Poema - Vazio

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Vazio Houve um tempo em que o vento soprava As folhas se espalhavam E a brisa, suave e agradável ao toque, No rosto da musa passava Houve um tempo em que a música tocava A batida do tambor ritmava E nessa toada, singular e não anunciada, O coração ao compasso não acompanhava E nesse momento o tempo parava As palavras não saíam Porque o coração tímido Com a voz não negociava Acanhado, introvertido, não podia continuar Se algo queria, bastava falar Certeza não era, mas melhor do que morrer Com palavras na boca que nunca iriam ver o sol nascer Para no vácuo não permanecer Até a beira do poço foi Recitar palavras Mas o não crível recebeu é o que foi

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Poema

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Page 1: Poema - Vazio

Vazio

Houve um tempo em que o vento soprava

As folhas se espalhavam

E a brisa, suave e agradável ao toque,

No rosto da musa passava

Houve um tempo em que a música tocava

A batida do tambor ritmava

E nessa toada, singular e não anunciada,

O coração ao compasso não acompanhava

E nesse momento o tempo parava

As palavras não saíam

Porque o coração tímido

Com a voz não negociava

Acanhado, introvertido, não podia continuar

Se algo queria, bastava falar

Certeza não era, mas melhor do que morrer

Com palavras na boca que nunca iriam ver o sol nascer

Para no vácuo não permanecer

Até a beira do poço foi

Recitar palavras

Mas o não crível recebeu é o que foi

Page 2: Poema - Vazio

Com a espada no peito

E o arco do lado

Voltou a se levantar para

Para tentar outro jeito

Uma moeda no poço

Para a solução desejada

Um rolo recebido

Uma pena afiada

E com o vento que soprava

A folha se foi

Levando ao relento

Um último esforço a contento

Com pouco dito, mas de esperança merecida

A folha foi ao ar, revelando a escrita:

Can I have a chance or not?

Whatever be the answer, friendship always will be reinforced