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Módulo 9 | Prevenção e controlo das infeções e resistência aos antimicrobianos 6 de outubro de 2016 | ARSN, IP – AF Formação e Desenvolvimento, Porto Plano Nacional Segurança do Doente 2015-2020 Formação-Ação

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Módulo 9 | Prevenção e controlo das infeções e resistência aos antimicrobianos

6 de outubro de 2016 | ARSN, IP – AF Formação e Desenvolvimento, Porto

Plano Nacional Segurança do Doente 2015-2020Formação-Ação

Formadora: Isabel Neves

[email protected]úde.pt

Política de Controlo dos Microrganismos Multiresistentes

Sistemas de Vigilância epidemiológica (VE) das IACS: protocolos nacionais e europeus.

VE no ACES/UCCI/ hospital

Política de Controlo dos Microrganismos Multiresistentes

Norma DGS 004/2013: Vigilância Epidemiológica das Resistências aos Antimicrobianos

Consideram-se microrganismos “alerta”, os que apresentam um padrão de resistência ou suscetibilidade intermédia aos antimicrobianos, pouco habitual ou de baixa prevalência em Portugal e que, por esta razão, o seu isolamento implique a implementação de medidas urgentes para a sua contenção.

Notificação de microrganismos “alerta” tem de ocorrer num prazo máximo de 48 horas: Devem ser considerados microrganismos “alerta”

Staphylococcus aureus com resistência à vancomicina (VRSA);

Staphylococcus aureus com resistência ao linezolide;

Staphylococcus aureus com resistência à daptomicina;

Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis com resistência ao linezolide;

Enterobacteriaceae com suscetibilidade intermédia ou resistência aos carbapenemes e/ou presumíveis produtoras de carbapenemases;

Pseudomonas aeruginosa com resistência à colistina;

Acinetobacter spp. com resistência à colistina.

Política de Controlo dos Microrganismos Multiresistentes

Norma DGS 004/2013: Vigilância Epidemiológica das Resistências aos Antimicrobianos

Consideram-se microrganismos “problema”, os microrganismos que causam frequentemente doença e com taxas de resistência epidemiologicamente significativa. A notificação de microrganismos “problema” tem de ocorrer com uma periodicidade de 3 meses, no máximo; Devem incluir-se neste grupo os seguintes microrganismos “problema”:

Origem invasiva [sangue e líquido cefalorraquidiano (LCR)]: Com determinado perfil de resistência

Pseudomonas aeruginosa; Acinetobacter spp.; Enterobacteriaceae Mr

Staphylococcus aureus ; Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium; Streptococcus pneumoniae

Outra origem:

Clostridium difficile.

Política de Controlo dos Microrganismos Multiresistentes

Emissão de normas:

Vigilância Epidemiológica

Norma DGS 004/2013: Vigilância Epidemiológica das Resistências aos Antimicrobianos

Estratégias de contenção para microrganismos resistentes

Norma DGS 018/2014: Prevenção e Controlo de Colonização e Infeção por Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA) nos

Hospitais e Unidades de Internamento de Cuidados Continuados Integrados

Boas práticas

Norma DGS 0029/2012:9 Precauções Básicas do Controlo da Infeção (PBCI)

Norma DGS 0019, 20, 21 e 22/2015: Feixes de intervenção para prevenção de IACS

uso racional de antimicrobianos

Norma DGS nº 029/2011: Princípios gerais de antibioterapia

Norma DGS nº 045/2011: Antibioterapia na Pneumonia Adquirida na Comunidade em Adultos

Norma DGS nº 015/2011. ImunocompetentesTerapêutica de infeções do aparelho urinário – comunidade

Norma DGSnº 063/2011 Prescrição de antibióticos em patologia dentária

Norma DGS 0207201Norma nº 019/2012: Diagnóstico e Tratamento da Pneumonia Adquirida na Comunidade em Idade Pediátrica

Norma DGS 020/2012: Diagnóstico e Tratamento da Amigdalite Aguda na Idade Pediátrica

Norma DGS nº 004/2014: Duração da terapêutica antibiótica

Política de Controlo dos Microrganismos Multiresistentes

Vigilância Epidemiológica - o que é?

recolha, registo, e análise sistemática de informações sobre doentes e infeções;

a fim de implementar medidas apropriadas de prevenção e controlo de infeção.

Sistemas de Vigilância epidemiológica (VE) das IACS

1ºs passos no Controlo de Infeção/ VE

Ignaz Semmelweis (1818-1865) e Florence

Nightingale (1820-1910).

Pioneiros em controlo de infecção e epidemiologia

hospitalar

Semmelweis:1º modelo epidemiológico aplicado ao CI: reconhecer , explicar, agir.

1ª evidência que higienizar as mãos entre doentes reduz o risco de transmissão cruzada de agentes

infeciosos.

Nightingale:‘‘Notes on Hospitals, 2ª edição 1863 ’’, reportava taxas de mortalidade nos hospitais.,

argumentos que relacionam directamente condições com complicações . “ If infection exists, it is

preventable. If it exists, it is the result of carelessness or of ignorance”.

1ª a sugerir que as enfermeiras podiam fazer vigilância em CI

Vigilância: reconhecer e explicar

Vigilância Epidemiológica - definição

“a vigilância é uma ferramenta que pode facilitar a

prevenção da infeção e melhorar os seus efeitos, a

curto e longo prazo, providenciando informação

adequada para tomadas de decisão” (OMS, 2002).

Informação para ação!

Vigilância Epidemiológica - objectivos

Identificar práticas que podem originar IACS

Detetar modificação de padrões e permitir investigação precoce/medidas de prevenção

Avaliar medidas de controlo instituídas

Definir prioridades do PCI (Plano de Controlo de Infeção)

Aplicar uma abordagem científica

Cumprir as determinações da tutela

Vigilância Epidemiológica – Permite:

Corrigir problemas associados aos cuidados de saúde

Identificar doentes de em risco

Identificar procedimentos de risco

Sensibilizar os profissionais para os problemas e sua correção

Conhecer os microrganismos mais frequentes e padrões de resistência

Detetar aumento de níveis de infeção / aparecimento de

microrganismos diferentes

Estabelecer prioridades de ação

Monitorizar processos de melhoria

VE total e contínua

Requer a revisão de todos os processos clínicos incluindo notas de enfermagem, gráficos de temperatura, folhas de terapêutica, recolha de informações junto do médico/enfermeiro, para definir se existe algum doente com infeção.

Vantagens:

- obtenção de dados muito completos

- motiva o interesse pelo controlo da infeção nos serviços

- deteta precocemente problemas

Desvantagens:

- tempo despendido

- no caso de denominador pequeno é difícil interpretar resultados pouco discriminativos

-

VE seletiva, específica ou restrita

Monitorização de situações particulares

Serviços de maior risco

Permite estudar:

- Infeções mais frequentes

- Infeções de maior risco

- Infeções de maiores custos, maior mortalidade

Ex nos Cuidados Primários:

Doentes com feridas crónicas

Doentes com dispositivos ( algaliação, dispositivos respiratórios)

VE a partir do Laboratório

Permite:

VE seletiva de microrganismos

VE de certos produtos: hemoculturas

VE só de situação de surto

Outros apoios:

Rastreio colonização

Contaminação do ambiente (só em situações muito específicas)

VE centrada em objetivos

Definir objectivo concreto: reduzir em X% a algaliação ou aumentar em X% o uso de antissético...num período definido.

Objectivos definidos em reflexão conjunta com CCIRA; Directores; Enf. Chefe, Elos de Ligação; CA...

Um bom objectivo é um problema específico, bem limitado, que possa ser abordado por meio de um conjunto simples de regras de vigilância e prevenção

Ex nos Cuidados primários: Aumentar Adesão Higiene Mãos

VE centrada em objetivos/ Uso das bundles

Bundles = Feixes de Intervenção

“Feixes” são um conjunto de intervenções (geralmente 3 a 5) que, quando agrupadas e implementadas de forma integrada, promovem melhor resultado, com maior impacto do que a mera adição do efeito de cada uma das intervenções individualmente.

têm como objetivo assegurar que os doentes recebam tratamentos e cuidados recomendados e baseados na evidência, de uma forma consistente.

Cada aspeto está bem definido e apoiado em evidência proveniente de, pelo menos, uma revisão sistemática de múltiplos ensaios controlados aleatorizados bem desenhados ou em dados de, pelo menos, um ensaio controlado aleatorizado bem desenhado.

VE centrada em objetivos/ Uso das bundles

Prevenção da ITU associada ao cateter vesical

Prevenção da Pneumonia associada ao ventilador

Prevenção da Bacteriemia associada a CVC

Prevenção da Infeção do Local Cirúrgico

1: Implementação Integrada do “Feixe de Intervenções”

Critérios Sim Não N/A EVIDÊNCA

Existe evidência de que no doente é efetuada avaliação sistemática da possibilidade deevitar o cateterismo vesical e documentação sistemática da razão que o torna necessária noprocesso clínico

Existe evidência de que no doente é efetuado cumprimento da técnica assética noprocedimento de cateterismo vesical e de conexão ao sistema de drenagem

Existe evidência de que no doente é efetuado cumprimento da técnica limpa,nomeadamente com higiene das mãos e uso de luvas e avental, no manuseamento dosistema de drenagem, de forma individualizada, doente a doente, mantendo constantementea conexão do cateter vesical ao sistema de drenagem

Existe evidência de que no doente é efetuada realização da higiene diária do meato uretral,pelo doente (sempre que possível) ou pelos profissionais de saúde com ensino ao doente efamília sobre cuidados de prevenção de infeção urinária associada a cateter vesical

Existe evidência… (peço o favor de fazer o texto com base no ponto e) da Norma.

Existe evidência de que no doente é efetuada verificação diária da necessidade de mantercateter vesical, retirando-o logo que possível e registando diariamente no processo clínico asrazões para a sua manutenção

Sub-total 0 0 0ÍNDICE CONFORMIDADE %

Auditoria do feixe de intervenções

de prevenção de ITUACV

1. Taxa de adesão ao cumprimento do feixe relacionado com a introdução do cateter vesical

Numerador:

número de algaliações em que foram cumpridos os pontos 1) e 2) do feixe de intervenções

Denominador: número de algaliações

2. Taxa de adesão ao cumprimento do feixe relacionado com a manutenção do cateter vesical

Numerador:

número de doentes dia em que foram cumpridos os pontos 3), 4), 5) e 6) do feixe de intervenções

Denominador: número de doentes dia

Indicador de adesão ao feixe de

intervenções de prevenção de ITUACV

Estudos periódicos de INCIDÊNCIA ou PREVALÊNCIA

Prevalência : estudo pontual

Estudos periódicos de prevalência – 1 a 2x ano

- Variações epidémicas, sazonais, nº admissões, políticas de alta, dias da semana, taxa ocupação, letalidade das inf. Graves

- Não permite estratificação

Incidência: novos casos em determinado período de tempo (ou casos

por dias de dispositivo)

Método do CDC- incidência ano ou períodos de 4 ou 6 meses

- Permite taxas aferidas e estratificação

Protocolos nacionais:

Vigilância de microrganismos alerta e problema

Campanha das PBCI

Vigilância epidemiológica das infeções nosocomiais nas unidades de neonatologia

Vigilância epidemiológica das infeções nosocomiais nas unidades de hemodiálise

Vigilância epidemiológica das infeções nosocomiais da corrente sanguínea

PAPA / Consumo ATB/ aplicação dos “ Feixes de Intervenção”

Projeto Stop Infeção hospitalar ( Gulbenkian/IHI)

Protocolos Europeus:

HAI - Cuidados Intensivos

HAI – Cirurgia

PPS

HALT

VE - protocolos nacionais e europeus

Hospital/ACES/UCCI

Vigilância de microrganismos alerta e problema

Campanha das PBCI ( higiene Mãos, PBCI, auditorias)

PAPA / Consumo ATB/ / aplicação dos “ Feixes de Intervenção”

HAI – Cirurgia

Hospital

Vigilância epidemiológica das infeções nosocomiais nas unidades de neonatologia

Vigilância epidemiológica das infeções nosocomiais da corrente sanguínea

Projeto Stop Infeção hospitalar ( Gulbenkian/IHI)

HAI – Cirurgia

HAI - Cuidados Intensivos

VE no ACES/UCCI/ hospital

UCCI• HALT

Exercício prático:

Conhecendo a sua instituição, elabore um programa de VE adaptado às necessidades da mesma, considerando os seguintes protocolos:

Vigilância de microrganismos alerta e problema

Campanha das PBCI

PAPA / Consumo ATB/ / aplicação dos “ Feixes de Intervenção”

HAI – Cirurgia

FICHA TÉCNICA

Entidade Promotora | Associação Portuguesa para o

Desenvolvimento Hospitalar

Coordenação Pedagógica | Margarida Eiras

Apoio Técnico-Pedagógico | Ana Tito Lívio

Secretariado | Rita Santos

Email: [email protected]

Telm: 963 668 745CONTACTOS:

Alameda das Linhas de Torres, 117

1769-001 Lisboa

www.apdh.pt

REPRESENTAÇÃO: PARCERIAS: