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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática Weder Martins da Rocha OFICINA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Aprendendo os conteúdos sobre o solo, por meio de Oficina Pedagógica Belo Horizonte 2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Weder Martins da Rocha

OFICINA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Aprendendo os conteúdos sobre

o solo, por meio de Oficina Pedagógica

Belo Horizonte

2015

Weder Martins da Rocha

OFICINA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Aprendendo os conteúdos sobre o solo,

por meio de Oficina Pedagógica

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Biologia.

Orientador: Prof. Dr. Wolney Lobato

Belo Horizonte

2015

Primeiramente a Deus, cuja presença, o amor e a sabedoria estão presentes

em toda parte.

Aos meus pais, Geraldo Martins da Rocha e Rute da Rocha, pelo amor,

carinho, respeito e por serem um exemplo de superação.

A minha amada e companheira de todas as horas e conquistas, Sóia, pelo

incentivo, paciência, carinho e amor.

Aos meus filhos, Weder Celso e Maryelle, pela alegria e carinho.

Aos meus irmãos, Raquel e Edvaldo, pelo apoio, colaboração e presença em

todos os momentos da minha vida.

E a todos os meus amigos que diretamente e indiretamente me apoiaram em

mais esta conquista.

AGRADECIMENTOS

A todos os professores do Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática -

Área de concentração: Biologia (turma 8 - 2012), pelo profissionalismo, incentivo,

apoio e compreensão.

Um especial agradecimento ao Prof. Dr. Wolney Lobato, meu orientador, pelo

apoio, confiança e paciência durante todo o tempo deste trabalho; além de tudo por

ter acreditado em minhas ideias e me aceitado como orientando.

A todos os funcionários do Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e

Matemática.

Aos meus alunos, pela colaboração e dedicação em todas as atividades

realizadas para a elaboração deste trabalho.

E a todos que diretamente e ou indiretamente contribuíram para que este

trabalho fosse desenvolvido.

Quem procura ter sabedoria ama a vida, e quem age

com inteligência encontra a felicidade. (SALOMÃO,

PROVÉRBIOS 19:8)

RESUMO

O perfil profissional do professor exige do educador atitudes e habilidades que vão

além das incumbências de transmitir conteúdos predeterminados, o que, em alguns

momentos, acaba fazendo parte de sua vida. Por outro lado, a busca pela melhoria

de técnicas e métodos de ensino faz com que o professor esteja sempre em

processo de aprendizagem, a fim de, não apenas se tornar um bom profissional de

educação, mas um agente formador de opiniões e mediador de novas descobertas.

Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de Oficina Pedagógica, para

que os alunos possam aprender os conteúdos sobre solo de forma lúdica e

contextualizada, onde a construção do conhecimento seria realizada através de

atividades práticas. A pesquisa foi realizada em uma escola particular no município

de Curvelo/MG, com 31 alunos do 4º ano do Ensino Fundamental. A pesquisa

iniciou-se com a aplicação do primeiro questionário como pré-teste, para identificar o

conhecimento prévio dos alunos sobre o tema “Solo” e, a partir da análise das

respostas, a oficina pedagógica foi elaborada, tendo como produto técnico-

pedagógico uma cartilha confeccionada a partir de pesquisas bibliográficas de

autores diversos e documentais, entre eles os Parâmetros Curriculares Nacionais

para o Ensino de Ciências. A oficina foi realizada em sala de aula, onde os alunos

discutiram os textos propostos e desenvolveram as atividades sobre o solo. No final,

foi aplicado o segundo questionário com a finalidade de investigar o processo de

aprendizagem. Como avaliação final foram feitas as considerações com base nas

respostas dos alunos aos questionários e a realização das atividades.

Palavras-chave: Oficina pedagógica. Ensino em solos. Proteção do solo. Erosão

em Solos.

ABSTRACT

The professional profile of the teacher requires educating the attitudes and skills that

go beyond the tasks of transmitting predetermined content, just part of his personal

life. For in the quest for improving techniques and methods of teaching, make the

teacher is always in the learning process and does not become just a good

professional education but a forming opinions and discoveries mediator agent. Thus

the teacher has the opportunity to experience the bliss described by Cora Carolina,

"Blessed is he that transfers what you know and learn what you teach." The aim of

this study was to evaluate the use of Pedagogical Workshop, for students to learn the

material on the ground in a playful and contextualized, where construction of

knowledge would be accomplished through practical activities. The research was

conducted at a private school elementary school in Curvelo / MG, with 4th graders of

elementary school, containing 31 students. The research began with the application

of the first questionnaire as a pretest to identify the students' prior knowledge on the

topic "Solo". With the analysis of the responses to the first questionnaire educational

workshop has been prepared, with the pedagogical technical product a booklet,

which was made from literature searches of the National Curriculum Standards for

Science Education. The workshop was held in the classroom where students

discussed the proposed texts and developed the "playful" activities on the ground. At

the end of the second questionnaire in order to investigate the learning process has

been applied. As a final assessment considerations based on students' responses to

the questionnaires and conducting activities were made.

Keywords: educational workshops. Teaching in soils. Soil protection. Soil erosion.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Modelo da distribuição dos horizontes de um solo originado do

intemperismo de uma rocha ................................................................................... 18

FIGURA 2 – Causas da erosão ............................................................................... 23

FIGURA 3 - Fases do processo erosivo causados pela água das chuvas

(erosão hídrica) ....................................................................................................... 26

FIGURA 4 - Erosão laminar ..................................................................................... 27

FIGURA 5 – Erosão em Sulcos ............................................................................... 28

FIGURA 6 - Esboço de uma voçoroca ................................................................... 29

FIGURA 7 – Erosão Voçoroca ................................................................................ 30

GRÁFICO 1 – Quais são os três elementos fundamentais do solo? .................. 54

GRÁFICO 2 – Respostas dos alunos à questão 9 ................................................ 57

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Distribuição de erosões hídricas e eólicas em nível global............ 24

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17

2.1 Origem e Composição do Solo ........................................................................ 17 2.1.1 Solos Agrícolas .............................................................................................. 19 2.2 Erosão ................................................................................................................ 20 2.2.1 Agentes Erosivos ........................................................................................... 24 2.2.1.1 Erosão Hídrica ............................................................................................. 25 2.3 A teoria social e cultural de Vygotsky ............................................................. 31 2.4 O Ensino das Ciências Naturais no Ensino Fundamental ............................. 35

2.4.1 Objetivos do estudo de Ciências Naturais nos PCN ................................... 40 2.4.2 Conteúdos conceituais .................................................................................. 40 2.4.3 Dimensões procedimentais e atitudinais ..................................................... 41 2.5 A utilização de uma cartilha como produto técnico a partir de oficina pedagógica .............................................................................................................. 42 2.5.1 Qual é o significado de oficina pedagógica? ............................................... 42 2.5.2 A utilização da cartilha como produto técnico ............................................ 45 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 50

4 RESULTADOS E ANÁLISE ................................................................................... 53

4.1 Análises das respostas do primeiro questionário aplicado aos alunos ...... 53 4.1.1 Pergunta 01 ..................................................................................................... 53 4.1.2 Pergunta 02 ..................................................................................................... 53 4.1.3 Pergunta 03 ..................................................................................................... 54 4.1.4 Pergunta 04 ..................................................................................................... 55 4.1.5 Pergunta 05 ..................................................................................................... 55 4.1.6 Pergunta 06 ..................................................................................................... 56 4.1.7 Pergunta 07 ..................................................................................................... 56 4.1.8 Pergunta 08 ..................................................................................................... 56 4.1.9 Pergunta 09 ..................................................................................................... 57 4.1.10 Pergunta 10 ................................................................................................... 58 4.2 A Execução da Oficina Pedagógica ................................................................. 58

4.2.1 Produto Técnico: “Cartilha Nosso Solo” ..................................................... 59 4.3 A Avaliação da Oficina Pedagógica e da “Cartilha Nosso Solo” .................. 60

4.3.1 Pergunta 01 ..................................................................................................... 60 4.3.2 Pergunta 02 ..................................................................................................... 60 4.3.3 Pergunta 03 ..................................................................................................... 60 4.3.4 Pergunta 04 ..................................................................................................... 61 4.3.5 Pergunta 05 ..................................................................................................... 61 4.3.6 Pergunta 06 ..................................................................................................... 61 4.3.7 Pergunta 07 ..................................................................................................... 61 4.3.8 Pergunta 08 ..................................................................................................... 62 4.3.9 Pergunta 09 ..................................................................................................... 62 4.3.10 Pergunta 10 ................................................................................................... 62 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64

APÊNDICES ............................................................................................................. 72

Apêndice A – Texto: PRÁTICAS MECÃNICAS DE CONTROLE DE EROSÕES .. 72 Apêndice B - AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO ............................................... 84 Apêndice C – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO PRÉ-TESTE ................................ 85 Apêndice D – CARTILHA ........................................................................................ 87 Apêndice E – QUESTIONÁRIO - AVALIAÇÃO DA OFICINA PEDAGÓGICA ...... 115

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1. INTRODUÇÃO

Desde a minha graduação em Biologia pela Unimontes, em 2005, tenho o

tema solo como algo apaixonante! E em cursos de formação profissional rural, tenho

a oportunidade de perceber que muitos trabalhadores rurais e seus familiares,

desconhecem alguns conceitos básicos e fundamentais para a proteção do solo.

Por isso e diante das experiências obtidas através de vários trabalhos

realizados no meio rural, despertei o interesse em trabalhar o tema solo com alunos

do Ensino Fundamental, objetivando melhorar as práticas de proteção do solo e do

meio ambiente, bem como uma melhor qualidade de vida, tanto no meio rural quanto

urbano.

Com a experiência obtida no tema, pude perceber que realizar atividades de

ensino/aprendizagem bem planejadas e desenvolver práticas que venham estimular

os alunos na construção do conhecimento deve ser uma prática constante de todo

professor. Nesse sentido, concorda-se com Zabala (1998, p.38), quando ele diz que:

“um modo de determinar os objetivos ou finalidades da educação consiste em fazê-

lo em relação às capacidades que se pretende desenvolver nos alunos.” Assim,

portanto, práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento cognitivo dos

alunos são de grande importância para que eles sejam capazes de interagir com

seus iguais e com a sociedade como um todo.

No entanto, nem sempre os professores conseguem obter resultados

positivos no desenvolvimento cognitivo de todos os alunos, principalmente na

abordagem de conteúdos e disciplinas tradicionais.

De acordo com este contexto, percebe-se que o desenvolvimento de

atividades que possam estimular a aprendizagem significativa dos alunos precisa ser

realizado com mais frequência pelos professores em sala de aula. E dessa forma,

acredit-se que a utilização de ferramentas pedagógicas com o objetivo de promover

o desenvolvimento cognitivo do aluno pode contribuir para a formação de cidadãos

conscientes e mais preparados para cumprirem o seu papel na sociedade.

Neste ínterim, buscou-se nesta dissertação contribuir para o processo de

formação de alunos do 4º Ano do Ensino Fundamental, em relação aos conceitos e

questões sobre o solo, que é um recurso natural importante para a manutenção da

vida no planeta e no qual estão presentes vários elementos químicos essenciais

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para os seres vivos, pois são esses os determinantes para que o homem possa

escolher qual a melhor maneira de se explorar o solo.

Nos últimos anos, o solo vem sendo degradado de forma acelerada e

desastrosa. Portanto, torna-se necessário desenvolver uma educação ambiental

voltada para o ensino em solos, com o objetivo de desenvolver a consciência

pedológica dos alunos, quanto à importância de se promover ações que possam

protegê-lo. O solo é um recurso natural fundamental para a conservação dos

ecossistemas do planeta, sendo o principal substrato dos vegetais, fornecendo a

eles água, ar e nutrientes.

Além disso, o solo também possui outras funções como, por exemplo, regular

e distribuir o escoamento e a infiltração da água da chuva e dos sistemas de

irrigação, armazenagem e ciclagem de nutrientes para as plantas. No entanto, o solo

está sujeito a degradação em função do uso incorreto de ações antrópicas, e, desta

forma, a eficiência de suas funções básicas fica drasticamente prejudicada, o que

provoca impactos negativos no meio ambiente, principalmente nos sistemas

agrícolas e urbanos.

Assim, acredita-se que promover atividades educacionais voltadas para o

ensino de solos, com alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, faz com que

tenhamos no futuro maiores chances de amenizar problemas ambientais envolvendo

a degradação do solo, tanto no meio urbano quanto rural.

Dessa forma, tendo em vista que o município de Curvelo/MG encontra-se

intimamente ligado às atividades agrícolas e pecuárias de forma cultural, social e

econômica, faz-se necessária a elaboração de atividades educativas voltadas para o

ensino de solo, principalmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

De acordo com os PCN (BRASIL, 1998), o tema solo é apresentado no eixo

temático “Vida e Ambiente” e traz como objetivos:

“A seleção de ambientes a serem comparados é importante, pois cada

estudo particular proporciona enfoques específicos”.

“[...] Que diferenças há, para as minhocas, viver no campo cultivado ou

abandonado? [...]”

“[...] as relações entre o solo, a água, a luz e o calor (Por que o solo do

campo abandonado é mais compacto?) [...]”

“[...] Como a erosão está controlada no campo cultivado? [...]”

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Portanto, com base no PCN (BRASIL, 1998), percebe-se que os objetivos

propostos no mesmo validam o objetivo da dissertação, que é reconstruir conceitos

e propor a reflexão sobre o tema solo, devido às funções importantes que ele

desenvolve no meio ambiente. Para tanto, neste estudo, avaliamos a realização de

uma oficina de educação ambiental para que os alunos possam aprender os

conteúdos sobre o solo, dentro de um ambiente pedagógico contextualizado.

Segundo Vygotsky (2001, p. 348), durante o processo de aprendizagem os

conceitos científicos são considerados como um corpo onde o saber é

sistematizado, que funciona como uma rede permitindo sua organização, e, assim,

possibilita representá-los “por meio de signos, criando uma conexão entre os

científicos e os espontâneos”.

Dessa forma, diante dos problemas e das necessidades em criar e recriar

conceitos, construir conhecimentos e utilizá-los no cotidiano, propôs-se, por meio de

uma oficina voltada para a preservação e a conservação do solo, a abordagem dos

conteúdos mínimos estabelecidos pelos PCN e livros didáticos, onde os alunos

pudessem, de forma reflexiva, repensar e reavaliar o que aprenderam e melhorar a

cada dia o entendimento dos conceitos apresentados.

Lima, ao citar Bastos et al (2001), considera positiva a realização de oficinas,

por associarem diretamente a teoria com a prática, além de criarem uma

interdisciplinaridade que auxilia o professor na solução de problemas, devido à

contextualização dos conteúdos.

Assim, acredita-se que ao elaborarmos e executarmos uma oficina, estamos

colocando em prática um pensamento de Freire (2002), quando afirma que:

Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que, em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelarem a um passado de rotina. (FREIRE, 2002, p.54).

Diante deste pensamento, percebe-se que, quando o professor estimula seus

alunos, ele também se sente estimulado, no entanto, sabe-se que sair da rotina da

sala de aula não é fácil e é sinal de quem quer algo mais. Nessa perspectiva, o

processo de ensino/aprendizagem sempre deverá ser renovado, e a elaboração e a

execução de uma oficina poderá ser capaz de estimular os alunos a criar e a

descobrir novos conceitos, tornando dinâmico aquele processo.

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Para conseguir alcançar o proposto neste trabalho, o mesmo foi organizado

em seis capítulos, sendo eles:

Neste capítulo 1, introdutório, é feita a apresentação da pesquisa;

No segundo capítulo é feita a revisão da literatura, incluindo uma discussão

sobre o solo, uma reflexão sobre as Ciências Naturais, segundo os PCN, a teoria

social e cultural de Vygotsky, que discute o processo ensino-aprendizagem dentro

dos conceitos em relação à utilização de oficinas pedagógicas e da cartilha como

produtos técnico-pedagógicos;

Já no capítulo 3 encontra-se a metodologia, onde são descritos os

encaminhamentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa,

além das informações acerca do produto técnico-pedagógico, ou seja, da cartilha

elaborada;

No capítulo 4, por sua vez, são colocados os resultados e discussões,

procurando analisar os dados coletados;

Por fim, tem-se as considerações finais acerca do que foi encontrado no

decorrer da pesquisa e a abertiura de novas possibilidades a partir dos dados

obtidos, seguidas das referências utilizadas e dos apêndices.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, procura-se apresentar uma discussão sobre a origem e a

composição do solo, bem como os impactos ambientais provocados no solo por

intermédio da erosão hídrica, considerando, inclusive, as orientações dos PCN, de

acordo com os conteúdos propostos para o ensino de Ciências. Já na discussão a

respeito do processo ensino/aprendizagem, discorre-se sobre a teoria social e

cultural de Vygotsky; e, por último, debate-se sobre a elaboração e a execução da

oficina pedagógica com uso da “Cartilha Nosso Solo” como produto técnico-

pedagógico.

2.1 Origem e composição do solo

Os solos são, geralmente, compostos por partículas de origem mineral, água,

matéria orgânica e gases que preenchem espaços livres e permitem a sobrevivência

de vegetais, animais e outros micro-organismos. Ao contrário do que muitas pessoas

acreditam, os solos não são uma simples acumulação de sedimentos; sua formação

ocorre muito lentamente sob a influência de cinco elementos, quer sejam:

A rocha-mãe, que fornece componentes minerais do qual o solo se origina.

Esta influência geológica faz com que haja variados tipos de solos.

O clima, pois a precipitação, os ventos e as variações de temperatura são

considerados dos elementos mais importantes.

Os seres vivos, já que os micro e os macro-organismos, bem como os

fungos e as raízes das plantas contribuem para aeração do solo e ajudam a misturar

os materiais.

A Inclinação e a localização, pois onde os solos são formados afeta a sua

evolução.

O Tempo, já que, ao longo dos anos, o solo sofre diversas alterações em

sua estrutura, devido à ação de várias reações químicas, físicas e biológicas.

Estes elementos são fundamentais para a formação e manutenção de solos

ricos e com bom potencial agrícola: minerais, micro-organismos, água e matéria

orgânica.

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Portanto, a origem do material geológico e o acúmulo de substâncias em

determinadas regiões favorecem a formação de vários tipos de solos, sendo

possível classificá-los de acordo com suas particularidades. Os solos apresentam-se

divididos, muitas vezes, em camadas denominadas horizontes, como mostra a figura

1, abaixo:

Figura 1 - Modelo da distribuição dos horizontes de um solo originado do

intemperismo de uma rocha

Fonte: EMBRAPA (2010).

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Para Primavesi (2002), o solo é um recurso natural básico de um país, que

pode ser considerado um recurso renovável quando utilizado de forma adequada e

conservadora. No entanto, as pessoas que trabalham diretamente com o solo nem

sempre dispõem de conhecimentos adequados e nem tecnológicos suficientes para

a sua conservação, podendo destacar, por exemplo: agricultores, lenhadores,

pecuaristas, carvoeiros, dentre outros, que, muitas vezes, provocam prejuízos

imensuráveis ao meio ambiente.

2.1.1 Solos Agrícolas

Os solos agrícolas desenvolvem fatores determinantes para o

desenvolvimento de plantas e sementes, realizando funções complexas de retenção

e fornecimento de água, ar, calor e nutrientes, sendo fundamental, para tanto, que

este ambiente físico seja favorável para o crescimento radicular e possibilite a

maximização da produção de culturas (LETEY, 1985; HAMBLIN, 1985). Desta forma,

as atividades de preparo do solo devem priorizar métodos favoráveis ao crescimento

e desenvolvimento das culturas. Entretanto, o manejo do solo, variações climáticas e

culturas incompatíveis ao tipo de solo podem causar impactos negativos,

comprometendo o crescimento radicular das plantas e a estrutura física do solo

(KLUTE, 1982). Nesse sentido, segundo Lal (2000), para o controle de processos

erosivos no solo, em regiões tropicais, são necessários métodos de manejo e

sistemas bem elaborados para um bom preparo do solo, possibilitando minimizar a

perturbação e o uso de resíduos em sua superfície. Tais medidas são necessárias

para controlar processos erosivos e reduzir a degradação do solo e do meio

ambiente, conforme procura-se discutir nesse próximo tópico.

Salomão (1999), alerta, então, com relação a esse tipo de solo, com relação

ao desmatamento de forma descontrolada sendo esta uma das atividades que mais

castigam o solo, além das queimadas, que também contribuem para

desenvolvimento de erosões provocando assoreamento de rios, lagos e represas,

além da degradação do solo.

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2.2 Erosão

Pode-se entender que os processos erosivos no solo ocorrem devido à ação

de agentes físicos naturais, como o pisoteio de animais, e antrópicas sem o

planejamento ou técnicas adequadas em atividades agrícolas, nas construções de

rodovias, ferrovias e nas diversas construções em áreas urbanas. Sobre erosão,

ainda diz Fernandes (2007) que:

A erosão é um processo físico que consiste na degradação, transporte do solo, pela água ou pelo vento. Este fenômeno que esculpe o relevo terrestre é chamado Erosão Geológica ou Normal. Quando o solo é despido de sua vegetação natural e submetido ao cultivo, fica exposto diretamente às forças erosivas. Neste caso, a água e o vento removem material com uma intensidade mil vezes maior do que a intensidade que se verifica quando o solo está naturalmente coberto. Esta remoção acelerada do material do solo é chamada de Erosão Acelerada ou simplesmente Erosão: o fenômeno mais eficiente de depauperamento do solo. (FERNANDES, 2007, p.2).

Portanto, o autor, afirma que a erosão é um processo físico que incide na

degradação do solo. Isso ocorre porque o solo fica sem proteção em decorrência

das atividades agrícolas sem um planejamento, como: pastagens excessivas,

desmatamentos, invasão das matas ciliares, entre outros. Logo após a retirada da

cobertura vegetal que antes protegia o solo, ele fica sujeito à erosão, sendo que as

forças da água e do vento, aos poucos, vão removendo os agregados da terra,

formando pequenas fissuras na superfície do solo. Então, pode-se entender que,

para que isso não ocorra, são necessários alguns cuidados como, por exemplo,

controle dos desmatamentos, rotação de culturas, planejamento adequado das

culturas, instalação de cobertura vegetal nas encostas das rodovias, entre outros,

pois os desmatamentos podem ocasionar impactos negativos para a fauna e a flora,

provocando a extinção de várias espécies vegetais e animais, além de diminuir o

número de indivíduos por espécies de peixes e outros animais de relevante valor

ecológico e econômico.

Sevegnani (2000) descreve as funções da mata ciliar como:

[...] filtra impurezas, promove e estabelece a alimentação dos animais aquáticos e terrestres, evita a eutrofização da água e fixa as partículas do solo, protegendo-o contra os impactos diretos das gotas de chuva que provocam erosão. [...] e contribuem de forma significativa para a estabilidade térmica dos pequenos cursos d’água. (SEVEGNANI, 2000, p.11).

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Pode-se acrescentar, ainda, que a mata ciliar exerce um importante papel

servindo como corredor ecológico, interligando duas áreas de florestas distintas,

permitindo, inclusive, a travessia de animais e plantas (sementes).

Segundo Fernandes (2007), alguns dados sugerem que cerca de 20 cm de

solo perdidos pela erosão podem desperdiçar um esforço que a natureza levou de

140 a 700 anos de trabalho. Quantidades elevadas de nitrogênio, fósforo, potássio,

cálcio e magnésio, além de húmus, micro-organismos benéficos e partes do corpo

do solo são perdidos pela ação da erosão em apenas alguns minutos de chuva. A

reposição de nutrientes vegetais pode ser realizada, porém, o solo acaba perdendo

suas características minerais, carreado para os rios e oceanos ou áreas mais baixas

e, conforme visto, a natureza levará muitos séculos para reconstruí-lo novamente.

Por esta razão, costuma-se dizer que o solo é um recurso natural irreparável, visto

que de maneira natural, o solo pode levar muito tempo para se recuperar.

As realizações práticas de uso e manejo adequados do solo, além de

promover a conservação do solo, favorecem a manutenção e a preservação dos

mananciais, estabelecendo um equilíbrio desejável de proteção sem interferir no uso

dos recursos naturais em suas atividades.

Para Zoccal (2007):

A ocupação do solo, atualmente equivocada e sem as mínimas condições técnicas, levou à substituição quase total da vegetação primitiva, dando lugar a culturas de ciclo curto. O constante revolvimento do solo sem tecnologia adequada resultou no maior problema da prática agrícola, a erosão hídrica, que comprometeu os recursos naturais, pondo em risco a produção econômica, pela degradação dos solos e assoreamento dos mananciais que influenciam na qualidade e disponibilidade da água. (ZOCCAL, 2007, p. 11).

Porém, vale ressaltar que o uso do solo de forma desordenada e sem

planejamento adequado não é mais um problema exclusivamente do meio rural,

onde associavam a ocupação do solo às novas áreas de cultivo e pastagens. Hoje é

visto que os crescimentos das cidades sem projetos habitacionais e arquitetônicos

adequados, sem um estudo do solo, trazem consigo graves consequências

ambientais, sociais e econômicas, causando a impermeabilização, que favorece o

escoamento de grandes volumes de água em lugar da infiltração natural. Portanto, a

erosão do solo está relacionada às características da região, como: volume e

distribuição de chuvas; relevo, comprimento e formato de encostas; tipo de cobertura

vegetal e propriedades químicas e físicas dos solos. O autor descreve, ainda, que a

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falta de tecnologia associada à degradação de mananciais interferem na qualidade e

na disponibilidade da mesma.

Segundo Oliveira (1987), a erosão tem provocado a diminuição da produção

agrícola, da produção de energia elétrica e do volume de água em reservatórios

para o consumo humano, causando grandes prejuízos.

Além disso, vale ressaltar que o solo apresenta algumas propriedades que

influenciam os processos erosivos, conforme Silva (2003), quer sejam:

a) Textura, que se entende como a distribuição do tamanho de partículas que

compõem o solo, cujas características dependem do material originário e dos

agentes naturais da sua formação. Exemplo: Areia, Argila e Silte.

b) Estrutura, sendo esta o formato do arranjo das partículas do solo que

exerce influência na permeabilidade à água e resistência à erosão. Tal característica

pode ser alterada pela forma que o solo é utilizado e pelo emprego de práticas de

manejo, introdução de matéria orgânica, compactação, dentre outros;

c) Porosidade, que representa a porção de espaços preenchidos por fluídos e

gases em relação ao espaço ocupado pela massa de solo;

d) Matéria orgânica, que exerce um papel importante no controle da erosão,

podendo modificar a estrutura e melhorar as condições de aeração e retenção de

água em solos argilosos e arenosos, promovendo a aglutinação de partículas,

melhorando a estrutura, diminuindo os poros e aumentando, consequentemente, a

capacidade de retenção de água.

Um solo pode ser considerado degradado quando ocorre uma perda

relativamente alta de nutrientes essenciais para o desenvolvimento de plantas, de

micro e macro-organismos existentes no solo. As causas de degradação podem

estar relacionadas às práticas de cultivo incompatíveis para o tipo de solo,

queimadas não controladas, compactação por pastagens ou implementos agrícolas,

contaminação por agentes químicos (pesticidas, fungicidas, herbicidas) ou

salinização, devido à irrigação sem um adequado planejamento. A relação dessas e

outras causas podem ser vistas na figura 2, abaixo:

23

Figura 2 – Causas da erosão

Fonte: Adaptado de Lários (2009)

Segundo Nolla (1982), os processos erosivos podem se desenvolver por dois

tipos, sendo eles físicos ou mecânicos, descritos a seguir. No entanto, se estes

fatores agissem de formas distintas umas das outras, iriam fazer menos estragos no

solo. Porém, a ação conjunta destes fatores físicos e mecânicos provocam danos

devastadores ao solo. Estes danos são observados onde a erosão se destaca como

um grave problema dentro de uma análise diagnosticada no meio ambiente.

Portanto, são eles:

Fatores Físicos Naturais favorecidos e determinados por ações antrópicas:

São aqueles oriundos da natureza, onde agem diretamente em solos

desprovidos de cobertura vegetal, provocando gradualmente e de forma severa o

processo de degradação. Compreende-se como fatores físicos: queimadas, raios do

sol, ventos, gotas de chuva.

Fatores mecânicos:

São fatores provocados pelo trânsito de animais, máquinas e implementos

agrícolas, ocasionando a compactação do solo de maneira excessiva.

De acordo com Fernandes (2007),

[...] a exploração sem um planejamento adequado de uso e ocupação do solo no Brasil faz com que acelere o processo de degradação do mesmo. Em destaque podemos citar algumas atividades que são: o plantio e o cultivo e semeadura e aradura morro a baixo, queima intensiva de matéria orgânica, atividades pastoreias em terrenos íngremes e a compactação constante por rebanhos, e maquinas e implementos agrícolas. Este quadro é típico de países subdesenvolvidos, onde são claramente observadas práticas agrícolas ultrapassadas como: desmatamento, queimadas e problemas naturais como: erosão, lixiviação, laterização. (FERNANDES, 2007, p.13).

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2.2.1 Agentes Erosivos

Os agentes erosivos contribuem de forma positiva para o desenvolvimento de

erosões. Esta afirmação foi citada anteriormente destacando a água e o vento como

os agentes que mais contribuem para o desenvolvimento de erosões. Suas

características associadas às condições climáticas tais como: precipitação de

chuvas, temperatura, umidade e o relevo, poderão acelerar ainda mais o processo

erosivo.

Fernandes (2007) descreve que a água sendo identificada com um agente

erosivo poderá ser denominada como erosão ou erosão acelerada nas seguintes

situações:

Erosão pluvial (chuvas)

Erosão fluvial (rios)

Erosão lacustre (lagos)

Erosão marinha (mares)

Já o processo erosivo desencadeado pela ação do vento ocorre de forma

predominante em regiões de climas árido e semiárido, onde possuem áreas

extensas e em sua maioria sem vegetação. Exemplo: pampas no sul do Brasil.

Tabela 1 - Distribuição de erosões hídricas e eólicas em nível global

Fonte: Fernandes (2007, p.15)

Na Tabela 1, acima, nota-se que a África tem 227 milhões de hectares de

erosão hídrica e 186 milhões de hectares de erosão eólica. A Ásia, 441 milhões

25

hectares de erosão hídrica e 222 milhões de erosão eólica. Já na América do Sul

são 123 milhões de hectares de erosão hídrica e 42 milhões de erosão eólica. A

América Central possui 46 milhões de hectares de erosão hídrica e 5 milhões de

hectares de erosão eólica. Porém na América do Norte são 60 milhões de hectares

de erosão hídrica e 35 milhões de hectares de região eólica. Na Europa, por sua

vez, são 114 milhões de hectares de erosão hídrica e 42 milhões de hectares de

erosão eólica e a Oceania possui uma área de 83 milhões de hectares de erosão

hídrica e 16 milhões de hectares de erosão eólica. O somatório de todos os

continentes atingidos por estes agentes erosivos terá uma área de 1094 milhões de

hectares de erosão hídrica e 548 de erosão eólica. A Ásia possui a maior área em

erosões hídricas no total de 441 milhões de hectares, no entanto a menor área fica

na América Central com uma área de 46 milhões de hectares.

A título de maior direcionamento, para os fins a que se propõe esse trabalho,

será dada maior atenção às erosões hídricas, porém, não deixando de citar os

outros tipos de erosões por outros agentes.

2.2.1.1 Erosão Hídrica

A erosão hídrica consiste no transporte de partículas do solo pela água da

chuva (pluvial) por impacto das gotas de água que caem da chuva (laminar), pela

força dos ventos (eólica), conforme aponta Guerra (1994), quando diz que:

A erosão é um processo que ocorre em duas fases: uma que constitui a remoção (detachment) de partículas, e outra que é o transporte desse material, efetuado pelos agentes erosivos. Quando não há energia suficiente para continuar ocorrendo o transporte, uma terceira fase acontece, que é a deposição desse material transportado. (GUERRA, 1994, p.165).

Segundo Lal (1988), a força dos agentes erosivos que arrastam e

desagregam as partículas do solo é denominada erosividade, sendo esta oriunda

das chuvas que provocam o impacto direto das suas gotas no solo sem cobertura

vegetal, desencadeando a lixiviação. Os impactos provocados pelos pingos da

chuva diretamente no solo desprotegido são atributos de causa para a erosão.

Portanto, quanto mais densa e intensa for a chuva, maior será a capacidade de

provocar a erosão, em decorrência da energia cinética ou momentum, que são

26

parâmetros que poderão ser observados de forma simples, segundo a quantidade

e/ou intensidade da chuva, como é demonstrado na figura 3, a seguir:

Figura 3 - Fases do processo erosivo causados pela água das chuvas (erosão

hídrica)

Legenda: O impacto das gotas de chuva na superfície do solo exposto (A) causa o

desprendimento das partículas pequenas do solo (B), as quais obstruem os poros e formam uma superfície selada (C). A água que escorre em superfície carrega consigo partículas do solo, as quais são depositadas rampa abaixo, quando a velocidade do escorrimento superficial é reduzida (D).

Fonte: Fernandes (2007)

Entre os tipos de erosões hídricas encontrados, tem-se:

Lixiviação – Ocasionada pela retirada de minerais e agregados do solo,

pela força da água que percorre no perfil do solo. Em regiões de clima

predominantemente tropical e equatorial, este evento vem se tornando cada vez

mais frequente, devido à remoção da cobertura vegetal.

Erosão Eólica – Processo erosivo decorrente da desagregação e remoção

de minerais e compostos do solo e rochas, devido à ação dos ventos e da

gravidade.

Erosão Laminar – É o escoamento superficial de águas pluviais ou

servidas, em forma de filetes, que retira as camadas superficiais do solo e possui

força suficiente para retirar partículas desagregadas do solo. Este fenômeno é

comum em vertentes com leve inclinação e em solos onde a vegetação foi removida.

A erosão laminar é provocada pela ação das gotas de águas pluviais no solo.

Fernandes (2007) afirma que a água é o agente erosivo mais relevante em regiões

onde predominam processos erosivos em sulcos (FIG. 4).

27

Figura 4 - Erosão laminar

Fonte: Fernandes (2007)

Erosão Regressiva – É o tipo de erosão que se desenvolve internamente

nas cavidades do solo. Este fenômeno ocorre quando a superfície do terreno

intercepta o lençol freático, sendo que as águas subterrâneas (fontes, nascentes),

retiram as partículas do solo dando início ao desenvolvimento de túneis

relativamente pequenos.

Erosão Subterrânea – Desenvolve-se a partir da ação de águas

subterrâneas, por meio de reações físicas e químicas. Neste fenômeno ocorre a

dissolução de rochas calcárias. Este efeito resulta no surgimento de grutas,

cavernas, dolinas (conhecida popularmente como sumidouro).

Laterização - Surge a partir de uma crosta ferruginosa, sendo esta

consequência da lixiviação em solos desprovidos de cobertura vegetal, causando o

empobrecimento do solo, tornando-o impróprio para o uso agrícola. A laterização

provoca no solo a formação de laterita e o acúmulo de alumínio e ferro, sendo que

os manejos inadequados do solo, com técnicas inadequadas e obsoletas,

contribuem consideravelmente para a aceleração deste processo.

Erosão ravina ou em sulcos. Apresenta predominantemente canais

sinuosos, provocados pela força de enxurradas em pontos concentrados e em vários

pontos do terreno. Estão associados às irregularidades do solo, sendo que estes

canais recebem águas pluviais que por sua vez ganham volume e força, causando

fissuras de profundidades variadas (FIG.5).

28

Figura 5 – Erosão em Sulcos

Fonte: Fernandes (2007)

Voçorocas - Estudos realizados por Ebisemiju (1989); Bertoni e Lombardi

(1990); Freire (1994); Embrapa (2009), dentre outros relatam que a erosão na forma

de voçorocas apresentam-se em forma de valas profundas no solo formadas pela

força de arraste das enxurradas.

Nesse sentido, para Ebisemiju (1989):

As voçorocas poderão ser definidas como canais derivados de incisões fluviais nos materiais de solo não solidificados, tendo como característica uma distribuição efêmera do fluxo d’água, vertentes íngremes, e a modificação para um formato vertical das cabeceiras. O que difere a erosão por voçoroca por erosão de ravina é a dimensão da sua largura e profundidade, as quais deverão ter dimensões maiores que 0,3 m e 0,6 m de forma respectiva, e a derivação de canais de dissecação que representam a proporção entre suas dimensões menores que as áreas. (EBISEMIJU, 1989, p. 307).

Ainda de acordo com autor, as voçorocas são influenciadas de forma

acentuada, de acordo com a largura entre os topos e a sua profundidade média e

máxima; sua área transversal e o raio hidráulico; os valores médios e máximos do

declive em relação ao relevo. Esta determina a largura e a declividade identificando

o declive das vertentes e a medida média da base é influenciada de forma

acentuada pela variação do declive da base do canal e da proporção da declividade

da vertente e a declividade da base entre si.

Seguindo esta mesma definição Bertoni e Lombardi (1990) afirmam que:

As voçorocas devem ser classificadas de acordo com a sua profundidade e abrangência da área da bacia. [...], para classificação de medidas das dimensões para voçorocas quanto ao seu tamanho são: profundas, quando estas apresentarem mais de 5 metros do topo ao canal; médias, quando têm de 1 a 5 metros, e pequenas, com menos de 1 metro. (BERTONI; LOMBARDI, 1990, p.170).

29

Os mesmos autores descrevem que o formato das voçorocas pode variar de

acordo com o tipo e a função dos materiais que formam o solo, porém, se os

horizontes do solo possuirem consistência homogênea, as paredes da voçoroca

terão um formato vertical; no entanto, se os materiais forem heterogêneos, ocorrerão

desmoronamentos de forma constante (FIG.6).

Figura 6 - Esboço de uma voçoroca

Fonte: EMBRAPA (2009).

Para Franco (1999), o desenvolvimento de voçorocas poderá ocorrer a partir

do corte de um talude (lateral de morros), para a realização de obras como

construção de rodovias e estradas, construção civil ou usada como empréstimos,

para construção de aterros ou simplesmente para exploração de minérios.

O mesmo autor descreve que outros impactos podem contribuir para o

desenvolvimento de voçorocas, como: desmatamentos, queimadas descontroladas e

manejo inadequado do solo. As voçorocas são predominantemente desenvolvidas

em solos que apresentam boa permeabilidade, solos profundos e a presença de

declividade e o uso inadequado do solo (técnicas inadequadas de manejo).

Volumes elevados de água no interior de uma voçoroca e no mesmo período

de tempo contribuem para a queda das paredes no interior da mesma, permitindo o

sua ampliação em comprimento, largura e profundidade, como mostra a figura 7, a

seguir. O desenvolvimento do processo erosivo das voçorocas impede as atividades

de manejo e uso adequados do solo, prejudicando o desenvolvimento econômico e

a preservação do meio ambiente.

30

FIGURA 7 – Erosão Voçoroca

Fonte: Fernandes (2007).

Os tipos de solo que apresentam características propícias para o

desenvolvimento de voçorocas são: solos ácidos, arenosos, com areia muito fina,

que apresentam o Horizonte A com o vermelho de coloração intensa, siltoso e com

pouca argila, com predominância nos Horizontes subjacentes, com areia de

coloração clara levemente rosada ou amarelada tendendo à cor branca.

Segundo Cunha e Guerra (1999, p.42), as voçorocas podem ser vistas como

“escavação ou rasgão do solo ou de rocha em decomposição”, derivadas de

processos erosivos dos lençóis de escoamento superficiais. Apresentam

características físicas que associam às paredes laterais íngremes, com os interiores

achatados, com fluxo d’água em seu interior nos períodos de chuvosos. Muitas

vezes, alcançam profundidades que atingem o lençol freático.

Segundo a Embrapa (2013), para controlar as áreas atingidas pelas

voçorocas, é necessário utilizar algumas técnicas que venham estabilizar ou

impossibilitar o seu crescimento (em comprimento, largura e profundidade). Ao

iniciar as atividades de controle de voçorocas, o primeiro passo deve ser o desvio

e/ou contenção do fluxo de água que está provocando a erosão, pois ao adotar esta

medida evitar-se-á o desenvolvimento da voçoroca.

As práticas mecânicas de controle de erosões podem contribuir de forma

significativa para impedir o avanço ou a ocorrência de erosões no solo. Portanto, no

Apêndice A estão algumas das principais técnicas utilizadas no controle de erosões

hídricas no solo.

31

2.1.1.3 Fases da erosão hídrica

Segundo Fernandes (2007), o processo erosivo provocado pela ação da água

se desenvolve em quatro fases:

Impacto – Com precipitação das chuvas, as gotas d’água que caem no solo

sem a proteção da cobertura vegetal desagregam as partículas do solo com o

impacto direto das gotas d’água, dando início ao processo erosivo.

Desagregação – Consiste no desprendimento dos agregados do solo,

ocasionados pela energia cinética presente nas gotas d’água e pela força de arraste

das enxurradas, que faz com que as partículas do solo sejam desprendidas uma das

outras e lançadas em diversas direções. Este fenômeno físico é denominado erosão

por salpico, podendo chegar a mais de um metro de altura.

Transporte – É um fluxo de água sobre a vegetação. As partículas do solo

arremessadas em um dado local pela erosão por salpico poderão ficar inertes ou

serem novamente transportados por novas gotas d’água, podendo cair diretamente

no leito de enxurradas e serem novamente transportadas a longas distâncias até

encontrar um bloqueio.

Deposição – Os agregados do solo, ao encontrarem um bloqueio ou um

obstáculo, fazem com que a força do transporte diminua, paralise ou faça uma

conversão. Um bom exemplo de depósito são as bacias de contenção (obra

construída para o controle de erosões).

2.3 A teoria social e cultural de Vygotsky

Segundo Mizukami (1986), existem diversas maneiras de gerir o fenômeno

educativo, quando se considera o homem como um ser histórico e multidimensional.

Dessa forma, as práticas educativas encontram-se vinculadas à determinada

concepção pedagógica. A partir deste ponto de vista, onde há um vínculo entre uma

determinada concepção e a prática educacional, deseja-se que sejam bastante

fundamentais. Embasados neste ponto de vista é que este trabalho se fundamenta

na teoria de Vygotsky, sendo seus princípios indispensáveis para o entendimento

das intervenções didáticas no processo de ensino-aprendizagem.

32

Segundo Vygotsky (2003), muitos acreditavam que os pensamentos abstratos

e a consciência viva do homem estivessem ligados de forma espiritual e sensorial;

no entanto, as ideias de forma abstrata e a consciência viva das pessoas se

originam das condições relacionadas à vida social e dos formatos históricos e

sociais do homem.

Portanto, as circunstâncias e os obstáculos vivenciados pelo indivíduo ao

longo de sua trajetória de vida estão ligados de forma intrínseca à sua história na

sociedade e em sua cultura. Isso demonstra a interação do homem com a realidade,

pois suas ações refletem no mundo exterior e interfere diretamente em seu universo

interior.

Dessa forma, Oliveira (1994, p. 14), ao citar a abordagem psicológica de

Vygotsky, enfatiza os pilares fundamentais de suas reflexões – “o ser humano,

enquanto corpo e mente, é um ser biológico e sociável, que participa ativamente

dentro de um processo histórico”. Suas funções psíquicas possuem um suporte

biológico, e, portanto, são, de fato, um produto das reações cerebrais; assim como o

modo como o indivíduo age psicologicamente e se relaciona com o mundo exterior,

pelo qual ele se desenvolve dentro de um contexto histórico, tendo em vista que a

relação entre o homem e o mundo se dá por um sistema de símbolos.

De acordo com Vygotsky (2005), o ser humano se desenvolve de forma plena

quando existem várias possibilidades de aprendizagem disponíveis para o indivíduo.

Desta forma, entende-se que o mesmo possui uma dependência de forma mais

intima com ambientes culturais e cotidianos; sendo assim, o ser humano interage e

constrói seus conhecimentos com os mesmos de sua espécie através da

comunicação.

Oliveira (2003) e Lima (2007) descrevem a respeito da aprendizagem, sobre a

abordagem Vygotsky, considerando-na algo imprescindível e universal, como sendo

um pilar em prol do desenvolvimento humano e cultural.

Segundo Lima (2007), Vygotsky emprega de forma constante o conceito de

reconstruir, de reinventar os significados que são transferidos aos grupos culturais,

onde o indivíduo esteja presente.

De acordo com Vygotsky (2001), ao longo do tempo, quando o indivíduo

adquire os conceitos científicos, ele desenvolve a capacidade de refletir a respeito

do objeto e consegue realizar definições por intermédio de palavras. É neste

33

contexto que Vygotsky considera importante o processo educacional, portanto, são

nestes momentos que ocorre a aquisição dos conceitos científicos.

Assim, diante do exposto, entende-se que a educação formal exerce uma

função decisiva no processo de formação da consciência e nas reações intelectuais

do ser humano. Dessa forma, o homem consegue realizar a interpretação a respeito

dos conhecimentos científicos, que, aos poucos, consegue elaborar de forma

representativa conceitos espontâneos em sua mente. Vygotsky (2001) considera

que a formação dos conceitos está relacionada e estimulada pela influência

recíproca entre os conceitos científicos e espontâneos.

Lima (2007) descreve que é fundamental o uso dos conceitos espontâneos

para que o indivíduo seja capaz de adquirir os conceitos científicos. Desta forma, o

mesmo conseguirá estruturar-se e desenvolver-se, consideravelmente e

deliberadamente, como agente atuante e formador de opiniões em seu meio social e

cultural.

A espontaneidade é um conhecimento complexo formado e sua origem se dá

a partir de experiências vividas no dia-a-dia. No entanto, os conhecimentos

científicos, são adquiridos de forma sistematizada, sendo absorvidos por indivíduos

durante um processo de formação da educação formal e de origem cultural e

especifica, em substituição ao empírico.

Lima (2003), ao citar Vygotsky, relata que os professores possuem o costume

de utilizar livros didáticos, diálogos e estudos, mediando o aprendizado do aluno e

fazendo uma reflexão a respeito da aplicação do conhecimento. Ao ser utilizado

esse procedimento, porém, deve-se entender que os princípios do conceito científico

devem pautar-se pelo conceito espontâneo.

Para Vygotsky (2003), a verdadeira conquista do conhecimento científico será

quando o indivíduo construir o seu aprendizado contínuo na Zona de

Desenvolvimento Proximal (ZDP). Sobre ZDP, Vygotsky (2003) referenda que:

[...] recentemente a atenção concentrou-se no fato de que, quando se pretende definir a efetiva relação entre processo de desenvolvimento e capacidade potencial de aprendizagem, não podemos limitar-nos a um único nível de desenvolvimento. Tem de se determinar pelo menos dois níveis de desenvolvimento de uma criança [...]. Ao primeiro desses níveis chamamos nível de desenvolvimento das funções psicointelectuais da criança que se conseguiu como resultado de um específico processo de desenvolvimento. (VYGOTSKY, 2003, p.10-11).

34

Quando o ser humano interage com outros de sua espécie, ele se torna capaz

de articular outros processos de desenvolvimento, que, no entanto, sem um auxílio

externo, estes acontecimentos seriam praticamente impossíveis. Tais

acontecimentos se tornam profundos internamente e fazem parte do crescimento

intelectual do indivíduo. É nesta perspectiva que Vygotsky (2003, p.113) afirma que

“[...] aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de

desenvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que um indivíduo pode fazer com

assistência hoje, ele será capaz de fazer sozinho amanhã”.

Ao se refletir sobre o conceito de ZDP, é possível observar a sua grande

contribuição para as práticas pedagógicas, inclusive pela forma com que ela expõe a

compreensão da perspicácia interior do desenvolvimento individual do educando.

Para Vygotsky (2004), no momento em que o educador não mais se

considera o centro do processo, ele tem a oportunidade de ocupar um novo espaço

como um mediador do processo ensino/aprendizagem, sem haver a necessidade de

interferência direta neste processo. Desta forma, ele abandona o modelo onde

simplesmente os alunos aprendiam de forma passiva.

Então, o sujeito é um ser que interage com outros indivíduos e, por isso, ele é

capaz de construir seus conhecimentos com base em suas experiências externas e

internas. Portanto, não se pode considerá-lo somente ativo ou passivo. Ele está

inserido num contexto histórico e cultural desde a sua concepção, e deste mesmo

modo, deve acontecer em seu processo de aprendizagem, pois, somente assim, ele

será um instrumento fundamental na construção e reconstrução de seu

desenvolvimento. (VYGOTSKY, 2001).

O que Vygotsky propõe é algo tentador, pois ele pretende recuperar e

promover a reconstrução das experiências, dos costumes, ações e princípios e até

mesmo do próprio linguajar, além de oferecer um projeto educacional com novas

ideias pedagógicas e uma análise contínua do aprender a aprender.

Freire (2011) destaca o relevante papel do trabalho do professor, que, em seu

dia-a-dia não apenas transmite conteúdos pré-determinados, mas vai além,

sugerindo desafios, construindo caminhos pelos quais seus alunos construam de

forma contínua e gradativa os conhecimentos fundamentais para o aprendizado.

Com base neste conceito de construção do conhecimento, será discutido, a

partir desse ponto, o ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental,

direcionamento dessa pesquisa, tendo como base o que regem os PCN a respeito

35

da questão e, posteriormente, verificar propostas que utilizam oficinas pedagógicas

como mecanismos de apoio junto ao processo de ensino/aprendizagem.

2.4 O Ensino das Ciências Naturais no Ensino Fundamental

De acordo com Gualberto et al (2010), o homem precisa, a todo o tempo,

renovar seus conhecimentos, pois a vida em sociedade sofre constantes

transformações. Portanto, produzir e reproduzir novos conhecimentos que venham

transformar o homem em um ser autônomo, sendo capaz de corresponder

ativamente às necessidades sociais e ambientais, atuando como construtor de sua

história torna-se necessário.

Os PCN são o programa que determina as diretrizes curriculares para o

Ensino no Brasil. Segundo Gualberto et al (2010), os PCN têm como objetivo auxiliar

os professores em suas aulas, contribuindo para que os alunos possam dominar

conhecimentos necessários para crescerem como cidadãos plenamente

reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade.

Os PCN com ênfase em Ciências advertem que, para o ensino de Ciências

Naturais, é necessário construir um método de ensino estruturado que permita um

aprendizado significativo, que considere o conhecimento dos professores e dos

alunos e a concepção de Ciência já existente, bem como suas relações existentes

com a Tecnologia e a Sociedade.

O Ministério da Educação e do Desporto propõe a consolidação de

Parâmetros, apontando metas qualitativas que auxiliem os alunos a enfrentar as

questões do mundo atual como cidadãos autônomos, críticos e participativos, sendo

capazes de reconhecer seus direitos e deveres.

De acordo com os PCN, o ensino de Ciências Naturais também é espaço

privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da

natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e

comparados. (BRASIL, 1998, p.22). A partir dessa afirmativa, entende-se que os

alunos em suas concepções de ciência, possuem um conhecimento perceptivo que,

em muitos casos, foram adquiridos culturalmente pelo senso comum.

Segundo os PCN, fazer ciência é buscar e refletir, analisando

minunciosamente, propondo explicações que fazem coesão com os acontecimentos

36

científicos, como: Qual a origem do solo? Com base nestas questões, os alunos

fazem seus questionamentos e os compreendem.

Os PCN adotam com cautela o uso de tecnologias e buscam enfatizar que,

quando se trata de Ciências, tem-se áreas específicas do conhecimento, sendo

necessário adotar metodologias que irão assegurar que os alunos tenham o mínimo

de formação. De acordo com o documento:

Áreas do conhecimento científico - Astronomia, Biologia, Física, Geociências e Química - possuem referência às teorias vigentes, são apresentadas como conjuntos de proposições e metodologias altamente estruturados e formalizados, bem distantes, portanto, do discente em formação. Dessa forma não se pode pretender que o formato das teorias científicas, em sua complexidade, são as mesmas que organizam o ensino e a aprendizagem de Ciências Naturais no ensino fundamental. (BRASIL, 1998, p.27).

A partir desta afirmativa, considera-se que o ensino de Ciências realiza um

papel importante na formação dos anais das descobertas científicas e dos

relacionamentos entre o homem e o meio ambiente.

Ao se utilizar as descobertas científicas, pode-se observar que essas relações

vão sendo absorvidas pelo processo ensino/aprendizagem, permitindo aos alunos

construírem um entendimento interativo com as Ciências e as Tecnologias,

possibilitando observar uma interação entre o homem e o meio onde vive.

Gualberto et al (2010), ao citar os PCN, escrevem que:

[...] é admissível que, pela abrangência e pela natureza dos objetos de estudo das Ciências, é possível desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o trabalho escolar para o conhecimento sobre fenômenos da natureza, incluindo o ser humano e as tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e no tempo. (GUALBERTO et al, 2010, p.81).

Os PCN (1998), dentro desta mesma visão, sugerem que:

[...] aspectos do desenvolvimento afetivo, dos valores e das atitudes também merecem atenção ao se estruturar a área de Ciências Naturais, que deve ser concebida como oportunidade de encontro entre o aluno, o professor e o mundo, reunindo os repertórios de vivências dos alunos e oferecendo-lhes imagens, palavras e proposições com significados que evoluam, na perspectiva de ultrapassar o conhecimento intuitivo e o senso comum. (BRASIL, 1998, p.27).

37

Nesse sentido, Gualberto et al (2010) afirmam ainda que:

[...] se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em que cada um, a seu modo e com determinado papel, está envolvido na construção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de atitudes e valores humanos. (GUALBERTO et al, 2010, p.84).

Para Freire (2011, p.15), o ensino não pode existir se não houver a pesquisa

e vice-versa. Portanto, falar que “o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa

afirmar que é dele o movimento de construir explicações norteadas pelo

conhecimento científico”.

Desta forma, ressalta Cruz (2010) que:

[...] ao longo do ensino fundamental, a aproximação ao conhecimento científico se faz gradualmente. Nos primeiros ciclos o aluno constrói repertórios de imagens, fatos e noções, sendo que o estabelecimento dos conceitos científicos se configura nos ciclos finais. E ao professor cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na sua construção como ser social. (CRUZ, 2010, p.17).

Segundo Tavares (2010, p.27), “é importante que o professor tenha claro que

o ensino de Ciências não se resume à apresentação de definições científicas, em

geral fora do alcance da compreensão dos alunos”. O mesmo autor descreve que

“as definições são o ponto de chegada do processo de ensino, aquilo que se

pretende que o aluno compreenda ao longo de suas investigações, da mesma forma

que conceitos, procedimentos e atitudes também são aprendidos”.

De acordo com Gualberto et al (2010, p.51):

Em Ciências Naturais, investigar é um procedimento fundamental, pois juntamente com a comunicação provoca debate de fatos e ideias. A observação, a experimentação, a comparação, o estabelecimento de relações entre fatos ou fenômenos e ideias, a leitura e a escrita de textos informativos, a organização de informações por meio de desenhos, tabelas, gráficos, esquemas e textos, a proposição de suposições, o confronto entre suposições e entre elas e os dados obtidos por investigação, a proposição e a solução de problemas, são diferentes procedimentos que possibilitam a aprendizagem.

Isso significa entender, então, que no momento em que os conteúdos

conceituais são propostos em sala de aula, os alunos devem construir seus

38

conhecimentos, como, por exemplo, nas comparações e discussões, em muitos

casos estimulados pelo professor.

Desta forma, com base nos PCN, citados por Gualberto et al (2010), quando

se trata de trabalhos relacionados às Ciências Naturais é importante desenvolver

uma postura com base nos valores concernentes às relações entre o homem, o

conhecimento e o meio ambiente. A prática que visa a construção desses valores

envolve diversos aspectos sociais, culturais e os sistemas produtivos, as relações

entre os seres humanos e o planeta. Dentre esses assuntos, a grande variedade de

opiniões ou as provas adquiridas por meio de investigação e o apoio na realização

das atividades são elementos que auxiliam o aprendizado das ações, como a

responsabilidade em relação à saúde e ao meio ambiente.

Assim, os PCN elaboram diretrizes com o objetivo de atender as

necessidades em fazer com que o aluno seja capaz de aprender Ciências, de forma

significativa e contextualizada com o seu dia-a-dia, sendo capaz de transformar o

ambiente ao seu redor, atendendo os seus anseios, além de cumprir com sua

responsabilidade social, como sujeito ativo e participativo.

Portanto, observar e analisar constantemente os acontecimentos que ocorrem

em volta deve ser uma prática constante de todos aqueles que trabalham com o

ensino de Ciências. Tais práticas poderão contribuir na construção dos

conhecimentos científicos e tecnológicos, possibilitando de forma individual e/ou

coletiva, a solução de problemas existentes ou futuros com o uso das Ciências

Naturais.

O trabalho em grupo é uma prática pedagógica importante e que deve ser

levado em conta, devido à compreensão da aprendizagem em Ciências, a realização

de experimentos em grupo, que permite que haja o diálogo entre os alunos sobre os

fenômenos ocorridos e presenciados. Assim, os alunos entendem a importância do

trabalho em grupo, pois existe uma via de mão dupla onde há uma troca de

conhecimentos e experiências, contribuindo para a formação de sujeitos com visão

crítica e participativa em todas as áreas de estudo. A partir disso, acolhe-se o

aprendizado verdadeiro e o ensino real e válido de Ciências, sendo uma disciplina

que faça parte da vida do aluno e o mesmo se sinta envolvido por ela.

(GUALBERTO ET AL, 2010).

A respeito dos conteúdos sobre as Ciências Naturais, propõem os PCN que:

39

Os conteúdos não serão apresentados em blocos de conteúdos, mas em blocos temáticos, dada a natureza da área. Estão organizados em blocos temáticos para que não sejam tratados como assuntos isolados. Os blocos temáticos indicam perspectivas de abordagem e dão organização aos conteúdos sem se configurarem como padrão rígido, pois possibilitam estabelecer diferentes sequências internas aos ciclos, tratar conteúdos de importância local e fazer conexão entre conteúdos dos diferentes blocos, das demais áreas e dos temas transversais. (BRASIL, 1998, p.33).

Nesse âmbito, cada bloco temático possui uma relação específica com os

outros blocos. Desta forma, o aluno percebe que existe uma ligação entre os

conteúdos, inclusive se estes conteúdos estiverem em blocos diferentes ou em

diferentes temas, como ocorrem com os temas transversais.

Os PCN oferecem informações em várias áreas das ciências como biologia,

química, astronomia. Essa ligação é essencial para que todos obtenham um melhor

desempenho intelectual e, com isso, possam adequar e melhorar seus

conhecimentos em diversas áreas para um melhor desenvolvimento do seu campo

social.

Porém, a fim de desenvolver o ensino de Ciências nas escolas utilizando a

abordagem em blocos temáticos, como sugere os PCN, é necessário o uso de

metodologias que estimulem os alunos a construírem seus conhecimentos e dão a

eles a chance de investigar, criticar e questionar. Dessa maneira, os alunos vão,

gradativamente, se transformando em sujeitos preparados para solucionar, propor

e/ou promover mudanças necessárias na sociedade.

Os PCN (BRASIL, 1998, p.34) definem que os blocos temáticos propostos

para o Ensino Fundamental estão divididos da seguinte forma: ser humano, saúde,

terra, universo, meio ambiente e recursos tecnológicos.

De acordo com Gualberto et al (2010), os três primeiros blocos estão

inseridos no conteúdo do Ensino Fundamental e o quarto bloco somente será

apresentado no terceiro ciclo. Os mesmos autores descrevem que o professor, ao

trabalhar com os alunos utilizando esses blocos, deverá adotar temas diversificados

e que estejam inseridos no cotidiano dos alunos. Dessa forma, eles terão uma aula

dinâmica e participativa, demonstrando interesse e atenção aos assuntos

abordados.

Ainda segundo Gualberto et al (2010), a escola deve desenvolver atividades

voltadas para as questões ambientais com a finalidade de estimular os alunos a

desenvolverem métodos e soluções que podem preservar o meio ambiente. Este,

40

como conteúdo escolar, permite discussões abrangentes como: política, história,

economia e dentre outros. A discussão destes temas possui grande relevância, por

se tratar de questões ambientais ligadas às atividades antrópicas inapropriadas e

quais seriam as medidas mitigadoras para esses impactos.

2.4.1 Objetivos do estudo de Ciências Naturais nos PCN

Segundo os PCN, descritos pelos autores Gualberto et al (2010) e Guidotti

(2012), os objetivos apresentados para o Ensino Fundamental nas escolas em

conformidade com as Ciências Naturais visam simplesmente salientar a ciência

como um conhecimento que contribui para uma melhor interpretação do mundo e

suas mudanças, identificando o ser humano como indivíduo participativo e dinâmico

que interage e compõe o universo, em diversos aspectos como: sociais, culturais,

afetivos, biológicos e científicos.

Além disso, nota-se a existência de um aumento nas exigências no âmbito

dos saberes para o processo de formação do cidadão na infância e também para

este indivíduo em sua vida adulta. Segundo Gonçalves (2010, p.28), o aprendizado

de Ciências em ambientes alternativos é significativamente importante, pois o aluno

tem a oportunidade de construir conceitos próprios, além de investigar e quebrar

paradigmas. Para ele, “A compreensão de novos paradigmas das ciências reitera

que as ideias clássicas são insuficientes, sendo, portanto, necessária a contínua

renovação do saber.”

2.4.2 Conteúdos conceituais

De acordo com o Blog “Verdades Pedagógicas”, os conteúdos

conceituais buscam o desenvolvimento das competências do aluno em várias

relações como: símbolos, expressões, ideias, ilustrações, representações e nexos,

construindo seu conhecimento e ressignificando a realidade. As aptidões do aluno

concretizam-se por intermédio do ajustamento reflexivo de conteúdos específicos

ensinados, em situações questionadoras, desafiadoras para um determinado grupo

(ambiente didático programado pelo professor). Para tanto, a escola é um ambiente

que permite a socialização, promovendo ações relacionadas à produção do

41

conhecimento, realizadas pelo professor, pelos colegas, através das disciplinas, das

tarefas e da sociedade. Dessa forma, podem ser trabalhados em sala de aula vários

conteúdos com um aproveitamento significativo, entendendo que todos interagem

com a construção do conhecimento como um todo, não sendo nenhum mais

importante em relação ao outro, tendo em vista que a importância é nitidamente

observada no conjunto da obra, sem divisões.

2.4.3 Dimensões procedimentais e atitudinais

Esses conteúdos estão diretamente envolvidos no processo

ensino/aprendizagem. Nessa dimensão, o aluno deve construir de forma lógica e

com aptidão as concepções onde exista uma relação entre os métodos utilizados em

relação à própria natureza do trabalho científico, aspectos de natureza cognitiva e

controladora. Exemplos: obtenção e interpretação de dados, conhecer técnicas de

trabalho e observar e descrever fenômenos. (GONÇALVES, 2010).

Segundo Zabala (1998), os conteúdos de natureza relacionados aos fatores

atitudinais consideram, da seguinte forma, seus valores, suas atitudes e suas

normas. Para ele:

Entendemos por valores os princípios ou as ideias éticas que permitem às pessoas emitir um juízo sobre as condutas e seu sentido. São valores: a solidariedade, o respeito aos outros, a responsabilidade, a liberdade etc. As atitudes são tendências ou predisposições relativamente estáveis das pessoas para atuar de certa maneira. É a forma como cada pessoa realiza suas regras de comportamento que devemos seguir em determinadas situações que obrigam a todos os membros de um grupo social. As normas constituem a forma pactuada de realizar certos valores. [...] Como podemos notar, apesar das diferenças, todos estes conteúdos estão estreitamente relacionados e têm em comum que cada um deles está configurado por componentes cognitivos, (conhecimentos e crenças), afetivos (sentimentos e preferências) e condutuais (ações e declarações de intenção). Mas a incidência de cada um destes componentes se dá em maior ou menor grau segundo se trate de um valor, uma atitude ou norma. (ZABALA, 1998, p.98).

A sociedade atribui uma função fundamental à educação, que consiste

basicamente na seleção dos melhores alunos e dos mais capacitados para cursarem

um curso superior e/ou alcançarem um posto de prestígio dentro da sociedade.

De acordo com Gonçalves (2010), um problema que se encontra entre a

educação e a função social que a sociedade atribui a mesma é: a escola adotando

um método seletivo irá conseguir priorizar o formato educativo cognitivo, onde

agrega os princípios da educação ambiental, formando cidadãos críticos, pensantes

42

e capazes de realizar ações ecológicas? Conseguirá a escola ser uma instituição

capaz de inserir-se num contexto contraditório, de forma complexa e ambígua, onde

possa ser um espaço para a construção da sua autonomia, onde possa sugerir seu

próprio currículo, sendo capaz de desmantelar a reprodução social que a escola

aparenta estar sujeita a cumprir?

2.5 A utilização de uma cartilha como produto técnico a partir de oficina

pedagógica

Numa perspectiva coerente em relação ao processo de ensino/aprendizagem

através de atividades práticas, levando em consideração o universo infantil num

contexto lúdico, sugeriu-se a elaboração e a aplicação de uma cartilha com o tema

“Nosso Solo”, em uma oficina pedagógica com o intuito de promover a educação

ambiental em solos.

2.5.1 Qual é o significado de oficina pedagógica?

Após uma pesquisa literária a respeito dos conceitos referentes às oficinas

pedagógicas, foram encontrados diversos temas relacionados ao assunto, como:

oficinas pedagógicas, oficinas pedagógicas interdisciplinares e oficinas de ensino.

Mas o que significa uma Oficina Pedagógica? De acordo com o Dicionário

Larousse-Ática da Língua Portuguesa (2008), ”Oficina s.f. (lat. Officina), 1. Local

onde trabalham operários, artífices, artesãos, etc. 2. P.ext. Qualquer local de

trabalho onde se exerce um artifício”.

Com base no dicionário, pode-se, então, analisar e perceber que uma oficina

é basicamente um ambiente onde são realizadas atividades com o intuito de

construir, reformar, remodelar e transformar uma matéria-prima em dado produto. E

os professores podem aplicar este conceito em suas atividades como educadores e

formadores de opiniões, quando proporcionam aos alunos ferramentas para a

construção e a reconstrução de seus conhecimentos, além de promover uma

profunda mudança na forma de reflexão desse indivíduo em seu meio cultural, social

e no meio ambiente.

43

Segundo Vieira e Volquind (2002, p.14), a oficina de ensino consiste em um

modelo de atividade e construção que considera uma metodologia com base nos

processos experimentais; escolhe e sistematiza os conteúdos a partir de critérios de

aplicabilidade e interesse dos alunos, tendo em vista o estimulo no processo da

melhoria na qualidade do ensino, uma vez que estas ações permitem a realização

de mudanças.

Lima (2010, p.53), ao citar Vieira e Volquind (2002), diz que uma oficina de

ensino precisa promover a integração de determinados elementos que irão resultar

no processo ensino/aprendizagem, sendo eles:

O aluno como agente capaz de construir os significados;

O professor como agente mediador entre os conteúdos e o conhecimento

do aluno;

Os conteúdos, que devem ser trabalhados de forma problematizada e

contextualizada.

O mesmo autor, ao citar Candau et al (1995), considera que as oficinas

pedagógicas proporcionam o espaço e o tempo para experimentar, refletir e dar

conceitos, sintetizando os pensamentos, os sentimentos e as ações, bem como o

ambiente propicio para agir, participar, aprender e sistematizar o conhecimento.

Segundo Bastos et al (2001), as oficinas pedagógicas interdisciplinares são

estratégias metodológicas e possuem diversas aplicações, nas quais se destacam

como um método pedagógico relacionado de forma intrínseca e direta entre a teoria

e a prática, e a articulação do conhecimento disciplinar por intermédio da

problematização, em prol da contextualidade e da interdisciplinaridade.

Para Ferreira (2001), a oficina pedagógica é:

[...] fabricar conhecimentos a partir de situações vivenciadas por cada um dos participantes; produzir coletivamente conhecimentos que possibilitem aprofundar a reflexão sobre a educação, a escola e a prática que nela se efetiva; descobrir alternativas de solução para os impasses, fundamentadas na necessidade de transformar a realidade educacional atualmente tão adversa; confrontar experiências... criar estratégias. (FERREIRA, 2001, p.23).

Dentro deste conceito, considera-se a afirmação da autora e percebe-se que

durante as atividades realizadas em equipe, o processo de aprendizagem se torna

bem mais prazeroso. Além disso, vale ressaltar que o termo oficina pedagógica é

usado por Freinet, quando, no início do século, já se preocupava quanto ao destino

44

escolar de crianças filhas de operários e de camponeses franceses. Freinet elaborou

um método pedagógico que beneficiasse o aprendizado desses alunos que, de certa

forma, estavam fadados ao fracasso escolar. Dessa maneira, ele propôs modelos

alternativos para promover o aprendizado em sala de aula, transformando-o em algo

mais divertido e agradável, contendo o insucesso escolar. (FERREIRA, 2001).

Ainda segundo Ferreira (2001), a utilização de oficina como uma Prática

Pedagógica começou no Brasil a partir dos anos 80 no século XX, sendo atualmente

adotado como forma estratégica e administrativa e descentralizada pela Secretaria

de Educação do Estado de São Paulo, tendo como objetivo a capacitação de

professores da rede estadual de ensino.

O mesmo autor considera que a oficina pedagogica pode contribuir para a

melhoria na qualidade da educação, podendo aumentar a taxa de desempenho das

escolas da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, já que um dado

relevante que contribui para o baixo desempenho, segundo pesquisa da autora, dizia

respeito à qualificação dos professores quanto à adequação das atividades de

ensino em relação ao universo e às características dos educandos nas escolas

pesquisadas.

Diante desta afirmativa, é possível entender que as Oficinas Pedagógicas são

inovadoras para os modelos de gestão pedagógica, por apresentar diversas formas

de aplicação em múltiplos ambientes e situações, tais como: capacitação

pedagógica de professores, construção de recursos pedagógicos, cursos, eventos

dentre outros.

Porém, Freinet (1975) ainda considera essencial o preparo do ambiente de

aprendizagem para favorecer o desenvolvimento cognitivo dos alunos e para que os

professores possam alcançar os objetivos pretendidos. Dessa forma, se faz

necessária a construção de um espaço favorável para a reflexão e a reciprocidade

de ideias. E, neste contexto, as etapas precisam ser registradas por atividades de

reflexão e construção, pelo estimulo de novas conquistas no campo do

conhecimento, construindo e reconstruindo novos conceitos a partir de antigos

paradigmas

Ainda quanto ao conceito de oficina pedagógica, Martim (2003, p.31)

descreve: “Procuramos, através desse espaço, criar uma atmosfera facilitadora para

que a elaboração, o discernimento e a construção pudessem ser uma constante no

fazer coletivo”. E diante desta perspectiva, ela agrega o pensamento dizendo:

45

Pode-se bem perceber quão importante é este ambiente de aprendizagem, que proporciona o estímulo ao aprendizado, a interação com o novo, a revisão do conhecimento já absorvido, o uso do potencial interno de cada um, a construção do não acadêmico, o fazer coletivo. (MARTIN, 2003, p.31).

Dessa forma, torna-se necessário entender qual é o objetivo proposto na

elaboração de uma oficina pedagógica, pois esta prática deverá propor mudanças a

partir dos conhecimentos construídos e não apenas um simples momento de

descontração ou recreação.

Vieira e Volquind (2002) descrevem que:

Para entender a proposta de uma oficina, é preciso considerar que nessa modalidade operativa não há programas, mas objetivos; que toda atividade didática está centrada na resolução de problemas; que o essencial é a constituição de um grupo, o qual vai integrando, em um mesmo processo, a ação e a reflexão, que se transforma na práxis do grupo. [...] A oficina é um duplo desafio. Supõe que cada participante assuma o papel de quem aprende para mudar. Além disso, é preciso que os professores tenham clareza de perceber que esta modalidade de ação não se aplica a qualquer conteúdo ou curso. É preciso que os participantes tenham um mínimo de informações teóricas para responder às exigências do trabalho. Em especial serem sujeitos ativos de sua própria formação. (VIEIRA; VOLQUIND, 2002, p.21-22).

Assim, ao sintetizar o conceito de Oficina Pedagógica, pode-se considerá-la

como um ambiente de aprendizagem construído com o objetivo de promover a

colaboração de forma responsável de cada aluno na realização de um trabalho

coletivo que produz o conhecimento.

2.5.2 A utilização da cartilha como produto técnico

Atualmente, os professores utilizam atividades lúdicas no processo

ensino/aprendizagem. Porém, vale frisar que apesar de o lúdico ser muito

comentado, em muitos casos o seu verdadeiro significado é pouco conhecido para o

aprendizado dos conteúdos.

Santos (2000) considera o lúdico como o ato de “brincar”, e, neste cenário,

são utilizados jogos pedagógicos, brinquedos que ajudam no desenvolvimento e na

construção dos saberes na infância. Ao se refletir sobre este pensamento, percebe-

se que o lúdico está ligado diretamente à natureza humana.

46

Segundo Antunes (2000, p.71), no contexto escolar, o fato de explorar os

jogos enquanto atividade lúdica pode vir a ser um estímulo para a melhoria das

práticas de ensino, promovendo, ainda, uma verdadeira integração, possibilitando

atividades prazerosas, alegres e contagiantes.

A partir desta afirmativa, entende-se que a elaboração e a aplicação de uma

oficina pedagógica, com a adoção de uma cartilha, seja um instrumento pedagógico

que possa transformar a sala de aula em algo novo e atraente para o educando.

Dessa forma, novos horizontes do conhecimento poderão ser construídos pelo

aluno.

Ausubel (1963, p.58) considera a aprendizagem significativa como um recurso

humano, por excelência, para obtenção e o armazenamento de informações e

instruções representadas no campo do conhecimento. A partir desta ideia, objetivou-

se construir uma ligação entre o que é ensinado e o que é aprendido, com base na

aprendizagem significativa comentada por Ausubel, que consiste no processo pelo

qual um novo saber está relacionado, num modelo não arbitrário e nem liberal,

levando-se em conta as bases cognitivas do educando.

Assim, com base neste pensamento, foi elaborado como um produto deste

estudo uma Oficina Pedagógica de Educação Ambiental em Solos, que contribuiu

para a construção da “Cartilha Nosso Solo”, como produto técnico, pois foi

construída a partir das análises e considerações das respostas coletadas nos

questionários que os alunos responderam.

Para selecionar os conteúdos abordados pela cartilha, foi realizada uma

pesquisa científica para seleção de textos, bem como a introdução de atividades

práticas como a construção da Minhocário e do Simulador de erosão. Dessa forma,

foi possível observar o desenvolvimento cognitivo dos alunos, com base nas suas

interpretações e interações.

Com base neste contexto, a oficina foi desenvolvida para ser usada como um

produto deste estudo, que estimulou os alunos a realizarem a construção de novos

saberes com base nos conteúdos propostos pelos livros didáticos em relação ao

tema solo. Dessa forma, foi possível construir a Cartilha (APÊNDICE D), como os

textos ilustrativos e as atividades pedagógicas utilizadas na Oficina. Após o

fechamento dessas atividades foi realizada a impressão da cartilha e colocada à

disposição do público para ser utilizada como um material de avaliação da pesquisa.

47

Quando o aluno sai da rotina da sala de aula, sua compreensão a respeito

dos assuntos que antes foram abordados ganha mais significados, pois conseguem

refletir sobre eles num ambiente novo e propício a novas descobertas (ANTUNES,

2000).

Maranhão (2001) descreve que o atual sistema educacional ainda está

caracterizado pela repetição de ideias pré-existentes, enquanto os professores e

alunos poderiam estar engajados em atividades que pudessem desenvolver novas

ideias e tivessem novas experiências.

Teles (1997, p.14) considera a criança enquanto aluno, ao passo que,

enquanto se diverte e brinca consegue explorar o universo à sua volta. Neste

contexto, ela consegue construir novos saberes, desenvolve a valorização e o

respeito mútuo entre seus colegas e desperta o espirito do trabalho em equipe, ao

passo que também desenvolve sua capacidade de criar e imaginar e sua

autoestima. Diante disso, o processo ensino/aprendizagem se torna cada vez mais

significativo.

Segundo Evangelista (2010), citando Guerra e Gusmão (2004), é preciso

estimular o uso de cartilhas como um recurso lúdico e pedagógico, pois observa-se

que quando se desenvolvem atividades utilizando este recurso, até mesmo aqueles

alunos que não possuem o hábito de ler acabam se envolvendo com os conteúdos

ilustrados das cartilhas. Para o autor:

[...] em muitos casos, as historietas assumem função apelativa, especialmente quando expressam instruções para melhorar uma atitude, melhorar um hábito, alertar para os perigos iminentes e outras. São recursos que atingem até pessoas que não sejam hábeis em leitura, provavelmente porque utilizam símbolos convencionais para expressar sentimentos, efeitos de ações, emoções. (GUERRA; GUSMÃO, 2004, apud EVANGELISTA, 2010, p.49).

Pode-se, então, observar que ao adotar a cartilha com um recuso lúdico e

pedagógico em uma oficina, procura-se colaborar com a capacidade perceptiva dos

alunos. Com base neste contexto de ensino/aprendizagem, é preciso destacar a

necessidade de ser sensível e de desenvolver atividades que venham sensibilizar os

alunos a respeito da conservação do solo para que possam ser cidadãos críticos e

atuantes a respeito da preservação do meio ambiente.

A abordagem de conteúdos relacionados ao solo e ao meio ambiente, por

meio de uma cartilha educativa, portanto, trata-se de uma estratégia pedagógica

48

com objetivo de encurtar as distâncias entre aluno e as verdadeiras questões sobre

o solo e meio ambiente. O uso da cartilha ilustrada e com uma linguagem mais

simples permite à criança refletir sobre o seu papel como cidadão que possui

direitos, mas também deveres.

Ao retornar ao pensamento de Freire (2002), verifica-se que os professores

precisam compreender que, muitas vezes, se faz necessária uma mudança em

nossos métodos de ensino para sair da rotina maçante que desestimula o

aprendizado. É preciso, para tanto, adotar o hábito de estar sempre inovando e

renovando a metodologia de ensino. Ainda para Freire (2002), a proposta de

inovação é tentadora e contemporânea. Portanto, a partir desse pensamento,

entende-se que o uso da cartilha como um material de apoio possa facilitar e dar

sequência ao ensino de Ciências, que antes fora iniciado dentro da sala de aula.

Assim, a cartilha apresenta, em seu formato lúdico, um certo diferencial para a

abordagem dos assuntos relacionados ao meio ambiente, por apresentar uma

linguagem mais próxima do universo infantil.

Entende-se, ainda, que o uso de figuras e imagens em cartilhas auxilia no

aprendizado do aluno, pois estes recursos visuais contribuem para ampliar as

informações e sugestões sobre o meio ambiente.

Porém, de acordo com Margarida Kunsch (2003), para a utilização dos meios

de comunicação impressos e dos recursos eletrônicos e digitais, faz-se necessária

uma avaliação prévia sobre os aspectos qualitativos e relevantes a serem estudados

e pesquisados, com o objetivo de selecionar os conteúdos para a construção da

cartilha, permitindo um diálogo mais agradável para o público a que se destina.

Concluindo, segundo Ausubel (1988), a aprendizagem significativa não pode

ocorrer de forma mecânica ou repetitiva. Com base neste pensamento, foi

elaborada, como já dito, uma Oficina como ferramenta pedagógica, para promover

um ambiente de aprendizagem, por meio da qual os alunos pudessem criar, interagir

e aprender sobre o solo e sua importância para o meio ambiente.

Portanto, para uma melhor compreensão dos conteúdos, a oficina foi dividida

em cinco etapas, sendo todas elas norteadas pelos textos e atividades pedagógicas

que, posteriormente, foram utilizados na confecção da cartilha “Nosso Solo”.

De forma sistematizada, essas cinco etapas da oficina pedagógica foram

realizadas da seguinte maneira:

49

A primeira etapa, iniciou-se com a leitura e a discussão dos textos sobre o

solo, finalizando com um jogo pedagógico de perguntas e respostas entre duas

equipes formadas pelos alunos de forma aleatória.

Na segunda etapa, ocorreu uma abordagem sobre os seres vivos existentes

no solo e sua contribuição para o meio ambiente, que finalizou com a construção de

um Minhocário, destacando a importância das minhocas para a produção de húmus

e para a aeração do solo.

O conteúdo discutido na terceira etapa foi sobre a degradação do solo

provocado pelos processos erosivos, e, após a abordagem deste assunto, com os

alunos sentados em círculo, formando uma roda, os alunos puderam sugerir

soluções e medidas para evitar ou controlar a erosão hídrica no solo.

Na quarta etapa foram utilizadas imagens de recortes de livros e revistas que

ilustram as consequências e os prejuízos ambientais, sociais e financeiros

provocados pela erosão do solo e, posteriormente foi realizada a construção de um

Simulador de erosão, finalizando-se com uma breve reflexão sobre as

consequências da erosão do solo no meio ambiente.

E por último, na quinta etapa, foi realizado um questionamento sobre os

diversos meios de utilização do solo pelo ser humano como: construção de telhas e

tijolos, vasilhas e artesanatos de barro, uso agrícola, como sustentação de casas e

edificações, construção de ferrovias, aeroportos, etc., para desenvolver uma

atividade na qual os alunos pudessem destacar quais são os principais meios de

utilização do solo que seus pais e familiares adotam no dia-a-dia.

50

3 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica a respeito dos métodos a

serem utilizados para a realização de uma pesquisa qualitativa. Com base nestas

informações, adotou-se os métodos qualitativos para este estudo.

Numa abordagem qualitativa, o pesquisador tem uma referência de como

devem ser feitas as análises e as comparações dos fenômenos pesquisados, dando

a ele as informações necessárias quanto às ações dos indivíduos ou grupos em que

estes indivíduos fazem parte, levando em consideração o seu meio social, de forma

reflexiva, não a representação por meio de números e nem as interações de causa e

efeito. (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

De acordo com Godoy (1995, p.62), há uma diferença em relação aos

métodos utilizados numa pesquisa qualitativa em relação a outras, quanto às suas

formas e objetivos. Dessa forma, é importante ressaltar uma diversidade existente

entre os estudos qualitativos, ao descriminar um conjunto de características que são

necessárias e que tenham a capacidade de identificar uma pesquisa com este

formato, sendo elas:

a) O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como

instrumento fundamental;

b) O caráter descritivo;

c) O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como

preocupação do investigador;

d) O enfoque indutivo.

Assim, o universo amostral dessa pesquisa foi a turma do 4º Ano do Ensino

Fundamental, com 31 alunos de um colégio particular, tradicional no município, que

possui alunos matriculados, desde o maternal até o Ensino Médio, e está localizada

no centro da cidade de Curvelo/MG. Os alunos pesquisados têm, em média, nove

anos de idade, possuem histórico contendo bom desempenho escolar e facilidade

de aprendizagem, sendo, a maioria dos alunos, predominantemente oriunda da área

urbana do município de Curvelo/MG.

Com relação à construção dessa pesquisa, a priori foi realizado o estudo

prévio em artigos acadêmicos, livros didáticos e na rede mundial de computadores

(Internet) sobre o uso de oficinas pedagógicas e sobre o tema a ser desenvolvido.

51

Após a pesquisa teórica, foi solicitado um encontro com a Diretora do colégio,

para pedir-lhe autorização para a realização de uma Oficina Pedagógica para

educação ambiental com o tema “Solo” para os estudantes do 4º ano do Ensino

Fundamental, sendo o resultado positivo.

Após a autorização da direção do colégio, foi pedido novamente à Diretora um

momento junto aos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, para esclarecer a eles

sobre a realização dessa oficina pedagógica com o tema “Solo” e quais seriam os

propósitos para a aplicação da mesma.

Ao realizar esta conversa com os alunos, percebeu-se o desejo e o interesse

dos estudantes em participar da oficina pedagógica, o que permitiu a entrega a eles

de uma declaração solicitando a autorização dos pais e/ou responsáveis para a

divulgação das imagens dos alunos que estivessem participando da pesquisa.

(APÊNDICE B).

Na semana seguinte, após o recolhimento das autorizações assinadas pelos

pais e/ou responsáveis, foi aplicado, então, o primeiro questionário aos alunos

(APÊNDICE C). Este questionário composto por 10 questões sobre o solo, sendo

utilizado como pré-teste para avaliar individualmente o conhecimento prévio dos

alunos acerca do tema.

Com base nas respostas do primeiro questionário, foram diagnosticadas as

dificuldades pedagógicas dos alunos em relação ao tema solo. Desta forma, foi

elaborada a oficina pedagógica com o tema solo, que buscasse atender as

necessidades pedagógicas dos alunos em relação ao aprendizado de conteúdos

relacionados ao solo como: “Origem e composição do solo”, “Solos Agrícolas”,

“Erosão Hídrica”, “Agentes Erosivos”, dentre outros.

Após o tratamento e do diagnóstico dos dados coletados, foram selecionados

os textos e as atividades que foram aplicadas na oficina pedagógica e estão

agrupadas na “Cartilha Nosso Solo” (APÊNDICE D), sendo esta confeccionada

exclusivamente para a realização deste estudo, contendo textos ilustrados que

permitem que os alunos reflitam sobre o tema solo, além de conter atividades

complementares, as quais permitem aos alunos analisar, criticar, compreender,

melhor os conteúdos sobre o solo.

Outras informações atualizadas a respeito dos seres vivos e do solo dentro da

questão relacionada à degradação, foram também incluídas na oficina, inserindo-se,

52

então, algumas atividades práticas como a construção de um Minhocário e um

Simulador de erosão.

A oficina pedagógica, então, foi realizada num período de duas semanas,

durante os dias 18 e 19 de setembro de 2015 e 25 e 26 de setembro de 2014, com

carga horária de 04 aulas de 50 minutos por semana, num total de 08 aulas.

Durante a realização da oficina, os estudantes foram estimulados a refletir

sobre os assuntos relacionados ao solo, além de participarem de atividades

pedagógicas como a construção de um Minhocário e um Simulador de erosão.

Para finalizar as atividades propostas pela oficina, foi aplicado outro

questionário contendo 10 questões (APÊNDICE E), como avaliação de reação e

coleta de dados apontando os pontos positivos e negativos da oficina, além de

indicar quais foram as atividades que ajudaram na produção do conhecimento dos

alunos sujeitos dessa pesquisa.

53

4 RESULTADOS E ANÁLISE

Com base na análise das respostas do primeiro questionário (APÊNDICE C),

aplicado como pré-teste, foi observado que os alunos, de modo geral, apresentavam

dificuldades em relação a alguns conceitos sobre o solo. Com este diagnostico,

propôs-se, então, como já dito, a realização e a execução da oficina pedagógica

para o ensino de solos, para suprir as dificuldades dos alunos em relação ao

conteúdo.

4.1 Análises das respostas do primeiro questionário aplicado aos alunos

O primeiro questionário foi elaborado contendo dez (10) perguntas e foram

analisadas de forma individual.

Como parâmetro de avalição para as respostas dos alunos, foi utilizado o livro

didático aprovado pelo MEC: Ciências - Projeto Prosa. 4º Ano, Editora Saraiva

(2011), como base referencial para as definições de solo. As análises de cada uma

das perguntas feitas nesse questionário encontram-se a seguir.

4.1.1 Pergunta 01

“O que é solo?”

Ao se avaliar as respostas, observou-se que 03 alunos não responderam, 08

não conseguiram responder corretamente; 14 responderam de forma incompleta; 06

responderam corretamente e com exemplos como: minerais, água e restos de

plantas e animais e dissertaram sobre sua importância para a agricultura. Com base

nas respostas dos alunos, verificou-se a necessidade de trabalhar o conceito de

solo.

4.1.2 Pergunta 02

“O solo é formado por quais elementos?”

Nessa questão, 04 alunos não responderam; 18 alunos tiveram dúvidas a

respeito da origem do solo, não respondendo de forma satisfatória; 05 responderam,

no entanto não conseguiram concluir totalmente e apens 04 alunos responderam de

54

forma coerente, ou seja, que “o solo é formado pela rocha mãe e por plantas e

animais mortos” .

Assim, observou-se que o assunto precisa ser abordado com mais

informações e ilustrações, para que os alunos consigam compreender e refletir mais

sobre este assunto.

4.1.3 Pergunta 03

“Quais são os três elementos fundamentais do solo? Marque a alternativa

correta.”

a) Minhocas, Água e Ar.

b) Água, Ar e Plantas.

c) Minerais, Água e Ar. (Resposta correta)

d) Terra, areia e mineral.

As respostas encontradas nessa questão estão representadas pelo gráfico 1,

a seguir

Gráfico 1 – Quais são os três elementos fundamentais do solo?

Fonte: Dados da pesquisa

Letra A 01 Alunos

Letra B 05 Alunos

Letra C 15 Alunos

Letra D 08 Alunos

55

O gráfico acima, portanto, representa o conhecimento prévio dos alunos a

respeito dos elementos básicos que constituem o solo, e com base nas respostas

dos alunos a esta pergunta, reafirmou-se sobre a necessidade de se trabalhar este

conteúdo na oficina, já que da quantidade total de alunos, apenas 15 alunos

marcaram a opção correta, o que corresponde a menos da metade dos alunos.

4.1.4 Pergunta 04

"Faça no verso da folha um desenho ilustrando o solo e o subsolo”.

Nessa questão, as alunos demonstraram interesse e criatividade e deixaram

fluir suas imaginações e conhecimentos a respeito do assunto. Apesar de todos os

alunos conseguirem realizar a tarefa, 23 alunos fizeram os desenhos de forma

simples e bastante objetiva, enquanto 08 estudantes desenharam com cores

diversificadas e demonstraram conhecimento significativo em relação à umidade e

com variação de cores e tipos de solo, bem como a existência de animais no

subsolo.

Ao serem observadas as ilustrações dos alunos, percebe-se que eles tinham

uma certa dificuldade em compreender a existência de solos com diferentes tipos e

cores, o que demonstrou a necessidade de ser trabalhada a figura dos horizontes do

solo na oficina, inserindo-a na cartilha, para que os alunos pudessem fazer uma

reflexão, construindo o conhecimento a partir de um modelo de distribuição de

horizontes, para transformar essa atividade em aprendizagem.

4.1.5 Pergunta 05

“Cite cinco (05) seres vivos que vivem no solo.”

Esta pergunta teve como objetivo inicial investigar o conhecimento prévio dos

alunos a respeito da existência de micro-organismos e macro-organismos existentes

no solo. Vale afirmar que todos os alunos responderam que existiam vários animais

de pequeno e médio porte no subsolo, no entanto, apenas 05 deles responderam

que existia bactérias, fungos, minhocas e insetos. Assim, a partir da análise das

respostas, verificou-se a necessidade de introduzir na cartilha informações sobre os

56

seres vivos existentes no solo, acreditando-se que, dessa forma, as informações

sobre os seres vivos na oficina contribuiríam para fixação do conteúdo e

melhoraríam a compreensão sobre a importância da preservação do solo para os

seres vivos e dos seres vivos para a fertilidade e aeração dos solo.

4.1.6 Pergunta 06

“O que é solo fértil? Que fatores contribuem para a fertilidade do solo?

Nessa questão, 05 alunos não souberam responder, 15 alunos responderam

de forma incompleta, 05 alunos responderam de forma satisfatória e 06 alunos

responderam satisfatoriamente, além de exemplificarem. Um dos alunos

pesquisados afirmou que: “Solo fértil é utilizado para o plantio de arroz, feijão, milho

e outros alimentos”. Outro aluno colocou que: “Os elementos que contribuem para a

fertilidade do solo são água, ar, minhocas e vermezinhos que vivem no solo.”

Porém, apesar de alguns alunos terem respondido de forma satisfatória, ao se

analisar a totalidade das respostas para esta pergunta, percebeu-se a necessidade

de se trabalhar esse conteúdo na oficina, a fim de que os alunos possam entender

que existem vários tipos de solos com características diferentes, e que estas

características estão intimamente associadas à região, ao clima, à matéria orgânica

e aos seres vivos nele existentes.

4.1.7 Pergunta 07

“Qual a diferença entre esgotamento do solo e erosão?”

Nessa questão, 14 alunos souberam responder, 04 alunos não souberam

responder e 13 alunos apresentaram dúvidas em suas respostas. Com base nas

respostas dos alunos a esta pergunta, observou-se, então, mais uma vez, a

necessidade de abordar melhor estes dois conteúdos na oficina.

4.1.8 Pergunta 08

“O que é um solo doente?”

57

Essa oitava pergunta, 20 alunos souberam respondê-la de forma coerente, 09

alunos não souberam responder e 02 alunos responderam de forma incompleta.

Portanto, com base no diagnóstico das respostas dos alunos a esta pergunta,

resolveu-se incluir na oficina pedagógica, ainda, atividades e informações sobre

desertificação, erosão e remediação.

4.1.9 Pergunta 09

“O solo é estudado de acordo com o tamanho das partículas e sua parte

mineral é dividida em três (03) frações principais. Quais são elas?

a) Pequena, Média e Grande.

b) Rocha, Pedra e Areia.

c) Areia, Silte e Argila. (Resposta correta)

d) Areia, Terra e Barro”.

O gráfico a seguir indica as respostas dadas pelos alunos à questão:

Gráfico 2 – Respostas dos alunos à questão 9

Letra A 06 Alunos

Letra B 05 Alunos

Letra C 15 Alunos

Letra D 05 Alunos

Fonte: Dados da Pesquisa

Este gráfico acima representa o conhecimento prévio dos alunos em relação

aos conceitos iniciais de granulometria. Desta forma, observou-se que mais da

metade dos alunos não soube responder, sendo, portanto, necessário trabalhar este

conteúdo nas atividades da oficina pedagógica.

58

4.1.10 Pergunta 10

“Como podemos proteger o solo?”

Todos os 31 alunos responderam corretamente esta pergunta, inclusive com

várias respostas contendo vários exemplos. Um dos alunos, por exemplo, respondeu

que: “Evitar queimadas, não desmatar, não jogar lixo no chão.”

Ao perceber o conhecimento prévio dos alunos sobre as medidas de proteção

do solo, foi pensado em incluir na oficina pedagógica atividades práticas como:

construir um Minhocário, como fazer a compostagem, adubação verde, uso de

esterco como adubo.

Dessa forma, diante do exposto, com base na avaliação das respostas deste

primeiro questionário, tiveram-se, então, informações necessárias para a elaboração

da oficina pedagógica para o ensino em solos, além de obter direcionamento mais

específico sobre quais seriam os conteúdos e as atividades práticas a serem

aplicadas sobre o solo na execução da oficina.

4.2 A Execução da Oficina Pedagógica

Após a avaliação das respostas dos alunos ao primeiro questionário, então,

(APÊNDICE C), foi possível avaliar o conhecimento prévio desses alunos para a

elaboração da Oficina pedagógica com o objetivo de trabalhar conteúdos

relacionados à “Proteção do Solo”.

Com a utilização da oficina pedagógica, foi possível observar o

desenvolvimento dos alunos em relação aos conteúdos sobre solo, à medida que o

tema era abordado durante a oficina, por intermédio de textos e atividades práticas e

pedagógicas.

Portanto, acredita-se que o uso da oficina pedagógica no ensino de solos

contribuiu de forma positiva para a aprendizagem dos alunos, já que, como visto, a

construção da oficina com atividades práticas pedagógicas permite aos alunos uma

reflexão de forma contextualizada.

Para a elaboração da oficina pedagógica, então, foram selecionados textos

ilustrados e algumas atividades práticas. Portanto, tendo em vista que este material

59

contribuiu positivamente para o sucesso da oficina, resolveu-se reunir este material

e elaborar a “Cartilha Nosso Solo”.

A “Cartilha Nosso Solo” é uma ferramenta pedagógica contextualizada

através de textos ilustrados e atividades práticas elaboradas, sendo sua eficácia

avaliada e comprovada pela forma que os alunos interagiram com os assuntos

propostos na oficina sendo capazes de construir e reconstruir conceitos sobre o

tema o solo.

4.2.1 Produto Técnico: “Cartilha Nosso Solo”

A “Cartilha Nosso Solo” foi criada como um produto técnico-pedagógico, como

material de apoio aos professores e aos profissionais de ensino informal, para a

construção de oficinas pedagógicas com o objetivo de promover a educação

ambiental na conservação do solo.

Acredita-se, portanto, que o conteúdo da cartilha contribuiu de forma positiva

para a aprendizagem significativa dos alunos durante a execução da oficina.

Portanto, o uso da oficina pedagógica com o auxílio da “Cartilha Nosso Solo”

consolidou o proposto nesta dissertação, onde percebeu-se que tanto a oficina

pedagógica quanto o uso da cartilha podem contribuir para a aprendizagem

significativa dos alunos, constituindo-se, também, como importantes ferramentas

pedagógicas.

É preciso ressaltar, ainda, que existe uma carência de recursos pedagógicos

e materiais didáticos para a abordagem de conteúdos a respeito do solo, fazendo

com que muitos professores encontrem dificuldades de encontrar materiais para

auxiliá-los na abordagem deste tema, o que é, de certa forma, solucionado com a

construção dessa cartilha.

Assim, a “Cartilha Nosso Solo” é um produto técnico-pedagógico que pode

ser utilizado de forma individual ou em conjunto com livros didáticos e/ou materiais

paradidáticos, podendo auxiliar professores e profissionais de ensino na elaboração

e/ou execução de oficinas pedagógicas.

60

4.3 A Avaliação da Oficina Pedagógica e da “Cartilha Nosso Solo”

O segundo questionário (APÊNDICE E), contendo 10 perguntas, foi elaborado

com o objetivo de avaliar a oficina pedagógica e a cartilha quanto à sua contribuição

para a aprendizagem significativa dos alunos, bem como a sua aceitação pelos

mesmos.

A seguir estão as perguntas e a análise das respostas dos alunos ao segundo

questionário aplicado:

4.3.1 Pergunta 01

“Os textos ilustrados contribuíram para o seu aprendizado?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam que “Sim”.

4.3.2 Pergunta 02

“Os textos abordados durante a oficina possuem uma linguagem clara e

objetiva?

( ) Sim ( ) Não”

A essa questão, 29 alunos responderam “Sim”, 01 aluno não respondeu e

apenas 01 aluno respondeu “Não”.

4.3.3 Pergunta 03

“As atividades práticas realizadas durante a oficina possibilitaram a fixação

dos conteúdos?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam “Sim”.

61

4.3.4 Pergunta 04

“Você considera a abordagem do tema solo um assunto atual?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam “Sim”.

4.3.5 Pergunta 05

“De modo geral, qual conceito você daria para a Oficina?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim”

Nessa resposta, 27 alunos marcaram a opção “Ótimo”, 04 alunos

responderam “Bom”. Já as opções “regular” e “ruim” não tiveram nenhuma

marcação.

4.3.6 Pergunta 06

“Durante a oficina foram realizadas algumas atividades práticas, tais como:

Construção do Minhocário, Construção do Simulador de Erosão, Como Fazer a

Compostagem. Você gostou dessas atividades propostas?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam Sim.

4.3.7 Pergunta 07

“Você considera que essas atividades práticas contribuíram para o

aprendizado do conteúdo sobre solo?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam “Sim”.

62

4.3.8 Pergunta 08

“As atividades realizadas durante a oficina são uteis para a conservação do

solo?

( ) Sim ( ) Não”

A essa questão 30 alunos responderam “Sim” e 01 aluno respondeu “Não”.

4.3.9 Pergunta 09

“O uso do Simulador de Erosão facilitou a compreensão dos efeitos da erosão

no solo?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam “Sim” à questão.

4.3.10 Pergunta 10

Finalizando o questionário, foi perguntado aos alunos: “A oficina pedagógica

facilitou o seu aprendizado a respeito do tema solo?

( ) Sim ( ) Não”

Todos os alunos responderam “Sim” à questão. Dessa forma, com base nas

respostas dos alunos ao segundo questionário (APÊNDICE E), percebeu-se que a

oficina e a cartilha contribuíram de forma significativa para a compreensão dos

alunos a respeito do tema solo.

Assim, entende-se que a aplicação da oficina pedagógica para o

desenvolvimento da aprendizagem significativa dos alunos foi bastante eficaz e que

a utilização de textos ilustrados e atividades pedagógicas permitem que o professor

realize a oficina pedagógica de forma mais contextualizada e faz com que o aluno

desperte maior interesse sobre os temas abordados.

Portanto, pode-se considerar que a “Cartilha Nosso Solo” é uma ferramenta

útil para o auxílio de professores e profissionais de educação informal na elaboração

e execução de oficinas pedagógicas com o tema solo.

63

CONSIDERAÇÕES

Nesse trabalho verificou-se a importância da oficina pedagógica como

motivação para o processo ensino/aprendizagem, proporcionando aos alunos

momentos de reflexão e aplicação do que foi aprendido de forma simples e prática.

À medida que o ser humano aprende e coloca em prática aquilo que

aprendeu, ele se sente útil e responsável para exercer o seu papel como cidadão.

Desta forma, a utilização de oficinas pedagógicas para a educação ambiental no

ensino de solos, contribuiu de forma positiva para a formação de sujeitos críticos e

atuantes na conservação do solo.

Algumas variáveis foram obtidas a partir da utilização da oficina pedagógica e

a “Cartilha Nosso Solo”, podendo ser observado que a oficina pedagógica, para que

consiga alcançar seus objetivos, deve ser bem estruturada em relação ao seu

objetivo e ao público alvo. Para tanto, é preciso diagnosticar de forma prévia o perfil

dos alunos que irão participar das atividades propostas pela oficina e qual o

interesse dos participantes em relação ao tema proposto. Neste contexto, observou-

se que tanto a oficina pedagógica quanto a cartilha contribuíram positivamente para

a aprendizagem significativa dos alunos. Além disso, a utilização do produto técnico-

pedagógico como material de apoio aos professores e profissionais de ensino pode

contribuir de forma positiva e sistêmica para a realização de oficinas de educação

ambiental em solos.

Portanto, conclui-se que a oficina pedagógica, a utilização da cartilha como

material de apoio e a elaboração e execução da oficina contribuem de forma positiva

na aprendizagem significativa dos alunos em relação à aprendizagem de conteúdos

relacionados à educação em solos.

64

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TAVARES, M.T.S; FACHÍN-TERÁN, A. Recursos Didáticos: uma articulação planejada no Ensino de Ciências. Revista a Rete - Revista Amazônica de Ensino de Ciências. v. 3, p. 39- 51, 2010.

TELES, Maria Luiza Silveira. Socorro! É proibido brincar! Petrópolis (RJ): Vozes,

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VASQUEZ FILHO, J. Manutenção de terraços. In: SIMPÓSIO SOBRE TERRACEAMENTO AGRÍCOLA, 1988, Campinas. Anais... Campinas, SP:

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71

ZOCCAL, José Cezar. Soluções cadernos de estudos em conservação do solo e água. Presidente Prudente: CODASP, 2007.

72

APÊNDICES

Apêndice A – Texto: PRÁTICAS MECÃNICAS DE CONTROLE DE EROSÕES

Estruturas construídas artificialmente pelo homem com o objetivo de prevenir

e controlar a erosão do solo são consideradas como práticas mecânicas. As

atividades realizadas no controle ou prevenção de processos erosivos consistem na

movimentação de porções de terra de forma adequada, atendendo os princípios e

cuidados necessários para cada tipo de solo, SENAR (2011).

De acordo com a EMBRAPA (2012), as práticas de caráter mecânico, que

visam a conservação do solo, são aquelas que utilizam estruturas artificiais com o

objetivo de reduzir a velocidade do escoamento da água sobre a superfície do solo,

interferindo nas fases mais avançadas do processo erosivo. Agem de forma

especifica sobre o escoamento superficial, interceptando-o, de forma que não

venham atingir uma energia suficiente capaz de provocar perdas de solo acima dos

limites toleráveis. As práticas principais na conservação do solo de caráter mecânico

são: terraços, canais escoadouros, bacias de captação de águas pluviais,

barraginhas, dentre outras.

Antes de realizar qualquer atividade mecanizada é importante conhecer a

declividade de um terreno, a potencialidade agrícola, bem como fenômenos

geográficos inerentes à topografia, além de avaliar a susceptibilidade do solo à

erosão, dentre outras aplicações.

De acordo com o SENAR (2010), podemos destacar alguns aparelhos que

podem ser utilizados para determinar a declividade de um terreno:

Trapézio – É um aparelho fácil de construir e de simples manuseio. Consiste

numa armação de madeira, plástico, alumínio, com um nível de pedreiro fixado em

sua parte superior.

73

FIGURA 1 – Trapézio

Fonte: EMBRAPA 2009

Nível borracha ou nível demangueira – Também é um equipamento de

facil confecção e manuseio, possui duas réguas com uma escala graduada em

centímetros com aproximadamente dois metros de altura.

FIGURA 2 – Nível de Borracha ou Mangueira

Fonte: UFMG (2014) http://www.mom.arq.ufmg.br/mom/17_obra_ida/PROCESSOS_files/PROCESSOS_001.html

Nívio Ótico – Conhecido também como luneta, nível de precisão, nível

de engenharia é uma aparelho que permite boa precisão para nivelamento. Tem

vantagens significativas quanto à rapidez em obter informações sobre o relevo do

terreno.

74

FIGURA 3 – Nívio Óptico

Fonte: EMBRAPA (2010)

Terraços

É uma prática mecânica de conservação do solo cuja implantação consiste

na movimentação de terra por meio de cortes e aterros (Figura 4). A construção de

terraços se baseia em estruturas físicas no sentido transversal a declividade do

terreno com intervalos dimensionados, tendo em vista o controle do escoamento

superficial de águas pluviais. Essas estruturas denominadas “terraços” estão

relacionadas diretamente ao tipo de solo, à declividade do terreno e às intensidades

e duração das chuvas. É importante destacara que em os solos pedregosos, muito

rasos, com subsolo adensado ou com relevo muito íngreme, não é recomendado a

construção de terraços, tendo em vista que não são todos os terrenos que poderão

ser terraceados com êxito, EMBRAPA (2012)

A EMBRAPA (2012), alerta que, para que os sistemas de terraceamento

sejam eficientes, outras práticas conservacionistas, deverão ser trabalhadas em

conjunto, como: plantio em nível, rotação de culturas, controle de queimadas,

manutenção da cobertura do solo, dentre outros. O custo de implantação e de

manutenção de um sistema de terraceamento é relativamente alto; portanto antes de

sua implantação deve ser realizado um levantamento das condições do solo, clima e

das culturas a serem implantadas e equipamentos disponíveis. É necessário este

levantamento de forma criteriosa para que se tenha segurança e eficiência no

controle de erosões, pois o rompimento de um terraço pode provocar à destruição

75

de todos os outros terraços que estiverem abaixo deste, causando grandes

prejuízos.

Tipos de terraço

Os terraços são classificados das seguintes formas:

Quanto à função que exercem;

Largura da base ou faixa de terra movimentada;

Quanto ao processo de construção;

Forma do perfil do terreno e ao alinhamento.

Figura 4 - Representação esquemática de um terraço em perfil, mostrando:

A – faixa de movimentação de terra; B – camalhão ou dique; C – o canal.

Fonte: Lombardi Neto et al. (1994).

Quanto à função que desempenham

Podem apresentar funções de retenção ou infiltração (em nível) ou de

drenagem (em gradiente). Os terraços de retenção ou infiltração devem ser

construídos sobre linhas marcadas em nível com suas extremidades fechadas.

Porém os de escoamento devem ser construídos em desnível com uma de suas

extremidades abertas, por onde água coletada será escoada. Nessa extremidade

devem ser construídas “bacias de captação de enxurrada”.

A escolha do tipo de terraço adequado a ser instalado na área deve ser feita

de acordo com os índices pluviométricos da região (quantidade, intensidade,

76

duração e frequência) e com as características solo (profundidade, textura e

permeabilidade). A partir do conhecimento desses elementos será feita a escolha

entre os terraços de retenção e de drenagem. Os terraços em nível são

recomendados para solos que possuem boa permeabilidade, dessa forma

permitiram uma rápida absorção de água, Areias Quartzosas, arenosos como

Neossolos Quartzarênicos, Latossolos, Nitossolos, que antes eram denominados

Terras Roxas Estruturadas, são exemplos deste tipo de solo; no entanto os terraços

de drenagem recomendados para solos com permeabilidade lenta, como os

Cambissolos, Argissolos, antigos Podzólicos e Neossolos Litólicos, EMBRAPA

(2012).

Quanto à construção

Terraço do Tipo Nichols, sua construção consiste na movimentação do solo

sempre de cima para baixo, formando um canal triangular (Figura 5). O terraço do

tipo Nichols, dever ser construído em rampas com declive de até 15% e,

excepcionalmente, se o solo apresentar boa cobertura de palhada, a 18%. Sua

desvantagem ocorre pelo fato de que a faixa na qual o canal é construído não poder

ser usada para o cultivo. O implemento agrícola recomendado para a construir este

tipo de terraço é o arado reversível.

FIGURA 5 - Perfil esquemático de um terraço tipo Nichols.

Fonte: Terraço 2.0*.

*Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

77

Tipo Manghum, durante sua construção movimenta-se uma faixa de solo mais

larga em relação a faixa construída no terraço tipo Nichols. O deslocamento do solo

é realizado tanto de cima para baixo como de baixo para cima (Figura 6), em um

dado momento a aração ocorre num sentido, ora em outro sentido, com passadas

de idas e voltas com o trator, formando um canal largo e raso, com uma maior

capacidade de armazenar água em relação ao terraço do tipo Nichols. Podem ser

construídos com terraceadores, quando os terrenos apresentarem menor

declividade, podem ser construídos com arado fixo ou reversível.

FIGURA 6 - Perfil esquemático de um terraço tipo Manghum.

Fonte: Terraço 2.0*.

*Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

Terraço de base estreita, quanto à faixa de movimentação de terra é

aproximadamente 3 metros de largura (Figura 7). Recomenda-se para áreas onde

não seja possível construir terraços com bases largas ou médias. Sua instalação

não é recomendada para áreas de exploração extensiva ou com declividade inferior

a 15%, sendo restrito a pequenas propriedades e em áreas com declives

acentuados. O cultivo sobre os terraços poderá ser realizado apenas com

implementos manuais, por esse motivo é recomendado para pequenas áreas.

78

FIGURA 7 - Perfil esquemático de um terraço de base estreita.

Fonte: Terraço 2.0*.

*Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

Terraço de base média apresenta uma faixa de movimentação de terra de 3

metros a 6 metros de largura (Figura 8). Sua instalação é recomendada para

pequenas e médias propriedades. O seu talude a jusante, poderá ser utilizado para

o cultivo, fazendo com que a construção deste tipo de terraço acarrete somente a

perdas de 2,5% a 3,5% de solo na área terraceada.

FIGURA 8 - Perfil esquemático de um terraço de base média.

Terraço 2.0*.

*Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

Terraço de base larga, a faixa de movimentação fica em torno de 6 metros a

12 metros de largura (Figura 9). Para o controle de erosões em terrenos com relevo

suavemente ondulado ou ondulado, com declividade de até 12%, preferencialmente

79

com declividades entre 6% e 8%. Sendo possível o cultivo em toda a sua superfície,

o custo elevado da construção se torna compensatório, pois a sua manutenção é

realizada a partir do próprio preparo do solo.

FIGURA 9 - Perfil esquemático de um terraço de base larga

Terraço 2.0*.

*Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

As máquinas utilizadas para a construção de terraços são: Arados de Aivecas

ou de Discos, Terraceadores, Arados Gradeadores e Motoniveladoras.

FIGURA 10 - Construção de terraço de base larga com arado terraceador

Fonte: EMBRAPA (2012)

É necessário que antes de iniciar a construção dos terraços, o responsável

técnico deverá obter dados referente à textura do solo, a declividade média da área

onde serão instalados os terraços. Com esses dados, os espaçamentos horizontais

e verticais serão definidos conforme orientação na Tabela 1.

80

Tabela 1 -. Espaçamentos para culturas perenes e anuais sem gradiente.

E.H. (espaçamento horizontal) = (EV x 100) /D%; EV (espaçamento vertical) = [2 + (D%/X)] 0,305, onde D = declividade do terreno em (%); X = coeficiente que varia de acordo com

a natureza do solo: 1,5 (argiloso), 2,0 (textura média), 2,5 (arenoso).

Fonte: Adaptado de Resck (1981)

Os terraços exigem manutenções periódicas para que suas funções sejam

preservadas. É necessário promover a limpeza dos canais e, quando necessário,

reconstruir e/ou reerguer os diques.

Segundo Vasquez Filho (1989), a manutenção dos terraços deve ser

realizada com medidas preventivas e corretivas, como:

Construir os terraços com espaçamentos ideais, desenvolver técnicas

de manejo do solo que venham diminuir a ocorrência de erosão (como o plantio

direto e em nível), minimizando o assoreamento dos canais.

Plantio em faixas para a retenção acima dos canais dos terraços.

Uso de arado reversível, que remova o solo no sentido morro acima.

Plantio de espécies vegetais sobre os camalhões que assegurem boa

cobertura do solo.

Utilização de terraços com gradiente em solos com pouca absorção de

água.

Realizar as atividades de preparo, plantio e cultivo em paralelo aos

terraços.

81

Evitar o transito de máquinas agrícolas e animais sobre a crista dos

terraços.

Barraginhas

De acordo com a EMBRAPA (2014), a construção de barraginhas tem como

objetivo principal a recuperação de áreas degradadas pela chuva, além de revitalizar

e perenizar mananciais, com água de melhor qualidade e diminua as consequências

negativas provocadas pelas secas e enchentes.

As Barraginhas são poços que medem aproximadamente 15 metros de

diâmetro, construídas para receberem de forma individual e significativa os volumes

de água carreados pelas enxurradas, tendo como objetivo principal o controle de

erosões. São construções feitas estrategicamente e estão dispersas em pastagens.

Segundo Barros (2009), o produtor é o ator principal em projetos de

construção de barraginhas; é ele quem fornece a localização mais exata das

enxurradas em sua propriedade. Por tanto o produtor precisa conhecer as

necessidades e os objetivos do Sistema de Construção de Barraginhas.

A construção de barraginhas acontece gradativamente, desta forma um terço

das enxurradas de uma determinada área é contido no primeiro ano, outro terço no

segundo ano e o último terço no terceiro ano. Assim, os produtores vão aprendendo

com o sistema em funcionamento. Quando um produtor participa de forma efetiva,

se transforma num agente disseminador na comunidade rural onde vive, exercendo

um importante papel no esclarecimento das dúvidas daqueles que ainda não

entenderam a necessidade da construção de barraginhas.

Para a construção de uma Barraginha são gastos aproximadamente uma hora

de trabalho com uma Retroescavadeira, quando o solo está macio e úmido, no

entanto quando o solo está firme e seco, são aproximadamente uma hora e meia a

duas horas de trabalho.

O valor médio gasto na construção de cada Barraginha, fica em torno de cem

a cento e cinquenta reais (R$ 100,00 a R$ 150,00). O período úmido do ano é mais

propício para à construção de Barraginhas, iniciando-se com as primeiras chuvas e

estende-se até o terceiro ou quarto mês quando elas encerram, desta forma poderá

ser aproveitado a umidade residual do solo durante oito meses no ano.

82

Existem situações onde o solo apresenta uma maior taxa de absorção de

água, neste caso Barraginha terão que ser construídas com dimensões maiores,

para compensar a perda pela infiltração de água.

Barros (2000) descreve sobre a influência positiva que as barraginhas

proporcionam aos níveis de água em cisternas e no umedecimento de baixadas, à

distribuição de barraginhas nas propriedades captam as águas pluviais que irão

infiltrar na terra abastecendo os lençóis freáticos.

EMBRAPA (2014) descreve que a tecnologia das barraginhas pode ser

aplicada a todas as regiões de Cerrado e Semiáridas e outras, onde solos porosos

são predominantes, os quais, sob a ação o auxílio de barragens, funciona como uma

esponja que armazena a água semi-filtrada, sob índices pluviométricos de 500 a

1800 mm/ano.

A disponibilidade de água e a considerável elevação dos volumes de água

nos reservatórios, estimula produtores rurais de algumas comunidades a adotarem a

prática de construírem Barraginhas. Desta forma poderão trabalhar com uma melhor

qualidade de vida e de forma mais sustentável.

O principal objetivo do sistema de barraginhas consiste em carregar e descarregar o lago, proporcionar a infiltração da água num rápido espaço de tempo entre uma chuva e outra, de forma que venham ocorrer inúmeras recargas durante o ciclo chuvoso, elevando o lençol freático, carregando as caixas de água natural do solo, umedecendo baixadas e viabilizando áreas agrícolas (EMBRAPA 2014).

Aspectos específicos

Segundo a EMBRAPA (2007), não é recomendável a construção de

barraginhas em solos que apresentam uma inclinação acima de 15%. Porém em

solos mecanizados recomenda-se o trabalho de construção de barraginhas. Solos

arenosos necessitam de cuidados específicos, sendo necessária a construção de

barraginhas maiores para não verterem (derramarem). Nunca construa barraginhas

no interior de voçorocas e nem realize cortes de árvores. Pelo contrário é

aconselhável que realize o plantio de árvores em seu entorno, formando os

denominados “capões” (grupamento de vegetações).

83

Localização

As barraginhas devem ser construídas dispersas em lugares diferentes dentro

da propriedade, onde a chuva cai de forma mais concentrada, “colhendo” as

enxurradas significativas das erosões em solos degradados, em lavouras, em

extremidades de terraços, nos “bigodes” de estradas e dentro de grotas rasas ou

que estejam em formação. Em grotas profundas (voçorocas), como foi citado

anteriormente não é recomendado a sua construção, EMBRAPA (2007).

Formato

O formato mais comum é o de meia lua, as retas deverão ocorrer somente

nas calhas tipo açudes; recomenda um tamanho de no mínimo 12 e 15 metros de

diâmetro e no máximo 30 metros de diâmetro. Não devem possuir profundidades,

pois, em rampas íngremes de forma acentuada, a entrada da enxurrada poderá

provocar o início de erosão. As barraginhas são feitas de terra e o uso de máquinas

como Retroescavadeira e Pá carregadeira, são as indicadas para este tipo de

construção. Em regiões com muitas pedras, os arcos podem ser confeccionados de

pedras, de touceiras de capineiras, de estacas de madeira, de bambu ou sacos de

terra para impedir o assoreamento e formar uma barreira para conter as enxurradas.

Figura 11 – Construção de uma Barraginha

Fonte: Foto do autor

84

Apêndice B - AUTORIZAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO

DECLARAÇÃO

Curvelo, ____ de agosto de 2014.

Eu, _______________________________________________, responsável

pelo aluno(a):__________________________________________ autorizo sua

participação na Oficina Pedagógica: Aprendendo os conteúdos sobre o solo, durante

as aulas de ciências, ministrada pelos mesmos professores. Com a orientação do

professor Weder Martins da Rocha, mestrando em Ensino de Ciências e Matemática

na PUC-Minas – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e autorizo a

divulgação dos dados registrados durante a participação da Oficina.

Assinatura do pai ou responsável.

Assinatura do aluno

85

Apêndice C – QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO PRÉ-TESTE

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Mestrado em Ensino de Biologia

Aprendendo os conteúdos sobre Solos, através de Oficina Pedagógica.

ESTE QUESTIONÁRIO SERÁ UTILIZADO COMO ELEMENTO DE ESTUDO

NO PROJETO DE PESQUISA APRESENTADO AO PROGRAMA DE MESTRADO

PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

BIOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS.

Dados de Identificação:

Nome do aluno:______________________________________________

Curso:______________________________ Série: ______ Ano: ________

De acordo com seus conhecimentos responda as questões abaixo:

1) O que é solo?

______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) O solo formado por quais elementos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

86

3) Quais são os três elementos fundamentais do solo? Marque a

alternativa correta.

a) Minhocas, Água e Ar.

b) Água, Ar e Plantas.

c) Minerais, Água e Ar.

d) Terra, areia e mineral.

4) Faça no verso da folha um desenho ilustrando o solo e o subsolo.

5) Cite cinco (05) seres vivos que vivem no solo.

______________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) O que é solo fértil? Que fatores contribuem para a fertilidade do solo?

______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7) Qual a diferença entre esgotamento do solo e erosão?

______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8) O que é um solo doente”

______________________________________________________________

____________________________________________________

9) O solo é estudado de acordo com o seu tamanho e sua parte mineral é

dividida em três (03) frações principais. Quais são elas?

a) Pequena, Média e Grande.

b) Rocha, Pedra e Areia.

c) Areia, Silte e Argila.

d) Areia, Terra e Barro.

10) Como podemos proteger o solo?

______________________________________________________________

___________________________________________________________________

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Apêndice D – CARTILHA

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Apêndice E – QUESTIONÁRIO - AVALIAÇÃO DA OFICINA PEDAGÓGICA

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Mestrado em Ensino de Biologia

QUESTIONÁRIO - AVALIAÇÃO DA OFICINA PEDAGÓGICA

Dados de Identificação:

Nome do aluno: ____________________________________________

Série: ________________________________ Ano: ______________

Em relação à Cartilha utilizada na oficina, pode-se afirmar que:

1) Os textos ilustrados contribuíram para o seu aprendizado?”

( ) Sim ( ) Não

2) Os textos abordados durante a oficina, possuem uma linguagem clara e

objetiva?”

( ) Sim ( ) Não

3) As atividades práticas realizadas durante a oficina, possibilitaram a fixação

dos conteúdos?”

( ) Sim ( ) Não

4) Você considera a abordagem do tema solo um assunto atual?

( ) Sim ( ) Não

5) De modo geral qual conceito você daria para a Oficina?”

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

116

6) Durante a oficina foram realizadas algumas atividades práticas, tais como:

Construção do Minhocário, Construção do Simulador de Erosão, Como Fazer a

Compostagem. Você gostou dessas atividades propostas?”

( ) Sim ( ) Não

7) Você considera que essas atividades práticas contribuíram para o

aprendizado do conteúdo sobre solo?”

( ) Sim ( ) Não

8) As atividades realizadas durante a oficina são uteis para a conservação do

solo? “

( ) Sim ( ) Não

9) O uso do Simulador de Erosão facilitou a compreensão dos efeitos da

erosão no solo?”

10) A oficina pedagógica facilitou o seu aprendizado a respeito do tema solo?”

( ) Sim ( ) Não