.150.111.015,52

08/2014 20 63.105.979.966,82 28.177.344.153,78

09/2014 19 53.462.136.229,50 21.812.377.082,62

10/2014 19 53.424.915.388,60 21.857.832.987,73

11/2014 18 51.533.324.469,52 20.129.418.565,49

12/2014 18 46.062.483.636,93 17.341.496.738,54

Visualizar os dados a partir de 2008

TABELA 7: Valor de Mercado 2014 do Índice BM&BOVESPA Imobiliário-IMOB

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99

ANEXO VIII

IMOB - Maior Fechamento do Ano

Ano Nominal Pregão US$ Pregão

2008 996,94 02/05/2008 603,99 02/05/2008

2009 971,06 02/12/2009 564,54 02/12/2009

2010 1.143,69 14/10/2010 690,05 13/10/2010

2011 1.038,85 03/01/2011 629,22 03/01/2011

2012 975,27 08/03/2012 551,09 08/03/2012

2013 936,82 03/01/2013 461,54 01/02/2013

2014 750,87 02/09/2014 334,67 03/09/2014

2015 (*) 622,95 06/04/2015 215,59 22/01/2015

(*) até outubro

IMOB - Menor Fechamento do Ano

Ano Nominal Pregão US$ Pregão

2008 213,48 21/11/2008 87,93 21/11/2008

2009 274,16 02/03/2009 113,66 02/03/2009

2010 725,28 19/05/2010 394,90 19/05/2010

2011 707,58 08/08/2011 377,03 03/10/2011

2012 707,36 05/06/2012 348,10 23/05/2012

2013 668,21 03/07/2013 282,19 22/08/2013

2014 518,94 16/12/2014 189,37 16/12/2014

2015 (*) 419,64 28/09/2015 101,44 24/09/2015

(*) até outubro

TABELA 9: Recordes Anuais de Maiores/Menores do Índice BM&BOVESPA

Imobiliário-IMOB

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100

ANEXO IX

Lançamentos (1)

Número de Lançamentos

VGV Lançado - R$ milhões (100%)

VGV Lançado - R$ milhões (%CBR)

Participação CBR

VGV Permutado - R$ milhões (100%)

Preço Médio por m² (R$) (ex-loteamentos)

Área útil lançada (m²)

Unidades Lançadas

TABELA 10: Principais Indicadores (Lançamentos) Encontrados nos Relatórios

de Administração.

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101

ANEXO X

Vendas (2)

Vendas Totais Contratadas - R$ milhões (100%)

Vendas Totais Contratadas - R$ milhões (%CBR)

Participação CBR

Preço Médio por m² (R$) (ex-loteamentos)

Unidades Vendidas

Vendas de Lançamentos (2)

Vendas Contratadas de Lançamentos do ano - R$ milhões (100%)

Vendas Contratadas de Lançamentos do ano - R$ milhões (%CBR)

Participação CBR

Preço Médio por m² (R$) (ex-loteamentos)

Unidades Vendidas

TABELA 11: Principais Indicadores (Vendas) Encontrados nos Relatórios de

Administração.

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102

ANEXO XI

Entregas (3)

VGV Entregue - R$ milhões (100%)

Unidades Entregues

TABELA 12: Principais Indicadores (Entregas) Encontrados nos Relatórios de

Administração.

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103

ANEXO XII

TABELA 13: Principais Indicadores (Banco de Terrenos) Encontrados nos

Relatórios de Administração.

Banco de Terrenos (4)

VGV potencial com permuta - R$ milhões (100%)

VGV potencial sem permuta - R$ milhões (100%)

Estoque de Terreno (mil m²)

% Permuta sobre valor do terreno

% CBR