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SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – SEP/PRUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
FUNDAÇÃO DE ENSINO DE ENGENHARIA DE SANTA CATARINA – FEESCLABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS
PESQUISAS E ESTUDOS PARA A LOGÍSTICA PORTUÁRIA E DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTOS DE
APOIO AO PLANEJAMENTO PORTUÁRIO
ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE
DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO DO
PORTO DE SANTOS (PDEPS)
Florianópolis – SC, 2012
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Ficha Técnica
Secretaria de Portos da PresidênciaMinistro – José Leônidas de Menezes Cristino
Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário – Rogério de Abreu Menescal
Diretor de Sistemas de Informações Portuárias e Coordenador da Cooperação – Luis
Claudio Santana Montenegro
Universidade Federal de Santa Catarina
Laboratório de Transportes e Logística – LabTrans - UFSC
Coordenador Geral do Laboratório– Amir Mattar Valente
Equipe técnica:
Fabiano Giacobo – Coordenador
Fernando Seabra – Especialista
Nelson Martins Lecheta – Especialista
Reynaldo Brown do Rego Macedo – Especialista
Edésio Elias Lopes - EspecialistaVirgilio Rodrigues Lopes de Oliveira - Especialista
Tiago Buss – Sub Coordenador
Ana Cláudia Silva Larissa Berlanda
André Macan Lívia Segadilha
Bruno Henrique Figueiredo Baldez Luiza Peres
Bruno Luiz Savi Mateus Henrique Schuhmacher Valério
Caroline Helena Rosa Mayara Luz da Silva
CristhianoZulianello dos Santos Natália Tiemi
Daniele Sehn Paôla Tatiana Filippi Tomé
Fabiane MafiniZambon Raphael Costa Ferreira
Guilherme Furtado Carvalho Samuel Teles de Melo
Guilherme ButterScofano SimaraHalmenschlager
Hudson Chaves Costa Thaís da Rocha
Igor Veríssimo Fagotti Prado Yuri Triska
Juliana da Silva Tiscoski
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Apresentação
O presente documento trata da atualização do Plano de Desenvolvimento e
Expansão do Porto de Santos. Esta atualização está inserida no contexto de um
esforço recente da Secretaria de Portos da Presidência de República (SEP/PR) de
retomada do planejamento do setor portuário brasileiro.
Neste contexto situa-se o projeto intitulado “Pesquisas e estudos para a
logística portuária e desenvolvimento de instrumentos de apoio ao planejamento
portuário”, resultado da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), representada pelo seu Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), e a
SEP/PR.
Tal projeto contempla a elaboração de 14 Planos Mestres e a atualização do
plano elaborado em 2009 para o Porto de Santos, tendo como base as tendências e
linhas estratégicas definidas em âmbito macro pelo Plano Nacional de Logística
Portuária (PNLP). Ele representa um avanço no quadro atual de planejamento do
setor portuário e foi concebido de modo articulado e complementar ao PNLP –
também elaborado pela SEP em parceria como LabTrans/UFSC.
A importância dos Planos Mestres diz respeito à orientação de decisões de
investimento, público e privado, na infraestrutura do porto. É reconhecido que os
investimentos portuários são de longa maturação e que, portanto, requerem
avaliações de longo prazo. Instrumentos de planejamento são, neste sentido,
essenciais.
A rápida expansão do comércio mundial, com o surgimento de novos players
no cenário internacional, como China e Índia – que representam desafios logísticos
importantes, dados a distância destes mercados e sua grande escala de operação –
exige que o sistema de transporte brasileiro, especialmente o portuário, seja eficiente
e competitivo.
O planejamento a nível micro, mas articulado com uma política nacional para o
setor, pode contribuir decisivamente para a construção de um setor portuário capaz
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de oferecer serviços que atendam à expansão da demanda, com custos competitivos e
bons níveis de qualidade.
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Lista de Siglas e Abreviações
ANTAQ Agência nacional de Transportes Aquaviários
CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo
CL Coeficiente de Localização
EUA Estados Unidos da América
FMI Fundo Monetário Internacional
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PDEPS Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos
PIB Produto Interno Bruto
PNLP Plano Nacional de Logística Portuária
SECEX Secretaria de Comércio Exterior
SEP Secretaria dos Portos
UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development
VCP Votorantim Celulose e Papel
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Lista de Figuras
Figura 1. Área De Influência Do Porto De Santos E Pibs Dos Estados Da Área De
Influência Primária. ........................................................................................ 20
Figura 2. Participação Das Cargas Na Movimentação Do Porto De Santos – 2009 E
2030. ................................................................................................ 25
Figura 3. Exportação De Açúcar Por Áreas De Influência E Porto. .................... 27
Figura 4. Movimentação De Produtos No Porto De Santos Por Natureza De Carga
De 2009 A 2030. ............................................................................................. 32
Figura 5. Demanda Vs. Capacidade– Açúcar A Granel .................................... 35
Figura 6. Demanda Vs. Capacidade– Soja E Farelo ........................................ 36
Figura 7. Demanda Vs. Capacidade– Milho .................................................. 37
Figura 8. Demanda Vs. Capacidade– Trigo ................................................... 38
Figura 9. Demanda Vs. Capacidade – Adubos E Enxofre ................................. 39
Figura 10. Demandavs. Capacidade– Sal ....................................................... 40
Figura 11. Demanda Vs. Capacidade – Derivados De Petróleo .......................... 41
Figura 12. Demanda Vs. Capacidade – Glp ..................................................... 42
Figura 13. Demanda Vs. Capacidade– Sucos Cítricos ....................................... 43
Figura 14. Demanda Vs. Capacidade– Outros Granéis Líquidos ......................... 44
Figura 15. Demanda Vs. Capacidade – Contêineres ......................................... 45
Figura 16. Demanda Vs. Capacidade – Açúcar Em Sacos .................................. 46
Figura 17. Demanda Vs. Capacidade – Celulose .............................................. 47
Figura 18. Demanda Vs. Capacidade – Veículos ...................................................48
Figura 19. Demanda Vs. Capacidade – Cargas Diversificadas ............................ 49
Figura 20. Layout Tup Vale (Ex-Ultrafértil) ........................................................... 51
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Lista de Tabelas
Tabela 1. Participação dos estados brasileiros nas importações do Porto de Santos
em 2010. ............................................................................................................ 21
Tabela 2. Participação dos estados brasileiros nas exportações do Porto de Santos
em 2010. ............................................................................................................ 22
Tabela 3. Movimentação de cargas observada (2009) e projetada (2015, 2020,
2025 e 2030) no Porto de Santos. .............................................................................. 24
Tabela 4. Coeficiente de Localização para Contêineres, Açúcar e Celulose 2010,2015, 2020, 2015 e 2030. ........................................................................................... 31
Tabela 5. Participação por natureza de carga no Porto de Santos observada (2009)
e projetada (2015, 2020, 2015, 2030) ......................................................................... 32
Tabela 6. Projeções de Demanda ........................................................................ 33
Tabela 7. Programa de Expansão Recomendado – Porto de Santos .................... 53
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2 PROJEÇÃO DA DEMANDA ................................................................................... 17
2.1 ETAPAS E MÉTODO ...............................................................................................17
2.2 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA............................................................................... 19
2.3 MOVIMENTAÇÃO DA CARGA: PROJEÇÃO .................................................................. 23
2.3.1 CONTÊINERES ............................................................................................. 25
2.3.2 AÇÚCAR ..................................................................................................... 26
2.3.3 SOJA ......................................................................................................... 28
2.3.4 DERIVADOS DE PETRÓLEO ............................................................................ 29
2.3.5 CELULOSE .................................................................................................. 29
2.4 GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO DAS CARGAS PORTUÁRIAS ............................................... 30
2.5 MOVIMENTAÇÃO POR NATUREZA DE CARGA ............................................................ 31
2.6 SÍNTESE COMPARATIVA ......................................................................................... 33
3 COMPARAÇÃO ENTRE DEMANDA E CAPACIDADE ............................................... 35
3.1 AÇÚCAR A GRANEL .............................................................................................. 35
3.2 SOJA E FARELO .................................................................................................... 36
3.3 MILHO................................................................................................................ 37
3.4 TRIGO ................................................................................................................ 38
3.5 ADUBOS E ENXOFRE ............................................................................................. 39
3.6 SAL .................................................................................................................... 40
3.7 DERIVADOS DE PETRÓLEO ..................................................................................... 41
3.8 GLP ................................................................................................................... 42
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3.9 SUCOS CÍTRICOS .................................................................................................. 43
3.10 OUTROS GRANÉIS LÍQUIDOS .................................................................................. 44
3.11 CONTÊINERES ...................................................................................................... 45
3.12 AÇÚCAR EM SACOS .............................................................................................. 46
3.13 CELULOSE ........................................................................................................... 47
3.14 VEÍCULOS ........................................................................................................... 48
3.15 CARGAS DIVERSIFICADAS ....................................................................................... 49
4 MELHORIAS E AMPLIAÇÃO DO PORTO ................................................................ 51
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 57
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INTRODUÇÃO
O Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos foi elaborado em
2009 pela empresa de consultoria Louis Berger, dos EUA, em associação com aempresa Internave, de São Paulo.
O objetivo desta atualização se concentrou na projeção de demanda, uma vez
que as previsões de movimentação de cargas então feitas pela Louis Berger foram
baseadas nos dados macroeconômicos relativos a 2008 e, após este ano, várias crises
ocorreram no cenário mundial, econômicas e/ou de produção de commodities, que,
por certo, prejudicaram as estimativas de demanda constantes do PDEPS.
Desse modo, com base no PNLP, novas projeções de demanda foram feitas
para cada uma das cargas movimentadas no Porto de Santos, tendo sido as mesmas
confrontadas com as previsões anteriores.
Reflexos das diferenças entre as projeções de demanda, de 2009 e atual, sobre
os investimentos relacionados no PDEPS são também aqui comentados, seja no
sentido de reconfirmar suas necessidades, seja simplesmente quanto ao aspecto de
quando eles devem ser de fato implementados.
A premissa básica desta atualização é a de que a capacidade de movimentação
de cargas não sofreu alterações relevantes nestes dois anos que se passaram desde a
emissão do relatório do PDEPS.
A atualização da projeção da demanda foi pautada na análise quantitativa e
qualitativa de dados e informações. Sob este aspecto, depreende-se que seu
desenvolvimento obedeceu a uma metodologia científico-empírica, calcada nosconhecimentos adquiridos a partir da bibliografia especializada, cujas fontes foram
preservadas, e também no conhecimento prático dos especialistas que auxiliaram na
realização dos trabalhos.
O presente documento está dividido em cinco capítulos, cuja breve descrição
do conteúdo de cada um deles é apresentada a seguir:
Capítulo 1–
Introdução;
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Capítulo 2 –Projeção da Demanda: apresenta os resultados da
atualização da demanda projetada para cada carga movimentada no
porto;
Capítulo 3–
Comparação entre Demanda e Capacidade: compreendeuma análise comparativa entre as projeções da demanda e da
capacidade para os próximos 20 anos, a partir da qual foram
identificadas necessidades de melhorias operacionais, de expansão de
superestrutura, e de investimentos em infraestrutura para atender à
demanda prevista;
Capítulo 4 – Melhorias e ampliação do porto: descreve as melhorias e
ampliações previstas para o porto para o horizonte de planejamento; e
Capítulo 5 – Considerações Finais.
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2 PROJEÇÃO DA DEMANDA
Neste capítulo são estimadas as movimentações futuras de carga no Porto de
Santos.
Apresenta-se na primeira seção o método de projeção, com ênfase na
importância da articulação das projeções realizadas para Santos com o Plano Nacional
de Logística Portuária (PNLP). Também importantes foram as entrevistas junto à
administração do porto e a empresas que dele fazem uso.
A segunda seção descreve brevemente as características econômicas da região
de influência do Porto de Santos, enquanto que na seção seguinte são apresentados e
analisados os resultados da projeção de movimentação das principais cargas do porto.
Na seção 4 foi calculado o coeficiente de localização, que mede o quanto uma
atividade está concentrada em uma determinada região em comparação a uma região
de referência, para três dos principais produtos do porto: contêineres, açúcar e
celulose. Por fim, na última seção é feita uma análise da movimentação por natureza
de carga.
2.1 ETAPAS E MÉTODO
A metodologia de projeção de demanda referente à movimentação de carga
pelo porto toma como ponto de partida as projeções realizadas pelo Plano Nacional
de Logística Portuária (PNLP). Apesar desta complementaridade entre a abordagem
macro de planejamento, o PNLP, e os instrumentos específicos de planos
estratégicos, os Planos Mestre, o método adotado para a construção da demanda
projetada para o Porto de Santos consiste em duas alternativas de procedimento,
descritas a seguir.
A primeira alternativa refere-se àquelas cargas que tem uma evolução
esperada igual ao previsto pelo PNLP; isto é, considerando a projeção das
movimentações dos 34 grupos de produtos do PNLP e o respectivo carregamento da
malha (ou seja, a alocação de carga por porto). A análise histórica das cargas, o
comportamento dos mercados (doméstico e internacional) e, especialmente, as
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entrevistas com o porto e o setor produtivo são utilizados para avaliar a adequação
desta alternativa para cada produto.
A segunda opção é quando se detecta produtos específicos que são
importantes em determinados portos, mas que originalmente no PNLP estão
incluídos em grupos mais agregados. Quando a análise histórica recente ou as
entrevistas indicam isso, uma nova projeção de movimentação é realizada. Se existem
os dados destas movimentações e estas são de comércio exterior, novas funções de
exportação ou importação são estimadas. Se estas informações referem-se a projetos
futuros de investimentos, então as estimativas do setor produtivo são coletadas e
criticadas (principalmente cotejadas com a demanda nacional e internacional).
No caso de a informação estatística estar disponível, fluxos de comércio são
estimados e projetados para o porto específico e para um determinado produto k, por
meio de modelos de estimação e projeção como os apresentados a seguir.
(1)
(2)
Nesses modelos,
é a quantidade exportada do produto k, do porto deorigem i para o país de destino j, no período t; é o PIB (produto interno bruto)
do principal país de destino da exportação do produto k;é a taxa de
câmbio do Real em relação à moeda do país estrangeiro; é a quantidade
importada do produto k, pelo porto i proveniente do país de origem j, no período t;
é o PIB (produto interno bruto) do Brasil; são erros aleatórios.
As equações de exportação (volume em toneladas) e de importação (volume
em toneladas) descrevem modelos de painéis de dados, onde a dimensão i é dada
pelos diversos portos brasileiros que comercializam, de modo representativo, o
produto em questão e a dimensão t é dada pelo período de estimação (1996-2010).
Os dados são provenientes da base da Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
e de instituições financeiras internacionais (PIB e câmbio), como o Fundo Monetário
Internacional (FMI). Após a estimação dos parâmetros das equações (1) e (2), as
projeções de volume exportado e importado são obtidas a partir do input dos valores
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de PIB e câmbio para o período projetado. Estes valores são tomados a partir das
projeções calculadas pelo FMI e outras instituições financeiras internacionais, como o
The Economist Intelligence Unit .
2.2
CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA
O Porto de Santos, inaugurado em 1892, é atualmente o maior porto brasileiro,
a porta de comércio do Brasil (ANTAQ, 2012). Estrategicamente localizado no centro
do litoral de São Paulo, em 2010 foi responsável por mais de 25% (em valores) de todo
o comércio internacional brasileiro, cerca de 96 bilhões de dólares (CODESP, 2012).
As diversas vias de acesso ao Porto – rodovias, ferrovias e dutovias, além dotransporte intermodal com hidrovia, aeroporto, ferrovia e rodovia – juntamente com
sua localização central, facilitam o escoamento de um grande volume de cargas
oriundas de diversos estados brasileiros, sendo o Porto caracterizado por uma extensa
área de influência (CODESP, 2012).
Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e
Goiás representam a área de influência primária do Porto. Além dos estados nos quais
exerce influência primária e para os quais é fundamental, possui áreas de influência
secundária (Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul) e terciária (Rondônia, Tocantins, Sergipe e Paraíba)
(CODESP, 2012).
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Figura 1. Área de influência do Porto de Santos e PIBs dos estados da área deinfluência primária.
Fonte: CODESP, 2012; IBGE, 2009.
A Figura 1 mostra a área de influência do Porto de Santos, destacando o PIB
(Produto Interno Bruto) de cada estado pertencente à área de influência primária no
ano de 2009. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Goiás, juntos, produziram certa de 1,55 trilhões de reais em 2009, entre eles
destacando-se São Paulo, o qual foi responsável por 1,08 trilhões de reais (IBGE,
2009).
Visto que cerca de 67% do PIB brasileiro encontra-se na área de influência
primária do Porto, fica evidente sua importância para a economia do país. Percebe-se,
ainda através da Figura 1, a expressiva participação do setor industrial no PIB de São
Paulo, Minas Gerais e Goiás, o que tende a impactar o porto em termos de geração de
cargas de maior valor agregado. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do setor
industrial, destaca-se também o setor agrícola da região (IBGE, 2009).
As Tabelas 1 e 2 reafirmam a relevância do Porto de Santos, explicitando a
grande quantidade de estados que utilizaram seus serviços no ano de 2010. O estado
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de São Paulo se destaca com maior participação, tanto nas importações quanto nas
exportações efetuadas pelo Porto, sendo responsável por 81 % das importações e por
59% das exportações.
A área de influência referente às importações são mais concentradas; apenasdois estados – São Paulo e Minas Gerais – demandaram mais de 90% dos serviços
referentes às importações em 2010.
Tabela 1. Participação dos estados brasileiros nas importações do Porto deSantos em 2010.
Estados Importação 2010 (t) Participação no Porto (%)
São Paulo 19.777.748 81,00
Minas Gerais 2.616.414 10,72
Goiás 523.259 2,14
Mato Grosso do Sul 393.346 1,61
Mato Grosso 373.328 1,53
Paraná 125.160 0,51
Rio de Janeiro 117.393 0,48
Pernambuco 83.764 0,34
Rio Grande do Sul 66.201 0,27
Santa Catarina 51.560 0,21
Espírito Santo 49.933 0,20
Ceará 33.954 0,14
Rondônia 32.856 0,13Tocantins 31.189 0,13
Distrito Federal 28.912 0,12
Bahia 27.427 0,11
Paraíba 22.994 0,09
Alagoas 20.553 0,08
Amazonas 11.759 0,05
Maranhão 6.898 0,03
Pará 6.002 0,02
Rio Grande do Norte 4.476 0,02
Sergipe 3.098 0,01
Piauí 1.635 0,01Outros1 5.749 0,02
Fonte: Aliceweb, 2012, elaborado por LabTrans
No caso das exportações, as participações de cinco estados podem ser
consideradas representativas. Além de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e
1 Refere-se às mercadorias cujos destinos não foram declarados e estados com ínfima
influência.
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Mato Grosso do Sul exportaram quantidades significativas através do Porto de Santos
no ano de 2010, conforme pode ser visto na Tabela 2.
Tabela 2. Participação dos estados brasileiros nas exportações do Porto deSantos em 2010.
Estados Exportação 2010 (t) Participação no Porto (%)
São Paulo 32.486.566 58,51
Mato Grosso 12.786.251 23,03
Minas Gerais 4.321.877 7,78
Goiás 2.956.958 5,33
Mato Grosso do Sul 2.068.387 3,72
Paraná 338.069 0,61
Bahia 188.234 0,34
Santa Catarina 70.582 0,13
Rio de Janeiro 44.149 0,08Rondônia 34.640 0,06
Espírito Santo 26.200 0,05
Distrito Federal 21.656 0,04
Rio Grande do Sul 21.144 0,04
Pará 11.055 0,02
Amapá 9.464 0,02
Pernambuco 9.271 0,02
Tocantins 8.148 0,01
Paraíba 7.208 0,01
Ceará 5.275 0,01
Maranhão 4.803 0,01
Sergipe 3.800 0,01
Amazonas 3.125 0,01
Outros2 100.947 0,18
Fonte: Aliceweb, 2012, elaborado por LabTrans
Alinhado com a projeção do porto de forte expansão de demanda futura – que
segundo a CODESP (2012) deve alcançar 230 milhões de toneladas em 2024 –
investimentos da ordem de 7 bilhões de reais são estimados para os próximos anos,visando aumentar a capacidade de movimentação, bem como modernizar as
instalações e a infraestrutura do Porto de Santos.
Do valor total que será investido, 1,5 bilhões de reais será investimento público
por meio do PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) e acontecerá até 2014. Para
garantir a eficiência do porto de Santos, os investimentos governamentais serão
2 Refere-se a mercadorias para consumo de bordo, reexportação e estados com ínfima
influência.
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voltados tanto para melhorias na infraestrutura portuária e das vias de acesso quanto
para a qualificação da mão de obra, uma das deficiências mais preocupantes do Porto
(CODESP, 2011).
2.3
MOVIMENTAÇÃO DA CARGA: PROJEÇÃO
A Tabela 3 mostra a movimentação observada no Porto de Santos em 2009 e a
previsão para os anos intermediários ao horizonte de planejamento deste estudo
(2015-2030). Os produtos selecionados em 2009 referem-se àqueles que somados
representaram um total de 95% do total movimentado no ano. Além disso, foi
considerada a possibilidade de surgimento de novos produtos dados os investimentos
públicos e privados previstos para a área de influência.
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Tabela 3. Movimentação de cargas observada (2009) e projetada (2015, 2020,2025 e 2030) no Porto de Santos.
Granéis Sólidos
Produtos 2009 2015 2020 2025 2030
Açúcar a Granel (t) 14.101.429 17.998.078 20.751.197 24.341.958 27.947.844 Soja e Farelo (t) 10.582.736 10.623.862 11.872.464 13.293.993 14.594.237
Milho (t) 3.579.766 5.771.993 6.224.832 7.032.452 9.137.685
Trigo (t) 1.300.935 1.708.805 2.013.993 2.286.442 2.358.912
Adubos (t) 1.085.267 1.886.343 2.286.941 2.745.266 3.068.372
Sal (t) 887.935 1.015.135 1.090.955 1.178.958 1.252.566
Enxofre (t) 584.249 904.893 1.153.993 1.438.269 1.639.409
Outros (t) 1.809.520 2.437.263 2.935.059 3.549.224 4.163.388
Granéis Líquidos
Produtos 2009 2015 2020 2025 2030 Derivados de Petróleo (t) 6.294.780 7.924.683 10.221.343 13.248.019 17.683.133
Sucos (t) 1.908.337 2.087.147 2.619.497 3.413.558 4.891.623
GLP (t) 765.037 1.144.358 1.446.299 1.754.148 1.856.592
Outros (t) 4.511.581 4.512.910 5.422.810 6.557.136 7.691.462
Carga Geral
Produtos 2009 2015 2020 2025 2030
Contêineres (t) 25.043.790 36.253.164 44.699.178 54.644.023 64.588.867
Açúcar em sacos (t) 1.492.001 975.354 1.080.674 1.328.147 1.577.361
Celulose (t) 1.288.680 3.538.579 4.166.201 5.043.844 6.020.167
Veículos (t) 380.059 690.045 829.801 1.022.502 1.253.176
Outras (t) 324.892 812.940 1.007.624 1.244.403 1.481.181
TOTAL (t) 75.940.994 100.285.552 119.822.862 144.122.342 171.205.976
Fonte: Elaborado por LabTrans
A principal carga movimentada pelo Porto de Santos em 2009, segundo a
Tabela 3 e a Figura 2, foi o contêiner, com 33% do total movimentado, seguido do
açúcar a granel, com 19%, da soja e farelo, com 14%, e dos derivados de petróleo, com
8%.
Com uma taxa anual de crescimento de 4,22%, os contêineres continuarão a ser
o principal produto em 2030, passando de 25,04 milhões de toneladas movimentadas
em 2009, para 64,59 milhões de toneladas em 2030.
O açúcar a granel, com taxa anual de crescimento de 3,01%, também manterá
sua posição no ano de 2030, com 27,94 milhões de toneladas movimentadas.
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Plano Mestre
Porto de Santos 25
Ressalte-se que a alta taxa de crescimento anual dos derivados de petróleo, de
5,16% ao ano, fará com que o produto ganhe parcela de participação significativa em
2030, passando a ser o terceiro principal produto movimentado pelo Porto, com 17,68
milhões de toneladas.Igualmente, atenta-se para o aumento das movimentações de celulose, que,
crescendo a taxas de 6,08% anuais, deverão alcançar, em 2030, 6,02 milhões de
toneladas.
A Figura 2 demonstra as participações, em porcentagem, das cargas
movimentadas pelo Porto de Santos em 2009 e 2030, e ratifica a importância
crescente de contêineres – reflexo da própria estrutura produtiva do estado de SP – e
também da ampliação do marketshare dos derivados de petróleo.
Figura 2. Participação das cargas na movimentação do Porto de Santos – 2009e 2030.
Fonte: Elaborado por LabTrans
2.3.1 CONTÊINERES
Os contêineres, de acordo com a Tabela 3 e a Figura 2, foram responsáveis pela
movimentação de 25,04 milhões de toneladas no Porto de Santos em 2009, o que
correspondeu a 33% do total movimentado naquele ano. O cenário projetado para
2030 é semelhante, estimando-se que os contêineres serão responsáveis por 36% da
movimentação, atingindo 64,59 milhões de toneladas.
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Plano Mestre
26 Porto de Santos
Esse volume inclui tanto importações quanto exportações. De acordo com a
ANTAQ(2012), a movimentação de exportação/embarque em 2009, em toneladas,
superou a movimentação de importação/desembarque (53,8% do total movimentado
contra 46,2%).Os principais produtos exportados por contêineres são os produtos alimentícios,
café, derivados de ferro e aço e, ainda, os semiacabados de metal. As importações,
por sua vez, são predominantemente de derivados de ferro e aço, e máquinas e
equipamentos (ALICEWEB, 2012).
Além disso, o aumento da movimentação por contêiner segue a tendência
internacional de conteinerização de cargas. A conteinerização das cargas no porto de
Santos está fortemente atrelada ao cenário de aprofundamento da participação da
indústria na economia paulista e à mudança no perfil dos principais portos mundiais –
os quais vêm adotando os contêineres como principal natureza de carga (CODESP,
2009).
2.3.2 AÇÚCAR
Atualmente o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar em
razão do clima favorável para a plantação de cana-de-açúcar e das tecnologias
desenvolvidas (ADVFN, 2012). Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os
principais produtores brasileiros de açúcar, somando 24,33 milhões de toneladas
produzidas na safra 2008/2009. No mesmo período, a região centro-sul foi
responsável por 86,15% da produção desta commodity (ÚNICA, 2012).
De acordo com o período observado, descrito na Tabela 3, 15,59 milhões de
toneladas de açúcar foram exportadas pelo Porto de Santos em 2009, indicando que
significativa parcelada produção na área de influência do porto, quando destinado à
exportação, é escoado por Santos. Segundo as projeções da Tabela 3, a demanda
externa por açúcar crescerá a taxas anuais de 3,01% e, em 2030, 29,52 milhões de
toneladas serão exportadas pelo Porto de Santos.
As maiores usinas brasileiras produtoras de açúcar são, respectivamente, a São
Martinho, a Da Barra e a EQUIPAV, todas localizadas no estado de São Paulo (ÚNICA,
2012). A expectativa de aumento da demanda externa pelo produto é confirmada
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Porto de Santos 27
pelos investimentos em expansão das usinas e maior capacidade de produção. A crise
mundial de 2008 e as quebras de safra na Índia, grande produtor mundial de açúcar,
impulsionaram as exportações brasileiras, o que acarretou investimentos por parte
das empresas visando à demanda externa de açúcar no curto prazo. As expansões daSão Martinho buscam aumentar a capacidade de produção de 2,5 milhões para 8
milhões de toneladas de açúcar (SÃO MARTINHO, 2012).
Não obstante estimar-se um aumento da demanda externa pelo produto, o
cenário internacional indica também um crescimento da demanda por etanol, o qual
utiliza a mesma matéria prima que o açúcar, ou seja, a cana de açúcar (JORNAL
CANA, 2008).
O etanol tem sido utilizado por diversos países na composição dos combustíveis
a fim de torná-los menos nocivos ao meio ambiente e, também, para diminuir a
dependência por combustíveis fósseis, como o petróleo. Tendo isso em vista, estima-
se que a cana de açúcar será, em sua maioria, destinada à produção de etanol,
produto mais atrativo financeiramente (PACHECO, 2011).
Figura 3. Exportação de açúcar por áreas de influência e porto.Fonte: ANTAQ/MDIC, 2012
A Figura 3 ilustra a origem das exportações de açúcar escoadas pelos portos. Em
azul estão as usinas que exportam pelo Porto de Santos, em verde pelo Porto de
Paranaguá e em laranja as que utilizam os serviços de ambos.
Além de o cenário internacional indicar uma expansão não tão rápida das
exportações de açúcar pelo Porto de Santos, o cenário doméstico aponta um
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deslocamento das áreas produtoras para o Mato Grosso do Sul e Paraná, favorecendo
o Porto de Paranaguá.
Embora no porto de Santos os embarques de açúcar sejam significantemente
maiores, embarcar por Paranaguá é mais barato para o açúcar produzido no Paraná,
Mato Grosso do Sul e noroeste de São Paulo (ANTAQ, 2012). Desta forma, infere-se
que na medida em que a produção de açúcar se deslocar para outros estados da zona
de influência, o porto de Paranaguá será forte concorrente para o porto de Santos
(CODESP, 2009).
2.3.3 SOJA
Segundo maior produtor e exportador mundial de soja, o Brasil exportou em
2010 35,60 milhões de toneladas do produto, considerando grãos e farelo (ALICEWEB,
2012).Desses, 9,60 milhões foram exportadas pelo porto de Santos.
Embora em 2009 a soja tenha sido o segundo principal produto movimentado
pelo Porto, as projeções descritas na Tabela 3 indicam taxa de crescimento anual de
apenas 2,03%. Enquanto a expectativa brasileira, de acordo com as projeções de
demanda do PNLP (2011), é de um crescimento a taxas de 3,86% ao ano, passando de
38,68 milhões de toneladas em 2009 para 82,10 milhões em 2030, as exportações de
soja pelo porto de Santos passariam de 10,58 milhões de toneladas em 2009 para
14,59 milhões em 2030.
O modesto crescimento das exportações de soja pelo porto de Santos está em
linha com o cenário internacional e com as expectativas de expansão da fronteira
agrícola nacional.
O cenário internacional aponta expressivo aumento da demanda externa pelo
produto, sobretudo por parte dos países asiáticos. Atualmente a China é o maior
importador mundial de soja e tende a aumentar sua participação nas importações
(CODESP, 2009).
O cenário doméstico, por sua vez, indica grande potencial para expansão da
fronteira agrícola; há cerca de 50 milhões de hectares de terras virgens aptas para a
plantação de soja só no cerrado brasileiro, enquanto nos outros grandes países
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Plano Mestre
Porto de Santos 29
produtores da commodity (EUA e Argentina), há pouco espaço para expansão da
produção.
Estima-se que a expansão da produção da soja se concentrará nas grandes
propriedades do centro-oeste brasileiro, ao contrário de São Paulo, que se voltarápara o cultivo de outras culturas, como a laranja e o algodão (EMBRAPA, 2004).
O expressivo aumento da produção e exportação de soja nos próximos anos em
resposta ao cenário internacional não acarretará semelhante crescimento nas
movimentações de soja pelo porto de Santos em razão da atração da carga ser
dificultada pela melhoria das condições de acesso da soja produzida no centro-oeste
aos portos do arco norte (CODESP, 2009).
2.3.4 DERIVADOS DE PETRÓLEO
A alta taxa de crescimento projetada para a movimentação de derivados de
petróleo no porto de Santos, 5,17% ao ano, fará com que o produto salte de 6,3
milhões de toneladas movimentadas em 2009 para 17,7 milhões em 2030. Desta
forma, derivados de petróleo – a fim de atender, principalmente, o mercado nacional
através da cabotagem – passará a ser o 3º produto mais movimentado pelo porto em
2030.
Para que essa demanda, principalmente nacional, seja atendida, significativa
quantidade de petróleo de alta qualidade deverá importada pela Petrobras da Nigéria,
Arábia Saudita e Iraque (COMTRADE, 2012). O petróleo processado e refinado é
transformado em derivados e combustíveis e, então, transportado via porto de Santos
para diversas regiões do país.
2.3.5 CELULOSE
O Brasil, além de ser um dos maiores produtores de celulose do mundo
(BRACELPA, 2012), possui também baixo custo de produção (CODESP, 2009).
De acordo com a Tabela 3 e a Figura 2, pode-se perceber a rápida expansão
projetada para este produto. Dos produtos analisados, a celulose é aquele com a
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30 Porto de Santos
maior taxa de crescimento anual, de 6,08%, no porto de Santos. A movimentação
deverá saltar de 1,29 milhões de toneladas em 2009 para 6,02 milhões em 2030.
O baixo custo de produção, juntamente com a atratividade do mercado externo
- especialmente China, Japão, Estados Unidos e Europa – fizeram com que grandesempresas do ramo, como a Eldorado e a VCP (Votorantim Celulose e Papel)
apostassem no aumento da produção. Grandes investimentos, em termos de novas
unidades de produção, estão em execução na cidade de Três Lagoas no Mato Grosso
do Sul (EXAME, 2010; CODESP, 2009). No caso da Eldorado, que tem o início das
atividades das novas instalações previsto para o segundo semestre de 2012, toda a
produção será destinada à exportação.
Dada a localização do porto de Santos, projeta-se que parte da produção de
celulose desta região de Mato Grosso do Sul será transportada pelo porto de Santos
(com Paranaguá também participando de parte desta carga). Considerando a carga
destes novos empreendimentos, bem como as demais unidades já em operação na
área de influência do porto, e, principalmente, a forte expansão da demanda
internacional, pode-se justificar o rápido crescimento da demanda por esta commodity
no porto de Santos.
2.4 GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO DAS CARGAS PORTUÁRIAS
Com o objetivo de mensurar as modificações na especialização da carga
movimentada pelo porto de Santos, foi calculado o coeficiente de localização para
três dos principais produtos do porto: contêineres, açúcar e celulose.
O coeficiente de localização mede o quanto uma atividade está concentrada em
uma determinada região em comparação a uma região de referência. Para o caso deum produto movimentado em um porto, o coeficiente de localização, conforme
Rodrigue, Comtois e Slack (2009), pode ser expresso por:
Brasil total
Brasil j
Santostotal
Santos j
Santos j
CM CM
CM
CM
CL
,
,
,
,
,
Onde CL j,Santos é o coeficiente de localização do produto j no porto de Santos; CM j,
Santos é a carga movimentada do produto j no porto de Santos; CMtotal, Santos é a carga
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Figura 4.
Movimentação de produtos no Porto de Santos por natureza decarga de 2009 a 2030.
Fonte: ANTAQ, 2011, elaborado por LabTrans
Tabela 5. Participação por natureza de carga no Porto de Santos observada(2009) e projetada (2015, 2020, 2015, 2030)
2009 2015 2020 2025 2030
Granel Sólido 44,68 42,22 40,34 38,82 37,67
Contêiner 32,98 36,15 37,30 37,88 37,61
Granel Líquido 17,75 15,63 16,45 17,31 18,70
Carga Geral 4,59 6,00 5,91 5,99 6,02
Fonte: ANTAQ, 2011, elaborado por LabTrans
A principal natureza de carga no porto de Santos em 2009, como observado na
Figura 4 e na Tabela 5, foi o granel sólido, seguido do contêiner, do granel líquido e da
carga geral, nesta ordem.
As projeções apontam uma queda na participação dos granéis sólidos ao longodos anos, embora a movimentação destes granéis deva continuar crescendo. Em
2030, as participações de granel sólido e contêineres deverão se igualar, o primeiro
com 37,67% da movimentação no porto e o segundo com 37,61%.
A carga geral será impulsionada pelas exportações de celulose, os contêineres
seguirão a tendência de crescimento internacional, e os granéis líquidos crescerão
acima da média por conta do transporte de cabotagem para atender o mercado
doméstico.
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Porto de Santos 33
2.6 SÍNTESE COMPARATIVA
A Tabela 6 mostra as projeções do PDEPS para o cenário base e aquelas
resultantes do PNLP. Exceto onde indicado em contrário, às projeções constantes
dessa tabela estão em milhões de toneladas.
Tabela 6. Projeções de Demanda
Fonte: Elaborado por LabTrans
Observa-se que as duas projeções para o total movimentado pelo porto em
2024 são muito próximas, embora o PNLP antecipe um crescimento mais forte nos
anos intermediários.
Com a relação ao açúcar a granel a projeção apresentada pelo cenário PNLP se
apresenta mais otimista. As projeções do PNLP para esta carga superam as do PDEPS
em mais de 3 milhões de toneladas em 2024.
Para a soja e farelo de soja as duas projeções são muito próximas, inicialmente
maiores no cenário ONLP, porém menores no longo prazo.
No caso do milho há uma grande diferença entre as duas projeções. O cenário
apresentado pelo PNLP se mostra muito superior, sobretudo após 2019, quando ele
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34 Porto de Santos
aponta uma diferença de mais de 4 milhões de toneladas em relação ao cenário
PDEPS.
Com relação ao trigo o cenário PDEPS se apresenta sempre mais otimista do
que o PNLP.
Adubos e enxofre apresentam um comportamento próximo entre as duas
projeções, inicialmente menor no PNLP, porém maior no ano de 2024.
Quanto aos contêineres, as projeções do PNLP no longo prazo são inferiores às
do PDEPS. Em 2024 o cenário PNLP projeta uma movimentação de 5,9 milhões de
TEU enquanto no PDEPS a movimentação esperada é de 7,3 milhões de TEU.
Outras comparações podem ser vistas no próximo capítulo quando as
projeções de demanda são comparadas com a capacidade de movimentação das
cargas.
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Porto de Santos 35
3 COMPARAÇÃO ENTRE DEMANDA E CAPACIDADE
As próximas seções analisam as diferenças entre as projeções de demanda de
movimentação de carga constantes do PDEPS, para os três cenários lá definidos, e a
projeção feita com as informações atuais.
Essa análise é realizada separadamente para cada carga, sendo também
apresentadas as correspondentes capacidades estimadas no PDEPS. Ressalte-se que
nessas capacidades já estão incluídas as melhorias operacionais, as alterações
recomendadas de superestrutura, e os projetos de expansão de infraestrutura,
considerados no PDEPS.
3.1 AÇÚCAR A GRANEL
Figura 5. Demanda vs. Capacidade– Açúcar a Granel
Fonte: Elaborado por LabTrans
Observa-se a partir da Figura 5 que as projeções de curto e médio prazo feitas
no PDEPS foram largamente superadas pelas movimentações ocorridas em 2009 e
2010, por conta da redução da produção de açúcar em outros países, notadamente na
Índia.
Assim, houve uma forte pressão sobre as exportações brasileiras, levando-as a
níveis bem acima do previsto.
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36 Porto de Santos
A projeção do PNLP indica que esta situação vai permanecer, o que irá
requerer a antecipação dos investimentos nos equipamentos dos terminais do porto,
para ainda antes de 2019, fato este que era somente necessário para atender a
demanda em 2024, segundo o PDEPS.
Desse modo, permanecem válidas as recomendações de aumento de eficiência
e de ampliação da superestrutura constantes do PDEPS.
Notícias divulgadas pela Rumo Logística, braço logístico da COSAN, informam
que está em curso a substituição de um conjunto de carregador de navios, esteira e
moega, além de estarem considerando a cobertura das operações de embarque da
carga, ações que permitirão um aumento da capacidade desses terminais. Esta
cobertura deverá ser feita nos terminais da COSAN e da Coopersucar.
3.2 SOJA E FARELO
Figura 6. Demanda vs. Capacidade– Soja e FareloFonte: Elaborado por LabTrans
A Figura 6 evidencia que não será necessária a duplicação dos equipamentos
de cais dos terminais TGG e Armazém 39, até 2017, tal como preconizado no PDEPS.
A projeção do PNLP como que cola na projeção do cenário base do PDEPS,
aproximando-se, mais no longo prazo, da projeção pessimista. Assim sendo, aumentode capacidade somente será necessário a partir de 2020.
-
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Porto de Santos 37
3.3 MILHO
Figura 7. Demanda vs. Capacidade– MilhoFonte: Elaborado por LabTrans
Esta talvez tenha sido a mais radical diferença entre as projeções do PDEPS e
PNLP. O fato novo que explica este descolamento entre as duas projeções está
associado à produção de etanol a partir do milho nos EUA, representando uma fortepressão de demanda sobre este produto no mercado mundial.
A Figura 7 mostra claramente que as instalações por onde o milho é exportado
em Santos terão que se potencializar, sob pena de passarem a prestar um serviço de
baixa qualidade.
Como essas instalações são as mesmas que movimentam a soja e o farelo,
parte desta capacidade requerida pelo milho será atendida pelo não crescimento dademanda de soja e farelo, pelo menos no curto e médio prazo, como mostrado na
seção anterior.
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3.4 TRIGO
Figura 8. Demanda vs. Capacidade– Trigo
Fonte: Elaborado por LabTrans
O cenário do PNLP para trigo mostra que a demanda se encontra sempre
abaixo da capacidade instalada no porto para a movimentação desta carga.
A demanda projetada no PNLP deverá ser constantemente inferior àquela
prevista no PDEPS. Este fato é derivado da autossuficiência esperada de produção de
trigo no território nacional e pela consequentemente menor importação.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
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M i l h a r e s d e t
Demanda x Capacidade - Trigo
Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade
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3.5 ADUBOS E ENXOFRE
Figura 9. Demanda vs. Capacidade – Adubos e Enxofre
Fonte: Elaborado por LabTrans
O déficit de capacidade observado a partir de 2014 pode representar um
entrave no crescimento de movimentação de adubos e enxofre. Nesse sentido,observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação desta carga.
Reforça-se a necessidade de dobrar a capacidade da Termag e movimentando mais
no armazém 23. Além disso, a partir de 2020 haverá necessidade de nova instalação.
0
2.000
4.000
6.000
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10.000
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M i l h a r e s d e t
Demanda x Capacidade - Adubos e Enxofre
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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3.6 SAL
Figura 10. Demandavs. Capacidade– Sal
Fonte: Elaborado por LabTrans
Para a movimentação de sal o cenário do PNLP coincide com o cenário
otimista do PDEPS. O ponto crítico de capacidade ocorrerá em 2019 quando a
demanda tende a superar a capacidade instalada do porto para movimentação desta
carga.
A Figura 10 mostra que apesar do crescimento previsto da demanda, a
capacidade do armazém 22 deverá ser suficiente para atendê-la, tal como indicado no
PDEPS.
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200
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Demanda x Capacidade - Sal
Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade
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3.7 DERIVADOS DE PETRÓLEO
Figura 11. Demanda vs. Capacidade – Derivados de PetróleoFonte: Elaborado por LabTrans
Com relação aos derivados de petróleo, o cenário do PNLP supera o cenário
otimista PDEPS no curto e médio prazo. De acordo com o PDEPSde 2009 há
problemas imediatos de capacidade na movimentação de combustíveis e derivadosde petróleo nos berços da Alamoa.
Esses problemas são ainda mais graves se confirmadas as projeções do PNLP,
tornando mais urgente a expansão da Alamoa.
-
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3.8 GLP
Figura 12. Demanda vs. Capacidade – GLPFonte: Elaborado por LabTrans
A situação do GLP tem completa semelhança com o apresentado para os
derivados de petróleo, agravada pelo fato de que também no longo prazo a projeção
do PNLP deverá superar aquela do PDEPS.
Do mesmo modo, o déficit de capacidade do Terminal da Alamoa pode
representar um entrave no crescimento de movimentação de GLP. Nesse sentido,
observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação desta carga.
0
200
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1.200
1.400
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Demanda x Capacidade - GLP
Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade
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Porto de Santos 43
3.9 SUCOS C ÍTRICOS
Figura 13. Demanda vs. Capacidade– Sucos Cítricos
Fonte: Elaborado por LabTrans
Para sucos críticos a projeção do PNLP mostra-se superior àquela apresentada
pelo cenário otimista do PDEPS.
No entanto não há sinais de falta de capacidade a não ser no longo prazo. Este
déficit será absorvido sem problemas por uma maior ocupação dos berços 27, 29 e 30,
por onde os sucos cítricos são embarcados na margem direita.
0
500
1.000
1.500
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2.500
3.000
3.500
2009 2014 2019 2024
M i l h a r e s d e t
Demanda x Capacidade - Adubos e Enxofre
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
-
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44 Porto de Santos
3.10 OUTROS GRANÉIS L ÍQUIDOS
Figura 14. Demanda vs. Capacidade– Outros Granéis LíquidosFonte: Elaborado por LabTrans
A projeção do PNLP para outros granéis líquidos segue a tendência de
crescimento da demanda apresentada pelo PDEPS sendo, no entanto, superior ao
longo de todo o período.
O déficit de capacidade do Terminal da Alamoa e Ilha Barnabe pode
representar um entrave no crescimento de movimentação de outros granéis líquidos.
Nesse sentido, observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação
desse tipo de carga.
.
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
2009 2014 2019 2024
M i l h a r e s d e t
Demanda x Capacidade - Outros Granéis Líquidos)
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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Porto de Santos 45
3.11 CONTÊINERES
Figura 15. Demanda vs. Capacidade – ContêineresFonte: Elaborado por LabTrans
No caso dos contêineres, a projeção do PNLP é inferior àquela apresentada
pelos cenários do PDEPS, exceto no caso pessimista.
O início das operações dos terminais da BTP e da Embraport, previsto para até
2014 e as modernizações dos equipamentos portuários que vêm sendo
implementadas nos terminais existentes aumentarão a capacidade de movimentação
de contêineres no porto.
Desse modo, os resultados do PNLP mostram que não haverá déficit de
capacidade para os contêineres e, portanto, não há necessidade de um novo terminal
para o período analisado.
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3.12 AÇÚCAR EM SACOS
Figura 16. Demanda vs. Capacidade – Açúcar em Sacos
Fonte: Elaborado por LabTrans
A projeção do PNLP para açúcar em sacos se mostra mais pessimista que as
dos cenários do PDEPS.
Mesmo assim, haverá déficit de capacidade para esta carga nos terminais
especializados que a atendem.
Por outro lado, como indicado no PDEPS, a disponibilidade existente em
outros berços públicos permitirá o manuseio do açúcar ensacado, com equipamentos
de bordo, suprindo a deficiência apontada acima.
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Demanda x Capacidade - Açúcar em sacos
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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3.13 CELULOSE
Figura 17. Demanda vs. Capacidade – Celulose
Fonte: Elaborado por LabTrans
A projeção do PNLP para celulose se mostra muito superior aos cenários do
PDEPS. Observa-se um grande déficit previsto de capacidade, atingindo um máximode aproximadamente 2 milhões de toneladas em 2024.
Para atender esse déficit será necessária a utilização de outros berços públicos,
além dos que são atualmente usados na movimentação dessa carga. Além disso,
deverá ocorrer a entrada em operação do terminal da NST, conforme indicado no
PDEPS.
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Demanda x Capacidade - Celulose
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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3.14 VEÍCULOS
Figura 18. Demanda vs. Capacidade – Veículos
Fonte: Elaborado por LabTrans
A projeção do PNLP praticamente coincide com a relativa ao cenário
pessimista apresentado no PEDPS.
Conforme pode ser observado na figura anterior não deverá haver déficit de
capacidade na movimentação de veículos ao longo do horizonte deste projeto.
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Demanda x Capacidade - Veículos (em unidades)
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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3.15 CARGAS DIVERSIFICADAS
Figura 19. Demanda vs. Capacidade – Cargas Diversificadas
Fonte: Elaborado por LabTrans
Embora a projeção do PNLP para outras cargas gerais seja pouco superior à
prevista no cenário otimista do PDEPS, não se antecipam problemas de capacidadepara a movimentação destas cargas, conforme pode ser visto na figura acima.
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Demanda x Capacidade - Cargas Diversificadas)
Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade
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MELHORIAS E AMPLIAÇÃO DO PORTO
Como mencionado neste documento anteriormente, após 2009 não ocorreu
nenhum investimento em infraestrutura no Porto de Santos que afetasse de formaexpressiva o cálculo da capacidade realizado no PDEPS.
Entretanto, para o futuro próximo, além dos investimentos anunciados pela
Rumo para seus terminais de açúcar, referidos na seção 3.1, há também a informação
de que a Vale, após adquirir o terminal da Ultrafértil no canal de Piaçaguera deverá
estar expandindo este terminal para operar grandes quantidades de granéis vegetais e
álcool, além da ampliação de sua capacidade de movimentação de adubos e enxofre.
Serão construídos três novos berços, dois dos quais dedicados aos granéis
vegetais e álcool e o terceiro a adubos e enxofre. A próxima figura extraída do RIMA
da ampliação ilustra o futuro layout do terminal.
Figura 20. Layout TUP Vale (ex-Ultrafértil)
Fonte: RIMA Terminal Marítimo Ultrafértil TUF
Esta ampliação do TUF afetará os programas de investimento estabelecidos no
PDEPS na forma indicada nos próximos parágrafos.
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O PDEPS apresentou dois programas alternativos de investimentos, em infra e
superestrutura, para superar os déficits de capacidade identificados como possíveis de
ocorrerem no período 2009 a 2024.
Esses programas de investimentos partiram do pressuposto de que algumas
melhorias operacionais seriam implementadas no porto, a saber:
Redução dos tempos não operacionais durante o atendimento de
navios porta-contêineres;
Redução dos tempos não operacionais durante o atendimento dos
navios de granéis líquidos;
Aumento da produtividade dos terminais de açúcar Teaçu1 e Teaçu2; e
Aumento da produtividade dos terminais de veículos.
Nesta atualização essas melhorias continuam sendo indicadas como
necessárias. Detalhes sobre as mesmas podem ser vistos no PDEPS.
O programa de investimentos qualificado como recomendado no PDEPS está
mostrado na tabela seguinte.
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Tabela 7. Programa de Expansão Recomendado – Porto de Santos
Fonte: PDEPS (2009)
Este programa foi o recomendado no PDEPS por considerar a oportunidade de
se reposicionar o corredor de exportação de grãos, transferindo-o para
Conceiçãozinha na margem esquerda, ao final dos contratos de arrendamento nas
áreas dos armazéns 38 e 39.
Essa transferência liberaria os armazéns38 e 39 para se tornarem um novo
terminal de contêineres, em consonância com o zoneamento do porto estabelecido
no PDZ.
Dentre os investimentos listados neste programa as seguintes considerações
podem ser feitas em função desta atualização:
A entrada em operação dos carregadores de navios previstos para oTeaçu2, Teaçu3 e TEAG deve ser antecipada para 2016;
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O novo carregador de navios no corredor de exportação, assim como a
duplicação do TGG, não se tornará necessário, devido à expansão
anunciada pela Vale para o terminal localizado no canal de Piaçaguera
(ex-Ultrafértil). Estima-se que os dois novos berços que serãoconstruídos neste terminal, para atender a demanda de granéis
vegetais e álcool, sejam capazes de movimentar até 8 milhões de
toneladas de granéis vegetais (açúcar, soja e milho) por ano;
Um segundo descarregador de fertilizantes e enxofre no terminal da
TERMAG também não se tornará necessário no curto prazo porque a
Vale, também no terminal de Piaçaguera, estará construindo um
segundo berço para adubos e enxofre, duplicando a capacidade de
movimentação daquele terminal. Este segundo descarregador passará
a ser necessário somente em 2019;
O terminal de granéis sólidos minerais de Itapema passará a ser
necessário somente após 2019, para atender ao déficit de capacidade
que deverá ocorrer em 2024;
Todos os demais investimentos seriam realizados como previsto no
PDEPS, exceto o novo terminal de contêineres nos armazéns 38 e 39,
que poderia ser construído mais tarde, uma vez que a projeção de
demanda de movimentação de contêineres do PNLP é menos intensa
do que a prevista no PDEPS.
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5 CONCLUSÃO
O objetivo primordial deste documento foi atualizar as projeções de demanda
constantes do PDEPS (2009) e, como consequência, indicar as alterações que deveria
sofrer o programa de investimentos lá contido por conta desta atualização.
No que se refere aos volumes futuros das cargas que passarão pelo Porto de
Santos foram realizadas projeções com base nas tendências identificadas no PNLP.
Dentre as cargas que apresentaram diferenças sensíveis entre a projeção do
PNLP e de PDEPS (2009) destacam-se as seguintes:
Açúcar a granel: demanda bem superior no curto e no médio prazo,
aproximando-se do PDEPS no longo prazo;
Soja: a demanda estimada no PNLP é menor do que aquela do PDEPS
no médio e no longo prazo;
Milho: a demanda do PNLP é muito superior à do PDEPS, devendo
causar um déficit de 2,8 milhões de toneladas em 2024 em relação à
capacidade de movimentação prevista no PDEPS;
Adubos e Enxofre: as projeções do PNLP para 2014 e 2019 são poucomenores do as do PDEPS, cenário base, e praticamente igual em 2024;
Granéis líquidos: como regra a demanda PNLP de granéis líquidos,
inclusive sucos cítricos, é maior do que a do PDEPS, corroborando a
urgente necessidade de ampliação da capacidade dos terminais da
Alamoa e Ilha Barnabé;
Contêineres: a demanda PNLP é inferior à demanda PDEPS em
praticamente todo o horizonte do projeto, indicando que deverá haver
excesso de capacidade após a inauguração dos terminais da BTP e da
Embraport; e
Celulose: a demanda PNLP é muito superior à demanda prevista no
PDEPS.
Os impactos dessas diferenças sobre o programa de investimentos foram
tratados no capítulo anterior.
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