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PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA O QUIOSQUE BEER BOSS CURITIBA 2013

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PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA O QUIOSQUE BEER BOSS

CURITIBA 2013

Renato Tristão

PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA O QUIOSQUE BEER BOSS

Trabalho de conclusão de curso apresentado na

pós-graduação em Gestão da Comunicação

Pública e Empresarial, da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para a obtenção

do título de especialista em comunicação

pública e empresarial.

Orientador: Prof. Aldo Antonio Schmitz, Msc.

CURITIBA 2013

RESUMO

O presente trabalho apresenta um plano de comunicação para o quiosque de cervejas importadas Beer Boss. O Objetivo desse plano de valor entre o empreendimento e seu consumidor por meio de estratégias e ações de comunicação, visando formar novos clientes, fidelizar os atuais e detectar outros campos de atuação. O plano sugere ações e propõe ferramentas para o alcance de sua meta, que é ser referência em cervejas especiais em Florianópolis.

Palavras-chave: Beer Boss, Plano de Comunicação, cervejas especiais.

ABSTRACT

This a communication plan for Beer Boss, an imported beers store. Its goal is to create a link between the enterprise value and its consumer through communication strategies and actions, aiming to train new customers, retain current and detect other fields. The plan suggests actions and propose tools for achieving your goal, which is to be reference in craft and imported beers in Florianópolis.

Keywords: Organizational communication, Craft Beers, Beer Boss, communication

plan.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................7

1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................8

1.3 PROBLEMA ........................................................................................................10

1.4 OBJETIVOS........................................................................................................15

1.4.1 Objetivo Geral ..........................................................................................15

1.4.2 Objetivos Específicos...............................................................................15

1.5 METODOLOGIA .................................................................................................16

1.5.1 Pesquisa Quantitativa ..............................................................................16

1.5.2 Método usado para coletar os dados .......................................................17

1.5.3 Amostragem.............................................................................................18

1.5.4 Pesquisa Qualitativa ................................................................................22

2. PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO ...............................................................24

2.1 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES...........................................................25

2.1.1 Comunicação Estratégica e Integrada .....................................................26

2.1.2 Gestão de Marca .....................................................................................27

2.1.3 Instrumentos de comunicação .................................................................28

2.2 COMUNICAÇÃO NO MERCADO DA CERVEJA ................................................30

2.2.1 A cerveja e sua História ...........................................................................31

2.2.2 Perfil do Setor da Cerveja ........................................................................35

2.2.3 Varejo da Cerveja ....................................................................................36

2.2.4 A Marca e seu Valor.................................................................................38

3 PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A BEER BOSS ............................................40

3.1 BEER BOSS .......................................................................................................40

3.1.1 Histórico ...................................................................................................41

3.1.2 Perfil.........................................................................................................46

3.2 PESQUISA DE CAMPO......................................................................................48

3.2.1 Pesquisa Qualitativa ................................................................................49

3.2.2 Pesquisa Quantitativa ..............................................................................51

3.3 PLANO DE COMINCAÇÃO ................................................................................61

3.3.1 Objetivos ..................................................................................................62

3.3.2 Estratégias ...............................................................................................68

3.3.3 Instrumentos de Comunicação ................................................................70

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................78

REFERÊNCIAS.........................................................................................................80

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o objetivo de apresentar um plano de comunicação para o

quiosque de cervejas importadas Beer Boss, localizada no shopping Iguatemi em

Florianópolis.

A cerveja é um produto extremamente consumido no Brasil, movimentando

fortemente a economia e sempre presente em grandes campanhas publicitárias.

Apesar de nós brasileiros acharmos que entendemos tudo de cerveja, ainda

estamos começando a conhecê-las, e o mercado está se abrindo para as “novas”

cervejas especiais, produtos feitos seguindo um alto padrão de qualidade.

Assim, no Brasil a cerveja ganha status, como aconteceu com o vinho há

dez anos. Nesse contexto, surgem diversos negócios voltados exclusivamente ao

filão de cervejas especiais. Empreendedores investem em espaços especializados

no comércio dessas bebidas, como bares e restaurantes, microcervejarias, lojas

virtuais, franquias de quiosques montados em shopping centers. Até mesmo os

supermercados têm hoje em suas gôndolas rótulos de cervejas importadas e

artesanais.

Considerando esse mercado em expansão, o plano busca traçar metas e

estratégias, na intenção de aprimorar a comunicação da empresa com o seu

público-alvo, criando um vinculo de referência quando se fala em cervejas especiais.

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1.1 TEMA

Introduzir um Plano de comunicação para o quiosque de cervejas especiais

Beer Boss

1.2 JUSTIFICATIVA

Assim como no restante do Brasil, em Santa Catarina, e em Florianópolis,

também se verifica um forte crescimento da oferta, e da procura por cervejas

importadas e artesanais. Nos últimos anos, surgiram novos estabelecimentos

voltados para esse nicho de mercado e pontos de vendas voltados a esses produtos

específicos foram criados em supermercados e outros comércios tradicionais.

Santa Catarina é, tradicionalmente, um reduto de cervejas diferenciadas,

tendo forte presença de pequenos produtores artesanais que preservam, por meio

da bebida, a cultura dos imigrantes, especialmente os alemães. Dessa forma, o

estado é reconhecido e identificado com a cerveja, já que Blumenau sedia a maior

Oktoberfest do mundo, perdendo somente para a original de Munique/Alemanha.

Essa grande festa da cerveja, um dos grandes símbolos de Santa Catarina, recebeu,

em 2011, 626.547 visitantes.

Além da Oktoberfest, Santa Catarina também possui diversos bailes do

chope – as Kerbfests – espalhados por todo o estado. Santa Catarina também conta

com um Roteiro das Cervejarias Artesanais, que reúne 12 estabelecimentos

reconhecidos pela produção artesanal da bebida, a maioria localizada na região do

Vale do Itajaí. Essas cervejarias se preocupam em respeitar a Lei de Pureza Alemã

de 1516, a Reinheitsgebot, reforçando o diferencial do roteiro para os apreciadores

da bebida. Muitas vezes a bebida também é harmonizada com pratos típicos da

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culinária alemã.

Esse cenário reforça o perfil de Santa Catarina como polo de produção,

degustação e de eventos relacionados à cerveja. O Estado é, portanto, um celeiro de

apreciadores e conhecedores da bebida, assim como um local de atração de turistas

e visitantes interessados em conhecer e apreciar cervejas diferenciadas. Essa

característica de Santa Catarina faz com que os consumidores de cerveja tenham

um perfil diferenciado, sejam abertos a novas marcas, processos e sabores e

valorizem a experiência ao apreciar uma bebida nobre.

Verifica-se, portanto, a necessidade de investigar novas formas de atuação

da empresa Beer Boss, visando uma maior diferenciação em relação à concorrência,

à inovação nos produtos e serviços e a fidelização e conquista de clientes.

Uma comunicação estruturada afeta diretamente no conceito e na imagem

que o consumidor poderá vir a ter da empresa, e para isso as redes sociais e a

popularização da internet em todas as classes, estão cada vez mais a favor da

comunicação empresarial. Ela passou a ser mais uma forma de divulgação, que

estabelece um canal eficiente de comunicação entre a empresa e o cliente, ao

oferecer ainda mais opções além das ferramentas tradicionais da comunicação, que

não devem ser descartadas.

Na maioria das empresas os principais problemas estão na indefinição no

sistema de comunicação. Para Kunsch (1986, p. 32) “ao dispor de um sistema de

comunicação, não deve, em nenhum momento, deixar de considerar esses níveis,

tanto no seu contexto formal como no informal”.

Por meio das analises que seguirão, será ainda mais claro o perfil do

consumidor para este produto que ainda é novidade no mercado brasileiro,

colaborando não só com a elaboração deste plano de comunicação, mas também

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com os hábitos de consumo do produto principal, a cerveja especial.

1.3 PROBLEMA

A cerveja é comercializada em grande escala no Brasil. Porém, o monopólio

de grandes indústrias diminui a variedade encontrada no mercado. Além disso, a

exposição freqüente na mídia dos mesmos tipos e marcas acaba descaracterizando

o real hábito de consumo do produto.

Mesmo afastada do eixo cervejeiro do Vale do Itajaí, Florianópolis também

está crescendo como um mercado consumidor de cervejas importadas e artesanais.

Nos últimos anos, cresceram na cidade os locais que oferecem a bebida para venda

ou para consumo. Um desses novos estabelecimentos é a Beer Boss, fundada em

2011. Diante desse cenário e da tendência de um crescimento ainda maior desse

segmento, a Beer Boss precisa identificar novos nichos de atuação, com o objetivo

de reforçar o seu posicionamento diferenciado e se antecipar em relação às

tendências e demandas do público alvo.

Como a empresa é relativamente nova não possui planejamento estratégico

definido, a falta de referências no mercado é um obstáculo a mais em busca de

números que sustentem uma meta. Em dezembro de 2012 completará um ano,

tempo que será usado como base para o alcance de números maiores de vendas.

Os sócios tem consciência e avaliam o ambiente de negócios quanto às

oportunidades e ameaças, procurando buscar informações no mercado para tal,

avaliando sua concorrência, fornecedores e clientes.

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Atualmente, em Florianópolis, é possível mapear os seguintes

estabelecimentos que oferecem cervejas importadas e artesanais, configurando-se

como concorrentes da Beer Boss.

Abaixo passamos a descrever as especificidades de cada local e

destacamos seus pontos fortes e fracos.

Redes de supermercados

Os grandes supermercados de Florianópolis estão ampliando a oferta de

produtos importados, entre eles as cervejas. A facilidade de importação desses

produtos e o crescimento da demanda do público consumidor fizeram com que as

cervejas nobres passassem a aparecer nas gôndolas dos supermercados. Mais do

que isso, as cervejas nobres ganharam espaços especiais nos supermecados,

dividindo espaço nas adegas dos estabelecimentos com os vinhos e espumantes,

alcançando esse público de maneira direta.

Pelo menos três grandes supermercados da região oferecem cervejas

artesanais e importadas aos clientes, agregando serviços e tratamento especial à

venda do produto. Além dos espaços de exposição do produto, alguns

estabelecimentos criaram campanhas específicas para conquistar o público

consumidor desse produto. Um deles criou o “Clube do Cervejeiro”, com a

distribuição de um material explicativo sobre as cervejas disponíveis na loja,

curiosidades, acessórios, dicas de degustação, consumo e harmonização.

Pontos fortes:

- Comodidade: o consumidor encontra vários produtos no

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estabelecimento e adquire a bebida enquanto realiza outras compras.

- Preço: por comprar em quantidade, as grandes redes de

supermercados conseguem preços melhores com os fornecedores,

repassando essa diferença em valores menores do produto.

Pontos fracos:

- Despersonalização: não atende às necessidades dos clientes que

primam pela experiência da compra e do consumo da bebida.

- Ambiente: a ausência de atendentes especializados, de local para

consumo, de embalagens especiais.

Bar especializado

Em Florianópolis, um dos estabelecimentos pioneiros na oferta de cervejas

artesanais e importadas é a Academia da Cerveja, um bar localizado no bairro

universitário que se diferencia pela oferta de bebidas especiais. No local é possível

encontrar mais de 140 rótulos de cervejas provenientes de várias partes do Mundo,

bem como as artesanais nacionais, além de chope diferenciado. Também são

servidos no local aperitivos e pratos mais elaborados como truta defumada,

medalhão de filé mignon, salmão e frango, e vendidos acessórios e kits para

presente.

Além de ser um espaço para consumo, a Academia da Cerveja também

vende as cervejas disponíveis na carta do estabelecimento. A academia também

oferece harmonizações, degustações e palestras sobre o tema. O local já recebeu

os prêmios, pela Revista Veja Comer & Beber, de “Melhor Chope” e “Melhor Carta de

Cerveja” de Santa Catarina.

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Pontos fortes:

- Variedade: além da extensa carta de bebidas, oferece harmonização

com diversos pratos e aperitivos.

- Ambiente: possui um ambiente para consumo que oferece, além das

bebidas, comidas e acompanhamentos, música, promoções e atendimento

especializado – caracterizando um local para a experiência.

Pontos fracos:

- Preço: em relação à Beer Boss, as cervejas vendidas na Academia

da Cerveja têm um custo maior, repassado ao cliente no preço final.

Bares e restaurantes

Diversos restaurantes de Florianópolis e região estão oferecendo cervejas

especiais em seus cardápios. Alguns oferecem até mesmo cartas de cervejas. A

oferta atende ao crescimento da demanda do público. A variedade de

estabelecimentos que oferece cervejas artesanais e importantes abrange desde

bares até pizzarias e restaurantes sofisticados. Verifica-se que o consumo de

cervejas nobres nesses ambientes é secundário, ou seja, as bebidas especiais não

são o principal atrativo de clientes desses estabelecimentos.

Pontos fortes:

- Comodidade: o consumo nesses locais é caracterizado pela

presença do cliente no local por outras razões, como o encontro com amigos

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ou uma refeição mais elaborada. Ou seja, o cliente que já freqüenta o

estabelecimento por outros motivos, conhece e consome no local as cervejas

especiais.

Pontos fracos:

- Preço: o consumo em menor quantidade e o custo do estabelecimento que

oferece outros produtos e serviços amplia o preço das cervejas especiais para os

clientes.

- Variedade: a quantidade de rótulos é restrita às marcas mais consolidadas

e conhecidas, reduzindo a possibilidade de conhecer novos produtos.

- Atendimento: por não ser um ambiente especializado em cervejas, não

consegue oferecer um atendimento qualificado sobre os produtos.

Quiosque especializado

Além da Beer Boss, existe em Florianópolis apenas um quiosque

especializado em cervejas nobres, localizado em shopping center. O Beer Code está

instalado no Beiramar Shopping e é uma franquia do Rio Grande do Sul, criada em

2010. De acordo com o site do quiosque, são oferecidos mais de 200 rótulos de

cervejas importadas, nacionais e artesanais. O estabelecimento também oferece

souvenirs personalizados como copos, coolers e outros utensílios do universo

cervejeiro, além de kits e cestas personalizadas para presente. Além disso o Beer

Code realiza eventos de harmonização.

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Pontos fortes:

- Mais tempo no mercado, Possui quatro franquias, bom uso das

redes Sociais.

Pontos fracos:

-Variedades (muitas cervejas artesanais, facilmente encontrada nos

supermercados), preço.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Aprimorar o relacionamento com seu público-alvo, criando um vínculo de

referência quando se fala em cervejas especiais.

1.4.2 Objetivos Específicos

� Fazer um diagnóstico do mercado de cervejas especiais e propor um plano de

comunicação organizacional e relacionamento com o cliente para o quiosque

Beer Boss;

� Identificar o perfil do cliente e estudar seu hábito de consumo de cervejas

artesanais e importadas;

� Verificar o interesse dos clientes em relação a novos serviços e agregar valor

à marca;

� Desenvolver, expor e divulgar o marca.

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1.5 METODOLOGIA

Palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é

“caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir

um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento (wikipedia,2012). O método

científico engloba a observação de um fato; elaboração de uma “pergunta” acerca

desse fato, com base em uma teoria que precisa ser explicada; e formulação de uma

hipótese, consistindo em possíveis respostas testáveis para esta pergunta. Para

Goldenberg (1997), qualquer assunto da atualidade poderia ser objeto de uma

pesquisa científica.

O método a ser utilizado, depende a que resultado se quer chegar e também

que tipo de público-alvo ou produto está se trabalhando, mecanizando da melhor

maneira possível o processo de busca.

1.5.1 Pesquisa Quantitativa

As pesquisas conclusivas são aquelas que possuem objetivos bem

definidos, procedimentos formais e que são “bem estruturas e dirigidas para a

solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de ação.” (MATTAR,

1993, p. 89). Para Gill (1999, p. 44), a pesquisa descritiva tem “como objetivo

primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno

ou o estabelecimento de relações entre variáveis.” Samara e Barros (2004, p. 30)

observam que os estudos descritivos “procuram descrever situações de mercado a

partir de dados primários (...) relacionando e confirmando as hipóteses levantadas

na definição do problema da pesquisa.”

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Nesse tipo de pesquisa, os dados são obtidos de um grande número de

respondentes – utilizando-se escalas, geralmente, numéricas, sendo, depois de

coletados, submetidos a análises estatísticas formais (MATTAR, 1993).

O motivo pelo qual se optou pelo método quantitativo está relacionado ao

fato de a pesquisa em questão ter como objetivo avaliar a satisfação dos clientes do

quiosque Beer Boss bem como verificar a expectativa em relação a novos serviços.

Para fazer tal avaliação, é conveniente e indicado escolher um método que abranja o

maior número de clientes possível.

Para a realização da pesquisa quantitativa, será utilizado como

instrumento de coleta de dados o questionário, que consiste em uma técnica

estruturada para coletar dados, feita através de uma série de perguntas que o

entrevistado deve responder (MALHOTRA, 2001). Como método de levantamento

de dados, será utilizada a internet, por meio da qual se fará o envio de mensagens

eletrônicas que convidarão os clientes da empresa a responderem o questionário da

pesquisa de satisfação concorrendo a uma cesta de cervejas importadas.

1.5.2 Método usado para coletar os dados

Nessa pesquisa, serão utilizados tanto dados primários quanto

secundários. O instrumento de coleta de dados primários escolhido foi um

questionário estruturado, APÊNDICE A, via Internet, predominantemente

quantitativo, com questões fechadas, em que são fornecidas as possíveis respostas

ao respondente; e abertas, em que o entrevistado é livre para responder o que

pensa (BARROS; SAMARA, 1997).

O questionário pode ser descrito como “[...] um conjunto de perguntas

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destinadas a gerar dados necessários para atingir os objetivos de um projeto de

pesquisa” (GATES; MCDANIEL, 2003, p. 322). Por meio do uso desse formulário,

consegue-se “[...] padronização e uniformidade no processo de coleta de dados”

(GATES; MCDANIEL, 2003, p. 322). Na presente pesquisa, será utilizado um

questionário não-disfarçado, ou seja, o objetivo da pesquisa estará explícito no

instrumento (BARROS; SAMARA, 1997).

Durante a pesquisa em questão, também serão utilizados dados secundários

que, segundo Malhotra (2001), são dados que já foram coletados para objetivos

diversos dos da pesquisa em pauta. Os dados secundários dividem-se em internos e

externos. Segundo Malhotra (2001), os internos são aqueles gerados na

organização para a qual está sendo realizada a pesquisa. Constitui-se de banco de

dados internos da empresa (GATES; MCDANIEL, 2003). Já os dados secundários

externos são gerados fora do ambiente organizacional (MALHOTRA, 2001).

Para esse trabalho, como dados secundários internos serão utilizados o

cadastro dos clientes disponível na empresa e o plano de negócios elaborado para a

abertura do empreendimento. Já como dados secundários externos serão utilizados

publicações – impressas e/ou eletrônicas - pertinentes ao tema.

1.5.3 Amostragem

Como o objetivo desta pesquisa é avaliar a satisfação dos clientes do

quiosque Beer Boss e identificar a expectativa em relação à oferta de novos

serviços, o público-alvo do trabalho será delimitado aos próprios clientes da

empresa. Será interessante obter o maior número possível de respostas ao

instrumento de coleta. Por esse motivo, será feita a remessa a todos os elementos

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do universo, na expectativa de conseguir dados mais significativos que, envolvendo

menor erro amostral, permitam generalizar de fato o resultado obtido.

Para a elaboração deste trabalho, serão seguidos os cinco estágios do

processo de planejamento amostral indicados por Malhotra (2001), que

correspondem aos seguintes itens: 1) Definir a população; 2) Determinar o

arcabouço amostral; 3) Escolher a técnica amostral; 4) Determinar o tamanho da

amostra; 5) Executar o processo de amostragem.

Segundo Malhotra (2001, p. 302), a população-alvo corresponde à “coleção

de elementos ou objetos que possuem a informação procurada pelo pesquisador e

sobre os quais devem ser feitas inferências”. No caso, todos os clientes do quiosque

Beer Boss serão considerados como população-alvo. Como arcabouço amostral,

que consiste numa representação dos elementos da população-alvo (MALHOTRA,

2001), será utilizado o cadastro de clientes contido no banco de dados da empresa

até outubro de 2012.

A técnica de amostragem utilizada na pesquisa será a probabilística, que

corresponde ao “processo de amostragem em que cada elemento da população tem

uma chance fixa de ser incluído na amostra” (MALHOTRA, 2001, p. 305). Dentro

dessa técnica, optou-se pela amostragem aleatória simples, na qual cada elemento

da população tem uma probabilidade conhecida e igual de seleção e é selecionado

independentemente de qualquer outro (MALHOTRA, 2001).

No caso desta pesquisa, que utilizará a internet como meio de viabilização

da coleta de dados, pode-se mencionar também uma classificação mais específica.

De acordo com Gates e McDaniel (2003, p. 216), "as amostras da internet são

classificadas como: irrestrita, com triagem ou com recrutamento”. De acordo com

essa classificação, nesta pesquisa em questão será utilizada uma amostra recrutada

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da Internet, “ideais nas aplicações que já possuem um banco de dados do qual pode

ser recrutado a amostra” (GATES, MCDANIEL, 2003, p. 216).

Os entrevistados serão recrutados por e-mail e receberão um link que

encaminhará para um site com o questionário. Como já mencionado, para receber o

maior número de respostas possíveis, todos os clientes cadastrados no banco de

dados da empresa serão recrutados. Antes de se iniciar a pesquisa com os clientes,

será feita uma aplicação do questionário com três funcionários ou sócios, como

forma de pré-teste – a fim de identificar e eliminar problemas potenciais

(MALHOTRA, 2001).

Com base na estratégia de muitas empresas que oferecem prêmios e

recompensas aos clientes que respondem suas pesquisas (GATES; MCDANIEL,

2003), o quiosque Beer Boss fará o sorteio de uma cesta com produtos da empresa

dentre todos os respondentes, além de oferecer um brinde – que deverá ser retirado

no quiosque - a todos que responderem o questionário. Essa será a forma utilizada

para estimular os clientes a participarem da pesquisa de avaliação.

O tamanho da amostra será feito utilizando-se a fórmula estatística para

universos finitos:

n = σ 2. p. q. N

E2.(N-1) + σ 2.p.q

Onde:

n = tamanho da amostra

σ = nível de confiança escolhido em número de desvios

p = proporção das características pesquisadas no universo, calculado em

percentagem

q = proporção do universo que não possui a característica pesquisada em

percentagem

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N = tamanho da população

E = erro de estimação permitido

Para fins acadêmicos, estima-se que – até a aplicação do questionário – o

cadastro de clientes do quiosque Beer Boss tenha 1000 pessoas cadastradas.

Considerando esse número, o número de respostas necessárias para que o erro

amostral seja de 5%, máximo permitido em pesquisas de marketing, será o seguinte:

n = que corresponderá ao número total de respostas necessárias para que a

pesquisa possua uma margem de erro de 5%

σ = 95%, que em valor arredondado corresponde a 2

p = 50

q = 50

N = 1000, que corresponde ao número de clientes que se estima ter

cadastrado até o período de aplicação da pesquisa

E = 5%, margem de erro máxima permitida para uma pesquisa de marketing

Cálculo:

n = σ 2. p. q. N

E2.(N-1) + σ 2.p.q

n = 2 2. 50. 50. 1000

52.(1000-1) + 2 2.50.50

n = 10.000.000

24.975 + 10.000

n = 285,91

Portanto, trabalhando com um universo de 1000 clientes e uma margem de

erro de 5%, serão necessárias 286 respostas para que a pesquisa seja confiável.

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1.5.4 Pesquisa Qualitativa

A pesquisa qualitativa com entrevista em profundidade não tem a

preocupação de enumerar ou medir os dados coletados, e sim, obter dados

descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação que é

objeto de estudo (DUARTE, 2005).

A pesquisa qualitativa detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem

se importar com sua magnitude ou intensidade. É denominada qualitativa em

contraposição à pesquisa quantitativa, em função da forma como os dados serão

tratados e da forma de apreensão de uma realidade, em que, no caso da pesquisa

qualitativa, o mundo é conhecido por meio de experiência e senso comum

(conhecimento intuitivo), em oposição às abstrações (modelos) da pesquisa

quantitativa. Os métodos qualitativos e quantitativos não são excludentes, embora

difiram quanto à forma e à ênfase (NEVES, 1996, p. 1).

Este tipo de pesquisa é útil para firmar conceitos e objetivos a serem

alcançados e dar sugestões sobre variáveis a serem estudadas com maior

profundidade. Os métodos qualitativos contribuem com trabalho de pesquisa, pois

apresentam uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo capazes de

contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos. As entrevistas em

profundidade – com um questionário separado por três assuntos – procura entender

e justificar o uso do plano de comunicação segmentado, segundo a perspectiva dos

participantes da situação estudada.

Conforme indicado por Duarte (2005), as entrevistas em profundidade se

configuram como um recurso metodológico que busca, com base em teorias e

pressupostos definidos peio investigador, recolher respostas a partir da experiência

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subjetiva de uma fonte, selecionada por deter informações que se deseja conhecer.

Uma grande vantagem observada é que, por ser discursiva, permite que cada

entrevistado demonstre sua linha de argumentação de modo que o entrevistador

possa deduzir seus pensamentos, oferecendo oportunidades para extensivas

sondagens de opiniões.

Para se realizar uma entrevista bem sucedida Goldenberg (1997) assinala

que é necessário criar uma atmosfera amistosa e de confiança, não discordar das

opiniões do entrevistado, tentar ser o mais neutro possível. Acima de tudo, a

confiança passada ao entrevistado é fundamental para o êxito no trabalho de campo.

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2. PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO

O Planejamento é um instrumento de gestão em busca da eficiência e

eficácia dentro das organizações e, por isso constitui uma das funções básicas da

administração geral. Leva em conta a política da empresa, sua visão, missão, a que

resultados chegar em determinado tempo. Também são levadas em considerações

analise de mercado, da concorrência e diagnóstico interno. No contexto das

organizações, o planejamento ocorre em três níveis: 1. Estratégico, que ocupa todo

o topo da pirâmide, está relacionado a decisões em longo prazo ligadas à alta

gestão; 2. Tático, ocupando lugar intermediário, com decisões em curto prazo, sendo

mais especifico e restrito; 3. Operacional, responsável pela formalização de todo o

processo, dos documentos escritos e das metodologias adotadas.

Em termos conceituais, Kunsch (2009, p. 108) considera que “Como

processo lógico, o planejamento se desenvolve ao longo de um conjunto de fases

sucessivas, sistemáticas e interativas, que determinam conscientemente o curso de

ações a serem realizadas no presente com vistas ao futuro”.

Como um campo de estudo presente nas mais diversas áreas de

conhecimento, é comum serem adotadas algumas tipologias ao planejamento

dependendo da área que se irá trabalhar, a exemplo da comunicação. Uma das

premissas é que o profissional responsável, além de conhecer as ferramentas

básicas de planejamento e gestão, possua um amplo conhecimento das ciências da

comunicação e das áreas que a compõem, como a comunicação organizacional e

relações públicas. Possuir essa visão ampla e abrangente é fator determinante, já

que a comunicação organizacional vai muito além de setores e departamentos que

produzem e transmitem informações. A comunicação muda e é inerente à natureza

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das organizações que, por conseguinte, sofrem mudanças humanas, econômicas,

políticas, culturais e tecnológicas.

2.1 COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Transmitir informações e compreendê-las é necessário para a sobrevivência

humana, o mesmo vale para as organizações. A comunicação nas organizações não

se limita apenas ao seu público-alvo, mas é algo muito mais complexo. A

comunicação passa por cada setor da organização, no modo como são tratados os

processos, as decisões e o relacionamento com os colaboradores. Todo esse

conjunto de informações é importantíssimo e se mal administrado atinge diretamente

a imagem da organização.

Quando uma empresa não se comunica bem, logo aparecem funcionários

desmotivados, fornecedores desconfiados e consumidores insatisfeitos, citando uma

frase bastante usada pelo publicitário e marketeiro político Duda Mendonça:

“Comunicação não é o que se diz, mas o que o outro entende”.

Logo, a comunicação organizacional tem por finalidade acabar com o

desconhecimento a respeito da empresa e seu propósito, fomentar a integração

entre os públicos ligados a ela e incentivar os funcionários em prol de uma

produtividade suficiente na obtenção de lucro. Enquanto ferramentas e publicações

internas fortalecem o espírito de solidariedade, promovendo certos ideais (estímulo,

companheirismo, ensinamento, dedicação, entre outros), externamente, o bom uso

da comunicação projeta uma imagem positiva da empresa, mostrando sua

organização, seus produtos, sua qualidade, suas técnicas (BUENO, 2009; KUNSCH,

2009).

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2.1.1 Comunicação Estratégica e Integrada

Numa Organização, todas as pessoas são responsáveis pela

comunicação. Não são apenas os profissionais de comunicação que mantêm

contato com os stakeholders e o público externo, mas todos, desde o segurança até

o telefonista têm influência nesse processo. Como cita Bueno (2009, p. 325) “Não

adianta ter uma revista maravilhosa, daquelas que ganham prêmios, e um

atendimento telefônico fundo de quintal, um relacionamento complicado com a

imprensa, e uma postura não democrática com a comunidade”.

Bueno (2009) e Kunsch (2009) referenciam que comunicação

integrada é o conjunto articulado de ações, estratégias e produtos de comunicação,

planejados e desenvolvidos pela organização no sentido de agregar valor à marca e

consolidar valor junto ao seu público interno, externo e sociedade.

Os projetos e ações da comunicação integrada precisam ser levados a

sério e devem estar alinhadas com a missão, visão, valores e objetivos da

organização. Sob essa ótica, as ações de comunicação deixam de ser consideradas

algo periférico e assumem uma importância estratégica.

Implementar uma estratégia de comunicação significa executar, no contexto

de um processo de planejamento social mais abrangente, um conjunto de

prescrições e procedimentos para enviar, às diferentes populações envolvidas direta

ou indiretamente com um determinado problema ou questão social, mensagens que

divulguem conhecimentos, propiciem atitudes e proponham práticas convenientes

para melhorar as condições de vida, de saúde, de direitos ou de educação de um

segmento da população (TORQUATO, 2011).

A importância de pensar estrategicamente a comunicação também é

27

evidenciada por Kunsch (2009), ao afirmar que: “As organizações contemporâneas

devem buscar o equilíbrio entre os seus interesses e os de seus públicos. Por isso,

precisam planejar estrategicamente sua comunicação, para realizar relacionamentos

efetivos”.

2.1.2 Gestão de Marca

A Marca pode ser descrita um sistema integrado que promete integrar

soluções desejadas pelas pessoas. Segundo Martins (2006) “Podemos dizer que é a

união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num logotipo, gerenciados

de forma adequada e que criam influencia e geram valor”.

Olhando de fora, a construção de uma marca parece algo simples, mas

esse processo implica freqüentes afirmações, frases simples e atrativas a qual

chamamos de “slogan”, cores muitas bem estudadas, que se conectam com o

produto e induziem nossa percepção ao valor desejado, quase sempre na forma de

um logotipo.

Quando falamos em gestão de marcas, estamos falando no popular

“Branding” ou “Branding management”. Em português: gerenciamento ou gestão de

marcas. Logo o branding é formado, segundo Martins (2006) por ações que são:

“tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas alèm de sua natureza

econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas”.

Num mundo em que tudo muda rapidamente, a quantidade de informação

gerada dificulta o foco e tudo pretende chamar nossa atenção,. Diante desse

cenário, a construção de uma marca forte e sólida é mais que um item de marketing,

é questão de sobrevivência no mercado. (Martins, 2006). Por isso gerenciar uma

28

marca, com certeza é um dos principais desafios da gestão empresarial, como já

mencionado, com a democratização do acesso à informação, a disseminação de

tecnologia e a igualdade de recursos, restarão apenas como elementos

diferenciadores a inteligência da estratégia e a força da marca.

2.1.3 Instrumentos de comunicação

A comunicação é uma necessidade inerente a qualquer ser humano.

Civilizações antigas deixavam suas histórias contadas nas paredes, e desde então

esse sistema de troca de informação vem se desenvolvendo. No mundo globalizado

que homem vive atualmente é que se retiram todas as informações que irão

contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e experiências.

Nos anos 80 as novas tecnologias de informação possibilitaram redefinições

e reconfigurações das mídias, principalmente da mídia eletrônica. Nos últimos anos

temos sido invadidos pelas novas formas e instrumentos de comunicação que

crescem geometricamente e ditam um novo ritmo a sociedade, logo, também, nas

organizações. (Martins 2006)

A Internet não é mais novidade e já se configura como um dos mais

poderosos meios de comunicação da atualidade. No jornalismo os grandes jornais e

revistas do mundo já possuem sites com notícias diárias dedicadas inteiramente aos

internautas, assim como a publicidade na compra online e no lançamento de

produtos. Nas relações públicas a intranet como uma nova ferramenta de

comunicação organizacional. (Stacheski).

Para uma comunicação eficaz, uma empresa deve se utilizar de todos os

instrumentos que a comunicação proporciona. Com as relações públicas há uma

29

administração e um gerenciamento da comunicação. A comunicação se torna o

equilíbrio entre a identidade e a imagem de uma organização, focando a imagem

institucional e trabalhando a relação com a opinião pública (ANDRADE, 2003,

KUNSCH, 1997).

No tradicional tripé da comunicação, o jornalismo empresarial forma, junto

com as relações públicas e a propaganda e publicidade, o organizador dos fluxos de

informações sobre as organizações (TORQUATO, 1986). A assessoria de imprensa,

através de estratégias e planejamento, é uma ferramenta essencial para obter

informações através da opinião pública e da mídia (DUARTE, 2010).

A divulgação das ações da organização, transmissão de como ela é e

fixação dos conceitos institucionais são encargos da publicidade e propaganda.

(KUNSCH, 1997). Todas essas ferramentas são essenciais para a formatação da

imagem de uma organização, que é o que o público pensa a respeito da

organização, sua identidade e seu verdadeiro conceito (BUENO, 2009).

30

2.2 COMUNICAÇÃO NO MERCADO DA CERVEJA

Diariamente somos bombardeados com anúncios publicitários de marcas de

cervejas nos mais diferentes veículos de comunicação. O mercado se tornou tão

competitivo que a participação de agências de publicidade tem sido fundamental

para instigar o seu consumo e diferenciar-se da concorrência. Os anúncios

apresentam-se cada vez mais criativos, estabelecendo slogans, trazendo tons

humorísticos e situações inusitadas para a fácil memorização. O principal desafio do

marketing cervejeiro é criar um elo entre a marca e seus consumidores, impedindo

que vejam em outra concorrente a substituta perfeita.

Quanto ao público-alvo, apesar da grande diferença do volume consumido

por homens em relação a mulheres, esse numero apresenta um maior potencial de

desenvolvimento, visto que o grupo apresenta um baixo nível de fidelidade a uma

marca especifica. Por outro lado, os homens apresentam maior nível de

diferenciação entre marcas (fonte: Sindcerv, 2007).

As redes sociais vêm se destacando como principal ferramenta na disputa

por esse mercado. A Heineken lançou recentemente campanhas associadas a

Skyfall, a 23ª aventura de James Bond, nas quais fez um mochileiro viajar 5 mil km

sem dinheiro para chegar a um festival de música. As apostas são no público jovem.

A cervejaria que detém as marcas Itaipava e Schincariol disputa a segunda

posição entre as fan pages que mais engajam seus fãs no Facebook, atrás apenas

da gigante Ambev, dona da Brahma, da Skol e da Antarctica.

A estratégia da cervejaria Skol inclui o recente redesign da identidade visual

da cerveja: novas latinhas, novos comerciais. Já para a Brahma, o foco é o futebol.

31

Enquanto isso, a Heineken tenta reposicionar a Kaiser no mercado e reduzir

a rejeição à marca. Este é um dos mercados que mais investe em inovação e

publicidade no mundo. (Fonte: Exame, nov 2012)

O mercado de cervejas especiais ainda apresenta uma comunicação tímida

em comparação às cervejas populares consumidas no Brasil. O marketing para

cervejas especiais vem seguindo o fluxo do mercado que vem crescendo

gradualmente e esse produto já chamou a atenção de grandes produtores como a

AMBEV, que recentemente incluiu em seu portifólio marcas de cervejas premium a

fim de participar também desse seleto grupo.

2.2.1 A cerveja e sua História

A palavra cerveja provém do latim cervēsia, que por sua vez, toma a palavra

do gaulês, uma língua celta. A raiz celta parece ser um cognato do galês cwrw e

do gaélico coirm.

Alguns pesquisadores sugerem que o francês cervoise viria de cerevisia,

que em seguida esta viria de Ceres, deusa romana da terra e dos cereais. Ainda

assim, é amplamente aceito que "cereal" vem de cerealis, o que significa que

pertencente à deusa Ceres, representada com espigas de trigo na mão. A raiz

comum é facilmente perceptível em suas formas em português cerveja, em

espanhol cerveza, em catalão cervesa e em galego cervexa. Em outros idiomas

europeus são usados derivados da mesma raiz germânica, como a palavra bier,

como no inglês beer, francês bière e italiano birra. Em inglês também usa-se a

palavra ale, equivalente a öl palavra escandinava para a bebida. (WIKIPEDIA 2012,

p. 1).

É comum acreditar que a cerveja tenha se originado na região onde se

32

encontra a atual Alemanha. A história, porém, mostra diferente. Segundo

pesquisadores, mesmo antes do surgimento das primeiras aldeias na Mesopotâmia,

entre os rios Tigre e o Eufrates, onde hoje é o Iraque, por volta de 3.500 A.C, há

evidências do consumo de um líquido alcoólico resultante da fermentação de cereais

imersos em água.

As civilizações da Suméria e Babilônia foram as primeiras a deixarem

registros de como se fabricava a bebida. Um monumento chamado de Pedra Azul,

hoje exposto no museu do Louvre, em Paris, datado dos primórdios da civilização

suméria, contém inscrições de como se produzia cerveja. Esses povos dominavam

os processos produtivos de mais de vinte diferentes tipos de cervejas.

Ao passo da evolução, logo chegou no Egito. Em 1990, em escavações

feitas no Templo do Sol, da rainha Nefertiti, descobriu-se uma enorme cozinha onde

se produzia a cerveja à base de cevada, que hoje é o principal malte utilizado na

fabricação de cervejas ao redor do mundo.

Na China, com um processo mais avançado de fabricação que os dos

egípcios, eram produzidas cervejas à base de arroz. Assim seguiu-se em civilizações

já perdidas como as dos Astecas, no México, e até os mesmo os índios que viviam

na mata, que veio se tornar o Brasil, tinham suas bebidas fermentadas, aqui, à base

de mandioca. A cerveja que hoje consumimos, no entanto, advém do processo

desenvolvido no Egito e chegou à Europa levados pelos conquistadores romanos na

era cristã, que encarregaram-se de espalhar por todo o império. No século I D.C., a

cerveja já era produzidas pelos antepassados dos alemães e franceses, e

rapidamente alcançou outras regiões do continente.

Na Idade Média, a cerveja passou a ser produzida nos mosteiros. Foram os

monges da era medieval os responsáveis pela adição do lúpulo à formula da

cerveja, o que mudou sua forma e seu gosto. Graças a esse feito, que não apenas

33

empresta à cerveja seu amargor, é que foi possível fazer com que a bebida se

deteriore num período muito curto de tempo. Hoje dezenas de variedades dessa

planta estão presentes na grande maioria de cervejas produzidas no mundo.

Tendo em mãos essa técnica, a cerveja se disseminou em larga escala pela

Europa, vindo adquirir com o tempo, as características regionais que deram fama às

cervejas de diversas partes do globo. (AMBEV. 2006a. p. 1 a 3)

De acordo com informações técnicas da AMBEV e Wikipédia (2012:1) o

produto é formado basicamente por:

Via de regra, as cervejas são feitas com água, cevada maltada e lúpulo, fermentados por levedura. A adição de outros condimentos ou fontes de açúcar não é incomum. A cerveja é resultado da fermentação alcoólica preparada de mosto de algum cereal maltado, sendo o melhor e mais popular a cevada. (2006a. p. 1 a 3)

Dentre os maltes, o de cevada é o mais freqüente e largamente usado

devido ao seu alto conteúdo de enzimas, mas outros cereais maltados ou não

maltados são igualmente usados, inclusive: trigo, arroz, milho, aveia e centeio.

A introdução do lúpulo foi relativamente recente na sua composição.

Acredita-se que tenha sido introduzido apenas há umas poucas centenas de anos

atrás. (AMBEV, 2006. p. 2)

Hoje em dia, de acordo com a SINDECERV – Sindicato Nacional da

Industria da Cerveja, há mais de vinte mil tipos de cerveja no mercado, entre alta e

baixa fermentação, em grandes cervejarias e cervejarias artesanais.

As cervejas são divididas em grande duas famílias: Ale – cervejas de alta

fermentação; Lager – baixa fermentação. É desse último que se origina o tipo mais

apreciado no Brasil (AMBEV, 2012. p. 1 e 2). As cervejas do tipo Ale,

ultrafermentadas, são “especialmente populares na Grã-Bretanha e Irlanda, incluindo

34

as mild (meio-amargas), bitter (amargas), pale Ale (ale clara), porter (cerveja escura

muito apreciada por estivadores) e stout (cerveja preta forte)” (WIKIPEDIA, 2012, p.

2). Por possuírem ingredientes mais complexos, também são mais saborosas e por

essa razão podem ser tomadas a temperatura ambiente, algo inaceitável na cultura

brasileira. O tipo Lager é que se tem mais conhecimento no Brasil, esse tipo de

fermentação, proporciona a fabricação de cervejas mais leves comparadas a Ale e

“embora existam muitos estilos de lagers, a maioria delas é clara na cor, com alto

teor de gás carbônico, de sabor moderadamente amargo e conteúdo alcoólico entre

3-6% por amostra”.(WIKIPEDIA, 2012, p.3). Os estilos de lager incluem: Bock,

Doppelbock, Eisbock, Munchner Helles, Munchner Dunkel, Maibock, Dry Beer,

Export, Märzen (feita somente para a Oktoberfest bávara), Pilsener e Schwarzbier

(cerveja preta).

Cabe ressaltar que no mercado brasileiro as cervejas “main stream” como

são chamadas as marcas de grande popularidade e distribuição, são vendidas como

cervejas do tipo Pilsen, pertencentes à família Lager. Porém, de acordo com sua

composição são consideradas do tipo “American Lagers”, cervejas ainda mais

suaves e aguadas. Segundo o SINDCERV (2006, p.3):

A cerveja do tipo Pilsener nasceu em Pils, na Tchecoslováquia, em 1842, e é a mais conhecida e consumida no mundo. De sabor delicado, leve, clara e de baixo teor alcoólico (entre 3% e 5%), é também a preferida dos brasileiros. No Brasil, o consumo da pilsen - a que mais se adequa ao nosso clima - chega a 98% do total ingerido, ficando o restante para as do tipo bock, light, malzbier e stout. (2006, p.3)

Atualmente no Brasil estamos vivendo o “boom” do mercado cervejeiro, no

qual as cervejas especiais são as principais protagonistas. Suas características

diferem das cervejas amplamente consumidas no mercado, tendo como sua

35

principal característica o cuidado na escolha dos ingredientes, que são altamente

selecionados, e o respeito ao tempo de maturação, além de não aceitarem outros

aditivos químicos que não façam parte do que rege a Lei da Pureza Alemã, decreto

que regula a qualidade das cervejas feitas naquela região, e que foi adotada pelos

principais cervejarias ao redor do mundo.

2.2.2 Perfil do Setor da Cerveja

Não há dúvidas que o Brasil é um dos maiores mercados em consumo de

cervejas. De acordo com a SINDCERV (2004. p.1), “o Brasil com 10,4 bilhões, só

perde, em volume, para a China (35 bilhões de litros/ano), Estados Unidos (23,6

bilhões de litros/ano), Alemanha (10,7 bilhões de litros/ano)". Em 2011, a produção

total de cervejas no Brasil chegou a 13,3 bilhões de litros de acordo com o Sicobe -

Sistema de Controle de Produção de Bebidas, sistema de medição da Receita

Federal.

O setor emprega mais de 150 mil pessoas, entre postos diretos e indiretos.

Nos últimos cinco anos, as indústrias cervejeiras investiram mais de R$ 3 bilhões,

com novas plantas industriais em operação, além da contínua ampliações e

modernizações tecnológicas nas fabricas. Segundo o SINDCERV (2012. p. 1) “a

industria atua com políticas próprias de avaliação do mercado global, do market

share de suas marcas e do desempenho de suas concorrentes razão pela qual não

existem estatísticas ou dados oficiais sobre a produção e o consumo total de cerveja

no Brasil”. A sazonalidade deve ser também levada em conta, com picos acentuados

de consumo nos meses de dezembro e janeiro e quedas nos meses de junho e

julho. “Esse desequilíbrio pode provocar distorções no volume estimado com base

na arrecadação mensal do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente

36

na cerveja”.(SINDCERV, 2012)

Observando a participação no mercado de varias marcas, podemos

verificar que a concorrência no mercado brasileiro vem se acirrando cada vez mais.

Segundo a SINDCERV, a participação de cervejarias pequenas, mas de produção

industrial, vêm aumentado no mercado, e ocupa 10% da fatia das cervejas

populares.

Acompanhando o fluxo de crescimento econômico, com o aumento da renda

e a mudanças no hábito de consumo, o país começa a se abrir para um novo

mercado: o de cervejas Premium e especiais. Dados da Associação Brasileira de

Bebidas (Abrabe) mostram que do total de 13, 3 bilhões, apenas 0,15% são produtos

feitos por microcervejarias. A expectativa da associação, porém, é que em dez anos

a participação suba para 2%, um aumento de 13 vezes mais. Enquanto o setor da

cerveja popular varia o crescimento entre 7% e 8% ao ano, as pequenas cervejarias

apontam crescimento anual de 15%. O Brasil possui, atualmente, cerca de 200

microcervejarias, a maioria localizada nas regiões Sul e Sudeste. Cidades como

Ribeirão Preto e Piracicaba, no Estado de São Paulo, e Curitiba, no Paraná, vêm se

tornando polos de produção das cervejas artesanais (Abrabe. 2012).

2.2.3 Varejo da Cerveja

Incentivadas por fatores econômicos, demográficos e culturais, as

cervejarias artesanais crescem o dobro do segmento das populares, dominado por

marcas como Brahma, Skol, Antarctica, Itaipava e Nova Schin. O novo

comportamento do mercado reflete o amadurecimento para os produtos gourmet,

além de abrir a perspectiva de um consumo mais consciente no longo prazo.

Em entrevista a sessão de economia do portal UOL, Jorge Glitzer, Diretor

37

Executivo da Associação Gaúcha de Microcervejarias diz que “uma das

características da cerveja artesanal é que ela contém mais cevada do que as

cervejas industriais. O malte, ou cevada, é um insumo caro, por isso as indústrias

economizam o quanto podem". De fato: o preço da cerveja artesanal é pelo menos o

dobro da convencional. Mas o valor não encarece apenas por causa da maior

utilização de cevada: a logística e a estrutura menor também contribuem para a

elevação dos preços. Outro fator para tal diferença é o sistema tributário brasileiro,

cerca de dois terços da produção vão para os impostos. Então, se o empreendedor

produz 10 mil litros de cerveja por mês, 6 mil são só para pagar a tributação

financeira, sendo que as microcervejarias tem o mesmo tratamento tributário das

grande produtoras como Ambev.

Figura 1: Representação dos fatores que influem no valor final da cerveja.

Recentemente começamos a enxergar movimentos fortes de introdução e

educação sobre estilos de cervejas, com matéria-prima de qualidade e processos

rigorosamente seguidos, que nos colocam mais próximos dos países de primeiro

mundo nesse quesito, como o movimento da Acerva Gaúcha, encabeçada pela

cervejaria Coruja “Beba com sabedoria”, uma das precursoras da cerveja artesanal

no Rio Grande do Sul e seguida pelas demais microcervejarias.

38

Hoje, cada vez mais conseguimos encontrar boas cervejas em bares e

restaurantes, e também nas grandes cidades do interior. Esse fenômeno pode ser

observado principalmente em restaurantes, não com o mesmo peso de nobreza do

vinho, mas também com o poder de harmonizar com pratos, de ser uma experiência

gastronômica, e não apenas com intuito de matar a sede. As cervejas especiais,

artesanais e importadas já começam a sair do consumo apenas de nichos

específicos e começa a se tornar mais popular e acessível ao grande público. São

as pessoas buscando diversidade de estilos, cervejas mais qualificadas em termos

de ingredientes e produção.

Hoje diversas pesquisas apontam o avanço do mercado de cervejas no país.

De acordo com dados do Sicobe da Receita Federal, só no ano passado, o Brasil

fabricou mais de 13,3 bilhões de litros. É o terceiro maior produtor do mundo, atrás

apenas da China e dos Estados Unidos. Em 2010 foram 12,8 bilhões, um

crescimento de 3,37%. (EXAME, 2012).

Comparado a mercados maduros como o dos Estados Unidos, onde as

cervejas importadas são 12% do volume vendido no país, o potencial de crescimento

do segmento no Brasil é grande. O setor de cervejas especiais (importadas e

artesanais) representa atualmente cerca de 6% do total de vendas no país. Há dez

anos, correspondia a apenas 2%. A expectativa é que nos próximos cinco anos esse

percentual chegue a 9%. (BREJEIROS, 2012) .

2.2.4 A Marca e seu Valor

Não há como negar o poder de persuasão e valor que uma marca bem

construída agrega ao produto. Hoje em dia é comum ouvir pessoas chamando o

produto em si pelo nome da marca: A copiadora se tornou Xerox, a lâmina de

39

barbear passou a se chamar Gillete, e a esponja de aço, Bombril.

Segundo Philip Kotler, marca é: “Nome, termo, signo ou símbolo, ou uma

combinação destes que tem a função de identificar os bens ou serviços de um

vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los dos concorrentes”.

Porém, chegar a um padrão de reconhecimento nesse nível não é assim tão

fácil, e podemos dizer que tais marcas já são exceção no mercado. O sucesso de

uma marca depende de inúmeros fatores e que precisam ser monitorados

constantemente, caso contrário se torna uma força oposta e leva facilmente qualquer

organização a anos de má reputação e conseqüentemente sua extinção.

Segundo Martins (2006) “O impacto da marca tem um efeito ao mesmo

tempo catalítico e potencializador dos esforços estratégicos, de marketing e de

comunicação da empresa”. O autor ainda comenta que esforços aplicados em

marcas fortes, geram resultados geometricamente maiores àqueles investidos em

marcas fracas ou produtos desconhecidos.

Para uma empresa se diferenciar no mercado, deve desenvolver estratégias

para criar ou fortalecer a imagem da marca, incorporando além das qualidades

técnicas, os valores desejados pelos consumidores, ou seja, um conjunto de

atributos tangíveis e intangíveis que relacionem o produto ao usuário.

Segundo Aaker (1998): “Os aspectos intangíveis personificam valores que

justificam os efeitos das marcas aos olhos dos consumidores. Neste sentido, as

empresas necessitam identificar quais são estes valores e usá-los

estrategicamente”. Ou seja, de nada adianta um logotipo bem desenhado, um design

moderno e uma embalagem chamativa se o serviço prometido não é entregue com a

qualidade prometida e os valores comercializados em nada condizem com o que a

empresa pratica.

40

3 PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A BEER BOSS

As estratégias comunicacionais do quiosque Beer Boss incluem a

análise da imagem institucional perante aos clientes e a população à proposta de

implementação de um plano, conforme recomendam Bueno (2009), Kunsch (2009),

Torquato (2011) e Nassar (2004), principalmente.

O plano de comunicação para o quiosque Beer Boss visa praticamente,

construir uma estrutura básica de comunicação, que embora simples na teoria,

apresenta dificuldade na sua real implementação. A falta de um plano de

comunicação pode acontecer por duas razões: por desconhecimento da importância

da comunicação no meio empresarial, o que deixa a organização à deriva

comunicacional e também por simples influência das rotinas diárias que atuam, com

maior força na empresa, fazendo que ela aja apenas sob demanda.

3.1 BEER BOSS

A Beer Boss é um quiosque de cervejas especiais localizado no Shopping

Iguatemi de Florianópolis. Comercializa cervejas importadas e artesanais de difícil

acesso no mercado brasileiro, bem como venda acessórios para a correta

degustação da bebida, como taças e copos para cada tipo de cerveja. O principal

foco (de venda) do quiosque é oferecer opções de presentes. Para esse fim, possui

embalagens personalizadas e acessórias, que formam um mix de produtos.

O quiosque possui mais de 100 rótulos diferentes, provenientes de toda

parte do mundo, com os mais diferentes tipos de cervejas. Por seu um negócio

relativamente novo, a criação de uma carta de clientes ainda está em formulação,

embora tenha, em pouco tempo, atingido um número significativo de clientes fixos. A

41

aproximação com o público-alvo é feita por meio de eventos de degustações no

próprio quiosque, fazendo-o conhecer o universo das cervejas especiais pela

experiência da degustação.

Também há divulgação das ações do quiosque pelas redes sociais, mais

especificamente o facebook e o twitter.

3.1.1 Histórico

A escolha do ponto se dividiu entre o Shopping Iguatemi e o Beiramar

Shopping, os principais shoppings de Florianópolis, ao lado do Floripa Shopping. Os

dois têm perfis e públicos-alvos parecidos. O Beira Mar Shopping conta com a rede

de supermercados Imperatriz Premium, que inclui em seu mix de produtos cervejas

especiais. Embora a variedade fosse mínima, os sócios resolveram não se arriscar a

competir num mesmo espaço. O Shopping Iguatemi, além de um valor já agregado,

e por ser umas das maiores redes de shoppings do Brasil, ofereceu uma parceria

mais vantajosa, logisticamente oferecendo um ponto físico em destaque em seu

espaço.

Por ser uma empresa pequena, com equipe enxuta e poucos recursos para

investir em comunicação, a divulgação e a promoção da Beer Boss é executada

pelos sócios, focada principalmente nas redes sociais, tendo como principal

ferramenta o Facebook.

No momento, a comunicação da empresa não é estruturada, sendo realizada

conforme a demanda. Também não há, por enquanto, ações de planejamento de

comunicação.

Atualmente, a empresa conta com os seguintes canais de comunicação:

42

• Página no Facebook - www.facebook.com/cervejasnobres

Figura 2 - Fanpage Beer Boss Facebook | Novembro de 2012.

A página no Facebook foi criada em dezembro de 2011 e é a principal

ferramenta de comunicação utilizada pela empresa. Atualmente, 5.041 pessoas já

curtiram a página. Além de informações institucionais sobre a empresa, a página é

usada para divulgação dos produtos, lançamentos e promoções. Também é o canal

para divulgar a realização de eventos da empresa, como as degustações.

Por meio da página no Facebook, a Beer Boss já criou, em menos de um

ano de existência da empresa, uma rede de relacionamento com apreciadores e

apaixonados por cervejas nobres. O próprio endereço da página reforça essa

característica ao utilizar “cervejas nobres” e não o nome da empresa. Dessa forma, o

endereço contribui para atrair acessos de pessoas que não necessariamente

conhecem a empresa, caracterizando um ambiente de troca de informações e

43

experiências entre os apaixonados pela bebida.

Além da divulgação de lançamentos e da publicação de informações e

curiosidades sobre o mundo das cervejas, a página do Facebook também é o meio

utilizado para a realização de promoções. Uma seção específica da página é

destinada para as promoções que premiam, muitas vezes, os visitantes da página do

Facebook.

A página do Facebook é, no momento, a ferramenta de identificação do

público que aprecia e consome na Beer Boss, por meio das estatísticas de acessos.

Figura 3 - Fanpage Beer Boss Facebook | Julho de 2012.

• Twitter

O perfil no twitter é utilizado principalmente para a publicação de posts que

direcionam para a página no Facebook. A atualização é atrelada a do Facebook,

44

com uma frequência média de um post diário. No momento, é um canal subutilizado

pela empresa. Desde a criação do perfil, foram registrados apenas oito seguidores

do perfil, que segue outros 12 usuários. Ao contrário da página do Facebook, não há

interação por meio do perfil do twitter.

Figura 4: twitter Beer Boss - 2012

• E-mail Marketing

Em média duas vezes por mês, a Beer Boss encaminha um e-mail marketing

para clientes cadastrados na empresa com novidades e chegadas de produtos. Os

e-mails são cadastrados no momento da compra no quiosque. Por meio do e-mail

marketing a empresa entrega diretamente a seus clientes e consumidores eventuais

informações que despertam o interesse nos produtos e serviços da Beer Boss. A

ferramenta é utilizada principalmente da divulgação de promoções em datas

especiais.

45

Figura 5: E-mail Marketing Beer Boss – 2012

• Ação de relacionamento: degustações

As degustações são promovidas pela Beer Boss em média uma vez por

mês. Os eventos são realizados principalmente para o lançamento de novas marcas

e comemoração de datas relacionadas ao universo da cerveja, como o Saint

Patrick's Day. As degustações são divulgadas pelas demais ferramentas de

comunicação da empresa. Um dos diferenciais dessa ação é que atinge não apenas

os clientes, os consumidores cadastrados e os usuários do Facebook, mas também

os frequentadores do shopping que participam da degustação por curiosidade.

Figura 6: Convite degustação - 2012

46

3.1.2 Perfil

• Produto | Serviço

A Beer Boss comercializa cervejas importadas e artesanais de difícil acesso

no mercado brasileiro. O quiosque possui mais de 100 rótulos diferentes,

provenientes de toda parte do mundo, com os mais diferentes tipos de cervejas.

Também vende acessórios para a correta degustação da bebida, como taças e

copos para cada tipo de cerveja. O principal foco do quiosque é oferecer opções de

presentes. Para este fim, possui embalagens personalizadas e acessórios que

formam um mix de produtos – como copos, porta-copos, baralhos, entre outros.

• Funções

Comercializar cervejas especiais e acessórios relacionados, atuar para

criar a cultura de consumo de cervejas, aproximar pessoas com os mesmos hábitos

de consumo e oferecer produtos exclusivos.

• Missão

Desenvolver o hábito de consumo de cervejas nobres oferecendo opções

diversificadas com informação especializada.

• Públicos de Interesse

- Consumidor direto: clientes que compram o produto para degustação própria;

47

- Consumidor indireto: clientes que compram o produto para presentear outras

pessoas;

- Imprensa especializada;

- Formadores de opinião.

Como a empresa é nova, até este momento não tinha sido feita uma

pesquisa para identificar o perfil do cliente, ação que foi prevista neste trabalho para

identificar o público-alvo. Antes da pesquisa, a vivência dos sócios nesses meses de

funcionamento identificou dois tipos de clientes:

- Consumidor direto: clientes que compram o produto para degustação própria;

- Consumidor indireto: clientes que compram o produto para presentear outras

pessoas.

Na página do Facebook da empresa é possível obter um perfil dos clientes

que acompanham essa rede:

Figura 7 - Fanpage Beer Boss Facebook | Julho de 2012.

48

De acordo com o gráfico, pode-se verificar que o público é, em sua maioria,

do sexo masculino, representando 68% do total. Também se constata que a maior

fatia de público corresponde à faixa etária de 18 a 44 anos. No entanto, deve-se

levar em consideração que, pelo fato de esta ser uma pesquisa feita por uma rede

social, é possível que o grupo pertencente à faixa etária de 35 a 54 anos seja maior,

devido a pouca adesão deste grupo às redes sociais. O público da empresa é

pertencente às classes AB, e em sua grande maioria com nível superior.

3.2 PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo visa conhecer melhor o público da Beer Boss, um dos

objetivos proposto nesse trabalho. Até o momento o público-alvo era empiricamente

calculado com base no atendimento no balcão e usando também os dados

fornecidos nas redes sociais, mais especificamente o facebook. No entanto muito

dos seguidores da página da Beer Boss no facebook são pessoas que nunca

conheceram a loja fisicamente, nunca provaram do seu atendimento, e a seguem

apenas por identificação com o assunto. Para melhor desenvolver estratégias fica a

necessidade de conhecer cientificamente seu público-alvo. Para chegar nesse

resultado e também para desenvolver o plano de comunicação levou-se em conta

duas pesquisas: quantitativa, conclusiva e descritiva, envolvendo o mailing de

clientes da loja que conta com 1000 assinaturas, e a fanpage do facebook que

possui hoje 4.900 usuários e obteve a resposta de 304 pessoas. Já a pesquisa

qualitativa conta com entrevista em profundidade, de quatro clientes: dois clientes

com maiores conhecimentos sobre cervejas artesanais e importadas e dois que

pouco conhecem sobre o assunto.

49

3.2.1 Pesquisa Qualitativa

Abaixo segue uma breve transcrição da entrevista para a pesquisa em

profundidade, cujo roteiro de perguntas estará anexado no apêndice.

Quem entende mais a respeito do assunto, sabe a diferença entre as

cervejas tradicionais em relação às artesanais e importadas. Esse é o caso do

entrevistado 1, empresário, 45 anos, cervejeiro artesanal. Compra as cervejas

nobres com a intenção de comparar com aquelas que ele mesmo produz. Quando

indagado sobre os motivos que o levaram a consumir esse produto diferenciado, ele

afirmou que o gosto é superior, pois se tratar de uma cerveja mais complexa e de

puro malte.

Entrevistado 1 prefere comprar as cervejas via internet, e disse que ele

gasta mais de R$ 250,00 por mês. O empresário afirmou: “Em minhas compras,

feitas pela internet, adquiro 100 rótulos por vez, pois o frete fica mais em conta. Não

tenho época específica para beber cerveja, consumo uma por dia e tenho um

estoque em casa”, comentou. Segundo o cervejeiro, que conheceu a Beer Boss ao

passear pelo Shopping Iguatemi, o diferencial do quiosque está na variedade e no

conhecimento dos atendentes. Por gostar e querer conhecer mais sobre as cervejas,

o entrevistado 1 está fazendo um curso de sommelier.

Algumas pessoas procuram as cervejas importadas e artesanais em datas

mais importantes ou festivas, como a Entrevistada 2 estudante de agronomia, 25

anos. Ela geralmente consome o produto em restaurantes e bares. Um fator que

leva em consideração ao comprar a cerveja é o preço, a última que adquiriu custou

R$ 26,00. Susana disse: “Realmente ingiro cervejas artesanais e importadas em

50

momentos mais especiais, compro no máximo uma vez por mês”, informou a

estudante, que também conheceu a Beer Boss por meio das voltas que faz no

shopping. Ela comentou que o diferencial do quiosque é a possibilidade de conhecer

melhor o produto antes de leva para casa.

Já o Entrevistado 3, bioquímico, 33 anos, veio até a Beer Boss atraído pelas

taças que são vendidas no quiosque. Ele degusta de uma a três cervejas artesanais

e importadas por mês, mas prefere comprar no supermercado, pois acredita ser

mais prático. Gasta de R$30,00 a R$50,00 por cerveja e prefere as produzidas nos

países que já conheceu. O bioquímico acrescentou: “Como já viajei bastante,

compro as cervejas que consumi nos outros países, para relembrar os sabores”

comentou. O entrevistado 3, assim como os outros, também conheceu a Beer Boss

durante a visitação ao Iguatemi.

Dar um presente também é um dos motivos que levam os clientes ao

quiosque da Beer Boss. O entrevistado 4, Professor da Udesc, 48 anos, foi

exclusivamente ao estabelecimento comprar uma lembrança para um amigo, mas se

encantou com uma das cervejas do quiosque. Ele também é consumidor das

cervejas especiais, e argumentou: “Quando eu comecei a me encantar pelas

cervejas artesanais e importadas, Skol, Brama e Antártica perderam o sabor para

mim”, afirmou o professor. Ele também prefere comprar as cervejas nobres no

mercado. Porém, ressaltou uma questão importante: “Cada vez mais levo em conta

o nível de informação de quem está vendendo o produto. Isso eu já não encontro em

supermercado, só em locais especializados”, completou.

O professor acredita que no inverno as cervejas importadas e artesanais

tenham um apelo maior. Quando questionado se procurava conhecer mais o produto

antes de consumir, ele revelou que leva em consideração a embalagem e a

51

indicação de amigos, não procura conhecer a composição. Contudo, está disposto a

pagar mais por um produto de qualidade superior.

3.2.2 Pesquisa Quantitativa

A pesquisa quantitativa, além de oferecer com mais exatidão o perfil do

publico, também mostra os hábitos de consumo do cliente e o que buscam quando

procuram por cervejas importadas. Abaixo o perfil e seus hábitos de consumo de

acordo com a pesquisa:

Figura 8 - Sexo:

Masculino:66% Feminino:34%

Figura 9 - Idade:

18 a 24: 32% 25 a 34: 49% 35 a 44: 14% Mais de 44: 5%

52

Figura 10 - Onde reside:

Florianópolis: 68% Grande Florianópolis: 11% Outra Cidade: 14%

Outro estado: 7%

Figura 11 - Grau de instrução:

Ensino fundamental: 0% Ensino médio: 18% Graduação superior: 57% Pós-graduação: 24%

Figura 12 - Atuação profissional:

Estudante: 22% Servidor Público: 14% Func. Empresa privada: 36% Empresário: 8%

Autônomo: 13% Outros: 8%

53

Figura 13 - Faixa de renda mensal individual:

Até 1 mil reais: 20% 1 a 3 mil: 45% 3 a 6 mil: 24% Acima de 6 mil reais: 10%

Cerveja

Cerveja especial: artesanal, importada:

Figura 14 - Por que compra (ou compraria) cerveja especial (artesanal,

importada)?

Curiosidade: 40% Presente: 45% Consumo próprio: 83% Restrição Alimentar:1% outros: 5%

Figura 15 - Indique por ordem de prioridade onde costuma comprar (ou

compraria) cerveja especial:

Quiosque especializado:

1 – Pouca: 23% 2 – Indiferente: 26% 3 – Muita: 50%

54

Figura 16 - Supermercado:

1 – Pouca: 14% 2 – Indiferente: 31% 3 – Muita: 55%

Figura 17 - Bar, restaurante:

1 – Pouca: 33% 2 – Indiferente: 35% 3 – Muita: 32%

Figura 18 – Adega

1 – Pouca: 57% 2 – Indiferente: 27% 3 – Muita: 16%

Figura 19 - Loja virtual

1 – Pouca: 63% 2 – Indiferente: 18% 3 – Muita: 18%

55

Figura 20 - Onde já comprou cerveja especial?

Beer Boss: 67% Beer Code: 20% Acad. Cerveja: 43% Supermercado: 82% Nunca Comprei: 6%

Outros: 15%

Figura 21 - Grau de importância na escolha do local para comprar cerveja

especial:

Preço

1 – Pouca: 7% 2 – Indiferente: 26% 3 – Muita: 67%

Figura 22 - Atendimento especializado

1 – Pouca: 13% 2 – Indiferente: 30% 3 – Muita: 57%

56

Figura 23 - Variedade de marcas

1 – Pouca: 5% 2 – Indiferente: 13% 3 – Muita: 82%

Figura 24 - Localização

1 – Pouca: 18% 2 – Indiferente: 40% 3 – Muita: 42%

Figura 25 - Embalagem, acessórios:

1 – Pouca: 35% 2 – Indiferente: 37% 3 – Muita: 28%

Figura 26 - Consumo no local

1 – Pouca: 35% 2 – Indiferente: 44% 3 – Muita: 21%

57

Figura 27 - Freqüência de compra mensal:

Nunca ou raramente: 13% 1 a 3 vezes por mim: 69% 4 ou mais vezes: 16% Outros: 2%

Figura 28 - Quanto gasta (ou gastaria) em cada compra de cerveja especial?

Até 50 reais: 59% 51 a 100 reais: 33% 101 a 200 reais: 6% acima de 200 reais: 1% outros: 1%

Figura 29 - Em que época você consome mais cerveja?

Datas Festivas: 22% Férias: 16% Verão: 22% Indiferente: 71% outros: 3%

58

Figura 30 - Onde costuma se informar sobre cerveja?

Propaganda: 27% Reportagens: 49% Amigos, Familiares: 64% Redes sociais: 45% outros: 17%

Figura 31 - Como você soube do quiosque Beer Boss?

Amigos, Familiares: 34% Redes Sociais: 26% Propaganda: 7% Visita ao Shopping: 67% Não

Conheço: 3% Other: 2%

Figura 32 - Como avalia o quiosque Beer Boos?

Preço

1 – Ruim / Regular: 14% 2 – bom: 73% 3 – Ótimo: 13%

59

Figura 33 - Atendimento

1 – Ruim / Regular: 3% 2 – bom: 35% 3 – Ótimo: 62%

Figura 34 - Variedade de marcas

1 – Ruim / Regular: 3% 2 – bom: 39% 3 – Ótimo: 58%

Figura 35 - Localização

1 – Ruim / Regular: 5% 2 – bom: 35% 3 – Ótimo: 60%

Figura 36 - Embalagem, acessórios

1 – Ruim / Regular: 4% 2 – bom: 48% 3 – Ótimo: 47%

60

Figura 37 - Instalação

1 – Ruim / Regular: 6% 2 – bom: 55% 3 – Ótimo: 39%

Figura 38 - Diferenciais da Beer Boss em comparação aos concorrentes?

Preço: 19% Atendimento: 62% Variedade de Marcas: 59% Localização: 54% Instalação: 15%

Embalagens, acessórios: 22% outros: 4%

Figura 39 - Tem interesse em participar de um clube de degustação?

Sim: 82% Não: 18%

61

Figura 40 - Como gostaria de saber das novidades da Beer Boss?

E-mail: 67% SMS Celular: 11% Redes sociais: 57% Telefone: 2% Não tenho Interesse: 5%

Outros: 1%

Observa-se pelos dados coletados, que a pesquisa se torna fundamental para

o detalhamento do público e, torna -se a base científica para criação de estratégias

de mercado, produção de um plano de comunicação e relacionamento com o

público.

3.3 PLANO DE COMINCAÇÃO

Visualizar e trabalhar todos os seus canais de comunicação de forma

integrada é uma das atuais lacunas de comunicação da Beer Boss. Como empresa

nascente e que depende diretamente das ações de divulgação e relacionamento

com o consumidor, a elaboração de um plano de comunicação é fundamental para o

desenvolvimento da empresa. É essencial para a empresa mapear seus canais,

projetar novas ações, definir estratégias e programar a aplicação de recursos na

área de comunicação, definindo objetivos, metas e formas de avaliação e ajustes.

A atual estrutura da empresa não prevê um setor ou pessoa responsável

62

pela área de comunicação e marketing. As ações são concebidas, viabilizadas e

executadas pelos próprios sócios da Beer Boss. Dessa forma, grande parte das

ações de comunicação da empresa são realizadas em decorrência de necessidades,

demandas ou oportunidades pontuais. A estruturação ou formalização da

comunicação na empresa é importante para criar e manter as ações de divulgação e

relacionamento, ampliando os resultados da empresa.

3.3.1 Objetivos

A criação de um valor de marca e a criação de cultura para o consumo de

cervejas especiais são os principais objetivos de comunicação da empresa. Assim

como o mercado de cervejas especiais vem se expandindo, os negócios decorrentes

de seu produto seguem o mesmo crescimento. A questão “preço” nesse mercado

não é mais o diferencial para nenhuma empresa, já que todos se utilizam de canais

parecidos de fornecedores e parceiros, não havendo grandes diferenças entre os

valores cobrados.

O relacionamento com o cliente e o valor agregado da marca seriam então

as ferramentas mais poderosas para atrair e reter o público desejado.

A comunicação da Beer Boss tem quatro objetivos principais, descritos a

seguir:

• Criar cultura de consumo:

A cerveja é comercializada em grande escala no Brasil. Porém, o monopólio

de grandes indústrias diminui a variedade encontrada no mercado. Além disso, a

exposição frequente na mídia dos mesmos tipos e marcas acaba descaracterizando

o real hábito de consumo do produto.

63

Hoje diversas pesquisas apontam o avanço do mercado de cervejas no país.

De acordo com dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da

Receita Federal, só no ano passado, o Brasil fabricou mais de 13,3 bilhões de litros.

É o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Em 2010 foram 12,8 bilhões, um crescimento de 3,37%. Comparado a mercados

maduros como o dos Estados Unidos, onde as cervejas importadas são 12% do

volume vendido no país, o potencial de crescimento do segmento no Brasil é grande.

O setor de cervejas especiais (importadas e artesanais) representa atualmente cerca

de 6% do total de vendas no país. Há dez anos, correspondia a apenas 2%. A

expectativa é que nos próximos cinco anos esse percentual chegue a 9%.

Essa mudança de hábitos de consumo do brasileiro é motivada,

principalmente, pelo cenário econômico favorável. Segundo especialistas, a

estabilidade econômica, a valorização do real, a queda do dólar e a melhora na

renda familiar têm aproximado o consumidor nacional das cervejas importadas e

aquecido o mercado. A tendência do setor é oferecer produtos diferenciados,

atendendo a uma demanda do próprio consumidor.

Assim, a cerveja ganha status, como aconteceu com o vinho há dez anos.

Neste contexto, surgem diversos negócios voltados exclusivamente ao filão de

cervejas especiais. Empreendedores investem em espaços especializados no

comércio dessas bebidas, como bares e restaurantes, microcervejarias, lojas

virtuais, franquias de quiosques montados em shopping centers. Até mesmo os

supermercados têm hoje em suas gôndolas rótulos de cervejas importadas e

artesanais.

Dentro desse contexto, a Beer Boss tem o desafio de estimular o consumo

de cervejas nobres, ampliando o espectro de consumidores dos produtos da

empresa. O mercado em crescimento é um fator de impulso para as atividades da

64

empresa, no entanto, ainda há necessidade de disseminação das cervejas nobres

para formação de um público consumidor. A necessidade da empresa, portanto, é

superar as restrições impostas ao consumo - como preço - para manter e consolidar

uma rede de apaixonados por cervejas nobres.

• Tornar a marca conhecida:

Assim como no restante do Brasil, em Santa Catarina, e em Florianópolis,

também se verifica um forte crescimento da oferta e da procura, por cervejas

importadas e artesanais. Nos últimos anos, surgiram novos estabelecimentos

voltados para esse nicho de mercado e pontos de vendas voltados a esses produtos

específicos foram criados em supermercados e outros comércios tradicionais.

Verifica-se, portanto, a necessidade de tornar conhecida a marca Beer Boss,

destacando a diferenciação em relação à concorrência e a inovação nos produtos e

serviços.

Santa Catarina é, tradicionalmente, um reduto de cervejas diferenciadas,

tendo forte presença de pequenos produtores artesanais que preservam, por meio

da bebida, a cultura dos imigrantes, especialmente os alemães. Dessa forma, o

estado é reconhecido e identificado com a cerveja, sendo sede, em Blumenau, da

maior Oktoberfest do mundo, perdendo somente para a original de

Munique/Alemanha. Essa grande festa da cerveja, um dos grandes símbolos de

Santa Catarina, recebeu, em 2011, 626.547 visitantes.

Além da Oktoberfest, Santa Catarina também possui diversos bailes do

chope – as Kerbfests – espalhados por todo o estado. Santa Catarina também conta

com um Roteiro das Cervejarias Artesanais, que reúne 12 estabelecimentos

reconhecidos pela produção artesanal da bebida, a maioria localizados na região do

65

Vale do Itajaí. Essas cervejarias se preocupam em respeitar a Lei de Pureza Alemã

de 1516, a Reinheitsgebot, reforçando o diferencial do roteiro para os apreciadores

da bebida. Muitas vezes a bebida também é harmonizada com pratos típicos da

culinária alemã.

Esse cenário reforça o perfil de Santa Catarina como polo de produção,

degustação e de eventos relacionados à cerveja. O Estado é, portanto, um celeiro de

apreciadores e conhecedores da bebida, assim como um local de atração de turistas

e visitantes interessados em conhecer e apreciar cervejas diferenciadas. Essa

característica de Santa Catarina faz com que os consumidores de cerveja tenham

um perfil diferenciado, sejam abertos a novas marcas, processos e sabores e que

valorizem a experiência ao apreciar uma bebida nobre.

Nesse cenário, a marca Beer Boss precisa se tornar conhecida e se

relacionar com uma oferta diferenciada de produtos e serviços. O desafio é destacar

a marca entre os demais players do mercado, esclarecendo sobre a atuação da

empresa, seus produtos, serviços e conhecimento. Diante do forte mercado de

cervejas especiais em Santa Catarina, a marca Beer Boss precisa ser conhecida e

associada à atuação diferenciada que a empresa mantém.

• Diferenciar-se da concorrência

Atualmente, em Florianópolis, é possível mapear os seguintes

estabelecimentos que oferecem cervejas importadas e artesanais, configurando-se

como concorrentes da Beer Boss:

- Redes de supermercados

Os grandes supermercados de Florianópolis estão ampliando a oferta de

66

produtos importados, entre eles as cervejas. A facilidade de importação desses

produtos e o crescimento da demanda do público consumidor fizeram com que as

cervejas nobres passassem a aparecer nas gôndolas dos supermercados. Mais do

que isso, as cervejas nobres ganharam espaços especiais nos supermercados,

dividindo espaço nas adegas dos estabelecimentos com os vinhos e espumantes,

alcançando esse público de maneira direta.

Pelo menos três grandes supermercados da região oferecem cervejas

artesanais e importadas aos clientes, agregando serviços e tratamento especial à

venda do produto. Além dos espaços de exposição do produto, alguns

estabelecimentos criaram campanhas específicas para conquistar o público

consumidor desse produto. Um deles criou o “Clube do Cervejeiro”, com a

distribuição de um material explicativo sobre as cervejas disponíveis na loja,

curiosidades, acessórios, dicas de degustação, consumo e harmonização.

- Bar especializado

Em Florianópolis, um dos estabelecimentos pioneiros na oferta de cervejas

artesanais e importadas é a Academia da Cerveja, um bar localizado no bairro

universitário que se diferencia pela oferta de bebidas especiais. No local é possível

encontrar mais de 140 rótulos de cervejas provenientes de várias partes do Mundo,

bem como as artesanais nacionais, além de chope diferenciado. Também são

servidos no local aperitivos e pratos mais elaborados como truta defumada,

medalhão de filé mignon, salmão e frango, e vendidos acessórios e kits para

presente.

Além de ser um espaço para consumo, a Academia da Cerveja também

vende as cervejas disponíveis na carta do estabelecimento. A academia também

oferece harmonizações, degustações e palestras sobre o tema. O local já recebeu

67

os prêmios, pela Revista Veja Comer & Beber, de “Melhor Chope” e “Melhor Carta de

Cerveja” de Santa Catarina.

- Bares e restaurantes

Diversos restaurantes de Florianópolis e região estão oferecendo cervejas

especiais em seus cardápios. Alguns oferecem até mesmo cartas de cervejas. A

oferta atende ao crescimento da demanda do público. A variedade de

estabelecimentos que estão oferecendo cervejas artesanais e importantes abrange

desde bares até pizzarias e restaurantes sofisticados. Verifica-se que o consumo de

cervejas nobres nesses ambientes é secundário, ou seja, as bebidas especiais não

são o principal atrativo de clientes desses estabelecimentos.

- Quiosque especializado

Além da Beer Boss, existe em Florianópolis apenas um quiosque

especializado em cervejas nobres, localizado em shopping center. O Beer Code está

instalado no Beiramar Shopping e é uma franquia do Rio Grande do Sul, criada em

2010. De acordo com o site do quiosque, são oferecidos mais de 200 rótulos de

cervejas importadas, nacionais e artesanais. O estabelecimento também oferece

souvenirs personalizados como copos, coolers e outros utensílios do universo

cervejeiro, além de kits e cestas personalizadas para presente. O Beer Code

também realiza eventos de harmonização.

Diante desse cenário e da tendência de um crescimento ainda maior desse

segmento, a Beer Boss precisa identificar e trabalhar, por meio da sua comunicação,

seus nichos de atuação, com o objetivo de reforçar o seu posicionamento

diferenciado e se antecipar em relação a tendências e demandas do público alvo.

68

• Melhorar relacionamento com os públicos de interesse

Desenvolver relacionamentos com clientes nunca foi tão importante. Num

primeiro momento, vender um produto e oferecer um serviço de excelência pode

conquistar o cliente. No entanto, o que determinará a fidelidade do cliente em

relação à empresa é o relacionamento. Atualmente, os clientes veem a qualidade e a

satisfação como variáveis obrigatórias a serem considerados no processo produtivo

de uma empresa. Assim, cada vez mais o valor de uma empresa se desloca para o

relacionamento que esta mantém com seus clientes.

Entre as necessidades de comunicação da Beer Boss está a ampliação das

ações de relacionamento com os públicos. Alinhado ao aumento do consumo de

cervejas nobres, à consolidação da marca e ao posicionamento diferenciado em

relação aos concorrentes, a empresa precisa criar canais e ferramentas para atrair e

fidelizar clientes.

3.3.2 Estratégias

Com o objetivo de conhecer melhor o seu público-alvo, a pesquisa de

satisfação com os consumidores do quiosque verificou as expectativas em relação a

novos serviços. Os resultados serão importantes para a identificação do perfil dos

clientes e seus hábitos de consumo. A partir daí a empresa também pretende

adquirir em breve um software para CRM (Custumer Relationship Management), que

tornará possível a implantação de um programa de ações de relacionamento com

e/ou fidelização com os seus públicos.

Com a potencialização do Marketing de Relacionamento, surgiu, no mundo

69

corporativo, o termo CRM, que trata do gerenciamento cuidadoso de informações

detalhadas sobre cada cliente e de todos os pontos de contato com ele, a fim de

maximizar sua fidelidade. O CRM não se trata de uma ferramenta tecnológica, mas

sim de uma ferramenta de gestão que utiliza a tecnologia como aliada para captar

mais informações sobre o cliente e gerenciá-las como forma de melhorar o

atendimento das necessidades e expectativas desse cliente.

Atualmente, a Beer Boss não possui nenhum sistema com essa amplitude,

apenas um software financeiro que não registra dados de clientes. Para permitir que

as ações de relacionamento sejam possíveis, a empresa vai adquirir um software

para identificar, diferenciar, manter e desenvolver seus melhores clientes.

O sistema permitirá não apenas o cadastro dos clientes para composição de

mailing, mas também o registro do histórico de compras de cada pessoa. Dessa

forma, será possível trabalhar de maneira personalizada de acordo com o gosto e

perfil de cada cliente.

Visando agregar valor do produto à marca, sugere-se uma comunicação

padronizada com riqueza de informações sobre o produto e peças criativas que

utilizem o tema Beer Boss, explorem seus atributos e criem vínculo com o

consumidor, dando tratamento adequado ao mundo das cervejas especiais.

Para estruturar os canais de comunicação e de relacionamento com os

públicos a empresa precisa “profissionalizar” a produção de conteúdo para os canais

de comunicação nos quais se relaciona com o seu público. Talvez seja necessária a

contratação de profissionais para atender à demanda. Com o setor estruturado, a

empresa terá condições de desenvolver ações estratégicas.

Uma das primeiras ações deve ser colocar em funcionamento o site da

marca. A proposta é que ele contenha os seguintes campos: institucional, produtos,

e-commerce (assinaturas e venda avulsa), harmonizações (combinações entre

70

pratos e cervejas) e um espaço exclusivo para os membros da Confraria Beer Boss

(clube de cervejeiros). O site também vai direcionar os usuários ao Twitter e ao

Facebook da empresa. Além disso, vai possibilitar o cadastramento de interessados

em receber a newsletter da Beer Boss. O site abrigará ainda um blog, ferramenta

que possibilitará uma interação maior com o público-alvo da empresa. É importante

ressaltar que, pensando na comunicação de forma integrada, o conteúdo produzido

para o blog será adaptado para as outras mídias, além de permitir

compartilhamentos, colaborações e comentários.

A estratégia também aborda outras ações de relacionamento com o público. A

proposta é separá-las em dois tipos de clientes:

• Clientes gerais: todos que compram na Beer Boss

• Clientes especiais: pessoas responsáveis pela maior parte do faturamento

da empresa e formadores de opinião

Sempre de acordo com a missão da empresa, as estratégias propostas

visam qualificar o atendimento aos clientes.

3.3.3 Instrumentos de Comunicação

Os instrumentos e ações de comunicação que serão utilizados levarão em

conta o perfil dos clientes da Beer Boss.

Público Geral:

• Newsletter Beer Boss

71

Semanalmente, a Beer Boss enviará uma newsletter com informações sobre

novos produtos, promoções e eventos. Para não ter apenas um viés comercial, o

informativo on-line também trará sempre informações como a história das cervejas e

dicas de harmonização. A newsletter será encaminhada para os clientes por e-mail e

disponibilizada na página do Facebook e do site (no momento ainda em construção).

• Cartão Beer Boss

A empresa implantará um cartão fidelidade. A cada R$ 1,00 em compras, o

cliente acumula um ponto. Após acumular 200 pontos, o cliente ganhará 15% de

desconto na próxima compra. O cliente deve se cadastrar na loja para fazer uso do

cartão. A ação também auxiliará a identificar os clientes mais assíduos e rentáveis

para a empresa.

• Degustações

A Beer Boss manterá um calendário de degustações quinzenais abertas a

todo o público no próprio quiosque. O critério será estipulado pela empresa, de

acordo com seus interesses. Pode ser tanto um evento temático quanto a

apresentação de uma cerveja nova aos consumidores da Beer Boss. Em cada

evento, a empresa pedirá que os presentes avaliem a bebida que está sendo

degustada. Para incentivar a participação, a Beer Boss sorteará um prêmio para

todos que fizerem a avaliação – a qual também coletará informações sobre os

possíveis novos clientes.

• Assinatura Beer Boss

72

A empresa criará um clube de assinantes de rótulos gourmet pela internet (e-

commerce). Os clientes interessados poderão fechar pacotes de compras por um

tempo determinado e receberão um kit mensal de cervejas agrupadas por categoria

(nacional, internacional, mista). O pacote pode conter ainda um cartão colecionável,

explicando a origem de cada cerveja, grau de amargor, com quais alimentos

harmoniza, em qual copo deve ser servida e outras informações interessantes. A

Beer Boss entregará por Correios os pedidos todo mês.

Clientes especiais:

• Lembranças especiais para clientes diferenciados

Por meio do banco de dados, a Beer Boss identificará os clientes mais

rentáveis para a empresa e oferecerá agrados especiais em datas festivas, como

aniversário, Natal, Dia dos Pais, entre outras. A intenção é mostrar que a empresa

sempre se lembra de quem nunca se esquece dela. Os clientes escolhidos

receberão em sua casa uma cesta com as cervejas que mais preferem, aperitivos

para sua degustação e uma carta de agradecimento.

• Beer Boss na cozinha

A intenção é formar um clube de pessoas que gostam de discutir sobre

cervejas importadas e artesanais. A Confraria terá encontros mensais e a entrada no

clube é feita apenas por convite da Beer Boss. Os sócios pagarão uma mensalidade

para auxiliar na organização dos encontros em que a Beer Boss buscará trazer

73

especialistas (como beer sommelière, por exemplo) para conversar com os “sócios”.

Semestralmente, a Confraria Beer Boss terá um evento aberto para o público em

geral, com a entrada permitida por meio de compra de ingresso. O objetivo é permitir

que mais pessoas conheçam o grupo e tenham vontade de participar – por ser algo

exclusivo.

• Beer Boss na estrada

Anualmente, a empresa promoverá um roteiro de visitas a cervejarias

artesanais catarinenses. Em parcerias com agências de viagens e fabricantes de

cervejas especiais do estado que já são fornecedores da Beer Boss, será agendada

uma visita de experimentação às fábricas com os clientes preferenciais.

Conforme já descrito anteriormente, a empresa contará com diversas mídias:

site, newsletter, blog, Twitter e Facebook. Além disso, manterá anúncios publicitários

em mídias tradicionais. A mensagem fundamental é de que o conteúdo produzido

pela Beer Boss é para os apaixonados por cerveja. O blog da Beer Boss tem como

principais objetivos tornar a empresa uma referência de informação especializada e

fortalecer a interação com o público.

• Blog

Com o blog, a empresa ampliará a sua abrangência de atuação e poderá

atingir um público além dos seguidores do Twitter e dos curtidores do Facebook. O

blog também será um fator de diferenciação da concorrência, o que pode atrair

novos clientes e fidelizar os que já possui.

74

Ele possibilitará o compartilhamento de informações via Facebook, Twitter e

e-mail. Além disso, estará aberto a comentários e sugestões de posts vindas de

usuários como na seção Blogueiro Beer Boss. Também haverá uma seção própria

para especialistas publicarem artigos como avaliação de lançamentos,

recomendação de rótulos, entre outros temas (Sommeliere Beer Boss). Nesse caso,

o texto pode ser mais aprofundado.

Destaca-se ainda que o conteúdo feito para o blog poderá ser reaproveitado

pelas outras mídias, com formatos diferentes de acordo coma a especificidade de

cada uma delas. O ideal é que o blog seja alimentado frequentemente, ao menos

duas vezes por semana.

De forma geral, os textos devem ser informativos e descontraídos. A

intenção é trabalhar também com imagens e vídeos. Uma proposta da empresa é

desenvolver vídeos criativos para promoções em datas especiais, como Natal, Dia

dos Namorados, Dia das Mães, Dia dos Pais, Saint Patrick’s Day (padroeiro da

cerveja), entre outras.

As pautas a serem abordadas incluem sugestões de viagens com roteiros de

cervejarias brasileiras e internacionais, curiosidades sobre a história das cervejas e

seus usos inusitados (na indústria cosmética, por exemplo), dicas de degustação da

bebida (temperaturas e taças ideais para cada tipo de cerveja), divulgação de

eventos do universo cervejeiro (degustações, feiras, festas), lançamento de produtos

e acessórios (cervejas, livros, copos, camisetas), além de esclarecimentos para as

pessoas que têm restrições alimentares.

O blog também poderá apresentar matérias sobre os temas de saúde, bem-

estar, arte, decoração, música e literatura, desde que estejam relacionados à bebida.

Algumas possibilidades: frases de escritores renomados, decoração com

objetos que tenham a ver com cerveja (castiçal feito de garrafas, personalização de

75

geladeiras, pôsteres com marcas famosas e slogans interessantes). Outra ideia é

aproveitar o fato de que o quiosque está localizado em um shopping e fazer uma

seção de moda e estilo publicando fotos de clientes cujo visual traduza a imagem da

marca.

Um dos objetivos do blog é estimular a participação dos internautas através

de promoções exclusivas, concursos culturais, enquetes. Por exemplo: envie sua

receita favorita e nós indicamos os melhores rótulos pra você, mande a sua melhor

foto de cerveja e concorra a brindes especiais.

Focando no blog como uma ação de comunicação de aproximação com os

clientes da Beer Boss, a empresa buscará estreitar seus laços de comunicação com

seu público. Para saber se está atingindo essa meta, a Beer Boss se utilizará

procedimentos para facilitar o monitoramento das métricas de seu blog. Isso poderá

ser feito por meio de métricas clássicas, como o acompanhamento do número de

acessos ao blog – pageviews e número de visitantes únicos, bem como o número de

comentários postados – uma vez que isso será incentivado. Integrando o blog com s

mídias sociais, será possível verificar quantos “curtir” e quantos compartilhamentos

os posts tiveram por meio de redes como o twitter e o facebook, por exemplo.

Além disso, a empresa fará uso de alguns indicativos bastante conhecidos,

como troca de links, acompanhamento do número de citações e a presença do blog

no ranking do Technorati, por exemplo.

Outra maneira que será utilizada para análise da performance da ferramenta

será no momento da compra verificar se o cliente foi incentivado a buscar a Beer

Boss pelo blog. O controle do número de cadastro de newsletter pelo blog também

irá indicar se o canal está sendo procurado.

Num pensamento mais ousado, a intenção é que o blog ajude a consagrar a

marca de tal maneira que ele atinja melhores posições nos buscadores quando o

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assunto for cervejas nobres, uma vez que isso aumenta o potencial da audiência e

indiretamente gera negócios. O blog será ainda uma extensão do quiosque e do site,

promovendo promoções exclusivas. A participação nessas promoções indicará a

popularidade do canal também.

E a partir do momento que o blog for reconhecido, será possível incrementar

o negócio por meio de links patrocinados, mas apenas de assuntos que estejam de

acordo com a marca e tenham relação com o negócio e o público-alvo. A própria

procura de parceiros para esse tipo de ação será um retorno possível para o

sucesso do canal.

Visando essa estruturação, e assim a produção de um conteúdo

direcionado, o site Beer Boss seria a primeira iniciativa. O site contaria com uma

estrutura de e-commerce para venda de produtos online e com vínculo com todas as

redes sociais e o blog de conteúdo segmentado.

TABELA 1 – ORÇAMENTO SITE

Produtos e serviços Valor R$

Customização – confecção de layout, programação e

configuração completa do e-commerce

6.550,00

Certificado Digital SSL + Site Blindado (para compras) 380,00/ano

Atendimento online com um atendente 29,90 mês / 570,00 ano

Total 7.500,00

Salienta-se que o foco na internet não exime as ações em espaços físicos e

uso de publicidade em revistas e rádio. Por já estar fazendo esse tipo de ação, foram

propostas apenas uma padronização e sincronização com as novas ações para

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Internet, redes sociais, newsletter e jornais institucionais, havendo assim a

potencialização e estruturação na comunicação.

TABELA 2 – ORÇAMENTO ANUAL DAS AÇÕES

Produtos e serviços Valor R$

Jornal institucional: 3 edições x 4.500,00 (produção e impressão) 13.500,00

Newsletter digital (texto, imagens), 10 edições x 1.000,00 10.000,00

Software CRM 1.000,00

Recursos Humanos (um funcionário) para Rede Sociais e Blog 950,00 mês

/11.400 ano

Publicidade 20.000,00

Total 55.900,00

Com faturamento médio mensal de trinta mil reais mensais, sem o auxílio de

nenhuma ferramenta de comunicação somada a um grande faturamento atípico nos

meses de dezembro a empresa não investia nem 2% do seu faturamento anual em

marketing. Estima-se que com essas estratégias implantadas este o faturamento

tenha um acréscimo de, no mínimo 30%, possibilitando o aumento do investimento

em comunicação e ações estratégicas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização pensada da comunicação nas ações das empresas não pode

mais ser justificada como diferencial no mercado atual. Estar conectado as redes

sociais e comunicar-se em um padrão estratégico torna-se a única saída para

também ser visto entre as inúmeras marcas e produtos que dividem espaço na mídia

e disputam a atenção do consumidor. A necessidade de estabelecer uma ligação

entre a comunicação e o público-alvo vem merecendo atenção de empresários

desse novo mercado.

Como um produto relativamente novo, o consumidor brasileiro ainda não

está acostumado a agregar valor e preço à cerveja especial, já que muitas marcas

main stream (Ambev) podem ser encontradas em grandes redes varejistas por

menos da metade do preço. A massificação das marcas e do estilo “pilsen” no Brasil

- que na verdade deveriam se chamar “American Lagers” devido a sua fórmula mais

leve e ainda mais suave, não seguindo a lei da pureza alemã – criou hábitos e

paradigmas que precisam e podem ser mudados com o tempo e com a chegada de

outras variedades de cervejas ao mercado brasileiro - já tão comum em mercados

europeus e norte-americanos. Há também a orientação de tomar “estupidamente

gelada”. Um erro, já que nenhuma cerveja deve ser consumida abaixo de zero

graus, fator que entorpecem as papilas gustativas, os ingredientes da cerveja e

conseqüentemente o seu real sabor.

Como exemplo às informações acima, por meio de uma comunicação

estruturada e um trabalho de relacionamento, proposta apresentada neste trabalho,

pretende-se além de tornar a marca mais forte, ensinar e criar uma cultura de

consumo desses novos produtos, trazendo para perto os já consumidores e

formando novos através de notícias especializadas e experiências com o produto.

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Para isso analisar as oportunidades do mercado e utilizar as ferramentas da

comunicação a favor da empresa é imprescindível na busca de melhores resultados.

Além dos conhecimentos teóricos e metodológicos de planejamento e de

comunicação, é importante que os profissionais envolvidos na aplicação de tais

estratégias tenham alguma vivência no campo dessa ciência, facilitando o

entendimento prático das ações. A formação do público e a criação de vínculo

advêm de um planejamento em comunicação com dados precisos sobre o ramo e

informações sobre a concorrência. Entender a expectativa dos consumidores,

entregar respostas às suas demandas produzindo informações e estratégias de

forma simples e direta, levar em conta o custo Brasil e a cultura de cada região,

também são ferramenta essenciais para uma comunicação mais efetiva.

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