Plano NacionalSegurança do Doente 2015-2020 · com o objetivo de evitar erros de medicação,tais...
Transcript of Plano NacionalSegurança do Doente 2015-2020 · com o objetivo de evitar erros de medicação,tais...
Módulo 6 | Segurança na utilização da medicação
16 de setembro de 2016 | ARSN, IP – AF Formação e Desenvolvimento, Porto
Plano Nacional Segurança do Doente 2015-2020Formação-Ação
ANDRÉ COELHO
Professor Adjunto, área científica de Farmácia, ESTeSL-IPL
Docente convidado na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança
Docente convidado na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa
Colaborador no Departamento da Qualidade na Saúde, Direção-Geral da Saúde
218 980 458 / 916 167 838
Formador
PLANO NACIONAL PARA A SEGURANÇA DOS DOENTES
2015-2020
OBJETIVO ESTRATÉGICO 4: AUMENTAR A SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DA MEDICAÇÃO
“As instituições devem implementar especificamente estratégias que assegurem o uso
seguro dos medicamentos de alto risco (…), bem como dos medicamentos com
nome ortográfico e/ou fonético e/ou aspeto semelhante, (…) medicamentos LASA”.
“Existe, ainda, a necessidade de garantir a adequada comunicação entre os sistemas
de informação, para que, nos momentos de transições e transferências de cuidados,
seja reforçada a comunicação eficaz de informação sobre a medicação do doente,
apoiando o profissional de saúde na reconciliação terapêutica”.
ENQUADRAMENTO NACIONAL
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO QUE TEM INÍCIO NA SELEÇÃO,
AQUISIÇÃO E ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO, ATÉ À SUA PRESCRIÇÃO, VALIDAÇÃO,
DISPENSA, PREPARAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E MONITORIZAÇÃO
“É, hoje, reconhecido que os doentes sofrem danos decorrentes da prestação de
cuidados de saúde. Em ambiente hospitalar, os incidentes representam um sério
problema, embora em muitos casos sejam considerados evitáveis”.
“O potencial para erros no processo de gestão da medicação, em especial em
ambiente hospitalar é elevado, como consequência não só do número de medicamentos
administrados ao doente enquanto está internado mas também pelo número de
profissionais de saúde e atividades envolvidas no processo”.
“Errors associated with the use of medicinal products are a major public-health burden
and may happen when patients receive healthcare services for preventive, diagnostic,
curative and rehabilitative purposes.”
“It has been estimated that 18.7 – 56% of all adverse events that occur among
hospitalized patients result from medication errors that would be preventable.”
53,2% CLASSIFICADOS COMO
EVITÁVEIS.
(1) “Qualquer evento evitável que pode causar ou conduzir à utilização
inadequada de medicação ou dano ao doente enquanto a
medicação está sob controlo do profissional de saúde, doente ou
consumidor”
(2) “Qualquer evento evitável que pode provocar o uso inadequado de
medicação ou comprometer a segurança do doente”
“An unintended failure in the drug treatment process that leads to,
or has the potentail to lead to, harm to the patient”
ERRO DE MEDICAÇÃO
(1) “Efeitos não intencionais, indesejáveis ou inesperados de medicações
prescritas, ou de erros de medicação que obrigam à descontinuação da
medicação ou modificação da dose (…)”
“A response to a medicinal product which is noxious and
unintended. Includes adverse reactions which arise from:• The use of a medicinal product within the terms of the marketing
authorization
• The use outside the terms of the marketing authorization, including
overdose, off-label use, misuse, abuse and medication errors”
REAÇÃO ADVERSA MEDICAMENTOSA
REAÇÃO ADVERSA GRAVE: Toda a reação adversa que:
- Provoque a morte do doente;
- Ponha a vida do doente em perigo:
- Requeira a hospitalização ou o prolongamento da hospitalização;
- Resulte em deficiência ou incapacidade significativas ou duradouras ou se traduza em anomalia
ou malformação congénitas;
REAÇÃO ADVERSA INESPERADA: “qualquer reação adversa cuja natureza, gravidade ou
consequências não sejam compatíveis com os dados constantes do resumo das características do
produto”
REAÇÃO ADVERSA MEDICAMENTOSA
PARA MAIS INFORMAÇÃO:
RAMS NO CONTEXTO DA FARMACOVIGILÂNCIA
FREQUÊNCIA DA OCORRÊNCIA DE RAM
Muito comum ≥ 1/10 (≥ 10%)
Comum (frequente) ≥ 1/100 e < 1/10 (≥ 1% e < 10%)
Incomum (infrequente) ≥ 1/1.000 e < 1/100 (≥ 0,1% e < 1%)
Raro ≥ 1/10.000 e < 1.000 (≥ 0,01% e < 0,1%)
Muito raro < 1/10.000 (< 0,01%)
In: Council for International Organizations of Medical Sciences. Guidelines for preparing core clinical safety information on drugs. Geneva CIOMS, 1999.
PARA MAIS INFORMAÇÃO:
- A ocorrência de RAM graves persiste e provavelmente será inevitável a sua existência
(apesar de toda a regulação);
- (Na maior parte das circunstâncias), apenas é possível conhecer o potencial iatrogénico
de um medicamento após o seu consumo por muitos milhares ou milhões de doentes;
- Os ensaios clínicos são incipientes para demonstrar determinadas associações apenas
possíveis de comprovar em populações alargadas;
- Pertinência da avaliação sistemática da relação entre o beneficio e o risco de cada
medicamento.
RAMS NO CONTEXTO DA FARMACOVIGILÂNCIA
PARA MAIS INFORMAÇÃO:
> 160.000 patients would be required to
detect a 1 in 1.000 incidence of drug-
induced myocardial infarction in middle-aged
men, given a background incidence rate in
the UK for men aged between 30 and 69 of
about 6 per 1.000
CONDUCTING A STUDY OF THIS SIZE
IS NOT REALISTIC!!!
RELAÇÃO ENTRE ERROS DE MEDICAÇÃO E RAMS
RAM RESULTANTE DE EM: EVITÁVEL!
“INTERCEPTED ERROR” = NEAR MISS
- UM INCIDENTE QUE NÃO ALCANÇOU O DOENTE!
American Society of Hospital Pharmacists (ASHP)
Categorias e subcategorias de TIPOS DE ERROS DE MEDICAÇÃO
Prescrição Errada
Não indica forma galénica
Não indica dosagem
Medicamentos prescritos apresentam interacções conhecidas
OmissãoMedicamento não dispensado
Medicamento não administrado
Hora da toma inadequada Dispensado na hora incorrecta
Medicamento não autorizadoPara a situação/doença
Dosagem não recomendada
Dosagem incorreta
Doses incorretas
Medicamento dispensado na dosagem não prescrita
Medicamento administrado na dosagem não prescrita
Erro na preparação do
medicamento
Na farmácia
Na enfermaria
Administração técnica erradaVia de administração errada
Reconstituição do medicamento errada
Medicamento deterioradoMedicamento fora de validade
Medicamento com alterações visíveis
Erro na monitorização
Erro da conformidade
Outro erro da medicação
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ATIVIDADES PARA EVITAR, PREVENIR OU CORRIGIR
INCIDENTES QUE PODEM RESULTAR DO USO DE MEDICAMENTOS
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ERROS AO LONGO DO
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO
INCIDÊNCIA (taxa de erro médio):
- 7% das prescrições;
- 52 erros por cada 100 admissões;
- 24 erros por 1.000 doentes-dia
ERROS DE PRESCRIÇÃO
Maioria intercetada antes de chegar ao doente!
Causa mais citada na literatura: falta de conhecimento sobre o medicamento ou o doente;
Condições provocadoras de erros: falta de formação e de experiência do prescritor; condições
inadequadas de trabalho e falta de comunicação entre profissionais de saúde.
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
DEFINIÇÃO (mais usual):
Discrepância entre o medicamento prescrito e o medicamento recebido pelo doente, em
função da falha do profissional de farmácia, que pode causar ou intensificar erros
subsequentes de administração.
ERROS DE DISPENSA
Causas mais citadas na literatura (em contexto hospitalar):
-Volume de trabalho;
- Medicamentos com nomes semelhantes ou embalagens semelhantes (LASA);
- Interrupções no processo de trabalho;
- Ilegibilidade das prescrições (tendência a diminuir).
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ERROS AO LONGO DO
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO
MEDICAMENTOS LASA: MEDICAMENTOS COM NOME ORTOGRÁFICO E/OU FONÉTICO
E/OU ASPETO SEMELHANTE QUE PODEM SER CONFUNDIDOS UNS COM OS OUTROS,
ORIGINANDO TROCA DE MEDICAMENTOS
“As instituições prestadoras de cuidados de saúde (…) são responsáveis por
implementar práticas seguras no que respeita aos (…) medicamentos LASA,
nomeadamente:
a) Elaborar e divulgar, internamente, a lista de medicamentos LASA, ajustada aos que são
utilizados na instituição;
b) Desenvolver estratégias ao nível do armazenamento dos medicamentos LASA, na
farmácia e nos serviços clínicos, inclusive nos equipamentos semiautomatizados,
que garantam a sua separação física e a sua correta identificação (…);
“As instituições prestadoras de cuidados de saúde (…) são responsáveis por
implementar práticas seguras no que respeita aos (…) medicamentos LASA,
nomeadamente:
c) Desenvolver estratégias e implementar medidas de diferenciação dos medicamentos
LASA na sua identificação escrita, incluindo a rotulagem, através de alteração do
grafismo na denominação aplicando o método de inserção de letras maiúsculas;
d) Promover formação sobre segurança na medicação, incluindo-se os medicamentos
LASA”
No ambiente hospitalar atingem 1-2% dos doentes internados.
Tipos mais citados na literatura: Erros de omissão, de horário e de uso de medicamento
não-autorizado.
Causas mais citadas na literatura: ambiente de trabalho inadequado, falta de horários de
administração padronizados, excesso de atividades e violação de regras.
ERROS DE ADMINISTRAÇÃO
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ERROS AO LONGO DO
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO
MEDICAMENTOS DE ALERTA MÁXIMO: MEDICAMENTOS QUE POSSUEM UM RISCO
AUMENTADO DE PROVOCAR DANO SIGNIFICATIVO AO DOENTE EM CONSEQUÊNCIA DE FALHAS
NO SEU PROCESSO DE UTILIZAÇÃO.
“As instituições prestadoras de cuidados de saúde (…) são responsáveis por
implementar práticas seguras no que respeita aos (…) medicamentos de alerta
máximo, nomeadamente:
a) Elaborar e divulgar, internamente, a lista de medicamentos de alerta máximo, ajustada
aos que são utilizados na instituição;
b) Garantir a informação e a comunicação a todos os profissionais, da lista de
medicamentos de alerta máximo utilizados na instituição, o seu propósito e a
importância para a redução de incidentes relacionados com a medicação.;
QUE CAUSAS ASSOCIA AOS ERROS DE MEDICAÇÃO?
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ERROS AO LONGO DO
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
Dose unitária
Dupla verificação
Formação dos profissionais de saúde
Remoção de medicamentos das enfermarias (ex. KCl concentrado para administração IV)
Revisão dos papéis dos profissionais de saúde
Sistemas automáticos de dispensa
Sistemas de perfusão IV inteligentes
Tecnologias de informação: Processos clínicos eletrónicos
Sistemas computorizados de introdução de pedidos
Sistemas de apoio à decisão
Normalização de processos e equipamentos
ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO: ERROS AO LONGO DO
PROCESSO DE GESTÃO DA MEDICAÇÃO
“As instituições prestadoras de cuidados de saúde devem adotar práticas seguras
relativamente à validação ou dupla-validação de procedimentos, ao reforço da atenção na
preparação e administração de medicação, à correta documentação, bem como à
monitorização da terapêutica. Estas práticas devem ser apoiadas em sistemas de
informação e comunicação compatíveis e adequados”.
“OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DEVEM ASSEGURAR A RECONCILIAÇÃO DA
TERAPÊUTICA NOS MOMENTOS DE TRANSFERÊNCIA E DE TRANSIÇÃO DE CUIDADOS
DO DOENTE”.
SEGURANÇA NA TRANSIÇÃO ENTRE CUIDADOS
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO
“Processo de avaliação do regime terapêutico de um doente, sempre que há alteração do mesmo,
com o objetivo de evitar erros de medicação, tais como omissões, duplicações, doses inadequadas,
interações, assim como problemas de adesão.
Este processo deve incluir a comparação entre a medicação atual e o regime terapêutico prévio e
deve ocorrer em cada momento de transição entre cuidados de saúde, em que a medicação é
ajustada, tendo ainda em conta a automedicação”
American Pharmacists Association & American Society of Health-System Pharmacists (2007)
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
DISCREPÂNCIAS NA MEDICAÇÃO
• DISCREPÂNCIAS: diferenças entre a medicação habitual do doente antes do internamento e
a medicação instituída nas diferentes interfaces de cuidados e que podem causar um evento
adverso.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
DISCREPÂNCIAS NA MEDICAÇÃO
DISCREPÂNCIAS INTENCIONAIS: Inicio de medicação justificada pela situação clínica;
Decisão médica de não prescrever ou mudar um medicamento, dose, via ou frequência devido à situação
clínica;
Substituição segundo o Formulário hospitalar.
DISCREPÂNCIAS NÃO INTENCIONAIS: Omissão de medicamento;
Diferente dose, via ou frequência ou mesmo diferente medicamento;
Duplicação;
Interação;
Medicação não disponível no hospital;
Toxicidade.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃORECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: ETAPAS
1. RECOLHA
2. COMPARAÇÃO
3. CORREÇÃO
4. COMUNICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃORECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: ETAPAS
1. RECOLHA
Após a admissão hospitalar é elaborada, junto do doente ou do familiar, uma LISTA DE
MEDICAÇÃO DE AMBULATÓRIO e outras informações (alergias, co-morbilidades, etc.) registadas
em sistema informático.
A posteriori a informação recolhida é analisada para construir a MELHOR HISTÓRIA DE
MEDICAÇÃO POSSÍVEL (BPMH), em formulário próprio para todos os doentes.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: ETAPAS
1. RECOLHA
FONTES DE INFORMAÇÃO:
Primárias: o próprio doente, os seus cuidadores e/ou familiares, listas ou embalagens de
medicamentos trazidos ao hospital;
Secundárias: informações obtidas junto do médico de família ou do farmacêutico comunitário
que atende o doente;
Terciárias: prescrições de ambulatório, notas de alta;
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: ETAPAS
2. COMPARAÇÃO
A reconciliação é feita nas 24h a 48h seguintes à admissão, por COMPARAÇÃO da medicação
prescrita aquando da admissão com a informação relativa à medicação pré-hospitalar constante na
BPMH, permitindo a identificação das discrepâncias.
A comparação deve ser realizada para além da admissão, na transferência e na alta.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: ETAPAS
3. CORREÇÃO
Classificação das discrepâncias como intencionais ou não intencionais, sendo apenas corrigidas as
últimas.
4. COMUNICAÇÃO
Sugestões ao regime terapêutico são documentadas, datadas e comunicadas ao médico.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PRÓS E CONTRAS
PRÓS
Redução dos erros de medicação
Redução do risco de eventos adversos, bem como dos custos associados
Potencial redução com os gastos associados a medicação
Melhoria da comunicação entre os profissionais de saúde e todas as pessoas envolvidas no tratamento do
doente
Melhoria da recolha e tratamento da informação
Maior adesão à terapêutica
Prevenção de complicações / melhoria da QOL em doentes crónicos
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO COMO PARTE DO
PROCESSO DE SEGURANÇA NA MEDICAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PRÓS E CONTRAS
CONTRAS
Falta de sistema informático eficaz para registo de informação
Disponibilidade da equipa multidisciplinar
Dedicação de um profissional de farmácia a tempo inteiro ao processo
Pouca articulação entre as diferentes fases de transição assistencial ao doente
Articulação entre a farmácia hospitalar e a farmácia comunitária
Articulação entre hospitais e centros de saúde
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO
A. ENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
Um processo de reconciliação da medicação BEM DESENHADO deve:
1. Ser centrado no doente;
2. Simples para todos os elementos envolvidos e as mais-valias devem ser óbvias!
3. Minimizar a ocorrência de interações e duplicações pela disponibilização da lista atual de
medicação do doente aquando da prescrição de novos medicamentos;
4. Providenciar ao doente uma lista atualizada da sua medicação;
5. Assegurar que a informação sobre as alterações ao regime terapêutico é disponibilizada aos
outros contextos de prestação de cuidados.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
A. ENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
1. RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO como um dos tópicos da segurança do doente
POR EXEMPLO:
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
A. ENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
2. ADEQUAÇÃO DE RECURSOS na implementação do processo de Reconciliação da medicação
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
1. EQUIPA INTERDISCIPLINAR – LIDERANÇA ORGANIZACIONAL
i. GESTÃO/ADMINISTRAÇÃO: Orienta, responsabiliza e suporta as recomendações
Fundamental na identificação e remoção de barreiras organizacionais
ii. DIREÇÃO DE SERVIÇOS: Suportam a implementação
Acrescentam a perspetiva dos profissionais que representam
Fundamentais na remoção de barreiras profissionais
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
1. EQUIPA INTERDISCIPLINAR – EQUIPA OPERACIONAL (DESIGN TEAM)
PROFISSIONAIS COM CONHECIMENTO DE FACTO SOBRE RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO
Comissão de Qualidade e Segurança
Comissão de Farmácia e Terapêutica
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de farmácia
Representantes dos serviços informáticos
Doentes
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
2. FLUXOGRAMA DO PROCESSO ATUAL DE RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO (A EXISTIR)
A identificação do processo atual desenvolvido na organização permite a identificação de: Boas práticas / práticas seguras
Papéis e responsabilidades de cada equipa nos momentos de admissão, transferência e alta
Potenciais falhas no processo
Eventuais redundâncias ou lacunas no processo
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
3. PROJETO DE MELHORIA / IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE RECONCILIAÇÃO
Identificação do problema
Finalidade e objetivos do processo
Requisitos regulamentares e/ou decorrentes de processos de acreditação
Âmbito do projeto
Potenciais barreiras organizacionais
Recursos necessários para a implementação
Cronograma
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
3. PROJETO DE MELHORIA / IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE RECONCILIAÇÃO: ÂMBITO
Quais os serviços/unidades da instituição onde os doentes recebem medicação?
Quais os serviços/unidades da instituição onde se administra medicação?
Que “tipo” de doentes recebem cuidados?
Admitem/dão alta a doentes?
DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES!!!
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
B. EQUIPA E ÂMBITO
3. PROJETO DE MELHORIA / IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE RECONCILIAÇÃO: ÂMBITO
O projeto deve abranger toda a instituição, um contexto específico ou vários serviços?
O projeto deve incluir uma área de risco específica (e.g. apenas doentes internados) ou mais?
O projeto deve ser implementado num serviço de cada vez ou em vários em simultâneo?
O projeto deve iniciar-se na admissão e depois progredir para a alta ou deve começar em
simultâneo?
DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES!!!
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: NÍVEIS DE IMPLEMENTAÇÃO
1. NÍVEL 1 (BRONZE) = RM na admissão
2. NÍVEL 2 (PRATA) = RM na admissão + RM na alta (sistema informático)
3. NÍVEL 3 (OURO) = RM na admissão + RM na alta (sistema informático) + integração de um
profissional de farmácia (PF) na equipa
4. NÍVEL 4 (PLATINA) = RM na admissão + RM na alta (sistema informático) + integração de um PF na
equipa + discussão interprofissional da medicação prescrita na alta + educação do doente e família
5. NÍVEL 5 (DIAMANTE) = RM na admissão + RM na alta (sistema informático) + integração do PF na
equipa + discussão interprofissional da medicação prescrita na alta + educação do doente e família +
Follow-up após alta e comunicação com médico de família/assistente e farmácia comunitária
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: GRUPOS DE MAIOR ATENÇÃO
1. IDADE> 65 ANOS
2. POLIMEDICADOS
3. DOENTES CRÓNICOS
4. MÚLTIPLAS HOSPITALIZAÇÕES
5. REGIMES TERAPÊUTICOS QUE INCLUAM MEDICAMENTOS DE ALERTA MÁXIMO
6. FREQUENTES E MÚLTIPLAS ALTERAÇÕES DE MEDICAÇÃO DURANTE O INTERNAMENTO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
C. DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO
I. DESENVOLVIMENTO DE LISTA ÚNICA DE MEDICAÇÃO, partilhada e acessível a todos os
profissionais envolvidos
II. DEFINIÇÃO CLARA DE PAPÉIS E RESPONSABILIDADES dos profissionais envolvidos
III. NORMALIZAR E SIMPLIFICAR O PROCESSO, reduzindo as redundâncias
IV. INTEGRAR A RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL HABITUAL
V. DESENVOLVIMENTO DE ALERTAS para implementação do processo
VI. ENVOLVER/EDUCAR OS DOENTES e as famílias/cuidadores
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
C. DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO
II. DEFINIÇÃO CLARA DE PAPÉIS E RESPONSABILIDADES dos profissionais envolvidos
“There was an importante job to be done and EVERYBODY was asked to do it. ANYBODY could have done it,
but NOBODY did it. SOMEBODY got angry about that because it was EVERYBODY’S job. EVERYBODY thought
ANYBODY could do it, but NOBODY realized that EVERYBODY wouldn’t do it. It ended up that EVERYBODY
blamed SOMEBODY when actually NOBODY did what ANYBODY could have done.”
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
D. IMPLEMENTAÇÃO: TESTE-PILOTO
ONDE E POR QUEM?
Um serviço/unidade que admita doentes;
Um serviço/unidade de medicina ou um serviço/unidade de cirurgia;
Uma equipa que inclua internistas;
Grupo limitado de médicos para a implementação durante alguns dias nos seus doentes.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
FUNDAMENTO: Reconciliação da medicação é um processo com vista à:
Obtenção, documentação e verificação da lista atual de medicação do doente;
Comparação dessa lista com os medicamentos prescritos na instituição;
Garantia que cada discrepância identificada é apropriada e intencional face ao plano de cuidados
previstos para o doente;
Resolução de discrepâncias não intencionais;
Comunicação da informação sobre a medicação durante as transições entre cuidados.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
A formação deve incidir sobre dois aspetos essenciais:
I. Como conduzir a recolha de informação sobre a medicação do doente
II. Critical thinking para o processo de reconciliação, propriamente dito.
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: RECOLHA DE INFORMAÇÃO
Informação sobre a medicação:
I. Medicamentos prescritos
II. MNSRM
III. Vitaminas/suplementos
IV. Medicamentos à base de plantas
V. Produtos naturais
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
Em detalhe:
I. Nome(s) do(s) medicamento(s)
II. Dosagem
III. Formulação (XR,AP, etc.)
IV. Dose e frequência de administração
V. Via
VI. Última dose tomada
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: RECOLHA DE INFORMAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
Algumas “dicas”:
I. Usar questões abertas (e.g. “O que toma para o seu colesterol?”) e fechadas (“Toma algum
medicamento para o seu colesterol?” durante a entrevista.
II. Questionar sobre outras vias de administração para além da per os. Os doentes
frequentemente esquecem-se de mencionar cremes, pomadas, loções, colírios, nebulizadores,
inaladores, etc.
III. Questionar sobre medicamentos tomados para condições específicas (e.g. “O que toma
para a sua diabetes?”)
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: RECOLHA DE INFORMAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
Algumas “dicas”:
IV. Questionar os doentes sobre que/quantos médicos lhes prescrevem os medicamentos.
V. Questionar sobre a forma como os doentes tomam os medicamentos.
VI. Questionar sobre medicamentos que tenham sido recentemente introduzidos, retirados
ou alterados na forma de tomar.
E. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: RECOLHA DE INFORMAÇÃO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
Algumas “dicas”:
VII. Relativamente aos OTC:
O que toma habitualmente quando tem uma dor de cabeça?
O que toma para as suas alergias?
Toma alguma coisa para o ajudar a adormecer?
O que toma quando está constipado?
Toma alguma coisa para o estômago (azia, digestão, dores, etc.)
(…)
F. AVALIAÇÃO DO PROCESSO
RECONCILIAÇÃO DA MEDICAÇÃO: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
IDENTIFICAR E RESOLVER BARREIRAS PARA A BAIXA ADESÃO AO PROCESSO
CONDUZIR GRUPOS FOCAIS
DEMONSTRAR O PROCESSO!
FICHA TÉCNICA
Entidade Promotora | Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento Hospitalar
Coordenação Pedagógica | Margarida Eiras
Apoio Técnico-Pedagógico | Ana Tito Lívio
Secretariado | Rita Santos
Email: [email protected]
Telm: 963 668 745CONTACTOS:
Alameda das Linhas de Torres, 117
1769-001 Lisboa
www.apdh.pt
REPRESENTAÇÃO: PARCERIAS: