Poda de árvores frutíferas

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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Casa do Produtor Rural

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Universidade de São PauloEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Casa do Produtor Rural

João Alexio Scarpare FilhoRicardo Bordignon MedinaSimone Rodrigues da Silva

Poda deÁrvores Frutíferas

Casa do Produtor Rural - CPRAv. Pádua Dias, 11 - Cx. Postal 9 • CEP 13418-900 - Piracicaba, SP

[email protected]

Coordenação editorial Fabiana Marchi de AbreuMarcela Matavelli

Editoração eletrônica Maria Clarete Sarkis Hyppolito

Tiragem 2000 exemplares • 1ª Impressão (2011)

Layout de capa José Adilson Milanêz

Foto capa Paulo Soares

PresidenteProf. Dr. Rubens Angulo Filho

Prof. Dr. Luiz Gustavo Nussio Vice-presidente

Comissão de Cultura e Extensão Universitára

Serviço de Cultura e Extensão Universitária

Chefe AdministrativoMaria de Fátima Durrer

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:Casa do Produtor RuralAv. Pádua Dias, 11 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP • 13418-900Fone: (19) 3429-4178/ 3429-4200 • [email protected]

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Impressão ESALQ/USP - Serviço de Produções Gráficas

Dados Internacionais de Catalogação na PublicaçãoDIVISÃO DE BIBLIOTECA - ESALQ/USP

Scarpare Filho, João Alexio Poda de árvores frutíferas / João Alexio Scarpare Filho, Ricardo Bordignon Medina e SimoneRodrigues da Silva. - - Piracicaba: USP/ESALQ/Casa do Produtor Rural, 2011.

54 p. : il.

Bibliografia. ISBN:978-85-86481-19-2

1. Árvores frutíferas 2. Frutas 3. Poda I. Medina, R. B. II. Silva, S. R. da. III. Título

CDD 634 S285p

João Alexio Scarpare Filho1

Ricardo Bordignon Medina2

Simone Rodrigues da Silva3

1 Professor Associado - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP2 Aluno de Graduação em Engenharia Agronômica - ESALQ/USP3 Professora Doutora - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP

Piracicaba2011

Poda deÁrvores Frutíferas

À Pró-reitoria de Cultura e Extensão UniversitáriaAo Programa Aprender com Cultura e ExtensãoÀ Casa do Produtor RuralAos Produtores Rurais Benedito Portronieri, Engº Agrº Francisco Yamashitae Ademir JonasÀ Engenheira Agrônoma Lena Kitahara

Agradecimentos

ApoioFundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão da Pró-reitoria deCultura e Extensão Universitária

ÍndiceIntroduçãoAspectos básicos da fisiologia emorfologia das plantas 08

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Outras denominações da podaDe acordo com a época em que é realizada

• Poda de inverno (ou poda seca)• Poda de verão (ou poda verde)

De acordo com a intensidade da poda• Poda drástica• Poda de renovação

Tipos de poda

Objetivos da poda

Conceito de poda e característicasdas plantas não podadas

Poda de formaçãoPoda de frutificação ou produçãoPoda de limpeza

Operações da podaSupressão e encurtamento de ramosDesbrotaEsladroamentoDesfolhaDesponteDesnetamentoRaleio de frutos ou desbasteRaleio de flores e botões florais

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Operações complementares à poda

Principais erros cometidos na prática da poda

Ferramentas utilizadas na poda

Formas de condução das plantasFormas livres

• Vaso• Taça• Líder central• Guia modificada• Condução em forma de “Y” ou “V”

Formas apoiadas• Latada, caramanchão ou pérgola• Espaldeira• Manjedoura

Arqueamento de ramosAnelamentosIncisõesTorção de ramos

Condução em espaldeiraCondução em latada

Bibliografia consultada

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Poda em videira 36Exemplos práticos de poda 35

Poda em goiabeira 43Poda em figueira 46Poda em caquizeiro 49

Poda de árvores frutíferas 07

A história da poda das plantas étão antiga quanto a da humanida-de e nos leva a um passado dis-tante e a curiosos fatos. Relatosantigos da Grécia nos indicam serum asno, e suas dentadas em ra-mos os “inventores” da poda. Ou-tras versões indicam serem ove-lhas e cabras as responsáveis peladescoberta. Há quem diga tambémque foram eventos naturais comochuvas de granizo que naturalmen-te “podaram” os ramos. A partir deobservações no campo, os agricul-tores da época puderam notar queas plantas que apresentavam osramos cortados, seja por mordida

de animal ou por evento natural, ti-nham um desenvolvimento singu-lar, diferente das plantas não po-dadas. Posteriormente, procurandoimitar tais eventos, o homem pas-sou a fazer uso de tesouras e fa-cas, estabelecendo assim a práti-ca da poda, sendo que cada povodesenvolveu em sua diversidadede plantas, um estilo próprio derealizar a poda. Há relatos do usoda poda inclusive na Bíbl ia: “Eusou a verdadeira videira e meu Paio viticultor. Toda vara em mim quenão dá fruto ele corta; e toda vara quedá frutos, ele limpa para que dê maisabundante”. – João, 15:1-2.

Introdução

Aspectos básicos da fisiologia emorfologia das plantas

Para a boa prática da poda, é impor-tante conhecer alguns princípios bási-cos de fisiologia e morfologia das plan-tas. A poda irá influenciar de formamarcante algumas funções como cres-cimento, absorção de água e nutrien-tes, entre outras.

O desenvolvimento da planta ocorrepela retirada de água e sais minerais dosolo através de suas raízes. Essa seiva(bruta) é transportada até as folhas ondeé transformada em seiva elaborada peloprocesso da fotossíntese. Outra parteda água retirada do solo é utilizada narespiração realizada nas folhas.

A seiva elaborada é utilizada nos pro-cessos vitais de crescimento e frutifi-cação. O crescimento vegetativo dasplantas, de ramos e folhas é propor-cional ao crescimento de suas raízes.A medida que a planta cresce, aumen-ta o número de ramos e folhas, e con-sequentemente a fotossíntese e, comisso, há maior produção de seiva ela-borada. Quando a planta acumula re-serva suficiente, entra em frutificação,reduzindo seu crescimento e direcio-nando a seiva para a formação dos fru-tos. Parte dessa reserva é armazena-da em outros órgãos, como as raízes.

08 Poda de árvores frutíferas

Após a colheita, a planta volta a cres-cer normalmente, aumentando seusramos e folhas ao mesmo tempo emque aumenta suas raízes. Quando asreservas são novamente acumuladas,uma nova frutificação ocorre.

Um dos princípios fisiológicos funda-mentais é que o excesso de crescimen-to vegetativo reduz a quantidade defrutos e o excesso de frutos reduz aqualidade dos mesmos, ou seja, exis-te uma relação inversa entre vigor eprodutividade.

Outros princípios fisiológicos dapoda são citados na literatura:

• Os ramos geralmente apresentamdominância apical;

• O vigor dos brotos depende de suaposição e quantidade no ramo;

• Há uma relação direta entre o de-senvolvimento da copa e do siste-ma radicular. O equilíbrio entre es-tes, afeta o vigor e a longevidade;

• As condições de clima e solo afe-tam o vigor e a fertilidade das ge-mas;

• Ramos que recebem mais luz sãomais produtivos e apresentammaior circulação de seiva;

• Há espécies que frutificam em ra-mos do ano e outra em ramos deum ou mais anos;

• A poda drástica retarda a frutifi-cação, pois exige crescimento ve-getativo que é antagônico às fun-ções reprodutivas;

Com relação à morfologia, deve-se terconhecimento básico da classificaçãodas gemas quanto às suas funções.

Gemas são estruturas meristemá-ticas fundamentais das plantas, poisdão origem a todas as estruturas daparte aérea.

Para a prática de poda é interes-sante conhecer a classificação dasgemas com relação às suas funções,que são: vegetativa, florífera e mis-ta. Denomina-se gema vegetativaaquela que se desenvolve e forma ra-mos, folhas e outras estruturas, semformar f lores. A gema florífera,quando se desenvolve, forma umaflor ou inflorescência e a gema mis-ta é aquela que se desenvolve e for-

• Ramos que sofreram poda drás-tica apresentam maior vigor;

• A redução da área foliar pode de-bilitar a planta;

• A circulação da seiva é mais inten-sa em ramos retos e verticais;

• Ramos posicionados verticalmen-te propiciam o crescimento vege-tativo, enquanto que ramos hori-zontais favorecem as gemas re-produtivas;

• Quando ocorre menor circula-ção de seiva, há maior acúmulode reservas nos ramos, favore-cendo a formação de gemas flo-ríferas;

• As podas variam com a espécie, afinalidade e a idade da planta.

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ma ramos que trazem botões florais(Figuras 1e 2).

Os tipos de gemas das plantas, de-

FloríferaVegetativa

Florífera

Figura 1 - Gemas de pessegueiro, que produz em ramos do ano anterior, antes (a) e após abrotação (b)

Figura 2 - Gema mista de videira, que produz em ramos do ano, antes e após a brotação

terminam se as mesmas produzirãoem ramos do ano ou em ramos do anoanterior.

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Conceito de Poda e Características das plantas não podadas

A palavra “poda” vem do latim putare,que significa limpar, cortar, desbastar,derramar. No conceito fitotécnico, ouseja, na arte de cultivar plantas, a podaé considerada uma técnica cultural uti-lizada para alterar o desenvolvimentonatural da planta.

Se a poda é uma técnica culturalque altera o desenvolvimento dasplantas, devemos saber quais as ca-racterísticas que um podador desejaalterar nas plantas:

A forma: uma planta não podada,em condições naturais apresentagrande volume de copa. O interior da

copa é mais denso e sombreado,com mais ramos secos, o que dificul-ta os tratos culturais e tratamentosfitossanitários (Figura 3).

Irregularidade da produção: ge-ralmente as plantas não podadas,após se desenvolverem e acumula-rem reservas, apresentam uma abun-dante frutificação. Os frutos são emmaior número, porém de menor ta-manho. Além disso, os frutos se lo-calizam na periferia da copa, muitasvezes em lugares pouco acessíveis,dificultando e encarecendo a colhei-ta. Desta maneira, após a colheita, o

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Figura 3 - Planta de lichieira não podada

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crescimento da nova parte vegetativaé pequeno, havendo pouco acúmulode reservas, fazendo com que a próxi-ma frutificação seja debilitada. Estesciclos alternados de produção é o quechamamos de alternância de safras. É

muito comum em plantas frutíferas de“fundo de quintal”.

A literatura específica indica diversosobjetivos para a realização da poda. Re-sumidamente, pode-se agrupá-los emtrês objetivos gerais explicados a seguir.

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Objetivos da poda

• Alterar a forma natural da planta:modificar a arquitetura da planta afim de torná-la de menor porte, pro-porcionando melhor iluminação earejamento no interior da copa;

• Regularizar a produção: obter pro-duções regulares anualmente, comfrutos de boa qualidade;

• Manter a forma, a sanidade e ovigor da planta: é realizada princi-palmente após a colheita em plan-tas adultas para controlar seu vi-gor e sanidade.

De acordo com os objetivos apresen-tados é possível denominar os tipos depoda.

Importante: não se enquadramcomo podas f i totécnicas asque são realizadas com outrosobjet ivos. Por exemplo, naarborização urbana as podasque são realizadas com o ob-jetivo de evitar que ramos en-trem em contato com a redeelétrica, embora necessárias,não devem ser consideradascomo uma poda fitotécnica.

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Tipos de poda

O ato de podar, manual ou mecani-camente consiste em operações sim-ples que se resumem em cortes departes das plantas como caules, ra-mos, folhas, raízes, flores e frutos.Porém, a finalidade com que a poda éexecutada irá diferenciar uma poda daoutra, dando às operações diferentesnomes. A denominação principal dapoda se dá de acordo com o objetivoque se procura alcançar:

Quando a poda é realizada com o ob-jetivo de formar a estrutura da planta, édenominada de poda de formação.

Quando executada com o objetivo deobter uma frutificação regular, com fru-tos maiores e bem desenvolvidos, é

denominada de poda de frutificação.Se o objetivo é manter as estruturas

básicas e a sanidade da planta, é cha-mada de poda de limpeza.

Poda de FormaçãoA poda de formação tem o objetivo

de formar uma boa estrutura de copa,deixando-a simétrica e arejada, o quefacilita os tratos culturais e garante umamaior resistência a tombamentos equebras de galhos. É realizada nosprimeiros anos após o plantio (de trêsa quatro anos, dependendo da espé-cie) e neste período deve-se priorizaro desenvolvimento vegetativo, evitan-do que a planta entre em produção.

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Poda de Frutificação ouProdução

Consiste na retirada do excesso deramos produtivos para obter o equi-líbrio entre vegetação e frutificação,evitando alternâncias de safras. É re-alizada durante a fase produtiva dasplantas.

Deve-se ressaltar que esta podanão aumenta a produção de frutos,mas regulariza a produção, com fru-

tos que atendem as exigências demercado.

Poda de LimpezaÉ realizada principalmente na fase

de repouso fisiológico das plantas eapós a poda de frutificação. Nestaoperação são retirados o excesso deramos, que estejam mal posiciona-dos, fracos, excessivamente vigoro-sos ou contaminados.

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Outras denominações da poda

É bom ressaltar que esses tipos depoda (formação, frutificação e limpe-za) podem receber outras denomina-ções de acordo com a época e inten-sidade em que são executadas.

De acordo com a época em queé realizada

Poda de inverno (ou poda seca)Nas plantas de clima temperado, como

pêssego, uva, entre outras, que sãocaducifólias, ou seja, que perdem suas fo-lhas no outono, executa-se tanto a podade limpeza como a de frutificação no in-verno e início de primavera. Como nes-sa época as plantas se apresentam sem

folhas e bastante lignificadas, com ramoslenhosos, é denominada de poda secaou de inverno (Figura 4).

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Figura 4 - Poda de inverno em pessegueiro

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Poda de verão (ou poda verde)É realizada durante o período de

desenvolvimento vegetativo, quandoas plantas se apresentam totalmenteenfolhadas. Esta forma de poda é im-portante e complementa a poda de in-verno, pois permite uma seleção maiscriteriosa dos ramos, facilitando a pe-netração de luz e canalizando as ener-gias para os ramos remanescentes,melhorando a qualidade dos frutos.Compreende as operações de esla-droamento, desponte, desbrota, des-folha, incisão e anelamento, desbastee desnetamento.

Também pode ser realizada a podaverde com o objetivo de produção. Estatécnica é utilizada em diversas frutíferas,como uva e goiaba com a finalidade de

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Figura 5 - Poda verde em videira

deslocar a época de colheita (Figura 5).

De acordo com a intensidade dapoda

As podas mais intensas são reali-zadas com os objetivos de reformare renovar a estrutura e partes daplanta. As denominações que essetipo de poda recebe na literatura sãosubjetivas e varia de acordo com aespécie que está sendo podada. Te-mos por exemplo, a recepa em videi-ra, o esqueletamento em pesseguei-ro, poda drástica em figueira.

Para melhor compreensão, classi-ficaremos as podas com base na in-tensidade de execução em apenasdois tipos: poda drástica e poda derenovação.

Figura 6 - Poda drástica em goiabeira

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Figura 7 - Poda drástica (recepa) em videira

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A poda de renovação da copadeve ser considerada quando o ob-jetivo é refazer parte da copa, porém,sem alterar a arquitetura principal daplanta. Exemplos de pessegueiro egoiabeira são mostrados nas Figuras8 e 9.

A poda drástica deve ser consi-derada quando parte da arquiteturaprincipal da planta, como tronco e ra-mos primários, são cortados com afinalidade de serem reformados erenovados. Exemplos de goiabeira evideira são mostrados nas Figuras 6e 7.

Independente da denominação quereceba de acordo com a intensidade ouépoca de realização, é importante que

Figura 8 - Poda de renovação (esqueletamento) empessegueiro conduzido em líder central

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Poda drástica Poda de renovação

Figura 9 - Poda de renovação em goiabeira

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Poda de árvores frutíferas 19sejam definidos claramente os objetivosda poda. Vale ressaltar que cada espé-cie possui suas particularidades, épocascorretas de poda, e que é preciso conhe-

cer muito bem a morfologia e fisiologiada planta, além de ter boa prática, paraexecutar as operações da maneira maiscorreta e assim obter bons resultados.

Operações da poda

Supressão e encurtamento deramos

A supressão consiste na eliminaçãototal de ramos, enquanto o encurta-mento consiste na eliminação de par-tes dos mesmos (Figuras 10 e 11).

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Figura 11 - Encurtamento de ramos em atemóiaFigura 10 - Supressão de ramos em atemóia

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DesbrotaÉ a retirada de brotos novos impro-

dutivos ou em excesso, que se de-senvolvem às custas das reservas,em detrimento ao crescimento e àfrutificação. É comum esta prática nacondução de plantas após a podaprincipal (Figura 12).

Figura 12 - Desbrota em figueira

EsladroamentoConsiste na retirada dos ramos

chamados ladrões. Estes ramos sãovigorosos e provocam desequilíbrionutricional na planta, pois os mesmoscompetem por nutrientes, espaço eluz com os ramos de produção.

DesfolhaÉ a remoção de folhas para favo-

recer a iluminação e o arejamentodas flores e frutos, eliminando focosde doenças e pragas e melhorandoa coloração dos frutos de pera, maçã,ameixa, kiwi, entre outras. Esta ope-ração deve ser feita com cuidado,pois o desfolhamento excessivo pre-judica o desenvolvimento da planta,visto que a folha é a responsável pelafotossíntese. As folhas próximas aosfrutos são as responsáveis pela suaproteção e nutrição e proporcionammelhor qualidade, desde que nãohaja contato entre ambos.

DesponteConsiste num simples encurta-

mento da ponta do ramo, onde seencontra o meristema apical, demodo que o ramo diminua seu cres-cimento, favorecendo o desenvol-vimento dos frutos. Essa operaçãotambém pode ser utilizada para for-çar o desenvolvimento de ramos in-feriores, ou brotações laterais quan-do necessárias.

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DesnetamentoÉ uma poda verde aplicada às vi-

deiras que consiste em eliminar osramos vegetativos chamados ne-tos, que nascem lateralmente doramo principal (Figura 13).

Raleio de frutos ou desbasteConsiste em eliminar certa quantida-

de de frutos da planta, quando aindase encontram imaturos, visando o equi-líbrio da produção e a melhoria da qua-lidade dos frutos remanescentes comotamanho, cor e sabor. Elimina-se pre-ferencialmente frutos machucados,atacados por pragas, defeituosos, malposicionados e pequenos.

O resultado do raleio depende daépoca em que é realizado. Essaprática dependerá dos custos e be-nefícios econômicos esperados epode ser manual, mecânica e quí-mica.

O raleio manual é o mais eficien-te, pois permite uma seleção cri-teriosa dos frutos a serem desbas-tados, porém é o mais demorado,exigindo maior esforço do poda-dor. O raleio mecânico utiliza equi-pamentos como varas de borrachaou madeira, máquinas vibratórias,sendo empregado muitas vezescomo um pré-desbas te ráp idopara depois ser complementadocom o raleio manual, que é maisseletivo.

O raleio químico é utilizado parareduzir o tempo e os custos da ope-ração pela aplicação de produtosque derrubam flores ou frutos. Éimportante considerar a época cer-ta e dose correta do produto parafazer a aplicação. Devido à irregu-laridade em sua eficiência é utili-zado em alguns casos específicos,necessitando de um complementocom raleio manual.

Em geral, o raleio de frutos é umaoperação demorada e de elevadocusto, porém, seus benefícios emfruticultura geralmente compensame justificam a sua realização (Figu-ra 14).

Figura 13 - Desnetamento em videira

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Figura 14 - Raleio de bagas em videira (a); pessegueiro sem raleio (b) e com raleio de frutos (c)

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Raleio de flores e botõesflorais

É a redução da quantidade de flores ebotões florais na planta, para evitar a for-mação de frutos em excesso. Recomen-da-se que essa operação seja feita o

mais cedo possível, ainda na fase debotão floral, mas em grandes áreas deprodução é economicamente inviável,pois não há como prever a fixação defrutos, razão pela qual o produtor prefe-re optar pelo raleio de frutos (Figura 15).

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Figura 15 - Raleio de botões florais com pente em videira

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Operaçõescomplementares à poda

Arqueamento de ramosÉ a prática que altera a posição nor-

mal dos ramos principais, inclinando-osem relação ao solo. Tem como objeti-vo melhorar a aeração e iluminaçãointerna da copa. É interessante ressal-

tar que ramos em posição vertical, fa-vorecem a vegetação da planta e ra-mos inclinados favorecem a frutifica-ção. Há diversas maneiras de arquearos ramos (Figuras 16 e 17).

Figura 17 - Arqueamento de ramos em pessegueiro

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Figura 16 - Arqueamento de ramos em macieira

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Torção de ramosConsiste numa ligeira torção dos ra-

mos durante o período vegetativo, como objetivo de quebrar a dominância apicale assim estimular as brotações laterais.

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ulga

ção

IncisõesA incisão é realizada acima de

uma gema e tem o objetivo de que-brar a dominância apical e fazercom que esa gema brote. A domi-nância é quebrada pela interrupçãodo fluxo de auxinas que são sinte-t izadas nos ápices dos ramos etranslocam-se para as raízes dasplantas (Figura 18 d).

Figura 18 - Anelamentos (a) (b); anelamentocicatrizado (c); incisão (d)

AnelamentosÉ a remoção de um anel bem fino

em ramos contendo frutos, com afinalidade de acumular a seiva ela-borada na parte superior do ramo.Essa técnica é realizada no inícioda maturação para melhorar a fi-xação, tamanho, coloração e sabordos frutos (Figura 18 a, b). Deveser feita com moderação, pois umasérie de interrupções de seiva po-derá causar um enfraquecimentoda planta. Para que essa técnicaseja eficiente em sua aplicação, énecessário que ocorra a cicatriza-ção do anel, após o efeito deseja-do (Figura 18 c).

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Principais erros cometidos naprática da poda

Na poda de formação, os errosmais comuns são: realizar a poda an-tecipada de ramos que nascem notronco, impedindo seu engrossamen-to e expondo-o à luz; formar uma copamuito alta que dificulta os tratos cultu-rais e a colheita; deixar numerosos ra-mos principais e permitir a produçãona fase de formação da planta.

Na poda de frutificação, o erromais comum é deixar de realizaressa poda durante vários anos e

voltar a fazê-la de forma severa emanos subsequentes, podendo re-sultar em alternância de safras,pelo esgotamento das reservas epelo crescimento vegetativo inten-so, levando à uma redução da pro-dutividade. Outro erro é a elimina-ção exagerada de ramos no inte-rior ou na base da planta, prejudi-cando a produção e expondo os ra-mos secundários à insolação inten-sa que causa escaldadura.

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São utilizadas diversas ferramentasna execução das diferentes modalida-des de poda tais como: tesouras pe-quena e grande, tesoura pneumática,canivete, serrote, machado, foice, ser-ra, escada, entre outros.

As tesouras pequenas podem sermanuseadas apenas com uma mão ecortam ramos de diâmetro reduzido.Para realizar o corte, a contra lâminadeve ser apoiada no ramo que irá serpodado e a lâmina cortante deve ir deencontro ao ramo. Desta maneira, nãohá compressão ou esmagamento daparte do ramo mantida na planta. Astesouras maiores são manuseadascom as duas mãos e possuem cabos

Ferramentas utilizadas na poda

mais alongados, possibilitando o cortede ramos mais grossos devido à forçada alavanca. Nas partes mais altas daplanta a poda deve ser feita com o au-xílio de uma escada. É aconselhávelque ela tenha três pontos de apoio paramaior estabilidade e que seja fabricadacom material leve, para facilitar o trans-porte. Há também tesouras elétricas epneumáticas, viáveis em grandes pro-priedades, pois reduzem o tempo depoda.

Quando o diâmetro do ramo nãopermitir o corte pela tesoura grande,é necessário a util ização de umserrote pequeno que possua umaforma curva para facilitar a poda nas

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ramificações, com todos os dentes namesma altura, a fim de que o corteseja limpo e o esforço reduzido.

Independentemente da ferramen-ta uti l izada, é aconselhável queseja fabricada com um materialleve, para reduzir o peso, diminuiro tempo da operação e aumentar aeficiência do trabalho. Para o uso

correto do equipamento, é neces-sário que ele esteja em boas con-dições de uso, com lâminas afia-das e sem folga entre as facas paraque seja utilizado sem interrupçõese obter cortes mais lisos e com me-nos esforço. É sempre indicado se-guir as recomendações técnicasdos fabricantes e distribuidores.

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Formas de condução das plantas

As frutíferas podem ser conduzidasem formas livres e apoiadas, levandoem consideração a espécie, varieda-de e região.

A forma livre é a mais encontradaem pomares, em que a planta é condu-zida na forma de árvore ou arbusto,sustentada pelo seu próprio troncocomo a mangueira, laranjeira, pitan-gueira, entre outras. Os sistemas decondução mais utilizados são em vaso,taça, líder central, guia modificada, emformas de “Y” ou “V”.

Na condução em forma apoiada, aplanta é sustentada por um tutor, oupor uma estrutura de apoio, como asespaldeiras e latadas. As videiras, ma-

VasoA planta conduzida nesta forma,

possui um tronco baixo, em torno de0,5 m onde se inserem de 3 a 6 ra-mos principais, também chamadosde pernadas que deverão estar bemdistribuídos, equidistantes, vigorosose não devem estar inseridos no mes-mo ponto. As pernadas são condu-zidas com inclinação de mais oumenos 45o em relação ao solo. Naspernadas se inserem os ramos de

Formas livres

racujazeiros, kiwizeiros são exemplosde espécies conduzidas em formaapoiada.

30 Poda de árvores frutíferas

Figura 19 - Condução do pessegueiro em vaso

produção que deverão ser podadosanualmente.

O sistema de condução em vasoé utilizado para caquizeiro, pesse-gueiro, figueira, ameixeira, maciei-ra, pereira, marmeleiro, entre outras.Tem a vantagem de formar uma copamais arejada, com maior penetra-ção de luz, facilitando os tratos cul-turais, pulverizações e colheita (Fi-gura 19).

TaçaA forma de taça difere da forma de

vaso no ângulo de inclinação daspernadas, que ficam com cerca de 30o

em relação ao solo. A taça é mais aber-ta, propicia maior exposição daspernadas aos raios solares, o que fazeste sistema de condução ser pouco uti-lizado para as nossas condições tropi-cais, que favorecem as escaldaduras de-vido à intensa insolação (Figura 20).

Figura 20 - Condução de goiabeira em taça

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Figura 21 - Macieira conduzida em líder central

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Líder CentralNeste tipo de condução, a planta é

mantida com um ramo principal decrescimento vertical, e dele partem di-versos ramos laterais, onde serão ob-tidos os frutos, assim como numa plan-ta de café. Este sistema é uma alter-nativa para quem deseja ter facilidadecom a poda, pois basta realizar umesqueletamento na planta para que osramos de produção sejam renovados.Esse sistema é muito apropriado paramacieiras e pereiras. (Figura 21).

Guia ModificadaEste sistema é uma mistura da con-

dução em líder central e em vaso, ondesão conservadas as características

espontâneas de crescimento das árvo-res com o tronco se prolongando até aci-ma das pernadas principais formadas.Para tal, após a poda de formação, naaltura de meio metro, deixa-se além dasbrotações laterais para formação daspernadas, uma brotação vertical paraprolongamento do líder. O mesmo pro-cedimento é então repetido nesse lídernos próximos anos, resultando na for-mação da planta (Figura 22).

Figura 22 - Pessegueiro conduzido em guiamodificada

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Condução em forma de “Y” ou “V”Este sistema é uma variação da

condução em vaso, pois a plantatambém se desenvolve sem um tron-co central de crescimento vertical,deixando-se apenas duas pernadasopostas uma à outra (Figura 23).

32 Poda de árvores frutíferas

luminosidade intensa, pois os frutos sedesenvolvem abaixo da folhagem daplanta, fazendo com que as frutas, aexemplo das bagas das uvas, fiquemprotegidas contra queimaduras. Oacesso aos frutos facilita o manuseio,a colheita e melhora a eficiência deaplicação de produtos fitossanitários.Entretanto, neste sistema a desbrotadeve ser criteriosa, deixando o dosselraleado com o objetivo de favorecer apenetração de luz. O ambiente da la-tada com maior sombreamento, umi-dade e menor ventilação propicia ummicroclima favorável ao ataque depragas e doenças, prejudica a quali-dade dos frutos e prolonga o ciclo deprodução.

Figura 23 - Formação de pessegueiro em “Y”

Figura 24 - Videira conduzida em latada

EspaldeiraNesse sistema, a planta é conduzida

verticalmente, apoiada em uma estru-tura similar a uma cerca. O investimen-to em estrutura, com o uso de aramese mourões é menor do que na latada.

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Latada, caramanchão oupérgola

A planta é conduzida de modo quea copa se desenvolva horizontalmen-te, em uma estrutura de arames apoia-dos sobre mourões fincados no solo.A altura desses mourões pode variarde 1,8 a 2,0 metros, e o material deveser de madeira ou concreto. Este tipode condução é indicado para plantastrepadeiras de maior valor comercial,pois é uma instalação de custo eleva-do, sendo utilizado principalmente emuvas finas, kiwi e maracujá doce (Fi-gura 24).

A condução da cultura em latada ébastante indicada para regiões com

Poda de árvores frutíferas 33

Formas apoiadas

Figura 26 - Videira conduzida em manjedoura

Figura 25 - Videira conduzida em espaldeira

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A espaldeira pode ser formada comum ou mais fios de arame, dependen-do da espécie que será conduzida.O primeiro situa-se a 1m do solo, osegundo a 40 cm do primeiro e o ter-ceiro a 30 cm do segundo.

Inicialmente, são colocados postesreforçados nas extremidades daespaldeira (chamados de cabeceiras),podendo estes ser de madeira ouconcreto enterrados numa profundi-dade de aproximadamente 40 cm. Di-vide-se o intervalo entre as cabecei-ras e colocam-se os mourões secun-dários, ou internos. Recomenda-seum mourão secundário a cada 4 a6 m. Os mourões podem ter as mes-mas características dos descritospara a latada, porém devem ser en-terrados cerca de 20 cm, ficando 1,80m acima do nível do solo (Figura 25).

ManjedouraÉ uma forma de condução deriva-

da da espaldeira. Consiste em con-duzir o braço da videira da mesmaforma que em espaldeira, a um metrodo solo. Os ramos de produção sãoconduzidos inclinados e amarradosem fios de arames que estão inseri-dos em travessas em forma de “V”.É utilizado tanto para uvas de podacurta como de poda longa (Figura 26).

É um sistema que permite boaventilação, além de uma boa pene-tração dos raios solares, melhoran-do a qualidade dos frutos. Nesse sis-tema, a produtividade depende dadensidade de plantio, e não da pro-dução por planta, visto que indivi-dualmente, a planta não terá muitosfrutos, pois sua copa é limitada no ta-manho.

34 Poda de árvores frutíferas

Exemplos práticos de poda

Poda de árvores frutíferas 35

A importância da poda varia conformea espécie, sendo decisiva para videira,goiabeira, figueira, pessegueiro, atemóia;relativa em macieira, pereira, caquizeiro,oliveira e de menor importância noscitros, nogueira-pecã, entre outras.

Seguem exemplos práticos de podaem algumas espécies frutíferas de im-portância econômica, que variamquanto ao destino do produto final, con-dução a ser utilizada, espaçamento, re-gião de cultivo, entre outros fatores.

Planta de atemóia não podada (à esquerda) e podada (à direita)

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A videira é uma planta tipicamentede clima mediterrâneo, mas de gran-de adaptabilidade nas mais variadasregiões. Seu fruto é apreciado tantoin natura como para a produção de vi-nhos e sucos. Por se tratar de umaplanta trepadeira, a videira necessitade suporte para seu desenvolvimento,como as espaldeiras e latadas, já des-critas anteriormente.

As videiras possuem gemas vege-tativas e mistas. As gemas mistas sãoas que trazem os cachos de uva apóssua brotação, e por isso são chama-das de gemas férteis. A quantidade edistribuição destas gemas nos ramosvariam de cultivar para cultivar.

Geralmente, videiras de vigor médiorecebem a poda curta, pois as gemasférteis se localizam na base dos ra-mos que se desenvolveram no anoanterior e são conduzidas em espal-deiras. É o caso das cultivares Niaga-ra Rosada, Isabel e a maioria dasuvas de vinho. Nas videiras mais vi-gorosas faz-se a poda longa, poisas gemas férteis se localizam geral-mente a partir da quinta gema, noramo que cresceu no ano anterior esão conduzidas em latadas.

Condução em espaldeiraO plantio direto no campo pode ser

feito com mudas previamente enxerta-

Poda em videira

36 Poda de árvores frutíferas

das ou com porta enxertos, ou “cavalos”.Esses últimos se desenvolvem duran-te um ano e após esse período serãoenxertados. A formação das plantasocorrerá entre o primeiro e segundoano após a enxertia. A condução é fei-ta selecionando-se duas brotações doenxerto (Figura 27) e conduzindo-as atéo primeiro fio de arame (Figura 28).

Figura 27 - Brotações selecionadas do enxerto

Figura 28 - Condução dos brotos até o primeirofio de arame

Figura 29 - Inclinação dos brotos no primeiro fiode arame

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Cada brotação do enxerto éconduzida sobre o primeiro fio de ara-me e amarrada de forma a guiar seucrescimento horizontalmente, forman-do os braços (Figuras 29 e 30).

Figura 30 - Detalhe da condução das brotaçõesdo enxerto, uma para cada lado dofio de arame

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O crescimento de cada braço éconduzido até que atinja o braço daplanta ao lado, ou seja, até a meta-

Figura 32 - Detalhe da posição onde serárealizada a primeira poda def ru t i f i cação , sup r im indo oramo neto para brotação dagema fértil inserida no braço

Figura 33 - Detalhe da poda do neto ebrotação da gema fértil inse-rida no braço

38 Poda de árvores frutíferas

Figura 31 - Videira formada com os netosamarrados nos arames supe-riores

O tempo para formação da plan-ta pode variar, dependendo do vi-gor da cultivar, fertilidade do soloe do clima da região.

Neto podado

Gema fértil

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Após a formação da planta, anual-mente será realizada a poda defrutificação. A primeira poda de pro-dução será executada no neto (Figu-ra 32 e 33) forçando a brotação dagema mista (fértil) que está localiza-da no braço. Esse broto trará cachosiniciando assim, a primeira produção.

de do espaçamento entre plantas,quando são então despontados, in-terrompendo o crescimento hori-zontal e forçando a brotação desuas gemas laterais. Estas brota-ções (netos) formarão as varas deprodução, que crescem vert ical-mente, sendo tutoradas e amarra-das nos dois arames superiores(Figura 31). Em Niagara Rosadarecomenda-se deixar quatro varaspor braço, no espaçamento de 2,0x 1,0 metro.

A poda de produção nos anossubsequentes será realizada na pri-meira gema (poda curta) dos ramosque produziram no ano anterior (Figu-ra 34 a, b).

Após a poda de frutificação (Figu-ra 35), inicia-se a poda de limpezaque é realizada no período de desen-volvimento vegetativo com a elimina-

ção de brotos (Figuras 36, 37, 38),gavinhas e retirada dos netos e noinverno, com a eliminação de ramosfracos ou excessivamente vigorosos,bem como de partes da planta ata-cadas por pragas ou doenças. A exe-cução das técnicas culturais são es-senciais para manter a planta comequilíbrio nutricional e com produ-ções regulares (Figura 39).

Figura 35 - Aspecto da poda de produção

Figura 36 - Videira antes da desbrotra

Poda de árvores frutíferas 39

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Figura 34 - Indicação da localização da podade frutificação após a colheita (a)e ramo já podado com a novabrotação do ano seguinte (b)

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Próxima poda

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Figura 37 - Ramo selecionado com inflorescência

Figura 38 - Aspecto da videira brotada

Figura 39 - Videira formada em produção

Condução em latadaVideiras mais vigorosas recebem a

poda longa, pois a posição das ge-mas férteis pode variar de acordocom o clima, cultivares e porta-enxer-to utilizado. Em regiões mais quen-tes, geralmente as gemas férteis lo-calizam-se a partir da décima gemae nas regiões mais amenas, como oSudeste do Brasil, se localizam apartir da quinta gema, no ramo quecresceu no ano anterior.

Para a formação em latada, a vi-deira deve ser conduzida vertical-mente em um único ramo, até ultra-passar os fios de arame, que estãodispostos horizontalmente sobre osmourões (Figura 40).

40 Poda de árvores frutíferas

Figura 40 -Tutoramento de um único ramo atéatingir os fios de arame

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Esse ramo é podado para forçar asbrotações laterais, das quais apenasduas serão selecionadas para formaros braços. O crescimento de cadabraço é conduzido até que atinja obraço da planta ao lado, ou seja, atéa metade do espaçamento entreplantas, quando são despontados, in-terrompendo o crescimento horizon-tal e forçando a brotação de suasgemas laterais (netos). Estas brota-ções formarão as varas de produção,que ao crescerem, serão amarradasnos fios de arame. Pela forma adqui-rida da planta, também é chamadade formação em “espinha de peixe”(Figura 41). O tempo de formação éem média de 3 anos.

Figura 41 - Videira formada em “espinha depeixe”

A poda de produção nos anos subse-quentes será realizada da quinta à dé-cima gema dos ramos (poda longa),que produziram no ano anterior, de-pendendo do vigor da cultivar e climada região (Figuras 42, 43, 44, 45, 46).

Figura 42 - Videira em latada antes da poda deprodução

Poda de árvores frutíferas 41

Figura 43 - Poda curta para formar novos ramose poda longa para produção

Figura 44 - Brotação da videira após poda deprodução

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Em videiras, recomenda-se a apli-cação, após a poda de produção, debiorreguladores (regulador de cres-cimento) para regular e uniformizara brotação.

Figura 45 - Detalhe da brotação com inflo-rescência

Figura 46 - Videira em produção conduzida emlatada

42 Poda de árvores frutíferas

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Nativa da América Tropical, a goia-beira é uma planta vigorosa, produ-tiva, com cultivares de polpa branca,amarela e vermelha.

A goiabeira possui gemas mistas evegetativas. As mistas são abundan-tes e estão distribuídas por toda a plan-ta, sendo responsáveis pelo desenvol-vimento da flor e fruto. Tanto a podalonga como a curta irá trazer brotaçõescom frutos, embora a poda menos in-tensa favoreça a formação de flores ea mais intensa favoreça o crescimentovegetativo.

A prática da poda em goiabeira de-penderá do destino final da fruta quepoderá seguir para a indústria ou para

Poda em goiabeira

o mercado de fruta fresca. Os frutosque serão destinados à mesa reque-rem maior exigência em qualidadecomo tamanho, forma, coloração, in-tegridade da casca quando compara-dos aos destinados para indústria, aqual prioriza volume de produção.

A formação da goiabeira, cujos fru-tos serão comercializados como fru-ta fresca, é feita em vaso ou taça,com copa baixa (Figura 47). Após oplantio da muda e seu estabeleci-mento, a goiabeira é podada à umaaltura de aproximadamente 50 cm,quando seu tronco apresentar aspec-to lenhoso e coloração castanha. Detodas as brotações, selecionam-se

Poda de árvores frutíferas 43

Das pernadas brotarão vários ra-mos onde ocorrerá a frutificação.Após cada produção, faz-se a podade frutificação que consiste no en-curtamento dos ramos que já produ-ziram, visto que a goiabeira frutificaem ramos que estão em crescimen-to, ou seja, em ramos do ano. Essapoda deve ser realizada com cuida-do, pois ramos vigorosos, se poda-dos muito curtos, originarão ramosvegetativos, enquanto que ramospouco vigorosos, quando podadoslongos, originarão brotação fraca edebilitada.

O encurtamento dos ramos podeser escalonado ou total. Na poda to-

tal, os ramos da planta que frutifica-ram são podados todos ao mesmotempo, deixando-se apenas um ramopulmão por planta com a finalidadede manter a fotossíntese, uniformizara brotação e garantir maior produçãodos ramos frutíferos (Figura 48).Quando inicia-se as pr imeirasbrotações, é feita a supressão doramo pulmão em todas as plantas.Após o término da poda, recomen-da-se fazer a pulverização das plan-tas com calda sulfocálcica para man-ter a sanidade das mesmas.

No sistema escalonado ou contí-nuo, a poda é realizada por planta epor área. No primeiro caso, os ramossão podados em épocas diferentesna mesma planta, o que resulta váriasbrotações e frutos maduros ao longodo ano. O segundo caso é o escalo-namento por área, onde as árvoresrecebem uma poda total, porém cada

quatro ramos equidistantes, que saí-rem de diferentes alturas do troncoos quais formarão as pernadas prin-cipais e uma copa horizontalmentedisposta, de porte baixo.

44 Poda de árvores frutíferas

Figura 47 - Planta adulta de goiabeira conduzidaem vaso

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Figura 48 - Poda de frutificação em goiabeiradeixando-se ramo “pulmão”

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Figura 49 - Frutos de goiaba ensacados

talhão é podado em época diferente.Deste modo a produção ocorre ao lon-go do ano em função das diferentesáreas podadas em diferentes épocas.

Algumas práticas favorecem a ma-nutenção das estruturas e da sani-dade das plantas de goiabeira, taiscomo: a retirada de ramos quebra-dos, doentes, mortos, atacados porpragas e doenças. Eliminam-se tam-bém os ramos que crescem vertical-mente (ramos vegetativos, sem pro-dução); ramos que se cruzam e osque crescem para baixo ou para ocentro da copa.

Para a obtenção de frutos maiores ecom melhor aparência, é necessário quese faça o desbaste e ensacamento defrutos. O desbaste evita a competiçãoentre os frutos por fotoassimilados e luz.Procura-se deixar dois frutos por ramo,eliminando-se o restante. Em plantasmais velhas, que apresentam poucos ra-mos frutíferos, este número deverá sermaior, deixando-se três a quatro frutospor ramo. O ideal é que a planta tenhade 600 a 800 frutos. O desbaste deveráser feito quando os frutos atingirem de2,5 a 3,0 cm de diâmetro.

De uma forma geral os cortes resul-tantes das podas devem ser lisos e in-clinados e a região podada ser pulve-rizada com produto a base de cobrepara evitar a entrada de patógenoscausadores de doenças.

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Posteriormente os frutos em núme-ro desejado deverão ser protegidoscom sacos de papel manteiga (Figu-ra 49) ou mesmo com sacos feitosde resma de papel. O ensacamentomelhora a aparência dos frutos, poisevita ocorrência de manchas, ata-ques de pragas como mosca das fru-tas, besouro amarelo, gorgulho en-tre outras e não permite a contami-nação da casca dos frutos por defen-sivos agrícolas.

Poda de árvores frutíferas 45

Poda em figueira

Figura 50 - Formação das três pernadas iniciaisda figueira

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A cultivar mais plantada no Brasil é a“Roxo de Valinhos”, que frutifica nos ra-mos novos em crescimento, ou seja, nos“ramos do ano”. A necessidade da podaem figueira está relacionada principal-mente ao seu hábito de frutificação etambém ao combate às principais pra-gas e doenças da cultura.

A muda ou estaca enraizada no cam-po deve ser conduzida com apenas umabrotação, a qual formará o tronco princi-pal da planta. Como o objetivo é formaruma planta baixa, faz-se a poda dessahaste única a uma altura de aproxima-damente 40 cm do solo que irá promo-ver o crescimento de novas brotaçõeslaterais que deverão ser selecionadas,

deixando-se apenas três radialmente dis-postas, que irão formar as pernadas (Fi-gura 50). Ao crescerem, estas pernadasjá produzirão alguns frutos.

46 Poda de árvores frutíferas

Poda de árvores frutíferas 47No inverno seguinte ao plantio,

cada uma das três pernadas sele-cionadas no ano anterior, será poda-da, deixando-se apenas “tocos” com10 a 15 cm de comprimento cada.Com o surgimento dos novos brotos,faz-se então a desbrota e seleção depelo menos dois brotos em cada umdos “tocos”. Considerando que ini-cialmente foram deixadas três perna-das, e que agora temos duas brota-ções em cada um dos três tocos de10 a 15 cm, tem-se então um totalde seis ramos na planta. No invernoseguinte, cada um dos seis ramosserá novamente podado, a aproxima-damente 10- 15 cm da inserção. Des-ta maneira, quando a planta emitirnovas brotações, mais uma vezserão selecionadas apenas duasbrotações por ramo, resultando naformação de uma planta adul tacom 12 ramos. Quando a produçãode figo for destinada à indústria, onúmero de ramos por planta podeser bem maior, pois o que interes-sa ao produtor é a quantidade defrutos por planta, e não frutos comboa aparência e tamanho, como éo caso dos frutos dest inados àmesa. Portanto, deve-se ressaltarque o tamanho do figo é inversa-

mente proporcional ao número deramos por planta.

Depois da formação da planta, o queocorre no terceiro ano, os ramos for-mados sobre as pernadas iniciais de-verão ser anualmente podados curtos,deixando-se apenas 10 a 15 cm, ondeirá ocorrer as novas brotações. O figose desenvolve nas axilas das folhas ecomo o ramo continua a crescer, no-vas folhas e novos figos irão surgir. Por-tanto, têm-se no mesmo ramo frutos ma-duros nas partes mais baixas, enquantonas partes mais altas, figos ainda bempequenos, no início do seu desenvolvi-mento.

Esse tipo de poda, denominado pelaintensidade, de poda drástica (Figura51 a, b) por remover a maior parte dacopa da planta anualmente, contribuipara o controle da broca-dos-ramos(ou broca-da-figueira) e da ferrugemdas folhas. Desta forma, ao mesmotempo em que é feita a poda defrutificação para renovação dos ra-mos produtivos, é feita a manutençãoda sanidade da planta, também cha-mada de poda de limpeza. Após aprática da poda recomenda-se pincelaro local da incisão com pasta bordalesaou outro produto, para proteger a plan-ta contra a infecção de patógenos.

48 Poda de árvores frutíferas

Figura 51 - Poda drástica em figueiras (a) e figueira em desenvolvimento após a poda drástica (b)

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Poda em caquizeiro

O caquizeiro é uma planta subtro-pical de origem asiática, que se adap-tou bem às condições brasileiras apre-sentando boa frutificação e frutos apre-ciados basicamente no mercado innatura. A planta requer poucas podasquando comparadas, por exemplo,com as videiras. A não frutificação deum caquizeiro está mais relacionadacom adubação deficiente; variedadepouco produtiva; plantio em locais comcondição climática inadequada, cominverno muito quente; do que propria-mente pela prática ou não da poda.

Utiliza-se a poda principalmente paraformar a planta de caquizeiro em sis-tema de vaso (Figura 52).

Figura 52 - Formação do caquizeiro em siste-ma de vaso

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Poda de árvores frutíferas 49

tifica em ramos do ano, que brotamdas gemas mistas que estão na pontados ramos que cresceram no ano an-terior. Desta forma, a poda de frutifi-cação fica restrita à retirada de ramosem excesso, mal posicionados, doen-tes, com a eliminação de mais de 50%dos ramos que já produziram frutos.

Depois de encurtadas, as pernadasdeverão ser arqueadas. Para isso,deve-se fincar estacas de madeira in-clinadas a 45o no solo, amarrar aspernadas com uma corda e prendê-lasàs estacas, puxando-as para formarum ângulo de 30o. Para evitar ferimen-tos da corda nos ramos, é recomen-dável colocar uma borracha na parteda corda amarrada à planta. A plantadeve ser mantida arqueada por apro-ximadamente quatro meses, deixan-do-se apenas as brotações das gemasnas extremidades do ramo, eliminan-do-se as demais.

O caquizeiro possui gemas vegeta-tivas e mistas. As gemas vegetativaslocalizam-se na base dos ramos, en-quanto as mistas na ponta dos ramos.Portanto, na poda de produção (Figu-ra 53) não se deve realizar o encurta-mento dos ramos, pois o caquizeiro fru-

Nesse sistema, a planta é compos-ta por um tronco único, do qual saemtrês ou quatro pernadas principais, ra-dialmente dispostas no tronco e a di-ferentes alturas do solo. Normalmen-te, a primeira pernada se encontra a50 cm do solo, enquanto a última, a1,0 m. Os demais ramos que brotaremdo tronco principal são eliminados. Noinverno seguinte, enquanto as plantasencontram-se ainda dormentes e semfolhas as pernadas são encurtadas a30 cm, para favorecer brotações vigo-rosas.

Figura 53 - Plantas adultas de caquizeiro nãopodadas (a) e podadas (b)

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Após a queda natural dos frutos noinício da frutificação, faz-se o raleiode frutos, retirando os muito peque-nos, que estiverem próximos uns dosoutros, atacados por pragas e doen-ças e os voltados para cima. Comonas outras frutíferas, é importantepincelar o local podado com pasta

50 Poda de árvores frutíferas

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Figura 54 - Ramos de caquizeiro em produção escorados com bambu

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bordalesa para evitar a entrada depatógenos na planta.

Quando a produção da planta formuito grande com risco de quebra deramos, recomenda-se o escoramentodesses ramos com bambu ou outro tipode estaca que contenha uma forquilhana ponta que ficará sob o ramo (Figu-ra 54). Outra forma de escoramento éamarrar um ramo fraco em outro maisforte através de arames e braçadeiras.

Após a poda, faz-se as aplicações

de cianamida hidrogenada em solu-ções de 2 a 4% mais 1% de óleo mi-neral (apenas nas regiões mais quen-tes) em aplicações dirigidas para asgemas produtivas, em meados do in-verno. É importante lembrar que aaplicação deverá ser feita quando atemperatura estiver por volta de18oC, pois não é eficiente em tem-peraturas inferiores a esta. Tempe-raturas muito elevadas também po-dem queimar as gemas.

Poda de árvores frutíferas 51

BRAGA, F.G. Cultura da uva Niágara Rosada. São Paulo: Nobel, 1988. 66 p.

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Bibliografia consultada

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