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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO PODER ANTIOXIDANTE DA CÚRCUMA SOBRE A DEPRESSÃO RÔMULO DOS SANTOS LIMA RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

PODER ANTIOXIDANTE DA CÚRCUMA SOBRE A DEPRESSÃO

RÔMULO DOS SANTOS LIMA

RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

PODER ANTIOXIDANTE DA CÚRCUMA SOBRE A

DEPRESSÃO

RÔMULO DOS SANTOS LIMA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição do Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Nutrição.

Orientador(a): Professora Adriana Schlecht Ribeiro

RIO DE JANEIRO 2017

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RÔMULO DOS SANTOS LIMA

PODER ANTIOXIDANTE DA CÚRCUMA SOBRE A DEPRESSÃO

Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição

Aprovada em:___ de___________________de_____.

Presidente e Orientador: ______________________________________________ Membro Avaliador: ___________________________________________________

RIO DE JANEIRO - RJ 2017

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado forças para lidar com as adversidades pelo caminho.

A minha família, principalmente minha avó Vera Lúcia dos S. Lima, por me dar todo

apoio e incentivo. Ao Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, por ter concedido o direito a pessoas

como eu e de minha origem, de ter acesso ao Ensino Superior. A todos os amigos,

amigas, primos e primas que, de alguma forma, colaboraram com minha sanidade

mental. Ao IBMR Laureate do Catete e todos os professores e professoras, por ter me

dado toda a estrutura e conhecimento necessário para o despertar dessa nova

profissão, nutricionista, dentro de mim. A mim mesmo.

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‘‘Não pare de correr até a chegada, depende de você, o resto não está escrito.’’

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LIMA, Rômulo dos Santos. Poder antioxidante da Cúrcuma sobre a depressão. Rio de Janeiro, 2017, 32 p. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.

RESUMO

A depressão, uma doença neurológica de origem inexata causada por fatores como estresse, trauma e baixo humor afeta milhões de pessoas em todo o mundo, além de estar em constante ascensão na sociedade moderna. O tratamento medicamentoso dessa doença é longo e desgastante, devido aos efeitos colaterais das drogas convencionais. A cúrcuma, uma especiaria milenar de origem asiática vem chamando cada vez mais atenção quanto aos seus efeitos antioxidantes e antinflamatórios. A revisão minuciosa da literatura científica permite constatar que a cúrcuma, através da curcumina (o principal componente do rizoma da Curcuma Longa L.) tem considerável efeito neuroprotetor e antidepressivo no hipocampo. Estudos pré-clínicos para avaliação de antidepressivos utilizam amplamente animais em estresse crônico moderado e imprevisível (ECMI) em pesquisas, como modelo preditivo. Logo, algumas citações são decorrentes dessa metodologia de trabalho e corroboram com a teoria de que a cúrcuma tem efeito antidepressivo sobre o cérebro de animais submetidos à depressão. Outros comprovam que a curcumina aumenta consideravelmente os níveis de BDNF, um gen importante de crescimento e manutenção de neurônios específicos relacionados com a depressão. Ainda associam-se alterações sistêmicas no hipocampo com a doença depressiva, isto é, quando o sistema nervoso central e periférico fica deficiente na manutenção de células nervosas em humanos. A cúrcuma se mostrou útil na preservação e diferenciação de novos neurônios e sinapses, sem relatos de efeitos colaterais como nos fármacos clássicos, logo, um polifenol eficaz para tratamento da depressão em todos os níveis da doença.

Palavras-chave: cúrcuma – curcumina – turmeric – depressão – depression –

antioxidante.

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SUMÁRIO

1. Introdução..............................................................................................................7

2. Objetivos................................................................................................................9

2.1 Objetivos gerais...........................................................................................9

2.2 Objetivos específicos...................................................................................9

3. Material e métodos...............................................................................................10

4. Revisão bibliográfica............................................................................................11

4.1 Depressão.................................................................................................11

4.1.1 Dados epidemiológicos no Brasil e no mundo...........................12

4.1.2 Sintomatologia e causas............................................................13

4.1.3 Tratamentos convencionais.......................................................14

4.2 Cúrcuma....................................................................................................16

4.2.1 Constituintes e compostos bioativos..........................................18

4.3 Utilização da cúrcuma na depressão.........................................................21

4.3.1 Efeitos adversos........................................................................24

5. Considerações finais............................................................................................26

6. Referências bibliográficas....................................................................................27

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1. INTRODUÇÃO

No mundo moderno, não é raro encontrar relatos de doenças crônicas não

transmissíveis (como a diabetes, hipertensão e os cânceres) nas mais diversas áreas

da sociedade. A depressão é uma doença neurológica crescente relacionada com

fatores como estresse, trauma, pânico e baixo humor, capaz de levar uma pessoa

sadia a parar de produzir ou viver e ter sua função efetiva na sociedade. (HIDAKA,

2012).

A Organização Mundial do Trabalho (OMT, 2013), alerta que doenças como a

depressão resultou numa perda de 4% do produto interno bruto (PIB) mundial com

despesas de tratamento, faltas, licenças e indenizações por doenças em 2012. Isso

porque o estresse, crises financeiras, desemprego e a recessão levam a distúrbios

depressivos e, em casos extremos, ao suicídio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008) estimou que, em 2020, os

transtornos depressivos serão a segunda maior causa de comprometimento funcional,

perdendo apenas para as doenças coronarianas. O tratamento desses transtornos

geralmente é dado por medicamentos e psicoterapias, porém existem diferentes

mecanismos de ação desses fármacos e variações de paciente para paciente,

implicando na baixa qualidade de vida devido aos seus diversos efeitos colaterais

(ANGELL, 2011).

A cúrcuma é uma especiaria milenar mundialmente utilizada principalmente

como tempero e corante natural. Limitava-se à somente essas utilidades porque

pouco se conhecia acerca de suas propriedades funcionais sobre doenças, mas nas

últimas décadas vem despertando interesse e curiosidade exatamente por seus

fatores funcionais, antioxidantes e antidepressivos (TILAK et al., 2004; BABU et al;

2007).

Alimentos são dependentes de substâncias antioxidantes que os protejam da

degradação oxidativa, tanto os naturais como, principalmente, os industrializados, a

fim de aumentar vida de prateleira já que estão muito suscetíveis à deterioração,

devido ao processo de armazenamento. Logo, surge a necessidade de identificação

de fontes naturais em alimentos, capazes de proteger também o corpo humano dos

radicais livres, retardando o aparecimento e progresso de doenças crônicas, como a

depressão (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA, 2008).

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A cúrcuma possui uma variedade de características neuroprotetoras já

firmemente documentadas, sendo assim, um alimento funcional e uma alternativa

plausível para seu uso em tratamento de doenças de desordens psíquicas, como a

depressão, através também da dieta do indivíduo (AGGARWALL, HARIKUMAR,

2008; AGRAWAL et al, 2012, VALLADA, 2008).

O presente trabalho objetiva organizar os dados científicos referentes ao tema

e reiterar o uso dessa especiaria milenar através da alimentação e/ou suplementação

como alternativa segura e barata para o tratamento da depressão.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Compreender a potencial ação antioxidante da cúrcuma como alimento

funcional para o tratamento da depressão.

2.2 Objetivos específicos

Conceituar depressão, suas principais causas e o panorama da doença no

Brasil e no mundo;

Apresentar o potencial antioxidante da cúrcuma no organismo humano;

Conceituar alimento funcional e sua ação no tratamento de doenças crônicas

mentais;

Associar o consumo de cúrcuma e a melhora na doença depressiva.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

A presente pesquisa foi de cunho exploratório e desenvolvido através de uma

revisão bibliográfica no período de 2005 a 2017.

Tal revisão bibliográfica foi inteiramente baseada em artigos técnicos científicos

obtidos através das bases de dados da USP, Scielo, Google Acadêmico, LILACS e

PubMed cujas palavras-chaves pesquisadas para a busca eletrônica foram: cúrcuma,

curcumina, turmeric, depressão, depression, antioxidante.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 DEPRESSÃO

Até meados no século passado, doenças infecciosas e parasitárias eram os

maiores problemas de saúde pública no Brasil, onde grande parte da população tinha

ou corria alto risco de contrair e até morrer de doenças como sarampo, poliomielite,

rubéola, tuberculose, meningite, tétano, coqueluche e difteria, por exemplo. Após a

segunda guerra mundial, houve um processo de transição epidemiológica, dado pelo

avanço da medicina e qualidade de vida (saneamento, água potável acessível,

alimentação de qualidade, etc.) (BRASIL, 2012).

Na modernidade, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como

diabetes, hipertensão, obesidade, doenças do coração e doenças mentais se

tornaram as maiores dificuldades da saúde pública, dadas pelo envelhecimento,

urbanização, mudanças sociais, econômicas e a globalização que impactaram o modo

de viver, trabalhar e se alimentar dos brasileiros. Distúrbios mentais são

consequências desse estilo de vida extenuante que se agrava cada vez mais na

população (BRASIL, 2007).

O Diagnostic and Statistical Manual Of Mental Disorder (2013) aponta que

depressão é uma desordem psiquiátrica onde o indivíduo apresenta estado deprimido

ou algum sintoma depressivo, obrigatoriamente relacionado, na maior parte do tempo

e que o estado deprimido gera falta de motivação para tarefas cotidianas, por mais

que duas semanas. Já a OMS (2017) descreve a doença como quando existe um

considerável déficit da capacidade de uma pessoa de querer viver e/ou realizar suas

funções básicas.

Também se define que depressão pode se apresentar como distimia (ou

transtorno distímico) ou como depressão maior crônica (DMC). Essa distimia é de

natureza crônica e evidencia-se por humor deprimido ou perda de vontade de realizar

qualquer atividade usual, porém sua intensidade não é suficiente para os critérios de

depressão maior crônica (DCM), que se inicia por um acontecimento depressivo

maior. Ou seja, se o começo foi leve e progressivo, diagnostica-se distimia, se foi

intenso e marcante, o diagnóstico é de DCM (POWELL, 2008).

Fortes evidências apontam que a depressão tem relação com a alteração das

estruturas de plasticidade sinápticas em regiões específicas do cérebro. Por mais que

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esse sistema de sinalização ainda esteja em constante estudo, seu potencial para

efetivação no tratamento clínico da doença ganha pouca atenção. Logo, investigações

apontadas a essa área se fazem necessárias para correto diagnóstico e prognóstico

da doença (HIDAKA, 2012; LUO et al., 2013).

4.1.1 Dados epidemiológicos no Brasil e no mundo

Estima-se que, no Brasil, 3% da população tenha algum transtorno mental. Isso

equivale a aproximadamente 5 milhões de pessoas que precisam de algum cuidado

contínuo de saúde mental. Para um espanto ainda maior, 10 a 12% da população

sofrem com transtornos menos graves, isto é, precisam de cuidados como orientação

e/ou consulta com profissionais da saúde e, principalmente, psicólogos (RIBEIRO,

INGLEZ-DIAS, 2011).

O gráfico abaixo mostra a ascensão da doença em todos os continentes do

globo, de 1990 a 2015.

Figura 1. Prevalência (em %) da depressão entre os continentes.

Fonte: OMS, 2015.

Em 2015, a depressão chegou a afetar 4,4% da população mundial (322

milhões de pessoas) e 5,8% dos brasileiros (sendo o maior índice dos países em

desenvolvimento). No mesmo ano, cerca de 800 mil pessoas no globo morreram por

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suicídio, representando quase 1,5% de todos os falecimentos do mundo, figurando

entre as 20 maiores causas de morte nesse período (OMS, 2017).

A OMS prevê que em 2020, os transtornos depressivos sejam a segunda maior

causa de comprometimento funcional, sendo a primeira maior causa as doenças

coronarianas. Isso se associa aos altos indicadores de sintomas depressivos na

população, o que mostra a importância das equipes de saúde com o diagnóstico e

tratamento desse problema de saúde pública (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA,

2008).

Nos dias atuais, a depressão tem relação com a queda de produtividade, faltas

e perdas de dias de trabalho, desencadeando um efeito dominó negativo no ambiente

de trabalho onde a vítima está inserida, além da má qualidade de vida, física e mental

que pode levar até à morte e ao suicídio (TENG; CESAR, 2010). A prevalência de

atentado a própria vida em jovens de 15 a 29 anos foi a segunda maior causa de morte

em 2015 nessa faixa etária (OMS, 2017).

4.1.2 Sintomatologia e causas

Aarsland et al. (2012) afirmam que os principais sintomas da depressão são os

sentimentos de inutilidade, culpa, humor deprimido e falta de prazer (anedonia), mas

também podem incluir alguns sintomas somáticos, retardo psicomotor, distúrbios do

sono, alterações de apetite e expressões faciais e até falta de memória e

concentração.

Em crianças na idade escolar (dos 6 anos aos 12 anos), o padrão mais comum

encontrado de sintomatologia depressiva se diz respeito às dificuldades acadêmicas

e de relacionamento com colegas e professores (PETERSEN; WAINER, 2011). Com

isso, o rendimento da criança decai progressivamente devido à falta de interesse,

concentração e dificuldades de raciocínio. A depressão nessa idade pode passar

despercebida ou confundida com uma má fase da criança, pois geralmente há críticas

e punições severas por comportamentos considerados inadequados e, então,

acompanhar prejuízos no desenvolvimento infantil (CRUVINEL; BUROCHOVITCH,

2009).

A causa da depressão é cientificamente mal esclarecida, mas atribui-se a

incontáveis fatores como história familiar, fator hereditário e até situações

estressantes (TENG; CEZAR, 2010). Algumas evidências apontam que alterações

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sinápticas em áreas e estruturas específicas do cérebro têm relação com seu

surgimento, porém esses mecanismos ainda estão sendo estudados (HIDAKA, 2012;

LUO et al, 2013). No Brasil, a maior parte dos casos tem início entre 20 e 40 anos,

porém a idade não é um fator de risco isolado (MICHELON; CORDEIRO; VALLADA,

2008).

Relacionado ao sexo, pesquisas e estudos mostram que as mulheres são até

três vezes mais suscetíveis à doença do que os homens, isso devido ao ambiente e

estrutura social que o sexo feminino tem na maioria das culturas, mas assim como a

idade, o sexo não pode ser usado isoladamente como fator de predisposição para a

doença, visto que sua etiologia e desenvolvimento são baseados em explicações

multifatoriais (AMATO et al, 2010; LIMA, 1999).

A ansiedade e a competitividade são estopim para a depressão, principalmente

dentro do ambiente de trabalho, onde cada dia mais cobra-se alta produtividade

devido à tecnologia e globalização. Nesse contexto, o sofrimento psicológico dentre

os trabalhadores é recorrente e fator importante para problemas psíquicos graves,

principalmente a depressão, além de ocupar o terceiro lugar entre as causas de

afastamento dos funcionários (TEIXEIRA, 2007).

Considerando os diversos agravos, temos o estresse e os fatores

socioeconômicos como pontos de convergências principais que permeiam os

indivíduos deprimidos e são esses que recebem maior atenção para prevenção e

controle da doença (GAVIN, 2013).

4.1.3 Tratamentos convencionais

Por se tratar de uma doença grave que pode ter sua origem ainda na infância

e perdurar até a fase adulta, a intervenção psicoterapêutica mostra-se necessária e é

indicada em casos de intensidade sintomática leve e moderada e a psicofarmacologia

nos casos mais graves (SHWAN; RAMIRES, 2011). Algumas psicoterapias breves e

bem estruturadas mostraram ser eficazes no tratamento da fase aguda da doença,

porém de forma limitada (BAUER et al., 2009).

Swanson, et al., encontraram relação significante entre a depressão e

transtornos alimentares como bulimia e anorexia, isso porque muitos deprimidos

buscam no alimento o refúgio necessário para o alívio de seus sintomas e sentimentos

obscuros, afim de resolver o problema. Isso resulta muitas vezes o consumo

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exacerbado de alimentos ricos em açúcar e gordura ou até mesmo a privação da

alimentação por completo.

Há também pesquisas concluindo que indivíduos com qualquer grau de

depressão recorrem a comportamentos não saudáveis como tabagismo crônico,

alcoolismo e sedentarismo. Esses recursos corroboram com a associação dos

transtornos depressivos com a melhora dos sintomas causados pela doença, além de

ditar práticas saudáveis de estilo de vida como tratamento concomitante (BARROS,

2017).

O modelo mais utilizado no tratamento da depressão foi criado em meados da

década de 1960, pelo psiquiatra americano Arron T. Beck, chamado de Terapia

Cognitiva Comportamental que ajuda pacientes a modificarem comportamentos e

crenças que são criadas a partir de determinados estados de humor. Sua estratégia

terapêutica envolve trabalhar a depressão a partir de 3 fases:

1) foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos;

2) foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros;

3) mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da situação

problema.

A partir daí, ocorre a chamada reestruturação cognitiva, onde é restabelecido

o equilíbrio mental do paciente após o tratamento assistido (POWELL, 2017).

Dependendo da gravidade, o tratamento farmacológico deve ser adotado para

a melhora dos sintomas e precisa ser continuado por tempo variável mesmo após a

remissão dos sintomas (FLECK, 2012), isso porque a interrupção precoce do

tratamento farmacêutico pode acarretar em recaídas e recorrência da doença. Essa

interrupção dá-se por fatores como não aceitação da medicação pelos seus efeitos

colaterais severos, inconsistência e vontade de se tratar, tempo, e até por não

acreditarem nos efeitos da medicação (SANSONE, 2012; IBANEZ, 2014).

Entre os principais antidepressivos, existem os inibidores da recaptação da

serotonina (ISRSs), onde a fluoxetina tornou-se um dos mais utilizados do mundo por

meio do Prozac® e os inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da

noradrenalina (ISRSNs), tendo a Venlafaxina como principal representante (TOLMAN,

2009).

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4.2 CÚRCUMA

A Curcuma Longa L. é conhecida popularmente como açafrão da Índia, açafrão

da terra, gengibre dourado ou somente como cúrcuma. Pertence à família

das Zingiberaceae, tem pequeno porte e sua espécie origina-se do sudeste asiático,

mais precisamente na Índia, onde existe a maior diversidade genética da planta, mas

é largamente cultivada em países tropicais, como o Brasil. Tem a coloração amarelo-

marcante e sabor forte, o que explica seu vasto consumo como especiaria há centenas

de anos (VILELA; ARTUR, 2008; SILVA FILHO et al.,2009).

A imagem abaixo mostra a coloração amarelo-laranja da Curcuma Longa L.

Figura 2. A cúrcuma in-natura e em pó.

Fonte: http://frutaeraiz.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/06/curcuma.jpg

A cúrcuma é um caule subterrâneo (chamado de rizoma) da Curcuma Longa L.

Esse rizoma pode medir até 10 cm de comprimento e tem odor agradável se cortado.

A cor amarela se consegue a partir da raiz e é dessa forma utilizada na

culinária (PEREIRA; MOREIRA, 2009). Essa espécie é uma das 70 do gênero

Cúrcuma visada pela indústria alimentícia como tempero, e química como corante

natural (TILAK et al., 2004; BABU et al., 2007).

As especiarias vêm sendo utilizadas a centenas de anos. Países como a Índia

têm o privilégio de terem a disposição incontáveis plantas medicinais na sua

alimentação diária e, logo, disfrutarem de seus poderes antioxidantes,

anticancerígenos, anti-inflamatórios e antibacterianos. São tantas propriedades

funcionais e medicinais que muitas delas são desconhecidas, atraindo cada vez mais

a atenção de pesquisadores e da comunidade científica (RAWAL et al., 2014).

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A indústria farmacêutica já dispõe de cápsulas ou gotas para administração oral

(tintura, infusão, alcoolatura, decocção e/ou extrato), para tratamentos de doenças

crônicas, ação antioxidante, bem como suplementação para melhora no sistema

orgânico e nutricional como um todo, sendo segura e bem tolerada quando consumida

adequadamente, não havendo efeitos colaterais significativos (CARVALHO et al.,

2007).

Na indústria de alimentos, a cúrcuma é comercialmente utilizada como

especiaria em maior parte das classificações e possui sabor amargo, aroma picante,

coloração marcante e até fator conservante, como no tradicional curry indiano. Seus

componentes químicos têm função antimicrobiana e antioxidante (NAM et al., 2014),

função essa correlacionada ao número de grupos hidroxilas na estrutura de seu anel

aromático (ROSSI et al., 2008; HAMAGUCHI; ONOL; YAMADA, 2010).

(1) curcumina; (2) demetoxicurcumina; (3) bisdemetoxicurcumina.

Figura 3. Estrutura química dos curcuminóides da Curcuma Longa L e suas

hidroxilas.

Fonte: BRASIL, 2009.

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Ainda nesse aspecto, suas características permitem a aplicação do seu amido

na fabricação de queijos, bolos, mostardas, salgadinhos, sorvetes, macarrões, carnes

e margarinas. Nesses dois últimos exemplos, futuramente a cúrcuma deverá ser

empregada com finalidades antioxidantes e conservantes (NOGUEIRA, 2010).

4.2.1 Constituintes e compostos bioativos

Desde os primórdios da humanidade, alimentos eram utilizados para prevenção

e tratamento de doenças. Porém, apenas nos últimos trinta anos que o termo ‘alimento

funcional’ passou a ser conhecido e utilizado extensamente e o assunto manifestou

interesse da sociedade em geral, impulsionando o público leigo e a comunidade

científica a intensificarem os estudos nessa área (SIRÓ et al., 2008).

Alimentos funcionais são todos aqueles que, quando consumidos na dieta

cotidiana, trazem benefícios fisiológicos específicos, graças a ingredientes e

constituintes naturalmente saudáveis, onde a curcumina pode ser um exemplo, pois

caracteriza-se por ter relevante atividade neuroprotetora, além de antioxidante, anti-

inflamatória e antiproliferativa, justificando tamanho interesse em estudos nessa

espécie (CÂNDIDO; CAMPOS, 2005; AGGARWALL; HARIKUMAR, 2008).

Nelson et al. (2017), citaram que a cúrcuma é uma espécie de panaceia, ou

seja, uma planta capaz de curar todos os males, pois existem manuscritos numerosos

na literatura científica acerca do poder terapêutico da curcumina, citando mais de

9.000 publicações, 500 patentes documentadas e outros incontáveis estudos

adormecidos aguardando análise química medicinal, demonstrando tamanha atração

global pela espécie.

O amido é o principal constituinte da cúrcuma, e em menor proporção se

encontram as proteínas, lipídeos, além dos óleos essenciais e das fibras alimentares.

Podemos encontrar três tipos de cúrcuma à disposição: a cúrcuma em pó,

a oleoresina e a curcumina purificada. Esses também são comercializados como

flavorizantes, corantes e até medicamentos (NELSON et al., 2017).

Os compostos bioativos da cúrcuma dão-se pelos pigmentos curcuminóides,

que são:

curcumina (em maior quantidade – 60-70%);

demetoxicurmina (20-27%);

bisdesmetoxicurcumina (10-15%).

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Os demais constituintes, temos em porcentagens abaixo descritas:

Constituinte Composição

Curcuminóides 1-6%

Óleos essenciais 3-7%

Fibra alimentar 2-7%

Minerais 3-7%

Proteína 6-8%

Gordura 5-10%

Umidade 6-13%

Carboidratos 60-70%

Tabela 1. [Adaptado] Constituintes e porcentagens da Curcuma Longa L.

Fonte: NELSON, et al., 2017.

Compostos fenólicos originam-se do metabolismo secundário das plantas

como resposta as pressões fisiológicas e ecológicas. Estão ligados a pigmentação do

vegetal e são capazes de atribuir ações anti-patogênicas ao mesmo, além de conferir

o crescimento e desenvolvimento da planta (KHODDAMI et al., 2013).

A curcumina é um composto fenólico altamente lipofílico, então tem capacidade

de atravessar a barreira hematoencefálica (ROSSI, et al., 2008) e sendo o principal

curcuminóide presente na Curcuma Longa L., possui inúmeras propriedades curativas

no organismo humano (AK; GÜLCIN, 2009). Nesse trabalho, todo o enfoque principal

será dado a esse polifenol especificamente.

Pesquisas extensas vêm concluindo nas últimas décadas que a curcumina

possui incontáveis ações benéficas ao organismo humano, citando os efeitos

pleiotrópicos moleculares, ou seja, de marcadores moleculares, como a possível

causa de modulação em específicas enzimas hepáticas e sinais de transdução

(REUTER et al., 2011).

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A tabela abaixo descreve, sinteticamente, os principais efeitos da curcumina no

tratamento de diversas patologias humanas.

Tabela 2. [Adaptado] Principais efeitos dos curcuminóides.

Fonte: BENGMARK S., et al., 2009.

Ao se ligar a inúmeras variedades de proteínas, a curcumina inibe a atividade

de várias quinases, modulando a ativação de fatores de transcrição e expressão de

enzimas inflamatórias e citoquinas, explicando seu potencial antiproliferativo,

antinvasivo e antioxidante no tratamento e prevenção terapêutica de doenças como

diabetes, artrite, doenças de Alzheimer e Parkinson, além de outras inúmeras

patologias citadas na literatura causadas por inflamações crônicas a curto e longo

prazo (GOEL et al, 2017).

Xu et al. (2005) ainda apontaram que o consumo crônico de curcumina

aumentou os níveis de BDNF (brain-derived neurotrophic fator) em animais induzidos

ao estresse crônico. Esse fator sempre se encontra diminuído em pessoas

diagnosticadas com depressão e atua sobre certos neurônios do sistema nervoso

central e periférico, ajudando na manutenção dos neurônios estabelecidos e

permitindo o desenvolvimento e diferenciação de novos neurônios e sinapses.

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4.3 UTILIZAÇÃO DA CÚRCUMA NA DEPRESSÃO

Xu et al. (2005) foram um dos primeiros relevantemente a levantarem e

testarem a hipótese, verificando interação da curcumina com neurônios de ratos

levados à depressão quando trataram de um grupo com doses de 1.25 a 10mg/kg de

peso corporal do curcuminóide por 14 dias e observaram redução de imobilidade de

até 61,1% dos animais. Esse número foi semelhante aos observados com imipramina,

um clássico dos antidepressivos, corroborando, então, com a hipótese levantada

nesse trabalho, que a cúrcuma possui atividade antidepressiva devido ao seu principal

curcuminóide: a curcumina.

Xia et al. (2007), também analisaram os efeitos neuroquímicos e

neuroendócrinos do extrato etanólico de Curcuma Longa L. em ratos submetidos a

teste de natação forçada. Verificou-se que esse extrato, administrado via oral por 21

dias, teve ação antidepressiva reduzindo o cortisol, tempo de imobilidade dos

roedores, além de aumentar os níveis séricos de serotonina.

Outro ensaio clínico controlado publicado na revista Phytotherapy Research

confirmou que a curcumina é segura e eficaz no tratamento de depressão maior

crônica (DMC), sendo considerada até superior à fluoxetina (Prozac®) em 60

pacientes diagnosticados com DMC, onde foram administradas via oral 1000 mg de

curcumina, não contendo os efeitos colaterais e a toxicidade da droga convencional

(SANMUKHANI et al., 2013).

Figura 4. [Adaptado] Vias de inibição da inflamação com curcumina.

Fonte: AGGARWAL, HARIKUMAR (2009).

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Bhutani, Bishnoi e Kulkarni (2009) observaram que a administração de 20 a

40mg/kg de peso corporal (intraperitoneal) de curcumina administrada juntamente

com 2,5mg/kg de peso corporal de piperina (principal alcalóide da pimenta preta)

potencializa ainda mais a absorção desse composto fenólico importante da Curcuma

Longa L., além de mostrar efeito neuroprotetor em animais induzidos ao estresse

crônico, porque houve potencialização de neurotransmissores como a serotonina e a

dopamina e inibição da monoamina oxidase.

Esse estudo concluiu e forneceu raciocínio científico suficiente de que a

coadministração de curcumina com piperina provoca efeitos antidepressivos

superiores aos comparados com a administração da curcumina por si só.

Aggarwal e Harikumar (2009) dizem que as razões principais dadas à baixa

biodisponibilidade da curcumina se dão pela pobre absorção, metabolismo rápido e

eliminação sistêmica acelerada. Porém, mesmo com a baixa biodisponibilidade, a

literatura científica já defende desde 1997 que a cúrcuma tem sua biodisponibilidade

aumentada em até 2000% quando coadministrada com piperina em uma dosagem de

20mg/kg (SHOBA et al., 1997) e essa concomitância também pode ser utilizada para

o tratamento da depressão (BHUTANI, BISHNOI, KULKARNI, 2009).

Já Hurley et al. (2013) trabalharam em cima de um modelo de não-indução à

depressão e concluíram que existe uma considerável ação antidepressiva da

curcumina sobre o hipocampo de ratos até uma semana após a cessação do

tratamento, indicando um efeito de durabilidade relativamente longa. Sugeriu, ainda,

que pelo menos alguns dos efeitos antidepressivos da curcumina podem se explicar

pela neurogênese aumentada no hipocampo. Isto é, tais alterações hipocampais estão

associadas à depressão.

Ainda em 2013, uma pesquisa encontrou fortes evidências de que os

neurônios encontrados no cérebro de pessoas saudáveis podem apresentar ‘idades’

diferentes, isto é, células neuronais podem ser geradas no hipocampo até mesmo na

vida adulta. O estudo ainda apontou que cerca de um terço desses neurônios se

renovam constantemente ao decorrer da vida, significando 700 novas células por dia

(SPALDING et al., 2013). Podemos, então, fazer uma associação entre a ação da

curcumina e a neurogênese hipocampal aumentada (HURLEY et al., 2013).

A curcumina demonstra-se segura, eficaz e bem tolerada no organismo

humano, não mostrando toxicidade mesmo em altas dosagens (5g a 8g por dia,

durante 3 meses). Apesar de oferecer uma série de benefícios, a biodisponibilidade

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da curcumina é baixa. Em um estudo clínico foi dito que os níveis plasmáticos de

curcumina eram ‘indetectáveis ou muito baixos’ depois da administração de 2g em

jejum e outro estudo apresentou o mesmo resultado com dose oral de 3,6g de

curcumina por dia durante 4 meses, indicando, então, baixa biodisponibilidade em

ambos estudos (ZHOU, BEEVERS, HUANG, 2001; STRIMPAKOS, SHARMA, 2008).

A aplicação intraperitoneal (injeção por debaixo do peritônio abdominal) se

mostrou positiva quando em doses acima de 50mg/kg de curcumina, aumentando

seus efeitos benéficos à medida que a dosagem também aumentava (100mg/kg e até

200mg/kg), durante 10 dias corridos (HURLEY et al., 2009).

(*) significativa diferença do grupo controle, < 0.05.

Figura 5. [Adaptado] Efeito da curcumina no hipocampo de ratos após 10 dias de injeção crônica.

Fonte: HURLEY, et al., (2009).

O gráfico mostra que doses acima de 100mg/kg são significativamente potentes

no aumento do gen BDNF que atua sobre neurônios específicos do sistema nervoso

central e do sistema nervoso periférico, ajudando na manutenção dos neurônios

estabelecidos e permitindo o crescimento e diferenciação de novos neurônios e

sinapses, relacionando diretamente com a depressão (HURLEY et al., 2009).

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Liu et al. (2014) também observaram o efeito da cúrcuma sobre o fator

neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), além dos parâmetros comportamentais e

cognitivos da depressão induzida em ratos. A curcumina reverteu essas alterações e

ainda reestabeleceu os níveis adequados de BDNF no hipocampo, após o tratamento

crônico.

Fortalecendo ainda mais as evidências do potencial antidepressivo da cúrcuma

no tratamento da depressão em humanos, Lopresti e Adrian (2017) avaliaram o uso

do extrato de curcumina em 123 pessoas com depressão maior crônica (DMC),

durante 12 semanas e concluíram considerável eficácia da curcumina sobre os

parâmetros antidepressivos de pacientes com DCM.

4.3.1 Efeitos adversos

Não existem estudos em seres humanos apresentando alguma toxicidade,

mesmo em altas administrações, quanto ao uso de curcumina. Em um ensaio para

mensuração da sua dose máxima tolerada, usou-se extrato padronizado de curcumina

em pó em doses variáveis de 500mg a 12g em 24 voluntários saudáveis, confirmando

o dito de não toxicidade da substância quando utilizada para o tratamento de diversas

doenças, incluindo as de cunho neurológico (GOEL, KUNNUMAKKARA,

AGGARWAL, 2008).

A Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos para Uso Humano (EMEA)

citou em 2008 que a cúrcuma só deve ser consumida com cuidado especial por quem

utiliza com regularidade o medicamento Warfarin (ou varfarina sódica), pelo risco alto

dessa interação fármaco-nutriente causar sangramentos, não citando quaisquer

outros medicamentos com potenciais perigos de interação.

Aggarwal et al. (2009), apontam que mesmo contendo uma vasta atividade

farmacológica e se apresentando bastante segura ao consumo de seres humanos, a

cúrcuma demonstra alguns relatórios de toxicidade em certos experimentos

laboratoriais com animais.

Em relevância, um desses estudos com camundongos administrou-se um

extrato de cúrcuma com diferentes concentrações com doses diárias de 50mg/kg,

250mg/kg, 480mg/kg, 1.300mg/kg ou 2.600mg/kg por períodos de 3 meses à 2 anos.

Durantes as primeiras 13 semanas, nenhuma alteração relevante foi observada nos

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ratos. Já após 2 anos, somente houveram mudanças significativas no grupo que

recebeu 2.600mg/kg, onde observou-se:

Carcinoma intestinal;

Úlceras;

Inflamação crônica ativa;

Adenomas de glândulas do clitóris aumentadas;

Adenomas de hepatócitos;

Hiperplasia do ceco.

Logo, apesar da baixa biodisponibilidade, a eficácia terapêutica da cúrcuma

sobre várias doenças humanas, incluindo o câncer, doenças cardiovasculares, artrite,

artrose, doenças neurológicas e intestinais já foram documentadas. A

biodisponibilidade aumentada da curcumina em um futuro próximo é suscetível de

incorporar esse produto natural promissor para a vanguarda dos agentes terapêuticos

no tratamento de doenças humanas, inclusive a depressão (ANAND et al., 2007).

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5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado, a teoria de que a curcumina, principal composto fenólico da

cúrcuma (Curcuma Longa L.) possui sólido sustento pela literatura científica mundial

quanto ao seu poder antioxidante sobre o organismo humano, capaz de agir

diretamente e indiretamente no tratamento de diversas doenças e, dentre elas, como

enfoque desse trabalho, da depressão, cujo aumento de prevalência preocupa os

órgãos públicos de saúde global.

A depressão é ainda de difícil entendimento no ramo científico, tendo

associação com diversos fatores diretos e indiretos para seu correto diagnóstico e

tratamento. Uma destas, relata-se alterações no hipocampo como uma das causas,

isto é, quando o sistema nervoso central e periférico fica impossibilitado ou com déficit

de manutenção das células nervosas. A cúrcuma agiria nesse ponto, ajudando na

preservação dos neurônios estabelecidos e permitindo o crescimento e diferenciação

de novos neurônios e sinapses.

A cúrcuma mostra-se importante como fitoterápico relevante porque está

disponível como alimento de baixo custo e pode ser consumido como tempero natural,

conservante, corante e até em cápsulas, sendo assim, já se sabe a importância da

adoção de pequenas doses diárias de antioxidantes na prevenção de doenças

crônicas a longo prazo.

Pela inibição de diversas vias pró-inflamatórias e sua baixa toxicidade, a

cúrcuma deve continuar a ser estudada e explorada a fim de prevenir e tratar,

juntamente com outros métodos terapêuticos, doenças associadas não só à saúde

mental, como também no aumento da qualidade de vida e bem estar social da

sociedade atual que carece de estratégias nutricionais naturais efetivas.

Logo, apesar da baixa toxicidade da cúrcuma, recomenda-se avaliação

profissional de sua suplementação para o tratamento de doenças como a depressão

ou até mesmo, melhora de estado nutricional e saúde do indivíduo sendo este e/ou

qualquer outro fitoterápico.

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