Plano da capa:Apresentação 1 - Jornal de Leiria · dústria transformadora assume a lide-RICARDO...

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PME excelência ‘16 Esta revista faz parte integrante da edição 1709 do Jornal de Leiria, de 13.04.2017. Edição Apoio

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  • PMEexcelncia 16

    Esta revista faz parte integrante da edio 1709 do Jornal de Leiria, de 13.04.2017.

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  • PMEexcelncia 16

    Abril de 2017 PME excelncia 16 3

    Apesar de os critrios para ser PMEExcelncia estarem mais exigentes, odistrito de Leiria subiuconsideravelmente, face ao ano anterior,o nmero de empresas que foramcontempladas com o referido estatuto,igualando o ano de 2014, que tinha sidoo melhor desde que o IAPMEIimplementou este galardo.Leiria mantm-se, assim, como a quintafora nacional nesta matria, mostrandotambm aqui a enorme dinmicaempresarial que lhe reconhecida, coma relevante particularidade de ser osector da Indstria Transformadora,essencialmente exportador, a liderar deforma destacada.No fundo, o que este estatuto revela que h muitas empresas de pequenadimenso que trabalham com algumasdas melhores prticas da gesto,nomeadamente no que rea financeiradiz respeito, apresentando-se com umasolidez e uma rentabilidade de fazerinveja a algumas das grandes empresasdeste Pas que facturam muitos milhes. Esse , alis, um dos grandes enganos domundo empresarial e da comunicaosocial que o segue, valorizando-se emdemasia o volume de negcios e agrandiosidade da aparncia quando,muitas vezes, no so mais do quegigantes com ps de barro,completamente alavancados na banca eque mais no fazem do que fugir para afrente, frequentemente de uma formacompletamente inconsciente, para nodizer negligente.Os ltimos tempos tm sido prdigos emmostrar isso mesmo, com diversasempresas/grupos empresariais, outrora

    olhados como baluartes da economiaportuguesa, a carem como castelos decartas, bastando referir como exemplosrecentes o Grupo Esprito Santo e aOngoing, alm das muitas que seencontram verdadeiramente com acorda ao pescoo, mas que vo sendoaguentadas por serem grandes de maispara poderem fechar. Ou seja, alm de outros aspectosinteressantes que esta iniciativa doIAPMEI trouxe, como se poder perceberpela leitura desta revista, h umaimportante componente pedaggica aovalorizar as empresas, no pela suadimenso, mas pela sua solidez e pelacapacidade de cumprir com asobrigaes, seja com o Estado, com ostrabalhadores ou com os fornecedores,sabendo-se que os atrasos ou ausnciasde pagamentos so um dos grandescancros da nossa economia.A economia portuguesa s ser fortecom empresas bem geridas, sendo bvioque h bastantes mais do que as que esteano alcanaram o estatuto conferidopelo IAMPEI, tendo sido penalizadas,por exemplo, as que se encontram emprocesso de investimento.Talvez o IAPMEI pudesse repensar osseus critrios de forma a no penalizaressas empresas, pois desta forma d umsinal de desincentivo ao risco e aoinvestimento, sendo estes, desde quecom bom senso, determinantes paradinamizar a economia e modernizar asempresas.Joo Nazrio

    04 Indstrias transformadoras no topo durante oito anos

    10 Leiria no topo das empresas premiadas

    12 Anlise das PME Excelncia16 Entrevista: Miguel S Pinto,

    vogal do Conselho Directivo do IAPMEI

    20 Crescer sempre com os olhos no Balano

    26 Frum28 Critrios premeiam negcios

    slidos e rentveis32 Entrevista: Daniel Bessa,

    economista, ex-ministro da Economia e ex-presidente da Cotec

    38 Algumas empresas PME Excelncia

    56 PME Excelncia no distrito de Leiria iguala melhor ano de sempre

    62 Listagens das PME Excelncia Leiria

    68 Listagens das PME Excelncia Ourm

    ndice Editorial

    Edio: Jorlis - Edies e Publicaes, Lda.Director: Joo Nazrio Redaco: Cludio Garcia, Gabriel Silva, Lurdes Trindade, Raquel de Sousa Silva Servios Comerciais: Lcia Alves, Rui Pereira, Sandra Nicolau Paginao: Isilda Trindade, Rita Carlos Impresso: Onda Grafe - Artes Grficas, Lda.Tiragem: 16.000 N. de Registo 109980 Depsito Legal n. 5628/84 Distribuio: Jornal de Leiria, de 13.04.2017

    Ficha Tcnica

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  • Lurdes [email protected]

    J l vo oito anos desde que o IAPMEI(Agncia para a Competitividade e Ino-vao), o Turismo de Portugal e os ban-cos parceiros resolveram retomar a atri-buio do prmio que distingue as me-lhores e mais robustas pequenas e m-dias empresas portuguesas. Aps um in-terregno de alguns anos, o selo PME Ex-celncia voltou para reconhecer o m-rito das empresas que se evidencia-ram pela qualidade dos seus desempe-nhos econmico-financeiros.

    Entre 2009 e 2016, foram atribudos856 selos de excelncia no distrito deLeiria, alm dos 68 no concelho de Ou-rm. Um valor que, convm realar, nocorresponde ao nmero de empresasdistinguidas, j que, ao longo dos anos,muitas destas PME repetiram, algumasininterruptamente, este galardo.

    4 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Indstriastransformadoras notopo durante oito anos Resistncia Em oito anos, o distrito de Leiria manteve-se no topcinco das regies com maior nmerode empresas com estatuto PME Excelncia. A indstriatransformadora e o comrcio grossista esto em relevo,numa regio que se distingue pela forte vocaoexportadora, onde a resilincia uma das principaiscaractersticas dos empresrios. Tambm o retalho, osservios, os transportes e o alojamento se destacam. E aconstruo comea, de novo, a despontar!

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 5

    Todos os anos, o nmero de PME Ex-celncia varia. Depende do nvel de exi-gncia dos critrios de seleco, vriasvezes alterados ao longo destes anos, docontexto socioeconmico e ainda daestratgia de investimento e de desen-volvimento das prprias empresas. Hcasos de empresas que, apesar de esta-rem a viver os seus melhores anos doponto de vista financeiro, so excludaspelo facto de estarem a apostar no de-senvolvimento de novos produtos, afazerem novos investimentos em tec-nologia e inovao e a formarem os co-laborares, enfim, a investirem no futu-ro, revela Jorge Santos, presidente daNerlei, Associao Empresarial da Regiode Leiria. Para deixarem de ser PME Ex-celncia, basta que as empresas, porvia dos seus investimentos, no cum-pram um dos critrios, diz o tambm di-rector geral da Vipex, empresa que esteano ficou de fora da lista exactamente

    mlias e das empresas sentiam-se viva-mente. Os bancos passaram a restringira concesso de crdito a empresas e par-ticulares. Assiste-se diminuio dopoder de compra das famlias e ao au-mento do desemprego. Para no falar docontgio psicolgico que a crise do sub-prime, nos EUA, em 2008, imps nosmercados de todo o mundo e tambmem Portugal. Um cenrio que viria aagravar-se nos anos seguintes.

    Nesse primeiro ano, no contexto de di-ficuldades econmico-financeiras que seinstalara no pas, o distrito de Leiria rece-beu apenas 31 galardes, num universo de375 empresas a nvel nacional. H, contu-do, outra explicao para este nmero re-duzido de empresas, que poder relacionar-se com o facto de se tratar de uma estreia,aps um grande interregno verificado aolongo de vrios anos.

    Ainda assim, este foi o primeiro e nicoano em que o distrito ficou em quarto lu-gar no ranking nacional. sua frente fica-ram os distritos do Porto (70), Lisboa (68),Aveiro (50). Braga ficou em quinto lugarcom 26 empresas, atrs de Leiria.

    Nos anos seguintes, os mesmos dis-tritos ocuparam consecutivamente asprimeiras cinco posies, com a dife-rena de que Leiria trocou de lugar comBraga, remetendo-se para a quinta po-sio. E a se tem mantido at hoje!

    Um pequeno detalhe que no retira aLeiria o reconhecimento de ser das mais di-nmicas regies do pas, do ponto de vis-ta empresarial, como observou Lus Fili-pe Costa, em 2010, na qualidade de presi-dente do IAPMEI, que ento se chamavaInstituto de Apoio s Pequenas e MdiasEmpresas e Inovao. Num ano em queas PME Excelncia mais do que duplicaramno distrito em relao edio de 2009 (81empresas), o ex-dirigente consideravaque o percurso evolutivo de Leiria era umdos mais interessantes do pas, fazendocom que esta seja uma das melhores re-gies em termos de qualidade de vida daspopulaes.

    Jorge Santos confirma a singularida-de da regio, lembrando que uma dassuas foras motoras prende-se com agrande diversidade do tecido empresa-rial que, contrariamente ao resto dopas e mesmo aos distritos que esto

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    pelas razes que apresentou. Foi onosso melhor ano, mas baixmos ligei-ramente a autonomia financeiracon-tinuamos, contudo, a ser PME Lderque, na minha opinio, um estatuto re-velador de maior estabilidade das em-presas. No fcil s empresas mante-rem todos os anos o estatuto de PME Ex-celncia, que , sem dvida, um selo degrande exigncia do desempenho dasempresas.

    Alm dos critrios exigentes, as crisesque afectaram o pas tambm condi-cionaram o nmero de empresas can-didatas.

    No ano de 2009, por exemplo, em Por-tugal vivia-se j com as consequnciasda crise mundial que deflagrou nosEUA em 2008, embora nessa altura a si-tuao econmica portuguesa tambmno fosse j muito favorvel ao cresci-mento. As consequncias do acesso f-cil ao crdito e do endividamento das fa-

    856corresponde ao nmero total deestatutos PME Excelncia atribudosao distrito de Leiria, alm alm dos68 no concelho de Ourm

    31galardes, num universo de 375empresas a nvel nacional

    2009ano de arranque das PME Excelncia.No distrito, foram atribudos 31estatutos, num universo de 375empresas a nvel nacional

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  • 6 PME excelncia 16 Abril de 2017

    nossa frente, tem praticamente todas ossectores representados na lista das PMEExcelncia, ano aps ano.

    Outra caracterstica que distingue a re-gio face a outras que tambm lideramnas PME Excelncia, relaciona-se com ofacto de as nossas empresas seremmais pequenas, significando que o nos-so tecido empresarial est a crescer e adesenvolver-se de forma mais susten-tada, diz o presidente da Nerlei, dandocomo exemplo o desemprego, que na re-gio esteve sempre 5% abaixo da mdianacional. Temos, por isso, tido muita di-ficuldade em recrutar.

    Mas vamos aos nmeros. Em 2010,ano a partir do qual existem dados maiscompletos sobre as PME Excelncia, a in-dstria transformadora assume a lide-

    RICARDO GRAA

    rana dos sectores representados no dis-trito, com 30 empresas. O comrciogrossista fica em segundo lugar, com 16empresas e a construo, com 12 em-presas, ocupa o terceiro lugar.

    Neste ano, tal como nos que se sucedem,at 2016, a indstria transformadora e o co-mrcio grossista so os sectores mais bemrepresentados no grupo das PME Exce-lncia, passando quase imunes s crisesque tm assolado o pas.

    As empresas e os seus resultados soo espelho dos sectores em que esto in-seridos. Se pertencerem a sectores maisdinmicos e exportadores, tm ten-dncia para ser mais inovadoras, parairem luta pela sobrevivncia, parano desistirem, para serem mais com-petitivas, explica Eduardo Louro, eco-nomista e director-financeiro de umaempresa ligada indstria transforma-dora. Ao contrrio, empresas que per-tencem a sectores estagnados e poucocompetitivos, por falta de competitivi-dade ou de concorrncia, tendem a es-tagnar, a no progredir.

    H, na sua opinio, uma relao di-recta entre as empresas e os sectores.Em reas mais competitivas, as em-presas so tambm mais competitivas.

    No por acaso que ao longo dos anosas empresas com vocao exportadora,como a indstria, assumem no distritoa liderana. Aconteceu tambm em2011, num cenrio em que aumentouconsideravelmente o nmero de PMEExcelncia, 110 (mais 33), mais umavez com a indstria transformadora e ocomrcio grossista a reforarem os lu-gares cimeiros. Este ltimo sector ven-de maioritariamente ou para os merca-dos internacionais ou para empresas ex-portadoras, justificando-se, assim, asua estabilidade ao longo dos anos.Exemplos disso so as empresas que for-necem as indstrias de moldes e de pls-ticos, sempre muito bem representadasnas PME Excelncia.

    Uma das apostas de muitas destasempresas, especialmente no sector debens transaccionveis, a procura denovos mercados para escoar os seus pro-dutos e servios, procurando alternati-vas estagnao econmica da Europa.A diversificao dos destinos das suas

    Uma das foras motoras daregio prende-se com agrande diversidade dotecido empresarial.Praticamente todas ossectoresrepresentados esto nalista das PME Excelncia.Jorge Santos, presidente daNerlei

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 7

    relaes comerciais permitiu-lhes con-solidar resultados e reduzir dependn-cias excessivas que podem tornar-semuito problemticas em perodos re-cessivos, confirmou Lus Filipe Costa,em 2011, num dos perodos mais difceisque se viveu em Portugal.

    Alis, Eduardo Louro no tem dvidasde que a oscilao do nmero de em-presas ao longo dos anos est relacio-nada com a situao scio-econmica vi-vida em cada perodo no Pas. A dimi-nuio do nmero de empresas em de-terminados anos tem a ver com a crise,designadamente, nos anos de 2011 e2012. Registaram-se muitas falncias emuitos casos de empresas a ficaremdestapadas financeiramente, revela oeconomista. Lembra ainda que nessesanos o desemprego disparou no pas,chegando quase aos 20%.

    A construo um dos exemplos pa-radigmticos. Considerado um dos sec-tores mais dinmicos em anos anterio-res, comeou a mostrar sinais de fra-queza em 2010, em resultado da criseque afectou o sector, diminuindo o n-mero de empresas distinguidas em 2011.Com exceo do ano de 2014, em quevolta a crescer, os anos seguintes apre-sentaram algumas empresas, mas emnmero muito reduzido. S em 2016,com a retoma da construo em Portu-gal, surgiram mais empresas.

    Em 2012 Portugal continuou a viverum dos mais difceis momentos da suaeconomia. O distrito de Leiria, seme-lhana do resto do Pas, assistiu dimi-nuio do nmero de empresas distin-guidas com o selo PME Excelncia, pas-sando de 110 para 99. Contudo, sur-preendeu quando foram conhecidos osperfis das suas empresas que, no seuconjunto, aumentaram os resultados l-quidos, os activos, os capitais prpriose o nmero de trabalhadores.

    Apenas referindo o emprego, indica-dor que assume realce por contrariar atendncia nacional e que apresentavanesse ano uma elevada taxa de desem-prego, o distrito aumentou o nmero depessoas ao servio das empresas. Em2011 as 110 PME Excelncia foram res-ponsveis por 3251 postos de trabalho eem 2012, as 99 empresas premiadas

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  • 8 PME excelncia 16 Abril de 2017

    contriburam com 3268 empregos. Em 2013, o nmero de galardes con-

    tinuou a decrescer, passando para 93.Mais uma vez, um nmero que no re-presentava menor desempenho no con-junto das empresas, pelo contrrio.Apresentavam, no total, um volumemdio de exportaes de 2,8 milhes deeuros, representado, em mdia, um au-mento de 19% face a 2011.

    No que respeita ao comportamentopor sectores, at 2016 os primeiros lu-gares mantm-se inalterados, emboraseja de registar que, durante os oito anosde atribuio do estatuto de PME Exce-lncia, o distrito de Leiria tenha sidocontemplado com prmios na maioriados sectores de actividade existentes nomercado.

    O clima de confiana dos agenteseconmicos comea a recompor-se em2014, assim como alguma retoma nanossa economia, explica Eduardo Lou-ro. Alis, foi o ano de sada da troika dopas e o fim do programa de ajusta-

    2016201520142013201220112010

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    2 1

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    644

    14

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    912

    16

    3 30

    4

    Comrcio Retalhista

    Indstrias Transformadoras

    Construo

    Comrcio Grossista

    Transportes

    Alojamento e Restaurao

    Comrcio de veculos

    Repartio das PME do distrito de Leiria por sectores de actividade

    Fonte: Listagens PME Excelncia e IAPMEI

    mento, em que se soltaram as amarrasda austeridade e cujos resultados estoreflectidos nas PME Excelncia de 2015.Mas os resultados de 2013, patentes nosestatutos de 2014, j antecipavam estecenrio mais optimista na economianacional..

    Veja-se, como exemplo, que em 2014o distrito de Leiria viu crescer de 93 para161 o nmero de empresas com estatu-to PME Excelncia, representando umacrscimo de 73% face ao ano anterior,ficando mesmo acima da evoluo de67% registada a nvel nacional.

    No ano de 2016, aps uma descida em2015 (122), registou-se novo aumento dePME Excelncia com a atribuio de 161empresas. As empresas esto a crescerde forma sustentada, comemos a con-solidar a retoma da economia em 2015,pelo que estamos perante um cenrio dealguma estabilidade. Existe um clima demaior confiana, logo natural que osseus desempenhos sejam superiores,explica Eduardo Louro.

    As empresas esto a crescerde forma sustentada,comemos a consolidar aretoma da economia em2015, pelo que estamosperante um cenrio dealguma estabilidade. Existeum clima de maiorconfiana, logo naturalque os seus desempenhossejam superiores, explicaEduardo Louro

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  • 10 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Leiria no topo das empresaspremiadas O concelho de Leiria tem mantido a li-derana ao longo dos anos, embora tenhahavido momentos em que perdeu pesono conjunto do distrito. No ano de 2011registou o valor mais elevado de sempre,com 61 empresas distinguidas. Os anosque se antecederam e se seguiram re-gistaram, como em todos os concelhos,oscilaes, mas sempre com valoresmais baixos. Em 2010, foram distingui-das 41 empresas, diminuindo para 30 em2012, depois do pico em 2011. O concelhoregressa s subidas em 2013 (45) e em2014 (55). Diminui para 47 em 2015 e vol-ta a subir este ano (49).

    Em 2010, Batalha registou o mesmonmero de PME Excelncia que MarinhaGrande (cinco), ficando os dois concelhosem quarto lugar. Alcobaa fica com a se-gunda posio (nove empresas) e Pom-bal com a terceira (sete).

    Em 2011, com Marinha a manter aquarta posio (14), Alcobaa fica naterceira posio (oito) e Pombal na se-gunda (16). Caldas da Rainha ganha ex-presso, com seis empresas.

    Em 2012, Marinha duplicou o nmerode empresas (14), mas no chega para osegundo lugar, que continua a pertencera Pombal (16), enquanto Alcobaa semantm em terceiro (seis).

    bidos apresenta-se com cinco em-presas, apesar de em 2013 ficar apenascom uma. Contudo, a sua posio serretomada, com cinco empresas, nosdois anos seguintes, e com sete em2016. Castanheira de Pera aparece esteano com uma empresa. a primeira enica vez.

    No ano de 2013, Pombal sobe se-gunda posio (12) enquanto Alcobaa,tal como a Marinha Grande, com 11, di-videm o terceiro lugar. Nazar, seme-lhana do ano anterior, surge com trsdistines, mais uma que Batalha, Ansioe Porto de Ms.

    Marinha Grande retoma a segunda

    2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016Alcobaa 1 9 8 6 11 19 15 20Alvaizere 1 0 1 2 1 3 0 2Ansio 2 0 1 3 2 2 2 4Batalha 1 5 2 3 2 8 4 9Bombarral 1 1 2 1 0 2 0 3Castanheira de Pera 0 0 0 1 0 0 0 0Caldas da Rainha 0 2 6 5 1 6 4 9Figueir dos Vinhos 0 0 0 2 0 2 1 0Leiria 15 41 61 34 45 55 47 49Marinha Grande 0 5 7 14 11 22 22 28Nazar 0 1 1 3 3 4 1 1bidos 0 2 3 5 1 5 5 7Ourm 0 10 9 12 9 15 13 0Pedrogo Grande 0 0 0 1 1 1 1 0Peniche 2 1 0 0 1 3 2 3Pombal 8 7 15 16 12 20 14 19Porto de Ms 0 4 3 3 2 9 4 7

    31 88 119 111 102 176 135 161

    Numero de PME Excelncia por concelho desde 2009

    Fonte: Listagens PME Excelncia e IAPMEI

    posio em 2014, com 22 empresas, emanter a posio at 2016. Pombal re-metido este ano para o terceiro lugar (20)e Alcobaa para quarto (19). Porto deMs surge com nove empresas, ficandona quinta posio, Batalha (oito), nasexta, e Caldas (seis), no stimo lugar.Ansio mantm as duas empresas esteano e o prximo, duplicando o seu n-mero em 2016.

    No ano seguinte, 2015, Pombal (14) per-de o terceiro lugar para Alcobaa (15).Alis, a maioria dos concelhos perdeuempresas, o que no ser de estranhar,tendo em conta que neste ano o nme-ro de galardes atribudo tambm foi sig-nificativamente menor.

    Finalmente, em 2016, o panoramadas PME Excelncia do ponto de vistageogrfico parece ter-se restabelecido,com o aumento de empresas em prati-camente todos os concelhos. Alm deLeiria, concelho que menos subiu, comapenas mais duas empresas, MarinhaGrande aumenta seis empresas, subin-do para 28, enquanto Alcobaa sobe de15 para 20 e Pombal de 14 para 19. Bata-

    lha e Caldas da Rainha tiveram, cadauma, nove empresas de excelncia (maiscinco), enquanto Porto de Ms contoucom mais trs empresas (sete). Ansio,que nos trs anos anteriores tinha tidoapenas duas empresas premiadas, du-plicou os galardes (quatro), enquantoo Bombarral, que no ano passado noteve nenhuma empresa, em 2016 regis-tou trs.

    H outros concelhos com empresasdistinguidas, como Alvaizere, que entre2010 e 2016, apresentou uma empresa em2011, duas em 2012, uma em 2013 e trsem 2015. Em 2016, regressa aos galardescom duas empresas.

    Tambm Pedrgo Grande surge ga-lardoado com uma empresa por cadaano, mas apenas entre 2012 e 2015, e Fi-gueir dos Vinhos que se apresenta a pri-meira vez em 2012 (duas), depois em 2014(duas) e 2015 (uma).

    Peniche comea com uma empresa(2010), e retoma em 2013, tambm comum galardo, seguindo um aumento em2014 (3), uma diminuio em 2015 (2) enova subida em 2016 (3).

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    DEOurm distinguido com

    15 empresas em 2016Comrcio e indstriadominam No concelho de Ourm, tal como nodistrito de Leiria, a indstriatransformadora manteve-se, na maioriadas edies PME Excelncia, no topodas empresas distinguidas, embora, sefizermos as contas ao total do comrcio,entre 2010 e 2017, juntando grossista,retalho e veculos, este assuma aprimazia. Enquanto o IAMPEI atribuiu24 galardes ao comrcio, a indstriatransformadora recebeu apenas 21 nototal dos anos em anlise. Em 2016, do total de 15 galardesatribudos, cinco pertencem indstriatransformadora, sector que tambmliderou em 2011, 2012 e 2014, comquatro empresas por ano. S em 2013registou uma empresa, sendoultrapassado pelas actividades dealojamento e restaurao (quatroempresas). Os servios tambm comearam bem,com trs empresas, embora registassemoscilaes ao longo dos tempos. Apenasuma empresa foi distinguida nos anosde 2011 e 2013, aumentando para duasem 2014 e 2015. Em 2012 no houverepresentao deste sector. Este ano,apenas uma empresa foi distinguida.Veja-se a construo, que oscilou entreduas e uma empresa nos primeiroscincos anos, mas deixou de existir desde2015. Uma nota ainda para a agricultura,presente apenas no ano de 2013, e para oalojamento de restaurao, que temperdido expresso. Nos dois ltimosanos, registou apenas uma empresa. O comrcio de veculos tambm registamovimento, aps trs anos sem semexer. Com uma empresa em 2014,aumentou para trs em 2015, emboratenha reduzido para duas este ano.Ainda assim, o nmero de empresascom o estatuto de PME Excelncia emOurm tem vindo a aumentar, comexcepo do ano de 2013, descendo de12 para nove. No ano seguinte,aumentou para 14, mantendo-se nas 15nos dois anos seguintes.

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    Todos os anos divulgado umconjunto de empresasdistinguidas com o prmioPME Excelncia. Este prmio,

    atribudo pelo IAPMEI em conjuntocom os principais bancos do sistemafinanceiro nacional, tem por objetivodistinguir, de entre o universo dasPME as melhores das melhores,conferindo notoriedade s PME, numjusto reconhecimento do seu mrito edo seu contributo para os resultadosda economia.O distrito de Leiria e o concelho deOurm acolhem todos os anos umnmero considervel de PMEExcelncia. Mas ser que a mesmaempresa mantm este estatuto deforma consistente ao longo dos anos? O reconhecimento como PMEExcelncia de forma consistente aolongo dos anos evidenciar prticasde gesto de referncia, devendoestas empresas ser reconhecidascomo exemplo de detentoras deprticas de excelncia consolidadas eincorporadas na sua gesto. Estasempresas sero verdadeiras motrizesda competitividade da regio. So

    Anlise

    Auto-Delta e Gosimat mantm estatutoPME Excelncia desde 2010

    empresas de excepo que importaidentificar, destacar, acompanhar eestudar.Como os critrios para aceder a estadistino foram tendo exignciacrescente, as empresas queconseguem manter este estatuto porperodos alargados so, certamente,excecionais.Atravs da anlise das listagens,disponibilizadas no site do IAPMEI,das empresas que obtiveram oestatuto PME Excelncia entre 2010 a2016, verificmos que 419 empresasdo distrito de Leiria obtiveram nesteperodo o estatuto PME excelncia,pelo menos, em um dos anosanalisados. Verifica-se ainda que esteprmio foi atribudo a empresas detodos os concelhos. No entanto,Leiria, Marinha Grande, Alcobaa ePombal destacam-se por seremaqueles onde existem mais empresascom esta distino. No concelho de Ourm identificmos49 empresas que obtiveram o estatutode PME Excelncia. Em termos deordem de importncia este concelhoapareceria logo a seguir a Pombal seagregssemos o concelho de Ourm

    com os concelhos do distrito deLeiria.Nesta anlise, importa tambmobservar a flutuao ao nvel deentradas e sadas nas empresas queobtm ou no este estatuto. Nos doisquadros abaixo verifica-se que existeelevada flutuao nas empresas queobtm esta distino. Esta dinmicasugere que a manuteno do estatutoem perodos longos no ser tarefafcil para as empresas.Alcanado o prmio e oreconhecimento no ano, importaagora identificar as PME, desteconjunto de empresas do distrito deLeiria e do concelho de Ourm, queconseguiram manter o estatuto porperodos longos.H uma tradio na literatura degesto sobre a persistncia deresultados acima da mdia e, nestalinha, alguns autores consideram que,para que se possa considerarpersistncia de resultados, deve-seconsiderar que estes ocorrem de formaconsistente num horizonte temporalde 5 anos. justamente este o critrioque vamos seguir para identificar apersistncia da excelncia nas

    Gabriel Silva,TGA

    2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016Novas Entradas 78 77 51 42 63 37 71Permanncias 0 33 43 38 63 59 54Reentradas 0 0 5 13 35 26 36Sadas 0 45 67 61 30 102 68

    Movimentos de entrada e sada de empresas do distrito de Leiria

    Fonte: Listagens PME Excelncia e IAPMEI

    2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016Novas Entradas 10 6 7 5 11 4 6Permanncias 0 3 4 4 3 6 5Reentradas 0 0 1 0 1 3 4Sadas 0 7 5 8 6 9 8

    Movimentos de entrada e sada de empresas do concelho de Ourm

    Fonte: Listagens PME Excelncia e IAPMEI

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    Nome empresa ConcelhoAuto Delta - Comrcio de Peas, Acessrios e Automveis, Lda. LeiriaCalcitec - Indstria, Comrcio e Distribuio de Calado, S.A. PombalComsoftweb - Sistemas Informticos, Lda. PombalD. M. S. - Trucks, Lda. LeiriaDeconorma - Acessrios Normalizados para Moldes e Mquinas, Lda. LeiriaDNC Tcnica - Assistncia Tcnica Comrcio Equipamentos Industriais, Lda. LeiriaErofio Atlntico, S.A. BatalhaGeometria do Mvel - Fabricao de Mobilirio Unipessoal, Lda. LeiriaGosimat - Comrcio e Indstria de Materiais de Construo, Lda. LeiriaHidromarinha - Comrcio de Peas e Acessrios Industriais, Lda. Marinha GrandeH-Tubo, Lda. PombalHugo Fernandes - Portas e Automatismos, S.A. LeiriaL. M. Perfis - Indstria de Perfis e Portas, S.A. AnsioLeirilis - Acessrios e Peas para Automveis, S.A. LeiriaLeirivida - Cuidados Mdicos, Lda. LeiriaMD Moldes - Manuel Domingues, Lda. LeiriaM. Simes & Filhos, Lda. PombalMoldata - Projecto e Programao de Moldes, Lda. Marinha GrandePervedant - Perfis e Vedantes, Lda. LeiriaPombalverde - Produo e Comercializao de Plantas, Lda. PombalSantos, Monteiro & C., Lda. Caldas da RainhaSevlaires - Plsticos, Lda. Marinha GrandeT. F. P. Box, Unipessoal, Lda. AlcobaaTekever - Tecnologias de Informao, S.A. bidosTermocompo - Indstria Termoplstica, Lda. LeiriaTransportes do Vale, Lda. LeiriaValsteam Adca Engineering, S.A. PombalVidrexport - Produo de Vidro, Lda. Marinha Grande

    Empresas PME Excelncia, pelo menos cinco anos, entre 2010 e 2016empresas destes concelhos.Aplicado este critrio, identificmos asseguintes empresas distinguidas comoPME Excelncia pelo menos 5 anos,entre 2010 e 2016 (Quadro ao lado)Constatamos que so 28 as empresas,apenas 6% da totalidade das 468, queobtiveram o prmio ao longo destessete anos. Deste grupo treze so do concelho deLeiria, seis de Pombal, quatro daMarinha Grande e uma nos concelhosde Alcobaa, Ansio, Batalha, Caldasda Rainha e bidos.As empresas Auto Delta e Gosimatforam as nicas que obtiveramconsecutivamente o estatuto nosltimos sete anos, seguindo-se aComsoftweb, Hidromarinha, HugoFernandes, Leirilis, MD Moldes,Pervedant, Santos, Monteiro,Termocompo e Vidrexport queconseguiram o estatuto PMEExcelncia em seis anos.

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  • 14 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Das vinte e oito empresas, dezobtiveram o estatuto em 2016 (AutoDelta, Gosimat, Hugo Fernandes,Leirilis, MD Moldes, Pervedant, DNC,Deconorma, Transportes do Vale eDMS Trucks).1. A primeira concluso que se poderetirar que manter o estatuto PMEExcelncia invulgar. 2. A segunda concluso queencontramos empresas de excepoem diferentes localizaes. 3. A terceira concluso que se podetirar que quando se aumenta ohorizonte temporal, o nmero deempresas que conseguem manter oestatuto reduz-se. A questo que se coloca a seguir se osetor de atividade relevante paraexplicar a permanncia da excelncia. Quatro empresas so fabricantes deportas, janelas e elementos similaresem metal (Gosimat, Hugo Fernandes,

    LM Pefis e M. Simes e Filhos, Lda).Outras quatro empresas (ErofioAtlntico, Pervedant, Sevlaires eTermocompo) so fabricantes deplsticos e trs empresas (Auto Delta,DMS Trucks e Leirilis) esto nocomrcio de peas para automveis.As restantes dezassete so dediferentes setores de atividade(indstria, comrcio e servios).Numa primeira anlise verificamosque existem empresas que cumpremos critrios em diferentes setores deatividade. No entanto, a aglomeraode empresas fabricantes de portas,janelas e elementos similares, deplstico e comrcio de peas paraautomveis poder indicar algumefeito setorial.Ser que a dimenso explica apermanncia no estatuto? No existem dados disponveis parafundamentar uma opinio mas,

    identificaram-se sete PME que fazemparte das 250 maiores empresas emvolume de negcios da regio deLeiria (MD Moldes, AutoDelta, LMPerfis, Termocompo, ErofioAtlntico, Tekever e Leirilis). A dimenso das restantes empresasvaria bastante, quer em termos devolume de vendas, quer em nmerode trabalhadores e ativo. Entoparece que a dimenso no limita apersistncia da excelncia.Em concluso, e alinhados com ainvestigao na persistncia deresultados acima da mdia, verifica--se que a manuteno do estatuto dePME Excelncia raro. Por isso, as empresas identificadasmerecem ser estudadas para que secompreendam os fundamentos daexcelncia da sua gesto e seidentifiquem melhores prticas quepossam ser replicadas.

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  • 16 PME excelncia 16 Abril de 2017

    DR

    Miguel S Pinto, vogal do Conselho Directivo do IAPMEI

    PME Excelncia so oreferencial para as restantesempresasRaquel de Sousa [email protected]

    Em 2016 as condies de acesso ao Es-tatuto PME Excelncia mudaram em re-lao edio anterior, nomeadamente noque diz respeito autonomia financeira e rendibilidade lquida do capital, quesubiram. O que ditou estas alteraes?O estatuto PME Excelncia o segmentopremium das PME Lder, como tal, o nvelde exigncia maior para o segmentoque pretende distinguir as PME com per-formances financeiras verdadeiramente ex-celentes. Os pequenos ajustamentos jus-tificam-se com a credibilidade que todosreconhecem a este estatuto. As empresaspercebem-no e sabem que este s faz sen-tido quando o nvel de exigncia eleva-do. Tambm para elas serve como est-mulo, pois sabemos que quando atingemo patamar das PME Lder, comeam des-de logo a trabalhar para atingir o PME Ex-celncia. natural, desejvel e mostrabem a ambio das PME portuguesas. Como v a evoluo do nmero de PMEExcelncia nos ltimos cinco anos? As os-cilaes esto directamente relacionadascom a conjuntura econmica?As oscilaes dependem de vrios factores,entre os quais a conjuntura econmica,mas tambm a evoluo do desempenhoe solidez financeira das PME, os ajusta-mentos nos critrios de avaliao e selec-o que falvamos anteriormente, e tam-bm a maior procura por parte das em-presas em aceder ao Estatuto PME Lder ePME Excelncia. Este ano temos maisPME Excelncia e menos PME Lder face aoano passado, mas se olharmos para uma s-rie mais longa percebemos que estas osci-laes acontecem em volta de uma ten-

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 17

    dncia de crescimento gradual. Depois de uma queda em 2015, no ano pas-sado o nmero de PME Excelncia subiu,atingindo as 1786. O que explica estecrescimento?A notoriedade deste estatuto hoje maiore as empresas procuram-no porque sabema visibilidade que proporciona. So em-presas que se constituem como um refe-rencial a vrios nveis, nomeadamentecom o relacionamento com a banca. Sobons exemplos de estratgias de sucessoque conseguiram ter um conjunto de in-dicadores financeiros e um equilbrio eco-nmico-financeiro que lhes permite comfacilidade ter acesso a financiamento. Poroutro lado, a recuperao da economia esta mostrar resultados do esforo que as em-presas realizaram ao longo destes anos, porisso natural que o nmero de PME Ex-celncia tambm espelhe esta realidade. Leiria tem sido nos ltimos anos o quin-to distrito com mais PME Excelncia. Onmero de empresas com este estatutonesta regio faz jus pujana do seu tecidoeconmico ou haver muitas outras em-presas em condies de se candidatarmas que no o fazem?De facto Leiria ocupa a quinta posio a n-vel nacional na distribuio das PME deelevado desempenho, distinguidas peloIAPMEI com os estatutos de PME Lder ePME Excelncia, e faz jus pujana do seutecido empresarial. Basta olhar para os n-meros. As mdias de facturao cresceram15% e as exportaes incrementaram re-sultados em mais de 14%. Com um peso re-levante da actividade industrial que che-ga quase aos 40%, as PME Excelncia deLeiria apresentaram crescimentos no l-timo ano com valores muito acima da m-dia das empresas em Portugal. Leiria umdistrito com excelentes resultados emtermos de desempenho das PME e cla-ramente uma referncia em termos in-dustriais. O que representa para as empresas dete-rem o estatuto PME Excelncia?So o referencial para as restantes em-presas com efeitos importantes no acessoa determinados instrumentos financeiros,mas tambm na imagem e gesto da rela-o com diversos stakeholders. As PME L-der e PME Excelncia so seleccionadascom base em critrios de solidez financeira

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    e de desempenho, que so reconhecidospor todas as entidades parceiras do pro-jecto: o IAPMEI, o Turismo de Portugal eonze parceiros da Banca. No caso dasPME Lder apresentam autonomias fi-nanceiras mdias superiores a 55% e nveisde rendibilidade dos capitais superiores a13%, que atingem 27% nas PME Exceln-cia. So empresas que aliam ao desempe-nho e solidez a qualidade da gesto, e queapresentam os melhores nveis de ratingatribudos pelos bancos. Quando falamos

    de PME Lder e Excelncia estamos a falarde empresas com perfis superiores de de-sempenho, com resultados muito acima damdia das empresas nacionais, que tm sa-bido ultrapassar dificuldades, consoli-dando estratgias competitivas que lhestm permitido crescer mesmo em perodosrecessivos. O estatuto PME Excelncia pretende serum facilitador da relao das empresascom a banca. Mas continua a haver em-presrios a apontar dificuldades de aces-so ao crdito como um dos entraves ao seucrescimento. Como comenta?Muitas empresas encontram-se ainda a re-cuperar dos efeitos de um perodo reces-sivo muito agressivo que foi ainda maisacentuado devido aos nveis de endivida-mento e s fragilidades estruturais. A ban-ca est tambm a terminar um processo deestabilizao. Estes factores combinadostornaram o acesso ao crdito mais difcil e,consequentemente, limitaes ao investi-mento. No entanto, estas limitaes queconduziram a maior selectividade nosprojectos obrigaram as empresas a pensarestrategicamente os seus investimentos e,tambm elas, a serem mais selectivas e exi-gentes nos compromissos com os resulta-dos a alcanar. Os sinais da recuperaoeconmica evidenciam um novo contex-to que nunca mais ser igual ao passado.Num contexto de falta de liquidez no sec-

    as PME Excelncia deLeiria apresentaramcrescimentos no ltimoano com valores muitoacima da mdia dasempresas em Portugal,Leiria

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  • 18 PME excelncia 16 Abril de 2017

    tor financeiro, de que forma que este es-tatuto permite s empresas usufruremdas vantagens a ele associadas no dia-a-diados seus negcios?Permite-lhes o acesso a financiamentopara concretizarem estratgias de cresci-mento e de reforo da sua base competiti-va num mercado global. Permitem a sua ex-panso e abertura de novos mercados e no-vos clientes. Permite-lhes um reconheci-mento pblico que facilita o relaciona-mento com clientes e fornecedores, cominstituies financeiras e pblicas. Per-mite-lhes reforar a confiana de que estono caminho certo e so capazes de fazermais e ir mais longe. A ns permite-nos termelhores empresas, mais emprego e cres-cimento econmico.De que forma esto o IAPMEI e o Governoa apoiar as PME portuguesas?Desde o apoio ao empreendedorismo comas medidas do Programa Startup Portugal,ao Programa Interface para fomentar a

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    Muitas empresasencontram-se ainda arecuperar dos efeitos deum perodo recessivomuito agressivo que foiainda mais acentuadodevido aos nveis deendividamento e sfragilidades estruturais

    transmisso de conhecimento aplicado sempresas atravs de centros de interface,como so exemplo os Centros Tecnolgi-cos, s medidas da estratgia para a In-dustria 4.0, ao apoio aos clusters, gestoda Enterprise Europe Network, s contri-buies para as medidas de simplificaoadministrativa, o licenciamento indus-trial e Sistema de Indstria Responsvel,so exemplos de projectos em que apoia-mos as PME portuguesas. Naturalmenteque os instrumentos do PT2020 assu-mem relevncia entre os instrumentosfinanceiros, mas tambm os mecanismosde early warning e o Programa Capitalizar,com destaque para as cinco linhas em quese subdividem a Linha Capitalizar lana-da em Janeiro com uma dotao de 1.600milhes de euros, com prazos de trs a dezanos, e que permitir incrementar o n-mero de operaes de financiamento, emparticular de micro, pequenas e mdiasempresas.

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  • LPM CONCESSIONRIO PEUGEOT / Grupo Lena AutomveisLEIRIA: Quinta da Pedreira, Alto do Vieiro, Parceiros 2400-822 Leiria | Tel.: 244 850 150 | rede.peugeot.pt/lpmleiriaPOMBAL: Rua da Sobreira, Moncalva, 3105-291 Pombal | Tel.: 236 209 860 | rede.peugeot.pt/lpmpombalTOMAR: Estrada da Serra, 2300-415 Tomar | Tel.: 249 310 700 | rede.peugeot.pt/lpmtomarSANTARM: Rua Matadouro Regional, Lote 39, 2005-002 Santarm | Tel.: 243 350 550 | rede.peugeot.pt/lpmsantaremCALDAS DA RAINHA: Rua Mrtires de Timor, 25, 2500-839 Caldas da Rainha | Tel.: 262 839 810 | rede.peugeot.pt/lpmcaldasdarainha

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  • Lurdes [email protected]

    So empresas de perfil superior que de-monstraram sinais de crescimento em pra-ticamente todos os indicadores de desem-penho, com valores muito acima das m-dias nacionais. Tm sabido manter a sua ca-

    pacidade em contextos socio-econmicosmenos favorveis e representam nos seussectores e nas suas regies um motor daeconomia, do emprego e das exportaesnacionais. assim que so definidas peloIAPMEI as empresas distinguidas com o es-tatuto PME Excelncia. Os empresrios daregio valorizam, cada vez mais, este selo

    de reputao e notoriedade que, reconhe-cem, valida a solidez financeira e a estratgiadas suas empresas. Por isso to valoriza-do pelos fornecedores, banca e clientes.

    No por acaso que, ao contrrio do pas-sado, surgem j empresrios a afirmar que,embora no trabalhem para o estatuto, j fi-zeram contas para confirmar se no prximo

    20 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Crescer sempre com os olhosno BalanoReputao As vantagens so de considerar: acesso facilitado junto da banca, comjuros mais baixos, e confiana dos fornecedores que sabem que trabalham comempresas slidas e robustas. No por acaso que h cada vez mais empresrios avalorizar o estatuto de PME Excelncia, tentando alcan-lo

    DR

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    evoluem e, consequentemente, investemem novos equipamentos e recursos hu-manos qualificados. A reciclagem exigemuito acompanhamento por parte dosempresrios, alerta o administrador da em-presa que recicla entre 19 e 20 mil tonela-das por ano.

    O facto de a sua empresa ter sido PME Ex-celncia pela primeira vez muito valori-zado pelo empresrio, que encontra vriasvantagens neste reconhecimento que con-sidera uma prova de bom desempenho daempresa. A maior valorizao junto dasinstituies de crdito, banca e sociedadesde garantia mtua e at dos clientes e for-necedores que gostam de saber que traba-lham com uma PME Excelncia, que, par-tida, lhes d garantia de ser uma empresaslida e robusta.

    Por outro lado, adianta, o facto de a ban-ca estar ligada atribuio deste estatuto ga-rante bastante credibilidade s PME Exce-lncia. Os parmetros de anlise so mui-

    Para atingir essesresultados a empresa temde trabalhar bem e serlucrativa e atingirdeterminadas regrasinternas que permitamcumprir os rciosexigidosCarlos Mendes, Micronipol

    ano tm condies para repetir o prmio. Asvantagens de ser PME Excelncia, princi-palmente junto da banca, valem a pena. Afacilidade de acesso ao crdito, depois deanos de restraco, com juros mais baratos,so apenas alguns exemplos dos benefciosde uma empresa reconhecida como slida.

    Se os critrios no se alterarem, man-teremos o estatuto, uma vez que os rciosde 2016 se mantm inalterados em relaoaos anteriores, admite Carlos Mendes,administrador da Micronipol, empresa deOurm, orientada para a reciclagem deprodutos plsticos.

    Para atingir esses resultados a empresatem de trabalhar bem e ser lucrativa eatingir determinadas regras internas quepermitam cumprir os rcios exigidos.

    Carlos Mendes d como exemplo a es-tratgia de inovao que tem de estar sem-pre presente numa empresa de recicla-gem. Os produtos esto sempre a evoluir,pelo que as empresas que reciclam tambm

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  • 22 PME excelncia 16 Abril de 2017

    to rigorosos, so analisados pelos bancosque do o seu aval para a candidatura. Tam-bm com base nisso, todas as instituiese empresas esto muito despertas paraesta realidade.

    Por tudo isto, Carlos Mendes gostaria derepetir o estatuto. Trabalhando comosempre. Com o mesmo empenho, a mes-ma garra e o mesmo rigor na nossa gesto,sempre de olhos postos nos resultados e nasolidez financeira da empresa.

    Empresas produtoras com vantagens acrescidas na sua opinio, um selo de mrito rele-vante, principalmente para as empresas queproduzem e que tm necessidade de re-correr banca com juros mais baixos.Carlos Alberto, director geral da Equipack,explica que a sua empresa, dedicada co-mercializao e assistncia tcnica de equi-pamentos para a indstria de termoplsti-cos, valoriza bastante este estatuto, en-quanto detentor do prmio e fornecedor.Ser PME Excelncia um indicador deuma empresa slida e bem gerida. Quem te-lefona para a empresa e pede uma propos-ta, ficar mais confortvel se souber que uma PME Excelncia. Se este ano e j o foi

    O empresrio tambm considera quecomea a haver maior preocupao dasempresas em preparar-se para essa distin-o. No s prestgio, h tambm vanta-gens muito grandes. E sublinha: Em algu-mas indstrias transformadoras h pro-dutos que comeam a ser trabalhados mui-tos meses depois da encomenda e pelo ca-minho houve necessidade de adquirir ma-trias-primas e tem de haver dinheiro, que do banco. Se for mais barato mais as em-presas ganham, elucida o empresrio que,para manter os resultados de 2015 e 2016 (10milhes de euros de facturaco), tem de sereficaz. Temos cerca de 70 clientes, no po-demos falhar em nenhum negcio, tenhode trabalhar bem sempre, no podemos dei-xar a mquina parar, nem avariar e se issoacontecer temos de actuar rpido.

    J para Antnio Pereira, fundador e ad-ministrador da Rectimold, empresa demoldes no concelho de Porto de Ms, o es-tatuto PME Excelncia representa o cul-minar do esforo de toda a equipa para seconseguir obter os bons indicadores que de-monstram o bom desempenho da empre-sa.

    Alm do reconhecimento de mrito e deprestgio das empresas, este prmio tra-

    O estatutoPME Excelncia representao culminar do esforo detoda a equipa para seconseguir obter os bonsindicadores quedemonstram o bomdesempenho da empresaAntnio Pereira,Rectimold

    Jos Carlos e Antnio Pereira, Rectimold

    DR

    no ano passado, claro que fico mais con-fortvel. Sei que uma empresa com algumrigor na gesto.

    Carlos Alberto no quer dizer com istoque as empresas sem o estatuto no so ri-gorosas na sua gesto e cumpridoras, masnas outras h um selo de garantia, j pas-saram por um crivo que lhes atribui o re-conhecimento de bom desempenho.

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    duz-se, concretamente, nas taxas de jurospraticadas pelos bancos nossos parceiroso que para a indstria transformadora emgeral muito importante.

    O conjunto de indicadores exigidospara atribuio deste prmio represen-ta ainda uma garantia para todos os par-ceiros de negcios da Rectimold, emrelao ao bom cumprimento das obri-gaes, revela, por seu lado, Jos Car-los, tambm scio da empresa, espe-ranado na repetio deste selo de m-rito, caso os critrios se mantenham.

    Com 36 colaboradores, a Rectimoldfacturou em 2016 cerca de 2.6 milhes deeuros, continuando com um cresci-mento sustentado em relao aos lti-mos anos, revela Antnio Pereira, apro-veitando para relembrar que uma dasmaiores dificuldades deste sector pren-de-se ainda com a formao dos recur-sos humanos qualificados. Tem sidouma tarefa atribuda prpria empresa,

    envolvendo custos muito avultados.

    difcil medir valorizao deste prmioSer PME Excelncia o reconhecimentodo bom desempenho econmico e finan-ceiro da empresa, eventualmente poder as-segurar alguma credibilidade junto dosclientes e entidades com quem trabalha-mos. assim que responde Carlos Reis, s-cio-gerente da Fluxoterm, empresa deprestao de servios integrada na rea daClimatizao e Redes Hidrulicas, quandoquestionado sobre as vantagens deste es-tatuto.

    Na sua opinio, difcil medir a valori-zao deste prmio de reconhecimentopor parte dos stakeholders. Um dos crit-rios que no haja reduo do volume denegcios da empresa em relao ao ano an-terior e facturar muito significa s issomesmo, diz o empresrio, admitindo queinternamente no mudou nem vai mudar

    Uma empresa preenche os requisitos para serPMEExcelncia quando,mesmo depois de grandesinvestimentos, continua acrescer bem. Significa quenasceu sustentada, cresceusustentada e no dbil. uma empresa dinmicasempre em busca de novassolues para apresentaraos mercadosAccio Moleirinho, Gecim

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    nada na empresa. Trabalhamos para satis-fazer os nossos clientes e restantes parcei-ros de negcio.

    Contudo, segundo diz, a estratgia em-presarial da Fluxoterm, que tem como baseos objectivos definidos a cada ano, tem emconta as oportunidades, recursos dispo-nveis e sempre que necessrio um ajusta-mento realidade de mercado, de forma aadaptar-se s mudanas.

    O crescimento sustentado resulta daspolticas adoptadas pela empresa, quetem realizado os investimentos adequadoss necessidades das novas exigncias domercado, garantido a qualidade dos servi-os prestados.

    Uma imagem de estratgia e de desenvolvimentos sustentvelFornecedora de equipamentos para a in-dstria de moldes, a Gecim foi este ano re-conhecida com o estatuto de excelncia pelaterceira vez, o que na opinio de Accio Tel-mo Moleirinho, seu scio-gerente, repre-senta uma responsabilidade acrescida. difcil manter esta distino ano aps ano.Temos de cumprir todos os critrios exigi-dos, aumentar a facturao ou manter to-dos os mercados tm um risco de negcio,mas este estatuto transmite-nos solidez, aideia de estratgia nas empresas.

    Valorizando muito este selo de qualida-de financeira, Accio Moleirinho no tem

    dvidas de que ser PME Excelncia trans-mite uma imagem de estratgia e de de-senvolvimento sustentvel. Sentimos logoque estamos na presena de uma empre-sa dinmica, que mantm estratgias fi-nanceiras e comerciais interessantes que le-vam sua sustentabilidade.

    Na opinio deste empresrio, uma em-presa preenche os requisitos para ser PMEExcelncia quando, mesmo depois de gran-

    des investimentos, continua a crescer bem.Significa que nasceu sustentada, cresceusustentada e no dbil. uma empresa di-nmica sempre em busca de novas soluespara apresentar aos mercados, continuaAccio Moleirinho, confessando que, pelaprimeira vez, vai olhar para o ttulo comvontade de o repetir. Prev-se que conti-nuemos a ser PME Excelncia. cada vezmais um selo de prestgio, muito publicitadoe valorizado pelos bancos. Temos tanto or-gulho nele que colocamos o selo em todoo nosso material de marketing.

    Mais vantagens? Alm do reconheci-mento do desempenho slido dos nossosclientes, a prpria banca tem vantagens emter PME Excelncia entre os seus clientes,de tal forma que nos procuram a ns e aosoutros para esse efeito, conta o empres-rio.

    Jos Frazo, administrador do Centro deExposies da Batalha, Exposalo, temuma posio diferente em relao aos in-vestimentos. Este ano a Exposalo foiPME Excelncia porque parou de investir.Nos anos anteriores, em que foram feitosgrandes investimentos, houve critriosque no foram cumpridos e no chegou l,revela o empresrio.

    Reconhecendo que ser PME Excelncia um estatuto de mrito e de prestgiopara as pequenas e mdias empresas, JosFrazo defende, contudo, que os critriosde atribuio deste selo deveriam con-templar outros factores empresariais. A so-lidez financeira de uma empresa deter-minante para receber o prmio, claro, masdeveriam ser avaliadas tambm a inovao,a tecnologia e at a ousadia dos empres-rios, que investem mesmo em contraciclo,sem descapitalizar a empresa.

    H, na sua opinio, algumas nuancesque deveriam ser analisadas tambm, em-bora reconhea que medir esses factoresmenos objectivos seja mais difcil. Jos Fra-zo reconhece, contudo, que as empresastm vantagens em ser PME Excelncia,principalmente junto dos fornecedores e dabanca. `Sabem que aquelas empresas pa-gam bem porque esto bem organizadas doponto de vista financeiro e esto slidas.No significa que as outras no estejam tam-bm Podem estar em anos de investi-mentos e isso bom, porque esto a investirno futuro. A essas, tiro o meu chapu.

    >>>

    A solidez financeirade uma empresa determinante para recebero prmio, mas deveriam seravaliadas tambm ainovao, a tecnologiae at a ousadia dosempresrios, queinvestem mesmo emcontraciclo, semdescapitalizar a empresaJos Frazo, Exposalo

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  • 26 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Sendo a banca um parceiro estratgico na atribuio do estatuto PME Excelncia, quisemosperceber qual a opinio de alguns profissionais da regio de bancos que pertencem rede. 1. Concretamente, o que que o estatuto PME Excelncia premeia? 2. Uma empresa PME Excelncia mais valorizada junto dos seus stakeholders? 3. E junto da banca, quais as vantagens adicionais? 4. Quais as estratgias de gesto deve uma empresa seguir para manter o estatuto?

    Frum

    Estatuto envolve capacidade de inovao

    1 - Distingue as empresas queatingiram valores de referncia desolidez econmica e performancefinanceira, sendo premiada tambm acapacidade de gesto dos empresriose a valia da sua estratgia dedesenvolvimento. As PMEportuguesas no geral, e as Excelnciaem particular, asseguram um papelfundamental no crescimentoeconmico e estabilidade social dopas.

    2 - Sim, claramente. Obtm deimediato um nvel de reconhecimentoe de valorizao superior quefuncionar como garantia dequalidade, obtendo maior ateno epreferncia junto dos seus clientes,maior poder negocial junto dosfornecedores e reforo do sentimentode identidade de empresa junto doscolaboradores.

    Rui BagagemCentro deEmpresas doNovo Banco,Leiria

    1 - O programa PME Lder/Excelncia um prmio institudo pelo IAPMEI eTurismo de Portugal, em colaboraocom bancos parceiros, que pretendedistinguir as PMEs maisperformantes, com mais de 8trabalhadores e volume de negciossuperior a 1 milho de euros,utilizando, para o efeito, um conjuntode indicadores econmicos efinanceiros.

    2 - Tipicamente as empresasdistinguidas reforam o seu valor. Aatribuio do estatuto PMEExcelncia gera um capital deconfiana que induz valor para aempresa, beneficia a percepo detodos os stakeholders, permiteconstruir vantagens competitivas efacilita a concretizao de negcios.Para a banca este reconhecimentotraduz-se num mitigador do risco,

    Antnio Brancodirector Comercialde Empresas daCaixa Geral deDepsitos, Leiria

    3 - Apresentando-se como um dosstakeholders das empresas, a bancatender a facultar condiespreferenciais s PME Excelncia, queso sinnimo de empresas de menorrisco de crdito e de melhorperformance econmica e financeira.Como Banco das Empresas, eprivilegiando relaes de parceria e deproximidade, o Novo Banco procurafacultar a todas as empresas suasclientes, instrumentos e condiespara que evoluam para patamares deexcelncia.

    4 - Manter o estatuto representa umdesafio permanente, que dever seralicerado numa grande capacidadede inovao e de adaptao, nummercado cada vez mais global edinmico, onde a incerteza parteimportante da equao do sucesso eda excelncia. Contudo, econsiderando que esta distinopossui tambm um claro objectivo dereconhecimento do trabalhodesenvolvido pelos colaboradores daempresa, poder e dever serpotenciado o estatuto PME Excelnciapara promover internamente odesenvolvimento da excelncia e daqualidade, devendo ser asseguradopor todos a manuteno da distino.

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 27

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    facilitando o acesso a melhorescondies de financiamento.

    3 - A Caixa, por exemplo, disponibilizapara as empresas, com benefciosignificativo para os clientes PMEExcelncia, um conjunto de soluesglobais de financiamento e deservios, que vo desde produtos eservios de apoio gesto diria aoinvestimento. Entre as principaisvantagens destacamos a possibilidadede reduo de spread at 0,5% nosfinanciamentos, em funo doenvolvimento comercial; reduo de20% na Comisso de Estudo eMontagem nas operaes de leasing;benefcios nos seguros; reduo de10% na mensalidade do Pacote CaixaEmpresas; possibilidade de Iseno daComisso de Estudo e Contratao nalinha Capitalizar at 31/05).

    4 A obteno deste estatuto nodeve orientar a equipa de gesto, serantes o corolrio de uma estratgiaclara para a empresa. Consideramosque as empresas que possuemalinhamento estratgico da sua viso emisso, clara definio do seumercado alvo, actuao centrada nocliente, que incorporaram inovao eque se preocupam com asustentabilidade, posicionam-sefortemente para alcanar o estatuto.

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  • 28 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Critrios premeiam negciosslidos e rentveisCludio [email protected]

    Mais do que a dimenso do negcio,o estatuto PME Excelncia premeia asorganizaes com maior solidez e me-lhor perfil de risco. Nesta prova, em queos maratonistas esto mais vontade doque os velocistas, o volume de factura-

    o e o nmero de trabalhadores no soos indicadores determinantes para adeciso final, da responsabilidade doIAPMEI Agncia para a Competitivi-dade e Inovao e do Turismo de Por-tugal em parceria com 11 bancos a ope-rar em Portugal, a saber: BIC, BPI, Ban-co Popular, Bankinter, Caixa de CrditoAgrcola, Caixa Geral de Depsitos, Mil-

    lennium BCP, Montepio, Novo Banco,Novo Banco dos Aores e SantanderTotta.

    De facto, explica Pedro Santos, scioda consultora SVC Value Consulting,so premiadas sobretudo "as sociedadesque apresentem elevados rcios de so-lidez financeira e econmica, acima damdia nacional, em que o seu perfil de

    DR

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 29

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    Autonomia financeira: uma fotografiada dependncia do negcio face aterceiros. Quanto mais baixo estercio, mais a actividade da empresa financiada por capitais alheiosRentabilidade lquida do capitalprprio: a percentagem de lucro porcada euro investido pelos donos daempresa e nesse sentido traduz acapacidade do negcio pararemunerar os capitais investidospelos scios ou accionistas. Dvida lquida sobre o EBITDA: o maisimportante indicador para analisar onvel de endividamento. Mede aalavancagem financeira do negcio.Quanto mais alto, mais dinheiro aempresa precisa de gerar para pagaras suas dvidas.EBITDA sobre o activo: arentabilidade do activo, ou seja, amedida da eficcia operacional datotalidade dos capitais (prprios ealheios) investidos.EBITDA em % do volume de negcios:rcio que revela a rentabilidade daempresa e a capacidade do negciopara gerar fluxos de caixa (cash-flows) atravs da actividadeoperacional.Crescimento do volume de negcios:indica o crescimento das receitasobtidas por venda de bens e prestaode servios.

    Glossrio

    risco junto das instituies financei-ras, normalmente, se situa nos doisprimeiros ratings AAA e AA, indepen-dentemente da sua dimenso". Isto por-que a anlise privilegia, em especial, ne-gcios que possuam uma considervelrentabilidade econmica (EBITDA, ren-tabilidade dos capitais prprios e do ac-tivo) e uma elevada estrutura financei-ra (autonomia financeira e maturidadedo endividamento). "Note-se o rciodvida lquida sobre o EBITDA, que re-vela a capacidade das sociedades pa-garem o seu endividamento, com o seucash-flow operacional, em menos de2,5 anos", salienta.

    As PME Excelncia so seleccionadas

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  • 30 PME excelncia 16 Abril de 2017

    no universo das PME Lder data de 30de Outubro de 2016 e esta na verda-de a primeira condio obrigatria noprocesso de candidatura.

    Depois, para todos os sectores de ac-tividade, com excepo do turismo, asempresas tm de cumprir cumulativa-mente, ou seja, em simultneo, os se-guintes critrios: uma autonomia fi-nanceira em 2015 em que os capitais pr-prios atingem pelo menos 37,5% do ac-tivo; rentabilidade lquida do capitalprprio igual ou superior a 12,5%; rela-o da dvida financeira lquida sobre oEBITDA (lucros antes de impostos, juros,depreciaes e amortizaes) igual ou in-ferior 2,5; rcio do EBITDA sobre o acti-vo igual ou superior a 10% e do EBITDAsobre o volume de negcios igual ou su-perior a 7,5%; e, por fim, um crescimentodo volume de negcios igual ou superiora zero, isto , so excludas as organiza-es que apresentem prejuzo.

    Empresas do turismo tm privilgiosAs empresas do turismo beneficiam decondies especiais no acesso ao esta-tuto PME Excelncia, com critrios queso ligeiramente menos apertados. Naprtica, h duas diferenas: podem can-didatar-se empresas (no todas, a ele-

    gebilidade depende do cdigo CAE) comrentabilidade lquida dos capitais pr-prios igual ou superior a 8% e dvida fi-nanceira sobre o EBITDA at 3,5. Os de-mais requisitos so iguais aos exigidospara os restantes sectores de actividade.

    Segundo Nuno Quadros, scio da con-sultora Valorfin, com 17 anos de expe-rincia na banca, no fcil dizer qual doscritrios se torna mais exigente. No en-tanto, "tendo em ateno que uma maiorou menor autonomia financeira est di-rectamente relacionada com o nvel de lu-cros gerados (maiores resultados, me-lhores autonomias), lucros esses que emalguns momentos so penalizados pelovalor das amortizaes associadas aos in-vestimentos efectuados, que so vitaispara a evoluo e a modernizao das em-presas, e que fazem com que o activo au-mente, poder ser razovel dizer queatingir ou manter os 37,5% deste critriotalvez seja mesmo o mais difcil".

    Ser maior no quer dizer ser melhor,sendo que muitas vezes um crescimen-to desmesurado pode ser inimigo dasolidez e da sustentabilidade. Conformesalienta Isabel Marinho, presidente doconselho de administrao da Irmade,do sector dos revestimentos em ma-deira, no concelho de Ourm, o impor-tante gerir o equilbrio e a eficincia donegcio. "Todos os dias temos de tomara deciso de arriscar mais ou menos.Tendo em conta a rentabilidade da em-presa, a segurana das encomendas e agarantia dos fornecimentos, dar umpasso maior do que a perna pode colo-car tudo em causa, desde os postos detrabalho ao produto", argumenta.

    Segundo Pedro Santos, da SVC, os cri-trios exigidos pelo IAPMEI tm vindo atornar-se cada vez mais exigentes, deano para ano. A ttulo de exemplo, de2015 para 2016 o limite minimo da au-tonomia financeira passou de 35% para37,5% e a rcio obrigatrio na rentabili-dade dos capitais prprios de 10% para12,5%. J a maturidade do endivida-mento (superior a 2,5 anos) um ele-mento de anlise introduzido em 2016,substituindo a necessidade de as em-presas serem classificadas nos trs pri-meiros nveis de rating (1,2, 3) do Siste-ma de Garantia Mtua.

    fazer as contasO clculos dos rcios quepreenchem a candidatura dasempresas ao estatuto PMEExcelncia tem por base o IES(documento de informaoempresarial simplificada) entregue Autoridade Tributria. O valor doEBITDA (resultado antes dedepreciaes, gastos definanciamento e impostos) obtidoatravs do quadro 03-A dademonstrao de resultados pornatureza, no campo A5017. J advida financeira lquida resulta dasoma das rubricas financiamentosobtidos e fornecedores deinvestimento e da subtraco dasrubricas participantes de capital,subsidirias, associadas eempreendedimentos conjuntos emeios financeiros lquidos. No caso das entidades que noesto obrigadas a entregar o IES Autoridade Tributria, a dvida financeira lquida calculada a partir do balano e dobalancete, atravs da soma darubrica financiamentos obtidos e da subtraco da rubrica caixa,depsitos e activos financeiros.

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  • PME Excelncia e Prmio Gazela

    A Remax Inn foi distinguidacom o estatuto PMEExcelncia 2016 e o PrmioGazela. "Recebermos estes

    prmios dizer que nada impossvel, diz Teresa

    Mesquita, acrescentando: "Nome tiram a humildade, criam-me imensaresponsabilidade e deixam-me orgulhosa".

    A agncia extremamente competitivacostuma estar nos primeiros lugares dosrankings da Remax Portugal -, mas ondenenhum colaborador passa por cima dealgum para atingir um resultado. Em trsanos consecutivos a primeira da regiocentro. Teresa Mesquita h trs anosconsecutivas broker do ano da zona centro efoi reconhecida pela Remax Europa comoBroker de Elite.

    A Remax Inn foi a primeira imobiliria deLeiria com urna academia prpria, para darformao aos consultores, e que funcionacomo porta de entrada na empresa. Oscolaboradores da Remax Inn passaram pelaformao hoje feita em academia, que certificada pela DGERT e oferece um diplomaaos formandos.

    A empresa constituda por 33 consultores eoutros oito colaboradores, com idades entreos 18 e 50 anos (uma mdia a rondar os 30anos). Um dos seus objetivos ter 50consultores at ao final deste ano. Por outrolado, vai abrir duas novas agncias, uma dasquais na Batalha e outra na Marinha Grande,e em 2018 quer apostar na abertura deagncias a nivel nacional, para chegar aoutros mercados. Neste momento o foco dasua atividade est em Leiria e nos concelhosvizinhos. Teresa MesquitaDiretor-geral Re/Max Inn

    Av. Marqus de Pombal - LeiriaTel. 244 812 715

    Av. Marqus de Pombal - Leiria

    PME Lder 16 excelncia 16

    A moldura humana que preenche o edifcio-sede da RE/MAX Inn uma dasmais significativas marcas de xito desta agncia que nasceu em Leiria hseis anos, pela mo de Teresa Mesquita, directora-geral da empresa queacaba de ser distinguida com o prmio de PME Excelncia. A fundadora daempresa e os seus dois scios, Frederico Ribeiro e Pedro Marques,provaram, nesse ano e nos seguintes, que possvel crescer e ter xito,contrariando a conjuntura econmica. Vivia-se ento uma das maiores crisesno sector imobilirio, mas que parece ter passado ao lado da agncia! A longa experincia dos trs scios bastou para delinearem o caminho dofuturo. Fizeram-se rodear de uma equipa de consultores bem formada etraaram estratgias diferenciadoras.No por acaso que a formao sempre foi das prioridades de TeresaMesquita, levando criao de uma academia prpria. No existemtcnicas de venda para a nossa equipa, a formao assenta muito nasrelaes humanas, em que um cliente se torna quase um amigo. a quemarcamos a diferena, explica Teresa Mesquita, reconhecida, entre outros,com o prmio sinergia na rede REMAX, por se deslocar por todo o Pas paradar conhecer os seus mtodos de gesto, que se diferenciam da maioria dasagncias.Estamos c para corresponder s expectativas criadas pelos clientes, peloque a nossa prioridade no ganhar a qualquer preo. Queremos faz-locom honestidade, revela.O respeito por todos os intervenientes na aquisio ou venda de um imvel ponto de honra da RE/MAX Inn, que faz questo de levar os clientes aobanco certo. Aconselhamos a no sobrevalorizarem os imveis ou a nocomprarem por valores que ultrapassem as suas capacidades, diz. Maisimportante: Na RE/MAX Inn, o cliente no visita qualquer imvel sem passarpor urna qualificao financeira e uma pr-aprovao de crdito. determinante que os proprietrios sintam que os potenciais compradorestm capacidade efectiva para fazerem a aquisio". Uma estratgia muitoimportante tambm para o comprador que, assim, no cria expectativas emrelao a imveis que no pode adquirir. mais um registo inovador destaequipa que diariamente trabalha com base na confiana, na honestidade e,sobretudo, nas relaes interpessoais.

    RE/MAX Inn: a agncia que d prioridade s relaes humanas

    RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn RE/MAX inn

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  • 32 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Daniel Bessa, economista, ex-ministro da Economia e ex-presidente da Cotec

    Ser inovador ser o maiseficiente entre todos os meusconcorrentesLurdes [email protected]

    Tem defendido que existem problemasde eficincia no Pas, mostrando preocu-pao com os resultados, que ficam aqumdas expectativas. Qual o caminho quePortugal deveria seguir para conseguirum melhor crescimento econmico?A questo central, em termos de modelo dedesenvolvimento para o nosso Pas, con-siste em saber se, como principal factor decrescimento, dever privilegiar-se o mer-cado interno, atravs do consumo, ou o

    mercado externo, atravs das exporta-es. Em minha opinio, a primeira via en-contra-se excluda, por razes conjunturaise por razes estratgicas. Por razes con-junturais porque tanto o Estado como as fa-mlias portuguesas se encontram dema-siado endividadas. Tudo desaconselhandoao aumento desse endividamento, mesmoque os mercados estivessem prontos parao consentir o que, como se sabe, nem se-quer o caso, nomeadamente no que dizrespeito ao Estado. Por razes estratgicasporque, numa economia to pequena e toaberta como a portuguesa, o estmulo ao

    consumo interno se traduz sobretudo emaumento de importaes, acabando porno arrastar o crescimento da economia.Desde pelo menos meados dos anos oi-tenta, o Pas apostou demasiado no mer-cado interno como factor de crescimentoda sua economia. Na viragem do milnio,esse modelo encontrava-se esgotado, ten-do a economia portuguesa deixado prati-camente de crescer. Vejo-o de regresso, compreocupao, depois da interrupo veri-ficada nos anos da troika.E em relao s empresas portuguesas, opanorama diferente?

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 33

    Ao contrrio do que se passa com o Pas, umcaso em si mesmo, chegados s empresas,cada caso um caso e no h juzo ne-nhum que se aplique, por igual, ao conjuntodas empresas portuguesas. H empresasportuguesas com desempenhos excelentes,tanto em termos de eficincia (produtivi-dade), como em termos de balanos (au-tonomia financeira) e de resultados (ren-tabilidade). Em muitos casos, sobretudoquando se trata de pequenas empresas, cos-tumo dizer que quase ningum as conhe-ce: inteiramente orientadas para o merca-do global, no vendem praticamente nadano mercado interno. E h tambm, infe-lizmente, demasiadas empresas em Por-tugal com desempenhos econmico-fi-nanceiros muito fracos, traduzidos emrentabilidades sistematicamente negati-vas e com capitais prprios tambm fre-quentemente negativos. Custa a com-preender, em muitos casos, como conse-guem manter-se no mercado o que, emmeu juzo, fica a dever-se a uma aplicaoinsuficiente do instituto da falncia. Aorientao macia da economia portugue-sa para as exportaes, nos anos de 2011 a2014, em que o mercado interno colapsou(as exportaes aumentaram de 28% paramais de 40% do PIB), pode, em muitos ca-sos, ter sido conseguida custa de perdasnas margens e na rentabilidade das em-presas. No encontro, em todos estes casos,outros caminhos que no sejam os da ca-pitalizao (aumento dos capitais prprios)e da eficincia (aumento da produtividade).Em muitos casos, a capitalizao poder en-volver implicaes pesadas em matria deestrutura accionista.Fala muito da inovao nos processos comorequisito de sucesso das empresas Uma das maiores lies que recebi, em ma-tria de inovao, veio de um grande senhorda indstria portuguesa, o engenheiro Car-los Moreira da Silva, ento presidente da di-reco de uma associao empresarial pro-motora da inovao, que eu servia profis-sionalmente [Cotec]. Dizia-me que, emsua opinio, ser inovador consistia sobre-tudo em cumprir dois grandes requisitos:ser o mais eficiente entre todos os meusconcorrentes e criar com os meus clientesuma relao de tal ordem que, se me aban-donarem como fornecedor, se arrepen-dam no minuto seguinte. Estamos a falar de

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  • 34 PME excelncia 16 Abril de 2017

    eficincia: eficincia dos processos, no quetm de mais concreto, seja no cho da f-brica seja nas cadeias logsticas, tanto nascompras como na entrega do produto finalao nosso cliente. E estamos a falar de rela-o com clientes, seja no que se refere aoproduto que entregamos (qualidade; ino-vao) seja no que se refere ao servio queacompanha a entrega e o uso desse produtopelo nosso cliente, e pelos seus clientes.Nas suas intervenes, insiste muito na im-portncia da criao de valor nas empre-sas. Considera que esse factor comea a sermais valorizado? H uma relao de imanncia entre em-presas e criao de valor. Se exceptuarmosos trabalhadores independentes (agricul-tores e pescadores isolados; artesos; pro-fissionais liberais) ningum mais, alm dasempresas, cria valor. O Estado, nomeada-mente, no cria valor (convencionou-se quecontribui para o PIB pelos salrios quepaga). As empresas criam valor na medidaem que o acrescentam: a diferena entreo preo dos bens e servios que vendem eo preo dos bens e servios que compram,e que consomem, para produzirem os bense servios que vendem. Ora, o VAB que

    paga os salrios, que reintegra os capitaisdas empresas (pelas amortizaes) e que re-munera os capitais empregues pelas em-presas, sejam os capitais alheios (atravs dosjuros), sejam os capitais prprios (atravsdos lucros antes de impostos). Onde oVAB escassear, algum comea a perder, outodos comeam a perder. Os trabalhadoresno recebem o seu salrio, muito menos osalrio que poder melhorar as suas con-dies de vida. Os credores no podero serremunerados e os accionistas no tero lu-cros (pelo que no continuaro a investir).Nos casos extremos, o capital financeirono ser recuperado (imparidades nosbancos; perda de capital pelos accionistas);e o capital fsico ir-se- perdendo, aospoucos, progressivamente transformadoem sucata. Talvez, depois disto, ningummais considere o VAB criado por uma em-presa uma questo de somenos.Numa curta interveno recente, na con-ferncia Investimento em Portugal ad-mitiu ter medo da palavra investimento.Considera que, na generalidade, as em-presas fazem bons investimentos e namaioria das vezes com a perspectiva derentabilidade?

    ARQUIVO/JL

    H demasiadas empresasem Portugal comdesempenhos econmico--financeiros muito fracos,traduzidos emrentabilidadessistematicamentenegativas e com capitaisprprios tambmfrequentemente negativos.Custa a compreender, emmuitos casos, comoconseguem manter-se nomercado o que, em meujuzo, fica a dever-se a umaaplicao insuficiente doinstituto da falncia

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 35

    Sim, tenho medo da utilizao da palavrainvestimento. Trata-se de uma palavracom um sentido ou uma conotao positi-va (sounds good, como diriam os ingleses),de que as pessoas se socorrem, muitas ve-zes, quando pretendem efectuar despesasmenos bem-feitas: consumo, tantas vezessumpturio, quando no tm rendimentopara tal. E, mesmo quando se tratam de in-vestimentos, de facto, o mais importanteno o investimento em si mas a rentabi-lidade que se obtm, ou no, desse inves-timento. Considero que a opinio pblicaportuguesa no suficientemente exigen-te nesta matria. No toleraria, se o fosse,o uso to frequente do termo investimen-to a propsito de despesas que no o so ouque, sendo-o, no so suficientementerentveis (caso de muito investimento p-blico, e de muito investimento privado fi-nanciado pelo sistema bancrio, sempre emprejuzo de quase todos, como no faltamos exemplos prejuzo a que apenas esca-pam os poucos que comearam por vender

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    alguma coisa, por vezes a preo exorbi-tante).H muitas empresas candidatas ao pro-gramas do Portugal 2020 para realiza-rem grandes investimentos em reas deinovao, tecnologia, internacionaliza-o. Umas em parceria com escolas e cen-tros tecnolgicos, outras individualmen-te. , na sua opinio, a melhor forma de in-vestimento para uma PME?Os fundos pblicos existem para serem uti-lizados. Assim acontece com os fundos doPortugal 2020, fazendo as empresas mui-to bem em candidatarem-se aos fundosque se lhes encontram atribudos. Con-cordo que o acesso a estes fundos seja ro-deado de condicionalismo (inovao; in-ternacionalizao) e, no que se refere ino-vao, acredito que as empresas (no ape-nas as PME) robustecem os seus projectos,e melhoram as suas perspectivas de ren-tabilidade, se o fizerem em parceria com es-colas e centros tecnolgicos. Convir tam-bm que, a todo o momento, no percam

    a perspectiva do mercado, sem o que nohaver vendas nem, muito menos, criaode valor.Na sua opinio, em que reas devem as pe-quenas e mdias empresas investir? As PME devem investir em actividadesem que, tudo ponderado, com um grau derisco razovel, parea possvel criar valorpara, depois de honrados todos os outroscompromissos, remunerar adequadamenteo capital. No se distinguem, desse pontode vista, de todos ou outros tipos de em-presas: micro, mdias, grandes. Um dos en-sinamentos mais interessantes da evoluoda economia portuguesa nos ltimos anos,nomeadamente do aumento das exporta-es, que este ocorreu em literalmente to-dos os sectores de actividade (comeandona agricultura, talvez de todos, partida, oque parecia de sucesso mais improvvel).E quais so os grandes desafios que as em-presas enfrentam actualmente?Melhorar as contas de resultados (aumen-to de rentabilidade, nomeadamente atra-

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  • 36 PME excelncia 16 Abril de 2017

    vs de ganhos de eficincia) e melhorar osbalanos (aumento da autonomia finan-ceira, por aumento dos capitais prprios).Saiu recentemente a lista das PME Exce-lncia, cujo nmero de empresas au-mentou relativamente ao ano anterior. Omesmo aconteceu com as Lder de cujouniverso saem as PME Excelncia - quetambm cresceram. Como entende estadistino do IAPMEI e do Turismo de Por-tugal, em parceria com 11 bancos?Trata-se, como afirma, de uma distinoatribuda por instituies financeiras, emparceria com o IAPMEI. bom, para o Pas,saber que o seu nmero tem vindo a au-mentar; e bom, para as empresas dis-tinguidas, verem-se merecedoras dessadistino, que s poder implicar uma me-lhoria da sua reputao e um aumento docrdito de que beneficiam. Como evi-dente, h dimenses da vida das empre-sas que estas distines no consideram por exemplo, o seu potencial de cresci-mento; ou, ainda, por exemplo, o modo

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    como remuneram os seus trabalhadores,ou o seu potencial tecnolgico e de ino-vao. Mas no o momento de, de for-ma injusta, pedirmos a um indicadormais do que ele pode dar. Sim: bom seruma PME Excelncia, ou uma PME Lder,e bom para o Pas ter muitas e ver au-mentar o nmero destas empresas.Mas considera que para muitas empresasdistinguidas esta pode ser uma fonte deinspirao e de motivao para cresceremmelhor?

    Antes de perguntarmos se grande ou pequena,temos de perguntar se positiva ou negativa.

    Procuro ser, por cultura, muito racional, emuito analtico (mais por cultura do quepor nascimento; no nasci assim, fui edu-cado assim). Gosto de matemtica e uso amatemtica, sobretudo o conceito de de-rivada em que, antes de perguntarmos se grande ou pequena, temos de perguntarse positiva ou negativa. Reitero o que dis-se atrs: bom ser uma PME Lder e, ain-da mais, uma PME Excelncia (sobretudopara as empresas que, no o sendo antes,passaram a s-lo).Conhece bem a regio de Leiria. Como aclassifica em termos empresariais?Leiria lidera hoje, no Pas, uma indstriato importante como a dos moldes, in-cluindo toda a engenharia (e suponho quetambm o design) de que esta indstria sesocorre, a montante da sua cadeia de va-lor. E tem empresas conhecidas, e mes-mo de excelncia (no apenas de acordocom os critrios utilizados pela banca epelo IAPMEI) em muitos outros sectoresde actividade.

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  • 38 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Auto Delta, em Leiria, PME Excelncia desde 2009

    A trabalhar com o mximo de rigor financeiro h 40 anos

    Lurdes [email protected]

    A Auto Delta uma das empresas da re-gio que mantm, ininterruptamente, o es-tatuto de PME Excelncia desde 2010.Um feito que se deve ao mximo rigor fi-nanceiro, elevada quantidade e quali-dade de trabalho, exigncia colocada emtodos os momentos de contacto com omercado e qualidade dos parceiros co-merciais, como revela Armindo Romo,fundador e administrador desta empresafamiliar que considerada, por direitoprprio, um dos principais players domercado aftermarket portugus.

    Os pressupostos referidos pelo empre-srio constituem a sua principal estratgiade gesto desde que iniciou o negcio h40 anos. O rigor, a qualidade e a exign-cia fazem parte da identidade da nossa or-ganizao, explica o responsvel da em-presa de importao e distribuio de pe-as e acessrios para automveis que tem

    crescido nos ltimos anos na ordem dosdois dgitos. Em 2015, a empresa facturou17.6 milhes de euros, mas em 2016 o vo-lume de negcios da Auto Delta cifrou--se em cerca de 20 milhes de euros. Pre-v-se um crescimento semelhante aosdos anos anteriores para 2017. nosso ob-jectivo continuarmos, ano aps ano, asuplantar-nos, a nvel individual e colec-tivo, algo que no se expressa apenas novolume de negcios, que uma parte

    importante, mas redutora para uma es-trutura com 40 anos de existncia, afir-ma, por seu lado, Marcelo Silva, directorde operaes e j a segunda gerao naempresa.

    Os investimentos tm sido uma reali-dade desde o incio da empresa. As pri-meiras instalaes foram na Rua Dr. JosJardim, quando a Auto Delta apenas se de-dicava venda a retalho, tendo poste-riormente ocupado tambm instalaesem Porto Moniz e no Casal do Guerra. Aentrada na importao directa de peas eacessrios para automveis fez com queo espao se tornasse drasticamente in-suficiente tendo, em 1995, inaugurado aactual sede, ainda que numa primeiraverso de apenas 3.000 m2. Hoje, e depoisde diversas actualizaes do espao, a AutoDelta conta com 10.000 m2 nas instalaesde Leiria, e 2.000 m2 no armazm de apoiode Castelo Branco.

    No ano passado, a empresa construiuum terceiro pavilho em Leiria, com o ob-

    Imagem do interior da empresa de importao e distribuio de peas e acessrios para automveis

    DR

    2015Em 2015, a empresafacturou 17.6 milhes de euros. Em2016 o volume de negcios da AutoDelta cifrou-se em cerca de 20milhes

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 39

    jectivo de aumentar a capacidade destockagem. A nossa filosofia comercialpassa por ter em armazm uma imagemcompleta do que hoje o mercado auto-mvel portugus, com actualizao per-manente das linhas de produtos exis-tentes. Trata-se de um trabalho que, naopinio do empresrio, vive bastante dodesempenho da nossa equipa de pes-quisa e importao, sempre em articu-lao com as equipas de armazm e devendas.

    Tambm o derrubar de barreiras quea Internet proporcionou foi muito im-portante para o desenvolvimento da AutoDelta, diz o director de operaes. Atra-vs do nosso portal online, desenvolvidoem parceria com uma das plataformas dereferncia do sector, o nosso parceiro po-der ter acesso disponibilidade de cadareferncia, bem como fazer o seu pedido,o que torna tudo mais rpido e simples.Alm disso, o call center da empresaconstitui outro suporte actividade, comtcnicos especializados que podero res-ponder a qualquer dvida colocada.Marcelo Silva refere ainda o balco, quecontinua a ser a cara da Auto Delta, ondequeremos sempre que os nossos parcei-ros se sintam em casa.

    Os empresrios explicam que a evolu-o deste mercado j um dos seus pi-lares essenciais e o seu acompanhamen-to uma das imagens de marca da AutoDelta, cuja identidade passa por tentar,em qualquer momento, ter capacidadede resposta rpida e efectiva, bem comoacompanhar o desenvolvimento de ga-mas inovadoras que, a mdio prazo, nospodero diferenciar. A mobilidade elc-trica um sector onde j contamos coma parceria da Emovum, marca dedicadaem exclusivo a este campo inovador.

    Repetir o galardo de PME Excelnciah tanto tempo coloca, assim, umgrau de exigncia altamente elevado emtudo o que a equipa da Auto Delta faa,ainda que a cultura da empresa, sentidae percebida por todos desde o primeirodia, j coloque a exigncia num patamarelevado, fruto dos desafios que o merca-do nos colca.

    A empresa, que comeou com duaspessoas, conta hoje com mais de 70trabalhadores.

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  • 40 PME excelncia 16 Abril de 2017

    Marca S. Bernardo salva por ex-colaboradores

    Cermica de Alcobaa aumenta vendas e consolida resultados

    Lurdes [email protected]

    Desde que foi adquirida por um grupo dequadros superiores, em resultado da in-solvncia em 2008, a antiga cermica S. Ber-nardo no tem parado de crescer. A novaempresa Perptua, Pereira & Almeida(PP&A), criada para dar continuidade marca S. Bernardo, tem registado umcrescimento no volume de negcios e naconsolidao dos seus resultados finan-ceiros.

    Elsa Almeida, scia e directora geral da or-ganizao, confirma que a PP&A apresen-tou mais de 1.6 milhes de euros de factu-rao em 2016, esperando tambm umaumento de vendas para dois milhes esteano. Mas, to ou mais importante que o au-mento do volume de negcios, a nova em-presa no s manteve os postos de trabalhocomo os aumentou. Iniciou com 45 pessoase hoje tem 61 trabalhadores, o que repre-

    senta um aumento de cerca de 36%. Para os bons resultados da empresa con-

    tribuiu o facto a PP&A continuar a ter nacriatividade, na inovao e no designas pe-dras angulares da S. Bernardo - marca re-gistada pela antiga empresa em 1985 e ad-quirida pelos novos scios em resultado dainsolvncia-, baseando a sua poltica napesquisa e no desenvolvimento do pro-duto.

    Por outro lado, a Perptua, Pereira & Al-meida continua a ter na internacionaliza-

    o a sua principal aposta, sendo os seusprincipais mercados os EUA, Itlia, Dina-marca, Inglaterra, Frana, Sua, Espanha,Coreia, Dubai, ndia e China. Segundo ElsaAlmeida, o facto de a empresa ter associa-da aos seus produtos uma marca como aS.Bernardo uma grande vantagem, namedida em que era j reconhecida inter-nacionalmente seus clientes devido aoseu design e inovao.

    Desde a aquisio da empresa, os in-vestimentos tm sido contnuos. Alm daparticipao em feiras internacionais, aempresria destaca a reformulao da sec-o de porcelana, que permitiu aumentara capacidade produtiva em 300%. A re-parao e reformulao da Etar levou aocumprimento das normas ambientais econtribui para o meio ambiente saudvel.

    Por outro lado, conta, as instalaes fa-bris onde a empresa est a laborar que per-tenciam ao banco por ocasio da consti-tuio da nova empresa, foram adquiridas

    Elsa Almeida, Fernando Perptua e Jorge Horta, scios da Cermica S. Bernardo

    RICARDO GRAA/ARQUIVO

    1,61,6 milhes de euros corresponde facturao de empresa em 2016. Esteano, os scios da S. Bernardo esperamchegar aos dois milhes.

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  • Abril de 2017 PME excelncia 16 41

    pelos dois antigos colaboradores, Elsa Al-meida e Jorge Horta, juntamente com Fer-nando Perptua, director da Spal durante25 anos. Em 2016, procedemos sua aqui-sio, bem como compra de um fornoelctrico e a obras de manuteno e recu-perao do edifcio, bem como ao aumen-to da rea coberta.

    A Cermicas S. Bernardo foi uma das em-presas de referncia da regio, entrando emprocesso de insolvncia em 2008. Emboratenha passado para administrao judicial,nunca deixou de laborar. Foram anosmuito complicados, especialmente 2009 e2010, sendo que em 2011 verificou-se umaligeira melhoria, que se consolidou em2012, sublinha a empresria. Conseguiugerar fundos para se manter, sem criar d-vidas, mas no conseguiu libertar meiospara cumprir o plano de recuperao e fa-zer face ao passivo existente. Em conse-quncia, os credores, em assembleia geral,decretaram a sua liquidao. Como haviainteressados na aquisio da empresa, epara esta no perder o seu valor, o admi-nistrador judicial solicitou ao tribunal quea empresa se mantivesse em laborao at sua venda, o que foi autorizado.

    Os antigos funcionrios entraram nacorrida compra da empresa, depois de oprincipal interessado ter desistido. In-fluenciados pelo administrador judicial,que sempre acreditou na viabilidade da em-presa, aceitaram o desafio e constituram aPerptua, Pereira e Almeida, que adquiriuo estabelecimento comercial massa in-solvente das Cermicas S. Bernardo.

    Valeu a pena. A empresa apresenta-sehoje com resultados financeiros slidos e ro-bustos, como atesta a atribuio do estatutode PME Excelncia 2016. A nossa maior ex-pectativa manter a empresa financeira-mente estvel, de forma a conseguirmoshonrar os nossos compromissos e manteros postos de trabalho, consolidando umadas razes que nos levou a aceitar o desa-fio de criar a empresa.

    Para a empresria, ter sido distinguidacom o estatuto PME Excelncia significa oreconhecimento pelo contributo das em-presas para a economia nacional, um fac-tor diferenciador e um garante da solidez eidoneidade das empresas. Elsa Almeidaconsidera que um orgulho fazer partedeste grupo diferenciador.

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    LIC

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  • 42 PME excelncia 16 Abril de 2017

    GEOIDE cresce em Leiria h 21 anos

    A empresa que monitoriza grandesinfraestruturas em Portugal e no estrangeiro

    Lurdes [email protected]

    Quando passam pela Ponte Vasco daGama, em Lisboa, poucas pessoas tmconscincia da sua monitorizao topo-grfica. E muito menos que ela feita pelaGEOIDE Geosystems, empresa de Leiria,que possui um vasto portfl