Pluralismo e ensino de Economia no Chile de...

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012. Pluralismo e ensino de Economia no Chile de Allende (antecedentes do movimento contra a ciência econômica autista) 1 2 Reinaldo A. Carcanholo 3 Introdução Neste ano de 2003 completam-se exatos trinta anos da trágica interrupção de uma das mais belas experiências sociais e políticas que a América Latina já foi protagonista. Trata-se do projeto da Unidade Popular e do governo de Salvador Allende, presidente eleito democraticamente e assassinado por militares em um golpe de estado que tingiu com sangue generoso as belas alamedas e todos os demais espaços da cidade de Santiago do Chile e do resto do território desse país, especialmente os lugares mais humildes. Talvez o povo chileno ainda não tenha consciência histórica plena de ter sido o responsável por uma das mais lindas páginas pintadas indelevelmente na história da humanidade. Trinta anos são poucos para superar a discussão sobre os erros que conduziram a experiência ao desastre e para que cada um e todos consigam ver a beleza do exemplo de generosidade, de coragem, de valentia, de ousadia, de solidariedade, de amor que ficará eternamente gravado na consciência humana, e de que foram testemunhas todos aqueles que tiveram o privilégio de viver no Chile, no começo dos anos 70. A plenitude humanista do socialismo que se pretendeu construir no Chile de um Neruda, de um Salvador Allende e de um Miguel Henriquez e o profundo impacto que teve na mente e no sentimento de todos aqueles que viveram aquele período só podia ser derrotada a ferro e fogo, com a tortura e assassinatos generalizados. O povo chileno, por isso, teve de viver uma longa noite de terror e a verdade é que a ditadura, embora nem todos saibam, ainda não foi, ali, totalmente derrotada. A experiência socialista no Chile dos anos 70 é, em geral, amplamente conhecida em todos os continentes, mas nem todas as suas inúmeras manifestações, nos mais diferentes campos e aspectos, tiveram a mesma difusão. Aquelas ações ou projetos menores, menos significativos, mas que são tão ricos em ensinamentos, permanecem e permanecerão desconhecidas para a maioria, especialmente para aqueles mais distantes e, sobretudo, para 1 Esta é a versão preliminar de um relato sobre a proposta de novo currículo para o Curso de Economia da Universidad de Chile, concluída no primeiro semestre de 1973. Foi redigido com base na memória pessoal, depois de quase 30 anos dos fatos e, por isso, seguramente deve conter imprecisões. O único documento escrito em que se baseou foi o que estamos apresentando ao final deste texto (além de programas de disciplinas, em que aparecem nomes de muitos professores), que inclui a relação das disciplinas que seriam oferecidas no segundo semestre do ano letivo de 1973, acompanhada da ementa correspondente, da bibliografia básica e dos professores propostos para cada uma delas. A divulgação do documento e desta apresentação tem como objetivo, também, recolher as retificações e complementações dos fatos, de outros protagonistas daquele período. Mesmo a edição que fazemos aqui do documento referido pode apresentar falhas. A cópia encontrada entre nossos velhos papéis está em más condições. Partes pouco claras aparecem ali, o que dificultou a transcrição correta. A versão corrigida deste relato e do documento aqui editado, conforme cheguem contribuições (se é que chegarão), ficará disponível na internet, no seguinte endereço: http://sites.uol.com.br/carcanholo. 2 Apesar de redigido há quase dez anos, o texto ainda é pertinente para refletirmos sobre as questões educacionais na atualidade. (Nota dos Editores) 3 Agradecemos a colaboração de Lineu Carlos Maffezoli.

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012.

Pluralismo e ensino de Economia no Chile de Allende

(antecedentes do movimento contra a ciência econômica autista)1 2

Reinaldo A. Carcanholo3

Introdução

Neste ano de 2003 completam-se exatos trinta anos da trágica interrupção de uma

das mais belas experiências sociais e políticas que a América Latina já foi protagonista.

Trata-se do projeto da Unidade Popular e do governo de Salvador Allende, presidente eleito

democraticamente e assassinado por militares em um golpe de estado que tingiu com

sangue generoso as belas alamedas e todos os demais espaços da cidade de Santiago do

Chile e do resto do território desse país, especialmente os lugares mais humildes.

Talvez o povo chileno ainda não tenha consciência histórica plena de ter sido o

responsável por uma das mais lindas páginas pintadas indelevelmente na história da

humanidade. Trinta anos são poucos para superar a discussão sobre os erros que

conduziram a experiência ao desastre e para que cada um e todos consigam ver a beleza do

exemplo de generosidade, de coragem, de valentia, de ousadia, de solidariedade, de amor

que ficará eternamente gravado na consciência humana, e de que foram testemunhas todos

aqueles que tiveram o privilégio de viver no Chile, no começo dos anos 70.

A plenitude humanista do socialismo que se pretendeu construir no Chile de um

Neruda, de um Salvador Allende e de um Miguel Henriquez e o profundo impacto que teve na

mente e no sentimento de todos aqueles que viveram aquele período só podia ser derrotada

a ferro e fogo, com a tortura e assassinatos generalizados. O povo chileno, por isso, teve de

viver uma longa noite de terror e a verdade é que a ditadura, embora nem todos saibam,

ainda não foi, ali, totalmente derrotada.

A experiência socialista no Chile dos anos 70 é, em geral, amplamente conhecida em

todos os continentes, mas nem todas as suas inúmeras manifestações, nos mais diferentes

campos e aspectos, tiveram a mesma difusão. Aquelas ações ou projetos menores, menos

significativos, mas que são tão ricos em ensinamentos, permanecem e permanecerão

desconhecidas para a maioria, especialmente para aqueles mais distantes e, sobretudo, para

1 Esta é a versão preliminar de um relato sobre a proposta de novo currículo para o Curso de Economia da Universidad de Chile, concluída no primeiro semestre de 1973. Foi redigido com base na memória pessoal, depois de quase 30 anos dos fatos e, por isso, seguramente deve conter imprecisões. O único documento escrito em que se baseou foi o que estamos apresentando ao final deste texto (além de programas de disciplinas, em que aparecem nomes de muitos professores), que inclui a relação das disciplinas que seriam oferecidas no segundo semestre do ano letivo de 1973, acompanhada da ementa correspondente, da bibliografia básica e dos professores propostos para cada uma delas. A divulgação do documento e desta apresentação tem como objetivo, também, recolher as retificações e complementações dos fatos, de outros protagonistas daquele período. Mesmo a edição que fazemos aqui do documento referido pode apresentar falhas. A cópia encontrada entre nossos velhos papéis está em más condições. Partes pouco claras aparecem ali, o que dificultou a transcrição correta. A versão corrigida deste relato e do documento aqui editado, conforme cheguem contribuições (se é que chegarão), ficará disponível na internet, no seguinte endereço: http://sites.uol.com.br/carcanholo.

2 Apesar de redigido há quase dez anos, o texto ainda é pertinente para refletirmos sobre as questões educacionais na atualidade. (Nota dos Editores)

3 Agradecemos a colaboração de Lineu Carlos Maffezoli.

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os dos países capitalistas mais avançados, que pouco conhecem ou se interessam pela nossa

história.

Um desses projetos, que na verdade não chegou a ser realizado, pois abortado pelo

golpe de 11 de setembro de 1973, e que é praticamente desconhecido, foi o de produzir uma

profunda e radical reforma do ensino de Economia na Universidade do Chile, sob a bandeira

do pluralismo teórico e metodológico, da melhoria da qualidade e da formação de

verdadeiros profissionais críticos, criativos e capazes de dar resposta a questões novas que

nossa sociedade apresentava e apresenta sempre.

Esse projeto, totalmente desconhecido na Europa, nos Estados Unidos e, em grande

parte, também na América Latina, constitui-se em um importante antecedente de um

movimento surgido nos últimos anos, na Europa, no interior do ensino de Economia e

denominado movimento pós-autista. Tal movimento, jamais chegou a mencionar nenhum de

seus antecedentes históricos; desconheceu totalmente o que, no mesmo sentido e com

objetivos praticamente idênticos, ocorreu muitos anos antes no Chile de Allende, no México4,

na Nicarágua sandinista5, no Brasil dos anos 80 e, mais recentemente, na Argentina6.

O movimento contra o ensino “autista” da economia na Europa e em outras regiões

do mundo desconhece seus antecedentes.

O movimento pós-autista

No primeiro semestre do ano de 2000, estudantes franceses da École Normale

Supérieure (ENS), frequentada pela elite estudantil da França, lançaram o movimento contra

o que eles chamavam autismo no ensino da economia. Eles se recusavam a continuar

estudando essa disciplina da forma em que lhes era transmitida, isto é, por meio de modelos

teóricos abstratos e de sofisticada modelagem matemática, absolutamente desligados da

realidade concreta, além de apresentada como se fosse um corpo homogêneo e monolítico,

dentro do qual não houvesse divergências7. Basicamente, eles exigiam que, no ensino da

economia, prevalecesse o pluralismo teórico e metodológico, de maneira a ser coerente com

o seu caráter de disciplina plural e com a existência, dentro dela, de concepções diversas e

4 A reforma pluralista do ensino de Economia no México, em particular mas não exclusivamente na UNAM (Puebla e Guerrero são outros exemplos), pode ter sido independente e mesmo simultânea ou anterior à do Chile. Faltam-nos informações para afirmar algo sobre isso. Mas uma coisa é certa, sofreu profunda influência da chilena depois do golpe militar, graças a muitos professores mexicanos que se formaram no Chile naquele período e a estrangeiros que, fugidos de Pinochet, asilaram-se no México.

5 No caso da Nicarágua, pouco depois da vitória sandinista, sem dúvida nenhuma a reforma pluralista no ensino de Economia na UNAH teve inspiração no projeto chileno. Somos a demonstração disso e também o é a presença de outros protagonistas direta ou indiretamente oriundos do Chile.

6 Com a “Escuelita de Economia Política”, iniciativa informal no interior da Universidade de Buenos Aires.

7 Para maiores detalhes sobre o assunto consulte: Rezende, Marcelo. O ensino de economia no banco dos réus. São Paulo: Gazeta Mercantil, SP-Brasil, 19-01-2001. Assim, por exemplo, esse autor afirma: “A ENS é um dos centros de excelência do ensino francês, parte das chamadas 'grandes escolas', nas quais a classe dirigente e os mais qualificados intelectuais costumam ter rigorosa e elaborada formação. Os alunos ingressam por mérito, após cansativos exames. Ser um 'normaliano' significa ser visto com um status diferenciado, algo que se traduz nas carreiras dos 'poucos e bons'”. E também: “Os membros da ENS, na petição (o autor se refere ao documento redigido pelos estudantes, RC), não exigiam o privilégio de uma doutrina em detrimento de outra, ao contrário. A greve foi em nome de um equilíbrio perdido”.

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até contrapostas; exigiam o compromisso com o estudo da realidade concreta e que a

economia fosse entendida como uma ciência social, profundamente vinculada às suas

congêneres8. Rebelaram-se contra a hegemonia neoclássica.

O movimento transbordou o espaço restrito da ENS e ganhou estudantes, de

graduação e de pós, de várias universidades francesas e de outros países europeus.

O movimento dos estudantes franceses pela reforma do ensino de economia espalhou-se rapidamente pelo mundo. Na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Espanha, no Canadá e em muitos outros países surgiram manifestações de apoio e reivindicações semelhantes. Economistas renomados, como Robert Solow e Michel Aglietta, discutiram os temas levantados pelos estudantes9.

Na França, além da constituição de uma comissão oficial de notáveis para pensar o

assunto, o governo, passado alguns meses, parece ter anunciado algumas medidas para

atender à preocupação dos rebeldes. Depois de algum tempo, também parece ter havido

uma moderação nas preocupações, ao menos explícitas, de docentes e discentes franceses,

em relação ao assunto. Não sabemos ao certo o resultado; provavelmente não foi

significativo. Seria interessante investigar os efeitos mais concretos do movimento, mas esse

não é o nosso objetivo aqui.

Os estudantes franceses apareceram, assim, como os iniciadores de um movimento

de contestação e rebeldia contra o que se está chamando de ciência econômica autista, e

que teve grande repercussão, pelo menos no início, na Europa e, em particular, na França. A

repercussão na imprensa e entre intelectuais foi significativa e nos parece excelente que eles

tenham conseguido levantar essa questão de maneira tão ampla e que tenham conseguido

aparecer como os iniciadores, nos fins do século XX, dessa contestação e rebeldia.

No entanto, todos os que participaram do movimento de oposição dos economistas

no Brasil, desde o final dos anos 70, e os militantes da ANGE (Associação Nacional dos Curso

de Graduação em Economia) sabemos que essa manifestação de rebeldia europeia, frente ao

main-stream, teve um importante antecedente no Brasil. Aí, não se limitou ao lançamento de

um manifesto, mas se construiu um forte movimento, elaborou-se uma proposta concreta de

novo ensino (currículo mínimo, proposta de nova grade, de ementas, de programas, de

bibliografia), conseguiu-se obrigar o governo militar da época a aceitar a proposta,

organizou-se um amplo trabalho de “agitação e propaganda” das novas ideias (com centenas

de viagens de dezenas de docentes e discentes militantes do movimento, para todas as

regiões do país), organizou-se um amplo processo de formação e reciclagem de professores

(inclusive com um curso específico de especialização e com a modificação do conteúdo de

alguns cursos de mestrado), publicaram-se muitos artigos e inclusive livros sobre e para o

novo conteúdo, realizaram-se inúmeros congressos, encontros, seminários, conferências,

palestras e debates específicos; fundou-se e fortaleceu-se uma nova entidade: a ANGE, que

sobrevive até hoje.

8 Exatamente os mesmo princípios estabelecidos no famoso parágrafo 7º da Resolução 11/84 do Conselho Federal de Educação brasileiro, que estabeleceu as bases da nossa reforma curricular dos anos 80, no Brasil, e que prevalecem até hoje.

9 Soromenho, Jorge E. C. Autismo e Pluralismo. In: revista virtual “Informação Assimética”, edição nº 1, de novembro de 2001. http://www.infoassimetrica.hpg.ig.com.br.

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As palavras chaves desse movimento brasileiro eram (e continuam sendo)

pluralismo, melhoria da qualidade do ensino, não aos manuais e estímulo à leitura dos

originais dos pensadores econômicos mais relevantes da história, compromisso com a ética e

preocupação com nossa realidade específica; todas elas foram repetidas incontavelmente em

todos os eventos, salas de aula, reuniões etc; chegou a existir, até, um vocabulário

específico que todos seguiam.

Embora muito material possa ser encontrado sobre o assunto, a história completa de

todo esse movimento ainda precisa ser escrita e seria uma grande contribuição se alguém se

dispusesse a enfrentá-la.

Os efeitos desse amplo movimento foram sensíveis. O ensino de economia no Brasil

sofreu profunda modificação e, hoje, não deve ter similar no mundo inteiro, em muitos de

seus aspectos. É verdade que não alcançou todas as escolas e não teve resultados da

mesma profundidade em todos os lugares. Mas, não tenhamos dúvidas: houve uma

verdadeira revolução nesse aspecto. Exagero? Talvez. Mas, para uma melhor comprovação,

bastaria buscar a opinião de professores de vários países latino-americanos (e também de

outras latitudes) que têm visitado ultimamente o Brasil, em especial os participantes dos

Encontros da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP). Aliás, e com certeza, essa

sociedade não existiria sem aquele movimento e sem a ANGE. Apesar de que o Brasil não

seja a França, os estudantes e docentes europeus teriam muito a aprender com nossa

experiência.

Mas há um antecedente mais antigo e quase desconhecido entre nós que é o que

mencionamos na introdução: o projeto de reforma pluralista do ensino de economia no Chile

de Allende.

O projeto de reforma pluralista no ensino de economia no Chile

Durante meses no ano de 1972 e durante parte do primeiro semestre de 1973, no

Chile socialista de Salvador Allende, um grupo de professores e estudantes de economia,

chilenos e de outros países latino-americanos, lançaram-se a elaborar uma proposta de

reforma curricular no ensino dessa matéria, que nunca chegou a ser implementada, pelo

menos por período significativo. Tratava-se, em concreto, de uma nova grade curricular, com

suas respectivas ementas e bibliografia básica para cada disciplina. Na verdade, era muito

mais do que isso, consistia em uma proposta que buscava concretizar uma nova concepção

do ensino de economia, crítica e pluralista.

Na verdade, o ensino crítico já encontrava muito espaço na Escola de Economia da

Universidade do Chile, desde antes. Algumas disciplinas, na prática, tinham conteúdo

alternativo10 e outras tantas foram sendo introduzidas para a discussão séria, em particular,

da problemática latino-americana e, em geral, do Terceiro Mundo11. Estudava-se também,

10 Um exemplo, entre muito outros, era a disciplina “Desarrollo Económico” que o professor Armando di Filippo utilizava para um excelente curso sobre o primeiro livro d’O Capital, de Marx.

11 Deve-se lembrar que a teoria da dependência (a verdadeira) teve seu berço principal no Chile, com nomes como Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos, Gunder Frank. A teoria da Cepal, anterior àquela, também.

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com seriedade, economia clássica e marxista12. No entanto, ao que parece, não existia uma

articulação global, dentro de um projeto didático coerente e totalmente articulado13.

Os professores que participaram, em 1972, dos debates e da organização do novo

currículo exerciam sua docência na Escuela de Economia (especialmente no Departamento

de Economía y Planificación e no Centro de Estúdios Sócio-Económicos – CESO) e,

principalmente, no programa de pós-graduação, muito famoso na época na América Latina,

denominado ESCOLATINA (Programa de Estudos Latinoamericanos para Graduados). O nome

com o que ficou conhecido o programa, na verdade, constituía seu endereço-código

simplificado para telegramas. Os participantes discentes nesses debates e nesse trabalho,

que, por certo, tiveram papel protagonista, estudavam nesse programa.

Essas duas instituições agrupavam um número expressivo de professores de primeira

grandeza, destacando-se, entre eles, os brasileiros, além de chilenos, argentinos e de outras

nacionalidades. Nomes como o do brasileiro, falecido há pouco tempo, Ruy Mauro Marini,

além de Theotônio dos Santos, Pedro Paz, Conceição Tavares, Antonio Barros de Castro, e

Marta Harnecker, estavam entre eles14. Enquanto aos estudantes de ESCOLATINA, também

havia muitos brasileiros15, além de chilenos, argentinos, mexicanos16 e até centro-

americanos17.

Muitos desses professores e estudantes não chilenos residiam no Chile na qualidade

de exilados políticos e outros foram para lá para conhecer, desde o seu interior, e viver o rico

e interessante processo de construção do socialismo, com características muito específicas.

Obviamente, nem todos os mencionados estiveram comprometidos com o trabalho de

discussão e elaboração do novo currículo para o ensino de economia, mas alguns deles

tiveram papel importante.

12 É bem verdade que, dentro desta última, havia o predomínio da interpretação althusseriana. Mas, apesar disso, estudava-se nos originais e com muita seriedade. Talvez os equívocos dessa interpretação, junto a outros vários fatores, tenham contribuído para que alguns dos que se formaram naquela época e naquelas condições, e também dos que ali ensinavam, tenham mudado de trincheira. Hoje, eles conseguem professar diferentes concepções, desde as reformistas mais avançadas até as neoliberais mais cínicas.

13 Reconhecemos que é possível que tenha havido um trabalho anterior, articulado, que tenha elaborado uma proposta global e coerente e que tenha resultado no ensino daqueles anos, em Economia. É até provável que tenha existido, dada a competência do ensino que se ministrava, então; no entanto, não temos a menor lembrança nem referência sobre isso.

14 Outros professores que exerciam ali a docência e que podemos mencionar são, em ordem alfabética: Alberto Tassara, Álvaro Briones, Anibal Pinto, Armando Di Filippo, Benjamin Toro, Eduardo Kugelmas, Fucaraccio, Isaac Minian, José (Pepe) Valenzuela, Juan Arancibia, Julio López, Lucio Geller, Marco Aurélio Garcia, Orlando Caputo, Osvaldo Sunkel, Paul Oquist, Ricardo Lagos, Roberto French-Davis, Roberto Frenkel, Roberto Pizarro, Ugo Pipitone, Vânia Bambirra, Waldomiro Pecht.

15 Entre nossos colegas brasileiros da época, podemos citar, também em ordem alfabética: Carlos Alonso Barbosa de Oliveira, Ana Célia Castro, Carlos Kurkineva, Fernando Giannetti, Frederico Mazzuchelli, Jorge Mattoso, José Carlos Braga, Lauro Ferraz, Liana Cardoso, Lineu Carlos Maffezoli, Paulo Baltar, Rinaldo Barcia, Roque Lauchner, Sandra Brizzola, Silvério Soares Ferreira.

16 Entre eles, Arturo Huerta, que mantém estreitas relações acadêmicas com o Brasil e tem participado ativamente dos Encontros da SEP, além de Rogelio Huerta, ambos, posteriormente, contribuíram, como professores, dentro do projeto de ensino pluralista de Economia na UNAM.

17 O nicaragüense, Edmundo Jarquin, por exemplo, que teve, posteriormente, papel significativo na revolução sandinista nos anos 80 e com quem tivemos a oportunidade de voltar a encontrar.

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O documento que temos disponível sobre o tema, e que apresentaremos a

continuação, não se refere diretamente ao novo currículo e à sua grade, mas à relação de

disciplinas que seriam ministradas pelo Departamento de Economia e Planificação, com suas

ementas, bibliografia básica e professores propostos, durante o segundo semestre do ano de

1973, dentro do espírito da nova proposta.

É interessante destacar que o novo currículo proposto estava particularmente

preocupado, como não podia deixar de ser, com a situação concreta da economia chilena do

momento e que muitas de suas característica são um reflexo direto das particulares

circunstâncias políticas que se vivia então. Isso pode ser observado, dentro do documento

apresentado, nas ementas de várias disciplinas, mas especialmente na de Planificação

Global. Além disso, na introdução apresentada pelo documento para a área de Planificação,

manifesta-se claramente o desejo de que se continuará a redefinir as disciplinas e seus

conteúdos.

Todo o processo de construção do novo currículo ocorreu paralelamente ou

imediatamente após uma divisão que houve dentro da Universidade do Chile. De um lado

ficaram os professores comprometidos com a tecnocracia e com a perspectiva mais

neoclássica, concentrando-se no que se chamou Sede Ocidente, na que fundaram um novo

curso de economia. De outro lado, na Sede Norte, continuou o curso anterior, agora com

outro nome e com outro currículo: a Escuela de Economía Política.

Talvez em razão da divisão na Universidade e, em conseqüência, da redução do

número de docentes para essa escola, para o semestre agosto-dezembro de 1973, foram

designados como professores ad honorem (isto é, sem remuneração), vários dos então

estudantes de ESCOLATINA, bolsistas muitos deles ou quase todos. Tivemos a oportunidade

de estar entre eles18.

Finalmente, é necessário dizer, que o presente relato tem como objetivo que a

lembrança sobre o movimento de rebeldia contra o liberalismo do pensamento neoclássico e

marginalista e pelo pluralismo, ocorrido no Chile socialista de então, não se perca totalmente

nas próximas décadas, apesar de que, sabemos, Santiago do Chile não é Paris.

18 Fomos designados para a disciplina Teoria Econômica I (Economia Política II), cujo conteúdo era teoria marxista da acumulação, circulação, rotação e reprodução do capital e é curioso assinalar que só conseguimos dar a primeira aula (apresentação do programa e organização da forma de trabalhar e de avaliar). No dia 11 de setembro, pela manhã, estávamos preparados para nos dirigir à Universidade, onde pensávamos preparar a segunda aula que seria no dia seguinte. As rádios anunciavam o golpe de Pinochet; não fomos à Universidade; nosso destino foi outro; iniciava-se o período mais trágico da história chilena, com muitos reflexos sobre a América Latina e o resto do mundo. Isso foi há exatos 30 anos.

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DOCUMENTOS

1. Programa docente do Departamento de Economia e Planificação da

Universidade do Chile

PROGRAMA DOCENTE19

DEPARTAMENTO DE ECONOMÍA Y PLANIFICACIÓN SEMESTRE: AGOSTO-DICIEMBRE

1973

I. UNIDAD BÁSICA DE ECONOMÍA POLÍTICA

A. Cátedras obligatorias

1. Introducción a la Economía Política I (Introducción a la Economía Política)

Prerrequisito: Ingresso

Profesores Diurnos: Humberto Banderas

Edmundo Jarquin

Lauro Ferraz (Tec. Est.)20

Profesores Vespertinos:

Gonzalo Valda

Paulo Baltar

Objeto de la Economía Política. Las leyes económicas. Estructura económica:

producción, distribución, consumo. Modo de producción y formación social.

En Economía Política I, II, III, se estudia el modo de producción capitalista en su

fase monopólica.

2. Introducción a la Economía II (Economía Política I) 21

Prerrequisito: Introducción a la Economía I

Profesores Diurnos: Juan Arancibia

David Loyola (Tec. Est.)

Profesores Vespertinos: Lineu Carlos Maffezoli

Raúl Vergara

19 El texto que se presenta fue mantenido de la manera como se encontraba, apenas com correcciones obvias de digitación y de algunos nombres de personas que, sin duda, habían sido redigidos equivocadamente. La copia del documento, que disponemos, encuéntrase en mal estado. Se trata de una de muchas copias carbono que fueron obtenidas de una misma mecanografía. Por eso, algunos partes están ilegibles, especialmente algunos nombres propios. (Esta y todas las demás notas de pié-de-página son del editor).

20 Lo que aparece entre paréntesis indica que el profesor impartiría la cátedra ofrecida por el Departamento al Curso Técnico en Estadística, que era uno de los cursos de la Escuela.

21 Los nombres de cátedras que el texto original presenta entre paréntesis, probablemente, se refieren mucho más al contenido propiamente dicho que se pretendía impartir, mientras que el outro nombre parece ser el oficial, definido en los documentos de la universidad antes del cambio del contenido y de las ementas.

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Objeto de El Capital de Marx. La mercancía: valor, valor de uso y valor de cambio.

Producción del Capital. Teoría de la plusvalía. Teoría del salario.

Bibliografía básica: El Capital, tomo I, hasta la sección VI inclusive.

3. Teoría Económica I (Economía Política II)

Prerrequisito: Introducción a la Economía II

Profesor: R. Carcanholo

Estudio de la acumulación y circulación del capital: reproducción simple, ley general

de la acumulación capitalista, el ciclo del capital, tiempo y gastos de circulación,

rotación. Esquemas de reproducción simple y ampliada.

Bibliografía básica: El Capital, tomo I, sección VII

El Capital, tomo II, todo.

4. Teoría Económica II (Economía Política III)

Prerrequisito: Teoría Económica I

Profesor Diurno : Rene Hueche

En este curso se estudia la transformación de la plusvalía en ganancia, las leyes

propias de ella y las derivaciones: ganancia comercial, interés y renta.

Contenido:

Teoría de la ganancia, ganancia media, transformación de valores en precios, ley de

la tendencia descendente. Capital comercial y capital a interés. El crédito. Renta de

la tierra.

Al final, en este curso, debe hacerse una discusión preliminar del problema de las

crisis.

5. Teoría Económica III (Economía Política IV)

Prerrequisito: Teoría Económica II

Profesor Diurno: Gerardo Aceituno

Tiene por objeto central del análisis el modo de producción capitalista en la fase de

desarrolo monopólica para los países capitalistas avanzados. En tal contexto se

estudian las crisis de realización y las tendencias a la subutilización de la capacidad

instalada. Finalmente se derivan de los esquemas de reproducción, un marco de

categorías que permiten desarrollar un análisis de corto prazo.

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Bibliografía:

M. Kalecki.

J. Steindl.

“Teoría de la dinámica económica”

“Teoría de los ciclos económicos” “Madurez y

estancamiento en los países capitalistas

desarrollados”.

6. Desarrollo Económico

Prerrequisito: Economía Internacional

Profesores Diurnos: Claes Croner

Enrique Marschall

Este curso analiza los conceptos, caracterizaciones e interpretaciones actuales del

desarrollo y del subdesarrollo. Se estudian las teorías clásicas y marxistas del

desarrollo y las diversas teorías del subdesarrollo. Finalmente se ven las

interpretaciones latinoamericanas del subdesarrollo económico reciente en América

Latina.

Autores Sunkel-Paz- Rodriguez

Aníbal Pinto

Merhav

Baran-Sweezy

Dos Santos

Frank André

Tavares

7. Historia Económica General

Prerrequisito: Teoría Económica II

Profesor Diurno: Miguel Abdala

Durante el curso se analizarán los siguientes temas: El desarrollo del capitalismo y

la expansión europea, América Precolombina, el colonialismo, la importancia de la

matriz colonial en el proceso histórico de hispanoamérica, américa, la primera

revolución, independencia y neocolonialismo, y la revolución e integración de A.

Latina.

Autores: Pirenne – Dobb Brandel – Frank – Bagú

8. Historia del Pensamiento Económico

Prerrequisitos: Teoría Económica III y

Análisis Económico (III)

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Profesor Diurno: Mónica Mansur

Objetivo:

Estudio de los precursores del pensamiento económico. Aparición del pensamiento

económico como “sistema”: Fisiócratas – Smith. Los desarrollos teóricos

fundamentales referentes a la teoría del valor, de la distribuición y de la inversión.

Capitalismo y crisis.

9. Desarrollo Económico y Economía Chilena

Prerrequisito: Economía Política II-A

Profesor: Samuel Cogan (diurno)

Evolución socio-económica de Chile en el siglo XIX. La economía chilena en el

período 1900-1950. La economía chilena actual. Políticas económicas

conservadoras, reformistas, socialistas. La política económica de la Unidad Popular

Autores: Recabarren

Cademartori Vuscovici

Sierra Ahumada

Ffrench-Davis

Lagos

10. Economía Política II-A

Prerrequisito: Int. a la Economía II

Profesores Diurnos: Esseralda Serrato

Jorge Fernández (Téc. Est.)

Profesor Vespertino: Omar Arza

Analiza la acumulación y circulación del capital y las formas funcionales del capital

industrial. Luego se analiza la rotación del capital y la reproducción y circulación del

mismo en su conjunto, en forma simple y ampliada. Finalmente se abordan los

problemas relacionados a las crisis por subconsumo e por desproporcionalidades.

Bibliografía:

C. Marx. El Capital, tomo I, II, III.

P. Sweezy. Teoría del Desarrollo Capitalista.

M. Dobb. Economía Política y Capitalismo.

V. Lennin. El Desarrollo del Capitalismo en Russia.

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012.

B. Cátedras Electivas.

1. Economía Política del Socialismo

Prerrequisito: Teoría Económica III

Profesor Diurno: Donald Castillo

Estudia el carácter de las leyes económicas en el modo de producción socialista. El

producto socialista y las características de processo de producción en términos del

proceso de trabajo, la jornada de trabajo y la productividad del trabajo.

Autores: C. Marx

F. Engels

V. I. Lenin

(ilegível)

E. Preobrazenski

A. Liberson

II. UNIDAD BASICA DE ANALISIS ECONOMICO.

Junto a la Unidad Básica de Economía Política es outra unidad teórica de

Economía de la Facutad de Economía Política y corresponde a la visión burguesa

de la Economía Política: la Teoría Económica . Esta unidad está constituída por

cuatro cátedras correlativas (una de las cuales no se impartirá el presente

semestre), teniendo la primera de ellas como prerrequisito: la cátedra de

Economía Política I.

1. Análisis Económico I

Prerrequisitos: Economía Política I

Matemática II (T. E.)

Profesor: Enrique Silva

Objetivos:

En esta cátedra se analiza desde una perpectiva crítica la teoría subjetiva del valor,

de donde se desprende la teoría de los precios en competencia perfecta..De esta

forma se estudia la teoría del precio de mercado, el equilibrio general y la

asignacón de recurso en competencia perfecta.

Autores: Ferguson

Stonier y Hague

Lipsey

2. Análisis Económico II

Prerrequisito: Análisis Económico I

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012.

Profesor: Rogelio Huerta

Objetivos:

En esta cátedra se estudian las estructuras mono-oligopólicas (tanto en lo referente

al análisis del tránsito de situaciones de competencia a situaciones oligopólicas,

como a la comprensió n del funcionamiento de tales estructuras), desde una

perspectiva que escapa al análisis neoclásico, con un instrumental menos reguroso,

pero más apto para la interpretación de la realidad.

Autores: Sylos Labini

Bain

Steindl

3. Análisis Económico III

Prerrequisito: Análisis Económico II

Profesor: Pablo Ramos

Objetivos:

En esta cátedra se estudian las teorías del ingreso y del empleo clásico y

keynesianos, tratando de plantear un esquema comparado de ambos modelos, para

extraer de ellos las políticas económicas ficales, monetarias, coyunturales en

general. Cabe señalar que dicho análisis se realiza desde una perspectiva crítica.

Autores: Keynes, J. M.

Ackley, Cardner

Hansen, Alvin

4. Análisis Económico IV

No se impartirá el presente semestre.

5. Análisis Económico I-A

Prerrequisitos: Introducción Económica II (Economía Política I)

Objetivos:

En esta cátedra se trata de analizar críticamente el intrumental neoclásico de

competencia perfecta: funciones de demanda y costo, elasticidades, equilibrio

general. Además, se analiza el tránsito de situaciones de competencia perfecta a

situaciones oligopólicas.

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012.

Autores: Lipsey

Sylos Labini

Baran y Sweezy

Nota: Todas las cátedras mencionadas (Análisis Económico I, II, III) constituyen

cátedras electivas, no teniendo equivalencia com el antiguo currículum de la Escuela.

6. Análisis Económico II-A

Se impartirá a partir del próximo semestre.

III. UNIDAD BÁSICA POLÍTICA ECONÓMICA

A. Cátedras Obligatorias

1. Teoría y Política Fiscal I (Análisis y Política Económica)

Prerrequisitos: Teoría Económica III

Análisis Económico III

Objetivos:

El curso pretende revisar los principales esquemas teóricos que fundamentan la

política fiscal y reformular estas concepciones, de manera a adecuarlas al estudio

de la acción económica del Estado en los países capitalistas, subdesarrollados y

dependientes, com especial referencia a la situación chilena.

Autores: Vega, Humberto

Ricardo

Keynes

Kalecki

Ffrench Davis

2. Teoría y Política Monetaria I (Análisis Financiero)

Prerrequisito: Análisis Económico III

Profesor: Ernesto Miranda

Objetivos:

Estudio del Dinero: concepto – funciones. Oferta de dinero: mecanismos de control

monetario. La política económica y la oferta de dinero. Demanda monetaria. Teorías

clásicas, keynesiana y neoclásicas. Inflación: experiencia chilena.

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Autores: Marx

Ffrench-Davis

Ackley

Sierra

3. Economía Internacional (Análisis y Política de Comercio Exterior)

Prerrequisitos: Política Fiscal I

Monetaria I

Profesores: Isaac Minian

Alberto Tassara

Objetivos:

El curso pretende revisar los principales conceptos que fundamentan la Política de

Comercio Exterior, de manera a extraer de ellas una metología de análisis del

impacto del comercio exterior en las economías capitalistas, com especial referencia

a Chile.

B. Cátedras Electivas

1. Política Económica

Prerrequisito: Economia Internacional

Profesor: Fernando Cossio

Objetivos:

Análisis de Política Económica: su concepto, el proceso de política económica, el

papel del Estado como agente de política económica. Análisis empírico del conjunto

de instrumentos y del conjunto de objetivos. Estudio crítico de algunas experiencias

concretas: Chile, Brasil.

Autores:

Jan Tinbergen

Cinotti – Sierra

Jean Meynand

IV. UNIDAD BÁSICA DE PLANIFICACIÓN

Durante el segundo semestre del año académico 1973, la Unidad Básica de

Planificación quedará constituída por un número de cátedras que se mencionarán

a continuación. Este número obedece a las posibilidades reales que el Depto. De

Economía puede ofrecer en el presente, sin querer ello a decir que no existen las

condiciones para redefinir, tanto el contenido de la Unidad así como también las

cátedras, através de las cuales se pondrá éste de manifiesto, en un futuro

próximo.

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A. Cátedras Electivas

1. Planificación Global

Prerrequisitos: Economía Política I, II, III.

Contabilidad Social

Economía Política II-A y

Contabilidad Social

Profesores Diurnos: José Miguel de la Fuente

Luis López (Tec. Est.)

Dado el proceso de profundas transformaciones socio -económicas que vive el país,

no es posible continuar la formación del Ingeniero Comercial al margen de.la

Planificación. El desarrollo del APS22 y su cada vez mayor importancia dentro de la

economía nacional y la nueva política económica, exigen la dirección planificada de

la economía.

Desde este punto de vista y com este objetivo, el fin central del este ramo es

impartir los conceptos de la planificación, sus niveles, aspectos y métodos

generales de manera que el estudiante conozca sus principios básicos y que le sirva

ademas de base para estudiar el resto de ramos de esta línea.

2. Balance Intersectorial

Prerrequisito: Planificación Global

Profesor Diurno: Ivonne Farah

Está dedicado fundamentalmente al estudio de la construcción del balance

intersectorial. El enfoque utilizado permite el análisis profundo del conjunto d e

relaciones que se dan entre los setores que forman la economía nacional. Su base

teórica está referida al estudio de los esquemas de reprodución en Marx com un

enfoque que centra el análisis en las proporciones y relaciones en la reprodución y

circulación del capital social. Al final, se hace una comparación entre el balance

intersectorial planificado y el balance intersectorial capitalista para ver las

diferencias y alcances de cada uno.

3. Planificación Global y Balance Intersectorial 23

(para Comercialización y Cooperativa)

Prerrequisitos: Economía Política II-A

Contabilidade Social

Profesor: Javier Suárez

22 Área de propriedade social, na terminologia do governo Allende.

23 No documento, não aparece a ementa dessa disciplina

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(para Contadores Auditores)

Prerrequisitos: Economía Política I

Contabilidad Social

4. Planificación de Recursos Humanos

Prerrequisitos: Economía I, II, III

Contabilidad Social

Profesor: Julia M. de Roitman

El objeto fundamental de este ramo es, de una parte, analizar los aspectos mas

importantes de los modos y niveles de explotación y utilización de la fuerza de

trabajo en los diferentes sistemas de producción vigentes, como tambien examinar

diversos métodos y técnicas de planificación del trabajo y de los recursos humanos

tanto en países capitalistas como socialistas, de otra.

5. Programación de Inversiones y Evaluación de Proyectos

Prerrequisitos: Planificación Global

Análisis Económico III

Profesor: Alfredo Bellot

El objeto básico de este curso es el entregar el instrumental adecuado que permita

garantizar, a través de una evaluación previa, el éxito de un proyecto de inversión.

El curso contiene la explicación de ciertas técnicas y mecanismos que posibilitan

dicha evaluación.

6. Planificación Regional

Prerrequisitos: Planificación Global

Análisis Económico III

Profesores: Ivo Babarovic

Rosalba Todaro

El curso contiene como objetivo entregar al aluno todos los conceptos y aspectos

generales de la problemática del desarrollo y planificación regional, centrando su

análisis en el estudio de las teorías de la localización regional y especial de las

actividades económicas fundamentales (industria y agricultura) y la configuración

del espacio basada en el desarrollo de las fuerzas productivas.

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7. Planificación Agraria

Prerrequisito: Análisis Económico III

Profesor: N. N.

El objetivo fundamental de esta cátedra la constituye el proporcionar una visión del

rol y funcionamiento del sector agrícola en la actualidad, y a partir de ella, señalar

los aspectos metodológicos básicos para la tansición de dicho sector hacia una

estructura planificada a través del estudio del processo de reforma agraria.

B. CÁTEDRAS OBLIGATORIAS

8. Contabilidad Social

Prerrequisitos: Economía Política I

Economía Política II

Matemática III

Profesores: Jaime Pais (Tec. Esta.)

Pedro Tejo (Esc. Economía)

El objetivo básico de esta cátedra es el estudio de los métodos de registros,

clasificaciones y resultados de la actividad económica de una nación. Su contenido

se orienta al conocimiento de indicadores económicos a nivel nacional.

PARA CARRERAS CORTAS

Cátedras Obligatorias:

1. Contabilidad Social

Prerrequisitos: Introducción a la Economía

Economía II-A.

Matemática III

Profesores: Luís Aparicio (Contadores

Auditores, Comercialización y

Cooperativas)

Cátedras Electivas:

Para carreras técnicas com preferencia en comercialización

2. Planificación Regional

Prerrequisito: Planificación Global

Profesores: Ivo Babarovic

Rosalba Todaro

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V. UNIDAD BASICA DE COMERCIALIZACION

1. Introducción a la Comercialización)

Prerrequisito: Programa Antiguo

Matemáticas II

Administración

Sociología

Programa Nuevo Vigente 1972

Administración I AO 101

Introducción Ec. Política EP 108

Profesor: Lira Mosso

Tiene por objeto dar a conocer el desarrollo histórico de la comercialización.

Enfoques de la función comercialización. Análisis crítico del uso de la

comercialización en las condiciones chilenas para superar el esquema tradicional.

2. Comercialización II (Precio y Producto)

Prerrequisito: Comercialización I CA-151

Profesor: Nelson Espinoza

En esta cátedra se estudiará la formación de precios en diversos sistemas

económicos y situaciones de mercado, como asi mismo el producto no solo en su

función económica sino también social – enfoque capitalista y de transición.

3. Seminario de Comercialización I (Comercialización V- Promoción)

Prerrequisitos: Programa Antiguo

Investigación Mercado

Gerencia Publicitaria

Tec. Ventas

Programa Nuevo Vigente 1972

Comercialización IV (Distrib.

II) OA154

Profesor: Raul González

La cátedra tiende a estudiar las estructuras básicas de la promoción y el uso de los

medios de comunicación masivos en un enfoque de transición. Está orientada a la

búsqueda de un nuevo concepto de estos elementos.

4. Investigación Mercados I (Investigación de Mercados)

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Prerrequisitos: Programa Antiguo

Comercialización II

Estatística II

Programa Vigente 1972

Muestreo I (EN. 124)

Profesor: Victor Cortez

El objetivo básico de esta cátedra es el estudio de los diferentes métodos y técnicas

para evaluar y diagnosticar el comportamiento de la demanda.

VI. UNIDAD BASICA DE COOPERATIVISMO

1. Historia del Cooperativismo (Organización del Movimiento Cooperativo en

Chile)

Prerrequisito: Filosofía (Introducción a la

Cooperación)

Profesor: Eliana Alvarado

Objetivos:

Análisis descriptivo del movimiento cooperativo chileno. Se analizaría a partir de un

breve esbozo histórico, las particularidades de la organización cooperativa. Se

estudiarían los diversos tipos de cooperativas existentes en Chile desde el punto de

vista de sus objetivos y su importancia en la economía nacional.

2. Doctrinas Cooperativas (Teoría de la Cooperación)

Prerrequisito: Historia Cooperativa

(Organización del Movimiento

Cooperativo en Chile)

Profesor: Gabriel Schuman

Objetivos:

Dar a conocer el desarrollo histórico de la cooperación a partir de las primeras

manifestaciones. Se intenta ademas, analizar las particularidades del

cooperativismo en las sociedades capitalistas y socialistas, de tal forma que el

alumno conozca los diversos fundamentos teóricos y prácticos existentes en el

campo de la cooperación.

3. Organización Cooperativa en Chile. (Cooperación en el Sector Agrario)

Prerrequisito: Doctrina Cooperativa

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(Teoría de la Cooperación)

Profesor: Enrique Astorga

Objetivos:

Estudio de las líneas ideológicas que inspiran al movimiento cooperativo rural.

Formas que adopta la cooperación rural en los países socialistas y capitalistas.

Descripción, perspectivas y análisis de las organizaciones cooperativas rurales en

Chile.

4. Derecho Cooperativo (Legislación Cooperativa

Prerrequisito: Noción de Derecho (Estadística

Económica)

Profesor: Joaquin Moralez

Objetivos:

Estudio de nociones generales de Derecho. Estudio de la legislación cooperativa y

tributária en Chile. Análisis crítico de la legislación cooperativa.

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2. Carta original dos estudantes franceses:

Lettre ouverte des étudiants en économie aux professeurs et responsables de

l'enseignement de cette discipline

Nous, étudiants en économie dans les universités et grandes écoles françaises, nous

déclarons globalement mécontents de l'enseignement que nous y recevons.

Et ce pour les raisons suivantes :

1) Sortons des mondes imaginaires!

La plupart d'entre nous a choisi la filière économique afin d'acquérirune

compréhension approfondie des phénomènes économiques auxquels le citoyen d'aujourd'hui

est confronté. Or, l'enseignement tel qu'il est dispensé- c'est-à-dire dans la plupart des cas

celui de la théorie néo -classique ou d'approches dérivées - ne répond généralement pas à

cette attente. En effet, si la théorie se détache légitimement des contingences dans un

premier temps, elle effectue en revanche rarement le nécessaire retour aux faits: la partie

empirique (histoire des faits, fonctionnement des institutions, étude des comportements et

des stratégies des agents... ) est quasiment inexistante. Par ailleurs, ce décalage de

l'enseignement par rapport aux réalités concrètes pose nécessairement un problème

d'adaptation pour ceux qui voudraient se rendre utiles auprès des acteurs économiques et

sociaux.

2) Non à l'usage incontrôlé des mathématiques!

L'usage instrumental des mathématiques semble nécessaire. Mais le recours à la

formalisation mathématique, lorsqu'elle n'est plus un instrument mais devient une fin en soi,

conduit à une véritable schizophrénie par rapport au monde réel. La formalisation permet par

contre de construire facilement des exercices, de "faire tourner" des modèles où l'important

est de trouver "le bon" résultat (c'est à dire le résultat logique par rapport aux hypothèses

de départ) pour pouvoir rendre une bonne copie.Ceci facilite la notation et la sélection, sous

couvert de scientificité, mais ne répond jamais aux questions que nous nous posons sur les

débats économiques contemporains..

3) Pour un pluralisme des approches en économie!

Trop souvent, le cours magistral ne laisse pas de place à la réflexion. Parmi toutes

les approches en présence, on ne nous en présente généralement qu'une seule, et elle est

censée tout expliquer selon une démarche purement axiomatique, comme s'il s'agissait de

LA vérité économique. Nous n'acceptons pas ce dogmatisme. Nous voulons un pluralisme des

explications, adapté à la complexité des objets et à l'incertitudequi plane sur la plupart des

grandes questions en économie (chômage, inégalités, place de la finance, avantages et

inconvénients du libre-échange, etc.)

4) Appel aux enseignants:

Réveillez-vous avant qu'il ne soit trop tard!

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O Olho da História, n. 18, Salvador (BA), julho de 2012.

Nous savons bien que nos professeurs sont eux-mêmes tenus par certaines

contraintes. Nous en appelons néanmoins au soutien de tous ceux qui comprennent nos

revendications, et qui souhaitent un changement. Si celui-ci n'a pas lieu rapidement, le

risque est grand que les étudiants, qui ont déjà amorcé un mouvement de retrait, ne

désertent massivementune filière devenue inintéressante, parce que coupée des réalités et

des débats du monde contemporain.

NOUS NE VOULONS PLUS FAIRE SEMBLANT D'ÉTUDIER CETTE SCIENCE AUTISTE

QU'ON ESSAIE DE NOUS IMPOSER.

Nous ne demandons pas l'impossible, mais uniquement ce que le bon sens peut

suggérer à tout un chacun. Nous espérons donc être entendus dans les plus brefs délais.

Cette lettre ouverte a été lancée fin mai 2000, à ce jour (le 5 juillet 2000), plus de

500 étudiants, du deug à la thèse,l'ont déjà signé (ENS Ulm, Cachan et Fontenay, ENSAE,

EHESS, Paris X-Nanterre, Paris I, Paris Tolbiac, Versailles Saint- Quentin, Orléans, Grenoble,

Rennes,Clermond-Ferrand, Aix- Marseille, Besançon, Hamburg, Florence, Londres,

Barcelone...).