Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA9º ano – 3º bimestrePROJETO INTEGRADOR – Arte e literatura afro--brasileira e indígena contemporâneas

Língua Portuguesa e Arte

Justificativa do Projeto IntegradorO Projeto Integrador proposto para o 3º bimestre do 9º ano compreende a identificação e a discussão sobre artistas e autores afro-brasileiros e indígenas contemporâneos que abordam questões étnico-raciais e étnico--culturais em suas produções artístico-literárias, de modo que os alunos possam reconhecer a diversidade nas manifestações artísticas brasileiras contemporâneas. A ampliação de repertório será feita por meio de uma pesquisa em grupos e da socialização dos conhecimentos em um debate. Os alunos vão discutir a respeito da lei 11.645/08, que regulamenta a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na Educação Básica como parte do currículo oficial na rede educacional pública, demonstrando de que maneira o conhecimento de obras artístico-literárias de autores contemporâneos pode contribuir para essa regulamentação. Com isso, retomam--se habilidades de estudo e pesquisa e as relacionadas às artes integradas. Por meio da apreciação, leitura e análise de produções artísticas e obras literárias contemporâneas, os alunos refletirão sobre formas de abordagem das questões étnico-raciais e étnico-culturais nas práticas de sala de aula.Ao longo do projeto, pretende-se que os alunos ajam com autonomia e responsabilidade, ao trabalhar em grupo, realizar pesquisa e produção, no planejamento das atividades, na participação oral e nas discussões sobre o tema proposto.

Este material está em Licença Aberta — CC BY NC 3.0BR ou 4.0 International (permite a edição ou a criação de obras derivadas sobre a obra com fins não comerciais, contanto que atribuam crédito e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros da Licença Aberta). 1

Objetivos do Projeto Integrador Ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao estudo e à pesquisa, além de

fortalecer sua atuação cidadã, compreendendo os passos e procedimentos para a realização e a participação em um debate.

Desenvolver habilidades e aprendizagens de procedimentos envolvidos na leitura/escuta de produções artístico-literárias.

Ler os alunos a definir com clareza os objetivos de pesquisa, identificar conteúdos a serem trabalhados, reunir a bibliografia necessária, ler e estudar o tema em questão e preparar-se para a realização do debate.

Orientar os alunos a atuar de forma cordial, respeitosa e objetiva, além de apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes e significativos no debate.

Subsidiar o reconhecimento, pelos alunos, do debate como gênero argumentativo oral, que implica na discussão coletiva.

Incentivar os alunos a identificar e conhecer artistas e autores afro-brasileiros e indígenas contemporâneos.

Promover a compreensão da importância do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena como parte do currículo oficial nas escolas públicas.

Destaques da BNCC

Tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro--brasileira e indígena (Leis no 10.639/2003 e 11.645/2008, parecer CNE/CP no 3/2004 e Resolução CNE/CP no 1/200422), bem como diversidade cultural (Parecer CNE/CEB no 11/2010 e Resolução CNE/CEB no 7/2010 23).

Competências gerais da BNCC

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-culturais.7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

(continua)

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(continuação)Competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Objetos de conhecimento e habilidades – Arte

Contextos e práticas

Contextos e práticas

Matrizes estéticas e culturais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

(continua)

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(continuação)Objetos de conhecimento e habilidades – Língua PortuguesaEstratégias de produção: planejamento e participação em debates regrados

Estratégias e procedimentos de leituraRelação do verbal com outras semiosesProcedimentos e gêneros de apoio à compreensão

Curadoria de informação

Reconstrução das condições de produção, circulação e recepçãoApreciação e réplica

(EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. e participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes.(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

(EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD's, DVD's etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.

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Materiais a serem utilizados Exemplos de produções artístico-literárias afro-brasileiras e indígenas contemporâneas (em imagens, texto

escrito e música, se houver, para a sensibilização e contextualização do projeto). Projetor ou cartazes, com imagens e textos escritos, e aparelho de som. Computadores da sala de informática com acesso à internet (para a pesquisa de artistas e autores). Equipamento para gravação de um debate ou caderno e caneta para anotações.

Produto finalDebate sobre o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na escola, regulamentado pela lei 11.645/08, e as maneiras pelas quais as produções artístico-literárias contemporâneas que abordam questões étnico-raciais e étnico-culturais podem contribuir para esse processo.

Antes da execução do ProjetoLembre-se de que, antes de iniciar o Projeto, é imprescindível organizar um material com exemplos de produções artístico-literárias de artistas e autores afro-brasileiros e indígenas contemporâneos. É importante que as obras selecionadas expressem diferentes linguagens, seja no universo artístico (artes visuais, cênicas, musicais ou dança), seja no literário (orais, escritas impressas ou digitais, ou mesmo, audiovisuais). É importante que os exemplos abordem questões étnico-raciais e étnico-culturais, para que os alunos possam estabelecer a relação com aspectos da formação da população brasileira, valorizando e resgatando as contribuições das culturas negras e indígenas brasileiras nessa construção.

DesenvolvimentoO tema do terceiro bimestre do 9º ano letivo dialoga com a Unidade 6, O exercício do debate de ideias, em que se desenvolve o estudo do gênero debate. A integração deste Projeto com o componente curricular Arte tem o propósito de ampliar o estudo da História e Cultura na arte e na literatura. Os alunos vão compreender o processo histórico-cultural desses artistas e autores ao longo da história e também as transformações que abriram caminhos para a valorização dessas produções e para o respeito à diversidade cultural. Converse com o professor de Arte para verificar se é possível contar com a contribuição dele para preparar uma discussão com os alunos, sobre artistas e produções afro-brasileiras e indígenas contemporâneas, nas diferentes linguagens artísticas e artes integradas. Essa seleção deve apresentar questões étnico-raciais e étnico-culturais na sua representação ou na história de seu autor. Essas produções vão também contribuir para o debate sobre a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas públicas. A pesquisa e o debate devem ser pautados nas competências específicas, objetos de conhecimento e habilidades de Língua Portuguesa e Arte para o Ensino Fundamental – Anos Finais, previstos na BNCC e listados nas páginas introdutórias deste Projeto Integrador.

Fase 1Artistas e autores afro-brasileiros e indígenasEm sala de aulaOrganização da turma: roda de conversa Organize uma roda de conversa com os alunos e apresente o Projeto Arte e literatura afro-brasileira e indígena contemporâneas. Conte a eles que deverão pesquisar sobre artistas e autores afro-brasileiros contemporâneos, discutindo como eles buscam o caminho do diálogo, da valorização e do reconhecimento do conteúdo histórico que apresentam, por meio de suas produções artístico-literárias.

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Explique também que neste Projeto o produto final será um debate sobre o ensino de História e Cultura Afro--Brasileira e Indígena na escola, no qual os grupos devem apresentar argumentos e contra-argumentos sobre a importância desse estudo para o Ensino Fundamental – Anos Finais, e quais obras devem ser incluídas nesse estudo, justificando suas posições com base na abordagem.Em seguida, convide-os a conhecer algumas dessas produções artístico-literárias. Organize um espaço da sala de aula de modo que seja possível apreciar criações artísticas por meio de imagem e som e obras literárias por meio da leitura de textos ou fragmentos. Essas produções podem ser apresentadas por meio de projeção, recurso sonoro e/ou de materiais impressos organizados e dispostos em diferentes espaços da sala de aula. O ideal é criar um ambiente em que os alunos, como espectadores, sintam-se acolhidos e instigados a querer conhecer melhor essas produções. Entre os artistas e autores que podem ser apresentados, há referências indígenas como Márcia Wayna Kambeba (poesia e música), Eliane Potiguara (literatura), Alberto Mussa (literatura); e afro-brasileiras, como Michelle Matiuzzi (performance), Rui Moreira (dança), Tiganá Santana (música). Há, também, sites confiáveis que apresentam uma seleção de artistas e autores afro--brasileiros e indígenas contemporâneos.Deixe-os apreciar as produções por um tempo. Em seguida, faça perguntas para conduzi-los à leitura de imagens, com o objetivo de favorecer uma aproximação gradativa com as produções artísticas. Incentive-os a fazer leitura em voz alta para compartilhar oralmente a apreciação do texto literário. Quando achar que a exploração inicial das obras pelos alunos foi suficiente, convide-os a formar novamente a roda de conversa. Em um primeiro momento, proponha uma discussão geral sobre o que observaram e o que chamou a atenção deles. Em seguida, questione-os sobre alguns aspectos das produções: o que a imagem/o texto apresenta? Qual é a sua interpretação sobre ele/ela? O que mais chama a atenção? Quais elementos se destacam? Há alguma questão importante sendo tratada? Qual? Há alguma semelhança entre as obras apreciadas? Se sim, qual? É possível que os alunos afirmem que há a presença de referências relacionadas à cultura africana e/ou indígena nas obras. Depois dessa aproximação inicial, direcione o olhar dos alunos para os aspectos contextuais, como informações sobre quem são os artistas, os contextos históricos das obras etc.

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Fase 2As produções artístico-literárias e as questões étnico-raciais e étnico-culturaisEm sala de aulaOrganização da turma: roda de conversaAo longo do bimestre, os alunos devem realizar pesquisas sobre os diferentes artistas e autores afro--brasileiros e indígenas contemporâneos, para conhecer a extensa gama de suas produções. Ao conhecer suas obras, espera-se que os alunos as reconheçam como parte importante da construção e pluralidade cultural brasileira, na história da Arte e da Literatura do país.Organize-os novamente em roda de conversa. Relembre-os de algumas das produções analisadas. Se possível, apresente-as novamente. Reforce as questões étnico-raciais e étnico-culturais que estão presentes nas obras, principalmente, o modo como o afro-brasileiro ou o indígena é retratado.Em seguida, pergunte aos alunos se, antes da discussão anterior, eles já haviam lido ou visto em algum livro, espetáculo, quadro em museu ou qualquer outro espaço de arte e literatura alguma produção que representasse afro-brasileiros ou indígenas. Com base nas respostas, questione-os de que maneira as obras, geralmente lidas e analisadas na escola, costumam representar africanos, afro-brasileiros e indígenas – e se os representam, em quais meios artísticos eles estão presentes (artes visuais, música, dança, teatro, entre outros). Após essa discussão, converse com os alunos sobre as características comuns presentes nas representações de africanos, afro-brasileiros e indígenas, em obras de arte e literárias anteriores ao século XX, que os apresentavam de maneira exagerada e preconceituosa, em tom discriminatório. Se julgar oportuno, apresente obras, como: AZEVEDO, Aluísio. O mulato. Amazonas: Universidade da Amazônia/NEAD (Núcleo de Educação à

Distância). Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00023a.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. O romance naturalista conta a história de Raimundo, filho de um fazendeiro português e uma africana escravizada. Embora tenha sido educado em Lisboa e viajado por vários países da Europa, é alvo de preconceito e discriminação racial por ser “mulato” [termo não mais utilizado], sendo impedido de namorar Ana Rosa.

VINCENZO, Pastore. Retrato de índio com arco e flechas (c. 1905). 22,3 x 16,3 cm, gelatina/prata, P&B. Instituto Moreira Sales. Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/2127>. Acesso em: 12 nov. 2018. Esta fotografia tem como objetivo retratar objetos, equipamentos, indumentárias e o próprio indígena em estúdio, com arco e flecha; entretanto, não apresenta nenhuma contextualização histórica, social ou cultural do povo, da função dessas indumentárias, sobre o indígena retratado e a qual etnia pertence.

Promova uma reflexão sobre a invisibilidade de artistas e autores afro-brasileiros e indígenas e de suas criações ao longo da história. Questione a importância do reconhecimento dos artistas e autores contemporâneos e a representatividade de suas próprias imagens na arte, na literatura e no imaginário das pessoas e de sua presença nos espaços de arte. É importante, ainda, destacar que suas obras contêm valor relacionado às especificidades culturais das criações artístico-literárias, como: produções orais, manifestações que integram as linguagens artísticas, obras que se relacionam com a natureza e a religiosidade etc.Propicie uma reflexão sobre a relação existente entre os contextos históricos e os aspectos étnico-raciais e étnico-culturais que as produções artístico-literárias contemporâneas apresentam. Incentive os alunos a resgatar conhecimentos prévios sobre a representação de africanos, afro-brasileiros e indígenas na arte e na literatura, contrapondo as produções anteriores às do século XX às produções dos atuais autores e artistas.

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Fase 3Leitura de lei e pesquisa sobre artistas e autoresNa sala de aula, biblioteca e laboratório de informáticaOrganização da turma: grupo Apresente aos alunos as Leis no 10.639/2003 e 11.645/2008 sobre a regulamentação do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na Educação Básica. Inicialmente, conduza a turma para uma leitura em voz alta e compartilhada das leis. Oriente-os a refletir sobre a sua obrigatoriedade nas escolas públicas em todo o país. Ajude-os a se familiarizar com o texto e a sanar eventuais dúvidas.Organize-os em grupos menores. Peça a cada um deles que listem todas as obras literárias que já conhecem. Então, peça que identifiquem quantos são artistas ou autores afrodescendentes ou indígenas contemporâneos. Espera-se que os grupos verifiquem se há ou não a presença de alguma representação em atendimento a essa regulamentação e discutam o porquê dessa representação ser baixa ou nula. Discuta com eles o ano em que essa lei foi assinada, os anos em que ocorreram modificações e o que foi ampliado. Também é importante retomar a discussão sobre a invisibilidade e explicar a escolha, o reconhecimento e a consagração de artistas e autores. Trata-se de um momento para discutir em que medida a lei contribui para a mudança de padrões e a criação de novo paradigma, e de que forma outros meios, como os digitais, cooperam para a difusão de novos conhecimentos, e a divulgação e a valorização desses artistas, autores e produções artístico-literárias contemporâneas.Para dar continuidade à etapa, após o estudo dos documentos legais, oriente-os a realizar uma pesquisa sobre artistas e autores afro-brasileiros e indígenas contemporâneos, com o objetivo de conhecer mais sobre suas vidas e obras, ampliar seus repertórios e realizar curadoria de conteúdos interessantes relacionados a produções que abordam questões étnico-raciais e étnico-culturais. O objetivo é buscar novas referências, produções e obras que apresentem diferenças estéticas e que dialoguem com uma diversidade de representações culturais afro-brasileiras e indígenas, além de referências escravocratas e generalizações carregadas de estereótipos. Por meio da ampliação de referências, expressas por artistas e autores dos próprios grupos, cria-se uma representação que resgata a identidade desses grupos e a história e a cultura brasileiras.De modo geral, espera-se que os grupos selecionem informações e dados relevantes de fontes diversas, em meio impresso, digital, oral etc. Eles devem verificar a confiabilidade e a credibilidade dessas fontes. Oriente os grupos a organizar as informações sobre os artistas e os autores, suas produções artístico-literárias e seus contextos de criação. Explique que, junto com a pesquisa, eles devem justificar a razão pela qual esses artistas e autores devem ser estudados em sala de aula.

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Fase 4 Produto final: Debate sobre o ensino de Cultura Afro-Brasileira e Indígena na escolaOrganização da turma: grupoConvide os alunos a se reorganizarem em seus grupos e relembrar os dados e informações obtidos na pesquisa, para se prepararem para o debate. Após a preparação do material que será utilizado como apoio, os alunos devem se preparar para a exposição oral de suas ideias, em público. Peça que se familiarizem com o tema e tomem nota dos principais argumentos que vão nortear a sua exposição oral. Antes da realização do debate propriamente dito, organize os alunos em uma roda de conversa. Pergunte a eles o que sabem sobre o gênero debate e se já assistiram ou participaram de algum. Em seguida, explique que o debate é um gênero oral formal no qual as pessoas expõem suas ideias sobre determinado tema, que foi pesquisado e analisado com antecedência. Relembre-os sobre o tema pesquisado e verifique se os grupos elaboraram argumentos coerentes para justificar seus posicionamentos e escolhas. Caso tenham dificuldade em formular esses argumentos, cite exemplos de argumentos bem embasados e também de argumentos fracos, para que possam desenvolver os seus.Em seguida, com o auxílio dos alunos, organize a sala de aula para o debate, com as carteiras dispostas em formato de U. Se achar pertinente para esse momento, convide outras turmas e outros integrantes da comunidade escolar para assistirem ao debate, por se tratar de um tema de interesse de todos. Atue como mediador, posicionando-se ao centro das fileiras de carteiras. Apresente algumas das regras do debate. Comece indicando os papéis que vão auxiliar na realização: os debatedores, que serão os integrantes do grupo; o cronometrista, que calculará o tempo de exposição de fala de cada integrante, acompanhada da réplica e da tréplica; e o mediador. Apresente-se como mediador do debate. Combine as regras de apresentação de argumentos, como, por exemplo, respeitar a fala do outro, ou pedir a palavra, levantando a mão ou inscrevendo-se para participar com o auxílio de um ajudante do mediador. Outra regra importante no debate é ouvir o argumento apresentado com atenção e, na hora de falar, relacionar sua ideia à que foi apresentada, podendo concordar ou discordar com a opinião apresentada inicialmente. Oriente os grupos a fazer anotações do que for apresentado, mesmo se não for tomar a palavra. Os grupos devem se preparar para a réplica ou a tréplica, ouvindo a opinião dos integrantes do outro grupo a respeito do(s) argumento(s) apresentado(s). Após a tréplica, para falar novamente, um integrante deve levantar a mão ou se inscrever novamente. Tendo o mediador um auxiliar, este pode realizar o registro do debate por escrito ou por meio de gravação em áudio ou vídeo, podendo ser apresentado a todos os participantes ao final do debate. Caso não haja um auxiliar, um integrante de cada grupo pode realizar o registro por meio de anotações.Ao final do debate, peça que reproduzam o registro para que todos possam relembrar as opiniões, as sugestões e as recomendações mais importantes. Com base nessas informações, os alunos deverão elaborar um documento, a ser entregue à direção e às coordenações das áreas de Arte e Língua Portuguesa, contendo as propostas da turma para atender à lei em questão. Eles deverão incluir uma curadoria de artistas e autores afro-brasileiros e indígenas contemporâneos nos estudos de produções artístico-literárias.

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Fase 5 AvaliaçãoOrganização da turma: grupoRetome a organização dos alunos nos grupos do debate. Reproduza na lousa o quadro de avaliação a seguir ou distribua-o em sua forma impressa, para que cada grupo preencha-o coletivamente:

Quadro de Avaliação – Debate – Grupo Grupo avaliadorCritérios Sim Não Sugestão para aprimorar

Adequação do debate

Os objetivos e os temas do debate estavam claros?

Os artistas e autores apresentados foram investigados em amplitude e profundidade?

As informações pesquisadas foram analisadas de maneira crítica e reflexiva pelo grupo? Os resultados dessa investigação foram apresentados no debate?

Todos os integrantes do grupo trabalharam cooperativamente, contribuindo para o debate?

Durante o debate, foram utilizados diferentes tipos de argumentos?

O grupo respeitou o turno de fala dos demais grupos? Retomaram argumentos apresentados e/oucontra-argumentaram?

Todos participaram ativamente do debate?

Fase 6 AutoavaliaçãoOrganização da turma: individualPara finalizar este Projeto, converse com os alunos sobre o que aprenderam. Deixe que falem livremente, exponham ideias, dúvidas e apreciações. Distribua o quadro de autoavaliação, a seguir, para impressão, e peça aos alunos que o preencham para entregá-lo a você. Analise as respostas e discuta os resultados com eles. Pode ser interessante tabular os dados das autoavaliações para fornecer um panorama geral da avaliação da turma. Pode-se utilizar, também, um programa específico de questionário on-line.

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AutoavaliaçãoNome:

Critérios Sim Não Justifique sua respostaAprendizagem

Eu gostei de realizar o Projeto? Eu aprendi sobre produções artístico-culturais de

artistas e autores afro-brasileiros e indígenas? Eu pesquisei sobre artistas e autores contemporâneos

que abordam questões étnico-raciais e étnico culturais em suas obras?

Eu analisei criticamente as informações pesquisadas para apresentá-las aos demais integrantes do grupo?

Trabalho em grupo e debate Eu participei de maneira ativa e comprometida com

meu grupo nas atividades coletivas? Eu contribuí com o meu grupo e nas discussões

coletivas? Tive dificuldades em trabalhar em grupo e em expor

meus argumentos no debate?

Referências bibliográficasALMEIDA, M. I. Ensaios sobre a literatura indígena contemporânea no Brasil. 1999. 241 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1999. ARANTES, A. A. O espaço da diferença. São Paulo: Papirus, 2000.BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Lei nº 11.645, de 10 de Março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10639, em 9 de Janeiro de 2003. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2008/lei-11645-10-marco-2008-572787-publicacaooriginal-96087-pl.html>. Acesso em: 12 nov. 2018.INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/o-isa/programas/povos-indigenas-no-brasil>. Acesso em: 12 nov. 2018.LITERAFRO. Portal da literatura afro-brasileira. Disponível: <http://www.letras.ufmg.br/literafro/>. Acesso em: 12 nov. 2018.MATTOS, R. A. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2009.NEArIn / INBRAPI. Pequeno Catálogo Literário de Obras de Autores Indígenas. São Paulo: Global Editora, 2008.PEREIRA, A. A. (Org.). Educação das relações étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas salas de aula. Brasília: Fundação Vale, 2014. Disponível em: <https://www.faecpr.edu.br/site/documentos/relacoes_afro_sala_de_aula.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.SEREBURÃ; HIPRU; RUPAWÊ; SEREZADBI; SEREÑIMIRÂMI. Wamrêmé Za’ra: Nossa palavra – Mito e história do povo xavante. São Paulo: Senac, 1998.

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