PLATÃO. Mênon

59
PUC RIO Platao Reitor Pe.Jesus Horta! Sanchez,S.J. Menon Vice-Reitor Pe.Pedro Magalhaes Guimaraes Ferreira,S. J. Vice-Reitorpara Assuntos Academicos Prof.Danilo Marcondes de Souza Filho Vice-Reitorpara Assuntos Administrativos Prof. LuisRoberto A.Cunha T ex to e st ab el ec id o e a no ta do p or J OH N B UR NE T Vice-Reitorpara Assuntos Comunitdrios Prof.Augusto Sarnpaio T ra du ca o d e MAURA IGLI~SIAS Vice-Reitorpara Assuntos de Desenvolvimento Engenheiro Nelsonjanot Marinho Decanos P ro f. E ne id a d o R eg o M o nt ei ro B om fi m ( Cl 'C l- I) P ro f. G is e1 e C it ta di no (CCS) Prof. Jose Alberto ReisParise (Cf'C)

description

Uploaded from Google Docs

Transcript of PLATÃO. Mênon

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 1/59

 

PU CRIO

Platao

Reitor

Pe . J e su s Ho rt a! S anch ez , S .J. M e n o nVice-Reitor

Pe . P edr o Mag al ha e s Gu ima ra e s F e rr ei ra , S . J.

Vice-Reitorpara Assuntos Academicos

P r of .D an i lo Ma rco nd e s d e So uza F i lh o

Vice-Reitorpara Assuntos Administrativos

P ro f. Lu is R o be rt o A . Cu nh a

Texto estabelecido e anotado por

JOHN BURNET

Vice-Reitorpara Assuntos Comunitdrios

Pro f. Augusto Sarnpa io

Traducao de

MAURA IGLI~SIAS

Vice-Reitorpara Assuntos de Desenvolvimento

Engen he ir o Ne ls on jan ot Ma ri nh o

Decanos

P ro f. E ne id a d o R eg o Mo nt ei ro B om fim ( Cl 'C l- I)

P ro f. G is e1 e C it ta di no (C CS )

Prof. J o s e Alberto ReisPar i se (C f'C )

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 2/59

 

C > Editora PUC-RioR ua M a rq ue s d e S . V i ce nt e, 2 25 - P re di o K en ne dy , s al a 4 01

G ave a - R io d e Ja ne iro - R J - C EP 2 24 51 -90 0T e l. : 5 29 -9 28 7 - T el fa x: 5 29 -9 30 6e-mail: [email protected]

Conselho Editorial:

P ro f. A u gu st o S amp ai o, P ro f. D a ni lo Ma rc on de s d e S ou za F il ho , P ro fa . E ne id a d oR ego Mo nt ei ro B om f im , P ro f. F e rn an do F er re ir a, P ro f. F er na nd o S a, P ro fa . G is el e

C i tt adin o, P rof . Jo se A lbe r to Re is P a ri s e, P rof . M ig ue l P e re i ra

D ir ei to s d a t ra du ca o r es er va do s© Mau ra Ig le s ia s

Agradecemos a Ox fo rd U n iv er si ty P re ssa p er rn is sa o d e r ep ro du zi r i nt eg ra l m ent e 0 t exto g reg o

e st ab el ec id o p or J oh n B ur ne t

Edi~aoIRLEY FRANCO

Sumario

P roj e to g raf icoGUSTAVO MEYER

Serie Bibliotheca Antiqua 7

Apresentacao do dialogo 11

CapaJOSE ANTONIO DE OLIVEIRA Notas sobre a cornposicao

dramatica do dialogo 13

Menon 18

N uc le o d e E st ud os d e F il os of ia A nt ig aD ep ar ta me nt o d e F il os of ia - P UC -R io

R . M ar qu es d e S ao V ic ent e, 2 25R io d e J an ei ro , R J, 2 24 53 -9 00

T el .: ( 21 ) 5 29 -9 31 0 - F ax ( 21 ) 2 39 -4 08 5Notas 113

Edi~iies LoyolaR ua 1 82 2 n ° 3 4 7 . , I pi ra ng a0 42 16 -0 00 S ao P au lo , S P

C ai xa P os ta l 4 2. 33 5 - 0 42 99 -9 70 S ao P au lo , S P( ( ) (0 11 ) 6 9 14 -19 22Fax (0 11 ) 6 1 63 -42 75

H om e p ag e e v en da s: www.loyola.com.brEditorial: [email protected]: [email protected]

Todos os direi tos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida outransmi tida por quaisquer meios (eletronico ou meciinico, incluindo fotocopia e

gravaci io) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissiio

escrita da Editora.

ISBN:85-15-02312-1© ED I< ;:OE SLOYOLA , S ao P au lo , B r as il , 2 00 1

PJatiio

Menon / Pla t: io ; texto estabelec ido e anotado por john Burnet;

t raducao de Maura Igles ias. Rio dejaneiro; Ed. PUC-Rio; Loyola,

2001.

117 p. (Bibl io theca Ant iqua ; 1)

ISBN 85-15-02312-1

I.Burnet, john, 1863-1928. I I. Ser le . I II . Titulo

CDD: 888.4

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 3/59

 

1.Menon - Platao

Pr6ximos lancamentos

P a rm e ni de s - PIa taoEutidemo - Platao

SERlE BIBLIOTHECA ANTIQUA

Ao apresentar ao publico, sobretudo universitario, esta tradu-

~ao do Menon, iniciamos a publicacao da serie Bibliotheca

Antiqua, urn projeto editorial do Nticleo de Estudos de Filosofia

Antiga, micleo este criado por urn projeto integrado apoiado pelo

CNPq e que vern recebendo tambem incentivo nao so do Depar-

tamento de Filosofia da PUC-Rio, ao qual esta

institucionalmente ligado, como da propria Universidade.

A serie Bibliotheca Antiqua tern por objetivo publicar textos

bilfngiies de autores classicos, gregos e latinos, com traducoes

feitas por pesquisadores da area de conhecimento dos proprios

autores. No caso de textos filosoficos, como e 0Menon, por pes-quisadores da filosofia antiga.

Com isso, 0proposito dos seus idealizadores foi tomar dispo-

nfveis, para estudiosos de lingua portuguesa, textos bilmgues

com traducoes que atentem para as questoes relevantes a area de

conhecimento do autor, muitas vezes obliteradas nas traducoes

de nao especialistas.

o nome Bibliotheca Antiqua e talvez pretensioso. Sabemos queo mimero reduzidissimo de pesquisadores com que contamos nao

permitira construir uma verdadeira biblioteca bilfngue dos textos

antigos, a exemplo do que ocorre com as colecoes bilfngues emlinguas modernas com longa tradicao no estudo e traducao dos

classicos. Mas, apesar do nome talvez pretensioso, Bibliotheca

Antiqua tern uma pretensao bastante modesta. Seus idealizadores

pretendem que a serie seja urn verdadeiro laboratorio de tradu-

~6es, trabalhando interativamente com seus leitores para estabe-

lecer urn padrao de traducao que explore os recursos proprios da

lingua portuguesa, as vezes ignorados por influencia talvez das

traducoes de outras lfnguas, que nos impoem seus proprios pa-

dr6es. Estou pensando nos casos de frases sem sujeito explicito,

correntes em grego, como em portugues, mas impossiveis em

frances, em ingles ou em alemao; no uso de oracoes integrantes

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 4/59

8 PLATAO MENON 9

infinitivas, usuais em grego em muitos casos que sao tambem co-

muns em portugues, e nao em outras linguas; e sobretudo em

certas oracoes que, por meio de pronomes relativos, subordinam-

se a duas oracoes diferentes, l igando-as numa estrutura impossi-

vel em muitas linguas, mas, parece-nos, absolutamente legftima

em portugues; e 0 caso por exemplo de Menon 99a: "... correta-

mente, somente essas coisas . .. nos guiam, as quais, tendo, 0 ho-

mem guia corretamente.", cuja sintaxe, que nos parece legftima,

esta "colada" no grego, e dispensa uma reelaboracao da frase

para: " ... corretamente, somente essas coisas ... nos guiam, as

quais 0 homem deve ter para guiar corretamente." Esse tipo de

construcao alias foi objeto de consulta ao Prof. Antonio Houaiss,

que nos honrou sobremaneira com uma resposta manuscrita,

onde abonou, com sua autoridade, construcoes que, nao usuais

na lingua escrita, pertencem entretanto ao uso corrente e culto,

ainda que agrafo, da lingua portuguesa. Ora, para 0 Prof.

Houaiss, 0portugues e uma "lingua agrafa". Diferente de linguas

em que uma long a tradicao escrita cristalizou as estruturas per-mitidas, a fala culta e suficiente para legitimar 0 portugues. E

jufzes dessa legitimidade sao os proprios praticantes da fala cul-

ta, nfvel de uso da lingua em que 0 Prof. Houaiss teve a gentileza

de nos colocar. E claro que no caso especffico acima descrito tal-

vez fosse mais elegante traduzir: " ... somente essas coisas ... nos

guiam corretamente; tendo-as, 0 homem guia corretamente". A

possibilidade entretanto de manter a literalidade do texto e mui-

tas vezes importante. Alem disso, a traducao do dialogo obede-

ceu a urn criterio tambem didatico: manter-se tao proxima quanta

possfvel do original, para facilitar a leitura desse, e tomar meno-

res os riscos de obliterar os problemas filosoficos, Quem sabe,

tambem, incentivar alguns a estudar 0 grego ... Assim sendo, to-

mamos a liberdade de estender, para outras construcoes que nos

parecem igualmente legftimas, a licenca que nos deu 0 Prof.

Houaiss para 0 uso da sintaxe acima descrita. E 0 caso, por

exemplo, de certas oracoes interrogativas subordinadas como as

que aparecem em Menon 88a: "Examina pois: quando 0 que? di-

rige cada uma dessas coisas ela nos e proveitosa, e quando 0

que? a dirige ela nos causa dano?" Aqui tarnbern

pareceu-nos possfvel e conveniente manter a mesma sintaxe do

original, e nao reescrever a frase para algo como: "Examina pois:quando cada uma dessas coisas nos e proveitosa, 0 que a diri-

ge?..", construcao que inverte os papeis da subordinada e da

subordinante.

Gostarfamos entretanto, para essas liberdades, como para ou-

tras - como 0 uso freqtiente de expressoes e oracoes

exclamativas e interrogativas, marcadas como tais no meio de pe-

dodos, caso alias do ultimo exemplo citado - ouvir 0 leitor,

cujas opinioes levaremos em conta em futuras edicoes e tradu-

~6es.

Alem do agradecimento, infelizmente postumo, ao Prof. An-

tonio Houaiss, registramos nossos agradecimentos ao CNPq,

pelo apoio que vern mantendo ao Niicleo de Estudos de Filosofia

Antiga; ao Departamento de Filosofia da PUC, cujo diretor, Prof.

Oswaldo Chateaubriand, empenhou-se pessoalmente para esta

publicacao; a meus alunos, sobretudo de graduacao, que tern ser-

vido de cobaia para testar a inteligibilidade da traducao aqui pro-

posta; e a propria Pontiffcia Universidade Catolica do Rio de Ja-

neiro, especialmente nas pessoas da Profa. Eneida do Rego

Monteiro Bomfim, decana do Centro de Teologia e Ciencias Hu-manas, e do vice-rei tor acadernico, Prof. Danilo Marcondes de

Souza Filho, que, acreditando no projeto e no proposito da serie

Bibliotheca Antiqua, nao pouparam esforcos para que a Editora

PUC-Rio, associada as Edicoes Loyola, a inclufsse em seu proje-

to editorial.

Maura Iglesias

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 5/59

APRESENTA<;Ao DO DIALOGO

Nas ordenacoes cronologicas dos dialogos de Platao posterio-

res ao emprego da estilometria - ordenacoes que reconhecem

tres grupos de dialogos: iniciais (tambem chamados da juventude

ou socraticos), intermediaries (ou da maturidade) e iiltimos (fi-

nais ou da velhice) - 0 lugar atribuido aoMenon e no infcio dogrupo intermediario. Ele ocuparia assim uma posicao entre os di-

alogos ditos "socraticos'', que normalmente sao considerados

como veiculando 0 pensamento do Socrates historico, e os gran-

des dialogos do grupo intermediario, entre os quais se destaca aRepublica, que representariam 0 pensamento da maturidade de

Platao, diferenciado do de S6crates.

Que essa ordenacao represente ou nao urn desenvolvimento

do pensamento de Platao, 0 fato e que se podem reconhecer no

Menon caracteristicas tanto dos dialogos ditos "socraticos" quan-

to elementos normalmente apontados como influencias outras

que as de Socrates, recebidas por Platao e incorporadas em sua

filosofia.

De fato, pela sua primeira parte, 0Menon liga-se ao grupo de

dialogos socraticos, e, dentre esses, especialmente aos chamados

dialogos "em busca de uma definicao", uma pesquisa tradicional-mente associada com 0 Socrates historico, gracas ao testemunho

de Aristoteles, que a ele atribuiu explicitamente duas inovacoes:

o discurso indutivo e a definicao geral (Metafisica M4,1078 b28-

29). No caso do Menon, a questao que abre 0 dialogo - a virtu-

de e coisa que se ensina? - num movimento tfpico dos dialogos

desse grupo, e mudada por Socrates para a questao da definicao

- que e a virtude? A exemplo dos dialogos iniciais em busca de

uma definicao, sao examinadas varias respostas a questao, reve-lando-se todas inadequadas.

Mas 0Menon tenta ir alem da aporia sobre a definicao da vir-

tude, introduzindo uma nova aporia, mais fundamental, a aporia

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 6/59

12 PLATAO

sobre a possibilidade mesma da aquisicao do conhecimento. E a

respeito des s a aporia e de sua solucao que 0 personagem

Socrates introduz na discussao elementos que revelam a influen-

cia sobre Platao de doutrinas e rnetodos aparentemente nao so-

craticos: a crenca pitagorica na imortalidade da alma, sobre a

qual se apoia a teoria da rerniniscencia, apresentada como funda-

mento da possibilidade de adquirir conhecimento, e 0metodo de

hipoteses, que Platao transpoe da maternatica para a dialetica.

o Menon entretanto nao faz nenhuma mencao clara a teoriadas Ideias transcendentes, nem mesmo na passagem sobre a re-

miniscencia, onde e esperado que ela faria sua aparicao. E essa

ausencia, e mais 0 fim aporetico da pesquisa sobre a questao ini-

cial do dialogo - se a virtude se ensina ou nao -, que fazem

considerar 0Menon urn dialogo de transicao, que ainda nao con-

teria 0 pensamento platonico da maturidade, embora ja aponte

nessa direcao,

NOTAS SOBRE A COMPOSIGAO DRAMATICA

DODIALOGO

Data dramdtica

o dialogo contem alusoes a varies fatos historicos: a visita de

Gorgias a Tessalia (70b), mencionada como recente; a morte de

Protagoras (91e) como ja acontecida ba algum tempo; 0 dinheiro

que Ismenias de Tebas teria recebido de Polfcrates (90a) "recen-

temente".

As melhores indicacoes para determinar a data dramaticasao

entretanto algumas alusoes referentes ao proprio personagem

Menon:

1. As palavras que Socrates the dirige em 76b (". .. es belo e

ainda tens apaixonados") sugere que ele e ainda jovem mas nao

mais urn adolescente, 0 que the dli provavelmente uma idade en-

tre dezoito e vinte anos; ora, 0Menon hist6rico, na primavera de

401 a.C., estava em Colosso, na Asia Menor, a frente de partedos mercenaries gregos que part iciparam da expedicao de Ciro

contra Artaxerxes, apesar de sua pouca idade. Pois sobre Menon

Xenofonte nos diz que era horaios em 401 a.C. e urn meirakion

(i.e., entre 14 e 21 anos) em 400 (Xenofonte, Anabase II, 6, 28).

Sua visita a Atenas portanto (provavelmente historica), quando

teria tido 0 encontro com Socrates descrito por Platao, deve ser

pouco anterior a data dos eventos em que tomou parte na Asia

Menor, e em meio aos quais encontrou a morte.

2. Estando Menon hospedado na casa de Anito, urn dos che-

fes democratas, a conversacao com Socrates deve acontecer entre

o retorno dos democratas a Atenas (setembro de 403) e a partida

de Menon para Colosso (0mais tardar no inverno de 401).

3. Segundo sugere Socrates em 76e, Menon poderia ter ficado

para tomar parte nos Misterios; uma vez que ninguem podia to-

mar parte nos Grandes Misterios, celebrados em setembro, se

nao tivesse sido iniciado nos Pequenos Misterios, em fevereiro, ea estes ultimos que deve estar referindo-se S6crates.

A data dramatica do dialogo e assim fixada por 1.S.

Morrisson ("Meno of Pharsalus, Polycrates and Ismenias",

Classical Quarterly, XXXVI (1942) pp. 57 ss.), seguido de RS.

Bluck, (Plato's Meno, Cambridge, 1961, p. 120 ss.) e outros, emfins dejaneiro ou comeco de fevereiro de 402 a.C.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 7/59

14 PLATAo MENON 15

Cenario amizade entre OS ancestrais paternos de Menon e 0 rei da Persia,

provavelmente do avo de Menon e Xerxes, por ocasiao da inva-

sao persa comandada por este (480 a.C.), que teve 0 apoio dos

Aleuades, governantes de Larissa. Mas a Tessalia mantinha tam-

bern com Atenas laces de amizade e aliancas, e ha registros da

ligacao de membros da familia de Menon com Atenas. Em 477/6

urn Menon de Farsalo (talvez avo do Menon do dialogo platoni-co) foi recompensado com a cidadania ateniense por seu apoio aexpedicao ateniense sob 0 comando de Cimon contra Eion

(Her6doto, VI, 72, 1; Plutarco, Temistocles, 20, 1). Talvez seja 0

mesmo Menon de Farsalo que estava entre os chefes dos contin-

gentes enviados por cidades da Tessalia para ajudar Atenas na

guerra arquidamia, em 431 (Tucidides, II , 22, 3). E essa ligacao

tradicional entre a Tessalia e a familia de Menon com Atenas que

sugere a J.S. Morrisson, (op. cit.), seguido de R.S. Bluck, (loc.

cit.) a interpretacao segundo a qual a presenca de Menon (do dia-

logo) em Atenas, que Platao usa como ocasiao para urn dialogo

entre ele e S6crates, prende-se a urn determinado acontecimento:a vit6ria de Licofron, t irano de Feras, que, em 404, "desejando

governar toda a Tessalia, derrotou em batalha os tessalios que a

ele se opunham, larissos e outros, e matou muitos deles"

(Xenofonte, Helenica, II, III, 4). Os aristocratas de Farsalo teri-

am entao enviado Menon a Atenas para conseguir ajuda contra a

ameaca representada por Licofron. Mas, nesse caso, Menon s6

teria deixado a Tessalia depois de terem chegado noticias da res-

tauracao dos democratas em Atenas, e s6 teria chegado nessa ci-

dade em fins de 403 a.C. Ele deve ter deixado Atenas 0 mais tar-

dar no inverno do ana seguinte, pois, na primavera de 401, estava

em Colosso, na Asia Menor, prestes a participar da expedicao de

Ciro contra Artaxerxes. Xenofonte, que descreve essa expedicao

na Anabase, fornece tambern uma descricao do carater de

Menon, apresentando-o como extremamente inescrupuloso, des-

leal, interesseiro e ambicioso (Anabase II, VI, 21 ss). Ha talvez

exagero na descricao desfavoravel que dele faz Xenofonte, mas

nisso se ap6ia P. Friedlander para ver "sarcasmo" na escolha que

Platao faz de Menon como interlocutor de S6crates num dialogo

sobre a virtude (Plato, The Dialogues, First Period, Nova York,

cap. XIX (Meno), p. 274). Mais provavelmente, Menon e, para

Platao, representante de uma visao que associa a virtude ao "po-der". Nesse sentido, e significativa sua origem e a sua ligacao

Menon e, no dialogo, h6spede de Anito, mas este aparece

como por acaso em meio a conversacao, 0 que parece excluir apossibilidade de ela passar-se em sua casa. 0 local provavel e urn

ginasio ou a agora.

PersonagensSocrates

A existencia historica de Socrates nao e questionavel. Sua

vida e largamente atestada, e tambem sua morte. Todos sabemos

que S6crates viveu como urn fil6sofo e foi condenado a tomar

cicuta. 0 grande objeto de controversia e 0 teor de seu pensa-

mento e a caracteristica de seu metodo. Ele certamente praticava,

sobretudo com os jovens, urn tipo de questionamento que teve

uma enorme influencia, inspirando a criacao de urn genero litera-

rio especifico, os "dialogos socraticos", que usam S6crates como

principal personagem. Ora, os dialogos socraticos de Platao saoos mais famosos, mas nao os iinicos. Como S6crates nada escre-

veu; como a maioria dos dialogos socraticos de outros autores se

perderam; como Platao nao aparece em seus dialogos, mas, em

quase todos eles, usa S6crates como principal personagem; e

como praticamente tudo 0 que Platao escreveu sao dialogos, e

extremamente dificil delimitar 0 que e propriamente "socratico"

em Platao, A maioria dos interpretes, com importantes excecoes,

aceitam que os primeiros dialogos de Platao retratam de maneira

fiel 0 metodo socratico de questionamento e apresentam certas

teses que constituem a "etica socratica", 0Menon ja pertenceria

a uma fase posterior, onde influencias outras que S6crates come-crama dar novos rumos ao pensamento de Platao. Progressiva-

mente, S6crates passa a ser apenas 0 porta-voz de Platao, 0 per-

sonagem principal que ele conserva, por fidelidade ao genero li-

terario que sempre utilizara.

Menon

o Menon hist6rico era originario da cidade de Farsalo, na

Tessalia, e pertencia a uma familia da nobreza que teve importan-

tes ligacoes com a Persia e tambem com Atenas. A passagem em

que S6crates diz ser ele "urn h6spede, por heranca paterna, doGrande Rei" (78d) faz aparentemente referencia a urn pacto de

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 8/59

16 PLATAO MENON 17

com G6rgias, que havia visitado a Tessalia, onde obtivera enor-

me sucesso, e cujo nome e associado ao ensino da ret6rica. Em-

bora Menon afirme que G6rgias nao pretende, ensinando a ret6-

rica, ensinar a virtude (95c), a associacao entre as duas e fre-

quente, uma vez que a ret6rica e ligada a aquisicao do sucesso na

politica. Ora, 0 grande politico, aquele que tern "poder", e , aos

olhos de muitos (certamente aos de Menon),0

homem bern suce-dido, i.e., que tern a eudaimonia; e esta e, tradicionalmente, re-

sultante da posse da virtude.

MANUSCRITOS

No estabelecimento do texto do Menon, Burnet baseou-se so-

bretudo nos manuscritos BeT. As siglas e nomes de todos os

manuscritos utilizados encontram-se no quadro abaixo, que cons-

ta do texto de Burnet que aqui reproduzimos, por especial corte-

sia da Oxford University Press.

Escravo de M e n o n

Personagem anonimo, certamente escolhido por ser "qualquer

urn", alguem que jamais passou por urn ensinamento sistematico,

mas, como "qualquer urn" fala uma lfngua (no caso, grego), ins-

trumento da dialetica.

SIGLA

AnitoUrn dos tres acusadores de Socrates, certamente 0 mais pode-

roso deles, no processo que resultou em sua condenacao a morte.Nao pertencente a uma das farru1ias aristocratic as que domina-

yam a polftica de Atenas ate a epoca da Guerra do Peloponeso,

Anito e urn dos novos politicos que surgiram nessa ocasiao, vin-

dos de outras classes sociais, como a de artesaos. Possuidor de

consideravel fortuna, obtida com seu curtume, chegou a uma po-

sir;iio de destaque na polftica gracas a sua atuacao na derrubada

da tirania dos Trinta, que resultou na restauracao da democracia.

B = cod. Bodleianus, MS. E. D. Clarke39 = Bekkeri ~

T = cod. VenetusAppend. Class. 4, cod. I=Bekkeri t

W=cod Vindobonensis54, suppl.phil.G r. 1=Stallbaumii

Vind.J

F = cod. Vindobonensis 55. suppl. Gr. 39P = cod. VaticanusPalatinus 173 = Bekkeri II

S = cod.VenetusMarcianus 18 9 = BekkeriL

OBSERVA<;Ao DA TRADUTORA

Os sinais"0"que aparecem no texto em portugues sao usados

para encerrar palavras ou expressoes que nao tern correspondentes

no texto grego. Na leitura corrente do portugues, esses sinais devem

ser ignorados, devendo ser lidas normalmente as palavras ou expres-

soes neles contidas. Esse recurso foi utilizado para manter a tradu-

9ao tao proxima quanta possfvel do texto original, sem prejuizo desua inteligibilidade.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 9/59

MENllN

St. II

p.70 MENnN ~nKPATH~ nAI~ MENnNO~ AN'ITO~

a l"lEN "E l ~ ... ~ , ... 1 : 0 1 : 0 , e!y • XHS JLOt E 1THV, W -=-wKpaTES, apa utu<UCTOV 1]

, , o l . , S : : 5 : : : ' 1\\" , ~ 11 , , J/

apET1]; 1] OV utuaKTOV UIV\. a(J'K1]TOV; 1] OVTf: a(J'K1]TOV OVTE

e ' 1\\' A.' , ~ , (J' .. " \\JLa T}TOV , W\.",a 't'V(J'EL 1TapaytYVETat TOtS av PW1TOtS 1] alV\.<t>

TtVL TP01T<t>;

~n. Tn l\Uvwv, 1TpO TOV JL€V 8£TTaAOL EVOOKtJLOL ~(J'av

, ~ "E\ \ " e ' / " . 'A.' e ~ '\'EV TOtS 1\.1\.1](J'W Kat E aVJLa",oVTO E't' t1T1TLK'[I TE Kat 1TI\.OVT<t>,

~ 1 : 0 ' • , '1 : 0 ~ '1' A.' "" • ~

VVV oe, WS EJLOL uOKH, Kat t1Tt (J'0't'tCf, Kat OVX 1]Kt(J'Ta Ot TOV

(TOV e ra lp o» 'Apt(J'r{ TT7TOU 1TOALTaL Aapt(J'aLOt. TOVTOV O € VJLLV

" " r ' ,k "" '\ .1 "atTtDS E(J'TL opytas' a't'LKOJLEVOS yap HS T1jV 1TOI\ .LV epaaras

" A.' "\ A. 'A\ 1 :0 ~ , I ..,

E1Tt (J'0't'tCf HI\.1]'t'£V I\.EvauWV TE TOVS 1TPWTOVS, WV 0 (J'OS

, " 'A I , ~ "\ \ 8 _\ ~ ,Epa(J'T1]S E(J'TW Pt(J'Tt1T1TOS, KaL TWV al\.l\.wv N ETTUAWV. Kat

1 :0 ' ,~ '''e'~''() 'A.'r./. '_\on KaL TOVTO TO E OS VJLaS H LKEV, a 't '0 fJws TE Ka t JLEyW\.O-

~ , () " , " fI ",

1TPE1TWS a1TOKptVE(J' at faV TtS Tt Ep1]Tat, W(J'1TEP HKOS TOVS

' 1 : 0 I rl ,,' I '" ~ ~ 'E\ \ rHuOTas, aTE Kat aVTOS 1Tapexwv aVTOV EpwTav TWV I\.I\.1]VWV

~ f3 I "" r . I . ' \ " ~ , , , ,TIf OVAOJLEV<t> OTt av TLS fJoVI\.1]TaL, Kat OVuEVt OT< t> OVK

, I , () I~ ~, ... A.'\ M I '1a1TOKpWOJLEVOS. EV aoe ce, W 't'tl\.E EVWV, TO tVavTtOV

I " , I ~ A.{ I ,1TEptE(J'T1jKEV' W(J'1TEP aVXJLos TtS T1jS (J'0't' as YEYOV£V, Kat KW-

OVVEVH EK TWVOE TWV T01TWV 1Tap' VJ,W.s OLXE(J'()at ~ (J'o¢{a. EL

~ '(J'\ " "e ~ 'e '~ ,~\ H ,yovv Ttva E EI\.HS OVTWS fPE(J' at TWV EV coe, OVuHS O(J'TLS ou\ ' " ~ «9n t' ~ 1 :0 ~ I,

YEl\.a(J'ETaL Kat EpH' .1'" ~EVE, KLVuVV€VW (J'OL vOKHV JLaKap tDS

.. " ~,,~ ~ , "e'" I

TtS eivai-s-apemu yovv HTf: uLuaKTov H OT<t> TP01T<t> 1Tapa-

b

c

71

70 b 2 •APICTTf .1r7l"OIJ sec!. Naber AapuTa,ol F· Aa.puTa{OIJ B T W :

Ar1.PUTCTalOIJ t: sec!. Naber C I aVros W F: aUTO'S B T f (sed

s in ras. B) C 3 TI> lVallT'OV 1 T I > " ' pi i -y " , a E ls TOUVa JIT{O ll Cobet

71 a 4 apfT~II ••• as floillal sec!. Naber

MENON

MENON.- S6CRATES - UM ESCRAVO DE MENON - ANITO 70

Uma questiio de epoca: a virtude e coisa que se ensina?

MEN. Podes dizer-me, Socrates: a virtude! e coisa que se en- a

sina? Ou nao e coisa que se ensina mas que se adquire pelo exer-

cfcio? Ou nem coisa que se adquire pelo exercfcio nem coisa que

se aprende, mas algo que advem aos homens por natureza ou por

alguma outra maneira?

SO. Ate ha pouco tempo, Menon, os tessalios eram

renomados entre os gregos, e admirados, por conta de sua arteequestre e de sua riqueza. Agora entretanto, segundo me parece, b

tambem 0 sao pela sabedoria. E sobretudo os concidadaos de teu

amigo Aristipo, os larissos. 0 responsavel por isso entre vos e

Gorgias, Pois, tendo chegado a vossa cidade, fez apaixonados,

por conta de sua sabedoria, os principais tanto dos aleuades, en-

tre os quais est a teu apaixonado Aristipo, quanta dos outros

tessalios. E, em especial, infundiu-vos esse costume de, se al-

guem fizer uma pergunta, responder sem temor e de maneira

magnificamente altiva, como e natural <responderem> aqueles

que sabem, visto que afinal ele proprio se oferecia para ser inter- c

rogado, entre os gregos, por quem quisesse, sobre 0que quisesse,

nao havendo ninguem a quem nao respondesse. Por aqui, amigo

Menon, aconteceu 0 contrario. Produziu-se como que uma estia-

gem da sabedoria, e ha 0 risco de que a sabedoria tenha emigra- 71

do destas paragens para junto de vos. Pelo menos, se te dispoes

a, dessa maneira, interrogar os que aqui estao, nenhum <hel>que

nao vai rir e dizer: "estrangeiro, corro 0 risco de que penses que

sou algum bem-aventurado - pelo menos alguem que sabe se a

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 10/59

20 PLATAO

, 'Il' " Il' ~ l< , " ~ l < , "YLYVErat EtuEVat-EYW oe roCTovrov oEW EtrE uLuaKrOV £trE

, 'll< '''' 'Il' "" ", t' ,p.fJ OtOaKrOV E uEVat, WCT r OVuE avro ort me r ECTTL 0 mapamo»

" I 't: I "a pETf J r v yxa vw £tuW!>.

b 'Eyw ovv Kal aUTO!> , 6, M EVW V, o~rw s lxw ' c rvp.w lvop.a t'" , , " " , ')'

rots W OAtratS rovrov rou wpayp.aros, Kat quurro» Kara-, . , ' l < ' " ~ , , <t ! 1:> ' ,

P.EP.cpOp .a t WS OVK £tuwS W Ept a pE TfJ S T O w ap aw av ' 0 01£ p . T !

" 'l < ' 1 ~.... ~ I ' l< ' . , . Il ~otua n C:CTTtV,WW ! > a v OW OtOV yE n eioecn»: 1] uOKE t CTO t

t' ... "M' , , , 1 "o OV TE ELVat , OC TT LS E vw va p.fJ ytYVWCTMt ro wapaw av oC TrLS

" ~ l l< , '" - ~ , " \ ' " ,ECTTLV, rovrov 1£uEvat £ trE KW \.OS £ trE W I\OVCTtOS £ tTE Ka t,." II \' , , ~,.. ?'"

YEVVatoS ECTTW,urE Kat ravavTta rovnau; oOKU CTOtowv r.. .ELVaL;

MEN. O UK lP .O LY E. aAAa r r V , 6 > ~c. SKpa rEs, dAf J( JW! I'5> '" , " ... ( J , ~ ~ , ~ , ~ , , , l<

C OVU on apE17f ECTTtVOLCTa, al\ l\a raura W EpL C TOUKat OLKauE

dwayylAAwp.EV;~n M " . .. . ~ 1~~ ,,, ' l < ' ' ' \ ~"''J.£. 11 p.ovov yE , w €raLpE , W \.l\a KaL OTt OVo al\ l\~ ww

Evl rvxov Eloon, cds lp.ol OOKW .MEN. Tlo l; ropylq . OUK lv/ rvX ES OTE EV(J&OE~v ;

sn, "'EYWYE.

MEN. EZra OUK EOOKELCTO L£lolvaL;

~fl.. O u wavv £lp.l p.v~p.wv, 6, Mlvwv, &SCTTEO UK lxw

ElWE' iV EV r¥ wapovTL wws P.Ot rOTE 100,EV. ill' kw s

EKE'ivoS T E 0101£ , K al < T V & . EKE'iVOS IAEYE' dV&P.V fJCTOVOVV

d P.E WW S IAEYEV. El Of {3oVA£t, awas £lw l' DOKE 'i yap D~W OV

CTol I1WEP lKE[V~.

MEN. "'EP.OtYE.

~fl.. 'EKE'ivov P.EV ro lvvv E63P.EV,EW ELO~Kal l1WECTTtV' < T VIl' " ... 'e ~ M' , rf..' , ,... ...o e a vr os , w wpos E WV , E VW V, TL 't'l1S apE TfJv E LV aL; EtWOll

, , e I ., " ./, ~ 1./, , ...Ka L p.fJ c p OV11CTl 1! >'v a Ev rvXECTTa ro v . ,E vCTp. a t.,EVCTP.€VO!l w,

as TOeToVrO" B T W F : TOeTO,"OIJ Buttmann a 6 /furT' F: ~s

BT W b 4 "1 1 TI BTW: leTTIII F: " 1 ' Tl leTTlII Naber

b 5 'YllldJeTlCfl BT: "YIIIWeTIC'IIW F b 6 TOVTOl' BW F: TO,"","

T lCal 'Yfvvaios BT F: 'YEI'IIaios W C 3 'Ir'" BT W: 'lr01J FC 10 lJ.llafillT/eTOII ••• fJl.E'Yfll punctis notata in T d 4 f lEII ":OCIIIJI '

T W F: f li lf Tol I Ij jl l B d 5 f111"0ll B T W F: fi1l"~scr. Laur. XIV. 85

d 6 EUTlJxl(fTaTOII BT F: EVrIJXleTTaTOS W

MENON 21

virtude 6 coisa que se ensina ou de que maneira se produz -;

mas estou tao longe de saber se ela se ens ina ou nao, que nem

sequer 0 que isso, a virtude, possa ser, me acontece saber, abso-

lutamente."

Socrates muda a questiio. Que e a virtude?

Eu proprio, em realidade, Menon, tambem me encontro nesse b

estado. Sofro com meus concidadaos da mesma carencia no quese refere a esse assunto, e me censuro a mim mesmo por nao sa-

ber absolutamente nada sobre a virtude. E, quem nao sabe 0 que

uma coisa 6, como poderia saber que tipo de coisa ela 6? Ou te

parece ser possfvel alguem que nao conhece absolutamente quem

6 Menon, esse alguem saber se ele 6 belo, se 6 rico e ainda se 6

nobre, ou se 6 mesmo 0 contrario dessas coisas? Parece-te ser

isso possivel?

MEN. Nao, a mim nao, Mas tu, Socrates, verdadeiramente

nao sabes 0que 6 a virtude, e 6 isso que, a teu respeito, devemos c

levar como notfcia pra casa?

SO. Nao somente isso, amigo, mas tambem que ainda nao en-

contrei outra pessoa que 0 soubesse, segundo me parece.

MEN. Mas como? Nao te encontraste com Gorgias quando

ele esteve aqui?

SO. Sim, encontrei-me.

MEN. Assim entao, pareceu-te que ele nao sabe?

SO. Nao tenho le i muito boa memoria, Menon, de modo que

nao posso dizer no presente como me pareceu naquela ocasiao.

Mas talvez ele, Gorgias, saiba, e tu <saibas> 0que ele dizia. Re-

corda-me entao as coisas que ele dizia. Ou, se queres, fala por ti d

mesmo. Pois sem duvida tens as mesmas opinioes que ele.MEN. Tenho sim.

,SO. Deixemos pois Gorgias em paz, ja que afinal esta ausen-

teoMas tu mesmo, Menon, pelos deuses!, que coisa afirmas ser a

virtude? Dize, e nao te facas rogar, para que urn felicfssimo en-

gano <seja 0 que> eu tenha cometido, se se revelar que tu e

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 11/59

22PLATAO

~ V < /> aV n~ u V P.fV fiow~ Kat ropy{a~ , £yw O f flp 1J KW~ J l.1 JO fV t

1Tc.S7TOTEfloon £VTETVX1JK€VaL.

e MEN.' AlI.A'ov xaA.f7Tov, 6; '2 ,6 JK pa T£ ~, E l7 Tf'i:V . 1 TPW TO V

I , t:l" ,~, , , ( ,~ '" '" , , 'It'fJ.H', H 1"01)I\.H a uo po s a pfT TJ V, P Cfv wv , on aVT TJ £crnv auop os

, It"" '''''\ I 'fap fTTJ, LKavov HvaL ru T TJ ~ 1 TO l\.fW S 1 Tp aT TH V, K aL 1 Tp aT TO VT a

, 'A. " ... ~ ,~, , ll' ~ ",T01)S P .fV 't'L I\ .O V~ W 7 TO LH V, TOVS v fXupOVS KaKWS, KaL aVTOV

fv A.a (3 liu Oa L P .T JO EV T OWV rO V 1 Ta Oftv . fl O f (3ovAH yvvaLKo~, , , " ' ~ 'll~ " ~~ " , " ...apfTTJV, 01) xal\.f7TOV vLf l \ .vHV, on vEL a VT 1/V T TJ V O LK La v fV

,- 'I". I , ~ I': ' , ... ~ , ~ I

OLKELV , u l f- :. oV<Tav re Ta fVvOV KaL KaT7]KO OV O1)uav TOV auopos,

Kat aAA7] E<TrI.V 7TaLOO~ apfT11, KaL 07]Adas Kal. lJ .PP fVOS, KaL

I~ I ,~ , , (.J." "ll , 1>' (.J. "1 Tp f< Tl" vn po v a uo po s, H P .fV I" 0V I\.H , fl\ .fV VE PO V, EL oe I "0VI\ .H,

72 006AOV. Kal. lJ.AAaL 7rap.7ToAAaL aPfTa{ fluLV, W<TTE OVK

(l7TOpLa fl7TftV aPfT~S 1TEPL o n £<TT{V ' KaO ' EKaUTTJV yap

TW II 7Tpa,fWV Kat TWV 1,ALKLWV 7TPO~ €KaUTOV lpyov EKaUT Ife ,.. (, I" ( ~.. ..,.~I , e

T JP .W V .,., a pfT 1J fU TL V, w ua VT WS oe ouuu, W ..,WKpaTe ., KaL TJ,

KaKLa.

~r\ n" ~, ,,~ ~II r,- 1 \1 I...li.. 01\1\. ' [1 yE T LVL EV TV XLq. E OLK a KfXP 7]<TU aL, W EV WV ,

E l ulou ('T JT WV a pfT ~V u p.ijv o~ nV 7]V p7]Ka apfTW V 7Tapa UOt

, . " . . , . 1 \ ' 1 I """KHP.EVOV. crap, W iv H 'WV, KaTa TaVTTJV TTJV HKova TTJV

b 1 TfP I. T O. U P.~ V7 ], fL P .O V fPO P.E VOV p.EA{TT7]~ 1 T fP L O V <T {a s on7TOT' £U TLV , 'll'O AA a~ K at 7ra~'TOOa7ra~ lAfYfS aVTa~ E ivaL, T{

.." """ "A 'A. ' " " 'v a7TfKpLVW P.OL, EL ae l]POP.7]V · pa TOVTIf 't''[IS 7TOl\ . l \as

, 1':'''' ,~,,,, '" " ~ v tKaL 'll'aV TO ua7T as fwaL K aL ouupepouaas a l\ .l \. TJ I\WV , T If p .f l\ .L TTas... .. , , ,~, ~ A.' ~,,\~, ..HvaL; TJ T011TIf P .fV O VuW ULa't'fPOV<TIV , U I\.I\ If oe TIf, O LaV

.. ,\ .. 'll" "\ ~ , ", I ,~1] K al\.l\ .H T J P.fyWEL TJ a lV \l f TIf TW V T OL OV TW V ; EL7TE, TL au

a'll'fK p{vW ovrw s fP WT7]O ds;MEN. T OU T' lyw YE , o n OVOfV o La </> E pOV <TW , i i Jl .EALTTaL

. " c : ( ' . . .. ( ,

ELULV, 7] fnpa T""~ erepas.

c :sn. El ovv fi7TOV P.fTa TaVra ' "ToV rO TO(VVV P.OL

" , I 'l' 1 \1 I ? ~ s: A.' , \ \ ' "aVTO EL7Tf, W f' EVWV ' If O VufV vLa't'fP OV CT LV al\.l\a Tavrov

e 6 aUT~/V BT F: aUT7js W e q Il~V B T W : I l~ V o ~v F fl

Sf l30uAfll fl Bf Cobet a 2 ;hl BT W : 8rov F a -4 7 J supra

versum T a 6 ICfxp7ju9al BT \V: xp'i j1T9al P F a 8 ICElllfVOV

F: ICf1llfVWV BT W b 3 i j p O ! ' 7 1 V BW F: f l p O ! ' 7 1 V T

MENON 23

Gorgias sabeis <0 que e a virtude>, tendo eu dito, ao inves, ja-

mais ter encontrado alguem que soubesse.

lao resposta de Menon: uma enumeraciio de virtudes.

MEN. Mas nao e diffcil dizer, Socrates. Em primeiro lugar, se e

queres <que eu diga qual 6> a virtude do homem, e facil <dizer>

que e esta a virtude do homem: ser capaz de gerir as coisas da

cidade, e, no exercfcio dessa gestae, fazer bern aos amigos e malaos inimigos, e guardar-se ele proprio de sofrer coisa parecida.

Se queres <que diga qual 6> a virtude da mulher, nao e diffcil ex-

plicar que e preciso a ela bern administrar a casa, cuidando da

manutencao de seu interior e sendo obediente ao marido. E dife-

rente e a virtude da crianca, tanto a de uma menina quanta a de

urn menino, e a do anciao, seja a de urn homem livre, seja a de

urn escravo. E ha muitfssimas outras virtudes, de modo que nao e 72

uma dificuldade dizer, sobre a virtude, 0 que ela e. Pois a virtude

e, para cada urn de nos, com relacao a cada trabalho, conforme

cada a~ao e cada idade; e da mesma forma, creio, Socrates, tam-

bern 0 vfcio.

Critica de Socrates. Uma definiciio deve dar conta da unidade

de uma multiplicidade.

SO. Uma sorte bern grande parece que tive, Menon, se, pro-

curando uma so virtude, encontrei urn enxame delas pousado

junto a ti. Entretanto, Menon, a proposito dessa imagem, essa so-

bre 0 enxame, se, perguntando eu, sobre 0 ser da abelha, 0 que b

ele e, dissesses que elas sao muitas e assumem toda variedade de

formas, 0 que me responderias se te perguntasse: "dizes serem

elas muitas e de toda variedade de formas e diferentes umas das

outras quanta ao serem elas abelhas? Ou quanta a isso elas nao

diferem nada, mas sim quanta a outra coisa, por exemplo quanta

a beleza, ou ao tamanho, ou quanta a qualquer outra coisa desse

tipo? Dize: que responderias, sendo interrogado assim?

MEN. Eu, de minha parte, diria que, quanta a serem abelhas,

nao diferem nada umas das outras.

SO. Se entao eu dissesse depois disso: "nesse caso, dize-me c

isso aqui, Menon: aquilo quanta a que elas nada diferem, mas

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 12/59

24 PLATAO M~NON 25

quanta a que sao todas 0mesmo, que afirmas ser isso?" Poderias,

sem diivida, dizer-me alguma coisa?

MEN. Sim, poderia.

SO. Ora, e assim tambem no que se refere as virtudes. Embo-

ra sejam muitas e assumam toda variedade de formas, tern todas

urn carater- unico, <que e > 0 mesmo, gracas ao qual sao virtu-

des, para 0 qual, tendo voltado seu olhar, a alguem que esta res-

pondendo e perfeitamente possfvel, penso, fazer ver, a quem lhe

fez a pergunta, 0 que vern a ser a virtude. Ou nao entendes 0 que d

digo?

MEN. Acho que entendo sim. Contudo, ainda nao apreendo,

como quero pelo menos, aquilo que e perguntado .SO. Mas e s6 a prop6sito da virtude que te parece ser assim,

Menon: que a virtude do homem e diferente da virtude da mu-

lher, e da dos outros? Ou passa-se a mesma coisa tambem com a

saude, com 0 tamanho e com a forca? Parece-te ser uma a saude

do homem, outra a da mulher? Ou por toda parte e 0mesmo ca-

rater, se realmente for satide, quer esteja no homem quer esteja eem quem quer que seja?

MEN. A satide, ela, parece-me ser a mesma, tanto a do ho-

mem quanta a da mulher.

SO. Tambem 0 tamanho e a forca, nao e verdade? Caso a mu-lher seja forte, 6 gracas ao mesmo carater e gracas a mesma forca

que sera forte, nao 6? Pois por "a mesma" quero dizer isso: que

em nada difere a forca, no que concerne ao ser forte, quer esteja

no homem quer na mulher. Ou pensas que de alguma forma dife-

re?

- MEN. Eu nao.

SO. Mas a virtude, quanto ao ser virtude, diferira em alguma 73coisa, quer esteja numa crianca ou num velho, quer numa mulher

ou num homem?

MEN. A mim pelo menos parece, de alguma forma, S6crates,

que esse caso ja nao e parecido com aqueles outros.

SO. Por que? Nao disseste que a virtude do homem 6 bern

d

, ~fL1TELV;

MEN. "EywYE.

~n. Oiirw o~ Kal 1TEpl TWV o.PETWV· ICttV E l 1 To A A al Ka t

~ " . . , . . . . . , " " > l1 Ta VT ou a1 Ta L H CT LV , EV "IE Tt E L u o s - T aV TO V a 1T aC Ta L " XO VC TL V

~ '.. l" , l" ~ ~ '" (3' 1.1, 'uL 0 E CTLV apera i, E s 0 K al\ .W S 1 TO V EXEL a1TO 1\.1: ."aVTa TOV

o .1TOKPLVOIL f lJOV T< fJ EpwT~CTaVTL fKErVO 0YJAWCTaL, & TVyxaVEL.. , I'" () , ,.,. \.'

OVCT a a pE TYJ ' t/ O V ILav aVELS- on I\.EyW;

MEN. t.OKW " I E I LOL ILav tMvELv ' o u ILEVTOL c ! , s - f3ovAolLaC

, L" I

" ' I E 7tW KaTcXW TO EPW TW ILEVO V.

~r. ns .." " ~, " .., ~ 0;-. . : :, ,1 ,. orepo» oe 7tE pL apETYJS- ILO VO V e rO L O VTW uOICEL, W

Mlvwv, & A A 7 ) I LE V o .VOpOs - E lv aL , & A A Y J o E yvvaLKOS- Kat TWV

"\. \. ~ , \ (I \ , '() , \ 1 'aI\. l\.WV, Y J .K aL 1 TE pL vy LE La s- K aL 7tE pL ILEyE O Vs - K aL 1T Ep L C TX VO S-

" ,,~~ , ,.." ~ ~ ... " !l~~WCTaVTWS; al\.l\.7) ILEV avooos u OK EL C TO L E LV aL V YL EL a, UI\.I \ .YJ

~ I ~ " '" ...~I is e I

oe yvvaLKOS-; 1' / T aV TOV 7 ta VT ax OV ELuOS E CT TL V, ta V7 tE p V yL Ha

\", ".., \" , !l~~ , ~.t'[" EaVTE EV auoo: EaVTE f V U I\ .I \. ct > OT(1)QVV [I;

'H " ~ '" e I' .. \ , ~ \ ,MEN. a vT ry IL OL u OK EL V yL EL a "IE ELvaL KaL auopos "a L

yvvaL"OS.~r. 0' ~ , '() \' I 11 , ,. . . 11 ,. VKOVV "aL ILEyE os "aL LCTXVS-; "UV7rEP LUXvpa,... '" ' M~ ,,..,,,..., /.. 1 '" \

YVVYJ n, TCf aVTCf HuH Ka L r » UVTn L0'XVL CTXvpa fCTTaL; TO

yap Tfj avTfj TOVTO Alyw' O V O E V O La cp lp EL 1 TP OS -T O lu xvs - E lv aL(, ", " ~ , 9}" ," ~ ,.. ,

T J LCTXVS-, EaUTE EV avop« n t :WTE €V yvvaLKL. T J uOKEL Tt

CTOL ° L ac pl pE Lv ;

MEN. Oli" lILOLYE.r. 'H" '" , \ " ,... .." 1l : . 1 1 . . uE a pE TT J 1 TpOS- TO a pE TY J E Lv aL U LO LO '" EL rt, taVTE

E V 1TaLol i 1 f c lV T E E V 7rPECT{3VT'[I, E clV T E E V yvvaLKl EaVTE E VCzVopC;

1 ~ l' " I I C ' I " ' " I

MEN. "EILoL,,!" 7rWS UOKEL, W .. wKpaTES-, TO VTO O VKETt

" ... ~ lh~ I

0 IL OL OV E LV aL TOtS- Ul\ .I \ .OLS- TOVTOLS-.

}:n. T( OE; O VK o.vopO s- ILEV o.PE~V IAEYES- 7rOALV E V

e

73

e 9 a. 'II'OlCpI"&!'EJlO" W F: a.'II'OlCp",cl.!'EJlOJl BT e 2 B OIC Ei BT ,W :BOICEi El "I II F 'YE F : 'rf B T W e 6 lilll4>/pEI B TW F: BilltpfPE"

Laur. vii. 85 e 1 ;, IITXvs u ." . , .E TWF : p IITXvs fl. a".,.E BliOKEj.,.{ ITOI BT W: ITOI BOICEi., .I F

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 13/59

26 PLATAo MENON 27

~ W L IC E W , ' ) ' V v a L IC ~ S a t o llC l a v; -M E N . " E Y W Y E . - 1 : 0 • . 9 A p '

O Q V o to v T"f £ V a L O L I C EW~ 7 T O A W ~ o llC C a v ~ c L u o O T L O V V ,

JJ.~ u w c p p o v w s l C a l a L l C aC w s a W L l C o v V T a i - M E N . O - b a i j T a . -

b 1 : 0 . O - b I C O V V 6 V 7T E P a L l C a C w s l C a l u w cp p o vw s a LO L IC 6 > U W ,a L -

l C a w a V V [ 1 l C a l u W C P PO a V v l 1 O L O L IC ~ U O V U L V- M E N . ' A v a y l C 7 J .

- 1 : n . T w v a W 6> v 6 pa c l " ,C P O T E P O La l.o V T aL , d 7 T E P " ,' U O V U L V

c l y a O o l E l v a L , l C a l ~ ')'V~ l C a l 0 a v ~ p , a L lC a W < n IJ .I 7] Sl C a l u w -c Pp o u v J .I 7 ]s . -M E N . < l> a { v oV T a L . - I O . T{ a E 7 T a i s l C a l 7 T p E -

u j 3 tt n ,s i J J .6 > Va K oA aU T o L O V T E S l C a l 6 a L IC O L c l y a 8 0 1 6 v 7 T O T E

y l .V O LV T O i-M E N . O il a ~ T a . - 1 : , n . ' A U a U c : , C P P O V E S K a l .

c a [ lC a w L i- M E N . N a C . - 1 : , n . I l a V T E s 4 p ' 4 v8 pW 7 T O t T e f ) a V T e f )

T P 0 7 T ' f » c l y a O o C d u w ' T 6 > V a W 6> v y a p ' T V X O V T E S c ly a 6 0 1 y C -

y v o V T a L . - M E N . " E O L I C E . - 1 : n . O V I C a v a ~ 7 T O V , E t y E " ' ~ ~

a ~ & p E T 1 J ~ v a V T 6> V , T 'i> a lr r' i > a v T P 0 7 T ' f » a y a 6 0 1 ~ u a v . -

M E N . O v a i j T a .

I , n . 'E 7 T E L a ~ T O tv v v ~ a v ~ a p E " , 7 T a V T w v E U T { V , 7 T E L p 6>

d 7 T E tV l C a l c l v a J J .V 1 1 u ~ v a L T { a U T O C P 7 1 u t r o p y t a s E l v a L K a l .

u v JJ.fT' E I C E C V O V .

M E N . T{ c L u o y ' ~ 6 P X E W o t o v T ' E lv a L T 6> V a v6 pc / , 7 Tw V i

d E t 7 T E P tv y l. n1 1 n L S ' K a Ta ' l T a V T w v .

1 : n . ' A U a " , ~ v ( 1 1 T 6 > Y E . clU' a p a lC a l 7 T a L a c ) S '~ a i l ~

a p E n 1 , ~ M I . v w v , l C a l a O V A O V , 4 p X E LV o tw T E E t v a L T O V O E -

U ' lT O T O V , l C a l O O I C E £U O L In a v O O V A O SE l v a L 0 4 p x w v i

M E N . O i l 7 T a v v I - ' O L O O K E L ,Z > ~ K p a T E s .

1 : n . 0 1 1 y a p d l C O S , 6 > 4 P L U T E ' I T t y a p K a l T O O E U K 0 7 T E L ., ,.. , 8' t"

4 P X E W C P p s o to v T E L V a L . O U 7 T P O U 1 1 U O J J .E V a V T o U E T Oa " , a { w s , d O { K W S O f J J . ~ i

M E N . O l p .a L l y w y E ' ~ y a p a L l C aL oa V V 7 1 ) Z l l : c f , K p a T f S ,

a P En 1 E U T W ." , ...M' .. " ,e roo I l o T E p o v a p E T 7 1 , W E V W V , 1 1 a p E T 7 1 TLS t

M .E N . I l 6 > s T O V r O A I . Y E L S ;

administrar a cidade, e que ada mulher < e bern administrar> a casa?-MEN. Sim, disse. -sO. Sera entao que e possivel bern adminis-trar, seja a cidade, seja a casa, seja qualqueroutra coisa, nao adminis-

trando de maneira prudente e justa? -MEN. Nao, certarnente.-SO.

Entao, nao e verdade?, se rea1menteadministram de maneira justa e b

prudente, e por meio de justica e prudencia que administrarao, -

MEN. Necessariamente. -SO. Logo, das mesmas coisas ambos pre-

cisam, tanto a mulher quanto0homem, se realmente devem ser bons:dajustica e da prudencia, -MEN. E evidente que precisam. -SO.

Mas, a crianca e 0 anciao? Sera que sendo intemperantes e injustos

poderao jamais ser bons? -MEN. Nao, certamente.-SO. Mas sim

sendo prudentes e justos? -MEN. Sim. -SO. Logo, todos os seres c

humanos, e pela mesma maneira que sao bons; pois e vindo a ter asmesmas coisas que se tomam bons. -MEN. Parece. -SO. Nao seri-

am bons pela mesma maneira, nao e mesmo?, se nso fosse a mesma

virtude que pertencesse a eles.-MEN. Certamentenao,

SO. Ja que, pois, e a mesma virtude que pertence a todos, ten-ta reavivar a lembranca e dizer 0 que Gorgias, e tu com ele, diz

que ela e .

2a. resposta de Menon: tentativade definira virtudeem geral.

MEN. Que outra coisa seria senao ser capaz de comandar os

homens? Se e verdade pelo menos que procuras uma coisa tinica d

para todos os casos.

Critica de Socrates. A unidade da definicdo deve respeitar a

multiplicidade do definiendum, niio podendo a) nem confundir

suas variedades;

b I a " ,c U . , " c a l r t' ~p 6" • • BTW: rt'.f,6".f " c a l ~ l " c U . JF d 3 01 1 1 1

W: o' l", BT : or" F: or6" (vel o'lov)Buttmann d 6 " r a p " G I l BT

W F: " c a l Schanz: a~ " c a l Fritzsche

SO. Mas e certamente 0 que procuro. Mas entao, Menon, e a

mesma virtude, a da crianca e a do escravo: serem, ambos, capa-zes de comandar seu senhor? E te parece que ainda seria escravo

aquele que comanda?

MEN. Nao me parece absolutamente, Socrates.

b) nem confundir 0 definiendum comuma de suas especies.

SO. Nao e provavel, com efeito, carfssimo. Pois exarnina ainda 0

seguinte: afirmas que a virtude e ser capaz de comandar. Nao deve-remos acrescentar at "com justica, e niloinjustamente"?

MEN. Creio, de minha parte, que sim. Pois a justica e virtude,Socrates.

SO. E virtude, Menon, ou uma virtude? e

MEN. Que queres dizer?

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 14/59

28 PLATAOMENON 29

~.Q.. ' . u . S ' 7 r E P i. c iA A o v OTOVOVV. O r O V , fl ~ O V A E ', f T T P O Y -

yvAOT71TOS' 7 r E P ' E f 7 ro ,p .' a v l Y W Y E g n OX~ J. L& T { € fT T'V , c n , Xo ii r{ J )S ' ( \7 r A 6 IS ' g n ox~p.a. a W . Tawa a f oiirwS ' av E f 7 r O L J . L L ,

o n lea l c 1 A A a l fTT ' f T) (~ J. LaTa.

M E N . 'OpOwS' y E A l Y { J )v u-6, f 7 rE l lC al f Y ~ X E y { J ) o v J .L 0VOV

aLlea,ou-6vTW ru a lCal I D a S ' ELva, a p E T ( i S ' .

74 ~.n. T {v aS ' T at fra S'; E l 7 r E . olov lCal f Y c : , 0'"0' E t 7 r O ' J . L ' avlCal IDa O'"x~p.aTa, E t J .L E K .E A E V O 'S · lCal c rV OVV (p .0 1 E l 7 r E

c 1 A A a s c lp ET & S .

M E N . 'H a Va pE {a T O{V VV l J .L O ' Y E a O K .E ' a pE " , ELva, lCal

O'"{J)CPpou-6VI"Je a l O' "ocp {a lCal J .L E y a A 0 7 r p E 7 r E £a lC al ID a, 7 r & . J . L -

7 r o M a , .

~.n. r r & ' A tv , ; : , M lv {J )v , T aV r(,v 7 r E 7 rO V O a J .L E v · 7 r oM a s ao

• , 1." /:" It\\ ' .. ~71 vp ." lC aJ .L Ev a pE Ta s p .L av ~ 71 TOVV TE S, W \I\ .O V T P0 7rO V ." V Vv u., ,·

n,v af p.{av. ~ a L a 7 r& vTWP TOtfr{J )V fO '" T{V , 0 11 a VV &J .L EO a

aVEVpEtv.

M E N 0' , 'It , , l' ", ., /: "• v yap uvvaJ.LaL 7 r C l l , (J) " { J ) lC p a T E S , { J )S O'"V ~ 7 1 T E L S ,, , , \ f 3 " " " 1 ,. It\ \b p.Lav apernu I\.a E L V lCaTa 7raVT{J )V, { J ) O ' "7 r E P: V T O L S a I \. l\ .O L S .

~.n. E l IC O T { J ) s Y E o a M ' € Y ~ 7rpo8vp.~O'"OJ.LaL. faU o l o s T'

~ . ~ p.as 7rpo ~,~ &.O '"a ,. J.L avO &'vE LS y & . p 7 rO V g n 0'IiT{J)0'"~ I X E L

\ '" { " "" ~, J...' l!\7 r E P ' 1I"avros' E L T S ' O ' " E g.VEPOLTOTOVTO 0 vvvu." ., ,W t :I \. E Y O V ,U T' 1 ,,1 1t.1I'1 "l'"'' ", t:fT TW fT )(." p.a , (J) J .Y U V { J ) V ; E aVTf E L 7 r E S o n O'"TPOy-

y v A O T 7 1 S . E f 0'"0' E L 7 rE V I1 7 rE p f Y c :" " nO TE po V fT)(~ p.a ~ fT TP OY -

\' 1'" "1""~ "''' ,,'VI\.OT71S t f T T L V T I fT)(."p.a TL; E L 7 r E S u . ,, 7 rO V aV OTL O '" X7 1p .a TL .

M E N . r r & .v v Y Eo

c ~.n. OltleOVV a la TaVTa, g n lCal c 1 A A a 1000TLVT)(~J.LaTa;

M E N . Na{.

m. K a l E t y E 7rpoO'"av."pc:,Ta O ' "Ed 7 ro i' a , l A E Y E S 4v ;

M E N . " E ) '{ J ) Y E .

SO. Como em outro caso qualquer. Por exemplo, se queres, a

respeito da redondez, eu diria que 6 uma figura, nao simplesmen-

te que <6> figura. E diria assim, pela razao de que ha ainda ou-

tras figuras.

MEN. E corretamente <estarias> falando, pois tambem eu

digo que ha nao somente a justica, mas tambem outras virtudes.

SO. Quais <dizes serem> elas? Nomeiac-as», assim como eu, 74por exemplo, tambem te nomearia outras figuras, se me pedisses;

tu tambem, entao, nomeia-me outras virtudes.

MEN. Pois bern: a coragem me parece ser uma virtude, e

tambem a prudencia, a sabedoria, a grandeza d'alma e numerosas

outras.

SO. De novo, Menon, acontece-nos 0 mesmo. Outra vez, ao

procurar uma unica, eis que encontramos, de maneira diferente

de ha pouco, uma pluraIidade de virtudes. Mas a unica <virtu-

de>, a que perpassa todas elas, nao conseguimos achar.

MEN. Com efeito, Socrates, ainda nao consigo apreender,

como procuras, uma virtude <que 6> unica em todas elas, como bera nos outros <casos>.

a 2 ICfAe60lJ B 'fIW F: It.A.ilm T O'JI BT W: P~JI O~JI Fa7 d tib,n,Ita.PfJl B T W F: /uf.II,n,Ittt.p..JI Buttmann a8 pla."

BT W: I t cU pC"" F &9 ~C1"rlJll .Ttf'JI ci,Madvig aII 1 1 ' ' ' ' '

BTW: "filS F b 3 ftpofj,fju," W F: ftPOtTfj,/JMIII.' BT b 4 tff

BT W: om. F e 3 ftp4tfa.""p$TfI ITI B T f: ftpbs b T,ptfl.,.a.tfe F :

ftfHHI"'~fI' W

Socrates recorre a umparadigma, para mostrar a Menon a uni-

dade de uma multiplicidade, visada na definiciio. A definiciio de

figura.

SO. E natural. Mas eu me empenharei vivamente, se puder,

para que nos aproximemos. Pois compreendes, penso, que assim

se passa a respeito de tudo. Se alguem te perguntasse, aquilo que

perguntei ainda ha pouco: "0 que 6 a figura, Menon?"; se the dis-

sesses que 6 a redondez, e se ele te perguntasse aquilo precisa-

mente que eu perguntei: "a redondez 6 a figura ou uma figura?",dirias, sem diivida, nao 6?, que 6 uma figura.

MEN. Perfeitamente.

SO. E nao 6 verdade que por esta razao: que M ainda outras c

figuras?

MEN. Sim.

SO. E ainda se ele te perguntasse em seguida: quais? Nomea-

las-ias?

MEN. Sim, nomearia.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 15/59

30 PLATAO MENON 31

c 7 6 B T W: om. F d 7 3-r, B T W F: ,.[ Gedike & T' :om. BTWF d8 1 C a : r l x ~ ' BTWF: del. rec. b ~JlOp4'fISBT F: ~JlO"'cl.'~,WeI O'x7i " , " . . . e 5 ,.b O"I'poyy6)..oJlom. W(add. in margo w) e 7 ou ~7'l1l'OIi BT F: ou IHj'7'4W (sed suprascr.11'011W) 82 ~)..' ou3~B TW f: 6.\)..011 F

SO. E, de novo, se, da mesma maneira, aquele que te interro-

ga te perguntasse, sobre a cor, 0que ela e, e, tendo tu respondido

que e 0 branco, em seguida retomasse a palavra <dizendo>: "0

branco e cor ou uma cor?", dirias que e uma cor, porque aconte-

ce haver ainda outras?

MEN. Sim, diria.

SO. E, mais, se ele te pedisse que nomeasses outras cores, no-

mearias outras, que acontece nao serem em nada menos cores d

que 0branco?

MEN. Sim.

SO. Se, pois, como eu, ele prosseguisse 0 argumento e disses-

se: "e sempre a uma multiplicidade que chegamos, mas nao me

venhas com isso! Antes, ja que chamas essas muitas coisas por

urn nome so, e que afirmas que todas elas sao figura, e isso ainda

quando sao contrarias umas das outras - que e isso que de

modo algum compreende menos 0 redondo do que 0 reto, isso

precisamente que chamas figura, <de tal forma que> afirmas que

em nada 0 redondo e mais figura que 0 reto? Ou nao dizes as- esim?"

MEN. Digo sim.

SO. Assim sendo, quando dizes isso, estas afirmando que 0

redondo nao e absolutamente mais redondo que reto, nem 0 reto

<absolutamente mais reto> que redondo?

MEN. Certamente nao, Socrates.

SO. Antes estas, sim, dizendo que 0 redondo nao e absoluta-mente mais figura que 0 reto, nem este mais figura que aquele.

MEN. Dizes a verdade.

SO. Que entao e isso, afinal, isso cujo nome e figura? Tenta 75

dizer. Ora, se a alguem que te pergunta dessa forma, seja sobre a

figura, seja sobre a cor, dissesses: "mas nem mesmo compreendo

o que queres, homem, e tampouco sei 0que queres dizer", talvez

ele se espantasse e dissesse: "nao compreendes que procuro

-caquilo que e> 0 mesmo em todas essas coisas?" Ou tampouco

nesses casos serias capaz, Menon, de responder, se alguem te

~n K' .. l \' «, 1.' ....:..1~. aL av E 'lrEP, xpwp.aTos wO'aVTWS aV1JpETo on

1 I ", ", \ ' 'A' '\ Q1f:00TLV,KaL EL7TOVTOSO'OV on TO AEVKOV, p.ETa TaVTa V'lrEAa,. .,EV

d EpWTC,V' "UOTEPOV TO AEVKOV Xpc,p.& E O 'n v ~ xpw,. ,.a '1'£;"

.. of.!t A ' ~ , \ " \ \ , , ,E £ ' l r E S av u n XP6l,."a '1 '£, uLO'T'L Ka, aAAa TVyxaVE£ ovta;

MEN. - E y w Y E .

~.a. K a l E ' Y E O 'E E K E A EV E A lY Ew c 1 M a xp6>p.aTa, l A E Y f S

d ~v ~ A A a , & . O . o O E V ~T'TOV TVYXclVEL ov+a xp6>, ., .aTa Toil A E V K O V j

MEN. Nat.

m. El ouv / J O ' 7 T E P E y ti > P.ETVEL TOV AOYOV, Kal l A E Y E v

" "'A \' \ \' 2 " " ' 8 1.\ \ " .,o n E , E L S 7TOAAa a"t'LKVOVP.E a , U l \ . l \ , a ,.,.Tf P.OL OVTWS,

2\\" ~, , \\' ~ t! ' "UI\.I\, E 7 T E L u T f Ta ' l r O A A a TaVTa I f : V '1'£VL 7TpoO'ayopEvELS OVO-

\,1..:3. ,~, , A" , ~ .. \ ~uam, KaL "t'[IS OVuEV aVTWV on OV O'XTfp.a ELvaL, Ka, TaVTa

Kal lvavda oV'l"a a A A ~ A O L S , ~n £O'T~V TOVrO () O { , O E V ~T'TOV, ~ ,\.. \ , lI...~ A ~.1 ,/': A

KaTEXEL To O'TPOYYVAOV Tf TO EVUlI, 0 uTf UVo,."alaEL S UXTf,."a

\ ' 5 1 : : ' ~ \ \ " ' ~ , ' \ , . . . . . ,e KaL OVuEV ""UI\AOV "t'llS TO O'TpOYYVAOV UXTfp.a ELvaL Tf TO

'8'" .. , " \1• EV Vj Tf OVX OVTW A l f :y n s ;

MEN. " E y w Y E .

~.a. 9Ap' OUV, ~Tav O~TW AlY[lS, TOTE oUw p4Mov c P p s, '," '," 'lI...~ ' 5 1 : : ' \ , ~ _ -?_~_

TO O'TpoYYVAOV EwaL O'TPOYYVAOV Tf EVUl/, O V u E TO EVvu tllUl

. . '\Tf O'TPOYYVAOV;

MEN. O u O~7TOV, t i ) ~ 6 J K pa T E s .

.~ .a. 'AMa ",,~v O'x~p.a y E O V O E V p .O .A A O V c P p s EivaL TO

'\ ~, 8' , 1 : > . . . 't1 A. 'O'TpOyyvl \OV TOV E V E O S , OVU!; TO ETEpOV TOV ETEpOV.

MEN. 'AATl8~ AEYELS .

~n T' l' 1\ • .... ItI " ,,..

~,J,~. L 7 T O T E OVV TOVTO OV TOVTO ovoua EO'TLV, TO O'XTf,."a;

"\' , . . ""1 ro " <l , I

75 'lrfLpW A E Y E L V . EL ovv T'll tpWTwvn O V T W S Tf 7 f E P L UXTl,."aTOS.., ..,," 'A' "' , 5 1 : : " > 8' " "Tf xpwp.aTOS E L 7 T E S o n AA o v o e , ., .av avw E y W y E OTt

Q\ '\' II 8 ' 1 : > . . . " I : > . . " , " - ~--'8'..,OV"-U, tJ) aV p w 7 r E , O V U I f : owa o n A E y E L S , ' C T W S WI E av-

,.. "0' 8' "?:''''' \ ~p . a C T E Ka£ EL7TW' v ua» a V E £ S o n laTlTW TO E 7 f , 7TaCTLV

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 16/59

32 PLATAO MENON 33

T ( ' W O ' S T a :f J r& v i" ~ oU~ 1 1 r l 1 '0 0,.0" , :, M l J l ( l )v , l x ,o ,s ~

d 1 f f 'V , f f TeS fTE E p < I l f ' , p r t "T t E e T T U ) E 1 f l 1'4> f T T P O y y V A < f J

lCal W J ( J f ' « a 1 1 1 1 ' 1 1'0" .tuo", A ~ OX~I ' 4Ta lCaAfis, 1 'aw~v

E l I ' l W a f T 'V ; " l I ' f r . p 6 J f i 1 l ' E ' V , fva lea l y 1 v r r r a { f T O ' P . f A I n , ' l r p O s

r t , v l I ' f p 1 rijs a~r d w O J c p & f T w .

b MEN. M~,c l A A a t r O , : , l:~lepaTfr, f l 1 l ' E .

l:,Q. B c W A E ' e T O , X a p {e T o op ,C I .L ;

MEN. flcivv Y E .

l:.n. 'E9fA~fTf&S c W v K a l c r V 1 1 - ' 0 1 d ' l T E W 1 f f p 1 r ij r d p E T ' ij s ;

MEN. " E Y W Y E .

l:,Q. n p o 9 v p . 1 J 1 ' 1 o v T O W V V ' ~",v Y & " .MEN. n & VV ,M v c W v .

m. r W p E &~, ' l r fLP~P.f9& f T O ' d ' l r £ w 1'{ I O T ' V c r x . ~ p . a .e T K 0 1 T U o v v d T O a f d ' l ro O f X ' [ 1 a l r r o Etva,· laTW y a p a q ~ p . wT o V T O o x ~ p . a , & p . & v o v 1 ' 6 ) V o v r o o v T V ' Y X a v f L X pc : , p . a 1 " cl d

hrop.fJIOV. "C(wWf e T O & , ~ f u o o s ' l r o o f ,."TE'S; EY~ ya p KaV

c O~oof lzya1l '~'1v Et , .w£ dp~v E'1I'OtS' .

MEN. •A M a 1 ' O V r O y E & " ' ( J E S , ~ l : < f > l C p a T E S .

r o o n 6 ) S ' A E Y E ' S ;

MEN. "0.,., o x i j p . t i ' 7 T o V (eTT'V K a T a TOil e T O V A O y O V & dd

X p O q t 1 l ' E T a & . EtW' d a( & q r t ,v X P d a v 'nS p.~ f / > a l . " d&l va"

M A O . c : ,< T a W o o S ' d 1 l 'o p o t : c Z f T '7 T E P l r E p l 1'ot) crx~",aroS', r{ a v o t E t

< T t n t l ' 7 T O K E l C p l c r 9 a & ;

l:,Q. T c L \ ' 79 1 i l y o o Y E ' K a 2 d p . / v y f T6)V < T o r f > o , v T & S ' ft."

l e a l I P ' f T T " ' ; ' V rf K a l l z Y W V ' O T ' l C c d V d J p o " ,w o s , f t 1 l' 0 'P . ' a vd

a ~ ' "3 1 - , "'E,.wl p . w d p 1 J 1 ' a & ' d a e " ,q d p (6 )s A l y o o . < T O V

l p y o v A a p .f j d .v fW A O ) IO l 1 lCal E A I . ' Y X E & V , ' ' ' d a e t Z c r 1 l ' E P ly~

1'E K a l c r V u v v l c t > { A O & ovrfS f 3 0 - 6 A o W T o ~A~AO'S & U I A l Y f O ' ( J a t ,

a5"BTW;~h,F a6tr .F:om.BTW . ,. lTW Fb:' 1 ' t , B a 8 s e a l B T F: om . W ba x,¥rcrlll~' Br:xapl croJUUT W F b4 1 ,.A '4 tr flS B T W : ellBfA~lTf uF b 8 1 t , i p t S l ' . B «BTW F: 'rfl""~l Schanz b 10 '1'0"0 BW F: '1'0ii'f'0 . , . b Tb JI "b BTW: " o J , . ii , . F oa .fh,6u BTW: ,",~s FC 4 trX;;p.a T W F: rr xfJp.ll tr tlo B c8 r - YWYf B TW: A I - y . ,, . Fe 9 i~I""os B T W f: 1~l'f"oJ F

perguntasse: "0 que e, no redondo e no reto e nas outras coisas

que chamas figuras, aquilo que e 0mesmo em todas elas?" Tenta

responder, a fim de que seja urn exercicio para ti tambem em re-

lar;ao a resposta sobre a virtude.MEN. Nao <me pecas isso>, Socrates; mas responde tu mes- b

mo.

SO. Queres que te conceda esse favor?

MEN. Perfeitamente.

SO. Consentiras entao tambem tu em me responder sobre a

virtude?

MEN. Sim.

SO. E preciso esforcar-se portanto; com efeito, vale a pena.

MEN. Decididamente.

Socrates define afigura.

SO. Vamos la, Tentemos dizer-te 0 que e a figura. Examinaentao se aceitas que ela e 0 seguinte: seja pois figura, para nos, 0unico entre os seres que acontece sempre acompanhar a cor. Isso

te e suficiente, ou e de outra maneira que procedes a pesquisa?Pois eu ficaria contente se exatamente dessa maneira me falasses c

sobre a virtude.

Menon critica a definiciio de Socrates. que tenta esclarecer algo

por meio de outro algo niio esclarecido.

MEN. Mas essa definicao e ingenua, Socrates.SO. Que queres dizer?

MEN. <Quero dizer> que a figura e , segundo tua definicao,

-se nao me engano, aquilo que sempre acompanha a cor. Seja.

Mas se alguem dissesse que nao sabe 0que e a cor, mas estivesseem relacao a ela na mesma dificuldade que a proposito da figura,

que acreditas que teria sido respondido por ti?

Socrates aceita a crit ica de Menon e define afigura por meio de

noeiies ja conhecidas.

SO. A verdade, acredito eu. E, mais, se aquele que me interroga

fosse urn desses sabios habeis em erfstica e agonfstica, dir-lhe-ia: d

"esta dito 0 que disse eu; se digo coisas que nao sao corretas, etua tarefa proceder ao exame do argumento e refutar-me". Mas,

se e 0caso, como tu e eu neste momento, de que pessoas que saoamigas queiram conversar uma com a outra, e preciso de alguma

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 17/59

34 PLATAO

~f' a " wpq.OrfpOII WCII~ICcd aLaAf lCrL ICWrfpo l I awo lCpwfv8aL .

lv n a~ rvCII~ TO aLaAf lCTLIC~r fpOI I p.~ P .O l lOV r a~ '1 6i j Q . wOlCpL -

VfV(JaL, Q.Ma lCal aL ' IICECIICllIIW II av wpovo p. o~ o yf i f la lv a ,

o Ip Cll r~ p.fv o~ . .w E Lp av op .a L a ~ lCal ly~ VOL oih-CII~ ElWfW.

e ~'Yf yap P .O L· rf~ tv rt ,V lC aAE' ~ TL; rOLOVaf AEYCIIo to v w lp a ~

lCal lC T)(arov-1favra railra raV TO V nlyCII· tUCII~ a ' a u

~p. 'v npOaLj (O~aLacp lpoLro , ~~a 0 " ' 6 yl wov lCaAf'~ wfwfpav(JaLTL lCal T fTE~ fVT '1 lC lv a L- To rOLo il ro v f 30 6 ~0 p .a L ~ IY f Lv , O~aEv

WOLIC(~OV.

MEN. 'AUa lCaAW , lCa l o lp .aL p .av(JavELv & ~'YEL~.

76 ~.n. T(a'; lw{wfaov lCa~E 'S ' rL , lCal frfpoll a v C TT EP fO V ,

o tov railra ra Iv ra ,~ yECllp.frpCaL~;

MEN . " EYCIIY f l CaAW .

~.n. "H&'1 ro(vvv all p .a 60 L~ p .o v IIC r oV rC llv CT)(ijp.a &

~lyCil. lC ara y ap W avTOS CT)(~p.aros roVro ~ lyCI I, £ ls & ro

UTfPfOV W fpa(VfL, ro ih " fL llaL u x~ p.a · OW fP av vvAAaf3wv

ftWOLP.LCTTfPfOVwlpa~ CT)(~p.a ftvaL.

MEN. To a~ x pw p.a rC ~IYELs, C L ~~lCpaTfS;

~.n. "Tf3PL~S y ' ft, C L MlvCllv· a v a p l wPEv/3Vrr1 ' J r p 4 -y p.a ra w po ura TT fL ~ Q .WO lC pC IIE u(J aL ,~os a~ o ll lC l (J IAELS'

b Q.vap." '1u(Jf ls flwE'V efrL 1 fO rf Alyn rop y(a~ a p E T 1 } V ftvaL.

MEN. 'AU' IwnMv P.OL v V ro ih" d7r'[ls, C L ~~ lCpaTES,

lpw VOL. .

m. K&I I l Ca raKE lCa~vp. p. lv o s r LS y vo{ '1 , ~ M lvC ll v, aLaAE-

yop.b,rov vov , e frL lCaAOSEL lCal lp aura C uO LIT L £ lu{v .

d 4 Q.' II 'oltpl lfferBIU ••• d 5 T~"~ T W: bOKpl" fe rB IU.. • a~fICTIK'-

TfPO" om. B: Q .'I I' Olt pl lf ftr Bl U • • • T~"~ om. F (add. in margo f)d6 ~"llfBT W: b~" F (b f) 'll'poaol'oM'yfjB T W: "poafJIp.o·A&-Yea('II'poero/'OAO"/fi) : "poo/'OAo;iiGedike d7 ~~"'l'f"Ol]Ipd/lof"olComarius e Ficino (qu; rogal): 1 1 ' ' ' ' ' ' & ' ' E. S. Thompsonex Af.yfJIBTWF: "I-y"'lft ax TlBWF: ThTetsuprascr.fa a TIl;' B T W F: om. wig. a 4 ,uiBolS/'OilB: ~J p.olF:l 'uB&"ols p.ollTWa 6 av~" B TW: erb "o.lJ~" F a 9 "IfB T W: om. F a 10 "potfTd.TTflJB T W F: 'll'apiXflI Cobetba ail B T F: om. W b 5 erol tTl B T t . tTl erol W:1101 F

MENON 35

forma responder de maneira mais suave e mais dialetica. Mas tal-

vez 0 mais dialetico seja nao so responder a verdade, mas tam-

bern por meio de coisas que aquele que e interrogado admita que

sabe. Tentarei pois tambem eu falar assim contigo. Dize-ll1~ pois: e

"ha algo a que das 0 nome de 'termino'"? Quero dizer <com

isso> algo tal como limite e extremidade. Com todas essas pala-

vras, estou querendo dizer algo que e 0 mesmo. Talvez Prodico

divirja de nos, mas tu, penso, ha algo a que das a nome de "limi-

ta-se" e tambem "termina". E algo desse tipo que quero dizer,

nada de complicado.

MEN. Mas claro que emprego esses nornes, e creio compre-

ender 0que dizes.

SO. Pois bern; ha uma coisa a que das 0 nome de "superffcie" 76

e outra a que das 0 nome de "solido", por exemplo essas coisas

que ocorrem em geometria?

MEN. Sim, emprego esses nomes.

SO. Pois entao ja podes compreender, a partir disso, 0 que

quero dizer com figura. Pois para toda figura afinno 0 seguinte:onde 0 solido termina, isso e uma figura. Aquilo que, precisa-

mente, resumindo, diria: a figura e 0 limite do solido.

Menon pede a definiciio de cor. Socrates responde a maneira deGorgias, tentando fazer ver a Menon que esse tipo de definiciio

ndo e satisfatorio, pois serve a varios definienda,

MEN. E por cor, Socrates, que queres dizer?

SO. Que impudente es, Menon! A urn anciao atribuis <como

tarefa> questoes pen osas para responder, ao pas so que tu mesmo

na o te dispoes a relembrar e dizer 0 que afinal Gorgias diz que e b

a virtude.

MEN. Mas, quando me responderes a isso, Socrates, eu te di-

rei.

SO. Ainda que alguem estivesse total mente coberto, Menon,

saberia, contanto que falasses, que es belo e ainda tens apaixona-

dos.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 18/59

36 PLATAO

MEN. Tl a~ ;~.a. "On OVOfV au' ~ f1rLra1'TtU W TO'i'~ A&yOL~, 61rfP

1rOLOVO"W 01 rpvcf>wvT£~, au rvpaVVfVOVTE~ lw~ av (V (JP lf

c. ~O 'W , Kal l i p . a tP .OV LO 'WS l <a rEYVW l <a s 6n E l p . l 7irrwv rwv

K aAWV' x ap wV p.a L O ~V O 'O L l <a 2 O ,1 rO l< pL vo vp .a L.

MEN. navv P.fV oov xapLO 'aL.

~n. B OVAEL ouv O 'O L KaTa ropyCav 41r0IC plvw fJ4L, 'A av< T V p .&_ALUTa 41C0Aov87 ]O ' aLs;

MEN. BovAop.aL· 1rWS yap ov;

l:il. O V K O V V ' A . E Y E T € Q . 7 r o p p o a s TLVQS T 6 l V OVTWV KaT"

'Ep.1rfooMla;.-MEN. l:cpoopa YE.-~n. Ka2 1rO pO VS Els

o - O s Ka l OL' ~v a1 O ,1roppoal 1r0pfvovraLj-MEN . IMvv YEo~n K \ ~, ..., , (, 1' ~

-~J.r.. a, r6)V a7ropp06)V ras P.fV app .OTTELV ('VLOLS T6)V

d 1 r0 PW V, T as O f lAarrovs ~ P.f'(OVS f7:vaL;-MEN . "EUTL

raVra.-l:n. OVKOVV lCal o t L V K a A E ' i ' S n;-MEN. "EYWYf .

-l:n. 'E K rovT wv o~. . O 'V VE S () T O L A 'YW ," 1 </> 1] nlv oa po s.

lUTw yap xpoa o'7r0PPoT j O 'XJ]p.&rwv otH u VJ Lp .E rp os lC a,

aL0'81]Tos.

MEN "A 1 ,,~.. ~I "• pLUTa P.OL uOKfLS, W ~ 6)K pa rfS , rautn» rJ]v

o '1rOICPLO'Wdp1JKlvaL.

~n. "IO'w~ yap O 'OL lCara 0'V~8ELav fLpJ]TaL' lCa, ap'a.. 1 ~.,,, 'I\ __ , ~, ~ l ~ ,,,,,, ~"

oLp .aL t 'VVOfLS on EXOLS av E~ aVT7Js E 1 rfL V K a L . ."WV1 ]V u fO'TL,\', , !,,-, \\' ~ I

e lea, o O'p .rw le aL W \l\a 1 rO lV \.a T 6)V rO Lo vrw v.

MEN. n&vv P.fV oov.

~n. T payLIC ~ yap fO'nv, Z l M 'vwv, ~ 41rOKPLO 'LS, (JurEl I ~\..., ~ I

apEO"ICELO 'OL JLalV\.ov J] 1] 7TEpLTOV UXJ ]J Lar os .MEN. " ' E J L O L Y E .

m. 'AM' OVK IUTLv , C l) 1ra 'i ' ' AA f f La~p.ov , w s ty w fJL aV rO v

7TEl8w, aM' llC ElV J] {3 EA T(W V' o ip .a L 'O f a V o ' a v 0 "0 1 M fa L,

b 6 T{ B T W f: (.,., c 7 ""/'Yf'ff! T W F : . , . , 1 ' Y f . , . 4 1 B e 9 wdvvBT W: Kill r4vu F d I W&pOUl BTW f: .".&p""',, F TaS B T F :.,.ob, W d 3 8 .,.01 BTW: Il.,.ouF (g.,., f): II T '" Cobetd '" lJ;7rOppO~ BT W: a1rOpfcrf js F fTX'fIfI.&'' ''' '' ''T W F :w- XP'fIfl.J..,.",,,

T (probavit H. fliels) d 5 Il l l1fhrr6s BT W f (sed I1'f' supra . , . & , W :

DJaH,fTf'P): El16fi'ros F

MENON 37

MEN. Por que isso?

SO. Porque nao fazes senao ordenar em tua fala, <que e>

exatamente aquilo que fazem os belos mimados, tiranizando

como tiranizam, enquanto estao na flor da idade; e, ao mesmo

tempo, talvez tenhas notado a meu respeito que me deixo veneer c

pelos belos. Assim pois, condescenderei contigo e responderei.

MEN. Decididamente, condescende!

SO. Queres pois que eu te responda It maneira de Gorgias,por onde me possas seguir melhor?

MEN. Quera, como nao?

SO. Nao e verdade que falais de certas emanacoes dos seres,

segundo <a teoria de> Empedocles? -MEN. Certamente. -SO.

E tarnbem de poros, para os quais e atraves dos quais correm as

emanacoes? -MEN. Perfeitamente. -SO. E, dentre as emana-

~oes, <nao dizeis que> algumas se adaptam a alguns dos poras, d

enquanto outras sao menores ou maiores? -MEN. E assim. -

SO. E ha tambem, nao e?, algo a que das 0 nome de visao, -

MEN. Ha. -SO. A partir disso tudo entao, "atende ao que

digo", <como> diz Pfndaro. A cor e pois uma emanacao de figu-

ras de dimensao proporcionada It visao e -cassim> perceptfvel.

MEN. Parece-me, S6crates, teres dado, com esta, uma exce-

lente resposta.

SO. E que talvez tenha sido dada da maneira que te e habitu-

al; e ao mesmo tempo, creio, percebes que serias capaz de, a par-

tir dela, dizer tambem 0 que e 0 som, bern como 0 odor e muitas e

outras dentre as coisas desse tipo.

MEN. Decididamente.

SO. E que e tragica.' Menon, essa resposta, de modo que te

agrada mais do que aquela sobre a figura.MEN. E , agrada-me mais.

SO. Mas nao e melhor, filho de Alexidemo, mas a outra sim e

melhor, como estou persuadido. E creio que tampouco a ti

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 19/59

38 PLATAO

l '" 6 ' ' ' ' 1 . 1. ~.1 " 'ftp.7J,WCT7rfPX fS f"f)'f~, a va) ,l C (l £OV e rOL a 'l TL fVa L ' lTPO T fI )V

p.vC1T17pCwv,aU' El ' lTfpLp.fwaL~ T f K al p.VT/OfL'1 S.

MEN. 'AMo. ' lT fP L ,u VOL P .' clv, :, ~cf,lCpaTfS, E f P.OL ' l T o M o

TOLai IT a A I )' oL ~ .

~ 2 . ' A M o p .~v ' lT p oOvp .t as yf o · M E v a ' lTOAELVfW, ! C a l erov

" , 1 ~ ...I ~ ' ...1 . ' " " I 'f Vf lC a l Ca L t :p .a V TOV , Af)'WV TOLaVTa ' a"" O' lTW~ 1 1 . . " OVX 0 os

T ' tc ro p.a L 'lT oM o. T OL aV Ta A I)'fL v. ?iA).' fO L ~ 'lTELP&>l C a l, " \ , , , ., ~..... ''''\.''' .1 "

c rv f p. OL T 1I V V 'lT oc rX E cr LV a 'l TO uOVV a L, K aT a o "o v f L' lTWV aPfT1lS, ,., , I \.... \\ ..... 1 .._ If' fl

' lTEpL on fC TTW , K aL ? Ta Ve ra L 'lT O "" a 'lT O LW Vt : 1 C TO V fVOS, u ' l T f P

cp ae r l. TOVS c r vVTp [~OVTa~ nKaCTTOTf 0 1 crKcf , ' lTTOVTfS,aMo

lacras O A r I l ' Kal v,.Li j E Z , r f TC ECT TLVapET~ . TO a ' yf ' lTapa-

a dy p.a Ta ? Ta p' lp .o V E f A 7 J c p a ~ .

MEN. 60KE& TO {VVV p .O L , ~ ~ c f, Kp aT ES, cip~ EwaL , l CaOa-

?TEP 0 ' lTOL '1~S AI),fL , "xa(p fLv re KaAO&crL l C a l MvaerOaL ' ", l' ~ \ , , I 1 0 ~ ... - \ ~ ~-. ~

Ka L t)'W TOVTO AfyW apET7JV, 4 I : ' l T Lvp .o vvr a T fI )V l CW \. fI )V uvVaToV

ELvaL ' lT0p [( fc rOaL .

~n. ., Ap a M)'ELS T OV T WV lC aA WV E 'lT L6 vp.o vv ra a ya Ow v

E7I 'LOVp. '1~V f!vaL;-MEN. MaALCTTa Yf.-m. "Apa & IS

OV TWV n vw v o t TWV KaKWV E 'l TL 8 vp .o vc rL V , ~ T lp w v a f o t TedV• f)~ ., 11 !I:'" , ~ 1.~~A ... 1a ya W V; O V 'lT aV TfS , W PL CT Tf, u OK ov erL e rO L T fI)V a,....,fI)V t ' lTL-

8 vp .E&v ;-MEN . O illc lp .oLYE.-~n. 'AM& T L Vf S TWV l Ca Kwv ;

-MEN. NaC.-:En. OlOp. fVOL TO lC aK a a )'a Oo f!v aL , A I),E LS ,.. '\ , d '" N ".4.& '" ,." K a, y L)'V Wc rK OV Tf~ on K a Ka f cr TL V o p. w~ f 'lT LUV JJ .OVCTL V~

Tedv;-MEN. ' Ap .c po T Ep a l p. oL YE aOK oV c rL V .- ~. n. "H ya p!I: ... , .... M ' I "" 11uOKEL TLS (T OL,W E VW V, y L)'V WC TK WV Ta K aK a on K a Ka t :C T TL V

oP.WS E?TLOVp.E' iValn-edv;-MEN.

MaALCTTa.-~n. T C E' lTL8v-

... ...I ., I 6 • ~ MEN r'o '".ELV "EyELS; ." YEVECT aL aVT~;- • EVECT aL ' TL ya pI I ! . . . 'I. ~n n' ., , " A . . . 'I.... , ...

d C J.I\"O ;-~ ~r.. O TE pO V 7 JyO VP .E VO ~T a lC aK a w."E"nv f lCfLVOV

77

b

c

a 3 'Y f BT W: -re F a 8 .,.1 B TW : om . F b 3 KAAoicriBT F: /Ca~oj)cT&W (sed j) in ras.) b ... " A I - y , . , BT F: fl"a, 'A/ 'Y '" WKaAiAI " BT W : KI/I'A;;'II / Cal F b 7 i " . 1 9 1 1 } ' 7 1 n , , , BT F: i".,911}'7I 'f '~s

W C ~ . ,. ;; ,, ,BTW f; om . F e 3 4 ' Y 1 I I B c \ fl"ll, " A f o y f l S BT\V :~''YUf 4-yallc\.1"al F c 5 ~.pdnpa. ••• c 7 tW ' T ; ; ' ' ' om. W (in margoadd. w) Bo /Cou! ', ,, F : BO lCf iBT

MENON 39

pareceria como parece se, como disseste ontem, nao te fosse ne-

cessario ir embora antes dos misterios, mas sim ficasses e fosses

iniciado.

MEN. Mas eu ficaria, Socrates, se me dissesses muitas coisas 77

desse tipo.

4a. resposta de Menon sobre a virtude.

SO. Mas nao e seguramente por falta de empenho, absoluta-mente, que deixarei de falar coisas desse tipo, tanto no teu inte-

resse quanta no meu. Mas talvez nao seja capaz de dizer muitas

dessas coisas. Mas, ve lal, tenta tambem tu pagar a promessa que

me fizeste, dizendo, sobre a virtude, 0que ela e como urn todo,e para de fazer muitas coisas a partir do que e urn, como os tro-

cistas dizem que fazem aqueles que quebram alguma coisa, a

cada vez <que isso acontece>, Antes, deixando-a integra e sa,

dize 0 que e a virtude. Os paradigmas, afinal, ja recebeste de b

mim.

MEN. Pois bern, Socrates, parece-me que a virtude e , comodiz 0 poeta, "regozijar-se com as coisas belas e poder -calcanca-

las>": Tambem eu digo que a virtude e desejar as coisas belas eser capaz de consegui-las.

Critica de Socrates. a) todos querem as coisas boas. A dife-

renca entre virtuosos e niio virtuosos so poderia estar na ca-

pacidade de consegui-las.

SO. Dizes que aquele que deseja as coisas belas e desejoso dascoisas boas? -MEN. Perfeitamente. -SO. <Dizes isso» no

pensamento de que ha alguns que desejam coisas mas, e outros

que desejam as boas? Nao te parece, carfssimo, que todos dese- c

jam as coisas boas? -MEN. Nao, a mim nao parece. -SO. Massim que alguns <desejam> coisas mas? -MEN. Sim. -SO.

Acreditando eles que as coisas mas sao boas, dizes, ou, mesmo

sabendo que sao mas, ainda assim as desejam? -MEN. Parece-

me que ha os dois casos. -SO. E verdade que te parece, real-

mente, Menon, que alguem, sabendo que coisas mas sao mas, as-

sim mesmo as deseja? -MEN. Perfeitamente. -SO. Que queres

dizer com "deseja" <coisas mas>? Que <deseja que> elas lhe

acontecam? -MEN. Sim, que acontecam. Que outra coisa? -

SO. Crendo eles que as coisas mas trazem proveito aquele a d

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 20/59

40 PLATAO MENON 41

i> aV Y'VI1TaL. ~ YLYV~ O"ICW V1'a lCalCa on ~X & :7rrn c t ~V

1Tapfji-MEN. ElO"l ,uv o t ~YO~P .fVOL 1 'a lCalCa c:,CPfXfW.

ElO"lv ~f lCal ot YLyv~O"ICOVT'f r0 1 " {3Xa.'lrTf£.-l:n. 9H Ka t'l ~l I , ''I ,. 1< 'aOKOVO" O"OLY'YVWO"Kf£V 1'a ICaKa an lCalCa fCTT'V 0 "lYotJ-

, " '" 'I. ,. MEN 0" It ~ ~,P.fVOL 1'a lCalCa 6)."f l\ . fW i-r • v 1Tavv p.o' uOKf4 1'OVTO

Yf.-l:n. OVKOVV oijX ov on OVTOL f J.E V o v rw v lC alCwv f1 TL -

e 8VP.OVO"LV.01 a yv oo vVTf S a lr rc i, clAAa fICflv6)v a cj)0VT'0ayaOa(iV aL . IC TTw a E TaUra. yE lCalCa' &SCTTE1 ayvoOVVT 'f S aVTa

lCaL OlOP.EVOLya 8a E iva L M jX ov o n Tcdv ayaOwv f 1TLOVp .oVO" ,v.

~ o~i-MEN . KLVOVV~OVO"LV OVTO{ Yf.

l:D.. Tl 0 ' i 01 TW V ICalCcdvP.EV E7rLevP.OVZ,·TfS,w s cPps « T V ,<, 'l'l.' 'QI. ' 2" ".. r." lYOVP.EVOLat Ta KalCa t- 'l\.a1TTfW elCEWOV C f» a v y ~y v'1 Ta "

yLYV~O"ICOVO"LVO~7rOVon {3Xa{3~O"oVTa& {rrr ' aVTwvi-ME N•

78 'AvaY""1.-l:n. •AXXa TOUS {3Xa1TTop.(vovS OVTOL01"( O'OVTat

a8X{ovs EtvaL Ka8 ' oO "o v { 3Xa. 1T ToVT aL i-MEN . Kal TOVTO

avaYK71.-l:D.. Tous O f a8XCovs ov KaKooa{p.ovas i-MEN.

OLfJ.at 'ywYf.-ro. "ECTTLv ovv oO"ns {3ovXfTaL MXLOS lCa ,

lCaKooa{p.wv E!vaLi-MEN. Oi l P.OL OOKfr, t il ~~lCpaTfS.-

l:D.. O U I C 6.pa !3 ovX rraL , ~ MEVWV , Ta K alC a ovof{ r, f '7 rf P fJ.~

{3 ovX ET aL TO LO VTO SE Lva L. T{ ya p c L \ A 0 EO"Tlv 118XLov ELvat

~ E7r t8vP .frV TE TWV KalCcdvlCallCTaO"8aLi-· MEN. KLVOVVfVELS

b iiX 718ij " 'YELV. ~ l:~lCparES' Kal ouods !3ovX fO"OaL Ta

lCaKa.

l:D.. O ill co vv v vv a~ IXfYES O T t IC TTW ~ a pf" , {3ovXEO"8a[

Uaya8a Kal Mva0"8ati-MEN. Ei7roV yap.-l:D.. O iJKOVV

TOU XEX8lvTos T ~ fJ .E V {3ovXfO"8aL 1 TaO "L Vn ra pxft, K a, Ta vrp

yE OVOEVd ITfpos TOV h'pov {3EXT{W Vi-MEN. cl>a{vrrat.

-l:D.. ' A X X a ~ijX ov on Et7rfP ECTTl {3EXT{WV &Mos 6.XXov.

KaTa TO Mva0"8aL av E'71 afJ.dvwv.-MEN. TIcivv Yf.-~,...,T ,., I " · I ," 'I.' 1. '....U. OVT CTTLVapa, 6)S OLKE, lCaTa TOV ao» I \. oy ov C lpET 77 ,

d 5 01 .JrrO{,~f"OI BT W: 31'I'Y06},fllOI F e I 01 cl'Y"ooii".,.u tWr4BT W F Stobaeus: sed. Cobet a 7 1 . , . , . 1 " BT W: t~'I'''' *',nell},f';" Fbi /JO{,A-.lTelU B F: /JO{,A-.'I'IU T W f b 5 'l'oiiAst : 'l'0{,.,.01l B T W F: '1'06.,.011'l'oii Schleiermacher

quem acontecem, ou sabendo que as coisas mas trazem dana

aquele junto a quem elas estejam? -MEN. Ha os que acreditam

que as coisas mas trazem proveito, e ha tambem os que sabem

que elas trazem dano. -SO. E te parece que sabem que as coisas

mas sao mas, aqueles que acreditam que as coisas mas trazem

proveito? -MEN. Nao e 0 que me parece absolutamente, isso ai,

-SO. Entao, e evidente que nao desejam as coisas mas esses que

as ignoram, mas <desejam» sim aquelas que acreditavam se- erem boas, mas que sao mas. De modo que os que as ignoram e

que acreditam que sao boas, e evidente que desejam as coisas

boas, nao e? -MEN. Talvez seja 0caso que, esses, sim.

SO. Mas como? Aqueles que desejam as coisas mas, como di-

zes, mas que acreditam que as coisas mas trazem dana a quem

vern ate-las, sem diivida sabem, nao e?, que sofrerao dana por

parte delas? -MEN. Necessariamente. -SO. Mas eles niio ere- 78

em que os que sofrem dana sao miseraveis, na medida em que

sofrem dano? -MEN. Tambem isso e necessario. -SO. E nso

<e necessario crer> que os miseraveis sao infelizes? -MEN. Eu,

de minha parte, creio que sao. -SO. Ha entao quem queira ser

miseravel e infeliz? -MEN. Nao me parece, Socrates. -SO.

Logo, Menon, ninguern quer as coisas mas, se realmente nao

quer ser assim. Pois que outra coisa e ser miseravel senao desejar eobter as coisas mas? -MEN. Talvez seja 0 caso que digas a b

verdade, S6crates, e que ninguem queira as coisas mas.

SO. Nao e verdade que ainda agora disseste que a virtude e

querer as coisas boas e poder <alcanca-las»? -MEN. Disse, efe-

tivamente. -SO. E do que foi dito, nao e verdade que 0 querer

pertence a todos, e de modo algum e por ele que alguem e me-

lhor que urn outro? -MEN. E evidente. -SO. Mas e claro que,se realmente alguem e melhor que outro, e em relacao ao poder

<alcancar> que ele seria melhor. -MEN. Perfeitamente. -SO.

Logo, e isso, parece, segundo a tua definicao, a virtude: 0poder

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 21/59

42 PLATAO MENON 43

c M va p.L S T OU 7 rO p{(£ UO aL T ay a8 a.-M t;N. UaVTci7rauL pm~ A ...... ' .."" A e 'I. QIuOlen, W .. 6 IIe pa TU , O llT ws £X £L V 61S CTl IVVV V7To l \ap ., . .. avns .

l:n. "I06lp.fv a~ K al TOUTOd aA1]8h A/YEW L UW S y ap

av E V A/YOLS. Taya8a , < p p s O LOVT ' E iv aL 7 rO p 'C £U 8 aL a p£ T ~V

EivaL i -MEN. "EY6lYE.-m. 'Aya8a O E KaAEtS O VX ' O LO V« I I \ 'I. A 1I..1EN K \ , 'I. ' \vyLnav TE KaL 7rI\O VTOV i-LY • aL xpvuwv I\EyW KaL

" ~ 8 \ 1 I \, 1 " M'apyupLO JI «raa aL K aL np.as tV 7rOAEL KaL apxas. - :.1.. 1 1 ' -

l1 .AA' &rra Alyns Taya(Ja ~ TO . TOLavTa i-M .EN . O ilK , c lAAaI 'I. I , A ~ 1"\ E" , It' It' ,

d ?TaVTa I\EyW Ta TO LaVTa._ ..u L £V ' X PV UL OV UE u rt KaL

a py Vp Lo v 'T lo p{ C£ u8 a, apET~ Eunv, & )s <P71ULMlv6Iv 0 TO U

''I. Q 'I. ' 't" 8 ~p .E ya l\ ov ,.. .a U' I\ EWS 7raTp'KOs bEVOS. ? TOUPOV ' TlpOUTLE'SI ~ , ...M' \ It I \« t ~ -'.ItI

T OV T'f» T 'f» 'T lO P'f» .W E VW V , TO u LKa LWS Ka , OUtWS, rt OllUEV

~"' 2\\'" 'It' ",/:« IUOL u,a""EpE', t.4 I\ l\ a K av a uL Kw s TLS a vr a 'T l0 p' ':.1 ]T a" O P .0 LWS

< T V a VT a a pE r7 JV KaAli:sj-MEN. Oil a ~ 'T lOV , ~ IWKpaT £s .-

In. 'AUu KaK(av.-MEN . naVTwS ' O~7rov.-In.6E' &pa.,~ I ~ 'It I ... '" ' ..

WS t: O'K £ , T O VTC f T C f 'T lO P 'f» U L Ka 'O C TVV 1] Vr t u w "" PO C TVV 71 V1 Je , ' " " ~ r . ",. . l It' ,

e OULOT71Ta tipooewai 7 J (.lAAO 1"£ p.opwv aperns: E UE p..,.,.0 1;K tU Ta , a p£ ~. K a(7 r"£ p E K7 rO p{C ov ua Taya8a.-MEN. llws

'If , 1 , I ," ~I"\ T'~ "y ap (.lV £V T OV TW V a pE TrJ )lE VO 'T aV- ...lI.. ° oe p.rt fK-'/: ( , I " 'It( ..!''T fO pL ':.E LVxp VU o v K al. ap yvp LO V. O Ta v p..,., UK atO V lI' p .7JU

• ~ , 1f I. I. '" , " l' " ,a vr'f» p .7 1U (.lI\I\C f, O VI( a pE TT [ K aL a vr.,., tU TL V 1 ! a'TlopLai-

MEN. < l>a{vE TaL .-In . 0 -l10€V l1.pa p.Q AA OV < > ?TOPOSTWV

I 'a~ "'" " '. " 2\ 'I.' • IfT OL OV TW Va ya llw v 7 J 7 J anoou: a p £TT [ a v EL 1j , U l\ l\ a, (US' tOLK£V,.., ,... 'It I I "" "It'o P .E V a v u era U LK ~L OC TV VrJS Lyv1 jT aL, ap ET 71 fU Ta" 0 u

79 a v l1 .vw 'T fa VT WV rw v rO LovT wV . K aK {a .-M EN . 60KE' P.OL, "" .. (\1

a va YK aL ov E ,v aL c u s I\'EYELS.

C 3 0A,,6h B T F: OA"eciisW c 4 f~ A"rOIS B TW f: I~ "ryouTb b: AryOIJJ.I F ~ 5 Ilval B T W: om. F sed v al ante t"(III"(E

c 6 1 t41 xp lJlT iov K.T.A. Menoni primus tribuit Sehrwald c8 A(,,(IIS

BT W: "',,(II T IS F d 2 " P E T . " ' ITTI " BT \V: tlT'TIV A p E T n Fd 3 /341TIA'IAIr TW F: aIA'IIIS B ' lrpolTTl6fls F: ' lrPOITTllljis B t :

' l l "poITTl6."s T W d ... TOVT ' f I F (suprascr. ' lrOV Tl ut videtur f) : TI

TOUT ' f I BTW: ' lr01l TOu,...,. Schanz d 6 4il'rQ; BTW F: "iJTb

Schneider: sed. Ast d 7 •A"Aa KaKCaV Socrati et nclVTIAIS 5~1I'01J

Menoni primus tribuit H irschig 1 1 . , , ' 1 1 " 0 1 1 BT F: 3 - 1 1 1 1 ' ' ' ' W d8 5 1 -

K440ITlI " ' Iv fI TW F: 5I1C4«OlTlI "?1 B e 8 &1 1BTW: &v 5~F

de conseguir as coisas boas. -MEN. Parece-me, Socrates, que e c

exatamente assim como agora compreendes.

b) a definiciio niio pode ser feita por meio de partes, ou casos

particulares, do definiendum.

SO. Vejamos pois tambem isso, se estas certo no que dizes.

Pois talvez tenhas razao. Afirmas que a virtude e ser capaz de

conseguir as coisas boas? -MEN. Afirmo sim. -SO. Eo que

chamas coisas boas nao sao coisas como a saude e a riqueza?-

MEN. Quero dizer tambem obter aura e prata, e honras e postos

de comando na cidade. -SO. Aquelas que dizes serem as coisas

boas nao sao outras senao as desse tipo? -MEN. Nao, mas sim

digo <serem boas> todas as coisas desse tipo. -SO. Pois seja. d

Conseguir aura e prata e pois virtude, segundo diz Menon, 0

hospede, por heranca paterna, do grande rei. Acrescentas, a esse

conseguir, <que isso seja feito> "de maneira justa" e "de maneira

pia", ou absolutamente niio te importa e, ainda que alguem os

consiga [sc. aura e prata] de maneira injusta, chamaras isso, de

modo semelhante, virtude? -MEN. Certamente nao, Socrates.-SO. Mas, sim, vfcio. -MEN. Com toda certeza. -SO. Logo,

e preciso, segundo parece, que junto a esse conseguir esteja justi-

ca, ou prudencia, ou piedade, ou outra parte qualquer da virtude. e

Senao, nao sera virtude, ainda que conseguindo coisas boas. -

MEN. Como pois poderia ser virtude sem essas coisas? -SO. E

nao <procurar> conseguir aura e prata quando nao for justo nem

para si proprio nem para outrem, nao e virtude tambem esse nao

conseguir? -MEN. E evidente. -SO. Logo, conseguir tais bens

em nada seria mais virtude que 0 nao conseguir; mas, segundo

parece, aquilo que se fizer com justica sera virtude, aquilo que

<se fizer> sem todas as coisas desse tipo <sera> vfcio. -MEN. 79

Parece-me ser necessariamente como dizes.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 22/59

ZU'CIPS I~t.rv.I~ :.i Im l.!y I.LJ : M. .L Im t.JY 1 .L .o l : a I mt .J Y I fl .L .o , 90Jaq'CN 'Pas t l l.L.o! l.0 .•• 0.L! !0J. S 0 ~ ~ :.iM.a ~ : e" ;181

·J'Cd ·J.lO;>!~ i> 0 .L .!'2 :.i I J. . !' 2 :M.a !2l.L.!J2 .i ·WO :M. .L a~.I."" s 0 ..i 10.0 : M.~ a '1.0 r;0 (M. ° e.ldns IL pas) .iM.~ H IfOY!! apsnaH w.enupuo;> snunrd !lt1J;>OS ( r) t. !y o J .! !O . l. '+2 1f20

1J. l.q a ~.I. : q..i M. .r, 1l .L tq .i IfOldljlTi s~.I.~d":M.J. a s~.I.~a"Ifoldljlrf r;q ..i ·wo :M. .L a .1. J q ..i .!~2 :M .L H IOJ2 or '8

(q ·;>:u t ll lJ . ·ppe l' e .ldns pas) a I f T i l' no.o :.iM. .L {pi 110.0 6'8

.~("

up onb 0 o pu oq as O~UOWS~W~POl .l!Au p oimd aum 9 onb 0 o qa s

w9niJ lu cnb S~. lO'W !S ' se ur ' om s:mb u ur se ur u OAOU~p < .mW01~. I>

sn sto ard o nb o oa md ~ 1 ogu n o · ~pn ll!A 9 u op snf ep ap aqu nd uroo a

0~5u npoi onb z1P es opunnb .I~z1P ronb cs onb osst 9 S!Od l.~P

-runx up cued num op upaquadurooa o~ou npoi auos eprunx onb

Z ~A aum '~ pn 1l1 A u 9 onb 0 : u1ung .l ~d nu rs ou r u < lUW01~ .I> ' uou~W

Oi JIWU '~o~lUd ou r opunsas 'o o~ wo o o p 'OAOUa p 'omu ~ su s1 o~ .ld

· s~oup~d u ta suued u onb n pu ra JU P rnred u u l-~o~quoo~. I ~SS~A~p

o <n~ os ouroo» ~ 'OP01 um ouroo oprunx u 9 onb 0 onp s~ss~A 111 }fo s o ur oo '~ pn 1l 1A u p oirad su m w oo U 1!~ ]uf~ s onb ep sa p o ~ou

U p01 oprunx 9 onb snuujja 'ormo rod '~ '9 up onb 0 .I~ Z!P a p

~ gu ol 'o pu l u rn rod 's1 }lS ~'O P0 1 u rn o ur oo o pm nx u 9 onb 0 s as se s

-s1P anb oprpod n c o pu oi '~ nb .lo d 1.0SS! OPU~Z!Pn01S~ O~ lU~ onb

. IOd 'U. lO ·<sowuuopu~w onb» s ~s1 00 SUp 1}As up nb up sum n pe o

<9 0> w9qwu1 ~ '~pnll!A up oirad num 9 uopsnf u onb suw.lyu

S!Od ·~pn1 l1Au OSS19 '~pn ll !A up oired sum w oo U OU ]os onb ranb

onb 0 .I~ ZU ]onb 's~11wpu onb op rnred u 'u lln s~ .I 'o mu3: ·OS

·oU .l .l yu 'w1S ·N3 :W

1 .~pm .l 1Aup o ir ad 9 onb smu nja 'U lS~ ' 3 : · uo ps nf

q woo snoq sestoo .I!ng~suoo op zadao . I~ S9 ~ pn 1l 1A u onb W1Ss o z-1 P ~ 'ossr ~lsupu~iJ! l iJ~u ' .I~puods~.I os toard U!.I~Ssmnb so opunf

- as sUW i J1 PU lU do pa p o i- op ua i ~ '~ pn 1l1 A u s ~ss uo up ~s~ p u ro u s as

-s ar qo nb o gu o nb o ptp od n ~ ~ l- Op u~ l 'U .lo iJ us pu ta '~ nb .lo d · OS

l.s~lu.lo9S 'onb . lOd ·N3:W

l .w1W cp o pu ao oa o S1} lS~u ou ~W 'O~ lU3 : ·OS

·W1S ·N3 :W

l.0d p o sse p snstoo sa se po i

~ up u~ pru d u 'u o!lsnf u :~ pn ll!A up oired nu m 9 SUS !OOe sso p sum

upao onb S~lUUoonod u rn sou ros st p onb cpeprox 9 ogu 3: ·OS

!D.J.9Ql~ ~ri Il~D 'IlJ.L.O~

u.~ s!!-L~d'P llotd9ri tDll!~13 1?1lt.L H2 ° ,y.'(ll 'S(r)3.D~.L(r)dl S~.L'fD

s~J. tDe.D23~ 1ltY_P1£ 10.D 2~)l0Q ~o ~ ·Ilt.l..Ol ~3d'P S1~~1£

SUIlI1..DOl'O)lln DJ.3ri U D.DD1£ 1.1.0 'S1J. tU3Y IlD.LO 'IlUA~y' 1U.L.03, ; : , ) . . . , 1 < 1 I II J "

dpA o.l.!}oJ. !13 Il~ ~J.3d'P sl~"?,d1£ D.D"?,1£s~~d'P floJdorl 1?J.~ri

1 3 '~3d'P llt.J.Dl J -L '1l(r)Il!W 3Y.Jc/J ~ 'sro3.D~J.(r)dl S~J.IJ-D S~J.

'13)lon l0ri3 S(r) 'SUXdD s~ 1ltV7l1£ 10.D 1l1l0 l'OJ.Hn ·D7dori '0.1. '0)1. . . . ~ \ " " . . . , , , : : } T . '7 ... v ~ "

au.uvo SU"1.l.Drid3)1DJ.D)I I 1 . . D IlD3 1'0)1 ' (lOr i3 ( l01l3r iO.D(r)I lA unu 7D)I\., "../, "" \ v, I ~A \

Iloyo 0.1. m.L.O~ iusd» '-LO s{rJ)ludu d~1£.Dro 'l'OJ.U.1..LDd1£ SU.L~dD oM\. {,' N" II J. . . , , ,

flO1dori V.uri d31£IlV3 'l'OIlH niusd» I lt 'lVd1£ S,:A- . ~n IlV.DD1£I\.I " • , , :)v '\'t'" ~ ...,

'm.J.D3 1.1.0 IlH1£B SBn (l0v.v.01£ 1l3ri IlU.LflD 'nlusd» I lUJ. I l13JL13, , N .... , 'W ~ . \ "" \ . , ,

1l0y'S? 50J.I l!OU3Q (!ori l 1 . L 2 !r)A!y' O.LGO.L ~g 1f20 J .L 'If(r)J.9-0.L

D.L.DD)l3 1'l))I '1VIlU sussdo stlA- . 1f01dor i I fUIl I1..D01' l) )l ln dnA alu.~ \ ......" ,'f' I , ~"

.'Dill3 I lUJ.3cro OUlO.L 'wDd1£ IlD 7.LO m~.L.LVd1£ slusdo (l01dori.. \., .... I ~N I .... "

D.L3ri OJ. 'SHA0Y.0riO fl.D Il(r) S~ Hlfl'Or ir if l.D If( lO)l flO "7~"7, \.., " .. " I CI ... ., U~

'3,{(r)A~t, 'N3W

!1V1f13 sU.L3dV 1f01dor i s tlA- . 3{} O.LflOJ... .., " , , 'Y ,,~ ..,,SUIlfl.D01TJ)lln V.L3ri 1TJEI.D3"1d01£ DElVAVJ. 11MB .1. If 010 1l7.J.D3 q

, ~ " (7 '-I, ,,17 , .., ,. 4.

tusdo 1.l.0 un! 3{) S13A3y' 'SD.DUy'3riU 1f3ri flOJ.flOJ. '1TJO.D3md)101£VI ' j . I I~ , ", ,4 .103n n llD)I DJ.DriA13nDdD1£ sosaoo 7'0)1 'nlusd» alu. 1f13'i.UDrid3)1I~~ct1 , ~ ,~ \ , " ' - I I

~~lt.ri If)If~IfAVJ.D)I ~ri no.o 50J. lfJOU3Q [ loTi? ud l) 1.l.0p ·U~

!H.Lvd)lCJ'~ ~ ' ! L ~ J~ ·N3W

!3ri sodii 513"1'01£ 'tl(r)tl3lAT (r) 'DJ.lr:r ''0'''7, "./, ,I'• .!t.a ~

·JDN 'N3W

!D.L(lD10J. 'OJ. DJ.lflJ1£v , I

1'0)1 IlUIffl.DOdA-.(r).D 1'0)1 IlUIlfl.D01D)l1(} ali: '1Dtl13 1l3riVA-.3 5uJ.~dD\ ,'f' \ I ~" .... ' f '". ."

1l01d9ri l fod3.Lpd1£ 1 f0, {JY. f> I lO .L .OD) I! I fro .L~OJ. I f[ lO)l~O ·U~

NON;Jvt

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 23/59

46 PLATAO MENON 47

d

MEN. O l li e lp.o&YE OOICE'.

't'n El' " .. " , !l, ," '~ " '. yap lCat p.Ep.V1Juat, OT EyW UO & apn a1TE lCpwap.1Jv

, ~ I , Q '' ' ' ' ' , , "TrEP& T OV U X1 Jp .a TOS , aTrE ,. .. alV\op.EV TrOV TTjV r o& aV T1 ]V a 1T O-

IC ptU &V n ,v O La T WV IT L (TjT OV P.E VW V lC a~ P .~ 1T W W P.O AO Y1 ]p iVW V

f1 TtX n po vu av a 1T 0I Cp (v Eu 8a L.

MEN. Ka2 op8 ws yE a1TE/3dAAoP.£V, 6, UlCpaTES.

't'n M' , ~" ~, '" I: I , ~

" '~ " '. 'Y I TO &VVV, W ap&UTE, P.TjuE (TV En <:.1JTOVP.EVTjSapETTjS

( fAT jS on fUTI.V orOV O ta TWV TaVTTjS P .o p {WV a 1 TO lCp L vOP .E VOS~ \ . , " e .... .. "\.\. «'" , ...., ....u1JI \ .WUELV aWTjv OTCf lovv, 'Y I a lV \o OTtOVV TOVTCf l TCf l aVTCf l

Tp01T~ AEYW V, alla TrdAw TijS av-rijs OE~UEU8at fPWn1UEWS,

I " , ~ v L o f ; . " ' fI'~ , ~ A

T&VOS OVTOS apETTjS I\.EyELS a I\,EY£&S' 'Y I OlluEV UO & uOICCa)

AEYELV;

MEN. ·Ep.o&y€ OOICE'S op 8w s A EY £L V.

~n. 'A 'm$ lCpwaL Tolvvv 1TaALv f~ apxijs' Tl c p p s apEn,v... "\tc .... '

E Lv aL K 'a t (TV Ka L 0 e raipo« UOV;

MEN .• .0. ~cfJlCpaTEs, llK OV OV p .£ v lY Ca )Y E Trplv l Ca ~ U VY YE -

, 8 H , _ '. ~ ' . r . \ . \ . . . " . , . . . . ' \ ' \VEU aL 0"0& on (TV OvuEV Wl.I\.O Tj atITos TE a7fOp£&s Ka & TOllS

!,," A A ,~" ~ A ,

Wl.I\.OVS 1 TO &E LSa 1T Op EL V' K aL V VV , WS yE P.O& uOK£&S; Y01JTEVELS

'''' .. 1: '1. A ,~" ,P.E K at ."a p,.....TT £& S K aL UTEXVCa)S lCaTE7fq.uHS, W UT £ P .E UTO V

(mop(as YEYovEVat. Kal OOKEtS P .O& 1TaVT£AWs . daEt T4 Ka l

A.1. «, .. , ", \ ~" " I A

O "IC Ca ). ,.a L, o p .o to ra ro s H Va t TO TE HuOS KaL TUIV \a TallryTTI

" I 1 A e - '" " " " '" I7 fl \. an Lq . v ap K'l l T'[1 Wl.aTTLq.· Ka& yap aVT1J TOV aEL 7f1\.1]O"&a-

(O UTa Ka~ dm op.EVO V vaplCo 'v 7fOLE', lC al. ~ OOICELS I J .OL VVV fp.e

T O LO iiT OV T L 1 TE 1T O tT jK EV a& . [ va pK av } Q A T J 8 w s yap lyWYE Kal, 1 .1 ,.' " . . I , . . ' \ , J rI, , ,

T 'Y IV . "V XT jV K aL TO U T( }p .a v ap lC Ca ), l Ca & O l lK EXCa)OTt a7fOlCptvCa)IJ.U&

0"0&. Ka(TO t p .vpLaKLS yE 7rEpl apErijs 7fap.7foMovs A&yovs" '\ \.\. I '\, .." , ....,~

E&P1JlCa KaL 7rpOS 7fOIV\OllS, K at 7 fa VV Ell, WS yE Ep.aVTCf l EuOKOVV '.... ~, , t:' ''' ., ,\ , " ,.... , ~ ....

VV V oe OVu ort EUTLV TO 7fapa1Tav EXW H1TELV. Kat P .O t uOKELS

.. R " '8 "" , , 8I ~ ,~, 1. ~ A ,

Ell , ...O VI\ .E lIE U a t O llK E1C7fI\.EWV EV e uo« O Vu a7TO uTJp.Ca)V· £&

MEN. Nao, nao me parece.

SO. E mesmo, com efeito, se te lembras, quando ha pouco te d

respondi sobre a figura, rejeitamos, se nao me engano, uma res-

posta desse tipo, isto e, que tenta responder por meio de coisas

que ainda estao sendo investigadas e ainda niio sao admitidas.

MEN. E fizemos bern, certamente, em rejeitar, Socrates.

SO. Pois entao, carissimo, estando ainda sendo investigado 0

que e a virtude como urn todo, nao creias tu tampouco que, res-pondendo por meio de suas partes, esclarece-la-as a quem quer

que seja, <a virtude> ou qualquer outra coisa, falando dessa mes- e

rna maneira; antes <ere>, sim, que, de novo, te sera preciso <reto-

mar> a mesma questao: que e a virtude, para dela dizeres 0 quedizes? Ou te parece que digo algo sem sentido?

MEN. A mim, pelo menos, parece que falas corretamente.

SO. Pois bern, responde de novo, do corneco. Que afirmais

ser a virtude, tu e teu amigo?

A aporia de Menon.

MEN. Socrates, mesmo antes de estabelecer relacoes contigo,

ja ouvia <dizer> que nada fazes senao caires tu mesmo em aporia, 80

e levares tambem outros a cair em aporia. E agora, esta-me pare-

cendo, me enfeiticas e drogas, e me tens simplesmente sob com-

pleto encanto, de tal modo que me encontro repleto de aporia. E,

se tambern e perrnitida uma pequena troca, tu me pareces, inteira-mente, ser semelhante, a mais nso poder, tanto pelo aspecto como

pelo mais, a raia eletrica, aquele peixe marinho achatado. Pois tan-to ela entorpece quem dela se aproxima e a toea, quanta tu pareces

ter-me feito agora algo desse tipo. Pois verdadeiramente eu, de mi-

nha parte, estou entorpecido, na alma e na boca, e nao sei 0 que te bresponder. E, no entanto, sim, mirfades de vezes, sobre a virtude,

pronunciei numerosos discursos, para multidoes, e muito bern,

como pelo menos me parecia. Mas agora, nem sequer 0que ela e ,absolutamente, sei dizer. Realmente, parece-me teres tornado uma

boa resolucao, nao embarcando em alguma viagem maritima, e

nao te ausentando daqui. Pois se, como estrangeiro, fizesses coisas

desse tipo em outra cidade, rapidamente serias levado ao tribunal

como feiticeiro.

e

80

b

d I 3 - ! - ' B TW: ZT, F ~, T W: om. B F d a bE-

/JJJv..OP.E" BTW: O:rrE/J4Aop.f" F d 5 1 1 - . fl3J.M.OP.f" B TW :d:rrf/Jt1AAtip."" F d 7 tl1'rc orov F: JI1'rc" ou B: fl1'rC a~ T: taT""

d W 'rc,,, BTW f: """01" (ut videtur F a:3 "I' p.oc B: "I'fp.olT W: lp.o'''If F a 8 ""PICa" secl, Dobree b I " t ip .a.BT W: I1Wp .a .F A.up' ' ' ' ' ' " ," , B T: b 'o lCp! "o" , " , W F

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 24/59

48 PLATAO

yap ~EVO~ E U & A A l I 7TOAEL TOLai3ra 7TOLO'~, nix' au 6 ,S Y 0 ' 1 5

, 0'a1Tax H'1~'

}:n. r ravovpyo~ E t , 6 ) M lvw v, K a~ O A(yov E ~1j1 TaT l}a& ~ , . , . E .MEN. T( , . , .&ALara, 6 l ! twKpaTEs;

~n r' .... I "C ~/" tY V6 )a IC W o v EVE/Ca ,.,.E l IKaaa~.

MEN. T(vos o~ oiu;

~n"l ' ,1

'5t' ~ ~ "~J.l.. va af aVTHKaaw. tYw os TOVTO OLaa 1TEpL7TaVTWV

TWV lC aA wu , ()n Xa(poVULV ElKa{&,.,.EVOI.---AVaLTEAE' y ap a bro ,S "

" , , .. ~ -" ~ ,. l I • ,,,,, ,

Ka",aL yap oiua« TWV KIU \.6)V KaL aL E KOVE~-al\ '" OVK, , , ~ ,~, , , t 1 .,, ,..

avreuaaoua: a«, EyW oe, EL P.E V 7J va pK 1j aV T7 J V apK 6)aa

" '\"." \ ~ ~ ~ , ~ l 5t' IOVTW KaL TOVS UI\I\OVS 1ToLn vapKav, EOLKa aVTlI' E oe " " ' 1 ," " , ~ " \ I!'\\ ~~ '\\'

OV. OV yap EV1TOPWV uurcs TOV~ 1U \. l\ .0 V S 1 TO tW a 1T o pH V , a l\ l\ a

\ ~\\ ", ~" \ "\\ ~1TaVTO~ , ., .a l \I \. ov avrcs a1T Op 6)V O VTW S K aL TO VS a l\l\O VS 1 TO LW, " ,... \' ,.. d ., "'., ..~ \

d a1To pE LV . K aL V VV 1 TE P' apE T7JS 0 ECTTLV EyW P .E V O V K O Lua, lT V

P .f.V TO L ra w~ 1 Tp OT EP OV J J.E V i iO '1 aO a 7 Tp lv EP.OV ({" ,aaO aL, vvv

, " ·"It I " It~ '0 '\ ,~P.EVTOL OP.OLO~ EL OVK Huon. op.w~ ue E E",W p.ETa ao v

',I. 0 ' I: ~ .. , ,aKE ."aa aL KaL O -V~7JT7Jaa t on 1TOTE Ea rLV .

MEN K " , 1:' ... ~, ~ i<

• aL nva TP01TOV ~'1T71aH~, w ~WKpaTES , TOVTO 0

, ·0' , "" I ,. , • ., "0p.7] OL(7 ' a T O 1 Ta pa 1T av on EarLV ; 1TOLOV yap 6 )U OVK 0£(7' a

0 ' 1:' ""'" L\ l' , ~1TpO EP.EVOS ~7JT1 j( 7 'ELS ; . " EL Ka L on p.IU\.Lara tVTVXOLS aVTCf»,

~ " " ",. ~ \ , "It 01TWS H(7''[I on TOVTO E a TL V 0 lT V O VK ' [I u' 1( 7' a;

e }:n. MavOauw o lov {30tlAEL A f . Y H U , 6 l Mf.uwv. "p ijs..... c, '\' , t.,,, tI

TOVTOV 6)S EpLarLKOV I\oyov KaTaYELS , 6)S OVK apo. EarLU

I: " , 0' .,,, ~ " " '''It " , ..~ 7]T HU au P 6)1T Cf»OVTE 0 OLoE OVTE 0 p .. " OLUE; OVT( yap all

( ) yE O lOEV {7JTOL-01oEV yap, Kal OVOElI O E L T~ yE TOLOt lTCf»

I: ' ,,~ ~ ''l'' ~..I: I

~7JT7J(7 'EWS-OVTE 0p.7] OtoEV-OVuE ya p OLoEV on ~7JT7J(7 'H.81 MEN. O iJ lco vv K aA WS (7 'O L O OK EL A 'Y E(7 'O aL " AOYOS O~TOS,

~ }:w /(p aT E~ j

sa, Q U K I , . , .vLYE.

M EN . ~ E X E L S' A ' Y E W ( ) 1 T ' l I ;

es 3~ T F: 3~ B W c6 el BT F: .;,W d 5 ",oUoroBT W: om. F d 6 ~II BT W: 3 T 1 F: & Ast d 8 & B T W :IlCflvo & F e a 7rl1.pJ:yus Buttmann e 3 ol$·1'f141' B T W :ouU "1;"P F e 4 3"1' 013f F Stobaeus: "1f& Olaf" BT W .,.. 'Y'BTWf: om. F

so . Es traicoeiro, Menon, e por pouco nao me enganaste.

MEN. Por que precisamente, Socrates?

SO. S ei par que razao f izeste essa comparacao cornigo. c

MEN. E acreditas que por que razao?

SO. Para que eu, por rninha vez, faca uma comparacao contigo.

Pois uma coisa eu sei sobre todos os belos: que se regozijam em

comparacoes que se fazem com eles - e que isso lhes e vantajoso,

pois que tambem sao belas, creio, as imagens dos belos -; maseu, de minha parte, nao apresentarei uma comparacao contigo.

Quanto a rnim, se a raia eletrica, ficando ela mesma entorpecida, e

assim que faz tambem os outros entorpecer-se, eu me assemelho a

ela; se nao, nao, Pois nao e sem cair em aporia eu proprio que faco

cair em aporia os outros. Mas, caindo em aporia eu proprio mais

que todos, e assim que faco tambem cair em aporia os outros.

Tambem agora, a proposito da virtude, eu nao sei 0 que ela e; tu d

entretanto talvez anteriormente soubesses, antes de me ter tocado;

agora porem estas parecido a quem nao sabe. Contudo, estou dis-

posto a exarninar contigo, e contigo procurar 0que ela possa ser.

A aporia sofistica sobre a impossibilidade de adquirir conheci-

mento.

MEN. E de que modo procuraras, Socrates, aquilo que nao

sabes absolutamente 0 que e? Pois procuraras propondo-te <pro-

curar> que tipo de coisa, entre as coisas que nao conheces? Ou,

ainda que, no melhor dos casos, a encontres, como saberas que

isso <que encontraste> e aquilo que nao conhecias?

Socrates tenta uma saida da aporia. 0 aprendizado como

rememoraciio; 0 conhecimento como reconhecimento.

SO. Compreendo que tipo de coisa queres dizer, Menon. Yesquao erfstico e esse argumento que estas urdindo: que, pelo visto, e

nao e possivel ao homem procurar nem 0que conhece nem 0 que

nao conhece? Pois nem procuraria aquilo precisamente que co-

nhece - pois conhece, e nao e de modo algum preciso para urn

tal homem a procura - nem 0 que nao conhece - pois nem se-

quer sabe 0que deve procurar.

MEN. Nao te parece entao que e urn belo argumento esse,

Socrates? 81

SO. Nao, a mim nao parece.

MEN. Podes dizer por que?

 

50 PLATAO MENON 51

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 25/59

m. " E y w Y E ' a K1 ]K Oa y ap a vo p6W T E K al } 'V v aLKWV e r 04>wv

W E P ~ TO . ( } E t a wpaYJUlTa-

M E N . Twa A& yo v A £) 'OVTU JV ;

~n. 'AA'YI61i . l J .LOLYE a O K E iv , K a l KMOV.

M E N . T { v a TOVrOV, K al T eV ES 1 '1 A l y o V T E S ;

~n. Ot jJ.EV A l y o vr E S fle rL TW V tE plw v T E K a l T6)V lEpEL6)V

" '\ ' • {I". \ ' d ...

OUOLS j J . E J . l . E f \ . T / K EW E p t WV jJ .E Ta XE Lp lo 0V Ta L I\ .o yo v O LO LST E LV aLb ° Loova,' A E yE t a E K a l n ( v a ap o s KaL r uOL w O A A o L T6)V W O U 1 T 6 ) V

OUOL ( } E tO { derLv. a O E A lYC1V e rL V, T av r{ le T TL v' c l A A a e r K O W E t

E L e ro , aOKOVUW c lA 'Y I6 i1 A l Y E w . 4 > a e r l yap r1]V +vx.~v TOV, ()' .. 1.()' ' '! > ' ' \ , . . f. 5t'aV pwwov ELvaL u avaTOV, KaL Tort j J . E V TEI\.EVTav~ u ' Y I

c l 7 l ' o ( } v r i e r K E L V KaAoVerL-TOrE O E W~L V y (y vE ulJ aL , 4 wo AA ve r8 aLSt' '5t , 5t ~ ' 1 1 0 ' 5t" ~ • ., II R" ,u O V uE 7 I' 0 T E ' u E L V u T I u ta ravra w s OULWTara u t a , . , L 6 t V a L TO V

{3{ov' o luLV yap &v-

¢ J E p u E 4 > o v a WOLVaV WaAawv 7 1 ' l v ( } E o s

o '~ E T a L , d s TO V l n r E p ( } E V &ALo v KEWl I) V I va Tt. p tTE; '

4VOLOOL l f r o x a s w~w,

fK Ta v / 3 a e rl A i jE s " y a v o l

K a l U( }EVEL KpaL7I 'VOL e rocp {q. T E jJ.lYLeTTOL" St "l:' 1 5t" ''I. , , .. 1'a v u p E S av{;oVT' e S oe TOV 1 \ .0 ,7 I' 0V X fJOVOV T l P l l ) f S UYVOL

, , () , _'I. ~w p o s a v p 6)7 I'WV KU f\ .E VVT aL .

c

"AT( OUV ~ " ' V X ~ alMvaros T f overa K a l 7 1 'O A A a IC L Sy£)'ovvia,

K aL E wp aK via K a l TO . l v( }a oE K a l TO. Iv dAw C1V KaL r.aVTa, ., I .. , '() d , St" () ,

X PT lJ UlT a, O VK e TT LVo n OV j J .f p. a 1 IK E V ' weTTE o v u f V aVjJ.aO"Tov" ~ , L 1t'I. 'I. t I ,.. ., Vl1

K a l WEp L a pE rT lS K aL W E P UI\.I \.WV 0 OV r ELVaL aVTTlv avap. .,-

a 10 .,.. BT F: om. W a II OrOlS BF: oU s T: o!ot Wb 7 OrITIII " y A p & 1 1 sermoni Platonico accommodata: OrITI IS ~Pmdaroreddidit Boeckh b 9 IS/t~.,.", BT W f: IS/t".,.'" F Stobaeus~is BTW F: Is Stobaeus IeUIIIIIII BT: IeEillOI' W: lle~II""" F( ., .. , 1 '2W F Stobaeus: (.,., B T b 10 ;lIxAs W (comecerat

Boeckh): ; I IXAr BT f: ;VXAv F: ;VX4 Stobaeus 0 I . , . a " f: .,.ebB: 'fill' T: " 'WI ' W: .,.b F 02 f1'IIfC,BTW: f 1 ' o 4 > t u Fe 3 d(o".,. ' Boeckh: 4 1 1 £ 0 . , . , . 4 1 B T W F A')'lIo1 BTW: a.')'lIJIo1 Fe~ IecaAriiJl'r '" BT W: leaAEOJl'r '" F e6 leal 1I'Urlli 11'4".,.11

Struve

so . Posso sim. Pois ouvi homens e tambern mulheres sabios

em coisas divinas.

MEN. <Hornens e mulheres> que dizem que palavras?

SO. Palavras verdadeiras - a mim pelo menos parece - e

belas.

MEN. Que palavras <sao> essas? E quem sao os que falam?

SO. Os que falam sao todos aqueles entre os sacerdotes e

sacerdotizas a quem foi importante poder dar conta das coisas aque se consagram. E tambem fala Pindaro e muitos outros, todos b

os que sao divinos entre os poetas. E as coisas de que falam sao

estas aqui. Examina se te parece que falam a verdade. Dizem eles

pois que a alma do homem e imortal, e que ora chega ao tim e eis

af 0que se chama morrer, e ora nasce de novo, mas que ela nao ejamais aniquilada. E preciso pois, por causa disso, viver da ma-

neira mais pia possfvel. Pois aqueles de quem

Persefone a expiaciio por uma antigafalta

tiver recebido, ao sol la em cima,

no nona ano, as almas desses ela de novo envia,e dessas <almas>, reis ilustres c

e homens impetuosos pela forca ou imensos

pela sabedoria se elevam. E pelo resto dos tempos, como

her6is impolutos

sao invocados pelos homens.

Sendo entao a alma imortal e tendo nascido muitas vezes, e

tendo visto tanto as coisas <que estao> aqui quanta as <que es-

tao> no Hades, enfim todas as coisas, nao ha 0 que nao tenha

aprendido; de modo que nao e nada de admirar, tanto com res-

peito a virtude quanto ao demais, ser possfvel a ela rememorar

 

52 PLATAO MENON 53

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 26/59

tTtlfjva,. c 1 y E lCal 7 rp6 ' rEPOV 1 j . 7 r i O T a 1 ' O . c 1 T f ya p r i j s C PW E lA > S

d a7ra<Tl}S O - V Y Y f V O V S O~<Tl}~. l C a l J1.£p.aO"lICV{as r ij s ' froxfjs 47raVTa.

o{,a~v I C w A 6 n tv p .Ovov avap .V1J tTOEVT~ a~p.&.O" ltTW lCaAOVo-W

&'VO PW 7rO L-TUAAa 7raVTa altrov aVEVpE'v. M v T l S & V O P E 'O S flItal p .~ lr .7 ro lC aJ l. VT 1" IT (;W' T O y ap ( 71 1' £' V 4 p a l C a l 1 '0 p.avOavELv

& vap.V f1tT LS ()A OV fC TT W. o lJlC 01JV O f ' 7 rE tOE tT( }aL 1 '06T~ 1 ' i j )1 ,. \' • "t,__ .,. " ,

tP L O ' T tlC 'f J " O Y 'f J ' O V T O S P .E V y ap au " 1 J 1 . a S apyovs 7 r O L 7 J t T E t E V, !t ,. .. ,.1 ,. ,. L-O' .~",. .."

lCaL tO T L V T O tS , . .. . ., .a ICOLS 1 'WV au P6)7rWV " I u V S aICOVtTaL. O u E'" , , \ I: ' ,." , , ,

e u E £pyaTLlCov~ 1 'E lC a t ~71Tf1TLlCOVS 7 rO tH ' ~ E y W 7rLO'TEVWV,\ (}"'" '0'\ ,,. I: ,., ,.. 1 ,al\71 E L E W a t E E I\ W p .£ T'a tT OU ~ 7 1 1 ' E L Va pE Tf1 O T' tC TT LV .

M E N . Nat. Z , ~~lCpaTE~' a A A a 7 r6 »S A E Y E L ~ ToVTO. ( )T L 0{ ,

p.av(}avop.£v, aAAa ~ v l Ca AOVP. EV p .a B ." tT LV & va p. Vf 1t Tt s EO 'T LVj

" ,." ".!t • ot "E X £ L ~ P .E TOUTO u t u ~ a L 6 ) ~ OVTlA>SE X £ L j

~!l. K a l 4p n E i 7 ro v . ~ MEVWV . ( )T L 7 ra vo Vp yo s E i, lCaL

" 1 ,. ," ~ ~.!t_" ""'" !t!t ...82 vvv tPW TC!~ EL E X l . ! ) t T E u L u ~ L . os o v . ., ," IP .L u L u a X 7 j v EtVaL1. \ \ • , , "!t ' ,~ "" r., " 1 ,.UJV\. a va p. VT lt TL v. t va u 7 j E V I 7 V S .."aw wp.a' aVTO ~ tp.aVT~

, , v tT aV aV Tta I\ Ey WV .

M E N 0, , \ A q. ~, ,:!. ....

• v p.a TOV L.lLa, lA> ~6)lCpaTE~, ov 7 r p O ~ TOVTO

Q ',', ... 1. \ \' • \ " ! t o 1. \ \ ' Jf' IffJI\E'I 'a~ E L 7 r O V , UJV\. V 7r O T OV t ous- UJV\. E , 7 (6 ) S JI.OL t X E t S

E vo £l[a rrO aL ( )T L IX n IfJtT7rEP A l y E t ~ . IvoEL[aL.

~!l. • A A ' IO'TL p .W 0{, [ l4 lH OV, ( )p .w ~ O f E O E A l A > 7 rp oO v p .7 j -

0" .... " 2\\ I .!\" \\"71vat rrov E V E l C a . l.U V\ .a P .O L 7 r p O r r I C I . U \ . E C T O V1 '6 )V ' lTO I\ I\ 6)V

b aICoAo60wv TO UT6)vl TW V CTaVTou tva, ()VTLVa { 3 0 6 A E L . fva E V

T06r~ CTOLE 7 r t O E i f w J l . a t.

M E N . rravv Y E . OEVpO ' l T p o r r E A O E .

~!l. " E A A 7 j v p.lv E O T L lC a l f A A 7 jv t( €L ;M E N . IIavv y E CTcpoopa. O l l C O Y E v r J S yEo

d 4 a : I I " O K J . , , " T I B F: I l . " .O K J . " p T W (sed suprascr. " T W) Stobaeusd 5 ." . f i8~lJ '6f11lBW F: ." . '1T8,,, T: '.".fIT8al suprascr. f d 7 tlTTl(")

BT F: t· " W 9I I n a . ' 7 " I K 0 6 s T W F: I p ' Y a . I T T I K O U S B w92 IlA",8EiBTW: u,,8;j F 83 IiBTF: om. W ck.\Aa

7 r W S F Stobaeus: 11M' ~1I"A';'s BT W 8 5 I'E T W F: " E T O Ba 5 4,\;>,.' d 'll"r.lS1 in margo /,,).;>,.' El.".u f a 8 ' ' 'EKE'' B T W F' ll"POITKd.;>,.EITO" BT F: ""POITKd.;>,.ElTfIIl W b I /" '7"06T"TO I B W: /"T OU Tr .l l I TO I T: I TO I / " 'T06T"F b a l"I3Et~r.lI-l'" B TW F: 1"3El~,,,I ' ' ' 'Naber b 5 'Y E alterum add. F: om. B T W

aquelas coisas justamente que ja antes conhecia. Pois, sendo a natu-

reza toda congenere e tendo a alma aprendido todas as coisas, nada d

impede que, tendo <alguem> rememorado uma so coisa - fato esse

precisamente que os homens chamam aprendizado -, essa pessoa des-

cubra todas as outras coisas, se for corajosa e nao se cansar de pro-

curar. Pois, pelo visto, 0 procurar e 0 aprender sao, no seu total, uma

rememoracao. Nao e preciso entao convencer-se daquele argumento

erfstico; pois ele nos tomaria preguicosos, e e aos homens indolentesque ele e agradavel de ouvir, ao passo que este <outro argumento>

faz-nos diligentes e inquisidores. Confiando neste como sendo 0 e

verdadeiro, estou disposto a procurar contigo 0 que e a virtude.MEN. Sim, Socrates. Mas que queres dizer com isso, que nao

aprendemos, mas sim que aquilo que chamamos aprendizado erememoracao? Podes ensinar-me como isso e assim?

SO. Ainda ha pouco te dizia, Menon, que es traicoeiro; eis

agora que me perguntas se posso te ensinar - a mim, que digo

que nao ha ensinamento mas sim rernemoracao - justamente 82

para que imediatamente apareca eu proferindo uma contradicao

comigo mesmo.

A pedido de Menon, Socrates fa: uma mostraciio de sua tese. 0interrogatorio do escravo.

MEN. Nao, por Zeus!, Socrates, nao foi visando isso que dis-

se <0 que disse>, e sim por maneira de dizer. Mas, se de alguma

forma podes mostrar-me que e assim como dizes, mostra!

SO. Isso nao e facil, Entretanto, estou disposto a empenhar-

me, por tua causa. Chama-me pois urn desses muitos servidores

teus que af estao, qualquer que queiras, para que com ele eu te

faca uma demonstracao. b

MEN. Perfeitamente. Tu ai, vern ca.

SO. Ele e grego, nao", e fala grego?

MEN. Com toda a certeza: e nascido na casa.

 

54 PLATAo MENON 55

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 27/59

~n. TIpOU f)(E O r , TO il V OV V (m OTEp' a v ( fOL cpaCv rr ra& , ij1. ,.. 8' , 1 n

avap.tp.vlI(f/(op.Evor 1J p .av avw v 1Tap t:p.ov.

MEN. 'AUa 7IpoCTl,w.

~n. EZ 7IEm ] ILO&, ti ) 7Iat , y 'yv~CT/(E&rTETpayc . . .VOII , xwpCov

o n TOLOVTOV tU T& v;-T IA I. -EYWYE.-In. -EUTW ouv

1 ' ' f ' " '"T ETpayw vov X WP LO V LCTasEXOVT as y pa p.p.a r T aV Ta S7 Ia CT aS ,

Tlrrapas oVCTas;-TIAI. TIavv yE.-ro. Oll leal TaVTaCT4Tils ow P . ICTOV ECTTW fCTas 'xov;-TIAI. Nat.-In. O b-

/(ovv Ef1J ~v TOLOVTOV xwp{ov KaL iUt(OV KaL lAarrov;

-TIAT. TIavv YE.-In. El 0011 Ef1J a tn -1 J ~ 7IAfVpa oVOtV

7IoootV l(aL a1m, ovotV, 7IO CTW VbL 1J 7 IO O~ V T O OAOV; ~OEIl' , , .! I Il n _l n I '!I !~ ~ , Il'

oe CT/(07 IEl'E' ' IV T avT lI uvotV 7 Iu oOLV, T aVTl I oe tt:vos '7I'OuOS

P.OVOV, llio Tt Cl7Iat ~V .qv OVO &V 7IoOotv TO XtJ}pLov;-TIAI.

d Na{.-~In. 'E7IELo~ Of ovotv 7IOOOtVI(al TaVrv' 4M0 1"£ ~

OLS o vo tV y(yvETaL;-TIAI. rtYVfTaL.-I.D.. Avo&v &pa OLS

Y£YVETaL 7Ioo~v;-TIAJ. Na(.-~n. nO(fO£ o~ v ElC TW 01 Mo

o ts 7 IOOfS ; AOYLCTap.Evos d7I/.-TIAI. TErrapES, ti ) Ul(paTfs.~n 0' n , ,. , n ,,, Il " a

- .... .u.. VK OVV YfV OLT av TO VTO V TO V XW PLO V ETfpO V u&7I1\-

CT tOV , TOLOVTOV ai, f(fas lxov 7IaCTaS TaS ypa,.,.,ws /JCT7IfP

TOVTO;-TIAI. NaC.-ro. nO(fWV o~v lCTTaL 7Ioo~v;-TIAI.

'olCT~.-ro. c f> lp E o ~, 7If tP~ p-o&El7IEtV 7I1JACIC1JTLS lCTTa&

e E KE (VO V ~ ypap.p.~ E KaC TT1]. ~ P . E I I yap TOOOEovo'V 7IOO O'V ' TC

O E ~ £Kdvov TO V Ot7IAaCT{ov ;-TIAT. Ai jAOV o ~ , ~ Icf>l(paTEs,

OT t OL7 IAa (f {a.

~n. copas, ti) MlvtJ}v, ~s EY~ TO VT OV oU Ev O '04 (fKW ,

lli'£pWT~ ~aPTa; /(aL VVv

oo,..osoLETaL do lvaL

C nr oC a fC TT lv". \" I I "'Il n(fO&'acp 1JS TO O/(TW 7IOVV XW pLO V YfV1JCTETaL' 1J OV uOKEL ,

MEN . -E ILOLYf.

~n. 01O£ v o~v;

b 6 ~l d Ast e 7 ~v F (coniecerat F. A. Wolf): I,BT W

1I'030iv.B T W : om . F d3 'Y t'YVf 'r G '1 I '03 ( ii "B T W : 11 '030 '" 'Y ' 'Y ' 'f 'f 'Q lF d6 ' f' o, oVo ro I 'BTW: ' f' oi i' f' ovF d8 'f"sBTF: 'f 'tW

lIT'f ' ' ' ' B T W : fIT 'f"" F e 4 ' f 'oVrov B F: ' T O ' " " ' ' ' T W e 6 ~f

B T W : ~s 11'011 a"'f ',.$ ,..oIlJlB T F : o lC 'f 'd 1l'o ll"W

so.Presta pois atencao para ver qual das duas coisas ele se

revela a ti <como fazendo»: rememorando ou aprendendo comi-

go.

MEN. Pois prestarei.

SO. Dize-me ai, menino: reconheces que uma superffcie qua-

drada e desse tipo?" -ESC. Reconheco. -SO. A superffcie

quadrada entao e <uma superffcie> que tern iguais todas estas li- c

nhas, que sao quatro'P -ESC. Perfeitamente. -so. E tambemnao e <uma superffcie» que tern iguais estas <linhas> aqui, que

atravessam pelo meio?" -ESC. Sim. -SO. E nao e verdade

que pode haver uma superffcie desse tipo tanto maior quanta me-

nor? -ESC. Perfeitamente. -SO. Se entao este lado for de dois

pes e este de dois, de quantos pes sera 0 todo? Examina da se-

guinte maneira. Se <por este lado> fosse de dois e por este de

urn so pe, a superffcie nao seria de uma vez dois pes? -ESC.

Sim. -so. Mas, uma vez que por este tambem e de dois pes, <a d

superffcie> nso vern a ser de duas vezes dois? -ESC. Vern a ser.

-SO. Logo, ela vern a ser de duas vezes dois pes. -ESC. Sim.

-so. Quanto eentao duas vezes dois pes? Faz 0 calculo e diz.

-ESC. Quatro, Socrates. -SO. E nao e verdade que pode ha-

ver outra superficie deste tipo, que seja 0 dobro desta, que tenha

todas as linhas iguais como <as tern> esta? -ESC. Sim. -SO.

De quantos pes entao sera? -ESC. Oito. -SO. Ve la, tenta di-

zer-me de que tamanho sera cada linha dessa superffcie. A <li-

nha> desta -csuperffcie> aqui e, com efeito, de dois pes. E a <li- e

nha> daquela -csuperffcie> que e 0dobro? -ESC. Mas e eviden-

te, Socrates, que sera 0dobro.

SO. Ves, Menon, que eu nao estou ensinando isso absoluta-

mente, e sim estou perguntando tudo? Neste momento, ele pensaque sabe qual e a linha da qual se formara a superffcie de oito

pes. au nao te parece <que ele pensa que sabe>?

MEN. Sim, parece-me que sim.

SO. E sabe?

 

56 PLATAO 57ENON

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 28/59

83

MEN. 0 1 1 oijTa.

~n. O'ETat liE yE cbr~ rij~ ot7TAaCT{as;

MEN. N a t .~n r . : : . . A ~ ", , 1 t::. • ~~ . \ . ' ! 1 E C I ) 01 } a vr ov a va p . t p .v lIC T IC O p .E V O V t t P E r , ; ' / ~ t C I ) ~ o E '

, , 0a v a p . t p . V [ l C T I C E C T at.

~v III p .O L AEYE' 4 ' 7 T 0 rij~ lIt'7TAo.CTta~p a p . p . i j ~ t P P ~ T C

o A' "0 ' ' 1 > ' , , ,t7l' a { 1 'W V X W PL O V yLyvE{1'a li TOtoVoE AEYW, p.." T a ' l l 7 7 l P .E V

p . a lC p O J l , rf i a~ { 3 p a x v , 4.Ua ' C T O V '7 T aJ lr a x f; IC T T W tZ < T 1J 'E Pr ov r( ,

II A' '1 > '1 . ' " 1~~.. l" 1, ,.t'7T a C T L o v Ot T O v rO V , O I C TC II ' 7 TO V V 'WV\ 0pa E En C T O L a '7 T O " '~

lIL'7TAau(as OOICE'ICTECTOaL.---;-nAJ."Ep.OLYE.-~.n. O l J I C O V V~ ~ , tI , , ~ l' ,

ot'7TAaCTtaa v r . " T a v T 71 ~ Y LY VE Ta L , a V tT E pa J I r O C Ta v T 7 1 V '7 T p O C T-

O W p .E V £ V O EV O E i - n A I . I I a v v YE.-In. ' A'7TO T a V T ' 1 S O ~ ,A .'" ,~, t", ,.' t ' l IS ' E C T T a L T O o X T C l l i T O V V X C l l P , O V , a v T E T T a p n r O C T a v r a L

y l v w v T a L ; - I I A I . Nat.-In. ' A v a y p a " '~ p . E O a O ~ 4 '7 T ' a ll -

T l 1 S 'O'o.s T E T T o . p a s . c 1 A .\ o n ~ T O V T l ~ V E r . " & t P P s T O d lC r 6 S'7 T o V J I

E t v a L ; - I I A I . n a v v YE.-~n. O V IC O VV I v o .V TW IC TT W T o .v r l

•I ." " , 1" '51T E T T a p o . , CIIV E lC aC TT O V ,C TO V T O V T tp tC TT W T tp T ET pa ' 7 T O oL i-

IIAI. N a t . - I n . I I o C T O V O ~ V y t Y V E T o .L i 0 " T E T p & .I C L ~ T O C T O V -

T o v ; - I I A I . IIw~ 0' o#j;-~n. ~ L ' 7 T Aa C TL O V O ~ J I ( C TT LV T O

T E Tp aK tS T O { 1 'O V T O V ; - l l A I . 0 " p .a ~{a.-~n. ' AAAa ' 7 T O C T a -

' 7 TA aC T LO v ;- r TA I. T E Tp a '7 TA aC T LO V . -~ n . 'A'7TOT i j ~ O L ' 7T A aC T {a s" . . . , . , ' I> ~ 1 .1~ ~ , .\ " ,a p a , 00 ' 7 T 9 L , O V ot'7TAaCTtOVl \ A a T E T pa '7 T Aa C TL O V ytyvETat XCilp tov.

-nAI. ' A A . , , 0 1 i A'YHS.-~n. T E T T a p w v y a p TETpaXtS E C T T L V

E xxa{OE xa. o llX { j-llA I. N a'.-~n. ' O I C T ~ ' 7 T O V V 0' 4 ' 7 T O 7ro{as

y p a p . p . i j ~ ; ollXl a7rO p . f: V T o . V T 7 1 S T E T p o . 7r A a C T L O V i -i iA I . <l>."p.{.. . .. n o T' ~,, \ ,.., \' IIAY

-~.ll.. E T p a 7 r O V V oe o.7rO,.."S T J p . tC T E a s T a v . , . . " C T L T o v r £ i - •Na(.-~n. E!Ev' T ~ O ~ d l C T ~ '7 T O V V 0 0 TOOOf p .E V O L ? T A 40 'L O J I

I C T TL v, T O V T O V liE 1 i p .L C T v ; - ( I I A J . N a t . ) - r o . O ll l C a7ro P . E V

p .E t( O V O ~ [U T o .L ~ T O C T a6 , . . " s y p ap .p .i j s , a7ro I A a T T o v o ~ O f ~

Socrates leva 0 escravo a aporia.

SO. Contempla-o, pois, como vai rememorando progressiva-

mente, tal como e preciso rememorar.Tu, pois, dize-me. Afirmas que e a partir da linha que e 0 do-

bro -cdesta> que se forma a superficie que e 0 dobro <desta>? 83

Quero dizer <uma superffcie> do seguinte tipo: nao que seja lon-

ga quanta a esta <linha> e curta quanta a esta, mas sim que seja

igual por toda a parte, como esta aqui, porem 0 dobro desta,

<isto e,> de oito pes. Mas ve se ainda te parece que, <formada>

a partir da <linha> que e 0 dobro ela vai ser <assim>, -ESC. A

mim, parece-me. -SO. Nao e verdade que esta linha se toma 0

dobro desta, se lhe acrescentamos outra deste tamanho, a part ir

daqui?? -ESC. Perfeitamente. -SO. A partir desta, pois, afir-

mas, formar-se-a a superffcie de oito pes, se houver quatro linhas

deste mesmo tamanho. -ESC. Sim. -SO. Tracemos pois, a b

partir desta, quatro linhas iguais. Nao seria esta aqui a superffcie

que afirmas ser de oito pes?8 -ESC. Perfeitamente. -SO. Nao

e verdade que nesta < su pe rf fc ie > h a estas quatro <superficies>

aqui, cada uma das quais e igual a esta que e de quatro pes?? -

ESC. Sim. -SO. De que tamanho entao vern a ser ela? Nao e de

quatro vezes 0 tamanho desta? -ESC. Como nao? -SO. Entao,

a superffcie que e quatro vezes maior que esta e 0 dobro desta?

-ESC. Nao, por Zeus! -SO. E , antes, quantas vezes esse tama-

nho? -ESC. 0 quadruple. -SO. Logo, menino, a partir da li- cnha que e 0 dobra nao se forma uma superffcie que e 0 dobro,

mas sim que e 0 quadruple. -ESC. Dizes a verdade. -SO.

Com efeito, quatro vezes <uma superffcie de> quatro <pes> e

-cuma superffcie de> dezesseis <pes>, nao e? -ESC. Sim. -

SO. E a -csuperffcie> de oito pes se forma a partir de uma linha

de que tamanho? Nao e a partir desta'? <que se forma> a -csuperff-

cie> que e 0 quadruple? -ESC. Concordo. -SO. E esta aqui

que tern quatro pes, a partir desta aqui, que e a metade?'! -ESC .

Sim. -SO. Pois seja. E a superffcie de oito pes nao e 0 dobro

desta aqui, e metade desta? -ESC. Sim. -SO. E nao sera for-

mad a a partir de uma linha maior que uma deste

MEN. Certamente nao.

SO. Mas acredita, sim, que <a superffcie sera formada> a par-

tir da linha que e 0dobro <desta>.

MEN. Sim.

b

c

e I~ fu,G/AI"",fTK4,.,.,,,o,, BT W: b"l-"I''''IfTK4I'f''OrF a I "'CI~

BTW : . , . 1 I 6 T ' I " F a 3 O I C . , . " . . .OIlJl BT F: O I C T & . .. OIl" W (et mox a 7 ,b 2, C3, C 6) b 4 TOUT" 1 1M " 1 . . T W: ToIl T. , ; ; I tT . , . , , , B: I tT . , .1

't"o{"", F e S ollX( B TW: • O V X ( F c 5 ",""p4. . .01l" Comarius :. , . / 'f " O . p - r o J l B T W F 4,l' lfT/ClS BT F: 4,l'lfTfCIlSBi W 0 1 "td add.corr. Par. 18I~: om. B TW F

 

58 PLATAO MENON 59

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 29/59

d TOCTTJO 'a t; ~ o ll;-llA I. & 'E J.4 0LYfaOKELo~w.-~.Q. KaA~S'

TO yap (70' aOKoilv T OilT O O ,7 rO Kp (V OV . K at /-L O' AlYE' OV X fiaE

/ -L fV a VO LV 7rOaO'V ~v, ~ at nrrapwv;-nAI. Na(.-~.Q.

6E ' 4pa ~v roil dKTc.S7roaoSx wp (o v y pa /- L/ -L ~v / -L El (W / -L fV ( !v aL

r ijO' aE r ij s a t'l l'OaOS, fAa.,..,.w af rijs rfTpa7rOaos.-nAI. 6E'.

~.Q fI ~ It' \.' \. ' , "" " •e - • npw ut I I\EyUV '1 rtJI\ IK tIV T wa .." l1 s a 1lT 1J v E £V aL .-

f IAI. Tp(7roaa, -~ .Q . OVKOVV 4V7rEP Tp(7rOVS n . TO 7 iJ .4 tO "V, .\. .',' LI ,,, , It , , , nTaVTtJs 7 rpoO ' I\ . ""OJ .4Eua Kat EUT at T pl7 rO VS ; u VO / -L EV y ap OlUE,

o af frS' Kal E vfJ lva f w O' aw ws avo /-LEV OraE, 0 at ErS' Ka l

, ~"" ",' nAI N I ~n 1"\...'.Y IY VE Ta L TOV TO TO x wPWV 0.."lJS.- . a.-~lL, VlIKOVV

av n TpaE TPI~ V Kal Tf1aE TP~V. TO gAov xw p(O V TPL~V rpls

7rOO~VY(YVfTat;-llAI. <l>awETaL.-~.Q, TPE" af rpls 7rO O'O t

dO 'l 7 rOaEs ;- nAI. 'Epv'a.-~.Q. &'Eanaf ro a mA aO 'LO V

, • It~ fIAI '0 ' ~n O-'·lt'"'' , ~r oO 'WV EwaL 'll'Ou6)Vj- • KTW .- .. .lL, 11(} ap a7rO1""1s

Tp(7roMs 7 rw ro dK T~ 7roV V xw pW V Y(YVETat.-fIAI. O u aijra.

-~.Q. 'All' 0,7rc) 1rolas; 1rE LP ~ ~ /-LL V d1rEW o'KPtf3~S' Ka l

84 El/-L~ {3oVAE£apLfJ/-LELV.ll ia aE'L fo v a 1 rO 'I I'O (a s.- fIA I. 'A ll a/-La rov 6(a, ;:, ~~KparEs. lywYE oV K o~ a.

ID. 'EVVOE" av. Z > Mlvwv, o u fUTW ~ a . " {3aat(wv gaE

TOV o .v a/ -L LJ .4 v pO 'KfO' fJ aL ; 3 rL TO / -LEV1 rP6 JTOV ~ EL / -L fv o il, fins

fUTlv ~ Toil dKrc.S1rOaOSwp( ov y pa /- L/ -L ~, c ZO' 1r EP oUf V VV 1 rW

~ 1.\ \' • " , , " , iltl \ LI ,OWEV. aI\J\ OVV ' ef TO I' a VT TW T OT E E U vat, KaL uappaAEW S

1 £ • ilt , ". ~ 1 ~ ~!. ~a7rElCpVETO CdSE uCdS.Kat O VX ."YELTO a1r0pEw' VVV oe " 'YELTaL, ~ oft 'd , ~ _-'.It' 'f it l

b a7r0pEW ."u." , Ka , 1 IJ0000EPOVK OLuEV,U1l(}O,EraL E o vaL.

MEN. 'AA.,,6f; AlYEts.

ID. OVKoilv vVv {3b ..Lov lX Et 1rEpl TO 1 rpO .Y /- La & Oll/c.n

EL,

ltv •

MEN. Kal T oi lT O i- 'O L aOKEL.~n 'A ~. ." ,,. fI o S .~lL. 1 ro pn v OV II a VTOV 1 rO L. "O 'a vT ES Ka t v ap lC av WO "1 rf P' 1

v ap K." , /-L 6W TI ff3Aa~a/-LEV;

tamanho, mas menor que uma deste tamanho aqui?12Ou nao? - d

ESC. Assim me parece. -SO. Otimo. Responde, com efeito,

aquilo que te parece. E dize-me. Esta <linha> aqui nao e, como

dissemos, de dois pes, e esta, de quatro'i" -ESC. Sim. -SO.

Logo, e preciso que a linha da superffcie de oito pes seja maior

que esta de dois pes, mas menor que a de quatro. -ESC. E pre-

ciso. -SO. Tenta pois dizer: uma -dinha> de que tamanho afir- e

mas que ela e. -ESC. Tres pes. -SO. Entao, se realmente forde tres pes, tomaremos a metade desta -clinhae-" em acrescimo e

tera tres pes, nao e? Pois estes aqui sao dois pes e este, urn. E a

part ir daqui, da mesma maneira, estes aqui sao dois, e este, urn; e

forma-se esta superffcie de que falas.P -ESC. Sim. -SO. E

nao e verdade que, se for de tres pes quanta a esta <linha> aqui,

e de tres quanto a esta, a superffcie total vern a ser de tres vezes

tres pes? -ESC. E evidente que sim. -SO. E tres vezes tres pes

sao quantos pes? -ESC. Nove. -SO. E <a superffcie queb

dobro devia ser de quantos pes? -ESC. Oito. -SO. Logo, nao e

ainda tampouco a partir da linha de tres pes que se forma a su-

perficie de oito pes. -ESC. Certamente nao. -SO. Mas a partir

de qual? Tenta dizer-nos exatamente; e se nao queres calcular, 84

mostra ao menos a partir de qual. -ESC. Mas, por Zeus, Socra-

tes, eu nao sei!

Socrates fa: ver que a aporia e essencial para que se possa co-mecar a adquirir 0 conhecimento.

dr ' l"oCl'17cr3{BTWf: ' l"Ocrijdf F da ~JI BTW: om. F8 6 3~ (bis) BTW: 83f 3~ F e6 'f'ph TWF: 'l"pi'is Be 7 'l" Pf'S BT W: 'l"pl, Fell i,..b "olll' BTW: cl,..otlu F a. 4 ofBT W : O~JI F a 6 'Y' cWrl,JI B: ' l"1IVn," T W F a 7 b'Kpl.,,'f'oBTWf: b'Kp(JII.'f'O F C;" BTWf: om. F

SO. Estis te dando conta mais uma vez, Menon, do ponto de

rememoracao em que ja esta este menino, fazendo sua carninhada?

<Estas te dando conta> de que no infcio nao sabia qual era a linha

da superffcie de oito pes, como tampouco agora ainda sabe. Mas 0

fato e que entao acreditava, pelo menos, que sabia, e respondia de

maneira confiante, como quem sabe, e nao julgava estar em aporia.

Agora porem ja julga estar em aporia, e, assim como nao sabe, b

tampouco acredita que sabe.

MEN. Dizes a verdade.

SO. E nao e verdade que agora esta melhor a respeito do as-

sunto que nao conhecia?

MEN. Tambem isso me parece.

SO. Tendo-o entao feito cair em aporia e entorpecer-se como

-cfaria> uma raia, sera que the causamos algum dano?

 

60 PLATAOMENON 61

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 30/59

MEN. (hi" IP.OLYf OOl(ft."n II" ~ , ." ". . 0 1 " . pOVPYOV y ov v Tt 1Tf1TOL1JI(ap.fV, C&lSOLI(f, 1TpOS TO

'i:. n H " n" \ 1:' i- '''1 ,f{;EVpfLV 0 1 T 9 fXEL' V VV P .fV yap I(aL ~ "'T7 JC TfL fV aV 1JUtC&lSVI (

f lows, T()T( O f P q 1 > f . t u s av I(a L 1 TPOS 1TOAAOVS(al 1To,\Aal(LS

c ~fT' &v fV AEYELVVfP& TOV OL7TAaCTlovxwpwv , ~s o fL oL1TAaCT[av\ 'oJ ,

T1Jv ypap .p.1Jv tXElV p . ' 1 1 ( £ £ .

MEN. "EoLlCfv.

In.. oru ov v av a lJ To v 1 TpOTfPOV E1T LX (L pij CT aL ( 1J TE tV ~

O I "" ill" 't1 " 't, '\,., ,J A-a v a VfL V T OV TO 0 '!lfTO fLufvaL OVI( fLUC&lS,TpLV ELS a1TopLaZI

, «1... 'l" , \ 1'0 \ 'to ,KaTE7rfCTEV IY11CT...,..EVOS.1J E ufvaL, KaL tVO '1 UEV TO fLuEVaLj

MEN. Oli pooL OOl(Et, 6) IWl(paTES.

In. " nV fJ TO llp a v ap K1 ]u as ;

MEN. ~OKf' p.oL.

In. IKl",aL O~ I I( TaVTTJS Tfjs ci1Toplas ($n I(al ciVfVP~CTfL

('1 Tc liv P .E T' Ip .o v, O ~O fV aAA' ~ I p< t)T cl iV TOS l p. ov I(a L o~ OLO«-

.4. '" ",,, " "." , \d CTI<OVTOS' . ."VAaTn uE av 1TOV wP'l /s P.E uwaUKOVTa KaL

!. i:. ' , ~ 2."", " , ".I i:. l_ ~vLE~LOVTa aVT 'l l. UAAa p.1J res TOVTOV uu~as aVfp6lTC&lVTa.

A' I I '\, , "" C A ~

EyE yap pooL U'V' O V T O P .fV TE Tp a7 rO VV T OV TO '1P .LV fun

xwplov; p .a vO av fL sj-IIA I. " EywY f.-In . " 'Enpov Of a~T<!>

1TpouOELp.fv a v TOVTt. LCTOV;- llA I. NaC.-In. K at. T plT OV

TooE L UO V ~t(aT lp'll T OV Tw v;-nA I. Nal.-Ill. OVKOVV

1 TpoC Tava 1T A1Ip6lua (p .fO ' & V T O Iv Tp ywvlq. TOOE;-nAI.

navv yE.-m. "AAAOnvv Y EV OLT ' av TE TTapa Lua xw p(a

e T aoE;-IIAI. NaC.-Ill. T{OVV; TO ($ AOVTOO f 1 TOua 1TAaCT LOV

TOOOf y{yvETaLi-IIAI. TfTpa1TAaCTwv.-I ll. "Eon O E yE

" " I • ~ '(J . ." IIAI IT'L7rAaCTWV l1P.LVYEVEU aL ' '1 OV p .Ep.VfJuaL;- • avv YEo

"n 0' ~ 1 H '1'"- . . 0 1 " . tncO VV tUTW avrrp ypap.p.'1 tl( YWVLaS ELS ywvLav

85 [nva] TEp.vovC Ta atXa ~I(aU Tov .,.o~w v Tcliv xwp{W Vj-' -nAl.

N' "n ~. A' .., \ "aL.- .. J . " . VlIICOVV TETTapES a VT aL Y 'Y VOVT aL y pa p.p .a L L ua L.

b 10 ; ' 3 / " " BT W f: ff3'11 c6 'r~ BT f et supra versum W:T . F C I I OV BT W: om. F d a 'rowo" W F (sed "'''suprascr, f) : 'r0 ~ " ' 6 J "BT e 2 Toii3. BT W: 'rOWOII F 'YE F:om. B T W & I ' 1 ' 1 " " B TW F: secl. Schleiermacher: TEf"oUIla.

corr. Par. 181IComarius (cf. 85 b 4) : A".,.Cu Wex

MEN. Nao, nao me parece.

SO. Dequalquer forma, fizemos algo de proveitoso, ao que

parece, em relacao a ele descobrir de que maneira sao <as coisas

de que tratamos>. Pois agora, ciente de que nao sabe, tera, quem

sabe, prazer em, de fato, pracurar, ao passo que, antes, era facil-

mente que acreditava, tanto diante de muitas pessoas quanto em

muitas ocasioes, estar falando com propriedade, sobre a superff- c

cie que e 0 dobro, que e preciso que ela tenha a linha que e 0dobro em comprimento.

MEN. Parece.

SO. Sendo assim, acreditas que ele trataria de procurar ou

aprender aquilo que acreditava saber, embora nao sabendo, antes

de ter cafdo em aporia - ao ter chegado ao julgamento de que

nao sabe - e de ter sentido urn anseio por saber?

MEN. Nao me parece, Socrates.

SO. Logo, ele tirou proveito de ter-se entorpecido?

MEN. Parece-me <que ele tirou>.

SO. Examina pois a partir dessa aporia 0 que ele vai certa-

mente descobrir, procurando comigo, que nada <estarei fazendo>

senao perguntando, e nao ensinando. Vigia pois para ver se por d

acaso me encontras ensinando e explicando para ele, e nao inter-

rogando sobre as suas opinioes.

o escravo "rememora" a soluciio doproblema.

Pois dize-me tu. Nao temos esta superffcie aqui de quatro

pes?" Estas entendendo? -ESC. Sim, estou. -SO. E poderia-

mos acrescentar-Ihe esta outra aqui, igual?'? -ESC. Sim. -SO.

E esta terceira aqui, igual a cada uma dessas duas?18 -ESC.

Sim. -SO. E nao deveriamos completar com esta aqui0

<espa-co> no canto?'? -ESC. Perfeitamente. -SO. Entao, nao e as-

sim que ficariam estas quatro superficies iguais? -ESC. Sim. - e

SO. E entao? Este todo vern a ser quantas vezes maior que esta

-csuperffcie> aqui? -ESC. Quatro vezes. -SO. Mas era-nos

preciso uma que fosse 0 dobra; ou nao te lembras? -ESC. Per-

feitamente. -SO. E esta, que se estende de canto a canto, nao euma linha que corta em dois cada uma das superffcies'P' -ESC. 85

Sim. -SO. E estas quatro ", nao sao Iinhas iguais, que

 

62 PLATAo

rMENON 63

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 31/59

7TEPLEXO VlTaL TO VT!. TO XW p{ov;--IlA I. f{YVO VTaL Y&P '-~.n .~ I !I:1 \ , , ~ ,

.,K 07 TfL u 7J ' 7 T7 ]I\ .U W V n E lT TtV T OV TO TO XWpLov;-ITAI. Ol i()' ~A 0" ,., I., .,

p.av avw.- ....~" '. VXL TfTTapW V O VTW V TOVTW V 7JP.L ITV EKalTTO V

« ., c: " I ".." nualTT7] 7 J ypap.p.7J a7TOTE'ip.7JKEV EVTO ~; 7J O V;- AI . NaL.-

~n. IT olT a o vv T 1}A LK aV Ta E V TOVTIf £vE<Tnv;- ITAI. T'TTapa.

-~.n. Ilo<TaOf E V T4>0E;-IlAI. ~vo.-~.n. T a Of T'TTapa

TO LV O VO LV r£ E l T n V ;-f1AI. ~L7TAa<Tta.-~.n.. TOOE ov vb 7TOlTa7TOVV yLyvEmL;-I1AI. 'OKTW7TOVV.-~n . ' A 7 T O 7 T o f . a S

ypap.p.~s;-nAI. ' A 7 T O Tavnls,-~.n. ' A 7 T O T ~ S EKywv{as, , , ~ '!I: n

ELS Y WV La v T EW O VIT 7J S T OV T ET pa 7T Ou os ;- AI . Na[.-~.n.K \ ~!I:' 1 Il' «,.", '"', ,al\.OVITLV oe yE T aVT 7 JV U L ap .E T po v 0' < To ." L< TT aL · W IT T EL TaV771

~, v ",.. , , , « . to

utap.ETpos ovoua, a 7T O T 7J S o La p. ET po v au, w s c r V < / > f i s , 6 ) 7TaL

1 \ '1 ' , ' .. . , Il \' 'IT I 'n ' w v o s , Y 'YVO LT av TO uL7T/\,a ITLO V Xwp 'O V.- A. IIavv

, ... ~ ~ 1

J .L EV O VV , W " ",W Kp aT ES .

~.n. T( I TO L OOKE L, 6 ) M 'vwv; llTTLV fivnva 06fav OVXr ,..... , I

aVTOV OVTOS a7TEKpLvaTO;

c MEN. OVK, s» : EavTov.

~.n. Ka~ p.~v OUK nOEL Y E , cds l </ >a J .L E V OA LYOV 7T pOT fPOV .

MEN . ' AA7J{ }~A'YE tS.~A 'E ~ Il' ,.... • Il tc . ..".,~ ",. VTJ<Tav UE yE aVTIf aVTaL at U 0t;;a L' 7J O V;

MEN. NaL.

~n. T4> OUK Eloon lipa 7 T E p l WV ~v p.~ E l o f i lVE£ITLV

.1 \ {} ~ 5: 't " .. , "'5:Ul\.7J EtS uo~aL 7TEpL TOVTW V W V OVK OLUE;

MEN. <PaLVETaL.

~A K' ~, , ...., ., " , ,.,~ ". a t vvv P .EV yE aV TIf W IT7 TE p ova p ap n a vaK EK LV 7JV Ta L

• !I: 't... ,~", " \ \ , ",

at uo~aL aUTaL'EL UE

avrov rts aVEP7JITETaL 7To/ \ , /\ ,aKLS ru aVTaTavm Kal 7TOAAaxfI, oX IT {} ' ( )T L T fA EVTWV O V O E V O S ~ T TOV aK pL {3w s

" "E7TL<TT7J ITETaLT .EpL TOVTWV .

M E N • . l 'E o tK E v .

&3 -y&p F: om. BTW b3 TOU BTWF: T;jS f b4 C U l T '

.1 B TW f: l J J U T . F b 6 - y f - Y V O I T ' tt" BT (sed post ttv ras. in B) :- Y ' - Y l ' f ' T ' AI'W: - y l' Y " O l T O F C 6 .lliii ( "w"" B T W f: filif"" fiulvF e 7 T.pl. . olli. sed. Schleiermacher: ~" . . . o13f s ecl.Schanz C 10 Cl~ClI BT W f: om. F ""fpl,lJ'fTClI T W: a"fp1]ufTal B F

circunscrevem esta superffcie? -ESC. Com efeito, sao, -SO.

Examina pois. De que tamanho e esta superffcie? -ESC. Nao

estou compreendendo. -SO. Estando aqui estas quatro superfi-

cies, cada linha nao separou uma metade dentro de cada uma de-

las?22Ou niio? -ESC. Sim, separou. -SO. Entao, quantas su-

perficies desse tamanho M dentro desta?23-ESC. Quatro." -

SO. E quantas nesta aqui? -ESC. Duas." -SO. E quatro <su-

perficies> siio 0 que de duas? -ESC. 0 dobro. -SO. Entao, dequantos pes e esta superffcie aqui? -ESC. De oito pes. -SO. A b

partir de qual linha e formada? -ESC. A partir desta. -SO.

Desta que se estende de canto a canto da <superffcie> de quatro

pes? -ESC. Sim. -SO. Ora, esta linha, chamam os sofistas" de

diagonal. De modo que, se 0 nome dela e diagonal, e a partir dadiagonal, como afirmas, escravo de Menon, que se formaria a su-

perffcie que e 0dobro. -ESC. Perfeitamente, Socrates.

Retorno ao didlogo com Menon.

SO. Que te parece, Menon? Ha uma opiniao que nao seja dele

que este <menino> deu como resposta?MEN. Nao, mas sim dele.

SO. E no entanto, ele nao sabia, como diziamos urn pouco an- c

tes.

MEN. Dizes a verdade.

SO. Mas estavam nele, essas opinioes; ou niio?

MEN. Sim, estavam .

SO. Logo, naquele que nao sabe, sobre as coisas que por ven-

tura nao saiba, existem opinioes verdadeiras - sobre estas coisas

que nao sabe?

MEN. Parece que sim.

SO. E agora, justamente, como num sonho, essas opinioes

acabam de erguer-se nele. E se alguem the puser essas mesmas

questoes freqiientemente e de diversas maneiras, bern sabes que

ele acabara por ter ciencia sobre estas coisas nao menos exata-

mente que ninguem. d

MEN. Parece.

 

64PLATAo MENON 65

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 32/59

In. OVKOVV OVOf VO ~ o LM ,a vT o~ M>'"fpwT~CTavTo~ f7rL-

, , _~ a: " 'C ' ~ '1 ,CTTTJCTETaL,vW\.aJ-lwv cures E ~ a ll To v T 7J V f :7 rL CT T7 J1 .L 71 V;

MEN. Nat.

In. T o O f a va Aa l. L[ 3a vE Lv a VT ov f V a w c f l f7rLCTT~I.L7JVOVI(

, '6 ' ,ava l.LL I.LV[ lCTKECTaL ECTTLV;

MEN. n&.vv YE o

~r\ .A'''' , '1 , l> ~ 'P ~ "

~~I.. P OW OV T71V f :7 rLCTT7 11 .L 71V ,1 V V VV O ll TO ~ EXEL , l lTOL,,~a: ..." ...El\aJ-lEV 7rOTf 7 1 aE L E LX EV ;

MEN. Nat.

SO. E ele tera ciencia, sem que ninguem the tenha ensinado,

mas sim interrogado, recuperando ele mesmo, de si mesmo, a ci-

encia, nao 6?

MEN. Sim.

SO. Mas, recuperar alguem a ciencia, ele mesmo em si mes-

mo, nao 6 rememorar?

MEN. Perfeitamente.

Quando a alma adquire a ciencia.

~r\ 0' " ",.1 I, e , H " ' ; ' "~~I.. V KO VV O VT O~ yE fCTTLV 0 XpoVO~ OT OV;( "IV av-

8pw7ro~;

MEN. Nal.

~r'\ E' ... ... ''''.' ,... '" ,..t!t 8~~I.. L 01)V OV T aV T1 xpOVOV KaL ov av 1 J . 7 1 :1 av pW 7rO ~,

EviCTovTaL aVTcfl M 71tM '~ 06taL, at £pW~CTfL E7rEYfpOE'CTaL

d 6 lI.IIM.I1o",j3J.llflll BT W: 41111.A11oj3fill F d 9 o u BT F: om. W(sed post 0 3 1 1 duarum Iitterarum rasura) d 1 3 'Tr;; "vII BT F :

'TflJlI llii W (sed in ras.) f111B T W: ~ F e I BE3C3aXf ( l I )

BT W f: Bf3Cxap.f l l F O ~ O S BT F: oihc.:s W e 4 f1 BTW :om. F 'Tf BT F: -re Kal W e 9 flBlI ser. rece.: flBfl B F :

'/fBtl T W a6 /$" T' b Bailer (fl" .l" Cornarius\ l i T e ' " B: IJ.,.·l"T W: 3TavF if (bis) B T W f: om. (bis) F X P/) J fO " ] ex II fecit# , et suprascr. IT ree. f Kal F : ~ KI101B TWa 7 at Ip", , ", ITf l

corr, Par. 1812: AllPflJT.f)lTfU B T W F

SO. E nao 6 verdade ainda que a ciencia que ele tern agora,

ou bern ele adquiriu em algum momenta ou bern sempre teve?

MEN. Sim.

SO. Ora, se sempre teve, ele sempre foi alguem que sabe;

mas, se adquiriu em algum momento, nao seria pelo menos na

vida atual que adquiriu, nao 6? Ou alguem the ensinou a geome-

tria? <Pergunto> porque ele fara estas mesmas <descobertas> a e

respeito de toda a geometria e mesmo de todos os outros conhe-

cimentos sem excecao. Ora, M quem the tenha ensinado todas

estas coisas? -cPergunto-teo porque estas, penso, em condicao desaber, quanta mais nao seja porque ele nasceu e foi criado na tua

casa.

MEN. Mas eu bern sei que ninguern jamais <lhe> ensinou.

SO. Mas ele tern ou nao essas opinioes?

MEN. Necessariamente <tem>, Socrates, 6 evidente.

SO. Mas se nao 6 por ter adquirido na vida atual <que as

tern>, nao 6 evidente, a partir dai, que em outro tempo as pos- 86

sura e as tinha aprendido?

MEN. E evidente.

SO. E nao 6 verdade que esse tempo 6 quando ele nao era urn

ser humano?

MEN. Sim.

SO. Se, entao, tanto durante 0 tempo em que ele for quanta

durante 0 tempo em que nao for urn ser humano, deve haver nele

opinioes verdadeiras, que, sendo despertadas pelo questionamento,

se tomam ciencias, nao 6 por todo 0 sempre que sua alma sera

~r'\ 0' ...., , ".. , \ , 4 1 " , I ,

~.11.. VKOVV E L I .L EV aE L ELXEV, au KaL rJ V E7rLCTTTJI.LWV·EL

~ , , , ~ R I ' " " ~ ~ (.l' ts-;»; , " ..(JE fl \aJ-l JI -nore , O VK av EV yE T'fJ V l IV J - IL ' fJ EL I\ ' ;' J 't 'w~ EL7J. 1 /

e oEoLaaxiv TL~ TO VrOV YEW l.LfTPELV; O VTO ~ yap 7rO L~CTEL7rEpt

7raCT7)~ Y EW I.L ET pla s T aW a T aV Ta , K at T WV 4 >..> ..w v l.L aO YJl.L aT wV. , " .. . " ~ , ~~,~ ~,a7raVTW V. ECTTLVovv OCTTLSTOVTOV 7raVTa (JE(JL(JaXEV; (JLKaLOS

1 ... ,~, "\ \ 2 ~ " ~ ~ l f 'ya p rrou £L E ww aL, al\l\w s TE f :7 r£ L (J 7J EV T Tl C TT 10 K4'f yEyOVEV

K al T IO pa 7r Ta L.

MEN. 'A >" >'" o ZO a ly wY E o n o v a E l s 7rcf ,7rOTE EO(OatEV.

~ r'\ "E ~, , ,~ 'C .,."... .11.. X EL os TaVTas ras uo~as, 7 1 OVXL;

MEN. 'AV&'YK71, Z > ' 2,wKp aTE 'i . c pa £vETa t.

In. El O f I.L~ ~V Te fl VVV [3t~ >..a[3cf,v, OVK ~01J Tovro

~~\ .. • l'!\ \ ' , ... '1 6'86 u1JI\OV, on E V W \ .1 \'fJ TLVL xpov~ f LX E K aL f :I .L El. La 7 1K £L ;

MEN. <l>a(vETaL.

 

66 PLATAO MENON 67

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 33/59

a 8 O~I']b StaUbaum b6 I - y ~ Ip.o{ BTW: I - y W p . a . 1 F I t cU

BT W f: om. F b 8 0130 BT W f: ov3~1' F fl~fl' B T :

~~fI'W: i~"F b9 ~flBTwf: ~W: dF 010{~.8"T(sedolex emend.) W F: oll$~.811 lBT W: lit F e a .r"" BT W :~Jf F c1ill' 1"l"'Y' F: b 1I.l"l"" " IE BT: AI'1I.f.y",W o8 ~O~"JfBT W f: / rp~~,,1' F d5 ~ BT W: om. F

<uma alma> que <jli> tinha aprendido? Pois 6 evidente que 6 por

todo 0 tempo que ele existe ou nao existe como ser humano.

MEN. E evidente.

SO. E se a verdade das coisas que sao esta sempre na nossa b

alma, a alma deve ser imortal, nao 6?, de modo que aquilo que

acontece nao saberes agora - e isto 6 aquilo de que nao te lem-

bras - 6 necessario, tomando coragem, tratares de procurar e de

rememorar.MEN. Parece-me que tens razao, Socrates, nao sei como.

SO. Pois a mim tambern, Menon -cparece-me que tenho ra-

zao>. Alguns outros pontos desse argumento, claro, eu nao afir-

maria com grande conviccao, Mas que, acreditando que 6 preciso

procurar as coisas que nao se sabem, serfamos melhores, bern

como mais corajosos e menos preguicosos do que se acreditasse-

mos que, as coisas que nao conhecemos, nem 6 possfvel encon- c

trar nem e preciso procurar - sobre isso lutaria muito se fosse

capaz, tanto por palavras quanta por obras.

MEN. Tambern quanta a isso parece-me que tens razao,

Socrates.

SO. Queres entao, ja que estamos de acordo em que e precisoprocurar aquilo que nao se conhece, que tratemos conjuntamente

de procurar 0que e aflnal a virtude?

Menon fa; Socrates voltar a questiio original: a virtude e coi-sa que se ensina? Socrates aceita examinar a questiio "por

meio de hipotese",

MEN. Perfeitamente. Entretanto, Socrates, eu, de minha par-

te, teria 0maximo prazer em examinar e ouvir sobre aquilo que

primeiro perguntei: se e como coisa que se ensina que e precisotrata-la, ou como <coisa que advem» por natureza, ou como d<coisa que advem> de que maneira aflnal, quando advem aos

homens, a virtude.

SO. Ora, Menon, se eu comandasse nao somente a mim mas

tambem a ti, nao examinarfamos antecipadamente se a virtude ecoisa que se ensina ou que nao se ensina, antes de primeiro ter

procurado 0 que ela e , em si mesma. Mas, ja que tu nao tratas de

comandar-te a ti mesmo, para que sejas livre, enquanto a mim

 

68PLATAO

MENON 69

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 34/59

e

1>' 1\ '0 '9 ~ 1> ' , ~ " , "U 7 1 MEV epos liS , £ P.O V oe £'1TLxnpHS re apXEUJ Ka L apXfLS,, , ", . . . . . " . ,

crvy)(w p71 uop.a L U OL-n yap X P71 71'OtHV ;~OtKEV OVV UKf7 l' T fOV

fLvaL 7 1' o' io v T { f UTW & p.~7I'W 'UP.fV 5n fUT(V. El p.~ TL O VV

aAAa U P.tKPO V 1'1. P .O L T ~S apx~s XaAauov, Kal U 1JyxwP7]U OV

if l J 7 T o O l . u f w o ; a wo U K 07 l'E 'iu O at, ErTf otoaKTOV fUTtV £'Tf

, ~ \ ' 1> ' " t ' 8' •1>" , ,omoeou», I \.£yw oe TO £~- 1I7l'0 £UEWS wuf, WU7I ' fP OL Y£Wp.E-

rpai 71'OAAaKtS UK 07 l'0 Vp Ta L, i7 l'E Lo av T LS Ip 71 Ta t a VTmJ s, o lo v\ , it' , 'lt ' , \ 'I>' ,71 'f P ' XWPLOV , £ 0 OV re ES TOVu E TOV K VK I\ .O V rooe TO XWPLOV

Tp {yWVOV lVTa~ vaL , fboL &v TtS o n "O~7I'W oLoa d IUTLv

~ ~ 2\\'" , " (J "TOUTO TOLOVTOV , W\.I\. WU7 I'£ P P .E V T tva V 7I'0 £ UL V 7 1'P OV PY OV

oLp.aL lXEtV 7 1 'pOSTO i Tp a yp .a TOL& vo e E l p.l.v lU TtV T OV TO T O

Xwp(OV TO toVrOV otov 71'apa ~V oo(JftUaV awov ypap.p.~11, '\ \ ' , I t .._ " ,

7TapaTfLvaVTa EI\.I\.EL7I'ftV TO tO VTc,> XW p'c,> 0011 aV aUTO TO

71'apaTETap.lvov f l, & . \ A o T L u vp .{ 3aWELV P.OL OOKE 'i, K al & '\ '\ 0

av , d c lM va To v fU TW T aV ra 7 1'a O£ Lv . tJ 7l'O O lP .E VOSOVV i O I. AW

Et7l'E'iV U OL T O u vp .{3 a'ivo v 7 1'fP L rijs fVTaUfWS aVrov fis TO V, \ " '1> ' " ,,, " 1>' \ \),A ~

KVKI \.OV. ELTE auvvaTOV ELTf p.TJ. OUTW u 7 1 Ka t 71 'fPL ~ET7JS

• ~ 1 1> ' ,,, "O'!t_ 1 \ "0" ~ , •TJP.fLS, t7l'ftu7J OVK LUP.EV OV UTL tUT,V OV 07l'0LOV rt, V7I'0-

OlP .EVOL a w a UI(07l'WP.EV E'U OLoaKTOV f'Tf OV o Lo aKTOV EUTLV ,.It v t El ~, , 1 ~ ".1.'"wuE I\.EYOVTH' 71'OLOVTt tU TL V T WV 71'fpt 1 7 '/ v ' fV X 7J V OVTWV, , ll. lt \ .._ " ... 'ILlt' ~ 'll.' lapem, ULUaKTOV av f'1/ T J O V uw aK TO V; 71'P WT OVP .E V u1 / E

" 2\\ ~ .. ~ 1 , .. ll.ll. ' .. " .. ~fU TLV W \I\O LO V TJ O ,O V t7l'L U17'/P .7J, apa uLuaK TO V T J O V, TJ 0

vvvo~ fAlyop.EV. avap.V1JUTov- - -OLa<pfpI .Tw O f P .1 /0 fV ~ p .' iv

, , '" ~" '8 2\\'''' ll. lt ' ...07l'0TEPc,> aV TCf>ououom. XPWP.E a-W \I\ apa uLuaKTOV j 7J

TOVrO 1'£ 71'aJJTl OijAOV, OTL OUOE-V&'\'\0 O tMUK£T a L & vOpW7I' 0S

.. 1 'TJ c7I 'LUTTJP.71V;

MEN. "Ep.oLYf OOl(f'i.

~.a. E l 01 . 1 " fUTlv f 7 l ' L ~ J . L f 1 ns ~ apf~, oij'\ov O T t

o Lo aK To v & v f ' " ,MEN. n w s yap 01Jj

tratas de comandar e comandas, ceder-te-ei - pois que se pode

fazer? Parece entao que e preciso examinar que tipo de coisa e

aquilo que nao sabemos ainda 0 que e. Se mais njio -dizeres>, e

entao, pelo menos relaxa urn pouco 0 comando sobre rnim e con-

sente que se examine a partir de uma hip6tese se ela e coisa que

se ensina ou se <e> como quer que seja. Por "a partir de uma hi-

p6tese" quero dizer a maneira como os geometras frequentemen-

te conduzem suas investigacoes. Quando alguem lhes pergunta,por exemplo sobre uma superffcie, se e possfvel esta superficie

aqui ser inscrita como triiingulo neste cfrculo aqui, urn geometra

diria: "Ainda nao sei se isso e assim, mas creio ter para essa 87

questao como que uma hip6tese util, qual seja: se esta superficie

for tal que, aplicando-e/! alguem sobre uma dada linha do cfrcu-

10 , ela fique emfalta28 de uma superffcie tal como for aquela que

foi aplicada, parece-me resultar uma certa consequencia, e, por

outro lado, outra <conseqtiencia>, se e impossfvel que <a super-

ffcie> seja passfvel disso. Fazendo entao uma hip6tese , estou dis-

posto a dizer- te 0 que resulta a prop6sito de sua inscricao no cfr- b

culo: se e impossfvel ou nao."29

Aplicaciio ao caso da virtude: se a virtude e ciencia, e coisa quese ensina, se niio. niio".

87

b

c

Assim tambem, sobre a virtude, ja que nao sabemos n6s 0 que e

nem como e, facamos uma hip6tese e examinemos se e coisa que

se ens i na ou que nao se ensina, dizendo 0 seguinte: se for que

tipo de coisa, entre as que se referem it alma, sera a virtude coisa

que se ensina, ou coisa que nao se ensina? Em primeiro lugar, se

ela e urn tipo de coisa diferente do tipo de coisa que e a ciencia,

e, ou nao, coisa que se ensina, ou, como diziamos ha pouco, coi-

sa que pode ser rememorada? Que na o nos importe absolutamen-te que nome utiIizemos, mas sim: e coisa que se ensina? Ou me- c

lhor: nao e evidente para todo 0 mundo que nada se ensina ao

homem a nao ser a ciencia?

MEN. Parece-me que sim.

SO. E se e uma ciencia, a virtude, e evidente que pode ser en-

sinada.

MEN. Como nao seria?

a 5 1rapa:r. t . .a...."'x B T W :IM.l".".. B: lUI.".f'" B'b 6 p~.. 3*' F : ph· B T W

. ~ 0 1 1 B T W F: ""011 Schanz

"""P"Tfl..o.,.,." F I1..1...[".fl.. T W F :b I 1 . , . , . 4 t T f M J BTW : lJltTT4nMJ Fb 7 AA 1. .O io. T W F : A A1 ..' o To II B

Ct~BTW:fl~F

 

70 PLATAO MENON 71

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 35/59

~n. ToVrov P.fV 4pa raxv a:lr'1JAA6:Y IJ.E8 a. on T O ' o O O f

'" 't..'t.' ~t. 't.' "P .fV ovros uw alC rov, ro,oV uE u OV.

M E N . navv Y E .

m. To a~P .ETa r oU r o. c : ,s 1 0 £ lC f , ML O' teb / la rTBa£ ' 1 rOTfpOv, , I t: 't , .. l.\.\.'" 1 I

ErTTW f1r&C1Tf JI L7J1] apfr7J 1] W\AO£OV t ' 1 r £ r T T 1 J p . . " s .

d M E N . " E P .O £ Y f O O IC E L ro Uro P .E ra ro Uro rT lC f1 rrto v f L v a , .

~n. T( Of o~; c 1 A A o TL ~ aya80v awo cpap.Ev flva, ~v

, , '''' e c'8 I e , . . . 1. 8' " ..a pfT TJv , K a£ a VT 7I 1] V '1 rO E rT £ S I L E V EL 1]p.£v, u y a ov avro f£va£;

-MEN. navv P.fV OUv.-~fl.. O lllcovv d piv re frTTW

, 8' \ liO:-" ,0;' • , 1 , i. " •aya ov te a, W \I\.O XW P£'Io0ILEVO VE 7 T £ r T T " I P . l 1 S , rax av E £ l 1 T J, , , l' , lit' lit" , 8' " ,apET1l O V I C t 7 T £ rT T " P . 7 J ns' f £ oe P.lIuEV ErTTW aya O V ° OVIC, I " I " ,"t , •f . '1r£rTTl1WI 7 T E P £ f . X E £ , f .7T£rTT"I lLl1Vav nv aVTo V 7 T 0 7 T T E V O V T E SEwa,

op8ws v 7 T o 7 T T f v o , p . f . v . - M E N . " E rTT£ r aV r a. -~ n . K a l P.~11

e apErjl y ' E rT P .E V ayaOol; -MEN. N a l . - ~ n . El of. aya8oC.

w c f > £ A £ P . O £ · 7Tavra yapraya8 a w cpE A£p.a. 0 1 J x { ; - M E N . Nae .

- ~ n . K a l ~ apE~ o~ wcp tALP .&V f rTT 'V ; - M E N . ' Avayte7J

f l C r wv c :, p .oAO)" 'I lL lvwv .~ n . ~Kf'{I<Jp.E8a o ~ K .a 8 ' tt ea rT T ov a va A ap .{ 3a vo vTE s ' 1 r O L a

• o ! > _ e ~ ' , 1 , ." ~ . , ,1,.' 'l' '1""f. rT TW a l 1 p . a S W . " EI \ . f £. V ) '£ E£ a , . "a lJ .E v , t ea L rTXvs t ea, I C U I \ . I \ .O S ', ,,~ lit' ~ "I "~ ',1,.1'1.

Ka £ 7 T I \ . O v r O S u . , , · Tavra I \ .E Y 0 P . E V Ka£ ra rO£aVTa w."tl\.tp.a.

88 o v X C ; - M E N . Na[.-~ fl.. Tawa Of ravra cf>alLEv W e O T E

' { 3 , " " I I " " " " ' " '" M E N 0' 1." ,,'Ca , A a 7 T T E w ' 1] rTV a l\ .l \.ws . "l ls 1] OVTWS;- • V IC ,W\I\.

ovrws.-~n. ~ I C 0 7 T E £ o~, o,av re ~ lCarTTov rov,wv ~y1jra£., ,I,. ~. ~ , .. ( { 3 ' " . . . " . . '1 A!.w . " E A f . £ 1Jp. as , lCa£ O lav n, l\.a7TTf.t; ap ovX orav IJ.Ev U pv'l

x pi j r T £ S , W C P EA f .L , ()rav of. p.~, { 3 A a 7 T T f £ ; - M E N . n&vv Y E .

~fl.. "En TOCVVV t e a l TO . te ara ~v Vrox~v rT te f'{l<Jp.E6.l.

rTWcf>PouVV"IVne a A f L S ' te a l o £t ea £o uVV "Iv l C a l a vO PfC aV te a,

e 9 ].'~"~".,.os BTW: ].'1"o".,.oJovlS~F d 4 ] . ' 1 " . , . t BTW :,d".,.Ol F d 6 & BT W: om. F d 7 '1"111' scr, recc.: TI

B T W F AbTl> B T W f: AbToi i F e a 'l'b rA "Y ¥ "'A"Y c t8 c \T W F: 'l'dJl'l"A I 'TA " Y O p A"YCI8AB e 3 ;,B T W: om . F e 5 A v . . .

MIlf3J."O"'TfJ BTW : A"a}..~4lf'TnF e6 ~,,, BT F: ] . ' 1 " Wa I 3~W: IS~BT F a3 ty1j-rAI BT W: ;,yfi'TIII F a4 IJM:rrflB - r (sed II in ras, T): /3Aa.rr71 W F as "'fA;; .•• f3J\J:rr"F

a '1 'Tl B T W : " Y a p 'T ! F

SO. Dessa questao, vejo, desvencilhamo-nos depressa: se for

uma coisa desse tipo [sc. ciencia], e coisa que se ensina, se for de

outro tipo, nao.

MEN. Perfeitamente.

Yerificaciio da condiciio Use virtude e ciencia", Primeira evi-

dencia: sendo a virtude umbem, deve ser ciencia, uma vez que a

ciencia e a unica coisa que e sempre um bem.

SO. Depois disso, segundo parece, e preciso examinar se avirtude e ciencia ou algo de tipo diferente da ciencia.

MEN. Parece-me, a mim, que esta e a questao a examinar de- d

pois daquela.

SO. E entao? Nao dizemos que ela, a virtude, e urn bern, e

nao nos fica esta hip6tese: que ela e urn bern? -MEN. Perfeita-

mente. -SO. Entao, nao e?, se, por urn lado, algo ha que e urn

bern e que e algo outro, distinto da ciencia, talvez a virtude seja

uma coisa que nao ciencia. Mas, se, por outro lado, nao ha ne-

nhum bern que a ciencia nao englobe, estarfamos corretos em

suspeitar que ela e uma ciencia, -MEN. Assim e. -SO. Ora, e

por causa da virtude que somos bons? -MEN. Sim. -SO. E, se e

somos bons, somos proveitosos; com efeito, todas as coisas boas

sao proveitosas, nao e? -MEN. Sim. -SO. Tambem a virtude

entao e proveitosa? -MEN. Necessariamente, a part ir do que foi

admitido.

SO. Tomando <-as> entao uma a uma, examinemos de que

tipo sao as coisas que nos trazem proveito. A saude, afirmamos, e

tambem a forca, a beleza, e ate a riqueza - sao essas coisas e as

desse tipo que dizemos que sao proveitosas; nao e? -MEN.

Sim. -SO. Mas essas mesmas coisas, dizemos as vezes que tam- 88

bern causam dano. Ou afirmas que sao de outra maneira que naoassim? -MEN. Nao, mas que sao assim. -SO. Examina pois:

quando 0 que? dirige cada uma dessas coisas ela nos e proveito-

sa, e quando 0 que? <a dirige> ela nos causa dano? Nao e 0 caso

que quando 0 correto uso <a dirige> ela e iitil e, quando nao,

causa dano? -MEN. Perfeitamente.

SO. E agora, examinemos tambem as coisas referentes a

alma. Ha algo que chamas prudencia, e tambem <coisas que

 

72 PLATAo

rI

MENON 73

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 36/59

f V j J . a tJ L a v lC a L J J .V i l j J . r l" lC a t jJ.fyaA.07rpf7rElav l C al 7 ra J lT 'a r a

b rO«1wa;-MEN. "EYW Yf.-ro. ~IC07rE& O~, r 0 6 T w v c 1 . , . . , . a

0'0& OOICELJ .~ E7r t~ jJ .'1 E iv at aU' IDo f7 rL~jJ .'1S , El o~xl

r o rE J J .E V { 3 J .. . a 7 r TE l , r o r E Of 6 > c p EJ .. . l i ; o lo v & . vO P E ta , El jJ.~ lu n

C P P O I 1 '1 O ' tS ~ a vo p E ( a au' o l o v O a p p o s rt· O O X o r a v j J .E V

c1VEV V O V S a p p p 4 v O p w 7 ro S , { 3 J .. . a 7 rT E Ta L , o T av OE a 1 J V v c: ; ,

6> cpEAE 'rat;-MEN . N a(.-~.n. O b I C O V V lCal O ' w cp p 0 u 6 v '1

w O 'a v r w s lC a l E V j J .a O { a · j J .E ra P .E V v o i l lCal P . a v O a v o p . f v a lCal

l C a T a p T V o j J . E v a 6 > c p l J . .. L f. L a ,V E V OE V O V {3J...a{3Epa;-MEN. I I&v v

c O 'c p o o p a . - ~ .n . O l i lC o v v 0 'V A l \ ~ {3 0 '1 V 7 r a V T a r a rijs V rox~s1 , , , e , ~.I..' lt7rLXEtplJp.ara l C a L l C a p T E p lJ p . aT a l J Y O V f .L E V l ]S j J .t V ..,..POVl]UECI)SS

Ef,OatjJ.ov(av r E J . . .E V T q , a c p p o u 6 v TJ S a ' Eis r o f , v a J l T ' w v ; - M E N .

"EOLICEV.-~.n. El c 1 p a a p E ~ T e d V EVr p V r o x . ~ r { fO'Ttv lCa l, ~ , .... ,A.\' ".I..' '~It~"a va Y lC a t o v a w t t> W'I'E"tjJ.tt> E L v aL , ' l ' P0 V l] O ' LV awo uEt E L v a L ,, I! , , , ".1"..' " ~ 0'.'E7rEtulJ7rEp 7 r a V T a r a lC a T a T 1 1 " 'Y " X T f V a w a p . tV lC a a w a

O O T E 6 > C P ' J .. .L J J . a~ T E { 3 A a {3 fp a E C T T W , 7 r P O U Y E V O j J .' V l] S Of c p p o -

d ~O-fWS ~ a c p p o u 6 v T J s {3Aa{3Epa re lCal 6 > c p l J . . . t p . a y{yvETaL., It' .... '\ ' , .1..1\' ..., 1 ,lCaTa U T J T O V TO V T O V " o yO V 6 J 'I ' t " Lj J .O V yE o v o - a v " , V a p E " , V

< p p O V l ] o -t V Of' T L V ' ELvat.-M EN. "Ep.otYE OOICE'.

~!l. Ka~ j J . f v O~ l C a l T a . u a a v vv a~ E l \ ly o j J .E V , 7 r J .. . o iJ r o v

r e lCa, T O . T O L aV ra , r O T E p . f V a y a O a TOTE Of { 3 l\ a {3 E p O , E l va L ,

a p a o~X t ZU7rEpTp ID'{ 1 V ro xH ~ C p p O V l ]U t S ~ y o v p . I V l] 6 > c p l l \L j J .a

T O . rijs 'Iroxijs f7rO(EL, ~ O f a c p p ou 6 vT J { 3l \ aI 3 E pa , owws a~

e lCal rOVrots ~ V rox~ O p O e d S j J .E V x p w p lV l ] lCal ~ y ov p . I V l] 6 > c p l -

J . . . L j J . a a U r a '7I 'OLE',J.~ dp8eds Of {3J.. .a{3Epa;-MEN. r r a v v YE.

-~.a.'Op8eds 01 yE ~ l p . c p p w v ~YE'TaL, ~ f . L a p " , p . l v w s a ' ~4 c p p w v ;-MEN. "ECTTt r a V r a . - r o . O li l C o v v o i i r w a~ l C a T a

, l ~" "1--0' "! \\ 1 l'7 r a J l T ' W V E '7I'EtvEO'TW,Ttt>av P6J7rtt>T a P .E V W\Aa 7 r a J l T ' a E S " ,V

a 8 .iJp4IJlfUI BT F: fiJ,.,.a.IJftU W b 2 .1 suprascr. W: ., B :

~ T: ~ W F oiJX1TOT~] oiJX1II'O'T~BTW: obX 3-r1 F b4 'TI

BTW f: om. F b 7 fb}A48t4 BT F: f",.,.a.BfI4 W I 'UB4"&/Lfl l4

B T W f: J'UBJ."0l 'fl l F c 5 cUrrbB T F: cW'TGJW e6 brfl31,rfpBT W f: 411'Ela~ 1I'fpl F d I ~ BT F: lCal W d g ')'f B T F :"rf W d 3 a f ' 'TIll' BT: a i j 'TIll' W: 1"III~ a f ' F e 3 o p ( J i ; , s 3' 'Y f

T F et in margow: I I p I J i ; , s Af.yf B : om. W prius ~ T W F: El B

chamas> justica, coragem, facilidade de aprender, memoria, libe-

ralidade e todas as coisas desse tipo? -MEN. Sim, ha , -SO. b

Entre essas, aquelas que te parecem nao ser ciencia, mas outra

coisa que a ciencia, examina pois se nao e 0 caso que as vezes

causam dano, outras vezes trazem proveito; a coragem, por

exemplo; se nao e uma compreensao, a coragem, mas uma espe-

cie de ousadia cega, nao e 0 caso que, quando 0 homem ousa

sem razao, isso the causa dano, e quando ousa usando a razao

isso the traz proveito? -MEN. Sim. -SO. E nao e assim tam-

bern com a prudencia, e com a facil idade de aprender: acompa-

nhadas de razao, tanto as coisas que sao aprendidas quanta as que

sao exercitadas sao coisas proveitosas, desacompanhadas de ra-

zao, nocivas? -MEN. Absolutamente certo. -SO. E, em suma, C

todas as coisas que a alma empreende e todas as que ela suporta,

nao e verdade que, se e a compreensao que dirige, levam a felici-

dade, se e a incompreensao, levam ao contrario disso? -MEN.

Parece. -SO. Se por conseguinte a virtude e alguma coisa entre

as que estao na alma, e se the e necessario ser <algo> proveitoso, e

preciso que ela seja compreensao, uma vez precisamente que to-das as coisas referentes a alma, em si mesmas, nao sao proveito-

sas nem nocivas, mas tornam-se proveitosas ou nocivas conforme d

as acompanhe a compreensao ou a incompreensao. Segundo esse

argumento, sendo a virtude certamente proveitosa, e preciso que

seja uma certa compreensao. -MEN. Parece-me que sim.

SO. E com respeito as outras coisas - a riqueza e outras des-

se tipo - que dissemos ainda agora que sao as vezes boas as ve-

zes nocivas, nao e verdade que, assim como a compreensao, gui-

ando 0 resto da alma, torna, como vimos, proveitosas as coisas

da alma, e a incompreensao <,guiando,> torna-as nocivas, assim

tambem a alma, usando e guiando aquelas coisas corretamente, e

torna-as proveitosas, e -cusando e guiando> nao corretamente,

torna-as nocivas? -MEN. Perfeitamente. -SO. E e corretamen-

te que a alma racional conduz, e a irracional, erradamente? -

MEN. Assim e. -SO. Entao, nao e verdade que, com referencia

a todas as coisas, e possfvel dizer assim: que para 0homem todas

as outras coisas dependem da alma, enquanto que as coisas da

 

74 PLATAO MENON 75

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 37/59

o/Vx~ V a V'1~ CT(JaL , Ta a 'f rijs V r o x - i j s alJrijr E l s q,POVf1O'W, d

89 p . / U n aya Oa flvaL ' K a l TOW<t> T c i i M y , !> q,pOV11CTLS v d 7 1

TO ~q,IALp.oV· q,ap.Ev a 'f ~v apm,v ~q,IALp.ov flvaLi-

MEN. llaw Y f . - ~ .a . ~pOV11CTW c 1 p a q,ap.fv apm,v EwaL,

7( rOL CT '6p.7raCTaV " 'pos TL;-MEN. A O I C E ' p.oL K a A . 6I S A l Y E -

CTO aL, ~ ~w/CpaTEs, Ta A E Y o p . f v a .- ~ . n . . QVlCoVV d Taih-a

o V r C & > s lxfL, ollle a v flEV q,6CTfL 01 aya(Jol.-MEN. 01') P.OL

a O I C E t

b roo K a ~ yap &v '7TOVK a l TOa' ~v' d q,60'EL 0 1 ayaOol

ly l1 "o VT o, ~ CT &v '7 J'O Va v ~p'rv at fy ly vwO'l(o v T iJ V v lC &> vT aUS

a y a 8 0 U s T aS q,6CTELS, o ~ s ~ P .E 'S a v ' 7J'apaAa{3ovTES /K fWC&>V

a'7J'Oq,71VaVTC&>vq,vAaTTop.Ev a v Iv a K p 0 7 r O A f £ , KaTaCT7Jp.71va-·

p.EVOL 7 r O A U p.O.AAov ~ T~ XpvCTlov, fva P . 7 1 a E l s a lJrou s aL l-

cp8npfv, au' 1 7 r E W ~ acplKoLVTO E ls ~v ~A",laV, Xf»1CTLp.oL

y [1 "OLVTO T a, s 7 r O A E C T L .

MEN. E l / C o s yl Ta L, ~ ~ c:,l(pa Tfs.

roo •Ap' ovv f r . f L a ~ o u c p6CT fL 0 1 a yaO ol a ya(Jo l yl1" ov-C TaL, a p a p.a6J]CTfL;

MEN. A O K E ' P.OL .q ~ avaY Ka ,ov ftvaL' K a l a - i jA o v , ~

U K p a T f S , KaTa ~v WOOfCTLV, E ! 7 r E P 17rLC TT'ljp.71eTTL V a p E r r I ,

o n aLaaKTOV leTTw.

~.n. " I C T C a l s ~ Ala' aua p .~ TOih -o o u K a A 6 IS ' : 'p .o A O y r1 -

CTap.EV;

M E N . K a l p.~v { M K f L y E c 1 p n K aA . 6 I S AlYfCTOaL.~n ,...~\, , , 1 "Jl , " , "" "~.u" . n A A a P.71OVIC t:V T t t J a pT L p .o VOV u E l I aVTO u O K f W

K a A . 6 IS A/YECT8aL, dUa KaL Iv T c i i villi KaL Iv T c i i 17rELTa, d

P./AAfL nVrov V y L f S EwaL.

d MEN. Tl oVv a~ ; ' 1t p~ r T ( {3A I' 7J 'C&>voO"X fpa (VELS a lr r~\ , ,," 1 I .. C 1. ,

" aL a '7J' LCTTfLS.7 1 OVICe7rLCTT7Jp.71I 7 1 UpfT7J;

pr6pria alma <dependem» da compreensao, se devem ser boas?

E por esse raciocinio, 0 proveitoso seria compreensao; ora, afir- 89

mamos ser proveitosa a virtude? -MEN. Perfeitamente. -SO.

Logo, 6 compreensao que afirmamos ser a virtude, seja 0 todo

<da compreensao» seja uma parte -cdela>? -MEN. Parece-me

bern dito 0 que foi dito, S6crates. -SO. Se 6 assim, nao 6 por

natureza que os bons seriam <bons>, nso 6? -MEN. Parece-me

que nao,Segundo argumento para confirmar que virtude e ciencia: se osbonsfossem bons "por natureza ", a cidade teria cuidados espe-

ciais com eles; ora, isso niio acontece.

SO. Com efeito, penso, dar-se-ia 0 seguinte: se os bons se tor- b

nassem <bons> por natureza, teriamos, penso, pessoas que reco-

nheceriam, entre os jovens, aqueles que sao bons por sua nature-

za, e, tendo-c-os>, essas pessoas, designado, n6s os tomariamos e,

tendo-os selado mais bern que 0 ouro, mante-los-famos sob guar-

da na acr6pole, para que ninguem os corrompesse, mas sim, ao

contrario, <para que> assim que atinjam a idade, se tornem uteis

a cidade.MEN. E bern provavel, S6crates.

SO. Entao, ja que nao 6 por natureza que os bons se tornam

bons, sera que 6 por aprendizado? c

MEN. Ja me parece que 6 necessario que sim. E 6 evidente,

S6crates, que, segundo a hip6tese, "se realmente a virtude 6 cien-

cia", ela 6 coisa que se ensina.

Mas M tambem evidencias contra 0 fato de ser a virtude cien-

cia. Toda ciencia, sendo coisa que se ensina, tem mestres e alu-

nos; mas quem sao eles, no caso da virtude?

a:a 3~ BT W: ~ F a 6 r y r & 8 0 i BTW: c l l y C l 8 0 l r y C l 8 0 i FbIOI B T W {: om. F b 3 0&$ BT W f: om. F b 4 l.,F: om. BT W et punctis notavit f b 5 3""EI/NIf B TW F310.tp6E(/NIEIf Madvig C 7 'YE F: ~ If B T W c 8 ,,~ B T W :, , + J I f F d:a cb'urTfis BT W: b'lcrTEI F: A"IC1'ro(1)sfiB TWf: om. F

SO. Talvez, por Zeus! Mas quem sabe nao admitimos isso er-

radamente?

MEN. Entretanto, pareceu-me ha pouco ser dito com acerto

<0 que diziamos».

SO. Mas temo que seja preciso que nao apenas ba pouco isso

pareca ser dito acertadamente, mas tambem neste momento e em

seguida, se algo disso deve ser valido.

MEN. Como assim? Considerando que aspecto implicas com d

ela e desconfias que a virtude talvez nao seja ciencia?

 

76 PLATAOMENON 77

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 38/59

~.n. 'Eye.) <TOL ( p W , w Mivwv. TO fLEV yap OLOaKTOV

, \ . . r 1 ' '( , " lJ "aVTo EwaL, E 7T Ep f:7TL<TT1JfL71E<TT V, OVK asarweua: fL." OV

_" ~ \' lJ Of !It' ,,, , I './, ,

KW\.W~ I\.EYE<TuaL· on oe OllK E<TTLVE7TL<TT1JfLf],<TKE",at Eav <TOL

!It ~ " , ~ '!It' l I l" ! it ! ituOKW ELKOTWS a7TL<TTELV. TOuE yap fLOL E 7TE' E E<TTLV otoc-, ,,.. ,...\ , , I " '" ,..._

f(TOV onOW 7TpaYfLa, fL11 fLoVOV apET1J, OVK avaYKaLov aVTOV

leal OLOa<TK&Aov~ Ka, p.aOf ]TaS Elvat;

MEN. "EfLOtYE OOKE'.

e ~n. OVKOVV robvautio» au, ou fL~TE oLM<TKaAOL fL~TE

fLa01JTa' E1Ev, KaAws av avro ElKa(OVTES ElK&'(OLfLEV f J . ~

aLoaKT6v ElvaL;

MEN. "E<Tn raiJra' aAA' apET~S OLM<TKaAOL ov OOKoVcrL. .<TOLELVaL;

~n. IToAAaKLs yoill' (f]TWV Et TLVES E1Ev av~s otoa-

_ I ~ ' l i t ' «~ I '\\~

<T1eW\.OL,7Tavra 7TOLWV01 1 ouuauac ElIpELV. KatTOL fLETa 7TOI\ .I \.WV

I': n " J\ #. +" , ,yE ',; 'TTW, lcaL TOllTWV fL(J,I\.L<TTa ovs av OtwfLaL EfL7TELporaTOVS

. A I ,~" " 'i' M I , \. \ELvat TOV 7TpaYfLaTos. Ka t ul1 KaL VVV, W £ EVWV, EL S Kal\.OV

~fLrV "AVVTOS OO E 7TapEKaO'(ETO, ~ fLETaowfLEV ~S (llT~CTEWS.90 ElK6Tw~ 0' ~v fLETaOOrfLEV' "AVVTOS yap D O E 7TPWTOV fLlv f<Tn

, \ ' ,,,,n 'A lJ1 ... l'7TaTpos 7TI\.OV<TLOVTE KaL <TO.. ,. ,OV V£lEfLLWVOS, os C:YEVETO,\ ",,,, I ,~ ~I I"

7TI\.Oll<TLOSov/( a7TO TOl) aurcquxrou OVuE uOVTOS TWOS, W<T7TEP

• n \ l\ "" 'IT \ ' , '} ,o VVV VEW<TTL E 1\.11..,.,WS a Ol\. v/ (paTovs XP1JfLaTa <T1l:rJVtas

e C\ R n 1\ \' ~ • ~ ",, , \, \'o ~1Jl"aLOS, W\.l\a TIl avrOl) <To..,.,tlf KT1J<TafLEVOS KaL E7TtfLEI\ELq.,

" \, !!\\ ' e '''' !It ~.. \'E7TELTa Kat Ta al\l\a OvX tnrEP11..,.,avos uOKWV ELva, 7TOl\tT1J<;

, l it" '!it ,. (} I 1\" "_ \'OVuE 0YKWUrJS TE Kat E1l"ax f]S, Ul\.I\.a KO<TfLtOS Kat ElI<TTW\1J~'

"If n" "0 col. '1 (!It «!it ~b aV17P' f :7TELTa TOllTOV Ell E p~'" EV lCat t7TaLUEV<TEV, W S uOKEL

'AO I '" \. '0 (.... ,.."", ,1JVaLWV TI f 7T1\.1JfL' atpovvraL yow aVTOV E7TL Tas fLEYL-

<TTas apXas. OLKaLOV O ~ fLETa TOLOVrWV (1 JT frV a p~ S 7 T l p :!it !It . 1 "",, , '" '... e ~ULu a< Tf (W \ O vs , f LT fL<TtV ELU fL1J, KaL OLTLVES. <TV OVV 1JfLLV,

l' "A 1':' ., ,~ ~ cs M IW VVTE, CTV!.1JTllCTOV,EfJ.0t TE KaL TIf craVTov ~EVIf EVWVt

so . Dir-te-ei, Menon. Isto e, a ser ela coisa que se ensina, see realmente ciencia, <isso> nao retiro ser dito com justeza. Mas

que ela seja ciencia, verifica se te pareco desacreditar com razao.

Pois dize-me 0 seguinte. Se uma coisa qualquer, nao somente a

virtude, e coisa que se ensina, nao e necessario que haja del a

mestres e discfpulos?

MEN. A mim parece que sim.

so . E, par outro lado, inversamente, aquilo de que nao haja enem mestres nem discfpulos, nao fariamos bern em conjecturar

que nao e coisa que se ensina?

MEN. Assim e. Mas te parece nao haver mestres de virtude?

Seriam os sofistas os mestres da virtude? Anito, associado a pes-quisa, responde enfaticamente que ndo.

e 6 1 r O U c L t I S B T F: ol o "A"OWlClf W d· 'Tll'ES BT W :01'Tl"U F drijs B l l $ 4 c T l C C L \ o l BTW: 3 1 3 c i 1 T K C L \ 0 1 C l l o ' T ~ s F e 8 'TO~

' T i l l " BTF: . , . G J " W e 10 ~p.il' BTW f: dF i £ 1 ' U ' T O S F: C l l i ' T l n

BTW f a I 3' & 1 ' BF: I$ ' 1 1 ~ T W &I I 1 I ' TOS F: & 1 1 ' a : l o . , . b s BT W

a7 in margo d ' l T p 3"AIl3~W b 3 3~ BT W: 3~., .b F b 5 I T C l U ' T o i i

BTWf: £ C l U ' T o i i F

so . 0 certo pelo menos e que, tendo eu frequentemente pro-

curado se haveria mestres de virtude, fazendo de tudo, nao consi-

go encontrar. E no entanto realizo essa pesquisa juntamente com

muitos, e, entre esses, sobretudo com aqueles que creio serem os

mais experientes nessa questao, E justamente, Menon, tambemagora, bern a prop6sito, eis Anito que veio assentar-se junto a

n6s; facamo-lo participar de nossa pesquisa. E seria razoavel

faze-lo participar. Pois Anito, que aqui esta, em primeiro lugar e 90

<filho> de urn pai rico e sabio, Antemfon, que se tornou rico

nao por acaso, nem por ter-lhe alguem feito uma doacao, como

esse Ismenias de Tebas, que recentemente recebeu a fortuna de

Polfcrates, mas sim <tornou-se rico> adquirindo <fortuna> por

sua pr6pria sabedoria e esforco; em seguida, no que respeita a

suas outras caracteristicas, <e alguem que> nao parece ser urn ci-

dadao arrogante nem cheio de empafia e execravel, mas urn ho-

mem afavel e de boas maneiras; alem disso, criou e educou bern

este aqui, segundo 0parecer do povo ateniense; pelo menos, ele-

gem-no para as mais importantes magistraturas. E justo pois com b

tais homens procurar, a respeito da virtude, se ha au nao mestres

dela, e quem sao eles. Tu pois, Anito, junta-te a n6s, a mim e a

teu h6spede Menon aqui presente, para pesquisar, relativamente a

 

78PLATii.O MENON 79

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 39/59

" < i > (} E , ' ll " Ep l T06rO V T OV ' l l " p 4 y p. a T O S T(VES a ' l l E i E V (}Lad.o-lCaAOL.

& j O E (} £ ulCltaL' d# ovA .o(p.E Oa M lvw va TO V(}E a y a 6 0 v laTpov

C Y Ev lu Oa L, 'll" ap a rivo s a ' l l aVTOV ' ll " lp .7roLp .EV ( }wauK4AovS' j ap t, , \ l '

o v ' ll" ap o. T OV S' a Tp ov s j

AN. n&vv Y E .

~.a. T( (}'d U IC VTOTOP .OV a ya 60 v #OVA o( p. EO a Y EV lu Oa L,

.. " " ,ap ov 'll" apa T OV S U IC VTO TO p.oV S;

AN. Na(.

~.a. Kal To.AAa o w w s ;

AN. n&vv Y E o~.a t'n~ ~, '\ \...,..., 1 ,\

• ~ £ ( J E uT I p .o L ' ll "a ",w ' l l " E p L TWV a VTWV E L ' l l " f . ' ll "a pa TOVS

l aT p ovS' , 4> ap .l v. ' ll "l J. L' ll "OVTES ', 6 V a E l C a A 6 I S a ' l l f ' l l " l J . L ' l l " o p . E V . #ov-

AOJ.LEVOL laTpov YEvlu6aL' apt o.,av TOVTO A ly w p .E v , T O aE

d \.' " " , , \ ....." 'E Y 0 J. L E V. o n ' ll "a pa TOV TOVS ' l l " E J . L ' l l " O V T E SaVTOV uWcJ >POVOLP .EV" \, I ,.. I ~.\..., I

a 'l l. T On a VT L' ll "O LOV J. LE VOVS'E TTJS 'TEXV71S 'J .L IUV \OV T I TOVS 'J .L t] ,\ \ 6' '1_ , ~ , 1_ ",,'

KaL TOVS' J .LUT0 '11' l l"paTTOJ.LEVOVS~1f aVT' fI TOVT~ , a 'l l" 0 'l 't ]v aVTaS '

a VT cmS ' ( }L (} a( TlC &A .o vS 'T OV # ov Ao p. lv ov U va £ TE K al p .a vO&VEL V j.." , ... ~ \ ',1, _ \... t. ,ap OV ' l l" p O S TaUTa " , , ,, E . "a V T E S ' KUACaJS a'll 7 r E J . L ' l l " O L P . E V j

AN. Nat.

~.a. O VKO VV Kal 7rEp2 aVA~uEwS' lC a£ T6IV &Ahwv Ta. alrra .... \\' II , 1 ~ \' '\' ...

e T aU Ta j 'll" 0N \t] a VO La ~ aT L " ,O V" '0 J.L EV OV S'a v" ,." Tt]v T wa 'll" OL ." ua L

'll"a pa. J.Lfv T OU S' ti'll" LU XV OV J.Llvovs aLM ~EL V n,v T IX V71 V K al

p .Lu6ov . ' ll " paTT0J .L l vovs p. ~ fO lA .Ew 'll" lp.7rE LV , & Ah OLS (}l nU L'll, , /':... LI' " <\

'll" pa YJ LO .T a 7 ra pE XEW, lo 17 To vV Ta J .L av f1 avE Lv 'll" ap a T OV TWV, 0 ,, ... Il ,,1 _ .. " 1 1 , . . . 0

J .LT lr .E 'l l "POU' l l "OLOVVTaLuLuaUlCaI\ .OL ELVaL J.LT lT EaTLV aVTCaJVp . a 1 1 -

T~S' J . L 1 1 0 E l S ' TOVTOV TOV p .aO rl J. La TOS & ~ p . E " s a fWVP. EV p .a v6 &-

, , ... ". I , \\ " ...VE W 'll"ap aV TC aJV 0'11 a'll ' l l " E P . ' l l " W P . E V . OV ' l l " 0 " " " t ] UOL u OIC EL

i LA .o yl a E !v aL ;

AN. N a l J .L a t l, (a lJ .L 0L YE , lC al a J. La (} [a yE 7rp6s.

~!l. K a A . 6 I s A l y u s . v V v Tolvvv I f E a T [ U E P .E T' f J. LOV

c 9 1I'apa B T F: 1I 'P~SW C 10 11l'Ep.1I '0Jl. fJ' T F: IK1I ' Ip.1I 'OlLf "

W d s TijS BTW: om. F ~ Tobs p. ~ BTW: ; 'p.is Fd 4 Toii {JOVAOP.El fOUBT W: TOVS {JouAop.l l fous F e 4 (71TOiiJfT4

••• TO,""''' secl. Naber e 9 tP.Ol " l f BT W: t p .o l " Y f 30Kf i FEo ' 10 ITf BTW: ITOI F

essa materia, quem seriam OS mestres. Examina da seguinte ma-

neira. Se quisessemos que Menon que aqui esta se tomasse urn

born medico, para que mestres 0 encaminhariamos? Nao seria c

para os medicos?

AN. Perfeitamente.

SO. E se quisessemos que se tomasse urn born sapateiro, nao

seria para os sapateiros?

AN. Sim.SO. E assim tambem nos demais casos?

AN. Perfeitamente.

SO. A respeito da mesma questao, de novo, -cabordando-a»

da seguinte maneira, dize-me. Afirmamos que e para os medicos

que farfamos bern de encaminha-lo, se quisermos que se tome

medico; quando dizemos isso, e isto que queremos dizer: que

agiriamos sensatamente encaminhando-o para aqueles que reivin- d

dicam para si essa arte, de preferencia aqueles que nao <0 fa-

zem>, e que recebem urn salario em troca justamente disso, apre-

sentando-se abertamente como professores de quem quiser ir ate

eles e aprender? Nao e considerando essas coisas que fanamosbern de encaminha-lo?

AN. Sim.

SO. E 0mesmo se passa em relacao a arte da flauta e as de-

mais artes, nao e verdade? E grande tolice, querendo fazer de al- e

guem urn flautista, nao nos dispormos a encaminha-lo aqueles

que professam ensinar essa arte e que recebem urn salado para

isso, e, ao inves, incomodarmos outras pessoas, -cenviando-o»

para procurar aprender com aqueles que nem se pretendem mes-

tres nem tern nenhum discfpulo daquele ensinamento que julga-

mos born que aprenda junto a eles aquele que lhes estariamos en-caminhando. Nao te parece ser urn grande absurdo?

AN. Sim, por Zeus, parece-me, e ignorancia alem disso.

SO. Falas com acerto. Agora entao, e possfvel deliberares em

 

80 PLATAO MENON 81

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 40/59

91 KOLVjj {3ovAwECT(}aL 7TEPr. TOU ~fVOV TOVTOVt Mivwvos. OVTOS

1 ... > fA 1~ \ ' , N, £I ~ ,yap, W VVT"£, 7TUAat "'EyEt 7TpOS IlE on E7TUlVIlEL TaVT1)S

.... A,,' ".... t'- e " ( J , , , "T1)S aoqnas Kat apET1)S n OL av PW7TOL res TE OLKLas Kat Tas

, ~ _ \ ~ 1 1 0 ~ " , , '~£I7To",ns KUAWS vLOLKOVCTL,KaL TOVS YOVEas TOUS awwv oep«.

, ,~ , , t.' '\l't. £I' ~ ,7TEVOVCTt, Kat 1TO",LTas Kat . ,;EVOVS U1TOVf.,;aCTvaL TE Kat a1TO-

, ,I, l' , cr , 1 1 0 ' , ( ) ~ , . . ,7TEIl",aL t1TLCTTaVTaL a.,;LWS avvpos aya OV. TaUT1)V OVV T1)V

b ." , ".. I " 'n" ,apET1)V CTK07TH -napa Twas av 7TEIl7TovrES aUTOV OPVWS 7TEIl-

. . . 1 1 0 ~ ~ 1 1 0 ' " " \ ' N "

7TOLIlEV. 1) vT}"'OV v11 KaTa TOV apn ",oyov on 7Tapa TOVTOVS

, . " ~ 1 1 0 1 1 0 1~ .. "A.'TOUS V7TtCTXVOVIlEVOVS apET1)S vLvaCTKUAOVS ELVaL KaL a7To.,..T}-

" ,~ 'E~~, ~~ ~ I (} rvaVTas awous KOWOUS TWV """1)VWV Teepov",OIlEV<t> Ilav aVE£V,

P.LCTBov TOt/TOV Taf.ap.lvovs TE Kal 7TpaTTop.lvovs j

AN K" ~ , , 'I' ~,

1. aL nvas "'EyELS TOVTOVS, W 4JWKpaTESj

~n. OrCTBa O~7TOVKal u V 5n OUTOL £lCTW o-Os 0 1 &V(}pW7TOt

KaAOVCTL CTocptCTTas.

cAN. 'Hp&'KAEtS, EVCP~P.Et, < t UKpaTEs. Il1)OEVa T&>1-'y',~ I '/ I A.!\ I" , C'EP.WV P.T}TE OLKEtWV P.1)TE .,. .IJ\ .WV, P.T}TE aCTTOV P.1)TE ~EVOV,

TOLaVTT} p.av(a Aa{3oL, ~CTTE 7Tapa TOVTOVS EA80vra Aw{3T1(}~vaL,, , .., A. I , \ , ~ , 1 1 0 A.(}' A

E1TEL OUTOL yE . ,. .aVEpa ECTTL "'WpT} T£ KaL vta.,.. opa TWV

CTVYYLyvop.lvwv.

~I"\ nA \ I 'I' "A l' ~ 6 ~,4Jol£. ws " 'Eyns, W VVTEj OWOL apa p . VOL TWV av'rt-

, "(} A " ~ ,,~

7TOLOVP.EVWVTL E7TtCTTaCTaL EVEPYETEtV TOCTOUTOVTWV a", l\wv

11 0 A.' N , I ",4.. \" N • ,,~\

ouupepoun», OCTOVOU P.OVOV OUK W.,..E",OVCTLV,WCT7TEpO£ al\l\OL,

N 1 1 . , " 11 0 A 1. ~ \ ' ~ " , 11 0 ,1..£1'on aV rts aUTOLS 7Tapav,:" UI\",a Kat TO EvavrtOV ouupoe«., , ,4.. A I 1.t. A I £I

d POVCTWj KaL TOVTWV .,. .aVEpws XPTll laTa u.. ,;LOVCTt1TpaTTECTvaLj" , . . ,,, " , . .~ , . . ~EyW P.EV OVV OVK EXW 07TWS CTOL7TLCTTEVCTW·OLva yap avvpa

"n ' .\ ' I I",Eva pWTayopav 7T",EtW XPTJp.aTa KTT}CTap.EVOV a7TO TaUTT}S

A ,4..' ... m Il' A" ,4.. A \ tT T J S CTO.,..tas T I . . . . .nV£av TE", os OVTW 7TEpL. ,. .aVWS Kal\a "pya

ha muito tempo, Anito, me diz que deseja essa sabedoria e virtu-

de por meio da qual os homens administram bern suas casas e

suas cidades, bern como cuidam de seus pais, e sabem receber

concidadaos e estrangeiros e deles despedir-se de maneira digna

de urn homem de bern. Essa virtude, entao, examina para quem b

fariamos bern de encaminha-lo <para que ele aprenda>. Nao e

evidente, confonne 0 que acaba de ser dito, que e para aqueles

que professam ser mestres de virtude e se apresentam como dis-

ponfveis para ensinar a quem dos gregos deseje aprender, tendo

fixado urn salario para isso, e recebendo-o?

AN. E quem queres dizer com esses, Socrates?

SO. Sabes sem duvida, tarnbem tu, que esses sao os que os

homens chamam sofistas.

AN. Por Hercules, Socrates, nao blasfemes! Que nenhum dos c

meus, quer amigos Intimos quer conhecidos, quer concidadao

quer estrangeiro, seja acometido de loucura tal que va para junto

desses e <assim> se deixe cobrir de ignomfnia, uma vez que eles

sao uma manifesta ignominia e uma rufna para os que os frequen-tam.

SO. Que queres dizer, Anito? Entao, pelo visto, entre os que

reivindicam para si mesmos 0 saber produzir urn beneficio, so-

mente esses diferem tanto dos outros, que nao so nao sao de ne-

nhum proveito como os outros <sao>, naquilo que alguem lhes

confia, mas ainda, ao contrario, arruinam <isso>? E abertamente d

pretendem fazer dinheiro em troca disso? Eu decididamente nao

consigo acreditar em ti. Pois sei de urn unico homem, Protagoras,

que adquiriu mais dinheiro com sua sabedoria do que Fidias, que

tao brilhantemente produziu obras-primas, e mais outros dez es-

cultores. E certamente dizes coisas monstruosas, se, por urn lado,

a I ' T O I i T O I l 1 BTW : ' T 0 6 ' T o l i F a 6 c l v 3 p b s B T W : b c b 3 p b s FbI post a . p f ' T ~ " lacunam statuit Cobet, p . a .B . " a & p . f J lO " vel / J U I } 7 I . & P . f " O I

" In -b , , a~" " Y f " E d " , intercidisse r a t u s b a 3 ; j A O V 3~ B T W :

01lW~ F b4 ' T ~ 8 0 1 } 7 I. o "I "" , ' l "W " f 7 l . 7 I. ~ " ( A I " F b 6 ' T [ " " S et mox' T 0 6 ' T O I I S om.F: ante 7 I . E " Y f U in lac. add. f b 7 o n s W F: oTolisB TCI .y ' , , ,; ; ,, , scripsi ; " Y f , , ; ;' ' ' F: O"vrtf";;''' BT W e a p .. q T f • • •

P ./ r r f • • • P .- i ,T f f • . • I - f . / r r f BT F: p .1 I3 ~ . • • "1I0f •.. P .. q 'T f • • • P .1 ,' T f W

Q .a 'T b" • • • ~ '' ' o " B F: Q . a 'T w " • .• ~ ' ' ' ( A l J I T W e 4 O r h O I T W F :athol B e 9 'TIS B T W f: 'T ' F d 4 'Tff F: " Y f B T W

 

82 PLATA.OMENON 83

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 41/59

?1Pyd(rro, K" ' dMovS' i){Ka TWV avl5ptavTO'7rOt~V. KaeTOt, \ ' l t , ,« It ' 1~ ,_ 'I. '

Tfpas I\.EyftS' e Ot P .f V T a V '7 rOu Tf p. aT a ~ p ya 'i .0 p. fVO t T a '7rl.U\.ata

\ ,«, It' , '" !t' 'I. 0 ~ 1. 0'Kat Ta uustu: If.. ,;a Ko vp .fV O L OV K a V u vv aL vro I\ .a ftv TptalCOV

e , 0' '!t It' ... ''I. f3 ,« I 1e T fp .f pa S ' p .o x T /pOTf pa a'7rOutuOVTfS' Tf '7rapfl\a O V Ta uusna re

K al {m o ~~ p. aT a, MA' d T OtaW a '7rO LO L€V ,T aX v ~V T ef' AtP.ef'

, 0 I . IT ' It' rI "I. 'tE \ \ 1It ''I.'arro aV OtfV , pO OTayopos oe apa O I\T /V TT/V l\ I\ .aua fl\av-

O a vfv ~ ta cp O f(p oo V TOVS ' rro yy LY VOp lv ov S' K aL p .o Xo ." po Tlp ov S'

, , . . . ' I . ' f3 'l.L'" , "a'7r07Tfp.'7rWV T / '7 ra pfl\ ap . a VE V ' 7rI\EOV ." TfTTapalCoVTa E117-

.. , , \ , 0 ~" '~/;jlt' 1/ouu u. ya p aU TOV a'7rO aV ELV f}'YVS' lCa t t ,. .uop .1JKovra ~ T T / yfyO-

, I t:~'''' 1tI \ ., tI

VOTa, T fT T ap aKOVT a ue EV T ll TEX Vll O VTa-Kat EV a'7raVTt~ , I 1/ l ' ., \'It ~

T,!, xp OV '!' T OU T,!, IfTL f S' T 1J V T /p .E pa v T aV TT /V ~ E vu O lC tP .W V

O V~ ~V '7rl'7raV Tat, K aL O V P .O VO V fIpoo Tayopa S', ciAAa Kal

92 aMot '7rap. '7roMot, 01 P .fV '7 rp O T£ pOV YEYOVOT£S EKELVOV, 0 1It' \ ~ "" , It'" ' * ' ~ , . .uf Kat VV V ETt OVTfS. ' 7rOTfPOV u." O VV .."W P.EV KaTa TO V, 'I.' 'It , "It ~ \ \ f3 ~ 0 -,

CTOV I \oyov ELuOTas aVTO VS lf~a '7 raTaV Kat 1 \00 aC T at TOVS '

v lovs, ~ AfA."Olvat Kal £avTO '6s; Kal oVrw p.a{V fCTOat

O<Lf fJCTOP.fVTOVTO VS, ~S' l VL o l c paCTt CT oc pWTaTOVSa vOp 6> '7 rWVElvat;

AN. noMoi) yE OlOVCT t p . a{ VECTOr u, 6 > ~c: , lCpaTES, M~a

'7rOAV p.aMov 0 1 TOm-OtS' ~tMVTES apy6ptov T~V v lo ov , T o Vr oo V1 1 > ' >J uri). ). e I l' « , ' I. ,

b u Ifn I """"v.ov Ot TOUTOtS ~'7 rtTPf '7 rOVTES' , Ot ' 7rpOCTTf ICOVTES' ,7rOI \ .V

O f p . aA tCTTa ' 7r aVTWV a1 '7rOAfLS, ( WCT a t a 'l ir ov s dCTa cp tl CV ftC TOat. \ , 't \ I " tL 1 ~ ~K at O VK E ~E l\a VV OV CT at, E L Tf TtS' ..,;EVOS If'7rtXftPEL TOtOVTOV Tt

aqueles que reparam sapatos velhos e consertam velhas roupas nao

pudessem devolver as roupas e os sapatos em estado pior do que

receberam sem que 0 fato fosse notado em trinta dias - mas

sim, se fizessem tal coisa, rapidamente morreriam de fome - e

enquanto, por outro lado, a toda a Grecia escapou que

Protagoras, pelo visto, corrompeu os que 0 freqiientavam, e que

os devolvia em estado pior do que os havia recebido, durante mais

de quarenta anos. Com efeito, creio que ele morreu quando tinhapor volta de setenta anos, ficando quarenta anos no exercicio de

sua arte. E por todo esse tempo, e ainda ate 0 dia de hoje, nao

cessou absolutamente de ter excelente reputacao. E nao somente

Protagoras, mas muitos outros, alguns que viveram antes dele, 92

outros que ainda agora estao at. Devemos entao dizer que eles

enganam e cobrem de ignomfnia os jovens, conforme tuas pala-

vras, sabendo 0que estao fazendo, ou esse fato escapa tambern a

eles? Estimaremos que estao loucos a esse ponto, estes que alguns

afirmam serem os mais sabios dos homens?

AN. Estao longe de ser loucos, Socrates; muito mais loucos

sao, sim, aqueles dos jovens que lhes dao dinheiro, e, ainda mais

que esses, aqueles que lhes permitem isso, seus parentes; mas b

muito mais que todos, -cloucassao> as cidades que permitem que

eles as adentrem, ao inves de expulsa-los, quer seja urn estrangeiro

quer seja urn cidadao que empreenda fazer tal coisa.

SO. Mas, Anito, sera que algum sofista te fez algum mal? Se-

nao, por que estas tao agressivo contra eles?,._ If ., ,

'7rOtEtV ELTf aUTOS.

~.u. IloTfpov ai , ~"AvvTf, ~Ol /C" 'lC l T {S ' CTET ~V CTOCPtUT 6) V,.. , ff ,,.. _\. \ ...

." Tt OVTooS 'aUTOtS' XI.U\.E'7rOS' ei;

d 5 I,n4(f'r0 T: tind(fT'O R W F d 6 In''(&J'f,,ol secl. Cobet

e I 1rapb . . , /3011 B W: 1 ra pb . ."fj6.. .,.. T F T '4 • • • n o& h J'( & T''' sed.

Hirschig 'r f " ''" BTW: ",IllF e2 fl T'Ol"iiT' ' ' 1rOlO;' .. secl,Cobet e3 ~(& 3>-'11'BT W: 311.'1"p" F e 7 3~B TW :3El-r 'l F III 'Tj BT W: U''1 F e8 ' r"W'I"} B T W: "'(&''..,.'1''Fa::l ",IllBTW f: om. F a4 " ,,,} ante 1"lITous BTW: om. F 01J.r",

TWF: o il T';; Bas ~I"ITOI'.1I W :~''lTfII'''fll BTF a8 .,.0,"01'BT F (et mox b 1\: To/rrOIJS W (et mox b r) b I ",",,>-0"

BTW: 1rO~V ",aA~o.. F ol1rpolT'I,lColI'ru BTW: om. F b a 1r411-

.,.flllI BT W: .,.06TfllII F

 

84 PLATAOM~NON 85

AN. Por Zeus! Jamais ate hoje me aproximei de nenhum de-

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 42/59

AN. OW E p .a . .1 £a iy wy E U VY YE yov a ?Tc.J?TOTE a{ mdv O V OEV (,

ov a' & :v 4 A A O V E&.uaLp.Lr cd v l p.wv ovol va .~n"A ",.. , ~ 1.!t '"~~t.. ?TEtpO~ap Et ?TaVTa7 l' aUt rwv aVup6)V ;

AN. Ka L Eirw Y E o~n 11 A .. " 1!t ' l!t , " '"~~t.. 6)~ O VV av , W otuucan«, E u E t 7 1 ~ T r E p t rovrov rov

T rp&yp .a ro~, E irE nlyaO ov lxu Iv aVr~ EirE cpAavpov , O U, " "1 ' a V T u 7 I ' a c n v a7l'ELpo~ E t 7 1 S ;

AN. r p q O l w ~ ' T O V TO V S y ov v o r a a ot d u t v , Efr' ov v

4 7 1 ' E t p o ~ aVrcdv d p . £ E f u p.~.

~n. MdVTt~ E 1 f u w s , ~ "Avvre 1 7 l 'E L l $ T rW S y E 6 A A w s

o!uO a T OV rWV 7 1'lp£ , It wv aVros A l y E t~ O a vp .d (O tP. ' 4 v.'\' , , , t I: ~ , " , A ...aA l\a yap ot J ro vro vs ~7 I'£. .7 1 rovp.Ev T£VH EtULV, Trap ovs av

M' 1.A. , Jl.." .""d EVWV a~£ ICOP .EVO~ . o X v " p o s YEVOtro-ovrot P . E V yap, E£ uv

{ 3 o V A E t , lurwv 0 1 uocpturaC---&AAa o~ E IC E W O V S d 7 l 'E ~P.LV," "t: (~ " A". , ,,..

K at ro v 7 1'aT p£ K O vT O V uE E ra tP OV E VE PY ET 77 uO V. ." pau as aV T <:J'( ,A' 1 , '\ ' , , ~

7 1'a pa T uas a . ." t IC o p . E V O ~ ~V T oua VT lI 7 1 ' 0 1 \ £ £ T 77 V a pE r'l1 v 7 1v

VVVO ~ E Y W o,~A 6ov rlvotr' & :v & t t O ~ AOyOV .AN. Tt O f allT ~ ov at, lcf>paua~;~n ' A \ \ ' A , , ,,, !t !t L \ , ..~~t.. 1\1\ o v~ P .E V E y W ' f 'P .71vU'UaUKUAOV~TOvrwV ELvat,

E ! 7 I ' 0 V , c lA M rvyxdV W oV ofv A lywv, W ~ at, cpri~' K a~ ruw~ T L, 1.\", !It' 1 '" I ' '" l' "e A EY U S ' . CJ.I\I\a UV u tj ~v r'f' p . p E t avr<:J E 7 1 'E 7 1 'apa T t v aS '

1 AO n ' A 0 71 v a[ WV ' d 7 l ' f ovop.a orou { 3 o V A E t ,•AN. T{ O f l vo~ c lvOpri J?TOVovop .a OELc lKovO 'a t; g,.'f' ya p

av EV TV XlI 'A Orwa{wv rwv K MWV K clyaO wv , o M E l s lurtv &~

oil {3EA rtw aV Tov 7 1 'O t~ O 'E £ ~ 0 1 uoc ptO 'r at , M V 7 I'E P I ( U A ! 1

?TEtOEO'f)at.

~n. IloTEpov O f OVTO t 0 1 I C M O L I C c l y a O o l c l 7 l ' € J TO V

a llT op .dT O U ly lv oV T o T O tO V rO t, T rap ' O V O EV O Sp. aO oV T E~ l$ p. w~

les, e tampouco permitiria que nenhum dos meus <0 fizesse>.

SO. Quer dizer, pelo visto, que es totalmente desprovido de

experiencia com esses homens!

AN. E oxala seja mesmo!

SO. Como entao, 0 bern-aventurado, saberias, a proposito c

dessa questao, se tern em si algo born ou ruim aquilo de que es

totalmente desprovido de experiencia?

AN. E facil, Esses, pelo menos, sei quem eles sao, quer de

fato eu seja desprovido de experiencia com eles, quer nao.

SO. Es talvez adivinho, Anito. Ja que de outra forma espan-

tar-rne-ia como sabes sobre eles, pelo que tu mesmo dizes. Mas

deixemos isso de lado, nao estamos a procura de quem sao aque-

les junto aos quais Menon se tomaria pior se a eles se dirigisse d

- isto e, sejam estes os sofistas, se queres. Mas dize-nos <quem

sao> esses <outros>, e faze urn beneffcio a este amigo teu, de fa-

milia, explicando-lhe a quem, dirigindo-se ele nesta grande cida-

de, tornar-se-ia digno de uma reputacao pela virtude que acabo

de descrever.AN. E por que nao the explicas tu mesmo?

SO. Mas eu disse quem eu acreditava serem mestres dessas

coisas, mas acontece nao estar eu dizendo nada <que faca senti-

do>, pelo que tu dizes; e nisso talvez estejas dizendo algo <que

faz sentido>, Mas tu mesmo, por tua vez, dize-lhe a quais e

atenienses deveria dirigir-se; dize 0 nome de quem quiseres.

Anito afirma que a virtude tern mestres, que sao os proprios ci-

dadiios virtuosos.

c

b 1 0 Kill] I C , " eld Heindorf C : : I I" c W r 9 i F: lelll'roiiB T W otB T W f: tl F C3 ''''flpOS B TW: I1"'fIPO" F C 3 ,4 fr"S;

~4S(",s B T W F: ,1; AN. "H " , ~ ' ~ rchanz C 4 of B T W: oroeFc'6 p.b.,.,s B'T WF: p.J.".,."s B C 8 11r1('fI.,.ovp.n, F (/1rf('fI.,.OVP.f"

f): l ( " T C ) v p . E J I B T: ( " . ,. O V / < l E " W d::l l(f "'~" 01Schanz: t(fTfII(f";'"

of BT W: l".rfll(fll" F d6 1 I 1 I " ' 9 i 0 1 1 BT F: IIlrrov WeI 31,

F: 3~BTWf

AN. E por que e preciso que se ouca 0 nome de urn homem?

Pois encontre ele quem quer que seja dos atenienses, entre os quesao homens de bern - nao ha nenhum que nao 0 fara melhor do

que os sofistas 0 fariam, contanto que ele esteja disposto a acei-

tar 0que eles dizem.

SO. Mas esses homens de bern tornaram-se tais espon-

taneamente? - nao tendo aprendido de ninguem, sendo no

 

86 PLATAO 87ENON

f J. fVTOL r uo v~ a,MUI(ELV orol TE oVTn Tai1ra a awol ol) le entanto capazes de ensinar a outros aquelas coisas que eles nao

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 43/59

93 l lJ.a(}ov;

AN K\ , !l :1t: n 'n , 0 n

• aL TO VTO VStY WY E u~ LW 'lrapa TW V 1 fpO TE PW Vpa ELV,

O VTW V K aAw V I(ciya(}wv ' ~ oil aO Kovul 000£ 1foMol Ka£ ciyafJol, 1 nit ... '\ "It

YEYOVEva , tV T ' [IUE T ' [I ' lrO" ,EL auopes;

~.n. " E/lO LY E, ~ "A vV TE . ka l ELvaL aOKOVULVtV( }& .~E ciya(}ol

Ta 'lrOALTLKa. Kat YEyovivaL In o i I X ~ov ~ ELvaL' c lMa

IJ.w v l(aL a,M UK aAO L aya(}ol Y EyovauLV rijs awwv cipErijs;T OU TO yap fU TLV 'lrEpl OV 0 AOYOS~ IJ .'V T Vy xa VE L ~ v· 0 0 1 ( d

Elulv c iya(}oL ~ p.~ l iV~PES fVOaaf, ova' d YfYovauLV fV T~

b ' l rPOU(}EV, aM' d a La al(T OV fU TW i i p E ~ ' irM a, U I(O 'lrO V P. EV .

TOVrO af UICO' lroVVTES T~E UI(O' lrOVp.EV, a.pa 0 1 & ya (J ol liV ~P ES\n n , ... I , ':1 ,,,,,

lCaLTW V vvv l(aL TW V 'lrponpwv TaVT1}V TTiV apETT iV '7V auTO £

c iy a( }o L ~O "a v ~ 'l rl UT aVTO lCal l i A A ' f l ' lra pa ao Vv aL , ~ 0 0 ' lrapa-

aOT~V TOVr O a vOp c/ >'I r'f l O ~ f ' lrapa>"1}'1rT~v l i M ' f l ' lrap' l i A A O V '

TO i1 r' I UT LV & ' lr aAaL ( 1JTOVP.EVfY~ re I(al Mlvwv. c Z ~ E ow

UI(O'lrf£ fl( TOV u aV TOV AOy OV ' 9 fp .L UT oK >. .ta 0 0 1 ( &yaOov av

c c pa l1 }s l iv ~p a y Ey ov iv aL ;

AN. "EYWYE, 1favTwV yf ,...&ALura.

~.n. O i l / C O V I I lCal ~LMUKaAOV c iya6ov, f r' lrEp TL S liMos rijs• n' ... It Itl _\. " :1'" •a t/T ov a pfT TiS u Lu aU I(U I\ .O s 1 }V , K al(fL VOV fw aL ;

AN. OLJLaL tywy f, E r'lrEp t f3o' l1AETo YE.

~.n. ' A M ' , OrEL, 0 / ' 1 ( av f f30VA~87] l i A X o v s Tt Twas

_ \' :1 ll' '(J .. J ~ It , ~.""U I\ .OVS lCaya l1 o vS ' YEVEU a L, , _. .. .. LUTQ oe 'lrOV TOV VOV TOV

awov; ~ orn a /' TOV cp lJOVE 'i v aw~ Ital I C E 1 f l T T i f J E S 0 1 1 -sapa-It It ' ", A " :1 (}~.! t. , :1' ,.

d u Lu ova L T TiV a pE TT iV 'IV a VT OS ' uya os I IVi T f OVK aK1]l (oaS ' on

9E IJ.LU TO I(A ~~ K AE OcpavT OU T OV V OU l'1r'lrta p.EV f f J , M , a T ociya8ov; l 'l rl JL fVEU y ov v t'lrl T cdV f1 f'1 rWV d p( }o s ~UT1 }I( ~S , I(al

aprenderam? 93

AN. Tambem esses estimo eu que aprenderam dos <seus>

predecessores, que foram tambem homens de bern. Ou nao te pa-

rece que houve muitos homens bons nesta cidade?

Socrates argumenta contra Anito: os bons ndo parecem ser ca-

pazes de ensinar a outrem sua virtude.

SO. A mim, Anito, parece tanto haver por aqui homens bonsem materia de polftica, como ainda ter havido, nao menos do que

ha , Mas sera que foram tambem bons mestres de sua virtude?

Pois e sobre isso que acontece ser nossa discussao: nao se aqui

ha ou nao homens bons, nem se houve no passado, mas sim se a

virtude e coisa que se ensina <e 0 que> ha muito examinamos.

Ao examinarmos isso, estamos examinando 0 seguinte: sera que b

os homens bons, tanto entre os <homens> de agora quanta entre

os <seus> predecessores, souberam transrnitir tambem a outrem

essa virtu de na qual eram bons, ou isso nao pode ser transmitido

de urn para outro hornern, nern recebido por urn de outro? E isso

o que procuramos M tempo, eu e Menon. Examina entao da for-

ma seguinte, a partir do que tu proprio dizes. Nao dirias que

Temistocles foi urn homem born? c

AN. Diria sim, e maisque todos!

SO. Entao, <dirias> que foi tambem urn born mestre, este, se

realmente a lguem foi rnestre de sua virtude?

AN. Creio que sim, se realrnente ele 0quis, pelo menos.

SO. Mas ele nao teria querido, cres, que se tornassem homens

de bern tambern outras pessoas, e sobretudo, penso, seu proprio

filho? Ou cres que ele teve rna vontade contra ele, e

deliberadamente nao the transmitiu a virtude em que ele era dborn? Nao ouviste dizer que Temistocles fez ensinar a seu filho

Cleofanto a ser urn born cavaleiro? Segundo consta, pelo menos,

ele ficava de pe, ereto, em cirna dos cavalos e, de sobre os9 l$J'TfS BT W: t C T O I I ' I " 1 1 i F So I r p . a . # J o I I BT F: IE/pA'oll Wa 8 El B T W : om. F a 9 ob3' tl B T W f: om. F b 4 cl-yg'olB W t f (clpf'r~'" •.• ~ C T I I I I in lacuna textus suppl. f) : 01cl-yafJolT ftob ,,"czpdoT11JI B T W f: ft ** ob3~ Tl)JI F b 5 ,,"czpaA.fJ7rTbllB T W f:o y c \ p aA."... . ,-bll F r u " , BT W f: c L u a Fe.. . 111111 BT W f :

om. F c6 ' lJov).:It(hJII Fe? ,,"ov BT et refingens f: om.

W: quid pro F habuerit incertum d 3 ''''P.fllfll BT W: ' ' ' " ' I " ' "F o p 8 b s B T W : o p 8 ~ s F (sed mox o p e b s d 4)

 

88 PLATAO MENON 89

~ lC ov n ' f V a 7 T O 1 '6 > V f7 T 7 T W V o p 6 o ~ , l C al I D a 7 T O A A a . l C a l 6 a v - cavalos, ereto, atirava a lanca, e muitas outras coisas realmente

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 44/59

e

p . a c r r a . ~ p y a ' E 1 ' O a ~ I C E L V O ~ a lr ro v ~ 7 Ta ,a E - 6 C Ta 1 'O l e a l 1 7 T 0 { . " C T E

C T O C P O V , C T a . a l a a C T l C a A W V a y a 6 6 > v E f X E T O ' ~ m i h "a o il l C a lC l } lC o a~

1 '6 > V 7 T p E C T ~ V T "l p w v;

AN. 'A I e ~ l C o a .

~n 0' ~" , '" "f ,,,' f ,~ " . V IC a V a p a ' t r i V ' ) I E " , V C T lV 1 'O V V ~ O ~ a V To v r r n a C Ta T

li v n~E L v a L l C a l C ~ v .

AN. " I C T w s O V I e l iv .

~n. Tt a E n S a E ; ~ s K A E O q , a v r O S 0 e E Il 'C T T 'O I C A lo v~ a v~ p1.. 6' , ,I,. , J... ' f !_ • , ,, , "Il·a y a o s l e a , C T O " ,O S '" ,E V E T O a 7 T E p 0 1 T a T'T IP a V T O V , 7 J U r J 1 ' O U1.' oil , . . . Q Ia l C f l l C O O S . " V E W T E P O V 7 J 1 T p E C T f J V T "p O V ;

AN. o e a f j T a .

~n. '9A p' o ~ v T a i h " a P .E V o l o p .E 6a ~ 0 - 6 A E C T 6 a , a l r r o v 1 'O V• ,," .Il " "Il ~ ,~ ,I,. , .1 , I, . , -'oil'

a t l T O V v o v 7 Ta w E V C T a L , T JV ue a V T u s C T 0' t ' l a v " v e r0 't ' 0 S ' O v u E J I

' T 6 > V Y E L T O V W V ~ E A T { f I > 1 T o ' ~ C T a l , E f 7 T E P ~ V ' ) I E a ,a alC 1 ' o v ~ a p E ~ ;

AN"I 'A""C T W S f L O . ~L O V .

1:n. O ~ T O S p . E V a ~ e ro , ' T O W V T O S a , M C T l C a A O S a p E ~ ~ , & V\ ,. 'I. ", "f/. ... , ... !h

l C a , (TV o p .o l\ .o y EL S E V 1 'O l S a p l C T T 'O V 1 ' fI > V 1 T p O T E p C d V E L v a " U J \ A O V

a E . a~ e r lC f '/ I cf Jp .E 6 a, 'A p LC T T 'E la ." v T O V A v e rL p ,C ix ov · ~ 1 ' O V T O V

oVx. o J . W A O ' )l E 'i s a ') la 6 ov ' )I E ') Io v lv a L;

AN. " E Y W ' ) IE , 7 T a V T ( r) s a ~ 1 T O V .

~n 0'" \. 'C \ , . " A r~ " . V IC O V J 1 Ka, O V T O S 'T O V V O V 1 'O V a V T O V V CT , p . a X O V ,

g u a P .E v a L aa U lC aA W V E f X ET O , 1 C & . u , n a ' A 67 W a( w v 1 1T ata EV u f,

l i v a p a a E { 3 f A T C w a O IC E L e ro , O T O V O V V 1 TE 7 TO L l 1 IC E V aL ;1 ' O w ~ ' ) l a p

1 T O V l C a l C Tv y y /y o v a s lC al o p l j . s o f O s t c r r w . f l a E ~ O O A E L ,

I If p L I C A / a , m n - w s p . E ') I a A 0 1 T p n r & s e ro c p ov l i v a p a, o T er O ' gn a v o

V f L S 1 6p f' / t f . I I a pa Ao v l C a l a d . v 6 L 7 T 1 T o v ;

AN. " E Y W Y f .

1:.0. Towovs p . I V T o " W S o T u 6a lC a2 u - Q , l 1 T1 T l a s P .E V l a t-

fantasticas realizava, que aquele [sc. Temistocles] fez ensinar-lhe e

<nas quais> 0 fez sabio, todas as que dependiam de bons mestres.

Ou nao ouviste, dos mais velhos, essas coisas?

AN. Ouvi sim.

SO. Logo, ninguem acusaria de ser ruim a natureza de seu fi-

lho.

AN. Talvez nao, e

SO. E que dizer disto aqui: que Cleofanto, filho de

Temfstocles, se tenha tornado homem born e sabio nas coisas

precisamente em que seu pai <0 era> - ja ouviste de alguem,

jovem ou velho?

AN. Certamente nao.

SO. Mas acreditamos de fato que ele quis educar seu filho

nessas coisas <que mencionamos>, ao passo que, no tocante ao

saber em que ele proprio primava, nao quis faze-lo melhor que

seus vizinhos, se realmente fosse coisa que se ensina, a virtude?

AN. Provavelmente nao, por Zeus!

SO. Esta af pois para ti urn mestre de virtude tal que tu mes-mo concordas que esta entre os melhores dos <nossos> predeces-

sores; mas examinemos outro, Aristides, filho de Lisimaco. Ou 94

nao concordas que ele foi born?

AN. Concordo sim, com toda a certeza!

SO. Nao e verdade que tambern ele educou seu filho

Lisimaco mais perfeitamente que qualquer dos atenienses, em

tudo aquilo que dependia de mestres? Mas parece-te que fez dele

urn homem melhor que qualquer outro? <Pergunto-te> porque tu

o freqtientaste, penso, eves como ele e. E, se queres <outro

exemplo», Pericles, urn homem tao magnificamente sabio, sabes b

que criou dois filhos, Paralo e Xantipo?

AN. Sei.

SO. A estes, decididamente, como sabes tambem tu, fez

ensina-los a ser cavaleiros inferiores a nenhum dos atenienses; e

94

b

d 9 n1'IIW lIl"] IIll'lJ.tr",l" de virtute 377c e 3 'TOVT; 'ToiiBW :'TOW' F e 6 !JoVAftT641B T F: !JoVAftT6fW e 7 ob3~., B TW f: ",,3~ F e 10 a,Bulro.Aos 'TOIOV1'OS e I I I r o . l B T W :om . F "Ino" BF: ApinolS TWa 6 BOlrfj'erol TWF :BOlrfj'Sero, B

 

90 PLATAOMENON 91

na rmisica, na luta e no mais, em todas as coisas que dependem~_l: ' ~ \ , 'AO' \ '\ 1. ,u~fV OVuEVOS XELPOVS "1vatwV , Ka t p .ovcnK1JV KaL aywVLQ .V

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 45/59

b 7 !p a ~ 1I8 p(u BT W: /£ v8 pa s ~ pa F 80ICw p.11I TW F: 801C&P.~1I

B b 8 8f BT W f: om. F b 9 .,.ovs B T W F: (all) ,,"ousd. Stallbaum : ~ . , . o v s Vermehren 1 1 3 1 1 1 1 & . , . 0 I l S B W,F: 8 1 1 1 1 Q r o v s TC I 37"1B TW: g . , . 1 6 F c3 . , .b" p.~" B T F: .,.b P.~II W ~a,,8lq.B T W f: ~av8(a" F C 4 , l I 3 r 1 . P I f 1 B F: l o 3 r 1 . p ' l l W: E b o 3 r 1 . p ' l l T1 1 ' 0 1 1 BT W: Y I I I F c 6 t l H : o p B T W f: t l H : 1 J l C o a F C 7 oliTosB TW: 6 . ,. O l O i n - O S F o li BTW F (et mox d2): a T de virtute 378b(probavit Schanz) d3 r a i n - a B T W F: . , . o i n - o de virtute I. c.(probavit Schanz) d 4 cp("OI TW F: om. re vera B d 6 l C a l'I I B TW : 1C1l1F d? l~fllPflll B T W F: I~Elipfll de virtute I.c.

e 2 0 p E ' f ' 1 J BT W: ~ t l p f ' f ' ~ F e 3 ICCUC&S ) 0 . 1 1 " 1 1 BT W: "'''1''''ICCUC~S F

de uma arte, educou-os <de modo que fossem> inferiores a nin-

guem. Mas bons homens, pelo visto, nao os quis fazer? Parece-

me que quis, sim, mas talvez, temo, -dsso» nao seja coisa que se

ensina. E para que nao creias que sao poucos e os mais humildes

dos atenienses que sao impotentes nessa questao, reflete que

Tucidides, por sua vez, criou dois filhos, Melesias e Estefano, e c

educou-os bern em tudo 0mais e, especialmente, lutavam melhor

que qualquer dos atenienses. Assim e que urn deles confiou a

Xantias, outro a Eudoro; e estes, penso, passavam por ser os me-

lhores lutadores de entao - ou nao te lembras disso?

AN. Sim, por ouvir dizer.

SO. E nao e evidente que ele jamais teria feito ensinar a seus

filhos aquelas coisas em que era preciso des pender <dinheiro> d

para fazer ensinar, sem ter feito ensinar-Ihes aquelas em que nao

era preciso gastar nada - fazer homens bons - se isso fosse coi-

sa que se ensina? Mas, dir-se-a, talvez Tucfdides fosse de condi-

~ao humilde e nao fosse a pessoa que mais tivesse amigos, entre

atenienses e aliados? <Ora.> tanto era de uma ilustre familia

quanta era muito poderoso nesta cidade e no resto da Grecia, de

modo que, se a virtude fosse coisa que se ensina, encontraria al-

guem, seja entre compatriotas, seja entre estrangeiros, que se po-

deria esperar que fizesse de seus filhos bons homens, se ele pro-

prio nao tivesse tempo para isso devido aos cuidados com a cida- e

de. Mas deixemos isso de lado, amigo Anito, pois e de temer que

nao seja coisa que se ensina, a virtude.

AN. Socrates, parece-me que levianamente falas mal das pes-

soas. Em realidade, eu te aconselharia, se te dispoes a dar-me ou-

vidos, que tenhas cuid ado. Pois talvez em qualquer outra cidade

tambem e mais facil fazer mal aos homens do que bern, mas

\ ~\\ "~ " , " ,~ \ {K aL T WV \.a f1TaLUfVO'fV 0 0'0 . T fX V" 1S fX ET aL OVufVOS XE pOVS·

, 0' ~!l ,,~ " R " - ~ - ,aya OVS oe apa auopas O VK ffJO Vl\ .fTO 1TO L1JO 'at; uOKW P.EV ,

'R\ 1. \ , ' , , • ~ ~ , " ~, "'{ "EfJ OV I\.E TO , W \J \.a P .1 I O VK T I utualCTov. tv a oe p."1 01\. yovs OtTl

\ , A.. \ I 'AO ' , ~ I 1Kat TO VS ."aV i\.O TaTO VS 1JvatW V auvvaTOVS YEYO VfvaL TO UTO

c TO 1 T pa yp .a , E VOVP .~ B rIT L O T t 0 0V KV OL 01 JS a U Mo VfLS 10pf ' / lw.

M EA 1JO '(a v K a2 l:T E< jla vo v, K a4 TOVrOVS ~1TaWfvO'Ev Td TE 6 1 1 . 1 1 . 0 .

.. \~1 '\\ 'AO' ,,' - 0 'fV K aL 1I:1T W\aLO 'av K al\ .l\.tO 'T a 1]vatW V-T OV P .fV yap t:!.fl.V tq .,,~ ,~, E,~ , .. ~I ,Il, -,

EUWKE, TO V uE vuwP lf' OVTOL oe 1TOV fuOKOVV TW V TOTE

K dA AL O'T a 1 Ta A.a 'E LV -~ O V p .lp .v 1]O 'a L;

AN liE ,-1. YW YE , a lC O Y,

In. OVKOVV a~Aov O T t O VT OS O VK 611 1TOTf, OU p.~v 10ft

d O a1 Ta V6 >p .e vo v O LO dO 'K U V, T aV Ta /L fV EUOa,€ TOUS 1 Ta ~o as T OV S

• h "!So' 'Il' "!So 1_ _ \ ' 1_ e ' >1 ~ n

cvrou, OV oe OVufV EuEL aV lU \w O'avra uya OVS UV IJ p a s 71 'O L1 ]O ' aL ,

TaVTa a 'f O" K EO(O~EV, El OLaaKTOV ~V ; aAA.a yap l<TWS 0n 'l>'1l A.. n • \'. ,- \ - A..!\\OOVKVutU1]S ." aV i\ .O S 1 JV , Kat OVK 1 ]O 'a v a V Tlf 7 1' I\ .E tO 'T O L .,, 1. 1\ .0 '

'AO' \ n I ,. , 1~ • ,

1]vatWV lCaL TW V O 'Vp.p .axwv; KaL OLKtas p.Eyal\.1]S 1] V lCat'Il, '1 h'~ \, n!l ~ \ ' "E \ \ "fuvvaTo p.Eya tV T Tl 71'OI\.Et KaL e» TOtS a l\ l\ .O L S 1 \. I\ .1 ]< T LV ,WO 'T f

E L1 TfP ~ V T OV TO a 'O aK T()V , E'EVPf~V av O O'TLS EP.€AA€V aVTOV

TOUS Vf~S a yaO ovs 71 'O L~ O'E LV , ~ T WV E 1TLX Wp(W V TLS ~ TW V

l: I l' \ '1 '\ r. !So' , n '\ , '\

e I bEVWV, E auros p.1] tUX0l\.al,EV u La T 1J V TT/S 71'Ol\.fWS E7I'L/LEI\Etav.

,\ \ ' I ... h "A ,'. Il !So \ 1_ ,

0 .1 \.1 \.0 .y ap , W e u up e VVT f, /LT / OVK T I u Lu a KTOV U pET 1 J.

AN Y i"\ .... ' e It' Il - n v t ,• .u•.. WKpaTfS, pqutwS P.OL uOICELS KaKWS I\.EyELV av -

O ' , ' , . . . " R \ ' , '0 tvpW1TOVS. EyW p .£v ovv av O'Ot O'VP.tJoVl\ fvO'atp. ' , EL f fi\.ELS

fp.o' 71' f (OEO'OaL, fVAa{3fL<TOaL' W S LO 'W S p.£ v K al ~v /lAA'[I 71'OAEt

 

92PLATAO

MENON 93

nesta aqui, decididamente <e assirn>. E creio que tu mesmo tam- 9S

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 46/59

•LVaL;

M EN. OIU( lxw Aly€W, c : , ~ cfJlC paT f'>. le a2 ya p aV ro ,>

g 7 T £ P 01 7ToUol 7 T l 7 T ov O a ' TOT€ P.EV P.O.L aOICoVCTLV, TOTf a E o V .

e6 ",4" Buttmann: ~4314" B T W F cb8p~0Ilf) dB.""lIloussuprascr. f ~ d B T F: tres litterae perierunt inW a 2 h.,.,.Of

B T F: ~Oll W . a 3 1C4IC'II"Y0pi;', B T W: 1C1I.1"Tf"Yopeill F~2 posterius IC d F ~coDiecerat F. A. Wolf): ~ BT (verbum periit10 W) b6 1"011TWF : om. B b7 dj.WAO-Yfl-r1U BTF:6~0~o-yfi1"1I.1 W . (sed su~rascr. fi W) C 2 I I . v T o i l BTW: l I . v . r bF c3 IIfllfTX"OIIP.f"OJJI B T W f: nl(l"XVrJp.'''''''' F: sec!. NaberC 5 0"3' lpll. ITOI B TW F: o v a ' (1"01suprascr. f c 8 1"61"f (bis)BT W (et mox): Me (bis) F

bern <0> sabes.

SO. Menon, parece-me que Anito esta irritado, e nao me ad-

mira nada! Pois ere que eu, em primeiro lugar, estou denegrindo

esses homens, em segundo lugar, julga que tambem ele e urn de-

les. Mas ele, se algum dia souber 0 que e falar mal, cessara de

irritar-se, agora porem ele 0 ignora. Mas tu, dize-me: nao M tam-

bern em vossa terra homens de bern?MEN. Perfeitamente.

SO. E entao? Dispoem-se eles a oferecer-se a si mesmos b

como professores aos jovens, e concordam que sao mestres e que

a virtude e coisa que se ensina?MEN. Nao, por Zeus, S6crates! Antes, deles ouvirias ora que

e coisa que se ensina, ora que nao e.

SO. Devemos dizer entao que sao mestres nessa materia, esses

que nem sequer concordam sobre esse ponto mesmo?

MEN. Nao me parece, Socrates.

SO. Mas, e esses sofistas, os iinicos precisamente que aprego-

am <isso>, a ti parecem ser mestres de virtude?MEN. Bern, S6crates, de G6rgias, 0 que mais admiro e que c

jamais 0 ouvirias professando isso, mas ri-se mesmo dos outros

quando os ouve professando -cisso», Antes, sim, acredita que e

em falar que e preciso fazer habeis os homens.

SO. Entao, pelo visto, nao te parecem ser mestres <de virtu-

de> os sofistas?

MEN. Nao posso dizer, S6crates. Pois tambem a mim sucede

aquilo precisamente <que sucede> a maioria <dos homens>. Orame parecem <ser>, ora nao,

 

94 MENON 95PLATAO

~.a. oruOa o £ 5rL ov IJ.6vov ao! r e K a ~ r o i s & A A O L S T o i sSO. Mas sabes que nao somente a ti e aos outros polit icos isso

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 47/59

' 7 T O A L T U C O ' STOVrO a O K f ' 1'01'£ p.~v f(VaL aLOaKrOV, TOTl a ' o 1 J ,.1\\' \.0.1 \ '''(\Jl!' " AI

d U J \ J \ a K a , ~fOYVLV rOV '7TOL71T7JVOLUI7 OTt Tavra r a v r a A E Y f L ;

MEN. 'Ev '7TOLOLS'7TfuLv;

~.a. 'Ev T O 'S l A E Y E L O L S , OV A l Y E L -

, 'A A \ > 1 0 \ , n

KaL napa TOLUW '7TLVEKaL tU L E , K a , IJ.ETa TOLULV

t ( E , K al c 1 V O a v f T O tS , ~V I J . E y a A 7 1 MVaIJ.LS.

EUOA6JV P.Ev yap c 1 ' 7 T ' luOAa o L M f f a L ' ~v o ~ KaKO&ULV

1 '\ A \ \ 11 1

UVP.P.Lt:ry[IS, a ' 7 T O I \ . E L S KaL TOV tOVTa VOOV.

0(11 '0' 5n lv rOVTOLS p.~v 6,S OLOaKTOV o V l T 7 1 S riis apEriis A l Y E L ;

MEN. <PawEra( Y E o

~.a. 'Ev e l U O L S 01 y E t3Atyov I J . E T a / 3 & ' s ,-

, ~, .. 1 n - 1 '" 0 ' ~ , ,nU TJV'7TOL71roV, ...,,1]UL, KaL E V ETOV auop: VO'1IJ.a,

\ , "I \ .E Y E t ' 7 T W S O T t -

' 7 T O A A O V S &v P.LUOOVS K a l J L fY & . A ov S lcpfpov

0 1 aVV&'P.EVOL TOVrO '7TOLE&V,K a 1 -

ov '7Tor' &v It ayaOov '7TaTpOS l Y E V T O K aK O S ,

1rH(J6p.EVO~ P.V(JOLUL uaocppouLV. a U " aLQ&.UKWV

" I \ ' ' '10 '10'OV '7TOTE'7TOL1]UELSTOV KaKOV avup u y a OV.

parece ora ser coisa que se ensina ora nao ser, mas, tambern 0

poeta Teognis, sabes que diz as mesmas coisas? d

MEN. Em quais versos?

SO. Nas suas elegias, onde diz:

Bebe e come junto com aqueles

e senta-te com aqueles e agrada aqueles cujo poder e

grande,pois dos bons aprenderas coisas boas, mas se

te mesclares aos maus, perderds are 0bom senso que tens. e

Sabes que nestes versos ele fala da virtude como sendo coisa

que se ensina?

MEN. E evidente sim.

SO. E, em outros versos, mudando urn pouco de perspectiva

diz ele mais ou menos:

Se 0 pensamento fosse algo que pudesse ser produzido e

implantado no homem,

numerosos e imensos saldrios conseguiriam

e

96aqueles capazes de fazer isso, e

jamais umfilho de bompai se tornaria mau

se obedecesse a sabias palavras. Mas, ensinando, 96

jamais [ards um homem mau <tornar-se> bom.

Compreendes que ele, retornando sobre as mesmas coisas, se

contradiz a si mesmo?

MEN. E evidente.

SO. Podes entao mencionar qualquer outra coisa <tal que>

aqueles que afirmam ser mestres dela nao somente nao sao reco-nhecidos como mestres de outros mas tampouco <sao reconheci-

dos> como pessoas que conhecem <essa coisa» e sim como sen-

do ruins sobre aquela coisa mesma da qual afirmam ser mestres, b

ao passo que outros, que sao reconhecidos eles mesmos como

sendo homens de bern, ora afirmam que isso se ensina, ora que

nao? Pessoas tao confusas acerca do que quer que seja, afirmari-

as a rigor que disso sao mestres?

b

i V V O E & S O T t a V r o s avrtf '7TaALV ' 7 T E p l T6JV aVT6JV TavavTLa

A l Y E L ;

MEN. <l>aLVETaL.

~n"E .., A ll\~ • AI...~£. X E L S OVV EL'7TELVU I \ . I \ . 0 1 J OTOVOVV ' 7 T p U Y f L « T O S , OV OL

p.~v cp&'UKOVTES OLMUKaAOL EWaL OVX 5 ' 7 T W S e l A A W V OLoaUKaAOL

e \ A .1 \ \ ' ,~, , \ " 0 ' \ \ ' \op.Ol\.oYOVVTaL, Uo I \ . I \ . OVuE avroL enurraa aL, al\. l\. a '7TOV'1POL. . \ ' \ A 'A . . n - ~ ~ , \ . .uvaL 1rEpL avro TOvrO TO '7TpaYfL« OV ..."aUL ULuaUKal\.OL ELVaL,

e ~, • \ I , \ _\ \ , 0 \ , I n -OL UE OJJ.OAOYOVJJ.EVOLaVTOL KW\.OL K a y a OL TOTE IJ.tV ... "aULV

, \ ~~ \.. ,~" \.... I

avro uLuaKTOV ELVaL, Ton UE OV; TOVS OVV OVTWTETapaYIJ.EVOVS

" A n - ' . . , , ~ ~ ' \ . . .'7TEpLOTOVOVV ..."aL1]S av lTV KVPLWS ULUaUKaAOV) ' ELVaL;

d 3 o~TWF: . o i t B d 4 prius TOW"" BT W: TICTI F (suprascr.

01 f\ d 6 11l3d~~ClIB T F: 313~fTCU W . 1e1lK0«TlII B: IeCIICOWI

T W: IeCIICOIs F e I tTVI'J.l.I~s ex fl'l.dryllf fecit F: C1'V1'1"I'jiJ

B T W e 9 1l'{IIfTO B T W F a 6 v " A O V B T F: om. W,

 

96 PLATAO MENON 97

MEN. MaAt' olll( l ywy€. MEN. Por Zeus, eu nao!

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 48/59

d

~n 0' ~ l ' • A. \ , e \ _1t. \~,u.. VK OVV e P ..,.,T€ O£ CT o.. ,, '0 7a £ p .. ,. ,U OL a llT O , KW \. O£

KayaOol ovu~O tMCTKa ), O( € lC T t ro v 7 rp ay p. aT o~ , oijAov O T t OVK

av IDo£ y€;

MEN. O v P .O t OOK€ '.

c ~n. El 01 y€ p.~ oLa&CTKaAOt , OVO€ P.a011Ta (;

MEN. 60KE' P.O£ lXHv W~A/YH~.

~n. ' nP.OAOYl lKap.Ev 01 y€, 7 rp a )· p. a' ;' o~ o v P . ~T f a to o .CTKaAO t

p.~ u p.aO IJ Ta l € LE V, T OV TO P.110E o Lo aK T ov E L va L;

MEN. ' nP.OAOYl lKap.€v.

~n . OVKOVV apE77j~o vo ap .o v c pa (v ov ra L a tO t1 .C T Ka AO t;

MEN. "EuTt TavTa.

~n.. El 0 , yE p.~ o£oa.CTKaAoL,O l lOE p.a01JTa(;

MEN. c fla {v E Ta t OVTW~ .~I\ 'A ,,, ,... " !< !< ,~.1~. pE T7J a pa O VK av H ' Y J UwaKTOV;

MEN 0,,, r' ( J ~ , ~ , , ( J . ,• VK EOLKEV, E 7 r€P op W~ " " P.HS ECTKEP. P. E a. W07E

\ (J I,.. t' "i' ~ I " 't' l \ }_ 0 \K aL a vp.a ~w U 7J ,W ~ wlC paT fS , 7rO T€ PO V7rOTf OV u E CTtVaya O£" I > "" + - " , ~ , ~'(J~a VU pE ~, .,., n~ av EL7J T p07rO~ T7J~ yEVECTEW~ TWV aya wv,y tYVOP.fVW V.

~n. KtVOVVEVOP.EV,C 1 Mlvwv, lyw TE Ka l c r V c pa vA o ( T LVES

.. "t \' r ' " ~ 1>'EtVat ouope», Ka £ C TE T E opy£a~ oV X £/(avw ~ 7rf7ra£uEvKfVat

\,'II ' I> \ ~ 1t. \.. '\ ~Ka t EjJ.E pOU£KO~ . 7 ra VTO~ p .a l\ l\ ov OVV 7 T poCTEKTEOVOV VOVVC',.. , ~ " I:. I PI C:,.. I " 't:I . \ '1Jp .tVaVTOL~, KaL ' /, T IT1JTEOVCTTt~ .,.,p.a~ tVt yE T ~ T p0 7r ~ , ... EI \T LOV ~

e ~ 7 rO t ~CTEL ' A £ yw O f Tailra a7rof3A""a~ 7rP O~ n,v & pn (~ T1JfT tV ,• ,~ "\ 0 "1 " , , , IW~ 11J.UlS El\a eu KaTaYEl \a07WS on ov P.OVOV E7rtfTT7JP.7JSe , , 0'" \.,.., 0 ' , ,""YOVP.EV1JS op W~ re KaL €V TOtS av P W7rO LS 7 rpaTT tra£ ra

, ?.. \tA.'·~ \ " {; ,7 rp ay p.a ra , II L CTWSK at U La .." EV YH 7JI-'"S TO yvwva£ T va 7rOTE

T P0 7rO V y (y vo vra £ ot ay a(J ol (fV Op E~ .

MEN. ITws TOVrO AEYELS, C 1 ~wKpaTES;

b 6 d BF: 0 1 W: om. T c 4 p1l3~Bekker: p.f,., . . B T W: p~ Fd 8 hi 'Y~ BT W: f il ' Yf F e 2 KIl1"Cl')'fA&crrCIIS B T W r: I(II1"CI

-yb..lfI'1"oS F e3 7 r yo v pi ll 71 s l Jp ews 1". BT W : ? 'p8ws ;YYov l 'i l l7 1 s F(cJp8ws 1"f /ryovplll71s f) tilB T F: III W e 4 !lMadvig: ~B T W F 3UI,f.",fl F (coniecerat Madvig): 31111>f""£I;B T W

SO. E se nem os sofistas nem os que sao, eles pr6prios, ho-

mens de bern sao mestres dessa materia, nao e evidente que nao

haven! outros?

MEN. Parece-me que nao.

SO. E se nao ha mestres, tampouco ha alunos? c

MEN. Parece-me que e como dizes.

SO. Mas concordamos que uma coisa da qual nao houvesse

nem mestres nem alunos, essa coisa tampouco seria coisa que se

ensina?

MEN. Concordamos.

SO. E mestres de virtude em lugar nenhum estao aparecendo,

nao e verdade?

MEN. E assim.

SO. E se nao ha mestres, tampouco ha alunos?

MEN. E evidente que e assim.

SO. Logo, a virtude nao seria coisa que se ensina?

MEN. Parece que nao, se realmente n6s examinamos correta- d

mente. De modo que tam bern me pergunto precisamente,S6crates, se afinal nem sequer ha homens bons, ou, se ha os

bons, qual seria a maneira de tomar-se <tab.

Socrates se retrata sobre a afirmaciio de que so a ciencia pode

dirigir a aciio correta. A opinii io correta tambem 0faz; logo,

talvez a virtude seja opiniiio correta, niio ciencia.

SO. Ha 0 risco, Menon, de que sejamos, eu e tu, homens me-

diocres, e de que a ti G6rgias nao tenha educado suficientemente,

nem Pr6dico a mim. Assim sendo, mais que tudo e preciso pres-

tar atencao a n6s mesmos, e procurar quem nos fara melhores, de

uma maneira ou de outra. E digo essas coisas, considerando a epesquisa de ainda agora - como nos escapou de maneira ridfcula

que, nao somente se a ciencia guiar, os homens fazem suas acoes

bern e corretamente; por onde provavelmente nos escapou tam-

bern 0 saber de que maneira afinal se tornam <bons> os homens

bons.

MEN. Que queres dizer com isso, S6crates?

 

98PLATAO

MENON 99

~ . n . " . n O £ '&n J LE VT O V ~ a y a8 0v ~ & v o pa ~ ~ E 'c p d ' J LO v ~ E W aL ,, 8 ~ c 1> ' ~ '''' 'fL. Jh", .l'

so . 0 seguinte. Que, por um lado, realmente e preciso que

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 49/59

97 O p C I I~ C I IJ L 0 A . 0 Y T I lC a J L E V O V ' T O y E on 01l1C WI W\J\CI)~ X O " ' 1 y a p i

MEN. Nat.

~ . n . K a t O T t y E ~ c p l ~ L J L O ' l U O V T aL , ~ V & p 8C ,~ ~ J L 'V ~ y C , V T a ,

T W V 7 rp aY J L aT W V , lC a l T O i1 rO 7 rO V IC M C ,~ ~ J L O ~ o y oV J L E vi

MEN. Nal.

~ . n . "On 0' c W l C l u n v o p 8 w ~ ~ YE L u 8 a L , E a v J L ~ C p P O V L J L O S.l ~ !l , 1 "8~ c 1> ,

[I' T O V ' T O V I I- 0 LO ' t U J L E V O V I C o p C I I ~ W J L 0 A . 0 Y T I I C O U W .MEN. I I C , s a~ [ o p 8 w s ] ~ l Y E L s ; .

m. ' E y ~ E p C , . (d) d o ~ s r l j v o a ~ v T ~ J V d ~ A & p L u a v ~

0 7 r O L / 3 o V ~ E L & U O U E / 3 ao '( o £ lC a l I D o , s ~ y O LT O . ~ ~ o T L & p 8 C ,si- \ 1. ~

a v lC a , €V Y J Y O L T O i

MEN. n a v v Y E o

b ~ . n . Tt 0' E f ns o p 8w s J LE v o o t'& ( w v +ins E U T lv ~ l1Ms.

; ~ Y J ~ v 8 ~ s O E J L ~ p : ' 1 0 ' E 7 r L U T a p . E v o s , 0 " l C a l O ~ TO S l t v & p 8 w ~

~ y O L T O i

MEN. n a v v Y E o

~ . n . . K a l E W S y ' & v 7 r - O V d p 8~ v M t'a v ' x . " , 7 r E p l ~ v 0 t T E P O S, , '!:' Ie, I " '.11> . ~E 7 T L U T 1 ] J L " 1 V ,V u E V X E ' fX U V " 1y E J LW V U T aL . O L O P . E V O SP . E V U J \ . f '/ V ' I.

< / > P O V W VO E J L ~ , T O V T o i 1 rO < /> P O V O V V TO ~ .

MEN. O V O E V y a p .

~ . n . A o t 'a & p a ~ f ' / ~ s 7 r p a S & p 8 0 T f 1 T a 7 r p a [ E w s O V O E V

, • '.I.' \ ~11 " !:'X E L P W V n ,y EP .W V ' t ' p O V f1 U EW ~ ' lC a L r o u r o t U T L V ° v v v u f ' / 7 r a p E -

~ E [ 7 rO J L E V E V r p7 r Ep l r i j ~ a p Er i j s u lC l" ' n 0 7 rO L O VT£ E f f' / . A i Y O V T E S

c o n c p pO V Y JU L ~ P .O V O V ~ Y EL Ta L T O V o p8 ws 7 rp & 'T TE LV ' T O O f 4 p a

lC a l M t' a ~ v ~ f ' / ~ s .

os homens bons sejam proveitosos, que nao poderia ser diferen-

te, nisso pelo menos concordamos corretamente, nao e assim? 97

MEN. Sim.

SO. E que serao proveitosos se guiarem corretamente nossos

assuntos, sobre isso, penso, estavamos certos em concordar?

MEN. Sim.

SO. Mas que, por ouro lado, nao e possfvel guiar corretamen-te se <aquele que guia> nao for ciente, nisso temos a aparencia

de nao estarmos certos em concordar.

MEN. Que queres dizer?

SO. Direi. Se alguem que sabe 0 caminho para Larissa, ou

para onde quer que queiras, para la partisse e guiasse outros, nao

os estaria guiando bem e corretamente?

MEN. Perfeitamente.

SO. Mas se alguem, tendo uma opiniao correta sobre qual e 0 b

caminho, mas jamais 0 tendo percorrido nem tendo dele a cien-

cia, <partisse e guiasse outros>, este tambem nao guiaria correta-

mente?MEN. Perfeitamente.

SO. E, penso, pelo menos enquanto tiver a opiniao correta

sobre as coisas de que 0 outro tem a ciencia, acreditando com

verdade embora nao comprendendo, nao sera em nada um guia

inferior aquele que compreende isso.

MEN. Em nada, com efeito.

SO. Logo, a opiniao verdadeira, em relacao a correcao da

a~ao, nao e em nada um guia inferior a compreensao. E isso e 0que agora mesmo negligenciamos no exame sobre que tipo de

coisa era a virtude, dizendo que somente a compreensao dirige 0

agir corretamente, ao passo que, vejo agora, tambem a opiniao c

verdadeira era <assim>.a I &l'oAayI,lta.p.~II BTW f: &l'oAooy~tlt1.p.~" F a 4 ' p .t J A o o y o ~ / J . f ll

B T W: " p . o A O O Y O U l ' f " F a 8 I I p S ; ; ' s B T W f: I l U o r o u F: secl,

Schanz: fort. II~ "TOV.rO a 9 d dallls scripsi: "TIS .lallls BT ((quid pro .,." pro F habuerit incertum): "'IS a' d5.s W: ef.,.IS da.sVen. 189 Adpltllllf T W F: AJpltlll B bI . , . e 5' Ifr.,.1S BT W f:.,.1 .,.IS F b 2 bBTW f:om. F b 3 V y O i T O BTWf:Vyfi"TO Fb 5 .4IIS 'Y' BT W f: .,.;;, b 7 . , . o v . r o B T W f: om. F b 10 1rGpI-

A . C W ' 0 fUII BT F: W ' G p f A C W ' o l '. " W 0 1 . , . ~ U B T W r: .,.43.n Fe III llA~s TW F: llA"els B

 

100 PLATAO MENON 101

M )!;N . -)!;O Ll Cfy~.

~.n. ~a€V 4pa ~TTOV 6>cpl,\,p.ov E c r n v op6~ ao,a E 1 I ' L -

MEN. Parece pelo menos.

SO. Logo, em nada a opiniao correta e menos proveitosa do

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 50/59

,C T ' t 1 ] P . 1 ] f ; .

MEN T' l' ~-! ......",•• O<Tovr<:>y~, 00 ..wlCpaTfS, o n 0 P.EV T1JV£7rLeTT1]P.YJV

lxoov a £ l ~v E 7 r L T V ) ' X a V O L , d a E rT]v opO~ v O &,av 1 ' O T E p.£v av

, ' > . Ilt' "TVYXavo" TOTt u OV .

~.a. I T w f ; A i Y E L S i d a d lxoov opO~v oo,av olJlc a E t au

TVy x& 'VOL, E oo tT 7rEP o pOa a o , a ( o , ;MEN: 'A va ylC 1J P .O L cpa wE TQ L' & ) O " T E O av,."a(oo, ~ l : w -

, "!I !f Ilt' \' ,d I Cp aTEf ;, 1 'OVTOV OVToof ; t : X O V T O S , UTL U 1 ] ' lTOTE ' lTOI\ .V 1 'Lp.LooTEpa

~ E 'l TL ~P .Y J tis opO~s M!1Js, lCal a L ' o n TO p.£v (TEpoV, TO a €

t TEPOV E<TTLVawwv .

~{"l O~ ( J .. lit'" 0 ' ~ ..." ".w~£. LeT a OVV uL on avp.a~ELs, 1 ] EyW tTOL EL ' lTW;

MEN. ITavv y' E 1 7 r l .~{"l"0 ~ A IItl\ " \ ' , \.w~£. n' O L S u aL u~OV a ya l\ .p .a tT LV OV ' lT pO <T Et T) (1 ]K .a ST oV

VOUV· tt To oS a € oIJa' le TTW 7rap' vp.'iv.

MEN. I T p o s T{ a E a ~ 1'OVTO A l Y E L s ;

~.n. "On lCal TauTa, Eav P.EV p.~ a E a E p . / v a V , a 7 r O a W p a t T K E t\ lit ,,, lit' lit lit , ,

Ka , upa7rETEVEL, Eav oe ceoquua, ' lTapap.EVEL.

e MEN. T( ouv a~ ;l : . n . Twv E lC dv ov 7 rO L1 ], ." aT oo V ' \f .A Vp ./ VOV p .£ v E K~ tT Oa L o u

7 r o U ~ S TLV~ 4"ov EeTT' T L P . ~ s , t 1J tT7 fEP apa' IT lT1 ]v 4vOpoo 'lTov,... 'lit lit l lit' \ \ ~ J ! t "

--av yap 7rapap.EVEI.--uEoEP.t:VOV oe 7rOI\I\.OV ~LOV' :ravv yap

_......" l' ,{.. ~\' \ICUI\a 1'a Epya teTTW. 7rpos r OVV v'l I\.Eyoo TO JTa; 'lTpO S

TaoS'M,as Tas a,\."O£'is. lCaL yap at O&,aL at 4 . \ 1 , Bf'is, OtTOV''t! I , _\"" \.,

P.EV aV xpovov 7rapap.EVoo<TLV , IC UI\.O V TO X PTJp.a lC aL 'lTav'!"

98 ayaOa fpy&'(ovTaL' 7ro'\vv a E xpovov OUIC ;Ol.\oV<TL 7rapa-

p.lvEw, 4 A A . a apa7rfTEVOVtTLV f lC ~s ' i r o X i j f ; TOU a vOp c!mo v,

que a ciencia,

MEN. <E menos proveitosa> nesta medida, pelo menos,

S6crates: que aquele que tern a ciencia sempre sera bern sucedi-

do, ao passo que aquele <que tern> a opiniao correta as vezes

acertara, as vezes nao.

SO. Que queres dizer com isso? Aquele que sempre tern a

opiniao correta nao acertara sempre, por tanto tempo quanta tiver

opinioes corretas?

MEN. Necessariamente, e evidente. De modo que me perguntoespantado, S6crates, sendo isso assim, por que afinal a ciencia e d

muito mais valorizada do que a opiniao correta e em que uma ediferente da outra.

Diferenca entre opiniiio correta e ciencia.

c 6 TOrT06-r", BT W f: TOrTOVrO F c 8 TO'r~ _ •• C 9 3 & ~ C U I om.W C9 AEl&v F: ald B: Ad T W d I 31,won B T Vl f: om. F,d4 8a.vp. .J . (m F: 8a.up.a(ols B T W d 7 "OUII T \V F: 1 1 &01 1 Bd 9 P.~II B T W f: om. F d 10 3~ B T W: om. F e 2 P.~II

B T W f : om. F e 3 inter " l " 1 I , b r et ~IOV lacuna sex fere Iitterarumin F e 5 1 tM.4 B T F; 1 tM.~S W e 7 ... Ivr' a-ya.64 W: .".&JlTa.

Wya.94 Stobaeus : waJITa. T c l . ' y a . 6 a B T F a I lP"Yo. (OVTa.1 B T W F ;1 l 1 r. P "Y & ( o V T a i Stobaeus

SO. Sabes por que te espantas, ou devo dizer-te?

MEN. Dize, decididamente!

SO. Porque nao prestaste atencao as estatuas de Dedalo: Mas

provavelmente nem as ha em vossa terra.

MEN. Mas a prop6sito de que dizes isso?

SO. Porque tambern elas, se nao forem encadeadas,

escapolem e fogem, ao passo que, se encadeadas, permanecem

<no lugar>.

MEN. E entao? e

SO. Possuir uma das obras desse <escultor>, que seja solta,

nao vale grande coisa, como <possuir> urn escravo fujao; com

efeito, ela nao permanece no lugar. Encadeada porem vale muito,

pois muito belas sao as obras. Mas a que prop6sito digo essas

coisas? A prop6sito das opini6es que sao verdadeiras. Pois tam-bern as opinioes que sao verdadeiras, por tanto tempo quanta

permanecam, sao uma bela coisa e produzem todos os bens. S6 98

que nao se disp6em a ficar muito tempo, mas fogem da alma do

 

102 PLATAOMENON 103

lf Je TT f O V 1I '0Mov 4fUlL €leTLV, lw s liv TLS a w a s ~ 7 i C T t 1 a " ' L a S\ " "~,,,... M' ." 1_., c

homem, de modo que nao sao de muito valor, ate que alguem as

encadeie por urn calculo de causa. E isso, amigo Menon, e a re-

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 51/59

" -0 YL eT P. 'f >. T OV TO u f e T T V, W fV WV fT aL pf, ( Ula JU 'l1 ULS , C l t S

iv T O t S l I 'pOfTOfV ~p.W WP.oAOY'l 'raL. E l I ' f L 3 a v 3 E a f O c i l u L V ,

l I 'PWTOV , . , . EV E lI 'L CTTf jp .a ' Y {YVOVTaL. 1 1l 'f LT a , ., .o vl f'O' · l C a l a la

TaVTa a ~ n ,. , . L W T f po V f ll 'L O '1 1 j" " T ]c 3 p~ s a & f T J s EeTTlv, lCa13Lacf> lp fL

O f U " "~ E 7 rU T T Y j P .T ]pOfis a & f T J s .

MEN. N~ T OV ~ la, 6, UKp4TU, 10LKfv TOuM-<tTLVC•

b ~.n. Ka~ ",,~v leal E y w W S 01}1( f l a w s A l y w , auG. d K d C C l t V '

o n 01 EeTTW TL illOLOV c3pO~ Mfa Kal f 7 r L C J ' T l j P . T ] .oll l I ' c : t v v

,.,.OL O O K c i I TOVTO f lK aC fL v, Q . A A . ' f f 7 i f P TL Wo 'P aC T]v a v

flalvaL-<3A{ya 0' a v c f> a{ T] v~ v a ' ovv leaL TOVTO E l C f C V C l t V

OflT]v av ~v o1&a.

MEN. Ka l d p O C ,s Y f , t iJ ~WlepaTfS, A I Y f L s ."i:'rl T' t.' 't. , '()" .. -, \ ()' ~'t· I.. ~ " '. L o e ; rooe OVK op w s , on al\T] T ] S u o ~ a f l Y O V " " VT ]

T O lp yo v lK aC TT 7]S r i j s l I 'P c i f f w S 0 0 3 E V XfLPOV 4 1 1 'f p y aC f r a L ~, ,UriCTT7J. T ];

MEN. K a l TOVTO a O K f L S P.OL d.A'1~ A I Y f w ."i:'rl O't."I. II , ~ ~'I:' I " _,_~.

c .. ~"'. V U t V apa 0PV'I u o ~ a f ll 'L C T T 7 J P . T ] SfLpOV o v u f flTTOV

6 > c f > f A { " " T ]teTTaL d s Ta s l I ' p c 1 f f L s , O ~ O E ~p 6 lxwv op~vt. '1: ... , ,uo~av T ] 0 f7iLCTT7JP.TJV.

MEN. "EeTTL ra iITa.

l:!l. K a l ",,~v 0 y f &yaOos a . v T , p ~ c f > I A ' '' '' o s ~ , . , . w w p . o -AOYT/TaL f t V a , .

MEN. NaC.

~.n. ' E 7 r u o ~ TOWVV o ll , ., .o vo v a ,' E lI '~ , . , . . r J V & y a 6 0 1 & V & p f S.... \' ".,\ ""\ " .. 1~~ ,~,av fLfV K a, 6).."fI\LP .O L TaLS 1 I '0 I \f f T 'V , f L l I ' fP fLfV, W \l\a KaL v L

, ~ t. 't ' t."I.'t. , "., I 1 \ ..., 0 'o pv'IV u o{ ,'av , T OV TO LV vt: O VU fT fp OV .." VU fL t:e TT LV T O L S all pw -

miniscencia, como foi acordado entre nos nas coisas <ditas> an-

teriormente. E quando sao encadeadas, em primeiro lugar, tor-

nam-se ciencias, em segundo lugar, estaveis, E e por isso que a

ciencia e de mais valor que a opiniao correta, e e pelo encadea-

mento que a ciencia difere da opiniao correta.

MEN. Por Zeus, Socrates, isso semelha a algo assim!

SO. E no entanto tambem eu falo como quem nao sabe, e sim b

como quem conjectura. Mas que a opiniao correta e algo de tipo

diferente da ciencia, certamente nao me parece que conjecture;

antes, se ha uma coisa que eu afirmaria saber - e sao poucas as

que afirmaria <saber> - uma, de qualquer forma, esta justamen-

te, eu colocaria entre as coisas que eu sei.

MEN. E dizes isso corretamente, Socrates.

SO. E nao <digo> corretamente isto: que, quando a opiniao

verdadeira guia, ela realiza 0 trabalho de cada a~ao de maneira

nada inferior a ciencia?

MEN. Tambem quanto a isso parece-rne que dizes a verdade.SO. Logo, a opiniao correta nao sera em nada inferior a cien- c

cia nem menos proveitosa em vista das <nossas> acoes, e

tampouco urn homem que tern opiniao correta, inferior ao que

tern ciencia ou menos proveitoso que ele.

MEN. Assim e.

Recapitulaciio: a) 0 homem e virtuoso por ciencia ou por opi-nido correta, nenhuma das quais e "por natureza ". Logo 0

homem ndo e virtuoso por natureza.

a 4 A.vyIlT,u; BT W: A . O " f ' t T l ' c , , , F iF: om. BTWa 6 "".,.,.0"BT F: "pC,T(l.1 W a '1 o~, a&~,!s BT W Stobaeus: B e S t ' ! ,op8ijr F I tTT( , , ) BTWf: om. F b a ~ "tin F: "tin BTW

b 4 ' l"oVro llC~(J1f1lJ1 BT W: I I C E i " o F b 5 b:" B T W f: :" a" Fb '1 T&3~ B T W f: 33. F C:3 ~p Hirschig: c\~p B T W Fc 5 ' : 'I 'O;\&yqT CU BT W f: ':'~O;\O')r.;'oro F C '1 "( I . ( B T F: om.WC 8 . " ' ) ' 4 1 1 0 1 b3pu BT W: cb3pbs & i . , ,4 B o u F C 9 ~ A I J . L O I BT W:; " t f > 'A I J . L O J I F

SO. Por outro lado, foi acordado entre nos que 0 homem born

e proveitoso.MEN. Sim.

SO. Assim pois, ja que nao somente por conta da ciencia seri-

am os homens bons e proveitosos para as cidades, se realmente

os ha, mas tambem por conta da opiniao correta, e se nenhuma

dessas duas pertence aos homens por natureza, nem ciencia nem

 

104 PLATAO

d " I T O 'S , ow£ f"ITUTn1P.'1 oVT£ a o,a a A'1 0* , Tow' E"IT£KTTfra-r,

( 50K£ ' 0 "0 ' ¢ U o " E L o - rrO rf .POVOVVawo ,v £ lva t;

MENON 105

opiniao verdadeira - ou parece-te que qualquer das duas seja d

por natureza?

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 52/59

MEN. OUKp.o,YE.

m. OVKOVV f " I T n O ~ oV ¢uO"f .t , O U f 0 1 aya8 01 ¢ uO "£&

E l£v l 1v .

MEN. O u (5~ra.

In. 'E;HO~O( E o ll ¢ uO "f. t, fO "K 07 TOVP .£ Vo ,u ra ro Vro

E l (5waKrov faT'V.MEN. Nat.

In. O llKOVV a Lo aK ro v la of£ v E lv aL , d¢POV7JO "LS aPEnI ;

MEN. Nat.

In. K a v E r y £ a LO aK rO V E r ' 1 , ¢POV7JO "LSv E lva ,;

MEN. IIavv Y E .

e ~ n . Kal El p . ( v Y£ oLO clO"K aAO ,E l E V , owaKrov ~v ElvaL,

p.~ ovrwv O f o ll l 3t oaK rov ;

MEN. O~Tc.o.~n 'A\,' , < \ I ,... , ~~~ ,

~ . l . " ' . .nJV\.a p.'1V wp.ol\.oyTI/Cap.EVP O ' 1 E lvat avrov uw aO "K a-

AOVS;

MEN. " Ea TL ra Vra .

~n. <nP .OAOy rll Cap .E vl 1p a p .~Tf. a L (5 aKr ov a ll ro p .~Tf . c p p & -.. .

V'1O" 'V ELvaL;

MEN. IJavv Yf.

~ n . ' A A A a p .~v l r. yaOov y f alJro d P . O A o y o V P . E V e1Vo.L;

MEN. Nat.

In. 'n¢lA,p.ov O f K al a ya Oo v E lv a, ro d pO ws ~ y0 6P .fV OV ;

MEN. IJavv y f .

99 In. 'Op(Jws at y f ~YE,0"6a, Mo ovra raVra p.ova, Mfavre c l A ' 1 6 ~ Ka l f "I TLaT~P .' 1V ,a l xwv l1v6pc .o " ITosdp (Jws ~Y f, raL -

d I otW' l'lrtJc.r'fIT" B T W f: E'lri"'"ITlIl F: sed. Cornarius: IS"", ' l ' l ri -""'fIT" Apelt d 2 /nronpol'oii" B T F: 6'1r6npoJf W (sed suprascr.o~,,) " I I ' r O ' " BTWf: cWr~" F d, 'Ye BTW: om.F d 10 el] ; , suprascr. F ;,] d, ;, suprascr. F d 12 ICbB W F: I f f I l (compendio) T e, ,,{,orbBI T W et post f / > p 6 -

""0'11' transp. F (sed 11in ras. f): ullTb"B e 10 elJfIll BT W:om. F

MEN. Nao, a mim nao.

SO. E ja que elas nao sao por natureza, tampouco os bons se-

riam -cbons» por natureza, nao 6?

MEN. Certamente nao.

SO. Mas ja que nao 6 por natureza, examinamos em seguida

se 6 coisa que se ensina <a virtude>.

MEN. Sim.

b) se a virtude fosse ciencia. seria coisa que se ensina; mas,

se fosse coisa que se ensina, haver ia mestres que a ensinas-

sem; como parece que nii.o os ha, a virtude parece nii.o ser

ciencia.

SO. E pareceu-nos ser coisa que se ensina, se fosse compre-

ensao, a virtude, nao 6?

MEN. Sim.

SO. E que se fosse coisa que se ensina seria uma com-

preensao?

MEN. Perfeitamente.SO. E que se houvesse mestres <dela> seria coisa que se ensi- e

na e, nao os havendo, nao seria coisa que se ensina?

MEN. Assim 6.

SO. Entretanto, concordamos que nao M mestres disso?

MEN. Isso mesmo.

SO. Logo, concordamos que ela nao 6 nem coisa que se ensi-

na nem uma compreensao.

MEN. Perfeitamente.

c) mas a virtude e um bem; como so ht i duas coisas capazes de

guiar 0 homem corretamente - a ciencia e a opiniii.o verdadei-

ra - se a virtude niio e ciencia, e umafeliz opiniii.o.

SO. Entretanto, concordamos que ela 6 urn bern.

MEN. Sim.

SO. E que 6 uma coisa proveitosa e boa aquilo que nos guia

corretamente?

MEN. Perfeitamente.

SO. Mas -cconcordamos» que, corretamente, somente estas 99

coisas, que sao duas, nos guiam, a opiniao verdadeira e a ciencia,

as quais, tendo, 0 homem guia corretamente. Com efeito, asI )

 

106 PLATAO

rd yap c i1 ro " 'X f I~ r'vo ~ op tJ(,;~ Y LyvO ,...fV a. O VK avl1(XA>7rLvp

Wf, .. .aV (q . Y (YV fTa .~ v a f I 1v fJPW7rO~ ~YE" " r: ,V l aTW 1 7 r 2 ro

r.

MENON 107

coisas que ocorrem corretamente par obra de urn acaso nso ocor-

rem pelo guiar humano -mas no caso das coisas em que 0 ho -

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 53/59

•8' !l, ~ !lI~ .1\ 8' \ 1 ,op OV, u V O ra.vra., u o{ ; a . W \ f I . , , ~ Ka.L ~7rLaTfI , .. . .q.

MEN. ~OKf~,...aL ofrw.

m. ~lCoiW 1 7 r n 3 ~ ov a , a a . l C r o v EaTLV, o v a ' 17r,a-n1,...fI a~lr' y(yvfra.L ~ dpfn1i

MEN. os q,a.(vEra.L.

b ~.a. ~vo'v I1pa. O IlrO tv aya.80w 1 C a . 2 & ' C PE A { , .. .a W ro , . . . E vE T E PO V c l7 rO A E A W a .L , l C a. l OVIC a v f ' f I E V 7 r O A L r L lC p 7 r p & ,n, , C ' ,

E 7 r L C T T ' T / " " " , " Y E , . . . W V .

MEN. Ov Jl.OL a O l C f ~ .

~.a. O VIC I1pa . u oq,{q . T Lvl O V 3 f u o c p o l O v r f ~ o t rOLoVroL

I1vapf~ ~ y o i J v r o ra.'~ 7 rO A E U L V , 0 1 c l, . . . c pl 0 f, . . . L a T O M Ea . T E 1 Ca .'

o ~ ~ 4prL ...Avwos ; S aE l A E Y E v ' aL " 3 ~ 1 C a . 1 O VX o ro l T E I 1 A A ov S~ , t ., l If. '!l" , .,

7 r O L f W TOLOVTOV~ 0 OL a .VTOL E UL , a T E OV u L E7rLurf l, .. . flV OVTES

TOLMOL.

MEN. "EoLICEv ofrw~ 'XELv, ~ ~ r: , lC pa .T E S, W S A E Y E L ~ .

~.a. OVICOVv E X , . . . ~ E 7 rL a - n1 ,. . . p , E lJ a O ,{ q . a~ TO A O L 7 r O V

c Y{YVETa.L· P 0 1 7 rO A L T L IC 0 2 4 V a pE S ~""EVOL TaS 7 r O A n S op -

e ~ , ~ , ~,"""!l \. '" ".. eOVUW, O V u E V U....."EP0llrWS t X O V T E S 7 rp OS TO . . " P O I IE & V ." 0 &

X P f I U J l A P a o { r« ICcU 0 1 8 E o , . . . & vT ns · 1 C a . 1 yap O~TOL f 1 l 6 0 v -

'" \ I 'l. \ 6~ \ \ \1t !l' _.~ •UL(J)lIrfS A E Y O V U W ,. . . E V W \f I f I Ka.L 7 r O l V \ . a , Ua.UL oe Ou t/EV wv

Alyovuw.

MEN. KLV3vVEVEL oV rw~ l X E w .

~.a. ~lCoVV, ~ Mlvwv, 11,,0v roVTovr 8 E {o v r IC a. A E L V

TOVS 4 va pa s, O r r L V E S V oV v ,...~ 'x o v T Er 7 rO A A a Ka l " " E y & A a .

8'" •I

\\1C a.T OP o vuw w v '7T pa rrO VU L IC a.LA YOVUL;

a 3 '7"1I'~S IIp9;;'s F: om. BTWa 4 #ry.p.tJ"[1I B2T W: # r y • •POJ'.~,_B: fI ex , inter scribendum fecit F ~.,. F Stobaeus: ~B TWa 8 r . , . , Y['Y....,.III F: J'frl'Yt'YJ"'7"1II BT W b 3 1 " , I T T I ! p . 7 I

# r y f P . ' : ' ' ' BT W: # r y i p . 4 l " I " , t r r i ! p . " F b 1 a~ F: om. B T Wb 8 o v a , ' 1 " , t r r l J p . " " BT W: o V l C l " II T T / J I ' 'f I F b 10 1 0 , 1 C ' " B TW f: om. F o3TliIsXfI" BT W: t X 'I " O fT "' 5F 03 ' I f '60N';;'.,.,." F: om. BTW 08 I'~ BTWf: om. F "oW l C i d

BT W: " O M 4 l c I S F

mem e guia para 0 que e correto, essas duas coisas <guiam>,

opiniao verdadeira e ciencia.

MEN. Assim me parece.

SO. Nao e verdade que, ja que nao e coisa que se ensina, naomais, tampouco, <podemos dizer> que vern a ser uma ciencia, a

virtude?

MEN. E evidente que nao,SO. Logo, das duas coisas que sao boas e proveitosas, uma b

delas e descartada, e nao haveria na a~ao politica a ciencia como

guia.

MEN. Parece-me que nao.

SO. Logo, nao e por causa de uma sabedoria, nem por terem

sido sabios, que tais homens guiaram as cidades, homens do ge-

nero de Temistocles e aqueles que Anito que aqui esta acabou de

mencionar. Por isso nao sao capazes de fazer outros tais como

eles sao, nao sendo por causa da ciencia que eles sao tais.

MEN. Parece ser assirn como dizes, Socrates.SO. Se nao e gracas a ciencia, entao, resta que e gracas a urna

feliz opiniao? Servindo-se dela os politicos administram c

retamente as cidades, nao sendo eles em nada diferentes, em rela-

~ao ao compreender, dos pronunciadores de oraculos e dos adivi-

nhos inspirados. Pois tambem estes, quando os deuses estao ne-

les, falam com verdade, e mesmo muitas coisas, mas nao sabem

nada das coisas que dizem.

MEN. Ha 0 risco de que seja assim.

SO. Nao e verdade, Menon, que e justo chamar divinos esses

homens, esses que, nao tendo disso a inteligencia, realizam com

sucesso muitas e importantes coisas, entre as que fazem e as quedizem?

 

108 PLATAO

MEN. TIcivvY~'

l:U. 'O pO ws & p' a v K a.A OL p.~ V(J do vs T ~ o - O s v vv o~ f Ai yo p .~ v

MENON 109

MEN. Perfeitamente.

SO. Logo, chamariamos corretamente divinos tanto aqueles

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 54/59

'l' \' " , " ,d X PT Ju p.~ uo us K a, p .a VT ~L S K aL TOUS 7 TOLT J TLK !J VS7 ra VTa s' K a L, \ ' ,.. I rl.~ t..Il' •

TOUS 7TO",LT£KO VSoVX TJ'W]Ta TOVTWV . ." a Lp. ~ v a v uftOVS T € ( tv a,\ , 8 ,~ } I " \ '1 ~

K a, ~ v o VU La \,ftV , c:7rL7rVOVS o vr(1 .S K aL K aT (X O ~V oV S tK TO VII ~N 8 ~ \ , \ \ ' , 1 ,u €O lJ , O T av K aT O p IIlU L ",EYOVTES 7TOl\Aa Ka L p.€YClAa 7Tpayp.aTa,

P . 7 ] a E V ElMTn ~v A lyovUL !l.

MEN. TIcivv y~.~I"\ K' " ~ 'l' .,.M' " ll'.:.u,. aL aL y€ yvvaLK€S Ul17rOV, W ~VWV, TOVS ayauovs

"I:. 8' _\ ~ ,. A' ,. , , ,avopas fLO VS KW \,OVUL ' KaL O L aKW V~S OTav nva fyICwp.La -

~ , 8' "" Ut:\ ~ "" rl. ' u "\ ,WULV a ya 011 auopa, ~ELOS aVTJp, .."aULV, O VTOS.

e MEN. K a l q,a{vovra{ y~, ti, !.w Kp aT '(S , & pO w s A l Y H v .

Ka{ToL ruws " AV V TOS OO € C TOL& x6 ~T aL A ly ov rL .

~I"\ O''l' 1\" " ..M' \ .(J~l" Vu (J I J .Ln.E' ~P .OLy€. TOVT~ P.EV, w EVWV, K aL a v LS

l>LaAE'0J.LE(Ja· d Of I IVV ~J.Lf~S (V 7 Ta JlT l T ~ A6y~ TOVT ~ K aAWS

'1:" , }\l .,.."" rl.' "~\ 'TJTTJuap.EV T E Ka L C:I\ Y0 J. L~ V , a pET l1 a v E L T J OVT ( . ." VCT€LOVT ' (

o Lo aK To v, 4 AA a ( J E { q . J .L 0{p q. 7 ra pa YL yv op .l" TJ & V EV VOU o Is av

1 00 7TapaY{YVT/ raL, El p.~ TL S E r T J TOLOVrOSTW" 7 T o A L n / C w v avopwv

I 'J ! \ \ ~ \' , 1:.'" I:.\ flo os / CaL WV \ .OV 7TOLTJuaL7TOn .LTLKOV . ~L u€ f t T J , UX€uOV av TL

o U r o s A iY O LTO TOWV rOS f 1 l TO ~S (W U 'L V o to v Iq ,T J " OJ .L TJ POS (v~ O ! l _ 'T I .. \ , " ~ ,.

TOLS TE V EW U -L V1 '0 11 E Lp EU La v E wa L, " 'E yW II 7 TE pL a V TO V, on

olor 7 Tl7 Tvv Ta L T &iV fv" A,o ov , Tol Of u lC La l a CC TU OV UL .

TaVrav h lC a l (v 8a o€ d TOLOV rOS c Z U7T €P7 T ap a UKLaS a A 1 l ( J E S

a v 7 Tp ay p.a E LT J7 Tp as 4 P €~ V.

b MEN. K c i A A & C T T ' a a o l C ~ ~ s J.LOLA l y n v, ti > ! .<f,KpaT'(s.

!'U. ' E I C P .EVTOWvV TOVTOV TOU AOYLUP .OU , ti > l\U vw v, (J€ Cq .

"~A.' '<1 'I"J.LOLPq.7 1 P.W . ." aL v~ a , 7 T ap aYL yv op .E II TJ 'I I ap~TTJ ° S av 7Tapa-

el & p ' lJl Stallbaum : lpllF: lv B T W d II1 / 1 0 . ' ; 1 " " B T W f:4 > 1 1 1 " ' ~ J IF d 3 ' r ov ' , ov lT o v ,.G", Cobet: ' rO i l ' f O V Schanz d 8 ' r , " aBT W: om. F i - y I C f l l l ' , J . ( C o I ( f ' J I BT F: ~ " y I C C o I " " J . ( O I l ( f ' " W d 9 " l o r

B T W F: ( f f l o r Casaubon e 3 T O W " BT W·: T O i i 'r O F a.I ' r l f

B T W f: 1 I ' . r F a.3 A r y o , ' r o ex ' Y ' ' 'O ' T O ut videtur F a.5 T O l

3~1o r a . F: o.13~ B T W a.6 1,,8J.1;. c S F: f u ' l J r B T W b s I'~"

TO(Vl/JI T W F : I"IITO' "V"B b 3 ~ B T W: om. F of r l" F ;of r B T W 1 I ' G f H l ' Y l - y v y r r 1 l ll W: 1 I ' a p c l ' y ( ' Y J l f . , .1 I I I B T F

que ainda agora mencionamos, pronunciadores de oraculos e adi- d

vinhos inspirados, quanta todos, sem excecao, do genera poetico,

E os politicos, nao diriamos menos do que desses que sao divinos

e que os deuses estao neles, inspirados que sao e possuidos pelo

deus, quando, pela palavra, realizam com sucesso muitas e im-

portantes coisas, sem nada saber das coisas que dizem.

MEN. Perfeitamente.

SO. E as mulheres, elas, e certo, Menon, chamam divinos os

homens bons. E os lacedemonios, quando elogiam alguern como

homem born, dizem: homem divino, este.

MEN. E bern parece, Socrates, que falam corretamente. En- e

tretanto, talvez Anito aqui esteja se molestando com 0 que dizes.

SO. A mim nao me importa absolutamente. Com ele, Menon,

conversaremos ainda outra vez. Mas se nos, agora, em toda essa

discussao, pesquisamos e discorremos acertadamente, a virtude

nao seria nem por natureza nem coisa que se ensina, mas sim por

concessao divina, que advern sem inteligencia aqueles aos quaisadvenha. A nao ser que, entre os politicos, algum houvesse tal 100

que fosse capaz de tomar outrem polit ico. E, se 0 houvesse, qua-

se que se poderia dizer ser ele entre os vivos tal como disse

Homera ser Tiresias entre os mortos, dizendo sobre ele que ecomo sabio entre as que estiio no Hades, as outros siio como

sombras que se agitam. Da mesma maneira, tambem aqui, urn tal

homem, por assim dizer, seria como uma coisa verdadeira ao

lado de sombras, no que se refere a virtude.MEN. Parece-me que falas perfeitamente, Socrates. b

Retorno a questiio socratica: a resposta final a questiio de

Menon (a virtude e coisa que se ensina?) a rigor s o poderia ser

dada depois da resposta a questiio socrdtica: que e , afinal avirtude?

SO. Assim sendo, seguindo esse raciocinio, Menon, e por

concessao divina que a virtude nos aparece como advindo,

 

110 PLATAO

y L} 'V 71 Ta ,· TO ()t Uacpf~ 7fEpt aVTOV duop.Efla TOTE. OTa.J17fpUI

c F l . U ' Tp07f~ TOrS a.UepcfJ7fOLS7fapayCYU£Ta& a.PEnJ. 7fponpou

MENON 111

aqueles a quem advenha. Mas 0que e certo sobre isso saberemosquando, antes de <empreendermos saber> de que maneira a vir-

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 55/59

• , " fl' ,,_ ., ~ { ,,, 1.'E7f'XELf111UWP.EU aVTO Kav aVTO \'1T'fLU T 7fOT' EUT'&U apET'l .

vVU ~. l p . o l P .EU a pa 7f0' lEuaL. c r t , O f Tawa Taiira &7fEP

awos 7fE7f£&UaL 7fEreE Kal TOU ,EU OU TO UO E "AuVTou, tva

I •• l' I ~ " " , 'A eC 7fpq.OTEPOS r r WS ta.J1 7fHC1"[1S TOVTOU , E ITTLU OT' Ka L '1 -

I "u a,o vs 0 U1 ]U E4 S.

b 5 W G p l l" Y i " Y " f 'r A ' BT F: w G p l l " Y i - y J l 1 l ' f " ' " W b 6 l w ' x f I " I J t T w p . f lI

13TF: l w , ( 7 J ' l " 1 J t 1 w p . " , W b 7 ' rA i n - a. . ,. a ii or Q F: ' f ' a i i o r a B TWCI 3T'B T W: 3T. F

tude advem aos homens, primeiro empreendermos pesquisar 0

que e afinal a virtude em si e por si mesma. Mas agora, e horapara mim de ir a outra parte; tu, porem, destas coisas de que es-

his persuadido, persuade tambem este teu anfitriao, Anito, para

que fique mais calmo. Pois, se 0 persuadires, teras prestado urn c

service tambem aos atenienses.

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 56/59

NOT AS

1. Poi conservada a traducao tradicional para a palavra grega apenj,embora alguns comentadores atuais prefiram as vezes outros ter-

mos, como "excelencia", pelo descomprometimento com a nocao

atual corrente de "virtude" impregnada de valores cristaos e ou-

tros, alheios ao espfrito grego. Para 0grego, apenj nao e, basica-

mente, valor "moral", ligado a nocao de dever. A apenj, se nilo ea pr6pria eV8alj10via, e , no mfnimo, a condicao indispensavel

da vida eudaimonica, que poderiamos talvez entender, mais do que

como a "vida feliz" (com nossas pr6prias conotacoes de "felicida-

de"), como a "vida plenamente realizada". A apenj e, assim, sem-pre sumamente desejavel, algo que seria impensavel para urn gre-

go afirmar que nao deseja ou que nao esta buscando, embora as

qualidades associadas a essa condicao da vida plena e realizada

variem conforme a epoca, e que nao seja absolutamente claro, con-

forme vai mostrar S6crates, "0 que e isso afinal".

2. No grego, er8o~uma da palavras que designam a ideia platoni-

ca. Traduz-se aqui por carater, por se tratar, provavelmente, de urn

uso ainda nao especificamente platonico do termo, que vai adquirir,

em dialogos posteriores ao Menon, urn sentido tecnico de realidade

em si, por si, separada das coisas que dela participam. Aqui a pala-

vra e usada no sentido que the da provavelmente 0pr6prio S6crates

hist6rico - e aquilo que e comum a todas as coisas chamadas (nao

por acaso) pelo mesmo nome (substantivo ou adjetivo, nao importa:

belo, justo, homem, etc.), mas que S6crates nao sugere que tenha

uma realidade separada. tCf, Arist6teles, M eta f is ica M4 1078b 25-

30)

3. 0 sentido e provavelmente de "teatral", grandiloquente.

4. S6crates esta certamente tracando na areia, com urn ponteiro, as

linhas e figuras que vai mencionando. Ele comeca tracando urn

quadrado (ABeD). A figura 1 contem todas as linhas mencionadas

no interrogat6rio do escravo (82c-85b).

 

114PLATAO M~NON 115

(Fig. 1) 23. Dentro da superficie DBOP ha quatro superffcies do tamanho

de DBC.

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 57/59

24. DBC, BOC, COP, CPD.

25. Duas superficies do tamanho de DBC emABCD: DBC eADB.

26. A palavra nao tern aqui sentido pejorativo. Indica urn mestre,

urn professor ; nesse caso, de geometr ia.

27. No grego, napasei vavra (particfpio aoristo, acusativo mas-

culino de naoateiveivi. A forma do acusativo masculino e surpre-

endente, mas em geral mantida pelos comentadores. R. S. Bluck(Plato's Meno) parece inclinar-se por toma-lo como urn acusativo

absoluto de verba pessoal, invocando Tucfdides VI, 24. 0 termo e

amplamente usado no sent ido matematico de "aplicar" , is to e, cons-

truir sobre (por exemplo, uma figura sobre uma linha). Em uma

das interpretacoes propostas (de Heijboer, que aqui nao e discuti-

da) e atribufdo a xapatei vet urn senti do mais especifico de

"estiramento": aplicado sobre uma reta (no caso, uma corda de

igual tamanho que urn dos lados do retangulo a ser inscrito no

cfrculo), 0 retangulo seria "estirado" como triangulo do mesmo

tamanho.

28. No grego, £AAeinetv. A palavra tern (para a maior parte dos

comentadores) urn sentido tecnico preciso, fixo, que aparece em

Euclides e que Proclo (in Comm. in Eucl., I, 44) faz remontar aos

primeiros pitag6ricos:

(Fig . 2)

5. AB, BC, CD, DA.

6. EF, GH.

7. Linha AI, formada pelo acresc imo da linha BI de igual tamanhoque AB, a partir do ponto B.

8. Superffcie AUK.

9. Superffcies ABCD, BlOC, COJP, DCPK, iguais a ABCD.

10.A partir de AI forma-se a superffcie AUK, quadruple de ABCD.

11. A superffcie ABCD forma-se a partir de AB, metade de AI.

12. A superficie de 8 pes devera ser formada a partir de uma linhamaior que AB e menor que AI.

13. Linhas AB (2 pes) e AI (4 pes).

14. AL, formada por acrescimo da metade de AB a partir de B.

15. Superffcie ALMN.

16. ABCD.

17. BlOC.

18. DCPK.

19. COJP.

20. Linha DB.

21, DB, BO, OP, PD.

22. As quatro superficies ABCD, BlOC, COJP, CPKD sao cortadas

pela metade respectivamente por DB, BO, OP, PD.

D C F

',"---T-" I

A B E

D C F

",--/~/7ABE

Se urn retangulo ABCD e aplicado a uma linha AE, que e maior

que a base do retangulo, diz-se que ele "fica em falta" (£AAeinet)da area compreendida quando CBE e completado como retangulo,o mesmo vale para qualquer paralelogramo.

29. A passagem apresenta diversas dif iculdades de interpretacao,

nao so no que se refere ao problema matematico apresentado, mas

tambem ao sentido exato de "hip6tese", e ao uso que dela se faz.

Nao e evidente de qual problema matematico se trata, mas quase

todos os comentadores estao de acordo em que nao e importante

identifica-lo, S6 seria importante reconhecer a forma a que 0reduz

 

116 PLATAO

o "uso de hipotese": "se tais condicoes se verificarem, entao tais

consequencias seguirao: se nao, nao," Alias, muitas t raducoes , en-

tre as quais a de A. Croiset (Belles Lettres), fazem economia da

MENON 117

A fraqueza da solucao de Benecke esta em que se a condicao

suposta nao se verificar (i.e., se, ao se aplicar 0 quadrado ao dia-

metro do circulo, nao "ficar fal tando" uma figura exatamente igual) ,

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 58/59

passagem (cf. t raducao: "Quando se pergunta, a proposito de uma

superffcie, por exemplo, se tal triangulo pode inscrever-se em tal

cfrculo , urn geometra respondera : 'Eu nao sei ainda se essa super-

ffcie se presta a isso; mas creio conveniente, para determina-lo,

raciocinar por hipotese da seguinte maneira: se tais condicoes se

apresentam, 0resultado sera assim, e em tais outras condicoes sera

de outra modo."')Apesar disso, muitos erudi tos e matematicos se debrucaram sobre

a questao de saber a que problema matematico Platao alude. R.S.

Bluck, (op. cit.) apresenta, em apendice de seu comentario, as so-

lucoes mais interessantes, com discussao de pros e contras.

As diferentes s ol uc oe s v ao depender do sentido ou referencia que

se atribuem a njv oo8eiaav avrov ypaJlJl~v, naoateiveiv,e.ut:ircetV, r owvrq .> . ..OlOV,rouro ro xwpiov. Em quase todas as

interpretacoes, iA).eircetv e ttapatei Vet V tern 0 sentido tecnico indica-

do nas notas acima.

A solucao mais simples e a de Benecke.

(Fig. 3)

Benecke toma xwpiov como a figura ja desenhada, i.e., 0qua-

drado original de 4 pes; njv oo8elaav amov ypaJlJ lTWcomo 0

diametro do cfrculo; e rowvrq> ...oi ' ov como uma figura exa-

tamente igual a uma outra. Trata-se entao de saber se 0 quadrado

pode ser inscrito como triangulo em determinado circulo. Para re-

solver 0problema "por meio de hipotese", 0matematico dir ia: "se,

ao se aplicar tttapatei Vet v) esse quadrado ao diametro (r1jvoo8elaav avrov ypaJlJl~v) do circulo (avrov), "ficar faltando"

urn quadrado exatamente igual ( rowv rq .> . ..OlOV)(BCEF), (0 que

acontece quando a base do primeiro quadrado coincide com meta-

de do diametro) entao e possivel inscrever essa area (ABCD) como

triangulo (ACE).

na o se pode concluir que a inscricao e impossivel (ela podera ou

nao ser possfvel). Ora, Platao parece estar pensando num caso em

que, se a condicao suposta nao se veri ficar , resulta necessariamen-

te uma consequencia oposta .

 

5/9/2018 PLATÃO. Mênon - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/platao-menon 59/59

Este livro foi composto em Times, corpo

10,5/12,5 e titulos em Times, corpo 12,5/

15,5. Miolo impresso em papel Polen soft

80g e capa em Cartao Supremo 250g, na

grafica das Edicoes Loyola, para a Editora

PUC-Rio,em maio de 2001.