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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP Jucelia Laurindo de Araujo Um Estudo sobre Estratégias de Recursos Humanos de uma Empresa Terceirizada do Setor de Telecomunicações Mestrado em Administração SÃO PAULO 2016

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

PUC-SP

Jucelia Laurindo de Araujo

Um Estudo sobre Estratégias de Recursos Humanos de uma Empresa

Terceirizada do Setor de Telecomunicações

Mestrado em Administração

SÃO PAULO

2016

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Jucelia Laurindo de Araújo

Um Estudo sobre Estratégias de Recursos Humanos de uma Empresa

Terceirizada do Setor de Telecomunicações

Mestrado em Administração

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, como exigência parcial para obtenção

do título de Mestre em Administração, na área

de concentração: Gestão Integrada das

Organizações, sob orientação do Prof. Dr.

Arnaldo José França Mazzei Nogueira.

São Paulo

2016

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Banca Examinadora

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, base sólida e meu

alicerce, a minha eterna gratidão.

Ao Eder, meu companheiro de todas as

horas, meu maior apoio.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador e mestre nesta pesquisa, Profº Dr. Arnaldo José França Mazzei Nogueira,

pela sua disponibilidade, pelo seu apoio, pelo seu realismo, pelos seus conhecimentos e pela

incansável dedicação em me orientar.

Ao coordenador do Programa de Pós Graduação em Administração da PUC SP, Prof.º Dr.

Belmiro do Nascimento João, pela orientação nas aulas e pelo apoio e atenção durante todo

o processo de conclusão da minha pesquisa.

Ao Professor Dr. Onésimo de Oliveira Cardoso, meu primeiro orientador, pela atenção e

direção desde o princípio.

Aos Professores da PUC, pelos conhecimentos transmitidos em sala de aula e pelas ricas

contribuições que trouxeram à minha pesquisa.

À Rita de Cássia Sorrentino, secretária do programa, pela presteza, atenção e instruções em

tudo que precisei e principalmente pelo carinho e amizade.

À minha colega e amiga Elaine Ribeiro de Oliveira, pelo seu incansável apoio na finalização

do meu projeto, pelos seus ensinamentos e pela sua amizade.

Aos meus familiares, amigos e colegas de trabalho, pelo apoio e compreensão com a minha

ausência, principalmente nos momentos finais deste trabalho, que exigiu-me extrema

dedicação.

Em especial à empresa Alfa, que me apoiou durante a realização dos créditos do mestrado,

na realização da pesquisa, bem como também na finalização do projeto. Sempre

reconheceram minha dedicação aos estudos e à empresa. Gentilmente forneceram-me todos

os documentos necessários para conclusão da minha pesquisa.

A CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, e ao PROSUP-

Programa de Suporte à Pós-Graduação de Universidades Particulares, pela bolsa, pois foi de

grande ajuda em meus estudos!

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RESUMO

Apresentou-se como objetivo na pesquisa desta dissertação, analisar as estratégias e políticas

de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações,

considerando sua importância estratégica no cenário econômico e globalizado. E como

objetivos específicos, analisar o setor de telecomunicações no Brasil e as relações de

serviços entre empresas terceirizadas e contratantes. Para que a realização da pesquisa fosse

possível, foram investigados aspectos relacionados a estratégias e políticas de recursos

humanos; a terceirização sob uma ótica estratégica e crítica; a análise do setor de

telecomunicações e suas estratégias de atuação, e por fim, a análise do caso de uma empresa

terceirizada do setor de telecomunicações. A metodologia adotada consistiu-se de um estudo

de caso, de abordagem exploratória, de natureza qualitativa por meio de três fontes de

evidências: documentação, registro em arquivos e observação participante. Selecionou-se

como sujeito da investigação uma empresa terceirizada, denominada empresa Alfa, atuante

como prestadora de serviços para grandes operadoras do setor de telecomunicações. Os

resultados obtidos apontaram que é possível obter boas práticas de recursos humanos,

aperfeiçoando as estratégias de terceirização e também reduzir os efeitos negativos, vista

como uma precarização do trabalho.

Palavras-chave: Telecomunicações, Terceirização, Estratégias de Recursos Humanos.

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ABSTRACT

The objective of the research conducted for this dissertation was to analyze the human

resources (HR) strategies and policies adopted in an outsourced telecom company,

considering its strategic importance in the economic and globalized scenario. Specific

objectives were analyzing the telecom industry in Brazil and the service relations between

outsourced and contracting companies. In order to make carrying out the research possible,

an investigation was conducted of aspects related to HR strategies and policies, and of

outsourcing from a strategic and critical viewpoint; also carried out were analyses of the

telecom industry and its strategies of action, and, finally, of the case of an outsourced

telecom company. The methodology adopted consisted of a case study involving an

exploratory approach, which was qualitative by nature, by means of three sources of

evidence: documentation, files on record and participant observation. The subject of the

investigation selected was an outsourced company named Alfa, which is engaged in

providing services for major telecom operators here in Brazil. The results obtained indicated

that it is possible to obtain good human resources practices by improving the outsourcing

strategies and also reducing the negative effects, viewed as a precarious factor in terms of

working arrangements.

Key Words: Telecommunications, Outsourcing, Human Resources (HR) Strategies.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Projeto de estudo de caso......................................................................................17

Quadro 2 – Seis Fontes de evidências: pontos fortes e pontos fracos.....................................19

Quadro 3 – Vantagem competitiva..........................................................................................22

Quadro 4 – Estratégias de recursos humanos e competitividade............................................28

Quadro 5 – Abordagens em Recursos Humanos – Um esquema para situar

as relações de trabalho..........................................................................................33

Quadro 6 – Marcos históricos no Brasil..................................................................................48

Quadro 7 – Segmentos do setor de telecomunicações............................................................54

Quadro 8 – Subsegmentos dos serviços de telecomunicações................................................54

Quadro 9 – Principais grupos atuantes no mercado de telecomunicações..............................56

Quadro 10 – Principais fusões e aquisições no setor de telecomunicações............................57

Quadro 11 – Participação dos grupos no setor de telecomunicações......................................58

Quadro 12 – Receita e Acessos das empresas do setor de telecomunicações.........................59

Quadro 13 – Serviço de Comunicação Multimídia.................................................................60

Quadro 14 – Área de atuação das prestadoras.........................................................................61

Quadro 15 – Dados do setor de telecomunicações..................................................................61

Quadro 16 – Associações de Telecomunicações.....................................................................65

Quadro 17 – Analise estrutural do setor- O setor de telefonia móvel do Brasil

após o SMP: as estratégias das operadoras e a convergência fixa-móvel..........66

Quadro 18 – Soluções da empresa Alfa..................................................................................74

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Quadro 19 – Definição das Equipes na empresa Alfa.............................................................75

Quadro 20 – Questionário para avaliação “Ambiente de Trabalho”.......................................80

Quadro 21 – Questionário para avaliação “Relacionamento”.................................................81

Quadro 22 – Questionário para avaliação “Treinamento e Desenvolvimento”......................82

Quadro 23 – Questionário para avaliação “Imagem da Empresa”..........................................86

Quadro 24 – Acordo coletivo da categoria..............................................................................89

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Modelo de gestão de pessoas.................................................................................26

Figura 2 – Estratégia de RH....................................................................................................28

Figura 3 – O processo de desvendar a cultura da organização...............................................29

Figura 4 – Atividades Primárias e de Suporte........................................................................41

Figura 5 – Premiações............................................................................................................72

Figura 6 – Bases da empresa Alfa .........................................................................................73

Figura 7 – Slogan Treinamentos técnicos..............................................................................79

Figura 8 – Slogan Treinamento Academia de Líderes...........................................................83

Figura 9 – Slogan Treinamento de Plano de Metas................................................................84

Figura 10 – Slogan Programa Multiplicadores...................................................................... 84

Figura 11 – Slogan Programa Coaching.................................................................................85

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Empregados em Serviços de Telecomunicações...............................................59

Gráfico 2 – Idade dos funcionários.......................................................................................77

Gráfico 3 – Período de atuação na instituição......................................................................78

Gráfico 4 – Nível de escolaridade.........................................................................................78

Gráfico 5 – Resultado de avaliação técnica..........................................................................79

Gráfico 6 – Resultado de questionário “Ambiente de Trabalho”.........................................80

Gráfico 7 – Resultado de questionário “Relacionamento”...................................................81

Gráfico 8 – Resultado de questionário “Treinamento e Desenvolvimento”.........................82

Gráfico 9 - Resultado de questionário “Imagem da Empresa”.............................................86

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 13

Problema de pesquisa..................................................................................................14

Objetivos.....................................................................................................................15

Justificativa.................................................................................................................15

Metodologia de pesquisa............................................................................................16

Estrutura do trabalho...................................................................................................21

CAPITULO 1 – DEFINIÇÕES DE ESTRATÉGIAS E DE POLÍTIC AS DE

RECURSOS HUMANOS.....................................................................................................22

1.1 - Estratégias de Recursos Humanos......................................................................22

1.2 – Políticas de Recursos Humanos.........................................................................30

CAPITULO 2 – TERCEIRIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA......... ................................35

2.1 – Conceitos e debates sobre a terceirização..........................................................35

2.2 – Terceirização como Estratégia: Custo de Transação e Cadeia de valor............38

2.2.1 – Custo de Transação.............................................................................38

2.2.2 – Cadeia de Valor...................................................................................40

2.3 – A visão crítica da terceirização..........................................................................43

CAPITULO 3 – O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL. .......................48

3.1 – Histórico do setor...............................................................................................48

3.2 – Dados e segmentos do setor...............................................................................51

3.3 – Relações de trabalho e sindicatos do setor de telecomunicações......................61

3.4 – As estratégias do setor de telecomunicações.....................................................65

CAPITULO 4 – O CASO DE UMA EMPRESA TERCEIRIZADA DO SETOR DE

TELECOMUNICAÇÕES....................................................................................................71

4.1 – O caso da empresa Alfa ....................................................................................71

4.1.1 – Histórico da empresa...........................................................................71

4.1.2 – Visão, valores e organização da empresa............................................72

4.2 – Análise das estratégias e políticas de recursos humanos da empresa Alfa........76

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CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................94

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INTRODUÇÃO

Em um cenário altamente competitivo e diante de mudanças estruturais significativas

no Brasil e no mundo, o setor de Telecomunicações assume papel de destaque, devido às

peculiaridades de seu contexto histórico.

O setor de telecomunicações é considerado vital para o desenvolvimento econômico e social da atualidade. Segundo alguns analistas, estaríamos na transição de uma sociedade industrial, cujo símbolo foi a indústria automobilística, para uma sociedade informacional, cujo símbolo seria as telecomunicações. (LARANGEIRA, 2003, p. 82).

O setor de telecomunicações tornou-se determinante na disseminação da informação,

da cultura, da pesquisa e das oportunidades, sendo peça fundamental da infraestrutura de

qualquer país e considerada relevante para o desenvolvimento econômico e social.

O momento atual da economia brasileira traz oportunidades únicas que precisam ser

exploradas com o devido planejamento e reflexão para que os resultados sejam duradouros.

Os esforços necessários, tanto públicos como privados, precisam estar alinhados para

construir a infraestrutura de telecomunicações condizente com o Brasil que vislumbra galgar

posições no ranking econômico mundial nos próximos anos. (SINDITELEBRASIL e LCA,

2014).

A expansão na oferta dos serviços de telecomunicações no Brasil ocorreu após

privatização do sistema Telebrás, que tinha por objetivo flexibilizar o modelo brasileiro de

telecomunicações, eliminando a exclusividade da concessão para exploração dos serviços

públicos a empresas sob controle acionário estatal e buscando introduzir o regime de

competição na prestação desses serviços, visando, em última análise, ao benefício do usuário

e ao aumento da produtividade da economia brasileira. Constatou-se que o modelo então

vigente, essencialmente monopolista e não diversificado, gerou uma regulamentação não

compatível com a nova realidade mundial, ditada por forças inter-relacionadas como a

globalização da economia, a evolução tecnológica e a rapidez das mudanças no mercado e nas

necessidades dos consumidores (ANATEL, 2008).

O mercado brasileiro de telecomunicações se manterá em crescimento médio anual

de 5,3% ao ano até 2017, decorrente da expansão na cobertura das redes fixas, junto com o

crescimento das redes móveis e do uso de smartphones e outros aparelhos conectados à

Internet.

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Larangeira (2003) cita que, as mudanças no setor também geraram consequências

para trabalhadores e sindicatos, impactando a influência significativa que eles detiveram antes

da quebra dos monopólios, exigindo uma atuação num setor mais diversificado, constituído

por diversas pequenas e médias empresas, além de grandes multinacionais.

Verifica-se que após a quebra do monopólio, as empresas privadas passaram a

utilizar como estratégia a terceirização, com foco na redução de custos, aumento de

produtividade, aumento na qualidade e terceirizando as atividades não fundamentais para a

vantagem competitiva.

A chamada terceirização estratégica é atualmente uma forma de acordo cooperativo

muito utilizada. Trata-se de fazer fora aquilo que poderia ser feito internamente. A decisão de

fazer ou comprar (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).

No que tange a terceirização, um fato deve ser relatado. É possível perceber com

certa regularidade a existência de tratamento diferenciado entre os colaboradores efetivos da

empresa e os prestadores de serviços das empresas terceirizadas. Este acontecimento, no

Brasil, pode ser justificado em função do início do processo de terceirização, quando o

objetivo primeiro se configurava na redução de custos a qualquer preço (GIRARDI, 2006).

Girardi (2006) afirma que:

o verdadeiro diferencial competitivo de uma empresa está diretamente relacionado com o fator humano, na forma como se constitui uma equipe de trabalho. Pouco resolve ter a possibilidade de fazer uso de tecnologia avançada e de instalações físicas primorosas, se a essência da organização - as pessoas – não estiver suficientemente qualificada e engajada nos objetivos da organização. (GIRARDI, 2006, p. 25).

Assim, este trabalho estuda e analisa a terceirização no setor de telecomunicações,

sobre uma ótica estratégica revelando os desafios enfrentados pelas empresas terceirizadas,

quanto a suas políticas e estratégias de recursos humanos.

Problema de Pesquisa

A terceirização no setor de telecomunicações é uma estratégia essencial no processo

organizacional das empresas. No entanto, diante dos diversos problemas encontrados devido a

uma terceirização ilegal, com empresas terceirizadas descumprindo as determinações legais e

jurídicas, a terceirização passou a ser vista como uma precarização do trabalho, evidenciadas

através de mudanças salariais, condições de trabalho, direitos trabalhistas e relações entre

empresa e funcionário.

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Para reduzir os efeitos negativos da terceirização, as práticas de recursos humanos

precisam ser aprimoradas e alteradas considerando a mudança de cenário frequente, assim

como os desafios impostos pela mudança tecnológica e econômica.

Diante deste debate da terceirização, pode-se definir a seguinte questão de pesquisa:

A empresa terceirizada no setor de telecomunicações pode ter boas práticas de recursos

humanos?

Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é analisar as estratégias e políticas de recursos

humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações. E para atingir

este objetivo, estabeleceu-se os seguintes objetivos específicos:

1. Analisar o cenário de telecomunicações no Brasil e suas estratégias de atuação;

2. Identificar as relações de serviços entre empresa contratante e terceirizada;

3. Identificar as estratégias e políticas de recursos humanos desenvolvidas pela empresa

Alfa.

Justificativa

A presente pesquisa justifica-se pela importância estratégica que apresenta-se o setor

de telecomunicações, conforme será desenvolvido no terceiro capítulo.

Diante de mudanças estruturais significativas no Brasil e no mundo, o setor de

telecomunicações enfrenta novos desafios, como melhoria dos serviços prestados, mudança

tecnológica, expansão de serviços e uma competição cada vez mais acirrada.

Tendo por base os valores de 1998, ano da privatização dos serviços de

telecomunicações, o PIB per capita do brasileiro aumentou apenas 35,0% no período, findo

em 2014, enquanto, no mesmo período, a densidade de telefones fixos aumentou 84,5% e a de

telefones celulares aumentou 3.114% (TELEBRASIL, 2015).

Diante desse contexto de aceleração de crescimento, a terceirização teve papel

fundamental para que fosse possível atender uma demanda tão elevada. Além dos fatores

como redução de custos, a terceirização no setor de telecomunicações está atrelada a melhoria

na qualidade, transferências de serviços às empresas especializadas e ganho na entrega e

agilidade dos serviços.

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Para as empresas terceirizadas que viram neste cenário a oportunidade de iniciar o

seu negócio, perceberam posteriormente a difícil tarefa em se manterem em um mercado tão

competitivo e muitas vezes precarizado. Os desafios impostos apontaram uma necessidade de

estratégias e políticas de recursos humanos eficazes para criação de vantagem competitiva.

Metodologia de pesquisa

A metodologia adotada consistiu-se em um estudo de caso, de abordagem

exploratória, que permitiu a análise do processo da empresa Alfa. Realizou-se uma

investigação descritiva-crítica, de natureza qualitativa, a qual possibilitou ao pesquisador

estudar eventos de forma aprofundada.

Para Yin (2010), a necessidade pelo estudo de caso é a possibilidade de compreender

fenômenos complexos em sua amplitude. Desse sentido Yin (2010), advoga que:

[...] o estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características

holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como ciclos de vida

individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em

regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos (YIN,

2010, p. 20).

De acordo com vários estudos apresentados comprovam que os estudos de caso

apresentam limitações, mas não apenas quando se trata de estudo de caso, mas em outras

formas de pesquisas observa-se também os entraves, pois proporcionam pouca base para uma

generalização científica. Yin (2010) indica que as generalizações sejam feitas em relação às

proposições teóricas e não à população ou ao universo.

Optou-se pelo estudo de caso, ponderando-se a estratégia da pesquisa proposta, pois,

visa investigar como ocorre, segundo Yin (2010, p. 28), “um conjunto contemporâneo de

acontecimentos, sobre o qual o pesquisador tem pouco ou nenhum controle.” Mas trata-se de

um método com contexto da vida real da organização, que poderá ser útil, posteriormente, de

acordo com a análise dos dados, possibilitando uma compreensão com um todo.

Baseado em fenômeno contemporâneo, o estudo de caso desta pesquisa se justifica

por apresentar um único objeto, dentro de um contexto denominado vida real (YIN, 2010). No

total são quatro tipos de projetos que podem ser trabalhados, que estão demonstrados no

quadro abaixo:

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Caso Único Casos Múltiplos

Holístico (uma unidade de análise) TIPO 1 TIPO 3

Embutido (múltiplas unidades de análise) TIPO 2 TIPO 4

Quadro 1- Projeto de estudo de caso Fonte: YIN (2005, p.61).

O estudo de caso abordado e trabalhado é do tipo 1, sendo projeto de caso único,

holístico, no qual foi realizado um estudo sobre as estratégias de recursos humanos de uma

empresa terceirizada do setor de telecomunicações. Este tipo de projeto é adequado, quando o

caso tem condição de confirmar, contestar e estender a teoria mencionada no trabalho; quando

se trata de um caso raro ou extremo, ou ainda, quando é um caso revelador, em que se observa

um fenômeno previamente inacessível à investigação científica.

Segundo Yin (2010) para a realização neste estudo de caso, tornou-se imprescindível

a utilização dos seguintes critérios do “protocolo do estudo de caso,” abordados a seguir: a)

visão geral do projeto b) procedimentos de campo, c) questões do estudo de caso e d)

procedimentos de análise.

a) Visão geral do projeto

O objeto de estudo deste trabalho é a análise das estratégias de recursos humanos

aplicadas numa empresa terceirizada do setor de Telecomunicações. Como unidade de análise

foi escolhida a empresa Alfa (nome fictício), que forneceu informações precisas por meio de

documentos internos e também o uso da observação participante, considerando a autora,

atuante ativa como gestora de uma das regionais da empresa.

A empresa Alfa caracteriza-se por apresentar valores e estratégias inerentes aos

conceitos apresentados no presente trabalho, referente a políticas de recursos humanos

eficientes e conhecimento amplo do mercado a qual está inserida.

Neste contexto, a pesquisa referente a este estudo de caso justifica-se pela

importância e relevância da fundamentação teórica apresentada e pelo atual momento que a

terceirização se apresenta.

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b) Procedimentos de campo

As evidências do estudo de caso foram obtidas atendendo algumas das seis fontes de

evidências apresentadas por Yin (2010). Neste caso, foram adotadas apenas três das seis

fontes de evidências, que são: documentação, registro em arquivos e observação participante.

Para realização do estudo de caso pretendido, segundo Yin (2010) é necessário

utilizar três das seis fontes de evidências:

Fonte de evidências Pontos Fortes Pontos Fracos

Documentação • Estável – pode ser

revisada inúmeras vezes

• Discreta- não foi criada

como resultado do estudo de caso

• Exata – contém nomes,

referências e detalhes exatos de

um evento

• Ampla cobertura – longo

espaço de tempo, muitos eventos

e muitos ambientes distintos

• Capacidade de

recuperação – pode ser baixa

• Seletividade tendenciosa,

se a coleta não estiver completa

• Relato de vieses – reflete

as ideias preconcebidas

(desconhecidas) do autor

• Acesso – pode ser

deliberadamente negado

Registros em arquivos • [os mesmos mencionados

para documentação]

• Precisos e quantitativos

• [Os mesmos mencionados

para documentação]

• Acessibilidade aos locais

devido a razões particulares

Entrevistas • Direcionada – enfocam

diretamente o tópico do estudo de

caso

• Perceptivas – fornecem

inferências causais percebidas

• Vieses devido a questões

mal-elaboradas

• Respostas viesadas

• Ocorrem imprecisões

devido à memória fraca do

entrevistado

• Reflexibilidade – o

entrevistado dá ao entrevistador o

que ele quer ouvir

Observações diretas • Realidade – tratam de

acontecimentos em tempo real

• Contextuais – tratam do

contexto do evento

• Consomem muito tempo

• Seletividade – salvo

ampla coberta

• Reflexibilidade – o

acontecimento pode ocorrer de

forma diferenciada porque será

sendo observado

• Custo – horas necessárias

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pelos observadores humanos

Observação participante • [Os mesmos mencionados

para observação direta]

• Perceptiva em relação a

comportamentos e razões

interpessoais

• [Ao mesmos mencionados

para observação direta]

• Viesses devido à

manipulação dos eventos por

parte do pesquisador

Artefatos físicos • Capacidade de percepção

em relação a aspectos culturais

• Capacidade de percepção

em relação a operação em relação

a operações técnicas

• Seletividade

• Disponibilidade

Quadro 2 - Seis Fontes de evidências: pontos fortes e pontos fracos Fonte: YIN (2010. p. 129).

c) Questões do estudo de caso

Por meio desta pesquisa, procurou-se identificar através de documentos fornecidos

pela empresa e observação participante as seguintes questões:

1. Qual a importância das políticas de recursos humanos na empresa Alfa?

2. Há um processo de comunicação clara entre a área de recursos humanos e funcionários

da empresa Alfa?

3. A empresa Alfa desenvolve um processo de feedback quanto as reivindicações dos

funcionários?

4. A gestão de recursos humanos participa da formulação das estratégias empresariais?

Estas questões foram avaliadas a partir destes documentos e serão apresentadas no

quarto capítulo no tópico 4.2, referente à análise do caso estudado e discussão dos resultados.

d) Procedimentos de análise dos dados

A apresentação e a interpretação dos resultados foram feitas a partir dos dados

coletados, de acordo com Yin (2010, p. 145) utilizando a “lógica de adequação ao padrão”.

Yin (2010, p.145) expõe que esta lógica “compara um padrão fundamentalmente empírico

com outro de base prognóstica. Se os padrões coincidirem, os resultados podem ajudar o

estudo de caso a reforçar sua validade interna.”

O padrão foi constituído pela autora tendo por base as postulações teóricas dos autores

PORTER (1996), PORTER (2004), FLEURY (2002), ALBUQUERQUE (2002), DESSLER

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(2003), FISCHER (2002), NOGUEIRA (2002), BARBOSA (2005), GIRARDI (2006),

GIOSA (2003), CASTRO (2000), ALVAREZ (1996), CAVALCANTE (2006), CORRÊA

(2010), WILLIAMSON (2002), BESANKO (2006), HITT (2008), ANTUNES e DRUCK

(2014), TRINDADE e TRINDADE (2004), MOCELIN e BARCELOS (2012), QUINTELLA

e COSTA (2009), GUIMARÃES (2002) e outros de grande importância com seus trabalhos

referentes ao tema, que serão mencionados no decorrer do trabalho.

Esta técnica de adequação ao padrão pode atender tanto o estudo de caso

exploratório, quanto o descritivo. No primeiro citado, os padrões podem se relacionar às

variáveis dependentes ou independentes do estudo. E o segundo, a adequação ao padrão, é

relevante, pois o padrão previsto de variáveis específicas é definido antes da coleta de dados.

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Estrutura do Trabalho

Este trabalho destina-se a enfatizar como uma empresa terceirizada no setor de

telecomunicações estabelece políticas de recursos humanos, como boas práticas, para evitar

críticas negativas de uma empresa terceirizada, que precariza o trabalho.

A dissertação está estruturada em quatro capítulos. Há uma introdução ao tema, e

nos capítulos um e dois são apresentados os pressupostos teóricos da pesquisa,

respectivamente as definições de estratégias e políticas de recursos humanos e os conceitos e

debates sobre a terceirização, mediante sua análise como estratégia e visão crítica. No capítulo

três é feita uma análise dos dados disponíveis sobre o setor de telecomunicações, seu

histórico, suas estratégias com destaque a da terceirização.

E no quarto capítulo é realizada a análise do caso Alfa, empresa terceirizada no setor

de telecomunicações, por meio de uma pesquisa qualitativa, através de documentos e registro

de arquivos fornecidos pela empresa, além de observação participante. Isto permitiu

relacionar a prática com a teoria abordada nos capítulos anteriores, e defender o argumento

central do trabalho: é possível desenvolver boas práticas de recursos humanos e relações de

trabalho na empresa terceirizada. Por fim, são apresentadas as considerações finais.

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CAPITULO 1 – DEFINIÇÕES DE ESTRATÉGIAS E DE POLÍTIC AS DE

RECURSOS HUMANOS

1.1. Estratégias de Recursos Humanos

As organizações passam por modificações constantes, ocorridas pelas mudanças na

economia, nas relações sociais, políticas e tecnológicas. E as estratégias são fundamentais no

enfrentamento destas mudanças. São as estratégias que apontam o caminho a ser seguido para

atingir os objetivos da organização.

Apesar de visões antagônicas no decorrer da história, verifica-se no contexto geral

que a estratégia tem como propósito principal dar direção, ajudar na tomada de decisão,

definir processos claros e definir as relações da empresa com o ambiente.

Para Porter (1996, apud ALMEIDA, 2010, p. 6), a vantagem competitiva ocorre

quando a empresa implementa uma estratégia, que não pode ser imitada ou que custa muito

caro para ser imitada pelo concorrente. O propósito então é criar diferenças, na percepção do

cliente, entre a proposição da empresa e a dos demais concorrentes.

Porter (2004) afirma que o desenvolvimento de uma estratégia empresarial

competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma formula ampla para o modo como a

empresa competirá, quais deveriam ser suas metas e quais as políticas necessárias para levar-

se a cabo essas metas. Quanto ao enfrentamento das forças competitivas, Porter (2004) coloca

três abordagens estratégicas capazes de diferenciar uma empresa.

Porter (2004) sugere que estas estratégias genéricas até podem ser trabalhadas em

paralelo como alvo primário, apesar de ser quase uma tarefa impossível, considerando que

exige um comprometimento total para se colocar em prática uma dessas estratégias.

Quadro 3 - Vantagem competitiva Fonte: PORTER (2004, p. 10).

Custo baixo Diferenciação

ESCOPO

Alvo amplo 1. LIDERANÇA EM CUSTO 2. DIFERENCIAÇÃO

COMPETITIVOAlvo estreito 3A. ENFOQUE NO CUSTO 3B. ENFOQUE NA DIFERENCIAÇÃO

VANTAGEM COMPETITIVA

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Liderança no custo total consiste em atingir a liderança no custo total por meio de

políticas orientadas para este objetivo básico. Exige a construção agressiva de instalações em

escala, foco total em redução e controle de custos, sendo este último umas das mais

importantes para atingir estas metas (PORTER, 2004).

Na estratégia de diferenciação a empresa deve procurar ser diferenciada, única, com

pontos que são valorizados pelo comprador. O produto deve chamar a atenção do comprador a

ponto dele adquirir pagando além do seu custo de fabricação (PORTER, 2004).

Na estratégia de enfoque ou estratégia de foco, o objetivo é o foco em determinado

grupo específico de clientes ou um segmento de produtos. Baseia-se que a empresa é capaz de

atender esse publico específico de forma efetiva ou de forma mais eficiente que o concorrente

(PORTER, 2004).

Para Fleury (2002) a empresa é vista como um portfólio de competências, baseada na

análise de competências, saindo do foco do indivíduo para as das organizações. Prahalad e

Hamel (1990, apud FLEURY, 2002, p. 57) acrescentam que, para adquirir papel-chave, as

competências devem atender a três requisitos:

1. Oferecer reais benefícios aos consumidores;

2. Ser difíceis de imitar;

3. Prover acesso a diferentes mercados.

Fleury (2002) complementa que a questão principal é a possibilidade da combinação

das várias competências que uma empresa pode conseguir para distribuir produtos e serviços

ao cliente. Neste sentido, Fleury (2002) exemplifica o modelo de gestão de competência e

estratégia organizacional desta forma:

A organização, situada em um ambiente institucional, define sua estratégia e as competências necessárias para implementá-la, num processo de aprendizagem permanente. Não existe ordem de precedência nesse processo, e sim um círculo virtuoso, em que uma alimenta a outra através do processo de aprendizagem. (FLEURY, 2002, p. 58).

A estratégia passa por diversas classificações e definições, cada qual com suas

limitações, contribuições e autores com maior destaque. Sentidos não conflitantes e

complementares, ajudando na difícil tarefa de entender a complexidade de um conceito tão

importante e abrangente, que é a estratégia (ALBUQUERQUE, 2002).

Albuquerque (2002) ressalta que:

A preocupação com a estratégia tem ocupado um espaço cada vez maior nas discussões empresariais, nos debates acadêmicos e na literatura de administração,

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relacionado principalmente com o acirramento da competição bem como a revolução tecnológica e do conhecimento. (ALBUQUERQUE, 2002, p. 36).

Albuquerque (2002) complementa que a estratégia organizacional é um processo

amplo, no alcance dos seus objetivos, abrangendo visão, feedback contínuo e avaliação dos

resultados.

A vinculação da gestão de pessoas às estratégias da organização tornou-se uma

necessidade das empresas, criando planos estratégicos de recursos humanos como derivados

das estratégias das empresas.

As estratégias de recursos humanos determinam a vantagem competitiva das

empresas. Manter os funcionários mais capacitados, com um turnover considerado aceitável,

é um dos grandes desafios.

Na administração estratégica, busca-se que todas as áreas da empresa procurem a eficácia da organização como um todo e, para que isto aconteça, é necessário que a estratégia esteja presente em todas as áreas e não apenas na administração central ou em áreas operacionais, mas também em áreas de apoio, como é o caso da área de Recursos Humanos. (ALMEIDA; TEIXEIRA; MARTINELLI, 1993, p. 13).

Almeida, Teixeira e Martinelli (1993) contextualizam que a área de recursos

humanos vai além da estratégia baseada no envolvimento das pessoas, mas também no

atendimento das suas próprias necessidades, esta última, nem sempre lembrada.

Uma das tarefas da área de Recursos Humanos no processo de Planejamento

Estratégico, deve ser a identificação das necessidades dos funcionários, que também deverá

ter o seu peso no estabelecimento (ALMEIDA; TEIXEIRA; MARTINELLI, 1993).

Umas das maiores mudanças do papel da gestão de recursos humanos é seu

envolvimento direto na implementação das estratégias empresariais. Dessler (2003)

argumenta que:

As estratégias dependem cada vez mais do fortalecimento da competitividade organizacional e da formação de equipes de trabalho comprometidas, e isso coloca o RH em um papel central. Num ambiente altamente competitivo são os funcionários e os recursos humanos que oferecem a chave para a competitividade. (DESSLER, 2003, p. 12).

Fischer (2002) cita que o modelo de gestão de pessoas foi desenvolvido para atuação

sobre o comportamento humano, considerando que o sucesso da empresa depende

diretamente do seu desempenho e é o que determina a maneira pela qual uma empresa se

organiza para gerenciar esses comportamentos.

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Os modelos se diferenciam pelas características que o compõe e pela sua

interferência na organização, tornando-a desta forma diferenciada no mercado, na melhoria de

sua competitividade (FISCHER, 2002).

Fischer (2002) aborda a importância do comportamento humano no mundo dos

negócios:

A importância que o comportamento humano vem assumindo no âmbito dos negócios fez com que a preocupação com sua gestão ganhasse espaço cada vez maior na teoria organizacional. É nesse contexto que surge o conceito de modelo de gestão de pessoas. Quando esse conceito é estrategicamente orientado, sua missão prioritária consiste em identificar padrões de comportamento coerentes com o negócio da organização. (FISCHER, 2002, p. 13).

Conforme Fischer (2002) existe fatores internos e externos que influenciam na gestão

de pessoas:

A) Internos:

• Tecnologia adotada - muda a qualidade de execução do trabalho - de operador a

monitor de atividades - busca de maior envolvimento.

• Estratégia de organização – as práticas de TQM (total quality management), a adoação

de varias formas de GSA (grupos semi-autônomos), os operadores multifuncionais e

as células de trabalho, acompanhados de políticas e práticas de gestão claras.

• Cultura organizacional - diferenciação e modelagem do comportamento humano.

• Estrutura organizacional - departamental (comando e controle); matricial, unidade de

negócio ou rede (totalidade, sistêmico, competências).

B) Externos:

• Fatores sociais - regulação do trabalho e da relação de trabalho.

• Mercado - competências essenciais definidas pelo setor de atividade.

No contexto interno, algumas mudanças põem em cheque o modelo de gestão

tradicional adotado pelas empresas, emergindo o modelo de competências no tradicional

modelo de cargos e salários (FLEURY, 2002).

Neste prisma, Fleury (2002) endossa que:

O modelo tradicional de organizar o trabalho e gerenciar pessoas não está mais de acordo com a realidade das organizações. É necessário substituir, como unidade básica de gestão, o cargo pelo indivíduo. (FLEURY, 2002, p.52).

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Verifica-se que não há mais o funcionário especializado somente em uma atividade

ou área. Ele tem capacidades multifuncionais, adaptável a constantes mudanças e necessidade

de aprimoramento. Encontra-se numa economia e mercados globalizados, com competição

acirrada, clientes exigentes, além das constantes mudanças tecnológicas.

O processo de gestão de pessoas deve primeiramente atender os objetivos de um

planejamento estratégico empresarial. Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) indicam que o

planejamento da gestão de pessoas deve conter mecanismos que permitam:

1. Criar, manter e desenvolver um contingente de recursos humanos com capacidade e motivação para realizar os objetivos da organização; 2. Oferecer condições organizacionais propícias ao desenvolvimento e à plena satisfação dos recursos humanos; 3. Alcançar níveis de produtividade compatíveis com os das melhores organizações de seu setor econômico de atuação. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001, p. 129).

Figura 1- Modelo de gestão de pessoas Fonte: Tachizawa, Ferreira, Fortuna (2001). Albuquerque (2002) pontua que existe uma aparente evolução do conceito de

administração de recursos humanos, resultante da necessidade de planejamento com

orientação estratégica, visando à mudança do modelo de controle para o de

comprometimento.

Albuquerque (2002) entende que neste contexto a duas estratégias de recursos

humanos que se contrapõem. Na estratégia de controle, os empregados vistos como números,

custos e fator de produção. Na estratégia de comprometimento, as pessoas como parceiras no

trabalho. O quadro número quatro, a seguir demonstra estas concepções quanto à estrutura

organizacional, organização do trabalho, relações de trabalho e políticas de recursos humanos.

Gestão de

pessoas

Gestão estratégica

Processos sistêmicos

*Planejamento de pessoal

*Recrutamento e seleção de pessoal

*Administração de cargos e salários

*Planejamento de carreira

*Avaliação de desempenho

*Treinamento e desenvolvimento

*Clima organizacional

Estratégias

de GP

Meio ambiente

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MODELO

CARACTERÍSTICAS

DISTINTIVAS Estratégia de controle Estratégia de comprometimento

ESTRUTURA

ORGANIZACIONAL

Altamente hierarquizada, separação

"quem pensa" e "quem faz".

Redução de níveis hierárquicos e de

chefias intermediárias, junção do

fazer e do pensar – empowerment

Organização do

trabalho

Trabalho muito especializado,

gerando monotonia e frustrações.

Trabalho enriquecido, gerando

desafios

Realização do trabalho Individual Em grupo

Sistema de controle Ênfase em controles explícitos do

trabalho

Ênfase no controle implícito pelo

grupo

RELAÇÕES DE

TRABALHO

Foco no cargo, emprego a curto

prazo

Foco no encarreiramento flexível,

emprego a longo prazo. Politica de emprego

Nível de educação e

formação requerido

Baixo, trabalho automatizado e

especializado

Alto, trabalho enriquecido e

intensivo em tecnologia

Relações empregador-

empregado Independência Interdependência, confiança mutua.

Relações com

sindicatos

Confronto baseado na divergência

de interesses

Diálogo, busca da convergência de

interesses

Participação dos

empregados nas

decisões

Baixa, decisões tomadas de cima

para baixo Alta, decisões tomadas em grupo

POLITICA DE

RECURSOS HUMANOS

Contrata para um cargo ou para um

conjunto especializado de cargos

Contrata para uma carreira longa na

empresa

Contratação

Treinamento Visa ao aumento do desempenho na

função atual

Visa preparar o empregado para

futuras funções

Carreira

Carreiras rígidas e especializadas, de

pequeno horizonte e amarradas na

estrutura de cargos

Carreiras flexíveis, de longo alcance,

com permeabilidade entre diferentes

carreiras.

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Salarial

Focada na estrutura de cargos, com

alto grau de diferenciação salarial

entre eles

Focada na posição da carreira e no

desempenho, com baixa

diferenciação entre níveis

Incentivos Uso de incentivo individuais Foco nos incentivos grupais

vinculados a resultados empresariais

Quadro n. 4 - Estratégias de recursos humanos e competitividade Fonte: Albuquerque, L. G. (2002).

De acordo com Albuquerque (2002), essas duas visões sobre o papel do ser humano

no trabalho implicam que estratégias distintas sejam adotadas, pois a estratégia de recursos

humanos deve seguir as etapas do processo de formulação da estratégia corporativa, conforme

ilustrado na figura a seguir:

Figura n. 2 – Estratégia de RH. Fonte: Albuquerque (2002, p.41)

Albuquerque (2002) ressalta ainda, a importância do feedback ou da retroalimentação

contínua de informações entre as etapas através de avaliações de resultados ao longo de seu

desenvolvimento.

Wall (1997 apud ALBUQUERQUE 2002, p. 42) cita que, muitas organizações estão

descobrindo os benefícios de ter mais empregados envolvidos na formulação estratégica,

incluindo o desenvolvimento de um planejamento de alta qualidade, que reflete tanto a

ESTRATÉGIA DA EMPRESA ESTRATÉGIA DE RH

VISÃO DO NEGÓCIODESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO E

DO COMPROMETIMENTO COM A VISÃO DO NEGÓCIO

DEFINIÇÃO DA MISSÃO MISSÃO DA ARH

ANÁLISE DO AMBIENTE ANÁLISE DO AMBIENTE DE RH

ANÁLISE DAS CAPACIDADES ANÁLISE DOS RECURSOS HUMANOS

DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS

ORGANIZACIONAISDEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DE RH

DEFINIÇÃO DE

MACROPOLÍTICASDEFINIÇÕES DE POLÍTICAS DE RH

ELEMENTOS ESTRATÉGICOS CRÍTICOS

ELEMENTOS ESTRATÉGICOS CRÍTICOS DE RH

SELEÇÃO E

DESENVOLVIMENTO DA

ESTRATÉGIAS DE RH PARA INCLUSÃO NO

PLANO ESTRATÉGICO DA EMPRESA

IMPLEMENTAÇÃO

FE

ED

BA

CK

FE

ED

BA

CK

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capacidade do negócio quanto a do mercado, o comprometimento das pessoas responsáveis

pela implementação estratégica e a profunda compreensão das estratégias em todos os níveis

da organização.

Albuquerque (2002) observa a importância de se fazer uma análise interna focada

nos aspectos voltados às dimensões humanas, sendo elas: a cultura, a interação de pessoas

com a estrutura organizacional e a estratégia de gestão de pessoas que irão interagir e

contribuir para a consecução dos objetivos estratégicos da organização.

Para definição das estratégias de recursos humanos é importante observar os

elementos da cultura organizacional, pois ela influencia vários aspectos organizacionais,

dentre eles as normas, valores, padrões, comportamentos, rituais, tradições, dentre outros,

assim como pode desafiar outras questões de compartilhamento quando se destaca questões

de estabilidade estrutural, profundidade de extensão, padronização ou integração.

Segundo Schein (2009), a cultura tem sido usada por alguns pesquisadores

organizacionais, para se direcionar ao clima e às práticas que as organizações desenvolvem

para lidar com pessoas, ou aos valores expostos e ao credo de uma organização.

Fleury e Sampaio (2002) indicam o modelo para diagnóstico de cultura em uma

organização, conforme figura a seguir:

Figura n. 3 – O processo de desvendar a cultura da organização. Fonte: Fleury, Sampaio (2002, p. 291).

Políticas e

Práticas VALORES m VALORES Histórias

Mitos Heróis Ambiente

Comportamentos visíveis Produtos

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Verifica-se os elementos simbólicos visíveis relacionados ao comportamento das

pessoas. Em seguida, as histórias, os mitos, os heróis e os fundadores e no centro, os valores

da organização. Atravessando estas camadas estão as políticas e práticas de gestão. Em um

diagnóstico, é necessário trabalhar com uma perspectiva histórica, a respeito do contexto que

a organização foi criada (FLEURY; SAMPAIO, 2002).

A discussão sobre competitividade, reestruturação produtiva e mercado, dentre as diversas variações que assume a intensa reorganização do mundo do trabalho e da produção, trouxe consigo um novo impulso à gestão como um todo e à gestão de recursos humanos em particular. O fato é que o gerenciamento cotidiano e de longo prazo dos recursos humanos nas organizações passou a ser visto como um importante diferencial para alcançar ou atingir os objetivos organizacionais. (BARBOSA, 2005, p. 122).

1.2. Políticas de recursos humanos

As políticas organizacionais consistem em diretrizes que orientam as técnicas e os

procedimentos adotados para execução das atividades de uma organização, de tal modo que

sejam atingidos os objetivos.

Nogueira e Silva (2014) apontam que:

Os componentes formais de um modelo de gestão de pessoas se definem por princípios, políticas e processos que interferem nas relações humanas no interior das organizações. Por princípios entendem-se as orientações de valor e as crenças básicas adotadas pela empresa, e que determinam o modelo de gestão de pessoas; as políticas, por sua vez, estabelecem diretrizes de atuação que buscam objetivos de médio e de longo prazo para as relações organizacionais; já os processos são os elementos mais visíveis do modelo, pois são cursos de ação previamente determinados, orientados por políticas específicas, instrumentalizados mediante ferramentas de gestão, que são: Seleção e Recrutamento, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação de Desempenho, Remuneração e Relação com o Sindicato. (NOGUEIRA; SILVA, 2014, 105).

As políticas de gestão de recursos humanos, segundo Fleury e Fischer (1992, p. 5)

“expressam não só as diretrizes da empresa com referência aos processos da gestão, mas

também se configuram como elementos de mediação na relação capital/trabalho.”

De acordo com Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 179), “A administração de

cargos e salários, juntamente com a sistemática de avaliação de desempenho e do plano de

carreira, formam o processo de planejamento, execução e controle das recompensas salariais.”

As organizações para Dessler (2003, p.64) “são constituídas por cargos que precisam

ser preenchidos e a análise de cargo é o procedimento pelo qual se determinam as obrigações

desses cargos e as características das pessoas que devem ser contratadas para eles.”

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Em termos estratégicos, o processo de recrutamento, seleção e contratação de pessoal

está diretamente ligado às políticas e diretrizes da direção, considerando os cenários,

legislação e alternativas mais adequadas (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001).

Segundo os autores, Tachizawa, Ferreira, Fortuna (2001), o recrutamento de pessoal

constitui uma sistemática que objetiva atrair candidatos diretamente nas fontes de

recrutamento, sejam elas internas ou externas.

O recrutamento interno ocorre quando a organização procura preencher uma vaga

mediante o remanejamento de seus funcionários, através de promoções, transferências,

programas de desenvolvimento e mostra vantagens por ser mais econômico, rápido, maior

índice de validade e segurança (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). Se não

houver candidatos internos suficientes para preencher as vagas, a empresa fará recrutamento

com candidatos externos, buscando através de anúncios, agências de emprego, recrutadores de

executivos, recrutamento em universidade, via internet.

Após contratação, outra política adotada pela área de recursos humanos é a definição

de treinamentos, tanto para os novos funcionários quanto para os antigos, a fim de manter os

funcionários sempre capacitados.

Dessler (2003) define treinamento, como: “Treinamento é o conjunto de métodos

usados para transmitir os funcionários novos e antigos às habilidades necessárias para o

desempenho do trabalho”. (DESSLER, 2003, p. 140).

O primeiro passo é o levantamento de necessidades de treinamento, a identificação

de gap de habilidades. Para identificar as necessidades usa-se normalmente à análise de

tarefas, para os novos funcionários e uma análise de desempenho para os atuais. Após

levantamento destas necessidades, se estabelece objetivos concretos e mensuráveis.

(DESSLER, 2003).

Neste sentido, Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) definem o desenvolvimento de

pessoal como:

O desenvolvimento de pessoal representa um conjunto de atividades e processos

cujo objetivo é explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva do

ser humano nas organizações. Visa à aquisição de novas habilidades e novos

conhecimentos e à modificação de comportamentos e atitudes. (TACHIZAWA;

FERREIRA; FORTUNA, 2001, 219).

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Investir no desenvolvimento das pessoas que realizam o trabalho nas organizações,

significa investir no potencial humano, aumentar a qualidade dos serviços prestados, melhorar

sua eficiência nas atividades executadas. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001).

Dentro deste contexto, a política de saúde e segurança dos funcionários é fator que

merece atenção. Para Tachizawa, Ferreira e Fortuna, (2001, p. 229), “A higiene e segurança

no trabalho visam basicamente a garantir condições adequadas à saúde e ao bem-estar dos

trabalhadores, tanto no que se refere à observância dos preceitos legais quanto à aplicação dos

novos conceitos de gestão ambiental e gerenciamento ecológico.”

Manter um ambiente de trabalho seguro e saudável é fundamental para as empresas que zelam pela sua imagem e preocupam-se com os crescentes custos decorrentes dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001. p. 229).

Fleury e Fischer (1992), indicam que as políticas de gestão de recursos humanos

expressam não só as diretrizes da empresa com referência aos processos de gestão de pessoal,

mas também se configuram como elementos de mediação na relação capital/trabalho, através

de políticas, diretrizes, procedimentos e instrumentos gerenciais que viabilizam a ação sobre

os recursos humanos.

A lógica da gestão de recursos humanos sofreu modificações nestes últimos anos, crescendo em importância e complexidade. Isso especialmente em virtude de sua condição intrínseca mediadora das relações de trabalho, seja na comunicação da cultura da empresa ou na elaboração das políticas e diretrizes que conduzem o trabalho dos empregados para a consecução dos objetivos organizacionais (CASTRO, 2005, p. 38).

Para Fleury e Fischer (1992, p.12), “as mudanças significativas nos contextos

político, econômico e social, no início da década de 90, provocaram fortes alterações no

tecido organizacional das empresas, no processo e nas relações de trabalho.”

Barbosa (2005) cita ainda que, as mudanças na reestruturação produtiva atingiu

também as formas de representação do trabalho, expressas por meio do movimento sindical.

O sindicato, que era considerado historicamente espaço por excelência de representação de

interesses, acabou ficando às voltas com uma alteração significativa em sua perspectiva de

atuação, com uma redução no numero de sindicalizados, devido ao processo de reorganização.

A primeira força vital apresenta três atores – Estado, empresas e sindicatos – com papéis

distintos, forçando uma revisão na lógica de atuação e no posicionamento frente às profundas

modificações que atingiram a sociedade.

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Barbosa (2005) identifica de forma sistematizada onde se encaixam e como se

articulam às diferentes abordagens que agem sobre o espaço de recursos humanos.

1) Abordagem comportamental: gestão de recursos humanos vista com forte ênfase no

indivíduo.

2) Abordagem funcional: prática cotidiana no que se refere às diretrizes definidas para

atuação estratégica.

3) Abordagem reflexiva-crítica: incorporação de elementos novos na análise sobre gestão

de pessoas. Avaliação de controvérsias de interesses dentro de uma perspectiva mais

subjetiva.

Quadro n. 5 – Abordagens em Recursos Humanos – Um esquema para situar as relações de trabalho. Fonte: Barbosa, 2005, p. 125.

Nogueira (2002, p.115), “o conceito de relações de trabalho abrange o conjunto de arranjos

institucionais e informais que modelam e transformam as relações entre capital e trabalho em

suas diversas dimensões na complexa formação social e econômica capitalista.”

Segundo Nogueira (2002), três pressupostos são essenciais para a atualização do

conceito de relações de trabalho como relações entre forcas sociais contraditórias:

� As relações entre proprietários e não proprietários dos meios de produção continuam a

prevalecer mesmo com as mudanças nos processos empresariais.

� O trabalhador assalariado é livre para ofertar e vender sua força de trabalho, dentro de

uma realidade contraditória.

ABORDAGENS TRADICIONAL INTERMEDIÁRIA MODERNA• Liderança • Comprometimento • Gestão do conhecimento• Motivação • Aprendizagem• Qualidade de vida• Estresse• Cargos e salários • Remuneração variável • Competências• Desempenho • Participação dos lucros e • Capital humano• Treinamento Resultados • Capital intelectual• Desenvolvimento • Novos formatos de carreira• Recrutamento e seleção• Carreiras• Rotinas de pessoal• Relações de trabalho • Psicopatologia do trabalho • Subjetividade no trabalho• Negociação coletiva • Cultura de empresa• Poder • Gerência de empresa• Conflitos• Relações sindicais

COMPORTAMENTAL

FUNCIONAL

REFLEXIVA/CRÍTICA

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� A produção de bens e serviços continua determinada em ultima instância, em

contrapartida, pela apropriação privada dos resultados e concentrada em pequenos

grupos e gestores.

Fleury e Fischer (1992) definem relações de trabalho:

As relações de trabalho nascem das relações sociais de produção, constituindo forma particular de integração entre agentes sociais que ocupam posições opostas e complementares no processo produtivo: trabalhadores e empregadores. (FLEURY ; FISCHER, 1992, p. 6).

Nogueira (2002) indica que, a dinâmica das relações de trabalho é definida por meio

de arranjos formais e informais entre capital e trabalho com uma dinâmica determinada pelos

conflitos oriundos da estrutura da sociedade capitalista, através de um recorte das dimensões:

1. Microssocial - abrange o local e processo de trabalho, a empresa, nas quais se

estabelecem políticas de recursos humanos baseadas em filosofias e culturas organizacionais.

Consideram-se também as relações de trabalho com as organizações formais, como à

subcontratação, terceirização, temporário e o trabalho informal (NOGUEIRA, 2002).

2. Mesossocial abrange as agencias de mediação dos trabalhadores e dos empresários,

envolvendo os sindicatos, associações, federações, os setores empresariais e as cadeias

produtivas (NOGUEIRA, 2002).

3. Macrossocial abrange os arranjos do Estado, as políticas públicas e sociais, legislação

social e trabalhista, o parlamento e as relações entre forças políticas (NOGUEIRA, 2002).

As dimensões indicam que nem o nível micro, que retrata o interior da empresa, pode

ser visto isoladamente do contexto meso ou macro, nem ao contrário, pois há uma correlação

e influência recíproca e contínua entre esses níveis. (DIAS; PEDROZO, 2011).

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CAPÍTULO 2 - TERCEIRIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA

2.1. Conceitos e debates sobre a terceirização

A origem da terceirização remonta a década de 40, ganhando relevância ao longo da

Segunda Guerra Mundial, quando as indústrias bélicas precisavam melhorar sua capacidade

produtiva, optando pela transferência das atividades não estratégicas do seu negócio principal

a terceiros (GIRARDI, 2006).

Com o fim da guerra, a partir da década de 50, e uma mudança nos padrões de

concorrência, apontou-se uma necessidade de reestruturação organizacional. As empresas

passaram a desenvolver parcerias para atuação nas suas atividades intermediárias, as

chamadas “atividades meio” e focar em seu core business.

A necessidade das organizações de se tornarem cada vez mais competitivas e ágeis

no mercado, fez com que fossem criadas ferramentas cada vez mais elaboradas para se

analisar os caminhos a seguir.

Nogueira (2007) argumenta que, anteriormente discutiu-se como a reengenharia

visava à eficiência e gerava a redução do tamanho das organizações e complementa a

necessidade de se discutir junto a este raciocínio mais duas ferramentas: o downsizing e a

terceirização.

Dessa forma, Giosa (2003) cita que, o downsizing fez com que as empresas

repensassem o papel da organização, sua missão, transferindo para terceiros a incumbência da

execução de atividades de apoio, e passando a se concentrar na sua atividade principal.

Conforme ressalta Nogueira (2007), a reestruturação organizacional tem forte

impulso com a terceirização, porque as técnicas-chave sobre esse assunto implicam redução

do tamanho da organização (downsizing), expectativa de agilizar e focalização nos negócios.

Entende-se que, a empresa reestruturada com a terceirização tende a ficar apenas com as

atividades que são de sua competência essencial (core competence).

Downsizing é uma técnica da administração contemporânea, baseada na

reestruturação produtiva, com o objetivo de eliminar cargos e o achatamento da pirâmide

hierárquica (OLIVEIRA, 2010).

Assim verifica-se que, a terceirização já faz parte da realidade mundial há muitas

décadas e não é mais uma novidade no mundo dos negócios.

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Conforme Valença e Barbosa (2002):

Há três propósitos básicos na mente de quem decide terceirizar: a diluição dos custos diretos e indiretos; a elevação do nível de eficiência dessa atividade, pela sua execução terceirizada; e a manutenção de um nível mínimo aceitável de lealdade à empresa, por parte dos novos executores das atividades terceirizadas. (VALENÇA; BARBOSA, 2002, p.164).

No Brasil, a prática da terceirização foi introduzida inicialmente com foco na redução

de custos, sem metas na melhoria na qualidade, especialização e melhoria na produtividade.

As empresas terceirizadas também não tinham a preocupação na melhoria destes fatores e

nem com a competitividade (GIRARDI, 2006).

Observa-se que no cenário industrial, as empresas atuavam de forma integral em suas

atividades, não somente nas específicas, as chamadas atividades fim. As novas tecnologias, as

mudanças sociais, exigiram mudanças no método de trabalho, com maior necessidade de

agilidade, qualidade e melhores preços.

A terceirização para Silva (2011, p.106) “sendo um fator integrado na economia

moderna já faz e sempre fará parte do pós-moderno, pois é um elemento básico de

funcionamento das empresas e uma indispensável alavanca do desenvolvimento na

economia.”

Girardi (2006) cita que, terceirizar é transferir atividades a outros, para concentrar no

seu foco principal. As atividades não deixam de ser importantes, mas podem ser delegadas

para que a empresa foque na gestão empresarial, desde que isso não fuja de sua estratégia de

negócios.

O termo terceirização usado no Brasil não é uma tradução, mas o equivalente ao inglês outsourcing, cujo significado literal é fornecimento vindo de fora. Em português, é possível que terceirizar tenha como origem a ideia de um trabalho realizado por terceiros, no sentido amplo em que se usa a expressão como referência a algo feito por outros. (DIEESE, 2003, p. 6).

Neste contexto constata-se que, a terceirização é uma estratégia de administração

empresarial, por intermédio da qual uma empresa contrata e delega serviços a terceiros, a fim

de propiciar uma maior racionalidade na produção.

Por meio dessa estratégia, a empresa se concentra em suas atividades primordiais,

aquelas que formam o seu core business, na linguagem dos administradores, para qual se

propôs perante o mercado consumidor relegando outras atividades, a qual pode chamar de

tangenciais.

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37

Para Castro (2000), o termo ‘terceirização’ é utilizado para designar uma moderna

técnica de administração de empresas que visa ao fomento da competitividade empresarial

através da distribuição de atividades acessórias a empresas especializadas nessas atividades, a

fim de que possam concentrar-se no planejamento, na organização, no controle, na

coordenação e na direção da atividade principal.

A natureza jurídica da terceirização é contratual, consistindo no acordo de vontades

celebrado entre duas empresas, de um lado a contratante, denominada tomadora, e de outro

lado a contratada, denominada prestadora, pelo qual uma prestará serviços especializados de

forma continuada à outra, em caráter de parceria (CASTRO, 2000).

Segundo Alvarez (1996), a alternativa da terceirização tem sido adotada por muitas

empresas como resposta à necessidade de: reduzir custos fixos; liberar os gestores para que se

concentrem na gestão das competências essenciais da empresa; proporcionar agilidade e

flexibilidade para atender as demandas dos clientes, e fazer frente às constantes mudanças do

mercado. Representa a tendência de comprar fora tudo o que não fizer parte das competências

essenciais da empresa. Quando se terceiriza parte da cadeia produtiva é esperado que o

parceiro tenha condições de no mínimo manter o nível de qualidade, para a satisfação dos

clientes e usuários da contratante.

Independentemente da formação de parcerias, as companhias mais maduras

consideram que os fornecedores e prestadores de serviços exercem vigorosos impactos no

negócio da maioria das empresas e estabelecem uma proximidade inequívoca entre os

conceitos de terceirização e parceria, a ponto de tratá-los como se fossem o mesmo conceito e

até, em alguns casos, afirmando que a terceirização significa, exclusivamente, construir

parcerias para o equilíbrio de forças (ALVAREZ,1996).

De acordo com Barros (2008), estas mudanças deram origem ao conhecido debate

sobre a flexibilidade do emprego em contraposição a relação de emprego típica, gerada por

um contrato de trabalho indeterminado, com um empregador único e protegida contra a

dispensa injusta. Sustenta-se que essa relação de trabalho típica é incompatível com a

necessidade da empresa moderna de adaptar-se a um processo econômico competitivo.

Passou-se, então, a sugerir um modelo contraposto, cujo traço distintivo era o recurso a

diversas modalidades de emprego chamadas flexíveis, entre as quais inclui-se a terceirização.

Para Barros (2008), não há dúvida que o processo de terceirização tem como um dos

maiores objetivos a redução de custos. A empresa “mãe” transfere a responsabilidade às

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empresas terceirizadas, no que tange a responsabilidade legal e jurídica, além de exigir

entrega dos serviços com qualidade, agilidade e preços atrativos.

Cavalcante (2006) cita que, nas telecomunicações, soma-se a esse quadro a

convergência tecnológica, que extinguiu profissões e criou serviços e produtos que demandam

novas e diversas formas de trabalho. A figura tradicional do “telefônico” foram agregados,

por exemplo, os milhares de operadores de call centers, prestadores de serviços variados,

técnicos em informativa, entre outros.

Cavalcante (2006, p.85) indica que, na visão de muitos autores e empresários: “tudo

o que não consiste em atividade essencial de um negócio, pode ser confiado a terceiros.” Essa

afirmação se dava por uma necessidade de aumento de produtividade e competitividade tendo

em vista o mercado internacional. Porém uma terceirização como termo filosófico moderno

positivo, que não causa desemprego e diminuição da contribuição sindical.

Dias (1998) declara que, a terceirização é uma filosofia de gestão em que a empresa

direciona toda a atenção e conhecimento para o produto que constitui a sua atividade

principal, tornando-a cada vez mais consolidada no seu ramo específico e terceirizando tudo

aquilo que não contribua diretamente com a razão de ser da organização.

A terceirização se apresenta como uma ferramenta de gestão e, portanto não deve ser

tratada apenas para a conquista da redução de custo, mas sim como algo embutido nos

objetivos e na estratégia geral da organização. A prática da terceirização pode ser positiva se

utilizada de forma adequada, porém pode trazer prejuízos expressivos caso não se tenham

critérios claros e alinhados à estratégia organizacional (GIRARDI, 2006).

2.2. Terceirização Como Estratégia: Custo de Transação e Cadeia de Valor

2.2.1. Custo de Transação

Percebe-se que a terceirização está diretamente interligada aos fatores econômicos,

assim, diante deste prisma, muitas empresas utilizam a teoria dos custos de transação na

avaliação das alternativas para realizar ou comprar um serviço, a escolha entre executar as

atividades ou delegar a terceiros.

Corrêa (2010) endossa que a decisão de comprar ou fazer internamente era analisada

apenas com base nos custos marginais incorridos. A opção que oferecesse o menor custo seria

a escolhida. Hoje, a estratégia em fazer ou comprar tem outras implicações que devem ser

levadas em conta além destes custos. Neste contexto, Corrêa (2010) apresenta as vertentes

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consideradas essenciais para tomada de decisão entre fazer e comprar, que são os custos de

transação envolvidos e as competências centrais da organização.

O conceito de firma foi analisado e defendido por Coase (1937), considerando o

papel da firma como forma organizacional que interage no sistema econômico. E são estas

relações que geram os custos das transações, podendo ser organizadas e reguladas para que os

custos de se utilizar o sistema sejam reduzidos. De acordo com Corrêa (2010, p. 46), “os

custos de transação são os custos totais associados a uma transação, excetuando-se o mínimo

preço possível do produto.”

Segundo Williamson (2002), há alguns pressupostos comportamentais dos custos de

transação: racionalidade limitada e oportunismo. Sendo que, racionalidade limitada, segundo

o autor, desta forma os contratos tendem a ser incompletos e os indivíduos irão se confrontar

com a necessidade de se antecipar a estas lacunas. Para o oportunismo, Williamson (2002)

indica que o comportamento estratégico movido pelo oportunismo decorre da racionalidade

limitada reforçando a necessidade de que as relações contratuais sejam arquitetadas buscando

lidar com possibilidades futuras de rompimentos.

Williamson (2002) acrescenta ainda que, os custos “ex-ante” são ligados aos custos

de estruturar, negociar e garantir um contrato e os custos “ex-post”, relacionados aos

desalinhamentos, má adaptação dos contratos e de sua renegociação, em decorrência de erros,

omissões e problemas não antecipados.

Besanko (2006) aponta que os custos de transação incluem tempo e despesa de

negociação, escrituração e fazer valer os contratos. Quando uma ou mais partes agem de

forma oportunista, os custos de transação incluem as consequências adversas deste

comportamento oportunista, bem como os custos de tentar evitá-los. A contratação incompleta

envolve alguns custos de transação, onde a lei dos contratos, por mais que amenize

dificilmente consegue eliminá-la.

A rede prestadora de serviços é vista com uma forma de organização intermediária

entre o tomador de serviço e o mercado. Essa inter-relação faz com que os prestadores

estabeleçam um sistema de cooperação mutua que minimiza ou elimina o oportunismo

apresentado na teoria dos custos de transação (WILLIAMSON,1985).

Para Williamson (2002), uma das principais referências sobre custo de transação é

identificar três dimensões principais que permitem induzir estes custos: especificidade de

ativos, frequência e incerteza. Ressalta-se que a especificidade de ativos, assume a posição de

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variável chave do modelo. São as transações em que somente um número de agentes esta apto

a participar considerando que a especificidade reduz o numero de agentes capaz de ofertá-los.

Neste contexto Besanko (2006, p.145) afirma que, a especificidade do ativo pode

assumir pelo menos quatro formas:

1) Especificidade de localização: refere-se a ativos que são localizados lado a lado para se

economizar nos custos de transporte e estoque ou para tirar vantagem da eficiência de

processamento.

2) Especificidade de ativos fixos: refere-se a ativos cujas propriedades físicas ou de projeto

são especialmente moldadas para uma transação em particular.

3) Ativos dedicados: é um investimento em uma fábrica ou equipamento para satisfazer um

comprador em particular.

4) Especificidade de ativo humano – refere-se aos casos em que um trabalhador ou grupo de

trabalhadores adquiriu habilidades, know-how e informações que são mais valiosos dentro de

um relacionamento em particular do que fora dele. A especificidade de ativo humano não

apenas inclui habilidades tangíveis, mas também ativos intangíveis.

A frequência constata-se, os benefícios de uma estrutura organizacional

especializada é a maior para as transações baseadas em ativos específicos. Essas estruturas

exigem maior custo, que será mais facilmente recuperado por transações recorrentes.

Portanto, a frequência é uma dimensão relevante e Williamson (1975) a classificou em

ocasional e recorrente.

A incerteza refere-se, a maior ou menor confiança dos agentes na sua capacidade de

antecipar acontecimentos futuros. A incerteza tem como papel principal a ampliação de

lacunas que um contrato não pode cumprir. Assim, quanto maior esta lacuna, maiores as

possibilidades de oportunismo e maiores os custos de transação (WILLIAMSON, 1975).

A análise dos custos de qualquer transação econômica é necessária para possibilitar a

decisão entre o uso de recursos próprios ou advindos do mercado.

2.2.2. Cadeia de Valor

De acordo com Hitt (2008, p. 82), “A cadeia de valor é um modelo que as empresas

utilizam para entender sua posição de custo e identificar os vários meios que poderiam ser

utilizados para facilitar a implantação de uma estratégia no nível de negócios escolhida.”

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Porter (1986) indica que, a cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas

atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos

custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação.

Hitt (2002) cita que, a cadeia de valor de uma empresa é segmentada por duas

atividades, as primárias e de apoio.

As atividades primárias estão ligadas à criação física de um produto, à sua venda e distribuição para os compradores e à sua assistência técnica após a venda. As atividades de suporte dão a assistência necessária para que as atividades primárias sejam executadas. (HITT, 2002, p. 82).

A figura n. 4 demonstra como são definidas as atividades primárias e atividades de

suporte.

Figura n. 4 – Atividades Primárias e de Suporte.

Fonte: HITT, 2008, p. 121.

Segundo Hitt (2008, p. 122), as atividades primárias constituem-se em:

A) Logística Interna – Atividades que dizem respeito ao manuseio de materiais, armazenagem

e controle de estoque utilizados para receber e disseminar os insumos de um produto.

B) Operações – atividades necessárias para converter os insumos fornecidos pela logística

interna na forma do produto final.

C) Logística externa - atividades que dizem respeito à coleta, armazenagem e distribuição

física do produto final para o cliente.

Assistência Técnica

Marketing & Vendas

Logística Externa

Operações

Logística Interna

Atividades Primárias

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D) Marketing e Vendas – Atividades concluídas para fornecer os meio que permitam que os

clientes adquiram os produtos e os induzam a adquiri-los.

E) Serviços – Atividades destinadas a realçar ou manter o valor de um produto. As empresas

executam uma gama de atividades relacionadas com os serviços, inclusive instalação, reparo,

treinamento e ajuste.

As atividades de suporte, por sua vez, constituem-se em:

A) Suprimentos – atividades realizadas visando à compra dos insumos necessários a

fabricação dos produtos.

B) Desenvolvimento tecnológico – atividades realizadas com o objetivo de melhorar o

produto e os processos utilizados na sua fabricação.

C) Administração de Recursos Humanos – atividades que dizem respeito ao recrutamento,

admissão, treinamento, desenvolvimento e remuneração de todo o pessoal.

D) Infraestrutura da empresa – inclui atividades necessárias ao apoio de toda a cadeia de

valor, como direção geral da empresa, planejamento, finanças, contabilidade, apoio legal e

relações governamentais.

O setor de telecomunicações, que tem como atividade principal a oferta de dados,

voz e imagem, passa por uma cadeia de processos para garantir a melhor oferta de serviços, e

as atividades, tanto primárias quanto de suporte, são na sua maioria terceirizada.

Porter (1992) afirma que, toda empresa é uma reunião de atividades que são

executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. A cadeia

de valores de uma empresa e o modelo como ela executa atividades individuais são um

reflexo de sua história, de sua estratégia, de seu método de implementação de sua estratégia, e

da economia básica das próprias atividades.

Hitt (2002) indica que, para se fonte de vantagem competitiva, um recurso ou uma

capacidade deve possibilitar a empresa que seja executada uma atividade superior a seu

concorrente ou executar uma atividade que gere valor superior onde os concorrentes não

possam executar.

Esse esforço pode exigir que a empresa reconfigure ou recombine partes da cadeia de

valor de modo único, gerando valor a seus clientes. Por meio da análise da cadeia de valor,

onde permitem a empresa definir quais partes de sua operação criam valor e quais não criam

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valor, praticamente todas as empresas buscam a estratégia da terceirização, com o propósito

de obter retornos, gerando valores acima dos custos incorridos para criar tal valor.

Hitt (2008) cita que, a terceirização é a compra de uma atividade capaz de gerar valor

de um fornecedor externo e a tendência para a terceirização prossegue em ritmo acelerado.

Para Hitt (2002, p. 85), “As empresas que se envolvem em uma terceirização eficaz

aumentam a sua flexibilidade, reduzem seus riscos e seus investimentos de capital.” O autor

destaca que o motivo principal do uso da terceirização é que poucas empresas dispõe de

capacidade suficientes para obter vantagem competitiva e alcançar superioridade perante seus

concorrentes.

No setor de telecomunicações, a mudança tecnológica, que também ocorre em ritmo

acelerado, exige a formação de parcerias sólidas, desde empresas com expertise para o

desenvolvimento e montagem de novos equipamentos assim como prestadores de serviços

para construção de redes e atendimento ao cliente final.Ao terceirizar atividades de menor

capacidade, a empresa poderá concentrar-se em sua atividade fim, nas áreas em que é capaz

de gerar valor.

Hitt (2008) expressa que, a empresa na busca de maior valor, somente delegará

tarefas a empresas que possuam competência essencial em termos de desempenho da

atividade primária ou de suporte que esteja sendo terceirizada.

O uso da terceirização deve ser analisado de forma estratégica. É preciso entender

quais vantagens competitivas serão adquiridas com esta decisão, avaliando os possíveis

parceiros, realizando uma seleção eficaz e confiável.

Para Hitt (2002, p.85) “há uma preocupação com as consequências da terceirização,

como possíveis perdas na capacidade de inovar e na perda nas empresas que decidem

terceirizar parte de suas atividades para outras.”

Percebe-se que a terceirização tem suas diversas vantagens, como a redução de

custos e aumento da qualidade das atividades terceirizadas, já que são delegadas a empresas

especializadas. Essas ações geram valor ao serviço oferecido ao cliente final e gera vantagem

competitiva a empresa.

2.3. A visão crítica da terceirização

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Verifica-se na literatura crítica, a terceirização vista como uma forma de

precarização do trabalho. Os efeitos das transformações organizacionais são sentidos na

organização e no processo de trabalho, no perfil e qualificação dos trabalhadores, nas

condições de trabalho e salários, criando novos desafios para as relações sindicais e de

trabalho.

O capitalismo, em suas décadas mais recentes, vem apresentando um movimento

tendencial em que terceirização, informalidade, precarização, materialidade e imaterialidade

são mecanismos vitais, tanto para a preservação quanto para a ampliação da sua lógica

(ANTUNES ; DRUCK, 2014).

Antunes e Druck (2014) enfatizam que, após uma corrosão do trabalho de matriz

tayloriano-fordista, após a crise global de 2007-2008, a informalidade deixa de ser a exceção

para tendencialmente tornar-se a regra e a precarização passa a ser o centro da dinâmica do

capitalismo flexível, caso não ocorra uma contraposição forte a esse movimento tendencial de

escala global. O padrão de acumulação flexível articula um conjunto de elementos de

continuidade e descontinuidade, que acabam por conformar algo relativamente novo e

bastante distinto do padrão taylorista/fordista de acumulação.

Conforme observado por Druck e Franco (2007), nos anos 2000, a terceirização

cresceu em todas as direções, destacadamente no setor público e nas empresas estatais. No

caso do setor privado, atingiu as áreas nucleares das empresas e passou a usar novas

modalidades, a exemplo das cooperativas, das empresas pejotizadas e do trabalho em

domicílio, também chamado de teletrabalho. Os diversos setores pesquisados nestes anos,

como bancários, telemarketing, petroquímico, petroleiro, além das empresas estatais e

privatizadas de energia elétrica, comunicações, assim como nos serviços públicos de saúde,

revelam, além do crescimento da terceirização, as múltiplas formas de precarização dos

trabalhadores terceirizados em todas estas atividades: nos tipos de contrato, na remuneração,

nas condições de trabalho e de saúde e na representação sindical.

Harvey (1993) chamou à atenção para a crise do fordismo e sua passagem ao modo

de acumulação flexível. Este processo implicou em uma reorganização negativa do mercado

de trabalho com forte deslocamento e fragmentação do trabalho do centro para as periferias e

do setor produtivo para o setor de serviços mais flexível e precário além dos subcontratados e

desempregados.

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Do ponto de vista critico, para Harvey (1993), a terceirização é vista como uma ação

mal formulada, tratada de forma imediatista e simplista, colocando o fator redução de custo

como foco principal e reduzindo desta forma também os direitos sociais dos trabalhadores.

Antunes (2014) indica que, no quadro mais geral da dinâmica flexível, a precarização

social contemporânea do trabalho torna-se o centro das transformações produtivas do

capitalismo em suas várias dimensões. Nesta última década no Brasil, o crescimento e a

difusão da terceirização a reafirmam como uma modalidade de gestão, organização e controle

do trabalho num ambiente comandado pela lógica da acumulação financeira que, no âmbito

do processo, das condições e do mercado de trabalho, exige total flexibilidade em todos os

níveis; ela institui um novo tipo de precarização que passa a dirigir a relação capital-trabalho

em todas as suas dimensões.

A empresa flexível traz um novo modelo de atuação dos profissionais. A eliminação

de postos de trabalhos exige que o funcionário assuma novas tarefas, novos desafios e

comprometimentos com atividades que até então não atuava. É fato que isso tudo gera uma

insegurança, pois nem sempre o profissional esta preparado, treinado, habituado para exercer

tal atividade. Atualmente percebe-se diversos casos de afastamento do trabalho por níveis

elevados de estresse, crises de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros.

A terceirização vista como precarização do trabalho se incide de modo marcante na saúde mental, que é indissociável da saúde como um todo. Trata-se da fragilização – orgânica, existencial e identitária – dos indivíduos pela organização do trabalho com intensificação da multiexposição. Essa fragilização é acrescida das limitações impostas, em muitas empresas, ao bom funcionamento dos SESMTs (Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) no Brasil em nome de uma equivocada contenção de custos. Essas limitações se expressam, por exemplo, nas defasagens de treinamento e de informação sobre os riscos entre segmentos “estáveis” e terceirizados, na diluição das responsabilidades em relação a acidentes, adoecimentos e falhas na prevenção, além do predomínio das medidas de proteção individual em detrimento da proteção coletiva e das políticas preventivas. (FRANCO; DRUCK; SILVA, 2010, p. 232).

A terceirização é relacionada à precarização das condições do trabalho, na medida

em que as empresas terceirizam suas atividades não somente a fim de aumentar a

produtividade ou a qualidade técnica dos serviços, mas sim com forte apelo à redução de

custos.

A Central Única dos Trabalhadores – CUT (2014) cita dois pontos de vista com a

terceirização:

1- Do ponto de vista econômico - as empresas procuram otimizar seus lucros pelo crescimento da produtividade, pelo desenvolvimento de produtos com maior valor agregado - com maior tecnologia - ou ainda devido à especialização dos serviços ou

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produção. Buscam, como estratégia central, otimizar seus lucros e reduzir preços, em especial, por meio de baixíssimos salários, altas jornadas e pouco ou nenhum investimento em melhoria das condições de trabalho, que passam a ser de responsabilidade da subcontratada.

2- Do ponto de vista social, podemos afirmar que a grande maioria dos direitos dos terceirizados é desrespeitada, criando a figura de um “trabalhador de segunda classe” com destaque para as questões relacionadas à vida dos trabalhadores (as), aos golpes das empresas - que fecham do dia para a noite e não pagam as verbas rescisórias aos seus trabalhadores empregados - e às altas e extenuantes jornadas de trabalho. CUT (2014, p. 9).

A terceirização está diretamente relacionada com a precarização do trabalho. Destacar

os setores mais precarizados no país é destacar os setores que, comumente, exercem

atividades terceirizadas no Brasil. (CUT, 2014).

A CUT (2014) aborda as quatro faces da terceirização:

1) Calotes das empresas terceirizadas - calote que as empresas terceirizadas dão em seus

trabalhadores, principalmente ao final dos contratos de prestação de serviços com as empresas

tomadoras desses serviços. Sem falar dos casos em que o descumprimento da lei trabalhista

ocorre durante a vigência dos contratos.

2) Saúde, segurança e mortes no trabalho - São inúmeros os acidentes e mortes entre os

trabalhadores terceirizados computados todos os anos. A conclusão é óbvia para

trabalhadores, especialistas e profissionais do trabalho: os trabalhadores terceirizados estão

mais sujeitos a acidentes e mortes no local de trabalho do que os trabalhadores contratados

diretamente. As empresas não investem em medidas preventivas, mesmo que as atividades

apresentem situações de maior vulnerabilidade aos trabalhadores.

3) Ataques aos direitos dos trabalhadores - rebaixamento dos direitos dos trabalhadores

terceirizados em relação aos trabalhadores diretos. Não é novidade escutar de diversos

especialistas e profissionais da área do trabalho, além dos próprios trabalhadores, que a

terceirização tem como principal objetivo baratear os custos das empresas, acarretando em

piores condições e direitos do trabalho.

4) Discriminação e preconceito contra os trabalhadores terceirizados - A discriminação é

outra face cruel da terceirização, muitas vezes invisível, por não aparecer em nenhuma

estatística. A discriminação ocorre pela distinção criada nos locais de trabalho entre

trabalhadores diretos e terceiros, seja porque o tipo de trabalho desenvolvido pelo terceirizado

é considerado menos importante, seja pelas desigualdades de salário, qualificação, jornada e

condições de trabalho.

Diante das postulações dos autores já citados, percebe-se que o uso habitual da

terceirização exige cuidados. Transferir as atividades para uma empresa terceirizada, sem

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controle e fiscalização frequentes da empresa contratante pode acarretar diversos problemas

futuros, desde impacto na imagem, perdas financeiras, ações trabalhistas, entre outros.

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CAPITULO 3 – O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

3.1. Histórico do setor

O setor de telecomunicações conjuga-se com as telecomunicações, a globalização e o

neoliberalismo na dinâmica do capital em busca de nova acumulação baseada na flexibilidade

e na inovação tecnológica e organizacional. Uma série de inovações irão marcar o mundo

organizacional e as sociedades dos países mais avançados.

Para a visão empresarial, o setor de telecomunicações é portador de uma série de

inovações que irão marcar o mercado, as organizações e as sociedades dos países mais

avançados e por isso deve estar sob o controle e a gestão do setor privado.

A expansão efetiva das telecomunicações no Brasil nos âmbitos institucional,

organizacional e industrial ocorreu de forma lenta. O quadro abaixo mostra os principais

marcos históricos no Brasil antes da privatização (SOARES, 2007).

Quadro n. 6 – Marcos históricos no Brasil Fonte: Soares (2007. p. 44).

Para Trindade e Trindade (2004), o efetivo desenvolvimento das telecomunicações

no Brasil só teve início com os governos militares. O Movimento Militar de 1964, preocupado

com a integração nacional do país em virtude de sua Doutrina de Segurança Nacional, e ao

Ano Instrumento legal Contexto

1946 Carta de 1946 Poder de concessão aos governos estaduais e

municipais, que poderiam outorgá-lo às

operadoras privadas.

1962 Instituição do Código Brasileiro de Prevê a criação do Conselho Nacional de

Telecomunicações (CBT) Telecomunicações (Contel), de uma empresa

pública de operação de serviços de longa

distância (Embratel) e de um fundo de reserva

para o desenvolvimento do setor.

1965 Criação da Embratel Empresa com função de operar serviços de longa

distância nacional e internacional.

1966 Estatização da CTB Empresa é definitivamente transformada em

propriedade do governo.

Constituição de 1967 Formaliza a gestão centralizada no poder estatal,

eliminando os poderes estaduais e municipais.

1967 Criação do Ministério das Ministério que tem por objeto tratar todos os

Telecomunicações (Minicom) assuntos referentes às telecomunicações no

Brasil.

1972 Lei no 5.792 Criação da Telebras, holding formada por 27

operadoras estaduais e a Embratel, configurando

o monopólio público.

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mesmo tempo reconhecendo ser fundamental para o desenvolvimento nacional uma

infraestrutura moderna de telecomunicações, tomou uma série de medidas para desenvolver e

consolidar esse campo. Em 1967 foi criado o Fundo Nacional de Telecomunicações (FNT)

destinado a financiar as atividades da Embratel. Ainda nessa década, através do CONTEL

(Conselho Nacional de Telecomunicações), o Brasil passou a participar do sistema

internacional de telecomunicações por satélite, afiliando-se ao INTELSAT. Em 1967 foi

criado o Ministério das Comunicações no governo Castelo Branco, que por sua vez, abrangeu

os serviços e concessões de todas as telecomunicações e correios desenvolvendo um

verdadeiro sistema institucionalizado de telecomunicações.

Mocelin e Barcelos (2012) citam que a explicação sobre o desempenho do setor de

telecomunicações no Brasil não se restringe somente a fatores ambientais e a fatores

tecnológicos, mas depende, sobretudo de fatores sociais, como decisões políticas e

governamentais, regulamentação e mudanças nas estratégias de atuação das empresas.

A privatização do setor de Telecomunicações veio para transformar o monopólio

publico em um sistema de concessão publica e operadores privados, e desta forma garantir a

competitividade e o crescimento da oferta de serviços ao mercado.

Desde o início do governo, Fernando Henrique Cardoso buscou-se na privatização

uma solução para a incapacidade do Estado de continuar a investir para expandir o setor de

telecomunicações. A primeira etapa do processo de privatização teve lugar no Congresso

Nacional, com a votação da Emenda Constitucional n. 8, que quebrou o monopólio estatal das

telecomunicações, permitindo o Governo Federal outorgar concessões para exploração de

serviços de telecomunicações ao setor privado (em agosto de 1995). No ano seguinte o

Executivo decidiu abrir à competição o serviço de telefonia móvel. Em 1997 o Congresso

Nacional aprovou a Emenda nº 8, da Constituição Federal, permitindo o Governo Federal

outorgar concessões para exploração de serviços de telecomunicações ao setor privado.

Finalmente, em 1998, o antigo sistema Telebrás que operava o sistema de telecomunicações

no Brasil por meio de uma empresa holding, a Telebrás, 27 empresas polos e uma operadora

nacional e internacional, a Embratel, representando cerca de 91% da base telefônica do país

foram efetivamente privatizadas (FILHO, 2002).

Anatel

Após anos de monopólio estatal do setor, era necessário a criação de uma agência

reguladora que, definisse alem das regras básicas do jogo, que exercesse o papel de arbitro nas

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50

disputas entre diferentes agentes atuando no setor, assim foi criado a ANATEL, através do

artigo 8 da Lei Geral das Telecomunicações.

A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) foi criada em outubro de

1997, cujas atribuições nesse novo modelo consistiam, de forma geral, nas funções de

planejamento, fiscalização e normatização dos serviços de telecomunicações, além de exercer

o papel de poder candente. Um dos primeiros trabalhos da agência foi à criação do Plano

Nacional de Outorgas, preparando a venda das companhias estatais ao classificar

geograficamente as áreas de concessão, desmembrando o sistema Telebrás. (CAVALCANTE,

2006, p. 102).

Conforme estabelece a Lei 9.472/1997, a Anatel é uma entidade integrante da

Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada

ao Ministério das Comunicações. É administrativamente independente e financeiramente

autônoma.

Com sede em Brasília, a Anatel realiza as atividades de fiscalização e mantém

contato mais próximo com a sociedade por meio de Gerências Regionais e Unidades

Operacionais em todas as capitais brasileiras. A agência trabalha, com foco em sua missão de

promover o desenvolvimento das telecomunicações do País de modo a dotá-lo de uma

moderna e eficiente infraestrutura de telecomunicações (ANATEL, 2006). Para Souza (2007):

O modelo de gestão da ANATEL se assenta na autonomia administrativa e em sua independência financeira através do uso dos recursos originários do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações – FISTEL. As suas decisões somente podem ser contestadas pelo poder judiciário, evidenciando assim, a sua autonomia técnica. A prestação de contas da ANATEL deve ser aprovada pelo seu Conselho Diretor e após, submetida ao Ministro das Telecomunicações para depois, ser enviada ao Tribunal de Contas da União – TCU. (SOUZA, 2007, p. 133).

O FISTEL foi criado pela Lei 5.070/1966, tem natureza contábil e se destina a prover

recursos para cobrir as despesas relacionadas à fiscalização dos serviços de telecomunicações,

além de desenvolver os meios e aperfeiçoar a técnica necessária a essa atividade.

O FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), instituído

pela Lei 9.998/2000, tem por finalidade proporcionar recursos destinados a cobrir a parcela de

custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das obrigações de universalização dos

serviços de telecomunicações, que não possa ser recuperada com a exploração eficiente do

serviço.

Page 52: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

51

No final da década passada, em 2008, o governo, fazendo uma análise da Banda

Larga do país, identificando uma maior concentração nos grandes centros do país, resolveu

junto com o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), reativar a Telebrás para cumprir um

papel complementar no mercado de Telecom no país, investindo fortemente no projeto

“Internet para todos”.

Com a privatização do setor de telecomunicações, a Telebrás era pra ser extinta,

porém foi constituído a Anatel e a Telebrás permaneceu ativa apenas do ponto de vista

jurídico cedendo seu quadro técnico para o início da estruturação da ANATEL.

A Telebrás ressurgiu em 2010, com a necessidade de se reconstituir como empresa,

contratando novamente seu quadro técnico, realizando concurso público. Em pouco mais de

quatro anos, a Telebrás equipou 25.000 Km de backbone de fibra óptica que cobre grande

parte do território nacional.

Por seu uma empresa publica, a Telebrás também realiza importantes articulações

com os entes que lidam com tecnologia de informação e comunicação, produzindo as devidas

sinergias, cada um focado na sua especialidade, expertise. Serpro, Dataprev, Correios

(presença física em todos os locais do país), Empresa Brasil de Comunicações, Ministério da

Justiça (que tem uma rede imensa de comunicação, como as polícias estadual e federal,

secretarias estaduais de segurança publica) (ANATEL, 2015).

3.2. Dados e segmentos do setor

O artigo 60, da Lei Geral de Telecomunicação, define serviço de telecomunicações

como o conjunto de atividades que possibilita a oferta de telecomunicação, e em seu inciso

primeiro define as atividades que a englobam.

§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por

fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo

eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos,

imagens, sons ou informações de qualquer natureza.

§ 2° Estação de telecomunicações é o conjunto de equipamentos

ou aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização

de telecomunicação, seus acessórios e periféricos, e, quando for o

caso, as instalações que os abrigam e complementam, inclusive

terminais portáteis.

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De acordo com relatório da Telebrasil e Teleco (2015), o setor de telecomunicações:

• Atendeu ao final do primeiro semestre de 2015, 373,6 milhões de assinantes.

• 100,0% da população com acesso ao SMP (Celular), sendo que:

� 83,8% da população era servida por 4 ou 5 prestadoras;

� 3,7% da população era servida por 3 prestadoras;

� 5,7% da população era servida por 2 prestadoras; e

� 6,9% da população era servida apenas por 1 prestadora.

• A Receita Operacional Bruta produzida no primeiro semestre de 2015 (1S15)

apresenta a seguinte composição (crescimento em relação ao primeiro semestre de

2014 (1S14)):

� Indústria: R$ 15,1 bilhões (2,0%);

� Prestadoras de STFC (Telefonia Fixa): R$ 19,8 bilhões (-3,2%);

� Prestadoras de SCM (Banda Larga Fixa): R$ 15,7 bilhões (4,9%)

� Prestadoras do SMP (Celular): R$ 51,1 bilhões (2,2%);

� Prestadoras de SeAC (TV por Assinatura): R$ 15,4 bilhões (10,9%);

� Prestadoras do SME (Trunking): R$ 1,5 bilhões (-38,3%).

• A produção (Receita Operacional Bruta) foi de R$ 234,1 bilhões em 2014, sendo o

valor mais alto da história do setor de telecomunicações e equivaleu a 4,2% do PIB.

• Arrecadou R$ 60,1 bilhões em tributos em 2014, equivalente a 43,0% da Receita

Operacional Líquida de R$ 139,6 bilhões.

• Investiu no primeiro semestre de 2015 (1S15), R$ 12,0 bilhões na expansão,

modernização e melhoria da qualidade de serviços.

• Realizou o maior plano de investimento da história na expansão, modernização e

melhoria da qualidade da prestação de serviços na economia brasileira: R$ 322,7

bilhões de 1998-2014, dos quais R$ 237,9 bilhões nos últimos dez anos 2004-2014.

Nos últimos três anos (2012, 2013 e 2014), superaram o até então maior investimento

já feito por um único setor da economia num ano (2001): R$ 24,5 bilhões,

equivalentes a 10,1% da Formação Bruta do Capital Fixo.

• Aplicou R$ 44,7 bilhões na aquisição de outorgas para a prestação dos serviços de

1998-2014, além dos R$ 22,4 bilhões arrecadados na privatização.

• No final do primeiro semestre de 2015 (1S15), a força de trabalho do setor de

telecomunicações era de 497,8 mil pessoas, quantidade (-2,5%) maior que a registrada

no final do primeiro semestre de 2014 (1S14) (510,4 mil pessoas), assim distribuída:

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� 35,3 mil na Indústria;

� 50,6 mil nos Serviços de Implantação;

� 216,0 mil na Prestação de Serviços de Telecomunicações;

� 195,9 mil nas Empresas de “Call-Center” controladas por Concessionárias do

STFC.

• O Valor de Mercado das prestadoras de serviços de telecomunicações (Fixa, Celular e

TV por Assinatura) com ações negociadas na BOVESPA era de R$ 101,3 bilhões no

final do primeiro semestre de 2015 (1S15).

Os números comprovam uma evolução no mercado de telecomunicações após

privatização do setor e os investimentos de expansão em rede foram significativos, na oferta

de serviços e melhoria de sinal.

O setor de Telecomunicações no Brasil está inserido dentro do setor de Tecnologia

de Informação e Comunicação e classificado da seguinte forma:

• Serviços de Telecomunicações, incluindo Telefonia Fixa, Telefonia celular, SME

(Trunking), Telecomunicações por Satélites, provedores de Acesso à Internet,

transmissão e recepção de sinais de TV e Rádio, serviços de instalação e outros.

• Serviços de Informática, incluindo desenvolvimento de softwares, processamento de

dados, consultoria, venda de equipamentos e softwares, outsourcing, suporte e

manutenção de softwares e outros.

• Serviços Audiovisuais, incluindo publicidade e merchandising na TV Aberta e no

Rádio, programação de TV por Assinatura, exibição de filmes e serviços auxiliares da

produção de programas de Televisão.

• Outros serviços, incluindo edição, edição integrada à impressão, agências de notícias

e serviços de jornalismo.

Conforme, quadro n. 7 demonstrado abaixo, o setor de telecomunicações está

dividido em três segmentos:

SEGMENTO AGENTES PRIVADOS

Serviços de Telecomunicações

Empresas que detém concessão ou autorização para

prestação de serviços, tais como STFC (Telefonia Fixa),

SMP (Celular), SME (Trunking) SCM (Serviço

Comunicação Multimídia), SeAC (TVC, DTH, MMDS e

TVA), Radiodifusão e outros.

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Produtos e serviços para as

Prestadoras de Serviços de

Telecomunicações

Fornecedores de equipamentos e prestadores de serviço que

dão suporte à prestação de Serviços de Telecomunicações,

inclusive fornecedores de capacidade espacial.

Serviços de Valor Agregado Empresas prestadoras de serviços que têm como suporte

principal Serviços de Telecomunicações.

Quadro n. 7 – Segmentos do setor de telecomunicações Fonte: Telebrasil e Teleco (2014). O segmento de serviços de telecomunicações engloba os serviços assim definidos

pela regulamentação vigente e prestados por agentes que possuam concessão ou autorização

para a prestação de serviços de telecomunicações. Este segmento foi dividido em seis

subsegmentos, como demonstrado no quando n. 8, a seguir:

SUBSEGMENTO AGENTES PRIVADOS DETÊM

Telefonia Fixa Concessão ou autorização para o Serviço Telefônico Fixo

Comutado (STFC).

Comunicação Móvel

Autorização de Serviço Móvel Pessoal (SMP), Serviço

Móvel Especializado (SME), Serviço Móvel Especial de

Radiochamada, Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS),

Serviço Móvel Aeronáutico (SMA) ou Serviço Móvel

Marítimo (SMM).

Comunicação Multimídia Autorização de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM)

ou outras como Redes ou Circuitos Especializados.

TV por Assinatura

Autorização de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) ou

Concessão/Autorização de TV a Cabo, MMDS, DTH ou TV

por Assinatura.

Radiodifusão Concessão de Rádio e TV ou autorização para os serviços de

transmissão ou repetição de TV.

Outros Serviços de

Telecomunicações

Autorização para Serviço Limitado Privado, Rádio Cidadão

e Radioamador entre outros.

Quadro n. 8 – Subsegmentos dos serviços de telecomunicações Fonte: Telebrasil e Teleco (2014).

1. Serviço de Telefonia Fixa (STFC) : O serviço de telefonia fixa é prestado no Brasil

por detentores de concessão ou autorização de serviço telefônico fixo comutado

(STFC), definido como o serviço de telecomunicações que, por meio de transmissão

de voz e de outros sinais, destina-se à comunicação entre pontos fixos determinados,

utilizando processos de telefonia.

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2. Serviços de Comunicação Móvel: Os serviços de comunicação móvel são

caracterizados pela mobilidade do usuário. A telefonia celular é o principal serviço de

comunicação móvel e é prestado no Brasil por detentores de autorização de serviço

móvel pessoal (SMP). O SMP substituiu o serviço móvel celular (SMC). A Anatel

regulamentou em 2010 a existência de prestadoras virtuais.

3. Serviço de Comunicação Multimídia: Serviço de comunicação multimídia (SCM) é

um serviço de telecomunicações que possibilita a oferta de capacidade de transmissão,

emissão e recepção de informações multimídia, utilizando quaisquer meios, a

assinantes dentro de uma área de prestação de serviço. O regulamento do SCM

considera informações multimídia os sinais de áudio, vídeo, dados, voz e outros sons,

imagens, textos e outras informações de qualquer natureza.

4. SeAC (TVC, DTH, MMDS e TVA) : O Serviço de TV por Assinatura é o serviço de

telecomunicações que consiste na distribuição de sinais de vídeo e/ou áudio a

assinantes. Ele pode ser prestado por detentores de autorização do Serviço de Acesso

Condicionado (SeAC). O SeAC é o serviço de telecomunicações de interesse coletivo,

prestado no regime privado, cuja recepção é condicionada à contratação remunerada

por assinantes e destinado à distribuição de conteúdos audiovisuais na forma de

pacotes, de canais de programação nas modalidades avulsa de programação e avulsa

de conteúdo programado e de Canais de Programação de Distribuição Obrigatória, por

meio de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de comunicação

quaisquer.

5. Serviço de Radiodifusão: Os Serviços de Radiodifusão são definidos como os serviços

que compreendem a transmissão de sons (Radiodifusão sonora) e a transmissão de

sons e imagens (televisão), destinadas a serem direta e livremente recebidas pelo

público em geral.

6. Outros Serviços de Telecomunicações: Estão incluídos neste subsegmento, os

detentores de autorização da Anatel para prestação de outros Serviços de

Telecomunicações tais como Serviços Limitados Privados e Serviços Especiais.

Empresas do setor:

A seguir será apresentado os principais grupos, fusões e aquisições e participação dos

grupos no mercado de Telecomunicações no Brasil, de acordo com informações extraídas do

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relatório da Telebrasil e Teleco (2014). Os principais Grupos atuantes no mercado de

telecomunicações no Brasil serão demonstrados abaixo:

Fixo Celular B Larga TV por Assinatura

Vivo/GVT Telesp/GVT Vivo Telesp TVA/GVT

Oi Oi Oi Oi Oi

Claro/Embratel

/Net Embratel Claro Net e Embratel Net e Embratel

Tim * Tim Tim Fiber -

Nextel - ** - -

Sky - - SKY SKY

* A TIM atua em longa distância na telefonia fixa e possui uma participação pequena na telefonia

local.

** Nextel é uma operadora de SME (Trunking) e adquiriu uma licença de 3G em 2010.

Quadro n. 9 – Principais grupos atuantes no mercado de telecomunicações

Fonte: Teleco (2015).

Principais fusões e aquisições realizadas por estes grupos, serão demonstrados a

seguir, pelo quadro :

Aquisição Anúncio Aprovação

Anatel

Concluída no final de 2014 a fusão da Embratel, Net e Claro

em uma única empresa (Claro S.A.), controlada pela Claro

Telecom.

- 2014

Contrato de aquisição da GVT pela Telefônica Set/14 Dez/14*

Anunciada fusão da Oi e Portugal Telecom Out/13 Mar/14

Embratel assume controle da Net

Jan/12

Sky compra Acom Comunicações (MMDS) Jan/12 -

TIM adquiriu a AES Atimus 2011

Telesp S. A. incorpora a Vivo Mar/11 Mar/11

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Portugal Telecom entra na Oi Jul/10 Out/10

Telefônica compra parte da Portugal Telecom na Vivo Jul/10 Set/10

Tim compra a Intelig Mar/09 Mai/10

Vivendi compra a GVT Nov/09 Nov/09

Net compra a ESC 90 Set/08 Jun/09

Oi compra Brasil Telecom Abr/08 Dez/08

Vivo compra a Telemig Celular Ago/07 Out/07

Oi compra Amazônia celular Dez/07 Mar/08

Net compra a BIGTV Dez/07 Dez/08

Net compra a Vivax Out/06 Mai/07

Oi compra Way TV Jul/06 Out/07

Telefônica compra TVA Out/06 Out/07

Fusão da Sky com a DirecTv Out/04 Nov/05

Telmex adquiriu participação na Net incorporada em Set/05

na Embratel Jun/04 Mar/06

Telmex compra Embratel Mar/04 Jun/04

Embratel compra a Vesper Ago/03 Nov/03

Portugal Telecom e Telefonica unificam suas operações de

celular no Brasil formando a Vivo 2002 -

Claro foi formada pela aquisição de várias operadoras de

celular entre 2000 e 2005. - -

Quadro n. 10 – Principais fusões e aquisições Fonte:Teleco (2015).

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Participação dos grupos no 3T15:

3T15

Receita (%) Market Share (Acessos)

Bruta Líquida Tel. Fixos Celulares B Larga TV por

assinatura

Vivo/GVT 32,1% 31,1% 34,3% 29,3% 29,1% 9,2%

América

Móvil 25,3% 26,7% 25,8% 25,2% 31,6% 51,8%

Oi 20,5% 19,2% 35,5% 17,8% 25,8% 6,0%

Tim 12,4% 12,1% 1,3% 26,4% - -

Sky 4,9% 5,8% - - - 28,8%

Nextel 2,9% 2,9% - 0,74% - -

Outros 1,9% 2,2% 3,1% 0,6% 12,7% 4,1%

Total

Brasil 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Quadro n. 11 – Participação dos grupos Fonte: Teleco (2015).

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Receita E Acessos no 3T15:

3T15

Receita

(R$ Milhões) Acessos (Milhares)

Bruta Líquida Tel. Fixos Celulares B Larga TV por

assinatura

Vivo/GVT 16.080 10.581 15.159 79.414 7.356 1.837

Claro/Embratel/Net 12.651 9.064 11.638 70.353 8.025 10.133

Oi 10.240 6.516 15.453 49.462 6.426 1.171

Tim 6.227 4.117 540 72.573 220 -

Sky 2.439 1.957 - - - 5.538

Nextel 1.447 1.001 - 2.376 - -

Outros 968 750 1.396 1.712 3.407 801

Total Brasil 50.053 33.986 44.186 275.890 25.434 19.480

Quadro n. 12- Receita e Acessos Fonte: Teleco (2015).

Empregados em Serviços de Telecomunicações

Gráfico n. 1 – Empregados em Serviços de Telecomunicações Fonte: Telebrasil e Teleco (2015)

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MILHARES 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

STFC (Telefonia

Fixa) 57,7 42,7 34,3 31,7 35,1 35,1 33,8 36,5 38,1 31,7 32,7

SMP (Celular) 23,2 24,5 24,6 24,1 28 31,8 30,4 32,6 33,2 31,5 33,8

SeAC (TV por

Assinatura) 12,5 9,6 8,1 7,9 8,1 9,6 11 13,8 16,9 18,8 22,9

Terceiros e outros

prestadores 24,9 40,6 39,4 24,5 42,1 41,7 30,9 40,2 39,9 53,8 58,9

Total de Serviços 118,2 117,3 106,4 88,1 113,3 118,1 106,1 123,2 128,1 135,7 148,3

Quadro 13- Serviço Telefônico Fixo Comutado, SCM – Serviço de Comunicação Multimídia Fonte: Teleco, M T E, Empresas e ABTA, 2015

Nota: Nas operadoras de telefonia fixa e celular estão incluídos apenas empregados diretos. Não estão incluídos terceirizados e empresas que prestam serviços para estas operadoras. STFC – Serviço Telefônico Fixo Comutado, SCM – Serviço de Comunicação Multimídia.

Segundo dados da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), hoje se

encontram autorizadas a prestar o Serviço de Comunicação Multimídia mais de quatro mil

prestadoras. Estão obrigadas a coletar os indicadores de qualidade as prestadoras com mais de

50 mil acessos nas localidades com mais de 180 dias de operação comercial. A tabela a seguir

detalha as áreas de atuação dessas prestadoras.

Área de Atuação das Prestadoras

Prestadora Área de Atuação Municípios de atuação

Algar Telecom 4 Estados (GO, MG, MS e SP) 87 municípios

Cabo Telecom RN 2 municípios (Natal e Parnamirim)

Claro (Embratel + Net

Serviços) Nos 27 Estados do país 3.728 municípios

GVT 21 Estados (não atua no AM, AP,

MA, PA, PI e RR) 156 municípios

Oi 26 Estados (não atua em SP) 4.689 municípios

Sercomtel PR 2 municípios (Londrina e

Tamarana)

Sky 21 Estados (não atua no AC, MS,

MT, RR, SC e TO) 88 municípios

Tim 2 Estados (RJ e SP) 12 municípios

Vivo 19 Estados (SP e atuação

exclusiva corporativa no AL,

622 municípios em SP e mais 22

municípios nos demais Estados

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AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG,

MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ,

RN, RS e SC)

VCB Comunicações

(Grupo Blue)

7 Estados (ES, MG, MS, MT, RJ,

RO e SC) 14 municípios

Quadro 14 – Área de atuação das prestadoras. Fonte: Anatel (2015). O quadro abaixo indica o setor de Telecomunicações no Brasil com receita, salários,

pessoal ocupado e numero de empresas:

Quadro n. 15 – Dados do setor Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de

Serviços 2012-2013.

Conforme relatório indicado pela LCA Consultores (2011), em conjunto com a

Sinditelebrasil, muito já se avançou nos serviços de telecomunicações. Para que mais serviços

possam ser disponibilizados, com maior qualidade, a um número crescente de usuários, é

preciso construir uma estrutura de incentivos alinhada entre agentes públicos (Federal,

Estadual e Municipal) e privados (investidores e consumidores). Não pode haver sinais

contraditórios entre os condicionantes econômicos, definido por variáveis macroeconômicas e

condicionantes jurídicas, regulatórias e institucionais, e, de outro lado, as condições para

investimento e expansão da demanda. A estrutura de incentivos criada nessas diferentes

esferas deve conduzir os agentes (Estado, produtores e consumidores) na mesma direção, sob

pena de não se conseguir expandir a oferta dos serviços a preços que possibilitem amplo uso

pela população.

3.3 Relações de trabalho e sindicatos do setor de Telecomunicações

Conforme Cavalcante (2006):

A configuração do sindicalismo brasileiro no setor de telecomunicações baseava-se até a década de 1990, majoritariamente, em sindicatos estaduais representantes da categoria de telefônicos, nomeados geralmente como o “SINTTEL” de cada estado,

AtividadesReceita

Operacional Liquida

Valor

adicionado Bruto

Salários, retiradas

e outras remunerações

Pessoal

ocupado em 31/12

Numero de

empresas

Telecomunicações 162 311 648 68 440 851 8 901 643 202 072 5 810

Tecnologia da informação 82 259 243 52 420 046 21 952 236 500 574 59 550

Receita operacional líquida, valor adicionado, salários,retiradas e outras remunerações, pessoal ocupado e

número de empresas dos serviços empresariais não financeiros, segundo as atividades - Brasil - 2012-2013

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reconhecidos pela estrutura oficial atrelada ao Estado. Os sindicatos negociavam isoladamente com a operadora de sua respectiva região, embora todas fizessem parte da holding Telebrás e obedecessem a políticas nacionais estabelecidas em cada governo. (CAVALCANTE, 2006, p. 110).

Os sindicatos passaram por situações bastante adversas, desde o achatamento de

salários, ampliação do processo de reestruturação (reengenharias, achatamento das

organizações, terceirização) ate as mudanças ocorridas com a privatização do setor.

Após a privatização a discussão não ocorreria apenas com um interlocutor, que

anteriormente era o governo, mas sim com diversas empresas, cada qual brigando pelos seus

objetivos. Além disso, os sindicatos não tinham mais tanto poder de barganha, pois o novo

cenário trouxe flexibilização no modelo de trabalho, enfraquecendo o poder de mobilização.

A organização sindical brasileira atual estrutura-se como uma pirâmide, possuindo

quatro segmentos. Na base da pirâmide estão os sindicatos, representantes diretos dos

trabalhadores. A cada cinco sindicatos de uma mesma categoria profissional, com a condição

de que representem a maioria dos trabalhadores, o setor, pode-se fundar uma Federação, que

tem a finalidade de coordenar e aglutinar interesses comuns. As Federações podem ser

nacionais ou regionais (ex: Federação de determinado segmento do sul, centro-oeste, etc.). A

cada três Federações representativas pode-se constituir uma Confederação Nacional, com sede

em Brasília.

As centrais sindicais recentemente incorporadas no sistema da CLT possuem

estruturas diferentes das Confederações, Federações e Sindicatos porque não reúnem apenas

trabalhadores de um mesmo setor. As centrais são intercategorias.

Os sindicatos lutam pelos direitos dos trabalhadores em negociações diretas com as

empresas, sendo responsáveis, por exemplo, pelos Acordos Coletivos. As Federações traçam a

linha ideológica que os sindicatos a ela filiados devem seguir. Por sua vez, as Confederações

têm uma atuação semelhante às Centrais Sindicais, entretanto sua influência limita-se ao seu

setor de atuação. As Centrais unem sindicatos de diversos segmentos. Elas determinam a linha

de atuação a ser seguida pelas entidades filiadas, e possuem mais representatividade junto ao

governo.

A estrutura dos sindicatos patronais e da Justiça do Trabalho é a mesma, ou seja,

também seguem o modelo de pirâmide. Na base estão as Varas do Trabalho (antigas Juntas de

Conciliação e Julgamento), os TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho), por Estado ou sub-

região, e TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.

Page 64: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

63

Anualmente, ocorrem as Convenções Coletivas de trabalho, estabelecidas entre os

sindicatos patronais e os sindicatos dos trabalhadores. As discussões estão relacionadas a

salários, reajustes e pagamentos.

Os sindicatos tem grande influência nas decisões relacionadas a terceirização. Tem

um papel de combate com as instituições que não garantem cumprimento de suas obrigações,

defendem os interesses sociais e garantem proteção ao trabalhador visto e defendido como o

agente transformador da riqueza.

No setor de telecomunicações há diversos sindicatos dos trabalhadores, geralmente

por estados, enquanto o patronal atua a nível nacional. A seguir será citado as principais

Federações e Sindicatos Nacionais e o Sindicato dos trabalhadores estabelecido em SP, estado

onde esta localizada a empresa analisada.

A FEBRATEL (Federação Brasileira de Telecomunicações) é uma entidade sindical

patronal de segundo grau, integrada à estrutura sindical Brasileira e constituída em 16 de

agosto de 2005, destinada a defender os interesses das categorias econômicas das empresas

prestadoras de serviços de telecomunicações, cujas atividades estão definidas e

regulamentadas na Lei Geral de Telecomunicações, incluindo-se as empresas de TV por

assinatura (cabo) e as empresas que fazem planejamento, projetos, implantação e manutenção

de serviços de telecomunicações para as empresas concessionárias, autorizatárias ou

permissionárias de serviços de telecomunicações, tendo com base todo território nacional.

A FENATTEL (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de

Telecomunicações) é um órgão de coordenação das ações sindicais no setor de

telecomunicações no país, fundada em 1948. É uma entidade sindical de segundo grau, que

coordena a ação dos sindicatos estaduais da categoria. Os sindicatos filiados à FENATTEL

unem e representam hoje mais de 780 mil trabalhadores no país.

O SINSTAL (Sindicato Nacional de Empresas Prestadoras de Serviços e Instaladoras

de Sistemas de Redes de TV por Assinatura – Cabo – MMDS – DTH e Telecomunicações),

nasceu em 1997, com base nacional e por iniciativa de algumas empresas do Estado de São

Paulo e do Distrito Federal, sendo a primeira entidade sindical patronal que passaria a cuidar

dos interesses coletivos de toda a categoria.

O SINTETEL (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São

Paulo) foi fundado em 15 de abril de 1942. Sua base territorial abrange todo o Estado de São

Paulo, ou seja, mais de 250 mil trabalhadores que atuam em diferentes empresas de

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64

telecomunicações. Atualmente, é considerado o maior da categoria nas Américas. Representa

grandes operadoras de Telecomunicações, como Telefônica, Vivo, Embratel, Claro, Tim,

Atento, Contax e Tivit.

As relações de trabalho dos sindicatos ocorrem através das negociações coletivas,

cujos sujeitos participantes são os empregadores e os empregados, representados na figura do

respectivo sindicato que tem legitimidade para negociar e considerada a melhor forma de

solucionar os problemas entre o capital e o trabalho.

Associações do setor de Telecomunicações

As associações, assim como os sindicatos tem papel fundamental na luta e

disseminação das informações relacionadas ao setor de Telecomunicações. Envolventes nas

mudanças frequentes do setor, estas associações mantém informações atualizadas e

promovem diversos eventos para orientação, troca de experiências e apoio nas decisões mais

críticas envolvendo as empresas e o setor.

Algumas associações congregam atualmente uma centena das principais empresas

prestadoras de serviços de telecomunicações (fixas ou móveis), fornecedoras de soluções e

sistemas tecnológicos, de equipamentos e serviços, centros de ensino, pesquisa e

desenvolvimento e mais de uma dezena de associações especializadas do Setor de

Telecomunicações.

No sítio na internet, as principais associações trazem a seguinte descrição da

entidade:

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65

Quadro n. 16– Associações de Telecomunicações Fonte: Telebrasil e Abeprest (2015).

3.4. Estratégias do setor de telecomunicações

As mudanças nas organizações acontecem de forma acelerada. No setor de

telecomunicações percebe-se que ainda mais expressiva, considerando a mudança da

tecnologia e a oferta de serviços que frequentemente se tornam obsoletas. Identificar estas

necessidades e criar estratégias eficazes é um dos grandes desafios.

O conceito de competência organizacional tem suas raízes na abordagem da

organização como um portfólio de recursos – resource based view of the firm. Essa

abordagem considera que, toda empresa tem um portfólio: físico (infraestrutura), financeiro,

intangível (marca, imagem etc.), organizacional (sistemas administrativos, cultura

organizacional) e recursos humanos. Dessa maneira, a definição das estratégias competitivas

deve começar com um entendimento profundo das possibilidades estratégicas dadas por tais

recursos. Neste contexto, Ribeiro, Garcia e Las Casas (2009) abordam que:

Para o alcance de uma vantagem competitiva sustentável, a empresa deve escolher e seguir uma estratégia baseada nas forças competitivas presentes em uma indústria. Dessa forma, supõe-se que as empresas escolhem estratégias de acordo com suas análises do ambiente de competição. (RIBEIRO; GARCIA ; LAS CASAS, 2009, p. 300).

Quintella e Costa (2009) citam que para identificação das estratégias utilizadas pelo

setor de telecomunicações, primeiramente é preciso analisar a estrutura do setor.

NOME FUNDAÇÃO FUNÇÃO

TELEBRASIL – Associação Brasileira de Telecomunicações

1974

A Telebrasil é uma entidade civil, de caráter privativo e âmbito nacional, sem finalidade lucrativa, que congrega operadores e fornecedores de bens e serviços do setor de comunicações e informação para a defesa de seus interesses e desenvolvimento. A Associação reúne mais de 100 expressivas pessoas jurídicas - e funciona como um portal de entrada para as empresas interessadas em negócios de telecomunicações e um canal institucional de acesso aos órgãos governamentais, como o Ministério das Comunicações, a Anatel e a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

ABEPREST (Associação Brasileira de Empresas em Soluções de

Telecomunicações e Informática)1987

Congrega as empresas que se dedicam, direta ou indiretamente, à prestação de serviços de engenharia de telecomunicações, e tem por objetivo estimular seu desenvolvimento tecnológico e defender seus interesses junto ao governo e o mercado, somando mais de 150 empresas conveniadas em todo o país.

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Quadro n. 17 - Analise estrutural do setor- O setor de telefonia móvel do Brasil após o SMP: as estratégias das operadoras e a convergência fixa-móvel Fonte: Quintella e Costa (2009. p. 135). A análise estrutural do setor de telefonia móvel, realizada sobre as origens das cinco

forças competitivas de Porter (1980), apresenta reduzida ameaça de novos entrantes, uma

intensa rivalidade entre os concorrentes, a ameaça de produtos substitutos, um relativo poder

de negociação dos compradores e um intenso poder de negociação dos fornecedores. Tais

características permitem inferir que há uma pressão maior sobre as margens das operadoras,

sugerindo a opção das mesmas por uma estratégia de liderança em custos (QUINTELLA;

COSTA, 2009).

A análise estrutural do setor e mesmo o comportamento público das operadoras têm

sugerido a adoção inicial, por essas empresas, de uma estratégia genérica Porter (1986 apud

QUINTELLA ; COSTA, 2009, p. ), de liderança de custos.

Em complemento, ZACARELLI e FISCHMANN, (2000, apud GUIMARÃES, 2002,

p. 87), no que tange a identificação das vantagens estratégicas complementares, propõe uma

lista de 13 estratégias.

No setor de telecomunicações, algumas destas estratégias são utilizadas e podem ser

vistas com maior ênfase: estratégia de diferenciação e a estratégia de crescimento. Conforme

cita Guimarães (2002):

Forças que atuam sobre a indústria Intensidade Características identificadas

Barreiras de entradas elevadas

Possibilidade de retaliação elevada

Custos fixos elevados

Concorrente concentrados

Diferenciação dos serviços baixa

Ameaça de substituição Moderada

Produtos substitutos existentes, mas a ameaça

encontra-se limitada à aceitação das novas

tecnologias e ao aspecto regulatório

Os custos de mudança para o usuário existem

Nível de informação sobre o produto moderada

telefonia móvel)

Importância do insumo (aparelho) elevada

Concentração de fornecedores de aparelhos

reduzida

Importância do insumo (infraestrutura de rede)

elevada

Poder de negociação dos fornecedores

de aparelhos e de infraestrutura de

rede

Intensa

Moderada

Ameaça de novos entrantes Baixa

Rivalidade entre os concorrentes Intensa

Poder de negociação dos

compradores (usuários do serviço de

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67

Estratégia de diferenciação é a estratégia de se buscar um nicho, ou uma diferenciação do produto da empresa em nicho, ou uma diferenciação do produto da empresa em relação às concorrentes, que tenha força suficiente para criar um subcampo competitivo, no qual a empresa seja vitoriosa. Estratégia de crescimento é a opção deliberada pela busca do crescimento. Procura-se aumentar o volume de vendas, lançar novos produtos, aumentar participação de mercado. Um dos modos de se fazê-lo é a fusão com outras empresas. (GUIMARÃES, 2002, p. 88).

A busca da diferenciação produto-mercado é vista na oferta de produtos

complementares, como assistência técnica, seguros, etc), foco em segmentos mercadológicos

(corporativo, comunicação por satélites), iniciativas de fidelização de clientes (promoções,

brindes, programas de descontos). (GUIMARÃES, 2002).

Na estratégia de crescimento as empresas deste setor são particularmente sensíveis a

economia de escala, e para serem competitivas, precisam operar em nível global, refletindo

nas maiores e mais recentes fusões do mundo empresarial. (GUIMARAES, 2002).

Segundo entendimento de Fleury e Fleury (2004), as operadoras de rede estão

especialmente preocupadas em explorar segmentos de mercado distintos e, para tanto,

utilizam estratégias diversificadas, apoiadas em configurações diferentes de competências.

As relacionadas à função Operações são essenciais para o segmento de serviços básicos, em que a estratégia de Excelência Operacional é buscada. No segmento de lojas de serviços, verifica-se uma composição entre Excelência Operacional, Inovação em Produtos/Serviços e Orientação para o Cliente com as três funções – Operações, Desenvolvimento e Marketing – agindo de maneira muito integrada. Finalmente, no mercado corporativo, a estratégia é claramente de Orientação para o Cliente. (FLEURY; FLEURY, 2004, p. 53).

No setor de telecomunicações as mudanças de estratégias são constantes. Quando

ocorre alguma mudança na oferta de serviços de uma operadora, as demais geralmente

buscam se adaptar e buscar alternativas para se tornarem competitivas.

A diferenciação de mercado, segundo Hooley e Sanders (1996) é feita com base em

características básicas do cliente (demográficas, socioeconômicas, estágio do ciclo de vida do

consumidor, localização, personalidade, estilos de vida), características de atitudes do cliente

(benefícios almejados, percepções e preferências) e características comportamentais do cliente

(compra, consumo, comunicação, reação a elementos do mix de marketing). Para os autores, a

segmentação por mercado dependerá de fatores mercadológicos, econômico-tecnológicos,

competitivos e ambientais.

Dadas às oportunidades que vêm surgindo com as mudanças ambientais e a necessidade de controle dos custos e de expansão em nível mundial, percebe-se a movimentação das empresas para a realização de acordos de cooperação, principalmente para a formação de parcerias e alianças estratégicas e para a

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aquisição de empresas menores e locais por outras de maior porte. (DUTRA et al., 2000, p. 165).

Dutra et al. (2000) cita que o setor de Telecomunicações no Brasil é marcado pelo

interesse que despertou nos anos 60 e 70, por ser considerado estratégico para o

desenvolvimento do país e para sua segurança, criando condições necessárias para o

desenvolvimento de competência tecnológica de gestão e operação do sistema,

desenvolvimento de produtos e de processos produtivos e instalação de infraestrutura e redes.

Guimarães (2002) apresenta que o setor de telecomunicações tem experimentado

crescimento vertiginoso, com grande parte da dinâmica decorrente da explosão da telefonia

móvel e o avanço crescente das necessidades de transmissão de dados.

Para Mocelin (2005, p. 2) “Na literatura sociológica, há consenso sobre o fato de que o

padrão Taylorista-Fordista, rígido e verticalizado, tornou-se incapaz de atender as variações de

diferentes mercados da sociedade global.”

Castells (2000, apud MOCELIN, 2005, p.) indaga que as maiores mudanças

ocorridas nas empresas nas últimas décadas aconteceram na crise de um modelo antigo,

criando diversos modelos organizacionais, dependendo de diversos fatores da estrutura

competitiva para determinação do seu sucesso. Neste contexto da reestruturação, surge a

terceirização como uma das suas estratégias.

Estudos demonstram que a novidade não está na externalização, mas no seu

alargamento a partir da tendência de focalização da produção, tendo em vista manter

atividades de gestão, geralmente, comerciais, externalizando as demais atividades, passando-

as para outras empresas. Para Castells (2000 apud MOCELIN, 2005, p. 192) (...) a forma de

organização empresarial em rede permite a terceirização e a subcontratação como modos de

ter o trabalho executado externamente em uma adaptação flexível às condições de mercado.

Conforme Mocelin (2005):

No setor brasileiro das telecomunicações, foi após a privatização, em 1998, que houve realmente o boom da terceirização. Houve algum tipo prematuro de terceirização na época das estatais, mas num caráter de atividade auxiliar atendendo demandas locais, portanto em termos de subcontratação. Foi após a privatização que se formou um terreno mais propício para que a subcontratação se transformasse em terceirização. As operadoras de telefonia orientadas por uma lógica de enxugamento de quadros e aumento de produtividade passaram a terceirizar cada vez mais suas atividades, chegando ao momento atual em que apenas gerenciam e monitoram as empresas que prestam o serviço terceirizado para elas. As atividades de instalação e manutenção de rede, operação virtual de rede, comercialização de serviços, tele-atendimento, causas trabalhistas, dentre outras, foram terceirizadas em sua maioria. (MOCELIN, 2005, p. 5).

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Mocelin (2005) expressa que, o setor de telecomunicações, no Brasil, serviu como

um contexto para se verificar a possibilidade da terceirização como um processo potencial

para modificar qualitativamente uma organização, visto que é um setor diferenciado, tanto na

estrutura organizacional das operadoras de telefonia e suas relações com as empresas

terceirizadas, quanto na própria organização construída na empresa terceira. Estas

terceirizadas têm-se apresentado, hoje, como empresas que prezam por boas condições de

emprego, entretanto, e inegável, com salários substancialmente baixos em relação aos

praticados nas operadoras e com uma situação distante da estabilidade do antigo monopólio

estatal.

A ANATEL, entidade reguladora dos serviços de telecomunicações, no inciso II do

artigo 41 de sua Resolução 614 de 2013, dispõe ser direito da "Prestadora" a terceirização,

indicando que constituem direitos da Prestadora, além dos previstos na Lei 9.472 de 1997, na

regulamentação pertinente e os discriminados no Termo de Autorização para prestação do

serviço, contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou

complementares ao serviço.

A terceirização tem crescido de forma acelerada no setor de Telecomunicações e tem

ganhado destaque nas discussões legais, jurídicas, sindicais e empresariais. Desde a

privatização do setor de telecomunicações no Brasil, a terceirização passou a ser considerada

como a melhor alternativa e solução pelas empresas detentoras das concessões. Desde essa

época viu-se diferentes caminhos e processos de contratação de terceiros.

O setor de telecomunicações repassa as empresas terceirizadas, quase a totalidade de

suas atividades, como a instalação e manutenção de redes e equipamentos, instalação e

manutenção de linhas de assinantes, serviços de atendimento ao consumidor (call centers e

lojas físicas), assistência técnica, projetos de engenharia, fiscalização e até mesmo atividades

de gestão.

Os processos de contratação das grandes operadoras ocorrem da seguinte forma:

1) Cadastro da empresa terceirizada – primeiramente a empresa precisa se cadastrar,

enviando toda documentação jurídica, fiscal, financeira e técnica.

2) Os convites são enviados a partir da análise do portfólio enviado pela empresa e

comprovado através de atestados de capacidade técnica. Os convites também são direcionados

as empresas através de sua capacidade financeira, considerando que há processos de cem mil

a cem milhões de reais.

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3) Após recebimentos do convite, a empresa terceirizada tem como responsabilidade

apresentar sua proposta técnica e comercial para análise.

4) Ocorrendo a aprovação da proposta técnica, inicia as negociações comerciais, sempre

obedecendo a melhor proposta financeira.

5) Após assinatura do contrato, a empresa tem prazos para mobilização de sua estrutura,

atendendo as especificações técnicas exigidas pelo cliente.

6) Durante o processo de execução, a empresa é avaliada através de SLA (Acordo de

Nível de Serviço), sendo um medidor de qualidade e entrega no prazo.

7) Os contratos firmados têm períodos que variam de doze a trinta e seis meses,

renováveis havendo interesse das partes.

Em suma, a indústria de telecomunicações é um caso que a mudança tecnológica é

rápida, a incerteza do mercado é alta e a regulação local é relevante. Nessas circunstâncias,

observa-se a emergência gradual do conceito de serviço como o maior determinante da

formação de competências e da formulação da estratégia nos diversos níveis da rede

interorganizacional.

Page 72: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

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CAPITULO 4 – O CASO DE UMA EMPRESA TERCEIRIZADA DO SETOR DE

TELECOMUNICAÇÕES

Pretende-se neste capítulo analisar as políticas e estratégias de recursos humanos

numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações. De acordo com Yin (2010) para o

estudo de caso, apresentado na metodologia de pesquisa presente na introdução desta

dissertação, serão consideradas as seguintes seções: na primeira, será apresentado o histórico

da empresa Alfa (nome fictício), sua visão, valores e atividades executadas e na segunda será

analisado o caso da empresa Alfa, sendo esta análise realizada através do confronto do

referencial teórico com as informações alcançadas por meio de documentações, registro em

arquivos e observação participante, considerando a pesquisadora parte integrante da gestão da

empresa.

4.1 – O caso da empresa Alfa

4.1.1 Histórico da empresa

Por meio de registro em arquivos e acesso ao próprio sítio da instituição, verificou-se

que a empresa a qual se baseia esta análise, aqui chamada de empresa “Alfa”, está inserida no

mercado de Telecomunicações desde 1997, atuando como prestadora de serviços deste setor.

Seu corpo diretivo é composto por dois sócios, jovens, que vendo a oportunidade que

o mercado apontava após privatização do setor de telecomunicações fundaram a empresa

Alfa, com o objetivo principal de ganhar know how em redes de fibra óptica.

Os fundadores da empresa Alfa iniciaram suas atividades com uma cultura familiar,

empregando em sua maioria profissionais formados no Sul de Minas Gerais, região onde

nasceram. Por meio desta cultura foi criada uma política de engajamento, focada

principalmente na oferta de serviço diferenciado.

Quando os sócios fundaram a empresa Alfa, os sócios já atuavam no mercado de

Telecom, numa empresa que já era prestadora de serviços do Sistema Telebrás. Após

privatização da Telebrás, com ampliação de seus conhecimentos e experiência, tomaram a

decisão pela saída da organização onde atuavam como funcionários para abrirem a empresa e

prestarem serviços tanto a esta empresa quanto a outras que careciam de mão de obra

especializada. Neste cenário, eles entraram no mercado inicialmente como “quarteirizadas”,

prestando serviços a empresas terceirizadas.

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Com o passar dos anos, a empresa foi ganhando cada vez mais espaço e passaram a

participar dos processos licitatórios diretamente com as operadoras e grandes empresas do

setor. O último registro realizado pela empresa, em junho de 2015, indica uma população de

trezentos e vinte e dois funcionários, espalhado

A empresa Alfa foi destaque em 2009, 2013, 2014 e 2015 entre as PME’s que mais

crescem no Brasil.

Figura n. 5 - Premiações da empresa ALFA Fonte: Empresa Alfa (2015).

4.1.2. Visão, valores e organização da empresa

A empresa Alfa possui uma visão de ser referência

serviços de infraestrutura de telecomunicações e energia na busca da satisfação de seus

clientes. São valores são voltados aos seguintes fatores: ética, transparência, responsabilidade,

qualidade, respeito e foco no cliente.

Sua missão baseia

telecomunicações e energia, priorizando qualidade, segurança e respeito ambiental, gerando

prosperidade, satisfação e rentabilidade para todos os envolvidos.

Estrutura da empresa e modelo de funcionamento

A empresa Alfa possui unidades que atendem todo seu escopo de atividades, nas

cidades metropolitanas, onde

atendimento a contratos específicos, que envolvem todo o estado da R

No estado de São Paulo está

onde concentra-se as áreas

recursos humanos e diretoria, além da Regional SP, que é a base ope

contratos da unidade, atendendo a capital, baixada santista e interior de São Paulo.

Com o passar dos anos, a empresa foi ganhando cada vez mais espaço e passaram a

s licitatórios diretamente com as operadoras e grandes empresas do

ltimo registro realizado pela empresa, em junho de 2015, indica uma população de

trezentos e vinte e dois funcionários, espalhados pelos três estados onde atua.

foi destaque em 2009, 2013, 2014 e 2015 entre as PME’s que mais

da empresa ALFA .

e organização da empresa

A empresa Alfa possui uma visão de ser referência no segmento de soluções em

serviços de infraestrutura de telecomunicações e energia na busca da satisfação de seus

clientes. São valores são voltados aos seguintes fatores: ética, transparência, responsabilidade,

qualidade, respeito e foco no cliente.

missão baseia-se em proporcionar soluções personalizadas em infraestrutura de

telecomunicações e energia, priorizando qualidade, segurança e respeito ambiental, gerando

prosperidade, satisfação e rentabilidade para todos os envolvidos.

e modelo de funcionamento

Alfa possui unidades que atendem todo seu escopo de atividades, nas

cidades metropolitanas, onde concentram-se as regionais e polos estratégicos para

atendimento a contratos específicos, que envolvem todo o estado da Regional.

São Paulo está localizada sua matriz, na capital do estado,

as áreas: comercial, financeira, controladoria, administrativa, marketing,

recursos humanos e diretoria, além da Regional SP, que é a base operacional que gerencia os

contratos da unidade, atendendo a capital, baixada santista e interior de São Paulo.

72

Com o passar dos anos, a empresa foi ganhando cada vez mais espaço e passaram a

s licitatórios diretamente com as operadoras e grandes empresas do

ltimo registro realizado pela empresa, em junho de 2015, indica uma população de

s pelos três estados onde atua.

foi destaque em 2009, 2013, 2014 e 2015 entre as PME’s que mais

o segmento de soluções em

serviços de infraestrutura de telecomunicações e energia na busca da satisfação de seus

clientes. São valores são voltados aos seguintes fatores: ética, transparência, responsabilidade,

se em proporcionar soluções personalizadas em infraestrutura de

telecomunicações e energia, priorizando qualidade, segurança e respeito ambiental, gerando

Alfa possui unidades que atendem todo seu escopo de atividades, nas

as regionais e polos estratégicos para

egional.

na capital do estado, São Paulo,

comercial, financeira, controladoria, administrativa, marketing,

racional que gerencia os

contratos da unidade, atendendo a capital, baixada santista e interior de São Paulo.

Page 74: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

Em Minas Gerais

onde gerencia-se os contratos da unidade. Esta regional conta

operacionais montadas em nove cidades para atendimento a 100% do estado.

Em Goiás está sediada a Regional GO,

gerencia os contratos da unidade, além de atendimentos nos estados de Tocantins e

Federal.

Serviços prestados e atuação:

A empresa Alfa tem como atuação principal a prestação de serviços de infraestrutura

de telecomunicações, dividido em categorias, como

está sediada a Regional MG, na capital do estado, Belo Horizonte,

os contratos da unidade. Esta regional conta também com sub

operacionais montadas em nove cidades para atendimento a 100% do estado.

sediada a Regional GO, no município de Aparecida de Goiânia,

gerencia os contratos da unidade, além de atendimentos nos estados de Tocantins e

Figura n. 6 – Bases da empresa Alfa. Fonte: Empresa Alfa (2015).

Serviços prestados e atuação:

A empresa Alfa tem como atuação principal a prestação de serviços de infraestrutura

de telecomunicações, dividido em categorias, como citado a seguir:

73

na capital do estado, Belo Horizonte,

também com sub-bases

operacionais montadas em nove cidades para atendimento a 100% do estado.

de Aparecida de Goiânia, que

gerencia os contratos da unidade, além de atendimentos nos estados de Tocantins e Distrito

A empresa Alfa tem como atuação principal a prestação de serviços de infraestrutura

Page 75: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

74

Quadro n. 18 – Soluções da empresa Alfa. Fonte: Empresa Alfa (2015).

As equipes são formadas para atendimento das atividades específicas inseridas no

portfólio da empresa, exercendo desde funções com menor nível de exigência técnica, como

as atividades de canalização subterrânea e lançamento de cabo, até atividades mais

complexas, como atividades de fusões ópticas e ativação de equipamentos, que exigem uma

qualificação maior. O quadro a seguir indica a definição das equipes, composição e atividades

executadas por cada uma delas.

Soluções gerais Soluções específicas

Projetos

Cadastro de rede

Licenciamento

Implantação e Manutenção

de Rede: Óptica, Metálica,

HFC, OPGW e CATV

Cabeamento estruturado

CFTV

Controle de Acesso

Infraestutura e sistemas de

energia

Rede SDH

Rede Metroethernet

Rede GPON

Rede HFC/IP

Rádio Frequência

Small Cells

Fiscalização

Supervisão

Reengenharia de redes

Gerenciamento de redes

Rede externa

Rede interna

Manutenção e Ativação de

Sistemas

Serviços de gerenciamento

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Quadro n. 19 – Definição das Equipes na empresa Alfa. Fonte: Empresa Alfa (2015). Os processos de contratação entre a empresa Alfa e empresas contratantes ocorre

através de processos licitatórios. Nos processos realizados pelas empresas públicas, o

processo rege sobre a Lei 8.666, que tem a definição a seguir:

A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, estabelece normas gerais sobre

licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de

publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A Lei 8.666 dispõe cinco modalidades de licitação:

1. Concorrência - modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase

inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

2. Tomada de preços - modalidade de licitação entre interessados devidamente

cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o

Equipe Composição AtividadesProjetista cadistaProjetista de campoAuxiliarEquipamentos específicosVeículo leveEncarregado de canalizaçãoPedreirosServentesVeiculoEquipamentos para canalizaçãoKit ferramentalEPIs/EPCsEncarregado de lançamentoOficiais de lançamentoAjudantes de lançamentoVeiculoKit ferramentalEPIs/EPCsTécnico de fibraAssistente técnicoVeiculoKit completo de instrumentos ópticosKit ferramentalEPIs/EPCs

Classe F (Equipe de Fibra)Fusão de fibra óptica em caixa

de emenda e DGO. Atividades de Roteamento de rede óptica

Lançamento de cabo óptico e

metálico, aéreo e subterrâneo, equipagem de postes, execução de aterramento.

Construção e recomposição de

canalização subterrânea para passagem de cabo óptico e metálico.

Levantamento em campo,

desenho do projeto para posterior execução e licenciamento nos órgãos competentes

Classe S (Equipe de projetos e

licenciamento

Classe L (Equipe de lançamento de

cabo óptico e metálico)

Classe G (Equipe de canalização

subterrânea

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terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação.

3. Convite - modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,

cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela

unidade administrativa.

4. Concurso - modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de

trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou

remuneração aos vencedores.

5. Leilão - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis.

As modalidades mais aplicadas nas contratações de serviços de telecomunicações são

as de concorrência e tomada de preços. No caso das empresas privadas, os processos

licitatórios são realizados através de modelos e critérios próprios. As operadoras possuem

processos bastante rígidos e as exigências são tão grandes quanto à de empresas públicas.

Todo processo licitatório, ocorrido de forma legal, exige uma relação de documentos,

que comprove além das condições econômica-financeira e técnica, sua regularidade fiscal e

jurídica, com certidões válidas.

Há processos ainda mais complexos, que exige que a empresa tenha em seu corpo

técnico profissionais com experiência na atividade específica a ser contratada, comprovada

através de carteira profissional dos funcionários. Exige também comprovação, através de

documentos de registro, possuir estrutura mínima de veículos e equipamentos.

4.2. Análise das estratégias e políticas de recursos humanos da empresa Alfa

As estratégias e políticas de recursos humanos são fatores determinante do sucesso

da empresa. Parte-se dessa premissa acrescida de vivência prática, observação participante da

gestão e da análise de documentos e registros fornecidos pela empresa Alfa para indicar que

ocorrem boas práticas de recursos humanos e que elas são fator de sucesso, apesar da

condição de terceirizada.

A análise deste caso articula as proposições teóricas apresentadas no início do

trabalho e o método de estudo de caso de acordo com Yin (2010).

Page 78: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

77

Em primeiro lugar, são analisadas as pesquisas internas realizadas pela empresa e

fornecidas para autora por meio de documentação e registro em arquivos. Em segundo será

realizado uma análise a partir das estratégias e políticas de recursos humanos da empresa

Alfa, com a observação da participante (autora), gestora da Regional SP.

Em seguida, discute-se se o caso responde de forma positiva ou não a pergunta de

pesquisa.

As estratégias e políticas de recursos humanos da empresa Alfa são definidas por

meio das estratégias empresariais definidas através do planejamento estratégico e pesquisas

realizadas junto a seus colaboradores. Na pesquisa atribuída a sua população interna, teve-se o

seguinte propósito: a primeira pesquisa com o objetivo de obter as características da equipe e

na segunda avaliar o nível de satisfação dos colaboradores em relação à organização.

A empresa obteve 303 funcionários em março de 2015, nas áreas operacionais e

corporativas, com os seguintes perfis: considerou-se idade, período de atuação na instituição e

nível de escolaridade.

Gráfico n. 2 – Idade dos funcionários Fonte: Empresa Alfa (2015).

O gráfico dois, demonstra que 68% da população têm até trinta anos. Segundo

observação da participante devido à cultura empresarial familiar, grande parte dos

funcionários vem do interior de Minas Gerais, estado de nascimento dos fundadores. Há um

interesse da diretoria em criar oportunidades para os jovens que desejam iniciar carreira e que

se formam nas escolas técnicas do interior. A empresa acredita no potencial jovem, antenado

nas novas tecnologias e com espírito empreendedor.

37

169

56

2514

2

Até 21 anos De 22 a 30 De 31 a 40 De 41 a 50 De 51 a 60 Acima de 60

0

50

100

150

200

Page 79: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

78

Gráfico n. 3 – Período de atuação na instituição Fonte: Empresa Alfa (2015).

No gráfico acima, percebe-se que há um numero maior de funcionários atuando na

empresa entre um e três anos. Segundo documentos esse fato deve-se a um novo contrato

firmado pela empresa, ocorrido em 2014, onde ocorreu um numero maior de contratações.

Gráfico n. 4 – Nível de escolaridade Fonte: Empresa Alfa (2015).

No quesito escolaridade, a pesquisa demonstrou que há um numero baixo de

funcionários com nível superior e técnico. Esse fato é reflexo dos serviços prestados pela

empresa, com atividades mais técnicas, como ativação de equipamentos, até atividades de

lançamento de cabo óptico, canalização subterrânea, infraestrutura. Para as atividades não

consideradas “técnicas”, a empresa tem menores exigências, até mesmo pela remuneração

ofertada.

Segundo documentos fornecidos pela empresa, uma das estratégias da gestão de

recursos humanos é a formalização de parcerias, através de contratos firmados, com escolas

técnicas e universidades, para incentivo e foco na formação de novos profissionais técnicos e

especialistas.

23

156

95

218

Até 01 ano De 01 a 03 De 04 a 05 De 06 a 10 Acima de 10

0

50

100

150

200

113

97

147

37

8

Analfabeto Até a 4ª série 1º grau completo

2º Grau completo

Técnico 3º Grau completo

0

50

100

150

200

Page 80: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

A empresa Alfa procura

e um dos métodos utilizados é a aplicação de questionários

quesito, houve a resposta de cento e cinquenta e um funcionários. A empresa preocupou

em finalizar o processo somente quando obteve quantidade suficiente para análise p

relacionada aos treinamentos necessários em cada categoria específica. Os resultados

apontados são demonstrados a seguir.

Os treinamentos técnicos são definidos

funcionários, dos resultados obtidos através de avaliação técnica e a partir dos relatórios de

indicadores de produção das equipes,

liderados pelos coordenadores e

acompanhados por um instrutor formado, para apoio na didática e dinâmica do curso. Há

também aulas práticas em campo, para melhor entendimento e absorção do tema.

treinamentos são definidos

A empresa Alfa procura definir treinamentos específicos a sua população operacional

um dos métodos utilizados é a aplicação de questionários de avaliação técnica

quesito, houve a resposta de cento e cinquenta e um funcionários. A empresa preocupou

em finalizar o processo somente quando obteve quantidade suficiente para análise p

relacionada aos treinamentos necessários em cada categoria específica. Os resultados

apontados são demonstrados a seguir.

Gráfico n. 5 – Resultado de avaliação técnica Fonte: Empresa Alfa (2015).

Os treinamentos técnicos são definidos por meio de pesquisa realizada junto aos

funcionários, dos resultados obtidos através de avaliação técnica e a partir dos relatórios de

cadores de produção das equipes, conforme relata Dessler, 2003.

liderados pelos coordenadores e supervisores, com vasta experiência técnica e são assistidos e

acompanhados por um instrutor formado, para apoio na didática e dinâmica do curso. Há

também aulas práticas em campo, para melhor entendimento e absorção do tema.

treinamentos são definidos pela empresa através de slogans, conforme figura n. 7 a seguir.

Figura n. 7 – Slogan treinamentos técnicos. Fonte: Empresa Alfa, 2015.

92

59

Acima média 6

Abaixo média 6

79

definir treinamentos específicos a sua população operacional

de avaliação técnica. Neste

quesito, houve a resposta de cento e cinquenta e um funcionários. A empresa preocupou-se

em finalizar o processo somente quando obteve quantidade suficiente para análise posterior,

relacionada aos treinamentos necessários em cada categoria específica. Os resultados

de pesquisa realizada junto aos

funcionários, dos resultados obtidos através de avaliação técnica e a partir dos relatórios de

2003. Os treinamentos são

supervisores, com vasta experiência técnica e são assistidos e

acompanhados por um instrutor formado, para apoio na didática e dinâmica do curso. Há

também aulas práticas em campo, para melhor entendimento e absorção do tema. Os

, conforme figura n. 7 a seguir.

Page 81: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

80

A empresa Alfa procura obter feedback contínuo dos funcionários. Para isso, além de

manter canal aberto para sugestões, críticas e dúvidas, através de um contato direto entre as

gestões e os funcionários, aplica anualmente uma pesquisa de satisfação.

Em questionário aplicado pela empresa em janeiro e fevereiro de 2015 contendo

afirmações e escala likert, em uma amostra de duzentos e oitenta e cinco funcionários, os

resultados apresentados foram os seguintes.

As afirmações consideraram aspectos considerados relevantes, de forma clara,

objetiva e de fácil entendimento. Foi atribuído valor de dez às respostas: “ótimo” e de zero a

três para aquelas consideradas, “péssimo”. As perguntas e resultados são apontadas a seguir:

Quadro n. 20 – Questionário para avaliação “Ambiente de Trabalho” Fonte: Empresa Alfa, 2015.

Gráfico n. 6 – Resultado de questionário “Ambiente de Trabalho” Fonte: Empresa Alfa, 2015. Segundo documentos, no quesito “ambiente de trabalho”, a empresa investe na

estrutura de trabalho para seus colaboradores. A empresa mantém sua base operacional,

adequada para a atividade contratual e realiza campanhas constantes, para o uso consciente

dos veículos, ferramental e equipamentos utilizados. As atividades são realizadas em sua

maioria em campo, e para minimizar os riscos, a empresa oferece todos os EPIs necessários

Ambiente de Trabalho: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Condições físicas de trabalho (ruído, temperatura, higiene, mobiliário, etc.):

Condições das ferramentas de trabalho (carros, equipamentos, uniformes, computadores, etc.):

A empresa investe nas condições de trabalho (espaço físico, ferramentas, EPI, EPC, etc.):

O ambiente de trabalho é agradável (sem estresse, sem pressões, etc.):

0%

20%

40%

60%

Cond. Física Cond. De Ferramentas Investimento de Melhorias Ambiente Agradável

Ambiente de Trabalho

0 a 3

4 a 6

7 a 9

10

Page 82: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

81

sua segurança, além de protetor solar, barracas para proteção de sol e chuva e manutenção

periódica dos veículos.

Quadro n. 21 – Questionário para avaliação “Relacionamento” Fonte: Empresa Alfa, 2015.

Gráfico n. 7 – Resultado de questionário “Relacionamento” Fonte: Empresa Alfa, 2015. Em relação ao quesito “relacionamento”, é perceptível que as equipes de campo são

unidas e há respeito e colaboração. Há falhas de comunicação nos departamentos internos, o

que segundo documentos da empresa, está sendo trabalhado através da criação de processos

claros e divulgados a todos os envolvidos. O feedback por parte dos superiores e a divulgação

dos planos da empresa, apontados como sinalizadores negativos, foram trabalhados através da

criação de cafés especiais, comandados pelos gestores regionais em conjunto com a gestão de

recursos humanos, onde são informados sobre novos contratos, mudanças contratuais, ações e

políticas internas. As informações também passaram a serem destacadas em murais,

informativos mensais, intranet e e-mail marketing.

Relacionamento: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Existe um relacionamento de cooperação entre os diversos departamentos da empresa:

Existe respeito, cooperação e ajuda mútua entre os colegas do setor em que você trabalha, trata-se de um grupo integrado:

O superior imediato constantemente informa o que ele acha do seu trabalho (feedback):

Os meios de comunicação interna na empresa (informativos, quadro de avisos, e-mails) são claros e úteis e mantém você informado:

Você conhece bem os acontecimentos atuais e planos futuros da empresa:

0%

20%

40%

60%

80%

Coop. Entre Dptos. Respeito entre colab. Feedback Meios de Comunicação

Planos da Empresa

Relacionamento

0 a 3

4 a 6

7 a 9

10

Page 83: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

82

Quadro n. 22 – Questionário para avaliação “Treinamento e Desenvolvimento” Fonte: Empresa Alfa, 2015.

Gráfico n. 8 – Resultado de questionário “Treinamento e Desenvolvimento” Fonte: Empresa Alfa, 2015. Verifica-se no quesito “treinamento e desenvolvimento” que a população valoriza os

treinamentos implantados pela área de segurança do trabalho, quanto aos procedimentos de

atuação em campo e ao uso correto dos EPIs e EPCs.

Segundo documentos fornecidos, a empresa conta com uma equipe de SESMT

(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), composta

por médico do trabalho, engenheiro de segurança, técnicos de segurança e auxiliar.

Esta equipe tem como maior responsabilidade garantir a segurança dos funcionários,

emitir PCMSO (Programa de controle médico de saúde ocupacional), PPRA (Programa de

prevenção de risco ambiental), garantir a saúde dos funcionários, solicitando exames

periódicos, garantir o fornecimento de EPIs (equipamentos de proteção individual) e EPCs

(equipamentos de proteção coletiva) aos funcionários e equipes, dentro dos padrões exigidos, ,

realizar treinamentos e acompanhar as equipes de campo, emitindo laudos, perícias, relatórios

e orientando o uso correto dos equipamentos e análise de riscos, conforme relata Tachizawa,

Ferreira e Fortuna.(2001).

Segundo registro de arquivos, todos os funcionários, ao entrarem na empresa,

recebem todos os EPIs necessários para sua atividade, assinando um termo de compromisso

Treinamento e Desenvolvimento: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Os treinamentos técnicos oferecidos pela empresa atendem plenamente suas necessidades:

A empresa realiza treinamentos com foco no crescimento profissional/pessoal (Negócio, Educação, Comportamento, etc.)

Os treinamentos de Segurança do Trabalho atendem plenamente suas necessidades do dia a dia:

Os treinamentos oferecidos pela empresa são úteis e facilitam o desenvolvimento de seu trabalho:

0%

20%

40%

60%

80%

Treinamentos Técnicos Crescimento Profissional Segurança do Trab. Utilização no trabalho

Treinamento e desenvolvimento

0 a 3

4 a 6

7 a 9

10

Page 84: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

quanto ao uso dos equipamentos, garantindo desta forma sua segurança. São orientados pela

equipe de SESMT como devem utilizá

risco a sua integridade física.

Verificou-se por meio

dos treinamentos técnicos, assim como os de crescimento profissional. Para isso,

documentos fornecidos pela empresa Alfa,

de acordo com as necessidades apresentadas.

Figura

A academia de lideres é um treinamento

as regionais da empresa.

empresa que exercem papel de

desenvolvimento são:

1. Promover o autoconhecimento e aumentar a capacidade para administrar as próprias

emoções e desejos, favorecendo a melhoria nas relações dentro da em

consequentemente a melhoria do Clima Motivacional;

2. Conhecer as ferramentas básicas de gestão de pessoas, apresentando melhoria

liderança e a formação de novos sucessores;

3. Ampliar a visão sistêmica e aumentar o comprometimento do líder com o negó

estimulando ações inovadoras para o crescimento da empresa.

Neste treinamento, é transmiti

importância do feedback, gestão do tempo e de

para conhecimento do negócio e análise de custos.

quanto ao uso dos equipamentos, garantindo desta forma sua segurança. São orientados pela

equipe de SESMT como devem utilizá-los e o momento de troca, caso apresentem algum

risco a sua integridade física.

se por meio dos resultados que há uma necessidade de

treinamentos técnicos, assim como os de crescimento profissional. Para isso,

documentos fornecidos pela empresa Alfa, foram criados diversos treinamentos e programas

de acordo com as necessidades apresentadas.

Figura n. 8 – Slogan Treinamento Academia de Líderes.Fonte: Empresa Alfa, 2015.

A academia de lideres é um treinamento realizado anualmente,

da empresa. Tem como principal objetivo desenvolver os colaboradores da

resa que exercem papel de liderança e/ou com potencial para exercer. As diretrizes do

Promover o autoconhecimento e aumentar a capacidade para administrar as próprias

emoções e desejos, favorecendo a melhoria nas relações dentro da em

consequentemente a melhoria do Clima Motivacional;

Conhecer as ferramentas básicas de gestão de pessoas, apresentando melhoria

liderança e a formação de novos sucessores;

Ampliar a visão sistêmica e aumentar o comprometimento do líder com o negó

estimulando ações inovadoras para o crescimento da empresa.

Neste treinamento, é transmitido a importância de uma comunicação eficaz, a

importância do feedback, gestão do tempo e delegação, criatividade e inovação, além de aulas

negócio e análise de custos.

83

quanto ao uso dos equipamentos, garantindo desta forma sua segurança. São orientados pela

los e o momento de troca, caso apresentem algum

necessidade de aperfeiçoamento

treinamentos técnicos, assim como os de crescimento profissional. Para isso, segundo

foram criados diversos treinamentos e programas,

Slogan Treinamento Academia de Líderes.

realizado anualmente, que ocorre em todas

Tem como principal objetivo desenvolver os colaboradores da

liderança e/ou com potencial para exercer. As diretrizes do

Promover o autoconhecimento e aumentar a capacidade para administrar as próprias

emoções e desejos, favorecendo a melhoria nas relações dentro da empresa e

Conhecer as ferramentas básicas de gestão de pessoas, apresentando melhoria da

Ampliar a visão sistêmica e aumentar o comprometimento do líder com o negócio,

a importância de uma comunicação eficaz, a

legação, criatividade e inovação, além de aulas

Page 85: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

Figura

O evento de Plano de Metas é um treinamento realizado pela empresa anualmente,

com a participação da diretoria, gestão e líderes internos de

desloca para um local fora da cidade atuante e discutem diversos temas relacionados ao

planejamento da empresa e as metas a serem cumpridas no ano seguinte. Há períodos de

integração e lazer para motivação dos participantes.

Figura

O Programa Multiplicadores

a estratégia de melhorar a comunicação, o fluxo dos processos definidos, reduzir custos

através de novas ações e principalmente disseminar informações sobre os novos conceitos e

mudanças do negócio.

Programa Multiplicadores

Figura n. 9 – Slogan Treinamento de Plano de Metas. Fonte: Empresa Alfa, 2015.

O evento de Plano de Metas é um treinamento realizado pela empresa anualmente,

com a participação da diretoria, gestão e líderes internos de todas as regionais. A equipe se

desloca para um local fora da cidade atuante e discutem diversos temas relacionados ao

planejamento da empresa e as metas a serem cumpridas no ano seguinte. Há períodos de

integração e lazer para motivação dos participantes.

Figura n. 10 – Slogan Programa Multiplicadores. Fonte: Empresa Alfa, 2015.

O Programa Multiplicadores foi desenvolvido pela gestão de recursos humanos com

a estratégia de melhorar a comunicação, o fluxo dos processos definidos, reduzir custos

através de novas ações e principalmente disseminar informações sobre os novos conceitos e

Programa Multiplicadores

84

O evento de Plano de Metas é um treinamento realizado pela empresa anualmente,

todas as regionais. A equipe se

desloca para um local fora da cidade atuante e discutem diversos temas relacionados ao

planejamento da empresa e as metas a serem cumpridas no ano seguinte. Há períodos de

foi desenvolvido pela gestão de recursos humanos com

a estratégia de melhorar a comunicação, o fluxo dos processos definidos, reduzir custos

através de novas ações e principalmente disseminar informações sobre os novos conceitos e

Programa Multiplicadores

Page 86: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

O foco de atuação principal dos multiplicadores é

treinamentos técnicos em conjunto com a área operacional, condução de reuniões e eventos,

integração de funcionários e comunicador oficial para as equipes e gestão.

A empresa estabelece alguns critérios para seleção do profissional multiplicador:

deve ser funcionário a mais de doze meses na empresa, destaque como profissional

comprometido com o negócio, apontado pelos funcionários como um profissional que gosta

de ensinar e que apresenta uma comunicação clara, empática e persuasiva.

O Programa Coaching tem como objetivo planejar uma mudança de atitude com foco

no individual. Motivar os líderes a buscarem novos enten

os façam desafiar: seus limites e desenvolverem seus potenciais; ampliarem suas realizações e

conquistas com foco nas necessidades da empresa.

As contribuições que o programa pode oferecer para o

1. Estabelecer de forma clara os objetivos, metas e sonhos.

2. Conhecer seus pontos fortes e

3. Ampliar visão sistêmica

4. Executar ações diárias, definir estratégias mais assertivas e manter o foco.

5. Manter-se auto motivado por curto,

6. Aprender como gerir melhor as emoções.

foco de atuação principal dos multiplicadores é a definição e realização de

treinamentos técnicos em conjunto com a área operacional, condução de reuniões e eventos,

integração de funcionários e comunicador oficial para as equipes e gestão.

abelece alguns critérios para seleção do profissional multiplicador:

deve ser funcionário a mais de doze meses na empresa, destaque como profissional

comprometido com o negócio, apontado pelos funcionários como um profissional que gosta

resenta uma comunicação clara, empática e persuasiva.

Figura n. 11 – Slogan Programa Coaching.

Fonte: Empresa Alfa

O Programa Coaching tem como objetivo planejar uma mudança de atitude com foco

no individual. Motivar os líderes a buscarem novos entendimentos, alternativas e opções que

os façam desafiar: seus limites e desenvolverem seus potenciais; ampliarem suas realizações e

conquistas com foco nas necessidades da empresa.

As contribuições que o programa pode oferecer para o Coachee são:

Estabelecer de forma clara os objetivos, metas e sonhos.

Conhecer seus pontos fortes e saber administrar as diferenças.

Ampliar visão sistêmica

Executar ações diárias, definir estratégias mais assertivas e manter o foco.

se auto motivado por curto, médio e longo prazo.

Aprender como gerir melhor as emoções.

85

definição e realização de

treinamentos técnicos em conjunto com a área operacional, condução de reuniões e eventos,

integração de funcionários e comunicador oficial para as equipes e gestão.

abelece alguns critérios para seleção do profissional multiplicador:

deve ser funcionário a mais de doze meses na empresa, destaque como profissional

comprometido com o negócio, apontado pelos funcionários como um profissional que gosta

resenta uma comunicação clara, empática e persuasiva.

O Programa Coaching tem como objetivo planejar uma mudança de atitude com foco

dimentos, alternativas e opções que

os façam desafiar: seus limites e desenvolverem seus potenciais; ampliarem suas realizações e

são:

Executar ações diárias, definir estratégias mais assertivas e manter o foco.

Page 87: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

86

Em relação ao desenvolvimento profissional dos colaboradores, percebe-se

claramente que a empresa investe em treinamentos constantes, buscando aumento de

conhecimentos e de comportamento de seus funcionários, conforme relata Tachizawa,

Ferreira e Fortuna (2001).

Quadro n. 23 - Questionário para avaliação “Imagem da Empresa”. Fonte: Empresa Alfa

Gráfico n. 9 - Resultado de questionário “Imagem da Empresa” Fonte: Empresa Alfa No que tange ao quesito “imagem da empresa”, identifica-se uma visão positiva por

parte dos colaboradores. Segundo documentos e observação participante, a empresa tem como

um de seus valores a ética nos negócios, além de uma busca permanente pela excelência no

atendimento, e isso é percebido pelos funcionários e clientes. Após quase 20 anos no

mercado, a empresa é reconhecida pelas atividades em que atua.

A empresa Alfa trabalha para ser uma empresa de referência, utilizando todas as

ferramentas necessárias para obter informações precisas e com ela definir suas estratégias e

políticas de recursos humanos.

Imagem da Empresa: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O compromisso da empresa com a qualidade dos produtos, serviços e processos está visível no trabalho diário:

A empresa é um bom lugar para trabalhar e você a indicaria com tranqüilidade a um amigo:

Os funcionários se orgulham do desempenho da empresa:

A empresa é ética com seus funcionários/clientes/parceiros:

A empresa é reconhecida no segmento de telecomunicações como uma boa organização para se trabalhar:

0%

20%

40%

60%

80%

Qualidade Lugar Bom p/ Trabalhar

Orgulho da Empresa Empresa é Ética Organização em rel ao segmento

Imagem da empresa

0 a 3

4 a 6

7 a 9

10

Page 88: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

87

Em relação às estratégias de recursos humanos, é perceptível que a empresa procura

atuar fortemente na estratégia de comprometimento, conforme relata Albuquerque (2002).

Segundo organograma, a empresa Alfa está estruturada em Regionais, responsável

pelo relacionamento com os clientes da regional, projetos, operações, faturamento, logística e

compras. A área corporativa, composta pelo financeiro, departamento de pessoal, recursos

humanos, controladoria, marketing e TI, atende as regionais, através de sua sede. Cada

regional cumpre seu papel de alcançar os objetivos e metas estabelecidos pela empresa,

atuando numa gestão altamente participativa, com a operação e áreas de apoio. As Regionais

tem liberdade para definir suas estratégias, contando diretamente com o apoio e orientação da

gestão de recursos humanos.

Conforme observação participante percebe-se que, os serviços prestados pela

empresa são realizados por equipes, tanto as atividades de campo quanto as equipes de apoio

internas. A finalização do processo depende do comprometimento de todos os envolvidos no

processo, pois uma atividade depende da outra. Na empresa Alfa esses processos são

definidos através de documentos e repassados as equipes constantemente, através de reuniões

de indicadores e feedback dos funcionários.

A empresa busca estratégias e políticas para garantir que o funcionário permaneça na

empresa por muito tempo. Uma das estratégias é a opção pelo recrutamento interno,

oferecendo oportunidades de crescimento. Segundo arquivos, 90% dos funcionários nos

cargos de gerência, coordenação e supervisão atuaram em campo, em funções técnicas.

O processo de recrutamento interno é uma das políticas da gestão de recursos

humanos da empresa pois reduz o turnover, considerando que o funcionário se torna mais

motivado com a possibilidade de crescimento na organização, conforme relata Tachizawa,

Ferreira, Fortuna (2001)

O comprometimento e satisfação de seus funcionários sempre foi uma preocupação

para um atendimento de excelência ao cliente. Segundo arquivos, a empresa Alfa utiliza a

estratégia de oportunidade para funcionários internos. Desta forma, sempre que há a

necessidade de remanejamento ou reposição, é priorizado dentro de sua política de

recrutamento e seleção, o interesse do funcionário já atuante na empresa.

Por meio da observação da participante, pode-se identificar uma gestão participativa

e envolvente, onde todos os funcionários que compõe a estrutura se sentem donos do negócio,

cientes da importância do teu papel e da confiança depositada pela direção da empresa. As

Page 89: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

88

regionais envolvem sua equipe de liderança nas reuniões de informações gerenciais, com o

objetivo de um melhor entendimento do negócio e apoio nas ações necessárias em cada

contexto.

A empresa busca estratégias para atrair os funcionários e mantê-los na organização.

Para isso, utiliza algumas estratégias: escalas de trabalho diferenciadas, onde as equipes

atuam de segunda a sexta e nos finais de semana são remuneradas com hora extra, quando

escalado. Percebe-se que é um diferencial considerando que a empresa atua vinte e quatro

horas por dia e teria como opção a escala de 12x36, a mais utilizada pelas empresas

concorrentes. Neste modelo não há a necessidade de pagamento de hora extra. Outra

estratégia utilizada é a política de remuneração por produtividade, onde as equipes são

remuneradas a partir de entregas diferenciadas, atendendo sempre os quesitos de qualidade

exigidos.

Por meio de documentos pode-se verificar que a empresa Alfa é sindicalizada, filiada

ao Sintetel (Sindicatos dos Trabalhadores de Telecomunicações), participando ativamente dos

acordos coletivos que ocorrem anualmente. Todas as negociações que ocorrem diretamente

entre empresa e sindicato são realizadas de forma transparente, como é o caso do PPR

(Programa de Participação nos Resultados). O sindicato é sempre bem acolhido na empresa,

para comunicação junto aos funcionários, quanto às reivindicações anuais, leitura do acordo

coletivo aprovado, entre outros.

A empresa mantém em seus arquivos toda documentação obrigatória segundo

legislação, como pagamento de todos os tributos relacionados aos funcionários, arquivos de

banco de horas, hora extra, periculosidade, documentação de afastamento, atestados médicos,

entre outros.

No campo das relações de trabalho, as negociações coletivas realizadas pelo

sindicato têm sido positivas para os trabalhadores na manutenção ou melhoria das condições

de trabalho e salários, a saber: aumento salarial, melhoria nos planos de saúde, auxílio creche,

hora extra, entre outras cláusulas.

Os acordos coletivos da categoria realizados através das negociações entre o Sinstal

(Sindicato Patronal) e Sintetel (Sindicato dos trabalhadores) apresentaram os seguintes

resultados nos últimos três anos:

Page 90: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC …...de recursos humanos adotadas numa empresa terceirizada do setor de telecomunicações, considerando sua importância estratégica

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Quadro n. 24 - Acordo coletivo da categoria. Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

O quadro n. 24 apresenta o piso salarial mínimo determinado na convenção coletiva,

onde as empresas terceirizadas devem respeitar e remunerar seus funcionários, além dos

reajustes anuais e outras reivindicações.

São definidas também no acordo coletivo, outras ações que devem ser seguidas pelas

empresas:

1) Pagamento até o 5º dia útil do mês subsequente;

2) Apresentação de documentos que comprovem o pagamento de FGTS dos funcionários;

3) Pagamento de 50% do 13º antecipado quando o funcionário sair de férias;

4) Pagamento de hora extra com adicional de 50% de segunda a sábado e 100% no

domingo e feriados.

5) Pagamento de adicional noturno de 20% das 22:00 as 05:00 hr;

6) Pagamento de adicional de 30% de periculosidade;

7) Vale transporte;

8) Plano Médico com coparticipação dos funcionários em 50% do pagamento.

Percebe-se que a empresa Alfa estabelece estratégias e políticas de recursos humanos

como boas práticas para evitar o que se fala criticamente de uma empresa terceirizada, que é a

precarização do trabalho. Conforme observação participante, a empresa integra uma relação

2013 2014 2015PISO SALARIAL DA CATEGORIA 858,6 910,11 986,74

IRLA (instalador de rede) 972,00 1.030,32 1.117,07 ATENDENTE 928,80 984,52 1.067,41 CABISTA 1.080,00 1.144,80 1.241,19 TECNICO ADSL 1.274,40 1.350,86 1.464,60 AUXILIAR DE PROJETOS 1.386,72 1.469,92 1.593,68 PROJETISTA 2.021,76 2.143,06 2.323,50 LIGADOR 993,60 1.053,21 1.141,89 MULTI-SKILL FIBRA 1.595,00 MULTI-SKILL CABO METÁLICO 1.465,00 REAJUSTE SALARIAL 8% 6% 8,42%VR (Vale refeição) 16,5 18,15 20VR no período de férias 200 250 275

PISO POR FUNÇÃO

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saudável entre liderança e funcionários, transmitindo uma cultura de engajamento, que esta

enraizada deste o início de suas atividades. Os funcionários são comprometidos com o

negócio e isso se deve principalmente pela gestão dos proprietários e gestores, que sempre

atuaram de uma forma altamente participativa.

A empresa Alfa atua num mercado bastante competitivo, com diversas empresas

terceirizadas exigindo do trabalhador empenho e comprometimento num trabalho precarizado.

Diversas empresas terceirizadas buscam como alternativa a quarteirização, repassando

algumas de suas atividades a outras empresas e muitas vezes não exigindo o atendimento as

normas legais e trabalhistas. Asseguram com isso ofertas de melhores preços ao cliente final,

porém sem segurança para a própria empresa e ainda mais para os funcionários que nela

atuam.

As empresas contratantes têm como maior desafio a fiscalização dos trabalhos

terceirizados, pois somente desta forma garantirá qualidade e minimização dos riscos

trabalhistas.

A terceirização trouxe novos desafios para as empresas, tanto as contratantes quanto

as empresas terceirizadas. Como um dos propósitos é a redução de custos, as empresas

terceirizadas buscam alternativas para equalizar os custos envolvidos no processo, com as

exigências impostas pelo cliente e governo, além dos anseios e desejos dos seus funcionários.

Os desafios para boas práticas de recursos humanos e relações de trabalho são

grandes, porém necessárias as empresas que querem se manter no mercado. O desafio é lutar

por uma regulamentação apropriada, exigir maior fiscalização dos órgãos competentes e

entregar ao cliente bons serviços, atribuídos principalmente ao comprometimento e satisfação

dos seus funcionários.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O setor de telecomunicações é marcado atualmente pelo acelerado crescimento e

mudanças tecnológicas constantes. A transição do modelo estatal para o privado transformou

o cotidiano das pessoas, propondo diferentes formas de acesso às informações.

Neste cenário, a terceirização apresenta-se como uma estratégia para a reestruturação

organizacional das empresas, necessária para garantir a sobrevivência das mesmas,

permitindo-lhes uma estrutura ágil, enxuta e voltada, cada vez mais, para a melhoria dos

serviços prestados ao cliente.

Modismo ou não, as empresas tem recorrido à terceirização, como meio de atender

ao trinômio produtividade, qualidade e competitividade no mercado, frente a atual política

imposta pelo governo brasileiro, na qual o peso dos encargos sociais são significativos.

A proposta desta dissertação procedeu-se em analisar as estratégias e políticas de

recursos humanos utilizadas pela empresa Alfa, terceirizada do setor de telecomunicações,

bem como alcançar os objetivos específicos, que propõe-se no contexto da complexidade de

toda a pesquisa, pôde-se conseguir atingi-los.

Após a elaboração do embasamento da fundamentação teórica, onde procurou

aprofundar nas pesquisas relacionadas ao tema da pesquisa, diante das abordagens que os

autores citados referenciam tanto na área de estratégias de recursos humanos, bem como as

abordagens referentes ao setor de telecomunicações, suas estratégias e a terceirização, pôde-se

prosseguir para a análise do caso.

O caso relatado foi um estudo de caso único, que não se apresentou obstáculos que

comprometessem a obtenção dos resultados satisfatórios. Para lograr êxito na elaboração do

caso, demandou-se precisão nas documentações e registros em arquivos fornecidos pela

empresa e na observação participante, que transmite confiabilidade das informações,

considerando que ocorre pela observação da gestora de uma das regionais.

A empresa Alfa demonstra-se estar de acordo com o conteúdo abordado na parte

teórica, no que tange as estratégias e políticas de recursos humanos aplicadas na organização e

ao mercado de telecomunicações, a qual se encontra inserida como uma empresa terceirizada.

Analisando toda documentação fornecida pela empresa, assim como registros de

arquivos e observação participante, detectou-se que a empresa Alfa utiliza como estratégia a

valorização do capital humano, para geração de valor e vantagem competitiva.

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Os funcionários, em linha geral, pelo fato de serem jovens, de baixa renda, com

média escolaridade e pouca experiência, buscam o setor de telecomunicações como

oportunidade, dada a demanda existente no setor. Como o setor terceiriza atualmente a

maioria das suas atividades, esses funcionários buscam as empresas terceirizadas que

oferecem melhores condições de trabalho, melhores remunerações e oportunidades de

crescimento.

O turnover também é elevado nas empresas terceirizadas. Esse fato ocorre, pois o

número de empresas é alto e os contratos firmados com as contratantes dificilmente excedem

três anos, podendo ou não ser renovados. Como os funcionários atuam em campo, em contato

direto com outros colegas, acabam sofrendo influência e se deslocando para outras empresas.

Sendo assim, a empresa Alfa adota estratégias e políticas de recursos humanos de

maneira a integrar-se com os funcionários de forma mais próxima possível, com contato

direto, ouvindo e buscando ações para suas sugestões, anseios e necessidades.

Pôde-se observar que a preocupação é criar um clima organizacional favorável,

fazendo com que as pessoas inseridas na organização se sintam donas do negócio e

contribuam para o seu sucesso. Transmitam ao cliente final seu comprometimento e

satisfação, por meio da entrega de bons serviços. Percebam-se como parte integrante das

mudanças e reestruturações a qual a empresa está sujeita e ajudem na difícil tarefa de se

manterem competitivos no mercado.

Assim, buscando responder as perguntas de pesquisa, ressalta-se aqui as

considerações: no debate da terceirização, a empresa terceirizada pode ter boas práticas de

recursos humanos, desde que se tenha critérios e análise do contexto a qual está inserida. É

preciso entender as dificuldades, anseios e desejos dos funcionários, unindo as estratégias e

planejamento empresariais e assim criar estratégias e políticas de recursos humanos eficientes.

Segundo a observação da participante, a população operacional da empresa Alfa

demonstra carência quanto à comunicação. Eles gostam de entender os procedimentos da

empresa, seus objetivos, as dificuldades do mercado. Demonstram satisfação ao serem

abordados pela gestão da regional e são participativos na busca de soluções de problemas

pontuais. Essa “carência” se deve principalmente a uma crise financeira enfrentada pela

empresa em 2013, a qual ocorreu problemas como atraso de pagamentos, dispensas, entre

outros. A recuperação da confiança é evidente e os funcionários que vivenciaram a crise são

os mais dedicados e assíduos da empresa.

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Notou-se que a empresa, mesmo estando numa constante busca de novas estratégias

apresenta pontos a serem trabalhados como: foco na motivação dos funcionários para

minimização da pressão decorrente da atividade, melhoria no feedback dos superiores aos

subordinados, melhoria da comunicação entre as áreas, maior interação e disseminação das

informações relativas ao planos da empresa e melhoria nos treinamentos técnicos. Por meio

de registro de arquivos verificou-se que, a empresa possui poucos indicadores para medir os

resultados das estratégias e políticas de recursos humanos, como impacto na produção após

aplicação de treinamentos, mudanças comportamentais e resultados financeiros.

Como sugestão para aprofundar esta pesquisa, considera-se relevante traçar uma

análise comparativa entre outras empresas terceirizadas no setor de telecomunicações, com

objetivo de diagnosticar outras estratégias e políticas adotadas e desta forma avaliar quais

efetivamente são eficazes e necessárias para se manter no mercado, frente a tantas

reestruturações que o setor exige.

Espera-se que essa pesquisa possa contribuir com o aprimoramento da compreensão

da importância de estratégias e políticas de recursos humanos, independente da empresa e do

mercado a qual esta inserida, além de demonstrar que é possível ter boas praticas de recursos

humanos mesmo numa empresa terceirizada, contrariando o dogma que terceirização significa

necessariamente precarização do trabalho.

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