Plano Mestre - Santos

download Plano Mestre - Santos

of 59

Transcript of Plano Mestre - Santos

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    1/59

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    2/59

     

    SECRETARIA DE PORTOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – SEP/PRUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

    FUNDAÇÃO DE ENSINO DE ENGENHARIA DE SANTA CATARINA – FEESCLABORATÓRIO DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA – LABTRANS

    PESQUISAS E ESTUDOS PARA A LOGÍSTICA PORTUÁRIA E DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTOS DE

    APOIO AO PLANEJAMENTO PORTUÁRIO 

    ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE

    DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO DO

    PORTO DE SANTOS (PDEPS) 

    Florianópolis – SC, 2012

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    3/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    4/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos iii

    Ficha Técnica

    Secretaria de Portos da PresidênciaMinistro – José Leônidas de Menezes Cristino

    Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário – Rogério de Abreu Menescal

    Diretor de Sistemas de Informações Portuárias e Coordenador da Cooperação –  Luis

    Claudio Santana Montenegro

    Universidade Federal de Santa Catarina

    Laboratório de Transportes e Logística – LabTrans - UFSC

    Coordenador Geral do Laboratório– Amir Mattar Valente

    Equipe técnica:

    Fabiano Giacobo – Coordenador

    Fernando Seabra – Especialista

    Nelson Martins Lecheta – Especialista

    Reynaldo Brown do Rego Macedo – Especialista

    Edésio Elias Lopes - EspecialistaVirgilio Rodrigues Lopes de Oliveira - Especialista

    Tiago Buss – Sub Coordenador

    Ana Cláudia Silva Larissa Berlanda

    André Macan Lívia Segadilha

    Bruno Henrique Figueiredo Baldez Luiza Peres

    Bruno Luiz Savi Mateus Henrique Schuhmacher Valério

    Caroline Helena Rosa Mayara Luz da Silva

    CristhianoZulianello dos Santos Natália Tiemi

    Daniele Sehn Paôla Tatiana Filippi Tomé

    Fabiane MafiniZambon Raphael Costa Ferreira

    Guilherme Furtado Carvalho Samuel Teles de Melo

    Guilherme ButterScofano SimaraHalmenschlager

    Hudson Chaves Costa Thaís da Rocha

    Igor Veríssimo Fagotti Prado Yuri Triska

    Juliana da Silva Tiscoski

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    5/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    6/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos v

    Apresentação

    O presente documento trata da atualização do Plano de Desenvolvimento e

    Expansão do Porto de Santos. Esta atualização está inserida no contexto de um

    esforço recente da Secretaria de Portos da Presidência de República (SEP/PR) de

    retomada do planejamento do setor portuário brasileiro.

    Neste contexto situa-se o projeto intitulado “Pesquisas e estudos para a

    logística portuária e desenvolvimento de instrumentos de apoio ao planejamento

    portuário”, resultado da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina

    (UFSC), representada pelo seu Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), e a

    SEP/PR.

    Tal projeto contempla a elaboração de 14 Planos Mestres e a atualização do

    plano elaborado em 2009 para o Porto de Santos, tendo como base as tendências e

    linhas estratégicas definidas em âmbito macro pelo Plano Nacional de Logística

    Portuária (PNLP). Ele representa um avanço no quadro atual de planejamento do

    setor portuário e foi concebido de modo articulado e complementar ao PNLP – 

    também elaborado pela SEP em parceria como LabTrans/UFSC.

    A importância dos Planos Mestres diz respeito à orientação de decisões de

    investimento, público e privado, na infraestrutura do porto. É reconhecido que os

    investimentos portuários são de longa maturação e que, portanto, requerem

    avaliações de longo prazo. Instrumentos de planejamento são, neste sentido,

    essenciais.

    A rápida expansão do comércio mundial, com o surgimento de novos  players 

    no cenário internacional, como China e Índia –  que representam desafios logísticos

    importantes, dados a distância destes mercados e sua grande escala de operação – 

    exige que o sistema de transporte brasileiro, especialmente o portuário, seja eficiente

    e competitivo.

    O planejamento a nível micro, mas articulado com uma política nacional para o

    setor, pode contribuir decisivamente para a construção de um setor portuário capaz

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    7/59

    Plano Mestre

    vi Porto de Santos

    de oferecer serviços que atendam à expansão da demanda, com custos competitivos e

    bons níveis de qualidade.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    8/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos vii

    Lista de Siglas e Abreviações

    ANTAQ Agência nacional de Transportes Aquaviários

    CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo

    CL Coeficiente de Localização

    EUA Estados Unidos da América

    FMI Fundo Monetário Internacional

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

    MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

    PAC Programa de Aceleração do Crescimento

    PDEPS Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos

    PIB Produto Interno Bruto

    PNLP Plano Nacional de Logística Portuária

    SECEX Secretaria de Comércio Exterior

    SEP Secretaria dos Portos

    UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development

    VCP Votorantim Celulose e Papel

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    9/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    10/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos ix

    Lista de Figuras

    Figura 1.  Área De Influência Do Porto De Santos E Pibs Dos Estados Da Área De

    Influência Primária. ........................................................................................ 20 

    Figura 2.  Participação Das Cargas Na Movimentação Do Porto De Santos – 2009 E

    2030.  ................................................................................................ 25 

    Figura 3.  Exportação De Açúcar Por Áreas De Influência E Porto. .................... 27 

    Figura 4.  Movimentação De Produtos No Porto De Santos Por Natureza De Carga

    De 2009 A 2030. ............................................................................................. 32 

    Figura 5.  Demanda Vs. Capacidade– Açúcar A Granel .................................... 35 

    Figura 6.  Demanda Vs. Capacidade– Soja E Farelo ........................................ 36 

    Figura 7.  Demanda Vs. Capacidade– Milho .................................................. 37 

    Figura 8.  Demanda Vs. Capacidade– Trigo ................................................... 38 

    Figura 9.  Demanda Vs. Capacidade – Adubos E Enxofre ................................. 39 

    Figura 10.  Demandavs. Capacidade– Sal ....................................................... 40 

    Figura 11.  Demanda Vs. Capacidade – Derivados De Petróleo .......................... 41 

    Figura 12.  Demanda Vs. Capacidade – Glp ..................................................... 42 

    Figura 13.  Demanda Vs. Capacidade– Sucos Cítricos ....................................... 43 

    Figura 14.  Demanda Vs. Capacidade– Outros Granéis Líquidos ......................... 44 

    Figura 15.  Demanda Vs. Capacidade – Contêineres ......................................... 45 

    Figura 16.  Demanda Vs. Capacidade – Açúcar Em Sacos .................................. 46 

    Figura 17.  Demanda Vs. Capacidade – Celulose .............................................. 47 

    Figura 18.  Demanda Vs. Capacidade – Veículos ...................................................48 

    Figura 19.  Demanda Vs. Capacidade – Cargas Diversificadas ............................ 49 

    Figura 20. Layout Tup Vale (Ex-Ultrafértil) ........................................................... 51 

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    11/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    12/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos xi

    Lista de Tabelas

    Tabela 1.  Participação dos estados brasileiros nas importações do Porto de Santos

    em 2010. ............................................................................................................ 21 

    Tabela 2.  Participação dos estados brasileiros nas exportações do Porto de Santos

    em 2010. ............................................................................................................ 22 

    Tabela 3.  Movimentação de cargas observada (2009) e projetada (2015, 2020,

    2025 e 2030) no Porto de Santos. .............................................................................. 24 

    Tabela 4.  Coeficiente de Localização para Contêineres, Açúcar e Celulose 2010,2015, 2020, 2015 e 2030. ........................................................................................... 31 

    Tabela 5.  Participação por natureza de carga no Porto de Santos observada (2009)

    e projetada (2015, 2020, 2015, 2030) ......................................................................... 32 

    Tabela 6.  Projeções de Demanda ........................................................................ 33 

    Tabela 7.  Programa de Expansão Recomendado – Porto de Santos .................... 53 

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    13/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    14/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos xiii

    Sumário

    1  INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 

    2  PROJEÇÃO DA DEMANDA ................................................................................... 17 

    2.1  ETAPAS E MÉTODO ...............................................................................................17 

    2.2  CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA............................................................................... 19 

    2.3  MOVIMENTAÇÃO DA CARGA: PROJEÇÃO .................................................................. 23 

    2.3.1  CONTÊINERES ............................................................................................. 25 

    2.3.2  AÇÚCAR ..................................................................................................... 26 

    2.3.3  SOJA ......................................................................................................... 28 

    2.3.4  DERIVADOS DE PETRÓLEO ............................................................................ 29 

    2.3.5  CELULOSE .................................................................................................. 29 

    2.4  GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO DAS CARGAS PORTUÁRIAS ............................................... 30 

    2.5  MOVIMENTAÇÃO POR NATUREZA DE CARGA ............................................................ 31 

    2.6  SÍNTESE COMPARATIVA ......................................................................................... 33 

    3  COMPARAÇÃO ENTRE DEMANDA E CAPACIDADE ............................................... 35 

    3.1  AÇÚCAR A GRANEL  .............................................................................................. 35 

    3.2  SOJA E FARELO .................................................................................................... 36 

    3.3  MILHO................................................................................................................ 37 

    3.4  TRIGO ................................................................................................................ 38 

    3.5  ADUBOS E ENXOFRE ............................................................................................. 39 

    3.6  SAL .................................................................................................................... 40 

    3.7  DERIVADOS DE PETRÓLEO ..................................................................................... 41 

    3.8  GLP ................................................................................................................... 42 

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    15/59

    Plano Mestre

    xiv Porto de Santos

    3.9  SUCOS CÍTRICOS .................................................................................................. 43 

    3.10  OUTROS GRANÉIS LÍQUIDOS .................................................................................. 44 

    3.11  CONTÊINERES ...................................................................................................... 45 

    3.12  AÇÚCAR EM SACOS .............................................................................................. 46 

    3.13  CELULOSE ........................................................................................................... 47 

    3.14  VEÍCULOS ........................................................................................................... 48 

    3.15  CARGAS DIVERSIFICADAS ....................................................................................... 49 

    4  MELHORIAS E AMPLIAÇÃO DO PORTO ................................................................ 51 

    5  CONCLUSÃO ........................................................................................................ 55 

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 57 

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    16/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 15

    INTRODUÇÃO

    O Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos foi elaborado em

    2009 pela empresa de consultoria Louis Berger, dos EUA, em associação com aempresa Internave, de São Paulo.

    O objetivo desta atualização se concentrou na projeção de demanda, uma vez

    que as previsões de movimentação de cargas então feitas pela Louis Berger foram

    baseadas nos dados macroeconômicos relativos a 2008 e, após este ano, várias crises

    ocorreram no cenário mundial, econômicas e/ou de produção de commodities,  que,

    por certo, prejudicaram as estimativas de demanda constantes do PDEPS.

    Desse modo, com base no PNLP, novas projeções de demanda foram feitas

    para cada uma das cargas movimentadas no Porto de Santos, tendo sido as mesmas

    confrontadas com as previsões anteriores.

    Reflexos das diferenças entre as projeções de demanda, de 2009 e atual, sobre

    os investimentos relacionados no PDEPS são também aqui comentados, seja no

    sentido de reconfirmar suas necessidades, seja simplesmente quanto ao aspecto de

    quando eles devem ser de fato implementados.

    A premissa básica desta atualização é a de que a capacidade de movimentação

    de cargas não sofreu alterações relevantes nestes dois anos que se passaram desde a

    emissão do relatório do PDEPS.

    A atualização da projeção da demanda foi pautada na análise quantitativa e

    qualitativa de dados e informações. Sob este aspecto, depreende-se que seu

    desenvolvimento obedeceu a uma metodologia científico-empírica, calcada nosconhecimentos adquiridos a partir da bibliografia especializada, cujas fontes foram

    preservadas, e também no conhecimento prático dos especialistas que auxiliaram na

    realização dos trabalhos.

    O presente documento está dividido em cinco capítulos, cuja breve descrição

    do conteúdo de cada um deles é apresentada a seguir:

     

    Capítulo 1–

     Introdução;

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    17/59

    Plano Mestre

    16 Porto de Santos

      Capítulo 2 –Projeção da Demanda: apresenta os resultados da

    atualização da demanda projetada para cada carga movimentada no

    porto;

     

    Capítulo 3–

     Comparação entre Demanda e Capacidade: compreendeuma análise comparativa entre as projeções da demanda e da

    capacidade para os próximos 20 anos, a partir da qual foram

    identificadas necessidades de melhorias operacionais, de expansão de

    superestrutura, e de investimentos em infraestrutura para atender à

    demanda prevista; 

      Capítulo 4 – Melhorias e ampliação do porto: descreve as melhorias e

    ampliações previstas para o porto para o horizonte de planejamento; e 

      Capítulo 5 – Considerações Finais.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    18/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 17

    2 PROJEÇÃO DA DEMANDA 

    Neste capítulo são estimadas as movimentações futuras de carga no Porto de

    Santos.

    Apresenta-se na primeira seção o método de projeção, com ênfase na

    importância da articulação das projeções realizadas para Santos com o Plano Nacional

    de Logística Portuária (PNLP). Também importantes foram as entrevistas junto à

    administração do porto e a empresas que dele fazem uso.

    A segunda seção descreve brevemente as características econômicas da região

    de influência do Porto de Santos, enquanto que na seção seguinte são apresentados e

    analisados os resultados da projeção de movimentação das principais cargas do porto.

    Na seção 4 foi calculado o coeficiente de localização, que mede o quanto uma

    atividade está concentrada em uma determinada região em comparação a uma região

    de referência, para três dos principais produtos do porto: contêineres, açúcar e

    celulose. Por fim, na última seção é feita uma análise da movimentação por natureza

    de carga.

    2.1  ETAPAS E MÉTODO 

    A metodologia de projeção de demanda referente à movimentação de carga

    pelo porto toma como ponto de partida as projeções realizadas pelo Plano Nacional

    de Logística Portuária (PNLP). Apesar desta complementaridade entre a abordagem

    macro de planejamento, o PNLP, e os instrumentos específicos de planos

    estratégicos, os Planos Mestre, o método adotado para a construção da demanda

    projetada para o Porto de Santos consiste em duas alternativas de procedimento,

    descritas a seguir.

    A primeira alternativa refere-se àquelas cargas que tem uma evolução

    esperada igual ao previsto pelo PNLP; isto é, considerando a projeção das

    movimentações dos 34 grupos de produtos do PNLP e o respectivo carregamento da

    malha (ou seja, a alocação de carga por porto). A análise histórica das cargas, o

    comportamento dos mercados (doméstico e internacional) e, especialmente, as

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    19/59

    Plano Mestre

    18 Porto de Santos

    entrevistas com o porto e o setor produtivo são utilizados para avaliar a adequação

    desta alternativa para cada produto.

    A segunda opção é quando se detecta produtos específicos que são

    importantes em determinados portos, mas que originalmente no PNLP estão

    incluídos em grupos mais agregados. Quando a análise histórica recente ou as

    entrevistas indicam isso, uma nova projeção de movimentação é realizada. Se existem

    os dados destas movimentações e estas são de comércio exterior, novas funções de

    exportação ou importação são estimadas. Se estas informações referem-se a projetos

    futuros de investimentos, então as estimativas do setor produtivo são coletadas e

    criticadas (principalmente cotejadas com a demanda nacional e internacional).

    No caso de a informação estatística estar disponível, fluxos de comércio são

    estimados e projetados para o porto específico e para um determinado produto k, por

    meio de modelos de estimação e projeção como os apresentados a seguir.

      (1)

      (2)

    Nesses modelos,

    é a quantidade exportada do produto k, do porto deorigem i para o país de destino j, no período t;  é o PIB (produto interno bruto)

    do principal país de destino da exportação do produto k;é a taxa de

    câmbio do Real em relação à moeda do país estrangeiro;   é a quantidade

    importada do produto k, pelo porto i proveniente do país de origem j, no período t;

     é o PIB (produto interno bruto) do Brasil;  são erros aleatórios.

    As equações de exportação (volume em toneladas) e de importação (volume

    em toneladas) descrevem modelos de painéis de dados, onde a dimensão i é dada

    pelos diversos portos brasileiros que comercializam, de modo representativo, o

    produto em questão e a dimensão t é dada pelo período de estimação (1996-2010).

    Os dados são provenientes da base da Secretaria de Comércio Exterior (Secex)

    e de instituições financeiras internacionais (PIB e câmbio), como o Fundo Monetário

    Internacional (FMI). Após a estimação dos parâmetros das equações (1) e (2), as

    projeções de volume exportado e importado são obtidas a partir do input  dos valores

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    20/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 19

    de PIB e câmbio para o período projetado. Estes valores são tomados a partir das

    projeções calculadas pelo FMI e outras instituições financeiras internacionais, como o

    The Economist Intelligence Unit .

    2.2 

    CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA 

    O Porto de Santos, inaugurado em 1892, é atualmente o maior porto brasileiro,

    a porta de comércio do Brasil (ANTAQ, 2012). Estrategicamente localizado no centro

    do litoral de São Paulo, em 2010 foi responsável por mais de 25% (em valores) de todo

    o comércio internacional brasileiro, cerca de 96 bilhões de dólares (CODESP, 2012).

    As diversas vias de acesso ao Porto –  rodovias, ferrovias e dutovias, além dotransporte intermodal com hidrovia, aeroporto, ferrovia e rodovia – juntamente com

    sua localização central, facilitam o escoamento de um grande volume de cargas

    oriundas de diversos estados brasileiros, sendo o Porto caracterizado por uma extensa

    área de influência (CODESP, 2012).

    Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e

    Goiás representam a área de influência primária do Porto. Além dos estados nos quais

    exerce influência primária e para os quais é fundamental, possui áreas de influência

    secundária (Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa

    Catarina e Rio Grande do Sul) e terciária (Rondônia, Tocantins, Sergipe e Paraíba)

    (CODESP, 2012).

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    21/59

    Plano Mestre

    20 Porto de Santos

    Figura 1.  Área de influência do Porto de Santos e PIBs dos estados da área deinfluência primária.

    Fonte: CODESP, 2012; IBGE, 2009.

    A Figura 1 mostra a área de influência do Porto de Santos, destacando o PIB

    (Produto Interno Bruto) de cada estado pertencente à área de influência primária no

    ano de 2009. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do

    Sul e Goiás, juntos, produziram certa de 1,55 trilhões de reais em 2009, entre eles

    destacando-se São Paulo, o qual foi responsável por 1,08 trilhões de reais (IBGE,

    2009).

    Visto que cerca de 67% do PIB brasileiro encontra-se na área de influência

    primária do Porto, fica evidente sua importância para a economia do país. Percebe-se,

    ainda através da Figura 1, a expressiva participação do setor industrial no PIB de São

    Paulo, Minas Gerais e Goiás, o que tende a impactar o porto em termos de geração de

    cargas de maior valor agregado. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do setor

    industrial, destaca-se também o setor agrícola da região (IBGE, 2009).

    As Tabelas 1 e 2 reafirmam a relevância do Porto de Santos, explicitando a

    grande quantidade de estados que utilizaram seus serviços no ano de 2010. O estado

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    22/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 21

    de São Paulo se destaca com maior participação, tanto nas importações quanto nas

    exportações efetuadas pelo Porto, sendo responsável por 81 % das importações e por

    59% das exportações.

    A área de influência referente às importações são mais concentradas; apenasdois estados –  São Paulo e Minas Gerais –  demandaram mais de 90% dos serviços

    referentes às importações em 2010.

    Tabela 1.  Participação dos estados brasileiros nas importações do Porto deSantos em 2010.

    Estados Importação 2010 (t) Participação no Porto (%)

    São Paulo 19.777.748 81,00

    Minas Gerais 2.616.414 10,72

    Goiás 523.259 2,14

    Mato Grosso do Sul 393.346 1,61

    Mato Grosso 373.328 1,53

    Paraná 125.160 0,51

    Rio de Janeiro 117.393 0,48

    Pernambuco 83.764 0,34

    Rio Grande do Sul 66.201 0,27

    Santa Catarina 51.560 0,21

    Espírito Santo 49.933 0,20

    Ceará 33.954 0,14

    Rondônia 32.856 0,13Tocantins 31.189 0,13

    Distrito Federal 28.912 0,12

    Bahia 27.427 0,11

    Paraíba 22.994 0,09

    Alagoas 20.553 0,08

    Amazonas 11.759 0,05

    Maranhão 6.898 0,03

    Pará 6.002 0,02

    Rio Grande do Norte 4.476 0,02

    Sergipe 3.098 0,01

    Piauí 1.635 0,01Outros1  5.749 0,02

    Fonte: Aliceweb, 2012, elaborado por LabTrans

    No caso das exportações, as participações de cinco estados podem ser

    consideradas representativas. Além de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e

    1  Refere-se às mercadorias cujos destinos não foram declarados e estados com ínfima

    influência.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    23/59

    Plano Mestre

    22 Porto de Santos

    Mato Grosso do Sul exportaram quantidades significativas através do Porto de Santos

    no ano de 2010, conforme pode ser visto na Tabela 2.

    Tabela 2.  Participação dos estados brasileiros nas exportações do Porto deSantos em 2010.

    Estados Exportação 2010 (t) Participação no Porto (%)

    São Paulo 32.486.566 58,51

    Mato Grosso 12.786.251 23,03

    Minas Gerais 4.321.877 7,78

    Goiás 2.956.958 5,33

    Mato Grosso do Sul 2.068.387 3,72

    Paraná 338.069 0,61

    Bahia 188.234 0,34

    Santa Catarina 70.582 0,13

    Rio de Janeiro 44.149 0,08Rondônia 34.640 0,06

    Espírito Santo 26.200 0,05

    Distrito Federal 21.656 0,04

    Rio Grande do Sul 21.144 0,04

    Pará 11.055 0,02

    Amapá 9.464 0,02

    Pernambuco 9.271 0,02

    Tocantins 8.148 0,01

    Paraíba 7.208 0,01

    Ceará 5.275 0,01

    Maranhão 4.803 0,01

    Sergipe 3.800 0,01

    Amazonas 3.125 0,01

    Outros2  100.947 0,18

    Fonte: Aliceweb, 2012, elaborado por LabTrans

    Alinhado com a projeção do porto de forte expansão de demanda futura – que

    segundo a CODESP (2012) deve alcançar 230 milhões de toneladas em 2024 – 

    investimentos da ordem de 7 bilhões de reais são estimados para os próximos anos,visando aumentar a capacidade de movimentação, bem como modernizar as

    instalações e a infraestrutura do Porto de Santos.

    Do valor total que será investido, 1,5 bilhões de reais será investimento público

    por meio do PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) e acontecerá até 2014. Para

    garantir a eficiência do porto de Santos, os investimentos governamentais serão

    2  Refere-se a mercadorias para consumo de bordo, reexportação e estados com ínfima

    influência.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    24/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 23

    voltados tanto para melhorias na infraestrutura portuária e das vias de acesso quanto

    para a qualificação da mão de obra, uma das deficiências mais preocupantes do Porto

    (CODESP, 2011).

    2.3 

    MOVIMENTAÇÃO DA CARGA: PROJEÇÃO 

    A Tabela 3 mostra a movimentação observada no Porto de Santos em 2009 e a

    previsão para os anos intermediários ao horizonte de planejamento deste estudo

    (2015-2030). Os produtos selecionados em 2009 referem-se àqueles que somados

    representaram um total de 95% do total movimentado no ano. Além disso, foi

    considerada a possibilidade de surgimento de novos produtos dados os investimentos

    públicos e privados previstos para a área de influência.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    25/59

    Plano Mestre

    24 Porto de Santos

    Tabela 3.  Movimentação de cargas observada (2009) e projetada (2015, 2020,2025 e 2030) no Porto de Santos.

    Granéis Sólidos 

    Produtos  2009  2015  2020  2025  2030 

    Açúcar a Granel (t)  14.101.429  17.998.078  20.751.197  24.341.958  27.947.844 Soja e Farelo (t)  10.582.736  10.623.862  11.872.464  13.293.993  14.594.237 

    Milho (t)  3.579.766  5.771.993  6.224.832  7.032.452  9.137.685 

    Trigo (t)  1.300.935  1.708.805  2.013.993  2.286.442  2.358.912 

    Adubos (t)  1.085.267  1.886.343  2.286.941  2.745.266  3.068.372 

    Sal (t)  887.935  1.015.135  1.090.955  1.178.958  1.252.566 

    Enxofre (t)  584.249  904.893  1.153.993  1.438.269  1.639.409 

    Outros (t)  1.809.520  2.437.263  2.935.059  3.549.224  4.163.388 

    Granéis Líquidos 

    Produtos  2009  2015  2020  2025  2030 Derivados de Petróleo (t)  6.294.780  7.924.683  10.221.343  13.248.019  17.683.133 

    Sucos (t)  1.908.337  2.087.147  2.619.497  3.413.558  4.891.623 

    GLP (t)  765.037  1.144.358  1.446.299  1.754.148  1.856.592 

    Outros (t)  4.511.581  4.512.910  5.422.810  6.557.136  7.691.462 

    Carga Geral 

    Produtos  2009  2015  2020  2025  2030 

    Contêineres (t)  25.043.790  36.253.164  44.699.178  54.644.023  64.588.867 

    Açúcar em sacos (t)  1.492.001  975.354  1.080.674  1.328.147  1.577.361 

    Celulose (t)  1.288.680  3.538.579  4.166.201  5.043.844  6.020.167 

    Veículos (t)  380.059  690.045  829.801  1.022.502  1.253.176 

    Outras (t)  324.892  812.940  1.007.624  1.244.403  1.481.181 

    TOTAL (t)  75.940.994  100.285.552  119.822.862  144.122.342  171.205.976 

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    A principal carga movimentada pelo Porto de Santos em 2009, segundo a

    Tabela 3 e a Figura 2, foi o contêiner, com 33% do total movimentado, seguido do

    açúcar a granel, com 19%, da soja e farelo, com 14%, e dos derivados de petróleo, com

    8%.

    Com uma taxa anual de crescimento de 4,22%, os contêineres continuarão a ser

    o principal produto em 2030, passando de 25,04 milhões de toneladas movimentadas

    em 2009, para 64,59 milhões de toneladas em 2030.

    O açúcar a granel, com taxa anual de crescimento de 3,01%, também manterá

    sua posição no ano de 2030, com 27,94 milhões de toneladas movimentadas.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    26/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 25

    Ressalte-se que a alta taxa de crescimento anual dos derivados de petróleo, de

    5,16% ao ano, fará com que o produto ganhe parcela de participação significativa em

    2030, passando a ser o terceiro principal produto movimentado pelo Porto, com 17,68

    milhões de toneladas.Igualmente, atenta-se para o aumento das movimentações de celulose, que,

    crescendo a taxas de 6,08% anuais, deverão alcançar, em 2030, 6,02 milhões de

    toneladas.

    A Figura 2 demonstra as participações, em porcentagem, das cargas

    movimentadas pelo Porto de Santos em 2009 e 2030, e ratifica a importância

    crescente de contêineres – reflexo da própria estrutura produtiva do estado de SP – e

    também da ampliação do marketshare dos derivados de petróleo.

    Figura 2.  Participação das cargas na movimentação do Porto de Santos – 2009e 2030.

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    2.3.1  CONTÊINERES 

    Os contêineres, de acordo com a Tabela 3 e a Figura 2, foram responsáveis pela

    movimentação de 25,04 milhões de toneladas no Porto de Santos em 2009, o que

    correspondeu a 33% do total movimentado naquele ano. O cenário projetado para

    2030 é semelhante, estimando-se que os contêineres serão responsáveis por 36% da

    movimentação, atingindo 64,59 milhões de toneladas.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    27/59

    Plano Mestre

    26 Porto de Santos

    Esse volume inclui tanto importações quanto exportações. De acordo com a

    ANTAQ(2012), a movimentação de exportação/embarque em 2009, em toneladas,

    superou a movimentação de importação/desembarque (53,8% do total movimentado

    contra 46,2%).Os principais produtos exportados por contêineres são os produtos alimentícios,

    café, derivados de ferro e aço e, ainda, os semiacabados de metal. As importações,

    por sua vez, são predominantemente de derivados de ferro e aço, e máquinas e

    equipamentos (ALICEWEB, 2012).

    Além disso, o aumento da movimentação por contêiner segue a tendência

    internacional de conteinerização de cargas. A conteinerização das cargas no porto de

    Santos está fortemente atrelada ao cenário de aprofundamento da participação da

    indústria na economia paulista e à mudança no perfil dos principais portos mundiais – 

    os quais vêm adotando os contêineres como principal natureza de carga (CODESP,

    2009).

    2.3.2  AÇÚCAR 

    Atualmente o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar em

    razão do clima favorável para a plantação de cana-de-açúcar e das tecnologias

    desenvolvidas (ADVFN, 2012). Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os

    principais produtores brasileiros de açúcar, somando 24,33 milhões de toneladas

    produzidas na safra 2008/2009. No mesmo período, a região centro-sul foi

    responsável por 86,15% da produção desta commodity (ÚNICA, 2012).

    De acordo com o período observado, descrito na Tabela 3, 15,59 milhões de

    toneladas de açúcar foram exportadas pelo Porto de Santos em 2009, indicando que

    significativa parcelada produção na área de influência do porto, quando destinado à

    exportação, é escoado por Santos. Segundo as projeções da Tabela 3, a demanda

    externa por açúcar crescerá a taxas anuais de 3,01% e, em 2030, 29,52 milhões de

    toneladas serão exportadas pelo Porto de Santos.

    As maiores usinas brasileiras produtoras de açúcar são, respectivamente, a São

    Martinho, a Da Barra e a EQUIPAV, todas localizadas no estado de São Paulo (ÚNICA,

    2012). A expectativa de aumento da demanda externa pelo produto é confirmada

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    28/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 27

    pelos investimentos em expansão das usinas e maior capacidade de produção. A crise

    mundial de 2008 e as quebras de safra na Índia, grande produtor mundial de açúcar,

    impulsionaram as exportações brasileiras, o que acarretou investimentos por parte

    das empresas visando à demanda externa de açúcar no curto prazo. As expansões daSão Martinho buscam aumentar a capacidade de produção de 2,5 milhões para 8

    milhões de toneladas de açúcar (SÃO MARTINHO, 2012).

    Não obstante estimar-se um aumento da demanda externa pelo produto, o

    cenário internacional indica também um crescimento da demanda por etanol, o qual

    utiliza a mesma matéria prima que o açúcar, ou seja, a cana de açúcar (JORNAL

    CANA, 2008).

    O etanol tem sido utilizado por diversos países na composição dos combustíveis

    a fim de torná-los menos nocivos ao meio ambiente e, também, para diminuir a

    dependência por combustíveis fósseis, como o petróleo. Tendo isso em vista, estima-

    se que a cana de açúcar será, em sua maioria, destinada à produção de etanol,

    produto mais atrativo financeiramente (PACHECO, 2011).

    Figura 3.  Exportação de açúcar por áreas de influência e porto.Fonte: ANTAQ/MDIC, 2012

    A Figura 3 ilustra a origem das exportações de açúcar escoadas pelos portos. Em

    azul estão as usinas que exportam pelo Porto de Santos, em verde pelo Porto de

    Paranaguá e em laranja as que utilizam os serviços de ambos.

    Além de o cenário internacional indicar uma expansão não tão rápida das

    exportações de açúcar pelo Porto de Santos, o cenário doméstico aponta um

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    29/59

    Plano Mestre

    28 Porto de Santos

    deslocamento das áreas produtoras para o Mato Grosso do Sul e Paraná, favorecendo

    o Porto de Paranaguá.

    Embora no porto de Santos os embarques de açúcar sejam significantemente

    maiores, embarcar por Paranaguá é mais barato para o açúcar produzido no Paraná,

    Mato Grosso do Sul e noroeste de São Paulo (ANTAQ, 2012). Desta forma, infere-se

    que na medida em que a produção de açúcar se deslocar para outros estados da zona

    de influência, o porto de Paranaguá será forte concorrente para o porto de Santos

    (CODESP, 2009).

    2.3.3  SOJA 

    Segundo maior produtor e exportador mundial de soja, o Brasil exportou em

    2010 35,60 milhões de toneladas do produto, considerando grãos e farelo (ALICEWEB,

    2012).Desses, 9,60 milhões foram exportadas pelo porto de Santos.

    Embora em 2009 a soja tenha sido o segundo principal produto movimentado

    pelo Porto, as projeções descritas na Tabela 3 indicam taxa de crescimento anual de

    apenas 2,03%. Enquanto a expectativa brasileira, de acordo com as projeções de

    demanda do PNLP (2011), é de um crescimento a taxas de 3,86% ao ano, passando de

    38,68 milhões de toneladas em 2009 para 82,10 milhões em 2030, as exportações de

    soja pelo porto de Santos passariam de 10,58 milhões de toneladas em 2009 para

    14,59 milhões em 2030.

    O modesto crescimento das exportações de soja pelo porto de Santos está em

    linha com o cenário internacional e com as expectativas de expansão da fronteira

    agrícola nacional.

    O cenário internacional aponta expressivo aumento da demanda externa pelo

    produto, sobretudo por parte dos países asiáticos. Atualmente a China é o maior

    importador mundial de soja e tende a aumentar sua participação nas importações

    (CODESP, 2009).

    O cenário doméstico, por sua vez, indica grande potencial para expansão da

    fronteira agrícola; há cerca de 50 milhões de hectares de terras virgens aptas para a

    plantação de soja só no cerrado brasileiro, enquanto nos outros grandes países

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    30/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 29

    produtores da commodity   (EUA e Argentina), há pouco espaço para expansão da

    produção.

    Estima-se que a expansão da produção da soja se concentrará nas grandes

    propriedades do centro-oeste brasileiro, ao contrário de São Paulo, que se voltarápara o cultivo de outras culturas, como a laranja e o algodão (EMBRAPA, 2004).

    O expressivo aumento da produção e exportação de soja nos próximos anos em

    resposta ao cenário internacional não acarretará semelhante crescimento nas

    movimentações de soja pelo porto de Santos em razão da atração da carga ser

    dificultada pela melhoria das condições de acesso da soja produzida no centro-oeste

    aos portos do arco norte (CODESP, 2009).

    2.3.4  DERIVADOS DE PETRÓLEO 

    A alta taxa de crescimento projetada para a movimentação de derivados de

    petróleo no porto de Santos, 5,17% ao ano, fará com que o produto salte de 6,3

    milhões de toneladas movimentadas em 2009 para 17,7 milhões em 2030. Desta

    forma, derivados de petróleo – a fim de atender, principalmente, o mercado nacional

    através da cabotagem – passará a ser o 3º produto mais movimentado pelo porto em

    2030.

    Para que essa demanda, principalmente nacional, seja atendida, significativa

    quantidade de petróleo de alta qualidade deverá importada pela Petrobras da Nigéria,

    Arábia Saudita e Iraque (COMTRADE, 2012). O petróleo processado e refinado é

    transformado em derivados e combustíveis e, então, transportado via porto de Santos

    para diversas regiões do país.

    2.3.5  CELULOSE 

    O Brasil, além de ser um dos maiores produtores de celulose do mundo

    (BRACELPA, 2012), possui também baixo custo de produção (CODESP, 2009).

    De acordo com a Tabela 3 e a Figura 2, pode-se perceber a rápida expansão

    projetada para este produto. Dos produtos analisados, a celulose é aquele com a

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    31/59

    Plano Mestre

    30 Porto de Santos

    maior taxa de crescimento anual, de 6,08%, no porto de Santos. A movimentação

    deverá saltar de 1,29 milhões de toneladas em 2009 para 6,02 milhões em 2030.

    O baixo custo de produção, juntamente com a atratividade do mercado externo

    - especialmente China, Japão, Estados Unidos e Europa –  fizeram com que grandesempresas do ramo, como a Eldorado e a VCP (Votorantim Celulose e Papel)

    apostassem no aumento da produção. Grandes investimentos, em termos de novas

    unidades de produção, estão em execução na cidade de Três Lagoas no Mato Grosso

    do Sul (EXAME, 2010; CODESP, 2009). No caso da Eldorado, que tem o início das

    atividades das novas instalações previsto para o segundo semestre de 2012, toda a

    produção será destinada à exportação.

    Dada a localização do porto de Santos, projeta-se que parte da produção de

    celulose desta região de Mato Grosso do Sul será transportada pelo porto de Santos

    (com Paranaguá também participando de parte desta carga). Considerando a carga

    destes novos empreendimentos, bem como as demais unidades já em operação na

    área de influência do porto, e, principalmente, a forte expansão da demanda

    internacional, pode-se justificar o rápido crescimento da demanda por esta commodity

    no porto de Santos.

    2.4  GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO DAS CARGAS PORTUÁRIAS 

    Com o objetivo de mensurar as modificações na especialização da carga

    movimentada pelo porto de Santos, foi calculado o coeficiente de localização para

    três dos principais produtos do porto: contêineres, açúcar e celulose.

    O coeficiente de localização mede o quanto uma atividade está concentrada em

    uma determinada região em comparação a uma região de referência. Para o caso deum produto movimentado em um porto, o coeficiente de localização, conforme

    Rodrigue, Comtois e Slack (2009), pode ser expresso por:

     Brasil total 

     Brasil  j

    Santostotal 

    Santos j

    Santos j

    CM CM 

    CM 

    CM 

    CL

    ,

    ,

    ,

    ,

    ,

     

    Onde CL j,Santos é o coeficiente de localização do produto j no porto de Santos; CM j,

    Santos é a carga movimentada do produto j no porto de Santos; CMtotal, Santos é a carga

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    32/59

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    33/59

    Plano Mestre

    32 Porto de Santos

    Figura 4. 

    Movimentação de produtos no Porto de Santos por natureza decarga de 2009 a 2030.

    Fonte: ANTAQ, 2011, elaborado por LabTrans

    Tabela 5.  Participação por natureza de carga no Porto de Santos observada(2009) e projetada (2015, 2020, 2015, 2030)

    2009 2015 2020 2025 2030

    Granel Sólido 44,68 42,22 40,34 38,82 37,67

    Contêiner 32,98 36,15 37,30 37,88 37,61

    Granel Líquido 17,75 15,63 16,45 17,31 18,70

    Carga Geral 4,59 6,00 5,91 5,99 6,02

    Fonte: ANTAQ, 2011, elaborado por LabTrans

    A principal natureza de carga no porto de Santos em 2009, como observado na

    Figura 4 e na Tabela 5, foi o granel sólido, seguido do contêiner, do granel líquido e da

    carga geral, nesta ordem.

    As projeções apontam uma queda na participação dos granéis sólidos ao longodos anos, embora a movimentação destes granéis deva continuar crescendo. Em

    2030, as participações de granel sólido e contêineres deverão se igualar, o primeiro

    com 37,67% da movimentação no porto e o segundo com 37,61%.

    A carga geral será impulsionada pelas exportações de celulose, os contêineres

    seguirão a tendência de crescimento internacional, e os granéis líquidos crescerão

    acima da média por conta do transporte de cabotagem para atender o mercado

    doméstico.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    34/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 33

    2.6  SÍNTESE COMPARATIVA

    A Tabela 6 mostra as projeções do PDEPS para o cenário base e aquelas

    resultantes do PNLP. Exceto onde indicado em contrário, às projeções constantes

    dessa tabela estão em milhões de toneladas.

    Tabela 6.  Projeções de Demanda

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    Observa-se que as duas projeções para o total movimentado pelo porto em

    2024 são muito próximas, embora o PNLP antecipe um crescimento mais forte nos

    anos intermediários.

    Com a relação ao açúcar a granel a projeção apresentada pelo cenário PNLP se

    apresenta mais otimista. As projeções do PNLP para esta carga superam as do PDEPS

    em mais de 3 milhões de toneladas em 2024.

    Para a soja e farelo de soja as duas projeções são muito próximas, inicialmente

    maiores no cenário ONLP, porém menores no longo prazo.

    No caso do milho há uma grande diferença entre as duas projeções. O cenário

    apresentado pelo PNLP se mostra muito superior, sobretudo após 2019, quando ele

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    35/59

    Plano Mestre

    34 Porto de Santos

    aponta uma diferença de mais de 4 milhões de toneladas em relação ao cenário

    PDEPS.

    Com relação ao trigo o cenário PDEPS se apresenta sempre mais otimista do

    que o PNLP.

    Adubos e enxofre apresentam um comportamento próximo entre as duas

    projeções, inicialmente menor no PNLP, porém maior no ano de 2024.

    Quanto aos contêineres, as projeções do PNLP no longo prazo são inferiores às

    do PDEPS. Em 2024 o cenário PNLP projeta uma movimentação de 5,9 milhões de

    TEU enquanto no PDEPS a movimentação esperada é de 7,3 milhões de TEU.

    Outras comparações podem ser vistas no próximo capítulo quando as

    projeções de demanda são comparadas com a capacidade de movimentação das

    cargas.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    36/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 35

    3 COMPARAÇÃO ENTRE DEMANDA E CAPACIDADE 

    As próximas seções analisam as diferenças entre as projeções de demanda de

    movimentação de carga constantes do PDEPS, para os três cenários lá definidos, e a

    projeção feita com as informações atuais.

    Essa análise é realizada separadamente para cada carga, sendo também

    apresentadas as correspondentes capacidades estimadas no PDEPS. Ressalte-se que

    nessas capacidades já estão incluídas as melhorias operacionais, as alterações

    recomendadas de superestrutura, e os projetos de expansão de infraestrutura,

    considerados no PDEPS.

    3.1  AÇÚCAR A GRANEL 

    Figura 5.  Demanda vs. Capacidade– Açúcar a Granel

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    Observa-se a partir da Figura 5 que as projeções de curto e médio prazo feitas

    no PDEPS foram largamente superadas pelas movimentações ocorridas em 2009 e

    2010, por conta da redução da produção de açúcar em outros países, notadamente na

    Índia.

    Assim, houve uma forte pressão sobre as exportações brasileiras, levando-as a

    níveis bem acima do previsto.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    37/59

    Plano Mestre

    36 Porto de Santos

    A projeção do PNLP indica que esta situação vai permanecer, o que irá

    requerer a antecipação dos investimentos nos equipamentos dos terminais do porto,

    para ainda antes de 2019, fato este que era somente necessário para atender a

    demanda em 2024, segundo o PDEPS.

    Desse modo, permanecem válidas as recomendações de aumento de eficiência

    e de ampliação da superestrutura constantes do PDEPS.

    Notícias divulgadas pela Rumo Logística, braço logístico da COSAN, informam

    que está em curso a substituição de um conjunto de carregador de navios, esteira e

    moega, além de estarem considerando a cobertura das operações de embarque da

    carga, ações que permitirão um aumento da capacidade desses terminais. Esta

    cobertura deverá ser feita nos terminais da COSAN e da Coopersucar.

    3.2  SOJA E FARELO 

    Figura 6.  Demanda vs. Capacidade– Soja e FareloFonte: Elaborado por LabTrans

    A Figura 6 evidencia que não será necessária a duplicação dos equipamentos

    de cais dos terminais TGG e Armazém 39, até 2017, tal como preconizado no PDEPS.

    A projeção do PNLP como que cola na projeção do cenário base do PDEPS,

    aproximando-se, mais no longo prazo, da projeção pessimista. Assim sendo, aumentode capacidade somente será necessário a partir de 2020.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    38/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 37

    3.3  MILHO 

    Figura 7.  Demanda vs. Capacidade– MilhoFonte: Elaborado por LabTrans

    Esta talvez tenha sido a mais radical diferença entre as projeções do PDEPS e

    PNLP. O fato novo que explica este descolamento entre as duas projeções está

    associado à produção de etanol a partir do milho nos EUA, representando uma fortepressão de demanda sobre este produto no mercado mundial.

    A Figura 7 mostra claramente que as instalações por onde o milho é exportado

    em Santos terão que se potencializar, sob pena de passarem a prestar um serviço de

    baixa qualidade.

    Como essas instalações são as mesmas que movimentam a soja e o farelo,

    parte desta capacidade requerida pelo milho será atendida pelo não crescimento dademanda de soja e farelo, pelo menos no curto e médio prazo, como mostrado na

    seção anterior.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    39/59

    Plano Mestre

    38 Porto de Santos

    3.4  TRIGO 

    Figura 8.  Demanda vs. Capacidade– Trigo

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    O cenário do PNLP para trigo mostra que a demanda se encontra sempre

    abaixo da capacidade instalada no porto para a movimentação desta carga.

    A demanda projetada no PNLP deverá ser constantemente inferior àquela

    prevista no PDEPS. Este fato é derivado da autossuficiência esperada de produção de

    trigo no território nacional e pela consequentemente menor importação.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Trigo

    Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    40/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 39

    3.5  ADUBOS E ENXOFRE 

    Figura 9.  Demanda vs. Capacidade – Adubos e Enxofre

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    O déficit de capacidade observado a partir de 2014 pode representar um

    entrave no crescimento de movimentação de adubos e enxofre. Nesse sentido,observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação desta carga.

    Reforça-se a necessidade de dobrar a capacidade da Termag e movimentando mais

    no armazém 23. Além disso, a partir de 2020 haverá necessidade de nova instalação.

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Adubos e Enxofre

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    41/59

    Plano Mestre

    40 Porto de Santos

    3.6  SAL 

    Figura 10.  Demandavs. Capacidade– Sal

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    Para a movimentação de sal o cenário do PNLP coincide com o cenário

    otimista do PDEPS. O ponto crítico de capacidade ocorrerá em 2019 quando a

    demanda tende a superar a capacidade instalada do porto para movimentação desta

    carga.

    A Figura 10 mostra que apesar do crescimento previsto da demanda, a

    capacidade do armazém 22 deverá ser suficiente para atendê-la, tal como indicado no

    PDEPS.

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1.400

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Sal

    Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    42/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 41

    3.7  DERIVADOS DE PETRÓLEO 

    Figura 11.  Demanda vs. Capacidade – Derivados de PetróleoFonte: Elaborado por LabTrans

    Com relação aos derivados de petróleo, o cenário do PNLP supera o cenário

    otimista PDEPS no curto e médio prazo. De acordo com o PDEPSde 2009 há

    problemas imediatos de capacidade na movimentação de combustíveis e derivadosde petróleo nos berços da Alamoa.

    Esses problemas são ainda mais graves se confirmadas as projeções do PNLP,

    tornando mais urgente a expansão da Alamoa.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    43/59

    Plano Mestre

    42 Porto de Santos

    3.8  GLP

    Figura 12.  Demanda vs. Capacidade – GLPFonte: Elaborado por LabTrans

    A situação do GLP tem completa semelhança com o apresentado para os

    derivados de petróleo, agravada pelo fato de que também no longo prazo a projeção

    do PNLP deverá superar aquela do PDEPS.

    Do mesmo modo, o déficit de capacidade do Terminal da Alamoa pode

    representar um entrave no crescimento de movimentação de GLP. Nesse sentido,

    observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação desta carga.

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1.400

    1.600

    1.800

    2.000

    2009 2014 2019 2024

       M   i   l   h   a   r   e   s   d   e   t

    Demanda x Capacidade - GLP

    Cenário Pessimista Cenário Base Cenário Otimista Cenário PNLP Capacidade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    44/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 43

    3.9  SUCOS C ÍTRICOS 

    Figura 13.  Demanda vs. Capacidade– Sucos Cítricos

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    Para sucos críticos a projeção do PNLP mostra-se superior àquela apresentada

    pelo cenário otimista do PDEPS.

    No entanto não há sinais de falta de capacidade a não ser no longo prazo. Este

    déficit será absorvido sem problemas por uma maior ocupação dos berços 27, 29 e 30,

    por onde os sucos cítricos são embarcados na margem direita.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Adubos e Enxofre

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    45/59

    Plano Mestre

    44 Porto de Santos

    3.10 OUTROS GRANÉIS L ÍQUIDOS 

    Figura 14.  Demanda vs. Capacidade– Outros Granéis LíquidosFonte: Elaborado por LabTrans

    A projeção do PNLP para outros granéis líquidos segue a tendência de

    crescimento da demanda apresentada pelo PDEPS sendo, no entanto, superior ao

    longo de todo o período.

    O déficit de capacidade do Terminal da Alamoa e Ilha Barnabe pode

    representar um entrave no crescimento de movimentação de outros granéis líquidos.

    Nesse sentido, observa-se a urgência para expandir a capacidade de movimentação

    desse tipo de carga.

    .

    0

    1.000

    2.000

    3.000

    4.000

    5.000

    6.000

    7.000

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Outros Granéis Líquidos)

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    46/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 45

    3.11 CONTÊINERES 

    Figura 15.  Demanda vs. Capacidade – ContêineresFonte: Elaborado por LabTrans

    No caso dos contêineres, a projeção do PNLP é inferior àquela apresentada

    pelos cenários do PDEPS, exceto no caso pessimista.

    O início das operações dos terminais da BTP e da Embraport, previsto para até

    2014 e as modernizações dos equipamentos portuários que vêm sendo

    implementadas nos terminais existentes aumentarão a capacidade de movimentação

    de contêineres no porto.

    Desse modo, os resultados do PNLP mostram que não haverá déficit de

    capacidade para os contêineres e, portanto, não há necessidade de um novo terminal

    para o período analisado.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    47/59

    Plano Mestre

    46 Porto de Santos

    3.12 AÇÚCAR EM SACOS 

    Figura 16.  Demanda vs. Capacidade – Açúcar em Sacos

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    A projeção do PNLP para açúcar em sacos se mostra mais pessimista que as

    dos cenários do PDEPS.

    Mesmo assim, haverá déficit de capacidade para esta carga nos terminais

    especializados que a atendem.

    Por outro lado, como indicado no PDEPS, a disponibilidade existente em

    outros berços públicos permitirá o manuseio do açúcar ensacado, com equipamentos

    de bordo, suprindo a deficiência apontada acima.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Açúcar em sacos

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    48/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 47

    3.13 CELULOSE 

    Figura 17.  Demanda vs. Capacidade – Celulose

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    A projeção do PNLP para celulose se mostra muito superior aos cenários do

    PDEPS. Observa-se um grande déficit previsto de capacidade, atingindo um máximode aproximadamente 2 milhões de toneladas em 2024.

    Para atender esse déficit será necessária a utilização de outros berços públicos,

    além dos que são atualmente usados na movimentação dessa carga. Além disso,

    deverá ocorrer a entrada em operação do terminal da NST, conforme indicado no

    PDEPS.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Celulose

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    49/59

    Plano Mestre

    48 Porto de Santos

    3.14 VEÍCULOS 

    Figura 18.  Demanda vs. Capacidade – Veículos

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    A projeção do PNLP praticamente coincide com a relativa ao cenário

    pessimista apresentado no PEDPS.

    Conforme pode ser observado na figura anterior não deverá haver déficit de

    capacidade na movimentação de veículos ao longo do horizonte deste projeto.

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Veículos (em unidades)

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    50/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 49

    3.15 CARGAS DIVERSIFICADAS 

    Figura 19.  Demanda vs. Capacidade – Cargas Diversificadas

    Fonte: Elaborado por LabTrans

    Embora a projeção do PNLP para outras cargas gerais seja pouco superior à

    prevista no cenário otimista do PDEPS, não se antecipam problemas de capacidadepara a movimentação destas cargas, conforme pode ser visto na figura acima.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    2009 2014 2019 2024

       M   i    l    h   a   r   e   s    d   e   t

    Demanda x Capacidade - Cargas Diversificadas)

    Cenár io Pessimista Cenár io Base Cenário Otimista Cenár io PNLP Capac idade

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    51/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    52/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 51

    MELHORIAS E AMPLIAÇÃO DO PORTO 

    Como mencionado neste documento anteriormente, após 2009 não ocorreu

    nenhum investimento em infraestrutura no Porto de Santos que afetasse de formaexpressiva o cálculo da capacidade realizado no PDEPS.

    Entretanto, para o futuro próximo, além dos investimentos anunciados pela

    Rumo para seus terminais de açúcar, referidos na seção 3.1, há também a informação

    de que a Vale, após adquirir o terminal da Ultrafértil no canal de Piaçaguera deverá

    estar expandindo este terminal para operar grandes quantidades de granéis vegetais e

    álcool, além da ampliação de sua capacidade de movimentação de adubos e enxofre.

    Serão construídos três novos berços, dois dos quais dedicados aos granéis

    vegetais e álcool e o terceiro a adubos e enxofre. A próxima figura extraída do RIMA

    da ampliação ilustra o futuro layout do terminal.

    Figura 20.  Layout TUP Vale (ex-Ultrafértil)

    Fonte: RIMA Terminal Marítimo Ultrafértil TUF

    Esta ampliação do TUF afetará os programas de investimento estabelecidos no

    PDEPS na forma indicada nos próximos parágrafos.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    53/59

    Plano Mestre

    52 Porto de Santos

    O PDEPS apresentou dois programas alternativos de investimentos, em infra e

    superestrutura, para superar os déficits de capacidade identificados como possíveis de

    ocorrerem no período 2009 a 2024.

    Esses programas de investimentos partiram do pressuposto de que algumas

    melhorias operacionais seriam implementadas no porto, a saber:

      Redução dos tempos não operacionais durante o atendimento de

    navios porta-contêineres;

      Redução dos tempos não operacionais durante o atendimento dos

    navios de granéis líquidos;

      Aumento da produtividade dos terminais de açúcar Teaçu1 e Teaçu2; e

      Aumento da produtividade dos terminais de veículos.

    Nesta atualização essas melhorias continuam sendo indicadas como

    necessárias. Detalhes sobre as mesmas podem ser vistos no PDEPS.

    O programa de investimentos qualificado como recomendado no PDEPS está

    mostrado na tabela seguinte.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    54/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 53

    Tabela 7.  Programa de Expansão Recomendado – Porto de Santos

    Fonte: PDEPS (2009)

    Este programa foi o recomendado no PDEPS por considerar a oportunidade de

    se reposicionar o corredor de exportação de grãos, transferindo-o para

    Conceiçãozinha na margem esquerda, ao final dos contratos de arrendamento nas

    áreas dos armazéns 38 e 39.

    Essa transferência liberaria os armazéns38 e 39 para se tornarem um novo

    terminal de contêineres, em consonância com o zoneamento do porto estabelecido

    no PDZ.

    Dentre os investimentos listados neste programa as seguintes considerações

    podem ser feitas em função desta atualização:

     

    A entrada em operação dos carregadores de navios previstos para oTeaçu2, Teaçu3 e TEAG deve ser antecipada para 2016;

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    55/59

    Plano Mestre

    54 Porto de Santos

      O novo carregador de navios no corredor de exportação, assim como a

    duplicação do TGG, não se tornará necessário, devido à expansão

    anunciada pela Vale para o terminal localizado no canal de Piaçaguera

    (ex-Ultrafértil). Estima-se que os dois novos berços que serãoconstruídos neste terminal, para atender a demanda de granéis

    vegetais e álcool, sejam capazes de movimentar até 8 milhões de

    toneladas de granéis vegetais (açúcar, soja e milho) por ano;

      Um segundo descarregador de fertilizantes e enxofre no terminal da

    TERMAG também não se tornará necessário no curto prazo porque a

    Vale, também no terminal de Piaçaguera, estará construindo um

    segundo berço para adubos e enxofre, duplicando a capacidade de

    movimentação daquele terminal. Este segundo descarregador passará

    a ser necessário somente em 2019;

      O terminal de granéis sólidos minerais de Itapema passará a ser

    necessário somente após 2019, para atender ao déficit de capacidade

    que deverá ocorrer em 2024;

      Todos os demais investimentos seriam realizados como previsto no

    PDEPS, exceto o novo terminal de contêineres nos armazéns 38 e 39,

    que poderia ser construído mais tarde, uma vez que a projeção de

    demanda de movimentação de contêineres do PNLP é menos intensa

    do que a prevista no PDEPS.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    56/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 55

    5 CONCLUSÃO 

    O objetivo primordial deste documento foi atualizar as projeções de demanda

    constantes do PDEPS (2009) e, como consequência, indicar as alterações que deveria

    sofrer o programa de investimentos lá contido por conta desta atualização.

    No que se refere aos volumes futuros das cargas que passarão pelo Porto de

    Santos foram realizadas projeções com base nas tendências identificadas no PNLP.

    Dentre as cargas que apresentaram diferenças sensíveis entre a projeção do

    PNLP e de PDEPS (2009) destacam-se as seguintes:

      Açúcar a granel: demanda bem superior no curto e no médio prazo,

    aproximando-se do PDEPS no longo prazo;

      Soja: a demanda estimada no PNLP é menor do que aquela do PDEPS

    no médio e no longo prazo;

      Milho: a demanda do PNLP é muito superior à do PDEPS, devendo

    causar um déficit de 2,8 milhões de toneladas em 2024 em relação à

    capacidade de movimentação prevista no PDEPS;

     

    Adubos e Enxofre: as projeções do PNLP para 2014 e 2019 são poucomenores do as do PDEPS, cenário base, e praticamente igual em 2024;

      Granéis líquidos: como regra a demanda PNLP de granéis líquidos,

    inclusive sucos cítricos, é maior do que a do PDEPS, corroborando a

    urgente necessidade de ampliação da capacidade dos terminais da

    Alamoa e Ilha Barnabé;

      Contêineres: a demanda PNLP é inferior à demanda PDEPS em

    praticamente todo o horizonte do projeto, indicando que deverá haver

    excesso de capacidade após a inauguração dos terminais da BTP e da

    Embraport; e

      Celulose: a demanda PNLP é muito superior à demanda prevista no

    PDEPS.

    Os impactos dessas diferenças sobre o programa de investimentos foram

    tratados no capítulo anterior.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    57/59

     

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    58/59

      Plano Mestre

    Porto de Santos 57

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

    ADVFN. Disponível em: . Acesso em: mar. 2012

    AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIO (ANTAQ). Anuário Estatístico2009. Disponível em:. Acesso em: 16nov. 2010.

    ______. Porto de Santos. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/Portos_TUP.asp>. Acesso em: 10 maio 2011.

    ______. Secretaria de Portos (SEP). Plano Nacional de Dragagem e Meio Ambiente.Disponível em: . Acesso

    em: 22 mar. 2011BRASELPA. Conjuntura: publicação mensal da Associação Brasileira de Celulose ePapel. 1º de dezembro de 2011. Disponível em:. Acessoem: mar. 2012

    CARVALHO, M. C. Conteinerização: o passado e o futuro. Sindicatos dos TerminaisMarítimos do Rio Grande. Rio Grande, 2007. Disponível em:. Acesso em:abr. de 2011.

    Companhia de Docas do Estado de São Paulo - CODESP. Disponível em:. Acesso em: mar. 2012

    COMPANHIA DE DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - CODESP. Plano deDesenvolvimento e Expansão do Porto de Santos (PDEPS). The Louis BergerGroup; Internave Engenharia, São Paulo – SP, 2009, 846p.

    DEMANDA por etanol continuará aquecida. Pacheco, Carlos A.; Jornal Cana. Brasília,fevereiro de 2011. Disponível em:. Acesso em: fev. 2012

    DEMANDA por etanol deve crescer 165% em 10 anos. Jornal Cana. Dezembro de2008. Disponível em: .Acesso em: fev. 2012

    ELDORADO lança fábrica de celulose em Três Lagoas-MS. Valor. Disponível em:. Acesso em: fev. 2012 

    EMBRAPA. Tecnologias de Produção de Soja: Região Central do Brasil 2004.

    Disponível em: (http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/SojanoBrasil.htm).Acesso em: mar. 2012.

  • 8/18/2019 Plano Mestre - Santos

    59/59

    Plano Mestre

    FERRAZ, LUIZ C. Novo Projeto Para a área do Lixão. Jornal Perspectiva, Santos,2007. Disponível em: < http://www.jornalperspectiva.com.br/FotosEd/PDFs/159.pdf>.Acesso em: mar. 2012

    GRUPO SÃO MARTINHO. Disponível em: . Acesso

    em: mar. 2012

    GULLO, L. O sistema de conteinerização. Inovação Uniemp. V. 3 n. 4 CampinasJul./ago. 2007. Disponível em:. Acesso em: mar. 2011.

    LLOYD REGISTER. Disponível em: . Acesso em: 25Jan 2011.

    NOTTEBOOM, T.; RODRIGUE, J.P. The future of containerization: perspectives frommaritime and inland freight Distribution GeoJournalV.74, p. 7-22, 2008. Disponívelem: . Acesso em: jul. de 2011.

    PETROBRAS. Disponível em: . Acesso em: mar. de2012

    PLANALTO. Disponível em:. Acesso em: fev.2012 

    THE LOUIS BERGER GROUP, INC. Características dos Navios. 2010. Disponível em:. Acesso em: 25 jan. 2011.

    UNITED NATIONS COMMODITY TRADE STATISTICS DATABASE - COMTRADE.Disponível em: . Acesso em: mar. 2012.

    VOPAK. Disponível em: .Acesso em: mar. 2012.

    http://www.springerlink.com/content/0343-2521/http://www.springerlink.com/content/0343-2521/http://www.springerlink.com/content/0343-2521/