PLANO DE MARKETING: BOUTIQUE DO...

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FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CARLOS ALBERTO CASAGRANDE PLANO DE MARKETING: BOUTIQUE DO PÃO NOVA PETRÓPOLIS 2011

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FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CARLOS ALBERTO CASAGRANDE

PLANO DE MARKETING: BOUTIQUE DO PÃO

NOVA PETRÓPOLIS

2011

CARLOS ALBERTO CASAGRANDE

PLANO DE MARKETING: BOUTIQUE DO PÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Graduação em Administração da

Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Bacharel em Administração

ORIENTADOR: PROF.Ms. LEONARDO NEUMANN

NOVA PETRÓPOLIS

2011

CARLOS ALBERTO CASAGRANDE

PLANO DE MARKETING: BOUTIQUE DO PÃO

Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção do

grau Bacharel em Administração da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis.

Habilitação: Administração

Data de Aprovação:

__/__/__

Banca Examinadora:

____________________

Prof. Ms. Leonardo Neumann

Orientador

____________________

Prof. Ms. Fernando Bergamin

Avaliador Presidente

____________________

Prof. Esp. Alexandre Dias Stroher

Avaliador Secretário

DEDICATORIA

Dedico este trabalho a meus pais, minha avó,

minha esposa, meus amigos e todos aqueles

que transformam a farinha de trigo no pão

nosso de cada dia.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, fica a gratidão a Deus por permitir o alcance de mais este

objetivo.

Aos meus pais, Luciano Casagrande e Lourdes Cavalett Casagrande pelo

total apoio ao estudo, além dos bons conselhos nas horas mais difíceis.

A minha esposa Markelen Calza pela compreensão, apoio e pelas palavras

de incentivo nos momentos de fraqueza.

A minha avó Vilma Merlin Cavalett pelo incentivo aos estudos e por me

mostrar que o conhecimento é tudo o que tenho na vida.

Ao meu irmão, cunhada, sobrinho, amigos e demais familiares que de forma

direta ou indireta contribuíram para a realização deste objetivo pessoal.

A todos os professores que fazem parte desta caminhada, em especial, ao

professor Ms. Leonardo Neumann pela dedicação ao longo do curso em especial no

período em que orientou este trabalho.

“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”

(Che Guevara)

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo desenvolver um Plano de Marketing para implementação de uma loja de pães tradicionais e especiais no município de Nova Petrópolis, avaliando as oportunidades e ameaças do mercado e analisando o mercado de panificação a nível nacional e regional. Inicialmente foi realizada uma fundamentação teórica sobre os temas de empreendedorismo, marketing, análise de mercado, marketing estratégico e por fim o plano de marketing. Em seguida foi realizada uma pesquisa de natureza aplicada, exploratória e descritiva, por meio de pesquisas bibliográficas e de entrevistas informais com gestores do ramo de panificação, principalmente da área de pães congelados, tudo isso realizado por meio de uma análise qualitativa dos dados. Em seguida observou-se que o uso de pão congelado e o crescimento do mercado de panificação são grandes forças e oportunidades do negócio, e que a falta de profissionais qualificados e a concorrência desleal são fraquezas e ameaças. Porém o atendimento personalizado, sincero, seguido de uma política de preços justos de mercado, agregando valor aos panificados, são estratégias de marketing que impulsionaram o bom andamento do negócio. Por fim, de posse de todas estas informações, foi possível realizar análises e projeções, as quais apontam para um empreendimento viável, visto que o mercado de panificação comprova com otimismo o sucesso e a viabilidade deste plano de marketing.

PALAVRAS CHAVE: Plano de marketing. Empreendedorismo. Mercado de panificação. Estratégia.

ABSTRACT

This work aims to develop a Marketing Plan for implementation of a traditional store and specialty breads in Nova Petrópolis, assessing market opportunities and threats and analyzing the market for baking at national and regional levels. Initially, it was performed a theoretical basis on the topics of entrepreneurship, marketing, market analysis, strategic marketing and finally the marketing plan. Then it was conducted a survey of an applied nature, exploratory and descriptive, through library research and informal interviews with managers in the baking business, especially in the area offrozen bread, all done through a qualitative analysis of the data. Then it was observed that the use of frozen bread and bakery market growth are major strengths and opportunities of the business, and that the lack of qualified and unfair competition are weaknesses and threats. But the personalized attention, sincere, followed a policy of fair market prices, adding value to the bakery, are marketing strategies that lead to the smooth running of the business. Finally, in possession of all this information, it was possible to perform analysis and projections, which point to a viable, since the baking market with optimism proves the success and viability of this marketing plan.

KEYWORDS: Marketing Plan. Entrepreneurship. Market bakery. Strategy.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de padarias por estado em 2010. ....................................... 58

Tabela 2 – Volume de faturamento por departamento em panificadoras em 2010. . 59

Tabela 3 – Classificação das empresas de panificação por faturamento em 2010. 60

Tabela 4 – Comparativo anual de crescimento do setor de panificação . ................ 61

Tabela 5 – Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com

alimentação, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar,

segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das

famílias - Brasil - período 2008-2009. ...................................................................... 62

Tabela 6 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por classes de

rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os produtos - Brasil

- período 2008-2009. ................................................................................................ 63

Tabela 7 – Consumo per capita de pães no mundo. ............................................... 64

Tabela 8 – Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com

alimentação, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar,

segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das

famílias - Região Sul - período 2008-2009. .............................................................. 65

Tabela 9 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por classes de

rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os produtos -

Região Sul - período 2008-2009 .............................................................................. 66

Tabela10 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por forma de aquisição,

segundo os produtos - Rio Grande do Sul - período 2008-2009 .............................. 67

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparativo do crescimento do setor de panificação frente a outros

setores ..................................................................................................................... 59

Gráfico 2 – Porte das empresas de panificação por numero de empregados ......... 60

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Principais atores e forças de um sistema de marketing moderno. ........... 27

Figura 2 –Hierarquia de necessidades de Maslow. .................................................. 30

Figura 3 –Os quatro P’s do composto de marketing. ................................................ 33

Figura 4: Grupos estratégicos de estabelecimentos que comercializam panificados

na região urbana de Nova Petrópolis. ...................................................................... 75

Figura 5: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão cervejinha com

milho e com gergelim, pão francês 500 gramas com orégano e com gergelim, pão

sovado. ..................................................................................................................... 81

Figura 6: Pães especiais congelados e assados, pão francês, pão bilha com milho,

com orégano, com gergelim, pão baguete com gergelim e com orégano. ............... 82

Figura 7: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão francês, pão bilha

com milho, com orégano, com gergelim, pão baguete com gergelim. ..................... 82

Figura 8: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão bilha com milho e

com gergelim, pão baguete com gergelim e pão sovado. ........................................ 83

Figura 9: Pães especiais assados, pão doce caracol com coco branco, com coco

queimado, com chocolate granulado, cuca de chocolate e de baunilha, pão doce

trança de coco e de baunilha. .................................................................................. 84

Figura 10: Pães tradicionais e especiais assados. ................................................... 84

Figura 11 Logotipo .................................................................................................. 90

Figura 12 Esboço da loja ......................................................................................... 91

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Conteúdo de um plano de marketing. ................................................... 40

Quadro 2 – Conteúdo do plano de marketing da Boutique do Pão ......................... 56

Quadro 3 – Matriz FOFAS/SWOT ........................................................................... 72

Quadro 4 – Mercados concorrentes de Nova Petrópolis. ........................................ 73

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 15

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16

1.2.1 Objetivo geral .............................. .................................................................. 16

1.2.2 Objetivos específicos ....................... ............................................................. 16

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 17

2 REFERECIAL TEORICO .............................. ........................................................ 19

2.1 EMPREENDEDORISMO- O PROCESSO EMPREENDEDOR .......................... 19

2.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ............................................................ 20

2.3 DEFINIÇAO DE EMPREENDEDORISMO ......................................................... 21

2.4 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES ............................................................... 22

2.4.1 Mercado ..................................... ..................................................................... 22

2.4.2 Análise econômica ........................... ............................................................. 23

2.4.3 Vantagens competitivas ...................... ......................................................... 24

2.4.4 Gerência e pessoal .......................... .............................................................. 24

2.5 MARKETING ...................................................................................................... 25

2.5.1 Marketing estratégico ....................... ............................................................ 28

2.6 MERCADO CONSUMIDOR ............................................................................... 29

2.6.1 Papéis de Compra ............................ ............................................................. 31

2.7 COMPOSTO DE MARKETING (MIX) ................................................................ 32

2.7.1 Produto ..................................... ...................................................................... 33

2.7.2 Preço ....................................... ....................................................................... 35

2.7.3 Ponto ....................................... ....................................................................... 35

2.7.4 Promoção .................................... ................................................................... 37

2.8 PLANO DE MARKETING ................................................................................... 37

2.8.1 Estrutura do plano de marketing ............. .................................................... 40

2.8.1.1 Sumário Executivo ....................................................................................... 41

2.8.1.2 Situação atual de marketing ......................................................................... 41

2.8.1.3 Análise Ambiental ......................................................................................... 42

2.8.1.4 Análise Ambiental: Ameaças e Oportunidades ............................................ 44

2.8.1.5 Análise Ambiental: Pontos Forte e Fracos ................................................... 45

2.8.1.6 Objetivos ...................................................................................................... 45

2.8.1.7 Estratégias ................................................................................................... 47

2.8.1.8 Plano de Ação .............................................................................................. 48

2.8.1.9 Orçamento .................................................................................................... 49

2.8.1.10 Controle ...................................................................................................... 49

3 METODOLOGIA ..................................... .............................................................. 51

3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO A NATUREZA .................................................. 51

3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ............................................ 52

3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS .................................................... 53

3.4 COLETA DE DADOS ......................................................................................... 54

3.5 ANÁLISE DE DADOS......................................................................................... 54

4 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE MARKETING DA BOUTIQUE DO PÃO ...... 56

4.1 MERCADO DE PÃES NO MUNDO, BRASIL E RIO GRANDE DO SUL ............ 57

4.2 ANÁLISE DO MERCADO: MATRIZ FOFA (SWOT) ........................................... 68

4.2.1 Oportunidades (ambiente externo) ............ .................................................. 68

4.2.2 Ameaças (ambiente externo) .................. ...................................................... 69

4.2.3 Forças (ambiente interno) ................... ......................................................... 70

4.2.4 Fraquezas (ambiente interno) ................ ...................................................... 71

4.2.5 Quadro resumido da matriz FOFA (SWOT) ....... .......................................... 72

4.3 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA LOCAL ........................................................... 72

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS GRUPOS ESTRATÉGICOS ......................................... 74

4.5 PRINCÍPIOS NORTEADORES ................................................................................ 75

4.6 PAPÉIS DE COMPRA (MODELO DE KOTLER) ................................................ 77

4.7 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO ...................................................................... 77

4.8 POSICIONAMENTO PRETENDIDO .................................................................. 80

4.9 MIX DE MARKETING: 4P’S .............................................................................. 80

4.9.1 Produto ..................................... ...................................................................... 80

4.9.2 Preço ....................................... ....................................................................... 85

4.9.3 Ponto ....................................... ....................................................................... 85

4.9.4 Promoção .................................... ................................................................... 87

4.10 MARCA ............................................................................................................ 90

CONCLUSÃO ......................................... ................................................................. 92

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 95

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1 INTRODUÇÃO

Empreendedorismo é um processo onde se cria algo novo, aproveitando as

oportunidades do mercado, de forma criativa e diferencial do que existe atualmente.

Claro que se deve ter a convicção que terá de assumir riscos financeiros,

psicológicos e sociais correspondentes ao empreendimento, mas também

recebendo as consequentes recompensas da independência e satisfação social e

econômica resultantes do sucesso de seu empreendimento (HISRICH, PETERS,

SHEPHERD, 2009).

Para se dar início a um empreendimento deve-se ter um procedimento que

tenha na sua base, a tomada de iniciativa, a organização e reorganização dos

mecanismos sociais e econômicos a fim de converter recursos e situações para

proveito prático, além de aceitar os riscos ou o próprio fracasso (HISRICH, PETERS,

SHEPHERD, 2009).

Quanto às oportunidades, tem-se que ter a persuasão que o fato de uma ideia

ser única ou não única não importa, mas sim o que importa é como o empreendedor

vai utilizar a ideia, convertendo a mesma em produto ou serviço que faça a empresa

crescer. Também vale salientar como é importante que o empreendedor teste sua

ideia de negócio junto a algum cliente ou parceiro, ou mesmo como uma pesquisa

de aceitação de mercado, para que a paixão por aquela ideia não cegue o

empreendedor e acabe por perder toda a visão analítica do negócio (DORNELAS,

2008).

Mas quando se fala ou se pensa em empreendedorismo, tem-se que ter em

mente a necessidade de um plano de marketing que hoje se trata de uma

ferramenta de gestão do planejamento e desenvolvimento inicial de um

empreendimento. Sem o plano de marketing as chances de tomadas de decisões

erradas e mesmo o próprio insucesso do empreendimento aumentam muito.

O crescimento econômico de uma cidade é um atrativo para migrantes em

busca de melhores condições de trabalho e também para muitos a busca pela

qualidade de vida. As vindas destes migrantes resultam em maior nível educacional,

formando uma população com maior conhecimento e poder aquisitivo, assim, cresce

as oportunidades para venda de pães, principalmente, pães mais elaborados, que

tem maior valor agregado.

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Com o desenvolvimento econômico, as demandas da vida moderna têm

mudado totalmente os hábitos de consumo alimentar, estimulando o crescimento

marcante do consumo de produtos prontos, devido a sua praticidade, aliado a

grande diversidade de tipos e gramagem1 dos pães.

Este estudo busca demonstrar a viabilidade, oportunidade e diferencial de

uma loja especializada em servir os clientes com vários tipos de pães, especiais e

tradicionais. Para pessoas, que precisam de agilidade, praticidade com qualidade.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O consumo de pães vem se destacando no Brasil de forma geral, visto que

hoje se tem um consumo per capita2 maior do que havia a anos anteriores. Em 2000

era 33kg/ano, em 2009 passou-se para 42kg/ano, muito longe de países próximos

como a Argentina , que tem um consumo per capita de 100kg/ano, mas melhorando

muito o desempenho do setor (SINDIPAN/RS3, 2010).

Outra questão importante é que, segundo dados da LatinPanel (2009) apud

ABIP (2011), é que o consumo de pães representa 1,2% do orçamento mensal dos

brasileiros.

A ameaça em relação a este empreendimento poderá ser a concorrência de

outras padarias de maior tradição, os supermercados e hipermercados, que vem

investindo bastante nas suas padarias nos últimos tempos. Ou até mesmo o pão

francês conhecido como “cacetinho4”, tem perdido espaço na mesa dos

consumidores brasileiros. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apud

ABIP (2011), o consumo unicamente do pão francês permanece em 33 quilos por

habitante, número este correspondente à metade do sugerido pela OMS. O fator que

explicaria esta estagnação seria a variedade de pães especiais e a melhoria de

renda da população que contribui para que ela agregue à sua cesta de compra de

alimentos como iogurtes, cereais, frutas e sucos. 1 É o peso em gramas de pão. 2É uma expressão frequentemente empregada no campo da estatística para indicar uma média por pessoa de um dado valor. 3Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado do Rio Grande do Sul 4 É o pão francês de 50 gramas.

16

Com isso chega-se ao ponto crucial para qualquer empreendimento da área

de panificação, que é crescer com pães especiais, pois o consumidor está com o

poder de compra maior, podendo suportar a compra de pães de maior valor

agregado, mas a maioria dos empreendimentos não está.

Para isso uma loja de pães tradicionais e o principal, pães especiais seria a

oportunidade ideal de mercado, mas com algumas vantagens que o uso de pães

congelados podem proporcionar ao empreendedor, dentre elas os baixos custos de

investimento e mão de obra, aliado a um planejamento de marketing que será

desenvolvido durante este trabalho. Será que uma loja de pães tradicionais e

especiais é implementável em Nova Petrópolis?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

� Desenvolver um plano de marketing, para a implementação de uma loja

de pães tradicionais e especiais em Nova Petrópolis.

1.2.2 Objetivos específicos

� Analisar o mercado de pães a nível nacional e regional;

� Avaliar as oportunidades e ameaças do mercado em relação a este novo

negócio;

� Desenvolver um plano de marketing estratégico para a loja de pães.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Conforme relato do presidente do SINDIPAN-RS, as padarias estão deixando

de ser apenas estabelecimentos responsáveis pela fabricação artesanal e venda de

pães fresquinhos, biscoitos, bolos e outras guloseimas, frequentados pelos clientes

em determinados horários do dia e da noite. As panificadoras e confeitarias, como

passaram a ser chamadas nos últimos anos, estão se transformando em centros de

convivência, gastronomia e serviços. Elas constituem um setor onde não há crise, ao

contrário, seus empresários só falam em crescimento constante.

Através de artigo da revista Panificação Brasileira (2010), constata-se que,

hoje e no futuro, as panificadoras e confeitarias serão cada vez mais acolhedoras,

espaços onde as pessoas contarão com conforto e bom atendimento para degustar,

se alimentar, conversar e até se divertir, compensando a correria e o excesso de

individualismo e distanciamento comuns em outros tipos de estabelecimentos

comerciais.

As mudanças de comportamento, necessidades e preferências do consumidor

ditam os novos tempos da panificação e confeitaria no País e no mundo conforme

relata o PROPAN5. A introdução e diversificação de produtos mais saudáveis,

contendo cereais integrais, ingredientes de melhor qualidade e menos óleo e açúcar

nas receitas, é uma das providências para acompanhar o gosto da clientela de hoje

e dos próximos anos.

Conforme relata o diretor comercial da Gula Alimentos, em termos de gestão,

o negócio também está mudando bastante e se tornando mais sofisticado,

abrangendo práticas dos setores industrial, de comércio e de serviços. O estilo

empírico de administrar padarias, por vezes amador, está virando coisa do passado.

A gestão das panificadoras e confeitarias está cada vez mais planejada, profissional

e tecnológica.

A partir do contexto apresentado, verifica-se ser de suma importância que a

empresa estudada esteja frente a esse mercado de extrema competitividade, com

estratégias de marketing consistentes que possibilitem atingir as metas

5 Programa de Apoio a Panificação

18

organizacionais e o alcance dos mercados nos quais se desejam realizar a inserção

de seus produtos.

A importância do crescimento e da observação dos clientes neste ambiente

de estratégias organizacionais sinaliza que a empresa, deve buscar atender o

mercado alvo, prestando atenção ao comportamento do cliente, satisfazendo as

necessidades deste e estruturando suas estratégias para os clientes.

Oportunizando-se melhores condições de se obter o sucesso de marketing e do

negócio.

19

2 REFERÊCIAL TEORICO

Este capítulo tem como finalidade apresentar a literatura apropriada para o

desenvolvimento de um plano de marketing para uma loja de pães em Nova

Petrópolis. Num primeiro momento descreve-se o empreendedorismo, o marketing

estratégico, o composto de marketing, análise de mercado, papéis de compra e por

fim o plano de marketing.

2.1 EMPREENDEDORISMO- O PROCESSO EMPREENDEDOR

Ao longo do tempo o mundo tem passado por grandes transformações em um

pequeno intervalo de tempo principalmente no século passado e se estendendo pelo

século XXI, mas no século XX foi quando foram criadas grandes invenções que

mudaram os rumos da humanidade (DORNELAS, 2008).

Dornelas (2008, p.5) relata que:

Essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou uma nova visão de como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém antes ousou olhar de outra maneira. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais que são visionárias, questionam, arriscam, querem algo diferente, fazem acontecer e empreendem.

Entende-se que os empreendedores são pessoas diferenciadas, procuram

fazer sempre o melhor, com uma motivação inexplicável, querendo deixar um legado

de referência e reconhecimento, fazendo assim a revolução a revolução do mundo,

exigindo o estudo do processo empreendedor.

Segundo Dornelas (2008, p.6):

O momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distancias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza a sociedade. A chamada nova economia, mostrou recentemente e ainda tem mostrado que boas idéias inovadoras, know-how, um bom planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada são ingredientes poderosos que, quando somados no momento adequado, acrescidos do combustível indispensável

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à criação de novos negócios – o capital – podem gerar negócios grandiosos em curto prazo de tempo.

Por isso, o momento atual está propício para o surgimento cada vez maior de

empreendedores, por isso a capacitação dos candidatos a empreendedor é

prioridade em muitos países inclusive no Brasil (DORNELAS, 2008).

A seguir, será apresentado o empreendedorismo no Brasil.

2.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

No Brasil o empreendedorismo começou a se definir em 1990, com a criação

de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -

SEBRAE. Antes disso não se debatia a criação de pequenas empresas muito menos

em empreendedorismo, pois também existia um ambiente político e econômico

desfavorável, além do empreendedor não ter onde buscar informações para basear-

se na jornada empreendedora (DORNELAS, 2008).

Comenta Dornelas (2008, p.11) que:

O SEBRAE é um órgãos, mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio.

Mas ainda faltam políticas públicas duradouras dirigidas a consolidação do

empreendedorismo no Brasil, como alternativa a falta de emprego, e visando a

respaldar todo esse movimento proveniente da iniciativa privada e de entidades não-

governamentais, que estão fazendo sua parte. E a consolidação do capital de risco e

o investidor estão se tornando uma realidade, fazendo que os cenários futuros se

tornem otimistas para os empreendedores brasileiros (DORNELAS, 2008).

A seguir, será apresentada a definição do empreendedorismo.

21

2.3 DEFINIÇAO DE EMPREENDEDORISMO

Segundo Dornelas (2008, p.22), “o empreendedorismo é o envolvimento de

pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em

oportunidades, e a perfeita implementação destas oportunidades leva a criação de

negócios de sucesso”.

Conforme Hisrich, Peters, Shepherd (2009, p.30), “Empreendedorismo é o

processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários,

assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo

as consequentes recompensas da satisfação e da independência financeira e

pessoal”.

O empreendedorismo é o método para ligar a ciência e mercado, como a

criação de uma nova organização, muitos empreendedores passam por dificuldades

para fazer essa ligação e criar novos empreendimentos, faltando habilidades

administrativas, capacidade de marketing ou recursos financeiros. Onde suas

invenções são quase sempre não realistas, exigindo significativa modificação para

serem comercializáveis, e frequentemente os empreendedores não sabem como

interagir com todas as entidades necessárias, como bancos, fornecedores, clientes,

agências de publicidades, entre outras entidades envolvidas no negócio (HISRICH,

PETERS, SHEPHERD, 2009).

Contudo segundo Hisrich, Peters, Shepherd (2009, p.51),

[...] os empreendedores pensam de modo diferente das outras pessoas, além disso, um empreendedor em determinada situação pode raciocinar de modo diferente do que quando está realizando outra atividade ou quando está em um ambiente de decisões. É freqüente os empreendedores tomarem decisões em ambientes altamente inseguros, com altos riscos, intensas pressões de tempo e considerável investimento emocional.

A seguir, será apresentado o capítulo identificando oportunidades.

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2.4 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES

Os empreendedores em potencial devem prestar muita atenção aos possíveis

consumidores, pois esta atenção pode se tornar uma forma monitoramento de ideias

e necessidades em potencial ou de criação formal de oportunidade para que os

consumidores expressem suas opiniões, mas é necessário ter cuidado para garantir

que a ideia ou necessidade represente um mercado suficiente grande para sustentar

um novo empreendimento (HISRICH, PETERS, SHEPHERD, 2009).

Assim, saber se uma oportunidade realmente é tentadora não é fácil, pois

estão envolvidos vários fatores, entre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de

atividade em que a oportunidade está inserida, seu mercado, os diferenciais

competitivos do produto/serviço para a empresa (HISRICH, PETERS, SHEPHERD,

2009). Contudo conforme Dornelas (2008, p.43),

antes de partir para as análises estratégicas e financeiras detalhadas, definição de processos de produção, identificação de necessidades de recursos financeiros e pessoais, ou seja, antes da concepção de um plano de negócios completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor ao negócio nascente.

2.4.1 Mercado

Relata Dornelas (2008, p.46) que:

Os mercados de maior potencial e que possam trazer bom potencial de crescimento, são os mais atrativos para a criação de novos negócios, pois possibilitam o crescimento rápido na participação do produto ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que há demanda por parte dos consumidores. Demais aspectos a serem considerados referem-se à concorrência, que em mercados em crescimento também está buscando seu espaço, não havendo predominância de um ou outro concorrente, havendo oportunidades para empresas criativas e bem planejadas atingirem o sucesso rapidamente, há ainda a possibilidade de retornos significativos sobre o que foi investido e a possibilidade clara de atingir a liderança do mercado, conquistando os consumidores, nos casos em que os concorrentes se encontram em um mesmo patamar inicial, sem muitos diferenciais competitivos.

23

Contudo pode-se dizer que uma estratégia acertada pode colocar a empresa

rapidamente à frente dos demais competidores, com seus produtos e serviços sendo

preferidos pelos clientes.

Entretanto, segundo cita Dornelas (2008, p.46),

Mas deve-se atentar ainda para a estrutura desse mercado, mais especificamente para as seguintes características: o número de competidores; o alcance dos canais de distribuição desses mesmos competidores; os tipos de produtos e serviços que se encontram no mercado; o potencial de compradores ( número de clientes potenciais e quanto consomem, com que periodicidade, onde costumam comprar, quando e como); as políticas de preços dos concorrentes; entre outros.

2.4.2 Análise econômica

Fundamental para qualquer organização fazer uma análise detalhada das

possibilidades de retorno do investimento. Conforme Dornelas (2008, p.46), “[...] não

adianta simplesmente ser líder de mercado se o retorno financeiro não compensar o

esforço empreendido”.

Importante também é analisar o lucro final do empreendimento, pois muitas

vezes os negócios geram uma alta renda mensal, mas o lucro não acompanha a

renda bruta, conforme cita Dornelas (2008, p.47),

[...] um caso clássico são os postos de combustíveis que já foram negócios lucrativos no passado, mas atualmente as margens são mínimas, a concorrência é muito forte e o gerenciamento eficaz desse tipo de empreendimento se faz cada vez mais necessário. Uma alternativa é complementar seus serviços com lojas de conveniência, que muitas vezes correspondem a mais de 40% da receita total dos postos.

Mas em qualquer que seja o negócio, para se obter retornos consideráveis e

crescimento sustentável é preciso ter e ousar da criatividade (DORNELAS, 2008).

24

2.4.3 Vantagens competitivas

As vantagens competitivas estão necessariamente ligadas a diferenciais que

proporcionam um ganho para o consumidor. Isso pode ocorrer por meio de um custo

menor de produção, de estruturas enxutas, de criatividade no processo de obtenção

do produto, que ao final levam a um produto ou serviço de menor custo e,

consequentemente, de menor preço final. Nesse caso, o diferencial está sendo o

menor custo (HISRICH, PETERS, SHEPHERD, 2009).

Segundo Dornelas (2008, p.48),

No entanto, a empresa pode deter um conhecimento de mercado muito superior à concorrência, o que lhe permite monitorar e controlar as tendências desse mercado, antecipando-se aos competidores e sempre trazendo novidades que atendam aos anseios de seus consumidores, estabelecendo sua marca e fortalecendo sua presença na mente dos clientes.

2.4.4 Gerência e pessoal

Segundo Dornelas (2008, p.49)

A equipe de colaboradores é muito importante, pois de nada adianta identificar uma oportunidade, criar um protótipo de produto, o mercado ser espetacular e promissor, o empreendedor ter desenvolvido um bom plano de negócios, se ele e sua equipe não estiverem à altura do negócio que está sendo criado. A experiência prévia no ramo conta muito, pois pode evitar muitos erros e gastos desnecessários, bem como agregar um conhecimento singular ao negócio. Outro fator que deve ser considerado é a formação da equipe. Se os membros da equipe tiverem formação eclética, multidisciplinar, será um grande diferencial, pois a equipe nesse caso estará sendo composta por perfis com habilidades complementares. Mas, de nada adianta a equipe ter todas essas características se as pessoas estiverem no negócio apenas atrás das compensações financeiras, sem paixão e o orgulho pelo que estão fazendo, ou seja, sem comprometimento.

Nesse caso, o rendimento não será o mesmo, o envolvimento poderá ser

superficial e não haverá muita preocupação com a utilização dos recursos

disponíveis (DORNELAS, 2008).

A seguir será apresentado o capítulo sobre marketing.

25

2.5 MARKETING

Neste capítulo, estuda-se marketing estratégico, composto de marketing

(produto, preço, promoção e praça) e o mercado consumidor.

Segundo Kotler (2009, p. 27), “marketing é um processo social e gerencial

pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da

criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.” Sendo que, “Marketing é o

processo de planejamento e execução de concepção, fixação de preços, promoção

e distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam as metas

individuais e globais” (CZINKOTA, 2001, p.230).

O marketing bem sucedido, de acordo com Westwood (1996, p. 6), “envolve

ter o produto certo à disposição, no lugar certo, na hora certa e certificar-se de que o

cliente tenha conhecimento do produto.” Para o autor, a definição de marketing é:

Provisão de bens ou serviços que satisfaçam as necessidades dos clientes. Em outras palavras, o marketing envolve descobrir aquilo que o cliente quer e adaptar os produtos de uma empresa para que satisfaçam essas exigências, e produzir lucro para a empresa. Já se foi o tempo em que uma empresa desenvolvia um produto e depois procurava compradores para eles (WESTWOOD, 1996, p. 7).

O pensamento de marketing, segundo Kotler (2000), começa com as

necessidades e os desejos humanos que são:

� Necessidades: o homem tem necessidades físicas (alimentação, roupa,

calor e segurança), sociais (fazer parte de um grupo, ser benquisto) e

individuais (conhecimento e auto realização). As necessidades são partes

básicas da constituição do homem.

� Desejos: são de acordo com a cultura e guiados pelas características

individuais. Á medida que os objetos são expostos, aumentam os desejos

de tê-los.

� Demandas: quando podem comprar o que desejam.

� Produtos: é algo que pode ser oferecido para satisfazer uma necessidade

ou desejo.

26

� Valor: é a estimativa que o cliente tem em relação ao produto, seus

benefícios.

� Satisfação: quando o produto supera as suas necessidades.

� Troca : é o ato de dar a alguém algo para obter o que deseja.

� Transação: são as condições do acordo, tempo e local de negociação.

Sem um contrato por escrito, as pessoas veriam as transações com

alguma desconfiança e todos os envolvidos perderiam.

� Relacionamentos: envolvem todo um laço de relacionamentos entre

clientes, distribuidores, revendedores e fornecedores.

� Mercados: consiste em todos os consumidores potenciais que

compartilham de uma necessidade ou desejo específico, a fim de fazerem

trocas que satisfaçam suas necessidades.

Portanto, para Kotler (2009, p. 33), “marketing significa administrar mercados

para chegar a trocas, com o objetivo de alcançar as necessidades das pessoas.”

Esse sistema mostra como o marketing é importante tanto para empresas,

como para os concorrentes e os intermediários, até chegar ao consumo final. Para

muitas pessoas, marketing é só uma parte das vendas, mas essa figura nos dá a

entender que vendas é que fazem parte do marketing.

E, também, esse desenho mostra os principais meios para se atingir os

objetivos esperados, sendo que o conhecimento sobre marketing é a base para a

tomada de decisão. Pois ele começa desde a matéria prima, fabricação,

determinação de preço do produto até a entrega, na hora certa e no lugar certo.

A figura 1 mostra como o objetivo das empresas é atingir o consumidor final.

27

Intermediários Mercado de de marketing usuários finais Concorrentes

Figura 1 –Principais atores e forças de um sistema de marketing moderno. Fonte: Kotler, 2009, p.33.

O sistema de marketing envolve desde o fornecedor, intermediários, até o

consumidor final. Segundo Kotler (2009), os agentes e as forças influenciam na

venda do produto, porque o consumidor tem como escolher qual irá comprar e o que

lhe for de melhor conveniência. Contudo, conceitua-se marketing por todo o

processo produtivo, que vai desde a compra de matéria-prima, fabricação do

produto, embalagem, até chegar ao consumo final.

O conceito de marketing, de acordo com Kotler (2009, p.37), é “a orientação

de marketing baseia-se em quatro pilares: mercado-alvo, necessidades dos clientes,

marketing integrado e lucratividade”. Sendo que, a perspectiva adotada é de fora

para dentro, ou seja, iniciando-se com a definição do mercado, focando a

necessidade do cliente e trabalhando, fortemente, nas atividades que influenciam no

lucro. Segundo o autor, “a orientação de vendas adota uma perspectiva de dentro

para fora”, dando início ao processo produtivo. Em cima disso, concentra-se nos

produtos existentes para buscar ênfase nas vendas e promoções que possam torná-

las mais lucrativas.

No mercado alvo, as empresas têm chances maiores de se saírem bem

quando escolhem seus mercados-alvo, com cuidado, e preparam programas de

marketing customizados. Uma empresa pode identificar seu mercado-alvo, mas

Ambiente

Fornecedores

Empresa (praticante de

marketing)

28

falhar em compreender com exatidão as necessidades dos clientes. Compreender

as necessidades e os desejos dos clientes nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns

consumidores têm necessidades das quais não têm plena consciência.

2.5.1 Marketing estratégico

O marketing estratégico é composto de quatro elementos: o consumidor, o

mercado, os aspectos legais e o posicionamento do produto. As informações, que

cada elemento que compõe o marketing estratégico deverá conter, no plano de

marketing, segundo Ambrósio (1999), serão descritas a seguir:

� Consumidor: perfil do consumidor, seus desejos e suas necessidades,

hábitos de utilização e atitudes, papéis de compra (iniciador, decisor,

comprador, usuário).

� Mercado: histórico do mercado, tamanho do mercado de atuação,

tamanho do mercado de atuação por região, grau de demanda,

sazonalidade, impacto tecnológico, posição ocupada pela organização e o

que se pretende atingir, posição dos atuais concorrentes, dos previstos e o

que cada um deles pretende atingir, segmentação do mercado,

características do produto, característica de ponto, característica de

promoção, características de preços e projeções do mercado (estimativa

do seu tamanho, estimativa de quanto a nossa empresa participa no

mercado, estimativa da participação dos nossos concorrentes no mesmo).

� Aspectos legais: requisitos legais para industrialização, comercialização,

comunicação e fixação de preço, estar de acordo com o código de defesa

do consumidor, órgãos do governo envolvidos, medidas a serem tomadas.

� Posicionamento do produto: descrição de maneira objetiva do produto, em

outras palavras, como a empresa quer que o consumidor veja nossos

produtos.

O marketing estratégico é uma das melhores táticas no combate a

concorrência, pois ele analisa o consumidor com seus desejos e necessidades; o

29

mercado com o seu tamanho, sua demanda, sazonalidade e os produtos, com suas

características de preços, promoções e com suas estimativas de quanto os produtos

são importantes para o mercado.

A seguir, será apresentado o mercado consumidor.

2.6 MERCADO CONSUMIDOR

Conforme Kotler (2009), compreender o comportamento do consumidor é

muito difícil e tentar prever é mais difícil ainda.

“A empresa deve conhecer o mercado em que atua porque o consumidor é

ponto central do marketing”(AMBRÓSIO, 1999, p. 33). Ela deve entendê-lo, estudar

o perfil do mesmo, para conseguir distribuir seus produtos corretamente e aplicar

seus esforços de marketing, de modo que atenda as necessidades dos

consumidores, os objetivos da empresa e dos intermediários.

Segundo Kotler (2009), as organizações podem satisfazer as necessidades

dos consumidores ficando atentas às pessoas que usarão o produto disponibilizado

no mercado e acreditar que é melhor que o da concorrência.

Para Kotler (2009), o consumidor é influenciado por características que

afetam diretamente na decisão de compra. São elas:

� Cultural: que são valores e percepções que a pessoa adquiriu no

crescimento junto à sociedade na qual está inserida.

� Social: que são grupos que a pessoa pertence ou gostaria de pertencer,

papéis sociais, status e influências.

� Pessoal: que são as características pessoais do consumidor, situação

econômica, idade, estilo de vida e personalidade.

� Psicológico: que é a motivação, o entusiasmo da pessoa, a razão pela

qual está procurando um determinado produto.

Abraham Maslow criou uma pirâmide de prioridades e hierarquias, que

representam as necessidades do ser humano. Essa hierarquia apresenta uma

ordem cronológica, ou seja, na medida em que um nível é satisfeito, passa-se para o

30

nível seguinte, mais alto. Em referência a essa pirâmide Kotler (2009, p. 173)

comenta que “Abraham Maslow apresenta as necessidades do ser humano

organizadas em prioridades e hierarquias. Essa hierarquização obedeceria a

escalonagem [...]”. A seguir, na figura 2, é apresentada a pirâmide de Maslow:

Figura 2 –Hierarquia de necessidades de Maslow.

Fonte: Kotler, 2009, p.174.

Ao analisar a pirâmide, percebe-se que o comportamento do consumidor

influencia, diretamente, na escolha do produto no momento da compra. Pois, as

necessidades, segundo Maslow, são as necessidades básicas para qualquer ser

humano, como ter fome, sede, relacionamentos, autoestima e realização pessoal.

31

De acordo com Kotler (2009, p. 178), “a tomada de decisão do consumidor

varia conforme o tipo de decisão de compra. Há grandes diferenças entre comprar

um creme dental, uma raquete de tênis, um micro computador e um carro novo.”

Para Kotler (2009) há quatro tipos de comportamento de compra, que são:

� Comportamento de compra complexa: é quando os consumidores estão

envolvidos em uma compra e percebem as diferenças significativas entre

as marcas.

� Comportamento de compra com ressonância reduzida: quando o

consumidor está altamente envolvido e percebe pequenas diferenças nas

marcas.

� Comportamento de compra habitual: é quando o consumidor se envolve

menos com a compra; ele compra determinada marca, mas não observa

as diferenças entre elas.

� Comportamento de compra que busca variedade: é quando o consumidor

percebe as diferenças entre as marcas, busca a variedade e tem menos

afinidade com o produto, o foco é a marca.

2.6.1 Papéis de Compra

No processo de compra, ou seja, aquisição de bens e serviços com um

determinado fim, existem vários papéis que tanto podem ser desempenhados pela

mesma pessoa, como por pessoas diferentes, o que fará essa diferenciação é o

contexto em que ocorre. Segundo Kotler (2009, p. 177), “para muitos produtos, é

fácil identificar o comprador [...] entretento, há situações em que as empresas devem

ser cuidadosas ao tomar decisões sobre o mercado-alvo porque os papéis de

compra são mutantes”. Pode-se identificar, segundo Kotler (2009), o consumidor

como:

� Iniciador : quem identifica uma necessidade e sugere a compra do

produto, não tento necessáriamente laços com o consumidor final;

32

� Influenciador : quem influencia na decisão de compra,toda e qualquer

pessoa que exponha seu ponto de vista pró ou contra aquisição do

produto, guiando-se, geralmete, por experiências vividas por ele ou por

outro conhecedor do produto;

� Decisor : quem decide se a compra deve ser feita e qual será o produto

escolhido;

� Comprador : quem, de fato, faz a compra pagando pelo produto escolhido;

� Usuário : quem irá consumir,fazer uso do produto.

A seguir, será apresentado um capítulo sobre o Mix de Marketing (Produto,

Preço, Ponto e Promoção).

2.7 COMPOSTO DE MARKETING (MIX)

Segundo Kotler (2009), composto de marketing são variáveis que a empresa

utiliza para produzir a resposta que ela deseja, no mercado que quer atingir.

Conforme a Figura 3, pode ser visto como estão relacionados os quatro P’s

do composto de marketing com os consumidores.

33

Figura 3 –Os quatro P’s do composto de marketing.

Fonte: Kotler, 2009, p.97.

Segundo Kotler (2009, p. 98), “as empresas vencedoras são aquelas que

podem atender às necessidades do consumidor de forma econômica e convincente

e com comunicação eficaz.”

De acordo com a figura acima, se não existissem consumidores, não haveria

produto, preço, promoção e praça. A fidelização ao cliente é muito importante, pois

são eles que compram bastante, sendo que, para que um empreendedor cresça é

necessário conhecer esses quatro compostos, que são pontos muito importantes

para toda a venda. A seguir será apresentado o produto.

2.7.1 Produto

Conforme afirmação de Kotler (2009), o produto é a ferramenta mais básica

do composto de marketing, pois visa satisfazer as necessidades dos consumidores.

34

Segundo Kotler (2009, p. 35),

[...] produto assume que os consumidores favorecerão aqueles produtos que oferecem mais qualidade, desempenho ou características inovadoras. Os gerentes das organizações orientadas para produto focam sua energia em fazer produtos superiores, melhorando-os ao longo do tempo.

Para Ambrósio (1999) produto é um bem material (tangível) ou imaterial

(intangível), oferecido a um mercado, visando à satisfação de um desejo ou

necessidade. Através da venda do produto, a empresa obtém seus recursos

financeiros.

Kotler (2009) descreve de maneira semelhante o que o produto deve ter, que

são:

� Modelos e Tamanhos – que atendam as expectativas e necessidades do

público-alvo.

� Configuração – a maneira como o produto se apresenta fisicamente,

embalagem, marca e serviço.

� Qualidade e padronização – suas características, acabamentos,

desempenho e técnica.

Para Kotler (2009), o produto pode ser considerado como a ferramenta mais

básica que compõe o composto de marketing. Pode-se conceituar produto de

maneira simples, como sendo o que a empresa está ofertando para o mercado e

deve possuir aspectos como qualidade, design, marca, embalagem e características.

Segundo Aaker, Kumar, Day (2004), o produto ou serviço é considerado

correto, para o consumo, quando está de acordo com o consumidor-alvo, assim

atendendo suas necessidades e desejos. Algumas estratégias de produto podem

causar influências no comportamento de um consumidor no ato da compra, como a

sua aparência, rótulo e qualidade.

A qualidade do produto é muito importante para os clientes, por isso os

produtos têm que ser duráveis e práticos, tem que possuir design, uma boa

embalagem e estar de acordo com suas necessidades. A seguir, será descrito o

preço.

35

2.7.2 Preço

Segundo Aaker, Kumar e Day (2004), o produto deve ser certo, deve estar no

ponto certo e deve transferir a posse no preço certo. O preço pode ser considerado:

posto na fábrica; posto no cliente; atacadista; varejista ou distribuidor; líquido com

desconto ou bruto sem desconto; desconto por quantidade; por condição de

pagamento.

De acordo com Ambrósio (1999, p. 30), “preço é a única variável que produz

receita.” O preço pode influenciar na posição do produto no mercado.

Para Westwood (1996) o preço pode resultar em maior participação no

mercado e maximização das vendas. Se o preço aumenta, o lucro da empresa

aumenta proporcionalmente.

O preço, segundo Kotler (2009), pode ser definido como o valor financeiro que

o consumidor paga por determinado produto.

Las Casas (2001) diz que variações de preços podem ser utilizadas pelas

empresas para despertar o interesse do consumidor pelo seu produto, ou seja, um

artifício para destacar-se entre os concorrentes.

O preço, muitas vezes, varia de acordo com a qualidade do produto, sendo

que a maioria das empresas prefere pagar menos e ter produtos com qualidade

inferior, não sabendo que podem ter problemas futuros com os produtos, como o

tempo de vida mais curta dos mesmos.

A seguir será apresentado o ponto.

2.7.3 Ponto

Segundo Godoy e Nardi (2006, p. 25), “praça é a maneira como a empresa

decide realizar suas vendas diretamente, através de lojas próprias e vendedores

treinados ou através de intermediários, lojas especializadas que distribuirão e o

representarão perante o mercado consumidor”. A partir do momento em que a

36

empresa decide a forma que vai disponibilizar o seu produto para venda, cria-se

uma previsão de vendas e uma expectativa em relação aos objetivos apontados.

Para Ambrósio (1999), ponto de venda é também chamado, simplesmente, de

ponto, praça, ou ainda, distribuição. O fabricante pode planejar como tornar seu

produto disponível no mercado-alvo.

Kotler (2009, p. 98) diz ser necessário “identificar, contratar e unir vários

facilitadores de marketing para fornecer eficientemente seus produtos e serviços ao

mercado-alvo.” A escolha do ponto, para o produto ou serviço, relaciona-se com a

escolha do canal de distribuição: Atacado, varejo ou distribuidor, ao transporte e o

armazém.

Segundo Penteado (1999), as empresas que souberem aproveitar o potencial

do ponto-de-venda podem conquistar vantagem competitiva. A empresa pode

estimular o consumo do seu produto dando importância a algumas ações que

envolvem a distribuição e ponto-de-venda, como por exemplo, a organização física

do ponto.

Para Las Casas (2001) o ponto tem o significado de entregar o produto, de

maneira mais rápida e acessível aos consumidores. A escolha do ponto, de

determinado produto, está intimamente relacionada com a escolha do canal de

distribuição. O produto ou serviço somente possui importância, ou utilidade, se

estiver posicionado junto ao seu mercado consumidor. Ou seja, deve estar

posicionado ao alcance de seu público-alvo e, para isso, são utilizados os canais de

distribuição: 1- distribuidor, atacado e varejo, 2- transporte e 3- estoque.

O ponto é onde o produto vai ser colocado para vender, por isso, é necessário

ter o produto em vários pontos-de-venda, onde a procura pelos produtos são

maiores.

A seguir será apresentada a promoção.

37

2.7.4 Promoção

Segundo Kotler (2009, p. 98), o composto promocional “precisa desenvolver

programas de comunicação e promoção, que consistem de propaganda, promoção

de vendas, relações públicas e marketing direto e on-line6.”

Para Ambrósio (1999) a comunicação com o mercado pode ser feita através

da promoção e a empresa pode utilizar ferramentas para comunicar-se com o

mercado. Promoção congrega uma série de formas de comunicação com o

mercado.

Para Kotler (2009), a promoção tem a função de informar o mercado sobre os

produtos ou serviços comercializados pela empresa, com a intenção de vendê-los

aos consumidores.

De acordo com Gomes (2003, p.62), a promoção “é o conjunto de atividades

que visa fortalecer a imagem de uma marca, instituição, individuo, etc., ou a

influenciar pessoas na escolha de determinado produto ou serviço”. A promoção é

uma ferramenta muito conhecida e utilizada pela maioria das empresas, todas com o

mesmo objetivo: tornar seus produtos conhecidos e estimular o consumidor a

comprá-los.

Para Gomes (2003) as promoções são muito importantes para as vendas,

pois muitos clientes gostam de comprar bastante de seus fornecedores para ganhar

descontos e muitos fornecedores lançam o pacote promocional para fazer boas

vendas.

A seguir será apresentado o capítulo sobre plano de marketing.

2.8 PLANO DE MARKETING

Segundo Westwood (2004), o plano de marketing é uma parte, se bem que

uma parte importante, deste plano. O processo de planejamento de marketing, por

6É um angicismo advinDo do uso da internet, que significa estar disponivel em tempo real.

38

conseguinte, precisa ser executado como uma parte do planejamento global da

companhia e do processo de elaboração do orçamento.

Para Westwood (2004), o plano de marketing estabelece os objetivos de

marketing da companhia e sugere tais estratégias para se alcançar tais objetivos.

Um plano de marketing é como um mapa – ele mostra à empresa para onde

ela está indo e como vai chegar lá. Ele é tanto um plano de ação como um

documento escrito.

Segundo Las Casas (1999, p. 18), ”o plano de marketing estabelece objetivos,

metas e estratégias do composto de marketing em sintonia com o plano estratégico

geral da empresa.” Portanto,

Um plano que faz parte do plano estratégico abrangente de uma empresa. Sua elaboração deverá estar em perfeita sintonia com os objetivos que forem estabelecidos pela alta administração e com que a empresa está pensando em atingir a longo prazo. Por isso, o planejador de marketing não deve elaborar seu plano sem considerar as demais partes e funções da empresa (LAS CASAS, 1999, p. 18).

“Um plano de marketing deve identificar as oportunidades de negócios mais

promissoras para a empresa e esboçar como penetrar, conquistar e manter posições

em mercados identificados” (WESTWOOD, 2004, p. 5). É uma ferramenta que

combina todos os elementos do composto mercadológico em um plano de ação

coordenado. Ele estabelece quem fará o quê, quando, onde e como, para atingir

suas finalidades.

O plano de marketing, segundo Las Casas (1999), é importante para as

empresas, uma vez que é o resultado de um processo de planejamento. O processo

de planejamento toma forma no momento em que o administrador escreve o plano.

Por isso mesmo, se diz que, um bom plano, não valida uma ideia de

marketing, mas é validada com um bom plano.

Para Ambrósio (1999, p. 1), “plano de marketing é o documento que resume o

planejamento de marketing. Este, por sua vez, é um processo de intenso raciocínio e

coordenação de pessoas, recursos financeiros e materiais cujo foco central é a

verdadeira satisfação do consumidor.” Sendo que,o planejamento de marketing,

portanto, deve levar em conta o conceito de marketing integrado: todos os setores

da empresa devem trabalhar em conjunto, para satisfazer desejos e necessidades

dos consumidores e, consequentemente, da empresa e da sociedade. O marketing

39

integrado opera primeiro no nível do departamento de marketing, integrando as

diversas funções de marketing – por exemplo, equipe de vendas, pessoal de

propaganda e a gerência de produtos (AMBRÓSIO, 1999).

De acordo com Las Casas (1999), o primeiro passo para realizar um plano de

marketing, é fazer uma análise ambiental. Há necessidade de definir qual a situação

atual, para, então, estabelecer uma estratégia em sintonia com as tendências atuais

e futuras.

“Conforme visto, a análise ambiental é o primeiro passo para se desenvolver

um plano de marketing” (LAS CASAS, 1999, p. 55). Sendo que,

O planejador deve procurar nos fatos externos uma fonte de inspiração para seu plano. Os caminhos que surgem ou se alteram, com o passar do tempo, são dos mais variados possíveis. Com essas mudanças, é que ocorrem as ameaças e oportunidades nos ambientes de diferentes setores. Frequentemente, as oportunidades para alguns podem ser ameaças para outros (LAS CASAS, 1999, p. 56).

Conforme Westwood (1996), um plano, em sua forma mais simples, começa

com a coleta e a avaliação dos dados históricos. Nesses dados, devem estar

contidas informações dos concorrentes, as vantagens, desvantagens,

potencialidades e fragilidades. Também deverão ter informações referentes à própria

empresa que está formulando o plano, como as suas fragilidades, potencialidades,

sucessos e fracassos.

Para Las Casas (1999), o plano de marketing possui vários sub-planos. Um

deles é o chamado plano operacional, que engloba as atividades de venda pessoal,

propaganda e, promoção de vendas, que também tem seus planos, a fim de atingir

os objetivos de marketing. Geralmente, esses planos são bem detalhados,

especificam as atividades, visando a atingir as estratégias estabelecidas no plano de

marketing e servem como base para as demais atividades da empresa.

Com base no que foi apresentado sobre o plano de marketing, como

conceitos e características, será também descrito como se compõe a estrutura do

plano de marketing.

40

2.8.1 Estrutura do plano de marketing

Conforme Las Casas (1999), nas empresas de grande porte se faz necessária

a elaboração de um plano mais sofisticado, com maior grau de detalhamento, que

responda às necessidades empresariais. Já nas pequenas empresas, o plano

deverá ser realizado de maneira mais simples e eficaz possível, respeitando os

recursos disponíveis e atendendo as suas necessidades de maneira clara e sucinta.

Segundo Westwood (1996), a estrutura completa seria apropriada para o

plano global de marketing da empresa e outros planos de marketing mais

importantes. O plano de marketing básico seria mais apropriado para mercados com

um único produto.

De acordo com Las Casas (1999, p. 34), “Existem algumas diferenças, quanto

a alguns detalhes de informação, mas a formatação básica dos planos é muito

semelhante entre si”.

Logo abaixo, segue o Quadro 1 com a divisão estrutural do plano de

marketing. Segundo Kotler (2009),

I. Sumario executivo e índice de conteúdo

Apresenta uma breve visão do plano proposto

II. Situação atual de marketing Apresenta dados históricos relevantes sobre o mercado, produto,

concorrência, distribuição e macroambiente.

III. Análise de oportunidades e assuntos Identifica as principais ameaças/oportunidades, forças/fraquezas

e assuntos relativos ao produto.

IV. Objetivos Define as metas financeiras e de marketing do plano em termos

de volume de vendas, participação de mercado e lucros.

V. Estratégia de marketing Apresenta a abordagem ampla de marketing do plano será usada

para atingir os objetivos do plano.

VI. Programas de ação Apresenta programas de marketing especiais preparados para

atingir os objetivos do plano.

VII. Demonstração de resultado projetado

Prevê o resultado financeiro esperado do plano.

VIII. Controles Indica como o plano será monitorado.

Quadro 1 – Conteúdo de um plano de marketing.

Fonte: Kotler, 2009, p.100.

41

A seguir, serão apresentadas todas as partes que compõem a estrutura de

um plano de marketing, que segundo Westwood (1996) são: sumário executivo,

análise da situação de marketing, análise ambiental, objetivos, estratégias, plano de

ação, orçamento e controle.

O Plano de Marketing apresenta muitas vantagens para as empresas, já que

se referem às informações sobre o ambiente interno e externo, ameaças e

oportunidades. Assim, tornam-se um modelo muito importante para as empresas

conseguirem mais vantagens sobre seus concorrentes. Sendo assim, todas as

empresas que optarem por esse plano estarão mais perto de realizar grande parte

dos seus objetivos empresariais.

2.8.1.1 Sumário Executivo

Para Westwood (1996) o sumário executivo permite aos administradores

examinar, rapidamente, os tópicos do plano e saber sobre o que é abordado. Seu

conteúdo é descrito, de forma resumida, sobre o que o plano se propõe a realizar e

a maneira de como irá realizá-lo.

2.8.1.2 Situação atual de marketing

Para Westwood (1996, p. 84) “Concluir a pesquisa de marketing e coletar os

dados históricos sobre sua companhia e seus produtos é apenas o primeiro passo.”

Portanto,

Você precisa analisar essa informação e apresentá-la de uma forma que possa ser usada para planejar. Antes que possa determinar seus objetivos de marketing e as estratégias futuras, você precisa entender claramente a posição atual de sua companhia e de seus produtos de mercado. Essa análise revê o clima econômico e comercial, compara a companhia com seus concorrentes, identifica as oportunidades e ameaças, examina as potencialidades e fragilidades da empresa (WESTWOOD, 1996, p. 84).

42

Segundo Kotler (2009), esta seção do plano apresenta os dados históricos

sobre a concorrência, o mercado, produto, a distribuição e o macro ambiente. Esses

dados são retirados dos arquivos do administrador de vendas para serem incluídos

no plano. Neles, é especificada a situação do mercado, a situação do produto, a

situação da distribuição e a situação do macro ambiente.

Nos dados da situação do mercado, são descritas informações sobre o

mercado alvo, o seu tamanho e o seu crescimento (em unidades e/ou dólares), nos

anos anteriores e os segmentos demográficos. Nessa descrição, também são

apresentadas as necessidades, percepções e tendências do comportamento do

consumidor em suas compras.

A situação do produto é responsável pela demonstração dos preços, pelas

margens de contribuição, lucro líquido e vendas dos produtos. O lucro líquido é

demonstrado ao longo dos anos anteriores e deve ser apresentado o percentual de

lucro para cada produto que se destaca do portfólio. Na situação competitiva são

apresentados os concorrentes e suas características, como seus tamanhos,

percentual de participação no mercado, suas metas, seus produtos e qualidade,

suas estratégias de marketing, entre outras. Na situação da distribuição, aborda-se

sobre o tamanho dos diversos canais de distribuição adotados pela organização e a

importância individual que cada um possui. De acordo com Kotler (2009, p. 102),

“esta seção apresenta dados sobre a dimensão e importância de cada canal de

distribuição”.

A situação atual de marketing tem como uma de suas funções, a busca de

informações sobre concorrentes, a coleta de dados sobre o mercado e sobre a

distribuição. Essa parte do plano é muito importante para obter informações sobre o

ambiente externo. A seguir será apresentada a análise ambiental.

2.8.1.3 Análise Ambiental

Conforme Las Casas (1999, p. 56), “a análise ambiental é o primeiro passo

para desenvolver um plano de marketing.” Sendo que,

43

O planejador deve procurar nos fatos externos uma fonte de inspiração para seu plano. Os caminhos que surgem ou alteram, com o passar do tempo, são dos mais variados possíveis. Com essas mudanças é que ocorrem as ameaças e oportunidades nos ambientes de diferentes setores. Frequentemente, as oportunidades para alguns podem ser ameaças para outros (Las Casas, 1999, p. 56).

Segundo Las Casas (1999), primeiramente, deverá ser realizada uma análise

ambiental da empresa, em seu ambiente interno e externo, a fim de ser dado o

primeiro passo para a realização do plano de marketing. Para elaborar o seu plano,

o pesquisador deverá procurar, nos fatos externos, fatores que o inspirem.

Conforme citado anteriormente, deverá ser realizada a análise interna e

externa.

a) Análise externa

A empresa deverá fazer a análise do macro ambiente em que está inserida, a

fim de identificar as suas ameaças e oportunidades. O macro ambiente possui

diversos fatores que interferem nas empresas como: fatores econômicos, culturais,

tecnológicos, políticos, sociais, entre outros.

Essa análise, segundo Las Casas (1999, p. 57), “visa identificar quais são as

principais variáveis de marketing, que afetam o negócio da empresa e, a partir disso,

desenvolver estratégias voltadas para a eliminação desses fatores”. Sendo que,

Todos os fatores que interferem e interagem no desempenho de uma empresa representam os fatores ambientais no mundo dos negócios. Assim, leis, economia, tecnologia, concorrência, entre outros, são variáveis de um ambiente empresarial. Como os efeitos de cada uma dessas variáveis são diferentes de acordo com o mercado de atuação, constata-se que cada ramo de negócios tem seu próprio ambiente (LAS CASAS, 1999, p. 57).

b) Análise interna

Depois de comentada a análise externa, deverá ser realizada a análise

interna na empresa, com o objetivo de observar quais são as suas forças e

fraquezas. Este tipo de análise é feita a partir da observação das informações

históricas disponíveis na empresa como: pedidos e margem de lucro de cada

44

produto, totais gerais de vendas de cada produto, evolução das vendas e demais

dados das vendas.

Em síntese, conforme Las Casas (1999) é realizada uma análise minuciosa

na empresa, através de todos os seus dados, a fim de descobrir o seu estado atual,

para que seja possível definir os objetivos e traçar estratégias para atendê-los.

A seguir, serão apresentadas as duas divisões da análise ambiental.

Primeiramente, serão abordados os conceitos das ameaças e oportunidades da

empresa e, em seguida, serão apresentados os pontos fortes e fracos da empresa.

2.8.1.4 Análise Ambiental: Ameaças e Oportunidades

Segundo Westwood (1996), oportunidade é algo que pode vir a ser explorado

a favor da empresa, de forma que poderia ser um dos seus pontos fortes ou, um dos

pontos fracos de um concorrente. As ameaças podem ser descritas, de acordo com

os exemplos utilizados pelo autor em seu livro, como sendo tudo o que atrapalhe os

interesses da empresa e podem ser já existentes ou surgirem no futuro.

De acordo com Ambrósio (1999), as oportunidades e ameaças pertencem à

análise do macro ambiente da empresa. Segundo o autor, as oportunidades são

denominadas como variáveis incontroláveis, que dependem do mercado e dos

fatores externos à empresa. As ameaças também possuem como referência o

mercado e se relacionam com os fatores externos, que não dependem da empresa.

A análise ambiental é muito importante para as empresas, pois através da

coleta de dados é possível analisar o ambiente interno, que é a área administrativa

da empresa, com suas forças e fraquezas, e o ambiente externo, que analisa o

mercado como um todo: concorrência, clientes e produtos que estão em falta, para

depois formular uma estratégia. A seguir, será apresentada a análise ambiental com

seus pontos fortes e fracos.

45

2.8.1.5 Análise Ambiental: Pontos Fortes e Fracos

Segundo Las Casas (1999, p. 66), “pontos fortes são todos os fatores que

apresentam vantagem competitiva da empresa em relação aos concorrentes ou ao

exercício de qualquer atividade.” Portanto,

Um ponto forte pode ser capacidade administrativa diferenciada, muitos recursos financeiros ou humanos, domínio de tecnologia etc. Pontos fracos são todos os aspectos que interferem negativamente nesta capacidade. Portanto, uma oportunidade em determinado mercado poderá ser aproveitada mais favoravelmente por alguma empresa que tenha vantagem sobre a outra (LAS CASAS, 1999, p. 66).

Para Las Casas (1999), a partir da definição dos pontos fortes e fracos, será

possível identificar as oportunidades ou delimitar os objetivos. Será possível

comparar a empresa junto aos seus concorrentes, visualizar onde ela está sendo

ineficiente e onde tem grande potencial. É o seu verdadeiro espelho, onde é possível

enxergar a sua imagem refletida, com seus defeitos e belezas, e através dessa

visão, será possível determinar os seus objetivos e as suas estratégias. De acordo

com Las Casas (1999, p. 67), “torna-se necessário que se faça uma análise dos

pontos fortes e fracos, comparando-se os recursos da empresa com os de seus

concorrentes antes da determinação dos objetivos e das estratégias”.

Após ter sido apresentada a Análise Ambiental, será abordada a próxima

etapa do plano que é a elaboração dos objetivos. No próximo subcapítulo será

apresentada e conceituada esta parte do plano.

2.8.1.6 Objetivos

Os objetivos, segundo Westwood (1996), são onde a empresa pretende

chegar com o seu plano de marketing. Os objetivos, no plano, ditam a direção até

onde a organização quer chegar. Para atingir os seus objetivos, a empresa faz uso

das estratégias. Para Westwood (1996) os objetivos são aquilo que se quer

conseguir; as estratégias são como se vai chegar lá. Portanto há estratégias em

46

todos os níveis dentro da companhia, dos níveis mais altos da gerência corporativa

aos níveis mais baixos da companhia.

Para Las Casas (1999), antes de serem definidos os objetivos, deverá ser

descrita a missão da empresa, se a mesma não a possuir. Pois, a missão descreve

a razão de sua existência e qual o rumo que pretende tomar. Na maioria dos casos,

a missão é definida de acordo com o que a empresa se propõe a realizar no

mercado, através de seu ramo de atuação e do mercado em que atua. Já deve estar

definida antes de serem estabelecidos os objetivos, para esclarecer o que a

empresa está se propondo a fazer no mercado. Desta maneira, fica mais claro para

o planejador estabelecer os objetivos no plano.

Para Las Casas (1999), os objetivos são divididos em quantitativos e

qualitativos, pelas quais poderão ser expressos em números, procedimentos ou

percentuais. Para se obter um melhor entendimento sobre o assunto, os dois serão

descritos na sequência, de acordo com os comentários do autor.

a) Objetivos quantitativos

Objetivos quantitativos são todos os que expressam uma quantidade. Pode

ser um valor em vendas, uma parcela de mercado, um aumento no ponto de

distribuição etc. Assim, exemplos de objetivos quantitativos seriam: aumentar as

vendas em 10%, aumentar a fatia de mercado de 5% para 15%, aumentar pontos de

venda de 120 para 300.

b) Objetivos qualitativos

Neste caso, os objetivos são determinados por uma qualidade específica,

como melhorar a imagem da empresa, treinar os vendedores, capacitar as

recepcionistas.

Os objetivos são fatores importantes na obtenção dos resultados, pois eles

expressam uma quantidade ou qualidade que se quer atingir. Como no exemplo: a

empresa pretende treinar seus funcionários para aumentar a produção, qualidade x

quantidade.

Depois de comentado sobre os objetivos, a seguir é apresentado um sub-

capítulo sobre as estratégias.

47

2.8.1.7 Estratégias

Para Westwood (1996), as estratégias são os métodos escolhidos para

alcançar os objetivos específicos do plano de marketing. Conforme Churchill, Gilbert

e Peter (2000, p.90), “estratégias tem sucesso quando levam a empresa a alcançar

seus objetivos”.

De acordo com o conceito de Richers (2000, p. 29), “estratégia é a busca de

um caminho para a empresa como um todo”. Cada vez mais, as empresas

modernas estão sendo pressionadas pelo mercado globalizado, pela concorrência

ferrenha e falta de tempo. Sendo assim, os profissionais de marketing estão cada

vez mais práticos, ou seja, não tem dado muita importância para os conceitos

teóricos, que são cada vez mais complexos. Os profissionais estão focando o dia a

dia das suas organizações, utilizando estratégias personalizadas para suas

empresas.

Sendo que, conforme Richers (2000), a estratégia não possui outros

objetivos, se não o de fazer sua operação funcionar no nível tático. No marketing de

guerra, a propaganda é uma das principais táticas, para fazer com que o consumidor

adquira o seu produto e que a empresa se diferencie dos seus concorrentes. A

organização que não primar por boas táticas nessa área, estará em desvantagem

perante bons estrategistas de marketing que os concorrentes possam possuir,

enquanto você não souber usar a propaganda em nível tático, estará em grande

desvantagem como estrategista de marketing.

Segundo Las Casas (2001), uma boa estratégia de marketing é aquela que

prevê o contra-ataque do concorrente. Como, por exemplo, diminua pela metade os

seus preços que, provavelmente, seu concorrente irá realizar alguma reação visando

a se defender ou a atacar. Eles irão investir fortemente e farão sacrifícios para

preservar o que possuem mais do que qualquer nova conquista.

Para Westwood (2004, p. 144), “as estratégias podem vir de diferentes fontes

e é aconselhável que as empresas estimulem seus executivos de marketing a

pensar em todas as formas possíveis de se gerar estratégias potenciais.” Portanto,

48

Quando a lista de estratégias alternativas tiver sido preparada, elas devem ser avaliadas para que se possa determinar qual delas cumprirá melhor os objetivos. Você também deve determinar quais estratégias podem ser mais bem implementadas com os recursos e as capacidades que sua companhia tem (WETWOOD, 2004, p. 144).

As estratégias são os principais meios de se atingir os objetivos, pois é um

dos pontos mais importantes do plano de marketing, em que a empresa buscará, na

estratégia, a melhor maneira de alcançar os ideais.

Logo a seguir, será apresentado o plano de ação.

2.8.1.8 Plano de Ação

No plano de ação é descrito um resumo de todas as atividades que deverão

ocorrer para que se atinjam os objetivos do negócio. É como se fosse um

cronograma de atividades. Segundo Las Casas (1999, p.114), “uma das principais

etapas de um plano de marketing é o plano de ação”. O autor comenta que, cada

atividade proposta pelo plano de ação, deve contar com um funcionário ou setor

responsável.

Segundo Kotler (1998), os planos de ação devem ser escritos de maneira a

responder as perguntas: o que será realizado? Quando será realizado? Quem fará?

Quanto irá custar?

Westwood (1996) comenta que cada plano de ação deve incluir:

� Posição – onde você se encontra agora

� Metas – o que fazer / aonde você pretende chegar

� Ação – o que você precisa fazer para chegar lá

� O responsável – quem o fará

� Data de início

� Data de término

� Custo estabelecido no orçamento

O Plano de Ação é um cronograma que estabelece como e por quem será

realizado; é um meio de decidir o que e como fazer para atingir os objetivos.

49

A seguir será apresentado o orçamento.

2.8.1.9 Orçamento

Para um entendimento do orçamento de marketing, há a necessidade de se

entender o processo de orçamento de uma empresa, que segundo Las Casas (1999,

p. 124), “é um documento que serve como uma espécie de manual de conduta ao

longo do tempo, que é utilizado para avaliar qual a situação da empresa perante os

índices financeiros e de marketing”.

Após ser elaborado o orçamento, deverão ocorrer análises, pela alta gerência,

para verificar a viabilidade de sua aplicação. Conforme Kotler (1998, p.104), “depois

de preparado o orçamento, a alta administração o examinará para aprová-lo ou

modificá-lo”.

O orçamento é uma parte muito importante do plano de marketing, pois é um

documento que avalia a situação da empresa, além de ser um manual de conduta

que serve para identificar a situação da empresa no índice financeiro.

Depois de apresentado o orçamento, a seguir será abordado outra parte

importante da estrutura do plano, o Controle.

2.8.1.10 Controle

De acordo com a estrutura do plano de marketing proposto por Kotler (1999),

esta é a última seção do plano de marketing. Nela, são apresentados os controles

que irão monitorar o desenvolvimento do plano.

Segundo Westwood (1996, p. 255), “o sistema de controle deve ser fácil de

operar e deve permitir variações razoáveis dos padrões antes de entrar em ação.” O

sistema de controle deve ser de fácil abordagem operacional. Quando forem

detectadas irregularidades, essas deverão ser investigadas e, as causas do

problema, determinadas antes de ser tomada uma ação que a corrija.

50

Para uma empresa funcionar corretamente, é preciso controle, pois quando

encontrar algo errado na empresa, como irregularidades, fraudes e roubos, torna-se

fácil encontrar o erro.

51

3 METODOLOGIA

Neste capítulo tem-se a metodologia como instrumento que preconiza uma

série de regras, que através delas serão definidos os conhecimentos e resultados a

serem obtidos. Segundo Gil (2010, p.25), a pesquisa “possibilita melhor organização

dos fatos e consequentemente o seu entendimento”.

De qualquer forma não existe um método mais adequado para formular

qualquer projeto de pesquisa, mas segundo Roesch (2007, p.126), “espera-se que

este seja coerente com a maneira como o problema foi formulado, com objetivos do

projeto e outras limitações práticas de tempo, custo e disponibilidade de dados”.

Assim tem-se a certeza que todos os estudos utilizam algum tipo de metodologia.

3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO A NATUREZA

A maneira mais tradicional de conceituar uma pesquisa quanto a sua natureza

é a que estabelece duas grandes categorias, que são denominadas de básica e

aplicada.

A pesquisa de natureza básica é conceituada por Prodanov e Freitas (2009,

p.62) quando “objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência

sem aplicação prática prevista”. Portanto pode-se dizer que a pesquisa básica visa

gerar conhecimento, sem a preocupação com seus possíveis benefícios e sem

finalidades imediatas.

Já a pesquisa de natureza aplicada “objetiva gerar conhecimentos para

aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos”, de acordo com os

conceitos de Prodanov e Freitas (2009, p.62). Pode-se afirmar que uma pesquisa

aplicada gera produtos e/ou serviços, e são voltadas à aquisição de conhecimentos

para à aplicação numa situação específica, com finalidades imediatas.

Este trabalho é de natureza aplicada, pois utiliza todos os estudos elaborados

no referencial teórico com a finalidade de resolver problemas identificados no

mercado consumidor de pães, para se obter o melhor resultado no plano de

marketing que está sendo apresentado.

52

3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS

O tipo de pesquisa utilizada neste estudo é classificada como exploratória

pelo fato de proporcionar maior entendimento com o problema, visando torná-lo mais

claramente compreendido para se construir hipóteses.

A pesquisa exploratória é conceituada por Acevedo e Nohara (2007, p. 46)

para “proporcionar maior compreensão relacionados do fenômeno que está sendo

investigado, permitindo assim que o pesquisador delineie de forma mais precisa o

problema.”

Pode-se afirmar ainda que planejamento de uma pesquisa exploratória pode

ser muito flexível, devido a necessidade de considerar os mais variados aspectos do

fenômeno ou fato que está sendo estudado.

Considerando estas observações sobre as particularidades da pesquisa

exploratória, este estudo caracteriza-se, portanto como exploratório por buscar um

maior entendimento e conhecimento sobre o mercado consumidor de pães

tradicionais e diferenciados, assim como entender a elaboração de um plano de

marketing para este mercado.

Além de ser uma pesquisa exploratória, é também uma pesquisa descritiva.A

pesquisa descritiva, segundo Gil (2010, p.26), “têm como objetivo a descrição das

características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a

finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

Segundo Prodanov e Freitas (2009, p.63), “nas pesquisas descritivas, os fatos

são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o

pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano

são estudados”.

Este estudo é considerado uma pesquisa descritiva, pois expõe as

características do setor de panificação e seu respectivo mercado consumidor

através da opinião de empreendedores do setor, bem como a utilização de

pesquisas mercadológicas e levantamentos sócios econômicos, tornando a

elaboração do plano de marketing mais próximo da realidade do mercado

consumidor de panificados.

53

3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS

Em relação aos meios da pesquisa tem-se a utilização do levantamento

bibliográfico para a definição e estudos de empreendedorismo, marketing e plano de

marketing. Além de pesquisa de campo por meio de entrevistas.

Segundo Acevedo e Nohara (2007, p. 48), “ o levantamento bibliográfico

consiste na busca de estudos anteriores que já foram produzidos por outros

cientistas e que geralmente são publicados em livros ou artigos específicos.”

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado, tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, comodiscos, fitas magnéticas, CDs, bem como material disponibilizado pela internet (GIL, 2010, p.29).

Para elaboração desta pesquisa bibliográfica, teve-se a preocupação e o

cuidado de somente usar dados verídicos e de procedência, para se evitar qualquer

tipo de informação não realista. Segundo Gil (2010, p. 30), “convém aos

pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos,

analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou

contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.”

A pesquisa bibliográfica foi especialmente útil na elaboração do referencial

teórico deste estudo, assim como na descrição do mercado de panificação e seus

consumidores.

A pesquisa de campo também foi usada, conforme Gil (2002, p.53), “o estudo

de campo procura muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a

distribuição das características da população segundo determinadas variáveis”.

A pesquisa de campo focou-se principalmente na aplicação de entrevistas

não estruturadas, por utilizar mais as técnicas de observação do que de

interrogação.

Sendo assim, a estruturação do plano de marketing, objetivo principal deste

estudo que foi desenvolvido, se baseou principalmente nos autores Westwood

(1996), Kotler (2009) e Las Casas (2004).

54

3.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados segundo Gil (2010, p.29) “é elaborada com o propósito de

fornecer fundamentação teórica ao trabalho, bem como a identificação do estágio

atual do conhecimento referente ao tema”, neste trabalho se dá por meio de

pesquisas bibliográficas em livros conforme referencial teórico, revistas, sites

especializados em panificação, Sindicato dos Panificadores do Rio Grande do Sul –

SINDIPAN-RS, revistas especializadas em panificação. O perfil do consumidor de

pães foi elaborado a partir das informações do SINDIPAN-RS, IBGE, ABIP

(Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria), entre outras fontes.

Também foram utilizadas neste trabalho, entrevistas não estruturadas com o

presidente do SINDIPAN-RS o senhor Arildo Benech de Oliveira e com o diretor

comercial da Gula Alimentos o senhor Marcos Dionísio Casagrande, relatando

tendências do mercado panificador e as vantagens dos pães tradicionais e especiais

numa loja de pães.

O autor deste estudo atua na empresa Gula Alimentos e tem experiência no

setor panificador desde 2003 e assim também colaborou no fornecimento de

informações pertinentes.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

A análise de dados se deu de forma qualitativa, tornando a pesquisa o mais

realista possível, pois está sendo feita a relação entre o mercado real e subjetividade

deste plano.

Segundo Prodanov e Freitas (2009, p.81), “a interpretação dos fenômenos e a

atribuição de significados são básicas no processo de qualitativa”, não necessitando

o uso de métodos e técnicas estatísticas.

Contudo esta pesquisa analisou de forma descritiva, o máximo de elementos

existentes na realidade estudada no mercado atual, de forma que se tenha o melhor

processo e análise de forma indutiva, mas realista. Apesar do uso de dados

55

estatísticos do dimensionamento do setor de panificação, este estudo ainda se

caracteriza como essencialmente qualitativo.

56

4 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE MARKETING DA BOUTIQUE DO PÃO

Neste capítulo será apresentado o plano de marketing para uma futura loja de

pães tradicionais e especiais. Descreve-se o mercado de panificação do âmbito

internacional, nacional, regional sul e estadual, faz-se a análise de mercado, a

análise concorrencial local, a identificação dos grupos estratégicos define-se os

princípios norteadores, os papéis de compra, a segmentação do mercado, o mix de

marketing e a marca.

No Quadro 2 é apresentado um resumo de como o presente plano de

marketing da Boutique do Pão foi estruturado baseando-se no referencial teórico

apresentado.

Situação atual do mercado Apresenta análise do mercado de pães

no mundo, Brasil e Rio Grande do Sul,

num contexto de macroambiente para

microambiente.

Análise do Mercado Identifica através da matriz SWOT as

principais forças e fraquezas

relacionadas ao ambiente interno e as

principais ameaças e oportunidades

relacionadas ao ambiente externo.

Análise da Concorrência Analisa a concorrência local.

Estratégia de marketing Identifica os grupos estratégicos, os

princípios norteadores, os papéis de

compra (Kotler, 2009), segmentação do

mercado e o posicionamento pretendido.

Programas de ação Mix de Marketing, produto, preço, ponto

e promoção

Quadro 2 – Conteúdo do plano de marketing da Boutique do Pão

Fonte: Elaborado pelo autor.

57

4.1 MERCADO DE PÃES NO MUNDO, BRASIL E RIO GRANDE DO SUL

Segundo dados ABIP (Associação Brasileira das Indústrias de Panificação e

Confeitaria), o setor de panificação registrou, nos últimos 6 anos, um vertiginosa

expansão e comemora os bons números. No Brasil existem cerca de 63 mil

panificadoras, que recebem diariamente 42 milhões de brasileiros, com um

faturamento do setor em 2010 foi de R$ 56,3 bilhões. Os produtos da indústria de

panificação respondem por 2% do PIB nacional. Considerando os produtos de

revenda, esse número salta para 3%. Os produtos panificados representam 10% do

consumo de alimentos do país.

As transformações percebidas nas empresas de panificação e confeitaria vêm

se refletindo nos resultados observados nos últimos anos. De acordo com a mesma

pesquisa, os novos serviços introduzidos no setor, principalmente aqueles ligados à

Administração e incentivando o foodservice7 foram responsáveis por cerca de 60%

do crescimento identificado. Assim, a criação de áreas para café, restaurantes,

lanchonetes, produtos assados na hora, além de novos produtos e variações de

receitas vem tornando as padarias em verdadeiros “Centros Gastronômicos”,

capazes de receber e suprir os clientes em vários de seus momentos de compra.

A seguir na Tabela 1, observa-se o número de padarias por estado.

7Mercado de alimentação fora do lar.

58

ESTADO NÚMERO DE PADARIAS São Paulo 12.764 Rio de Janeiro 7.400 Rio Grande do Sul 6.068 Minas Gerais 5.455 Santa Catarina 4.170 Paraná 3.771 Rio Grande do Norte 3.279 Bahia 2.393 Goiás 1.991 Maranhão 1.938 Alagoas 1.782 Pernambuco 1.633 Espírito Santo 1.434 Ceará 1.363 Paraíba 1.247 Distrito Federal 1.106 Pará 1.105 Sergipe 963 Mato Grosso 801 Piauí 590 Amapá 521 Amazonas 509 Mato Grosso do Sul 284 Acre 202 Tocantins 173 Rondônia 167 Roraima 91

Tabela 1 – Quantidade de padarias por estado em 2010.

Fonte: PROPAN, 2011

Pode-se observar que o Rio Grande do Sul está em destaque, pois ocupa a 3ª

posição, ficando atrás de SP e RJ. E que o maior número de padarias está nas

regiões mais desenvolvidas do Brasil.

A seguir apresenta-se o Gráfico 1 mostrando o crescimento da Panificação

em 2010, comparado a outros setores ligados à alimentação e varejo.

59

* GPA – Grupo Pão de Açúcar sem Ponto Frio / ** Expectativa dos setores Gráfico 1 – Comparativo do crescimento do setor de panificação frente a outros setores

Fonte: PROPAN, 2011

Observa-se no Gráfico 1 que as empresas panificadoras registram um

crescimento maior que concorrentes diretos, mostrando que o setor de panificação

está em crescimento acelerado podendo gerar muito mais lucratividade ao

empreendedor do setor.

As vendas de produção própria, ou seja, pães representam a maior parte do

volume de faturamento, R$ 27,60 bilhões. O volume de faturamento abarca,

inclusive, os cerca de 20% de empresas informais que compõem o setor. A Tabela 2

mostra os números de faturamento por departamento.

Volume de faturamento por departa mento – Panificação e Confeitaria 2010 Faturamento R$ 56,3 bilhões Número de lojas 63.200

Volume de vendas por departamento

Mercearia R$ 5,06 bilhões Bebidas R$ 5,63 bilhões Frios R$ 3,38 bilhões Congelados R$ 1,68 bilhões Laticínios R$ 3,93 bilhões Cigarros R$ 3,36 bilhões Bomboniére R$ 1,68 bilhões Sorvetes R$ 1,13 bilhões Produção Própria R$ 27,60 bilhões Leites R$ 2,85 bilhões

Frequentadores das lojas / dia 42,25 milhões Tabela 2 – Volume de faturamento por departamento em panificadoras em 2010.

Fonte: PROPAN, 2011

60

Pode-se observar na Tabela 2 que as padarias estão mudando a forma de

postura perante o mercado, deixando de ser uma simples loja que vende pães, mas

sim um lugar onde os clientes poderão montar um café da manhã ou até mesmo sua

refeição principal. Segundo pesquisa da ABIP, em 11 capitais brasileiras detectou-se

que o principal ponto que orienta as novas posturas do setor é a diversidade de

produtos oferecidos, a apresentação, atenção e presteza de quem os atende.

Segue abaixo Tabela 3, com a classificação das padarias por faturamento.

Classificação das Empresas por Faturamento Faturamento/Mês Percentual (%)

Até 34.000,00 8,84 De 34.000,00 a 46.000,00 20,35 De 46.000,00 a 67.000,00 31,87 De 67.000,00 a 108.000,00 24,70 De 108.000,00 a 160.000,00 8,84 Acima de 160.000,00 5,40

Tabela 3 – Classificação das empresas de panificação por faturamento em 2010.

Fonte: PROPAN, 2011

Observa-se pelo percentual de padarias por faturamento apresentada na

Tabela 3, que em sua grande maioria são micro e pequenas empresas, buscando

seu espaço no mercado emergente de pães.

No Gráfico 2 se tem o porte das empresas de panificação baseada no número

de empregados.

Gráfico 2 – Porte das empresas de panificação por numero de empregados

Fonte: PROPAN, 2011

61

No Gráfico 2, pode-se observar que um terço das empresas de panificação

tem de 13 a 16 colaboradores, e segundo dados do PROPAN tem uma

produtividade média de 700 Kg / mês por colaborador.

Outro aspecto de destaque diz respeito aos empregos gerados pelo setor.

Segundo pesquisas realizadas pelo PROPAN, em 2010, houve um aumento de

3,40% no número de postos gerados. Isso representa 25 mil funcionários

contratados pelas padarias em 2010. Assim, o setor gera cerca de 758 mil empregos

diretos e 1,8 milhão de forma indireta. Contudo, ainda se percebe uma defasagem

de cerca de 25 mil postos no setor, donde se conclui que este número poderia ser

maior, caso houvesse maior investimento em qualificação de mão-de-obra.

A seguir na Tabela 4, tem-se o comparativo dos últimos 5 anos de

crescimento do setor de panificação no Brasil.

2006 2007 2008 2009 2010 Faturamento

(%) 6,9% 13,25% 11,04% 12,61% 13,7%

Fatur amento (R$)

R$ 34,98 bilhões

R$ 39,61 bilhões

R$ 43,98 bilhões

R$ 49,52 bilhões

R$ 56,3 bilhões

Tíquete médio 3,7% 9,1% 9,17% 8,97% 10,9% Fluxo de clientes 2,5% 4,13% 1,71% 1,7% 2,80%

Nº de funcionários 1,5% 4,13% 4,61% 4,6% 3,40%

Tabela 4 – Comparativo anual de crescimento do setor de panificação .

Fonte: PROPAN, 2011

A Tabela 4 mostra um comparativo do setor, a partir de 2006, onde se

percebe um crescimento no tíquete médio do setor e, consequentemente, aumento

de faturamento. Isso reflete os resultados obtidos a partir dos investimentos em

novos modelos de serviços e linhas de produtos, ajudando a consolidar a maior

presença das empresas de panificação e confeitaria no cotidiano dos brasileiros.

Contudo afirma-se que o cliente busca cada vez mais comodidade tanto para

comprar quanto consumir os produtos que compram. E com as padarias e

confeitarias oferecendo maior variedade de serviços, a frequência de visitas tem

aumentado, movimentando este ciclo de crescimento. Também conforme dados do

PROPAN o Tíquete médio (média de compra por cliente) varia entre R$2,30 a

R$26,00, sendo que a maioria fica entre R$3,50 e R$7,00. Mas também se observa

62

que o fluxo de clientes não aumentou tanto frente ao gasto médio, ou seja, o

aumento do poder aquisitivo dos brasileiros também vem contribuindo para o

crescimento do setor de panificação no Brasil.

Segue abaixo a Tabela 5 onde consta a despesa monetária e não monetária

média mensal familiar com alimentação no Brasil.

Tabela 5 – Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com alimentação, por

classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com

indicação do número e tamanho médio das famílias - Brasil - período 2008-2009.

Fonte: IBGE

Observa-se na Tabela 5 que as famílias de menor renda gastam

proporcionalmente mais em pão francês do que as famílias de maior renda, sendo

que as de maior renda acabam gastando mais com outros panificados por se

tratarem de produtos de valor agregado maior que o pão francês que é o mais

barato de todos os panificados. Mas de qualquer forma o pão francês continua

sendo o produto preferido de todas as classes sociais do Brasil.

Abaixo a Tabela 6 mostra a aquisição alimentar domiciliar per capita anual no

Brasil.

Tipos de despesa, número e tamanho médio das famílias

Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com alimentação (R$)

Total

Classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar (1)

Até 830 (2) Mais de 830 a 1 245

Mais de 1 245 a 2 490

Mais de 2 490 a

4150

Mais de 4 150 a 6 225

Mais de 6 225 a 10 375

Mais de 10 375

Panificados 30,25 17,32 23,37 29,64 37,62 43,27 49,72 58,90 Pão francês 14,40 8,84 12,69 15,47 17,92 18,22 18,20 18,83 Biscoito 7,80 5,70 6,33 7,47 9,10 10,82 11,47 13,04 Light e diet 0,27 0,04 0,04 0,11 0,36 0,37 1,12 2,07 Outros panificados 7,79 2,74 4,31 6,59 10,23 13,87 18,93 24,96

Número de famílias 57816604 12503385 10069184 16972311 8890463 4181485 2994837 2204938

Tamanho médio da família (pessoas)

3,30 3,07 3,18 3,38 3,42 3,48 3,47 3,30

63

Tabela 6 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por classes de rendimento total e variação

patrimonial mensal familiar, segundo os produtos - Brasil - período 2008-2009.

Fonte: IBGE

Pode-se observar na Tabela 6 que o consumo de pães em geral da classe de

rendimento alto é o dobro que nos de rendimento mais baixo, porém o consumo de

pão francês não segue esta lógica, por ser um produto de menor valor ao Kg,

possibilita as classes de menor rendimento, maior quantidade de pão, com menor

gasto em dinheiro.

Segue abaixo a Tabela 7, onde se tem o consumo per capita de pães no

mundo.

Produtos

Aquisição alimentar domiciliar per capita anual (kg)

Total

Classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar (1)

Até 830 (2)

Mais de 830 a 1 245

Mais de 1 245 a2 490

Mais de 2 490 a4 150

Mais de 4 150 a6 225

Mais de 6 225

Panificados 21,508 15,270 19,218 21,397 24,690 26,021 30,364 Pães 15,824 10,568 14,242 16,163 18,548 18,974 21,711 Pão caseiro 0,328 0,174 0,241 0,447 0,394 0,346 0,306 Pão de forma de padaria

0,098 0,041 0,068 0,105 0,144 0,135 0,147

Pão de forma industrializado

0,855 0,192 0,429 0,706 1,221 1,593 2,311

Pão de milho 0,118 0,080 0,103 0,099 0,141 0,173 0,205 Pão de queijo 0,185 0,061 0,098 0,151 0,273 0,302 0,475 Pão doce 0,890 0,359 0,548 0,746 1,060 1,487 2,348 Pão francês 12,529 9,159 12,174 13,227 14,412 13,760 13,964 Pão integral 0,191 0,040 0,079 0,109 0,256 0,335 0,757 Torrada 0,071 0,028 0,034 0,064 0,081 0,108 0,202 Outros 0,558 0,435 0,467 0,508 0,566 0,735 0,997

64

Consumo Mundial de Pão

Países Consumo

Chile 98

Alemanha 91

Suíça 84

Hungria 80

Dinamarca 74

Argentina 73

Bélgica 71

Portugal 70

Polônia 68

Irlanda 65

Itália 60

Holanda 58

França 56

Espanha 53,8

Uruguai 51

Finlândia 47

Brasil 33,5

Irlanda 33

México 32,5

Colômbia 26

Venezuela 19

Tabela 7 – Consumo per capita de pães no mundo.

Fonte: Dados obtidos em reuniões da UIB – Unión

International de la Boulangerie e da CIPAN –

Confederación Interamericana de la Industria del Pan.

Nota-se que o Brasil ocupa a 17ª posição na Tabela 7. Segundo a ABIP, são

diversos os fatores que influenciam o baixo consumo de pão no Brasil, como: hábito

cultural, concorrência com outros produtos, poder aquisitivo populacional, qualidade

e variedade dos produtos, entre outros. Também se pode afirmar que no Brasil

existem grandes diferenças regionais no consumo do pão, pois algumas regiões no

Sul e Leste consomem uma média de 35kgper capita, enquanto no Nordeste só

atinge 10kg per capita. Sendo que esta quantidade representa a metade da porção

recomendada por organismos de alimentação mundiais como a OMS – Organização

Mundial da Saúde, da ONU, que prevê o consumo per capita de 60 kg/ano.

65

Na região sul, conforme dados da ABIP, tem-se 14009 padarias, ou seja,

cerca de 23% das panificadoras do Brasil estão na região sul.

Abaixo na Tabela 8 mostra onde a despesa monetária e não monetária média

mensal familiar, com alimentação na Região Sul.

Tipos de despesa, número e tamanho médio das famílias

Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com alimentação (R$)

Total

Classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar (1)

Até 830 (2)

Mais de 830 a 1 245

Mais de 1 245 a2

490

Mais de 2 490 a4

150

Mais de 4 150 a6

225

Mais de 6 225 a 10 375

Mais de 10 375

Panificados

33,42 17,33 21,11 29,98 41,20 42,35 59,52 63,59

Pão francês

11,52 7,14 8,26 11,30 14,76 13,36 14,16 15,93

Biscoito 8,41 4,43 5,38 7,52 10,75 10,58 13,14 17,10 Light e diet 0,43 0,02 0,08 0,14 0,62 0,65 1,88 1,87 Outros panificados

13,06 5,75 7,38 11,03 15,08 17,76 30,34 28,69

Número de famílias

8898449 1205776 1260443 2986650 1718616 851948 551300 323717

Tamanho médio da família (pessoas)

3,10 2,58 2,89 3,16 3,29 3,36 3,47 3,12

Tabela 8 – Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, com alimentação, por

classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com

indicação do número e tamanho médio das famílias - Região Sul - período 2008-2009.

Fonte: IBGE

A Tabela 8 mostra a mesma tendência do Brasil, que as famílias de maior

renda gastam três vezes mais que as de baixa renda nos panificados em geral,

porém as famílias de baixa renda têm 0,5 pessoas a mais que no Brasil, portanto as

famílias do sul do Brasil acabam gastando mais por pessoa. No pão francês

continua-se a mesma linha de consumo, sendo as famílias de maior renda

consomem o dobro que as de baixa renda. Portanto independentemente de Brasil ou

região sul, o pão francês continua sendo a preferência de todas as classes sociais

do nosso país.

Abaixo a Tabela 9 mostra a aquisição alimentar domiciliar per capita anual na

região Sul do país.

66

Produtos

Aquisição alimentar domiciliar per capita anual (kg)

Total

Classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar (1)

Até 830 (2)

Mais de

830 a 1 245

Mais de

1 245 a2 490

Mais de

2 490 a4 150

Mais de

4 150 a6 225

Mais de 6 225

Panificados 22,917 15,522 16,893 21,514 26,804 24,752 33,511 Pães 15,888 10,583 12,273 15,483 18,471 16,746 21,509 Pão caseiro 1,397 0,669 1,159 1,881 1,452 1,227 0,971 Pão de forma de padaria 0,382 0,113 0,328 0,335 0,530 0,459 0,522 Pão de forma industrializado 1,111 0,459 0,786 0,892 1,379 1,476 2,047 Pão de milho 0,212 0,042 0,119 0,160 0,311 0,233 0,460 Pão de queijo 0,164 0,031 0,040 0,089 0,291 0,289 0,333 Pão doce 1,072 0,509 0,897 0,824 1,115 1,090 2,591 Pão francês 10,103 8,023 8,232 10,038 11,931 9,965 11,460 Pão integral 0,434 0,071 0,125 0,254 0,454 0,880 1,311 Torrada 0,064 0,005 0,004 0,045 0,060 0,079 0,253 Outros 0,949 0,662 0,583 0,966 0,949 1,048 1,560

Tabela 9 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por classes de rendimento total e variação

patrimonial mensal familiar, segundo os produtos - Região Sul - período 2008-2009

Fonte: IBGE

Nota-se na Tabela 9 que a tendência de consumo de pães entre as classes

sociais do sul do Brasil segue os padrões de âmbito nacional, porém na região sul

observa-se que o consumo de pão francês tem uma diminuição de cerca de 1 Kg per

capita por classe social, mas em contra partida os outros pães em especial o pão

integral tem um aumento de consumo per capita maior que no Brasil. Isto se deve

pelo melhor poder aquisitivo da população do sul do país, além de uma forte

mudança de hábitos alimentares, onde os brasileiros estão aprendendo a comer

outros tipos de pães, não só o pão francês, na linha dos pães integrais devido a

grande variedade de sabores e grãos utilizados para fazer estes pães diferenciados

e especiais.

Segue abaixo a Tabela 10, onde se tem a aquisição alimentar domiciliar per

capita anual, com panificados no Rio Grande do Sul.

67

Aquisição alimentar domiciliar per capita anual (kg)

Produtos Total

Forma de aquisição

Monetária Não monetária

Total À vista A prazo Total Doação Produção

própria Outra

Panificados 26,249 25,087 24,896 0,191 1,162 0,463 0,608 0,092 Pães 18,642 17,675 17,586 0,089 0,967 0,367 0,528 0,072 Pão caseiro 0,885 0,335 0,330 0,004 0,551 0,162 0,387 0,001 Pão de forma de padaria 0,571 0,571 0,571 - - - - - Pão de forma industrializado 1,282 1,259 1,237 0,022 0,022 0,007 - 0,016

Pão de milho 0,274 0,262 0,262 - 0,012 0,007 0,006 - Pão de queijo 0,051 0,051 0,051 - - - - - Pão doce 1,149 1,095 1,090 0,005 0,054 0,053 - 0,001 Pão francês 12,637 12,468 12,410 0,058 0,170 0,117 0,004 0,048 Pão integral 0,427 0,424 0,424 - 0,003 0,003 - - Torrada 0,028 0,028 0,028 - - - - - Outros 1,339 1,183 1,183 - 0,155 0,018 0,131 0,006

Tabela 10 – Aquisição alimentar domiciliar per capita anual, por forma de aquisição, segundo os

produtos - Rio Grande do Sul - período 2008-2009

Fonte: IBGE

Na Tabela 10 observa-se que no Rio Grande do Sul tem consumo de

panificados, pães e pão francês per capita consideravelmente superior ao consumo

da Região Sul.

Portanto se o mercado de panificação está cada vez mais aquecido no Brasil,

comprovado por números cada vez mais crescentes, o Rio Grande do Sul com estes

dados apresentados na Tabela 10, tem-se a certeza que os gaúchos são grandes

consumidores de pães e consequentemente um mercado próspero e promissor para

se ter um negócio no ramo da panificação.

E segundo dados do IBGE, a capital gaúcha Porto Alegre tem um consumo

per capita de 28,422 Kg nos panificados e de 22,183 Kg de pão francês, sendo

superior ao consumo de São Paulo capital, onde tem-se o dobro de padarias no

estado São Paulo frente ao Rio Grande do Sul.

O fato é que, o segmento está mais maduro e as padarias, em sua grande

maioria, estão de cara nova, mais modernas, oferecendo aos clientes maiores

opções de produtos e serviços.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e

Confeitaria (ABIP), o maior consumo de produtos de fabricação própria e de

68

produtos relacionados ao foodservice foram os principais fatores que contribuíram

para esse crescimento.

4.2 ANÁLISE DO MERCADO: MATRIZ FOFA (SWOT)

Ter uma forma de analisar o ambiente em que está inserida a loja de pães é

uma arma fundamental para ampliar o ciclo de vida da empresa. Uma das

ferramentas que possibilita esta análise é a matriz SWOT (forças, fraquezas,

oportunidades e ameaças), cujo, o principal objetivo é permitir um olhar prático das

forças que compõem o negócio, possibilitando-se desenvolver e firmar bem a

estratégia empresarial que a empresa irá adotar.

4.2.1 Oportunidades (ambiente externo )

O crescimento do setor de panificação e confeitaria está ligado diretamente às

mudanças de comportamento do consumidor. Seu principal incentivo foi a

implantação do foodservice nas empresas, sendo o responsável por 60% do

crescimento no período segundo dados do PROPAN. Com a agitação da vida

moderna, o novo consumidor tenta otimizar seu tempo adquirindo produtos e

serviços que ofereçam praticidade e facilidade para o seu dia-a-dia. Com este

comportamento, passam a consumir produtos prontos e a fazer suas refeições fora

de casa. Frente a mais este desafio, o setor de panificação se reinventou e passou a

oferecer um mix de produtos e serviços que pudessem atender a esta nova

demanda de consumo.

O crescimento das vendas no comércio varejista foi de 10,9% no país, é o

maior índice acumulado pelo setor, desde 2001, de acordo dados do IBGE. Este

desempenho reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população

decorrente do aumento da massa de salário da economia, obtida pela melhora da

renda e do emprego, e da expansão do crédito, da receita nominal que aumentou

15,6% em dezembro do ano passado, comparado com o mesmo período de 2009.

69

Naquele ano, o índice de crescimento foi de 14,5%. Entre os setores analisados pelo

IBGE, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

venderam 9% a mais em 2010, também em comparação com o ano anterior. Esses

ramos foram responsáveis pelo principal impacto no comércio varejista, equivalendo

a 39,9% da taxa anual do varejo. Este resultado é explicado pela recuperação do

mercado interno frente à crise financeira iniciada no final de 2008, quando a

atividade começou a registrar resultados negativos, devidos principalmente à

valorização do real.

O crescimento econômico de uma cidade é atrativo para migrantes em busca

de melhores condições de trabalho, a vinda destes resulta em maior crescimento

populacional, formando uma população de maior nível educacional e de poder

aquisitivo quanto comparado ao morador do campo, assim, crescem as

oportunidades para venda de pães, principalmente, pães mais elaborados. Como as

classes A e B sempre foram consumidores, representando um consumidor

tradicional dos pães mais elaborados, contudo a classe B teve um incremento muito

grande no consumo de pães especiais. As classes econômicas C e D tiveram um

crescimento, notado nos dois últimos anos, de renda dos consumidores das classes,

e o que se percebeu é que estes aumentaram o consumo de produtos especiais,

principalmente, a classe C. Cada vez mais exigentes os consumidores tem buscado

pães diferenciados e com mais qualidade para o consumo.

4.2.2 Ameaças (ambiente externo)

O mercado de panificação está cada vez mais concorrido devido à mudança

no perfil e do hábito do consumidor, além da abertura indiscriminada de padarias, às

vezes com menos de 50 m de distância entre elas. Grande parte da concorrência

vem, no entanto dos supermercados que utilizam os pães como construtores de

tráfego para atraírem consumidores à sua loja com prática de vendas de pães com

preço abaixo do custo. Também existem padarias e indústrias de pães clandestinas

onde sem nenhuma higiene, regularização, registros contábeis ou trabalhistas,

pagamentos de impostos e taxas, etc. além da apropriação indevida de energias e

70

de água, produzem e vendem em carros ambulantes ou bicicletas. Segundo dados

da ABIP, hoje o mercado clandestino representa até 40% do total do mercado.

A forte dependência do trigo importado utilizado para fazer a farinha, que é a

principal matéria-prima dos panificados, historicamente assombra o setor de

panificação, que vem sofrendo com os aumentos de farinha e energia elétrica, algo

que diminui o lucro das padarias. Hoje, o consumidor além de exigente, está

procurando alguma diferença no preço ou alternativa para reduzir o custo dele.

Segundo dados do presidente do SINDIPAN-RS, para o setor não é possível

repassar 100% do custo, principalmente em um momento como esse, em que se

tem o trigo em um dos maiores patamares da história, custando cerca de US$ 360-

380 em um moinho de Porto Alegre, e a farinha com um dos maiores preço até hoje,

em torno de R$ 33 a saca de mistura para preparo de pão francês de 25 Kg.

Acredita-se que foi atingido o pico dos preços e que não deve mais haver aumentos

apesar de terem períodos de entressafra.

4.2.3 Forças (ambiente interno)

O uso de pães congelados, uma tendência em plena expansão revolucionar o

processo convencional de fabricação de pães promovendo uma mudança

operacional, onde o ponto de venda já não precisa mais se preocupar com

quantidades de massa necessária para cada dia. Se o movimento está ruim, ele

assa apenas a quantidade necessária. Se a loja começa a encher de repente, basta

dirigir-se ao freezer, pegar a quantidade de pão suficiente e ir assando de acordo

com a demanda. É o fim da falta de pães ou do desperdício, além de possibilitar a

oferta de pão quentinho a qualquer hora do dia, outra grande vantagem do sistema

de pães congelados, é a padronização do produto, pois nas padarias convencionais,

a qualidade do pão varia de acordo com o humor do padeiro. E também a vantagem

de ter variados tipos de pães especiais, por exemplo, o pão de milho, se a padaria

na tem uma venda expressiva desse produto, não vale a pena fazer a massa que

gerará 100 ou 200 pães, o pão congelado oportuniza que se tenha 10 ou 15

unidades tendo assim maior variedade com menor desperdício, se descongela só o

necessário. Outra vantagem do pão congelado é a questão dos equipamentos em

71

comodato, onde as padarias não tem a necessidade de ter todo o maquinário,

diminuindo a possibilidade de acidentes, além de não haver custos com manutenção

de equipamentos e de investimento.

O principal ponto que deve orientar o posicionamento da empresa é o preço e

a qualidade, caracterizando-se pela diversidade dos produtos oferecidos, conforto no

acesso, estacionamento, ambiente agradável, apresentação, atenção e presteza dos

funcionários.

4.2.4 Fraquezas (ambiente interno)

Segundo dados do PROPAN, o setor de panificação e confeitaria gerou, no

ano passado, 758 mil empregos diretos, 50 mil a mais do que em 2009. Mas a falta

de mão-de-obra qualificada fez com que apenas 25 mil delas fossem preenchidas. A

solução está nos investimentos em cursos que possam capacitar nossos

funcionários a entrar de vez no mercado de trabalho. Cursos profissionalizantes

além de preparar o estudante para o mercado atual são mais rápidos e baratos. Por

se tratar de curso com foco profissional, ele devolve ao mercado em muito pouco

tempo o profissional com o perfil que o próprio mercado exige.

A empresa será nova no mercado, portanto a marca consequentemente

também é nova, com produtos tradicionais ao preço de mercado e diferenciados

com preço um pouco superior aos praticados pelo mercado local.

Outro fato a ser destacado é o fato de não ter uma carteira de clientes, devido

a ser uma empresa nova no mercado, contudo este fato resultará num maior

investimento em marketing, gerando um custo inicial maior, consequentemente a

empresa precisará de capital de giro para custear o marketing, para ter uma carteira

de clientes sólida e ativa.

72

4.2.5 Quadro resumido da matriz FOFA (SWOT)

Uma vez identificados os pontos fortes e fracos e analisadas as

oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz SWOT conforme Quadro 3

abaixo, que adquire importância pela orientação estratégica que ela proporciona.

FORÇAS FRAQUEZAS - Uso de pão congelado; - Flexibilidade produtiva; - Redução de custos devido ao menor desperdício; - Grande variedade de pães; - Ambiente agradável; - Ofertar pães quentinhos a qualquer hora do dia.

- Falta de profissionais qualificados no mercado de panificação; - Falta de investimento em cursos profissionalizantes; - Cerca de 25 mil vagas de trabalho não preenchidas; - Marca nova no mercado; - Não ter carteira de clientes formada.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS - Crescimento do mercado no setor de panificação; - Aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras; - Procura dos clientes por produtos diferenciados ( pães especiais); - Mudança de comportamento do mercado consumidor; - Oferecimento maior mix de produtos e serviços; - Maior procura por alimentação fora do lar.

- Concorrência desleal entre padarias; - Supermercados investindo na padaria de suas lojas; - Dependência do trigo estrangeiro; - Trigo tem maior preço da história; - Diminuição do lucro das padarias devido aos aumentos de farinha e energia elétrica; - Padarias clandestinas representam 40% do total do mercado.

Quadro 3 – Matriz FOFA/SWOT

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA LOCAL

A empresa irá atuar num mercado em expansão que é o de alimentação, e

principalmente no setor de panificação onde a empresa focará todas as suas

estratégias de vendas, porém enfrentará a concorrência das padarias e

supermercados locais dos quais pode-se considerar como principais os seguintes:

� Padaria Petrópolis: foi a primeira panificadora do município de Nova

Petrópolis, sendo fundada em 1954, está localizada em quatro pontos na

cidade sendo um em cada entrada da cidade e dois mais centrais.

73

Produzem uma vasta linha de lanches salgados e doces, biscoitos e

cucas, além de uma grande variedade de pães tradicionais e especiais,

sempre buscando na cultura alemã a inspiração para seus produtos.

� Padaria e Mercado Marina: localizada a cerca de três quadras do centro

da cidade de Nova Petrópolis, está no mercado há muitos anos, se

destaca pelas suas cucas recheadas, além da variedade de pães

produzidos na padaria, também tem a parte de mercado juntamente com a

padaria.

� Padaria Rodensbusch: localizada a uma quadra da avenida 15 de

novembro, principal acesso de Nova Petrópolis, atua no ramo a muitos

anos, o estabelecimento é simples mas aconchegante, possui uma grande

variedade de pães, mas se destaca pelas suas cucas e tortas.

� Supermercado Piá:localizada na Rua Frederico Michaelsen próximo a rua

coberta, considerado o melhor, maior e mais completo supermercado de

Nova Petrópolis, possui padaria própria, porém parte da produção é feita

com pães congelados, também se destaca pelos pães diferenciados, além

de cucas e bolos.

� Supermercado Brombatti: recente em Nova Petrópolis, mas já com

experiência nas outras duas lojas do grupo em Gramado e Canela, está

localizado a uma quadra da avenida principal, no prédio onde se situava o

antigo Fórum, em sua padaria utiliza grande parte da produção pães

congelados, porém produz cucas, pães de forma, folhados e outros

lanches.

No Quadro 4 a seguir aparecem além dos descritos acima, mais concorrentes

do setor de forma direta ou indireta.

Mercados de Nova Petrópolis

Mercado Freitas, Mercado Olinda, Mercado Ponto Certo, Mercado Bela Vista,

Mercado Ideal, Mercado Avenida, Mercado Alpina, Mercado Real, Mercado

Laranjeiras, Mercado Imperial.

Quadro 4 – Mercados concorrentes de Nova Petrópolis

Fonte: Elaborado pelo autor

74

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS GRUPOS ESTRATÉGICOS

A análise dos grupos estratégicos no plano de marketing foi realizado

considerando somente os supermercados, mercados e padarias da zona urbana de

Nova Petrópolis, contudo foi levado em consideração o uso de produtos panificados,

sendo os mesmos de produção própria ou congelados, e também o porte da loja.

Na Figura 4 apresentada a seguir, observa-se que existem três grupos de

concorrentes muito bem definidos, um grupo se destaca por serem empresas de

pequeno porte e tem produção própria de forma artesanal. Outro grupo se destaca

por serem empresas de menor porte, todos são mercados e tem toda sua produção

com pães congelados, porém este grupo não tem muitos tipos de pães, pois a

rotatividade é baixa e a mão de obra é escassa. O terceiro grupo é onde se

encontram os mercados de maior porte considerando as condições comerciais do

município de Nova Petrópolis, neste se destacam a produção de pães tradicionais e

especiais congelados, porém tem uma pequena produção própria focada em cucas

alemãs e bolos especiais.

A loja de pães deste trabalhado inicialmente estará inserida no grupo das

empresas de pequeno porte, de produção com congelados, pois o investimento

inicial será menor.

Porém com a implementação deste plano de marketing, através de um

trabalho focado no diferencial de qualidade, atendimento e diferenciação de

produtos perante os concorrentes, o objetivo de chegar ao grupo dos de grande

porte tende a ser atingido.

75

Figura 4: Grupos estratégicos de estabelecimentos que comercializam

panificados na região urbana de Nova Petrópolis.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.5 PRINCÍPIOS NORTEADORES

Os princípios norteadores da empresa relatados abaixo, visam atingir os

objetivos e diferenciais da empresa no ramo da panificação.

� Negócio: Empresa do ramo alimentício, especializada em servir os

clientes com vários tipos de pães, especiais e tradicionais.

� Missão: Oferecer produtos de panificação tradicionais e especiais, com

qualidade, num ambiente que transmita satisfação e bem estar aos

clientes.

76

� Visão: Ser reconhecida como a melhor loja de pães de Nova Petrópolis,

pelos produtos diferenciados com qualidade superior e atendimento

diferenciado.

� Valores

� Comprometimento com o cliente;

� Inovação;

� Qualidade dos produtos;

� Atendimento diferenciado;

� Confiança;

� Ética.

� Objetivos

Os objetivos da Boutique do Pão se baseiam na diferença vital entre o

sucesso e o fracasso que pode frequentemente ser atribuída à questão de até que

ponto a empresa aproveita bem a energia e o talento de seu pessoal. Nesta linha de

pensamento a Boutique do pão tem por objetivos:

� Profissionalizar os atendentes para ter-se atendimento diferenciado;

� Treinar o pessoal da produção de pães;

� Consolidar a marca Boutique do Pão por inovação;

� Atingir o grupo dos concorrentes de grande porte;

� Ter rentabilidade bruta do negócio é de aproximadamente 80%;

� Tornar o prazo de retorno de aproximadamente 22 meses;

� Aumentar em 15% as vendas mensalmente.

Quanto ao ciclo de vida, se estabelece o seguinte: O primeiro ano servirá para

o lançamento da marca como empresa comprometida com a saúde e a satisfação

do cliente. Os anos seguintes serão de consolidação do nome e expansão dos

serviços (café da manhã, lanchonete, happy hours8).

8 É o nome dado à comemoração informal feita, geralmente por colegas de estudo e trabalho, após a execução de alguma tarefa.

77

O negócio poderia iniciar-se no prazo de um ano, após a criação de um plano

de negócios que seria incorporado a este plano de marketing, visando um estudo

ainda mais aprofundado do novo empreendimento.

4.6 PAPÉIS DE COMPRA (MODELO DE KOTLER)

A análise dos papéis de compra a seguir considera o mercado-alvo de

panificados, onde se podem distinguir cinco papéis (KOTLER, 2009) que as pessoas

assumem numa decisão de compra.

� Iniciador: Família, parentes, amigos e conhecidos, por já terem

conhecimento e/ou consumido os produtos e serviços oferecidos pela

empresa

� Influenciador: A pessoa que tem maior atenção e afeto da família, nas

famílias com filhos normalmente eles influenciam na decisão, porém

quando na há filhos a companheira é quem influencia na decisão de

compra.

� Decisor: A pessoa que tem maior comprometimento com a alimentação do

lar e da família pode ser o pai, a mãe, a companheira.

� Comprador: Qualquer integrante da família, porém normalmente são as

mulheres que fazem este tipo de compra.

� Usuário: Toda a família, pois se tratam de produtos alimentícios, e no caso

do pão, quase não existem pessoas que não consomem pão.

4.7 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO

É uma análise dos públicos atendidos pela empresa.

78

� Geográfica:.Atuando no varejo do município de Nova Petrópolis focando

principalmente nos moradores da região urbana onde também ocorre a

maior concentração de pessoas moradoras, conforme dados do Perfil

Socioeconômico de Nova Petrópolis 2011 o município tem 19.045

habitantes sendo que 14.134 habitantes moram na área urbana, ou seja,

74,2%. Assim como a circulação de turistas do município, tornando a loja

muito mais visível e de fácil acesso. Além destes, atenderá também os

moradores dos bairros mais afastados do centro da cidade e/ou de outros

municípios próximos que vem a Nova Petrópolis por qualquer motivo.

� Psicográfica:

� Comportamental: Pessoas tranquilas e preocupadas com o bem estar

e interessadas em viver bem.

� Identidade (tribos):conscientes dos bons hábitos alimentares, bem

como todos os benefícios que uma alimentação saudável pode

proporcionar a qualquer pessoa.

� Personalidade: ambicioso, autoconfiante, seguro, extrovertido, mas

reservado, educado, culto, leitor, busca da felicidade e do

reconhecimento profissional, valoriza as conquistas, politicamente

informado, se preocupa com o meio ambiente, possui crenças

religiosas e acredita que viver bem é se alimentar bem.

� Valores: Família, trabalho e bem estar como valores centrais.

Preocupados com as causas sociais e ambientais. Ético. Reconhece o

valor dos produtos alimentícios pela qualidade, sabor e aroma, ou seja,

preço baixo não é um fator determinante, mas sim a satisfação

pessoal.

� Estilo de vida: Busca uma qualidade de vida conciliando trabalho,

família, bem estar e saúde através da alimentação. Aonde a compra

significa uma forma de satisfação pessoal e se realizada para

alimentar-se bem e de forma saudável. Com pães tradicionais e

diferenciados que causem uma combinação de sabores e aromas

satisfazendo todas suas necessidades alimentares, porém com uma

sensação de quer mais. É um comprador que tem bom gosto e leal à

marca que lhe dá valor, e que seja frequente buscador de novidades.

79

� Demográfica:

� Idade: Os consumidores de pães são de todas as faixas etárias

maiores de 1 ano de idade, e a média de idade consumidora seja de

38 anos.

� Sexo:. Ambos os sexos.

� Ciclo de vida da família: Desde jovens solteiros (as) que moram

sozinhos, até famílias com ou sem filhos.

� Renda:. Principalmente as classes econômicas A, B, C.

� Nível de instrução: Pelo menos Ensino Fundamental incompleto,

findando-se com doutores.

� Ocupações: principalmente donas de casa, profissionais liberais,

funcionários públicos, professores, colaboradores de empresas,

profissionais técnicos, aposentados e estudantes.

� Religião:. Católicos, evangélicos e protestantes

� Raça:. Todas as raças e etnias que apreciem os mais variados tipos de

pães que a empresa oferece.

� Comportamental

� Ocasiões: Normais, por se tratar de um produto de necessidade

alimentar básica, porém devido a este município ter uma grande

concentração de descendentes de europeus e, dessa forma,

absorveram seus hábitos e costumes, tronando-se normal o consumo

de pães maior do que no Brasil de forma geral. Mas pode-se destacar

o café da manhã como a principal ocasião para o consumo de pães.

� Benefícios: Agilidade, praticidade com qualidade e preços acessíveis,

caracterizado pela diversidade dos produtos e serviços oferecidos, num

ambiente agradável, com atenção e presteza dos colaboradores.

� Status do usuário: Formado por usuários regulares que perceberão na

loja de pães o diferencial de qualidade e atendimento, além da

inovação em produtos e atendimento. E por se tratar de um produto

consumido por todas as classes sociais de forma diária.

80

4.8 POSICIONAMENTO PRETENDIDO

O posicionamento pretendido para a Boutique do Pão junto ao mercado é ter

credibilidade por ser uma empresa extremamente séria e profissional, ser

reconhecida pelo seu diferencial que é manter a tradição das antigas padarias

quanto ao atendimento personalizado, sincero e aconchegante. Sempre agindo com

uma política de preço justo de mercado, porém agregando valor aos produtos,

através da diferenciação de tipos de pães e decoração dos pães.

4.9 MIX DE MARKETING: 4P’S

É uma análise dos 4P’s de Marketing a serem trabalhados pela empresa na

implementação de uma loja de pães tradicionais e especiais em Nova Petrópolis.

4.9.1 Produto

Considerando a análise de Kotler (2009), que descreve o que o produto deve

ter como base para o sucesso entre os consumidores, com a venda de pães

tradicionais e especiais no comércio varejista local tem-se o seguinte:

� Modelos e tamanhos: Pães de variados tamanhos que vão de 25 gramas

até 950 gramas, nos mais variados formatos, nas mais variadas cores de

massa, com adição de sabores, como de cenoura, beterraba, alho entre

outros, bem como saudáveis e até mesmo sem glúten para celíacos,

sempre visando satisfazer as necessidades dos clientes dos mais variados

gostos.

� Configuração: A apresentação física dos pães será de forma altamente

visível aos olhos dos clientes, através de lugares estratégicos e divididos

por tipo de massa dentro da loja, a embalagem também será outro

81

diferencial, sempre buscando o uso de embalagens ecologicamente

corretas, porém de forma que o produto e a marca Butique do Pão

estejam em evidência, por um serviço com técnicas de atendimento

diferenciado visam satisfazer as necessidades dos clientes.

� Qualidade e padronização: O uso do pão congelado será o maior aliado

da Butique do pão, por ser um produto de escala industrial, com todos os

cuidados operacionais, controle de lotes, que possibilitará o padrão diário

de qualidade e consequentemente obterá o padrão de produto fresco,

saboroso e de casca crocante.

A Butique do Pão através do uso de pães congelados proporcionará produtos

de maneira mais ágil e com menor desperdício, possibilitando que se tenha uma

maior variedade à disposição dos clientes, além de se ter o pão francês principal

produto da empresa em várias fornadas durante o dia sempre quentinho, trazendo

um alto grau de satisfação ao cliente, pois uma pesquisa feita pelo PROPAN mostra

que quando o pão é quentinho a venda aumenta 30%.

Conforme se pode observar nas Figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 que seguem abaixo,

onde se tem os pães tradicionais e especiais congelados e assados, o padrão de

qualidade, a facilidade, e o pouco desperdício aliado grande diversificação que se

pode fazer.

Figura 5: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão cervejinha com milho e com

gergelim, pão francês 500 gramas com orégano e com gergelim, pão sovado.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

82

Figura 6: Pães especiais congelados e assados, pão francês, pão bilha com milho, com orégano,

com gergelim, pão baguete com gergelim e com orégano.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

Figura 7: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão francês, pão bilha com milho, com

orégano, com gergelim, pão baguete com gergelim.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

83

Figura 8: Pães especiais congelados e assados, pão de fibra, pão bilha com milho e com gergelim,

pão baguete com gergelim e pão sovado.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

84

Figura 9: Pães especiais assados, pão doce caracol com coco branco, com coco queimado, com

chocolate granulado, cuca de chocolate e de baunilha, pão doce trança de coco e de baunilha.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

Figura 10: Pães tradicionais e especiais assados.

Fonte: Banco de dados Gula Alimentos.

85

4.9.2 Preço

Levando-se em conta a análise de Kotler (2009), que o preço é o valor

financeiro que o consumidor paga por determinado produto, no qual a Boutique do

Pão obterá como diferencial e conforme Las Casas (2001),que variações de preços

podem ser utilizadas pelas empresas para despertar o interesse do consumidor pelo

seu produto.

Produto este que terá no preço outro grande diferencial, pois se trata de uma

base formada em produtos congelados, que consequentemente eliminarão uma

infraestrutura onerosa. A padaria passa a ser constituída apenas de freezer, balcão

e forno. Com o fim das áreas reservadas ao estoque de matérias-primas, a área de

produção pode ser reduzida em até 70%. A redução do tempo de preparo permite,

entre outras vantagens, que o cliente tenha pão fresco o dia todo e que a loja tenha

total controle sobre a produção, sem riscos de desperdícios ou de falta de produto.

Assim com todas essas reduções de custos e desperdícios o preço pode ser muito

mais flexível para uma melhor inserção no mercado de pães do município.

4.9.3 Ponto

Para Ambrósio (1999) o “P” de ponto de venda é também chamado de praça,

distribuição ou simplesmente ponto, contudo Las Casas (2001) expressa a escolha

do ponto, de determinado produto, fortemente relacionado com a escolha do canal

de distribuição, visto isso temos:

a) Canais de Distribuição

A Butique do Pão não tem um ponto definido, mas está delineado para a

região central de Nova Petrópolis, com preferência para proximidades da rua

coberta, mais novo ponto turístico de Nova Petrópolis.

É nesta região onde se encontra o público-alvo. Serão observadas algumas

características como: acesso, estacionamento, segurança, visibilidade e espaço.

86

Para o consumidor direto, o estímulo à compra será através de programas

traçados que virão ressaltar os benefícios nutricionais e gastronômicos dos produtos

apresentados, além da grande variedade de pães que será apresentada em folders9,

cartazes, mala direta e outros. Para o consumidor indireto será garantia de entrega

pontual e qualidade que venha a encantar seus clientes.

b) Instalações e Espaços

As instalações devem refletir a proposta de valor que a Butique do Pão

pretende estabelecer para seu público. A decoração deverá ser aconchegante,

charmosa, iluminada, racional e temática resgatando a história dos antigos

armazéns, com a venda de pães e outros produtos a granel. Deverá ter um espaço

comunitário onde deverá constar serviço de interesse público como: informações

nutricionais, ecológicas, sanitárias, culturais, quadro para classificados, venda de

produtos de entidades filantrópicas e outros de proveito para a comunidade.

c) Logística de Mercado

� Processamento: Além da venda direta no balcão, as aquisições feitas por

empresas ou instituições e solicitações de encomendas poderão ser

realizadas por telefone, fax ou e-mail.

� Estoque: Quanto ao número de pessoal, haverá variação dentro do setor

conforme horário, por exemplo: na hora do pico de venda parte do pessoal

da produção auxiliará na loja e quando houver maior demanda na

produção, parte dos colaboradores atendentes ajudarão na confecção dos

produtos.

Quanto ao estoque de matéria-prima, será adotado um sistema que consiste

em fazer aquisição baseado na programação de produção, de modo que se saberá

o quanto de produto será fabricado com a mercadoria adquirida. A quantidade

deverá ser a mais reduzida possível.

9 Folhetos informativos comerciais.

87

� Transporte: O transporte da matéria-prima recebida será

preferencialmente do fornecedor e o transporte para entrega dos produtos

prontos será realizado pela Butique do Pão em carro próprio devidamente

adaptado.

� Armazenagem: O local de armazenagem terá toda estrutura que cada

produto exige, os perecíveis ficarão sobre refrigeração, dividido de acordo,

com a classe de cada material, os não perecíveis serão acondicionados

em local, arejado, seco com janelas teladas em prateleiras próprias.

4.9.4 Promoção

a) Público Alvo

O público alvo são as classes A, B e C, assim como possíveis portadores de

erros inatos do metabolismo10e doenças crônicas não transmissíveis11que exijam

qualidade, atendimento e bem estar.

b) Estratégia de criação

Objetivo – posicionar o empreendimento como inovador no mercado de

panificação com alto padrão de atendimento e se tornar modelo no aspecto sanitário

e gastronômico.

A Butique do Pão terá profissionais de perfil e com conhecimento acima da

média.

� No lançamento transmitiremos os diferenciais da empresa:

� Preocupação nutricional;

� Garantias sanitárias;

� Cordialidade no atendimento.

10 Pessoas com problemas metabólicos como celíacos (quem não pode comer glúten). 11 Pessoas portadoras de diabetes, hipertensão, sobre peso e obesidade, dislipidêmicos (índices lipídicos elevados).

88

Imagem do Consumidor – Família saudável, autoconfiante, moderna,

esclarecida e sociável.

c) Propaganda

Estratégia – As ferramentas de propagandas utilizadas serão:

� Anúncios impressos em jornais municipais;

� Folders, distribuídos nas quadras mais perto com informações sobre os

serviços e os diferenciais da empresa;

� Patrocinar pequenos eventos como forma de divulgação e selar o

compromisso com causas sociais;

� Folhetos distribuídos nas associações e clínicas ligadas a pacientes

portadores de deficiência metabólica.

d) Promoção de Vendas

� Patrocinar coffee-breaks12nas reuniões promovidas pelas associações

municipais;

� Promover sorteio de cestas de café da manhã entre os clientes da loja;

� Mesa para degustação dos produtos;

� ACERTE O PESO - Nas compras acima de 750 gramas o cliente ganha

um suvenir da Butique do Pão se acertar o peso total de suas compras.

e) Relações Públicas

� Objetivos – Através da contratação de um assessor de imprensa divulgar o

nome Butique do Pão como uma empresa inovadora que veio para firmar

posição no mercado.

� Participar de entrevistas em programas de rádios e colunas de jornais

municipais, quando o assunto for alimentação;

� Distribuição de press-releases13 aos principais formadores de opinião;

12 É a pausa para tomar um café e comer alguns petiscos. 13 Comunicado a imprensa.

89

� Elaboração de um site na Internet com link14 para sites15 dos principais

órgãos regulamentadores das profissões ligadas a saúde e a gastronomia.

f) Venda aos Consumidores

Atingir volume de vendas através da fidelização dos clientes por formulário de

sugestões e criticas do cliente, controlar as preferências dos clientes e cadastro de

clientes para poder interagir com o cliente.

O treinamento da equipe será um dos pontos mais forte de empresa. Todos

receberão orientação quanto aos produtos oferecidos e todos serão preparados na

arte de bem servir, bem como deterão conhecimento técnico para melhor orientar

nossos clientes nas suas escolhas. O material de trabalho disponível será folders

para auxiliá-los nas explanações.

g) Endomarketing

Para criar um ambiente motivador para a prestação de um serviço superior.

Serão realizadas as seguintes ações de endomarketing:

� Distribuição de apostilas para colaboradores;

� Autonomia aos colaboradores para sempre superar as expectativas dos

clientes;

� Instrução para todos os colaboradores sobre conceito de marketing de

serviços e a importância da apresentação pessoal;

� Treinamento visando a competência emocional dos colaboradores de

modo a possibilitar um ambiente corporativo;

� Realizar reuniões periódicas de modo que todos poderão falar livremente

dando sugestões e sugerindo mudanças.

14 É o atalho ou ligação para produzir documentos não lineares interconectados com outros documentos ou arquivos a partir de palavras, imagens ou outros objetos. 15 É um conjunto de páginas virtualmente localizado em algum ponto da internet.

90

4.10 MARCA

� Marca a ser criada: Boutique do Pão

� Posicionamento: A grife do seu paladar.

� Essência da marca: Para pessoas que precisam de agilidade, praticidade

com qualidade, algo que faça lembrar casa de família, lugar aonde a

pessoa se sinta segura, que diferencia no seu atendimento. Que traga

uma profunda relação emocional (mais do que funcional).

Registro de domínio (www.boutiquedopao.com.br) e registro de marca no

INPI16.

Identidade da marca:

� Como produto: diferenciados, com qualidade, específicos para os diversos

tipos de consumidores.

� Como organização: credibilidade, seriedade e atendimento personalizado.

� Como pessoa: comprometimento com a alimentação saudável.

� Símbolo: Um logotipo que demonstre requinte, bom gosto, e tem o trigo

como sua essência.

Logotipo

Figura 11

16

Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

91

Esboço da Loja

Figura 12

92

CONCLUSÃO

Abrir um novo negócio é uma decisão muito difícil e precisa de muitas

informações que possam embasar as decisões do empreendedor. A elaboração de

um plano de marketing, antes de se abrir uma empresa, demonstra ser de suma

importância.

A observação aqui verificada comprovou sua relevância demonstrando os

riscos e situações adversas, pois, há possibilidade de fracasso. Porém possibilita

desenvolver estratégias para atingir de forma completa o mercado de panificação,

antevê também as chances que o mercado oferece aumentando as possibilidades

de sucesso.

Embora o ramo de panificação seja um dos mais antigos do mundo, ainda há

uma enorme carência de estudos e conhecimentos a respeito.

A revisão histórica das padarias nos ensina a enorme importância deste

alimento em nossas vidas e conclui que sua evolução é contínua e dinâmica. O

segmento de panificação está passando por profundas mudanças de conceito, ou se

atualiza ou perde espaço para o supermercado. Em termos administrativos, novas

visões e condutas estão sendo introduzidas nas antigas gerências, conferindo-lhes

um caráter bem mais moderno e eficiente. A grande competição exige mudanças e

só quem for capaz de se adaptar aos novos tempos sobreviverá.

O plano de marketing é o protagonista do trabalho apresentado, pois traz

análises claras de vários aspectos do empreendimento tornando mais segura a sua

aplicabilidade. Porém, estudos mais aprofundados se fazem necessários no

momento da implantação da empresa, pois se terá mais balizadores para serem

analisados, principalmente nas questões financeiras.

Porém vale destacar que o crescimento econômico e a perspectiva de

crescimento dos investimentos previstos para micro e pequenas empresas no Brasil.

Além dos fatores econômicos e sociais, a abertura de um estabelecimento

diferenciado é ainda favorecida pelo maior conhecimento que a população hoje tem

sobre nutrição e saúde dos alimentos.

A preocupação foi traçar os passos que a futura empresa dará ao seu

estabelecimento. Este estudo, todavia, ficou prejudicado por se tratar de um

93

empreendimento ainda fictício. O layout17, o fluxo e os tipos de equipamentos a

serem utilizados ficaram enormemente prejudicados sem o conhecimento do espaço

físico.

Todavia, essa análise deverá ser constantemente revista e monitorada, pois

qualquer abalo no ambiente externo ou interno poderá acarretar modificações.

Mas destacam-se os diferenciais que a empresa apresentará através do uso

do pão congelado, que é fator determinante na postura que a Boutique do Pão

deseja tomar, visando a flexibilidade produtiva, grande variedade de pães, ofertando

pães quentinhos a qualquer hora do dia, reduzindo custos por ter menor desperdício.

Tudo isso aliado ao aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras, a

forte cultura local pelo consumo de pães, a procura dos clientes por pães especiais e

diferenciados e a forte mudança cultural para procura por alimentação fora do lar.

Entretanto, a falta de profissionais qualificados e de cursos profissionalizantes

no mercado de panificação, a concorrência desleal, o forte investimento dos

mercados em suas padarias, a inclusão de uma nova marca Boutique do Pão no

mercado local e não ter uma carteira de clientes pode impactar na implementação

da empresa.

Acredita-se que este trabalho servirá de base para o tema marketing e para a

abertura de novas empresas com ferramentas que analisem de forma clara e

objetiva a viabilidade do empreendimento como o Plano de Marketing descrito neste

trabalho.

Por fim, o trabalho atendeu o objetivo geral e os específicos deste estudo e

será objeto de análise do autor para investimento. O plano de marketing deverá ser

reavaliado de seis em seis meses para rever as estratégias de mercado, as

oportunidades e ameaças, conforme andamento da implementação. Destaca-se, no

entanto, a importância deste aspecto, pois uma falha muito comum do

empreendedor é achar que no momento que um Plano de Marketing está pronto,

este não tem mais compromisso em reescrevê-lo para rever estratégias de mercado,

bem como todas as etapas de um plano estruturado. É importante ressaltar que de

nada adianta um planejamento se este não for colocado em prática. Um projeto bem

estruturado ameniza os riscos e incertezas na implementação de qualquer negócio.

Os resultados obtidos dos estudos do plano de marketing, análises e projeções no

17 Arranjo físico do estabelecimento.

94

setor de panificação apontam que o empreendimento pretendido é viável. O

momento econômico apresenta ser favorável, assim como o momento político.

Existem alguns desafios como a forte concorrência dos supermercados e a falta de

profissionalismo no setor, porém o mercado comprova com otimismo a viabilidade do

empreendimento.

95

REFERÊNCIAS

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