POLINIZAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO EFETIVA EM UMA FLORADA DE … 2015 1 1... · flores por...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ-REITORIA DE ENSINO
ENGENHARIA AGRONÔMICA
NATÁLIA FERREIRA SUÁREZ
POLINIZAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO EFETIVA EM UMA
FLORADA DE ACEROLEIRAS EM POMAR SEM PADRÃO
GENÉTICO
SETE LAGOAS / MG
2015
NATÁLIA FERREIRA SUÁREZ
POLINIZAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO EFETIVA EM UMA
FLORADA DE ACEROLEIRAS EM POMAR SEM PADRÃO
GENÉTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de
Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São
João Del Rei como requisito parcial para obtenção do
título de Engenheiro Agrônomo, área de Concentração:
Fruticultura.
Orientador: Prof. Dr. Anderson Oliveira Latini
SETE LAGOAS / MG
2015
NATÁLIA FERREIRA SUÁREZ
POLINIZAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO EFETIVA EM UMA
FLORADA DE ACEROLEIRAS EM POMAR SEM PADRÃO
GENÉTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal
de São João Del Rei como requisito parcial para obtenção
do título de Engenheiro Agrônomo, área de Concentração:
Fruticultura.
Sete Lagoas, 22 de junho de 2015
Banca examinadora:
_________________________________________________
Engenheira Agrônoma Maíse Soares de Moura- UFSJ
_________________________________________________
Prof. Dr. José Carlos Moraes Rufini- UFSJ
_________________________________________________
Prof. Dr. Anderson Oliveira Latini-UFSJ
Orientador
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que preparou o melhor para mim a todo momento.
Aos meus pais, José Luis e Maria Adelina, que sempre me apoiaram e se dedicaram
incondicionalmente, me encorajando e me preparando para todos os momentos de dificuldade.
Agradeço por sempre estarem ao meu lado e por acreditarem no meu sucesso.
Aos meus demais familiares por todo o estímulo e dedicação prestados nestes cinco anos
de curso, e pelo amor incondicional. A afilhada Luana, que além de todo apoio emocional,
sempre se dispôs a me ajudar em tudo que pudesse.
Ao Professor Latini que me orientou e esteve comigo em todo o tempo, me dando todo
o suporte e acreditando no meu potencial. Foi o responsável por grande parte do meu
crescimento profissional e pessoal neste período, além de me proporcionar uma excelente
formação, muito aprendizado e oportunidades.
Aos meus amigos, que não me permitiram desanimar em nenhum momento, e sempre
estiveram ao meu lado. Um agradecimento especial para aqueles que estiveram comigo nos
vários dias e noites de campo, ou nas incontáveis horas de laboratório: Gilberto Lopes, Caio
Bertoli, Pedro Guedes, Renata Viol.
A todos, que de certa forma contribuíram com minha formação.
RESUMO
O trabalho foi desenvolvido em pomar de aceroleira sem padrão genético no município
de Jequitibá, MG, no período de agosto a setembro de 2014. O objetivo foi quantificar a
importância da polinização para aceroleira e identificar os principais polinizadores presentes na
área de estudo, além de testar a hipótese de que, a produção de frutos de acerola é maior quando
as flores são polinizadas pela ação de insetos. Para quantificar a importância da
polinização, 20 árvores foram submetidas a dois tratamentos: ramo livre ao acesso de
polinizadores e ramo com restrição de acesso a polinizadores. Cada ramo marcado teve o
número de botões florais contabilizado para comparação com os dados de frutificação. Para
coleta dos principais polinizadores, foram utilizadas armadilhas tipo pan traps, durante todo o
período de uma florada. Como potenciais polinizadores, foram coletadas espécies da família
Anthophoridae (Hymenoptera), e espécies das famílias Syrphidae e Sarcophagidae (Diptera).
Além disso, quando as flores tiveram livre acesso dos polinizadores, 24% se tornaram frutos,
enquanto que, com o acesso impedido dos polinizadores, nenhuma flor tornou-se fruto. Assim,
é evidente que a produção de frutos de acerola é altamente dependente da polinização por
insetos e, provavelmente, ações na paisagem que otimizem a conservação de recursos naturais
de polinizadores naturais podem auxiliar nos ganhos dessa cultura.
Palavras-chave: Malpighia ermaginata. Polinizadores. Pan traps.
ABSTRACT
The study was conducted in acerola orchard without genetic pattern in the municipality
of Jequitibá, MG, in the period from August to September 2014. The aim was to quantify the
importance of pollination for acerola and identify the main pollinators present in the study area,
and test the hypothesis that the production of acerola fruit is greater when the flowers are
pollinated by insects action. To quantify the importance of pollination, 20 trees were submitted
to two treatments: free access of pollinators branch and branch-restricted access to
pollinators. Each branch had marked the number of flower buds accounted for comparison with
the fruiting data. To collect the main pollinators, traps like pan traps were used throughout the
period of bloom. As potential pollinators, species were collected from Anthophoridae family
(Hymenoptera) and species of Syrphidae and families Sarcophagidae (Diptera).Furthermore,
when the flowers had free access of pollinators, 24% became fruit, while branch-
restricted access to the pollinators no flowers became fruit.Thus it is clear that the production
of acerola fruit is highly dependent on pollination by insects and probably, actions in the
landscape that optimize the conservation of natural resources of natural pollinators can assist in
earnings this culture.
Keywords: Malpighia ermaginata. Pollinators. Pan traps.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Apresentação dos tratamentos aberto (a), e fechado (b). 15
Figura 2 - Visão da área experimental (a) e configuração dos pan traps (b). 15
Figura 3 - Disposição da câmera na área (a) e foco na câmera (b). 16
Figura 4 - Apresentação da abundância de insetos. 19
Figura 5 - Apresentação da riqueza de famílias da ordem Diptera. 19
Figura 6 - Apresentação da riqueza de famílias da ordem Hymenoptera. 20
Figura 7 - Famílias Sarcophagidae (a), Syrphidae (b) e Anthophoridae (c). 20
Tabela 1 - Contabilização de dados em campo. 21
Figura 8 - Proporção de Frutificação nos tratamentos. 22
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 10
2.1. Histórico e características das aceroleiras.....................................................10
2.2. Polinização........................................................................................................11
2.3. Polinização e principais polinizadores de aceroleiras...................................12
3.MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 14
4.RESULTADOS .......................................................................................................... 18
DISCUSSÕES.................................................................................................................23
5.CONCLUSÃO ............................................................................................................ 27
6.REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 28
8
1. INTRODUÇÃO
A aceroleira (Malpighia emarginata DC Linnaeus) é uma frutífera originária das
Antilhas, América Central e América do Sul, pertencente à família Malpighiaceae. Também
conhecida como cereja-das-Antilhas é amplamente encontrada em grande parte do território
brasileiro. O comércio dos frutos de acerola foi impulsionado principalmente devido a seu
elevado teor de vitamina C (ácido ascórbico), o que proporcionou interesse de produtores e
pesquisadores, e consequente aumento da sua comercialização (SEMENSATO & PEREIRA,
2000).
Consumido tanto in natura quanto industrializado, sob a forma de suco, geléia, sorvete,
suprimento concentrado de vitamina, empregado no enriquecimento de sucos de frutas com
baixos teores de vitamina C (VERHEIJ & CORONEL, 1992), e polpa congelada,
principalmente (YAMASHITA, 2003). O crescimento expressivo no consumo de frutas,
associado às melhorias que estão sendo introduzidas na qualidade dos alimentos, indicam que
as polpas congeladas de frutas tropicais devem continuar ganhando mercado (COSTA et al.,
2003).
Devido à maior demanda de mercado da acerola, estudos têm sido realizados na cultura
com o objetivo de obter incrementos na quantidade e qualidade dos frutos. A polinização, em
determinadas culturas pode aumentar a produtividade, o número de sementes e influenciar
diretamente no peso e na qualidade comercial dos frutos. (SIQUEIRA et al., 2009). Além disso,
a polinização representa atualmente um fator de produção fundamental na condução de muitas
culturas agrícolas (SOUZA et al., 2007).
Os cultivos de aceroleira apresentam baixos índices de frutificação apesar do
florescimento abundante (RITZINGER et al., 2004), o que pode ocorrer pela alta dependência
da cultura por polinizadores para uma boa frutificação (GUEDES et al., 2011). Além disso, por
se tratar de uma planta com ciclo reprodutivo muito curto, a aceroleira pode ser bastante
vulnerável a variações climáticas, principalmente ao déficit hídrico, sendo que estas variações
podem alterar significativamente a duração dos estádios fenológicos e causar grande influência
na produção.
Comparando a autopolinização e a polinização cruzada manual, observou-se que o
pegamento do fruto de M. emarginata a partir da autopolinização manual, é inferior àquele
advindo da polinização cruzada manual (GUEDES et al., 2011). Desta forma, é notável a grande
importância dos polinizadores no sistema produtivo.
O objetivo desse trabalho foi avaliar a polinização e a frutificação efetiva para
aceroleira, identificando os principais polinizadores presentes na área de estudo e testando a
9
hipótese de que a produção de frutos de acerola é maior quando as flores são polinizadas pela
ação de insetos.
10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Histórico e características das aceroleiras
Devido as condições favoráveis de clima e solo, o Brasil ocupa o primeiro lugar na
produção de frutos de acerola (JUNQUEIRA et al., 2007). O Nordeste é a região do país onde
a aceroleira melhor se adapta, o que incentiva a instalação de grandes empreendimentos
agroindustriais baseados nesta cultura (PAIVA et al., 1999).
A introdução da aceroleira no Brasil ocorreu na década de 50, havendo controvérsias
com respeito ao ano e local originais. Contudo, sua comercialização ganhou expressão
econômica somente a partir da década de 90, com o aumento da demanda do produto tanto pelo
mercado interno como externo, estando atualmente difundida em praticamente todo o território
nacional (SILVA et al., 2012).
A preocupação mundial com a saúde tem promovido mudanças nos hábitos alimentares
da população. Entre essas, está o aumento do seu interesse pelo valor nutritivo e compostos
bioativos presentes nos alimentos processados e exigindo das indústrias produtos de boa
qualidade (MACIEL et al., 2009). Com a crescente demanda de acerola devido ao seu alto teor
de vitamina C e adaptação da planta ao clima tropical e subtropical, seu cultivo intensificou-se
rapidamente no Brasil, no período de 1988 a 1992 (PAIVA et al., 2001).
Além de possuir boas condições adaptativas no Brasil, a acerola é rica em antioxidantes,
como a vitamina C e a antocianina (pigmento de coloração vermelha da casca) e é um alimento
de baixo valor calórico, além de conter vitaminas do complexo B como tiamina (B1),
riboflavina (B2), niacina (B3), e minerais como cálcio e ferro características que têm provocado
um aumento na produção e no consumo dos frutos (RITZINGER & RITZINGER, 2011).
A aceroleira possui frutos pequenos, pesando em média de 20 a 40 gramas, e com
coloração verde quando em desenvolvimento, passando do amarelo aos diferentes tons de
vermelho quando maduro, levando aproximadamente 22 dias desde a floração até a maturação.
A polpa possui coloração amarelada, carnosa, com sabor ácido. Os frutos possuem alto teor de
ácido ascórbico e em decorrência disso, ganhou importância econômica para consumo in natura
ou sob a forma de suco, além de ser utilizada como matéria-prima na indústria farmacêutica.
Os frutos utilizados pela indústria farmacêutica são preferencialmente verdes, pois apresentam
teores de vitamina C significativamente maiores que os maduros e semimaduros (NOGUEIRA
et al., 2002).
A vitamina C participa de vários processos metabólicos fundamentais, entre eles, no
auxílio na respiração celular, nos mecanismos da coagulação sanguínea, na absorção do ferro,
11
entre outros. Além disso pode ser empregada com êxito como medicação coadjuvante de
estados patológicos, como gripe, resfriado e afecções pulmonares (PAIVA et al., 1999).
Na produção de acerolas é de grande importância a obtenção de um produto de qualidade
uniforme, o que é de difícil obtenção nessa cultura, uma vez que grande parte dos pomares
comerciais foram constituídos através de mudas oriundas de sementes, dissociando caracteres
genéticos (MACHADO, 1992). Há uma grande dispersão numérica em relação ao número de
flores por inflorescência dentro e entre os genótipos, bem como variação no número de dias de
floração e de formação do fruto, o que sugere resposta particularizada de cada genótipo às
condições meteorológicas (GOMES et al., 2001). Assim, pomares oriundos de sementes
causam transtornos devido à grande variabilidade aparente nas plantas, o que acarreta prejuízos
financeiros na comercialização, devido à falta de padrão de qualidade definido (NETO et al.,
1995), entretanto são extremamente importantes no melhoramento genético.
A variabilidade genética provoca alterações na qualidade dos frutos de acerola, como
no teor de vitamina C; na coloração, peso e tamanho dos frutos; no teor de sólidos solúveis
totais e pH do suco; e na acidez total titulável. Além da variabilidade genética, fatores externos
como a precipitação, temperatura, altitude, adubação, irrigação e a ocorrência de pragas e
doenças também afetam a qualidade dos frutos (NOGUEIRA et al., 2002).
Recentemente, trabalhos realizados no município de Junqueirópolis mostraram que a
renovação dos pomares é mais eficaz com a propagação vegetativa por meio de estaquia e
enxertia em contraposição à renovação via sementes, devido a variabilidade genética que este
meio de propagação provoca (PONTES et al., 2013).
2.2. Polinização
Com o aumento da demanda de mercado da acerola devido as qualidades nutricionais
dos frutos, e com a necessidade da oferta de um produto de qualidade, estudos sobre polinização
ganharam foco. Além de fundamental para a perpetuação das espécies vegetais, a polinização
contribui para melhorar a qualidade dos frutos, aumentar o número de sementes, prevenir má
formações e conduzir a um amadurecimento uniforme dos frutos (FREITAS, 1995).
A polinização é considerada um serviço ecossistêmico, ou seja, um benefício que as
populações humanas, direta ou indiretamente, têm em função do funcionamento natural dos
ecossistemas (CONSTANZA et al., 1997; Avaliação Ecossistêmica do Milênio, 2005). O
reconhecimento da importância da polinização efetuada por abelhas no Brasil é crescente e vêm
ganhando destaque nas pesquisas, uma vez que um grande número de espécies vegetais
comerciais depende da eficiência de sua polinização (AVILA & MARCHINI, 2005).
12
A polinização representa um fator fundamental na condução de muitas frutíferas e pode
ocorrer na própria planta, onde o grão de pólen é transportado para o estigma da flor de uma
mesma planta. Outra forma é a transferência dos grãos de pólen da antera de uma flor para o
estigma de outra flor da mesma espécie, mas de plantas diferentes, através do auxílio dos
agentes polinizadores, como por exemplo, os insetos, potencializando a qualidade e quantidade
econômica de diversas culturas (SOUZA et al., 2007).
A polinização é de extrema importância para a frutificação do cambucizeiro
(Campomanesia phaea), frutífera nativa da Mata Atlântica, uma vez que a planta é considerada
auto incompatível, sendo que a frutificação aumenta 38% quando a flor é polinizada por insetos
(CORDEIRO et al., 2013). Em goiabeiras, foi observado um incremento de 39,5% na produção
quando houve polinização cruzada efetuada por insetos, quando comparado a autopolinização
(ALVES & FREITAS, 2007). Além do incremento na produção de frutos, a polinização pode
proporcionar outros ganhos, como aumento de até 45% na massa do fruto, 88% na massa de
polpa, 27% na espessura da casca dos frutos, 12% no número de sementes e 22% no peso das
sementes de pitaia vermelha (Hylocereus undatus) em estudo realizado em Lavras-MG,
(MENEZES, 2013). Trabalho realizado na região de Viçosa (MG) com café, mostra que plantas
com visitação de polinizadores, têm entre 11 e 18% de aumento na produção de frutos (JUNIOR
& COELHO, 2004). Segundo Suárez et al., (2014), também são observados incrementos na
produção com a polinização natural do maracujá (88%), superando a polinização cruzada
manual (28%). Além do incremento de produção, os polinizadores são responsáveis por uma
redução acentuada no custo de produção, uma vez que na ausência dos mesmos, em algumas
culturas como o maracujá, somente haverá produção de frutos através da polinização manual,
o que acarreta em um custo alto com mão-de-obra (VIEIRA et al., 2010).
2.3. Polinização e principais polinizadores de aceroleiras
A aceroleira é uma espécie dependente de polinização cruzada para produção
satisfatória de frutos, sendo as abelhas importantes polinizadores desta cultura (SOUZA et al.,
2007). As flores de aceroleira são monoclinas, apresentam coloração variável desde rosa
esbranquiçado ou lilás claro até o vermelho, com distribuição cíclica das peças no receptáculo.
Os estames são de mesmo tamanho, sendo que as anteras apresentam fendas de deiscência
longitudinal, com a presença de duas tecas e possuem ovário súpero. As flores desenvolvem-se
nos ramos do ano anterior e do mesmo ano, e demoram entre 6 a 7 dias desde o aparecimento
do botão floral até a sua abertura completa (GOMES et al., 2001). São observadas de 6 a 7
floradas ao ano, sendo todas nos períodos de janeiro a maio e de agosto a dezembro, salvo em
condições adversas. Segundo Gomes et al., (2001), o período de florescimento à maturação
13
completa do fruto dura 22 dias, sendo que os horários de abertura floral ocorrem, principalmente
das 05:00h às 08:00h, e das 14:00h às 16:00h.
Como as flores de aceroleira não produzem néctar, não são atrativas para abelhas
melíferas (Apis mellifera), sendo sua polinização realizada principalmente por abelhas do
gênero Centris (GUEDES et al., 2011). Apesar das flores não produzirem néctar, elas produzem
óleo através de elaióforos epiteliais, que atuam como atrativo floral para os seus visitantes
(RAW, 1979). Porém, as variedades que apresentam o menor número dos mesmos são as que
possuem maior sucesso reprodutivo, já que flores com menos elaióforos possuem praticamente
a mesma quantidade de óleo que flores com número maior dos mesmos, o que fornece maior
recompensa aos polinizadores, sem custo energético adicional e assim sendo, provavelmente
mais atrativa (SIQUEIRA et al., 2011). Além disso, flores com maior número de elaióforos
ficam inacessíveis as pernas dianteiras e medianas usadas na coleta de óleo pelas abelhas
(SIQUEIRA et al., 2011).
Em trabalho realizado em Petrolina, foram encontradas as seguintes espécies de abelhas
visitantes de aceroleira no período chuvoso (janeiro a maio): Centris aenea, C. (Ptilotopus)
maranhensis, C. tarsata, C. trigonoides, C. obsoleta, todos da tribo Centridini, e Frieseomelitta
doederleine, uma espécie da tribo Meliponini, sendo que as visitas iniciaram por volta das
05:30h e se estenderam até às 17:00h, com queda acentuada da frequência de visitação nos
horários mais quentes do dia. No período de agosto a novembro houve uma notável redução na
frequência de visitação das abelhas, comparado ao período chuvoso (SIQUEIRA et al., 2011).
Durante o período seco, foi observado um baixo sucesso reprodutivo de aceroleira, em
consequência ao déficit de polinizadores nesta época (GUEDES et al., 2011).
Um trabalho em pomar de acerola realizado na região Nordeste, registrou como
polinizadores efetivos as abelhas das famílias Anthophoridae e Halictidae. Foi observado uma
diversidade de dez espécies de abelhas, sendo elas: Centhris fuscata, C. aenea, C. spousa,
Epicharis bicolor (Anthophoridae), Trigona trigona sp., T. trigona spinipes, Plebeia spp.,
Partamona cupira, Nonnatrigona testaceicornis (Meliponinae), A. mellifera (Apinae). As
espécies da tribo Trigonini, foram as responsáveis pela polinização desta cultura, sendo T
trigona sp. o visitante mais abundante e frequente durante os períodos seco e chuvoso (MELO
et al., 1997). Em estudos com acerola na Paraíba, foi observado maior ocorrência de abelhas
polinizadoras da família Apoidea, principalmente Anthophoridae e Apidae (Meliponinae)
(MARTINS et al., 1999).
14
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido em um pomar comercial de aceroleira, com quinze anos de
implantação, localizado no centro urbano, em bairro residencial, do município de Jequitibá-
MG, a 19º15’ de latitude Sul e 44º15’ de longitude Oeste e 644m de altitude, no período de
agosto a setembro de 2014. A temperatura média anual é de 20,2°C, com pluviosidade média
anual de 1328,7mm e clima tropical úmido (IGA, 2012). O pomar de aproximadamente 800
plantas de aceroleiras apresenta variabilidade fenotípica, oriundas de propagação sexuada de
sementes de diversas localidades, ou seja, trata-se de um pomar sem padrão genético definido
Na área trabalhada não são realizadas aplicações de produtos químicos como herbicidas,
inseticidas ou fungicidas, o que favorece a sobrevivência e manutenção de insetos polinizadores
na área. Além disso, o pomar não é adubado regularmente e não são manejadas podas de
condução das árvores.
Foram utilizadas 20 árvores sadias, definidas ao acaso, e em cada uma delas foram
marcados dois ramos distintos, um deles coberto com saco confeccionado com filó (de abertura
2 mm), que impedia o acesso dos polinizadores, mas, permitia a passagem do polén (0,005mm)
e, portanto, outras formas de polinização (Figura 1a). O outro permaneceu aberto, sobre
condições naturais, não impedindo o acesso dos polinizadores (Figura 1b). O número de botões
florais em cada ramo marcado foi contabilizado para comparação com os dados de frutificação
por ramo marcado. Assim, foi possível medir a frutificação efetiva, que refere-se à relação
percentual entre o número de flores abertas e o número de frutos formados (Tomaz et al., 2010),
e constatar as diferenças de produção dos frutos nos diferentes tratamentos, quantificando a
importância da polinização para a cultura.
Com a finalidade de se fazer um levantamento dos principais polinizadores da cultura
da acerola, foram instalados dez trios de pan traps com distribuição aleatória e colorações
diferentes (amarelo, azul e branco). Este método é comumente utilizado para amostragem de
abelhas (WESTPHAL, 2008) por atrair os insetos presentes na lavoura e capturá-los. Os pan
traps trataram de potes de isopor pintados com uma tinta que refletia a luz ultravioleta,
permitindo assim que os insetos diferenciassem as cores dos potes devido ao comprimento de
onda que enxergam (OLIVEIRA, 2013). Os trios de pan traps foram dispostos no solo em
posição aleatória, de maneira equidistante, formando triângulos equiláteros (Figura 2). Cada
pote foi preenchido com aproximadamente 150 mL de água e quatro gotas de detergente, com
o objetivo de quebrar a tensão superficial da água e permitir a captura dos insetos por
afogamento (KRUG & SANTOS, 2008)
15
A
b
Figura 1: Ramos abertos livres ao acesso dos polinizadores (a), e ramos fechados, impedindo o acesso dos
polinizadores (b), em pomar de aceroleira sem padrão genético no município de Jequitibá-MG. Fonte: Natália
Suárez (2015).
Figura 2: Visão de parte da área experimental ilustrando aceroleiras com ramos isolados com filó e conjunto de
pan traps à esquerda e ao fundo (a) e detalhe dos pan traps formando triângulo equilátero (b) em pomar de
aceroleira sem padrão genético no município de Jequitibá-MG. Fonte: Natália Suárez (2015).
Foram realizadas quatro coletas dos insetos presentes nos pan traps, com intervalo de
um dia, durante todo o período de floração da cultura. Os espécimes foram transferidos para
um recipiente contendo álcool 70%, devidamente etiquetados, assim que foram retirados dos
pan traps. As amostras foram encaminhas para o Laboratório de Entomologia Geral e Zoologia
da Universidade Federal de São João Del-Rei (Campus Sete Lagoas) para triagem, montagem
e identificação, que foi feita até o menor nível taxonômico possível, com o auxílio de lupas
estereoscópicas e chaves-taxonômicas.
Com o intuito de comprovar a ocorrência de polinização e ajudar na identificação dos
insetos, foram instaladas duas câmeras BirdCam Pro® no pomar (Figura 3a), que incidiam
diretamente nos botões florais, com distancia de foco de 0,18m (Figura 3b). A cada cinco
a
B
16
minutos, a câmera capturou uma imagem fotográfica, seguida por uma filmagem de 30
segundos. As câmeras ficaram dispostas no pomar durante todo o período de floração da acerola
e suas informações foram qualitativamente usadas para a descrição dos polinizadores.
a
b
Figura 3: Disposição da câmera na área (a) e foco da câmera na flor (b) em pomar de aceroleira sem padrão
genético no município de Jequitibá-MG. Notar conjunto de pan traps abaixo da câmera. Fonte: Natália Suárez
(2015).
A classificação e quantificação dos insetos capturados pelos pan traps e BirdCam Pro®
foi utilizada para descrição quali-quantitativa dos polinizadores disponíveis no pomar de
aceroleira estudado. Para testar possível preferência por cores diferentes de pan traps e
homogeneidade de distribuição de abundância de polinizadores no tempo (durante a florada)
foi utilizada uma ANOVA 2-way com os fatores tempo (dias 1, 3, 5 e 7 da florada) e cor do
pan trap (amarelo, azul e branco) como variáveis independentes; e abundância total e riqueza
de famílias dentro das ordens amostradas (e importantes para a polinização) como variáveis
dependentes.
Para testar a hipótese de que a frutificação efetiva é maior em ramos abertos, ou seja,
sem restrição de polinizadores, foi utilizado o teste T de Student com variâncias calculadas em
separado, devido à heterogeneidade das mesmas, detectada pelo teste de Levene. Neste teste a
frutificação efetiva foi a variável quantitativa e dependente e o tipo de ramo (com e sem
restrição) a variável categórica e independente.
17
Para alguns testes não foi encontrada homogeneidade de variâncias (teste de Levene) e
estas foram log10 – transformadas, permitindo a persistência de uso da estatística paramétrica
aqui citada. O nível de significância para todos os testes foi de 5%.
18
4. RESULTADOS
No mês de agosto, a média de temperaturas máximas para a região foi de 29,5ºC, das
mínimas de 11,9ºC, e a umidade relativa igual a 52,4% e no mês de setembro a média de
temperaturas máximas foi de 31,7ºC, as mínimas de 14,8ºC e a umidade relativa igual a 40%.
Além disso, foram registrados somente 5,4mm de chuva nos dois meses somados (Dados da
estação meteorológica convencional, Sete Lagoas-MG, disponibilizados pelo INMET –
Instituto Nacional de Meteorologia).
Foram identificados 29 famílias de insetos, sendo elas: Aethalionidae, Aphididae,
Cicadellidae, Dictyopharidae e Membracidae (ordem Hemiptera); Asilidae, Bibionidae,
Otitidae, Sarcophagidae, Sciaridae, Stratiomyidae e Syrphidae (ordem Diptera);
Anthophoridae, Chalcididae, Colletidae, Eulophidae, Formicidae, Halictidae, Pompilidae,
Trichogrammatidae e Vespidae (ordem Hymenoptera); Chrysomelidae, Coccinellidae,
Curculionidae, Lucanidae, Scarabaeidae, Staphylinidae (ordem Coleoptera); Hesperiidae
(ordem Lepidoptera); Phlaeothripidae (ordem Thysanoptera).
Apesar da grande riqueza de famílias, as que possuem hábito polinizador são: Vespidae,
Colletidae, Anthophoridae e Halictidae (ordem Hymenoptera); Stratiomyidae, Syrphidae,
Sarcophagidae e Bibionidae (ordem Diptera); Hesperiidae (ordem Lepidoptera). Porém, foram
consideradas somente as famílias com abundância de indivíduos maior que 5, uma vez que
abundâncias menores podem ilustrar a ocorrência de espécies eventuais. As famílias com
abundância maior que 5 indivíduos foram: Anthophoridae, Eulophidae, Formicidae,
Pompilidae e Trichogrammatidae. (ordem Hymenoptera); Aphididae e Cicadellidae (ordem
Hemiptera); Asilidae, Sarcophagidae, Sciaridae e Syrphidae (ordem Diptera).
Não houve homogeneidade de variâncias para a variável abundância total de insetos
coletados nos pan traps (F=5,037; p<0,001). Por isso, os dados foram log10 transformados para
obtenção da homogeneidade das variâncias (F=1,960; p=0,051). Não houve diferença de
abundância de insetos entre os dias (F=1,080; p=0,363) ou para a interação entre dia de coleta
e cor dos pan traps (F=1,160; p=0,340), mas a cor amarela foi a que obteve maior atração de
polinizadores (F=11,120; p<0,001; Figura 4).
Não houve diferença de riqueza de famílias da ordem Diptera (F=1,218; p=0,312) ou da
ordem Hymenoptera (F=0,369; p=0,776) ao longo dos dias. Também não houve interação entre
dia de coleta e a cor do pan trap respectivamente para Diptera (F=0,471; p=0,827) e para
Hymenoptera (F=0,335; p=0,915). Porém, a cor amarela foi, novamente, a mais atrativa, de
insetos da ordem Diptera (F=8,094; p<0,001; figura 5) e da ordem Hymenoptera (F=3,818;
p=0,028; figura 6). Apesar da cor amarela ser a que mais atrai famílias de ambas as ordens, essa
19
atração é maior para famílias da ordem Diptera, mesmo que esta possua uma menor abundância
de famílias (n= 4 famílias), comparado às famílias da ordem Hymenoptera (n= 5 famílias).
Figura 4: Apresentação da abundância de insetos obtida pelo uso dos pan traps, em pomar de aceroleira sem padrão
genético no município de Jequitibá-MG. As medidas de dispersão representam intervalos de confiança de 95% e
a sobreposição de um intervalo de um tratamento sobre a medida de outro, indica semelhança estatística.
amarela branca azul
Cor do pan trap
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
Lo
g1
0 (
ab
un
d.
tota
l)
amarela branca azul
Cor do pan trap
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
Riq
ue
za
de
fa
mília
s d
e D
ipte
ra
20
Figura 5: Apresentação da riqueza de famílias da ordem Diptera obtida pelo uso dos pan traps, em pomar de
aceroleira sem padrão genético no município de Jequitibá-MG. As medidas de dispersão representam intervalos
de confiança de 95% e a sobreposição de um intervalo de um tratamento sobre a medida de outro, indica
semelhança estatística.
Figura 6: Apresentação da riqueza de famílias da ordem Hymenoptera obtida pelo uso dos pan traps, em pomar
de aceroleira sem padrão genético no município de Jequitibá-MG. As medidas de dispersão representam intervalos
de confiança de 95% e a sobreposição de um intervalo de um tratamento sobre a medida de outro, indica
semelhança estatística.
Considerando somente as famílias com hábitos polinizadores e abundância maior que 5
indivíduos, foi constatado que há duas famílias polinizadoras da ordem Diptera, sendo elas:
Syrphidae (Figura 7b) e Sarcophagidae (Figura 7a), com abundâncias de indivíduos iguais a 81
e 41, respectivamente. Além destas, ocorreu uma família da ordem Hymenoptera,
Anthophoridae (Figura 7c), com abundância de indivíduos igual a 6. Ou seja, há predominância
de insetos de famílias da ordem Diptera com potencial para polinização de flores de aceroleira.
a
B
C
Figura 7: Montagem e identificação de insetos das famílias com potencial de polinização de aceroleiras, sendo
elas: Sarcophagidae (a), Syrphidae (b) e Anthophoridae (c), coletados em pomar de aceroleira sem padrão genético
no município de Jequitibá-MG.nhb
amarela branca azul
Cor dos pan traps
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0R
iqu
eza
de
fa
mília
s d
e H
ym
en
op
tera
21
A utilização de câmeras BirdCam Pro® na área de estudo teve como objetivo dar suporte
à coleta de insetos por meio de armadilhas tipo pan trap, no inventário de espécies ocorridas na
área. Foram obtidas 1604 e 2024 fotos das duas plantas amostradas, e o número de fotos com
presença de insetos polinizadores foi de 52 e 4, em cada aceroleira. A maior parte dos indivíduos
trata de formigas do gênero Componotus (Formicinae), com exceção de duas fotos, que
apresentaram espécies pertencentes à ordem Hymenoptera, mas que não puderam ser
identificadas em menor nível taxonômico. Devido à dificuldade de identificação e ao fato de
que as presenças detectadas não permitem acrescentar novas ordens ou famílias, então esta
metodologia não acrescentou informações taxonômicas sobre os polinizadores.
Para quantificar a importância da polinização para acerola, os dados referentes ao
número de frutos efetivamente produzidos por flores demarcadas em ambos tratamentos (ramo
demarcado aberto e ramo demarcado fechado) por si, são capazes de responder a hipótese do
trabalho (Tabela 1), sendo desnecessário o uso de testes estatísticos para confirmar a hipótese.
Porém, para fins de cumprimento de rotina metodológica, os mesmos foram realizados e
apontaram, como esperado pela inspeção visual dos dados, que a frutificação efetiva foi maior
em ramos onde os polinizadores tiveram acesso (t(var.sep.)=-5,588; g.l.=19; p<0,001; Figura 8).
Entre as flores com acesso livre aos polinizadores, 24% se tornaram frutos, enquanto que, entre
as flores sem acesso dos polinizadores, 0% tornaram-se frutos (Figura 8), tornando evidente a
dependência dos insetos na produção de frutos em aceroleiras.
Figura 8: Frutificação efetiva nos tratamentos aberto (livre acesso aos polinizadores) e fechado (impedindo acesso
de polinizadores) em pomar de aceroleira sem padrão genético no município de Jequitibá-MG. As medidas de
dispersão representam intervalos de confiança de 95%.
fe ab
Tratamento
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Fru
tifica
çã
o e
fetiva
média
ic95%
fechado aberto
22
Tabela 1: Número de botões florais, o número e frutos produzidos e a frutificação efetiva em ramos livres, com
acesso de polinizadores e ramos ensacados, sem acesso de polinizadores em pomar de aceroleira sem padrão
genético no município de Jequitibá-MG.
Aceroleira Tratamento Número de botões/planta Número de frutos/planta FE
1
Livre 14 9 0,64
Ensacado 22 0 0,00
2
Livre 32 8 0,25
Ensacado 26 0 0,00
3
Livre 35 5 0,14
Ensacado 20 0 0,00
4
Livre 27 7 0,25
Ensacado 18 0 0,00
5
Livre 30 9 0,30
Ensacado 9 0 0,00
6
Livre 34 13 0,38
Ensacado 26 0 0,00
7
Livre 64 42 0,65
Ensacado 14 0 0,00
8
Livre 23 4 0,17
Ensacado 39 0 0,00
9
Livre 22 7 0,31
Ensacado 32 0 0,00
10
Livre 25 2 0,08
Ensacado 37 0 0,00
11
Livre 22 10 0,45
Ensacado 28 0 0,00
12
Livre 19 0 0,00
Ensacado 26 0 0,00
13
Livre 25 5 0,20
Ensacado 59 0 0,00
14
Livre 25 5 0,20
Ensacado 39 0 0,00
15
Livre 15 0 0,00
Ensacado 14 0 0,00
16
Livre 16 3 0,18
Ensacado 10 0 0,00
17
Livre 10 2 0,20
Ensacado 11 0 0,00
18
Livre 78 31 0,39
Ensacado 77 0 0,00
19
Livre 17 0 0,00
Ensacado 13 0 0,00
20
Livre 32 0 0,00
Ensacado 17 0 0,00
23
5. DISCUSSÃO
As abelhas da tribo Centridini são as de maior importância como polinizadoras para a
cultura da acerola (GUEDES et al., 2010; SIQUEIRA et al., 2011; VILHENA & AUGUSTO,
2006; MACHADO, 2011), além das espécies da tribo Trigonini (MELO et al., 1997),
Meliponini e Tetrapediini (VILHENA & AUGUSTO, 2006), pertencentes as famílias Apidae
e Anthophoridae. Segundo Machado (2011), em trabalho realizado no Recôncavo da Bahia, a
distribuição dos indivíduos polinizadores de flores de acerola foi de 91,9% para Centridini,
7,2% para Apini e 0,9% para Tetrapediini. As espécies pertencentes a tribo Centridini com
maior frequência de visitação na acerola são: Centris aenea (Apidae) e Centris varia
(MACHADO, 2011; SCHLINDWEIN et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2015). Vilhena &
Augusto (2006), encontraram as espécies visitantes Centris (Centris) flavifrons (Apidae),
Centris (Centris) varia, Epicharis (Epicharana) flava e Centris (Centris) sp, responsáveis por
19,8%, 17,6%, 10,9% e 7,20% das visitas, respectivamente.
Não foram coletadas por meio de armadinhas pan trap, uma grande abundância de
abelhas, sendo Anthophoridae a única família da ordem Hymenoptera com abundância
representativa. Porém, foram coletadas espécies de duas famílias de Diptera com abundâncias
elevadas, sendo elas: Syrphidae e Sarcophagidae. Em trabalho realizado no centro urbano de
Colatina (ES) (BOTI et al., 2014) foi observada além da frequente visitação das abelhas
solitárias Centris, a grande frequência de visitação e acúmulo de pólen no corpo de espécies
pertencentes à família Syrphidae. Estes possuem hábito de visitação das flores de aceroleira no
período matutino, com duração de 0,5 segundos de pouso, tocando o estigma de todas as flores
visitadas e promovendo a transferência dos grãos de pólen, sendo considerados potenciais
polinizadores da aceroleira (BOTI et al., 2014).
Não há relatos de espécies da família Sarcophagidae como polinizadores efetivos em
aceroleiras, porém, trabalho realizado em Taperoá (Paraíba) observaram visitação das famílias
Tachinidae, Syrphidae e Sarcophagidae (Diptera), coletando néctar das flores de mofumbo
(Combretum leprosum), uma árvore brasileira nativa da caatinga (QUIRINO & MACHADO,
2001). As espécies da família Sarcophagidae também foram consideradas como polinizadores
efetivos para a espécie Geonoma brevispatha (Arecaceae), em trabalho realizado na mata de
galeria em Uberlândia (MG), pois foram encontradas durante todo o período de estudo visitando
as flores estaminadas e pistiladas, além de apresentarem pólen aderido ao corpo (OSTROROG
& BARBOSA, 2009). Apesar da captura de insetos desta família nos levar a crer em sua
participação na polinização de aceroleiras, é importante a captura e constatação de transporte
de pólen por indivíduos desta família.
24
Em trabalhos com a cultura da Manga, dentre os visitantes coletados, as famílias de
Diptera, sendo elas: Calliphoridae, Chironomidae, Dolichopodidae, Milichidae, Muscidae,
Otitidae, Sarcophagidae, Syrphidae, Tachinidae, Tephritidae e Tipulidae destacam-se como
potenciais polinizadores para a cultura (SOUZA et al., 2010). As famílias da ordem Diptera
aparecem como as mais importantes ou entre as mais importantes polinizadoras dessa cultura,
embora outros insetos como vespas, abelhas e formigas também possam desempenhar essa
função (SOUZA et al., 2010).
Segundo CANE (2001), a pequena abundância de abelhas coletadas em pan traps pode
ser justificada, uma vez que abelhas que visitam flores em determinada altura tendem a não
forragearem em alturas diferentes. Além disso, foi comprovado que a quantidade de abelhas
coletadas em pan traps é inversamente proporcional ao número de flores nas áreas,
demonstrando que as abelhas são mais atraídas pelas flores do que pelos pan traps. Desse modo,
no que diz respeito a ao trabalho no pomar aqui estudado, um novo inventário com os pan traps
posicionadas na altura das flores se faz interessante, já que pode representar melhor o conjunto
de polinizadores da aceroleira. Além da disposição dos pan traps, outro fator que pode ter
afetado a visitação dos polinizadores às flores foi o déficit hídrico, já que, em períodos secos,
ocorre redução significativa da produção de frutos de acerola devido ao déficit de polinizadores
(GUEDES et al., 2011).
Em estudo realizado em Dracena (SP), a formação de frutos de acerola ocorreu quando
houve polinização cruzada promovida por insetos, principalmente pelas abelhas, sendo o vento
pouco eficiente, enquanto agente polinizador. No mesmo estudo obteve também como resultado
a não formação de frutos por meio de autopolinização (OLIVEIRA et al., 2015).
Segundo Vilhena (2009), a M. ermaginata foi caracterizada como auto incompatível, ou
seja, dependente da polinização cruzada efetuada por polinizadores para a sua produção. Freitas
et al., (1999), verificaram uma taxa de frutificação de 23,8% sob condições de polinização
cruzada na acerola. Schlindwein et al., (2006), em estudo no Nordeste do Brasil, registraram
que na ausência da atividade dos polinizadores não houve sucesso reprodutivo, porém, com a
presença dos visitantes florais, a taxa de frutificação oscilou de 23% a 53%. A frutificação
efetiva foi contabilizada em 45% em outro estudo realizado na Paraíba (GUEDES et al., 2011).
Apesar da frutificação efetiva dos estudos de Freitas et al., (1999) e Schlindwein et al., (2006)
coincidirem com os números aqui encontrados, os valores obtidos por Guedes et al., (2011) são
superiores.
Essa oscilação que varia em torno de 20 a 50% entre estudos pode ser explicada devido
às condições climáticas, tanto da região quanto relacionado a época em que o estudo foi
25
desenvolvido, já que estudos em uma mesma região apresentam oscilações significativas
dependendo da época em que foi desenvolvido (SCHLINDWEIN et al., 2006). Guedes et al.,
(2011), obteve como resultado em seu trabalho que no período seco existe um baixo sucesso
reprodutivo de aceroleira além de um déficit de polinizadores nesta época. Este baixo sucesso
reprodutivo neste período pode justamente estar relacionado com a falta de polinizadores nesta
época, já que foi constatado que a polinização é essencial para uma frutificação efetiva de
aceroleiras, decorrente à auto incombatibilidade observada na cultura (VILHENA, 2009). Além
das condições ambientais, essa oscilação de produção pode estar relacionada com as
características genéticas dos indivíduos (PAIVA et al., 1999, GUEDES et al., 2011).
Experimento realizado em Petrolina mostraram que as variedades apresentam diferentes
porcentagens de frutificação, variando também, em relação à qual delas foi utilizada como
doadora ou receptora de polén, desta forma, quando a variedade Okinawa foi usada como
receptora de polén da Sertaneja, o percentual de frutificação foi de 43%, e na situação contrária
de apenas 17%.
Além de ser de grande importância para a frutificação em aceroleiras, trabalhos
realizados no Recôncavo da Bahia observaram que a visitação dos insetos nas flores influenciou
também na qualidade dos frutos, por apresentarem frutos menos ácidos e com teor de vitamina
C maior (MACHADO, 2011).
Assim, este estudo se torna de grande importância, uma vez que possui aplicação tanto
para a produção científica, quanto para os produtores de acerola. Além de fonte de informação
para novos estudos e sustentação de argumentos de novos trabalhos com a cultura, é importante
para aqueles que trabalham diariamente nos pomares. Os dados obtidos pelo presente trabalho
são capazes de comprovar a importância da polinização através de uma frutificação muito maior
observada, quando as flores estão livres ao acesso de polinizadores. Este resultado pode afetar
os produtores de acerola de maneira positiva, uma vez que o conhecimento da importância
destes insetos para a produção dos frutos pode incentivar à um manejo mais adequado do pomar,
visando a preservação dos mesmos. Além disso, pode promover uma maior conscientização da
preservação da vegetação natural, principalmente próxima dos pomares, uma vez que esta,
promove grandes ganhos para as culturas devido ao fornecimento gratuito de polinizadores
(JUNIOR & COELHO, 2004).
A melhor estratégia para conservação dos agentes polinizadores é a manutenção dos
ecossistemas intactos de modo a preservar as áreas naturais onde esses insetos vivem, e
encontram materiais adequados para nidificação, além de recursos alimentares diversificados,
obtidos através de espécies fornecedoras de néctar, pólen, óleo e resina (RECH et al., 2014).
26
Em trabalho realizado com a cultura da goiabeira, no município de Santa Teresa (ES),
foi constatado que a polinização cruzada nos pomares próximos de fragmentos florestais
(x=91,5%), foram maiores em relação aos pomares distantes dos fragmentos florestais
(x=79%), o que é atribuído devido a maior abundância de insetos polinizadores em pomares
próximos dos fragmentos (BOTI et al., 2005). Cavalcante (2000), também verificou que a
polinização da gravioleira é dependente de vetores de pólen oriundos de fragmentos florestais,
sendo a frutificação nos pomares próximos a fragmentos florestais igual a 95,2% e a frutificação
em pomares afastados dos fragmentos igual a 11,7%.
Desta forma, além da preservação de fragmentos florestais, outras práticas de manejo
indicadas para a conservação e incremento na abundância de polinizadores são: a restrição de
aplicação de produtos químicos, especialmente durante o período de atividade dos
polinizadores; enriquecimento da área com plantas fornecedoras de recursos florais; e
conservação ou inserção de locais de nidificação das espécies de Centris, como terra exposta,
barrancos onde se encontram ninhos, pedaços de madeira morta com orifícios ou ninhos-
armadilha (GUEDES et al., 2010). Além disso, a irrigação controlada do pomar durante o
período seco é indispensável, uma vez que favorece incremento da abundância de polinizadores
(GUEDES et al., 2010).
27
6. CONCLUSÃO
Além de espécies da família Anthophoridae (Ordem: Hymenoptera), espécies
pertencentes a família Syrphidae (Ordem: Diptera), podem ser potenciais polinizadores da
cultura da acerola. Apesar de estudos com polinização mostrarem que as abelhas são os
potenciais polinizadores de aceroleira, no presente trabalho, as famílias pertencentes à ordem
Diptera foram os potenciais polinizadores coletados. Devido a autoincompatibilidade
observada na acerola e baixa eficiência de outros meios de transporte do grão de pólen, como
o vento, a polinização cruzada efetuada por insetos, é de grande importância para a produção
de frutos, sendo a frutificação efetiva aqui observada igual a 24%. Estes resultados são
importantes para o produtor de acerola, principalmente, do ponto de vista de reconhecimento
do papel dos polinizadores e da importância em se aumentar a sua disponibilidade dentro dos
pomares, seja por medidas conservacionistas, seja por técnicas de estímulo da presença de
polinizadores no pomar.
28
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