PLANTANDO O ALÍVIO DA DOR: FITOTERAPIA ... GABRIEL REZENDE (EDITORA REZENDE OFFICE), por ter...

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ANA CLÁUDIA NEVES GONÇALVES PLANTANDO O ALÍVIO DA DOR: FITOTERAPIA, ANSIEDADE E CICATRIZAÇÃO Trabalho Final do Mestrado Profissional, apresentado à Universidade do Vale do Sapucaí, para obtenção do Título de Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde. Pouso Alegre - MG 2017

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ANA CLÁUDIA NEVES GONÇALVES

PLANTANDO O ALÍVIO DA DOR:

FITOTERAPIA, ANSIEDADE E

CICATRIZAÇÃO

Trabalho Final do Mestrado Profissional,

apresentado à Universidade do Vale do

Sapucaí, para obtenção do Título de Mestre

em Ciências Aplicadas à Saúde.

Pouso Alegre - MG

2017

ANA CLÁUDIA NEVES GONÇALVES

PLANTANDO O ALÍVIO DA DOR:

FITOTERAPIA, ANSIEDADE E

CICATRIZAÇÃO

Trabalho Final do Mestrado Profissional,

apresentado à Universidade do Vale do

Sapucaí, para obtenção do Título de Mestre

em Ciências Aplicadas à Saúde.

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria José Azevedo de Brito Rocha

Coorientadores: Prof. Dr. José Dias da Silva Neto

Prof. Dr. Manoel Araújo Teixeira

Pouso Alegre - MG

2017

Gonçalves, Ana Cláudia Neves

Plantando o alívio da dor: fitoterapia, ansiedade e cicatrização / Ana

Cláudia Neves Gonçalves. -- Pouso Alegre: UNIVÁS, 2017.

xii, 40f. : il

Trabalho Final do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde-

Universidade do Vale do Sapucaí, 2017.

Título em inglês: Planting pain relief: phytotherapy, anxiety and healing.

Orientador (a): Prof. Dra. Maria José Azevedo de Brito Rocha

1.Fitoterapia. 2. Transtornos de Ansiedade. 3. Cicatrização. 4. Ferimentos e lesões.

5. Dor. 6. Atenção Primária à Saúde. I. Título

1. Fitoterapia. 2. Transtornos de Ansiedade. 3. Cicatrização. 4. Dor.

5. Ferimentos e lesões.

iii

UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ

MESTRADO PROFISSIONAL EM

CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE

COORDENADOR: Prof. Dr. Taylor Brandão Schnaider

Linha de Atuação Científico-Tecnológica: Gestão e qualidade em lesões

teciduais.

iv

DEDICATÓRIA

Aos meus pais,

AÉCIO GONÇALVES (IN MEMORIAM) E

NEUZA NEVES GONÇALVES,

que me ensinaram a dignidade e a honestidade, e não mediram esforços

para me proporcionar a busca pelo conhecimento.

Ao meu esposo,

LUCIANO JARDIM,

a quem eu devo cada vitória, cada espaço conquistado, pois acreditou em

meu potencial, me deu asas para voar e me permitiu chegar tão longe!

Às minhas filhas,

FERNANDA, AMANDA E DANIELLE,

que são a razão da minha vida e a motivação da minha luta para me tornar

uma pessoa melhor, e por fazerem tudo valer a pena.

Aos meus filhos do coração,

IAGO, ANDRÉ, CLAUDINEI, GIULLIAN e TAYLOR,

por fazerem dessa grande família a mais especial do mundo.

v

AGRADECIMENTOS

À PROFA. DRA. MARIA JOSÉ AZEVEDO DE BRITO ROCHA, Professora

Orientadora do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da

Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS), que com competência e sabedoria me

orientou neste processo. Com sensibilidade valorizou cada expressão do meu

trabalho, e nos momentos de dúvidas e incertezas, contei com sua compreensão,

paciência e motivação para seguir em frente. A ela, minha eterna admiração e

gratidão, por todos os ensinamentos e por não me deixar desistir.

À PROFA. DRA. LYDIA MASAKO FERREIRA, Professora Titular da

Disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-

EPM) e Coordenadora da Área da Medicina III (CAPES), por todos os ensinamentos e

pela honra da participação na redação dos capítulos e prefácio do livro.

Ao PROF. DR. TAYLOR BRANDÃO SCHNAIDER, Coordenador do Mestrado

Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da UNIVÁS, pelo exemplo de vida e de

dedicação ao trabalho e à ciência.

À PROFA. DRA. DANIELA FRANCESCATO VEIGA, Coordenadora Adjunta e

Professora Orientadora do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da

UNIVÁS, pela oportunidade e por nos ensinar que a ciência deve ser realizada com amor

e perfeição.

Aos meus coorientadores, PROF. DR. JOSÉ DIAS DA SILVA NETO e PROF. DR.

MANOEL ARAÚJO TEIXEIRA, Professores Orientadores do Mestrado Profissional em

Ciências Aplicadas à Saúde da UNIVÁS, pela confiança e disponibilidade.

Aos autores convidados, ANDREA FERNANDES DE OLIVEIRA, Cirurgiã Plástica e

Coordenadora da Unidade de Tratamento de Queimaduras da Disciplina de Cirurgia

Plástica da UNIFESP, FERNANDA GONÇALVES CAMPOS, Médica Residente do

Programa de Psiquiatria do Hospital Universitário São Francisco de Bragança Paulista,

LEILA BLANES, Enfermeira e Vice-Coordenadora do Mestrado Profissional em

Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da UNIFESP, LUIZ

vi

FERNANDO RIBEIRO DA SILVA PAULIN, Psiquiatra e Coordenador do Curso de

Medicina da Universidade São Francisco (USF) e do Programa de Residência de

Psiquiatria do Hospital Universitário, MARIA GABRIELA GAMA, Filósofa e

Professora da Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho

(UM), Portugal (in memoriam) e MARIA JOSÉ AZEVEDO DE BRITO ROCHA,

pelas ricas contribuições, pela disponibilidade e por terem agregado maior

conhecimento ao trabalho.

À PROFA. DRA. DIBA MARIA SEBBA TOSTA DE SOUZA, PROFA. DRA.

FIORITA GONZALES LOPES MUNDIM e PROFA. DRA. ADRIANA RODRIGUES

DOS ANJOS MENDONÇA, Professoras do Mestrado Profissional em Ciências

Aplicadas à Saúde, pela participação e contribuições na banca de qualificação.

A todos os professores do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde, pelos

conhecimentos transmitidos e pelo exemplo a ser seguido.

Ao PROF. DR. MARCOS ANTONIO BATISTA, Psicólogo e Professor do Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Bioética, Vice Coordenador e Professor do curso de

Psicologia da UNIVÁS, por ter acreditado em mim ainda no começo da graduação, por

todos os ensinamentos e por ter me guiado pelos caminhos da pesquisa científica.

Ao PROF. DR. NEIL FERREIRA NOVO, Professor da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo (PUC-SP), Professor da Faculdade de Medicina da

Universidade de Santo Amaro (UNISA) e Professor Coolaborador do Mestrado

Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde, da UNIVÁS, minha homenagem e

admiração.

Ao GUILHERME OLIVEIRA SANTOS, secretário dos cursos Stricto

Sensu, pelo apoio, incentivo e por todos os serviços prestados.

À minha amiga SÍLVIA MARA TASSO, Professora do curso de Medicina da

Faculdade de Ciências Médicas da UNIVÁS, que sempre me apoiou, e que me

inspira pelo exemplo de profissionalismo e dedicação à profissão.

vii

Aos colegas do mestrado, pela riqueza do saber multidisciplinar, e em especial

MARIA LUIZA RENNÓ BALDASSARIS, Professora do curso de Medicina da

Faculdade de Ciências Médicas da UNIVÁS, pelo companheirismo e apoio.

Aos usuários e colegas de trabalho do CAPS ALDEIA VIRAMUNDO e CAPS AD

NOVO CAMINHO, por me acompanharem nessa jornada pelo fortalecimento da

Saúde Mental no Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao GABRIEL REZENDE (EDITORA REZENDE OFFICE), por ter confiado em

meu trabalho e se disponibilizado a editar o livro com tanto carinho.

A DEUS, a quem pertencem tanto o querer como o realizar.

viii

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.

(Fernando Pessoa)

ix

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ..........................................................................................................iv

AGRADECIMENTOS...................................................................................................v

EPÍGRAFE..................................................................................................................viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.............................................................x

RESUMO....................................................................................................................xi

ABSTRACT...............................................................................................................xii

1. CONTEXTO.............................................................................................................01

2. OBJETIVO..............................................................................................................08

3. MÉTODOS...............................................................................................................09

4. RESULTADOS.........................................................................................................11

4.1. PRODUTO.............................................................................................................11

5. DISCUSSÃO...........................................................................................................26

5.1. APLICABILIDADE............................... .............................................................26

5.2. IMPACTO SOCIAL..............................................................................................28

6. CONCLUSÃO.........................................................................................................31

7. REFERÊNCIAS........................................................................................................32

NORMAS ADOTADAS..............................................................................................40

.

x

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APA American Psychiatric Association

APS Atenção Primária à Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

DSM-5 Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição

ESF Estratégia de Saúde da Família

FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais

Ipq - HCFMUSP Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo

MCA Medicina Complementar e Alternativa

MPCA Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

PIC Práticas Integrativas e Complementares

PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

PNPMF Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

RENISUS Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

SNC Sistema Nervoso Central

SUS Sistema Único de Saúde

TAG Transtorno de Ansiedade Generalizada

UM Universidade do Minho

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

UNIVÁS Universidade do Vale do Sapucaí

USF Universidade São Francisco

xi

RESUMO

Introdução: A cicatrização das lesões teciduais é um processo complexo, influenciado

também por fatores psicológicos, tais como os Transtornos de Ansiedade, e o alívio da

ansiedade deve ser considerado no processo de cicatrização. A Fitoterapia,

reconhecida mundialmente nos sistemas públicos de saúde, pode ser utilizada como

abordagem terapêutica no tratamento dos sintomas de ansiedade, contribuindo para o

alívio da dor psíquica. Objetivo: Elaborar um livro para dar subsídios ao uso da

Fitoterapia no tratamento dos aspectos emocionais que influenciam o processo de

cicatrização das lesões teciduais, e sua aplicação na Atenção Primária à Saúde.

Métodos: Revisão bibliográfica; critérios de inclusão e exclusão de artigos;

identificação dos eixos temáticos: pele e cicatrização; Transtornos de ansiedade; a dor

psíquica e a influência da ansiedade no processo de cicatrização; plantas medicinais e

o uso tradicional da Fitoterapia; Fitoterapia como ciência e suas bases legais;

Fitoterapia no SUS; plantas medicinais com potencial terapêutico para o tratamento

dos sintomas de ansiedade. Resultados/Produto: O livro foi produzido e editado sob o

ISBN nº 978-85-93396-00-7. Conclusão: O livro “Plantando o Alívio da Dor:

Fitoterapia, Ansiedade e Cicatrização”, oferece subsídios ao uso da Fitoterapia como

recurso terapêutico no tratamento dos sintomas de ansiedade que interferem no

processo de cicatrização, e sua aplicação na Atenção Primária à Saúde.

Palavras chave: Fitoterapia; Transtornos de Ansiedade; Cicatrização; Ferimentos e

lesões; Dor; Atenção Primária à Saúde.

xii

ABSTRACT

Introduction: The healing of tissue wounds is a complex process that envolves the

influence of psychological factors such as Anxiety Disorders. The relief of anxiety

must be considered in the healing progression. Phytotherapy is well-known worldwide

in public health care systems, and it may be used as an effective therapeutic approach

in the treatment of anxiety symptoms, contributing to the refief of psychlogical pain.

Objective: Formulate a book to aid the use of Phytotherapy in the treatment of

emotional aspects that influence healing processes of tissue wounds and its application

in Primary Health Care. Methodology: bibliographic review; criteria for including and

deleting articles; identifications of theme axis: skin and healing; anxiety disorders;

psychological pain and the influence of anxiety in wound healing; medicinal plants

and the traditional use of Phytotherapy; Phytotherapy as a Science and its legal basis;

Phytotherapy in Brazilian’s Unified Healthcare System and medicinal plants

containing therapeutical potential for treating anxiety symptoms.Results/Product: the

book has been produced and edited under the ISBN number 978-85-93396-00-7.

Conclusion: The book “Planting pain relief: Phytotherapy, Anxiety and Healing” aids

the use of Phytotherapy as a therapeutical resource in the treatment of anxiety

symptoms that intervene in the wound healing process and its application in Primary

Health Care.

Keywords: Phytotherapy; Anxiety Disorders; Healing; Wounds and injuries; Pain;

Primary Health Care.

1

1. CONTEXTO

A cicatrização refere-se a uma sequência de eventos, desde o trauma das

estruturas e funções normais do tegumento até o fechamento completo e organizado da

lesão tecidual. Caracteriza-se por ser um processo altamente complexo e diretamente

relacionado às funções do organismo, pois envolve fenômenos bioquímicos e

fisiológicos que atuam na restauração do tecido (EBERHARDT et al., 2015;

CHARAFEDDINE et al., 2016; LEE et al., 2016).

O contato com o corpo ferido provoca sentimentos de medo, tristeza e

desânimo, que podem evoluir para sintomas de angústia e depressão. A pessoa ferida

experimenta não apenas mudanças físicas, mas também psicológicas, que podem

repercutir na esfera das relações interpessoais. A perda da integridade da pele implica

na construção de uma nova imagem sobre o corpo e sobre si, considerando-se os

aspectos culturais, sociais e afetivos envolvidos (CARVALHO et al., 2013;

WAIDMAN et al., 2011). Fatores como o afastamento das atividades laborais ou

recreativas, as recomendações de repouso, a dor, as secreções, os odores, a exposição

ao julgamento alheio, a rejeição das pessoas, as mudanças nas relações familiares,

tornam-se impeditivos para uma vida social, intensificando a repulsa em relação à

ferida (CARVALHO et al., 2013; JEFFERY, 2016).

A lesão tecidual pode causar tanto a dor física quanto a dor psíquica, pois a dor

constitui-se como uma experiência privada e subjetiva, que não resulta somente das

características das lesões, e não pode ser considerada apenas como um fenômeno

sensorial. Apresenta-se como uma experiência emocional complexa, influenciada por

comportamentos cognitivos e pela motivação, na medida em que coloca o indivíduo

numa situação de apatia, desmotivação e comodismo, levando-o inclusive a perder a

capacidade de acreditar na possibilidade de cura (WAIDMAN et al., 2011).

A dor leva à exaustão, afetando a capacidade de realizar as atividades diárias e

desencadeando sentimentos de baixa autoestima; impede a cicatrização da ferida e

diminui a qualidade de vida do indivíduo portador. Desta forma, a dor deve ser sempre

considerada, o seu alívio deve ser uma prioridade e a sua ausência um objetivo, pois a

2

dor relacionada à ferida crônica afeta o bem-estar, a capacidade funcional e a

qualidade de vida (OUSEY e EDWARD, 2014; CORRÊA et al., 2016; WOO, 2008).

Os aspectos psicológicos desempenham papel significativo na patogênese e

recorrência das lesões teciduais crônicas. Os problemas psicossociais podem contribuir

para episódios de estresse, ansiedade e depressão, afetando a função imunológica e

apontando para uma relação expressiva entre os aspectos emocionais e a cicatrização

das lesões (COLE-KING e HARDING, 2001).

Além dos diversos fatores que podem afetar de forma positiva ou negativa,

como o ambiente em que ocorre a lesão, o estado nutricional, doenças sistêmicas

associadas e estados emocionais, o processo da cicatrização sofre influências dos

transtornos de ansiedade. Portanto, o alívio destes sintomas deve ser considerado

como um dos fatores que pode favorecer a cicatrização (MARTINS et al., 2006).

A ansiedade, considerada o transtorno mental mais comum, é definida por

meio de sintomatologia cognitiva e somática que envolve preocupação crônica

excessiva, além de uma constelação de apresentações, tais como distúrbios do sono,

agitação, nervosismo, irritabilidade, fadiga, dificuldades de concentração e tensão

muscular. Geralmente apresenta início precoce e alta prevalência de transtornos em

comorbidade (SAVAGE et al., 2015), sendo o mais frequente a depressão (DAVIS et

al., 2016) e também as doenças cardiovasculares, sendo estas mais frequentes em

idosos (MACHADO et al., 2016). Pode se tornar patológica, interferindo na vida

diária do indivíduo, tais como o trabalho, a escola e os relacionamentos (MAH et al.

2016; KADER MAIDEEN et al., 2015; APA, 2014).

Os protocolos utilizados para a gestão do tratamento dos transtornos de

ansiedade consideram os benzodiazepínicos como alternativas seguras e eficazes

(PITTA, 2011), por serem fármacos depressores do sistema nervoso central (SNC) e

amplamente utilizados a partir da década de 1960, principalmente por seus efeitos

ansiolíticos, hipnóticos, anticonvulsivantes e miorrelaxantes. Apesar da eficácia dos

benzodiazepínicos no tratamento dos transtornos de ansiedade, o uso desta classe de

medicamentos causa efeitos colaterais indesejados, dentre outros, sonolência e

confusão mental (PRATTE et al., 2014; SCHALLEMBERGER e COLET, 2016).

Devido à necessidade de que os transtornos de ansiedade sejam devidamente

avaliados e diagnosticados, e que sejam efetuadas respostas terapêuticas adequadas

(ROBERGE et al., 2015), os sistemas de saúde têm buscado novas propostas

terapêuticas que sejam menos onerosas, que causem menos dependência e que

3

considerem a cultura e o saber popular (FAUSTINO et al., 2010). Neste contexto, as

plantas medicinais podem ser consideradas como um grande potencial, pois desde o

início da civilização são utilizadas como recurso terapêutico para o tratamento de

diversas enfermidades (BORCARD et al., 2015; BARBOSA et al., 2013).

Até o século XX, o uso de plantas medicinais foi o principal recurso

terapêutico utilizado para tratar a saúde das pessoas; porém, a partir da

industrialização e dos avanços tecnológicos, houve um aumento significativo da

utilização dos medicamentos sintéticos e, desde então, o uso de plantas medicinais

vem sendo substituído pelos medicamentos alopáticos (FIGUEREDO et al., 2014;

ARGENTA et al., 2011). Apesar do avanço científico e tecnológico, que trouxe

muitos benefícios no campo da assistência médica, grande parte da população

considera os medicamentos sintéticos mais caros e agressivos ao organismo

(TOMAZZONI et al., 2006) e ainda se utiliza do uso das plantas medicinais como

práticas complementares para cuidar da saúde (BADKE et al., 2011).

Além disso, as plantas medicinais são consideradas de fácil acesso para a

maioria das pessoas, e fazem parte do uso e da cultura popular (ARGENTA et al.,

2011; MARTINAZZO et al., 2015). A utilização de plantas medicinais tem ainda

como facilitadores a grande diversidade vegetal e o baixo custo, associados à tradição

popular de seu uso. Nesta perspectiva, o Brasil se destaca e oferece uma integrativa

terapêutica promissora para a população, pois possui um terço da flora mundial, sendo

a Amazônia considerada a maior reserva de produtos com ação fitoterápica do planeta

(SANTOS et al., 2011). Porém, a cultura popular pode intensificar o uso

indiscriminado de plantas medicinais dentro do contexto da automedicação, da

utilização de medicamentos sem prescrição, orientação ou do acompanhamento do

profissional de saúde (NICOLETTI et al., 2007; VEIGA JÚNIOR, 2008).

A Fitoterapia pode ser definida como o estudo e aplicação dos efeitos

terapêuticos de drogas vegetais e derivados; a ciência que estuda a utilização dos

produtos de origem vegetal com a finalidade terapêutica para se prevenir, atenuar ou

curar um estado patológico (ROSSATO et al., 2012). Faz parte também da prática da

medicina popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos praticantes

de acordo com a tradição de cada país, em que os conhecimentos passam de uma

geração a outra especialmente pela tradição oral, e sua aceitação é influenciada pelos

fatores culturais (BRUNING et al., 2012).

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São considerados medicamentos fitoterápicos aqueles obtidos exclusivamente

com emprego de matérias primas ativas vegetais, com eficácia e segurança validadas

por meio de levantamentos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas ou

evidências clínicas. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de

seu uso, pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não podem ser

considerados fitoterápicos os medicamentos que incluem em sua composição

substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, ou associações dessas com extratos

vegetais (CARVALHO et al., 2011; ROSSATO et al., 2012; SOFOWORA et al.,

2013).

As principais formas de apresentação das plantas medicinais correspondem à

planta in natura ou fresca, forma seca (droga vegetal) e o fitoterápico industrializado.

São utilizadas em formas de gel, pomada, por meio de gargarejo, inalação, compressa,

elixir, xarope, chá e infusão (BRASIL, 2012; BRASIL, 2014; BRASIL, 2015) e

também em forma de alimentos funcionais (VEIGA JÚNIOR, 2008). As indicações

mais comuns dos fitoterápicos referem-se ao uso como analgésicos, calmantes, anti-

inflamatórios, cicatrizantes, digestivos, diuréticos, antiflatulantes e outras

propriedades, amplamente utilizados pela população (ROSA et al., 2011; MARMITT

et al., 2015).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o uso da Fitoterapia para

fins de diagnóstico e tratamento desde 1978, quando recomendou as pesquisas e a

difusão dos conhecimentos necessários para o uso dos fitoterápicos nos sistemas

mundiais de saúde, pois atualmente 80% da população mundial utiliza as plantas

medicinais como principal opção terapêutica, principalmente em sua Atenção Primária

à Saúde (TOMAZZONI et al., 2006).

O Brasil, que se destaca por sua grande diversidade vegetal (ARGENTA et al.,

2011; MARTINAZZO et al., 2015), e visando ampliar as possibilidades terapêuticas

aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e o fortalecimento da Atenção Básica,

vem desenvolvendo políticas públicas e programas, dentre eles, o Programa Nacional

de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), aprovado em dezembro de 2008 por

meio da Portaria nº 2.960, que estabelece ações voltadas ao uso racional das plantas

medicinais e fitoterápicos.

Destaca-se também a Portaria nº 971/2006, que institui a Política Nacional de

Práticas Integrativas (PNPIC) no SUS, que regulamenta o uso das Práticas Integrativas

e Complementares (PIC), utilizadas na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças

5

físicas ou mentais baseadas em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas

(BRASIL, 2012). Dentre as práticas regulamentadas, como a Acupuntura,

Termalismo, a Medicina Antroposófica e a Homeopatia, a Fitoterapia é a prática

integrativa que mais cresce ao longo dos anos, devido às pesquisas sobre a eficácia das

plantas medicinais e à evolução dos estudos químicos e farmacológicos, além de

representar o resgate da cultura popular (SANTOS et al., 2011).

A inclusão da Fitoterapia na Atenção Básica se dá a partir da constatação de

que a população atendida faz uso de plantas medicinais com fins terapêuticos, muitas

vezes simultaneamente ao tratamento alopático, e sem conhecer os possíveis riscos em

termos de toxidade, interações medicamentosas e formas corretas de cultivo e preparo.

Portanto, a inserção da Fitoterapia no SUS tem sido percebida como instrumento

promotor de benefícios mútuos, fortalecendo o cuidado e os vínculos entre usuários,

comunidade e equipes de saúde (FONTENELE et al., 2013), representando mais uma

terapêutica ao conjunto de possibilidades de tratamento à disposição dos profissionais

de saúde, onde se imbricam o conhecimento científico e o conhecimento popular

(FIGUEREDO et al., 2014).

Diversos programas de Fitoterapia se encontram implantados ou em fase de

implantação nas Estratégias de Saúde da Família (ESF). Segundo o levantamento

realizado pelo Ministério da Saúde em 2004, a Fitoterapia como prática integrativa está

presente em 232 municípios, dentre esses 19 capitais, num total de 26 estados

brasileiros (BRASIL, 2006).

De um modo geral, os programas implantados apresentam muitos benefícios

para os usuários do SUS, com excelentes resultados no tratamento de várias doenças.

Além de uma gama de problemas de saúde, também são indicados para tratarem os

transtornos mentais comuns, tais como os Transtornos de Ansiedade (MCINTYRE et

al., 2015).

O tratamento dos sintomas de ansiedade na Atenção Primária tem se

constituído em um grande desafio (PRATTE et al., 2014). A utilização de

medicamentos psicotrópicos no tratamento dos transtornos psiquiátricos é vista como

prática terapêutica comum na rede pública de saúde, muitas vezes de forma

indiscriminada, e a assistência em saúde mental ainda é bastante precária na atenção

primária, o que provoca a perpetuação do consumo e a dependência entre os usuários;

(NORDON et al., 2009; FAUSTINO et al., 2010; TELLES FILHO et al., 2011;

SOUZA et al., 2013; LIMA et al., 2013).

6

No Brasil, os benzodiazepínicos estão entre as classes de drogas mais

utilizadas; estima-se que 1,6% da população adulta seja usuária crônica, o que tem se

tornado um problema de saúde pública (FIRMINO et al., 2011), pois o uso crônico e

prolongado pode causar dependência, tolerância à medicação e vários efeitos adversos,

morbidade e mortalidade relacionadas à superdosagem e à abstinência. Em idosos, eles

têm sido associados com declínio cognitivo, demência e quedas (BRETT e

MURNION, 2015; MOCHCOVITCH, 2015; NALOTO, 2016).

Deve-se considerar ainda que a grande popularidade dessa classe de

medicamentos é fortemente influenciada pela indústria farmacêutica, o que aumenta o

apelo da população pelas consultas e prescrições (LEMOS et al. 2016).

As pesquisas e estudos realizados sobre os princípios ativos das plantas

utilizadas pelo saber popular, sugerem que a terapêutica à base de plantas medicinais é

igualmente eficaz no tratamento dos sintomas de ansiedade em comparação aos

medicamentos padrão, porém sem a variedade de efeitos adversos prejudiciais

apresentados pelo uso prolongado dos mesmos (PRATTE et al., 2014; MCINTYRE et

al., 2015).

Além disso, a presença dos efeitos colaterais, a dificuldade de acesso da

população devido aos altos custos, o estigma em relação aos psicofármacos associados

à insatisfação com os tratamentos convencionais, podem levar as pessoas a

considerarem a Fitoterapia como opção para o alívio dos sintomas de ansiedade

(MCINTYRE et al., 2015).

Várias espécies vegetais que podem ser utilizadas no alívio dos sintomas de

ansiedade, são descritas nas farmacopeias internacionais e também na Farmacopeia

Nacional. A maioria delas, já utilizada pelo saber popular, vem sendo avaliada

cientificamente, por meio de ensaios clínicos e randomizados, para garantir a eficácia

e segurança de seu uso. Porém, definiu-se neste trabalho identificar algumas plantas

que estejam inseridas nas farmacopeias brasileira e internacionais, que estejam

presentes no uso popular, sejam de fácil acesso, disponíveis no mercado nacional e

constantes na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

(RENISUS).

As espécies vegetais Piper methysticum, Matricaria recutita, Passiflora

incarnata, Valeriana officinalis e Melissa officinalis, são consideradas boas opções

terapêuticas com efeitos colaterais mínimos e relativa segurança de uso (SOUZA et

al., 2015; BRASIL, 2016, BEHBOODI MOGHADAM et al., 2016; KAVIANI et al.,

7

2013). Os estudos indicam um efeito ansiolítico destas plantas, se prescritas e

utilizadas corretamente (ZICK et al., 2011; AMSTERDAM et al., 2009; MEIRA et

al., 2012; CASES, 2011; BRASIL, 2011; VILLET et al., 2016; COLUSSI et al., 2011;

BARBOSA et al., 2013). Ao contrário dos benzodiazepínicos, não causam

dependência física e ou psicológica, e poucos são aos efeitos adversos na dosagem

adequada (SOLDATELLI et al., 2010; CHUA et al., 2016).

De acordo com a PNPIC, devem ser realizadas ações de educação permanente

e capacitações na área da Fitoterapia, visando a sensibilização dos profissionais em

relação aos princípios e diretrizes do SUS, às normas e regulamentações, além dos

cuidados gerais com as plantas medicinais e fitoterápicos (SANTOS et al., 2011).

O Ministério da Saúde tem se preocupado com a educação permanente como

meio de transformar as práticas educativas da formação, da atenção, da gestão, de

formação de políticas e de controle social no setor de saúde. As possibilidades de

inovação e mudanças de concepções de saúde dependem também da possibilidade de

produzir conhecimento a partir das práticas e da democratização da gestão do trabalho.

A educação permanente em saúde deve contribuir para formação de perfis

profissionais e de serviços, introduzindo mecanismos, espaços e temas que gerem a

implicação, a mudança institucional e a experimentação de novos processos de

trabalho (CECCIM, 2005; OLIVEIRA, 2007).

Neste contexto, os materiais didáticos são instrumentos ou objetos que podem

servir como recursos que possibilitam o aprendizado de algo, estimulando e dirigindo

o processo ensino-aprendizagem. Podem ser entendidos como uma ferramenta

fundamental de mediação, que se dá pelos instrumentos e pelo signo, da produção da

cultura humana e sua relação com o mundo. O uso do livro didático perpassa assim,

por questões institucionais, culturais, históricas, políticas e econômicas

(KAWAMOTO, 2011).

O livro “Plantando o alívio da dor: Fitoterapia, ansiedade e cicatrização”, pode

proporcionar uma maior percepção e conhecimento sobre a influência dos sintomas de

ansiedade no processo da cicatrização, contribuindo para o alívio da dor psíquica e

subsidiando os profissionais de saúde na gestão do tratamento de lesões teciduais.

8

2. OBJETIVO

Elaborar um livro para dar subsídios ao uso da Fitoterapia no tratamento dos

aspectos emocionais que influenciam o processo de cicatrização das lesões teciduais, e

sua aplicação na Atenção Primária à Saúde.

9

3. MÉTODOS

A primeira etapa foi realizada por meio de busca integrada em bases de dados,

a saber Cochrane Library, PubMed - NCBI, SciELO, LILACS e MEDLINE. Foram

utilizados na busca a combinação entre os descritores “anxiety desorders”,

“phytotherapy”, “chronic wounds”, “wound care”e “primary health care”, não sendo

realizada qualquer tipo de seleção por título ou autor.

Na segunda etapa estabeleceu-se os critérios de inclusão e exclusão: foram

incluídos artigos nacionais e internacionais, considerando o título que fizesse relação

com o tema pesquisado e com a data de publicação inferior a cinco anos, a partir do

ano de 2016, quando foi realizada a pesquisa. Foram incluídas também publicações

do Ministério da Saúde, portarias e resoluções pertinentes. Foram excluídos estudos

que não abordavam os objetivos pesquisados e estudos com data anterior a

estabelecida, porém alguns foram considerados, por se tratarem de publicações

relevantes sobre o tema.

Na terceira etapa, foram identificados os artigos encontrados com os

descritores já citados, e considerando-se o título e resumo, foram selecionados

somente os artigos potencialmente relevantes dentro dos critérios pré-estabelecidos.

Foram selecionados 145 artigos, entre artigos nacionais e internacionais; 30

publicações, entre livros e publicações oficiais do Ministério da Saúde; 1 Portaria e 1

Resolução do Ministério da Saúde. Dos 145 artigos, 111 possuem data inferior a 5 anos

de publicação, e 34 possuem data superior a esta margem.

Na quarta etapa, foi realizada a leitura criteriosa dos artigos e publicações, que

foram organizados dentro dos eixos temáticos identificados e estabelecidos:

1. Pele e cicatrização: 3 artigos e 3 publicações;

2. Os Transtornos de Ansiedade: 20 artigos e 6 publicações;

3. A dor psíquica e a influência da ansiedade no processo de cicatrização das

lesões teciduais: 30 artigos e 6 publicações;

4. Plantas medicinais e o uso tradicional da Fitoterapia: 12 artigos e 1 publicação;

10

5. Fitoterapia e suas bases legais e científicas: 25 artigos, 8 publicações e 1

Resolução.

6. A Fitoterapia como prática integrativa no SUS: 15 artigos, 3 publicações e 1

Portaria;

7. Plantas medicinais com potencial terapêutico para o tratamento dos sintomas

de ansiedade: 40 artigos e 3 publicações.

Na quinta etapa, foram definidos os títulos e subtítulos dos capítulos, e

realizou-se a escrita. De acordo com os eixos temáticos, o livro foi escrito em sete

capítulos. Os três primeiros capítulos foram escritos por profissionais convidados, por

se tratar de tema específico de suas áreas de atuação visando a agregar conhecimento.

Os critérios de pesquisa utilizados pelos autores convidados foram pessoais, no

entanto os artigos selecionados foram considerados nos eixos temáticos estabelecidos.

A sexta etapa consistiu-se da apresentação da proposta do livro a algumas

editoras, e da busca de fomento junto à FAPEMIG para a edição do livro, porém no

ano de 2016 não foi disponibilizado por este órgão recursos para editoração de livro e

material didático.

Foi apresentado à Editora Rezende Office, CNPJ 23.530.146/0001-44, que

aceitou e se responsabilizou pela edição do livro.

11

4. RESULTADOS

4.1. PRODUTO

12

Edição do livro “Plantando o Alívio da Dor: Fitoterapia, Ansiedade e

Cicatrização”, sob o ISBN nº 978-85-93396-00-7.

Sumário:

Capítulo 1

A Pele: conceitos gerais

Autoras:

Andrea Fernandes de Oliveira, médica cirurgiã plástica, doutora em Ciências

pelo Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional da Universidade Federal

de São Paulo (UNIFESP) coordenadora da Unidade de Tratamento de Queimaduras da

Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP.

Leila Blanes, enfermeira, doutora em Ciências pelo Programa de Pós-

Graduação em Cirurgia Translacional da UNIFESP; vice coordenadora do Mestrado

Profissional em Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da

UNIFESP.

Lydia Masako Ferreira, médica cirurgiã plástica, professora titular da

Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP e coordenadora da Medicina III –

CAPES.

O primeiro capítulo aborda conceitos gerais sobre a pele, que é o maior órgão

do corpo humano, e envolve-o por completo. Descreve a anatomia da pele e dos

anexos cutâneos principais, como as glândulas sudoríparas, sebáceas, pelos e unhas, e

também sobre as estruturas especializadas da inervação sensitiva, a saber, os

Corpúsculos de Vater-Pacini, Meissner e Ruffini.

Conceitua outras funções proporcionadas pelas células cutâneas, como o

reconhecimento imunológico, capacidade de reparar danos, termorregulação e

comunicação intercelular.

Aponta que a pele é acometida frequentemente por lesões físicas e traumáticas,

e que cada episódio de lesão é seguido por uma sequência de processos com objetivo

13

de reparar esta lesão. Esse processo é conhecido como cicatrização de feridas, e que

está relacionado a um complexo processo de reparação tecidual. Falhas no processo de

cicatrização podem ser provocadas por múltiplos fatores, e uma ferida pode abalar o

equilíbrio psicossocial do indivíduo portador, por atingir tanto a aparência quanto a

própria integridade física.

Por fim, apresenta que distúrbios psicológicos de ansiedade parecem estar

relacionados a alterações na pele, chamando a atenção dos pesquisadores para a

importância da saúde envolvendo este órgão.

Capítulo 2

Transtornos Ansiosos: um olhar psiquiátrico

2.1. Introdução

2.2. Definição

2.3. Histórico

2.4. Etiopatogenia

2.5. Ansiedade crônica: riscos e consequências

2.6. Quadro Clínico

2.6.1. Transtorno da Ansiedade de Separação

2.6.2. Mutismo Seletivo

2.6.3. Fobia Específica

2.6.4. Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)

2.6.5. Transtorno de Pânico

2.6.6. Agorafobia

2.6.7. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

2.7. Tratamento

Autores:

Fernanda Gonçalves Campos, médica residente do terceiro ano do Programa de

Residência de Psiquiatria do Hospital Universitário São Francisco de Bragança

Paulista, SP.

Luiz Fernando Ribeiro da Silva Paulin, médico psiquiatra, coordenador do

curso de Medicina da Universidade São Francisco (USF); coordenador do Programa

14

de Residência de Psiquiatria do Hospital Universitário São Francisco; coordenador do

Programa de Pós-Graduação Lato Senso de Saúde Mental da USF e coordenador do

Hospital - Dia - Escola em Saúde Mental do Hospital Universitário São Francisco

(Bragança Paulista, SP).

Este capítulo trata do tema referente aos transtornos ansiosos, uma das condições

psiquiátricas mais prevalentes no mundo e considerada um grande problema para a

população, pois se associa a sofrimento e limitações e a custos elevados na saúde pública.

Descreve as porcentagens das prevalências e as várias comorbidades clínicas associadas a

esse transtorno, como as doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, infarto agudo do

miocárdio e outros.

Apresenta a definição de ansiedade e indica que a sua classificação enquanto

transtorno se associa à identificação de critérios físicos e psíquicos. Descreve o histórico

do Transtorno de Ansiedade apresentados por alguns autores, principalmente pelos

trabalhos clínicos desenvolvidos por Sigmund Freud, quando os transtornos começaram a

ser classificados de forma mais sistemática. Atualmente, novos modelos de classificação

pautados no método científico são encontrados, principalmente na Classificação

Internacional de Doenças (CID 10) e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais (DSM-5).

Vários são os fatores envolvidos na patogênese deste transtorno, inclusive a

influência de fatores genéticos e ambientais. Enfatiza o papel central da amígdala neste

circuito, e também do GABA, um dos neurotransmissores chave envolvidos na ansiedade

e na ação ansiolítica de muitas drogas utilizadas para tratar os transtornos ansiosos.

Aborda os riscos e as consequências da ansiedade crônica, pois intensifica o risco

de desenvolvimento de grandes patologias psiquiátricas, tais como a depressão e os

quadros de demência, evidenciando que os transtornos ansiosos e o estresse podem

danificar o cérebro.

O quadro clínico é apresentado de acordo com a classificação do DSM-5 e CID

10, entretanto, nesse capítulo foram descritos os transtornos ansiosos definidos pelo

DSM-5, por ser contemplado com as modificações mais atuais fornecidas pela literatura.

O tratamento é apresentado como um desafio, visto que a má aderência é

frequente, assim como o pouco esclarecimento sobre a complexidade dessa patologia.

Dentre os medicamentos utilizados para o tratamento dos transtornos de ansiedade,

destacam-se os benzodiazepínicos, os antidepressivos e outras classes medicamentosas

15

como anticonvulsivantes e antipsicóticos. A eficácia dos benzodiazepínicos é bem

documentada nos tratamentos de curta duração, porém seu uso prolongado e em larga

escala tem se tornado frequente e abusivo, expondo a riscos de tolerância e dependência.

Aponta a necessidade de mais estudos que enfatizem a utilização de outras opções

terapêuticas quando se deseja evitar o uso de benzodiazepínicos por contraindicação

clínica ou risco aumentado de abuso e dependência, e a avaliação e o incentivo a novas

modalidades terapêuticas nos programas da Atenção Primária à Saúde.

Capítulo 3

A Dor Psíquica: Influências da Ansiedade na Cicatrização de Lesões Teciduais.

3.1. Corpo de desejo e dor

3.2. Dor

3.2.1. Diferentes etapas da formação da dor

3.2.2. Diferenças entre dor corporal e dor psíquica enquanto perda de integridade

corporal

3.2.3. Como se experimenta a dor psíquica?

3.3. Dor, ansiedade e cicatrização

Autoras:

Maria José Azevedo de Brito Rocha, uma das organizadoras do livro,

professora afiliada da Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP e coorientadora do

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional DA UNIFESP. Psicóloga do

Ambulatório do Transtorno Dismórfico Corporal do Programa de Transtornos

Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo (IPq – HCFMUSP) e professora orientadora

do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade do Vale do

Sapucaí (MPCAS - UNIVÁS).

Maria Gabriela Gama, filósofa e professora da Faculdade de Ciências da

Comunicação da Universidade do Minho (UM), em Braga, Portugal (in memoriam).

Lydia Masako Ferreira, médica cirurgiã plástica, professora titular da

Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP e coordenadora da Medicina III –

CAPES.

16

O terceiro capítulo descreve a dor e a sua influência nos processos ansiosos e na

cicatrização das lesões teciduais. O corpo é colocado como objeto de desejo e dor, e

quando existe a ameaça da sua perda, ou depois de haver perdido a sua integridade, a sua

ausência revela dolorosamente a profundidade do valor que lhe era atribuído.

Apresenta conceitos relativos à dor, física ou psíquica, e realiza uma diferenciação

entre desprazer e dor, ligadas à autopercepção de uma tensão que pode ser modulada ou

incontrolável, podendo-se apreender que a dor psíquica é um afeto provocado não tanto

pela perda em si, mas pela autopercepção que o eu tem do tumulto interno desencadeado

por essa perda.

Coloca a dor psíquica como a dor da separação, pela erradicação e perda de um

objeto ao qual se está intimamente ligado; mas também como dor de abandono, quando o

amado retira subitamente o seu amor; de humilhação, quando o amor próprio é ferido, e

dor de mutilação quando se perde uma parte do próprio corpo. Todas essas dores são, em

diversos graus, dores de amputação brutal de um objeto amado, que pode ser o próprio

corpo, ao qual a pessoa estava tão intensa e permanentemente ligada que, regulava a

harmonia do seu psiquismo.

Esclarece as diferentes etapas da formação da dor, quer seja uma dor corporal

provocada por uma lesão nos tecidos, ou uma dor psíquica desencadeada pela ruptura

súbita do laço íntimo com o ser amado, ou com a integridade da imagem do corpo.

Abordando a teoria lacaniana, apresenta a dor como um significante, na medida

em que quando uma dor aflige, venha ela do corpo ou da alma, mistura-se

inextricavelmente à mais antiga dor que revive no sujeito. Caracteriza essencialmente a

dor corporal como o afeto experimentado pelo eu quando, ferido, em estado de choque ou

rememorando uma dor antiga, faz o esforço de superinvestir a imagem da parte dolorida;

o superinvestimento que ocorre pela compensação do objeto perdido gera dor.

Descreve as diferenças entre dor corporal e dor psíquica enquanto perda de

integridade corporal, e como se experimenta a dor psíquica, inferindo que a dor é um

fenômeno complexo, multifatorial e difícil de ser avaliado.

Em relação à dor, ansiedade e cicatrização, considera que os fatores psicológicos

podem agir direta ou indiretamente no processo de cicatrização, na medida em que estão

associados ao comprometimento da imunidade celular e humoral, interrompendo o papel

crucial de macrófagos e linfócitos. Apresenta estudos que identificam a relação entre

cicatrização de feridas crônicas, ansiedade e depressão, inferindo que a dor pode também

desempenhar um importante papel no desenvolvimento do estresse e problemas

17

associados, revelando-se determinantes para o processo de cicatrização. Avalia, portanto,

que o alívio da dor, da ansiedade e do estresse deve ser clinicamente uma prioridade no

cuidado em lesões teciduais.

Capítulo 4

O Uso Tradicional das Plantas Medicinais – Breve Histórico

4.1. Planta medicinal, fitoterápico e Fitoterapia

4.2. Os princípios ativos

4.2.1. Formas de preparo e utilização

4.3. Indicações mais comuns

Autores:

Ana Cláudia Neves Gonçalves, uma das organizadoras do livro, mestranda em

Ciências Aplicadas à Saúde pela UNIVÁS, especialista em Saúde Mental e Gestão dos

Serviços de Saúde Coletiva pela mesma universidade. Professora do curso de

Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da UNIVÁS, psicóloga e Gerente de

Saúde Mental na Prefeitura Municipal de Pouso Alegre.

Fernanda Gonçalves Campos, médica residente do terceiro ano do Programa de

Residência de Psiquiatria do Hospital Universitário São Francisco de Bragança

Paulista, SP

Manoel Teixeira Araújo, biólogo, doutor em Biotecnologia pela USP.

Coordenador do curso Lato Sensu em Microbiologia Aplicada e Coordenador geral de

pesquisa do UNIVÁS. Docente do Mestrado em Ciências Aplicadas à Saúde e

professor colaborador do Mestrado em Bioética da UNIVÁS.

José Dias da Silva Neto, odontólogo, doutor em ciências pela UNIFESP.

Diretor Científico da Associação Brasileira de Odontologia, Regional Pouso Alegre.

Coordenador e professor do curso de especialização em Endodontia do Grupo de

Apoio à Pesquisa Odontológica vinculado às Fauldades Unidas do Norte de Minas e

Coordenador e professor do curso de Especialização em Endodontia da Universidade

do Vale do Rio Verde. Professor do Mestrado profissional em Ciências Aplicadas à

18

Saúde da UNIVÁS, tem experiência na área da Odontologia, atuando principalmente

nos seguintes temas: Endodontia e Cirurgia Parendodôntica.

Maria José Azevedo de Brito Rocha, uma das organizadoras do livro,

professora afiliada da Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP e coorientadora do

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional DA UNIFESP. Psicóloga do

Ambulatório do Transtorno Dismórfico Corporal do Programa de Transtornos

Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo (IPq – HCFMUSP) e professora orientadora

do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade do Vale do

Sapucaí (MPCAS - UNIVÁS).

Lydia Masako Ferreira, médica cirurgiã plástica, professora titular da

Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP e coordenadora da Medicina III –

CAPES.

O Capítulo 4, aborda o uso tradicional das plantas medicinais, como o primeiro

recurso terapêutico utilizado pelos povos. Relata sobre os primeiros registros do uso

de plantas medicinais, na China, Egito, Grécia Antiga e no Ocidente, onde a utilização

da Fitoterapia é datada desde o século V a.C.

Descreve a influência dos principais grupos étnicos brasileiros na utilização de

plantas medicinais no Brasil e também o desenvolvimento dos medicamentos

sintéticos, a partir do séc. XX, quando o uso de plantas medicinais começou a ser

substituído pelos medicamentos alopáticos. Enfatiza que no entanto, os medicamentos

de origem vegetal vêm sendo retomados na profilaxia e tratamento das doenças, ao

lado da terapêutica convencional, pois além do fácil acesso para a maioria das pessoas,

a utilização de plantas medicinais tem como facilitadores a grande diversidade vegetal

e o baixo custo, associados à tradição popular de seu uso.

Caracteriza planta medicinal, fitoterápico e Fitoterapia, e delineia os princípios

ativos das plantas medicinais. Descreve as principais classes de constituintes químicos

de plantas, além de apresentar seus grupos de substâncias de natureza química.

São descritas as formas mais comuns de preparo e utilização, que se dá

conforme a necessidade de extração dos seus princípios ativos, e as indicações mais

19

comuns, referindo-se às suas propriedades analgésicas, calmantes, antidispépticas,

antiflamatórias, antiespasmódicas, dentre outras. Reflete sobre o uso de plantas com

fins terapêuticos sem a orientação apropriada, e demonstra a importância dos estudos

que comprovem a eficácia e segurança do uso das plantas medicinais.

Sobre o cultivo e a comercialização das plantas medicinais, aponta como

crescente o mercado mundial de produtos de biotecnologia, e que paradoxalmente ao

potencial e oportunidades, o mercado brasileiro responde por pequena parcela do

mercado mundial de fitoterápicos.

Esclarece sobre as formas de coleta das quais são provenientes a maioria das

plantas medicinais comercializadas no Brasil, refletindo também sobre o problema da

exploração e extração direta das plantas e a falta de sustentabilidade, o que pode levar

à escassez e ao desaparecimento de muitas espécies. Neste sentido, salienta que a

efetivação de uma política nacional é imprescindível para a melhoria do acesso da

população aos fitoterápicos, favorecendo o desenvolvimento agrícola, industrial e

tecnológico, o uso sustentável da biodiversidade brasileira e a valorização e

preservação do conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais.

Capítulo 5

A Fitoterapia como ciência: bases legais

5.1. Segurança e eficácia: os ensaios clínicos e não clínicos

5.2. A Fitoterapia no contexto internacional

5.3. A legislação brasileira para fitoterápicos – breve contexto

5.3.1. A ANVISA e a regulamentação dos fitoterápicos

5.3.2. A Farmacopeia Brasileira

5.3.3. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a Relação

Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS)

5.4. As pesquisas etnobotânicas

Autoras:

Ana Cláudia Neves Gonçalves

Maria José Azevedo de Brito Rocha

20

O Capítulo 5, apresenta a Fitoterapia como ciência e um breve histórico sobre

a legislação brasileira e internacional de fitoterápicos, pois o uso desses

medicamentos vem se estabelecendo como base normativa para a manutenção da boa

saúde e cada vez mais significativo para a redução dos custos na saúde pública. Os

medicamentos fitoterápicos estão no foco dos pesquisadores de todo o mundo, na

medida em que o consumo destes produtos é elevado e as plantas medicinais

continuam a desempenhar um importante papel nos cuidados em saúde, mesmo em

países com sistemas de saúde altamente desenvolvidos.

Aborda a questão da segurança e eficácia dos medicamentos fitoterápicos, e

conceitua os ensaios clínicos e não clínicos. A norma brasileira prevê algumas

possibilidades quanto à comprovação da segurança e eficácia, e os ensaios clínicos

devem ser realizados conforme determinação da legislação sanitária.

Sobre a Fitoterapia no contexto internacional, a Organização Mundial de Saúde

(OMS) reconhece que atualmente 80% da população mundial utiliza as plantas

medicinais como principal opção terapêutica, e que a legislação referente aos

fitoterápicos varia de um país para o outro. São citadas as publicações da OMS e a

legislação de alguns países, como Alemanha e Estados Unidos.

Em um breve contexto sobre a legislação brasileira para fitoterápicos, cita

algumas resoluções, pareceres e portarias, como a Portaria nº 212/81 do Ministério da

Saúde, considerada o início da política para plantas medicinais. Cita ainda o Decreto nº

5.813/2006, que instituiu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e

os princípios orientadores e objetivos desse programa.

Informa que no Brasil, a ANVISA exerce o papel de regulamentar, fiscalizar e

controlar a produção, a liberação e o comércio dos medicamentos, por meio do registro

que verificará se os mesmos cumprem os requisitos que permitam a sua

comercialização, e apresenta a legislação pertinente para o registro de medicamentos

fitoterápicos.

A legislação contempla ainda a Farmacopeia Brasileira, que é o Código Oficial

Farmacêutico do país, e possui o conjunto de normas e monografias dos medicamentos

utilizados; a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a Relação

Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), que selecionou 71

espécies medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de interesse ao SUS.

21

Ao final, enfatiza a importância das pesquisas etnobotânicas, por oferecem

informações valiosas a partir da coleta e documentação de dados, proporcionando a

descoberta de novos medicamentos e abrindo caminhos para as pesquisas

farmacológicas. Demonstra ainda o resultado de algumas pesquisas etnobotânicas

realizadas no Brasil.

Capítulo 6

A Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS)

6.1. A Medicina Complementar e Alternativa (MCA)

6.2. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC)

6.2.1. A Acupuntura

6.2.2. A Homeopatia

6.2.3. A Fitoterapia

6.2.4. A Crenoterapia

6.2.5. A Medicina Antroposófica

6.3. A Fitoterapia como Prática Integrativa e Complementar na Atenção Primária à

Saúde

6.3.1. As Farmácias Vivas

6.3.2. Programas de Fitoterapia no SUS: algumas experiências

Autoras:

Ana Cláudia Neves Gonçalves.

Maria José Azevedo de Brito Rocha

O sexto capítulo aborda a Fitoterapia como prática integrativa no SUS,

iniciando com um percurso histórico sobre as diferentes formas e concepções de saúde

ao longo dos anos, e realizando uma distinção entre a medicina tradicional e o modelo

biomédico.

As chamadas Medicinal Tradicional (MT) e Medicina Complementar e

Alternativa (MCA) têm sido reconhecidas por enfatizarem a individualidade do

diagnóstico e do tratamento, na medida em que valorizam a pessoa como um todo,

22

traduzindo na prática a interdependência entre as várias dimensões do processo saúde-

doença, e a necessidade de se considerar os aspectos importantes da história de vida do

sujeito.

O texto apresenta a prevalência da taxa de utilização nos países desenvolvidos

e em desenvolvimento, onde a utilização da MCA tem sido muito difundida na

Atenção Primária à Saúde. No Brasil, reconhecida como Práticas Integrativas e

Complementares, foi aprovado o instrumento de normatização produzido para orientar

e potencializar a inserção das práticas nos sistemas de saúde públicos, por meio da

Portaria nº 971/2006, denominado Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares no SUS (PNPIC). A PNPIC recomenda que as Secretarias de Saúde

dos Estados, Municípios e Distrito Federal proponham diretrizes para implantação e

adequação de ações e serviços que contemplem estas modalidades, estabelecendo a

Acupuntura, a Homeopatia, a Fitoterapia, o Termalismo Social/Crenoterapia e a

Medicina Antroposófica como Práticas Integrativas e Complementares no SUS, que

são descritas no texto, assim como os objetivos e diretrizes da política nacional.

Contextualiza a Atenção Primária à Saúde (APS), também chamada de

Atenção Básica (AB), pois a adoção de seus princípios na organização dos sistemas de

saúde é considerada mundialmente, pois conseguem melhores resultados em saúde,

menores custos, maior satisfação dos usuários e maior equidade mesmo em

circunstâncias de desigualdade social. Aponta que, atualmente, as práticas integrativas

são consideradas fundamentais para a efetividade do atendimento da população na AB,

podendo ser observada uma tendência em todo o mundo o estímulo e a inserção,

principalmente da Fitoterapia, nesse contexto.

A Fitoterapia como Prática Integrativa e Complementar na Atenção Primária à

Saúde é valorizada como ferramenta de uma tecnologia leve na dimensão e

potencialização do cuidado, dentro de uma clínica ampliada e de valorização do

sujeito. São enfatizadas a importância da implantação de programas de Fitoterapia na

APS, como alternativa à medicalização excessiva e que representa terapêutica de fácil

aplicação e efetiva; a importância da formação acadêmica e da capacitação

profissional, assim como a sensibilização de gestores e demais atores que se

disponham a construir conjuntamente esses programas.

As Farmácias Vivas são apresentadas como as experiências mais antigas no

Brasil e que influenciaram a criação de programas de Fitoterapia na APS. O projeto

propõe várias ações, como levantamento etnobotânico, coleta de plantas, formação

23

profissional, validação das plantas medicinais e educação popular para o uso dos

fitoterápicos.

Finalizando o capítulo, algumas experiências exitosas de Programas de

Fitoterapia no SUS são citadas, como a do Ceará, que foi um dos primeiros estados

brasileiros a sistematizar e regulamentar o uso de plantas medicinais a partir do projeto

Farmácias Vivas. Outros exemplos se seguem, como os do Rio de Janeiro, Amapá,

Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e Espírito Santo.

Capítulo 7

Fitoterapia e Ansiedade

7.1. Os benzodiazepínicos

7.2. A Fitoterapia como recurso terapêutico no tratamento dos sintomas de ansiedade

7.3. Algumas plantas medicinais indicadas para o tratamento dos sintomas de

ansiedade

7.3.1. Piper methysticum (kava-kava)

7.3.2. Valeriana Officinalis

7.3.3. Passiflora incarnata L.

7.3.4. Matricaria recutita (Camomila)

7.3.5. Melissa officinalis

Autoras:

Ana Cláudia Neves Gonçalves

Maria José Azevedo de Brito Rocha

O Capítulo 7 aborda o uso da Fitoterapia no tratamento dos sintomas de

ansiedade. Inicia com uma discussão sobre a precariedade de protocolos de ansiedade

na Atenção Primária à Saúde, e como o tratamento tem se constituído em um grande

desafio, na medida em que os sintomas são subdiagnosticados pelos profissionais de

saúde.

Caracteriza os benzodiazepínicos como fármacos depressores do sistema

nervoso central (SNC), amplamente utilizados principalmente por seus efeitos

24

ansiolíticos, indicados para o tratamento da ansiedade severa e outras patologias, e

encontram-se entre os medicamentos mais prescritos nos sistemas de saúde, inclusive

no Brasil. Cita outros fármacos derivados de diferentes classes terapêuticas utilizados

no tratamento dos transtornos de ansiedade, porém há a predominância do uso da

classe dos benzodiazepínicos.

Esclarece sobre os efeitos adversos e interações medicamentosas dos

benzodiazepínicos, e também sobre o risco de dependência e cronificação, apontando

que apesar dos riscos, o uso prolongado é comum na prática clínica, muitas vezes

indiscriminado. Apresenta alguns dados demográficos indicados por pesquisas, e a

necessidade de que os sintomas de ansiedade sejam devidamente avaliados e

diagnosticados, e que sejam efetuadas propostas terapêuticas adequadas ao tratamento

e alívio dos sintomas.

Neste contexto, a Fitoterapia é indicada como recurso terapêutico no

tratamento da ansiedade, pois a partir de estudos e pesquisas sobre os princípios ativos

e aplicações medicinais, infere-se que a terapêutica à base de plantas é igualmente

eficaz no tratamento dos sintomas de ansiedade em comparação aos medicamentos

padrão, porém sem a variedade de efeitos adversos prejudiciais apresentados pelo uso

prolongado dos mesmos. São apresentados alguns estudos sobre a percepção das

pessoas sobre o uso dos medicamentos fitoterápicos e também os resultados de estudos

clínicos e randomizados sobre efetividade das plantas medicinais no tratamento dos

sintomas de ansiedade.

Algumas espécies estudadas apresentam resultados promissores, com

expressivo significado clínico, sendo as plantas Piper methysticum, Matricaria

recutita, Passiflora incarnata, Valeriana officinalis e Melissa officinalis, consideradas

boas opções terapêuticas com efeitos adversos mínimos e relativa segurança de uso.

Foram identificadas neste trabalho por apresentarem estudos clínicos confiáveis,

estarem inseridas nas farmacopeias brasileira e internacionais, presentes no uso

popular, serem de fácil acesso, disponíveis no mercado nacional e constantes na

Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).

Cada planta é descrita em relação à família, nome científico e popular, parte

utilizada, indicações terapêuticas, efeitos adversos, contraindicações, interações

medicamentosas, forma farmacêutica, vias de administração e posologia.

25

Após a descrição de cada planta, é apresentado um quadro, com o intuito de

facilitar a visualização e a compreensão das informações principais para o tratamento

dos sintomas de ansiedade.

26

5. DISCUSSÃO

5.1 APLICABILIDADE

Ao longo dos anos, a prática de cuidado das lesões teciduais passou por

profundas transformações, desafiando o conhecimento técnico-científico dos

profissionais de saúde. As concepções deste cuidado não comportam mais um olhar

fragmentado, voltado apenas para a doença, mas busca-se uma prática assistencial

embasada no acolhimento, no respeito e na valorização da pessoa como um todo. A

saúde mental é fundamental para o bem-estar dos indivíduos, portanto, os fatores

psicossociais devem ser considerados no cuidado ao portador de lesões teciduais.

(WAIDMAN et al., 2011).

Desta forma, o cuidado à saúde das pessoas que sofrem com lesões teciduais

representa um grande desafio, não só por quem vivencia, mas também por quem cuida.

O profissional de saúde deve ter uma visão holística e compreensiva, proporcionando

uma assistência global, considerando não apenas os aspectos físicos, mas todos os

aspectos envolvidos neste cuidado, principalmente os emocionais (WAIDMAN et al.,

2011).

Este trabalho subsidia profissionais de saúde para uma melhor percepção da

influência da ansiedade no processo de cicatrização, contribuindo para o alívio da dor

psíquica e consequentemente favorecendo a gestão do tratamento das lesões teciduais.

Apresenta aos profissionais e gestores, a Fitoterapia como prática integrativa e

complementar dentro do SUS, com as suas diretrizes científicas e legais, respaldando e

valorizando o seu uso, contribuindo para a efetivação dos programas na Atenção

Primária à Saúde.

Aponta ainda, que uso dos fitoterápicos nos programas de saúde, pode trazer

como principal benefício a redução da prescrição de benzodiazepínicos, na medida em

que propõe alternativas mais saudáveis, com menos efeitos colaterais e risco de

dependência. Propicia maior adesão ao tratamento, além da redução dos custos na

saúde pública, por representar produtos mais baratos e mais próximos da realidade da

população.

O Ministério da Saúde tem incentivado as estratégias de formação e cursos de

especialização, desenvolvendo ações que visam a sensibilização dos profissionais em

27

relação aos cuidados gerais com as plantas medicinais e fitoterápicos, e em relação às

normas e regulamentações, princípios e diretrizes do SUS (SANTOS et al., 2011;

FIGUEREDO, et al., 2014). Desta forma, as ações de educação permanente e a

distribuição de materiais informativos são fundamentais, na medida em que muitos

profissionais de saúde da rede básica ainda possuem resistência quanto à prescrição de

fitoterápicos, pois em sua formação acadêmica não receberam informações suficientes

quanto ao uso desta prática (FIGUEREDO et al., 2014). Neste sentido, o livro

“Plantando o Alívio da Dor: Fitoterapia, Ansiedade e Cicatrização”, contribui para

este avanço.

28

5.2. IMPACTO SOCIAL

No Brasil, as lesões teciduais são consideradas um problema de saúde pública.

Os estudos apontam que as alterações na integridade da pele contribuem para onerar o

gasto público, além de interferir na qualidade de vida da população (WAIDMAN et

al., 2011).

A epidemiologia das feridas é extremamente importante, sendo necessário

avaliar os custos sociais e pessoais. Uma lesão tecidual crônica pode ocasionar

algumas problemáticas no decorrer da vida do indivíduo, tanto de ordem física quanto

emocional, incapacitando-o para diversas atividades, principalmente as sociais e

laborativas (COLE-KING e HARDING, 2001; WAIDMAN et al., 2011), acarretando

em um excesso de desgaste físico, psicológico e também econômico, tanto para o

paciente quanto para cuidadores e gestores.

Neste sentido, torna-se imprescindível para a gestão do tratamento das lesões

teciduais, que os profissionais considerem os aspectos sociais e emocionais que atuam

no processo de cicatrização, principalmente a influência dos sintomas de ansiedade. O

alívio destes sintomas pode favorecer a cicatrização (MARTINS et al., 2006),

propiciando melhora na qualidade de vida do portador destas lesões.

Além disso, os custos de saúde são mais elevados e há menor qualidade de vida

em pacientes ansiosos. A este respeito, os sintomas da ansiedade não devem ser

ignorados, mas sim considerados no desenvolvimento de estratégias para o rastreio e

intervenções necessárias para a melhora da qualidade de vida destes pacientes.

(SARDINHA et al., 2012).

Considerados como medicamentos seguros para o tratamento dos sintomas de

ansiedade, os benzodiazepínicos têm sido prescritos muitas vezes de forma

indiscriminada pelos profissionais, principalmente na Atenção Primária à Saúde

(NORDON et al., 2009; FAUSTINO et al., 2010; TELLES FILHO et al., 2011;

SOUZA et al., 2013; LIMA et al., 2013).

FIRMINO et al. (2011) apontam que o papel do médico clínico na prescrição

de psicotrópicos tem sido descrito tanto no Brasil como em outros países, pois

geralmente estes profissionais não se sentem confortáveis ou seguros e relatam

dificuldade na abordagem dos transtornos mentais, assim como a dificuldade de

encaminhamento para especialistas na rede básica de saúde, como o psiquiatra. Desta

29

forma, tendem a instituir o tratamento e prolongá-lo desnecessariamente, aumentando

o risco de dependência e também os gastos para usuários e para a saúde pública.

Espera-se que a implantação da política de fitoterápicos no Sistema Único de

Saúde (SUS) permita uma redução nos gastos com a saúde pública. O grande

problema enfrentado pela Atenção Primária, que sofre com a falta de medicamentos,

poderá ser amenizado quando efetuada a complementação do medicamento

convencional pelo fitoterápico, mediante uma orientação adequada (FIGUEREDO et

al., 2014).

Paradoxalmente ao potencial e oportunidades que oferece como parque

científico e tecnológico para o desenvolvimento de fitoterápicos, o Brasil representa o

décimo mercado farmacêutico mundial (BRASIL, 2012). A maioria das empresas

farmacêuticas preferem importar sua matéria prima, devido ao amadorismo do

mercado nacional, problemas relacionados à qualidade e à regularidade da oferta

(LOURENZANI et al., 2014).

Portanto, a implementação da Fitoterapia no SUS possui grande relevância, na

medida em que oferece incentivo à pesquisa de plantas medicinais e prioriza a

biodiversidade do país. Possibilita também a diversificação das técnicas de tratamento,

com custos mais reduzidos e facilidade de acesso, a inserção e o resgate da cultura

popular, além da criação de emprego e renda, pois estabelece uma cadeia produtiva

para a produção e comercialização dos produtos medicinais e fitoterápicos

(ALBUQUERQUE et al., 2015).

A Fitoterapia também pode ser considerada como terapêutica promissora e que

reduz a medicalização excessiva, pois representa tecnologia de fácil aplicação e

efetividade, atendendo a maioria dos problemas de saúde da Atenção Básica. A

inserção da fitoterapia no SUS favorece ainda as práticas multiprofissionais e

intersetoriais e possibilita a capacitação dos profissionais e parcerias com instituições

de ensino e pesquisa, para subsidiar a regulamentação de seu uso. Considera-se

também a redução dos custos financeiros, devido à possibilidade de produção própria

e o baixo custo das plantas medicinais, além da aproximação com a população e suas

tradições, o que favorece a adesão ao tratamento (FONTENELE et al., 2013).

O livro “Plantando o Alívio da Dor: Fitoterapia, Ansiedade e Cicatrização”

poderá subsidiar profissionais de saúde, gestores e também toda a sociedade,

contribuindo para a efetivação dos programas de fitoterapia na Atenção Primária à

Saúde, além de sensibilizar e informar quanto à importância de se considerar os

30

sintomas de ansiedade no processo de cicatrização e promover o alívio da dor

psíquica. Valoriza a eficácia da Fitoterapia no tratamento dos problemas de saúde,

principalmente no tratamento da ansiedade, contribuindo para o aumento da qualidade

de vida e da adesão ao tratamento, trazendo como principais benefícios a redução da

prescrição de benzodiazepínicos e a redução dos custos na saúde pública.

31

6. CONCLUSÃO

O livro “Plantando o Alívio da Dor: Fitoterapia, Ansiedade e Cicatrização”,

oferece subsídios ao uso da Fitoterapia como recurso terapêutico no tratamento dos

sintomas de ansiedade que interferem no processo de cicatrização, e sua aplicação na

Atenção Primária à Saúde.

32

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http://www.univas.edu.br/mpcas/docs/normas.pdf