Poesia

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Poesia. http://nanamada.blogspot.com/2007/01/criao-de-ado-michelangelo.html. Carlos Drummond de Andrade - PowerPoint PPT Presentation

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Poesiahttp://nanamada.blogspot.com/2007/01/criao-de-ado-michelangelo.html

Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade

Sua obra atravessa todas as possibilidades da poesia. Os problemas do mundo, a saudade de Minas Gerais, a existência, repetições propositais, cotidiano, questionamento crítico, o apelo social.

Alguma poesia; José; A Rosa do Povo; Claro Enigma; Poesia Completa; Confissões de Minas; Auto-retrato e outras crônicas;

Quadrilha “João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história.”

ÀS MÃES 

Suas  Mãos 

Aquele doce que ela fazquem mais saberia fazê-lo?

Tentam.  Insistem, caprichando.Mandam vir o leite mais nobre.

Ovos de qualidade são os mesmos,manteiga, a mesma,

iguais açúcar e canela.É tudo igual.  As mãos (as mães?)

são diferentes.

Cecília MeirelesCecília Meireles

Corrente espiritualista (neo-simbolista), intimismo, misticismo, introspecção, viagem interior, sonho, fantasia, solidão. Efemeridade e fugacidade. Redondilhas menores e/ou maiores. Passado, natureza, beleza física, a vida.

Espectros; Baladas para El-Rei; Vaga Música; Romanceiro da Inconfidência; Antologia Poética; 

“Eu não dei por esta mudançatão simples, tão certa, tão fácil.- Em que espelho ficou perdidaa minha face?”(Retrato)

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

– não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

– mais nada.

Vinicius de MoraesVinicius de Moraes

Sensualismo erótico, “carpe diem”, Classicismo (sonetos), poesia social, MPB (Bossa Nova), Teatro (Orfeu da Conceição), música infantil.

Forma e Exegese; Poemas, Sonetos e Baladas; Livro de Sonetos; A Arca de Noé;

“De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.”(Soneto de Fidelidade)

SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.

FELICIDADE 

Tristeza não tem fimFelicidade sim...

A felicidade é como a plumaQue o vento vai levando pelo ar

Voa tão leveMas tem a vida breve

Precisa que haja vento sem parar. 

A felicidade do pobre pareceA grande ilusão do carnaval

A gente trabalha o ano inteiroPor um momento de sonho

Pra fazer a fantasiaDe rei, ou de pirata, ou jardineiraE tudo se acabar na quarta-feira.

Os textos dialogam• Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói, e não se sente;é um contentamento descontente,é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;é um andar solitário entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;é servir a quem vence, o vencedor;é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

Luis Vaz de Camões

A CRIAÇÃO DE ADÃOMichelangelo

I Coríntios 13

1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Renato RussoMonte Castelo

Murilo MendesMurilo Mendes

Guerra, realidade social, religiosidade, poemas-piada, humor

Poemas; A poesia em pânico; As Metamorfoses; Mundo Enigma; Poesia Liberdade;

“A poesia não pode nem deve ser um luxo para alguns iniciados: é pão cotidiano de todos, aventura simples e grandiosa.” 

“Mamãe vestida de rendastocava piano no caos.Uma noite abriu as asasCansada de tanto som,Equilibrou-se no azul,De tonta não mais olhouPara mim, para ninguém!Caiu no álbum de retratos.”(Pré-história)

O FARRISTA 

Quando o almirante CabralPôs as patas no Brasil

O anjo da guarda dos índiosEstava passeando em Paris.Quando ele voltou da viagem

O holandês já está aqui.O anjo respira alegre:

"Não faz mal, isto é boa gente,Vou arejar outra vez."

O anjo transpôs a barra,Diz adeus a Pernambuco,Faz barulho, vuco-vuco,

Tal e qual o zepelimMas deu um vento no anjo,

Ele perdeu a memória...E não voltou nunca mais.

POEMA ESSENCIALISTA 

A madrugada de amor do primeiro homemO retrato da minha mãe com um ano de idade

O filme descritivo do meu nascimentoA tarde da morte da última mulher

O desabamento das montanhas, o estancar dos rios

O descerrar das cortinas da eternidadeO encontro com Eva penteando os cabelos

O aperto de mão aos meus ascendentesO fim da idéia de propriedade, carne, tempoE a permanência no absoluto e no imutável.

Jorge de LimaJorge de Lima

Verso livre, descritivo, prosa em verso (narrativa), poesia social, religiosa, Material X Espiritual;

XIV Alexandrinos; Tempo e Eternidade; Poemas Negros; O Anjo; “Ora, se deu que chegou(isso já faz muito tempo)no bangüê dum meu avôuma negra bonitinhachama negra Fulô.Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!.”

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES 

Lá vem o acendedor de lampiões da rua!Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à luaQuando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continuaOutros mais a acender imperturbavelmente,À medida que a noite aos poucos se acentua

E a palidez da lua apenas se pressente.Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —

Ele que doira a noite e ilumina a cidade,Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinuaCrenças, religiões, amor, felicidade,

Como este acendedor de lampiões da rua.

Mário QuintanaMário Quintana

A morte, a desilusão, o pessimismo, a angústia, realidade imprecisa, amargura: dissolvidos em névoas na cidade que adotara, Porto Alegre.

Melhores Poemas; Caderno H;

“Quando eu for, um dia desses,poeira ou folha levadano vento da madrugada,serei um pouco do nadainvisível, delicioso”(O Mapa) “Antes, todos os caminhos iam.Agora, todos os caminhos vêm.A casa é acolhedora, os livros poucos.E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.”(Envelhecer)

Dos Leitores

Há leitores que acham bom o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até

hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.

Biografia  

Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia

adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a pisar em cima dele.

O AUTO-RETRATO 

No retrato que me faço- traço a traço -

às vezes me pinto nuvem,às vezes me pinto árvore...

 às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existemmas que um dia existirão...

 e, desta lida, em que busco

- pouco a pouco -minha eterna semelhança,

 no final, que restará?

Um desenho de criança...Terminado por um louco!

Modernismo2a Geração -

Prosa

MODERNISMO

2a Geração (1930 – 1945) – PROSA

CARACTERÍSTICAS GERAIS

• Romance regionalista e social• Destino do homem• Prosa regionalista• Prosa urbana• Prosa psicológica ou intimista

Graciliano RamosGraciliano Ramos

Homem/meio natural, homem/meio social, o mundo interior do personagem, autobiografia, ausência de sentimentalismo, brevidade, concisão (só diz o que é necessário).

Caetés; São Bernardo; Angústia; Memórias do Cárcere; Vidas Secas;

“Fabiano, sua mulher, dois filhos, a cachorra Baleia e o papagaio saem à procura de sobrevivência, sofrendo com a sede e a fome. Matam, então, o papagaio para saciar a fome daquele dia. Procuram um lugar onde pudessem levar uma vida honesta. Mas, em função da seca, nada encontravam. Fabiano era revoltado com a sociedade, sentindo enganado por aqueles que falavam bem (sonhava em falar como o Seu Tomás). Sinhá Vitória cuida dos filhos e leva a vida pobre, sonhando em ter uma cama de couro, como a de Seu Tomás. Mal se instalavam, logo arrumavam as coisas e partiam em busca de nova vida. A vida entrara num círculo vicioso: seca, morta.”

(enredo central de Vidas Secas)

José Lins do RegoJosé Lins do Rego

Romance autobiográficos, cana-de-açúcar, cangaço, misticismo;

Menino de Engenho; Fogo Morto; Doidinho; Pedra Bonita; Riacho Doce;

“O Coronel Lula de Holanda pouco conversava, as danças iam até tarde, e não havia rapaz que tivesse coragem de tirar a moça do Santa Fé para dançar. Ficava de lado, indiferente à alegria das quadrilhas, como um fantasma, branca, de olhos fundos, de cabelos penteados como velha.”(Fogo Morto)

Jorge AmadoJorge Amado

Problemas sociais (idealismo partidário); lendas, crenças, tipos humanos, realidade e sonho; ciclo do cacau.

O país do carnaval; Cacau; Capitães de Areia; Terras do Sem Fim; Gabriela, cravo e canela; Dona Flor e seus dois maridos; Tenda dos Milagres; Tieta do Agreste;

“Centrada num grupo de garotos abandonados que tinham por líder Pedro Bala. A sobrevivência é sua meta diária. Volta-Seca vira cangaceiro; Sem-pernas morre ao fugir da polícia; Gato vira gigolô. Os demais conseguem recuperar-se, motivados por seu líder, Pedro.”

(Capitães de Areia)

Rachel de QueirozRachel de Queiroz

A temática da seca no Ceará, linguagem simples, social, conflitos psicológicos.

O Quinze; João Miguel; Caminho de Pedras; As Três Marias; Dora Doralina;

“Realmente a vaca já fedia, por causa da doença. Toda descamada, formando um grande bloco sangrento, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá da frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o achado, executavam no ar grandes rodas festivas, negrejando as asas pretas em espirais descendentes.”

(O Quinze)

Érico VeríssimoÉrico Veríssimo

Linguagem simples, direta, beirando o lugar comum, porém, de grande valor a um contador de histórias.

1o Ciclo: Romances Urbanos: Porto Alegre; problemas morais e espirituais; conflitos existenciais; aspectos sociais: ricos X pobres. Imigrantes. Guerra Espanhola. Morte (suicídio). - Clarissa; Um lugar ao sol; Saga; O resto é silêncio; 

Érico VeríssimoÉrico Veríssimo

2o Ciclo: Romances Históricos: investigação do passado histórico do Rio Grande do Sul. Guerras na fronteira; missões jesuíticas, estâncias, colonos, espanhóis. Federalistas X Republicanos. Coragem, lealdade, tradição.-O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, O arquipélago;

– Ora vai-te à merda! – exclamou Rodrigo entesando bruscamente o busto. – Não atiraste no tenente porque eras amigo dele, porque tinhas dezenove anos... porque não é fácil matar um homem. Mas não me venhas com Freud. Ah, essa não! A troco de que santo havias de desejar a morte do teu pai?

3o Ciclo: Romances Sociais: discriminação racial, ditadura, perseguição política, autodeterminação; capitalismo X comunismo.-O Senhor Embaixador; O Prisioneiro; Incidente em Antares;

– A julgar pelas palavras do prefeito municipal e do promotor público, nossa presença é indesejável na cidade, incômoda aos seus habitantes. Em suma, nosso desaparecimento foi plenamente aceito por todos, o que vem confirmar a minha teoria de que se por um lado o homem jamais se habitua à idéia da própria morte, por outro aceita sempre, e com admirável facilidade, a morte alheia. Vossa repulsa e vossa má vontade para com nossos corpos nos outorga a liberdade de dizer o que realmente pensamos de vós.

José Américo de AlmeidaJosé Américo de Almeida

Ricos X pobres; exploração humana; seca; jagunços; retirantes; espírito de honra do nordestino: seus valores, sua dignidade, sua vida.

A Bagaceira;

Meninotas, com as pregas da súbita velhice, careteavam torcendo as carinhas decrépitas de ex-voto. Os vaqueiros másculos, como titãs alquebrados, em petição de miséria. Pequenos fazendeiros, no arremesso igualitário, baralhavam-se nesse atônito aniquilamento.Mais mortos do que vivos. Vivos, vivíssimos só no olhar. Uns olhos espasmódicos de pânico, como se estivessem assombrados de si próprios. Agônica concentração de vitalidade faiscante. Fariscavam o cheiro enjoativo do melado que lhes exacerbava os estômagos jejunos. E, em vez de comerem, eram comidos pela própria fome numa autofagia erosiva.