Polímeros trabalho

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Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Química Técnicas de Polimerização em Cadeia São Carlos, 05 de Dezembro de 2013

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Universidade Federal de São Carlos

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

Departamento de Química

Técnicas de Polimerização em Cadeia

São Carlos, 05 de Dezembro de 2013

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Técnicas de Polimerização em Cadeia

Processos de síntese requerem uma série de condições para que se obtenha o produto

final desejado, com um mínimo de subprodutos formados e um rendimento satisfatório, além

disso, em alguns processos requer-se o controle da massa molar do polímero. Assim, a escolha

ou não de determinada técnica depende de:

- Fatores cinéticos/ mecanísticos relacionados ao comprimento e a composição da cadeia;

- Fatores reacionais, como troca de calor, velocidade de reação, viscosidade da mistura

reacional, morfologia do produto, e;

- Fatores econômicos, como custo de produção, aspectos ambientais e etapas de purificação.

Deste modo, as técnicas disponíveis podem ser divididas em dois grupos:

- Sistemas homogêneos: polimerização em massa (bulk polymerization) e polimerização em

solução (solution polymerization) e,

- Sistemas heterogêneos: polimerização em suspensão (suspension polymerization) e

polimerização em emulsão (emulsion polymerization).

a) Polimerização em massa:

A polimerização em massa não requer qualquer tipo de diluição, utilizando-se apenas o

monômero e um iniciador, não ocorrendo a formação de nenhum subproduto. No processo, o

iniciador pode ser tanto um agente físico (calor, radiação eletromagnética) quanto um agente

químico que é adicionado ao monômero.

A técnica tem como critério único a miscibilidade do iniciador e do polímero formado

no monômero a ser utilizado.

Podemos citar como vantagens da técnica:

- Produto final é obtido praticamente puro;

- Alto rendimento;

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- Utilização de equipamentos simples;

- Não se utiliza solventes;

No entanto, as desvantagens são:

- Dificuldade no controle de temperatura;

(A polimerização é por si só uma reação exotérmica, podendo-se gerar ao longo da reação

pontos quentes dentro do reator, o que instabiliza o crescimento da cadeia aumentando sua

velocidade de término, o que gera polímeros com uma larga faixa de distribuição de massa).

- Aumento da viscosidade do meio ao longo da reação;

(Com o aumento da viscosidade o monômero tem menor acesso aos centros ativos da cadeia

em crescimento, o que gera também várias distribuições de massa).

- Necessidade, em alguns casos, da remoção de monômeros e iniciadores que não reagiram.

Esse tipo de técnica é utilizado na polimerização “passo-a-passo” como o nylon-6 e em

polimerizações de crescimento de cadeia, obtendo-se poliestireno, policarbonato e polietileno,

além disso, é largamente utilizado na indústria permitindo a obtenção de peças moldadas

diretamente a partir do monômero com temperaturas relativamente baixas, como é o caso

das capas de acrílico, como pode ser visto no esquema:

b) Polimerização em solução:

A técnica consiste em adicionar um solvente inerte à mistura monômero/iniciador de

modo a melhorar a transferência de calor, homogeneidade e viscosidade do meio ao longo da

reação obtendo-se polímeros mais uniformes em relação à polimerização em massa.

Inicialmente, todos os reagentes devem ser miscíveis, no entanto, no decorrer da

reação pode-se obter uma solução de polímero mais solvente como produto final ou um

polímero que seja insolúvel, sendo posteriormente separado e seco.

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Como vantagens, podemos citar:

- Controle de temperatura e diminuição da viscosidade;

- Técnica útil para polímeros que se destinam à utilização sob a forma de solução;

- Distribuição de massa mais uniforme.

E como desvantagens:

- Utilização de solvente;

(Leva à contaminação do produto final, possibilita a reação de transferência de cadeia,

toxicidade e inflamabilidade).

- Tem menor rendimento e é mais cara quando comparada com a polimerização em massa.

A técnica é utilizada para obter-se poliolefinas, tintas e vernizes.

c) Polimerização em suspensão:

A polimerização em suspensão é também conhecida como polimerização por pérolas ou

contas, devido a forma como os polímeros são obtidos, é uma polimerização caracterizada

como heterogênea, onde o monômero e o iniciador são insolúveis no meio dispersante, que

em geral é a água.

A polimerização em suspensão se passa em partículas em suspensão no solvente, com um

tamanho médio entre 1 a 10 mm, onde se encontram o monômero e o iniciador. Nesta

técnica, um fator preponderante é a agitação, pois, dependendo da velocidade de agitação

empregada, o tamanho da partícula varia.

Além do monômero, iniciador e solvente, também são adicionados ao meio reacional

surfactantes, substâncias químicas que auxiliam na suspensão do polímero formado, evitando

a coalizão das partículas e, consequentemente, a precipitação do polímero, sem a formação

das pérolas. A precipitação do polímero também pode ser evitada pela adição ao meio

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reacional de um polímero hidrossolúvel de elevado peso molecular, que aumente a

viscosidade do meio. A incorporação destes aditivos ao sistema dificulta a purificação do

polímero obtido.

Como vantagens, podemos citar:

- Fácil controle da temperatura

- Produto usável diretamente

- Fácil de manusear

E como desvantagens:

- Contaminação com o agente estabilizador

- Coagulação possível

- Requer agitação contínua

A técnica pode ser utilizada em resinas trocadoras de íons, espuma de PS, PVC.

d) Polimerização em emulsão:

A polimerização em emulsão é uma polimerização heterogênea em meio aquoso, que

requer uma série de aditivos com funções específicas como: emulsificante (geralmente um

sabão), tamponadores de pH, colóides protetores, reguladores de tensão superficial,

reguladores de polimerização (modificadores) e ativadores (agentes de redução).

Neste tipo de polimerização, o iniciador é solúvel em água, enquanto o monômero é

parcialmente solúvel. O emulsificante tem como objetivo formar micelas, de tamanho

entre 1 nm e 1 mm, onde o monômero fica contido. Algumas dessas micelas são ativas, ou

seja, a reação de polimerização se processa dentro delas, enquanto outras são inativas,

constituindo apenas uma fonte de monômero. A medida que a reação se processa, as

micelas inativas suprem as ativas com monômero, que crescem até formarem gotas de

polímeros, originando posteriormente os polímeros.

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Como vantagens, podemos citar:

- Baixa viscosidade

- Controle independente de velocidade e massa molecular

- Aplicação direta de todo conteúdo do reator

E como desvantagens:

- Contaminação do produto com aditivos

- Mais complicada no caso de monômeros solúveis em água

A técnica pode ser utilizada em teflon, elastômeros, revestimentos industriais.

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Bibliografias:

Canevarolo Jr., S.V, Ciência de Polímeros: um texto para tecnólogos e engenheiros, São

Paulo, Ed: Artliber, 2002, 2°ed. Pág: 120-122

Mano, E.B: Introdução a Polímeros, São Paulo, Ed: Edgard Bluncher, 2004, 2°ed. Pág: 52-56

http://www.scielo.br/pdf/po/v17n2/a16v17n2.pdf

http://enq.ufsc.br/disci/eqa5517/pratica_polimerizacao.pdf