Pódio - 27 de março de 2016

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016 CLÁSSICO Vasco e Botafogo duelam pelo Carioca Pódio E7 DIVULGAÇÃO Obrigado, esporte! Pódio apresenta história de pessoas que tiveram a vida transformada por meio do esporte. Pódio E4 e E5

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016

CLÁSSICO

Vasco e Botafogo duelam pelo CariocaPódio E7

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AÇÃO

Obrigado, esporte!Obrigado, esporte!Pódio apresenta história de pessoas que tiveram a vida transformada por meio do esporte. Pódio E4 e E5

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016E2 PódioPódio

PÓDIO – Mesmo após se aposentar, por onde você passa é recebido com muito carinho. O que isso signifi ca para você?

VIOLA – Isso é muito bom. Amo Manaus, sempre sou mui-to bem recebido na cidade. É um dos lugares mais bonitos que já visitei. Sempre é bom receber o carinho das pessoas. Por tudo aquilo que represen-tei no futebol brasileiro, dentro da seleção, sendo campeão do mundo e mesmo depois de largar o futebol, ainda conti-nuo recebendo o carinho das pessoas. Isso para mim é o máximo. Estar no meio de pessoas simples, humildes e trabalhadoras. Manaus tem o meu jeito. Gosto desta terra.

PÓDIO – Como foi o seu

começo no futebol?VIOLA – Foi um começo di-

fícil. Naquela época não tínha-mos a facilidade que temos, hoje, de subir rapidamente ao profi ssional. Antigamente era mais duro até para trei-nar. Era difícil alcançar o seu objetivo e acabar consagrado naquilo que você almejava. Graças a Deus, os jogadores mais antigos procuraram ter a consciência de buscar fazer um bom trabalho e tiveram

Paulo Sérgio Rosa ou, simplesmente, Viola. Centroavante canhoto, rápido e habilidoso, Viola foi criado no “Terrão”, antigo campo de treinamento das categorias de base do Corinthians. Passou pelo Palmeiras, Santos e Vasco. Fora do país, defendeu as cores do Valencia–ESP e Gaziantepspor–TUR. Porém, ele sempre fi cará marcado como um dos 23 atletas que participaram da conquista do tetracampeonato mundial, em 1994, na Copa do Mundo realizada nos Estados Unidos.Aos 47 anos, Viola já não desfi la sua categoria pelos gramados. Agora, apenas participa de partidas benefi centes. No último fi m de semana, o ex-jogador esteve em Manaus, onde participou de um campeonato de futevôlei ao lado de outros atletas como Alex Dias (Ex-Vasco e São Paulo), Reginaldo (Ex-São Raimundo) e Guigui (considerado o “Pelé” da modalidade).Aproveitando a oportunidade, a equipe do PÓDIO conversou com Viola e relembrou sua história no futebol brasileiro. Além disso, questionou o atleta sobre o atual momento do futebol canarinho e a goleada sofrida na Copa do Mundo realizada no país. Sobre isso, Viola foi direto e não pensou duas vezes antes de revelar a sua opinião.

‘Sou do povo’Viola

profi ssionalismo para alcan-çar uma carreira profi ssional. Eu faço parte dessa turma que sofreu, mas conseguiu fazer um futebol moderno, bonito e pentacampeão. Hoje, tudo está mais fácil. Vemos os jo-gadores colocando chuteiras, chuteiras não, sapatilhas, por-que na minha época as chutei-ras eram mais pesadas. Agora, as bolas pesam menos e os gramados são fenomenais, di-ferente da minha época. Acho que nós, brasileiros, sempre fomos lutadores, gostamos muito do que fazemos. No meu caso, o esporte. Eu vivo o esporte.

PÓDIO – Qual foi a torcida que mais te impactou?

VIOLA – Onde passei, dei-xei saudades. Onde passei, deixei grandes amigos. Onde passei, representei com muito amor, coração, luta e garra as cores do time. Então, fi ca difícil falar de uma equipe só. Eu tive diversas equipes na minha vida, como Palmeiras, Corinthians, Santos, Vasco e Bahia. Algumas outras que são consideradas pequenas, mas para mim são grandes e importantes na minha vida. Tenho uma grande satisfação de ter jogado em vários clu-bes e ter cumprido a minha missão. Isso tudo com muito profi ssionalismo. Por onde passei, deixei amigos e mui-tos gols. Difi cilmente, vamos fi car falando de uma equipe só, mas não posso esquecer de falar primeiro do Corinthians. Foi o clube que me formou. Mas devo muito ao Santos, Palmeiras e Vasco da Gama por abrir as suas portas e me receber de braços abertos. Me sinto muito satisfeito e rea-lizado por ser considerado o artilheiro da alegria, artilheiro de todas as torcidas.

PÓDIO – Realizou o seu

sonho no futebol quando conquistou com a seleção a Copa do Mundo de 1994?

VIOLA – Na verdade, re-alizei o meu sonho quando assinei a minha carteira como profi ssional, jogando pelo Co-rinthians, fazendo aquele gol dia 31 de julho de 1988, quan-do começou a minha história. Lógico, a seleção brasileira é um sonho para qualquer atleta. Agora, ir à seleção, muitos podem conseguir, mas ser campeão do mundo poucos podem conseguir e, felizmente, tenho isso no meu currículo. Sempre com muita

THIAGO FERNANDO

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humildade e simplicidade. Por onde chego, converso com todo mundo, tiro foto com todos e por isso que as pes-soas me idolatram. Não sou político, mas sou do povo.

PÓDIO – O 7 a 1 doeu?VIOLA – Doeu, continua

doendo, mas é vivendo que aprendemos. Acho que os ale-mães se preparam para jogar a Copa do Mundo no Brasil. Muitos não perceberam, mas eles se hospedaram na Bahia. Saíam de lá para jogar em ou-tras cidades como São Paulo e Brasília, mas voltavam para Bahia. A Alemanha é muito fria, mas eles se adaptaram ao clima do país e isso faz diferença, sim. Praticamente, eles saíram na frente de todos. Para nós, isso foi uma lição. É difícil para, nós atletas, para todos os brasileiros, ver a seleção com vários jogadores, que, na minha opinião, são jogadores milionários e não jogadores operários, e sempre a seleção foi composta por jogadores operários, sempre buscando uma qualidade de vida melhor, um contrato me-lhor, uma condição melhor. Na seleção brasileira, nós tí-nhamos uma maioria jogando fora do país. Todos com o seu pé de meia bem feito e a seleção é a sua diversão. Não podemos admitir um atleta que veste a camisa do Brasil, diante do Chile, uma seleção que nunca foi nada perante a nossa seleção, chorando. E não é de emoção, porque você só chora de emoção quando alcança seu objetivo. Naque-le momento, era um alívio. Nos pênaltis, tinha jogadores chorando, jogadores que têm nome, até jogador que carre-gava uma faixa de capitão, que deveria ser o último a abandonar o barco, já pulando. Fiquei muito triste quando vi essa cena, porque ali, diante

do Chile, como torcedor, já gostaria que a seleção saísse para não ter vexame mais à frente. Foi o que aconteceu. Isso aconteceria diante de ou-tras seleções como a Holanda. Nossa seleção não se prepa-rou. Convocamos um treinador que tinha acabado de derrubar uma equipe grande para a se-gunda divisão. Não sabíamos quem poderia ser o treinador. Muito se falava que poderia ser o Leonardo, que estava no PSG. Mas acertaram com o Felipão. Deram um presente para o Felipão e ele foi todo despreparado. Convocou al-guns jogadores que, na minha opinião, não deveriam estar naquele momento. Cito até o Miranda, que deveria estar, mas não esteve. Mesmo para não ser titular, mas vivia um bom momento. A seleção pa-rou nesses pequenos erros, e são esses primeiros erros que acabam virando uma bola de neve. O que começa errado, termina errado.

PÓDIO – Hoje, o Viola teria uma vaga no ataque da seleção brasileira?

VIOLA – Teria, porque não temos centroavante nesTe paÍs. Se você me apontar um centroavante que teria condi-ções totais de vestir a camisa 9 da seleção brasileira, não teria chance para mim. Já que não tem ninguém, eu daria um caldo e muito bem.

PÓDIO – O que o esporte trouxe para você?

VIOLA – Tudo o que você pode imaginar. Caráter, sa-bedoria. Não tive um estudo como muitos por aí. Não sou doutor. Estudei até a quinta série, mas, graças a Deus, a minha convivência no meio do futebol, conversando com um da imprensa, com um diretor ou outro, aprendi muitas coi-sas. O esporte me proporcio-

nou alegria, felicidade, muita saúde. Hoje, não jogo mais futebol, mas parei muito bem. Sinto saudades, mas ao mes-mo tempo não sinto, porque, se jogar no meio de ruins, você acaba fi cando ruim. Então, prefi ro fi car no meu lugar. Não só o futebol, mas aconselho qualquer criança a praticar um esporte para que você possa ocupar a mente dessa criança. Pode ser que você não tire dali um profi ssional, mas a criança vai crescer com caráter, per-sonalidade, vai aprender a ser justa e ter responsabilidade. É isso que sou hoje.

Era difícil alcançar o seu objetivo e acabar consagrado naquilo que você almejava. Graças a Deus, os jogadores mais antigos procura-ram ter a consciência de buscar fazer um bom trabalho e tiveram profissionalismo para alcançar uma carreira profissional. Eu faço parte dessa turma que sofreu, mas consegui-mos fazer, ainda, um futebol moderno, bonito e pentacampeão”

Não podemos admitir um atleta que veste a camisa do Brasil, diante do Chile, uma seleção que nunca foi nada perante a nos-sa seleção, chorando. E não é de emoção, porque você só chora de emoção quando alcança seu objetivo. Naquele momento, era um alívio. Nos pê-naltis, tinha jogadores chorando, jogadores que têm nome, até jo-gador que carregavam uma faixa de capitão e deveria ser o último a abandonar o bar-co, já pulando. Fiquei muito triste quando vi essa cena, porque ali, diante do Chile, como torcedor, já gostaria que a seleção saísse para não ter vexame mais à frente. Foi o que aconteceu”

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Willian D’Ângelo

Colunista do pódio

A Copa do Mundo de 1962 foi a sétima edição do Mundial da Fifa, que ocorreu de 30 de maio até 17 de junho. O evento foi sediado no Chile, tendo par-tidas realizadas nas cidades de Arica, Rancagua, Viña del Mar e Santiago. Dezesseis seleções nacionais foram qualifi cadas para participar desta edição do campeonato, sendo dez de-las europeias (União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça, Tchecoslováquia, Espanha, Hungria, Inglaterra e Bulgária) e seis americanas (Chile, Brasil, Uruguai, Argenti-na, Colômbia e México).

A grande campeã desta copa foi a seleção brasileira, que, como campeã da Copa anterior de 1958, não havia participado das eliminatórias pois já tinha vaga garantida. A seleção con-tou com muitos jogadores da Copa da Suécia, como Gilmar, Djalma Santos, Nílton Santos, Didi, Zagallo, Vavá, Pepe, Zito, Garrincha e Pelé.

Durante a Copa, o Brasil per-deu Pelé, sua maior estrela, logo no segundo jogo quando ele se machucou contra a Tchecoslo-váquia. Apesar desta grande baixa, Pelé foi substituído por Amarildo, que marcou logo dois gols no seu jogo de estreia na vitória de 2 a 1 sobre a Espanha.

Com a contusão de Pelé no segundo jogo da primeira fase, o Brasil dependeu de outro craque

Brasil campeão do Mundo de [email protected]

Túnel do tempo

Entre muitas curiosida-des da Copa do Mundo de 1966, a competição foi a primeira que brasilei-ros puderam ver pela TV, em videota-pe. As fi tas vinham de avião e eram exibidas dois dias depois da realização dos jogos. Ay-moré Moreira foi o primeiro ex-jogador da seleção brasi-leira a dirigir a equipe em uma Copa”

para levantar pela segunda vez o troféu de campeão mundial: Mané Garrincha. Com dribles desconcertantes, irreverência, cruzamentos precisos e chutes poderosos, o “gênio das pernas tortas” encantou os chilenos e foi considerado o melhor joga-dor do torneio.

A realização da Copa no Chile contrariou muitos prognósticos. O país era o azarão entre os quatro que pretendiam levar o Mundial. Os outros eram Espa-nha, Alemanha e Argentina. A Fifa decidiu que, após duas edições seguidas na Europa, a América

do Sul teria direito a ser sede.Em muitas curiosidades da

Copa do Mundo de 1966, a competição foi a primeira que brasileiros puderam ver pela TV, em videotape. As fi tas vinham de avião e eram exibidas dois dias depois da realização dos jogos. Aymoré Moreira foi o primeiro ex-jogador da seleção brasileira a dirigir a equipe em uma Copa. Nos anos 1930, ele foi goleiro em quatro partidas - três delas contra a Argentina.

Com Argentina e Uruguai eli-minados na primeira fase, Chile e Brasil foram os únicos repre-

sentantes da América do Sul nas quartas-de-fi nal – as seis equi-pes restantes eram europeias. Nessa fase, os anfi triões surpre-enderam os soviéticos – em uma das poucas partidas infelizes da carreira do extraordinário golei-ro Lev Yashin – e avançaram à semifi nal, justamente contra o Brasil. Foi o único momento da estadia andina em que os anfi -triões, sempre simpáticos com a seleção, voltaram-se contra os atletas canarinhos.

Após superar as poderosas Alemanha e Iugoslávia nas quar-tas e semifi nais, a Tchecoslová-

quia chegava à decisão contra o Brasil disposta a consumar sua surpreendente campanha em terras sul-americanas. Tal façanha fi cou próxima quando os vermelhos abriram o placar, aos 16 minutos, com Masopust. Pela segunda vez seguida, a seleção saiu atrás no placar em uma fi nal de Copa do Mundo – mas, também pela segunda vez, conseguiu a virada, desta feita sem uma atuação brilhante de Garrincha, liberado para atuar na decisão. Brasil venceu por 3 a 1 e conquistou seu bicam-peonato mundial.

Seleção campeã em 1962 foi formada basicamente pelos mesmos atletas da Copa de 1958. Pelé se machucou e Garrincha assumiu a liderança do time

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E4 PódioPódio E5MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016

Muito mais que um simples resultadoO esporte tem papel fundamental para a sociedade atual. Em vários casos, ele ajudou a mudar o destino de muitas pessoas.

Quando falamos de esportes, pensamos logo nas modalida-des mais populares

e praticadas, como futebol, atletismo e natação. Lem-bramos das inúmeras emo-ções que cercam uma partida de basquete, uma corrida de Fórmula 1 ou uma luta de MMA. Muitos sorrisos, abraços, beijos e até choros já foram vistos pelos apai-xonados que acompanham de perto os seus atletas ou clubes preferidos.

Para muitos, os esportes são apenas uma diversão, um lazer ou, simplesmente, um passatempo. Para outros, uma necessidade, uma pro-fi ssão ou fi losofi a de vida. Ainda existem aqueles que não gostam, acham desne-cessário para a sociedade e se perguntam: qual é o seu papel? Qual a sua utilidade? Só serve para gastar dinheiro público? Para essas pergun-tas a resposta é uma só: o esporte formar cidadãos.

Podemos encontrar em di-versas modalidades, pessoas que tiveram sua vida impac-tada por uma modalidade. Exemplo disso é o lutador americano Nick Diaz. O atle-ta ganhou fama neste mês ao vencer o irlandês Conor McGregor na edição 196 do UFC, maior evento de MMA do mundo. Considerado por

muitos um “bad boy”, Diaz iniciou no jiu-jitsu ainda na in-fância. Morando em um bairro pobre da Califórnia, o lutador encontrou no esporte uma folga para a violência que via de perto. Além disso, durante o período, o lanche oferecido após os treinamentos era o único alimento que o garoto e seu irmão, o também lutador de MMA, Nate Diaz, tinham durante o dia.

Não precisamos sair do Es-tado para ver outros exemplos de pessoas que tiveram o destino modifi cado pelo es-porte. Bicampeão pan-ameri-cano no revezamento 4x100 metros rasos, Sandro Viana escolheu, já adulto, seguir a carreira de atleta profi ssional. Porém, desde sua infância, o amazonense sempre esteve ligado a atividade esportiva.

“Entrei no esporte por estilo de vida, como uma fi losofi a, isso desde pequeno. Não lem-bro de uma fase da minha

vida onde não estive ligado ao esporte. Pratico desde muito novo. Não fi z outra coisa a não ser praticar esporte. E isso me ensina. Entrar no esporte profi ssional foi consequência do amor que sentia no esporte amador. Pratiquei uma gama de esportes. Isso fez com que ganhasse uma visão que poderia buscar um algum a mais se entrasse no esporte profi ssional. Foi isso que aca-bou acontecendo de forma natural”, explicou o corredor, que disputou competições em mais de 27 países. Assim, Sandro teve a oportunidade de conhecer outras culturas e costumes. Segundo o atleta, por tudo isso, ele não se vê fazendo outra coisa que não esteja ligada ao esporte.

“Adquiri conhecimentos ao redor do mundo, aprendi outras línguas e ganhei o reconhecimento nacional e internacionalmente. Isso me mostrou que se você tiver um talento, uma vocação e focar, você terá um retorno. Não me vejo trabalhando em outros lugares como engenharia ou segurança pública. Me vejo no esporte e estou pronto para debater com qualquer pessoa. Busco informações. Isso vem de muito tempo, de um caminho muito duro e árduo. Mas tudo valeu a pena. Posso disser com mui-to orgulho que sou atleta e o esporte é o meu meio de vida”, citou Viana.

THIAGO FERNANDO

CONQUISTAS

Sandro Viana foi campeão nos Pan-A-mericanos de 2007, realizado no Rio de Janeiro (RJ), e em 2011, disputado em Guadalajara (MEX), na prova de reve-zamento dos 4x100 metros rasos

Não são apenas os atle-tas profi ssionais que tive-ram suas vidas impactadas graças à pratica esportiva. Diariamente, inúmeras pes-soas conhecem um esporte e esse primeiro passo pode ser o sufi ciente para trans-formá-las para sempre. Foi isso que aconteceu com a família Lacerda. Em 2010, o coordenador de logís-tica Hudson Lacerda, 35, entrou pela primeira vez na academia de jiu-jitsu Playboy’sss, localizada no Eldorado, Zona Centro-Sul. Acompanhado por sua fi lha Rhanyellye Paixão, na época com 9 anos, e o sobrinho Le-onardo Paixão, com 10 anos, Hudson tinha o objetivo de melhorar a forma física.

Após a primeira aula, eles decidiram continuar. No dia seguinte, ele já ganhou o reforço da esposa, Ana La-cerda, 35. Desde lá, a família nunca mais saiu dos tata-mes. A matriarca da casa explica que esse tempo que eles passaram a ter juntos foi fundamental para melho-rar o convívio família. Eles fi zeram daquele momento, um dos mais importantes do dia, porque ali, todos estavam reunidos.

“Eles começaram a pra-ticar o jiu-jitsu, porque es-tavam ficando gordinhos, estavam quase 10 quilos cada um acima do peso.

O esporte ajudou a melho-rar bastante o convívio de todos. Melhorou bastante também a alimentação e saúde de todos”, disse Ana, que, no mesmo ano, deu à luz Juliano, o filho mais novo do casal. Crescendo praticamente na acade-mia, o garoto, que hoje tem 6 anos, já é apaixonado pelo esporte e várias vezes é o primeiro a pedir para ir treinar.

“Muitos alunos de lá fa-lavam que não era lugar para o Juliano, porque ele era muito novinho e que faria mal. Nem dava ou-

vidos para isso. Ele nunca fi cou doente e adora ir para academia. Às vezes quer ir até fi m de semana. Hoje, vivemos bem melhor que antes em todos os sentidos. Este ano está fazendo 6 anos que eles praticam o esporte. O Hudson pesava 137 quilos quando come-çou. Ele já é dependente do esporte, se parar de praticar, volta a engordar. E não tem como ele parar, porque o Juliano enche o saco para ir para academia. Nosso compromisso de se-gunda a sexta à noite e com a academia”, concluiu Ana.

Hobby ajudou a unir pais e fi lhos

Família Lacerda encontrou no esporte uma maneira de fi car unida

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Por todos os resultados obtidos em sua carreira, Sandro é constantemen-te procurado por jovens que sonham ganhar a vida como profissional em alguma modalidade. O atleta explica que sempre apoia essas pessoas, por-que acredita que o esporte tem um papel social muito maior do que é divulga-do na mídia. Para Viana, as pessoas vendem uma imagem errada, ao invés de promover por ser um veículo barato que pode ser utilizado para ensinar as futuras gerações.

“O esporte é apresen-tado, geralmente, aos jovens como alternativa para quem fracassou na vida. Acho isso um erro, porque é uma ferramen-ta fantástica. É uma das melhores ferramentas criadas pelo homem na sua existência. O espor-

te revela caráter, forma caráter, desenvolve o in-divíduo, mas, infelizmen-te, vejo que é vendido e apresentado para quem não tem oportunidade. “Não deu certo na vida? Vai praticar esportes. Está nas ruas? Vai pra-ticar esportes”. Isso só denigre a imagem do es-porte. Vende o produto de maneira errada”, analisou Sandro, que concluiu mos-trando todo o seu orgu-lho ao falar da atividade que mudou sua maneira de ver o mundo.

“Você nunca vai passar vergonha, porque pratica esportes. Tenha orgulho de seu talento. Minha história começou na parte adul-ta. Tem pessoas que me procuram e compreendem que o esporte ajuda para o resto da vida. Pratique e dê o seu exclusivo e legitimorecado”, concluiu.

Barata ferramenta de ensino Amor pelo esporte veio de berçoAmor pelo esporte veio de berçoNão é qualquer pai que

pode se orgulhar de ter três fi lhos, atletas de alto nível, representando o Brasil em competições pelo mundo. Porém, esse é o caso do faixa-preta de jiu-jitsu e judô Antônio Barbosa. Dentro de casa, ele tem apenas Rafael, Rayfan e Rafaela. Todos lu-tadores que já conquistaram medalhas e orgulharam os amazonenses pelo mundo.

Atleta da seleção brasi-leira de judô, Rafaela ex-plica que o esporte sempre rodeou a sua vida. Graças à paixão de seu pai, todos foram introduzidos desde cedo no mundo das lutas.

“O esporte rodeia mi-nha vida, a vida da nossa família, até do meu rela-cionamento e o dos meus irmãos. A gente escolheu seguir o esporte e ter ele como parâmetro, porque o esporte é vida, é supera-ção, é mudança e evolução.

Ele não nos faz parar, nos acomodar, não nos deixa satisfeito com a derrota e isso nos uniu numa vida juntos para ajudar pessoas, pessoas que não têm espe-rança, não tinham vida, não tinham motivos para viver ou viver com qualidade”, explicou Rafaela, que lidera junto com os demais da fa-mília a Associação Barbosa de Lutas Esportivas (Able).

No projeto social, são atendidos mais de 250 crianças e adolescentes que vivem próximos do Pro-samim do bairro da Cacho-eirinha, Zona Centro-Sul de Manaus. Rafaela conta que vê de perto a mudança que o esporte faz nesses pequenos brasileirinhos. Comportamento, discipli-na e confiança são apenas alguns pontos diretamente afeta. Fora isso, eles ainda aprendem o mais impor-tante: que, sozinhos, não

chegam a lugar nenhum.“Tem gente que pensa

que atleta não pode ter uma vida normal fora dessa linha, vê uma pessoa somen-te esportista ser um grande profissional. Isso é a mais pura mentira. A bênção de ser uma atleta e que o esporte te propor-ciona ser o que quiser e quando quiser, basta se dedicar. Eu amo o esporte pelas pessoas e lugares que conheci. Amo por ser quem sou e ter me feito essa pes-soa de personalidade forte que sabe bem o que quer. Nem tudo são mil fl ores, mas nada me tira o prazer de chorar de alegria ao subir no pódio e até mesmo, cho-rar a cada difi culdade que passo e supero, mesmo que rastejando, mas seguindo sempre em frente e pro-gredindo”, citou o judoca.

Atleta encontrou a fonte da felicidade Quem vê a lutadora de MMA

Mayana Kellen hoje nos ringues não imagina que há pouco mais de 2 anos, o esporte era apenas um meio de obter uma estética melhor. Invicta em sua carreira

profi ssional, Mayana era as-sessora parlamentar na Câ-mara Municipal de Manaus

(CMM) e representante da Prefeitura Municipal de Novo

Aripuanã na capital do Estado.Mesmo estando presente na

sua vida, desde a infância, quan-do praticava vôlei, chegando a defender a seleção do Amazo-nas em competições nacionais, Mayana nunca pensou que sua vida seguiria por este caminho,

principalmente, quando come-çou a trabalhar e estudar.

Para manter a boa forma, ela começou a praticar MMA apenas por hobby, mas logo foi criando amor pela modalidade e vendo que, assim, realmente seria feliz.

“Fiz minha primeira luta e vi que era aquilo que queria. Então

cheguei e disse para a minha mãe. No começo, quando perguntavam qual era a minha profi ssão, tinha vergonha de falar que era atle-ta, porque antes as pessoas só me viam de blazer, sa-pato de bico fi no, cabelinho arruma-do. Tinha vergonha de dizer, porque era uma mudança de vida radical. Hoje não. Tenho orgulho de dizer que sou atleta, lutadora profi ssional. Tem dado tudo certo, não faço fortuna com isso, mas descobri um amor tão grande que isso me faz bem. Atrás de uma mesa tinha mo-mentos felizes, mas não era feliz. Hoje, eu sou”, analisou Mayana, que revela adorar passar o pouco que sabe para as outras pessoas, porque, assim, acredita que pode

levar a mesma felicidade que sente utilizando os esportes como ponte.

“Quando uma criança chega e diz que é minha fã, sinto muita

alegria e isso faz valer a pena toda a mudança.

Cada vez mais vou me apaixonando. Meu sonho é que nun-ca se torne obri-gação e quero transmitir para as

pessoas que

o mais importante é fazer o que gosta e não o dinheiro que ganha-mos. Adoro mostrar para outras pessoas o que sinto pelo esporte.

Transmitir o pouco que sei para os ou-

tros. Quero incentivar as crianças a saírem das ruas e viver na disciplina dos espor-

tes”, fi nalizou a lutadora.

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Sonhando em garan-tir uma vaga nos Jogos Olímpicos deste ano, Sandro Viana passou a treinar em São Paulo

Mayana Kellen abando-nou o cargo de assessora parlamentar para se dedi-car ao MMA profi ssional

Rafaela e Rayfan Barbo-sa dão aula para mais de 250 crianças no projeto social liderado por seu pai

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E4 PódioPódio E5MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016

Muito mais que um simples resultadoO esporte tem papel fundamental para a sociedade atual. Em vários casos, ele ajudou a mudar o destino de muitas pessoas.

Quando falamos de esportes, pensamos logo nas modalida-des mais populares

e praticadas, como futebol, atletismo e natação. Lem-bramos das inúmeras emo-ções que cercam uma partida de basquete, uma corrida de Fórmula 1 ou uma luta de MMA. Muitos sorrisos, abraços, beijos e até choros já foram vistos pelos apai-xonados que acompanham de perto os seus atletas ou clubes preferidos.

Para muitos, os esportes são apenas uma diversão, um lazer ou, simplesmente, um passatempo. Para outros, uma necessidade, uma pro-fi ssão ou fi losofi a de vida. Ainda existem aqueles que não gostam, acham desne-cessário para a sociedade e se perguntam: qual é o seu papel? Qual a sua utilidade? Só serve para gastar dinheiro público? Para essas pergun-tas a resposta é uma só: o esporte formar cidadãos.

Podemos encontrar em di-versas modalidades, pessoas que tiveram sua vida impac-tada por uma modalidade. Exemplo disso é o lutador americano Nick Diaz. O atle-ta ganhou fama neste mês ao vencer o irlandês Conor McGregor na edição 196 do UFC, maior evento de MMA do mundo. Considerado por

muitos um “bad boy”, Diaz iniciou no jiu-jitsu ainda na in-fância. Morando em um bairro pobre da Califórnia, o lutador encontrou no esporte uma folga para a violência que via de perto. Além disso, durante o período, o lanche oferecido após os treinamentos era o único alimento que o garoto e seu irmão, o também lutador de MMA, Nate Diaz, tinham durante o dia.

Não precisamos sair do Es-tado para ver outros exemplos de pessoas que tiveram o destino modifi cado pelo es-porte. Bicampeão pan-ameri-cano no revezamento 4x100 metros rasos, Sandro Viana escolheu, já adulto, seguir a carreira de atleta profi ssional. Porém, desde sua infância, o amazonense sempre esteve ligado a atividade esportiva.

“Entrei no esporte por estilo de vida, como uma fi losofi a, isso desde pequeno. Não lem-bro de uma fase da minha

vida onde não estive ligado ao esporte. Pratico desde muito novo. Não fi z outra coisa a não ser praticar esporte. E isso me ensina. Entrar no esporte profi ssional foi consequência do amor que sentia no esporte amador. Pratiquei uma gama de esportes. Isso fez com que ganhasse uma visão que poderia buscar um algum a mais se entrasse no esporte profi ssional. Foi isso que aca-bou acontecendo de forma natural”, explicou o corredor, que disputou competições em mais de 27 países. Assim, Sandro teve a oportunidade de conhecer outras culturas e costumes. Segundo o atleta, por tudo isso, ele não se vê fazendo outra coisa que não esteja ligada ao esporte.

“Adquiri conhecimentos ao redor do mundo, aprendi outras línguas e ganhei o reconhecimento nacional e internacionalmente. Isso me mostrou que se você tiver um talento, uma vocação e focar, você terá um retorno. Não me vejo trabalhando em outros lugares como engenharia ou segurança pública. Me vejo no esporte e estou pronto para debater com qualquer pessoa. Busco informações. Isso vem de muito tempo, de um caminho muito duro e árduo. Mas tudo valeu a pena. Posso disser com mui-to orgulho que sou atleta e o esporte é o meu meio de vida”, citou Viana.

THIAGO FERNANDO

CONQUISTAS

Sandro Viana foi campeão nos Pan-A-mericanos de 2007, realizado no Rio de Janeiro (RJ), e em 2011, disputado em Guadalajara (MEX), na prova de reve-zamento dos 4x100 metros rasos

Não são apenas os atle-tas profi ssionais que tive-ram suas vidas impactadas graças à pratica esportiva. Diariamente, inúmeras pes-soas conhecem um esporte e esse primeiro passo pode ser o sufi ciente para trans-formá-las para sempre. Foi isso que aconteceu com a família Lacerda. Em 2010, o coordenador de logís-tica Hudson Lacerda, 35, entrou pela primeira vez na academia de jiu-jitsu Playboy’sss, localizada no Eldorado, Zona Centro-Sul. Acompanhado por sua fi lha Rhanyellye Paixão, na época com 9 anos, e o sobrinho Le-onardo Paixão, com 10 anos, Hudson tinha o objetivo de melhorar a forma física.

Após a primeira aula, eles decidiram continuar. No dia seguinte, ele já ganhou o reforço da esposa, Ana La-cerda, 35. Desde lá, a família nunca mais saiu dos tata-mes. A matriarca da casa explica que esse tempo que eles passaram a ter juntos foi fundamental para melho-rar o convívio família. Eles fi zeram daquele momento, um dos mais importantes do dia, porque ali, todos estavam reunidos.

“Eles começaram a pra-ticar o jiu-jitsu, porque es-tavam ficando gordinhos, estavam quase 10 quilos cada um acima do peso.

O esporte ajudou a melho-rar bastante o convívio de todos. Melhorou bastante também a alimentação e saúde de todos”, disse Ana, que, no mesmo ano, deu à luz Juliano, o filho mais novo do casal. Crescendo praticamente na acade-mia, o garoto, que hoje tem 6 anos, já é apaixonado pelo esporte e várias vezes é o primeiro a pedir para ir treinar.

“Muitos alunos de lá fa-lavam que não era lugar para o Juliano, porque ele era muito novinho e que faria mal. Nem dava ou-

vidos para isso. Ele nunca fi cou doente e adora ir para academia. Às vezes quer ir até fi m de semana. Hoje, vivemos bem melhor que antes em todos os sentidos. Este ano está fazendo 6 anos que eles praticam o esporte. O Hudson pesava 137 quilos quando come-çou. Ele já é dependente do esporte, se parar de praticar, volta a engordar. E não tem como ele parar, porque o Juliano enche o saco para ir para academia. Nosso compromisso de se-gunda a sexta à noite e com a academia”, concluiu Ana.

Hobby ajudou a unir pais e fi lhos

Família Lacerda encontrou no esporte uma maneira de fi car unida

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Por todos os resultados obtidos em sua carreira, Sandro é constantemen-te procurado por jovens que sonham ganhar a vida como profissional em alguma modalidade. O atleta explica que sempre apoia essas pessoas, por-que acredita que o esporte tem um papel social muito maior do que é divulga-do na mídia. Para Viana, as pessoas vendem uma imagem errada, ao invés de promover por ser um veículo barato que pode ser utilizado para ensinar as futuras gerações.

“O esporte é apresen-tado, geralmente, aos jovens como alternativa para quem fracassou na vida. Acho isso um erro, porque é uma ferramen-ta fantástica. É uma das melhores ferramentas criadas pelo homem na sua existência. O espor-

te revela caráter, forma caráter, desenvolve o in-divíduo, mas, infelizmen-te, vejo que é vendido e apresentado para quem não tem oportunidade. “Não deu certo na vida? Vai praticar esportes. Está nas ruas? Vai pra-ticar esportes”. Isso só denigre a imagem do es-porte. Vende o produto de maneira errada”, analisou Sandro, que concluiu mos-trando todo o seu orgu-lho ao falar da atividade que mudou sua maneira de ver o mundo.

“Você nunca vai passar vergonha, porque pratica esportes. Tenha orgulho de seu talento. Minha história começou na parte adul-ta. Tem pessoas que me procuram e compreendem que o esporte ajuda para o resto da vida. Pratique e dê o seu exclusivo e legitimorecado”, concluiu.

Barata ferramenta de ensino Amor pelo esporte veio de berçoAmor pelo esporte veio de berçoNão é qualquer pai que

pode se orgulhar de ter três fi lhos, atletas de alto nível, representando o Brasil em competições pelo mundo. Porém, esse é o caso do faixa-preta de jiu-jitsu e judô Antônio Barbosa. Dentro de casa, ele tem apenas Rafael, Rayfan e Rafaela. Todos lu-tadores que já conquistaram medalhas e orgulharam os amazonenses pelo mundo.

Atleta da seleção brasi-leira de judô, Rafaela ex-plica que o esporte sempre rodeou a sua vida. Graças à paixão de seu pai, todos foram introduzidos desde cedo no mundo das lutas.

“O esporte rodeia mi-nha vida, a vida da nossa família, até do meu rela-cionamento e o dos meus irmãos. A gente escolheu seguir o esporte e ter ele como parâmetro, porque o esporte é vida, é supera-ção, é mudança e evolução.

Ele não nos faz parar, nos acomodar, não nos deixa satisfeito com a derrota e isso nos uniu numa vida juntos para ajudar pessoas, pessoas que não têm espe-rança, não tinham vida, não tinham motivos para viver ou viver com qualidade”, explicou Rafaela, que lidera junto com os demais da fa-mília a Associação Barbosa de Lutas Esportivas (Able).

No projeto social, são atendidos mais de 250 crianças e adolescentes que vivem próximos do Pro-samim do bairro da Cacho-eirinha, Zona Centro-Sul de Manaus. Rafaela conta que vê de perto a mudança que o esporte faz nesses pequenos brasileirinhos. Comportamento, discipli-na e confiança são apenas alguns pontos diretamente afeta. Fora isso, eles ainda aprendem o mais impor-tante: que, sozinhos, não

chegam a lugar nenhum.“Tem gente que pensa

que atleta não pode ter uma vida normal fora dessa linha, vê uma pessoa somen-te esportista ser um grande profissional. Isso é a mais pura mentira. A bênção de ser uma atleta e que o esporte te propor-ciona ser o que quiser e quando quiser, basta se dedicar. Eu amo o esporte pelas pessoas e lugares que conheci. Amo por ser quem sou e ter me feito essa pes-soa de personalidade forte que sabe bem o que quer. Nem tudo são mil fl ores, mas nada me tira o prazer de chorar de alegria ao subir no pódio e até mesmo, cho-rar a cada difi culdade que passo e supero, mesmo que rastejando, mas seguindo sempre em frente e pro-gredindo”, citou o judoca.

Atleta encontrou a fonte da felicidade Quem vê a lutadora de MMA

Mayana Kellen hoje nos ringues não imagina que há pouco mais de 2 anos, o esporte era apenas um meio de obter uma estética melhor. Invicta em sua carreira

profi ssional, Mayana era as-sessora parlamentar na Câ-mara Municipal de Manaus

(CMM) e representante da Prefeitura Municipal de Novo

Aripuanã na capital do Estado.Mesmo estando presente na

sua vida, desde a infância, quan-do praticava vôlei, chegando a defender a seleção do Amazo-nas em competições nacionais, Mayana nunca pensou que sua vida seguiria por este caminho,

principalmente, quando come-çou a trabalhar e estudar.

Para manter a boa forma, ela começou a praticar MMA apenas por hobby, mas logo foi criando amor pela modalidade e vendo que, assim, realmente seria feliz.

“Fiz minha primeira luta e vi que era aquilo que queria. Então

cheguei e disse para a minha mãe. No começo, quando perguntavam qual era a minha profi ssão, tinha vergonha de falar que era atle-ta, porque antes as pessoas só me viam de blazer, sa-pato de bico fi no, cabelinho arruma-do. Tinha vergonha de dizer, porque era uma mudança de vida radical. Hoje não. Tenho orgulho de dizer que sou atleta, lutadora profi ssional. Tem dado tudo certo, não faço fortuna com isso, mas descobri um amor tão grande que isso me faz bem. Atrás de uma mesa tinha mo-mentos felizes, mas não era feliz. Hoje, eu sou”, analisou Mayana, que revela adorar passar o pouco que sabe para as outras pessoas, porque, assim, acredita que pode

levar a mesma felicidade que sente utilizando os esportes como ponte.

“Quando uma criança chega e diz que é minha fã, sinto muita

alegria e isso faz valer a pena toda a mudança.

Cada vez mais vou me apaixonando. Meu sonho é que nun-ca se torne obri-gação e quero transmitir para as

pessoas que

o mais importante é fazer o que gosta e não o dinheiro que ganha-mos. Adoro mostrar para outras pessoas o que sinto pelo esporte.

Transmitir o pouco que sei para os ou-

tros. Quero incentivar as crianças a saírem das ruas e viver na disciplina dos espor-

tes”, fi nalizou a lutadora.

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Sonhando em garan-tir uma vaga nos Jogos Olímpicos deste ano, Sandro Viana passou a treinar em São Paulo

Mayana Kellen abando-nou o cargo de assessora parlamentar para se dedi-car ao MMA profi ssional

Rafaela e Rayfan Barbo-sa dão aula para mais de 250 crianças no projeto social liderado por seu pai

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016E6 PódioPódio

Zebra tricolor quer aprontar

na CuruzuApós empate na Arena da Amazônia Vivaldo Lima, Fast busca vitória na casa do adversário para avançar na Copa Verde

Na tarde do dia 30 de agosto de 2015, o Fast conquistava o título da Copa Norte sub-20, dian-

te do Paysandu, dentro do estádio da Curuzu. O adversário e o local da partida deste domingo, às 19h (de Manaus), são os mesmos. Con-tudo, a competição e a categoria são diferentes. Após o empate na última quinta-feira (24) na Arena da Amazônia Vivaldo Lima em 1 a 1, o Rolo Compressor busca classifi cação às quartas de fi nal da Copa Verde diante dos paraenses, para encarar o Rio Branco-AC.

A estratégia para o jogo de hoje não deve ser muito diferente daquela apresentada no primeiro jogo. Fora de casa, o Tricolor deve apostar nos contra-ataques e jo-gar por uma bola. Qualquer vitória classifi ca os comandados do téc-nico Darlan Borges à próxima fase do torneio. Uma nova igualdade com o mesmo placar de quinta leva à partida para os pênaltis. Empa-tes por dois ou mais gols qualifi ca os amazonenses.

Otimista e confi ante para o duelo na Curuzu – local onde co-mandou muitos dos jogadores do atual elenco na conquista da Copa Norte sub-20 –, o treinador do Fast aposta na repetição do bom jogo realizado no meio de sema-na. “Vamos jogar com a mesma pegada, forte marcação, explorar os contra-ataques e recuperar essa garotada aí para decidir o jogo em Belém, principalmente o Jack Chan”, disse.

Responsável por orientar os atletas mais novos ao lado de Lima, Ediglê prega respeito ao Paysandu. Para ele, os dois dias de intervalo de um jogo para o outro, serviu para que os jo-gadores recuperassem a parte física, que acabou dando mostras de fragilidade no segundo tempo do primeiro jogo, quando o Fast pouco passou da linha divisória do

campo, mas conseguiu suportou a pressão do adversário.

“É um time muito difícil de se jogar. A gente espera ter melho-rado a parte física nestes dias que a gente teve para poder jogar num encaixe de contra-ataque. Foi a nossa proposta aqui, uma bola área que a gente conseguiu fazer o gol, mas sabemos que é uma excelente equipe. Vai ser um jogo aberto. Acho que não tem nada decidido, mas lógico que lá o Paysandu é muito favorito”, avaliou o volante.

Questionado sobre a pressão da torcida bicolor na Curuzu, principalmente sobre os joga-dores mais novos, Ediglê não acredita que isso terá infl uência. Apesar de grande parte do elenco nunca ter enfrentado um estádio lotado, ele crê que a garotada vai se comportar bem e saberá administrar essa questão.

“Se for (casa cheia), já vai ser a primeira vez. Vai ser uma experiência de muitas que eles vão ter. A gente pôde mostrar no primeiro jogo que temos al-gumas qualidades. Infelizmente, alguns atletas ainda não estão 100% na parte física, mas a gente acredita que lá vai dar para a gente fazer um jogo bom. A nossa proposta é essa daí mesmo, duas linhas de quatro, segurando para sair nos con-tra-ataques”, revelou o jogador.

O Fast deve entrar em campo nesta tarde sem grandes mu-danças. Expulso na quinta-feira, o zagueiro Guigui é o único des-falque. Para o seu lugar, Darlan deve recuar os volantes Serginho ou Ediglê para a zaga, e colocar Robson na linha de meio de cam-po. O comandante tricolor ainda espera a divulgação do nome do meia Tiago Amazonense no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para que ele possa fi gurar, ao menos, entre o banco de suplentes nesta noite.

ANDRÉ TOBIAS

Com o empate conquis-tado na Arena da Amazônia Vivaldo Lima, o Paysandu chegou à marca de cin-co empates consecutivos. A sequência sem vitórias incomoda o elenco bico-lor e, pela quantidade de chances criadas e desper-diçadas no primeiro jogo do confronto, mostra que está faltando um pouco mais de tranquilidade para que os atacantes coloquem a bola para dentro.

Antes da partida de quin-ta-feira, o técnico bicolor, Dado Cavalcanti, havia fa-lado que queria voltar para Belém com uma vantagem na bagagem, seja ela qual fosse. O empate em 1 a 1 em Manaus faz o Paysan-du começar o duelo deste domingo classifi cado, já que uma igualdade sem gols coloca os paraenses como adversários do Rio

Branco-AC nas quartas de fi nal da Copa Verde.

“Pelo jogo que foi, eu espe-rava uma vantagem maior, mas é uma vantagem. Nós voltamos para casa com

uma vantagem. Pelo que a gente apresentou, pelo que produzimos, pela ques-tão do adversário ter fi cado também com um jogador a menos no segundo tempo, eu esperava uma vantagem

maior, quem sabe até admi-nistrar o jogo da volta com algumas trocas de jogado-res. Mas tudo bem, levamos alguma coisa”, apontou o comandante bicolor.

Para o jogo desta tarde, o Paysandu deve ter o retorno de Fernando Lombardi para formar dupla de zaga com Pablo, e Fabinho Alves para jogar ao lado de Leandro Cearense no ataque. O de-fensor Gilvan e o lateral-es-querdo Raí seguem em fase de recuperação e podem estar entre os reservas. Já Ilaílson, que sentiu lesão no aquecimento do primeiro jogo, em Manaus, é dúvida.

O time paraense deve começar a partida com Emerson; Roniery, Fernan-do Lombardi, Pablo, Lucas; Ricardo Capanema, Au-gusto Recife, Raphael Luz, Celsinho; Fabinho Alves e Leandro Cearense.

Dado admite favoritismo bicolor

COMPLETO

Apesar do favoritis-mo no confronto, o resultado do pri-meiro jogo obriga o técnico Dado Caval-canti a escalar força máxima para o duelo deste domingo, no estádio da Curuzu, em Belém (PA)

Dado Cavalcanti conta com retorno de jogadores importantes para o jogo deste domingo, na Curuzu

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Destaque do Paysandu no primeiro jogo, Bruno Veiga parou na marcação tricolor

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016E7PódioPódio

Vasco e Botafogo se enfrentam pelo CariocaEm São Januário, alvinegros se enfrentam pela liderança da Taça Rio e colocam a invencibilidade na competição em jogo

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AÇÃO

Agora volante, paraguaio Julio dos Santos treina em São Januário de olho no clássico contra o Botafogo, pelo segundo turno do Cariocão

Rio de Janeiro (RJ) – Líder e vice-líder da Taça Rio, o segundo turno do Campeonato

Carioca, Vasco e Botafogo se enfrentam neste domingo (27), às 15h (de Manaus), no estádio de São Januário, no jogo que defi nirá quem fi cará no topo da classifi cação ao fi nal da rodada. O Gigante da Colina tem seis pontos em dois jogos, e o time de General Severiano soma quatro.

Para o duelo, o técnico Ricar-do Gomes, do Botafogo, não poderá contar com o lateral-direito Luis Ricardo, com lesão no músculo adutor da coxa direita. Diego, revelado nas categorias de base e jogador da posição, e o meia Octavio, outra cria do clube e que foi improvisado no setor diante do Madureira, na última roda-da, disputam o posto deixado pelo ex-jogador do São Paulo.

Com essa dúvida na lateral-direita, o esboço de time para o clássico tem: Jeff erson, Diego (Octavio), Joel Car-li, Emerson Santos e Diogo Barbosa; Aírton, Bruno Silva, Rodrigo Lindoso e Gegê; Juan Salgueiro e Ribamar.

VascoO Vasco sabe da importân-

cia de vencer o Botafogo no clássico. Porém, tem sido ní-tido nas frases dos vascaínos o respeito ao adversário, que está invicto na temporada, as-sim como o Cruz-Maltino. Por conta disso, os atletas pregam uma atuação quase perfeita para conquistarem os três pontos e manterem os cem por cento de aproveitamento nesta etapa da competição.

“Sabemos que não podemos errar, pois o Botafogo sabe explorar bem o momento que o adversário apresenta defi -ciência. O time deles é muito perigoso e conta com jogadores experientes, que podem perce-ber qualquer falha nossa. Como vamos jogar em casa a minha expectativa é a de que o Vasco conquiste mais três pontos, mas sabemos que vamos ter que nos esforçar muito”, alertou o meia Julio dos Santos.

Para partida, o Vasco não terá o goleiro Martin Silva, que está servindo a seleção uruguaia nas Eliminatórias, e o zagueiro Luan, com a seleção brasileira olímpica.

O time de Jorginho deve ir a campo com: Jordi, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Julio dos San-tos, Andrezinho e Nenê, Jorge Henrique e Thalles

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2016E8 PódioPódioDesfalcado, Santos recebe São Paulo na Vila BelmiroClássico San-São será o principal jogo da 12ª rodada do Campeonato Paulista. Time da baixada tem cinco desfalques

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Santos (SP) – Líderes de seus respectivos gru-pos, mas em momentos distintos na temporada,

Santos e São Paulo se enfren-tam neste domingo, às 17h30 (de Manaus), na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista. O Peixe tem 22 pontos e lidera o Grupo A, enquanto que o Tricolor, com 17 é o primeiro colocado da Chave C.

Para o confronto, o técnico Dorival Junior, do Santos, terá que montar um quebra-cabeça, já que não poderá contar com cinco titulares para o clássico. Ricardo Oliveira e Lucas Lima estão com a seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa de 2018, e Zeca, Gabriel Barboza e Thiago Maia estão servindo à seleção olímpica, em amistosos preparatórios para Rio-2016.

Com tantas baixas, o coman-dante santista adotou o mis-

tério quanto à escalação, porém, sem muitas op-ções, deve dar chance a Alisson na vaga do volante Thiago Maia e Rafael Longuine no

lugar de Lucas Lima na criação do meio de campo.

No ataque, Joel e Paulinho de-vem herdar as vagas de Gabriel Barboza e Ricardo Oliveira. Na lateral-esquerda, Caju assume o

posto deixado por Zeca. Desta forma, o Santos deve ir a campo com: Vanderlei, Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Lucas Ve-ríssimo e Caju; Renato, Alisson Serginho e Rafael Longuine; Joel e Paulinho.

“Tem jogadores que vêm treinando, vêm esperando essa oportunidade. Vão entrar cinco que já jogaram, então, não vai ser novidade nenhuma. É manter a intensidade. A gente sabe que dentro da Vila temos de manter a intensidade, fazer o simples. É ter dedicação, vontade, garra”, avisou o volante Renato.

São PauloVivendo clima tenso dentro e

fora de campo, o São Paulo vai para o clássico querendo uma vitória para dar tranquilidade à sequência de jogos na Liberta-dores, onde tem missão quase impossível para se classifi car para a segunda fase. Na última rodada, na vitória de 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, o técnico Edgardo Bauza teve 10 desfalques.

Para o duela contra o Santos, o treinador argentino terá os retornos de Michel Bastos e Thiago Mendes. Os zagueiros Rodrigo Caio e Lyanco e o lateral esquerdo Mena, con-vocados para jogos de suas seleções, estão fora. Seguem

vetados pelo departamento médico o goleiro Renan Ribei-ro, o zagueiro Breno, o volante Wesley, o meia Michel Bastos e os atacantes Wilder e Rogério.

O São Paulo deve entrar em campo com: Dênis, Bruno, Mai-con, Lugano e Carlinhos, João Smith e Thiago Mendes; Mi-chel Bastos, Ganso e Daniel; Calleri

Michel Bastos retorna de lesão e reforçará o Tricolor no clássico fora de casa

Experiente, volante Renato será o capitão do Peixe na ausência do atacante Ricardo Oliveira

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