Plantas Medicinais

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Plantas e seus usos tradicionais Freguesia Fajã da Ovelha Parque Natural da Madeira F. Freitas, M.ª G. Mateus

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Livro de Plantas

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  • Plantas e seus usos tradicionaisFreguesia Faj da Ovelha

    Parque Natural da Madeira

    F. Freitas, M. G. Mateus

  • As autoras declinam qualquer responsabilidade relativamente utilizao que possa ser dada s informaes apresentadas sobre os usos das plantas, referidas nesta publicao.

    Nota prvia2

  • As autoras expressam o seu agradecimento sincero s entidades que possibilitaram e colaboraram na publicao deste trabalho e muito em particular Casa do Povo da Faj da Ovelha e populao da freguesia, pela enorme confiana e gentileza demonstrada na transmisso dos seus conhecimentos, sem os quais no teria sido possvel a realizao deste trabalho.

    Agradecimentos3

  • 4Mensagem do Secretrio Regional do Ambiente e dos Recursos NaturaisMensagem do Presidente da Casa do Povo da Faj da Ovelha IntroduoComo utilizar este livroMetodologiaCatlogo das plantas

    AbacateAbbora, abbora de machado, abboras de arrochoAbundnciaAgrio de sequeiroAgrio, agrio da ribeiraAgrimnia, grimniaAipo branco AlecrimAlecrim da serraAlecrim de Nossa SenhoraAlegra campo Alegra campo miudinhoAlface AlfavacaAlfazema AlhinhosAlhoAlho da rochaAmora, amora de silva, silvadoAmoreira

    Arruda Artemija AvencaAzedas, vinagreiraBabosa, babosa de flor amarela, alovera, aloe, tabaibeiraBlsamoBatata doce, batata, ramaBelanoite de flor brancaBeliana, bolianaBeringela, varegina Bixeiro de jardim, buxo, buxeiroBogangas, tenerifasBoldo, gol de gil Bolsa de pastorBonitinhos, luisinhasBorragem, borragesCabrinha, cabreira, cabrinha da rochaCana-de-acarCanela brancaCanela de pau, canela de racha Caparo, trevoCarquejaCarvalhoCastanheiro CebolaCedronha, cedrorinha, cedroninha, cegurinhaCenoura

    ndice89

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  • 5Ch bravoChagasCidreira do BrasilCorticeiraCouveDedaleiraEnsaboioErva anis, erva de anis, erva do corao, erva doceErva cidreiraErva cidreira de cana, de caninha ou de canica, de carrio(a), canica, erva de cana, caninha de acarErva-doce Erva de Santa Maria, erva das bolinhas pretas Erva dos chapuzinhosErva rijaErva terrestre, erva redondaEspadanaEspinafreEucalipto Feiteira, feteiraFetabrumFigueira, figueira branca Florica, floricos, quizes, vinagreiraFuncho GiganteGoiabaHera

    Hispia Hortel da ndiaHortel de cabra, uzaidela, isaidela ou isoidelaHortel de leiteHortel de mentaHortel do Brasil, hortel brasileiraHortel pimentaIncenseiroIsabel Dias, pregana, erva de burro, amor de burro, malpica e rapas-saiasJervo, jarvoJunco, juncosLaranjeira Lveda, poejo da serraLimoeiro LinhoLombrigueiraLosnaLouroAzeite de louroMacela da Venezuela, erva tira dores, marcelo, feiteirinha, macela de flor branca, marcela da VenezuelaMacela de boto, macela, macela do Funchal, macelinha de boto, marcela de botoMacela de cachopa, macela de chaga, macela de peninhaMadre de Louro, madre de loiroMalva do caminho, focinho de rato ou malva de barrelaManjerona

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  • 6MaracujMaravilha branca Milho, cabelo de milhoMurta NespereiraNogueira Noz-moscadaOliveiraOrgos Palmeira Pastinha, pastinha verdePelicantePera melPerptua amarelaPessegueiro inglsPimenta da terra, pimenteira e piripiriPimpilros, pimpulrosPimpinela, pepinelaPinheiroPinheiro de gua, rabo de gato, cavalinha ou pinheirinhoPiornoPitangueira Poejo, poejo da serraQuebra pedra RabaasRcinoRomaninho, marcelo

    Roseira SaboeiraSabugueiroSalsaSalva, salva de galhinhos altos, salva de Nossa SenhoraSndolos, sandrosSanguinha, erva sanguinha, erva de So Roberto, patinha de galinhaSegurelhaSemilhaSempre noivaSumagre TabaibeiraTanch, tanchagem, tenchTangerineiraTilTomatas, tomateiro inglsTomateTomate capuchinho, tomate capucho, ovos de lagartixaTremoceiroTreveiro, fedegoso, treveiro da rochaTrevisco, quebra dentes, cega olhos, tira olhosTrigoUrtiga Urtiga branca, urtiga mortaUveiraVideira JacquezVioleta

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  • 7Curas, Oraes e CrenasBibliografia NotasFicha Tcnica

    174180183199

  • 8A preservao e a valorizao do Patrimnio Natural da Madeira, trabalho efetuado de forma consistente e superior ao longo das ltimas dcadas, tem-se alicerado na dimenso humana. As reas Protegidas existentes na Regio Autnoma da Madeira tm sido geridas tambm numa perspetiva de transversalidade, valorizando e promovendo os saberes e tradies das comunidades rurais nelas inseridas.

    Este livro, ao efetuar um levantamento da flora aromtica e medicinal local, identificando e catalogando os seus usos, bem como as tradies e as tecnologias agrrias associadas, vem recuperar e preservar o saber popular para as geraes futuras. O perpetuar deste conhecimento surge, tambm, como uma oportunidade para a mpar Freguesia da Faj da Ovelha, que at h pouco tempo esteve bastante isolada, se promover, diversificar e valorizar as suas atividades com impacto para a populao.

    Ultrapassadas com tenacidade e elevada capacidade as contrariedades no perodo e nas dcadas passadas de isolamento por parte das gentes desta Freguesia, olhamos, agora, para o patrimnio natural como uma oportunidade que, mais uma vez, no ser perdida.

    O Secretrio Regional do Ambiente e dos Recursos NaturaisManuel Antnio Rodrigues Correia

    Mensagem do Secretrio Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais

  • 9 com enorme prazer que vejo concretizado o projecto de investigao, sobre os usos das plantas para fins medicinais, segundo o saber da populao da Faj da Ovelha, com a publicao deste livro.

    Com o mesmo verificou-se que o uso de plantas medicinais conhecido e utilizado pela populao mais idosa, tendo este trabalho um interesse entre os jovens para a descoberta e a obteno desse conhecimento.

    O uso das plantas medicinais na cura de doenas e melhoria da qualidade de vida tem feito parte das vidas das pessoas desde o incio da humanidade, hoje muitas das receitas que eram apenas do conhecimento popular tm a sua eficcia comprovada pela cincia.

    Este trabalho contou com a colaborao dos mais idosos da freguesia, atravs do Centro de Dia da Casa do Povo da Faj da Ovelha. Desde o primeiro momento a Direco teve conhecimento da inteno de realizar esta pesquisa, aceitando desde o incio o desafio e colocando o seu empenho na valori-zao do conhecimento popular adquirido e validado atravs do saber de geraes, colocando-o neste livro, ao dispor de todos.

    Neste sentido e na busca do resgate desse conhecimento ancestral, os mais idosos constituem verdadeiros mananciais de saber, enciclopdias vivas, transbordantes de conhecimentos, pois neles deposita-se um fabuloso legado de informao dos nossos antepassados, que agora chega ate ns, devido ao empenho e dedicao dos autores e da gentil colaborao da populao da Faj da Ovelha.

    A Madeira devido ao seu povoamento e situao geogrfica apresenta uma grande diversidade gentica vegetal, pelo que para a nossa populao, a utilizao de plantas medicinais uma prtica comum, resultante da forte influncia cultural dos nossos antepassados, as tradies, oriundas de vrios sculos de histria, e da cultura europeia trazida pelos colonizadores, esta prtica criou razes e essa sabedoria vem sendo passada de pai para filho.

    Desta forma de fundamental importncia que, a nossa populao venha a conhecer esta cultura mais detalhadamente, uma vez que atravs da partilha da informao que ocorre a integrao do conhecimento.Este livro o fruto de um estudo desenvolvido na Faj da Ovelha, atravs de levantamentos de informaes sobre o uso medicinal das plantas, sua importncia, utilizao pela populao, as propriedades teraputicas atribudas, bem como estudar a variao de aplicao no conhecimento desses recursos.

    Desde j endereo os meus sinceros parabns equipa que colaborou neste trabalho pela sua dedicao a esta terra e pelo entusiasmo em divulgar o saber do nosso povo.

    Presidente da Casa do Povo da Faj da Ovelha Horcio Ramos

    Mensagem do Presidente da Casa do Povo da Faj da Ovelha

  • 10

    Na sequncia do primeiro trabalho realizado em 2006, na freguesia da Ilha, em Santana, no mbito da recolha de informao sobre o uso tradicional das plantas, apresenta-se agora o trabalho realizado na freguesia da Faj da Ovelha, uma localidade com uma significativa diversidade de plantas e usos.

    O Parque Natural da Madeira, em conjunto com a Direo Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Diviso de Hortofloricultura), a colaborao da Casa do Povo da Faj da Ovelha e da populao da freguesia, vem contribuir para a preservao e valorizao dos conhecimentos, tradies e crenas ancestrais associadas s plantas que, hoje, fazem parte da memria cultural desta comunidade rural e que foram passando de gerao em gerao, constituindo um significativo patrimnio imaterial.

    Efetuou-se um levantamento da flora aromtica e medicinal local, registando os nomes vulgares utilizados e os usos, bem como, algumas tradies associadas, procedendo, posteriori, sua identificao e descrio botnica.

    A populao da freguesia sempre se prontificou e colaborou com toda a disponibilidade, abertura e entusiasmo nas entrevistas etnobotnicas.

    A freguesia da Faj da Ovelha teve incio nos primrdios da colonizao, j com referncias como parquia desde 1553, tendo-se formado uma comu-nidade significativa em torno da capela de So Loureno, que foi considerada uma das maiores freguesias da ilha.

    A freguesia estende-se por uma rea de cerca de 24 Km2, desde o Paul do Mar at serra, e ainda entre as Ribeiras da Ins e a Ribeira do Alcaide, estando atualmente a uma distncia de 40 Km do Funchal.

    A zona habitada desenvolve-se entre as cotas de 300 e 700 m, sendo o stio do Massapez o que mais se aproxima do nvel da costa e os stios dos Casais da Serra e do Piquinho os que mais se entranham na montanha (Mendes, 2010). um territrio muito acidentado, atravessado por muitas linhas de gua em vales profundos e uma linha de costa alta e abrupta, de difcil acesso ao mar.

    O povoamento ter-se- feito a partir do Paul do Mar, procura de mais segurana, melhores pastos e terrenos para o desenvolvimento da agricultura.

    A populao agrega-se por diversos stios, sendo os principais: Lombada dos Marinheiros, Lombo dos Falces, Eirinhas, Farrobo, Massaps, Faj da Ovelha, So Joo, Casais da Serra, So Loureno, Lombada dos Cedros, Raposeira do Serrado, Raposeira do Lugarinho e Maloeira.

    Local de grande desenvolvimento agrcola, tendo tido mesmo indstria de laticnios, segundo Mendes 2010, a populao ter aumentado desde 1811, com 1686 habitantes, at 1923, com 4497. A partir desta data, a emigrao para o Curaau, Venezuela, Brasil e frica do Sul fez regredir gradualmente a populao, sendo esta, segundo os Censos de 2011, de 899 habitantes.

    Introduo

  • 11

    Esta emigrao, de longa data, ter influenciado significativamente, o conhecimento e o uso das plantas.

    Hoje, a freguesia continua a apresentar como principal atividade econmica a agricultura, incluindo a criao de gado bovino e lacticnios, ocorrendo outras atividades como a panificao, construo civil, comrcio e prestao de servios.

  • Famlia botnica e nome cientfico Identificao cientfica.

    OrigemRefere o estatuto de naturalidade considerando: endemismo planta exclusiva da Madeira ou da Regio da Macaronsia; nativa planta que ocorre naturalmente na Madeira mas que tambm ocorre de forma natural noutros territrios alm da Regio da Macaronsia; Nativa provvel planta considerada como nativa pelos estudos mais recentes, mas que foi estudada como espcie provavelmente introduzida pelos autores mais antigos; introduzida planta introduzida pelo Homem com origem em qualquer outra regio do mundo, sendo sempre que possvel referida a regio e o seu estado de naturalizada.

    DescrioCaractersticas morfolgicas mais relevantes da planta.

    Distribuio na MadeiraRefere se a planta ou no cultivada e quais os locais em que ocorre na ilha.

    UsosTranscreve a informao disponibilizada nas entrevistas, respeitando a terminologia utilizada pelos informantes.Os principais usos so o ch e a infuso, sendo o ch o termo utilizado quando colocam a planta ou parte desta em gua fervente e a infuso o termo referido quando descrevem que colocam a planta ou parte desta em aguardente de borra de vinho ou lcool. Usam tambm as plantas em perfumes, termo este utilizado, tal como Proena da Cunha, 2007, nos diz: O nome Perfume, que est associado s plantas aromticas, deriva da palavra latina per fumum ou pro fu-mum, que significa pelo fumo, o que vem demonstrar o modo mais antigo de aplicao das plantas aromti-cas, feito pela combusto desses materiais que criavam um ambiente apropriado para dada cerimnia.

    N. de informantesNmero de pessoas entrevistadas que referiram a planta.

    ObservaesInformaes adicionais ou advertncias quanto aos usos referidos pelos entrevistados.

    Referncia bibliograficaBibliografia consultada quanto identificao cientfica, origem, descrio morfolgica e distribuio.

    Nome(s) Vulgar(es)12

    Esta publicao encontra-se dividida em quatro partes principais: metodologia, catlogo das plantas, curas, oraes e crenas populares e bibliografia.

    A informao recolhida apresentada no ca-tlogo por planta, por ordem alfabtica do nome vulgar, sendo referida pelos seguintes itens:

    Como utilizar este livroNome(s) popular(es) atribudo na Freguesia da Faj da Ovelha.

  • 13

    Este trabalho resulta da recolha de informao atravs das entrevistas realizadas de Maio de 2007 a Novembro de 2008.

    As entrevistas seguiram a metodologia etnobotnica, em que apesar de se ter elaborado um guio previamente, foi dada toda a liberdade aos informan-tes durante a transmisso dos seus conhecimentos, tanto individualmente como em grupo, tendo cada informante sido visitado por mais de uma vez, chegando mesmo uma informante a ser visitada 11 vezes. As visitas decorreram ao longo do ano, permitindo e facilitando a obteno da informao de acordo com as diferentes pocas festivas e a sazonalidade.

    Numa primeira fase, efetuaram-se as entrevistas e, numa segunda fase, confirmaram-se e identificaram-se cientificamente as plantas citadas pelos entrevistados.

    Ao todo foram entrevistadas 66 pessoas residentes na freguesia, mas diversas j tinham sido emigrantes na frica do Sul ou na Venezuela, residindo ali j definitivamente h muitos anos. Os trs informantes que mais plantas assinalaram, tinham sempre vivido neste local, tendo mais de oitenta anos. Dum modo geral, os entrevistados tinham mais de 65 anos, tendo uma informante 92 anos.

    No decorrer deste estudo procurou-se s registar os saberes populares tradicionais que passaram oralmente de gerao em gerao, at aos dias de hoje.

    Metodologia

  • Catlogo das plantas

  • FamliaLauraceae

    Nome cientficoPersea americana Mill.

    OrigemAmrica Central e norte da Amrica do Sul.

    Descriorvore de porte varivel, atingindo mais de 18 m de altura, tronco com dimetro superior a 30 cm, ramificando a baixa ou mdia altura. Folhas alternas, por vezes caducas na florao, verde escuras e brilhantes na pgina superior e esbranquiadas na inferior. A forma das folhas varivel desde ovada a lanceo-lada, de 7,5-40 cm de comprimento. Inflorescncia paniculada na parte termi-nal dos ramos e flores hermafroditas, esbranquiadas, com 6 tpalas iguais e persistentes no fruto. Fruto em forma de pera, de cor verde ou mais ou menos prpura na maturao, sendo a parte comestvel de consistncia amanteigada. Semente nica, arredondada ou ovoide.

    Distribuio na MadeiraCultivada para fins frutcolas em altitudes mdias a baixas.

    UsosCh da folha para o colesterol, diabetes e tenso alta.

    N. de informantes23

    Referncia bibliografica(Ferro, 1993; Morton, 1987)

    AbacateA

    F.F.

    G.F.

    16

  • FamliaCucurbitaceae

    Nome cientficoCucurbita pepo L.

    OrigemContinente americano.

    DescrioPlanta anual, spera, com pelos rgidos, caule herbceo e ligeiramente lenhifi-cado. O caule principal pode atingir 15 m de comprimento. Folhas palmilobadas com recorte profundo e diversos tipos de pelos. As flores so unissexuadas, grandes, de corola cor de laranja ou amarelo e ocorrem solitrias nas axilas das folhas. Fruto muito varivel na forma, na cor (alaranjada por vezes com man-chas esverdeadas), e na rugosidade da casca. Sementes brancas a acastanha-das, ovadas a oblongas, lisas com margem engrossada.

    Distribuio na MadeiraCultivada nas hortas.

    UsosFruto para a alimentao dos porcos e vacas para produzirem mais leite.

    Utilizada na alimentao humana em sopa.

    N. de informantes11

    ObservaesColocavam um ramo da aboboreira no pescoo da vaca

    para libertar as secundinas e afastar o mau olhado.

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006; Coutinho, 1939; Vieira, 2002)

    Abbora,Abbora de machado, Abboras de arrocho

    A

    F.F.

    17

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoAgeratina adenophora (Spreng.) R. M. King & H. Rob

    OrigemMxico e ilhas do Pacfico.

    DescrioHerbcea perene at 2 m de altura, caules ramificados, sub-angulosos e eretos, folhas opostas, triangulares ou romboidais, serradas, com trs nervuras prin-cipais que saiem da base do limbo. Captulos brancos, rosados ou purpures-centes, de 5-10 mm, dispostos em inflorescncias corimbosas.

    Distribuio na MadeiraComum nas zonas baixas e at 1100 m de altitude.

    UsosCh ou sumo das folhas pisadas, por vezes em mistura com leite, para o estmago, fgado, vescula, diabetes, cancro, lombrigas e semenos (indis-posio passageira).A seiva aplicada em feridas.A planta usada na alimentao das cabras.O ch da mistura com cedronha e flor de carqueja para problemas de tosse, fgado e vescula.

    N. de informantes16

    ObservaesPara o corao pode ser perigoso e por isso no se pode tomar o ch ou o sumo todos os dias. H quem o tome s trs dias seguidos.

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Vieira, 2007)

    AbundnciaA

    G.M.

    G.M.

    18

  • FamliaBrassicaceae

    Nome cientficoBarbarea verna (Mill.) Asch.

    OrigemIntroduzida do sudoeste da Europa.

    DescrioHerbcea glabra ou com alguns pelos espordicos, simples e longos; roseta basal com folhas at 27 cm de comprimento, recortadas com quatro a dez pares de lbulos laterais e o lbulo terminal maior elpticoovado. Caules de 6-70 cm, eretos, geralmente ramificados na parte superior. Folhas caulinares sesseis, auriculadas. Ptalas amarelas, esbranquiadas no envelhecimento. Fruto uma silqua linear deiscente, ereta a ascendente. Sementes negras de 1,7-2,2 mm.

    Distribuio na MadeiraAparece casual e raramente em terras bravias e incultas, ao longo de cami-

    nhos nas zonas baixas da ilha. Cultivada junto s habitaes.

    UsosFolhas para a alimentao humana, em sopa e, em ch, para purificar o

    sangue.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Agrio de sequeiroA

    F.F.

    F.F.

    19

  • FamliaBrassicaceae

    Nome cientficoRorippa nasturtium-aquaticum (L.) Hayek

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea perene com caules de 8-70 cm, simples ou ramificados, decum-bentes, enraizando por vezes nos ns. Folhas pecioladas, pinadas, com os fololos laterais oblongo-elpticos e o terminal maior e arredondado. Flores de quatro ptalas brancas, pequenas, de 4-5 mm. O fruto uma silqua com mui-tas sementes ovoides acastanhadas.

    Distribuio na MadeiraMuito comum em locais hmidos com guas correntes, at 1000 m de altitude.

    UsosContra a tosse, pisam e bebem o sumo dos raminhos frescos, por vezes com mel de abelha. Para o mesmo fim, cozem bem os raminhos, com mel e canela. Em ch, para problemas de pulmes.Utilizado em sopas e saladas.

    N. de informantes8

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Agrio, agrio da ribeiraA

    F.F.

    F.F.

    20

  • FamliaRosaceae

    Nome cientficoAgrimonia eupatoria L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea perene com caules eretos at 80 cm. Folhas pinadas, em que as basais se dispem em roseta, com fololos grandes e pequenos, elpticos a obovados, crenados a serrados, verde escuro na pgina superior, esbranquia-dos a acinzentados e tomentosos na pgina inferior. Inflorescncia em espiga terminal, cinco ptalas amarelas, obovadas, de 4-6 x 1,5-3 mm. Fruto com excrescncias em forma de pequenos ganchos.

    Distribuio na MadeiraTerrenos florestados, pastos, levadas e margens de campos agrcolas, sobre-tudo na zona oeste acima dos 150 m.

    UsosCh das folhas para o nervoso.

    N. de informantes4

    ObservaesAs informantes referiram que antigamente aparecia muito nas ribeiras.

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Agrimnia, grimniaA

    F.F.

    F.F.

    21

  • FamliaApiaceae

    Nome cientficoApium graveolens L.

    OrigemRegio mediterrnica.

    DescrioHerbcea bienal com sistema radicular aprumado. Folhas basais em roseta, de limbo pinado. Pecolos suculentos semicirculares na base. Flores pequenas brancas ou esverdeadas agrupadas em umbelas. O fruto um esquizocarpo com dois mericarpos com uma semente cada.

    Distribuio na MadeiraCultivada em pequenas hortas.

    UsosEm ensopados e guisados.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006)

    Aipo branco A

    F.F.

    F.F.

    22

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoRosmarinus officinalis L.

    OrigemRegio mediterrnica.

    DescrioArbusto com caules lenhosos muito ramificados que pode atingir at 1,50 m de altura. Folhas opostas, persistentes, coriceas, estreitas e de bordos enrolados. Verdes na pgina superior e esbranquiadas na inferior. Flores azul plido ou arroxeadas. Estames mais compridos que as ptalas e lbio superior curvado. Aroma forte e caracterstico.

    Distribuio na MadeiraCultivada para fins medicinais, aromticos, ornamentais e supersticiosos.

    UsosCh, perfumes e rezas para tonturas, nervos, gripe, circulao, corao, curar dum ar, dores de cabea, enjoos, m disposies e dores em geral, afastando os azares. Tambm usado com louro. Ch em mistura com trs pon-tinhas de arruda, malva do caminho e eucalipto para tirar males, tonturas e para lavagens. Em guisados de carne e peixe.

    N. de informantes42

    ObservaesPara afastar ou tirar o mau-olhado usam um raminho atrs da orelha ou batem 9 vezes na cabea ou, ainda, benzem em cruz, dizendo Creio em Deus Pai. Para dar sorte e afastar o mau-olhado, usual cultivar um p porta de casa, por vezes em conjunto com um p de arruda e um p de pimenteira. Apanha-se para o tapete da procisso do Santssimo Sacramento. Quem sofre do corao no deve tomar o ch.

    Referncia bibliografica(Proena da Cunha, Ribeiro & Roque, 2007)

    AlecrimA

    M.F.

    F.F.

    23

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoThymus micans Lowe

    OrigemEndmica da Madeira.

    DescrioSub-arbustiva, caules lenhosos, decumbentes, ramos florferos eretos de 2-7 cm de altura. Folhas carnudas com cerca de 8 x 2 mm, em forma de esptula, glabras. Inflorescncias laxas, com verticilastros pedunculados, geralmente de duas flores. Brcteas folhosas, clice de 3-4 mm, campanulado. Corola de 6-14 mm de cor prpura, rosa ou branca.

    Distribuio na MadeiraEm zonas altas da Ilha da Madeira, principalmente no Pal da Serra e Pico Ruivo.

    UsosCh para o corao e para todos os males.

    N. de informantes5

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Alecrim da serraA

    F.F.

    F.F.

    24

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoEriocephalus africanus L.

    Origemfrica do Sul.

    DescrioPequeno arbusto com muitos caules at 1 m, folhas lineares ou lobadas, com cor acinzentada. Pequenos captulos de flores liguladas brancas e flores do disco purpreas. Na frutificao, as brcteas do interior do captulo adquirem um aspecto lanoso.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes para fins ornamentais e medicinais.

    UsosCh simples ou em mistura com alecrim para tonturas, dores de cabea e ner-vos. Os ramos podem ser utilizados para benzer.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994)

    Alecrim de Nossa SenhoraA

    F.F.

    F.F.

    25

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoSemele androgyna (L.) Kunth

    OrigemEndmica da Macaronsia.

    DescrioPlanta trepadora com rizoma curto. Lianas at 7 m de comprimento, folhas de 3-8 mm, escariosas, substitudas funcionalmente por claddios persistentes. Estes so subssseis ovado-lanceolados de 2,5-14 x 1-7,8 cm. Flores unis-sexuais, de 3 x 1,5 mm esbranquiadas, agrupadas em pequenos cachos que aparecem nas margens dos claddios. O fruto uma pequena baga esfrica, vermelha alaranjada de cerca de 7 mm de dimetro.

    Distribuio na MadeiraPlanta rara em estado selvagem e cultivada para fins ornamentais junto a habi-taes.

    UsosCh para dormir e nervos.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008 ; Press & Short, 1994)

    Alegra campo A

    G.M.

    G.M.

    26

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAsparagus asparagoides (L.) Druce

    OrigemIntroduzida da frica do Sul.

    DescrioPlanta trepadora com lianas at 1,5 m. Claddios ovados a ovado-lanceolados de cerca de 35 x 8-15 mm. Flores solitrias ou aos pares, com tpalas de cerca de 5 mm. Baga vermelha escura, globosa de 6-8 mm.

    Distribuio na MadeiraCultivada para fins ornamentais e naturalizada na floresta ao longo de levadas e em rochas e paredes.

    UsosCh para o corao, nervos, febre e ps inchados. Neste caso, utilizado tam-bm para os lavar.

    N. de informantes12

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Alegra campo miudinhoA

    G.M.

    G.M.

    27

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoLactuca sativa L.

    OrigemDescendente de espcie silvestre com origem no Prximo Oriente e Mediter-rneo.

    DescrioPlanta herbcea anual, com folhas inteiras dispostas em roseta basal, formas e cores diversas. Captulos de flores pequenas, hermafroditas, de ptalas amare-las. A semente um aqunio creme, castanho ou negro.

    Distribuio na MadeiraMuito cultivada como cultura hortcola.

    UsosCh ou sumo das folhas para dormir e tenso alta.

    N. de informantes9

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006; Press & Short, 1994)

    AlfaceA

    F.F.

    F.F.

    28

  • FamliaUrticaceae

    Nome cientficoParietaria judaica L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea perene, lenhosa na base, pubescente mas sem pelos urticantes. Ramos ascendentes a mais ou menos eretos. Folhas muito variveis ovado--acuminadas a lanceoladas, alternas, pecioladas, com trs nervuras basais. Flores de cerca de 2 mm, hermafroditas ou unissexuais, dispostas em grupos nas axilas das folhas. Aqunios com 1 mm, ovoides, negros e brilhantes.

    Distribuio na MadeiraMuito comum em escarpas costeiras e muros antigos.

    UsosCh para dores menstruais, por vezes em mistura com louro, para lavagens de ps e pernas e banhos de assento. Ch para diarreia, sangue, urinar, lombrigas (alter-nando com o ch de lombrigueira), infees urinrias e vaginais, cancro do intes-tino, tirar frios, dor de barriga, febre das crianas, corao, colesterol, diabetes. Para dores de barriga aplicavam raminhos quentes aquecidos ao lume. Ch em mistura com isabel dias, baguinha preta de erva-de-santa-maria, madre de louro, ou s com ch bravo para beber, bafos e lavagens de baixo em casos de infees urinrias, vaginais e dores de barriga ou para lavagem do corpo em caso de comi-cho. Pisada, utiliza-se o sumo para esfregar a raiz do cabelo, fortalecendo-o.

    N. de informantes34

    ObservaesCh de alfavaca, se no morrer, escapa.

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    AlfavacaA

    F.F.

    F.F.

    29

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoLavandula angustifolia Mill.

    OrigemRegio mediterrnica.

    DescrioPequeno arbusto lenhoso de 25-76 cm de altura. Caules acastanhados mais ou menos glabros. Folhas lanceoladas estreitas, 23-57 x 2,2-4,5 mm, acinzenta-das, com indumento. Inflorescncia pedunculada e espiga formada por cerca de cinco verticilos mais ou menos aproximados. Clice tubular com 5-7 mm, cinco dentes, o superior terminando em apndice. Corola tubular de 10-12 mm, de cor azulada.

    Distribuio na MadeiraCultivada nos jardins e hortas junto s habitaes.

    UsosCh para dores menstruais e tero.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica(Castroviejo, 1986-2012)

    Alfazema A

    F.F.

    F.F.

    30

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAllium triquetrum L.

    OrigemRegio mediterrnica ocidental.

    DescrioHerbcea perene, com aroma caracterstico a alho. Bolbos 13-28 x 11-36 mm solitrios ou gregrios, ovoides ou sub-globosos, geralmente com dois ou trs bolbilhos na parte externa. Tnica externa coricea acinzentada. Escapo floral de 25-40 cm, de seco triangular, fistuloso. Duas, trs ou cinco folhas glabras, sem pecolo e bainha membranacea. Inflorescncia mais ou menos esfrica, laxa, de 4-19 flores campanuladas, mais ou menos pendentes, sem bolbilhos. Tpalas lanceoladas, agudas, brancas e nervura central esverdeada. Fruto com sementes negras.

    Distribuio na MadeiraInfestante muito comum em terrenos agrcolas.

    UsosA flor era utilizada nos bouquets de noiva.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica (Coutinho, 1939; Press & Short, 1994)

    AlhinhosA

    G.F.

    F.F.

    31

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAllium sativum L.

    OrigemPossivelmente originria da sia central e ocidental.

    DescrioHerbcea bolbosa e escaposa com cheiro caracterstico. Bolbo com nmero vari-vel de dentes entre 8 a 25. Cada dente constitudo por duas folhas, formando uma delas uma bainha membranacea e a outra tornando-se carnuda pela acumu-lao de reservas. Folhas lineares, achatadas, cobrindo at metade do escapo de 25-100 cm. Inflorescncia em umbela de 2,5-5 cm de dimetro. Perianto em for-ma de taa com tpalas de 3-5 mm, geralmente esverdeadas, esbranquiadas ou rosadas. No d semente, sendo propagado exclusivamente por via vegetativa.

    Distribuio na MadeiraCultivada em hortas.

    UsosPara problemas de estmago, ch da rama ou um dente de alho em jejum.Para problemas de tenso alta e caroos bebem a gua em que estiveram de molho, uma noite, dois ou trs dentes de alho. No caso de dor de dentes, esfregam com um dente de alho a parte de dentro dos pulsos. Para as pisadelas, aplicam esmagado com sal. Caldo de cebola e alho para depois do parto e em sopas de alho (aorda madeirense) e caldos de galinha, durante a amamentao.

    N. de informantes11

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006; Proena da Cunha, Ribeiro & Roque, 2006; Press & Short, 1994)

    AlhoA

    F.F.

    F.F.

    32

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAllium vineale L.

    OrigemOriginria da regio mediterrnica, ocorrendo espontaneamente em Portugal continental e Aores, tendo sido introduzida na Madeira.

    DescrioErva bolbosa vivaz, com aroma caracterstico a alho. Bolbo de 1-2 cm de dimetro. Folhas mais ou menos compridas e estreitas, cilndricas e fistulosas. Escapo florfero rolio at 1,20 m. Espata membranacea contendo bolbilhos por onde ocorre a reproduo vegetativa da planta.

    Distribuio na MadeiraNaturalizada em stios frescos cultivados ou incultos, bermas de caminhos e margens de cursos de gua.

    UsosTempero para peixe e guisados.

    N. de informantes13

    ObservaesReza utilizada para proteger dos maus olhados:

    -Apus branco da rocha- Credo em cruz

    - Com o nome de Jesus.

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Alho da rochaA

    F.F.

    G.M.

    33

  • FamliaRosaceae

    Nome cientficoRubus sp.

    OrigemNa Madeira ocorrem diversas espcies entre elas a endmica Rubus grandifo-lius Lowe e a nativa Rubus ulmifolius Schott.

    DescrioArbustos espinhosos com folhas pecioladas de trs a cinco fololos. Turies que trepam com a ajuda de acleos. Inflorescncias em panculas mais ou menos alargadas. Flores de cinco spalas persistentes na frutificao. Cinco ptalas rosadas a esbranquiadas. O fruto uma drupa que amadurece negro.

    Distribuio na MadeiraAparecem quer na Laurissilva quer em terrenos agrcolas abandonados, ber-mas de caminhos e levadas.

    UsosCom os frutos maduros, fazem doce e, tambm, arrobe tal como se faz o mel de figo (cozendo durante muito tempo os frutos, coando depois e voltando a ferver). Este produto era para dores de barriga e para dar s mulheres aps o parto. Fazem licor com os frutos e, tambm os ferviam para juntar ao vinho com a finalidade de lhe dar cor. Ch das pontas dos raminhos para a tosse, rouquido, garganta, febre das crianas e tenso alta. Em mistura com pontas de giesta, flor de carqueja e olhinho de pinheiro para problemas de falta de ar. Para diabetes, mastigam os raminhos novos. Com as amoras fazem aguar-dente de amora em que a kg de amora juntam 1 l de aguardente, ficando 6 meses de infuso.

    N. de informantes11

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Amora, amora de silva, silvadoA

    G.F.

    F.F.

    34

  • FamliaMoraceae

    Nome cientficoMorus nigra L.

    Origemsia ocidental.

    Descriorvore de folha caduca at 10 m de altura, casca rugosa e acastanhada com ramos de seco triangular; folhas rugosas na pgina superior, cordiformes, acuminadas e de margens dentadas. Frutos avermelhados a negros na matu-rao.

    Distribuio na MadeiraRaramente, cultivada nas margens de campos agrcolas.

    UsosDoce e licor do fruto.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica (Castroviejo, 1986-2012)

    AmoreiraA

    G.M.

    G.M.

    35

  • FamliaRutaceae

    Nome cientficoRuta chalepensis L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea at cerca de 70 cm, ramos prostrados ou ascendentes e folhagem densa. Aroma intenso. Folhas acinzentadas, de 1,5-10 cm e pinatissetas. Flo-res amareladas de quatro a cinco ptalas fimbriadas, de 1-1,5 cm. O fruto uma cpsula de quatro a cinco lbulos, rugoso como a casca de laranja.

    Distribuio na MadeiraAparece esporadicamente na costa sul da Madeira, principalmente na Ponta de So Loureno. Muito cultivada junto s habitaes.

    UsosCh das folhas e das bagas e infuses para lombrigas, dores de barriga (mens-truao), tero, tonturas e tirar os frios. Tambm para lavagens.Em infuso com aguardente, misturam mel de abelha e sndolos ou, por vezes, com pau de canela. Faziam esta infuso, geralmente 15 dias antes da data prevista do parto, para beberem nessa ocasio.

    N. de informantes32

    ObservaesLivra do que no d. Para afastar o mau-olhado, no dia 23 de junho, noite de So Joo, ou 28 de junho, noite de S. Pedro, colocar trs ou cinco bolinhas (frutos)com cinco bicos em gua ou vinho. Tomar no dia de So Joo, ou no dia de S. Pedro antes do nascer do sol. Para dar sorte e tirar o mau-olhado, hbito colocar um p de arruda porta de casa e, por vezes, um p de alecrim e um de pimenteira.

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Arruda A

    F.F.

    G.M.

    36

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoTanacetum parthenium (L.) Sch. Bip.

    OrigemSul da Europa, norte de frica e su-

    doeste da sia (toda a regio mediterrnica).

    DescrioHerbcea perene, aromtica, at 1 m de altura, caule ramificado. Folhas at 6,5 x 3 cm, ovadas a oblongas, pinatifendidas, dentadas, pubescentes. Captulos numerosos, invlucro com cerca de 6 mm de dimetro. Flores do disco amare-las e lgulas dentadas, brancas de 3-4 mm.

    Distribuio na MadeiraCultivada com frequncia junto a habitaes com fins ornamentais e medici-

    nais.

    UsosCh para urinar e problemas de rins, vescula, prstata e infees na bexiga.

    Utilizado em mistura com cabelo de milho.

    N. de informantes14

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    ArtemijaA

    F.F.

    G.M.

    37

  • FamliaAdiantaceae

    Nome cientficoAdiantum raddianum C. Presl

    OrigemIntroduzida da Amrica tropical.

    DescrioFeto com rizoma curto, frondes glabras eretas a pendentes at 53 cm de com-primento. Rizoma e base do pecolo cobertos por escamas castanhas. Lmina triangular a ovada at 22 cm de largura, trs a quatro pinadas. Rquis e face abaxial vermelho ou negro, brilhante. Esporos agrupados em estruturas reni-formes.

    Distribuio na MadeiraCultivada em vasos e naturalizada em locais hmidos, sombrios e rochas ou paredes com escorrncia de gua.

    UsosCh para lavar e beber contra comicho na pele. Por vezes, em mistura com bolsa de pastor para tosse e febre, mesmo nas crianas.

    N. de informantes7

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    AvencaA

    G.M.

    G.M.

    38

  • FamliaPolygonaceae

    Nome cientficoRumex maderensis Lowe

    OrigemEndmica da Macaronsia.

    DescrioHerbcea perene de 20-100 cm, com creas tubulares, glabra e lenhosa na base. Caules flexveis, decumbentes e avermelhados. Folhas verde plido ou glaucas, hastadas ou mais ou menos triangulares, obtusas a agudas. Pancula muito ramificada e aberta. Verticilos com duas a cinco flores, pedicelos fili-formes articulados; valvas membranosas, acrescentes, persistentes na frutifi-cao, sub-orbiculares, de cor rosa acastanhado.

    Distribuio na MadeiraComum em rochas e muros antigos ao longo da ilha, entre os 500 e os 1000

    m de altitude.

    UsosAs folhas eram utilizadas na alimentao humana em sopas e em cru. Assadas eram colocadas sobre as chagas. Colocavam as folhas pisadas, em mistura com abundncia e azeite de louro, sobre a cambeira (picadela de bicho, cha-ga nas pernas). Com talo de inhame ou embrulhadas em folha de couve, eram cozidas nas cinzas, depois misturadas com azeite e colocadas em cima de feridas, caroos e inchaos. Ch para problemas de sangue e tenso.

    N. de informantes7

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Azedas, vinagreiraA

    M.F.

    F.F.

    39

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAloe vera (L.) Burm.f.

    OrigemArbia e nordeste de frica.

    DescrioHerbcea perene, folhas dispostas em roseta, ensiformes, glauco-esverdeadas, suculentas, com margens dentadas e espinhosas. Flores amarelas ou alaranja-das, pendentes, dispostas em pancula. Tpalas aderentes formando um tubo. O fruto uma cpsula.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes e naturalizada aparecendo em margens de estra-das e terrenos incultos.

    UsosA seiva colocada na sola do p para aliviar as dores da gota, em chagas, beios pelados e como desinfectante de barba. Descascam as folhas e colo-cam em infuso de aguardente de borra para o estmago e coisas de dentro.Picadas, tomam o sumo para problemas de tosse, ou, com mel de abelha, para o cancro. Retiram as margens e misturam com aguardente ou whisky e com mel de abelha, bebem e esfregam o inchao, no caso de cancro e problemas de sangue.Esfregam nas pernas no caso de m circulao e varizes.

    N. de informantes17

    Referncia bibliografica(Coutinho, 1939; Press & Short, 1994; Vieira, 2002 in Sequeira, Fontinha, Frei-tas, Ramos & Mateus, 2006)

    Babosa, babosa de flor amarela,alovera, aloe, tabaibeiraB

    G.M.

    G.M.

    40

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoSenecio serpens Rowley.

    Origemfrica do Sul.

    DescrioPlanta perene, suculenta, de folhas ensiformes, carnudas e verde acinzentadas. Flores amarelas esbranquiadas, dispostas em captulos sobre pednculos ramificados no tero final.

    Distribuio na MadeiraCultivada como ornamental e medicinal em jardins.

    UsosPingos da seiva para desinflamar os olhos.

    N. de informantes8

    Referncia bibliografica (Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Blsamo B

    F.F.

    F.F.

    41

  • FamliaConvolvulaceae

    Nome cientficoIpomoea batatas (L.) Poir.

    OrigemNativa da Amrica Central.

    DescrioPlanta perene, persistindo por via de grandes tubrculos subterrneos. Caules moderadamente rijos, prostrados a decumbentes, rastejantes. Folhas variaveis, tanto em tamanho como na forma, inteiras ou recortadas, glabras ou levemente pubescentes nas nervuras. Pednculo geralmente com vrias flores. Spalas oblongas ou elpticas. Corola afunilada, de 3-4 cm de dimetro. Os tubrculos variam muito na forma, cor e consistncia. Raramente floresce.

    Distribuio na MadeiraCultura agrcola importante na Madeira.

    UsosCozida para juntar massa de po.Com sal, tanto a rama como o tubrculo, para a alimentao das vacas com a finalidade destas beberem mais gua e darem mais leite.

    N. de informantes4

    ObservaesForam nomeadas diversas variedades, como rama de machiqueira,rama de gravete ou rama de 2 meses (sem gosto).*O termo rama utilizado quando se referem aos ramos com folhas.

    Referncia bibliografica(Ferro, 1993; Press & Short, 1994)

    Batata doce, batata, rama*B

    F.F.

    F.F.

    42

  • FamliaSolanaceae

    Nome cientficoBrugmansia x candida Pers.

    OrigemHbrido, com origem sul americana.

    DescrioArbusto ou pequena rvore de dois a quatro metros de altura. Folhas alternas, inteiras, simples, ovado-oblongas a elticas, de 13-30 x 6-10 cm, acuminadas, pubescentes e pulverulentas. Flores solitrias, pendulares e aromticas. Clice tubular, por vezes inchado, com cinco dentes. Corola de 25-30 cm, branca, afunilada com lobos estreitos acuminados e recurvos. O fruto uma baga in-deiscente.

    Distribuio na MadeiraCultivada em pequenos jardins junto s habitaes.

    UsosFolhas cozidas, por vezes em mistura com malva do caminho, em cima de

    feridas e inchaos e ch da folha para lavar e desinfectar.

    N. de informantes12

    ObservaesNunca beber o ch

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Belanoite de flor branca B

    F.F.

    G.M.

    43

  • FamliaValerianaceae

    Nome cientficoValeriana phu L.

    OrigemOeste asitico e sul da Europa.

    DescrioHerbcea vivaz, rizomatosa; folhas basais dispostas em roseta, algumas in-teiras, outras pinatissetas com 5 a 9 lobos lanceolados ou ovado-lanceolados. Flores brancas, tubulosas, dispostas em cimeiras compostas bi ou trparas.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes.

    UsosCh para febre, curar por dentro as mulheres e problemas de corao.

    N. de informantes6

    Referncia bibliografica(Castroviejo, 1986-2012)

    Beliana, bolianaB

    F.F.

    F.F.

    44

  • FamliaSolanaceae

    Nome cientficoSolanum melongena L.

    OrigemLeste de frica e Mdio Oriente, tendo sido introduzida na Pennsula Ibrica pelos rabes antes do sculo X.

    DescrioPlanta perene de sistema radicular aprumado e profundo. Caule de crescimento indeterminado, podendo alcanar 100-120 cm. Folhas inteiras, alternas, pu-bescentes, com margens ligeiramente lobuladas e onduladas.Flores solitrias ou em grupos de duas ou trs. Clice normalmente pentmero, corola rodada, violeta. O fruto uma baga de forma varivel, globosa ou alon-gada e cor branca, violeta, negra ou matizada.

    Distribuio na MadeiraCultivada principalmente em estufas.

    UsosFruto cortado s rodelas, em gua durante uma noite. Bebem esta gua em

    jejum, para o colesterol.Para emagrecer, juntam sumo de limo.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica (Almeida, 2006)

    Beringela, varegina B

    F.F.

    F.F.

    45

  • FamliaBuxaceae

    Nome cientficoBuxus sempervirens L.

    OrigemNorte de frica.

    DescrioArbusto ou sub-arbusto de 0,5-5 m de altura, densamente foliado e muito ra-moso. Folhas inteiras, opostas, coriceas e persistentes, ovado-elpticas.Inflorescncias axilares com uma flor feminina nica, rodeada por vrias masculi-nas, todas sem ptalas. O fruto uma cpsula com trs estiletes persistentes. A variedade an, Buxus sempervirens L. var. suffruticosa um arbusto mais com-pacto, com folha mais arredondada, coricea, brilhante e um pouco mais clara.

    Distribuio na MadeiraCultivada nos jardins, junto s habitaes.

    UsosCh para diabetes, adormecer, corrimentos e torcicolo. O ch tomado nove dias seguidos em jejum, feito com nove pontas de buxo, nove pontas de sil-va, nove pontas de alecrim, nove bagas de eucalipto, nove pontas de louro e mais outras quatro ervas, para perfazer nove ervas no total. Em mistura com a losna, para as frieiras. Do s vacas para curar a diarreia. Nas mar-chas de So Joo, colocam nos cestos. A variedade an, a que chamam buxo rasteirinho ou ano, usada para diabetes, tenso e dores de cabea.

    N. de informantes14

    ObservaesA mistura com losna pode provocar alergias.

    Referncia bibliografica(Castroviejo, 1986-2012; Guinaudeau, 1988; Press & Short, 1994)

    Bixeiro de jardim,buxo, buxeiroB

    F.F.

    G.M.

    46

  • FamliaCucurbitaceae

    Nome cientficoCucurbita ficifolia C.D. Bouch

    OrigemContinente americano.

    DescrioPlanta trepadeira perene, de grande vigor, produzindo numerosos frutos verdes sarapintados de branco, de casca fina e rija, polpa branca e filamentosa. Folha lobada quase redonda, com pelos curtos, rgidos e pouco densos. O fruto tem grande quantidade de sementes, ovais, arredondadas, planas, de cor cinzenta a negra.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes.

    UsosAssam as fatias do fruto, esfregando no corpo, para fazer bem s bbe-

    das.O fruto utilizado para sopa.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica (Fonseca, 2008)

    Bogangas, tenerifas B

    F.F.

    F.F.

    47

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoPlectranthus barbatus Andr.

    OrigemIntroduzida.

    DescrioPlanta arbustiva ereta, at 2 m de altura. Folhas pubescentes, muito aveludadas, opostas, grandes, ovadas, de margens dentadas. Flores de cerca de 3 cm, agrupadas em inflorescncias estreitas, com mais de 20 cm de comprimento, lilases escuro e anteras salientes amarelas.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto a habitaes.

    UsosCh para o colesterol e corao.

    N. de informantes13

    Referncia bibliografica(Costa & Nascimento, 2003)

    Boldo, gol de gil B

    F.F.

    F.F.

    48

  • FamliaOxalidaceae

    Nome cientficoOxalis corniculata L.

    OrigemIntroduzida de origem desconhecida.

    DescrioErva rasteira, ramosa e mais ou menos pubescente. Anual ou perene, pros-trada, de caules alongados, por vezes, at mais de 30 cm de comprimento. Enraza facilmente nos ns, mas no tem bolbos nem bolbilhos. Folhas de trs fololos, cordiformes, cada um medindo de 8-20 mm de largura. Flores amare-las at 1 cm de dimetro, actinomorfas e pentmeras. Cpsula de 10-15 mm cilndrica, acuminada no pice e pubescente.

    Distribuio na MadeiraMuito comum nas zonas mais baixas, tanto nos terrenos cultivados como nos incultos e nos caminhos.

    UsosCh para febre e picadas no corpo, mesmo para crianas.

    N. de informantes24

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Bolsa de pastor B

    F.F.

    F.F.

    49

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoErigeron karvinskianus DC.

    OrigemNativa do Mxico.

    DescrioHerbcea perene, pouco tomentosa. Caules compridos, muito ramificados, sub-prostrados a decumbentes e lenhosos na base.Folhas de 1-3,5 cm, estreitando o limbo at ao pecolo; folhas basais de contor-no rmbico a obovado, com trs ou raramente mais lobos mucronados. Cap-tulos pedunculados de 7-10 mm de dimetro, dispostos em panculas laxas. Brcteas linear lanceoladas, em diversas camadas. Flores marginais liguladas, estreitas, brancas a rosadas na face superior e purpreas, na inferior. Flores do disco amarelas e hermafroditas.

    Distribuio na MadeiraNaturalizada e muito comum em taludes, rochas e muros hmidos.

    UsosCh com cinco botes para a diarreia e intestinos.

    N. de informantes5

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Bonitinhos, luisinhasB

    F.F.

    50

  • FamliaBoraginaceae

    Nome cientficoBorago officinalis L.

    OrigemMediterrnica.

    DescrioHerbcea anual, coberta de pelos brancos e compridos. Caules de 17-70 cm, geralmente eretos, simples ou ramificados. Folhas verde acinzentado, sendo as basais maiores, ovadas ou obtusas, acuminadas, com as margens geral-mente onduladas. Folhas caulinares mais pequenas, ssseis e amplexicaules. Inflorescncia aberta larga e ramificada. Flores azuis ou lils, glabras. Anteras largas, salientes e coniventes, formando um cone negro. Sementes inclusas num clice persistente, acinzentado ou acastanhado.

    Distribuio na MadeiraSubespontnea em aterros ou terras cultivadas e beiras de muros. Pouco co-mum nas zonas baixas e mdias da ilha.

    UsosCh para rouquido, infees, sangue, corao e m circulao. Em lavagens, para curar feridas ou aliviar a comicho.

    N. de informantes10

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Borragem, borrages B

    F.F.

    F.F.

    51

  • FamliaDavalliaceae

    Nome cientficoDavallia canariensis (L.) Sm.

    OrigemEndmica da Macaronsia.

    DescrioFeto epfita com rizoma coberto por escamas castanhas brilhantes, acumina-das e triangulares. Frondes deltadas, coriceas, at 60 x 30 cm, rquis glabro exceto na base e pecolo to comprido como a fronde. Lmina trs a quatro pinada, com segmentos ovados ou lanceolados.

    Distribuio na MadeiraComum em muros, paredes e em troncos de rvores.

    UsosRetira-se a pele (do rizoma) com o pelo e coloca-se num pano limpo para fazer um ch para a febre.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Cabrinha, cabreira,cabrinha da rocha

    CF.F.

    F.F.

    52

  • FamliaPoaceae

    Nome cientficoSaccharum officinarum L.

    OrigemSudoeste asitico.

    DescrioPlanta perene, constituda por diversos colmos de 20 a 40 ns, at 5 m de altura e 2-5 cm de dimetro. Ns glabros. Folhas mais ou menos glabras, de 70-150 cm por 4-6 cm de largura. Nervura central esbranquiada e margens serradas. Banha cilndrica, pice acuminado, lgulas ciliadas, de 2-3 mm. Pancula plu-mosa at 1 m de altura. Geralmente no floresce, nem frutifica nas condies edafo-climticas da Madeira.

    Distribuio na MadeiraCultivada abaixo dos 300 m, principalmente na costa sul da ilha.

    UsosCh da folha para beber e lavar os tonis.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica (Ferro, 1993; Press & Short, 1994)

    Cana-de-acar

    CF.F.

    F.F.

    53

  • FamliaPiperaceae

    Nome cientficoPeperomia galioides Kunth

    OrigemAmrica Central e do Sul.

    DescrioHerbcea aromtica, de vrios caules eretos, carnudos, glabros, at 75 cm de altura. Folhas carnudas dispostas em verticilos, cinco a seis em cada n, cur-tamente pecioladas, oblongo-elpticas e obtusas. Flores minsculas, dispostas num espdice terminal e solitrio.

    Distribuio na MadeiraCultivada para fins medicinais junto s habitaes.

    UsosCh para dores de cabea, barriga, diarreia, estmago e m disposio.Utilizada nas malassadas, substituindo a canela em pau.

    N. de informantes10

    Referncia bibliografica(Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Canela branca

    CF.F.

    F.F.

    54

  • FamliaLauraceae

    Nome cientficoCinnamomum zeylanicum Nees.

    OrigemCeilo.

    Descriorvore de 8-9 m de altura. O tronco alcana 35 cm de dimetro. Folhas cori-ceas, lanceoladas, com trs a cinco nervuras que saiem da base do limbo, brilhantes e lisas na pgina superior e verde-claras e finamente reticuladas, na pgina inferior. Flores de colorao amarela ou esverdeada, numerosas e muito pequenas, agrupadas em cachos ramificados.

    Distribuio na MadeiraPores da casca, por vezes reduzidas a p adquiridas no comrcio local.

    UsosCh para a barriga, dores de menstruao e diarreia, por vezes em mistura com louro e segurelha. Infuso em aguardente de borra de vinho, com erva-doce de estrelinha (Illicium verum Hook.f.) e mel de abelha, para dormir bem, dores de menstruao, tosse e pulmes. A erva-doce tambm pode ser da de sementes (Pimpinella anisum L.).

    N. de informantes7

    Referncia bibliografica (Ferro, 1993)

    Canela de pau, canela de racha

    C

    F.F.

    55

    G.M.

  • FamliaFabaceae

    Nome cientficoTrifolium repens L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea perene mais ou menos glabra, caules decumbentes enraizando nos ns. Folhas trifoliadas, com pecolos estriados at 27 cm. Fololos ovado-elpti-cos, serrilhados nas margens, com marcas claras ou escuras. Inflorescncias axilares, globosas. Flores de 6-10 mm, brancas a rosa plido e persistentes.

    Distribuio na MadeiraMuito comum em incultos e ao longo de caminhos.

    UsosCh para rouquido, simples ou em mistura com junco e borragem ou jervo.Para chagas de mordeduras de co, fazem uma papa com folhas maceradas, misturando folha de pimenteira, bagas de erva de Santa Maria e abundncia.Guardam as folhas de quatro ou cinco fololos para dar sorte.

    N. de informantes14

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Caparo, trevo

    CG.M.

    F.F.

    56

  • FamliaFabaceae

    Nome cientficoUlex europaeus L. subsp. latebracteatus (Mariz) Rothm.

    OrigemEuropa ocidental.

    DescrioArbusto espinhoso com folhas adultas reduzidas a fildios que terminam num espinho. Folhas das plantas jovens, trifoliadas sem estipulas. Flores solitrias ou em verticilos na axila dos fildios. Clice dividido em dois lbios, o supe-rior com dois dentes e o inferior com trs. Corola amarela e vagem deiscente, pouco maior que o clice.

    Distribuio na MadeiraAo longo de caminhos e plantaes florestais at aos 1300 m.

    UsosCh da flor ou raminhos novos para tosse, asma e diabetes, por vezes, em

    mistura com carqueja molar (Ulex minor Roth). Mastigam os raminhos novos para diabetes.

    N. de informantes16

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Carqueja

    CF.F.

    F.F.

    57

  • FamliaFagaceae

    Nome cientficoQuercus robur L.

    OrigemEuropa, norte de frica e sudoeste da sia.

    Descriorvore de grande porte, chegando a atingir 30 m de altura. Copa ampla, folhas caducas, membranceas, obovadas ou oblongo-obovadas, pinatilobadas ou pinatifidas, geralmente com um par de aurculas na base, glabras, verde escuro na pgina superior e verde mais claro, na pgina inferior. O fruto uma bolota castanha brilhante, com a cpula de escamas ovado-triangulares, imbricadas e soldadas entre si. Na Madeira, vulgarmente as folhas apresentam manchas acinzentadas de odio.

    Distribuio na MadeiraCultivada h mais de 200 anos, junto a habitaes, como ornamental e para explorao de madeira, encontrando-se, hoje, naturalizada.

    UsosCh da casca simples ou em mistura com bonitinhos, isabel dias e bolsa de pastor para diarreia de crianas, intestinos e febre. Ch da casca ou com pau de canela para a diarreia.Foi referido que o ch da casca faz bem a tudo.

    N. de informantes15

    Referncia bibliografica(Humphries, Press & Sutton, 2005; Vieira, 2002)

    Carvalho

    CF.F.

    F.F.

    58

  • FamliaFagaceae

    Nome cientficoCastanea sativa Mill.

    OrigemRegio mediterrnica oriental.

    Descriorvore caduciflia entomfila, de ampla copa, cerca de 30 m de altura, ramos jovens glabros cinzento acastanhados, folhas oblongo-lanceoladas, 10-25 x 5-8 cm, agudas ou acuminadas amplamente crenado-serradas com dentes cuspidado-aristados. Verde acinzentadas quando jovens. Amentilhos masculi-nos inicialmente verdes e amarelados na antese. Cpulas at 10 cm de dime-tro muito espinhosas, verdes nascena e castanhas na maturao, formando o ourio. Frutos castanhos ovoides, ovoide trigonais ou ovoide achatados.

    Distribuio na MadeiraCultivada desde o incio do povoamento da ilha, ocorrendo sobretudo entre os 200 e os 800 m em locais montanhosos e hmidos.

    UsosCh da flor para tenso alta e nervoso.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica (Sampaio, 1990)

    Castanheiro

    CF.F.

    G.M.

    59

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoAllium cepa L.

    OrigemIntroduzida de origem desconhecida.

    DescrioHerbcea bolbosa com aroma caracterstico, folhas compridas, lineares de seco circular e ocas por dentro. Bolbo tunicado formado pelo caule (disco) e pelas bainhas carnudas das folhas. Tnica externa de cor varivel, branca, ama-rela, vermelha, acastanhada ou prpura. Escapo floral de 20-55 (100) cm. Inflo-rescncia em umbela de 4-9 cm de dimetro, densa e com muitas flores brancas a esverdeadas. Espata persistente, mais pequena do que a umbela. O fruto uma cpsula membrancea que contm uma a duas sementes de cor preta.

    Distribuio na MadeiraDiversas variedades, muito cultivadas na Madeira.

    UsosEm rodelas com acar para garganta, tosse e rouquido. Tambm raspam a cebola e juntam mel de abelha, deixando descansar uma noite ao sereno*. O xarope formado tomam e do aos bebs.Para a tosse, fazem ch da casca da cebola e para a tenso, ch das rodelas.

    N. de informantes11

    Observaes*Na Madeira chama-se sereno ao orvalho.

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006; Press & Short, 1994)

    Cebola

    CF.F.

    G.M.

    60

  • FamliaPapaveraceae

    Nome cientficoChelidonium majus L.

    OrigemNativa provvel.

    DescrioHerbcea perene, pouco pubescente, apresentando ramos at 50 cm com ltex amarelo alaranjado. Folhas cinco a sete pinadas, segmentos ovados a oblon-gos, crenados. Inflorescncias em umbela de 5-11 flores, com duas spalas pubescentes livres. Corola formada por quatro ptalas amarelas obovadas com cerca de 1 cm. Cpsula glabra, comprida de 40-50 x 3 mm, deiscente por duas valvas que se abrem da base para o cimo.

    Distribuio na MadeiraComum em terrenos abandonados at aos 800 m de altitude.

    UsosColocam a seiva em chagas, calos, epigens e verrugas, mesmo de animais. Em feridas para estancar o sangue.Durante sete dias seguidos, lavagens e ch, s com uma folha, para a lcera do estmago, cancro, fgado e vescula.

    N. de informantes21

    ObservaesUsar pouco.

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Cedronha, cedrorinha,cedroninha, cegurinha

    CF.F.

    F.F.

    61

  • FamliaApiaceae

    Nome cientficoDaucus carota L.

    OrigemDa sia Central (Afeganisto e Turquesto).

    DescrioPlanta bienal cultivada como anual. Raiz de reserva aprumada, alaranjada, de forma e dimenses variveis. As folhas compostas dispostas em roseta basal, com os fololos muito divididos em pequenos segmentos oblongos ou quase lineares, verdes e pouco pubescentes. O escapo floral pode atingir 1,5 m de altura e suporta uma umbela composta, de flores brancas, pequenas, perfeitas e de corola pentmera.

    Distribuio na MadeiraCultivada nas zonas agrcolas a mdias altitudes, principalmente nos concelhos da Calheta e do Porto Moniz.

    UsosPara a tosse de crianas, em xarope feito de rodelas da raiz com acar. Em mistura com rodelas de cebola e acar para gripe e tosse.

    N. de informantes6

    ObservaesA terra tem que levar adubo no ano anterior.Semear as cenouras na lua velha (lua cheia).

    Referncia bibliografica(Almeida, 2006)

    Cenoura

    CG.M.

    F.F.

    62

  • FamliaMalvaceae

    Nome cientficoSida rhombifolia L.

    OrigemIntroduzida do continente americano.

    DescrioPequeno arbusto com ramos de 30-60 cm, mais ou menos flexveis. Folhas com cerca de 3-6 x 1-2 cm romboido-ovadas a lanceoladas, serradas a cre-nadas, verdes na pgina superior e acinzentadas na pgina inferior. Planta com pelos curtos, estrelados, especialmente na pgina inferior. Flores solitrias,actinomrficas, ptalas amarelo-alaranjadas de cerca de 6 mm. Fruto com nove a onze mericarpos e com uma a duas arestas apicais.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes.

    UsosCh para inflamaes, escantamentos, dores de barriga, priso de ventre e corao. Quando aparecem bexigas na pele e comiches, como por exemplo, quando ingerem comida estragada, tomam o ch para purificar o sangue la-vando, tambm, a zona afectada, sem molhar a cara. Em mistura com borrages para constipaes e sangue. Do o ch aos animais para purificar o sangue.Em mistura com belanoite, malvas do caminho e alfavaca para banhos de as-sento, no caso de dores, depois de tirar o tero.

    N. de informantes26

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994)

    Ch bravo

    CF.F.

    F.F.

    63

  • FamliaTropaeolaceae

    Nome cientficoTropaeolum majus L.

    OrigemIntroduzida.

    DescrioHerbcea anual, glabra, caules compridos, algo carnudos, prostrados ou tre-padores. Folhas peltadas, de pecolo at 20 cm, limbo de cerca de 8 cm de dimetro, mais ou menos orbiculares, glaucas ou quase. Flores solitrias dis-postas na axila das folhas. Cinco spalas lanceoladas, agudas, com esporo at 4 cm. Corola de 5-6 cm de largura, cinco ptalas livres com unha comprida, desiguais, laranja vivo, amarelo ou avermelhado, por vezes, com vrias cores na mesma flor. Ovrio spero formando trs sementes indeiscentes na matu-rao.

    Distribuio na MadeiraNaturalizada ocorrendo em terrenos baldios, dum modo geral, por toda a ilha em zonas de baixa a mdia altitude.

    UsosFolhas e flores utilizadas em salada.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Chagas

    CF.F.

    F.F.

    64

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoPlectranthus fruticosus LHr.

    OrigemIntroduzida da frica do Sul.

    DescrioArbusto perene, aromtico, at 2 m de altura. Folhas opostas, ovado-orbicu-lares, de 15 x 10 cm e serradas. Flores pequenas, lils claro com pintas lils escuro, dispostas em verticilastros, numa inflorescncia de comprimento at 20 cm, estreita, mais ou menos ramificada.

    Distribuio na MadeiraCultivada como ornamental e naturalizada nalguns locais sombrios e hmidos,

    a mdia altitude.

    UsosCh para problemas de corao, sangue, para dores em geral, priso de

    ventre e flatulncia.

    N. de informantes11

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus,

    2006; Vieira, 2002)

    Cidreira do Brasil

    CF.F.

    F.F.

    65

  • FamliaFagaceae

    Nome cientficoQuercus suber L.

    OrigemRegio mediterrnica.

    Descriorvore de copa ampla, algo irregular, de 10-15 (25) m. Ritidoma suberoso, grosso e gretado, acinzentado. Folhas alternas, simples, persistentes, denticu-ladas, ovadas ou ovado-lanceoladas a oblongas, verde escuras e glabrescentes na pgina superior. Pgina inferior tomentosa e acinzentada. Flores masculinas dispostas em amentilhos pendentes. Flores femininas em grupos de um a trs, envolvidas por um invlucro de brcteas escamosas. O fruto uma glande, a bolota, de pericarpo coriceo, envolvido parcialmente por uma cpula escamosa, indeis-cente em forma de taa.

    Distribuio na MadeiraRaramente cultivada.

    UsosCh das folhas para a barriga, intestinos e diarreia.Da casca (cortia), faziam batoques (rolhas) e sola de sapatos.

    N. de informantes5

    Referncia bibliografica(Humphries, Press & Sutton, 2005)

    Corticeira

    CF.F.

    G.M.

    66

  • FamliaBrassicaceae

    Nome cientficoBrassica oleraceae L.

    OrigemCostas europeias do Mediterrneo central.

    DescrioHerbcea perene, sistema radicular aprumado e superficial. Na fase vegetativa o caule nico e curto, as folhas dispem-se em roseta e so espessas e glabras, simples ou liradas a pinatifidas. Quatro spalas verdes e quatro ptalas amarelas raramente brancas, dispostas em forma de cruz. O fruto uma silqua deiscente.

    Distribuio na MadeiraFrequentemente cultivada por toda a Madeira, surgindo fora dos locais de

    cultivo, junto a levadas barrancos e entulhos.

    UsosPara dores menstruais, tiram o troo (a nervura mdia) folha e aplicam com azeite quente sobre a barriga. Com banha de porco, esfregam a barriga das crianas, no caso de bucho virado.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Couve

    CG.M.

    G.M.

    67

  • FamliaScrophulariaceae

    Nome cientficoDigitalis purpurea L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea bienal ou perene, caule de 50-150 cm, ereto e simples. Folhas at 30 cm, ovadas a lanceoladas, crenado-dentadas, verdes e pubescentes na pgina superior, cinzentas e tomentosas na pgina inferior. Rcimo simples com mui-tas flores tubulosas e pedicelos tomentosos. Clice com lobos oblongo-ovados ou lanceolados, densamente pubescentes. Corola de 3-5 cm, rosada a prpura com pequenas manchas prpuras escuro sobre branco e lobos pubescentes ao longo da margem.

    Distribuio na MadeiraEm incultos e florestas, muito comum na Madeira, exceto na zona costeira.

    UsosAs folhas pisadas com azeite doce (de oliveira) para colocar nos calos.

    N. de informantes5

    ObservaesAs crianas chamavam-lhe Dedos de Bruxa e brincavam com as flores, colo-cando uma em cada dedo e assustando-se umas s outras.

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Dedaleira

    D G.M.G.M.

    68

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoCalendula arvensis L.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea anual, pubescente e glandulosa. Caules de 10-30 cm, decumbentes e ramificados. Folhas pouco densas, at 6,5 cm, lanceoladas a oblongo-ovadas, geralmente dentadas. As da base curtamente pecioladas, as do caule ssseis, por vezes, amplexicaules. Invlucro de 1,8 cm de dimetro. Flores amarelas, com a maior parte das lgulas de menos de 10 mm. Os aqunios da periferia so anelares, curvos ou patentes com bico e duas asas espinhosas.

    Distribuio na MadeiraInfestante muito comum em terrenos cultivados e incultos, em margens de

    pastos e caminhos nas zonas de baixa e mdia altitude.

    UsosCh para problemas de rouquido.

    Como alimento para as vacas, para produzirem mais leite.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Ensaboio

    EF.F.

    F.F.

    69

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoOcimum micranthum Willd.

    OrigemAmrica.

    DescrioHerbcea anual, bienal ou perene com aroma forte a anis. Folhas ovadas a cordiformes, acuminadas e serradas. Flores dispostas em verticilastros numa pancula terminal. Clice com cinco dentes desiguais, o superior arredondado, maior do que os restantes. Os inferiores agudos. Corola branca ou rosada, bilabiada.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes em pequenos jardins/hortas.

    UsosCh para o corao, dormir e descansar.

    N. de informantes18

    Referncia bibliografica(Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Erva anis, erva de anis, erva do corao, erva doce

    EF.F.

    F.F.

    70

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoMelissa officinalis L.

    OrigemRegies meridionais da Europa, sia e Norte de frica.

    DescrioHerbcea perene rizomatosa, com forte cheiro a limo e caules de seco quadrangular. Folhas opostas, simples, dentadas ou serradas, mais ou menos pubescentes. Folhas 1-7 x 0,8-5 cm, pecioladas, ovadas a elpticas. Inflo-rescncia formada por verticilastros, separados e mais ou menos densos. Corola amarelada, branca ou levemente rosada, com o dobro do tamanho do clice. Frutos pretos com 1,5-2 mm.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto a habitaes e naturalizada em algumas linhas de gua.

    UsosCh das folhas para febre, nervos, cansao, dormir, diabetes, barriga inchada, estmago, tenso alta, corao e dores de cabea. Ch das folhas em mistura

    com salva de Nossa Senhora e jervo ou canela, para nervos e diabetes.

    N. de informantes45

    ObservaesQuando se tem um desgosto.

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Proena da Cunha, Silva, & Roque, 2006; Vieira, 2007)

    Erva cidreira

    EF.F.

    F.F.

    71

  • FamliaPoaceae

    Nome cientficoCymbopogon citratus Staf

    OrigemPossivelmente do Sri Lanka ou da ndia.

    DescrioGramnea vivaz de porte at cerca de 1 m. Folhas lineares inteiras, com forte cheiro a limo, formando tufos densos e robustos. Inflorescncia em pancula composta.No floresce nas nossas condies edafo-climticas.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes.

    UsosCh para nervos, estmago, intestinos, barriga, corao, cabea e para dormir. Por vezes, misturam casca de laranja.

    N. de informantes24

    ObservaesNo presta para a tenso, nem para o corao em grandes quantidades. Faz bem colocar trs folhas debaixo do travesseiro para afastar o medo e dormir.

    Referncia bibliografica(Proena da Cunha, Ribeiro & Roque, 2007; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Erva cidreira de cana, de caninha ou de canica, de carrio(a), canica , erva de cana, caninha de acar

    EF.F.

    72

  • FamliaApiaceae

    Nome cientficoPimpinella anisum L.

    Origemsia.

    DescrioPlanta anual pubescente e muito aromtica, com cerca de 60 cm de altura. Folhas basilares cordiforme arredondadas e inciso-crenadas. As mdias e as superiores pinatissetas. Flores brancas, pequenas, abundantes e dispostas em umbelas de oito a dez raios. Fruto ovide-elptico, comprimido lateralmente de 3-4 x 1,5-2 mm.

    Distribuio na MadeiraNo cultivada no Arquiplago, sendo as sementes adquiridas no comrcio

    local.

    UsosCh das sementes para clicas, dormir e descansar, tanto para adultos, como

    para crianas e bebs.

    N. de informantes15

    ObservaesPor vezes, para o mesmo uso, utilizam a erva-doce de estrelinha Illicium

    verum Hooker fil.

    Referncia bibliografica(Bremnes, 1993; Castroviejo, 1986-2012; Gard & Gard, 1988)

    Erva-doce

    EG.M.

    F.F.

    73

  • FamliaSolanaceae

    Nome cientficoSolanum nigrum L.

    OrigemNativa provvel.

    DescrioAnual ou perene de vida curta. Caules de 5-50 cm, eretos a decumbentes, tornando--se por vezes, lenhosos e avermelhados escuros. Folhas alternas, pecioladas, ova-das acuminadas, inteiras a irregularmente sinuado-dentadas. Cimeiras de trs a nove flores. Clice verde engrossando na frutificao. Corola estrelada e esbranquiada. Anteras unidas, amarelas, formando um cone volta do estilete. O fruto uma baga globosa de 6-9 mm de dimetro, inicialmente verde e negra na maturao.

    Distribuio na MadeiraAbundante na Madeira em terrenos cultivados e baldios, em muros e ao longo de caminhos at aos 1500 m de altitude.

    UsosCh das folhas para problemas de ossos. As bagas escuras e folhas pisadas, por vezes em mistura com azeite de baga de louro, para chagas, bujaces (furnculos), eczema e zona. Bolinhas (frutos) esmagadas num paninho sobre as chagas vivas.

    N. de informantes14

    ObservaesPara a zona, esfregando na pele de onde acaba para onde comeou, com uma reza ao mesmo tempo. planta, na Venezuela, chama-se erva moura.

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Erva de Santa Maria,erva das bolinhas pretas

    EF.F.

    F.F.

    74

  • FamliaCrassulaceae

    Nome cientficoUmbilicus rupestris (Salisb.) Dandy

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea perene com rizoma tuberoso. Folhas alternas, as basais suborbicu-lares, peltadas e pecioladas. Folhas caulinares, progressivamente mais peque-nas e pecolo mais curto. Rcimos at 30 (50) cm, eretos e glabros. Flores com 5 spalas, ovadas e acuminadas. Corola tubular, verde amarelado, de 6,5-8 (10) mm.

    Distribuio na MadeiraExtremamente comum na Madeira, em paredes, rochas e muros de pedra.

    UsosAssam as folhas e aplicam em cima das chagas.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994)

    Erva dos chapuzinhos

    EF.F.

    F.F.

    75

  • FamliaPoaceae

    Nome cientficoPaspalum dilatatum Poir.

    OrigemAmrica do Sul.

    DescrioPlanta perene, tufosa, at 1,80 m e colmo ascendente. Folhas com lgula mem-brancea, esbranquiada, de 2-4 mm. Limbo ciliado na base. Inflorescncia composta por trs a oito cachos espiciformes, de 4-11 x 0,3-0,5 cm, inseridos num eixo; as espiguetas dispem-se aos pares, ao longo dum rquis achatado; so ovais, com cerca de 3 mm, com pelos longos e esbranquiados. Anteras e estigmas emplumados, negros que permanecem por algum tempo dando inflorescncia um aspecto pontilhado caracterstico.

    Distribuio na MadeiraMuito espalhada por toda a costa sul, sobretudo nas zonas mais baixas, sendo considerada infestante em terrenos cultivados. Ocorre em incultos, entulhos, taludes e margens de caminhos e levadas.

    UsosPara alimento do gado e para amarrar molhos.

    N. de informantes2

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Erva rija

    EF.F.

    F.F.

    76

  • FamliaScrophulariaceae

    Nome cientficoSibthorpia peregrina L.

    OrigemEndmica da Madeira.

    DescrioHerbcea, perene e hirsuta, com caules prostrados at 1 m de comprimento, radicante nos ns. Folhas reniformes a orbiculares, com 15-60 mm de largura, crenadas, pecolos de 1-7 cm. Inflorescncias axilares, com uma a seis flores, pedicelo longo, de 1,5-8 cm, corola amarelo plido, de 0,9-1,2 cm de dimetro, com um tubo curto e cinco a oito lobos arredondados.

    Distribuio na MadeiraFrequente na Laurissilva e noutros locais hmidos e sombrios, ocorrendo dos

    150-1400 m de altitude.

    UsosCh para priso de ventre. Do como alimento ao gado, antes do abate, para

    a carne ficar menos seca. Do aos porcos com priso de ventre, misturando, por vezes, enxofre.

    N. de informantes8

    ObservaesFoi referida como uma erva venenosa.

    Referncia bibliografica ( Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Erva terrestre, erva redonda

    EF.F.

    G.M.

    77

  • FamliaLiliaceae

    Nome cientficoPhormium tenax J.R. Forst. & G. Forst.

    OrigemNova Zelndia.

    DescrioSubarbusto rizomatoso. Folhas at 3 m, ensiformes verde-acinzentadas, base do limbo largo e pice agudo. Escapo floral at 3 m, com flores alaranjadas. Cpsula trigonal com sementes negras e elticas.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto aos caminhos, s bordas dos poios e s habitaes.

    UsosPara amarrar molhos das produes agrcolas, vinha e feiteira.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica(Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Espadana

    EG.M.

    F.F.

    78

  • FamliaAizoaceae

    Nome cientficoTetragonia tretagonoides (Pall.) Kuntze

    OrigemAustrlia e Nova Zelndia.

    DescrioHerbcea anual prostrada algo suculenta, muito ramosa desde a base com caules prostrados ou ascendentes. Folhas triangulares, ovadas ou rmbicas, verde-escuro na pgina superior e verde mais claro na inferior. Flores amare-ladas, pequenas, ssseis a subssseis. Frutos verdes pequenos, subglobosos com algumas protuberncias prximo da extremidade e castanhos quando ma-duros.

    Distribuio na MadeiraEncontra-se perfeitamente naturalizada em terrenos de cultura e em incultos a

    mdias e baixas altitudes.

    UsosCh para diabetes. Utilizado na alimentao, em sopas, sendo rico em ferro.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Espinafre

    EA.L.

    A.L.

    79

  • FamliaMyrtaceae

    Nome cientficoEucalyptus globulus Labill.

    OrigemIntroduzida e nativa da Tasmnia.

    Descriorvore de grande porte ultrapassando os 45 m de altura. Ritidoma liso, acinzen-tado, separando-se em tiras. Folhas juvenis, ovadas a lanceoladas. Folhas adul-tas lanceoladas a falcadolanceoladas, acuminadas no pice e verde acinzen-tadas. Flores solitrias, mais ou menos ssseis, formando uma pseudocpsula com quatro nervuras proeminentes na parte basal e oprculo hemisfrico, deis-cente aquando da abertura das flores.

    Distribuio na MadeiraNaturalizada at aos 1250 m, tendo sido inicialmente plantada para produo de madeira.

    UsosCh das folhas compridas ou em mistura com rodelas de limo e folhas de louro, tanto para beber como para respirar os bafos ou vapores, no caso de tosse, asma, bronquite, constipaes, gripes e diabetes. Ch com duas fo-lhas para purificar o sangue. Ch em mistura com segurelha, para aquecer e apressar o parto e para bafos, nas infeces urinrias e vaginais. Frutos para afastar as traas da roupa. Em ch, para a tosse e, em infuso, misturados com segurelha, macela de boto, mel de abelha e aguardente, para gripe e frios.

    N. de informantes20

    ObservaesNo abusar do ch pois venenoso.

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006)

    Eucalipto

    EF.F.

    F.F.

    80

  • FamliaHypolepidaceae

    Nome cientficoPteridium aquilinum (L.) Kuhn

    OrigemNativa.

    DescrioFeto rizomatoso, frondes triangulares chegando a atingir 150 x 100 cm, com pecolos coriceos, castanho escuros na base. Lminas 2 a 3 pinatifidas. Pelos multicelulares avermelhados a acastanhados.

    Distribuio na MadeiraPlanta muito comum aparecendo em habitats abertos.

    UsosCh da raiz para beber e lavagens para dores de barriga, problemas de tero e reumatismo. Utilizada seca, para forrar as caixas de madeira com louro onde guardavam a carne de porco. Tambm utilizada para melhorar a terra.

    N. de informantes9

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Feiteira, feteira

    F

    F.F.

    F.F.

    81

  • FamliaCulcitaceae

    Nome cientficoCulcita macrocarpa C. Presl

    OrigemNativa.

    DescrioRizoma prostrado, densamente coberto por pelos acetinados castanhos. Frondes grandes, at 2 m, trs a quatro pinadas, com o pecolo do mesmo tamanho que a lmina, ambos glabros. Lmina triangular, coricea, brilhante. Soros mais ou menos esfricos, dispostos na margem dos segmentos, prote-gidos pela margem recurva da lmina e pelo indsio.

    Distribuio na MadeiraPlanta rara que habita em locais hmidos e em vales arborizados.

    UsosColocam os pelos do rizoma nas chagas para estas no infectarem, tendo uma ao antibitica.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994)

    Fetabrum

    F

    F.F.

    F.F.

    82

  • FamliaMoraceae

    Nome cientficoFicus carica L.

    OrigemSudoeste asitico.

    DescrioPequena rvore at dez metros, tronco e ramos acinzentados. Ltex branco. Folhas trs a cinco palmatilobadas, verdes, tomentosas na pgina inferior, com limbo cerca de 35 x 28 cm. Base cordada, margens sinuadas e dentadas. Flores masculinas e femininas minsculas, dispostas no interior de um receptculo em forma de urna. Figos de 5-8 cm, globosos a piriformes verdes.

    Distribuio na MadeiraCultivada, tendo-se naturalizado em altitudes at 300 m.

    UsosPara fazer mel de figo, cozem os figos durante bastante tempo at ficarem castanho-escuro, adicionando, por vezes, um pouco de acar ou mel de cana. Coam com um saco de serapilheira, ficando com um aspecto de mel de cana. utilizado para as parturientes e para a confeco dos bolos de mel e malas-sadas, substituindo o mel de cana. O resto da massa dado aos porcos.Tambm utilizam as folhas para fazer ch para a tosse, gripe, diabetes e reuma-tismo, por vezes, em mistura com meia folha de nespereira.

    N. de informantes11

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Figueira, figueira branca

    F

    F.F.

    F.F.

    83

  • FamliaOxalidaceae

    Nome cientficoOxalis pes-caprea L.

    Origemfrica do Sul.

    DescrioBolbosa perene com caules subterrneos, produtores de bolbilhos. Folhas nu-merosas, trifoliadas, dispostas em roseta basal. Pecolo at 20 cm, fololos at 2 cm, obcordados, mais ou menos tomentosos na pgina inferior. Flores dis-postas em pseudo-umbelas no cimo de um pednculo mais comprido do que as folhas. Ptalas amarelo brilhante, por vezes dobradas. Algumas variedades so rosa plido. Parece no frutificar na Madeira.

    Distribuio na MadeiraIntroduzida para fins ornamentais e fugida de cultura, sendo muito comum em terrenos cultivados e incultos.

    UsosAs crianas chupam o pecolo como se fosse um doce.Ch para a febre.

    N. de informantes12

    Observaes* O termo quizes mais utilizado no stio da Maloeira.

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Florica, floricos, quizes*, vinagreira

    F.F.

    F.F.

    F84

  • FamliaApiaceae

    Nome cientficoFoeniculum vulgare Mill.

    OrigemNativa.

    DescrioHerbcea bienal ou perene at 2,5 m, glauca e glabra com forte aroma a anis. Folhas 3-4 pinatissetas, com segmentos lineares e pecolo dilatado e invagi-nante na base. Os caules tornam-se ocos com a idade. Umbelas terminais e laterais de 4 a 30 raios. Flores muito pequenas de ptalas amareladas. Fruto de 4-10 mm oblongo ovide e comprimido lateralmente.

    Distribuio na MadeiraCultivada junto s habitaes e espontnea em zonas costeiras e locais

    soalheiros.

    UsosCh bem concentrado colocando-o em infuso na aguardente de borra, para frio e dores menstruais. Ch, por vezes com mel de abelha, para tosse, dor-mir, diabetes e mesmo para as crianas.Usado tambm para lavagens do corpo. Ch que se vai bebendo pelo dia a qualquer hora.Em infuso de aguardente e em mistura com pau de canela, marcela de boto, louro, alecrim, segurelha e mel de abelha para parar a hemorragia, aps o parto.

    N. de informantes3

    Referncia bibliografica (Press & Short, 1994)

    Funcho

    F.F.

    F.F.

    F 85

  • FamliaAcanthaceae

    Nome cientficoAcanthus mollis L.

    OrigemIntroduzida da regio mediterrnica.

    DescrioPlanta perene, folhas dispostas em roseta basal, penatifendidas ou pinatissetas, verde escuras, lustrosas na pgina superior. Flores dispostas em espigas ter-minais com brcteas at 4 cm, oblongas, ovadas, geralmente prpuras. Clice glabro com lbulo superior esverdeado ou violeta, o inferior oblongo e bfido; corola branca de 4,5-5 cm, com nervuras violceas.

    Distribuio na MadeiraCultivada para fins ornamentais e medicinais, naturalizada, entre os 200 e 700 m, em locais sombrios.

    UsosCh e folhas esmagadas para chagas e ps inchados.Folhas aquecidas colocadas na testa para dores de cabea, com rodelas de semilha (batata).

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica(Sequeira, Fontinha, Freitas, Ramos & Mateus, 2006; Vieira, 2002)

    Gigante

    G

    F.F.

    M.F.

    86

  • FamliaMyrtaceae

    Nome cientficoPsidium guajava L.

    OrigemAmrica tropical.

    DescrioArbusto ou pequena rvore, muito ramosa, de folhagem persistente e frutos mais ou menos globosos, at cerca de 10 cm de dimetro, pele amarela es-branquiada, polpa rosada ou esbranquiada, aroma forte, caracterstico e mui-tas sementes duras.

    Distribuio na MadeiraMuito cultivada em jardins e logradouros at cerca de 300 m de altitude.

    Ocasionalmente fugida de cultura.

    UsosCh da folha para diarreia, tenso e diabetes.

    N. de informantes4

    Referncia bibliografica (Vieira, 2002)

    Goiaba

    G

    F.F.

    87

    P.M.

  • FamliaAraliaceae

    Nome cientficoHedera maderensis K. Koch ex A. Rutherf. subsp. maderensis

    OrigemEndmica da Madeira.

    DescrioHerbcea perene trepadora, fixando-se por razes areas na forma juvenil. A forma adulta arbustiva. Folhas alternas, pecioladas, palmati-lobadas ou in-teiras. Inflorescncias e lanamentos jovens cobertos por pelos estrelados (tricomas). Umbelulas solitrias ou dispostas em panculas globosas. Flores verde amarelado.

    Distribuio na MadeiraMuito comum at aos 1100 m, em muros, paredes e sobre as rvores.

    UsosFerver as folhas e gargarejar para dores de dentes, mas referiram que estraga as razes dos dentes sos.Para os festejos de So Joo, decoram uns cestos pequenos de vime Salix viminalis L. com a hera, torres de acar Ornithogalum thyrsoides Jacq., bu-fas de senhora Centranthus ruber (L.) DC. e bicheiro de jardim.

    N. de informantes7

    Referncia bibliografica(Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Hera

    H

    F.F.

    F.F.

    88

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoMicromeria thymoides (Sol. ex Lowe) Webb & Berthel.

    OrigemEndmica da Madeira, Porto Santo e Desertas.

    DescrioPlanta subarbustiva at 35 cm de altura, lenhosa. Caules prostrados, ascen-dentes ou eretos, muito ramificados, glabros ou pubescentes. Folhas peque-nas, lanceoladas, revolutas, mais pubescentes na pgina inferior, ssseis ou com um pequeno pecolo. Inflorescncia terminal folhosa com flores pequenas reunidas em verticilastros. Clice pubescente e corola de 5-6 mm de dimetro, branca, rosada ou purprea.

    Distribuio na MadeiraComum em escarpas rochosas, desde o litoral at aos 1000 m de altitude e,

    por vezes, cultivada junto s habitaes.

    UsosCh para problemas de bronquite, garganta, gripe, asma, dormir, rouquido e

    tosse.

    N. de informantes11

    Referncia bibliografica(Jardim & Francisco, 2000; Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Hispia

    H

    G.M.

    F.F.

    89

  • FamliaAsteraceae

    Nome cientficoTanacetum balsamita L.

    OrigemIntroduzida, tendo a sua origem na sia Ocidental.

    DescrioHerbcea perene rizomatosa, atingindo 1,20 m. Caule ereto e ramificado. Fo-lhas de cor verde acinzentado, alternas, algo coriceas, as inferiores peciola-das e as superiores ssseis, sinuadas, ovado-oblongas, dentadas na margem. Captulos de 4-8 mm, discides, dispostos em inflorescncias corimbosas. Flores amarelas.

    Distribuio na MadeiraCultivada raramente, para fins medicinais, junto s habitaes.

    UsosCh para a rouquido e garganta.

    N. de informantes8

    Referncia bibliografica(Brown, 2002)

    Hortel da ndia

    A.L.

    F.F.

    H90

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoCedronella canariensis (L.) Webb & Berthel.

    OrigemEndmica da Macaronsia.

    DescrioHerbcea perene, aromtica, multicaule e lenhosa na base. Caules de seco quadrangular at 1,5 m. Folhas trifoliadas, pecioladas, com os fololos lanceo-lados, acuminados, serrados, pouco pubescentes a glabros na pgina superior e pubescentes na pgina inferior. Inflorescncia em espiga, brcteas simples, clice tubular a campanulado. Corola bilabiada, de 18-20 mm, arroxeada, lils ou rosada.

    Distribuio na MadeiraMuito comum em locais sombrios, acima dos 500 m.

    UsosCh para dormir, dores de cabea, estmago, corao, diabetes e tenso alta.

    N. de informantes15

    Referncia bibliografica (Jardim & Sequeira, 2008; Press & Short, 1994)

    Hortel de cabra,usaidela, isaidela ou isoidela

    F.F.

    F.F.

    H91

  • FamliaLamiaceae

    Nome cientficoMentha spicata L.

    OrigemIntroduzida da regio mediterrnica.

    DescrioHerbcea perene muito aromtica, rizomatosa. Folhas ssseis, ovadas a lan-ceolado-ovadas, um pouco mais largas na base, serradas, com alguns pe-los simples na pgina inferior. Caules escuros. A inflorescncia uma espiga ramificada com numerosos verticilastros. Brcteas pequenas e pedicelos glan-dulosos. Clice 1,5-1,8 mm, tubo campanulado, glabro, com dentes mais ou menos iguais, ciliados. Corola lils, rosada ou esbranquiada de 2-3,2 mm.

    Distribuio na MadeiraCultivada e naturalizada em alguns locais hmidos e encharcados.

    UsosColocam no leite quente para aromatizar, dando s crianas e s mulheres na amamentao, para terem mais leite e, tambm, para febres.Para no encaroarem colocavam pontas da planta junto aos seios.Tambm utilizado para dormir e estmago.Com segurelha para lavar, esfregando, as tripas dos porcos aquando da ma-tana.

    N. de informantes28

    Referncia bibliografica(Press & Short, 1994; Vieira, 2002)

    Hortel de leite

    G.M.

    F.F.