A recuperação do tempo perdido: o transporte público nas áreas metropolitanas do Brasil
PLANO DE INVESTIMENTOS DA REDE NACIONAL DE TRANSPORTE · de Transporte 2006 – 2011, para permitir...
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Rede Eléctrica Nacional, S.A. PLANO DE INVESTIMENTOS DA REDE NACIONAL DE TRANSPORTE 2004-2009
PLANO DE INVESTIMENTOS DA
REDE NACIONAL DE TRANSPORTE
2006 – 2011
Volume 1
Texto e Anexos 1 a 7
Novembro de 2005
Nota Introdutória:
O presente documento é uma versão simplificada do Plano de Investimentos da Rede Nacional
de Transporte 2006 – 2011, para permitir uma consulta fácil da internet, sem que, contudo,
tenha perdido a sua essência.
Quaisquer dúvidas que a consulta deste documento possa suscitar deverão ser remetidas para
a REN, S.A. através do correio electrónico – [email protected]
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011
Índice
ÍNDICE VOLUME 1 TEXTO
SUMÁRIO EXECUTIVO 1
1 ENQUADRAMENTO, ÂMBITO E CONTEÚDO 17 1.1 ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO E REGULAMENTAR 17 1.2 ÂMBITO E CONTEÚDO 18
2 EVOLUÇÃO DAS CARGAS E DOS MEIOS DE PRODUÇÃO 23 2.1 CENÁRIO DE EVOLUÇÃO DOS CONSUMOS 23 2.2 PREVISÃO DE CARGAS ACTIVAS E REACTIVAS 24 2.3 EVOLUÇÃO DO SISTEMA PRODUTOR 33
3 PRESSUPOSTOS DECORRENTES DO MIBEL 43
4 PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS DE PLANEAMENTO 47 4.1 PADRÕES DE SEGURANÇA DE PLANEAMENTO DA RNT 47 4.2 OUTROS PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO 49 4.3 CRITÉRIOS PARA OUTROS TIPOS DE INVESTIMENTOS 50
5 AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DA RNT 53 5.1 OS PRINCÍPIOS DA SUSTENTABILIDADE 53 5.2 ACTIVIDADE EMPRESARIAL COM MAIOR RELEVÂNCIA AMBIENTAL 55
6 CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS E DA EVOLUÇÃO DA RNT 61 6.1 AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA (AEE) 62 6.2 TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉCTRICA (TEE) 64
6.2.1 Área 1 - Faixa litoral a Norte do Grande Porto 67 6.2.2 Área 2 - Trás-os-Montes e eixo do Douro 73 6.2.3 Área 3 - Grande Porto 80 6.2.4 Área 4 - Faixa litoral entre o Grande Porto e a Grande Lisboa 85 6.2.5 Área 5 - Beiras interiores 91 6.2.6 Área 6 - Grande Lisboa e península de Setúbal 96 6.2.7 Área 7 - Alentejo 103 6.2.8 Área 8 - Algarve 110
6.3 QUADROS RESUMO DE ENTRADA/SAÍDA DE EQUIPAMENTO 114 6.3.1 Transformadores e linhas 114 6.3.2 Meios de gestão de reactiva 120
6.4 GESTÃO GLOBAL DO SISTEMA (GGS) 121 6.4.1 Gestor do sistema 121 6.4.2 Telecomunicações de segurança 122
6.5 INFORMÁTICA 123
7 REMODELAÇÃO DE INSTALAÇÕES 126 7.1 SUBESTAÇÕES 126 7.2 LINHAS 129
8 INDICADORES DE EVOLUÇÃO 132
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011
Índice
8.1 LINHAS 132 8.2 TRANSFORMADORES 134 8.3 PAINÉIS DE 60 KV PARA A DISTRIBUIÇÃO 137
9 ESTABILIDADE DO SISTEMA 140 9.1 PRINCÍPIOS GERAIS 140 9.2 ANÁLISES REALIZADAS E EM CURSO 141 9.3 CONCLUSÕES 144
10 EVOLUÇÃO DAS CORRENTES DE DEFEITO 146
11 EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO 152 11.1 PREVISÕES PARA O ANO SEGUINTE 152 11.2 PERSPECTIVAS PARA ALÉM DE 2006 155
12 EVOLUÇÃO DAS PERDAS 158
13 CONDICIONANTES EXTERNAS E RISCOS 164
14 VALORES DOS INVESTIMENTOS PREVISTOS 168 14.1 DESAGREGAÇÃO GLOBAL DOS INVESTIMENTOS 168 14.2 COMPARAÇÃO COM O PLANO ANTERIOR 171 14.3 INVESTIMENTOS COMPARTICIPADOS 174
Anexos 1. Padrões de Segurança de Planeamento da RNT
3. Quadros e mapas de entradas em serviço de 2006 a 2011
4. Mapas da RNT de 2005, 2006, 2008 e 2011
12. Mapas mais relevantes de trânsitos de potência
14. Evolução das correntes de defeito
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011
Índice
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 1/175
Sumário executivo
PLANO DE INVESTIMENTOS DA REDE NACIONAL DE TRANSPORTE 2006 – 2011
SUMÁRIO EXECUTIVO
ENQUADRAMENTO
O Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 (adiante designado apenas por
Plano ou PIR 2006-11) apresenta, de acordo com a regulamentação em vigor, os investimentos
regulados a realizar pela REN, Rede Eléctrica Nacional, S.A., concessionária da Rede Nacional de
Transporte (RNT) para o período até ao ano 2011 (inclusive), embora englobe também, a título
indicativo, uma estimativa para os investimentos mais relevantes relacionados com a expansão
daquela rede até final de 2016.
Entre outros objectivos, este Plano dá resposta ao estipulado nos artigos 11º e 12º do actual
Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações (RARI), na sua versão de Agosto de 2005.
Os vectores mais relevantes que estão na base das decisões de investimento deste Plano são
os seguintes:
1. Garantia de abastecimento dos consumos.
2. Possibilidade de ligação de centrais de grande dimensão, hídricas e térmicas.
3. Criação de condições para a concretização dos objectivos nacionais no âmbito da Directiva
Europeia de promoção das energias renováveis (Directiva 2001/77/CE) no que respeita à
recolha e transporte da energia produzida, em particular da produção em regime especial
(PRE).
4. Criação de condições técnicas de funcionamento da RNT e outros requisitos a nível da REN
no âmbito da criação do Mercado Ibérico da Electricidade (MIBEL).
5. Necessidades de grande conservação ou remodelação de equipamentos em fim de vida útil.
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Sumário executivo
6. Criação de soluções para alimentação dos projectos de linhas ferroviárias de alta velocidade
(linhas ferroviárias AVE).
O cenário de evolução dos consumos aqui assumido é o cenário alto e, relativamente à evolução
do sistema electroprodutor, é adoptado o cenário de referência de “sustentabilidade”, ambos
considerados no documento “Perspectivas de Evolução do Sistema Electroprodutor Português –
Período 2006-2025” (PESEP 2006-25) de Junho de 2005.
Neste quadro, o consumo final, líquido do auto-consumo, evoluirá desde os 45,8 TWh em 2006 até
aos 56,9 e 71,9 TWh, respectivamente nos anos de 2011 e 2016, a uma taxa média anual de 4,6%
neste período de 10 anos.
A evolução do parque produtor de grandes centrais hídricas considerada neste Plano é a
assumida no citado cenário do trabalho de perspectivas de evolução do sistema electroprodutor, o
qual, engloba, até 2016, as centrais do Baixo Sabor (2012), de Picote 2 (2012), de Linhares (2013),
de Bemposta 2 (2014) e de Foz-Tua (2015).
A nível de grandes centrais térmicas de base, encontram-se previstas no cenário de
sustentabilidade do PESEP 2006-25, até 2016, 6 novos grupos a carvão, 5 de ciclo combinado e 3 de
ciclo simples. Os 4 primeiros novos grupos a carvão foram supostos, neste Plano, ficar localizados
em Sines e os 5º e 6º em Lavos. Os ciclos combinados a seguir ao 3º grupo da central do Ribatejo
foram assumidos alternar entre as zonas do Pego e Lavos, sendo o primeiro no Pego. Por outro lado,
o último grupo de ciclo combinado a entrar neste período foi assumido dar início à substituição de
grupos da primeira grande central térmica a desclassificar, a actual central do Carregado a fuel-óleo.
Quanto a centrais de ponta e apoio em regime seco, assume-se a construção de três grupos de
250 MW de turbinas a gás, ciclo simples, a primeira no Algarve, em Tunes, para substituição em 2008
dos grupos da actual central aí existente que, entretanto, serão desclassificados. Os outros dois
grupos foram admitidos situarem-se no Norte do País, na zona do Grande Porto, em 2011 e 2015.
As desclassificações previstas de centrais são as dos grupos 3 e 4 da central de Tunes em 2008
(165 MW) da central do Barreiro em 2010 (56 MW), dos 6 grupos da central do Carregado em 2011
(710 MW) e dos 4 grupos da central de Setúbal em 2013 (946 MW).
No que respeita à ligação de produção em regime especial (PRE), o Plano engloba um conjunto de
reforços da RNT que irão permitir, no cumprimento dos “Padrões de Segurança de Planeamento da
RNT" em vigor, receber e transportar sem restrições significativas decorentes da RNT a potência
proveniente da PRE que se prevê que venha a concluir os seus projectos até 2010 de acordo com as
metas nacionais decorrentes da Directiva 2001/77/CE, as quais, na sua componente eólica,
passaram entretanto dos 2600 MW considerados no PIR 2002-07 para os 3750 MW assumidos no
PIR 2004-09 e, finalmente, para a meta considerada no PESEP 2006-25 e neste Plano de 4500 MW.
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Sumário executivo
Por conseguinte, houve necessidade de reestruturar, alargar ou antecipar alguns dos projectos de
reforço na RNT necessários para escoar essa potência no respeito pelos referidos “Padrões de
Segurança” relativamente ao que estava consignado no PIR 2004-09, em particular aumentando a
potência instalada de transformação.
Este Plano não contém investimentos relativos à construção do novo aeroporto de Lisboa, os
quais figuravam no PIR 2004-09 mas que foram, entretanto, retirados há algum tempo, enquanto se
aguardava definição mais concreta de avanço deste projecto.
Por outro lado, passou a incluir já um conjunto de investimentos ligados com a alimentação de 3 linhas ferroviárias AVE, mais exactamente Porto – Vigo, Lisboa – Madrid e Lisboa – Porto em
datas indicativas. A evolução destas soluções de ligação tem vindo a ser debatida no âmbito de um
grupo de trabalho da REN, S.A. com a Empresa RAVE, S.A.
CRITÉRIOS E ORIENTAÇÃO
Os critérios de Planeamento adoptados para a definição da necessidade de reforços na rede são os que constam dos “Padrões de Segurança de Planeamento da RNT” propostos pela REN,
S.A., os quais foram objecto de parecer favorável por parte da Entidade Reguladora do Sector
Eléctrico (ERSE) e que se apresentam no Anexo 1 a este Plano. A avaliação de projectos alternativos
para escolha da opção mais adequada para concretizar esses reforços é feita com recurso à
respectiva comparação técnico-económica-ambiental.
Procura-se igualmente uma optimização económica conjunta com investimentos das empresas de
distribuição e de produção no quadro de referência de um trabalho conjunto entre a REN, S.A. e a
EDIS.
A redução de impactos ambientais, privilegiando a remodelação, a reconstrução ou o reforço de
instalações antigas, em particular a reutilização de corredores de linhas em fim de vida útil, continua a constituir uma orientação de referência nas soluções adoptadas.
Refere-se que, em consonância com o que se encontra consignado nos “Padrões de Segurança de
Planeamento da RNT” acima referidos, continua a considerar-se que as subestações de entrega à distribuição com potência reduzida e fora de áreas críticas possam permanecer temporariamente sem redundância instantânea de alimentação a partir da própria RNT, desde que
exista apoio de recurso através das redes de distribuição com tempos de comutação aceitáveis.
Para além dos investimentos em construção, remodelação e manutenção de linhas e subestações, o
Plano contempla igualmente algumas das restantes componentes mais importantes de investimento
regulado englobando, para além dos terrenos destinados a novos centros produtores, sobretudo
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hídricos, os sistemas complementares fundamentais para o correcto desempenho conjunto da RNT e
respectivas fronteiras com o sistema produtor e as redes de distribuição, os quais concorrem, tal
como os reforços físicos da RNT, para a melhoria da fiabilidade de alimentação dos consumos.
Estes últimos englobam as funcionalidades do gestor do sistema e ainda investimentos relacionados
com os sistemas de protecção, de comunicações de segurança e informática.
Refere-se ainda que as datas e consistências dos projectos são, na sua quase totalidade, as que estavam assumidas em Maio / Junho de 2005, altura em que se fixou o Orçamento da REN,
S.A. para o período 2006-11 e em que se começaram a preparar os elementos para o presente
Plano.
Por este motivo, as alterações que entretanto ocorreram como, por exemplo, as recentes decisões do
MEI de actualização de conteúdo e datas do projecto ferroviário AVE e também as relativas ao novo
aeroporto de Lisboa já não puderam ser aqui consideradas.
PROJECTOS MAIS IMPORTANTES
Os grandes projectos de investimento contemplados neste Plano com início, desenvolvimento ou
conclusão até ao final de 2011 são os seguintes:
Reforço de ligação aos distribuidores vinculados
• Abertura, até 2011, de 12 novas subestações para entrega de energia que, conjugada com os
reforços de transformação em subestações existentes, se traduzem pelo aumento líquido de 4972
MVA (em relação à potência instalada em finais de 2005) de capacidade de transformação
instalada, destinada na totalidade ou maioritariamente a esta função.
• Em 2009, com a entrada em serviço da linha M. de Cavaleiros – V.P. de Aguiar fechar-se-á mais
uma malha da RNT a 220 kV com função repartida entre o apoio ao abastecimento de consumos
e a recolha de produção PRE.
• A construção de uma nova estrutura de alimentação ao interior do Alto Alentejo com um fecho de
malha por meio de linha 400 kV entre as subestações da Falagueira e de Évora com abertura de
uma subestação de apoio à rede de distribuição na zona de Estremoz/Borba.
Ligação de centros electroprodutores
• Até 2011, as ampliações que possibilitem a integração na RNT da produção de uma possível
nova central de ciclo combinado a gás natural com 2 grupos de 400 MW, a ligar ao posto de corte
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do Pego, e ainda os reforços necessários para a ligação a 400 kV na subestação de Lavos de
uma possível nova central de ciclo combinado a gás natural, com 1 grupo de 400 MW.
• As extensões e os reforços necessários à preparação da integração das novas centrais hídricas
de Picote 2 e Baixo Sabor a entrar em serviço em 2012.
Ligação de PRE
• A antecipação para 2006 na execução do fecho de malha a 220 kV entre as subestações de
Ferro e de Castelo Branco, em face de metas e cenários anteriores de produção PRE.
A instalação de um total de transformação MAT/AT de 1298 MVA predominantemente para
recepção PRE.
• Prosseguimento da concretização de um acréscimo significativo do nível de compensação do
factor de potência, tendo em vista não apenas a redução de perdas e a possibilidade de
concretização mais tardia de alguns novos reforços da RNT, mas também permitir níveis mais
elevados de importação de energia em certas situações e melhor escoamento de Norte para Sul
de produção PRE. O total previsto de acréscimo é de 890 Mvar entre 2006 e 2009.
Reforço interno de rede
• Conclusão do processo de ligação da rede de 400 kV na subestação de Alto de Mira mediante a
chegada do segundo corredor de linha prevista a este nível de tensão resultante da reconstrução
como dupla da actual linha simples a 220 kV Fanhões-Alto de Mira 2.
• A extensão da RNT a novas regiões do País visando, simultaneamente, criar melhores condições
de alimentação dos consumos e facilitar o transporte da potência proveniente de instalações de
PRE. Até 2009 destacam-se as novas ligações Castelo Branco – Rodão (2005), Valdigem –
Bodiosa (Viseu) (2006), Bodiosa (Viseu) – Paraimo (Anadia) (2007), Vila Pouca de Aguiar –
Valdigem (2007) e Macedo de Cavaleiros – Douro Internacional (2007/08).
• A concretização da primeira linha a 400 kV para o Algarve, proveniente de Sines, e da terceira
linha (dupla a 220 kV) de alimentação da subestação de Trajouce, tendo presente os elevados
crescimentos dos consumos previstos para o Algarve e para a área ocidental da Grande Lisboa.
A data para ambos empreendimentos é agora 2006.
• A concretização de novos pontos de articulação entre a rede de 400 kV e as de 220 e 150 kV,
mediante instalação de autotransformação nas subestações de Pedralva (2006), Castelo Branco
(2006), Paraimo (Anadia) (2007), Valdigem 2 (2009) e Douro Internacional (2009).
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• A construção da segunda ligação entre o posto de corte do Pego e o litoral, mais concretamente
da linha a 400 kV Pego – Batalha em 2006.
• Será ainda reconstruída como dupla de 400 kV, em 2009, a actual linha Valdigem – Vermoim e
prosseguido o conjunto de reforços de capacidade de linhas existentes.
Reforço da capacidade de interligação
• O prosseguimento do reforço da capacidade de interligação com a rede de transporte de
Espanha, concretizada em fases sucessivas no tempo:
1. Conclusão do programa anteriormente iniciado de reforços de capacidade de linhas
existentes a 220 kV, e já concretizado na sua maior parte, que representam ainda restrições
mais activas nas capacidades de troca.
2. Reforço da capacidade de interligação na região do Douro Internacional mediante o reforço
da capacidade existente a nível dos 220 kV e o estabelecimento de interligação a 400 kV.
• A REN, S.A. e a REE, S.A. prosseguem os estudos conjuntos de análise de novos reforços de
ligação entre as duas redes, em particular tendo em vista as possíveis novas interligações
Algarve – Andaluzia e a segunda interligação entre o Minho e a Galiza, ambas a 400 kV, para
além de, eventualmente, outras a tensões mais reduzidas de interesse regional.
Ligação a clientes
• O estabelecimento de mais uma ligação para a REFER em Fatela destinada à conclusão da
electrificação da linha ferroviária da Beira Baixa.
• O PIR 2006-11 inclui já, até 2011, alguns projectos definidos para a alimentação de linhas
ferroviárias AVE, a primeira das quais, de acordo com as estimativas da RAVE, SA na altura em
que foi fixada a programação deste Plano, estava assumida como a ligação Porto – Vigo.
Por isso, em 2010, é aqui representada a entrada em serviço da linha a 400 kV entre a zona do
Grande Porto e Vigo a qual, para além de ter também a função de potencial futuro apoio à
distribuição, permitirá ainda alimentar duas subestações ferroviárias e de proporcionar mais uma
interligação a 400 kV.
• A estratégia de alimentação da futura linha ferroviária AVE Lisboa – Madrid ditou também que o
anel que havia sido definido a 150 kV no PIR 2004-09 entre a Falagueira – Estremoz / Borba –
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Évora vá ser concretizado com linhas isoladas para 400 kV, embora temporariamente a funcionar
a 150 kV.
Remodelações
• As reconstruções e as remodelações totais ou parciais dos equipamentos AT e transformadores
de potência de algumas subestações em fim de vida útil e com equipamentos obsoletos, como
sejam, Setúbal, Ermesinde e Carregado.
• A remodelação de sistemas de protecção, de comando e controlo e de supervisão e registo
cronológico de acontecimentos de um conjunto de subestações da RNT, substituindo
equipamentos obsoletos ou em fim de vida útil por equipamentos de tecnologia actual. Nos
sistemas de protecção, destaca-se a continuação da instalação sistemática da função de
protecção diferencial de linha.
• A continuação da concretização do programa de reforço de capacidade de um significativo
número de linhas antigas, tendo em vista o abastecimento dos consumos e a recepção de PRE
conjugados, sempre que possível, com a necessidade de reabilitação parcial de algum
equipamento das linhas envolvidas.
Tecnologias de informação
• O prosseguimento da renovação tecnológica dos sistemas de telecomunicações suportados
essencialmente em fibra óptica e também em feixes hertzianos por forma a criar elevados níveis
de segurança e qualidade de serviço.
• O prosseguimento da criação ou melhoria das plataformas informáticas que disponibilizem
ferramentas e níveis de serviço adequados, quer quanto a aplicações corporativas quer a nível de
segurança e monitorização.
Os mapas das páginas seguintes sintetizam os projectos mais relevantes de evolução da RNT
previstos para o período 2006 a 2011, o primeiro indicando os projectos respeitantes a linhas e o
segundo a capacidade de transformação, autotransformação e baterias de condensadores.
Também os mapas do Anexo 3 permitem visualizar com bastante facilidade os principais projectos
previstos, ano a ano, para o período de 2006 a 2011.
FIABILIDADE DO FUNCIONAMENTO DA RNT
Os projectos de investimento contemplados neste Plano potenciam a manutenção de índices globais
de fiabilidade idênticos aos actuais. A nível regional e local são, porém de antever melhorias no que
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respeita à fiabilidade na entrega à distribuição, resultante de uma política concertada entre as
Empresas de transporte e distribuição no estabelecimento de malhas de 60 kV que permitem o
recurso imediato em caso de falha de alimentação por parte da RNT.
A nível geral, isto é, tomando como referência um indicador como o tempo de interrupção equivalente
(TIE), as simulações da RNT feitas com o modelo “Zanzibar” para os anos de 2006, 2008 e 2011
mostram uma manutenção daquele indicador dentro de valores médios de 3 a 5 minutos anuais.
Trata-se de um modelo de análise probabilística do comportamento da RNT face a ocorrências
furtuitas de indisponibilidade dos seus elementos.
Em termos regionais, assinala-se a importância na concretização, em data neste momento aqui
assumida como 2010, da interligação a 400 kV Algarve – Andaluzia, a qual irá beneficiar a garantia
de abastecimento e a segurança em contingências extremas de toda a zona da RNT a Sul de Sines,
com especial ênfase para o Algarve.
Tal como já referido em Planos anteriores, será desviado em 2007 da subestação de Rio Maior um
dos dois circuitos norte-sul a 400 kV existentes. Um deles, entre a subestação da Batalha e o posto
de corte do Ribatejo, irá “rodear” a subestação de Rio Maior através do desvio de linhas na
vizinhança da referida subestação criando a ligação directa entre aquelas duas instalações da RNT.
Também são propostas condições para que o nó de Palmela venha a ser futuramente circundado por
uma ligação a 400 kV, proporcionada pela construção do circuito duplo que introduzirá aquele nível
de tensão na área de Fernão Ferro onde será instalada autotransformação 400/150 kV e, ainda, pela
possibilidade de construção de um circuito a 400 kV directo entre Sines e a região da Grande Lisboa.
Deste modo será diversificado o apoio de alimentação a toda a zona da margem Sul de Lisboa e
península de Setúbal, neste momento muito dependente apenas da subestação de Palmela.
A área a Sul do Porto, que também neste momento se encontra dependente de uma única instalação
da RNT, a subestação de Canelas, com pontas que atingem já elevados valores, verá a respectiva
fiabilidade de abastecimento acrescida através da criação de uma nova subestação na zona a Sul de
São João da Madeira prevista para 2010.
A nível local refere-se a concretização de diversos fechos de malha em MAT que deverão eliminar,
dentro de alguns anos, todas as alimentações de subestações com apoio à distribuição “em antena”
hoje ainda existentes.
A mais curto prazo, em 2005, verificar-se-á a passagem para 220 kV de um dos circuitos Vermoim –
Amieira – Custóias, neste momento em serviço a 60 kV e utilizado pela EDIS, por forma a estabelecer
um segundo corredor em linha aérea de alimentação à subestação de Custóias e, ainda, a
construção da linha Tunes – Estói (agora prevista para 2006).
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Em 2006 deverá também concretizar-se o fecho de malha que irá beneficiar as alimentações das
áreas das cidades da Covilhã e de Castelo Branco. Em 2009 serão criadas as condições para a bi-
alimentação à área de Chaves, actualmente o ponto de entrega à rede da distribuição de mais baixa
fiabilidade na RNT, e efectuar-se-á uma malha no interior do Alentejo entre as subestações da
Falagueira e de Évora, passando pela futura subestação de Estremoz / Borba.
Obviamente, a fiabilidade da RNT na sua situação actual e previsível para os próximos anos
dependerá, também, de todo um conjunto de factores que ultrapassam o planeamento da RNT como
sejam a qualidade de desempenho dos equipamentos e dos sistemas de protecção, comando e
controlo assim como a fiabilidade dos elementos a inserir na RNT nas instalações novas ou objecto
de remodelação e ainda as respectivas práticas de manutenção.
As simulações previsionais do funcionamento da RNT a nível de trânsito de potências nos regimes de
ponta, intermédio e vazio, em situações de Verão e de Inverno, permitem concluir que se verificam os
“Padrões de Segurança de Planeamento da RNT” na quase totalidade das situações quer em
condições normais, com todos os elementos da rede em serviço, quer ainda em condições de
contingência (perda por avaria ou indisponibilidade fortuita de elementos da RNT – linhas,
transformadores, etc.) de um desses elementos (segurança “n-1”), perda simultânea de grupo
gerador + linha e em quase todas as contingências que decorrem da perda simultânea de dois
elementos relevantes para efeitos de planeamento (segurança “n-2” de aplicação apenas às linhas
duplas mais longas ou nas áreas críticas da RNT – áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto).
RISCOS MAIS RELEVANTES
Região de Lisboa - subestação de Alto de Mira
Depois de concluída a primeira parte da solução de introdução dos 400 kV na subestação de Alto de
Mira, figura neste Plano o estabelecimento de uma nova ligação a 400 kV através da reconstrução da
actual linha Fanhões – Alto de Mira 2, permitindo completar a necessária garantia de abastecimento.
É da maior importância que esta nova ligação se venha a concretizar logo que possível.
Zona Ocidental de Lisboa - subestação de Trajouce
De realçar a importância da concretização na data assumida neste Plano da terceira ligação à
subestação de Trajouce por meio de nova linha dupla de 220 kV. Esta nova ligação é imprescindível
e inadiável face às elevadas e sustentadas taxas de crescimento dos consumos na área de influência
de Trajouce (concelhos de Oeiras, Cascais e Sintra, basicamente). A envolvente urbana desta obra é
de elevada complexidade ambiental, tendo a REN, S.A. procedido a uma análise pormenorizada das
diferentes situações, tendo em vista criar as condições para uma AIA com sucesso e a conclusão,
embora difícil, desta obra no prazo previsto.
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Sumário executivo
Península de Setúbal
O caso do reforço de capacidade de abastecimento à península de Setúbal envolve dois projectos
estruturais da maior relevância, que terão que ser concluídos em tempo útil, aos quais estão
associados riscos do mesmo tipo dos referidos nos casos anteriores: a construção de uma ligação a
400 kV vinda de Palmela até à área de Fernão Ferro e ainda a construção da segunda ligação a
150 kV entre Fernão Ferro e a futura subestação de Trafaria (anteriormente designada de Monte da
Caparica).
A REN, S.A. tem vindo também a preparar estes projectos com o maior rigor, em especial nas
vertentes técnicas e ambientais que, em particular, permitirá abrir possibilidades à não necessidade
de construir outra subestação na zona de F. Ferro, através de uma instalação blindada de 400 kV,
que, neste nível de tensão, será a primeira da RNT.
Quanto à segunda ligação a 150 kV referida, o Estudo de Impacte Ambiental e o projecto estão
concluídos e seguirão para processo de AIA e de licenciamento. Salienta-se o desenvolvimento, em
colaboração com a indústria nacional, de uma solução nova de apoios de tipo tubular para 150 kV,
como instrumento de melhor integração no tecido urbano existente em quase toda a extensão desta
ligação.
No referente à ligação a 400 kV entre a subestação de Palmela e a subestação de Fernão Ferro foi
lançado um estudo de viabilidade técnica e ambiental, tendo por objecto consolidar corredores,
tipologia de apoios, etc., o qual está em fase de conclusão. São aqui particularmente importantes os
contactos prévios com as autarquias, tendo por finalidade explicar o objectivo da infra-estrutura e as
condições para a sua realização.
Algarve
O complexo processo de pós-avaliação da linha Tunes – Estoi está em fase de conclusão, havendo já
uma decisão favorável condicionada relativa a dois de três troços da linha, em conformidade com
definição efectuada pelo Instituto do Ambiente e na sequência de um diálogo alargado com as
diferentes entidades envolvidas, salientando-se o relevante papel que a AMAL tem desempenhado
neste processo.
Dado o grande atraso na entrada em serviço desta linha, continua a degradar-se cada vez mais o
cumprimento das condições contidas nos “Padrões de Segurança de Planeamento da RNT”, em
particular em situações de cargas de Verão quer na subestação de Estoi, que continua alimentada
por uma só linha dupla de comprimento considerável, quer também no que respeita aos consumos
que se apoiam na subestação de Tunes.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 13/175
Sumário executivo
Entretanto foram concretizadas já um conjunto de medidas de recurso para apoio da alimentação
destas duas instalações incluindo o reforço dos meios de compensação de reactiva e de capacidade
das linhas existentes Sines – Tunes 1 e 2 e Ourique – Tunes. Desta forma, e na medida do possível,
o nível de segurança na alimentação do Algarve foi melhorado ao mesmo tempo que se minimizou a
necessidade do recurso à geração, de elevado custo, dos grupos da central de Tunes.
Apesar de todas as medidas, e porque a capacidade de basculamento de cargas entre Tunes e Estoi
por parte da rede de distribuição tem limites, em caso de falha da linha Ourique – Estoi, será já hoje
significativo o número de horas em que não será possível garantir o abastecimento dos consumos
ligados à subestação de Estói correspondentes a uma área já bastante grande, em particular as
zonas mais para nascente incluindo Olhão, Tavira, V. R. de Santo António e Castro Marim.
Ainda relativamente ao abastecimento do Algarve, realça-se o significativo risco de abastecimento em
caso de qualquer atraso que venha a afectar a data de construção da nova linha Sines – Portimão
prevista neste Plano para finais de 2006. Efectivamente, esta linha será imprescindível para aumentar
a capacidade de colocação de potência em todo o Algarve (subestações de Portimão, Tunes e Estói)
a partir do centro produtor de Sines. O respectivo processo de AIA está em fase de conclusão, tendo
tido também alguma complexidade quer de análise, quer de modificações, particularmente nos
descritores de ecologia de avifauna (preservação da águia de Bonelli) e de quirópteros.
VALORES DOS INVESTIMENTOS
O total de investimento regulado a custos directos externos (CDE), referido a preços constantes de
Janeiro de 2006, para o período de 6 anos entre 2006 e 2011 ronda os 1080 milhões de euros a que
corresponde um valor de investimento médio anual de 180 milhões de euros. No entanto, o valor do
investimento não se distribuirá uniformemente ao longo dos 6 anos em análise, antes tendo um
patamar entre os 200 e os 212 milhões de euros a CDE entre 2006 e 2009 e assumindo valores mais
baixos em 2010 e 2011 (respectivamente, 163 e 102 milhões).
O quadro seguinte especifica os valores anuais correspondentes a custos directos externos.
As figuras seguintes mostram a desagregação relativa do volume de investimento regulado total por
diversas rubricas e ainda a desagregação da componente de “Transporte de Energia Eléctrica”
específica (TEE) pelas suas diferentes sub-rubricas.
Este Plano apresenta pois, por comparação com o PIR 2004-09, um acréscimo de investimento de
10% (de 161 para 180 M€ anuais) cujos motivos se encontram expostos em detalhe no capítulo 14 e
que se podem atribuir, sinteticamente, ao aumento de crescimento de consumos previsível, ao
alargamento das metas de PRE eólica de 3750 para 4500 MW, à necessidade de garantir valores
adequados de capacidade de interligação no âmbito do MIBEL e à consideração de algumas
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 14/175
Sumário executivo
soluções mais dispendiosas de ligação de grandes centrais térmicas e novas centrais hídricas por
constrangimentos ambientais e outros.
DESAGREGAÇÃO DO INVESTIMENTO DA REN 2006-2011
Custos directos externos
De salientar que os valores de investimento são apresentados a preços constantes referidos ao ano
inicial de cada Plano, o que justifica uma subida de cerca de 5 a 6% nos índices de preços entre o
actual Plano e o anterior, elaborado há 2 anos.
Transporte de Energia Eléctica (TEE esp.)
Ligação à distribuição vinculada
27,5%
Clientes e modif. p/ terceiros
2,5%
Sistemas e equipamentos secundários
0,5%
Ligação de PRE15,7%
Ligação a grandes centrais
7,8%
Promoção ambiental
0,2%
Reforço da capacidade de
interligação11,8%
Desenvolvimento da rede21,2%
Remodelações12,9%
Total de Investimento Regulado
Transporte de energia eléctrica
94%
Inves tim ento nãoespecífico
0.91%
Aquis ição de energia eléctrica
2.27%Gestão Global do Sis tem a2.97%
Transporte de Energia Eléctica (TEE esp.)
Sistemas de informação0.1%
Ligação à distribuição vinculada
27.5%
Clientes e outros2.5%
Sistemas e equipamentos secundários
0.5%
Ligação de PRE15.7%
Ligação a grandes centrais
7.7%
Promoção ambiental0.2%
Reforço da capacidade de interligação
11.8%
Desenvolvimento da rede
21.2%
Remodelações12.8%
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 15/175
Sumário executivo
Síntese de investimentos previstos 2006-2011
Custos directos externos, a preços constantes de Janeiro de 2006
Unidade: €
Anos
Investimentos regulados (custos directos externos) 2006 2007 2008 2009 2010 2011
TOTAIS
I – INVESTIMENTO ESPECÍFICO
1. Aquisição de energ. eléctrica (AEE) 1.a Terrenos para centros
produtores 1 442 000 1 990 000 6 036 000 6 348 000 4 105 000 4 434 000 24 355 000
Total AEE específico 1 442 000 1 990 000 6 036 000 6 348 000 4 105 000 4 434 000 24 355 000
2 Transporte de energ eléctrica (TEE)
2 a Ligação a grande c produtores
2 a 1 Grande hídrica 3 515 447 523 617 3 672 733 4 003 592 4 074 835 12 795 475 28 585 698
2 a 2 Grande térmica 2 134 610 1 930 960 1 194 827 8 639 492 19 870 059 16 097 721 49 867 668
2 b Ligação a PRE 41 611 746 38 274 706 47 601 399 26 509 028 3 164 293 1 953 360 159 114 531
2 c Reforço da cap interligação 13 122 813 20 356 951 30 374 742 34 865 816 16 912 428 3 840 695 119 473 444
2 d Ligação à distribuição vinculada 54 944 551 80 711 663 37 255 100 42 268 214 41 386 575 22 115 091 278 681 194
2 e Clientes e modificações p/ terceiros
Novas alimentações – REFER 359 129 0 0 0 0 0 359 129
RAVE 0 42 269 99 829 1 477 187 14 874 702 8 154 904 24 648 891
2 f Reforço interno da RNT
Desenvolvimento da rede 67 721 862 24 309 416 38 164 529 50 868 560 28 042 481 5 463 639 214 570 486
Remodelação de instalações 13 928 806 24 858 672 27 624 542 19 190 799 24 055 232 20 505 753 130 163 804
Sist e equipa secundários 2 383 403 1 024 000 512 000 307 200 307 200 307 200 4 841 003
2 g Meios de gestão de reactiva (1)
2 h Promoção ambiental 378 460 839 458 0 202 750 531 919 0 1 952 588
Total TEE específico 200 100 826 192 871 711 186 499 701 188 332 638 153 219 724 91 233 837 1 012 258 437
3 Gestão global do sistema (GGS)
3 a Gestor do Sistema 409 600 409 600 409 600 409 600 409 600 409 600 2 457 600
3 b Gestor de Ofertas 1 363 367 0 0 0 0 0 1 363 367
3 c Telecomunicações de segurança 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 27 893 760
Total GGS específico 6 421 927 5 058 560 5 058 560 5 058 560 5 058 560 5 058 560 31 714 727
TOTAL DE INV ESPECÍFICO 207 964 753 199 920 271 197 594 261 199 739 198 162 383 284 100 726 397 1 068 328 164
II – INVEST NÃO ESPECÍFICO
TOTAL DE INV NÃO ESPECÍFICO 3 927 498 1 785 585 1 961 137 1 098 678 1 403 547 1 595 158 11 771 603
TOTAL INV REGULADO (I + II) 211 892 251 201 705 856 199 555 398 200 837 876 163 786 831 102 321 555 1 080 099 767
Comparticipações (Natureza)
PRE 3 159 935 0 0 0 0 0 3 159 935
REFER 350 712 0 0 0 0 0 350 712Programa de incentivos (PRIME)
Aprovado ou em aprovação 11 879 631 8 912 545 2 462 071 0 0 0 23 254 247
Estimado 16 398 720 15 112 365 22 545 361 18 157 303 647 717 534 875 73 396 341
Redes Transeuropeias (TEN)
Aprovado ou em aprovação 194 142 392 158 0 0 0 0 586 300
Estimado 29 620 239 936 577 433 835 524 0 0 1 682 513
(1) A verba com esta rubrica não é adicionada aos totais pois ela já se encontra repartida pelas outras rubricas de TEE
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 16/175
Sumário executivo
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 17/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
1 ENQUADRAMENTO, ÂMBITO E CONTEÚDO
1.1 ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO E REGULAMENTAR
O planeamento da RNT e, mais especificamente, a obrigatoriedade por parte da concessionária da
RNT de elaborar, periodicamente, planos de investimento para esta rede, estão consignados a
diversos níveis, na legislação e na regulamentação do sector eléctrico.
Assim, o Decreto Lei (DL) 185/95, que estabelece o regime jurídico do exercício da actividade de
transporte de energia eléctrica, estipula no seu artigo 22º “Exploração da RNT” que a concessionária
deve “ …assegurar … o planeamento e o desenvolvimento da RNT …”, desígnio também
contemplado no Contrato de Concessão assinado entre a REN, S.A. e o Estudo Português, o qual,
correspondentemente, assume na sua cláusula 2ª “ … o planeamento e desenvolvimento da RNT …”
como integrando o objecto da concessão e, mais adiante, na cláusula 11ª estipulando que “ … A
concessionária deve elaborar periodicamente o plano de investimentos da RNT, o qual deve ser
submetido a parecer da ERSE …”
A nível regulamentar, o actual (2005) Regulamento de Acesso às Redes e Interligações (RARI)
define:
• Artigo 11º : Planeamento das redes e interligações. Os operadores das redes de transporte e de
distribuição MT e AT em Portugal continental devem elaborar os planos de investimento das suas
redes, assegurando a coerência dos respectivos planos e proceder ao seu envio para a ERSE
para parecer.
• Artigo 12º : A metodologia do planeamento das redes e interligações. Estipula, em particular, que
a REN, S.A. deve apresentar o conjunto de cenários de previsão utilizados no planeamento e a
necessidade de demonstrar, a nível técnico, o bom funcionamento das redes, e a apresentação
de justificações técnico-económicas dos projectos mais relevantes com indicação de alternativas
e valores orçamentados.
• Artigo 13º : O processo de planeamento das redes e interligações. Este artigo, e pela primeira vez
na edição de 2005 do RARI, define que a proposta de plano de investimento será objecto de
consulta pública prévia, a qual deve envolver um conjunto de iniciativas de divulgação e de
sessões públicas de esclarecimento.
Dado que as novas edições de 2005 dos regulamentos da ERSE, e em particular do RARI, foram
publicadas já em Agosto do corrente ano, não foi materialmente possível à REN, S.A. elaborar o
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 18/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte para o período 2006-11 (PIR 2006-11) já
completamente de acordo com as indicações daquele regulamento, em particular no que respeita à
realização de consulta pública prévia.
O planeamento da RNT é também referido no Regulamento das Relações Comerciais (RRC) no
seu artigo 27º “Transporte de Energia Eléctrica” em cujo nº 2, alíneas a) e b) se estipula que o
operador da RNT, no âmbito da actividade de transporte de energia eléctrica, deve:
• Alínea a) Planear e promover o desenvolvimento da rede de transporte e interligação por
forma a veicular a energia eléctrica dos pontos de recepção aos pontos de entrega
assegurando o cumprimento dos padrões de segurança que lhe sejam aplicáveis.
• Alínea b) Assegurar, a longo prazo, a capacidade necessária à segurança de abastecimento
e a pedidos de acesso à RNT, por parte dos utilizadores de redes, nos termos do disposto no
RARI.
O planeamento da RNT é ainda citado no DL 312/2001 que define o regime de gestão da capacidade
de recepção de energia eléctrica nas redes do SEP proveniente de centros electroprodutores do SEI,
mais exactamente no seu artigo 8º “Planos de investimento nas redes do SEP”, estipulando a
obrigatoriedade de “ … elaborar o plano de investimentos da RNT e submetê-lo a parecer da ERSE
…” devendo “ … apresentar o conjunto de propostas previstas no RARI, incluindo as relacionadas
com a gestão da capacidade previsional da recepção da rede, atendendo às previsões de expansão
do sistema electroprodutor do SEI”.
1.2 ÂMBITO E CONTEÚDO
O PIR 2006-11 apresenta a proposta de evolução dos investimentos regulados da RNT, incluindo o
detalhe de todas as obras na rede a efectuar no período 2006-2011 e estimativas para os respectivos
valores de investimento a custos directos externos.
O Plano inclui todo um conjunto de informação técnica sobre o funcionamento previsional da RNT –
trânsitos de potência, análise da segurança perante contingências, capacidades de interligação e
níveis de correntes de defeito – com o objectivo de tornar clara a antevisão do seu funcionamento
futuro e mostrar em que medida são cumpridos os “Padrões de Segurança de Planeamento da RNT”.
Pela primeira vez em anexo, estudos e análises económicas em que se baseiam as decisões de Planeamento para os projectos mais relevantes são apresentados. Também pela primeira vez
são apresentados capítulos relativos ao ambiente e à estabilidade do sistema (RNT + sistema
gerador).
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 19/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
O Plano está dividido em 3 volumes. O primeiro inclui o texto e a informação complementar essencial, o segundo os anexos de carácter mais técnico ou mais descritivo e o terceiro, em volume separado, os estudos e análises técnico-económicas em que se basearam as principais
decisões de Planeamento. Esta terceira parte, que pela primeira vez é inserida no Plano, dada a sua
extensão é apenas apresentada em formato electrónico (CD-ROM).
O texto começa, no capítulo 2, por enquadrar os cenários de previsão de consumos e de cargas e de evolução dos sistemas produtores. O capítulo 3 faz uma descrição de pressupostos e objectivos relacionados com o Mercado Ibérico da Electricidade.
O capítulo 4 apresenta os princípios e critérios de planeamento, em particular os “Padrões de
Segurança de Planeamento da RNT”.
O capítulo 5 apresenta o posicionamento da Empresa a nível de ambiente, na sua componente
mais direccionada com diferentes temáticas envolvidas no desenvolvimento da RNT.
O capítulo 6, pela primeira vez organizado por regiões, apresenta uma descrição e justificação dos empreendimentos mais importantes procurando-se, em especial, enquadrar os investimentos
de desenvolvimento da RNT numa visão mais global da evolução desta rede. Neste capítulo faz-se
referência a diversos estudos e análises de Planeamento da RNT em que se basearam as decisões
sobre os projectos mais relevantes.
O capítulo 7 apresenta as remodelações previstas em instalações da RNT.
Seguidamente, e com base na simulação do funcionamento da RNT, apresentam-se previsões da evolução de índices globais de utilização de equipamento (capítulo 8), da evolução das correntes de defeito (capítulo 10) e da capacidade de interligação (capítulo 11).
O capítulo 9 aborda a temática da estabilidade do sistema, de especial relevância tendo em vista o elevado valor previsto para a geração eólica.
O capítulo 12 apresenta, pela primeira vez, uma previsão da evolução de perdas na RNT
indicando, para os anos de 2006, 2008 e 2011 estimativas de gamas previsíveis de variações desta
grandeza.
No capítulo 13 abordam-se as situações de risco mais delicadas associadas com os atrasos
verificados com a construção da linha Tunes-Estoi e ainda outros casos de empreendimentos futuros
que apresentam maiores riscos para o funcionamento em segurança.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 20/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
O último capítulo (capítulo 14) apresenta os valores dos investimentos e respectivos valores
desagregados por diversas rubricas e remete para os anexos correspondentes a listagem e a
programação detalhada da execução de todos eles.
No anexo 1 figuram os “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” definidos pela
REN, S.A. nos termos regulamentares e que foram aprovados pela ERSE.
O anexo 2 apresenta e comenta de forma mais detalhada os resultados da análise de contingências nas diferentes redes simuladas no Plano.
Os anexos 3 e 4 contêm mapas geográficos indicando os elementos a entrar em serviço em cada ano de 2006 a 2011 e os mapas no final de cada ano de 2005, 2006, 2008 e 2011.
O anexo 5 engloba os esquemas unifilares representando a composição dos empreendimentos
de desenvolvimento da rede MAT/AT, os quais permitem uma mais fácil visualização dos projectos
que os constituem e dos respectivos custos.
A lista geral dos investimentos com o detalhe da programação dos respectivos valores anuais
figura no anexo 6. No anexo 7 indicam-se as distribuições de valores de investimento afectas a diversos objectivos de planeamento.
Dos anexos incluídos no volume 2 salientam-se, pela sua importância, uma enumeração detalhada das cargas activas e reactivas em Verão e Inverno previstas para os próximos anos (anexo 9), das potências instaladas da PRE (anexo 10) bem como dos planos de produção (anexo11).
Os resultados incluem os trânsitos de potências (anexo 12), diversos índices evolutivos de equipamentos (anexo 13) e os valores das correntes de defeito trifásicas e monofásicas em todos os seus barramentos (anexo 14).
O anexo 15 apresenta um conjunto de mapas relativos à situação e evolução das redes de transmissão de dados e comunicação dedicadas exclusivamente às actividades reguladas da
REN, S.A.
O período formal de análise do Plano vai até ao final de 2011. No entanto, a título indicativo, alarga-
se a análise até ao final de 2016. O interesse de incluir este segundo período decorre da necessidade
de fundamentar parte dos investimentos dos anos finais do período 2006-2011 os quais englobam
uma componente de execução de projectos que já entrarão em serviço nos anos seguintes a 2011 e
ainda possibilitar uma visão mais alargada no tempo de alguns aspectos da evolução necessária para
a RNT.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 21/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
Assinala-se, no entanto, que os anos 2012 a 2016 são abordados de maneira menos completa nas
análises de simulação e por isso as propostas apresentadas, para além de não abarcar todas as
necessidades da RNT, têm carácter meramente indicativo devendo ainda, algumas delas, vir a ser
sujeitas a avaliações técnico-económicas-ambientais em tempo oportuno. Por este motivo, não se
exclui a necessidade de vir a alterar futuramente a composição e programação dos projectos agora
propostos.
Por outro lado, outros projectos aqui não indicados ou alterações dos que aqui figuram podem vir a
ser necessários.
Refere-se, por último, que os traçados de linhas novas e bem assim as localizações das novas subestações que figuram no texto e anexos deste Plano no médio prazo são meramente esquemáticos e indicativos já que, nesta altura, se desconhecem as localizações exactas que irão ter no terreno.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 22/175
Enquadramento, âmbito e conteúdo
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 23/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
2 EVOLUÇÃO DAS CARGAS E DOS MEIOS DE PRODUÇÃO
2.1 CENÁRIO DE EVOLUÇÃO DOS CONSUMOS
A evolução dos consumos adoptada neste Plano é a que figura no PESEP 2006-25 como cenário de
“sustentabilidade” associado ao “cenário alto” de evolução macroeconómica, considerando-se que o
balanço oferta/procura de electricidade aí definido deverá ser suportado pelas correspondentes infra-
estruturas das redes públicas, nomeadamente a RNT.
Recorda-se que o cenário de sustentabilidade do PESEP 2006-25 assume a concretização de um
conjunto de acções decorrentes da implementação da “Proposta de Directiva do Parlamento Europeu
ao Conselho” relativa à eficiência energética na utilização final e nos serviços energéticos (versão de
Abril de 2005).
Em linhas gerais, a aplicação desta Directiva, que se assume que terá efeitos a partir de 2008,
comportará medidas de eficiência energética nos sectores dos serviços, indústria e residencial e
ainda a promoção de soluções baseadas em “demand response”, conseguindo-se uma modulação da
ponta anual de consumo em situação de contingência, a qual poderá, a partir do 6º ano de aplicação,
atingir os 3%.
No cenário alto de sustentabilidade as previsões de consumos globais do SEN e as respectivas taxas
de crescimento para o período abrangido neste Plano, são as que constam do quadro 2-1.
QUADRO 2-1 PREVISÃO DE CONSUMOS GLOBAIS (SUSTENTABILIDADE – CENÁRIO ALTO)
Unidade : GWh
Consumo final Fornecimento (a) SEP + SEI
Ano Total do Auto Continente consumo SEN
(1) (2) (3=1-2)
Taxa decresc. (%)
Perdas nas
redes
(4)
Consumo Ponta (b) (MW)
(3+4)
2006
2008
2011
2016
48 390 2 560 45 830 52 615 2 300 50 315 59 430 2 560 56 870 74 960 3 050 71 910
4,8
4,2
4,8
4 740
5 155
5 740
7 110
50 572 9 010 55 470 9 900 62 610 11 150 79 015 14 070
(a) Valores referidos à emissão (b) Ponta calculada a partir dos valores de consumo supondo-se um factor de carga de 0,62
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 24/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
As pontas quantificadas no quadro 2-1 serão satisfeitas, simultaneamente, pelos diferentes meios de
produção do SEN e pelo balanço de trocas com o exterior. Para além dos crescimentos significativos
da PRE, mais elevados ainda que os assumidos no anterior PIR 2004-09, em especial da eólica, o
que adiante será explicitado em pormenor, existe neste momento um quadro de evolução diferente
por comparação com o Plano anterior sobre a calendarização, localização e tipo de centrais térmicas
de grande dimensão a ligar directamente à RNT.
Refere-se por último que, do ponto de vista do dimensionamento da RNT, a ponta de consumos a
abastecer é a variável mais determinante, independentemente da energia efectivamente
transportada, ou seja, independentemente da “utilização” da ponta de consumos. Daí que, do ponto
de vista da RNT, se tenha considerado o “cenário alto” acima referido
2.2 PREVISÃO DE CARGAS ACTIVAS E REACTIVAS
O ponto de partida para a previsão de cargas activas e reactivas nas subestações consistiu no
tratamento estatístico dos registos disponíveis do consumo e da produção em cada ponto de entrega
da RNT nos últimos anos, recorrendo também a taxas de crescimento recolhidas junto da EDIS. No
final foi efectuado um ajuste anual dos montantes globais por forma a se alcançar uma coerência, a
nível de taxas de crescimento, com a previsão energética global para o Continente assumida no
PESEP 2006-25.
Os valores de previsão para a carga activa máxima em cada um dos pontos de entrega da RNT, nos
períodos sazonais de Verão e de Inverno, correspondem a situações de carga simultânea máxima,
com uma probabilidade de cerca de 95% de não ser excedida.
A situação de carga máxima de Verão em Portugal continental verifica-se, tipicamente, no mês de
Julho. Contudo, no Algarve, contrariamente ao que se passa a nível nacional, o registo máximo de
Verão verifica-se em Agosto. Para ultrapassar esta não simultaneidade e a fim de não tornar o
número de casos a simular excessivo, assumiu-se substituir, na ponta de Verão como nas anteriores
edições do Plano, os valores relativos às subestações de Tunes, Estói e Portimão na situação de
carga nacional máxima simultânea pelos respectivos máximos simultâneos típicos em Agosto.
A previsão de carga activa intermédia foi obtida a partir dos respectivos máximos utilizando-se, em
cada ponto de entrega, factores típicos de relação intermédia/ponta, enquanto que a carga de vazio
corresponde a situações de carga sazonal mínima simultânea no País.
Em cada época sazonal e regime de carga, a respectiva parcela de carga reactiva foi obtida através
dos factores de potência característicos de cada ponto de entrega, que se supõem constantes para o
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 25/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
futuro, embora o assunto do factor de potência na fronteira transporte - distribuição se encontre neste
momento em debate, podendo ocorrer a sua melhoria no futuro.
Recorda-se que a designação “carga” ou “carga natural” se refere ao valor da carga activa ou reactiva
vista ao nível de AT ou de MAT, a qual será satisfeita pela totalidade da produção existente,
independentemente de ela se encontrar na MAT ou inserida nas redes de distribuição. Assim, os
valores da carga indicados em cada ponto de entrega são abastecidos quer pela RNT, via
transformação MAT/AT, quer pela produção injectada nas redes locais de AT ou de tensões mais
baixas.
Apresenta-se nas páginas seguintes, a título de informação relevante para a compreensão da
localização dos consumos, 4 mapas com classes de níveis de consumo absoluto, densidades de
consumo por área de cada concelho do Continente, taxas de crescimento dos consumos nos últimos
5 anos e ainda com as pontas nas áreas de influência das subestações.
As produções PRE de origens eólica, mini-hídrica, cogeração e “outras” mais relevantes são
consideradas de forma explícita em cada subestação da RNT, sendo a sua simulação efectuada por
meio de geradores equivalentes correspondentes ao agregado de cada um daqueles tipos de
geração, na área de influência dessa subestação. As “outras” produções menos relevantes, caso o
seu somatório seja inferior a 5 MW nas redes ligadas a uma subestação, são subtraídas às
respectivas cargas naturais.
Ter presente que a cogeração é representada com injecção de apenas cerca de 20%, em horas de
ponta e cheias, da potência instalada (e 10% em vazio), apenas interessando para os trânsitos e
fluxos na RNT o saldo físico entre produção e consumo próprio.
Tal como em Planos anteriores apresenta-se na figura 2-1, para o Continente e para as zonas do
Grande Porto, Grande Lisboa e Algarve, a evolução das cargas diárias nos dias de maior ponta de
Verão e de Inverno em 1999/00, em 2004/05 e ainda no Verão de 2005.
Na figura 2-2, e para as mesmas regiões da figura 2-1, apresenta-se a evolução das pontas de Verão
e de Inverno desde 1999/00 até 2004/05 e também as do Verão do corrente ano.
Em termos globais do Continente mantém-se uma subida das pontas de Inverno e de Verão as quais
evoluíram, nos últimos 5 anos (de 1999/00 a 2004/05), respectivamente, a 4,4% e a mais de 3,9%. Se
a área do Grande Porto mostra taxas mais moderadas, em particular de Inverno em que pouco
passou de 1%, mas com 3,2% no Verão já na Grande Lisboa Norte (2,5% tanto de Inverno como de
verão) e particularmente no Algarve, continuam a verificar-se taxas elevadas.
Em geral, a progressão de pontas de Verão mostra uma maior regularidade relativamente à de
Inverno, a qual é mais afectada por situações de frio extremo que não ocorrem todos os anos.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 26/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
No Algarve continua a assistir-se a uma significativa subida das cargas de Inverno, embora nos
últimos dois anos as pontas de Verão tenham sofrido uma pequena redução (441 MW em 2003,
436 MW em 2004 e 432 MW em 2005). A média de subida dos últimos 5 anos no Inverno rondou os
7,7%, passando a ponta de cerca de 301 MW em 1999/00 para 437 MW em 2004/05. As pontas de
Verão subiram menos mas, mesmo assim, a uma taxa média que se mantém acima de 6%.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 31/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
Continentea) Grande Portob)
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
00:00 04:00 08:00 12:00 16:00 20:00 00:00[horas]
[MW
]
9.Jul.1999 27.Jul.2004 25.Jan.2000
25.Jan.2005 22.Jun.2005
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
00:00 04:00 08:00 12:00 16:00 20:00 00:00[horas]
[MW
]
24.Set.1999 22.Set.2004 4.Jan.2000 27.Jan.2005 20.Jul.2005
b) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações de Canelas, Custóias,Ermesinde, Recarei e Vermoim, o consumo da Siderurgia da Maia e a produção (comtelecontagem) injectada na área de influência destas subestações.
a) Consumo SEP+SENV referido à emissão.
FIGURA 2-1
EVOLUÇÃO DA CARGA EM DIAS DE MAIOR PONTA DE INVERNO E VERÃO 1999/00, 2004/05 E VERÃO DE 2005
Grande Lisboa (norte)c) Algarved)
0
250
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
00:00 04:00 08:00 12:00 16:00 20:00 00:00[horas]
[MW
]
8.Jul.1999 28.Jun.2004 25.Jan.2000 27.Jan.2005 12.Jul.2005
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
00:00 04:00 08:00 12:00 16:00 20:00 00:00[horas]
[MW
]
24.Ago.1999 25.Ago.2004 25.Jan.2000 28.Fev.2005 6.Ago.2005
c) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações de Alto de Mira,Carriche, Carregado, Fanhões, Trajouce, Sete-Rios e Sacavém e a produção (comtelecontagem) injectada nas área de influência destas subestações.
d) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações de Estoi e Tunes e aprodução (com telecontagem) injectada na área de influência destas subestações.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 32/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
FIGURA 2-2
EVOLUÇÃO DAS PONTAS MÁXIMAS NO INVERNO E NO VERÃO
1999/00 A 2004/05 E VERÃO DE 2005
Continentea) Grande Portob)
5764
6890
5941
6800
6090
7466
6469
8045
6716
7698
6995
8528
7367
5000
5800
6600
7400
8200
9000
(MW
)
1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
ponta sincrona no verão ponta síncrona no inverno
933
1267
990
1203
1016
1262
1020
1303
1085
1299
1095
1340
1179
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
(MW
)
1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
ponta sincrona no verão ponta sincrona no inverno
a) Consumo SEP+SENV referido à emissão. b) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações deCanelas, Custóias, Ermesinde, Recarei e Vermoim, o consumo daSiderurgia da Maia e a produção (com telecontagem) injectada na área deinfluência destas subestações.
Grande Lisboa (norte)c) Algarved)
1352
1617
1395
1527
1428
1771
1447
1898
1503
1657
1532
1826
1551
750
1000
1250
1500
1750
2000
(MW
)
1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
ponta sincrona no verão ponta sincrona no inverno
321
301
345
291
372
338
392378
441
377
436437
432
200
260
320
380
440
500
(MW
)
1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
ponta sincrona no verão ponta sincrona no inverno
c) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações de Alto deMira, Carriche, Carregado, Fanhões, Trajouce, Sete-Rios e Sacavém e aprodução (com telecontagem) injectada nas área de influência destas
d) Engloba as entregas à rede de distribuição nas subestações de Estoi eTunes e a produção (com telecontagem) injectada na área de influênciadestas subestações.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 33/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
Em 2004/05 a ponta de Inverno (437 MW) foi ligeiramente superior à de Verão de 2005 (432 MW).
Relativamente ao Algarve notou-se, nos últimos dois anos, alguma desaceleração nas taxas de
crescimento de consumos, embora estas se mantenham elevadas no Inverno e claramente acima das
médias nacionais.
De notar que a ponta absoluta atingida foi de 448 MW em Março de 2005, portanto já fora dos
períodos classificados como de Inverno e Verão. Esta situação inesperada correspondeu ao culminar
de uma série de dias com temperaturas ambientes bastante baixas.
O anexo 9 contém a listagem das previsões de cargas activas e reactivas típicas simultâneas por
subestação para os diferentes anos em causa neste Plano, quer em situações de ponta quer em
vazio e horas de carga intermédia.
2.3 EVOLUÇÃO DO SISTEMA PRODUTOR
CENTRAIS DE GRANDE DIMENSÃO
A evolução considerada para o sistema electroprodutor (exceptuando PRE) até 2016 é exposta na
sequência, desdobrada em centrais térmicas e centrais hídricas. Recorda-se que a evolução base
aqui assumida corresponde à do cenário de sustentabilidade do PESEP 2006-25 para o período
2006-2016. Na óptica de desenvolvimento da RNT, torna-se imprescindível conhecer a localização
deste tipo de centrais pelo que, neste documento, se assumiu uma hipótese de base neste âmbito.
• Grupos térmicos
O cenário de sustentabilidade associado ao cenário alto de evolução da procura assume a
concretização de novos grupos térmicos de grande dimensão tanto a carvão como a gás natural.
No cenário base prevê-se o aparecimento até final de 2016 de 14 novos grupos térmicos de
grande dimensão, sendo 5 de turbina a gás, ciclo combinado (TGCC) de 400 MW, 6 grupos de
450 MW a carvão e de três grupos de turbina a gás, ciclo simples (TGCS) de 250 MW.
Para além do número de novos grupos geradores, um plano de investimentos na RNT tem de
assumir uma hipótese base para a respectiva localização. Tenha-se presente que, dos referidos
14 grupos, neste momento apenas o primeiro tem localização já conhecida e assegurada – trata-
se do terceiro grupo da central do Ribatejo (Carregado) a entrar em serviço industrial no final de
2005 ou princípio de 2006.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 34/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
Neste Plano têm-se presentes hipóteses relativas aos grupos a carvão e ainda outras relativas aos
grupos TGCC. Em linhas gerais, e para o cenário base de localização aqui adoptado:
Tendo em conta que existem condições para aumentar significativamente a capacidade de
descarga de carvão em Sines para cerca do dobro do volume actual, assumiu-se que os 4
primeiros novos grupos a carvão de 450 MW (2013 e 2014) se localizarão aí.
Para os 2 grupos seguintes (2015 e 2016) a carvão, assumiu-se que apareceriam apoiados
por descarga de carvão na zona da Figueira da Foz, pressupondo-se que se irão ligar à
actual subestação de Lavos.
Quanto aos novos grupos TGCC, a seguir o terceiro grupo da central do Ribatejo, e no
desconhecimento da futura atribuição de pontos de recepção aos que, neste momento, têm
pedidos de informação prévia (PIP’s) respondidos, optou-se pela colocação dos três primeiros
em duas áreas, Pego e Lavos, alternadamente, começando pelo Pego por ser aquela
localização a que tem PIP mais antigo para um grupo TGCC.
Assume-se a reutilização dos locais das actuais grandes centrais térmicas que, entretanto,
vão ser desclassificadas, assumindo para isso um período de 5 a 6 anos entre
desclassificação e entrada em serviço efectiva de novos equipamentos. Nesse sentido, e
nesta hipótese base de localização, supõe-se que o último grupo TGCC a entrar no período
não vinculativo deste Plano, mais exactamente em 2016, será construído na zona do
Carregado no local da actual central do Carregado, cujos grupos a fuel serão desclassificados
no início de 2011.
Por último refere-se que, no cenário base de localização, Sines foi excluído para colocação
de grupos TGCC tendo presente que, com a localização de mais 4 novos grupos de 450 MW
de carvão será arriscado e menos seguro para o SEN imaginar uma concentração de
potência para além dos 1192 MW da central neste momento existente mais os novos
4*450 MW a carvão.
Foi ainda admitido, na hipótese base, que o primeiro grupo TGCS será instalado no Algarve para
substituir os grupos de turbinas existentes na actual central de Tunes. Quanto aos outros dois
grupos TGCS de 250 MW a entrar em serviço em 2011 e 2015, considerou-se a hipótese da sua
colocação no Norte do País, mais exactamente na zona do grande Porto.
Efectivamente, é importante que o Norte do País, onde se concentra uma fatia muito significativa
de novas energias renováveis, em particular de eólica e grande hídrica, seja dotado de meios
complementares que possam equilibrar alguns dos consumos locais em períodos de maior
consumo e, simultaneamente, de produções hídrica e eólica reduzidas.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 35/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
Para efeitos de análise de simulação da RNT neste Plano foi também considerado um cenário
alternativo de localização e composição do parque produtor térmico de grande dimensão,
relativamente ao qual se apresentam análises de sensibilidade.
QUADRO 2-2
NOVOS CENTROS PRODUTORES TÉRMICOS DE GRANDE DIMENSÃO ATÉ 2016
Ano de entrada em serviço e localização (*) Tipo de central
Potência bruta (MW) Cenário base Cenário alternativo
Ciclo Combinado
(TGCC) 1º grupo (3º CRJ)
2º grupo 3º grupo 4º grupo 5º grupo 6º grupo 7º grupo
400 400 400 400 400 400 400
2005 2007 2010 2011 2016
- -
Ribatejo Pego Lavos Pego Carregado
- -
- - - - -
Até 2011 Sines Até 2011 Sines
Carvão
1º grupo 2º grupo 3º grupo 4º grupo 5º grupo 6º grupo
450 450 450 450 450 450
2013 2013 2013 2014 2015 2016
Sines Sines Sines Sines Lavos Lavos
- - - - - -
Térmicas de ponta
Turbinas a gás TGCS
1º grupo 2º grupo 3º grupo
250 250 250
2008 2011 2015
Tunes T. Outeiro T. Outeiro
- - -
Sistemas de
armazenamento distribuído (SAD)
1º sistema 2º sistema 3º sistema
50 200 200
2009 2010 2011
Paraimo Valdigem 2Riba d’ Ave
- - -
(*) – Assumindo em termos de cenários uma vez que a localização depende das respectivas autorizações
legais/ambientais
3º CRJ – 3º grupo da Central Termoeléctrica do Ribatejo.
TGCS – Turbina a gás de ciclo simples
Nota – O cenário alternativo apenas foi simulado em 2011
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 36/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
Mais concretamente, analisa-se um cenário alternativo, para o ano de 2011, assumindo-se o
aparecimento, para além do 3º grupo da central do Ribatejo, de mais 5 (em vez de mais 3) novos
grupos de TGCC nas áreas de Pego (2 grupos), Lavos (1 grupo) e Sines (2 grupos).
Este cenário corresponde a algum sobreequipamento em geração térmica, pelo que a análise aqui
no PIR 2006-11 se centra nas situações de exportação em situações de pontas húmidas e secas.
O quadro 2-2 sintetiza a informação sobre datas e localizações destes grupos e bem assim as
alternativas de localização e composição do parque produtor térmico assumidas.
• Grupos hídricos
A evolução prevista no PESEP 2006-25 para o parque hídrico no cenário de sustentabilidade é a
que consta do quadro 2-3. Começa-se por referir que o aproveitamento de fins múltiplos do
Alqueva já em serviço deverá, a partir de 2006, passar a ser reversível devido à conclusão do
contra-embalse de Pedrógão.
QUADRO 2-3
PREVISÃO DE NOVAS CENTRAIS HÍDRICAS DE GRANDE DIMENSÃO
ATÉ FINAL DE 2016
Central Potência líquida (MW)
Data de entrada em serviço
Baixo Sabor
Picote 2 Linhares
Bemposta 2 Foz Tua
2 x 69 rev.
1 x 231 2 x 231 rev. 1 x 181
2 x 104 rev.
2012 2012 2013 2014 2015
rev : grupos reversíveis
O PESEP 2006-25 deixa de considerar as duas novas centrais reversíveis em Salamonde (2011)
e V. Nova (2013) com uma potência considerável (116 + 424 MW) que figuravam no documento
semelhante de 2003. Também o aproveitamento do Picote 2 é agora assumido como não
reversível. Em contrapartida, aparece a hipótese de criação do aproveitamento de bombagem
pura de Linhares com uma potência de 2 x 231 MW.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 37/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
DESCLASSIFICAÇÕES DE CENTRAIS
A evolução prevista para o parque produtor inclui igualmente as desclassificações dos grupos
térmicos referidos no quadro 2-4.
QUADRO 2-4
PREVISÃO DE DESCLASSIFICAÇÕES DE CENTRAIS ATÉ FINAL DE 2016
Central Potência líquida (MW)
Data de saída de serviço
Tunes 1 e 2 Tunes 3 e 4
Barreiro Carregado
Setúbal
2 x 16 2 x 83 56 4 x 118 + 2 x 119 4 x 237
Jan. 2008 Jan. 2008 Jan. 2010 Jan. 2011 Jan. 2013
Quanto a grupos hídricos, não se prevê qualquer caso de desclassificação.
SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DISTRIBUÍDO
O PESEP 2006-25 considera, pela primeira vez, no seu cenário de sustentabilidade, a concretização
de sistemas de armazenamento distribuído (SAD’s) com base em pilhas regenerativas de
combustível.
Mais concretamente, supõe-se a possibilidade de instalar um primeiro SAD com 50 MW em 2009,
seguido, em 2010 e 2011 por outros dois, cada um com 200 MW, ou seja, perfazendo um total de
450 MW.
Estes sistemas assumirão uma primeira componente de absorção de potência renovável em períodos
de vazio e sua restituição em ponta, que será continuada pela entrada da bombagem pura de
Linhares em 2013.
Dado não se conhecer ainda em detalhe o quadro de concretização deste tipo de equipamentos,
assumiu-se neste Plano, apenas para efeitos de simulação da RNT e do sistema electroprodutor, a
sua localização em áreas de forte implantação de geração eólica e ligados a nós de rede com
capacidade disponível, já que se trata também de equipamentos geradores que acrescem a sua
potência (quando geradores) à do restante parque produtor.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 38/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
MEIOS DE PRODUÇÃO EM REGIME ESPECIAL
A evolução dos montantes globais de PRE ao longo do período 2006 a 2016 é a mesma que está
assumida no PESEP 2006-25, os quais cumprem os requisitos de contribuição de produção a partir
das energias renováveis necessários para o cumprimento das metas nacionais e comunitárias neste
domínio.
No Quadro 2-5 são apresentados os montantes de PRE considerados em cada ano simulado neste
Plano, tendo por base os 4500 MW de eólica em 2010.
QUADRO 2-5
PRODUÇÃO EM REGIME ESPECIAL
POR TIPO E MONTANTES GLOBAIS POR ANO (MW)
2006 2008 2011 2016
Eólica 1950 3350 4550 4750
Pequena hídrica 370 410 460 570
Cogeração 1289 1426 1650 1875
RSU 96 110 130 180
Outras renov. 57 253 429 620
Totais 3762 5549 7219 7995
Por comparação com Planos anteriores verifica-se a continuação da subida das metas para a
componente eólica, as quais passaram dos 2600 MW no PIR 2002-07 para 3750 MW no PIR 2004-09
e agora para 4500 MW, sempre para o horizonte 2010.
Acrescenta-se que, já depois de definidas as conclusões do PESEP 2006-25, foi aberto pelo MEI um
concurso para atribuição de novas potências eólicas com valores que deverão levar a potências
instaladas em 2010 superiores aos 4500 MW aqui mencionados. Por uma questão de manutenção da
coerência entre este PIR 2006-11 e o PESEP 2006-25 este novo facto não é considerado nesta
edição do Plano.
É conhecido o facto de a REN, S.A. ter desenvolvido uma nova abordagem para dar resposta, do
ponto de vista de adequação da RNT, à concretização do objectivo nacional de criação de um grande
novo vector de produção baseado na energia eólica, conjuntamente com alguma grande e pequena
hídrica.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 39/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
A REN, S.A. elaborou em 2001/02 um “Plano de Reforço da RNT para a PRE” o qual definiu um
conjunto de novos desenvolvimentos para a rede por forma, por um lado, a criar ou antecipar
algumas novas instalações em áreas de maior potencial eólico e/ou de maior número de pedidos de
ligação e, por outro, tendo em vista alargar a capacidade de transporte para escoamento do aumento
das potências geradas no interior do País para os centros de consumo.
Por outro lado, foi também definida, com base na evolução previsional da RNT, englobando o “Plano
de Reforço da RNT para a PRE”, uma previsão das capacidades de recepção de nova potência, ano
a ano, e por cada nó da RNT, o que tem permitido à DGGE gerir a atribuição de pontos de recepção
e a definição das potências dos projectos de PRE numa base de proporcionalidade.
Tanto o “Plano de Reforço para a PRE”, (apresentado em anexo deste PIR e incorporado nos Planos
de Investimentos da RNT subsequentes) como as capacidades de recepção têm sido
sistematicamente actualizadas, acompanhando as metas sucessivamente mais ambiciosas para os
objectivos de potência eólica a instalar em Portugal.
Fruto deste processo, no momento em que o presente PIR 2006-11 é elaborado, encontram-se já
atribuídos pontos de recepção para projectos eólicos num valor que ronda os 3800 MVA, dos quais
990 MVA já se encontravam ligados em finais de Setembro de 2005 no Continente, o que se
representa geograficamente no mapa da página seguinte.
Neste mapa são ilustrados igualmente os montantes adicionais de potência eólica já atribuída, por
área de rede, até ao final de Setembro de 2005, assim como a potência simulada em 2011. Deste
modo, as potências ligada e atribuída perfazem, actualmente, o montante referido de 3800 MVA.
A perspectiva, neste momento, para os próximos anos é de rápido crescimento da potência eólica a
entrar em serviço, em particular dos grandes parques que ligam directamente à RNT a 150 ou a
220 kV, de que se encontra agora apenas um em serviço, o das Terras Altas de Fafe com 86 MVA
ligado a 150 kV à subestação de Riba d’Ave e a Pampilhosa da Serra com 119 MVA (no total) ligado
a 220 kV.
Para além deste, estão previstos mais três parques ligados aos 150 kV (Alto Minho 1 (Pedralva) com
220 MVA – o maior parque eólico de Portugal – Gardunha (Castelo Branco) com 113 MVA e Pinhal
Interior 130 MVA (Falagueira)) e um aos 220 kV, Penamacor (F. Ferro) com 129 MVA.
De qualquer modo refere-se que a maioria (cerca de 80%) da potência eólica atribuída até agora será
ligada a níveis de tensão iguais ou inferiores a 60 kV.
Por grandes regiões, a situação prevista para 2010 é a que consta do quadro 2.6, para o valor global
de 4500 MW aqui considerado.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 40/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
RIBA D'AVE
POCINHOVALDIGEM
RIO MAIOR
SINES
BATALHA
POMBAL
PEREIROS
VILA CHÃ
TORRÃO
ESTARREJA
MOURISCA
TUNES
ZÊZERE
VILA FRIA
FALAGUEIRA
MOGADOURO/MACEDO
CHAFARIZ
FERRO
PORTIMÃO
PENELA
V. P. DE AGUIAR
CARRAPATELO
TORRES VEDRAS
ESPARIZ
C. BRANCO
BODIOSA
CHAVES 2
12178300
OLEIROS
PEDRALVAFRADES
CARREGADO1 FANHÕES
2 A. DE MIRA
3 TRAJOUCE
57083
2311340
150336
0178178
8174
228
6561
105
00
127
07676
01414
8345
115 1
23
235687
200
44
050
178
145132451
15272
188
0220252
346
107
099
146
28
153
0151151
10124
171
46064
03434
84205
48
084
235
07165
0170203
5072
148 140
14
42141222
2655
6
0140215
201636
08484
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 41/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
A produção eólica é aquela que irá provocar maior impacto na RNT, não só atendendo ao seu
significativo montante absoluto, mas também porque a maior parte do seu potencial se situa em
regiões montanhosas do interior com consumos pouco significativos e caracterizadas por redes
desenvolvidas para os meios de produção até então existentes. Por conseguinte, está-se perante um
alargamento de excesso de produção que é necessário transportar para os centros de consumo.
Este facto, conjugado com a subida de cerca de 750 MW da meta global de eólica nos últimos dois
anos (a acumular à subida de cerca de 1000 MW de 2001 para 2003), veio aprofundar a necessidade
de reforços suplementares na RNT, de modo a que o seu transporte para a faixa litoral se faça de
acordo com os “Padrões de Segurança de Planeamento da RNT”. A localização dos pontos de
recolha previstos para a produção eólica não sofreu, no entanto, qualquer alteração relativamente à
anterior edição do Plano.
QUADRO 2-6 - PREVISÃO DOS MONTANTES DE POTÊNCIA EÓLICA POR REGIÃO, NO HORIZONTE 2010
Zonas Potência [MW]
Minho 790
Trás-os-Montes 580
Beira Alta 740
Litoral Centro 630
Interior Centro 780
Oeste 750
Sul 230
Total 4500
O incremento da produção de pequena hídrica, embora de muito menor expressão (mais 100 MW até
2010 e mais 120 MW até 2016, perfazendo um total estimado nessa altura de 570 MW) encontra-se
também amiúde localizado em zonas remotas do território coincidentes, na maior parte dos casos,
com algumas das zonas de potencial eólico. Assim, do ponto de vista da RNT, a maioria dos
projectos de reforço para receber a produção eólica serve também para alargar o escoamento da
energia mini-hídrica.
A cogeração é suposta evoluir, em termos de potência instalada, em quase mais 600 MW até 2016,
altura em que atingirá cerca de 1875 MW instalados. Grande parte da sua produção é usada em
consumos internos ao processo industrial.
Como se sabe, na sequência da aplicação do DL 399/2002, tem-se verificado, a nível estatístico, uma
individualização dos antigos autoconsumos nestas instalações relativamente às cogerações, o que
Minho
Beira Alta
Litoral Centro
Oeste
Sul
Trás -os -Montes
Interior Centro
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 42/175
Evolução das cargas e dos meios de produção
tem sido responsável por um aumento numérico e puramente estatístico no valor das taxas de
crescimento dos consumos, mas sem correspondentes alterações nas condições técnicas de
funcionamento das redes.
Para além destes factores é ainda de assinalar que, na larga maioria das vezes, a cogeração se situa
em zonas urbanas e/ou industrializadas onde a RNT tem, normalmente, uma estrutura bastante
desenvolvida e, por conseguinte, com menores dificuldades de recepção por parte das redes de
transporte e distribuição.
No que se refere aos resíduos sólidos urbanos (RSU) é assumido neste Plano, de forma coerente
com o PESEP 2006-25, uma quase duplicação até 2016 da potência instalada, a qual passará de 90
para 180 MW.
O biogás é utilizado em instalações de pequenas potências e de localização muito dispersa pelo que
não é alvo de representação individualizada nas redes deste Plano. Assume-se que possa vir a haver
em 2016 cerca de 60 MW instalados.
Espera-se que se verifique um aumento significativo de utilização da biomassa, assumindo-se que
poderá atingir os 240 MW em 2016.
A energia solar fotovoltaica de maior dimensão será objecto de alguns projectos relevantes, em
particular no Baixo Alentejo e prevê-se que 160 MW possam estar em serviço em 2016.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 43/175
Pressupostos decorrentes do MIBEL
3 PRESSUPOSTOS DECORRENTES DO MIBEL
A decisão de concretização do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) veio obrigar, como se sabe,
os operadores das duas redes de transporte ibéricas, e em particular a REN, S.A., ao
desenvolvimento de tarefas em diversas vertentes, entre as quais o planeamento coordenado das
respectivas redes, por forma a que estas venham a assumir níveis mais elevados de capacidades de
troca consentâneos com um ambiente de mercado.
Este assunto começou a ser abordado, pela primeira vez, no PIR 2002-07 e, de forma mais
aprofundada, no PIR 2004-09, no qual se listou já um conjunto alargado de estudos feitos ao longo de
2002 e 2003, quer internos quer conjuntos com a REE, S.A., com o objectivo de definir os reforços e
alterações de ambas as redes ibéricas que venham a melhorar sustentada e significativamente os
valores de capacidade de interligação.
Os valores indicados no PIR 2004-09 foram de 1000 MW para 2004/05 e de 1500 MW para o
horizonte 2007/08 (ambos valores comerciais). Neste momento o primeiro daqueles objectivos já foi
atingido visto que, se apenas se tiver em consideração as limitações de rede (isto é, excluindo na
exportação, o limite adicional por vezes mais restritivo dos meios de produção disponíveis e
mobilizáveis em cada momento), já raramente a capacidade de troca é inferior a 1000 MW, sendo
frequentes, por outro lado, valores máximos da ordem de 1800-2000 MW em períodos de vazio. Os
valores médios de capacidades de troca rondam neste momento os 1450 MW, cerca de 17% da
ponta anual prevista para 2005.
Os elementos-chave para esta evolução foram a concretização no terreno de boa parte do programa
de reforços de capacidade de linhas existentes definido há alguns anos e também a entrada em
serviço das novas interligações a 400 kV Alqueva – Balboa e A. Lindoso – Cartelle 2.
A REN, S.A. e a REE, S.A. prosseguiram em 2004 e 2005 os seus estudos conjuntos de planeamento
do reforço da capacidade de interligação entre as suas redes actualizando e consolidando a
programação dos reforços necessários para o prosseguimento do aumento da capacidade de
interligação. Foram, entretanto, elaborados os seguintes trabalhos:
• “Análise Estratégica Sobre o Reforço da RNT na Zona do Douro Internacional – Relatório
Síntese” – RL PRPR 9/2004 – Outubro de 2004.
• “Estrutura da Rede na Zona do Douro Internacional : Topologias Intermédias de Reforço e
Capacidades de Interligação” – RL PRPR-DS 10/2004 – Julho de 2005.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 44/175
Pressupostos decorrentes do MIBEL
• “Análise Estratégica Sobre o Reforço da RNT na Zona do Douro Internacional – Relatório
Final” – RL PRPR 16/2005 – Novembro de 2005.
• “Desarrollo de la Red de España y Portugal para la Implantación del MIBEL. Estúdio de
Desarrollo de la Red de Interconnexión en la Zona de Duero Internacional a 400 kV.
Horizonte Temporal 2008/2009” – REE, S.A. – Junho de 2005.
Estes trabalhos conjuntos, como se pode deduzir dos respectivos títulos, foram centrados, sobretudo,
na definição das alterações a introduzir na zona do Douro Internacional e, no caso da RNT,
abrangendo também a zona de 220 kV (e futuramente também de 400 kV) da Valdigem. Os
resultados e as decisões decorrentes serão apresentadas mais adiante no capítulo 6 (área geográfica
de Trás-os-Montes e eixo do Douro).
Em termos gerais refere-se que, para o ano de 2008, as redes simuladas neste PIR 2006-11
antevêem a possibilidade de se atingir uma meta de capacidade comercial de interligação um pouco
superior a 1600 MW (valor que, embora não sendo mínimo absoluto, não será frequentemente
ultrapassado por defeito), valor este que havia sido fixado como objectivo MIBEL para 2007/08 e que
corresponde a 1800 MW de capacidade técnica.
Para o horizonte 2011, procurar-se-á um aumento deste valor, acompanhando também o aumento
dos consumos, e por isso são simulados 2000 MW técnicos para esse ano neste Plano, a que
correspondem 1800 MW comerciais.
Estas metas são um pouco mais elevadas que as referidas no anterior PIR 2004-09.
Como é evidente, atingir metas neste domínio é um propósito sempre sujeito a alguma componente
de risco, em particular porque não é possível antever a localização precisa dos novos grandes
centros produtores térmicos e porque pode haver acréscimos de capacidades instaladas de PRE
eólica para além do que aqui se encontra assumido, também em localizações que se desconhecem.
Por outro lado, as extensões e reforços da rede agora previstos para as actuais datas objectivo
podem vir a deslizar no tempo, relativamente à actual programação.
Caso a localização dos novos centros produtores se venha a afastar razoavelmente do estabelecido
nos cenários contidos neste PIR 2006-11 a REN, S.A. e a REE, S.A. poderão ter que actualizar os
estudos de planeamento nesta matéria e daí poderá resultar a necessidade de novos reforços cuja
viabilidade de concretização em tempo útil, poderá não ser possível, reduzindo-se as metas aqui
referidas.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 45/175
Pressupostos decorrentes do MIBEL
Esta nota é válida tanto para a rede de Portugal como para a rede de Espanha, cujos cenários
previsionais foram considerados pelas duas Empresas e que correspondem, portanto, à melhor
previsão de momento, mas da qual a realidade futura se poderá, eventualmente, afastar.
Neste enquadramento, o presente Plano aborda a questão da ligação da interligação Portugal –
Espanha numa perspectiva semelhante à adoptada no PIR 2004-09, tomando como pressuposto os
valores alvo de capacidade que se acabaram de referir e internalizando as conclusões dos novos
estudos MIBEL mencionados, isto é:
• Assumindo na evolução da RNT e na rede da REE, S.A. os novos reforços detectados como
necessários nos trabalhos conjuntos entretanto feitos e nos respectivos planeamentos internos.
• Incluindo no conjunto de simulações da RNT para os anos de 2008 e 2011 situações de trânsito
de importação e exportação para os valores alvo indicados de capacidade técnica de 1800, e
2000 MW, respectivamente.
Esta análise cobre algumas das situações mais relevantes para as redes 2008 e 2011 (para 2006
este assunto havia já sido estudado em documentos da REN, S.A. referidos no princípio do capítulo
11), embora, como facilmente se compreende, tendo em conta o enorme leque de combinações que
resultam do cruzamento de situações de produção / consumo / hidraulicidade / época do ano /
intensidade do vento, seja inviável incluir uma cobertura completa de análise de importações e
exportações extremas num documento como este.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 46/175
Pressupostos decorrentes do MIBEL
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 47/175
Princípios e critérios de Planeamento
4 PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS DE PLANEAMENTO
4.1 PADRÕES DE SEGURANÇA DE PLANEAMENTO DA RNT
Posteriormente à elaboração em 1999 do primeiro Plano de Investimentos da RNT (PIR 2000-05) nos
moldes definidos no RARI, a REN, S.A. e a ERSE procederam a uma reflexão sobre critérios de
planeamento da RNT, da qual resultou, em 2001, a versão dos “Padrões de Segurança de
Planeamento da RNT” que se apresenta no anexo 1 deste Plano e que já figurava nos PIR 2002-07 e
PIR 2004-09.
O texto daquele anexo é suficientemente completo e detalhado, justificando-se apenas neste capítulo
referir as linhas gerais adoptadas e tecer algumas notas complementares.
NECESSIDADE DE REFORÇOS DA RNT E SUA AVALIAÇÃO
Os projectos de investimento de expansão da RNT resultam, basicamente, das necessidades de:
• Reforço de alimentação à distribuição e a outros consumidores directamente ligados à RNT.
• Ligação à rede de novos centros produtores, tanto de grande dimensão como PRE.
• Reforços e melhorias intrínsecas à própria RNT, incluindo os decorrentes dos objectivos
tendo em vista atingir determinados e crescentes níveis de capacidade de troca global com a
rede de Espanha.
• Substituição de equipamentos que atingiram o fim de vida útil.
• Gestão de energia reactiva na rede.
De acordo com o ponto 2 dos “Padrões de Segurança”, a identificação de uma necessidade de
reforço da RNT pode resultar da constatação, através da simulação sistemática das redes futuras, da
necessidade na adopção de novas ligações ou outras soluções de reforço, em especial quando
deixam de ser respeitados os critérios técnicos de segurança na sequência de contingências “n-1” e
de um número restrito de contingências “n-2” ou, ainda, quando é posta em causa a garantia de perfis
aceitáveis de tensão, justificando-se deste modo a tomada de medidas correctivas de alteração da
rede.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 48/175
Princípios e critérios de Planeamento
Esses limites de aceitabilidade encontram-se definidos no ponto 5 dos “Padrões de Segurança”.
O critério base de selecção de um projecto de reforço consiste na comparação técnico-económica de
alternativas para satisfazer a necessidade identificada, tendo em consideração a manutenção dos
níveis de qualidade e de continuidade de serviço adequados, com base na fixação de opções de
expansão da rede que conduzam ao menor custo total actualizado.
Na quantificação dos benefícios que se obtêm com os novos projectos são incluídos, nas análises
mais elaboradas, os resultantes da redução da expectativa da energia não fornecida (ENF), da
redução de perdas, da variação dos custos de operação do parque produtor e da melhoria da
qualidade de serviço.
No que se refere a encargos incluem-se os resultantes do próprio investimento e os custos de
operação e manutenção.
A avaliação da qualidade de serviço e, em particular, da esperança matemática de energia não
fornecida, é baseada nos índices médios de fiabilidade dos equipamentos da RNT, tendo em conta
ainda, sempre que pertinente, o comportamento das redes de Distribuição e dos centros produtores,
na medida em que esta interacção possa contribuir para reduzir as consequências negativas de
indisponibilidades (fortuitas ou programadas) dos elementos da RNT.
Em situações particulares o critério económico atrás citado baseado no valor actualizado líquido
(VAL), é complementado pela avaliação de outros indicadores como sejam a taxa interna de
rendibilidade (TIR) e a taxa de rendibilidade inicial (TRI) do projecto.
FIABILIDADE DE ALIMENTAÇÃO DOS CONSUMOS
A avaliação da fiabilidade de alimentação nos diferentes pontos de entrega da RNT e sua
comparação com os índices que se encontram estabelecidos no Regulamento da Qualidade de
Serviço (RQS) é outro factor que pode determinar opções de planeamento.
As propostas de projectos de investimento são, em princípio e salvo se houver razões particulares
muito específicas, suportadas nos indicadores estatísticos médios de desempenho dos sistemas de
protecção, comando e controlo, bem como dos sistemas de comunicação que os suportam, cuja
fiabilidade é determinante para a segurança e qualidade de desempenho do sistema global.
Por esse motivo, perante situações de desvio comportamental significativo em relação à média, que
não fiquem abrangidas pelos “Padrões de Segurança para Planeamento”, podem ocorrer situações
com uma menor qualidade final de alimentação dos clientes.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 49/175
Princípios e critérios de Planeamento
Faz-se aqui referência progressiva à introdução, desde há poucos anos, de funções de protecção
diferencial de linhas de transporte, o que veio melhorar significativamente o desempenho e,
sobretudo, a selectividade do sistema de protecções, em particular nas linhas multiterminal (cujo caso
mais ilustrativo são as linhas em “T”) que, em alguns anos, haviam sido responsáveis por um número
razoável de actuações incorrectas e alguns disparos de cargas.
Infelizmente, os fogos florestais têm sido um factor de risco também ao nível da fiabilidade do SEN,
tendo a ENF do ano de 2004 tido uma forte componente deles resultante.
4.2 OUTROS PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO
REDUÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS
Os projectos de investimento incorporam uma envolvente estratégica ao nível da redução do impacto
ambiental das soluções propostas. Para o caso das linhas procura-se uma eficiente reutilização e
reforço dos corredores já existentes, nomeadamente através da sua remodelação ou reconstrução
para tensões mais elevadas ou para linhas duplas, de acordo com a previsão de necessidades
futuras de expansão da RNT a médio e longo prazo, procurando-se evitar, sempre que possível, a
necessidade de abertura de novos corredores de linha aérea.
Também para as subestações, em particular para aquelas cujo equipamento chega ao fim da sua
vida útil, procura-se concretizar soluções de remodelação e reforço no mesmo local, de menor
impacte ambiental e desde que economicamente aconselhável, como é o caso, em especial, das que
se situam junto às zonas mais urbanizadas.
GESTÃO DOS NÍVEIS DE CORRENTES DE DEFEITO
As alternativas de reforço ou expansão da RNT procuram contemplar também um adequado
compromisso técnico-económico entre o grau de emalhamento da rede e o consequente aumento
das potências de curto-circuito. De facto, se por um lado o maior emalhamento duma rede pode
contribuir para a sua mais eficiente exploração, reduzindo perdas e aumentando a fiabilidade na
alimentação dos consumos (desde que os nós de concentração dos vários elementos da rede sejam
fiáveis), por outro vai aumentar o nível das potências de curto-circuito e exigir equipamento mais
robusto e, portanto, mais dispendioso.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 50/175
Princípios e critérios de Planeamento
A instalação de reactâncias série ou de neutro constitui uma solução, por vezes necessária, para
prevenir a ultrapassagem dos limites de correntes de defeito.
Refere-se aqui que a REN, S.A. apresentou em 2004 uma análise estratégica sobre o controlo e a
gestão dos níveis máximos de correntes de defeito para dimensionamento de instalações, tendo
elevado, nalguns casos, os níveis limites anteriormente fixados, em particular os relativos a
instalações de 220 kV e algumas de 150 kV. Este assunto é desenvolvido em maior detalhe no
capítulo 10 sobre evolução de correntes de defeito.
OPTIMIZAÇÃO CONJUNTA COM A PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
As análises técnicas e económicas da fronteira transporte-distribuição são conduzidas do ponto de
vista global do Sistema Eléctrico, isto é, procura-se uma articulação, sempre que pertinente, com os
benefícios e os custos induzidos relevantes nos centros produtores e nas redes da empresa de
distribuição vinculada, para além dos da própria RNT.
O conjunto de reforços ditados pelas elevadas metas de PRE que se apresentam neste Plano e parte
da respectiva programação constituem também um exemplo de conciliação e articulação entre
soluções de recepção de produção e de reforço da capacidade de satisfação dos consumos.
GESTÃO DAS CAPACIDADES DE INTERLIGAÇÃO
A manutenção ou o incremento dos valores alvo para a capacidade de troca com a rede de Espanha
é também um objectivo determinante nas opções de planeamento.
Como referido no capítulo 3, no âmbito do MIBEL foram assumidos valores alvo para os horizontes
2006, 2008 e 2011, tanto a nível de importação como de exportação, para os níveis comerciais de
capacidade de troca. Tendo por base essas metas indicativas foram feitos estudos das redes de
transporte de Portugal e Espanha tendo em vista definir ou actualizar os reforços de ambas as redes
necessários para os atingir.
4.3 CRITÉRIOS PARA OUTROS TIPOS DE INVESTIMENTOS
Para além dos projectos de expansão da RNT, isto é, os que se traduzem por construção ou
remodelação profunda de linhas e subestações da RNT, este Plano inclui também projectos nos
domínios dos sistemas de informação do gestor de sistema, e ainda substituições ou alterações nos
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 51/175
Princípios e critérios de Planeamento
sistemas de supervisão, registo, comunicação, protecção, comando e controlo de instalações da
RNT, incluindo, por isso, investimentos no domínio das tecnologias da informação.
Relativamente a estes investimentos, o critério geral que justifica a sua concretização prende-se com
a necessidade de substituir equipamentos em fim de vida útil ou obsoletos ou ainda de criar sistemas
que permitam suportar tecnicamente as novas funções ou actividades que a REN, S.A. tem de
assumir resultantes das alterações que continuam a ser implementadas no Sector Eléctrico.
O capítulo 6 apresenta em mais detalhe estas justificações para os investimentos mais relevantes
neste domínio.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 52/175
Princípios e critérios de Planeamento
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 53/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
5 AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DA RNT
5.1 OS PRINCÍPIOS DA SUSTENTABILIDADE
No desenvolvimento das suas actividades a REN, S.A. tem procurado manter-se em linha com o
desenvolvimento sustentável, apostando nos seus três vectores económico, social e ambiental. Em
2004 aderiu ao Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD – Portugal),
delegação Portuguesa do “World Business Council for Sustainable Development”, e apresentou uma
proposta de adesão à “United Nations Global Compact” e aos seus princípios e valores nas áreas dos
direitos humanos, emprego, ambiente e combate à corrupção.
Num processo de evolução gradual a REN, S.A. desenvolveu um Sistema de Gestão Ambiental
segundo o normativo NP EN ISO 14001:1999, o qual obteve a certificação em Dezembro de 2003.
Encontra-se neste momento em conclusão um processo de aprofundamento e melhoria desse
sistema através da sua adaptação à nova norma NP EN ISO 14001:2004, no próprio âmbito de
desenvolvimento de um Sistema Integrado de Gestão de Qualidade Ambiente e Segurança
(SIGQAS). No âmbito deste sistema, em fase de auditoria de certificação, a Empresa assume os
valores do primado ambiental no âmbito da sua Declaração de Política Empresarial, Qualidade,
Ambiente e Segurança, a qual se apresenta na página seguinte.
A REN, S.A. está em linha com a recente Resolução do Conselho de Ministros nº 169/2005, de 24 de
Outubro de 2005, designadamente com os seguintes objectivos da política energética nacional, de
que se destaca:
• Garantir a segurança do abastecimento de energia, através da diversificação dos recursos
primários e dos serviços energéticos, e da promoção da eficiência energética, tanto na cadeia
da oferta como na cadeia da procura da energia.
• Estimular e favorecer a concorrência, na defesa dos consumidores.
• Garantir a adequação ambiental de todo o processo energético, reduzindo os impactes
ambientais às escalas locais, regional e global, nomeadamente no que respeita à intensidade
energética do PIB.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 54/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
FIGURA 5-1
DECLARAÇÃO DE POLÍTICA EMPRESARIAL
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 55/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
No prosseguimento das suas competências de concessionária, a REN, S.A. encontra-se já há alguns
anos a concretizar um ciclo de expansão da RNT sem paralelo no passado que diversos indicadores
(número de projectos, comprimento de linhas, número de novas subestações e/ou
remodelações/ampliações de subestações existentes, volume de investimento, etc.) expressivamente
mostram.
Em termos globais, este facto traduz-se num crescimento, desde 2002 até 2012, de cerca de 45%
relativamente ao desenvolvido desde o início da RNT até 2001. Este quadro coloca uma particular
necessidade de organização e gestão, interna e externa à Empresa, tendo em vista levar a cabo
estes objectivos num quadro de sustentabilidade. Destaca-se o desenvolvimento acelerado de
diversas competências técnicas e ambientais para este efeito, com bastante sucesso.
5.2 ACTIVIDADE EMPRESARIAL COM MAIOR RELEVÂNCIA AMBIENTAL
Entre outras, destacam-se as seguintes actividades em que a acção da REN, S.A. no âmbito da sua
concessão e da política empresarial, têm particular relevância ambiental:
• A promoção das energias renováveis, de acordo com a Directiva 2001/77/CE
• O Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança (SIGQAS)
• A formação e sensibilização
• O Plano de Promoção do Desempenho Ambiental (PPDA)
• A monitorização de impactos
• O desenvolvimento da RNT
PROMOÇÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS
No que se refere às energias renováveis salienta-se, como já se referiu no capítulo 2, o relevante
papel da REN, S.A. na integração destas energias no sistema electroprodutor, dentro das
competências da concessão e em colaboração com o Ministério da Economia e Inovação:
• Análise do potencial de desenvolvimento das energia renováveis
• Desenvolvimento acelerado da rede de transporte para permitir a recepção de 4500 MW de
energias renováveis até 2010
• Estudos de estabilidade local e global, a nível nacional e ibérico
Destaca-se ainda o facto de a REN, S.A. ser a entidade emissora dos certificados verdes do sistema
RECS “Renewable Energy Cerificate System”, sistema que permite, através da garantia de origem,
certificar e valorizar a energia de origem renovável.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 56/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
ACÇÕES DA REN NA VERTENTE AMBIENTAL NO ÂMBITO DO SIGQAS
A REN, S.A. identifica os aspectos das suas actividades que podem interferir com o ambiente e sobre
as quais pode ter influência ou controlo, determinando quais de entre eles têm ou podem ter impactes
ambientais significativos. A minimização dos impactes ambientais com cariz negativo é assegurada
através da definição de medidas que, de acordo com a metodologia indicada no fluxograma da figura
5-2, são sistematizadas nos planos ambientais, de monitorização e de emergência interna.
A prossecução dos objectivos e metas ambientais no âmbito do SIGQAS é efectuada através de
programas que envolvem diversos descritores:
• Emissões atmosféricas
• Paisagem
• Solos e recursos hídricos
• Ruído
• Avifauna
• Compatibilidade electromagnética (CEM)
• Consumo de recursos
Para os projectos de investimento, sujeitos a
procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental
(AIA), a avaliação de significância é realizada na
fase do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), tendo
por base, de forma consistente, a análise de
significância dos impactes identificados.
A REN, S.A. tem tomado iniciativas de
colaboração institucional no sentido de assegurar
a eficiência de todo o processo de AIA. Para este
efeito estabeleceu uma parceria com o Instituto do
Ambiente para o desenvolvimento de um “Guia
Metodológico para AIA” das infra-estruturas da
RNT. Este projecto foi adjudicado à APAI –
Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes
(associada internacional da IAIA – International
Association for Impact Assessment), da qual a
REN, S.A. é membro colectivo. Este Guia tem
como público-alvo os profissionais envolvidos nos
projectos da RNT, na elaboração de EIA e nos
FIGURA 5-2
PROCESSO GERAL DE MEDIDAS AMBIENTAIS
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 57/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
processos de AIA, assim como o público em geral interessado nestas matérias. Este Guia tem os
seguintes objectivos:
• Compilar, de uma forma didáctica, a informação relevante para a elaboração de EIA e o
desenvolvimento dos processos de AIA, tendo por base as melhores práticas e tecnologias
disponíveis
• Enquadrar os projectos das infra-estruturas da REN nos objectivos da política energética num
quadro de desenvolvimento sustentável
• Integrar e melhorar o saber-fazer adquirido com a experiência
• Permitir o aumento da eficiência dos procedimentos de AIA
FORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE
Em acções planeadas no âmbito do SIGQAS, a REN, S.A. tem vindo a realizar acções de formação
em qualidade, ambiente e segurança, assim como levou a cabo acções de formação de uma bolsa
interna de auditores.
De realçar ainda diversas acções sistemáticas de sensibilização/orientação promovidas pela REN,
S.A. junto dos seus fornecedores de serviços, com a colaboração de entidades governamentais ou
ONGA’s, em tempo de construção, abrangendo temáticas técnicas como segurança e ambiente,
particularmente em torno de valores ecológicos ou patrimoniais.
PLANO DE PROMOÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL
Por proposta da REN, S.A. junto da ERSE foi desenvolvido um instrumento de cobertura tarifária
designado por Plano de Promoção do Desempenho Ambiental (PPDA). Este instrumento destina-se a
dar seguimento às actividades de carácter voluntário destinadas à protecção do ambiente,
desenvolvidas pela Empresa, no âmbito da sua concessão. Caracteriza ainda este instrumento o
reporte de execução e de eficácia das medidas.
Sob este plano destaca-se um conjunto de acções de integração paisagística e de protecção da
biodiversidade, em particular a gestão da nidificação da cegonha branca em apoios de linhas da RNT.
O conjunto de acções e técnicas desenvolvidas pela REN, S.A. em colaboração com o ICN de
instalação de plataformas para nidificação, instalação de dispositivos de inibição do poiso/nidificação
e de transferência de ninhos em situações de risco (para as aves e, principalmente, para o bom
funcionamento da RNT, com reflexo directo na qualidade de serviço), obtiveram elevados índices de
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 58/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
0
200
400
600
800
1000
1200
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
N.º
de n
inho
s
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Taxa
de
inci
dent
es
N.º de ninhos Taxa de incidentes
sucesso como se ilustra na figura 5-3 em que se mostra a evolução do número de ninhos em apoios
da RNT e a taxa de incidentes.
Sob o ponto de vista conservacionista, a RNT tornou-se um importante suporte para esta espécie, se
atentarmos que alberga cerca de 1500 ninhos numa população nacional que se estima em 4000
casais nidificantes.
Neste mesmo quadro destaca-se ainda o protocolo celebrado entre a
REN, S.A. e o ICN (e através deste com a Quercus e a Spea), em
Julho de 2003 e em fase de produção de resultados em 2005.
No âmbito deste protocolo levou-se a cabo o seguinte conjunto de
acções:
• Avaliação de impacte de linhas aéreas da RNT sobre as populações de aves selvagens no
contexto nacional
• Identificação e classificação de linhas e apoios segundo um índice de risco, especialmente
em ZPE e IBA
• Análise do comportamento migratório/dispersivo de diversas espécies de aves e interacção
com a RNT
• Sinalização de linhas da RNT de acordo com os resultados da avaliação
• Monitorização dos efeitos da sinalização
• Estudo de soluções técnicas com vista à minimização de impactes em aves
FIGURA 5-3
NINHOS DE CEGONHA E TAXA DE INCIDENTES
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 59/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
Os trabalhos foram planeados para 3 anos e envolveram 104 troços de 22 linhas da RNT numa
extensão de cerca de 200 km. Identificado o principal impacte sobre aves ao nível da colisão com
cabos de guarda, ressalta a partir dos resultados obtidos até ao presente uma particular sensibilidade
relativamente às espécies estepárias e, em particular, o sisão e a abetarda.
Alguns dados sobre os comportamentos migratório/dispersivo
revelam-se de elevado interesse científico. Particular
sensibilidade foi ainda identificada relativamente à águia de
Bonelli. A REN, S.A. celebrou um protocolo especificamente
sobre esta espécie com o CEAI – Centro de Estudos de
Avifauna Ibérica, no âmbito do qual a REN, S.A. co-financia um
projecto LIFE-Nature a que o CEAI se candidata para a
conservação da referida espécie e fornece serviços de
consultoria no mesmo âmbito, no desenvolvimento dos
projectos de infra-estruturas da RNT. Destacam-se aqui o
conjunto das infra-estruturas das futuras subestações do
Sotavento Algarvio e do Douro Internacional.
MONITORIZAÇÃO DE IMPACTOS
Das numerosas acções de monitorização em curso, envolvendo os descritores de ecologia (avifauna),
ruído, CEM, etc., destacamos a campanha de monitorização sobre a linha de interligação Alqueva –
Balboa a 400 kV, no descritor avifauna. Esta campanha, definida em Declaração de Impacto
Ambiental (DIA), envolve as seguintes acções:
• Avaliação de colisões e identificação e quantificação de espécies
– 5 anos, campanhas quinzenais
• Monitorização da dinâmica de utilização de dormitórios e campos
de alimentação pelo grou – 2 anos, campanhas quinzenais (NOV
a FEV)
• Ocupação de apoios com ninhos de cegonha-branca – 5 anos,
campanhas bianuais
• Estudo do movimento do sisão com telemetria por satélite
(PTT/GPS) – duração do equipamento
• Inventariação da população do sisão e tendência de evolução –
5 anos, contagens quinzenais durante a invernada e a
reprodução
• Estudo do movimento da cegonha preta com telemetria por satélite (PTT/GPS) – duração do
equipamento
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 60/175
Ambiente e desenvolvimento da RNT
DESENVOLVIMENTO DA RNT
No desenvolvimento da RNT destacam-se as metodologias ambientais no desenvolvimento de
projectos, algumas acções de monitorização de particular importância e amplitude e ainda a política
referente à colaboração com entidades terceiras.
.
Todos os projectos de novas linhas e subestações da RNT são suportados em EIA e sujeitos a
processo de AIA. É importante salientar, em complemento à referência já efectuada à intensidade e
aceleração no desenvolvimento da RNT, que se listam, desde já e até 2010, 94 processos de AIA
correspondentes a 70 linhas e 24 subestações e postes de corte e seccionamento.
Sobre as metodologias em EIA ou AIA destacam-se os seguintes elementos fundamentais como seus
pilares:
• Processo de análise apoiado em refinamentos sucessivos, com ampliações em escala,
passando pela análise de uma área de estudo, análise de corredores alternativos de 400 m
de largura (técnica de análise multicritério), até à escolha de um corredor e à definição em
pormenor de um traçado e implantação de apoios
• Identificação dos impactes e da sua significância em função da natureza específica da infra-
estrutura, com seguimento em medidas de minimização e compensação adequadas
Estes pilares metodológicos apoiam-se nos princípios fundamentais de direito ambiental da
prevenção, perseguido sem excepção, e da precaução, nos termos da legislação nacional e europeia
em vigor. Para a prossecução eficaz destes princípios identificam-se um conjunto de requisitos que a
REN, S.A. procura garantir com empenho, mais exactamente a qualidade quer da informação (dados)
quer dos agentes (promotor, consultores, entidades).
Estes requisitos têm em vista um melhorar as acções de planeamento, projecto, execução,
monitorização e ainda conseguir um processo de AIA mais eficaz.
Os principais instrumentos para a garantia daqueles requisitos são:
• A qualificação de consultores (processo suportado tecnicamente no SIGQAS)
• O desenvolvimento e aplicação de especificações técnicas para as metodologias no SIGQAS
e cadernos de encargos, por exemplo, através de processo evolutivo e de melhoria contínua
com a colaboração de consultores, ONG’s e autoridades
• A promoção e apoio de iniciativas de ONG’s e autoridades na área ambiental, cujo perfil
corresponde ao padrão de necessidades de informação para o bom planeamento e
desenvolvimento da RNT, das quais já fizemos referência às principais
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 61/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6 CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS E DA
EVOLUÇÃO DA RNT
Neste capítulo apresenta-se a descrição dos investimentos específicos regulados da REN, S.A. mais
relevantes, com especial enfoque nos relativos ao Transporte de Energia Eléctrica (TEE). Dos
investimentos não específicos apenas se apresenta, pela sua importância, uma referência aos
investimentos mais relevantes em informática.
Esta apresentação está organizada tendo em conta o seu enquadramento nas diferentes funções e
actividades da REN. As rubricas consideradas são :
INVESTIMENTO ESPECÍFICO
6.1. AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA (AEE)
6.2. TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉCTRICA (TEE)
Dentro desta rubrica a apresentação é efectuada por 8 grandes regiões em que se dividiu o País,
conforme referido mais adiante no início do próprio ponto 6.2.
Por seu turno, e dentro de cada área geográfica, a apresentação está organizada consoante a
finalidade principal de cada projecto.
• Ligação a grandes centros produtores
• Ligação a produtores em regime especial
• Reforço da capacidade de interligação
• Ligação à distribuição vinculada
• Ligação a clientes finais (clientes e modificações para terceiros)
• Reforço interno da RNT
6.3. GESTÃO GLOBAL DO SISTEMA (GGS)
• Gestor do sistema
• Telecomunicações de segurança
INVESTIMENTO NÃO ESPECÍFICO
Informática
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 62/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Refere-se que uma parte mais geral das remodelações de instalações e de equipamentos e sistemas
secundários (sistemas de protecção, comando e controlo, de acompanhamento da qualidade de
serviço, etc.) consta de um capítulo próprio, o capítulo 7.
Acrescenta-se que, salvo indicação contrária, todos os valores de investimento indicados neste
capítulo são a custos directos externos, óptica julgada mais adequada para a tomada de decisão a
nível de Planeamento, valores que se encontram referidos a Janeiro de 2006.
Por outro lado, refere-se que a arrumação da apresentação dos projectos de acordo em oito áreas
geográficas pretende evitar algum grau de repetição na descrição dos projectos que se verificou nas
edições anteriores do PIR e ainda, conjugada com mapas inseridos no texto, facilitar a compreensão
da evolução da RNT ao leitor.
6.1 AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA (AEE)
TERRENOS PARA CENTROS ELECTROPRODUTORES
A REN, S.A., no âmbito das suas competências e responsabilidades como concessionária da RNT,
em cumprimento do disposto na legislação em vigor, deve:
• Apresentar uma proposta, com vista à preparação dos “Planos de Expansão do Sistema
Electroprodutor” que identifique as necessidades previsionais de consumo e faça o inventário
dos novos meios de produção ou reforço dos existentes necessários à sua satisfação (artigo
12º do DL 182/95, consolidado pelo DL 56/97)
• Constituir uma carteira de sítios tendo em vista simplificar o processo de disponibilização do
sítio no momento em que for decidida a necessidade de expansão do sistema electroprodutor
(artigo 4º do DL 183/95, consolidado pelo DL 56/97)
• Colaborar com as entidades competentes, nomeadamente a DGGE, na identificação das
necessidades de expansão do sistema electroprodutor vinculado e dos respectivos locais de
implantação, por forma que possam ser estabelecidos, em tempo útil, novos vínculos de
produção (Base XXll, alínea d) do DL 185/95, consolidado pelo DL 56/97)
• Adquirir e manter na sua posse ou propriedade os sítios dos centros electroprodutores
vinculados decorrentes do planeamento aprovado (Base XXll, alínea f) do DL 185/95,
consolidado pelo DL 56/97)
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 63/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Em conformidade com o previsto na legislação em vigor, a avaliação das necessidades previsionais
de evolução da capacidade do sistema electroprodutor nacional teve como linhas de orientação de
referência as principais directrizes de política energética nacional, configuradas pela Resolução de
Conselho de Ministros (RCM) nº 63/2003, pela RCM nº 171/2004 e pelos “Eixos Estratégicos para a
Área da Energia” do programa do XVll Governo Constitucional.
A identificação de um quadro de referência que garanta a harmonia entre as referidas linhas
directrizes e que promova a opção por soluções que contribuam para o equilíbrio entre elas, constitui
a chave para o desenvolvimento sustentável do sector eléctrico e, em particular, do sistema
electroprodutor.
Neste contexto, e no seguimento da previsão do consumo até 2025 apresentada em 2004, foi
submetido à DGGE em Junho de 2005 o documento “Perspectivas de Evolução do Sistema
Electroprodutor Português – Período 2006-2025”, identificando o inventário dos novos meios de
produção ou de reforço dos existentes.
O universo de trajectórias possíveis no horizonte 2025 foi perspectivado através da definição de dois
cenários distintos/extremos:
• Cenário de base da proposta da REN, S.A. designado por “Sustentabilidade” – que assenta
em soluções fortemente orientadas por critérios de sustentabilidade que, tendo em conta os
desenvolvimentos tecnológicos expectáveis e as conclusões de estudos realizados e
promovidos recentemente pela REN, S.A. se revelam necessárias para se alcançar o melhor
compromisso entre as várias directrizes de política energética.
• Cenário “Business As Usual” – que se baseia em pressupostos que traduzem uma
perspectiva conservadora, de continuidade da tendência que actualmente caracteriza o
Sector Eléctrico, e à qual se associa, como principal preocupação, assegurar níveis
adequados de segurança de abastecimento e o cumprimento dos compromissos assumidos,
designadamente em matérias como energias renováveis e as emissões atmosféricas.
À data de publicação deste Plano, aguarda-se divulgação do Plano de Evolução do Sistema
Electroprodutor, a elaborar pela DGGE com base na proposta acima referida e a aprovar pelo
Ministério da Economia e da Inovação.
Atendendo ao exposto, assumiu-se a estratégia de evolução sustentabilidade, proposta da REN, S.A.
para a evolução do sistema electroprodutor nacional num horizonte de longo prazo, para identificação
dos investimentos a realizar neste âmbito. Assim, no quadro 6-1 são apresentados os valores do
investimento da REN, S.A. previsto em bens imóveis, referentes aos novos centros electroprodutores
necessários para concretizar o cenário de evolução sustentabilidade proposto à DGGE.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 64/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Relativamente aos reforços de potência propostos em centros produtores existentes, nomeadamente
Picote 2 e Bemposta 2, não está disponível informação desagregada sobre os respectivos
investimentos em terrenos. No entanto, refere-se que os valores envolvidos, a existir, serão
negligenciáveis face aos restantes identificados.
QUADRO 6-1
INVESTIMENTO EM TERRENOS PARA CENTROS ELECTROPRODUTORES Unidade : 103 € 2006
2006 2007 2008 2009 2010 2011 TOTAL
Baixo Sabor 1,24 1,72 5,73 5,02 2,52 0,46 16,7
Linhares 0,07 0,10 0,34 0,30 0,15 1,0
Foz Tua 0,78 1,08 3,62 5,5
Demarcação de terrenos 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 1,2
TOTAL 1,44 1,99 6,04 6,35 4,10 4,43 24,4
O valor global do investimento previsto para o período 2006-2011 é pois de 24,4 milhões de euros.
6.2 TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉCTRICA (TEE)
Tal como referido anteriormente, a organização de apresentação dos projectos de investimento é feita
neste PIR 2006-11, pela primeira vez, por grandes áreas do Continente. Essas áreas não
correspondem, na totalidade, a regiões administrativas existentes mas decorrem da estrutura
presente e futura da própria RNT e bem assim da sua ligação e proximidade com as concentrações
de consumos ou áreas de produção de energia eléctrica mais importantes. Esta divisão afigura-se
como a mais adequada tendo em vista uma apresentação lógica e equilibrada dos investimentos mais
relevantes da RNT para os próximos anos.
Essas áreas, representadas no mapa da página seguinte, são:
Área 1 – Faixa litoral a Norte do Grande Porto
Área 2 – Trás-os-Montes e eixo do Douro
Área 3 – Grande Porto
Área 4 – Faixa litoral entre Grande Porto e Grande Lisboa
Área 5 – Beiras interiores
Área 6 – Grande Lisboa e península de Setúbal
Área 7 – Alentejo
Área 8 – Algarve
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 66/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Para cada uma das áreas a apresentação dos projectos segue uma arrumação de acordo com o
objectivo mais importante de cada um. Sublinha-se, no entanto, que a larga maioria dos projectos
serve mais que um objectivo. A sua repartição pormenorizada por finalidades consta do anexo 7.
Nos textos deste capítulo não consta uma descrição de cada um dos projectos, mas apenas
relativamente aos de grande ou média relevância. Aliás, alguns, como os reforços de
autotransformação, de transformação e de meios de compensação de reactiva são apenas referidos
de forma sintética em tabelas e são apresentados apenas os previstos para o período vinculativo do
Plano (2006-2011).
No anexo 5 encontra-se, para cada projecto ou conjunto de projectos, uma descrição técnica
detalhada com a individualização das diferentes obras que os constituem e respectivos custos,
acompanhados de uma ilustração em esquema gráfico. O número que se indica a seguir ao título de
cada projecto é precisamente o número que o permite referenciar no anexo 5.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 67/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.1 ÁREA 1 - FAIXA LITORAL A NORTE DO GRANDE PORTO
LIGAÇÃO A PRE
A PRE predominante nesta área é, sem dúvida, a eólica, com cerca de 600 MW que se estimam vir a
ser ligados até 2011, basicamente repartida em dois grandes núcleos : serras de Arga e Peneda e
serras da Cabreira e do Barroso.
Os seguintes investimentos são prioritariamente destinados à recolha desta produção.
• Abertura da subestação de Frades (PR 0202)
Trata-se de uma nova subestação 150/60 kV, junto às actuais centrais de V. Nova e de Frades,
que constava do “Plano de Reforço da RNT para a PRE” (2001) aprovado pela DGGE, e que
deverá entrar em serviço em meados de 2008. Para além da instalação receptora da PRE a 60 ou
a 150 kV, esta instalação deverá assumir mais tarde também um papel de estruturação da rede de
150 kV nesta região.
Deste projecto faz também parte o reforço de capacidade do troço Frades - Caniçada da actual
linha Alto Rabagão - Caniçada.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 68/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Reforço do eixo Frades – Pedralva (PR 0207)
Este projecto, previsto para o primeiro trimestre de 2009, engloba a reconstrução, como linha
dupla, do troço entre Frades e o posto de corte da Caniçada, da actual linha a 150 kV Vila Nova –
Riba d’Ave.
Recorda-se aqui que no anterior PIR 2004-09 esta reconstrução de linha era prevista para 400 kV,
por forma a poder acomodar a ligação de duas novas grandes centrais de bombagem, V. Nova 3 e
Salamonde 2, com um total de 590 MW reversíveis as quais, entretanto, já não constam do
PESEP na sua edição de 2005. Por este motivo, o projecto de reconstrução desta linha regressou
à configuração que tinha no PIR 2002-07, ou seja, volta a ser planeado para 150 kV.
REFORÇO DA CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO
• Nova interligação a 400 kV Norte de Portugal – Noroeste de Espanha (PR 0608)
Associada ao estabelecimento de uma solução de alimentação de uma futura linha ferroviária AVE
Porto – Vigo e ao reforço de abastecimento de consumos, encontra-se aqui prevista, a título
indicativo, para finais de 2010, a criação desta nova interligação a 400 kV, a qual será objecto de
primeiros estudos conjuntos técnicos e económicos com a REE, S.A. no início de 2006.
Para além de ser potenciada por projectos com outras finalidades, esta ligação deverá permitir um
aumento de capacidade de trocas entre Portugal e Espanha no sentido de importação, para além
dos objectivos actuais. Efectivamente, o grande fluxo de entrada permanente de energia na actual
única linha de 400 kV transfronteiriça desta área, a linha dupla A. Lindoso – Cartelle (Galiza), é
responsável por limitações nos níveis de importação face ao disparo simultâneo dos dois circuitos
dessa mesma linha, não apenas por sobrecargas induzidas noutras linhas da REN como também
pelos elevados ângulos de desfasagem que aparecem e que condicionam a religação.
• Reforço de ligação à distribuição vinculada
Os reforços mais estruturantes neste domínio são a criação de dois novos injectores, um na área
de Vizela - Falagueira e outro na de Vila do Conde - Póvoa do Varzim, este último a título
indicativo para 2015. Para além disso, há alguns reforços de transformação, de compensação de
reactiva e novos painéis de 60 kV para apoio da distribuição.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 69/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Abertura de subestação na área de Vizela / Felgueiras (PR 0630)
Esta nova subestação 150/60 kV, prevista para a segunda metade de 2010, encontra-se neste
momento em análise técnica e económica com a EDIS e deverá situar-se numa zona a nascente
da subestação de Riba d’ Ave.
A REN, S.A. concluiu que não é possível o alargamento da instalação “provisória” 150/60 kV de
Guimarães e, estando a capacidade de colocação de transformadores em Riba d’ Ave
praticamente esgotada (a 5ª e última unidade será montada em 2007, ficando a instalação com
mais de 700 MVA), é necessário concretizar uma nova subestação na zona, cujo primeiro
transformador a entrar em serviço provirá, precisamente, de Riba d’ Ave. A segunda unidade será
a que se encontra neste momento em Guimarães, instalação que, nessa altura, deixará de ter
qualquer função para a RNT.
Acrescenta-se que se está a procurar fechar uma malha de 60 kV entre as subestações da RNT
de Riba d’ Ave e de Guimarães, para dar garantia “n-1” instantânea às cargas servidas por esta
última instalação.
• Abertura de subestação na área da Vila do Conde / Póvoa do Varzim (PR 0633)
Esta nova subestação, que já era referida no PIR 2004-09, localizada entre V. Fria e Vermoim,
aparecerá no horizonte 2015, um pouco a nascente da zona da Póvoa do Varzim ou de Vila do
Conde e será ainda objecto de estudos técnico-económicos conjuntos com a EDIS.
Colocando-se a hipótese de construção de uma infraestrutura de 400 kV para a alimentação da
linha ferroviária Porto – Vigo, esta nova subestação será alimentada a esse nível de tensão, por
meio de abertura de uma nova linha a construir para esse efeito.
CLIENTES E MODIFICAÇÕES PARA TERCEIROS (PR 0647)
Com o projecto ferroviário de alta velocidade Porto – Vigo encontra-se prevista para esta área um
importante desenvolvimento da RNT já citado o qual irá assumir outras funções complementares.
Mais concretamente, a solução de alimentação que tem sido debatida com a RAVE, SA para esta
linha ferroviária, que necessitará de ligações com a adequada potência de curto-circuito nos pontos
referidos no mapa, nas suas subestações de tracção SE6 e SE7, consta de um eixo de 400 kV que:
Terá início na futura linha de 400 kV que resultará da reconstrução da actual linha de 220 kV
Valdigem – Vermoim, como dupla de 400 kV.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 70/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Seguirá depois para a referida SE6 e daí para norte, para a área da futura subestação da
RNT na zona de Vila do Conde - Póvoa do Varzim.
Continuará para Norte até à subestação de tracção SE7 cruzando, no percurso, o actual eixo
a 150 kV entre Caniçada / Oleiros e V. Fria.
Tal como já referido, poderá prosseguir daí mais para Norte como nova linha de interligação a
400 kV com Espanha.
REFORÇO INTERNO DA RNT
Referem-se aqui três projectos, dos quais, sem dúvida, o mais relevante é a abertura da nova
subestação de articulação 400/150 kV de Pedralva. O segundo é um reforço de linhas para
alimentação da subestação de Vila Fria.
• Abertura da subestação 400/150 kV de Pedralva (PR 9905)
A abertura da subestação de 150/400 kV de Pedralva, que intersectará as linhas já existentes Alto
Lindoso – Riba d’Ave 1, a 400 kV, e as Caniçada – Oleiros e Caniçada – Vila Fria 2, a 150 kV, do
eixo da Caniçada – Oleiros – Vila Fria, encontra-se prevista para o final de 2006.
A subestação de Pedralva ficará equipada com unidades de autotransformação desfasadoras de
modo a proporcionar maior facilidade na gestão dos trânsitos de activa entre as sub-redes de 400
e 150 kV da região. Deste modo, consegue-se dotar a RNT de uma maleabilidade de operação
acrescida, ao mesmo tempo que se tira maior partido da estrutura de linhas aéreas já existentes.
Refere-se que aos 150 kV da subestação de Pedralva irá ligar o maior parque eólico neste
momento previsto em Portugal (e, até ao momento, o maior da Europa “onshore”), o parque do
Alto Minho 1 com 220 MVA.
• Reforço da alimentação a 150 kV de Vila Fria (PR 0003)
Esta nova linha dupla de 150 kV entre Caniçada e Vila Fria, posteriormente a ligar também a
Pedralva, encontra-se prevista para a segunda metade de 2009.
No entanto, a oportunidade da concretização deste projecto terá de ser cotejada com as
perspectivas de evolução da linha de 400 kV para a alimentação da via ferroviária AVE Porto –
Vigo, a qual pode proporcionar uma solução alternativa para o apoio a V. Fria com outros
benefícios a diversos níveis.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 71/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Reforço de alimentação a Vizela / Felgueiras (PR 0632)
Faz parte do projecto a construção de uma segunda linha de 150 kV, a entrar em serviço em 2012,
para reforço de ligação à nova subestação na área de Vizela atrás referida. Esta segunda linha
utilizará, se possível, parte do corredor do actual ramal de Guimarães.
• Remodelação do posto de corte da Caniçada (PR 0310)
Este posto de corte, cujas primeiras fases datam da década de 50 e cuja propriedade transitará
para a REN, S.A., possui um elevado número de equipamentos em fim de vida útil e,
correspondentemente, já com significativa probabilidade de falha. Vai ser, por isso, sujeito em
2007 a uma operação, na prática, de reconstrução, utilizando tecnologias e equipamentos
modernos.
O respectivo projecto encontra-se neste momento em curso na REN, S.A. Dado ter de se
compatibilizar o funcionamento da instalação com a respectiva reconstrução, poderá ter que se
recorrer a tecnologias de isolamento parcial a SF6.
• Reforço de capacidade de linhas
Encontram-se contemplados neste Plano os seguintes reforços de capacidade de linhas de 150 kV
desta área.
Linha Caniçada – Riba d’Ave 2 2005
Linha Caniçada – Oleiros 2006 (1ª fase) e
2010
Linha Caniçada – V.Fria 1 2006 (1ª fase) e
2011
Linha Riba d’Ave – Oleiros 2010
De sublinhar que, num número reduzido de casos, o reforço de capacidade processa-se em duas
fases sendo a primeira alteamento, um reforço apenas para uma temperatura objectivo máxima de
operação da ordem dos 70ºC, agendando-se para mais tarde a intervenção final que elevará a
temperatura máxima de operação da linha para 85ºC.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 72/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores MAT/AT
Riba d’ Ave 3º TRF 150/60 kV 170 MVA 2007
Oleiros 3º TRF 150/60 kV 170 MVA 2007
Pedralva TRF 150/130 kV 150 MVA 2008
• Novos painéis de 60 kV para a distribuição
Riba d’ Ave Painel “Vizela” 2007
Vila Fria Painel “S.Romão do Neiva 2” 2008
• Novas baterias de condensadores
Oleiros 50 Mvar 2005
Riba d’Ave 50 Mvar 2009
Esclarece-se que o transformador 150/130 kV acima indicado para a subestação de Pedralva em
2008 constitui um novo apoio necessário, a partir dessa altura, à rede de 130 kV da EDIS entre
Ruivães, Ponte (Braga) e o Lindoso (e que daí tem uma interligação de recurso para a subestação
espanhola de Conchas), tendo em vista garantir a respectiva segurança de abastecimento do lado
de Portugal.
Trata-se de uma máquina especificada para, a longo prazo, poder ser utilizada como
transformador 150/60 kV, preparando uma futura eliminação dos 130 kV e transição de
equipamentos para a rede de 150 kV.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 73/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.2 ÁREA 2 - TRÁS-OS-MONTES E EIXO DO DOURO
LIGAÇÃO A GRANDES CENTROS PRODUTORES
• Central de Picote 2 (PR0118)
A data prevista para a entrada em serviço desta central, localizada junto à albufeira de Picote, é
agora 2012 e será equipada em 1 grupo de 231 MW apenas para funcionamento como gerador,
portanto sem a função de bombagem que estava prevista no PESEP anterior e no PIR 2004-09.
A sua ligação à rede será efectuada por um novo circuito de 220 kV entre o posto de corte do
Picote e a futura subestação 400/220 kV do Douro Internacional. O troço inicial deste novo circuito
será em linha simples até à zona da central da Bemposta sendo, a partir daí, efectuado em linha
dupla, destinando-se o outro terno à ligação a 400 kV do reforço previsto para o aproveitamento
de Bemposta 2.
• Central de Bemposta 2 (PR0604)
Trata-se de um reforço de potência do escalão de Bemposta que será equipado com 1 grupo de
181 MW não reversível, com data previsível de entrada em serviço industrial em 2014. A sua
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 74/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
ligação à rede far-se-á por um circuito de 400 kV directamente ligado à futura subestação do
Douro Internacional, tal como referido no ponto anterior.
• Central do Baixo Sabor (PR9917)
O aproveitamento hidroeléctrico do Baixo Sabor consta de um escalão principal com 2x69 MW a
ligar a 220 kV à subestação do Pocinho e de um contra-embalse de pequena potência (30 MW)
que será ligado à rede de distribuição. Ambas as centrais serão equipadas com grupos
reversíveis, o contra-embalse bombando água da albufeira da Valeira e o escalão principal do
respectivo contra-embalse.
• Central de Foz-Tua (PR0605)
Esta central, prevista para o ano de 2014, será equipada com dois grupos reversíveis perfazendo
um total de 207 MW.
A sua ligação à rede far-se-á a 400 kV através de linha directa à futura subestação da RNT na
zona de Valdigem, provisoriamente aqui designada por Valdigem 2.
• Central de Linhares (PR0666)
Trata-se de uma central hidroeléctrica com características de bombagem pura. A água será
elevada da albufeira da Régua e armazenada no reservatório de Linhares. A potência total é de
460 MW.
A sua ligação à rede deverá ser efectuada a 400 kV à futura subestação de Valdigem 2.
Atendendo à sua localização relativamente próxima do aproveitamento de Foz-Tua deverá ser
equacionada uma eventual solução de ligação conjunta que optimize os projectos económica e
ambientalmente.
LIGAÇÃO A PRE
A energia eólica constitui a componente de PRE de maior impacto nesta zona. Os principais pólos
produtores situam-se na serra de Montemuro, nas serras do Alvão e Marão e, mais para o interior,
nas serras de Bornes e Nogueira. A REN, S.A. tem em curso investimentos que se destinam,
maioritariamente, à recolha deste tipo de produção na zona de Trás-os-Montes e eixo do Douro, de
que se destacam os seguintes.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 75/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Abertura de subestação em Vila Pouca de Aguiar (PR0209)
Trata-se de uma subestação 220/60 kV alimentada, numa primeira fase (2007), por uma linha
dupla de 220 kV proveniente de Valdigem, a qual, numa segunda fase (2009), terá continuidade
até às zonas de Chaves e de Macedo dos Cavaleiros.
A subestação irá ficar dotada de dois transformadores 220/60 kV constituídos por unidades de
pólos monofásicos provenientes da subestação de Vermoim com datas previstas de entrada em
serviço de 2007 e 2008. A instalação de um pólo de reserva está programada para o ano 2011.
• Ampliação da subestação de Valdigem (PR0211)
A fim de criar condições para a ligação de vários núcleos de parques eólicos que se situam tanto a
Norte (serra do Marão) como a Sul (serras de Montemuro e Leomil) de Valdigem, tornou-se
necessário prever uma importante ampliação desta subestação de modo a poder acomodar mais
cerca de 5 novos painéis de linha de 60 kV.
Entre a PRE já ligada e a atribuída até 2007 nesta subestação, o total em jogo irá ascender a
cerca de 330 MW ligados a 60 kV ou redes de tensão inferior, a larga maioria deles (250 MW) de
origem eólica.
• Transformação 220/60 kV no Carrapatelo (PR0218)
Este projecto consta da ampliação do actual posto de corte de 220 kV do Carrapatelo de molde a
concretizar a instalação de duas unidades de transformação 220/60 kV, 170 MVA, a primeira delas
já em 2007.
Aos 60 kV irão ser ligados empreendimentos eólicos localizados nas faldas Norte das serras de
Montemuro e Arada, num montante que se estima da ordem dos 150 MVA até 2007/2008.
• Fecho de malha a 220 kV entre Macedo Cavaleiros, Chaves e V. P. de Aguiar (PR0214 e PR0260)
Trata-se de um projecto que engloba o estabelecimento de um anel a 220 kV alternativo ao eixo
do Douro entre Pocinho e Valdigem e que leva a RNT a zonas interiores de Trás-os-Montes que
ainda não são por ela directamente servidas, melhorando as condições de alimentação dos
consumos, para além de proporcionar novos pontos de recepção de PRE, tanto de eólica como de
mini-hídrica. No horizonte 2010/11 estima-se que possam estar em serviço nesta região cerca de
500 a 700 MW.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 76/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Numa primeira fase, em 2009, estabelecer-se-á a linha entre Macedo de Cavaleiros para Chaves,
com cerca de 50 km. Numa segunda fase construir-se-á a linha de Chaves para V. P. Aguiar,
numa extensão de cerca de 30 km.
• Abertura da subestação de Valdigem 2 (PR 0228)
A ampliação da actual subestação de Valdigem para integrar o nível 400 kV não se mostrou viável
tendo sido necessário desenvolver os estudos para uma nova subestação designada,
provisoriamente, por Valdigem 2. Esta subestação será equipada numa fase inicial com um
autotransformador 400/220 kV de 450 MVA.
De forma a optimizar a utilização dos elementos da RNT (linhas de 220 kV e linhas de 400 kV)
proceder-se-á a uma separação parcial de redes, com a qual também se consegue o objectivo de
manter as potências de defeito em níveis controlados para a RNT, sem necessidade de precipitar
a remodelação e/ou o reforço de instalações na zona.
REFORÇO DA CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO
Nos últimos dois anos a REN, S.A. e a REE, S.A. desenvolveram e aprofundaram os estudos tendo
em vista definir a estratégia mais adequada para reforço das suas redes na zona do Douro
Internacional, pois verifica-se que, em algumas situações anteriormente previstas de operação da
RNT, as linhas desta área constituem a primeira restrição às capacidades de importação ou de
exportação.
O objectivo principal das análises foi o de garantir soluções de expansão que, de um modo
coordenado, venham a permitir aumentos graduais e sustentados da capacidade de troca entre os
dois sistemas eléctricos. O plano de reforço definido em resultado destes estudos assegura,
igualmente, a adequada integração e transporte pelas redes de importantes produções de energias
renováveis previstas para a região.
Os relatórios que documentam as análises realizadas podem ser consultados em anexo 3 deste
Plano.
• Reforço de interligação e extensão dos 400 kV à zona do Douro Internacional (PR0448 e PR 0226)
Em linhas gerais este projecto consta da extensão da rede de 400 kV desde Recarei, próximo do
Porto, até à zona do Douro Internacional, com o estabelecimento de uma nova interligação a este
nível de tensão, e a abertura de uma subestação 400/220 kV a localizar na proximidade do desvio
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 77/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
para Aldeadávila das linhas de 220 kV que se desenvolvem desde as centrais de Miranda, Picote
e Bemposta para a subestação do Pocinho.
Numa primeira fase, que já se iniciou e que estará concluída em 2008, será reforçada a
capacidade de todas as linhas de 220 kV da região e será aberta a subestação do Douro
Internacional a funcionar apenas a 220 kV.
Em seguida, e numa segunda fase, ficam criadas as condições para colocar fora de serviço uma
das linhas de 220 kV entre a nova subestação do Douro Internacional e a do Pocinho, para a sua
subsequente reconstrução como linha simples de 400 kV. Este novo troço de linha terá
continuidade até à zona de Valdigem por passagem da linha Pocinho – Valdigem 2, actualmente
operada a 220 kV, para a rede de 400 kV.
A interligação com Espanha a 400 kV fica igualmente garantida nesta altura, pois na primeira fase
(2008) está prevista a reconversão para dupla de 400 kV de uma das actuais travessias do rio
Douro (ou a execução de uma travessia nova caso os estudos ambientais assim o venham a
aconselhar).
A data objectivo para entrada em serviço da interligação a 400 kV e infraestuturas associadas é
2009.
• Passagem a 400 kV do eixo Valdigem – Bodiosa (PR 0228)
O eixo a 400 kV entre Recarei e o Douro Internacional terá uma subestação intermédia, designada
por Valdigem 2, a qual será equipada com autotransformação 400/220 kV (a primeira unidade de
400/220 kV será instalada em 2009) a partir da qual a rede de 400 kV se desenvolverá para Sul na
direcção de Bodiosa (Viseu) e daqui para Paraimo (zona da Anadia). A entrada em serviço deste
projecto a 400 kV será coordenada e simultânea com a linha Douro-Internacional – Valdigem 2 e
com o estabelecimento da interligação internacional a 400 kV com Aldeadávila referida no ponto
anterior.
• Reconversão para 400 kV da linha Valdigem – Vermoim 1 (PR9713)
A extensão da rede de 400 kV até à zona do Grande Porto será conseguida pela reconversão para
dupla 400+220 kV da actual linha Valdigem – Vermoim a 220 kV que se encontra em acentuado
estado de envelhecimento. O aumento de capacidade de transporte neste eixo torna-se imperativo
face aos crescentes fluxos de circulação com Espanha e ao significativo aumento de produção
renovável em Trás-os-Montes e a Sul do eixo do Douro.
Em termos eléctricos, o objectivo é o de constituir, numa 1ª fase, um circuito entre Valdigem 2 e
Recarei pelo que é ainda necessário proceder à constituição de um pequeno troço novo duplo de
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 78/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
400 kV, numa extensão de cerca de 7 a 8 km, entre o traçado original da linha Valdigem –
Vermoim 1 e a subestação de Recarei.
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
• Abertura de subestação na área de Macedo de Cavaleiros (PR 9705)
As cidades de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela são actualmente alimentadas a partir
da subestação do Pocinho com base numa rede de 60 kV com cerca de 80 km de extensão. Esta
rede encontra-se no limite da sua capacidade, não se justificando mais o seu alargamento ou
reforço sendo mais estratégico apostar, desde já, na expansão do nível 220 kV.
Deste modo, a futura subestação 220/60 kV a construir em 2007 na zona de Macedo de
Cavaleiros permitirá alimentar os consumos de toda esta extensa região através de uma rede de
60 kV de muito menor extensão, com as inerentes vantagens no campo de aumento da fiabilidade
e de redução de perdas de transporte.
Sublinha-se que esta subestação permitirá ainda a recepção de produção PRE de origem eólica
na casa dos 150 MW, até ao horizonte 2010, e por isso foi contemplada no “Plano de Reforço da
RNT para a PRE”.
Na fase inicial de abertura da subestação será instalado um transformador 220/60 kV de 126 MVA,
estando prevista uma segunda unidade para 2012.
• Abertura de nova subestação em Chaves (PR 0213 e PR 0234)
A actual estrutura da RNT que abastece a área de Chaves é constituída, desde 1996, por uma
derivação em “T” da linha Alto Rabagão – Caniçada a 150 kV com um comprimento total de cerca
de 70 km, numa zona de elevado índice queráunico. Este facto tem conduzido a um nível menos
desejável na fiabilidade de alimentação dos consumos, situação que se tem vindo a agravar com o
crescimento das cargas.
Em 2004 a EDIS concretizou um fecho de malha a 60 kV entre as subestações do Pocinho,
Chaves e Valdigem que veio permitir uma melhoria na qualidade de abastecimento das cargas de
Chaves o qual, contudo, não será suficiente para os níveis de carga a satisfazer nas horas de
maior consumo.
Nestas circunstâncias, e tendo em conta que a actual subestação de Chaves não é ampliável, a
REN, S.A. definiu a extensão da rede de 220 kV entre V P de Aguiar e Macedo de Cavaleiros, com
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 79/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
a abertura de uma nova subestação na zona de Chaves, a qual consiste na melhor solução para
assegurar uma sólida e duradoira alimentação das cargas nesta região.
A abertura da subestação está prevista para 2009, com dois transformadores 220/60 kV de
63 MVA, um deles proveniente da subestação de Mourisca.
• Reforço de capacidade de linhas
Encontram-se previstos neste Plano os seguintes reforços de capacidade de linhas desta área:
Linha Bemposta – Pocinho 2005
Linha Mogadouro – Valeira 2006 (1ª fase) e
2010
Linha Valdigem – Carrapatelo 2 e 3 2009
Linha Valeira – Valdigem 1 e 2 2007
Linha Picote – Mogadouro 2007
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos painéis de 60 kV para a distribuição
Macedo de Cavaleiros Painel “Bragança” 2007
“ “Macedo” 2007
Chaves Painel “Chaves 1” 2009
“ “Chaves 2” 2009
Carrapatelo Painel “Marco” 2007
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 80/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.3 ÁREA 3 - GRANDE PORTO
LIGAÇÃO DE GRANDES CENTROS ELECTROPRODUTORES
• Central a gás natural, ciclo simples na zona de Gondomar (PR 0657)
Foi considerada pelo PESEP 2006-25 (ano 2010) a necessidade de uma turbina a gás natural de
ciclo simples 250 MW, cuja localização foi aqui suposta na zona da Tapada do Outeiro. Em 2015
esta central será reforçada com um segundo grupo de características idênticas.
Para a integração desta central na RNT será necessário abrir um posto de corte a 400 kV na
região, por desvio da linha Recarei – Lavos, que possibilite a ligação dos circuitos provenientes da
central.
Efectivamente, a rede de 220 kV existente na zona denota níveis de ocupação bastante elevados,
não tendo já margem suficiente para acomodar esta central. Para além disso, os níveis de
corrente de curto-circuito também são muito elevados, o que desaconselha, de igual modo, a
ligação de qualquer nova central neste nível de tensão.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 81/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
Destacam-se neste domínio a ampliação e reforço das subestações de Vermoim, Custóias e
Ermesinde.
• Ampliação e reforço da subestação de Vermoim (PR0612 e PR0501)
É contemplada a substituição de 4 transformadores 220/60 kV, 120 MVA, (dois deles em fim de
vida útil e outros dois que serão transferidos para V.P. de Aguiar) por 3 unidades novas de
170 MVA. As datas previstas para este reforço são 2007 (2x170 MVA) e 2010 (1x170 MVA). Por
outro lado, em 2013, está planeada a instalação da primeira unidade de transformação 400/60 kV,
170 MVA.
• Reforço de transformação em Custóias (PR9605)
Este projecto consta da instalação de uma terceira unidade de transformação 220/60 kV,
170 MVA, em Custóias, o que permitirá realizar uma reconfiguração da rede de 60 kV com claras
vantagens na redução de perdas e na melhoria de fiabilidade de alimentação dos consumos. A
carga solicitada a Custóias terá um incremento escalonar da ordem dos 130 MW, com a
correspondente redução em Vermoim. É de sublinhar que esta última subestação é a única da
RNT que tem registado pontas acima dos 500 MW e que, com a concretização deste projecto, se
consegue reduzir e controlar este valor de elevada concentração de carga.
• Reconstrução da subestação de Ermesinde (PR0233)
O avançado envelhecimento da estrutura de 150 kV que conflui na subestação de Ermesinde, que
data do início dos anos 50, associado à menor adequação deste nível de tensão face às elevadas
cargas da região no futuro, justificam a sua futura reconstrução para o nível de tensão de 220 kV.
No que respeita a este projecto estão previstas as seguintes acções mais importantes:
Instalação, na primeira fase, de dois transformadores 220/60 kV, 170 MVA, e desactivação de
dois, 150/60 kV, 50 MVA, em fim de vida útil.
Colocação em serviço em 2010 da terceira unidade 220/60 kV, 170 MVA, e, em sequência,
retirada de duas unidades de 150/60 kV, de 126 MVA, que serão transferidas para outras
instalações.
Desactivação completa dos 150 kV de Ermesinde na sequência da acção anterior. O cliente
Siderurgia da Maia passará a ficar alimentado a partir de Vermoim, ainda durante alguns
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 82/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
anos a 150 kV, utilizando neste nível de tensão um terno de uma das novas linhas duplas de
220 kV.
REFORÇO INTERNO DA RNT
O desenvolvimento da RNT nesta zona caracteriza-se pela expansão e reforço da estrutura de
220 kV, de que se destaca a sua progressiva extensão à subestação de Ermesinde substituindo os
150 kV em fim de vida útil e, numa etapa de mais largo prazo, a chegada dos 400 kV à subestação de
Vermoim, a qual passará a funcionar como segundo grande pólo repartidor 400/220 kV, a par com a
actual subestação de Recarei.
• Alimentação de Ermesinde a partir dos 220 kV (PR0233 e PR0423)
Como já referido no capítulo anterior esta acção contempla a extensão da rede de 220 kV a
Ermesinde através da reconstrução, como duplas de 220 kV, de duas das actuais três linhas de
150 kV entre Vermoim e Ermesinde, em fim de vida útil, a primeira em 2008 e a segunda em 2009.
O corredor correspondente à terceira linha poderá então ser desactivado.
• Reforço de alimentação a Custóias (PR 0104)
A subestação de Custóias é alimentada por dois circuitos de 220 kV, os quais têm um traçado de
cerca de 10 km num único corredor em configuração de linha dupla. Para reforçar e aumentar a
fiabilidade da alimentação a esta subestação está previsto para 2005 a entrada em serviço de uma
2ª linha de 220 kV, em corredor independente do primeiro, por passagem a este nível de tensão
de um dos ternos do anel Vermoim – Custóias – Prelada, actualmente operado a 60 kV pela EDIS.
• Introdução dos 400 kV em Vermoim (PR0417)
Este projecto, previsto para 2013, contempla o início da operação a 400 kV de duas linhas que
confluem em Vermoim e que estão hoje exploradas a 220 kV. Uma delas ligará directamente a
Recarei enquanto que a outra o fará também mas através da ligação ao posto de corte adjacente
à primeira subestação de tracção ferroviária AVE do eixo Porto-Vigo conforme já exposto
anteriormente. Ao mesmo tempo será instalada autotransformação 400/220 kV em Vermoim.
De referir que, no PIR 2004-09, estava previsto que a citada ligação para Norte viesse a ser
concretizada através de uma linha entre Vermoim e Riba d’Ave com continuidade até Pedralva e
ligando ao eixo de interligação com Espanha de Lindoso – Cartelle. Contudo, as análises
subsequentes entretanto realizadas e que passaram a contemplar a necessidade de alimentação
de duas subestações de tracção para a linha ferroviária AVE, no troço português da linha Porto-
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 83/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Vigo, assim como o interesse no estabelecimento de uma nova interligação internacional a 400 kV
entre o Minho e a Galiza, justificam a alteração de estratégia assumida neste Plano.
• Remodelação de Vermoim e de Ermesinde (EX 0402)
A evolução da rede no Grande Porto associada à idade das instalações de Vermoim e de
Ermesinde (1951) justificam uma profunda acção de remodelação.
Na subestação de Vermoim, para além da substituição dos transformadores e da inerente redução
do nível de ruído, já referidos atrás, serão tomadas as seguintes acções:
Remodelação completa dos sistemas de alimentação, no sentido de os dotar da
operacionalidade e segurança idêntica aos das instalações recentemente construídas.
Adequação de diversa aparelhagem MAT e AT, designadamente dos seccionadores de
220 kV, às correntes máximas de defeito da instalação.
Reforço de potência de painéis de linha de 60 kV, para os adequar à capacidade de
transporte das linhas.
Motorização de seccionadores de 60 kV.
Em Ermesinde, a actuação deverá centrar-se nos painéis de 60 kV já que os 150 kV serão
desclassificados e substituídos pelo nível 220 kV (PR 0233 e PR 0423).
• Reforço de capacidade de linhas
Encontram-se contemplados, nesta área, os seguintes reforços de capacidade de linhas de
220 kV:
Ramal para Estarreja da linha T. Outeiro – Canelas 2005
Linha Torrão – Canelas 2006
Linha Torrão – Carrapatelo 2006 (1ª fase) e
2010
Linhas Recarei – Vermoim e Recarei – Custóias 2007
Linha Recarei – Canelas 2008
Linha Carrapatelo – Estarreja 1 2009
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Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores MAT/AT
Torrão 2º TRF 220/60 kV 170 MVA 2008
Recarei 2º TRF 220/60 kV 126 MVA 2009 (proveniente Batalha)
• Novos painéis de 60 kV para a distribuição
Canelas Painel “Vilar do Paraíso” 2005
Painel “Serzedo” 2006
Barramento 60 kV – Reforço 2008
Vermoim Painéis 60 kV – Reforço de 2 painéis 2007
Barramento 60 kV – Reforço 2008
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 85/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.4 ÁREA 4 - FAIXA LITORAL ENTRE O GRANDE PORTO E A GRANDE LISBOA
LIGAÇÃO DE GRANDES CENTROS ELECTROPRODUTORES
Nesta área, em consonância com o referido no capítulo 2, são previstos os seguintes projectos para
ligação de grandes centrais.
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Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Central a gás natural, ciclo combinado na zona da Figueira da Foz (PR 0607)
Foi prevista em 2010 a ligação de um grupo TGCC de 400 MW à subestação de Lavos no nível de
tensão de 400 kV. Este grupo precipita a necessidade de construção de uma linha a 400 kV entre
esta subestação e a da Batalha nessa mesma altura.
• Central a carvão na zona de Figueira da Foz (PR 0655)
Já no período indicativo deste Plano foi considerada a ligação de dois grupos a carvão de 450 MW
cada, que ligarão, respectivamente em 2014 e 2015, aos 400 kV da subestação de Lavos.
Para a correcta integração desta central na RNT, em particular com o seu segundo grupo,
assume-se a necessidade de uma ligação a 400 kV entre as subestações de Lavos e de Paraimo
em 2015.
LIGAÇÃO DE PRE
Nesta área localizam-se importantes núcleos de produção de energia eólica das serras de Freita,
Caramulo, Lousã, Sicó, Aire e Candeeiros.
Os parques das serras de Freita e Caramulo encontram-se na zona de influência das subestações da
RNT de Estarreja e Mourisca. As suas ligações, num montante da ordem dos 110 MW até 2000/2010,
serão realizadas nas sub-redes da EDIS.
A integração do potencial eólico das serras do Sicó, de Aire e dos Candeeiros será efectuada através
de ligações a 60 kV, ou a tensões inferiores, nas zonas de influência das subestações da REN, S.A.
de Pombal, Batalha e Rio Maior, num total estimado de 340 MW até 2008/2010.
O potencial eólico mais significativo desta área situa-se na serra da Lousã. Para criar condições de
recepção desta potência, em particular nas faldas Oeste e Sul da serra, a REN, S.A. planeou a
abertura de uma subestação 220/60 kV em Penela que, conjuntamente com a actual subestação de
Pereiros, permitirá receber um montante da ordem dos 400 MW até 2010.
• Abertura de subestação na área de Penela (PR 0210)
A data de abertura desta nova subestação, que figura no “Plano Específico de Reforço da RNT
para a PRE”, está prevista para o final de 2006, por entrada e saída da linha dupla a 220 kV
Pereiros – Zêzere. Em Penela ligará também a linha de 220 kV proveniente de Espariz, planeada
para 2008.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 87/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Nesta subestação serão instalados dois transformadores 220/60 kV, de 170 MVA, um em 2006 e
outro em 2010, os quais criam condições para a recepção da forte injecção de energia eólica no
nível de 60 kV.
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
• Introdução da transformação 400/60 kV na subestação da Batalha (PR 0223)
Trata-se da ampliação da subestação com a introdução do nível de 400 kV e que será equipada
com unidades de transformação 400/60 kV, em detrimento do reforço da actual transformação
220/60 kV.
O crescimento dos consumos abastecidos por esta subestação tem sido significativo situando-se
actualmente na casa dos 300 MW. As linhas de 220 kV de alimentação da subestação registam,
subsequentemente, trânsitos mais elevados a que também não é alheio o seu papel de transporte
Norte-Sul e a existência de uma outra subestação no mesmo eixo em Pombal.
Neste quadro, e aproveitando a proximidade da linha de 400 kV Recarei – Rio Maior 1 à
subestação da Batalha, foi desenvolvida uma análise técnico-económica (que consta do Relatório
PRPR-DS 1/2002) que veio demonstrar a vantagem de introdução da transformação 400/60 kV na
Batalha.
A primeira unidade 400/60 kV, 170 MVA, será instalada em 2006 e a segunda em 2007, esta
última antecipada relativamente à data inicial devido ao novo grupo TGCC no Pego. Nesta mesma
data será desactivado um dos actuais transformadores 220/60 kV.
• Abertura da subestação de Paraimo (PR 9708)
A introdução de transformação MAT/AT na subestação de Paraimo irá proporcionar uma
alimentação eléctrica mais fiável, via RNT, a uma considerável área englobando, em particular, os
concelhos de Anadia, de Cantanhede e de Mortágua, os quais são hoje abastecidos a partir da
subestação de Mogofores, a qual é mono-alimentada por um ramal em “T” de 220 kV e que,
portanto, apresenta uma menor qualidade de serviço e não pode ser ampliada.
Optou-se, tal como na subestação da Batalha, por privilegiar a transformação 400/60 kV pois a
estrutura de 220 kV já está muito carregada, ao mesmo tempo que se consegue uma solução com
menores perdas de transporte. O primeiro transformador entrará ao serviço no 2º semestre de
2006.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 88/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Abertura da subestação na área de Torres Vedras (PR 0216)
A abertura de uma subestação 220/60 kV na área de Torres Vedras continua prevista para o
último trimestre de 2007, tal como no Plano anterior. Está prevista a instalação de um primeiro
transformador de 170 MVA com a abertura da instalação e de um segundo em 2010.
Este injector permitirá fazer face aos crescimentos do consumo da região Oeste ao mesmo tempo
que cria condições, logo nessa altura, para a recepção de montantes mais elevados de projectos
PRE eólicos localizados nessa zona.
• Abertura de subestação na área de S. João da Madeira / Feira (PR 0410)
Para o final do período deste Plano é considerado o projecto de reforço à estrutura local de
distribuição de 60 kV, através da abertura de uma subestação 400/60 kV na zona de S. João da
Madeira / Feira. Este projecto, contudo, terá ainda de ser alvo de análises conjuntas entre a REN,
S.A. e a EDIS, tendo em vista a sua justificação e respectiva caracterização mais detalhada.
LIGAÇÕES A CLIENTES FINAIS
• Alimentação à rede ferroviária de alta velocidade (PR 0648)
No seu eixo Lisboa – Porto, a futura rede ferroviária AVE virá a ter necessidade de um conjunto de
pontos de alimentação às suas subestações de tracção, a maior parte das quais se situa nesta
zona litoral. Para esta finalidade está assim prevista, como de maior vulto, a abertura de uma nova
instalação de 220 kV na zona de Pombal (junto a uma subestação de tracção), para onde serão
desviadas as duas linhas de 220 kV Pereiros – Batalha 1 e 2. Contabilizam-se ainda três outros
casos de alimentação a 220 kV, baseados em curtas “antenas” com origem nas instalações da
RNT de Rio Maior, Paraimo e Estarreja, nas quais será, naturalmente, necessário vir a equipar
novos painéis. Este conjunto de realizações foi aqui previsto para o período 2012 a 2014, como
datas indicativas.
REFORÇO INTERNO DA RNT
Nesta faixa litoral, a nível de projectos maioritariamente atribuídos a reforços estruturantes da RNT,
menciona-se a instalação de autotransformação 400/220 kV na subestação de Paraimo e o “by-pass”
de Rio Maior por linhas de 400 kV.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 89/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Linha Pego – Batalha a 400 kV (PR 8701)
O estabelecimento da nova ligação a 400 kV entre o posto de corte do Pego e a subestação da
Batalha previsto para 2006, permitirá criar uma maior robustez na ligação da produção térmica
localizada na zona do Pego ao eixo de transporte norte-sul a 400 kV, localizado no litoral,
introduzindo, simultaneamente, melhores condições nas trocas internacionais através da
interligação Falagueira - Cedillo.
• “By-pass” à subestação de Rio Maior (PR 0225)
Após a realização do reforço descrito no parágrafo anterior, a nova linha de 400 kV Pego –
Batalha, ficam criadas as condições para a realização de uma alternativa em que uma das linhas a
400 kV do eixo norte-sul contorne a subestação de Rio Maior. Desta forma, está previsto para
2007 que as linhas Batalha – Rio Maior e Rio Maior – Ribatejo sejam desviadas de Rio Maior,
estabelecendo-se uma ligação directa Batalha – Ribatejo, o que irá introduzir um nível de
fiabilidade acrescido na estrutura da rede ao evitar uma tão elevada concentração de linhas
naquela subestação.
• Autotransformação 400/220 kV em Paraimo (PR 9714)
Encontra-se prevista a instalação de uma primeira unidade de 450 MVA em Maio de 2007 e de
uma segunda no horizonte 2014, já no período indicativo deste Plano.
Este projecto revelou-se essencial para reduzir os elevados fluxos Norte-Sul pela estrutura de
220 kV entre o eixo do Douro e a zona litoral centro, na medida em que proporciona uma injecção
de potência naquele nível de tensão a partir dos 400 kV. De sublinhar que, com este projecto, se
obtem uma redução de perdas de transporte.
• Desactivação do nível 150 kV da subestação de Pereiros (PR 0251)
Menciona-se finalmente a desclassificação do nível de 150 kV na subestação de Pereiros e da
linha, também de 150 kV, Zêzere – Pereiros 1, o que constitui o último passo no projecto de
reconversão para 220 kV do antigo eixo a 150 kV entre Ermesinde e Sacavém.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 90/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Reforço de capacidade de linhas
No que se refere ao aumento de capacidade de transporte de linhas já existentes, reportam-se os
seguintes casos:
Linha Pereiros – Batalha 2 2007
Linha Pereiros – Batalha 1 2008
Linha Mourisca – Pereiros 2008
Linha Carrapatelo – Estarreja 1 2009
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores MAT/AT
Santarém TRF 220/60 kV 126 MVA 2006
Santarém TRF 220/60 kV 63 MVA 2006 (desactivação)
Pereiros TRF 220/60 kV 126 MVA 2007
Pereiros TRF 220/60 kV 63 MVA 2007 (desactivação)
Penela TRF 220/60 kV 170 MVA 2010
Estarreja TRF 220/60 kV 170 MVA 2007
Lavos TRF 400/60 kV 170 MVA 2008
Zêzere TRF 220/60 kV 170 MVA 2009
Paraimo TRF 400/60 kV 170 MVA 2012
Mogofores TRF 220/60 kV 126 MVA 2012 (desactivação)
• Novas baterias de condensadores
Para compensação de reactiva está prevista a instalação de novos bancos de baterias de
condensadores nas seguintes subestações:
Rio Maior 50 Mvar 2006
Zêzere 40 Mvar 2007
Mourisca 50 Mvar 2008
Torres Vedras 30 Mvar 2008
Batalha 50 Mvar 2009
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 91/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.5 ÁREA 5 - BEIRAS INTERIORES
O desenvolvimento da RNT previsto nesta área para o período até 2011 está centrado em dois
reforços principais; a concretização do eixo a 400 kV Valdigem – Bodiosa – Paraimo e a conclusão do
eixo a 220 e 150 kV Chafariz – Ferro – Castelo Branco – Falagueira tendo em vista, como grandes
objectivos, dar resposta à ligação de um significativo volume de PRE eólica e à satisfação do
abastecimento dos consumos em melhores condições de qualidade de serviço.
LIGAÇÃO DE PRE
• Linha Valdigem – Bodiosa – Paraimo (PR 0212)
Esta linha com origem na subestação de Valdigem que, como se sabe, se situa próxima da Régua
em zonas de elevado potencial eólico e de grande produção hidroeléctrica, criará um corredor
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 92/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
alternativo importante ao escoamento dos elevados montantes de produção renovável da região
de Trás-os-Montes e Alto Douro e ainda da produção eólica da zona de Viseu.
Para além disso, ela desempenha também um papel relevante na melhoria das condições de
alimentação das cargas de Viseu, no reforço da estrutura e fiabilidade da RNT e no aumento da
capacidade de interligação.
Numa primeira fase este eixo, que ficará completo em 2006/07, entrará em operação a 220 kV,
estando a sua passagem a 400 kV planeada para 2009 face à necessidade de escoamento do
crescente volume de produção PRE, conjugado com os importantes fluxos de importação que se
desejam garantir nesse horizonte temporal (cerca de 1800 MW da capacidade técnica).
• Abertura da subestação de Espariz (PR 0215)
Tal como a subestação de Penela, esta instalação tem função idêntica e constava também do
“Plano de Reforço da RNT para a PRE”. Ficará situada sensivelmente a meio do eixo constituído
pelas linhas V. Chã – Pereiros de 220 kV, que para ela serão desviadas por meio de curtos troços
de linha dupla. A esta subestação passará também a ligar a linha de 220 kV do parque eólico da
Pampilhosa da Serra que actualmente se encontra ligada em antena à linha V. Chã – Pereiros 1. A
eliminação deste “T” é da maior importância para o bom funcionamento da RNT.
Esta nova instalação deverá entrar em serviço na segunda metade de 2008, equipada com um
transformador 220/60 kV de 126 MVA.
• Nova linha Espariz – Penela (PR 0206)
Trata-se de uma nova linha dupla de 220 kV, a entrar em serviço em 2008 com um terno instalado,
e que ligará as duas subestações atrás referidas evitando sobrecargas na sequência de
contingências em qualquer das linhas daí para Pereiros. Por outro lado, criará um “by pass” de
220 kV ao nó de Pereiros aumentando assim a segurança de funcionamento da RNT nesta área.
Esta linha constava também do “Plano de Reforço da RNT para a PRE”.
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
Há dois projectos chave com esta finalidade, mais exactamente as novas instalações da Bodiosa
(Viseu) e de Castelo Branco, para além de diversos reforços de transformação em instalações
existentes.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 93/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Abertura da subestação da Bodiosa (PR 9801)
Esta nova subestação, situada no concelho de Viseu, deverá entrar em serviço na primeira
metade de 2006 apoiada na nova linha Bodiosa – Valdigem, atrás apontada, ligada a 220 kV e
com uma primeira unidade de 126 MVA, passando a alimentar as importantes cargas da cidade de
Viseu e outras num total de cerca de 100 MW de ponta nessa altura.
Para além disso, uma significativa quantidade de potência eólica aí será ligada directamente ou
nas redes de distribuição na área de influência desta subestação. Este valor poderá rondar de
início os 80 MW e ocupará, em particular, três dos primeiros painéis de 60 kV da subestação.
Mais tarde, e associado com a passagem do eixo Valdigem – Bodiosa – Paraimo a 400 kV, esta
subestação passará a 400/60 kV. A análise técnico-económica desta instalação encontra-se no RL
8/2001 PRAR.
• Abertura da subestação de Castelo Branco (PR9913)
Trata-se de uma nova instalação da RNT com uma função de apoio aos consumos locais mas, tal
como a de Bodiosa, também com uma função de recolha de produção PRE eólica, em particular
proveniente a 150 kV da serra da Gardunha.
Para além destas duas funções, esta subestação é ainda um ponto de articulação entre as redes
de 220 kV proveniente de Norte e a de 150 kV que se desenvolve para sul, sendo para isso
dotada de uma primeira unidade de 220/150 kV, de 250 MVA.
Esta instalação, que fazia parte do “Plano de Reforço da RNT para a PRE”, deverá entrar em
serviço em finais de 2006. A potência 150/60 kV instalada começará por ser de 2*63 MVA, com
uma dessas duas unidades proveniente de Pracana.
Após a entrada em serviço de Castelo Branco, e com o reforço de transformação já realizado na
Falagueira, a instalação 150/60 kV da Pracana será encerrada.
CLIENTES E MODIFICAÇÕES PARA TERCEIROS
Assinala-se a construção de um pequeno ramal em linha dupla de 220 kV que irá alimentar, em
meados de 2006, a subestação de tracção da REFER de Fatela (linha da Beira Baixa).
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 94/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
REFORÇO INTERNO DA RNT
• Nova linha a 220 kV Ferro – Castelo Branco (PR 0205)
Esta nova linha dupla de 220 kV com cerca de 57 km constitui uma das componentes do novo eixo
interior Chafariz – Ferro – Castelo Branco – Falagueira e deverá entrar em serviço no final de
2006. Este eixo tem também uma componente significativa de contributo para a recepção dos
elevados volumes de PRE eólica desta zona e a sua antecipação figurava já no “Plano de Reforço
da RNT para a PRE”.
• Segunda linha Castelo Branco – Falagueira (PR 0624)
Esta linha está prevista para o final do período indicativo deste Plano, mais exactamente para
2016, tendo em vista fazer face a um eventual possível futuro aumento dos níveis de PRE eólica a
ligar ao eixo Chafariz – Falagueira.
Efectivamente, a partir de certos níveis de aumento de produção, não só o disparo conjunto dos
dois ternos da primeira linha Castelo Branco – Falagueira a 150 kV irá pôr em causa a segurança
do eixo a 220 kV Pocinho – Chafariz – V.Chã – Espariz – Pereiros como também as potências de
defeito nas zonas de Ferro e de Castelo Branco serão insuficientes.
Esta segunda linha será isolada para 400 kV e constituirá o primeiro elemento de um futuro eixo
interior a 400 kV no Norte do País. Não se exclui a hipótese de se ter que antecipar a criação
desta linha, função da evolução da implantação de projectos eólicos nesta área.
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores
Ferro 2º TRF* 220/60 kV 63 MVA 2006
Bodiosa 2º TRF 220/60 kV 126 MVA 2006
Bodiosa 1º e 2º TRF** 400/60 kV 170 MVA 2009
Chafariz 3º TRF 220/60 kV 126 MVA 2009
Ferro 3º TRF 220/60 kV 126 MVA 2011
* Proveniente de Santarém
** Com a passagem a 400 kV do eixo Valdigem – Bodiosa – Paraimo, são retirados de serviço os dois
transformadores 220/60 kV, de 126 MVA, que serão encaminhados para outras subestações.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 95/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Novos painéis para PRE
Ferro Painel 220 kV “Penamacor” 2005
Painel 60 kV “Pedras Lavadas” 2005
Bodiosa Painel 60 kV “Fornelo do Monte” 2006
Painel 60 kV “Mourisca” 2006
Painel 60 kV “Nave” 2006 Chafariz Painel 60 kV “Videmonte” 2006
C. Branco Painel 150 kV “Gardunha” 2006
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Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.6 ÁREA 6 - GRANDE LISBOA E PENÍNSULA DE SETÚBAL
LIGAÇÃO DE GRANDES CENTROS PRODUTORES
Encontra-se prevista a desactivação das actuais centrais do Carregado e de Setúbal,
respectivamente nos anos de 2010 e 2012, de acordo com o PESEP 2006 -25. O facto destas
centrais serem pouco competitivas, quer a nível de rendimento quer de emissões, pressupõe a
redução progressiva no seu grau de utilização até lá.
É provável que venham a ser substituídas por outras, no mesmo local, de tecnologia mais avançada.
De acordo com um dos critérios referidos no capítulo 2 foi suposto entrar em serviço nessas
localizações até 2016 um novo grupo de TGCC de 400 MW no local do Carregado, o qual deverá
ligar a 220 kV nos barramentos da actual subestação, sem necessitar nenhum outro reforço
específico da RNT, caso efectivamente venha a ocupar capacidade deixada livre pelas referidas
desclassificações.
LIGAÇÃO DE PRE
Existe um conjunto de parques eólicos que se ligam às redes de distribuição nesta área que totalizam
cerca de 180 MW, em particular na zona de influência de Fanhões, ligando ou internamente àquelas
redes ou a painéis de 60 kV em instalações da RNT.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 97/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
• Abertura de subestação em Zambujal (PR0406 e PR0421)
Trata-se do projecto de abertura de uma subestação 220/60 kV adjacente ao posto de corte a
60 kV do Zambujal da EDIS, a partir do qual se faz a alimentação da zona ribeirinha de Lisboa
desde Ajuda / Pedrouços até Cais do Sodré / Santos, assim como de Algés e Carnaxide.
O elevado valor da carga abastecida, que já ronda os 165 MVA com perspectivas de crescimento
sustentado ao longo dos próximos anos, justificou a análise da oportunidade da extensão da RNT
a esta zona.
Esta nova subestação permite diminuir o volume total de carga a abastecer pela subestação de
Alto de Mira com claros benefícios em termos de diversificação e de segurança de abastecimento
dos consumos na zona da Grande Lisboa.
O projecto consta da construção de dois cabos subterrâneos de 220 kV (um em 2007 e outro em
2010) entre Alto de Mira e Zambujal mas que, até 2011, funcionarão integrados na estrutura de
60 kV da EDIS. Nesta data far-se-á a abertura da subestação a 220 kV com dois transformadores
220/60 kV, 170 MVA, alimentada com base na passagem dos dois cabos a esta tensão de
exploração.
A análise técnico-económica desta subestação consta de relatório interno, neste momento em
conclusão na REN, S.A.
• Desactivação dos níveis de tensão 150 e 30 kV da subestação de Sacavém (PR 0261)
A REN, S.A. e a EDIS definiram no início da década de 90 uma estratégia coordenada de
desclassificação progressiva da rede de 30 kV alimentada a partir de Sacavém e a sua
substituição pelo nível 60 kV, a qual se encontra em curso de concretização.
A carga abastecida pelos 30 kV está reduzida, neste momento, para valores de ponta da ordem
dos 95 MVA, enquanto que a dos 60 kV, praticamente inexistente em 1997, é hoje de cerca de
135 MVA.
Este projecto tem exigido por parte da EDIS a extensão da sua rede de cabos de 60 kV na zona
oriental da cidade de Lisboa e a construção de subestações novas 60 kV/MT, enquanto que do
lado da REN, S.A. se procedeu à introdução do nível 220 kV na subestação de Sacavém com
transformação 220/60 kV.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 98/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Para 2009 está programada a passagem das últimas cargas da EDIS de 30 kV para o nível 60 kV
procedendo a REN, S.A. à colocação em serviço da 3ª unidade de transformação 220/60 kV de
170 MVA. A partir desta altura será possível desactivar completamente os níveis 150 e 30 kV, de
Sacavém, assim como em Fanhões o autotransformador 220/150 kV, que estabelece ligação com
a rede de 150 kV.
• Abertura da subestação do Alto S. João (PR 0637)
No período indicativo do Plano encontra-se prevista a extensão da rede de 220 kV à zona oriental
de Lisboa (Alto S. João) que se iniciará, em 2015, com a construção de um cabo de 220 kV a
partir de Sacavém funcionando inicialmente a 60 kV. Um segundo cabo e uma nova subestação
220/60 kV na zona só serão necessários após 2016.
A abertura desta instalação terá ainda que ser objecto de estudos técnico-económicos conjuntos
entre a REN, S.A. e a EDIS.
• Abertura de subestação na área de Estoril / Cascais (PR 0638)
Ainda a título indicativo é assumida a necessidade de abertura de uma nova subestação urbana
na área de Estoril / Cascais alimentada a 220 kV a partir da subestação de Trajouce. Em 2014
será construída a primeira ligação de 220 kV a funcionar transitoriamente a 60 kV até 2016, altura
em que se estabelecerá a 2ª ligação e se construirá a nova subestação 220/60 kV.
A observação do último parágrafo do ponto anterior é também válida para este caso.
• Abertura da subestação da Trafaria (PR 9710 e PR0255)
O crescimento de consumos que se tem verificado nas áreas de influência das subestações da
EDIS de Almada e Sobreda, que abastecem cargas significativas localizadas nos concelhos de
Almada e também no do Seixal, conduziu à identificação da necessidade de reforço da estrutura
de rede actualmente existente.
Salienta-se que, para além da linha atrás referida, a REN também dispõe no local de um terreno
para a construção da subestação.
Face a esta situação, foram desenvolvidas análises entre a REN, SA e a EDIS com vista à
identificação da melhor solução de reforço a esta zona tendo-se concluído pelo melhor interesse
na abertura de um ponto de alimentação MAT/AT nesta região. Esta análise encontra-se
documentada no RL PRPR-DS 3/2003.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 99/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
A solução de reforço passa pela abertura da nova subestação da Trafaria (designada nos Planos
anteriores como Monte da Caparica) prevista para Dezembro de 2006, equipada com duas
unidades de transformação 150/60 kV, 170 MVA, e inicialmente alimentada a partir da linha da
REN, S.A. já existente que, entretanto, passa a ser explorada a 150 kV. O facto desta linha ser
retirada da estrutura de 60 kV para passar à de 150 kV justifica a necessidade de, logo na fase
inicial da subestação, se instalarem duas unidades de transformação MAT/AT, por forma a ser
possível continuar a assegurar a fiabilidade mínima desejável.
A última etapa da fase inicial de reforço de alimentação a esta zona passa pelo estabelecimento
de um segundo circuito, em linha dupla de 150 kV, entre as subestações de Fernão Ferro e
Trafaria, a concretizar em 2007.
• Abertura da subestação na zona do Montijo (PR0404 e PR0625)
O crescimento urbano que se tem vindo a verificar na margem esquerda do estuário do Tejo, na
zona do Montijo, traduzido num aumento gradual da carga a abastecer, levou à consideração, no
período indicativo deste Plano, da abertura de um novo injector na zona do Montijo. Contudo, uma
decisão final relativamente, à calendarização e consistência deste projecto depende de estudos
técnico-económicos que se terão ainda de concretizar entre a REN, S.A. e a EDIS.
Não obstante, a solução de reforço neste momento considerada aponta para a duplicação do troço
inicial da actual linha de 150 kV Palmela – Porto Alto 2, até onde o seu traçado se encontre o mais
próximo do Montijo, e a construção de um pequeno troço novo de linha dupla até à nova
subestação, a qual será de início equipada com uma unidade 150/60 kV, de 170 MVA. Uma
segunda ligação idêntica a partir da linha Palmela-Porto Alto 1 será concretizada posteriormente.
REFORÇO INTERNO DA RNT
Pretende-se como uma das linhas estratégicas fundamentais de desenvolvimento da RNT para esta
área a Norte da Grande Lisboa, estabelecer uma estrutura em semi-anel de grande capacidade de
transporte a 400 kV entre a zona da central do Ribatejo (zona do Carregado) e os pontos repartidores
mais significativos para alimentação das cargas da região, em particular Fanhões e Alto de Mira.
Ficará igualmente estruturada a rede para, num horizonte mais dilatado, se abrir um novo ponto de
articulação 400/220 kV que, de modo indicativo, se situará a nascente de Sintra.
A outra linha estratégica de desenvolvimento da RNT envolve a margem Sul e visa criar, na península
de Setúbal, uma segunda subestação 400/150 kV que possa constituir uma alternativa à subestação
de Palmela. Ao mesmo tempo, esta subestação deve assegurar a capacidade de alimentação das
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 100/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
cargas a médio/longo prazo das zonas mais a oeste da península (por exemplo, Sesimbra, Costa da
Caparica, Barreiro e Almada).
• Reforço da RNT à zona Oeste da Grande Lisboa (PR 0004)
O sustentado e significativo crescimento de cargas de Trajouce torna urgente a conclusão da
terceira linha de 220 kV que agora está agendada para o primeiro semestre de 2006. Esta linha
terá continuidade até Fanhões por utilização de terno a 220 kV resultante da reconstrução da
actual linha Fanhões – Alto de Mira 2 (ver também texto referente ao parágrafo “Reforço da RNT
para Trajouce”).
• Reforço da RNT a 400 kV às zonas de Fanhões e de Alto de Mira (PR 9304, PR 9306 e PR0123)
Em primeiro lugar refere-se o projecto de construção da linha dupla a 400 kV entre o Ribatejo e
Fanhões (PR 9306), já concluído na segunda metade deste ano, e a reconstrução da actual linha
a 220 kV Fanhões – Alto de Mira 2 para dupla com um terno a 400 kV e outro 220 kV (PR 9304).
O terno a 400 kV servirá para estabelecer a ligação de Rio Maior a Alto de Mira, enquanto que o
de 220 kV irá permitir efectuar a ligação Fanhões – Trajouce.
Na sequência destes projectos, e após pequenas acções de reorientação das linhas nas
proximidades da subestação de Fanhões, a topologia final envolve a alimentação da subestação
de Fanhões com três linhas de 400 kV, uma proveniente de Palmela, outra do Ribatejo e a terceira
de Alto de Mira, enquanto que a subestação de Alto de Mira, para além desta ligação a Fanhões,
ficará ainda ligada às subestações de Rio Maior e do Ribatejo. A conclusão deste conjunto de
acções está prevista para 2006.
Um outro reforço de 400 kV previsto de modo indicativo no horizonte do Plano para 2013 é o da
reconstrução para 400 kV da actual linha Carregado – Fanhões 2 (PR 0123). Com este projecto
consegue-se uma alternativa ao único e importante corredor estratégico entre o posto de corte do
Ribatejo e a zona de Fanhões, devendo também ser coordenado com outros reforços da RNT,
como é o caso da linha “Zona da Marateca-Fanhões”, cuja execução é motivada pela ligação à
RNT de mais produção térmica de grande dimensão a Sul do Tejo e da necessidade da extensão
da rede ferroviária de alta velocidade.
• Reforço estratégico da RNT para Trajouce (PR 0424)
O reforço de longo prazo de ligação da RNT para Trajouce, encontra-se neste momento em
análise interna na REN, S.A., podendo ser conseguido, em linhas gerais, pela transformação para
dupla dos dois actuais troços de linha de 220 kV entre Alto de Mira e Trajouce. Um deles
continuará até Fanhões, por reconstrução de parte da linha Rio Maior – Trajouce no troço entre
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 101/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Alto de Mira e zona de Almargem do Bispo e daqui por um novo troço até à subestação de
Fanhões.
• Extensão dos 400 kV a Fernão Ferro (PR 0112)
Para reforço das condições de alimentação na zona da península de Setúbal está planeado para
2008 a introdução do nível de 400 kV na subestação de Fernão Ferro, através do desvio da actual
linha de 400 kV Palmela-Ribatejo para este local, onde será instalada autotransformação 400/150
kV.
Esta obra revela-se de grande importância para a melhoria da garantia de abastecimento aos
consumos desta zona a longo prazo, os quais, com alguns clientes em MAT (e os alimentados
pelas subestações de Fernão Ferro, Setúbal, Porto Alto), em ponta, atingem valores já perto dos
750 MW e que, no presente, dependem quase exclusivamente da subestação de Palmela.
Com esta realização criam-se, simultaneamente, condições para uma futura alternativa à
subestação de Palmela no eixo de 400 kV entre o Norte e o Sul, introduzindo desta forma uma
maior fiabilidade na estrutura global da rede.
• Remodelação da subestação de Setúbal (EX 0401)
Conforme já indicado no PIR 2004-09, a antiguidade e o estado global desta instalação, o grau de
obsolescência dos principais equipamentos, designadamente transformadores de potência,
aparelhagem MAT/AT, sistemas de comando, controlo e protecção e sistemas de alimentação, a
par de uma degradação acentuada nos respectivos níveis de fiabilidade, recomendam que se
opere uma remodelação integral da subestação, aproveitando o local e uma parte das infra-
estruturas existentes para a construção de uma nova instalação. A data prevista para esta
remodelação é o ano de 2009.
• Remodelação da subestação do Carregado (EX 0403)
Como já referido no anterior PIR 2004-09, com excepção dos equipamentos dos painéis
recentemente entrados em serviço, os restantes equipamentos MAT, bem como os equipamentos
dos sistemas de comando, controlo e protecção e sistemas de alimentação, registam um
envelhecimento generalizado, devido à sua antiguidade que, no caso dos equipamentos
localizados no exterior, é agravado pelo ambiente corrosivo onde a instalação está inserida.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 102/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Merecem destaque especial as seguintes acções:
Adequação do nível de isolamento dos equipamentos, designadamente seccionadores e
cadeias de amarração dos barramentos tendidos, ao grau de poluição da instalação (muito
forte).
Adequação de diversos equipamentos MAT, designadamente seccionadores, e outros
componentes específicos do painel, às máximas correntes de defeito da instalação.
Necessidade de substituição (ou recondicionamento) de um transformador de potência, por
degradação acentuada do estado dos isolantes, e de diversa aparelhagem MAT, por
obsolescência ou níveis baixos de fiabilidade, nomeadamente disjuntores, transformadores
de medição, descarregadores de sobretensões e seccionadores.
Autonomização dos sistemas de alimentação da subestação dos serviços auxiliares da
central do Carregado e respectiva remodelação.
Motorização dos seccionadores de isolamento dos painéis de transformador (60kV).
Neste contexto, e atendendo igualmente à complexidade construtiva da instalação (esquema
imbricado), que torna difícil qualquer operação de remodelação, e à elevada importância deste nó
da rede, torna-se necessário proceder a uma remodelação integral da instalação.
Estando prevista a desclassificação da actual central do Carregado em 2011 (6 painéis de grupo e
2 de serviços auxiliares) julga-se ser essa a data oportuna para realizar a referida remodelação.
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores MAT/AT
Sete Rios 3º TRF 220/60 kV 170 MVA 2005
Alto Mira 3º TRF 400/60 kV 170 MVA 2008
Carriche 4º TRF 220/60 kV 126 MVA 2011
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 103/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.7 ÁREA 7 - ALENTEJO
LIGAÇÃO DE PRE
Assinalam-se as ligações de um projecto fotovoltaico de 46 MVA aos 60 kV da futura subestação de
Alqueva e ainda uma ligação, em 2006, a 150 kV à subestação de Sines relativa a uma cogeração de
dimensão significativa.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 104/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
LIGAÇÃO A GRANDES CENTROS PRODUTORES
• Novos grupos em Sines (PR 0656)
A zona de Sines, onde já existe uma central a carvão com 4 grupos com cerca de 1190 MW,
deverá vir a reforçar a sua capacidade de produção de energia. De acordo com o cenário base de
sustentabilidade do PESEP 2006-25 descrito no capítulo 3, poderão surgir até 2016 mais 6 grupos
a carvão de 450 MW, dos quais se supõe que 4 ficam situados nesta zona, dada a existência de
infraestruturas de descarga de carvão cuja capacidade pode ser ampliada.
Dado o elevado valor de potência que este conjunto representa, quase 3000 MW, e o risco que
decorreria para a segurança do SEN da sua perda simultânea, a concretização da nova central em
Sines com 4 grupos implica a necessidade de construção de uma nova subestação de 400 kV.
Por outro lado, dado o aumento desta ordem de grandeza, de concentração de potência em Sines,
torna-se necessário o estabelecimento de mais uma ligação para Norte de Palmela, para a zona
da Grande Lisboa, encontrando-se equacionada a concretização de uma nova linha dupla a
400 kV entre a zona da Marateca e o posto de corte do Ribatejo ou Fanhões.
Caso a evolução da instalação de nova grande produção em Sines se antecipe relativamente ao
quadro atrás descrito, terão de ser antecipados, de forma coerente, alguns dos reforços da RNT
em causa.
• Novos grupos no Pego (PR 0435 e PR 0664)
Tendo em vista a ligação dos dois grupos GNCC considerados na hipótese base de localização
neste Plano, estão previstos outros tantos novos painéis no posto de corte do Pego, o primeiro em
2007 e o segundo em 2010.
REFORÇO DE CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO
Com a entrada em serviço da subestação de Alqueva desaparece em 2007 o actual “T” na ligação
Ferreira do Alentejo – Alqueva – Balboa, aparecendo uma linha de interligação directa Alqueva –
Balboa.
Por outro lado, e tendo presente a solução de alimentação a 400 kV decorrente do projecto ferroviário
AVE Lisboa – Madrid exposto mais adiante, refere-se que a REN, S.A. e a REE, S.A. equacionarão,
em devido tempo, o interesse de uma possível interligação a 400 kV Estremoz / Borba – Badajoz,
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 105/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
cidade onde a REE, S.A,. também no âmbito da solução de alimentação da sua parte daquele
projecto ferroviário, deverá provavelmente estender os 400 kV.
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
Nos próximos 6 anos os factos mais relevantes neste domínio serão a abertura de duas novas
subestações da RNT para apoio às redes de distribuição em Alqueva e em Estremoz / Borba,
respectivamente em 2007 e 2009.
• Abertura da subestação de Alqueva (PR 0217)
Esta instalação 400/60 kV deverá entrar ao serviço em 2007 com um primeiro transformador de
bancos monofásicos com uma potência de 170 MVA, o qual será dotado do respectivo pólo de
reserva em 2011.
A entrada em serviço desta subestação vai permitir, desde logo, retirar alguma carga à subestação
de Évora (que se encontra actualmente, em ponta, já não muito distante do seu limite de
capacidade de transporte via linhas de 150 kV) e, mais tarde, alimentar algumas das instalações
de bombagem integradas no plano de rega do Alqueva.
• Entrada em serviço da linha Falagueira – Estremoz / Borba (PR0401)
Esta linha, que já constava do PIR 2004-09 como dupla de 150 kV, foi posteriormente assumida
como linha simples de 400 kV devido ao aparecimento do projecto ferroviário AVE Lisboa –
Madrid, como adiante será exposto.
Deverá entrar em serviço em 2007 integrada primeiro na rede de 60 kV da EDIS apoiando os
consumos regionais de Estremoz e zonas limítrofes. Em 2009 passará para os 150 kV e será uma
das alimentações da nova subestação da RNT a construir na zona de Estremoz / Borba.
• Abertura da subestação de Estremoz / Borba (PR 0402)
Esta subestação ficará situada na zona de Estremoz / Borba, junto a um conjunto de cargas com
algumas dimensão incluindo as da indústria local de mármores que, nesta zona, têm um peso
significativo. Será alimentada a partir da malha Falagueira – Estremoz / Borba – Évora.
A subestação de Estremoz / Borba terá também um papel fundamental como base de apoio, a 60
kV, na alimentação da cidade de Elvas, a qual tem sido abastecida desde há vários anos a partir
de Espanha (Badajoz), no âmbito de um contrato entre a EDIS e a Sevillana de Electricidad /
ENDESA, S.A. que data de meados dos anos 90.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 106/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
A EDIS construirá uma segunda linha de 60 kV entre Estremoz e Elvas a qual, conjuntamente com
a nova subestação da REN, permitirá alimentar a totalidade dos consumos de Elvas a partir da
RNT.
A ligação a Badajoz manter-se-á como meio de garantia de apoio mútuo entre as redes de 60 kV
de ambos os lados da fronteira.
A subestação de Estremoz / Borba começará por ser uma instalação 150/60 kV, em 2009 com um
primeiro transformador de 126 MVA (embora, caso haja transformadores não utilizados de 63 MVA
que estejam em boas condições, se possa recorrer a estes sem ter que adquirir máquina nova de
126 MVA). No entanto, a sua concepção permitirá a evolução mais tarde para os 400 kV,
acompanhando as necessidades de alimentação da linha ferroviária AVE Lisboa – Madrid.
• Instalação de transformação na subestação de Ourique (PR 0640)
Já no período indicativo do Plano deverá ser equacionada a entrada em serviço de transformação
150/60 kV para o apoio à distribuição no actual posto de corte de Ourique, o qual foi inicialmente
dimensionado para este efeito.
Prevê-se que um transformador de 63 MVA, proveniente da subestação de Évora, possa aí ser
instalado no horizonte 2014, o que, contudo, terá ainda de ser sujeito a análise conjunta técnico-
económica com a EDIS.
CLIENTES E MODIFICAÇÕES PARA TERCEIROS
• Eixo ferroviário de alta velocidade Lisboa-Madrid (PR0649)
O grande projecto nesta área geográfica destinado a clientes finais é o de alimentação da futura
linha ferroviária AVE Lisboa – Madrid no seu percurso entre as zonas de Lisboa e de Elvas,
passando por Évora.
As necessidades técnicas de potência de defeito impostas pelas características específicas da
alimentação ferroviária (não simétrica), distâncias e potências em jogo decorrentes do número e
consumos individuais das composições ditam, de forma clara, o recurso ao nível de tensão de 400
kV.
A REN, S.A. procurou criar as sinergias possíveis entre esse facto e as necessidades estratégicas
equacionadas anteriormente no PIR 2004-09 para o reforço da alimentação ao Alentejo interior, as
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 107/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
quais se resolviam mediante o estabelecimento de um eixo Falagueira – Estremoz / Borba – Évora
com linha dupla de 150 kV.
A solução desenvolvida e debatida com a RAVE, S.A. para esta área do País consiste, em linhas
gerais, no seguinte:
Passagem a dimensionamento de 400 kV das linhas do eixo Falagueira – Estremoz / Borba –
Évora, tal como já referido em pontos anteriores.
Construção de nova linha simples a 400 kV entre as áreas da Grande Lisboa e de Évora,
acompanhando aproximadamente a maior parte do percurso da ferrovia.
Passagem a 400 kV da subestação de Estremoz / Borba.
Ampliação da actual subestação de Évora para incluir 400 kV ou, se isso não for possível,
construção de outra nas proximidades da cidade.
Construção de postos de corte da RNT para alimentação de subestações de tracção em
Stº. Estêvão e Montemor / Évora (que pode vir a assumir também o papel de futura
subestação de Évora a 400 kV referida no ponto anterior).
Ligação aos 400 kV da subestação de Estremoz / Borba de uma linha dupla para alimentação
da subestação de tracção designada por SE3 mais a nascente.
Trata-se, no conjunto, de um ambicioso projecto de expansão da RNT a 400 kV numa zona de
baixos consumos e com gerações de muito pequena dimensão a qual, só por si, não justificaria,
mesmo a longo prazo, mais que a extensão da actual rede de 150 kV anteriormente contemplada
no PIR 2004-09.
Dadas as incertezas quanto a datas de concretização do projecto ferroviário Lisboa – Madrid (aqui
suposta como 2013), a REN, S.A. assume neste momento como mais provável a solução aqui
apresentada, quer quanto a conteúdo, quer quanto a datas, mas terá, obviamente, que as alterar
em função da evolução e clarificação do projecto da RAVE, S.A.
Neste momento, em definitivo, tomou-se já a opção irreversível de projectar a linha Falagueira –
Estremoz / Borba como simples de 400 kV, em vez de dupla de 150 kV.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 108/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
REFORÇO INTERNO DA RNT
• Entrada em serviço da linha Estremoz / Borba – Évora (PR0461)
Trata-se de uma linha já prevista no PIR 2004-09 como dupla de 150 kV que, conjuntamente com
a do ponto anterior, fecha uma nova malha pelo interior do Alentejo, entre as subestações da
Falagueira e de Évora, tendo em vista o reforço de alimentação de Évora bem como possibilitar a
dupla alimentação da subestação de Estremoz / Borba e, a mais longo prazo, permitir a abertura
de uma eventual subestação da RNT na zona de Portalegre.
Tal como referido no ponto anterior, e pelos mesmos motivos, esta linha será concretizada para
400 kV sendo, antes de ser necessário alimentar a linha ferroviária Lisboa – Madrid, ligada à rede
de 150 kV.
• Entrada em serviço da linha Sines – Portimão (PR9909)
A primeira linha a 400 kV para o Algarve será proveniente do centro produtor de Sines, devendo
entrar em serviço no final de 2006 integrada na rede de 150 kV. Tal como será exposto mais
adiante no ponto dedicado ao Algarve, esta linha integra-se numa solução estratégica destinada a
dotar esta região de uma capacidade de transporte francamente acrescida relativamente ao
transporte actual a 150 kV e que possa responder aos elevados e sustentados acréscimos de
consumo verificados desde há muitos anos, e que continuarão, de alguma maneira, no futuro.
• Reforço da articulação 400/150 kV em Ferreira do Alentejo (PR 0240)
Este projecto compreende a instalação, em 2008, do segundo autotransformador 400/150 kV de
250 MVA, o qual provirá da subestação da Falagueira, onde será substituído por uma unidade
desfasadora de maior potência.
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores e auto transformadores
Falagueira 1º ATD 400/150 kV 450 MVA 2005
Falagueira 2º ATD 400/150 kV 450 MVA 2008
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 109/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Novos painéis de 60 kV para a distribuição
Falagueira Painel 60 kV “Pracana 2” 2006
Painel 60 kV “Pracana 3” 2006
Painel 60 kV “Estremoz/Borba” 2007
• Novas baterias de condensadores
Évora 30 Mvar 2006
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 110/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.2.8 ÁREA 8 - ALGARVE
Tal como referido nas anteriores edições do PIR, o Algarve continua a caracterizar-se por um elevado
crescimento de consumos, a taxas claramente acima das médias nacionais, tendo-se já atingido o
máximo absoluto de 448 MW de ponta de consumo em 3 de Março de 2005 enquanto que o máximo
de Verão se registou em Agosto de 2003 com um pico de 441 MW.
A estratégia de desenvolvimento das capacidades de transporte e de sub-transporte necessárias para
o Algarve apresentadas no PIR 2004-09 mantem-se e consiste, em termos gerais, na criação de uma
malha de 400 kV com base em duas subestações de articulação 400/150 kV, conjugada com
desenvolvimentos da rede local de 150 kV.
LIGAÇÃO A GRANDES CENTROS PRODUTORES
A ligação da turbina a gás, ciclo simples de 250 MW referida no capítulo 2 que substituirá os actuais
dois grupos de 80 MW da central de Tunes na data actualmente prevista de 2008 é aqui suposta
efectuar-se ao nível de tensão de 150 kV da subestação de Tunes.
REFORÇO DA CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO
• Interligação a 400 kV Algarve – Andaluzia (PR0609)
Este Plano considera, para o horizonte de 2010, a entrada em serviço de uma nova interligação a
400 kV entre Portugal e Espanha, mais exactamente entre o Algarve (subestação de Sotavento
Algarvio) e uma instalação da rede da REE, S.A. na Andaluzia.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 111/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Com esta interligação fecha-se mais uma malha de 400 kV em ambos os países com benefícios
mútuos regionais.
A REN, S.A. e a REE, S.A. deverão começar a análise técnica e económica desta possível nova
interligação já no início de 2006.
LIGAÇÃO À DISTRIBUIÇÃO VINCULADA
O projecto mais relevante neste domínio é a abertura da nova subestação de Portimão, para além do
reforço de potência de transformação 150/60 kV nas subestações existentes para apoio à
distribuição.
• Abertura da subestação de Portimão (PR 9908)
A nova subestação de Portimão deverá entrar ao serviço no final de 2006 na sua função de ponto
injector para a rede de distribuição a partir dos 150 kV.
A sua configuração inicial inclui um transformador 150/60 kV, 170 MVA, proveniente de Tunes e
quatro ligações a 150 kV resultantes da abertura das actuais linhas Sines – Tunes e Sabóia –
Tunes e ainda uma quinta, também a 150 kV, através da nova linha de 400 kV Sines – Portimão,
explorada a 150 kV. Será ainda dotada de quatro ligações a 60 kV à rede de distribuição.
REFORÇO INTERNO DA RNT
• Entrada em serviço da linha Tunes - Estoi (PR8803)
A REN, S.A. tem vindo a prosseguir todos os esforços no sentido de dinamizar os consensos
necessários à aprovação do novo traçado para esta linha dupla de 150 kV, tendo presente as
posições dos diversos intervenientes no processo.
Espera-se para breve a criação de condições que possibilitem dar início e vir a concluir a
construção desta linha o mais cedo possível, cuja falta transformou o Algarve na área mais
fragilizada a nível de qualidade de serviço do transporte de energia eléctrica no País.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 112/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Extensão dos 400 kV ao Algarve
1ª fase (PR9909)
No Algarve esta 1ª fase da extensão dos 400 kV é materializada pela entrada em serviço, em
2006, da nova linha Sines – Portimão, explorada ainda a 150 kV, como já foi referido.
2ª fase (PR0248)
Em meados de 2007 deverá entrar em serviço, ainda a 150 kV, um primeiro troço de uma linha
dupla 400/150 kV entre a zona do Barlavento e do Sotavento. Este primeiro troço provirá da
subestação de Portimão até cruzar a actual linha Ourique – Tunes cujo troço final até Tunes será
reconstruído como linha dupla antes do final de 2006.
3ª fase (PR0249)
Nesta terceira fase, na primeira metade de 2009, a linha Sines – Portimão passa a ser explorada a
400 kV, entrando em serviço a articulação 400/150 kV em Portimão por meio de um primeiro
autotransformador de 450 MVA aí instalado. A partir desta altura o Algarve passará,
efectivamente, a ser abastecido também pelo nível de tensão de 400 kV.
• Abertura da subestação do “Sotavento Algarvio” (PR0403)
A abertura desta subestação em 2010, em local ainda a definir em concreto, pode ser considerada
com a 4ª fase deste processo, estendendo os 400 kV para o Sotavento para apoio directo ao
aumento de consumos numa extensa zona do Algarve.
Esta subestação entrará em serviço com um primeiro autotransformador 400/150 kV de 450 MVA,
alimentado a 400 kV a partir de Portimão através da linha dupla 400/150 kV referido na 2ª fase
prolongada para nascente por um novo troço a 400 kV a entrar em serviço também em 2010.
A ligação aos 150 kV será feita por abertura da nova linha dupla Tunes – Estoi, sendo para isso
necessário concretizar dois pequenos troços de linha dupla.
A conclusão destes reforços da RNT, conjuntamente com a possível nova interligação a 400 kV
com a Andaluzia atrás referida, constituirá a realização do salto de capacidade de transporte
indispensável para abastecer em segurança, durante bastantes anos, o volume já significativo e
rapidamente crescente de consumos do Algarve.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 113/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
OUTROS PROJECTOS RELEVANTES
• Novos transformadores MAT/AT
Tunes Ref. de transf. 150/60 kV 170 MVA 2005
Estoi 3º TRF 150/60 kV 63 MVA 2005
Portimão 2º TRF 150/60 kV 170 MVA 2008
• Novos painéis de 60 kV para a distribuição
Portimão Painéis “Porto de Lagos 1 e 2” 2006
“ Painel “Lagos” “
“ Painel “Aljezur” “
Estói Painel “Almancil” 2007
• Novas baterias de condensadores
Estoi 50 Mvar 2006
Portimão 30 Mvar 2006
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 114/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.3 QUADROS RESUMO DE ENTRADA/SAÍDA DE EQUIPAMENTO
6.3.1 TRANSFORMADORES E LINHAS
Apresenta-se nos quadros 6-2 e 6-3 uma síntese das alterações previstas a nível de capacidade de
transformação para o período 2006-2011, incluindo as desclassificações de unidades em fim de vida
útil e os saldos líquidos de potência instalada.
QUADRO 6-2
REFORÇOS DE TRANSFORMAÇÃO 2004-2009
TOTAIS POR NÍVEIS DE TENSÃO E SALDOS
A instalar A transferir ou desclassificar Saldos
Unidades Potência Unidades Potência (MVA)
Totais
(por níveis de tensão) (MVA) (MVA)
400/60 kV +9x170 +1530 +1530
220/60 kV +3x63 +189 -2x63 -126 63
+2x120 +240 -2x120 -240 0 -2x120 (**) -240 -240 +10x126 (*) +1260 -4x126 -504 +756 +20x170 +3400 +3400
150/60 kV -2x50 (**) -100 -100 -1x60 (**) -60 -60 +2x63 (*) +126 -4x63 -252 -126 +2x126 (*) +252 -2x126 -252 0 +8x170 +1360 -2x170 -340 +1020
150/30 kV -1x45 (**) -45 -45 -3x60 (**) -180 -180
Saldos globais +56 +8357 -25 -2339 +6018
(*) – Deste conjunto de transformadores, um total de 1298 MVA destinam-se a equipar instalações exclusiva ou maioritariamente
para recepção de potência PRE.
(**) – Unidades a desclassificar, no montante total de 625 MVA, por fim de vida útil.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 115/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
QUADRO 6-3
REFORÇOS DE TRANSFORMAÇÃO 2004 – 2009
Unidades a instalar Unid. a transferir ou desclass. Tensão Potência Ano Tensão Potência Ano Subestação
(KV) (MVA) (KV) (MVA)
Alto de Mira 400/60 +170 2008 Alqueva 400/60 +170 2007 Batalha 400/60 +170 2006
“ 400/60 +170 2007 220/60 -126 (M1) 2007 Bodiosa 220/60 +126 2006
“ 220/60 +126(P) 2006 “ 400/60 +2x170 2009 220/60 -2x126 (M0) 2009
Carrapatelo 220/60 +170 (P) 2007 Carriche 220/60 +126 2011
Castelo Branco 150/60 +2x63 (M3 e M4) 2006 Chafariz 220/60 +126 2009 Chaves 150/60 -63 (M0) 2009
Chaves 2 220/60 +2x63 (P) (M2) 2009 Custoias 220/60 +170 2007
“ 220/60 +170 2011 220/60 -126 (M0) 2011 Ermesinde 220/60 +2x170 2009 150/60 -2x50 (D) 2009
“ 220/60 +170 2010 150/60 -2x126 (M0) 2010 Espariz 220/60 +126 (P) 2008
Estarreja 220/60 +170 2007 Estremoz 150/60 +126 2009
Ferro 220/60 +63 (M5) 2006 “ 220/60 +126 2011
Frades 150/60 +170 (P) 2008 Lavos 400/60 +170 2008
Macedo de Cavaleiros 220/60 +126 2007 Mourisca 220/60 +170 2008 220/60 -63 (M2) 2008 Oleiros 150/60 +170 2007 Paraimo 400/60 +170 2006 Penela 220/60 +170(P) 2006
“ 220/60 +170(P) 2010 Pereiros 220/60 +126 2007 150/60 -63 (M0) 2007 Portimão 150/60 +170 (M6) 2006
“ 150/60 +170 2008 Pracana 150/60 -63 (M3) 2006 Recarei 220/60 +126 (M1) 2009
Riba de Ave 150/60 +170 2007 “ 150/60 -170(M8) 2010
Sacavém 150/60 -63 (M4) 2006 “ 220/60 +170 2009 150/30 -1x45-3x60 (D) 2009
Santarém 220/60 +126 2006 220/60 -63 (M5) 2006 São João da Madeira 440/60 +170 2010
Setúbal 150/60 +126 2007 150/60 -60 (D) 2007 Torrão 220/60 +170 2008
Torres Vedras 220/60 +170 2007 “ 220/60 +170 2010
Trafaria 150/60 +2x170 2006 Tunes 150/60 -170 (M6) 2006
Vermoim 220/60 +2x170 2007 220/60 -2x120 (M7) 2007 “ -120(D) 2007 “ 220/60 +170 2010 220/60 -1x120 (D) 2010
Vila Pouca de Aguiar 220/60 +120 (P) (M7) 2007 “ 220/60 +120 (P) (M7) 2008
Vizela 150/60 +170(M8) 2010 Zambujal 220/60 +2x170 2011
Zêzere 220/60 +170 2009
(P) – Transformação criada exclusiva ou maioritariamente para receber potência PRE. (D) – Unidades a desclassificar por fim de vida útil. (M1-9) – Transferências de unidades entre subestações. (M0) – Unidades a transferir, com destino final a ser definido posteriormente.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 116/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Os quadros 6-4 e 6-5 listam, respectivamente, as unidades de autotransformadores previstas para o
período 2006-2011 e os projectos mais relevantes de linhas.
O mapa da página seguinte contém uma síntese geográfica dos projectos induzidos pela PRE até
2011.
QUADRO 6-4
REFORÇOS DE AUTOTRANSFORMAÇÃO 2004-2009
Unidades a instalar Unid. a transferir ou desclass.
Tensão Potência Tensão Potência Subestação
(kV) (MVA) Ano
(kV) (MVA) Ano
Alto de Mira 400/220 +450 2008
Castelo Branco 220/150 +250 2006 Douro Internacional 400/220 +3x450 2009
Falagueira 400/150 +450 (*) 2008 400/150 -250 2008 Fernão Ferro 400/150 +450 2008
Fanhões 220/150 -126 2009 Ferreira do Alentejo 400/150 +250 2008
Palmela 400/150 -450 2008 Paraimo 400/220 +450 2007 Pedralva 400/150 +450 (*) 2006
“ 400/150 +450 (*) 2007 “ 150/130 +150 2008
Pereiros 220/150 -120 2007 Portimão 400/150 +450 2009
Sotavento Algarvio 400/150 +450 2010 Valdigem 220/150 +75 (**) 2009
Valdigem 2 400/220 +450 2009 Vermoim 220/150 -120 2009
Totais por níveis de tensão
400/220 kV
6x450
400/150 kV
1x250 6x450
1x250 1x450
220/150 kV
1x75
1x250
2x120 1x126
150/130 kV 1x150
Saldos globais +6125 -1066
(*) – Autotransformador desfasador
(**) – Máquina actualmente da CPPE, instalada na central da Régua, que será transferida para a REN.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 117/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
QUADRO 6-5 PRINCIPAIS OBRAS EM LINHAS ORDENADAS POR ANO DE ENTRADA EM SERVIÇO
Tensão Compri- mento Obra
(kV) (km) Descrição
2005 Fanhões-Ribatejo 400 2x25.0 Reforço da RNT na zona de Lisboa Bodiosa-Valdigem 400 2x60.0 Reforço do escoamento da produção da zona Douro (inic. 220kV)Carregado-Alto de Mira, desvio p/ Sacavém 220 2x14.0 Segundo corredor de linha a 220 kV para Sacavém Falagueira-Castelo Branco 150 2x20.0 Troço Rodão-Castelo Branco
2006 Batalha-Pego 400 1x81.0 Reforço da ligação da central do Pego ao litoral Fanhões-Alto de Mira 2 400 2x18.4 Reforço da alimentação a Alto de Mira Sines-Portimão 400 1x97.0 Reforço da alimentação ao Algarve (inicialmente a 150 kV) Castelo Branco-Ferro 220 2x57.0 Fecho da malha p/ melhor recepção PRE Fanhões-Trajouce 220 2x10.0 Melhoria das condições de alimentação à sub. de Trajouce Fernão Ferro-Trafaria 1 150 2x13.0 Abertura da Trafaria (passagem expl. de 60 a 150 kV) Tunes-Estói 150 2x42.2 Melhoria das condições de alimentação a Tunes e Estói
2007 Bodiosa-Paraimo 400 2x60.0 Reforço do escoamento da produção da zona Douro (inic. 220kV)Estremoz-Falagueira 400 1x93,0 Melhoria de alimentação à zona de Estremoz (início a 60 kV) Portimão-Tunes (1º troço) 400 2x25.0 Reforço da RNT na zona do Algarve (inicialmente a 150 kV) Valdigem Vila-Pouca de Aguiar 220 2x45.0 Ligação para permitir a recepção de PRE D.Internacional-M. Cavaleiros (1º troço) 220 1x17.0 Abertura da subestação de Macedo de Cavaleiros Alto de Mira-Zambujal 220 1x11,0 Primeiro cabo a 220 kV A.Mira-Zambujal (início a 60 kV) Fernão Ferro-Trafaria 2 150 2x13.0 Segunda linha para alimentação à Trafaria Portimão-Tunes (2º troço) 150 2x16.0 Reforço de alimentação a Tunes
2008 Palmela-Ribatejo, desvio p/ Fernão Ferro 400 2x25.0 Extensão dos 400 kV a Fernão Ferro Douro Internacional-Aldeadávila 2 400 2x5,0 Remod. para dupla 400 kV actual linha 220 kV (início a 220 kV) D.Internacional-M. Cavaleiros (2º troço) 220 1x46.0 Ligação de Macedo de Cavaleiros ao Douro Internacional Espariz-Penela 220 2x47.0 Reforço do eixo Espariz-(Pereiros)-Penela (recepção PRE) Vermoim-Ermesinde 1 220 2x9.5 Remodelação p/ dupla 220 kV de antiga linha de 150 kV 2009 Douro Internacional-Valdigem 2 400 1x40.0 Troço entre D. Internacional e o Pocinho Douro Internacional-Aldeadávila 2 400 2x5.0 Passagem à exploração a 400 kV Estremoz-Évora 400 1x43.0 Fecho de malha a 150 kV Falagueira-Estremoz-Évora (ini.150kV) Sines-Portimão 400 1x97.0 Passagem à exploração a 400 kV Valdigem 2-Bodiosa-Paraimo 400 2x120.0 Passagem a 400 kV do eixo Valdigem-Bodiosa-Paraimo Valdigem-Vermoim 400 2x66.0 Remodelação para dupla 400 kV Rio Maior-Trajouce 400 2x9.0 Remodelação do troço final para dupla de 400 kV (inic. a 220 kV) Chaves 2-Macedo de Cavaleiros 220 1x50.0 Extensão dos 220 kV a Chaves Chaves 2-Vila Pouca de Aguiar 220 1x30.0 Fecho da malha D. Intern.-M.Cav.-Chaves-V.P.Aguiar-Valdigem Vermoim-Ermesinde 2 220 2x9.5 Remodelação p/ dupla 220 kV de antiga linha de 150 kV Caniçada-Frades 150 2x25.0 Remod. p/ dupla 150 kV de troço da V.Nova -Riba d’Ave Caniçada-Vila Fria 3 150 2x46.7 Reforço de alimentação à subestação de Vila Fria
2010 Recarei-Alto Minho (Valença) 400 2x112.0 Alimentação à RAVE e nova interligação com Espanha no Minho Sotavento-Tunes norte 400 2x80.0 Abertura da subestação do Sotavento Algarvio Sotavento-Andaluzia 400 2x40.0 Nova interligação com Espanha a Sul Lavos-Batalha 400 2x55.0 Reforço para recepção de nova produção Alto Mira-Zambujal 2 220 1x11.0 Segunda ligação cabo 220 kV A.Mira-Zambujal (início a 60 kV) Riba d’Ave-Vizela 150 2x13.0 Reforço de alimentação à zona de Guimarães
2011 Fanhões-zona de Almargem do Bispo 400 2x15.0 Reforço da alimentação a Lisboa (inicio a 220 kV) Picote-Douro Internacional 2 220 2X40.0 Escoamento da produção de Picote 2 Alto Mira-Zambujal 1 e 2 220 2x11.0 Passagem a 220 kV e abertura do injector do Zambujal
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 118/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 120/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
6.3.2 MEIOS DE GESTÃO DE REACTIVA
Este Plano abrange um conjunto de substituições e reforços de capacidade de baterias de
condensadores para os anos de 2006 a 2009, mas não considera necessidades a partir desse ano.
Tal como já havia sido referido no PIR 2004-09 o plano de reforço de compensação é elevado e isto
decorre, por um lado do volume crescente de PRE eólica concentrada no Norte e centro interior e, por
outro, da necessidade de garantir os desejados níveis elevados de capacidades de interligação no
âmbito do MIBEL. Isto para além, claro está, da necessidade de acompanhar o aumento de
consumos ou, nalguns casos específicos, de mitigar o efeito de adiamentos de construção de
elementos da RNT.
Neste quadro prevê-se que, de um total de 1270 Mvar que estarão instalados no final de 2005, se
passe a 1900, 1940, 2380 e 2510 Mvar, respectivamente no final de 2006, 2007, 2008 e de 2009.
As localizações das diferentes baterias de condensadores foram já assinaladas anteriormente neste
capítulo.
O quadro 6-6 sintetiza as alterações previstas no Plano, a nível de compensação de reactiva, de 2006
a 2009.
Tal como referido no PIR 2004-09, em termos da racionalidade global da compensação do factor de
potência pelas diferentes redes do SEN, terá sentido vir a colocar uma parte deste acréscimo de
baterias de condensadores não ao nível da RNT mas sim em níveis de tensão mais próximos do
consumo final, potenciando uma significativa poupança de perdas nas redes de distribuição e a
melhor utilização da sua capacidade instalada.
Esta conclusão, que decorre em termos gerais dos princípios técnicos e económicos do
funcionamento das redes eléctricas, foi corroborada em mais detalhe e profundidade em estudo
realizado, a pedido da REN, S.A. e da EDIS, pelo INESC-Porto.
Caso o quadro global de compensação do factor potência na fronteira transporte-distribuição venha a
ser alterado no sentido de uma melhoria, haverá lugar à revisão desta programação de meios de
compensação.
O mesmo terá de acontecer caso se venha a alterar o quadro global das regras de compensação de
reactiva na produção PRE, em particular na produção eólica, assunto que tem sido debatido ao longo
do ano de 2005 pelas DGGE, EDIS e REN, S.A.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 121/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Está pois aberta a possibilidade de, durante 2006, se reequacionar o plano de compensação agora
apresentado função das decisões que vierem a ser tomadas tanto a nível da produção como do
consumo nas instalações da REN, S.A.
QUADRO 6-6
ALTERAÇÕES EM BATERIAS DE CONDENSADORES 2006-2009
Mvar instalados Subestação Antes Depois
Batalha 80 130 Carregado - 50 Carregado1 - 120
Carriche 30 50 Estoi 80 130 Évora 30 60
Fanhões 1 - 120 Mourisca 40 90 Portimão - 30
Riba d’Ave 60 110 Rio Maior - 50 Setúbal 60 110
Torres Vedras - 30 Trafaria - 30
Trajouce1 - 120 Zêzere 30 70
Saldo final +890
1 A introduzir no nível de 220 kV.
6.4 GESTÃO GLOBAL DO SISTEMA (GGS)
6.4.1 GESTOR DO SISTEMA
Com o objectivo de manter actualizado o sistema informático de controlo em tempo real que suporta
as actividades do centro de controlo e do centro de operação do gestor do sistema e que foi instalado
em Julho de 2000, prevê-se um investimento em melhoramentos desse sistema de 100 mil euros no
ano de 2006 e uma média de 100 mil euros no quinquénio 2007-2011.
Prosseguirá a instalação de relés de deslastre frequencimétrico, tendo em vista minorar as
repercussões de cortes de consumos na sequência de incidentes de maior gravidade na RNT. Prevê-
se uma verba de 250 mil euros em cada um dos anos de 2006 e 2007.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 122/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Estão ainda previstos estudos nas áreas dos limites dinâmicos das linhas, da estimativa da energia
eólica e da previsão de carga e da monitorização das descargas atmosféricas, em colaboração com
outros organismos. Prevê-se uma verba de 250 mil euros para estes estudos em 2006 e uma média
anual de 100 mil euros no quinquénio 2007-11. Prevê-se ainda verbas extraordinárias de 1 milhão de
euros em 2006 e de 500 mil em 2007 para sistemas informáticos associados à criação do MIBEL.
6.4.2 TELECOMUNICAÇÕES DE SEGURANÇA
As actividades desenvolvidas têm como objectivo a exploração e a manutenção da Rede de
Telecomunicações de Segurança (RTS) e assegurando os seguintes serviços críticos:
Dados e voz para a exploração da RNT
Dados e voz para o gestor do sistema
Teleprotecções e teledisparos para as protecções de distância
Canais de dados para protecções diferenciais
Dados para os sistemas de telecontagem
Dados para as redes informáticas da REN, S.A.
Para responder aos objectivos estabelecidos, prevê-se a continuação da renovação tecnológica dos
sistemas de telecomunicações suportados essencialmente em fibra óptica e também em feixes
hertzianos por forma criar os elevados níveis de segurança e qualidade de serviço desejados.
Estão previstos investimentos de 5,7 milhões de euros (2006) abrangendo as seguintes áreas:
• Sistemas de feixes hertzianos
Conclusão da remodelação dos FH de 1,5 GHz e renovação dos sistemas de feixes hertzianos do
"backbone" Sacavém-Vermoim e rede de acesso como plataforma de redundância aos serviços
críticos da RTS suportados por fibra óptica.
• Sistemas de transmissão de alto débito SDH/DWDM e de acesso PDH
Prosseguimento da expansão do "core" da rede de telecomunicações de alto débito na tecnologia
SDH/DWDM suportada em fibra óptica e renovação dos sistemas de acesso em PDH de suporte
ao gestor do sistema e exploração da RNT.
• Rede de dados industrial (Ethernet/IP)
Implementação da plataforma de transmissão na tecnologia IP(Ethernet) suportada na rede de alto
débito para monitorização e gestão dos sistemas críticos da RNT (Protecções, comando e
controlo, gestor do sistema, telecontagem, etc).
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 123/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
• Sistemas para a rede fixas de voz (centrais telefónicas)
Continuação da remodelação das centrais telefónicas da rede fixa de voz da RTS com
alargamento aos centros produtores.
• Sistemas para a rede móvel de segurança (TETRA)
Projecto de remodelação da rede de rádio telefones para a tecnologia TETRA em parceria com a
EDP Produção, S.A..
• Sistemas de teleprotecções
Remodelação e expansão dos sistemas de teleprotecções na tecnologia digital.
Relativamente à evolução do investimento prevê-se alguma redução nos próximos anos devido à
conclusão de alguns projectos estruturantes. No entanto, devido à crescente necessidade de serviços
com maior largura de banda, à evolução do sector energético e ao curto ciclo de vida desta área
tecnológica, não se prevê uma redução muito significativa.
6.5 INFORMÁTICA
A exploração da RNT é suportada num conjunto de actividades para as quais é factor determinante a
disponibilidade de plataformas informáticas que disponibilizem ferramentas e níveis de serviço
adequados, designadamente:
Para os serviços de suporte às actividades relacionadas com a concessão da RNT
Aos processos de comunicação interna e de optimização da produtividade
À implementação dos mecanismos de segurança e de salvaguarda da informação
Com estes objectivos foram lançados em 2005 diversos projectos em áreas estruturantes, entre os
quais se destacam:
• Aplicações corporativas
Implementação do DRS (“Disaster Recovery System”) corporativo, projecto a concluir no
início de 2006
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 124/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Implementação do DRS (“Disaster Recovery System”) corporativo, projecto a concluir no
início de 2006
Projecto BW/SEM (Orçamento), a concluir no final de 2005
• Segurança e monitorização
Reforço das ferramentas de segurança informática, com a reestruturação das plataformas de
“fire-walls”, de antivírus, de detecção de intrusão, controlo de tráfego e conteúdos
A partir de 2006, prevêem-se projectos de grande envolvimento, entre os quais se destacam:
Expansão das redes informáticas a todas as instalações da REN
Implementação do sistema de arquivo empresarial
Renovação da plataforma SAP
Implementação de VoIP (voz sobre IP) na infra-estrutura informática da REN.
Para fazer face a estes desafios estão previstos para 2006 investimentos na ordem de 2 milhões
de euros.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 125/175
Caracterização e justificação dos investimentos e da evolução da RNT
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 126/175
Remodelação de instalações
7 REMODELAÇÃO DE INSTALAÇÕES
Descrevem-se neste capítulo, de uma forma sintética, os investimentos que é necessário concretizar
em remodelações das instalações da RNT no período de 2006 a 2011.
Neste âmbito, e dando continuidade ao indicado no PIR 2004-09, deu-se particular atenção às
intervenções que é necessário efectuar nas instalações mais antigas, particularmente nas de tempo
de serviço superior a 30 anos, onde, naturalmente, algumas infra-estruturas e equipamentos
apresentam níveis bastante elevados de insuficiência funcional e obsolescência, com reflexos na
fiabilidade das instalações e na qualidade do serviço prestado, a par de custos acrescidos com as
actividades de manutenção.
7.1 SUBESTAÇÕES
Considerando o grau e a diversidade dos equipamentos em que é necessário intervir
(transformadores de potência, aparelhagem MAT/AT, sistemas, etc.) numa mesma instalação, e
aproveitando as potenciais sinergias decorrentes duma intervenção integrada, definiram-se níveis de
remodelação diferenciados, que podem consistir numa remodelação integral ou em intervenções de
carácter menos abrangente, nalguns casos para melhoria das condições de operação e segurança de
alguns equipamentos da instalação e, noutros, para substituição de equipamentos com
características técnicas ou funcionais já ultrapassadas.
• Grandes remodelações em Setúbal, Ermesinde e Carregado
Encontram-se incluídas neste Plano as remodelações globais das subestações de Setúbal,
Ermesinde e Carregado, as quais foram descritas em mais pormenor no capítulo 6, cada uma na
respectiva grande área da RNT em que aquele capítulo está organizado.
• Substituição de equipamento MAT/AT e equipamentos dos sistemas secundários
A evolução da rede MAT, nomeadamente o seu progressivo emalhamento, tem conduzido ao
aumento das correntes de curto-circuito, não obstante as medidas tomadas para a limitação
daquelas correntes, decorrendo desse facto a necessidade de substituição de equipamentos,
nomeadamente seccionadores, cujas características se revelam técnica e funcionalmente
insuficientes para um funcionamento correcto e seguro.
Assim, para além das intervenções de maior abrangência anteriormente referidas, haverá
necessidade de substituir ou de melhorar diversos equipamentos MAT/AT e equipamentos dos
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 127/175
Remodelação de instalações
sistemas de alimentação em diversas instalações da RNT, devido não só a limitações técnicas e
funcionais, como as referidas no parágrafo anterior, mas também pelo avançado grau de
envelhecimento e obsolescência.
Merece realce especial nesta rubrica, a exemplo do que já sucedeu em anos anteriores noutras
instalações antigas, a necessidade de se motorizar e electrificar um conjunto de seccionadores,
designadamente na subestação de Tunes, de modo a permitir o seu comando à distância.
Também está previsto neste âmbito a remodelação completa dos sistemas de alimentação de
algumas instalações, designadamente nas subestações de Tunes e Vermoim, no sentido de as
equipar com sistemas de alimentação dotados de operacionalidade e segurança idênticos aos de
instalações recentemente construídas.
Estima-se que o investimento total para esta rubrica seja de 24,6 milhões de euros.
SISTEMAS DE PROTECÇÃO
• Prosseguimento da introdução sistemática de funções de protecção diferencial de linha
As linhas constituem, numa rede de transporte, a sede de defeitos com maior prevalência. Desta
forma, o sistema de protecção aplicado a linhas de MAT carece de uma atenção especial e é
aquele cujo desempenho tem maior relevância para a Qualidade de Serviço (QS).
A concepção dos sistemas de protecção deverá observar, em primeira análise, o requisito decisivo
de fiabilidade. Este conceito fundamental pode desdobrar-se em duas vertentes conhecidas: a
dependabilidade (característica de um sistema actuar correctamente) e a segurança (característica
de um sistema não actuar incorrectamente).
Um bom compromisso entre sensibilidade e selectividade pode ser realizado através de um
sistema de protecção constituído por funções unitárias que, por definição, limitam a sua acção a
defeitos que ocorram exclusivamente numa zona bem delimitada do sistema de energia,
mantendo-se insensíveis a defeitos, ditos externos, quando estes ocorrem para lá dos limites
definidos pela zona unitária. Este tipo de sistema pode ser constituído pela função de protecção
diferencial assumindo, pela sua natureza, um desempenho universalmente reconhecido. Esta
função tem a característica formal de elevada sensibilidade, ser estritamente selectiva e
simultaneamente muito rápida.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 128/175
Remodelação de instalações
Tradicionalmente, a protecção de linhas da RNT tem vindo a ser baseada em funções de distância
associadas a sistemas de teleprotecção. O sistema assim constituído enquadra-se na filosofia de
utilização de funções unitárias para a maior parte dos defeitos. Contudo, existem limitações à
utilização desta função, enumerando-se três das principais: topologia de linha multiterminal,
insensibilidade a defeitos muito resistivos e linhas electricamente curtas.
Com as possibilidades tecnológicas, quer ao nível dos modelos de equipamentos de protecção,
quer em termos de rede interna de telecomunicações, actualmente existentes e as que, num futuro
próximo, se perspectivam, o sistema de protecção de uma linha, do tipo das que constituem a
maior parte da RNT, poderá ser formalmente garantido, com elevado desempenho, através da
combinação de uma função diferencial com uma de distância (associada a teleprotecção)
complementada, esta, por uma função direccional de terra.
Com a possibilidade de se utilizarem meios de comunicação muito fiáveis, a função diferencial de
linha surge como elegível para proporcionar uma das funções primordiais de protecção deste tipo
de equipamento, concorrendo com a função de distância. No caso, ainda assim, de falha de
comunicação entre os seus equipamentos terminais, é possível, com a tecnologia e soluções
actualmente disponíveis no mercado, permitir uma comutação automática para funções mais
tradicionais como são as de distância e de máxima intensidade direccional.
A implementação sistemática das funções diferenciais de linha, iniciada em 2005, implica a
reformulação de painéis existentes, permitindo, de uma forma sustentada, a melhoria do seu
desempenho e consequentemente da QS, sem necessidade de antecipar a sua remodelação
integral.
A verba prevista para esta rubrica é de 3,8 milhões de euros, com custos anuais distribuídos de
acordo com o quadro abaixo.
QUADRO 7-1
INVESTIMENTOS EM PROTECÇÕES
Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011
M€ 1.35 1.02 0,51 0,307 0,307 0,307
• Remodelação de sistemas de protecção
Para além das remodelações integrais de sistemas de protecção, comando e controlo que têm
vindo a ser perspectivadas desde 1998 e das previstas no âmbito do presente PIR 2006-11
integradas em remodelações globais de instalações, considera-se importante levar a cabo a
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 129/175
Remodelação de instalações
remodelação dos sistemas de protecção dos níveis de tensão de 220 kV e 60 kV da subestação
de Alto de Mira, na sequência de um pedido da EDIS.
Por outro lado, com as remodelações já efectuadas ou em curso na subestação de Ferreira do
Alentejo, considera-se também importante proceder a uma remodelação, nos níveis de 150 kV e
60 kV, de modo a homogeneizar os sistemas desta instalação com sistemas modernos de
tecnologia digital, cuja flexibilidade se adapta melhor às actuais exigências deste nó de rede de
interligação com Espanha.
O valor previsto é de 0,52 milhões de euros a inscrever no orçamento de 2006.
• Edifícios
As acções previstas nesta rubrica referem-se a um reforço das condições de segurança dos
edifícios técnicos, essencialmente com instalação de sistemas de vídeo-vigilância, detecção de
intrusão e detecção de incêndios. O valor previsto para esta rubrica é de 5,8 milhões de euros.
• Telecomunicações
As acções previstas nesta rubrica prendem-se com a remodelação do sistema de alimentação de
telecomunicações de diversas instalações. O valor previsto para esta rubrica é de 1,1 milhões de
euros.
• Remodelação de subestações – investimento total
O investimento total para remodelação e substituição de equipamentos nas subestações para o
período 2006 a 2011 estima-se em 63,5 milhões de euros.
7.2 LINHAS
• Remodelação de cadeias de isoladores
As linhas da RNT estão equipadas, numa percentagem significativa, com isoladores cerâmicos
com muito tempo em serviço (mais de 30 anos) ou com evidente baixa fiabilidade, nos restantes
casos. Nos últimos 20 anos registaram-se 43 casos de rotura de cadeia de isoladores cerâmicos,
os quais constituem, por natureza, incidentes da máxima gravidade.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 130/175
Remodelação de instalações
Nas últimas décadas a REN, S.A. tem vindo a equipar as suas linhas com cadeias de isoladores
de vidro. Estes, embora apresentem um melhor desempenho do ponto de vista mecânico, têm, a
par dos cerâmicos, um comportamento em serviço menos bom em zonas de poluição elevada.
Esta característica tem vindo a ser mitigada através de lavagens periódicas dos isoladores.
Contudo, a lavagem das cadeias de isoladores nem sempre é eficaz, apesar dos elevados
encargos com esta operação em ano de pluviosidade média, devido à dificuldade de diagnóstico
atempado do estado de poluição e de actuação simultânea nas vastas áreas da rede em que se
faz sentir o efeito da poluição (de incidência maioritariamente salina). São, por isso, frequentes os
contornamentos de cadeias de isoladores na RNT (mais de 300 por ano, em média), o que se
traduz em potenciais micro cortes e cavas de tensão nas instalações de utilização de energia
eléctrica.
Por outro lado, atendendo ao bom desempenho dos isoladores compósitos em zonas de poluição
elevada, e considerando o seu preço actual e o estado de desenvolvimento desta tecnologia,
justifica-se continuar a sua introdução nas linhas das zonas mais críticas, como forma de melhoria
do desempenho da rede nessas zonas e de diminuição dos custos de manutenção.
Face ao exposto, está contemplado neste Plano adoptar a seguinte estratégia:
Em zonas de poluição elevada, proceder à substituição dos existentes (cerâmica ou vidro) por
isoladores compósitos;
Nas restantes zonas, proceder à substituição de cadeias de isoladores cerâmicos por cadeias
de isoladores de vidro.
• Substituição de cabos de guarda de aço
Devido à antiguidade, à inadequação em face do crescimento das correntes de curto-circuito e ao
estado avançado de corrosão (têm-se registado diversas quedas de cabos de guarda nos últimos
anos por este motivo), vai proceder-se à substituição dos cabos de guarda em aço (tipo SWG) por
cabos de guarda em alumínio – aço (tipo ACSR).
• Remodelação de linhas – investimento total
O custo total previsto de remodelação de linhas, a realizar num período de 6 anos (2006-2011) é
de 27,6 milhões de euros, com custos anuais praticamente constantes e iguais a 4,6 milhões de
euros.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 131/175
Remodelação de instalações
Página em Branco
.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 132/175
Indicadores de evolução
8 INDICADORES DE EVOLUÇÃO
8.1 LINHAS
A evolução do comprimento de circuitos de linhas em serviço que resulta da concretização deste
Plano é indicada na figura 8-1.
FIGURA 8-1
EVOLUÇÃO DO COMPRIMENTO DOS CIRCUITOS DE LINHA EM SERVIÇO NA REDE MAT*
(*) O comprimento dos circuitos de linha é contabilizado segundo o nível de tensão em que são explorados e inclui os troços em cabo subterrâneo. Este facto representa, relativamente ao PIR 2004-09, uma ligeira alteração de critério com reflexo neste indicador.
Em termos totais de circuitos eléctricos verifica-se um crescimento de 1560 km abrangendo os 6 anos
desde finais de 2005 até final de 2011, correspondente a cerca de 23% relativamente ao
comprimento total no final do corrente ano. Por níveis de tensões os crescimentos percentuais são de
60% e de 14%, respectivamente nos 400 e nos 220 kV, e verifica-se um menor crescimento nos
150 kV (apenas mais 11%).
Para ilustrar a adequação da RNT, na sua componente “linhas”, às condições de carga, pode utilizar-
se a relação entre a “potência entrada na RNT” e o “comprimento equivalente de circuitos de linhas”,
expresso na figura 8-2.
Previsão PIR 2006-11
1234
2354
2337
1504
2979
2261 24
00
3388
2516
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
[km
]
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
400 kV 220 kV 150 kV
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 133/175
Indicadores de evolução
FIGURA 8-2
ADEQUAÇÃO DO COMPRIMENTO DE CIRCUITOS DE LINHAS EM OPERAÇÃO NA REDE MAT ÀS CONDIÇÕES DE CARGA
Valores mais reduzidos deste indicador traduzem, em termos probabilísticos médios, situações mais
próximas do limite da segurança de fornecimento da RNT. O Plano contempla uma estabilização do
índice de adequação a um nível praticamente idêntico ao actual e também muito próximo do que tem
vigorado no passado recente.
FIGURA 8-3
EVOLUÇÃO DOS COMPRIMENTOS DE LINHAS E DE CORREDORES DE CIRCUITOS EM OPERAÇÃO NA REDE MAT
5925
5244
6744
5715
8304
6939
0
1500
3000
4500
6000
7500
9000
[km
]
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Circuitos de linhas Corredores de linhas
Previsão PIR 2006-11
2408 2874
3949
0.390.39 0.40
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
[km
]
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
[km
/ M
W]
Comprimento equivalente (km a 400 kV)
Adequação (km equiv. / potência entrada na RNT)
Previsão PIR 2006-11
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 134/175
Indicadores de evolução
Por outro lado, a REN, S.A. tem prosseguido uma política de racionalização dos corredores de linhas
existentes através de reconversões de linhas mais antigas para outras de maior capacidade, com ou
sem elevação da tensão de transporte. Esse esforço é reflectido nos valores da figura 8-3 em que se
compara a evolução dos comprimentos totais de circuitos e de corredores de linha.
Pode concluir-se que, apesar de se verificar entre 2005 e 2011 um acréscimo de 1560 km a nível de
comprimento de linhas, o acréscimo de comprimento de corredores é apenas de 1224 km. Estes
valores são, em termos relativos, quantitativamente próximos (acréscimo de cerca de 22% de
qualquer dos indicadores).
8.2 TRANSFORMADORES
A potência de transformação instalada nas subestações para o nível dos 60 kV que se prevê entrar
em serviço no presente Plano terá um aumento líquido total de 6018 MVA (+47%) resultante, por um
lado, da necessidade de manter os níveis adequados de segurança na alimentação das cargas, de
criar condições de recepção de PRE e, por outro lado, da substituição de unidades que atingem o seu
fim de vida útil por outras de maior potência.
Dos 6018 MVA, 806 são dedicados exclusivamente à função de recepção de PRE e outros 492 MVA
têm também funções relevantes neste domínio, para além do apoio às redes de distribuição.
O acréscimo de potência instalada previsto, retirando os 1298 MVA apontados no parágrafo anterior,
é de 4720 MVA, ou seja, cerca de 37%, valor que representa alguma recuperação percentual face ao
aumento dos consumos no período 2006-2011 que é de cerca de 24%. Assinala-se ainda que
625 MVA de transformação se destinam à substituição de transformadores em fim de vida útil.
Retirando cumulativamente esta potência restam 4095 MVA e a taxa de aumento de transformação
reduz-se a 32%.
Por níveis de tensão, a evolução prevista da potência global instalada de transformação é a indicada
na figura 8-4.
A figura 8-5 apresenta a evolução da potência total instalada de transformação e autotransformação.
Em termos de análise da adequação e nível de utilização da potência instalada nas subestações,
apresentam-se os indicadores ilustrados na figura 8-6.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 135/175
Indicadores de evolução
FIGURA 8-4
EVOLUÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA DE TRANSFORMAÇÃO MAT/AT
FIGURA 8-5
EVOLUÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA DE AUTOTRANSFORMAÇÃO MAT/AT E DE TRANSFORMAÇÃO MAT/AT
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
[MVA
]
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
150/60 kV 220/60 kV 400/60 kV150/60 kV (pred. PRE) 220/60 kV (pred. PRE)
4002
5949
680
4433
4942
2720
1190
7094
11073
Previsão PIR 2006-11
0
2500
5000
7500
10000
12500
15000
17500
20000
[MVA
]
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Transformadores AutotransformadoresTransformadores (pred. PRE)
1063
160
21
1271
778
71
1285
5
18735
Previsão PIR 2006-11
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 136/175
Indicadores de evolução
FIGURA 8-6
ADEQUAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO MAT/AT À PONTA DAS SUBESTAÇÕES *
(*) Os valores da carga máxima (MW) nas subestações são estabelecidos recorrendo aos
resultados da previsão de carga, descontados de uma estimativa da ponta de
produção local (<=60 kV) do SEI e do SEP.
Pode concluir-se que este Plano prevê, em números globais, alguma recuperação do índice de
adequação relativo à transformação MAT/AT, mesmo não considerando a parte da transformação a
entrar em serviço que se destina, na totalidade ou maioritariamente, à recepção de PRE.
Apresenta-se, por último, uma comparação internacional no âmbito de um estudo conjunto
CIGRÉ/CIRED realizado há alguns anos sobre o nível de utilização da potência instalada em
subestações, calculada em relação à potência máxima anual.
Conforme se pode constatar da figura 8-7, verifica-se que a RNT se situará, em 2009, na banda de
utilização próxima da média de unidades de transformação entre as Empresas avaliadas nesse
estudo, mas do lado das utilizações mais elevadas, verificando-se um ponto de partida, finais de
2004, na segunda classe de maior utilização (60 a 65%) para a terceira classe de maior carga (55 a
60%) em 2006 (se durante o próximo ano se concretizarem todas as entradas em serviço previstas)
com posterior passagem à classe de 50 a 55% em 2008 e, por fim em 2011, um regresso à classe de
55 a 60%.
Ter presente que, para esta comparação, não se consideraram os transformadores da RNT
dedicados maioritariamente, à recepção de PRE.
1063112717
17437
1.86 1.72 1.81
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
[MVA
]
0.00
0.40
0.80
1.20
1.60
2.00
2.40
[MVA
/ M
W]
Potência de transformação MAT/AT predominantemente para consumosAdequação da pot. de transformação à carga global máxima nos TR's
Previsão PIR 2006-11
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 137/175
Indicadores de evolução
FIGURA 8-7
ESTATÍSTICA EUROPEIA PARA 1995
UTILIZAÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA EM SUBESTAÇÕES
Nível de utilização = [potência a satisfazer pela transformação MAT/AT] / [potência total instalada nas SEs]
8.3 PAINÉIS DE 60 KV PARA A DISTRIBUIÇÃO
Apresenta-se na figura 8-8 a evolução de dois índices de ocupação média de painéis de 60 kV das
subestações da RNT: um, dos painéis de saída de transformadores MAT/60 kV e outro relativo a
painéis de 60 kV para as redes de distribuição (o que exclui, portanto, ligações exclusivas para a
PRE).
Dado a EDIS solicitar, muitas vezes, os painéis a 60 kV com apenas 2 ou 3 anos de antecedência, o
número de painéis referidos neste Plano a partir desse horizonte não é representativo. Por esse
motivo, este índice é calculado apenas até ao ano de 2007.
0
1
2
3
4
Nº d
e pa
íses
< 30 [30-35[ [35-40[ [40-45[ [45-50[ [50-55[ [55-60[ [60-65[ >65
Nível de utilização (%)
C lasse prevista em 2006 e 2011
C lasse prevista em 2008
C lasse da R N T em 2004
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 138/175
Indicadores de evolução
FIGURA 8-8
OCUPAÇÃO MÉDIA DE PAINÉIS DE 60 KV NAS SUBESTAÇÕES DA RNT
0
50
100
150
200
250
300
350
400
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
(MW
h /p
aíne
l)
Painéis de transformadores Painéis de linha
Previsão PIR 2006-11
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 139/175
Indicadores de evolução
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 140/175
Estabilidade do sistema
9 ESTABILIDADE DO SISTEMA
9.1 PRINCÍPIOS GERAIS
A RNT encontra-se dimensionada para ter um comportamento estável, mantendo o sincronismo para
um conjunto de grandes perturbações de acontecimento mais provável (estabilidade transitória) e,
ainda, ser dinamicamente estável com um adequado amortecimento das oscilações subsequentes a
pequenas perturbações (estabilidade dinâmica).
Para assegurar uma comportamento seguro e estável dos grupos geradores convencionais a REN,
S.A. especifica, numa óptica de custo-benefício, os requisitos técnicos que os novos grupos devem
ter do ponto de vista da rede.
A REN, S.A. tem também como prática, não obstante a necessidade de análises da estabilidade da
RNT para efeitos do seu planeamento ter-se vindo a reduzir com a estrutura mais malhada e um
maior número de interligações da rede, levar a efeito estudos de estabilidade, em particular para
prever as consequências de perturbações de maior relevância e probabilidade de ocorrência, quer a
nível de planeamento com a entrada de grandes centros electroprodutores ou de novas interligações,
quer ainda a nível da análise de configurações particulares de exploração previsional ou no âmbito da
análise de incidentes.
Os defeitos eléctricos que são simulados nos estudos de estabilidade, e para os quais o sistema
eléctrico se deve manter estável sem saída de elementos, à excepção daqueles que são desligados
para isolamento do defeito, encontram-se explicitados nos critérios de estabilidade incluídos nos
“Padrões de Segurança da RNT”.
Existem, no entanto, perturbações mais severas, mas de acontecimento menos provável do que
aquelas que se encontram especificadas nos critérios de estabilidade, que são também analisadas
com o objectivo da caracterização do seu efeito no funcionamento da rede e da tomada de medidas
para minimização da sua probabilidade de ocorrência e impacto. Essas perturbações encontram-se
associadas a funcionamentos dos sistemas de protecção da RNT, por actuação da protecção de falha
de disjuntor ou por falha de teleprotecção, que conduzem a tempos de eliminação superiores aos
especificados nos critérios de estabilidade.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 141/175
Estabilidade do sistema
9.2 ANÁLISES REALIZADAS E EM CURSO
ANÁLISES REALIZADAS
Nos anos mais recentes, no âmbito do planeamento da RNT, foi realizado um conjunto de trabalhos
de estabilidade transitória e dinâmica, de que se salienta:
O trabalho “Estudos de Estabilidade Associados ao Ajuste de Parâmetros de PSS em Grupos
Geradores do SEP”, realizado pelo INESC Porto, a pedido da REN, S.A. e documentado em
relatório de Setembro 2001 daquele Instituto.
O objectivo primordial deste estudo foi especificar os requisitos necessários para que possa
ser garantida a estabilidade dinâmica da RNT, ou seja, amortecer o melhor possível as
oscilações electromecânicas menos bem atenuadas que possam ocorrer com origem em
pequenas perturbações ou na sequência de grandes perturbações em resultado, na fase final
destas, da sobreposição de vários modos de oscilação típicos de pequenas perturbações.
Deste estudo resultou a definição dos parâmetros mais adequados a regular nos
estabilizadores de potência (PSS) já instalados, mas fora de serviço, nos reguladores
automáticos de tensão de grupos de grandes centrais térmicas e hídricas, e a identificação
dos novos centros electroprodutores com necessidade de instalação de PSS nos respectivos
grupos, incluindo, em caso afirmativo, a definição das suas regulações mais adequadas.
Os estudos de estabilidade transitória relativos à “Introdução da Central Hídrica de Alqueva
na RNT. Estudo de Estabilidade Transitória”, documentado no RL PRAR 2/2000, e à
“Introdução da Central Termoeléctrica do Ribatejo – TER na RNT. Estudo de Estabilidade
Transitória”, documentado no RL PRAR 9/2001.
Os objectivos centrais destes estudos foram levar a efeito análises locais da estabilidade
transitória da rede (no caso do primeiro estudo, envolvendo as centrais de Sines e Alqueva e,
no segundo estudo, as centrais de Carregado, Pego, Sines, Setúbal e Ribatejo) perante as
perturbações estabelecidas nos critérios de estabilidade, para perfis típicos de geração-
consumo e para as evoluções previstas das configurações topológicas da rede nas
vizinhanças destes novos empreendimentos electroprodutores.
Em ambos os estudos, a RNT mostrou-se transitoriamente estável para as diferentes
condições e situações de simulação. No caso da central hídrica de Alqueva foram também
simulados defeitos eliminados por actuação do sistema de protecção com falha de
teleprotecção (eliminação do defeito por protecção de distância em tempo de 2º escalão),
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 142/175
Estabilidade do sistema
enquanto que no caso da central termoeléctrica do Ribatejo, além de defeitos eliminados por
actuação do sistema de protecção com falha de teleprotecção, foram ainda simulados
defeitos eliminados por protecção de falha de disjuntor.
O estudo “Limites de Produção Eólica a Ligar às Redes do SEP sob o Ponto de Vista da
Estabilidade da RNT”, realizado em 2004 numa parceria entre o Instituto Superior Técnico –
DEEC/Secção de Energia e a REN, S.A., documentado em relatório de Outubro de 2004,
enquadra-se no conjunto de trabalhos que a REN, S.A. tem vindo a realizar no sentido de dar
cumprimento ao compromisso de Portugal de instalar 3750 MW de potência eólica na
sequência da Directiva Europeia 2001/77/CE e no contexto do Protocolo de Kyoto.
Com a integração de elevados volumes de produção eólica no sistema eléctrico, assume
especial importância a estabilidade transitória dos geradores eólicos para se conseguir um
funcionamento adequado das redes de transporte e de distribuição e do sistema
electroprodutor a elas ligado.
Enquanto os valores de potência eólica instalada eram marginais, privilegiava-se a resposta
de disparo instantâneo dos geradores eólicos perante cavas de tensão resultantes de defeitos
nas redes, já que esta se traduzia em reduzidas perdas de produção com repercussões
pouco significativas na qualidade de serviço.
Com níveis elevados de penetração de produção eólica, e a manter-se o mesmo tipo de
resposta dos geradores eólicos anteriormente referido, certos defeitos em alguns locais das
redes conduzirão certamente a significativos volumes de produção eólica disparada, atingindo
zonas geográficas muito alargadas.
Com base neste contexto, e a par de contactos com os fabricantes de geradores eólicos mais
representativos em Portugal com o objectivo da percepção dos avanços tecnológicos
projectados por estes para as suas máquinas e da sua sensibilização para a necessidade de
melhorar as suas máquinas de modo a estas “passarem” os defeitos sem se desligarem da
rede, a REN, S.A. lançou o estudo referido anteriormente.
O objectivo do estudo foi analisar as condições de estabilidade transitória do sistema eléctrico
(redes de transporte e de distribuição e respectiva produção a elas ligadas), integrando
grandes volumes de produção eólica, perante grandes perturbações, em particular curto-
circuitos que venham a desencadear disparos de significativos volumes de produção desta
natureza, podendo pôr em risco a segurança do funcionamento do sistema eléctrico.
Das conclusões mais relevantes do estudo salienta-se que disparos de produção eólica em
Portugal (e também em Espanha) se reflectem na interligação Espanha-França, que é um elo
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 143/175
Estabilidade do sistema
fraco importante sob este ponto de vista, até pela sua ocupação normal com contratos que
geram um trânsito físico no sentido de França para Espanha com um valor elevado, na
maioria das vezes, relativamente à sua capacidade máxima (~1800MW).
ANÁLISES EM CURSO
Como acção imediata deste trabalho resultou a necessidade de revisão das actuais regras e
especificações em vigor para a ligação de parques eólicos ao sistema eléctrico. No presente, e à luz
do que tem vindo a ser feito em alguns países da Europa que já estabeleceram ou se encontram a
estudar novas regras neste domínio, encontra-se já em fase adiantada de discussão com a DGGE
um conjunto de propostas de alteração aos actuais Regulamentos das Redes de Transporte e de
Distribuição, que vão no sentido de criar condições imprescindíveis à integração dos grandes
volumes de produção eólica previstos para os próximos anos, mantendo a segurança e a estabilidade
das redes.
Essas alterações impõem, em particular, e no que respeita a exigências de estabilidade da produção
eólica, a integração nos sistemas de controlo e protecção dos geradores eólicos de funcionalidades
que os tornem mais resistentes aos defeitos diminuindo o volume de produção perdida, em especial
do “Fault Ride Through Capability” (FRTC). Estas funcionalidades têm características muito próximas
daquelas que já se encontram em vigor ou em fase de implementação ou estudo em outras redes
europeias.
Finalmente, e na sequência dos resultados e conclusões do estudo referido anteriormente e dos
estudos de estabilidade para análise da capacidade de recepção de produção eólica no Sistema
Eléctrico Espanhol realizados pela REE, S.A., foi acordado entre as duas Empresas o alargamento ao
sistema eléctrico ibérico do “Estudo de Estabilidade do Sistema Eléctrico Peninsular Espanhol” e a
participação da REN, S.A. no mesmo.
Este estudo tem ainda a participação da ABB e é acompanhado por representantes da “Comisión
Nacional de la Energia”, da “Plataforma Empresarial Eólica” e da “Universidad Carlos III”.
O objectivo primordial deste estudo é avaliar e estabelecer os limites de produção eólica a ligar em
cada uma das redes, em sintonia com os planos de desenvolvimento das mesmas, bem como definir
medidas de planeamento correctivas globais e coerentes a nível da rede ibérica face a potenciais
problemas conhecidos relacionados com a forte componente de produção eólica em algumas zonas
da rede de Espanha (por exemplo, a região da Galiza) próximas electricamente de Portugal e tendo
presente a capacidade de interligação Espanha-França que se espera vir, entretanto, a aumentar.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 144/175
Estabilidade do sistema
O estudo encontra-se a ser realizado para o horizonte temporal de 2011 para dois cenários geração-
consumo de ponta de Inverno e de vazio de Verão tendo como ponto de partida uma potência eólica
instalada, no primeiro cenário (ponta de Inverno), de 3750 MW em Portugal e 13000 MW em
Espanha, e no segundo cenário (vazio de Verão), de 1450 MW em Portugal e 5000 MW em Espanha.
A metodologia seguida no estudo é a de cada Empresa simular na sua rede diferentes defeitos
eliminados, genericamente, em tempo de actuação de protecção de falha de disjuntor, para escalões
sucessivamente crescentes, a partir dos valores de potência referidos no parágrafo anterior, de
penetração eólica e com diferentes níveis de adequação da tecnologia dos geradores eólicos já
existentes, analisando os resultados das simulações na sua rede e na rede vizinha.
A REE, S.A. já tem resultados preliminares, condicionados aos resultados do lado de Portugal, das
suas simulações que permitem concluir que, no sistema eléctrico peninsular espanhol com uma
adequação tecnológica (em particular, contemplando a funcionalidade “FRTC” atrás referida) de 75 %
dos geradores eólicos existentes, o limite da potência eólica produzida é de 14000 MW (17500 MW
de potência instalada), passando esse limite para 16 000 MW de potência produzida (20 000 MW de
potência instalada) na situação de adequação técnica de 100% dos geradores eólicos existentes.
Proximamente, serão concluídas as simulações do lado de Portugal e estaremos em condições de
determinar a capacidade de recepção global de produção eólica a nível de cada uma das redes, sob
o ponto de vista de estabilidade.
9.3 CONCLUSÕES
Sintetizando, refere-se que, com as elevadas penetrações eólicas previstas para Portugal e Espanha,
a estabilidade do sistema ibérico, ainda fracamente ligado ao resto da primeira zona síncrona da rede
da UCTE, é um factor chave da segurança das redes da REN, S.A. e da REE, S.A..
Por esse motivo é crucial a implementação de exigências neste domínio aos geradores eólicos e um
seguimento cuidado da sua concretização por parte das Empresas concessionárias das redes de
transporte e de distribuição.
O reforço significativo da ligação entre Espanha e França e a manutenção nessa ligação de um valor
importante de reserva da capacidade para efeitos de segurança são também outros factores chave
na manutenção dos necessários níveis de segurança dos sistemas eléctricos.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 145/175
Estabilidade do sistema
Página em Branco
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Evolução das correntes de defeito
10 EVOLUÇÃO DAS CORRENTES DE DEFEITO
A previsão dos níveis de correntes de defeito e a verificação da sua compatibilidade com os valores
máximos assumidos para efeitos de planeamento são elementos importantes de qualquer Plano de
evolução de uma rede de transporte. Importa garantir que não sejam ultrapassadas as correntes de
defeito máximas aceitáveis pelos equipamentos, tendo em conta que a expansão dos consumos, dos
meios de produção e o reforço da RNT levam, no longo prazo, na quase totalidade dos seus
barramentos, a um acréscimo continuado dos valores em questão.
O acompanhamento da evolução dos níveis de correntes de defeito é fundamental não só para a
REN, S.A., enquanto concessionária da RNT, mas também para os outros agentes do Sistema
Eléctrico que possuem instalações ligadas à RNT, tendo em vista verificar em que medida poderão
ser ultrapassados níveis máximos de concepção dessas instalações e, nesses casos, equacionarem
as medidas correctivas julgadas necessárias.
São apresentados no anexo 14 os valores máximos e mínimos das correntes de defeito trifásico
simétrico e monofásico (componente alternada eficaz subtransitória) previstos para os anos de 2006,
2008 e 2011. Para o ano de 2016 são apenas apresentados os valores trifásicos máximos.
O valor máximo (mínimo) por barramento e por ano é determinado a partir do valor máximo (mínimo)
da envolvente das situações simuladas relevantes de ponta e vazio para cada ano para dois regimes
de hidraulicidade (húmido e seco), dois perfis de geração eólica e em situações de Inverno e Verão
sendo retido o maior (menor) valor determinado de entre eles.
Refere-se que, relativamente a situações de fechos de malhas através das redes de 60 kV, foram
consideradas as ligações a 60 kV Lavos – Pombal, Vermoim – Crestuma – Canelas e Pocinho –
Chaves – Valdigem e esta última só até 2009.
Os valores de correntes de defeito apresentados neste Plano incorporam os efeitos da existência de
todas estas malhas simuladas nas redes conforme se pode ver nos diagramas unifilares do anexo 12.
CRITÉRIOS DE CORRENTES DE DEFEITO PARA EFEITOS DE DIMENSIONAMENTO
A REN, S.A. introduziu em 2004 algumas alterações nos níveis máximos de correntes de defeito para
dimensionamento das novas instalações, na sequência de uma análise interna sobre este assunto,
cujo início, aliás, foi referido no final do capítulo relativo a correntes de defeito do PIR 2004-09.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 147/175
Evolução das correntes de defeito
O quadro 10-1 reflecte essas alterações, as quais incidem basicamente sobre os 220 kV de forma
mais geral e sobre algumas situações da rede de 150 kV, com menor extensão.
QUADRO 10-1
CORRENTES DE DEFEITO MÁXIMAS PARA EFEITOS DE DIMENSIONAMENTO DE NOVAS INSTALAÇÕES
Níveis de tensão (kV) 400 220 150 60
Corrente de defeito máxima (kA) 40 40 ou 50 31,5, 40 ou
50 31,5 ou 25*
* Para corrente fase-terra, quanto existem saídas a cabo subterrâneo
Nos 400 kV continuar-se-á a adoptar o valor limite de 40 kA, com a única excepção do Douro
Internacional, em que se adoptará equipamento de 50 kA dada a proximidade da zona de 400 kV da
rede da REE, S.A., que tem aí potências de defeito já muito elevadas.
Nos 220 kV decidiu-se aumentar de um escalão os níveis de dimensionamento, isto é, o nível geral
passou de 31,5 kA para 40 kA e nas subestações com 3 unidades de autotransformação 400/220 kV
será definido como 50 kA.
Nos 150 kV mantém-se como nível geral os 31,5 kA, continuando também a adoptar-se 40 kA nas
instalações com autotransformação 400/150 kV com 3 unidades. No entanto, nas poucas zonas de
forte concentração de produção, poderá recorrer-se a um escalão acima (40 e 50 kA), caso isso se
justifique.
Por último, nos 60 kV mantém-se o nível de 31,5 kA trifásicos. O dimensionamento para os defeitos
monofásicos deixa, no entanto, de ser 10 kA, passando para 25 kA, por acordo com a EDIS, já que os
10 kA se revelaram incompatíveis, em algumas subestações, com o cumprimento simultâneo do
factor máximo de ligação à terra não superior a 1,4 conforme definido em norma CEI.
Como é evidente, a REN, S.A. continuará a ter em conta as características de dimensionamento das
instalações existentes da sua rede perante a evolução das correntes de defeito e tomará as medidas
necessárias para garantir a compatibilidade das mesmas, o que pode exigir, entre outras, obras de
adaptação das próprias instalações, nos casos em que de todo isso se torne necessário.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 148/175
Evolução das correntes de defeito
MEDIDAS DE CONTROLO DAS CORRENTES DE DEFEITO
As medidas estruturais da gestão dos níveis da corrente de defeito estão ligadas a um conjunto de
opções quanto à topologia da rede, características de grupos geradores, dimensionamento de
reactâncias de linhas, transformadores e autotransformadores e distâncias entre subestações.
Não interessando, num documento como o PIR, desenvolver mais este tema, apontamos apenas as
acções pontuais correctivas de controlo que têm sido necessárias levar a cabo nos poucos casos em
que se revelaram necessárias.
A REN, S.A. tem prosseguido com a análise e a concretização de soluções de controlo das correntes
de defeito em alguns pontos da RNT em que se detectaram ou previram no passado ultrapassagens
dos limites fixados, tal como referido em anteriores edições do PIR.
Em anos recentes foram efectivamente instaladas em subestações da REN, S.A. reactâncias de
neutro nos 60 kV dos transformadores das subestações de Sete Rios, Sacavém, Fernão Ferro,
Torrão, Alto de Mira e Sacavém e ainda reactâncias série nos 60 kV dos transformadores das
subestações de Canelas e Alto de Mira.
Foram ainda instaladas reactâncias de neutro nos 220 kV dos transformadores de grupo das centrais
do Carregado e do Ribatejo (grupo 1) da CPPE, S.A.
Por outro lado, encontra-se prevista para o curto prazo a instalação de reactâncias de neutro nos
60 kV dos transformadores das subestações da Batalha (com a entrada em serviço do primeiro
transformador 400/60 kV), Santarém, Riba de Ave e Pereiros.
Ainda se encontra prevista a instalação de reactâncias de neutro nos autotransformadores
400/150 kV da subestação de Riba de Ave para limitação das correntes de defeito monofásico nos
150 kV.
CORRENTES DE DEFEITO NA REDE MAT
A lista de valores previsionais de correntes de defeito para as redes simuladas neste PIR 2006-11
que consta do Anexo 14 mostra que, à excepção de um número pequeno de barramentos, não se
verificam ultrapassagens, nem aos limites indicados no quadro 10-1 para novas instalações nem aos
limites anteriormente assumidos para as instalações existentes.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 149/175
Evolução das correntes de defeito
Esta conclusão torna-se ainda mais clara para as correntes de defeito trifásico, pela análise da figura
10-1 que representa a distribuição das correntes de defeito trifásico máximas por classes de valores
de corrente, para cada nível de tensão e ao longo do período de 2006 a 2016.
Nos 400 kV, mesmo em 2016, os valores mais elevados previstos estão longe do valor limite de 40
kA, não havendo sequer nenhum barramento da rede em que seja ultrapassado o valor de 33 kA.
A lista previsional de correntes de defeito nos barramentos de 220 kV não apresenta riscos de
ultrapassagens de limites, excepto em dois casos: as subestações de Recarei e do Carregado.
FIGURA 10-1
CLASSES DE CORRENTES MÁXIMAS DE DEFEITO TRIFÁSICO POR NÍVEL DE TENSÃO EM 2006, 2008, 2011 E 2016
5 5 5
7
1213
15
17
0 0
4
2
0 0 0
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Nº d
e ba
rram
ento
s
[0 ; 15[ [15 ; 25[ [25 ; 30[ [30 ; 40[
Níveis de correntes de defeito [kA]
Barramentos da RNT a 400 kV
2006 2008 2011 2016
25
29
36
32
7 75
8
1 20 0
1 1 1 1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Nº d
e ba
rram
ento
s
[0 ; 25[ [25 ; 31,5[ [31,5 ; 35[ [35 ; 40[
Níveis de correntes de defeito [kA]
Barramentos da RNT a 220 kV
2006 2008 2011 2016
2423 23
22
4 5
34
3 24
3
01 0 0
0
5
10
15
20
25
30
Nº d
e ba
rram
ento
s
[0 ; 20[ [20 ; 25[ [25 ; 31,5[ [31,5 ; 40[
Níveis de correntes de defeito [kA]
Barramentos da RNT a 150 kV
2006 2008 2011 2016
26
3028 28
2122
26 26
1
46 6
21 1
3
0
5
10
15
20
25
30
35
Nº d
e ba
rram
ento
s
[0 ; 15[ [15 ; 25[ [25 ; 31,5[ > 31,5
Níveis de correntes de defeito [kA]
Barramentos da RNT a 60 kV
2006 2008 2011 2016
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 150/175
Evolução das correntes de defeito
Na subestação de Recarei o valor limite definido para a máxima corrente de defeito é ligeiramente
ultrapassado para defeitos monofásicos, pelo que, no caso desta subestação, encontram-se a ser
estudadas medidas correctivas que poderão passar pela instalação de reactâncias de neutro nos
autotransformadores e/ou nos transformadores de grupo da central da Turbogás.
Na subestação do Carregado são ligeiramente ultrapassados os valores limite de dimensionamento
dos seus equipamentos, tanto em defeitos trifásicos como em defeitos monofásicos.
No entanto, esta ultrapassagem só acontece nas situações de operação do Sistema Eléctrico com o
6º grupo da central do Carregado ligado à RNT, o que só ocorre num número reduzido de horas
durante o ano.
Encontrando-se prevista para o início de 2011 a desclassificação desta central, não faz sentido do
ponto de vista técnico-económico instalar reactâncias série nos transformadores de grupo da central
como solução de limitação das correntes de defeito trifásico e, por consequência, das correntes de
defeito monofásico.
Finalmente, sublinha-se que, no PIR anterior, as alterações de topologia da RNT previstas face ao
aparecimento do aeroporto da Ota (que não estão consideradas neste Plano), conduziriam a uma
ligeira redução do valor das correntes de defeito trifásico.
Nos 150 kV não se verifica qualquer ultrapassagem para correntes de defeito trifásico e os dois
barramentos com valores mais elevados são as subestações de Riba de Ave e de Palmela. O nível
de correntes de defeito em Riba de Ave acabará até por se reduzir devido à eliminação de várias
linhas de 150 kV da região que serão desactivadas.
A nível de correntes de defeito monofásico só se verifica a ultrapassagem dos valores limites
estabelecidos no caso da subestação de Riba de Ave, para a qual já se encontra prevista a instalação
de reactâncias de neutro nos autotransformadores como solução para esta situação, como já foi
referido anteriormente.
CORRENTES DE DEFEITO EM BARRAMENTOS AT
Nos 60 kV as únicas excepções ao limite de 31,5 kA para as correntes de defeito trifásico são as
subestações de Vermoim, Riba de Ave e Batalha, para as quais os valores obtidos são bastante
elevados.
No caso da subestação de Vermoim, o actual esquema de exploração com o quinto transformador em
reserva rápida como solução para limitar as correntes de defeito trifásico já não é aceitável face ao
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 151/175
Evolução das correntes de defeito
aumento previsto dos consumos. Sendo assim, estão já equacionadas medidas correctivas que
permitem diminuir os valores máximos das correntes de defeito trifásico, sendo uma delas a
exploração da subestação com quatro transformadores, com valores de reactância apropriados.
Quanto à ultrapassagem do valor limite das correntes de defeito trifásico que se verifica em 2016 na
subestação de Vermoim, esta acontece devido à introdução na subestação do nível de tensão de
400 kV e do primeiro transformador 400/60 kV. No entanto, já se encontram equacionadas medidas
que evitarão essa situação de ultrapassagem do valor limite de corrente de defeito trifásico para o
qual os equipamentos de 60 kV se encontram dimensionados.
Para a subestação de Riba de Ave encontra-se em fase de análise uma solução que passa pela
exploração da subestação em barramentos separados longitudinalmente, solução esta que vai
permitir trazer os valores das correntes de defeito trifásico para valores abaixo do limite de
dimensionamento da instalação e dos seus equipamentos.
Em relação à subestação da Batalha existem já equacionadas soluções, as quais passam por várias
alternativas, como a eliminação do nível de tensão de 220 kV ou o desvio de duas das quatro linhas a
220 kV ligadas à subestação, que irão permitir reduzir o valor da corrente de defeito trifásico, sendo a
concretização de uma destas soluções feita a tempo de evitar a referida ultrapassagem do valor limite
de dimensionamento dos equipamentos nos 60 kV.
Relativamente às correntes de defeito monofásico, o único barramento a ultrapassar o limite de
dimensionamento é o da subestação de Riba de Ave, encontrando-se já estudada a solução
correctiva, que passa pela instalação de reactâncias de neutro nos 60 kV dos transformadores de
potência 400/60 kV e 150/60 kV, como anteriormente já foi referido.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 152/175
Evolução da capacidade de interligação
11 EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO
Tal como na anterior edição do PIR, os resultados previsionais da capacidade de interligação são
apresentados a dois níveis:
Valores previsionais mais detalhados para 2006, já determinados e publicitados pela REN,
S.A. para dar cumprimento ao estipulado nos artigos 15º e 16º do actual RARI e que constam
dos documentos internos IF PRPR 24/2005 e RL PRPR 15/2005.
Uma previsão a nível de estimativas globais para anos subsequentes que resulta dos
trabalhos realizados no âmbito do MIBEL.
Este Plano abrange simulações do funcionamento da RNT a nível de trânsito de potências com
valores elevados de trocas com Espanha para os anos de 2008 e 2011, com 1800 e 2000 MW,
respectivamente (capacidades técnicas), de forma coordenada com os objectivos globais do MIBEL
referidos no capítulo 3.
A metodologia aplicada nas diferentes determinações é a que consta dos critérios para efeito de
determinação de capacidade de interligação disponível para fins comerciais definida no RARI, do
conhecimento e aprovada pela ERSE.
11.1 PREVISÕES PARA O ANO SEGUINTE
A determinação da capacidade de interligação para 2006 foi elaborada no final de Outubro deste ano
e tem em conta as capacidades e restrições das linhas da RNT e das linhas de interligação, mas não
as da rede de Espanha, cujos resultados não ficaram disponíveis a tempo de serem incluídos neste
Plano.
Dependendo de eventuais restrições mais limitativas da rede espanhola, os valores finais nessas
situações poderão ou não ser mais reduzidos que os aqui apresentados, já que têm de ser sempre
definidos como a envolvente mínima da capacidade das duas redes para idênticas situações.
O quadro 11-1 apresenta as previsões, nas condições indicadas, para os valores máximo e mínimo
esperado em cada mês de 2006 para a capacidade comercial de trocas entre as duas redes ibéricas.
Recorda-se que a capacidade comercial é aquela que se disponibiliza para as trocas entre agentes
dos dois sistemas e resulta da capacidade técnica a que se subtrai uma margem de segurança que é
de 10% com um valor mínimo de 100 MW abaixo de 1000 MW de capacidade técnica.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 153/175
Evolução da capacidade de interligação
Por outro lado, refere-se que a capacidade técnica aqui assumida não é aquela que depende apenas
de limitações de rede (isto é, a falha de cumprimento dos critérios acima referidos por sobrecargas
em linhas ou autotransformadores na sequência de contingências acima de determinado valor de
troca e ainda limitações de estabilidade (colapso) de tensão), mas tem também em conta as
restrições do parque produtor.
As restrições criadas pelo parque produtor são, por um lado, e no que respeita à exportação, o
esgotamento de capacidade para exportar por já estar mobilizada toda a potência disponível (o que,
em situações mais secas, pode excluir os fios-de-água) e, por outro lado, nas importações, a
inconveniência em desligar fontes de energia renovável e algumas térmicas cujo contributo, por
pequeno que seja, nessas circunstâncias, pode ser essencial por questões de segurança do sistema.
Deste modo, por si só, a RNT seria capaz de realizar níveis mais elevados de troca do que os
referidos no quadro 11-1, em particular no que se refere aos valores da parte inferior da banda de
exportação e nos casos de importações assinalados na nota.
QUADRO 11-1
ESTIMATIVA MENSAL DA BANDA DE VALORES MAIS PROVÁVEL PARA 2006
(RESULTADOS APENAS DAS RESTRIÇÕES NO SISTEMA PORTUGUÊS)
Meses Exportação (MW) Importação (MW)
Janeiro 1320 1800 1080 1800
Fevereiro 1370 1800 1220 1800
Março 1040 1800 1150 (1) 1800
Abril 1070 1800 1110 (1) 1800
Maio 1080 1800 950 (1) 1800
Junho 1140 1800 970 1670
Julho 1120 1800 930 1670
Agosto 1450 1800 1140 1700
Setembro 1200 1800 1210 1800
Outubro 1050 1800 1190 1800
Novembro 1040 1790 1020 (1) 1800
Dezembro 1250 1800 1220 (1) 1800
(1) Este valor é limitado por não se considerar adequado, neste regime de forte hidraulicidade e em vazio de consumo, uma maior redução da produção das centrais hídricas.
Os valores deste quadro representam um significativo avanço relativamente aos números que foram
adiantados em 2003 no quadro 9-1 do PIR 2004-09 para o ano de 2004.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 154/175
Evolução da capacidade de interligação
Nesse quadro do PIR 2004-09 a média dos valores mínimos, englobando tanto a importação como a
exportação, rondava os 750 MW, valor que passa agora para 1180 MW na exportação e os 1100 MW
na importação. A média dos valores máximos ronda agora os 1800 MW.
Por sua vez, a média aritmética global das 24 situações mensais para 2006, importação e
exportação, é de 1460 MW, com valores praticamente iguais (1490 e 1435 MW) em cada um dos dois
sentidos. Tenha-se presente que 1460 MW representa cerca de 16% da ponta máxima em Portugal e
cerca de 24% da média das pontas ao longo do ano, rácios que são já dos mais elevados a nível
europeu.
FIGURA 11-1
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE COMERCIAL 2002 - 2005
SENTIDO PORTUGAL -> ESPANHA
SENTIDO ESPANHA -> PORTUGAL
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
% d
o an
o
<= 800 ]800-1000] ]1000-1200] >1200
Classes
2003 2004 2005 (até 21Out)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
% d
o an
o
<= 800 ]800-1000] ]1000-1200] >1200
Classes
2003 2004 2005 (até 21Out)
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 155/175
Evolução da capacidade de interligação
Outra perspectiva para avaliar os progressos que têm sido feitos nos últimos anos a nível da
capacidade de interligação é a que decorre da figura 11-1, a qual apresenta histogramas com as
percentagens de tempo com capacidades de interligação das diferentes classes assinaladas.
Este aumento dos níveis das capacidades de troca resulta de, neste momento, estar já concluída
uma boa parte do extenso conjunto de reforços da RNT que foram fixados há alguns anos no âmbito
de estudos de planeamento de redes do MIBEL.
Assim, e como já perspectivado em 2003 no capítulo homólogo do PIR 2004-09, entraram entretanto
em serviço o segundo circuito da interligação A. Lindoso - Cartelle e a interligação Alqueva - Balboa,
ambos a 400 kV, e concluiu-se um significativo número (cerca de 14) de reforços de capacidade de
linhas existentes relevantes para este efeito, com especial destaque para linhas de 220 kV do eixo do
Douro e do eixo Pocinho – Vila Chã – Pereiros.
Para 2007, e do lado da REN, S.A., prosseguirá a concretização de reforços da RNT com influência
na capacidade de interligação, como já referido no capítulo 6, em particular reforços de capacidade
de mais 6 linhas de 220 kV no eixo do Douro e ainda a continuação da construção do eixo a 400 kV
Valdigem – Bodiosa (Viseu) – Paraimo (Anadia), inicialmente ligado a 220 kV, o qual será mais uma
via de escoamento para o centro e Sul do excesso de produção renovável no Douro que está a
crescer rapidamente com a expansão da nova componente de produção eólica e as previstas novas
centrais de Picote 2 e Baixo Sabor.
Do lado da rede de Espanha, deverá ter lugar em 2006 a conclusão das obras no eixo do Tejo a
400 kV que englobam o reforço de capacidade de algumas linhas e suas instalações terminais entre
Cedillo, J.M. de Oriol e Arañuelo. Estes trabalhos são relevantes, em particular, para alargar a
capacidade de exportação.
11.2 PERSPECTIVAS PARA ALÉM DE 2006
O quadro 11-2 apresenta as capacidades previstas para 2008, pressupondo a realização anterior da
primeira fase do projeto do Douro Internacional a 220 kV. A estes valores comerciais disponíveis para
os diferentes agentes do Sector Eléctrico correspondem valores técnicos mais elevados,
respectivamente 1800 MW e 2000 MW para 2008 e 2010.
Para atingir estes objectivos até 2010 será crucial a concretização em tempo do seguinte conjunto de
reforços mais relevantes para este efeito das redes ibéricas:
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 156/175
Evolução da capacidade de interligação
Reestruturação da RNT no Douro Internacional de acordo com as conclusões de trabalho
conjunto aprofundado já concluído, com uma primeira fase (2008) a 220 kV e uma segunda
fase a 400 kV (2009) englobando nova interligação a Aldeadávila neste nível de tensão.
Conclusão do eixo Valdigem – Bodiosa – Paraimo, primeiro (2007) a 220 kV e mais tarde
(2009) a 400 kV.
Instalação de um significativo reforço de compensação de reactiva em diversas subestações.
Continuação dos reforços de capacidades existentes de linhas em Portugal e Espanha, neste
último caso as linhas de 400 kV do eixo do Tejo e de algumas linhas a 220 kV no Douro, em
particular no Douro Litoral.
Concretização, em Espanha, da passagem a 400 kV de linhas de 220 kV entre Trives,
Tordesillas e Madrid, para além de outros reforços aqui não mencionados.
QUADRO 11-2
ESTIMATIVA DA BANDA DE VALORES PARA AS CAPACIDADES COMERCIAL E TÉCNICA DE INTERLIGAÇÃO EM 2008
Capacidade de Interligação [MW] Sentido Época
Sazonal Comercial Técnica
Inverno 1890 – 2100 2100 – 2330 Por. → Esp.
Verão 1510 – 1730 1680 – 1920
Inverno 1530 – 1825 1700 – 2080 Esp. → Por.
Verão 1450 – 1780 1610 - 1980
Acrescenta-se que a REN, S.A. e a REE, S.A. já acordaram na realização, a partir do início de 2006,
de estudos conjuntos técnico-económicos de viabilidade de duas possíveis novas interligações a
400 kV, uma entre o Algarve e a Andaluzia e a outra constituindo um segundo eixo entre o Norte de
Portugal e a Galiza. Ambos estes projectos foram já referidos no capítulo 6 e, em particular o
segundo, está ligado a outros objectivos como a alimentação da futura linha ferroviária AVE entre
Porto – Vigo e o abastecimento de algumas zonas de consumo.
Estes projectos deverão conduzir a níveis ainda maiores de trocas para o futuro após 2009/10, o que
terá de ser comprovado a partir dos estudos respectivos acima mencionados.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 157/175
Evolução da capacidade de interligação
Refere-se que esta segunda linha de interligação com a Galiza pode ser determinante para a garantia
de obtenção de elevados valores de capacidade de importação dado que, com uma só linha, subsiste
o problema do aparecimento de desvios angulares para religação acima dos máximos aceitáveis, na
sequência da contingência de disparo da linha dupla A. Lindoso – Cartelle, a qual tem sempre
grandes valores de trânsito no sentido de Espanha para Portugal.
Efectivamente, e em função das conclusões da análise sobre este factor limitador a efectuar pelas
REN, S.A. e REE, S.A., esta nova interligação poderá até justificar-se em antecipação ao
aparecimento da linha ferroviária acima citada.
Acrescenta-se ainda que a REN, S.A. se encontra também a equacionar o interesse em outras
ligações a tensões MAT mais reduzidas que poderão ter valia regional.
Como é evidente, há alguns factores de incerteza que podem influenciar o atingir as metas fixadas
nos prazos previstos, dos quais a localização dos grandes centros produtores térmicos e de novas
“tranches” significativas de PRE eólica em ambas as redes ibéricas, são os mais relevantes.
Também os riscos ambientais para a realização atempada de novas instalações das redes, em
particular de novas linhas, são sempre factores que introduzem risco nesta matéria.
Outro factor de risco que influenciará negativamente os valores máximos de capacidade de
interligação, acima de 1800 MW, é a gestão dos ângulos de fecho na ligação Minho – Galiza,
enquanto não existir uma segunda interligação a 400 kV ou na linha Alqueva – Balboa, quando
estiverem em causa situações de elevada exportação em pontos de consumo.
Tanto a REN, S.A. como a REE, S.A. procurarão adaptar, na medida do possível, os seus Planos por
forma a que esses objectivos sejam conseguidos, minorando eventuais consequências negativas
criadas pela concretização de factores de risco.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 158/175
Evolução das perdas
12 EVOLUÇÃO DAS PERDAS
As perdas numa rede de transporte encontram-se associadas à utilização do equipamento presente
na rede e são dependentes de factores tão diversos como:
Padrões de consumo originando valores mais elevados nas horas de ponta que no vazio de
carga
Localização de centros produtores e regimes de hidraulicidade. No caso da RNT este factor é
bastante pronunciado uma vez que, estando os meios de produção de natureza térmica
situados na faixa litoral centro e Sul e os meios hídricos e eólicos predominantemente a norte,
resulta que em regimes húmidos/ventosos os trânsitos existentes originam mais perdas que
em regimes secos
Topologia da rede
Concretização atempada dos reforços da RNT previstos a nível de planeamento
Saldo físico de interligação. O seu aumento, ao induzir padrões de maior circulação entre as
redes de Portugal e Espanha, eleva o valor das perdas de transporte
Circulação de energia através da RNT. Pelos mesmos motivos referidos no ponto anterior o
aumento de circulação de energia pode levar a aumento de perdas na RNT
Gestão de reactiva e das tomadas de autotranformadores
A evolução recente do valor das perdas na RNT encontra-se ilustrada no quadro 12-1 e apresenta
valores semelhantes à média dos valores apresentados pelas suas congéneres mundiais como
constatado numa análise de “benchmarking” internacional a nível dos TSO’s realizada em 2000 e
com a participação da REN.
QUADRO 12-1 – VALORES DAS PERDAS VERIFICADOS NO PERÍODO
2000-2004
Anos 2000 2001 2002 2003 2004
Perdas (GWh) 677 718 721 742 663,6
Perdas (%)1 1,76 1,79 1,77 1,79 1,56
1 – Em relação à energia entrada na RNT
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 159/175
Evolução das perdas
Mais recentemente, e no caso particular da REE, SA e RTE (França), estas Empresas reportaram,
para o ano de 2004, valores de perdas nas redes de transporte nesta ordem de grandeza ou um
pouco superiores.
Mais concretamente a RTE tem, actualmente, perdas totais médias que rondam os 2,3% (também
tomando como referência a energia entrada na rede), dos quais 69% nos 400, 220 e 150 kV,
incluindo as respectivas transformações MAT/AT, o que significa 1,6%, valor em linha com os
verificados e previstos para a RNT. Já a REE terá perdas entre 1,5 e 2%, mas sem incluir a
transformação MAT/AT, o que pressupõe valores médios de algum modo mais elevados que os da
REN, S.A. e RTE.
A evolução futura do valor esperado das perdas num sistema de energia eléctrica, cuja estrutura se
modifica ao longo do tempo, é de difícil quantificação dada a incerteza associada aos factores
anteriormente mencionados. Contudo, por simulação probabilística da rede envolvendo um número
muito elevado de cenários possíveis é possível inferir uma estimativa dessa evolução e quantificar, de
algum modo, o valor futuro das perdas nos pressupostos de operação que se conhecem actualmente.
A REN, S.A. desenvolveu uma ferramenta de simulação cronológica e probabilística, o modelo
Zanzibar, que utiliza o método de Monte-Carlo na geração de cenários topológicos e de geração na
simulação de um ano de operação de uma rede de transporte de energia eléctrica e sistema produtor
a ela ligado.
O programa Zanzibar recorre a técnicas de optimização linear de forma a gerir o parque gerador
numa lógica de despacho económico, tendo em consideração diferentes regimes hidrológicos. O
programa simula também produção em regime especial como sejam a cogeração, a pequena hídrica
e a eólica. No que concerne a cenários topológicos, o programa considera planos de
indisponibilidades programadas de elementos e simula centenas de milhares de cenários de rede
pelo sorteio de indisponibilidades fortuitas de elementos de rede (geradores, e transformadores) ao
longo de um período de simulação de 8760 horas.
A simulação de centenas de milhares de cenários de rede, de carga e de perfis de geração, permite
avaliar não só o comportamento do sistema do ponto de vista global como também dos elementos
que o constituem como sejam trânsitos em vários corredores da RNT e em linhas de interligação,
perfis de geração, etc.
Por aplicação do programa Zanzibar na simulação cronológica e probabilística das redes e parques
produtores previstos referentes aos anos de 2006, 2008 e 2011 foi possível estabelecer bandas
expectáveis de variação no que concerne à evolução esperada das perdas tanto em valor absoluto
como em percentagem da energia entrada na RNT para regimes de hidraulicidade reduzida, média e
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 160/175
Evolução das perdas
elevada. Os resultados obtidos para 2006, 2008 e 2011, encontram-se ilustrados nas
figuras 12-1 e 12-2. As gamas de valores apresentados para cada um dos anos resultam da
simulação cronológica e probabilística da rede para diferentes regimes de hidraulicidade.
FIGURA 12-1
EVOLUÇÃO DO VALOR ESPERADO DAS PERDAS NA RNT EM VALOR ABSOLUTO PARA OS ANOS DE 2006, 2008 E 2011.
* - Estimativa para 2005
Da análise da figura 12-1 conclui-se uma tendência para que o valor absoluto das perdas aumente
para valores compreendidos entre 800-880 GWh, o que é a situação esperada.
No que concerne ao valor relativo das perdas em relação à energia entrada na RNT, da análise da
figura 12-2 conclui-se uma tendência para que o valor relativo das perdas se situe em patamares
inferiores a 1.6% da energia entrada na rede.
Na variância dos valores apresentados para as perdas concorrem factores que são contraditórios. Por
um lado as medidas incluídas no presente Plano e inseridas em contextos específicos como sejam:
O aumento significativo da capacidade de compensação do factor de potência
O aumento do nível de consumo ligado aos 400 kV, casos das subestações de Alto de Mira,
Batalha, Bodiosa e Paraimo
A duplicação de linhas e estabelecimento de novas linhas com maior capacidade e de menor
resistência
600
650
700
750
800
850
900
2004 2006 2008 2011
Anos
Perd
as e
m v
alor
es a
bsol
utos
[GW
h]
670* ×
664 ×
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Evolução das perdas
FIGURA 12-2
EVOLUÇÃO DE PERDAS EM PERCENTAGEM DA ENERGIA ENTRADA NA RNT PARA OS ANOS DE 2006, 2008 E 2011
* - Estimativa para 2005
O aparecimento de novas subestações que irão apoiar as redes de distribuição numa óptica
em que a sua localização, características e entrada em funcionamento são objecto de uma
análise técnico-económica que visa uma optimização global do sistema e em que as perdas
das redes de transporte e distribuição são consideradas
A elevação de tensão de alguns corredores de linha
contribuem para que o valor esperado das perdas diminua.
No que concerne a factores ou cenários topológicos que são indutores de um aumento de perdas na
RNT estes dizem respeito:
À integração prevista de nova geração de energia renovável na RNT, que se encontra
localizada em zonas geográficas de reduzido consumo
Ao aumento esperado do consumo e da produção
Ao aumento dos montantes de energia de circulação de Norte para sul, da Galiza para o Sul
e centro de Espanha através da RNT
Tenha-se no entanto presente o facto de existirem factores de incerteza que podem levar a aumentos
de perdas neste momento imprevisíveis e, sobretudo, não controláveis pela REN, SA. A
1.30%
1.40%
1.50%
1.60%
1.70%
1.80%
2004 2006 2008 2011
Anos
Perd
as e
m p
erce
ntag
em
1,51* ×
1,56 ×
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Evolução das perdas
impossibilidade de realizar uma parte dos investimentos nos prazos especificados, o aparecimento de
novos centros produtores em localizações e períodos temporais diferentes dos que se conhecem
actualmente ou uma alteração dos padrões médios dos trânsitos no sentido do aumento da
importação podem elevar o nível futuro de perdas. O mesmo acontecerá com um eventual aumento
dos fluxos de circulação entre Espanha e Portugal.
Importa referir, por último, que as perdas numa rede de transporte não são o motivo directo para a
tomada de decisão de qualquer decisão de reforço de rede mas são e têm sempre sido um dos
factores económicos que são considerados na avaliação técnico-económica efectuada aos principais
projectos e opções futuras da rede de transporte.
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Evolução das perdas
Página em Branco
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 164/175
Condicionantes externas e riscos
13 CONDICIONANTES EXTERNAS E RISCOS
Foram já referidos neste Plano alguns casos que levantam maiores preocupações no que respeita a
riscos de concretização de investimentos motivados por causas externas, de que se destacam a
linha Tunes-Estói a 150 kV, a linha Sines – Portimão 3 a 400 kV (inicialmente explorada a 150 kV) e a
construção da terceira ligação a 220 kV à subestação de Trajouce, com origem na subestação de
Fanhões.
Neste capítulo são sintetizados os traços mais importantes da evolução e situação desses casos e
são feitas referências a mais algumas situações que se nos afiguram de maior delicadeza do ponto
de vista de riscos de conclusão nas datas previstas.
REFORÇO DOS 400 KV EM ALTO DE MIRA
Como já referido no capítulo 6, este problema encontra-se ultrapassado na sua quase totalidade, com
a primeira linha dupla de 400 kV Fanhões – Alto de Mira 4/5 já em serviço e bem assim as duas
primeiras unidades 400/60 kV de 170 MVA.
Falta concluir, neste empreendimento, a segunda linha dupla de 400+220 kV que resultará da
reconstrução da actual linha Fanhões – Alto de Mira 2 para se passar a dispor de segurança
completa e instantânea em contingência de 400 kV à subestação de Alto de Mira, o que importa que
venha a ocorrer tão cedo quanto possível. A actual data de Plano é 2006.
Sobre este projecto foi entretanto emitida DIA favorável condicionada. Parte das condições referem-
se a estudos complementares relacionados com o descritor ruído, já concluídos e já entregues no
Instituto do Ambiente. Tendo presente em alguns pontos do traçado a natureza semi-urbana
entretanto gerada, identifica-se o risco ao nível da eventual litigância por parte de proprietários. Deve
notar-se que toda a infra-estrutura de chegada à subestação de Alto de Mira, concelho de Amadora,
foi ambientalmente avaliada, licenciada e construída no âmbito do projecto da linha Fanhões – Alto de
Mira 4/5 e modificação de linhas a 220 kV junto àquela subestação.
REFORÇO DE ALIMENTAÇÃO A TRAJOUCE
A preparação da terceira ligação de 220 kV à subestação de Trajouce, cujos consumos mostram uma
tendência sustentada de crescimento a um elevado ritmo, encontra-se neste momento em processo
de AIA, passado que está a realização do respectivo projecto e EIA.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 165/175
Condicionantes externas e riscos
A data de conclusão desta linha mantém-se para 2006 como já constava do PIR 2004-09. A
envolvente urbana desta obra é de elevada complexidade ambiental, tendo a REN, S.A. procedido a
uma análise pormenorizada das diferentes situações tendo em vista criar as condições para uma AIA
com sucesso e a conclusão, embora difícil, desta obra no prazo previsto.
REFORÇOS DE ALIMENTAÇÃO A FERNÃO FERRO E MONTE DA CAPARICA
Na “margem sul” da Grande Lisboa, assinala-se a necessidade de estabelecimento de uma linha a
400 kV entre as subestações de Palmela e a zona de Fernão Ferro, de grande relevância para a
segurança global da RNT na região Sul e de garantia de abastecimento dos consumos na península
de Setúbal, em particular os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra. O facto desta ligação se
desenrolar em zonas objecto de planos de investimento em empreendimentos de tipo urbano-turístico
faz antever um grau de dificuldade elevado para o seu estabelecimento.
A REN, S.A. lançou um estudo de viabilidade técnica e ambiental, tendo por objecto consolidar
corredores, tipologia de apoios, etc., o qual está em fase de conclusão. São aqui particularmente
importantes os contactos prévios com as autarquias tendo por finalidade explicar o objectivo da infra-
estrutura e as condições para a sua realização.
Comentário semelhante poderá ser tecido para a construção de uma segunda ligação a 150 kV
(prevista para 2006) à futura subestação de Trafaria (anteriormente designada de Monte da
Caparica). Trata-se também de um projecto de muita elevada complexidade ambiental e técnica. O
Estudo de Impacte Ambiental e o projecto estão concluídos e seguirão para processo de AIA e de
licenciamento imediatamente. Salienta-se o desenvolvimento, em colaboração com a indústria
nacional, de uma solução nova de apoios de tipo tubular para 150 kV, como instrumento de melhor
integração no tecido urbano existente em quase toda a extensão desta ligação.
LINHA TUNES - ESTÓI
Tal como referido na anterior edição do Plano, a REN, S.A. tinha procedido em 2001 ao início de um
novo projecto e EIA para a linha Tunes – Estói a 150 kV com vista a um novo licenciamento, incluindo
o processo de AIA, em conformidade com a legislação ambiental. Em sequência do processo de AIA
foi emitida uma DIA favorável condicionada em 4 de Abril de 2003, optando por uma de duas
alternativas globais de traçado.
Por condição da própria DIA e contacto da AMAL em Maio do mesmo ano, a REN, S.A. iniciou um
processo de melhorias de traçado (mantendo-se o corredor aprovado) em colaboração com a AMAL
e os Municípios afectados, particularmente tendo por objecto a minimização de impactes sobre áreas
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 166/175
Condicionantes externas e riscos
de aptidão turística (AAT). Como forma de minimização da extensão de percurso sobre o Concelho
de S. Brás de Alportel, o Concelho de Tavira, em sede da AMAL, propôs à REN, S.A. um traçado no
interior daquele concelho. Por esta razão e por análise e decisão do Instituto do Ambiente, devido à
extensão das alterações entretanto estudadas, o processo de pós-avaliação obteve um desenho
complexo em três troços, num dos quais com repetição do processo de AIA. A repetição deste
processo está em curso, esperando-se a sua conclusão e a obtenção da licença de estabelecimento
até ao final de 2005.
O longo processo de repetidos encontros e diálogo com diversas partes interessadas na região, em
particular as autarquias, tem contribuído para o esclarecimento quanto à importância e
indispensabilidade desta infra-estrutura. A REN, S.A. tem definido um objectivo de intervenção com
mobilização excepcional de meios em fase de construção, a fim de conseguir a construção e entrada
em serviço durante a primeira metade de 2006.
A falta de níveis adequados de segurança para a alimentação tanto da subestação de Estoi como da
de Tunes, decorrente do atraso, já de bastantes anos, na conclusão desta linha atinge níveis cada
vez mais preocupantes, em particular no que respeita à subestação de Estoi, para a qual existe uma
falta de capacidade de recurso, cada vez mais alargada, via rede de distribuição, em caso de falha da
linha dupla Ourique-Estoi, a única que alimenta aquela subestação.
A concretização de algumas medidas mitigadoras de recurso, entretanto já realizadas, como seja o
aumento de capacidade de compensação de reactiva nas subestações de Tunes e de Estói, evitou
uma maior degradação das condições de funcionamento a nível do transporte mas não resolve,
evidentemente, o problema de não existência de recurso integral ao abastecimento de Estoi, ou seja,
da cidade de Faro e de todo o Sotavento algarvio.
REFORÇO DE ALIMENTAÇÃO AO ALGARVE
Mantém-se neste Plano a estratégia de reforço de alimentação ao Algarve apresentada nos PIR
2002-07 e PIR 2004-09 com uma primeira parte que engloba a abertura da subestação de Portimão
em 2006 e uma primeira linha isolada a 400 kV entre aquela instalação e a subestação de Sines
(linha Sines – Portimão 3). A extensão da rede de 400 kV para nascente, ao longo do interior do
Algarve, constituirá o passo seguinte na concretização desta estratégia.
Trata-se de uma estratégia que terá de ser executada nos prazos previstos, dado os elevados valores
de taxas de crescimento dos consumos do Algarve, documentados no capítulo 2, que continuaram,
de há largos anos, a mostrar tendência sustentada nesse sentido.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 167/175
Condicionantes externas e riscos
A subestação de Portimão tem já DIA favorável condicionada, estando a sua localização também
previamente negociada com os proprietários. A obra iniciar-se-á brevemente.
Quanto à ligação isolada para 400 kV (linha Sines – Portimão 3) o processo de AIA está em fase de
conclusão, tendo tido também alguma complexidade quer de análise quer de modificações,
particularmente nos descritores de ecologia de avifauna (preservação da águia de Bonelli) e de
quirópteros.
REFORÇOS PARA RECEPÇÃO DE PRE
A conclusão atempada dos reforços da RNT destinados à recepção da PRE oferece também algum
risco em termos gerais, já que se podem criar situações de impossibilidade ou limitação temporária
de escoamento de componentes locais daquela produção. Neste quadro, é fundamental garantir que
o reforço da RNT e a nova capacidade PRE a instalar progridam de maneira harmónica e controlada,
evitando-se situações, mesmo temporárias de curta duração, de investimentos de PRE menos
produtivos ou no mínimo, de adiamentos no início da sua construção.
SÍNTESE CONCLUSIVA
Para que a REN, S.A. possa continuar a cumprir a sua missão, é necessário que todos os parceiros
(Autarquias, Ministérios responsáveis pelo Ambiente, pelo Ordenamento do Território e pelo
Desenvolvimento Regional e restantes “stakeholders”), no conhecimento das necessidades
identificadas neste Plano e no respeito do interesse público, das normas de segurança e de
ambiente, com particular ênfase para as questões de ordenamento e de previsão de espaços canal
destinados às infra-estruturas da RNT, contribuam para um quadro de sustentabilidade através de
uma gestão racional e equilibrada dos impactes ambientais, por forma a ser possível a conclusão nos
prazos adequados dos projectos que figuram neste Plano.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 168/175
Valores dos investimentos previstos
14 VALORES DOS INVESTIMENTOS PREVISTOS
Neste capítulo apresenta-se a discriminação e a análise dos valores dos projectos de investimento,
específico ou não específico, consignados neste Plano ao longo do período de 2006 a 2011. O
investimento específico está subdividido de acordo com agregações por diferentes tipos de natureza
e de finalidade.
Recorda-se que o Plano inclui, no seu período indicativo, projectos cuja data de entrada em serviço
se situa para além de 2011 mas cuja repercussão orçamental se reflecte em anos anteriores, em
particular com um impacto mais significativo nos anos de 2010 e 2011.
As verbas indicadas referem-se, salvo indicação em contrário, a custos directos externos (CDE)
preços constantes de Janeiro de 2006. Os custos directos externos englobam exclusivamente
pagamentos ao exterior da Empresa não incluindo, por conseguinte, nem encargos de gestão e de
estrutura (que são englobados nos custos técnicos) nem os encargos financeiros.
14.1 DESAGREGAÇÃO GLOBAL DOS INVESTIMENTOS
O investimento específico encontra-se dividido, como nas anteriores edições do PIR e agora de
acordo com a Norma Complementar 13 do despacho 05/2005 da ERSE (complementar ao
Regulamento Tarifário), nas classes AEE (Aquisição de Energia Eléctrica), TEE (Transporte de
Energia Eléctrica) e GGS (Gestão Global do Sistema). As duas últimas classes têm diferentes sub-
divisões, consoante a finalidade do projecto.
Embora cada projecto de TEE específico continue a ser catalogado, tal como no PIR anterior, de
acordo com o seu objectivo principal, no presente Plano o valor aparece depois desagregado com
base em percentagens tendo presente cada uma das finalidades a que se destina. As diferentes
finalidades de projectos deste tipo assumidas neste Plano são:
1 – Ligação a grandes centros produtores
Grande hídrica Grande térmica
2 – Ligação a PRE 3 – Reforço da capacidade de interligação 4 – Ligação à distribuição vinculada 5 – Clientes e modificações para terceiros
6 – Reforço interno da RNT
Desenvolvimento da RNT Remodelação de instalações Sistemas e equipamentos secundários
7 – Meios de gestão de reactiva 8 – Promoção ambiental
No anexo 7 é apresentada a repartição dos encargos de cada projecto pelos diferentes objectivos que
precipitaram, em maior ou menor grau, a sua realização. Contudo, esta repartição é de certo modo
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 169/175
Valores dos investimentos previstos
qualitativa visando, sobretudo, dar uma panorâmica geral de como é que o investimento regulado da
REN se distribui pelos diferentes objectivos indicados. Os valores resultantes desta divisão, sendo
apenas aproximados, não podem, pois, servir para a definição rigorosa de verbas a ser assumidas
por clientes ou promotores para efeitos legislativos ou regulamentares, para o que será sempre
necessário recorrer a orçamentos e análises específicas mais detalhadas.
Optou-se por uma quantificação de repartição de encargos com base numa escala de cinco níveis -
0, 25, 50, 75 e 100% - que se afigura adequada para esta desagregação, tendo em conta os
objectivos gerais de um Plano deste tipo, da verba total de investimento por aquelas diferentes
finalidades. A classificação é feita atendendo ao conhecimento técnico dos objectivos de cada
projecto de investimento inserido no funcionamento global da RNT.
Com uma lógica deste tipo os resultados das verbas atribuídas dão uma melhor ideia global de como
os investimentos se repartem pelas citadas finalidades, face à metodologia adoptada no PIR 2002-07
em que a verba de cada projecto era assignada na totalidade à sua finalidade principal.
O montante total de investimento regulado, específico e não específico, é de 1080 M€ para o período
de 2006 a 2011, a custos directos externos a preços constantes de Janeiro de 2006, repartidos
anualmente por actividade e por grandes agregados de acordo com o quadro 14-1 (quadro já
apresentado no “Sumário Executivo”).
A custos directos externos, e tal como decorre da figura 14-1, a larga maioria, 94% (1012 M€) do total
dos investimentos é afecta à actividade TEE específica e, desse montante, a maior parte, mais de
89%, encontra-se repartida pelas rubricas “Ligação de PRE” (159 M€), “Reforço da Capacidade de
Interligação” (119 M€), “Ligação à Distribuição Vinculada” (279 M€) e “Reforço Interno da RNT”
(350 M€), o qual se subdivide nas sub-rúbricas “Desenvolvimento da Rede” (215 M€), “Remodelação
de Instalações” (130 M€) e “Sistemas e Equipamentos Secundários” (4.8 M€).
Figura 14 - 1 Síntese de repartição de investimentos previstos 2006-2011
Total de Investimento Regulado
Transporte de energia eléctrica
94%
Inves tim ento nãoespecífico
0.91%
Aquis ição de energia eléctrica
2.27%Gestão Global do Sis tem a2.97%
Transporte de Energia Eléctica (TEE esp.)
Sistemas de informação0.1%
Ligação à distribuição vinculada
27.5%
Clientes e outros2.5%
Sistemas e equipamentos secundários
0.5%
Ligação de PRE15.7%
Ligação a grandes centrais
7.7%
Promoção ambiental0.2%
Reforço da capacidade de interligação
11.8%
Desenvolvimento da rede
21.2%
Remodelações12.8%
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Valores dos investimentos previstos
Quadro 14 - 1 Síntese de investimentos previstos 2006-2011
Custos directos externos, a preços constantes de Janeiro de 2006
Unidade: €
Anos
Investimentos regulados (custos directos externos) 2006 2007 2008 2009 2010 2011
TOTAIS
I – INVESTIMENTO ESPECÍFICO
1. Aquisição de energ. eléctrica (AEE) 1.a Terrenos para centros
produtores 1 442 000 1 990 000 6 036 000 6 348 000 4 105 000 4 434 000 24 355 000
Total AEE específico 1 442 000 1 990 000 6 036 000 6 348 000 4 105 000 4 434 000 24 355 000
2 Transporte de energ eléctrica (TEE)
2 a Ligação a grande c produtores
2 a 1 Grande hídrica 3 515 447 523 617 3 672 733 4 003 592 4 074 835 12 795 475 28 585 698
2 a 2 Grande térmica 2 134 610 1 930 960 1 194 827 8 639 492 19 870 059 16 097 721 49 867 668
2 b Ligação a PRE 41 611 746 38 274 706 47 601 399 26 509 028 3 164 293 1 953 360 159 114 531
2 c Reforço da cap interligação 13 122 813 20 356 951 30 374 742 34 865 816 16 912 428 3 840 695 119 473 444
2 d Ligação à distribuição vinculada 54 944 551 80 711 663 37 255 100 42 268 214 41 386 575 22 115 091 278 681 194
2 e Clientes e modificações p/ terceiros
Novas alimentações – REFER 359 129 0 0 0 0 0 359 129
RAVE 0 42 269 99 829 1 477 187 14 874 702 8 154 904 24 648 891
2 f Reforço interno da RNT
Desenvolvimento da rede 67 721 862 24 309 416 38 164 529 50 868 560 28 042 481 5 463 639 214 570 486
Remodelação de instalações 13 928 806 24 858 672 27 624 542 19 190 799 24 055 232 20 505 753 130 163 804
Sist e equipa secundários 2 383 403 1 024 000 512 000 307 200 307 200 307 200 4 841 003
2 g Meios de gestão de reactiva (1)
2 h Promoção ambiental 378 460 839 458 0 202 750 531 919 0 1 952 588
Total TEE específico 200 100 826 192 871 711 186 499 701 188 332 638 153 219 724 91 233 837 1 012 258 437
3 Gestão global do sistema (GGS)
3 a Gestor do Sistema 409 600 409 600 409 600 409 600 409 600 409 600 2 457 600
3 b Gestor de Ofertas 1 363 367 0 0 0 0 0 1 363 367
3 c Telecomunicações de segurança 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 4 648 960 27 893 760
Total GGS específico 6 421 927 5 058 560 5 058 560 5 058 560 5 058 560 5 058 560 31 714 727
TOTAL DE INV ESPECÍFICO 207 964 753 199 920 271 197 594 261 199 739 198 162 383 284 100 726 397 1 068 328 164
II – INVEST NÃO ESPECÍFICO
TOTAL DE INV NÃO ESPECÍFICO 3 927 498 1 785 585 1 961 137 1 098 678 1 403 547 1 595 158 11 771 603
TOTAL INV REGULADO (I + II) 211 892 251 201 705 856 199 555 398 200 837 876 163 786 831 102 321 555 1 080 099 767
Comparticipações (Natureza)
PRE 3 159 935 0 0 0 0 0 3 159 935
REFER 350 712 0 0 0 0 0 350 712Programa de incentivos (PRIME)
Aprovado ou em aprovação 11 879 631 8 912 545 2 462 071 0 0 0 23 254 247
Estimado 16 398 720 15 112 365 22 545 361 18 157 303 647 717 534 875 73 396 341
Redes Transeuropeias (TEN)
Aprovado ou em aprovação 194 142 392 158 0 0 0 0 586 300
Estimado 29 620 239 936 577 433 835 524 0 0 1 682 513
(2) A verba com esta rubrica não é adicionada aos totais pois ela já se encontra repartida pelas outras rubricas de TEE
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 171/175
Valores dos investimentos previstos
14.2 COMPARAÇÃO COM O PLANO ANTERIOR
Para dar uma perspectiva evolutiva do investimento por natureza, apresenta-se no quadro 14-2 o
resumo dos valores comparativos deste Plano com o anterior.
Quadro 14 - 2 Investimento por natureza
Comparação entre o Plano actual e o anterior Unidade: M€
Total de Investimento Específico
Planos de Investimento da RNT Natureza
2006/11 2004/09 ∆[%]
AEE 24,4 17,8 36,8%
TEE 1012,3 927,8 9,1%
GGS 31,7 9,2 244,6%
Em termos globais verificou-se uma subida de 967 M€ do PIR 2004-09 para o valor de 1080 M€ do
presente Plano a qual, em termos percentuais representa 11.7%. Tendo em conta a subida do nível
de preços desde 2004 para 2006, que poderá rondar os 5 a 6%, pode considerar-se que a presente
proposta de Plano apenas internaliza uma muito ligeira subida do esforço de investimento, de cerca
de 5%, face ao Plano anterior.
Há, isso sim, uma maior concentração de projectos nos quatro primeiros anos do PIR, com um
decréscimo mais nítido no ano de 2011, e que se traduz, de facto, pela necessidade de um maior
esforço comparativo, construtivo e financeiro para os anos de 2006 a 2009.
• Aquisição de Energia Eléctrica (AEE)
Para o período de 2006 a 2011 encontra-se prevista a verba de 24.4 M€, superior à que havia sido
prevista no Plano anterior para o período 2004-09 em cerca de 36.8%.
A razão para este facto prende-se fundamentalmente com a sub-avaliação que tinha sido
efectuada para os terrenos do aproveitamento do Baixo Sabor que agora se cifram na casa dos
16.7 M€.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 172/175
Valores dos investimentos previstos
• Transporte de Energia Eléctrica (TEE)
Esta rubrica do investimento regulado sofreu variações nas suas componentes, as quais reflectem,
naturalmente, as novas tendencias de evolução do Sector Eléctrico.
O quadro 14-3 ilustra os valores comparativos dos dois últimos Planos.
Quadro 14 - 3 Investimento TEE por natureza
Comparação entre o Plano actual e o anterior Unidade: M€
TEE Específico por Finalidade
Componentes Planos de Investimento da RNT
2006/11 2004/09 ∆[%]
Ligação a grandes centros produtores 78,5 41,5 89,2%
Ligação a PRE 159,1 145,2 9,6%
Ref. da cap. de interligação 119,5 101,4 17,9%
Ligação à dist. vinculada 278,7 267,0 4,4%
Clientes e modificações para terceiros 25,0 48,1 -48,0%
Reforço interno da RNT
- Desenvolvimento da rede 214,6 247,4 -13,3%
- Remodelação das instalações 130,2 70,1 85,7%
- Sist. e equip. secundários 4,8 4,8 0,0%
A rubrica “Ligação a Grandes Centros Produtores” teve um assinalável crescimento que se deveu
principalmente à inclusão no novo período (2006-2011) dos projectos de ligação de novas centrais
em Lavos (~ 19 M€), Tapada do Outeiro (~ 8 M€) e Sines (~ 10 M€).
A rubrica “Ligação à PRE” sofreu um crescimento da ordem de 10% que teve origem, para além
da natural subida de preços de 2004 para 2006, à passagem da meta indicativa de 3750 MW de
potência eólica instalada em 2010 para o novo valor de 4500 MW.
• Clientes e modificações para terceiros
Esta componente apresenta uma redução significativa face ao Plano anterior devido,
principalmente, à não consideração do projecto de desvio de linhas motivado pelo novo aeroporto
de Lisboa, que representava 47.7 M€ no PIR 2004-09.
Por seu lado, a inclusão do projecto ferroviário AVE, não se traduz ainda, até 2011, num impacto
significativo (8.2 M€).
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 173/175
Valores dos investimentos previstos
• Reforço interno de rede
Nesta componente o valor de investimento no período de 2006 a 2011 é de 350 M€, cerca de 8%
superior ao correspondente do Plano anterior, acompanhando na prática a evolução dos preços.
Há, no entanto, uma maior atribuição de verba à vertente “Remodelação de Instalações”, a qual
reflecte um maior esforço na modernização de equipamentos, tendo em vista a melhoria do
desempenho da RNT. Em particular, pode destacar-se o plano mais alargado de remodelação de
linhas eléctricas aéreas que, neste Plano, envolve a verba média anual de 4,6M€.
• Reforço da capacidade de interligação
Esta componente regista um crescimento de 18% que resulta do objectivo mais ambicioso traçado
para o reforço das interligações Portugal – Espanha. Em particular surgem duas novas linhas a
400 kV no ano de 2010 (Galiza – Minho e Algarve – Andaluzia) grandemente responsáveis pelo
acréscimo desta rubrica.
• Ligação à distribuição vinculada
O montante total atribuído a esta rubrica de 275 M€, da ordem de grandeza do valor do Plano
anterior, reflecte a política coordenada entre ambas as Empresas (REN, S.A. e EDIS) da melhoria
contínua de identificação de projectos na fronteira transporte – distribuição que demonstrem a sua
valia técnico-económica.
• Investimento anual da componente TEE
Neste ponto, ilustrado na figura 14 – 2, são apresentados os níveis de investimento por ano em
TEE. Face ao Plano anterior é nítido o esforço da REN, SA em aumentar os seus níveis de
investimento a que corresponde também o seu empenhamento para o cumprimento, na sua área
de responsabilidade, de objectivos nacionais no campo da integração de elevados montantes de
energia renovável nas redes, no aumento da capacidade de interligação internacional, ao mesmo
tempo que continua a assegurar a operação da rede de transporte interligada com adequados
níveis de segurança global e qualidade de fornecimento de energia eléctrica aos clientes.
O decaimento do montante de investimento no ano de 2011 pode encontrar justificação numa
identificação ainda não completa dos projectos de 2012 em diante (que têm repercussão em 2011)
e que, naturalmente, com a proximidade temporal desse horizonte serão melhor caracterizados.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 174/175
Valores dos investimentos previstos
139158
176 168
125140
200 192 186 188
153
91
146166
185177
131147
0
50
100
150
200
250
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Anos
TEE
em M
€
PIR 2004/09(Preços de Jan 2004) PIR 2006/11
(Preços de Jan 2006)
PIR 2004/09(Preços de Jan 2006)
14.3 INVESTIMENTOS COMPARTICIPADOS
Nesta rubrica são incluídos três tipos de verbas: as realizadas exclusivamente para terceiros e que
são pagas à REN, S.A. na íntegra, as que resultam do programa de incentivos do Ministério da
Economia e Inovação (PRIME) e do “Programa de Desenvolvimento das Redes Transeuropeias”
(TEN).
Uma componente dos projectos pagos a 100% pelos promotores é a relacionada com a construção
de painéis em subestações da RNT para a recepção de PRE no montante total já aprovado de
3.16 M€ em 2006, correspondente a 12 painéis de linha.
Figura 14 - 2
Valores de investimento TEE Comparação entre o Plano actual e anterior
Unidade: M€
A outra componente prende-se com as obras efectuadas ou a efectuar para a rede ferroviária da
REFER cujo montante deste Plano é de 0.35 M€, correspondente à subestação da Fatela (Fundão),
que deverá estar concluída em 2006.
Quanto ao PRIME as verbas já aprovadas ou em aprovação cifram-se em 23.25 M€, estimando-se
ainda um montante adicional de novas verbas de 73.40 M€ no período de 2006 a 2009,
fundamentalmente relacionados com projectos de reforço de rede para ligação de PRE.
No que se refere ao programa TEN a verba já aprovada ou em aprovação é de 0.59 M€, prevendo-se
uma montante candidato adicional de 1.68 M€ para investimentos relacionados com o reforço da
capacidade de interligação.
Plano de Investimentos da Rede Nacional de Transporte 2006-2011 175/175
Valores dos investimentos previstos
Nestas condições o total de investimento comparticipado poderá vir a situar-se num valor aproximado
da ordem dos 102 M€, a custos directos externos a preços de Janeiro de 2006, valor que é superior
ao do Plano anterior que era de 86 M€ desde que descontada a participação, na altura pressuposta,
para o desvio de linhas de 220 e 400 kV induzido pelo novo aeroporto de Lisboa.