jardimPosso escrever do mundo, do fundo, sem parecer s melancolia.Posso encontrar meu doce, delicadeza e solido.Vou ecoar todas as vozes que j foram roucas de tanto lutar,posso ser aquela que deixa ir, sem medo de esperarrenovar.Posso mover meu jardim de lugar,revirar minha terras,adubar minhas flores vivas,e retiras as mortas para adubar as outras.Posso molhar o cho rachadoressecado de dor e solido.Posso emanar pensamentos de fertilidade,posso respirar o cheiro de planta,posso ver brotar minha muda de roseira roubada,roseira vermelha,de sangue, de vida.Posso revirar, renascer, fazer girar,o campo de vida-morte-vida,minhas flores,meu jardim,meu cho.Sagrado cho.

desencaparAo chorar minha amada deusa,minha solido, meu desalento que mais parecia imensido.Eu pude ouvir sua voz docee o som de uma canoque dizia "A vida d para quem se d"

Aprofundada do meu infinito, no mais obscuro,me vi saindo de uma floresta densa.Envolvida numa capa pesada e luto, de desiluso.Quando ento a deusa me dizia...v l, est pronta para voar,reside em voc mesma a necessidade de permanecer presa,dispa-se da pesada capa e se solte ao luar,gire como uma folha solta no vento,e colha suas folhas, maduras e perfumadas.

J entendida da dicotomia medo/vontade.Abri o lao da pesada capa e me despi no amanhecer do dia,as brisas da aurora traziam leves arrepios,e minha nudez crua inaugurava novas percepes.No sabia/sei ao certo quais caminhos encontrar.Uma leve esperana movia/move meus passosno encanto do alvorecer...

ClareiraCheguei um ponto do caminho onde a trilha se apagou.Estrada aberta, sigo para canto algum,pareo j ter visto toda essa paisagem antes,mas no sei mais onde estou.

Eu, acostumada a estar fechada em cercas,me perdi...em mim.ou nesse todo, to imenso,to fcil se desencontrar...

Meu universo que parecia antes, belo e ilimitado,hoje me pareceu gasto e entediante.

Observo, meio de relance, as ilhas em volta,tentando sentir/perceber alguma cena indita.Algum filme com roteiro que me incomode,ou quem sabe me encante pelo novo.

Quero abertura para outros campos,outros cantos,Fogo de viver.

Caleidoscpio um caleidoscpio de vaidades,onde eu me sinto to interessantedentro dos olhos dos que ainda nos procuram pra animar suas noites amarelas.Velocidade;Pequenos espelhos se movem e criam rpidos feixes de luz piscandoentre sombras lancinantes, por vezes angulosas e deprimentes.A qumica alerta meu corpoe sinto um suave a aparente inocente bem estar.Quanto tempo durar?Desejo que a vida estacione aqui mesmo,Neste instante onde eu, confortvel em mim, seguro um copo.Um sorriso envernizado, entre meus comentrios divertidos, me faz pensar que a vida boa;Sim ela boa,nesta unidade por vezes descontrolada, onde me sinto um ser existente,uma personalidade cativante, adorvel.Mas e se a vida por nadame esculpir dos poros o brilho do verniz, deixando crua a minha pelecomo fosse uma seringueira sangrando?Como me reinventar?